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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO PATRÍCIA EUGÊNIA UCHOA DE OLIVEIRA PLANO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL PARA A EMPRESA ULTRAMAISFARMA FORTALEZA 2013

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

PATRÍCIA EUGÊNIA UCHOA DE OLIVEIRA

PLANO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

PARA A EMPRESA ULTRAMAISFARMA

FORTALEZA

2013

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1  

PATRICIA EUGÊNIA UCHOA DE OLIVEIRA

PLANO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

PARA A EMPRESA ULTRAMAISFARMA

Projeto experimental apresentado ao curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Faculdade Cearense - FAC como requisito para obtenção do grau de bacharel em Comunicação Social, sob a orientação da Professora Joana D’Arc Pereira Dutra, Mestre.

FORTALEZA

2013

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Bibliotecário Marksuel Mariz de Lima CRB-3/1274

O48p Oliveira, Patrícia Eugênia Uchoa

Plano de comunicação empresarial para a empresa ultramaisfarma / Patrícia Eugênia Uchoa Oliveira. Fortaleza – 2013.

28f. Il. Orientador: Profª. Ms. Joana D’Arc Pereira Dutra.

Trabalho de Conclusão de curso (graduação) – Faculdade Cearense, Curso de Comunicação Social, com Habilitação em Jornalismo, 2013.

1. Estratégia de comunicação. 2. Análise Swot. 3. Ultramaisfarma. I. Dutra, Joana D’Arc Pereira. II. Título

CDU 070   

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2  

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida, saúde, e pela inspiração espiritual que me tem permitido cumprir minha

jornada.

A meus filhos, José Gabriel Uchoa Holanda e Vinicius Thiago Uchoa de Oliveira, presentes

de Deus para minha vida.

Ao companheiro Antonio Moreira Torres, por todo companheirismo, atenção e amor

dedicados a mim e pela força e colaboração para que eu chegasse até aqui.

À minha mãe-avó Maria Ferreira dos Santos (Posse Uchôa) e ao meu pai-avô Damião

Barbosa Uchoa, que me proporcionaram uma formação ética e moral sem a qual não teria tido

indignação e reflexões suficientes à idealização e desenvolvimento do presente trabalho.

Aos meus pais, que me deram a vida, Jacinta Ferreira Uchoa e Francisco Pereira de Freitas, e

aos meus irmãos, Paulo Eugenio, Antonio Nazareno, Vera Lúcia, Pedro Junior e, em especial,

Reginaldo Cezar, presente de forma diferenciada, me apoiando em setores da minha vida que

pareciam sem solução.

À dona Socorro Lima e a Valderez Rodrigues, amigas que estão ao meu lado no dia a dia,

sempre direcionando uma palavra de apoio em momentos difíceis.

Especialmente á minha orientadora, professora Joana Dutra, pela orientação, firme e segura,

pela postura ética, e competência.

Aos demais professores integrantes da banca examinadora, Jeimes Alencar e Ana Luiza, pela

gentileza da participação e pelas correções necessárias.

Aos professores Luana Amorim Gevan Oliveira, Mara Cristina, Reginaldo Aguiar, Paulo

Paiva, Michel Barros e a todos os docentes do curso de jornalismo da Faculdade Cearense de

quem tive o prazer de ser aluna.

Às amigas Bruna Cleia, Luciana Menezes, Mariana Rocha, que me acompanharam nessa

jornada e diretamente colaboraram na elaboração do presente trabalho, com reflexões e

intervenções pertinentes que muito contribuíram para o seu aperfeiçoamento.

E a todos os as amigos que, mesmo indiretamente, estavam comigo para a realização deste

projeto.

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RESUMO

O presente trabalho descreve o processo de elaboração de um Plano de Comunicação

Empresarial para a Ultramaisfarma, uma farmácia situada à Avenida D, nº 501, 2a etapa do

Bairro Conjunto prefeito José Walter, em Fortaleza, estado do Ceará. Para sua construção

recorreu-se a teorias sobre planejamento estratégico, abordando-se teóricos no âmbito da

comunicação. Na continuidade, apresenta o planejamento de comunicação desenvolvido para

a farmácia em questão, evidenciando o cenário no qual a mesma está inserida e propondo um

plano de ações estratégicas de comunicação como um todo. O objetivo que orienta a sua

realização consiste em entender e desenvolver a empresa Ultramaisfarma, com base em

referenciais teóricos, de forma a auxiliar sua gestão nas questões envolvendo a comunicação

interna e externa. A metodologia adotada foi uma pesquisa de mercado, que envolveu visitas

destinadas ao conhecimento da empresa. Após a análise foi elaborado o plano de

comunicação da empresa, apresentado nesta pesquisa. Além disso, buscou-se disseminar e

reforçar a cultura da sustentabilidade entre os públicos interno e externo, vivida pelos ideais

da organização. A empresa se mostrou particularmente aberta a ideias e conceitos em prol do

fomento de novas práticas e com alto potencial para a obtenção de sucesso a partir da

implementação do plano apresentado.

Palavras-chave: Planejamento estratégico. Comunicação. Etapas do processo.

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ABSTRACT

This paper describes the process of writing a Business Communication Plan for the Corporate

Ultramaisfarma, a pharmacy located on Avenue D, nº. 501, 2nd stage of Joint District Mayor

Jose Walter, in Fortaleza, State of Ceará. For its construction it was resorted to theories on

strategic planning, addressing theoretical-within the framework of the communication. In

continuity, presents the communication plan developed for the pharmacy concerned, showing

the scenario in which it is inserted and proposing a strategic action plan as a whole. The goal

that drives its implementation is to understand and develop the company Ultramaisfarma,

based on theoretical references, in order to assist its management in matters involving the

internal and external communication. The methodology adopted was a market research, which

involved visits to the company's knowledge. After the analysis it was developed the

company's communication plan, presented in this research. In addition, it was searched to

disseminate and strengthen the culture of sustainability between the internal and external

audiences, experienced by the ideals of the organization. The company was particularly open

to ideas and concepts for the promotion of new practices and with high potential for

successful implementation of the plan presented.

Keywords: Strategic planning. Communication. Process steps.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 06

2 A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL....................................................................... 08

2.1 Alguns aspectos históricos............................................................................................ 08

3 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA COMUNICAÇÃO

EMPRESARIAL............................................................................................................ 11

3.1 Porque comunicar......................................................................................................... 12

3.2 O planejamento estratégico da comunicação empresarial........................................ 13

4 O PLANO DE COMUNICAÇÃO................................................................................ 15

4.1 Etapas do plano de comunicação................................................................................. 15

5 UM BOM DIAGNÓSTICO GERA BONS RESULTADOS..................................... 17

6 RESULTADOS ESPERADOS DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO...................... 19

6.1 A história........................................................................................................................ 20

6.2 Comunicação na Ultramaisfarma................................................................................ 20

6.3 Comunicação Interna.................................................................................................... 21

6.4 Comunicação Externa................................................................................................... 22

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 23

REFERÊNCIAS............................................................................................................ 24

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1 INTRODUÇÃO

Em um contexto de comunicação globalizada e diante de um mercado cada vez

mais competitivo, fazer com que uma marca seja firmada não consiste em uma tarefa fácil.

Para isso ser alcançado é necessário atrair a atenção do público-alvo, direcionando-o para sua

empresa, pois as concorrentes buscam por essa atenção por intermédio de uma grande

quantidade de mensagens publicitárias disparadas sobre esse público em seu dia-a-dia.

Ocorre que conseguir apenas que a mensagem chegue até o público-alvo não é

mais garantia suficiente de obtenção dessa atenção, o que torna cada vez mais difícil a

comunicação das empresas com a comunidade onde o empreendimento está localizado. Por

esse motivo, é preciso conhecer profundamente as características e hábitos de um determinado

público, a fim de se identificar a melhor forma de se comunicar com ele.

Para alcançar esse objetivo as empresas necessitam de uma ferramenta

fundamental, o plano de comunicação, por cujo intermédio buscarão conhecer o cenário em

que estão inseridas e, assim, realizar as ações de comunicação eficientes. Uma boa

comunicação é capaz de estreitar a relação que a empresa mantém com o consumidor e

prepará-la para enfrentar eventuais ameaças do mercado e as ações dos concorrentes.

O desafio para a construção deste projeto experimental consiste em desenvolver o

plano de comunicação para a Ultramaisfarma, uma farmácia que tem mais de 20 anos de

mercado e está localizada em um dos bairros mais populares de Fortaleza, o Conjunto prefeito

José Walter. Como fundamentação teórica apresentamos este relatório técnico-científico, além

de o plano de comunicação desenvolvido especialmente para a Ultramaisfarma.

Para o desenvolvimento desse plano é necessário fazer o diagnóstico da empresa,

e o primeiro tópico a analisar é sua imagem. Nesse momento o que se vai analisar é a

identidade corporativa a partir do envolvimento e uso de símbolos em sua comunicação -

logotipo, slogan, marca e histórias. Uma organização comunica-se de forma perfeita quando

seus funcionários contam a mesma história a seu respeito.

Um desafio para as organizações na contemporaneidade tem sido a quebra de

fronteiras entre aspectos internos e externos, perseguida com base no entendimento de que a

percepção que os colaboradores têm da empresa afeta a imagem sobre quem são, como são

vistos e o que falam dessa organização.

Trata-se de um processo contínuo e cíclico, no âmbito do qual a organização deve

buscar um alinhamento entre as percepções internas e externas, de forma a consolidar uma

reputação que se sustente ao longo dos anos. Em sua trajetória devem ser estabelecidas metas

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a serem alcançadas para que a a instituição passe a assumir uma identidade própria, com uma

mensagem diferenciada.

Já a imagem de uma organização é formada pelos seus públicos externos. Com

base nesse entendimento o projeto em construção destina-se a que a Ultramaisfarma possa ser

apresentada ao mercado com um diferencial em seus serviços. Nesse sentido, pode-se obter

uma percepção e interpretação de outros acerca de sua atuação, que permitirá que se construa

uma imagem organizacional com capacidade para assumir uma comunicação significativa

para as mais diversas audiências.

Além das informações transmitidas pela organização por intermédio de seu

processo de comunicação, o processo de construção de imagem de uma organização envolve

também a relação direta do indivíduo com seus produtos e serviços, os contatos com as

pessoas ligadas à empresa, as referências advindas de outras experiências, as influências das

opiniões de terceiros, as mensagens dos meios de comunicação, entre outros aspectos.

Outro fator que deverá ser analisado é a reputação empresarial, a partir da qual se

poderá identificar o modo como as pessoas expressam suas expectativas sobre a organização.

Organizações que conseguem deixar sua identidade (quem se é) mais clara geralmente têm

melhor reputação. A reputação se cria ao longo do tempo, como resultado de repetidas

interações e experiências acumuladas, consistindo em um dos aspectos muito importantes na

relação das organizações com a sociedade, um verdadeiro diferencial competitivo.

As estratégias a serem adotadas terão por objetivo comunicar, de forma clara e

compreensiva, a proposta de valor da empresa, mediante seus produtos e serviços, para

melhor satisfazer o seu público alvo, os clientes.O objetivo de comunicação externa ideal para

este plano será a criação de uma logo, que identificará a Drogaria Ultramaisfarma diante de

seus públicos. Com isso, a divulgação em mídias locais como jornal do bairro, moto-som três

e rádios será um caminho para se atingir esse objetivo.

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2 A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

As novas visões empresariais, aliadas ao avanço tecnológico, vêm imprimindo à

comunicação desenvolvida no âmbito das corporações não apenas um caráter mais moderno,

mas também estratégico. Para se definir o que deve ser compreendido como comunicação

empresarial utiliza-se o conceito defendido por autores como Kunsch (2003), segundo a qual:

Configura as diferentes modalidades comunicacionais que permeiam sua atividade. Compreende, dessa forma, a comunicação institucional, a comunicação mercadológica, a comunicação interna e a comunicação administrativa, ou seja, diz respeito ao funcionamento e processo de comunicação entre a organização e seus diversos públicos. (p. 149).

A Comunicação empresarial tem a função de intermediar a relação entre empresa,

funcionários e consumidor, definindo objetivos de comunicação interna e externa da

instituição. Nesse sentido, dedica-se a propagar a comunicação em diferentes mídias,

desenvolvendo publicações internas e externas como encartes, panfletos, ímãs personalizados,

manuais, folders, informativos, entre outros, assim como a proporcionar a realização de

eventos com a utilização de técnicas de gestão e marketing.

Esse conjunto de ações se configura como um instrumento de gestão que cria e

desenvolve uma cultura organizacional positiva, na qual todos os componentes humanos da

empresa se sintam envolvidos e, de alguma maneira, participantes ativos desse processo.

2.1 Alguns aspectos históricos

A Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresa (Aberje) é

um marco importante na história da comunicação e representa a filosofia principalmente da

comunicação interna, que segundo relembra Torquato (2002), era desenvolvida por meio de

jornaizinhos ainda pouco representativos, e que no âmbito externo caracterizava-se pela

presença do profissional de relações públicas.

O autor afirma que em grande parte das empresas a comunicação significava

apenas a produção de jornais internos e a confecção de releases convencionais, e que antes, na

rotina de uma empresa, as decisões, discussões e fluxos eram hierárquicos, ou seja, partiam de

cima para baixo, abrindo poucas possibilidades para a realização de mudanças, interferências

e opiniões. Nesse sentido, era pouco flexível, departamentalizada e estruturada no poder,

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situando as decisões basicamente nas mãos de uma só pessoa ou de poucas dentro do grupo.

(TORQUATO, 2002, p. 21).

A partir do ano de 1970 surgem muitas mudanças importantes no segmento

comunicacional, principalmente no início, quando são criados os primeiros cursos de

Comunicação no Brasil. Segundo Bueno (2009), acontece a atuação de profissionais

devidamente formados em áreas específicas, cujas atividades são desenvolvidas com o intuito

primeiro de ressaltar a importância e a necessidade de se comunicar, notadamente no âmbito

empresarial, contribuindo para que a cultura organizacional começasse a se formar de fato,

elevando, por conseguinte, a credibilidade e a importância conferida pelos empresários a essa

disciplina.

Na década de 1980 evidenciou-se o interesse de que os incentivos para a expansão

da comunicação empresarial ganhassem força. Com isso, desencadeou-se o fortalecimento e o

desenvolvimento desse segmento nas empresas devido à realização de um trabalho

profissionalmente especializado no setor comunicacional e com boa parte dos setores ligados

à comunicação, resultando em ganho de status perante os demais níveis organizacionais.

Torquato (2002) descreve que foi também nessa época de 1980 que teve início a

utilização do termo comunicação institucional, devido à expansão da atividade, que começou

a ser aplicada não somente em empresas privadas, mas também em outras instituições, como

associações, federações, agremiações, escolas, clubes e partidos políticos. A partir de então,

ao longo dos anos os trabalhos passam a ser desenvolvidos seguindo esses parâmetros

comunicacionais com foco nas empresas voltadas à comunicação.

A década de 1990 foi marcante nesse panorama, porquanto palco do início da

mudança em que as empresas saem de uma visão isolada de relações públicas e de formulação

de organogramas internos para atender o novo perfil da comunicação empresarial como uma

importante ferramenta estratégica que futuramente iria até permear o planejamento e

influenciar o futuro da empresa.

O profissional da comunicação sentiu necessidade de fazer uma leitura ampla de

uma organização, descobrindo pontos de interação desta com o meio ambiente, com uma

visão abrangente e mais aberta do mercado, que passa a buscar uma consciência empresarial

mais voltada ao seu meio social. (TORQUATO, 2002). Nessa nova visão empresarial a

comunicação está caminhando para assumir um caráter ainda mais abrangente na empresa,

influenciando os demais setores de uma organização, numa nova perspectiva conhecida como

comunicação integrada, pensada de forma contínua e planejada.

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3 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

Ao longo dos anos, o termo e a ação de planejar vêm sofrendo algumas

transformações, resultando no que atualmente se adota como linha de trabalho, o

planejamento estratégico, o qual se tornou, conforme Westwood (1996), um processo

relevante para a gestão de uma instituição, assim considerada a capacidade de organizar e

prever as ações cuja implementação produz retornos mais satisfatórios, não só em questões

ligadas às áreas financeiras, mas também no tocante à melhoria da qualidade dos produtos

e/ou serviços oferecidos, o que, consequentemente, implica maior satisfação da clientela.

Existem três tipos de planejamento: o estratégico, o operacional e o tático. O

planejamento estratégico é a base, o suporte que possibilita ao executor conduzir a instituição

amparado nas condições em que se encontram os ambientes interno e externo da empresa e

em como essa organização desenvolve as mudanças.

O plano operacional é objeto de tratamento da parte documental, em que se

estabelecem as metas e se constrói o perfil de produção e reconhecimento para a realização

prática dessas ações ou planos operacionais. E por fim, o planejamento tático foca a

realização e o aprimoramento das atividades numa determinada área e não no plano geral da

empresa, por intermédio dos desmembramentos dos objetivos e metas, utilizando-se

estratégias e políticas para se alcançar o alvo determinado. (OLIVEIRA, 2002).

Normalmente pensa-se consideravelmente nas decisões estratégicas destinadas à

conquista desses clientes criando-se na mente das pessoas um conceito de satisfação. Tem-se

essa decisão estratégica como aquela que origina uma nova maneira de utilização dos recursos

básicos de uma empresa, e se distingue das decisões pertinentes aos níveis táticos e

operacionais. Dentro desses conceitos, surge o planejamento estratégico, cujo objetivo é

mostrar à empresa para onde ela está indo e como vai chegar a seu objetivo.

Gracioso (2002) apresenta três elementos básicos que contribuirão para o sucesso

das estratégias de planejamento de comunicação: o senso de oportunidade, a sequência e a

continuidade das ações. Mesmo conhecendo-se a origem dos conceitos e das visões do

planejamento, a utilização da comunicação empresarial é essencial, e passa a ser vista como

estratégia e como meio de nortear as ações da empresa, otimizando, dessa forma, custos e

tempo para a obtenção de resultados mais favoráveis e para a satisfação do público-alvo.

O planejamento de comunicação é a construção de uma ideia para elaborar

estratégias destinadas a auxiliar na comunicação de uma empresa para que os resultados

esperados sejam alcançados. Essa ferramenta direcionará as ações de comunicação da

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organização, razão pelas qual se exige daqueles que serão responsáveis por sua gestão uma

atenção muito especial, sobretudo no sentido de refletirem acerca do que já aconteceu, do que

está acontecendo e do que pode acontecer. Isso porque, como explicam Kotler e Keller (2007,

p. 206), “O processo de planejamento pode ser mais importante que os planos que dele

surgem. O plano estratégico da empresa estabelece os tipos de negócios com os quais ela vai

lidar, e seus objetivos para cada um deles.”.

3.1 Porque comunicar

A comunicação empresarial deve se relacionar com praticamente todas as outras

atividades da empresa, revelando-se do mesmo modo fundamental que as atividades de

comunicação externa e interna, dentre as quais se aponta a construção da imagem da empresa,

alcançando os dois públicos, estejam articuladas com o planejamento estratégico da

instituição.

Atender às exigências dos consumidores, que a cada dia estão mais conscientes de

seus direitos, é também desafio do setor de comunicação, que deve realizar pesquisas

constantes com o público externo sobre preços e diferenciais de produtos e serviços,

verificando o que a concorrência está fazendo para atrair mais clientes, porém, sem se olvidar

de levar os resultados para os empregados por intermédio da Comunicação Interna.

(PIMENTA, 2004).

É fundamental para todas as empresas disponibilizar aos seus clientes e ao

mercado, em geral, um produto de qualidade, divulgado mediante uma propaganda bem feita

e honesta, associando o respeito aos públicos envolvidos, entre outros aspectos. Mas para que

isso aconteça é preciso que os funcionários participem dessa construção da imagem que a

companhia almeja que os consumidores identifiquem, razão pela qual se torna de fundamental

importância que as atividades interna e externa estejam conectadas, ou seja, que todos os

departamentos de comunicação estejam envolvidos.

Outro aspecto relevante da comunicação consiste na elaboração de um

planejamento voltado para o estabelecimento de um bom relacionamento entre a empresa e os

seus fornecedores, procurando enfatizar características encontradas na comunidade,

realçando, ao mesmo tempo, aspectos positivos extraídos da pesquisa de opinião realizada na

instituição organizacional.

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Os canais de jornalismo empresarial dirigem-se basicamente a dois tipos de público: o interno e o externo. Os interesses comuns de ambos tornaram possível a existência de um terceiro tipo de canal jornalístico: publicações mistas, que tentam atingir, simultaneamente, os dois públicos. (TORQUATO, 2002, p. 129).

A divulgação da empresa é um novo meio para se obter resultados, mas não deve

consistir em um instrumento isolado, antes, há que englobar ações de Marketing,

Endomarketing, Publicidade e Propaganda de modo a angariar novas e promissoras

perspectivas para o sistema empresarial.

3.2 O planejamento estratégico da comunicação empresarial

O plano de comunicação deve ser elaborado com o objetivo de melhorar e criar

parâmetros que permitam medir resultados e desempenhos com clareza e justiça; mas não é

só, é necessário também prever os gastos para a sua implantação, com o intuito de minimizar

os danos que o descontrole das despesas poderia causar à imagem e à lucratividade da

empresa, que levaria o planejamento a obter resultados contrários aos propostos. (PIMENTA,

2004).

O planejamento da Comunicação Empresarial compreende o cumprimento de um

conjunto de etapas. As principais são, primeiramente, o planejamento e/ou revisão da situação

atual, abrangendo o levantamento e a revisão das atividades já existentes, a exemplo dos

instrumentos, políticas e procedimentos organizacionais, para, posteriormente, se colocar em

prática o que foi planejado.

Na sequência, realiza-se o levantamento das necessidades ou expectativas,

consistente na pesquisa de mercado, na análise das ações da concorrência e na verificação das

expectativas da empresa. Em seguida, acontece a etapa de desenvolvimento, na qual são

descritas todas as ações que as áreas de comunicação da empresa adotarão, levando-se em

conta as expectativas de cada uma e as necessidades da empresa.

Após o cumprimento dessas três etapas inicia-se o Planejamento da implantação

do modelo, em que se estabelecem suas estratégias, adotando-se a sequência de programas

conforme as prioridades, e a Preparação das análises de impacto na organização, que verifica

os impactos positivos e negativos, principalmente no que diz respeito aos custos, para a

implantação do novo projeto de comunicação.

Coroa-se o processo com a sua conclusão, na qual é preciso fazer o plano ser

implantado, ou seja, colocado em prática, bem como determinar os prazos, gastos e recursos

necessários a esse fim, que culmina com a etapa da aprovação da diretoria, que consiste na

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apresentação do projeto final à Diretoria para que tenha o seu desenvolvimento aprovado.

(TORQUATO, 2002).

Para o sucesso do plano de comunicação empresarial é necessário o seu devido e

tempestivo acompanhamento, abrangendo a aquisição do hábito de se fazer reuniões

periódicas destinadas a analisar se as metas de cada um dos segmentos envolvidos estão sendo

cumpridas e se é preciso mudar alguma ação ou até mesmo abordar ou criar novas ações. Sem

as reuniões de acompanhamento o resultado do planejamento pode ser apenas parcialmente

atingido em relação ao que foi orçado para a companhia. Por isso, é preciso que cada área se

comprometa e aproveite essas reuniões, sob pena de vir somente a perder tempo, pois como

explica Neves (2000, p. 215), “Planejamento é comunicação; comunicação é credibilidade;

credibilidade é produtividade.”.

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4 O PLANO DE COMUNICAÇÃO

Um plano de comunicação, na verdade, é um documento no qual a empresa define

a forma como deverá conduzir a comunicação organizacional, é a concretização do que se

pretende alcançar por meio dessa ferramenta empresarial. É preciso contemplar alguns

elementos básicos na implantação do plano, e deve-se levar em consideração o que afirma

Kotler (2000, p. 650) em relação ao que se pretende alcançar com a comunicação, a

mensagem que se quer passar, os destinatários que se queira atingir, dentre outros fatores: que

se deve priorizar a “escolha de um grupo de variáveis e uma especificação de suas inter-

relações no sentido de representar total ou parcialmente um processo ou sistema real”.

4.1 Etapas do plano de comunicação

Kotler e Keller (2007) sugerem oito etapas para o desenvolvimento de um plano

de comunicação, as quais serão descritas na sequência:

a) Identificação do público-alvo. A definição adequada do público-alvo na

comunicação determinará decisivamente os passos seguintes. Uma comunicação feita para um

alvo confuso ou desfocado tende a não atingir os resultados esperados, pois os esforços

empreendidos acabam se dispersando, não atingindo lugar nenhum. Um plano de

comunicação deve ter como meta mais de um público-alvo, o que muitas vezes pode

significar que devem ser desenvolvidos planos diferentes em função de cada um dos alvos.

b) Determinação dos objetivos. Uma comunicação pode ter diversos objetivos,

como a introdução de um novo produto, a conscientização e mudança de atitude em relação à

marca, a intenção de compra, só para mencionar alguns, e é importante que eles sejam

precisamente estabelecidos.

c) Elaboração da comunicação. O que dizer (estratégia de mensagem), como

dizer (estratégia criativa) e quem dizer (fonte da mensagem) consiste nos elementos que

devem ser definidos nessa etapa. É comum se ter a tendência de pensar primeiro na mídia para

a comunicação, antes de se determinar os seus objetivos e se elaborar a mensagem. A

colocação desses itens antes da seleção dos canais de comunicação pelos autores é um

desafio, pois obriga a pensar nos objetivos e na mensagem ainda não materializada em um

canal, de uma maneira quase abstrata.

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d) Seleção dos canais de comunicação. Há que se agregar, nessa etapa, Canais

de Comunicação Pessoais (incluindo boca-a-boca, buzz marketing e marketing viral) e Não

Pessoais (como mídia, promoções de vendas, eventos e experiências e relações públicas).

e) Decisão sobre o mix de comunicação. Envolve o gerenciamento de diversos

meios de comunicação, como propaganda, promoção de vendas, relações públicas e assessoria

de imprensa, eventos e experiências, força de vendas e marketing direto (incluindo marketing

pela Internet), em função de fatores como o tipo de mercado do produto, o estágio de

disposição do comprador e o estágio do ciclo de vida do produto.

f) Mensuração dos resultados da comunicação. Consiste no desafio de avaliar o

impacto da comunicação no público-alvo.

g) Gerenciamento da comunicação integrada de marketing. Nessa etapa são

trabalhadas a integração e a coesão e coerência entre as mensagens e ferramentas selecionadas

para a comunicação.

A estratégia de comunicação tem por objetivo comunicar de forma clara e

compreensiva a proposta de valor da empresa, ou seja, “o que” a empresa, por meio de seus

produtos e serviços, tem para oferecer ao seu público-alvo (clientes).

A estratégia de comunicação também deve telegrafar o posicionamento da

empresa. Uma combinação entre: “a) a identidade da empresa; b) imagem que a empresa tem

perante o mercado; e c) proposta de valor materializada por meio de seus produtos e

serviços”. (KOTLER ; KELLER, 2007, p. 47).

Na fase de avaliação dos resultados da aplicação de um plano identificam-se

pontos positivos e negativos, os quais serão trabalhados pelos gestores a fim de serem

reforçados e corrigidos, respectivamente. A etapa da avaliação, além de abranger uma

reflexão sobre o passado e o presente, está destinada a definir o futuro de uma empresa, passa

a ser fundamental para a adaptação e melhor sucesso de um plano de comunicação, reduzindo

os pontos negativos, que serão identificados no diagnóstico da instituição organizacional.

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5 UM BOM DIAGNÓSTICO GERA BONS RESULTADOS

O diagnóstico é fundamental para que todos os envolvidos numa empresa,

especialmente os gestores, tenham uma visão coerente sobre a mesma, para que possam

descobrir seus pontos positivos e negativos, bem como as oportunidades do mercado. A

Ultramaisfarma é uma empresa do ramo farmacêutico carente de um Plano de Comunicação

com estratégias capazes de melhorar a comunicabilidade entre a empresa e os públicos interno

e externo.

Um diagnóstico deve ser o mais realista possível, pois conduzirá todo o

desenvolvimento de um planejamento estratégico. A maioria das empresas não tem um

direcionamento e está voltada para a resolução de seus próprios problemas mediante a adoção

de ações táticas e operacionais. A proposta deste estudo é avançar para uma intervenção

estratégica na empresa.

A empresa está localizada em uma região privilegiada do Bairro Conjunto prefeito

José Walter, e conta com uma estrutura física que permite muitas adaptações: um espaço

privilegiado para a implantação de um ambulatório, sala de escritório e um espaço de

aproximadamente 80 metros², que permite a exposição de mercadorias distribuídas em grupos

adequados para facilitar a visão do cliente na hora da compra.

Uma empresa que não tem nenhuma estratégia de comunicação fica fadada á

falência porque é por meio de uma análise de sua atuação e números que se percebe que a

concorrência está bem à frente no tocante à comunicação com o público interno e externo. É

necessário avaliar as concorrências na região e qual seu poder de barganha diante dos

distribuidores, bem como os descontos concedidos.

A grande concorrência caracteriza-se pelo número de empresas na região, seu

tamanho e as condições de competição existentes, além de pela força das ações de

comunicação dessas empresas no mercado para conquistar os clientes e a disponibilidade de

produtos substitutos.

É necessário que os gestores, caso naquele momento não saibam resolver as

variáveis internas desfavoráveis, se empenhem ao máximo para conseguir a solução, sob pena

de, futuramente, virem a criar sérios problemas às empresas sob sua responsabilidade. O

relacionamento com o concorrente é uma questão crítica na qual a empresa tem que atuar.

Portanto, para realizar um bom planejamento é necessário que a empresa disponha

de um eficiente sistema de informações. Pode-se afirmar que as projeções completam o

diagnóstico, porquanto consistem na combinação dos resultados de uma estimativa futura com

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17  

base na situação atual. Com isso pode-se afirmar que o plano de comunicação elaborado vem

apresentar ações necessárias que visam inserir ferramentas importantes de comunicação como

alternativa para permitir-lhes alcançar uma melhor colocação nesse mercado tão competitivo.

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18  

6 RESULTADOS ESPERADOS DAS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO

A colocação em prática de um plano de comunicação é uma fase que deve

receber grande atenção. Para Kunsch (2003), "não adianta elaborar sofisticados planos

estratégicos se eles não forem executados” (p. 274). E para a execução das ações de

comunicação é necessário envolvimento, e todos têm de participar do processo de

implementação desse plano. A implantação das ações promove uma mudança de cultura,

razão pela qual, se não houver o engajamento de toda a empresa, o trabalho não terá razão de

ser. A mudança de comportamento dos indivíduos e da instituição é determinante para o

sucesso do plano de comunicação.

Segundo Kunsch (2003), as principais fases nessa etapa são:

Divulgação do plano

Para se conseguir a participação efetiva dos colaboradores é imprescindível tornar

público o planejamento de comunicação a todos, de maneira a motivá-los e envolvê-los por

completo no processo de implantação do plano. Nessa fase, gerentes e supervisores são

ótimos facilitadores da comunicação, se bem treinados.

Implementação

Passadas todas essas etapas descritas até agora o planejamento consiste naquela na

qual o plano desenhado passa da esfera das ideias para o terreno das ações.

Controle das ações

O controle das ações é um mecanismo contínuo, que permite ao planejador

estabelecer parâmetros (indicadores que permitam a medição) e instrumentos (cronogramas,

check-lists, fluxogramas, entre outros) para sua aplicação. Os atos de controle auxiliam a

corrigir os desvios detectados até o momento ou, até mesmo, servem para evitar que os

desvios ocorram.

Avaliação dos resultados

Avaliar e verificar se as estratégias usadas foram corretas e eficazes, listar quais os

pontos positivos e negativos dos programas de comunicação, avaliar se a comunicação

ocorreu de forma simétrica entre a fonte (empresa) e os receptores (públicos envolvidos) são

algumas das maneiras de se avaliar um plano de comunicação. Para isso, podem-se adotar

algumas ferramentas de mensuração específicas - e bastante efetivas - como pesquisas,

auditorias de imagem e de opinião, análise de clippings, entre outras ferramentas disponíveis.

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6.1 A história

O foco principal de uma empresa é a lucratividade conquistada pela percepção

que o público tem da mesma diante do mercado onde se encontra estabelecida, e para a

Ultramaisfarma não é diferente. Segundo Toffler (1983, p. 52), esse processo deve ser

entendido como "uma rede de intercâmbio, um quadro de distribuição, pelo qual são

encaminhadas as mercadorias ou serviços, para seus destinos apropriados".

Com as distâncias provocadas pelo processo de comunicação globalizada e pelo

surgimento, a todo instante, de novas tecnologias de comunicação, o que se tem notado é a

exigência de mais velocidade no que se relaciona à comunicação organizacional e às respostas

a serem dadas aos seus diversos clientes, mudando, assim, o foco principal da comunicação

empresarial.

A Ultramaisfarma é uma empresa de direito privado de pequeno porte, fundada

em junho de 1999 por ação de seus empreendedores, Kildare Moura de Oliveira e Patricia

Eugênia Uchoa de Oliveira, com a denominação Padrão Comércio de Medicamentos Ltda-

ME, devidamente registrada na Junta Comercial do Estado do Ceará, localizada à Rua D, nº

501, 2ª Etapa, Conjunto prefeito José Walter, comunidade com uma população aproximada de

34 mil habitantes.

6.2 Comunicação na Ultramaisfarma

Um dos papéis do plano de comunicação é trabalhar os mais diversos canais de

comunicação de forma efetiva e ética para consolidar positivamente a imagem da empresa.

(BUENO, 2009). Um sistema de comunicação efetivo deve levar em conta contatos diretos

com colaboradores, consumidores, fornecedores, acionistas, clientes, enfim, com todos os

públicos de seu interesse. (BAHIA, 1995).

Existem duas categorias que abrangem as comunicações de uma empresa e que

precisam da atenção dos gestores: a comunicação interna e a comunicação externa. As duas

dão a sensação de organização e promovem a expansão da empresa, na medida em que

permitem conhecer os ambientes internos e externos e as suas complexidades. (TORQUATO,

2002).

Para Bahia (1995), a comunicação interna e a comunicação externa envolvem

ações de grande importância no planejamento estratégico da empresa. Mas Torquato (2002) e

Bahia (1995) definem comunicação interna como aquela que ocorre entre a empresa e seus

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colaboradores, e comunicação externa como aquela que abrange fornecedores, clientes,

consumidores, acionistas, além do público que recebe informações da mídia (jornais, revistas,

rádio, televisão, agências de notícias, Internet etc.).

6.3 Comunicação Interna

É indispensável que se tenha conhecimento do verdadeiro significado de

comunicação interna, pois as denominações apresentadas são confusas, havendo diversas

versões empregadas para designar essa terminologia, como descreve Paulo Clemen (2005, p.

18):

São inúmeras as terminologias e definições para comunicação interna. Alguns a denominam de comunicação Corporativa. Outros, de Comunicação Empresarial. Endomarketing ou Marketing Interno também são terminologias muito utilizadas para o simples ato de comunicar dentro de uma empresa. Na verdade, este ato é simples quando o processo de comunicação interna é valorizado e inerente à cultura da Organização.

Assim sendo, Endomarketing significa o marketing direcionado para o interior da

empresa, voltado para se referir ao marketing interno cujo intuito é o de conquistar vantagem

competitiva, rever atitudes, determinar valores, envolver e comprometer funcionários e

incorporar os objetivos da empresa ao cotidiano de cada um deles.

Dessa forma, essa terminologia denominada de Endomarketing reúne as ações de

marketing interno, a comunicação interna, a missão, os valores e a visão da empresa, as

estratégias corporativas, os gerenciamentos, os treinamentos, os procedimentos, os padrões de

serviços e as medidas de estratégias de recursos humanos. Para Margarida Kunsch (2009), o

Endomarketing, tem por objetivo identificar o funcionário como cliente interno, enquanto que

na comunicação interna o colaborador é visto como peça central na organização onde

trabalha.

Tanto para Clemen (2005) quanto para Kunsch (2009), a denominação de

Endomarketing assume o mesmo significado: o de estimular o envolvimento dos

colaboradores das organizações em projetos internos tornando os ambientes em que trabalham

locais em que habitam a confiança e o prazer. É, portanto, um instrumento de grande valor,

orientado para conquistar novos clientes e fidelizar os atuais, objetivando o lucro crescente da

empresa.

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6.4 Comunicação Externa

O público externo associa a imagem do produto ou serviço à imagem da empresa

enquanto instituição que se enquadra em um contexto social e que desempenha função

construtiva para com a comunidade na qual está inserida. (YANAZE, 2006).

A comunicação externa, no entanto, pode ser entendida como a forma de

comunicação entre uma instituição e seu público externo. Para Yanaze (2006), o público

externo é formado por acionistas ou sócios, fornecedores e prestadores de serviços,

distribuidores e intermediários, bancos e instituições financeiras, sindicatos e associações,

Governo, imprensa, universidades e clientes.

A sociedade cobra da empresa clareza nos negócios e isso resulta em um

amontoado de informações expostas pela mídia como denúncias, corrupção, falas divergentes

e outras denominações. No final das contas, tudo isso forma uma “bola de neve” de difícil

compreensão por parte dos consumidores. As empresas acabam por serem engolidas por esse

emaranhado de incredulidade, que ameaça sua identidade e sua imagem pública.

(TORQUATO, 2002). A elaboração do Plano de Comunicação Empresarial que será

desenvolvido para a Ultramaisfarma vai ser fundamentada nos conceitos aqui apresentados.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento desta pesquisa se revelou como forte fator motivacional e

enriquecimento do universo profissional desta pesquisadora, não só pelas abordagens teóricas

realizadas, mas também diante da oportunidade de desenvolvimento de uma pesquisa prática,

com a vivência na empresa Ultramaisfarma, que possibilitará a experimentação das práticas

de gestão de forma real e direcionadas às especificidades do mercado farmacêutico.

Após a realização deste trabalho haverá a oportunidade de se constatar, em caráter

definitivo, a importância do planejamento para as ações empresariais, e nesse caso, em

especial, do plano de comunicação, que proporcionará uma visão mais direcionada ao gestor.

Encerra-se essa experiência teórica decidida a executar as ações propostas, com bases sólidas

e definidas, diante das missões e valores organizacionais.

Mesmo que os conceitos do uso de comunicação empresarial ainda sejam

apresentados de várias maneiras de acordo com os diversos teóricos da área do marketing e

planejamento empresarial, fica claro que a implantação das práticas inerentes ao planejamento

de comunicação acarreta um diferencial nos resultados obtidos pela organização, seja ela de

qualquer natureza.

No caso da Ultramaisfarma, não há ainda dados disponíveis para consulta, pois

não fazia parte da cultura da empresa o estabelecimento de pesquisas internas e externas, bem

como o controle de alguns dados. Entretanto, ao se realizar a pesquisa de campo, como

proposto, foi possível estabelecer as informações necessárias para a concretização do plano de

comunicação empresarial.

Portanto, pode-se afirmar que as etapas para a elaboração do plano, se seguidas

dentro das especificidades da empresa, implicarão melhores resultados. Com a conclusão

deste trabalho, muitas observações deverão ser feitas e todas as sugestões de melhoria serão

inseridas no Plano de Comunicação Empresarial e posteriormente implantadas.

As pesquisas e reflexões apontam quão indispensáveis são as ações de

comunicação, mas, principalmente, que precisam vir de um bom planejamento e estar

organizadas em um plano específico, que precisa ser executado de forma contínua, e coletiva.

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REFERÊNCIAS

BAHIA, Juarez. Comunicação Empresarial. Rio de Janeiro: Mauad, 1995. BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Saraiva, 2009. CLEMEN, Paulo. Como implantar uma área de comunicação interna: nós, as pessoas, fazemos a diferença: guia prático e reflexões. Rio de Janeiro: Mauad, 2005. GRACIOSO, Francisco. Marketing Estratégico: planejamento estratégico orientado para o mercado. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. Tradução Bazán Tecnologia e Lingüística. Revisão Técnica Arão Sapiro. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de Marketing: a bíblia do marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2007. KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo: Summus, 2003. ______ (Org.). Comunicação Organizacional. São Paulo, Saraiva, Vol. 2, 2009. NEVES, Roberto de C. Comunicação empresarial integrada: como gerenciar: imagem, questões públicas, comunicação simbólica, crises empresariais. Rio de Janeiro: Mauad. 2000. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias e práticas. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2002. PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação Empresarial. São Paulo: Elínea, 2004. TOFFLER, Alvin. A terceira onda. 13. ed. Rio de Janeiro: Record, 1983. TORQUATO, Gaudêncio. Comunicação Empresarial/ Comunicação Institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 2002. WESTWOOD, John. O Plano de Marketing: guia prático. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1996. YANAZE, M. H. Gestão de Marketing e Comunicação: avanços e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2006. .