cem histórias da minha fé vol 3 - final 29-01-2014

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    CEMHISTRIASDA MINHA

    FVOL. 3

    FUNDAO MOKITI OKADA - MOA

    Revisado em janeiro de 2014

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    NDICE

    PREFCIO................................................................................................................................... 4

    MEISHU-SAMA E A CONSTRUO DOS JARDINS.............................................................. 8

    MEISHU-SAMA E AS BELAS-ARTES.................................................................................... 14

    RECEBENDO MEISHU-SAMA NO SOLAR DA MONTANHA DO LESTE.......................... 18

    O NOME QUE RECEBI DO MESTRE..................................................................................... 23

    CONSTRUO DA IGREJA APOS O PEDIDO DE PROTEO........................................ 27

    LANAMENTO DE LIVRO NO PAVILHO MATSUMOTO.................................................. 33

    S VEZES, A VERDADE EST SUBENTENDIDA................................................................ 37

    SANTO DE CASA NO FAZ MILAGRE................................................................................. 43

    UM MINISTRO NUM BECO SEM SADA................................................................................ 47

    CRESCER DE TAMANHO DEPOIS DE ADULTO................................................................. 53

    A INFELICIDADE DE VIVER S............................................................................................. 57

    CASO I-DECIDINDO SE CASAR NOVAMENTE............................................................................ 57CASO II-ESCOLHA BEM O SEU PARCEIRO DE CASAMENTO..................................................... 63

    BRIGA DE CASAL POR TRANSFERNCIA DE RESPONSABILIDADE........................... 68

    O PERIGO DA PRESUNO.................................................................................................. 77

    SOBRE OS ESPRITOS FAMINTOS....................................................................................... 80

    DESENVOLVENDO O ESPRITO DE SERVIR....................................................................... 86

    CAUSA E EFEITO DO DESEJO MATERIALISTA................................................................. 91

    PEQUENOS FATOS OCORRIDOS DURANTE A GUERRA................................................. 95

    CASO I-A"DOENA"............................................................................................................. 95CASO II-AINCONVENINCIA DA CURA.................................................................................... 97CASO III-QUANDO A VOLTA DO MARIDO UM PREJUZO......................................................... 98

    A CAUSA DA DOENA DA MOA BEIRA DA MORTE................................................. 102

    A TRANSFORMAO............................................................................................................ 108

    COMO OBTIVE XITO SEPARANDO NAMORADOS........................................................ 112

    O JOHREI E AS DOENAS DE MINHAS FILHAS.............................................................. 117

    O MISTRIO DO VEIO DOURADO DA F........................................................................... 125

    UM PAS QUE DESENVOLVE NOVOS IDEAIS - O BRASIL VISTO POR MIM -............. 131

    A MINHA INTERPRETAO DA LENDA DE MOMOTAR.............................................. 138

    DOMINANDO UMA GRAVE DOENA.................................................................................. 146

    DESAPEGO ATRAVS DA ACEITAO DA MORTE....................................................... 151

    A F QUE DESENVOLVE A PERSONALIDADE................................................................. 156

    BUSCANDO A FONTE DA INTELIGNCIA......................................................................... 165

    CEM ESTRIAS QUE CONTINUARO SENDO ESCRITAS INDEFINIDAMENTE......... 170

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    Ttulo do Original:"Tsutikai no Miti" (Watashi no ShinkoHyakuwa)

    Editora:Guendai Shuppan ShaTquio, Japo

    Edio: Fundao Mokiti Okada - M.O.A.Rua Morgado de Matheus, 77 - Vila Mariana

    Fone: 572-6944So Paulo, Brasil

    1 Edio: novembro de 1986Direitos autorais reservados.

    Proibida a reproduo total ou parcial desta obra.

    O autor

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    PREFCIO

    Num dos Ensinamentos de nosso Mestre Meishu-Sama,existe um trecho em que Ele faz a seguinte afirmao: "Deusalegra-se quando o homem feliz".

    O fato do ser humano levar uma vida harmoniosa eagradvel corresponde inteiramente Vontade Divina. Se omundo estivesse de acordo com essa Vontade, seria um Paraso.Mas, ento por que sofremos tanto nesta terra onde deveria estarestabelecido o Reino dos Cus? Por que tanta dor e tristeza? Por

    que tanta infelicidade?

    Na verdade, o prprio homem a origem de tudo isso,porque, cada vez mais, ele se distancia de Deus, criador edoador de toda a vida.

    Qual ser, ento, o fator fundamental para o homem levaruma vida feliz?

    Sem dvida alguma, a sade, antes de mais nada. Mas averdadeira sade adquirida pela obedincia Lei Divina e peloconhecimento dos princpios da Natureza.

    A vida cotidiana oferece numerosos prazeres ao homem.Porm, o da alimentao destaca-se como aquele que realmente o mais comum todos. Entretanto, para se saborear

    com real prazer os alimentos, fundamental conhecer a meIhormaneira de prepar-los. Sem isso, desperdia-se boa parte dovalor daquilo que a Natureza concede e h pouco proveito nocomer. Hoje em dia, o preparo do peixe, dos vegetais, etc., feitopor meios to inadequados que se acaba por alterar totalmente oseu paladar natural. No entanto, a adulterao do seu gosto jcomea no prprio processo de sua produo.

    Por conseguinte, preciso ter em vista que o fato de no

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    se saborear os alimentos com o devido prazer prende-se, no sao seu mau preparo, como a uma possvel indisposio fsica docorpo e, especialmente, maneira como so obtidos. Naverdade, como o alimento em sua forma original umaconcesso da Natureza, logicamente deve ser sempre saborosoe requerer um preparo simples.

    Como a alimentao, tambm a vestimenta e a prpriamoradia so coisas concedidas por Deus. O ser humano,todavia, sempre ambiciona mais.

    Entretanto, cumpre dizer que aqueles que querem levaruma vida egostica, centralizada em si mesmos, no esto deacordo com a Vontade de Deus. Todos os homens so Seusfilhos, mas aqueles que procuram dividir com os outros os seusconhecimentos, aqueles que tm gratido pela sociedade em quevivem, Deus cumula de bnos. Os que conseguem utilizar-sedas coisas sem torn-las de sua exclusiva propriedade, os queso gratos por elas, dando-lhes o devido valor, os que,

    conhecendo em profundidade o esprito dessas mesmas coisas,cuidam-nas com carinho, os que, a elas dedicando amor,conseguem vivific-las alm de sua funo natural, sim, taispessoas podem ser consideradas verdadeiras servidoras deDeus e reais colaboradoras de Sua Obra.

    Deus ainda concede criatura humana a beleza natural,impossvel de ser criada pelo homem. Foi, tambm, a prpria

    Vontade Divina que insuflou no homem o desejo de ser belo e dequerer usufruir da beleza. As obras de arte criadas pelo homemso manifestaes concretas do seu desejo de aproximao comesta Vontade Divina.

    A verdadeira base para se levar uma vida feliz, deleitando-se com o que h de bom e de belo, o amor. Assim, fica claro

    que o homem jamais pode viver solitariamente. O valor do seuviver est, precisamente, em ter algum que o compreenda e

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    complete a sua existncia. Quando se procura amar a outrem,esse amor acaba retornando a ns mesmos. O sentimento degratido gera sentimento de gratido. Os pensamentos maus,negativos, retornam em forma de outros pensamentos maus,negativos. As boas aes geram boas aes. Negligenciando asua prtica, no h nada para retornar a ns. Por isso o homemtem extrema dificuldade em alcanar a felicidade. Ele noprocura conhecer qual o verdadeiro esprito da felicidade e limita-se a procur-la sofregamente. E, apesar do af em alcan-la,acaba por afastar-se dela cada vez mais.

    Se a felicidade desejo to inerente a todos os homens,por que tamanha dificuldade em conquist-la?

    A causa, vale repetir, encontra-se no desconhecimento doesprito prprio da felicidade, ou melhor, no desconhecimento,por parte do homem, da Vontade de Deus.

    Meishu-Sama ensina, de maneira clara e simples, que "a

    causa da infelicidade est na falta de inteligncia". Intelignciano quer dizer conhecimento. O conhecimento adquire-se peloaprendizado e pelo acmulo de experincias. A inteligncia uma bno concedida por Deus ao homem (em caracteresjaponeses escreve-se "chi-": abenoado por Deus, por conhec-Lo. Portanto, a inteligncia concedida ao homem quando eleprocura conhecer o mago da Vontade Divina, esforando-se porharmonizar-se com ela. Mas, enquanto o homem permanecer

    ignorando essa Vontade, no ser abenoado por Deus, sendo,logicamente, infeliz. Dizendo de outra forma, s ser merecedordas bnos de Deus quando conseguir entender Sua DivinaVontade.

    pelo servir a Deus, pelo amor ao seu semelhante e scoisas da Natureza, que o homem acaba por merecer o Amor

    Divino e, conseqentemente, atingir a felicidade. Em outraspalavras, jamais saber como alcanar a verdadeira felicidade,

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    se no se entregar a Deus, servindo na Sua Obra de Salvaoda humanidade e cooperando na construo do Paraso.

    Por ter conscincia de tudo isso, meu desejo percorreresse caminho de Luz indicado por Meishu-Sama, cultivando omeu interior e aprimorando-me mais e mais.

    Na segunda metade de minha vida, ingressei no caminhoreligioso e sofri uma total transformao ao contatar com a Luzda F, manifestando minha surpresa e alegria, reconhecendo omistrio em que esse fato me envolveu.

    Atravs da minha prtica religiosa adquiri uma ricavivncia e consegui aprofundar imensuravelmente minha f. dentro da infinidade de experincias do meu dia-a-dia, queescolhi aquelas que mais me emocionaram para narrar as "CemEstrias da Minha F".

    "Cem Estrias da Minha F" compem, pois, um relato

    pleno de gratido pela inteligncia e sabedoria que me foramconcedidas pelo Amor de Deus.

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    MEISHU-SAMA E A CONSTRUO DOS JARDINS

    Quando eu ainda no tinha enveredado pelo Caminho daF, e me dedicava aos empreendimentos comerciais, no tinhanenhum interesse pela beleza paisagstica com que a Naturezagentilmente nos gratifica. Nos idos de 1935, visando ao descansoe ao lazer, fui vrias vezes com minha famlia e meusempregados, que eram em nmero razovel, cidade de Nikko.Preocupava-me, ento, muito mais com o meu bolso do que coma Natureza.

    medida que recebia orientaes de Meishu-Sama, fuime transformando, e percebendo que amar a Natureza e ospanoramas que ela cria se liga ao caminho da construo doParaso na Terra.

    Em 1962, acompanhado de umas dez pessoas, voltei aNikko, que no tivera mais oportunidade de visitar, desde apoca em que ainda era comerciante. S a pude, pela primeira

    vez, perceber o quanto aquela cidade maravilhosa. Fiqueiprofundamente admirado com as construes do TemploToshogu, a rea de Okunikko, o lago Chuzenji, e senti todo oespetacular panorama impressionar a minha alma. Eu mesmo,que antes tinha o esprito to ofuscado pelas preocupaes comos negcios, nem percebia a beleza criada por Deus! Fiqueimuito agradecido pela grande e benfica influncia que receberade Meishu-Sama.

    lIuminado pela Providncia Divina, o Mestre escolhera acidade de Hakone para nela concretizar o prottipo do ParasoTerrestre, como manifestao do esprito do Fogo, ou foraespiritual, e a cidade de Atami, como local de manifestao doesprito da gua, ou fora material.

    Um acontecimento ficou bem gravado na minha memria,apesar de haver ocorrido l pelo ano de 1947, logo depois da

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    mudana de Meishu-Sama para Hakone.

    No quarto ano aps meu ingresso no Caminho da F, fuilevado pelo meu mestre, Rev. Shibui, para receber Johreijuntamente com outras pessoas, no Kanzan-Tei (Casa deContemplao da Montanha), onde Meishu-Sama se encontrava.Ele costumava ministrar Johrei por cerca de cinco minutos emcada pessoa e, nos intervalos, conversava sobre assuntostriviais. Aps receber Johrei, cada um dos presentes se retirava.Nesse dia, fiquei por ltimo. Meishu-Sama, alm de prolongar oJohrei por mais de trinta minutos, acomodou-se no seu assento e

    ensinou-me vrias coisas a respeito da construo dos jardins,que j havia iniciado. Envergonho-me, pois na poca, mesmoestando profundamente empenhado na divulgao do Caminhoda F, no apreendera ainda a essncia dos Ensinamentos eno tinha quase nenhuma capacidade para relacionar aconstruo dos jardins com a do prottipo do Paraso Terrestre.No estando apto para compreender, no podia considerarMeishu-Sama nada mais que um privilegiado, que se satisfazia

    com a edificao de jardins - atividade de sua predileo -tornada possvel pela sua condio econmica. Eu tinha, naquelapoca, 43 anos, e muitos planos de trabalho; por isso, nosquarenta minutos que estivera diante de Meishu-Sama, tinhameu pensamento ligado somente aos afazeres da difuso.Intimamente, estava preocupado com o horrio da partida, ecerca da metade da conversa, eu ouvia desinteressadamente.Assim mesmo, lembro-me destas suas palavras, uma a uma:

    "Sabe por que aquela azalia est plantada daquelamaneira, to profundamente? que se for plantada de formausual, a pedra que est atrs ficaria oculta. As plantas que ficamentre as pedras servem para real-las, ao mesmo tempo emque estas salientam a vegetao. Veja aquele p de kunugui! Fizcom que cortassem a sua parte superior. Parece crueldade, mas

    isto destacou sua beleza."

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    "Aquela enorme pedra j estava neste terreno, masquando disse ao jardineiro que queria coloc-la na posio atual,o chefe dele se ops, dizendo que assim ficaria exposto o seureverso, e, portanto, essa disposio estaria errada. E no haviao que o fizesse me dar ouvidos. No bem assim. Nas pedrasno existe frente nem costas. Isso conveno dos homens.Sem me impressionar com as objees do jardineiro-chefe,decidi-me e mandei posicion-la daquela maneira. Que tal? Noest uma maravilha? A correnteza da gua bate na pedra, seespalha e depois, placidamente, torna a correr. No ficou messa mudana, no acha?"

    "Daqui, da montanha de Gora, avista-se o mar deOdawara. Isso significa que este jardim se expandir at aqueleponto. Os montes que se vem esquerda tambm so umaextenso do jardim, e sua beleza se modifica em cada uma dasquatro estaes - sobre eles precipita a chuva, cai a neve, danaa nvoa e a neblina se espalha, sempre aumentando o lirismo dapaisagem. Essas transformaes confirmam, ainda mais, a

    impresso de que a grande Natureza , de fato, uma fora viva.E como profunda a bondade de Deus, que permite que osmeus olhos se deleitem tanto!"

    "No est boa esta vivificao floral no toko-no-ma1?Cortei um galho que crescera um pouco demais e o vivifiquei.Quando no jardim as flores se abrem, podem-se tirar algumaspara vivific-las. Assim, o jardim se prolonga at o toko-no-ma.

    Isso tambm sensacional, no acha?"

    E continuou conversando dessa maneira togostosamente.

    1N.T. TOKO-NO-MA: nas casas japonesas, o local considerado nobre de um cmodo,

    com uma reentrncia que fica mais elevada que o assoalho e geralmente toma toda umaparede. No toko-no-ma penduram-se quadros ou panos e ornamenta-se com vivificaesflorais. Costumeiramente recebem-se as visitas na sala onde existe toko-no-ma.

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    Aps isso, ao visitar os templos e santurios de Kyoto eNara, acompanhando Meishu-Sama, meus sentimentos ecompreenso com respeito jardinagem foram setransformando. E sempre me lembrava das suas palavras, queeu ouvira tendo frente o Jardim de Hakone.

    Sem se limitar construo dos jardins, envolvendo-senas transaes relacionadas com a compra das obras de arte, aseveridade quase obcecada de Meishu-Sama podia traduzir-secomo Amor. Gradativamente, fui entendendo que tudo aquilo eraexpresso de sua vontade de dar de si aos outros, isto , era o

    seu prprio altrusmo.

    Creio que aquilo de que me falou to minuciosa eprazerosamente, era o seu prprio EU, querendo aconselhar:"Vocs tambm devem nutrir os sentimentos paradisacos,enquanto servem a Deus." E, passados mais de vinte anos desdeque me ensinou a pr sentimento at no ato de plantar umarvore - tal como Ele fez ao plantar, uma a uma, as rvores dos

    Jardins - sinto que em mim tambm comea a brotar umsentimento anlogo.

    A edificao dos Jardins se liga construo do prottipodo Paraso Terrestre. Meishu-Sama, que ensinou a colocarsentimento em tudo, pregou-nos o seguinte em relao aoParaso Terrestre:

    "Por ser muito forte a caracterstica animal do homem que sempre ocorrem desavenas e a paz nunca alcanada.Essa particularidade est presente no mais recndito da culturamaterial do homem. Ao nascer, a criana basicamente umanimal. Juntamente com a evoluo do corpo, desenvolve-se apsiqu, e ambas do origem personalidade. Quando sereconhece o Plano de Deus, que comanda a humanidade, no h

    predomnio dessa cultura. A princpio, o homem vem ao mundopara sentir a alegria de viver e no para sofrer. Deus criou todas

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    as coisas para usufruto do homem, porm, este no percebe odesejo divino, porque ainda no conseguiu anular os seus traosanimalescos. Por isso, dentro do Plano Divino, eu purifico oesprito dos homens para al-los ao mundo de Deus. Na Era daNoite, que vem se extinguindo nos dias de hoje, os outrosenviados d'Ele, por mais santificados que fossem, colocando-seem nvel inferior, empurravam as criaturas de baixo para cima,para ergu-las ao Mundo Divino. No entanto, o mundo est setransformando, caminhando para a Era do Dia, e o Paraso seaproxima. O mundo da Era do Dia o Mundo de Miroku. Avontade de Deus predominar e expandir a Sua Fora. Esse o

    mecanismo da Salvao. Recebendo de Deus a Sua Fora,realizarei a salvao da humanidade, elevando-a ao Paraso, omundo de Deus. E, primeiramente, para mostrar s pessoascomo este mundo, construirei o prottipo do Paraso Terrestre.Esse modelo ter a funo de fazer os homens reconhecerem aexistncia de Deus e, simultaneamente, mostrar o Seu desejo deque, como Seus enviados, governem a superfcie terrestre.Tendo recebido esta incumbncia por Ordem Divina, estou

    planejando a construo do prottipo do Paraso, que no entanto,no farei simplesmente como os outros fizeram, mas realizando oque at hoje no foi possvel executar.

    Assim se dedicou Meishu-Sama concretizao dosJardins, projetando e orientando, Ele prprio, sua execuo. Afrase: "Com a expanso do meu esprito construirei o ParasoTerrestre" expressa, em poucas palavras, a verdadeira misso de

    Meishu-Sama.

    Em todas as ocasies, o Mestre, ao mesmo tempo em quepregava a valorizao da vida humana, ensinava a importnciadas coisas materiais, pois, de conformidade com o pensamentodo homem, o valor delas pode ser enfatizado ou destrudo. Porisso, pregava a importncia de dar vida s coisas. A construo

    dos Jardins mostrava o seu ensejo de ensinar a todos ns essavalorizao, utilizando e dando vida ao que a natureza nos

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    confere at o seu limite mximo. Num poema o Mestre nos diz:"O magnfico cenrio da Natureza, formado por montanhas, rios eplantas, constitui a Arte de Deus, criada para alegrar a viso dohomem."

    Pensando na grande distncia entre a destruio e aconstruo da Natureza, podemos sentir o quanto representa asua influncia no mundo de hoje. Portanto, como discpulos deMeishu-Sama, devemos nos esforar para que o jardim, a rvore,a casa onde moramos, as pessoas, as coisas e mesmo aalimentao, se impregnem e irradiem esse esprito divino.

    S poderemos avaliar a fora e a profundidade do espritode Meishu-Sama medida que nos aproximarmosverdadeiramente de Deus. E, hoje, sei que, na proporoequivalente a essa aproximao, receberemos de Deus o nossoquinho de felicidade.

    Com esse intuito, minha casa de Hatimanka-ku sempre

    alegrar os olhos de quem me visitar, e alm disso, como umponto de ligao, unir o sentimento das pessoas que l viveramcom o das que agora a ocupam, realando o significado davivificao dos Ensinamentos de Meishu-Sama. Esta casa no foidada por Deus apenas para o meu uso. Desejo que, mesmoquando eu no estiver mais neste mundo, atravs de outrasmos, a casa e o jardim conservem sua beleza e desempenhem,da melhor maneira possvel, o papel de indicadores do Paraso.

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    MEISHU-SAMA E AS BELAS-ARTES

    Foi em 1952, quando Meishu-Sama j tinha uma certaidade, que ficou concludo o Museu de Belas-Artes de Hakone.Terminada sua decorao interna e chegando o momento dedispor as obras de arte, Ele veio, pessoalmente, ao local deexposio. Estavam presentes, no momento, de cinco a dezdedicantes, inclusive eu. Todos, com gestos firmes e solenes,transportavam as obras colecionadas por longo tempo at assalas previamente determinadas. Meishu-Sama, com suasprprias mos, tirava-as das caixas e colocava-as nas vitrines.

    De um canto, todos ns O observvamos.

    Tomando como exemplo um prato de cermica, de incio,Ele o posicionava meio indiferentemente e se afastava dois outrs passos. Observava-o, recolocava-o; novamente sedistanciava, agachava-se, esticava-se, sempre muito atento, etornava a mudar um pouco a posio da pea. E, mesmo assim,ainda no satisfeito, punha-se em outro ngulo e analisava... A

    cena se repetia a cada colocao. Como era Meishu-Sama queestava fazendo aquilo, ns aguardvamos, pacientemente, oprosseguimento da arrumao.

    Por que razo Ele olha e examina de tantos lados? Serque para colocar uma obra de arte exigida tamanhaconcentrao? Ou ser diverso e deleite de Meishu-Samaproceder dessa maneira? Por um longo tempo, essas perguntas

    fteis redemoinharam em meu crebro. No entanto, medidaque, uma a uma, aquelas maravilhosas peas iam tendo suasposies corrigidas e determinadas, pude sentir que se revelavapara mim o que ia no fundo do corao de nosso Mestre. Aatitude d'Ele dava a impresso de que estava conversando comum interlocutor invisvel: "Ser que est bom assim ou seriamelhor colocar nesta outra posio?" Para mim, parecia que

    Meishu-Sama estava realmente consultando algum, que tantopoderia ser o autor da obra como quem a preservou at aquela

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    data.

    Na postura do Mestre, podiam-se sentir a delicadeza e aseriedade de algum que afaga o prprio filho. Estava aliexpressa, sem palavras, a orientao de como se devem tratarcoisas to valiosas e nobres. Ele nos ensinava, atravs de suasprprias aes, o sentimento inexprimvel em palavras devalorizar as coisas.

    Em pocas anteriores, eu ouvira as palestras e lera osartigos que Meishu-Sama publicara sobre Belas-Artes, mas ainda

    no possua uma perfeita compreenso desse assunto. Em umadas publicaes, havia um trecho que dizia: "A Arte eleva aespiritualidade do homem."

    Nas reunies de diretoria e mesmo em outras ocasies,Meishu-Sama costumava apresentar-nos sua mais recenteaquisio em matria de arte, e falava-nos de suas qualidades evalor. Nessas oportunidades, instrua-nos sobre o seu

    pensamento a respeito do Belo. Mesmo assim, eu prprio noconseguia ir alm do limitado pensamento de achar que tudoaquilo, sendo apreciado por Ele, deveria ser bom. Se Ele ficacontente com isso - pensava - ento vou auxili-Lo a colecionarmais. Ia somente at a o alcance do meu raciocnio. Mas,estando no local de exposio das referidas obras, recordei-mede certas palavras de Meishu-Sama, quando Ele decidiu realizaros planos de construo do Museu:

    "As obras de arte extraordinrias, apesar de sereminanimadas, irradiam de si, como se fossem seres vivos, algo quese transmite ao esprito humano. Ocorre um fato espantosoquando nasce uma obra legtima. quando um artista possuisentimentos elevados e capaz de perceber e influenciar-se peloMundo Divino que suas obras atingem a forma ideal. Esta

    ditada pelo amor universal, que passa a impregnar suas criaes.Sinto isso toda vez que aprecio uma assim. Portanto, colecionar

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    obras de arte por puro deleite, mantendo-as guardadas s parasi, significa aprisionar essa vibrao. Por isso, para que ainfluncia delas possa se dar sobre o maior nmero de pessoaspossvel, necessito construir um museu."

    Conseqentemente, "capacidade de amar" e "dar vida scoisas" so expresses usadas por Meishu-Sama, que satualmente vim compreender com maior profundidade. NossoMestre tambm nos orientou assim:

    "Ao comprar obras de arte, no as escolho somente pela

    fama, certificado de valor ou de autenticidade. Principalmente,no cogito da questo de serem caras ou baratas. Os antiquriosfreqentemente me trazem vrias delas, tecendo um rosrio deelogios e recomendaes. Ento, peo-lhes que as deixemalgum tempo comigo, e vou apreciando-as sem empenhoexagerado. Por mais que sejam de difcil avaliao, em umasemana completo minha anlise. Quando algo verdadeiramente bom, o sentimento do autor e a influncia

    exercida pela obra transmitem-me uma sensao agradvel.Quando isso ocorre, compro pelo preo estabelecido. Casocontrrio, no o fao, por mais que insistam ou dem descontos."

    Por essas palavras, pode-se deduzir que qualquer objetode arte colecionado por Meishu-Sama transmitiu os sentimentosdo seu autor e dos seus posteriores possuidores ao corao doMestre. Portanto, essas peas so expresses mximas de uma

    arte suprema, legtimos atestados da presena de Deus.

    No possuo os dons de Meishu-Sama. Entretanto,procurei ser-Lhe til na questo da aquisio das obras no quese referia s despesas. A partir da, com plena certeza, pudetransmitir esses conceitos aos membros, esforando-me nessadedicao.

    Conforme Meishu-Sama ensina, o amor Arte se identifica

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    com o desejo de salvar a humanidade. A verdadeira Arte capazde expressar o amor universal diretamente ao corao dohomem, e em conseqncia, sendo esse amor algoimportantssimo para as pessoas que povoaro o mundoparadisaco, necessrio irmos educando nossos sentimentos.

    No creio que pessoas como eu possam atingir umaelevao como a de Meishu-Sama, mas desejo ir cultivando oamor Arte para me aproximar, por pouco que seja, do nossoMestre.

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    RECEBENDO MEISHU-SAMA NO SOLAR DA MONTANHA DOLESTE

    Estvamos em meados do outono de 1944 eaguardvamos no Solar da Montanha do Leste bem prximo estao de Atami, a chegada do nosso Mestre. Ele decidiratransferir para Atami a sua moradia, que at ento era emHakone. Essa nova residncia, denominada pelo Mestre Tozan-So (Solar da Montanha do Leste), fora propriedade do presidenteda Cia. Naval Yamashita. Diziam que em uma sala do anexodessa casa realizaram-se reunies secretas no incio da guerra

    sino-japonesa. Quando ela foi colocada venda, o ReverendoShibui quis adquiri-Ia para uso do Mestre e resolveu levantar,atravs do Miroku-kai (uma das Igrejas Centrais qual minhaIgreja pertencia), os setecentos e tantos mil ienes, que eramnecessrios para a sua aquisio. Para mim tambm veio umacircular, pedindo colaboraco. J havia transcorrido cerca de umano desde que eu partira para Nagia a fim de fazer difuso e,neste nterim, gastara mais da metade de minhas posses e meu

    saldo bancrio estava bastante baixo. Fiquei conhecido pelo fatode usar meu prprio dinheiro para custear minhas despesas naObra de Difuso e, com isso, j me tornara merecedor de certadose de confiana, mas que ainda no era suficiente paraangariar donativos. Portanto, fiz uma oferta de mil ienes em meunome, de 500 ienes em nome do meu irmo e mais 500 emnome do meu primeiro discpulo, Sr. Taki, tirando-os do meuprprio bolso.

    Quando se decidiu, finalmente, o dia da mudana, ofereci-me para levar camares. Dentre as pessoas que se salvaramatravs do meu encaminhamento, havia uma que se chamavaMaeda e era timo pescador. Sabia que, pedindo a ele, semdvida conseguiria ofert-Ios ao Mestre. Justo no dia de eu levaros camares, o Sr. Maeda comunicou-me que no havia nenhum

    nas armadilhas e que no dava para ir pescar, tal era a agitaodo mar. Entrei em pnico, pois no queria, de maneira alguma,

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    faltar ao compromisso que assumira. Para pr no mar um barcopesqueiro, dizia-se serem necessrios dez mil ienes. Mas euqueria conseguir aqueles camares a qualquer custo. Movidopelo meu forte desejo, o Sr. Maeda resolveu navegar, mesmocom a forte ressaca. O resultado foi uma excelente pesca, almde qualquer expectativa.

    Assim, aps ter entregue os camares na copa do Solarda Montanha do Leste, juntei-me aos demais diretores eaguardamos a chegada do Mestre. O Reverendo Shibui e outraspessoas relacionadas com o Miroku-kai haviam se deslocado

    para Hakone. Todos os diretores que estavam comigo no erammeus conhecidos, sendo a espera, por isso mesmo, um tantofatigante. Na hora prevista para a chegada do Mestre, comeou acair uma chuva que, num instante, tornou-se torrencial. O Solarficava a apenas algumas centenas de metros da estao deAtami mas, naquelas condies, era impossvel vir caminhando.

    - Vamos procurar um carro! - disseram trs ou quatro

    diretores e saram em disparada.

    Estvamos no auge da guerra e os automveis erammovidos a gs de carvo; alm disso, devido escassez deveculos, no seria possvel conseguir um to rapidamente. Eusimplesmente fitava a chuva, aguardando na entrada da casa.

    Neste momento, a comitiva, encabeada pelo Rev. Shibui,

    vinha subindo o morro, cada um com um guarda-chuva eportando os objetos da mudana. Entretanto, no se via entreeles a figura de Meishu-Sama.

    - O Grande Mestre se encontra na estao. Peguemguarda-chuvas e vo busc-Lo!- ordenou o Reverendo Shibui,to logo me viu. Corri para o "hall" de entrada e exclamei:

    - Dem-me guarda-chuvas!

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    Agarrei um guarda-chuva estilo ocidental e mais dois emestilo japons (janome-gassa) e corri em direco da estaco. Aolocalizar o Mestre, pedi-Lhe desculpas por hav-Lo feito esperare logo abri o guarda-chuva: o vermelho, dei sua esposa e oroxo, sua tia. A chuva estava realmente forte. Comecei a andar,guiando-os. Depois de alguns passos, o Mestre fez meno dedobrar, com uma das mos, a barra da cala. Instintivamente,larguei o meu guarda-chuva e dobrei-Lhe as barras.Caminhando, o Mestre me falou:

    "Hakone representa o fogo, e Atami, a gua. Como eu vim

    para Atami, o deus Drago, em sinal de alegria, est fazendochover. Com a mudana para c, est concludo o palco para anossa Igreja se propagar pelo Mundo. Da mesma forma que, aojogar uma pedra num lago, se formam ondas e elas se espalham,a nossa Igreja tambm vai se expandir."

    At chegarmos ao Solar, no cruzamos com nenhum carroque tivesse vindo apanhar o Mestre. Muitas pessoas estavam

    aguardando-O e, no entanto, eu, sozinho, acabei realizando atarefa de gui-Lo.

    - O Grande Mestre chegou! - mal havamos chegado e euj anunciava a todos, em voz alta. Nesse dia, as pessoas que sereuniram para receber o Mestre em sua nova residncia eramReverendos, enquanto eu era do escalo inferior. Portanto,quando todos os outros foram cumpriment-Lo, retirei-me para

    outra sala e no O vi mais. Mas, como expus, eu, que erahierarquicamente inferior, que pude acompanh-Lo nestasignificativa etapa de sua transferncia de Hakone, querepresenta o fogo, para Atami, que representa a gua. Senti querecebera uma especial graa divina e ao mesmo tempo achavaque fora um privilegiado. Deveras emocionado, evitei atcomentar o ocorrido por um bom tempo, e todas as vezes que

    me lembrava do acontecimento, comparava-me a Sarutahiko,divindade que, na mitologia japonesa, fora incumbida de guiar

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    Deus na Sua descida Terra.

    Depois que o Mestre mudou-se para o Solar da Montanhado Leste, aumentou a cada dia o nmero de fiis. A Obra Divina,realizada posteriormente, abrange um perodo de quatro anos, eat o trmino da guerra, em agosto de 1945, s era permitido aonze pessoas entrevistar-se com o Mestre na Sala da Caligrafia.Posteriormente, sendo liberado o nmero de participantes, osfiis se aglomeravam na sala do prdio anexo de tal forma, queIhes era impossvel se locomover. L foram realizados osencontros mensais, dos quais tive oportunidade de participar

    algumas vezes.

    Logo aps o final da guerra, o Mestre adoeceu comprurido cutneo e esteve acamado. Nos dias de entrevista,amontovamo-nos no jardim e, em vrias ocasies, o Mestreapareceu na varanda do seu quarto.

    Certa vez, acompanhando o Rev. Shibui, fui at o Solar e

    visitamos Meishu-Sama, quando Ele se dirigiu a mim, dizendo:

    - "Sr. Watanabe, ainda no teve?"

    O Mestre e os diretores, a comear pelo ReverendoShibui, tiveram prurido cutneo, enquanto eu continuava sem ternada. No ms seguinte, quando O visitei, fui novamenteinterpelado:

    - "Sr. Watanabe, ainda no teve?"

    Senti-me muito constrangido, como se no ter pruridosignificasse falta de f. No pude deixar de desejar a tal doena.E, voltando ao alojamento, tomei banho logo aps todos osdiretores terem se banhado. Entrando em guas turvas pelo pus

    das feridas, eu haveria de me contagiar de qualquer maneira.Apesar disso, como resultado de tanta insistncia, s tive um

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    pouco nas mos e entre as pernas. Todos os meus familiares,entretanto, passaram por essa purificao.

    Assim, enquanto os outros descansavam, pude meesforar no trabalho de difuso, correndo de leste a oeste, semum s dia de folga. Aps isso, passei por outras formas depurificaes, mas estas, como explanei em outros captulos,foram processos milagrosos, atravs dos quais fui adquirindomais sade.

    A princpio, o meu fsico, herdado de meus pais, tinha

    caractersticas saudveis e, assim sendo, fui levado ao Caminhoda Luz mesmo sem ter tido muitas doenas. Porm, tenho deadmitir que a manuteno da minha sade na segunda fase deminha vida, onde me empenhei na difuso da F, se deva a essaLuz. No seria o fato de ter guiado o Mestre na sua mudanapara Atami que me possibilitou correr para l e para c, nodesempenho da minha misso? Quando penso dessa maneira,invade-me uma vibrao de extrema alegria.

    A despeito de tudo isso, reflito que, na poca em queMeishu-Sama se encontrava no Solar da Montanha do Leste, Eleproferiu inmeras palavras divinas que, para eu poder entend-Ias integralmente, tenho que aprofundar ainda mais a minha f.

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    O NOME QUE RECEBI DO MESTRE

    O nome das pessoas uma coisa muito interessante.Popularmente, dizem que o nome indica o corpo. Mas o certo que o nome no somente um cdigo indicativo do indivduo,mas tem um significado ainda mais profundo.

    Ele no escolhido por ns mesmos e sim pelos nossospais. Se no forem eles, mas seus representantes que odeterminem, a coisa no faz diferena. s vezes, para escolherum nome adequado, eles passam noites insones.

    Freqentemente, o relacionam com o acontecimento do ano, ouainda, com o signo da criana. Por infelicidade, ao invs deagirem pensando no futuro e no bem dela, muitos paissimplesmente depositam suas esperanas no nome que do aosseus filhos. So vrias as maneiras de escolher, mas em todaselas, os pais esto sempre intimamente envolvidos.

    No meu caso, quem deu meu nome foi a parteira. Apesar

    disso, se meus pais no houvessem concordado, logicamente euteria sido batizado com outro diferente. Porm, eles assentiram eme foi dado o nome de Katsuiti. Como a guerra russo-japonesa iaatingindo o auge, desejando no s a vitria no conflito, mastambm nas disputas da vida, foi tomada a letra Katsu do verbo"vencer" e Iti, que significa "um", ou "comeco".

    comum tambm dizer-se que fulano foi derrotado pelo

    nome. Ou ento, que possui um nome bom demais, que nocorresponde realidade. Na minha infncia e adolescncia, euera muito fraco, e estava sempre atrs dos outros, sendo o ltimoem todas as coisas. Mesmo brigando com meus irmos maisnovos, quem perdia era sempre eu. Nascido filho de lavradorpobre, trabalhando longe dos pais, como arteso de guarda-chuvas, tornando-me empregado de um atacadista de ovos e,

    por fim, de uma quitanda, passei a juventude sempre relutanteem relao ao meu nome. Como em tudo era passado para trs,

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    tornar-me o primeiro em alguma coisa e estar frente das outraspessoas era um sonho que nem tinha esperana de concretizar.

    Resignado, somente me valeu o fato de me esforar, ecom isso, embora um tanto constrangido em falar sobre mimmesmo, com apenas trinta e poucos anos, j conseguira razovelsucesso como comerciante de frutas, obtendo excelentesresultados nessa atividade. Meus negcios desenvolveram-sesatisfatoriamente a despeito de alguns pequenos reveses, atque no mais me envergonhava do meu nome.

    Entrando para a Igreja, ouvi dizer que, solicitando aoMestre, Ele mudaria o nosso nome, isto , indicaria outro maisadequado. No me fiz de rogado e pedi a troca do meu nome.Como a minha mulher se chama Tomiko e a maneira como seescrevia (dez-trs-filha) era algo diferente e um tanto esquisita,coloquei tambm o dela na solicitao.

    Ele entregou-me uma folha de papel. E eu agradeci, muito

    contente. Mas, do meu interior, brotou um espanto pois, emcaligrafia caprichada, estavam escritos nossos nomes: o deminha mulher, que era Tomiko, havia sido substitudo porTamako, mas no meu, no fizera nenhuma alterao.

    - Assim... - balbuciei, como que esperando algumaexplicao, decepcionado. Estava to feliz por Ele ter aceito omeu pedido e no fim acabei no tendo o meu nome modificado.

    Voltando para casa, fiquei sentado por longo tempo, tendo minha frente o papel com os dois nomes. No possvel que oMestre no tenha mudado o meu - pensava. No que Meishu-Sama no tivesse alterado meu nome como solicitara. No tiveoutra alternativa seno pensar que Ele passara de Katsuiti paraKatsuiti.

    Katsuiti, Katsuiti... Estava entretido, lendo. Ento, as letras

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    comearam a se soltar e a fazer malabarismos. Ka-tsu-i-ti, Tsu-ka-i-ti, Tsu-ka-ti-i, Ka-i-tsu-ti, Tsu-ti-ka-i.

    - Opa! - exclamei baixinho.

    Descobrira outra palavra oculta em Katsuiti: Tsutikai, quesignifica desenvolvimento, cultivo.

    - Deve ser isso! - falei alto, com plena convico.

    O Mestre dissera que assim estava bom, sem me dar uma

    explicao sequer. E eu tambm, sem mesmo pediresclarecimentos, fiquei com o papel, achando que me cabiadescobrir o que acontecera. Conseguindo desvendar o enigma,pude renovar-Lhe a minha admirao pela profundidade de seuentendimento.

    Eu, que nascera filho de agricultores, havia recebido,atravs daquilo que me inerente, ou seja, o prprio nome, a

    misso de desenvolver, de criar coisas e de aperfeio-Ias. E,atualmente, atravs da orientao do Mestre, trilho o Caminhoque me permite salvar e criar elementos. Em outras palavras, omeu ser se tornar adubo vivo, que ajudar as outras pessoas noseu crescimento. Tenho tambm a incumbncia de cultivar. Paramim, que at ento, era simplesmente Katsuiti, foi importantedescobrir o sentido de desenvolver (Tsutikai) e que essa era averdadeira mudana do meu nome. Senti que realmente

    importante haver dentro de ns esse desenvolvimento e percebique estar atado a superficialidades como essa, de se satisfazermodificando as letras ou o significado do seu prprio nome, podeparecer bonito, mas no passa de auto-satisfao ou narcisismo,que nos afasta bastante do plano da F. Uma pessoa que noconsegue desligar-se de apegos como esse da preocupao como prprio nome, jamais poder satisfatoriamente ser utilizada por

    Deus.

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    Recebendo uma grande e silenciosa lio do Mestre, videsaparecer de mim aquele constrangimento de longos anos.Nas diversas ocasies em que tive de escrever, vrias vezesassinei como "Tsutikai". Para mim, no poderia existir melhorpseudnimo.

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    CONSTRUO DA IGREJA APOS O PEDIDO DE PROTEO

    Aps a deciso da compra do imvel em Nagia, entre ooutono e o inverno de 1950, resolvi fazer um emprstimo comalguns membros mais chegados, dada a necessidade de seconseguirem os dois milhes de ienes para a sua aquisio epara os gastos relativos mudana. Nessa poca, na Igreja deIchinomiya, mesmo excluindo os donativos normais, recebia-se,mensalmente, cerca de um milho de ienes, comoagradecimento ao Johrei ministrado, e eu os remetia,integralmente, Sede. Era, ento, permitido a todos os

    responsveis pelas unidades religiosas da Igreja retirar um terodo total deste agradecimento para as despesas de manuteno.Mas, no meu caso, no seria possvel modificar a linha deprocedimento que viera seguindo, mesmo que fosse para umamudana visando evoluo da Igreja Porm, previa-se que sefosse conseguido o capital, aps a transferncia para o novolugar, poderamos ressarci-lo gradativamente, o que no seriapossvel caso continussemos como uma filial da Igreja

    Ichinomiya.

    Entretanto, aps haver decidido sobre a transferncia erecebido orientaces do Mestre, abriu-se um novo horizonte paraeu estabelecer uma Igreja Regional em Nagia, o que facilitariadeveras o pagamento da dvida do terreno, atravs da obtenode novo capital.

    Um nmero superior a mil fiis cooperara nesta minhadeciso e projeto, e, graas a isso, a transao ocorreu sem maisincidentes. Entrando em dezembro, atravs do auxlio depessoas que ofereceram sua dedicao, realizamos rapidamentea preparao do imvel, inclusive a reposio dos tatamis,arrumao do jardim e limpeza geral. Reformar e ampliar, quecustariam mais do que a prpria compra, eram coisas para o

    futuro.

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    O fim do ano se aproximava e todos os preparativos paraa mudana estavam concretizados. Quando j se aproximava adata marcada, consegui audincia com o Mestre paraapresentar-Lhe relatrios, e nesse ensejo pedir-Lhe que desseum nome para a nova igreja. At aquela data, j haviaconseguido dEle indicao de nomes para mais de vinteunidades religiosas com as quais eu me relacionava.

    Ele pensou e disse:

    - "Qual seria um bom nome? Sendo em Nagia... L

    regio Chukyo, no ?"

    Eu Lhe segui as palavras:

    - Mestre, que lhe parece Chukyo?

    - " isso mesmo. Denomine-a Igreja Chukyo." - foi a suaresposta.

    - Muito agradecido - respondi-Lhe, emocionado.

    Assim, tudo se resolvera. E, no dia 25 de dezembro,transferimo-nos de Ichinomiya para a Igreja Regional Chukyo.Era a primeira vez que se batizava uma unidade religiosa combase na denominao do prprio local de instalao. Eu estavaindescritivelmente feliz por esta nova partida, que possivelmente

    correspondia ao desejo do Mestre, pois, alm de ter recebidod'Ele um nome maravilhoso, contava com a colaborao de umgrande nmero de fiis.

    No entanto, na manh seguinte, quando ainda dormia,chegou um emissrio da Sede Miroku. A ordem era para queretardasse um pouco a inaugurao da nova Igreja Regional -

    determinao resultante da reunio dos Reverendos-Diretores dareferida Sede - e que a institussemos apenas como Igreja

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    Chukyo. Eu no entendia suficientemente sobre a organizaodo Sistema de Igrejas Regionais e nem o que a Igreja RegionalChukyo representava dentro desse sistema. Sabia apenas quese tratava da administrao de uma regio mais ampla edesejava, acatando as palavras do Mestre, fortalecer a difusocomo Igreja Regional. Por que ser que me impediam de assimfazer? At achei estranho o recado que me foi dado. Mas,segundo o informante, se eu a estabelecesse como IgrejaRegional Chukyo, significaria uma diviso da Sede Miroku. Noeram do meu feitio divises ou dissidncias, e, alm disso,tambm poderia ficar malquisto pelos meus superiores

    hierrquicos. Compreendi perfeitamente. Fosse Igreja ou IgrejaRegional ou simples Igreja-Filial, no haveria mudana nasminhas dedicaes e no meu servir.

    - Transmita-Ihes minha resposta, dizendo que farei comome mandam - falei ao mensageiro.

    Contive-me, dizendo a mim mesmo que, embora

    parecesse estar indo contra as palavras do Mestre, no momentono havia outra alternativa e nem por isso poderia relatar-Lhe ofato diretamente. Admiti que viria o dia em que tudo iriasolucionar-se por si s. Aps esta visita, ainda naquele ano,houve um comunicado dizendo que a organizao, que tiveracomo sistema vigente o de Igrejas Regionais, que se agrupavamsob a denominao de Nippon Kannon Kyodan, funcionaria apartir do ano seguinte, 1951, com a nova denominao Sekai

    Messia Kyo e todas as Igrejas se posicionariam como Igrejas-filiais. Assim foi dado o primeiro passo para a Unificao daIgreja.

    Como Igreja-filial, o resultado imediato foi que se tornouobscura a possibilidade de pagamento do emprstimo, uma vezque o prazo expiraria dali a poucos meses e a dvida ainda era

    vultosa. Qual seria o melhor meio? Considerando que o pontobsico para a transferncia tinha sido o de passar a ter uma

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    Igreja Regional para toda a regio central do Japo e, sendo issoagora impossvel, aquela casa j no se fazia mais necessria.Cogitei, ento, que uma das maneiras de contornar a situaoseria procurar um outro imvel mais adequado com a instalaode uma Igreja-filial e colocar venda o que acabvamos deadquirir. Vender pelo preo adquirido no seria difcil, como aindaseria provvel poder vend-Io mais caro, pois os imveismostravam tendncia alta. Como um carpinteiro havia-me ditoque se poderiam obter uns 600 mil ienes somente pela venda dotelhado de cobre, essa era tambm uma possibilidade de sepensar. Realmente, era difcil a deciso.

    No dia dois de janeiro, vieram muitos fiis participar daOrao do Ano Novo e, como donativo do dia, haviam oferecidoquantias bastante elevadas. A, tomei a deciso. Juntei amesada, minha e de minha mulher, o dinheiro de meus filhos queestava guardando e o dinheiro que tnhamos mo e, junto como do nativo conseguido, enviei ao Mestre, como pedido de graa.Decidi deixar a soluo nas mos de Deus at que surgisse um

    plano de levantamento do capital, em fins de fevereiro. Sehouvesse possibilidade de pagamento da dvida, deveria surgir aquantia sem que fosse necessrio fazer esforo sobre-humano.E, se no conseguisse, seria sinal de que Deus determinara quese vendesse o imvel. Coloquei isso no meu corao.

    Alguns fiis da Igreja conheciam a situao real e, vendo-me reverter todo o dinheiro em donativo de pedido de graa, se

    assustaram, dizendo no verem necessidade de tal extremo.Passou-se o ms de janeiro sem que nada acontecesse.

    Em fevereiro, os responsveis pelas unidades religiosasdas proximidades vieram at mim com um pedido:

    - Reverendo, por favor, venha ao menos uma vez por ms

    s nossas igrejas.

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    O motivo era o seguinte. Todas as unidades se tornaramIgrejas-filiais e, com autonomia prpria, se esforaram apssarem dos meus cuidados. Entretanto, no conseguiam reunirtantas pessoas, como anteriormente. Em conseqncia, queriamque eu as visitasse. De qualquer modo, havia ali muitas pessoasque eu encaminhara.

    - Bem, se a difuso e a obra no esto se desenvolvendoa contento, isso mau. E se vocs no progredirem, eu tambmno me sentirei bem. E j que so Igrejas que eu antes visitava,irei com muito prazer - respondi-Ihes.

    E assim, fui a duas ou trs delas. Como os membros sereuniram e o entusiasmo se elevava, acabei sendo solicitado,seguidamente, para visitar todas as igrejas com as quais eu merelacionava antes.

    medida que me chamavam, ia ministrar Johrei e recebiaagradecimento de todos. Ao final de fevereiro, somei esses

    donativos de agradecimento e me assustei, pois havia mais deum milho de ienes. Parece mentira, mas uma estria real.Tendo nas mos um dinheiro que no previa, entendi logo queesta era a graa recebida de Deus. Senti que aquele era oresultado de ter-me entregue totalmente a Ele, diante de umasituao para a qual no via sada. At ento, nunca haviaconseguido tantas doaes de uma s vez, apenas atendendoaos que me pediam para visit-los. Usei o total delas na

    amortizao da dvida, que pude saldar dentro do prazo. Naquelapoca, a Igreja no tinha personalidade jurdica e, assim sendo,esses agradecimentos eram confiados aos que estavam naposio de orientadores.

    Num certo dia de primavera do mesmo ano, tive a honrade, junto com os Reverendos da diretoria da Igreja, participar de

    um jantar realizado no Solar da Nuvem Esmeralda (Hekiun-So),com a presena do Mestre. Durante o jantar, Ele me dirigiu

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    algumas palavras, dizendo:

    - "Em maio irei a Kyoto e, como o Sr. Watanabe conseguiuuma bela casa, desejo passar por l."

    Como at ento Ele nunca havia visitado uma Igreja-filial,estas palavras me soaram incomuns, principalmente porque,dentro da hierarquia da Igreja da poca, a minha posio erainferior dos outros ali presentes. Alm do mais, sentia-me umpouco constrangido porque, apesar de ter recebido d 'Ele asugesto do nome Chukyo para a Igreja onde eu estava

    dedicando, no Lhe comunicara nada sobre os acontecimentosrelativos instituio da mesma. Mas o Mestre, ciente de tudoque eu estava realizando, dirigiu-me aquelas palavras e eu Lherespondi muito contente:

    - Muito obrigado. Fico muito honrado.

    Ouvi dizer que a ida de Meishu-Sama a Kyoto era para

    apreciar uma certa esttua de um famoso templo budista. Suaviagem ficou marcada para fins de maio.

    Por ocasio de sua visita, Ele me lisonjeou, referindo-se Igreja Chukyo como sendo sua "filial em Nagia". Mas, sobre issoeu gostaria de narrar em outra oportunidade.

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    LANAMENTO DE LIVRO NO PAVILHO MATSUMOTO

    Na primavera de 1957, realizou-se no PavilhoMatsumoto, situado no Parque Hibiya, em Tquio, o lanamentodo livro "Religies Modernas", de autoria do professor Takenaka,da Universidade Taisho. Para o coquetel de lanamento, foramconvidados todos os diretores da nossa Igreja; no apenas pelofato do livro debater sobre a Igreja Messinica Mundial, masporque o Prof. Takenaka se encarregara de um curso deaprimoramento realizado na Sede Geral da Igreja para osministros que faziam difuso e que durou treze semanas,

    reunindo 150 missionrios, sem distino de idade ou sexo. Almdos professores que eram membros da Igreja, participaram comopreletores dezenas de grandes nomes da Teologia de vriasfaculdades, com os quais a Igreja no mantinha nenhumrelacionamento. O curso objetivava aumentar os nossosconhecimentos sobre cultura geral, religies, leis, Sociologia,Medicina, e outros temas. Este aprimoramento se devia tambmao fato de que, pelo falecimento do nosso Mestre, haveria

    propenso de cada seguidor interpretar, sua prpria maneira,os Ensinamentos deixados por Ele. Nesse sentido, era precisomantermos uniformidade nos pontos de vista para evitardissidncias ou ramificaes. Devido importncia deste evento,foram convidados expositores de outras organizaes, sendo queo professor Takenaka se encarregou da coordenao do grupode Psicologia.

    Por se tratar do lanamento do livro de sua autoria e terrecebido um convite pessoal para o coquetel comemorativo,compareci na expectativa de encontrar todos os outros diretoresda Igreja. Qual no foi a minha surpresa, ao constatar que eu erao nico representante da nossa entidade.

    Sentei-me no lugar indicado pela recepcionista e descobri

    que ali era a mesa de honra, da qual tambm faziam parte omonge superior de uma seita budista, o reitor da Universidade

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    Taisho, o reitor da Universidade Waseda, e muitaspersonalidades ilustres de inmeras reas. minha direitaestava o Prof. Nieda e esquerda, o Prof. Oguti, da Universidadede Tquio. Na platia estavam cerca de cento e oitenta pessoas.

    O livro "Religies Modernas" era um estudo comparativodas religies tradicionais; trazia diversas exposies, onde sedebatiam as vrias facetas e aspectos das religies tradicionais edas religies surgidas recentemente e que, nos dez anos do ps-guerra, mostravam-se em certa desarmonia. Por ser uma pocade crescente crtica, a obra mostrava os valores comparativos,

    dissecando as religies no aspecto cultural e cientfico. Para serfranco, at o dia do coquetel eu nem sequer havia passado osolhos sobre o livro.

    Iniciou-se o pronunciamento da mesa principal e eu ouviamuito embevecido. Quando chegou a vez da quinta pessoa, ocoordenador chamou o meu nome. Quase no acreditava no queestava ouvindo, pois foi um grande impacto para mim. No

    esperava por aquilo de maneira alguma e, como a minha vida eravoltada prtica religiosa, estava desprovido de suficientepreparo cultural e intelectual para me pronunciar numacomemorao que reunia tantos estudiosos. Alm disso, por sero nico participante presente da nossa Igreja, o que eu dissessepoderia ser interpretado diretamente como pensamento oficial.

    Porm, no vendo outra alternativa, levantei-me e

    parabenizei formalmente o autor pela edio do seu livro e, emseguida, acrescentei:

    - Eu tambm sou membro da Igreja Messinica Mundial,que , como outras, rotulada pela sociedade de religio moderna.O Johrei que praticamos tem salvado os que so afligidos com apesada carga imposta pelas doenas. Porm, recentemente, o

    Prof. Oguti, hoje presente entre ns, aps uma entrevista com oMestre, publicou nos jornais um artigo que dizia ser errado o fato

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    das religies curarem doenas e que se deveria deixar esseassunto a cargo da Medicina. Era um artigo que, ao invs de seruma crtica religio, tinha um cunho condenatrio, de tal modoque eu prprio, ao l-Io, senti-me um tanto ofendido. Mais tarde,foram editados novos livros e teorias como as do Prof.Suguiyasu, sobre Medicina Psquica.

    - Casualmente, vi, pela televiso, o mesmo Prof. Ogutidizer que era possvel a cura de doenas por meio da religio.At ento, eu o tinha como uma pessoa irreverente mas, atravsdesse pronunciamento, que confirmava o avano da medicina

    psiquitrica, considerei o fato alentador. As religies modernasmuitas vezes so tachadas de mistificadoras e de praticarem afeitiaria mas, por mais que a cincia material tenha progredido,no se pode chegar a concluso nenhuma sobre uma religionova, seja ela honesta ou no, atravs de uma simples anlisecientfica e sim, por meio de uma deciso popular, da sociedadeem geral. O cristianismo ou o budismo, por exemplo, um diatambm foram religies novas, mas hoje elas so consideradas

    antigas - s o fator tempo poder decidir se so ou nonecessrias.

    - Nesse sentido, tornando claros os diversos aspectos dasreligies modernas, com a sua publicao, o professor Takenakaprestou um relevante servio humanidade. Independente doseu cunho ocidental ou oriental, com o tempo, s quandoimprescindveis, as verdades antigas ou atuais sero transmitidas

    e as seitas malficas se extinguiro em funo da seleonatural. Ao salientar este sentido, este livro, alm de contribuirpara um esclarecimento maior do assunto, uma coletnea quetraduz um grande esforo do professor. A ele quero agradecer decorao. Externando minha gratido pelo amvel convite paraeste acontecimento to significativo, fao dessas simplespalavras a minha saudao. Muito obrigado.

    Dizendo isso, sentei-me. Quando dei por mim, estava com

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    o suor pingando e pude ouvir estrondosos aplausos. Modstia parte, as palmas que recebi foram mais calorosas que asconcedidas aos demais oradores. Pude, assim, sentir a vitriadas novas religies na sociedade.

    Se pude manter as aparncias em tal festiva oportunidade,mesmo sendo sujeito de pouco estudo, porque eu adquiriraslida convico na elevada filosofia do nosso Mestre. No pudedeixar de sentir, por isso, uma sensao de profunda felicidade.

    Aps passarmos para a conversao geral no saguo,

    troquei cartes de visita com todas as ilustres personalidadespresentes, no por minha iniciativa, mas sim delas. No seesqueciam, tambm, de acrescentar:

    - Dizem que possuem uma bela coleo de obras de arte,no ? Em poca oportuna, irei v-Ia.

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    S VEZES, A VERDADE EST SUBENTENDIDA

    Quando, por acaso, faz-se um comentrio sobre algumrapaz na presena de uma moa que nutra por ele umsentimento amoroso, ela, muitas vezes, dir, categoricamente,que o detesta.

    Em tais situaes, se no possuirmos capacidade paraentender as palavras dessa jovem ao contrrio, e assimatinarmos com a verdade sobre os sentimentos dela, seremosinduzidos ao erro e podero surgir, da, muitos problemas. Eu

    tenho duas ou trs amargas experincias nesse sentido.

    Na prpria vida cotidiana, se apenas atentarmos nasaparncias e tomarmos as palavras ao p da letra", isto , damaneira como foram proferidas, muitas vezes deixaremosescapar a verdade.

    Pregando sobre "O reverso tambm verdade", o Mestre

    mostrou claramente que, para aprofundar a viso das coisas, importante educar a mente para lev-Ia a pensar no opostodelas. Mesmo nas conversas cotidianas, s vezes Ele falava averdade ao contrrio. Mas, no tom das suas palavras, havia algosignificativo em que se devia pensar.

    Relacionado ao trabalho de difuso, principalmente, Elenos ensinou que, s vezes, possvel conseguir maior

    comunicao com o pblico quando nos expressamos demaneira oposta ao que as pessoas estejam pensando. O Mestrereferia-se, freqentemente, ao rakugo2 para mostrar-nos que importante aprofundarmos o nosso conhecimento sobre oraciocnio e o sentimento alheios.

    Em determinada poca do ps-guerra, houve uma vultosa

    2N.T. RAKUGO: Comdia de um s personagem onde se faz uma colocao final de modo

    que o pblico ache graa.

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    transferncia de objetos de arte do Japo para o exterior. Devido escassez de bens de consumo, crise econmica e reformatributria, muitos colecionadores de antigidades foramobrigados a vend-las para estrangeiros, especialmente norte-americanos, uma vez que eram poucos os compradores noJapo. Liam-se nos jornais, freqentemente, artigos lamentandoa perda de objetos de arte representativos do Oriente e doJapo.

    O Mestre adquiriu muitos deles que tinham sido postos venda. Ele no nos explicou, na poca, o motivo dessas

    aquisies, mas era evidente que queria impedir sua ida para oexterior e conserv-las para a construo do Paraso Terrestre,visando elevao da espiritualidade dos seres humanos.Notava-se, claramente, a importncia que Ele dava s obras dearte realmente elevadas.

    - "Consegui uma maravilhosa pea" - anunciou Ele, emvrias oportunidades. Naquela poca, as pessoas que serviam

    ao seu redor faziam um grande sacrifcio para conseguir odinheiro necessrio aquisio de tais obras. Isto porque elasso sempre muito caras e, de um modo geral, constituem umluxo, sendo tidas como passatempo de milionrios. Quando sequeria obter dos membros uma elevada quantia, era difcil faz-Isentender o ideal que motivava tais aquisies. Por exemplo, seIhes fosse comunicado simplesmente que era para comprarobjetos de arte, os que tivessem um nvel inferior de

    compreenso seriam levados a pensar que, para seguir nossareligio, necessitariam ter muito dinheiro. Mesmo se dizendo queera um trabalho para Deus, a dificuldade de trabalhar para umSer invisvel fazia com que no se conseguissem as dedicaese contribuies necessrias. Mas o Mestre ensinava de vriasformas a esses fiis como serem dignos instrumentos daconstruo do Paraso.

    Certo dia, ao comparecer a uma entrevista com os

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    diretores e representantes da Igreja, Meishu-Sama colocou,sobrea mesa, um pedao de minrio do tamanho de uma cabeahumana e disse:

    - "Todos esto se esforando na contribuio financeirapara servir Obra Divina. Mas tivemos a sorte de descobrir esteminrio nas montanhas do nordeste e, como a mina enorme etemos a posse dela, no haver mais preocupao quanto aodinheiro. A construo do prottipo do Paraso Terrestre sedesenvolver sem nenhum esforo."

    Exps somente isso e, em seguida, passou a falar dosEnsinamentos que tratavam da salvao da humanidade.

    Ao regressar, aquele comentrio sobre a mina continuavatrazendo para mim uma estranha preocupao. Por eu ainda ser,na poca, um iniciante na vida religiosa, no pude compreenderse poderia tom-lo da maneira como foi dito, isto , diretamente.Assim, ainda no caminho de volta, perguntei ao Rev. Shibui:

    - Senti algo que no me convenceu a respeito da relaoentre o minrio e a oferta de dinheiro. Eram palavras que davama entender que os membros no precisavam mais fazer doaomonetria. Se todos eles receberem a orientao desse modo,no haveria possibilidade de salvao para as pessoaspossuidoras de grandes mculas espirituais. As que as tm emmuita quantidade so salvas atravs da oferenda monetria em

    prol da construo do Paraso. Ser que podemos captar isso talcomo foi exposto, hoje, pelo Mestre? Sinto que importanteencaminhar os membros para que possam servir a Deus, eacredito que a gratido monetria se reveste da maiorimportncia.

    O Reverendo Shibui respondeu, imediatamente:

    - isso mesmo. So gastas, em coisa sem relevncia,

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    enormes quantias de dinheiro e material. As ofertas, tantomonetria quanto material, so feitas a Deus e sero utilizadastotalmente em benefcio do povo e do mundo. Por isso, mesmoaqueles que as praticam sem sentimento, movidos apenas poresprito competitivo ou exibicionista, sero salvos igualmente. OMestre orientou-nos hoje no sentido de que nos dediquemos Obra Divina de maneira mais descontrada e alegre.

    Eu ainda no podia deixar de pensar que Meishu-Samanos havia falado o reverso, e senti a importncia de se analisar,em cada palavra, qual o sentimento que O fez proferi-Ia. por

    isso mesmo que a religio ultrapassa a dimenso das palavras.

    Na verdade, no houve, depois disso, nenhum relato deque se tivesse conseguido escavar o dito minrio. Acredito queEle sabia que a notcia sobre a mina no era real. Mesmo cientedisso, pregou a verdade dita ao reverso. Ser que, na realidade,no estava necessitando de dinheiro?

    Esforcei-me, minha maneira, para que se aumentasse aoferta monetria. Ao ver a alegria do Mestre quando falava, tendonas mos um objeto de arte adquirido recentemente, sentia queera minha, tambm, uma parte daquele contentamento.

    Toda vez que me recordo do ocorrido com o minrio, vm minha mente as palavras de Meishu-Sama ditas em outraocasio, de maneira rpida, mas que me impressionaram muito:

    "Conversas que parecem boas e lucrativas carecem de umaanlise mais profunda."

    Tambm ouvimos afirmaes, mais ou menos como estas:

    "Dizem que h muita brutalidade por parte dos grupos debandoleiros, mas ela visvel. A verdadeira violncia vem de

    mansinho, com agrados e voz aveludada, enganando a todos -ela no apenas aplicao da fora bruta. difcil imaginar o

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    quanto ela fere e destri. Esses que so tidos como grandespersonalidades e figuras importantes so os que mais mentem ejogam os outros na arapuca."

    Em uma entrevista, ao recebermos orientao de Meishu-Sama, uma pessoa Lhe perguntou:

    - Tenho ouvido dizer que em suas palavras hsubentendidos. Posso saber se verdade a existncia dessesreversos?

    O Mestre alterou a voz e disse categoricamente:

    - "Jamais uso tal recurso. Eu digo as coisas exatamentecomo elas so."

    bvio que, sendo-Lhe feita semelhante pergunta, Elejamais concordaria. um grande equvoco supor-se que existamsubentendidos em tudo. Existem coisas impossveis de serem

    expressas por palavras escritas. Creio que devemos procurardeterminados significados fora do mbito das palavras, nasentrelinhas.

    Diz um poema do Mestre:

    "Neste mundo, h coisas que podem e que no podem serditas. Estejam atentos, nesse sentido, os que seguem este

    Caminho."

    O povo de uma nao constitucionalista deve obedecer sua Constituio. Como as leis foram criadas pelos homens, nose pode dizer que nelas no haja erros. Isso, no entanto, nosignifica que podemos desobedec-las. nesse ponto que est adificuldade que, com palavras, no se consegue exprimir.

    No campo religioso, errado pressupor que em seus

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    ensinamentos haja o certo ou o reverso. primordial que seassimilem os ensinamentos dentro da vida religiosa voltada paraDeus. Creio que se deva tomar como f, o despertar dacompreenso.

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    SANTO DE CASA NO FAZ MILAGRE

    O lugar onde nasci situa-se na zona rural de Guifu, a maisou menos trs quilmetros em direo ao curso superior do rioNagara, aps atravessar a ponte do mesmo nome, no sop doMonte Kinka. Rodeado por montanhas dos trs lados, na partelivre, a leste, est o rio Nagara, correndo de norte a sul. Nestepequeno lugarejo recebi a vida, filho de um lavrador pobre.

    Em 1943, aps o ingresso na religio messinica, devidoaos trabalhos de difuso nos arredores de Nagia, desfiz-me dos

    meus negcios em Tquio e trouxe minha famlia para a casa demeus pais. Deixando-a aos cuidados dos meus familiares, partisozinho para aquela cidade, onde instalei uma Igreja e, vez poroutra, voltava ao lar. Nessa poca, meu pai encontrava-sedoente e acamado. Convenci meu irmo, dois anos mais velhoque eu, funcionrio da prefeitura da minha cidade, a se converter,e o incumbi de ministrar Johrei em nosso pai.

    Movido pelo sentimento de que, se houvesse acompreenso do prefeito e dos funcionrios, seria indiscutvel oprogresso da difuso, meu irmo proferiu uma palestra sobre oJohrei. Porm, apesar de sua boa inteno, o resultado no foipositivo: o prefeito disse no acreditar que se pudessem curardoenas com procedimento to tolo e os demais tampoucomostraram qualquer interesse. Ele tinha uns cinqenta anos,muito trabalhador e vinha sendo eleito j por vrias gestes.

    Sendo um homem de liderana, foi grande a influncia de suaspalavras e, assim, o desejo tambm meu de fazer difuso naminha terra natal foi, simplesmente, por gua abaixo.

    Aps esse acontecimento, atravs do esforo de minhame e de minha esposa, foi sendo reconhecida a fora do Johreientre os habitantes do vilarejo. Sobre este fato, gostaria que

    lessem, no primeiro volume, a estria que fala delas e do seurepdio Igreja.

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    Num dia de 1947, os familiares do prefeito vieram meprocurar e disseram:

    - Ele est sofrendo muito com cncer no estmago. Porfavor, queremos pedir-lhe que, pelo menos uma vez, ministre-lheJohrei.

    Ao visit-Io, o seu estado j era o pior possvel.Emagrecera a ponto de causar d, gemia e se contorcia,demonstrando, logo primeira vista, grande padecimento. Nestedia, eu mesmo ministrei-lhe Johrei. Deixei um ex-empregado meu

    encarregado da assistncia posterior, pois eu tinha os diaspreenchidos com reunies e aulas de aprimoramento. Retorneiaps uma semana, aproveitando um tempo vago. Ele, que halguns anos antes era imponente, olhava-nos como se fssemosinsetos, agora rogava pelo Johrei, implorando de mos postas.Ao final da minha ministrao, ele, humildemente, disse:

    - Perdoe-me por t-lo desprezado e a seu irmo.

    Sinceramente, peo-Ihes desculpas.

    Aquilo me pareceu lamentvel. Eu no tinha, de formaalguma, desejo de ouvir tal pedido, mas no pude deixar delastimar que aquelas palavras no tivessem sido proferidas maiscedo, quando ele, talvez, pudesse ter sido salvo.

    Mais uma semana se passou, e recebi outro recado do

    prefeito, quando me encontrava em Nagia: "Sinto, realmente,gratido pelo seu Johrei, pois somente com ele sinto o corpoaliviado. Por favor, quero que me ministre mais uma vez".

    O contedo do recado demonstrava que ele melhoravarealmente com o Johrei e que desejava, com todas as suasforas, receb-lo. Mudei minha programao e dirigi-me

    novamente sua casa. Os familiares e conhecidos deviam terpressentido o fim, pois todos estavam l. Ministrei-lhe Johrei, sob

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    os olhares atentos dos presentes. Visivelmente, o doente foitendo transformada a sua fisionomia de sofrimento e recobrouum estado de relativa sade. Os parentes, que a tudo assistiam,j se apressavam em ir embora. Em outra sala disse-Ihes:

    - Para mim, a situao parece ser questo de horas. Porfavor, no se vo agora e estejam juntos do doente.

    Dito isso, corri para o local da programao seguinte. Nomomento em que terminava a reunio de aprimoramento, ummensageiro veio comunicar-me o falecimento do prefeito. Orei

    pela paz daquele esprito. Senti, realmente, muita pena daquelapessoa que se viu na contingncia de rogar pelo Johrei que antesdesprezara. Os habitantes do vilarejo, depois disso, comoquerendo dizer "apesar de tudo acabou morrendo, no ?",passaram a ter atitudes de frieza e ficaram contra a Igreja.

    Pensando bem, na minha terra, a minha imagem sersempre a do filho de um lavrador pobre. Talvez se eu tivesse

    vindo de uma famlia rica, influente e respeitada, a crtica, aconsiderao e a confiana em relao minha pessoa fossemdiferentes e, em conseqncia, eu poderia ter salvo um maiornmero de conterrneos. Mas esses so argumentosimponderveis que agora de nada adiantam.

    H um ditado que diz: "Em sua terra, bonzo no recebeprmios" e outro: "Santo de casa no faz milagre". Mesmo que

    algum se torne um bonzo famoso, os que moram onde elenasceu no daro ouvidos s suas pregaes. Os provrbiosacima expressam a dificuldade de se reconhecerem a grandezae a importncia daqueles que nos esto muito prximos. Noquero me pr no lugar do bonzo ou do santo, mas compreendoque as pessoas do lugar onde nasci no se sintam motivadas aouvir falar das maravilhas do Caminho da Salvao por um filho

    de agricultor.

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    Mas, alm disso, h um outro motivo que achoconsidervel. Minha cidade no sofreu os efeitos da destruiodurante a guerra e, aps o seu trmino, ela se expandiunotadamente no seu permetro urbano, tornando-se uma cidade-dormitrio e, beneficiando-se com isso, do progresso material.Com a urbanizao, os moradores eram obrigados a seesforarem para acompanhar esse desenvolvimento, no Ihessobrando tempo, portanto, para as questes espirituais. Pelaexperincia acumulada em andanas por vrios lugares, fazendodifuso, posso dizer que no apenas em minha terra que aatividade religiosa foi relegada a segundo plano em favor dum

    rpido crescimento material.

    Pensei comigo: - Um dia vou pregar e divulgar o Caminhopara os meus conterrneos. Ainda preciso fazer isso...

    Mas o tempo passou e, at hoje, no tive coragem deconcretizar esse desejo.

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    UM MINISTRO NUM BECO SEM SADA

    Trata-se de uma estria que ocorreu quando eu andava,freqentemente, pela regio de Shikoku, empenhado na obra dedifuso. Viajava de dois em dois meses para l, e todas as vezespassava pela Igreja X. A famlia XX, composta apenas por duaspessoas - me e filho - mantinha esta Igreja.

    O filho cursava a escola juvenil do Exrcito, em Nagia,mas, ao terminar a guerra, voltou a Osaka, para junto de suame. Tinha uma sinusite difcil de ser curada e recebera graa

    atravs do Johrei. Conduzidos por um ministro de Kyoto, ambos,me e filho, tornaram-se membros e, logo aps, iniciaram o servirna Obra Divina. Mudaram-se para Kitajo, ao norte da cidade deMatsuyama, no Estado de Ehime, e atravs de intensa atividadede Johrei, reuniram cinqenta ou sessenta pessoas e formaram aIgreja X.

    A princpio, eles alugaram um quarto, fazendo dele local

    de difuso. Em 1948, tendo obtido um emprstimo, procuraram,dentro da cidade de Matsuyama, um terreno de cerca dequatrocentos metros quadrados - lugar que se tornou, ao mesmotempo, Igreja e moradia deles.

    Alguns anos mais tarde, aps o falecimento da me, quefora o elemento central de todas as atividades de divulgao daF, embora o filho quisesse perseverar cooperando com a Obra

    Divina, o nmero de membros e freqentadores daquela Igrejaficou bastante reduzido, e o resgate do emprstimo se tornoudifcil, no havendo recursos suficientes nem para as despesasdirias.

    Desejando que, de alguma maneira, esse rapazprogredisse, eu o apoiei, orientando-o sobre a maneira de dar

    assistncia s pessoas e dirigir os membros, mas no tivesucesso. Apesar dele tentar ser mais gentil, ainda lhe restava um

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    certo resqucio da formao militar, o que lhe dificultava aceitaropinies de terceiros.

    Dentro da vida militar, o que ele vira fora a postura dosoficiais que prestavam obedincia aos superiores, mas que eramintransigentes com os subordinados. Ento, na Igreja, eleprocurava ser diferente, tentando ser amvel com os subalternos,mas no sabia delegar responsabilidades para permitir que osmembros se encarregassem de parte das atividades dedivulgao. Em seus Ensinamentos, Meishu-Sama nos ensinaque a construo do Paraso Terrestre se realizar atravs das

    pessoas, e o fato de nos tornarmos instrumentos para ajudar oprximo e a sociedade o caminho que leva a essa construo.Querendo ser gentil com os fiis, o jovem no Ihes davaoportunidade para dedicar. Essa atitude, na verdade, deriva deum amor estreito e, absolutamente, no ajuda na formao depessoas que possam servir ao prximo e sociedade. Quandono h o que fazer ou em que colaborar, natural que os fiis seafastem do servir. Apesar de todo meu esforo em orient-lo, o

    rapaz no se convencia.

    Com o decrscimo da difuso, e ao saber que seuscolegas da poca de militar, aps se formarem na Faculdade,conseguiam bons empregos, ele comeou a desejar acontinuao dos estudos, mas sentia, tambm, que no podiadeixar a Obra Divina. Ento, comeou a se angustiar e, por essemotivo, at em seu trabalho se viu prejudicado. Financeiramente,

    tinha dificuldades mesmo para conseguir o necessrio para asdespesas de viagem que devia fazer mensalmente Sede.

    Quando da apresentao do seu relato de recebimento degraas como ministro da Igreja de Nagia, ele exps que, ataquela data, j havia gasto cerca de seiscentos mil ienes emdespesas de viagem ao Solo Sagrado. Diante disso, eu me

    assustei. Acredito que tenha dito aquilo pensando que deveriafaz-Io,pois foi o dinheiro que adquirira atravs da contribuio

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    dos membros. Entretanto, era realmente surpreendente o fatodele no haver captado, ainda, o esprito de difuso.

    Tive a intuio de que aquele jovem necessitava de umahigiene mental. Achando que apenas as minhas orientaes noseriam suficientes, conversei a respeito de uma possvelmudana, pois em Matsuyama ou em Takamatsu, em Shikoku ouem Hiroshima, havia timas Igrejas e, se ele se transferisse, semreceio, acreditava que se lhe abriria uma nova viso, ao convivercom tantos ministros excelentes. Porm, ele prprio no tinhanenhuma vontade de se mudar e, alm disso, desejava continuar

    sob meus cuidados.

    Pensei em como fazer para lhe propiciar um bomdesenvolvimento atravs da troca de ambiente. Fora isso, creioque, mesmo a f, acabaria perdendo.

    Perguntei-lhe:

    - Se no aceita a transferncia, que tal ir para um localmais amplo, visto que o atual, no centro da cidade, muitoapertado?

    - Na verdade, senhor, vieram pedir-me para vender oterreno - respondeu-me ele, acrescentando que era possvelobter dois milhes de ienes pelos quatrocentos metrosquadrados.

    Para mim aquilo soou to inesperadamente... Ento, lhedisse:

    - Providencie, ento, um outro terreno. Fora da cidadedeve haver um bom lugar. Com dois milhes de ienes, alm decomprar um bom imvel, voc ainda conseguir saldar, de uma

    s vez, a dvida atual.

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    Voltando a Matsuyama, ele comeou a procurarimediatamente.

    Algum tempo depois, fui at sua Igreja, na vspera de umgrande furaco. Antes do culto matinal, j havamos visto osvrios locais em cogitao. Ainda no havia indcio do furaco eo arrozal se vestia de um verde brilhante.

    Dois lugares se apresentavam como fortes opes. Um selocalizava entre a cidade de Matsuyama e Kitaj, prximo domar, nos degraus formados ao sop de um monte, com cerca de

    oitocentos e trinta metros quadrados, e tinha uma inclinao nadireo norte. Custava 800 mil ienes e era cercado de granjas,com criao de galinhas e sunos. O mais atraente era que sesituava perto de um ponto de nibus.

    O outro local era no lado leste de Matsuyama, regio quedepois se tornou famosa pelas suas termas, prximo da estaoKume e da estrada de ferro que aparecem no conto de Soseki

    Natsume. A rea era de cerca de 1.300 metros quadrados umgrande espao mas a casa, j quase destruda, dava umaaparncia horrvel ao terreno. Quando nos dirigamos para esseltimo lugar, a um quilmetro de distncia, um caminho que ia nossa frente chocou-se com uma bicicleta, a qual conduzia nobagageiro uma senhora idosa, que morreu instantaneamente.Paramos ali por uns trinta minutos. Vendo o acidente, o rapaz medisse:

    - Isso mau agouro. No era meu desejo que o senhorvisse esse terreno com tanto sacrifcio. Alm disso, ele no tobom assim.

    Ao que lhe respondi:

    - Sempre que vamos construir uma Igreja aparecemimpedimentos e esse acidente representa uma interferncia

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    espiritual. Por isso, esse terreno deve ser o mais apropriado.

    Analisando este ltimo, via-se que se situava num localbem mais elevado do que o outro. Alm disso, era espaoso,com uma residncia, no havendo necessidade de limp-lo, eseu preo era de apenas quatrocentos mil ienes. Alm de ter umpoo, corria por ele um fio de gua cristalina, vindo dasmontanhas, e a vizinhana pareceu-me ser de ricos agricultores.Mas no agradara ao rapaz, que dizia no haver gostado porexistir um cemitrio nas proximidades.

    Era bvio que ali estava o melhor s pelo fato de no seter que gastar para limpar o terreno. Ento, no caminho de volta,disse-lhe:

    - Esse terreno o melhor. V iniciar os negcios,imediatamente!

    Aps um ms, ele veio a Nagia. Acreditando que j havia

    iniciado as negociaes, perguntei-lhe como elas estavam indo eele me respondeu que nada fizera ainda. Disse-lhe,energicamente:

    - Telefone daqui mesmo. Agora! No ser possvelconseguir outro terreno como aquele por quatrocentos mil ienes.E com os 160 mil restantes, poder pagar as dvidas e construir aIgreja. O que voc est esperando?

    Assim, forcei-o a telefonar para decidir o negcio,concordando, ainda, em acrescentar cinqenta mil ienes paraindenizar o atual locatrio.

    Dessa maneira, construiu-se uma boa casa neste novoterreno, e, no dia de sua inaugurao, encontrei-me com o

    homem de quem o compramos. Era um empresrio queprogredira como presidente de uma dezena de indstrias, e ele

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    confessou-me no haver entendido como teve vontade de venderaquele terreno. Logo aps, ele se tornou membro e colaboroumuito, trazendo pessoas Igreja.

    Quando se descobriu que havia guas termais na regio,toda a localidade se desenvolveu como estaco termal e o jardimda casa deste empresrio se tornou um centro de sade.

    Com isso, sem que se possa precisar exatamente quando,o sentimento deste jovem ministro se transformou. Diante damudana de local e de ambiente, e da nova construo com o

    ingresso de novos membros, o seu sentimento restrito, estreito,dissipou-se. A partir da, ele conseguia ouvir opinies de terceiroscom bastante ateno e praticar, sinceramente, as orientaesrecebidas. No necessrio dizer que a sua Difuso cresceuenormemente.

    Nos dez anos que transcorreram desde o incio de suadedicao, ele no conseguira expandir suficientemente sua

    fora como responsvel de uma igreja, o que s se tornoupossvel com a sua modificao. Isso tambm o resultadoconcreto do sentimento do ministro que anseia por um ambienteonde os membros sintam facilidade de entrosamento.

    muito importante melhorar o lugar onde se centralizamas muitas prticas da f. A soma do esforo e das mudancassubseqentes fazem com que se processe uma transformao

    no ntimo de um ministro, embora ele pense estar num beco semsada.

    E eu mesmo pude constatar que existem vrias maneirasde se descobrir como induzir as pessoas a mudar.

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    CRESCER DE TAMANHO DEPOIS DE ADULTO

    Desta vez, trata-se de um episdio que aconteceu em1947, quando eu desenvolvia o trabalho de difuso na regio deShikoku. Na Igreja de Tokushima, conheci um jovem que dizia tervindo de Sanbon-Matsu, Estado de Kagawa. Tinha dezoito anos,mas a sua altura pouco passava de um metro. Pesando 25quilos, parecia um aluno do segundo ano de primeiro grau.Porm, o seu rosto revelava a idade, mostrando o adulto querealmente j era. O pai, que o acompanhava, disse:

    - Alm de ser singularmente mido de corpo, ele muitodoentio, o que me preocupa demais. Por isso, vim pensando emalcanar uma graa, de qualquer forma.

    Ministrando Johrei ao jovem, senti que o peito dele cabiainteiro na palma da minha mo. Disse-lhe que tivesse muitapacincia e viesse receber Johrei mais vezes. Nessa poca, eupercorria, de dois em dois meses, a regio de Shikoku e,

    visitando novamente a Igreja de Tokushima, soube que eleestava freqentando-a com assiduidade e recuperando, dia a dia,a sua sade. Em certa ocasio, quando me dirigia de Takamatsupara Tokushima, encontrei-me com ele dentro do trem. Comexpresso sria, perguntou-me:

    - Sinto que, gradualmente, minhas condies fsicas estomelhorando, mas ser que ainda poderei vir a gozar de uma

    sade perfeita?

    Respondi-lhe que isso dependia somente dele. Disse-lhe:

    - Na realidade, est recuperando sua sade, e vocmesmo est sentindo isso, no ? Basta que continue recebendoJohrei e mantenha a f. Se, nesse meio tempo, voc tiver uma

    purificao, no se precipite. No seu caso, no sei precisar deque maneira ela poder acontecer, mas acredite que, atravs

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    disso, voc est melhorando. Tenha f no Johrei.

    Falei-lhe, ainda, sobre como ter verdadeira pacincia. Eleme perguntou:

    - Meu corpo assim pequeno. Ser que recebendo Johreipoderei, por pouco que seja, me igualar aos outros?

    Creio que esta era a sua maior preocupao.

    O pai, que estava junto, tambm expunha seus

    sentimentos, dizendo:

    - Tenho ouvido que ocorreram casos de cura de doenasem que j no havia esperana. Ser que meu filho tambmpoder receber graa semelhante?

    Respondi-lhe:

    - verdade, sim. H inmeros milagres com os quais ateu me surpreendo. Tenho constatado a importncia, a grandezaque a fora do Johrei. At hoje acompanhei muitos doentes,mas esta a primeira vez que me deparo com um caso como odo seu filho e no posso dizer que seu pequeno corpo venha acrescer. Mas a recuperao de sua sade um fato inegvel.Portanto, procure ter tanta esperana no Johrei, de maneira tofirme que at Deus se surpreenda. O resto ter de deixar nas

    mos dEle. A partir, da, nascer a verdadeira f e uma vidamais objetiva.

    Depois disso, toda vez que me encontrava com eles,apoiava e encorajava-os a no desanimarem. O rapaz continuourecebendo Johrei fervorosamente, e seu corpo doentio, apsalguns anos, ganhou uma sade invejvel. Quando completou 28

    anos, sua altura havia aumentado para um metro e meio e opeso para cerca de 50 quilos. Ele se casou com uma moa, que

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    a prpria imagem da sade - bonita e mais alta do que ele - etiveram vrios filhos. Continuou o trabalho da famlia, aagricultura, e, constituindo um lar, vive feliz at hoje. Ao ver suafigura e sua postura, no posso deixar de sentir a importncia dese ter f no Johrei.

    Conseqentemente, conclumos que o seudesenvolvimento fsico fora parcial devido s toxinas deremdios. No nos possvel precisar qual o medicamento quecausou isso, mas pode-se dizer que, atravs da purificaoproduzida pelo Johrei, o seu cr