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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ LETICIA RAMOS SAMUEL DIEGO SANDRI INTERFACE PARA PROGRAMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO CURITIBA 2005

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ

LETICIA RAMOS

SAMUEL DIEGO SANDRI

INTERFACE PARA PROGRAMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO

CURITIBA

2005

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LETICIA RAMOS

SAMUEL DIEGO SANDRI

INTERFACE PARA PROGRAMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO

CURITIBA

2005

Trabalho acadêmico apresentado ao curso de Tecnologia em Informática do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná

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LETICIA RAMOS

SAMUEL DIEGO SANDRI

INTERFACE PARA PROGRAMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO

Trabalho acadêmico apresentado ao curso de Tecnologia em Informática do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Campo de conhecimento: Teleinformática Data de aprovação: ____/____/____ Banca examinadora: Profª Ana Cristina B. Kochem (Orientadora) CEFET-PR Prof. Luiz Augusto Pelisson (Co-orientador) CEFET-PR Prof. Eduardo Sudol Forbici CEFET-PR

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Dedicatória

Ao amigo e companheiro Cion.

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Agradecimentos

Agradecemos à orientadora Ana Cristina Barreiras Kochem e ao co-

orientador Luiz Augusto Pelisson, que muito contribuíram para a concretização

deste trabalho, acreditando em nossos potenciais.

Aos professores Wilson Hostmeyer Bogado e Alexandre Reis

Graeml, que nos auxiliaram e retiraram várias dúvidas durante a elaboração

deste estudo.

Aos colaboradores das empresas e aos alunos de tecnologia em

informática pela boa vontade e auxílio prestado para a construção da interface.

Aos nossos pais que nos apoiaram e incentivaram em todos os

momentos, e a todos os demais que colaboraram direta ou indiretamente para

a realização deste projeto.

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"Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário"

Albert Einstein

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Visão geral da interface................................................................... 38 Figura 2 – Tela da área comandos pelo teclado .............................................. 53 Figura 3 – Tela do relatório de materiais utilizados .......................................... 54 Figura 4 – Biblioteca de imagens ..................................................................... 55

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Menu Arquivo ................................................................................ 40 Quadro 2 – Menu Editar ................................................................................... 40 Quadro 3 – Menu Exibir ................................................................................... 41 Quadro 4 – Menu Ferramentas ........................................................................ 42 Quadro 5 – Menu Relatório .............................................................................. 42 Quadro 6 – Menu Ajuda ................................................................................... 43 Quadro 7 – Barra de ferramentas Principal ...................................................... 44 Quadro 8 – Barra de ferramentas Auxiliar ........................................................ 45 Quadro 9 – Barra de ferramentas Desenho ..................................................... 46 Quadro 10 – Barra de ferramentas Planta Baixa.............................................. 47 Quadro 11 – Barra de ferramentas Diagrama Unifilar ...................................... 48 Quadro 12 – Barra de ferramentas Diagrama Lógico....................................... 49 Quadro 13 – Barra de ferramentas Zoom ........................................................ 50 Quadro 14 – Barra de ferramentas Grade........................................................ 50 Quadro 15 – Barra de ferramentas Linha ......................................................... 51 Quadro 16 – Barra de ferramentas Nomenclatura ........................................... 51 Quadro 17 – Barra de ferramentas Texto......................................................... 52 Quadro 18 – Exemplos de Comandos pelo Teclado ........................................ 53

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RESUMO

Este trabalho realiza um estudo sobre cabeamento estruturado, sua

importância para aplicações residenciais, comerciais e industriais, além de

analisar como estão sendo executados os projetos nesta área. Esta abordagem

contribui para uma melhor visão sobre este segmento da teleinformática que

vem crescendo e ganhando espaço em todos os setores da sociedade. Em

algumas áreas como a construção civil e a engenharia elétrica, que possuem

um grau de amadurecimento maior, pode-se encontrar diversos softwares que

auxiliam os profissionais na construção de projetos elétricos ou de uma planta

baixa.

Porém, o cabeamento estruturado, que surgiu como necessidade há

menos de uma década, não possui um subsídio de software plausível para a

elaboração, por exemplo, de um diagrama físico de uma rede de

computadores. É com base neste cenário que este trabalho propõe-se a

estudar uma nova interface para um programa de cabeamento estruturado que

proporcione simplicidade, qualidade e praticidade aos seus usuários. Para o

desenvolvimento da interface tem-se como base o estudo semiótico de signos,

as normas brasileiras para elaboração de projetos de cabeamento estruturado

e relatos de profissionais que já atuam no mercado.

Palavras-Chaves: cabeamento estruturado, projeto, interface, ergonomia.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10

1.1 MOTIVAÇÕES........................................................................................ 11 1.2 ESTADO DA ARTE................................................................................. 11 1.3 ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO....................................................... 12

2 A IMPORTÂNCIA DE UMA INTERFACE ..................................................... 13 2.1 ERGONOMIA DA INTERFACE .............................................................. 14

2.1.1 O Estudo da Usabilidade.................................................................. 15 2.1.1.1 Critérios Ergonômicos ............................................................... 15

2.1.1.1.1 A Orientação ....................................................................... 16 A Presteza ...................................................................................... 16

O Grupamento/ Distinção entre Itens ............................................. 16 O Feedback Imediato ..................................................................... 17 A Clareza (Legibilidade) ................................................................. 18

2.1.1.1.2 A Carga de Trabalho ........................................................... 18 A Brevidade .................................................................................... 18 A Carga Mental............................................................................... 19

2.1.1.1.3 O Controle Explícito ............................................................ 19 As Ações Explícitas ........................................................................ 20 O Controle do Usuário.................................................................... 20

2.1.1.1.4 A Adaptabilidade ................................................................. 20 A Flexibilidade ................................................................................ 20 A Consideração à Experiência do Usuário ..................................... 21

2.1.1.1.5 A Gestão de Erros............................................................... 21 A Proteção Contra Erros ................................................................ 21 As Mensagens de Erros ................................................................. 21 A Correção de Erros....................................................................... 22

2.1.1.1.6 A Homogeneidade/Consistência ......................................... 22 2.1.1.1.7 O Significado dos Códigos .................................................. 23 2.1.1.1.8 A Compatibilidade ............................................................... 23

2.1.1.2 Tipos de problemas de usabilidade ........................................... 24 2.1.1.3 Técnicas de Avaliação ............................................................... 24

2.1.1.3.1 Técnicas Prospectivas ........................................................ 25 Questionário (Survey)..................................................................... 25 Grupo Focal.................................................................................... 25

2.1.1.3.2 Técnicas Preditivas ............................................................. 26 Avaliação Heurística....................................................................... 26 Análise Hierárquica da Tarefa ........................................................ 28 Cognitive Walkthrough ................................................................... 28 Inspeção Ergonômica via checklist................................................. 28 Inspeção Cognitiva ......................................................................... 29

2.1.1.3.3 Técnicas Empíricas ............................................................. 30 Ensaios de Interação ou Testes de Usabilidade ............................ 30 Observações Sistemáticas ............................................................. 31 Verbalização ou Protocolo Verbal .................................................. 31

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3 METODOLOGIA ........................................................................................... 34 3.1 VISITAS E ENTREVISTAS..................................................................... 34 3.2 ESTUDO SEMIÓTICO DA INTERFACE................................................. 34 3.3 CONSTRUÇÃO DA INTERFACE ........................................................... 35 3.4 AVALIAÇÃO DA INTERFACE ................................................................ 35 3.5 MELHORIAS........................................................................................... 35

4 RESULTADO DAS ENTREVISTAS ............................................................. 37 5 INTERFACE DE CABEAMENTO ESTRUTURADO ..................................... 38

5.1 MENUS................................................................................................... 39 5.1.1 Menu Arquivo ................................................................................... 39 5.1.2 Menu Editar ...................................................................................... 40 5.1.3 Menu Exibir ...................................................................................... 41 5.1.4 Menu Ferramentas ........................................................................... 41 5.1.5 Menu Relatório ................................................................................. 42 5.1.6 Menu Ajuda ...................................................................................... 42

5.2 BARRAS DE FERRAMENTAS................................................................... 43 5.2.1 Barra de Ferramentas Principal........................................................ 43 5.2.2 Barra de Ferramentas Auxiliar ......................................................... 44 5.2.3 Barra de Ferramentas Desenho ....................................................... 45 5.2.4 Barra de Ferramentas Diagrama Unifilar e Planta Baixa.................. 46 5.2.5 Barra de Ferramentas Diagrama Lógico .......................................... 48 5.2.6 Barra de Ferramentas Zoom ............................................................ 50 5.2.7 Barra de Ferramentas Grade ........................................................... 50 5.2.8 Barra de Ferramentas Linha ............................................................ 51 5.2.9 Barra de Ferramentas Nomenclatura ............................................... 51 5.2.10 Barra de Ferramentas Texto .......................................................... 52

5.3 COMANDOS PELO TECLADO .............................................................. 52 5.4 VISUALIZAR RELATÓRIO ..................................................................... 54 5.5 BIBLIOTECA DE IMAGENS ................................................................... 54 5.6 RÉGUAS E BARRAS DE ROLAGEM..................................................... 55

6 AVALIAÇÃO DA INTERFACE ..................................................................... 56 6.1 APLICAÇÃO DA TÉCNICA PROSPECTIVA .......................................... 56 6.2 APLICAÇÃO DA TÉCNICA EMPÍRICA .................................................. 57

7 MELHORIAS NA INTERFACE ..................................................................... 58 7.1 ENTENDIMENTO DOS MENUS ............................................................ 58 7.2 COMANDOS PELO TECLADO .............................................................. 58 7.3 DISPOSIÇÃO DAS BARRAS DE FERRAMENTAS ............................... 59

8 CONCLUSÃO ............................................................................................... 61 8.1 PONTOS POSITIVOS E DIFICULDADES.............................................. 62 8.2 TRABALHOS FUTUROS........................................................................ 62

REFERÊNCIAS................................................................................................ 64 APÊNDICE....................................................................................................... 66

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO “ENTREVISTA”....................................... 67 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO “AVALIAÇÃO” ......................................... 68

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1 INTRODUÇÃO

O sistema de cabeamento estruturado possui infra-estrutura, é

flexível e suporta a utilização de diversos tipos de aplicações tais como voz e

dados. Atualmente, as empresas estão preocupando-se mais com a utilização

deste tipo de sistema devido às vantagens que ele proporciona, em relação aos

cabeamentos tradicionais, nos quais as aplicações são atendidas por cabos

dedicados, ou seja, um cabo para dados e outro para voz.

O crescimento na demanda dos sistemas relacionados a estas

aplicações fez com que as empresas e as organizações de padronização

passassem a estabelecer padrões proprietários de cabeamento, resultando em

uma ampla diversidade de topologias, conectores, tipos de cabos, etc.

Este avanço das telecomunicações fez surgir o conceito de sistema

de cabeamento estruturado, objetivando a criação de um padrão de

cabeamento para edifícios comerciais e residenciais independente das

aplicações a serem utilizadas.

Além de padronizar o cabeamento, de forma a atender aos diversos

padrões de redes locais, telefonia e outras aplicações, o conceito de

cabeamento estruturado agrega outras vantagens importantes que solucionam

problemas tais como: crescimento de usuários, falhas nas conexões e cabos,

alteração de layout, aumento das taxas de transmissão, entre outros.

De acordo com pesquisas realizadas nos últimos anos

os problemas de gerenciamento da camada física contabilizam 50% dos problemas de rede e o Sistema de Cabeamento Estruturado consiste apenas de 2 a 5% do investimento na rede. Levando-se em conta o investimento inicial realizado em um sistema de cabeamento estruturado e que o mesmo sobreviverá aos demais componentes da rede, além de requerer pouquíssimas atualizações com o passar do tempo, verifica-se que o mesmo fornece um retorno do investimento (ROI) excepcional. Em vista destes fatores, percebe-se que o projeto de um sistema de cabeamento estruturado é decisivo e muito importante, já que influenciará no desempenho de toda a rede, assim como na confiabilidade da mesma (AEON Technologies, 2004).

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1.1 MOTIVAÇÕES

A ergonomia utilizada na construção de programas é essencial para

o sucesso dos mesmos. Os softwares que pertencem à empresas de grande

porte (Adobe, Corel e outras) se preocupam com este quesito. Entretanto,

programas desenvolvidos por pequenas empresas ou por programadores

autônomos geralmente negligenciam este estudo. Isto ocorre por falta de mão

de obra, ou por falta de conhecimento.

Sem atentar a este importante item, muitos softwares, que poderiam

ter uma grande utilidade, acabam sendo rejeitados pelos usuários e são

fadados ao desuso.

A área de cabeamento estruturado, por estar em expansão, não

conta com um número satisfatório de aplicativos para o desenvolvimento de

projetos de rede.

Este cenário motivou a elaboração de uma interface

ergonomicamente correta e agradável, para que uma implementação futura

possa ter uma boa interatividade e usabilidade, culminando em um programa

de alta qualidade.

1.2 ESTADO DA ARTE

As principais opções de software, para o desenvolvimento de

projetos de redes de computadores, que se encontram atualmente no mercado,

são os programas AutoCad e Microsoft Visio (para ambientes Windows).

Apesar de largamente utilizado, pelas facilidades apresentadas, o AutoCad não

é específico para esta área, ou seja, não possui menus e simbologia

necessários para a criação de um projeto desta natureza.

Já o Microsoft Visio disponibiliza uma série de símbolos que podem

ser utilizados em diagramas lógicos ou físicos de redes, porém não tem todas

as ferramentas necessárias para a criação de um projeto de cabeamento

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estruturado. O que se percebe é que programas existem, mas deixam a

desejar em alguns quesitos importantes.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO

O presente trabalho encontra-se estruturado em oito capítulos. Esse

capítulo descreve o que é o cabeamento estruturado e sua importância na

atualidade, bem como a questão de existirem poucos softwares para o

desenvolvimento destes projetos, o que dificulta o trabalho dos profissionais da

área de informática.

O próximo capítulo demonstra a importância das interfaces de

programas para computadores, os problemas que uma interface não-amigável

pode causar e as vantagens de se obter uma aparência agradável, simples e

útil nos softwares.

O capítulo 3 apresenta a metodologia de trabalho empregada tanto

para o desenvolvimento deste documento quanto para a construção da

interface para o programa de cabeamento estruturado.

O capítulo 4 traz os resultados das entrevistas realizadas com

empresas do setor de projetos de cabeamento, a fim de identificar o que

realmente falta, no que diz respeito a software, para os profissionais desta

área.

O capítulo 5 aborda a interface construída, explicando seus menus e

ícones para que se tenha um melhor entendimento do produto final.

No sexto capítulo são analisados os resultados obtidos a partir das

avaliações realizadas por alunos do curso de Tecnologia em Informática. Ainda

neste capitulo, verifica-se a possível necessidade de ajustes na interface.

No capitulo 7 estão descritas as melhorias realizadas na interface e,

em seguida, o capítulo 8 apresenta a conclusão do trabalho e propõe

sugestões para o desenvolvimento de trabalhos futuros.

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2 A IMPORTÂNCIA DE UMA INTERFACE

Caso o leitor possua domínio prévio deste estudo, a leitura deste

capítulo não se torna necessária, porém, se não possuir este conhecimento, a

compreensão deste conteúdo torna-se essencial para o entendimento de todo

o trabalho.

A interface de um sistema computacional determina a forma como

as pessoas controlam e operam este sistema. Quando a interface é projetada

de forma inteligente, ela é controlável, compreensível e agradável, conduzindo

os usuários a sentirem-se satisfeitos e responsáveis pelas ações. Ou seja, a

interface pode influenciar a produtividade do usuário que, em alguns casos,

acaba preferindo um sistema com um número menor de recursos ou eficiência

do ponto de vista computacional.

Hoje, ocorre um aumento da preocupação para com o

desenvolvimento de interfaces motivado principalmente pelo crescimento

contínuo do uso dos sistemas informatizados. Prevê-se que no futuro todos,

nem que de forma indireta, utilizarão computadores. Além disso, nota-se a

grande popularidade nas vendas de produtos que permitem que o usuário

acesse de forma simplificada e intuitiva as funcionalidades do sistema.

Acredita-se que a distinção entre produtos dar-se-á pela interface.

Atualmente percebe-se a importância e o custo elevado

das interfaces, que chegam a ser grande parte do código de um software. A interface consome até 70% dos custos totais do ciclo de vida de um sistema interativo (BAECKER, 1987).

Em pesquisas realizadas sobre dezenas de projetos,

verifica-se que em média 48% do código de um sistema interativo é dedicado à interface. Quanto ao tempo total de desenvolvimento, aquele consumido na interface equivale a 48% do tempo de projeto de todo o sistema, 50% de toda a implementação e 37% da manutenção (MYERS, 1992).

Convém ressaltar que, com a queda do preço de hardware, o preço

pago pelo software tem se tornado cada vez mais significativo. E, uma vez

adquirido um sistema, devem ser considerados os custos envolvidos com o

treinamento. A interação com o sistema inclui, muitas vezes, o consumo de

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tempo desnecessário de operação se realizada de forma inadequada, ou ainda

na correção de erros freqüentemente cometidos pelos usuários.

Devem ser considerados os custos e benefícios de se desenvolver

uma interface amigável. Economias podem ser realizadas em interfaces em

que o usuário comete poucos erros, o tempo de descrição das tarefas a serem

realizadas é mínimo, a distração do usuário é reduzida e a necessidade de

treinamento é minimizada. Ou seja, a interface interfere economicamente na

utilização de um sistema.

2.1 ERGONOMIA DA INTERFACE

Na maioria dos softwares, a concepção privilegia a construção dos

aspectos internos ligados ao funcionamento do sistema, proporcionando

atenção secundária ao projeto da interface para o usuário. Em decorrência

desse fato, a utilização do sistema fica comprometida e as necessidades e

objetivos não são totalmente satisfeitos.

A abordagem ergonômica, em contraponto, privilegia uma ótica

focada no usuário, isto implica em que o usuário-final seja considerado tanto na

concepção quanto na avaliação de todo e qualquer desenvolvimento e

implementação do sistema interativo. Nesta perspectiva, é o funcionamento do

sistema que se adapta à arquitetura cognitiva do usuário, que é objetivo final de

todo o sistema que interage com o homem.

Assim, a Ergonomia Cognitiva guiada pelos seus fundamentos

teóricos e aliada aos critérios ergonômicos de avaliação da usabilidade,

desenvolvidos pela Ergonomia de Software, compõe os pilares teóricos de

sustentação para responder à adequação da interface de sistemas

informatizados aos seus usuários finais.

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2.1.1 O Estudo da Usabilidade

Este estudo deve garantir que os produtos e sistemas sejam

adaptados às habilidades de quem os utiliza e apropriados às tarefas

desempenhadas, buscando por fim atingir uma solução que possa agregar a

eficiência e eficácia do desempenho com a satisfação dos usuários. A usabilidade de um sistema compreende a capacidade

interativa do mesmo ser operado, de maneira eficaz, eficiente e agradável, em um determinado contexto de operação, para a realização das tarefas de seus usuários. (ISO 9241-11).

As deficiências na usabilidade e incompatibilidade da

interação homem-máquina, que propiciam erros durante a operação dos sistemas informatizados e trazem dificuldades para o usuário, devem-se ao desconhecimento, por parte do projetista, da tarefa, do modo operatório e da estratégia de resolução de problemas do componente humano do sistema, assim como de métodos e técnicas para teste de usabilidade. A avaliação de usabilidade pode ser entendida como o procedimento para aquisição de informação ou potencial de usabilidade de um sistema a fim de tanto aprimorar recursos numa interface em desenvolvimento e seu material de suporte quanto avaliar uma interface já finalizada (SANTOS, 2002, p. 25).

Estudando-se os usuários, pode-se verificar como as tarefas de

busca de informação são realizadas, como a informação é estruturada, a

influência das experiências prévias nas interações e as mudanças nas

estratégias dos usuários com o passar do tempo.

2.1.1.1 Critérios Ergonômicos

Trata-se de um conjunto de oito critérios principais que acabam se

subdividindo, a fim de minimizar a ambigüidade na identificação e na

classificação das qualidades e problemas ergonômicos dos softwares. “O

sucesso de qualquer atividade de concepção ou de avaliação depende do

emprego de critérios bem definidos.” (CYBIS, 2003, p. 31).

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Em 1993, pesquisadores do INRIA (Institut National de Recherche

en Informatique et en Automatique da França) estabeleceram um conjunto de

critérios ergonômicos (Bastien e Scapin, 1993), descritos a seguir.

2.1.1.1.1 A Orientação

A orientação refere-se ao conjunto de meios empregados para

aconselhar, informar e conduzir o usuário na interação com o computador. Uma

boa orientação facilita a aprendizagem e a utilização do sistema, permitindo

que o usuário tenha conhecimento, a qualquer momento, de onde se encontra

na seqüência da interação ou na execução de uma tarefa. A facilidade de

aprendizagem e de utilização permite um melhor desempenho e ocasiona

menos erros. Os itens presteza, distinção entre itens, feedback imediato e

clareza, mostrados a seguir fazem parte da orientação.

A Presteza

A presteza corresponde às informações fornecidas aos usuários,

relativas ao estado no qual o sistema se encontra; às ações possíveis e como

realizá-las; às ajudas disponíveis e aos formatos de entradas de dados. Uma

boa presteza guia o usuário e lhe poupa, por exemplo, o aprendizado de uma

série de comandos. Ela permite, também, que o usuário saiba em que modo ou

em que estado ele está, onde ele se encontra no diálogo e o que ele fez para

se encontrar nessa situação. Uma boa presteza facilita a navegação no

aplicativo e diminui a ocorrência de erros.

O Grupamento/ Distinção entre Itens

O grupamento classifica-se em distinção por localização e formato,

que estão descritos a seguir.

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• A Distinção por Localização

A distinção por localização refere-se, particularmente, ao

posicionamento dos itens uns em relação aos outros e à distinção entre

diferentes classes. A compreensão de uma tela pelo usuário depende, entre

outras coisas, da ordenação dos objetos (imagens, textos, comandos, etc.) que

são apresentados. Os usuários irão detectar os diferentes itens mais facilmente

se eles forem apresentados de uma forma organizada (em ordem alfabética, de

acordo com a freqüência de uso, etc.). Além disso, a aprendizagem e a

recuperação de itens serão melhoradas.

• A Distinção por Formato

A distinção por formato diz respeito às características gráficas

(formato, cor, etc.) permitindo que se faça uma distinção entre diferentes

classes. Será mais fácil para o usuário perceber relacionamentos entre itens ou

classes de itens, se diferentes formatos ou diferentes códigos ilustrarem suas

similaridades ou diferenças. Tais relacionamentos serão mais fáceis de

aprender e de lembrar.

O Feedback Imediato

O feedback imediato corresponde às respostas do sistema

consecutivas às ações do usuário. O sistema deve responder às ações do

usuário o mais rapidamente possível. A qualidade e a rapidez do feedback são

dois fatores importantes para estabelecer a satisfação e a confiança do

usuário, assim como a compreensão do diálogo. Esses fatores possibilitam que

o usuário tenha uma boa representação do sistema. Respostas lentas

freqüentemente ocasionam ações que podem ser fontes de erros. Quando o

sistema está em curso de operação, o usuário deve ser informado. A ausência

de feedback ou sua demora podem ser desconcertantes para o usuário. Os

usuários podem suspeitar de uma falha no sistema e podem realizar ações

prejudiciais para os processos em andamento.

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A Clareza (Legibilidade)

A clareza abrange as características lexicais da apresentação das

informações. O desempenho melhora quando a apresentação da informação

leva em conta as características cognitivas e perceptivas dos usuários. Uma

boa clareza (legibilidade) facilita a leitura da informação apresentada. Por

exemplo, letras escuras em um fundo claro são mais fáceis de ler que letras

claras em um fundo escuro.

2.1.1.1.2 A Carga de Trabalho

A carga de trabalho consiste no conjunto de elementos da interface

que desempenham, para o usuário, um papel na redução de sua carga

perceptiva ou mnemônica e no aumento da eficiência do diálogo. Quanto maior

a carga de trabalho, maiores os riscos de erros. Da mesma forma, quanto mais

o usuário for distraído por informações não pertinentes, menor será a eficiência

da tarefa. Algumas características relacionadas à carga de trabalho são:

brevidade e carga mental.

A Brevidade

A brevidade se subdivide em concisão e ações mínimas, que estão

descritas a seguir.

• A Concisão

A concisão aborda a carga de trabalho e nível perceptivo e

mnemônico em relação aos elementos de entrada e de saída. A capacidade da

memória de curto termo é limitada. Conseqüentemente, quanto menos

entradas, menores serão os riscos de cometer erros. Além disso, quanto mais

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sucintos forem os itens, menor será o tempo de leitura e maior será a eficiência

da interação.

• As Ações Mínimas

As ações mínimas importam-se com a carga de trabalho ao nível

das opções e meios disponíveis para atingir um objetivo. Quanto mais

numerosas e complexas forem às ações necessárias para se alcançar um

objetivo, maiores serão a carga de trabalho aumentará e a probabilidade de

riscos de erros.

A Carga Mental

A carga mental estuda a carga de trabalho no nível perceptivo e

mnemônico no conjunto dos elementos. Na maioria das tarefas, o desempenho

dos usuários piora quando a carga mental é muito alta ou muito baixa. Os itens

que não são relacionados à tarefa devem ser removidos. A memória de curto

termo é limitada, portanto a carga de memorização dos usuários deve ser

minimizada. Eles não devem ter que memorizar informações de procedimentos

complicados. Não devem, também, ter que executar tarefas cognitivas

complexas quando estas não estão relacionadas com a tarefa em questão.

2.1.1.1.3 O Controle Explícito

O controle explicito reporta-se ao controle que o usuário tem sobre a

interface e, também, ao caráter explícito de suas ações. Quando as entradas

do usuário são explicitamente definidas, por ele próprio e sob o seu controle, as

ambigüidades e os erros são limitados. Quando o usuário controla o diálogo, há

uma maior aceitação do sistema. Fazem parte deste controle as ações

explícitas e o controle do usuário, que estão descritos a seguir.

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As Ações Explícitas

As ações explicitas correspondem ao fato da interface executar

somente as ações solicitadas pelo usuário. Quando as operações da interface

resultam das ações do usuário, observam-se menos erros.

O Controle do Usuário

O controle de usuário refere-se ao sistema antecipar-se ao usuário e

lhe fornecer as opções apropriadas a cada ação, permitindo que o usuário

tenha sempre o controle da interação. Quando o usuário controla a interface, o

sistema se torna mais previsível e a aprendizagem é mais fácil.

2.1.1.1.4 A Adaptabilidade

A adaptabilidade consiste na capacidade da interface reagir segundo

o contexto e segundo as necessidades e preferências dos usuários. Quanto

mais numerosas forem as diferentes opções de efetuar uma mesma tarefa,

maiores serão as possibilidades dos usuários dominarem uma delas no

decorrer de seu aprendizado. Desta forma, a interface se adapta ao usuário. A

adaptabilidade envolve flexibilidade e consideração à experiência do usuário.

A Flexibilidade

A flexibilidade importa-se com os meios que estão disponíveis aos

usuários para personalizar a interface e adaptá-la às exigências das suas

tarefas, de suas estratégias ou habilidades no trabalho. Quanto mais formas de

efetuar uma tarefa existirem, maiores serão as chances de que o usuário possa

escolher e dominar uma delas no curso de sua aprendizagem.

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A Consideração à Experiência do Usuário

A consideração à experiência do usuário refere-se aos meios que o

sistema oferece para o nível de experiência do usuário. A interface deve ser

concebida para lidar com as variações de experiência. Usuários experientes

não têm as mesmas necessidades de informações que os novatos. Todas as

informações e opções de comandos visíveis, bem como os diálogos de

iniciativa exclusiva do computador, podem atrapalhar, entediar e diminuir o

rendimento do usuário experiente. Meios diferenciados devem ser previstos

para lidar com diferenças de experiência, permitindo que o usuário delegue ou

se aproprie da iniciativa do diálogo.

2.1.1.1.5 A Gestão de Erros

A gestão de erros concentra-se nas possibilidades de evitar ou

diminuir a ocorrência de erros e de corrigi-los, envolvendo proteção contra

erros, mensagens de erros e correção de erros.

A Proteção Contra Erros

A proteção contra erros refere-se aos meios disponíveis para

detectar os erros nas entradas. É preferível detectar os erros na entrada do que

na validação.

As Mensagens de Erros

As mensagens de erro dizem respeito à pertinência e exatidão da

informação fornecida ao usuário sobre a natureza do erro cometido e das

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ações a executar para corrigi-lo. A qualidade das mensagens favorece o

aprendizado do sistema, indicando ao usuário a razão ou a natureza do erro

cometido, o que ele fez de errado, o que ele deveria ter feito e o que ele deve

fazer.

A Correção de Erros

A correção de erros consiste nos meios disponíveis ao usuário para

permitir a correção dos erros. Os erros são bem menos perturbadores quando

eles são fáceis de corrigir.

2.1.1.1.6 A Homogeneidade/Consistência

A Homogeneidade e a consistência referem-se às escolhas de

objetos de interface (códigos, procedimentos, denominações, etc.). Os

procedimentos, rótulos, comandos, etc., são mais bem reconhecidos,

localizados e utilizados, quando seu formato, localização ou sintaxe são

estáveis de uma tela para outra, de uma seção para outra. Nessas condições,

o sistema é mais previsível e a aprendizagem mais generalizável; os erros são

diminuídos. É necessário escolher opções similares de códigos,

procedimentos, denominações para contextos idênticos, e utilizar os mesmos

meios para obter os mesmos resultados. É conveniente padronizar tanto

quanto possíveis todos os objetos quanto o seu formato e a sua denominação.

Também se deve padronizar a sintaxe dos procedimentos. A falta de

homogeneidade nos menus, por exemplo, pode aumentar consideravelmente

os tempos de procura. A falta de homogeneidade é também uma razão

importante da recusa na utilização.

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2.1.1.1.7 O Significado dos Códigos

O significado dos códigos estuda a adequação entre a referência e o

objeto ou a informação demandada. Quando a codificação é significativa, a

recordação e o reconhecimento são melhores. Códigos e denominações não

significativos para os usuários podem sugerir operações inadequadas para o

contexto, aumentando os riscos de erros.

2.1.1.1.8 A Compatibilidade

A compatibilidade preocupa-se com o acordo existente entre as

características do usuário (memória, percepção, hábitos, etc.) e a organização

das entradas e saídas e dos diálogos, de forma que se tornem compatíveis

entre si. A transferência de informações é mais rápida e eficaz quanto menor

for o volume de informação que deve ser recordada pelo usuário.

A eficiência é aumentada quando:

• Os procedimentos necessários ao cumprimento da tarefa são

compatíveis com as características psicológicas do usuário;

• Os procedimentos e as tarefas são organizados de maneira a

respeitar as expectativas ou costumes do usuário; quando as

traduções, as transposições, as interpretações, ou referências à

documentação são minimizadas;

• A informação é apresentada de uma forma diretamente utilizável

(telas compatíveis com o suporte tipográfico, denominações de

comandos compatíveis com o vocabulário do usuário, etc.).

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2.1.1.2 Tipos de problemas de usabilidade

Para Cybis (2002), a taxonomia dos problemas de usabilidade, em

relação à estrutura, é a seguinte:

• Barreira: o usuário esbarra sucessivas vezes e não suplanta um

problema de usabilidade;

• Obstáculo: usuário esbarra em um problema de usabilidade,

contudo aprende a suplantá-lo;

• Ruído: quando um aspecto da interface, sem que se constitua em

barreira ou obstáculo, causa uma diminuição do desempenho do

usuário sobre a tarefa. Ruídos na interação repercutem no

usuário uma má impressão sobre o sistema.

Em relação ao tipo de tarefa, o problema de usabilidade pode ser

classificado como: Principal quando compromete a realização de tarefas

freqüentes e importantes; ou Secundário quando compromete a realização de

tarefas pouco freqüentes ou pouco importantes. Em relação ao tipo de usuário,

o problema de usabilidade pode ser classificado como:

• Geral: atrapalha qualquer tipo de usuário;

• Inicial: atrapalha o usuário novato ou o intermitente;

• Avançado: quando atrapalha o usuário especialista;

• Especial: atrapalha tipos de usuários especiais (portadores de

deficiência, por exemplo) durante a realização de tarefas que

outros são capazes de suplantar.

2.1.1.3 Técnicas de Avaliação

Dentre as técnicas de avaliação ergonômica mais utilizadas estão as

técnicas prospectivas, preditivas e empíricas, que estão descritas a seguir.

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2.1.1.3.1 Técnicas Prospectivas

Este tipo de técnica é utilizado para aumentar a eficiência das

avaliações analíticas, mostrando ao especialista uma análise sobre os pontos

deficientes no sistema, já que o usuário é a pessoa que melhor conhece o

sistema, seus defeitos e qualidades em relação aos objetivos em suas tarefas.

Para se obter a informação do usuário, pode-se adotar diversos

recursos, como a aplicação de questionários e a técnica do grupo focal.

Questionário (Survey)

O questionário é um “conjunto de perguntas sobre um determinado

tópico que não testa a habilidade do respondente, mas mede sua opinião, seus

interesses, aspectos de personalidade e informação biográfica” (YAREMKO et

al., 1986, apud GÜNTHER, 1999).

É importante salientar que os questionários de satisfação

têm uma taxa de devolução reduzida (máximo 30% retornam), o que indica a necessidade de elaboração de um pequeno número de questões sucintas. Um espaço para opiniões e sugestões livres deve sempre ser proposto ao usuário. Por outro lado, este tipo de técnica pode ser empregado para aumentar a efetividade de avaliações analíticas, realizadas por especialistas que diagnosticam problemas de usabilidade. Apoiados pelas respostas de questionário de satisfação estes podem centrar suas análises sobre os pontos problemáticos no sistema, apontados pelo usuário (CYBIS, 2003, p. 110).

Grupo Focal

Segundo Nielsen (1999), o foco principal desta técnica é identificar o

grau de satisfação, atitudes e opiniões dos usuários envolvidos. A técnica é

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realizada por meio de discussões entre seis e nove usuários, orientadas por um

moderador, que interfere ou não na troca de idéias e comentários.

O moderador deve preparar uma lista de questões para serem

discutidas. Além disto, é necessário que se tenha a habilidade de manter a

discussão do grupo sem inibir o livre desenvolvimento das idéias, bem como,

controlar para que as idéias de um único participante não dominem

indevidamente as discussões.

Esta técnica é adotada também na elaboração de novas idéias e

conceitos, sendo que os usuários são convidados a fornecer opiniões sobre

uma interface existente e sugerir modificações para a sua melhoria, agregando

valor ao produto avaliado e atendendo às expectativas de seus usuários finais.

2.1.1.3.2 Técnicas Preditivas

As técnicas preditivas são realizadas por especialistas que

diagnosticam os problemas de usabilidade, buscando prever erros de projeto

de interfaces, dispensando a participação direta dos usuários. As técnicas

preditivas são:

• Avaliação Heurística;

• Análise Hierárquica da Tarefa;

• Cognitive Walkthrough;

• Inspeção Ergonômica via checklist;

• Inspeção Cognitiva.

Avaliação Heurística

Esta é uma técnica de baixo custo e eficaz na melhoria da interação

homem-máquina. Inicialmente, proposta por Nielsen (1999), ela descreve um

método no qual um pequeno grupo de avaliadores realiza um julgamento de

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valor sobre as qualidades ergonômicas das interfaces. Os avaliadores

examinam o sistema a procura de problemas que violem princípios gerais do

bom design de interface, diagnosticando ruídos, obstáculos ou barreiras que os

usuários provavelmente encontrarão durante a interação.

É um ótimo método para detecção de problemas de usabilidade. No

entanto, por ser uma técnica subjetiva, exige um grupo de no mínimo três

especialistas, de preferência de formações distintas, de modo a identificar a

maior parte dos problemas ergonômicos das interfaces. No estudo de Nielsen

(1999), os princípios utilizados foram:

• Usar linguagem simples e natural;

• Falar a linguagem do usuário;

• Minimizar a carga de memória do usuário;

• Ser consistente;

• Prover feedback;

• Prover saídas bem indicadas;

• Possibilitar uso de atalhos;

• Apresentar boas mensagens de erro;

• Prevenir erros.

Shneiderman (1998) apresenta as chamadas “golden rules”, que são

princípios de projetos de interface derivados heuristicamente da experiência, e

que ainda devem ser avaliados e refinados. São eles:

• Esforçar-se pela consistência;

• Possibilitar que usuários freqüentes usem atalho;

• Oferecer feedback informativo;

• Prevenir erros e modos simples de correção;

• Permitir fácil reversão de ações;

• Suportar pontos de controle interno;

• Reduzir a necessidade de uso da memória;

• Projetar um diálogo que possibilite um fechamento.

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Análise Hierárquica da Tarefa

É uma descrição detalhada da seqüência de ações necessárias para

realizar uma tarefa específica de navegabilidade.

Cognitive Walkthrough

Esta técnica é uma análise do processo cognitivo requerido para o

uso da interface e consiste no seguinte procedimento: uma proposta hipotética

é apresentada ao usuário por um designer que especifica as ações a serem

realizadas para completar a tarefa. O designer responde às perguntas dos

usuários a respeito das supostas metas e submetas do sistema e como isto se

organiza em relação às ações requeridas e às mudanças na tela.

Inspeção Ergonômica via checklist

As inspeções ergonômicas são baseadas em recomendações pelas

quais profissionais, não necessariamente especialistas em ergonomia,

diagnosticam problemas gerais e repetitivos das interfaces.

“O checklist ergonômico é uma ferramenta ou técnica

para avaliação da qualidade ergonômica de um software, que se caracteriza pela verificação da conformidade da interface de um sistema interativo com normas ou recomendações ergonômicas”. (CYBIS, 2003, p. 115).

Neste tipo de técnica, ao contrário das avaliações heurísticas, são as

qualidades da ferramenta, e não dos avaliadores, que determinam as

possibilidades para a avaliação. Segundo Cybis (2003), a utilização de

checklist apresenta as seguintes potencialidades:

• Possibilidade de ser realizada por projetistas, não exigindo

especialistas em interfaces homem-máquina, que são

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profissionais mais escassos no mercado. Esta característica

deve-se ao fato do conhecimento ergonômico estar embutido no

próprio checklist;

• Sistematização da avaliação, que garante resultados mais

estáveis mesmo quando aplicada separadamente por diferentes

avaliadores, pois as questões/recomendações constantes no

checklist sempre serão efetivamente verificadas;

• Facilidade na identificação de problemas de usabilidade, devido a

especificidade das questões do checklist;

• Aumento da eficácia de uma avaliação, devido a redução da

subjetividade normalmente associada a processos de avaliação;

• Redução do custo da avaliação, pois é um método de rápida

aplicação.

Inspeção Cognitiva

Para Kieras e Polson (1991, apud CYBIS 2003), a técnica de

inspeção cognitiva visa inspecionar os processos cognitivos estabelecidos

quando o usuário realiza a interação pela primeira vez. Contudo, ela é utilizada

sempre que se deseja analisar os processos cognitivos. Baseia-se em um

modelo de como se desenvolvem as ações cognitivas dos usuários.

Desta forma, tem por objetivo avaliar as condições que um software

oferece para que a pessoa aprenda rapidamente o uso das telas e das regras

de diálogo. Esta técnica é válida porque tem seu enfoque justamente nos

processos cognitivos. Para realizá-la, o avaliador deve atentar para aquilo que

o usuário conhece da tarefa e da operação de sistemas informatizados,

conhecendo também o caminho previsto para a realização das principais

tarefas do usuário.

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2.1.1.3.3 Técnicas Empíricas

As técnicas empíricas são originárias das Psicologias Experimentais

e capazes de coletar dados quantitativos e/ou qualitativos a partir da

observação do usuário interagindo com o sistema. Referem-se basicamente

aos ensaios de interação, observações sistemáticas e sessões com sistema

espião, nas quais softwares ocultos avaliam a interação do usuário. Fazem

parte das técnicas empíricas os ensaios de interação, as observações

sistemáticas e a verbalização, que estão descritos a seguir.

Ensaios de Interação ou Testes de Usabilidade

Ao testar a usabilidade de uma interface pode-se ter certeza de que

os possíveis usuários utilizarão facilmente o sistema, mas esta não é uma

tarefa tão simples. Um teste de usabilidade exige um grande número de

técnicas e investimento em recursos, como especialistas treinados trabalhando

em laboratórios especiais e equipamento de registro sofisticado.

“Um ensaio de interação consiste de uma simulação de

uso do sistema da qual participam pessoas representativas de sua população alvo, tentando fazer tarefas típicas de suas atividades, com uma versão do sistema pretendido. Sua preparação requer um trabalho detalhado de reconhecimento do usuário alvo e de sua tarefa típica, para a composição dos cenários que serão aplicados durante a realização dos testes” (CYBIS, 2003, p. 117).

Porém, até o investimento mais simples envolve um grande número

de técnicas e nos ensina como deve ser elaborada a montagem do cenário do

ensaio de interação, sendo que a mesma possui três etapas:

• Análise preliminar:

o Reconhecimento do software;

o Pré-diagnóstico ergonômico.

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• Definição dos cenários e da amostra:

o Reconhecimento do perfil do usuário;

o Coleta de informações sobre o usuário e sua tarefa;

o Definição de tarefas para o usuário.

• Realização dos Ensaios:

o Obtenção da amostra de usuários;

o Ajuste nos scripts e cenários;

o Preparação dos ensaios;

o Realização dos ensaios;

o Coleta e análise dos dados;

o Diagnóstico e relatório final.

O cenário ideal é aquele que induz à realização das tarefas,

encobrindo a sua artificialidade. Cada cenário deve ofertar aos participantes

informações necessárias para a execução da tarefa, estando diretamente

ligado à situação que se deseja criar.

Observações Sistemáticas

São realizadas em condições controladas, para responder a

propósitos pré-estabelecidos. O observador sabe o que procura e o que

necessita de uma maior importância em determinada situação; devem ser

objetivas, reconhecendo possíveis erros e eliminando sua influência sobre o

que se vê ou agrega.

Verbalização ou Protocolo Verbal

A técnica de verbalização é usada em grande escala durante testes

empíricos de usabilidade, constituindo-se uma boa técnica para coleta de

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informações subjetivas. Em função do perfil do usuário e do tipo de dado que

se deseja coletar, a verbalização pode ocorrer simultaneamente, no momento

em que o usuário interage com o sistema (verbalização simultânea), ou em

entrevista logo após a realização da interação (verbalização consecutiva).

Para usuários avançados, o ato de falar enquanto realizam uma

tarefa pode levar a uma sobrecarga mental a ponto de acarretar erros na

interação, devido à velocidade em que interagem com o sistema. Para este tipo

de usuário, sugere-se a verbalização consecutiva.

Por outro lado, é possível que o usuário esqueça a origem ou causa

de algum problema enfrentado durante o teste. Para solucionar este impasse

pode-se realizar a verbalização consecutiva analisando, junto ao usuário, o

conteúdo da fita de vídeo que registrou a interação.

Em Guérin et al. (2001), ergonomistas de grande expressão

orientam sobre a necessidade de se recorrer às verbalizações em diferentes

etapas de qualquer ação ergonômica:

• Nos primeiros contatos com o usuário, o objetivo é compreender

as principais características da atividade, os constrangimentos

sob os quais a atividade se realiza, suas flutuações e suas

conseqüências mais evidentes para a saúde e para a produção.

Nessa fase, o ergonomista descobre o funcionamento do

sistema técnico tal como é apresentado pelo usuário, do ponto

de vista do que este deve efetivamente realizar. O ergonomista

se familiariza com o vocabulário profissional utilizado. Todas

estas trocas vão contribuir para a elaboração das primeiras

hipóteses e para a escolha dos momentos e dos métodos de

observação que estão descritos a seguir;

• No decorrer dos períodos de observação mais sistemática, as

verbalizações vão permitir compreender melhor o

desenvolvimento da atividade observada. Elas se referem então

aos eventos que se produzem e às ações efetivamente

realizadas. As constatações e os resultados provenientes das

observações servem então de apoio às verbalizações.

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Modalidades precisas de coleta das verbalizações podem ser

definidas. Além disto, as observações dos usuários poderão

conduzir a ajustes ou correções na escolha dos observáveis e

das condições de seu registro;

• No momento da interpretação dos resultados, as trocas com os

usuários vão contribuir para a elaboração e validação do

diagnóstico final. Além de compreender melhor a atividade, as

verbalizações são imprescindíveis para que o ergonomista

possa identificar a representação mental que o usuário possui

do artefato tecnológico. Entretanto, a qualidade das informações

obtidas nas verbalizações dependerá das relações que o

ergonomista consegue estabelecer com os usuários.

Todos os itens vistos até o momento são importantes para a criação

de uma interface de qualidade e que proporcione uma boa sensação ao

usuário. Mesmo assim, somente a teoria não basta e, desta forma, uma análise

prática deve ser executada para refinar ainda mais informações relevantes para

a construção da interface.

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3 METODOLOGIA

Após a análise teórica sobre o desenvolvimento de interfaces, os

conceitos adquiridos foram utilizados para tarefas mais práticas, ou seja,

iniciou-se uma pesquisa de campo com o objetivo de se obter uma visão sobre

as interfaces dos programas empregados na estruturação de projetos de

cabeamento estruturado. Além disso, a criação de uma interface para um

software desta natureza foi realizada.

Para um melhor entendimento, a metodologia empregada se

encontra dividida em etapas, descritas a seguir:

3.1 VISITAS E ENTREVISTAS

Nesta primeira etapa foram realizados contatos com empresas do

setor de cabeamento estruturado para o agendamento de entrevistas com os

responsáveis pela documentação e criação dos projetos. Pretendia-se desta

forma obter dados, por exemplo, sobre quais programas são utilizados,

vantagens e desvantagens de cada um e sugestões de melhorias de interface

pelos projetistas. Para tal finalidade um questionário “Entrevista” (Apêndice A)

foi elaborado como roteiro, tornando a entrevista mais eficiente e eficaz.

3.2 ESTUDO SEMIÓTICO DA INTERFACE

Após a obtenção dos resultados das entrevistas foi realizado um

estudo de cores e signos empregados nos ícones tradicionais. Além disso,

devido às necessidades que poderiam eventualmente ocorrer, também foram

estudados novos signos para compor os ícones da interface. A simbologia

descrita pela NBR-14565 foi levada em consideração, pois pode promover um

melhor entendimento para o usuário, já que é o padrão de fato.

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3.3 CONSTRUÇÃO DA INTERFACE

Concluídas as etapas anteriores foi iniciado o projeto de construção

da interface com o desenvolvimento de ícones, menus, atalhos e demais

elementos. A disposição destes elementos também foi decidida nesta etapa, de

forma que se aliasse funcionalidade à estética. Com este protótipo definido a

interface foi desenvolvida, utilizando-se a linguagem C++ e o programa Borland

C++ Builder.

3.4 AVALIAÇÃO DA INTERFACE

Construída a interface, esta foi submetida a uma avaliação, na qual

o questionário “Avaliação” (Apêndice B) foi elaborado para que alunos, da área

de informática, pudessem verificar e constatar seus pontos positivos e

negativos.

Este método de avaliação foi escolhido por ser de fácil aplicação e

por fornecer, de forma eficiente e objetiva, as informações necessárias para se

obter um resultado consistente da aceitação da interface e sugestões de

melhoria, além de servir como base para a aplicação de outras técnicas de

avaliação.

O cenário para este julgamento foi montado nas dependências do

Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR).

3.5 MELHORIAS

Esta última etapa visou aplicar as observações feitas pelos

avaliadores da interface com o objetivo de melhorá-la. Foram levadas em

consideração somente as ressalvas que possuíam base fundamental e eram

cabíveis ao que se propõe o projeto.

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É importante frisar que o escopo do presente projeto abrangeu

somente a construção da interface gráfica em si. Porém, algumas

funcionalidades foram implementadas para fins demonstrativos. Elas são:

• Capacidade de abrir um arquivo em um formato padrão do

programa. Neste caso será o formato *.prd, que recebeu esta

extensão devido ao nome do programa: Pró-Rede;

• Inserir a simbologia de cabeamento estruturado no documento

aberto;

• Salvar o documento com as alterações realizadas;

• Gerar um relatório com a quantidade de cada material

empregado, a fim de facilitar os cálculos de custo para o

projetista.

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4 RESULTADO DAS ENTREVISTAS

Com o intuito de recolher informações sobre os softwares que são

utilizados no desenvolvimento de projetos de cabeamento estruturado, o

questionário “Entrevista” (Apêndice A) foi elaborado. Em contato com empresas

do setor, foi possível perceber que a plataforma utilizada para desenhos deste

gênero é o Autocad. Outros programas como o Microsoft Visio ou não são

usados ou servem apenas para montagens de fluxogramas.

O motivo que leva ao uso da ferramenta Autocad é a capacidade

dela adequar-se à necessidade da empresa. Ela permite a inclusão de novas

bibliotecas de desenhos, além de mover ou retirar menus da tela principal.

Verifica também que, pelo menos no início, o seu uso é complicado, pois a

interpretação dos ícones é um pouco difícil, não existem ainda símbolos

prontos para uso na área de cabeamento e alguns comandos de teclado são

complexos.

Em alguns casos, os próprios funcionários das empresas desenham

exclusivamente bibliotecas de símbolos a fim de adequar o programa aos seus

usuários. Toda esta flexibilidade é importante, mas fica claro que a existência

de opções mais específicas facilitaria muito o trabalho dos projetistas.

Outra questão apresentada pelos entrevistados é a falta de

padronização na execução destes projetos, pois como cada empresa

desenvolve sua própria biblioteca de símbolos podem ocorrer defasagens entre

trabalhos de diferentes empresas, sendo que isto é um ponto muito negativo.

A criação de um programa específico para projetos de cabeamento

estruturado pode facilitar o trabalho dos desenhistas e seguir rumo a uma

padronização da área que é necessária para o crescimento da mesma.

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5 INTERFACE DE CABEAMENTO ESTRUTURADO

Estudando os ícones tradicionais, usados na grande maioria dos

softwares, consegue-se identificar que a percepção do usuário sobre estes

símbolos já é madura e estabelecida, ou seja, não são necessárias alterações

no formato ou semiótica destes ícones. Da mesma forma, os menus e barras

de ferramentas seguem uma padronização já aceita e utilizada pelos usuários

de programas de computador.

Seguindo esta linha de raciocínio, a interface apresenta padrão

Windows e possui barras de ferramentas móveis, o que é muito importante

para a questão de adaptabilidade do usuário. Os menus possuem um número

de funções reduzidas, tornando o seu acesso mais rápido e fácil. Na figura 1 é

possível obter uma visão geral da interface para programas de cabeamento

estruturado.

Figura 1 – Visão geral da interface

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5.1 MENUS

Os menus da interface localizam-se na parte superior da mesma e

são divididos em seis partes: arquivo, editar, exibir, ferramentas, relatório e

ajuda. Esta divisão é intuitiva, pois segue a mesma filosofia que já vem sendo

empregada na construção de softwares para ambiente Windows. Um detalhe

importante é o número reduzido de itens e sub-itens, evitando o ruído1, que é

um problema de usabilidade presente em muitos programas.

Existem atalhos para quase todas as funções, sendo que estes se

preocupam com a consistência da informação absorvida pelo usuário. Foi

adotada, como padrão, a tecla CTRL seguida da letra inicial do comando que

se deseja utilizar, por exemplo, o comando abrir pode ser acessado através do

atalho CTRL + A.

Porém, devido à padronização já existente, algumas funções não

seguem esta regra, como é o caso do recortar que tem como atalho as teclas

CTRL + X. Dependendo da função, seu primeiro caractere não poderá ser

usado, para não gerar redundância, e nesta situação outra letra poderá ser

utilizada.

Em determinados sub-itens encontra-se, além do texto, um ícone

que será sempre igual ao do botão de mesma função presente em algumas

das barras de ferramentas. Isto possibilita uma homogeneidade no sistema,

fazendo com que não ocorra recusa no seu uso.

5.1.1 Menu Arquivo

O menu Arquivo contém as funções que manipulam o arquivo em si,

por exemplo, abrir ou salvar um documento. Seus componentes são

especificados no Quadro 1.

1 Conforme explicado no Capítulo 2, página 24, o ruído acontece quando um aspecto da interface causa uma diminuição do desempenho do usuário sobre a tarefa. Ruídos na interação repercutem no usuário uma má impressão sobre o sistema.

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Quadro 1 – Menu Arquivo

5.1.2 Menu Editar

O menu Editar possui ações rotineiramente usadas (ver Quadro 2),

por exemplo, copiar e colar um objeto ou um texto.

Quadro 2 – Menu Editar

Símbolo Significado

1 – Abre um novo arquivo em branco;

2 – Abre um arquivo já salvo;

3 – Fecha o arquivo que está sendo utilizado

no momento;

4 – Abre um arquivo que não esteja no

formato padrão do programa;

5 – Salva o arquivo aberto no formato padrão

do programa;

6 – Salva o arquivo aberto em um formato a

escolha do usuário; 7 – Imprime o arquivo aberto; 8 – Configura características de impressão; 9 – Sai do programa.

Símbolo Significado

1 – Desfaz a última ação do usuário;

2 – Refaz a última ação do usuário;

3 – Recorta um objeto do desenho;

4 – Copia um objeto do desenho;

5 – Cola um objeto do desenho;

6 – Localiza uma palavra no desenho.

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41

5.1.3 Menu Exibir

As funções do menu Exibir são basicamente destinadas à ocultar ou

mostrar, na tela, componentes da interface. As suas opções estão descritas no

Quadro 3.

Quadro 3 – Menu Exibir

Dentro de um mesmo projeto de redes pode-se encontrar duas

partes: o projeto lógico e o físico. O primeiro refere-se à topologia lógica da

rede, compreendendo a questão de endereçamento e nomenclatura dos

equipamentos de interligação de redes. O segundo diz respeito à maneira

como os elementos estão ligados fisicamente, ou seja, na própria planta baixa

na qual está sendo desenvolvido o desenho.

Após o término do projeto físico, o desenhista tem a opção de criar,

de forma simples, um esqueleto do projeto lógico, tendo apenas o trabalho de

endereçar os componentes e definir sua topologia. Deve-se ressaltar que esta

função não foi implementada, porém o acesso a esta ferramenta foi feito de

forma simples e clara.

5.1.4 Menu Ferramentas

Configurações do programa ou de objetos do desenho integram o

menu Ferramentas, conforme demonstra o Quadro 4.

Símbolo Significado

1 – Permite exibir ou retirar da tela as barras

de ferramentas;

2 – Exibe réguas na horizontal e vertical;

3 – Aciona o recurso de grade;

4 – Cria o esqueleto do projeto lógico;

5 – Exibe a parte do projeto físico.

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Quadro 4 – Menu Ferramentas

5.1.5 Menu Relatório

Muito importante para os projetistas, no menu relatório encontram-se

disponíveis as opções para visualização e manipulação do relatório quantitativo

de materiais que estão sendo utilizados no projeto. Sua composição é

apresentada no Quadro 5.

Quadro 5 – Menu Relatório

5.1.6 Menu Ajuda Não diferente de outras funções do gênero, o menu ajuda fornece

auxílio aos usuários e informações sobre o programa, conforme pode-se

verificar no Quadro 6.

Símbolo Significado

1 – Troca de cor dos elementos da interface;

2 – Define a fonte (tipo de letra) utilizado;

3 – Adiciona ou remove itens da biblioteca de

imagens;

4 – Permite configurar opções do programa.

Símbolo Significado

1 – Permite visualizar o relatório de materiais

que está sendo gerado;

2 – Permite editar o relatório;

3 – Imprime o relatório.

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Quadro 6 – Menu Ajuda

5.2 BARRAS DE FERRAMENTAS

A distribuição inicial das barras de ferramentas promove a distinção

por localização, já que aloca as barras com funções similares sempre juntas.

Este tipo de organização melhora a compreensão do usuário em relação à

usabilidade de cada um destes elementos.

A carga mental é reduzida pela capacidade que a interface oferece

de tornar visível algumas barras de ferramentas, somente quando o usuário

solicitar o uso de uma função que necessite das configurações presentes

nesta.

Todas as barras de ferramentas possuem livre movimento, ou seja,

podem ser retiradas de sua posição inicial e alocadas em qualquer um dos

quatro lados da interface. Caso se deseje que elas flutuem na área de

desenho, as mesmas adaptam-se de forma horizontal, podendo ser

redimensionadas manualmente. Estas funcionalidades garantem parte da

flexibilidade e adaptabilidade da interface.

As barras de ferramentas se dividem em onze (11) grupos que serão

mostrados a seguir.

5.2.1 Barra de Ferramentas Principal

A barra de ferramentas Principal possui as funções mais comuns em

um programa, e envolve praticamente os itens contidos no menu Arquivo e no

Símbolo Significado

1 – Exibe os tópicos da ajuda;

2 – Especificações sobre o software.

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menu Editar. O Quadro 7 mostra com detalhes os componentes dessa barra de

ferramentas.

Símbolo Significado

Abre um arquivo novo em branco.

Abre um arquivo já salvo.

Salva o arquivo utilizado no momento em

formato padrão do programa.

Imprime o arquivo atual.

Visualiza a impressão.

Recorta um objeto do desenho.

Copia um objeto do desenho.

Cola um objeto do desenho.

Desfaz a última ação do usuário.

Refaz a última ação do usuário.

Define a escala para visualização do projeto.

Quadro 7 – Barra de ferramentas Principal

5.2.2 Barra de Ferramentas Auxiliar

A barra de ferramentas Auxiliar contém funções importantes para o

projetista e, devido a isso, está sempre ativa na interface. As operações mais

comumente empregadas nos símbolos do projeto se encontram nesta barra,

conforme pode-se verificar no Quadro 8.

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45

Símbolo Significado

Permite adicionar um símbolo em qualquer

ponto ao longo do eixo X.

Permite adicionar um símbolo em qualquer

ponto ao longo do eixo Y.

Permite aumentar um símbolo

horizontalmente.

Permite aumentar um símbolo verticalmente.

Espelha um símbolo horizontalmente.

Espelha um símbolo verticalmente.

Gira um símbolo em até 360º.

Muda a espessura de um símbolo.

Quadro 8 – Barra de ferramentas Auxiliar

5.2.3 Barra de Ferramentas Desenho

Todo símbolo que não se encontra na simbologia de cabeamento e

não está presente para ser adicionado à biblioteca, pode ser produzido com o

auxílio da barra de ferramentas Desenho. Também apresenta algumas funções

presentes nos menus, como a ferramenta texto e grade (Ver Quadro 9).

Esta barra já é visível no início do programa, devido à sua grande

utilização.

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46

Símbolo Significado

Aciona a ferramenta Seleção.

Aciona a ferramenta Zoom.

Aciona a ferramenta Mão.

Aciona a ferramenta Linha.

Aciona a ferramenta Grade.

Aciona a ferramenta Texto.

Aciona a ferramenta Quadrado.

Aciona a ferramenta Círculo.

Aciona a ferramenta Triângulo.

Quadro 9 – Barra de ferramentas Desenho

5.2.4 Barra de Ferramentas Diagrama Unifilar e Planta Baixa

As barras de ferramentas Planta Baixa (ver Quadro 10) e a barra de

ferramentas Diagrama Unifilar (ver Quadro 11) trazem ícones da simbologia

empregados no cabeamento estruturado. Estes símbolos foram retirados da

norma brasileira de cabeamento (NBR-14565, 2000). São duas das barras

mais importantes da interface. Devido a este fato são visíveis desde a

inicialização do programa.

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Símbolo Significado

Armário de telecomunicação ou Caixa de

passagem.

Ponto de transição de cabos.

Caixa para tomadas (12x12x5) na parede a

30 cm do piso.

Caixa para tomadas (5x10x5) a 30 cm do

piso.

Caixa para tomadas (10x10x5) na parede a

30 cm do piso.

Caixa para tomadas (5x10x5) na parede a

1,30 m do piso.

Caixa para tomada aparente, sob o piso

elevado.

Caixa para tomada embutida no piso.

Condulete com tomadas.

Haste de aterramento.

Barra de terra ou vinculação.

Tubulação que passa.

Tubulação que desce.

Tubulação que sobe.

Tubulação, cabo ou canaleta.

Duto retangular liso.

Duto retangular modulado.

Eletrocalha aparente.

Eletrocalha sobre o forro.

Eletrocalha sob o piso elevado.

Poste de uso interno para tomadas.

Caixa subterrânea de entrada ou passagem.

Poste de acesso externo.

Bastidor para bloco terminal e equipamento.

Quadro 10 – Barra de ferramentas Planta Baixa

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Símbolo Significado

Armário de telecomunicações.

Sala de equipamentos.

Bloco de interconexão.

Blocos de conexões cruzadas dentro dos

armários de telecomunicações.

Ponto de terminação de rede com blocos de

conexão cruzada.

Bastidor para bloco terminal e equipamento.

Poste de acesso externo.

Ponto de concentração de cabos.

Caixa subterrânea de entrada ou passagem.

Ponto de transição de cabos.

Haste de aterramento.

Quadro 11 – Barra de ferramentas Diagrama Unifilar

5.2.5 Barra de Ferramentas Diagrama Lógico

A simbologia empregada em diagramas lógicos de redes está

disponível na barra de ferramentas Diagrama Lógico. Os ícones desta barra

foram retirados de um padrão definido pelo CISCO Systems (CISCO

SYSTEMS INC, 2005). (ver Quadro 12).

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Símbolo Significado

Transporte Wireless.

Mainframe.

Pessoa.

Internet.

Edifícios.

Computador.

Impressora.

Roteador.

Access Point.

Switch.

Public Branch Exchange (PBX).

Firewall.

Notebook.

Residência.

Hub.

Ponte/Bridge.

No-Break.

Servidor.

Patch Panel.

Palm.

Telefone.

Modem.

Telefone IP.

Base de Dados.

Quadro 12 – Barra de ferramentas Diagrama Lógico

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5.2.6 Barra de Ferramentas Zoom

A barra de ferramentas Zoom só é visível quando o usuário

necessita da ferramenta para ampliar ou diminuir um objeto. Esta barra,

conforme ilustra o Quadro 13, traz consigo funções de aproximação ou

afastamento de uma determinada área.

Símbolo Significado

Zoom de área.

Zoom Aumentar.

Zoom Diminuir.

Zoom manual.

Quadro 13 – Barra de ferramentas Zoom

5.2.7 Barra de Ferramentas Grade

A barra de ferramentas Grade está presente quando a função grade

é chamada. Ela alterna as distâncias horizontal e vertical entre suas linhas ou

pontos, dependendo do estilo selecionado. Seus componentes estão descritos

no quadro 14.

Símbolo Significado

Freqüência de linhas ou pontos de apoio, por

milímetro, na horizontal.

Freqüência de linhas ou pontos de apoio, por

milímetro, na vertical.

Aciona a ferramenta grade.

Aciona a ferramenta pontos de apoio.

Quadro 14 – Barra de ferramentas Grade

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5.2.8 Barra de Ferramentas Linha

Quando uma linha é desenhada a barra de ferramentas Linha

aparece (ver Quadro 15), tornando possível sua personalização. Isto ocorre

tanto a nível da linha em si, como também de suas extremidades.

Símbolo Significado

Altera o estilo da ponta esquerda da linha.

Altera o estilo da linha.

Altera o estilo da ponta direita da linha.

Linha reta

Linha curva.

Quadro 15 – Barra de ferramentas Linha

5.2.9 Barra de Ferramentas Nomenclatura

Quando a barra de ferramentas Nomenclatura é acionada permite

que o usuário anexe ao objeto a sua identificação, que é essencial em um

projeto de cabeamento estruturado. Além disso, existe a possibilidade de traçar

uma observação sobre cada objeto individualmente, facilitando o controle do

projetista, conforme demonstra o quadro 16.

Símbolo Significado

Adiciona legenda a um símbolo do desenho.

Adiciona uma observação a um símbolo do

desenho.

Quadro 16 – Barra de ferramentas Nomenclatura

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Por exemplo, se na planta baixa existir um ponto de rede, no campo

identificação deve-se indicar a nomenclatura do ponto de acordo com a norma.

Neste caso poderia ser representado por: PT 01 001. Já o campo observação é

utilizado apenas como uma referência para o projetista, não interferindo no

desenho em si.

5.2.10 Barra de Ferramentas Texto

A formatação de qualquer texto inserido ao projeto pode ser feita

com a utilização da barra de ferramentas Texto, que aparece ao usuário

quando a ferramenta de texto for selecionada.

Símbolo Significado

Altera o estilo da fonte.

Altera o tamanho da fonte.

Altera a fonte para o estilo negrito.

Altera a fonte para o estilo itálico.

Altera a fonte para o estilo sublinhado.

Alinha o texto à esquerda.

Centraliza o texto.

Alinha o texto à direita.

Justifica o texto.

Quadro 17 – Barra de ferramentas Texto

5.3 COMANDOS PELO TECLADO

O Comando pelo Teclado é uma ferramenta também muito útil, pois

permite, para usuários mais avançados, a execução de comandos de forma

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mais rápida e eficaz. Isso respeita o critério ergonômico de consideração à

experiência do usuário, já que permite o acesso à determinadas funções por

mais de uma forma, levando a interface a adaptar-se a todos os tipos de

usuários.

Seu funcionamento é simples, bastando o usuário digitar a função na

guia “Comando:” (ver figura 2) e clicar enter. Podem-se utilizar abreviaturas

destes códigos, por exemplo, a função linha poderia ser selecionada

escrevendo-se somente a letra “L” e não a palavra linha completa.

Figura 2 – Tela da área Comandos pelo Teclado

Os comandos seguem padronização Auto-Cad, lembrando que sua

denominação é no formato português brasileiro. Alguns exemplos que

poderiam ser implementados são verificados no Quadro 18.

Comando Ação

L Aciona a ferramenta Linha.

M Aciona a ferramenta Mão.

Z Aciona a ferramenta Zoom.

G Aciona a ferramenta Grade.

T Aciona a ferramenta Texto.

Q Aciona a ferramenta Quadrado.

E Aciona a ferramenta Espelhar.

EXP Aciona o comando Explodir (Desagrupar).

TRI Aciona a ferramenta triângulo.

MOV Aciona o comando mover.

Quadro 18 – Exemplos de Comandos pelo Teclado

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5.4 VISUALIZAR RELATÓRIO

A opção Visualizar Relatório traz benefícios ao projetista no que diz

respeito ao controle de material gasto na obra. Com ela, o usuário pode

verificar a quantidade de materiais utilizados no projeto de forma simples e de

fácil compreensão, conforme ilustra a Figura 3.

Figura 3 – Tela do relatório de materiais utilizados

5.5 BIBLIOTECA DE IMAGENS Novos ícones de simbologia podem surgir a qualquer momento, já

que esta é uma área em expansão. É com base nesta realidade que a

biblioteca de imagens foi inserida à interface. Através dela pode-se adicionar

novas imagens ou remover imagens antigas, criando uma estrutura de

símbolos personalizada e de fácil manutenção (ver Figura 4).

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Esta função melhora a adaptabilidade do software e diminui o

número de ações necessárias para a produção de um novo símbolo.

Figura 4 – Biblioteca de imagens

Para se adicionar um novo item à biblioteca o usuário deve clicar no

botão procurar. Este procedimento abre uma nova tela, padrão Windows, para

que se localize a imagem a ser inserida, sendo que a mesma deve possuir a

extensão *.EPS, *.CDR ou *.DWG.

Para remover algum item basta escolher a biblioteca a que ele

pertence e o desenho a ser excluído. Após este procedimento, clica-se no

botão OK.

5.6 RÉGUAS E BARRAS DE ROLAGEM

As réguas seguem a padronização de outros programas de

desenho, sendo adaptáveis à escala utilizada. A cor escolhida foi a branca com

o intuito de melhorar a visibilidade dos valores.

As barras de rolagem no padrão Windows não fornecem nenhum

tipo de problema à percepção dos usuários, ou seja, não geram interferências

na sua utilização.

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6 AVALIAÇÃO DA INTERFACE

Com o objetivo de verificar se a teoria utilizada para a criação da

interface realmente surte efeito na prática, uma avaliação da mesma foi

executada.

Esta etapa foi desenvolvida nas instalações do CEFET-PR,

contando com a colaboração de trinta e cinco alunos do curso de tecnologia em

informática, do primeiro ao último período. Desta forma, obteve-se um número

satisfatório de colaboradores, com diferentes níveis de conhecimento na área e

que fazem parte do público alvo do trabalho.

Toda forma de avaliação exige um planejamento para que possa ser

efetiva. Neste caso, foram utilizadas as técnicas prospectiva e empírica.

6.1 APLICAÇÃO DA TÉCNICA PROSPECTIVA

Dois componentes da técnica prospectiva foram utilizados para a

avaliação da interface: o grupo focal e o questionário. Este último foi

desenvolvido de modo que os colaboradores pudessem expressar suas

opiniões, sobre cada um dos tópicos, de forma dissertativa e atribuindo notas.

O questionário funciona como uma espécie de banco de dados que

armazena tanto as opiniões e sugestões quanto as notas atribuídas a cada

questão. Para que não houvesse resistência por parte dos avaliadores, o

número de perguntas foi reduzido, somente dez (10), além de serem

elaboradas de forma sucinta.

O grupo focal é muito interessante, pois promove uma discussão, na

qual os participantes expressam suas opiniões sobre a interface, sugerindo

melhorias. A lista de questões foi a mesma usada no questionário. Apesar

deste método ter sido empregado somente com a turma do 6° período, a

execução desta técnica foi proveitosa, já que são pessoas com um

conhecimento relativamente alto nesta área.

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6.2 APLICAÇÃO DA TÉCNICA EMPÍRICA

Com o objetivo de nos aproximarmos mais do colaborador, durante a

avaliação utilizou-se a verbalização simultânea. Esta técnica foi aplicada

individualmente, nos momentos em que pequenos grupos interagiam com a

interface. Eles eram submetidos à conversas simultâneas com o intuito de se

coletar mais informações sobre o sistema.

Após todo este procedimento, as informações coletadas foram

recolhidas para análise, buscando-se assim identificar pontos positivos, falhos

e sugestões que possam aprimorar a interface.

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7 MELHORIAS NA INTERFACE

Uma vez feita a investigação de todas as notas e comentários

atribuídos à interface foi possível verificar a necessidade de algumas

mudanças que estão descritas a seguir.

7.1 ENTENDIMENTO DOS MENUS

Neste quesito, alguns itens causaram dúvidas por parte dos usuários

que não entendiam o seu real objetivo. Além disso, sugestões como a adição

de atalhos para os comandos do menu e a retirada de alguns sub-itens foram

levadas em consideração. As melhorias realizadas foram:

• Substituição do sub-item denominado Personalizar do menu

Ferramentas pela expressão Opções do Programa, a fim de

especificar melhor o que este comando realiza;

• Retirado o sub-item Estilo do menu Ferramentas, que muitos

apontaram como pouco útil. Esta função alterava o layout (skin)

da interface. Como um dos objetivos é a retirada de menus

excessivos, esta mudança foi executada;

• Foram adicionados alguns atalhos para os sub-itens dos menus.

7.2 COMANDOS PELO TECLADO

Este componente foi apontado por muitos colaboradores como

pouco visível, ou seja, não tinha destaque suficiente na tela. Para a resolução

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59

deste problema a guia em que se encontra a palavra Comando foi colocada em

negrito, e na área de digitação foi adicionada uma borda.

7.3 DISPOSIÇÃO DAS BARRAS DE FERRAMENTAS

Outra mudança sugerida foi a possibilidade de alocação das barras

de ferramentas na parte inferior da interface, já que até então isto não era

possível. Esta sugestão foi acatada por melhorar a adaptabilidade do sistema.

Mesmo sendo necessárias algumas alterações na interface, o

resultado da avaliação foi acima do esperado. Questões como o entendimento

de ícones, disposição dos elementos na tela, adaptabilidade e simplicidade

foram muito bem aceitas pelos avaliadores. Enquanto esperava-se uma média

final em torno de setenta por cento (70%) de aceitação obteve-se oitenta e

nove por cento (89%). Estes valores são mais bem visualizados no Gráfico 1,

que traz uma média das notas de cada questão, além da média final.

Para efeito de classificação foi utilizada a seguinte legenda:

• Nota 1 – Péssimo;

• Nota 2 – Ruim;

• Nota 3 – Normal;

• Nota 4 – Bom;

• Nota 5 – Ótimo.

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60

4,543

4,629

4,257

4,371

4,571

4,2294,257

4,429

4,714

4,343

4,434

3,900

4,000

4,100

4,200

4,300

4,400

4,500

4,600

4,700

4,800

Q 1 Q 2 Q 3 Q 4 Q 5 Q 6 Q 7 Q 8 Q 9 Q 10 MF

Questão

Méd

ia p

or Q

uest

ão

Questões de 1 a 10Média Final

Gráfico 1 – Gráfico das médias por questão e média final.

Estando todas as médias no intervalo entre quatro (4) e cinco (5),

concluiu-se que o veredicto final deste julgamento se encontra entre as

qualificações bom e ótimo, superando as expectativas.

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8 CONCLUSÃO

O cabeamento estruturado está ganhando espaço no mercado

brasileiro e, devido a isso, surge a necessidade de se estabelecer normas e

padrões para esta área. Os projetistas de redes de computadores tentam

adaptar programas já existentes, como o Autocad, às suas necessidades.

Porém, não existe um software específico que alie simplicidade, qualidade e

praticidade aos projetistas. Com base nesta visão é que se deu início o estudo

de uma série de conceitos ergonômicos indispensáveis à criação de uma

interface para um programa de cabeamento estruturado. Como parte do

estudo, a Norma Brasileira NBR14565 foi analisada, procurando-se verificar

toda simbologia empregada, bem como as etapas para a elaboração destes

projetos.

Para uma visão mais realista da atual situação do cabeamento

estruturado, foram realizadas entrevistas com profissionais que atuam na área

e que contribuíram, através de relatos de suas rotinas de trabalho e sugestões,

para a criação da interface. Confirmando e complementando as informações

obtidas nas entrevistas, deu-se início a um estudo semiótico de ícones e

layouts utilizados por programas largamente empregados como, por exemplo,

Corel Draw, Microsoft Office, Visio e Adobe Photoshop.

A partir deste ponto, obteve-se conhecimento e informações

suficientes para se iniciar a elaboração de um protótipo da interface em flash,

que serviu de esqueleto para a real programação em C++ Builder.

Após o término da construção da interface criou-se, através dos

estudos anteriores, um plano de avaliação para análise do produto. Uma das

técnicas utilizadas foi a elaboração de um questionário. Além disso, a técnica

de grupo focal e a verbalização contribuíram para identificar problemas e

sugestões de melhorias no programa. O próximo passo consistiu na verificação

dos resultados obtidos com a avaliação, sendo que os comentários cabíveis

foram colocados em prática, ou seja, o projeto passou por melhorias.

Devido à grande importância que a interface exerce em qualquer

programa, representando grande parte do processo de elaboração de um

sistema, o presente trabalho propô-se a elaborar somente este componente do

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programa. As funcionalidades não fazem parte do escopo, até porque toda a

análise ergonômica e estudo semiótico são complexos, despendem tempo e

consomem grandes recursos humanos, técnicos e teóricos.

8.1 PONTOS POSITIVOS E DIFICULDADES

No decorrer do trabalho pode-se perceber que o planejamento das

etapas do projeto é muito importante. Não só porque depende dos seus

executores, mas também da participação e envolvimento de outras pessoas. O

relacionamento inter-pessoal também foi bastante utilizado e aprimorado

durante a execução de todas as etapas do trabalho, principalmente na

realização das entrevistas com profissionais e alunos.

A ergonomia de uma interface é fator primordial para a elaboração

de um sistema, e este fato comprova-se pela boa aceitação do projeto entre os

avaliadores. Além disso, através das melhorias sugeridas pelos usuários

identificou-se que, mesmo seguindo rigorosamente os critérios de ergonomia

de software, algumas deficiências são percebidas somente através de análises

empíricas, ou seja, no decorrer da utilização da interface.

Lamenta-se que a colaboração dos profissionais que elaboram

projetos de cabeamento não tenha sido satisfatória, dificultando a análise mais

aprofundada do mercado atual.

8.2 TRABALHOS FUTUROS

Todo resultado obtido até o momento é muito interessante para que

projetos futuros, deste mesmo segmento, possam partir diretamente para a

implementação das funcionalidades do software. Mesmo que se opte pela

utilização de outra linguagem de programação, para a elaboração do programa,

não será necessário todo o estudo relativo à ergonomia.

Por se tratar de um trabalho extenso e que exige grande

conhecimento de programação sugere-se que seja desenvolvido utilizando-se o

conceito de comunidade. Para tanto deve possuir código aberto, ou seja, ser

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um software livre, para que qualquer pessoa possa programá-lo e aperfeiçoá-lo

continuamente.

Sugere-se também que haja um núcleo de atualizações, que pode

ser um site, em que os usuários possam baixar as novas funcionalidades

implementadas, assim como novas bibliotecas de símbolos.

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REFERÊNCIAS

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SANTOS, Robson Luis Gomes. Abordagem Heurística para Avaliação da Usabilidade de Interfaces. 2000. 430 f. Dissertação de Mestrado - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000. THE UNIVERSITY OF TEXAS. Shneiderman's "Eight Golden Rules of Interface Design". Austin, [S.n.]: c1998. Disponível em <http://www.cs.utexas.edu/users/ almstrum/cs370/elvisino/rules.html >. Acesso em: 23 dez. 2004.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO “ENTREVISTA”

Empresa: _______________________________________________________ Endereço: ______________________________________________________ Telefone: _______________________________________________________ Nome: _________________________________________________________ Cargo: _________________________________________________________

1. Qual(is) o(s) software(s) que você utiliza para a elaboração de projetos de cabeamento estruturado?

2. Ele(s) possui(em) uma interface agradável? 3. Você sentiu alguma dificuldade ao começar a usá-lo(s) no que diz

respeito à funcionalidade?

4. A interpretação dos ícones foi fácil?

5. As facilidades promovidas pela interface do(s) programa(s) utilizado(s) são suficientes dentro da área de cabeamento estruturado?

6. Quais facilidades você apontaria como vitais em um programa de

desenvolvimento de projetos de cabeamento?

7. A simbologia empregada nestes projetos está presente neste(s) programa(s)?

8. Quais as funções que você mais utiliza no(s) software(s)?

9. Você crê que uma interface mais voltada para o cabeamento estruturado

poderia reduzir razoavelmente o tempo de desenho de um projeto?

10. Além do projeto físico de uma rede, o desenvolvimento do projeto lógico é facilitado pelo(s) programa(s)?

11. Em termos de menus, atalhos e disposição dos elementos na tela, você

sente que estes poderiam ser alterados? Que tipo de mudanças deveriam ocorrer?

12. Por fim, o que você pensa sobre a criação de um programa específico

para o desenvolvimento de projetos de cabeamento estruturado?

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO “AVALIAÇÃO” Nome: E-mail: Código: Turno: Curso: Período:

O escopo deste projeto engloba uma interface gráfica para um programa de desenvolvimento de projetos de cabeamento estruturado, portanto os itens relevantes são os que constituem tal interface como, por exemplo, os menus, ícones e barras de ferramentas. As funcionalidades do projeto não estão em questão e, sendo assim, não devem ser levadas em consideração no momento de sua avaliação. É importante ressaltar que o objetivo a ser atingido é uma interface simples, prática e com qualidade, para que usuários com pouca prática neste tipo de software possam utilizá-lo sem maiores problemas, bem como despertar o interesse de usuários de softwares semelhantes. Toda pergunta possuirá logo abaixo um quadrado branco, no qual você deve expressar sua opinião da seguinte forma: Nota 1 – Péssimo; Nota 2 – Ruim; Nota 3 – Normal; Nota 4 – Bom; Nota 5 – Ótimo. Além desta classificação você pode também escrever comentários em cada uma das perguntas, caso deseje. 1 – Os ícones apresentados (exceto os da simbologia de cabeamento) são de fácil compreensão? 2 – Os menus do programa geram entendimento do que irão executar, caso venham a ser utilizados?

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3 – As barras de ferramentas possuem dinâmica adequada? Ou seja, possuem liberdade de movimentação adequada para que se possa personalizar a interface?

4 – Existem barras de ferramentas personalizadas, que aparecem de acordo com a opção que é selecionada. Elas trazem um conjunto de opções suficientes para realizar as tarefas?

5 – A disposição inicial dos elementos na tela é agradável?

6 – A capacidade da interface (como um todo) em se adaptar é:

7 – A opção de comando pelo teclado é mais uma ferramenta para usuários que não gostam apenas de ícones. A localização deste item está adequada e de fácil entendimento?

8 – O número de opções nos menus foi reduzido para que possuíssem somente funções de importância ao desenhista de cabeamento. Como você considera isto?

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9 – A possibilidade de girar um objeto, aumentar ou diminuir seu tamanho e outras funções foram colocadas como uma barra de ferramentas sempre presente, já que seu uso é elevado. Como você considera isto?

10 – De forma geral como você avalia a interface?

Utilize estas linhas caso queira colocar mais algum ponto positivo ou negativo, comentário ou dúvida. Neste último caso procuraremos saná-las por e-mail o mais breve possível.

Obrigado pela sua colaboração! Desenvolvedores: Letícia Ramos – 8º período Samuel Sandri – 8º período Professora Orientadora: Ana Cristina Barreiras Kochem Professor Co-Orientador: Luiz Augusto Pelisson