celebraÇÃo do centenÁrio e canonizaÇÃo andaluz n5.pdf · «apareceu no céu (…) uma mulher...

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1 «Apareceu no Céu (…) uma mulher revesda de sol»: atesta o vidente de Patmos no Apocalipse (12, 1), anotan- do ainda que ela «estava para ser mãe». Depois ouvimos, no Evangelho, Jesus dizer ao discípulo: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 26-27). Temos Mãe! Uma «Senhora tão bonita»: co- mentavam entre si os videntes de Fáma a caminho de casa, naquele abençoado dia treze de maio de há cem anos atrás. E, à noite, a Jacinta não se conteve e desvendou o segredo à mãe: «Hoje vi Nossa Senhora». Tinham visto a Mãe do Céu. Pela esteira que seguiam os seus olhos, se alongou o olhar de muitos, mas… estes não A viram. A Virgem Mãe não veio aqui, para que A víssemos; para isso teremos a eternidade inteira, naturalmente se for- mos para o Céu. Mas Ela, antevendo e adverndo-nos para o risco do Inferno aonde leva a vida sem-Deus leva – tantas vezes proposta e imposta, sem-Deus e que profana Deus nas suas criaturas –, veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre, pois, como ouvía- mos na Primeira Leitura, «o filho foi levado para junto de Deus» (Ap 12, 5). E, no dizer de Lúcia, os três privile- giados ficavam dentro da Luz de Deus que irradiava de Nossa Senhora. Envolvia-os no manto de Luz que Deus Lhe dera. No crer e senr de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fáma é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra, quando nos refugiamos sob a proteção da Vir- gem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, «mostrai-nos Jesus». (connuação ↘) CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO E CANONIZAÇÃO Vida e Ação p. 04 Em busca... p. 06 Outras curiosidades p. 08 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E LIMITADA Boletim Andaluz | nº 5 | Junho 2017 Celebração do Centenário p. 02

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Page 1: CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO E CANONIZAÇÃO andaluz n5.pdf · «Apareceu no Céu (…) uma mulher revestida de sol»: atesta o vidente de Patmos no Apocalipse (12, 1), anotan-do ainda

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«Apareceu no Céu (…) uma mulher revestida de sol»: atesta o vidente de Patmos no Apocalipse (12, 1), anotan-do ainda que ela «estava para ser mãe». Depois ouvimos, no Evangelho, Jesus dizer ao discípulo: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 26-27). Temos Mãe! Uma «Senhora tão bonita»: co-mentavam entre si os videntes de Fátima a caminho de casa, naquele abençoado dia treze de maio de há cem anos atrás.

E, à noite, a Jacinta não se conteve e desvendou o segredo à mãe: «Hoje vi Nossa Senhora». Tinham visto a Mãe do Céu. Pela esteira que seguiam os seus olhos, se alongou o olhar de muitos, mas… estes não A viram. A Virgem Mãe não veio aqui, para que A víssemos; para isso teremos a eternidade inteira, naturalmente se for-mos para o Céu. Mas Ela, antevendo e advertindo-nos

para o risco do Inferno aonde leva a vida sem-Deus leva – tantas vezes proposta e imposta, sem-Deus e que profana Deus nas suas criaturas –, veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre, pois, como ouvía-mos na Primeira Leitura, «o filho foi levado para junto de Deus» (Ap 12, 5). E, no dizer de Lúcia, os três privile-giados ficavam dentro da Luz de Deus que irradiava de Nossa Senhora. Envolvia-os no manto de Luz que Deus Lhe dera. No crer e sentir de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra, quando nos refugiamos sob a proteção da Vir-gem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, «mostrai-nos Jesus». (continuação ↘)

CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO E CANONIZAÇÃO

Vida e Açãop. 04

Em busca...p. 06

Outras curiosidadesp. 08

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E LIMITADABolet im Andaluz | nº 5 | Junho 2017

Celebração do Centenário p. 02

Page 2: CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO E CANONIZAÇÃO andaluz n5.pdf · «Apareceu no Céu (…) uma mulher revestida de sol»: atesta o vidente de Patmos no Apocalipse (12, 1), anotan-do ainda

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ESPIRITUALIDADECELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO E CANONIZAÇÃO (continuação)

Homilia, Portugal | Papa Francisco

Queridos peregrinos, temos Mãe. Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Je-sus, pois, como ouvíamos na Segunda Leitura, «aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da jus-tiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo» (Rm 5, 17).

Quando Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade – a nossa humanidade – que ti-nha assumido no seio da Virgem Mãe, e nunca mais a largará.

Como uma âncora, fundemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus à direita do Pai (cf. Ef 2, 6). Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós!

Uma esperança que nos sustente sempre, até ao úl-timo respiro.

Com esta esperança, nos congregamos aqui para agradecer as bênçãos sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de Luz que Nossa Se-nhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra. Como exemplo, temos diante dos olhos São Francisco Marto e Santa Ja-cinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da Luz de Deus e aí os levou a ado-rá-Lo. Daqui lhes vinha a força para superar contrariedades e sofrimentos. A presença di-vina tornou-se constante nas suas vidas, como se manifesta claramente

na súplica instante pelos pecadores e no desejo permanente de estar junto a «Jesus Escondido» no Sacrário.

Nas suas Memórias (III, n. 6), a Irmã Lúcia dá a palavra à Jacinta que beneficiara duma visão: «Não vês tanta estrada, tantos caminhos e cam-pos cheios de gente, a chorar com fome, e não têm nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele?» Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas. Sob o seu manto, não se perdem; dos seus braços, virá a esperança e a paz que necessitam e que supli-co para todos os meus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desem-

pregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança

de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos ho-mens com a certeza de que nos vale Deus.

Pois Ele criou-nos como uma esperança para os ou-tros, uma esperança real e realizável segundo o estado de vida de cada um. Ao «pedir» e «exigir» o cumpri-mento dos nossos deveres de estado (carta da Irmã Lúcia, 28/II/1943), o Céu desencadeia aqui uma verda-deira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. Não quei-ramos ser uma esperança abortada! A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida. «Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24): disse e fez o Senhor, que sempre nos precede. Quando passamos através dalguma cruz, Ele já passou antes. Assim, não

subimos à cruz para encontrar Jesus; mas foi Ele que Se humilhou e desceu até à cruz para nos encontrar a nós e, em nós, vencer as trevas do mal e trazer-nos para a Luz.

Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar

o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir nova-

mente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedo-

ra, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.

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SAUDAÇÃO AO PAPA FRANCISCO

13 de Maio | António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

“A minha alma proclama a grandeza do Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador”!

Caríssimo Santo Padre, Papa Francisco: tomo de em-préstimo as palavras do cântico da Virgem Maria para exprimir o sentimento de profunda alegria que enche os nossos corações pelo dom da vossa presença no meio de nós e, sobretudo, para convosco louvar a Deus pela mensagem da Senhora “mais brilhante que o sol”, que aqui ecoou há cem anos, dirigida a toda a humanidade.

Convosco queremos exclamar: Bendito seja Deus, rico de misericórdia, pelo grande amor com que nos amou!

É uma alegria imensa dar-vos as boas vindas a este santuário onde pulsa o coração materno de Portugal: Salve, Santo Padre! Bem-vindo a Fátima! Estais em vos-sa casa!

Nesta minha breve saudação trago-vos o abraço e o afeto de todo o povo católico de Portugal com o seu episcopado aqui presente, de todos os peregrinos presentes vindos de 55 países do mundo e de tantos homens e mulheres de boa vontade que muito vos esti-mam. Todos têm os olhos fixos no Papa Francisco como uma voz profética claramente audível no panorama mundial, cheio de perigos e medos, voz capaz de abater muros de separação, de lançar pontes de encontro en-tre os homens e os povos, de ser a voz dos sem voz (dos pobres, sofredores, descartados), de abrir caminhos de esperança e de paz, de levar a alegria do evangelho a todos sem exclusão de ninguém. Obrigado pelo vosso testemunho, Santo Padre, que nos toca tão profunda-mente!

Queremos agradecer-vos, de modo particular, ter-des vindo até nós como peregrino, segundo o lema da vossa visita: “Com Maria, peregrino na esperança e na paz”! Aqui estais connosco, peregrino entre os peregri-nos vindos de todo o mundo, nesta assembleia da Igreja peregrina, Igreja viva, santa e pecadora, para celebrar a ação de graças pelo centenário das aparições da Virgem

Maria e pela sua mensagem de misericórdia, de espe-rança e de paz que daqui partiu, há cem anos, para todo o mundo por intermédio de três crianças, os pastorinhos de Fátima. Obrigado, Santo Padre, porque convosco nos trouxestes dois santos, os dois pastorinhos Francisco e Jacinta, dois pequenitos, tão queridos ao nosso povo e intercessores afetuosos pelo Papa. Santo Padre, estão hoje aqui muitos pequenitos, meninos e meninas que vieram celebrar a festa destes seus companheiros lá no céu e vieram ver-vos e saudar-vos. Peço permissão de, em vosso nome, lhes enviar uma carícia. Caros amigui-tos e amiguitas, o Papa Francisco envia-vos uma carícia cheia de ternura e uma bênção especial para que sejais sempre meninos e meninas felizes e alegres como Fran-cisco e Jacinta.

Agradecemos ainda ao Senhor nosso Deus as pe-quenas e grandes maravilhas de graça que Ele realizou em Maria e através da sua mensagem, ao longo destes cem anos, em tantas histórias dos peregrinos devotos, em frutos de conversão, de reconciliação, de santida-de, de comunhão, de paz. Hoje é o momento mais alto da celebração do Centenário das aparições, um dia histórico inesquecível, um dia cheio de beleza humana e espiritual que Vossa santidade pode ver refletida na beleza do colorido da paisagem humana desta multidão de peregrinos.

Santo Padre, estaremos sempre unidos a vós como filhos reconhecidos a um pai que nos visita com a sua ternura e o seu sorriso e nos encoraja a viver mais in-tensamente e com mais entusiasmo como discípulos de Jesus ao jeito de Maria, Mãe de Jesus e Mãe nossa.

À intercessão materna de Nossa Senhora de Fátima e dos santos Francisco e Jacinta Marto confiamos a vos-sa pessoa para que o Senhor vos dê saúde, fortaleza, coragem e fecundidade no vosso ministério apostólico ao serviço da Igreja em saída e ao serviço da esperança e da paz no nosso mundo.

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VIDA / AÇÃO

PROCISSÃO DE VELAS COM NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Cassongue, Angola | Irmã Olinda

CENTENÁRIO DAS APARIÇÕES E EUCARISTIA DA OITAVA

Luxemburgo | Irmãs Vitória, Maria José e Perpétua

É já o 2º ano em que, durante o mês de Maio, rezámos o terço no Jango (alpendre) da nossa casa. Participou um bom grupinho, sobretudo de crianças. Sentimos que é uma maneira de as ensinarmos a rezar o terço e de divulgarmos a Mensagem de Fátima. No dia 27, último sábado do mês, foi a Procissão de velas com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, oferecida pelo Santuário de Fátima no ano de 2015. Inicialmente estava marcada para o dia 31, mas achou-se que era melhor no sábado porque te-ria mais gente. Na verdade, apesar de coincidir com a festa do muni-

cípio de Cassongue que celebrou 83 anos, foi um bom grupo que participou. Como não havia andor, pensá-mos em levar a imagem no carro e acharam que devia

ser o nosso. Com alguns membros da Legião de Maria, enfeitámo-lo o melhor que fomos

capazes e pelas 18 horas iniciou a procissão. O terço, durante a procissão, foi orientado

pelo Padre Morais, Vigário da Missão, por duas das meninas que estão connosco e por dois jovens, respon-sáveis da IAM e catequistas. Não foi tão comprida como se pensou inicialmente, por causa da festa do município, mas foi bom e as pes-soas participaram e gostaram.

Foi com profunda alegria que participámos - via televisão - nas celebrações do Centenário das Apa-rições de Nossa Senhora em Fátima e na canonização dos Santos Francis-co e Jacinta Marto.

E para terminar o grande dia 13 de Maio a Comunidade cristã lusó-fona no Luxemburgo, partindo da Capela do Glacis, peregrinou até à Catedral, em Tempo de Oitava Ma-riana, de quinze dias, em comunhão com a Igreja local.

Na procissão, além das bandeiras e estandartes, foi o tradicional andor de Nossa Senhora acompanhado com três crianças, representando os três Pastorinhos de Fátima. Tivemos ainda a alegria da presença da Ima-gens dos Santos Francisco Marto e Jacinta Marto e dois grandes ícones dos mesmos.

Transcrevendo um pouco do que recolhemos da página da nossa dio-cese, www.cathol.lu, deixamos nesta partilha o que foi para nós, para a Igreja diocesana do Luxemburgo e nela - para a comunidade migrante de língua portuguesa - a celebração do dia 13 de Maio 2017.

A Catedral do Luxembur-go encheu-se para celebrar o 13 de Maio. No dia em que o Papa canonizou os pastorinhos em Fátima, o Arcebispo do Luxemburgo celebrou uma missa em honra de Nossa Senhora de Fátima, Consoladora dos Aflitos.

Eis o texto de boas-vindas do Ar-cebispo do Luxemburgo:

"Queridos peregrinos de língua portuguesa: mais um ano em que nos encontramos nesta Catedral que é a vossa. Desta vez com a particu-laridade de ser 13 de Maio, dia da solenidade de Nossa Senhora de Fáti-ma, mas também, o primeiro sábado da Octave, em que celebramos a festa da Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos. Uma coincidência ex-traordinária que mostra que o povo do Luxemburgo e o povo português

têm o mesmo coração e partilham a mesma devoção a Maria.

A Imagem Peregrina de Fátima vai chegar ao Luxemburgo dentro de poucos dias, e eu devo confessar que tenho uma devoção pessoal muito grande à Nossa Senhora de Fátima. Por isso estou muito feliz: que a Vir-gem de Fátima venha visitar-nos e que vá estar aqui, nesta Catedral, para que possamos festejar todos juntos Nossa Senhora de Fátima e Consoladora dos Aflitos.

Sejam todos bem-vindos e prepa-remo-nos para celebrar esta grande festa".

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NOSSA SENHORA DE FÁTIMA - UM CENTENARIO IGUALMENTE SÃO GILENSE

Bélgica | Em Pastoralia, Arquidiocese de Malines-Bruxelles, Maio 2017, nº 5 p.11

Este mês de Maio marca o 100º aniversário das aparições de Nossa Senhora aos três pastores da pequena aldeia portuguesa de Fátima. Em S. Gil (Bruxelas), a anual procissão de velas, em sua honra, colorir-se-à de uma tinta parti-cular para a ocasião. Entre outras atividades.

A imagem de Nossa Senhora de Fátima encontrou o seu lugar em S. Gil, menos de um ano depois que a comunidade portuguesa ali come-çou a reunir-se. A iniciativa deve-se a paroquianos de origem portuguesa, que angariaram fundos e trouxeram

de Fátima uma imagem, a fim de a colocar na Igreja de S. Gil. Aí se en-contra desde 1988. A procissão de velas, pelas ruas deste bairro, decor-re este ano pela 29ª vez. Tem lugar sempre no sábado mais próximo do dia 13 de Maio, dia aniversário da

primeira aparição de Nossa Senhora.A procissão é um dos momentos

fortes da vida da comunidade portu-guesa, um acontecimento que atrai uma multidão que atinge cerca de 2000 pessoas.

O rosto materno de DeusEm algumas famílias portuguesas

circulam duas pequenas imagens de Nossa Senhora de Fátima. À maneira de uma cadeia de oração que anima a comunidade a partir de dentro, estas imagens são levadas cada domingo à Eucaristia da comunidade, pelas fa-mílias que as acolheram durante a semana; depois são enviadas a ou-tras famílias. A presença de Nossa Senhora de Fátima junto dos cató-licos portugueses é muito natural. Com efeito, o culto a Nossa Senhora

do Rosário, aparecida em 1917 a três pobres pastorinhos, Jacinta, Francis-co e Lúcia, perto da aldeia de Fátima, rapidamente se estendeu a todo o país. Emersos num contexto históri-co, social e político muito difícil, os acontecimentos de Fátima foram um sinal de esperança e de paz em ple-na primeira guerra mundial. Fátima tornou-se rapidamente um lugar de peregrinação frequentado todos os anos por milhares de pessoas vindas de todos os cantos de Portugal e do

mundo inteiro. Nossa Senhora de Fátima está muito próxima das pes-soas, muito particularmente das dos meios populares que a Ela recorrem em todas as suas necessidades ma-teriais, espirituais, familiares… Nossa Senhora é para as pessoas como o rosto materno de Deus: um Deus próximo que escuta e se compro-mete no quotidiano dos combates humanos. Ela inspira confiança e transmite ternura e coragem a todos os que a Ela se confiam.

Uma carta das celebraçõesPor ocasião do centenário, os

Bispos de Portugal publicaram uma carta pastoral com o título Fátima, Sinal de Esperança para o nosso tempo1. Nela colocam o acento so-bre a atualidade da mensagem de Fátima, sublinhando alguns traços maiores, principalmente o convite a centrar o nosso olhar sobre a Trinda-de, a presença de Maria, o convite a converter-se e a combater o mal, ao

seguimento de Cristo que entrega a sua vida.

Para celebrar o centenário, este ano, a comunidade portuguesa de S. Gil quis valorizar a procissão do 13 de Maio. Assim, em comunhão de Igreja com as festividades que terão lugar em Fátima a 12-13 de Maio, onde o Papa estará presente, o Cardeal De Kesel presidirá à pro-cissão de Nossa Senhora de Fátima,

em S. Gil. Ela partirá da Igreja, depois de uma breve celebração da Palavra às 21h. No dia 14 de Maio teremos uma missa festiva às 16.30h. Aliás, a comunidade convidou três pessoas da Igreja local, todos belgas, para irem ao Congresso do Centenário or-ganizado pelo Santuário, em Fátima de 21-24 de Junho de 2017.

1 http:/www.agenciaecclesia.pt/netimages/file/cep_cartapastoral_centenariofatima.pdf

Tradução de Ir Rosária Cardoso Martins

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EM BUSCA...CENTENÁRIO DAS APARIÇÕES E CANONIZAÇÃO DOS PASTORINHOS

Anda na Luz com Maria, Portugal | Testemunhos

«Amor, companheiris-mo, humildade, estes são alguns adjectivos que uso para descre-

ver esta experiência. Foi sentir o colo amo-roso de Maria, o olhar

terno do Papa Fran-cisco e a humil-dade dos santos Francisco e Ja-cinta Marto.» Susana Pereira

«Estar em Fáti-ma a 12 e 13

de Maio com a Família An-daluz foi a sensação de

c o m u n h ã o mais bonita

que me lem-bro de sentir. Foi

sentir o manto protetor de Maria no olhar terno do outro e respirar um

ambiente santo e indescritível.»

Inês Guerra

«13 de Maio de 2017: uma

peregrina-ção, um cen-

tenário, uma canonização...

O apaziguar da alma dos p e re g r i n o s com a

incidência sobre uma verdade imen-sa: "temos mãe."» Rita Ferreira

«Todo este caminho que realizámos em conjunto, tal como nos foi de-monstrado pela bondade do grupo, deve em cada um de nós fluir no dia--a -dia no encontro e partilha para o próximo.» Ana Madeira

«No passado dia 11 de maio, saí ao encontro do Papa e da Virgem Maria. Em peregrinação com a Família An-daluz, iniciámos a nossa caminhada de Ourém, em direção ao santuário. Apesar de toda a chuva e medo que podíamos sentir, por serem tantas pessoas e devido aos atentados que o mundo tem vivido, viveram-se mo-mentos de partilha e de muita ale-gria uns com os outros. A chegada do Papa Francisco foi um dos momen-tos mais marcantes desta jornada e principalmente o silêncio que se fez sentir no momento da sua oração em frente à Virgem. Foi um sentimento único quando, sendo o centenário das aparições de Nª Sª em Fátima, ouvi, vi e vivi, no meio daquela mul-tidão, no dia 13 de maio, como dois dos pastorinhos se tornaram santos. E também como o Papa Francisco dis-se, (tal como eu ia em busca), - TEMOS MÃE!» Mafalda Moreira

«Nestes dias vivi a minha fé e meu acreditar mais intensamente e não trocava nada pela emoção de poder ver o Papa Francisco. Conheci mais das minhas qualidades e mais alguns defeitos, mas nem esses me levaram a desistir, porque é disso que os cris-tãos são feitos, de que os peregri-

nos são feitos, de coragem,

amor, perseverança, dedicação e muita fé!» Pedro Nazaré

«Devo confessar que nunca imaginei poder ficar emocionada ao chegar ao Santuário de Fátima e, princi-palmente, ao ver o meu grande símbolo de Fé, aquele que me tem mostrado que a vida tem vá-rios caminhos que podemos seguir e que mesmo que atravessemos o mais difícil, o mais importante é não desistir. Desde a curta peregrinação à longa espera pelo Papa Francisco, aos ensinamentos que, de diferentes maneiras, as Irmãs nos proporciona-ram e à alegria que se fez sentir em mim, apesar da azáfama dos outros peregrinos, foi uma experiência que repetiria sem pensar duas vezes. A vi-vência desta aventura fez-me perce-ber que dependemos uns dos outros para caminhar felizes e que, mesmo no meio de uma grande multidão, conseguimos alcançar a paz, se for isso que pretendemos. Obrigada a todos por me terem acompanhado nesta viajem.» Carolina Nazaré

«Ser peregrino é acreditar em Deus, trabalhar pela paz exterior e interior, enfrentar a vida com coragem e so-lucionar todos os problemas, acredi-tando no caminho da Fé. Muito obri-gado à Família Andaluz.» Maria José

«Fico muito feliz por ter podido participar nesta aventura, sinto-me mais cheia, não só de memórias e de amizades, mas sim de vontade de continuar a minha vida com Cristo.» Mariana Serrano

«Agradeço a Deus pela protecção, alegria e espíri-to de equipa que nos

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deu d u r a n -

te esta especial experiência em Fá-tima. Sinto que estes momentos,

acompanhados pelo amor de Maria que vi nos sorrisos dos que me acompanharam, fizeram

grande sentido nesta caminhada de fé – a nossa vida. Sem dúvida que são estas experiências que mais nos fazem crescer enquanto pessoas e cristãos, pois quando regressamos ao conforto das nossas casas é incrível a harmonia espiritual que nos invade e que nos leva a querer construir uma vida de amor ao lado de Deus, pro-porcionando a paz a todo o mundo.» Mariana Livro

«Gostei muito da caminhada, da meditação, especialmente da última parte da subida mais acentuada, que exigiu maior esforço. Fiquei muito feliz por ter conseguido subir. Mar-cou-me muito ter superado esta eta-pa da caminhada, e sentir-me bem fisicamente, pois tinha receio de não conseguir, dada a minha situação de saúde. Tocou-me de forma especial a frase do Papa: "Maria não é uma ‘santinha’ a quem se recorre para obter favores a baixo preço". Gostei imenso de conhecer as Irmãs, da for-ma como nos acolheram e como nos deixaram à vontade. Muito alegres, simpáticas, bem dispostas, com mui-ta proximidade e simplicidade na re-lação connosco.» Clara Teixeira

«Com a ajuda de Jesus e de sua mãe tudo é possível. Pois se não fosse, nunca teria conseguido aguentar os momentos de maior cansaço. Gostei muito desta peregrinação, pois além de ter sido muito alegre, divertida e o convívio ter sido excelente, serviu para continuar a caminhada de Fé

e Amor por Jesus. Gostei

muito também das Servas de Nossa Senhora de Fátima e da sua felicida-de ao acolherem tanta gente e nun-ca desanimarem. Sinto que nesta peregrinação estivemos todos com Jesus e aprendemos também a se-guir o exemplo dos pastorinhos, que mesmo sendo crianças, se oferece-ram a Deus sem nenhuma hesitação. "Como é doce caminhar para Jesus nos braços de Sua Mãe." Luiza Anda-luz» Helena Livro

«Foi uma experiência muito boa, pois enriqueci ainda mais a minha fé, apro-ximei-me ainda mais de Maria e de Jesus. Gostei muito desta experiência, não só por ser o centenário das apari-ções, mas pela visita do Papa Francis-co. Obrigado, por possibilitarem esta aventura espectacular.» Rui Reis

«Gostei muito do sentido e da for-ma como a peregrinação foi organi-zada, dos momentos de meditação e reflexão: foram muito gratificantes interiormente. Gostava de voltar a participar noutras iniciativas deste género.» Filomena Bento

«Foi com muita alegria que parti-cipei no centenário das aparições em Fátima. Foi muito bom, com momentos emotivos, desde a nossa caminhada chuvosa, até ver de bem perto o Papa Francisco. Para além do que vivemos, também permane-ceram no meu coração as pessoas que conhecemos e as amizades que ficaram. Marcou-me imenso o si-lêncio e as palavras marcantes que nos deixou o Papa Francisco: -Temos Mãe!» Joana Moreira

«Vivi aqueles dois dias como nunca antes tinha vivido, pois em cada momento em que participei senti a dócil presença de Cristo ressuscitado. A vinda do Santo Padre como peregrino, fez-me sentir que não caminha-mos sós, temos ao nosso lado irmãos que estão nesta barca de Pedro, que é a Igreja. Que a exemplo dos Santos Fran-cisco e Jacinta, possa eu ser luz que ilumine os passos de quem comi-go se cruzar.» Micael Paulo

«Eu sabia que esta celebração do cen-tenário ia ser me-morável... Mas nunca pensei que fosse sen-tir o que senti quando vi o Papa ali a falar para nós. A falar para mim. Foi um momento único que nunca esquecerei. To-das as palavras certeiras e hu-mildes entraram nos nossos corações de uma forma tão bela que os esmagou com amor e humil-dade.» Joana

e Luís

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FICHA TÉCNICA

Editora e Proprietária: Congregação das Servas de Nossa Senhora de FátimaEquipa: Maria dos Anjos Vieira, Clara Vieira, Lúcia Filipe, Sandra Bartolomeu, Susana Pereira, Stephanie GomesColaboração: Hermínia Cunha Teresa FriasDesign Gráfico: Stephanie GomesAdministração: Largo de S. Mamede, nº1, 1250-236 Lisboa (Portugal) Tel. +351 213 961 146 e-mail: [email protected] Site: www.servasnsfatima.orgIBAN: PT50 0035 0675 000 422 909 3098 (C. G. D.)Tiragem: 4500 exemplares

OUTRAS CURIOSIDADES

Junho2 a 5 - Peregrinação ao Santuário de Nª Sª de Lourdes3 - Celebração do Jubileu dos 25 e 50 anos de Consagração4 - Pentecostes, Solenidade6 - Peregrinação Dançante - Echternach, Luxemburgo11 - Santíssima Trindade, Solenidade12 - Encontro da Família Andaluz - Luxemburgo15 - SS. Corpo e Sangue de Cristo, Solenidade18 - Visita da Coordenação Nacional da FA - Centro de Fátima, Angola21 a 24 - Congresso Internacional do Centenário de Fátima - Fátima, Portugal23 - Sagrado Coração de Jesus24 - S. João Baptista, Solenidade - Imaculado Coração de Maria25 - Encerramento da Visita da Imagem Peregrina de Nª Sª de Fátima - Luxemburgo

Julho2 - Encontro Testemunhar a Luz com Maria - Qta. das Tílias, Portugal9 - Encerramento do Ano Pastoral intercomunitário - Luxemburgo10 - Encontro da Família Andaluz16 - Visita da Coordenação Nacional da FA - Santa Isabel, Angola16 - Festa da Missão - Luxemburgo22 a 30 - Férias Apostólicas - Boavista, Olheiras (T. Vedras) - Portugal 23 - Reunião da Coordenação Nacional da FA - Viana, Angola

Agosto6 - Encontros de Animadores da Família Andaluz - Santa Isabel, Angola13 a 15 - Encontro de Vocacionadas - Viana, Angola15 - Assunção de Nossa Senhora, Solenidade18 e 19 - Seminário da Família Andaluz - Rocha Pinto, Angola20 - 44º Aniversário da morte de Luiza Andaluz13 - Jornada da Família Andaluz - Rocha Pinto, Angola26 - Visita da Coordenação Nacional da FA - Soyo, Angola

PENSAMENTODE LUIZA ANDALUZ

PORTUGUÊS• Nos caminhos da vida mantenha-mos sempre o olhar confiante em Maria, que carinhosamente nos conduz.

Francês• Tout au long de notre vie, toujou-rs maintenir le regard confiant en Marie, qui nous conduit avec doucer.

Crioulo (Guiné-Bissau)• Na caminhu di bida nô finca pa sem-pre nô odjus cu confiânça na Maria, qui ta guiano cu amor.

CURIOSIDADESsobre

LUIZA ANDALUZ

Luiza AndaluzFundadora da Congregação

das Servas de Nossa Senhora de Fátima

Em 1915, depois da dolorosa separação da sua irmã Eugénia, Luiza dirige-se para o Carmelo da Imaculada, em Echevacóiz, Pamplona, a fim de participar na tomada de hábito da sua irmã a 15 de Agosto, solenida-de da Assunção da Virgem Maria. É diante do que vê e experimenta no Carmelo que Luiza ficará verdadeiramente impressiona-da e seduzida pela vida de consagração. Ela própria descreve: “Recordo que logo à che-gada tudo me impressionou imenso: as gra-des, o silêncio e o recolhimento que se ouviu na Capela, o tilintar monótono, mas suave, do sino do Convento…” A austeridade e a pobreza do Carmelo interpelam fortemente Luiza, a par da alegria e felicidade “exube-rante e invejável das irmãs carmelitas.Depois da celebração, Luiza ajoelhou-se no supedâneo junto ao sacrário, e aí ficou demoradamente em profunda comunhão com Deus. “Não sei quanto tempo assim fi-quei (…) Saí dali firme na resolução de me dar a Jesus, o meu grande receio é que Ele não me quisesse.” Assim sentiu Luiza pela primeira vez o chamamento de Deus à vida

religiosa. Luiza pede entrada no Carmelo, que é aceite; mas terá de aguardar. Entretanto é en-viada para o apostolado ativo.

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