cempi – aula antropologia cultural 1
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DISCPLINA : ANTROPOLOGIA CULTURAL
Carga horária: 32h
Datas: 16, 23 e 30 de novembro
OBJETIVO: Socializar com os alunos conceitos iniciais daantropologia de forma introdutória, perceber como se insere nodebate das Ciências Sociais, o estudo do homem em suatotalidade, a noção de cultura e diversidade. “Os outros em nós”.
Metodologia : Aulas expositivas e dialogadas , debates e pesquisaem sala de aula.
Avaliação: são três avaliações , todas em sala de aula , sendo umEstudo dirigido, e duas avaliações escritas individuais, todavia aparticipação em sala durante os debates serão levados emconsideração no somatório final da disciplina.
A divisão da disciplina
Dia 16 de Novembro - Apreendendo Antropologia.
Introdução a antropologia
O que é ?
Qual o contexto que se insere;
Suas divisões ;
Principais representantes.
Texto Base: LAPLANTINE, François. “Aprender Antropologia” Brasiliense , São Paulo 2003.
Leitura complementar: BOAS, Frans. “Antropologia Cultural” , Jorge Zahar, RJ. 2004.
Alteridade Texto para discussão em sala: “O ritual do corpo entre
os Sonacirema”
Quem é o outro
Quem somos nós ?
Qual a relação que alteridade tem com o fazer do
profissional da educação?
Quem são os Sonacirema?
Leitura complementar :VELHO, Gilberto, “Observando
O famíliar”.
DAMATTA, Roberto . Relativizando, Introdução a
antropologia social.
DIA 23 DE NOVEMBRO DE 2014.
ANTROPOLOGIA CULTURAL
Introdução ao conceito de cultura .
O Conceito de cultura para compreensão da humanidade ;
Existe uma cultura ou várias culturas?
1ª Avaliação
Textos:
A interpretação das Cultura –GEERTZ , CLIFORD
O QUE É CULTURA COLEÇÃO PRIMEIROS PASSOS , Brasiliense
DIA 30 DE NOVEMBRO
2ª AVALIAÇÃO .
A ANTROPOLOGIA E A EDUCAÇÃO – Uma relação
possível ?!
Elementos para construção de um debate .
Antropologia no contexto das
descobertas.
O início de um pensamento sobre a antropologia está
inscrito em um contexto de mudanças na sociedade,
seu surgimento ocorre em meio a “descobertas”
Europeias à outros continentes. (Século XIV,
Grandes navegações;
Cronistas e viajantes ;
O papel da Igreja – no registro;
As questões sobre os povos “descobertos” – tão iguais
porém, tão diferentes.
A expansão da Europa sobre outros continentes, formam o
cenário do surgimento da antropologia como ciência.
Primeiro Espanha e Portugal
Logo em seguida: França , Inglaterra com o neocolonialismo
– no século XVIII (dominação indireta).
Mudança de paradigma
No final do século XVIII inicio do século XIX – a antropologia começa a se estabelecer como ciência –desta forma , segue as mudanças que também incorrem neste período:
Inicio da 1ª revolução industrial -
A constituição de um saber cientifico
O homem passa então a está nos centro do debate científico;
O domínio da natureza pelo homem ;
E a antropologia ?
O homem como objeto
Mas o projeto de fundar uma ciência do homem – uma
antropologia – é ao contrário , muito recente . De fato ,
apenas no final do século XVIII é que começa a se
constituir um saber cientifico (ou pretensamente
cientifico ) que torna no homem como objeto de
conhecimento , e não mais a natureza; ( LAPLANTINE ,
p.13)
Métodos de outras ciências aplicados ao estudo do
homem ( biologia , física , geografia ).
Na segunda metade do século XIX – a antropologia atribui
objetos empíricos autônomos : Sociedades ditas primitivas,
exteriores as sociedades europeias e norte americana.
Dualidade da ciência – observador/objeto.
Não existe experimentação em laboratório - biologia ;física.
Nem observação ao longo do tempo a exemplo da história .
Sociedades longínquas
Que tipo de sociedades eram essas
As sociedades estudadas pelos antropólogos são
sociedades longínquas , as quais são atribuídas as
seguintes características: Sociedades de dimensões
restritas ; que tiveram poucos contatos com os grupos
vizinhos ; cuja tecnologia é pouco desenvolvida em
relação à nossa; e nas quais há uma menor
especialização das atividades e funções sociais . São
também qualificadas como “simples”; (LAPLANTINE ,
p.14)
A morte do objeto Com a chegada do século XX a antropologia passa por uma crise
de identidade, impulsionado pelo desenvolvimento capitalista que
chegou até a população ditas “primitivas” .
Existiram três perspectivas :
1.Aceitar a morte do objeto e se voltar para outras ciências;
2. Buscar uma nova área de investigação: tomando para si o
estudo sobre o camponês tratando-o como “selvagem”;
3. E por último algo que não exclui o anterior , mas que assume
uma nova perspectiva de olhar o todo e não mais a parte
a) O estudo do homem inteiro;
b) O estudo do homem em todas as sociedades , sob todos
os seus estados e todas épocas;
O que caracteriza a antropologia.
Aquilo que, de fato
caracteriza a unidade
do homem , de que a
antropologia , como já
dissemos e voltaremos
a dizer ,... Formas de
organização social
extremamente diversos.
O projeto antropológico consiste , portanto, no
reconhecimento , conhecimento ,
juntamente com a compreensão de uma
humanidade plural .
A base do conhecimento antropológico, é entender
que para conhecer a nossa cultura, precisamos
conhecer outras “ e devemos essencialmente
reconhecer que somos uma cultura possível entre
tantas outras, mas não a única” (LAPLANTINE , p.21)
Tipos de antropologia
Antropologia biológica
Antropologia
Cultural /Social
Antropologia Linguística
Antropologia Pré-histórica
Antropologia Psicologica
Tipos de antropologia
Antropologia biológica – Busca estuda a relação
dos aspectos genéticos e o meio em que o homem
vive .
Antropologia pré-histórica – manter relação com a
arqueologia porém vai além das descobertas e
vestígios deixados pelos antepassados, concentra-
se no estudo das organizações desses povos;
Antropologia linguística
Só através
Como pensam
da língua os homens
Como se expressam
podem compreender
Como eles interpretam seu próprio
saber
•Compreende os aspectos psicológico dos indivíduos , uma vez que não lidamos apenas com processos sociais , mas com indivíduos
Antropologia Psicológica
•Abrange tudo que constitui uma sociedade : seus modos de produção econômica , suas técnicas , sua organização política e jurídica , seus sistemas de parentesco; crenças religiosas ; língua etc.
Antropologia cultural e
social.
Lévi- Strauss, - os antropólogos estudam aquilo
que não encontra-se registrado nem na pedra
nem no papel, mas nos gestos, costumes , nas
trocas simbólicas , os menores detalhes do
comportamento humano (adaptado)
Estudo do Homem em sua diversidade
A Antropologia nasce estudando apenas o exótico, as
sociedades extra-europeias.
Produz um tipo de conhecimento especifico para
contribuir nas ciências humanas, a partir do tipo de
observação direta e dos métodos utilizados;
O distanciamento dessas sociedades observadas, é a
chave de leitura da própria sociedade, onde o que
antes era percebido como natural passa a ser
reconhecido como cultural.
Observar sociedades distantes
possibilitou a antropologia criar a ideia
de estranhamento, que é “ a
perplexidade provocada pelo encontro
vai levar a uma modificação do olhar
que se tinha sobre si mesmo.”
(LAPLANTINE , p.21)
ALTERIDADE
A palavra alteridade possui o prefixo latino alter, que significa outro, colocar-se no lugar de outro na relação interpessoal, com valorização, consideração, identificação, e diálogo com o outro. A prática da alteridade se conecta tanto entre indivíduos, quanto entre grupos, bem ainda entre indivíduo e a natureza. A prática alteritária leva em conta sempre os fenômenos da complementaridade e da interdependência, no modo de pensar, de sentir, de agir, sem a preocupação com a sobreposição, assimilação ou destruição do outro com o qual nos relacionamos.
A prática da alteridade pretende conduzir da diferença à soma nas relações interpessoais entre os seres humanos, na medida em que propõe estabelecer uma relação pacífica e construtiva com os diferentes, na medida em que se identifique, entenda e aprenda a aprender com o contrário.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/10241/alteridade-categoria-fundamental-da-etica-ambiental/2#ixzz3JAewx1yz
“ A descoberta da alteridade é a de uma relação que
nos permite deixar de identificar nossa pequena
província de humanidade, e correlativamente deixar
de rejeitar o presumido “selvagem” fora de nós
mesmos.” (LAPLANTINE , p.23)