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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS RODRIGO ERNANI GOES INVENTÁRIO DA FAUNA DE BORBOLETAS DO PARQUE ESCOLA DE SANTO ANDRÉ SANTO ANDRÉ 2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

RODRIGO ERNANI GOES

INVENTÁRIO DA FAUNA DE BORBOLETAS DO PARQUE

ESCOLA DE SANTO ANDRÉ

SANTO ANDRÉ

2016

RODRIGO ERNANI GOES

INVENTÁRIO DA FAUNA DE BORBOLETAS DO PARQUE

ESCOLA DE SANTO ANDRÉ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas, à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, do Centro Universitário Fundação Santo André.

Orientador:

Prof. Dra. Carmen Beatriz Taipe Lagos da Costa

SANTO ANDRÉ

2016

Goes, Rodrigo Ernani Inventário da Fauna de Borboletas do Parque Escola de Santo André / Rodrigo Ernani Goes – Santo André, 2016.

28 f.

Trabalho de conclusão de curso – Centro Universitário Fundação Santo André. Curso de Ciências Biológicas Orientador: Carmen Beatriz Taipe Lagos da Costa

1. Áreas urbanas perturbadas 2. Biodiversidade 3. Borboletas urbanas I. Título

Candidato: Rodrigo Ernani Goes

Título: Inventário da fauna de borboletas do Parque Escola de Santo André.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção

do grau de Bacharel, à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, do Centro

Universitário Fundação Santo André, Curso de Ciências Biológicas.

Data: 01/12/2016

Professor: Carmen Beatriz Taipe Lagos da Costa ___________________________

Instituição: C.U.F.S.A. (assinatura)

Professor: Dagmar dos Santos Roveratti ___________________________

Instituição: C.U.F.S.A. (assinatura)

Aprovado ( )

Nota:

Os insetos mais sensíveis já se foram há muito tempo. Quando será a vez dos

humanos? Ou será que não somos mais “sensíveis”?

Fritz Plaumann

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus, por ter me dado à vida, saúde e força de vontade para vencer

todos os desafios.

A meus queridos pais, Geraldo Goes da Silva (em memória) e Gleides Sanches Goes

da Silva (em memória), que me deram educação, carinho por toda a vida e que não

mediram esforços para que um dia eu pudesse me graduar.

A minha noiva, Juliana Rosa Domingos, que me apoiou em todos os momentos bons

da vida, e também nos ruins, sempre me encorajando e incentivando em meus quatro

anos de graduação.

A todos os meus amigos que me apoiaram na graduação, José Souza Santos, Gabriel

Boralli de Abreu, Rafael do Nascimento Araújo e Marcos Alexandre dos Sant os.

A professora Dra. Carmen Beatriz Taip e Lagos da Costa, pela orientação.

RESUMO

As borboletas, insetos da ordem Lepidoptera que possuem hábitos diurnos e

crepusculares, são considerados bioindicadores da boa qualidade ambiental, sendo

frequentemente utilizados em estudos de monitoramento de poluentes atmosféricos,

ocorrendo em abundância e diversidade em ecossistemas que sofrem alterações

antrópicas, como é o caso do ecossistema urbano, referência desta pesquisa. Com

base nos dados coletados e apresentados, o presente estudo de campo revelou que

em áreas urbanas perturbadas podemos encontrar uma expressiva diversidade e

riqueza desses lepidópteros, o que destacou a importância da preservação dos

habitats para manutenção da fauna regional. Sendo assim, o objetivo foi identificar no

mínimo até o nível de família as espécies de borboletas do parque escola do município

de Santo André, local onde o bioma característico original é a Mata Atlântica. De

acordo com a literatura, as borboletas no Brasil somam entre 3100 a 3300 espécies,

sendo que 2/3 desse total podemos encontrar no bioma Atlântico. Foram realizadas

trinta observações em seis locais preestabelecidos do Parque Escola, totalizando seis

meses de observação e 90 horas de amostragem que resultaram em 59 espécies

identificadas, distribuídas em seis famílias de borboletas, sendo que a família com o

maior número de indivíduos foi Nymphalidae (47,45 %), seguida por Hesperiidae

(18,64 %), Pieridae (13,55 %), Riodinidae (8,47 %), Lycaenidae (6,77 %) e

Papilionidae (5,08 %).

Palavras-chave: Áreas urbanas perturbadas. Biodiversidade. Borboletas urbanas.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fotografia 1 – Vista aérea por satélite do Parque Escola do Município de Santo André ........................................................................................................................ 07

Fotografia 2 – A: Medidor de temperatura e umidade relativa do ar, B: Pluviômetro .............................................................................................................. 08 Fotografia 3 – Iscas atrativas para borboletas ..................................................... 09 Mapa 1 – Pontos de observação. 1: Cáctário, 2: Pátio, 3: Horto Medicinal, 4: Pátio das Plantas Carnívoras, 5: Bosque, 6: Arredores do Viveiro Escola.................. 10

Fotografia 4 – Vista parcial dos pontos de observação. A: Cactário, B: Pátio, C: Horto Medicinal, D: Pátio das Plantas Carnívoras, E: Bosque, F: Arredores do Viveiro Escola .......................................................................................................... 10

Fotografia 5 – Heliconius sara apseudes (HÜBNER, 1806) ................................ 11 Fotografia 6 – Exemplos de espécies vegetais encontradas no horto medicinal e suas florações. A: Impatiens walleriana (Maria sem Vergonha), B: Stachytarpheta cayennensis (Gervão), C: Tropaeolum majus (Capuchinha), D: Emilia fosbergii (Serralha) ..................................................................................... 17

Gráfico 1 – Relação da riqueza de espécies de borboletas com a umidade relativa do ar, temperatura e o total de precipitação mensal de fevereiro a julho de 2016, no Parque Escola de Santo André ........................................................................ 19

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Espécies de borboletas identificadas no Parque Escola de Santo André, período de fevereiro a julho de 2016 ......................................................... 12

Tabela 2 – Total de avistamentos das espécies, durante as cinco observações mensais, de fevereiro a julho de 2016, no Parque Escola de Santo André ........ 14 Tabela 3 – Total de avistamentos das espécies, durante as cinco observações mensais, de fevereiro a julho de 2016, nos diferentes pontos de observação, no Parque Escola de Santo André .............................................................................. 16

Tabela 4 – Índice de dominância de Berger-Parker nos diferentes pontos de observação e para o parque/total, de fevereiro a julho de 2016, no Parque Escola de Santo André ........................................................................................................ 18

Tabela 5 – Médias mensais de umidade relativa do ar e temperatura, e total de precipitação mensal dos cinco dias/mês de observações, de fevereiro a julho de 2016, no Parque Escola de Santo André ............................................................... 19

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 01

2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 05 2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 05

2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 05 3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 06

3.1 Área de estudo .................................................................................................. 06

3.2 Amostragem ...................................................................................................... 07

3.3 Instrumentos de coleta de dados..................................................................... 07 3.4 Técnicas de coleta ............................................................................................ 08

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 11

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 21

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 22

APÊNDICE A - Espécies registradas no periodo de fevereiro a julho de 2016 .. 25

1

1 INTRODUÇÃO

As borboletas, no conceito de Wahlberg et al. (2005), são insetos da Ordem

Lepidoptera, possuem hábitos diurnos e crepusculares, e estão distribuídas em seis

famílias: Hesperiidae, Papilionidae, Pieridae, Lycaenidae, Riodinidae e Nymphalidae.

Para Heppner (1991), a diversidade dos Lepidópteros atinge a cerca de

127.000 (87%) espécies de mariposas, distribuídas em 25 superfamílias, enquanto

que as borboletas, apresentam cerca de 19.000 (13%) espécies descritas, distribuídas

em duas superfamílias: Hesperioidea e Papilionoidea.

Beccaloni e Gaston (1995) e Brown Jr. e Freitas (1999) relatam que, no Brasil,

existem aproximadamente entre 3130 e 3300 espécies de borboletas.

Conforme Fahrig (2003), ao longo dos anos, o processo de urbanização tem

levado à destruição, fragmentação e ao isolamento de habitats naturais, causando

prejuízos para a biodiversidade. Ainda para o mesmo autor, as áreas remanescentes

são de suma importância como forma de refúgio para a fauna e flora.

Atualmente, segundo Brown Jr. e Freitas (2002) e Collier et al. (2006), já

existem inventários de lepidóptera que revelam a importância e efetividade dos

habitats para manutenção de fauna regional. Para Brown Jr. e Freitas (2002),

reservas, parques e jardins, entre outras áreas verdes, inseridas dentro das cidades

ou nos arredores, oferecem recursos alimentícios, para a oviposição e também abrigo

e permanência para muitas espécies de borboletas, mesmo em ambientes urbanos.

Algumas ações vêm sendo propostas para o reflorestamento dos parques

urbanos com espécies de plantas e outros recursos mais, a fim de maximizar o valor

dessas áreas para a preservação de borboletas e outros grupos faunísticos na linha

de pensamento de Brown Jr. e Freitas (2002) e Koh e Sodhi (2004).

Nos trabalhos de Brown e Hutchings (1997) e Devries e Walla (2001) apud

Uehara-Prado, Freitas e Francini (2004), descreveram que muitas pesquisas nas

regiões tropicais têm apontado que em áreas perturbadas, são encontradas maior

riqueza e abundância de borboletas, sendo esse acontecimento atribuído a

características desses ambientes que poderiam favorecer tanto algumas espécies do

ambiente original, quanto espécies invasoras. Ainda no conceito dos mesmos autores,

2

em um ambiente perturbado pode de fato ocorrer o desaparecimento de algumas

espécies e outras podem ter suas populações aumentadas.

Sendo assim, o monitoramento e levantamento de espécies das comunidades

e populações de Lepidópteros, quando realizados com informações fidedignas, pode

fornecer dados de grande importância para que medidas sejam tomadas antes que os

efeitos perturbáveis de uma ação antrópica sejam irreversíveis. (SOARES; OLIVEIRA;

SILVA; 2012).

Esta pesquisa destina-se a auxiliar no conhecimento de quais espécies de

Borboletas habitam o Parque Escola do município de Santo André, bem como a

importância do monitoramento das espécies características da Mata Atlântica.

O objeto de estudo será o Parque Escola do município de Santo André, que se

encontra localizado em antiga área de Mata Atlântica. O Parque Escola foi inaugurado

em 1997 e em sua construção foram utilizados materiais recicláveis e recursos

naturais reutilizáveis. Possui uma área com quase 50 mil m², sendo grande parte

constituída de área verde, que oferecem recursos pedagógicos para despertar a

curiosidade sobre a temática ambiental, convívio social bem como práticas

educacionais. (PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ, 2014).

Segundo Ribeiro et al. (2009), a Mata Atlântica, antes considerada uma das

maiores florestas pluviais da América do Sul, hoje se encontra bastante reduzida e

fragmentada, restando de seu maciço florestal 11,7 % de sua formação original. Ainda

para o mesmo autor, espécies encontradas nesse bioma, como, vegetais,

invertebrados e vertebrados, são consideradas em sua grande maioria como

endêmicas, estando assim em grande risco, devido à conversão de seus habitats

naturais por ações antrópicas.

Para Brown (1996) apud Uehara-Prado, Freitas e Francini (2004), a Mata

Atlântica possui diversificada fauna de borboletas, representando cerca de 2/3 das

espécies brasileiras, muitas dessas raras e pouco encontradas.

Percebe-se a partir da literatura, que existe grande diversidade de espécies de

borboletas no domínio Atlântico e o levantamento desses insetos tem sido de grande

ajuda para conhecimento indicativo de qualidade da área ambiental.

3

Segundo Savóia (2007), muitos tipos de organismos podem ser utilizados como

indicadores ecológicos. As borboletas são consideradas bioindicadoras de alterações

ambientais, sendo frequentemente utilizadas em estudos de monitoramento da

qualidade do ar. (CULLEN; RUDRAN; VALLADARES-PADUA, 2003).

O processo de urbanização muitas vezes gera importantes mudanças

ambientais, e as borboletas são sensíveis a essas alterações. (BERGEROT et al.,

2010). Esses insetos possuem uma ampla distribuição geográfica e, mesmo estando

inseridos em um ambiente urbano, apresentam consideráveis índices de diversidade

e abundância. (BLAIR; LAUNER, 1997).

Roupa (2012), em um estudo anual realizado no Bairro Cerâmica, da cidade de

São Caetano do Sul, município localizado na região metropolitana de São Paulo,

identificou 17 espécies de borboletas, distribuídas em cinco famílias, concluindo no

levantamento que áreas extremamente antropizadas tendem a possuir uma baixa

riqueza de espécies desses insetos.

No inventário de Sackis e Morais (2008) do campus da Universidade Federal

de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul, local que corresponde a um

ambiente urbano, através de um esforço de 113 horas de amostragem, foram

identificadas 89 espécies de borboletas, do total de espécies, 40 (44,9%) pertencem

à família Nymphalidae, 25 (28,1%) à família Hesperiidae, 11 (12,4%) a Pieridae, oito

(8,9%) a Lycaenidae, três (3,4%) a Papilionidae e duas (2,3%) a Riodinidae.

Por sua vez, Arce (2015) ao estudar as borboletas como indicadores ecológicos

de qualidade do ar, em quatro parques urbanos da cidade de Osasco, São Paulo,

registrou 104 espécies, sendo que destas, 13 são comuns em todos os parques.

A hipótese que se faz inicialmente é a de que a partir dos levantamentos já

realizados por outros autores citados nesse trabalho em áreas perturbadas, o Parque

Escola de Santo André pode sim abrigar diversas espécies de borboletas tendo em

vista ser uma área arborizada por espécies nativas do bioma Atlântico e também por

espécies vegetais exóticas, sendo que algumas espécies têm maior sucesso

adaptativo ao se estabelecer no local.

A relevância deste trabalho está na necessidade de contribuir para

fornecimento de dados que futuramente poderão ser usados como base de estudos

4

para ações preventivas, visando à minimização de efeitos de uma perturbação

ambiental duradoura.

Sendo assim, a escolha do tema do inventário da fauna de Borboletas do

Parque Escola de Santo André, deve-se ao fato da pesquisa produzir informações

acerca da sobrevivência de espécies da região e até mesmo o aparecimento de

outras.

Nesse contexto, apresenta-se o seguinte problema de pesquisa: um ambiente,

mesmo que perturbado contribui para abrigar e sustentar a sobrevivência de diversas

espécies de Borboletas no Parque Escola de Santo André?

5

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Inventariar a fauna de Borboletas do Parque Escola do município de Santo

André.

2.2 Objetivos específicos

x Registrar a ocorrência do maior número possível de Borboletas que sejam

características do domínio atlântico.

x Identificar pelo menos até o nível de Família as Borboletas que forem

encontradas no local de estudo.

x Verificar o potencial do Parque Escola de Santo André em abrigar fauna de

espécies suscetíveis a alterações ambientais antrópicas.

6

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área de estudo

A vila de Santo André da Borda do Campo foi fundada em 8 de abril de 1553 e

tão logo extinta no ano de 1560. A localidade passou a fazer parte do município de

São Paulo e apenas em 1889 é que a região passou a se chamar de São Bernardo,

este abrigava todo o ABC paulista, e com a transferência da sede em 1939 passou a

finalmente ser denominado Santo André. Este nome assim permaneceu, e após

muitas emancipações de distritos, em 1953, o município de Santo André passou a ter

a área atual de 174,38 km². (PREFEITURA DE SANTO AND RÉ, 2014).

A vegetação predominante do município é a Mata Atlântica, que se encontra

principalmente nos parques e em áreas de preservação ambiental, no entanto,

podemos encontrar também pequenas áreas de floresta Ombrófila Mista nas regiões

acima de 1000 metros, apesar de essas estarem praticamente devastadas. O Clima

de Santo André é classificado como subtropical úmido mesotérmico, e de acordo com

a classificação climática de Köppen-Geiger é do tipo Cfb (verões quentes e invernos

amenos) e a temperatura medial anual é de 19°C. (PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ,

2013).

A área onde se encontra o Parque Escola fazia parte de um campo de golfe do

Sítio Tangará de propriedade da família Murray , que também eram proprietários da

Vila Mimosa, atual sede do 1° de maio Futebol clube, no centro da cidade. O Local foi

desapropriado em 1964 para a construção de um parque Municipal, que não chegou

a ser implantado. Com o passar do tempo, a Prefeitura foi cedendo área para a

construção da Universidade do ABC, cuja construção também não se concretizou,

mas que anos mais tarde deu origem à Fundação Santo André, Faculdade de

Medicina do ABC, Instituto Médico legal, Associação dos Funcionários Públicos de

Santo André, Vigilância Sanitária e DEPAV – Departamento de Parques e Áreas

verdes, esse último, criando o Parque em 17/12/2004 (fotografia 1), com área total de

48.700,67 m². (PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ, 2011).

7

Fotografia 1 – Vista aérea por satélite do Parque Escola do Município de Santo André.

Fonte: Google Maps, 2016.

3.2 Amostragem

As borboletas foram amostradas através de levantamentos maximizados, que

consistem em monitoramentos visuais nos locais preestabelecidos durante três horas

por dia, à procura de adultos ativos, formas larvais, pupas ou qualquer outro vestígio

dessas formas imaturas que possibilite a identificação das espécies.

3.3 Instrumentos de coleta de dados

Os registros das espécies durante as observações foram feitos através da

utilização de câmera fotográfica Semi-profissional modelo Fujifilm HS-20 Super Zoom

30x, permitindo assim uma fonte não invasiva para a coleta de dados.

8

Através desses registros fotográficos foi possível uma posterior identificação

utilizando chaves dicotômicas e pictóricas (BORROR; DELONG, 1969), além de uma

comparação morfológica externa com um banco de dados virtual (LEPIDOPTERA

BRASILIENSES, 2016).

Para a análise dos fatores abióticos na frequência sazonal das borboletas,

foram utilizados os dados de temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluvial

de cada dia de observação, dados estes obtidos através da utilização de medidor de

temperatura e umidade relativa do ar Incoterm, indústria de termômetros e medidor

de precipitação pluvial Delta OHM, modelo HD2013-DB (fotografia 2). As medições

desses dados foram feitas às 10h, devido à atividade das borboletas serem mais

expressivas nesse horário, segundo as observações já realizadas anteriormente a

pesquisa, no Parque Escola.

Fotografia 2 – A: Medidor de temperatura e umidade relativa do ar, B: Pluviômetro.

3.4 Técnicas de coleta

Nessa pesquisa foram utilizadas duas técnicas de coleta de dados, a primeira

consistiu em uma técnica observacional utilizando-se de máquina fotográfica para o

registro das espécies, e a segunda dispondo-se de atrativos a partir de iscas

compostas de frutas (fotografia 3), como manga, jaca, goiaba dentre outras, colocadas

em locais estratégicos próximos a densa vegetação, que buscou potencializar as

9

chances de observação e registro fotográfico de espécies com hábitos frugívoros.

(UEHARA-PRADO; FREITAS; FRANCINI, 2004).

Foram feitas cinco observações mensais durante três horas por dia, que

abrangeram o período de seis meses, de fevereiro a julho de 2016, totalizando 90

horas de observação, visando dispor-se de um período semestral completo, onde

tanto espécies autóctones (originárias do lugar), quanto as alóctones (originárias de

outro lugar), realizam seu ciclo de vida.

Essas observações ocorreram em pontos pré-determinados (mapa 1), divididos

em seis locais de acordo com o tipo de vegetação disposta, para que se

potencializasse as chances de observação de borboletas de hábitos nectárivoros.

Foram eles: Cactário, Pátio, Horto Medicinal, Pátio das Plantas Carnívoras, Bosque e

Arredores do Viveiro Escola (fotografia 4).

Fotografia 3 – Iscas atrativas para borboletas.

10

Mapa 1 – Pontos de observação. 1: Cáctário, 2: Pátio, 3: Horto Medicinal, 4: Pátio das Plantas Carnívoras, 5: Bosque, 6: Arredores do Viveiro Escola.

.

Fotografia 4 – Vista parcial dos pontos de observação. A: Cáctário, B: Pátio, C: Horto Medicinal,

D: Pátio das Plantas Carnívoras, E: Bosque, F: Arredores do Viveiro Escola.

11

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram identificadas 59 espécies de borboletas, pertencentes às seis famílias,

algumas sendo importantes representantes da fauna de Mata Atlântica, como a

espécie Heliconius sara apseudes (HÜBNER, 1806) (fotografia 5), Nymphalídeo

pertencente à tribo Heliconiini, que apesar de comum, tem sido um modelo importante

para estudos ecológicos e evolutivos. (EHRLICH; GILBERT, 1973).

Não é tarefa fácil identificar lepidópteros adultos por meio de chaves, e os

representantes dessa ordem mesmo quando pertencem a grupos distintos, são

morfologicamente muito semelhantes, tomando a identificação direta por fotos difícil

(BORROR; DELONG, 1969), por esse motivo, algumas espécies encontradas no

estudo foram identificadas até o grau de família apenas.

Das 59 espécies identificadas (tabela 1), a família com o maior número de

indivíduos foi Nymphalidae (47,45 %), seguida por Hesperiidae (18,64 %), Pieridae

(13,55 %), Riodinidae (8,47 %), Lycaenidae (6,77 %) e Papilionidae (5,08 %).

A identificação da família Nymphalidae torna-se facilitada ao fato dessa família

apresentar o maior número de espécies descritas. A ri queza é associada à adaptação

a uma ampla gama de plantas hospedeiras, facilitando assim sua amostragem.

(DEVRIES, 1987).

Fotografia 5 – Heliconius sara apseudes (HÜBNER, 1806).

12

Tabela 1 - Espécies de borboletas identificadas no Parque Escola de Santo André, período de fevereiro a julho de 2016.

(Continua)

FAMÍLIA ESPÉCIE APÊNDICE A

Nymphalidae

Actinote sp. (HÜBNER, 1819) Foto 1

Adelpha lycorias (GODARD, 1824) Foto 2

Adelpha sp. (HÜBNER, 1819) Foto 3

Agraulis vanilae (LINNAEUS, 1758) Foto 4

Brassolis sp. (FABRICIUS, 1807) Foto 5

Colobura dirce (LINNAEUS, 1758) Foto 6

Dione juno juno (CRAMER, 1779) Foto 7

Dryas iulia (FABRICIUS, 1775) Foto 8

Dynamine sp. (HÜBNER, 1819) Foto 9

Eresia lansdorfi (GODARD, 1819) Foto 10

Eunica tatila (HERRICH; SCHAEFFER, 1855) Foto 11

Fountainea ryphea (CRAMER, 1775) Foto 12

Hamadryas amphinome (LINNAEUS, 1767) Foto 13

Hamadryas feronia (LINNAEUS, 1758) Foto 14

Heliconius erato phyllis (LINNAEUS, 1758) Foto 15

Heliconius ethilla (GODARD, 1819) Foto 16

Heliconius sara apseudes (FABRICIUS, 1793) Foto 17

Hermeuptychia hermes (FABRICIUS, 1775) Foto 18

Historis odius (HÜBNER, 1819) Foto 19

Ithomia sp. (HÜBNER, 1816) Foto 20

Junonia evarete (CRAMER, 1779) Foto 21

Mechanitis polymnia (LINNAEUS, 1758) Foto 22

Methona themisto (HÜBNER, 1818) Foto 23

Nymphalidae sp. Foto 24

Opsiphanes invirae (DOUBLEDAY, 1849) Foto 25

Smyrna blomfildia (FABRICIUS, 1781) Foto 26

Tegosa claudina (HIGGINS, 1981) Foto 27

Zaretis sp. (HÜBNER, 1819) Foto 28

Pieridae

Appias drusilla (CRAMER, 1777) Foto 29

Ascia monuste (LINNAEUS, 1764) Foto 30

Eurema albula (CRAMER, 1776) Foto 31

Eurema elathea (CRAMER, 1777) Foto 32

Eurema sp. (HÜBNER, 1819) Foto 33

Phoebis argante (FABRICIUS, 1775) Foto 34

Phoebis neocypris (HÜBNER, 1823) Foto 35

Phoebis philea (LINNAEUS, 1763) Foto 36

Papilionidae

Heraclides anchisiades capys (HÜBNER, 1809) Foto 37

Heraclides thoas brasiliensis (ROTHSCHILD; JORDAN, 1906) Foto 38

Pterourus scamander (BOISDUVAL, 1836) Foto 39

13

(Conclusão)

FAMÍLIA ESPÉCIE APÊNDICE A

Hesperiidae

Astraptes sp. (HÜBNER, 1819) Foto 40

Hesperiidae sp. Foto 41

Hesperiidae sp. 2 Foto 18

Hesperiidae sp. 3 Foto 42

Hesperiidae sp. 4 Foto 43

Hesperiidae sp. 5 Foto 44

Hesperiidae sp. 6 Foto 45

Hylephila phyleus (DRURY, 1773) Foto 46

Quadrus sp. (LINDSEY, 1925) Foto 47

Urbanus sp. (HÜBNER, 1807) Foto 48

Urbanus sp. 2 (HÜBNER, 1807) Foto 49

Lycaenidae

Calycopis caulonia (HEWITSON, 1877) Foto 50

Hemiargus h. hanno (STOLL, 1790) Foto 51

Leptotes sp. (SCUDDER, 1876) Foto 52

Pseudolycaena marsyas (LINNAEUS, 1758) Foto 53

Riodinidae

Baeotis johannae johannae (SHARPE, 1890) Foto 54

Euselasia eucerus (HEWITSON, 1872) Foto 55

Euselasia sp. (HÜBNER, 1819) Foto 56

Rhetus sp. (SWAINSON, 1829) Foto 57

Synargis calyce (FELDER; FELDER, 1862) Foto 58

A espécie que apresentou o maior número de avistamentos foi Ascia monuste

(LINNAEUS, 1764) (tabela 2), com 122 avistamentos, (14,43%) do total de

avistamentos da pesquisa.

Entender a expressiva abundância da espécie Ascia monuste (LINNAEUS,

1764) no parque escola de Santo André requer outros estudos mais aprofundados,

visto que, segundo Cavalcante (1983), esse Pierídeo faz sua oviposição em espécies

vegetais da família das crucíferas, que até o presente momento da realização desta

pesquisa, não são encontrados na área do parque.

O mês de março apresentou o maior número de espécies observadas, com 41

espécies, (69,49%) do total de espécies encontradas na pesquisa, seguido por abril,

com 36 espécies (61,01 %), fevereiro com 33 espécies (55,93 %), maio com 20

espécies (33,89 %), julho com 13 espécies (22,03 %), e junho com 12 espécies (20,33

%) do total de espécies encontradas na pesquisa.

14

Tabela 2 – Total de avistamentos das espécies, durante as cinco observações mensais, de fevereiro a julho de 2016, no Parque Escola de Santo André.

(Continua)

Espécie Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Total de Avist. (180)

Frequência relativa (%)

Actinote sp. 0 2 14 0 0 0 16 1,89 Adelpha lycorias 1 0 3 0 0 0 4 0,47 Adelpha sp. 0 1 0 0 0 0 1 0,11 Agraulis vanilae 1 2 1 2 0 2 8 0,94 Appias drusilla 0 1 0 0 0 0 1 0,11 Ascia monuste 27 25 24 17 12 17 122 14,43 Astraptes sp. 0 1 0 0 0 0 1 0,11 Baeotis johannae 0 0 1 0 0 0 1 0,11 Brassolis sp. 0 1 1 0 0 0 2 0,23 Calycopis caulonia 0 1 0 0 0 0 1 0,11 Colobura dirce 1 1 0 0 0 0 2 0,23 Dione juno juno 11 14 5 5 0 1 36 4,26 Dryas iulia 11 17 5 7 4 10 54 6,39 Dynamine sp. 3 0 0 0 0 0 3 0,35 Eresia lansdorfi 12 11 4 1 2 2 32 3,78 Eunica tatila 0 1 0 0 0 0 1 0,11 Eurema albula 12 7 11 2 4 5 41 4,85 Eurema elathea 23 21 17 10 10 14 95 11,24 Eurema sp. 21 5 4 7 3 17 57 6,74 Euselasia eucerus 0 0 1 0 0 0 1 0,11 Euselasia sp. 0 0 1 0 0 0 1 0,11 Fountainea ryphea 0 0 2 1 0 0 3 0,35 Hamadryas amphinome 1 4 0 0 0 0 5 0,59 Hamadryas februa 1 1 0 0 0 0 2 0,23 Heliconius erato phyllis 0 2 2 0 1 0 5 0,59 Heliconius ethilla 0 0 2 0 0 0 2 0,23 Heliconius s. apseudes 1 0 1 1 0 0 3 0,35 Hemiargus h. hanno 0 2 0 0 0 0 2 0,23 Heraclides a. capys 1 1 0 0 0 0 2 0,23 Heraclides t. brasiliensis 1 0 0 2 0 0 3 0,35 Hermeuptychia hermes 14 4 7 0 0 0 25 2,95 Hesperiidae sp. 4 0 2 0 0 0 6 0,71 Hesperiidae sp. 2 1 0 0 0 0 0 1 0,11 Hesperiidae sp. 3 0 2 0 0 0 0 2 0,23 Hesperiidae sp. 4 0 1 1 0 0 0 2 0,23 Hesperiidae sp. 5 0 3 1 0 0 0 4 0,47 Hesperiidae sp. 6 0 1 0 0 0 1 2 0,23 Historis odius 2 0 1 0 0 0 3 0,35 Hylephila phyleus 0 2 0 0 0 0 2 0,23 Ithomia sp. 3 1 2 1 1 0 8 0,94 Junonia evarete 13 5 3 1 1 0 23 2,72 Leptotes sp. 0 1 2 1 0 0 4 0,47 Mechanitis p. casablanca 2 3 0 1 1 3 10 1,18 Methona themisto 12 2 4 6 0 0 24 2,84 Nymphalidae sp. 0 5 0 0 0 0 5 0,59 Opsiphanes invirae 1 0 0 0 0 0 1 0,11 Phoebis argante 0 10 4 3 0 2 19 2,24 Phoebis neocypris 2 9 5 3 3 9 31 3,66 Phoebis philea 21 12 13 10 3 2 61 7,21 Pseudolycaena marsyas 1 0 0 0 0 0 1 0,11 Pterourus scamander 1 5 1 0 0 0 7 0,82 Quadrus sp. 1 0 0 0 0 0 1 0,11 Rhetus sp. 0 0 1 0 0 0 1 0,11

15

(Conclusão)

Espécie Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Total de Avist. (180)

Frequência relativa (%)

Smyrna blomfildia 1 0 0 0 0 0 1 0,11 Synargis calyce 0 9 1 0 0 0 10 1,18 Tegosa claudina 0 0 3 0 0 0 3 0,35 Urbanus sp. 11 2 1 0 0 0 14 1,65 Urbanus sp. 2 19 27 17 3 0 0 66 7,81 Zaretis sp. 0 1 0 0 0 0 1 0,11 Total de espécies = 59 - - - - - - 845 100,00 Total de espécies/mês 33 41 36 20 12 13 - -

O ponto de observação que apresentou o maior número de espécies

observadas foi o Horto Medicinal (tabela 3), com 32 espécies, que representa (54,23

%) das espécies encontradas na pesquisa, seguido pelo Pátio, com 31 espécies

(52,54 %), Cactário com 29 espécies (49,15 %), Bosque com 27 espécies (45,76 %),

Pátio das Plantas Carnívoras com 26 espécies (44,06 %) e Arredores do Viveiro

Escola com 19 espécies (32,20 %) das espécies encontradas na pesquisa.

O ponto de observação que teve o maior número de avistamentos foi o Pátio,

com 183 avistamentos, representando (21,65 %) do total de avistamentos da

pesquisa, seguido pelo bosque, com 181 avistamentos (21,42 %), Cactário com 144

avistamentos (17,04 %), Horto Medicinal com 140 avistamentos (16,56 %), Arredores

do Viveiro Escola com 128 avistamentos (15,14 %) e Pátio das Plantas Carnívoras

com 69 avistamentos (8,16 %) do total de avistamentos na pesquisa.

Foi estimado o índice de diversidade de espécies de Margalef para os seis

pontos de observação, apresentando os respectivos valores em ordem decrescente:

Horto Medicinal: a = 14,44, Pátio das Plantas Carnívoras: a = 13,59, Pátio: a = 13,25,

Cactário: a = 12,97, Bosque: a = 11,51 e Arredores do Viveiro Escola: a = 8,54, esses

valores encontrados são considerados como indicadores de grande diversidade

ecológica. Esse mesmo índice estimado, segundo a somatória total das espécies

observadas e total de avistamentos referentes as observações dos meses de fevereiro

a julho de 2016, foi: a = 19,81, o que também indica uma grande diversidade ecológica

para o parque como um todo.

16

Tabela 3 – Total de avistamentos das espécies, durante as cinco observações mensais, de fevereiro a julho de 2016, nos diferentes pontos de observação, no Parque Escola de Santo André.

(Continua)

Espécie Ponto A

Ponto B

Ponto C

Ponto D

Ponto E

Ponto F

Actinote sp. 2 5 4 1 4 0 Adelpha lycorias 0 1 0 3 0 0 Adelpha sp. 1 0 0 0 0 0 Agraulis vanilae 2 1 3 0 2 0 Appias drusilla 0 0 1 0 0 0 Ascia monuste 20 19 27 13 26 17 Astraptes sp. 0 1 0 0 0 0 Baeotis johannae 0 0 0 1 0 0 Brassolis sp. 0 0 1 0 1 0 Calycopis caulonia 1 0 0 0 0 0 Colobura dirce 0 0 0 2 0 0 Dione juno juno 3 8 4 6 6 9 Dryas iulia 4 19 5 3 9 14 Dynamine sp. 0 2 0 1 0 0 Eresia lansdorfi 3 6 3 0 10 10 Eunica tatila 0 0 0 1 0 0 Eurema albula 4 11 3 2 13 8 Eurema elathea 18 11 13 4 25 24 Eurema sp. 6 11 10 4 15 11 Euselasia eucerus 0 0 0 0 0 1 Euselasia sp. 0 0 0 0 0 1 Fountainea ryphea 0 0 0 3 0 0 Hamadryas amphinome 0 1 0 0 3 1 Hamadryas februa 0 0 2 0 0 0 Heliconius erato phyllis 0 3 0 0 2 0 Heliconius ethilla 0 2 0 0 0 0 Heliconius s. apseudes 0 1 1 0 1 0 Hemiargus h. hanno 2 0 0 0 0 0 Heraclides a. capys 0 1 1 0 0 0 Heraclides t. brasiliensis 0 1 2 0 0 0 Hermeuptychia hermes 3 3 6 2 7 4 Hesperiidae sp. 2 1 2 0 0 1 Hesperiidae sp. 2 0 0 0 1 0 0 Hesperiidae sp. 3 1 0 1 0 0 0 Hesperiidae sp. 4 0 0 2 0 0 0 Hesperiidae sp. 5 2 0 1 0 1 0 Hesperiidae sp. 6 0 1 0 1 0 0 Historis odius 0 0 0 3 0 0 Hylephila phyleus 2 0 0 0 0 0 Ithomia sp. 0 1 5 0 2 0 Junonia evarete 2 7 0 3 1 10 Leptotes sp. 4 0 0 0 0 0 Mechanitis p. casablanca 0 4 3 1 2 0 Methona themisto 0 12 4 1 6 1 Nymphalidae sp. 2 0 2 0 0 1 Opsiphanes invirae 0 0 0 1 0 0 Phoebis argante 7 6 1 1 4 0 Phoebis neocypris 13 8 5 1 4 0 Phoebis philea 15 18 7 3 15 3 Pseudolycaena marsyas 0 0 0 0 0 1 Pterourus scamander 4 2 0 1 0 0 Quadrus sp. 0 0 1 0 0 0 Rhetus sp. 1 0 0 0 0 0

17

(Conclusão)

Espécie Ponto A

Ponto B

Ponto C

Ponto D

Ponto E

Ponto F

Smyrna blomfildia 0 0 0 0 1 0 Synargis calyce 4 0 1 0 5 0 Tegosa claudina 1 0 2 0 0 0 Urbanus sp. 3 5 2 0 2 2 Urbanus sp. 2 12 11 15 6 13 9 Zaretis sp. 0 0 0 0 1 0 Total de espécies /ponto 29 31 32 26 27 19 Total de avistamentos/ponto 144 183 140 69 181 128 Índice de diversidade de Margalef

12,97 13,25 14,44 13,59 11,51 8,54

Ponto A: Cactário, Ponto B: Pátio, Ponto C: Horto Medicinal, Ponto D: Pátio das Plantas Carnívoras,

Ponto E: Bosque, Ponto F: Arredores do Viveiro Escola.

A ampla coleção de plantas com propriedades medicinais e a vegetação

espontânea que o ponto de observação Horto Medicinal possui, certamente contribuiu

para que esse local apresentasse o maior índice de diversidade de espécies da

pesquisa, as florações (fotografia 6), ocorridas durante os seis meses das

observações, atraíram diversas espécies de borboletas com hábitos nectarívoros,

dentre elas as que mais se destacaram foram os Pierídeos, Eurema elathea

(CRAMER, 1777) e Ascia Monuste (LINNAEUS, 1764), com respectivos 13 e 27

avistamentos, além do Hesperídeo, Urbanus sp. 2 (HÜBNER, 1807), com 15

avistamentos.

Fotografia 6 – Exemplos de espécies vegetais encontradas no horto medicinal e suas florações. A: Impatiens walleriana (Maria sem vergonha), B: Stachytarpheta cayennensis (Gervão),

C: Tropaeolum majus (Capuchinha), D: Emilia fosbergii (Serralha).

18

Foi estimado o índice de dominância de espécies de Berger-Parker para todos

os pontos de observação e também para o parque como um todo (tabela 4), os valores

encontrados indicam uma ampla dominância da espécie Ascia monuste (LINNAEUS,

1764) sobre o restante das espécies em cinco dos seis pontos de observação

(Cáctário, Pátio, Horto Medicinal, Pátio das Plantas Carnívoras e Bosque), além do

parque como um todo, a espécie Dryas iulia (FABRICIUS, 1775) apareceu também

como dominante no Pátio e a espécie Eurema elathea (CRAMER, 1777) foi dominante

nos Arredores do Viveiro Escola.

Tabela 4 – Índice de dominância de Berger-Parker nos diferentes pontos de observação e para o

parque/total, de fevereiro a julho de 2016, no Parque Escola de Santo André.

Espécie Ponto A Ponto B Ponto C Ponto D Ponto E Ponto F Parque/totalAscia monuste 13,88 % 10,38 % 19,28 % 18,84 % 14,36 % - 14,43%

Dryas iulia - 10,38% - - - - - Eurema elathea - - - - - 18,75 % -

Ponto A: Cactário, Ponto B: Pátio, Ponto C: Horto Medicinal, Ponto D: Pátio das Plantas Carnívoras,

Ponto E: Bosque, Ponto F: Arredores do Viveiro Escola.

Ao analisar as médias mensais dos fatores abióticos de umidade relativa do ar,

temperatura e precipitação pluvial (tabela 5), verificou-se principalmente uma

correlação entre o número de espécies registradas com o fator temperatura. No mês

de março, cuja média mensal de temperatura foi de 25,7 º C, foram observadas 41

espécies de borboletas, no mês de junho a temperatura média registrada foi de 15,9

º C, sendo registradas para esse mês, apenas 12 espécies de borboletas. Essa

correlação entre a temperatura e o número de espécies, revela que no mês de maior

calor (março), o número de espécies foi o maior registrado na pesquisa, e no oposto,

o mês mais frio (junho), foi o que teve o menor número de espécies registradas. As

médias mensais de umidade relativa do ar e precipitação pluvial aferidas não tiveram

uma interferência significativa que determinassem o número de espécies encontradas

para cada mês, como demonstra o gráfico 1.

Quando comparado ao trabalho de Arce (2015), as médias mensais de

umidade relativa do ar da presente pesquisa apresentaram um padrão em comum,

mantendo uma semelhança nos valores aferidos em todos os meses, sendo que o

19

mês de julho de 2016, foi aquele que teve a menor média mensal de umidade relativa

do ar registrada, e maio de 2016 a maior registrada no Parque Escola de Santo André.

Tabela 5 – Médias mensais de umidade relativa do ar e temperatura, e total de precipitação mensal

dos cinco dias\mês de observações, de fevereiro a julho de 2016, no Parque Escola de Santo André.

Gráfico 1 – Relação da riqueza de espécies de borboletas com a umidade relativa do ar, temperatura

e o total de precipitação mensal de fevereiro a julho de 2016, no Parque Escola de Santo André.

Na presente pesquisa, é encontrada uma certa similaridade com o trabalho

de Sackis e Morais (2008), no que diz respeito a proporção de espécies identificadas

e distribuídas em duas famílias de borboletas, apesar das duas pesquisas terem sido

realizadas em estados diferentes. No levantamento realizado em Santa Maria, Rio

0

20

40

60

80

100

120

0

10

20

30

40

50

60

70

80

fevereiro março abril maio junho julho

pre

cip

itaç

ão (m

m)

Nº de espécies UR % Temp. ºC Total de precipitação mensal mm.

Parâmetros Média Fev.

Média Mar.

Média Abr.

Média Mai.

Média Jun.

Média Jul.

UR % 63,0 58.5 61,2 70,0 68,0 48,6 Temp. ºC 25.6 25.7 25.4 19,5 15,9 20,0

Total de precipitação mensal mm. 58,3 69,6 0,00 27,2 101 0,00 Total de espécies/mês 33 41 36 20 12 13

20

Grande do Sul, as famílias com o maior número de espécies identificadas foram a

Nymphalidae (44,9 %) das espécies identificadas, seguida por Hesperiidae (28,1 %)

das espécies identificadas, e nesse presente inventário, realizado em Santo André,

São Paulo, Nymphalidae representou (47,45 %) das espécies identificadas, seguida

por Hesperiidae (18,64 %) das espécies identificadas. As outras quatro famílias,

Riodinidae, Pieridae, Lycaenidae e Papilionidae, não apresentaram uma relação

importante na proporção de número de espécies identificadas entre os dois trabalhos

realizados.

Sackis e Morais (2008) encontraram em sua pesquisa 89 espécies de

borboletas em 113 horas de amostragem, enquanto que no presente trabalho, foram

identificadas 59 espécies em 90 horas de amostragem, no entanto, os autores

realizaram uma pesquisa com período anual de amostragem completo e coleta das

espécies por técnica de rede entomológica, fatores que podem aumentar

consideravelmente as chances de identificação de novas espécies, já no presente

trabalho, o período de amostragem foi de seis meses, e as técnicas de coleta

empregadas foram as observacionais e atração de espécies com hábitos frugívoros,

utilizando-se de atrativos a partir de iscas compostas de frutas, fatores esses

limitantes da pesquisa.

Roupa (2012), em um estudo de levantamento de borboletas realizado em

duas praças urbanas do Bairro Cerâmica, da cidade de São Caetano do Sul, município

que faz divisa territorial com a cidade de Santo André, verificou nesse local que as 17

espécies encontradas estão associadas a vegetação espontânea presente, sendo que

a vegetação ornamental pouco atraiu as espécies. Ao constatar o declínio dos

avistamentos das espécies ao longo da pesquisa, esse autor associou esse declínio

a manutenção periódica de jardinagem realizada pela Prefeitura de São Caetano do

Sul, que retirou as espécies vegetais espontâneas do local, tão importantes para a

manutenção da fauna de borboletas. Essa conclusão desse autor ajuda a entender

por que espaços do Parque Escola de Santo André, como o Horto Medicinal possuem

tanta riqueza de espécies, visto que nesses locais a vegetação espontânea é mantida

em alguns trechos, o que atrai as borboletas.

21

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A expressiva diversidade de espécies de borboletas encontradas no Parque

Escola de Santo André, confirmada pelas 59 espécies identificadas nos seis meses

de pesquisa, demostra a importância dos parques urbanos para a manutenção da

fauna regional.

Apesar da pesquisa não ter encontrado espécies do bioma atlântico que são

suscetíveis a mudanças antrópicas perturbadoras, a mesma nos revela que o local de

estudo é um importante reduto de Lepidópteros, fornecendo as espécies, abrigo,

proteção, plantas para oviposição e recursos alimentícios, fatores que garantem a

sobrevivência dessas dezenas de espécies em meio a uma metrópole como o

município de Santo André.

Além do Parque Escola propiciar um tipo de flora favorável ao

desenvolvimento dessas espécies, o espaço ainda possui conectividade com outra

área verde próxima, a mata do Centro Universitário Fundação Santo André, local que

abriga espécies vegetais similares às encontradas no Parque Escola, garantindo

assim uma espécie de corredor verde para abrigar espécies de borboletas, além de

aves e outros tipos de insetos.

Sendo as borboletas indicadores ecológicos de poluição do ar, as 59

espécies distribuídas nas seis famílias encontradas na pesquisa, demostram que o

Parque Escola possui níveis de poluentes dispersos no ar em concentrações

aceitáveis a essas espécies, não prejudicando assim o desenvolvimento e ciclo de

vida desses insetos.

Para o município de Santo André são encontras poucas pesquisas ou

inventários de fauna de borboletas. A carência de trabalhos desse tipo deve ser um

incentivo a realização de trabalhos futuros, por não haver dados locais gerados para

se fazer um comparativo, o que dificulta a divulgação cientifica do patrimônio biológico

local. Faz-se necessário então, a realização de novas pesquisas com essa temática,

afim de que a informação de possíveis novas espécies descobertas para a região se

tornem de conhecimento de todos.

22

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25

APÊNDICE A - Espécies registradas no período de fevereiro a julho de 2016

(Continua)

1: Actinote sp., 2: Adelpha lycorias, 3: Adelpha sp., 4: Agraulis vanilae, 5: Brassolis sp.,

6: Colobura dirce, 7: Dione juno juno, 8: Dryas iulia, 9: Dynamine sp., 10: Eresia lansdorfi, 11: Eunica

tatila, 12: Fountainea ryphea, 13: Hamadryas amphinome,

14: Hamadryas feronia, 15: Heliconius erato phyllis.

26

(Continua)

16: Heliconius ethilla, 17: Heliconius sara apseudes, 18: Hermeuptychia hermes (A) e Hesperiidae sp.

2 (B), 19: Historis odius, 20: Ithomia sp., 21: Junonia evarete, 22: Mechanitis polymnia casablanca,

23: Methona themisto, 24: Nymphalidae sp., 25: Opsiphanes invirae, 26: Smirna blomfildia,

27:Tegosa claudina, 28: Zaretis sp., 29: Appias drusilla, 30: Ascia monuste.

27

(Continua)

31: Eurema albula, 32: Eurema elathea, 33: Eurema sp., 34: Phoebis argante, 35: Phoebis neocypris,

36: Phoebis philea, 37: Heraclides anchisiades capys, 38: Heraclides thoas brasiliensis,

39: Pterourus scamander, 40: Astraptes sp., 41: Hesperiidae sp., 42: Hesperiidae sp. 3,

43: Hesperiidae sp. 4, 44: Hesperiidae sp. 5, 45: Hesperiidae sp. 6.

28

(Conclusão)

46: Hylephila phyleus, 47: Quadrus sp., 48: Urbanus sp., 49: Urbanus sp. 2, 50: Calycopis caulonia,

51: Hemiargus h. hanno, 52: Leptotes sp., 53: Pseudolycaena marsyas, 54: Baeotis johannae

johannae, 55: Euselasia eucerus., 56: Euselasia sp., 57: Rhetus sp., 58: Synargis calyce.