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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS GEOGRAFIA EM ESCALA LOCAL: UM ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE PORECATU ROSILÉIA BUENO Londrina 2008

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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

GEOGRAFIA EM ESCALA LOCAL:

UM ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE PORECATU

ROSILÉIA BUENO

Londrina 2008

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ROSILÉIA BUENO

GEOGRAFIA EM ESCALA LOCAL:

UM ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE PORECATU

Material didático desenvolvido através do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, na área de Geografia, com o tema de estudo Geografia em Escala Local. Orientadora: Profª. Drª. Ângela Massumi Katuta

Londrina 2008

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO....................................................................................................................9

Localização, Orientação e Limites........................................................................................ 11

- Objetivo Geral...................................................................................................................... 11

- Objetivos Específicos........................................................................................................... 11

1. LIMITES............................................................................................................................. 12

1.1 - O espaço rural e urbano................................................................................................ 18

1.2 - Perímetro Urbano (definições)..................................................................................... 19

1.3 - Rede de comunicação e trocas...................................................................................... 19

1.4 - Rede de comunicação e trocas em Porecatu................................................................ 20

1.5 - Perímetro Urbano.......................................................................................................... 21

1.6 - Evolução Urbana de Porecatu.......................................................................................22

1.7 - Vegetação........................................................................................................................26

1.7.1 - Vegetação de Porecatu........................................................................................31

1.8 - Relevo..............................................................................................................................34

1.8.1 - Formas de Relevo................................................................................................37

1.8.2 - O Relevo de Porecatu..........................................................................................38

1.9 - Solos.................................................................................................................................38

1.9.1 - Solos de Porecatu.................................................................................................38

1.10 - Hidrografia de Porecatu..............................................................................................40

1.11 – Clima.............................................................................................................................46

1.11.1 - Clima de Porecatu............................................................................................46

1.11.2 - Estações do ano.................................................................................................48

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ARRANJOS TERRITORIAIS..............................................................................................50

- Objetivo Geral.......................................................................................................................50

- Objetivos Específicos............................................................................................................50

2. ARRANJOS TERRITORIAIS..........................................................................................50

2.1 - Estrutura fundiária e relações de trabalho no campo................................................50

2.2 - Agricultura..................................................................................................................... 51

2.3 - Conhecendo a estrutura fundiária do seu município..................................................53

2.4 - Concentração fundiária do Paraná...............................................................................55

2.5 - Uso do solo.......................................................................................................................57

2.5.1 - Estatuto do Trabalhador Rural........................................................................58

2.5.2 - Estatuto da Terra...............................................................................................58

2.6 - Estrutura urbana...........................................................................................................60

2.6.1 - Zoneamento urbano...........................................................................................61

2.7 - As origens de Porecatu...................................................................................................63

2.8 - Guerra de Porecatu........................................................................................................64

2.9 - Os símbolos cívicos.........................................................................................................67

2.9.1 - Brasão do município..........................................................................................67

2.9.2 - Bandeira do município.......................................................................................69

2.9.3 - Hino de Porecatu................................................................................................70

2.10 - As transformações espaciais de Porecatu..................................................................71

2.11 - Especulação Imobiliária..............................................................................................74

2.12 - Educação.......................................................................................................................78

2.12.1 - Educação em Porecatu................................................................................... 78

2.13 - Centros de Convivência...............................................................................................84

2.14 - Saúde.............................................................................................................................88

2.15 - Equipamentos urbanos................................................................................................92

2.15.1 - Água...................................................................................................................92

2.15.1.1 - Consumo de água..................................................................................96

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2.15.2 - Energia.......................................................................................................................98

2.15.3 - Transporte urbano.........................................................................................103

2.15.4 - Coleta de lixo...................................................................................................106

2.15.5 - Lazer, cultura e turismo.................................................................................110

2.15.5.1 – Atividades Culturais.....................................................................113

DINÂMICA POPULACIONAL..........................................................................................119

- Objetivo Geral.....................................................................................................................119

- Objetivos Específicos..........................................................................................................119

3 - DINÂMICA POPULACIONAL.....................................................................................119

3.1 - Fundação de Porecatu.................................................................................................119

3.2 - Evolução Populacional do Município..........................................................................122

3.3 - Segurança Pública........................................................................................................124

3.4 – Violência........................................................................................................................125

3.5 - Índice de Desenvolvimento Humano...........................................................................126

3.5.1 - Alguns esclarecimentos sobre os indicadores que compõem o IDH...............127 3.5.2 - Composição etária do município......................................................................133

4 - GLOSSÁRIO....................................................................................................................136

5 - BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................140

ESQUEMA

Esquema 1: Exemplos de estabelecimentos e propriedades rurais....................................57

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fronteiras políticas em diferentes escalas............................................................14

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Figura 2: Bairros residenciais de Porecatu...........................................................................23

Figura 3: Vegetação em Porecatu..........................................................................................26

Figura 4: Desmatamento no Estado do Paraná (1890 a 2000)............................................28

Figura 5: Trecho do Rio Paranapanema sem mata ciliar (2007).......................................33

Figura 6: Porecatu – Relevo..................................................................................................35

Figura 7: Paraná – Perfil Topográfico..................................................................................36

Figura 8: Processos erosivos em Porecatu (Fazenda Aparecida).......................................40

Figura 9: Cursos d’ água em Porecatu..................................................................................41

Figura 10: Vista parcial do município de Porecatu.............................................................50

Figura 11: Brasão de Porecatu..............................................................................................68

Figura 12: Bandeira Municipal de Porecatu........................................................................69

Figura 13: Mosaico de Fotos – Porecatu Ontem..................................................................72

Figura 14: Mosaico de Fotos – Porecatu Hoje.....................................................................73

Figura 15: Centros de Convivências.....................................................................................87

Figura 16: Saúde em Porecatu...............................................................................................91

Figura 17: Vista parcial das Praças de Porecatu...............................................................111

Figura 18: Travessia do Rio Paranapanema 1940 e 2007.................................................120

Figura 19: Usina Central do Paraná...................................................................................121

Figura 20: Pirâmides etárias da população Residente da Região Sul..............................133

Figura 21: Pirâmide Etária do Brasil (2000)......................................................................134

Figura 22: Pirâmides Etárias da População do Paraná (2000).........................................134

Figura 23: Pirâmide Etária da Mesorregião Norte Central Paranaense (2000).............135

Figura 24: Pirâmide Etária de Porecatu (2007).................................................................135

FLUXOGRAMA

Fluxograma 1 – Etapas do tratamento de esgoto.................................................................93

LISTA DE GRÁFICOS

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Gráfico 1: Percentuais de uso doméstico da água ...............................................................96

Gráfico 2: Consumo de Energia Elétrica por classes em Santa Mariana–2007..................101

Gráfico 3: Porecatu – Evolução da população urbana, rural e total...............................122

Gráfico 4: Países: IDH (2006)..............................................................................................127

LISTA DE MAPAS

Mapa 1: Brasil Político...........................................................................................................12

Mapa 2: Paraná Político.........................................................................................................13

Mapa 3: Porecatu e seus limites............................................................................................15

Mapa 4: Paraná - Mesorregiões ...........................................................................................16

Mapa 5: Porecatu – Microrregiões........................................................................................17

Mapa 6: Porecatu – Divisão Territorial................................................................................17

Mapa 7: Porecatu – Sistema viário........................................................................................18

Mapa 8: Porecatu – Evolução urbana e modificação do perímetro urbano......................21

Mapa 9: Paraná – Regiões Fitogeográficas...........................................................................29

Mapa 10: Paraná – Cobertura Vegetal e Reflorestamento.................................................30

Mapa 11: Porecatu: Matas nativas........................................................................................33

Mapa 12: Porecatu – Hipsometria.........................................................................................34

Mapa 13: Distribuição dos Planaltos Paranaenses..............................................................36

Mapa 14: Zoneamento da Orla da Represa..........................................................................44

Mapa 15: Paraná – Hidrografia............................................................................................44

Mapa 16: Porecatu – Hidrografia..........................................................................................45

Mapa 17: Paraná – Clima......................................................................................................46

Mapa 18: Estrutura Agrária do Paraná...............................................................................55

Mapa 19: Porecatu – Zoneamento Urbano..........................................................................60

Mapa 20: Evolução Urbana do Município de Porecatu......................................................72

Mapa 21: A geograficidade da educação em Porecatu – Educação Infantil.....................82

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Mapa 22: A geograficidade da educação em Porecatu-Educação Fundamental..............83

Mapa 23: A geograficidade da educação em Porecatu – Ensino Médio............................83

Mapa 24: A geograficidade da educação em Porecatu – Escolas Rurais...........................83

Mapa 25: Equipamentos de Saúde Pública..........................................................................91

Mapa 26: Rede de água de Porecatu.....................................................................................95

Mapa 27: Rede de esgoto em Porecatu..................................................................................95

Mapa 28: Usinas Hidrelétricas e Termelétricas do Paraná – COPEL...............................99

Mapa 29: Energia Elétrica de Porecatu..............................................................................103

Mapa 30: Porecatu: Sistema Viário Urbano......................................................................106

Mapa 31: Rotas da coleta de lixo de Porecatu....................................................................107

Mapa 32: Localização dos Centros de disseminação cultural de Porecatu.....................112

Mapa 33: Local dos Eventos em Porecatu..........................................................................118

PAINEL TÊMPORO-ESPACIAL

Painel 1: Variabilidade pluviométrica no Município de Porecatu/Pr - 1980 a 2006...........................................................................................................................................48

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Estações do ano no Hemisfério Sul e Norte........................................................48

Quadro 2: Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano – Características do Uso Urbano no

Distrito Sede de Porecatu.......................................................................................................62

Quadro 3: Consumo de água.................................................................................................96

Quadro 4: Transporte Interurbano de Porecatu (2007)..................................................104

Quadro 5: Praças em Porecatu............................................................................................111

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Porecatu, municípios vizinhos (Centenário do sul, Alvorada do Sul, Florestópolis) e Mesorregião do Norte Central Paranaense - Taxas de crescimento da população (1991/2000)...........................................................................................................25

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Tabela 2: Porecatu - Principais explorações agrícolas (2004).............................................53

Tabela 3: Porecatu – Condições do Produtor no Município (1970/1980/1985/1995)........54 Tabela 4: Porecatu – Utilização das terras para agricultura – anos: 1970/1980/1985/ 1995...........................................................................................................................................54

Tabela 5: Porecatu: Distribuição dos estabelecimentos agrícolas por módulos fundiá- rios: 1970/1975/1980/1985/1995.............................................................................................56 Tabela 6: Porecatu – Empregos gerados no campo (1995).................................................57

Tabela 7: Evolução da população do município...................................................................60

Tabela 8: Porecatu – População ocupada, segundo as atividades econômicas – 2000......75 Tabela 9: Número de estabelecimentos e empregos segundo as atividades econômicas - 2005...........................................................................................................................................76 Tabela 10: Setores da economia, estabelecimentos e sua participação na economia do município..................................................................................................................................77 Tabela 11: População economicamente ativa (PEA) segundo zona e sexo (2000)............77

Tabela 12: PIB segundo os ramos de atividades (2004).......................................................77

Tabela 13: Porecatu – Quadro educacional (2007).............................................................79

Tabela 14: Indicadores de saúde de Porecatu (1992-2003).................................................88

Tabela 15: Fontes de Energia utilizadas no Brasil..............................................................98

Tabela 16: Porecatu – Evolução do número de consumidores e consumo de energia elétrica, por classe (1995-2003/2005)...................................................................................101

Tabela 17: Porecatu e Paraná – Proporção de domicílios particulares permanentes, por destino de lixo (1991e 2000)..................................................................................................107

Tabela 18: Freqüência da coleta de resíduos sólidos em Porecatu – PR.........................109

Tabela 19: Paraná, Mesorregião e Porecatu. População: Número de domicílios particulares permanentes e número médio de moradores por domicílio (1991-2000)...123

Tabela 20: Municípios da AMEPAR e outros – Índice de longevidade, educação e renda (2000)..........................................................................................................................128

Tabela 21: Municípios da AMEPAR e outros – Esperança de vida ao nascer, taxa de alfabetização de adultos, taxa bruta de freqüência escolar e renda per capita (2000)......................................................................................................................................129

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Tabela 22: Porecatu - Projeção da composição da população do município com renda inferior a 0,25 salários mínimos per capita (2000).............................................................130

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APRESENTAÇÃO

O trabalho Geografia Em Múltiplas Escalas do Local ao Global, está de acordo com

a proposta das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, respeitando os seus conteúdos

estruturantes. O mesmo foi elaborado a partir de três eixos:

- Limites: neste eixo trabalha-se com a construção dos conceitos de divisas, fronteiras, com a

idéia da extensão do município, com sua caracterização física (clima, relevo, hidrografia,

vegetação) relacionando-o com outros espaços.

- Arranjos Territoriais : por meio deste eixo, enfatizamos a estrutura fundiária e a urbana, o

uso do solo rural e urbano considerando a dimensão da realidade local como significativa e

necessária para a efetiva compreensão do espaço geográfico, isto é, a partir do estudo do local

em suas relações dialéticas com outras escalas (regional, nacional, mundial) pode-se construir

entendimentos sobre a organização dos espaços.

- Dinâmica Populacional: neste eixo, diagnosticamos as características do povoamento, as

migrações e a estrutura populacional que imprimiram marcas no município produzindo novas

territorialidades, o objetivo é que se relacione as mesmas com as mudanças políticas e

econômicas ocorridas em escala nacional e mundial.

O trabalho ora apresentado tem como objetivo geral compreender a Geografia em

escala local, ou seja, a do município de Porecatu a partir da análise de seus diferentes arranjos

territoriais. A partir do mesmo, é possível o estabelecimento de articulações dessa escala com

aquelas em nível regional e global abordadas nos livros didáticos de Geografia e em outros

materiais.

É importante esclarecer que não se trata de um material elaborado visando a

substituição do livro didático, pretendemos com o mesmo auxiliar e enriquecer as aulas do

componente curricular em questão.

A hipótese que norteia o trabalho está fundada no entendimento de que a construção do

conhecimento supõe o movimento do pensamento que se estrutura partindo da singularidade,

passando pela particularidade chegando à generalidade, para então, em movimentos dialéticos

sucessivos, retornar novamente às instâncias anteriores de conhecimentos, contudo, em um

nível intelectivo mais elevado. É por isso que o ponto de partida da construção de

conhecimentos está no plano da singularidade ou do cotidiano, dimensão imprescindível para

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construção dos conceitos em geografia que estão no plano da abstração ou da generalidade,

ponto de chegada do processo de ensino-aprendizagem deste componente curricular.

Considerando que a quase total inexistência de material didático sistematizado sobre a

realidade do município se constitui em principal barreira para a aprendizagem dos conteúdos

geográficos. Por isso, o presente material didático propõe uma objetivação do processo de

ensino-aprendizagem centrada na espacialidade em escala local que deve, necessariamente,

dialogar com as escalas regionais e mundiais, dependendo da amplitude de abrangência do

espaço estudado.

Para o desenvolvimento metodológico do presente trabalho buscamos informações

locais com fundamentação científica, para, a partir das mesmas, organizar de forma clara e

objetiva os conteúdos, facilitando assim o trabalho do professor de geografia do ensino

fundamental e médio. A sistematização científica dessas informações no material ora

apresentado contribuirá para uma maior compreensão da organização do espaço local, ponto

de partida para articulação com outras unidades escalares (regional e mundial), condição

fundamental na constituição do conhecimento geográfico.

Este trabalho pretende, por meio de problematizações, ensinar o aluno a entender os

arranjos territoriais vivenciados por ele. Assim, ao criar condições para que o estudante

compreenda o seu cotidiano por meio dos conhecimentos e conceitos científicos, o professor

auxiliará a construir condições materiais para uma produção mais democrática dos arranjos

espaciais.

A proposta é apresentar ao aluno o conteúdo no plano da singularidade, para que o

professor possa, a partir de então, dialogar com o da generalidade, ensinando o aluno a pensar

geograficamente, o que supõe o desenvolvimento da consciência espacial e do raciocínio

geográfico.

O presente material deve ser entendido como um recurso pedagógico imprescindível

ao professor, contudo, como qualquer outro instrumento didático, deve ser adequado à

realidade de cada nível de ensino e sala de aula. Assim, o educador pode utilizar as partes que

compõem este material de acordo com seu planejamento de ensino, alterando, inclusive, a

seqüência conforme suas necessidades.

Esperamos que este material possa contribuir com o processo ensino-aprendizagem de

conteúdos geográficos, atingindo assim o seu objetivo central.

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Tema 1: Localização e Orientação

Objetivo Geral

Compreender que todos os fenômenos possuem localização espacial e uma determinada

orientação e, a partir desta construção conceitual, estabelecer as correlações entre as

geograficidades dos fenômenos em diferentes lugares e em múltiplas escalas. Estes conceitos

constituem os pontos de partida para a alfabetização geográfica, condição fundamental para

que o aluno compreenda os arranjos espaciais.

Objetivos específicos

- Observar o entorno identificando a ordenação territorial da distribuição dos fenômenos;

- Reconhecer a localização dos fenômenos tendo como referência a sua espacialidade;

- Construir habilidades e noções de localização e orientação (lateralidade em relação ao

próprio ponto de vista e em relação a um objeto externo ao sujeito, relatividade das

localizações dos fenômenos, pontos cardeais, colaterais e subcolaterais, coordenadas

geográficas);

- Elaborar representações gráficas e cartográficas a fim de sistematizar a localização e a

orientação dos fenômenos;

- Apreender a localização e orientação dos fenômenos e interpretar os seus significados em

representações gráficas, cartográficas e em outras linguagens (imagens as mais diversas,

textos literários, desenho animado, filmes, entre outros).

- Correlacionar as informações sobre localização e orientação dos fenômenos em diferentes

escalas.

- Sistematizar os conceitos de localização e orientação, tendo como base as noções e

habilidades trabalhadas no ensino fundamental.

- Elaborar análises de síntese por meio da operacionalização dos conceitos de localização e

orientação.

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1. LIMITES

- Quais limites fazem parte do seu dia-a-dia?

- Como os diferentes grupos sociais do seu município estabelecem os limites?

- Para que serve o limite entre um lugar e outro?

- Olhando para as diversas paisagens do seu município, você consegue visualizar os limites

que os diferentes grupos sociais estabelecem?

Observe atentamente as figuras a seguir:

Divisão Político Administrativo – Brasil

Mapa 1 - Brasil Político Fonte: <http://www.geocities.com/geografiaonline/divises.jpg>.

Acesso em: 23 ago. 2007.

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Você mora aqui

Mapa 2 – Paraná Político

Os limites estão presentes e visíveis no espaço geográfico. As sociedades criam seus espaços,

bem como os limites visíveis destes que se expressam sob a forma de demarcações territoriais

de áreas que podem ser privadas e públicas. Outros limites não são tão empíricos, porém,

podem ser percebidos pela aparência e organização do espaço, são os limites

socioeconômicos, culturais, religiosos, entre outros. O território que constitui o município

apresenta limites com outros espaços territoriais (municípios, estados e outros) constituindo as

fronteiras políticas.

Os limites são linhas ou pontos que dividem e delimitam espaços e se expressam na paisagem como uma linha de demarcação, um muro, uma parede, um rio, etc.

Fronteira – limite entre dois territórios. A palavra possui um sentimento predominantemente geopolítico, constituindo-se numa marca real e também simbólica. Fronteiras delimitam ou separam lugares, territórios, pessoas e paisagens.

Fronteira política – delimita unidades político-administrativas, ou seja, é o limite entre municípios, estados e países. Estes limites podem ser acidentes naturais ou criados pelo Homem.

Fonte: MICHAELIS - Dic. Prático. DTS Software Brasil, 1998. 1 CD-ROM.

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Observe a coleção de mapas a seguir:

Figura 1 – Fronteiras políticas em diferentes escalas Fontes: Brasil Político: <www.geocities.com/geografiaonline/divises.jpg>. Acesso em: 20 set. 2007 Paraná Político: http://www.cete.pr.gov.br/def/areas/historia/2001.jpgEstado do Paraná>. Acesso em: 20 out. 2007 Município de Porecatu: Plano Diretor (2006). Organizado por: Rosiléia Bueno.

- Observe a localização do município de Porecatu nos mapas da Figura 1.

- Faça um levantamento das informações contidas em cada um dos mapas.

- Quais destas informações permitem identificar os limites entre os lugares (estados e

municípios)?

- Faça um levantamento dos significados da delimitação político-administrativa de um

município entre pessoas que você convive.

- A existência de uma unidade político-administrativa supõe o estabelecimento de limites.

- Pesquise e indique as funções de uma unidade político-administrativa.

- Em quais unidades político-administrativas o seu município está inserido?

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- Identifique e evidencie as divisões político-administrativas presentes no mapa a seguir,

destacando o município que você mora.

Mapa 3 – Porecatu e seus limites Fonte: PORECATU, Plano diretor (2006, p. 13). Fotografias: Rosiléia Bueno (2007)

- Com base no Mapa 3 e nos seus conhecimentos identifique os tipos de limites presentes no

seu município.

Os limites municipais delimitam o território onde o município exerce sua autonomia

administrativa que é subordinada e de acordo com as Leis estatuais e federais. A

administração municipal tem como funções básicas zelar por: segurança, educação,

saúde, planejamento urbano, saneamento básico, etc.

Divisa Norte: Estado de São Paulo

Divisa Oeste: Centenário do Sul

Divisa Sul: Florestópolis

Divisa Leste: Alvorada do Sul

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Observe o mapa a seguir das Mesorregiões do Paraná

Mapa 4– Paraná - Mesorregiões

Fonte: IBGE (2000?)

O município de Porecatu está situado no Terceiro Planalto, na Mesorregião do Norte

Central do Paraná e na Microrregião de Porecatu.

Localiza-se ao norte do Estado do Paraná, com altitude de 480 metros acima do nível

do mar, nas coordenadas geográficas de Latitude de 22°44’55’’ Hemisfério Sul e

Longitude de 51°23’15’’ oeste de Greenwich. Faz limites com o estado de São Paulo

(Taciba) ao norte, Alvorada do Sul a leste, Centenário do Sul a oeste e Florestópolis

ao sul, possuindo uma área de 290 km².

Porecatu: Mesorregião Norte Central

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Observe a seguir o mapa das Microrregiões do Paraná

Mapa 5 – Paraná – Microrregiões Fonte: IBGE, 2000?

Observe o mapa: - Por meio de o mapa a seguir, identifique os limites político-administrativos entre o espaço rural e o espaço urbano do município de Porecatu.

Mapa 6 – Porecatu – Divisão territorial Fonte: Plano Diretor (2006)

Organizador por: Rosiléia Bueno

Microrregião: Porecatu, nº. 07

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- Em um mesmo município há um limite político-administrativo que distingue o espaço rural do espaço urbano bem como as atividades a serem realizadas nos lugares. Como ele é denominado?

- Com base na delimitação entre o rural e o urbano do Mapa 6, elabore uma distinção entre estas duas áreas construindo uma legenda que as identifiquem.

- Relacione as atividades econômicas que predominam e caracterizam a zona rural e a zona

urbana do seu município.

Observe o mapa a seguir procurando identificar a existência de uma hierarquia no sistema

viário do município.

Mapa 7 – Porecatu – Sistema viário Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 76)

- Com base no mapa que apresenta a hierarquia do sistema viário do seu município caracterize

os fluxos que predominam em cada uma das vias e que justifiquem o processo de

hierarquização

.

1.1 - O Espaço Rural e o Urbano O espaço rural é destinado predominantemente às atividades agropecuárias e outras

que as apóiam, comportando também as moradias da população rural.

O espaço urbano se caracteriza como uma área de forte concentração populacional,

grande densidade de construções e atividades econômicas secundárias e terciárias.

Entre o espaço rural e o urbano existe uma área de transição, um espaço com

características rurais, porém, com a presença de atividades urbanas em função da

proximidade com o mercado consumidor.

Adaptado de: GARRIDO (2006).

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1.3 - Rede de comunicação e trocas Uma rede compreende um conjunto de linhas interligadas como as de um sistema

de transporte, comunicação ou uma rede hidrográfica e serve para ligar e interligar pontos,

pessoas, idéias, entre outros. Transitam por este sistema viário, mercadorias, pessoas,

capitais e informações. Por isso, tais redes podem ter fluxos materiais e imateriais.

Uma rede de transportes consiste num conjunto de sistemas viários que faz parte

do grupo de rede de fluxos materiais, compreendendo um conjunto de vias de

comunicação terrestres, aéreas e aquáticas que ligam diferentes locais de partida e de

destino.

A troca, emissão e recepção das informações por meio de imagens, sons e dados

que se realizam entre os vários lugares do globo são feitos por uma rede de satélites,

fibras óticas e de telefonia. São as redes de fluxo imaterial.

1.2 - Perímetro Urbano (definições)

- Que distingue o espaço rural do urbano.

- (1) Limite entre área urbana e área rural.

- (2) Linha que delimita exteriormente o aglomerado urbano, de acordo com o plano e que

inclui o conjunto dos espaços urbanos, urbanizáveis e espaços industriais que lhes sejam

contíguos.

- (3) Caracteriza-se pela ocupação destinada a assentamentos residenciais, comerciais e de

serviços, ligados a atividades urbanas, bem como aos equipamentos públicos e

institucionais, em áreas urbanizadas, subdividindo-se em: Zona Residencial, Zona Mista,

Zona Comercial, Corredores Comerciais, Distritos Industriais e Comerciais e Áreas

Verdes.

- (4) Demarcações do conjunto das áreas urbanas e de expansão urbana no espaço físico

dos aglomerados. O perímetro urbano compreende: os solos urbanizados, aqueles cuja

urbanização seja possível programar e os solos afectos à estrutura ecológica necessários ao

equilíbrio do sistema urbano.

Fonte:

(1) < <www.pr.gov.br/mtm/informacoes/glossario.shtml>. Acesso em: 15 ago. 2007.

(2) < www.cm.funchal.pt/plano_director/glossario/glossario.html>. Acesso em 15 ago. 2007.

(3) <www.chapadaodoceu.go.gov.br/LeiZoneamento.htm>. Acesso em 15 ago. 2007.

(4) <www.cm.vnfamalicao.pt/regulamentos/pdf/definições.pdf>. Acesso em 03 out. 2007.

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1.4 - Usando o Mapa 7 leia o texto a seguir sobre a rede de comunicação e trocas em

Porecatu

O município de Porecatu localiza-se no entroncamento de três rodovias estaduais por onde

ocorre toda circulação das mercadorias exportadas e importadas pelo e para o município: A

Rodovia PR 170 apresenta um intenso fluxo de circulação, pois é a responsável pelo

escoamento da maior parte da produção industrial do município e é a via de acesso do sul do

Estado de São Paulo com o norte do Estado do Paraná através da ponte do rio Paranapanema.

Ela se liga à BR 369 em direção sul - principal entroncamento rodoviário do norte do Estado

do Paraná; a PR 450, inicia-se ao sul da PR 170 e liga Porecatu a Centenário do Sul e a PR

090 permite o acesso nordeste para Alvorada do Sul, Bela Vista do Paraíso e Primeiro de

Maio.

A PR 170, Rodovia João Lunardelli, acessa diretamente a malha urbana. É a partir dela que

se originam as duas principais vias estruturadoras da malha urbana, a Avenida Paranapanema

e a Rua Iguaçu. A Avenida Paranapanema cruza a cidade no sentido leste-oeste. Próximo ao

inicio da avenida, a leste, ainda na PR 170 está localizado o Parque Industrial Gastão

Camargo Penteado Izique. Ao longo da avenida, na área urbana do município, existem alguns

pontos comerciais e de serviços, porém, a maioria é de residências, até terminar a via, a oeste,

no Parque Industrial da Usina Central do Paraná, já na zona rural. Esta via servia de acesso

para os caminhões de cana chegar à Usina, entretanto, perdeu sua importância com a

construção de um outro acesso direto para a Usina ao sul.

A Rua Iguaçu, corta acidade no sentido norte-sul, inicia-se no trevo sul da PR 170 e termina

nos conjuntos habitacionais no extremo norte do município. Apresenta áreas residenciais e

comerciais voltadas para abastecer a população local e da região.

As outras vias exercem papel secundário, como as ruas Rio Grande do Sul, Brasil e Avenida

Antônio Fernandes, no sentido norte-sul. As ruas Paranaguá, Urbano Lunardelli, Barão do Rio

Branco e Belo Horizonte, no sentido leste-oeste, apresentam uma ocupação

predominantemente de comércio e prestação de serviços voltados para a demanda local e

regional. Em algumas ruas, como na parte final da Rua Urbano Lunardelli, verifica-se o

fechamento de atividades comerciais e de serviços, em função da estagnação da economia

local frente ao desemprego, do processo migratório da população no período da entressafra e a

proximidade e facilidade de deslocamento para centros maiores e de comércio mais atrativo,

por parte da população.

As vias rurais, não pavimentadas, são acessadas a partir das rodovias. Apenas duas estradas

rurais conectam-se diretamente à cidade. Permitem o deslocamento da população rural e o

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escoamento da produção agrícola, sendo assim, muito importante por ser a economia do

município predominantemente agrícola.

Porecatu não possui empresas para o transporte coletivo interno privado a não ser o escolar, a

Prefeitura Municipal contrata ônibus particulares para o transporte de estudantes. O sistema

de transporte intermunicipal é realizado por ônibus de empresas privadas.

- Observando o mapa do sistema viário do seu município, identifique a importância social,

econômica e cultural das diferentes vias de comunicação. Justifique a resposta.

- Descreva a ocorrência de redes imateriais no município de Porecatu.

1.5 - Perímetro urbano

Observe o mapa a seguir e identifique as áreas, suas delimitações e fronteiras.

Mapa 8 – Porecatu – Evolução urbana e modificação do perímetro urbano

Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 62).

- Com base nas delimitações e fronteiras identificadas, indique as características e funções das

seguintes unidades territoriais: cidade, distrito e município.

- Por que o perímetro urbano de Porecatu foi se transformando com o tempo?

CIDADES: complexo demográfico, social e econômico formado por uma concentração

populacional não agrícola; sede do município.

DISTRITO: divisão territorial de uma cidade a cargo de uma autoridade administrativa,

judicial ou fiscal e que abrange um ou mais bairros; território dependente de uma cidade.

MUNICÍPIO: circunscrição administrativa em que é dividido um Estado, governada por

um prefeito e uma Câmara de Vereadores; é composto por uma cidade, que é sua sede,

seus arredores rurais e às vezes por distritos.

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- Indique as diferentes orientações geográficas dos vetores de expansão expressos no Mapa 8 sobre a Evolução urbana de Porecatu.

- Estabeleça hipóteses que expliquem as diferentes orientações geográficas dos vetores de

expansão do seu município.

1.6 - Evolução urbana de Porecatu

A malha urbana de Porecatu ficou contida pelos limites do núcleo urbano de origem até 1970,

quando se deu a construção da Usina Hidrelétrica de Capivara, pela CESP (Companhia

Energética de São Paulo), no rio Paranapanema promovendo a expansão do mesmo em

função da chegada de grande número de pessoas para trabalharem na sua construção.

Os trabalhadores fixaram residência em dois conjuntos habitacionais construídos

especialmente para recebê-los. Os operários passaram a residir na Vila Iguaçu, ao norte do

núcleo inicial e os engenheiros e chefes foram para a Vila Garcez, a leste, condomínio com

características paisagísticas diferenciadas: eram 20 unidades residenciais implantadas sem

muros entre os lotes, com jardins e calçadas entre as unidades. É também desta década a

construção da Vila Paranapanema pelos novos donos da Usina Central do Paraná para alugar

para os seus funcionários.

As unidades territoriais possuem diferentes vetores de expansão em virtude de:

Funções desempenhadas;

Fluxo de capital;

Barreiras naturais;

Políticas públicas;

Conectividade com centros economicamente dinâmicos;

Especulação imobiliária.

Etc.

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1 – Vila Garcez (2007) 2 – Vila Garcez (1970)

3 – Jardim Dona Sidônia (2007) 4 – Jardim Dona Sidônia (2000)

Figura 2 – Bairros residenciais de Porecartu Fonte: 1, 3, 4 - Fotografado por: Rosiléia Bueno.

2 – Museu Municipal de Porecatu

Novos espaços foram sendo acrescidos à área urbana de Porecatu, através de loteamentos de

chácaras e fazendas próximas ao entorno urbano. A expansão urbana ocorreu inclusive com a

construção de conjuntos habitacionais com o apoio, primeiro do BNH - Banco Nacional da

Habitação e, depois, da COHAPAR – Companhia de Habitação do Paraná, garantindo acesso

à casa própria à população de baixa renda, grupo social onde se dá o maior déficit

habitacional. Neste tipo de empreendimento há a parceria com a Prefeitura que fica

responsável pela doação do terreno e em prover a área a ser loteada de infra-estrutura.

Existe um outro programa da COHAPAR, o Programa Vazios Urbanos que constrói casas

para população de baixa renda nos vazios urbanos já providos de infra-estrutura. Foram

construídas através do mesmo 17 casas em Porecatu, três em lotes isolados e as restantes junto

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ao Jardim Dona Sidônia Jonasson. O crescimento urbano de Porecatu acontece com as

parcerias Prefeitura-COHAPAR e com Loteamentos particulares:

Foram criados na década de 1.970:

• Jardim Sol Poente.

• Vila Iguaçu.

• Parque Guairá.

• Vila Josefina Lunardelli.

• Jardim São João.

• Vila Garcez.

• Vila Olga Atalla.

• Jardim Metrópole.

• Vila Paranapanema.

Na década de 1980 verificou-se o surgimento apenas da Vila Alto da Boa Vista.

Na década de 1990 verificamos um crescimento em relação à anterior, assim, surgiram:

• Vila Yolanda Ferrarese.

• Vila Fátima Aparecida Fernandes.

• Conjunto Habitacional Celso Fernandes.

• Jardim Santo Antonio.

• Jardim São Paulo.

• Jardim Sumaré.

• Jardim Santa Cristina.

Em 2000 verificamos o surgimento apenas do Jardim Dona Sidônia Botti Jonasson.

Porecatu apresenta como limitadores à expansão da malha urbana: o Córrego Capim e a Usina

Central do Paraná, a oeste, o entroncamento de três rodovias, a leste, a nordeste e ao sul está

cercada por propriedades agrícolas.

Pode-se ver pelos mapas apresentados anteriormente que a configuração da ocupação urbana

de Porecatu acontece de forma desconcentrada, isso porque a cidade ainda apresenta espaços

vazios em sua malha urbana. Segundo levantamento do Plano Diretor, em 2006, eram 212

lotes para fins residenciais, comerciais e de serviços sem uso e para fins industriais 42, com

exceção daqueles do Parque Guairá, Santa Cristina (88 lotes), Jardim Sol Poente e São Paulo.

Com a implantação do Condomínio Portal das Águas, no qual há chácaras de lazer, com lotes

entre 800 m² e 3000 m², na PR 090 entre o Rio Vermelho e Porecatu, às margens da represa

do Rio Paranapanema, deu-se início à descontinuidade da malha urbana.

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Dos loteamentos implantados no município, o Parque Guairá apresenta problemas ambientais

por ter sido construído sobre um antigo lixão, que foi transferido em 2002 para o aterro

sanitário. Assim, segundo as normas para parcelamento do solo do CONAMA-Conselho

Nacional do Meio Ambiente, o parcelamento não poderia acontecer. O município tem

também o Jardim Santa Cristina com problemas de restrições na titularidade da propriedade,

com documentos pendentes pela falta de intra-estrutura urbana.

A densidade demográfica do município é de 54,67 habitantes/km², com grau de urbanização

de 78,12% (IBGE, 2.000). Veja a tabela a seguir que indica as taxas de crescimento

populacional de Porecatu.

Tabela 1 - PORECATU, municípios vizinhos (Centenário do sul, Alvorada do Sul, Florestópolis) E MESORREGIÃO DO NORTE CENTRAL PARAN AENSE - TAXAS DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO (1991/2000)

1991 2000 % de Crescimento da

População (1991 a 2000) Municípios

Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total

Porecatu 11.961 5.141 17.102 12.372 3..509 15.881 3,43 -31,74 -7,14

Alvorada do Sul 5.992 3.763 9.685 7.015 2.238 9.253 17,07 -40,52 -4,46

Cent. do Sul 9.990 4.279 14.289 9.237 2.580 11.817 (-7,53) -39,70 -17,18

Florestópolis 8.545 3.453 11.998 10.238 1.952 12.190 19,81 -43,47 1,60

Norte Central Paranaense

1.334.375 304.302 1.638.677 1.617.547 211.521 1.829.068 2,18 -4,00 1,24

Fonte: Plano Diretor de Porecatu (2006 p. 55 e 57). Organizada por. Rosiléia Bueno

Em Porecatu houve uma redução de 31,74% da população rural, no período de 1991 a 2000,

enquanto a população urbana teve um percentual de crescimento positivo de 3,43%, no

mesmo período; com uma redução total da população de 7,14% em conseqüência do processo

migratório e da diminuição do tamanho da família, como constatou o Plano Diretor.

A substituição da lavoura cafeeira pela agricultura mecanizada da cana-de-açúcar, a

inundação de propriedades agrícolas para a construção da Hidrelétrica de Capivara e a

diminuição das pequenas propriedades agrícolas foram motivos que justificam este

decréscimo da população rural.

A diferença dos dados de Porecatu que, no geral, indicam perda da população em comparação

com os dados da Mesorregião Norte Central, que engloba o município de Londrina, maior

município da região, é que nesta ocorreu um aumento da população, comprovado pelos dados

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do IBGE: em 1950, Londrina tinha 71.412 habitantes, em 1970, 228.101 habitantes e em

2003, 467.334 habitantes. Isso porque as cidades médias, se comparadas às pequenas, tiveram

aumento populacional, pois oferecem maiores oportunidades de emprego.

A falta de políticas públicas para a fixação da população no campo e também nas pequenas

cidades promoveu a expulsão do contingente populacional do campo, daí o baixo crescimento

da população urbana e, em termos gerais, o decréscimo da população do município. A

população do campo foi expulsa, alguns foram para Porecatu, outros para centros maiores, o

que explica o crescimento populacional do urbano em detrimento do rural e também a taxa

negativa do município como um todo.

- Com base nos dados e fatos apresentados, transcreva exemplos de sua comunidade que

comprovem a análise elaborada.

1.7 - Vegetação

Conforme os seres humanos se apropriam dos lugares, dependendo do seu modo de produção,

os mesmos devastam mais ou menos intensamente a vegetação dos locais. Dessa maneira,

com a apropriação dos lugares por distintos grupos sociais, via de regra, ocorre uma

transformação paisagística que pode ser apreendida por meio da observação da vegetação

local ou por imagens do que existia anteriormente.

Observe as imagens a seguir:

A -

B –

A-B: Espécies da Vegetação nativa: Pau d’alho, Figueira branca, Embaúba branca, Cebolão e Jaracatiá

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C-Mata Ciliar

D-Canalização do Córrego do Capim

E-Vegetação nativa

F-Desmatamento da Vegetação nativa

Figura 3 – Vegetação em Porecatu

Fontes:

A -<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.codem.org.br/investe/fotos/arvore.jpg&imgrefurl=http://www.codem.org.br/investe/1_1.htm&h=265&w=176&sz=33&hl=pt-BR&start=67&tbnid=_JjZozS1dodmCM:&tbnh=112&tbnw=74&prev=/images%3Fq%3Darvore%2Bpau%2Bdalho%26start%3D60%26gbv%3D2%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN>. Acesso em: 15 fev. 2007.

<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.saojoseonline.com.br/images/figueira.jpg&imgrefurl=http://www.saojoseonline.com.br/cidade/historia.htm&h=449&w=292&sz=33&hl=pt-BR&start=4&tbnid=JY9gvASasATwrM:&tbnh=127&tbnw=83&prev=/images%3Fq%3Dfigueira%2Bbranca%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG>. Acesso em: 15 fev. 2007.

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29

<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.bibvirt.futuro.usp.br/var/bibvirt/storage/images/textos/didaticos_e_tematicos/enciclopedia_de_plantas_flores/embauba/86702-1-por-BR/embauba_imagelarge.jpg&imgrefurl=http://walmir.carvalho.zip.net/&h=400&w=266&sz=48&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=-PwTWYOckK_5lM:&tbnh=124&tbnw=82&prev=/images%3Fq%3Darvore%2Bembauba%2Bbranca%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN>. Acesso em: 15 fev. 2007.

<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://i142.photobucket.com/albums/r111/pvaraujo/Phytolacca-dioica-03.jpg&imgrefurl=http://dias-com-arvores.blogspot.com/2007_06_01_archive.html&h=799&w=498&sz=147&hl=pt-BR&start=2&tbnid=tT5Q4Bs2dIKLaM:&tbnh=143&tbnw=89&prev=/images%3Fq%3Darvore%2Bnativa%2Bphytolacca%2Bdioica%2Bl%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG>. Acesso em: 15

fev. 2007.

<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://heltonsaputa.vilabol.uol.com.br/jaracatiaspinosa_arquivos/image001.jpg&imgrefurl=http://heltonsaputa.vilabol.uol.com.br/jaracatiaspinosa.htm&h=320&w=427&sz=26&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=r8ORD4OTMvOOrM:&tbnh=94&tbnw=126&prev=/images%3Fq%3D%2Bjaracatia%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG>. Acesso em: 15 fev. 2007.

B - Prefeitura Municipal de Porecatu (1949?)

C - E: Fotografada por: Rosiléia Bueno (2006)

D - Museu Municipal de Porecatu (s.d.)

F - Museu Municipal de Porecatu (1947?)

- O que podemos inferir a partir das imagens?

- Que fenômenos interferiram e interferem na manutenção e transformação da cobertura

vegetal do seu município?

- Com base nas imagens, estabeleça correlações entre a economia, as transformações

paisagísticas e o desmatamento no município de Porecatu.

Observe a coleção de mapas a seguir:

O PROCESSO DE DESMATAMENTO NO PARANÁ

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Figura 4 – Desmatamento no Estado do Paraná (1890-2000)

Fonte: IAP (2000?). Disponível em: <http://www3.pr.gov.br/mataciliar/imagens/desmatamento.jpg>. Acesso em: 20 nov. 2007.

- Com base na Figura 4 elabore um texto sobre o desmatamento no Estado do Paraná, bem

como de seus vetores. A fim de torná-lo mais rico, levante informações sobre o processo de

colonização do estado e as atividades econômicas que mais influenciaram no seu

desmatamento.

- Com base na seqüência temporal, delimite no último mapa áreas onde houve

respectivamente, manutenção, ampliação e redução das áreas de cobertura vegetal.

- Com base na regionalização anterior, enumere os fatores que explicam a geograficidade de

cada região explicando como os mesmos nela atuam.

Observe o mapa a seguir:

Mapa 9 – Paraná – Regiões Fitogeográficas Fonte: IPARDES (2005)

- Com base nos dados do Mapa 9 estabeleça correlações entre as regiões fitogeográficas e as

características do solo e clima onde cada tipo de vegetação ocorre.

Observe o mapa a seguir que apresenta as áreas de cobertura vegetal e reflorestamento no

Estado do Paraná.

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Mapa 10– Paraná – Cobertura Vegetal e Reflorestamento Fonte: IPARDES (2005)

Reflorestamento – Plantio de espécies vegetais, por vezes exóticas, sob a forma de monocultivo, com fins econômicos (silvicultura). Repovoamento – Reconstituição Vegetal a partir de manejo de espécies nativas, que oportunizam a sustentação da diversidade da flora e fauna. Reservas florestais – áreas declaradas protegidas para a preservação de espécies vegetais e animais nativas da região.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Paraná apresenta oito regiões fitogeográficas típicas - Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Semicaducifólia ou, segundo Reinhard Maack, Floresta Pluvial), Estepe (Campos Limpos), Savana (Campos Cerrados), Formações Pioneiras (com influência marinha - praias e restingas; com influência flúvio marinha – manguezais e várzeas; com influência fluvial – comunidades aluviais, Chaco Úmido), Áreas de Tensão Ecológica (onde há interpenetração de flora) e Refúgios Vegetacionais (Relíquias – Regiões Altas das Serras). Todas são consideradas patrimônio da humanidade, abrigando muitas espécies raras e/ou ameaçadas de extinção.

A espacialização de áreas de reflorestamento, repovoamento e reservas florestais estão correlacionadas a vários fatores, tais como: - utilização da madeira para a indústria, - preservação de espécies ameaçadas, - recuperação das matas ciliares, etc.

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- Cite os fatores que explicam a espacialidade da cobertura vegetal e do reflorestamento no

estado do Paraná:

- Qual a importância dos projetos de preservação e recuperação da cobertura vegetal e do

envolvimento da população local nos mesmos?

1.7.1 - Vegetação de Porecatu

Porecatu localiza-se na região onde predomina a Floresta Estacional Semidecidual e que

possui duas estações climáticas, uma chuvosa e outra seca, que condiciona o comportamento

das plantas: entre as árvores, 20 a 50% perdem suas folhas durante o período de seca. Esta é

uma vegetação que se desenvolveu nos solos formados a partir da decomposição do basalto

presente na região, e apresentava uma das composições vegetais mais ricas em volume de

madeira por área.

Segue uma lista das espécies de estrato de grande porte encontradas na região:

Parapiptadenia rígida (Gurucaia), Cedrella físsilis (Cedro Rosa), Luehea devacaricata

(Açoite-Cavalo), Campomanesta xanhocarpa (Guabirova), Cabralea canjerana (Canjerana),

Cássia leptophylla (Canafistula), Talebuia Alba (Ipê-amarelo), Ocotea cf. Acutifolia

(Canetão), Patagonula americana (Guajuvira), Fícus insípida (Figueira-branca),

Lonchocarpus muehlbergianus (Rabo de mico), Hellieta apiculata (Canela de veado),

Syagrus romanzoffiana (Jerivá), Nectandra megapotamica (Canela preta), Eutrepe edulis

(Palmiteiro), nos estratos de grande porte.

- Com base nas informações anteriores, faça um levantamento das espécies ainda existentes e

dos usos de algumas delas em sua comunidade.

A diversidade da cobertura vegetal depende predominantemente dos seguintes

fatores: relevo, o solo, a hidrografia e clima.

Cerca de 85% da superfície do estado do Paraná era ocupada por florestas, cabendo

às formações campestres (campos limpos e campos cerrados), restingas litorâneas,

manguezais e várzeas, os demais 17%. Atualmente, o Paraná possui somente 3,4%

da vegetação nativa.

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Em termos de espécies características dos estratos intermediários ou de vegetação de médio

porte temos as seguintes espécies: Sorocea bonplandii (Cincho), Gymnantehes concolor

(Laranjeira-do-mato), Pilocarpus pennatifolius (Jaborandi ou Cutia), Piper gaudichaudianum

(Pau de junta), Trichilia elegans (Catiguá).

As espécies Solanum mauritianum (Fumo-brabo), Trema micrantha (Grandiúva), Bauhinia

forficata (Pata-de-vaca), Boehmeria caudata (Urtigão manso), Cecropia sp (Embaúba),

Bastardiopsis densiflora (Algodoeiro), Cróton floribundus (Capixingui), Ocotea puberula

(Canela-guaicá) são exemplares de formação vegetal secundária e características de terrenos

com limitação agrícola.

Atualmente, são poucas as áreas no município de Porecatu que ainda apresentam estas

variedades de gêneros e espécies, em função da derrubada das matas com o processo de

colonização. As áreas com remanescente da cobertura vegetal são encontradas em alguns

pontos esparsos do município, como na Cachoeira dos Sonhos (Vila Congo), na Fazenda

Jangadinha, na Reserva Legal São Jorge e próximo a Usina Central do Paraná.

O mesmo processo de devastação ocorreu com a fauna. Segundo relatos, animais da região

sul do Brasil eram avistados em grandes quantidades. Dentre as espécies existentes podem ser

citadas: antas, pacas, capivaras, onças pintadas, jaguatiricas, raposas, tatus, porcos do mato,

cachorros do mato, teiú, queixadas, gambás, tamanduás, cotias, corujas, macacos, além de

uma grande variedade de peixes e pássaros. Hoje são poucos os exemplares existentes, muitos

deles podem ser encontrados apenas em reservas florestais.

Uma parte significativa da vegetação nativa de Porecatu foi substituída por espécies exóticas

trazidas pelos colonizadores, dentre as quais podem ser citadas: a acácia, o coqueiro, o

flamboyant, o café e plantas frutíferas como banana, laranja, coco da baia, etc. Os

colonizadores também trouxeram samambaias, avenca, orquídeas, rosa, azaléia, beijo e

dormideira como plantas ornamentais que continuam a existir na região.

Atualmente, a cobertura vegetal nativa encontra-se quase totalmente devastada, conseqüência

do processo de ocupação do território (1947) e do desmatamento intensivo para a extração da

madeira e o desenvolvimento das atividades agropecuárias, que introduziram culturas como a

do café, da cana, soja e as pastagens.

A atividade agrícola avança até os limites dos cursos de água, sendo escassa a presença de

mata ciliar apesar de o Código Florestal Brasileiro (Lei Federal nº. 4771/65) estipular estas

localidades como Área de Preservação Permanente (APP), com função ambiental de preservar

os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de

fauna e de flora, bem como proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

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Figura 5 – Trecho do Rio Paranapanema sem mata ciliar (2007)

Fonte: Fotografado por: Rosiléia Bueno Esta legislação também determina deixar 20% da propriedade rural como reserva legal com

uso permitido apenas por meio de técnicas de manejo que garantam a sua perpetuidade, fato

este que, de acordo com o Plano Diretor do município, não é observado.

Como medida para diminuir o problema, Porecatu participa do Programa Mata Ciliar do

Paraná que objetiva a recomposição da vegetação às margens dos cursos de água que deve se

manter intocada, ou quando degradadas, devem rapidamente ser recuperadas, em obediência

às determinações da Lei nº. 4771/65. Existe também um Programa de Repovoamento do

governo estadual que promove a soltura de peixes juvenis no Paranapanema em parceria com

a Duke Energy, empresa internacional que administra a Hidrelétrica de Capivara.

O mapa a seguir apresenta o que restou das matas nativas em Porecatu. Verifica-se apenas

uma pequena quantidade de vegetação ao longo das bacias hidrográficas.

Mapa 11 – Porecatu -Matas nativas Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 31)

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- No seu município, quais fatores interferiram na manutenção da vegetação e no

reflorestamento?

- Em seu município existe algum projeto de preservação e recuperação da cobertura vegetal?

Quais os órgãos estão nele envolvidos?

1.8 - Relevo

- Ao sair de sua casa e olhar as paisagens à distância, você percebe diferenças de altitudes

entre os lugares?

Veja as imagens a seguir:

Mapa 12 – Porecatu – Hipsometria Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 28)

Com base no Mapa 12, é possível verificar a existência de diferentes altitudes no Município.

- Delimite no Mapa hipsométrico as áreas onde: predominam processos erosivos e de

deposição.

- Estabeleça correlações entre altitude, hidrografia, pluviosidade e processos erosivos.

- Observando o Mapa 8 da expansão urbana do município, podemos observar que ela foi

irregular. Em que medida o relevo influenciou neste processo? Explique.

- Em que situação topográfica encontra-se a zona urbana do município?

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- Quais são as principais atividades econômicas do município? O relevo facilitou ou dificultou

o desenvolvimento dessas atividades? Justifique.

- Observando o traçado das curvas de nível, identifique a localização das áreas mais íngremes

e planas do município.

- Consulte o mapa e o texto da evolução urbana e explique se o relevo está influenciando a

atual expansão urbana.

Observe as imagens a seguir:

A

B

C

D

Figura 6– Porecatu - Relevo Foto A - Vista parcial da Fazenda Aparecida 1; Foto B – Vista parcial da Fazenda Aparecida 2; Foto C – Fazenda Verpa.; Foto D -Fazenda Marrecas. Fotografado por: Rosiléia Bueno (2007) As imagens da Figura 4 apresentam locais em Porecatu com diferentes altitudes. Contudo,

pode-se dizer que, em função de sua localização no estado, estas não se modificam muito.

Para melhor compreender isso, observe as imagens que seguem.

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O relevo do Paraná pode ser dividido em quatro grandes unidades: Planície Litorânea,

Primeiro Planalto ou de Curitiba, Segundo Planalto ou de Ponta Grossa e Terceiro Planalto ou

de Guarapuava, área onde se situa o município de Porecatu. Observe a representação dos

mesmos no mapa e o perfil topográfico do estado do Paraná a seguir:

Distribuição dos Planaltos Paranaenses

Mapa 13 - Distribuição dos Planaltos Paranaenses Fonte: SEMA (2002?)

Perfil Topográfico do Paraná

Figura 7– Paraná – Perfil Topográfico Elaborado por: FERREIRA (2007)

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- Quais os pontos de maior e menor altitude que podem ser identificados neste perfil

topográfico?

- Quais os pontos mais baixos do relevo a oeste? E a leste?

- Existem pontos de altitudes intermediárias neste perfil topográfico?

- A partir do mapa do relevo do Paraná, identifique em qual unidade do relevo seu município

está inserido.

Leia a seguir distintas definições de formas de relevo de diferentes autores.

- Com base no exposto, que tipos de formas de relevo existem no município de Porecatu?

- Leia o texto a seguir sempre recorrendo ao mapa do relevo do município, anote os termos

relativos ao relevo de Porecatu que não compreendeu. Em seguida, se informe sobre os seus

significados e transcreva-os no caderno elaborando também esquemas ou desenhos para

auxiliar a sua compreensão.

1.8.1 - Formas de relevo

Planaltos - assumem caráter de formas residuais, pois são circundados por extensas áreas de

depressões; por conseguinte, põem em evidência os relevos mais altos que ofereceram maior

dificuldade ao desgaste erosivo.

Depressões – formas geradas por processos erosivos com grande atuação nas bordas das

bacias sedimentares.

Planície – corresponde às áreas essencialmente planas geradas por deposição de sedimentos

recentes de origem marinha, lacustre ou fluvial.

Fonte: Ross (2005)

Formas de relevo

Planalto – extensão de terrenos sedimentares mais ou menos planos situados em altitude

variáveis. Em geomorfologia usa-se, às vezes, este termo como sinônimo de superfície pouco

acidentada, para designar grandes massas de relevo arrasadas pela erosão, constituindo uma

superfície de erosão. Diz-se, então, que a superfície do planalto é muito regular.

Depressão – área ou porção do relevo situado abaixo do nível do mar ou abaixo do nível das

regiões que lhe estão próximas. As depressões do primeiro tipo, isto é, abaixo do nível do mar

são denominadas de depressões absolutas e as de segundo tipo, depressões relativas.

Planície – extensão de terreno mais ou menos plano onde os processos de agradação superam

os de degradação. É necessário salientar que existem planícies que podem estar há mais de

1000 metros de altitude e que constituem as chamadas planícies de nível de base local, ou

planícies de montanha.

Fonte: Guerra (1988)

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1.8.2 - O Relevo de Porecatu

Porecatu situa-se na porção norte do Terceiro Planalto, no Planalto de Trapp do Paraná,

denominado Planalto de Apucarana que se estende entre os rios Paranapanema e Ivaí até o rio

Paraná, a oeste do rio Tibagi. Apresenta formação rochosa características de derrames

vulcânicos de lavas basálticas e areníticas, sem mostrar grande diversidade de rochas. As

rochas são pertencente ao Grupo São Bento e Bauru e às formações Serra Geral, Botucatu,

Adamantina, Santo Anastácio e Caiuá.

De acordo com o Plano Diretor do Município (2006) o relevo de Porecatu caracteriza-se por

ser ondulado com declividade de zero a mais de 20% que estão distribuídas da seguinte

maneira:

- Até 15% em toda porção norte do município;

- De 0,5% a 15% na maior parte da área urbanizada.

- Entre 10% e 20%, entre a Vila Rural e a área urbanizada na cabeceira da Água do Pito, nas

proximidades da área urbana e no centro da cidade.

- Acima de 20% próximas aos veios de água, em especial, na Água do Pito.

No espigão divisor de águas dos Córregos do Tenente e Capim (no extremo sudeste do

município) localiza-se uma das maiores altitudes de Porecatu.

Aproximando-se do rio Paranapanema as altitudes vão diminuindo até finalizar em 300m.

A cidade está localizada na encosta leste da bacia do Capim. O ponto mais alto é de 540m,

nas proximidades dos Conjuntos Habitacionais, ao norte e o ponto mais baixo, localiza-se nas

margens do Córrego do Capim, próximo ao centro (a sudoeste), numa altitude de 400m.

1.9 - Solos

A reprodução material das sociedades está intrinsecamente relacionada aos diferentes tipos de

solo e sua localização.

- O solo configurou ou configura um fator importante para o desenvolvimento da organização

espacial de seu município? Explique.

1.9.1 - Solos de Porecatu

O solo de Porecatu é proveniente da decomposição de rochas basálticas de Eras passadas que

originou tipos de solos conhecidos popularmente como terra roxa, devido à sua cor vermelho

escura de reconhecida fertilidade.

Em Porecatu há a predominância dos seguintes tipos de solos:

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- Latossolo Vermelho - Escuro Eutrófico A- É formado principalmente da mistura dos

resíduos intemperizados de arenito (Caiuá) e das rochas basálticas (Série São Bento). É

relativamente resistente à erosão, não apresentando problemas com a mecanização, com boa

capacidade de armazenamento de água e fertilidade natural, considerado um dos melhores

para a agricultura. Pode ser encontrado na porção norte de Porecatu, próximo ao Rio

Paranapanema, entre os córregos do Tenente, Capim e Rio Vermelho.

- Latossolo Roxo Eutrófico A (Latossolo Vermelho Eutroférrico Típico): solo de

moderada textura argilosa, que ocorre em relevo suave ondulado e praticamente plano. É

formado por rochas provenientes da intemperização de rochas basálticas. É ideal para uso

agrícola com excelente capacidade de retenção de água, não apresenta problemas com a

mecanização, possui fertilidade natural favorável. Encontrado na porção norte de Porecatu,

nos pontos mais baixos de cota de altitude próxima ao rio Paranapanema, entre os córregos do

Tenente, Capim e Rio Vermelho.

- Latossolo Vermelho – Escuro Distrófico A: com moderada textura média, ocorre em áreas

planas a suave-onduladas suave.

Formado dos resíduos intemperizados do arenito (Caiuá). Possui baixa fertilidade natural

suscetível à erosão, necessita de correção e adubação para manter a fertilidade. Em anos de

secas pode apresentar problemas ligados à falta de água. Encontrado na porção do município,

em todos os vales, incluindo aqueles situados na área urbana.

- Podzólico Vermelho – Amarelo Eutrófico: Formado da decomposição do arenito Caiuá,

apresenta boa fertilidade, porém, não recomendado para a agricultura, pois é suscetível a

erosão. O seu uso para pastagem é o mais indicado. Encontrado apenas na porção

setentrional-leste do município, nas divisas.

- Podzólico Vermelho – Amarelo Distrófico: Originado da decomposição do arenito Caiuá

e, em pequena proporção, do arenito Botucatu. É de baixa fertilidade e suscetível à erosão,

precisa de correção e cuidados na hora da escolha das culturas, principalmente na área ao

longo do Paranapanema, onde ocorre um período seco no inverno. Recomenda-se o uso de

pastagens para esta região. Em Porecatu, localiza-se ao sul, na divisa com o município de

Florestópolis, acompanhando o leito do Córrego do Capim.

- Terra Roxa Estruturante Eutrófica A : com moderada textura argilosa ocorrendo em

relevo suave ondulado e ondulado. Formado a partir da meteorização de rochas eruptivas.

Possui um alto potencial agrícola com moderadas restrições à erosão. É comum nesta área.

Sustenta altas produções por muitos anos, sendo as culturas de café, algodão, soja, milho,

arroz, menta, rami e cana-de-açúcar as mais comuns nessa área.

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- A qualidade do solo interfere no modo de vida e na ocupação humana. É possível perceber

este processo no município de Porecatu? Explique.

Observe as imagens a seguir:

Figura 8 – Processos erosivos em Porecatu (Fazenda Aparecida) Fotografado por: Rosiléia Bueno (2007)

- As imagens mostram um processo erosivo desencadeado no município de Porecatu na região

norte, na Fazenda Aparecida. Relacione esse processo com as características do solo, seu uso

e ocupação.

1.10 - Hidrografia de Porecatu

- A presença de cursos d’água é fator essencial para o desenvolvimento de uma região?

Justifique e dê exemplos de sua comunidade.

Rio: Curso d’água natural que deságua em outro rio, lago ou mar. Os rios levam as

águas superficiais, realizando uma função de drenagem, ou seja, escoamento das águas.

Seus cursos estendem-se do ponto mais alto (nascente ou montante) até o ponto mais

baixo (foz ou jusante), que pode corresponder ao nível do mar, de um lago ou de outro

rio do qual é afluente.

De acordo com a hierarquia e o regionalismo, os cursos d’água recebem diferentes

nomes genéricos: ribeirão, lajeado, córrego, sanga, arroio, igarapé, etc.

Fonte:

<http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/elementos_repr

esentacao.html>. Acesso em: 20 nov. 2007.

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Observe as imagens a seguir:

1-Córrego do Capim

2-Rio Vermelho

3-Rio Paranapanema

4-Córrego do Tenente

5-Cachoeira da Jangadinha

Figura 9 - Cursos d’água em Porecatu Fonte: Fotos 1, 2, 3 e 4 – Fotografadas por: Rosiléia Bueno (2007) Foto 5 - Museu Municipal de Porecatu (1990?)

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O município de Porecatu está localizado entre três cursos de água que servem de limite com

os municípios vizinhos: na margem esquerda do rio Paranapanema que serve de divisor entre

os estados do Paraná e de São Paulo (Taciba), ao norte; na margem esquerda do rio Vermelho,

a leste, no limite com Alvorada do Sul e na margem direita do Ribeirão Tenente, a oeste, que

faz limite com Centenário do Sul e, ao sul, no limite com Florestópolis. Possui um variado

número de recursos hídricos, ribeirões, rios, represas e córregos, todos de caráter perene.

O rio Paranapanema, com largura média de 250 m e profundidade variada de 1 a 10 m, é seu

principal curso de água que tem como afluentes diretos, os principais mananciais dentro do

município de Porecatu, o rio Vermelho (represa), o Córrego do Tenente e o Córrego Capim,

este um divisor da zona rural e da zona urbana da porção oeste do município.

Assim, estes rios deságuam no rio Paranapanema fazendo parte desta bacia hidrográfica que

se liga à Bacia do Rio Paraná e, finalmente, à Bacia Platina.

No município há, portanto, quatro bacias hidrográficas:

a) Bacia do Córrego do Capim (102,13 km²), parcialmente canalizado, nasce no município de

Florestópolis, percorrendo-o no sentido sul-norte e tendo como afluentes o Córrego

Taquaraçu, Ribeirão das Canas e Córrego São João.

b) Bacia do Rio Paranapanema (62,99 km²) nasce no Estado de São Paulo percorre o sentido

leste-oeste e deságua no Rio Paraná. Seus afluentes dentro do município de Porecatu são: Rio

Vermelho, Córrego Central, Córrego do Retiro e Córrego da Barrinha.

c) Bacia do Córrego do Tenente (53,28 km²) nasce no município de Florestópolis percorre o

sentido sul-norte até desaguar no Rio Paranapanema. Seus afluentes em Porecatu são: Córrego

União, Córrego São José, Córrego do Boti, Córrego Santa Ana e Córrego Jangada.

d) Bacia do Rio Vermelho (47,23km²) nasce em Jaguapitã, percorre o sentido sul-norte até

desaguar no Paranapanema. Seus afluentes em Porecatu são: Córrego Palmital, Córrego do

Heitor e Córrego Olaria.

A Bacia do Rio Paranapanema encontra-se represada em decorrência da existência de oito

usinas hidroelétricas, sendo que a de Capivara está situada no município de Porecatu, na

porção nordeste e é o segundo maior aproveitamento do rio Paranapanema. Sua construção

iniciou-se em 1970 pela CESP (Companhia Energética do Estado de São Paulo) e foi

inaugurada em 1978.

Em 1999/2000 foi vendida para a trading Duke-Energy Internacional, Geração Paranapanema

SA., empresa norte-americana. Tem potência instalada de 619 MW, em oito comportas, por

onde passam 12.680 m³ de água por segundo. O reservatório da Usina corresponde a 515 km²

de área e 10,5 bilhões de m³ represados.

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A Usina Hidrelétrica Capivara inundou uma área correspondente a 25 km² do município de

Porecatu.

A partir da década de 1990 se deu o início do parcelamento do solo às margens da represa

para a construção de chácaras de lazer, como o Condomínio Portal das Águas.

No Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE-ECOURBE há indicações do uso e da

ocupação destas áreas, e define que o loteamento deve ter 100 metros de distância da borda do

reservatório.

O zoneamento desta área segue as diretrizes contidas no Plano de Uso e Ocupação e prevê a

recuperação de matas ciliares, restauração de ecossistemas naturais, a contenção de processos

erosivos, além da constituição de Reservas Florestais Coletivas (públicas ou privadas) e

desestimula o uso urbano na borda do reservatório.

Com o intuito de ordenar as áreas numa faixa de 1 km de largura, o zoneamento estipula

quatro tipologias de uso para a borda da represa:

a) Zona de Proteção Ambiental – diz respeito à preservação ambiental e a recuperação de

áreas degradadas. São áreas em que a atividade agrícola é permitida, desde que com

práticas conservacionistas de manejo do solo e áreas para reflorestamento, com o fim

de conservação ou de recuperação ambiental. Estas áreas localizam-se próximas da

barragem, a nordeste de Porecatu, descendo no sentido sul.

b) Zona de Uso Predominantemente Rural – é uma área de proteção ambiental, com

prioridade ao uso agrícola com utilização de práticas de manejo e conservação do solo,

reflorestamento para fim conservacionistas ou recuperação ambiental, estruturas que

dão acesso à água, hotéis e pousadas para eco-turismo com área máxima de 1 000 m² e

extração mineral de acordo com a Legislação. Trata-se da área correspondente à borda

sul da represa, no município de Porecatu.

c) Zona de Desenvolvimento Turístico – ocorre nas proximidades da área urbanizada.

Permitem-se os mesmos usos da Zona Predominantemente Rural mais o parcelamento

do solo para chácaras de lazer, com 3.000 m² de área mínima de acordo com a

Legislação e com a apresentação de projeto de recuperação e estabelecimento de

ensino, cultura e saúde.

d) Zona de Expansão Urbana – área a leste do sítio urbano, até as bordas da represa, após

a Zona de Desenvolvimento Turístico, com usos iguais.

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Mapa 14 – Zoneamento da Orla da Represa Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 73)

- Quando ocorreu o processo de colonização do município os rios eram fatores preponderantes

na divisão dos lotes rurais. Hoje, como esses rios interferem nas atividades dos moradores do

seu município?

Observe o mapa das principais bacias hidrográficas do Estado do Paraná a seguir:

Mapa 15– Paraná – Hidrografia Fonte: IPARDES.

Organizado por: Emiliana Alves da Silva (2007)

- Em qual das bacias hidrográficas o município de Porecatu se localiza?

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Observe no mapa a seguir a hidrografia do município de Porecatu:

Mapa 16 – Porecatu – Hidrografia Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p.34)

- Destaque o(s) manancial (is) de Porecatu.

- Verifique se sua cidade está à jusante ou à montante deste manancial.

- Existe em seu município sistema de tratamento de água e esgoto?

- Em seu município são desenvolvidos projetos de recuperação das bacias hidrográficas?

Descreva sua localização.

- Caso não existam projetos de recuperação, identifique os rios nos quais são jogados os

resíduos e esgoto.

- Em quais aspectos socioeconômicos e culturais os rios interferem na vida dos munícipes?

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1.11 - Clima

Observe o mapa a seguir:

Mapa 17– Paraná – Clima Fonte: <http://200.201.27.14/Sma/Cartas_Climaticas/Classificacao_Climatica.htm>. Acesso em: 20 nov.

2007.

- Com base no Mapa 17 identifique o tipo climático de Porecatu.

1.11.1 - Clima de Porecatu

O clima de Porecatu, segundo a classificação de Köeppen, é do tipo CFA, sendo subtropical

úmido mesotérmico, com verões quentes e geadas pouco freqüentes e tendência de

concentração de chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida.

A média das temperaturas nos meses mais quentes é superior a 22 graus centígrados e a dos

meses mais frios é inferior a 18 graus centígrados. O município tem como média anual de

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temperatura de 21ºC a 22ºC, sendo fevereiro o mês mais quente, com temperatura média de

24ºC e junho o mês mais frio, com média de 17 ºC a 18 ºC.

Chove em média de 1400 a 1600 mm ao ano. A média de dezembro, mês mais chuvoso, é de

190 a 230 mm no mês de dezembro, junho, julho e agosto são os meses mais secos. A

umidade relativa do ar tem uma média anual de 70%.

Segundo dados do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), os ventos predominantes na

região próxima a Porecatu provêem do Leste, Sudeste e nordeste como direção de maior

freqüência anual, com as maiores médias de velocidade (3m/s) registradas nos meses de

setembro a outubro.

Pela posição geográfica ocupada, nosso estado normalmente se encontra sob o domínio da

circulação dos anticiclones do Atlântico que movimentam, durante o inverno, as massas de ar

de alta pressão (ar frio) da Zona Polar para a Região Norte, e, durante o verão, as de baixa

pressão da Zona Equatorial e Tropical Atlântica para a região Sul.

Os ventos alísios que sopram durante todo o ano e a corrente marítima quente do Brasil que

tornam o ar marítimo mais úmido e com temperaturas mais estáveis também são fatores que

influenciam o clima subtropical do Paraná, dividido basicamente em dois tipos climáticos:

- Cfa – Subtropical Úmido Mesotérmico, abrange as porções Centro Norte, Nordeste,

Sudoeste, Oeste, Vale do Ribeira e proximidades da Serra do Mar.

- Cfb – Subtropical Úmido Mesotérmico, abrange a maior parte do Primeiro Planalto e as

porções mais elevadas do Segundo e Terceiro Planalto, no Centro-Sul e Sudoeste do Paraná.

- Com base nos mapas, no texto e nos conhecimentos sobre o clima de Porecatu e do Paraná,

discorra sobre a importância do clima na organização dos arranjos espaciais do município.

O painel têmporo-espacial analisa a variabilidade da precipitação de um lugar, no caso

Porecatu, para o conhecimento da chuva, fator importante para o planejamento do uso e

ocupação do solo em um município agrícola, com dados mensais e anuais, fornecidos pela

Superintendência de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental-

SUDERHSA, do Paraná.

Observe a seguir o painel têmporo-espacial de Porecatu:

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1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

Anos

Meses

Variabilidade pluviométrica no Município de Porecat u / Pr- 1980 a 2006.

0-50 50-100 100-150 150-200 200-250 250-300 300-350 350-400 400-450 450-500

Fonte: Dados fornecidos pela Suderhsa

Organizado por: Deise Fabiana Ely e Rosiléia Bueno (2007)

- Destaque no painel os meses em que têm inicio as estações do ano.

- Identifique a estação mais seca e a mais chuvosa.

- Na série apresentada, qual foi o ano mais seco e o mais chuvoso?

1.11.2 - Estações do ano

Complete o quadro a seguir das estações do ano:

Porecatu Europa Município: Hemisfério Sul Continente: Hemisfério Norte 20/21 de março: Equinócio de outono.

20/21 de março: Equinócio de Primavera.

22/23 de junho: Solstício de Inverno. 22/23 de junho: Solstício de Verão. 22/23 de setembro: Equinócio de Primavera.

22/23 de setembro: Equinócio de Outono.

Como grande parte do Brasil se encontra nas zonas equatoriais e tropicais, as diferentes estações do ano não apresentam características definidas, com exceção de parte dos estados do sul.

Como a Europa fica na zona climática temperada, as quatro estações são bem definidas, expressando-se de maneira marcante na paisagem.

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Enquanto em Porecatu é __________ Na Europa é _____________ Verão: Os dias são mais longos e quentes, é maior a incidência dos raios solares, devido à inclinação do eixo da Terra. Estação chuvosa. Presença de aves migratórias.

Inverno: Os dias são mais curtos e mais frios, é menor a incidência dos raios solares, devido à inclinação do eixo da Terra. Marcado pelas temperaturas negativas e pela presença de neve.

Inverno: Os dias são mais curtos, as temperaturas mais baixas e podem ocorrer geadas. Durante a estação, alguns dias são quentes. A temperatura média mínima mais baixa é 13,2C°, no mês de julho. Junho, julho e agosto são os meses menos chuvosos. É a época dos girassóis e da erva de São João.

Verão: Os dias são mais longos e quentes, geralmente chuvosos nos meses de junho, julho e agosto.

Outono: Inicia-se com os dias e as noites tendo a mesma duração, depois os dias começam a ficar mais curtos. Algumas árvores perdem as folhas, como é o caso dos Ipês. A temperatura é amena. É a passagem do verão para o inverno.

Primavera: Os dias começam a ficar mais longos. As folhas e as flores mais viçosas e há o retorno dos animais que migraram no inverno. É a passagem do inverno para o verão.

Primavera: As noites e os dias têm a mesma duração inicialmente, depois os dias se tornam mais compridos. A temperatura começa a esquentar em setembro. Há o florescimento das árvores. Aparece a flor de finados e os Ipês ficam floridos. É a passagem do inverno para o verão.

Outono: A temperatura começa a cair, os dias vão ficando mais curtos e os animais migram em busca de lugares mais quentes. É a passagem do verão para o inverno.

Quadro 1 – Estações do ano no Hemisfério Sul e Norte

- Correlacione a variabilidade climática apresentada com as atividades socioeconômicas e

culturais desenvolvidas no seu município.

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TEMA 2: ARRANJOS TERRITORIAIS

Objetivo geral

- Compreender a geograficidade inerente aos arranjos espaciais.

Objetivos específicos

- Reconhecer e identificar as características inerentes à estrutura urbana e rural, analisando, por meio de conceitos, o uso e ocupação do solo a partir da distinção da espacialidade de ambas as áreas.

- Analisar e compreender conceitualmente a distribuição espacial das zonas de ocorrência de

serviços públicos essenciais à qualidade de vida da população como água encanada, rede de

esgoto, coleta de lixo, rede elétrica, asfalto, entre outros.

2 - ARRANJOS TERRITORIAIS

2.1 - Estrutura fundiária e relações de trabalho no campo

Analise a imagem a seguir.

Figura 9 - Vista parcial do município de Porecatu Fonte: Prefeitura Municipal (2006)

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- A imagem da Figura 9 apresenta uma vista parcial do município de Porecatu. Elabore um

texto descrevendo, com o máximo de detalhe possível, a paisagem retratada, como se fosse

apresentá-la a quem não possui o sentido da visão.

- A imagem evidencia que uma parte significativa da paisagem de Porecatu é composta por

áreas de cultivo. Qual a importância da agricultura para o desenvolvimento sócio-econômico e

cultural do seu município? E para você?

- Faça um levantamento dos produtos agrícolas produzidos no seu município, em seguida,

faça uma lista dos mesmos.

- A partir dos arranjos espaciais contidos na imagem, indique quais são característicos do

espaço rural.

2.2 - Agricultura

A agricultura brasileira continua um setor econômico estratégico, apesar da sua participação

na formação do PIB (Produto Interno Bruto) ter diminuído com a intensificação da

industrialização. Assim, com o avanço tecnológico somado aos investimentos no processo

agrícola houve a alteração do modo de produção e da produtividade, pois as tecnologias

intensamente usadas na (re)produção do espaço urbano também disseminaram-se no rural e,

conseqüentemente nas atividades agrárias, influenciando também a (re)produção do espaço

rural. Em função das grandes perspectivas de lucros, as grandes empresas nacionais e

internacionais investem na criação, na produção e distribuição de implementos e insumos

agrícolas para o incremento da produtividade de alimentos e matérias-primas oriundas do

campo.

O crescimento da agricultura brasileira não é uniforme em todo território, há diferenças

quanto ao tamanho da propriedade, uso do solo, relações de trabalho, acesso e uso de

tecnologias, entre outros.

O pequeno proprietário, na maioria das vezes, dispõe de poucos recursos financeiros para

produção que, em geral, é destinada ao mercado interno pois produzem principalmente

alimentos. Isso ocorre porque são poucas as políticas voltadas para apoiar estes produtores

rurais. Por outro lado, o grande proprietário produz, geralmente, para o comércio externo ou

para a indústria e tem uma infra-estrutura capaz de produzir em maior quantidade. Isso

acontece porque, em geral, são os grandes proprietários rurais que possuem acesso a políticas

públicas voltadas para a agricultura.

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A busca por maior produção e altos rendimentos demanda o uso intensivo de fertilizantes,

defensivos, máquinas e equipamentos agrícolas, além de financiamentos, seleção de sementes,

pesquisa agropecuária e transporte. Assim, para movimentar todo esse circuito capitalista

verifica-se maior incentivo do Estado para culturas de exportação em detrimento da produção

voltada ao mercado interno.

A exportação brasileira de produtos do setor primário é expressiva e diversificada. Hoje, os

principais produtos exportados são: café, suco de laranja, grão, farelo e óleo de soja, açúcar,

fumo e cigarros, papel e celulose, carnes bovina, suína e de aves.

A exportação de produtos brasileiros se depara com as barreiras comerciais, fiscais e

sanitárias que existem em alguns países em relação aos nossos produtos, que alegam proteger

seus interesses econômicos, o que faz com que os mesmos sofram um aumento do preço no

mercado interno provocando redução no nível de consumo da população do país.

São várias as problemáticas enfrentadas pela agricultura brasileira:

- O uso de produtos químicos na agricultura para o combate às pragas que pode ser nocivo à

vida humana, dependendo de sua concentração e tempo de contato. Em especial interferem na

vida das pessoas que estão expostas de forma mais direta a eles, como os trabalhadores rurais

e populações que moram nas áreas próximas às plantações, além de poderem influenciar no

surgimento de doenças nos consumidores finais dos produtos. A utilização dos agrotóxicos

causa mutação de vários seres vivos e polui o solo e os cursos d’água.

- No Brasil, cerca de 80% do uso de agrotóxicos concentra-se nos Estados do Sul e no de São

Paulo.

- O desgaste do solo que ocorre com as queimadas e sucessivas plantações, ocasionando o

processo erosivo do solo por perda da fertilidade ou a sua contaminação com os produtos

químicos para a recuperação da fertilidade.

- As áreas monocultoras que, por utilizarem maquinários, dispensam mão-de-obra

aumentando o desemprego no campo e o êxodo rural, além disso, podem prejudicar o solo

compactando-o.

- A produção de subsistência e ou agricultura camponesa, em muitos casos, é insuficiente para

alimentar as famílias.

Enfim, se fazem necessários uma reestruturação do espaço agrícola brasileiro, ampliação de

políticas públicas voltadas ao pequeno proprietário para que o mesmo tenha oportunidades

reais de ampliação do processo produtivo.

A agropecuária brasileira responde por 12% do PIB nacional, quando analisamos o valor da

produção, porém, quando se considera o agronegócio que é a soma total das operações de

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produção, distribuição de insumos e novas tecnologias agrícolas, incluindo o processamento e

distribuição dos produtos agrícolas e derivados, a participação alcança mais de 43% da

balança comercial, representando 1/3 do PIB nacional da agricultura.

A agricultura é uma das principais atividades econômicas do Estado do Paraná e do município

de Porecatu. Em ambos predominam, na maioria dos casos, culturas comerciais e o intenso

uso de tecnologia por meio do emprego de máquinas e dos produtos químicos, caracterizando

a prática da agricultura moderna.

As culturas agrícolas desenvolvidas em Porecatu são a de grãos (milho, soja, trigo) e da cana-

de-açúcar para a produção de açúcar e álcool, principal exploração agrícola do município, em

área colhida, valor e produtividade.

Observe a tabela a seguir:

PORECATU

PRINCIPAIS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS (2004)

PRODUTO VALOR EM R$ 1.000,00

ÁREA (HA) PRODUTIVIDADE

MÉDIA KG/HA

Cana-de-Açúcar 27.383 12.663 72.083

Soja 2.794 1.940 1.800

Milho 2.360 2.329 3.897

Trigo 972 937 2.880

Café 792 231 1.013

Algodão Herbáceo 527 200 2.025 FONTE: IPARDES (2004) apud Plano Diretor de Porecatu (2006)

Tabela 2 – Porecatu – Produtos agrícolas mais produzidos

- A Tabela 2 apresenta indicadores sobre os produtos agrícolas mais produzidos em Porecatu

em termos de valores, área ocupada e produtividade. Contudo, sabemos que outros

importantes produtos também são produzidos, como é o caso dos alimentos produzidos pelos

pequenos produtores. Por meio entrevistas, faça um levantamento da produção agrícola destes

últimos, bem como de suas dificuldades.

2.3 - Conhecendo a estrutura agrária do seu município.

Analise a tabela a seguir:

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Tabela 3 - PORECATU

CONDIÇÕES DO PRODUTOR NO MUNICÍPIO (1970/1980/1985/1995)

ANO / ÁREA E NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS

1970 1980 1985 1995 CONDIÇÃO

nº. ÁREA (ha) nº.

ÁREA (ha) nº.

ÁREA (ha) nº.

ÁREA (ha)

PARCEIROS 14 202 1 29 3 117 6 159

PROPRIETÁRIOS 122 28.412 69 25.341 106 23.495 56 26.180

ARRENDATÁRIOS 9 89 4 98 25 1.688 8 586

OCUPANTE --- --- --- --- 23 85 --- ---

TOTAL 145 28.703 74 25.468 157 25.385 70 26.925 FONTE: IBGE, apud Plano Diretor (2006)

Com base na analise da estrutura agrária do município verifica-se uma queda no número de

estabelecimentos, as 145 propriedades existentes em Porecatu, em 1970 foram reduzidas a 70

em 1995. Enquanto isso há uma expansão da área arrendada no mesmo período, que cresceu

de 89 ha para 586 ha.

Quanto ao número de proprietários ocorreu uma redução, passou de 122, em 1970, para 56,

em 1995, assim como também ocorreu com a área ocupada por eles, que foi reduzida, em 7,85

%, ou seja, de 28.412 ha passou para 26.180 ha. Com base nos dados apresentados pode-se

afirmar que houve no município, desde 1970, uma diminuição do número de proprietário de

terras que indica a expulsão dos trabalhadores rurais do campo.

- O que ocorreu com as ocupações no campo desde 1970?

- Quais foram os fatores responsáveis por essas mudanças?

Tabela 4 - PORECATU

UTILIZAÇÃO DAS TERRAS PARA AGRICULTURA

Anos: 1970/1980/1985/1995

ÁREA (ha.) DISTRIBUIÇÃO

1970 1980 1985 1995 LAVOURAS TEMPORÁRIAS 9.171 12.425 14.169 LAVOURAS PERMANENTES 8.417 3.151 1.069

12.761

PASTAGENS NATURAIS 1 1.164 220 PASTAGENS PLANTADAS 7.496 6.188 7.344

8.666

MATAS NATIVAS 1.702 1.217 973 REFLORESTAMENTO 477 582 561

1.192

TEMPORÁRIAS EM DESCANSO --- 126 PRODUTIVAS NÃO UTILIZADAS

518 27 31

2.192

TOTAL 28.704 25.469 25.386 26.925 FONTE: IBGE, apud Plano Diretor (2006).

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A transformação da utilização das terras nos lugares altera a vida das pessoas que moram no

campo e na cidade. Isso porque dependendo da utilização que se faz, mais ou menos pessoas

trabalham no campo, trabalhadores são contratados ou expulsos, aumentando ou diminuindo

o nível de consumo de produtos nas cidades que, por sua vez, pode ter a sua economia

aquecida ou abalada, atraindo ou expulsando populações.

Com base nos dados apresentados na Tabela 4, faça uma análise da utilização das terras para

a agricultura em Porecatu no período associando-a com as transformações na vida das

pessoas do município.

- Com base nos dados da Tabela 4 - relacione os produtos agrícolas produzidos em cada tipo

de uso de terras.

- A produção agrícola do seu município está voltada para atender o mercado local ou outros

mercados?

- Indique as implicações sociais e ambientais das atividades agrícolas do seu município.

- Dos alimentos que você consome, quais são produzidos no seu município?

2.4 - Concentração fundiária do Paraná

Mapa 18 - Estrutura Agrária do Paraná

Fonte: IAPAR (2005?)

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- Observe o Mapa 18 que apresenta a estrutura agrária do Paraná e descreva a concentração

fundiária no estado.

- Estabeleça hipóteses sobre a espacialidade da estrutura agrária do estado e as debata em sala

de aula.

Observe a tabela a seguir:

Tabela 5 - PORECATU: DISTRIBUIÇÃO DOS ESTABELECIMEN TOS AGRÍCOLAS

POR MÓDULOS FUNDIÁRIOS. 1970/1975/1980/1985/1995

FONTE: IBGE apud Plano Diretor de Porecatu (2006).

De acordo com os dados da Tabela 5 (IBGE) a distribuição dos estabelecimentos agrícolas

por área também se modificou. Em 1970, eram as faixas de 20-50 ha que concentravam o

maior número de estabelecimentos (26%) e os estabelecimentos até 100 ha perfaziam um total

de 71,73%, passando para 54,28%, em 1995. O número de estabelecimento no qual se verifica

crescimento é aquele acima de 100 ha, de 28,29%, em 1970, passaram para 45,70%, em 1995.

A diminuição do número de estabelecimentos agrícolas, com conseqüente aumento da área

ocupada pelos estabelecimentos deu-se juntamente com a substituição das culturas

permanentes como a do café por temporárias, como a cana-de-açúcar e a soja, indicadores da

expulsão dos trabalhadores rurais, pois estas culturas exigem menos mão-de-obra.

- A Tabela 5 permite identificar a concentração fundiária do seu município. A visualização

dos níveis de concentração poderá ser obtida por meio de um gráfico de colunas do período.

Construa-o a partir dos dados da tabela.

- Com base no gráfico, faça uma análise da concentração fundiária do seu município.

MÓDULOS Nº. DE ESTABELECIMENTOS (ha.) 1970 % 1975 % 1980 % 1985 % 1995 % 0-5 2 1,38 1 1,35 3 4,05 41 26,11

5/out 16 11,03 2 2,7 2 2,7 4 2,55 6 8,57

out/20 34 23,45 6 8,11 8 10,81 14 8,92 20-50 39 26,9 21 28,38 23 31,08 39 24,84 50-100 13 8,97 9 12,16 7 9,46 16 10,19 32 45,71

100-200 8 5,52 7 9,46 4 5,41 14 8,92 11 15,71 200-500 13 8,97 11 14,86 11 14,86 14 8,92 6 8,57 500-1000 12 8,28 7 9,46 7 9,46 7 4,46 1000-2000 8 5,52 8 10,81 9 12,16 8 5,1 11 15,71

2000-5000 --- --- 2 2,7 --- --- --- --- 4 5,71 TOTAL 145 100 74 100 74 100 157 100 70 100

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Você sabia que em uma única propriedade rural pode haver vários estabelecimentos rurais?

Para compreender isso leia o texto e analise o Esquema 1 a seguir.

Esquema 1 – Exemplos de estabelecimentos e propriedades rurais

Vários estabelecimentos (1, 2, 3 e 4) rurais numa só propriedade (X).

Várias propriedades constituindo um (A, B, C e D) único estabelecimento rural (5).

Organizado e Elaborado por: FERREIRA (2007)

- Com base no exposto, analise o gráfico da estrutura fundiária de Porecatu, procure

relacionar seus dados com os da Tabela 4 sobre a utilização das terras do município para a

agricultura (1970-1995).

- Escreva as conclusões às quais se pode chegar em relação ao uso das terras e a estrutura

fundiária no período.

2.5 - Uso do solo

Observe a Tabela a seguir:

Tabela 6 – Porecatu - Empregos gerados no campo (1995)

PESSOAL OCUPADO NO CAMPO Total Total de homens Homens menores de 14

anos Total de mulheres

Mulheres menores de 14 anos

1.453 1.140 7 313 7

Estabelecimento rural – supõe uma divisão de áreas baseada em critérios

econômico-administrativos, ou seja, uma área explorada por um único administrador.

Propriedade rural – unidade de terra com título de propriedade, supõe

reconhecimento jurídico do direito de propriedade. (Profa. Dra. Eliane Tomiasi

Paulino – Universidade Estadual de Londrina/Departamento de Geociências).

1 2

3 4

X A B

C D

5

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Fonte: IBGE (1996) Organizada e elaborada por: Rosiléia Bueno

- Estabeleça hipóteses para explicar os dados da Tabela 6 e estabeleça um debate sobre os

mesmos na sala de aula.

2.5.2 - Estatuto da Terra

A desigual distribuição da terra no Brasil data da época das Capitanias Hereditárias e da Lei de Terras de 1850. Essa distribuição sempre gerou conflitos entre proprietários e não-proprietários e resultou no Estatuto da Terra, Lei nº. 4504, de 30 de novembro de 1964, criado durante o regime militar. Este documento objetivava uma reforma agrária e uma política agrícola, reavaliando a estrutura fundiária brasileira devido às tensões no meio rural e o receio do governo e dos grandes proprietários de uma revolução camponesa. Foi uma estratégia para acalmar os camponeses e tranqüilizar os grandes proprietários de terra. Em relação à reforma agrária, ela não ocorreu efetivamente, houve uma mera distribuição de terras com pouca ou nenhuma estrutura de produção em escala. Já a política agrícola obteve atenção especial do governo que priorizou o desenvolvimento capitalista da agricultura moderna e mecanizada e o agronegócio que alcança resultados expressivos na balança comercial. De acordo com o Estatuto da Terra, os estabelecimentos rurais devem ser classificados segundo a sua função social, que é alcançada quando favorece o bem-estar dos proprietários, trabalhadores e família dos que nela trabalham, mantendo níveis satisfatórios de produtividade, assegurando a conservação dos recursos além de observar as disposições legais reguladoras das relações de trabalho entre os que a possuem e os que a cultivam. Quanto à dimensão, o Estatuto da Terra define as classificações dos imóveis em: I-Imóvel rural: área que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através do setor público quer através de iniciativas privadas.

2.5.1 - Estatuto do Trabalhador Rural

Em 02 de março de 1963 foi aprovado o Estatuto do Trabalhador Rural, Lei nº.4.214, que

dispõe sobre as regulamentações das relações de trabalho no campo até então não cobertas

pela legislação trabalhista.

Outorgava aos trabalhadores rurais os mesmos direitos do trabalhador urbano: remuneração

semanal, direito ao salário mínimo, aposentadorias por velhice ou invalidez, assistência

médica e à maternidade, auxílios doença e funeral, entre outros.

Esta medida influenciou na ocupação rural. Com a alegação de alto custo para a

manutenção dos empregados, os fazendeiros reduziram o número de trabalhadores

ampliando o desemprego no campo e o êxodo rural.

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II-Propriedade familiar: o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e

sua família, lhes absorva toda a sua força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o

progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de

exploração, e eventualmente trabalho com terceiros.

III-Minifúndio: o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar.

IV-Latifúndio:

Por dimensão: imóvel rural que exceda a seiscentas vezes o módulo rural para a área

onde se localiza.

Por exploração: imóvel rural menor que seiscentas vezes o módulo rural e tendo área

igual ou superior à dimensão do módulo de propriedade rural, seja mantido ou

inadequadamente explorado de maneira a não poder ser classificado como empresa rural.

V-Empresa rural: é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada que

explore econômica e racionalmente o imóvel rural. Dentre atividades realizadas no imóvel

rural estão as áreas cultivadas, as pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas

com benfeitorias. Possui de 1 a 600 módulos rurais de área.

VI-Módulo rural: unidade de medida em hectares que deve corresponder à propriedade

familiar; imóvel que explorado pelo agricultor e sua família garanta-lhes a subsistência e o

progresso social e econômico em área estabelecida de acordo com as características da região

onde está localizada.

Fonte: <www.planalto.gov.br/publi_04_colecao/REFAGR_3HTM>. Acesso em: 15 out. 2007.

- Com base nos dados e informações anteriormente apresentados, analise a tabela a seguir:

Tabela 7 - Evolução da população do município

ANO POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL TOTAL GERAL

1960 5.160 15.616 20.776

1970 7.252 15.025 22.277

1980 13.205 8.264 21.469

1991 11.961 5.141 17.102

2000 12.372 3.509 15.881

FONTE: Censos Demográficos do IBGE apud Plano Diretor (2006)

- A partir dos dados mostrados na Tabela 7, construa um gráfico de linhas.

– Verifique os dados do gráfico, indique em que década a população urbana ultrapassou a

população rural.

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- Explique em linhas gerais quais mudanças ocorreram na forma de produção agrícola no seu

município desde sua fundação até os dias atuais.

- Como a modernização da agricultura modifica o processo de produção agrícola?

- Estabeleça a correlação entre o uso do solo, estrutura fundiária, trabalho no campo e

distribuição populacional campo-cidade.

- Que conseqüências a modernização da agricultura provocou na distribuição da população

urbana e rural brasileira?

-Quais as influências sociais e econômicas do emprego da biotecnologia na agricultura?

2.6 - Estrutura urbana

Observe o mapa a seguir:

Mapa 19– Porecatu – Zoneamento Urbano Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 69)

Nas cidades existe uma divisão entre as áreas residenciais, comerciais e industriais, esta é

elaborada a partir de uma ação do poder público municipal denominada zoneamento urbano,

um de seus objetivos é o desenvolvimento e (re)organização planejados da cidade,

fundamental para o seu adequado funcionamento e para a qualidade de vida dos munícipes.

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- Com base no Mapa 19 identifique as áreas que possuem diferentes usos em sua cidade e

analise a lógica de sua organização espacial.

Leia atentamente o quadro a seguir sobre o uso do solo urbano de Porecatu:

2.6.1 - Zoneamento urbano: Divisão de áreas objetivando a reorganização espacial de

uma cidade, como forma de diferenciar as áreas e os fins a que se destinam. Assim,

encontramos: zona residencial, zona comercial, zona industrial, zona mista, entre outras.

Fonte: <http://www.geocities.com/geografiaonline/dicionario.html#Z>. Acesso em: 20 set. 2007

Zoneamento urbano:

Divisão da área urbana em zonas diferenciadas de uso e ocupação do solo, objetivando a

reorganização espacial de uma cidade. Encontramos usos: residencial, comercial,

industrial, de serviços, preservação permanente e usos mistos. Os usos podem ser

permitidos, permissíveis, tolerados ou proibidos.

Zona de proteção permanente: local de preservação permanente, só podem ser realizadas

obras nessa área para a manutenção das já existentes e estabelecimento de serviços de

infra-estrutura.

Permitidos: usos adequados ao lugar.

Permissíveis em zonas residenciais: passíveis de serem admitidos com a anuência de 75%

de, no mínimo, oito vizinhos.

Permissíveis em zonas comerciais e industriais: passíveis de serem atendidos mediante

parecer técnico favorável do órgão municipal de planejamento e aprovação obrigatória do

Conselho do Plano Diretor.

Tolerados em zonas residenciais: admitidos com a anuência de 75% de, no mínimo, oito

vizinhos, aprovação do Conselho do Plano Diretor e, se necessário, a elaboração de um

EIV-Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança.

Tolerados em zonas industriais e comerciais: admitidos mediante EIV apresentado pelo

interessado e assinado por profissional habilitado junto ao Conselho de Engenharia,

Arquitetura e Agronomia (CREA), de conclusão favorável e aprovação, por maioria, do

Conselho do plano Diretor.

De acordo com o Estatuto da Cidade, o processo de zoneamento é uma estratégia baseada

no modelo de cidade ideal, traduzidos em índices como taxa de ocupação, coeficiente de

aproveitamento, tamanhos mínimos dos lotes etc. Esse modelo foi formulado pelos países

centrais de onde veio a teoria de zoneamento.

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Quadro 2 - Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano Características de Uso do Solo Urbano no Distrito Sede de Porecatu

Zonas Permitidos Permissíveis Tolerados Proibidos

ZR 1

Residencial Unifamiliar, Multifamiliar horizontal e vertical,

Comércio e Serviço Vicinal

Comércio e Serviço Geral

Comércio e Serviço Especial Tipo A e B

Indústria tipo A

Comércio e Serviço Especial Tipo C

Indústria tipo B

ZR 2 Residencial Unifamiliar

Comércio e Serviço vicinal quando exercido na própria residência.

Todos os demais

ZCS 1

Residencial Unifamiliar, Multifamiliar horizontal e vertical.

Comércio e Serviço Vicinal

Comércio e Serviço Geral

Comércio e Serviço Especial do Tipo A e B

Indústria Tipo A

Comércio e Serviço Especial Tipo C

Indústria tipo B

ZCS 2

Comércio e Serviço Vicinal

Comércio e Serviço Geral

Comércio e Serviço Especial do Tipo A

Indústria tipo A

Comércio e Serviço Especial do Tipo B

Indústria tipo B

Comércio e Serviço Especial Tipo C

ZI

Comércio e Serviço Vicinal

Comércio e Serviço Geral

Comércio e Serviço Especial do Tipo A, B

Indústria Tipo A

Habitação (1) Comércio e Serviço Especial Tipo C

Indústria Tipo B Todos os demais

Zonas Uso Permitido Especificidade de Uso Uso

Proibido

ZPP 1 - Preservação permanente. Cursos de Água e Nascentes

Preservação ambiental

• Matas • Estações de bombeamento de esgotos, estação de tratamento de água e esgotos, dissipadores de energia de rede de drenagem, pontes, desde que aprovados pelo Conselho do Plano Diretor Municipal e licenciados pelo órgão competente do Poder Executivo municipal.

Todos os demais

ZE 1 - Praça Serviço

Atividades lúdicas concernentes a praça e comércio vicinal, desde que aprovado pelo Conselho do Plano Diretor Municipal e pelo órgão municipal de planejamento.

ZNE Hortas, jardins, parques.

Atividades que não impliquem em edificações de qualquer natureza

Todos os demais

(1) moradia para guarda e vigilância. Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006)

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Com base no exposto, responda as questões a seguir:

- Qual a importância do zoneamento urbano para os moradores de uma cidade?

- Quais os objetivos do zoneamento urbano?

- A delimitação de áreas no processo de zoneamento urbano obedece a um planejamento ou

ocorre espontaneamente?

- Reflita sobre os objetivos que fundamentaram a criação das diferentes áreas no zoneamento

urbano.

2.7 - As origens de Porecatu

O Norte do Paraná foi colonizado pela Companhia de Terras Norte do Paraná, criada em 1925

pela Paraná Plantation Ltda., de origem inglesa, liderada por Lord Lovat.

A Paraná Plantation, por meio da Companhia de Terras Norte do Paraná, criou 65 centros

urbanos, como Maringá e Londrina na condição de cidades pólos. O objetivo da implantação

destes centros urbanos era dar suporte às vendas das terras, pois os potenciais compradores

somente seriam atraídos se houvessem núcleos urbanos com recursos mínimos, como

entreposto comercial, centro religioso e serviços básicos de saúde e educação. A comarca de

Londrina abrangia todo o Norte Novo do estado. Na esteira desse grande projeto de

colonização, surgiram outras inúmeras cidades, fora da área de domínio da Companhia e, por

iniciativa de outros colonizadores, como é o caso de Porecatu que foi colonizado por uma

família de italianos – Família Lunardelli – provenientes de Catanduva, município do interior

paulista, que viram em Porecatu a possibilidade de expansão da cultura cafeeira.

Não há no município documentos que comprovem a ascendência da população porecatuense.

A partir de conversas com a comunidade, verifica-se que a composição étnica da população

caracteriza-se principalmente por imigrantes italianos e alguns alemães. Quanto a migrantes

internos, a maioria são mineiros e paulistas e, em menor número, nordestinos que vieram em

busca da propriedade da terra ou para trabalhar nas propriedades dos colonizadores.

Porecatu foi colonizado e desenvolvido, primeiro com a cultura do café e, a partir de 1942,

desenvolveu-se o plantio da cana-de-açúcar com a construção da Usina Central do Paraná,

produtora de açúcar e álcool.

O início de sua ocupação deu-se em 1940. Os Lunardelli deram nome ao primeiro povoado de

Brasília. Porém, em 30 de dezembro de 1943, ao ser elevado à categoria de Distrito Judiciário

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65

passou a se chamar Porecatu, nome escolhido pelos Lunardelli em função de sua admiração

pela natureza. Porecatu significa Salto Bonito, na língua tupi-guarani. Em 10 de outubro de

1947 foi elevado à categoria de município. O aniversário de Porecatu é no dia 08 de

dezembro, dia da Emancipação Política do Município.

2.8 - Guerra de Porecatu

O Norte Novo do estado do Paraná foi colonizado pela ação da Companhia de terras norte do

Paraná, de capital inglês. Este processo de colonização objetivava lucros imobiliários, assim,

comprava-se a preços baixos terras férteis de difícil acesso e se investia na extensão

ferroviária São Paulo-Paraná para revendê-las com altos lucros.

Entretanto, a região de Porecatu, localizada acima do limite da Companhia de Terras Norte do

Paraná ficou inóspita até a década de 1940, quando iniciaram o processo de colonização com

predomínio de grandes fazendas cafeicultoras.

O primeiro requerimento de legitimação de posse da terra, aonde Porecatu viria a se instalar,

data de 29 de fevereiro de 1891. A área era chamada Fazenda Floresta ou Ribeirão Vermelho

(146.475 ha) tendo sido oficializada em 16 de março de 1896 quando já havia passado por

sucessivas vendas até Dona Escolásticas Melchert da Fonseca ser dona, lotear e vendê-la a

fazendeiros paulistas. Até então, as terras dessa região permaneciam incultas, o que

possibilitou uma outra justificativa de posse desta mesma terra através do Grilo Ribeirão

Vermelho (217.277,5 ha) que foi indeferida pelo governo (01/08/1894) pela precariedade dos

documentos.

Mesmo não sendo legítima essa posse de terra, ela foi vendida ocasionando ações jurídicas e

violência na disputa da propriedade.

Nessa época, o governo vendia terra para companhias particulares e lhes transferia os

encargos do processo de colonização. As concessões eram de até 50.000 ha, divididos em

lotes de 5 a 25 ha vendidos a colonos nacionais ou estrangeiros. Se o colono ou a

concessionária não cumprisse com o contrato, as terras retornavam ao domínio do Estado.

As terras devolutas da área de Porecatu foram objeto de seis concessões cada uma com

extensão de 50.000 ha que com, transações posteriores, constituíram a concessão Antonio

Alves de Almeida com 300.000 ha dando origem a grandes latifúndios improdutivos com

transações de altos lucros.

Essa situação perdurou até o governo de Vargas que estabeleceu políticas voltadas às

pequenas propriedades. Encontraram no Paraná terras com problemas de grilagem, com

situações irregulares, outras possuíam documentação, porém, eram improdutivas.

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Uma das medidas tomadas no tocante à questão da terra foi a de regulamentar a concessão das

terras devolutas e a legitimação daquelas que apresentava irregularidades legais.

Essa ação possibilitou o retorno de vários alqueires das posses anuladas ao Estado.

Essas ações poderiam ser revalidadas por direito, o que intensifica os processos de compra e

revalidações de terra a partir de 1940 com limite máximo de 2.400 ha para áreas a serem

regularizadas.

Durante o governo de Vargas, o interventor Manoel Ribas loteou 120 mil ha das terras

devolutas existentes no norte do Paraná: em Porecatu, Centenário do Sul, Jaguapitã e

Guaraci e atraiu mão-de-obra paulista, mineira e nordestina em busca de um lote na região.

Para adquirir o lote, bastava escolhê-lo e o requerer à Comissão Mista de terras.

Depois se derrubava a mata, plantava, produzia, pagava os impostos e, durante seis anos,

devia-se viver na área para requer o título definitivo da propriedade.

A perspectiva de conseguir terras férteis foi um fator de atração para centenas de

trabalhadores que deixaram para trás sua cidade, seu estado nos quais muitos eram pequenos

proprietários de terras ou colonos.

Nesse processo, muitos posseiros acabaram por ocupar terras particulares e vice-versa,

gerando tensão na região.

Uma parte da região de Porecatu, no limite da concessão Antonio Alves de Almeida, foi

requerida como revalidação de direito mesmo a terra estando ocupada por posseiros.

Na ex-concessão Antonio Alves de Almeida foram criadas colônias pelos que tinham sido

atraídos para a região pela ação do próprio governo quando anulou as concessões e alienou as

terras.

Dessa forma, de um lado havia o direito de propriedade dos que compravam a terra e de outro

lado, os direitos dos posseiros atraídos pela possibilidade de ser tornarem proprietários

agravando ainda mais a tensão no que diz respeito à terra.

A dificuldade para a resolução do problema entre posseiros e fazendeiros ocasionou a eclosão

de um conflito armado pela posse da terra na região.

Um agravante para esse movimento armado ocorreu no governo de Moysés Lupion quando

houve autorização para a venda de terras devolutas que já estavam ocupadas e desbravadas

pelos posseiros, que apenas aguardavam o sexto ano para conseguir o título da propriedade.

Os que compravam a terra faziam valer o seu direito, tinham em mãos os documentos oficias

que, teoricamente, teriam mais valor que os dos posseiros e outros compraram os lotes de

terra já sabendo que estavam ocupados pelos posseiros, mas acreditavam no poder da polícia a

seu favor.

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Essa atitude levou os posseiros a se organizarem com o apoio do Partido Comunista Brasileiro

(PCB), que demonstrou interesse na causa, assim, passaram a defender suas posses,

primeiramente usando todos os meios legais possíveis.

O governo fez audiências públicas com os posseiros e prometeu 10 alqueires de terras

devolutas na região de Paranavaí a todos que estivessem com problemas com a terra. Aqueles

que não aceitassem e permanecessem onde estavam iriam pagar os impostos que seriam a

prova de sua posse da terra. Os posseiros que aceitavam o acordo deixaram de plantar e de

derrubar a mata, porém, o acordo não foi cumprido e foram auxiliados pelos comunistas do

PCB de Londrina com roupas, mantimentos e remédios.

Nesse cenário, em 1948, os posseiros se organizam em grupos armados para a defesa de suas

terras com o apoio do PCB, que com eles se reunia todo final de semana além de percorrer a

região fazendo levantamento geográfico dos rios, ribeirões e picadas e estabelecer pontos

estratégicos para a operação.

Com o conflito aumentando cada vez mais, o governo, promove alguns “acordos”

principalmente com três posseiros líderes da resistência armada. Eles aceitaram a proposta,

porém, apenas um recebeu as terras em Paranavaí, os outros dois não conseguiram chegar a

um acordo porque os “donos” das fazendas onde eram posseiros recusaram-se a pagar as

benfeitorias que haviam feito no local.

Assim, jagunços, grileiros, fazendeiros e militares continuaram tentando expulsar os posseiros

da região, queimavam residências, matavam animais, destruíam colheitas, os pressionavam

por meio de tentativas de acordos para que abandonassem a terra.

Cada vez mais aumentavam os motivos para a luta armada, um agravante foi a decisão de um

juiz em promover o seqüestro das terras da família Bilar que deveria receber 200 mil contos

pelas benfeitorias feitas na terra para sair dela e não recebeu.

A primeira ação dos posseiros enquanto comando militar ocorre em 1951, quando ocupam a

Fazenda Centenário, dando 24 horas para o administrador sair com a família.

Os posseiros, mesmo em menor, número apresentavam-se dizendo que na mata estavam

escondidos centenas de homens aguardando ordem para atacar, eles atiravam para o alto em

pontos estratégicos o que dava a impressão de serem em maior número.

O grupo se distribuía estrategicamente na mata para poder fugir das tropas militares enviadas

pelo governo, vigiar as estradas e promover a expulsão daqueles que não participavam da luta

em favor dos posseiros.

Outra estratégia adotada pelos posseiros e apoiada pelo PCB foi um abaixo assinado intitulado

“Pela entrega imediata das posses dos primeiros ocupantes”, esse documento dizia que os

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posseiros continuariam firmes na causa que defendiam, pediam a garantia de suas posses, a

indenização pelos prejuízos sofridos e a punição para os culpados pelos crimes contra eles.

Cada vez mais os posseiros tentavam angariar simpatizantes para sua causa. Com a situação

tornando-se insustentável, o então prefeito de Porecatu, Ângelo Nino e o presidente da

Comissão de Terras, nomeado pelo governo mandam telegramas ao Governo Estadual e ao

chefe de Polícia, registrando os fatos ocorridos na região como graves.

A resposta foi rápida, três dias após receber o telegrama foi deflagrado cerco à região (junho

de1951). Ainda assim, os posseiros mantiveram um relativo controle sobre a região,

apresentando uma frágil determinação em manter a luta, entretanto, alguns foram denunciados

à justiça como praticantes de crimes contra a ordem pública e por assassinato abalando a

estrutura do movimento.

Um outro agravante para os posseiros foi a abertura de um inquérito policial para investigar as

responsabilidades de cada posseiro durante o conflito e, apesar do PCB tentar impedir o fim

do confronto armado, muitos posseiros abandonam o grupo armado e os líderes do partido

foram presos em Londrina. Enquanto isso, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo

ordena um cerco em toda a fronteira São Paulo/Paraná, e a Região Norte do Paraná e Porecatu

é ocupada pelas forças policiais e soldados armados com objetivo de impedir a saída dos

posseiros. Alguns fogem, uns se entregam e outros são capturados. Os posseiros e os

integrantes do PCB foram a julgamento e muitos foram condenados, mas não cumpriram a

pena, porque não foram encontrados, com exceção de dois posseiros que ficaram presos seis

meses na cadeia de Porecatu. Outros apelaram e foram absolvidos por falta de provas e ainda

alguns também foram absolvidos por não terem sido identificados.

Com o término do processo, o PCB arquiva a tentativa de guerrilha camponesa e o governo

também não prossegue com o caso já que tudo começou com o loteamento de terras devolutas

no Norte do Paraná.

Oficialmente foram seis mortos e oito feridos até o final da luta, os posseiros perderam suas

posses ou foram transferidos para outros re-assentamentos e, em 1952, dá-se a consolidação

definitiva da propriedade da terra por parte dos fazendeiros.

2.9 - Os símbolos cívicos

2.9.1 - Brasão do município

Desenho com símbolos e cores que identificam características históricas e econômicas do

município, usados na bandeira e nos documentos, estimula o comprometimento do cidadão na

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obediência às leis. O Brasão do município foi criado pela Lei nº. 230, de 29 de janeiro de

1971.

Observe a figura a seguir:

Figura 10 - Brasão de Porecatu Fonte: Prefeitura Municipal de Porecatu (1971)

O Brasão do município de Porecatu é de autoria do heraldista (estudioso de brasões),

professor Arcinoé Antonio Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipalista.

O escudo samnítico usado para representar o Brasão de Armas de Porecatu, foi o primeiro

tipo de escudo introduzido em Portugal por influência francesa, herdado pela heráldica

brasileira, como evocativo da raça colonizadora e principal formadora da nossa nacionalidade.

A coroa mural que sobrepõe é o símbolo universal dos brasões de domínio que, sendo de

argente (prata), de oito torres, as quais são visíveis em perspectivas do desenho, classifica a

Cidade que é representada como sendo de Segunda grandeza, ou seja, sede de comarca.

A cor azul do campo do escudo é símbolo de justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade.

Na parte superior do escudo, a flor de Liz de argente (prata) encimada pela coroa da Rainha

de Jalde (ouro), lembra o orago de Nossa Senhora Aparecida, padroeira da Cidade.

As três estrelas de jalde (ouro) representam os três membros da família Lunardelli, fundadores

da Cidade; os irmãos, Urbano e João Lunardelli, nas estrelas acantonadas e a figura patriarcal

de Ricardo Lunardelli na estrela isolada. Ao termo, a cachoeira de argente (prata) e aguada de

azul, despencando de penhascos de verde, vem a se constituir no parlantismo do brasão, uma

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vez que o topônimo PORECATU significa Cachoeira Bonita, em Tupi-guarani, originado do

extinto Salto de Capivara no Rio Paranapanema.

A cor prata representada na cachoeira e na flor de Liz simboliza a paz, amizade, trabalho,

prosperidade, pureza, religiosidade, o ouro das estrelas e da coroa da Rainha Padroeira, é o

símbolo de glória, grandeza, riqueza, esplendor e soberania; o esmalte sínopla (verde) dos

penhascos significa em heráldica a honra, civilidade, cortesia, abundância e alegria. É a cor

simbólica da esperança, porque lembra os campos verdejantes na primavera, fazendo esperar

copiosa colheita.

Nos ornamentos exteriores, o galho de café frutificado e a haste da cana, ambos ao natural,

lembram no Brasão os principais produtos oriundos da terra dadivosa e fértil, que se constitui

no esteio da economia municipal.

No listél de galões, cor simbólica da dedicação.

Amor pátrio, audácia, intrepidez, coragem valentia, inscrevem-se em letras argentinas

(prateadas), o topônimo PORECATU, ladeado pelos milésimos “1943” da criação do distrito

e “1947” de sua emancipação política.

2.92 - Bandeira Municipal

Símbolo representativo do município remete o cidadão ao patriotismo, à idéia de pertencer à

sociedade e ao seu comprometimento com o bem-estar de todos e a obediência às leis. A

Bandeira de Porecatu foi criada pela Lei nº. 230, de 29 de janeiro de 1971.

Observe a imagem a seguir:

Figura 11 - Bandeira Municipal de Porecatu

Fonte: Prefeitura Municipal de Porecatu (1971)

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A Bandeira Municipal de Porecatu, de autoria do heraldista Professor Arcinoé Antonio

Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipalista, é aquartelada em faixa azul, sendo

os quartéis constituídos por três faixas brancas carregadas sobre faixas vermelhas, dispostas

no sentido horizontal, que partem de um triângulo branco, lateral, onde o Brasão Municipal é

aplicado, tendo o triângulo por base a própria tralha da bandeira.

O estilo da bandeira obedece à tradição da Heráldica Portuguesa, da qual herdamos os

cânones e regras com direito à opção pelos estilos terciado, esquartelado, sextavado ou

oitavado, ostentando uma figura geométrica no topo, na tralha ou no centro, onde o Brasão é

aplicado, tendo por cores as mesmas constantes do campo do escudo.

O Brasão constante da bandeira simboliza o Governo Municipal e o triângulo branco, onde é

aplicado, representa a própria cidade sede do município; as faixas desse triângulo, dividindo o

campo da bandeira em quartéis, simbolizam a irradiação do Poder Municipal a todos os

quadrantes do seu território e os quartéis assim constituídos representam as propriedades

rurais existentes no mesmo.

2.9.3 - Hino de Porecatu

O Hino é a demonstração da cidadania e a manifestação da identidade de um lugar, expressa a

história do povo.

A Letra e Música do hino de Porecatu são de autoria do Maestro Honório Maestrelli que as

criou em 1977:

Nós somos de uma cidade,

Bem pequenina, mas progressista.

O povo é sem qualquer vaidade,

Pensando sempre em mais conquistas.

Porecatu, terra querida,

Queremos sempre exaltar tua imagem pura.

Teus nobres filhos tão destemidos,

Não deixarão de demonstrar a sua bravura.

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Em nosso peito vive a esperança,

De ver-te no mais alto dos conceitos.

Tudo... Conseguiremos...

Porque ninguém nos privará deste direito.

Teus exuberantes cafezais.

Teus lençóis, de cana verdejantes,

Luta intensa, movimento incessante

Em parte alguma poderá haver iguais.

As tuas duas gigantescas chaminés,

O teu imenso parque pastoril,

Tuas igrejas, teus jardins e tuas escolas,

Tudo isso é orgulho para o Brasil.

- Comentar a visão nacional desenvolvimentista revelada pelo hino e como músicas e poesias

revelam o entendimento dos grupos sociais em torno de uma questão.

2.10 - As transformações espaciais de Porecatu

Observe o mapa a seguir:

Mapa 20 - Evolução Urbana do Município de Porecatu

Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 62)

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A economia de um município tem influência considerável em grande parte as transformações

espaciais. Porecatu não fugiu à regra, desde a época de sua colonização e fundação, até os dias

atuais, o município teve inúmeras transformações espaciais que podem ser registradas em

mapas, fotografias, pinturas, músicas, poesias etc.

Observe as imagens a seguir:

Ontem

Abertura de Estradas

Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1940?)

Derrubadas de Matas

Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1940?)

Primeiros loteamentos

Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1950?)

Praça Matriz Padre Calógero Gaziano

Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1970?)

Rua São Paulo

Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1975?)

Figura 12 – Mosaico de Fotos – Porecatu Ontem

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Hoje

Vista Parcial de Porecatu

Fonte: Prefeitura Municipal de Porecatu (2005?)

Praça Matriz Padre Calógero Gazeano

Fonte: Museu Municipal de Porecatu (2000?)

Rua São Paulo

Fotografada por: Rosiléia Bueno (2007)

Figura 13 – Mosaico de Fotos – Porecatu Hoje

- Com base no texto, no mapa e nas imagens apresentadas anteriormente estabeleça uma

correlação entre as transformações espaciais de Porecatu e sua economia.

- Com base na localização do núcleo inicial de formação da área urbana apresentada no Mapa

20, pesquise porque ele iniciou-se neste local.

- Tomando as imagens apresentadas como inspiração, preencha o quadro a seguir com relatos

de pessoas de sua comunidade sobre a maior transformação espacial que ocorreu no

Município em suas perspectivas.

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Porecatu: transformação dos arranjos espaciais

ONTEM HOJE

Identificação: Identificação:

Relato

Relato

Identificação: Identificação:

Relato

Relato

- Observando o mapa da evolução urbana do seu município, identifique os vetores de maior

expansão e explique as suas principais causas.

2.11 - Especulação Imobiliária

A nova ordem mundial com a revolução dos meios de transporte e comunicação desencadeou

mudanças nos arranjos espaciais do campo e da cidade, reflexo do processo de globalização

mundial.

O novo rural caracterizado pelo agronegócio não alcança todo o país, assim como a moderna

atividade industrial desenvolvida nos centros urbanos necessita de mão-de-obra especializada

e exclui a grande massa dos trabalhadores, provocando e agravando o processo de

urbanização, originando problemas de favelização, saneamento básico, transporte,

pavimentação, iluminação, entre outros.

Com o deslocamento das pessoas – campo-cidade ou cidade-cidade e a quase inexistência

e/ou ineficácia das políticas públicas de infra-estrutura e melhoria da qualidade de vida da

população, ocorre o fenômeno conhecido como crescimento desordenado das cidades, o que

obriga a fixação dos grupos de baixa renda nas periferias, estimulando o crescimento

horizontal das mesmas. Estes bairros, distantes do centro ou do local de trabalho, são carentes

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de infra-estrutura, precários nos serviços de transportes, o que interfe na qualidade de vida da

população que aí reside.

Verifica-se uma carência de moradias para a população de baixa renda, que se expressa

espacialmente sob a forma de favelas e cortiços, é por isso que se verifica nas cidades grande

número de lotes vagos não urbanizados ou de espaços vazios. Estes são terrenos deixados em

repouso, à espera de valorização para serem comercializados a preços mais altos, esta é uma

das expressões espaciais da especulação imobiliária que ocorre por causa do modo capitalista

de apropriação do solo que coloca em primeiro lugar o lucro e não o bem-estar da população.

- Pesquise como a especulação imobiliária influenciou e influencia nos vetores de expansão

do município anteriormente identificados.

- Localize no mapa anterior os vazios urbanos da sua cidade. Explique a geograficidade dos

mesmos e reflita sobre os segmentos sociais beneficiados por eles.

- Faça um levantamento dos fatores que influenciam na diferenciação dos preços dos imóveis

(terrenos, casas) no seu município.

- Estabeleça uma correlação entre os bairros da sua cidade e as classes sociais que nele

habitam.

- Em sua cidade existem áreas com moradias precárias? Estabeleça correlação entre esta

precariedade e o nível de renda da população.

O crescimento da cidade está relacionado a vários fatores, entre eles a renda da população e a

capacidade de sua mobilização política e, portanto, de intervenção nas políticas do município.

Analise as tabelas a seguir:

Tabela 8 - PORECATU

POPULAÇÃO OCUPADA, SEGUNDO AS ATIVIDADES ECONÔMICAS – 2000

ATIVIDADES ECONÔMICAS Nº. DE PESSOAS

Agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e pesca. 1.526

Indústria extrativa, distribuição de eletricidade, gás e água. 78

Indústria de transformação 1.559

Construção 384

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Comércio, reparação de veic. automotivos, obj. pessoais e domésticos 635

Alojamento e alimentação 153

Transporte, armazenagem e comunicação. 173

Intermediações financeiras, ativ. imobiliárias, aluguéis, serv. prestados a empresas 199

Administração pública, defesa e seguridade social. 326

Educação 336

Saúde e serviços sociais 181

Outros serviços coletivos sociais e pessoais 214

Serviços domésticos 449

TOTAL 6.213

FONTE: IPARDES apud Plano Diretor (2006)

Tabela 9 - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E EMPREGOS SEGUNDO AS ATIVIDADES ECONÔMICAS – 2005

ATIVIDADES ECONÔMICAS ESTABELECIMENTOS EMPREGOS Indústria de produtos minerais não metálicos 1 3 Indústria da madeira e do mobiliário 1 3 Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 1 4 Indústria da borracha, fumo, couros, peles e indústrias diversas. 1 8

Indústria química, Farmacêutica, veterinária, perfume, sabões, velas e material plástico. 1 5

Indústria têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos 2 8 Indústria de produtos alimentícios, de bebidas e álcool etílico 1 1.547

Construção civil 5 4 Comércio varejista 96 296 Comércio atacadista 5 82 Instituições de crédito, seguro e de capitalização 5 28 Administradoras de imóveis, valores móbil. Ativ. Econômica 21 149

Transporte e comunicações 27 39 Serviços de alojamento, alim. reparo, manutenção., radiodifusão e televisão 41 189

Serviços médicos, odontológicos e veterinários 9 11 Ensino 4 43 Administração pública direta e indireta 2 452 Agricultura, silvicultura, criação de animais, extração vegetal e pesca. 37 378

TOTAL 260 3.222 Fonte: IPARDES (2005)

- Com base nas tabelas, estabeleça uma correlação entre a paisagem de Porecatu, suas

atividades econômicas e o perfil do mercado de trabalho.

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Analise as tabelas a seguir:

SETOR ESTABELECIMENTOS PARTICIPAÇÃO

Comércio / Serviços 236 48,15%

Indústria 13 40,67%

Agricultura 121 11,18%

Tabela 10 – Setores da economia, estabelecimentos e sua participação na economia do município

Fonte: <http://www.paracidade.org.br.municipios/municipios.php>. Acesso em: 12 dez. 2007

Tabela 11 - POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA (PEA) SE GUNDO ZONA E SEXO (2000)

URBANA RURAL MASCULINO FEMININO PEA TOTAL

5.736 1.565 4.544 2.757 7.301 Fonte: IBGE - Censo Demográfico, apud IPARDES (2000)

- Descreva como os elementos na paisagem dão indícios da participação de cada um dos

setores na economia do seu município.

- Existem fatores que interferem na distribuição espacial das atividades econômicas no seu

município? Cite-os.

- Analise como a população economicamente ativa do município de Porecatu está ocupada

nesses setores de atividades, considere os indicadores de zona e sexo.

Analise a tabela a seguir:

Tabela 12 - PIB SEGUNDO OS RAMOS DE ATIVIDADES (2004)

RAMOS DE ATIVIDADES VALOR (R$ 1,00) Agropecuária 25.359.155

Indústria 34.135.758

Serviços 50.525.810

TOTAL 110.020.720

Fonte: IBGE/IPARDES (2004)

• Pesquise o que é Produto Interno Bruto (PIB).

• Com base na Tabela 12 e nas anteriores, faça uma análise entre o valor do PIB

produzido no município por setores econômicos e a quantidade de empregos que os

mesmos produzem.

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• Sabemos que estar inserido no mercado de trabalho auxilia na melhoria de qualidade

de vida das pessoas. Com base nos dados apresentados, de acordo com a atual

configuração da economia do município, que setores econômicos mais auxiliam na

qualidade de vida da população? Explique por que isso ocorre.

Existem serviços fundamentais para a sustentabilidade socioeconômica e cultural das cidades,

dentre eles podem ser citados: educação, saúde, lazer, segurança, fornecimento de energia,

água, esgoto, meios e vias de transporte, coleta de lixo, creche, pontos turísticos, centros de

convivência, etc. Por isso, tais serviços deveriam estar disponibilizados a todos.

2.12 - Educação

A educação básica da rede pública é uma responsabilidade dos governos estadual e municipal.

Em geral, o poder público municipal, oferta desde a educação infantil à quarta série e o

governo do Estado mantém o restante do Ensino Fundamental, o Médio e o Profissionalizante.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é de responsabilidade do município, do estado e da

federação. Existem também redes privadas que ofertam diferentes níveis de ensino e que têm

como fundamento a exploração do mercado educacional, sua localização está ligada a uma

série de fatores, dentre eles a facilidade de acesso por meio de veículos automotores.

2.12.1 - Educação em Porecatu

A rede escolar de Porecatu é formada por escolas públicas e privadas que oferecem a

educação infantil, a fundamental, a média, a de jovens e adultos, a especial, a

profissionalizante, a superior e a pós-graduação. São instituições educacionais urbanas e

rurais que atendem a uma demanda de um total de 4.730 estudantes (2007), segundo dados

fornecidos pelas próprias escolas.

Em 1997/98 ocorreu a municipalização do primeiro ciclo do ensino fundamental de Porecatu.

O ensino público estadual passou a ser de responsabilidade do Poder Executivo Municipal.

Por sua vez, o ensino de 5ª a 8ª séries e médio continuam sendo de responsabilidade exclusiva

do Estado e da iniciativa privada.

O ensino infantil e fundamental é ofertado na zona urbana e rural. As séries finais do Ensino

Fundamental, o médio, a EJA (de 5ª a 8ª e médio), o superior e a pós-graduação, são ofertados

apenas na área urbana.

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A tabela 14 demonstra o quadro educacional atual de Porecatu composto por escolas da

Educação Básica - Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e outras

modalidades de educação (Ensino de Jovens e Adultos e a Educação Especial) - e a Educação

Superior.

Tabela 13 - PORECATU - QUADRO EDUCACIONAL (2007)

NÍVEL NOME DA ESCOLA NÚMERO DE ALUNOS

C.M.E.I. Maria T. Spirandelli 61

E.R.M. Hélio Pedro Vanzella 33

APAE 20 Creche

C.M.E.I. Vicente de Conti 50

TOTAL 164

C.M.E.I. Maria T. Spirandelli 28

E.M. Maestro Honório Maestrelli 66

E.R.M. Tiradentes 51

E.M. Padre Franco Pasine 35

E.M. Aníbal Cury Neto 84

C.M.E.I. Vicente de Conti 30

E.R.M. Hélio Pedro Vanzella 38

E.V. Santa Luísa 48

E. Branca de Neve 35

Educação Infantil

APAE 14

TOTAL 429

E.M. Maestro Honório Maestrelli 188

E.R.M. Hélio Pedro Vanzella 99

E.R.M. Tiradentes 171

E. M. Padre Franco Pasine 265

E.M. Aníbal Cury Neto 194

E.V. Santa Luísa 105

E. Branca de Neve 50

APAE 38

C.D. João Paulo I 103

C.E. Prof. Malvino de Oliveira 642

Educação Fundamental

C.E. Ricardo Lunardelli 411

TOTAL 2.266

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C.E. Ricardo Lunardelli 137

E.R.M. Hélio Pedro Vanzella 35 Educação de Jovens e Adultos

E.M. Padre Franco Pasine 105

TOTAL 277

C.E. Ricardo Lunardelli 354

C.E. Prof. Malvino de Oliveira 395 Médio

C.D. João Paulo I 80

TOTAL 829

C.E. Ricardo Lunardelli 80

C.E. Prof. Malvino de Oliveira 74 Educação Profissionalizante

APAE 58

TOTAL 212

Educação FP-Faculdade Paranapanema 51

Superior ULBRA-Universidade Luterana do Brasil 20

CESUMAR-Centro Universitário de Maringá 150

TOTAL 221

Pós - Graduação CESUMAR-Centro Universitário de Maringá

50

TOTAL 50

Programa Programa Paraná Alfabetizado 282

TOTAL 282

TOTAL GERAL 4.730

Organizador por: Rosiléia Bueno FONTE: Dados fornecidos pelas escolas, levantamento in loco (2007).

Os alunos da zona rural utilizam o transporte público municipal para se deslocarem até as

escolas da zona urbana, assim como os moradores dos bairros mais distantes das escolas. Aos

alunos portadores de necessidades especiais de áreas rurais ou urbanas o município fornece o

transporte particular.

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Para alunos com necessidades especiais, temporárias ou permanentes; deficiência auditiva,

visual, físico-motora, com dificuldade de aprendizagem, com distúrbios de comunicação e

problemas emocionais, o município disponibiliza o sistema de acompanhamento dos

estudantes com necessidades especiais, que é composto pelos professores da rede pública

municipal, pelos técnicos especializados e professores da APAE. Isso ocorre desde que o

encaminhamento seja autorizado pelo psicólogo do município.

A partir de 2005, Porecatu instituiu o Regime de Tempo Integral para a educação infantil e

séries iniciais do ensino fundamental municipal, no qual o aluno permanece na escola das

7:30 às 16:30 h., toma o café da manhã, almoça e faz um lanche à tarde antes de retornar para

casa.

O período integral é obrigatório com atividades pedagógicas diversificadas durante o período

escolar. Dessa maneira, trabalham-se as matérias da Educação Básica mais as seguintes áreas

do saber: Filosofia, Meio Ambiente, Ensino Religioso, Literatura, Xadrez, Oficina de

Matemática, Oficina de Português, Artesanato, Tarefa Orientada, Inglês, Fanfarra, Música,

Flauta, Produção de Textos, Jogos, Jogos com Bola. Estes saberes são trabalhados de acordo

com a realidade de cada escola municipal.

Os dois colégios estaduais de ensino fundamental e médio ofertam o curso de pós-médio,

Educação Profissional Técnica de nível médio para alunos egressos do Ensino Médio, com

duração de um ano. O Colégio Estadual Professor Malvino de Oliveira oferece o curso de

Técnico em Secretariado e o Colégio Estadual Ricardo Lunardelli oferece o de Técnico em

Administração.

O Programa Paraná Alfabetizado desenvolvido em Porecatu pela Secretaria de Educação do

Paraná em parceria com órgãos dos governos Federal, Estadual e Municipal tem 15 turmas no

município e foi implantado há três anos. Este projeto objetiva atender jovens, adultos e idosos

com 15 anos ou mais que não foram alfabetizados e possibilitar a continuidade da

escolarização aos egressos alfabetizados num período de oito meses, totalizando a carga

horária de 320 horas, distribuídas em 10 horas semanais de acordo com as dinâmicas

específicas e locais de trabalho e a disponibilidade dos alfabetizados e alfabetizadores. Os

alunos aprovados neste programa estarão aptos a freqüentar a Educação de Jovens e Adultos

de 5ª a 8ª séries. Essa modalidade de educação é expressão das desigualdades sociais

existentes no país, pois muitos jovens e adultos tiveram que, em idade escolar, entrar no

mercado de trabalho para sobreviver, sendo obrigados a interromperem seus estudos.

O ensino superior é atendido por três instituições privadas de ensino:

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- A Faculdade Paranapanema de Porecatu, aprovada pelo MEC Portaria nº.1779 de

01/11/2006. Esta oferece o curso Bacharelado em Administração, de caráter presencial

funcionando no mesmo prédio da escola Santa Luísa que também é particular.

- A ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) que oferece os cursos de Administração e de

Pedagogia à distância, com encontros semi-presenciais. Os estudantes assistem vídeoaulas em

encontros presenciais, uma vez por semana, com a presença de orientadores. Os alunos

contam com tutores on-line e livros das disciplinas dos cursos.

- O CESUMAR (Centro Universitário de Maringá) oferta cursos de graduação em Porecatu de

Gestão Financeira, Gestão de Negócios Imobiliários, Gestão de Recursos Humanos e

Pedagogia com duração de dois anos cada, com exceção do curso de Pedagogia e pós-

graduação em MBA Executivo-Gestão Empresarial, à distância. O aluno tem aula via satélite

uma vez por semana, e o centro disponibiliza ferramentas para interação: e-mail, salas de

bate-papo e fóruns, recebendo ainda material didático impresso ou em Cd-rom.

É importante salientar que, no ensino superior, a iniciativa privada se insere em locais onde

inexiste oferta de ensino público gratuito.

Observe os mapas da geograficidade das escolas no seu município:

Mapa 21 - A geograficidade da educação em Porecatu - Educação Infantil

Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 146)

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Mapa 22 - A geograficidade da educação em Porecatu – Educação Fundamental

Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 147)

Mapa 23 - A geograficidade da educação em Porecatu – Ensino Médio

Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 148)

Mapa 24 - A geograficidade da educação em Porecatu – Escolas Rurais

Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 149)

- Quais elementos explicam a geograficidade da educação do seu município?

- Que setores educacionais são mais democráticos do ponto de vista da sua distribuição

territorial?

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- Com base nos mapas e nos conhecimentos que possui, estabeleça uma correlação entre

democratização sócio-espacial dos diferentes níveis de ensino e população atendida.

- Verifique se em seu município existem bairros que possuem demandas por serviços

educacionais não atendidas. Discuta por que isso ocorre.

- A sua escola atende alunos com deficiências?

- Ela está preparada do ponto de vista dos recursos arquitetônicos, físicos e humanos para o

atendimento desses alunos?

- Relacione as contribuições e oportunidades de emancipação e integração social que a

territorialização das modalidades de educação inclusiva proporcionam à sociedade.

2.13 - Centros de Convivência

O crescimento do conjunto da população acima de 60 anos demanda ações da administração

pública para atendê-la dignamente nas crescentes necessidades de saúde e bem-estar. Nesta

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) foi fundada no Rio de

Janeiro em 1954, desde então se disseminou territorialmente por vários

municípios brasileiros. Observe o logotipo da associação. Este símbolo apresenta

duas mãos desniveladas. Uma delas, ao lado esquerdo, está em posição de

amparo, e a outra, à direita, de orientação.

Fonte: <http://www.apaepr.org.br>. Acesso em: 08 nov. 2007.

Há alguns anos no Brasil, vêm sendo disseminadas territorialmente modalidades educacionais

voltadas à inclusão social, indicador importante da democratização educacional no país. As

instituições que realizam este atendimento são: Apaes, Educação de Jovens e Adultos

(EJA/CBEEJA), Programa Paraná Alfabetizado e escolas regulares públicas e particulares.

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fase, os gastos com saúde, pensões, assistências as mais diversas e aposentadorias aumentam

significativamente, repercutindo no espaço, assim, novos arranjos territoriais vão surgindo.

A recente preocupação com o idoso, bem como a ampliação de seu número e de seu nível

sócio-econômico e cultural promoveu o aumento da demanda e a conseqüente disseminação

de centros de convivência. Existem centros de convivência voltados a atender a população

idosa abandonada ou sem família e centros para o atendimento de toda a comunidade,

independente da faixa etária ou sexo. Funcionam como estabelecedores e intensificadores das

relações sociais e da educação não-formal. É lugar onde se devolvem atividades que visam o

bem-estar, o conviver e compartilhar experiências com os outros, promovendo a integração

social.

Para a população idosa, os centros de convivência contribuem para desenvolver o sentido de

permanência, para que o idoso sinta-se útil e não se sinta sozinho, pois não é raro acontecer a

sua exclusão social, principalmente quando ocorre perda do seu poder aquisitivo com a

aposentadoria.

Nos centros de convivência voltados para atividades manuais, recreacionais ou culturais ainda

é maior a participação feminina de baixa renda tanto de população idosa quanto de não idosa.

Em relação à idosa, muitas nunca trabalharam fora ou desenvolveram trabalhos apenas para

complementar o orçamento familiar e, ao longo da vida, deixaram seus talentos, seus

potenciais para trás e agora, com a família criada, querem se sentir ativos e produtivos

realizando atividades que gostam.

Em Porecatu, os centros de convivência também seguem esse padrão. O asilo Lar Padre

Calógero Gaziano há mais de 30 anos tem a finalidade de atender aos idosos, em especial aos

que não têm família, e a todos aqueles que precisam deste lugar. Contudo, este atendimento

depende da existência de vagas.

Quanto a mantenedores o asilo não possui convênios estaduais, federais, apenas recebe uma

subvenção da Prefeitura Municipal anualmente, mediante apresentação de um projeto para as

atividades do ano. É mantido pela Sociedade São Vicente de Paula de Porecatu, composta por

empresários, comerciantes e outros profissionais e pessoas comuns da comunidade que

conseguem fundos para cobrir todas as despesas do asilo, entre elas a com os funcionários, de

alimentação e algumas reformas.

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Os idosos que recebem aposentadorias contribuem com 70% para a instituição e o restante

fica com eles para necessidades pessoais, aqueles que não têm ganhos também recebem o

mesmo tratamento.

Durante o dia são realizadas 4 refeições: café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. O

asilo comporta 36 idosos, atualmente está com 23.

Quando o idoso precisa de atendimento médico é levado ao Posto de Saúde ou ao Hospital

Municipal. O médico vai até a instituição quando o idoso não consegue se deslocar. Os que

necessitam de fisioterapia, realizam no próprio asilo o tratamento.

Os idosos que gostam de atividades manuais podem se deslocar até o Centro Social Urbano

para fazer cursos, o asilo não tem atividades diárias, apenas esporádicas.

No Centro Social Urbano de Porecatu, os professores dão aulas de trabalhos manuais, quem

tem interesse se inscreve de acordo com o número de vagas e freqüenta as aulas nos dias

combinados. O mesmo acontecia no Centro de Convivência da Vila Iguaçu, o Clube dos

Velhos, mas o espaço precisou ser adaptado para a Escola Municipal Padre Franco Pasine por

causa do período integral. Agora nele somente é realizado bailes, forrós no período noturno e

nos finais de semana.

O Porão da Igreja Católica de Porecatu também é um Centro de Convivência, recebe

população idosa para cursos manuais, promove bingos, passeios, bailes, atividades físicas,

coral e palestras. Nele também funciona uma sala de alfabetização do Programa Paraná

Alfabetizado.

Porecatu tem no SOS, Serviço de Obras Sociais, inaugurado em 22/10/1973 um Centro de

Convivência. Este atende pessoas carentes por meio da doação de cestas básicas, oferta cursos

para gestantes que aprendem a fazer o enxoval e palestras sobre puericultura. O SOS

desenvolve diariamente, em parceria com a Prefeitura, o programa de adolescentes, no

período de contraturno da escola, as atividades realizadas são: informática, artesanato, reforço

escolar, culinária, horta, esporte, corte de cabelo, capoeira e almoço. Muitos adolescentes do

SOS conseguem estágios no comércio e nas prestadoras de serviço. As crianças e os

adolescentes também podem participar da guarda-mirim que atende crianças de 8 a 18 anos

em período de contraturno da escola. Desenvolvem diversos cursos como o de fotografia,

informática, trabalhos manuais, além de realizarem diversas atividades ligadas a práticas

desportivas, coral, fanfarra e violão. Muitos dos atendidos participam de acampamentos e de

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todas as atividades promovidas pela comunidade. Na área da guarda-mirim é desenvolvido o

Programa Mata Ciliar que recebe adolescentes que cometeram atos infracionários e foram

encaminhados pela Promotoria. Antes de ir para a escola tomam um lanche.

Analise as imagens a seguir:

D-SOS

E-Guarda - Mirim

F-Porão da Igreja Matriz

Figura 14 – Centros de Convivência

Fotografados por Rosiléia Bueno (2007)

- Com base nas imagens faça uma análise sobre a adequabilidade da localização dos centros

de convivência considerando os diferentes grupos sociais que atendem.

- Na perspectiva dos arranjos espaciais urbanos, a presença destes espaços indica o quê?

- Verifique se a quantidade de vagas e a localização destes centros favorecem a freqüência dos

participantes.

- Relacione a contribuição social que estes centros proporcionam.

B - Asilo Lar Pe. Calógero Gaziano

A - Centro Social Urbano

C - Centro de Convivência da Vila Iguaçu

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2.14 - Saúde

Porecatu está inserido na 17ª Regional de Saúde do Estado do Paraná, que é composta por 20

municípios, tendo como sede a cidade de Londrina que polariza uma parte significativa da

oferta dos serviços.

Os indicadores de saúde nos permitem analisar os serviços dessa área, que é um elemento

importante na qualidade de vida de uma população. Em Porecatu, os indicadores melhoraram

como aconteceu com boa parte dos municípios paranaenses, registrando redução na taxa de

mortalidade infantil, o aumento da esperança de vida, o progressivo envelhecimento da

população e a queda da fecundidade.

A mortalidade infantil é um indicador importante da saúde pública por refletir o nível sócio-

econômico da população. Apesar do decréscimo da mortalidade infantil no município, a taxa

de 16,46 óbitos por mil (2003) é superior à verificada na 17ª Regional de Londrina

(12,88/mil) e no Estado do Paraná (13,87/mil), o que indica a necessidade de medidas para

diminuir este indicador.

Tabela 14 - INDICADORES DE SAÚDE DE PORECATU (1992-2003)

Coef. de natalidade/ Coef de mortalidade

por doenças transmissíveis Ano

Coef. de mortalidade infantil/1.000 nasc.

vivos

1000 hab. por 100.000 hab.

Mortalidade por Doenças do Apar. Circulatório por

100.000 Hab

1992 28,8 19,87 23,17 188,74

1993 29,27 19,8 23,48 200,1

1994 25,89 22,39 24,2 197,44

1995 23,1 22,4 20,65 189,41

O número de pessoas que atinge a terceira idade tende a aumentar, devido ao desenvolvimento da

medicina, acesso a atendimento médico e odontológico, saneamento básico, entre outros, o que

propiciou a melhoria da qualidade de vida nos últimos anos.

Segundo o IBGE, a proporção de pessoas da terceira idade vem crescendo mais rapidamente que

a de crianças no país. Em 1980, para cada 100 crianças, existiam 16 idosos. Vinte anos depois,

essa relação praticamente já havia dobrado, numa proporção de 30 idosos para cada grupo de

100 crianças. Esse crescimento se deve à soma de dois fatores: a queda da taxa de fecundidade

e o aumento da longevidade da população.

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1996 20,9 21,7 26,23 190,84

1997 18,87 21,38 23,91 193,55

1998 21,01 19,99 23,85 201,71

1999 19,53 19,85 22,3 192,75

2000 19,4 18,73 22,04 193,61

2001 17,41 17,22 20,59 186,31

2002 16,72 16,82 20,29 191,46

2003 16,46 15,85 20,11 188,93 FONTE: SESA/ISEP/CIDS/DSI/SIM – SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE. Secretaria

Estadual de Saúde do Paraná. Disponível em: <www.saude.pr.gov.br>.

SESA/ISEP/CIDS – Comitê de Mortalidade Materna e Departamento de Sistemas de Informações em Saúde apud Plano Diretor de Porecatu (2006)

O atendimento à saúde democrático é ofertado por meio de políticas públicas que assegurem o

direito de todos aos serviços de saúde. Em Porecatu, o Departamento de Saúde possui um

hospital, uma clínica de fisioterapia, três consultórios odontológicos e uma farmácia central,

esta localizada no Posto de Saúde Luis Di Miguelli, e fornece os medicamentos disponíveis na

farmácia mediante receituário médico. Estes serviços concentram-se principalmente na zona

urbana, sendo necessário o deslocamento do paciente para o atendimento necessário.

As quatro Unidades Básicas de Saúde existentes ofertam os seguintes serviços: consultas,

imunizações, curativos, inalações, puericultura, injeções, consultas de pré-natal, retirada de

pontos, coleta de exames preventivos e atendimento médico ambulatorial. São elas:

-Posto de Saúde Luis Di Migueli (Posto Central);

-Posto de Saúde Vila Iguaçu;

-Posto de Saúde Vila Congo (zona rural);

-Posto de Saúde Fazenda Central.

Quanto à localização das Unidades Básicas de Saúde verifica-se um bom alcance espacial,

entretanto, os médicos só atendem em cada unidade determinados períodos do dia.

O hospital municipal oferta serviços de consultas, cirurgias obstétricas, radiografias,

procedimentos médicos de pequena complexidade e internações clínicas. As

urgências/emergências são atendidas, quando há vagas, pela central de leitos da 17ª Regional

de Saúde de Londrina que transfere os pacientes para grandes centros.

As demandas por serviços de saúde não ofertados em Porecatu, exceção para clínica geral e

parto, são atendidas por meio de encaminhamento ao município de Londrina, feito pelo

CISMEPAR (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema) que integra os

serviços municipais ao sistema estadual de Londrina. As consultas são agendadas a partir de

solicitação médica feita durante os atendimentos realizados no hospital ou nas Unidades

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Básicas de Saúde. O paciente depende da disponibilidade de vagas no CISMEPAR para ser

atendido em Londrina. Verifica-se que os serviços de saúde não são inteiramente

democratizados, pois alguns não são disponibilizados no próprio município, o que, de certa

forma, gera um ônus à população.

Os serviços odontológicos do município são realizados nas Unidades Básicas de Saúde da

Fazenda Congo, da Vila Iguaçu, da Fazenda Central e no Centro Social Urbano onde os

dentistas contratados pelo município fazem quatro horas de atendimento por dia.

Outro serviço público de saúde ofertado é a clínica de fisioterapia municipal que atende os

pacientes que precisam de recuperação motora.

O município ainda possui programas de atendimento como:

a) Atendimento à criança, que acompanha o seu desenvolvimento físico. Crianças de 0 a 2

anos são medidas e pesadas mensalmente, com o consentimento das mães. São atendidas

também aquelas entre 0 a 3 anos que fazem parte do Programa do Leite assim como todas as

crianças e adolescentes até 16 anos que participam do Programa Bolsa Escola. Se as mesmas

apresentarem baixo peso são encaminhadas para a nutricionista. A cada seis meses o governo

cobra os resultados.

b) Saúde da mulher por meio do qual ela realiza pré-natal, havendo ainda visitas aos recém-

nascidos duas vezes após o nascimento, exames preventivos, orientação quanto ao aleitamento

materno, planejamento familiar, prevenção de câncer do colo uterino e mamário. Quando é

encontrada alguma alteração nos exames a paciente é encaminhada ao CISMEPAR.

c) Controle de hanseníase – acompanhamento e orientação, medicamentos e notificação ao

SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

d) Controle de tuberculose – acompanhamento, orientação, medicamentos, notificação ao

SINAN e acompanhamento da família pelo PSF - Programa Saúde da Família.

e) Controle do Diabetes Mellitos – avaliação da glicemia, orientação, encaminhamento para

CISMEPAR.

f) Controle de hipertensão arterial – orientação, fornecimento de medicamento, visita

domiciliar das agentes comunitárias de saúde com intuito de controlar a pressão.

g) Saúde da família – visita domiciliar das agentes comunitárias de saúde e grupos educativos

(pressão arterial, Diabetes Mellitos, Gestantes), acompanhamento de pacientes em geral. A

equipe é composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e vinte e

quatro agentes comunitários de saúde que fazem visitas nas residências.

h) Programa Imunização das crianças e adultos voltado ao controle da vacinação.

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Fora os serviços públicos de saúde, Porecatu dispõe de clínicas para atendimento médico

particular, consultórios odontológicos, psicólogos, fisioterapia, oftalmologia e fonoaudióloga.

A população com mais recurso financeiro ou plano de saúde procura atendimento médico-

hospitalar e odontológico em clínicas particulares ou em outros centros como Arapongas,

Londrina e Presidente Prudente (SP).

Observe o mapa a seguir:

Mapa 25 – Equipamentos de Saúde Pública Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 130)

- Analise a distribuição geográfica dos equipamentos de saúde do município de Porecatu

quanto ao acesso da população.

Figura 15 – Saúde em Porecatu

Hospital Municipal de Porecatu (2007) Hospital Municipal de Porecatu (1949?)

Fotografado por Rosiléia Bueno Fonte: Prefeitura Municipal de Porecatu

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2.15 - Equipamentos urbanos 2.15.1 - Água

Em Porecatu o abastecimento de água potável é operado pela Companhia de Saneamento do

Paraná - SANEPAR, através de concessão de exploração dada pela Lei Municipal nº. 313/73,

até o ano de 2.013, com exceção do loteamento do Condomínio Portal das Águas, situado às

margens da represa da UHE-Capivara, que possui poço semi-artesiano operado pelo próprio

Condomínio.

A SANEPAR capta a água em 5 poços artesianos com profundidade média de 100 m, 4 deles

estão localizados na área urbana do município e 1 na área rural. Porecatu já teve 8 poços

funcionando, porém, 3 foram desativados por apresentarem excesso de manganês nos testes

realizados em laboratório pela SANEPAR. Somados, os que estão em funcionamento

apresentam um volume de captação de 210 m³/h, quantidade suficiente para atender a

demanda.

A população urbana é 99,70% atendida pelo serviço de água tratada da SANEPAR. O número

de ligações cadastradas atualmente é de 4.245 unidades, atendendo a 11.950 habitantes, destas

1.103 são ligações de baixa renda.

A água bruta captada nos poços é levada para estações de tratamento, nela acrescenta-se cloro

granulado, o hipoclorito de cálcio e o flúor para a higiene bucal. A SANEPAR controla a água

diariamente e regularmente são efetuados testes para análise das propriedades físico-químico

e bacteriológica da água. Após o tratamento a água é levada para a caixa d’água e distribuída

para a cidade.

É também a SANEPAR a responsável pela coleta e tratamento do esgoto domiciliar.

A população atendida por esse serviço corresponde a 97,50% das economias urbanas

(residencial, comercial e industrial). O número de ligações cadastradas atualmente é de 3.786

unidades, e a população atendida é de 11.990 habitantes, destas 1.133 são de ligações de baixa

renda.

A rede de água e esgoto tem tarifa diferencial segundo a categoria de consumo. Para a

população que reside em imóveis com área construída de até 70 m², com renda familiar de até

meio salário mínimo por pessoa ou no máximo 2 salários mínimos por família e que consuma

mensalmente até 10 m³ ou 2,5 m³/mês por pessoa terá direito a tarifa social, o que exceder a

esse limite é cobrado pelo m³ normal. A tarifa objetiva atender as famílias que não tem

condições de pagar o serviço e garantir-lhes o saneamento básico. Existe uma concentração

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espacial dessas famílias nos conjuntos habitacionais Fátima Aparecida Fernandes e Celso

Fernandes, na Vila Industrial e na Vila Congo. Sobre o valor cobrado pela água é adicionado

80%, que corresponde ao serviço de esgoto, taxa cobrada para cobrir os investimentos feitos

pela empresa referentes à coleta, tratamento e manutenção da rede, garantindo assim a

qualidade da água e dos serviços prestados.

Todo o esgoto coletado na cidade é levado para a estação de tratamento localizada às margens

do Córrego Capim, próximo à Fazenda Aparecida, na porção noroeste do município.

O sistema em operação é do tipo anaeróbico R.A.L.F. (Reator Anaeróbico de Leito

Fluidizado). Após o tratamento o efluente é lançado no Córrego Capim.

As etapas de tratamento do esgoto em Porecatu seguem as seguintes etapas:

Fluxograma – Etapas do tratamento de esgoto Fonte: SANEPAR, in loco (2007) Organizado por: Rosiléia Bueno

A estação de tratamento de esgoto - ETE recebe os efluentes da cidade diretamente no

gradeamento, dispositivo metálico com grades que retém os materiais mais grossos. Os

dejetos resultantes desse processo são depositados em caçambas e cobertos com cal para secar

e ser aterrado. O efluente passa para o desarenador, estrutura de concreto onde o esgoto gira,

serve para limpá-lo terminando de remover as partículas menores de poluição; o material

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decanta e vai para o fundo do tanque, sendo descarregado três vezes por semana em uma

caçamba e coberto com cal quando seca para ser aterrado.

O próximo passo é medir a vazão da água do esgoto que chega à estação de tratamento. A

água cai na caixa divisora de fluxo que a redireciona para os três R.A.L.F. (Reator Anaeróbico

de Leito Fluidizado) onde acontece o tratamento da água, o próprio esgoto cria bactérias que

comem as impurezas, a poluição do esgoto. As bactérias criam lodo no fundo do R.A.L.F. que

é retirado quando, durante as análises realizadas diariamente, a quantidade de lodo em um

litro de água corresponde a 3 ml. O lodo retirado vai para o leito de secagem, unidades de

alvenaria com meio filtrante e drenagem destinadas ao armazenamento do lodo descarregado

dos R.A.L.F. para secagem e tratamento com cal virgem, depois é destinado à agricultura,

menos para hortaliças. Entretanto, antes de usá-lo são feitas análises para saber se podem ser

disponibilizados ou não.

Após a água passar pelos três R.A.L.F. vai para o filtro biológico, onde é realizada a última

limpeza do esgoto e, para finalizar o processo, adiciona-se um anti-espumante antes de ser

lançado no corpo receptor, o rio Capim.

Diariamente são feitas análises em cinco pontos da estação de tratamento do esgoto, no

influente inicial, nos três R.A.L.F. e no filtro biológico, efluente final. Analisa-se a

temperatura, o pH, a alcalinidade, a acidez e os sólidos sedimentáveis para o controle da

qualidade da água do esgoto.

De 3 em 3 meses é realizada a coleta da IQETE-Índice de Qualidade de Esgoto Tratado. É

captada uma amostra da água antes do ponto de lançamento do influente, a montante e outra

antes do lançamento, a jusante. Este teste serve para medir a qualidade do esgoto tratado,

índice considerado aceitável a partir de 70%, se o percentual for menor, gera sanções dos

órgãos fiscalizadores. A qualidade do esgoto de Porecatu fica entre 90 e 100%, o melhor

índice da classificação.

Durante todas as etapas do tratamento há a preocupação em evitar o mau cheiro e manter o

aspecto visual agradável. As amostras das análises físico-químicas e bacteriológicas do esgoto

são encaminhadas para Arapongas, onde se localizam os laboratórios especializados da

SANEPAR para estas análises.

Observe o mapa a seguir:

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Mapa 26 – Rede de água de Porecatu

Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 85)

Mapa 27 – Rede de esgoto de Porecatu Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 89)

- Em seu município toda a população tem acesso à água tratada e à rede de esgotos?

- Indique quais são as áreas que ainda não possuem rede de água e/ou esgoto? Levante

hipóteses que expliquem esse fato.

2.15.1.1 - Consumo de água

A água é um recurso natural essencial para os seres vivos e para o desenvolvimento

econômico dos países, o que não é garantia para se ter acesso a ela. Sua distribuição e uso se

dão de forma desigual e, associado a isso, temos o desperdício e a poluição dos recursos

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hídricos, o que agrava ainda mais o problema da disponibilidade da água para a população

carente que é a mais prejudicada neste processo.

A falta de acesso à água e ao saneamento está diretamente ligada ao alto número de óbitos de

crianças com menos de cinco anos. Dos 60 milhões de óbitos registrados no mundo inteiro,

segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (2006), dos 10,6 milhões de mortos, quase

20% eram crianças menores de cinco anos, isso porque trata-se do grupo social mais

vulnerável.

Por dia, ocorrem 4.900 mortes de crianças por diarréia, perfazendo um total de cerca de 1,8

milhões de mortes de menores de cinco anos em conseqüência do consumo de água imprópria

e das más condições de saneamento. A cada 19 segundos, nos países onde o acesso a água e

ao saneamento básico é precário, morre uma criança em decorrência da diarréia.

Nesse contexto, percebe-se a necessidade do tratamento da água e do saneamento básico

como medida de prevenção para a redução da mortalidade infantil em países e locais pobres.

Diminuir a demanda e estimular o uso racional da água são medidas importantes para a sua

economia. Estimular o consumo alternativo reutilizando o recurso também colabora com a

redução do consumo de água potável. A água utilizada para enxaguar a roupa pode ser

reutilizada para molhar plantas, lavar carro, calçadas. A água do chuveiro pode ser

reaproveitada no vaso sanitário, desde que se façam as devidas instalações. A água da chuva

pode ser coletada para diversos usos domésticos, verifica-se assim que existem inúmeras

medidas bastante simples que podem ser tomadas para a economia deste importante recurso.

Observe o gráfico a seguir:

Gráfico 1 – Percentuais de uso doméstico da água

Fonte: Sanepar, Londrina (2007). Levantamento in loco

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Veja o quadro a seguir que apresenta o consumo de água segundo algumas atividades

domésticas e as maneiras para economizá-la:

Um banho de 15 minutos exige 105 litros de água. Reduza o tempo para 10 minutos, e o consumo cai para 70 litros.

Cada vez que você lava as mãos com a torneira aberta o tempo todo, são gastos 7 litros de água.

Enquanto faz a barba, com a torneira aberta, um homem gasta 65 litros de água. Feche a torneira enquanto faz a barba, e só volte a usar água para enxaguar. Com a torneira fechada o consumo será inferior a um litro.

Para escovar os dentes é necessário apenas um copo de água, mas as pessoas que não fecham à torneira durante a escovação gastam 10 litros.

A válvula de descarga é um grande vilão no consumo de água. Sozinho o vaso sanitário pode ser responsável por 50% do que se gasta em uma residência.

Nunca jogue cigarros, absorventes ou papéis no vaso, porque haverá maior consumo de água para mandar esse lixo embora.

Deixar a mangueira aberta enquanto lava o carro, nem pensar! Se você fizer isso vai gastar 360 litros. Não lave o carro. Se for imprescindível, use apenas a água de um balde pequeno.

Lavar a louça da família também exige mudança de hábito. Se continuar lavando com a torneira aberta o tempo todo, serão gastos 112 litros por pessoa. Mude o hábito. Feche a cuba da pia, encha de água. Ensaboe toda a louça e enxágüe com água limpa. Se fizer assim, você vai consumir menos de 10 litros para lavar a louça.

Procure usar a capacidade máxima da máquina de lavar roupas. Não lave roupas todos os dias. Espere acumular. Você vai economizar água e energia. A água que fez o último enxágüe das roupas, no tanque ou na máquina pode perfeitamente ser usada para ensaboar tapetes, tênis e cobertores. Também serve para molhar plantas, lavar carro, pisos e calçadas.

Vazamento em torneira: Gotejando simplesmente consome 60 litros por dia ou 2m³ por mês Vazando filete de 1 mm consome 2.000 litros por dia ou 60 m³ por mês Vazando filete de 2 mm consome 4.500 litros por dia ou 130 m³ por mês Vazando filete de 6 mm consome 16.500 litros por dia ou 530 m³ por mês.

Os vazamentos são grandes vilões. É fundamental observar se a válvula de descarga está funcionando perfeitamente, se não há manchas de umidade nas paredes e calçadas e também se todas as torneiras estão vedando adequadamente. Uma torneira que fica gotejando durante um mês representa um desperdício de 2 metros cúbicos, o suficiente para atender as necessidades de uma pessoa por 14 dias.

Recomendações gerais: Quando você for viajar, feche o registro do cavalete de entrada d’água, evitando qualquer desperdício durante sua ausência. Evite lavar calçadas e carros várias vezes por semana, assim como irrigar demais os jardins.

Quadro 3 Disponível em: <http://www.sanepar.com./calandrakbx/calandra.nsf/0/A83EA3494C9377C4>. Acesso em: 25 de out. 2007

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- Com base nos dados sobre consumo de água e formas de economizá-la, faça uma tabela

listando os usos da água em sua casa (da atividade que menos consome água para a que mais

consome), em seguida, descreva as maneiras de usá-la de forma racional. Com base nisso,

oriente seus parentes, familiares e amigos a consumirem menos água.

2.15.2 - Energia

A energia é um dos serviços fundamentais para a sustentabilidade socioeconômica de um

país. Propicia sua industrialização e desenvolvimento econômico através de seus diversos

usos industrial, residencial, comercial e de serviços.

Atualmente a maior parte da energia produzida no mundo é proveniente de combustíveis

fósseis, carvão, petróleo e gás natural, sendo, portanto, de caráter esgotável, não renovável.

Em função do caráter esgotável e do grande impacto ambiental desencadeado pelo uso de

combustíveis fósseis, os países vêm buscando, pesquisando e até já utilizando fontes

alternativas de energia, inesgotáveis, como é o caso da energia eólica, solar e hidráulica, entre

outras.

Veja a seguir as fontes de energia utilizadas no Brasil

Tabela 15 – Fontes de Energia utilizadas no Brasil

Fontes de energia – Brasil

Hidráulicas 1

(Produzidas em Usinas Hidrelétricas) 37%

Derivados do Petróleo Gás Engarrafado (GLP) Gasolina Querosene Óleo Diesel

2

Óleo Combustível

32%

3 Carvão Vegetal e Lenha 9%

4 Bagaço de Cana 7%

5 Álcool 4%

6 Carvão Mineral 3%

7 Gás Natural 2%

8 Outras Fontes 6% Disponível em: <http://www.ebanataw.com.br/roberto/energia/ener4.htm>.

Acesso em: 15 nov. 2007

A energia elétrica pode ser produzida em usinas termelétricas, termonucleares e hidrelétricas:

- Termelétrica - usa como fonte de energia para a produção da eletricidade o carvão mineral e

o petróleo. Provoca grandes impactos ambientais com a poluição atmosférica.

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- Termonuclear – usa o urânio e o tório como fonte de energia para a produção da eletricidade

através da fissão do átomo. Sua instalação é de alto custo, com produção de resíduo -lixo

atômico- altamente radioativo e ainda há o perigo de vazamentos.

- Hidrelétrica – maior responsável pela geração de energia elétrica no país, usa a água como

fonte de energia para a produção da eletricidade. Provoca impacto no ambiente ao alagar a

área para o lago artificial necessário para a construção da usina.

O fornecimento de energia elétrica em Porecatu é de responsabilidade da Companhia

Paranaense de Energia Elétrica - COPEL, alimentada através da subestação Londrina

(230.000 KV) que está ligada à subestação Florestópolis (34.500 KV) que redireciona a

energia até a subestação de Porecatu que a rebaixa para 13.500 volts para ser distribuída para

o município. Como o sistema elétrico nacional de transmissão é integrado não é possível

determinar a origem da energia gerada no município. Ela pode vir de qualquer usina

hidrelétrica ou termelétrica que compõe o Sistema Integrado Nacional-SIN. Só no Paraná são

18 usinas: 17 hidrelétricas e 1 termelétrica.

Mapa 28 - USINAS HIDRELÉTRICAS E TERMELÉTRICAS DO P ARANÁ-COPEL

Usina Hidrelétrica Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz do Areia)

Usina Hidrelétrica Governador Ney Braga (Segredo)

Usina Hidrelétrica Governador José Richa (Salto Caxias)

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Usina Hidrelétrica Governador Parigot de Souza

Usina Hidrelétrica Guaricana

Usina Hidrelétrica Chaminé

Usina Hidrelétrica Apucaraninha

Usina Hidrelétrica Mourão

Usina Hidrelétrica Derivação do Rio Jordão

Usina Hidrelétrica Marumbi

Usina Hidrelétrica São Jorge

Usina Hidrelétrica Chopim I

Usina Hidrelétrica Rio dos Patos

Usina Hidrelétrica Cavernoso

Usina Hidrelétrica Melissa

Usina Hidrelétrica Salto do Vau

Usina Hidrelétrica Pitangui

Usina Termelétrica Figueira

Fonte: COPEL Disponível em: <www.copel.com>.

Acesso em: 15 nov. 2007

Após passar pela subestação de Porecatu, a energia é redistribuída por toda a extensão da rede

primária urbana, que no município é de 21 km e na zona rural é de 35 km e a rede secundária

urbana é de 51 km e a rural de 2 km, segundo dados de 2006. A área urbana e a área rural são

100% atendidas pelo serviço de energia elétrica.

A cobrança pelo serviço de energia é medida em kWh (quilowatt-hora) e o valor depende do

custo que a concessionária (COPEL) tem para realizar a ligação para determinada categoria de

consumo.

Para os consumidores de baixa renda foi criada a tarifa social. São dados descontos na tarifa

aos consumidores que consomem até 79 kWh como média dos últimos 12 meses e de 80 até

220 kWh com ligação monofásica. No primeiro caso a Lei nº. 10.438/02 enquadra-os

automaticamente como baixa renda, enquanto que no segundo caso, os consumidores têm que

comprovar inscrição em programas sociais do governo federal como o Cadastro Único, o

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Programa Bolsa Família, entre outros, para terem direito à tarifa subsidiada. O Paraná ainda

tem o programa Luz Fraterna que isenta a família de baixo poder aquisitivo da conta de

energia, desde que consuma até 100 kWh por mês e se inscreva no programa.

Porecatu apresenta maior consumo de energia elétrica no setor secundário 71,76

MWH/consumidor (2007), embora esta tenha um menor número de consumidores, o que

comprova a importância da energia na atividade industrial do município. Já o setor terciário

caiu de 11,34 MWH/consumidor (2005) para 6 MWH/consumidor atualmente. Na área rural

houve um decréscimo de consumo devido à saída de pessoas do campo, entretanto, houve um

aumento no número de consumidores devido à instalação do serviço de energia na Vila Rural

da Amizade e em outras fazendas que antes eram abastecidas pela Usina Central do Paraná,

que não cobrava o serviço que agora passou para a concessionária.

Analise a tabela a seguir:

Tabela 16 - PORECATU

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE CONSUMIDORES E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA, POR CLASSE (1995-2003/2005)

1995 2003 2005 2007 VARIÁVEL/ANO

MWH nº.cons. MWH nº.cons. MWH nº.cons. MWH nº.cons.

Residencial 6.173 3.530 6.322 3.735 6.448 3.791 5.357 3.865

Industrial 3.839 39 2.011 42 3.152 50 3.875 54

Comercial 1.792 342 3.878 350 4.057 358 2.217 369

Rural 1.232 167 1.573 190 941 176 517 316

Poder Público 590 40 611 43 609 44 574 48

Iluminação Pública 2.636 1 2.398 4 2.340 3 1.738 10

Serviços Públicos 906 13 924 12 1.114 13 788 12

Próprio 12 2 17 2 21 2 20 2

TOTAL 17.180 4.134 17.734 4.378 18.682 4.437 15.085 4.676

FONTE: COPEL – PORECATU apud Plano Diretor (2006)

Estabeleça relações entre a evolução do consumo de energia elétrica e as atividades econômicas. Observe o gráfico a seguir:

Gráfico 2: Consumo de energia elétrica por classes em Santa Mariana - 2007

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CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA POR CLASSES - 2007

39,57%

7,17%15,21%

21,13%

4,80%

8,58%

3,49%

0,06%

RESIDENCIAL INDUSTRIALCOMÉRCIO RURALPODER PÚBLICO ILUMINAÇÃO PÚBLICASERVIÇOS PRÓPRIO

Fonte: COPEL (2007)

Organizado por: Rosiléia Bueno Se fizermos uma comparação com outra cidade que contraste com Porecatu, como Santa

Mariana, município localizado no norte pioneiro do Paraná, pode-se perceber o peso das

indústrias no montante de consumo do primeiro. Embora Porecatu apresente 12 consumidores

industriais a mais, estes são significativos, porque refletem no consumo total da categoria em

ambas as cidades. Já na categoria rural, ao contrário, embora possua quase o mesmo número

de consumidores, Santa Mariana apresenta um perfil de produtores que usa a energia de modo

mais intensivo, devido ao alto índice de equipamentos elétricos instalados nas propriedades da

região, em sua maioria de grande porte. A tecnologia associada à intensa atividade agrícola e

ao uso de motores para beneficiamento do café justifica o alto consumo.

Porecatu é relativamente bem atendido pela iluminação das vias públicas nas quais são

utilizadas lâmpadas de mercúrio (azul) e de vapor de sódio (amarela). Nos trevos da cidade a

iluminação é feita por superpostes.

Toda a área urbana é servida de iluminação, mas o nível de claridade de algumas áreas é

prejudicado pela arborização e há a necessidade de melhorias na iluminação pública dos

bairros residenciais do Jardim Sol Poente e dos Conjuntos Habitacionais localizados no

extremo norte da cidade, próximos da área rural.

- Em seu município, quais são os segmentos que consomem mais energia elétrica?

- A partir da comparação dos dados dos mapas responda como a atividade econômica

predominante no município influencia no perfil do consumo de energia elétrica?

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Observe o mapa a seguir que mostra a espacialidade da distribuição da energia elétrica de

Porecatu:

Mapa 29 – Energia Elétrica de Porecatu

Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 105) - Faça uma comparação entre o padrão de consumo do seu município com os demais

apresentados no mapa.

- Em qual segmento de consumo a tarifa é mais elevada? Por que isso ocorre?

2.15.3 - Transporte urbano

Porecatu localiza-se no entroncamento de três rodovias: a PR 170 - João Lunardelli que faz a

ligação do município com o sul do estado do Paraná e com a porção sul do Estado de São

Paulo, ao norte, é a única que acessa diretamente a malha urbana; a PR 090, a noroeste, que

liga Porecatu ao município vizinho de Alvorada do Sul e a PR 450 interliga Porecatu a

Centenário do Sul, município vizinho ao sul.

Estas rodovias pavimentadas permitem o fácil acesso dos munícipes ao restante do estado do

Paraná. É a partir delas que se dá a ligação com o meio rural e ocorre o escoamento das safras

agrícolas, pessoas e outras mercadorias.

Na cidade predomina o arruamento organizado sob a forma de tabuleiro de xadrez, na maioria

dos loteamentos que têm ligação com a Avenida Paranapanema, que se inicia no trevo norte

da PR 170, próximo ao Parque Industrial Gastão Camargo Izique Penteado. Esta avenida

atravessa toda a cidade até chegar à sede da Usina Central do Paraná. A Rua Iguaçu, possui

sentido norte-sul e inicia-se no trevo sul da PR 170, passando próximo ao centro e

conectando-se aos conjuntos habitacionais ao norte da cidade. Estas são as principais vias que

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influenciaram na estruturação da cidade. As outras exercem papel secundário como a Rua

Urbano Lunardelli, Paranaguá, Belo Horizonte e Brasil.

As vias pavimentadas na área urbana perfazem um total de 64,49 km e as não pavimentadas,

2,81 km. Porém, nos novos conjuntos habitacionais, no extremo norte do município e no

Jardim Sol Poente 24,15% das vias pavimentadas necessitam de recapeamento (Plano Diretor,

2006).

O transporte coletivo é feito pela Prefeitura Municipal que utiliza ônibus próprio e contrata

particulares para o transporte de alunos da zona rural para a zona urbana e dos conjuntos

habitacionais mais distantes até as escolas nos três períodos. O transporte dos funcionários é

feito pelas empresas.

Os estudantes de nível universitário ou de cursos técnicos não ofertados em Porecatu que

residem no município se deslocam diariamente aos centros universitários localizados nas

cidades de Rolândia, Apucarana, Jandaia do Sul, Londrina e Presidente Prudente (SP). O

transporte é feito por vans e ônibus particulares contratados pelos alunos que formaram uma

associação. Pagam a mensalidade e a Prefeitura contribui com ajuda parcial para o

combustível.

Na porção leste da cidade, na Praça Alzira Fernandes, fica o Terminal Rodoviário interurbano

e interestadual. Estes transportes são realizados pelas empresas: Viação Garcia, Viação Ouro

Branco, União Cascavel, Eucatur, Viação Princesa, Viação Motta e Transporte Andorinha.

As linhas disponibilizadas por estas empresas em Porecatu fazem ligações com muitos

municípios como Londrina, Maringá, Curitiba, Ribeirão Preto, Araçatuba, Presidente

Prudente, Catanduva, Florianópolis, Porto Velho, Cuiabá, São Paulo e Rio de Janeiro.

Veja a seguir o quadro com as linhas de ônibus e respectivos horários:

Quadro 4 - TRANSPORTE INTERURBANO DE PORECATU (2007)

Cidade Destino Final Empresa Horário

Porecatu Maringá Viação Garcia 00h40min /06h40min

Porecatu Londrina Viação Garcia 00h50min/09h35min/13h05min/16h35min/20h20min

Porecatu Araçatuba Viação Garcia 08h00min/12h00min/17h00min/23h59min

Porecatu Catanduva Viação Garcia 09h45min/22h55min

Porecatu Curitiba Viação Garcia 14h30min

Porecatu Londrina Viação Ouro

Branco 05h30min/07h45min/11h40min/15h55min/20h25min

Porecatu Itaguajé Viação Ouro

Branco 08h25min/11h25min/16h50min/20h55min

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Porecatu Bela Vista do

Paraíso Viação Ouro

Branco 06h00min/11h50min/17h45min

Porecatu São Paulo Viação Ouro

Branco Ter. Qui. e Dom. 20h45min

Porecatu Porto Velho Eucatur 20h00min

Porecatu Florianópolis Eucatur 20h00min

Porecatu Marília Princesa 10h20min/17h20min

Porecatu Maringá Princesa 10h00min/16h55min

Porecatu São Paulo Andorinha Sex. e Dom. 20h55min

Porecatu Maringá Andorinha Sáb. e Dom. 06h00min

Porecatu Cuiabá Motta 10h05min/22h40min Fonte: Dados fornecidos pelas empresas

Organizado e elaborado por: Rosiléia Bueno

- Com base nos dados do Quadro anterior é possível inferir com quais cidades Porecatu possui

relações mais intensas?

- Selecione 5 destinos que possuem mais horários em Porecatu. Em seguida, indique o que os

moradores de Porecatu, em geral, fazem nestas cidades.

A cidade possui dois pontos de táxi, conta com quatro táxis licenciados, distribuídos em dois

pontos distintos da área urbana. Um ponto na Praça da Igreja Matriz e outro no Terminal

Rodoviário Municipal.

O aeroporto de Porecatu fica situado na zona rural, próximo ao centro urbano e à rodovia PR

170, cadastrado no Ministério da Aeronáutica desde 1978 com pista pavimentada de 1.200

metros de extensão e 30 metros de largura, suficiente para o pouso de grandes aeronaves,

entretanto, não possui instalações físicas, servindo para pousos e decolagens dos munícipes

que possuem avião e daqueles que aplicam veneno nas lavouras.

- Dos meios de transporte existentes no seu município, qual você mais utiliza?

O mapa a seguir apresenta o sistema viário urbano de Porecatu.

Mapa 30 – Porecatu: Sistema Viário Urbano

Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 236)

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107

- Após observar o mapa do sistema viário urbano, delimite as áreas não pavimentadas. Por

que isso ocorre?

- Estabeleça uma correlação entre os arranjos territoriais urbanos e a presença ou ausência de

pavimentação.

- Qual a importância da pavimentação para os moradores de um município?

2.15.4 - Coleta de lixo

Uma das grandes preocupações da sociedade moderna é a produção de lixo, atualmente

produz-se no Brasil em média 750 gramas por pessoa. Em função disso, quando depositado

inadequadamente e sem tratamento torna-se um grande problema para o Poder Público e para

o meio ambiente, interferindo na qualidade de vida da população.

Percebe-se que quanto mais rico é o país maior a produção de lixo, como demonstram dados

dos Estados Unidos, que produzem 200 milhões de toneladas por ano, reflexo do consumismo

da sociedade capitalista. Com a maior produção de riquezas, a concorrência e a busca do

lucro, a sociedade produz cada vez mais rejeitos com o excesso de embalagens proveniente da

cultura do descartável.

O gerenciamento e o destino final da coleta de lixo em Porecatu são de responsabilidade do

Poder Público Municipal. O serviço foi terceirizado a partir de 21/05/2007, cabendo a

empresa SANETRAN (Saneamento Ambiental S/A de Almirante Tamandaré-Paraná) o

recolhimento do lixo.

O mapa a seguir apresenta as rotas da coleta de lixo no município:

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108

Mapa 31 – Rotas da coleta de lixo de Porecatu Fonte: SANETRAN (2007)

Organizado por: Emiliana Alves Silva (2007)

- Com base nas informações presentes no mapa apresentado anteriormente, caracterize a

coleta de lixo no seu município.

Para a coleta de o lixo domiciliar, a cidade foi dividida em duas regiões a partir da Rua

Iguaçu. O serviço abrange toda a área urbana. Dos destinos dados ao lixo, a coleta do

município atinge 90,64% do lixo, média superior à do Estado do Paraná (82,1%). Nas

localidades, a leste da Rua Iguaçu, o caminhão recolhe o lixo na segunda, na quarta e na

sexta-feira e a oeste, na terça, na quinta-feira e no sábado, a partir das 7 horas.

Tabela 17 - PORECATU E PARANÁ

PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, P OR DESTINO DE LIXO (1991 e 2000).

PARANÁ (%) MUNICÍPIO (%)

ANO ANO TIPO/ANO

1991 2000 1991 2000

Coletado 64,4 82,1 82,84 90,64 Queimado (na propriedade) 20,9 13,5 7,96 0,75

Enterrado (na propriedade) 3,2 2 8,68 0,32

Jogado 9,4 1,9 8,98 1,43

Outro destino 2,1 0,5 0,1 0,07 Fonte: IBGE/Censos Demográficos, apud Plano Diretor (2006)

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109

- Com base nos dados da Tabela, explique por que houve a redução do percentual do lixo

jogado, enterrado e queimado e o aumento do lixo coletado.

O destino final das 250.000 toneladas de resíduos por mês é o aterro sanitário, que fica há 15

quilômetros da área urbana, a leste, nas proximidades da represa. O aterro foi inaugurado em

novembro de 2002 com vida útil para 6 anos, ou seja, até fevereiro de 2008. A deposição do

lixo em aterros permite que sejam colocados em camadas e cobertos de terra, diminuindo o

mau cheiro e evitando a proliferação de insetos e outros animais prejudiciais à saúde do ser

humano.

O Plano Diretor de Porecatu constatou que a proximidade do aterro com a represa e o risco de

contaminação dos recursos hídricos fez com que o Ministério Público notificasse a

municipalidade para o encerramento das atividades no local.

Os entulhos, restos de obras, poda de árvore são depositados no antigo lixão da cidade, a céu

aberto. Também são usados para conter erosão e nivelar terrenos.

A varrição das ruas não alcança toda a área urbanizada, e é realizada apenas no centro da

cidade por 4 pessoas.

O lixo hospitalar era coletado em sacos plásticos especiais para transporte, sendo recolhido

três vezes por semana e depositado no aterro sanitário, agora com a cobrança da legislação

passou a ser terceirizado, o serviço é feito pela empresa Serv Oeste de Curitiba que recolhe

todo o lixo hospitalar, ambulatorial e funerário.

O não tratamento de o lixo hospitalar caracteriza crime ambiental, ele deve ser incinerado e o

radioativo encaminhado para a Comissão Nacional de Energia Nuclear. Segundo dados de

2004, apenas 14% dos municípios tratavam adequadamente as quatro mil toneladas-dia de

lixo hospitalar no Brasil.

Trabalhar com lixo é uma atividade econômica e, socialmente, gera benefícios para a

qualidade de vida e a saúde da população e ao meio ambiente.

Recolher e separar os diversos tipos de lixo contribui com a diminuição de sua deposição nos

lixões e aterros, a exposição a doenças e contaminação do meio. A coleta seletiva promove a

economia de energia, de água e de utilização dos recursos naturais ao reciclar o lixo

transformando-o em outro produto, amenizando os impactos ao meio ambiente.

Em Porecatu, a coleta seletiva é realizada por particulares que recolhem o lixo reciclável

diariamente nas ruas da cidade. A maioria deles se juntou e formou uma associação,

registrada, a ACOP-Associação dos Coletores de Porecatu, localizada num barracão na

Avenida Paranapanema (ex-FORD) alugado pela Prefeitura Municipal que também paga a

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110

água e a luz. Neste local separam-se as 20 toneladas/mês de lixo que é vendido para outros

municípios (Londrina, Florestópolis, Prado Ferreira e Presidente Prudente) que vem buscá-lo.

Tabela 18 - Freqüência da coleta de resíduos sólidos em PORECATU – PR

Dias da Semana

Período Bairros

Manhã Parque Guairá, Parque Industrial, Vila Industrial, Vila Josefina F. Lunardelli. 2ª. Feira

Tarde Vila Operária, Vila Torta, Vila Catanduva, Vila Iguaçu, Jardim Sol Poente, Centro.

Manhã

Jardim Santa Cristina, Jardim São Paulo, Jardim São João, Jardim Santo Antonio, Jardim Metrópole, Jardim Sumaré, Jardim Dona Sidônia B. Jonasson.

3ª. Feira

Tarde

Vila Ulbaldino di Miguelli, Vila Olga Izzar Atalla, Vila Alto da Boa Vista, Vila Yolanda Ferrarezi, Vila Fátima Ap. Fernandes, Vila Celso Fernandes, Condomínio Garcez.

Manhã Parque Guairá, Parque Industrial, Vila Industrial, Vila Josefina F. Lunardelli.

4ª. Feira

Tarde Vila Operária, Vila Torta, Vila Catanduva, Vila Iguaçu, Jardim Sol Poente, Centro.

Manhã

Jardim Santa Cristina, Jardim São Paulo, Jardim São João, Jardim Santo Antonio, Jardim Metrópole, Jardim Sumaré, Jardim Dona Sidônia B. Jonasson.

5ª. Feira

Tarde

Vila Ulbaldino di Miguelli, Vila Olga Izzar Atalla, Vila Alto da Boa Vista, Vila Yolanda Ferrarezi, Vila Fátima Ap. Fernandes, Vila Celso Fernandes, Condomínio Garcez.

Manhã Parque Guairá, Parque Industrial, Vila Industrial, Vila Josefina F. Lunardelli.

6ª. Feira

Tarde Vila Operária, Vila Torta, Vila Catanduva, Vila Iguaçu, Jardim Sol Poente, Centro.

Manhã

Jardim Santa Cristina, Jardim São Paulo, Jardim São João, Jardim Santo Antonio, Jardim Metrópole, Jardim Sumaré, Jardim Dona Sidônia B. Jonasson.

Sábado

Tarde

Vila Ulbaldino di Miguelli, Vila Olga Izzar Atalla, Vila Alto da Boa Vista, Vila Yolanda Ferrarezi, Vila Fátima Ap. Fernandes, Vila Celso Fernandes, Condomínio Garcez.

Fonte: Sanetran-Saneamento Ambiental S/A (2007) - Com base nos dados da Tabela avalie a qualidade do serviço de coleta de lixo de sua cidade.

- Quantos quilos de lixo você produz por dia?

- Estabeleça uma correlação entre capitalismo, nível socioeconômico, consumismo e

produção de lixo.

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111

- Em seu município quais medidas individuais e coletivas são tomadas para a redução da

produção de lixo?

- Quais os benefícios que a redução do lixo pode trazer para a sociedade e para a natureza?

2.15.5 - Lazer, cultura e turismo

Porecatu é dependente de manifestações culturais externas à comunidade, não há cinema,

teatro, centros de exposição, centro de artesanato e conservatório musical. A população que

apresenta interesse por estas formas culturais e meios para tal, tem que se deslocar para

centros maiores como Londrina, Maringá ou Presidente Prudente (SP).

Quando há alguma dessas atividades culturais no município elas acontecem em espaços

adaptados, resumindo-se basicamente à FECOP, feira onde os empresários expõem produtos e

serviços, Festa do Vinho e do Queijo, a Quermesse Vicentina e a Festa da Padroeira Nossa

Senhora Aparecida, na Praça da Igreja Matriz.

A atividade turística ainda é incipiente no município, existia uma vontade de desenvolver o

turismo rural em função de sua característica agrária, o que necessitaria de um planejamento

mais consistente para atrair investimentos e de treinamento da iniciativa privada e da

população local, porém, a cultura agrícola que predomina no município, a canavieira, oferece

poucas opções para seu desenvolvimento.

Porecatu criou o Conselho Municipal de Turismo, o COMTUP, em 13 de julho de 2001, Lei

nº. 1.032/01 com o intuito de desenvolver estratégias para o fomento do turismo. Foi

contratada uma assessoria para elencar os possíveis atrativos turísticos do município e traçar

diretrizes para sua implantação, assim como a necessidade de desenvolver e melhorar a infra-

estrutura básica e turística para oportunizar empreendimentos voltados para o

desenvolvimento econômico, social e cultural de Porecatu.

Constatou-se que a orla da represa Capivara, no Paranapanema, apresenta possibilidades para

o desenvolvimento de atividades náuticas de pesca, esporte, lazer e educação ambiental.

Entretanto, é de propriedade particular, sendo necessárias articulações para o projeto ser

viabilizado, além do envolvimento do poder público, da comunidade e de investidores.

Como espaço para lazer Porecatu possui cinco praças, apesar de a população não ter o hábito

de freqüentá-las, salvo quando ocorre alguma atividade. A Praça Padre Calógero Gaziano é a

de referência da cidade, ao seu redor concentra-se atividade de comércio e de serviços.

Há um desequilíbrio na distribuição dos espaços livres para lazer no município, enquanto

existe uma concentração deles na Vila Iguaçu, há precariedade em outros locais, como nos

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112

conjuntos habitacionais mais recentes, acontecendo o mesmo em relação às quadras poli

esportivas públicas.

Quadro 5 – PRAÇAS EM PORECATU

Área Estado de Nome

(m²) Equipamentos Disponíveis

Conservação Construção

Praça Padre Calógero Gaziano

8.400 Iluminação, paisagismo, coreto, quiosque, bancos e igreja matriz.

bom Sem

informação Praça Alzira Gonçalves Fernandes (rodoviária)

4.968 Iluminação, paisagismo e bancos. bom 1977

Praça Ney Amintas de Barros Braga

8.640 ------ ruim 1979

Espaços livres da Vila Iguaçu

76.131 ------ ruim 1977

Praça Prefeito Ângelo Nino

2.240 Iluminação e equipamentos

(deficientes) ruim --

Fonte: Plano Diretor de Porecatu (2006)

Praça da Vila Yolanda Ferrareze (2007)

Praça Alzira Gonçalves Fernandes (2007)

Praça Pe. Calógero Gaziano (2007)

Figura 16 – Vista parcial das Praças de Porecatu

Fotografado por: Rosiléia Bueno

- Cite as diversas funções de uma praça.

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113

- Com base nos conhecimentos sobre a relevância das praças para a sociabilidade das pessoas,

elabore propostas que auxiliariam a população na criação de hábitos para intensificar a

freqüência nestes espaços públicos.

No Ginásio de Esportes, Isaac Jabur, principal estádio público de desportos do município,

com capacidade para seis mil pessoas tem escolinhas de vôlei, basquete e futebol de salão

masculino voltadas para crianças e adolescentes, que treinam três vezes por semana. Nele

também acontecem shows, bingos, apresentações de danças e exposição de trabalhos

escolares.

Uma outra área pública de lazer é a Avenida Antônio Fernandes, utilizada pela população

como local de caminhada pela manhã ou à tarde, porém, é uma via de entrada e saída de

Porecatu, com contínua circulação de veículos e por onde se dá o acesso para o Terminal

Rodoviário Municipal.

Observe o mapa a seguir:

Mapa 32 – Localização dos Centros de disseminação cultural de Porecatu Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 176)

- Em que áreas da cidade existem uma densidade maior de áreas turísticas, desportivas,

culturais e de lazer?

- Como você poderia explicar essa distribuição espacial?

- Existem bairros segregados quanto ao acesso às áreas turísticas, desportivas, culturais e de

lazer?

- Quais das áreas turísticas, desportivas, culturais e de lazer você freqüenta?

- Quais órgãos são responsáveis pela manutenção destes espaços?

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114

- Dentre as atividades citadas, quais delas são mais relevantes para a economia do seu

município?

- Como estas influenciam na economia da cidade?

- Cite os serviços desenvolvidos em função das atividades de lazer.

2.15.5.1 - Atividades Culturais

É característica das sociedades comemorarem os fatos históricos, desenvolver festividades ligadas à história, aos aspectos religiosos, promover festivais de teatro, de música, cinema, etc. Isso tudo para lembrar suas origens sócio-espaciais, dinamizar o lazer, alimentar sua criatividade e dinamizar as relações inter-pessoais e culturais.

Veja a seguir a programação do ano em Porecatu.

Março:

Data Evento Organização Local

3 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

10 Forró

Universitário

AEP-Ass. Estudantes de

Porecatu.

Centro Social Urbano

16 Baile Show Clube do Café Clube do Café

17 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

24 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

25 Festa da Tilápia

Ass. Irmã Clorinda

Ginásio de Esportes Luizão

31 Forró do provopar

Provopar Centro de

Convivência

Abril:

Data Evento Organização Local

7 Baile de Aleluia

Clube do Café Clube do Café

7 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

14 Forró

Universitário

AEP-Ass. Estudantes de

Porecatu.

Centro Social Urbano

14 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

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115

Entre 13 e 20

Aplause Entidades

Assistenciais Gin. de Esportes

Isaac Jabur

21 Baile das Estrelas

Clube do Café Clube do Café

21 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

28 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

Maio:

Data Evento Organização Local

5 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

11 Homenagem às

mães

Divisão de Cultura e Turismo

Gin. de Esportes Isaac Jabur

12 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

12 Baile do Cavuco

Clube do Café Clube do Café

19 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

19 Forró

Universitário

AEP-Ass. Estudantes de

Porecatu.

Centro Social Urbano

26 Baile Show Clube do Café Clube do Café

26 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

Junho:

Data Evento Organização Local

2 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

9 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

9 Brega Fest Clube do Café Clube do Café

16 Forró

Universitário

AEP-Ass. Estudantes de

Porecatu.

Centro Social Urbano

16 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

23 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

29 Festival de

Danças Juninas

Dir. do Colégio Ricardo

Lunardelli

Col. Est. Ricardo Lunardelli

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116

30 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

30 VII Festa de

Vinhos E Queijos

SOS Centro Social

Urbano

Julho:

Data Evento Organização Local

06 e 07 Festa dos Estados

Dir. do Colégio Col. Est. Profº.

Malvino de Oliveira

7 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

13 a 15 Jully Fest Paróquia Nossa

Senhora Aparecida

Paróquia Nossa Senhora

Auxiliadora

14 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

14 Baile de Férias Clube do Café Clube do Café

21 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

28 Baile Show Clube do Café Clube do Café

28 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

Agosto:

Data Evento Organização Local

4 Forró

Universitário

AEP-Ass. Estudantes de

Porecatu.

Centro Social Urbano

4 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

11 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

11 Até que a Lua

vire Sol Clube do Café Clube do Café

18 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

18 Diofest Dir. do Colégio

Diocesano Praça Pe.

Calógero Gaziano

20 a 24 Semana da

Arte

Dir. do Col. Ricardo

Lunardelli

Col. Est. Ricardo Lunardelli

24 XIV Festival de Danças

Dir. da Escola Jorge Rudney

Atalla

Gin. de Esportes Isaac Jabur

25 Festival de Prêmios

Diretoria da Apae

Gin. de Esportes Isaac Jabur

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117

25 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

25 Baile Show Clube do Café Clube do Café

Setembro:

Data Evento Organização Local

1 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

01 a 07 Semana da

Pátria Div. de Cultura e

Turismo Praça Pe.

Calógero Gaziano

8 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

8 Festa da

Independência Clube do Café Clube do Café

15 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

22 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

22 Chá

Beneficente S.O.S

Centro Social Urbano

14 a 16

XII FECOP-Feira do

Comércio de Porecatu

ACEP- Ass. Comercial e

Empresarial de Porecatu.

Gin. de Esportes Isaac Jabur

29 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência 29 Baile Show Clube do Café Clube do Café

Outubro:

Data Evento Organização Local

6 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

12

VI Procissão Fluvial-Hom. a Nossa Senhora

Aparecida

Div. de Cultura e Turismo

Represa Capivara

11 a 14 Festa da Padroeira

Paróquia Nossa Senhora

Aparecida

Praça Pe. Calógero Gaziano

13 Baile do Café Clube do Café Clube do Café

13 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

20 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

20 Forró

Universitário

AEP- Ass. Estudantes de

Porecatu.

Centro Social Urbano

27 Baile Show Clube do Café Clube do Café

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118

27 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

Novembro:

Data Evento Organização Local

3 Baile Show Clube do Café Clube do Café

3 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

10

10 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

10 Jantar

Dançante

Centro de Educação

Infantil Maria Helena

Centro Social Urbano

15 Bingo do Asilo São Vicente de

Paulo

Diretoria do Asilo

Gin. de Esportes Isaac Jabur

15 a 18 Quermesse

Popular Clube do Café Clube do Café

17 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

24 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

Dezembro:

Data Evento Organização Local

1 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

01 a 22 Dezembro

Festivo Div. de Cultura e

Turismo Praça Pe.

Calógero Gaziano

7 Baile do Hawai

Clube do Café Clube do Café

8 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

15 Forró

Universitário

AEP- Ass. Estudantes de

Porecatu.

Centro Social Urbano

15 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

22 Pré-Festa de

Natal Clube do Café Clube do Café

22 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

29 Pré-Festa de Reveillon

Clube do Café Clube do Café

29 Forró do Provopar

Provopar Centro de

Convivência

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119

Observe o mapa e as imagens a seguir.

Mapa 33 – Local dos eventos em Porecatu

Fonte: Comtup, Conselho de Turismo de Porecatu (2007).

- Faça uma análise da distribuição espacial dos eventos que ocorrem em seu município.

- Quais são os grupos sociais que mais participam destes eventos?

- Em que medida esses eventos interferem nos arranjos espaciais do seu município?

- A dinâmica populacional é alterada com a realização desses eventos?

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120

TEMA 3: DINÂMICA POPULACIONAL

Objetivo geral

- Compreender a dinâmica populacional tendo como base as suas expressões espaciais.

Objetivos específicos

- Compreender a geograficidade da segurança pública no município;

- Entender como as expressões espaciais do município articulam-se com os arranjos espaciais

pretéritos e presentes;

- Analisar a estrutura populacional do município a partir de vários indicadores (IDH, taxas de

natalidade e mortalidade, mortalidade infantil, estrutura etária, taxa de desemprego, população

economicamente ativa e escolaridade, entre outros).

3 - DINÂMICA POPULACIONAL

3.1 - Fundação de Porecatu

A fundação de Porecatu está ligada à vinda de Ricardo Lunardelli e seus filhos, João e

Urbano, em 1941.

Os Lunardelli, conhecidos fazendeiros que plantavam café em Catanduva, interior do estado

de São Paulo, foram atraídos pelas terras férteis do norte do Paraná pois viram na terra roxa

de Porecatu excelente possibilidade para o desenvolvimento da cultura cafeeira. Assim,

iniciaram a colonização nas terras pertencentes à antiga Fazenda Floresta, na sua maioria

comprada de dona Escolástica Melchert da Fonseca.

A derrubada da mata para a formação da primeira fazenda – Fazenda Canaã – deu-se em abril

de 1941 para a plantação de café. Ainda nesse ano, iniciou-se a abertura de estradas ligando

Porecatu, na época Brasília, ao Porto Porecatu, no Rio Paranapanema.

Além de formar outras fazendas, os Lunardelli negociavam terras, não só vendendo parte das

que adquiriram como também intermediando transações entre fazendeiros paulistas e os

herdeiros da Fazenda Floresta.

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121

As terras da região foram valorizadas pela construção de estradas e de portos, o que

intensificou a expansão da ocupação da região. Com investimentos públicos em demarcações

e em construções de estradas, infra-estrutura básica para a realização da agricultura

capitalista, houve uma valorização da área provocando a expulsão dos posseiros que

anteriormente ocupavam a região.

1 – Ponte para travessia do Paranapanema (2007) 2 – Balsa para travessia do Paranapanema (1940)

Figura 18 – Travessia do Rio Paranapanema 1940 e 2007 Fonte: 1 – Fotografado por: Rosiléia Bueno (2007).

2 – Museu Municipal de Porecatu (2007).

Em 1942, o primeiro nome dado ao povoamento pelos Lunardelli foi Brasília. Contudo, o

registro do mesmo não foi possível por já existir um com o mesmo nome em Minas Gerais.

Dessa maneira, ao ser elevado à categoria de Distrito Judiciário passou a denominar-se

Porecatu em 30 de dezembro de 1943.

Em 10 de outubro de 1947, foi elevada à categoria de município, sendo desmembrado de

Sertanópolis. A instalação do município ocorreu no dia 05 de novembro de 1947. Em janeiro

de 1948 foi instalada oficialmente a Comarca de Porecatu, com Octávio Bezerra Valente o

primeiro juiz da cidade.

O nome escolhido para o município é de origem indígena, tupi-guarani, Pore (salto,

corredeira); catu (saudável, bonito) em função do Salto Capivara, queda de água que existia

no Rio Paranapanema antes da construção da barragem.

Desde as suas origens até 1942, o café foi o principal produto agrícola cultivado na região.

Neste mesmo ano, o Instituto do Açúcar e do Álcool abriu concorrência para a construção de

uma usina de açúcar no Norte do Paraná, vencida por Ricardo Lunardelli e, a partir daí, a cana

passa a fazer parte do cenário agrícola da região com a fundação da Organização Ricardo

Lunardelli S/A – Agricultura e Comércio, hoje, Usina Central do Paraná – Agricultura,

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122

Indústria e Comércio, que objetivava a exploração econômica da cana-de-açúcar e do café, no

setor agrícola e a produção do açúcar e do álcool, na parte industrial.

Inicialmente plantou-se a cana na Fazenda Jaborandi dividida em duas glebas de propriedade

dos Lunardelli. Em uma delas os próprios proprietários realizaram a plantação, a outra foi

dividida em pequenos lotes, sendo estabelecido um acordo de que os lavradores que os

adquirissem efetuariam o pagamento em cana, cuja venda seria de exclusividade dos

Lunardelli.

A usina começou a funcionar em 1945, mas apenas em 1949 passou a operar normalmente

com a tiragem inicial de 120.000 quilos de açúcar. A expansão desta atividade industrial leva

a usina a expandir os canaviais em terras próprias e a promover o povoamento da região.

1 - Usina Central do Paraná (2007) 2 – Construção da Usina Central do Paraná (1943)

Figura 19 - Usina Central do Paraná Fonte: 1 – Fotografado por: Rosiléia Bueno (2007).

2 – Museu Municipal de Porecatu (2007).

3.2 - Evolução Populacional do Município

Desde o início do seu povoamento, a população do município cresceu ou diminuiu em função

das atividades econômicas nele realizadas. Isso porque, no contexto das sociedades

capitalistas, são estas as principais responsáveis pela atração ou repulsão da população. Dessa

maneira, o ritmo de crescimento populacional se comportou de maneira distinta até a

atualidade. O gráfico a seguir mostra o comportamento da população a partir da década de

1960:

Observe o gráfico a seguir:

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123

Gráfico 3 - PORECATU

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA, RURAL E TOTAL.

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

1960 1970 1980 1991 2000

URBANA RURAL TOTAL

Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006).

Com base no gráfico observa-se que o aumento demográfico do município de Porecatu

aconteceu até meados de 1970, quando o município alcançou 22.277 habitantes, segundo

dados do censo do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, daquele ano. A partir

daí verifica-se um decréscimo constante da população total.

O aumento da população até 1970 ocorreu principalmente pela intensificação do processo de

colonização e pela abertura da Usina Central do Paraná, que atraiu migrantes de várias regiões

brasileiras, principalmente dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Na década de 1970 há

também um acréscimo do número de habitantes de Porecatu em decorrência da vinda de

trabalhadores para a construção da Usina Hidrelétrica de Capivara, no rio Paranapanema, pela

Cesp – Companhia Energética de São Paulo.

Da década de 1970 para a de 1980 percebe-se o aumento da população urbana e o decréscimo

da população rural. Entretanto, mesmo havendo acréscimo da população urbana, verifica-se

um esvaziamento da população total, explicado por inúmeros fatores como o êxodo para

outras regiões, a diminuição do tamanho das famílias, fenômeno que pode ser verificado

também pela diminuição do número de moradores por domicílio. A expulsão da população do

campo foi intensificada com o processo conhecido como modernização das atividades

agrícolas, fenômeno este que expulsou parte dos trabalhadores rurais do campo e das

pequenas áreas urbanas. Outro fator que colaborou para o esvaziamento populacional de

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124

Porecatu foi a falta de colocação ou postos de trabalho para a mão-de-obra ociosa no período

da entressafra. A mudança do padrão demográfico nos lugares produz conseqüências em

todos os setores, tanto nos públicos quanto nos privados.

Dessa maneira, os dados do IBGE indicam o declínio da proporção de jovens de até 19 anos

que no município era de 44,53% em 1990 e passou para 37,10% da população total, em 2000,

evidenciando uma diminuição da taxa de natalidade em Porecatu e o aumento crescente da

população idosa acima de 65 anos, que era de 6,57% em 1991 e passou para 9,84%, em 2000.

Esta mudança altera a demanda por serviços, principalmente na área da saúde pública e da

educação.

Portanto, a atual estrutura etária do município deve-se aos efeitos combinados entre

fecundidade, mortalidade e migração, gerando contínuas pressões de demandas sobre os

serviços públicos de atendimento às necessidades básicas da população e de políticas

específicas para o atendimento da crescente população idosa.

A tabela a seguir demonstra a diminuição do número de moradores por domicílio urbano e

rural bem como a sua totalização no estado do Paraná, na mesorregião e no município de

Porecatu.

Tabela 19 - PARANÁ, MESORREGIÃO E PORECATU.

POPULAÇÃO: NÚMERO DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMAN ENTES E

NÚMERO MÉDIO DE MORADORES POR DOMICÍLIO (1991/2000)

NÚMERO DE MORADORES / DOMICÍLIO

RURAL URBANA TOTAL Ano

1991 2000 1991 2000 1991 2000

PARANÁ 4,35 3,81 3,91 3,5 4,02 3,56

MESORREGIÃO 4,42 3,90 3,97 3,52 4,09 3,57

PORECATU 4,63 4,09 4,05 3,47 4,21 3,59 FONTE: Censos do IBGE apud Plano Diretor (2006).

- Os fluxos migratórios estão relacionados às transformações econômicas, políticas, técnicas,

culturais, geográficas e sociais que ocorrem no território. Com base no texto e nos dados do

gráfico anterior, liste e estabeleça relação entre os fatores que interferiram nos sucessivos

processos migratórios de seu município.

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125

- O poder público é um agente importante no direcionamento dos fluxos migratórios. Com

base no texto e nos conhecimentos sobre ações do Estado e migração, identifique a influência

das políticas públicas na entrada e saída da população do seu município.

- Analise as tendências atuais dos deslocamentos populacionais do seu município e

correlacione com os arranjos espaciais, sobretudo com as atividades econômicas nele

realizadas.

- Quando analisamos o comportamento populacional do município de Porecatu, observamos

que, sobretudo da década de 1980 em diante, houve um significativo despovoamento. Neste

mesmo período, a cidade de Londrina, que se localiza na mesma mesorregião, teve um

aumento expressivo da sua população, passou de 301.711 habitantes em 1980, para 390.100

em 1991 e para 447.065 em 2000. Elabore hipóteses que expliquem as causas dessa

transformação.

3.3 - Segurança Pública

Art.144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é

exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do

patrimônio, através dos seguintes órgãos: I-polícia federal; II-polícia rodoviária federal; III-

polícia ferroviária federal; IV-polícias civis; V-polícias militares e corpos de bombeiros

militares.

§ 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela

segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º - Os Municípios poderão constituir guardas municipais, destinadas à proteção de seus

bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

A União, o Estado e o Município atuam cada um dentro dos seus limites:

- Município - cria e regulamenta a polícia municipal.

- Estado – organiza as forças armadas e a polícia interna. Cria e executa as leis.

- União - assegura a defesa nacional.

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126

3.4 - Violência

Diariamente os meios de comunicação divulgam casos de violência. Estes se manifestam de

várias maneiras: tráfico de drogas, assassinatos, porte ilegal de armas, seqüestros, roubos,

acidentes de trânsito, etc, que são infrações que violam a lei penal. Também pode ocorrer

violência contra os direitos civis, políticos, sociais e culturais. Esta situação amedronta grande

parte da população brasileira, inclusive a de Porecatu. Verifica-se atualmente uma

disseminação intensa da violência pelos meios de comunicação em geral que culpabilizam os

grupos sociais mais vulneráveis omitindo a responsabilidade do Estado e da sociedade como

um todo pela (re)produção ampliada da miséria e da situação de vulnerabilidade a que estes

grupos estão constantemente expostos. Trata-se de grupos sociais que, por sua condição

sócio-econômica, sofrem cotidianamente processos de violência e que, sobretudo em função

disso, muitas vezes também realizam a violência, daí serem considerados como vulneráveis.

Toda situação que compromete o convívio social e que implica em perda da qualidade de vida

da população, o desrespeito às leis, ao patrimônio e aos sujeitos sociais é um tipo de violência.

Contudo, esta surge espacialmente mais visível nos grandes centros urbanos, onde se instala

mais facilmente em função das desigualdades sociais serem mais intensas. Quem mais sofre

com isso é sobretudo aqueles que moram nas periferias onde se concentra a população de

baixa renda. Isso porque a infra-estrutura à qual possuem acesso é deficiente, além disso, a

menor oferta de emprego leva muitos jovens a se juntarem ao crime pelos mais variados

motivos. A ausência de afeto, de um convívio familiar no qual impere o respeito entre os

integrantes e a impessoalidade das relações nas grandes metrópoles também pode desencadear

a violência.

Os vários tipos de crimes não são exclusividades das metrópoles, ocorrem também nas

cidades pequenas, porém, em menor escala.

A classe média e alta na busca de proteção privatiza espaços públicos com a construção de

condomínios fechados, fragmentando ainda mais a cidade, isolando-se e proibindo o acesso à

parte da cidade pela população de baixa renda. Outra medida que se verifica é a mudança com

a família para países desenvolvidos numa tentativa de fuga da violência.

O custo da violência é alto para a sociedade, recursos que poderiam ser investidos para o

desenvolvimento do país, como na área da saúde, da educação ou do saneamento básico,

deixam de ser investidos com essa finalidade e são aplicados em medidas paliativas de

combate à violência. Medidas efetivas do Poder Público nas questões de segurança são

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127

urgentes para o enfrentamento das diversas situações, além de ações socioeconômicas,

educativas e culturais voltadas para melhoria da qualidade de vida da população.

Como medida sócio-educativa, as quartas séries das escolas municipais e particulares de

Porecatu participam em conjunto com a Polícia Militar do PROERD – Programa Educacional

de Resistência às Drogas e à Violência, uma versão do programa estadunidense Drug Abuse

Resistence Education (D.A.R.E.).

O objetivo é esclarecer para prevenir e reduzir o uso indevido de drogas e a violência entre os

estudantes, assim com auxiliá-los a reconhecerem as pressões e a influência diária para

usarem drogas e praticarem a violência, tornando-se mais resistente a elas.

- Os processos de violência estão presentes em vários lugares e são amplamente disseminados

pela mídia (impressa, televisiva, digital, entre outras). Descreva as mudanças nos hábitos da

população de sua cidade motivadas pelos processos de violência ou de sua disseminação com

pouca responsabilidade social.

- Analise os fatores responsáveis pelos processos de violência no seu município. Que ações

poderiam ser implementadas para a diminuição ou eliminação desse fenômeno?

3.5 - Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

“O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o nível de desenvolvimento humano dos

países utilizando como critérios indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula),

longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). O índice varia de zero

(nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). Países com IDH

até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo, os países com índices entre 0,500

e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano e países com IDH superior a

0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto.”

Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI152578-EI306,00.html>. Acesso em: 29 fev. 2008.

A escala de classificação do IDH oscila de 0 a 1. Quanto mais próximo do 0,0 piores são as

condições de vida da população, característica dos países subdesenvolvidos; quanto mais

próximo do 1,0 mais elevado é o padrão de vida, característica dos países desenvolvidos.

Observe os dados do gráfico a seguir:

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128

Gráfico 4 - Países: IDH (2006)

IDH

0,336

0,619

0,777

0,800

0,802

0,867

0,952

0,968

SERRA LEOA (177°)

ÍNDIA (128°)

CHINA (81°)

BRASIL (70°)

RÚSSIA (67°)

CHILE (40º)

FRANÇA (10º)

ISLÂNDIA (1º)

Fonte: Pnud (2007).

Organizado por: Rosiléia Bueno

- Observando o IDH dos lugares apresentados no Gráfico 4 encontramos índices diferentes.

Por quê? O que determina essa classificação?

3.5.1 - Alguns esclarecimentos sobre os indicadores que compõem o IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano é um indicador que nos possibilita classificar um

lugar, município, país, região, etc., de acordo com seu desenvolvimento humano, ou seja, a

qualidade de vida de sua população. Foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (Pnud).

Do ponto de vista econômico, no IDH considera-se a renda per capita obtida com a divisão do

PIB (Produto Interno Bruto) pelo total de habitantes do país ou local estudado, resultando no

PIB per capita (por cabeça).

É importante salientar que o índice resultante do PIB não reflete a efetiva situação de

desenvolvimento de um país. Como mostra uma média, as disparidades econômicas existentes

entre os vários grupos sociais nos locais não são consideradas. Com a média per capita tem-se

PIB – é a soma das riquezas produzidas por cada setor da economia, primário,

secundário e terciário; indica como cada setor contribui para a geração de riquezas

em um determinado período, em geral de um ano.

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129

a impressão que todos ganham o mesmo valor, isso porque a concentração da renda no país ou

lugar é desconsiderada.

Com relação aos indicadores sociais, analisa-se a expectativa de vida e a escolaridade. A

expectativa de vida refere-se à estimativa de vida que uma pessoa poderá ter de acordo com as

condições socioeconômicas disponíveis no país ou lugar onde nasceu, possuem relação com

as mesmas a qualidade e acesso à alimentação, aos serviços de saúde e saneamento básico.

Quanto à escolaridade quanto maior o grau de escolaridade maior também o grau de

desenvolvimento da sociedade. Para o conhecimento da escolaridade considera-se o número

de adultos alfabetizados, os analfabetos e o número de matrículas nos diferentes níveis de

ensino.

Em Porecatu pode-se afirmar que houve uma melhora do IDH-M (Índice de Desenvolvimento

Humano Municipal) que segue os mesmos princípios do IDH geral para ser calculado. No

período de 1970 o IDH-M do município era de 0,365. No ano 2000 alcançou o índice de

0,785, ocupando a 51ª posição entre os municípios paranaenses, num total de 399 municípios

e a 940ª posição no Brasil, de um total de 5.560 municípios.

Tabela 20 - MUNICÍPIOS DA AMEPAR E OUTROS

INDICE DE LONGEVIDADE, EDUCAÇÃO E RENDA (2000)

Índice Longevidade Índice Educação Índice de Renda Município

IDHM-L IDHM-E IDHM-R IDH-M

Londrina 0,773 8 0,91 1 0,789 1 0,824 1

Ibiporã 0,824 2 0,868 6 0,711 6 0,801 2

Cambé 0,798 3 0,878 4 0,704 7 0,793 3

Miraselva 0,856 1 0,836 11 0,668 11 0,787 4

Porecatu 0,766 9 0,874 5 0,714 5 0,785 5 Rolândia 0,723 18 0,888 2 0,74 2 0,784 6

Sertanópolis 0,762 10 0,847 7 0,735 3 0,781 7

Arapongas 0,712 19 0,883 3 0,727 4 0,774 8

Bela Vista do Paraíso 0,789 4 0,823 15 0,7 8 0,771 9

Jaguapitã 0,775 7 0,838 10 0,671 9 0,761 10

Alvorada do Sul 0,757 12 0,846 8 0,669 10 0,757 11

Prado Ferreira 0,78 6 0,832 12 0,656 16 0,756 12

Pitangueiras 0,788 5 0,825 14 0,649 17 0,754 13

Sabáudia 0,753 13 0,843 9 0,665 13 0,754 13

Primeiro de Maio 0,753 13 0,828 13 0,661 15 0,747 15

Guaraci 0,743 15 0,811 18 0,664 14 0,739 16

Centenário do Sul 0,762 10 0,817 17 0,634 19 0,738 17

Jataizinho 0,734 17 0,82 16 0,646 18 0,733 18

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130

Florestópolis 0,738 16 0,81 19 0,629 21 0,726 19

Lupionópolis 0,709 20 0,792 20 0,667 12 0,723 20

Cafeara 0,686 22 0,778 21 0,632 20 0,699 21

Tamarana 0,693 21 0,737 22 0,62 22 0,683 22

Paraná 0,747 7 0,879 7 0,736 6 0,787 6

Brasil 0,727 -- 0,849 --- 0,723 --- 0,766 ---

São Caetano do Sul (1) 0,886 1 0,975 2 0,896 2 0,919 1 FONTE: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil. PNUD/IPEA/FUNDAÇÃO JOÃO

PINHEIRO/IBGE apud Plano Diretor (2006) IDH – M = Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IDH – L = Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Longevidade. IDH – E = Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Educação. IDH – R = Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Renda (1) Município melhor situado no Brasil

- Com base nos dados da tabela anterior, analise a situação de Porecatu comparando-o

com a de outros municípios da região que conhece e os índices daquele melhor situado no

Brasil.

O crescimento da longevidade da população porecatuense, medido através da esperança de

vida ao nascer e da taxa de mortalidade infantil foi a vertente que mais contribuiu para o

crescimento do IDH-M. Essa melhora nos índices foi possibilitada pela maior facilidade de

acesso à saúde (postos de saúde, remédios gratuitos, vacinação) e saneamento básico, pois o

município possui quase 100% das residências urbanas atendidas com água e esgoto.

Melhoraram também os índices da educação, com aumento da freqüência escolar e o acesso

de mais pessoas à escola, isso de deu principalmente pelas políticas de alfabetização de

jovens, adultos e idosos. A renda per capita média do município, passou de R$ 176,90 em

1991 para R$ 281,67 em 2000. Lembrando que, quando falamos em renda per capita,

significa uma média alcançada pela divisão da produção do município pelo número total de

habitantes. Então, esse valor indica que, na média, cada habitante de Porecatu recebe R$

281,67 por mês. Sabemos que este valor não é real pois alguns ganham mais e outros menos.

Veja a seguir a situação de Porecatu no que se refere aos indicadores citados no contexto da

realidade de outros municípios.

Tabela 21 - MUNICÍPIO DA AMEPAR E OUTROS

ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER, TAXA DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS,

TAXA BRUTA DE FREQÜÊNCIA ESCOLAR E RENDA PER CAPITA (2000)

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131

Município Esperança de vida ao nascer

Taxa de Alfabetização de

adultos

Taxa Bruta de Freqüência

Escolar

Renda per capita

Centenário do Sul 81 70,74 82,1 174,26 Alvorada do Sul 83,15 70,4 85,37 214,32 Arapongas 81,82 67,7 91,56 304,07 Bela Vista do Paraíso 80,69 72,33 83,1 258,67 Cafeara 77,54 66,17 77,94 171,66 Cambé 82,31 72,87 90,55 265,45 Florestópolis 78,04 69,31 82,52 168,41 Guaraci 78,79 69,58 82,19 208,6 Ibiporã 82,9 74,43 88,8 276,23 Jaguapitã 82,61 71,47 84,34 217,27

Londrina 87,28 71,37 92,93 439,35

Lupionópolis 74,94 67,51 81,29 211,47

Miraselva 86,26 76,38 82,22 213,39

Pitangueiras 77,68 72,25 84,97 190,41 Porecatu 86,53 70,96 87,86 281,67 Prado Ferreira 84,85 71,78 82,34 198,68 Primeiro de Maio 81,57 70,16 83,46 205,04 Rolândia 85,45 68,4 90,48 327,92 Sabáudia 79,27 70,2 86,81 209,92 Sertanópolis 77,85 70,75 88,06 319,1 Tamarana 66,58 66,57 77,26 159,61 Paraná 69,57 90,4 82,8 321,39 Brasil 68,14 86,3 81,8 297,23 São Caetano do Sul (1) 78,2 97 98,5 834

FONTE: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil. PNUD/IPEA/FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO/IBGE

apud Plano Diretor (2006) (1) Município melhor situado no Brasil

- Com base nos dados da tabela anterior, analise a situação de Porecatu comparando-a com

a de outros da região que conhece e os índices do município melhor situado no Brasil.

Observe a seguir a composição da população do município com renda inferior a 0,25

salários mínimos per capita em 2000. É importante destacar que o percentual de pobreza

ou de renda per capita abaixo de 50% do salário mínimo, compreendeu 14,9% das

pessoas do município em 2000.

Tabela 22 - PORECATU

PROJEÇÃO DA COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO CO M RENDA INFERIOR A 0,25 SALÁRIOS MÍNIMO PER CAPITA (2000)

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132

FAIXA POPULAÇÃO %

0 a 6 anos 163 14,5 7 a 14 anos 170 15,1 15 a 18 anos 98 8,7 19 a 65 anos 586 51,9

+ 65 anos 111 9,8 Total 1.128 100

FONTE: Plano Diretor Municipal (2006) com base em dados do IBGE.

Segundo dados do IBGE, enquanto os mais pobres apropriam-se de 3,83% das riquezas

do município, os 20% mais ricos apropriam-se de 62,25%, evidenciando a grande

concentração de renda por parte de uma parcela da população do município.

- Com base nos dados apresentados, avalie a distribuição de renda no seu município?

Todos têm o mesmo poder de compra? Por quê?

- Dê exemplos de como a distribuição de renda no seu município se expressa na

paisagem.

- No seu município existem pessoas desempregadas? E crianças trabalhando? O que estes

fatos indicam? Explique.

- Na sua família, quantas pessoas trabalham com carteira assinada? Quais as vantagens de

se trabalhar no setor formal?

- Existe diferença entre o número de irmãos nas várias gerações de sua família? Por que

isso ocorre?

- Seus avós e pais tiveram filhos ou irmãos que morreram ainda criança? O que isso

indica?

- Considerando a situação de seus avós, pais e a sua, é possível afirmar que, ao longo do

tempo, a permanência das pessoas na escola aumentou? Por que isso ocorreu?

Veja no mapa a seguir a territorialidade do IDH na região sul e no estado de São Paulo.

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133

Mapa 34 - Índice de Desenvolvimento Humano da Região Sul e São Paulo (2000)

Fonte: PNUD, IPEA, FJP, IPARDES, Tabulações Especiais.

- A partir dos conhecimentos sobre IDH, relacione a situação do estado do Paraná com a de

outros estados apresentados no mapa, enfatizando os motivos dessa geograficidade.

Mapa 35 - Índice de Desenvolvimento Humano do Paraná

Fonte: Anuário Estatístico do Estado do Paraná (2005)

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134

- Com base nos dois mapas anteriores, faça uma análise comparativa da territorialização do

IDH nas diferentes regiões do Estado e em diferentes momentos, tendo como parâmetro o

índice do seu município.

3.5.2 - Composição etária do município

“A pirâmide etária é o gráfico que representa a estrutura de sexo e idade de uma

população. É baseado numa estrutura etária da população, ou seja, a repartição da

população por idades. Nesse tipo de gráfico, cada uma das metades representa um

sexo; a base representa o grupo jovem (até 19 anos); a área intermediária ou corpo

representa o grupo adulto (entre 20 e 59 anos); e o topo ou ápice representa a

população idosa (acima de 60 anos).

As pirâmides etárias são usadas, não só para monitorar a estrutura de sexo e idade,

mas como um complemento aos estudos da qualidade de vida, já que podemos

visualizar a média do tempo de vida, a taxa de mortalidade, a taxa de natalidade e

a regularidade ,ou não, da população ao longo do tempo. Quanto mais alta a

pirâmide, maior a expectativa de vida e, conseqüentemente, melhor as condições

de vida daquela população.”

Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Pir%C3%A2mide_et%C3%A1ria>. Acesso em: 07

mar. 2008.

Figura 20 - Pirâmides Etárias da População Residente da Região Sul Fonte: IBGE - Censo Demográfico (1980/2000) Anuário Estatístico de Saúde do Brasil (2001)

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- Compare as pirâmides etárias da Região Sul do Brasil (1980 e 2000) e identifique as

mudanças mais significativas nas faixas etárias da população masculina e feminina.

Figura 21 - Pirâmide Etária do Brasil (2000)

Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/default.htm>. Acesso em: 07 nov. 2007.

- Compare a pirâmide etária da Região Sul do país (2000) com a do Brasil identificando as

semelhanças e diferenças em relação às faixas etárias.

Figura 22 - Pirâmides Etárias da População do Paraná – 2000

- Compare as pirâmides etárias da população do Paraná (1970 e 2000) e identifique as

mudanças ocorridas entre os sexos e nas faixas etárias. Procure indicar o impacto dessas

transformações nos arranjos espaciais.

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Figura 23 - Pirâmide Etária da População da Mesorregião Norte Central Paranaense (2000)

Fonte: IBGE – Censo Demográfico (2000)

- Análise as pirâmides etárias do Paraná (2000) e a da Mesorregião Norte Central Paranaense

(2000) e estabeleça hipóteses sobre as diferenças entre elas, entre os sexos e na faixa das

crianças e os idosos.

Figura 24 - Pirâmide Etária de Porecatu (2007) Disponível em: <http://www.tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/PR/PR_Porecatu_Geral.xls>.

Acesso em: 07 nov. 2007.

- O que uma pirâmide etária pode revelar em relação à natalidade, à mortalidade infantil e à

expectativa de vida de uma população?

- Compare a evolução da pirâmide do seu município com as demais procurando estabelecer

hipóteses que expliquem as diferenças entre elas, a partir das características dos diferentes

arranjos espaciais.

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137

4 - GLOSSÁRIO

Área verde: área constituída de plantas nativas e ou cultivadas, responsáveis pela qualidade

de vida de um lugar, normalmente abriga mananciais, melhorando a qualidade ambiental da

área e seu entorno.

Arranjos espaciais: Expressão territorial das diferentes formas de apropriação e organização

do espaço.

Bacias hidrográficas: Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes. O

conceito de bacia hidrográfica contempla as noções de: cabeceiras ou nascentes, divisores

d’água, cursos d’água principais, afluentes, subafluentes, entre outros.

Capitalismo: Modo de produção assentado na propriedade privada da terra, dos bens, dos

meios de produção e na exploração da mão-de-obra humana.

Cinturão verde: áreas próximas aos centros urbanos, destinadas à produção de

hortifrutigranjeiros.

Consumismo: Comportamento próprio das sociedades capitalistas, caracterizado por

consumo incontrolado e sem critério. (Adaptado de: GARRIDO, Dulce, COSTA, Rui.

Dicionário breve de Geografia. 2. ed. Lisboa: Presença, 2006. p. 45).

Crescimento vegetativo: diferença entre o número de nascimentos e óbitos para um

determinado recorte espaço-temporal.

Espacialização – processo de organização dos fenômenos no espaço.

Especulação imobiliária – forma específica de auferir renda da terra derivada da

institucionalização da propriedade privada da terra e da agregação de valores a determinadas

áreas.

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Fecundidade – número médio de filhos que uma mulher teria ao final de sua idade

reprodutiva. (Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/fecundidade.html#anc1>. Acesso em: 29 fev.

2008).

Geograficidade - “[...] A geograficidade é, assim, o ser-estar espacial do ente – pode ser o

homem, um objeto natural ou o próprio espaço (quando este é posto diante da indagação: o

espaço, o que é, qual a sua natureza) – seja qual for o caráter de sua qualidade. No caso do

homem, a geograficidade é a forma como a hominização enquanto essência do metabolismo

exprime sua existência na forma do espaço.“ (Fonte: MOREIRA, Ruy. Marxismo e Geografia

(A geograficidade e o diálogo das ontologias). Geografia, Rio de Janeiro, n. 11, p. 21-37,

2004).

Hipsométrico – indicador das altitudes positivas de um relevo.

Influência Antrópica - influência exercida pelas ações humanas no meio cuja intensidade

depende do modo de produção e do desenvolvimento tecnológico.

Jusante: denomina-se a uma área que fica abaixo da outra, ao se considerar a corrente fluvial

pela qual é banhada. (Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira. Dicionário geológico-

geomorfológico. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE. 1987. p. 246).

Longevidade - expressa a probabilidade de tempo de vida de uma população, de acordo com

os padrões médios de qualidade de vida.

Manancial – fonte de abastecimento hídrico de uma cidade ou região.

Montante: diz-se de um lugar acima do outro, considerando-se a corrente fluvial que passa na

região. (Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira. Dicionário geológico-geomorfológico. 7. ed. Rio

de Janeiro: IBGE, 1987. p. 298).

Munícipes: Moradores de um município.

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Painel têmporo-espacial - instrumento que permite representar determinados fenômenos

associando suas variações temporais concomitantemente às espaciais.

Perfil topográfico – é a representação da superfície da crosta mostrando uma secção ao longo

do trajeto escolhido. (Fonte: GUERRA, Antonio Teixeira. Dicionário geológico-

geomorfológico. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE. 1987. p. 323).

Periferização – processo de ocupação de áreas distanciadas do centro urbano, normalmente

desprovidas de infra-estrutura.

Pirâmide etária - gráfico que representa a estrutura de uma população tendo como base os

indicadores de sexo e idade.

Plano diretor – instrumento básico da política de desenvolvimento do Município. Sua

principal finalidade é orientar a atuação do poder público e dos munícipes na ordenação e

construção territorial do município.

Setor formal – setor da economia que congrega um conjunto de atividades produtivas

regulamentadas por legislação.

Setor informal - setor da economia que congrega um conjunto de atividades produtivas com

ausência ou pouco amparo legal.

Sistema viário: sistema de circulação que permite o deslocamento de bens, mercadorias e

pessoas.

Territorialização : apropriação e/ou controle de frações do espaço por indivíduos, grupos

e/ou classes sociais.

Urbanização – Processo que indica o adensamento populacional em cidades e as mais

variadas transformações sociais inerentes ao modo de vida urbanos.

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Vazios urbanos - São espaços vazios em plena área urbana, em geral, derivados dos

processos de especulação imobiliária.

Verticalização – é um processo que consiste na densificação de edifícios.

Vetores de crescimento – Sentido ou direção da expansão territorial de um fenômeno.

Zoneamento – é a definição de setores ou zonas em distintas unidades a partir de objetivos e

normas específicos.

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______. Mosaico de Fotos – Porecatu Hoje. 1 fotografia.

______. Porecatu e seus limites. 4 fotografias.

______. Porecatu - relevo. 4 fotografias.

______. Saúde em Porecatu. 1 fotografia.

______. Processos erosivos em Porecatu. Duas fotografias.

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