cerveja pilsen reserva

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Trabalho referente a cerveja PILSEN original, conhecida como Pilsen Urquell no mercado internacional. É produzida com malte próprio e processo de decocção na produção do mosto. No continente americano é o tipo de cerveja mais conhecido e mais consumido. 3. MATURAÇÃO 3.1 LÚPULO O lúpulo pertence à família das cannabinaceas, suas flores femininas nascem em plantas diferentes das que produzem plantas masculinas. Nas plantações comerciais é vantajoso o cultivo de plantas femininas não fecundadas, que contêm lupulina. Nas plantações da Grã-Bretanha, por exemplo, cultivam-se em média uma planta masculina para cada 200 femininas. É uma planta típica de clima temperado, possui raízes longas. É necessário o uso de fertilizantes com presença de nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio. (OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO, M.A.B.; SPOTO, M.H.F., 2006) Na base das plantas femininas estão pequenas glândulas douradas quase microscópicas, as quais são ricas em resinas amargas e azeites essenciais. Existem quatro tipos principais de lúpulo comercial: centro europeu, europeu ocidental, norte americano e o híbrido. Esses tipos diferenciam-se entre si pela forma, desenvolvimento, riqueza em ácidos e quantidade de azeite. (HOUGH, J.S, 1990) Sua função inicial na produção de cerveja era de conservante, entretanto, tem atuação em duas propriedades

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Page 1: Cerveja Pilsen Reserva

Trabalho referente a cerveja PILSEN original, conhecida como Pilsen Urquell

no mercado internacional. É produzida com malte próprio e processo de decocção

na produção do mosto. No continente americano é o tipo de cerveja mais conhecido

e mais consumido.

3. MATURAÇÃO

3.1 LÚPULO

O lúpulo pertence à família das cannabinaceas, suas flores femininas

nascem em plantas diferentes das que produzem plantas masculinas. Nas

plantações comerciais é vantajoso o cultivo de plantas femininas não fecundadas,

que contêm lupulina. Nas plantações da Grã-Bretanha, por exemplo, cultivam-se em

média uma planta masculina para cada 200 femininas. É uma planta típica de clima

temperado, possui raízes longas. É necessário o uso de fertilizantes com presença

de nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio. (OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO,

M.A.B.; SPOTO, M.H.F., 2006)

Na base das plantas femininas estão pequenas glândulas douradas quase

microscópicas, as quais são ricas em resinas amargas e azeites essenciais. Existem

quatro tipos principais de lúpulo comercial: centro europeu, europeu ocidental, norte

americano e o híbrido. Esses tipos diferenciam-se entre si pela forma,

desenvolvimento, riqueza em ácidos e quantidade de azeite. (HOUGH, J.S, 1990)

Sua função inicial na produção de cerveja era de conservante, entretanto,

tem atuação em duas propriedades organolépticas da bebida, o aroma e o sabor

(proporciona amargor). Esse ingrediente é adicionado na fase final de fervura do

mosto. (OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO, M.A.B.; SPOTO, M.H.F., 2006)

3.2 MALTE

É o principal ingrediente da cerveja. É o resultado do cereal germinado

e seco. O cereal pode ser o milho, o trigo, o arroz, entretanto, geralmente, é utilizada

a cevada, por possuir características apropriadas a fabricação da cerveja. (HOUGH,

J.S, 1990)

Page 2: Cerveja Pilsen Reserva

Podemos analisar o grão de cevada partir de três partes principais.

Substâncias do corpo farinhoso, o qual é essencial, na elaboração do mosto, para

formação de extrato solúvel. Casca, além de sua função protetora forma uma

camada filtrante na fase de clarificação do mosto. Embrião: o qual, submetido a

condições adequadas, germina, com posterior ativação de enzimas importantes na

produção do malte. (OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO, M.A.B.; SPOTO,

M.H.F., 2006)

Na maltagem, a cevada passa pela maceração em água para alcançar

cerca de 45% de umidade nos grãos. Em condições controladas de temperatura,

umidade e aeração ocorre a germinação. Depois disso os grãos são secos á uma

temperatura próxima á 70º C, de forma a reduzir a umidade dos mesmos a

aproximadamente 10%.(OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO, M.A.B.; SPOTO,

M.H.F., 2006)

As enzimas presentes no malte são a maltase, protease, alfa-amilase e

beta-amilase. Ativadas no processo de germinação do grão essas enzimas

transformam o amido presente em açucares, os quais, pelas leveduras, são

consumidos para produção de álcool. (HOUGH, J.S, 1990)

3.3 COMPONENTES DO MALTE (ADJUNTOS)

A adição desses adjuntos é determinada pela capacidade das enzimas

do malte de hidrolisar o amido da matéria prima. São outras fontes de carboidratos,

amido principalmente. Para uma maior sacarificação necessita-se de adição de

substrato (que vem dos complementos adicionais), afim de uma concentração ideal

de açúcares. Segundo a legislação brasileira os adjuntos podem entrar na produção

na proporção de 50% da quantidade de malte para a produção da bebida

denominada cerveja. (OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO, M.A.B.; SPOTO,

M.H.F., 2006)

Os adjuntos mais utilizados são o arroz, o trigo, o milho e a cevada não

maltada.No Brasil, por questão de preço, utiliza-se também o gritz de milho, e ,

usualmente a quirera de arroz. Na Europa utiliza-se, geralmente, a cevada como

malte e adjunto. (HOUGH, J.S, 1990)

Page 3: Cerveja Pilsen Reserva

Como fonte de açúcar fermentescível a indústria cervejeira tem usado

xarope de alta maltose. Ele facilita o processamento, apesar do custo elevado,pois a

maltose do xarope é substrato direto para a ação das maltoses presentes no malte.

(OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO, M.A.B.; SPOTO, M.H.F., 2006)

3.4 ÁGUA

A qualidade da água interfere diretamente na qualidade da cerveja

produzida, bem como a quantidade de minerais da mesma. A água é o componente

utilizado na produção da cerveja em maior quantidade. A proporção de sais

presentes na água, como o bicarbonato, cloreto e sulfato de magnésio sódio e

cálcio, modifica o aroma e a cor da bebida. (OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO,

M.A.B.; SPOTO, M.H.F., 2006)

A disponibilidade de água na região é algo que deve ser considerado para a

construção de uma cervejaria, já que o volume utilizado de água é de cerca de 4 a

10L por litro de cerveja produzida. Entretanto, com a existência de avançadas

tecnologias de tratamento de água, é fácil a indústria cervejeira contar com água de

qualidade para sua produção. Sendo assim, a instalação da indústria passa a

depender de incentivos fiscais da região e da proximidade do mercado consumidor.

A água não pode ser alcalina, deve, obviamente, se potável, levemente dura, com

cerca de 500 mg/L de sulfato de cálcio, caso não se encaixe nos padrões a mesma

deve ser tratada quimicamente. Pode ser usada água de poços artesianos na

fabricação da cerveja. Para a limpeza do chão e do maquinário pode ser usada água

represada. (OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO, M.A.B.; SPOTO, M.H.F., 2006)

3.5 LEVEDURAS

As leveduras são fungos microscópicos, unicelulares e eucariontes. Na

indústria cervejeira são usadas espécies do gênero Saccharomyces. No processo a

função das leveduras é consumir os açúcares do malte e dos adjuntos,

transformando-os em álcool e CO2. (HOUGH, J.S, 1990)

Existem cepas específicas de Saccharomyces cerevisiae, responsáveis pela

chamada top fermentation, são denominadas Ale (levedura alta). Outro tipo de

Page 4: Cerveja Pilsen Reserva

levedura é a Larger (levedura baixa), que se deposita no fundo das dornas de

fermentação, realiza a chamada bottom fermentation. (OETETERER, M.;

REGITANO-D`ARCO, M.A.B.; SPOTO, M.H.F., 2006)

A cultura deve produzir álcool, e também flocular e sedmentar ao fim do

processo, de modo a possibilitar a inoculação. Com mosto estéril e diluído multiplica-

se o fermento de forma eficiente. (HOUGH, J.S, 1990)

Até a mistura chegar a quatro mil L o volume de mosto aumenta na

proporção de 1:10, gradativamente. Após a propagação, o fermento forma uma

pasta compacta de células de levedura contendo de 106 a 108 células/mL.

(OETETERER, M.; REGITANO-D`ARCO, M.A.B.; SPOTO, M.H.F., 2006)

Page 5: Cerveja Pilsen Reserva
Page 6: Cerveja Pilsen Reserva

5. PROCESSAMENTO DA CERVEJA

Processo básico da formação da cerveja (OETTERER, M. ; REGITANO-

D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006) e (BOSQUIROLI, G., 1996) envolve:

5.1 ARMAZENAMENTO DA MATÉRIA-PRIMA

O malte é mantido em grandes silos e depois conduzido até os moinhos.

(OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

5.2 MOAGEM DO MALTE

Constitui um processo de preparo para a formação do mosto. Os objetivos

dessa etapa são: o rompimento da casca para exposição da porção interna do grão

(endosperma); mediante trituração, produzir a desintegração total do endosperma

para que todos os seus elementos constituintes estejam acessíveis à atuação da

ação enzimática; manter uma quantidade mínima de farinha com granulometria

muito fina para evitar o excesso de pasta dentro do mosto. (OETTERER, M. ;

REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

A moagem não pode ser muito severa, de modo a prejudicar a fase de

filtração do mosto, pois a casca do malte constituirá o elemento filtrante do processo.

Por outro lado, se a moagem for muito grosseira, não atingirá o seu objetivo de

facilitar a hidrólise do amido pela maior superfície de contato do substrato com as

enzimas do malte. Os complementos do malte devem ser moídos de maneira mais

fina, a fim de proporcionar maior superfície de contato para a ação das enzimas.

(OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

5.3 MOSTURAÇÃO

Tem por objetivo promover a gomificação e a posterior hidrólise do amido a

açúcares através da mistura do malte moído com água e a adição dos seus

complementos. O pH e a temperatura interagem no controle da degradação do

amido e das proteínas, neste caso, a mistura é gradativamente aquecida até 75°C.

Durante o processo, consegue-se extrair cerca de 65% dos sólidos totais do malte,

que, em dissolução ou suspensão em água, constituirão o mosto para a fermentação

da cerveja. Nesta etapa procede-se o aquecimento gradativo da mistura para que as

Page 7: Cerveja Pilsen Reserva

enzimas do malte entrem em ação nas respectivas ótimas de ativação.

(BOSQUIROLI, G., 1996)

Têm-se os seguintes objetivos para a mosturação: dissolver as substâncias

dos ingredientes que sejam imediatamente solúveis; solubilizar através da ação

enzimática as substâncias que são insolúveis em seu estado natural; e mudar a

estrutura química através da ação simultânea das enzimas de algumas substâncias

constituintes. Existem enzimas específicas para cada reação e, por isso, deve-se

levar em consideração que cada processo enzimático depende da temperatura, do

tempo e do grau de acidez do meio. No processo cervejeiro, as enzimas do malte

têm como função transformar o amido em açúcar diretamente fermentável e

solubilizar as proteínas. (OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO,

M. H. F., 2006)

Os aminoácidos produzidos pelas enzimas protéicas servem de nutrientes

às leveduras na fase de fermentação. As proteínas que não degradam também são

necessárias para proporcionar boa qualidade e estabilidade à espuma da cerveja.

(BOSQUIROLI, G., 1996)

Após a mosturação, procede-se a clarificação ou filtração do mosto, com a

finalidade de separar o extrato liquido da parte sólida insolúvel (bagaço). Após a

filtração, são feitas sucessivas lavagens do elemento filtrante com água a 75°C, para

recuperar a maior parte do extrato líquido que fica retido no bagaço após a filtração.

Ao final do processo, o bagaço, agora denominado torta, deve apresentar 1% de

extratos solúveis. (OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H.

F., 2006)

5.4 COZIMENTO E RESFRIAMENTO DO MOSTO

O mosto é aquecido e mantido em ebulição por duas a três horas. Durante

essa etapa, ocorre a pasteurização do mosto, inativação completa das suas

enzimas, eliminação de compostos voláteis indesejáveis e a precipitação de

proteínas, resinas e taninos. Parte em que ajusta-se também a concentração de

açúcares do mosto e procede-se a adição do lúpulo. (OETTERER, M. ; REGITANO-

D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

Page 8: Cerveja Pilsen Reserva

A concentração do teor de sólidos solúveis do mosto pela evaporação de

parte da água é responsável pela característica organoléptica do ‘corpo’ da cerveja.

O lúpulo é adicionado no final do cozimento, uma vez que, os óleos essenciais

responsáveis pelo aroma da cerveja são voláteis e podem se perder na fervura.

(BOSQUIROLI, G., 1996)

O mosto lupulado é então centrifugado em um tanque whirpool onde as

partículas sólidas do lúpulo e as proteínas coaguladas (trub) sedimentam e são

separadas do mosto. Em seguida, o mosto é resfriado em trocadores de calor a

placas até atingir a temperatura de fermentação: 14-20°C para o processo de alta

fermentação; e 6-12°C para o processo de baixa fermentação. O mosto resfriado

recebe uma aeração para estimular o crescimento das leveduras principalmente no

início do processo fermentativo. (OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.;

SPOTO, M. H. F., 2006)

5.5 FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA

Expressa como um processo anaeróbio mediante o qual, a levedura

converte a glicose em etanol e dióxido de carbono:

C6H12O6 → 2 C2H5OH + 2 CO2 + calor

No caso da fermentação para a elaboração de cerveja, essa reação segue

as seguintes proporções:

Maltose + Aminoácidos → Biomassa + Etanol + CO2 + Energia

Durante a fermentação, a levedura produz álcool e gás carbônico ao

dissociar os açúcares fermentáveis, alimentando-se, ao mesmo tempo, de proteínas,

sais minerais e alguns açúcares. A baixa temperatura, durante a fermentação faz

com que ela seja prolongada, permitindo a formação dos compostos responsáveis

pelo sabor e pelo aroma, bem como a estabilização da cerveja. Em temperaturas

mais elevadas, diminui-se o tempo de fermentação, porém, diminui a vitalidade das

leveduras e estimula o desenvolvimento de bactérias, além de aumentar os teores

de diacetil, ácido sulfídrico e acetaldeído na fermentação, prejudiciais à qualidade da

cerveja. A fermentação com leveduras produz inúmeros compostos. (OETTERER,

M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

Page 9: Cerveja Pilsen Reserva

A fermentação alcoólica para a produção da cerveja inicia-se com a

inoculação do fermento preparado no mosto resfriado, em geral, na proporção 1%

(v/v) de fermento em relação ao mosto. A composição do mosto influencia muito na

velocidade e extensão da fermentação, na quantidade de levedura produzida e na

qualidade da cerveja. De temperaturas baixas, originam-se fermentações de melhor

atenuação de extrato de açúcares e óleos fúseis em níveis mais altos. A presença

de sólidos suspensos, também afeta a fermentação pelo aumento do crescimento

das leveduras e alcoóis fúseis e glicerol. Atualmente, as cervejas têm sido

fermentadas, em geral, em tanques do tipo outdoor. Esses tanques de fermentação

costumam ser de aço inox, com serpentinas internas para o resfriamento do mosto

em fermentação. Durante a fermentação o pH do mosto diminui, o que favorece o

desenvolvimento da levedura. Dependendo do volume inicial de fermento e da

temperatura do processo fermentativo, após 3 a 10 dias, a fermentação principal

estará completa. No final da fermentação, a temperatura é reduzida para 2°C,

ocasionando floculação e decantação das leveduras. O produto da fermentação

principal é chamado cerveja “verde”. O CO2 se mantém solubilizado dentro da

cerveja devido à baixa temperatura, porém, conforme o movimento do mosto, o CO2

tende a se desprender. O CO2 desprendido da fermentação é captado, lavado e

reutilizado liquefeito no envase da cerveja. (OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE,

M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

Na baixa fermentação a temperatura do mosto deve estar entre 6 a 12°C.

Nos primeiros 3 a 5 dias do processo fermentativo, a temperatura do mosto é

lentamente elevada para 10 a 15 °C. Devido às mais baixas temperaturas utilizadas,

a fermentação é mais lenta, podendo durar até 10 dias. Ao final da fermentação a

temperatura do mosto é diminuída e a levedura decanta. (OETTERER, M. ;

REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

Os principais fatores que afetam a performance da fermentação são: escolha

do tipo de levedura; condição da levedura na sua adição; quantidade de levedura

adicionada ao mosto; distribuição da levedura no tanque; aeração; composição do

mosto e pH; temperatura de fermentação. (HOUGH, BRIGGS & STEVENS):

Como a cerveja ainda vai passar por uma etapa de maturação, o cervejeiro

finaliza a fermentação ainda com algum extrato fermentável presente no mosto

Page 10: Cerveja Pilsen Reserva

fermentado. Para a produção de cerveja Lager, o teor de extrato no mosto deve

estar por volta de 11-12% (m/m). (BOSQUIROLI, G., 1996)

5.6 MATURAÇÃO

Consiste no armazenamento da cerveja fermentada em tanques fechados, a

temperatura inferior, durante um período mais prolongado de tempo que a

fermentação. Após a fermentação principal, a cerveja verde, que ainda possui

leveduras em suspensão e certa quantidade de material fermentável, passa por uma

fermentação secundária, denominada maturação. A maturação é um reforço

prolongado da cerveja em baixa temperatura que contribui para a clarificação e a

apuração do sabor da bebida. O padrão industrial de maturação para as cervejas

comuns é de 7 dias. Durante esse processo, ocorre a precipitação de leveduras e

proteínas, aumentando sua transparência e iniciando a clarificação da cerveja. A

remoção de proteínas e taninos deve ser equilibrada para não comprometer a

qualidade da espuma da cerveja. (OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.;

SPOTO, M. H. F., 2006)

Ainda durante a maturação, o odor e sabor da bebida, são apurados por

meio do aumento dos teores de ésteres e da redução das concentrações de diacetil,

acetaldeído e ácido sulfídrico. Na maturação, o amargor do lúpulo, se atenua e o

sabor da cerveja se estabelece. (BOSQUIROLI, G., 1996)

5.7 FILTRAÇÃO

Mesmo após a maturação prolongada, a cerveja apresenta certa turvação

devido à presença de material sólido, sobretudo células de levedura, e o complexo

coloidal proteína-tanino. Esses resíduos são retirados na operação de filtração, a

qual utiliza tipos variados de filtros. O resíduo é diversas vezes aspergido com água

a 75°C, de modo que, quando o resíduo final apresenta menos de 1% de extratos

solúveis, é considerado como totalmente esgotado. Filtros de terra diatomácea e de

placas de celulose são utilizados nessa última etapa do processamento da cerveja.

Em seguida, a bebida deve ficar em repouso por 24 horas antes de ser envasada.

(OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

5.8 CARBONATAÇÃO E ENVASAMENTO

Page 11: Cerveja Pilsen Reserva

A cerveja pode ser envasada em garrafas de vidro, latas de alumínio ou

barris de madeira ou inox, sob pressão através da adição de CO2. A carbonatação é

realizada com CO2 recuperado da etapa de fermentação. Após passar por um

processo de lavagem, compressão, secagem em sílica e alumínio, desodorização

com carvão ativo, liquefação e vaporização, o CO2 é injetado na bebida.

(OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

A adição de CO2 sob pressão faz o gás ser absorvido pela cerveja em

substituição ao oxigênio, o que colabora para evitar a ação microbiana e oxidações

que possam alterar o sabor da cerveja envasada. A carbonatação pode ocorrer de

duas maneiras, em linha ou em tanque. Na carbonatação em linha, o gás carbônico

é injetado durante a passagem da bebida pela tubulação. Já na carbonatação em

tanque, é injetado na cerveja por um difusor localizado no fundo do tanque.

Alternativamente, a carbonatação em linha, a adição de CO2 pode ser feita no fundo

da garrafa, antes de se colocar a cerveja. (BOSQUIROLI, G., 1996)

A cerveja em barris, denominada chopp, não sofre pasteurização e deve ser

armazenada a baixa temperatura, em recipientes de aço inoxidável, alumínio ou

madeira, de volume variável e ainda assim, possui tempo de conservação limitado.

(OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F., 2006)

5.9 PASTEURIZAÇÃO

A pasteurização da cerveja confere estabilidade biológica à bebida,

mediante a destruição de microorganismos pelo calor. Podem ser utilizados dois

métodos de pasteurização, por trocadores de calor ou em túnel. Na pasteurização

por trocadores de calor a placas, a cerveja é pasteurizada antes do

acondicionamento na garrafa, na lata ou no barril. Nesse método, a cerveja

rapidamente aquecida a 75°C e mantida nessa temperatura por cerca de 20

segundos, sendo posteriormente resfriada e acondicionada em embalagens

esterilizadas. Já na pasteurização em túnel, a cerveja é primeiramente

acondicionada na garrafa ou lata, e depois pasteurizada. As embalagens recebem

calor mediante aspersão de água quente e a temperatura lentamente se eleva. Essa

temperatura é mantida por cerca de 20 minutos e, em seguida, a cerveja é

lentamente resfriada por água fria. (OETTERER, M. ; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.;

SPOTO, M. H. F., 2006)

Page 12: Cerveja Pilsen Reserva

6. BALANÇO DE MASSA

Page 13: Cerveja Pilsen Reserva

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Page 14: Cerveja Pilsen Reserva

FERNANDA TRUCH DA SILVA

ISADORA CAROLINE SEBBEN

LETICIA DE PAULA BUENO DE MELO

LUIZ FERNANDO CANDIDO

LUIZ GUSTAVO MARTINEZ MARTINS

NAIARA MENA BARRETO

PAULA CAROLINA RUARO SENA

PROCESSO INDUSTRIAL PARA A PRODUÇÃO DE CERVEJA

LAGER TIPO PILSEN (AMERICAN LIGHT)

TRABALHO ACADÊMICO

CURITIBA, 2012

FERNANDA TRUCH DA SILVA

ISADORA CAROLINE SEBBEN

Page 15: Cerveja Pilsen Reserva

LETICIA DE PAULA BUENO DE MELO

LUIZ FERNANDO CANDIDO

LUIZ GUSTAVO MARTINEZ MARTINS

NAIARA MENA BARRETO

PAULA CAROLINA RUARO SENA

PROCESSO INDUSTRIAL PARA A PRODUÇÃO DE CERVEJA

LAGER TIPO PILSEN (AMERICAN LIGHT)

CURITIBA, 2012

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................

Trabalho acadêmico apresentado como exigência parcial para a aprovação na disciplina de Integração I, do curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Paraná, aos professores Dr. Álvaro Luiz Mathias, Dra. Regina Maria Matos Jorge, Dra. Rosemary Hoffmann Ribani.

Professora Orientadora: Dra. Regina Maria Matos Jorge.

Page 16: Cerveja Pilsen Reserva

2. ISADORA...........................................................................................

3. MATURAÇÃO....................................................................................

3.1 LÚPULO......................................................................................

3.2 MALTE........................................................................................

3.3 COMPONENTES DO MALTE (ADJUNTOS)..............................

3.4 ÁGUA..........................................................................................

3.5 LEVEDURAS...............................................................................

4. FLUXOGRAMA...................................................................................

5. PROCESSAMENTO DA CERVEJA.....................................................

5.1 ARMAZENAMENTO DA MATÉRIA-PRIMA..................................

5.2 MOAGEM DO MALTE...................................................................

5.3 MOSTURAÇÃO.............................................................................

5.4 COZIMENTO E RESFRIAMENTO DO MOSTO............................

5.5 FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA......................................................

5.6 MATURAÇÃO................................................................................

5.7 FILTRAÇÃO...................................................................................

5.8 CARBONATAÇÃO E ENVASAMENTO.........................................

5.9 PASTEURIZAÇÃO.........................................................................

6. BALANÇO DE MASSA...........................................................................

7. ANEXOS.................................................................................................

8. CONCLUSÃO.........................................................................................

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................

Page 17: Cerveja Pilsen Reserva

1. INTRODUÇÃO

Page 18: Cerveja Pilsen Reserva

7. ANEXOS

Page 19: Cerveja Pilsen Reserva

8. CONCLUSÃO

Page 20: Cerveja Pilsen Reserva

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 21: Cerveja Pilsen Reserva

BOSQUIROLI, G., Seleção, treinamento de julgadores e caracterização da

cerveja “pilsen” nacional. 110 f. Tese (Mestrado em Tecnologia Química) –

Departamento de Tecnologia Química. Universidade Federal do Paraná, Curitiba,

1996.

OETTERER, M.; REGITANO-D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F. Fundamento de

Ciência e Tecnologia de Alimentos. Barueri, SP, 2006.

AQUARONE, E.; LIMA, U. de A.; BORZANI, W. Alimentos e bebidas produzidos

por fermentação. Vol.5. São Paulo, SP, 1983.

HOUGH, J. S. Biotecnología de La cerveza y de La malta. Zaragoza, Espanha,

1990.

CERVESIA: O PORTAL DA CERVEJA. Disponível em:

<http://www.cervesia.com.br/biblioteca-tecnica/category/10-.html>. Acesso em: 15/05/2012

PROJETO TÉCNICO DE UMA MICROCERVEJARIA PARA A REGIÃO NORTE DO

RIO GRANDE DO SUL. Disponível em:

<http://www.ufpel.edu.br/cic/2010/cd/pdf/EN/EN_01387.pdf>. Acesso em: 15/05/2012

DENSIDADE DO MOSTO. Disponível em:

<http://forum.homebrewer.com.br/viewtopic.php?f=2&t=3694>. Acesso em: 15/05/2012

QUANTIDADE DE ÁGUA. Disponível em:

<http://forum.homebrewer.com.br/viewtopic.php?f=2&t=2077>. Acesso em 15/05/2012