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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Mestrado em Bioética Edson Luís Soares Dias INFRAÇÕES ÉTICAS REGISTRADAS NO CRN-3 (1998-2007): ANÁLISE À LUZ DA BIOÉTICA São Paulo 2009

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Mestrado em Bioética

Edson Luís Soares Dias

INFRAÇÕES ÉTICAS REGISTRADAS NO CRN-3

(1998-2007): ANÁLISE À LUZ DA BIOÉTICA

São Paulo

2009

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Edson Luís Soares Dias

INFRAÇÕES ÉTICAS REGISTRADAS NO CRN-3

(1998-2007): ANÁLISE À LUZ DA BIOÉTICA

Dissertação apresentada ao Curso

de Mestrado em Bioética, orientada

pela Profa. Drª Margareth Rose Priel

e co-orientada pela Profª Drª Fabiana

Poltronieri, como requisito parcial

para obtenção do título de Mestre em

Bioética.

São Paulo

2009

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Pe. Inocente Radrizzani

Dias, Edson Luis Soares

Infrações éticas registradas no CRN-3 (1998-2007): análise à luz da bioética / Edson Luis Soares Dias. -- São Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2009.

76p.

Orientação de Margareth Rose Priel e Fabiana Poltronieri

Dissertação de Mestrado em Bioética, Centro Universitário São

Camilo, 2009.

1.Bioética 2.Má conduta profissional 3.Nutricionista / ética I.Priel, Margareth Rose II. Poltronieri, Fabiana III. Centro Universitário São Camilo IV.Título.

Agradecimentos

Ao Lorde, por representar o máximo na minha vida. A Chris Pelliciari, por ter sido minha professora. Agora, por ser professora, amiga,

irmã, próxima, engraçada, dedicada, mediadora, pronta, tonta, fera, bela, leoa, fada,

encantada... por estar comigo incondicionalmente em todos os momentos.

A Professora Dra. Margareth Rose Priel, pela paciência comigo, por ter transformado

a minha inexperiência em uma sede de conhecimentos, pelos momentos firmes de

decisão, por ter demonstrado que o significado do orientador ultrapassa qualquer

tipo de protocolos, resultando em verdades e apoio.

Aos verdadeiros amigos, Valdetônio, Marieta, Marcela, Adriana, Jussara, Ana

Cristina, João Ricardo, Carol, Odisael, Ramon, Selma, Kátia, Iara e Pingote.

A Elcinha e família, por tudo que passamos juntos. A Professora Dra. Fabiana Poltronieri, pelos conhecimentos e a forma como também

auxiliou na construção do trabalho.

A todos os setores do Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região, pela

dedicação.

Aos profissionais inspiradores: Beatriz Aparecida Edmea Tenuta Martins, Valdelice

de Albuquerque Estrela, Joana D’arc Pereira Mura, Célia A.Lucchese, Magda Regina

Rocha, Sandra Maria Chemin Seabra da Silva, Áurea Rodrigues Sewaybricker,

Rubens Sewaybricker, Vera Barros de Leça Pereira, Maria Luiza Sampaio Banduk,

Letizia Nuzzo, Denise Balchiunas, Arlene Valiengo, Rosana Drigo, Carla Nagahama.

Epígrafe

Asas cortadas Eu, pássaro perdido Que avoou sem medo Quando era menino Sério, eu chego a me lembrar E logo chega o mundo Pra intimidar Eles gritam e conseguem me assustar Eu me sinto gaivota sobre o mar Que afundou as asas nas manchas de óleo ao mergulhar E agora não consegue mais voar Um dia, eu vou voar Sei, sei tudo que posso Mas, vem essa lei e impõe o ócio Quem tem um olho é Rei Se eu desafiar, incomodarei Vez em quando bate um vento por aqui Abro as minhas asas pra tentar subir Mas, com tanto tempo preso a essas grades, me esqueci E agora tenho medo de cair Tiê, venha das alturas me salvar No maciço da tijuca pousará Onde as nuvens se debruçam E eu não canso de esperar Sua liberdade me libertará Abra as suas asas Vai sem medo, vai Vai ganhar o céu Quem provou da liberdade não terminará Preso às próprias grades Um dia eu vou voar Eu já vivi no ar Vem me ver voar Vem me ver voar Jorge Vercilo -

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise dos Códigos de Ética do

Nutricionista de 1993 e de 2004, bem como das infrações éticas registradas no

Conselho Regional de Nutricionistas da terceira região à luz da Bioética. Procedeu-

se à análise documental das Resoluções CFN Nº 141 de 15/12/1993 e CFN N º 334,

de 10/05/2004, à luz dos referenciais bioéticos. Para o estudo das infrações foi

realizado um estudo exploratório, retrospectivo, observacional, com coleta de dados

secundários. Foram considerados dois cortes transversais, sendo um de janeiro de

1998 a dezembro de 2003, e outro de janeiro de 2004 a dezembro de 2007, de

acordo com o código vigente. Os resultados demonstram inúmeras ocorrências dos

referenciais bioéticos no código de 93, embora tais referenciais estejam mais

claramente colocados no código de 2004. Quanto às infrações éticas registradas,

observa-se um aumento progressivo no número das mesmas, atingindo uma

estabilização a partir de 2005. A infração mais freqüente em ambos os períodos é o

exercício profissional anterior à inscrição no Conselho Regional, comprometendo os

referenciais de responsabilidade e não maleficência. Esta infração pode levar à

prestação de serviços deficientes, prejudicando a população atendida, gerando

dúvidas a comprovada habilitação do profissional. Assim sendo, é possível sugerir

que os Conselhos, que possuem caráter acima de tudo, orientador, promovam mais

discussões bioéticas alertando, demonstrando, explicando, direcionando,

aproximando a Bioética e os profissionais.

PALAVRAS-CHAVES: Bioética, infrações éticas, nutricionista.

ABSTRACT

The aim of this paper is to compare the last two versions of Code of Ethic, as

well as to analyze the ethical violations registered in the Conselho Regional de

Nutricionistas (CRN-3), based on Bioethics. The Codes of Ethics of 93 and 2004

were analyzed, considering the bioethics referential. Were also analyzed the ethical

violations during two periods: from January 1998 to December 2003, and another

one from January 2004 to December 2007, according respective code. Our results

showed the occurrence of bioethical referential in the code of 93, although they are

more visible in the 2004 code. Concerning to registered ethical violations, we

observed a gradual increase until 2004, keeping the same level since then. The most

frequent violation, in both periods, is professional activity before registration in CRN-

3, disrupting the referential of responsibility and non maleficence. This kind of

violation can promote bad service, harming clients and generating doubts about

professional abilities. Thus, the Council, according its mission, must promote

discussions, alerting, demonstrating, explaining, directing and approaching Bioethics

and professionals.

Key terms: Bioethics, ethical violations, nutritionist.

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 07

1.1 A Profissão de Nutricionista ........................................................................... 07

1.2 A Ética e o Código de Ética do Nutricionista .................................................. 14

1.3 A Bioética e suas definições........................................................................... 21

2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 29

2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 29

2.2 Objetivos específicos...................................................................................... 29

3 METODOLOGIA................................................................................................ 30

3.1 Delineamento do estudo................................................................................. 30

3.2 Análise dos Códigos de Ética do Nutricionista ............................................... 30

3.3 Análise das Infrações éticas........................................................................... 30

3.3.1 Coleta de dados........................................................................................... 30

3.3.2 Análise dos dados........................................................................................ 31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 32

5 CONCLUSÃO.................................................................................................... 66

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 67

APÊNDICES

7

1. INTRODUÇÃO

1.1. A Profissão de Nutricionista

Do ponto de vista histórico, o surgimento do Nutricionista está relacionado à

ação a partir do campo da Enfermagem. Na era medieval, tratava-se de um trabalho

de caridade, executado na residência de pessoas enfermas e possuindo apenas

experiências práticas, sem formação acadêmica. Embora não haja registros formais,

acredita-se que na mudança do feudalismo para o capitalismo, substituiu-se a mão-

de-obra gratuita por mulheres assalariadas, porém de classe social inferior (BOSI,

1996).

A Nutrição constitui-se em um campo específico não apenas do ponto de vista

científico - como ciência – mas, apresenta também atuações de formação e

intervenção social, isto se torna bem definido a partir do século XX (BOSI, 1996;

VASCONCELOS, 2002).

O Nutricionista, semelhante a outros profissionais, surgiu dentro da equipe

multiprofissional, como uma forma de divisão do trabalho, em um processo de

especialização e hierarquização do mesmo. Seu objeto de atuação tem sido a

alimentação do homem, no plano individual ou coletivo. Essa caracterização da

profissão é resultado da evolução na sociedade contemporânea (BANDUK, 2005).

A primeira informação que se tem conhecimento na área de Nutrição, foi a

atuação de Irmãs da ordem Ursulinas no Canadá, em 1670. Por outro lado, há a

precursora da enfermagem Florence Nightingale, no seu trabalho de auxílio aos

combatentes feridos na guerra da Criméia em 1854, planejou cozinhas para

fornecimento de dietas. Nos Estados Unidos da América, a partir de 1890, criou-se a

denominação de Dietista. Logo, o auxílio na alimentação das coletividades enferma

e sadia, foram, sem dúvida, a origem da profissão de Nutricionista. Na América do

Sul, em Buenos Aires, Pedro Escudero criou o Instituto Municipal de Nutrição em

1926 e em 1933 implantou o primeiro curso de formação profissional. No Brasil, em

1939, foi criado em São Paulo, o curso de Nutrição do Instituto de Higiene, hoje,

Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (ARRUDA, 2001;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO, 1991; VASCONCELLOS, 2001).

8

No Brasil, o Nutricionista não surge apenas na área da saúde, a exemplo do

observado em outros países. Estudos indicam que simultaneamente, houve a

atuação do nutricionista no setor de administração de serviços de alimentação do

trabalhador, nos restaurantes populares do Serviço de Alimentação da Previdência

Social. O termo dietista surgiu no primeiro governo Vargas, com denominação

semelhante aos países da Europa, EUA e Canadá. Porém, não tendo a qualificação

de nível superior no país; designado também como: técnico de nível médio e auxiliar

de nutrição, com a formação diversificada (YPIRANGA, 1990; YPIRANGA, 1991;

VASCONCELOS, 2002; COSTA, 1999).

Por meio de constantes modificações no cenário político-social brasileiro,

tornou-se imprescindível alterar os currículos, e mais tarde, formalizar o Nutricionista

como profissional de nível superior e fixar a designação do Técnico em Nutrição e

Dietética em nível médio (YPIRANGA, 1991).

Ocorreram inúmeros acontecimentos para o crescimento da profissão. Dentre

os quais, inclui-se as áreas da Política Social de Alimentação e Nutrição e o

desenvolvimento científico-tecnológico e de organização dos profissionais,

destacando a fundação da Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN), em 31 de

Agosto de 1949. Esta data foi oficializada como o dia do Nutricionista

(VASCONCELOS, 2002).

A decisão de oficializar o Nutricionista classificando-o como profissional de

nível superior ocorreu em 1966, em Caracas, Venezuela, durante uma reunião de

diretores de escolas de Nutrição (YPIRANGA, 1990; YPIRANGA, 1991).

Na década de 40, o Nutricionista no Brasil, ao iniciar a sua atuação, deparou-se

com duas grandes áreas: a Nutrição Clínica (Dietoterapia) e a Alimentação Coletiva

(Institucional) (VASCONCELOS, 2002).

A área de Nutrição Clínica, direcionada à utilização do alimento (dieta) como

agente de tratamento, começou a desenvolver-se nos hospitais públicos e privados

dos principais centros urbanos do país. Enquanto que a área de Alimentação

Coletiva buscou ações de administração aplicada em restaurantes de empresas e do

Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS) (ALVES et al., 2003).

Na década de 60, surgiram duas áreas de atuação importantes: Nutrição em

Saúde Pública (Nutrição Social) e ensino (Docência). A primeira visava auxiliar a

9

população na orientação quanto a alimentação adequada. A segunda área

destinava-se a atividades de ensino, pesquisa e extensão em Nutrição (ALVES et

al., 2003).

A regulamentação da profissão de Nutricionista foi uma das grandes conquistas

dos profissionais e está intimamente vinculada ao reconhecimento dos cursos de

Nutrição em nível superior, culminando na Lei Federal Nº 5276, de 24/04/1967 -

revogada - pela Lei Federal Nº 8234, de 17/09/1991(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE NUTRIÇÃO, 1991).

De acordo com Bosi (1988) e a Associação Brasileira de Nutrição (1991), a

regularização da profissão e curso, desde a década de cinqüenta, partiu não só da

Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN), hoje ASBRAN (Associação Brasileira

de Nutrição), como também do Curso de Nutrição do Serviço de Alimentação de

Previdência Social (SAPS), hoje na Universidade do Rio de Janeiro – UNIRIO.

Importante também ressaltar os Cursos de Nutrição que funcionavam em diferentes

regiões do Brasil, além daquele administrado pelo SAPS:

− Curso de Nutricionista da Universidade do Brasil;

− Curso de Nutricionista da Universidade do Recife;

− Curso de Nutricionista da Universidade da Bahia;

− Curso de Nutricionista da Universidade de São Paulo;

− Instituto Municipal de Nutrição da Guanabara.

A formação do Nutricionista não teve um crescimento considerável, totalizando

somente sete cursos no Brasil, até a década de 70, quando ocorreu a Reforma

Universitária, conforme Lei Federal N°5540 de 1968, designando o aumento de

cursos no país, em todas as áreas da saúde (COSTA, 1999).

Na década de 80 percebeu-se uma intensa reflexão sobre a atuação do

Nutricionista, promovendo a autonomia profissional, elaboração de estudos,

resultando em significativas conquistas profissionais (BANDUK, 2005).

Devido a um aumento substancial do número de cursos de Nutrição na década

de 90, não sendo amparado pela defesa consciente de um novo perfil para o

profissional, que estivesse preparado a atender às demandas estabelecidas por

inúmeras transformações, incluindo novas áreas de atuação do Nutricionista,

10

ocorreu a necessidade de estudos e dedicação para acompanhar também as

mudanças sofridas pela sociedade brasileira (BANDUK, 2005).

Ao longo dos anos, o Nutricionista firmou-se como profissional, com carreira

regulamentada, envolvendo-se em entidades de caráter sócio-cultural, participando

de encontros científicos em níveis nacional e internacional e intensa movimentação

no sentido da criação de órgãos de defesa de seus direitos trabalhistas e de

fiscalização do seu campo de trabalho. Foi dentro dessa intensa busca, que ocorreu

a criação de uma Autarquia constituída pelos Conselhos Federal (com sede em

Brasília – DF) e Regionais de Nutricionistas (Lei Federal Nº 6583, de 20/10/1978 e

Decreto Federal Nº 84444, de 30/01/1980) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NUTRIÇÃO, 1991).

O Sistema CFN/CRNs, é um órgão sem fins lucrativos, de interesse público,

com poder delegado pela União para normatizar, orientar, disciplinar e fiscalizar o

exercício profissional do Nutricionista e Técnico em Nutrição e Dietética. Porém, a

finalidade principal de um Conselho de Profissão é proteger a Sociedade de

profissionais sem qualificação, prestando serviços de forma inadequada. Esse

Sistema é mantido por meio de anuidades, taxas, multas e emolumentos (taxa

cobrada pela expedição de documentos), recolhidos por profissionais e pessoas

jurídicas (CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS, 1978; CONSELHO

REGIONAL DE NUTRICIONISTAS, 1980).

Atualmente existem 10 Regionais que contemplam todos os Estados do

território nacional, e suas jurisdições. O quadro 1 apresenta estes Estados e suas

respectivas jurisdições.

Quadro 1: Jurisdições e Sedes distribuídas pelo Território Nacional.

REGIÃO ESTADOS SEDE 1ª Goiás/ Mato Grosso/ Tocantins/ Distrito Federal Brasília - DF 2ª Rio Grande do Sul Porto Alegre - RS 3ª São Paulo/ Mato Grosso do Sul São Paulo - SP 4ª Rio de Janeiro/ Espírito Santo Rio de Janeiro - RJ 5ª Bahia/ Sergipe Salvador - BA 6ª Alagoas/ Paraíba/ Piauí/ Rio Grande do Norte/

Ceará/ Fernando de Noronha/ Pernambuco/ Maranhão

Recife - PE

7ª Acre/Amazonas/ Rondônia/ Roraima/ Amapá/Pará Belém - PA 8ª Paraná Curitiba - PR 9ª Minas Gerais Belo Horizonte - MG

10ª Santa Catarina Florianópolis - SC

11

As atribuições do Nutricionista estão claramente difundidas, conforme a Lei

Federal Nº 8234, de 17/09/1991, que regulamenta a profissão, além das atividades

privativas, descritas no Artigo 3º (BRASIL, 1991):

I – direção, coordenação e supervisão de cursos de graduação em nutrição;

II – planejamento, organização, direção, supervisão e avaliação de serviços

de alimentação e nutrição;

III – planejamento, coordenação, supervisão e avaliação de estudos

dietéticos;

IV – ensino das matérias profissionais dos cursos de graduação em nutrição;

V – ensino das disciplinas de nutrição e alimentação nos cursos de graduação

da área de saúde ou outros afins;

VI – auditoria, consultoria e assessoria em nutrição e dietética;

VII – assistência e educação nutricional a coletividades ou indivíduos, sadios

ou enfermos, em instituições públicas e privadas e em consultório de nutrição e

dietética;

VIII – assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e a nível de

consultórios de nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando,

supervisionando e avaliando dietas para enfermos.

De acordo com o Conselho Regional de Nutricionistas (2005), publicou-se a

Resolução CFN Nº 380/05, com o objetivo de ampliar e sedimentar a atuação do

Nutricionista, apresentadas em sete áreas, a saber:

I – Alimentação Coletiva – atividades de alimentação e nutrição realizadas

nas Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN), como tal entendidas as empresas

fornecedoras de serviços de alimentação coletiva, serviços de alimentação auto-

gestão, restaurantes comerciais e similares, hotelaria marítima, serviços de buffet e

de alimentos congelados, comissarias e cozinhas dos estabelecimentos

assistenciais de saúde; atividades próprias da alimentação escolar e da Alimentação

do Trabalhador;

II – Nutrição Clínica – atividades de alimentação e nutrição realizadas nos

hospitais e clínicas, nas instituições de longa permanência para idosos, nos

12

ambulatórios e consultórios, nos bancos de leite humano, nos lactários, nas centrais

de terapia nutricional, nos SPA’s e quando em atendimento domiciliar;

III – Saúde Coletiva – atividades de alimentação e nutrição realizadas em

políticas e programas institucionais, de atenção básica e de vigilância sanitária;

IV – Docência – atividades de ensino, extensão, pesquisa e coordenação,

relacionadas à alimentação e à nutrição;

V – Indústria de Alimentos - atividades de desenvolvimento e produção de

produtos relacionados à alimentação e à nutrição;

VI – Nutrição em Esportes – atividades relacionadas à alimentação e à

nutrição em academias, clubes esportivos e similares;

VII – Marketing na área de Alimentação e Nutrição – atividades de marketing

e publicidade científica relacionadas à alimentação e à nutrição.

O campo de atuação do Nutricionista tem se ampliado consideravelmente nos

últimos anos. Esse profissional, além de conquistar espaços de atuação, continua

inserindo-se em setores e serviços diferenciados (GAMBARDELLA, FERREIRA,

FRUTUOSO, 2000).

Torna-se ainda necessário mencionar, que conforme o Conselho Regional de

Nutricionistas (2005), publicou-se a Resolução CFN Nº 378/05, normalizando as

empresas ligadas à área de Alimentação e Nutrição, as quais obrigatoriamente

devem ter registro ou cadastro nos Regionais, apresentando o Nutricionista como

Responsável Técnico, sendo:

- Pessoa Jurídica de direito público ou privado, cujo objeto social ou atividades

estejam ligados à alimentação e nutrição humanas. Consideram-se pessoas

jurídicas envolvidas nessa situação:

• as que fabricam alimentos destinados ao consumo humano, sejam

eles:

a) para fins especiais;

b) com alegação de propriedades funcionais ou de saúde;

• as que exploram serviços de alimentação nas pessoas jurídicas de

direito público ou privado, tais como:

13

a) – concessionárias de alimentação;

b) – restaurantes comerciais;

• as que produzem preparações, refeições ou dietas especiais, para

indivíduos ou coletividades, qualquer que seja o processo de preparo,

conservação e distribuição.

• as prestadoras de serviços de informações de nutrição e dietética ao

consumidor, que atuem:

a) – no atendimento nutricional;

b) – no desenvolvimento de atividade de orientação dietética;

c) – na importação, distribuição ou comercialização de alimentos para

fins especiais ou alimentos com alegações de propriedades

funcionais ou de saúde, mas que não os fabriquem.

• as que desenvolvem atividades de auditoria, assessoria, consultoria e

planejamento nas áreas de alimentação e nutrição, de forma

simultânea ou não;

• as que compõem e comercializam cestas de alimentos, vinculadas aos

critérios do Programa de Alimentação do trabalhador- PAT;

• as empresas de refeições – convênios que fornecem alimentação por

meio de credenciamento de terceiros, desde que tenham registro no

PAT.

- Pessoa jurídica de direito público ou privado, que disponha de serviço de

alimentação e nutrição humanas, não sendo esta a sua atividade – fim, não será

exigido o registro, ficando sujeita, todavia, ao cadastramento. Consideram-se

pessoas jurídicas envolvidas nessa situação:

• as consideradas de utilidade pública ou sem finalidade lucrativa, por

decisão e ato de autoridade competente;

• as que mantenham serviço de alimentação destinado, exclusivamente

ao atendimento de seus empregados, associados e respectivos

dependentes;

• escolas, creches e centros de educação infantis ou similares;

14

• instituições geriátricas, hotéis, casas de repouso, centros dia e

similares para terceira idade;

• estabelecimento hospitalar ou similar que preste assistência dietética

e/ou forneça refeições e dietas para clientela específica e

empregados;

• centros de atenção multidisciplinar em saúde que atuem na promoção

e recuperação do estado nutricional;

• empresas e cooperativas de alimento domiciliar (home care) que

prestem serviços de orientação e suporte nutricional;

• serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou

abuso de substâncias psicoativas (comunidades terapêuticas);

• serviços municipais, estaduais e federais de alimentação do escolar no

ensino infantil e fundamental;

• centros de atendimento clínico ou de qualidade de vida, como spa,

clínicas de estética e academias de atividade física que mantenham

atendimento nutricional;

• serviços de diálise e outros que venham a ser alvo de exigência de

nutricionista por parte do Ministério da Saúde, serviços públicos

filantrópicos ou particulares, conveniados ou não com o SUS, com ou

sem internação.

1.2. A Ética e o Código de Ética do Nutricionista

A delimitação da palavra ética, compreende conceitos diversos, mas é

importante explorar esta palavra no mundo atual, a qual se modifica ao longo do

tempo e agrega novos significados; diversificando e ampliando as suas

considerações (SOUZA; GOLDIM, 2008).

A Ética de forma ampla, é uma ciência que conduz o ser humano e seus

semelhantes. Assim, comportamento, ações, atos, podem traduzir a moral de uma

pessoa estendendo e valorizando a sua atuação profissional (SÁ, 2005).

15

Ética também é definida como o conjunto de princípios, normas, preceitos e

valores que regem a vida dos povos e dos indivíduos. A palavra “ética” procede do

grego ethos, que significava originalmente “morada”, “lugar em que vivemos”, mas

posteriormente passou a significar “caráter”, o “modo de ser” que uma pessoa ou um

grupo vai adquirindo ao longo da vida (CORTINA, MARTÍNEZ, 2005).

Conforme Schmidt (2008), a ética ligada ao senso e a consciência moral, é

mais do que um conjunto de normas e regras; está ligada nas diversas escolhas

humanas, em qualquer grau de valores e atitudes.

Então, percebe-se na ética que há uma continuidade de mudanças,

aprimoramento e crescimento do indivíduo; e fatores importantes para constantes

reformas e ajustes (ALVES et al., 2007).

A ética não nasce da doutrina de um sábio, de um filósofo ou de um santo, mas

emerge da experiência da vida. Parte de um princípio que abrange toda a totalidade

da vida humana. Logo, a experiência humana é o ponto da ética. Surge do convívio

das pessoas e das comunidades. A reciprocidade interpessoal estabelece a

entidade de nossos comportamentos e ações (PEGORARO, 2005).

Se na vida real, um indivíduo enfrenta uma determinada situação, deverá

resolver por si mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece e aceita

intimamente, o problema de como agir de maneira a que sua ação possa ser boa.

Será inútil recorrer à ética com a esperança de encontrar nela uma norma de ação

para cada situação concreta. A ética poderá dizer-lhe, em linhas gerais, o que é um

comportamento pautado em normas, ou em que consiste o fim, o recomendável, o

justo. Pensando sempre no comportamento moral, do qual faz parte o procedimento

do indivíduo concreto ou o de todos (VÁZQUEZ, 2001).

Ainda de acordo com Cortina e Martínez (2005), corresponde à ética três

grandes funções:

1. Esclarecer o que é a moral, quais são os seus ítens detalhados;

2. Fundamentar a moralidade, investigar os porquês da tradução do esforço

dos indivíduos em viver moralmente;

3. Aplicar às diferentes situações da vida social os resultados concluídos nas

duas primeiras funções, de forma que se integre nesses aspectos sociais

16

uma moral ética, embasada; não utilizando um código moral

dogmaticamente imposto ou ausente de referências morais.

A ética pode contribuir para fundamentar ou justificar certa forma de

comportamento moral. A função fundamental da ética é a mesma de toda teoria:

explicar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade, organizando os

conceitos correspondentes. Por outro lado, a realidade moral varia historicamente e,

com ela, variam os seus princípios e as suas normas. A ética parte do fato da

existência da história da moral, ou seja, tem como início as inúmeras diversidades

de morais no tempo, com os referentes valores, princípios e normas. Como teoria,

não se identifica com os princípios e normas de nenhuma moral em especial e não

adota uma atitude indiferente ou eclética diante delas (VÁZQUEZ, 2005).

Nesse ponto, saber agir eticamente é manter a convivência em sociedade,

aceitando o conjunto como precedente à parte. Reforçando que o fato de aceitar não

quer dizer perder os valores individuais, mas, antes de mais nada, crescer de modo

coletivo. E esse crescimento, extraído da ação ética consciente, reveste-se como

indicador e diferencial indispensáveis não apenas na atuação das pessoas, mas de

empresas e profissionais (BORGES, MEDEIROS, 2007).

Ao longo dos últimos anos, constata-se o crescimento das discussões sobre a

conduta ética dos indivíduos em diversos campos da atividade humana, tais como

na política e no campo profissional (ALVES et al., 2007).

Os Códigos de Ética de diversas profissões estabelecem os padrões e os

valores aceitos. O profissional precisa respeitar a liberdade e os limites

determinados pelo Código de Ética, sob pena de estar sujeito a um julgamento por

um Conselho de Ética, o qual deverá ser formado por pessoas altamente

capacitadas e qualificadas para julgar sem parcialidade os assuntos em questão

(WARTH, 2002).

Uma das características comuns desses Códigos é o seu caráter coletivo. Os

padrões de conduta neles estabelecidos são, de alguma forma, discutidos com os

membros que compõem a respectiva classe profissional, gerando regras que devem

ser respeitadas por todos (ALVES et al., 2007).

Salienta-se que o princípio fundamental da ética tem suas bases no respeito ao

indivíduo como sujeito atuante e autônomo (BRASIL, 2006).

17

Por esse motivo, os Códigos de Ética dos profissionais da área da saúde,

fixam-se em bases conceituais idênticas. Condições como respeito à privacidade, à

livre escolha do profissional por parte do paciente e do consentimento informado,

ajustam todos esses fatos. Constantemente, devem ser avaliadas as situações

novas que são trazidas pelas evoluções científica e tecnológica, como ocorre com a

engenharia genética, a reprodução assistida, os transplantes de órgãos e a

manutenção artificial de certas funções vitais, dentre outras (BRASIL, 2006).

Ainda de acordo com Borges e Medeiros (2007), os Códigos de Ética

representam o conjunto de elementos que caracterizam o comportamento das

pessoas dentro de um grupo social. Dentre esses elementos, destacam-se os

deveres legais normativos e positivos e as regras de boa conduta ao lidar com as

pessoas.

O Código pode ser considerado facilitador e um meio de comunicação sobre a

profissão, entre os profissionais, o qual formaliza aspectos relevantes para o

exercício profissional; não esquecendo da sociedade como um todo (SÁ, 2005).

Importante salientar que os médicos foram os primeiros em promover a

consolidação de sua profissão. Ressalta-se que muitos dos Códigos, utilizaram

como referência, os textos da categoria médica, que por meio de tais definições

auxiliaram os termos de ética profissional (SÁ, 2005).

Em 1981, foi publicado o primeiro Código de Ética do Nutricionista (Resolução

CFN Nº 024/1981 de 26/10/1981) contendo quatro capítulos (dos preceitos

fundamentais, do exercício profissional, das relações intra e interprofissionais e

disposições gerais) demonstrando a necessidade e a importância do Nutricionista

em sua atuação profissional e integrante na área da saúde (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO, 1991).

Conforme as novas realidades da prática profissional, aliadas também a uma

evolução social contínua, tornou-se necessária a alteração e ampliação do Código

de Ética, acompanhando este processo de transformação (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO, 1991).

Após a publicação da Lei Federal 8234 de 1991, revogando a Lei Federal

5276/67 – Regulamentação da profissão – publicou-se a Resolução CFN Nº 141 de

15/12/1993 (Código de Ética Nutricionista), contendo cinco capítulos: dos princípios

18

fundamentais, do exercício profissional, das relações profissionais, das penalidades

e das disposições gerais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO, 1991).

Com a ampliação das áreas de atuação do Nutricionista, o aumento das

Instituições de Ensino no Brasil oferecendo o curso de Nutrição e aliando a ciência

da Bioética como um eixo a todas as ciências do conhecimento, publicou-se a

Resolução CFN N º 334, de 10/05/2004 (Atual Código de Ética do Nutricionista),

tendo os princípios da Bioética como ferramenta importante para sua construção e

reflexão (CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS, 2004).

O Código atual dispõe de 14 capítulos trazendo parâmetros que norteiam

caminhos de atuação do profissional. São eles: dos princípios fundamentais, dos

direitos do Nutricionista, dos deveres do Nutricionista, da responsabilidade

profissional, da relação entre Nutricionistas com outros profissionais, da relação com

as entidades da categoria, da relação com os empregadores, da relação com alunos

e estagiários, do sigilo profissional, da remuneração profissional, da pesquisa e dos

trabalhos científicos, da publicidade, das informações, penalidades e das

disposições gerais (CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS, 2004).

De acordo com o Conselho Regional de Nutricionistas (2003), publicou-se a

Resolução CFN N° 321/03, instituindo normas de Processamento Disciplinar para

instauração, apuração e julgamento das infrações éticas. É oportuno descrever o

fluxo de uma ocorrência encaminhada ao Conselho Regional de Nutricionistas.

Convém ressaltar, que de acordo com a Resolução CFN N° 356/04, compete à

Comissão de Ética (CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS, 2003):

I. apurar as transgressões de natureza ética praticadas por pessoas físicas no

exercício da profissão de Nutricionista ou de Técnico em Nutrição e Dietética

ou em cargo ou mandato em órgão de classe dos Nutricionistas ou dos

Técnicos em Nutrição e Dietética;

II. Emitir parecer sobre outros assuntos de natureza ético-disciplinar, quando

solicitado pelo Plenário, pela Diretoria, ou pelo Presidente do Conselho

Regional de Nutricionistas;

III. Instruir os processos disciplinares instaurados e encaminha-los ao Presidente

do Conselho Regional de Nutricionistas, para posterior decisão do Plenário;

19

IV. Observar as disposições do Código de Ética do Nutricionista, do Código de

Ética dos Técnicos e do Regulamento de Processo Disciplinar aprovados pelo

Conselho Federal de Nutricionistas;

V. Estender sua função orientadora a outros aspectos da ética e disciplina

profissionais não mencionados nos incisos anteriores.

A partir de ocorrência que constitui ou possa vir a se constituir em infração

disciplinar, através de representações: funcional, particular e ex-offício, torna-se

necessária a averiguação pela Comissão de Ética (CONSELHO REGIONAL DE

NUTRICIONISTAS, 2003).

Define-se, portanto:

− Representação funcional – documentação elaborada pelo Conselho

Regional de Nutricionistas, em função de visitas fiscais;

− Representação particular – documentação elaborada por iniciativa de

pessoas físicas e jurídicas;

− Representação ex-offício – tratando-se de comunicação por

conselheiros ou agentes do Conselho Federal de Nutricionistas ou de

Conselho Regional de Nutricionistas (CONSELHO REGIONAL DE

NUTRICIONISTAS, 2003).

A representação deve ser formalizada contendo diversos elementos: nome,

assinatura e qualificação do autor da representação, descrição das situações, dados

do representado, documentação, testemunhas e provas. A Comissão de Ética,

mesmo por meio de informações incompletas, poderá investigar a veracidade dos

fatos (CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS, 2003).

A Comissão de Ética elabora um relatório intitulado Instrumento de

Admissibilidade do Processo Disciplinar, encaminhando o documento ao Presidente

do Regional, que analisará a descrição dos fatos e os indícios de infração; votando

ou não pela abertura do Processo. Em caso da não continuidade do processo, o

referido instrumento será encaminhado ao Plenário para decisão (CONSELHO

REGIONAL DE NUTRICIONISTAS, 2003).

No trâmite normal, decidida a instauração do processo disciplinar, o mesmo

será aberto com número de controle, sendo determinada a citação do representado

20

com prazo de 15 (quinze) dias para apresentar defesa e provas que tiver. A

Comissão de Ética analisará as provas testemunhais, documentais e periciais

enviadas pelo representado. Intimará representante, representado e testemunhas

para depoimentos (CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS, 2003).

Encerrada a instrução, a Comissão elaborará o relatório final, e na

oportunidade poderá sugerir ao Plenário o arquivamento do feito ou o

prosseguimento, inclusive com a sugestão da penalidade a ser aplicada. Ao

continuar o processo, o Plenário designará Conselheiro Relator, agendando o dia do

julgamento. O profissional e representante não concordando com a decisão poderão

interpor recursos ao Conselho Federal de Nutricionistas, instância superior. O CFN

analisará e julgará os recursos e após decisão providenciará a publicação de extrato

da decisão no Diário Oficial da União (CONSELHO REGIONAL DE

NUTRICIONISTAS, 2003).

Cabe ressaltar que as penas disciplinares são:

I – advertência;

II – repreensão;

III – multa equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade;

IV – suspensão da inscrição e proibição do exercício profissional pelo prazo de até

3 (três) anos; e

V – cancelamento da inscrição e proibição definitiva do exercício profissional.

As penas de advertência, repreensão e multa serão executadas pelo Conselho

Regional de Nutricionistas da Região onde o profissional punido tenha sua inscrição

originária, devendo as comunicações serem feitas por ofícios reservados, com

juntada de cópia no respectivo prontuário (CONSELHO REGIONAL DE

NUTRICIONISTAS, 2003).

Na execução da pena de suspensão do exercício profissional, será assinado o

prazo de 10 (dez) dias para que o profissional suspenso proceda à entrega da

Carteira de Identificação Profissional e do Cartão de Identidade Profissional ao

Conselho Regional de Nutricionistas da Região onde tenha sua inscrição definitiva.

O Conselho Regional de Nutricionistas da Região procederá às anotações no

prontuário e na Carteira de Identificação Profissional nos limites da decisão

21

transitada em julgado e manterá os documentos apreendidos até que decorra o

prazo da suspensão (CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS, 2003).

No caso de cancelamento da inscrição, o profissional cassado será notificado a

proceder à entrega imediata da Carteira de Identificação Profissional e do Cartão de

Identidade Profissional ao Conselho Regional de Nutricionistas da Região onde

tenha sua inscrição definitiva, bem como à apresentação do diploma. O Conselho

Regional de Nutricionistas da Região procederá às anotações nos limites da decisão

transitada em julgado, no prontuário, na Carteira de Identificação Profissional e no

diploma, retendo aquela e o Cartão de Identificação Profissional e restituindo o

diploma ao profissional cassado (CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS,

2003).

1.3. A Bioética e suas definições

A bioética é uma ciência que obteve um desenvolvimento acelerado,

considerando-se o pouco tempo de sua existência. Estamos distantes apenas 35

anos do surgimento do neologismo bioethics, atribuído a Van R. Potter, e a pouco

mais de duas décadas da fundação dos primeiros institutos de bioética nos EUA – o

de Kennedy, em Washington e o de Hastings, em Nova York (PESSINI, 2005).

As descobertas científicas, destacando os últimos 50 anos, provocaram

intensas e avançadas discussões éticas. Entretanto, há muito já havia relatos de

deslizes éticos na experimentação com seres humanos, e os abusos denunciados

na década de 40, resultaram na elaboração do Código de Nuremberg em 1947

(ARAÚJO, 2003).

A baixa adesão ao código e as contínuas infrações éticas indicavam a

necessidade de uma nova regulamentação e em 1964 foi aprovação pela

Associação Médica Mundial da Declaração de Helsinque (ARAÚJO, 2003). A nova

versão da Declaração citada foi votada em 2000 (SCHNAIDER, 2008).

Importante acrescentar que a bioética nascida nos anos 70, expandiu-se pelos

diferentes países na década de 1980, e teve sua consolidação na década de 1990,

com o acontecimento de congressos, e a publicação de um número significativo de

livros e revistas especializadas, surgimento de associações sobre o tema, etc.

Atualmente, presenciamos uma crescente discussão internacional. Desta forma,

22

estamos em plena época de maturidade da nova disciplina (GARRAFA; KOTTOW;

SAADA, 2006).

Foram propostas diversas definições para a bioética, e cada uma delas aborda

diferentes aspectos. Muitas vezes são criticadas por serem incompletas. Mas como

ciência, há sempre algo a acrescentar, tornando-se constantemente desafiadora

(DURAND, 2003).

A ampla definição da bioética proposta por Van Rensselaer Potter sugere uma

ética da sobrevivência, ou melhor, como a ética da vida e do ser vivo, que abrange

toda a reflexão e inclui os problemas de superpopulação. Etimologicamente, pode

ser justificado, uma vez que o prefixo bio significa vida em geral: animal, vegetal e

humana, sob todos os seus aspectos. Alguns autores simpatizam com essa

definição, incluindo especialmente na bioética a ecologia e todo o campo da

pesquisa sobre os animais (DURAND, 2003).

Segundo a concepção de Hellegers, a única disciplina que poderia aliar a

ciência e a ética seria a bioética, destacando-se como uma abrangência global e

ultrapassando as questões biomédicas (BARCHIFONTAINE; PESSINI, 2001).

Ainda mais explícita é a definição de Tom Beuchamp e James Childress no

livro, “Principles of Biomedical Ethics”: A ética biomédica designa uma forma de ética

aplicada, a saber, a aplicação de teorias gerais, de princípios e de regras de ordem

ética a problemas que se apresentam na prática clínica, na aplicação dos

tratamentos de saúde e na pesquisa biomédica (DURAND, 2003).

Trata-se, portanto, de um novo estudo, de uma nova reflexão e de um novo

perfil de pesquisa, diante da acelerada revolução e constantes descobertas feitas

pela biotecnologia e os problemas decorrentes de sua aplicabilidade em seres

humanos (SELLI, 2005).

“Bioética significa ética aplicada à vida, solucionadora de problemas, e se

apresenta como a procura de um comportamento responsável por parte

daquelas pessoas que devem decidir tipos de tratamentos, pesquisas ou

posturas com relação à humanidade” (BARCHIFONTAINE, 2004).

Convém salientar que a bioética não possui novos princípios éticos

fundamentais. Trata-se da ética já conhecida e estudada ao longo da história da

23

filosofia, aplicada a uma série de situações novas, causadas pelo progresso das

ciências biomédicas (CLOTET, 2003).

Assim, a teoria principialista apóia-se em quatro princípios: justiça, autonomia,

não-maleficência e beneficência (RUIZ; TITTANEGRO, 2007).

− JUSTIÇA

Indispensável é o conceito de justiça nas relações humanas, elucidado também

de forma bastante ampla, na literatura filosófica, jurídica e social. Tema central de

uma das peças da filosofia grega, “A República”, de Platão, a justiça como

referencial ético tem sido analisada continuamente ao longo dos anos (HOSSNE;

ZAHER, 2006).

É uma palavra vasta na mesma proporção quanto ética, expondo o correto no

agir do indivíduo em todos os atos. Atualmente na sociedade, o grau de exigências

da ética se apresenta sob as mais variadas formas, desde o respeito às pessoas, até

a observância dos dispositivos legais que regulamentam o convívio entre as pessoas

e, claro, atenção e dedicação aos mais necessitados, como: crianças, deficientes,

doentes e idosos (MARCÍLIO; RAMOS, 1999).

O princípio da justiça consiste em garantir a distribuição justa, eqüitativa e

universal dos benefícios dos serviços de saúde, e constitui a consciência da

cidadania e luta pelo direito a saúde (SPIRI; BERTI; PEREIRA, 2006).

O próprio bem em serviço, que o profissional proporciona ao usuário de seus

serviços é devido por justiça quando foi contratado ou quando está sendo prestado

em regime de serviço público a cidadãos que têm direito a tal prestação. Logo, o

respeito a dignidade e os direitos do cliente dos serviços profissionais é dever de

justiça (ALONSO, 2006).

− AUTONOMIA

A palavra autonomia deriva da união dos termos gregos autós (próprio) e

nómos (regra, autoridade, lei, norma). Possui outros significados: autogoverno,

direito de liberdade, intimidade, livre-arbítrio e eleição individual do próprio

comportamento. Assim, é possível levar o ser humano a posicionar-se pelo “bom” ou

24

para seu “bem-estar”, conforme os seus valores, expectativas, necessidades,

prioridades e crenças (OGUISSO; ZOBOLI, 2006).

Segundo Segre (2006), o princípio de respeito à autonomia do paciente é

relativamente novo, pois surge como princípio moral no âmbito da cultura dos

direitos humanos fundamentais formulados, em 1948, pela Declaração dos Direitos

Humanos, sendo concebido pela bioética no sentido de o paciente (ou sujeito, objeto

de pesquisa) ter que ser tratado como uma pessoa que tem o direito de decidir sobre

as questões essenciais relativas à sua vida e preferências pessoais.

− NÃO-MALEFICÊNCIA

O princípio da não-maleficência está intimamente ligado à máxima “Primum

non nocere”: “Em primeiro lugar, não causar dano”. Apresenta-se como um princípio

de relevância na prática moral, especialmente na área da saúde, já que serve como

orientação efetiva a seus profissionais. Não seguir uma conduta profissional

adequada, é um exemplo de descuido com pessoas que estão sob cuidados e

necessitam de apoio e dedicação para saída de uma situação grave (BEAUCHAMP;

CHILDRESS, 2002).

O princípio da não-maleficência propõe a obrigação de não infligir dano

intencional (URBAN, 2003). Muitas vezes envolve a abstenção, o que implica

apenas evitar intencionalmente a realização de atos que possam causar dano

(OGUISSO; ZOBOLI, 2006).

Segundo Alonso (2006), o princípio de não-maleficência não se refere

exclusiva nem primordialmente ao destinatário da atuação profissional, e sim a ele e

a qualquer pessoa ou grupo que pudessem ser afetados por essa atuação ou até

mesmo por ações ou omissões pelas quais o profissional pudesse ser

responsabilizado.

− BENEFICÊNCIA

Entende-se “fazer o bem”, “cuidar da saúde”, “favorecer a qualidade de vida”,

enfim, dilatar os benefícios, evitar ou ao menos minimizar os danos. De maneira

geral, pode-se afirmar que uma ação beneficente é toda aquela que pretende

beneficiar as pessoas. Proteger e defender os direitos dos outros (OGUISSO;

ZOBOLI, 2006).

25

É o princípio que regula as instâncias éticas típicas da profissão do profissional

da saúde, cujos fins são substancialmente Hipocráticos e cuja intencionalidade

constitui a estrutura da deontologia profissional (LEONE; PRIVITERA; CUNHA,

2001).

Hossne (2006), descreve que a teoria dos princípios é importante e necessária,

porém deve ser ampliada, intencionando um estudo abrangente e minucioso. Sugere

que além dos quatro princípios já conhecidos, podem ser acrescentados outros à

denominada Teoria dos Referenciais:

“...a teoria dos referenciais pode ter a representação de um círculo, mas um

círculo aberto e dentro dele estariam os pontos de referência, dentre eles a

não-maleficência, a autonomia, a justiça, a dignidade, solidariedade,

fraternidade, confidencialidade, privacidade, vulnerabilidade,

responsabilidade, sobrevivência, qualidade de vida. Os referenciais não

estariam linearmente atrelados entre si mas livres para a interação que a

situação bioética, em análise, leva a exigir. Direitos, deveres, valores,

compromissos e sentimentos éticos, em plena liberdade de atuação

pluralista, inter e transdisciplinar agregando ciências biológicas com os

demais ramos do conhecimento (sobretudo, ciências humanas, sociais e

também as exatas), constituem a ótica e a métrica da “teoria” dos

referenciais”.

− DIGNIDADE

Qualidade moral que infunde respeito; consciência do próprio valor. Qualidade

do que é grande, nobre, elevado. Modo de alguém proceder ou de se apresentar

que inspira respeito (HOUAISS; VILLAR; FRANCISCO, 2001).

A expressão dignidade humana é o reconhecimento de um valor. É um

princípio moral baseado no objetivo do ser humano e não na sua utilização como um

meio. É coerente esclarecer que a dignidade humana está ligada com a própria

natureza da espécie humana, a qual é traduzida como liberdade, racionalidade e

outras características pertinentes a realização de si próprio (BARCHIFONTAINE,

2006).

26

− SOLIDARIEDADE

Caráter, condição ou estado solidário. Manifestação desse sentimento, com o

intuito de confortar, consolar, oferecer ajuda etc. (HOUAISS; VILLAR; FRANCISCO,

2001).

Refere-se à vivência entre todos, esclarecendo em um sentido maior, que a

troca é solidária, criando, portanto, um elo de relações saudáveis, construtivas, que

tenham um sentido de fato. Cabe acrescentar que o diálogo é fundamental para a

continuidade de tais relações, sendo um verdadeiro caminho de sucesso

(FERNANDES et al., 2008).

− FRATERNIDADE

A harmonia e união entre aqueles que vivem em proximidade ou que lutam

pela mesma causa etc. (HOUAISS; VILLAR; FRANCISCO, 2001).

De acordo com a Organização das Nações Unidas (1948), Todos os seres

humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e

consciência e devem agir em relação uns aos outro com espírito de fraternidade

(ONU, 1948).

− CONFIDENCIALIDADE

Qualidade do que é confidencial. Que tem caráter de ou envolve confidência.

Não é divulgável; sigiloso, secreto (HOUAISS; VILLAR; FRANCISCO, 2001).

A confidencialidade sempre foi considerada como uma característica moral

obrigatória do médico. Mas é fundamental afirmar que sendo um direito do

paciente,a obrigatoriedade é específica para todos os profissionais da saúde. Logo,

a manutenção do segredo está garantida pelo comprometimento dos profissionais e

pessoas envolvidas, além do registro desta informação. Deste modo, o sigilo é uma

questão ética e a ruptura da confidencialidade em qualquer questão deve basear-se

no princípio da justiça (LOCH, 2003).

− PRIVACIDADE

Vida privada, particular, íntima. Intimidade, particularidade, pessoalidade,

privatividade (HOUAISS; VILLAR; FRANCISCO, 2001).

27

A privacidade envolve informações pessoais, pensamentos, ideologias,

identidade, modo de ser, ações, imagens e somente quem as possui tem a decisão

de divulgá-las ou não. Além disso, há questões do sigilo de correspondência ou

segredo profissional. Engloba não apenas a intimidade e vida privada, mas um

direito à natureza humana (VIANNA, 2004).

− VULNERABILIDADE

Atualmente é descrita em um contexto de intensas mudanças sócio-culturais,

sendo um desafio à Bioética e ao indivíduo denominado autônomo deparar-se com

situações, as quais são encontradas em indivíduos vulneráveis. (ANJOS, 2006).

Porém, convém acrescentar que ao exposto em situações diversas, é possível a

inversão de papéis em indivíduos socialmente estabelecidos. O princípio é bastante

amplo e requer dicussões e reflexões constantes (ABDALLA FILHO, 2006).

− RESPONSABILIDADE

Obrigação de responder pelas ações próprias ou dos outros. Caráter ou

estado do que é responsável (HOUAISS; VILLAR; FRANCISCO, 2001).

O princípio da responsabilidade é a proposta do autor Hans Jonas (2006 apud

ERDMANN et al., 2006) para a adoção de uma nova ética mediante novos desafios

expostos pela modificação de caráter das ações humanas nos dias atuais. É

importante esclarecer que para o autor, os valores e a ética conhecidas e aplicadas,

já não podem ser consideradas, diante de ações da natureza humana, evidenciando,

atitudes controversas e desfavoráveis.

− SOBREVIVÊNCIA

Ato ou efeito de sobreviver, de continuar a viver ou a existir. Característica,

condição ou virtude daquele ou daquilo que subsiste a um outro (HOUAISS; VILLAR;

FRANCISCO, 2001).

A Bioética é uma nova abordagem, sem dúvida, a qual possui caráter

pluridisciplinar, decidindo ou trilhando caminhos referentes aos valores éticos, ao

estudar progressos técnicos, biológicos e acima de tudo, humanos. A promoção, o

desenvolvimento, os avanços devem ser entendidos, potencialmente difundidos e

28

estudados procurando humanizar o ser humano, como o único referencial universal

(VISEU, 2004).

− QUALIDADE DE VIDA

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é um completo

estado de bem-estar físico, mental e social e não a mera ausência de moléstia ou

doença. Para que isso ocorra, muitas vezes, é necessário desenvolver ações de

intervenção em um grupo social e seu habitat e essas ações têm como objetivo, na

maioria dos casos, prevenir doenças e promover a saúde (MORAES,2008).

O conceito qualidade de vida é utilizado de duas formas: na linguagem

cotidiana pela população e no contexto da pesquisa científica, sob diferentes pontos

de vista. Na área da saúde, o interesse pelo referido conceito é recente, o qual tem

gerado influência no âmbito político e social em todo o mundo (SEIDL; ZANNON,

2004).

29

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Analisar as infrações éticas registradas no Conselho Regional de Nutricionistas

3ª Região, de janeiro de 1998 a dezembro de 2007, à luz da Bioética.

2.2. Objetivos Específicos

− Identificar e comparar nos Códigos de Ética de 1993 e 2004, os referenciais

bioéticos;

− Identificar a freqüência das infrações no período de 1998 a 2007;

− Comparar e analisar as infrações éticas, nos períodos de vigência dos

Códigos de Ética, conforme os referenciais bioéticos.

30

3. METODOLOGIA

3.1. Delineamento do estudo

Este estudo compõe-se de duas partes. A primeira trata da análise documental

dos Códigos de Ética do Nutricionista vigentes no período deste estudo (1998-2007).

A segunda, caracteriza-se como um estudo do tipo exploratório, retrospectivo,

observacional, de corte transversal com coleta de dados secundários, referente às

infrações éticas registradas no Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região,

mesmo período.

3.2. Análise dos Códigos de Ética do Nutricionista

A análise documental foi o procedimento adotado tendo como fonte primária as

Resoluções CFN Nº 141 de 15/12/1993 e CFN N º 334, de 10/05/2004 (Atual Código

de Ética do Nutricionista). Procedeu-se à leitura detalhada de cada artigo visando

reconhece aqueles que apresentavam aspectos bioéticos. Adotou-se a Teorias dos

Referenciais Bioéticos, como eixo de avaliação, considerando que os referenciais

representam pontes de referência para a reflexão bioética. Uma vez identificados, os

artigos foram agrupados de acordo com o referencial.

3.3. Análise das Infrações éticas

3.3.1. Coleta de dados

Solicitou-se relação de infrações éticas e o número de Nutricionistas por meio

de Ofício enviado à Comissão de Ética do Conselho Regional de Nutricionistas 3ª

Região. Obteve-se uma lista contendo o número e descrição das infrações

cometidas por Nutricionistas, registradas no CRN-3, no período de janeiro de 1998 a

dezembro de 2007. Salienta-se que em nenhum momento teve-se acesso ao

prontuário, processo dos profissionais ou mesmo outros dados que permitissem a

31

identificação individual; estando dessa forma resguardado o sigilo, não sendo

necessário encaminhar o protocolo ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro

Universitário São Camilo.

3.3.2. Análise dos dados

As infrações foram organizadas em planilha própria, conforme o ano, tipo e

número de ocorrências, e agrupadas segundo os Códigos de Ética do Nutricionista

vigente no período:

- Janeiro de 1998 a Dezembro de 2003 – Resolução CFN Nº 141/1993;

- Janeiro de 2004 a Dezembro de 2007 – Resolução CFN Nº 334/2004.

Para análise e discussão dos resultados, foram consideradas as ocorrências

com resultado acima de 1% do total das infrações, nos períodos relatados.

32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na análise comparativa dos Códigos de Ética do Nutricionista (Resolução CFN

N° 141/93 e Resolução CFN N° 334/04) foram identificados os artigos e referenciais

bioéticos. O quadro 2 apresenta os artigos agrupados de acordo com o referencial

identificado.

Resolução CFN nº 141/93 Resolução CFN nº 334/04

AUTONOMIA

Capítulo II Artigo 8 inciso V

- a ampla autonomia no exercício da

profissão, não sendo obrigado a

prestar serviços profissionais

incompatíveis com suas atribuições,

cargos ou funções;

Capítulo II Artigo 11

- O Nutricionista, quando autônomo,

deve fixar os seus honorários

levando em conta as condições

sociais da região onde atua, a fim de

que esses representem justa

remuneração pelos serviços

prestados.

Capítulo II Artigo 4 incisos III e V

- exercer a profissão com ampla

autonomia, não sendo obrigado a

prestar serviços profissionais

incompatíveis com suas atribuições,

cargo ou função técnica;

- recusar-se a exercer sua profissão em

instituição pública ou privada, onde as

condições de trabalho não sejam dignas

ou possam prejudicar os indivíduos ou a

coletividade, devendo comunicar

imediatamente sua decisão aos

responsáveis pela instituição e ao

Conselho Regional de Nutricionistas da

região onde se dê a prestação dos

serviços;

33

Capítulo III Artigo 16 inciso III

- manter incólume a sua

independência profissional,

recusando-se a cumprir atos que

contrariem a ética e o desempenho

efetivo do seu trabalho, e, em caso

de coação, dar conhecimento do

fato ao CRN de sua jurisdição;

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

Constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

Capítulo III Artigo 5 inciso II

- recusar-se a executar atividades

incompatíveis com suas atribuições

profissionais, ou que não sejam de sua

competência legal;

Capítulo IV Artigo 6 inciso VIII

- alterar prescrição ou orientação de

tratamento determinada por outro

nutricionista quando tal conduta deva

ser adotada em benefício do indivíduo,

devendo comunicar o fato ao

responsável pela conduta alterada ou

ao responsável pela unidade de

atendimento nutricional.

34

BENEFICÊNCIA

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista deve ter como

princípio básico o bem-estar do

indivíduo e da coletividade,

empenhando-se na promoção da

saúde, em especial quanto à

assistência alimentar e nutricional,

cumprindo e fazendo cumprir a

legislação em vigor referente á

saúde.

Capítulo II Artigo 7 incisos II, IV, V

- utilizar sempre, no exercício da

profissão, seu número de registro no

CRN;

- divulgar e propagar os

conhecimentos básicos de nutrição,

prestando esclarecimentos com

finalidade educativa e de interesse

social;

- prestar serviços profissionais, sem

finalidade lucrativa, em situação de

calamidade ou de emergência

pública;

Capítulo I Artigo 1

- O Nutricionista é o profissional de

saúde, que, atendendo aos princípios

da ciência da nutrição, tem como função

contribuir para a saúde dos indivíduos e

da coletividade.

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

Capítulo II Artigo 4 inciso IV

- prestar serviços profissionais,

gratuitamente, às instituições de

comprovada benemerência social, ou

quando tal se justifique em razão dos

fins sociais e humanos;

35

Capítulo II Artigo 8 inciso VI

- prestar serviços profissionais,

gratuitamente, a instituições de

comprovada benemerência social.

Capítulo III Artigo 5 incisos I,III,IV, e VII

- indicar as falhas existentes nos

regulamentos e normas das instituições

em que atue profissionalmente, quando

as considerar incompatíveis com o

exercício profissional, ou prejudiciais

aos indivíduos e à coletividade, disso

comunicando aos responsáveis e, no

caso de inércia destes, aos órgãos

competentes e ao Conselho Regional

de Nutricionistas da respectiva

jurisdição;

- identificar-se, informando sua

profissão, nome, número de inscrição

no Conselho Regional de Nutricionistas

e respectiva jurisdição, quando no

exercício profissional;

- utilizar todos os recursos disponíveis

de diagnóstico e tratamento nutricionais

ao seu alcance, em favor dos indivíduos

e coletividade sob sua responsabilidade

profissional;

- denunciar às autoridades

competentes, inclusive ao Conselho

Regional de Nutricionistas, atos de que

tenha conhecimento e que sejam

prejudiciais à saúde e à vida;

36

Capítulo IV Artigo 6 inciso VIII

- alterar prescrição ou orientação de

tratamento determinada por outro

nutricionista quando tal conduta deva

ser adotada em benefício do indivíduo,

devendo comunicar o fato ao

responsável pela conduta alterada ou

ao responsável pela unidade de

atendimento nutricional.

CONFIDENCIALIDADE

Capítulo II Artigo 12 inciso I

- realizar pesquisas que possam

interferir na vida das pessoas,

somente com pleno e livre

consentimento destas, após a

informação dos objetivos e dos

possíveis riscos a elas inerentes;

Capítulo II Artigo 13 incisos V e VI

- omitir dados que possam conduzir

à identificação de pessoas, de

marcas ou nomes de empresas, ou

de instituições envolvidas, salvo nos

casos em que houver anuência

expressamente manifesta;

- omitir quando em proveito próprio,

o nome, ou depoimento, de pessoas

ou instituições envolvidas.

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

Capítulo III Artigo 5 inciso X

- manter, exigindo o mesmo das

pessoas sob sua direção, o sigilo sobre

fatos e informações de que tenham

conhecimento no exercício das suas

atividades profissionais, ressalvados os

casos que exijam informações em

benefício da saúde dos indivíduos e

coletividade sob sua responsabilidade

profissional.

37

Capítulo III Artigo 14 inciso IV

- resguardar o caráter confidencial

das informações recebidas, salvo

nos casos previstos na legislação;

Capítulo III Artigo 16 inciso II

- manter sigilo sobre fatos e

informações de que tenha

conhecimento no exercício de sua

atividade profissional e exigir o

mesmo comportamento do pessoal

sob sua direção, exceto nos casos

previstos na legislação e naqueles

em que o silêncio implique prejuízo,

ou ponha em risco a saúde do

indivíduo ou da coletividade;

Capítulo IV Artigo 6 inciso VII

- respeitar o pudor, a privacidade e a

intimidade de qualquer pessoa sob seus

cuidados profissionais;

Capítulo IV Artigo 7 incisos XII e XIII

- produzir material técnico-científico que

contenha voz e imagens de indivíduos

sob sua responsabilidade profissional,

ou que contenham indicações físicas

capazes de associar a pessoa a que se

refiram, sem que para tanto obtenha

autorização escrita do indivíduo ou de

seu responsável legal;

- divulgar os materiais técnico-

científicos referidos no item XII ou

qualquer outra informação, acerca de

indivíduos que estejam ou tenham

estado sob sua responsabilidade

profissional, sem que para tanto

obtenha autorização escrita do

indivíduo ou de seu responsável legal;

Capítulo IX Artigo 17 incisos I, II, III e IV

- manter a propriedade intelectual e o

sigilo ético profissional, ao remeter

informações confidenciais a pessoas ou

entidades que não estejam obrigadas

ao sigilo por força deste Código;

38

- assinalar o caráter confidencial de

documentos sigilosos remetidos a

outros profissionais;

- impedir o manuseio de quaisquer

documentos sujeitos ao sigilo

profissional, por pessoas não obrigadas

ao mesmo compromisso;

- manter sigilo profissional referente aos

indivíduos ou coletividade assistida de

menor idade,mesmo que a seus pais ou

responsáveis legais, salvo em caso

estritamente essencial para promover

medidas em seu benefício.

Capítulo XII Artigo 22 inciso II

- divulgar dados, depoimentos ou

informações que possam conduzir à

identificação de pessoas, de marcas ou

nomes de empresas, ou de nomes de

instituições, salvo se houver anuência

expressa e manifesta dos envolvidos ou

interessados;

DIGNIDADE

Capítulo II Artigo 7 inciso IX

- dar ciência, ao CRN de sua

jurisdição, de atos atentatórios a

qualquer dos dispositivos deste

Código.

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

39

Capítulo II Artigo 8 inciso III

- o desagravo público por ofensa

que atinja a sua honra profissional;

Capítulo II Artigo 9 incisos IV e XII

- receber comissão, remuneração ou

vantagens que não correspondam a

serviços efetivamente prestados;

- prolongar, desnecessariamente, a

prestação de serviços profissionais;

Capítulo II Artigo 12 incisos I e III

- realizar pesquisas que possam

interferir na vida das pessoas,

somente com o pleno e livre

consentimento destas, após a

informação dos objetivos e dos

possíveis riscos a elas inerentes;

- respeitar a dignidade e a liberdade

de pessoas ou grupos envolvidos

em seus trabalhos;

Capítulo II Artigo 4 incisos V e VIII

- recusar-se a exercer sua profissão em

instituição pública ou privada, onde as

condições de trabalho não sejam dignas

ou possam prejudicar os indivíduos ou a

coletividade, devendo comunicar

imediatamente sua decisão aos

responsáveis pela instituição e ao

Conselho Regional de Nutricionistas da

Região onde se dê a prestação dos

serviços;

- associar-se, exercer cargos e

participar das atividades de entidades

da categoria que tenham por finalidade

o aprimoramento técnico-científico, a

melhoria das condições de trabalho, a

fiscalização do exercício profissional e a

garantia dos direitos profissionais e

trabalhistas;

Capítulo III Artigo 5 inciso VII

- denunciar às autoridades competentes

inclusive ao Conselho Regional de

Nutricionistas, atos de que tenha

conhecimento e que sejam prejudiciais

à saúde e à vida;

40

Capítulo II Artigo 13 incisos I III e IV

- mencionar as contribuições de

caráter profissional prestadas por

assistentes, colaboradores ou por

outros autores;

- obter autorização expressa do

autor e a ele fazer referência,

quando utilizar fontes particulares

ainda não publicadas;

- citar as fontes consultadas;

Capítulo III Artigo 15 incisos II e IV

- pleitear para si, ou para outrem,

emprego, cargo ou função que

esteja sendo exercido por colega,

bem como praticar outros atos de

concorrência desleal.

- aceitar emprego, cargo ou função,

deixado por colega que tenha sido

demitido ou exonerado em

represália a atitude de defesa da

ética profissional, ou de movimentos

legítimos da categoria, salvo após

anuência do CRN de sua jurisdição.

Capítulo IV Artigo 6 inciso VI

- analisar, com rigor técnico e científico,

qualquer tipo de prática ou pesquisa,

abstendo-se de adotá-la se não estiver

convencido de sua correção e eficácia;

Capítulo V Artigo 8 inciso I

- manter sua identidade profissional,

não assinando ou assumindo respon-

sabilidade por trabalhos realizados por

outros nutricionistas e nem permitindo

que estes assinem trabalho por si

executado;

Capítulo V Artigo 9 inciso I

- manter sua identidade profissional,

não assinando ou assumindo respon-

sabilidade por trabalhos realizados por

outros nutricionistas e nem permitindo

que estes assinem trabalho por si

executado;

Capítulo V Artigo 10 inciso I

- pleitear, para si ou para outrem,

emprego, cargo ou função que esteja

sendo exercido por outro nutricionista

ou por profissional de outra formação,

bem como praticar atos de concorrência

desleal;

41

Capítulo III Artigo 16 inciso V

- denunciar ao CRN de sua

jurisdição, falhas nos regulamentos,

normas e programas da instituição

em que trabalha, quando os

mesmos ferirem princípios e

diretrizes contidos neste Código ou

na legislação;

Capítulo III Artigo 17 inciso I

- prevalecer-se do cargo de chefia

ou da condição de empregador, para

desrespeitar a dignidade de

subordinados e para induzir outros a

infringirem qualquer dispositivo

deste Código ou da legislação;

Capítulo III Artigo 18

- o Nutricionista deve defender a

dignidade profissional, participando

e/ou apoiando as atividades

promovidas pelas entidades

representativas da categoria.

Capítulo VII Artigo 14 incisos II e III

- assumir ou permanecer no emprego,

cargo ou função, deixado por outro

nutricionista que tenha sido demitido ou

exonerado em represália a atitude de

defesa da ética profissional, ou de

movimentos legítimos da categoria,

salvo em casos de desconhecimento

comprovado da situação ou após

anuência do Conselho Regional de

Nutricionistas;

- prevalecer-se do cargo de chefia ou

da condição de empregador para

desrespeitar a dignidade de

subordinados e para induzir outros a

infringir qualquer dispositivo deste

Código ou da legislação vigente.

Capítulo XI Artigo 19 inciso III e V

- mencionar as contribuições de caráter

profissional prestadas por assistentes,

colaboradores ou por outros autores;

- obter autorização expressa de autor e

a ele fazer referência, quando utilizar

fontes particulares ainda não

publicadas.

42

JUSTIÇA

Capítulo I Artigo 5

- O Nutricionista deve agir de modo

criterioso e transformador, de acordo

com os padrões sócio-culturais do

meio em que estiver atuando,

acatando os preceitos legais e

respeitando os direitos do indivíduo,

sem praticar discriminação de

qualquer natureza.

Capítulo II Artigo 7 inciso IX

- dar ciência, ao CRN de sua

jurisdição, de atos atentatórios a

qualquer dos dispositivos deste

Código.

Capítulo II Artigo 11

- O Nutricionista, quando autônomo,

deve fixar os seus honorários

levando em conta as condições

sociais da região onde atua, a fim de

que esses representem justa

remuneração pelos serviços

prestados.

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso

de conhecer e pautar a sua atuação

nos princípios da bioética, nos

princípios universais dos direitos

humanos, na constituição do Brasil e

nos preceitos éticos contidos neste

Código.

Capítulo III Artigo 5 inciso V

- encaminhar aos profissionais

habilitados os indivíduos sob sua

responsabilidade profissional, quando

identificar que as atividades

demandadas para a respectiva

assistência fujam às suas atribuições;

Capítulo V Artigo 9 inciso IV

- respeitar a hierarquia técnico-

administrativa em sua área de atução.

43

Capítulo II Artigo 12 inciso V

- resguardar às pessoas envolvidas

o direito de ter acesso aos

resultados da pesquisa ou estudos,

após o seu encerramento ou sempre

que assim o desejarem;

Capítulo III Artigo 14 inciso III

- identificar as atividades

inerentes às outras categorias,

encaminhando o assunto aos

profissionais devidamente habili-

tados e qualificados para o

respectivo atendimento;

Capítulo III Artigo 16 inciso I

- atuar, na sua instituição,

mantendo uma posição crítica e

transformadora, visando ao

desenvolvimento da própria

instituição, da coletividade e de

cada indivíduo;

Capítulo VI Artigo 11 inciso I

- comunicar ao Conselho Regional de

Nutricionistas da sua jurisdição

afastamento, exoneração, demissão

de cargo, função ou emprego que

tenha sofrido em razão da prática de

atos que executou em respeito aos

princípios éticos previstos neste

Código;

Capítulo VI Artigo 13 inciso II

- dar conhecimento ao Conselho

Regional de Nutricionistas da

respectiva jurisdição de fatos que,

cometidos pelo empregador, possam

caracterizar coação destinada a

obrigar ao exercício profissional com

contrariedade aos preceitos deste

Código.

Capítulo XI Artigo 20

- Relativamente aos trabalhos científicos e de

pesquisa é vedado ao nutricionista forjar

dados ou apropriar-se de trabalhos,

pesquisas ou estudos onde não tenha

participado efetivamente.

44

NÃO MALEFICÊNCIA

Capítulo II Artigo 9 incisos I, II, III, V, VII,

VIII, IX, XI, XV e XVI

- deixar de cumprir, no prazo

determinado e sem justificativa, as

normas emanadas dos Conselhos

Federal e Regionais de

Nutricionistas e de atender suas

requisições administrativas, intima-

ções ou convocações;

- usar título que não possua ou que

lhe seja conferido por instituição não

reconhecida por autoridade compe-

tente;

- anunciar especialidade em que não

esteja capacitado;

- permitir a utilização do seu nome

ou título por estabelecimento ou

instituição onde não exerça, pessoal

ou e efetivamente, função inerente à

profissão;

- ser conivente, ainda que a título de

solidariedade, com crime,

contravenção penal ou ato que

infrinja postulado ético profissional;

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

Capítulo II Artigo 4 inciso V

- recusar-se a exercer sua profissão em

instituição pública ou privada, onde as

condições de trabalho não sejam dignas

ou possam prejudicar os indivíduos ou a

coletividade, devendo comunicar

imediatamente sua decisão aos

responsáveis pela instituição e ao

Conselho Regional de Nutricionistas da

Região onde se dê a prestação dos

serviços;

Capítulo III Artigo 5 inciso XI

- somente permitir a utilização do seu

nome e título profissionais por

estabelecimento ou instituição onde

exerça, pessoal e efetivamente, funções

próprias da profissão.

45

- tornar-se cúmplice, por conivência

ou emissão em situação em que

haja: exercício ilegal da profissão,

desrespeito ao Nutricionista e/ou à

profissão, erro técnico ou infração

ética;

- fornecer atestado de qualidade de

alimentos, de outros produtos,

materiais e equipamentos, quando

os mesmos não corresponderem

aos padrões adequados;

- dar, através de qualquer meio de

comunicação de massa, atendi-

mento individual, sob forma de

consultas, diagnósticos ou dietas;

- exercer suas atividades

profissionais quando portador de

doenças infecto-contagiosas.

Capítulo II Artigo 12 inciso II

- eliminar atividades que envolvam

qualquer espécie de risco ou

prejuízo a seres humanos, ou

sofrimentos desnecessários a

animais;

Capítulo IV Artigo 7 incisos III, IV, VI, VII,

IX, XII, XV, XVI e XVII

- tornar-se agente ou cúmplice, ainda

que por conivência ou omissão, com

crime, contravenção penal e ato que

infrinjam postulado técnico e ético

profissional;

- praticar atos danosos aos indivíduos e

à coletividade sob sua responsabilidade

profissional, que possam ser

caracterizados como imperícia,

imprudência ou negligência;

- afastar-se de suas atividades pro-

fissionais, mesmo temporariamente,

sem garantir estrutura adequada e/ou

nutricionista substituto para dar

continuidade ao atendimento aos

indivíduos ou coletividade sob sua

responsabilidade profissional

- adulterar resultados, fazer declarações

falsas e dar atestados sem a devida

fundamentação técnico-científica;

- divulgar, dar, fornecer ou indicar

produtos de fornecedores que não

atendam às exigências técnicas e

sanitárias cabíveis;

46

Capítulo III Artigo 15 incisos III e VI

- criticar de modo depreciativo,

publicamente ou diante de terceiros,

a atuação profissional de colegas ou

de serviços a eu esteja vinculado;

- desviar, por qualquer meio, cliente

de outro nutricionista.

Capítulo III Artigo 17 inciso II

- cobrar honorários de usuários

assistidos em instituições que se

destinam á prestação de serviços

públicos, ou receber deles remu-

neração como complemento de

salário ou de honorários;

- produzir material técnico-científico que

contenha voz e imagens de indivíduos

sob sua responsabilidade profissional,

ou que contenham indicações físicas

capazes de associar a pessoa a que se

refiram, sem que para tanto obtenha

autorização escrita do indivíduo ou de

seu responsável legal;

- aproveitar-se de situações decorrentes

da relação entre nutricionista e cliente

para obter qualquer tipo de vantagem;

- desviar para atendimento particular

próprio, com finalidade lucrativa, pessoa

em atendimento ou atendida em

instituição com a qual mantenha

qualquer tipo de vínculo;

- realizar consultas e diagnósticos

nutricionais, bem como prescrição

dietética, através da internet ou

qualquer outro meio de comunicação

que configure atendimento não

presencial.

Capítulo V Artigo 10 incisos II, III e IV

- desviar, por qualquer meio, para

atendimento próprio ou por outro

profissional, indivíduo que esteja sob

assistência de outro nutricionista ou de

outro profissional da área da saúde;

47

- criticar de modo depreciativo, a

conduta ou atuação profissional de

outros nutricionistas ou de outros

membros da equipe de trabalho, não se

inserindo como tal as críticas e

depoimentos formulados em locais e

momentos adequados ou quando isso

lhe seja exigido em benefício dos

indivíduos ou da coletividade assistida;

- vale-se da posição ocupada para

humilhar, menosprezar, maltratar ou

constranger outrem.

Capítulo VI Artigo 12 inciso II

- quando, ocupando posição de

dirigente em entidade da categoria,

aceitar patrocínio ou parceria de

empresas ou instituições que contrariem

os preceitos éticos deste Código e da

Ciência da Nutrição.

Capítulo VII Artigo 14 inciso I

- executar atos que contrariem a ética e

o desempenho efetivo de seu trabalho;

48

Capítulo VIII Artigo 16 inciso I

- quando na função de diretor de

escolas de Nutrição, coordenador de

cursos ou orientador de estágios

aceitar, como campo de estágio,

instituições e empresas que não

disponham de nutricionista como

responsável técnico no seu quadro de

pessoal;

Capítulo X Artigo 18 incisos II e III

- receber ou pagar remuneração ou

comissão, por intercâmbio de indiví-

duos ou coletividades a serem

assistidas, ou pelo encaminhamento

de serviços;

- cobrar honorários de indivíduos e de

coletividades assistidos em insti-

tuições que se destinam à prestação

de serviços públicos, seja como

remuneração, seja como comple-

mento de salários ou de honorários,

ainda que de pequenos valores

Capítulo XI Artigo 19 inciso I

- executar atividades com a cautela

indispensável a prevenir a ocorrência

de riscos ou prejuízos aos indivíduos ou

coletividades, assistidos ou não, ou

sofrimentos desnecessários a animais;

49

Capítulo XIII Artigo 23

- Constitui infração ético-disciplinar a

ação ou omissão, ainda que sob a

forma de participação ou conivência,

que implique em desobediência ou

inobservância de qualquer modo às

disposições deste Código.

RESPONSABILIDADE

Capítulo I Artigo 1

- O Nutricionista, atendendo aos

princípios da Ciência da Nutrição,

tem como responsabilidade

contribuir para promover, preservar

e recuperar a saúde do Homem.

Capítulo II Artigo 7 incisos II, III e VII

- utilizar sempre, no exercício da

profissão, seu número de registro no

CRN;

- assumir responsabilidade somente

por atividades para as quais esteja

devidamente habilitado e capacitado

pessoal e profissionalmente;

- assumir a devida responsabilidade

no acompanhamento e orientação

de estagiários, quando na função de

orientador ou supervisor de estágio;

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

Capítulo II Artigo 4 incisos VII e X

- ter acesso a informações, referentes a

indivíduos e coletividades sob sua

responsabilidade profissional que sejam

essenciais para subsidiar sua conduta

técnica;

- assistir aos indivíduos e à coletividade

sob sua responsabilidade profissional,

em entidades públicas ou privadas,

respeitadas as normas técnico-

administrativas da instituição, ainda que

não faça parte do seu quadro técnico.

50

Capítulo III Artigo 5 incisos I, III, IV, VI e VIII

- indicar as falhas existentes nos

regulamentos e normas das instituições

em que atue profissionalmente, quando

as considerar incompatíveis com o

exercício profissional ou prejudiciais aos

indivíduos e à coletividade, disso

comunicando aos responsáveis e, no

caso de inércia destes, aos órgãos

competentes e ao Conselho Regional

de Nutricionistas da respectiva

jurisdição;

- identificar-se, informando sua

profissão, nome, número de inscrição

no Conselho Regional de Nutricionistas

e respectiva jurisdição, quando no

exercício profissional;

- utilizar todos os recursos disponíveis

de diagnóstico e tratamento nutricionais

ao seu alcance, em favor dos indivíduos

e coletividade sob sua responsabilidade

profissional;

- primar pelo decoro profissional,

assumindo inteira responsabilidade

pelos seus atos em qualquer ocasião;

51

- manter o indivíduo sob sua

responsabilidade profissional, ou o

respectivo responsável legal, infor-

mado quanto à assistência nutricional

e sobre os riscos e objetivos do

tratamento;

Capítulo IV Artigo 6 incisos I e III

- prescrever tratamento nutricional ou

outros procedimentos somente após

proceder à avaliação pessoal e efetiva

do indivíduo sob sua responsabilidade

profissional;

- assumir a responsabilidade de

qualquer ato profissional que tenha

praticado ou delegado, mesmo que

tenha sido solicitado ou consentido pelo

indivíduo ou pelo respectivo

responsável legal;

Capítulo IV Artigo 7 inciso XVII

- realizar consultas e diagnósticos

nutricionais, bem como prescrição

dietética, através da internet ou

qualquer outro meio de comunicação

que configure atendimento não

presencial.

52

Capítulo V Artigo 8 inciso I

- manter sua identidade profissional,

não assinando ou assumindo respon-

sabilidade por trabalhos realizados por

outros nutricionistas e nem permitindo

que estes assinem trabalho por si

executado;

Capítulo V Artigo 9 inciso I

- manter sua identidade profissional,

não assinando ou assumindo respon-

sabilidade por trabalhos realizados por

outros nutricionistas e nem permitindo

que estes assinem trabalho por si

executado;

Capítulo VI Artigo 11 incisos II e III

- cumprir as normas emanadas dos

Conselhos Federal e Regionais de

Nutricionistas e atender, nos prazos e

condições indicadas, às convocações,

intimações ou notificações;

- manter-se regularizado junto ao

Conselho Regional de Nutricionistas;

53

Capítulo XII Artigo 21

- relativamente á publicidade, é dever

do nutricionista, por ocasião de

entrevistas, comunicações, publicações

de artigos e informações ao público

sobre alimentação, nutrição e saúde,

preservar sempre o decoro profissional,

assumindo inteira responsabilidade

pelas informações prestadas.

SOLIDARIEDADE

Capítulo III Artigo 14 inciso V

- ser solidário com os outros

profissionais, sem, contudo, eximir-

se de denunciar atos que contrariem

este Código ou a legislação.

Capítulo III Artigo 19

- o nutricionista poderá participar de

movimentos reivindicatórios de

interesse da categoria, desde que:

não sejam interrompidos os serviços

essenciais e de urgência; haja prévia

comunicação aos usuários e/ou

clientes de seus serviços e/ou à

instituição em que trabalha.

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

Capítulo II Artigo 4 inciso IX

- participar de movimentos reivin-

dicatórios de interesse da categoria;

54

Capítulo V Artigo 8 inciso III

- ser solidário com outros nutricionistas

sem, contudo, eximir-se dos deveres e

responsabilidades que decorram deste

Código e nem de denunciar atos que

contrariem este e as normas de

regulação das atividades de alimen-

tação e nutrição;

Capítulo V Artigo 9 inciso III

- ser solidário com outros profissionais

sem, contudo, eximir-se dos deveres e

responsabilidades que decorram deste

Código e nem de denunciar atos que

contrariem as normas legais e as de

regulação da assistência à saúde;

QUALIDADE DE VIDA

Capítulo I Artigo 2

- o nutricionista deve comprometer-

se na obtenção de meios que

garantam ao ser humano condições

de satisfação das suas ne-

cessidades alimentares e nutri-

cionais.

Capítulo I Artigo 1

- O Nutricionista é o profissional de

saúde, que, atendendo aos princípios

da ciência da nutrição, tem como função

contribuir para a saúde dos indivíduos e

da coletividade.

55

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

SOBREVIVÊNCIA

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

VULNERABILIDADE

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

56

PRIVACIDADE

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

Capítulo IV Artigo 6 inciso VII

- respeitar o pudor, a privacidade e a

intimidade de qualquer pessoa sob seus

cuidados profissionais;

FRATERNIDADE

Capítulo I Artigo 3

- O Nutricionista tem o compromisso de

conhecer e pautar a sua atuação nos

princípios da bioética, nos princípios

universais dos direitos humanos, na

constituição do Brasil e nos preceitos

éticos contidos neste Código.

Quadro 2- Classificação dos artigos dos Códigos de Ética do Nutricionista de 1993 e de

2004, de acordo com os referenciais Bioéticos.

57

O comparativo do número de citações de referenciais bioéticos entre o Código

de Ética1993 e o Código de Ética 2004, demonstrou que o código vigente apresenta

um elevado número de citações quando comparado ao anterior. Tais dados podem

ser observados na Tabela 1.

Tabela 1 - Número de citações de referenciais bioéticos no Código de Ética de 1993

e Código de Ética de 2004.

CÓDIGO CÓDIGO REFERENCIAIS BIOÉTICOS

de 1993 de 2004

AUTONOMIA 3 5

NÃO-MALEFICÊNCIA 12 22

BENEFICÊNCIA 5 8

JUSTIÇA 6 6

DIGNIDADE 14 12

SOLIDARIEDADE 2 4

FRATERNIDADE 0 1

CONFIDENCIALIDADE 5 10

PRIVACIDADE 0 2

VULNERABILIDADE 0 1

RESPONSABILIDADE 4 16

SOBREVIVÊNCIA 0 1

QUALIDADE DE VIDA 1 2

Ao analisar os resultados apresentados na Tabela 1, convém considerar que na

elaboração do Código de Ética de 1993, não foi considerada em seu texto a reflexão

bioética. Porém, mesmo não declarado, identificou-se a presença de tais referenciais.

Por outro lado, no Código de Ética de 2004, os referenciais já constam no preâmbulo

do documento e tendo dentre vários objetivos, o acompanhamento e o processo de

transformação da prática profissional do Nutricionista, integrando-o a bioética, além de

fazê-lo observar as questões sob outro ângulo na sua rotina.

58

A bioética não trouxe conceitos inovadores do ponto de vista que o profissional

tivesse que reaprender outra ética. Mas, aprimorar a forma, inclusive, de portar-se

frente a intensas mudanças relacionadas a uma dedicação maior com os indivíduos

(CLOTET, 2003).

Ainda conforme os dados da Tabela 1, verificou-se que o Código de 2004, o qual

aborda todos os referenciais bioéticos, demonstra uma preocupação com o ser

humano, levando o profissional a conhecer e aplicar não apenas os seus

conhecimentos técnicos, mas a busca na humanização e o respeito à vida.

A bioética propõe regras morais interdisciplinares mencionando que para as

pessoas tornarem-se mais próximas, assim como para a melhoria no convívio social, o

indispensável é o respeito e a coerência nas atitudes (UDELSMANN, 2006).

Ao analisarmos ambos os Códigos, observa-se que a evolução profissional é

significativa, pois o período entre eles é de apenas 11 anos. Isso demonstra o

envolvimento e participação do órgão de classe e dos Nutricionistas no processo de

saúde da população, com o intuito de uma prestação de serviços diferenciada.

Ainda de acordo com a Tabela 1, o referencial dignidade no Código de 1993

apresenta um número mais elevado (n=14), comparando ao Código de 2004 (n=12). No

entanto, esse fator isolado apenas traduz que o Nutricionista submetido ao Código

vigente deve observar os demais referenciais bioéticos inseridos em maior número e a

forma como estão dispostos nos capítulos.

Outro aspecto a ser considerado é o modo de o profissional expandir a visão dos

valores humanos. Verifica-se também que o número do referencial justiça em ambos os

Códigos é semelhante, proporcionando ao Nutricionista um olhar crítico em todas as

suas ações, principalmente na responsabilidade com os clientes/pacientes.

É importante acrescentar que apesar da comparação em ambos os Códigos de

Ética quanto ao número de referenciais, a análise nunca é isolada, uma vez que tais

referenciais estão continuamente presentes, trazendo informações ao profissional e

lembrando a importância e equilíbrio na sua área de atuação.

Provavelmente, se analisássemos Códigos de outras profissões, encontraríamos

os referenciais bioéticos, comprovando a contribuição da Bioética e todo o seu avanço

para todos os indivíduos. Entretanto, a construção do Código de Ética do Nutricionista,

à luz da Bioética representa uma inovação considerável, frente às outras profissões.

59

Assim sendo, é possível sugerir que os Conselhos de profissões, que

possuem caráter acima de tudo, orientador, promovam mais discussões bioéticas

alertando, demonstrando, explicando, direcionando, aproximando a Bioética e os

profissionais.

O CRN-3 surgiu em conseqüência da Lei Federal Nº 6583, de 20/10/1978 e

Decreto Federal Nº 84444, de 30/01/1980, que criou o Conselho Federal de

Nutricionistas e seus Regionais e tem hoje 16.965 nutricionistas inscritos.

O gráfico 1 apresenta o número de Nutricionistas inscritos na Jurisdição do

CRN-3, no período de 1998 a 2007.

No gráfico acima, podemos observar que houve uma redução no número de

inscritos em 2006. Tal redução se explica pela própria abrangência do CRN-3. Até o

ano de 2005, o CRN-3 possuía como jurisdição os Estados de São Paulo, Paraná e

Mato Grosso do Sul. A partir de 2006, com a criação do CRN-8, os profissionais do

Estado do Paraná foram transferidos para este novo Regional.

Com relação ao estudo das infrações éticas registradas no CRN-3, no período

de 1998 a 2007, foram classificados dois grupos: o primeiro grupo compreendeu o

60

período de 1998 a 2003, com base ao Código de Ética (Resolução CFN N° 141/93)

relacionando-se as infrações e os artigos infringidos. O segundo grupo compreendeu

o período de 2004 a 2007, utilizando o Código de Ética do Nutricionista vigente

(Resolução CFN N° 334/04), também mencionando os artigos relacionados às

infrações.

A relação completa das infrações, conforme o ano, tipo e número de

ocorrências, verificadas segundo os Códigos de Ética do Nutricionista - Resolução

CFN Nº 141/1993 e Resolução CFN Nº 334/2004 podem ser observadas nos

apêndices A e B, respectivamente.

A Tabela 2 apresenta a Freqüência Relativa de infrações registradas por ano,

por número de nutricionistas cadastrados no CRN-3, no período de 1998 a 2007.

Tabela 2 - Freqüência Relativa do número de infrações no período de 1998 a 2007.

ANO NÚMERO DE NUTRICIONISTAS NÚMERO DE INFRAÇÕES FREQUÊNCIA RELATIVA

(%)

1998 5098 14 0,3

1999 5754 171 3,0

2000 6377 58 0,9

2001 6911 84 1,2

2002 7700 120 1,6

2003 9249 113 1,2

2004 12059 225 1,9

2005 15018 536 3,6

2006 13457 537 4,0

2007 14827 516 3,5

A Tabela 2 nos mostra que embora em 2006 tenha ocorrido uma diminuição de

10,39% do total de profissionais inscritos, devido à transferência para o CRN-8, o

número de infrações cometidas não sofreu alteração significativa, permanecendo

próximo àquele registrado em 2007. Alem disso, observa-se um aumento de registro

de infrações a partir do ano de 2004, estabilizando-se entre 3,5 e 4% no período de

2005 a 2007. Tal aumento poderia ser atribuído a ampliação do número de

61

Nutricionistas Fiscais contratados pelo órgão, resultando em um número crescente

de visitas fiscais aos profissionais, e portanto em uma maior detecção e registro de

infrações. Essa ação intensa e progressiva do CRN-3, por meio das Comissões

Permanentes e dos Conselheiros, na busca de situações irregulares, afirmam seu

compromisso com seus profissionais e com a sociedade, por uma prestação de

serviços com qualidade.

A Tabela 3 apresenta as principais infrações cometidas por Nutricionistas, no

período de 1998 a 2003, de acordo com sua freqüência.

Tabela 3 - Número de ocorrências registradas no período de 1998 a 2003 de acordo

com a infração

INFRAÇÕES

Nº de

Infrações

%

Atuando com o cartão de identificação vencido 148 63,52

Exercício profissional com a inscrição cancelada no CRN3 39 16,74

Nutricionista atuando com carga horária incompatível 18 7,72

Atuação sem inscrição no CRN-3 (transferência) 14 6,61

Nutricionista assumindo duas responsabilidades, sem

autorização do CRN-3 8 3,43

Matérias publicadas com informações incorretas 6 2,56

Total 233 100

Conforme a Tabela 3, 63,52% das ocorrências dizem respeito ao exercício

profissional anterior a inscrição no CRN-3, 16,74% ocorrem por atuação com Cartão

de Identificação vencido e 7,72% por atuação sem inscrição no CRN-3. De acordo

com o Capítulo II, Artigo 7, inciso II, é fundamental ao Nutricionista a utilização do

Cartão de Identificação no exercício da profissão. Estes três tipos de infrações

infringem o Código de Ética nos referenciais da responsabilidade e da não

maleficência.

62

Estas infrações podem demonstrar uma prestação de serviços de forma

deficiente, sem a devida responsabilidade do profissional, prejudicando, portanto a

população atendida, gerando assim dúvidas quanto à comprovada habilitação do

profissional, ou ainda não afastando a possibilidade de se tratar-se de leigo

exercendo a profissão. Ressalta-se que é dever do Nutricionista, ao manter vínculo

empregatício com empresas, desempenhar suas atividades respeitando os valores,

missão e princípios da instituição, colocando em evidência a responsabilidade pelos

clientes/pacientes, os quais são o alvo da prestação de serviços.

As infrações relacionadas a profissionais que assumem duas

responsabilidades, sem autorização do CRN-3, atingiu a marca de 3,43% de todas

as infrações registradas e fere o código de ética no referencial de responsabilidade.

Cabe acrescentar que todo o profissional com moral e ética faz a sua prestação de

serviços com atitudes conscientes, e sempre alerta, não praticando atos que possam

ser caracterizados como imperícia, imprudência ou negligência (ALVES, 2007).

Outra infração a ser avaliada, com 2,56% é a publicação de matérias com

informações incorretas, comprometendo o referencial de não – maleficência. Dentro

deste contexto, a atualização do profissional é primordial para que os leitores,

clientes/pacientes tenham confiança nas atitudes e posicionamento do Nutricionista.

A Tabela 4 apresenta o número de ocorrências de infrações cometidas por

Nutricionistas, no período de 2004 a 2007.

Tabela 4- Número de ocorrências registradas no período de 2004 a 2007

INFRAÇÕES Nº de

Infrações %

Exercício profissional anterior a inscrição no CRN-3 1197 65,88

Exercício profissional com a inscrição cancelada no CRN-3 404 22,23

Exercício da profissão com Cartão de Identificação

provisório Vencido 200 11,07

Total 1801 100

63

Segundo os dados apresentados na Tabela 4, 65,88% das infrações

correspondem ao exercício profissional anterior à inscrição no CRN-3, 22,23% a

infrações de exercício profissional com a inscrição cancelada e 11,07% a

Nutricionistas atuando com o cartão de identificação provisório vencido. Na analise

da Tabela 3, estas infrações estão presentes e são as de maior porcentagem. Esses

dados nos trazem a reflexão de 2 pontos importantes.

A primeira refere-se à responsabilidade e à autonomia do graduado em

Nutrição. Segundo a legislação brasileira, a posse do certificado de conclusão do

curso emitido por Instituição de Ensino Superior, sem o número de inscrição

fornecido pelo CRN-3 legalmente, embora possa intitular-se Nutricionista. Para o

exercício da profissão é imperativo que ele se registre em seu órgão de classe,

nesse caso o CRN de sua região.

Conforme a Resolução CFN Nº 228/99, alterada para a Resolução CFN Nº

340/04 (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2004), a legislação

normatiza que, o profissional ao inscrever-se no Regional, após a conclusão do

curso, obtém um número provisório que possui validade de 24 meses, podendo ser

prorrogado por mais 12 meses, gerando sua inscrição provisória.

O Nutricionista atuando sem a documentação necessária, não poderá, dentre

outros impedimentos, designar-se em qualquer tipo de empresa, como o

Responsável Técnico ou assinar por trabalhos executados, perdendo oportunidades

nas áreas de atuação.

A inscrição definitiva é solicitada após o Nutricionista apresentar diversos

documentos, incluindo o Diploma da graduação em Nutrição. Verifica-se que mais de

50% das infrações, são provenientes da irregularidade do próprio profissional, o qual

foi alertado pelo órgão, quanto ao prazo estipulado, na confecção de outro

documento obrigatório para a identificação profissional. Sem a devida manifestação

do interessado, o Regional comunica formalmente o cancelamento da inscrição.

Contudo, vale ressaltar que, cabe ao indivíduo, envolvendo a autonomia, a

definição da posição a ser tomada.

A segunda, trata da relação do profissional para com seu órgão de classe. O

exercício da profissão sem a obtenção do registro alerta para o desrespeito com

CFN/CRN-3, que na verdade representa toda a comunidade de Nutricionistas da

64

região, ao não cumprir Resolução CFN N° 334/04. Importante acrescentar que, o

código de ética no Capítulo III, artigo 18, incisos I, II, III e IV, define que o

Nutricionista deve respeitar o seu Conselho de Classe, lembrando que o mesmo é

um órgão acima de tudo orientador, disciplinador e fiscalizador da profissão, e

comete infração ainda no que diz respeito ao capítulo II, artigo 9, inciso II, é vedado

ao Nutricionista o não cumprimento das normas do sistema CFN/CRNs.

O profissional que assume este tipo de conduta, demonstra não ter

responsabilidade, ferindo este referencial bioético (ERDMANN et al., 2006). Pelos

resultados exibidos, observa-se que a atitude do profissional pode não ser apenas

reflexo da falta de conhecimento da legislação do órgão, mas pode ser do próprio

comportamento do indivíduo, que muitas vezes possui discernimento do certo e do

errado, porém não coloca em prática no seu modo de agir; seja em relação a

atitudes pessoais ou profissionais. Neste caso, o CRN-3 verificará a regularidade do

profissional, baseado no conjunto de legislações federais, agindo em caráter de

orientação, pois para o órgão, é impraticável alterar conceitos comportamentais do

indivíduo, os quais foram sedimentados durante o seu desenvolvimento social e

familiar.

Deve-se observar que as situações de vivência na sociedade mudam, mas os

conceitos que norteiam a moral do ser humano se solidificam, estes conceitos são a

base para dividir e quantificar o bem e o mal, o certo e o errado (VÁZQUEZ, 2001).

O Nutricionista deixando de exercer e cumprir atividades inerentes, técnicas e

importantes, estará negligenciando antes de mais nada a si mesmo, esquecendo, o

seu juramento profissional, desrespeitando e colocando-se em situações em que

fazer o mal foi uma conseqüência desencadeada por atitudes aparentemente sem

importância. A responsabilidade está presente nos inúmeros caminhos do

profissional, o qual optará por cumpri-la de forma íntegra, apesar dos valores

alterados na sociedade moderna (HANS, 2006).

Em conjunto, os dados apresentados das Tabelas 3 e 4 demonstram o quanto

é necessário que o Conselho Regional de Nutricionistas em parceria com as

Instituições de Ensino realizem um trabalho de vivência aos graduandos e aos

profissionais, incluindo movimentos da categoria, encontros, debates, situações

práticas para discussão contínua do Código de Ética, apontando o grau de

65

comprometimento e demonstrando que não de trata apenas de um documento

teórico e formal.

Apesar de atentar-se neste trabalho às infrações em maior número, todas as

infrações devem ser consideradas e analisadas em outros estudos. Infelizmente não

foi possível verificar dentro das infrações, em que áreas de atuação foram

cometidas. Com a ampliação das áreas de atuação, a partir de 2005, conforme a

Resolução CFN N° 380/05, e considerando as inúmeras atividades do Nutricionista;

bem como o surgimento de outras áreas torna-se de extrema relevância a discussão

dos diversos segmentos da sociedade, em particular daqueles envolvidos nos

processos de formação e especialização, quanto atuação do nutricionista e seu o

envolvimento com a Bioética.

66

5. CONCLUSÃO

Este estudo nos permite concluir que:

− a profissão de Nutricionista, embora de regulamentação recente, tem

ampliado suas áreas de atuação e por conseguinte novas questões éticas e

bioéticas têm surgido;

− o Código de Ética do Nutricionista de 1993 apresenta em sua estrutura

elementos que permitem a identificação de referenciais bioéticos;

− embora questões éticas e bioéticas estejam muitas vezes associadas, a

formulação de um novo código de ética (Resolução CFN Nº 334/2004), à luz

da bioética representou uma grande inovação na área da deontologia;

− cabe ao Conselho de Nutricionistas, dentro de seu papel de orientador e,

disciplinador buscar em conjunto com outros segmentos da sociedade, formas

de promover a discussão contínua dos valores contidos em seu Código de

Ética;

− os resultados podem auxiliar na construção da identidade do profissional junto

a sociedade em constante transformação, através do exercício dos

referenciais bioéticos nas relações entre seres humanos e destes com o meio

ambiente;

− Os Nutricionistas devem ser conscientes do seu Código de Ética e atuar

sempre à luz da ciência e da Bioética, prevalecendo a responsabilidade da

sua atuação profissional com os seus semelhantes e com a sociedade.

67

6. REFERÊNCIAS

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