cÉlulas-tronco e suas possÍveis aplicaÇÕes · o interesse dos alunos sobre o tema acabou ......

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CÉLULAS-TRONCO E SUAS POSSÍVEIS APLICAÇÕES: estudo sobre a pesquisa dos alunos para elaboração do conhecimento.

Autor: José Marcos Cardieri Cação

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Orientador: Prof.Dr. Álvaro Lorencini Junior2

Resumo

O estudo das células-tronco tem aberto várias discussões sobre suas possibilidades de aplicações e sobre quando se inicia a vida. É um assunto ainda controverso e que requer um maior aprofundamento. Os livros didáticos adotados na Rede Estadual de Ensino tratam de modo insatisfatório o assunto. Devido a essa carência nos conteúdos, foi realizado um trabalho de atualização sobre as células-tronco e suas possíveis aplicações, com os alunos do terceiro ano do ensino médio do Colégio Padre Wistremundo R. P. Garcia, Londrina (PR). Os alunos foram divididos em grupos e cada grupo desenvolveu um dos temas propostos referentes ao assunto: células-tronco. Após a distribuição dos temas foi realizado pesquisas em livros, revistas, jornais e artigos retirados da internet. Em seguida, foi feita a apresentação do conteúdo pesquisado na forma de seminário e para finalizar, a entrega de relatórios, que foram utilizadas para elaborar o trabalho final. O interesse dos alunos sobre o tema acabou sendo maior do que o esperado e o resultado final foi uma atualização com dados e discussões que levou a uma visão mais crítica por parte dos alunos e a uma visão mais abrangente por parte do professor, no se refere à utilização de atividade de pesquisa em sala de aula. Nos questionamentos realizados após a apresentação dos seminários, o ponto que provocou maior polêmica foi sobre quando se inicia a vida, devido principalmente a influência religiosa de cada um dos alunos. Palavras-chave: ensino de biologia, células-tronco; pesquisa em sala de aula. 1 Especialização em Gestão Escolar, Supervisão e Orientação Educacional, Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas, Col. Est. Pe Wistremundo R.P. Garcia.

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2 Doutorado e Mestrado em Educação, Bacharelado e Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Professor de Didática das Ciências Naturais da Universidade Estadual de Londrina e do Programa de Pós-Graduação: Mestrado e Doutorado em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEL.

1 Introdução

Analisando os três livros didáticos mais adotados para o ensino médio da

disciplina de Biologia (Biologia, volume 3 dos autores: José Mariano Amabis e Gilberto

R. Martho da Editora Moderna, 2004; Biologia, volume único dos autores: Sonia Lopes

e Sérgio Rosso da Editora Saraiva, 2006; Biologia, volume 3 do autor Wilson Roberto

Paulino da Editora Ática e Biologia,Livro Didático Público, Cecília H. V. Dos Santos, et

al, Editora do Estado, 2007), nas escolas da Rede Estadual de Ensino do Núcleo

Regional de Londrina, foi possível observar a deficiência na apresentação dos

conteúdos relativos as novas tecnologias do DNA, como a clonagem, terapia e vacinas

gênicas, triagem populacional, recuperação de espécies em extinção e das células-

tronco. A proposta deste trabalho é a atualização do tema células-tronco. A deficiência

na abordagem deste tema vem desde a ausência de conteúdos atualizados, como

também a forma de descrição e apresentação das ilustrações (figuras, fotos, modelos)

que em alguns livros aparecem como cortes de estruturas, ou modelos em perspectivas

sem situar o leitor se é estrutura original fotografada, ou se é uma analogia da estrutura

presente nos organismos, comprometendo a compreensão pelos alunos. Perante essa

dificuldade de entender os textos e figuras por parte dos alunos, foi realizada uma

complementação deste conteúdo. A importância da atualização dos dados referentes às

células-tronco e suas possíveis aplicações é despertar o interesse do aluno pelo

conteúdo e facilitar a sua compreensão, permitindo que acompanhe as novas

descobertas e entenda o que está ocorrendo e não ser apenas um espectador.

Para a melhor compreensão do conteúdo células-tronco, inicialmente foi

realizada a fundamentação teórica da Genética Clássica, desde Gregor Mendel, até os

dias atuais e também da Genética Molecular, a partir da década de 50.

A partir da fundamentação teórica da Genética, foi ministrado aos alunos as

noções básicas da Citologia e os conceitos necessários para a compreensão do

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conteúdo células-tronco. A atualização foi realizada com a participação direta dos

alunos, que foram divididos em grupo e realizaram a pesquisa dos cinco temas

propostas relativos às células-tronco. Após a pesquisa, foi realizada uma apresentação

em sala de aula, na forma de seminário e entregue um relatório que fundamentou a

atualização do tema e também expressou a opinião dos alunos.

2 Objetivo

Esse trabalho teve o objetivo principal realizar a atualização sobre o conteúdo

células-tronco devido à defasagem encontrada nos atuais livros didáticos.

Dentro dos objetivos propostos, o aluno deverá aprender a realizar uma pesquisa

científica nos meios de comunicação escrito e digital, pesquisando em livros, revistas,

jornais e internet. A apresentação do conteúdo pesquisado deverá ser em forma de

seminário e com a utilização do recurso didático da TV pen drive. Os relatórios deverão

estar dentro das normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas).

Ao final do trabalho o aluno deverá ter o conhecimento da importância das

células-tronco, sua classificação, discussões éticas e religiosas, leis que as norteiam e

possíveis futuras aplicações.

3 Procedimentos da investigação

Quando foi realizado o planejamento do conteúdo células-tronco para serem

ministrados aos alunos, foi observado a necessidade de realizar uma pesquisa e

atualização do tema em função da defasagem encontrada no livro didático adotado na

escola. Ao pesquisar em outros livros didáticos, foi encontrado o mesmo problema.

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Ao conversar com os professores da área, eles alegaram que esse conteúdo

deveria ser mais aprofundado nos livros didáticos e que a abordagem, quando existia,

era muito superficial.

A partir dessa pesquisa inicial, foi iniciada a conversar com os alunos e foi

observado um grande interesse por parte deles em ter um maior conhecimento sobre o

assunto, pois ao falar sobre o tema, as perguntas e questionamentos surgiam de todas

as formas, mas sem um conhecimento fundamentado.

Com a possibilidade de realizar o PDE (Programa de Desenvolvimento da Educação)

propus o desenvolvimento desse tema, pois será de grande utilidade para os

professores quando for ministrá-lo em suas aulas.

4 Apresentação

O trabalho sobre células-tronco e suas possíveis aplicações foi realizado no

Colégio Estadual Padre Wistremundo R. P. Garcia, na cidade de Londrina-PR, com os

alunos do 3º ano, turma A do período matutino e da turma B, do período noturno do

Ensino Médio.

Inicialmente foi realizada a proposta do trabalho para as duas turmas e um pré-

teste para identificar o conhecimento dos alunos sobre o assunto. Após essa exposição,

os alunos foram divididos em cinco grupos e realizado um sorteio dos cinco temas

propostos sobre as células-tronco que cada grupo iria desenvolver.

1- O que são células-tronco e como podem ser classificadas?

2- Como as células-tronco podem ser obtidas? Células-tronco diferenciadas podem

voltar a serem embrionárias?

3- Existem leis que normatizam as pesquisas com células-tronco no Brasil? E no

mundo, essas pesquisas são liberadas?

4- Quais são as doenças que os cientistas mais têm esperança de cura com o

tratamento das células-tronco?

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5- Pesquisa sobre as questões éticas que envolvem as células-tronco e discuta as

diversas opiniões que envolvem esse assunto dentro da sociedade?

O primeiro grupo teve quinze dias para pesquisar o tema em livros, jornais,

revistas, internet, etc, e apresentá-lo na forma de seminário com atualização do recurso

didático da TV pen drivre, em sala de aula e mais quinze dias para a entrega do

relatório, dentro das normas da ABNT. Esse prazo para a entrega dos relatórios foi

necessário para que os alunos tivessem o tempo necessário para as correções e/ou

complementação do conteúdo proposto. No relatório, também foram respondidas as

perguntas abaixo:

1- Os trabalhos desenvolvidos pelo grupo nas pesquisas, relatório e em sala de aula

foram úteis para melhorar o seu conhecimento sobre células-tronco.

2- A partir dos conhecimentos adquiridos durante o estudo das células-tronco, vocês

acham que a evolução desse conhecimento pode levar uma nova revolução no

tratamento de doenças?

3- Analisando a obtenção das células-tronco pelo ponto de vista ético, qual é a posição

do grupo em relação à produção de embriões para obtenção de células-tronco

embrionárias?

Os demais grupos foram apresentando os seus seminários nas aulas

subsequentes e tiveram o mesmo tempo para a entrega dos relatórios. Ao término da

apresentação dos seminários, foi destinado quinze minutos para a discussão e

posicionamento dos alunos sobre o tema apresentado, o qual acabou por ser pouco,

pois o interesse dos alunos acabou superando as expectativas iniciais.

Ao final dos seminários, um representante de cada grupo se reuniu para

finalizarem o trabalho com um relatório único com todos os temas propostos e um

resumo das perguntas.

A aplicação do trabalho foi finalizada com uma prova, que tinha as seguintes

questões:

1- Responda de acordo com a questão que pesquisou e apresentou em sala de aula.

Quais são os pontos que mais chamou sua atenção? Escolha uma das questões mais

chamou sua atenção e descreva.

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Obs.: Não esqueça de colocar a pergunta que pesquisou.

2- Descreva resumidamente o que mais chamou a sua atenção sobre o que foi

discutido em sala de aula sobre as células-tronco.

A avaliação foi realizada nas diversas fases:

Pesquisa do conteúdo proposto, valor 1,0 ponto. .

Apresentação do seminário, valor 1,0.

Entrega dos relatórios e das perguntas, valor 1,0.

Entrega do relatório final, valor 3,0.

Prova, valor 4,0

5 Análise e Discussão

Inicialmente foi realizada com os alunos uma revisão sobre a estrutura da

molécula do DNA e a função das enzimas de restrição. Na primeira apresentação, os

alunos destacaram a importância que envolve as novas descobertas dentro da biologia

molecular, e que permitiu o desenvolvimento de novas tecnologias utilizando células-

tronco embrionárias. Este assunto vem despertando grande polêmica e discussões

principalmente em relação às células embrionárias. O estudo com esse tipo de célula

teve início em 1968, quando foi realizado o primeiro transplante de medula óssea no

mundo. Na realidade quando se fala em transplante de medula óssea, estamos falando

em transplante de células-tronco (PRANXE, 2010). Os alunos não tinham o

conhecimento de que na medula óssea são encontradas células-tronco e também da

forma como é realizado esse tipo de transplante. Somente vinte anos depois foi

realizado o primeiro transplante de células-tronco originárias de sangue de cordão

umbilical, em Saint Louis, na França. Foi somente em 1990 que se confirmou a

existência de células-tronco embrionárias em humanos e começou o estudo de sua

aplicação na cura de diversas doenças.

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Os alunos através de diversas fontes, como internet, jornais, revistas e livros

didáticos relataram que as primeiras pesquisas com células-tronco utilizando células

embrionárias humanas foram publicado em 1998 pela equipe do Prof. James Thomson,

da Universidade de Wisconsin/EUA. Neste mesmo ano, a equipe do Prof. John D.

Gearhart, da Universidade Johns Hopkins, realizou pesquisas com células-tronco fetais

humanas (GOLDIM, 2006).

A classificação mais atualizada sobre células-tronco que os alunos encontraram

foi no trabalho de Zatz (2011), que as coloca em quatro grupos, que são:

As células-tronco totipotentes ou embrionárias, que são obtidas de embriões com

3 a 4 dias de vida. Essas células podem dar origem aos 216 tecidos que formam o

corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários.

As células-tronco pluripotentes ou multipotentes, são retiradas de embriões com

32 a 64 células e podem dar origem a todos os tecidos humanos, excluindo a placenta

e anexos embrionários.

As células-tronco oligopotentes, que podem ser encontradas em diversos

tecidos, com no trato intestinal, se diferenciam em poucos tecidos.

As células-tronco unipotentes, que só conseguem diferenciar-se em um único

tipo de tecido, ou seja, o tecido a que pertencem. Em linhas gerais, podemos dizer que,

quanto mais primitiva na linha de desenvolvimento embrionário, maior é o potencial de

diferenciação de uma célula-tronco.

O interessante é que as células-tronco são como verdadeiros "curingas" no

organismo, porque conseguem realizar o reparo de uma lesão em qualquer tecido. As

células-tronco da medula óssea, por exemplo, regeneraram o sangue, porque as

células sanguíneas se renovam constantemente (WATSON, 2009).

Durante a apresentação dos seminários, os alunos também colocaram que além

dos embriões, as células-tronco embrionárias podem ser obtidas por Clonagem

Terapêutica, que é uma técnica de manipulação genética que produz embriões a partir

da transferência do núcleo da célula já diferenciada, de um adulto ou de um embrião,

para um óvulo sem núcleo. A partir da fusão inicia-se o processo de divisão celular e

assim podem-se obter as células-tronco para diferenciação in vitro dos tecidos que se

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pretende produzir. Nesta fase ainda não existe nenhuma diferenciação dos tecidos ou

órgãos que formam o corpo humano e por isso podem ser induzidas para a terapia

celular (PEREIRA, 2002).

Nas discussões sobre a Clonagem Terapêutica, vários alunos lembraram da

ovelha Dolly e citaram como exemplo. Na caso da Dolly, temos a Clonagem

Reprodutiva, onde a técnica para formar os embriões é igual a Clonagem Terapêutica,

a diferença é que os embriões formados, são colocados no útero para se

desenvolverem. Através de discussões e perguntas os alunos observaram que a

principal vantagem da Clonagem Terapêutica é a produção de células pluripotentes,

potencialmente capazes de produzir qualquer tecido em laboratório, o que poderá

permitir o tratamento de doenças cardíacas, doença de Alzheimer, Parkinson, câncer,

além da reconstituição de medula óssea, de tecidos queimados ou tecidos destruídos,

etc, sem o risco da rejeição, caso o doador seja o próprio beneficiado com a técnica.

Mas a principal limitação é que no caso de doenças genéticas, o doador não pode ser a

própria pessoa porque todas as suas células têm o mesmo defeito genético (ZATZ,

2011).

Também foi discutido entre os alunos que as células-tronco adultas podem ser

encontradas em células do coração, cérebro, medula óssea, pulmões e outros órgãos.

Elas são nossos kits de reparos embutidos, regenerando células danificadas por

doenças, ferimentos e desgaste diário. As células-tronco adultas já foram vistas como

sendo mais limitadas, apenas desenvolvendo os mesmos tecidos de onde se

originavam (NERI, 2004, p. 59). Atualmente novas pesquisas sugerem que células-

tronco adultas podem ter o potencial de gerar outros tipos de células, também. Por

exemplo, células hepáticas podem ser atraídas a produzir insulina, que é normalmente

produzida no pâncreas. Esta capacidade é conhecida como plasticidade ou

transdiferenciação. As células-tronco extraídas do cordão umbilical e placenta, são

consideradas adultas, pois já são limitadas para sofrerem diferenciação (WATSON,

2009).

Através de várias pesquisas realizadas os alunos relataram que nos anos oitenta

identificou-se o sangue do cordão umbilical e da placenta dos recém-natos como uma

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fonte rica em células-tronco pluripotentes e, portanto, com um potencial extraordinário

no tratamento de numerosas doenças á partir da reposição celular. Isso acabou criando

nos dias atuais um número crescente de instituições que armazenam o sangue do

cordão umbilical em ambientes apropriados, constituindo os Bancos de Sangue de

cordão umbilical. O material pode representar uma grande fonte de células-tronco para

o tratamento das leucemias e de outras doenças letais ou incapacitantes (SOUZA;

ELIAS, 2005).

Durante o debate e discussão realizada em sala de aula com os alunos foi

colocado que as células-tronco mais bem conhecidas são as do tecido hematopoiético.

Os transplantes de medula óssea para o tratamento de diversas doenças

hematológicas é atualmente a única terapia celular conhecida e de eficácia comprovada

(SOUZA ; ELIAS, 2005).

Na apresentação de seminários que os alunos realizaram foi colocado que

ainda constitui um mistério para os cientistas a ordem ou comando que determina no

embrião humano que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em determinado

tecido específico, como fígado, osso, sangue etc. Porém em laboratório, existem

substâncias ou fatores de diferenciação que quando são colocadas em culturas de

células-tronco in vitro, determinam que elas se diferenciem no tecido esperado (ZATZ,

2011). Esse assunto despertou grande interesse por parte dos alunos e para facilitar o

entendimento, comparei os comandos gênicos a um teclado de computador, onde cada

tecla aciona uma função e que no DNA, são substâncias químicas que determinam qual

gene vai ser ativado.

Um dos maiores questionamentos que foram feitos durante os seminários, foi se

as células-tronco seriam a cura para todas as doenças, pois observaram essa

colocação em vários materiais consultados. Isso não é verdade, vários médicos

advertem que estão sendo criadas muitas expectativas a respeito. A cura de todas as

doenças não existe, por isso é totalmente inadequado aumentar as esperanças de

enfermos e familiares dizendo-lhes que se fosse permitida a manipulação de embriões,

se curariam muitas enfermidades, coisa que pode ser totalmente falsa (TUDO, 2011).

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Os alunos observaram durante os estudos realizados que o uso das células-

tronco para a terapia gênica ainda requer muitos estudos, pois no artigo de

CARVALHO, 2004 ele coloca que apesar de poder crescer em quantidade ilimitada em

laboratório, não ha estudos suficientes para saber se as células embrionárias podem

ser rejeitadas pelo sistema imunológico do paciente quando transplantadas, podendo

inclusive gerar tumores. Como as células-tronco adultas oferecem a possibilidade de

ser retiradas do próprio paciente, evita-se o risco de rejeição. No entanto, ainda há

dúvidas sobre sua capacidade de transformação em outras células. Além disso, sua

produção em laboratório na quantidade necessária é mais difícil.

Além do uso para a cura de doenças, quando os cientistas conseguirem

aprender como dirigir células-tronco para se diferenciarem em tipos de células ou

tecidos, eles podem usá-las para testar novos medicamentos para segurança e efeito.

Uma medicação poderia ser testada num tipo específico de célula para medir sua

resposta mais rapidamente que qualquer teste clínico.

Os alunos selecionaram alguns exemplos descritos abaixo, os quais acharam

mais interessantes sobre as possíveis aplicações das células-tronco: 1- As células-

tronco poderão um dia ser usadas para reparar células cerebrais em pacientes com

doença de Parkinson. Os pacientes com Parkinson têm falta das células que produzem

transmissores químicos chamados de dopamina. Em estudos, os pesquisadores

injetaram células-tronco embrionárias de roedor no cérebro de ratos com doença de

Parkinson. As células-tronco geraram células nervosas produtoras de dopamina,

melhorando a condição do rato. Os cientistas esperam que um dia possam replicar com

sucesso em pacientes humanos. 2- Outra linha de pesquisa é feita com células da

epiderme. Na epiderme do indivíduo adulto as células-tronco se localizam na camada

basal, que é a camada celular mais interna, em contato com a lâmina basal. Quando

por algum motivo ocorre um ferimento na epiderme, as células epidérmicas saudáveis

migram e proliferam para cobrir a área descoberta, através de divisão das células-

tronco. Provavelmente, um dos fatores que determinam se uma célula-filha se

diferenciará ou se manterá como célula-tronco é a perda, ou não, do contato com a

lâmina basal ou com o tecido conjuntivo exposto na ferida. Aquelas células que perdem

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o contato, se diferenciam e aquelas que o mantém, permanece com o potencial de

célula-tronco (ZERBO, 2011). Nesse momento, alguns alunos relacionaram a

capacidade de regeneração da pele com de outros animais, como a estrela-do-mar.

Expliquei que a capacidade de regeneração nos animais e inversamente proporcional a

diferenciação das células, quanto mais tecidos diferentes o indivíduo possui, menor é

sua capacidade de regeneração. 3- As células nervosas depois de diferenciadas não

são substituídas durante a vida adulta dos indivíduos. Esse ainda é o conceito mais

aceito. Mais, pesquisas recentes indicam que existem células presentes no epitélio de

revestimento das cavidades do sistema nervoso (células ependimais), mais

especificamente, células isoladas da zona ventricular do cérebro de adulto, que têm a

capacidade de gerar novos neurônios e célula gliais (astrócitos e oligodendrócitos),

podendo ser consideradas células-tronco neurais multipotentes (ZERBO, 2011). O

quarto exemplo que despertou o interesse dos alunos foi à utilização de células-tronco

como um meio de substituir as células produtoras de insulina do pâncreas que são

destruídas pelo próprio sistema imunitário dos pacientes. Nos dias atuais, isso parece

ser possível. No Canadá, foi desenvolvido um interessante protocolo de transplantes de

células das ilhotas de Langerhans, que produzem insulina. Esse protocolo está em

testes em vários centros mundiais e constitui uma grande evolução, quando comparado

com o transplante de todo o pâncreas. Ainda assim, a terapia anti-rejeição é obrigatória.

Durante a discussão em sala de aula os alunos despertaram interesse sobre a

possível utilização de células-tronco para obter o equivalente a uma vacina genética

para combater o HIV. O debate entre os alunos sobre esse tema foi mais extenso do

que o esperado. Alguns alunos já haviam lido manchetes que se referiam a uma vacina

contra o HIV, o que ainda não foi possível ser obtido, o que existe são trabalhos iniciais

realizados por KITCHEN (2010). Estudando o citotóxico CD8 dos linfócitos T – o

“matador” do sistema imunológico, que ajuda a combater as infecções – de um

indivíduo infectado com o HIV, identificou a molécula conhecida como receptora de

linfócitos T, que os guiam para reconhecer e matar as células infectadas. Essas células

boas, mesmo que aptas a destruir as infectadas pelo HIV, não existem em quantidades

suficientes para eliminar completamente o vírus do corpo. Então, clonaram o receptor e

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geneticamente criaram células-tronco originárias do sangue humano, depois colocaram

as células-tronco em um timo humano que tinha sido implantado em ratos, permitindo

estudar a reação em um organismo vivo (KITCHEN, 2010).

Sempre que surge o tema HIV, o interesse dos alunos é aguçado e sempre é

feita a mesma pergunta: Por que não existe uma vacina ou remédio para curar os

indivíduos portadores dessa síndrome doença? Foi então explicado que esse vírus

sofre constantes alterações (mutações) o que dificulta o nosso sistema imunológico a

produzir anticorpos específicos para combatê-los e também a produção de vacina e

drogas para destruí-lo, pois ele vive dentro das nossas células, é um parasita

intracelular.

Quando citado que no Brasil já esta funcionando o primeiro Laboratório Nacional

de Células-Tronco Embrionárias na Universidade Federal do Rio de Janeiro e que

marca um avanço na medicina do país, os alunos ficaram entusiasmados e

comentaram que é importante o país não ficar novamente atrás nas pesquisas, como

ocorre na maioria das vezes. O objetivo desse Laboratório é distribuir linhagens dessas

células para dezenas de centros de pesquisa de todo o país. O estudo das células-

tronco é esperança para a medicina do futuro. A técnica pode ajudar a reconstruir a

dinâmica de doenças humanas em laboratório e servir como plataforma para teste de

novas drogas. Hoje, mais de 300 doenças estão em fase final de testes, com resultados

surpreendentemente positivos. Em breve a ciência pretende reconstituir órgãos inteiros,

não dependendo mais de transplante (Centro de Criogenia Brasil).

A pesquisa com embriões humanos se desenvolveu nas décadas de 1960 e

1970 com o objetivo de disponibilizar técnicas de reprodução assistida. Esta pesquisa

envolve conceitos humanos até a oitava semana de desenvolvimento. No relatório

Warnock, publicado em 1984 no Reino Unido para esclarecer as questões sobre

reprodução e embriologia, existe a proposição de que podem ser feitas pesquisas sem

restrição até o 14º dia, desde que os pré-embriões utilizados sejam destruídos ao final

do experimento. Esta proposta contraria todas as normas e diretrizes de pesquisa em

seres humanos, desde o Código de Nuremberg, que propõem o impedimento de

experimentos cujo desfecho possível seja a morte (GOLDIM, 2008).

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Porém, essa idéia esbarra na oposição de setores religiosos e grupos anti-aborto

que consideram que a vida começa no momento da concepção, assunto o qual gerou

muita discussão entre os alunos, pois vai de encontro com as diferentes formações

religiosas. Dois grupos distintos se formaram: os que apoiam e os que condenam a

utilização de embriões ou a clonagem terapêutica. Alguns alunos foram mais além na

discussão principalmente por não saberem que lado ficarem em relação à utilização das

células-tronco. Alunos mais interessados no assunto colocaram as suas posições, onde

leigos e especialistas de todas as áreas concordam que a ciência está a serviço da

população, principalmente quando se trata de pesquisas para a descoberta da cura de

doenças que afetam milhares de pessoas. É do interesse da maioria que as

promissoras pesquisas envolvendo células-tronco são importantes e devem continuar,

porém , quando se discute a origem, de onde as células-tronco serão retiradas, não só

a maioria, mas a autonomia dos cientistas desaparece e as pesquisas não avançam.

Os alunos demonstraram uma grande influência de fatores morais quando da

produção de embriões especificamente para fins de pesquisa. Mesmo os alunos que se

demonstraram a favor do uso de células-tronco embrionárias, negaram esta questão.

Esse fato se dá provavelmente pela cultura religiosa da população brasileira que

defende a ética da vida. A moral religiosa, principalmente a católica, sempre tem

defendido com força o valor da vida humana, especialmente porque “a vida é um dom

recebido de Deus, a quem unicamente pertence; atentar contra a vida humana.”

A controvérsia sobre quando começa a vida também afetou as decisões sobre a

liberação das pesquisas com células-tronco no Brasil. Mas em 29 de maio de 2008, o

Superior Tribunal Federal aprovou as pesquisas com células-tronco embrionárias,

transformando o Brasil no primeiro país da América Latina e o 26º no mundo a permitir

esse tipo de pesquisa.

No Brasil, o artigo 5º da Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105, de 24 de março de

2005) libera no país a pesquisa com células-tronco de embriões obtidos por fertilização

in vitro e congelados há mais de três anos (BRASIL, 2010).

Art. 5

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É permitida, para fins de pesquisa e terapia,

a utilização de células-tronco embrionárias

obtidas de embriões humanos produzidos por

fertilização in vitro e não utilizados no respectivo

procedimento, atendidas as seguintes condições:

I- sejam embriões inviáveis; ou

II- sejam embriões congelados há 3 (três) anos

ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que,

já congelados na data a publicação desta Lei,

depois de completarem 3 (três) anos, contados a

partir da data de congelamento. .

§1º Em qualquer caso, é necessário o

consentimento dos genitores .

§2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde

que realizem pesquisas ou terapia com

células-tronco embrionárias humanas deverão

submeter seus projetos à apreciação e aprovação

dos respectivos comitês de ética em pesquisa.

Art. 6

Fica proibido:

[...]

IV- clonagem humana.

Atualmente, esses embriões são descartados após quatro anos de

congelamento, mas os pais devem autorizar expressamente seu uso para efeito de

pesquisa. Quando a lei foi aprovada, considerou-se um avanço - ao menos perto do

que se tinha para a pesquisa com células-tronco no país. A Lei de Biossegurança de

1995 proibia pesquisas com embriões.

Pela atual lei de biossegurança, apenas os embriões congelados há mais de três

anos e os inviáveis para implantação podem ser utilizados em pesquisas. Existe muito

desentendimento e desinformação sobre o assunto. A proposta é usar esses embriões

que sobram nas clínicas de fertilização e vão para o lixo. São embriões malformados

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que não teriam capacidade de gerar uma vida se fossem implantados no útero (ZATZ,

2011).

Além disso, a mesma lei diz que os institutos de pesquisa e serviços de saúde

não têm autonomia sobre suas pesquisas com células-tronco embrionárias. Para

realizar pesquisas ou terapias com células-tronco embrionárias humanas eles devem

submeter seus trabalhos para análise e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e à

Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (BRAUNER, 2008, p.186).

As questões éticas que envolvem a pesquisa em embriões têm um ponto em

comum: o estabelecimento de quando começa a vida de uma pessoa. Diferentes

posições têm sido defendidas. A Igreja Católica Romana tem defendido a sua posição,

igualmente aceita por muitos cientistas e filósofos não vinculados a ela, de que a vida

de uma pessoa tem início na fecundação.

Observou-se durante o desenvolvimento deste trabalho com os alunos que a

cultura e a religião, estão muito presente na população brasileira. Isto foi verificado

quando os alunos afirmaram que estes fatores são os pilares da sociedade e precisam

estar presentes nas discussões sobre embriões humanos congelados. Mas por outro

lado controvérsias são geradas. Expressaram que estes valores contribuem

negativamente para o sucesso das pesquisas com células-tronco. Mas sempre ficou

uma grande dúvida presente na maioria das discussões e opiniões em situações de

valorizar o avanço da ciência, mesmo perdendo valores morais consagrados pela

sociedade.

O potencial de aplicações médicas desta nova fronteira de conhecimento tem

sido utilizado como justificativa moral para esta prática. Os que defendem a realização

de pesquisas com células-tronco embrionárias humanas utilizam o raciocínio moral de

que um bem social, que será útil para muitas pessoas que sofrem de doenças hoje

incuráveis, se sobrepõe ao de um indivíduo.

Com a Lei de Biossegurança incluindo, de forma extemporânea, a questão da

pesquisa em embriões, este tema assumiu uma falsa dimensão de disputa entre

Ciência e Religião. Divulgaram que todas as pessoas favoráveis à Ciência, eram

favoráveis à utilização de embriões e as que eram contrárias ao proposto no artigo 5º

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da Lei de Biossegurança são consideradas como porta vozes de pensamentos

religiosos anticientíficos, que impedem as pesquisas que levarão a cura de doenças

atualmente incuráveis (GOLDIM, 2008).

O Conselho Nacional de Saúde recentemente se manifestou de forma favorável

à realização das pesquisas utilizando embriões congelados. Estas pesquisas, que são

realizadas em seres humanos, implicam obrigatoriamente na sua destruição. A

Resolução 196/96 estabelece que os seres humanos vulneráveis devem ser protegidos

e deve ser dada garantia de que os danos previsíveis serão evitados. (GOLDIM, 2008).

O Prof. Paul Berg, criador da técnica do DNA recombinante e propositor da

moratória de pesquisas de Asilomar, única que efetivamente teve seu resultado

atingido, defende a idéia de que os embriões congelados e não utilizados para fins

reprodutivos, quando atingirem o limite de sua validade de uso legal devem servir como

material para pesquisas. Esta posição, de que o bem da sociedade pode estar acima do

individual já havia sido proposta por Charles Nicolle, que foi diretor do Instituto Pasteur,

na Tunísia. Uma citação utilizada por Tereza R. Vieira exemplifica esta posição:

A consciência humana, as leis, a humanidade, a consciência dos

médicos condenam a experimentação no homem, mas ... ela é

sempre feita, se faz e se fará por ser indispensável ao progresso

da ciência médica para o bem da humanidade.

O impedimento de utilizar embriões neste tipo de pesquisa não inviabiliza a

investigação do uso de células-tronco para fins terapêuticos. As células-tronco podem

ser obtidas de outras fontes que não embriões. Em experimentos animais já foi possível

obter células diferenciadas de fígado. Estas pesquisas também podem ser realizadas

com células obtidas a partir da medula óssea humana ou de células de cordão

umbilical. O argumento utilizado é que as células embrionárias são mais promissoras.

(GOLDIM, 2008)

Em relação à opinião dos alunos houve grande variedade de respostas, porém

estas tenderam a não aceitar uma lei para esta condição. A primeira razão seria pela

complexidade em se estipular o início da vida. Consideram, em sua maioria, que este é

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um conceito muito pessoal e que depende de vários fatores, gerando, portanto, muito

conflito. Seria impossível, conceitualmente, chegar a um consenso e ser estabelecer

uma opinião.

Os alunos se posicionarem em relação as questões que são colocadas como

fundamentais quando se discuti as células-tronco.

Algumas questões que precisam ser discutidas e respondidas:

É adequado utilizar embriões produzidos para fins reprodutivos e não utilizados, cujos

prazos legais de utilização foram ultrapassados, para gerar células-tronco

embrionárias?

Em torno de 80% dos alunos se posicionaram a favor da utilização das células-

tronco quando não são utilizadas. Mas, 20% não concordam com a utilização dos

embriões em nenhuma condição. Quando questionados sobre o porque desse

posicionamento, alegaram convicções religiosas.

É aceitável produzir embriões humanos sem finalidade reprodutiva apenas produzir

células-tronco?

O posicionamento dos alunos foi bem diferente quando questionados sobre a

formação de embriões apenas com a finalidade de obtenção de células-tronco. A

maioria, 65% não concordaram, 25% foram a favor e 10% não tinham uma posição

definida.

A justificativa da necessidade de desenvolver novas terapêuticas está acima da vida

dos embriões produzidos para este fim?

Os alunos não aceitaram esse argumento, alegando que a vida esta acima das

pesquisas mais torcem para que os pesquisadores achem outra forma de continuar

seus trabalhos, porque acham importante.

Por que não incentivar as pesquisas utilizando células-tronco obtidas de outras formas,

que também tem demonstrado bom potencial?

Todos os alunos concordaram que para evitar tanta polêmica com o uso dos

embriões, o mais correto seria aprofundar os estudos com outras células, que não as

embrionárias. Mais 10% dos alunos questionaram se esse procedimento não iria

dificultar as descobertas da cura de doenças.

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É aceitável a utilização de óvulos não humanos para servirem substrato biológico para

pesquisas em células-tronco humanas, desconhecendo-se os riscos envolvidos neste

tipo de procedimento?

A maioria dos alunos (90%) foi contrária a essa proposta, apenas 10% acharam que a

tentativa seria válida, mais com restrições, por causa dos possíveis riscos.

É justo criar um clima de expectativa para pacientes e familiares de pacientes sobre a

possibilidade de uso terapêutico de células que sequer foram testadas em

experimentos básicos?

Os alunos não concordaram, mais ao mesmo tempo torcem para que as

expectativas se tornem realidade, pois muitos alegaram terem doentes na família ou

conhecerem pessoas que gostam muito com sérios problemas de saúde.

Considerações finais

No pré-teste realizado, os alunos demonstraram ter o conhecimento básico dos

processos de divisão celular e da embriologia, foi realizada uma revisão apenas para

reforçar as fases que compõe cada um dos processos.

Durante o desenvolvimento do tema células-tronco e suas possíveis aplicações,

devido ao grande número de exemplo que os alunos optaram por citar nos seus

trabalhos, vários questionamentos foram realizados, como: o que são as ilhotas de

Langerhans, como os genes funcionam, o que é transdiferenciação, o que é clonagem

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terapêutica, como são feitos os teste para novos medicamentos, o porque do HIV ainda

não ter cura, o que são doenças genéticas, entre outros. O esclarecimento das dúvidas

acabou por tomar um tempo maior que o previsto inicialmente.

Em relação às perguntas realizadas após o término dos seminários, 100% dos

alunos concordaram que as pesquisas, os seminários e os relatórios esclareceram suas

dúvidas sobre as células-tronco e que o avanço no conhecimento desta área deverá

trazer uma nova revolução no tratamento das doenças, principalmente as genéticas.

Quando responderam sobre sua posição em relação a obtenção das células-tronco a

partir de embriões, 20% dos alunos não concordaram, pois acham que estaria

sacrificando uma vida ao se produzir embriões com esta finalidade. Questionados sobre

esta postura, a maioria alegou acreditar em Deus e que sua crença religiosa

determinava que a vida começa a partir do momento da fecundação e que deveria sim

continuar as pesquisas com as células-tronco, mas não com células embrionárias, e sim

com células adultas, mesmo que esse procedimento seja mais demorado.

A análise da retenção pelos alunos do conteúdo proposto foi realizada pelas

seguintes atividades avaliativas: pesquisa, apresentação de seminário, apresentação

dos relatórios e uma prova. A média das avaliações de todos os alunos foi de 8,4, A

qual achei razoável perante o tempo que foi utilizado para aplicação do conteúdo.

A maior dificuldade encontrada foi no tempo, que acabou sempre pouco diante

das várias intervenções que foram feitas para esclarecer as dúvidas apresentadas

pelos alunos no decorrer da apresentação do conteúdo.

O maior prazer foi perceber o interesse e a dedicação dos alunos em realizarem

a atividade proposta da melhor forma possível.

O tema discutido neste trabalho ainda não faz parte do cotidiano dos alunos no

que se refere à informação e conhecimento sobre células-tronco e principalmente

Bioética. O trabalho desenvolvido rompeu uma barreira de estagnação entre professor

e aluno, propiciando reflexões mais frequentes e qualificadas entre os alunos e

professor. Este estudo também conferiu uma positiva contribuição para reflexões sobre

o papel do professor, aprendizagem dos alunos e a metodologia adotada.

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