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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS RESPONSABILIDADE CIVIL DOS HOSPITAIS NA INFECÇÃO HOSPITALAR: ESTUDO DE CASO NA SANTA CASA DE MISERICÓRIDIA DE PALMITAL - SP JOSIANNE MICHELLE MODESTO DE OLIVEIRA LUCIANA CRISTINA DE OLIVEIRA RAQUEL CAUNER DOS SANTOS SONIA CIBELE TAPIA SANDOVAL PALMITAL 2014

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZACURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS HOSPITAIS NA INFECÇÃOHOSPITALAR: ESTUDO DE CASO NA SANTA CASA DE

MISERICÓRIDIA DE PALMITAL - SP

JOSIANNE MICHELLE MODESTO DE OLIVEIRALUCIANA CRISTINA DE OLIVEIRARAQUEL CAUNER DOS SANTOS

SONIA CIBELE TAPIA SANDOVAL

PALMITAL2014

JOSIANNE MICHELLE MODESTO DE OLIVEIRALUCIANA CRISTINA DE OLIVEIRARAQUEL CAUNER DOS SANTOS

SONIA CIBELE TAPIA SANDOVAL

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS HOSPITAIS NA INFECÇÃOHOSPITALAR: ESTUDO DE CASO NA SANTA CASA DE

MISERICÓRDIA DE PALMITAL - SP

Trabalho de conclusão de cursoapresentado à Etec Professor Mário AntônioVerza, como parte dos requisitosnecessários para a obtenção do título deTécnico em Serviços Jurídicos.

Orientador: Professor Edson AntônioRamires

PALMITAL2014

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA

JOSIANNE MICHELLE MODESTO DE OLIVEIRALUCIANA CRISTINA DE OLIVEIRARAQUEL CAUNER DOS SANTOS

SONIA CIBELE TAPIA SANDOVAL

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS HOSPITAIS NA INFECÇÃOHOSPITALAR: ESTUDO DE CASO NA SANTA CASA DE

MISERICÓRDIA DE PALMITAL - SP

APROVADO EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________________EDSON ANTÔNIO RAMIRES – ORIENTADOR

__________________________________________________________VALDIZA MARIA DO NASCIMENTO FADEL – EXAMINADORA

__________________________________________________________RANDAL DO VALE ORTIZ – EXAMINADOR

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho à Deus peloesplendor da vida, presente em todas asatividades;

AGRADECIMENTOS

Agradecemos às manifestações de carinho e apreço, recebidas de todos os

colegas da ETEC Prof. Mário Antonio Verza, os quais foram nossa maior fonte de

luz inspiradora e de apoio para o sucesso deste trabalho.

Nosso muito obrigado também ao nosso orientador, o Professor Edson

Antônio Ramires pelo auxílio seguro e oportuno durante todo o processo de

orientação deste trabalho, pois aliado à sua experiência profissional e intelectual,

todas as dicas e instruções foram imprescindíveis para o desenvolvimento e

conclusão deste trabalho. A nossa querida coordenadora Valdiza Fadel sempre

presente.

Também agradecemos a nossa amiga Eliana Baptista que nos forneceu

dados para a conclusão do trabalho. Aos nossos familiares por nos terem apoiado e

entendido a nossa ausência, não só durante as aulas, mas especialmente durante o

processo de desenvolvimento deste trabalho.

Enfim, a todos, o nosso grande muito obrigado!

EPÍGRAFE

“Tenha metas. Uma vida sem objetivos éuma existência triste, pois o homem é umser, historicamente, movido a desafios”.

(Renato Collyer).

RESUMO

O presente trabalho busca demonstrar a responsabilidade civil dos hospitais frente auma infecção hospitalar, bem como, baseado no Código de Defesa do ConsumidorBrasileiro, demonstrar que há uma relação de consumo entre a Instituiçãoprestadora do serviço de saúde e o paciente, na qual, para fins Legais, a primeira éconsiderada fornecedor e o segundo, consumidor. Finalmente, a partir doentendimento dessa condição legal, a pesquisa demonstra os órgãos responsáveispor receber pedidos de reparação por danos morais pelas vítimas de infecçãohospitalar. Ademais, sob uma perspectiva prática, foi realizado um estudo de casona Santa casa de Misericórdia de Palmital, a partir do qual foi possível demonstraros níveis de infecções ocorridas na Instituição e propor ao leitor uma visão sistêmicado assunto.

Palavras-chave: Responsabilidade Civil; Infecção Hospitalar; Código de Defesa doConsumidor.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IH – Infecção Hospitalar

CCHI – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

MS – Ministério da Saúde

PCIH – Programa de Controle de Infecção Hospitalar

CREMESP – Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

MPSP – Ministério Público do Estado de São Paulo

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................... 13

2.1 CONCEITOS GERAIS.................................................................................. 13

2.1.1 Responsabilidade civil prevista no Código Civil......................................... 13

2.1.2 Responsabilidade civil dos hospitais.................................. ....................... 14

3 INFECÇÃO HOSPITALAR ........................................................... 16

3.1 CONCEITOS................................................................................................ 16

3.2 LEGISLAÇÃO PARA A PREVENÇÃO E O COMBATE À INFECÇÃO HOSPITALAR......................................................................................................

17

3.2.1 Comissão de Controle de Infecções Hospitalares...................................... 18

3.2.2 Desafios para aplicabilidade da legislação................................................. 18

3.2.3 Obrigação dos Hospitais de se evitar as Infecções Hospitalares............ 19

3.2.4 Como prevenir as Infecções Hospitalares................................................. 20

3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL PELA INFECÇÃO HOSPITALAR FRENTE AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.................................................

21

3.3.1 Direito de Indenização............................................................................... 22

4 ESTUDO DE CASO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PALMITAL ........................................................................................

24

4.1 HISTÓRICO.................................................................................................. 24

4.2 DIAGNÓSTICO........................................................................................... 25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 26

REFERÊNCIAS............................................................................... 27

APÊNDICES..................................................................................... 29

ANEXOS........................................................................................... 35

1 INTRODUÇÃO

Atualmente a preocupação com a saúde aumenta de forma crescente e, com

isso, a prestação do serviço oferecida pelas instituições de saúde, entre elas os

hospitais, é cada vez mais fiscalizada e cobrada pelos próprios pacientes, que

adquiriram uma conduta mais reivindicadora.

O conhecimento das ampliações do Direito do cidadão contribuiu para essa

realidade, pois com a responsabilidade civil, que obriga a reparação do dano

causado a outrem em razão de ação ou omissão, surge o regime de

responsabilização dos hospitais, onde a relação paciente/hospital impõe à instituição

uma determinada prestação de serviço. Conferida pelo Código Civil e também pelo

Código de Defesa do Consumidor.

Dada à importância do tema, o presente trabalho demonstra a

responsabilidade civil dos hospitais no caso da infecção hospitalar, isto porque

quando um paciente dá entrada em um hospital cabe à instituição fornecer meios

necessários para um correto atendimento em seu internamento, garantindo assim a

incolumidade do paciente, ou seja, resguardando- o da ocorrência de danos durante

o período de internação. De modo que, se o paciente adquire infecção hospitalar nas

dependências do hospital ou logo após sua saída e isso ocorra em razão de uma

negligência na prestação de seus serviços, este será responsabilizado pelos

prejuízos causados, devendo reparar os danos.

É feita uma abordagem conceitual sistêmica e uma pesquisa de campo, com

vistas na ampliação do conhecimento do leitor com relação ao assunto, contribuindo

no desenvolvimento da visão crítica do mesmo, e consequentemente na redução da

ocorrência da infecção hospitalar, visto que, quanto maior o conhecimento do

paciente, maior é a sua exigência e também o comprometimento das instituições de

saúde em atender as expectativas do consumidor.

1.1OBJETIVOS

Tendo em vista a Responsabilidade Civil dos Hospitais em relação à infecção

hospitalar, o objetivo geral do presente trabalho será realizado na Santa Casa de

Misericórdia de Palmital-SP, analisando os índices de ocorrências de infecção na

instituição como o método preventivo utilizado.

11

Os objetivos específicos consistem em:

Levantamento de informações conceituais sobre o tema.

Informar a população sobre o dever de proteção dos hospitais com o

paciente.

Demonstrar no Código de Defesa do Consumidor o Direito à indenização,

referente à incidência de infecção hospitalar.

Com base no estudo, se disponibilizará informações significativas para o

conhecimento sobre os direitos e deveres da instituição hospitalar.

1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente trabalho será desenvolvido com embasamento bibliográfico para o

levantamento dos principais conceitos envolvidos no tema, tais como a

responsabilidade civil dos hospitais e a infecção hospitalar. Também será realizado

um estudo de caso na Santa de Casa de Misericórdia de Palmital - SP, através de

dois questionários contendo oito e seis questões qualitativas. O estudo será

realizado com a Gestora de Faturamento e com o representante da comissão de

controle de infecção hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Palmital – SP.

Para complementação do trabalho serão realizadas pesquisas documentais

na Legislação pertinente e em arquivos da internet, por meio dos quais é pretendido

demonstrar a responsabilidade civil dos hospitais em relação à infecção hospitalar,

dentre outras informações relevantes para o presente estudo.

12

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo são apresentados os principais conceitos sobre o tema, os

quais foram referenciados a partir de obras e artigos publicados, tais como, Diniz,

Gonçalves, Stoco, Batista, Gomes, Goewehr.

2.1 CONCEITO GERAL

Atualmente a regra de preservação do individuo tem se mostrado muito eficaz,

isso porque a legislação referente ao assunto se mostra cada vez mais eficiente,

protegendo, assim, bens indisponíveis tais como a vida, a liberdade e a saúde.

Através da responsabilidade civil se encontra o direito de reparação a um dano

causado à imagem ou diretamente às pessoas, incluindo-se sua saúde.

Segundo Diniz apud Elias Filho e Lopes (2011, p.37): “a responsabilidade civil

é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou

patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por

pessoa por quem ela responde”.

Krigher Filho apud Brandão (2011, p.03) afirma que:

É precisamente para compelir os homens a observarem e respeitarem asregras de convivência, que lhes são impostas pelo Direito, que o instituto daresponsabilidade tem a sua razão de ser e o seu fundamento, sendo que asua finalidade é a de impedir a perpetração de danos à sociedade e aosindivíduos, isoladamente considerados, impondo as respectivas sançõespela inobservância dessas regras.

“Fácil é perceber que o primordial direito da responsabilidade civil é a reparação

do dano, que o ordenamento jurídico impõe ao agente. A responsabilidade civil tem,

essencialmente, uma função reparadora ou indenizatória”. (DINIZ, 2014, p.153).

Assim, a responsabilidade civil proporciona ao indivíduo a garantia de

restauração de um bem lesado, gerando um equilíbrio social, fazendo com que a

sociedade desfrute do bem comum.

2.1.1 Responsabilidade Civil Prevista No Código Civil

Todos os cidadãos, assim como as organizações, devem ser responsabilizados

pelos atos que praticam.

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A palavra “responsabilidade” é uma palavra oriunda do latim, do verbo

responder, que significa responsabilizar-se, assegurar, assumir algo, ou do ato que

praticou. (DINIZ, 2014).

Segundo o novo Código Civil (2002, artigo nº 927):

Aquele que, por ato ilícito ( ), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentementede culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividadenormalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,risco para os direitos de outrem.

A responsabilidade civil de acordo com Diniz (2014, p.50):

É a aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral oupatrimonial causado a terceiros em razão de ato do próprio imputado, depessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob suaguarda ou, ainda de simples imposição legal.

Percebe- se “a importância da responsabilidade civil, nos tempos atuais, por se

dirigir à restauração de um equilíbrio moral e patrimonial desfeito”. (DINIZ, 2014,

p.21).

O instituto da responsabilidade civil, segundo Gonçalves (2014, p.22). “É

parte integrante do direito obrigacional, pois a principal consequência da prática de

um ato ilícito é a obrigação que acarreta, para seu autor, de reparar o dano,

obrigação está de natureza pessoal, que se resolve em perdas e danos”.

Dessa forma, no Brasil a responsabilidade civil está prevista em Lei, a qual

visa preservar as relações humanas, estabelecendo normas de reparação caso

ocorra uma falha no dever assumido por determinada pessoa ou instituição.

2.1.2 Responsabilidade Civil Dos Hospitais

Segundo Aguiar Júnior, (1995, p.33): “hospital é uma universalidade de fato,

formado por um conjunto de instalações, aparelhos, instrumentos médicos e

cirúrgicos destinados ao tratamento da saúde, vinculada a uma pessoa jurídica, sua

mantenedora, mas que não realiza ato médico”.

“Quando um paciente dá entrada em um Hospital espera-se que este preste

os serviços necessários ao internamento”. (MARANHÃO, 2012, p. 01)

De acordo com Santos (2008, p.198): “A responsabilidade dos hospitais é

contratual, sendo a doutrina e jurisprudência pátrias pacíficas e uniformes neste

particular”.

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Desse modo Souza (2005 p. 3-4) diz:

No contrato entre o hospital e seu paciente, implícita uma cláusula deincolumidade, por ocasião do atendimento hospitalar que diferencia-se daobrigação de meios a qual se obriga o hospital com o paciente, ou seja,além de agir com prudência, diligência e perícia através dos seus recursoshumanos, no atendimento ao paciente, tem também o hospital a obrigaçãode manter incólume o paciente durante sua estadia em suas dependências.Esta obrigação do hospital para com o paciente, durante sua estada nohospital, tem características de uma obrigação de resultado. O resultado aalcançar é o dever que o hospital tem de manter incólume o paciente, livrede outras lesões que não as necessariamente e inevitavelmente,decorrentes dos procedimentos médicos.

Stocco (2001, p.726) destaca que; “A responsabilidade do estabelecimento

hospitalar, por força do art. 932, III, c/c o 933 do Código Civil, por atos de seus

empregados e prepostos (mas não dos médicos), é objetiva”.

A responsabilidade objetiva é aquela que obriga aquele entendido como

causador do dano a indenizar, independentemente da análise da culpa, desde que a

atividade desenvolvida normalmente pelo autor do dano implique risco para alguém.

(DINIZ, 2014).

Logo Stoco (2001, p. 725):

A responsabilidade dos hospitais será objetiva apenas no que toca aosserviços única e exclusivamente relacionados com o estabelecimentoempresarial propriamente dito, ou seja, aqueles que digam respeito àestadia do paciente (internação), instalações físicas, equipamentos, serviçosauxiliares (enfermagem, exames, radiologia), mas nunca com os serviçostécnicos.

Fica-se claro que a condenação do hospital só será realizada caso o serviço

defeituoso for exclusivo do estabelecimento como: infecção hospitalar, aplicação

equivocada de medicamentos, negligência na vigilância quanto aos pacientes

internados, realização de exames, entre outros; não se confundindo com alguma

consequência de serviço mal realizado pelo profissional médico, sendo este serviço

de meio, tornando se assim responsabilidade subjetiva, precisando assim verificar

se houve a culpa. (LEITÃO, 2013).

A partir dos conceitos expostos, percebe-se que, com a responsabilidade civil

dos hospitais, a sociedade ganha uma segurança em relação ao atendimento

hospitalar, pois a instituição fica responsável pelos serviços prestados.

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3 INFECÇÃO HOSPITALAR

Neste capítulo são abordados todos os conceitos relacionados ao tema, bem

como alguns dados referentes à realidade dos hospitais brasileiros com relação à

infecção hospitalar.

3.1 CONCEITO

De acordo com o site ABC da saúde (2001, p.1). Infecção hospitalar é “qualquer

tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua

alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou

procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia”.

Segundo Kfouri Neto apud Elias Filho e Lopes (2011, p.43):

Para a maioria dos autores a expressão “infecções hospitalares”compreende doenças infecciosas adquiridas e manifestadas durante ahospitalização. Para alguns ela abrange também os casos que só temexpressão clínica após a alta do paciente. Todos, porém, incluem asinfecções adquiridas na comunidade e em estágio de incubação nomomento em que se interna o paciente. As infecções hospitalares sedistinguem pela maior participação de microorganismos poucos envolvidosem doenças adquiridas na comunidade, embora as bactérias responsáveisnão estejam confinadas nos hospitais.

Os hospitais enfrentam no dia a dia um grave problema que é a infecção

relacionada à assistência à saúde (IRAS) ou infecção hospitalar (IH), a qual

ocasiona um crescimento da morbidade, mortalidade, aumento do tempo de

internação, elevando assim os custos, além de poder aumentar a disseminação de

bactérias resistentes aos antibióticos. (CREMESP, MPSP, 2010).

Segundo site ABC da saúde (2001, p.1).

O diagnóstico de infecção hospitalar envolve o uso de alguns critériostécnicos, previamente estabelecidos: Observação direta do paciente ou análise de seu prontuário. Resultados de exames de laboratório. Quando não houver evidência clínica ou laboratorial de infecção no

momento da internação no hospital, convenciona-se infecção hospitalartoda manifestação clínica de infecção que se apresentar após 72 horasda admissão no hospital.

Também são convencionadas infecções hospitalares aquelasmanifestadas antes de 72 horas da internação, quando associadas aprocedimentos médicos realizados durante esse período.

Os pacientes transferidos de outro hospital são considerados portadoresde infecção hospitalar do seu hospital de origem.

As infecções de recém-nascidos são hospitalares, com exceção dastransmitidas pela placenta ou das associadas a bolsa rota superior a 24horas.

16

Resume-se a IH como uma doença de agravo de forma infecciosa, ou seja,

sendo esta adquirida após a entrada do paciente no hospital para tratamento de

outra patologia, diversa da IH. Sendo uma doença grave e preocupante, a qual

assombra as instituições hospitalares.

3.2 LEGISLAÇÕES PARA A PREVENÇÃO E O COMBATE À INFECÇÃO

HOSPITALAR

“No BRASIL, apenas nas duas últimas décadas, este importante tema tem sido

abordado de maneira mais efetiva e científica. Passos importantes foram dados

nesse sentido, a partir da promulgação de várias leis e portarias”. (BATISTA, 2004,

p.05).

O Ministério da Saúde emitiu a Portaria MS nº 196 em 1983 por causa dos

casos de infecções hospitalares que a imprensa divulgava. Esta portaria

recomendava aos hospitais a criação de CCIH (Comissão de controle de infecção

hospitalar). Sendo revogada em 1992 pela portaria 930 a qual expedia normas para

o Controle de Infecção Hospitalar (CHI). Como não houve cumprimento por parte da

grande maioria dos hospitais sobre a Portaria MS nº 930, o Ministério da Saúde criou

a Lei Federal nº 9.431/1997. (OLIVEIRA, 2008).

Segundo a Lei Federal nº 9.431(1997, Artigos 1° e 2°):

Art. 1º Os hospitais do País são obrigados a manter Programa de Controlede Infecções Hospitalares - PCIH.§ 1° Considera-se programa de controle de infecções hospitalares, para osefeitos desta Lei, o conjunto de ações desenvolvidas deliberada esistematicamente com vistas à redução máxima possível da incidência e dagravidade das infecções hospitalares.§ 2° Para os mesmos efeitos, entende-se por infecção hospitalar, tambémdenominada institucional ou nosocomial, qualquer infecção adquirida após ainternação de um paciente em hospital e que se manifeste durante ainternação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com ahospitalização.Art. 2° Objetivando a adequada execução de seu programa de controle deinfecções hospitalares, os hospitais deverão constituir:I - Comissão de Controle de Infecções Hospitalares;II - (VETADO)

Regulamentando a Lei nº 9.431/97, o Ministério da Saúde editou a portaria nº

2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998.

De acordo com esta Portaria, as Comissões de Controle de InfecçõesHospitalares devem ser compostas por membros consultores e executores,sendo esses últimos representantes do Serviço de Controle de InfecçãoHospitalar (SCIH) e responsáveis pela operacionalização das açõesprogramadas do controle de infecção hospitalar. (ANVISA, 2014).

17

Todas as legislações focam a obrigação dos hospitais em possuir uma

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, que deverá desenvolver ações com

vistas à redução máxima possível das infecções hospitalares.

3.2.1 Comissão De Controle De Infecção Hospitalar

“A base da prevenção de infecção hospitalar é a nomeação de um grupo de

trabalho, chamado de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)”.

(CREMESP; MPSP, 2010, p.11).

“A CCIH é um órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de

planejamento e normatização das ações de controle de infecção hospitalar, que

serão executadas pelo serviço de controle de infecção hospitalar (SCIH)”. (BATISTA,

2004, p.10).

A CCIH do hospital deverá: elaborar, implementar, manter e avaliar oPrograma de Controle de Infecção Hospitalar, adequado às características enecessidades da instituição, contemplando, no mínimo, ações relativas a:implantação de um sistema de vigilância epidemiológica das infecçõeshospitalares; adequação, implementação e supervisão das normas e rotinastécnico-operacionais, visando à prevenção e controle das infecçõeshospitalares; uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais-hospitalares; elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de normas erotinas técnico-operacionais, visando limitar a disseminação de agentespresentes nas infecções em curso no hospital, por meio de medidas deprecaução e de isolamento (PORTARIA Nº2616 ANEXO I, 1998)

“É necessário que cada participante da CCIH tenha conhecimento das suas

atribuições para o desenvolvimento harmônico do trabalho. Cada participante da

CCIH deve auxiliar a implantação do PCIH em seu serviço”. (BATISTA, 2004, p.11).

A instalação da Comissão de Controle de Infecção hospitalar é de suma

importância, pois tem a finalidade de diminuir ao máximo a incidência e a gravidade

das infecções hospitalares.

3.2.2 Desafios Para Aplicabilidade Da Legislação

“Muitos hospitais ainda não atentaram para a importância da contribuição da

CCIH na assessoria administrativa das instituições, diagnosticando e vigiando a

frequência e distribuição das infecções hospitalares entre os pacientes internados e

egressos”. (OLIVEIRA, 2008, p.11)

A inatividade ou ineficiência da Comissão de Controle de InfecçãoHospitalar (CCIH) é outro fato muito comum encontrado nos hospitais e queacaba acarretando prejuízos à instituição, seja pela falta de capacitação ouperfil dos profissionais para atuação na área ou por falta de conscientização

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do gestor quanto às necessidades propostas pela CCIH, nem sempreatendidas. Muitas vezes ocorre da CCIH não dispor de um Programa deControle de Infecção Hospitalar (PCIH) implantado e implementado,trabalhando sem um direcionamento para suas ações. (OLIVEIRA, 2008,p.11).

O Brasil, por apresentar ainda algumas carências principalmente nas

instituições públicas de saúde como recursos humanos e materiais, e com falta de

CCIHs em grande parte dos hospitais, ou com integrantes sem conhecimento

adequado, causando assim uma elevada taxa de infecção hospitalar. (BATISTA,

2004).

De outro lado, torna-se necessário ampliar os programas de orientação paraa prevenção e controle das IHs, pois a maioria dos profissionais de saúde écarente de conceitos básicos. Neste sentido, são fundamentais osprogramas de EDUCAÇÃO CONTINUADA - oferecidos pelas própriasinstituições, sociedades de classe, associação de profissionais e órgãosgovernamentais. (BATISTA, 2004, p.07).

De acordo com (Diniz apud CREMESP; MPSP, 2010, p.22):

As infecções hospitalares constituem grande risco à saúde dos pacientesinternados em clínicas e hospitais, por isso, sua prevenção e controleenvolvem não só medidas de qualificação da assistência hospitalar, mastambém da vigilância sanitária, tomadas no âmbito, do Estado, do Municípioe de cada hospital, pois o Sistema Único de Saúde (Lei 8080/90, art. 5º, III)tem por escopo a assistência às pessoas por meio de atividade depromoção, proteção e recuperação da saúde, com a ação integrada deações assistências e preventivas. Os órgãos estaduais de saúde nosexercícios da atividade fiscalizatória deverão observar a adoção, pelainstituição prestadora de serviço, de forma de proteção capazes de evitarefeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes e pacientes.

Como se pode observar, o grande problema na eficiência das legislações está

na própria instituição hospitalar, que não coordena corretamente as CCHIs, as quais

são o grande diferencial contra a infecção hospitalar que, se bem administrada,

contribuem para queda brusca nos índices de infecção.

3.2.3 Obrigação Dos Hospitais De Se Evitar As Infecções Hospitalares

Segundo a Portaria MS/GM nº 2.616 (1998, Art. 06); “Qualquer pessoa física ou

jurídica que desenvolva atividades hospitalares de assistência à saúde, seja de

direito público ou privado, tem a obrigação de instalar a comissão e desenvolver o

programa de controle de infecções hospitalares”.

O envolvimento da alta administração da instituição, garantindo estruturamínima de segurança para o exercício das boas práticas de higiene esegurança e propiciando ambiente de interação entre as equipes que

19

prestam cuidados direto ao paciente e as equipes de controladores deinfecção. (CREMESP; MPSP, 2010, p.53).

O descumprimento da lei 6.377/97 e da portaria 2.616/98, que tratam docontrole da infecção hospitalar, prevê desde as sanções individuais – porexemplo, o diretor do hospital que não tomou as providências pode estarsujeito a pena de detenção – até multa que pode variar de R$ 2 mil a R$ 1,5milhão. A interdição, embora prevista também no regulamento da VigilânciaSanitária, é sempre avaliada diante do interesse da saúde pública. Mesmoem face de falta grave, é feito um auto de infração, o responsável peloserviço é comunicado e recebe um prazo para resolver ou informar o quevem sendo feito. (CREMESP; MPSP, 2010, p.63).

A partir dos conceitos expostos, fica claro a responsabilidade dos hospitais e de

seus funcionários na prevenção da IH.

3.2.4 Como Prevenir As Infecções Hospitalares

“Os cuidados para não ocorrer elevado número de infecções e sua prevenção e

controle envolvem medidas de qualificação da assistência hospitalar, de vigilância

sanitária e outras, tomadas no âmbito do município e do estado”. (ABC, 2001, p.2).

A transmissão de micro-organismos patogênicos, ou seja, micro-organismoscapazes de produzirem doenças ocorrem na maioria das vezes por contatodireto (transmitido de uma pessoa a outra por meio do contato direto com asmãos) ou através do contato indireto (objetos e superfícies contaminadas).(SILVA, PADOVEZE, 2011, p. 2).

Vários estudos comprovam que a higienização das mãos está relacionadacom na prevenção da transmissão das infecções. Estando o paciente emqualquer setor, como pronto-socorro, enfermaria ou unidade de terapiaintensiva (UTI), tem se que realizar a higienização das mãos ao contato como paciente, objetos e superfícies. (SILVA, PADOVEZE, 2011, p.3).

A higienização das mãos dos profissionais de saúde deve ser realizada antes

ou após qualquer procedimento de saúde, estes precisam repetir o ato em cada

início de turno, preparo de alimentos e depois da manipulação de medicamento.

(RIBEIRO, 2014).

Algumas recomendações importantes devem ser seguidas pelos pacientese seus familiares para contribuir para a qualidade da assistência e asegurança do cuidado: • Tornar-se informado sobre sua doença, fazendo perguntas relacionadasao tratamento; • Envolver um membro da família para estar acompanhando o tratamento; • Higienizar as mãos sempre que necessário; • Solicitar à equipe de saúde que higienize as mãos quando necessário; • Comunicar à equipe de saúde qualquer alteração relacionada ao cateterou curativo; • Solicitar a familiares e amigos a não visitarem caso estejam doentes; • Evitar tocar olhos, nariz e boca; • Cobrir nariz e boca com papel descartável quando tossir ou espirrar,desprezando após o uso;

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• Se for fumante, tentar suspender o fumo; • Vacinar-se anualmente contra gripe. (SILVA, PADOVEZE, 2011, p.4-5).

Assim, nota-se que uma simples atitude, como a higienização das mãos, que

pareceria banal é de extrema importância no ambiente hospitalar, sendo a ação que

mais auxilia na prevenção da infecção hospitalar.

3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL PELA INFECÇÃO HOSPITALAR FRENTE AO

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Em 1990 foi editada a Lei 8.078, batizada de Código de Defesa do Consumidor.

O objetivo desta norma é disciplinar a relação de consumo.

Relação jurídica de consumo é o vínculo que se estabelece entre umconsumidor, destinatário final, e entes a ele equiparados, e um fornecedorprofissional, decorrente de um ato de consumo ou como reflexo de umacidente de consumo, a qual sofre a incidência da norma jurídica especifica,com o objetivo de harmonizar as interações naturalmente desiguais dasociedade moderna de massa. (BONATTO apud DEVOS, 2008, p, 10).

Pela definição de hospital visto anteriormente, pode- se dizer que a instituição

enquadra- se perfeitamente no conceito de serviço trazido pelo Código de Defesa do

Consumidor.

“O ordenamento jurídico considera que consumidor é toda pessoa física ou

jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Neste

conceito enquadra-se o paciente como consumidor dos serviços prestados pelo

hospital”. (DEVOS, 2008, p.32)

O hospital firma com o paciente internado um contrato hospitalar,assumindo a obrigação de meio consistente em fornecer hospedagem(alojamento, alimentação) e de prestar serviços paramédicos(medicamentos, instalação, instrumentos, pessoal de enfermaria, examesprodutos hemoterápicos etc,); se dispuser de um corpo médico, seusempregados, também poderá assumir a obrigação de prestar serviçosmédicos propriamente ditos. (RIZZARDO apud DEVOS, 2008, p. 33)

Na proteção do consumidor/paciente com o hospital/fornecedor, é criada norma

protetiva, tendo a finalidade de realizar um equilíbrio na relação de consumo, já que

a instituição tem uma elevação técnica e financeira. (DEVOS, 2008).

“Os hospitais e as clínicas médicas estão submetidos às normas do Código de

Defesa do Consumidor e devem reparar os danos causados no exercício de suas

atividades”. (GOMES, GEWEHR, 2010, p. 54).

Segundo Código de Defesa do Consumidor (1990, art.14):

O fornecedor de serviços responde independentemente da existência deculpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos

21

relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientesou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

“O regime jurídico da responsabilidade civil para reparação de dano sofrido pelo

consumidor é o da responsabilidade objetiva pelo risco da atividade”. (NERY

JUNIOR, 1992, p.56).

Devendo o consumidor apenas alegar a ocorrência do dano, cabendo aofornecedor provar a não ocorrência do nexo causal. Desse modo, basta àprova do nexo de causalidade entre o evento danoso e o causador do dano,independentemente da existência da culpa, para obrigar o fornecedor aindenizar. (GOMES, GEWEHR, 2010, p. 58-59).

De acordo com Gomes, Gewehr (2010, p.57):

Dentre os danos ocorridos nos estabelecimentos hospitalares, destaca se aquestão da infecção hospitalar [...] se a infecção hospitalar está relacionadaà contaminação, esta geralmente tem origem na falta de assepsia, ou emsua realização de maneira incorreta. Assim, não realizados osprocedimentos para impedir a contaminação em suas dependências, ohospital deve responder pelos danos sofridos pelo paciente acometido deinfecção hospitalar.

Através do Código de Defesa do Consumidor o paciente/consumidor tem uma

proteção caso haja alguma falha no âmbito hospitalar/fornecedor. Assim, caso o

paciente contraia uma infecção hospitalar, esse hospital deverá reparar o prejuízo

causado ao paciente lesado.

3.3.1 Direito de Indenização

Segundo CREMESP; MPSP (2010, p.27):

A possibilidade de indenização por danos morais e materiais caudados porinfecção hospitalar é indiscutível, pois ao atribuir às ações e serviços desaúde o caráter de “relevância pública” (art. 197, C.F.), o texto constitucionaltambém trouxe como corolário o dever de indenização aos pacientesprejudicados com as atividades de prestadores públicos ou privados, comodecorrência lógica da qualidade que estes serviços públicos devemrespeitar.

Nesse sentido entende Cavalieri Filho apud Gomes, Goewehr (2010, p.58):

Fato do serviço é sinônimo de acidente de consumo; é o acontecimentoexterno, ocorrido no mundo físico, que causa dano material ou moral aoconsumidor, mas que decorre de um defeito do serviço. [...] Bastará a merarelação de causalidade entre o acidente de consumo e o defeito do serviçopara ensejar o dever de indenizar, independentemente de culpa.

A guarda e o dever de incolumidade do paciente por parte do hospitalgeram, por isso mesmo, a responsabilidade do estabelecimento hospitalarpelos danos materiais (indenização pelas despesas do tratamento realizado,pelas despesas médicas futuras e por outras existentes, como aquelas

22

decorrentes de eventual funeral; pensão vitalícia quando a infecçãoprejudicar as atividades profissionais do paciente ou seus dependentes) epelos danos morais (compensação pelo sofrimento suportado, arbitrada pelojuiz). (CREMESP; MPSP, 2010, p.28).

A indenização não só visa o ressarcimento da vítima pelo dano moral

causado, mas também serve como uma sanção a instituição, pois com o pagamento

da indenização ocorre uma desestimulação do mesmo a voltar a causar dano.

(GOMES, GOEWEHR, 2010).

Vale ressaltar a necessidade da inversão do ônus da prova, ou seja, “Caberá

ao hospital provar que não houve relação direta entre uma conduta imediatamente

anterior ao fato e o dano causado, afastando-se de ser o agente causador da

infecção”. (FONSECA, 2011, p.15)

Decisões dos Tribunais:

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS. OBRIGAÇÃO DE FAZER.RESPONSABILIDADE CIVIL. INFECÇÃO HOSPITALAR. SEQUELADECORRENTE DE INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS. ALEGAÇÃO DECASO FORTUITO PELO HOSPITAL. AUSÊNCIA DE PROVA.PRESUNÇÃO DE CULPA. 1. Sendo incontroverso o fato de o autor ter sidoacometido por infecção hospitalar do sítio cirúrgico decorrente de cirurgia enão tendo o réu comprovado a ocorrência de caso fortuito, é óbvio o deverdo hospital de responder pelos danos causados ao paciente, já que trata-sede culpa presumida por falta de cuidados. 2. O paciente se encontraacobertado pelo dever de incolumidade por parte do hospital, devendo esteser responsabilizado pelas consequências danosas que um bom serviçoprestado poderia evitar. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, 26ªCÂMARA DE DIREITO PRIVADO, APELAÇÃO COM REVISÃO Nº 936.350-0/3, 2007, RELATOR DESEMBARGADOR FELIPE FERREIRA).

Assim, a indenização é a reparação de um dano sofrido pelo paciente, sendo

este o resultado de uma obrigação não cumprida pelo hospital.

23

4 ESTUDO DE CASO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PALMITAL

Neste tópico foi realizado o levantamento da ocorrência de Infecção

Hospitalar na Santa Casa de Misericórdia de Palmital, o qual foi fundamental para

desenvolver a análise e proporcionar o conhecimento por parte da sociedade sobre

a IH, especialmente sobre o direito de indenização, presente no Código de Defesa

do Consumidor.

4.1 HISTÓRICO

A Santa Casa de Misericórdia de Palmital é uma instituição particular, sem

finalidade lucrativa, de caráter filantrópico, tendo missão beneficente na assistência

hospitalar, sendo de utilidade pública municipal, estadual e federal, por tempo

indeterminado, sendo regida por legislação reguladora de suas atividades e pelo

Estatuto Social. (VIDAL, JESUS, VIDAL E FERREIRA, 2010).

“Em 29 de setembro de 1.961, foi inaugurada a Santa Casa de Misericórdia

de Palmital, e atualmente opera com 68 leitos, sendo destes 44 (quarenta e quatro)

leitos do SUS – Sistema Único de Saúde”. (VIDAL, JESUS, VIDAL E FERREIRA,

2010, p.17).

A Santa Casa é a mantenedora do único hospital com Pronto Atendimento eMaternidade Anexa ao hospital, e está instalada em um terreno de 5.020,30m2, com área construída da 3.373,05 m2, interligada em todos os setores eassim distribuídas:1 – Serviços Administrativos com uma área de 580 m2 em outro prédioseparado/ doação da Prefeitura Municipal de Palmital.2 – Prédio do Centro de Diagnóstico por Imagem, com uma área construídade 800 m².3 – Prédio da Maternidade – com uma área construída de 580 m².4 – Prédio de Serviços da Unidade de Internação, Nutrição Dietética,Serviço Social e Farmácia, com uma área construída de 1000 m².5 – Prédio de Serviços de Higiene e Limpeza, Lavanderia, Costura eArquivo, com uma área construída de 300m².6 – Prédio de Serviços do Pronto Atendimento, Laboratório e Posto deColeta de Leite Humano, com uma área construída de 600 m².7 – Centro de Diagnóstico com 636 m². (VIDAL, JESUS, VIDAL EFERREIRA, 2010, p. 17-18).

Conforme a classificação das Santas Casas de Misericórdia quando sendo

instituição de assistência beneficência, conforme legislação está oferece e presta

mais de 90% (noventa por cento) dos atendimentos médicos pelo Sistema Único de

Saúde (SUS). (VIDAL, JESUS, VIDAL E FERREIRA, 2010).

24

4.2 DIAGNÓSTICO

De acordo com o levantamento realizado através de questionário com a

Gestora de Faturamento e com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da

Santa Casa de Misericórdia de Palmital – SP, a instituição está seguindo todos os

padrões necessários para o bom funcionamento do estabelecimento, pois possui um

CCHI ativa desde o ano de 1999, a qual realiza conscientização dos profissionais

internos em relação à higienização das mãos, bem como da sociedade com a

criação de folders explicativos, faz mensalmente o cálculo da taxa de IH.

Como se observa na figura 1 (APÊNDICE A), no ano de 2013 obteve uma

taxa mensal de 2% (dois por cento) de casos de infecção hospitalar, sendo de

pessoas adultas, as quais tiveram um tempo maior de internação. Verificando os

atendimentos tanto do pronto atendimento, figura 2 (APÊNCIDE B) como das

internações, figura 3 (APÊNDICE C), pode-se perceber que o índice de infecção

hospitalar é baixo em relação ao índice geral obtido no Estado de São Paulo (15,5%

em hospitais de 100 a 299 leitos), apesar de ser um valor desatualizado, visto a falta

de um diagnóstico mais completo da situação no Brasil, revelando que não há,

efetivamente, um nível nacional consistente.

25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que a Santa Casa de Misericórdia obtenha um melhor resultado nos

índices de Infecção Hospitalar e assim evitar futuros processos judiciais, vê- se

necessário sempre investir em estratégias que contribuam para a qualidade dos

serviços prestados, realizar sempre uma conscientização da população sobre a

importância de cuidados, como a higienização das mãos a cada visita para os

pacientes, possibilitando cada vez mais a diminuição da taxa de infecção hospitalar.

A administração do hospital deve sempre investir e fiscalizar a organização da

Comissão de Controle de Infecção hospitalar, pois através dela se obtém um

programa de ações necessárias e eficientes. Com isso, evita- se gastos com

indenizações provenientes de processos por reparação de dano causado por uma

infecção hospitalar.

26

REFERÊNCIAS

ABC DA SAÚDE, equipe. Infecção Hospitalar. Disponível em:<http://www.abcdasaude.com.br/infectologia/infeccao-hospitalar>. Acesso em: 25out. 2014.

AGUIAR JÚNIOR, Ruy rosado de. Responsabilidade civil dos médicos. Revistados Tribunais, São Paulo, v.84, n.718, p.33, agosto 1995.

BATISTA, Ruth Ester Assayag. Módulo 1, Legislação E Criação De Um ProgramaDe Prevenção E Controle De Infecção Hospitalar (Infecção Relacionada ÀAssistência À Saúde - Iras). In: Curso Infecção relacionada à Assistência à Saúde -IrAS - versão 1.0 - 2004. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.

BRANDÃO, Fernanda Holanda de Vasconcelos. Definindo a responsabilidadecivil no cenário atual. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 84, jan 2011.Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8874>. Acesso em: 14 out. 2014.

DEVOS, Rafael. A Responsabilidade Civil Hospitalar em Decorrência deInternação determinada por Provimento Judicial para Paciente de médicos nãopertencentes ao corpo clínico. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XI, n. 51, mar2008. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=5002>. Acesso em: 03 nov. 2014.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro – Responsabilidade Civil. 28ºed. Saraiva. 2014

FONSECA, Hugo Martinelli Ferreira da. A responsabilidade civil dos hospitais e apresunção do nexo causal nos casos de infecção hospitalar. Jus Navigandi,Teresina, ano 16, n. 2828. 2011. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/18795>.Acesso em: 8 nov. 2014.

GOMES, Daniela Vasconcellos.; GEWEHR, Mathias Felipe. Responsabilidade civildos estabelecimentos hospitalares em caso de infecção hospitalar. Revista doCurso de Direito da FSG Caxias do Sul ano 4 n. 7 jan./jun. 2010 p. 53-69

GONÇALVES, Roberto Carlos. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 9ºed. Saraiva, 2014

LEITÂO, Paulo. Responsabilidade Civil de Hospitais, Clínicas de Médicos eCirurgiões Dentistas. Disponível em:<http://setorsaude.com.br/pauloleitao/2013/03/12/responsabilidade-civil-de-hospitais-

27

clinicas-de-medicos-e-cirurgioes-dentistas/ PAULO LEITÃO>. Acesso em: 15 set.2014.

Oliveira R, Maruyama SAT. Controle de infecção hospitalar: histórico e papel doestado. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2008; Disponível em:<http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n3/v10n3a23.htm>. Acesso em: 01 Set. 2014.

RIBEIRO, Clara. Dicas para evitar infecções hospitalares. Disponível em:<http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/dicas-para-evitar-infeccoes-hospitalares/2476/>. Acesso em: 01 nov. 2014.

SILVA, Priscila Fernanda Da.; PADOVEZE, Maria Clara. Infecções Relacionadas AServiços De Saúde, Orientação Para Público Em Geral. São Paulo: [s.n], 2008

SOUZA, Neri Tadeu Camara. Erro médico e hospital. In: Âmbito Jurídico, RioGrande, VIII, n. 21, maio 2005. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=662>. Acessoem out 2014.

STOCO, Rui. Tratado de Responsabilidade Civil. 6. ed. Revista dos Tribunais.2001. p. 725 – 726.

NERY JUNIOR, Nelson. Os princípios gerais do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor.Revista de Direito do Consumidor, n. 3, 1992, p. 56.

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA ESTADO DE SÃO PAULO; MINISTÉRIODA SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO. O Controle da Infecção Hospitalar noEstado de São Paulo. São Paulo – SP, 2010

28

APÊNDICES

APÊNDICE A – FIGURA 1: INFECÇÃO HOSPITALAR............................................30

APÊNDICE B – FIGURA 2: ATENDIMENTO PRONTO ATENDIMENTO.................31

APÊNDICE C – FIGURA 3: NÚMERO DE INTERNAÇÕES......................................32

APÊNDICE D – MODELO DE QUESTIONÁRIO (COMISSÃO) ................................33

APÊNDICE E – MODELO DE QUESTIONÁRIO (GESTORA DE

FATURAMENTO).......................................................................................................34

29

Figura 1 - Santa Casa De Misericórdia De Palmital - SP

INFECÇÃOHOSPITALAR

Ano – 2.013

Referente Manual deIndicadores

Pag. 29

Indica a Mediana do Hospital = 2%

Fonte: CCIH da Santa Casa de Misericórdia de Palmital – SP, 2014.

30

Figura 2: Santa Casa De Misericórdia De Palmital - SP

Ano – 2.013Atendimento Pronto

Atendimento

Referente Manual deIndicadores

Pag.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ2070 2674 2703 2833 3048 2846 2738 2904 2784 2875 2536 2975

Indica Mediana do Hospital = 2638

Fonte: CCIH da Santa Casa De Misericórdia De Palmital - SP

31

Figura 3: Santa Casa De Misericórdia De Palmital - SP

NÚMERO DEINTERNAÇÕES

Ano – 2.013

Referente Manual deIndicadores

Pag.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ127 111 126 150 145 149 148 169 147 158 132 143

Indica Mediana do Hospital = 159

Fonte: CCIH da Santa Casa De Misericórdia De Palmital - SP

32

APÊNDICE A – MODELO DE QUESTIONÁRIO (COMISSÃO)

1 Em 2013 ocorreram casos de infecção hospitalar na Santa Casa de Misericórdia

de Palmital?

a. ( ) Sim

b. ( ) Não

2 Qual a faixa etária dos pacientes mais atingidos?

a. ( ) 0 a 6 anos

b. ( ) 7 a 12 anos

c. ( ) 13 a 18 anos

d. ( ) mais de 18 anos

3 Desde quando a Santa Casa preocupa-se com o controle da infecção hospitalar?

4 Quais as rotinas utilizadas para a prevenção da infecção?

5 Como são obtidas as taxas de infecção hospitalar na Santa Casa?

6 Existe uma taxa Mensal? Semestral? Anual? De infecção hospitalar na Santa asa?

33

APÊNDICE B – MODELO DE QUESTIONÁRIO (GESTORA DE FATURAMENTO)

1. A Santa Casa possui comissão de controle de infecção hospitalar?

2. Alguma vez ocorreu alguma campanha de conscientização para a população?

Fale sobre ela.

3. Como é feito o controle das visitas dos pacientes na ala da maternidade e da

enfermaria?

3.1O controle da entrada de alimentos pelas visitas é feito de modo diferente?

4. A Santa Casa possui álcool em gel de acesso fácil para as visitas?

5. Teria algum caso de infecção hospitalar que possamos ver o prontuário e

usarmos como exemplo?

6. A fiscalização da vigilância sanitária local é constante? Com qual frequência?

7. Houve algum caso onde a Santa Casa foi acusada judicialmente pelo paciente ter

contraído uma infecção hospitalar? Se positivo quantos? E qual o valor da

indenização?

8. Em sua opinião a algo a ser melhorado na Santa Casa referente à prevenção da

infecção hospitalar?

34

ANEXOS

ANEXO A – Código Civil ................................................................................... 36

ANEXO B – Lei Federal 9.431/97 ...................................................................... 37

ANEXO C – Lei 8078/90 .................................................................................... 38

ANEXO D – Portaria MS nº 2616/98 .................................................................. 39

35

ANEXO A – Código Civil

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica

obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,

nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida

pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Brasília, 10 de janeiro de 2002; 181o da Independência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Aloysio Nunes Ferreira Filho

36

ANEXO B - Lei Federal 9.431, de 06 de janeiro de 1997

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e

eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Os hospitais do País são obrigados a manter Programa de Controle de

Infecções Hospitalares - PCIH.

§ 1° Considera-se programa de controle de infecções hospitalares, para os efeitos

desta Lei, o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com

vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções

hospitalares.

§ 2° Para os mesmos efeitos, entende-se por infecção hospitalar, também

denominada institucional ou nosocomial, qualquer infecção adquirida após a

internação de um paciente em hospital e que se manifeste durante a internação ou

mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a hospitalização.

Art. 2° Objetivando a adequada execução de seu programa de controle de infecções

hospitalares, os hospitais deverão constituir:

I - Comissão de Controle de Infecções Hospitalares;

II - (VETADO)

Brasília, 6 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Carlos César de Albuquerque

37

ANEXO C – Lei nº 8078, de 11 de Setembro de 1990

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de

culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos

à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas

sobre sua fruição e riscos.

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor

dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre

as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido.

§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e 102° da República.

FERNANDO COLLOR

Bernardo Cabral

Zélia M. Cardoso de Mello

Ozires Silva

38

ANEXO D- Portaria Nº 2616, De 12 De Maio De 1998

O Ministro do Estado da Saúde interino, no uso das atribuições que lhe confere o

artigo 87, inciso II da Constituição, e

Considerando as determinações da Lei nº 9431 de 6 de janeiro de 1997, que dispõe

sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de Programa de

Controle de Infecções Hospitalares.

Considerando que as infecções Hospitalares constituem risco significativo à saúde

dos usuários dos hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de

qualificação de assistência hospitalar, da vigilância sanitária e outras, tomadas no

âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes a seu funcionamento;

Considerando que o capítulo I artigo V e inciso III da lei nº 8080 de 19 de setembro

de 1990 estabelece como objetivo e atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), "a

assistência as pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e

recuperação da Saúde com a realização integrada das ações assistenciais e das

atividades preventivas".

Considerando que no exercício da atividade fiscalizadora os órgãos estaduais de

saúde deverão observar, entre outros requisitos e condições, a adoção, pela

instituição prestadora de serviços, de meio de proteção capazes de evitar efeitos

nocivos à saúde dos agentes, clientes, pacientes e dos circunstantes, (Decreto nº 77

052 de 19/01/1976, artigo 2º, inciso IV);

Considerando os avanços técnico-científicos os resultados do Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecções Hospitalares, Avaliação da Qualidade das Ações de

Controle de Infecção Hospitalar o reconhecimento mundial destas ações como as

que implementam a melhoria da qualidade da assistência a saúde, reduzem

esforços, problemas, complicações e recursos;

Considerando a necessidade de informações e instrução oficialmente constituída

para respaldar a formação técnico/profissional, resolve:

Art. 1º Expedir na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para

prevenção e o controle das infecções hospitalares.

Art. 2º As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e

sistematicamente, com vistas a redução máxima possível da incidência e da

gravidade das infecções dos hospitais, compõe o Programa de Controle de

Infecções Hospitalares.

39

Art. 3º A Secretaria de Política de Saúde, do Ministério da Saúde, prestará

cooperação técnica as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, a fim de

orientá-las sobre o exato cumprimento, interpretação das normas aprovadas por

esta Portaria.

Art. 4º As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão adequar as normas

conforme prevê a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Art. 5º A inobservância ou o descumprimento das normas aprovadas por esta

Portaria sujeitará o infrator ao processo e as penalidades previstas na Lei nº 6437 de

20 de agosto de 1977, ou, outra que a substitua com encaminhamento dos casos ou

ocorrências ao Ministério Público e órgãos de defesa do consumidor para aplicação

da legislação pertinente (lei nº 8078/90 ou outra que a substitua).

Art. 6º Este regulamento deve ser adotado em todo o território nacional, pelas

pessoas jurídicas e físicas, de direito público e privado envolvidas nas atividades

hospitalares de assistência a saúde.

Art. 7º Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º Fica revogada a Portaria nº 930, de 27/08/92.

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