CENTRO DE ESTUDOS DE COMPORTAMENTO HUMANO

Suspensão de curso e transferencia de alunos

CAIO TÁCITO

A mantenedora da Faculdade de Filosofia do Centro de

Estudos de Comportamento Humano solicita a suspensão, por três

anos, do Curso de Filosofia, aprovado pelo Parecer n. 436/86 e

autorizado pelo Decreto n. 93.173, de 26 de agosto de 1986,

bem como autorização para transferir os alunos nele

matriculados para a Faculdade de Filosofia da Universidade do

Anazonas.

O pedido se fundamenta na absoluta inviabilidade fi

nanceira do curso, â ausência de alunos provenientes do inte

rior - que eram os destinatários presumiveis do curso - e,

ainda, no reduzido mercado de trabalho, que não se oferece em

Manaus ou no interior, como era estimado no projeto do curso.

A Universidade do Amazonas, por intermédio do Sub

Reitor para Assuntos Acadêmicos, comunica estar em tramitação

o processo em que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

pleitea o exame da possibilidade de aceitação dos alunos que

atualmente freqüentem o Curso de Filosofia do referido Centro.

Informa, ainda, o Reitor em exercício da mesma Universidade

que o Curso de Filosofia, por ela mantido, oferecia em janeiro

de 1988 a possibilidade de absorver apenas 11 alunos a serem

transferidos.

Em grau de diligência, solictamos à requerente indi

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car o numero de alunos matriculados no curso. Em resposta, in

forma-se que há 38 alunos matriculados no 2º ano, 29 no 3º ano e 26

no 4º ano, alem de 73 alunos extra (alunos que freqüenta vam curso

livre de Filosofia Seminarística antes de autorização do curso

autorizado).

O Centro de Estudos de Comportamento Humano é uma so

ciedade civil sem fins lucrativos, com sede em Manaus, Amazonas,

fundado e mantido pela Comissão Episcopal Regional Norte I, da

CNBB.

Obteve, nos termos do Parecer n. 436/86 autorização para

um Curso de Filosofia, em licenciatura plena, com 40 vagas totais

anuais e duração média de 4 anos letivos, funcionando em periodo

diurgno.

A mantenedora foi inspirada em elevado propósito de

contribuir para maior oferta de recursos humanos para o ensino e,

ainda, visando a dar formação básica para os que querem de dicar-se

ao trabalho pastoral da Igreja na região.

Á época, a Comissão Verificadora abonou a criação do

curso, o corpo docente apresenta boa titulação e a organização

curricular era satisfatória.

PARECER

A autorização do curso correspondeu à louvável inicia

tiva da organização que patrocinou o projeto e ao suporte ofere

cido para sua adequada realização-. Todavia, a própria mantene

dora confessa que suas previsões não se confirmaram e o curso,

segundo seu depoimento, não tem lastro suficiente para sua ma

nutenção.

Pleitea, assim, sua suspensão, por três anos, assim co mo

a absorção de seus alunos pela Universidade do Amazonas. Esta,

porem, não dispõe de condições para assumir a responsabi lidade

pela clntinuidade dos estudos, a não ser de um número Ínfimo de

alunos.

Embora se compreenda a generosa intenção da mantenedora,

quando se habilitou ao curso, evidencia-se, pelo sua atual con

fissão que o projeto "não, se revelou realisticamente exequivel.

Parece-nos razoável que a instituição seja liberada de

constituir novss turmas pela inviabilidade, que reconhece,

de aceitação do curso oferecido. Não se justifica, porem,

que os alunos matriculados, em número apreciável, tenham

frustrados os seus direitos â conclusão do curso, uma vez

que a transferência sugerida para a Universidade do Amazonas

não tem possibilidade de se consumar.

Opinamos, assim, no sentido de que a mantenedora

seja liberada de realizar novas admissões do curso em causa,

devendo, porem, continuar responsável pela continuidade de

atendimento aos alunos já matriculados nos diversos anos do

curso, a não ser que possa apresentar outra solução viável

para a questão.

A suspensão de novas matriculas iniciais, durante o

periodo de três anos, pode ser autorizada, ficando, contudo,

determinado que, vencido essa periodo, não poderá abrir novo

vestibular, sem que, previamente, apresente novo projeto em

que se evidencie, com plena objetividade, que o curso ofere

cerá reais contições de viabilidade tanto em termos financeiros

como em relação ao mercado de trabalho.

CONCLUSÃO DA CÂMARA

A Câmara de Legislaão e Normas aprova o parecer do

Relator.

Sala de Sessões, 7 de novembro de 1988

IV - DECISÃO DO PLENÁRIO

O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou , por unanimidade, a Conclusão da Câmara.

Sala Barretto Filho , em 08 de 11 de 1988.

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