centros sociales

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 EXTRA  EXTRA  P GINA 16 - Ediç ão: 7/08 /2011 - Impresso: 6/08/2011 — 20: 02 h 2ª EDIÇÃO   Domingo 7 de agosto de 2011   EXTRA D    1   6 AZUL MAGENTA AMARELO PRETO São João de Meri  ti População: 458.673 Orçamen  to da Câmara: R$ 9.000.000,00 Nº de vereadores: 18 Salário dos vereadores: R$ 6.000,00  Ai nd a qu e a população seja Em 4 ‘UPAs’ improvisadas, parlamentares da Baixada prestam por ano 68.640 atendimentos na área de saúde TEXTO:PRISCILLA SOUZA  priscilla.s [email protected]. br FOTO S:FABIAN O ROCH A E FÁBI O GUIM ARÃ ES  Aos 81 anos, T erezinha Alves Rangel sofreu um derrame. Do médico, recebeu a recomendação: deveria fazer fisiotera- pia. Mas onde?, pensou, aflita. Resolveu bater à porta dos postos de saúde mu- nicipais de Vila União e Vilar dos Teles, perto de sua casa. Nada feito, lá não ha-  via aparelhos. Sem atendimento na rede pública de São João de Meriti, na Bai-  xada Fluminen se, deci diu reco rrer à “UPA” do vereador Francisco da Costa (sem partido), no bairro Tomazinho. Dona Terezinha não foi a primeira a buscar ajuda nas policlínicas improvisa- das montadas por políticos na região. De acordo com o Ministério Público do Es- ta do doRio deJane iro , 56centr ossocia is func iona m na Baix ada,e, apen as em qua- tro deles (em Meriti, Belford Roxo e No-  va Iguaçu) são realizad os por ano 68.640 atendimentos. O número é significativo: equivale a 22% do que é realizado nos postos de saúde municipais localizados nas mesmas áreas dos chamados “pron- tos-socorros eleitorais”.  A par tir d e info rmõe s das Câ ma ra s de V ere ador es dos13 muni cípi os quecompõe m a Baixada, o EXTRA chegou a Francisco da Costa e a outros 16 par- lamen tares com maior número de mandatos na região. Destes, cinco es- tão à frente de centros sociais. Outros três tam- bém apostam no assis- tencialismo, de olho no poder das urnas. No centro social de João Carlos Julião, no V ale das Mangueiras, em Belford Roxo, depois da identidade, alerta o cartaz na entrada, o tí- tulo de eleitor é um dos “documentos ne- cessários para o atendimento”. O vereador, no ent ant o, neg a ex igir o tít ulo. Hoje, os cinco veteranos que mantêm centr os socia is na Baixa da ganhamentre R$ 5.400 e R$ 9.288. E, a julgar por Francisco da Costa, eles são obrigados a fazer ma- labarismos para manter as instituições. Semalvarádas pre feit uras , auto riz açã o da Vigilâ ncia Sanitár ia ou registronos conselhos regi onai s de med icin a e odon tolo gia , toda s as policlínica s func iona vamaté julho semserem incomodadas. Apenas após ser procurada pelo EXTRA, a Prefeitura de Meriti resol-  ve u mu lta r e notifi ca r a ins ti tui çã o. — Já seria nefasto se o serviço nestes cent rosfossede exce lent e qual idad e, mas não. Em ações feitas pelo TRE, desco- brimos lotes de remédios fora da valida- de e outros desviados da rede pública — afirma a procuradora da República Sil-  vana Batini. Dura ntetrês mese s, o EXTR A perc or- reu centros sociais mantidos por políti- cos, Câmaras de Vereadores e cartórios para entender como funcionam estas ins- tituições. E entrevistou 60 pessoas — en- tre elas, a idosa de Vila União. — Uma amiga me indicou o centro so- cial. Meu filho votou no vereador. Por isso, vim para cá. Preferia fazer o trata- me ntono pos tode saú de,que é ma isper- to da minha casa, mas lá não tem apa- relho — disse, em 8 de julho, dona Te- rezinha, pouco antes de iniciar a sessão de fisioterapia na “UPA” de Tomazinho. NO CENT RO SOCI  A L mantido pelo v ereador Francisco da Costa, na Rua T aques Bit encour t 1.040, em T omazi nho, são r ealizados cer ca de 500 atendimentos por  semana nas ár eas de c nica médica, ginecologia, car diologia, pediatr ia, f onoaudiologia e fisi oter apia ’Nos p ostos, não h á mé d icos’ Moradora de Tomazinho compara vereador a Deus Enquanto dona Terezinha faz tratamento com eletrodos para fortalecer a musculatura das mãos, em outra maca, Elizabet h Lourenço dos Santos, de 69 anos, faz ultrassom para melho- rar as dores provocadas por es- porões no calcanhar . Es se nãoé o pri me irotrat amen- to que ela faz no centro social: há um ano, a dona de casa faz acom- panhamento com a cardiologista Letícia da Costa, de 28 anos, filha do vere ador Fra ncis co da Cost a. Moradora de Tomazinho, Eli- zabeth também já havia procu- rado atendimento na rede públi- ca de saúde, sem sucesso: — A gente vai nos postos de Vila União e Vilar dos Teles, mas nunca tem médico. Precisava de pediatra para a minha neta, mas não tem. Isso aqui (o centro so- cial), nos vale muito. O Francisco Costa é nosso Deus — elogia. Multa e notificação  A ins ti tui çã o re al izacer cade 500 ate ndim ento s por sem ana em clín i- ca médica, ginecologia, pediatria, fonoaudiologia, cardiologia e fisio- terapia — sem alvará da prefeitura ou auto riz açã o da Vig ilância.  Ale rta da pelo EX TR A sobr e a situação irregular do centro social, a Prefeitura de Meriti informou, em 29 de julho, que Francisco da Costa seria multado em R$ 500 e notificado a legalizar a instituição no prazo de 15 dias. Além disso, o  ver ead or foi int ima do a apr ese nta r licen ça sanitári a para o centr o so- cial em até 30 dias. Sobre o fato de Costa recebe r salário como professor do muni- cípio, mesmo afirmando estar afastado da função, a prefeitura disse que iria apurar o fato. ESPECIAL

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EXTRA ● EXTRA ● P GINA 16 - Edição: 7/08/2011 - Impresso: 6/08/2011 — 20: 02 h

2ª EDIÇÃO ● Domingo 7 de agosto de 2011 ● EXTRA D   1  6

AZUL MAGENTA AMARELO PRETO

São João deMeri ti

População: 458.673

Orçamen to da Câmara:

R$ 9.000.000,00

Nº de vereadores: 18

Salário dos vereadores:

R$ 6.000,00

  Ainda que apopulação sejabeneficiada, es-

sa práticaé nefas-

ta. Isso é compra devotos a nível em-presarial

 Silvana Batini 

 Procuradora federal

Em 4 ‘UPAs’ improvisadas, parlamentares da Baixada prestam por ano 68.640 atendimentos na área de saúde

■ TEXTO:PRISCILLA SOUZA 

 [email protected] 

■ FOTOS:FABIANO ROCHA E FÁBIO GUIMARÃES

■  Aos 81 anos, Terezinha Alves Rangelsofreu um derrame. Do médico, recebeua recomendação: deveria fazer fisiotera-pia. Mas onde?, pensou, aflita. Resolveubater à porta dos postos de saúde mu-nicipais de Vila União e Vilar dos Teles,perto de sua casa. Nada feito, lá não ha-

 via aparelhos. Sem atendimento na redepública de São João de Meriti, na Bai-

  xada Fluminense, decidiu recorrer à“UPA” do vereador Francisco da Costa(sem partido), no bairro Tomazinho.

Dona Terezinha não foi a primeira abuscar ajuda nas policlínicas improvisa-das montadas por políticos na região. Deacordo com o Ministério Público do Es-tado doRio deJaneiro, 56centrossociaisfuncionam na Baixada,e, apenas em qua-tro deles (em Meriti, Belford Roxo e No-

 va Iguaçu) são realizados por ano 68.640atendimentos. O número é significativo:equivale a 22% do que é realizado nospostos de saúde municipais localizadosnas mesmas áreas dos chamados “pron-tos-socorros eleitorais”.

 A partir de informações das Câmaras deVereadoresdos13 municípios quecompõem

a Baixada, o EXTRA chegou a Francisco daCosta e a outros 16 par-lamentares com maiornúmero de mandatos naregião. Destes, cinco es-tão à frente de centrossociais. Outros três tam-bém apostam no assis-tencialismo, de olho nopoder das urnas. Nocentro social de JoãoCarlos Julião, no Valedas Mangueiras, emBelford Roxo, depoisda identidade, alerta ocartaz na entrada, o tí-

tulo de eleitor é um dos “documentos ne-cessários para o atendimento”. O vereador,no entanto, nega exigir o título.

Hoje, os cinco veteranos que mantêmcentros sociais na Baixada ganhamentre R$5.400 e R$ 9.288. E, a julgar por Franciscoda Costa, eles são obrigados a fazer ma-labarismos para manter as instituições.

Semalvarádas prefeituras, autorização daVigilância Sanitária ou registronos conselhosregionais de medicina e odontologia, todas aspoliclínicas funcionavamaté julho semseremincomodadas. Apenas após ser procuradapelo EXTRA, a Prefeitura de Meriti resol-

 veu multar e notificar a instituição.— Já seria nefasto se o serviço nestes

centrosfossede excelente qualidade, masnão. Em ações feitas pelo TRE, desco-brimos lotes de remédios fora da valida-de e outros desviados da rede pública —afirma a procuradora da República Sil-

 vana Batini.Durantetrês meses, o EXTRA percor-

reu centros sociais mantidos por políti-cos, Câmaras de Vereadores e cartórios

para entender como funcionam estas ins-tituições. E entrevistou 60 pessoas — en-tre elas, a idosa de Vila União.

— Uma amigame indicou o centro so-cial. Meu filho votou no vereador. Porisso, vim para cá. Preferia fazer o trata-mentono postode saúde,que é maisper-to da minha casa, mas lá não tem apa-relho — disse, em 8 de julho, dona Te-rezinha, pouco antes de iniciar a sessãode fisioterapia na “UPA” de Tomazinho.

NO CENTRO

SOCIA L

mantido pelov er eador Fr ancisco daCosta, na RuaT aquesBitencour t1.040, emT omazinho,são r ealizadoscer ca de 500atendimentospor semananas ár eas declí nica médica,ginecologia,car diologia,pediatr ia,

f onoaudiologiae f isioter apia

’Nos postos, não há médicos’Moradora de Tomazinho compara vereador a Deus■Enquanto dona Terezinha faztratamento com eletrodos parafortalecer a musculatura dasmãos, em outra maca, ElizabethLourenço dos Santos, de 69anos, faz ultrassom para melho-rar as dores provocadas por es-porões no calcanhar.

Esse nãoé o primeirotratamen-to que ela faz no centro social: háum ano, a dona de casa faz acom-panhamento com a cardiologistaLetícia da Costa, de 28 anos, filhado vereadorFrancisco da Costa.

Moradora de Tomazinho, Eli-zabeth também já havia procu-

rado atendimento na rede públi-ca de saúde, sem sucesso:

— A gente vai nos postos deVila União e Vilar dos Teles, masnunca tem médico. Precisava depediatra para a minha neta, masnão tem. Isso aqui (o centro so-cial), nos vale muito. O FranciscoCosta é nosso Deus — elogia.

Multa e notificação A instituiçãorealiza cerca de 500

atendimentos por semana em clíni-ca médica, ginecologia, pediatria,fonoaudiologia, cardiologia e fisio-terapia — sem alvará da prefeitura

ou autorização da Vigilância. Alertada pelo EXTRA sobre a

situação irregular do centro social,a Prefeitura de Meriti informou,em 29 de julho, que Francisco daCosta seria multado em R$ 500 enotificado a legalizar a instituiçãono prazo de 15 dias. Além disso, o

 vereador foi intimado a apresentarlicença sanitária para o centro so-cial em até 30 dias.

Sobre o fato de Costa recebersalário como professor do muni-cípio, mesmo afirmando estarafastado da função, a prefeituradisse que iria apurar o fato.

T EREZ INH A A LV ES f az se ssão de f isiot e r apia OU TR A IDOS A  T A MBÉM faz sessão de fisio terapia em Tomazinho

ESPECIAL

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EXTRA ● EXTRA ● P GINA 17 - Edição: 7/08/2011 - Impresso: 6/08/2011 — 00: 16 h

EXTRA  ● Domingo 7 de agosto de 2011 S1   7    EXTRA  ● Domingo 7 de agosto de 2011

 

S1   7    

AZUL MAGENTA AMARELO PRETO

o vereador que mantem doiscentros sociais em Belford Roxo

Ana Paula Araripe | Apuração: Mariana Moreira (colaborou)

Flávio Rosa, Michelle Rodrigues e Vinícius Mitchell

Assista ao vídeo com imagensdo centro social de Meriti Amanhã, este tema está na pauta

do programa Roberto Canázio

 

 F RA  N C I S C O DA C O S TA  (sem p ar tido )

M a  n d a  t o: 5º, sendo que, em 2008, foi o quar to vereador mais

 vo tado em Meriti, com 4.133 vo tos. Passou por qua tro par tidos.

Foi con vidado a se re tirar do P V es te ano

 P a  t r i m o n i o: Não declarou bens há três anos, mas, nas

eleições de 2004, disse possuir casa em São Ma theus, em Meri ti,

um Gol 2003 e apartamen to na A venida Oceânica em Itaúna,

Saquarema

 R e n d a : Além dos R$ 6 mil da Câmara, recebia a té fe vereiro

R$ 2.044,58 como pro fessor da Secre taria Es tadual de Educação.

E R$ 1.092,14 da Secre taria de Educação de Meri ti, apesar de

a firmar es tar a fas tado das salas de aula

 O u t r o s d a  d o s: Nascido em Bel ford Ro xo, o pro fessor de

Ensino Médio, de 58 anos, tem como seus redu tos elei torais os

bairros de São Ma theus e Tomazinho. Ele sonha em lançar a filha,

a cardiologis ta Le tícia da Cos ta, de 28 anos, na polí tica.

Ela trabalha no cen tro social dopai

 

07ci1680

ESPECIAL

Nome do v er eador f oi apagado da f achada do centr o social

IR A NILDO: “Nada a v er com isso”M A  TOS: “Eu já tomei pro vidências”

DIV ULGA Ç Ã O / 28.04.2006

’Não faleideR$6milaR$10mil?’Parlamentar se atrapalha ao explicar gastos

com centro social em Tomazinho, Meriti

FRA NCISCOD A COST A no seu centro social

■ “O senhor disse que gasta entreR$ 10 mil e R$ 11 mil por mêspara manter o centro social...”,lembrou o EXTRA, no dia 27 de julho, a Francisco da Costa.

—NãofaleideR$6milaR$10mil?— perguntou o parlamentar.

— Não — rebateu o EXTRA.— É mais ou menos isso. O di-

nheiro é todo do meu salário. Nin-guém me dá um centavo — frisou.

Diante da afirmação,o EXTRA argumentou que com o salário de

 vereador(RS 6 milbruto)não davapara mantero centro social.

— Tem meus cargos, pois souprofessor (do município e do es-tado) — afirmou o parlamentar.

Somados os três salários, Fran-ciscorecebiapor mês cercade R$9mil. Para manter o seu centro so-cial, eleprecisariafazer mágica. Se-gundo o parlamentar, cinco profis-sionais de fisioterapia são contra-tados com salários de R$ 2 mil,além de quatro médicos que rece-bem, em média, R$ 600 por mês.Pelas contas do vereador, apenascom pessoal são gastos R$ 12.400,R$1.400 a maisdoque ele afirmougastar como centro, numa das trêsentrevistas dadas ao EXTRA.

E asdespesas sãoainda maiores,considerandoos gastos com manu-tenção e o veículo usado no trans-porte de pacientes, além do inves-timento em equipamentos — esti-

mado em R$ 20 mil. A sala de fi-sioterapia tem aparelhos de ultras-som, ondas curtas e laser.

— O eletrocardiograma custouR$ 6 mil, pois é moderno. O pa-ciente vai sair com o laudo do exa-me — diz o parlamentar, acrescen-tando que a casa onde funciona ocentro pertencea seusogro.

O vereador afirmou morar lá,“numquartinho”, e pagar, por isso,aluguel de R$ 300. Apesar de, em2008, ter declarado ao TRE nãopossuirbens, da Costa está fazendoobras para ampliar seu “negócio”,de olho nas eleiçõesde 2012.

Centro socialéimportante. Oque o Estado

não faz, o políticotem que fazer

 Francisco da Costa

D

Processado por abuso de poder político e econômico■Durante as eleições de 2010,fiscais do TRE-RJ vasculharamo centro social de Francisco daCosta. Resultado: o vereador es-tá sendo processadopeloMinis-tério Público Eleitoral (MPE)por abuso de poder político eeconômico.

Também são alvo da ação odeputado estadual IranildoCampos (PR); o deputado fe-deral Marcelo Matos (PDT); eo prefeito de São João de Me-riti, Sandro Matos (PR).

Fiscais apreenderam na ins-tituiçãoremédios, requisiçõesdeexames com o logotipo da pre-feitura e do SUS, laudos para

concessão de vale social do es-tado, além de formulários daDefensoria Pública, papel tim-bradoda Câmara, títulosde elei-

tor e material de campanha deIranildo e MarceloMatos.

 A estreita relação entre a ins-tituição e a máquina pública foidescrita na ação do MPE, assimcomo o cunho eleitoreiro docentro social. As procuradorasMônicaRé e Silvana Batini afir-mam “que a principal fonte definanciamento do centro socialéo próprio poder público”.

O curioso é que Costa, queatéfevereirorecebia (como pro-fessor) pelo estado, e até hoje,pelo município, está sendo re-quisitado pelo gabinete de Ira-nildo Campos, na AssembleiaLegislativa do Rio.

— Ele me pediu para ficar àdisposiçãodo gabinete emjanei-ro, fevereiro. Disse que, se eleficasse, era para trabalhar pelo

menos três vezes por semana.Mas eledisse que três dias eramdemais. Então, pedi o cancela-mento da vinda dele — disse odeputado estadual.

Iranildo Campos também fa-lou sobre a açãodo MPE:

— Francisco apoiou a minhacampanha. Por isso, o materialestavano centrosocialdele. Masnão tenho nadaa ver com isso.

Já Marcelo Matos disse nãoconhecer o centro social:

— Nunca fiz campanha ba-seada em serviços sociais.

O prefeito de Meriti, SandroMatos, negou relação com ocentro social do vereador:

— A Justiça Eleitoral en-controu material da prefeituranocentro,masissonãoquerdi-zer que eu seja conivente.

■O letr eir o que indicav a “Ser v iço Social do V er . Fr ancisco Costa” f oi pintado. A mudança na f achada aconteceu após a ter ceir a entr ev ista com opar lamentar , no dia 27 de julho. E, também, após a Pr ef eitur a deMer iti ser questionada sobr e o alv ar á de f uncionamento do centr o e a autor izaçãoda V igilância Sanitár ia. Segundo oMinistér io Público Eleitor al, desde 89 o v er eador mantinha na Rua T aques Bittencour t o seu gabinete decampanha, tr ansf or mado em 2010 em centr o social.

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EXTRA ● EXTRA ● P GINA 3 - Edição: 8/08/2011 - Impresso: 7/08/2011 — 20: 57 h

EXTRA  ● Segunda-feira 8 de agosto de 2011 S3   

EXTRA  ● Segunda-feira 8 de agosto de 2011

 

S3   

AZUL MAGENTA AMARELO PRETO

 J OA  O CA  R L O S J U L IA  O

 p m d b

M a  n d a  t o: 5º, sendo que, em 2008, foi o

nono vereador mais vo tado em Belford Ro xo,

com 3.194 vo tos

 P a  t r i m o n i o: Ao TRE-RJ, declarou, em

2008, ter um pa trimônio de R$ 184.058,82.

Além de qua tro casas, sendo três em Bel ford

Ro xo e uma em São Pedro da Aldeia, disse

 ter uma lo ja e um carro GM Classic Spirit

2005 (a tualmen te, o vereador circula num

Ford EcoSpor t). Ele mora no Lo te X V

 R e n d a : O salário da Câmara dos

 Vereadores (R$ 5.400 )

 O u t r o s d a  d o s: Pro fessor de

Con tabilidade, nascido em Bel ford Ro xo e pai

de qua tro filhos, o vereador, de 64 anos, foi

subsecre tário de Fazenda de Ca xias de

1986a 1988

 

os vereadores que mantêm centrossociais em Nova Iguaçu

Ana Paula Araripe

Flávio Rosa, Michelle Rodrigues e Vinícius Mitchell

Assista aos vídeos com imagensdos centros sociais de Belford Roxo Hoje, este tema está na pauta

do programa Roberto Canázio

 

Bel ford Ro x o

População: 469.332

Orçamen to da Câmara:

R$ 10.944.000,00

Nº de vereadores: 19

Salário dos vereadores:

R$ 5.400,00

ESPECIAL

Dorno joelho?ProcuraoJuliãoPosto de Saúde no ParqueAmorim, em Belford Roxo,

encaminha pacientes para

centro social de vereador

NO CEN TRO SOCIA L do Vale das Mangueiras, de João Carlos Julião, são realizadas

cerca de 200 consul tas odon tológicas. No car taz, o pedido do tí tulo de elei tor

DENT IST  A A T ENDE no centr o social do V ale das Mangueir as: consultór iosdentár ios f uncionam sem r egistr o do C onselho Regional de Odontologia

■ TEXTO:PRISCILLASOUZA 

 [email protected] 

■ FOTOS:FABIANOROCHA 

■Com fortes doresno joelho, Maria Dolores, de 82anos, procurou o posto de saúde municipal no Par-que Amorim, emBelfordRoxo.Em vez deseraten-dida ou encaminhada a outra unidade pública desaúde, como esperava, a idosa foi orientada a pro-curaro centro socialdo vereador João CarlosJulião(PMDB), na Estrada do Ouvidor, lotes 2, 3 e 4,

quadra B, a cerca de 600 metros do posto mantidopela prefeitura.— Venhoduas vezes porsemanaao centrofazer

fisioterapia. Peguei en-caminhamento do pos-tode saúde, vimpara cáe comecei a ser atendi-da — explicou Maria,no dia 14de abril.

Numa das paredesdocentro,batizadocomo nome da mãe do ve-reador (Associação Be-neficente Elidia Julião),a foto do peemedebistaaparece em destaque.Segundo funcionários,no local são realizados320consultas odontoló-

gicas e 800 atendimentos de fisioterapiapor mês.

 A estreita ligaçãoentreo serviçopúblicode saúdee o prestado pelo vereador é confirmada porJulião.Em entrevista ao EXTRA, no dia 26 de julho, eledisse que o caso de Dolores não é exceção:

— Isso acontece com frequência. À medidaque eles vão atendendo lá (no posto) e há ne-cessidade, vão encaminhando para o meu cen-tro social. Dentro do possível, atendo.

O prefeito de Belford Roxo, Alcides Rolim(PT), critica a prática assistencialista:

— No Parque Amorim, a prefeitura tem po-liclínica e posto 24h. Quem faz isso está na con-tramão da lei.

  A prefeitura informou que enviaria fiscaisaos centros sociais, já que eles não têm alvaránem autorização da Vigilância Sanitária.

D

Receita paravingar napolítica■Na entradade outro centro social do ve-reador João Carlos Julião, no Vale dasMangueiras, também em Belford Roxo,um cartaz avisa: é necessário “xerox dotítulo de eleitor para o atendimento”. Sãoexigidosaindaidentidade, certidão de nas-cimento e comprovante de residência.

  Apesar do papel na parede, o parla-mentar afirma que nunca solicitou o do-cumento às pessoas que batem à porta deseus centros sociais:

— Quem informou isso está mentin-do. Nós não pedimos título de eleitor a

quem quer que seja. Isso é uma levian-dade muito grande.

No entanto,o vereador admitequeoscentros sociais trazem dividendos polí-ticos e são lembrados pelos pacientes nahora em que eles vão às urnas:

— Na Baixada, o vereador não tem aimprensa e a Câmara fica longe da co-munidade. Como o vereador vaise man-ter? Se o vereador não criar uma carac-terística de trabalhar quevá ao encontrodo anseio da comunidade, não vinga napolítica.

D

‘Temmês que não consigofazer compra em casa’

NO CEN TRO do Parque A morim, fisioterapia e odontologia

■Para manter os serviços de saúde nosseus dois centros sociais, Julião afirmagastar cerca deR$ 4 mil noParqueAmo-rim e pouco mais de R$ 1 mil na outrainstituição, no Vale das Mangueiras.

Questionadosobreo fatode ganharR$ 5.400 por mês da Câmara de Bel-fordRoxo,ele afirmouque recebeaju-da de amigos — só não disse quais.

— Pego o meu salário todo e jogolá. Tem mês que não consigo fazercompra em casa. Tenho um grupo demantenedores que me ajuda. Mas atéonde as pessoas vão querer se expor?Elas não declaram isso no imposto derenda — afirma o vereador.

No cartório do 3º Ofício de Justiça deBelford Roxo, não constam registros dos

imóveis onde funcionam os centros so-ciais. Perguntado sobre o assunto, Julião justificou que as instituições estão loca-lizadas em áreas de posse.

 Apesar de serem eleitos parafiscalizaro PoderExecutivo (osprefeitose seusse-cretários), elaborar e aprovar leis muni-cipais,os vereadoresda Baixada dedicamboa parte de seu tempo aos centros so-ciaise a seus outros negócios.

Julião, por exemplo, está toda segun-da-feira no centrosocialno ParqueAmo-rim. Já às quartas-feiras, atende no Valedas Mangueiras. Segundo uma funcioná-ria, neste último são realizados por mêscerca de 200consultas odontológicas e 30exames de vista, além de atividades es-portivas paraa terceira idade e jovens.

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EXTRA ● EXTRA ● P GINA 3 - Edição: 9/08/2011 - Impresso: 8/08/2011 — 22: 42 h

EXTRA  ● Terça-feira 9 de agosto de 2011 S3   

EXTRA  ● Terça-feira 9 de agosto de 2011

 

S3   

AZUL MAGENTA AMARELO PRETO

Nov a IguaçuPopulação: 796.257Or çamento da Câmar a:R$ 13.000.000,00Nº de vereador e

s: 21Salário dos ver eadores:R$ 9.288,00

MARCOS ROCHA

PD TManda to: 4 º, sendo que, em 2008, foi o

quin to vereador mais vo tado em No va Iguaçu,

com 6.321 vo tos

Pa trimonio: Declarou, em 2008, ser dono

de apenas um carro (Ford EcoSpor t) financiado,

no valor de R$ 30 mil. No en tan to, ele a firma ser

proprie tário de um imó vel no Caonze, bairro

nobre de No va Iguaçu

Renda: O salário da Câmara dos Vereadores

(R$ 9.288 )

Ou tros dados: Nascido em No va Iguaçu

e pai de cinco filhos, o vereador, de 56 anos, já

 trabalhou como jornaleiro, bancário e vendedor.

Seu redu to elei toral é formado pelos bairros

Pra ta, Parque Engenho Pequeno e Rancho

DANIEL DA PADARIAPDT 

Mandato: 4º, sendo que, em 2008, foi o quartovereador mais votado em Nova Iguaçu, com 6.436 votos

Patrimonio: Ex-vendedor de bala, declarou, em2008, R$ 1,7 milhão. Dono de vários imóveis e lotes emNova Iguaçu, o vereador mora em Jardim Monte Castelo

Renda: Além do salário na Câmara, tem outrasfontes de renda. Em 2000, por exemplo, revelou ternove fontes pagadoras (Câmara, um mercadinho, seispadarias e uma drogaria). Versátil, entra e sai deempresas: hoje é dono de um posto de gasolina nobairro Botaf ogo, em Nova Iguaçu

Outros dados: Nascido em Mangaratiba, o

vereador, de 55 anos, passou pelo PTB, PDT e DEM.Os seus redutos eleitorais são Santa Rita, Vila de Cava,Corumbá, Adrianópolis e Monte Castelo

 

,

vereador amplia serviços oferecidosem centro social de Mesquita

Ana Paula Araripe | Apuração: Mariana Moreira (colaborou)

Flávio Rosa, Michelle Rodrigues e Vinícius Mitchell

Assista aos vídeos com imagensdos centros sociais de Nova Iguaçu Hoje, este tema está na pauta

do programa Roberto Canázio

ESPECIAL

NO NÚMERO 38 D A Rua Jari, funciona há no ve anos o cen t

ro social de

Daniel da Padaria. Lásão realizados cerca de

70 a tendimen tos pordia,

en tre sessões de fisio terapia e consul tas odon tológicas

NO CENTRO CULTURAL Santa Rita, mais de

600 alunos estão matriculados nas seisturmas do curso de informática

Primorico, primopobre.Osdoismantêmcentros sociaisDaniel é o Tio Patinhas de Nova Iguaçu e Rocha, homem de ‘um bem só’: eles apostam no assistencialismo

■ PRISCILLA SOUZA 

 [email protected] 

■ FOTOS:FABIANOROCHA 

■De ex-vendedor de balas a umbem-sucedido homem de negó-cios: Daniel Eduardo da Silva(PDT)é dono deum patrimôniodeclarado de R$ 1,7milhão. En-

quanto isso,o colega de plenárioe de partido Marcos Rocha de-clarou ao TRE-RJ, em 2008,possuir apenas um carro finan-ciadonovalordeR$30mil,ape-sar de morar em casa própria noCaonze, bairro sofisticado de

Nova Iguaçu,e admitirsero pro-prietário do imóvel. Segundo oConselhoRegional dos Correto-resde Imóveis (Creci-RJ),o pre-çode imóvelna rua onde moraoparlamentar pode variar de R$120 mil a R$150 mil.

— Não declarei, porque nãoestão registrados em cartório.

Quandodeclarar, te aviso — dis-se Rocha,aoser questionado so-bre o fatode não ter declarado àReceita Federal ser dono doimóvel — fato sujeitoà multa.

Embora separados por inú-meros cifrões, uma prática polí-

tica aproxima os dois vereadoresde Nova Iguaçu: o assistencialis-mo. Ambos mantêm centros so-ciais no segundo município maisricoda Baixada Fluminense.

Em maio, Daniel confirmouestar à frente da instituição.

— Eu tenho umcentrosocialem SantaRita.Temfisioterapia,

dentista e curso de informática.Depois, negou, mas o EX-TRA foi levado ao centro apósencontrar o vereador próximo àRua Jari. E ele indicar RenatoPessoa, seu funcionário, paraacompanhar a equipe ao centro.

Mesmo sem alvará da prefei-tura e autorização da VigilânciaSanitária,o CentroCulturalSan-ta Rita realiza cerca de 70 aten-dimentospor diade fisioterapiaeodontologia. Mais de 600 alunosestão matriculados nas seis tur-mas docurso deinformática.E olocal abriga ainda biblioteca, sa-

lão de festas e cozinha industrialpara curso de confeitaria.Já o centro de Rocha faz

300 atendimentos por mês emclínica geral, ginecologia e or-topedia, além de oferecer au-las de informática, artesanato

e assistência jurídica.Na sala de atendimento, re-

médiosestãoexpostos numa me-sa. Um dos medicamentos é oKóide D, amostra grátis.

— É corticóide com forteação antialérgica e anti-inflama-tória. Só deve ser usado comorientação — afirmou o presi-

dente do Sindicato dos Médicos,Jorge Darze.Procurado, o laboratório Eu-

rofarma — que fabrica o medi-camento — disse que as amos-tras grátis são distribuídas a mé-dicos por propagandistas.

 

D

’Os profissionais são voluntários’

D

’Peço doações aos meus amigos’

■ Apesar de admitir, emmaio, que o centro social daRua Jari, 38, era seu, o ve-reador Daniel da Padariadisse, no dia 2 de agosto,que a instituição não lhepertencia.

— O prédio é meu, masfiz concessão paraum grupode pessoas. Os profissionaissão voluntários, e eles mes-mos levam os equipamen-

tos. Nunca fui lá — afirmouo vereador.

Em maio, quem gerencia- va o centro era Renato Pes-soa, assessor do gabinete po-lítico do vereador na Estrada

  Adrianópolis — localizadopróximo ao centro social. Se-gundo Daniel, Renato dei- xou, recentemente, a admi-nistração da instituição.

 Além do trabalho na Câ-mara e no escritório político,Daniel também dedica partede seu tempo a outros negó-cios. Ele é dono de posto degasolina no bairro Botafogo.Funcionários da padaria Barra

Bonita,em Santa Rita, afirma-ram que o estabelecimentotambémé do vereador,embo-ra documento da Junta Co-mercial do Estado mostre queelesaiuda empresa em 2010.

Em 28 de maio do mesmoano, Daniel entrou como ad-ministradorda Drogaria Quin-zede Jaú e,dois meses depois,saiu da empresa. Situação se-melhante já havia ocorridoem2009, quando eleentrou comosócio do Mercadinho NovoSanta Rita, no dia 2 de abril, edeixou a sociedade em 17 de junho. Em oito anos, o verea-dor conseguiu multiplicar o

seupatrimônio por seis.— Se você estáprocurando

alguma coisa na minha partefinanceira, não vai achar nada.Tudo o que tenho é declaradono Imposto de Renda.

■O imóvel no Caonze não éo único que não foi declara-do por Marcos Rocha (PDT)ao TRE. O vereador tam-bém é dono de casa na RuaHilda Franco, no Parque En-genho Pequeno, onde fun-

ciona seu centro social —que não tem alvará da pre-feitura ou autorização da Vi-gilância.

 Apesar de ter dito ao EX-TRA, em 5 de maio, mantero centro social, ao ser per-guntado sobre os custos dainstituição, no dia 27 de ju-lho, Rocha disse que amigos— não citou quais — o aju-

dam a mantê-lo:— Eu peço doações aosmeus amigos.

Segundo o parlamentar, o

médico queatendeno localé voluntário por serseu amigo.No entanto, ao ser pergun-tado sobre qual era o nomedo profissional, Rocha disseque “só sabia o apelido”.Questionado mais uma vez,

ele disse que não se lembra- va do apelido do “amigo”, epassaria a informação de-pois. Não passou.

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EXTRA ● EXTRA ● P GINA 3 - Edição: 10/08/2011 - Impresso: 9/08/2011 — 22: h

EXTRA  ● Quarta-feira 10 de agosto de 2011 S3   

EXTRA  ● Quarta-feira 10 de agosto de 2011

 

S3   

AZUL MAGENTA AMARELO PRETO

nas Câmaras de Vereadores, eles têm pouco ou nenhuma produção

Ana Paula Araripe | Apuração: Mariana Moreira (colaborou)

Flávio Rosa, Michelle Rodrigues e Vinícius Mitchell

Assista ao vídeo com imagensdo centro social de Mesquita Hoje, este tema está na pauta

do programa Roberto Canázio

 

MesquitaPopulação: 168.376

Orçamen to da Câmara:

R$ 4.983.000,00

Nº de vereadores: 12

Salário dos vereadores:

R$ 6.192,00

ESPECIAL

Político social clubeVereador que em 4 anos quadruplicou patrimônio oferece judô e até sessões de auriculoterapia

OG A LP Ã O do vereador Nakan: cerca de 18 mil pessoas já passaram pelo centro social

 Aparecida não é a única a pro-curar o centro social. Uma fila seformounacasaemfrenteaogalpãono fim de julho. Lá, no número 94,funcionao escritório da instituição,onde são feitos os agendamentosde consultas e exames, além do ca-dastro dos beneficiados.

Cansada de esperar por atendi-mento no posto de saúde de EdsonPassos,DivaAlvesdaSilva,de49anos,procurou o centro social. Há cerca deum ano, ela descobriu que sofria dehipertensão. Depois de uma consulta,conseguiu marcar para fazer um exa-me de sangue, para verificar as taxasde colesterol e glicose.

— É muito difícil conseguir aten-dimento no posto. A gente tem quedormir na fila. Aqui (no centro so-cial), não — afirmou Diva, que nãosabedeondeapalavravotoveio,massabe para onde ele vai em 2012.

■ PRISCILLA SOUZA 

 [email protected] 

■ FOTOS DE FABIANOROCHA 

■ A palavra voto — do latim votum

— significa manifestação da von-tadeou opinião individual a respei-to de alguma pessoa ou coisa. Nocasoda babá Aparecida Arruda,de31 anos, ele se transformou emmoeda de retribuição.

— Sempre voto no Nakan, porqueprocuro votar em quem cuidada saú-de — diza moradora de Mesquita.

Nakan, no caso, é Flavio Nakan-dakare (PT), o sétimo vereadormais votado nas eleições de 2008em Mesquita.

No dia 25 de julho, Aparecida saiudoGalpão daCidadania— centro so-cial mantido pelo vereador — comconsulta médica, exame de vista e atésessãode auriculoterapiamarcados.A última — uma novidade para a babá— nadamaisé doque técnicamilenarchinesa em que são aplicadas semen-tes nas orelhas para tratar problemasde saúde, entre eles, a obesidade.

Lá no galpão também eram ofe-recidos, em julho, ginecologia, clí-nicamédicapara idosos, homeopa-tia, além de eletrocardiograma eexames laboratoriais. Tudo issosem alvará da prefeitura e autori-zação da Vigilância Sanitária.

Faixa em frente à Câmara

 Além do boca a boca, a divulgaçãodosserviços médicos contoucomumaantiga, porém eficiente estratégia demarketing:faixas espalhadaspela cida-de.Umadelasfoicolocadaem frenteàCâmaraMunicipaldeMesquita;outra,no muro onde funciona o Galpão daCidadania — na Rua Henrique Lus-sac, número95,em Edson Passos.

DI V A  A L VESda Silva: e x ame marcado

D

Serviçosde saúde suspensos■Questionado sobre osatendimentos médicosoferecidos no centro so-cial, o petista Nakan afir-mou, no dia 27 de julho,

que os serviços não são desua responsabilidade:

— O Galpão da Cida-dania é um espaço queaglutina várias ONGs e

umadelas promoveos ser- viços de saúde.

 A Prefeiturade Mesqui-ta informou que o verea-dorserianotificado a regu-larizar a situação do centrosocial. Apesar das faixasespalhadas pela cidade(veja foto) anunciando osserviços de saúde e pacien-tes confirmarem terem si-do atendidosno GalpãodaCidadania, a prefeituradisseque fiscais da Vigilân-cia Sanitária estiveram naRua Henrique Lussac, masnão constataram serviçomédico. A cidade é atual-mente administrada peloprefeito Artur Messias,também do PT.NOMURO DOG A LP Ã O, f aix a com os ser v iços de saúde of er ecidos

■Em entrevista ao EX-

TRA,no dia 1º de junho,Nakan afirmou que oGalpãoda Cidadanianãotinha cunhoeleitoreiro.

— Emcidades peque-nas, o vereador acabasendo despachantede lu- xoe assistentesocial. Pro-curo não politizar o cen-tro social, embora meumandato esteja por trásde tudo — admitiu o ve-reador. O Galpão da Ci-dadania também oferece cursos pro-fissionalizantes, de arte e aulasde judô—carro-chefe dainstituição,quecom-pletou13 anos em 2011.

Diante da falta de

opções de lazer ofere-cidas pelopoder públi-co, Andreia Gióia co-memora a oportunida-de do filho praticar es-porte. A criança de 6anos está aprendendo judô com o professorJames — irmãode Na-kan.

— Fiz um cadastro.Eles pediram docu-mentos e foto. Meu fi-

lho está adorando — vibra Andreia.De acordo com estimativa do

próprio vereador, cerca de 18 milpessoas já passaram pelo galpão.

D

’Despachantede luxo’

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EXTRA ● EXTRA ● P GINA 3 - Edição: 12/08/2011 - Impresso: 11/08/2011 — 22: 27 h

EXTRA  ● Sexta-feira 12 de agosto de 2011 S3   EXTRA  ● Sexta-feira 12 de agosto de 2011

 

S3   

AZUL MAGENTA AMARELO PRETO

Ana Paula Araripe | Apuração: Mariana Moreira (colaborou)

Flávio Rosa, Michelle Rodrigues e Vinícius Mitchell

Assista ao vídeo com imagensdos centros sociais em Caxias Hoje, este tema está na pauta

do programa Roberto Canázio

 

 S E BA  S T IA  O F E R R E I RA DA S I L VA p t b

M a  n d a  t o: 5º, sendo o segundo vereador mais vo tado

de Ca xias, com 7.825 vo tos

 P a  t r i m o n i o: Em 2008, declarou um apar tamento na Barra da

 Ti juca, no valor de R$ 500 mil

 R e n d a : O pagamen to do salário na Câmara foi suspenso, já que o

 vereador está de tido em Campo Grande, no Ma to Grosso do Sul

 O u t r o s d a  d o s: Preso em dezembro de 2010, na Operação Capa

Pre ta, Chiquinho, de 49 anos, é apon tado como um dos che fes da

milícia que a tuava em vários bairros de Ca xias. Quadrilha é acusada de

homicídios e de vender armas para tra fican tes do Comple xo do Alemão.

 

 p t b

Barra da

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ação Capae fes da

 

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s

J O  N AS  G O  N C A L V E S  D A S  I  L V A p p s  Ma n d a t o : 1º , sendo o quint o v ereador maisv ot ado de Cax ias, c om 7.085 v ot os

 P a t ri m o n i o : Em 2008, dec larou apenas umAst ra GM 2000, no v alor de R$ 20 mil

 Re n d a : Não rec ebe mais da Câmar a

O u t ro s  d a d o s : Soldado r eformado da P M e c it adona list a da CP I das Milí c ias, Jonas, de 54 anos, ganhouda Câmara de Cax ias o t í t ulo de benemér it o dac omunidade. A r esoluç ão, no entanto, foi r ev ogada.Em 2006, inaugur ou seu primeir o c entr o soc ial e, depoisde eleit o, c omeç ou a c onst ruir o segundo, no Mor ro doSossego, no bair r o P ant anal

Duque de Ca x ias

População: 855.048

Orçamen to da Câmara:

R$ 42.000.000,00

Nº de vereadores: 21

Salário dos vereadores:

R$ 9.260,00

ESPECIAL

 AMIGOS, AMIGOS. NEGÓCIOS? NÃO, NÃO SÃO À PARTE

O CENTRO SOCI A L de Jonas é Nós, em Jardim Gramacho

NO PARQUE FLUMINENSE, faixa deapoio a Chiquinho e centrosocial do deputado Dica

Preso,mas todo-poderosoDenunciados por formação de quadrilha, vereadores continuam a controlar seus currais eleitorais em Caxias

CENTRO SOCIA L DE CHIQUINHO Grandão, no Parque Fluminense, em Cax ias, oferece exames de vista grátis e teste de alergia: vereador está preso em Mato Grosso do Sul

D

Pai e filho detidos na Operação Capa Preta

■ TEXTO:PRISCILLA SOUZA 

 [email protected] 

■ FOTOS:FABIANO ROCHA 

■Não é preciso ser um veteranona política ou bater ponto nasCâmaras Municipais para man-terum centro social funcionandoa pleno vapor. Até vereadoresque estão atrás das grades ofe-recem teste de alergia e examesde vista gratuitos em Caxias. É ocaso de Sebastião Ferreira da Sil- va (PTB) e Jonas Gonçalves da

Silva (PPS). Mais conhecidos co-mo Chiquinho Grandão e Jonasé Nós, eles são acusados de che-fiar milícia, e foram denunciadospelo Ministério Público por for-mação de quadrilha.

 Apesarde estardetidono pre-sídio federal de Campo Grande(MS), Chiquinho, de 51 anos,mantém a Associação de Pais e Amigos do Parque Fluminense,na Estrada do China, onde sãooferecidos serviços médicos,odontológicos e cursos. O centro

chama a atenção pela sua gran-diosidade. E vive cheio.

Nãoéàtoaque,em2008,Chi-quinho foi o segundo vereadormais votado no município maisrico da Baixada. Não é poracasotambém que os procuradoresCarlosAntoniodaSilvaNavegae  Antônio José Campos Moreiraafirmaram na denúncia — ofe-recida contra Chiquinho e outras33 pessoas — que “os votos (de-les) são oriundos de verdadeirocurral eleitoral, concentrado nos

bairros Parque Fluminense, SãoBento e Parque Muísa”.

Na última eleição municipal,Chiquinhoexpandiu seupoderio,ao ajudar a eleger o novato Jo-nas. O PM reformado tambémestá preso em Campo Grande.

Para garantir cadeira na Câ-mara, Jonas não poupou esfor-ços: segundo denúncias, ele “pa-gou R$ 30 aos moradores que,em troca, prometeram lhe des-tinar seus votos”.

De acordo com relatório da

CPI das Milícias da AssembleiaLegislativa do Rio, citado na de-núncia, na eleição de 2004, Chi-quinhoseelegeucom quase80%dos votos concentrados nos bair-roscontrolados pelaquadrilha.

— Todochefe de milícia é do-no de centro social. Isso é carac-terística das máfias. Mesmo pre-sos, eles mantêm o controle po-lítico e econômico na região.Issoé um absurdo — criticou o de-putado Marcelo Freixo (PSOL),que presidiua CPI das Milícias.

❁FAMÍLIA À FRENTE■O centro social de Chiquinho émantido por seus parentes. A in-formação é do advogado MárioCesarMachadoMonteiro:

— A família dele está man-tendo o centro para não decep-cionar as pessoas. Mas ele cami-

nha com dificuldade.Sobre a denúncia do Ministé-

rioPúblico, o advogado disse queseu cliente é inocente.

— Não se pode manter umapessoa presa por sete meses porformação de quadrilha, aindamais num presídio de segurança

máxima. Isso é um equívoco.Na Praça do Galo, próximo

ao centro de Chiquinho, fun-cionao centro do deputadoes-tadual Jorge Moreira Theodo-ro, o Dica (PMDB). Curiosa-mente, segundo Marcelo Frei- xo, o vizinho de Grandão foi o

responsável pela retirada donomedo vereador da lista finalda CPI das Milícias.

— O Dica apresentou umaemenda para retirar o nome doChiquinho Grandãoda lista.

O deputado responde àação do Ministério Público

Eleitoral por abuso de poderpolítico e econômico. Ele éacusadode usar o centro socialpara fazer propaganda naseleições de 2010. Procurado,Dica informou, através de suaassessoria, que não iria se ma-nifestar sobre o assunto.

■ A exemplo de Chiquinho Gran-dão, Jonas é Nós também man-tém um centro social, mesmo es-tando preso. No imóvel da RuaCosme Velho, lote 22, quadra 13,em Jardim Gramacho, o vereadoroferece serviços de clínica médi-ca, ginecologia, cardiologia, fisio-terapia, dentista, exame de vista,além de auriculoterapia.

Umaestudante— quenão quis seidentificar — disse que sai de SantaCruz da Serra para fazer tratamentoodontológico no centro social.

— Não tenhocondições de pagarpara fazer em outro lugar. Um ami-

go meu indicou, porque ele tambémse trata aqui — disse a jovem.O advogado do vereador, Luiz

Carlosda Silva Neto,disse desconhe-

cer o centro social de seu cliente.— Não posso responder como o

centroé mantido, porqueeunemsa-biaqueeletinhaum.Quantoaopro-cesso queele responde, ainda nãohádata para o julgamento. E ele estáem outro estado. Isso é uma violên-cia muito grande. Não há provascontraele — disse.

Segundo a PM, Jonas ingressouna corporação em 1991 e ainda re-cebe o soldo normalmente. A po-lícia não informou o valor do sa-lário, mas um soldado hoje na ativarecebe R$ 1.496, considerando osoldo e o auxílio-moradiapago aos

policiais casados. Na OperaçãoCapa Preta também foi preso o fi-lhode Jonas, o ex-PMÉderFábioGonçalves da Silva.

CHIQUINHO: nome r etirado da lista da CPI

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EXTRA ● EXTRA ● P GINA 14 - Edição: 14/08/2011 - Impresso: 13/08/2011 — 01: 04 h

Domingo 14 de agosto de 2011 ● EXTRA D   1   4

AZUL MAGENTA AMARELO PRETO

 Atu almente , h á 156 centr os soci ai s em funcionamento no e st ado. Segundo o Ministério Público do

Estado do Rio de Janeiro* , a Baix  ad a lidera o r  anking com m ais centro s sociais (56 ). E m seguid a , vem a

ca pit al (54 ), o interior (26 ) e , por último, S ão Gonçalo (20 ). Tod as os centro s são lig ado s a políticos que

e xercem c ar gos no Legi sl ativ o, E  xecutiv o ou c andid ato s re prov  ado s n as urn a s. Algun s m antêm m ais de

um centro soci al. O m ape amento serv iu de b a se par  a o TRE f iscali zar pr o pag and a irregular em 2010.

 A s açõe s levaram 22 polí tico s a serem denunciados pelo Ministério Público E leitor  al por abu so de poder 

 político e econômico e ca ptação ilícit a de votos.

* O lev  ant amento do Ministério Público do E  stado do Rio de J aneiro é atu ali zado con st antemente pelo 5º C entro de Apoio O peracion al à s Pr omotoria s E leitor  ai s, medi ante

coleta de inf orm açõe s junto a v  ári as in stituiçõe s , a fim de sub sidi ar o trab alho do s pr omotor es eleitorais. Os número s acim a foram fornecidos no dia 26 de julho pelo MP

56Baixada

Fluminense

54Capital

26Interior

20São Gonçalo

 10

 11

 12

 1 3

 14 15

 16 17

 1 6 7 8

 9

 1 8

2

 4 3 5

OS 56 CEN TROS SOCI AIS NA BA IXA D A 

OS 26 CEN TROS SOCIA IS NO IN TERIOR

Duque de Cax ias: 22

Belford Rox o: 10

Nilópolis: 4

São João de Meriti: 5

Mesquita: 5

Nova Iguaçu: 4

Magé: 4

Queimados: 1

Seropédica: 1

Porciúncula: 1

Itaperuna: 1

São José de Ubá:1

Angra dos Reis: 5

 Teresópolis: 4

Volta Redonda: 11

Barra Mansa: 1

Vassouras: 1

Saquarema: 1

 

 10

 1 1

 12

 13

 14

 1 5

 1 6

 17

 18

 1

2

 3

 4

 5

 6

 7

 8

 9

 VEREA DORESCapital

Duque de Cax ias

Volta Redonda

A ngra dos Reis

São João de Meriti

Magé

DEPU TA DOS ES T ADU A IS (titulares ou suplentes)

DEPU TA DOS FEDER AIS (titulares ou suplentes)

PREFEITO

 VICE-PREFEITO

Deputados

Suplentes

Deputados

Suplentes

C ANDID ATOS QUEN Ã O FOR A M ELEITOS

21

42

8

5

3

2

1

17

14

5

8

1

1

Ana Paula Araripe | Apuração: Mariana Moreira (colaborou)

Flávio Rosa, Michelle Rodrigues e Vinícius MitchellAssista ao vídeo com entrevistas deautoridades e imagens dos centros Amanhã, este tema está na pauta

do programa Roberto Canázio

ESPECIAL

 

PRÁTICA CONDENADA  NA BAIXADA 

CEN TRO de Julião: aber to

 AssistencialismoS.AMapeamento mostra que há 156 centros sociais no estado: MP promete ações inclusive contra o poder público

HIPÓLITO PEREIRA/15.01.2009

CL Á UDIO LOPES: “Centr os são atentado ao r egime democr ático”

■ TEXTO:PRISCILLA SOUZA  [email protected] 

■ FOTOS:FABIANO ROCHA 

■Os vereadores da BaixadaFluminense mostrados na sériede reportagens publicada peloEXTRA, durante a última se-mana, não são osúnicosa man-terem centros sociais. De acor-do com levantamento do Mi-nistério Público Estadual, há156 centros em funcionamentono estado: 44 estão na mão dedeputados e 40, de vereadores.Na lista, há prefeito, vice-pre-feito e 42 candidatos queforamreprovados nas urnas.

O MP estuda ações paraobrigaro Poder Públicoa ofe-recer serviço de saúde paraquea populaçãonão dependada “caridade” dos políticos.

— Temos verificado, infe-lizmente, que políticos se be-neficiam eleitoralmente dasmazelas da população e deeventuais falhas do Estado,alimentando um ciclo viciosode clientelismo assistencial.

Convém, para eles, que o Es-tado continue falhando paraque supram essas lacunas.Por esse motivo, o MP temmonitorado o funcionamentodesses centros que visam aburlar a Lei Eleitoral, e queconstituem um atentado aoregime democrático — afir-mou o procurador-geral deJustiça, Cláudio Lopes.

O mapeamento dos centrossociais servirá de base para otrabalho de fiscalização duranteas eleições municipais do anoque vem. E essa não é a únicamedida adotada no cerco aospolíticos que apostam no assis-tencialismo. Os ministérios pú-blicos estadual e federal estãotrabalhando em conjunto paracoibir essa prática política.

❁Quandoeradeputadoestadual noRio,entre 1999e 2002, apresentei projeto que pretendiaproibir ovínculo de políticoscom centros sociais, mas a maioria dosdeputados tinhacentro, e o projetofoi engavetado.Como deputadofederal, jáapresenteitrês projetos sobre otema, mas nenhumfoi colocado em pauta.É absurdo, porquequem temqueoferecer essetipodeseviçonão éo parlamentar, é o poderpúblicoChicoAlencar Deputado federal (PSOL)

❁Cabe à Vigilância Sanitária e à Justiçatomarem atitude. OTRE tem que fechar esses centros, não só no períodoeleitoral,porqueelesutilizam material público para se beneficiar. Elese aproveitamde pessoas carentes,dãocadeira de rodas e, com isso, seelegempara o restoda vidaCidinha CamposDeputada estadual (PDT)

❁Comopresidenteda Alerj, ficodesconfortável emcomentarestasquestões.Masestamos tentando mudar a maneira defazer política no

estado Paulo MelloDeputado estadual (PMDB)

❁NOVA IGUAÇUOs centros sociais deMarcos Rocha (PDT) eDaniel da Padaria (PDT)estão fechados para, se-gundo os vereadores, re-gularização de docu-mentos. Na porta dasduas instituições, carta-zes avisam que os servi-ços estão suspensos.

❁BELFORD ROXOOs dois centros sociais

do vereador João CarlosJulião (PMDB) estavamna sexta-feira abertos.

❁DUQUE DE CAXIASO centro social do verea-dor Jonas É Nós (PPS) es-tava fechado na sexta-

feira. Já o do colega Chi-quinho Grandão (PTB),aberto. Os dois estãopresos em Campo Gran-de, no Mato Grosso doSul, acusados de forma-ção de quadrilha peloMinistério Público.

❁MERITIO centro social do verea-dor Francisco da Costa(sem partido) está aber-to, mas o letreiro com onome do parlamentar nafachada do imóvel foipintado.

❁MESQUITA A placa do Galpão da Ci-

dadania, centro socialdo vereador Nakan (PT),foi retirada.

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Juízes eleitorais vão às instituições

ZV EITER: “ A LEGISL A ÇàO dev er ia definir a utilização desses centros”

■Na tentativa de frear o clien-telismo no estado, a Procurado-ria Regional Eleitoral vai com-partilhar informações como Mi-nistérioPúblico Estadual.

— Vamos fornecer materialsobre centros sociais, e os pro-motores vão verificar o que po-deserfeitoparacobrardo poderpúblico atendimento à popula-ção. Até porque, os centros nãopodem prestarserviços de saúdesemqualquerfiscalização— dis-se a procuradora regional elei-toral MônicaCampos de Ré.

Propaganda irregular A partirdeste mês, juízeselei-

torais vão percorrer centros so-ciais para alertar os políticos so-

bre a utilização das instituiçõesem propagandairregular.Segundo o presidente do

TRE-RJ, Luiz Zveiter, o tribu-

nal esbarra na legislação eleito-ral, que não proíbe os centros:

— A legislaçãodeveriadefinircomo o centropode serutilizado,

dando transparência ao funcio-namentodessas instituições.Já a procuradora regional da

República, Silvana Batini,defen-

de que a prática seja combatidacom as leisvigentes:

— É preciso que a JustiçaEleitoral interprete o uso desses

centros como abuso de poderpolítico e econômico. A legisla-çãoatualpodeseraplicada,mes-mo forado períodoeleitoral.