charles sanders peirce – a lógica pragmática.pdf
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CharlesSandersPeirceALgicaPragmtica
LucieneFlixProfessoradeFilosofiaeMitologiaGrecoRomanadaESDC
Adeduoextraiainfernciacontidanaspremissas.Ainduoconfirmaasinfernciaspelaexperimentao.Aabduoprovaquealgumacoisapodeser.
Esclareamos a diferena entre pragmatismo e empirismo,vistoqueessasduascorrentesfilosficassoassentadasnanoodeexperincia.Poisbem,adistinosedpelomodocomo essas teorias entendem essa noo de experincia.Enquanto o empirismo (lgica indutiva) toma a experinciaenquantoexperinciapassada,ouseja,comoumpatrimniolimitadoquepode ser inventariadoe sistematizadode formaabsoluta, o pragmatismo (lgica abdutiva) entende aexperincia como abertura para o futuro, ou seja, comopossibilidade de fundamentar a previso, no em confrontocomaexperinciapassada,masemrelaocomopossvelusofuturodessaexperinciapassada.
Signo,paraPeirce,algoqueestnolugarde(representa)outracoisaparaalgum.Signooquetraduzdemodomaisclarooclssicoaliquidstatproaliquo,ouseja,umacoisaqueestporoutra,comooconceito tradicionaldesignocunhadopor Santo Agostinho. O signo designa, em sentido lato, oprpriosigno,oobjetoeo interpretante,ouseja,a coisasignificadaea cognioproduzidanamente.partirdarelaodosignocomoobjetoquesedeterminaouseproduzuminterpretante.
O interpretanteum representantepois constitui onomedoobjetoperceptvele,comonome,servircomonovosignoaoreceptor. Esse processo infinito e se designa semiose.Infinito porque a produo de um interpretante umarepresentao, logo, umnovo signo, que produzir umnovointerpretante...eassimsucessivamente.
A semitica se caracteriza pelo estudo de trs aspectos:
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gramtica(sintaxe)lgica(semntica)eretrica(pragmtica).
SegundoPeirce, a gramtica se denomina como um mbitoindependente em que se concebe, pela relao ou conexodesignos,a tarefadedeterminaroquedeve ser verdadeiroquanto ao representante utilizado, cujo objeto o deincorporar um significado qualquer. A lgica se denominacomoombitodasemnticaemqueseconcebe,pelarelaoouconexodossignoscomosobjetos,aperspectivadoque quase necessariamente verdadeiro em relao aorepresentante, cujo objetivo o de aplicarse a qualquerobjeto uma lgica que, a partir da unidade do diverso,compreende a teoria unificada da deduo, induo eabduo (inferncia hipottica). J a retrica referese eficciadasemiose(prxisdopensamento),cujoobjetivoode estabelecer os procedimentos para que um signo possadarorigemaoutrosigno.
O pragmatismo nada mais que abduo. A mximapragmaticista comoumaquestode lgicaabdutiva temporfundamento o juzo perceptivo como fonte de conhecimento.Os juzos perceptivos contm elementos gerais, ou seja,embora juzos perceptivos sejam singulares, considerando osujeito (por exemplo: este caderno ...), no deixam deenvolver a generalidade, considerando o predicado (...branco),oquepossibilitaadeduodeproposiesgeraise,assim,a concepo, comoapresentada, de juzoperceptivo,que um juzo particular, ser suficiente para responder aindagaodecomosepassadelesparaosjuzosuniversais. pela lgica abdutiva que a generalidade introduzida aosjuzos perceptivos, ou seja, na criao das premissas comofundamentoparaadeduoedasteorias,comofundamentoparaainduo.
A lgica tradicional ou silogismo formal, concebe a distinosomenteentrededuo(comoumainferncianecessriaqueextrai uma concluso j contida nas premissas) e induo(como uma inferncia experimental que no consiste emdescobriroucriaralgodenovo,mas,sim,deconfirmarumateoriaatravsdaexperimentao).Da,sealgicatradicionals distingue deduo e induo, como se d a criao daspremissasedasteorias,como fundamentadorasdadeduoedainduo?SeremrespostaaessaquestoqueCharlesSanders Peirce apresentar a lgica abdutiva que umainferncia hipottica (um lampejo, uma idia, um ato deinsight)e,provandoquealgopodeser,omtodoquecria
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novashiptesesexplicativas,nocontidasnaspremissas.
Assim, a lgica abdutiva tomada como uma lgica dadescoberta,dainvenooudacriao.OexemplodasacadefeijesdadoporPeirce,permiteumamaior compreensodaquesto.
1)Todosos feijesdaquelasacasobrancos.Esses feijessodaquelasaca.Logo,essesfeijessobrancos(deduo).2)Essesfeijessodaquelasaca.Essesfeijessobrancos.Logo,todososfeijesdaquelasacasobrancos(induo).3)Todosos feijesdaquelasacasobrancos.Esses feijessobrancos.Logo,essesfeijessodaquelasaca(abduo).
Conforme o professor Jlio Pinto esclarece: a abduocompartilhacomadeduoo fatode tera regrageralcomopremissa inicial (todos os feijes, etc). Entretanto, como ainduo ela arrisca um palpite que pode dar errado.Olhadadestamaneira,aabduoest,portanto,entreainduoeadeduo. Contudo, ela difere das duas tambm pela maiorpossibilidade de erro implcita na hiptese que ela lana,porque fcil perceber como, tanto a induo quanto adeduo,estobaseadasnaexperincia.
Dos tipos possveis de inferncia, portanto, a abduoconstituionicoqueseprojetaparaofuturo, jque tantoadeduo quanto a induo dizem do passado, do jconhecido,namedidaemquesereferemexperincia.Seuslimites esto pautados pelas premissas. Como palpites, osprocessosabdutivos podem levar a erros,mas a falibilidadede uma hiptese no quer dizer que a abduo seja umprocesso de ensaio e erro. Fundamentalmente, o queacontece que uma hiptese formulada com base naexperincia, atravs da escolha de um interpretantelogicamente possvel para os signos que se oferecem observao.
Namedidaemqueaabduoumprocessodeformaodeuma hiptese explanatria, a nica operao lgica queintroduz uma idia nova. Embora essa forma de argumentonoofereaseguranaquantoasuaverdade,oseuvaloremprodutividade (sua uberdade) elevado. A abduosimplesmenteprovaquealgumacoisapodeser.
Saibamais:Tpica e Teoria Constitucional do Direito: as Eternas Aporias e a Uberdade da Abduo, de LuizAugustoLimadevila,publicadonaRevistaBrasileiradeDireitoConstitucional (RBDC) n 7.Editora
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ESDC.
EscolaSuperiordeDireitoConstitucionalESDC55(11)[email protected]
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