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UFOP - CETEC - UEMG REDEMAT REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS UFOP – CETEC – UEMG Tese de Doutorado "Influência do antimônio e do grau de deformação na laminação a frio sobre as propriedades magnéticas de aços elétricos de grão não orientado com 3% de Si" Autor: Márcio Ferreira Rodrigues Orientador: Prof . Dr. André Barros Cota Co-orientador: DSc. Marco Antônio da Cunha Outubro de 2013

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UFOP - CETEC - UEMG

REDEMATREDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

UFOP – CETEC – UEMG

Tese de Doutorado

" Influência do antimônio e do grau de deformação na

laminação a frio sobre as propriedades magnéticas de aços

elétricos de grão não orientado com 3% de Si"

Autor: Márcio Ferreira Rodrigues

Orientador:

Prof . Dr. André Barros Cota

Co-orientador: DSc. Marco Antônio da Cunha

Outubro de 2013

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UFOP - CETEC - UEMG

REDEMATREDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

UFOP – CETEC – UEMG

Márcio Ferreira Rodrigues

" Influência do antimônio e do grau de deformação na laminação a frio sobre as propriedades magnéticas de aços elétricos de grão não

orientado com 3% de Si "

Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais da REDEMAT, como parte integrante dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Engenharia de Materiais.

Área de concentração: Análise e seleção de materiais Orientador: Prof. André Barros Cota

Ouro Preto, 31 de outubro de 2013

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Catalogação: [email protected]

R696i Rodrigues, Marcio Ferreira.

Influência do antimônio e do grau de deformação na laminação a frio sobre as

propriedades magnéticas de aços elétricos de grão não orientado com 3% de Si

[manuscrito] / Marcio Ferreira Rodrigues. – 2013.

154 f.: il. Color., grafs., tabs.

Orientador: Prof. Dr. André Barros Cota.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas.

Rede Temática em Engenharia de Materiais.

Área de concentração: Análise e seleção de materiais.

1. Aço - Teses. 2. Antimônio - Teses. 3. Laminação (Metalurgia) - Teses. 4. Metais - Deformação - Teses. I. Cota, André Barros. II. Universidade Federal

de Ouro Preto. III. Título.

CDU: 620.1:669.14

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DEDICATÓRIA

A minha esposa Solange, meus

filhos Ygor e Yan, a meus pais

Aquilino e Maria Leopoldina,

a meus irmãos Cláudio,Kênia,

Karla e Marcelo.

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AGRADECIMENTOS

• A Deus por me dar capacidade, força, determinação e perseverança para realização

deste trabalho;

• Ao professor Dr. André Barros Cota e Dr. Marco Antônio da Cunha pela orientação,

cobrança, incentivo e apoio;

• A todos os colegas das áreas Operacionais, Manutenção, Metalurgia e Controle de

Processo de aços elétricos da Aperam pelo apoio;

• A todos os colegas do Centro de Pesquisas da Aperam pelo ajuda e orientação nos

trabalhos de laboratórios realizados, em especial aos Drs. Sebastião da Costa

Paolinelli, Fabrício Luiz de Alcântara e aos Msc. Dirceni de Souza, Jose Rogério;

• Aos colegas da área de aços elétricos GNO Claudimar Pereira e Rubens Takanohashi

pelas críticas e sugestões apresentadas para o desenvolvimento deste trabalho;

• Aos colegas dos laboratórios químicos, mecânicos e magnéticos da Aperam pelas

análises industriais.

• A Aperam, em especial departamento de Metalurgia pela oportunidade que me foi

dada e pelo fornecimento de toda a estrutura e recursos para realização do trabalho;

• A Redemat/UFOP pela oportunidade de realizar o trabalho.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS: ..................................................................................................................vii

LISTA DE NOTAÇÕES:............................................................................................................. xiv

RESUMO ...................................................................................................................................... xv

ABSTRACT................................................................................................................................. xvi

CAPITULO I - INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1

CAPITULO II - OBJETIVOS......................................................................................................... 6

CAPITULO III – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 7

3.1- Propriedades Magnéticas ................................................................................................ 7

3.1.1- Indução, permeabilidade e polarização magnética ...................................................... 7

3.1.2- Perdas magnéticas........................................................................................................ 9

3.1.3- Influência das propriedades magnéticas no desempenho das máquinas elétricas ..... 11

3.2- Influência dos principais elementos de liga .................................................................. 14

3.2.1 - Silício .................................................................................................................... 15

3.2.2 Alumínio - Al ........................................................................................................ 16

3.2.3 Manganês - Mn...................................................................................................... 16

3.2.4 Estanho - Sn .......................................................................................................... 17

3.2.5 Residuais (S, N, Ti, O) .......................................................................................... 18

3.2.6 Antimônio - Sb...................................................................................................... 20

3.2.7 Fósforo - P............................................................................................................. 23

3.2.8 Carbono - C ........................................................................................................... 24

3.3 - - Influência da textura cristalográfica........................................................................ 25

3.3.1 - Texturas cristalográficas de interesse para os aços elétricos.................................25

3.3.2 - Influência do processo termomecânico na formação da textura cristalográfica ... 29

3.3.3 - Estrutura e energia de contorno de grão................................................................ 30

3.3.4 - Fenômeno de melhoria de textura com adição de Sb e Sn.................................... 31

3.4- Tamanho de Grão.......................................................................................................... 38

CAPITULO IV – MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 43

4.2- Processamento Termomecânico.................................................................................... 44

4.2.1- Laminação industrial a quente das placas até o esboço ............................................. 44

4.2.2- Processamento termomecânico em laboratório ......................................................... 45

4.2.2.1- Laminação a Quente ............................................................................................ 45

4.4.2.2- Recozimento inicial e decapagem........................................................................ 50

4.2.2.3- Laminação a frio e recozimento final .................................................................. 51

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4.2.2.4- Recozimento a diferentes temperaturas das amostras laminadas a frio............... 51

4.3- Ensaios realizados......................................................................................................... 54

4.3.1- Testes magnéticos ...................................................................................................... 54

4.3.2- Tamanho de grão........................................................................................................ 55

4.3.3- Textura cristalográfica ............................................................................................... 55

4.3.4- Análise do teor de Sb ................................................................................................. 56

4.3.5- Análise dos dados ...................................................................................................... 56

CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 57

5.1 – Análise estatística da influência dos parâmetros de processo nas propriedades

magnéticas............................................................................................................................ 58

5.1.1 - Resultados de indução magnética B50................................................................... 58

5.1.2 - Superfície de resposta para indução magnética B50 como uma função da

espessura e teor de Sb para temperatura de 1050°C ............................................................ 59

5.1.3 - Resultados de perda magnética a 1,5T e 50Hz (P15/50).......................................... 62

5.1.4 - Resultados da superfície de resposta para perda magnética a 1,5T/50Hz como

uma função da espessura de BQ e teor de Sb para temperatura de 1050°C......................... 63

5.2 – Tamanho de grão e textura das amostras após laminação a quente ....................... 65

5.3 – Tamanho de grão e textura das amostras após o recozimento inicial .................... 69

5.4 – Textura cristalográfica das amostras após laminação a frio................................... 75

5.5 – Tamanho de grão e textura da amostras após recozimento final............................ 78

5.6 – Propriedades magnéticas das amostras após o recozimento final .......................... 88

5.7 - Recozimento final a diferentes temperaturas.......................................................... 93

5.7.1 - Evolução do tamanho de grão............................................................................. 94

5.7.2 – Evolução da textura cristalográfica .................................................................. 100

CAPÍTULO VI - CONCLUSÕES .............................................................................................. 108

CAPÍTULO VII - SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS......................................... 110

CAPÍTULO VIII - PUBLICAÇÃO REFERENTE AO TRABALHO....................................... 111

CAPÍTULO IX - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 112

CAPÍTULO X - ANEXOS.......................................................................................................... 118

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LISTA DE FIGURAS:

Figura 1. 1– Indução magnética B50 como uma função da perda magnética a 1,5T/50Hz dos

aços produzidos pela Aperam (Catálogo aços elétricos)...................................................... 3

Figura 3.1-Curvas de magnetização com o campo magnético externo (H) aplicado em 3

diferentes direções cristalográficas de um monocristal de ferro (Landgraf, 2001a). ........... 9

Figura 3.2- Perdas magnéticas totais e suas componentes histerética (Ph), parasita (Pp) e

anômala (Pa) em diferentes aços elétricos (Landgraf, 2001a). ..........................................12

Figura 3.3- Partes do motor elétrico com destaque para o rotor e estator que usam aço elétrico.

............................................................................................................................................ 13

Figura 3.4 – Variação da perda magnética como uma função da temperatura de recozimento

final e teor de S (Oda et al., 2002). .................................................................................... 19

Figura 3.5 – Densidade de grãos com textura cristalográfica (100)[010], (111)//DN e

(110)[100] como uma função do teor de Sb segundo Vodopivec et al. (1991). ................ 20

Figura 3.6 – Mecanismo de melhoria da textura com a adição de Sb (Takashima et al., 1993).

............................................................................................................................................ 21

Figura 3.7 - Influência do Sb nas propriedades magnéticas (permeabilidade magnética µp a

1,5T e perda magnética W15/50) de um aço 1,85% em massa de Si, 0,25% em massa de Mn

e 0,30% em massa de Al (Takashima et al., 1993). ........................................................... 22

Figura 3.8–Resistividade elétrica (a) e perda magnética por corrente parasita (b) como uma

função do teor de P (Lee et al., 2012). ............................................................................... 23

Figura 3.9- Aumento relativo da perda magnética (parâmetro IE), em envelhecimento a

210°C/24 h, em função do teor residual de carbono (Marra et al., 2006). ......................... 25

Figura 3.10– Textura cristalográfica de Goss (110)[001]. ....................................................... 26

Figura 3.11- Seção 2 = 45° do espaço de Euler mostrando as posições de orientações

importantes do sistema ccc ao qual a liga Fe-Si pertence (Paolinelli, 2008a). .................. 28

Figura 3.12- Tamanho de grão de amostras laminadas a quente em um aço com 3% em massa

de Si como uma função da temperatura de laminação a quente e diferentes reduções (Dafé,

2010)................................................................................................................................... 30

Figura 3.13- Fração volumétrica da fibra eta como uma função do grau de deformação a frio e

temperatura de laminação a quente (Dafé, 2010)............................................................... 30

Figura 3.14- Cinética da segregação do Sb nas temperaturas de 650°C a 850°C em aços

elétricos grão não orientado: a) Sb 0,05% em massa e b) Sb 0,1% em massa. PHR (peak

height ratio – razão da altura do pico) (Jenko et al., 1994) ................................................ 32

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Figura 3.15- Análise do perfil de profundidade de segregação de Sb e outros elementos na

superfície de uma chapa com 0,5mm de espessura de um aço com 0,048% em massa de

Sb após recozimento por 2h/850oC. 10min de ataque corresponde aproximadamente a

1nm de espessura do metal (Vodopivec et al., 1992) . ....................................................... 33

Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052% em massa de Sb,

segregados no contorno de grão da amostra laminada a quente que foi fraturada depois de

resfriada em nitrogênio líquido (Vodopivec et al., 1992). ................................................. 34

Figura 3.17- Segregação superficial como uma função da temperatura para C, Si, P, S e Sb

medidos nos grãos com as orientações cristalográficas (a) (100)//DL e (b) (111)//DN no

aço elétrico ligado com 0,1% em massa de Sb. PHR (peak height ratio – razão da altura do

pico) (Godec et al., 1999b)................................................................................................. 35

Figura 3.18- Altura da razão do pico entre as transições Auger dominante Sn (M5N4.5N4.5) e o

Fe (L3M2.3M5.4) da energia cinética dos elétrons de 430eV e 651eV, respectivamente,

como uma função do tempo de envelhecimento. Grabke (1996)....................................... 36

Figura 3.19- Correlação do tamanho de grão com o fator de textura (razão da soma dos

componentes de textura cubo e Goss pela fibra gama) para um aço com 2% em massa de

Si e elementos de liga específicos (Chang et al., 2005). .................................................... 37

Figura 3.20- Influência do tamanho de grão na perda magnética dos aços elétricos com vários

teores de Si (Shimanaka et al., 1982). ................................................................................ 38

Figura 3.21- Efeito do tamanho de grão nas perdas magnéticas totais (P total), perdas

histeréticas (Phist), perdas clássicas (Pparas) e perdas de excesso (Pexc) de um aço com

2% em massa de Si (Landgraf, 2001b)............................................................................... 39

Figura 3.22- Tamanho de grão das chapas de aço 1% em massa de Si com e sem Sb como

uma função da temperatura de recozimento (Lyudkovsky et al., 1983). ........................... 40

Figura 3.23- Dependência do tamanho de grão do tempo e temperatura de recozimento para os

aços com e sem Sb (Jenko et al., 1995 e Jenko et al., 1996).............................................. 41

Figura 3.24- Efeito do tamanho de grão da BQ (bobina laminada a quente) recozida na fração

de fibras gama e eta após recozimento final. Paolinelli et al. (2008b)............................... 41

Figura 3.25- Efeito do tamanho de grão da BQ recozida no tamanho de grão final (Paolinelli

et al., 2008b)....................................................................................................................... 42

Figura 3.26- Efeito do tamanho de grão da BQ recozida nas propriedades magnéticas finais,

B50 (indução magnética a 5000A/m) e W1,5 (perda magnética a 1,5T e 60Hz). (Paolinelli et

al., 2008b)........................................................................................................................... 42

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Figura 4.1- Fluxo de produção de aços GNO na Aciaria da Aperam. ..................................... 44

Figura 4.2- Equipamento espectrômetro de emissão ótica thermo ARL modelo 4460. .......... 44

Figura 4.3 - Fluxo de processo da laminação de tiras a quente da Aperam. ............................ 45

Figura 4.4– Amostras laminadas a quente. .............................................................................. 50

Figura 4.5 - Exemplo das amostras laminadas a quente e submetidas ao recozimento inicial a

1030°C................................................................................................................................ 50

Figura 5.1- Superfície de resposta para indução magnética B50 como uma função da espessura

da BQ e teor de Sb nas faixas analisadas para temperatura de 1050°C . ........................... 61

Figura 5.2 – Mediana da indução como função do teor de Sb. ................................................ 61

Figura 5.3 – Mediana da indução como função da espessura de BQ....................................... 61

Figura 5.4 – Mediana da indução como função da temperatura de laminação a quente.......... 62

Figura 5.5 – Superfície de resposta da perda magnética como função da espessura da BQ e

teor de Sb nas faixas analisadas para temperatura de 1050°C. ..........................................64

Figura 5.6 – Mediana da perda magnética como função da espessura de partida da BQ. ....... 64

Figura 5.7 – Mediana da perda magnética como função do teor de Sb. .................................. 65

Figura 5.8 – Mediana da perda magnética como função da temperatura de laminação a quente.

............................................................................................................................................ 65

Figura 5.9 - TGBQ como uma função do teor de Sb nas três espessuras de BQ. .................... 67

Figura 5.10 - TGBQ como uma função da espessuras de BQ para os três teores de Sb ......... 67

Figura 5.11 – Microestrutura das amostras de BQ (A) Variando teor de Sb, (B) variando

espessura da BQ. ................................................................................................................ 68

Figura 5.12 – Fração volumétrica das principais fibras observadas nas amostras de BQs, como

uma função da espessura da BQ (1,45; 1,81 e 2,25mm) e teor de Sb (0; 0,045 e 0,098%

em massa) para TLQ=1050oC. ........................................................................................... 69

Figura 5.13 – Tamanho de grão das amostras laminadas a quente e recozidas (TGBQR) em

função do teor de Sb, nas três espessuras de BQ. .............................................................. 71

Figura 5.14 – Tamanho de grão das amostras laminadas a quente e recozidas (TGBQR) em

função da espessura da BQ para os três teores de Sb......................................................... 71

Figura 5.15 – Fração volumétrica das fibras eta, alfa, gama e teta como uma função da

espessura de BQ (1,45; 1,81 e 2,25mm) e teor de Sb (0; 0,045 e 0,098% em massa) para

TLQ=1050°C...................................................................................................................... 72

Figura 5.16– Microestrutura das amostras recozidas: (A) variando teor de Sb, (B) variando

espessura da BQ. ................................................................................................................ 73

Figura 5.17– Tamanho de grão da BQR como função do tamanho de grão da BQ................. 74

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Figura 5.18 – A) FDOC para φ2 = 0° e 45°, da amostra laminada a frio com 76% de redução e

B) microestrutura da amostra deformada. ......................................................................... 76

Figura 5.19 – Variação da fração volumétrica das principais fibras nas amostras deformadas,

como função do teor de Sb (0;0,045 e 0,098% em massa) e espessura de partida da BQ. 76

Figura 5.20 – Influência do teor de Sb sobre o tamanho de grão final variando o grau de

deformação a frio (GDF).................................................................................................... 79

Figura 5.21 – (A)-Tamanho de grão final como função do grau de deformação a frio variando

o teor de Sb, (B e C)-Tamanho de grão final como função do tamanho de grão da BQR,

variando o teor de Sb e espessura da BQ de partida respectivamente.. ............................. 80

Figura 5.22 –Tamanho de grão da BFR como função do TGBQR, variando o teor de Sb e

espessura de BQ para a temperatura de laminação a quente constante de 1050°C............ 81

Figura 5.23 –Microestrutura das amostras após o recozimento final (a) variando teor de Sb,

(b) variando espessura da BQ............................................................................................. 82

Figura 5.24 – Fator de textura como uma função do teor de Sb, para TLQ=1050oC e para os

três graus de deformação a frio (GDF)............................................................................... 83

Figura 5.25 – Fator de textura após recozimento final como função do grau de deformação a

frio, para os diferentes teores de Sb na TLQ de 1050°C.................................................... 84

Figura 5.26 – Fração volumétrica e fator de textura após recozimento final como função do

grau de deformação a frio, para um aço com 3% em massa de Si e espessura final 0,5 mm,

conforme Dafé (2010). ....................................................................................................... 84

Figura 5.27 A – FDOC´s via EBSD das amostras após recozimento final, para teor de Sb de

0% variando o grau de deformação a frio. ......................................................................... 85

Figura 5.28 – Fração volumétrica da fibra eta após recozimento final como função da fibra

gama nas amostras após laminação a frio. ......................................................................... 88

Figura 5.29 – Perda magnética a 1,5T/50Hz como função do teor de Sb, para os diferentes

graus de deformação a frio (GDF). .................................................................................... 89

Figura 5.30 – Indução magnética, B50, como função do teor de Sb, para os diferentes graus de

deformação a frio (GDF).................................................................................................... 89

Figura 5.31 – Perda magnética a 1,5T/50Hz em função do tamanho de grão final, para os

diferentes teores de Sb e graus de deformação a frio, para TLQ=1050°C......................... 90

Figura 5.32 –Indução magnética em função do tamanho de grão final, para os diferentes

teores de Sb e graus de deformação a frio, para TLQ=1050°C.......................................... 91

Figura 5.33 –Perda magnética como função do TGBQ, para os diferentes teores de Sb e graus

de deformação a frio e para TLQ=1050°C......................................................................... 91

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Figura 5.34 – Perda magnética como função do TGBQR, para os diferentes teores de Sb e

graus de deformação a frio e para TLQ=1050°C. .............................................................. 92

Figura 5.35 – Perda magnética como uma função do fator de textura, para os diferentes teores

de Sb e graus de deformação a frio (GDF), para TLQ=1050°C. ....................................... 92

Figura 5.36– Indução magnética como uma função do fator de textura, para os diferentes

teores de Sb e graus de deformação a frio (GDF), para TLQ=1050°C.............................. 93

Figura 5.37 – Tamanho de grão recristalizado como uma função da temperatura de

recozimento, variando o teor de Sb, grau de deformação a frio de 81% e TLQ de 1050°C.

............................................................................................................................................ 95

Figura 5.38 – Metalografia no ótico após cada etapa do recozimento. .................................... 97

Figura 5.39 – Detalhe das amostras variando o teor de Sb recozidas a 670°C. ....................... 98

Figura 5.40 A - FDOC para φ2=0° e φ2=45° da amostra na condição de temperatura de

recozimento de 670°C, teor de Sb 0% em massa, GDF 81% e TLQ 1050°C.................... 98

Figura 5.41- Fator de textura como uma função da temperatura de recozimento.................. 101

Figura 5.42 – Fração volumétrica da fibra gama como função da temperatura de recozimento.

.......................................................................................................................................... 101

Figura 5.43 – Fração volumétrica da fibra eta como função da temperatura de recozimento.

.......................................................................................................................................... 101

Figura 5.44 – Fração volumétrica da componente Goss como função da temperatura de

recozimento. ..................................................................................................................... 102

Figura 5.45 – Fração volumétrica da componente cubo como função da temperatura de

recozimento. ..................................................................................................................... 102

Figura 5.46 – Fração volumétrica da fibra teta como função da temperatura de recozimento.

.......................................................................................................................................... 103

Figura 5.44 – Fração volumétrica da fibra alfa como função da temperatura de recozimento.

.......................................................................................................................................... 103

Figura 5.48 – Variação da fração volumétrica das fibras alfa e eta como uma função da

temperatura de recozimento, para amostras com teor de Sb de 0,045% em massa. ........ 103

Figura 5.49 – Variação da fração volumétrica das fibras teta e gama como uma função da

temperatura de recozimento para a liga com Sb 0,045% em massa................................. 104

Figura 5.50 – Variação da fração volumétrica das fibras teta e gama como uma função da

temperatura de recozimento para a liga sem Sb. .............................................................. 105

Figura 5.51 – Variação da intensidade das fibras teta e gama como uma função do ângulo em

Φ1 para as temperaturas de recozimento parcial de 850 e 910°C..................................... 105

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Figura 5.52 – Fração volumétrica das principais fibras e fator de textura como função da

temperatura de recozimento para teor de Sb 0%.............................................................. 106

Figura 5.53 – Fração volumétrica das principais fibras e fator de textura como função da

temperatura de recozimento para teor de Sb 0,045% em massa. ..................................... 106

Figura 5.54 – Fração volumétrica das principais fibras e fator de textura como função da

temperatura de recozimento para teor de Sb 0,098% em massa. ..................................... 107

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LISTA DE TABELAS:

Tabela I. 1- Comparação entre os produtos Aperam e as normas internacionais DIN e JIS

(1,5T/50Hz). ......................................................................................................................... 2

Tabela III. 1– Faixa de composição química típica dos aços elétricos (% em massa)............. 14

Tabela IV.1 - Composição química (% em massa) das ligas. .................................................. 43

Tabela IV. 2– Planejamento experimental. .............................................................................. 46

Tabela IV.3– Identificação das amostras de 1 a 27 e valores experimentais dos teores de Sb,

das temperaturas de laminação a quente e espessuras médias das amostras laminadas a

quente. ................................................................................................................................ 48

Tabela IV.4- Planejamento do recozimento a final a diferentes temperaturas......................... 52

Tabela V. 1– Fases do processo e parâmetros analisados ........................................................ 57

Tabela V. 2– Coeficiente de regressão para B50....................................................................... 59

Tabela V. 3– Superfície de resposta - Regressão: Indução magnética B50 como uma função do

teor de Sb (em massa) e espessura da BQ (mm) ................................................................ 60

Tabela V. 4– Coeficiente de regressão para perda magnética – valores padronizados............ 62

Tabela V. 5– Superfície de resposta - Regressão: perda magnética a 1,5T/50Hz como uma

função do teor de Sb em massa e espessura da BQ em mm............................................... 63

Tabela V. 6– Tamanho de grão e textura cristalográfica das amostras laminadas a 1050oC... 66

Tabela V. 7– Tamanho de grão e principais fibras da textura cristalográfica das BQRs para

amostras laminadas a 1050oC............................................................................................. 70

Tabela V. 8– Espessura inicial da BQ, espessura final e grau de deformação a frio (GDF) ... 75

Tabela V. 9– Valores de fração volumétrica das fibras e componentes de textura

cristalográfica observadas nas amostras após laminação a frio. ........................................77

Tabela V. 10– Tamanho de grão e principais componentes e fibras da textura cristalográfica

das amostras após recozimento final, para TLQ=1050oC. .................................................78

Tabela V. 11– Propriedades magnéticas obtidas em chapa única e tamanho de grão final, para

TLQ=1050ºC...................................................................................................................... 88

Tabela V. 12– Recozimento final a diferentes temperaturas e as frações volumétricas das

principais fibras e componentes de textura cristalográfica ................................................ 94

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LISTA DE NOTAÇÕES:

• Aperam – Aperam South America;

• BQ – Bobina logo após laminação a quente;

• BQR – BQ com recozimento inicial;

• BF – Bobina com espessura final após laminação a frio;

• BFR – bobina laminada a frio com espessura final e submetida ao recozimento final;

• B – Indução magnética em T ou mT;

• B50 – Indução magnética num campo magnético de 5000A/m

• Componente cubo - (100)[010];

• Componente Goss – 011<100>;

• CSL –Coincident Site Lattice - rede de pontos de coincidência;

• DL – Direção de laminação;

• DN – Direção normal a direção de laminação;

• DT – Direção transversal a direção de laminação;

• Fibra alfa - A fibra α <110>//DL;

• Fibra eta – fibra η (<001>//DL);

• Fibra gama – fibra γ (<111>//DN);

• Fibra teta θ 100<uvw>;

• FDOC = função de distribuição de orientações cristalográficas;

• GDF – Grau de deformação a frio;

• (h,k,l) corresponde ao plano hkl;

• hkl corresponde a família de planos hkl;

• H – Campo magnético (A/m);

• TG – Tamanho de Grão (µm);

• TGBQ – Tamanho de grão da BQ;

• TGBQR – Tamanho de grão da BQ após recozimento inicial;

• TGBFR = Tamanho de grão da BF após recozimento final;

• TLQ – Temperatura de laminação a quente;

• [uvw] corresponde a direção uvw;

• <uvw> corresponde a família de direções uvw;

• ρ – Densidade da liga;

• P15/50 – perda magnética media a 1,5T e 50Hz.

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RESUMO

Foram avaliados a influência da adição de Sb e do processamento termomecânico sobre a

estrutura e as propriedades magnéticas de um aço elétrico com 3% em massa de Si e 0,60%

em massa de Mn. Foram processadas amostras retiradas do esboço após laminação industrial

no desbastador, as quais foram submetidas em laboratório à laminação a quente de

acabamento, recozimento inicial, laminação a frio para espessura final de 0,35mm e

recozimento final. A adição de 0,045% em massa de Sb e uma deformação a frio de 76%

resultaram em menor perda magnética e maior indução magnética, devido ao aumento do

fator de textura (razão das fibras η/γ) associado a um tamanho de grão final em torno de

140µm. Foi observado que o Sb contribui para redução do tamanho de grão após laminação a

quente e após recozimento inicial, principalmente no valor de 0,098% em massa, confirmando

o efeito deste elemento em segregar próximo aos contornos de grãos, restringindo o

movimento dos contornos. No recozimento final a diferentes temperaturas, para o teor de

0,045% em massa de Sb, foi observado na fase de crescimento de grão que ocorreu um

aumento do fator de textura e da fração volumétrica da fibra teta às custas da redução da fibra

gama. O mecanismo responsável pela melhoria nas propriedades magnéticas está relacionado

à característica do Sb em aumentar durante o recozimento final na fase de crescimento de

grãos a mobilidade dos contornos de grãos de baixa energia. Foi observado que a componente

da fibra gama próxima de (111)[112] tende a diminuir e a componente da fibra teta próximo

de (001)[130] tende a aumentar na etapa de crescimento de grãos durante o recozimento final.

Estas duas orientações cristalográficas formam entre si contorno muito próximo de um

contorno CSL Σ11 que é um contorno de baixa energia, contribuindo inclusive para melhoria

do fator de textura fibras η/γ nesta etapa do recozimento final.

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ABSTRACT

The influence of antimony (Sb) addition and thermomechanical processing on the structure

and magnetic properties of an electrical steel containing 3wt%Si and 0,60wt%Mn was

investigated. The samples processed were taken from a transfer bar, after roughing mill

rolling, and then processed in laboratory (hot rolling finishing, initial annealing, cold rolling

into a final thickness of 0,35mm and final annealing). Addition of 0,045wt%Sb and a 76%

cold deformation resulted in lowest core loss and highest magnetic induction due to an

increase to texture factor (η/γ ratio), associated to a final grain size of approximately 140µm.

It was observed that Sb contributes to grain size reduction after hot rolling and initial

annealing, particularly to the value of 0,098wt%, which confirms the effect of this element in

segregating near grain boundaries, thus restraining boundary movement. When annealing at

different temperatures, Sb content of 0,045wt%, it was noticed during grain-growth phase that

the texture factor increased owing to γ fibre reduction, in addition to a fraction increase of θ

fibre owing to reduction of fibre γ. The mechanism responsible for improvement to the

magnetic properties is related to the Sb characteristic which, during the final annealing in

grain-growth phase, affords an increased mobility of low-energy grain boundaries, thus

bringing forward the migration of grain boundaries relative to θ fibre next to component

(001)[130] at the expense of reduction of γ fibre grain boundary next to component

(111)[112], which form among them a boundary that is very close to a low-energy CSL Σ11

boundary.

.

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CAPITULO I - INTRODUÇÃO

Os aços elétricos de grão não orientado são materiais magnéticos macios e as principais

características magnéticas avaliadas são a perda magnética e a permeabilidade magnética.

A maximização da permeabilidade é o desafio internacional do processamento de aços

elétricos GNO e o controle das variáveis de processo, como: composição química (C, Si, Mn,

Al, S, N, O, P, Ti, Cr, Sn, Sb, outros residuais), parâmetros de laminação a quente, laminação

a frio, recristalização, espessura da tira, oxidação e nitretação e/ou presença de precipitados e

o crescimento de grão, tem o objetivo de obter uma textura cristalográfica tipo fibra <100>

perpendicular ao plano da chapa, ou seja, textura 100<0vw>, (Landgraf, 2002; Walter,

1995).

O outro fator importante, relacionado com a eficiência das máquinas que utilizam os aços

GNO, é a perda magnética. Minimizar as perdas magnéticas, em especial as perdas no ferro

(associada à histerese magnética), é também um desafio corrente, por meio do controle das

variáveis de processo destes aços.

Com relação à composição química, um dos efeitos da adição de alguns elementos é alterar a

resistividade elétrica, em especial o Si e Al, proporcionando perdas magnéticas menores. Com

relação a outros elementos como o Sb, são poucos os relatos na literatura referentes a sua

influência nas propriedades magnéticas dos aços elétricos. Contudo, sabe-se que o Sb segrega

no contorno de grão, inibindo o seu movimento e o crescimento normal dos grãos

recristalizados. No caso dos aços elétricos de grão orientado, têm sido propostos vários

métodos em que o Sb é adicionado para promover o crescimento de grãos na recristalização

secundária com componentes de textura cristalográfica (110)[001] (Irie et al., 1980).

Os principais parâmetros conhecidos que influenciam as propriedades magnéticas são

composição química (C, Si, Mn, Al, S, N, O, P, Ti, Cr, Sn, Sb, outros residuais), tamanho de

grão final, textura cristalográfica, espessura da tira, oxidação e nitretação e/ou presença de

precipitados (Chang et al., 2005; Cunha et al., 2002a).

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A tabela I.1 mostra os aços elétricos de grão não orientado totalmente processados disponíveis

para comercialização atualmente no Brasil e a sua correspondência com normas

internacionais. Os aços que não mostram correspondência com normas internacionais é

porque são fabricados somente pela Aperam South America no Brasil.

Tabela I. 1- Comparação entre os produtos Aperam e as normas internacionais DIN e JIS

(1,5T/50Hz).

JIS 2552 (2000)

DIN EN 10106 (2007)

Aperam Perda Típica

Aperam Perda

Máxima Produto Aperam

Espessura

(mm) Grade (W/kg) Grade (W/kg) (W/kg) (W/kg)

E233 - - - - 3,74 4.25

E230 - - M600-65A 5.30 3,97 6.00

E185 - - M470-65A 4.70 3,84 4.70

E170 - - - - 3,70 4.25

E157

0.65

- - M400-65A 4.00 3,57 3.95 E230 0.54 - - - - 3,23 5.30

E233 - - - - 3,08 3.68

E230 - - M530-50A 5.30 3,23 5.30

E185 50A470 4.70 M470-50A 4.70 3,19 4.10

E170 50A400 4.00 M400-50A 4.00 3,10 3.68

E157 - - - - 3,02 3.42

E145 50A350 3.50 M350-50A 3.50 2,94 3.33

E137 - - M330-50A 3.30 2,77 3.14

E125 50A310 3.10 M310-50A 3.10 2,54 3.05

E115 50A290 2.90 M290-50A 2.90 2,48 2.90

E110 50A270 2.70 M270-50A 2.70 2,42 2.70

E105 50A250 2.50 M250-50A 2.50 2,35 2.50

E100

0.50

50A230 2.30 - - 2,25 2.30

E170 35A360 3.60 M330-35A 3.30 2,72 3.30

E157 35A300 3.00 M300-35A 3.00 2,59 3.00

E145 - - M290-35A 2.90 2,49 2.90

E137 35A270 2.70 M270-35A 2.70 2,37 2.70

E125 35A250 2.50 M250-35A 2.50 2,25 2.50

E115 35A230 2.30 M235-35A 2.35 2,14 2.35

E110 35A210 2.10 - - 2,05 2.10

E100

0.35

- - - - 1,93 1.95

A figura 1.1 ilustra os valores da indução magnética como uma função dos valores de perdas

magnéticas na condição 1,5T/50Hz, típicas dos produtos da Aperam South America. Em geral

os consumidores de aços elétricos vêm solicitando aços com menores perdas e maiores

induções magnéticas que são objeto da maioria dos trabalhos relacionados ao

desenvolvimento dos aços elétricos.

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1690

1700

1710

1720

1730

1740

1750

1760

1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50

Perda 1,5T/50Hz (W/kg)

B5

0 mT

Espessura 0,50mm Espessura 0,35mm Espessura 0,65mm

Desafio

Figura 1. 1– Indução magnética B50 como uma função da perda magnética a 1,5T/50Hz dos

aços produzidos pela Aperam (Catálogo aços elétricos).

Justificativa

A busca contínua de alternativas para redução do consumo de energia é o principal argumento

para a condução deste trabalho.

Os aços elétricos de grão não orientado são materiais magnéticos macios, utilizados numa

grande variedade de equipamentos elétricos tais como motores, geradores de energia,

medidores de energia, reatores e com um grande potencial de uso na indústria automobilística,

na produção motores elétricos para carros híbridos.

Do ponto de vista de economia de energia e preservação do meio ambiente, vários tipos de

veículos elétricos e elétricos híbridos têm sido desenvolvidos em escala comercial. O número

destes veículos tem aumentado rapidamente e as principais características exigidas dos aços

elétricos para a produção de motores de alta eficiência destes veículos são: baixas perdas

magnéticas em alta frequência e altas densidades de fluxo magnético (alta permeabilidade

magnética), conforme Yabumoto, 2003 e Honda A. et al 2003.

Em função do elevado custo dos aços elétricos de grão orientado, tem sido proposto por

alguns fabricantes a produção de pequenos transformadores de até 100kVA a partir de aços

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elétricos de grão não orientado de baixíssima perda magnética na direção longitudinal, aliado

a uma alta permeabilidade, que é também outro fator motivador para o desenvolvimento deste

trabalho.

Neste trabalho, buscando a melhoria das propriedades magnéticas, foi estudado o efeito do

antimônio nas propriedades magnéticas de um aço elétrico grão não orientado com 3% em

massa de Si, com foco no mecanismo que rege a influência deste elemento na formação e

desenvolvimento das texturas cristalográficas. A melhoria das propriedades magnéticas leva a

uma redução do consumo de energia das máquinas elétricas, seja com foco na geração,

transmissão ou nas máquinas consumidoras de energia elétrica, levando à produção de

equipamentos de maior eficiência. Adicionalmente, foram avaliadas as influências da

temperatura de último passe de laminação a quente e do grau de deformação durante a

laminação a frio sobre as propriedades magnéticas dos produtos oriundos destas ligas.

O fator importante para a execução deste trabalho é o fato de não existir trabalhos anteriores

relacionados ao assunto para a composição química do aço elétrico grão não orientado com

3% em massa de Si ligado ao Mn e com Al residual.

Organização da Tese

No capítulo I faz-se uma introdução ao tema e justifica-se a pesquisa que foi desenvolvida.

No capítulo II descrevem-se os objetivos gerais e específicos do trabalho.

No capítulo III desenvolve-se uma revisão bibliográfica com foco nos materiais magnéticos,

uso do Sb nos aços elétricos e influência da estrutura de grãos e principais componentes e

fibras de textura cristalográfica nas propriedades magnéticas.

No capítulo IV descrevem-se os principais recursos usados no desenvolvimento do trabalho e

nas análises desenvolvidas bem como os métodos aplicados.

No capítulo V apresenta-se uma análise estatística dos dados considerando perda magnética e

indução magnética como função das variáveis independentes, teor de Sb, temperatura de

laminação a quente e grau de deformação a frio, e mostram-se os principais resultados obtidos

e discute-se a relevância dos mesmos.

No capítulo VI são relacionadas as principais conclusões alcançadas no trabalho.

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No capítulo VII listam-se sugestões para trabalhos futuros baseadas nos resultados obtidos

neste trabalho e análises que não foram possíveis de serem desenvolvidas durante a execução

deste trabalho.

No capítulo VIII lista-se o trabalho publicado em revista internacional relacionado ao assunto

deste trabalho.

No capítulo IX listam-se as referências bibliográficas.

No capítulo X relacionam-se os anexos referentes a dados obtidos nos experimentos durante a

condução dos trabalhos.

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CAPITULO II - OBJETIVOS

Geral

Estudar a influência do antimônio sobre a evolução da estrutura e sobre as propriedades

magnéticas de aços elétricos com teor de Si de 3 % em massa ligados ao Mn, variando a

temperatura de laminação a quente e o grau de deformação a frio.

Específico

1. Avaliar influência do teor de Sb, temperatura de laminação a quente e grau de

deformação durante a laminação a frio nas propriedades magnéticas.

2. Avaliar influência do teor de Sb e grau de deformação durante a laminação a frio na

estrutura: tamanho de grão e textura cristalográfica.

3. Correlacionar o tamanho de grão e a textura cristalográfica com as propriedades

magnéticas

4. Avaliar o mecanismo da influência do teor de Sb sobre a textura cristalográfica e

propriedades magnéticas.

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CAPITULO III – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1- Propriedades Magnéticas

3.1.1- Indução, permeabilidade e polarização magnética

Muitos dos nossos dispositivos tecnológicos modernos se baseiam no magnetismo e em

materiais magnéticos; estes incluem geradores de potência elétrica e transformadores, motores

elétricos, rádio, televisão, telefones, computadores e componentes de sistemas de reprodução

de som, de vídeo, etc. Todas as substâncias são influenciadas de alguma maneira pela

presença de um campo magnético.

As propriedades magnéticas macroscópicas dos materiais são uma consequência dos

momentos de dipolos magnéticos associados com os elétrons individuais, que se originam do

movimento orbital do elétron em torno do núcleo e do spin do elétron.

A adequação de uma liga metálica a ser usada com material magnético é determinada pelo seu

momento de dipolo magnético atômico médio, que está relacionado ao número de elétrons

médios 3d e 4s por átomo e da estrutura cristalográfica (cfc ou ccc). As ligas baseadas em Fe,

Co e Ni são as mais adequadas e esta é a base física que caracteriza as ligas Fe-Si, chamadas

de aços elétricos, como materiais ferromagnéticos.

Os materiais ferromagnéticos no estado desmagnetizado são divididos em um número de

pequenas regiões denominadas de domínios e cada domínio está espontaneamente

magnetizado com um valor de saturação, associando interações de acoplamento produzidas

entre os dipolos magnéticos de spin de átomos adjacentes, que se alinham uns com os outros.

Os domínios magnéticos geralmente têm dimensões da ordem de 10-2 a 10-3cm. Em uma

amostra as direções de magnetização dos vários domínios estão orientadas ao acaso, e ela não

apresenta magnetismo (Callister, 1991).

O processo de magnetização muda a amostra de um estado de multi-domínios para um estado

de domínio único, magnetizado na mesma direção do campo magnético externo aplicado

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(denominado de H, intensidade campo magnético: U(H)=A/m). O processo de magnetização

de um material ferromagnético sob a influência de um campo externo se reduz a:

- crescimento daqueles domínios cujos momentos magnéticos formam o menor ângulo com a

direção do campo.

- rotação dos momentos magnéticos na direção do campo externo.

A magnetização, M, (ou polarização magnética) é a resposta do meio à aplicação do campo

magnético externo H e a função de resposta correspondendo à relação entre H e M é

denominada de susceptibilidade magnética, χm. A relação entre M e H é não linear para

materiais ferromagnéticos e χm>>1. A não linearidade na relação entre M e H é caracterizada

pelos ciclos de histerese, onde se define a magnetização remanente e a coercividade do

material.

Normalmente busca-se conhecer o campo magnético ou a indução magnética (B) que resulta

da aplicação de um campo externo H e a relação entre estas grandezas é denominada de

permeabilidade magnética (µ):

µ = B

H (3.1)

Para materiais ferromagnéticos, a permeabilidade magnética depende do valor de H e µ>>1.

No sistema internacional de unidades tem-se U(µ)=TmA-1.

Nos materiais ferromagnéticos baseados no Fe, a magnetização de saturação ou polarização

magnética de saturação é uma propriedade intrínseca, ou seja, não é afetada por defeitos

microestruturais e depende, basicamente, da composição química. Essa propriedade origina-se

na estrutura eletrônica do ferro: o valor da saturação do ferro está diretamente ligado ao fato

do ferro ter 7,8 elétrons na camada 3d, ou seja, ter 2,2 elétrons com spins desemparelhados. O

silício é um elemento químico sem spins desemparelhados, portanto não magnético, que

substitui os átomos de ferro na rede e a adição de silício tem um efeito exclusivamente

diluidor da magnetização (Landgraf, 2001a).

O valor da magnetização de saturação é constante em todas as direções em que se aplica o

campo magnético, mas o campo necessário para atingi-la depende da direção cristalográfica,

como mostra a figura 3.1. Verifica-se que na direção <100> atinge-se a saturação com campos

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muito baixos. Nas direções <110> e <111> são exigidos campos muito mais altos (Landgraf,

2001a).

Figura 3.1-Curvas de magnetização com o campo magnético externo (H) aplicado em 3

diferentes direções cristalográficas de um monocristal de ferro (Landgraf, 2001a).

Novas gerações de aços elétricos de grão não orientado de alta permeabilidade têm sido

desenvolvidas com base na melhoria da textura cristalográfica, reduzindo as frações da

componente [111]//DN e aumentando as frações da componente [100]//DL (Paolinelli et al.,

2006; Chaudhury A. et al., 2007).

Trabalhos têm sido desenvolvidos buscando a melhoria da polarização magnética com ajustes

de processos, buscando melhoria da textura cristalográfica dos aços elétricos de grão não

orientado, principalmente buscando melhores ajustes na temperatura de laminação a quente,

grau de deformação a frio, temperatura de recozimento inicial e final e ainda adição de

elementos de liga específicos (Cunha, 2002ab).

3.1.2- Perdas magnéticas

A maioria das aplicações dos aços elétricos GNO é em máquinas excitadas por correntes

alternadas, o que leva a perdas de energia nos processos de magnetização e desmagnetização.

Devido à existência da histerese magnética e da circulação de correntes elétricas parasitas ou

de Foucault induzidas pela variação do fluxo magnético no interior do material, o processo de

inversão da magnetização ocorre com dissipação de energia, ou seja, com perdas magnéticas,

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também conhecidas como perdas no ferro. Quando se avalia o rendimento energético de

máquinas elétricas, as perdas no ferro são normalmente maiores que as perdas no cobre

(dissipação de energia por efeito Joule nos condutores elétricos – enrolamentos) (Landgraf,

2001a).

O aço utilizado no núcleo se torna mais eficiente à medida que sua permeabilidade magnética

aumenta e/ou suas perdas magnéticas diminuem, pois um núcleo de alta permeabilidade

necessita de uma corrente elétrica menor para atingir um determinado campo magnético, o

que resulta em menores perdas no cobre por efeito Joule (Landgraf, 2001a).

As perdas magnéticas em um material ferromagnético são compostas de três parcelas: perda

por correntes parasitas ou de Foucault, perdas por histerese e perdas anômalas.

As correntes parasitas ou de Foucault são geradas durante os ciclos de magnetização e

desmagnetização sob campos magnéticos alternados e sua intensidade é proporcional à

frequência de oscilação do campo magnético e a espessura da chapa do núcleo, e

inversamente proporcional à resistividade elétrica. Pode-se reduzir estas correntes parasitas se

o núcleo dos motores for construído de lâminas finas isoladas eletricamente umas das outras e

se aumentar a resistividade elétrica do material ajustando a composição química (Landgraf,

2001a). As perdas magnéticas por correntes parasitas clássicas podem ser calculadas pela

seguinte equação:

Pp =π.e.B.f( )2

6.ρ.d (3.2)

onde, Pp é a perda magnética por correntes parasitas (W/kg), e é espessura (m), B é a indução

magnética (T), f é a frequência (Hz), ρ é a resistividade elétrica (Ωm) e d a densidade (kg/m3).

O processo de magnetização não é reversível, pois o material após ter sido magnetizado não

retorna sua magnetização a zero com a retirada do campo magnético, retendo um valor

residual que necessita de energia adicional para ser levado a zero. Tal fato conduz à

ocorrência de histerese e a área interna da curva de histerese representa a energia dissipada,

ou seja, a perda magnética por histerese em cada ciclo de magnetização:

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11

∫= BdHKfPh (3.3)

onde, Ph é perda por histerese (W/kg), K é uma constante, f é frequência (Hz), B é a indução

magnética (T) e H o campo magnetizante (A/m) (Landgraf, 2001a).

A diferença entre as perdas magnéticas totais e a soma das perdas por histerese e correntes

parasitas é denominada de perdas anômalas. As perdas anômalas estão associadas ao

movimento não conservativo das paredes dos domínios magnéticos durante o processo de

magnetização. Quanto maior o tamanho dos domínios presentes na estrutura maior é a

velocidade da parede e maior será a perda anômala (Landgraf, 2001a).

O valor da perda magnética total e a proporção representada por cada parcela que a compõe

variam com as condições de teste e parâmetros estruturais, como o tamanho de grão do

material. Para um aço com 3,0% em massa de Si, testado em baixas frequências, a principal

parcela é a perda por histerese. Em frequências mais altas, a perda total aumenta muito e a

parcela referente às correntes parasitas é dominante seguida da parcela anômala e, por último,

a histerética. O tamanho de grão ótimo, o qual minimiza a soma das três parcelas diminui à

medida que a frequência aumenta (Paolinelli, 2008a).

Landgraf (2001a) comparou os valores das perdas magnéticas totais de diferentes aços,

utilizando como indicador de desempenho o valor das perdas magnéticas a 1,5T, 60Hz (figura

3.2). O aço ABNT 1006 sem recozimento (SR) tem perdas de 18W/kg. Um recozimento

especial no mesmo aço (1006CR) reduz o valor de perdas de 18 para 10W/kg. A adição de

silício e alumínio ao aço aumenta sua resistividade elétrica, o que reduz a intensidade das

correntes elétricas parasitas e assim permite reduzir as perdas até 4,2W/kg. A redução da

espessura de 0,5 para 0,3mm é capaz de reduzir as perdas de 3,6 para 2,8W/kg.

3.1.3- Influência das propriedades magnéticas no desempenho das máquinas elétricas

A perda magnética está intimamente ligada com o rendimento da máquina elétrica (Ishida et

al., 2003) e, em alguns casos, com desempenho e vida útil de seus componentes. A perda

magnética no núcleo do material ferromagnético representa a parcela da potência fornecida

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Figura 3.2- Perdas magnéticas totais e suas componentes histerética (Ph), parasita (Pp) e

anômala (Pa) em diferentes aços elétricos (Landgraf, 2001a).

que é convertida em calor desnecessariamente. Quanto maior esta perda magnética, maior a

energia dissipada gerando calor, menor o rendimento da máquina e menor a potência

disponível para gerar trabalho, para uma mesma quantidade de energia fornecida. Quanto

maior a quantidade de calor gerado maior a temperatura de trabalho da máquina, maior a

dificuldade e gasto com sistema de refrigeração e maior o risco de danos de seus

componentes, comprometendo seu desempenho e a vida útil.

Os aços elétricos são usados no estator e no rotor dos motores, como mostrado na figura 3.3.

A previsão do rendimento de uma máquina elétrica como um motor, baseada no resultado de

medições realizadas em testes magnéticos padronizados, como o da ponte de Epstein, resulta

em valores bastante discrepantes.

No teste padronizado as propriedades magnéticas são medidas sob condições de campo

magnético alternado uniforme, direções particulares do material, com poucas tensões

introduzidas ou com amostras com alívio de tensões e forma de onda de fluxo senoidal. Na

realidade o núcleo de material ferromagnético é usado sob condições muito diferentes das

condições de medição do teste padronizado (Paolinelli, 2008a).

A eficiência dos motores pode ser aumentada com a utilização de espessuras mais finas da

chapas, que resulta em uma redução da perda magnética no material do núcleo, e mais altas

velocidades de rotação, que resulta em uma redução da perda no cobre do motor.

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Ventilação

Estator Polia MotrizInterruptor centrífugo

Suprimento de potência

Caixa de terminal

Rolamento

Rotor

VentilaçãoVentilação

Estator Polia MotrizInterruptor centrífugo

Suprimento de potência

Caixa de terminal

Rolamento

Rotor

Ventilação

Figura 3.3- Partes do motor elétrico com destaque para o rotor e estator que usam aço elétrico.

Durante a manufatura, os materiais são cortados em tiras e, em seguida “estampados” em

prensas para obtenção das lâminas que, empilhadas, grampeadas ou soldadas comporão os

núcleos. Estas operações introduzem tensões e deformações que degradam as propriedades

magnéticas num nível que pode inviabilizar o alcance de rendimento e desempenho desejado

nas máquinas (Paolinelli, 2008a). Na região afetada pelo corte, a estrutura de domínios é

alterada bem como ocorre a introdução de tensões elásticas e discordâncias que vão

influenciar negativamente as propriedades magnéticas de acordo com as condições de

magnetização.

Um tratamento de alívio de tensões em temperaturas relativamente baixas, como 750°C, pode

restaurar as propriedades magnéticas com redução de até 14% na perda magnética e

acréscimo de até 86% na permeabilidade magnética, considerando corte em guilhotina no

formato de corpo de prova Epstein. É possível que para material que tenha sofrido processo

de estampagem e com geometria mais complicada, como uma lâmina do núcleo de um motor,

estes percentuais sejam maiores (Paolinelli, 2008a).

Grandes máquinas como hidrogeradores são produzidas utilizando aços GNO mais nobres.

Como o volume de material ferromagnético do estator é muito grande, ocorre uma grande

geração de calor e, portanto, há uma grande preocupação com a perda magnética do material

do núcleo. Utilizam-se aços de perdas magnéticas mais baixas e condições adequadas de

refrigeração para garantir que o núcleo não vá atingir temperaturas muito elevadas e

comprometer seu desempenho e integridade de seus componentes. Ainda, um material de

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perda magnética mais baixa permite a obtenção de um rendimento maior evitando desperdício

na geração de energia elétrica. Benefícios como redução de tamanho, aumento de torque e

altos rendimentos podem ser obtidos com o uso de materiais com espessuras mais finas,

perdas magnéticas baixas e alta permeabilidade magnética. Como consequência bem estar e

economia de energia podem ser viabilizados para o ser humano.

3.2- Influência dos principais elementos de liga

A composição química dos aços é composta por dois tipos de elementos químicos: os que

entram em solução sólida na estrutura cristalográfica do ferro, como o silício, o manganês, o

alumínio e cromo; os que formam partículas de outras fases, como o carbono, enxofre,

oxigênio e nitrogênio.

A tabela III.1 mostra a faixa de composição química típica de chapas de aços elétricos de grão

não orientado produzidos pela Aperam South America.

O principal efeito de alguns elementos químicos que compõem aço é aumentar a resistividade

elétrica e diminuir as perdas parasitas. A resistividade elétrica varia de 12µΩcm para o aço

1006 até 50µΩcm nos aços com 3,5% em massa de Si. Os elementos químicos que mais

alteram a resistividade elétrica do aço são o silício, alumínio e fósforo (Landgraf, 2002;

Chaudhury A. et al., 2007).

Tabela III. 1– Faixa de composição química típica dos aços elétricos (% em massa).

Elemento Mínimo Máximo

C 0 0,003

Si 0,5 3,5

Al 0 1

Mn 0 1

S 0 0,01

∑ Residuais 0 0,5

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3.2.1 - Silício

O silício é adicionado para aumentar a resistividade elétrica e para diminuir a perda magnética

por correntes parasitas. Ele afeta fortemente as propriedades mecânicas em especial dureza,

resistência a tração e limite de escoamento, tornando o aço difícil de ser laminado a frio para

valores superiores a 3,5% em massa de Si conforme Irie et al. (1980). Estes efeitos estão

relacionados ao endurecimento por solução sólida decorrente da dissolução do Si na matriz

ferrítica, como citado por Magela et al. (2002). Por outro lado, os valores de permeabilidade a

1,5T (µ1,5) e indução magnética 5000A/m (B50) são reduzidos com a adição de Si devido à

redução da polarização de saturação.

A polarização magnética de saturação é uma propriedade intrínseca, ou seja, não é afetada por

defeitos microestruturais e depende, basicamente, da composição química. A adição de silício

ao aço reduz a saturação do aço elétrico em aproximadamente 0,05T para cada 1% em massa

de Si (Landgraf, 2001a). Essa propriedade origina-se na estrutura eletrônica do ferro e o valor

da saturação do ferro está diretamente ligado ao fato do ferro ter 7,8 elétrons na camada 3d,

ou seja, ter 2,2 elétrons com spins desemparelhados. O silício é um elemento químico sem

spins desemparelhados, portanto não magnético, que substitui os átomos de ferro na rede:

com isso, a adição de silício tem um efeito exclusivamente diluidor da magnetização,

conforme Landgraf (2001a).

O silício nos aços baixo carbono restringe a formação da fase austenítica (γ), tal que com

3,25% em massa de silício e com 0,01 a 0,02% em massa de carbono ou menos, a liga é

totalmente ferrítica (α) da temperatura ambiente ao ponto de fusão, conforme Paolinelli

(1988).

A adição de silício (% massa) reduz a densidade da liga, ρ (g/cm3) de acordo com a equação

citada no Anual Book of ASTM Standards (2013):

ρ=7,865 – 0,065(% em massa Si + 1,7% em massa de Al) (3.4)

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16

Além disso, o aumento do teor de silício em um aço baixo carbono reduz a tendência a

deteriorar suas propriedades magnéticas durante o uso (envelhecimento magnético) conforme

Paolinelli (1988).

Tradicionalmente os produtores de aço elétrico usam o Si como elemento determinante na

busca de menores perdas magnéticas, portanto quando o teor de Si atinge valores acima de

3,0% em massa o material fica bastante frágil, tornando-o difícil de ser conformado a frio.

3.2.2 Alumínio - Al

Adição de alumínio aumenta a resistividade elétrica do aço. Quando o teor de Al é menor que

0,1% em massa, ocorre a precipitação de finos precipitados de AlN, restringindo o

crescimento de grão. Da mesma maneira que o Si, acima de 1% em massa dificulta a

laminação a frio devido ao aumento da dureza e do limite de resistência a tração (Irie et al.,

1980; Cunha 2008).

Em geral Al é adicionado aos aços elétricos para obter baixas perdas magnéticas, o que leva a

obtenção indesejável de menores induções magnéticas (Irie et al., 1980; Cunha 2008). Altos

teores de silício e alumínio levam a redução da indução magnética. O Al também afeta a

densidade do aço elétrico conforme já indicado na equação (3.4).

3.2.3 Manganês - Mn

Trabalhos tais como o de Kubota (2003) e de Paolinelli (2006) têm sido conduzidos de

maneira a analisar a influência do Mn na melhoria da textura cristalográfica, buscando

redução de perda magnética por histerese e aumento da permeabilidade magnética e indução

magnética. Foi observado que aços com baixos teores de impurezas, baixo teor de silício

(~0,5% em massa) e com aproximadamente 1% em massa de Mn pode-se alcançar

significativa melhoria da textura cristalográfica.

Em aços com elevados teores de S, o Mn tem efeito danoso nas propriedades magnéticas,

devido a formação indesejável de precipitados de MnS. Contudo, em função da limpeza dos

aços alcançada atualmente na fase de fusão e refino, o Mn pode ter efeito benéfico

melhorando a textura cristalográfica e, consequentemente, as propriedades magnéticas. A

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adição de Mn diminui a fração volumétrica das orientações 111<uvw>, aumentando a

fração volumétrica das orientações cristalográficas 110<uvw> e 100<uvw>. Esta

melhoria na textura cristalográfica com a adição de Mn é devido à mudança nos sítios de

recristalização após laminação a frio (Kubota, 2003).

3.2.4 Estanho - Sn

Kubota (2003) desenvolveu estudos buscando a melhoria da textura cristalográfica e redução

da perda magnética por histerese, aumentando a permeabilidade e a indução magnética em

aços elétricos de grão não orientado com teor de Si de 0,5% em massa e Al de 0,2% em

massa, e contendo Sn. Foi observado que o Sn com teor de até 0,1% em massa pode ser um

dos responsáveis por estas melhorias.

A adição de estanho diminui a quantidade de grãos com orientação indesejável (111)<uvw> e

aumenta a quantidade de grãos com orientação cristalográfica 110<100>. Por outro lado, a

adição de Sn inibe o crescimento normal de grão devido a sua segregação nos contornos de

grão (Kubota, 2003; Godec et al., 1999a; Godec et al., 2001; Chang, 2005).

O tamanho de grão das chapas depois de recozidas após a laminação a frio é também afetado

pela adição de estanho, sendo menores do que as mesmas chapas sem adição de estanho.

Excessivos teores de estanho, maiores que 0,1% em massa, levam a um menor tamanho de

grão nas chapas com recozimento final, aumentando a perda magnética por histerese.

Observa-se também que a melhoria da textura cristalográfica promovida pela adição de

estanho no trabalho de Kubota, 2003 é devido à mudança na recristalização em função do

aumento no grau de redução durante a laminação a frio.

Verifica-se que a quantidade de grãos com orientações 110<100> não diminui rapidamente

para altas deformações a frio (>75%) com adição de Sn. Ao mesmo tempo, o aumento da

quantidade de grãos com planos cristalinos (111)<uvw> com o aumento da redução a frio é

inibido. O mecanismo da formação de textura de recristalização nos aços elétricos pela adição

de estanho se deve à formação de bandas de cisalhamento que aumentam durante a laminação

a frio com a adição de Sn. Como os grãos recristalizados nucleiam preferencialmente nas

bandas de cisalhamento e têm orientações 110<100>, é considerado que a probabilidade da

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18

nucleação de grão de recristalização com orientação 111<uvw> próximo do contorno de

grão original diminua (Kubota, 2003).

3.2.5 Residuais (S, N, Ti, O)

Os teores de enxofre, nitrogênio, titânio e oxigênio têm efeito direto no processo de

fabricação, pois formam precipitados e/ou inclusões. As inclusões aumentam as perdas

magnéticas por histerese impedindo o crescimento de grão e, portanto, piorando as

propriedades magnéticas (Santos, 2000).

Um novo tipo de chapa de aço elétrico para motores de alta eficiência foi desenvolvido

através da aplicação de uma tecnologia própria de ultrabaixo enxofre. Este tipo de aço mostra

as características de baixa perda magnética por histerese, alta indução magnética, excelentes

propriedades de estampabilidade e baixo custo de produção. Baixíssima perda magnética foi

conseguida reduzindo o teor de S nos aços e reduzindo a nitretação superficial durante os

tratamentos de recozimento. Reduzir a perda magnética por histerese através de tecnologia de

alta purificação dos aços não reduz a indução magnética e nem afeta negativamente as

características mecânicas, tornando-se um método preferível para atingir baixas perdas

magnéticas (Oda et al., 2002).

Esforços têm sido conduzidos no sentido de reduzir os teores de elementos tais como

oxigênio, nitrogênio e enxofre no estágio de fabricação do aço, para produzi-lo o mais puro

possível. Em relação ao S, avanços na tecnologia de fabricação de aços têm facilitado a

produção de aços de ultrabaixo enxofre contendo menos do que 10ppm, nível antes

inatingível (Oda et al., 2002). O enxofre é indesejável, pois inibe o crescimento de grão

principalmente quando coexistindo com o antimônio (Irie et al., 1980).

O tamanho de grão do aço ultra baixo enxofre (4ppm de S) é maior do que os aços alto

enxofre (30 a 50ppm) e ambos aumentam com o aumento da temperatura de recozimento

final. Este resultado é devido ao fato de que a quantidade de MnS (que inibe o crescimento de

grão) é menor com a redução do teor de enxofre. A melhoria da perda magnética com a

redução do teor de S pode ser observada na figura 3.4 (Oda et al., 2002).

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19

A nitretação dos aços ultra baixo enxofre pode ser inibida pela redução do percentual de

nitrogênio na atmosfera do forno de recozimento final ou pela adição de elementos tais como

fósforo, antimônio, estanho que como o enxofre segregam para a superfície, mas não formam

precipitados que inibem o crescimento de grão (Oda et al., 2002).

Durante o recozimento final, em geral o aço é submetido a uma atmosfera composta de

nitrogênio e hidrogênio. Trabalhos foram desenvolvidos por Oda et al. (2002), em que

conseguiram reduzir a absorção de N em até 500ppm durante o recozimento final com a

adição de 40ppm de antimônio no aço; a adição deste elemento inibe a nitretação superficial

dos aços ultrabaixo enxofre. Desta maneira, um aço elétrico para motores de alta eficiência foi

obtido com a redução do teor de enxofre para baixíssimos níveis e inibição da nitretação com

a adição de antimônio. Este novo material permitiu a obtenção de alta densidade de fluxo

magnético, baixa perda por histerese e melhor propriedade de estampabilidade quando

comparado com os aços convencionais. Este novo material é fácil de produzir e muito

promissor para a utilização em núcleo de motores de alta eficiência (Oda et al., 2002).

Temperatura de recozimento final(°C)

Per

da m

agn

étic

a 1

,5T

/50H

z (W

/kg)

Temperatura de recozimento final(°C)

Per

da m

agn

étic

a 1

,5T

/50H

z (W

/kg)

Figura 3.4 – Variação da perda magnética como uma função da temperatura de recozimento

final e teor de S (Oda et al., 2002).

Na figura 3.4, o aumento de perda magnética do material de baixo S recozido acima de 900°C

se deve ao aumento progressivo da perda por correntes parasitas associada ao crescimento de

grão somado a um aumento da perda por histerese associada à maior nitretação superficial

nesta faixa de temperatura (Oda et al., 2002).

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20

3.2.6 Antimônio - Sb

Tradicionalmente é conhecido que o antimônio segrega no contorno de grão, inibindo o seu

movimento e o crescimento normal dos grãos recristalizados. No caso dos aços elétricos de

grão orientado têm sido propostos vários métodos em que o antimônio é adicionado para

promover o desenvolvimento de grãos de recristalização secundária com componentes de

textura cristalográfica (110)[001], (Irie, et al. 1980; Solyom et al., 1989; Solyom et al., 1994;

Marko et al., 1984; Vodopivec et al., 1991; Shimanaka et al., 1980a; Shimanaka et al., 1982).

Foi observado que as propriedades magnéticas, particularmente a permeabilidade, podem ser

melhoradas pela adição de pequenas quantidades de Sb em aços elétricos de grão não

orientado com altos e baixos teores de Si, submetidos ao tratamento térmico inicial de

recozimento (Paolinelli, 1988; Hutchinson, 1999).

A figura 3.5 mostra para um aço com 1,8% em massa de Si a densidade relativa de grãos com

textura cristalográfica (razão da densidade medida e a densidade no material isotrópico ideal)

dos planos (111), (100) e (110) paralelos ao plano da chapa em função do teor de Sb. A maior

densidade de planos (111) é observada nos menores teores de Sb. A densidade de planos

(100) mostra um máximo a aproximadamente 0,05% em massa de Sb, enquanto a densidade

dos planos (110) é independente do teor de Sb, (Vodopivec et al., 1991).

Sb (%)

dos elementos não controlados 0,16%dos elementos não controlados 0,51%

Sb (%)

dos elementos não controlados 0,16%dos elementos não controlados 0,51%

Figura 3.5 – Densidade de grãos com textura cristalográfica (100)[010], (111)//DN e

(110)[100] como uma função do teor de Sb segundo Vodopivec et al. (1991).

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21

Um aumento na fração volumétrica das componentes (100)[010] e (110)[100] e diminuição da

fibra [111]//DN devido à adição de Sb resultou em uma melhoria das propriedades

magnéticas. A figura 3.6 ilustra o mecanismo da melhoria da textura, proposto por Takashima

et al. (1993), com a adição de Sb, e a figura 3.7 mostra a influência do teor de Sb nas

propriedades magnéticas de um aço com 1,85% em massa de Si, 0,25% em massa de Mn e

0,30% em massa de Al.

Bobinas laminadas a quente submetidas ao tratamento de recozimento estático por tempo

prolongado aumentam o tamanho de grão e promovem a segregação do Sb nos contornos de

grão. Foi relatado por Takashima et al. (1993) que o Sb inibe a nucleação de recristalização

próximo ao contorno de grão original e diminui a formação da fibra [111]//DN durante o

recozimento final.

Contorno de Grão

Segregação do SbApós

recozimento

inicial

Laminação a Frio

Início da

recristalização

Sb inibe a nucleação de recristalização próximo ao contorno de grão original.

Componente 111

diminui.

Contorno de Grão

Segregação do SbApós

recozimento

inicial

Laminação a Frio

Início da

recristalização

Sb inibe a nucleação de recristalização próximo ao contorno de grão original.

Componente 111

diminui.

Figura 3.6 – Mecanismo de melhoria da textura com a adição de Sb (Takashima et al., 1993).

Para melhoria da textura cristalográfica nos aços de grão não orientado, o antimônio deve

estar na faixa de 0,015 a 0,15% em massa preferencialmente. Nestes aços, o efeito do

antimônio na textura cristalográfica depende da temperatura de recozimento inicial, sendo sua

influência reduzida quando não existe o recozimento inicial (Irie et al., 1980).

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22

Concentração Sb (%)

µp

1.5 T

Concentração Sb (%)

µp

1.5 T

Figura 3.7 - Influência do Sb nas propriedades magnéticas (permeabilidade magnética µp a

1,5T e perda magnética W15/50) de um aço 1,85% em massa de Si, 0,25% em massa de Mn e

0,30% em massa de Al (Takashima et al., 1993).

Os efeitos dos elementos de liga antimônio e estanho nas propriedades magnéticas dos aços

elétricos de baixa perda magnética foram avaliados por Huang et al. (2005), onde a

microestrutura, textura cristalográfica e propriedades magnéticas foram caracterizadas nas

chapas após recozimento final, observando-se que o antimônio e estanho aumentam a fração

volumétrica das componentes Goss e cubo, de fácil magnetização, e reduzem a fração das

componentes da fibra gama de difícil magnetização.

Foi observado que o tamanho de grão influencia mais a perda magnética do que a indução

magnética, e que a perda magnética no ferro diminui com o aumento do tamanho de grão. Por

outro lado, a indução magnética apresentou maior correlação com a textura cristalográfica do

que a perda magnética no ferro e que a indução magnética aumentou com a redução da fração

volumétrica da fibra gama (Huang et al., 2005).

De acordo com Kubota (2003), a formação de bandas de cisalhamento aumenta durante a

laminação a frio com adição de estanho e a probabilidade da nucleação de grãos de

recristalização com orientação [111]//DN próximo do contorno de grão diminui.

Considerando que o antimônio e estanho são elementos que tendem a segregar para os

contornos de grãos, eles têm um efeito muito similar como precipitados e o efeito na textura

cristalográfica é similar. Ambos podem melhorar a textura cristalográfica (100)[010] e

retardar a formação da textura cristalográfica [111]//DN durante o estágio de crescimento de

grãos no processo de recozimento final.

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23

Huang et al. (2005) verificaram que o fator de textura, razão da fração volumétrica da fibra

gama pela componente cubo, pode também influenciar as propriedades magnéticas e a

diminuição deste fator de textura pode melhorar efetivamente as propriedades magnéticas.

Observou-se um maior fator de textura para os aços sem adição de elementos de liga e com

boro, em relação aos aços com estanho e com antimônio.

Jenko et al. (1995) observaram forte correlação entre a segregação superficial do Sb e a

orientação dos grãos emergindo na superfície da chapa em uma liga com 2% em massa de Si

e 0,3% em massa de Al.

3.2.7 Fósforo - P

Lee et al. (2012) avaliaram o efeito do fósforo na resistividade elétrica do aço e verificaram

que este elemento é um dos que mais aumenta a resistividade elétrica, e portanto diminui as

perdas magnéticas por correntes parasitas (figura 3.8). O fósforo é um dos elementos que mais

afetam a resistividade elétrica, mas sua adição acima de 0,14% em massa não é recomendada

devido o aumento da tendência a fragilidade durante a laminação. É bem conhecido que o P é

um dos elementos típicos que segrega nos contornos de grão.

Teor de P (%) Teor de P (%)

Res

istiv

ida

de µΩ

.cm

Teor de P (%) Teor de P (%)

Res

istiv

ida

de µΩ

.cm

(a) (b)

Figura 3.8–Resistividade elétrica (a) e perda magnética por corrente parasita (b) como uma

função do teor de P (Lee et al., 2012).

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24

A adição de fósforo no aço elétrico aumenta a indução magnética. Por outro lado, a indução

magnética do aço com baixo teor de P (0,01% em massa) diminui drasticamente com o

aumento na redução da laminação a frio (redução da espessura), enquanto que para o aço com

alto teor de P (0,1% em massa) a indução magnética é pouca afetada pela redução na

laminação a frio (Tanaka et al., 2005).

3.2.8 Carbono - C

Os fabricantes de aços elétricos têm desenvolvido processos de aciaria de maneira a garantir

os menores teores de carbono possíveis no aço, eliminando ou reduzindo a necessidade de

descarbonetação no processo final de recozimento. Nos aços elétricos de grão não orientado

com teor de Si de 2% em massa, objetiva-se teor de carbono final menor ou igual a 0,0030%

em massa, para diminuir o fenômeno de envelhecimento magnético (envelhecimento

magnético é o aumento da perda magnética com o tempo de uso da máquina elétrica, devido à

precipitação de carbonetos que afetam a movimentação dos domínios magnéticos). O teor de

Si acima de 3% em massa reduz o envelhecimento magnético devido à estabilização dos

carbonetos metaestáveis e inibição da precipitação da cementita (Ray, 1982).

Caso o teor de carbono final do aço com até 2% em massa de Si enviado para o cliente esteja

acima de 30ppm, o cliente deverá fazer um tratamento de descarbonetação de maneira a

reduzir este elemento para valores menores do que 30ppm. Este tratamento aumenta o custo

de processo do material no cliente, e muitas vezes é indesejável, sendo necessário que o

fornecedor do aço elétrico garanta valores já abaixo de 30ppm no envio do produto.

A figura 3.9 mostra o índice de envelhecimento magnético de um aço elétrico

semiprocessado, com teor inicial de carbono de 66ppm, teor de Si de 0,60% em massa e Al de

0,2% em massa, descarbonetado para vários teores de carbono e submetido a envelhecimento

magnético. Após a submissão das amostras descarbonetadas a um ciclo de tratamento de

envelhecimento a 210°C, por 24h, observou-se que o máximo valor relativo da perda

magnética (maior IE) ocorreu para os teores de carbono residual de 25 a 40ppm. Por outro

lado, abaixo de 20ppm não houve envelhecimento (IE<5%) (Marra et al., 2006).

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25

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 20 40 60 80

Teor de C (ppm)

IE (

%)

Figura 3.9- Aumento relativo da perda magnética (parâmetro IE), em envelhecimento a

210°C/24 h, em função do teor residual de carbono (Marra et al., 2006).

3.3 - - Influência da textura cristalográfica

Um fator que influencia a indução magnética das chapas de aços elétricos é a textura

cristalográfica. A textura cristalográfica é uma descrição da distribuição das orientações do

conjunto dos grãos em relação a referenciais da chapa laminada: o plano da superfície desta

chapa e a direção de laminação. Ainda a textura pode ser genericamente definida como uma

condição na qual a distribuição de orientações dos grãos de um policristal não é aleatória.

O aço elétrico de grão não orientado, cuja estrutura cristalográfica é cúbica de corpo centrado

CCC, não possui uma orientação preferencial definida, ou seja, as direções equivalentes dos

cristais que compõem o material estão dispostas ao acaso dentro do mesmo. Na prática,

entretanto, isso nem sempre é verdade, pois existem orientações preferenciais no interior do

material, devido ao processo de fabricação que induz certo nível de anisotropia nas lâminas de

aço. A distribuição aleatória dos cristais faz com que o fluxo magnético tenha a mesma

facilidade para passar por qualquer direção, o que faz com que este tipo de aço seja indicado

para máquinas rotativas (Santos, 2000).

3.3.1 - Texturas cristalográficas de interesse para os aços elétricos

Uma textura preferencial, dominada por grãos 110<100> e conhecida como componente

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26

Goss, foi desenvolvida muitos anos atrás para aços elétricos do tipo GO (Grão Orientado),

utilizados principalmente em transformadores onde a direção de magnetização é sempre a

mesma. O principal destino dos aços elétricos do tipo GNO, por outro lado, é o mercado das

máquinas elétricas rotativas como motores e compressores, nas quais a direção de

magnetização gira 360°, mas permanece sempre no plano da chapa.

No entanto, com as direções <100> conhecidas como direções de mais fácil magnetização,

soube-se sempre que uma textura 100<0vw> diminuiria as perdas por histerese (Shimanaka

et al. (1982); Castro et al. 2006) e portanto contribuiria para a utilização mais econômica do

aço nas máquinas rotativas. Mas esta textura é muito difícil de alcançar industrialmente. Com

a tendência recente de governos e da sociedade em poupar energia, a questão da textura

cristalográfica de aços elétricos GNO começou a fazer parte de novos esforços de

desenvolvimento tecnológico (Castro et al., 2006).

As orientações mais importantes do sistema cúbico de corpo centrado são:

a) Componente Goss

A orientação dos grãos nos aços elétricos com o plano (110) paralelo a superfície da chapa e a

direção [100] paralela a direção de laminação é denominada de componente de Goss e é

representada por 011<100> (figura 3.10).

Figura 3.10– Textura cristalográfica de Goss (110)[001].

Esta textura cristalográfica é boa para as propriedades magnéticas, pois será muito mais fácil

magnetizar o aço se aplicar o campo na direção de laminação, que é uma direção [100]. Já a

direção transversal não é boa, pois é uma diagonal da face, uma direção [110].

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27

b) Fibra gama

Um dos objetivos do controle da textura dos aços elétricos é evitar a presença de grãos com os

planos 111 paralelos à superfície da chapa (essa fibra é denominada 111<uvw>,

<111>//DN ou fibra gama). Ao contrário, esta é exatamente a fibra objetivada nas chapas de

aço para estampagem. Com isso, a literatura sobre textura de aços para estampagem mostra

exatamente o que deve ser evitado na textura dos aços elétricos, e vice-versa (Landgraf,

2001b).

c) Fibra eta

Esforços no desenvolvimento dos aços GNO de baixa perda e alta indução magnética têm se

concentrado em atuar na fração das fibras η (eta) [001]//DL e γ (gama) [111]//DN mediante a

alteração de elementos de ligas e processos de laminação a quente e a frio das tiras (Paolinelli,

2008a).

d) Fibra alfa

A fibra alfa ou fibra DL = hkl<110> é formada por componentes com a direção [110]

paralela a direção de laminação.

e) Componente cubo

A componente cubo (100)[010] contem dois eixos paralelos ao plano da chapa. Nos motores

elétricos o campo magnético é aplicado paralelamente à superfície da chapa. Então, a

condição de textura cristalográfica ideal são grãos com direções <100> paralelas a superfície

da chapa. Os únicos planos que contem duas direções <100> são os da família 100. Estes

planos 100 também possuem direções <110> que tem uma magnetização intermediária.

Portanto, a textura ideal para motores elétricos deverá ter grãos com planos 100 paralelos a

superfície da chapa, mas com direções <100> dispostas aleatoriamente (Chang et al., 2005;

Santos, 2000).

A adição de Sb tem sido utilizada para aumentar a permeabilidade magnética do aço elétrico

GNO devido ao efeito benéfico sobre a textura cristalográfica. Trata-se de um elemento com

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tendência a segregar na superfície livre e nos contornos de grãos e que seletivamente afeta o

crescimento de grãos ferríticos recristalizados, prejudicando o crescimento de grãos com

textura cristalográfica (111) no plano da chapa, Chang et al (2005).

Com a adição de Sb há uma redução da intensidade da fibra γ ([111]//DN) e aumento da

intensidade da fibra η [001]//DL, o que favorece as propriedades magnéticas, Chang et al

(2005).

As orientações mais importantes do sistema cúbico de corpo centrado podem ser

representadas na seção φ2 = 45° do espaço de Euler, segundo notação de Bunge (figura 3.11).

Componentes pertencentes à fibra gama ou fibra DN = 111<uvw> apresentam a direção

[111] normal ao plano da chapa e está localizada em Φ = 55o. A fibra α ou hkl<110> é

formada por componentes com a direção [110]//DL e está localizada em Φ1 = 0°.

Figura 3.11- Seção Φ2 = 45° do espaço de Euler mostrando as posições de orientações

importantes do sistema ccc ao qual a liga Fe-Si pertence (Paolinelli, 2008a).

A orientação de Goss (110)[001] tem o plano (110) paralelo à superfície da chapa e a direção

[001] paralela à direção de laminação e está na posição Φ = Φ1 = 90°. A componente cubo

(100)[010] contem dois eixos paralelos ao plano da chapa e está localizada na posição Φ =

0°; Φ1 = 45°.

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e) Fibra teta

A fibra teta θ 100<uvw> está localizada no espaço de Euler em Φ1 para Φ = 0°; Φ2 = 45°.

O ideal seria dispor de materiais com textura do tipo 100<0vw>, ou seja, todos os grãos

com planos 100 paralelos à superfície da chapa e direções <100> presentes em todas as

direções no plano da chapa. Essa orientação também é conhecida como fibra <100> paralela à

direção normal da chapa.

3.3.2 - Influência do processo termomecânico na formação da textura cristalográfica

As variáveis de processo termomecânico incluem o graus de deformação a quente e a frio, e

as temperaturas de laminação a quente e de recozimento inicial, intermediário e final.

Dafé et al. (Dafé, 2010; Dafé et al. 2011) observaram que para obter melhores propriedades

magnéticas é necessário nuclear grãos com textura favorável ao processo de magnetização e a

maior intensidade de geração de bandas de cisalhamento durante a laminação a frio é de

fundamental importância. Este resultado pode ser atingido quando se obtém grandes tamanhos

de grãos na laminação a quente a 1000 e 1120°C e submetendo a bobina laminada a quente

(BQ) a uma redução a frio controlada. Os resultados mostram que a melhor combinação de

indução magnética a 5000A.m-1 (B50) e perda magnética determinada a 1,5T e 60Hz (W15/60)

foi obtida pela laminação a quente a 1000°C e espessura de BQ de 1,4mm, submetida a

redução a frio para a espessura final de 0,50mm, com um grau de deformação a frio (GDF) de

64,3%, para um aço elétrico com 3%Si em massa.

A figura 3.12 mostra o tamanho de grão obtido após a laminação a quente como uma função

da temperatura de acabamento e espessura final da BQ (grau de deformação a quente) para

um aço elétrico com 3% em massa de Si, conforme levantado por Dafé (2010). No mesmo

trabalho Dafé (2010) avalia a fração de fibra eta como uma função do grau de deformação a

frio e temperatura de laminação a quente, figura 3.13, onde observa-se uma tendência de

melhoria da textura (aumento da fração volumétrica de eta) com a diminuição do grau de

deformação a frio e temperatura de laminação a quente em torno de 1000°C.

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30

Figura 3.12- Tamanho de grão de amostras de BQ em um aço com 3% em massa de Si como

uma função da temperatura de laminação a quente e diferentes reduções (Dafé, 2010).

Figura 3.13- Fração volumétrica da fibra eta como uma função do grau de deformação a frio e

temperatura de laminação a quente (Dafé, 2010).

3.3.3 - Estrutura e energia de contorno de grão

Segundo Hunphreys et al. (2004) o conceito de engenharia de contorno de grão, em que as

propriedades dos materiais são melhoradas pelo processamento destes, buscando maximizar o

número de contornos de grãos especiais ou CSL (Coincident site Lattice- rede de pontos de

coincidência), tem sido desenvolvido nos últimos anos seguindo a teoria de Brandon.

É importante avaliar esta teoria voltada para o estudo de crescimento de grãos e os esforços

devem ser direcionados para a determinação da mobilidade relativa nas diferentes classes de

contornos de grãos e suas estruturas cristalográficas.

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31

A ordem da rede de coincidência de pontos CSL é a frequência de coincidência ou razão do

número de pontos da rede do cristal contidos na célula unitária CSL. Refere-se a um super

reticulado tridimensional constituído de pontos coincidentes das redes de dois cristais

sobrepostos. Se as redes de dois cristais se interpenetram e são transladadas de modo a fazer

coincidir um ponto de cada rede, caso outros pontos das duas redes coincidam eles formarão a

rede de pontos coincidentes. O inverso da razão de pontos da rede de coincidência para pontos

da matriz é denominado pela letra Σ, Hunphreys et al. (2004).

A relação CSL entre dois grãos vizinhos forma uma estrutura ordenada no contorno e um

melhor ajuste entre os grãos do que os contornos não CSL, ou contornos aleatórios, os quais

são desordenados.

Para o sistema cúbico a estrutura dos contornos de grão tem um papel importante em muitos

fenômenos. Em várias aplicações o comportamento dos contornos de grão é heterogêneo.

Existe uma classificação em três grupos:

1. - contornos de pequeno ângulo (<15°);

2. - contornos de grande ângulo com coincidência-CSL- tendo 3<Σ<29, onde Σ é a razão dos

volumes das redes CSL e do cristal;

3. - contornos de grande ângulo aleatórios.

Os contornos CSL com 3<Σ<29 são contornos especiais de baixa energia que podem dominar

o comportamento dos contornos de grão.

Durante o recozimento a força de ancoramento é reduzida pela dissolução e coalescimento das

partículas. Esta força depende da natureza dos contornos de grão e os contornos CSL, por

terem baixa energia, sofrem menor força de ancoramento e tendem a migrar em temperaturas

mais baixas que os demais.

3.3.4 - Fenômeno de melhoria de textura com adição de Sb e Sn

Jenko et al. (1994) e Jenko et al. (1996) analisaram a cinética da segregação de Sb em aços

elétricos de grão não orientado, com 2% em massa de Si, descarbonetado, com 0,05% em

massa de Sb e 0,1% em massa de Sb, por meio do método baseado na análise por AES (Auger

Electron Spectroscopy) nas temperaturas de 650, 700, 750, 800 e 850°C (figuras 3.14A e

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32

3.14B). Nestas figuras representa-se a razão da altura de pico entre as transições Auger

dominantes do Sb (M5N4,5N4,5) e do Fe (LM2,3V) nas energias cinéticas de 454 e 651eV,

respectivamente, como uma função do tempo. Eles observaram que a segregação de Sb

ocorria com velocidade perceptível a 650°C e aumentava com o aumento da temperatura. A

espessura da camada de equilíbrio da segregação de Sb atingida depois de 30 minutos de

recozimento a 700°C foi estimada corresponder a uma monocamada (0,30nm).

Tempo (min)

(A)

Tempo (min)

(A)

Tempo (min)

(B)

Tempo (min)

(B)

Figura 3.14- Cinética da segregação do Sb nas temperaturas de 650°C a 850°C em aços

elétricos grão não orientado: a) Sb 0,05% em massa e b) Sb 0,1% em massa. PHR (peak

height ratio – razão da altura do pico) (Jenko et al., 1994)

A energia de ativação da difusão do Sb foi calculada para ambos os aços. Para a medida da

cinética foi usada a equação de Cranck (Jenko et al., 1994):

Cs=2Cb(Dt/π)1/2 (3.5)

sendo Cs a concentração superficial do segregante, no tempo de recozimento t, Cb a

concentração do volume de soluto e D o coeficiente de difusão do soluto.

A energia de ativação da difusão do Sb, calculada no aço com 0,05% em mass de Sb, foi de

284kJ/mol, e para o aço com 0,1% em massa de Sb foi de 274kJ/mol. A diferença é pequena e

ambos estão razoavelmente de acordo com outros autores conforme Jenko et al. (1994).

Solyom et al. (1989) observaram que no aço de grão orientado, pequenas quantidades de Sb

de 0,040 a 0,048% em massa melhoram as propriedades magnéticas melhorando a textura

(110)[001] e praticamente não afetando o tamanho de grão. No seu trabalho, Solyom et al.

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33

(1989) observaram que o Sb nas ligas a base de ferro é um elemento típico com alta ativação

superficial e com uma habilidade diferente, segregar para os contornos de grãos. Daí o efeito

do Sb no crescimento preferencial de grãos na recristalização secundária que leva ao

desenvolvimento de uma textura preferencial (110)[001] nos aços de grão orientado.

Vodopivec et al. (1992) fizeram uma análise do perfil de segregação do Sb e outros elementos

na superfície de uma chapa de 0,5mm de espessura de um aço com 1,9% em massa de Si,

0,3% em massa de Al, 0,02% em massa de C e 0,048% em massa de Sb, recozido para

recristalização em forno estático por 2h e 850°C em atmosfera de nitrogênio, cujos resultados

são mostrados na figura 3.15.

No mesmo trabalho ele mostra a análise via AES do perfil de segregação intergranular do Sb

e outros elementos de liga do aço com 1,9% em massa de Si, 0,3% em massa de Al, 0,02%

em massa de C e 0,052% em massa de Sb depois de 2h recozido a 850°C, conforme figura

3.16. A chapa laminada a quente foi fraturada depois de resfriada em nitrogênio líquido.

Ambas as figuras mostram a distribuição dos elementos próximo a superfície de vários grãos

nos quais a segregação de Sb não é necessariamente a mesma e a orientação espacial é

diferente.

Tempo de ataque (min)

Teo

r d

eS

b(%

)

Teo

r d

e F

e,

Al,

Si e

C(%

)

Tempo de ataque (min)

Teo

r d

eS

b(%

)

Teo

r d

e F

e,

Al,

Si e

C(%

)

Figura 3.15- Perfil de profundidade de segregação de Sb e outros elementos em um aço com

0,048% em massa de Sb. 10min de ataque corresponde aproximadamente a 1nm de espessura

do metal (Vodopivec et al., 1992) .

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34

Tempo de ataque (min)

Teo

r d

eS

b(%

)

Teo

r d

e F

e, O

, C, N

, S

(%

)

Tempo de ataque (min)

Teo

r d

eS

b(%

)

Teo

r d

e F

e, O

, C, N

, S

(%

)

Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052% em massa de Sb,

segregados no contorno de grão da amostra laminada a quente que foi fraturada depois de

resfriada em nitrogênio líquido (Vodopivec et al., 1992).

Em ambos os casos a segregação atinge aproximadamente 1% atômico de Sb e a segregação

de Sb está localizada em um filme de aproximadamente 2 monocamadas de espessura e é

conhecido que uma segregação similar do Sn ocorre quando este elemento é adicionado no

aço ao invés do Sb (Vodopivec et al. 1992; Chang et al. 2005). Adicionalmente as figuras

mostram a segregação de outros elementos próximo da superfície da chapa e contornos de

grãos respectivamente.

Em um estudo com o AES a dependência da segregação dos elementos Sb, C, Si, P e S como

uma função temperatura foi comprovada. Entre 700 e 800°C foi observada uma forte

segregação de S e Sb na superfície. Com o aumento da temperatura, acima de 800°C a

segregação do S aumenta e do Sb diminui (figura 3.17) próximo das duas orientações

cristalográficas analisadas (100)//DL e (111)//DN. Isto pode explicar porque o composto FeS

foi formado na superfície e não o FeSb a despeito de um volume de concentração inicial de

Sb ser da ordem de duas vezes maior à do S. Na faixa de temperatura entre 700 e 900°C a

variação da energia livre para a formação de sulfeto é substancialmente mais negativa do que

para a formação de antimoneto (Godec et al., 1999b).

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35

Em outro trabalho, Godec et al. (1999a) avaliaram a correlação da segregação de Sn para a

superfície e contornos de grão com a textura desenvolvida em um aço com 2% em massa de

Si, 1% em massa de Al e três valores de Sn 0,025%, 0,05% e 0,1% em massa. Para o

experimento, lingotes de 15kg das 4 corridas foram laminados a quente partindo da

temperatura de 1200°C para as espessuras finais de 6mm e 2,5mm. As chapas foram

decapadas e logo após descarbonetadas (ponto de orvalho de 25°C) por 2 h a 840°C.

Próximo

Próximo

Próximo Próximo

(A) (B)

Figura 3.17- Segregação superficial como uma função da temperatura para C, Si, P, S e Sb

medidos nos grãos com as orientações cristalográficas (a) (100)//DL e (b) (111)//DN no aço

elétrico ligado com 0,1% em massa de Sb. PHR (peak height ratio – razão da altura do pico)

(Godec et al., 1999b).

A segregação foi estudada in situ usando AES. O enriquecimento de Sn na superfície foi

determinado seguindo a razão da altura do pico Auger (PHR - peak height ratio) da amplitude

entre as transições Auger dominantes para o Sn (M5N4,5N4,5) e o Fe (L3M2,3M5,4), localizados

nas energias cinéticas dos elétrons a 430 e 651eV, respectivamente (Godec et al., 1999a).

Grabke (1996) estudou a segregação no contorno de grão em uma amostra cilíndrica de 5mm

de diâmetro preparada da amostra de chapa laminada a quente de 6mm de espessura. A

amostra foi encapsulada em tubo de quartzo, com vácuo de 10-6mbar. Depois a amostra foi

normalizada a 1000°C por 24h, e logo após foi envelhecida na temperatura de 550°C por até

500h. A amostra foi fraturada por impacto na câmara de vácuo em N2 a –120°C. A amostra

foi analisada por microscopia eletrônica de varredura (SEM). Os espectros Auger foram

obtidos das fraturas intergranulares e o resultado médio foi avaliado conforme mostrado na

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36

figura 3.18. A segregação de equilíbrio do Sn no contorno de grão foi atingida depois de

recozer a amostra 0,1 e 0,05% em massa de Sn a 550°C por aproximadamente 100h.

Segundo Grabke (1996), os elementos Sb e Sn são usados em quantidade controlada para

melhorar a textura dos aços elétricos obtendo a textura cristalográfica (100)[010] e,

consequentemente, melhorando as propriedades magnéticas Um outro efeito vantajoso é

reduzir a oxidação interna do Si, Al e Mn durante o tratamento de descarbonetação.

Figura 3.18- Altura da razão do pico entre as transições Auger dominante Sn (M5N4.5N4.5) e o

Fe (L3M2.3M5.4) da energia cinética dos elétrons de 430eV e 651eV, respectivamente, como

uma função do tempo de envelhecimento. Grabke (1996).

Iwasaki et al. (1981) analisaram a segregação do Sb para os contornos de grãos através da

técnica de análise por fricção interna que é usada para determinar tipos de interação entre

solutos. Foi observado que o Sb exibe uma interação repulsiva com o silício em ligas de Fe-

Si.

Jenko et al. (1995) observaram que o efeito do Sb na formação de grãos com textura

cristalográfica rica em (100)[010] resulta do efeito da orientação dependente da segregação

superficial do Sb. Esta segregação causa diferenças na energia superficial e na estabilidade

dos diferentes grãos. A segregação superficial controlada promove o crescimento seletivo de

grãos melhorando as propriedades das chapas de aço grão não orientado.

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37

No trabalho de Jenko et al. (1995), a análise da segregação do Sb no contorno de grão foi feita

após envelhecimento de amostra da BQ de 1 a 500h e temperaturas de 550°C, 600°C , 700°C

e 850°C, sendo observada apenas segregação insignificante do Sb e outros elementos

solúveis. O resultado da investigação suporta a hipótese de que a formação da textura

cristalográfica resulta da dependência do efeito do Sb da energia superficial mas não do efeito

da estabilidade e mobilidade do contorno de grão. O Sb diminui a energia superficial dos

grãos com orientação (100)<uvw> e estes grãos crescem às custas dos grãos com outras

orientações espaciais no plano da chapa.

Chang et al.(2005) em seus estudos mostram a influência da adição Sb, Sn e B na textura e

tamanho de grão (figura 3.19) em um aço com 2% em massa de Si, onde observa-se que os

elementos de liga afetam o crescimento de grão, mas por outro lado o Sb com 0,076% em

massa e o Sn com 0,1% em massa melhoram o fator de textura, definido como a razão da

soma das componentes de texturas cristalográficas cubo e Goss pela fibra gama.

A adição de boro de 0,0043% em massa afeta negativamente tanto o tamanho de grão quanto

o fator de textura. A razão é que o B precipita principalmente nos contornos de grão e assim

restringe o crescimento de grão durante a recristalização (Chang et al, 2005).

Tamanho de grão (µm)

Fa

tor

de te

xtur

a (%

)

Sb

B

Snpadrão

Tamanho de grão (µm)

Fa

tor

de te

xtur

a (%

)

Sb

B

Snpadrão

Figura 3.19- Correlação do tamanho de grão com o fator de textura (razão da soma dos

componentes de textura cubo e Goss pela fibra gama) para um aço com 2% em massa de Si e

elementos de liga específicos (Chang et al., 2005).

Page 56: CETEC – UEMG - repositorio.ufop.br · laminação a frio sobre as ... Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052 ... Figura 3.21- Efeito do tamanho de

38

3.4- Tamanho de Grão

Nos aços elétricos de grão não orientado totalmente processados, o tamanho de grão final

varia normalmente de 40 a 200µm. Os grãos são divididos em pequenas regiões no cristal

onde existe um alinhamento mútuo, na mesma direção e sentido, de todos os dipolos

magnéticos, chamados domínios e separados por paredes de domínios que são as regiões de

transição entre estes. As dimensões dos grãos podem influenciar de maneira notável a

estrutura dos domínios magnéticos e, consequentemente, todas as propriedades associadas ao

movimento de suas paredes, que ocorre quando uma tira de aço é magnetizada. Um aumento

das dimensões médias dos grãos provoca também um aumento das dimensões dos domínios, o

que facilita a movimentação das suas paredes no processo de magnetização, resultando na

diminuição das perdas magnéticas por histerese. O aumento da velocidade da parede dos

domínios, por outro lado, gera um aumento nas perdas devido às correntes parasitas induzidas

durante a variação do campo magnetizante (Paolinelli, 1998).

A perda magnética total no núcleo tem um mínimo correspondente a um tamanho de grão dito

ótimo. Este tamanho de grão ótimo varia com a composição química dos aços de grão não

orientado e quanto maior o teor de silício maior o tamanho de grão ótimo. A figura 3.20

mostra a perda magnética a 1,5T/50Hz como uma função do tamanho de grão segundo

Shimanaka et al. (1982).

Figura 3.20- Influência do tamanho de grão na perda magnética dos aços elétricos com vários

teores de Si (Shimanaka et al., 1982).

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39

Para produção de aços elétricos de mais baixas perdas magnéticas, é necessário promover o

crescimento de grão até o tamanho ótimo por recozimento contínuo de curto intervalo de

tempo e, para isto, é necessário reduzir ao mínimo possível as inclusões englobando enxofre,

oxigênio e nitrogênio, os quais inibem o crescimento de grão (Paolinelli, 1988). É conhecido

que os sulfetos e nitretos dispersos nos aços elétricos na forma de precipitados (menor do que

0,1µm) inibem o crescimento de grão aumentando a perda magnética no ferro, ou seja,

deteriorando as propriedades magnéticas (Paolinelli, 2008a). A figura 3.21 mostra a variação

da perda magnética em um aço elétrico com 2% em massa de Si e suas parcelas como uma

função do tamanho de grão final, onde se observa uma diminuição da perda por histerese com

o aumento do tamanho de grão (Landgraf, 2001b).

Figura 3.21- Efeito do tamanho de grão nas perdas magnéticas totais (P total), perdas

histeréticas (Phist), perdas clássicas (Pparas) e perdas de excesso (Pexc) de um aço com 2%

em massa de Si (Landgraf, 2001b).

Lyudkovsky et al. (1983) observaram que aços com 1% em massa de Si com adição de 0,09%

em massa de Sb apresentam tamanho de grão maior do que os aços sem Sb e esta diferença

aumenta com o aumento da temperatura de recozimento (figura 3.22). O recozimento ocorreu

em uma atmosfera com 8% de H2 e 92% de Ar por uma hora nas temperaturas de 260 a

704°C, no entanto a diferença de tamanho de grão só se torna significante após 600°C. A alta

taxa de crescimento de grão observado na amostra com Sb é provavelmente causada pelo

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40

aumento da mobilidade dos contornos dos grãos com orientações 100<001> e 110<100>,

particularmente se os grãos estão crescendo numa matriz de grãos com orientação

111<uvw> .

Com Sb

•- - - Sem Sb

Tempo de encharque 1 h

Ta m

anho

de

grão

(µm

)

Temperatura (°C)

Com Sb

•- - - Sem Sb

Tempo de encharque 1 h

Ta m

anho

de

grão

(µm

)

Temperatura (°C)

Com Sb

•- - - Sem Sb

Tempo de encharque 1 h

Com Sb

•- - - Sem Sb

Tempo de encharque 1 h

Ta m

anho

de

grão

(µm

)

Temperatura (°C)

Figura 3.22- Tamanho de grão das chapas de aço 1% em massa de Si com e sem Sb como

uma função da temperatura de recozimento (Lyudkovsky et al., 1983).

A influência do antimônio na recristalização e crescimento de grão foi estudada por Jenko et

al. (1995) em aço com 0,05% em massa de Sb e em um aço padrão sem Sb. A cinética de

crescimento dos grãos e o tamanho de grão final foram determinados nas temperaturas de 700

a 800°C. Não houve efeito significativo do Sb na taxa de crescimento dos grãos, mas foi

observado que no final da recristalização na faixa de temperaturas de 700 a 800°C, os grãos

eram maiores no aço com Sb do que no aço sem Sb, conforme mostrado na figura 3.23.

Paolinelli et al. (2008b) observaram que para aços com 3% em massa de Si, quando o

tamanho de grão da amostra laminada a quente aumenta, a área de contorno de grão por

unidade de volume diminui e mais heterogeneidades microestruturais tipo bandas de

cisalhamento são observadas na microestrutura deformada após a laminação a frio, criando

novos núcleos e sítios na recristalização. Considerando que as componentes da fibra gama são

nucleados nos contornos de grãos primários, esta componente é reduzida quando o tamanho

de grão após laminação a quente aumenta conforme observado na figura 3.24, melhorando o

fator de textura eta/gama após recozimento final.

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41

Ta

man

ho d

e G

rão

(µm2 )

0,052%Sb

S/ Sb

Ta

man

ho d

e G

rão

(µm2 )

Ta

man

ho d

e G

rão

(µm2 )

0,052%Sb

S/ Sb

Figura 3.23- Dependência do tamanho de grão do tempo e temperatura de recozimento para os

aços com e sem Sb (Jenko et al., 1995 e Jenko et al., 1996).

Tamanho de grão (µm)

Fra

ção

de

fibra

Eta

Fra

ção

de

fibra

Gam

a

Tamanho de grão (µm)

Fra

ção

de

fibra

Eta

Fra

ção

de

fibra

Gam

a

Figura 3.24- Efeito do tamanho de grão da BQ (bobina laminada a quente) recozida na fração

de fibras gama e eta após recozimento final. Paolinelli et al. (2008b).

A figura 3.25 mostra a correlação do tamanho de grão final com o tamanho de grão da BQ

recozida para um aço com 3% em massa de Si e 0,7% em massa de Al onde se observa que

para grãos da BQ maiores do que 190µm ocorre uma redução do tamanho de grão final. Isto

se deve à grande formação de bandas de cisalhamento durante a laminação a frio quando o

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42

tamanho de grão da BQ é maior do que 190µm, levando a grande geração de núcleos e,

consequentemente, menor tamanho de grão final.

Paolinelli et al. (2008b) ainda observaram que para um resultado ótimo de perda magnética

para um aço com 3% em massa de Si é interessante um tamanho de grão da BQ recozida em

torno de 200µm, observando a maior influência deste fator na perda magnética e uma melhora

da indução com a melhora da textura para tamanho de grão maior do que 200µm (figura

3.26).

Tamanho de grão da BQ (µm)

Ta

ma

nho

de g

rão

da B

F (µm

)

Tamanho de grão da BQ (µm)

Ta

ma

nho

de g

rão

da B

F (µm

)

Figura 3.25- Efeito do tamanho de grão da BQ recozida no tamanho de grão final (Paolinelli

et al., 2008b).

Tamanho de grão da BQ (µm)Tamanho de grão da BQ (µm)

Figura 3.26- Efeito do tamanho de grão da BQ recozida nas propriedades magnéticas finais,

B50 (indução magnética a 5000A/m) e W1,5 (perda magnética a 1,5T e 60Hz). (Paolinelli et al.,

2008b).

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43

CAPITULO IV – MATERIAIS E MÉTODOS

Todo o procedimento experimental foi executado no laboratório do Centro de Pesquisas da

Aperam South America.

4.1- Elaboração do Aço

Os materiais utilizados neste experimento foram amostras de três corridas de aço silício de

grão não orientado GNO, Fe-C-3% em massa de Si, com três teores diferentes de Sb, na

forma de esboço com 28mm de espessura, retiradas após a laminação a quente industrial de

desbaste. A composição química obtida das ligas está listada na tabela IV.1.

Foram objetivados os seguintes teores de Sb:

Padrão – isenta de Sb;

Adição de 0,04% em massa de Sb;

Adição de 0,08% em massa de Sb.

Tabela IV.1 - Composição química (% em massa) das ligas.

Corrida C Mn Si P S Cr Ni Mo Al Sb N 1 0,0021 0,51 3,03 0,029 0,0016 0,08 0,02 0,0097 0,0030 0,0000 26 2 0,0023 0,56 3,02 0,019 0,0010 0,02 0,01 0,0099 0,0027 0,0446 24 3 0,0024 0,52 3,00 0,026 0,0008 0,08 0,02 0,0096 0,0030 0,0980 23

O processo de obtenção destas ligas na Aciaria da Aperam, figura 4.1, envolveu a seguinte

sequência de equipamentos e operações: carro torpedo com carregamento de gusa vindo do

alto-forno; estação de pré-tratamento de gusa (PTG) para dessulfuração; MRP-L (“Melting

Refinig Process by Lance”) para adição de ligas e fundentes para formação de escória; um

forno panela (FP) para ajuste da composição química, escória e temperatura, um VOD

(Vacuum Oxygen Decarburization) para descarburação, adição de silício e ajuste de escória, e

uma máquina de lingotamento contínuo (LC) para obtenção das placas com 200mm de

espessura. Este processo garantiu baixos níveis de residuais como enxofre, titânio, nitrogênio

e carbono, fundamentais para obtenção de produtos de boa qualidade magnética.

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44

MRP-L F.P.

PTG

VOD 1

L.C. 1

L.C. 2

VOD 2

MRP-L F.P.

PTG

VOD 1

L.C. 1

L.C. 2

VOD 2

Figura 4.1- Fluxo de produção de aços GNO na Aciaria da Aperam.

Os métodos utilizados para as análises da composição química das amostras de aço foram:

- análise do gás proveniente da queima superficial da amostra com sensor por infravermelho,

no equipamento LECO, modelo CS44 e HF-400 para o C, S e N2;

- Para os demais elementos inclusive o Sb usou-se a espectrometria de emissão ótica, no

equipamento ARL – 4460 ilustrado na figura 4.2.

Figura 4.2- Equipamento espectrômetro de emissão ótica thermo ARL modelo 4460.

4.2- Processamento Termomecânico

4.2.1- Laminação industrial a quente das placas até o esboço

As placas de 200mm de espessura provenientes da Aciaria foram reaquecidas a 1100°C no

forno Walking Beam ou soleira caminhante, a seguir descarepadas com água a alta pressão e

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45

laminadas em 7 passes no laminador desbastador (Rougher) para a espessura de esboço de

28mm. Durante o corte de pontas foram retiradas amostras de 500mm de comprimento e 1060

mm de largura (figura 4.3). As amostras foram conduzidas para o corte a laser na dimensão de

70mm de comprimento e 100mm de largura.

Fase em que foi retirada a amostra de esboço.

HSB

Esboço

Bobina a quente

Te

sour

a

WalkingBeam

Descarepação

Rougher Mi Steckel Mill

Resfriamento Bobinadeira

Fase em que foi retirada a amostra de esboço.

HSB

Esboço

Bobina a quente

Te

sour

a

WalkingBeam

Descarepação

Rougher Mi Steckel Mill

Resfriamento Bobinadeira

Figura 4.3 - Fluxo de processo da laminação de tiras a quente da Aperam.

4.2.2- Processamento termomecânico em laboratório

4.2.2.1- Laminação a Quente

As amostras de esboço de 28mm de espessura foram submetidas em laboratório a um

reaquecimento à temperatura de 1150°C em um forno tipo mufla e posterior laminação a

quente.

No processo de laminação a quente, foram objetivadas três temperaturas diferentes: 920°C,

1040°C e 1120oC, visando obter amostras laminadas a quente com as espessuras de 1,5mm,

2mm e 2,5mm, sendo que o planejamento de experimento previa a geração de 27 amostras

considerando três teores de antimônio, três temperaturas de laminação a quente e três

espessuras de bobina a quente (BQ). O planejamento experimental é mostrado na tabela IV.2

e os valores experimentais de teor de Sb, temperaturas de laminação a quente e espessuras

médias obtidas são mostrados na tabela IV.3.

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46

Tabela IV. 2– Planejamento experimental.

Metalografia EBSD

1 0 1,5 920 550 Sim Sim2 0 1,5 1040 550 Sim Sim3 0 1,5 1120 550 Sim Sim4 0 2 920 550 Sim Sim5 0 2 1040 550 Sim Sim6 0 2 1120 550 Sim Sim7 0 2,5 920 550 Sim Sim8 0 2,5 1040 550 Sim Sim9 0 2,5 1120 550 Sim Sim

10 0,04 1,5 920 550 Sim Sim11 0,04 1,5 1040 550 Sim Sim12 0,04 1,5 1120 550 Sim Sim13 0,04 2 920 550 Sim Sim14 0,04 2 1040 550 Sim Sim15 0,04 2 1120 550 Sim Sim16 0,04 2,5 920 550 Sim Sim17 0,04 2,5 1040 550 Sim Sim18 0,04 2,5 1120 550 Sim Sim19 0,08 1,5 920 550 Sim Sim20 0,08 1,5 1040 550 Sim Sim21 0,08 1,5 1120 550 Sim Sim22 0,08 2 920 550 Sim Sim23 0,08 2 1040 550 Sim Sim24 0,08 2 1120 550 Sim Sim25 0,08 2,5 920 550 Sim Sim26 0,08 2,5 1040 550 Sim Sim27 0,08 2,5 1120 550 Sim Sim

Sequencia das amostras

BQ laminada a quente em 7 passesTemperatura

de bobinamento

(°C)

Temperatura objetivada de laminação a quente (°C)

Espessura da BQ

objetivada (mm)

Teor de Sb objetivado

(%)

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47

Tabela IV.2 – Planejamento experimental – Continuação.

Temperatura de recozimento

(°C)

Tempo de recozimento (s)

Concentração de HCl (%)

Metalografia EBSDComposição

químicaEspessura

(mm)Difração de

RX

Temperatura de recozimento

(°C)

Tempo de recozimento

(seg)Metalografia EBSD

Perda magnética

Indução magnética

1 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,77 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim2 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,77 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim3 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,77 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim4 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,83 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim5 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,83 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim6 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,83 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim7 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,86 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim8 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,86 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim9 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,86 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim10 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,77 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim11 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,77 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim12 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,77 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim13 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,83 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim14 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,83 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim15 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,83 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim16 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,86 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim17 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,86 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim18 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,86 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim19 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,77 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim20 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,77 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim21 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,77 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim22 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,83 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim23 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,83 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim24 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,83 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim25 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,86 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim26 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,86 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim27 1030 60 20 Sim Sim Sim 0,86 0,35 Sim 1030 60 Sim Sim Sim Sim

BF após laminação a frio

BQ laminada a quente recozida e decapada Grau de deformação

a frio objetivado

(%)

BF após laminação a frio e recozimento finalSequencia

das amostras

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48

Tabela IV.3– Identificação das amostras de 1 a 27 e valores experimentais dos teores de Sb, das

temperaturas de laminação a quente e espessuras médias das amostras laminadas a quente.

1,45 1,81 2,250 1 4 7 9300 2 5 8 10500 3 6 9 1135

0,045 10 13 16 9300,045 11 14 17 10500,045 12 15 18 1135

0,098 19 22 25 9300,098 20 23 26 10500,098 21 24 27 1135

Espessura (mm)Sb (%) Temperatura (°C)

As temperaturas foram monitoradas por termopares introduzidos nas amostras e por pirômetro

ótico com feixe de laser modelo Raynger 3i (RAYR312ML3B) do fabricante Raytek e com

emissividade 0,92. O reaquecimento das amostras entre os passes de laminação ocorreu de forma

a simular os fornos utilizados no laminador reversível Steckel e foi feito em um forno tipo mufla,

utilizando ar como atmosfera interna, com portas em suas extremidades, aquecimento por

resistência elétrica e capacidade para alcançar 1200°C. Após cada passe a amostra retornava para

o forno sendo reaquecida para a temperatura objetivada e as temperaturas entre os passes foram

medidas através de pirômetro ótico.

Após laminação a quente em 7 passes, as amostras foram resfriadas rapidamente ao ar forçado até

550°C e mantidas em um forno nesta temperatura durante 2 horas simulando a temperatura de

bobinamento e, a seguir, resfriadas ao ar até a temperatura ambiente. Após esta fase foram

retiradas amostras para análise metalográfica e de textura.

Para realizar a laminação a quente foram utilizados os seguintes equipamentos:

a) um forno estático tipo mufla, com aquecimento por resistência elétrica e capacidade para

atingir 1400°C e ar atmosférico como atmosfera interna, para simular o reaquecimento das

amostras na forma de esboço;

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49

b) um laminador reversível, na configuração duo, diâmetro dos cilindros 250mm, com capacidade

de carga de 150 toneladas, modelo 4-085 do fabricante Fenn – United Dominion Co;

c) um forno tipo mufla, com duas aberturas contrapostas, ar atmosférico como atmosfera interna,

com aquecimento por resistência elétrica e capacidade para alcançar 1200°C, para reaquecimento

das amostras entre passes durante a laminação, para simular os fornos utilizados no laminador

reversível Steckel;

d) um pirômetro ótico com feixe a “laser”, modelo Raynger 3i (RAYR312ML3B) do fabricante

Raytek para medição e controle de temperatura dentro do forno e na mesa de laminação;

e) uma tomada de ar comprimido com bico de pressão de 1,0kgf/mm2 para promover o

resfriamento das amostras após a laminação;

f) um forno tipo mufla, com duas aberturas contrapostas, com ar atmosférico, com atmosfera

interna e aquecimento elétrico por resistência com capacidade para 1200°C, para simular as

condições de resfriamento durante o bobinamento das amostras.

g) termopar tipo “K” com bainha de inconel 600, espessura 1,0mm, isolação mineral de MgO,

com 8m de comprimento, para medição de temperatura interna das amostras de esboço durante o

reaquecimento até o início da laminação;

h) um queimador a GLP para aquecimento dos cilindros de laminação;

i) acessórios de apoio à operação de laminação como tenazes, leito de resfriamento refratário,

tesouras, micrômetro, paquímetro, registrador de temperatura, materiais de segurança, etc.

A figura 4.4 ilustra as amostras laminadas a quente.

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50

Figura 4.4– Amostras laminadas a quente.

4.4.2.2- Recozimento inicial e decapagem

Todas as amostras geradas na fase de laminação a quente foram submetidas ao recozimento

inicial em forno tipo mufla à temperatura de 1030°C por 60s e resfriadas ao ar. Logo após foram

submetidas ao processo de remoção da carepa (óxidos de Fe) em banhos de ácido clorídrico a

uma concentração de 20%. Este processo de decapagem é importante para garantir a limpeza

superficial das amostras para o processo seguinte de laminação a frio.

A figura 4.5 mostra algumas amostras após recozimento inicial e após esta fase foram retiradas

amostras para análise de textura e metalográfica.

Figura 4.5 - Exemplo das amostras laminadas a quente e submetidas ao recozimento inicial a

1030°C.

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51

4.2.2.3- Laminação a frio e recozimento final

No processo seguinte, após a remoção da carepa, as amostras foram laminadas a frio para

espessura final de 0,35mm em um laminador tipo Fenn reversível quádruo, resultando em três

graus de redução a frio médios, 76, 81 e 84%, para cada teor de Sb e para cada temperatura de

laminação a quente.

Após esta fase foram retiradas amostras para análise de textura.

As amostras laminadas a frio (BF – bobina laminada a frio) foram submetidas ao recozimento

final em forno contínuo na temperatura de 1030°C por 60s e atmosfera de 90%H2/10%N2 e ponto

de orvalho < -30°C, conforme planejamento experimental mostrado na tabela IV.2.

Após esta fase foram retiradas amostras para análise de textura cristalográfica, metalografia e

propriedades magnéticas.

4.2.2.4- Recozimento a diferentes temperaturas das amostras laminadas a frio

Após laminação a frio foram separadas amostras com os três valores de Sb, temperatura de

laminação a quente fixa de 1050°C e grau de deformação a frio fixo de 81%, para avaliar a

evolução da textura cristalográfica, nucleação e crescimento de grão como uma função da

temperatura de recozimento final. As temperaturas de recozimentos parciais foram 630°C, 670°C,

730°C, 770°C, 850°C, 910°C e 1030°C, após o recozimento, as amostras foram preparadas para a

análise da evolução de textura e tamanho de grão através do EBSD e Difração de Raios-X,

conforme planejamento mostrado na tabela IV.4.

Para realizar a laminação a frio e o recozimento foram utilizados os seguintes materiais e

equipamentos:

a) becker com solução de ácido clorídrico 20% e fluorídrico 5%, chapa com aquecedor elétrico,

termômetro de contato e estufa para realização das operações de decapagem;

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b) um laminador reversível, com capacidade de carga de 150 toneladas, modelo 4-085 do

fabricante Fenn - United Dominion Co, com configuração quádruo para laminação das espessuras

iniciais de BQ até 0,35mm, para laminação a frio.

Tabela IV.4- Planejamento do recozimento a final a diferentes temperaturas.

Temperatura

(°C)

N2/H2

(%) PO (ºC)

Velocidade

(m/min)

Teor de Sb

(% em massa)

630 100/0 < - 30 2 0

630 100/0 < - 30 2 0,045

630 100/0 < - 30 2 0,098

670 100/0 < - 30 2 0

670 100/0 < - 30 2 0,045

670 100/0 < - 30 2 0,098

730 100/0 < - 30 2 0

730 100/0 < - 30 2 0,045

730 100/0 < - 30 2 0,098

770 100/0 < - 30 2 0

770 100/0 < - 30 2 0,045

770 100/0 < - 30 2 0,098

850 100/0 < - 30 2 0

850 100/0 < - 30 2 0,045

850 100/0 < - 30 2 0,098

910 100/0 < - 30 2 0

910 100/0 < - 30 2 0,045

910 100/0 < - 30 2 0,098

1030 10/90 < - 30 2 0

1030 10/90 < - 30 2 0,045

1030 10/90 < - 30 2 0,098

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c) uma estação de desengraxamento com detergente tipo AD-2, do fabricante Daido, a base de

sódio, para retirada do excesso de óleo após a laminação frio;

d) um forno tipo mufla, com uma abertura, ar atmosférico como atmosfera interna, com

aquecimento por resistência elétrica e capacidade para alcançar 1200°C, para realizar o

recozimento inicial das amostras com espessuras de BQ (bobinas laminadas a quente);

e) termopar tipo “K” com bainha de inconel 600, espessura 1,0mm, isolação de MgO, com 8m de

comprimento, para medição de temperatura das amostras durante o recozimento inicial das

amostras na espessura de BQ e medição de temperatura durante a passagem das amostras com

0,35mm(BF) pelo forno contínuo durante o recozimento final;

f) um forno tipo contínuo, com uma retorta de 14m de aço inoxidável 310, com zona de

aquecimento por resistência elétrica com 2,2m úteis com capacidade para alcançar 1100°C e zona

de resfriamento por camisa d’água circulante, para realizar o recozimento final das amostras. A

atmosfera deste forno é controlada com a opção de injeção de N2 e H2 secos ou úmidos,

misturados em qualquer proporção ou puros. A passagem da amostra pelo forno é realizada

através de uma tira na qual a amostra é soldada. A tensão na amostra soldada controlada por um

rolo puxador com capacidade de carga de 50kgf, com uma célula de carga instalada e mostrador

digital, e a velocidade controlada por um rolo empurrador na faixa de zero a 5,0m/min;

g) um medidor de ponto de orvalho da marca Edgetech modelo 2A533 com faixa de medição de

–40 a +100°C e capacidade de depressão do seu peltier de 60°C, para controlar a umidade

presente no forno durante o recozimento final;

h) um medidor do teor de hidrogênio do fabricante Hartmann & Braun modelo Caldos- 7G para

medição do teor de hidrogênio no recozimento final;

i) acessórios para a etapa de laminação a frio como micrômetro, paquímetro, tesouras, máquina

de solda, registrador de temperatura, material de segurança, etc.

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4.3- Ensaios realizados

4.3.1- Testes magnéticos

Para realização dos testes magnéticos as amostras foram cortadas em tesouras tipo guilhotina de

lâminas paralelas nas dimensões de 305mm na direção de laminação e 30mm na direção

transversal. Como a largura da amostra original era de 100mm, foram descartadas as bordas com

20mm cada, gerando duas tiras úteis através da largura da amostra original. Para cada amostra

após recozimento final foram retiradas pelo menos quatro tiras para testes magnéticos.

Os testes magnéticos foram realizados no acessório chapa única do aparelho MPG10D do

fabricante Brockhaus nas dimensões de 305mm x 30mm x 0,35mm. A perda magnética a

1,5T/50Hz e a indução magnética a 5000A/m foram medidas nas amostras finais. O valor da

propriedade correspondente a cada evento é a média aritmética dos valores obtidos nos testes,

eliminando amostras acidentadas durante o processo.

Para eliminar os efeitos das pequenas variações de espessura sobre o valor da perda magnética, os

resultados das medições foram corrigidos para uma única espessura, 0,35mm, por meio da

equação 4.1, deduzida a partir da equação clássica de cálculo da parcela de perdas por correntes

parasitas. Esta equação considera que pequenas variações de espessura provocam variações

apenas nesta parcela de perda magnética. Este procedimento é razoável, pois as variações de

espessura são bastante pequenas (Paolinelli, 2008a).

( )d6

eefBPP

2i

2n

222

in ρ−π+= (4.1)

Sendo Pn a perda magnética total (W/kg) na espessura en (m) para a qual se quer a correção; Pi é a

perda magnética total (W/kg) na espessura original ei (m), B é a indução magnética de pico em

(T); f é a frequência de teste em (Hz); d é a densidade em kg/m3 e ρ é a resistividade elétrica da

liga em (Ωm).

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Para realização dos testes magnéticos foram utilizados os seguintes equipamentos:

a) uma tesoura do tipo guilhotina com lâminas paralelas de aço ferramenta, modelo GMN1202,

do fabricante Newton utilizada para acerto dimensional das amostras.

b) uma tesoura do tipo guilhotina com lâmina paralela de aço ferramenta do fabricante MDKF

para o corte final de 305mm x 30mm das amostras para teste magnético;

c) um medidor de propriedades magnéticas modelo MPG100D do fabricante Brokhaus com o

acessório chapa única para teste nas amostras de 305mm x 30mm.

4.3.2- Tamanho de grão

O tamanho de grão das amostras retiradas após laminação a quente, após recozimento inicial e

após recozimento final foi avaliado em microscópio ótico modelo DMRM do fabricante Leica,

uma capacidade de aumento de 1000X, com analisador de imagem para análise da estrutura de

grãos e determinação do tamanho de grão por meio do “software” IA3001, que realiza as

medições através da área interna dos contornos de grãos revelados. Foram feitas análises em 3

campos diferentes das amostras e o resultado final é a média aritmética dos 3 campos. As análises

de tamanho de grão foram realizadas na direção de laminação com preparação convencional e

ataque com nital 5%.

4.3.3- Textura cristalográfica

A caracterização das componentes de textura cristalográfica das amostras laminadas a quente

(BQ – bobina a quente) e das submetidas ao recozimento inicial (BQR – bobina a quente

submetida ao recozimento inicial) foram realizadas em um microscópio eletrônico de varredura

modelo XL-30 do fabricante Philips com Electron Back Scattering Diffraction (EBSD)

EDAX.TSL.

A caracterização das componentes de textura cristalográfica das amostras de 0,35mm de

espessura (após laminação a frio e após recozimento final) foi realizada num difratômetro de

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raios-X modelo X´PERT PRO MPD com anodo de cobre, do fabricante Philips. O software

MTM-FHM (Fast Harmonic 63 Method) foi usado para determinação da função de distribuição

de orientação cristalográfica (FDOC) e frações volumétricas das orientações de interesse.

Foram determinadas as frações volumétricas das fibras e componentes de textura de interesse e

FDOC (Função de Distribuição de Orientações Cristalográficas) para as amostras na forma de

BQ, BQ recozida, BF laminada (amostra após laminação a frio com 0,35 mm de espessura) e BF

recozida (amostra com 0,35mm de espessura após recozimento final).

4.3.4- Análise do teor de Sb

As análises do teor de Sb foram feitas nas fases de elaboração do aço na Aciaria e após

recozimento final através do equipamento espectrômetro de emissão ótica termo ARL modelo

4460 com o intuito de verificar o teor de Sb no início e fim do processamento dos aços.

4.3.5- Análise dos dados

Foram feitas correlações e análises estatísticas das propriedades magnéticas com o teor de Sb,

temperatura de laminação a quente, grau de deformação a frio, textura e tamanho de grão em

cada fase do processo. Para avaliar a influência do Sb foram feitas análises após recozimento

parcial em várias temperaturas buscando caracterizar e explicar os resultados obtidos através da

evolução do tamanho de grão e das principais fibras e componentes de texturas cristalográficas,

fixando a temperatura de laminação a quente e grau de deformação a frio.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, considerando as variações do teor de Sb, espessura da BQ de partida e/ou grau de

deformação a frio e temperatura de laminação a quente do aço com 3% em massa de Si, foram

analisadas estatisticamente a influência de cada uma destas variáveis nas propriedades

magnéticas. A explicação dos resultados foi desenvolvida correlacionando as propriedades

magnéticas com os principais fatores estruturais: tamanho de grão, principais componentes e

fibras de textura cristalográfica após laminação a quente, após recozimento inicial e após

recozimento final. Também foram avaliadas a evolução do tamanho de grão e a textura

cristalográfica variando-se a temperatura de recozimento final, buscando entender a influência do

Sb nestes fatores.

Para os dados levantados foram avaliados os parâmetros de processo resumidos na tabela V.1, os

quais foram correlacionados buscando explicação da influência do teor de Sb nas propriedades

magnéticas, variando a temperatura de laminação a quente e espessura da BQ ou grau de

deformação a frio:

Tabela V. 1– Fases do processo e parâmetros analisados

Processo Tamanho de

grão

Textura

cristalográfica

Perda

magnética

Indução

magnética

Após laminação a quente X X

Após recozimento inicial X X

Após laminação a frio X X

Após recozimento final X X X X

Recozimento final a

diferentes temperaturas X X

Os anexos I, II e III mostram os gráficos de tamanho de grão das BQs (amostras após laminação a

quente), BQRs (amostras após laminação a quente e recozimento inicial) e BFRs (amostras após

recozimento final) respectivamente, como uma função do teor de Sb para todas as variações

consideradas de temperatura de laminação a quente (TLQ) e espessura de partida da BQ.

Observa-se a tendência de redução para o tamanho de grão da amostra laminada a quente

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(TGBQ) e tamanho de grão da amostra laminada a quente e recozida (TGBQR) com o aumento

do teor de Sb e aumento deste tamanho de grão com o aumento da espessura da BQ e da

temperatura de laminação a quente. Verifica-se que a microestrutura apresenta homogeneidade

no tamanho de grão das BFRs para as condições experimentais usadas.

5.1 – Análise estatística da influência dos parâmetros de processo nas propriedades

magnéticas

Foi feita uma análise dos resultados obtidos quanto à influência da variação do teor de Sb,

temperatura de laminação a quente e espessura da BQ de partida nos valores de propriedades

magnéticas obtidos após laminação a frio e recozimento da BF de espessura 0,35mm, através de

análise de superfície de resposta, buscando explicar a maior ou menor influência de cada variável

independente na indução magnética B50 e na perda magnética a 1,5T e 50Hz.

5.1.1 - Resultados de indução magnética B50

As variáveis de processo, temperatura final de laminação a quente (T), espessura da BQ (E) e teor

de Sb (Sb), têm unidades diferentes e para que se possa interpretar a real contribuição de cada

regressor (variável independente) sobre as propriedades magnéticas (variáveis respostas),

padronizou-se a equação de regressão convencional fazendo a seguinte transformação para os

regressores e variáveis respostas: subtrair de cada valor observado a média das observações

(média amostral) e dividir esta quantidade pelo desvio-padrão respectivo (desvio-padrão

amostral).

Os coeficientes da equação de regressão, em vez de expressarem a taxa de variação nas medidas

originais, correspondem à taxa de variação, em unidades de desvio-padrão, da variável resposta

por cada variação de uma unidade de desvio-padrão para o regressor (mantendo constantes todas

as outras variáveis). Uma vantagem destes coeficientes padronizados é o fato dos seus valores

poderem ser comparados diretamente (uma vez que todas as variáveis independentes passam a ter

a mesma unidade de medida), permitindo, assim, antever as variáveis independentes que mais

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contribuem para a explicação da variação da variável dependente ou resposta. Além disto,

buscou-se avaliar como regressores o produto das variáveis independentes.

Foi feita análise de regressão por meio do programa de análise estatística Minitab e obtidos

resultados de correlação da indução magnética, conforme tabela V.2, como uma função do teor

de Sb, grau de deformação a frio e temperatura de laminação a quente. Observa-se na tabela V.2

que a temperatura de laminação a quente, a qual afeta o tamanho de grão de partida na laminação

a frio, exerce uma menor influência na indução magnética para as variações analisadas, sendo

maior a dependência da indução magnética com o teor de Sb e com a espessura da BQ. A menor

influência da temperatura de laminação a quente na indução magnética se deve a uma maior

homogeneização da estrutura do material com o recozimento inicial a 1030°C.

Tabela V. 2– Coeficiente de regressão para B50

Regressor Coeficiente Desvio padrão do coeficiente Estatística de teste -t P

valor

Constant 0 0,069 0 1

Sb 1,076 0,472 2,28 0,033

E -0,93 0,109 -8,52 0

T 0,15 0,07 2,13 0,045

Sb*Sb -2,039 0,259 -7,89 0

Sb*E 0,965 0,409 2,36 0,028 R2(ajustado) = 87,2%

Sb – teor de Sb; E – espessura em mm; T – temperatura de laminação a quente em oC

5.1.2 - Superfície de resposta para indução magnética B50 como uma função da espessura e teor

de Sb para temperatura de 1050°C

A tabela V.3 mostra os resultados da análise de regressão da indução magnética B50 como uma

função do teor de Sb e espessura da BQ. Os resultados mostram um valor de R2 de 96% com

excelente ajuste da equação (5.1) definida, após eliminação dos dados com elevado desvio padrão

e eliminação da temperatura como variável independente, devido à pequena influência deste

parâmetro na indução magnética, como mostrado na tabela V.2.

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60

Tabela V. 3– Superfície de resposta - Regressão: Indução magnética B50 como uma função do

teor de Sb (em massa) e espessura da BQ (mm)

Regressor Coeficiente Desvio padrão do coeficiente Estatística de teste -t P valor

Constante 1740 2,03 857,99 0

%Sb 407 37,73 10,79 0

E (espessura) -27 1,06 -25,13 0

%Sb x %Sb -5587 188,66 -29,62 0

%Sb x E 86 17,11 5,03 0

R2(ajustado) = 96,0%

Com os dados levantados e analisados no Minitab podemos definir uma equação da indução

magnética como uma função do teor de Sb (em massa) e espessura da BQ (em mm)

considerando uma variação de Sb de 0% a 0,1% e espessura de BQ entre 1,5mm e 2,5mm:

B50 = 1740 + 407xSb – 27xE – 5587xSb2 + 86xSbxE (5.1)

Onde:

B50 - indução magnética a 5000A/m;

Sb - teor de Sb (% em massa);

E - espessura da BQ de partida na laminação a frio (mm);

A figura 5.1 mostra a superfície de resposta para a indução magnética em mT como uma função

do teor de Sb e da espessura de BQ de partida, onde observa-se melhores resultados de B50 para

valores próximos de 0,05% em massa de Sb e espessura menor de BQ ou seja menor grau de

deformação a frio.

As figuras 5.2 a 5.4 mostram a mediana da indução magnética como função das variáveis

analisadas, confirmando uma melhoria da indução com a redução da espessura e com o teor de Sb

próximo de 0,045% em massa. A indução magnética praticamente não variou com a temperatura

de laminação a quente.

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16 88 16 92 16 96 17 00 17 04 17 08 17 12

0,0 90 ,080 ,070 ,060 ,0 50 ,040 ,030 ,0 20 ,010 ,00

2,25

2,15

2,05

1,95

1,85

1,75

1,65

1,55

1,45

Teor de Sb (%)

Esp

essu

ra (

mm

)

C ontour Plot o f B50

Figura 5.1- Superfície de resposta para indução magnética B50 como uma função da espessura da

BQ e teor de Sb nas faixas analisadas para temperatura de 1050°C .

0,0980,0450,000

1720

1710

1700

1690

1680

1670

Teor de Sb (%)

B50

Figura 5.2 – Mediana da indução como função do teor de Sb.

2,251,811,45

1720

1710

1700

1690

1680

1670

Espessura (mm)

B50

Figura 5.3 – Mediana da indução como função da espessura de BQ.

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62

11351050930

1720

1710

1700

1690

1680

1670

Temperatura de laminação (°C)

B50

Figura 5.4 – Mediana da indução como função da temperatura de laminação a quente.

5.1.3 - Resultados de perda magnética a 1,5T e 50Hz (P15/50)

Para se avaliar a contribuição de cada variável independente, temperatura final de laminação a

quente (T), espessura da BQ (E) e teor de Sb (Sb), sobre a perda magnética (P15/50) utilizou-se os

valores padronizados para as variáveis regressoras e respostas. A tabela V.4 mostra os resultados

de correlação da perda magnética como uma função do teor de Sb e espessura da BQ e

temperatura de laminação a quente. Novamente, observa-se que a temperatura de laminação a

quente, a qual afeta o tamanho de grão de partida na laminação a frio, tem menor influência na

perda magnética para as variações analisadas, sendo maior a dependência do teor de Sb em massa

e da espessura da BQ em mm. Os resultados mostram um valor de R2 de 84,8% para os valores

padronizados em unidades de desvio-padrão.

Tabela V. 4– Coeficiente de regressão para perda magnética – valores padronizados

Regressor Coeficiente Desvio padrão do coeficiente Estatística de teste -t P

valor Constante 0,000 0,075 0 1 Sb(%) -1,414 0,513 -2,76 0,012 E(mm) 0,841 0,119 7,09 0 T(°C) -0,101 0,076 -1,33 0,199 %Sb*%Sb 2,418 0,281 8,6 0 %Sb*E -1,081 0,445 -2,43 0,024 R2(ajustado) = 84,8%

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63

5.1.4 - Resultados da superfície de resposta para perda magnética a 1,5T/50Hz como uma função

da espessura de BQ e teor de Sb para temperatura de 1050°C

A tabela V.5 mostra os resultados da análise de regressão da perda magnética P15/50 como uma

função do teor de Sb e espessura da BQ. Os resultados mostram um valor de R2 de 76,1% com

excelente ajuste da equação (5.2) definida, após eliminação dos dados com elevado desvio padrão

e eliminação da temperatura como variável independente, devido a pequena influência deste

parâmetro na indução magnética, como mostrado na tabela V.4.

Tabela V. 5– Superfície de resposta - Regressão: perda magnética a 1,5T/50Hz como uma função

do teor de Sb em massa e espessura da BQ em mm

Regressor Coeficiente Desvio padrão do coeficiente Estatística de teste -t P valor

Constante 1,277 0,11597 11,014 0

%Sb -2,165 0,41463 -5,221 0

E (espessura) 0,698 0,12836 5,438 0

%Sb x %Sb 27,346 2,27140 12,039 0

E x E -0,161 0,03462 -4,665 0

%Sb x E -0,391 0,19630 -1,994 0,05

R2(ajustado) = 76,1%

Definiu-se uma equação para a perda magnética como uma função do teor de Sb e espessura da

BQ considerando uma variação de Sb de 0% a 0,1% em massa e espessura de BQ entre 1,5mm e

2,5mm:

P15/50 = 1,277 – 2,165xSb + 0,698xE + 27,346xSb2 – 0,161xE2 – 0,391xSbxE (5.2)

Onde:

P15/50 - perda magnética a 1,5T e 50 Hz;

Sb - teor de Sb;

E - espessura da BQ de partida na laminação a frio

A figura 5.5 mostra a superfície de resposta para a perda magnética como uma função do teor de

Sb e da espessura de BQ para temperatura de 1050°C.

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64

1 ,9 1 1 ,9 3 1 ,9 5 1 ,9 7 1 ,9 9 2 ,0 1 2 ,0 3

0,0 90 ,0 80 ,0 70 ,060 ,0 50 ,0 40 ,0 30 ,0 20 ,0 10 ,0 0

2,2 5

2,1 5

2,0 5

1,9 5

1,8 5

1,7 5

1,6 5

1,5 5

1,4 5

T eo r d e Sb (% )

Esp

essu

ra (

mm

)

C on to u r P lot o f 1 5 /5 0 C O R

Figura 5.5 – Superfície de resposta da perda magnética como função da espessura da BQ e teor

de Sb nas faixas analisadas para temperatura de 1050°C.

As figuras 5.6 a 5.8 mostram a perda magnética como função das variáveis analisadas, mostrando

uma melhoria de perda com a redução da espessura e com o teor de Sb próximo de 0,045% em

massa. Praticamente não há variação de perda como função da temperatura.

2,251,811,45

2,1

2,0

1,9

1,8

Espessura (mm)

15/5

0CO

R

Figura 5.6 – Mediana da perda magnética como função da espessura de partida da BQ.

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65

0,0980,0450,000

2,1

2,0

1,9

1,8

Teor de Sb (%)

15/5

0CO

R

Figura 5.7 – Mediana da perda magnética como função do teor de Sb.

11351050930

2,1

2,0

1,9

1,8

Temperatura de laminação (°C)

15/5

0CO

R

Figura 5.8 – Mediana da perda magnética como função da temperatura de laminação a quente.

Considerando a menor influência da temperatura de laminação a quente nos resultados de

propriedades magnéticas, passamos a analisar os resultados após cada fase, fixando a temperatura

de laminação a quente em 1050°C por ser uma temperatura intermediária, mostrando os

resultados variando o teor de Sb e espessura da BQ ou grau de deformação a frio.

5.2 – Tamanho de grão e textura das amostras após laminação a quente

A tabela V.6 mostra para a temperatura de laminação a quente de 1050oC, as espessuras das

amostras, que correspondem à média das espessuras reais obtidas, o tamanho de grão das

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66

amostras laminadas a quente (tamanho de grão da BQ) e as frações volumétricas das principais

fibras de texturas cristalográficas, obtidas após laminação a quente, determinadas por EBSD.

Tabela V. 6– Tamanho de grão e textura cristalográfica das amostras laminadas a 1050oC

Textura cristalográfica - Fração volumétrica BQ Teor de Sb (%

em massa)

Espessura (mm)

TG BQ µm

Fibra Eta Fibra Alfa Fibra Ga ma Goss Cubo Fibra Teta

0 1,45 254 0,162 0,169 0,029 0,023 0,035 0,069 0 1,81 290 0,168 0,107 0,087 0,082 0,013 0,044 0 2,25 330 0,265 0,136 0,082 0,127 0,014 0,126

0,045 1,45 249 0,174 0,051 0,115 0,048 0,018 0,029 0,045 1,81 269 0,176 0,146 0,014 0,027 0,039 0,110 0,045 2,25 326 0,159 0,139 0,042 0,074 0,022 0,101 0,098 1,45 215 0,174 0,102 0,073 0,091 0,012 0,032 0,098 1,81 257 0,218 0,107 0,099 0,088 0,030 0,049 0,098 2,25 283 0,152 0,157 0,103 0,061 0,012 0,088

TGBQ – Tamanho de grão das amostras laminadas a quente.

A figura 5.9 mostra o tamanho de grão das amostras após laminação a quente, TGBQ, como uma

função do teor de Sb para a temperatura de laminação a quente (TLQ) de 1050°C, variando a

espessura da BQ. Verifica-se que com o aumento do teor de Sb existe uma tendência de redução

do tamanho de grão da BQ para o teor de 0,098% em massa de Sb. Este fato se deve à

característica deste elemento de segregar nos contornos de grãos e inibir o movimento destes,

conforme já observado por Takashima et al. 1993 e Shimanaka et al. 1982. Para o Sb variando

entre 0% e 0,045% em massa a redução do tamanho de grão é bem menor, e praticamente não se

observa esta característica de inibição de crescimento do tamanho de grão.

A figura 5.10 representa o tamanho de grão das amostras das BQ´s como uma função da

espessura da BQ, para os três teores de Sb. Observa-se que quanto menor a espessura da amostra

laminada a quente menor é o tamanho de grão. Isto se deve principalmente ao maior grau de

deformação imposto durante a laminação a quente nas amostras de menor espessura, que gera

uma estrutura de subgrãos pequenos, aumentando o número de núcleos para a recristalização e,

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67

consequentemente, reduzindo o tamanho de grão recristalizado. Além disto, uma maior taxa de

resfriamento das amostras de menor espessura também contribui para um tamanho de grão menor

(Akta et al., 2005).

200

220

240

260

280

300

320

340

360

380

400

0 0,045 0,098

Sb (%)

Tam

anho

de

grão

(µm

)

Esp BQ 1,45mm

Esp BQ 1,81mm

Esp BQ 2,25mm

Figura 5.9 - TGBQ como uma função do teor de Sb nas três espessuras de BQ.

200

220

240

260

280

300

320

340

360

380

400

1,45 1,81 2,25

Espessura (mm)

Tam

anho

de

grão

(µm

)

Sb 0%

Sb 0,045%

Sb 0,098%

Figura 5.10 - TGBQ como uma função da espessuras de BQ para os três teores de Sb .

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68

As figuras 5.11 A (variando o teor de Sb e fixando a espessura da BQ em 1,45mm e

TLQ=1050oC)), B ( variando espessura da BQ e fixando o teor de Sb=0,045% em massa e

TLQ=1050oC) ilustram respectivamente por meio das microestruturas, a variação do tamanho de

grão com a variação do teor de Sb e o aumento do tamanho de grão da BQ com o aumento da

espessura das amostras laminadas a quente.

Sb 0% e espessura da BQ 1,45mm (A) Sb 0,045% e espessura da BQ 1,45mm (B)

Sb 0,045% e espessura da BQ 1,45mm (A) Sb 0,045% e espessura da BQ 1,81mm (B)

Sb 0,098% e espessura da BQ 1,45mm (A) Sb 0,045% e espessura da BQ 2,25mm (B)

Figura 5.11 – Microestrutura das amostras de BQ (A) Variando teor de Sb, (B) variando

espessura da BQ.

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69

A figura 5.12 mostra a fração volumétrica das principais fibras destacando a variação da textura

cristalográfica das amostras laminadas a quente como função do teor de Sb e da espessura das

amostras. As texturas cristalográficas predominantes das amostras laminadas a quente são as

fibras eta <001>//DL, alfa <011>//DL, gama <111>//DN e teta 100<uvw> para todos os teores

de Sb. A textura cristalográfica não demonstra correlação com os parâmetros analisados. No

anexo IV, são mostradas as FDOCs referentes às amostras após laminação a quente na

temperatura de 1050oC, observa-se uma maior fração volumétrica da fibra eta para todas os teores

de Sb em massa e espessura de BQ.

A estrutura da BQ com uma fração da fibra γ maior, aumentará a probabilidade de geração de

orientações mais favoráveis à magnetização no recozimento final, como a de Goss, conforme

Paolinelli 2008a.

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25

0 0 0 0,045 0,045 0,045 0,098 0,098 0,098

Espessura da BQ (mm) e teor de Sb (%)

Fra

ção

vo

lum

étr

ica

Fibra eta Fibra alfa Fibra gama Fibra teta

Figura 5.12 – Fração volumétrica das principais fibras observadas nas amostras de BQs, como

uma função da espessura da BQ (1,45; 1,81 e 2,25mm) e teor de Sb (0; 0,045 e 0,098% em

massa) para TLQ=1050oC.

5.3 – Tamanho de grão e textura das amostras após o recozimento inicial

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70

Na tabela V.7 está listado o tamanho de grão analisado via microscopia ótica e as principais

fibras de texturas cristalográficas das amostras laminadas a quente e recozidas a 1030°C/60s

analisadas por EBSD.

No anexo V, são mostradas as FDOCs referentes às amostras após laminação a quente a 1050°C

e recozimento a 1030oC, que da mesma maneira das BQ´s observa-se uma textura cristalográfica

sem correlação direta com o teor de Sb e a espessura da BQ.

As figuras 5.13 e 5.14 mostram o tamanho de grão após recozimento inicial como uma função do

teor de Sb e da espessura da BQ respectivamente.

Na figura 5.13 observa-se uma maior variação do tamanho de grão da BQR para o teor de Sb

entre 0,045% e 0,098% em massa e uma menor variação do tamanho de grão para Sb entre 0 e

0,045% em massa. Isto se deve ao fato de que teores da ordem de 0,045% em massa influenciam

muito pouco na ancoragem da movimentação dos contornos de grãos. Por outro lado na figura

5.14 observa-se que a influência da espessura da BQ é grande e ocorre tendência de crescimento

do grão com o aumento da espessura da BQ para todos os teores de Sb, conforme observado

anteriormente nas amostras após laminação a quente.

Tabela V. 7– Tamanho de grão e principais fibras da textura cristalográfica das BQRs para

amostras laminadas a 1050oC.

Textura BQ recozida - Fração volumétrica Teor de Sb (%

em massa)

Espessura da BQ (mm)

TG BQREC

(µµµµm) Goss Cubo

Fibra Alfa Fibra Eta

Fibra Gama Fibra teta

0 1,45 210 0,076 0,007 0,132 0,166 0,086 0,099 0 1,81 230 0,033 0,021 0,088 0,091 0,056 0,092 0 2,25 245 0,092 0,02 0,083 0,219 0,02 0,084

0,045 1,45 213 0,024 0,035 0,098 0,118 0,06 0,081 0,045 1,81 233 0,021 0,055 0,199 0,132 0,033 0,147 0,045 2,25 250 0,02 0,038 0,131 0,139 0,121 0,122 0,098 1,45 179 0,02 0,025 0,158 0,158 0,114 0,152 0,098 1,81 203 0,012 0,042 0,17 0,168 0,059 0,088 0,098 2,25 217 0,023 0,032 0,093 0,141 0,072 0,053

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71

150

170

190

210

230

250

270

0 0,045 0,098

Sb (%)

Tam

anho

de

grão

(µm

)

Esp BQ 1,45mm

Esp BQ 1,81mm

Esp BQ 2,25mm

Figura 5.13 – Tamanho de grão das amostras laminadas a quente e recozidas (TGBQR) em

função do teor de Sb, nas três espessuras de BQ.

150

170

190

210

230

250

270

1,45 1,81 2,25

Espessura (mm)

Tam

anho

de

grão

(µm

)

Sb 0%

Sb 0,045%

Sb 0,098%

Figura 5.14 – Tamanho de grão das amostras laminadas a quente e recozidas (TGBQR) em

função da espessura da BQ para os três teores de Sb.

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72

A figura 5.15 mostra os dados obtidos via EBSD em 3 campos ao longo da espessura das

amostras laminadas a quente e submetidas ao recozimento inicial como função do teor de Sb e da

espessura da BQ para a temperatura de laminação a quente de 1050°C.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25

0 0 0 0,045 0,045 0,045 0,098 0,098 0,098

Espessura da BQ (mm) e teor de Sb (%)

Fra

ção

vo

lum

étri

ca

Fibra eta Fibra alfa Fibra gama Fibra teta

Figura 5.15 – Fração volumétrica das fibras eta, alfa, gama e teta como uma função da espessura

de BQ (1,45; 1,81 e 2,25mm) e teor de Sb (0; 0,045 e 0,098% em massa) para TLQ=1050°C.

As texturas cristalográficas predominantes nas amostras recozidas são similares às das amostras

laminadas a quente: fibras eta, alfa, gama e teta para todos os teores de Sb e espessura de BQ.

A figura 5.16 mostra a microestrutura das amostras após recozimento inicial. Na primeira coluna

da figura, varia-se o teor de Sb na espessura fixa de BQ de 1,45mm e na segunda coluna mantém-

se o teor de Sb fixo em 0,045% variando a espessura da BQ, onde nota-se que o recozimento

inicial tem sua importância voltada para a homogeneização estrutural das BQ´s.

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73

Sb 0% e espessura da BQ 1,45mm (A) Sb 0,045% e espessura da BQ 1,45mm (B)

Sb 0,045% e espessura da BQ 1,45mm (A) Sb 0,045% e espessura da BQ 1,81mm (B)

Sb 0,098% e espessura da BQ 1,45mm (A) Sb 0,045% e espessura da BQ 2,25mm (B)

Figura 5.16– Microestrutura das amostras recozidas: (A) variando teor de Sb, (B) variando

espessura da BQ.

A figura 5.17 mostra a variação do TGBQR como função do TGBQ onde observa-se que o

TGBQR aumenta com o aumento do TGBQ para todos os teores de Sb e espessura da BQ para a

temperatura de laminação a quente de 1050°C.

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74

150

170

190

210

230

250

270

200 220 240 260 280 300 320 340

Tamanho de grão da BQ (µm)

Ta

ma

nho

de g

rão

da

BQ

R ( µ

m)

Sb=0 e GDF=0,76 Sb=0 e GDF=0,81 Sb=0 e GDF=0,84

Sb=0,045 e GDF=0,81 Sb=0,045 e GDF=0,76 Sb=0,045 e GDF=0,84

Sb=0,098 e GDF=0,76 Sb=0,098 e GDF=0,81 Sb=0,098 e GDF=0,84

Figura 5.17– Tamanho de grão da BQR como função do tamanho de grão da BQ

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75

5.4 – Textura cristalográfica das amostras após laminação a frio

As amostras laminadas a quente e submetidas ao recozimento inicial (BQR) foram decapadas em

banho de HCl e laminadas a frio para espessura final de 0,35mm. Na tabela V.8 são listados os

valores de espessuras das amostras (BQR), a espessura final e o grau de deformação a frio

(GDF).

Tabela V. 8– Espessura inicial da BQ, espessura final e grau de deformação a frio (GDF)

Espessura da BQR (mm) Espessura da final (mm) GDF

1,45 0,35 0,76 ou 76%

1,81 0,35 0,81 ou 81%

2,25 0,35 0,84 ou 84%

A textura cristalográfica observada nas amostras como laminadas a frio se resumem

principalmente em fibras alfa, gama, que são estáveis de laminação e em menor quantidade, fibra

teta e componente cubo rodado, conforme mostrado na FDOC da figura 5.18A, para a amostra

com 0,045% em massa de Sb, GDF de 0,76 e temperatura de laminação a quente de 1050°C. A

figura 5.18B mostra a micrografia da mesma amostra. No anexo VI estão ilustradas as FDOC´s

das amostras laminadas a frio para todos os teores de Sb e grau de deformação a frio,

considerando a temperatura de laminação a quente de 1050°C, observa-se uma tendência de

maior intensidade da fibra gama nas amostras com 0,045% em massa de Sb e menor espessura de

BQ de partida (menor GDF). A tabela V.9 mostra os resultados de textura cristalográfica obtidos

no material deformado.

A figura 5.19 mostra a distribuição das principais fibras na estrutura deformada, onde se observa

uma simetria entre as curvas das frações volumétricas das fibras gama e alfa como função do teor

de Sb e GDF, levando a crer que uma varia as custas da outra.

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76

A B

Figura 5.18 – A) FDOC para φ2 = 0° e 45°, da amostra laminada a frio com 76% de redução e B)

microestrutura da amostra deformada.

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,400

0,450

1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25

0 0 0 0,045 0,045 0,045 0,098 0,098 0,098

Espessura da BQ (mm) e teor de Sb (%)

Fra

ção

volu

mét

rica

Fibra eta Fibra alfa Fibra gama Fibra teta

Figura 5.19 – Variação da fração volumétrica das principais fibras nas amostras deformadas,

como função do teor de Sb (0;0,045 e 0,098% em massa) e espessura de partida da BQ.

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77

Tabela V. 9– Valores de fração volumétrica das fibras e componentes de textura cristalográfica

observadas nas amostras após laminação a frio.

Textura cristalográfica da BF como laminada - Fraçã o volumétrica Teor de Sb (%

em massa)

Grau de deformação

a frio Cubo Goss Fibra Alfa Fibra Gama Fibra Eta Fibra T eta 0 0,76 0,009 0,007 0,351 0,312 0,027 0,134 0 0,81 0,011 0,008 0,369 0,286 0,029 0,154 0 0,84 0,013 0,008 0,385 0,269 0,032 0,132

0,045 0,76 0,016 0,010 0,302 0,339 0,037 0,123 0,045 0,81 0,010 0,008 0,350 0,305 0,029 0,136 0,045 0,84 0,007 0,007 0,368 0,328 0,023 0,111 0,098 0,76 0,011 0,008 0,363 0,299 0,030 0,135 0,098 0,81 0,009 0,006 0,404 0,276 0,026 0,141 0,098 0,84 0,008 0,008 0,371 0,320 0,025 0,123

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5.5 – Tamanho de grão e textura da amostras após recozimento final

Após a laminação a frio para a espessura de 0,35mm, as amostras foram submetidas ao

recozimento final a 1030°C por 60s. A tabela V.10 mostra os teores de Sb, graus de

deformação a frio (GDF), tamanho de grão e as principais componentes e fibras da textura

cristalográfica dos grãos após o recozimento final: fração volumétrica das fibras eta, alfa,

gama, teta, fator de textura (definido pela razão entre as frações volumétricas das fibras eta e

gama) e as componentes Goss e cubo.

Tabela V. 10– Tamanho de grão e principais componentes e fibras da textura cristalográfica

das amostras após recozimento final, para TLQ=1050oC.

Principais fibras e componentes Sb (%massa)

GDF (%)

TGBF (µm) Cubo Goss Teta Alfa Gama Eta Eta/Gama

0 76 130 0,055 0,038 0,142 0,093 0,133 0,154 1,154 0 81 140 0,048 0,028 0,143 0,116 0,180 0,132 0,734 0 84 128 0,044 0,020 0,158 0,122 0,170 0,112 0,658

0,045 76 142 0,068 0,039 0,150 0,093 0,109 0,186 1,706 0,045 81 148 0,052 0,033 0,161 0,110 0,120 0,142 1,189 0,045 84 140 0,055 0,028 0,152 0,122 0,126 0,152 1,211 0,098 76 105 0,061 0,029 0,162 0,076 0,141 0,146 1,042 0,098 81 115 0,053 0,026 0,159 0,104 0,127 0,149 1,175 0,098 84 106 0,044 0,021 0,152 0,117 0,139 0,124 0,892

A figura 5.20 mostra o tamanho de grão final das amostras, medido na seção transversal da

chapa em função do teor de Sb, variando o grau de deformação a frio (baseado na espessura

da BQ, laminada a frio para 0,35mm). Após a recristalização e crescimento de grão no

recozimento final, é observado um tamanho de grão bem menor do que os observados após a

laminação a quente e o recozimento inicial. Observa-se uma tendência de redução do tamanho

de grão final com o aumento do teor de Sb de 0,045 para 0,098% em massa, e um pequeno

aumento do tamanho de grão final para valores de 0,045% em massa de Sb. O menor tamanho

de grão das amostras com o teor de 0,098% em massa de Sb é consistente com as observações

sobre o tamanho de grão das amostras laminadas a quente e recozidas. O efeito do Sb, no teor

de 0,098% em massa, em segregar para próximo dos contornos de grãos e inibir o crescimento

de grãos das amostras laminadas a quente e recozidas, anteriormente observado por

(Takashima et al., 1993), foi comprovado nesse experimento.

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79

95

105

115

125

135

145

155

0 0,045 0,098

Sb (%)

Tam

anho

de

Grã

o F

inal

(

µm)

GDF76%

GDF81%

GDF84%

Figura 5.20 – Influência do teor de Sb sobre o tamanho de grão final variando o grau de

deformação a frio (GDF).

O fato do maior tamanho de grão recristalizado para as amostras com teor de Sb

intermediário, pode ser explicado pelo menor efeito de inibição ao crescimento de grão para o

teor de 0,045% em massa de Sb, observado após laminação a quente e recozimento inicial e

também causado pelo aumento da mobilidade dos contornos de grãos de baixa energia,

particularmente se os grãos estão crescendo numa matriz de grãos com textura (111)[uvw]

conforme observado por Lyudkovsky et al., (1983) e Jenko et al (1995 e 1996) .

A figura 5.21A mostra o tamanho de grão final em função do grau de deformação a frio, para

os três teores de Sb e as figuras 5.21B e 5.21C mostram o tamanho de grão final em função

do tamanho de grão da BQR, variando o teor de Sb e espessura da BQ de partida

respectivamente. Observa-se que o maior tamanho de grão ocorre para o grau de deformação

a frio, GDF de 81%, para todos os teores de Sb. A diferença máxima do tamanho de grão final

variando o GDF para um mesmo teor de Sb é de 12 µm, em torno de 10% do tamanho de grão

final das BFR´s, indicando que o elevado grau de deformação a frio (76 a 84%) e a pequena

diferença entre os níveis testados pode ter reduzido o efeito deste parâmetro no tamanho de

grão final. Observa-se ainda que o TGBFR passa por um máximo em função do TGBQR,

quando varia-se o grau de deformação a frio ( figura 5.21B), e ambos, TGBQR e TGBFR

são fortemente influenciados pelo teor de Sb de 0,098% em massa, figura 5.20B e C.

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80

95

105

115

125

135

145

155

76 81 84

(A) Grau de deformação a frio (%)

Tam

anho

de

Grã

o F

inal

(

µm)

Sb 0%

Sb 0,045%

Sb 0,098%

100

110

120

130

140

150

160

170 180 190 200 210 220 230 240 250 260

(B)Tamanho de grão da BQR (µm)

Tam

anho

de

grão

da

BF

R ( µ

m)

Sb=0% Sb=0,045% Sb=0,098%

0,76

0,76

0,76

0,81

0,84

0,81

0,81

0,84

0,84

Valores representam o GDF

80

90

100

110

120

130

140

150

160

170 180 190 200 210 220 230 240 250 260

(C)Tamanho de grão da BQR (µm)

Ta

ma

nho

de

grã

o d

a B

FR

( µm

)

Espessura=1,45mm Espessura=1,81mm Espessura=2,25mm

0,098%

0,045%

S/Sb

0,098%

0,045%

S/Sb

0,045%

S/Sb

0,098%

Figura 5.21 – (A)-Tamanho de grão final como função do grau de deformação a frio variando

o teor de Sb, (B e C)-Tamanho de grão final como função do tamanho de grão da BQR,

variando o teor de Sb e espessura da BQ de partida respectivamente..

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81

O tamanho de grão para o teor de 0,045% em massa de Sb é maior tanto nas BQR´s quanto

nas BFR´s, conforme a figura 5.21B. Podemos considerar que o TGBFR é função do

TGBQR, e que existe um TGBQR ótimo que dará a melhor relação considerando a influência

da nucleação no recozimento final em bandas de cisalhamento e contornos de grãos originais.

A figura 5.22 mostra o tamanho de grão da BFR como função do tamanho de grão da BQR

onde observa-se que o tamanho de grão final passa por um máximo como função do tamanho

de grão da BQR. A partir de 230µm, o tamanho de grão da BQR passa a contribuir

negativamente para o tamanho de grão da BFR, que está consistente com a conclusão de

Paolinelli (2008b), em que um maior tamanho de grão de partida contribui para o aumento da

formação de bandas de cisalhamento durante a laminação a frio, levando a formação de um

maior número de núcleos de recristalização durante o recozimento final e consequentemente

menor tamanho de grão final.

Conforme foi observado anteriormente, o tamanho de grão após laminação a quente e

recozimento inicial são considerados grandes, pois estão na faixa de 179 a 250µm que leva a

ocorrência de bandas de cisalhamento após laminação a frio conforme será analisado no item

de recozimento a diferentes temperaturas.

100

110

120

130

140

150

160

170 180 190 200 210 220 230 240 250 260

Tamanho de grão da BQR (µm)

Tam

anho

de

grão

da

BF

R (

µm)

Sb=0 e GDF=0,76 Sb=0 e GDF=0,81 Sb=0 e GDF=0,84

Sb=0,045 e GDF=0,81 Sb=0,045 e GDF=0,76 Sb=0,045 e GDF=0,84

Sb=0,098 e GDF=0,76 Sb=0,098 e GDF=0,81 Sb=0,098 e GDF=0,84

Figura 5.22 –Tamanho de grão da BFR como função do TGBQR, variando o teor de Sb e

espessura de BQ para a temperatura de laminação a quente constante de 1050°C.

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82

A figura 5.23 mostra por meio das microestruturas a evolução do tamanho de grão das

amostras após recozimento final. Na primeira coluna varia-se o teor de Sb em massa na

espessura constante de 1,45mm (GDF de 76%) e na segunda coluna, mantêm-se o teor de Sb

constante e varia-se a espessura da BQ ou GDF. Pode-se observar que o tamanho de grão após

recozimento final é maior para o teor de Sb e GDF intermediários.

Sb 0% e espessura da BQ 1,45mm (A) Sb 0,045% e espessura da BQ 1,45mm (B)

Sb 0,045% e espessura da BQ 1,45mm (A) Sb 0,045% e espessura da BQ 1,81mm (B)

Sb 0,098% e espessura da BQ 1,45mm (A) Sb 0,045% e espessura da BQ 2,25mm (B)

(A) (B)

Figura 5.23 –Microestrutura das amostras após o recozimento final (a) variando teor de Sb,

(b) variando espessura da BQ

A figura 5.24 mostra variação do fator de textura após recozimento final, definido como

sendo a razão entre as frações volumétricas das fibras eta e gama (eta/gama), como função do

teor de Sb e considerando os três graus de deformação a frio na temperatura de laminação a

quente de 1050°C.

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83

Constata-se que para o valor de 0,045% em massa de Sb obtém-se os maiores valores de fator

de textura, cujo motivo será discutido mais adiante neste capítulo no item 5.7 de recozimento

a diferentes temperaturas.

0,5

0,7

0,9

1,1

1,3

1,5

1,7

1,9

Sb=0 Sb=0,045 Sb=0,098

Teor de Sb (%)

Fat

or d

e te

xtur

a

GDF=0,084 GDF=0,81 GDF=0,76

Figura 5.24 – Fator de textura como uma função do teor de Sb, para TLQ=1050oC e para os

três graus de deformação a frio (GDF).

A figura 5.25 mostra o fator de textura após recozimento final como função do grau de

deformação a frio para os três teores de Sb e temperatura de laminação a quente de 1050°C.

Observa-se uma melhoria do fator de textura com a redução do grau de deformação a frio,

exceto para a amostra com 0,098% em massa de Sb, onde foi observado um valor maior do

fator de textura para o GDF de 0,81.

Considerando a homogeneidade em tamanho dos grãos das amostras laminadas a quente e

recozidas, antes da laminação a frio, pode-se concluir que a melhoria da textura após o

recozimento final para o menor grau de deformação a frio se deve à nucleação e

desenvolvimento de grãos com textura cristalográfica de fácil magnetização pertencentes às

fibras eta e teta, principalmente as componentes Goss e cubo, às custas das fibras alfa e gama,

de acordo com o relatado por Takashima (1993) e Shimanaka (1982) e conforme será

demonstrado mais adiante no item de recozimento final a diferentes temperaturas. De uma

maneira geral, observa-se nas figuras 5.24 e 5.25 que a melhoria da textura ocorre para o teor

de Sb 0,045% em massa e menor grau de deformação a frio.

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84

0,5

0,7

0,9

1,1

1,3

1,5

1,7

1,9

76 81 84

GDF (%)

Fat

or d

e te

xtur

a

Sb=0,098 Sb=0,045 Sb=0

Figura 5.25 – Fator de textura após recozimento final como função do grau de deformação a

frio, para os diferentes teores de Sb na TLQ de 1050°C.

Na figura 5.25 para as amostras sem Sb e com 0,045% em massa de Sb, a maior deformação a

frio resultou em um menor valor do fator de textura. Este resultado esta de acordo com os

resultados relatados por Dafé (2010) e Paolinelli (2012) para deformações variando de 63% a

77%, figura 5.26, onde pode ser observado que o fator de textura passa por um valor máximo

e ocorre para o GDF de 0,63 para a espessura final de 0,50mm, reduzindo com o aumento do

GDF, para temperatura de acabamento de laminação a quente de 1040°C.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

55 63 72 77

Grau de deformação a frio(%)

Fra

ção

volu

mét

rica

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3F

ator

de

text

ura

(eta

/gam

a)

Fibra eta Fibra gama Fator de textura eta/gama

Figura 5.26 – Fração volumétrica e fator de textura após recozimento final como função do

grau de deformação a frio, para um aço com 3% em massa de Si e espessura final 0,5 mm,

conforme Dafé (2010).

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85

As figuras 5.27 A (Sb=0%), B (Sb=0,045% em massa) e C (Sb=0,098% em massa) mostram

as FDOC´s obtidas após recozimento final variando o teor de Sb e grau de deformação a frio,

ilustrando as frações volumétricas apresentadas anteriormente na tabela V.10. Observa-se

também nas figuras 5.27A e 5.27B uma evolução da fibra teta em Φ=0 para os componentes

próximos a Φ1=30° e Φ1 = 60° para o teor de 0,045% em massa de Sb e para o GDF de 0,76.

Uma melhor análise da evolução das fibras e componentes de textura cristalográfica é

apresentada neste capítulo no item 5.7.

FDOC´s das amostras após recozimento final para temperatura de laminação a quente de

1050°C, recozimento inicial de 1030°C, teor de Sb de 0%, variando GDF

Sb=0%

GDF=0,76

Sb=0%

GDF=0,81

Sb=0%

GDF=0,84

Figura 5.27 A – FDOC´s via EBSD das amostras após recozimento final, para teor de Sb de

0% variando o grau de deformação a frio.

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86

FDOC´s das amostras após recozimento final para temperatura de laminação a quente de

1050°C, recozimento inicial de 1030°C, teor de Sb de 0,045% em massa, variando GDF

Sb=0,045%

GDF=0,76

Sb=0,045%

GDF=0,81

Sb=0,045%

GDF=0,84

Figura 5.27 B– FDOC´s via EBSD das amostras após recozimento final, para teor de Sb de

0,045% em massa variando o grau de deformação a frio.

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87

FDOC´s das amostras após recozimento final para temperatura de laminação a quente de

1050°C, recozimento inicial de 1030°C, teor de Sb de 0,098% em massa, variando GDF

Sb=0,098%

GDF=0,76

Sb=0,098%

GDF=0,81

Sb=0,098%

GDF=0,84

Figura 5.27C– FDOC´s via EBSD das amostras após recozimento final, para teor de Sb de

0,098% em massa variando o grau de deformação a frio.

O anexo VII mostra os gráficos ilustrando a evolução das principais fibras e componentes de

texturas cristalográficas das BQ´s, BQR´s, BF´s e BFR´s. Pois conforme já comentado, o

ideal é atingir o máximo possível de fração volumétrica de fibra gama na BQR de maneira a

permitir a obtenção de uma textura cristalográfica de partida após laminação a frio que

permita a nucleação de grãos com texturas de fácil magnetização durante o recozimento final

de acordo com Paolinelli 2008a. A figura 5.28 mostra a correlação entre a fração volumétrica

da fibra eta na amostra após recozimento final e da fração volumétrica da fibra gama das

amostras após laminação frio, onde observa-se que quanto maior a fração volumétrica da fibra

gama nas amostras deformadas, maior a fração volumétrica da fibra eta nas amostras após

recozimento final. Alem desta observação, foi constatado ainda que as componentes Goss e

cubo têm a mesma tendência de crescimento na BFR com o aumento da fibra gama nas

amostras deformadas. Quanto maior a fibra gama na BQR maior a fibra gama nas amostras

após laminação a frio. Quanto maior a fibra gama na BQ menor a fibra alfa na BQR. Quanto

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88

maior a fração volumétrica da fibra eta na BQ, menor a fibra gama na BQR. Estas

informações são de importância relevante para prever a melhoria das propriedades magnéticas

como função da evolução das principais fibras e componentes nas diversas fases do processo

produtivo.

0,100

0,110

0,120

0,130

0,140

0,150

0,160

0,170

0,180

0,190

0,250 0,270 0,290 0,310 0,330 0,350

Fração volumétrica da fibra gama na BF

Fra

ção

volu

mét

rica

da fi

bra

eta

na B

FR

Sb=0 e GDF=0,76 Sb=0 e GDF=0,81 Sb=0 e GDF=0,84Sb=0,045 e GDF=0,81 Sb=0,045 e GDF=0,76 Sb=0,045 e GDF=0,84Sb=0,098 e GDF=0,76 Sb=0,098 e GDF=0,81 Sb=0,098 e GDF=0,84

Figura 5.28 – Fração volumétrica da fibra eta após recozimento final como função da fibra

gama nas amostras após laminação a frio.

5.6 – Propriedades magnéticas das amostras após o recozimento final

A tabela V.11 mostra os resultados de propriedades magnéticas (perda a 1,5T/50Hz, P15/50, e

indução a 5000A/m, B50) medidas em chapa única no sentido de laminação.

Tabela V. 11– Propriedades magnéticas obtidas em chapa única e tamanho de grão final, para

TLQ=1050ºC

Sb (% em

massa) GDF (%) B50 (mT) Perda W/kg (1,5T/50Hz)

0 76 1702 1,950 0 81 1692 1,996 0 84 1682 2,024

0,045 76 1711 1,897 0,045 81 1701 1,935 0,045 84 1696 1,951 0,098 76 1701 1,957 0,098 81 1694 1,990 0,098 84 1682 1,986

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89

As figuras 5.29 e 5.30 mostram o efeito do teor de Sb sobre a perda magnética a 1,5T/50Hz e

indução magnética a 5000A/m, respectivamente, para os três graus de deformação a frio,

GDF, de 76%, 81% e 84%, para a espessura final de 0,35mm e temperatura de laminação a

quente de 1050°C.

1,851,87

1,89

1,91

1,931,95

1,971,99

2,012,03

2,05

0 0,045 0,098

Sb (%)

Per

da m

agné

tica

(W/k

g)

GDF 76%

GDF 81%

GDF 84%

Figura 5.29 – Perda magnética a 1,5T/50Hz como função do teor de Sb, para os diferentes

graus de deformação a frio (GDF).

1670

1680

1690

1700

1710

1720

0 0,045 0,098

Sb (%)

B50

(mT

)

GDF 76%

GDF 81%GDF 84%

Figura 5.30 – Indução magnética, B50, como função do teor de Sb, para os diferentes graus de

deformação a frio (GDF).

Observa-se os melhores resultados de perda magnética a 1,5T/50Hz e indução magnética a

5000A/m para valores intermediários de Sb de 0,045% em massa e menor grau de deformação

a frio. Estes resultados de propriedade magnética são explicados pela melhoria da textura

cristalográfica para o teor de Sb intermediário e menor grau de deformação a frio, bem como

devido ao efeito do tamanho de grão final sobre a perda magnética.

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90

As figuras 5.31 e 5.32 mostram os resultados de perda magnética e indução magnética em

função do tamanho de grão final, para as amostras analisadas na temperatura de laminação a

quente de 1050°C. Observa-se os melhores resultados de perda magnética e indução

magnética para os teores de Sb de 0,045% em massa e menor grau de deformação a frio. No

entanto, não se observa uma consistente tendência de melhoria das propriedades magnéticas

com o aumento do tamanho de grão.

Em trabalho anterior voltado para o grau de deformação a frio em aços com 3% em massa de

Si e espessura final 0,50mm, Dafé (2010) observou que a melhoria da perda magnética tem

uma contribuição de um grau de deformação ótimo, em que o tamanho de grão final ótimo

somado a uma textura de fácil magnetização apresentam os melhores resultados de

propriedades magnéticas. Com a adição de Sb observamos que também existe uma relação

ótima de tamanho de grão final e textura cristalográfica ditada pelo teor deste elemento.

1,881,9

1,921,941,961,98

22,022,04

100 110 120 130 140 150

Tamanho de grão (µm)

Pe

rda

ma

gnét

ica

(W/k

g)

0.000% Sb e 76% GDF 0.000% Sb e 81% GDF 0.000% Sb e 84% GDF0.045% Sb e 76% GDF 0.045% Sb e 81% GDF 0.045% Sb e 84% GDF0.098% Sb e 76% GDF 0.098% Sb e 81% GDF 0.098% Sb e 84% GDF

Figura 5.31 – Perda magnética a 1,5T/50Hz em função do tamanho de grão final, para os

diferentes teores de Sb e graus de deformação a frio, para TLQ=1050°C.

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91

1680

1685

1690

1695

1700

1705

1710

1715

100 110 120 130 140 150

Tamanho de grão (µm)

Ind

. ma

g. -

B50

(m

T)

0.000% Sb e 76% GDF 0.000% Sb e 81% GDF 0.000% Sb e 84% GDF0.045% Sb e 76% GDF 0.045% Sb e 81% GDF 0.045% Sb e 84% GDF0.098% Sb e 76% GDF 0.098% Sb e 81% GDF 0.098% Sb e 84% GDF

Figura 5.32 –Indução magnética em função do tamanho de grão final, para os diferentes

teores de Sb e graus de deformação a frio, para TLQ=1050°C.

As figuras 5.33 e 5.34 mostram os valores de perda magnética a 1,5T/50Hz como função do

tamanho de grão das BQ´s e das BQR´s respectivamente, onde observa-se uma leve tendência

de piora da perda magnética para tamanho de grão excessivo, pode-se observar que o tamanho

de grão ideal está em torno de 250µm para a BQ e 210µm para a BQR.

1,85

1,87

1,89

1,91

1,93

1,95

1,97

1,99

2,01

2,03

2,05

200 220 240 260 280 300 320 340

Tamanho de grão da BQ (µm)

Per

da m

agn

étic

a (

W/k

g)

Sb=0 e GDF=0,76 Sb=0 e GDF=0,81 Sb=0 e GDF=0,84

Sb=0,045 e GDF=0,81 Sb=0,045 e GDF=0,76 Sb=0,045 e GDF=0,84

Sb=0,098 e GDF=0,76 Sb=0,098 e GDF=0,81 Sb=0,098 e GDF=0,84

Figura 5.33 –Perda magnética como função do TGBQ, para os diferentes teores de Sb e graus

de deformação a frio e para TLQ=1050°C.

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92

1,85

1,87

1,89

1,91

1,93

1,95

1,97

1,99

2,01

2,03

2,05

200 210 220 230 240 250 260

Tamanho de grão da BQR (µm)

Per

da m

agn

étic

a (

W/k

g)

Sb=0 e GDF=0,76 Sb=0 e GDF=0,81 Sb=0 e GDF=0,84

Sb=0,045 e GDF=0,81 Sb=0,045 e GDF=0,76 Sb=0,045 e GDF=0,84

Sb=0,098 e GDF=0,76 Sb=0,098 e GDF=0,81 Sb=0,098 e GDF=0,84

Figura 5.34 – Perda magnética como função do TGBQR, para os diferentes teores de Sb e

graus de deformação a frio e para TLQ=1050°C.

As figuras 5.35 e 5.36 mostram os resultados de perda a 1,5T/50Hz e indução magnética a

5000A/m, respectivamente, como uma função do fator de textura (razão entre as frações

volumétricas das fibras eta e gama; eta [001]//DL / gama [111]//DN) para os diferentes teores

de Sb e graus de deformação a frio (GDF), para a temperatura de laminação a quente de

1050°C. Verifica-se a tendência da indução magnética aumentar e a perda magnética

diminuir com o aumento do fator de textura.

1,881,901,921,941,961,982,002,022,04

0,600 0,800 1,000 1,200 1,400 1,600 1,800

Fator de textura (eta/gama)

Pe

rda

ma

gné

tica(

W/k

g)

0.000% Sb e 76% GDF 0.000% Sb e 81% GDF 0.000% Sb e 84% GDF0.045% Sb e 76% GDF 0.045% Sb e 81% GDF 0.045% Sb e 84% GDF0.098% Sb e 76% GDF 0.098% Sb e 81% GDF 0.098% Sb e 84% GDF

Figura 5.35 – Perda magnética como uma função do fator de textura, para os diferentes teores

de Sb e graus de deformação a frio (GDF), para TLQ=1050°C.

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93

1680

1685

1690

1695

1700

1705

1710

1715

0,600 0,800 1,000 1,200 1,400 1,600 1,800

Fator de textura (eta/gama)

Indu

ção

mag

nétic

a-B

50 (m

T)

0.000% Sb e 76% GDF 0.000% Sb e 81% GDF 0.000% Sb e 84% GDF0.045% Sb e 76% GDF 0.045% Sb e 81% GDF 0.045% Sb e 84% GDF0.098% Sb e 76% GDF 0.098% Sb e 81% GDF 0.098% Sb e 84% GDF

Figura 5.36– Indução magnética como uma função do fator de textura, para os diferentes

teores de Sb e graus de deformação a frio (GDF), para TLQ=1050°C.

Observa-se que os melhores resultados de perda magnética e indução magnética estão

concentrados no teor de 0,045% em massa de Sb e menor grau de deformação a frio, com os

maiores valores do fator de textura.

5.7 - Recozimento final a diferentes temperaturas

Com o objetivo de avaliar a influência do Sb na formação da textura cristalográfica e na

evolução do tamanho de grão, buscando explicar a melhoria das propriedades magnéticas para

o teor de Sb de 0,045% em massa, amostras na espessura final de 0,35mm foram recozidas em

várias temperaturas de maneira a avaliar a evolução da textura cristalográfica e tamanho dos

grãos para os três teores de Sb, para temperatura de laminação a quente fixa de 1050°C e grau

de deformação a frio fixo de 81% (espessura da amostra laminada a quente de 1,81mm).

Amostras foram submetidas às diferentes temperaturas de recozimento final de 630, 670, 730,

770, 950, 910 e 1030ºC em forno contínuo com tempo de encharque de 60s. Mediu-se o

tamanho de grão recristalizado via EBSD e as frações volumétricas das principais fibras e

componentes da textura por difração de raios X, cujos valores estão listados na tabela V.12.

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94

Tabela V. 12– Recozimento final a diferentes temperaturas e as frações volumétricas das

principais fibras e componentes de textura cristalográfica

Fração volumétrica T (ºC) Sb

(% em massa) Cubo Goss Fibra Alfa Fibra Gama Fibra Eta Fibra Teta Eta/Gama TG (µµµµm)

630 0 0,010 0,008 0,350 0,305 0,027 0,135 0,087 0

630 0,045 0,011 0,008 0,358 0,320 0,030 0,143 0,093 0

630 0,098 0,014 0,008 0,356 0,315 0,033 0,124 0,104 0

670 0 0,024 0,010 0,344 0,245 0,049 0,172 0,199 3,98

670 0,045 0,018 0,016 0,397 0,237 0,056 0,149 0,234 5,67

670 0,098 0,016 0,011 0,374 0,273 0,041 0,158 0,151 4,41

730 0 0,049 0,068 0,199 0,197 0,187 0,142 0,948 10,23

730 0,045 0,048 0,060 0,204 0,187 0,167 0,131 0,897 10,47

730 0,098 0,044 0,050 0,213 0,208 0,153 0,139 0,737 8,99

770 0 0,052 0,065 0,114 0,224 0,188 0,106 0,839 14,72

770 0,045 0,056 0,065 0,121 0,200 0,194 0,129 0,969 17,06

770 0,098 0,050 0,054 0,174 0,176 0,174 0,151 0,988 11,13

850 0 0,064 0,051 0,080 0,196 0,192 0,132 0,984 37,31

850 0,045 0,051 0,066 0,095 0,195 0,193 0,122 0,987 39,75

850 0,098 0,051 0,052 0,095 0,206 0,175 0,123 0,847 30,06

910 0 0,050 0,037 0,095 0,202 0,150 0,122 0,745 60,17

910 0,045 0,066 0,040 0,085 0,126 0,184 0,165 1,459 58,34

910 0,098 0,057 0,048 0,093 0,185 0,179 0,131 0,968 49,82

1030 0 0,053 0,027 0,121 0,164 0,141 0,158 0,863 140,0

1030 0,045 0,059 0,034 0,102 0,114 0,152 0,166 1,324 148,0

1030 0,098 0,054 0,026 0,089 0,133 0,143 0,151 1,076 115,5

5.7.1 - Evolução do tamanho de grão

Os resultados de tamanho de grão recristalizados medidos no EBSD são mostrados na figura

5.37, para os três teores de Sb, onde observa-se a evolução do tamanho de grão final com o

aumento da temperatura de recozimento. Verifica-se um menor tamanho de grão das amostras

com maior teor de Sb, 0,098% em massa a partir da temperatura de 770°C. Praticamente não

há diferença de tamanho de grão entre as amostras sem Sb e com 0,045% em massa de Sb.

Estas amostras têm tamanho de grão similares antes da laminação a frio, 230µm e 233µm,

respectivamente. Como a evolução do tamanho de grão no recozimento a diferentes

temperaturas é praticamente o mesmo para as amostras sem Sb e com 0,045% em massa de

Sb, significa que o efeito do Sb em aumentar a densidade de bandas de cisalhamento

(Haratani et al., 1984; Takashima et al., 1993) e em aumentar a taxa de crescimento de grãos

com contornos de baixa energia, se sobrepõem e se cancelam, para o grau de deformação

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95

imposto na laminação a frio de 81%, logo o teor de Sb de 0,045% não inibe o crescimento de

grão.

0,0020,0040,0060,0080,00

100,00120,00140,00160,00

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura de recozimento (°C)

Tam

anho

de

grão

(µm

)

Sb=0% Sb=0,045% Sb=0,098%

Figura 5.37 – Tamanho de grão recristalizado como uma função da temperatura de

recozimento, variando o teor de Sb, grau de deformação a frio de 81% e TLQ de 1050°C.

As amostras com 0,098% em massa de Sb apresentaram menor tamanho de grão final devido

ao fato do Sb segregar próximo dos contornos de grãos nas etapas anteriores do processo

(após laminação a quente e recozimento inicial), restringindo o crescimento de grão durante o

recozimento inicial, que irá originar grãos menores durante a etapa de recozimento final. O

menor tamanho de grão final também é explicado por uma maior densidade de bandas de

cisalhamento, ver figura 5.39. Estas bandas de cisalhamento aumentam o número de sítios de

núcleos contribuindo para reduzir o tamanho de grão recristalizado, situação que persiste na

etapa de crescimento de grão posterior, resultando em um tamanho de grão mais homogêneo

após o recozimento final, conforme constatado anteriormente e observado nos anexos I, II e

III.

A figura 5.38 mostra as microestruturas das amostras indicando qualitativamente o tamanho e

forma de grão em cada etapa do recozimento, onde observa-se que o início da recristalização

ocorre próximo da temperatura de 670°C, ver detalhe com maior aumento na figura 5.39, para

os três teores de Sb. À temperatura de 770ºC observa-se a recristalização completa e verifica-

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96

se que a estrutura de grãos é mais fina para a amostra contendo 0,098% em massa de Sb. Esta

observação está próxima dos valores apresentados por Cunha et al. (2003), onde mostraram

que um aço de grão não orientado com teor de Si 3% em massa, laminado em dois estágios

com recozimento intermediário e com uma espessura final de 0,5mm, recristaliza em torno de

90% próximo da temperatura de 800°C.

O início da recristalização das amostras a 670°C evidencia a presença de bandas de

cisalhamento, detalhe na figura 5.39, que fazem um ângulo de aproximadamente 35º com a

direção de laminação, sendo sítios potenciais para a nucleação de recristalização. Observa-se

nas figuras 5.40A a 5.40F, que representam as FDOC´s e as micrografias geradas via EBSD,

que as amostras submetidas ao recozimento na temperatura de 670°C mostram uma maior

recristalização nas bandas de cisalhamento, com maior incidência nas amostras com teor de

Sb de 0,045% e 0,098% em massa. Segundo (Takashima, 1993; Shimanaka, 1982;

Lyudkovsky et al., 1983), o Sb segregado próximo aos contornos de grãos antes da

deformação a frio favorece a nucleação de grãos com orientação de fibra eta e teta,

principalmente as componente Goss e cubo nas bandas de cisalhamento. Estes grãos têm uma

taxa de crescimento maior por apresentarem menor energia de contorno de grão em relação

aos contornos dos grãos com textura cristalográfica típica de material deformado, fibra gama

e alfa.

Durante o recozimento a diferentes temperaturas, foi observação que a partir da temperatura

de 730°C ocorre uma maior homogeneidade dos grãos recristalizados, e somente a amostra

com teor de Sb 0,098% em massa mostra um tamanho de grão menor até a recristalização

completa e durante a fase de crescimento de grãos.

Observa-se ainda nas micrografias que o Sb antecipa o inicio da nucleação de recristalização

em relação ao material sem Sb, provavelmente devido à formação de maior quantidade de

heterogeneidades na fase de deformação a frio no material com Sb, e esta tendência não é

mantida na etapa de crescimento de grãos, em que o material com e sem Sb apresentam

praticamente os mesmos tamanhos de grãos, se destacando o material com 0,098% em massa

de Sb que apresenta menor tamanho de grão durante toda a etapa de crescimento.

Page 115: CETEC – UEMG - repositorio.ufop.br · laminação a frio sobre as ... Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052 ... Figura 3.21- Efeito do tamanho de

T (°C) Sb = 0 % TLTQ 1050 GDF 81% Sb = 0,045% TLTQ 1050 GDF 81% Sb = 0,098% TLTQ 1050 GDF 81%

630

670

730

770

850

910

1030

Figura 5.38 – Metalografia no ótico após cada etapa do recozimento.

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98

Sb = 0 % TLTQ 1050 GDF 81% Sb = 0,045% TLTQ 1050 GDF 81% Sb = 0,098% TLTQ 1050 GDF 81%

Figura 5.39 – Detalhe das amostras variando o teor de Sb recozidas a 670°C.

Figura 5.40 A - FDOC para φ2=0° e φ2=45° da amostra na condição de temperatura de

recozimento de 670°C, teor de Sb 0% em massa, GDF 81% e TLQ 1050°C

Figura 5.40 B – Microestrutura da amostra na condição de temperatura de recozimento de

670°C, teor de Sb 0%, GDF 81% e TLQ 1050°C mostrando as texturas cristalográficas

predominantes.

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99

Figura 5.40 C – FDOC para φ2=0° e φ2=45° da amostra na condição de temperatura de

recozimento de 670°C, teor de Sb 0,045% em massa, GDF 81% e TLQ 1050°C

Figura 5.40 D – Microestrutura da amostra na condição de temperatura de recozimento de

670°C, teor de Sb 0,045% em massa, GDF 81% e TLQ 1050°C mostrando as texturas

cristalográficas predominantes.

Figura 5.40 E – FDOC para φ2=0° e φ2=45° da amostra na condição de temperatura de

recozimento de 670°C, teor de Sb 0,098% em massa, GDF 81% e TLQ 1050°C.

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100

Figura 5.40 F – Microestrutura da amostra na condição de temperatura de recozimento de

670°C, teor de Sb 0,098% em massa, GDF 81% e TLQ 1050°C, mostrando as texturas

cristalográficas predominantes.

5.7.2 – Evolução da textura cristalográfica

Na figura 5.41 observa-se que até a temperatura de 850°C o fator de textura (razão entre as

frações volumétricas das fibras eta e gama), é praticamente independente do teor de Sb. Para

temperaturas maiores que 850ºC, durante o crescimento de grão, verifica-se um aumento do

fator de textura para o material com 0,045% em massa de Sb e a manutenção dos valores

deste fator para o material sem Sb e um pequeno crescimento para a amostra com 0,098% em

massa de Sb.

O resultado obtido no fator de textura é mais influenciado pela redução da fração volumétrica

da fibra gama, que reduz tanto na fase de recristalização quanto na fase de crescimento de

grão, do que pelo aumento da fração volumétrica da fibra eta que se desenvolve na fase de

recristalização de 670 a 730°C, mantendo-se praticamente constante na fase de crescimento

de grão, conforme pode ser observado nas FDOC´s geradas no EBSD a partir de dados

levantados via RX no anexo VIII e nas figuras 5.42 e 5.43.

O teor de 0,045% em massa de Sb contribui para inibir o crescimento dos grãos com fibra

gama durante a fase decrescimento acima de 850°C, conforme pode ser observado na figura

5.42.

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101

0,00

0,30

0,60

0,90

1,20

1,50

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura de recozimento (°C)

Fat

or d

e te

xtur

a

Sb=0% Sb=0,045% Sb=0,098%

Figura 5.41- Fator de textura como uma função da temperatura de recozimento.

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura de recozimento (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

Sb=0% Sb=0,045% Sb=0,098%

Figura 5.42 – Fração volumétrica da fibra gama como função da temperatura de recozimento.

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura de recozimento (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

Sb=0% Sb=0,045% Sb=0,098%

Figura 5.43 – Fração volumétrica da fibra eta como função da temperatura de recozimento.

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102

As figuras 5.44, 5.45, 5.46 e 5.47 mostram a evolução da fração volumétrica das componentes

Goss, cubo e das fibras teta e alfa, respectivamente, sendo observado que a componente Goss

cresce rapidamente na fase de recristalização e reduz na etapa de crescimento de grão para os

três teores de Sb, não apresentando diferença significativa entre os teores de Sb com o

aumento da temperatura de recozimento.

0,000,010,020,030,040,050,060,070,08

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura de recozimento (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

Sb=0% Sb=0,045% Sb=0,098%

Figura 5.44 – Fração volumétrica da componente Goss como função da temperatura de

recozimento.

A componente cubo e a fibra teta seguem a mesma tendência do fator de textura, crescendo

acima da temperatura de 850°C para o teor de Sb de 0,045% em massa. A fibra alfa, figura

5.44, fibra de deformação, reduz acentuadamente na etapa de recristalização e permanece

constante na etapa de crescimento de grão, tambem não apresenta diferença significativa para

os teores de Sb.

0,000,010,020,030,040,050,060,07

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura de recozimento (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

Sb=0% Sb=0,045% Sb=0,098%

Figura 5.45 – Fração volumétrica da componente cubo como função da temperatura de

recozimento.

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103

0,10

0,12

0,14

0,16

0,18

0,20

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura de recozimento (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

Sb=0% Sb=0,045% Sb=0,098%

Figura 5.46 – Fração volumétrica da fibra teta como função da temperatura de recozimento.

0,050,100,150,200,250,300,350,400,45

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura de recozimento (°C)

Fra

ção

vol

um

étric

a

Sb=0% Sb=0,045% Sb=0,098%

Figura 5.47 – Fração volumétrica da fibra alfa como função da temperatura de recozimento.

A figura 5.48 mostra a variação da fração volumétrica das fibras alfa e eta como uma função

da temperatura de recozimento na faixa de temperatura de crescimento de grão, onde observa-

se que o aumento da fibra eta ocorre as custas da redução da fibra alfa, para amostras com teor

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

730 770 850 910 1030

Temperatura (°C)

Fra

ção

vo

lum

étr

ica

Fibra Alfa Fibra Eta

Figura 5.48 – Variação da fração volumétrica das fibras alfa e eta como uma função da

temperatura de recozimento, para amostras com teor de Sb de 0,045% em massa.

Page 122: CETEC – UEMG - repositorio.ufop.br · laminação a frio sobre as ... Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052 ... Figura 3.21- Efeito do tamanho de

104

de Sb de 0,045% em massa, a mesma tendência é observada para as outras duas ligas.

As figuras 5.49 e 5.50 mostram a variação da fração volumétrica das fibras teta e gama como

função da temperatura de recozimento na faixa de temperatura de crescimento de grão para

amostras com teor de Sb de 0,045% em massa e sem Sb, respectivamente. Observa-se que o

aumento da fibra teta ocorre as custas da redução da fibra gama, conforme observado tambem

por (Cunha, 2004). Para a liga sem Sb, figura 5.50, o cruzamento das curvas da evolução das

fibras teta e gama, no crescimento de grão, ocorre na temperatura de 1030°C, enquanto para o

teor de 0,045% em massa de Sb, figura 5.49 o cruzamento das curvas ocorre abaixo de 910°C,

confirmando o papel do Sb em antecipar a migração dos contornos de baixa energia.

A figura 5.51 mostra a análise comparativa das intensidades das fibras teta e gama para Φ2

=45° e Φ=0°(fibra teta) e Φ=55°(fibra gama) ao longo de Φ1 a partir dos dados gerados pela

análise via RX, para 0,045% em massa de Sb, GDF de 0,81 e temperatura de laminação a

quente de 1050°C, mostrando a variação destas com o aumento da temperatura de

recozimento final de 850°C para 910°C. A componente da fibra teta que tende a aumentar

está próxima de (001)[130] e a componente da fibra gama que tende a diminuir está próxima

de (111)[112] e estas duas orientações formam entre si contorno muito próximo de um

contorno CSL Σ11, que é um contorno de baixa energia, conforme Hunphreys et al. (2004).

Este fato explica o crescimento da fibra teta. Logo o papel do Sb consiste em antecipar a

migração destes contornos de baixa energia, conforme observado nas figuras 5.49, 5.50 e

5.51.

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

0,200

0,220

730 770 850 910 1030

Temperatura (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

Fibra Teta Fibra Gama

Figura 5.49 – Variação da fração volumétrica das fibras teta e gama como uma função da

temperatura de recozimento para a liga com Sb 0,045% em massa.

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105

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

0,200

0,220

0,240

760 840 900 1030

Temperatura (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

Fibra teta Fibra Gama

Figura 5.50 – Variação da fração volumétrica das fibras teta e gama como uma função da

temperatura de recozimento para a liga sem Sb.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95

Φ1

Inte

nsi

dad

e

TETA-PHI2=45-PHI=0-850°C GAMA-PHI2=45-PHI=55-850°C

TETA-PHI2=45-PHI=0-910°C GAMA-PHI2=45-PHI=55-910°C

Figura 5.51 – Variação da intensidade das fibras teta e gama como uma função do ângulo em

Φ1 para as temperaturas de recozimento parcial de 850 e 910°C.

As figuras 5.52, 5.53 e 5.54 mostram os gráficos comparativos para 0%, 0,045% e 0,098% em

massa de Sb, respectivamente, com as frações volumétricas das fibras mais importantes e o

fator de textura como uma função da temperatura de recozimento parcial. Observa-se que para

a amostra sem Sb, figura 5.52, o fator de textura melhora na recristalização as custas da

redução da fibra gama permanecendo praticamente constante na fase de crescimento de grão.

Nas figuras 5.53 e 5.54, para teores de 0,045 e 0,098% em massa de Sb, respectivamente,

observa-se que o fator de textura, além de melhorar na fase de recristalização, entre 670 e

730°C, melhora na fase de crescimento de grão nas temperaturas superiores a 850°C, com

maior intensidade para o teor de Sb de 0,045% em massa.

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106

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

Fat

or d

e te

xtur

a

Alfa Gama Eta Teta Fator de textura

Figura 5.52 – Fração volumétrica das principais fibras e fator de textura como função da

temperatura de recozimento para teor de Sb 0%.

0,000,050,100,150,200,250,300,350,400,450,50

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

Fat

or d

e te

xtur

a

Alfa Gama Eta Teta Fator de textura

Figura 5.53 – Fração volumétrica das principais fibras e fator de textura como função da

temperatura de recozimento para teor de Sb 0,045% em massa.

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0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

630 670 730 770 850 910 1030

Temperatura (°C)

Fra

ção

volu

mét

rica

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

Fat

or d

e te

xtur

a

Alfa Gama Eta Teta Fator de textura

Figura 5.54 – Fração volumétrica das principais fibras e fator de textura como função da

temperatura de recozimento para teor de Sb 0,098% em massa.

Considerando que a temperatura de laminação a quente e grau de deformação a frio foram

mantidos constantes, a variável a ser avaliada em cada temperatura de tratamento térmico de

recozimento é o teor de Sb. Pode-se concluir que o teor de Sb afeta o tamanho de grão, para

valores mais altos, próximo de 0,098% em massa, e que nas temperaturas de recozimento

acima de 850°C, ocorre a predominância das texturas de fácil magnetização para a liga com

0,045% em massa de Sb em relação as outras duas, influenciando positivamente nas

propriedades magnéticas. Para o teor de Sb 0,098% em massa existe uma concorrência de

melhoria da textura e redução do tamanho de grão reduzindo sua contribuição para a melhoria

das propriedades magnéticas. Para a liga sem Sb o fator de textura é pobre em relação a liga

com 0,045% em massa de Sb, apesar de apresentar tamanho de grão próximo da liga com Sb

de 0,045% em massa.

.

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108

CAPÍTULO VI - CONCLUSÕES

A adição controlada de Sb no aço elétrico com 3% em massa de Si e 0,60% em massa de Mn

somado a um menor grau de deformação a frio, com recozimento inicial adequado, permite

uma melhoria das propriedades magnéticas, perda e indução, em função da melhoria da

textura cristalográfica, em especial o fator de textura, associado a um tamanho ótimo de grão

após recozimento final de 140µm.

Quando aumentamos o teor de Sb de 0% para 0,045% em massa obtivemos uma melhoria da

perda e da indução magnética, por outro lado quando variamos o teor de Sb de 0,045% para

0,098% em masssa observamos um aumento na perda e redução na indução magnética, pode-

se considerar que este resultado se deve a uma melhoria do fator de textura para o valor de

0,045% em massa de Sb e redução deste fator quando aumenta-se o teor de Sb para 0,098%

em massa, somado a um menor tamanho de grão final para o valor mais alto de Sb.

A temperatura de laminação a quente não apresentou muita influência nos resultados finais,

principalmente devido ao recozimento inicial das amostras laminadas a quente a 1030°C,

homogeneizando a estrutura de grãos.

Uma avaliação estatistica dos dados permitiu através de análise de regressão linear múltipla a

obtenção de uma equação referencial para prever os valores de perda magnética e indução

magnética como função do teor de Sb e espessura da amostra laminada a quente para

temperatura de acabamento de laminação a quente de 1050°C, quando variamos o teor de Sb

de 0 a 0,1% em massa e a espessura de partida da BQ entre 1,5 e 2,5mm.

Foi observado aumento do tamanho de grão das amostras laminadas a quente como função da

espessura final de laminação a quente. O Sb contribui para redução do tamanho de grão após

laminação a quente e após recozimento inicial, para o valor de 0,098% em massa,

confirmando o efeito deste elemento em segregar próximo dos contornos de graos e desta

maneira contribuir na restrição ao movimento destes afetando seu crescimento. Até o teor de

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109

0,045% em massa de Sb não houve muita influência no tamanho de grão das amostras

laminadas a quente e laminadas a quente e recozidas.

No recozimento final em diferentes temperaturas, obteve-se um menor tamanho de grão das

amostras com maior teor de Sb (0,098% em massa) a partir da temperatura de 770°C durante

o crescimento de grão. Praticamente não há diferença de tamanho de grão entre as amostras

sem Sb e com 0,045% em massa de Sb durante a recristalização e crescimento de grão. Estas

amostras têm tamanho de grão similares antes da laminação a frio, 230µm e 233µm,

respectivamente. Como a evolução do tamanho de grão no recozimento final a diferentes

temperaturas é praticamente o mesmo para estas amostras, significa que o efeito do Sb até

0,045% em massa não afetou o tamanho de grão final.

No recozimento final, na fase de recristalização não foi observado diferença significativa de

textura cristalográfica entre os materiais com diferentes teores de Sb. Durante o recozimento

final para o teor intermediário de Sb de 0,045% em massa ocorreu um aumento do fator de

textura na fase de crescimento de grão, acima de 850°C, as custas da redução da fração

volumétrica da fibra gama. Foi ainda observado que a fração volumétrica da fibra teta

aumenta na fase de crescimento de grão as custas da redução da fração volumétrica da fibra

gama. A fração volumétrica da fibra eta aumenta na fase de recristalização às custas da

redução da fração volumétrica das fibras alfa e gama, mantendo-se constante na etapa de

crescimento de grão. A tendência de melhoria do fator de textura na fase de crescimento de

grão, não foi observada no material sem Sb.

O mecanismo responsável pela melhoria nas propriedades magnéticas está relacionado com a

hipótese de que o Sb durante o recozimento final na fase de crescimento de grãos aumenta a

mobilidade dos contornos de grãos de baixa energia, antecipando a migração de contornos de

grãos da fibra teta próximo da componente (001)[130] as custas da redução dos contornos de

grãos da fibra γ próximo da componente (111)[112], que formam entre si contorno muito

próximo de um contorno CSL Σ11 de baixa energia.

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110

CAPÍTULO VII - SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Desenvolvimento de trabalho semelhante usando o Sn como elemento de melhoria de textura;

Avaliação das propriedades mecânicas e magnéticas com a adição de Sb e ou Sn em um aço

com 3,3% em massa de Si;

Estudar e avaliar o efeito da segregação de Sb e Sn para a superfície e contornos de grão em

aços com 3% e 3,3% em massa de Si. Constatar via microscopia eletrônica, Auger Electron

Spectroscopy (AES) a segregação destes elementos próximo aos contornos de grão.

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CAPÍTULO VIII - PUBLICAÇÃO REFERENTE AO TRABALHO

1 – Rodrigues M.F, Cunha M.A., Paolinelli S.C, Cota A.B. - Texture and magnetic properties

improvement of a 3% Si non-oriented electrical steel by Sb addition. Journal of Magnetism

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112

CAPÍTULO IX - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Tanaka, I., Yashiki H., Magnetic Properties and Recrystallization Texture of Phosphorus-

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Vodopivec, F.; Marinsek, F.; Gresovnic, F.; Gnidovec, D.; Pracek, M.; Jenko, M.; Effect of

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118

CAPÍTULO X - ANEXOS

ANEXO I – Tamanho de grão das BQ´s, das BQR´s e das BFR´s como uma função do teor de Sb, variando a temperatura de

laminação a quente e espessura da BQ.

Esp BQ 1,45mm e TLQ 930°C

100

110

120130

140

150

160

170180

0 0,045 0,098Sb (%)

Tam

anho

de

Grã

o (

m )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Esp BQ 1,81mm e TLQ 930°C

100

120

140

160

180

200

220

0 0,045 0,098Sb (%)

Tam

anh

o d

e G

rão

(m

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Esp BQ 1,81mm e TLQ 1050°C

100

150

200

250

300

0 0,045 0,098

Sb (%)

Tam

anho

de

Grã

o (

µm )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Esp BQ 1,81mm e TLQ 1135°C

100

150

200

250

300

350

400

450

0 0,045 0,098Sb (%)

Tam

anh

o d

e G

rão

( µm

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Esp BQ 2,25mm e TLQ 930°C

100

120

140

160

180

200

220

240

0 0,045 0,098Sb (%)

Tam

anh

o d

e G

rão

( m

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Esp BQ 2,25mm e TLQ 1050°C

100

150

200

250

300

350

0 0,045 0,098Sb (%)

Tam

anh

o de

Grã

o (

µm )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Esp BQ 2,25mm e TLQ 1135°C

90

140

190240

290

340

390440

490

540

0 0,045 0,098Sb (%)

Tam

anho

de

Grã

o (

µm )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Esp BQ 1,45mm e TLQ 1050°C

100120140160180200220240260280

0 0,045 0,098Sb (%)

Tam

anho

de

Grã

o (

µm )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Esp BQ 1,45mm e TLQ 1135°C

100

150

200

250

300

350

400

0 0,045 0,098Sb (%)

Tam

anho

de

Grã

o (

µm )

TGBQR

TGBQ

TGBF

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119

ANEXO II – Tamanho de grão das BQ´s, das BQR´s e das BFR´s como uma função da espessura da BQ, variando o teor de Sb e

temperatura de laminação a quente.

Teor de Sb 0% e TLQ 930°C

100

120

140

160

180

200

220

240

1,45 1,81 2,25Espessura da BQ (mm)

Tam

anho

de

Grã

o (

m )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb 0,045% e TLQ 930°C

100

120

140

160

180

200

220

240

1,45 1,81 2,25Espessura da BQ (mm)

Tam

anh

o d

e G

rão

(m

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb 0,045% e TLQ 1050°C

100

150

200

250

300

350

1,45 1,81 2,25

Espessura da BQ (mm)

Tam

anh

o de

Grã

o (

µm

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb 0,045% e TLQ 1135°C

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

1,45 1,81 2,25Espessura da BQ (mm)

Tam

anho

de

Grã

o (

µm )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb=0,098% e TLQ 930°C

100

120

140

160

180

200

220

1,45 1,81 2,25Espessura da BQ (mm)

Ta

man

ho d

e G

rão

( m

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb=0,098% e TLQ 1050°C

100120140160180200220240260280300

1,45 1,81 2,25Espessura da BQ (mm)

Tam

anho

de

Grã

o (

µm )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb=0,098% e TLQ 1135°C

90

140

190

240

290

340

390

440

1,45 1,81 2,25Espessura da BQ (mm)

Tam

anho

de

Grã

o (

µm

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Teor de Sb 0% e TLQ 1050°C

100

150

200

250

300

350

1,45 1,81 2,25Espessura da BQ (mm)

Tam

anho

de

Grã

o (

µm )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Teor de Sb 0% e TLQ 1135°C

100

150

200

250

300

350

400

450

500

1,45 1,81 2,25Espessura da BQ (mm)

Tam

anho

de

Grã

o (

µm )

TGBQR

TGBQ

TGBF

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120

ANEXO III – Tamanho de grão das BQ´s, das BQR´s e das BFR´s como uma função da temperatura de laminação a quente, variando

o teor de Sb e espessura da BQ.

Teor de Sb 0% e Esp BQ 1,45 mm

100

150

200

250

300

350

400

930 1050 1135Temperatura de LTQ (°C)

Tam

anho

de

Grã

o (

m )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb 0,045% e Esp BQ 1,45 mm

100

150

200

250

300

350

400

930 1050 1135Temperatura de LTQ (°C)

Tam

anh

o d

e G

rão

(m

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb 0,045% e Esp BQ 1,81 mm

100

150

200

250

300

350

400

450

930 1050 1135Temperatura de LTQ (°C)

Ta

man

ho d

e G

rão

( m

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb 0,045% e Esp BQ 2,25 mm

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

930 1050 1135Temperatura de LTQ (°C)

Tam

anho

de

Grã

o (

m )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb=0,098% e Esp BQ 1,45 mm

100

150

200

250

300

350

400

930 1050 1135Temperatura de LTQ (°C)

Ta

man

ho d

e G

rão

( m

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb=0,098% e Esp BQ 1,81 mm

100

150

200

250

300

350

930 1050 1135Temperatura de LTQ (°C)

Tam

anho

de

Grã

o (

m )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Sb=0,098% e Esp BQ 2,25 mm

90

140

190

240

290

340

390

440

930 1050 1135Temperatura de LTQ (°C)

Tam

anho

de

Grã

o (

m )

TGBQR

TGBQ

TGBF

Teor de Sb 0% e Esp BQ 1,81 mm

100

150

200

250

300

350

400

930 1050 1135Temperatura de LTQ (°C)

Tam

anh

o d

e G

rão

( m

)

TGBQR

TGBQ

TGBF

Teor de Sb 0% e Esp BQ 2,25 mm

100

150

200

250

300

350

400

450

500

930 1050 1135Temperatura de LTQ (°C)

Tam

anh

o de

Grã

o (

m )

TGBQR

TGBQ

TGBF

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Anexo IV – FDOC´s das BQ´s para temperatura de laminação a quente de 1050°C

FDOC´s das amostras após laminação a quente na temperatura de 1050°C, para teor de Sb 0%,

variando a espessura da BQ

Sb=0%

E=1,45mm

Sb=0%

E=1,81mm

Sb=0%

E=2,25mm

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122

Anexo IV – continuação – FDOC´s das BQ´s para temperatura de laminação a quente de

1050°C

FDOC´s das amostras após laminação a quente na temperatura de 1050°C, para teor de Sb 0,045%,

variando a espessura da BQ

Sb=0,045%

E=1,45mm

Sb=0,045%

E=1,81mm

Sb=0,045%

E=2,25mm

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123

Anexo IV – Continuação – FDOC´s das BQ´s para temperatura de laminação a quente de

1050°C

FDOC´s das amostras após laminação a quente na temperatura de 1050°C, para teor de Sb

0,098%, variando a espessura da BQ

Sb=0,098%

E=1,45mm

Sb=0,098%

E=1,81mm

Sb=0,098%

E=2,25mm

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124

Anexo V – FDOC´s das BQR´s para temperatura de laminação a quente de 1050°C e

recozimento a 1030°C.

FDOC´s das amostras após laminação a quente na temperatura de 1050°C e recozimento inicial

a 1030°C, para teor de Sb 0%, variando a espessura da BQ.

Sb=0%

E=1,45mm

Sb=0%

E=1,81mm

Sb=0%

E=2,25mm

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125

Anexo V – Continuação – FDOC´s das BQR´s para temperatura de laminação a quente de

1050°C e recozimento a 1030°C.

FDOC´s das amostras após laminação a quente na temperatura de 1050°C e recozimento

inicial a 1030°C, para teor de Sb 0,045%, variando a espessura da BQ.

Sb=0,045%

E=1,45mm

Sb=0,045%

E=1,81mm

Sb=0,045%

E=2,25mm

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126

Anexo V – Continuação – FDOC´s das BQR´s para temperatura de laminação a quente de

1050°C e recozimento a 1030°C.

FDOC´s das amostras após laminação a quente na temperatura de 1050°C e recozimento

inicial a 1030°C, para teor de Sb 0,098%, variando a espessura da BQ.

Sb=0,098%

E=1,45mm

Sb=0,098%

E=1,81mm

Sb=0,098%

E=2,25mm

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127

Anexo VI – FDOC´s das amostras após laminação a frio, para temperatura de laminação a

quente de 1050°C e recozimento a 1030°C.

FDOC´s das amostras após laminação a frio para a temperatura de laminação a quente de

1050°C, recozimento inicial a 1030°C, teor de Sb de 0%, variando o GDF.

Sb=0%

GDF 0,76

Sb=0%

GDF 0,81

Sb=0%

GDF 0,84

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128

Anexo VI – Continuação – FDOC´s das amostras após laminação a frio, para temperatura de

laminação a quente de 1050°C e recozimento a 1030°C.

FDOC´s das amostras após laminação a frio para a temperatura de laminação a quente de

1050°C, recozimento inicial a 1030°C, teor de Sb de 0,045%, variando o GDF.

Sb=0,045%

GDF 0,76

Sb=0,045%

GDF 0,81

Sb=0,045%

GDF 0,84

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129

Anexo VI – Continuação – FDOC´s das amostras após laminação a frio, para temperatura de

laminação a quente de 1050°C e recozimento a 1030°C.

FDOC´s das amostras após laminação a frio para a temperatura de laminação a quente de

1050°C, recozimento inicial a 1030°C, teor de Sb de 0,098%, variando o GDF.

Sb=0,098%

GDF 0,76

Sb=0,098%

GDF 0,81

Sb=0,098%

GDF 0,84

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130

Anexo VII- Evolução das principais fibras e componentes de textura cristalográfica nas fases

de processo BQ, BQR, BF e BFR.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25

0 0 0 0,045 0,045 0,045 0,098 0,098 0,098

Espessura da BQ (mm) e teor de Sb(%)

Fra

ção

volu

mét

rica

Fibra gama BQR Fibra gama BQ Fibra gama BF Fibra gama BFR

00,050,1

0,150,2

0,250,3

0,350,4

0,45

1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25

0 0 0 0,045 0,045 0,045 0,098 0,098 0,098

Espessura da BQ (mm) e teor de Sb(%)

Fra

ção

volu

mét

rica

Fibra alfa BQR Fibra alfa BQ Fibra alfa BF Fibra alfa BFR

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25

0 0 0 0,045 0,045 0,045 0,098 0,098 0,098

Espessura da BQ (mm) e teor de Sb(%)

Fra

ção

vo

lum

étric

a

Fibra eta BQR Fibra eta BQ Fibra eta BF Fibra eta BFR

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131

Anexo VII- continuação - Evolução das principais fibras e componentes de textura

cristalográfica nas fases de processo BQ, BQR, BF e BFR.

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25

0 0 0 0,045 0,045 0,045 0,098 0,098 0,098

Espessura da BQ (mm) e teor de Sb(%)

Fra

ção

volu

mét

rica

Goss BQR Goss BQ Goss BF Goss BFR

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25

0 0 0 0,045 0,045 0,045 0,098 0,098 0,098

Espessura da BQ (mm) e teor de Sb(%)

Fra

ção

vol

umét

rica

Cubo BQR Cubo BQ Cubo BF Cubo BFR

00,020,040,060,080,1

0,120,140,160,18

1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25 1,45 1,81 2,25

0 0 0 0,045 0,045 0,045 0,098 0,098 0,098

Espessura da BQ (mm) e teor de Sb(%)

Fra

ção

volu

mét

rica

Fibra Teta BQR Fibra Teta BQ Fibra Teta BF Fibra Teta BFR

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132

Anexo VIII – FDOC´s para φ2=0° e φ2=45° das amostras após recozimento parcial

% Sb Temperatura de recozimento 630°C

0

0,045

0,098

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133

Anexo VIII – Continuação - FDOC´s para φ2=0° e φ2=45° das amostras após recozimento

parcial.

% Sb Temperatura de recozimento 670°C

0

0,045

0,098

Page 152: CETEC – UEMG - repositorio.ufop.br · laminação a frio sobre as ... Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052 ... Figura 3.21- Efeito do tamanho de

134

Anexo VIII – Continuação - FDOC´s para φ2=0° e φ2=45° das amostras após recozimento

parcial.

% Sb Temperatura de recozimento 730°C

0

0,045

0,098

Page 153: CETEC – UEMG - repositorio.ufop.br · laminação a frio sobre as ... Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052 ... Figura 3.21- Efeito do tamanho de

135

Anexo VIII – Continuação - FDOC´s para φ2=0° e φ2=45° das amostras após recozimento

parcial.

% Sb Temperatura de recozimento 770°C

0

0,045

0,098

Page 154: CETEC – UEMG - repositorio.ufop.br · laminação a frio sobre as ... Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052 ... Figura 3.21- Efeito do tamanho de

136

Anexo VIII – Continuação - FDOC´s para φ2=0° e φ2=45° das amostras após recozimento

parcial.

% Sb Temperatura de recozimento 850°C

0

0,045

0,098

Page 155: CETEC – UEMG - repositorio.ufop.br · laminação a frio sobre as ... Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052 ... Figura 3.21- Efeito do tamanho de

137

Anexo VIII – Continuação - FDOC´s para φ2=0° e φ2=45° das amostras após recozimento

parcial.

% Sb Temperatura de recozimento 910°C

0

0,045

0,098

Page 156: CETEC – UEMG - repositorio.ufop.br · laminação a frio sobre as ... Figura 3.16- Perfil do Sb e outros elementos de liga do aço com 0,052 ... Figura 3.21- Efeito do tamanho de

138

Anexo VIII – Continuação - FDOC´s para φ2=0° e φ2=45° das amostras após recozimento

parcial.

% Sb Temperatura de recozimento 1030°C

0

0,045

0,098