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Historia e desenvolvimento da psicologia analitica de carls gustav jung e a visão do desenvolvimento infantil segundo erich neumannTRANSCRIPT
C. G. JungHistória e desenvolvimento da psicologia
analítica
Desenvolvimento Infantil segundo Erich Neumann
Carl Gustav Jung Nascido na cidade de Kesswil na Basiléia, atual
região da Suíça, em 26 de Julho de 1875 e
morreu em 6 de Junho de 1961 com 86 anos.
Seu pai era um religioso que aparentava ter
perdido a fé e sua mãe tinha traços de
problemas emocionais.
•Passou boa parte da infância solitário e
encontrou nos livros grandes companheiros.
•Em entrevista a BBC disse que sua maior
vontade era ter sido Geólogo, mas os custos
desses estudos eram muito altos por isso se
dedicou as ciências da natureza e foi estudar
Medicina.
Freud e divergênciasJung discordou de Freud primeiramente quanto a natureza da libido.
Enquanto Freud a restringia ao âmbito sexual, Jung a considerava a energia vital generalizada, onde o sexo era apenas uma parte dessa energia.
A segunda diferença está no entendimento das forças que influenciam a personalidade: • Freud via as pessoas como vítimas dos eventos da infância.• Jung acreditava que somos moldados por nossas metas, esperanças, aspirações e também pelo passado. Jung propunha que não era somente as experiências da infância que nos determinavam como um todo.
A terceira diferença é que Jung enfatizava o inconsciente e acrescentou uma nova dimensão à questão: as experiências herdadas dos seres humanos como espécie e a dos ancestrais animais (o inconsciente coletivo).
Psicologia Analítica Psique e Ego
A Psique para Jung vai se constituir em três níveis:
• A Consciência.• O Inconsciente Pessoal .• O Inconsciente Coletivo.
Acima do Ego estariam as diversas personas quee juntas constituem a nossa personalidade.
ComplexosAs experiências do inconsciente pessoal estão agrupadas em complexos, que são padrões de emoções, lembranças, anseios, com temas comuns. Ex: Se manifestam através de ideias, pensamentos como poder ou inferioridade
Arquétipos Do grego arché: que significa principal
ou princípio e tipós: impressão ou
marca.
Diz respeito ao primeiro modelo ou
imagem de alguma coisa, antigas
impressões sobre algo.
Os arquétipos, para Jung, tem origem em situações específicas a pensamentos, imagens, sentimentos e idéias semelhantes universais, independentemente de classe, credo, raça, localização geográfica.
Animus / AnimaArquétipos primitivos que refletem a ideia de que cada pessoa exibe algumas características do sexo oposto.
•Anima: se refere às características femininas presentes no homem. •Animus: denota características masculinas na mulher.
Sombra Legado racial de formas inferiores de vida,
nossa parte mais primitiva e animalesca da personalidade, contendo dois lados:
Negativo: Jung dizia que a sombra nos impele a fazer coisas
que normalmente não nos permitiríamos. Uma vez feita,
costumamos insistir que ‘algo’ se apossou de nós. Esse ‘algo’ é
a parte primitiva da nossa natureza
Positivo: O lado positivo da sombra é a fonte de
espontaneidade, da criatividade, percepção e emoção
profunda.
A criança Após o nascimento a criança se encontra em um
estado psíquico no qual o ego se acha contido no inconsciente.
O Self e a personalidade pré-existem antes do ego tomar forma.
Durante o desenvolvimento a estrutura psíquica da criança apresenta diferente graus de consciência no ego. A visão de mundo e de si mesmo sofre modificações a cada estágio por conta das relações com arquétipos, simbolos, deuses e mitos.
Estágios do desenvolvimento Jung não discrimina estágios delimitados
por idade pois cada desenvolvimento é especificamente individual devendo levar em conta todos os estados mitológicos e arquetipicos que acompanham o desenvolvimento.
Não existe também uma sequencia exata para esses acontecimentos, deve-se levar em consideração a história de cada nação e suas diferentes culturas.
Desenvolvimento do ego No primeiro ano se forma um ego
infantil, mais ou menos estruturado. Embora tenha existência própria ainda não consegue se distinguir.
Esse período é caracterizado pelo arquétipo de uroboros, simbolizando a relação primal da criança com a mãe.
Relação primal Neste estado, o ser e o mundo circundante
existem numa participation mystique (participação mística).
A criança encontra-se ligada e unida à atitude psíquica dos pais, identificando-se com o inconsciente deles. Esta identidade primária (estado inconsciente e passivo) provém essencialmente do estado de inconsciência em que se encontra a criança pequena, que é tão carente de consciência como um homem primitivo.
“Ainda não existe o “eu” claramente diferenciado do resto das coisas, mas tudo o que existe são acontecimentos ou ocorrências, que tanto podem pertencer a mim como a qualquer outro.” (Jung, 1998)
Indivíduação
A criança só tende a se tornar ela mesma ao longo e fora da relação primal. Jung (1998) coloca que é nos primeiros anos de vida (por volta dos dois ou três anos) que a criança começa a tomar conta de si, ao dizer “eu”.
Este processo mostra que a consciência está emergindo do inconsciente e se formando. Até os vinte anos, ocorre o maior e mais intenso desenvolvimento da consciência e, depois deste período, é sempre mais raro que novas partes da esfera inconsciente venham juntar-se à ela. Para Neumann (1995).
“O advento da consciência manifesta-se como luz em contraste com as trevas do inconsciente. ” (Neumann, 1998)
Indivíduação Segundo Neumann (1995), o alvo da vida agora é
tornar-se independente do mundo, destacar-se e ter autonomia. Na criança, embora o ego e a consciência se preocupem principalmente com a adaptação, é possível encontrar a tendência à autoformação.
Portanto, o amadurecimento infantil é um processo que só surge à medida que a consciência do ego e a individualidade se desenvolvem, favorecendo o processo da individuação que, em geral, é o processo de formação e particularização do ser individual, distinto do coletivo.
Conclusao O desenvolvimento da personalidade e
individualidade no período da infância é tão vital que no trabalho psicoterapêutico com a criança deve haver um auxílio ao processo de estruturação do ego e conscientização. Neste sentido, a educação à criança pequena torna-se um meio bastante apropriado, servindo de apoio a este processo até que ela tenha melhores condições de trilhar seu próprio caminho. Não deve-se entender a educação aqui, como impor à criança normas e padrões socialmente aceitos que neguem sua individualidade, mas mostrar que há coisas no mundo que não dependem somente dela ou de suas vontades.