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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE - FAC
CURSO DE PEDAGOGIA
JULIANE PEREIRA DA SILVEIRA
O IMPACTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR E APRENDIZAGEM DO ALUNO
FORTALEZA 2013
JULIANE PEREIRA DA SILVEIRA
O IMPACTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR E APRENDIZAGEM DO ALUNO
Monografia submetida à aprovação da Coordenação do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro de Ensino Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação.
FORTALEZA 2013
JULIANE PEREIRA DA SILVEIRA
O IMPACTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR E APRENDIZAGEM DO ALUNO
Monografia apresentada como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Pedagogia, outorgado pela Faculdade Cearense - FAC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores.
Data de aprovação: 7/11/2013 Conceito obtido: satisfatório
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________ Profa. Ms. Luiza Lúlia Feitosa Simões
___________________________________________ Prof. Ms. Marco Aurélio Jarreta
__________________________________________ Profa. Ms. Judenildes Guedes Batista
A minha mãe e ao meu pai, que tanto sofreram com minha ausência quando da elaboração desta monografia e dos diversos trabalhos durante os anos de duração do curso. E, finalmente, a Deus, que é a grande razão de tudo.
AGRADECIMENTOS
Ao meu querido papai e minha mamãe, que contribuíram com muito esforço para
que eu pudesse concluir esta monografia.
Aos meus colegas e amigos, em especial, Anariana Cavalcante, Caroline Lobo,
Elzelena Campell, Jorge Keilo, Ivandir Santos, Mayara Costa e Valquíria Melo, pelo
incentivo e apoio constante nesta monografia.
A minha professora e orientadora Luiza Lúlia Feitosa Simões, pela paciência e
compreensão na elaboração do presente trabalho de pesquisa.
E também aos professores convidados, por aceitarem participar da banca
examinadora desta monografia.
Penso no professor que não acredita em Educação Virtual e convido-o ao diálogo com esta experiência que considero bem-sucedida. Penso no professor que já tem experiência em Educação a Distância, desejando partilhar e aprender com ele. Penso naquele professor cuja motivação para ministrar um curso pela internet vem da percepção de que não temos como não enfrentar o desafio inexorável de professorar online, unindo-me a ele na motivação de ousar arriscar.
(SILVA, 2003, p. 52).
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo compreender a Educação a Distância (EAD) para formação do professor e a aprendizagem do aluno, precisamente nas instituições de ensino superior. Esta pesquisa bibliográfica tem como tema O impacto da Educação a Distância para formação do professor e a aprendizagem do aluno. Na EAD, por ser semipresencial, esta se torna muito importante para os professores, devido ao método de ensino, e também no que concerne à aprendizagem dos alunos. Foi elaborada uma pesquisa bibliográfica com a fundamentação teórica dos seguintes autores: Belloni (1999), Cropley (1983), Freire (1996), Kenski (2004), Moore (2007). Desde 2013, realizaram-se visitas em bibliotecas públicas e privadas na busca de textos sobre a compreensão da EAD na formação de professores e a capacidade de desenvolver a aprendizagem do aluno. A revisão de literatura apresentou o conceito de EAD como uma disciplina semipresencial, que ajuda os alunos a interagir e ter mais facilidade de aprender. Observou-se, por meio do levantamento bibliográfico, que é necessário capacitar e qualificar professores para utilizar a EAD como ferramenta de trabalho na sala de aula. Concluiu-se que a aprendizagem do aluno pela EAD é fundamental e importante para se aprofundar e estudar nas instituições de ensino superior. Palavras-chave: Educação a Distância. Ensino. Aprendizagem. Professores.
ABSTRACT
This work has a goal of understanding the Distance Learning (ODL) and the process of teaching - learning, more precisely for this Discipline blended in higher education institutions, this literature has as its theme EAD in the teaching - learning process. In ODL, to be blended is very important for teachers in teaching method and also for student learning. It was an elaborate literature with theoretical the following authors: Belloni (1999), Cropley (1983), Freire (1996), Kenski (2004), Moore (2007). Since 2013 visits are made in public and private libraries in search of texts on the understanding of ODL in teacher training and the ability to develop student learning. The literature review presented the concept of EAD as a blended course that helps students to interact and find it easier to learn. It is observed through the literature, with the training and qualification of teachers to use the EAD as a tool in the classroom. It is concluded that student learning by EAD are fundamental and important to be researched and studied in institutions of higher education. Keywords: Distance Education. Education. Learning. Teachers.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) ............................................. 11
2.1 Histórico da EAD ................................................................................................. 13
2.2 EAD na formação dos professores ...................................................................... 19
2.3 EAD no processo ensino aprendizagem ............................................................. 23
3 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27
9
1 INTRODUÇÃO
A Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de ensino e disciplina
semipresencial de grande alcance nas instituições de ensino, principalmente para o
curso de Pedagogia.
Esta modalidade de ensino contribui com a formação dos professores na
questão de qualificar e capacitar para a comunicação e a troca de informações com
os alunos.
Na EAD, o processo ensino – aprendizagem é realizado conforme a
metodologia do professor que tem experiência necessária para desenvolver nos
alunos a capacidade de expor suas opiniões, por meio do computador, como
ferramenta de pesquisa.
A justificativa deste trabalho é fundamental porque vai mudar a educação
no Brasil, inovando os métodos de ensino dos professores com o intuito de buscar a
aprendizagem do aluno.
O estudo desse tema é de muita importância principalmente para os
professores que utilizarão esta nova ferramenta de trabalho para melhorar o
processo de ensino - aprendizagem.
Assim sendo, o objeto de estudo desta pesquisa é a EAD e seu papel no
processo de ensino-aprendizagem.
Diante dessa realidade, questiona-se: Qual o impacto da EAD para
formação do professor e a aprendizagem do aluno?
Para responder a esta pergunta foi realizada uma pesquisa bibliográfica.
Segundo Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica permite compreender
que se, de um lado, a resolução de um problema pode ser obtida por meio dela, por
outro, tanto a pesquisa de laboratório quanto a de campo (documentação direta)
exigem como premissa o levantamento do estudo da questão a que se propõe
analisar e solucioná-la.
A pesquisa bibliográfica pode, portanto, ser considerada também como o
primeiro passo de toda a pesquisa científica.
O trabalho foi elaborado por meio de pesquisa bibliográfica em bibliotecas
de universidades públicas e privadas para buscar referências teóricas em artigos,
livros, revistas, dissertações, teses, monografias e periódicos.
10
A EAD está presente nas universidades pública e privada, como forma de
contribuição para o ensino superior.
O objetivo geral da pesquisa foi realizar um estudo bibliográfico sobre o
papel da EAD no processo de ensino-aprendizagem.
Como objetivos específicos pretendeu-se: pesquisar o conceito da EAD;
identificar a metodologia dos educadores na sala de aula para essa disciplina e
buscar as contribuições da EAD no processo de ensino - aprendizagem.
Esta monografia foi organizada da seguinte forma: após a introdução, no
segundo capítulo, definiram-se os conceitos sobre EAD na concepção de vários
autores, a história da EAD, como surgiu e em que ano apareceu este curso, a
formação dos professores como forma de método de ensino e o processo de ensino
– aprendizagem para os alunos construir o seu conhecimento e, por último,
apresentou-se a conclusão.
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2 CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
A EAD, no sentido fundamental da expressão, é o ensino que ocorre
quando o ensinante e o aprendente estão separados (no tempo ou no espaço). No
sentido que a expressão assume hoje se enfatiza mais a distância no espaço e se
propõe que ela seja contornada por meio do uso de tecnologias de telecomunicação
e de transmissão de dados, voz e imagens (incluindo dinâmicas, isto é, televisão ou
vídeo). Não é preciso ressaltar que todas essas tecnologias, hoje, convergem para o
computador (CHAVES, 1999).
As tecnologias são fundamentais para que haja comunicação e
interatividade entre professores e alunos com o intuito de utilizar estes recursos
como ferramenta para o ensino e aprendizagem nas instituições.
Segundo Llamas (1986 apud ARETIO; LOBO NETO, 2001), a educação a
distância é uma estratégia educativa baseada na aplicação da tecnologia à
aprendizagem sem limitação de lugar, tempo, ocupação ou idade dos estudantes.
Implica em novas relações para os alunos e para os professores, novas atitudes e
novos enfoques metodológicos.
Com esta concepção, percebe-se que a relação entre professores e
alunos é de extrema importância, pois a utilização de tecnologias na aprendizagem
pode facilitar a construção do conhecimento.
Para Peters (1973 apud BELLONI, 1999), a EAD é um método de
transmitir conhecimento, competências e atitudes, que é racionalizado pela
aplicação de princípios organizacionais e de divisão do trabalho, bem como pelo uso
intensivo de meios técnicos, especialmente com o objetivo de reproduzir material de
ensino de alta qualidade, o que torna possível instruir ao mesmo tempo um maior
número de estudantes, onde quer que eles vivam. É uma forma industrializada de
ensino e aprendizagem.
E o professor deve ter competência e estar capacitado para passar um
ensino de qualidade e ao mesmo tempo interagir com os alunos através do
computador, incentivando diversas discussões.
De acordo com Rebel (1983 apud BELLONI, 1999), a educação a
distância é um modo não contínuo de transmissão entre professor e conteúdos do
ensino e aprendente para satisfazer suas necessidades de aprendizagem, seja por
modelos tradicionais, ou pela mistura de ambos.
12
Para Lobo (2000), a EAD é uma modalidade de realizar o processo
educacional que, quando não ocorrendo - no todo ou em parte - o encontro
presencial do educador e do educando, promove-se a comunicação educativa por
meio de meios capazes de suprir a distância que os separa fisicamente.
Neste caso, a semipresencial tem meios da tecnologia para favorecer
uma comunicação que estabeleça uma conexão entre educador e educando.
Contudo Litwin (2001), a EAD é uma forma de ensino com características
específicas que substitui a proposta de assistência regular à aula por uma nova
proposta, na qual os docentes ensinam e os alunos aprendem mediante situações
não convencionais, ou seja, em espaços e tempos que não compartilham.
Esta modalidade para a educação tem o propósito de transformar o
ensino tradicional em uma nova possibilidade para os professores de passar os
conhecimentos para os alunos.
Na concepção de Holmberg (1977 apud ARETIO; LOBO NETO, 2001), o
termo educação a distância cobre as diferentes formas de estudo em todos os níveis
que não se encontram sob a contínua e imediata supervisão dos tutores presentes
com seus estudantes em sala de aula, mas, sem dúvida, beneficiam-se do
planejamento, guia e seguimento de uma organização tutorial.
A EAD é, pois, uma alternativa pedagógica de grande alcance e que deve utilizar e incorporar as novas tecnologias como meio para alcançar os objetivos das práticas educativas implementadas, tendo sempre em vista as concepções de homem e sociedade assumidas e considerando as necessidades das populações a que se pretende servir (PRETI, 1996, p. 27). Educação à distância é um método de comunicar conhecimento, competências e atitudes que é racionalizado pela aplicação de princípios organizacionais e de divisão do trabalho, bem como pelo uso intensivo de meios técnicos, especialmente com o objetivo de reproduzir material de ensino de alta qualidade, o que torna possível instruir um grande número de estudantes, ao mesmo tempo, onde quer que eles vivam. É uma forma industrializada de ensino e aprendizagem (PETERS, 1973 apud NUNES 1992, p. 11, online).
Segundo Landim (1997), educação a distância pressupõe a combinação
de tecnologias convencionais e moderna que possibilita o estudo individual, ou em
grupo, nos locais de trabalho ou fora, por meio de métodos de orientação e tutoria a
distância, contando com atividades presenciais específicas, como reuniões do grupo
para estudo e avaliação.
Educação a distância é uma relação de diálogo, estrutura e autonomia
que requer meios técnicos para mediar esta comunicação.
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Para Moore (2004), a EAD é um subconjunto de todos os programas
educacionais caracterizados por: grande estrutura, baixo diálogo e grande distância
transacional – itens que visam principalmente à aprendizagem.
De acordo com Peters (2004), educação a distância pode ser definida
como um método de transmitir conhecimentos, habilidades e atitudes, racionalizando
mediante aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, assim
como o uso extensivo de meios técnicos, especialmente para o objetivo de
reproduzir material de ensino de alta qualidade, o que torna possível instruir um
grande número de alunos ao mesmo tempo e onde quer que vivam. É uma forma
industrial de ensinar e aprender. Nessa época, as tecnologias da EAD eram fitas de
áudio, televisão, fitas de vídeos, fax e papel impresso.
2.1 Histórico da EAD
Segundo Piconez (2003, p. 2, online), “já na Grécia antiga e, depois, em
Roma, (Cartas de Platão e Epístolas de São Paulo) existia uma rede de
comunicação que permitia o desenvolvimento significativo da correspondência”.
Em 1833, um anúncio publicado na Suécia já se referia ao ensino por correspondência e na Inglaterra, em 1840, Isaac Pitman sintetiza os princípios da taquigrafia em cartões postais que trocava com seus alunos (PICONEZ, 2003, p. 2-3, online). A partir das décadas de 60 e 70, a educação à distância, embora mantendo os materiais escritos como base, passa a incorporar articulada e integradamente o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e televisão, o videotexto, o computador e mais recentemente, a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim como, mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriais informatizados) etc. (PICONEZ, 2003, p. 3-4, online).
Com esta concepção já se iniciava a evolução da EAD para o ensino da
correspondência e a comunicação através da tecnologia como forma de
aprendizagem.
Para Niskier (2000), o emprego da EAD é muito mais do que o uso puro e
simples de tecnologia numa sala de aula. A visão que se tem é muito mais ampla, a
ela associando - se a interatividade, numa correspondência biunívoca de ensino e
resposta, em que o lucro é a apreensão de conhecimentos.
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De acordo com esse autor, a EAD tem o papel de utilizar a tecnologia
para facilitar a interação entre o professor e os alunos e tem a junção de favorecer
resultados satisfatórios para o ensino e aprendizagem.
A primeira manifestação brasileira oficial de apreço à modalidade da
educação a distância está no art. 80, da Lei nº 9.394/96 (LOBO, 2000) o Poder
Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a
distância, em todos os níveis e em todas as modalidades de ensino, e de educação
continuada.
1º - A educação à distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. 2º - A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diplomas relativos a cursos de educação à distância. 3º - As normas para a produção, controle e avaliação de programas de educação à distância e a autorização para a sua implantação caberão aos órgãos normativos dos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. 4º - A educação à distância gozará de tratamento diferenciado que incluirá: a) custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens; b) concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; c) ‘reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais’.
Esta lei é fundamental para Educação a Distância, pois terá benefícios
como uma ferramenta de trabalho para as instituições de ensino.
Segundo Kenski (2004), em princípio, a revolução digital transforma o
espaço educacional. Nas épocas anteriores, a educação era oferecida em lugares
física e “espiritualmente” estáveis: nas escolas e nas mentes dos professores. O
ambiente educacional era situado no tempo e no espaço. O aluno precisava
deslocar-se regularmente até os lugares do saber – um campus, uma biblioteca, um
laboratório – para aprender. Na era digital, é o saber que viaja veloz nas estradas
virtuais da informação. Não importa o lugar em que o aluno estiver: em casa, em um
barco, no hospital, no trabalho, ele tem acesso ao conhecimento disponível nas
redes e pode continuar a aprender.
Para esta concepção, antes, a educação era presencial, pois os alunos
tinham aulas numa instituição de ensino, mas agora, com a EAD, percebe-se uma nova
proposta de ensino por meio da tecnologia para a interatividade entre professor e aluno.
De acordo com Kenski (2004), no atual momento tecnológico, não basta
às escolas a posse de computadores e softwares para o uso em atividades de
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ensino, é preciso também que esses computadores estejam interligados e em
condições de acessar a Internet e todos os demais sistemas e serviços disponíveis
nas redes.
Nesta questão, as escolas têm que possuir bons computadores
interligados com a Internet para a aprendizagem dos alunos.
Diante disso, para Maia e Mattar (2007), pode-se dividir a evolução da
EAD em três gerações, são elas:
Primeira geração: cursos por correspondência
Segunda geração: novas mídias e universidades abertas
Terceira geração: EAD on-line
Primeira geração: cursos por correspondência
Há registros de cursos de datilografia a distância oferecidos em anúncios
de jornais, desde a década de 1720. Dessa forma, a EAD surge efetivamente em
meados do século XIX, em função do desenvolvimento dos meios de transporte e
comunicação (como trens e correio), especialmente com o ensino por
correspondência. Pode-se apontar como sua primeira geração os materiais que
eram primordialmente impressos e encaminhados pelos Correios (MAIA; MATTAR,
2007, p. 21).
Segunda geração: novas mídias e universidades abertas
Para Mattar e Maia (2007, p. 22), tais experiências e vivências servem de
parâmetro para que seja repensada a função das universidades no futuro, visando
modificar as modalidades do ensino.
Terceira geração: EAD on-line
Os recursos dos ambientes virtuais de colaboração e aprendizagem são
basicamente os mesmos existentes na Internet (correio, fórum, bate-papo,
conferência, banco de recursos, etc.). Estes ambientes têm a vantagem de propiciar
a gestão da informação segundo critérios preestabelecidos de organização definidos
de acordo com as características de cada software e possuem bancos de
informações representados em diferentes mídias e interligados por conexões (links
internos ou externos ao sistema) (ALMEIDA, 2005, p. 2).
Estas gerações são fundamentais para a Educação a Distância como
ferramentas de trabalho, principalmente a terceira geração, que é o destaque desse
ensino nas universidades.
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Moore e Kearley (2007) propõem essa divisão em função da
disponibilidade e do uso da tecnologia de cada época.
A 1ª Geração da EAD concretizou – se efetivamente com a popularização
da imprensa, que permitia a produção em grande escala de livros e materiais
didáticos. Isso também permitia a produção de guias de estudo e de autoavaliação,
além de instruções programadas, de acordo com a ideia de materiais para estudo
individual.
A tutoria, quando existia, dependia do deslocamento dos alunos até o
local de origem do curso. Além disso, a operacionalização dos correios facilitou a
distribuição dos materiais didáticos produzidos aos alunos que se encontravam
distantes dos locais de produção desses materiais. Por isso, muitos autores referem
– se a essa primeira geração como “a educação a distância via correspondência”.
A 2ª Geração da EAD surgiu com a difusão do rádio e da televisão. A esta
está associado o surgimento dos telecursos e dos programas supletivos a distância.
Nesse período, eram utilizados programas teletransmitidos (ou seja,
transmitidos a distância, via rádio ou televisão), bem como o uso de programas em
vídeo, pré – gravado em fita-cassete ou vídeo. Não havia interação efetiva entre
professores e alunos, pois a proposta era atingir com tais recursos um grande
número de pessoas, sem um local de origem específico para o curso. Os alunos
utilizavam – se do correio tradicional e, mais adiante, do fax e do telefone, para
contato e esclarecimento de dúvidas com seus professores e/ou tutores.
A 3ª Geração da EAD está vinculada à difusão do acesso e do uso dos
computadores. Inicialmente, isto envolvia programas de computador (“multimídia”),
em geral gravados em CD e enviados aos alunos para que estudassem de forma
individual e autônoma.
A 4ª Geração está relacionada ao uso dos recursos de telecomunicação,
com a transmissão via satélite de teleconferências.
A ampliação das redes de telecomunicação e o maior acesso à Internet
propiciaram a integração de outros recursos de comunicação, tais como o correio
eletrônico e o bate-papo, caracterizando a 5ª Geração da EAD.
Segundo Carneiro (2009), atualmente, a EAD envolve também o uso de
outros recursos mais sofisticados, como a videoconferência (transmissão de áudio e
vídeo), permitindo aos participantes não só interagir via texto (como no correio e
bate-papo), mas também ver e ouvir os outros.
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Então, segue-se para uma nova concepção que está atualmente na
Educação a Distância no processo de ensino – aprendizagem, que é a chamada
tecnologias da informação e comunicação (TICS), destacando sua evolução histórica
e seus conceitos.
O termo “Tecnologias de Informação e Comunicação” surgiu com a
Revolução industrial, nos anos 70, e começou a ganhar peso a partir de 1990.
Designadas como o conjunto de recursos tecnológicos utilizados de
forma integrada, com um objetivo comum, servem também para designar o
conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da
informação e permitir a comunicação. São tão importantes que são utilizadas por
governos, empresas, indivíduos e sectores sociais, tornando-se indispensável para
o dia a dia destes.
As TIC dividem – se nas seguintes áreas de aplicação: computador,
comunicação, controle e automação, com uma forte evolução no século XX, devido
ao aparecimento do rádio, da televisão e do videotexto, dos cassetes áudio e vídeo,
generalizando o uso dos computadores.
Para Matos (2004), as TICS incluem todas as tecnologias utilizadas na
criação, armazenamento e troca de informação nas suas várias formas: dados, voz,
vídeo, imagens, etc.
Entretanto, na EAD, começa aparecer um novo ensino a distância mais
conhecido como e-learning.
O e-learning é o ensino realizado através de meios eletrônicos. É
basicamente um sistema hospedado no servidor da empresa que vai transmitir,
através da Internet ou Intranet, informações e instruções aos alunos visando
agregar conhecimento especifico. O sistema pode substituir total ou parcialmente,
o que é mais comum, o instrutor na condução do processo de ensino. No e-
learning, as etapas de ensino são pré-programadas, divididas em módulos, e são
utilizados diversos recursos como o e-mail, textos e imagens digitalizadas, sala de
bate-papo, links para fontes externas de informações, vídeos e teleconferências,
entre outras. O treinamento com o e-learning pode ser montado pela própria
empresa ou por quaisquer dos fornecedores desse tipo de solução já existente no
mercado.
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2.2 EAD na formação dos professores
A EAD na formação de professores torna-se evidente com a aprovação
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394, de 20 de dezembro
de 1996), que aprovou a educação a distância como uma modalidade para o
sistema de ensino, apesar das resistências, ainda na década de 1990 (MARTINS,
2009).
Esta lei se torna importante, pois regulamenta a educação a distância
para os professores que estão em formação, no que concerne à sua metodologia na
instituição.
Na década de 90, as universidades brasileiras começaram a despertar
para a Educação a Distância, com a disseminação das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) e sua aplicação no processo educacional. A partir de 1995,
surgiram algumas experiências isoladas direcionadas à formação de professores
(KIPNIS, 2009).
Com isso já se percebia que a formação de professores para a EAD era
fundamental para a aprendizagem dos alunos e a divulgação da tecnologia da
informação e comunicação.
A formação docente na graduação, caracterizada a partir do
“conhecimento específico seguido da dimensão pedagógica” (CANDAU, 1999, p.
46), mediada pelas novas tecnologias, é apresentada aqui a partir da definição e
caracterização desta modalidade, pois, na área educacional, as mudanças
pedagógicas também passam a fazer parte do cenário nacional com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, que acena com a
possibilidade de formação a distância na graduação.
Para a formação docente a graduação se caracteriza por uma educação
de qualidade, tendo como ferramenta de trabalho as tecnologias esta lei favorece
aos professores que estão em plena formação na educação a distância.
De acordo com Pretto (2001, p. 51),
[...] mais do que tudo a formação dos professores no mundo contemporâneo tem que se dar de forma continuada e permanente e, para tal, nada melhor do que temos todos [...] conectados através desses modernos recursos tecnológicos de informação e comunicação.
19
Com esta formação percebe-se que os professores têm que desenvolver
suas capacidades na sua profissão e é definitivo utilizar os recursos tecnológicos
para a interação dos alunos no ambiente virtual.
A ferramenta essencial para a comunicação entre professor e aluno é o
chamado Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) com seu conceito e suas
características.
O ambiente virtual de aprendizagem ou sala de aula virtual é um ambiente
baseado na Internet (também é possível em intranets) que funciona de forma
semelhante a um portal cujo objetivo básico é a Educação a Distância. Para
entender melhor, apresentam-se algumas características de um AVA:
O acesso ao “interior” AVA é feito por meio de login.
Pouco conteúdo fica disponível ou visível para usuários não
cadastrados.
Há papéis com permissões diferentes para os usuários. Administrador,
criador de curso, professor ou tutor, aluno e visitante são alguns
exemplos.
Os cursos são separados em “salas virtuais” e o acesso é restrito por
código, senha ou inscrição feita ou aprovada pelo responsável no
curso.
As ferramentas e funcionalidades encontram-se voltadas
primordialmente para a situação de ensino-aprendizagem.
Há formas variadas de comunicação e interação (atividades diversas,
tarefas, chat, blog, fórum, etc.);
O professor ou tutor pode acompanhar o desenvolvimento e a
participação do aluno, elaborar e corrigir atividades, atribuir notas,
estabelecer prazos para a realização de atividades, enviar mensagens,
e muito mais.
Há exercícios de naturezas diversas, alguns similares à aprendizagem
presencial.
Pensar a EAD implica, conforme Neder (2001), ir além da dimensão
metodológica. Ela deve ser vista como parte de um projeto político pedagógico que
vincule a educação com a luta por uma vida pública em que o diálogo, a tolerância, o
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respeito à diversidade estejam atentos aos direitos e condições que organizam a
vida pública como uma forma social justa e democrática.
Essa modalidade exige troca, diálogo e interação entre os atores da ação
pedagógica, uma vez que o aluno e o professor não ocupam o mesmo espaço no
processo da interlocução. Isto permite a reintegração do aluno como sujeito da
construção do conhecimento, redirecionando o paradigma tradicional que se
concentra mais nas condições de ensino do que na aprendizagem. A autonomia do
aluno passa a ser um dos ideais da ação educativa. Ele é estimulado, instigado a
buscar, a ser ativo no processo de construção do conhecimento.
Porém, ressalta Perrenoud (apud CHAKUR, 1995, p. 80), “é possível que
a formação básica do professor não dê mais conta das mudanças rápidas e
diversificadas que acompanham a evolução das condições do exercício do
magistério”.
Para esta concepção do autor destaca – se a formação do professor que
é fundamental para o exercício da profissão diante da educação a distância.
Para a formação docente, segundo Nóvoa (1992, p. 26, online), é preciso
“estimular uma perspectiva crítico-reflexivo, que forneça aos professores os meios
de um pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de autoformação
participada”.
Na formação docente, o professor precisa ser reflexivo para que tenha
seus próprios pensamentos através da construção de novas aprendizagens para as
competências profissionais.
Segundo Gatti (1996), a profissão de educador não é uma profissão como
as outras: o serviço que ela presta é tão grande, difícil e decisivo para o bem do ser
humano, que ela é, de certo modo, a mais nobre de todas as profissões, visto que se
ocupa do que tornar humano o ser humano.
Essa profissão de professor é de extrema importância, pois é a base da
educação na construção de um cidadão responsável e ético nas suas atitudes, de
acordo com o seu cotidiano.
Para Martins (2009, online), a educação a distância para a formação de
professores veio em um momento em que havia urgência em garantir de forma
permanente a expansão e a consolidação da formação continuada, possibilitando
uma melhoria significativa da prática docente para a formação do cidadão
competente.
21
Lévy (2009, p. 9, online) esclarece
[...] os professores aprendem ao mesmo tempo em que os estudantes e atualizam continuamente tanto seus saberes <disciplinares> quanto suas competências pedagógicas. (A formação contínua dos docentes é uma das aplicações mais evidentes dos métodos do aprendizado e à distância).
Freire (1996, p. 32-33) expõe alguns saberes necessários à prática
educativa, dentre eles, ressaltam-se três. O primeiro é,
‘não há docência sem discencia’, ou seja, o saber da pura experiência feito, ‘[...] pensar certo, do ponto de vista do professor, tanto implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito o estímulo à capacidade criadora do educando’.
O segundo,
‘ensinar não é transferir conhecimento’, ‘[...] mas cria a possibilidade para a sua própria construção’ E por ultimo, ‘ensinar é uma especificidade humana’, refere-se ao ‘[...] saber da impossibilidade de desunir o ensino dos conteúdos da formação ética do educando’ (FREIRE, 1996, p. 106).
Segundo Romanoski (2004), na educação a distância, as equipes de
trabalho assumem caráter multidisciplinar; as funções dos professores são
ampliadas, pois são eles que elaboram as propostas e os materiais de curso, além
de serem articuladores e parceiros no acompanhamento do aprendizado dos
educandos e, em parceria com os técnicos, utilizam-se das tecnologias para
abordagens inovadoras da aprendizagem.
Na EAD, o trabalho das equipes é de várias disciplinas, mas os
professores têm o papel fundamental de organizar todas as atividades para o curso
e também de auxiliar no desenvolvimento das aprendizagens dos educando nas
tecnologias.
Para Villardi (2005), competências profissionais é um conjunto de
conhecimento, habilidades e atitudes que capacitam um profissional a desempenhar
sua tarefa de forma satisfatória, tomando como critério avaliativo os padrões
esperados em um determinado momento histórico, em uma determinada cultura.
De acordo com esse autor, competência profissional é uma das
características que o professor da educação a distância precisa ter para sua
formação e obter resultado satisfatório na universidade.
22
De acordo com Kincheloe (1997), a formação do educador é embasada
nos pressupostos do construcionismo crítico, ressignificado pelo pensamento pós-
formal. Nessa perspectiva, o estudioso caracteriza o pensamento pós-formal,
trazendo à tona a cosmovisão feminina junto a importantes conceitos como: leitura
de mundo, incerteza, holismo não linear, cognição metafórica, conexão entre lógica
e emoção, realidade holográfica, inter-relação cognição-empatia, dentre outros. Tal
abordagem teórica deve engendrar-se à formação do professor crítico-reflexivo pós-
formal, como quer Kincheloe (1997). Sancho (2006, p. 19):
[...] a principal dificuldade para transformar os contextos de ensino com a incorporação de tecnologias diversificadas de informação e comunicação parece se encontrar no fato de que a tipologia de ensino dominante na escola está centrada no professor.
Segundo Castells (2000), a formação de professores é um caminho
essencial a trilhar, capacitando os formadores a refletir e utilizar tecnologias, bem
como a lógica do seu uso no campo político-sociológico ao inquirir a forma que se
deve utilizar, info incluindo, ou apenas fazendo uso da tecnologia como aporte
pedagógico, sem uma caracterização ou uma indicação mais social ao seu uso, ou
até mesmo, não a utilizando, descartando-a completamente, fazendo uma opção ao
tradicionalismo extremo do uso pedagógico, numa alusão aos tempos idos em que
livro, caderno, caneta/lápis eram e são os únicos materiais necessários para uma
educação de qualidade.
Para Campos (2007), o professor “no curso da sua ação profissional
produz sentidos no contexto cultural”, mas o autor ainda considera que, além dos
aspectos inerentes ao campo cultural dos alunos e professores, a ação reflexiva, ou
seja, a mente também manifesta forte contribuição.
De acordo com Marcelo (1999), a necessidade de “integrar a formação de
professores em processos de mudança, inovação e desenvolvimento curricular,
tratando-se de uma estratégia para facilitar a melhoria do ensino”.
Na formação do professor é essencial que a mudança do método de
ensino da instituição possa oferecer aos alunos os conteúdos que são aplicados de
acordo com a qualificação do professor.
23
2.3 EAD na aprendizagem do Aluno
A aprendizagem em EAD se articula com o campo de atuação do aluno
que consiste em um adulto capaz de ser sujeito de seu próprio processo de
aprendizagem, processo este que será desenvolvido ao longo de sua vida e de
forma colaborativa. Para que este processo ocorra, é necessário que o ambiente de
ensino/aprendizagem proposto ofereça serviços de apoio, estratégias interativas e
integração de diversas mídias (CORRÊA, 2007, p. 12).
Na educação a distância, o aluno é responsável pelas suas capacidades
de desenvolver a sua aprendizagem, com a utilização das mídias, para a interação
com os colegas de universidade.
Na concepção de Moreira, Arnold e Assumpção (2006), em ambientes
virtuais de aprendizagem, a ação cognitiva não se limita ao manuseio dos recursos
tecnológicos. O que se deve entender, portanto, sobre aprendizagem é o seu
sentido de interação permanente entre o estudante/sujeito do processo e o
conteúdo/objeto do processo. Ao professor cabe apoiar o aluno no enfrentamento de
suas dificuldades e de seus erros, condição primeira na elevação de seu nível de
competência cognitiva e de autonomia, para aprender aquilo que lhe é ensinado a
distância.
O aluno deve ter autonomia para desenvolver sua aprendizagem, sem
precisar da presença do professor e, com isso, realizar seus estudos para o seu
próprio conhecimento na EAD.
Em EAD, o aprendiz está imerso em uma realidade muito diferente
daquela do modelo presencial. Esta realidade inclui referências do processo de
informação e comunicação, das tecnologias, do ambiente virtual e suas nuances.
Outro fator são os estímulos visuais e auditivos que influenciam a aprendizagem. É
desse conjunto que se formam as condições para se aprender em EAD
(RODRIGUES, 2012, p. 33).
Na educação a distância, destaca-se o profissional que é fundamental
para o processo de interação com os alunos, que é o tutor, com seu conceito e seu
papel para esta modalidade de ensino.
Diante dessa perspectiva, Silveira (2005) também concebe o/a tutor o/a
como um educador/a, aquele profissional que faz parte da equipe multidisciplinar da
EAD, que é responsável por discutir as estratégias de aprendizagem, suscitar a
24
criação de percursos acadêmicos, problematizar o conhecimento, estabelecendo o
diálogo com o aluno e mediando o conhecimento.
De acordo com Sá (1998), o tutor em EAD exerce duas funções
importantes - a informativa, provocada pelo esclarecimento das dúvidas levantadas
pelos alunos, e a orientadora, que se expressa ajudando nas dificuldades e na
promoção do estudo e aprendizagem autônomos. “No ensino a distância o trabalho
do tutor fica de certo modo diminuído considerando-se o clima de aprendizagem
autônoma pelos alunos” (SÁ, 1998, p. 45), pois muito da orientação necessária já se
encontra no próprio material didático, sob a forma de questionário, recomendação de
atividades ou de leituras complementares. Constata-se que a função do tutor deve ir
além da orientação. O tutor esclarece as dúvidas de seus alunos, acompanha-lhes a
aprendizagem, corrige trabalhos e disponibiliza as informações necessárias,
terminando por avaliar-lhes o desempenho.
Estas duas funções são essenciais para o papel do tutor na educação a
distância, pois vai ajudar os alunos que têm dificuldades nas suas aprendizagens e,
com o auxílio dos tutores, pode facilitar na construção do conhecimento dos alunos.
Alves e Nova (2003, p. 3) falam que:
[...] a educação a distância como uma das modalidades de ensino-aprendizagem, possibilitada pela mediação dos suportes tecnológicos digitais e de rede, seja esta inserida em sistemas de ensino presencial, mistos ou completamente realizado por meio da distância física.
Esta citação fala que a EAD trabalha o processo de ensino-aprendizagem
com os meios das tecnologias com o ensino semipresencial para o ambiente virtual.
Para Soares (2000), o professor sempre será necessário na mediação
ensino-aprendizagem. A complexidade dos sistemas e das relações sociais não exclui a
tarefa de situar o indivíduo nas diversas experiências com o conhecimento. Quem fará
isso, senão o professor? Além disso, é preciso notar que o caráter pedagógico do
emprego de tecnologias se revela não apenas na consciência da necessidade de inovar
a prática, mas no desenvolvimento do hábito de manipulá-las, num exercício de
criticidade seletiva de conhecimento e de conteúdos veiculados na rede.
O professor precisa estar capacitado e qualificado para utilizar as
tecnologias como ferramenta de trabalho na sua prática de ensino para que os
alunos tenham a comunicação e a troca de informações na educação a distância.
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Segundo Pretti (2002), a estrutura da educação a distância é mais
complexa, às vezes, que um sistema tradicional presencial, visto que exige não só a
preparação de material didático específico, mas também a integração de
"multimeios" e a presença de especialistas nesta modalidade. O sistema de
acompanhamento e avaliação do aluno requer também um tratamento especial. Isto
significa um atendimento de expressiva qualidade.
De acordo com Freire (1996), ensinar não constitui uma transferência de
conhecimento, mas a criação de condições para sua ocorrência. Logo, o que
determina a aprendizagem não é a presença direta do educador no ambiente
educacional, mas os métodos utilizados e a forma como são criadas as condições
para que ela ocorra.
Para o educador, são necessários os métodos de ensino para que
aconteça a interação com os alunos no ambiente virtual, mas também criando
situações do nosso dia a dia.
26
3 CONCLUSÃO
Por meio de estudos e pelas diversas concepções de vários autores,
percebeu-se que a EAD é uma ferramenta importante para o processo de
construção do conhecimento de grande mudança na formação de professores para
uma educação de qualidade.
Neste trabalho, destacaram-se os conceitos e as definições da EAD com
os respectivos autores e suas opiniões. Diante disso, mostraram-se a história, o
surgimento e o início da formação de professores nessa modalidade, os meios e as
maneiras de contribuir para que se tenha uma educação de qualidade e os alunos
possam desenvolver suas capacidades de aprendizagem.
Também a relação do método e prática do professor na sala de aula para
o aluno se desenvolver, interagir e aprender para a construção do conhecimento nas
universidades semipresenciais.
Este tema foi de muita pesquisa bibliográfica, em livros e artigos, para
obter um resultado satisfatório no trabalho.
Dessa forma, pôde-se perceber que a educação a distância cresce cada
vez mais e vislumbra um novo modelo de ensino com alunos mais conectados,
discutindo e expondo as suas opiniões por meio de fóruns, chats e outros meios de
se comunicar.
Nesta concepção, conceituou-se a modalidade semipresencial, que é a
modalidade onde o método de ensino dos professores se dá através da utilização do
computador como ferramenta de trabalho para fóruns, chats e a troca de
informações com os alunos no ambiente virtual no intuito de desenvolver suas
capacidades de aprendizagem.
Portanto, essa modalidade semipresencial é um assunto novo que precisa
ser mais estudado e aperfeiçoado. O curso EAD tem que ter a orientação de
professores qualificados e capacitados para desenvolver aulas em que os alunos
tenham interesse e motivação de querer aprender e seguir uma carreira profissional.
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