cecília meireles
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Disciplina: Literatura brasileira
Profª:Janaína
Turma:3002
Componentes:
Bruno n°4
Diego n°8
Gabriel n°11
Mariana n°25
Raissa n°30
Tatiane n°33
Verônica n°36
" ... Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda ..."
Cecília Meireles (Romanceiro da Inconfidência)
Cecília Beneudern de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca , Rio de Janeiro.
Concluiu seus estudos em 1910, na escola Estácio de Sá, ocasião em que recebeu de Olavo Bilac,inspetor escolar do Rio de Janeiro, medalha de Ouro por ter feito todo o curso.Em 1917 , passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo distrito federal.
Dois anos depois , publica seu primeiro livro de poesias,"Espectro".Seguiram-se "Nunca mais..." e "Poemas dos poemas", em 1923 e "Baladas para um rei", em 1925.
De 1930 a 1931, manteve no Diário de notícias uma página diária sobre problemas de educação.
Recebeu em 1963, o prêmio Jabuti de tradução de obra literária pelo livro " Poemas de Israel".
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas.Seu corpo foi velado no Ministério da educação e Cultura
Criança, meu amor (1923)Nunca mais... Poemas dos poemas (1923)Baladas para El-rei (1925)A festa das letras (1937)Viagem (1939)Mar absoluto (1945)Rui- Pequenas Histórias de uma grande vida (1949)amor em leonoreta (1952)Romanceiro da inconfidência (1953)Pequeno Oratório de Santa Clara (1955)Panorama Folclórico de Açoares (1955)A bíblia na Literatura Brasileira (1957)Metal Rosicler (1960)Ou isto ou Aquilo (1964)
Meu Sonho
Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.
Motivo Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada
Traze-me Traze-me um pouco das sombras
serenas
que as nuvens transportam por cima
do dia!Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos
luaresque a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
-Vê que nem te digo - esperança!
-Vê que nem sequer sonho - amor!
Timidez
Basta-me um pequeno
gesto,feito de longe e de
leve,para que venhas
comigoe eu para sempre te
leve...- mas só esse eu não
farei.Uma palavra caída
das montanhas dos
instantesdesmancha todos os
marese une as terras mais
distantes...
- palavra que não
direi.
Para que tu me
adivinhes,
entre os ventos
taciturnos,
apago meus
pensamentos,
ponho vestidos
noturnos,
- que amargamente
inventei.
E, enquanto não me
descobres,
os mundos vão
navegando
nos ares certos do
tempo,
até não se sabe
quando...
e um dia me acabarei.
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o
anel,ou se põe o anel e não se calça a
luva!Quem sobe nos ares não fica no
chão,quem fica no chão não sobe nos
ares.É uma grande pena que não se
possaestar ao mesmo tempo nos dois
lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro
o doce,
ou compro o doce e gasto o
dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou
aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Ou Isto Ou
Aquilo
Canteiros
Canteiros Quando penso em você fecho os
olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a
felicidade
Correm os meus dedos longos em
versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me
traz contentamento
Pode ser até manhã, cedo claro feito
diamas nada do que me dizem me faz
sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto
de framboesa
Para correr entre os canteiros e
esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço para
tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da
vida,Pois se não chega a morte ou coisa
parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a
vida.