cenários de testes e configurações em roteadores cisco

5
Cenários de Testes e Configurações em Roteadores Cisco: Em meados do final de 2001 recebemos, em regime de empréstimo pela RNP2, um roteador Cisco 2600 com capacidades de rotear voz para testes com o grupo de VOIP da Internet2. Ele foi configurado com a versão 12.2 do IOS de modo que trabalhasse tanto com a sinalização SIP/H.323, suportasse listas de acesso (Access Control List – filtro de pacotes do roteador) e opções avançadas de qualidade de serviço. Este equipamento tem 4 interfaces de rede, sendo duas delas interfaces Ethernet, e duas seriais. Além de outras quatro interfaces de voz (2 FXS/2 FXO). As interfaces de voz permitem fazer a interoperação entre a LAN e a PSTN. Na interface FXS conectamos um aparelho telefônico diretamente ao roteador (#3190), provendo tom de discagem para o mesmo (Fig. abaixo). Já nas interfaces FXO foram conectadas duas linhas telefônicas diretamente ao PBX CCMN/NCE. Cada interface FXO poderia ser configurada na central como ramal convencional ou uma linha tie-line. A operação tie-line permitiria que chamadas para os ramais #3186 e #3191 pudessem ser capturadas pelo roteador Cisco 2600, e o roteador sinalizaria um segundo tom de discagem, para capturar novos números (modo direct-inward dialing–DID) e rotear a ligação para a telefonia IP partindo-se da telefonia convencional. Configurações Iniciais para VoIP no Roteador Cisco 2600:

Upload: edson-lima

Post on 03-Jul-2015

288 views

Category:

Documents


7 download

TRANSCRIPT

Page 1: Cenários de Testes e Configurações em Roteadores Cisco

Cenários de Testes e Configurações em Roteadores Cisco:

 

Em meados do final de 2001 recebemos, em regime de empréstimo pela RNP2, um roteador Cisco 2600 com capacidades de rotear voz para testes com o grupo de VOIP da Internet2. Ele foi configurado com a versão 12.2 do IOS de modo que trabalhasse tanto com a sinalização SIP/H.323, suportasse listas de acesso (Access Control List – filtro de pacotes do roteador) e opções avançadas de qualidade de serviço. Este equipamento tem 4 interfaces de rede, sendo duas delas interfaces Ethernet, e duas seriais. Além de outras quatro interfaces de voz (2 FXS/2 FXO). As interfaces de voz permitem fazer a interoperação entre a LAN e a PSTN.

Na interface FXS conectamos um aparelho telefônico diretamente ao roteador (#3190), provendo tom de discagem para o mesmo (Fig. abaixo). Já nas interfaces FXO foram conectadas duas linhas telefônicas diretamente ao PBX CCMN/NCE. Cada interface FXO poderia ser configurada na central como ramal convencional ou uma linha tie-line. A operação tie-line permitiria que chamadas para os ramais #3186 e #3191 pudessem ser capturadas pelo roteador Cisco 2600, e o roteador sinalizaria um segundo tom de discagem, para capturar novos números (modo direct-inward dialing–DID) e rotear a ligação para a telefonia IP partindo-se da telefonia convencional.

Configurações Iniciais para VoIP no Roteador Cisco 2600:

o Para prover interoperação com a telefonia convencional, é preciso configurar as interfaces apropriadamente, e criar os plano de discagem (dial-peers). Configuramos as duas interfaces FXO em dois ramais da UFRJ (#3186 e #3191) e plugamos um telefone ao roteador. O telefone foi configurado com um número de ramal não-utilizado (#3190), de modo a não confundir os usuários da Internet, quando quisessem chamar diretamente por este telefone.

Page 2: Cenários de Testes e Configurações em Roteadores Cisco

o Nosso plano de discagem abrange na rede telefonica convencional (PSTN) apenas os números dos prefixos da UFRJ, adicionamos o número 5521 (código telefônico internacional do Brasil/Rio de Janeiro), para manter o padrão telefônico. A figura abaixo mostra esta configuração.

o O bloco voice-port 1/0/0, configura a interface FXO ligada ao ramal #3191, enquanto que a voice-port 1/0/1 está ligado ao ramal #3186. Cada uma destas interfaces FXO está configurada para gerar tom de discagem padrão brasileiro (cptone BR). Os outros voiceport (1/1/0 e 1/1/1) são as interfaces FXS, no nosso ambiente, instalamos apenas 1 telefone #3190, no voice-port 1/1/1.

o O plano de discagem para a UFRJ foi criado usando os prefixos 55212598.... e 55212562...., tivemos que colocar dois dial-peers por prefixo, para que caso uma das interfaces de saída FXO estivesse ocupada, automaticamente, o outro dial-peer seria usado.

o O último dial-peer é um redirecionamento específico para quem tenta da Internet ligar para o ramal #3190, ele é direcionado para a interface 1/1/1, o telefone virtual ligado diretamente ao roteador Cisco 2600. As interfaces FXO 1/0/0 (#3186) e 1/0/1 (#3191) estão redirecionando todas as ligações que vierem para elas, para o número 552125983190 (connection plar) e por conseguinte, quem ligar para estes ramais será redirecionado para o telefone virtual da interface FXS 1/1/1 (#3190).

o Com esta configuração já é possível realizar ligações da Internet para a rede telefônica convencional. O software Netmeeting por exemplo, pode ser configurado para acessar este gateway, enviando um número telefônico e fazendo a ligação. Mas, para fazer esta ligação é preciso conhecer previamente o endereço IP da interface ethernet deste gateway. Além disso, não existe nesta configuração simples nenhum mecanismo que controle do uso do Gateway, ou seja, usuários de posse dessa informação podem fazer ligações grátis a partir deste ambiente. O plano de discagem com máscara 55212598.... limita a área de abrangência das ligações de usuários da Internet para somente ramais da UFRJ.

 

Page 3: Cenários de Testes e Configurações em Roteadores Cisco

Interoperação Opengatekeeper e Gateway H.323/PSTN Cisco:

o Todo gateway (GW) é um dispositivo para fazer a interoperação entre duas arquiteturas. No caso do GW H.323/PSTN, estamos conectando a rede Internet (via sinalização H.323) à rede telefonica convencional. Na arquitetura H.323, o gateway pode ser visto como um tipo especial de terminal, sem a necessidade de gerenciamento. Outros terminais como Netmeeting, openphone podem fazer ligações diretamente a este pela porta TCP 1720 (sinalização H.225/H.245), assim como outros gateways poderiam estar configurados para prover uma comunicação ponto-a-ponto entre GWs.

o Podemos aumentar o nível de organização ao autenticar e registrar o GW H.323/PSTN à um GK, de modo a anunciar seus número telefônicos. Para fazer isso, é preciso verificar a configuração do endereço IP do GK, e qual o seu GatekeeperIdentifier para preencher as configurações no GW Cisco 2600.

o A configuração de GW é dependente da interface ethernet que queremosregistrar, como porta de acesso aos números telefônicos. A figura baixo ilustra esta configuração.

o Os comandos h323-gateway são os que preparam a requisição RRQ (RAS) contendo o anúncio dos número telefônicos ao GK. O id é o identificador do GK que deve ser o mesmo configurado no GK. A informação h323-id é o alias (apelido) deste GW registrado no GK. E os números tech-prefix são os prefixos telefônicos a serem anunciados nos quais o GW provê acesso. O comando h323-gateway bind contém o endereço IP que o GW colocará no cabeçalho srcSignallingAddress em suas mensagens RAS. E a última linha de configuração gateway é a mais importante, ela é que vai ativar o processo de anúncio dos prefixos.

o Com este novo nível de organização, os usuários que estiverem registrados no GK, podem simplesmente discar um número telefônico e serão redirecionados para o GW, sem precisar conhecer previamente qual o endereço IP deste GW.

 

Configurando Dial-Peers para Sites de VoIP da Internet2:

No passo seguinte, configuramos o Gateway de modo que a partir do ramal FXS pudessemos realizar ligações de telefonia IP, para os sites do grupo VOIP da Internet2.

o Identificamos dois tipos de dial-peers que realizam ligações de telefonia IP: os que realizam ligações entre GWs diretamente, e

os que realizam ligações passando pelo GK.

o A figura abaixo apresenta os dial-peers da Internet2. Os dois primeiros (1 e 2) dial-peers são respectivamente para p SLAC (Stanford Linear Accelerator Center), e CESNET (Czech National Research Network). Eles apontam diretamente para os GWs

Page 4: Cenários de Testes e Configurações em Roteadores Cisco

destas instituições fazendo uma comunicação ponto-a-ponto. Os outros dois dial-peers (3 e 4) utilizam da infra-estrutura do GK para fazer a ligação (AARNET - Australian Research Network e TAMU - Texas A&M University).

o O exemplo da utilização dos dial-peers 3 e 4 seria a seguinte. Um usuário pega o telefone ligado ao roteador, e disca o número 612XXXXXXX. Este número é então comparado com o conjunto de dial-peers, que casa com a entrada 3 voip (a palavra voip na configuração de dial-peer indica que a ligação será enviada para a Internet). Ao invés de configurar o IP do GW diretamente, como é feitos nos dial-peers 1 e 2, o comando session target ras, indica que o GW deve enviar sinalização RAS para o GK, ao qual está registrado, para completar sua ligação. O GW então prepara uma mensagem de ARQ contendo o número desejado, e envia para o GK. Nosso GK tem uma entrada na tabela de GK vizinhos [neighbours] para o GK da Austrália.

o Portanto, quando o Admission Request (ARQ) chegar ao nosso GK, ele faz a verificação de que o prefixo não está registrado localmente, e disparara um Location Request (LRQ) para todos os vizinhos configurados. A resposta Location Confirm (LCF) contém o endereço IP de outro GW da Austrália associado aquele número discado. Esta resposta de confirmação é encaminhada ao GW na forma de um Admission Confirm (ACF) e este então pode prosseguir no estabelecimento de chamada diretamente.