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CURSOS ON-LINE – CONTROLE EXTERNO EM EXERCÍCIOS – TCU PROFESSORES MÁRCIO ALBUQUERQUE E ESTEVÃO CUNHA www.pontodosconcursos.com.br 1 Caros alunos, Foi com imensa satisfação que recebemos o convite da equipe do Ponto On-Line para ministrarmos, pela quarta vez, o curso de exercícios de Controle Externo. Para quem ainda não nos conhece, vale a pena fazermos uma breve apresentação. Ambos somos Analistas de Controle Externo do TCU, e já ministramos quatro cursos regulares de teoria sobre a matéria. Atualmente, trabalhamos em Gabinete de Ministros do TCU, assessorando-os na elaboração e confecção dos Acórdãos que serão submetidos à apreciação dos colegiados da Corte. A experiência de trabalhar em Gabinete é muito rica, pois, a todo momento, estamos nos deparando com questões intimamente ligadas à processualística peculiar do TCU, isto é, a Lei Orgânica (Lei n. 8.443/1992) e o Regimento Interno do TCU – RITCU. Assim, nossa intenção nesse curso é passar um pouco desse conhecimento a vocês, por meio dos comentários aos exercícios que apresentaremos nas aulas. Como o edital do concurso ainda não saiu, tomaremos por base o programa requerido na prova de 2008, ou seja: 1) Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) e Declaração de Lima; 2) Sistemas de Controle na Administração Pública Brasileira (arts. 70 a 74 da Constituição Federal); 3) Tribunais de Contas: funções, natureza jurídica e eficácia das decisões; 4) Tribunal de Contas da União: natureza, competência e jurisdição; 5) Organização, julgamento e fiscalização, Lei Orgânica do TCU – Lei nº 8443/1992; 6) Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução-TCU nº 155, de 4 de dezembro de 2002. Nosso curso está dividido em seis encontros virtuais (este e mais cinco), e os exercícios, não necessariamente, serão dispostos de acordo com a sequência especificada no programa acima apresentado. Como

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Caros alunos,

Foi com imensa satisfação que recebemos o convite da equipe do

Ponto On-Line para ministrarmos, pela quarta vez, o curso de exercícios

de Controle Externo. Para quem ainda não nos conhece, vale a pena

fazermos uma breve apresentação.

Ambos somos Analistas de Controle Externo do TCU, e já

ministramos quatro cursos regulares de teoria sobre a matéria.

Atualmente, trabalhamos em Gabinete de Ministros do TCU,

assessorando-os na elaboração e confecção dos Acórdãos que serão

submetidos à apreciação dos colegiados da Corte.

A experiência de trabalhar em Gabinete é muito rica, pois, a todo

momento, estamos nos deparando com questões intimamente ligadas à

processualística peculiar do TCU, isto é, a Lei Orgânica (Lei

n. 8.443/1992) e o Regimento Interno do TCU – RITCU.

Assim, nossa intenção nesse curso é passar um pouco desse

conhecimento a vocês, por meio dos comentários aos exercícios que

apresentaremos nas aulas.

Como o edital do concurso ainda não saiu, tomaremos por base o

programa requerido na prova de 2008, ou seja:

1) Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) e Declaração de

Lima; 2) Sistemas de Controle na Administração Pública Brasileira (arts.

70 a 74 da Constituição Federal); 3) Tribunais de Contas: funções,

natureza jurídica e eficácia das decisões; 4) Tribunal de Contas da

União: natureza, competência e jurisdição; 5) Organização, julgamento

e fiscalização, Lei Orgânica do TCU – Lei nº 8443/1992; 6) Regimento

Interno do TCU, aprovado pela Resolução-TCU nº 155, de 4 de

dezembro de 2002.

Nosso curso está dividido em seis encontros virtuais (este e mais

cinco), e os exercícios, não necessariamente, serão dispostos de acordo

com a sequência especificada no programa acima apresentado. Como

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alguns temas são exaustivamente cobrados, tais como as regras

constitucionais sobre o controle externo, serão mais explorados.

De qualquer forma, apresentaremos questões que abarcarão todo

o conteúdo acima delineado.

No mais, o negócio é estudar com vontade que a aprovação é

apenas questão de tempo!

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O presidente do Tribunal de Contas da União, Humberto Souto, vai

fazer um levantamento dos órgãos públicos que deixaram de publicar o relatório de gestão fiscal do ano passado até o dia 30 de janeiro. O relatório é exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. A pena para o administrador público que não publica o relatório, inclusive pela Internet, é uma multa equivalente a 30% de seu salário anual. O governo federal publicou o seu relatório no dia 31 e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), ontem. Souto informou, por meio de sua assessoria, que tomará as providências previstas na legislação. A maior parte dos tribunais superiores publicou seus relatórios entre os dias 29 e 30 de janeiro. O Tribunal Superior Eleitoral publicou o seu no dia 31. Ontem, além do STJ, o Diário Oficial da União publicou os relatórios dos tribunais regionais eleitorais do Ceará e do Acre. A Câmara disponibilizou o seu relatório na Internet, mas o Senado não informou se cumpriu a determinação da lei. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, todos os tribunais regionais federais, além dos tribunais eleitorais, do trabalho, militares e tribunais estaduais, têm de publicar relatórios de gestão fiscal. A determinação também vale para os Poderes Executivo e Legislativo estaduais e municipais. Nesses casos, porém, a fiscalização é dos tribunais de contas regionais. Folha de S. Paulo, 3/2/2001 (com adaptações). 1) Acerca da situação acima descrita e das normas pertinentes, julgue os itens seguintes (Consultor da Câmara dos Deputados do ano de 2002 – CESPE): A) Constitui crime de responsabilidade deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal. R. A Lei n. 10.028, de 19/10/2000, conhecida com a Lei de Crimes Fiscais, acrescentou ao art. 10 da Lei n. 1.079, de 10/4/1950, os seguintes tipos: (vale consubstanciar que o referido art. 10 disciplina, justamente, o que é considerado crime de responsabilidade)

“5) deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal;

6) ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal;

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7) deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou a constituição de reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei;

8) deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o encerramento do exercício financeiro;

9) ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;

10) captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;

11) ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;

12) realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição estabelecida em lei.”.

Acerca da infração consistente na falta de divulgação ou de envio ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, a Lei n. 10.028/2000, tratou do assunto em seu art. 5º, inciso I, o qual apresenta a seguinte redação:

“Art. 5º Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas:

I – deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei;”.

Assim a referida falta foi tratada como infração administrativa, sendo apenada, pelo Tribunal de Contas competente com multa de trinta por cento dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal. Item ERRADO.

B) Conforme as leis de finanças públicas, é admissível que, em algumas hipóteses, determinados órgãos públicos possam deixar de enviar ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal.

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R. O assunto é tratado pela LRF em duas oportunidades. No art. 55, § 3º, e 63, inciso II, alínea b, que, respectivamente, apresentam a seguinte redação: “Art. 55. O relatório [de gestão fiscal] conterá: (...) § 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51.

(...)

Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes optar por:

(...)

II - divulgar semestralmente:

(...)

b) o Relatório de Gestão Fiscal;”.

Dessa maneira, pode-se perceber que a LRF possibilita para alguns municípios a divulgação semestral, ou seja, permite a esses maior intervalo de tempo para a sua divulgação, uma vez que a regra geral é a divulgação quadrimestral. Não possibilitou, no entanto, que não haja a divulgação.

Item ERRADO.

C) Na situação descrita no texto, se o Senado Federal tivesse confirmado o não-cumprimento da determinação legal, estaria caracterizada infração ao princípio da publicidade, cabendo punição com multa de 30% dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal. R. Como descrito na resposta ao item A, a falta de divulgação ou de envio ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas do relatório de gestão fiscal constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas, sendo apenada, pelo Tribunal de Contas competente com multa de trinta por cento dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa. Cabe observar que o pagamento da multa é de responsabilidade pessoal do gestor (art. 5º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 10.028/2000). Item CORRETO.

D) O presidente do TCU, órgão auxiliar ao Poder Legislativo, não tem competência ou atribuição para exigir o relatório do administrador público, dependendo de autorização específica de lei.

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R. De acordo com o art. 5º, inciso I e § 2º, o Tribunal de Contas pode aplicar sanção aos gestores que deixarem de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao próprio Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal. Assim, se a Lei facultou ao Tribunal de Contas a possibilidade de aplicar multa ao administrador público pela ausência de envio do relatório de gestão fiscal aos órgãos competentes, é porque este órgão possui competência para exigir o relatório do gestor. Entendimento diverso levaria à conclusão, absurda, de que o Tribunal de Contas poderia apenar o administrador por não enviar o relatório, mas não poderia exigir do mesmo o envio, de tal peça aos respectivos órgãos. Tal exegese não deve prevalecer, pois como é sabido, aquele que pode o mais, pode o menos. Item ERRADO.

E) Na situação tratada no texto, incumbiria a Humberto Souto exigir relatório dos poderes Executivo e Legislativo estaduais e municipais. R. Caso o Tribunal de Contas da União agisse dessa forma, estaria infringindo a separação de poderes que rege a relação entre as três esferas (Federal, Estadual e Municipal). A intervenção de um ente nas competências de outro representa situação excepcionalíssima, prevista no art. 34 e 35 da Constituição Federal. No caso em comento, o TCU, por meio de seu Presidente, somente poderia exigir o relatório de gestão fiscal dos poderes da esfera federal. Item ERRADO.

2) Julgue o item abaixo (Auditor do Tribunal de Contas do Distrito Federal – CESPE/2002): As disposições da LRF obrigam a União, os estados, o DF e os municípios, e alcançam, nesses entes políticos, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Ministério Público, restando fora de sua abrangência apenas os tribunais de contas, pois são os entes responsáveis pelos controles estabelecidos. R. Os parágrafos 2º e 3º do art. 1º da Lei de Responsabilidade Fiscal tratam do assunto de forma bastante clara: “Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição. (...)

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§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. § 3º Nas referências: I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos: a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público.” Dessa maneira, percebe-se que as disposições da LRF alcançam os Tribunais de Contas. Item ERRADO.

3) As decisões do TCU em processos de tomada ou prestação de contas estão associadas ao tipo de julgamento das referidas contas. Com base na Lei Orgânica do TCU, julgue os itens a seguir. (Analista de Finanças e Controle Externo do TCU/1995 – CESPE) R. Para os próximos cinco itens vamos nos valer da definição do art. 10 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, a seguir reproduzida: “Art. 10. A decisão em processo de tomada ou prestação de contas pode ser preliminar, definitiva ou terminativa. § 1° Preliminar é a decisão pela qual o Relator ou o Tribunal, antes de pronunciar-se quanto ao mérito das contas, resolve sobrestar o julgamento, ordenar a citação ou a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar outras diligências necessárias ao saneamento do processo. § 2° Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas regulares, regulares com ressalva, ou irregulares. § 3° Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena o trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis, nos termos dos arts. 20 e 21 desta lei.”

A) A decisão é definitiva quando o Tribunal ordenar o trancamento das contas, fato que corresponde ao arquivamento definitivo. R. A definição apresentada refere-se à decisão terminativa. Item ERRADO. B) Decisão preliminar é a que ocorre quando se registram ressalvas, que requerem a correção de impropriedades ou faltas identificadas. R. A definição apresentada refere-se à decisão definitiva, que implicará julgamento pela regularidade com ressalvas. Item ERRADO.

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C) Quando as restrições não apresentarem o risco de voltar a ocorrer, o Tribunal, por meio de decisão terminativa, dará quitação ao responsável. R. A definição de decisão terminativa não guarda qualquer semelhança com o item apresentado. Item ERRADO.

D) Quando houver omissão de prestação de contas, serão as mesmas julgadas irregulares, por decisão definitiva. R. As contas serão julgadas por meio de decisão definitiva. O art. 16, inciso III, alínea a da LOTCU define que as contas serão julgadas irregulares quando houver omissão no dever de prestar contas. Item CORRETO.

E) Sendo o julgamento do mérito materialmente impossível, por falta involuntária de documentação inutilizada por ocasião de um sinistro, o processo será arquivado, mediante decisão terminativa. R. Sobre o assunto, vejamos o que está disposto no art. 20 da LOTCU: “Art. 20. As contas serão consideradas iliquidáveis quando caso fortuito ou de força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, tornar materialmente impossível o julgamento de mérito a que se refere o art. 16 desta lei”. Assim, combinando o disposto no art. 20 com o art. 10, § 3º, da LOTCU, temos que o correto no presente caso é, realmente, arquivar o processo mediante decisão terminativa. Item CORRETO.

4) Julgue o item abaixo: (Auditor – TCU – CESPE/2002, com alterações) Nos termos da sua Lei Orgânica (LO/TCU), o TCU tem competência para, em caso de urgência, de fundado receio de grave lesão ao erário ou a direito alheio ou de risco de ineficácia da decisão de mérito, adotar medida cautelar e determinar a suspensão da concorrência, com ou sem a prévia oitiva das partes. R. A presente questão pode ser considerada aquilo que chamamos de “peguinha” do examinador, uma vez que a medida cautelar tratada não apresenta guarida na Lei Orgânica, mas sim no Regimento Interno. Item ERRADO.

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5) Com relação às competências do Tribunal de Contas da União previstas em sua Lei Orgânica e em seu Regimento Interno, julgue o item abaixo: (ACE/1998 – CESPE)

Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar para fins de registro a legalidade dos atos de concessão de aposentadoria, reserva e pensão na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório. R. O art. 1º, inciso V, da Lei n. 8.443/1992 trata da matéria da seguinte forma: “Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta lei: (...) V - apreciar, para fins de registro, na forma estabelecida no regimento interno, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.” Pelo que se pode verificar a atuação da Corte de Contas se dá quando da reforma do militar e não quando de sua passagem para a reserva. A título de esclarecimento, cabe destacar que tanto a reserva quanto a reforma constituem-se formas do militar passar para a inatividade. Entretanto, as características de cada instituto (reserva e reforma) estão previstas nos arts. 97, 98 (reserva) e 105, 106 e 108 (reforma), da Lei n. 6.880/1980 (Estatuto dos Militares). Assim, para os objetivos do nosso curso, é suficiente sabermos que reserva e reforma não são a mesma coisa. Item ERRADO. 6) julgue os itens abaixo: (Autoria própria) A) Conforme previsto em seu Regimento Interno, todas as faculdades processuais, no âmbito do Tribunal de Contas da União, podem ser executas diretamente pelas partes mesmo que não sejam advogados. R. O Regimento Interno apresenta uma exceção à regra a qual informa que as partes podem executar diretamente as faculdades processuais. Referimo-nos a possibilidade de retirada dos autos do Tribunal para a

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vista do processo. O art. 165, § 1º, do Regimento Interno, sobre o assunto dispõe que: “Art. 165. O despacho que deferir o pedido de vista indicará o local onde os autos poderão ser examinados. § 1º As partes não poderão retirar processo das dependências do Tribunal, exceto por intermédio de advogado regularmente constituído, que poderá fazê-lo pelo prazo de cinco dias, sob a sua responsabilidade, na forma e nas condições definidas em ato normativo.” Assim, para que a parte possa retirar os autos do processo das dependências do Tribunal, deve, necessariamente, constituir advogado. Item ERRADO. B) A resposta à Consulta, que pode ser realizada pelos Comandantes das Forças Armadas, constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto. R. O art. 1º, § 2º, da Lei n. 8.443/1992 assevera que a resposta à consulta constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto. Já o art. 264, inciso VII, do Regimento Interno concede competência aos Comandantes das Forças Armadas para realizarem consulta ao Tribunal de Contas da União. Item CORRETO. 7) De acordo com as instruções normativas do TCU – ao qual compete regulamentar a obrigatoriedade de prestar contas e a forma, a periodicidade e os prazos para fazê-lo -, julgue os itens a seguir: (Analista Legislativo – Câmara dos Deputados/2002 – CESPE) A) A abertura de tomada ou prestação de contas especial ocorre unicamente quando se verificar a ocorrência, no âmbito da Administração Pública – direta e indireta -, de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo à fazenda pública. R. Vejamos o teor do art. 8º da Lei n. 8.443/1992: “Art. 8° Diante da omissão no dever de prestar contas, da não comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União, na forma prevista no inciso VII do art. 5° desta lei, da ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, da prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário, a autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária, deverá imediatamente adotar providências com vistas à instauração da tomada de contas especial

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para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano.” Vê-se, portanto, que não é somente no caso de desfalque, desvio ou outra irregularidade que resulte em prejuízo para a Administração que será obrigatória a instauração de Tomada de Contas Especial. Também será necessário instaurá-la no caso de omissão no dever de prestar contas. Ademais, não existe prestação de contas especial, mesmo para as entidades da Administração Indireta o processo para apurar dano ao erário é a Tomada de Contas Especial (TCE). Item ERRADO. B) A prestação de contas extraordinária deve ser formalizada quando ocorrer extinção, cisão, fusão, incorporação, transformação, liquidação ou privatização das entidades da Administração Indireta, inclusive das fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. R. Para esta questão é necessário entender que prestação de contas extraordinária, no caso dos entes da Administração Indireta, e tomada de contas extraordinária para os órgãos da Administração Direta, deve ocorrer quando, por determinados motivos, o órgão ou a entidade tiver de interromper suas atividades. Os motivos que ensejam a interrupção das atividades estão previstos no art. no art. 1º, inciso III, da Instrução Normativa TCU n. 47/2004: “Art. 1º As tomadas e prestações de contas dos administradores e demais responsáveis abrangidos pelos incisos I, III, IV, V e VI do art. 5º da Lei n. 8.443, de 1992, serão organizadas e apresentadas ao Tribunal de Contas da União de acordo com as disposições desta Instrução Normativa. Parágrafo único. Para os fins do disposto nesta Instrução Normativa, considera-se: (...) III – processo de contas extraordinárias: processo de tomada ou de prestação de contas organizado e apresentado quando da extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão ou incorporação de unidades jurisdicionadas cujos responsáveis estejam alcançados pela obrigação prevista no art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal;”. Embora o pré citado dispositivo não aborde a privatização, como dito, quando esta ocorre, ensejará a passagem do ente para a iniciativa privada, devendo os gestores apresentarem as contas relativas ao período que antecede à desestatização, por serem os recursos ali geridos, públicos e de natureza federal. Item CORRETO.

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Sem embargo, cabe trazer à tona as seguintes definições: i) fusão: operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (art. 228 da Lei n. 6.404/1976). ii) cisão: operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (art. 229 da Lei n. 6.404/1976). iii) incorporação: operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (art. 227 da Lei n. 6.404/1976). iv) transformação: operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro (art. 220 da Lei n. 6.404/1976). v) liquidação: representa fase posterior à dissolução da companhia, que pode ocorrer pelos seguintes motivos: de pleno direito como término do prazo previsto ou por decisão judicial como falência – art. 206 da Lei n. 6.404/1976. Assim, uma vez dissolvida, a companhia passa ao processo de liqüidação, para partilha dos direitos e obrigações envolvidas. vi) privatização: transferência de ativos ou de ações de empresas estatais para o setor privado. C) A tomada de contas, processo formalizado pela contabilidade analítica, contém dados e informações pertinentes aos atos de gestão orçamentária, financeira, patrimonial e operacional e à guarda de bens e valores públicos. R. Colhe-se da Instrução Normativa n. 47/2004 que processo de contas é o conjunto de documentos e informações, obtidos direta ou indiretamente, que permitam avaliar a conformidade e o desempenho da gestão dos responsáveis por políticas públicas, bens, valores e serviços públicos federais. Do mesmo diploma regulamentador, vem que processo de tomada de contas é aquele relativo à gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas da administração federal direta. Com efeito, vê-se que a definição ofertada no item é consentânea com as disposições da referida instrução normativa. Os aspectos abordados no item (gestão orçamentária, financeira, patrimonial, operacional e guarda de bens e valores públicos) são avaliados pelo TCU quando da análise das tomadas de contas. Vale ressaltar que o controle interno se pronuncia previamente sobre tais aspectos no exercício de sua missão institucional.

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Item CORRETO. D) A prestação de contas é o processo formalizado pelo titular da entidade da Administração Indireta, que compreende as autarquias, as fundações instituídas e mantidas pela União, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais empresas controladas – direta ou indiretamente – pela União, bem como as empresas encampadas ou sob intervenção federal, os órgãos e entidades que arrecadam ou gerenciam contribuições parafiscais, de investimentos e de outros fundos, e os órgãos ou entidades administrados sob contrato de gestão.

R. De acordo com o disposto no art. 1, parágrafo único, inciso V da Instrução Normativa TCU n. 47/2004, prestação de contas é o processo relativo à gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas da administração federal indireta e daquelas não classificadas como integrantes da administração direta federal.

Item CORRETO.

E) As contas dos órgãos da Administração Direta e Indireta devem ser encaminhadas ao TCU acompanhadas, dentre outras peças básicas, de relatório e certificado de auditoria emitido pelo controle interno, bem como por parecer de auditoria emitido por auditores independentes. R. O art. 14, incisos I a IX enumeram as peças que devem compor os processos de contas. Vejamos: “Art. 14. Os processos de contas serão compostos das seguintes peças: I – rol de responsáveis, observado o disposto no capítulo III do título II desta instrução normativa; II – relatório de gestão, emitido pelos responsáveis; III – demonstrativos contábeis, exigidos pela legislação aplicável e necessários à gestão orçamentária, financeira e patrimonial; IV – declaração expressa da respectiva unidade de pessoal de que os responsáveis a que se refere o inciso I estão em dia com a exigência de apresentação da declaração de bens e rendas de que trata a Lei n. 8.730, de 10 de novembro de 1993; V – relatórios e pareceres de órgãos e entidades que devam se pronunciar sobre as contas ou sobre a gestão da unidade jurisdicionada, consoante previsto em lei ou em seus atos constitutivos; VI – relatório de auditoria de gestão, emitido pelo órgão de controle interno competente; VII – certificado de auditoria, emitido pelo órgão de controle interno competente;.

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VIII – parecer conclusivo do dirigente do órgão de controle interno competente; e IX – pronunciamento expresso do Ministro de Estado supervisor da unidade jurisdicionada ou da autoridade de nível hierárquico equivalente sobre as contas e o parecer do dirigente do órgão de controle interno competente, atestando haver tomado conhecimento das conclusões nele contidas.” Vê-se, portanto, que não há exigência de parecer de auditores independentes. Item ERRADO. 8) Julgue o item abaixo: (Procurador Federal-AGU/2004 – CESPE, com adaptações) Uma autarquia federal contratou sem licitação, porque assim lhe pareceu conveniente, um advogado de notória especialização para representá-la judicialmente, com exclusividade, em quaisquer processos pelo prazo de cinco anos. O valor dos serviços foi pactuado segundo os preços de mercado. O TCU, entendendo ilegal a contratação, sustou, tão logo dela teve conhecimento, a execução do contrato. Nesse caso, foi correta a atitude do Tribunal de Contas da União. R. O Tribunal de Contas da União não detém competência para sustar, de imediato, o contrato. Dessa forma, caso se depare com ilegalidade ocorrida no âmbito de contrato administrativo, deve comunicar a ilegalidade ao Congresso Nacional, que adotará as providências necessárias para a sua sustação. Vejamos o que dispõe o § 1° do art. 71 da CF/1988: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...) § 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.”.

Embora o dispositivo informe que o Congresso Nacional solicitará, de imediato, ao Poder Executivo a adoção das medidas cabíveis, nem sempre é o Poder Executivo o responsável pelo contrato. Assim, se o contrato ilegal for de responsabilidade do Poder Judiciário a comunicação deve ser dirigida a este Poder, pois, somente o responsável pelo contrato – ou o próprio Poder Judiciário, no uso de sua função judicante – terá competência para anular o contrato ilegal.

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Perceba que neste exemplo, o Poder Judiciário irá anular o ato, mas não o fará utilizando-se de sua função judicante, mas sim estará cumprindo uma determinação do Congresso Nacional no uso de uma competência que deriva do próprio texto constitucional. Noutro giro, o § 2° do art. 71 da CF/1988 apresenta a seguinte redação: “§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.”. Cabe indagar, portanto, qual o significado da expressão “...decidirá a respeito”. A resposta vem do art. 251, §§ 2º, 3° e 4°, do Regimento Interno/TCU: “Art. 251. Verificada a ilegalidade de ato ou contrato em execução, o Tribunal assinará prazo de até quinze dias para que o responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, com indicação expressa dos dispositivos a serem observados, sem prejuízo do disposto no inciso IV do caput e nos §§ 1º e 2º do artigo anterior. (...) § 2º No caso de contrato, o Tribunal, se não atendido, adotará a providência prevista no inciso III do parágrafo anterior e comunicará o fato ao Congresso Nacional, a quem compete adotar o ato de sustação e solicitar, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis. § 3º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito da sustação do contrato. § 4º Verificada a hipótese do parágrafo anterior, e se decidir sustar o contrato, o Tribunal: I – determinará ao responsável que, no prazo de quinze dias, adote as medidas necessárias ao cumprimento da decisão; II – comunicará o decidido ao Congresso Nacional e à autoridade de nível ministerial competente.”.

De tudo que foi exposto, podemos constatar que, se o TCU verificar a ocorrência de ilegalidade em contrato administrativo, o Tribunal somente poderá sustar sua execução se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90 dias, não adotar as providências pertinentes. Item ERRADO. Cabem, ainda, as seguintes observações: a) O Mandado de Segurança n. 23.550/DF foi impetrado perante o Supremo Tribunal Federal contra decisão do TCU que havia determinado ao responsável por órgão público que adotasse os procedimentos necessários para a anulação de certo contrato administrativo. Considerando que havia sido lesado em seu direito, o contratado impetrou o referido mandado de segurança.

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A decisão do Pretório Excelso foi no sentido de que o TCU possuía competência para determinar a anulação do contrato. A Suprema Corte assim entendeu por que a Constituição concedeu competência para a Corte de Contas “assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade” (Inciso IX do art. 71). Assim, quando a Corte de Contas entender que a única forma de conseguir sanar a ilegalidade é por meio da anulação do contrato, pode assinar prazo para que o órgão adote essa providência. Nesse mesmo julgado, o STF entendeu que o TCU só pode determinar que algum órgão adote as medidas necessárias no sentido de anular certo contrato administrativo após conceder ao contratado a oportunidade de ampla defesa e contraditório, pois, uma vez que o contrato pode vir a ser anulado, isto pode redundar em situação desfavorável ao contratado, devendo, portanto, ser-lhe concedido direito de se pronunciar a respeito. Resumindo, o TCU não possui competência para sustar, de imediato, um contrato, somente podendo fazê-lo, se o Congresso Nacional, no prazo de 90 dias não se pronunciar a respeito da sustação. Entretanto, de acordo com o entendimento do STF, o TCU pode, de imediato, desde que concedida ampla defesa e contraditório ao contratado, determinar que a autoridade competente anule o contrato. b) O TCU determinou, cautelarmente, à Companhia das Docas do Estado da Bahia S.A. (CODEBA) que adotasse providências para suspender todos os atos tendentes a culminar na execução de determinado contrato. Irresignado, o Diretor Presidente da CODEBA ingressou com Mandado de Segurança (26.547-DF) no STF para tornar sem efeito a decisão da Corte de Contas. Ao apreciar o caso, o STF decidiu pela validade do provimento cautelar do TCU em julgado assim ementado: “RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO EMENTA: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. PODER GERAL DE CAUTELA. LEGITIMIDADE. DOUTRINA DOS PODERES IMPLÍCITOS. PRECEDENTE (STF). CONSEQÜENTE POSSIBILIDADE DE O TRIBUNAL DE CONTAS EXPEDIR PROVIMENTOS CAUTELARES, MESMO SEM AUDIÊNCIA DA PARTE CONTRÁRIA, DESDE QUE MEDIANTE DECISÃO FUNDAMENTADA. DELIBERAÇÃO DO TCU, QUE, AO DEFERIR A MEDIDA CAUTELAR, JUSTIFICOU, EXTENSAMENTE, A OUTORGA DESSE PROVIMENTO DE URGÊNCIA. PREOCUPAÇÃO DA CORTE DE CONTAS EM ATENDER, COM TAL CONDUTA, A EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL PERTINENTE À NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES ESTATAIS. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO EM CUJO ÂMBITO TERIAM SIDO OBSERVADAS AS GARANTIAS INERENTES À CLÁUSULA CONSTITUCIONAL DO “DUE PROCESS OF LAW”. DELIBERAÇÃO FINAL

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DO TCU QUE SE LIMITOU A DETERMINAR, AO DIRETOR-PRESIDENTE DA CODEBA (SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA), A INVALIDAÇÃO DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO E DO CONTRATO CELEBRADO COM A EMPRESA A QUEM SE ADJUDICOU O OBJETO DA LICITAÇÃO. INTELIGÊNCIA DA NORMA INSCRITA NO ART. 71, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO. APARENTE OBSERVÂNCIA, PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, NO CASO EM EXAME, DO PRECEDENTE QUE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMOU A RESPEITO DO SENTIDO E DO ALCANCE DESSE PRECEITO CONSTITUCIONAL (MS 23.550/DF, REL. P/ ACÓRDÃO O MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE). INVIABILIDADE DA CONCESSÃO, NO CASO, DA MEDIDA LIMINAR PRETENDIDA, EIS QUE NÃO ATENDIDOS, CUMULATIVAMENTE, OS PRESSUPOSTOS LEGITIMADORES DE SEU DEFERIMENTO. MEDIDA CAUTELAR INDEFERIDA.”. Mediante tal julgado ficou assente a possibilidade de o TCU expedir medida cautelar para impedir a execução de um contrato, sem que tal fato caracterize-se em abuso de poder da Corte de Contas. 9) Julgue os itens abaixo: (ACE TCU/2005 – CESPE) A) Nos termos da Constituição Federal de 1988, o TCU pode apreciar contas de governo de autarquia territorial e emitir parecer prévio.

R. O Controle Externo das Autarquias Territoriais será, conforme disposto no art. 33, § 2°, feito com auxílio do Tribunal de Contas da União, o qual competirá emitir parecer prévio sobre as contas do Governo do Território, as quais serão julgadas pelo Congresso Nacional. Veja como a CF/1988 apresenta o assunto:

“Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.

(...)

§ 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.”

Item CORRETO.

B) Considere que, instaurada tomada de contas especial em razão de irregularidades verificadas em obra pública federal, na qual se detectou a existência de dano ao erário, o TCU constatou que toda a documentação comprobatória da despesa fora destruída por violenta e inevitável inundação provocada por eventos naturais. Diante disso, o Tribunal pode, em decisão terminativa, ordenar o trancamento das contas, considerando-as iliquidáveis. Pode, também, julgar o mérito das

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contas, alguns anos depois, caso estejam presentes os requisitos legais aplicáveis. R. Decisão Terminativa é a aquela pela qual o TCU ordena o trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis, ou determina o seu arquivamento pela ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo ou por racionalização administrativa e economia processual, nos termos dos arts. 211 a 213 (art. 10, § 3°, da Lei n. 8.443/1992 ou 201, § 1°, do Regimento Interno do TCU). Vejamos o teor do art. 211 do RITCU (art. 20 da LOTCU): “Art. 211. As contas serão consideradas iliquidáveis quando caso fortuito ou de força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, tornar materialmente impossível o julgamento de mérito. § 1º Na hipótese prevista neste artigo, o Tribunal ordenará o trancamento das contas e o conseqüente arquivamento do processo. § 2º Dentro do prazo de cinco anos contados da publicação, no Diário Oficial da União, da decisão terminativa a que se refere o § 3º do art. 201, o Tribunal poderá, à vista de novos elementos considerados suficientes, autorizar o desarquivamento do processo e determinar que se ultime a respectiva tomada ou prestação de contas. § 3º Transcorrido o prazo referido no parágrafo anterior sem que tenha havido nova decisão, as contas serão consideradas encerradas, com baixa na responsabilidade do administrador.”. Assim, temos que as contas serão consideradas iliquidáveis quando ocorrer qualquer evento que impeça o Tribunal de chegar a uma conclusão acerca da gestão do responsável. Por exemplo, a inundação de um prédio, em que todos os documentos relacionados à determinada gestão sejam perdidos, é caso de contas iliquidáveis. Entretanto, as contas somente serão consideradas iliquidáveis se os fatos forem alheios à vontade do gestor. Assim, se o próprio gestor colocar fogo em sua repartição, com o objetivo de se livrar de possível julgamento irregular de suas contas, seu ato implicará presunção de má-fé, o que ensejará a sua condenação. Ainda conforme o disposto no § 2º acima, o TCU pode desarquivar os autos se, no período de cinco anos, forem obtidos elementos que possibilitem o julgamento das contas. Item CORRETO. C) Nos termos da Lei n. 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU), o TCU tem jurisdição própria e privativa, em todo o território nacional, sobre as pessoas e matérias sujeitas à sua competência e, somente por decisão do TCU, as pessoas abrangidas pela jurisdição do Tribunal podem ser liberadas da responsabilidade de prestar-lhe contas.

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R. De acordo com o art. 6º c/c art. 5º (incisos I a VI) da Lei n. 8.443/1992, o TCU pode dispensar da obrigação de prestar contas: a) qualquer pessoa física, órgão ou entidade que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta assuma obrigações de natureza pecuniária; b) aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário; c) os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob intervenção ou que de qualquer modo venham a integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio da União ou de outra entidade pública federal; d) os responsáveis pelas contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; e) os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviço de interesse público ou social; e f) todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos à sua fiscalização por expressa disposição de lei. Entretanto, não podem ser dispensados da obrigação de prestar as devidas contas: a) os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; b) os sucessores dos administradores e responsáveis a que se refere este artigo, até o limite do valor do patrimônio transferido, nos termos do inciso XLV do art. 5º da Constituição Federal; e c) os representantes da União ou do Poder Público na assembléia geral das empresas estatais e sociedades anônimas de cujo capital a União ou o Poder Público participem, solidariamente, com os membros dos conselhos fiscal e de administração, pela prática de atos de gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas sociedades. Como o item informa que o TCU pode dispensar da obrigação de prestar contas todas as pessoas abrangidas pela sua jurisdição, é falso. Item ERRADO. D) Considere a seguinte situação hipotética: Assegurada a ampla defesa, o TCU julgou irregulares as contas de Bento, imputou-lhe débito no valor de R$ 100 mil e aplicou-lhe multa proporcional ao débito no valor de R$ 10 mil. Pouco tempo depois, Bento, único responsável, faleceu.

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Nessa situação, os valores correspondentes à multa não mais deverão ser cobrados, embora a quantia relativa ao débito ainda possa ser cobrada, de modo a se promover o ressarcimento integral do dano. R. Diz o art. 5º, inciso XLV da CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;”. A multa aplicada aos gestores públicos federais, por atos ilegais de que resultam dano ao erário possui caráter de penalidade, sendo personalíssima, não podendo a obrigação de satisfazê-la ser transferida aos herdeiros ou sucessores, nos termos da Constituição Federal. Diferente posicionamento tem-se para o dano ao erário. No caso do dano, não há penalidade, mas sim obrigação de ressarcimento de um débito ocasionado à Administração Pública, fato pelo qual, nos termos do inciso pré citado da CF/1988, haverão os sucessores de reparar o dano, no limite do patrimônio que estes por ventura tenham recebido. Item CORRETO. E) Nos termos da lei, caso determinado responsável não acate decisão do TCU que lhe imputou débito, é possível que o Tribunal promova o ressarcimento do erário por outro meio legítimo, além da cobrança judicial da dívida promovida com o auxílio inicial do Ministério Público junto ao Tribunal. R. A teor dos arts. 28, 25 e 19, todos da Lei n. 8.443/1992, no caso de o responsável ser condenado em débito e não recolher a dívida, pode o TCU determinar o desconto da mesma nos vencimentos, salários, ou ainda, nos proventos do respectivo responsável. Cabe asseverar, que o TCU somente determina o referido desconto caso se trate de servidor público federal. Item CORRETO. 10) Acerca das disposições da Lei Complementar n. 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) —, julgue o item a seguir: (ACE TCU/2004 – CESPE)

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Os tribunais de contas devem emitir parecer prévio, separadamente, sobre as contas prestadas pelos chefes do Poder Executivo, pelos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e pelo chefe do Ministério Público. Já sobre as contas dos tribunais de contas, o parecer deve ser proferido pela comissão mista de orçamento ou equivalente das casas legislativas estaduais e municipais. R. A matéria é tratada no art. 56 da LRF, cujo teor reproduzimos abaixo: “Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas. (...) § 2º O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais.” Vê-se, portanto, que o item está CORRETO. Nada obstante, é pertinente mencionar que o STF deferiu medida cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) ajuizada pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT), suspendendo a eficácia, dentre outros, dos artigos 56 e 57 daquele diploma legal. Da leitura dos fundamentos utilizados pelo Supremo para deferir a cautelar em questão é possível aduzir que, no entendimento do STF, as contas referidas nos dispositivos contestados (arts. 56 e 57) dizem respeito às contas de gestão dos administradores públicos, que não estariam, assim, sujeitas, apenas à emissão de parecer prévio, mas sim ao julgamento por parte do TCU. Sem adentrar ao mérito da decisão do STF, entendemos que, de forma clara, os arts. 56 e 57 da LRF referem-se, de forma indubitável, às contas de governo, que estão sujeitas apenas à emissão de parecer prévio pelo TCU. Todavia, como a questão em apreço foi cobrada em 2004, antes, portanto, da decisão do STF, que ocorreu em 8/8/2007, o gabarito é CORRETO.

Para o próximo concurso, basta termos ciência que o TCU, por meio do Acórdão n. 2.248/2007 – Plenário, fixou o entendimento de que, face à medida cautelar exarada pelo STF, para o ano de 2007, as contas de governo somente englobarão as contas do Presidente da República.

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11) Quanto às disposições sobre a fiscalização de atos e contratos, nos termos da Lei Orgânica do TCU, julgue o item a seguir: (ACE TCU/2004 – CESPE) O contrato considerado ilegal só poderá ser sustado pelo TCU se houver permissão expressa do Congresso Nacional ou do Poder Executivo no prazo de noventa dias, contados da comunicação do fato. R. O ato de sustação de contrato é de competência exclusiva do Congresso Nacional, nos termos do art. 71, § 1º da CF/1988: “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...) § 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.” Vê-se, portanto, que ao Poder Executivo não é dado sustar o contrato. Sua participação se resume a adotar as providências com vistas a respectiva sustação, que é de competência do Congresso Nacional. Item ERRADO. 12) Com relação ao nível de acesso do TCU a documentos e informações concernentes à atuação da administração pública e dos responsáveis por valores públicos, julgue o item seguinte: (ACE TCU/2004 – CESPE) Nenhum documento ou informação poderá ser negado ao analista de controle externo em suas atribuições precípuas sob a justificativa de resguardo à segurança nacional ou de ter sido a aplicação de recursos públicos feita por entidades privadas beneficiárias de transferências governamentais. R. Combinando-se o disposto nos arts. 86 e 87 da Lei n. 8.443/1992, temos que o Analista de Controle Externo, no exercício de suas funções específicas, possui acesso a todos os documentos e informações necessários à realização de seu trabalho. Ainda o art. 42 daquele mesmo diploma legal estabelece que nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado ao Tribunal em suas inspeções ou auditorias, sob qualquer pretexto. Item CORRETO. 13) Sobre o controle de constitucionalidade exercido pelo Tribunal de Contas da União, pode-se afirmar que: (ACE TCU/2006 – ESAF)

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a) o Tribunal de Contas da União tem legitimidade para entrar com uma ADIn – Ação Direta de Inconstitucionalidade – no Supremo Tribunal Federal. b) o Tribunal de Contas da União, no âmbito de suas atribuições, pode examinar a constitucionalidade de lei e declará-la inconstitucional, com o fito de afastá-la de aplicação em um caso concreto. c) o TCU não pode realizar controle difuso da constitucionalidade de leis. d) o controle abstrato de constitucionalidade realizado pelo TCU gera efeitos ex tunc. e) não cabe controle incidental de constitucionalidade pelo TCU, mesmo quando examinando aplicação de lei por órgão jurisdicionado. R. Letra b. O Supremo Tribunal Federal, por meio da súmula 347, entendeu que o Tribunal de Contas da União, no âmbito de sua competência, pode apreciar a constitucionalidade de lei ou de ato do poder público. Essa apreciação ocorre sempre de modo difuso ou incidental. Assim, o TCU, ao deliberar acerca de um processo qualquer, caso esbarre em normativo que possa estar afrontando a Constituição, pode afastar a aplicabilidade daquele dispositivo, a fim de resolver o caso concreto.

Análise dos demais itens:

- Item a: os legitimados a ingressarem com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) no STF são: (art. 103 da Cf/1988)

I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; e IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Não há, portanto, legitimidade para que o TCU ingresse com ADIn no STF. - Item c: como visto, o TCU, ao exercer a competência de analisar a constitucionalidade das leis, o faz em sentido de controle difuso, concreto ou incider tantum, o que torna o item falso. - Item d: quem realiza controle de constitucionalidade abstrato no Brasil, no que tange à Constituição Federal, é, exclusivamente, o Supremo Tribunal Federal. - Item e: já vimos que o TCU pode realizar controle de constitucionalidade incidental, o que torna o item falso.

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14) De acordo com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade e economicidade e a fiscalização da aplicação das subvenções e renúncia de receitas. Assim, ao TCU compete, nos termos da Constituição da República e na forma estabelecida na legislação vigente: (Consultor de Orçamentos/2002 – CESPE) A) proceder por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional, de suas casas ou de partido político com representação nas duas casas, à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das unidades dos poderes da União e de outras entidades da administração direta. R. O art. 71, inciso IV, da CF/1988 prevê que, ao TCU compete realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Não há, portanto, previsão de que partido político, com ou sem representação no Congresso Nacional solicite a realização de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das unidades dos poderes da União. Item ERRADO. B) apreciar para fins de registro, na forma estabelecida no Regimento Interno do TCU, a legalidade de todos os atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, incluídas as melhorias posteriores que alterem o fundamento legal do ato concessório. R. Não são todos os atos de admissão de pessoal que são apreciados, para fins de legalidade, pelo TCU. De acordo com o art. 71, inciso III, excluem-se dessa apreciação os atos que dizem respeito às nomeações para os cargos de provimento em comissão. Item ERRADO.

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C) emitir parecer prévio sobre as contas do governo de território federal, no prazo de 60 dias, a contar de seu recebimento, na forma estabelecida no regimento interno. R. tal competência está estabelecida no art. 1º, inciso VII, da Lei n. 8.443/1992, cujo teor é o que se segue: “Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta lei: (...) VII - emitir, nos termos do § 2º do art. 33 da Constituição Federal, parecer prévio sobre as contas do Governo de Território Federal, no prazo de sessenta dias, a contar de seu recebimento, na forma estabelecida no regimento interno;” Vê-se, assim, que o item está CORRETO. D) decidir sobre denúncia que lhe seja encaminhada por qualquer cidadão, partido político, ou pessoa jurídica regularmente constituída. R. A Lei n. 8.443/1992, no art. 53, caput, dispôs que podem apresentar denúncia ao TCU: i) qualquer cidadão; ii) partido político; e iii) associação ou sindicato. Não existe, assim, possibilidade de empresa jurídica apresentar denúncia ao TCU. Item ERRADO. E) regulamentar, no âmbito de sua competência e jurisdição, mediante a expedição de atos e instruções normativas sobre matéria de suas atribuições e sobre a organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob pena de responsabilidade. R. O art. 3° da LOTCU estabelece que: “Art. 3° Ao Tribunal de Contas da União, no âmbito de sua competência e jurisdição, assiste o poder regulamentar, podendo, em conseqüência, expedir atos e instruções normativas sobre matéria de suas atribuições e sobre a organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob pena de responsabilidade.”. A Lei Orgânica concedeu ao Tribunal de Contas da União o poder de regulamentar as matérias que estejam no âmbito de sua competência. Um exemplo da utilização dessa competência foi a expedição da Instrução Normativa (IN) n. 27/1998, que foi editada para

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regulamentar, no âmbito do TCU, a forma de fiscalização do processos de desestatização. Outro exemplo é a utilização do poder regulamentador, pelo TCU, para informar aos jurisdicionados a maneira como as contas devem ser por eles prestadas. A constituição concede ao TCU a competência para julgar as contas dos administradores, mas em nenhum momento menciona a forma como essas contas devem ser encaminhadas para o Tribunal. Essa normatização cabe ao Tribunal, por meio do poder regulamentador. Importante notar que a parte final do art. 3° da LOTCU estabelece que o poder regulamentador do TCU deve ser respeitado sob pena de responsabilidade. Assim, o gestor que não prestar suas contas na forma disciplinada pelo Tribunal pode vir a ser punido por conta desse fato. Item CORRETO.

15) Julgue o item abaixo: (Analista de Controle Externo TCU 2007 – Cespe): A) O Tribunal de Contas da União (TCU) aprecia a legalidade do ato concessivo de aposentadoria e, encontrando-se este em conformidade com a lei, procede a seu registro. Essa apreciação é competência exclusiva do TCU e visa ordenar o registro do ato, o que torna definitiva a aposentadoria, nos termos da lei. Entretanto, se, na apreciação do ato, detectar-se ilegalidade, não compete ao TCU cancelar o pagamento da aposentadoria, inclusive para respeitar o princípio da segregação.

R. De acordo com o art. 1º, inciso V, da Lei n. 8.443/1992, compete ao TCU, apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.

Com efeito, cabe ao TCU, tão somente apreciar se o ato é legal, não havendo previsão de, naquela função (de apreciação do ato), mandar cancelar um pagamento, porventura, ilegal.

Caso detecte a ilegalidade, o TCU negará registro ao ato e determinará ao órgão competente que adote as providências para o cancelamento do pagamento da verba considerada ilegal.

Item Correto.

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

(Consultor da Câmara dos Deputados do ano de 2002 – CESPE): O presidente do Tribunal de Contas da União, Humberto Souto, vai

fazer um levantamento dos órgãos públicos que deixaram de publicar o relatório de gestão fiscal do ano passado até o dia 30 de janeiro. O relatório é exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. A pena para o administrador público que não publica o relatório, inclusive pela Internet, é uma multa equivalente a 30% de seu salário anual. O governo federal publicou o seu relatório no dia 31 e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), ontem. Souto informou, por meio de sua assessoria, que tomará as providências previstas na legislação. A maior parte dos tribunais superiores publicou seus relatórios entre os dias 29 e 30 de janeiro. O Tribunal Superior Eleitoral publicou o seu no dia 31. Ontem, além do STJ, o Diário Oficial da União publicou os relatórios dos tribunais regionais eleitorais do Ceará e do Acre. A Câmara disponibilizou o seu relatório na Internet, mas o Senado não informou se cumpriu a determinação da lei. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, todos os tribunais regionais federais, além dos tribunais eleitorais, do trabalho, militares e tribunais estaduais, têm de publicar relatórios de gestão fiscal. A determinação também vale para os Poderes Executivo e Legislativo estaduais e municipais. Nesses casos, porém, a fiscalização é dos tribunais de contas regionais. Folha de S. Paulo, 3/2/2001 (com adaptações). 1) Acerca da situação acima descrita e das normas pertinentes, julgue os itens seguintes. A) Constitui crime de responsabilidade deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal. B) Conforme as leis de finanças públicas, é admissível que, em algumas hipóteses, determinados órgãos públicos possam deixar de enviar ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal. C) Na situação descrita no texto, se o Senado Federal tivesse confirmado o não-cumprimento da determinação legal, estaria caracterizada infração ao princípio da publicidade, cabendo punição com multa de 30% dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal. D) O presidente do TCU, órgão auxiliar ao Poder Legislativo, não tem competência ou atribuição para exigir o relatório do administrador público, dependendo de autorização específica de lei.

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E) Na situação tratada no texto, incumbiria a Humberto Souto exigir relatório dos poderes Executivo e Legislativo estaduais e municipais.

2) Julgue o item abaixo (Auditor do Tribunal de Contas do Distrito Federal – CESPE/2002): As disposições da LRF obrigam a União, os estados, o DF e os municípios, e alcançam, nesses entes políticos, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Ministério Público, restando fora de sua abrangência apenas os tribunais de contas, pois são os entes responsáveis pelos controles estabelecidos.

3) As decisões do TCU em processos de tomada ou prestação de contas estão associadas ao tipo de julgamento das referidas contas. Com base na Lei Orgânica do TCU, julgue os itens a seguir. (Analista de Finanças e Controle Externo do TCU/1995 – CESPE)

A) A decisão é definitiva quando o Tribunal ordenar o trancamento das contas, fato que corresponde ao arquivamento definitivo. B) Decisão preliminar é a que ocorre quando se registram ressalvas, que requerem a correção de impropriedades ou faltas identificadas. C) Quando as restrições não apresentarem o risco de voltar a ocorrer, o Tribunal, por meio de decisão terminativa, dará quitação ao responsável. D) Quando houver omissão de prestação de contas, serão as mesmas julgadas irregulares, por decisão definitiva. E) Sendo o julgamento do mérito materialmente impossível, por falta involuntária de documentação inutilizada por ocasião de um sinistro, o processo será arquivado, mediante decisão terminativa.

4) Julgue o item abaixo: (Auditor – TCU – CESPE/2002, com alterações) Nos termos da sua Lei Orgânica (LO/TCU), o TCU tem competência para, em caso de urgência, de fundado receio de grave lesão ao erário ou a direito alheio ou de risco de ineficácia da decisão de mérito, adotar medida cautelar e determinar a suspensão da concorrência, com ou sem a prévia oitiva das partes. 5) Com relação às competências do Tribunal de Contas da União previstas em sua Lei Orgânica e em seu Regimento Interno, julgue o item abaixo: (ACE/1998 – CESPE)

A) Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar para fins de registro a legalidade dos atos de concessão de aposentadoria, reserva e

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pensão na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório. 6) julgue os itens abaixo: (Autoria própria) A) Conforme previsto em seu Regimento Interno, todas as faculdades processuais, no âmbito do Tribunal de Contas da União, podem ser executas diretamente pelas partes mesmo que não sejam advogados. B) A resposta à Consulta, que pode ser realizada pelos Comandantes das Forças Armadas, constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto. 7) De acordo com as instruções normativas do TCU – ao qual compete regulamentar a obrigatoriedade de prestar contas e a forma, a periodicidade e os prazos para fazê-lo -, julgue os itens a seguir: (Analista Legislativo – Câmara dos Deputados/2002 – CESPE) A) A abertura de tomada ou prestação de contas especial ocorre unicamente quando se verificar a ocorrência, no âmbito da Administração Pública – direta e indireta -, de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo à fazenda pública. B) A prestação de contas extraordinária deve ser formalizada quando ocorrer extinção, cisão, fusão, incorporação, transformação, liquidação ou privatização das entidades da Administração Indireta, inclusive das fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. C) A tomada de contas, processo formalizado pela contabilidade analítica, contém dados e informações pertinentes aos atos de gestão orçamentária, financeira, patrimonial e operacional e à guarda de bens e valores públicos. D) A prestação de contas é o processo formalizado pelo titular da entidade da Administração Indireta, que compreende as autarquias, as fundações instituídas e mantidas pela União, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais empresas controladas – direta ou indiretamente – pela União, bem como as empresas encampadas ou sob intervenção federal, os órgãos e entidades que arrecadam ou gerenciam contribuições parafiscais, de investimentos e de outros fundos, e os órgãos ou entidades administrados sob contrato de gestão. E) As contas dos órgãos da Administração Direta e Indireta devem ser encaminhadas ao TCU acompanhadas, dentre outras peças básicas, de relatório e certificado de auditoria emitido pelo controle interno, bem como por parecer de auditoria emitido por auditores independentes.

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8) Julgue o item abaixo: (Procurador Federal-AGU/2004 – CESPE, com adaptações) Uma autarquia federal contratou sem licitação, porque assim lhe pareceu conveniente, um advogado de notória especialização para representá-la judicialmente, com exclusividade, em quaisquer processos pelo prazo de cinco anos. O valor dos serviços foi pactuado segundo os preços de mercado. O TCU, entendendo ilegal a contratação, sustou, tão logo dela teve conhecimento, a execução do contrato. Nesse caso, foi correta a atitude do Tribunal de Contas da União. 9) Julgue os itens abaixo: (ACE TCU/2005 – CESPE) A) Nos termos da Constituição Federal de 1988, o TCU pode apreciar contas de governo de autarquia territorial e emitir parecer prévio.

B) Considere que, instaurada tomada de contas especial em razão de irregularidades verificadas em obra pública federal, na qual se detectou a existência de dano ao erário, o TCU constatou que toda a documentação comprobatória da despesa fora destruída por violenta e inevitável inundação provocada por eventos naturais. Diante disso, o Tribunal pode, em decisão terminativa, ordenar o trancamento das contas, considerando-as iliquidáveis. Pode, também, julgar o mérito das contas, alguns anos depois, caso estejam presentes os requisitos legais aplicáveis. C) Nos termos da Lei n. 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU), o TCU tem jurisdição própria e privativa, em todo o território nacional, sobre as pessoas e matérias sujeitas à sua competência e, somente por decisão do TCU, as pessoas abrangidas pela jurisdição do Tribunal podem ser liberadas da responsabilidade de prestar-lhe contas. D) Considere a seguinte situação hipotética: Assegurada a ampla defesa, o TCU julgou irregulares as contas de Bento, imputou-lhe débito no valor de R$ 100 mil e aplicou-lhe multa proporcional ao débito no valor de R$ 10 mil. Pouco tempo depois, Bento, único responsável, faleceu. Nessa situação, os valores correspondentes à multa não mais deverão ser cobrados, embora a quantia relativa ao débito ainda possa ser cobrada, de modo a se promover o ressarcimento integral do dano. E) Nos termos da lei, caso determinado responsável não acate decisão do TCU que lhe imputou débito, é possível que o Tribunal promova o ressarcimento do erário por outro meio legítimo, além da cobrança judicial da dívida promovida com o auxílio inicial do Ministério Público junto ao Tribunal.

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10) Acerca das disposições da Lei Complementar n. 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) —, julgue o item a seguir: (ACE TCU/2004 – CESPE) Os tribunais de contas devem emitir parecer prévio, separadamente, sobre as contas prestadas pelos chefes do Poder Executivo, pelos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e pelo chefe do Ministério Público. Já sobre as contas dos tribunais de contas, o parecer deve ser proferido pela comissão mista de orçamento ou equivalente das casas legislativas estaduais e municipais.

11) Quanto às disposições sobre a fiscalização de atos e contratos, nos termos da Lei Orgânica do TCU, julgue o item a seguir: (ACE TCU/2004 – CESPE) O contrato considerado ilegal só poderá ser sustado pelo TCU se houver permissão expressa do Congresso Nacional ou do Poder Executivo no prazo de noventa dias, contados da comunicação do fato. 12) Com relação ao nível de acesso do TCU a documentos e informações concernentes à atuação da administração pública e dos responsáveis por valores públicos, julgue o item seguinte: (ACE TCU/2004 – CESPE) Nenhum documento ou informação poderá ser negado ao analista de controle externo em suas atribuições precípuas sob a justificativa de resguardo à segurança nacional ou de ter sido a aplicação de recursos públicos feita por entidades privadas beneficiárias de transferências governamentais. 13) Sobre o controle de constitucionalidade exercido pelo Tribunal de Contas da União, pode-se afirmar que: (ACE TCU/2006 – ESAF) a) o Tribunal de Contas da União tem legitimidade para entrar com uma ADIn – Ação Direta de Inconstitucionalidade – no Supremo Tribunal Federal. b) o Tribunal de Contas da União, no âmbito de suas atribuições, pode examinar a constitucionalidade de lei e declará-la inconstitucional, com o fito de afastá-la de aplicação em um caso concreto. c) o TCU não pode realizar controle difuso da constitucionalidade de leis. d) o controle abstrato de constitucionalidade realizado pelo TCU gera efeitos ex tunc. e) não cabe controle incidental de constitucionalidade pelo TCU, mesmo quando examinando aplicação de lei por órgão jurisdicionado. 14) De acordo com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao Congresso Nacional,

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exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade e economicidade e a fiscalização da aplicação das subvenções e renúncia de receitas. Assim, ao TCU compete, nos termos da Constituição da República e na forma estabelecida na legislação vigente: (Consultor de Orçamentos/2002 – CESPE) A) proceder por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional, de suas casas ou de partido político com representação nas duas casas, à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das unidades dos poderes da União e de outras entidades da administração direta. B) apreciar para fins de registro, na forma estabelecida no Regimento Interno do TCU, a legalidade de todos os atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, incluídas as melhorias posteriores que alterem o fundamento legal do ato concessório. C) emitir parecer prévio sobre as contas do governo de território federal, no prazo de 60 dias, a contar de seu recebimento, na forma estabelecida no regimento interno. D) decidir sobre denúncia que lhe seja encaminhada por qualquer cidadão, partido político, ou pessoa jurídica regularmente constituída. E) regulamentar, no âmbito de sua competência e jurisdição, mediante a expedição de atos e instruções normativas sobre matéria de suas atribuições e sobre a organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob pena de responsabilidade. 15) Julgue o item abaixo: (Analista de Controle Externo TCU 2007 – Cespe): A) O Tribunal de Contas da União (TCU) aprecia a legalidade do ato concessivo de aposentadoria e, encontrando-se este em conformidade com a lei, procede a seu registro. Essa apreciação é competência exclusiva do TCU e visa ordenar o registro do ato, o que torna definitiva a aposentadoria, nos termos da lei. Entretanto, se, na apreciação do ato, detectar-se ilegalidade, não compete ao TCU cancelar o pagamento da aposentadoria, inclusive para respeitar o princípio da segregação.

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AULA 01

Olá caros alunos e amigos! Tudo bem? Espero que sim! Estamos de volta para o nosso segundo encontro – Aula 1. Antes disso, um comentário. Mencionei na aula inicial que meu papel motivacional seria cumprido mediante exposição dos benefícios de se trabalhar no Tribunal. Pois bem! O mais famoso deles é o recesso. Além do gozo das férias anuais (30 dias a serem marcados em qualquer época do ano), todo servidor da Casa tem direito ao recesso, que acontece de 17 de dezembro a 16 de janeiro, anualmente. Na prática, são 60 dias de descanso anuais! Excelente, não? Agora me diga: você conhece outro cargo que ofereça isso? Antes de qualquer comentário, alerto aos curiosos que nos Poderes Judiciário e Legislativo também há recesso, mas não são de 30 dias por ano! Portanto, dediquemo-nos aos estudos, pois o Tribunal está selecionando as melhores cabeças! Após destinarmos a Aula 0 ao estudo do conceito de controle (parte 0.1) e suas classificações (parte 0.2), retomaremos a linha expositiva com três tópicos do Capítulo 0, que tratam do dever de prestar contas, do controle externo no Brasil e da história do TCU. Em seguida, iniciaremos o Capítulo 1 (Tribunal de Contas da União: natureza, competência e jurisdição), correspondente ao item 2 do conteúdo programático de nossa disciplina. Preparados? Ao trabalho!

CAPÍTULO 0 – INTRODUÇÃO (CONTINUAÇÃO) 0.3 O DEVER DE PRESTAR CONTAS

Praticamente todos nós já passamos pela situação de administrar recursos de terceiros. Isso pode ocorrer em nossa família, quando somos encarregados de guardar ou zelar por um objeto de algum parente. Pode acontecer também no âmbito profissional, quando somos responsáveis por gerir recursos institucionais (financeiros, humanos, materiais) para, com eles, viabilizar determinado resultado da organização em que trabalhamos. Ao final da jornada, aquele que delegou a responsabilidade nos chama para prestarmos contas da gestão dos instrumentos que nos foram confiados. Existe a obrigação de apresentar os resultados e comprovar o que fizemos com os recursos alheios. Quando se trata de valores financeiros ou patrimoniais, a coisa toma proporções ainda mais sérias. Precisamos cuidar para que eles não sejam subtraídos, e para que tudo fique bem documentado.

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Dessa forma, o dever de prestar contas decorre da assunção de responsabilidade por aquilo que não nos pertence, isto é, por recursos de terceiros. Em matéria de recursos públicos não é diferente. Sendo coletivos, os valores arrecadados pelo Estado precisam ser gastos na forma (segundo as leis e atos normativos aprovados) e para as finalidades que o povo indicar (consubstanciadas nos programas de governo). Para demonstrar o bom uso dos recursos públicos perante a sociedade, do mesmo modo que quaisquer recursos de terceiros, deve-se obediência ao instituto da prestação de contas. Chaves1 explica o tema no âmbito da gestão pública:

A prestação de contas do administrador público (lato sensu) é a demonstração, perante o Estado e a sociedade, de como foi a aplicação dos recursos públicos que teve sob sua responsabilidade. Espera-se que a aplicação seja boa e regular. O termo “boa” diz respeito aos resultados plenamente satisfatórios alcançados pela gestão e “regular” trata da conformidade entre os meios empregados na aplicação dos recursos e a lei.

E o autor prossegue:

A noção de prestação de contas é amplamente difundida e reconhecida como regra universal. Todo aquele que gerir dinheiro público ou administrar bens ou interesses da comunidade deve prestar contas ao órgão competente para a fiscalização. A obrigação de prestar contas decorre, inexoravelmente, da função de administrar bens e valores públicos, alcançando não somente gestores públicos, mas qualquer pessoa que esteja responsável por esses bens e valores.

No caso da coisa pública, todos os cidadãos são responsáveis por fiscalizá-la. Em tese, qualquer indivíduo pode pedir contas aos agentes públicos. No entanto, o exercício dessa fiscalização por uma sociedade inteira seria complicado, por dois motivos: primeiro, a população é muito grande, o que torna um eventual processo coletivo de controle impraticável; segundo, a máquina administrativa é tão complexa que um cidadão médio não é capaz de entender seu funcionamento. Apenas para exemplificar, perceba que o estudo para concurso público serve para aprendermos o funcionamento da Administração Pública em linhas gerais. Depois de aprovados, ainda continuamos aprendendo e não conseguimos absorver tudo! Imagine um cidadão típico! Ele teria condições de fiscalizar, com todo o rigor técnico, o funcionamento dos órgãos e entidades do Estado? Obviamente que não! Para resolver essa questão, a solução política encontrada foi eleger representantes do povo para o exercício do controle. Com isso, a função

                                                            1 CHAVES, Francisco Eduardo C. Controle Externo da Gestão Pública. 1ª edição. Niterói: Ed. Impetus. 2007. p. 6.

 

 

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0.4 CONTROLE EXTERNO NO BRASIL Cada país possui o seu sistema de controle externo. No Brasil, ele encontra previsão constitucional. Os principais trechos da Constituição Federal de 1988 que precisamos conhecer são: arts. 31; 33; 34, VII, d; 35, II; 49, V, IX, X e XIII; 50; 51, II; 52, III, b; 57; 58, §3º; 84, XV e XXIV; 85, V; 102, I, d e q; 105, I, a; 70 a 75, 161, parágrafo único; e art. 235, III, do ADCT . Vamos explorar os principais dispositivos a partir desse momento. Isso, porém, não afasta a necessidade de estudo, por parte do candidato, da literalidade de todos os dispositivos acima, ok? O CONTROLE EXTERNO DOS RECURSOS FEDERAIS Lá na seção de nosso curso que tratou dos conceitos e classificações, aprendemos que controle externo em sentido estrito é aquele que se realiza por agente estranho ao Poder responsável pelo ato controlado e visa a comprovar a probidade da Administração e a regularidade da guarda e do emprego dos bens, valores e dinheiros públicos, bem como a fiel execução do orçamento. Essa tarefa é conferida pela Constituição Federal a um conjunto de órgãos especializados. Conforme Valdecir Pascoal3:

A necessidade de um órgão de controle dos atos de índole administrativo-financeira surge com o próprio desenvolvimento do Estado, sobretudo no Estado em que os bens administrados pertencem à coletividade, ao povo, como é o caso do Estado Republicano. O princípio do controle é, pois, corolário do princípio republicano. Não obstante todos os mecanismos de controle que possam existir na estrutura de cada Poder e órgãos públicos (controle interno, controle hierárquico, controle supervisional, controle finalístico, autocontrole etc.), faz-se necessário que exista uma instituição autônoma e independente com o objetivo de fiscalizar a atividade financeira do Estado, de fiscalizar a forma como os recursos da coletividade foram e estão sendo aplicados.

Essa instituição, em nível federal, é o Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo técnico-financeiro. A CF/88 denomina esse controle externo (estrito senso) de fiscalização contábil, financeira e orçamentária. E destina uma parte exclusiva de seu texto ao tema: Seção IX, inserida no Capítulo I (Do Poder Legislativo) do Título IV (Da organização dos Poderes). O nosso constituinte originário seguiu a idéia de que o controle externo é intrínseco à divisão dos Poderes, pois posicionou o assunto exatamente na parte que trata da organização deles. Pois bem, na esfera federal, a função de controle externo é de titularidade do Congresso Nacional:

                                                            3 PASCOAL, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. 5ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier. 2006. p. 117

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Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

O Parlamento exerce o controle externo com o auxílio de uma instituição especializada, o Tribunal de Contas da União, órgão de fiscalização técnico-financeira, que extrai suas competências diretamente da Constituição Federal de 1988:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...)

Preste atenção às palavras do caput do art. 71. Primeiramente, ele nos diz que o controle externo está a cargo do Congresso Nacional – esse órgão é, portanto, o titular da função controle externo. Depois, que essa atividade será exercida com o auxílio do TCU, que possui as competências previstas nos incisos subseqüentes. O Tribunal detém um leque de competências privativas tão amplo que o exercício do controle externo da gestão resta muito mais ligado a ele do que ao próprio Parlamento. Dessa forma, não é de se estranhar que a Corte de Contas assuma papel-chave no desenrolar do controle. Isso ocorre em razão de o órgão ocupar-se apenas dessa atividade, enquanto o Legislativo é mais conhecido pela produção de leis, e menos pela atividade fiscalizatória (embora as CPIs tenham bastante repercussão na imprensa nacional). Essa visão corresponde à realidade, porém, tecnicamente, precisa ser bem clareada. Não devemos jamais confundir quem é o titular da função fiscalizadora, em razão da idéia de separação dos Poderes de Montesquieu, com o órgão especializado que presta apoio ao titular. Assim, o desenho jurídico que temos é:

Titular do Controle Externo federal: Congresso Nacional (CF art. 70); Órgão técnico (auxiliar especializado): Tribunal de Contas da União

(CF art. 71); Cada órgão possui competências próprias de controle e as exerce na exata medida do previsto na CF. Todavia, há também prerrogativas conjuntas. Ou seja, o controle externo federal prevê:

Funções exercidas isoladamente pelo Congresso Nacional; Funções exercidas isoladamente pelo Tribunal de Contas da União; Funções exercidas em conjunto pelo CN e pelo TCU.

Como são muitas as atribuições, as estudaremos em capítulo específico, mais à frente. O CONTROLE EXTERNO DOS RECURSOS ESTADUAIS, DISTRITAIS E MUNICIPAIS

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Conhecemos como funciona o modelo federal de controle externo. Fica muito mais simples, agora, estudarmos a sistemática aplicável aos níveis estadual, distrital e municipal. Basta aplicarmos a regra da simetria, prevista no art. 75 da CF/88:

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.

Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

A seção em que se insere o art. 75 é a referente à fiscalização contábil, financeira e orçamentária, ou seja, a que cuida do controle externo técnico financeiro, ou controle externo da gestão pública, como estudamos.

Dessa maneira, se na estrutura da União temos o TCU, no âmbito de um estado-membro teremos o TCE (Tribunal ou Conselho de Contas do Estado4), obrigatoriamente integrado por sete conselheiros. Aqui, uma observação: trata-se de regra diferente da estabelecida para o TCU, cuja composição é de nove Ministros (art. 73). No mais, as competências dos TCEs devem ser as mesmas estabelecidas pela CF/88 ao TCU, por força do art. 75. Veremos em capítulo próprio que atribuições são essas. No caso dos municípios, há um artigo específico da CF/88:

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

Repare que o modelo do art. 31 é semelhante ao do art. 70 da CF/88, adequando a estrutura de controle, contudo, à esfera municipal. A única

                                                            4 “Tribunais” ou “Conselhos” de Contas são expressões sinônimas.

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distinção reside na previsão do controle interno municipal apenas para o Poder Executivo, enquanto que em âmbito federal a Constituição o prevê para os três Poderes (art. 74).

Esse artigo estabelece um modelo cogente, ou seja, de cumprimento obrigatório por parte das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais.

Também é de se notar que órgão auxiliar de controle técnico-financeiro no âmbito municipal pode ser de três tipos: Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Contas dos Municípios ou Tribunal de Contas do Município.

Tribunal de Contas do Estado (TCE):

É órgão estadual de controle externo, via de regra detendo a competência de fiscalização dos recursos públicos estaduais e municipais. Esse TC fiscaliza as contas do estado e de todos os municípios em seu território. Todos os estados da federação possuem o seu TCE.

Porém, no mesmo estado pode haver um Tribunal de Contas do Estado e um Tribunal de Contas dos Municípios. Nesse caso, a jurisdição é dividida. O TCE fica com o poder de fiscalizar os recursos estaduais tão-somente. E o TC dos Municípios se encarrega de exercer a fiscalização sobre os recursos municipais – de todos os municípios do estado em que se situa.

Tribunal de Contas dos Municípios (TC dos M):

É órgão estadual de controle externo, possuindo a jurisdição sobre a fiscalização dos recursos públicos de todos os municípios de seu estado. A existência de TC dos M não é obrigatória, mas uma faculdade que cada estado tem de criá-lo.

Apenas quatro estados da federação possuem o seu TC dos M: Bahia, Pará, Ceará e Goiás. Em todos os outros, a fiscalização municipal é realizada por órgão estadual (TCE), esse com competência de controle sobre as administrações estaduais e municipais.

Quando existe TCE e TC dos M no mesmo estado, a jurisdição fica dividida entre TCE (Administração estadual) e TC dos M (Administrações municipais).

Tribunal de Contas do Município (TCM):

Algumas municipalidades possuem seus próprios Conselhos de Contas, órgãos da estrutura municipal, com competência para fiscalizar os recursos públicos do seu próprio município. Existem apenas dois no Brasil: TCM de São Paulo-SP e TCM do Rio de Janeiro-RJ.

Esses TCMs foram criados antes da Constituição de 1988, já que a atual Carta Magna vedou a criação de novos Conselhos de Contas Municipais:

 

 

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Tribunal de Contas do Município (órgão municipal com jurisdição sobre os recursos municipais): TCM.

Em continuidade ao estudo do art. 31, vamos ver os detalhes do § 2º:

§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

Assim como na União em relação ao Presidente da República, nos municípios as contas do Prefeito são submetidas a parecer prévio do órgão competente.

Essa opinião técnica subsidiará o julgamento da prestação de contas do Prefeito pela Câmara Municipal. O órgão competente para emissão do parecer prévio será o:

TCE (se não houver TCM ou TC dos M); TC dos M (se não houver TCM); TCM (quando existe TCM: é o caso dos municípios do Rio de Janeiro

e de São Paulo).

Na esferas federal e estadual, o parecer prévio emitido pelo TCU e pelos TCEs não vincula o julgamento das contas pelo Congresso Nacional e Assembléia Legislativa, respectivamente.

Na esfera municipal, todavia, o parecer prévio é considerado quase-vinculante6, pois a CF/88 estabelece que ele condicionará o julgamento pela Câmara Municipal, salvo por decisão de maioria qualificada (dois terços) de seus membros.

Assim, suponha que o Tribunal de Contas do Paraná tenha expedido parecer prévio a respeito das contas do Prefeito do município de Londrina7, com opinião pela regularidade. Nessa situação, a Câmara Municipal estará condicionada a julgar a prestação de contas do Prefeito regular. Os membros do Legislativo Municipal só conseguirão julgar as contas de modo diverso (regulares com ressalva ou irregulares) caso haja votação, nesse sentido, de dois terços dos vereadores.

Por fim, como o § 4º (vedação à criação de TCMs) já foi visto, faltou estudarmos apenas o § 3º do mesmo art. 31 da CF/88:

§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

Esse dispositivo consigna um importante mecanismo de controle social da população local sobre a gestão do município. Durante sessenta dias do ano, as contas de cada municipalidade ficarão à disposição de qualquer

                                                            6  Ou “semi‐vinculante”. 7 No caso de Estados que não possuem TC dos M, o parecer prévio sobre as contas dos Prefeitos dos municípios integrantes de seu território será emitido pelo Tribunal de Contas do Estado.

 

 

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não seria possível cumprir a alternância prevista no art. 73, §2º, I, qual seja: entre Auditores, membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas e o terceiro indicado de livre escolha. Destarte, a composição dos TCEs, TCDF, TCMs e TC dos Ms deve satisfazer a seguinte regra:

3 indicados pelo Chefe do Poder Executivo, sendo, alternadamente: 1 dentre Auditores do TC; 1 dentre membros do Ministério Público junto ao TC; 1 dentre cidadãos (livre escolha).

Composição: 7 Membros

4 indicados pelo respectivo Poder Legislativo.

O CONTROLE EXTERNO NOS TERRITÓRIOS FEDERAIS

Art. 33, § 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.

Um Território consiste em mera partição da União, possuindo direção política própria. Quem o “governa”, portanto, não é o Presidente, mas o Governador de Território. Além disso, eles não possuem Tribunal de Contas ou Poder Legislativo próprios. Como os Territórios integram a União (CF/88, art. 18, §2º), e a jurisdição do Tribunal de Contas da União recai sobre os recursos públicos federais, eles são fiscalizados pelo TCU. Dessa forma, as contas (do Governo do Território) também são submetidas a julgamento pelo Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União, assim como é feito para as contas do Presidente da República (CF/88, art. 71, I).

Parecer prévio sobre as contas de Governo de Território: Tribunal de Contas da União;

Julgamento de contas de Governo de Território: Congresso Nacional. A JURISDIÇÃO DOS DIVERSOS TRIBUNAIS DE CONTAS

A existência de Tribunais de Contas nos níveis federal, estadual e municipal não quer dizer que exista qualquer ascendência dos primeiros sobre os últimos. Vale dizer, o TCU não é instância superior dos TCEs, TCMs ou TC dos M. Não há hierarquia, subordinação ou vinculação entre o primeiro e os últimos.

 

 

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0.5 A HISTÓRIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Quando se fala em Controle Externo no Brasil, a primeira instituição de que lembramos é o Tribunal de Contas da União, por ser o órgão de maior expressão nessa área. Falaremos um pouco sobre sua história, pois esse assunto é cobrado em concursos. Por ser simples, teceremos apenas algumas breves palavras a respeito9. A história do controle em nosso país remonta ao período colonial. Em 1680, foram criadas as Juntas das Fazendas das Capitanias e a Junta da Fazenda do Rio de Janeiro, jurisdicionadas a Portugal. Mais adiante, em 1808, na administração de D. João VI, foi constituído o Erário Régio e criado o Conselho da Fazenda, que tinha como atribuição acompanhar a execução da despesa pública. Com a proclamação da independência do Brasil, em 1822, o Erário Régio foi transformado no Tesouro pela Constituição de 1824, prevendo-se, então, os primeiros orçamentos e balanços gerais. Porém, apenas em 1826, nasceu a idéia da criação de um Tribunal de Contas, quando houve a apresentação de um projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. A proposta, no entanto, não prosperou e os gestores públicos permaneceram imunes à fiscalização externa e independente. As discussões sobre o tema ainda durariam quase cem anos, ante a polarização dos que defendiam a sua necessidade – para quem as contas públicas deviam ser examinadas por um órgão independente –, e aqueles que o combatiam, por entenderem que as contas públicas poderiam continuar sendo controladas pelos mesmos agentes que as realizavam. Em 1831, houve a criação do Tribunal do Tesouro Público Nacional, composto pelo Ministro da Fazenda e mais três membros, com a finalidade de conter os gastos públicos. Somente com a queda do Império e as reformas político-administrativas da jovem República é que, finalmente, o Tribunal de Contas da União se tornou realidade. Em 7 de novembro de 1890, por iniciativa do Ministro da Fazenda da época, Rui Barbosa, o Decreto nº 966-A instituiu o Tribunal de Contas da União, norteado pelos princípios da autonomia, fiscalização, julgamento, vigilância e energia. A Exposição de Motivos daquele Decreto nos traz uma boa noção do ideal de órgão de controle externo que se tinha naquele tempo, definição que, ainda hoje, mostra-se atual:

“(...) um Tribunal de Contas, corpo de magistratura intermediária à administração e à legislatura, que, colocado em posição autônoma, com atribuição de revisão e julgamento, cercado de garantias contra quaisquer ameaças, possa exercer as suas funções vitais ao organismo constitucional...".

                                                            9 A parte inicial do histórico foi retirada de http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/institucional/conheca_tcu/historia

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Com a Constituição de 1891, a primeira republicana, ocorreu a institucionalização definitiva do Tribunal de Contas da União. Eis a dicção simples e direta daquela Carta Política:

Art. 89 - É instituído um Tribunal de Contas para liquidar as contas da receita e despesa e verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso. Os membros deste Tribunal serão nomeados pelo Presidente da República com aprovação do Senado, e somente perderão os seus lugares por sentença.

Trata-se de um modelo de Conselho de Contas de inspiração francesa, ou seja, uma Corte administrativa autônoma com funções de auxílio à Administração, como na liquidação das contas da receita e despesa, e ao Legislativo, a exemplo do exame das prestações de contas. A efetiva instalação do Tribunal, todavia, só veio a ocorrer em 1893, na gestão do Ministro da Fazenda do governo de Floriano Peixoto, Serzedello Corrêa – repare que o TCU já conta mais de um século de existência. O Tribunal tinha competência para exame, revisão e julgamento de todas as operações relacionadas com a receita e a despesa da União. Logo após sua instalação, porém, o Tribunal de Contas considerou ilegal a nomeação, feita pelo Presidente Floriano Peixoto, de um parente do ex-Presidente Deodoro da Fonseca. Inconformado com a decisão do Tribunal, Floriano Peixoto mandou redigir decretos que retiravam do TCU a competência para impugnar despesas consideradas ilegais. O Ministro da Fazenda Serzedello Corrêa, discordando da posição do Presidente, demitiu-se do cargo, expressando-lhe sua posição em carta, cujo trecho mais marcante transcrevemos:

“Esses decretos anulam o Tribunal, o reduzem a simples Ministério da Fazenda, tiram-lhe toda a independência e autonomia, deturpam os fins da instituição, e permitirão ao Governo a prática de todos os abusos e vós o sabeis - é preciso antes de tudo legislar para o futuro. Se a função do Tribunal no espírito da Constituição é apenas a de liquidar as contas e verificar a sua legalidade depois de feitas, o que eu contesto, eu vos declaro que esse Tribunal é mais um meio de aumentar o funcionalismo, de avolumar a despesa, sem vantagens para a moralidade da administração. Se, porém, ele é um Tribunal de exação como já o queria Alves Branco e como têm a Itália e a França, precisamos resignarmo-nos a não gastar senão o que for autorizado em lei e gastar sempre bem, pois para os casos urgentes a lei estabelece o recurso. Os governos nobilitam-se, Marechal, obedecendo a essa soberania suprema da lei e só dentro dela mantêm-se e são verdadeiramente independentes. Pelo que venho de expor, não posso, pois Marechal, concordar e menos referendar os decretos a que acima me refiro e por isso rogo vos digneis de conceder-me a exoneração do cargo de Ministro da Fazenda, indicando-me sucessor."

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Ao longo do século XX, observou-se que o TCU perdeu e ganhou competências ao longo das Constituições, acompanhando as alterações nos graus de liberdade presentes na sociedade brasileira. Com efeito, nas Cartas ditatoriais (1937 e 1967), o Tribunal perdeu competências. Porém, nas democráticas (1946 e 1988), recuperou suas forças. Na Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. Cumpre ressaltar que na CF de 1934 o TCU era enquadrado como Órgão de Cooperação nas Atividades Governamentais, da mesma forma que o Ministério Público. Em 1937, o Tribunal foi posicionado no Poder Judiciário. A Constituição de 1946, divergindo, colocou o TCU junto aos órgãos do Poder Legislativo, posição mantida desde então. Estiveram presentes dois encargos marcantes da Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, e registrar previamente os contratos. Sobre a questão do registro prévio de atos e contratos, vamos ver o que dizia a CF/46 (disposição semelhante era encontrada na CF/37, art. 101):

Art. 77 (...) § 1º - Os contratos que, por qualquer modo, interessarem à receita ou à despesa só se reputarão perfeitos depois de registrados pelo Tribunal de Contas. A recusa do registro suspenderá a execução do contrato até que se pronuncie o Congresso Nacional. § 2º - Será sujeito a registro no Tribunal de Contas, prévio ou posterior, conforme a lei o estabelecer, qualquer ato de Administração Pública de que resulte obrigação de pagamento pelo Tesouro nacional ou por conta deste. § 3º - Em qualquer caso, a recusa do registro por falta de saldo no crédito ou por imputação a crédito impróprio terá caráter proibitivo. Quando a recusa tiver outro fundamento, a despesa poderá efetuar-se, após despacho do Presidente da República, registro sob reserva do Tribunal de Contas e recurso ex officio para o Congresso Nacional.

Essa era a sistemática do controle prévio, imprescindível para a produção dos efeitos de atos e contratos que envolvessem despesa ou receita. O enorme volume de trabalho que essa atribuição conferia ao Tribunal, juntamente com a ofensa à presunção de legitimidade dos atos administrativos, colaborou para que, posteriormente, essa competência fosse extinta.

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Assim, a Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da competência para apontar falhas e irregularidades que, se não sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso Nacional. Eliminou-se ainda o julgamento da legalidade de concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal, tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. Como inovação, deu-se incumbência ao Tribunal para o exercício de auditoria financeira e orçamentária sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituindo, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo do Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de controle interno (primeira vez mencionado na CF), este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar condições para um controle externo eficaz. Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da União teve a sua jurisdição e competência ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à economicidade e a fiscalização da aplicação das subvenções e da renúncia de receitas. Importantes inovações da Carta de 88 foram: o acréscimo da fiscalização operacional (de desempenho), não prevista na Carta Magna pretérita; a competência para receber denúncias de cidadãos, associações, partidos políticos e sindicatos, consoante o art. 74, § 2º; e a extensão do sistema de controle interno federal aos três Poderes, de forma integrada (CF/88, art. 74), pois até a Constituição de 1967/69 só havia previsão do mesmo para Poder Executivo (CF/67, art. 71). Quanto ao último ponto, vale destacar que na CF/88, no âmbito municipal, permaneceu o controle interno apenas para o Poder Executivo:

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

A previsão constitucional para o sistema de controle interno municipal é tão-somente para o Poder Executivo, porém, nada impede que, mesmo não-previsto, exista para os outros Poderes.

Aspectos mais importantes da história do TCU: A primeira Constituição que o previu foi a de 1891, já no período republicano;

Desde 1891, o Tribunal sempre teve previsão constitucional; O TCU já fez parte do Poder Judiciário, na vigência da CF de 1937; Nas CFs de 1937 e 1946, o TCU detinha competência para a realização do registro (controle prévio) dos atos e contratos, que só poderiam produzir efeitos depois de registrados pela Corte de Contas. Essa disposição não mais encontra guarida no ordenamento jurídico atual.

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Na CF/88, o sistema de controle interno federal passou a contemplar previsão para os três Poderes. O mesmo sistema, em nível municipal, continua com previsão apenas para o Poder Executivo.

Pessoal, tenho consciência de que os conceitos introdutórios do Capítulo 0 foram extensos, mas não seria interessante, do ponto de vista didático, começarmos diretamente no Capítulo 1 sem antes fazermos essa breve passagem pelos conceitos básicos. Da forma como procedemos, o conteúdo que está por vir será de assimilação mais fácil e produtiva, podem apostar!

CAPÍTULO 1 – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – NATUREZA, COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO

Vamos começar a estudar as normas especificamente relacionadas ao TCU: Constituição Federal de 1988, Lei Orgânica e Regimento Interno do Tribunal. Deixaremos de abordar os TCEs, TCDF, TCMs e TC dos Ms, pois o foco do conteúdo programático é o Tribunal de Contas da União. Afinal, é lá que vamos tomar posse, não é mesmo? De qualquer maneira, em função da regra de simetria disposta no art. 75 da CF/88, quase tudo o que for dito se estende às demais Cortes de Contas. Neste Capítulo 1, queremos responder aos seguintes questionamentos:

Natureza: o que é o TCU? Jurisdição: qual é o alcance do controle externo realizado pelo TCU? Competências: como o TCU realiza o controle externo?

Vamos tratar essas questões na ordem acima disposta, para facilitar o entendimento, ok? Vamos lá!

1.1 NATUREZA JURÍDICA DO TCU

O TCU é um órgão de controle externo dotado de previsão constitucional, com autonomia administrativa e financeira.

A doutrina costuma chamá-lo de “órgão de permeio”: aquele que age tanto em colaboração ao Legislativo, quanto com base em competências próprias. Situa-se acima da Administração Pública, por possuir atribuições constitucionais de controle, mas abaixo do Poder Judiciário, a instância julgadora definitiva em nosso ordenamento jurídico.

O art. 71 da CF/88, ao dispor que o controle externo será exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do TCU, está a dizer que o titular da função

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controle externo é o Congresso. O Tribunal age como órgão de assistência técnica ao Parlamento.

-Pergunta: o que significa a expressão “auxílio” presente no art. 71? Significa cooperação técnica, mas isso não quer dizer dependência do TCU em relação ao titular do controle. Não há qualquer subordinação ou relação de hierarquia entre o Congresso Nacional e o TCU. O Tribunal de Contas é dotado de competências próprias, privativas, que lhe são outorgadas diretamente pelo texto constitucional, por isso não pode ser considerado preposto do Legislativo. Mesmo nos casos de funções conjuntas, cada órgão atua conforme suas competências constitucionais. Ou seja, a Corte de Contas Federal não deve obediência a decisões do Congresso Nacional, sejam de ordem política ou técnica. O TCU só está obrigado a seguir o que dispõe a Constituição Federal. Desse modo, se o Congresso solicitar informações sobre uma auditoria do TCU, esse deve acatar por respeito ao art. 71, VII10, da CF/88, e não porque é submisso ao Legislativo. A contrário senso, se o Parlamento solicitar alguma ação ou informação do Tribunal sem que haja previsão constitucional, ele não está obrigado a atender. -Outra pergunta: seria o TCU integrante do Poder Legislativo ou não? Embora o Tribunal esteja constitucionalmente inserido no capítulo que trata do Poder Legislativo, isso não implica, necessariamente, que ele integre esse Poder. A questão é extremamente controvertida na doutrina, e desde já digo que não há consenso. Adotaremos a posição de Carlos Ayres Britto11, considerada a dominante para efeitos de concurso público, atualmente. Recomendo a leitura do artigo mencionado. Tomarei a liberdade de transcrever passagem um pouco maior, em homenagem à precisão e clareza das palavras:

3.1 Diga-se mais: além de não ser órgão do Poder Legislativo, o Tribunal de Contas da União não é órgão auxiliar do Parlamento Nacional, naquele sentido de inferioridade hierárquica ou subalternidade funcional. Como salta à evidência, é preciso medir com a trena da Constituição a estatura de certos órgãos públicos para se saber até que ponto eles se põem como instituições autônomas e o fato é que o TCU desfruta desse altaneiro status normativo da autonomia. Donde o acréscimo de idéia que estou a fazer: quando a Constituição diz que o Congresso Nacional exercerá o controle externo “com o auxílio do Tribunal de Contas da União” (art. 71),

                                                            10 Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...) VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; 11 BRITTO, Carlos Ayres. O Regime Constitucional dos Tribunais de Contas. Revista Diálogo Jurídico. Salvador. V. 1, no 9, dezembro de 2001. 

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tenho como certo que está a falar de “auxílio” do mesmo modo como a Constituição fala do Ministério Público perante o Poder Judiciário. Quero dizer: não se pode exercer a jurisdição senão com a participação do Ministério Público. Senão com a obrigatória participação ou o compulsório auxílio do Ministério Público. Uma só função (a jurisdicional), com dois diferenciados órgãos a servi-la. Sem que se possa falar de superioridade de um perante o outro.

3.2 As proposições se encaixam. Não sendo órgão do Poder Legislativo, nenhum Tribunal de Contas opera no campo da subalterna auxiliaridade. Tanto assim que parte das competências que a Magna Lei confere ao Tribunal de Contas da União nem passa pelo crivo do Congresso Nacional ou de qualquer das Casas Legislativas Federais (bastando citar os incisos III, VI e IX do art. 71). O TCU se posta é como órgão da pessoa jurídica União, diretamente, sem pertencer a nenhum dos três Poderes Federais. Exatamente como sucede com o Ministério Público, na legenda do art. 128 da Constituição, incisos I e II.

3.3. Toda essa comparação com o Ministério Público é, deveras, apropriada. Assim como não se pode exercer a jurisdição com o descarte do “Parquet”, também é inconcebível o exercício da função estatal de controle externo sem o necessário concurso ou o contributo obrigatório dos Tribunais de Contas. Mas esse tipo de auxiliaridade nada tem de subalternidade operacional, vale a repetição do juízo. Traduz a co-participação inafastável de um dado Tribunal de Contas no exercício da atuação controladora externa que é própria de cada Poder Legislativo, no interior da respectiva pessoa estatal federada. 3.4. O que se precisa entender é muito simples. No âmbito da função legislativa, que é a função mais típica do Parlamento ou a função que empresta seu nome ao Poder que dela se encarrega, o prestígio que a Lei Maior confere ao Parlamento mesmo é o maior possível: ele é quem dá a última palavra a respeito de todo e qualquer ato legislativo. Mas não é assim que ocorre no círculo da função de controle externo, pois algumas atividades de controle nascem e morrem do lado de fora das Casas Legislativas. A partir da consideração de que as próprias unidades administrativas do Poder Legislativo Federal são fiscalizadas é pelo Tribunal de Contas da União (inciso IV do art. 71 da CF). Como poderia, então, o Poder administrativamente fiscalizado sobrepairar sobre o órgão fiscalizante? 3.5. Se bem observar o analista jurídico, o Congresso Nacional, em matéria de controle externo, ficou adstrito ao exercício das seguintes competências constitucionais: a) “julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo”; b) “fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer das suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta” (incisos IX e X do art. 49 da C.F, sem os caracteres em negrito). Do lado de fora restaram, então, contas, relatórios e atos que não têm a protagonizá-los o Poder Executivo, quer por modo direto, quer indireto, exatamente porque a respectiva competência controladora cai sob a alçada do Tribunal de Contas da União (TCU). Não do Congresso Nacional, propriamente. 3.6. Mas é de todo óbvio que o Parlamento Federal, agindo por si ou por qualquer de suas Casas ou ainda por Comissão específica, não fica impedido de sindicar sobre as unidades administrativas, agentes públicos e até pessoas privadas que atuem externamente ao Poder Executivo. Só que, nestas

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suposições, tem que recorrer aos préstimos do TCU para saber: a) da legalidade de despesas e receitas públicas; b) da regularidade de contas, sob os aspectos orçamentário, financeiro, patrimonial, contábil e operacional. Logo, tem que usar o TCU como ponte e para isso é que a Magna Lei fez embutir nas competências desse órgão (o TCU): “realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II” (art. 71, inciso IV, sem grafia negritada).

Em resumo, Ayres Britto defende que o TCU é órgão constitucional autônomo, vez que extrai todas as suas competências diretamente da Constituição Federal, e não mediante delegação de qualquer outro Poder ou órgão. Além disso, o TCU não é órgão integrante do Poder Legislativo, não é órgão do Congresso Nacional, pois a Carta Magna, ao definir o Poder Legislativo, o fez da seguinte forma:

Art. 44 O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Assim, na visão do autor, se a CF não incluiu o TCU na demarcação acima, é porque quis que ele fosse instituição autônoma, desvinculada da estrutura do Parlamento.

Em verdade, a atuação do TCU e do CN em tema de controle ocorre de forma harmônica. Para melhor compreensão, nos valemos de outra passagem de Ayres Britto:

4.3. Tudo fica mais claro quando se faz a distinção entre competências e função. A função de que nos ocupamos é a mesma, pois outra não é senão o controle externo. As competências, no entanto, descoincidem. As do Congresso Nacional estão arroladas nos incisos IX e X do art. 49 da Constituição, enquanto as do TCU são as que desfilam pela comprida passarela do art. 71 da mesma Carta Magna. Valendo anotar que parte dessas competências a Corte Federal de Contas desempenha como forma de auxílio ao Congresso nacional, enquanto a outra parte sequer é exercida sob esse regime de obrigatória atuação conjugada.

Lei de Responsabilidade Fiscal Ainda que a doutrina não seja unânime quanto ao TCU integrar ou não o Poder Legislativo, o ensinamento de Carlos Ayres Britto é a posição dominante para efeito de prova do CESPE. Apesar disso, vale citar a posição da Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar no 101/2000. Esse diploma legal incluiu o TCU no Poder Legislativo para fins de apuração da despesa total com pessoal (art. 20, I, alínea “a”). O mesmo foi feito com os Tribunais de Contas dos Estados (art. 20, II, alínea “a”) e do Município, quando houver (art. 20, III, alínea “a”). Depois, ainda no mesmo artigo, o §2º, II, alínea “a”, enquadrou explicitamente o TCU como órgão do Poder Legislativo.

O conteúdo deste curso é de uso exclusivo de Marilia Oliveira, CPF:02317614578, vedada, por quaisquer meios ea qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição, sujeitando-se os infratores àresponsabilização civil e criminal.

 

 

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território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.

A jurisdição do TCU em todo o território nacional não significa que o órgão possa fiscalizar a gestão dos Estados, DF e municípios irrestritamente. Como já vimos, a jurisdição do TCU alcança os recursos públicos federais, geridos em qualquer local do país, pois temos representações da Administração Federal em toda a extensão do território nacional, bem como recursos federais repassados a estados e municípios por meio de convênios.

O caput do art. 73 da Carta Magna ainda estende ao Tribunal as prerrogativas do art. 96, que trata da autonomia orçamentária, financeira e administrativa, de que são exemplos: o quadro próprio de pessoal, a capacidade de eleger seus órgãos diretivos e elaborar seu regimento interno, organizar suas secretarias e serviços auxiliares, prover os próprios cargos, conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e servidores vinculados, criar e extinguir cargos e alterar suas respectivas remunerações.

Embora o citado art. 96 se refira ao Poder Judiciário, e o TCU exerça as competências ali previstas no que couber, ele não integra esse Poder. Trata-se de um tribunal de natureza administrativa.

Considerando que o TCU não integra o Poder Judiciário ou Legislativo, sendo órgão autônomo e independente, suas decisões não sofrem influência ou ingerência externa de nenhuma ordem.

E, sendo tribunal, pode-se dizer, então, que exerce atividade judicante (aplica o direito a casos concretos), porém não se trata de atividade jurisdicional (pois essa é privativa do Judiciário, que aplica o direito aos casos concretos com definitividade). Essa natureza judicante decorre da competência de julgamento prevista no art. 71, II, da CF/88: julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público

Em resumo: O TCU é um tribunal administrativo; O TCU é um órgão independente e autônomo, com respaldo

constitucional; O TCU não integra o Poder Legislativo ou Judiciário; O TCU não tem personalidade jurídica própria; Não há qualquer subordinação, dependência ou hierarquia entre o

Congresso Nacional e o TCU;

Natureza jurídica das decisões do TCU

Como tribunal de natureza administrativa, as decisões do TCU são consideradas atos administrativos. Nessa qualidade, não escapam ao controle judicial, que pode revê-las sob o prisma da legalidade.

O mérito de uma decisão do Tribunal de Contas, porém, não pode ser modificado pelo Judiciário, pois significaria usurpar competência própria do órgão de controle externo. Se o TCU julga as contas de um administrador

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irregulares, o Judiciário não poderá modificá-la para regulares com ressalva. O que o juiz pode fazer é anular uma decisão em caso de ilegalidade (ofensa ao devido processo legal, ampla defesa ou contraditório, por exemplo), situação em que o Tribunal de Contas terá de produzir nova decisão, agora respeitando o direito antes ofendido.

Embora “apenas” atos administrativos, as decisões do Tribunal de Contas da União obrigam os administradores públicos, isto é, eles estão vinculados ao seu cumprimento. A decisão, embora não tenha natureza judicial, também não configura uma função puramente administrativa. Trata-se de deliberação que se situa a meio caminho entre uma e outra, de permeio, mas com fundamento constitucional. Por isso, as deliberações dos TCs se sobrepõem aos atos administrativos típicos.

Aliás, quem deixar de dar cumprimento à decisão do TCU pode se sujeitar a duas espécies de multas previstas no art. 58 da LOTCU:

Art. 58. O Tribunal poderá aplicar multa de Cr$ 42.000.000,00 (quarenta e dois milhões de cruzeiros), ou valor equivalente em outra moeda que venha a ser adotada como moeda nacional, aos responsáveis por:

IV - não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, a diligência do Relator ou a decisão do Tribunal;

§ 1° Ficará sujeito à multa prevista no caput deste artigo aquele que deixar de dar cumprimento à decisão do Tribunal, salvo motivo justificado.

Contra as decisões da Corte de Contas cabe recurso perante ela mesma. Em outras palavras, as decisões do TCU são recorríveis somente a ao próprio Tribunal de Contas da União, jamais perante outro órgão, como o Legislativo.

Também não há hipótese de se recorrer12 diretamente ao Poder Judiciário contra deliberação da Corte de Contas. A provocação judicial contra decisão do TCU deve ser feita por meio de ação judicial ordinária, nova, distinta do processo do TCU. Por isso, não possui natureza de recurso.

Em resumo: As decisões do TCU têm natureza administrativa; As decisões do TCU se submetem ao controle judicial de legalidade; As decisões do TCU são vinculantes para a Administração Pública, sob

pena de sanção; As decisões do TCU são recorríveis somente perante o próprio órgão.

Eficácia das decisões do TCU 

O art. 71 da CF/88 estabelece:

§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

                                                            12 Cuidado com a sutileza das palavras! Não é possível ir ao Judiciário contra decisão do TCU em grau de recurso, isto é, no mesmo processo. O que se admite é uma nova ação, um novo processo, que ataque decisão do TCU perante o Poder Judiciário.

 

 

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27 odosconcu

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RNO – TÉCNIO SARAI

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CNICO – PIVA

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Judiciário está impedido, portanto, de modificar decisão de Tribunal de Contas (de irregular para regular com ressalvas, por exemplo), pois essa competência judicante é privativa do órgão de controle técnico-financeiro. Coube ao arts. 5o da LOTCU e do RITCU o detalhamento do alcance dos trabalhos de fiscalização e controle do TCU, isto é, o alcance da jurisdição. Optamos por transcrever o dispositivo do Regimento, porque é mais abrangente:

Art. 5º A jurisdição do Tribunal abrange:

I – qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária;

Essas pessoas são as mesmas que estão condicionadas ao dever de prestar contas ao Tribunal por força do art. 70, parágrafo único, da CF/88. A jurisdição do TCU abrange inclusive pessoas privadas, físicas ou jurídicas, que realizem gestão de recursos federais, como é o caso das Organizações Sociais (OS), que celebram contratos de gestão para execução de atividades públicas, das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que pactuam termos de parceria com a Administração, e das entidades sem fins lucrativos, que firmam convênios.

II – aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário;

Nesse caso, são alcançados pelo TCU aqueles que causarem dano ao erário, mesmo não sendo ordinariamente responsáveis por gestão de recursos.

Atenção! A jurisdição do TCU deve guardar relação com atos de gestão de recursos públicos federais ou participação de agente público. Prejuízos causados ao erário sem participação de agentes públicos, e que não sejam atos de gestão, não provocam a jurisdição do TCU. Diversamente, danos ao patrimônio público decorrentes de atos praticados por agente público são da competência do Tribunal. Exemplo 1: cidadão dirigindo veículo particular perde o controle do mesmo e atinge edifício em que funcionava repartição de um Ministério do governo federal, destruindo o imóvel e os equipamentos e mobiliários que estavam dentro dele. Não há ato de gestão de recursos públicos envolvido. Assim, o problema deve ser resolvido na esfera civil, mediante ação de ressarcimento a ser impetrada pela União contra o cidadão motorista. Exemplo 2: particular, em conluio com servidor público, subtrai da repartição um computador e uma impressora. Nesse caso, houve participação de agente público, o que atrai a competência do Tribunal. O

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particular poderá ser condenado pelo Tribunal em Tomada de Contas Especial17, em solidariedade com o servidor, pela ocorrência de prejuízo ao erário. Portanto, a jurisdição do TCU pode alcançar particulares que causem dano ao erário, desde que haja participação de agente público, ainda que não sejam responsáveis pela gestão.

III – os dirigentes de empresas públicas e sociedades de economia mista constituídas com recursos da União;

Algumas empresas públicas e sociedades de economia mista não recebem recursos do orçamento da União. Elas são independentes, não precisam de dotação orçamentária, pois arrecadam e administram receitas próprias. O fato de serem compostas de capitais (ações) da União, porém, significa serem parte do patrimônio federal, o que atrai a competência do TCU. Embora no passado o Supremo Tribunal Federal tenha emitido decisão afirmando que as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica não se submetiam a controle externo do TCU, essa posição foi posteriormente revista. Atualmente, é pacífico na doutrina e na jurisprudência que todas as estatais federais estão sob jurisdição do TCU, não importando a natureza das atividades exercidas. Dessa forma, empresas como Petrobrás, Correios, Eletronuclear e Infraero submetem-se ao crivo do controle externo técnico-financeiro.

IV – os dirigentes ou liqüidantes das empresas encampadas ou sob intervenção ou que, de qualquer modo, venham a integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio da União ou de outra entidade federal;

Esse inciso alberga a hipótese de encampação18 ou intervenção19 em empresas privadas prestadoras de serviços públicos. Durante o procedimento de intervenção ou encampação, a gestão da empresa fica a cargo da União, passando a integrar provisoriamente o patrimônio federal. Por esse motivo, o TCU pode fiscalizar os atos dos dirigentes ou liqüidantes responsáveis.

V – os responsáveis pelas contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

Empresas supranacionais são aquelas que possuem participação acionária de mais de um país, a exemplo da Itaipu Binacional (Paraguai e Brasil). Havendo participação societária da União, trata-se de patrimônio (recurso)

                                                            17 Tomada de Contas Especial (TCE) é o procedimento administrativo destinado a apurar a responsabilidade daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário, mediante apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano. A TCE é instaurada pela autoridade administrativa responsável e enviada ao TCU para julgamento. 18 Lei no 8.987/1995, art. 37: Considera-se encampação a retomada do serviço público pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, com o objetivo de garantir a continuidade do serviço concedido. 19 Lei no 8.987/1995, art. 32: O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço público prestado, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes.

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federal, provocando a jurisdição do TCU, que deverá fiscalizar os atos de gestão dos responsáveis pelas contas nacionais (parcela do Brasil) dessas companhias.

VI – os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviço de interesse público ou social;

Esse é o caso dos serviços sociais autônomos, entes paraestatais de direito privado que recebem contribuições parafiscais e prestam serviço público ou social, a exemplo do Sebrae, Sesc, Senai etc. (Sistema “S”). As contribuições que arrecadam têm natureza de tributo federal, ou seja, são recursos públicos, motivo pelo qual o TCU pode fiscalizar essas entidades.

VII – todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos à sua fiscalização por expressa disposição de lei;

Além dos obrigados a prestar contas por força do art. 70, parágrafo único, da CF/88, leis esparsas podem estabelecer esse dever a outras pessoas, o que provocará a jurisdição fiscalizatória do TCU sobre elas.

VIII – os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a município;

A jurisdição alcança os recursos repassados pela União a estados, DF e municípios por meio de convênios e congêneres (transferências voluntárias). Essas verbas não deixam de ser federais. Assim, embora normalmente não se sujeitem ao controle federal, os municípios, DF e estados estão sujeitos à fiscalização do TCU no que se refere aos recursos federais transferidos.

IX – os sucessores dos administradores e responsáveis a que se refere este artigo, até o limite do valor do patrimônio transferido, nos termos do inciso XLV do art. 5º da Constituição Federal;

Como visto anteriormente, a obrigação de reparar o dano se transfere aos sucessores, até o limite do patrimônio transferido (CF/88, art. 5º, XLV). Portanto, caso o responsável por dano ao erário faleça antes do ressarcimento, os sucessores dele poderão ser alcançados para fins de quitação da dívida, até o limite do patrimônio transferido. Assim, suponha que João da Silva tenha desviado recursos do Tesouro da ordem de R$200.000,00. Após apuração dos fatos em Tomada de Contas Especial, ele foi condenado pelo TCU ao ressarcimento do montante, atualizado com juros e correção monetária. João, contudo, só possuía R$100.000,00 em patrimônio, valor que foi transferido ao único sucessor, seu filho. Nesse caso, a União só poderá executar o filho de João da Silva até o limite de R$100.000,00. O excesso não poderá ser recomposto ao erário.

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A responsabilidade dos sucessores abrange apenas o débito, não a multa, que tem caráter punitivo e é personalíssima. As contas continuam em nome do responsável original.

X – os representantes da União ou do poder público federal na assembléia geral das empresas estatais e sociedades anônimas de cujo capital as referidas pessoas jurídicas participem, solidariamente com os membros dos conselhos fiscal e de administração, pela prática de atos de gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas sociedades.

A assembléia geral é o órgão deliberativo máximo de uma sociedade anônima (S/A), possuindo poderes para decidir sobre todos os negócios objeto da companhia. Os conselheiros são submetidos, em regra, às normas do direito empresarial. Porém, na hipótese de causarem prejuízo às sociedades de cujo capital social a União participe, podem responder perante o TCU por esses atos de gestão ruinosa ou liberalidade, o que, em última instância, pode causar prejuízo ao patrimônio público federal.

Distinção entre obrigação de prestar contas e jurisdição do TCU Uma coisa é a obrigação de prestar contas ao TCU. Outra é o alcance da jurisdição do Tribunal, que é mais amplo. Isso porque determinados órgãos e agentes estão sob o poder de controle da Corte de Contas, mas não lhe prestam contas ordinariamente. Exemplo: Conselhos Profissionais. Trata-se de entidades de direito público, criadas por lei, de natureza autárquica, para fiscalizar o exercício de determinadas profissões. São entes ligados ao Estado. Exemplo: Conselho Federal de Medicina, Conselho Regional de Contabilidade de SP, Conselho Federal de Farmácia etc. Tanto os Conselhos Federais quanto os Regionais são, todos, entidades federais. O que muda é a amplitude da jurisdição: os federais fiscalizam em âmbito nacional, os regionais, no domínio estadual. Assim, os Conselhos Regionais não são entes estaduais, e sim federais, porém com esfera de atuação restrita ao território de um estado. Ademais, consoante a Instrução Normativa/TCU no 57/2008, as entidades de fiscalização do exercício profissional estão dispensadas da apresentação da prestação de contas anual ao TCU. Em outras palavras, não estão obrigados a prestar contas de forma rotineira, periódica. Porém, isso não quer dizer que não haja controle! O TCU acompanha a gestão desses entes por meio de outros instrumentos, como auditorias, inspeções, denúncias e representações.

Chegamos ao final de mais uma aula. Para terminarmos o Capítulo 1, ainda falta estudarmos as competências do TCU. Mas, como esse assunto é extenso, creio ser mais interessante deixarmos para a aula seguinte. Para o momento, encerramos com exercícios referentes à matéria do dia.

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EXERCÍCIOS

Pessoal, vou alterar a forma de organização dos exercícios. Primeiramente, vou colocar a listagem completa deles. Só depois, apresentarei os gabaritos e comentários. Isso evita a tentação de se conferir a resposta antes mesmo do aluno refletir sobre a questão. Vamos à prática! QUESTÕES: 1) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) De acordo com a Constituição Federal de 1988, a fiscalização contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial do município será exercida pelo Legislativo municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno dos poderes Executivo e Legislativo municipais, na forma da lei. Assim, o parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. 2) (CESPE/TCU2007/Técnico de Controle Externo) Qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária está obrigada constitucionalmente a prestar contas ao TCU.

3) (CESPE/TCU2007/Técnico de Controle Externo) O TCU tem atribuições de natureza administrativa; porém, quando julga as contas dos gestores e demais responsáveis por bens e valores públicos, exerce sua natureza judicante. Mesmo assim, não há consenso na doutrina quanto à natureza do tribunal. 4) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) Nos termos da Constituição Federal de 1988, o TCU pode apreciar contas de governo de autarquia territorial e emitir parecer prévio.

5) (CESPE/ME2008/Administrador) Os julgamentos do TCU têm natureza de ato administrativo e, portanto, estão sujeitos ao controle judicial.

6) (CESPE/HEMOBRAS2008/Analista de Gestão Corporativa – Administrador) As ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.

7) (CESPE/INSS/2008/Analista do Seguro Social com Formação em Direito) Os municípios com mais de 1 milhão de habitantes podem, por meio de lei complementar, criar seus conselhos de contas.

8) (CESPE/OAB/Exame de Ordem 2007.1) O TCU é órgão integrante da estrutura administrativa do Poder Legislativo, com competência, entre outras, para aprovar as contas do presidente da República.

9) (CESPE/Pref. Rio Branco 2007/Contador) O parecer prévio do tribunal de contas do estado sobre as contas anuais do prefeito subsidiará o julgamento da câmara municipal, cuja deliberação final deverá ser tomada por maioria absoluta de seus membros.

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10) (CESPE/IEMA2007/Analista de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos/Direito) Para que o Tribunal de Contas da União (TCU) reexamine o que foi decidido no âmbito local, a parte interessada pode apresentar recurso de revisão contra acórdão do tribunal de contas estadual.

11) (CESPE/IEMA2007/Analista de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos/Direito) Considere que 49% dos recursos empregados na execução de programa de política ambiental no estado do Espírito Santo sejam de origem federal, tendo sido repassados mediante convênio. Nesse caso, a fiscalização desse programa compete ao TCU.

12) (CESPE/IEMA2007/Advogado) A decisão do TCU, após transitar em julgado, constitui título executivo judicial.

13) (CESPE/IPEA2008/Técnico de Planejamento e Pesquisa/Estado, Instituições e Democracia) O tribunal de contas é um órgão do poder judiciário encarregado de julgar as ações de improbidade administrativa e crime de responsabilidade cometidos por agentes públicos.

14) (CESPE/ME2008/Administrador) A transferência de recursos da União, mediante convênio, para execução da totalidade de obra pública pelo estado do Paraná implica a realização do controle pelo TCU.

15) (CESPE/MS-PS2008/Planejamento Orçamentário, Controle e Prestação de Contas) Os recursos transferidos pelo Ministério da Saúde para os municípios estão sujeitos à fiscalização do TCU somente naqueles casos em que o município não tiver tribunal ou conselho de contas ou o tribunal de contas do estado não for o responsável por essa fiscalização.

16) (CESPE/MS-PS2008/Planejamento Orçamentário, Controle e Prestação de Contas) Os sucessores de administradores de recursos públicos, independentemente da idade, podem estar sujeitos à jurisdição do TCU até o limite do valor do patrimônio transferido.

17) (CESPE/MS-PVS2008/Prova de Conhecimentos Básicos) As decisões do Tribunal de Contas da União podem ter eficácia de título executivo, bem como conter apreciação da constitucionalidade de leis e atos do poder público.

18) (CESPE/EAOPMS2006/Neurologia) Considere a seguinte situação hipotética. Governador recém-eleito de um estado da Federação, em entrevista coletiva à imprensa, anunciou um projeto para criar um tribunal de contas no âmbito de cada município, com o objetivo de auxiliar no sistema de controle interno de cada Poder Executivo municipal. Após a entrevista, um advogado declarou à imprensa que o projeto do governador era inconstitucional, pois a Constituição Federal proíbe essa criação. Nessa situação, a declaração do advogado está em conformidade com a Constituição Federal, que veda a criação de tribunais de contas municipais.

19) (CESPE/Prefeitura de Aracaju/Procurador do Município) O município de Aracaju pode interpor recurso extraordinário para o STF em caso de desaprovação de prestação de contas perante o Tribunal de Contas da União (TCU). 20) (CESPE/Prefeitura de Natal/Procurador Municipal) Anualmente, as contas dos municípios ficarão à disposição de qualquer contribuinte pelo prazo de sessenta dias, para apreciação e exame.

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21) (CESPE/Prefeitura de Natal/Procurador Municipal) A criação de tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais depende de prévia autorização legislativa municipal.

22) (CESPE/PMV2007/Técnico Municipal/Auditoria) Por força constitucional, cada município brasileiro deve instituir um tribunal de contas municipal.

23) (CESPE/PMV2007/Técnico Municipal/Auditoria) A Câmara Municipal é responsável pelo controle externo do município, contando, para tanto, com o auxílio do Tribunal de Contas do estado, sem prejuízo da existência de sistemas de controle interno.

24) (CESPE/Prefeitura de Aracaju/Procurador do Município) O Tribunal de Contas de Sergipe é integrado por sete conselheiros.

25) (CESPE/STF2008/Técnico Judiciário/Administrativa) As autoridades administrativas sujeitas ao controle do TCU não se eximem de cumprir as determinações do TCU, sob pena de submeterem-se às sanções cabíveis.

26) (CESPE/TJAL/2008/Juiz de Direito Substituto) Caso o estado de Alagoas pretenda criar um tribunal de contas dos municípios, embora seja possível a sua criação, esse tribunal deverá ser composto, conforme súmula do STF, por sete conselheiros, dos quais três devem ser escolhidos pela assembléia legislativa, e quatro pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um entre auditores, outro entre membros do MP e os outros dois à sua livre escolha.

27) (CESPE/AGU2008/Advogado da União) As decisões exaradas pelo TCU, no exercício da missão de auxiliar o Congresso Nacional na função fiscalizadora, não são imunes à revisão judicial e, quando reconhecem débito ou multa, constituem título executivo extrajudicial, cuja execução compete à Advocacia-Geral da União.

28) (CESPE/AUGE-MG2008/Auditor Interno) É vedada a criação de tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais, salvo no que diz respeito às capitais dos estados, em que se admite a existência de tribunais próprios, que auxiliam as câmaras municipais no controle externo das contas públicas.

29) (CESPE/AUGE-MG2008/Auditor Interno) O parecer prévio do TCE sobre as contas dos chefes dos poderes deve ser conclusivo, não obstante o julgamento caiba ao Legislativo.

30) (CESPE/SEFAZ-ES2008/Consultor do Executivo/Área Fazendária/Administração) Os tribunais de contas são órgãos auxiliares do Poder Legislativo, mas a eles não têm subordinação hierárquica alguma. A CF dá autonomia a eles. As cortes de contas exercem sua função fiscalizatória, acompanhando a execução orçamentária e patrimonial dos entes responsáveis por valores públicos, tendo, ainda, função de orientar tais entes por meio de suas instruções, realizando, assim, seu controle externo.

31) (CESPE/TJCE2008/Analista Judiciário/Administração) Entre as funções precípuas do controle externo, a de julgamento se caracteriza como de caráter jurisdicional, pois, além de os tribunais e conselhos de contas examinarem tecnicamente as contas dos administradores e demais responsáveis, apreciam

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também a responsabilidade do agente público, aplicando, inclusive, as sanções previstas em lei, como, por exemplo, multas. 32) (CESPE/TCU2004/Procurador) A intervenção em estado pela União pode ser proposta ao presidente da República pelo TCU, quando deixar o governador de prestar contas de verbas recebidas do ente federal.

33) (CESPE/TCE-ES2004/Controlador de Recursos Públicos) O tribunal de contas do estado deverá ser o órgão auxiliar da Câmara Municipal desse município no exercício do controle externo, enquanto não for criado, no estado, um tribunal de contas dos municípios, criação esta contra a qual não existe vedação constitucional.

34) (CESPE/TJAP2004/Técnico Judiciário/Área Administrativa) O dever de probidade deve estar integrado à conduta do administrador público como elemento necessário à legitimidade de seus atos. O dever de prestar contas decorre naturalmente da administração pública como encargo de gestão de bens e interesse alheios.

35) (CESPE/TJBA2003/Atendente Judiciário) O dever de prestar contas alcança as pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que utilizem, arrecadem, guardem, gerenciem ou administrem dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assumam obrigações de natureza pecuniária, não alcançando os atos de governo e de administração.

36) (CESPE/TCU2007/Técnico de Controle Externo) Considere que determinada organização civil de interesse público, que atua na área de defesa e conservação do meio ambiente, tenha sido contratada pela administração pública federal, por meio de termo de parceria. Nessa situação, mesmo sendo pessoa jurídica de direito privado, essa organização civil está sujeita à jurisdição do TCU.

37) (CESPE/MPTCU2004/Procurador) Em determinados casos, um cidadão que não seja agente público pode estar sujeito à jurisdição administrativa do TCU e ao processo de tomada de contas especial.

GABARITOS E COMENTÁRIOS: 1) Item errado. O único erro da assertiva reside na afirmação de que a fiscalização será exercida pelo Legislativo municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno dos poderes Executivo e Legislativo municipais. Nos termos literais da CF/88, art. 31, caput, não há previsão expressa de sistema de controle interno municipal no Poder Legislativo, apenas no Poder Executivo. 2) Item certo. Refere-se ao dever de prestar contas previsto no parágrafo único do art. 70 da CF/88. 3) Item certo. O TCU é tribunal de natureza administrativa, não integrante do Poder Judiciário. Possui atribuições de julgamento (função judicante) das contas dos responsáveis por bens, dinheiros e valores públicos. Em que pese esse ser o entendimento majoritário, parte da doutrina ainda questiona a existência jurisdição do Tribunal, a aplicação do conceito de coisa julgada, a posição institucional da Corte de Contas em relação aos Poderes da República, entre outros. 4) Item certo. Refere-se à competência do TCU prevista no art. 33, § 2º, da CF/88. 5) Item certo. Segundo a doutrina, sendo o TCU um tribunal administrativo, suas decisões têm roupagem de ato administrativo. E, devido ao princípio da inafastabilidade de jurisdição (CF/88, art. 5º, XXXV), podem ser objeto de controle judicial.

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6) Item certo. Compreensão da exceção contida na parte final do art. 37, § 5º, da CF/88. 7) Item errado. Consoante a CF/88, art. 31, § 4º, é vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas na esfera municipal. Por isso, nenhum Município poderá criá-los, nem mesmo os que tiverem mais de um milhão de habitantes. 8) Item errado. O TCU não aprova as contas do Presidente da República. Sobre elas, apenas emite parecer prévio, pois o julgamento cabe ao Congresso Nacional. Sobre integrar ou não o Poder Legislativo, a própria banca emitiu pronunciamento no sentido de que “O TC não integra a estrutura do Poder Legislativo, já que possui competências próprias não inseridas na competência do Poder Legislativo. Por outro lado, os Ministros do TC não estão subordinados hierarquicamente ao Parlamento20”. 9) Item errado. A afirmativa está correta, à exceção da exigência de maioria absoluta para julgamento das contas de prefeito. Não há previsão expressa a esse respeito na CF, o que implica a necessidade de maioria simples, apenas. 10) Item errado. Não há qualquer relação de hierarquia entre o TCU e os Tribunais de Contas Estaduais, Municipais ou dos Municípios. Desse modo, não é possível recorrer para o TCU contra decisão de TCE. A atuação de cada órgão de controle deriva da origem dos recursos públicos envolvidos, e não de posicionamento hierárquico superior ou inferior. 11) Item certo. Convênio é instrumento de transferência voluntária de recursos, o que significa que o TCU tem competência para fiscalizar sua aplicação (CF/88, art. 71, VI). Porém, a Corte de Contas Federal só poderá fiscalizar a parcela de recursos federais, ou seja, 49%. O resto cabe ao TCE do Espírito Santo controlar. 12) Item errado. As decisões do TCU (apenas as que imputem débito ou multa, ou seja, não todas) possuem eficácia de título executivo extrajudicial. 13) Item errado. O Tribunal de Contas não faz parte do Poder Judiciário e não possui as competências arroladas na assertiva. Processar e julgar ações de improbidade administrativa e crimes é atribuição do Judiciário. 14) Item certo. Convênio é instrumento de transferência voluntária de recursos, o que significa que o TCU tem competência para fiscalizar sua aplicação (CF/88, art. 71, VI). Se a totalidade dos recursos empregados é federal, então o TCU poderá fiscalizar todo o montante empregado na obra. 15) Item errado. A competência do TCU para fiscalizar recursos transferidos por órgão federal (Ministério) não depende da existência ou competência de nenhum outro Tribunal de Contas. Já foi visto que basta o dinheiro ser de origem federal para atrair a jurisdição do TCU. 16) Item certo. Os sucessores de administradores podem ser alcançados pela jurisdição do TCU caso o responsável original faleça e sobre ele recaia obrigação de reparar dano causado ao erário (CF/88, art. 5º, XLV), pois não se trata de pena. Essa responsabilidade não depende de idade. De modo diverso, a multa, sendo sanção individual, não se transfere para os sucessores. 17) Item certo. As decisões do TCU podem ter eficácia de título executivo extrajudicial, sim, desde que representem imputação de débito ou multa. No exercício de suas atribuições, os Tribunais de Contas podem apreciar a constitucionalidade de leis e atos normativos (STF/Súmula no 347). 18) Item certo. Item baseado na CF/88, art. 31, § 4º. 19) Item errado. É impossível interpor recursos contra deliberações do TCU diretamente no Poder Judiciário. Suas decisões são recorríveis apenas perante o próprio Tribunal de Contas da União. Mesmo que o indivíduo fosse a juízo em sede de ação autônoma, também não seria possível discutir o mérito (aprovação/desaprovação) no âmbito judicial, apenas a legalidade. 20) Item certo. CF/88, art. 31, § 3º.                                                             20 Conforme “Justificativas de alteração e de manutenção de gabarito”, disponível em http://www.cespe.unb.br/concursos/ antigos/2007/OAB2007 1/  

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21) Item errado. Nem mesmo com prévia autorização legislativa seria possível criar Conselhos ou Tribunais de Contas como órgão municipal, ante a vedação da CF/88, art. 31, § 4º. 22) Item errado. Ao contrário! Desde a CF/88, nenhum Município poderá mais criá-lo. Cuida-se de vedação constitucional: CF/88, art. 31, § 4º. 23) Item certo. Compreensão da CF/88, art. 31, caput e § 1º. 24) Item certo. À exceção do TCU, integrado por nove membros, todos os demais TCs são compostos por 7 Conselheiros (CF/88, art. 75, parágrafo único). 25) Item certo. As decisões do TCU são vinculantes e obrigam o seu cumprimento por parte dos órgãos e agentes controlados, sob pena de multa por descumprimento de decisão do Tribunal. 26) Item errado. A Súmula a que a assertiva se refere é a no 653 do STF: No Tribunal de Contas Estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembléia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre Auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha. Desse modo, houve inversão na questão quanto aos quantitativos atribuíveis à Assembléia Legislativa e ao Governador do Estado. 27) Item certo. Item que resume de forma precisa o que estudamos sobre eficácia e execução das decisões do TCU. 28) Item errado. A vedação contida na CF/88, art. 31, § 4º, é absoluta, inclusive para os Municípios que sejam capitais. 29) Item certo. O TCE emite parecer prévio sobre as contas do Governador do Estado e dos Prefeitos dos Municípios de seu território. O julgamento cabe à Assembléia Legislativa e Câmaras Municipais, respectivamente. 30) Item certo. A assertiva não considerou errado dizer que os TCs são órgãos “auxiliares” do Legislativo, pois não houve qualquer conotação de subordinação ou hierarquia, ao contrário, apenas reproduziu-se termo previsto na CF/88. Correto também no que tange à autonomia do órgão, bem como funções fiscalizatória e de orientação (informativa). 31) Item errado. O TCU não possui competências jurisdicionais, pois essas são privativas do Poder Judiciário. Ao julgar as contas de administradores e responsáveis, o TCU exerce função judicante. O restante da questão está correto. 32) Item errado. O TCU não é legitimado para propor intervenção da União em Estado. 33) Item certo. A vedação constitucional diz respeito à impossibilidade de criação de Conselhos ou Tribunais de Contas de Município (órgão municipal). A criação de TC dos Ms (órgão estadual) não está vedada pela Carta Magna. 34) Item certo. Envolve a noção do conceito de dever de prestar contas, bem como da necessária probidade na conduta dos gestores. 35) Item errado. O único erro dessa assertiva está em dizer que os atos de administração escapam ao dever de prestar contas. É justamente o oposto. A administração de verbas públicas configura gestão de recursos alheios, por isso deve haver prestação de contas. Quanto aos atos de governo, de fato escapam à prestação de contas, pois o controle externo só examina a gestão, e não os atos políticos (ex. indicação de Ministros de Estado, produção de Medidas Provisórias etc.). 36) Item certo. A OSCIP está sob jurisdição do TCU porque recebe recursos públicos mediante termo de parceria, participando da gestão de bens, dinheiros e valores federais, o que atrai o controle do TCU por força do disposto no RITCU, art. 5º, I (LOTCU, art. 5º, I). 37) Item certo. Trata-se da hipótese de dano causado ao erário por particular, com participação de agente público. O prejuízo aos cofres públicos enseja a instauração de TCE (tomada de contas especial) contra eles. É o caso previsto no RITCU, art. 5º, II (LOTCU, art. 5º, II).

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Caros alunos, Espero que tenham gostado da aula e dos exercícios! Estou aberto a críticas e sugestões. Peço desculpas caso alguns erros de digitação tenham escapado! Desejo bons estudos a todos! Força, pois concurso público é uma batalha que se vence com persistência e disciplina! Antonio Saraiva

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AULA 02 Caros alunos e amigos. Como vai a rotina de estudos? Espero que bem. O dia da prova está chegando, e quem conseguir manter um ritmo de estudos com qualidade, porém sem desgaste excessivo, terá um diferencial bom na hora de prova: conteúdo e calma. Sei que falar é fácil, difícil é fazer, não é mesmo? Mas tente manter a tranqüilidade na medida do possível. Hoje é o nosso terceiro encontro – Aula 2. Para motivá-los, vamos conhecer mais uma vantagem em ser servidor do TCU: o banco de horas. Embora o edital diga que a carga horária no Tribunal seja de 40h semanais, o órgão regulamentou internamente o horário corrido (7h diárias, ou 35h semanais), que pode ser cumprido mediante sistema de banco de horas. Isso significa que não há horário de trabalho pré-estabelecido. Em regra (na maioria dos setores), você pode escolher a hora de entrada e saída. Seja de 8h às 15h, de 10h às 17h, ou então de 13h às 20h - como você preferir, desde que previamente acordado com a chefia. Além disso, é possível acumular saldo de horas e convertê-las em dias de “folga”. Porém, isso tem algumas restrições, claro. Você vai conhecer tudo isso direitinho quando chegar ao TCU! Vistos os conceitos introdutórios nas Aulas 0 e 1, bem como a natureza e a jurisdição do Tribunal, vamos passar à Aula 2. Daremos continuidade ao Capítulo 1, pois faltou estudarmos as competências do TCU. O controle externo da gestão pública, incluindo as competências do Tribunal, está desenhado nos arts. 70 a 75 da Constituição Federal. Esses dispositivos são a espinha dorsal do sistema de controle brasileiro. Dessa forma, como é imprescindível o entendimento amplo desse assunto, não apenas das competências, vamos vê-lo por inteiro, ok? Dessa maneira, a aula de hoje será destinada ao estudo do controle externo técnico-financeiro na CF/88, o que inclui as competências constitucionais da Casa de Contas Federal. Além dessas, normas infraconstitucionais estabelecem outras atribuições ao TCU, o que será visto na próxima aula. Mãos à obra!

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CAPÍTULO 1 – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – NATUREZA,

COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO (CONTINUAÇÃO)

1.3 COMPETÊNCIAS DO TCU (MODELO CONSTITUCIONAL) O sistema de controle externo federal está previsto na CF/88, da seguinte forma:

Art. 70: estabelece a titularidade do controle (caput) e o dever de prestar contas (parágrafo único);

Arts. 71 e 72: estatuem competências do TCU; Art. 73: dispõe sobre a composição e organização do TCU; Art. 74: prevê as finalidades do controle interno e sua relação com o

controle externo; Art. 75: estende as regras do controle externo federal aos estados,

DF e municípios. Abrangência e escopo do controle externo

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

A expressão “fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial” é sinônima de controle da gestão pública, isto é, de controle de cunho técnico-financeiro. Cuida-se de verificações de conformidade/legalidade dos lançamentos contábeis, execução do orçamento público, gestão financeira, guarda e administração patrimonial. Segundo esse dispositivo, o controle da gestão pública alcança a administração direta (órgãos) e indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista). Embora o caput só se refira à Administração Pública Federal, a norma deve ser interpretada em conjunto com o parágrafo único, o qual nos informa que a fiscalização também alcança outras pessoas físicas e jurídicas que exerçam gestão de recursos públicos federais. Já vimos na última aula os detalhes da parte final do dispositivo, qual seja, que a titularidade do controle externo pertence ao Congresso Nacional, e não ao TCU. Ademais, a fiscalização de natureza “COFOP” também é exercida pelo sistema de controle interno de cada Poder. A diferença é que a fiscalização “COFOP” pelo Congresso Nacional é um controle externo, e a fiscalização “COFOP” pelo sistema de controle interno é um controle administrativo.

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Dica: para facilitar a memorização, utilize o mnemônico “Fiscalização COFOP1 quanto à LLEAR2 Congresso Nacional mediante controle externo + controle interno de cada Poder”, em que cada letra grifada corresponde aos enfoques ou parâmetros de controle a seguir comentados.

Controle Externo (CN com auxílio do TCU) Fiscalização COFOP Controle Interno de cada Poder

Os adjetivos (contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial) representam os enfoques da fiscalização:

a) Contábil: consiste na checagem dos registros, documentos e

demonstrações financeiras dos órgãos e entidades da Administração, para verificar se refletem os resultados e as variações econômico-financeiras do patrimônio, bem como se foram produzidos conforme as normas aplicáveis. No caso brasileiro, a fiscalização contábil é facilitada em função de o Siafi (sistema informatizado de administração financeira federal) possuir elevado grau de automatização e segurança. Exemplo: auditoria nas demonstrações contábeis das empresas estatais;

b) Financeira: diz respeito ao controle das receitas auferidas e

despesas realizadas no exercício frente à gestão do fluxo de caixa e observância do regime de caixa único, por exemplo. Exemplos: análise da conciliação bancária da movimentação financeira de um convênio, verificação do respeito ao uso da Conta Única do Governo Federal na execução do orçamento;

c) Orçamentária: refere-se ao controle da execução orçamentária, ou

seja, ao respeito às etapas de empenho, liquidação e pagamento da despesa, bem como do lançamento, arrecadação e recolhimento da receita pública. Além disso, verifica-se o cumprimento das vedações orçamentárias do art. 167 da CF/88, o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, à Lei de Diretrizes Orçamentárias, dentre outras normas da área de orçamento. Exemplo: auditoria nas despesas de pessoal do Poder Executivo, para verificar a observância aos limites da LRF;

d) Operacional: verificam-se os procedimentos e métodos de trabalho

utilizados pela Administração e o atingimento das metas e resultados em relação aos recursos utilizados. Trata-se de avaliar a organização e o desempenho dos programas, atividades e projetos a cargo dos órgãos públicos. Pressupõe uma abordagem da efetividade da ação do Estado (impacto sobre a população).

                                                            1 “COFOP” é o mnemônico tradicional para se guardar os termos contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial. 2 LLEAR = idem, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.

 

 

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Exemplo: suponha que o governo federal construa estradas ao custo de R$50.000/km (isso é o custo por unidade de produto). O governo estadual é capaz de construir estradas, nas mesmas condições e especificações, por R$45.000/km. Nesse caso, em se tratando de produtos, o governo estadual é mais eficiente que o federal. Nesse cenário, suponha ainda que o governo federal compre sacos de cimento a R$10, enquanto o estadual adquire a mesma matéria-prima por R$12. Perceba que agora estamos falando de insumos, então, no que se refere ao insumo cimento, a União é mais econômica que o Estado. Outros exemplos de custo por unidade de produto: R$/m2 de construção, R$/criança vacinada, R$/pessoa treinada etc. Ou seja, economicidade e eficiência são conceitos distintos e independentes!

c) Efetividade: relação entre os resultados de uma intervenção ou programa de governo, em termos de efeitos reais sobre a população-alvo (impactos observados) e os efeitos pretendidos (impactos esperados). Exemplo: o programa de vacinação infantil (citado na letra “a” acima) tinha como meta física vacinar 10.000 crianças contra a moléstia “X”. O Ministério conseguiu vacinar 10.500, ou seja, além da meta prevista. Porém, verificou-se que a incidência da doença e as mortes dela decorrentes aumentaram, mesmo dentre as crianças vacinadas. Ou seja, apesar de vacinadas as crianças, não houve resultado concreto naquela realidade social, o que permite concluir que o programa não teve efetividade, embora tenha sido eficaz.

Para completar, trago novamente conceitos da Instrução Normativa no 01/2001, da Secretaria Federal de Controle Interno (a norma não conceitua efetividade):

Eficácia: É o grau de atingimento das metas fixadas para um determinado objeto de uma ação em relação ao previsto, em um determinado período.

Eficiência: É a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta, frente a padrões estabelecidos. Mede, então, a utilização dos recursos de que a unidade ou entidade dispõe para realizar um conjunto de ações e operações que visam atingir um propósito de trabalho previamente programado. A eficiência está associada ao uso dos recursos disponíveis em relação aos produtos e serviços finais elaborados.

Economicidade vs. Eficiência Muitíssimo cuidado para não confundir esses dois parâmetros. Esse é um “peguinha” clássico em provas. Como visto, eficiência relaciona-se à melhor relação entre custos e produtos (custo por unidade do produto gerado pela ação de governo). Já a economicidade representa a relação entre custos e insumos (custo dos insumos utilizados) – o que gera uma análise separada para cada insumo utilizado.

Exemplo prático: O município de Imunizópolis realizou um programa de vacinação com o objetivo de imunizar mil crianças contra gripe em 2 semanas e, para isso, convocou todos os servidores dos postos de saúde

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municipais. Após uma semana, ao perceber que não conseguiria atingir sua meta, o prefeito contratou mais agentes de saúde. No entanto, essa mudança de estratégia gerou um gasto adicional não-previsto de R$ 1.000,00 para cobrir as despesas com pessoal. A prefeitura contava com orçamento de R$ 10.000,00 para a compra de 1.000 vacinas, porém adquiriu 1.100 vacinas com o mesmo orçamento. As vacinas excedentes foram usadas no ano seguinte. Vacinadas as 1.000 crianças, nos 12 meses seguintes não foram registrados casos de crianças gripadas em Imunizópolis. Análise: -Economicidade: a gestão foi econômica, pois o custo unitário do insumo vacina foi menor do que o esperado. Custo do insumo inicialmente previsto = R$ 10/vacina (R$10.000/1.000 unid.), comparado com o custo obtido = R$ 9,09/vacina (R$10.000/1.100 unid.). -Eficiência: a gestão não foi eficiente. Custo por produto inicialmente previsto = R$10/criança vacinada (R$10.000/1.000). Custo por produto obtido = R$ 10,09/criança vacinada (R$10.090/1.000, sendo que R$10.090 decorre de: R$9.090 em vacinas utilizadas – 1.000xR$9,09 – e R$1.000 em pessoal extra). -Eficácia: a gestão foi eficaz, pois foi atingida a meta de 1.000 crianças vacinas dentro do período de realização do programa. -Efetividade: a gestão foi efetiva, pois gerou impacto na realidade social (não foram registrados casos de crianças gripadas nos 12 meses posteriores). Quem deve prestar contas Passemos agora ao parágrafo único do mesmo art. 70 (grifamos):

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

O dispositivo consagra a abrangência do dever de prestar contas da boa e regular utilização dos recursos públicos. Relaciona-se aos sujeitos objeto da fiscalização. Estão obrigadas a prestar contas todas as pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, em razão de utilizarem, arrecadarem, guardarem, gerenciarem ou administrarem bens ou valores públicos federais.

Dica: os verbos utilizar, arrecadar, guardar, gerenciar e administrar são, em última instância, a concretização da gestão pública. É sobre essas ações de gestão dos recursos públicos que o controle externo atua. Para memorizar esses verbos, utilize o mnemônico “GAGAU”.

Depreende-se que, para o controle externo, não é necessário que a pessoa que gerencia os recursos integre a Administração Pública. Basta que sejam recursos públicos federais para que surja a jurisdição fiscalizatória do

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Tribunal de Contas da União. Por conseguinte, o TCU pode fiscalizar e julgar contas de entes privados, a exemplo das OS – Organizações Sociais (que podem receber recursos mediante contratos de gestão), OSCIP – organizações da sociedade civil de interesse público (recebem recursos por meio de termo de parceria) ou até pessoas físicas beneficiárias de incentivos fiscais (se utilizam de renúncia de receitas, por exemplo, para aplicação em projetos privados de cunho cultural e esportivo).

O termo “contas” corresponde ao conjunto de documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial reveladores da forma de aplicação dos recursos públicos. Exemplos: relatórios de gestão, notas fiscais, extratos bancários, relatórios de conclusão de obras públicas, relatórios de execução de programas de governo etc. Assim, “prestar contas” é apresentar um processo constituído por esses documentos. Esse processo pode ser de três espécies:

Tomada de Contas: processo de contas relativo à avaliação da gestão anual dos responsáveis por unidades da administração federal direta (órgãos). Exemplo: Ministérios;

Prestação de Contas: processo de contas relativo à avaliação da gestão anual dos responsáveis por unidades da administração federal indireta (entidades) e por aquelas não classificadas como integrantes da administração federal direta (ex. entes paraestatais – 3º setor);

Tomada de Contas Especial: em hipótese de dano ao erário, situação em que se constituirá um processo de contas específico (especial) para apurar essa ocorrência.

A abrangência do controle externo é ampla. Onde quer que haja recursos públicos federais envolvidos, haverá jurisdição do TCU. A fiscalização do TCU abrange não só todas as entidades da Administração Federal direta e indireta (inclusive empresas estatais e sociedades de economia mista, prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica, dependentes ou não-dependentes4), mas ainda os fundos constitucionais (ex. FUNDEB, FINAME, FCO, FNO etc.), organizações sociais (OS) e organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP), conselhos de regulamentação profissional5, serviços sociais autônomos (Sistema “S”) e beneficiários de bolsas de estudos e projetos de pesquisa patrocinados pelo CNPq, por exemplo.

                                                            4 O conceito de estatal dependente é oriundo da Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 2º, inciso III, qual seja: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. Para o alcance do controle externo, o que importa é haver recursos públicos federais envolvidos, não sendo relevante a classificação em dependente ou não-dependente. 5 Todos os conselhos estão submetidos ao controle do TCU, exceto a Ordem dos Advogados do Brasil-OAB, em razão de complexa jurisprudência. Por se tratar de tema controverso, não compensa o tempo e espaço de debate. Objetivamente, guarde apenas que a OAB não se sujeita ao controle externo do Tribunal de Contas da União.

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Conselhos Profissionais São entidades de direito público, criadas por lei, de natureza autárquica, para fiscalizar o exercício de determinadas profissões. São entes ligados ao Estado. Exemplo: Conselho Federal de Medicina, Conselho Regional de Contabilidade, Conselho Federal de Farmácia etc. Tanto os Conselhos Federais quanto os Regionais são, todos, entidades federais. O que muda é a amplitude da jurisdição: os primeiros fiscalizam em âmbito nacional, os segundos, no domínio estadual. Assim, os Conselhos Regionais não são entes estaduais, e sim federais, mas com esfera de atuação restrita ao território de um estado. Ademais, consoante a Instrução Normativa/TCU no 57/2008, as entidades de fiscalização do exercício profissional estão dispensadas da apresentação da prestação de contas anual ao TCU. Em outras palavras, não estão obrigadas a prestar contas de forma rotineira, periódica. Porém, isso não quer dizer que inexista controle! A jurisdição do TCU está presente, mas não é exercida mediante prestação/tomada de contas. O Tribunal acompanha a gestão desses entes por meio de outros instrumentos, como auditorias, inspeções, denúncias, representações etc.

Competências do TCU

A partir de agora, começaremos o estudo das competências constitucionais do TCU. Ou seja, poderes, atribuições ou autorizações conferidas diretamente pela CF/88 ao Tribunal para o desempenho de sua função.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

O caput do art. 71 encabeça o rol de competências constitucionais do Tribunal de Contas da União. A partir de sua leitura, confirmamos (mais uma vez!) que o titular da função controle externo é o Congresso Nacional, que o exerce com o auxílio do TCU (órgão independente, tribunal administrativo). A expressão “auxílio”, todavia, não pressupõe dependência ou subordinação. O que ela indica é cooperação, coordenação, atuação em conjunto. Cada órgão (TCU e Congresso) deve pautar suas ações pelas competências constitucionais que lhe são outorgadas.

Apreciação das contas anuais do Presidente da República

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

Essa competência deve ser analisada de forma conjunta com outros dispositivos da própria CF/88 (grifamos):

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

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Combinado com:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. § 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;

Combinado com:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

Conjugando os normativos, chegamos à seguinte síntese:

Por força constitucional, e em respeito aos princípios republicano e democrático, o Presidente da República é obrigado a prestar contas anualmente (CF/88, art. 84, XXIV). As contas são prestadas ao Congresso Nacional, necessariamente dentro do prazo de sessenta dias a contar da abertura da sessão legislativa6.

Recebidas as contas pelo Congresso Nacional, esse deve encaminhá-las ao Tribunal de Contas da União. Não há prazo constitucionalmente definido para essa ação.

Recebidas as contas pelo TCU, esse deve apreciá-las e emitir opinião conclusiva na forma de um parecer prévio, que deve ser emitido no prazo de sessenta dias a contar do recebimento (CF/88, art. 71, I).

Cumprida a competência do TCU, as contas serão restituídas ao Congresso Nacional. Lá chegando, serão encaminhadas para a Comissão Mista de Deputados e Senadores7, que examinará a prestação de contas e, com base no parecer prévio do TCU, sobre elas emitirá parecer (art. 166, § 1º, I). Esse parecer terá a forma de projeto de decreto legislativo8.

Com base no parecer da Comissão Mista de Orçamento, que tem a forma de projeto de decreto legislativo, o Plenário do Congresso Nacional (ou seja, contendo senadores e deputados em um mesmo colegiado) julgará as contas do Presidente da República (CF/88 art. 49, IX).

                                                            6 Conforme o art. 57 da CF/88, com redação dada pela EC no 50/2008, a sessão legislativa tem início em 2 de fevereiro de cada ano, salvo se recair em sábado, domingo ou feriado, quando será automaticamente transferida para o dia útil subseqüente. 7 Essa comissão é comumente chamada de CMO – Comissão Mista de Orçamento. 8 A competência de julgamento é exclusiva do Congresso, e as competências exclusivas do art. 49 são exercidas por meio de decreto legislativo. 

 

 

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Presidente da República. Como o Congresso não tem prazo para encaminhamento ao TCU, naturalmente transcorrer-se-ão mais de 120 dias a partir do início da sessão legislativa até que o TCU emita o parecer prévio. Sempre é bom lembrar que o julgamento efetuado pelo Congresso Nacional sobre a gestão da autoridade maior do Poder Executivo tem cunho político, enquanto a apreciação do TCU mediante parecer prévio é de caráter técnico. O Tribunal de Contas auxilia o Parlamento, mediante o oferecimento de uma apreciação preliminar (daí vem o “prévio” do parecer!) e técnica das contas, o que serve de subsídio para o julgamento político pelo Congresso Nacional. Além disso, a opinião do Tribunal de Contas não vincula o julgamento do Parlamento, isto é, trata-se de mero apoio à decisão legislativa, não havendo qualquer força vinculante ou cogente do parecer prévio em relação a decisão do Congresso Nacional. Por ser competência constitucional, o TCU está obrigado a emitir o dito parecer prévio. Não se trata de uma peça facultativa. O Congresso Nacional só poderá julgar as contas do Presidente da República após a manifestação técnica do Tribunal.

Cuidado com o verbo! Pessoal, essa é uma dica importante! Em concursos, devemos ter extremo cuidado com o verbo empregado pela lei. Repare que no art. 71, I, a ação é “apreciar”. Apreciar significa ponderar, avaliar, considerar, dar valor. “Apreciar”, nesse sentido, não quer dizer “julgar”. Digo isso porque um “peguinha” clássico em Controle Externo é dizer que o Tribunal de Contas da União julga as contas do Presidente da República. Não é verdade. Quem as julga é o Congresso Nacional, um órgão composto de senadores e deputados, que, aliás, não se confunde com a Câmara nem com o Senado. Dessa forma, preste atenção ao verbo que a lei usa e desconfie quando a questão alterá-lo.

Julgamento de contas dos administradores

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

Esta competência própria e privativa do Tribunal de Contas da União cristaliza o dever de prestação de contas, obrigação de todo indivíduo que lide com recursos públicos. Por força da CF/88, art. 70, parágrafo único, qualquer administrador de dinheiros, bens e valores públicos está obrigado a prestar contas, não importando sua natureza jurídica. Essas contas (documentos que refletem a boa e regular gestão pública) devem ser prestadas ao Tribunal de Contas, responsável pelo exame técnico e emissão de uma opinião sobre as mesmas. A decisão sobre a regularidade das contas é veiculada na forma de um julgamento.

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Enquanto ao Congresso Nacional foi atribuída a responsabilidade de julgar as contas do dirigente máximo da República, todos os demais responsáveis por recursos públicos têm sua gestão submetida a julgamento perante o TCU, não cabendo qualquer reapreciação ou recurso para o Congresso Nacional. A propósito, você já sabe que não existe hierarquia entre os Tribunais de Contas e o Poder Legislativo, pois o primeiro presta apenas auxílio técnico ao segundo, certo? Dessa forma, é descabido imaginar que um julgamento de contas pudesse ser reapreciado pelo órgão legislativo. Naturalmente, a única reapreciação cabível no caso é a judicial.

O controle judicial é inafastável no ordenamento constitucional brasileiro. Segundo o art. 5º, XXXV, a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Destarte, todas as decisões dos Tribunais de Contas (em nível federal, distrital, estadual ou municipal) podem se sujeitar a uma reapreciação do Judiciário. O controle judicial, no entanto, só pode incidir sobre a legalidade do procedimento. Exemplo: se o TCU profere um julgamento de contas sem observância da cláusula do contraditório e ampla defesa, o Judiciário deverá anulá-lo por ferir princípios constitucionais basilares. Não poderá, contudo, modificar o mérito da decisão, pois esse juízo é privativo do Tribunal de Contas, sob pena de usurpação da competência do art. 71, II da CF/88. Anulada uma decisão sua, o TCU deverá julgar novamente o mérito da questão, agora em observância aos princípios infringidos.

A obrigação de prestar contas e a competência do TCU em julgá-las alcança toda a administração direta e indireta, dos Três Poderes e do Ministério Público, o próprio Tribunal de Contas, sociedades de economia mista e empresas públicas (prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade econômica), toda pessoa física ou jurídica que receba e administre verbas públicas, bem como aqueles que derem causa a perda ou extravio de que resulte prejuízo ao erário público9.

- O que significa “responsáveis”? Em termos amplos, são aqueles que assumem responsabilidade por guardar, arrecadar, gerenciar, administrar ou utilizar dinheiros, bens e valores públicos. Exemplos (lista não exaustiva):

Dirigente da unidade administrativa; Ordenador de despesas; Encarregado de almoxarifado; Encarregado da gestão orçamentária e financeira; Membros de comissão de licitação e pregoeiros.

Atenção! O TCU julga contas, e não pessoas. Os indivíduos são responsáveis pela gestão, que é documentada e registrada nas prestações de contas. Julgadas as contas, as pessoas podem ser eventualmente alcançadas para fins de restituição ao erário ou pagamento de multa. Em outras palavras, o que se julga é gestão do

                                                            9 Trata-se do caso das tomadas de contas especiais (TCE), instauradas em função de um dano ao erário causado mediante participação de agente público. Esse procedimento objetiva a apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano. O objetivo último da TCE é promover o ressarcimento dos cofres públicos. Veremos o assunto mais adiante.

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responsável (contas), e não a pessoa dele.

- De que forma as contas são julgadas?

No caso do Tribunal de Contas da União, as contas podem ser julgadas (Lei no 8.443/92, art. 16):

Regulares: quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do responsável;

Regulares com ressalva: quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário;

Irregulares: quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências: a) omissão no dever de prestar contas; b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou

infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;

c) dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico;

d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos; e) reincidência no descumprimento de determinação de que o

responsável tenha tido ciência, feita em processo de tomada ou prestarão de contas.

- Há dois tipos de julgamento: técnico e político?

Exatamente, caro aluno!

No que tange à gestão do dirigente máximo do Poder Executivo, o Tribunal de Contas emite um parecer prévio e o respectivo Poder Legislativo10 profere um julgamento político. A gestão é avaliada de forma macro (ampla), envolvendo os demonstrativos financeiros e contábeis, receita arrecadada e despesa efetuada, a execução do orçamento, o desempenho da economia, o resultado dos programas e políticas públicas, etc.

No caso dos demais administradores de bens e recursos públicos, a gestão é avaliada de forma micro (particular, específica), considerando a legalidade, legitimidade, economicidade, eficácia e eficiência dos atos administrativos praticados pelo agente (ex. licitações, contratações, empenhos, obras, ações e projetos sob sua responsabilidade etc.).

                                                            10 Por simetria: Nível federal: Tribunal de Contas da União emite parecer prévio Congresso Nacional julga. Nível estadual: Tribunal de Contas do Estado emite parecer prévio Assembléia Legislativa julga. Nível distrital: Tribunal de Contas do DF emite parecer prévio Câmara Legislativa do DF julga. Nível municipal: Tribunal de Contas do Estado, do Município ou dos Municípios emite parecer prévio Câmara Municipal julga.  

 

 

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(MS 25.092)

MANDADO DE SEGURANÇA - ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - ATRIBUIÇÃO DO ÓRGÃO - CONSULTOR JURÍDICO - SUSTENTAÇÃO DA TRIBUNA. Versando o mandado de segurança ausência de atribuição do Tribunal de Contas da União, cabível é a sustentação da tribuna pelo consultor jurídico do Órgão. MANDADO DE SEGURANÇA - ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - CHAMAMENTO AO PROCESSO DAS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO - INADEQUAÇÃO. A previsão do artigo 49 da Constituição Federal - de cumprir ao Congresso Nacional fiscalizar e controlar, diretamente ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta - não atrai a participação do Poder Legislativo na relação processual de mandado de segurança impetrado contra decisão do Tribunal de Contas da União. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - FISCALIZAÇÃO. Ao Tribunal de Contas da União incumbe atuar relativamente à gestão de sociedades de economia mista. Nova inteligência conferida ao inciso II do artigo 71 da Constituição Federal, ficando superada a jurisprudência que veio a ser firmada com o julgamento dos Mandados de Segurança nºs 23.627-2/DF e 23.875-5/DF.

A respeito do tema, diversas questões de concurso insistem em afirmar que as estatais não estariam sujeitas ao controle do TCU. Essa posição, como visto, já está superada, ok?

Apreciação de atos sujeitos a registro

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

O primeiro ponto de destaque é que esse tipo de ação fiscalizatória é realizado sem a participação do Congresso Nacional (CN), ou seja, trata-se de competência que se exaure na órbita da Corte de Contas. Vocês devem ter achado a redação constitucional um pouco confusa, não é mesmo? Eu também acho! O melhor é fazermos uma divisão didática. Vamos começar com as admissões:

• Todos os atos de admissão são apreciados para fins de registro pelo TCU, não importando se para cargos efetivos (civis ou militares), empregos públicos (inclusive das estatais) ou funções temporárias. É esse o sentido da redação constitucional ao usar a expressão “a qualquer título”;

• A única exceção à regra acima é a nomeação para cargos comissionados (em qualquer entidade ou órgão).

A ressalva constitucional, quanto às admissões para cargos em comissão, só se aplica à apreciação da legalidade para fins de registro. Assim, as admissões em comissão não estão fora do alcance da jurisdição do TCU! Nada impede que o Tribunal avalie a legalidade para outros fins quando

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realizar uma fiscalização (auditoria na área de pessoal, por exemplo). Da mesma forma, a Corte de Contas pode valer-se de outros critérios, como legitimidade, para aferir essas admissões em comissão. No caso das aposentadorias, há vários detalhes que merecem a nossa atenção:

• Concessões iniciais de aposentadorias, reformas e pensões são apreciadas pelo TCU;

• Concessões derivadas (não iniciais) de aposentadorias, reformas e pensões que alterem o fundamento legal do ato concessório são apreciadas pelo TCU;

• Concessões derivadas (não iniciais) de aposentadorias, reformas e pensões que não alterem o fundamento legal do ato concessório não são apreciadas pelo TCU.

Somente serão apreciadas para fins de registro as aposentadorias, reformas e pensões que tenham como fonte de custeio os cofres do Tesouro Nacional (União), isto é, as aposentações pelo Regime Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS). Os empregados públicos, quando se aposentam, o fazem pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS), às custas do INSS, e não da União (em sentido estrito). Dessa forma, a aposentadoria decorrente de emprego público não é apreciada para fins de registro pelo TCU. Isso porque não será a União (pessoa política) que irá pagá-la, mas o INSS, que dispõe de regras previdenciárias próprias. Abaixo, um resumo sobre os principais regimes aplicáveis aos agentes públicos e a necessidade de apreciação do TCU para fins de registro dos atos a eles referentes:

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Os temporários, empregados públicos e ocupantes de cargo em comissão aposentam-se pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS), logo seus atos de aposentadoria não se submetem a registro pelo TCU. Devem respeito às normas de concessão do INSS. Toda a Administração Pública direta e indireta está obrigada a submeter ao TCU seus atos de admissão, aposentadoria, reforma e pensão (quando aplicável, segundo o regime jurídico do agente público, conforme quadro acima). As empresas públicas e sociedades de economia mista estão incluídas nessa regra, fique atento! Para fins de prova, é preciso prestar atenção à expressão “para fins de registro”. A competência constitucional em análise refere-se à apreciação (atenção à expressão:) para fins de registro do ato. Como já dito, para outros fins o TCU faz uso de outros mecanismos que não o do art. 71, III: tomada e prestações de contas, auditorias, inspeções etc.

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Importante nesse momento trazermos à baila a Súmula Vinculante no 3 (SV3) do Supremo Tribunal Federal:

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Vamos interpretar o verbete em duas etapas:

• A regra é que, nos processos em curso no TCU, o interessado (pessoa que pode ter seus direitos afetados) terá direito ao contraditório e à ampla defesa sempre que a decisão do Tribunal puder resultar em anulação ou revogação de ato administrativo que lhe beneficie;

• A única exceção é quanto aos processos de apreciação de legalidade, para fins de registro, dos atos iniciais de aposentadoria, reforma e pensão, em que tais prerrogativas não são obrigatórias;

Inicialmente destinado apenas aos “acusados”, o direito à ampla defesa passou a ser aplicável também aos “litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral” pela Carta de 1988 (art. 5º, LV). Com a evolução social e política, esse direito individual passou a ser necessário também no campo do processo administrativo, mas sempre subordinado à existência de uma acusação ou lide, conforme a CF/88. Ocorre que, nos atos sujeitos a registro, não há lide, tampouco acusados12. A sistemática do art. 71, III, é diferente. A relação jurídica se dá entre a Administração e o TCU, sem envolver a pessoa cujo ato de admissão ou aposentadoria está sendo avaliado (o “interessado”, citado na SV3). A Corte de Contas, grosso modo, avalia se um ato emitido pelo gestor está conforme a lei. A recusa em conceder o registro significa que o ato administrativo, tal qual fora editado, é ilegal. Estando desconforme com a lei, não poderá continuar produzindo efeitos, por isso nega-se o registro. Desse modo, a apreciação do TCU não quer dizer que o beneficiário não terá direito a uma aposentadoria, por exemplo. O TCU, ao negar o registro, informa que o ato administrativo que concedeu a aposentadoria está eivado de algum vício que o torna ilegal. Porém, caso a Administração reveja o ato, corrigindo-o, e depois o submeta à nova apreciação do TCU, este poderá ser aceito e considerado legal. Agora, você poderia perguntar: se os atos de admissão estão previstos no mesmo inciso da CF e seguem o mesmo rito das aposentadorias, por qual motivo não foram também ressalvados pela SV3? Hora da revisão de Constitucional! Sabemos que a súmula vinculante é adotada após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, tendo por objetivo a validade, a

                                                            12 Pode-se dizer que nos outros tipos de processo no TCU (ex. de contas ou de auditoria), os gestores podem ser acusados da prática de uma irregularidade. Não é o caso dos processos de atos sujeitos a registro, pois o beneficiário do ato aposentatório não é acusado de nada. Quem praticou o ato foi o administrador, portanto não é aplicável o art. 5º, LV, da CF/88, em relação aos beneficiários.

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interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários, ou entre esses e a administração pública, que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica (CF art. 103-A). Como os atos de admissão raramente são julgados ilegais (a Administração brasileira, quanto ao ponto, já está bem organizada), não geram controvérsias judiciais. Se o Poder Judiciário não é provocado, não produz jurisprudência, portanto não é cabível a edição de súmula. Só para registrar, a proposta inicial da SV3 ressalvava os atos de admissão também, mas eles foram excluídos do verbete pelo motivo acima exposto. Ok, conhecida a Súmula Vinculante, como ela se aplica na prática? Vou repetir a interpretação para as aposentadorias, agora incluindo as observações referentes à SV3:

• Concessões iniciais de aposentadorias, reformas e pensões serão apreciadas pelo TCU. Aplica-se aqui a SV3, dispensando nesse processo o contraditório e a ampla defesa, pelo menos até o registro do ato;

• Concessões derivadas (não-iniciais) de aposentadorias, reformas e pensões que alterem o fundamento legal do ato concessório serão apreciadas pelo TCU. A doutrina e o próprio TCU têm entendido que esses atos são equivalentes a uma concessão inicial, portanto também não cabe conceder ampla defesa e contraditório ao beneficiário (SV3);

• Concessões derivadas (não-iniciais) de aposentadorias, reformas e pensões que não alterem o fundamento legal do ato concessório não são apreciadas pelo TCU.

Realização de fiscalizações mediante solicitação ou iniciativa própria

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

Inspeções e Auditorias são exemplos de instrumentos de fiscalização à disposição do TCU para o exercício do controle externo, além do Levantamento (RITCU, art. 238), Acompanhamento (RITCU, arts. 241 e 242) e Monitoramento (RITCU, art. 243).

Vejamos os conceitos do Regimento Interno:

Art. 239. Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para: I – examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; II – avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades

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governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados; III – subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro. Art. 240. Inspeção é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para suprir omissões e lacunas de informações, esclarecer dúvidas ou apurar denúncias ou representações quanto à legalidade, à legitimidade e à economicidade de fatos da administração e de atos administrativos praticados por qualquer responsável sujeito à sua jurisdição.

Em regra, a Auditoria é um procedimento de fiscalização abrangente, longo, que examina uma maior quantidade de atos de gestão. A Inspeção costuma ser mais pontual, específica, focada. Em ambos os casos, servidores (ACEs) do TCU vão até o órgão ou entidade, para verificação in loco.

A Corte de Contas pode deflagrar auditorias e inspeções tanto por iniciativa própria (de ofício), quanto por solicitação do Legislativo – desde que seja de iniciativa da Câmara dos Deputados, Senado Federal ou Comissão técnica ou de inquérito.

Dois pontos merecem destaque: 1º) Nos termos da CF/88, não é qualquer comissão do Legislativo que está autorizada a solicitar inspeções e auditorias, somente as técnicas ou de inquérito. 2º) Também de acordo com o texto constitucional, os parlamentares não são autoridades legitimadas a solicitar auditorias e inspeções.

No mais, repare no alcance da fiscalização por meio de auditorias e inspeções do TCU: “nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II”. Fica evidente, portanto, que o TCU também pode fiscalizar as unidades administrativas dos Três Poderes, inclusive do próprio Legislativo, bem como as entidades referidas no inciso II (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista).

Fiscalização das empresas supranacionais

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

Supranacionais são empresas que possuem participação acionária de duas ou mais nações. É o caso da Itaipu Binacional (Brasil e Paraguai), que administra a Hidrelétrica de mesmo nome, e da Companhia de Promoção Agrícola – Grupo Campo (Brasil e Japão). A participação brasileira, no caso, pode se dar de forma direta (quando a União possui ações) ou indireta (quando uma entidade da Administração Indireta da União detém ações, ou seja, a participação é por meio de um ente intermediário), majoritária ou minoritária.

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A parcela administrada pelo Brasil (“contas nacionais”) está sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas da União. A parte que cabe a outro país não pode ser fiscalizada pelo TCU, pois significaria ofensa à soberania alheia.

O alcance e forma dessa fiscalização deverão estar consignados no tratado constitutivo de cada empresa supranacional, e não em lei. Isso porque a firmatura de acordos internacionais não é matéria de lei, mas de tratado internacional (Direito Internacional).

Fiscalização das transferências voluntárias

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

Convênio é um instrumento jurídico que disciplina a transferência de recursos financeiros federais, tendo como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação13. Os instrumentos congêneres podem ser o contrato de repasse ou o termo de cooperação.

O convênio não pode ser considerado um contrato em sentido estrito, pois nesse as partes têm interesses opostos (uma quer a prestação de serviço ou fornecimento de bem, outra quer a contraprestação financeira). No convênio, as partes signatárias possuem interesses convergentes, pois ele é um instrumento firmado para execução de atividades de interesse público comum.

Exemplo: a União (concedente) pactua com o município de Barreiras-BA (convenente) um convênio para a construção de uma escola naquela cidade, uma vez que a Prefeitura não possui recursos suficientes, e a União tem o dever constitucional de prestar assistência financeira nesses casos14. Formalizado o ajuste, o Ministério da Educação transfere ao município R$ 200.000 para a consecução do objetivo, sendo que a Prefeitura terá a responsabilidade de executar a obra e, ainda, aportar uma contrapartida de R$ 20.000. Isso é um convênio. Concluído o objeto (escola), o Prefeito deve prestar contas ao órgão federal concedente, pois os recursos são federais e existe o dever de prestação de contas.

                                                            13 Decreto nº 6.170/2008, art. 1º, § 1º, I. 14 CF/88, Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

 

 

 

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informações. Ou seja, não apenas as técnicas ou de inquérito, como é o caso do inciso IV.

Aplicação de sanções

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

Esse inciso prevê a possibilidade de o TCU aplicar sanções (função sancionatória) em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade das contas, remetendo à lei o estabelecimento preciso delas. Uma modalidade de sanção, porém, já veio prevista na própria CF/88: a multa proporcional ao dano causado ao erário. Detalhe é que o texto constitucional exige que as sanções sejam estabelecidas em lei, pois não poder haver pena sem lei anterior que a preveja.

Em consulta à LOTCU e RITCU, é possível identificar as sanções aplicadas pelo Tribunal de Contas da União: multa; declaração de inidoneidade de licitante fraudador para participar de licitação na Administração Federal, por até cinco anos; inabilitação de responsável para exercício de função de confiança ou cargo em comissão na Administração Federal, de cinco a oito anos. Essas sanções podem ser cumuladas.

No que se refere às multas, vou transcrever o dispositivo da Lei Orgânica para vocês já irem conhecendo as hipóteses de aplicação. Veremos o detalhamento desse assunto em aula futura:

Art. 57. Quando o responsável for julgado em débito, poderá ainda o Tribunal aplicar-lhe multa de até cem por cento do valor atualizado do dano causado ao erário.

Art. 58. O Tribunal poderá aplicar multa de Cr$ 42.000.000,00 (quarenta e dois milhões de cruzeiros), ou valor equivalente em outra moeda que venha a ser adotada como moeda nacional, aos responsáveis por:

I - contas julgadas irregulares de que não resulte débito, nos termos do parágrafo único do art. 19 desta lei;

II - ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

III - ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário;

IV - não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, a diligência do Relator ou a decisão do Tribunal;

V - obstrução ao livre exercício das inspeções e auditorias determinadas;

VI sonegação de processo, documento ou informação, em inspeções ou auditorias realizadas pelo Tribunal;

VII - reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal.

§ 1° Ficará sujeito à multa prevista no caput deste artigo aquele que deixar de dar cumprimento à decisão do Tribunal, salvo motivo justificado.

Em regra, as multas só podem ser aplicadas depois de concedida a oportunidade de ampla defesa e contraditório ao responsável.

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Expedição de determinações e sustação de atos e contratos administrativos

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

Diante de irregularidades ou ilegalidades em atos administrativos, passíveis de saneamento (correção), a primeira providência do Tribunal deve ser conceder à Administração um prazo para que ela corrija os vícios identificados. O TCU não pode fazer a correção por conta própria, já que a ele não é dado alterar atos de competência da Administração. Essa assinatura de prazo tem caráter de determinação, ou seja, é de cumprimento obrigatório por parte do gestor.

Findo o prazo, se a Administração não tiver cumprido a determinação, cabe ao TCU sustar a execução do ato administrativo impugnado por ilegalidade, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal.

Sustar significa retirar definitivamente os efeitos jurídicos (eficácia), porém o ato ou contrato continua existindo no ordenamento jurídico.

Quando se tratar de contrato administrativo, o procedimento é diferenciado. Primeiro, o TCU assina prazo para que a Administração providencie o exato cumprimento da lei. Findo o tempo determinado, não compete ao Tribunal sustá-lo. O órgão competente para sustar a execução de contrato administrativo é o Congresso Nacional, que solicitará ao Poder Executivo as medidas cabíveis (suspensão da execução e dos pagamentos à empresa contratada, por exemplo).

Porém, caso o Congresso Nacional ou o Poder Executivo não ultimem as medidas previstas no § 1º, no prazo de 90 dias, o Tribunal torna-se competente para “decidir a respeito”.

A partir desse ponto, a CF/88 silencia sobre o ponto. Seria o TCU, então, competente para sustar? O que significar o termo “decidir a respeito”? A resposta é encontrada no RITCU, art. 251:

§ 3º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito da sustação do contrato.

 

 

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desfalque de recursos públicos estaduais ou municipais, o Tribunal deve representar ao Tribunal de Contas competente (TCE, TCDF, TCM ou TC dos M). Ou ainda, em caso de infração disciplinar de agente público, a Corte deve representar à autoridade administrativa competente para apurar o fato.

Outros dispositivos do art. 71

§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

Já vimos esse tema na Aula 1, no tópico Eficácia das Decisões do TCU.

§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Trimestral e anualmente o TCU deve enviar ao Congresso um relatório acerca de suas atividades no período, contendo análise da evolução dos custos de controle e de sua eficiência, eficácia e economicidade (LOTCU art. 90). Os relatórios podem ser encontrados em http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/publicacoes institucionais/relatorios/relatorios atividades. Apoio à Comissão Mista de Deputados e Senadores (art. 72)

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

A Comissão do § 1º do art. 166 é a CMO – Comissão Mista de Orçamento, composta por deputados e senadores, cuja competência inclui examinar e emitir parecer sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República, examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição, e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas.

Importa-nos a prerrogativa de exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária. Caso, ao longo dessa atividade, a CMO se depare com indícios de despesas não autorizadas (sem previsão/cobertura na Lei Orçamentária Anual), poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos

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necessários. A própria CF/88 cita exemplos de gastos dessa natureza: investimentos não programados e subsídios não aprovados. Se a autoridade não prestar esclarecimentos, ou prestá-los de forma insuficiente, a Comissão deverá solicitar ao TCU pronunciamento conclusivo, no prazo de trinta dias. Se o TCU entender irregular a despesa, a Comissão deverá fazer um juízo sobre a lesividade do gasto. Se julgar que ele possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Cuidado para não confundir essas etapas, ok? O juízo do TCU é unicamente sobre a regularidade ou irregularidade da despesa. Caso o Tribunal entenda irregular, é da CMO a competência em valorar se o gasto pode causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública. Por fim, o órgão competente para sustar o gasto não é a CMO, mas o Congresso Nacional. Organização do TCU (art. 73)

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.

§ 1º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

CMO identifica indícios de despesas não autorizadas (exemplo: investimentos não programados e subsídios não aprovados)

CMO solicita à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

Caso os esclarecimentos sejam insuficientes ou não sejam prestados, solicita-se ao TCU pronunciamento conclusivo, a ser apresentado no

prazo de 30 dias.

Se o TCU entender irregular a despesa + CMO considerar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à

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Formação: notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;

Experiência: mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no item anterior

Os aspectos da nacionalidade, idade e formação são objetivos, podendo ser formalmente comprovados. A reputação e a formação são parâmetros subjetivos, a critério de quem realiza a indicação, pois não há conceito claro e objetivo sobre o que seja “idoneidade moral e reputação ilibada”, bem como não se tem como se comprovar rigorosamente se a pessoa detém “notórios conhecimentos”. A formação, diga-se de passagem, não precisa ser formal (diploma, por exemplo), bastando o indivíduo possuir os ditos conhecimentos. A propósito, em alguns TCEs há Conselheiros sem formação superior. No que concerne ao processo de escolha, vamos estabelecer uma linha divisória para facilitar o estudo.

§ 2º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: II - dois terços pelo Congresso Nacional.

Dos nove, seis serão indicados pelo Congresso, bastando que o candidato preencha os requisitos do art. 71, § 1º.

§ 2º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;

Os outros três são escolhidos pelo Presidente da República. Além de cumprir os requisitos constitucionais, o indicado deverá ter seu nome submetido à aprovação do Senado Federal16, por voto secreto, após argüição pública (uma espécie de sabatina dos senadores). Somente os indicados pelo Chefe do Poder Executivo sofrem essa aprovação pelo Senado, não se aplicando aos seis cuja indicação cabe ao Congresso Nacional – isso é natural, afinal já foram escolhidos pelo Legislativo, então não precisam ser novamente aprovados por ele. Desses três indicados pelo Presidente da República, a regra é: um deve ser escolhido a partir do quadro de Auditores do TCU17, mediante lista tríplice elaborada pelo Tribunal; um deve ser indicado dentre membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, em lista tríplice elaborada pelo Tribunal; um de livre escolha, dentre quaisquer brasileiros – desde que satisfaçam os requisitos constitucionais, é claro!

                                                            16 CF/88, Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

17 O TCU possui, atualmente, quatro Auditores.

 

 

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Ministros do STF. Atenção ao detalhe! A CF/88 os equiparou aos Ministros do STJ! Apenas para citarmos exemplos, as garantias são aos do art. 95 da CF/88: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio. Os impedimentos são os constantes do parágrafo único do mesmo artigo, por exemplo: proibição de exercer outro cargo ou função, salvo magistério, de dedicar-se à atividade político-partidária etc. As normas de aposentadoria e pensão são as mesmas aplicáveis aos servidores públicos em geral, constantes do art. 40 da Carta Magna. Os Auditores citados no § 4º são, na prática, os substitutos de Ministros em hipóteses de férias, licenças, afastamentos legais, vacância ou impedimentos. Assumem o cargo mediante aprovação em concurso público, e têm como papel relatar processos, sem, contudo, poderem votar. Nessa linha de atribuição, quando em substituição aos Ministros, gozarão das mesmas garantias e impedimentos (apenas!) do titular – as prerrogativas, vencimentos e vantagens não foram estendidos a eles pela Constituição. Quando no exercício das demais atribuições, gozarão de impedimentos e garantias equivalentes a de juiz de Tribunal Regional Federal. Controle Interno (art. 74) A CF/88 destinou um artigo para o sistema de controle interno da Administração Pública. A previsão, como já vimos, reside no art. 31, para a esfera municipal, e no art. 74, para o nível federal:

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

Fica o registro, novamente, de que o controle externo municipal é exercido pela Câmara Municipal, mediante controle externo, essa com auxílio do Tribunal de Contas competente, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo. Assim, inexiste previsão expressa, na CF, de participação do Poder Legislativo no controle administrativo e, também, como não temos Poder Judiciário no âmbito dos municípios, eventual controle nesse Poder nem poderia existir.

Continuando:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

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III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Ao usar a expressão “de forma integrada”, o constituinte não quis estabelecer um único órgão de controle para os três Poderes. O sentido é outro. O que se impõe é a necessidade de cada órgão de controle interno (um de cada Poder) trabalhe de forma integrada com os demais, prestando auxílio entre si e ao controle externo.

Na prática, temos a Controladoria-Geral da União como órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal. No Poder Legislativo, existe também um órgão equivalente, bem como um em cada um dos Tribunais autônomos do Poder Judiciário Federal (STF, STJ, STM, TST, TSE, TJDFT). O Ministério Público da União e o próprio Tribunal de Contas da União, embora não sejam Poderes constitucionalmente delineados, atuam com independência e possuem seus próprios sistemas de controle interno, com as mesmas atribuições dos incisos do art. 74.

No que tange às finalidades dos sistemas de controle interno, para facilitar a nossa memorização, podemos melhor dividi-las assim:

avaliar o cumprimento das metas previstas no PPA; avaliar a execução dos programas de governo; avaliar a execução dos orçamentos da União (fiscal, da seguridade

social e de investimentos); comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e

eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,

comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

exercer o controle das operações de crédito, avais, garantias, direitos e haveres da União;

apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Nessa realidade do controle administrativo, o órgão com maior expressão é a Controladoria-Geral da União, por ser o controlador interno do Executivo, maior Poder em termos de recursos geridos, atos realizados, servidores ativos e, notadamente, de impactos sobre a sociedade – afinal, são os Ministérios que tocam os programas de governo e materializam a ação do Estado brasileiro sobre a sociedade. Por isso, os procedimentos da CGU costumam ser objeto de cobrança em prova de concurso, a depender o enfoque e do edital. A norma básica a respeito, no caso, é a Instrução Normativa no 01/2001, da Secretaria Federal de Controle Interno19 (IN/SFC no 01), sendo que a SFC é uma divisão da própria CGU.

Quanto a esse normativo, confiro destaque à atribuição do controle interno de emitir sua opinião, por meio de certificado, parecer e relatório, em

                                                            19 Disponível em http://www.cgu.gov.br/Legislacao/Arquivos/InstrucoesNormativas/IN01 06abr2001.pdf 

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todas as tomadas e prestações de contas a serem submetidas ao Tribunal de Contas da União. Antes do encaminhamento à Corte de Contas, órgão competente para julgá-las (art. 71, II, da CF), os processos de contas devem ser objeto de análise pelo controle interno, o qual emitirá os respectivos documentos, considerados peças compulsórias nos processos a serem remetidos ao TCU.

A opinião do controle interno opinará sobre a gestão, quanto à regularidade, regularidade com ressalvas ou irregularidade. Trata-se, porém, de posição que não vincula a atuação do Tribunal de Contas. Pode uma tomada de contas ser considerada regular pelo controle interno, porém julgada irregular pelo TCU e vice-versa. A opinião do controle interno é, portanto, apenas indicativa, jamais vinculante. Por fim, o citado art. 74 ainda contempla dois parágrafos, a saber:

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

O primeiro estabelece a obrigação dos responsáveis pelo controle interno informarem ao TCU irregularidades ou ilegalidades quando delas tomarem conhecimento. Caso não o façam, podem sofrer responsabilização solidária, ou seja, condenação em débito, pelo Tribunal, juntamente com os originais responsáveis pela irregularidade ou ilegalidade em questão.

O segundo parágrafo cristaliza o instituto da denúncia perante o Tribunal de Contas da União. Não é qualquer pessoa física ou jurídica que pode denunciar à Corte de Contas. É preciso ser um dos legitimados, a saber: cidadão (detentor de título de eleitor, portanto), partido político (não precisa ter representação no Congresso Nacional), associação ou sindicato.

Detalhe: a denúncia não pode ser anônima! Obviamente, se for anônima, não poderíamos saber se é efetivamente de um legitimado, certo? Por isso, peças anônimas não podem ser conhecidas como denúncias. No entanto, (atenção!) caso o TCU conheça de uma irregularidade trazida ao seu conhecimento de forma anônima, por outro meio que não uma denúncia formal, poderá usar a informação como base para investigações e auditorias. Porém, a peça original jamais será protocolada, processada e apreciada pelo TCU sob a forma de “denúncia”, eis que esse título só é dado aos pedidos que chegarem por um dos legitimados e atenderem a outros requisitos formais, que veremos detalhadamente em aula futura.

Observação importante, pessoal! Embora esses órgãos não estejam contemplados nos arts. 70 a 75, vale a pena conhecermos o CNJ e o CNMP: Conselho Nacional da Justiça e Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente. São órgãos colegiados de controle do Poder Judiciário e do Ministério Público, respectivamente, compostos por representantes do Poder Público (maioria) e da sociedade (minoria).

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O primeiro deles encontra previsão no art. 103-B da CF/88, de onde extraímos as partes principais:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:

(...)

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade;

V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;

VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;

VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.

O CNJ é órgão de controle interno da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Trata-se de uma peculiaridade do CNJ (também aplicável ao CNMP), pois além de verificar os atos de gestão (“atuação administrativa e financeira”), também fiscalizam o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Essa última atribuição não existe no caso do controle externo e dos Tribunais de Contas, instâncias de controle de atos da Administração, apenas, já que conduta funcional de juízes relaciona-se à atuação finalística do Poder Judiciário.  

 

 

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Quer um exemplo? O TCU possui um quadro de quatro auditores20. Isso está estabelecido em lei, e não na CF/88. Por isso, os demais TCs não estão obrigados a constituírem quadro com igual quantidade de ministros-substitutos. Em verdade, há TCEs com até doze auditores, fora os sete Conselheiros! Eles só precisam seguir o modelo constitucional dos arts. 70 a 74.

Outras disposições constitucionais relacionadas ao controle externo Quando se trata de controle externo, estamos falando de um mecanismo de freios e contrapesos entre os Poderes do Estado. Por esse motivo, toda a atuação do controle externo, em especial o político-legislativo, deve estar prevista na Constituição Federal. Por isso, nossa CF/88 também foi muito precisa em prever os órgãos competentes para julgar eventuais contendas judiciais envolvendo órgãos e membros do sistema de controle externo. Nesse sentido, no que diz respeito ao julgamento de ações judiciais contras as demandas do TCU (órgão federal), dos Tribunais de Contas Estaduais (TCEs – órgãos estaduais) e dos Municípios (TCM dos Ms – órgãos municipais), a Constituição Federal traça as regras básicas a seguir:

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Dessa forma, podemos visualizar várias situações interessantes:

a) Um mandado de segurança contra decisão do TCU que ferir direito líquido e certo de um administrado deve ser interposto perante o Supremo Tribunal Federal;

b) Um membro do TCU deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal tanto em caso de crime de responsabilidade, quanto comum;

c) Um habeas corpus cujo paciente seja membro do TCU deve ser interposto no Supremo Tribunal Federal.

d) Um mandado de segurança contra decisão do Tribunal de Contas do Estado do Ceará que ferir direito líquido e certo de um administrado deve ser interposto perante o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará;

e) Um membro de Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina deve ser processado e julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.

                                                            20 Pela LOTCU, art. 77, eles seriam em número três, porém a Lei no 11.358/2008 acresceu mais um cargo ao quadro de auditores recentemente, sem que tenha havido qualquer retificação expressa na lei ou no regimento. Por esse motivo, onde se lê “três auditores” na LOTCU e RITCU, deve-se entender “quatro auditores”.

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Deve-se dar destaque a que a Constituição nada prevê em relação ao foro competente para as ações judiciais relativas aos Tribunais de Contas Municipais (TC dos Ms, órgãos estaduais). Além disso, a CF não afirma expressamente que um mandado de segurança contra atos de Corte de Contas Estadual deva ser julgado no Tribunal de Justiça do estado-membro. Porém, por simetria, bem como pela leitura de algumas Constituições Estaduais e Lei Orgânica do Distrito Federal, essa atribuição é sempre posta a cargo do Tribunal de Justiça do referido estado. Superado esse ponto, hora de vermos apenas mais uma competência esparsa a respeito do TCU:

Art. 161. Cabe à lei complementar:

II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios;

Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II.

Os fundos de participação previstos nos incisos do art. 159 da CF/88 são o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Fundo de Participação dos Estados e do DF (FPE), os Fundos Constitucionais das Regiões Norte (FNO), Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO), o Fundo do IPI Exportação (IPI-Exp) e o Fundo composto por recursos da CIDE. Esses fundos são oriundos de parcelas da arrecadação de tributos federais, que, segundo a Constituição, são devidos aos estados, municípios e DF a título de transferências obrigatórias constitucionais. Isto é, mesmo sendo tributos de competência da União, a Carta Magna já dispôs que uma parte deles fosse transferida aos entes subnacionais. Por isso, essas parcelas não são consideradas valores federais, mas recursos próprios dos estados, DF e municípios. Pois bem! No que se refere a esse assunto, o papel do TCU é o de calcular as quotas dos fundos. Por exemplo: no caso do FPE, quanto do montante deve ser repassado para cada estado-membro? Nesse caso, o rateio é proporcional à população. O TCU utiliza os dados populacionais fornecidos pelo IBGE e fixa as quotas de cada Estado e do DF. O mesmo com relação ao FPM e cada um dos municípios brasileiros, bem como no que se refere aos demais fundos. A deliberação do Tribunal que fixa essas quotas é normalmente expedida sob a forma de Decisão Normativa no início de cada exercício. Ao TCU compete fiscalizar a entrega (montante e prazo) dos recursos aos governos estaduais e às prefeituras (LOTCU, art. 1º, VI). O Tribunal não pode fiscalizar a aplicação desses valores, pois não são recursos federais, uma vez que a própria Carta Constitucional determinou serem estaduais, distritais e municipais.

 

 

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Chegamos ao final de mais um encontro teórico! Ufa! As aulas estão razoavelmente longas, mas isso é necessário em virtude da extensão da matéria a ser coberta em comparação às poucas semanas e encontros disponíveis até a data do concurso. Desejo uma ótima semana a todos, e até a próxima! Fiquem agora com os exercícios comentados. Bons estudos!

Antonio Saraiva

EXERCÍCIOS

1) (CESPE/DPU2007/Defensor Público da União) De acordo com o STF, o TCU não tem competência para julgar contas das sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica, ou de seus administradores, já que os bens dessas entidades não são públicos, mas, sim, privados. 2) (CESPE/HEMOBRAS2008/Analista de Gestão Corporativa – Administrador) Como forma de controle, cabe ao TCU julgar as contas do presidente da República.

3) (CESPE/IEMA2007/Analista de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos/Direito) O governador do estado do Espírito Santo indica o presidente do tribunal de contas estadual, que exercerá o cargo por um período de dois anos, sem possibilidade de recondução.

4) (CESPE/IEMA2007/Advogado) Na exigência constitucional de capacitação técnica, os 9 membros do TCU precisam ter, além de notório saber jurídico, conhecimentos contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública.

5) (CESPE/INMETRO2007/ Analista Executivo em Metrologia e Qualidade/Ciências Contábeis) Ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, os responsáveis pelo controle interno do órgão onde foi constatada essa irregularidade terão de dar ciência de imediato ao TCU, sob pena de responsabilidade solidária.

6) (CESPE/IPEA2008/Técnico de Planejamento e Pesquisa/Estado, Instituições e Democracia) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e suas entidades é exercida, externamente, pelo Congresso Nacional, e, internamente, pelos seus próprios órgãos de controle. 7) (CESPE/MC2008/Ciências Contábeis) Uma das finalidades do sistema de controle interno dos Três Poderes é avaliar o cumprimento das metas previstas no PPA, bem como avaliar a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.

8) (CESPE/MC2008/Ciências Contábeis) Caberá ao sistema de controle interno comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração.

9) (CESPE/MC2008/Direito) A competência para processar e julgar o mandado de segurança contra ato do tribunal de contas é do Superior Tribunal de Justiça.

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10) (CESPE/MCT2008/Analista em C&T Junior-B8) Sem prejuízo do atendimento aos princípios da legalidade e da eficiência, a economicidade também se insere entre os princípios do controle na administração pública: o exame da despesa a um custo adequado, o menor possível, deve estar associado à obtenção de um resultado que atenda satisfatoriamente à coletividade.

11) (CESPE/MCT2008/Analista em C&T Junior-B20) A avaliação de impacto refere-se à avaliação do nível de transformação a que o programa se propõe. Expressa o grau em que os objetivos do programa foram alcançados.

12) (CESPE/MPOG2008/Analista de Infra-Estrutura/Recursos Hídricos) A aplicação de verbas repassadas aos estados pela União, mediante convênio para a realização de atividades ligadas à alfabetização de adultos, está sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas da União.

13) (CESPE/MRE2008/Assistente de Chancelaria/Prova do Curso de Preparação) É atribuição legal do controle externo apoiar o controle interno no exercício de sua missão institucional.

14) (CESPE/MS-PS2008/Planejamento Orçamentário, Controle e Prestação de Contas) A diferença entre a definição legal de prestação de contas e de tomada de contas é que, no primeiro caso, as informações necessárias à avaliação do controle externo são fornecidas voluntariamente pelos respectivos gestores, enquanto, no caso da tomada de contas, as informações são obtidas diretamente pelo TCU.

15) (CESPE/MS-PVS2008/Prova de Conhecimentos Básicos) Eficácia na área pública afere em que medida os resultados de uma ação trazem benefício à população.

16) (CESPE/DFTRANS2008/Analista de Transportes Urbanos/Administrador) As atividades de controle externo envolvem a fiscalização contábil, financeira, patrimonial e operacional da administração pública, buscando analisar a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos praticados.

17) (CESPE/TDFT/2007/Analista Judiciário-Execução De Mandados) O Conselho Nacional de Justiça tem natureza meramente administrativa e configura órgão de controle externo do Poder Judiciário.

18) (CESPE/TDFT/2007/Analista Judiciário – Controle Interno) O controle da atividade administrativa e financeira do Poder Judiciário é de competência do Conselho Nacional de Justiça, com exclusão, em qualquer hipótese, da competência do respectivo tribunal de contas.

19) (CESPE/TJPI/2008/Juiz) Compete ao STJ julgar habeas corpus no qual figure como paciente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Piauí.

20) (CESPE/TST/2007/Analista Judiciário – Contabilidade) O Tribunal de Contas da União é competente para realizar auditoria de natureza operacional em qualquer unidade administrativa do Poder Judiciário, por iniciativa de comissão técnica da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

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21) (CESPE/TST/2007/Analista Judiciário – Contabilidade) As contas nacionais das empresas supranacionais estão sujeitas ao controle governamental, mesmo quando a participação brasileira é minoritária.

22) (CESPE/AUGE-MG2008/Auditor Interno) Compete ao TCU a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

23) (CESPE/TCU2007/Técnico de Controle Externo) O TCU pode, no exercício de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

24) (CESPE/TCU2007/Técnico de Controle Externo) Considere que uma lei federal dispense concurso público para o provimento do cargo de consultor legislativo do Senado. Nesse caso, quando o TCU for apreciar essas nomeações, deixará de aplicar a lei, julgando com fundamento na Constituição Federal. Esse controle feito pelo tribunal é denominado controle abstrato da constitucionalidade.

25) (CESPE/TRE-GO2008/Analista Judiciário/Contabilidade) A prestação de contas é o processo de contas relativo à avaliação da gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas da administração federal indireta e por aquelas não classificadas como integrantes da administração federal direta.

26) (CESPE/TRE-GO2008/Analista Judiciário/Contabilidade) A tomada de contas é o processo de contas relativo à avaliação da gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas feito por iniciativa dos órgãos de controle interno ou externo.

27) (CESPE/TRE-GO2008/Técnico Judiciário/Administrativa) As entidades da administração indireta não são fiscalizadas pelos tribunais de contas.

28) (CESPE/ANATEL2009/Especialista em Regulação/Ciências Contábeis) Em caso de irregularidade de contas, o Tribunal de Contas da União, em sua função sancionadora, pode aplicar ao agente público responsável multa correspondente ao dobro do dano provocado ao erário.

29) (CESPE/TJCE2008/Analista Judiciário/Administração) Ao conferir maior abrangência à fiscalização exercida pelo Poder Legislativo, com o auxílio dos tribunais e conselhos de contas, a CF introduziu dois importantes tipos de controles: o da legitimidade e o da economicidade. Neste último caso, dá-se ênfase ao modo mais econômico, mais racional de utilização dos recursos, à combinação ótima dos meios, dos fatores de produção dos bens e serviços. É, pois, relevante estabelecer e verificar uma adequada ou a mais adequada relação custo-benefício.

30) (CESPE/TJCE2008/Analista Judiciário/Administração) O Tribunal de Contas da União poderá sustar a assinatura de um contrato irregular e, no caso de licitação, comunicar a irregularidade ao Congresso Nacional, ao qual caberá adotar as providências necessárias à salvaguarda do interesse público.

31) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo) Apenas um dos Ministros do TCU pode ser livremente escolhido pelo presidente da República entre os cidadãos brasileiros que preencham os requisitos constitucionalmente estabelecidos para o exercício desse cargo.

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32) (CESPE/TCEPE2004/Auditor de Contas Públicas) Compete ao TCU apreciar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República e daí emitir um relatório conclusivo, que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar do recebimento das contas.

33) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo Considere a seguinte situação hipotética. Uma autarquia federal contratou Humberto, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Nessa situação, o contrato mediante o qual Humberto foi admitido não está sujeito a registro no TCU, pois somente os atos de admissão relativos a cargo público de provimento efetivo são sujeitos a registro nesse tribunal.

34) (CESPE/STF2008/Analista Judiciário/Judiciária) Nos processos perante o TCU, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

35) (CESPE/SGAAC2007/Perito Criminal/Engenharia Florestal) As nomeações de pessoas que exclusivamente ocuparão cargos comissionados na administração pública direta estadual não precisam ser apreciadas, para fins de registro, no tribunal de contas do respectivo estado. GABARITOS E COMENTÁRIOS: 1) Item errado. Essa questão reflete controvérsia já havida no âmbito do Supremo sobre a competência do TCU para exercer o controle externo sobre sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. No passado, o STF decidiu que a Corte de Contas não possuía essa competência. Posteriormente, reviu sua posição e assentou que o TCU tem plena competência para julgar as contas de sociedades de economia mista que atuem em regime de mercado (atividade econômica), não obstante a natureza privada de seus bens. Sendo a União acionista majoritária, é de interesse do patrimônio público federal os atos praticados por esse tipo de empresa estatal. 2) Item errado. O TCU não julga as contas do Presidente da República. O órgão competente para isso é o Congresso Nacional (CF/88, art. 49, IX). O papel do TCU na apreciação dessas contas se dá mediante emissão de parecer prévio, no prazo de sessenta dias do seu recebimento (CF/88, art. 71, I). 3) Item errado. O Governador do Espírito Santo não indica o presidente o TCE do seu estado. A indicação do Chefe do Poder Executivo é para o cargo de Conselheiro, isto é, membro do Tribunal. A eleição do Presidente do colegiado, dentre os Conselheiros, é ato interno, realizado pelos próprios integrantes da Corte. Trazendo o caso para a realidade do TCU, o Presidente da República indica 3 dos 9 Ministros do TCU. Dentre esses, um exercerá a Presidência do órgão, mas a eleição ocorre em âmbito interno. Vide LOTCU, art. 69: “Os ministros elegerão o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal para mandato correspondente a um ano civil, permitida a reeleição apenas por um período de igual duração.” 4) Item certo. Assertiva que menciona o art. 73, § 1º, III, da CF/88, que trata de um dos requisitos dos ocupantes do cargo de Ministro do TCU. 5) Item certo. Correto, à luz do art. 74, § 1º, da CF/88. 6) Item certo. Consoante a CF/88, art. 70, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e suas entidades é exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, bem como pelo sistema de controle interno. O primeiro configura controle externo técnico-financeiro, o segundo, controle interno ou administrativo.

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7) Item certo. Assertiva que menciona o art. 74, I, da CF/88, que trata das finalidades do sistema de controle interno nos três Poderes. 8) Item certo. Mais uma questão que exige conhecimento das finalidades do sistema de controle interno. Agora, menciona-se o art. 74, II, da CF/88. Recomendamos ao aluno conhecer bem os incisos I a IV desse artigo, pois são muito cobrados em prova! 9) Item errado. Para descobrir a competência para julgamento de mandado de segurança (MS), a primeira pergunta que se deve fazer é: a qual tribunal de contas a questão se refere? Não é possível sabermos. Porém, isso não prejudica a questão. No caso do TCU, o foro competente para julgamento de MS é o STF (CF/88, art. 102 I, “d”). No caso de TCEs, o foro é o Tribunal de Justiça do respectivo estado. Assim, o STJ não é competente para julgar MS contra qualquer TC, o que torna a assertiva errada. No caso, a competência do STJ seria para julgamento de habeas corpus, crimes comuns e crimes de responsabilidade dos Conselheiros dos TCEs e TCDF (CF/88, art. 105, I, “a”). 10) Item certo. A economicidade é um parâmetro de controle previsto no caput do art. 70 da CF/88. Corresponde ao esforço de obtenção dos menores custos dos insumos, sem prejuízo da qualidade e dos resultados, o que corresponde ao enunciado do item. A expressão “deve estar associado à obtenção de um resultado que atenda satisfatoriamente à coletividade” se refere à necessária manutenção do padrão de qualidade. 11) Item errado. A avaliação de impacto (efetividade) realmente se refere à avaliação do nível de transformação da realidade a que o programa se propôs. Porém, não expressa o grau em que os objetivos do programa foram alcançados, pois atingimento de objetivos (metas físicas) corresponde ao conceito de eficácia. 12) Item certo. A fiscalização do Tribunal sobre a aplicação desses repasses se dá por força do art. 71, VI, da CF/88, uma vez que os convênios são espécie de transferência voluntária de recursos federais. 13) Item errado. É atribuição constitucional (e não legal) do controle interno apoiar o externo (o contrário da questão, portanto) no exercício de sua missão institucional. CF/88, art. 74, IV. 14) Item errado. Não é essa a distinção entre os conceitos de tomada e prestação de contas. A diferença é que a primeira (tomada) refere-se à avaliação da gestão dos responsáveis por unidades da administração federal direta (órgãos), enquanto a segunda (prestação) relaciona-se à avaliação da gestão dos responsáveis por unidades da administração federal indireta (entidades) e por aquelas não classificadas como integrantes da administração federal direta. 15) Item errado. A questão misturou os conceitos de eficácia e eficiência. Eficácia refere-se ao atingimento de metas físicas. A medição do benefício à população (impacto) relaciona-se à efetividade. 16) Item certo. Interpretação do caput do art. 70 da CF/88. 17) Item errado. O CNJ tem natureza administrativa, pois é órgão do Judiciário desprovido de poderes jurisdicionais. Porém, não é órgão de controle externo. O CNJ é órgão de controle interno do Poder Judiciário. 18) Item errado. O controle da atividade administrativa e financeira do Poder Judiciário é de competência do Conselho Nacional de Justiça, sem que isso signifique qualquer prejuízo à competência do respectivo tribunal de contas (CF/88, art. 103-B, § 4º, II). 19) Item errado. É competência do STJ o julgamento de habeas corpus quando o paciente for Conselheiro de TCE (CF/88, art. 105, I, “a” e “c”). 20) Item certo. Compreensão do art. 71, IV, da CF/88. 21) Item certo. Trata-se da competência prevista no art. 71, V, da CF/88, a qual não especifica a composição acionária da União, bastando participação direta ou indireta, mesmo que minoritária.

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22) Item errado. A fiscalização do TCU se restringe à União e aos recursos federais, não alcançando os estados, DF e municípios irrestritamente, como fala a questão. 23) Item certo. Conhecimento da Súmula nº 347/STF, estudada na parte teórica da aula. 24) Item errado. A apreciação de constitucionalidade pelo TCU é sempre feita no modelo concreto, diante de casos reais visualizados pelo Tribunal em sua atividade de controle. Um exemplo poderia ser perfeitamente a situação hipotética colocada pela questão. O TCU não realiza controle abstrato de constitucionalidade (em tese, sem envolver caso concreto), uma vez que esse, na esfera federal, é privativo do STF. 25) Item certo. É o conceito de prestação de contas (processo de contas referente à gestão da administração indireta e outros entes não classificados como administração direta). 26) Item errado. A tomada de contas não se caracteriza como tal por ser de iniciativa dos órgãos de controle interno ou externo. O que a qualifica é ser relativa à avaliação da gestão dos responsáveis por unidades da administração federal direta (órgãos). Exemplo: Ministérios; 27) Item errado. Todas as entidades da administração indireta estão sob jurisdição fiscalizatória do TCU. Assim reza o caput do art. 70 da CF/88: “A fiscalização (...) da União e das entidades da administração direta e indireta (...)”. Até mesmo as empresas independentes, que gerem recursos próprios, sem dependerem de dotação orçamentária da União, estão sujeitas à fiscalização do TCU. 28) Item errado. A multa, consoante previsão constitucional, é de até 100% do dano causado ao erário, e não 200% (CF/88, art. 71, VIII). 29) Item certo. Apresenta definições sobre economicidade, sem incorrer em erro. 30) Item errado. No caso de contratos, o TCU não dispõe de competência para sustá-los diretamente. O órgão competente para tanto é o Congresso (CF/88, art. 71, § 1º). No caso de licitações (atos administrativos), o TCU pode sustar de imediato, sem depender de providências do Congresso Nacional, bastando comunicar o que for decidido à Câmara e ao Senado. 31) Item certo. Dos 3 Ministros de escolha do Presidente, um deve ser proveniente do quadro de Auditores do Tribunal, o outro do quadro de Membros do Ministério Público junto ao TCU, e um terceiro de livre escolha. Então, dos nove, apenas um é escolhido de forma livre pelo Presidente da República (desde que atenda aos requisitos do art. 73, § 1º, da CF/88). 32) Item errado. O documento emitido pelo TCU em sessenta dias a contar do recebimento das contas não é um relatório conclusivo, mas um parecer prévio (CF/88, art. 71, I). 33) Item errado. Conforme letra do art. 71, III, da CF/88, o TCU deve apreciar a legalidade para fins de registro de todas as admissões na administração federal, a qualquer título, salvo cargos em comissão. Desse modo, até mesmo as admissões temporárias devem ter a legalidade verificada para fins de registro pelo TCU, haja vista a única exceção ser em relação aos cargos de provimento em comissão. 34) Item certo. Literalidade da Súmula Vinculante no 3 do STF, estudada na parte teórica desta aula. 35) Item certo. É a única exceção prevista no art. 71, III, da CF/88 para as admissões, qual seja, aquelas para os cargos em comissão.

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AULA 03 Caros amigos concurseiros, Vamos dar início ao quarto encontro de nosso curso (Aula 3), em continuidade ao estudo de Controle Externo. Veremos hoje as competências infraconstitucionais do TCU (conforme Lei Orgânica e Regimento Interno), ainda no capítulo 1. Não nos furtaremos de aprofundar bastante no tema competências, pois é matéria extremamente importante para fins de concurso público. Estudaremos ainda um tópico “extra” que foi prometido na última aula (devido processo legal no TCU) e, em seguida, o Capítulo 2 (Organização e funcionamento do TCU). Para começar a conversa, falemos de coisas agradáveis: motivação! Você sabia que o TCU possui berçário? Isso mesmo! As servidoras que tiverem filhos pequenos podem deixá-los aos cuidados de babás especialmente treinadas durante o expediente. Além disso, é possível acompanhar os filhotes ao longo do dia, por meio de câmeras! Os servidores também têm direito ao benefício, desde que haja vagas, pois a preferência é para as mães servidoras. Legal, não é? Esse é um exemplo da preocupação do órgão com a qualidade de vida de seus servidores. A título de informação, foi publicada a Lei no 11.950, de 17 de junho de 2009, que reestrutura a carreira de controle externo do Tribunal. O cargo de nível médio passa a ser chamado de Técnico Federal de Controle Externo. Além disso, foi concedido um incremento remuneratório à categoria da ordem de 15 a 40%, dependendo da classe e padrão na carreira. Os aprovados neste certame já tomarão posse com o contracheque “turbinado”! Mais um motivo para capricharmos nos estudos! Portanto, vamos começar, pois o tempo urge!

CAPÍTULO 1 – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – NATUREZA, COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO (CONTINUAÇÃO)

COMPETÊNCIAS INFRACONSTITUCIONAIS DO TCU

Os incisos do art. 1º do RITCU arrolam as competências da Corte de Contas. Estamos diante de competências infraconstitucionais do Tribunal. Uma parte delas é simples transcrição do previsto nos arts. 71, 72 e 161 da CF/88, já estudados em aula anterior.

Como vocês já conhecem as competências constitucionais, vamos percorrer a lista de competências infraconstitucionais, informando quando se trata de competência que é simples reprodução de norma constitucional. Farei os comentários pertinentes após citar cada uma.

 

 

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V – auditar, por solicitação da comissão mista permanente de senadores e deputados referida no § 1º do art. 166 da Constituição Federal, ou de comissão técnica de qualquer das casas do Congresso Nacional, projetos e programas autorizados na lei orçamentária anual, avaliando os seus resultados quanto à eficácia, eficiência, efetividade e economicidade;

Essa competência não encontra previsão constitucional expressa. Ela é decorrente da função de examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sob responsabilidade da Comissão Mista de Orçamento, conforme CF/88, art. 166, II. Dessa maneira, para exercer essa atribuição, a CMO está autorizada a solicitar ao TCU auditorias sobre o tema. Não só ela, mas também qualquer comissão técnica das casas do Congresso Nacional (Câmara ou Senado) é legitimada para tanto.

VI – apreciar as Contas do Governo da República, nos termos dos arts. 221 a 229;

Competência prevista na CF/88, art. 71, I (Contas do Presidente da República). O tema “Contas do Governo da República”, por sua vez, é um pouco mais abrangente. Abriremos tópico específico adiante.

VII – acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União, das entidades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e das demais instituições sob sua jurisdição, mediante fiscalizações, ou por meio de demonstrativos próprios, na forma estabelecida no art. 256;

Competência não prevista na Constituição. O TCU deve acompanhar a arrecadação a cargo da União, não apenas sob responsabilidade da Receita Federal do Brasil, mas também das entidades da administração indireta que arrecadam receitas próprias. Esse trabalho abrange todas as etapas da receita e se processa mediante fiscalização, por meio de levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos, incluindo a análise de demonstrativos próprios, com a identificação dos respectivos responsáveis pela arrecadação. Quando feito por meio do instrumento de fiscalização acompanhamento, é um típico exemplo de controle concomitante.

VIII – apreciar, para fins de registro, na forma estabelecida nos arts. 259 a 263, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões a servidores públicos civis e militares federais ou a seus beneficiários, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

Competência prevista na CF/88, art. 71, III. Também há comentários adicionais a serem feitos em tópico especial, adiante no nosso curso.

 

 

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XI – efetuar, observada a legislação pertinente, e nos termos do art. 291, o cálculo das quotas dos recursos provenientes do produto da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados destinadas aos estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados, de que tratam o inciso II do art. 159 e o parágrafo único do art. 161 da Constituição Federal;

Competência prevista na CF/88, art. 161, parágrafo único. O Fundo do IPI Exportação é mais uma transferência constitucional aos estados, DF e municípios, além do FPM e FPE.

XII – emitir, nos termos do § 2º do art. 33 da Constituição Federal, parecer prévio sobre as contas do governo de território federal, no prazo de sessenta dias, a contar de seu recebimento, conforme previsto no art. 196;

Competência prevista na CF/88, art. 33, § 2º.

XIII – fiscalizar, no âmbito de suas atribuições, o cumprimento, por parte dos órgãos e entidades da União, das normas da Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal, nos termos do inciso I do art. 258;

Competência não prevista na Constituição. Trata-se de uma atribuição imposta ao TCU por força de lei. Conforme o disposto no art. 59 da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF4, o Poder Legislativo, diretamente ou com auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento de suas normas, com ênfase no que se refere a:

atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;

limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;

medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23 da LRF;

providências tomadas, conforme o disposto no art. 31 da LRF, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;

destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e da LRF;

cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver (algumas regras a esse respeito estão na CF/88, arts. 29, VI e VII, e 29-A).

As competências fiscalizatórias acima são genéricas e podem ser desempenhadas pelo Poder Legislativo, Tribunal de Contas e sistema de controle interno, simultaneamente. Porém, além dessas, a LRF prevê competências concretas e bem definidas, privativas das Cortes de Contas.

                                                            4 Lei Complementar no 101/2000, recentemente alterada pela Lei Complementar no 131/2009.

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Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem (art. 59, § 1o):

a possibilidade de ocorrência das situações ensejadoras de medidas de limitação de empenho e movimentação financeira devido a frustração da receita, conforme previsão do art. 9º da LRF;

que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite (limite alerta: 90%)

que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% dos respectivos limites (limite alerta: 90%);

que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei;

fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.

Nos termos do § 2º do art. 59, compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20, incluindo o cômputo da Receita Corrente Líquida (RCL). Nesse caso, o TCU fiscalizará os cálculos relativos à União. Os demais TCs fiscalizarão o que se refere aos entes federados sob suas respectivas jurisdições. O Tribunal de Contas da União também acompanhará o cumprimento das vedações impostas ao Banco Central do Brasil, nos termos dos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.

Limite Alerta da LRF = 90%. Limite Prudencial da LRF = 95%.

Retornando ao estudo do art. 1o do RITCU (competências do TCU):

XIV – processar e julgar as infrações administrativas contra as finanças públicas e a responsabilidade fiscal tipificadas na legislação vigente, com vistas à aplicação de penalidades;

Trata-se de competência não prevista na Constituição. Decorre, na verdade, da Lei no 10.028/2000 (Lei de Crimes Fiscais), que trata dos crimes e infrações administrativas contra as finanças públicas. Consoante o art. 5º, desse normativo, são consideradas infrações administrativas5 contra as leis de finanças públicas:

deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei;

propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na forma da lei;

                                                            5 Embora o nome do normativo seja Lei de Crimes Fiscais, a parte que cabe ao TCU julgar não são crimes, mas infrações administrativas, conforme letra da própria lei.

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deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei;

deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite máximo.

Essas infrações – que não são crimes, senão a competência de julgamento seria do Poder Judiciário – devem ser processadas e julgadas pelo Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa jurídica de direito público envolvida. Desse modo, se a infração for contra as finanças públicas da União, o TCU será competente para processar e julgar o feito. A punição por atos dessa natureza deve ser a aplicação de multa de exatamente 30% dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, a ser aplicada pelo Tribunal de Contas competente, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal. Esse percentual não varia, sendo fixo em 30%, conforme a lei.

Dessa forma, o TCU tem competência para aplicar multa estatuída na Lei de Crimes Fiscais, além das previstas em sua própria Lei Orgânica.

XV – acompanhar, fiscalizar e avaliar os processos de desestatização realizados pela administração pública federal, compreendendo as privatizações de empresas, incluindo instituições financeiras, e as concessões, permissões e autorizações de serviço público, nos termos do art. 175 da Constituição Federal e das normas legais pertinentes, consoante o inciso II do art. 258;

Essa competência não está prevista na Constituição. É atribuição do Tribunal realizar o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação dos processos de desestatização realizados pela administração pública federal, compreendendo as privatizações de empresas, incluindo instituições financeiras, e as concessões, permissões e autorizações de serviço público, previstas no art. 175 da Constituição Federal e nas normas legais pertinentes.

XVI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados, indicando o ato inquinado e definindo responsabilidades, mesmo as de ministro de Estado ou de autoridade de nível hierárquico equivalente;

Competência prevista na CF/88, art. 71, XI.

XVII – aplicar aos responsáveis as sanções e adotar as medidas cautelares previstas nos arts. 266 a 276;

Competência prevista na CF/88, art. 71, VIII. Além de sanções, previstas em lei, o Tribunal também pode adotar medidas cautelares, de caráter preventivo, a serem vistas no capítulo 4 de nosso curso. Apenas para adiantar, são elas: suspensão de ato ou procedimento, determinação de

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afastamento temporário do responsável, decretação de indisponibilidade de bens e solicitação de arresto de bens.

XVIII – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo, de conformidade com o inciso II do art. 249;

Competência prevista na CF/88, art. 71, V.

XIX – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a município, nos termos do art. 254;

Competência prevista na CF/88, art. 71, VI. Esse trabalho é realizado por meio de levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos (procedimentos de fiscalização), bem como por ocasião do exame dos processos de tomadas ou prestações de contas da unidade ou entidade transferidora dos recursos (processos de contas). Repare que o convenente (aquele que recebe os recursos) não presta contas diretamente ao TCU, mas ao órgão repassador (concedente). O Tribunal examina as contas anuais do órgão repassador, que contêm, embutidas, as informações acerca de todos os convênios firmados. São verificados, entre outros aspectos, o atingimento dos objetivos acordados e a correta aplicação dos recursos, bem como a observância às normas legais e regulamentares pertinentes e às cláusulas pactuadas.

XX – acompanhar e fiscalizar, conforme o caso, o cálculo, a entrega e a aplicação de recursos repassados pela União, por determinação legal a estado, ao Distrito Federal ou a município, conforme dispuser a legislação específica e os respectivos normativos internos, de conformidade com o inciso IV do art. 253;

Determinadas leis estipulam a obrigação de a União repassar recursos aos estados, ao DF e aos municípios, a exemplo da Lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB (Lei no 11.494/2007). Nesses casos, como os recursos não deixam de ser federais, o TCU possui competência para fiscalizar o cálculo, a entrega e a aplicação dos mesmos pelos entes federados responsáveis por recebê-los e utilizá-los. Cada legislação deve dispor sobre a forma dessa fiscalização.

XXI – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade, na forma do art. 251;

Competência prevista na CF/88, art. 71, IX. XXII – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, na forma do § 1º do art. 251;

Competência prevista na CF/88, art. 71, X.

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XXIII – fiscalizar as declarações de bens e rendas apresentadas pelas autoridades e servidores públicos, de acordo com o inciso III do art. 258;

Essa competência não está prevista na Constituição. Ela serve para possibilitar a apuração de eventuais indícios de enriquecimento ilícito de agentes públicos, com aumento patrimonial incompatível com a renda, o que configura indício de corrupção ou desvio de recursos.

XXIV – decidir sobre denúncia que lhe seja encaminhada por qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato, na forma prevista nos arts. 234 a 236, bem como sobre representações em geral, consoante o art. 237;

Competência prevista na CF/88, art. 74, § 2º, no que tange às denúncias. A representação, por sua vez, é um instituto equivalente, não-previsto na CF/88, mas também destinado a levar ilegalidades e irregularidades ao conhecimento do TCU. A diferença é que, enquanto a denúncia provém da sociedade (cidadão, partido político, associação ou sindicato), a representação é oriunda de agentes ou autoridades públicas, quando têm notícia de irregularidades em decorrência do cargo ocupado. O art. 237 do RITCU estabelece o regramento para as representações sem gera, assunto que será visto no capítulo 3 do curso, na próxima aula.

XXV – decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade competente, a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes a matéria de sua competência, na forma estabelecida nos arts. 264 e 265;

Essa competência não está prevista na Constituição. Veremos todos os detalhes em tópico especial, mais adiante.

XXVI – decidir sobre representações relativas a licitações e contratos administrativos e ao descumprimento da obrigatoriedade de que as câmaras municipais, os partidos políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades empresariais sejam notificados da liberação de recursos federais para os respectivos municípios, nos termos da legislação vigente;

Quanto ao primeiro ponto, o art. 113 da Lei no 8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos) impõe ao TCU uma competência especificamente relacionada ao controle da regularidade de procedimentos licitatórios:

Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.

§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.

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Em outras palavras, o TCU deve controlar as despesas decorrentes de contratos administrativos, sendo da Administração o ônus de comprovar que são legais e regulares. Essa mesma supervisão é exercida pelo sistema de controle interno. Nessa linha, são legitimados para representar ao TCU ou ao sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação da Lei de Licitações e Contratos: qualquer licitante, contratado, pessoa física ou jurídica (essas, mesmo que não tenham participado do certame ou do contrato). Recebida a representação, o TCU está obrigado a decidir sobre a regularidade ou não do ato/contrato/procedimento inquinado pelo representante, podendo aplicar multas aos gestores responsáveis (por descumprimento de norma legal), bem como expedir determinações corretivas à Administração. Já no que se refere ao segundo ponto do XXVI em comento, a Lei no 9.452/1999 estabelece que os órgãos e entidades da administração federal direta e indireta devem notificar as respectivas Câmaras Municipais sobre a liberação de recursos financeiros que tenham efetuado, a qualquer título, para os municípios, no prazo de dois dias úteis, contado da data da liberação, como forma de fomentar o controle legislativo municipal sobre as verbas repassadas pela União, a qualquer título (transferências constitucionais e legais obrigatórias, bem como as voluntárias). A Prefeitura do município beneficiário da liberação de recursos, por sua vez, notificará os partidos políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades empresariais, com sede no município, da respectiva liberação, no prazo de dois dias úteis, contado da data de recebimento dos recursos. Na espécie, em caso de omissão do órgão ou entidade federal ou municipal responsável pela notificação, as Câmaras Municipais podem representar ao Tribunal de Contas da União o descumprimento do estabelecido na lei, o qual poderá aplicar sanções ou expedir determinações corretivas aos jurisdicionados seus (apenas os órgãos e entidades federais). De volta ao art. 1º do Regimento Interno:

XXVII – fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro por força da legislação vigente, de acordo com o inciso IV do art. 258;

A Lei no 10.264/2001 confere ao TCU a competência fiscalizatória sobre os recursos repassados aos Comitês Olímpico e Paraolímpico Brasileiros, pois são verbas públicas federais transferidas a esses entes por força da Lei no 9.615/19986. Mais uma vez, conforme a regra geral, as transferências por determinação legal podem ser fiscalizadas pelo TCU não só quanto à entrega, mas principalmente quanto à aplicação dos recursos.

                                                            6 Institui normas gerais sobre desporto.

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XXVIII – implementar e manter na Internet a página Contas Públicas, na forma definida em ato normativo;

Competência que não está prevista na Constituição. Trata-se de uma atribuição confiada ao TCU para fortalecer o controle social dos gastos públicos. O endereço da página é: www.contaspublicas.gov.br.

XXIX – realizar outras fiscalizações ou exercer outras atribuições previstas em lei, de acordo com o inciso V do art. 258;

Competência que não está prevista na Constituição. Possui caráter residual, uma vez que várias leis esparsas estabelecem competências para o TCU em tema de controle externo. Por questões de tempo e espaço, bem como pela finalidade concurso público, não vale a pena examinarmos todas. Vamos nos cingir à LOTCU e ao RITCU, conforme o edital.

XXX – alterar este Regimento, na forma estabelecida no seu art. 72; XXXI – eleger seu Presidente e seu Vice-Presidente, e dar-lhes posse; XXXII – conceder licença, férias e outros afastamentos aos ministros, auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, dependendo de inspeção por junta médica a licença para tratamento de saúde por prazo superior a seis meses; XXXIII – organizar sua Secretaria, na forma estabelecida nos arts. 65 e 66, e prover-lhe os cargos, observada a legislação pertinente; XXXIV – propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção de cargos e funções do quadro de pessoal de sua Secretaria, bem como a fixação da respectiva remuneração.

As competências dos incisos XXX a XXXIV são estritamente administrativas, relacionadas à capacidade de auto-organização do Tribunal. Destaque para o último inciso, que consagra a iniciativa de lei do TCU quando se tratar de criação, transformação e extinção de cargos e funções do quadro de pessoal, bem como remuneração. Todo o regramento legal do Tribunal é realizado por lei ordinária, e diga-se de passagem, inclusive para o Ministério Público junto a TCU, que não é regulado diretamente pela Lei Complementar no 75/19937, mas por leis próprias do Tribunal de Contas da União.

Parágrafo único. No julgamento de contas e na fiscalização que lhe compete, o Tribunal decidirá sobre a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão e das despesas deles decorrentes, bem como sobre a aplicação de subvenções e a renúncia de receitas.

Esse parágrafo cristaliza os critérios frente aos quais os atos de gestão serão examinados, o que não deixa de ser uma transcrição do art. 70 da CF/88 (já exaurido em aula pretérita).

Art. 2º Ao Tribunal de Contas da União assiste o poder regulamentar, podendo, em conseqüência, expedir atos normativos sobre matérias de sua competência e sobre a organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento aqueles que lhe estão

                                                            7 Dispõe sobre a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público da União. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União não se confunde com o MPU e é regulado por lei ordinária (Lei no 8.443/1992).

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jurisdicionados, sob pena de responsabilidade, nos termos do art. 3º da Lei nº 8.443, de 1992.

Esse dispositivo consagra a função ou competência normativa do Tribunal, desde que em matéria de sua competência (ex. formato para apresentação de tomadas e prestações de contas).

Art. 3º No exercício de sua competência, o Tribunal terá irrestrito acesso a todas as fontes de informações disponíveis em órgãos e entidades da administração pública federal, mesmo a sistemas eletrônicos de processamento de dados.

Esse artigo tem a redação semelhante ao art. 2º do RITCU, estabelecendo o acesso irrestrito do TCU aos dados e informações da Administração Pública, estejam em meio físico (ex. papel) ou eletrônico (sistemas informatizados). Nesse mesmo sentido, o arts. 42 e 87 da LOTCU dispõem que:

Art. 42. Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado ao Tribunal em suas inspeções ou auditorias, sob qualquer pretexto. Art. 87. Ao servidor a que se refere o artigo anterior [art. 86: servidor que exerce funções de controle externo no TCU], quando credenciado pelo Presidente do Tribunal ou, por delegação deste, pelos dirigentes das unidades técnicas da secretaria do Tribunal, para desempenhar funções de auditoria, de inspeções e diligências expressamente determinadas pelo Tribunal ou por sua Presidência, são asseguradas as seguintes prerrogativas:

I - livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal de Contas da União;

II - acesso a todos os documentos e informações necessários à realização de seu trabalho;

III - competência para requerer, nos termos do regimento interno, aos responsáveis pelos órgãos e entidades objeto de inspeções, auditorias e diligências, as informações e documentos necessários para instrução de processos e relatórios de cujo exame esteja expressamente encarregado por sua chefia imediata.

Pergunta do aluno: professor, e no caso de informações sigilosas sob argumento de defesa nacional, como os projetos secretos das Forças Armadas e os gastos da Presidência da República? Resposta: o art. 42 afirma que nenhum pretexto poderá ser usado para negar documentos ou informações ao TCU, nem mesmo segurança nacional. Nesse caso, os dados devem ser fornecidos ao Tribunal, que os guardará sob sigilo, em respeito ao interesse público. Pergunta do aluno: professor, e no caso de informações protegidas por sigilo fiscal e bancário? Resposta: nessa hipótese, estamos diante de sigilos de fundo constitucional, verdadeiros direitos fundamentais do indivíduo, em respeito à intimidade e à vida privada. Assim, o TCU está impedido de acessar as informações, por não ter competência legal para quebrar sigilo fiscal e bancário. Assim decidiu o STF nos autos do MS 22.801, no caso do sigilo bancário:

 

 

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cumprimento do orçamento, arrecadação tributária, obediência aos limites da LRF etc. Não contém exame sobre a execução de receitas e despesas singulares de órgãos e entidades, ou seja, atos e contratos administrativos específicos. Ao contrário, as contas de governo refletem, de modo amplo, a forma de condução da gestão a cargo do Chefe de cada Poder, com foco nos resultados institucionais. Contas de Gestão ou Administrativas: não são as contas do Chefe do Poder, mas contas relativas aos órgãos da Administração Pública, sob responsabilidade de diversos agentes públicos de variadas hierarquias, que executam contratos, efetuam empenhos, liquidação e pagamentos, realizam obras públicas, contratam pessoal etc. Essas contas são avaliadas sob o aspecto micro, ou seja, quanto à regularidade de cada ato ou contrato realizado. Feita a distinção, perceba que a composição das contas prestadas pelo Presidente da República (União – contas políticas) reflete demonstrativos de aspecto macro:

Balanços gerais da União (LOTCU, art. 36, parágrafo único); Relatório do órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo (Controladoria-Geral da União) sobre a execução dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos (LOTCU, art. 36, parágrafo único);

Demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício (LRF, art. 49, parágrafo único).

As contas prestadas pelos Chefes dos demais Poderes (contas políticas que não a do Chefe do Poder Executivo) incluirão quadro consolidado de gestão fiscal e relatório do respectivo órgão de controle interno contendo manifestação conclusiva acerca da conformidade da execução orçamentária e financeira no exercício com as metas fixadas no plano plurianual e com os dispositivos constitucionais e legais, em especial a lei de diretrizes orçamentárias e a lei orçamentária anual (RITCU, art. 221, § 3º). Além disso, a prestação de contas políticas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições (LRF, art. 58). Detalhe importante: a apreciação (pelo TCU) e julgamento (pelo Congresso Nacional) das contas políticas dos Chefes de Poder em nada interfere ou condiciona o posterior julgamento, pelo TCU, das contas dos demais administradores e responsáveis por bens, dinheiros e valores da administração pública federal (CF/88, art. 71, II). Dessa maneira, a apreciação e o julgamento das contas do Presidente da República, que refletem a gestão macro e os resultados institucionais por ele alcançados, não quer dizer que as contas dos diversos

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administradores e gestores públicos do órgão Presidência da República (ex. uma licitação) estejam isentos de irregularidades ou ilegalidades! As primeiras são contas políticas, de autoridade de um Poder (TCU aprecia e Congresso julga), enquanto as últimas são contas de gestão, do órgão Presidência da República, que refletem os atos administrativos, pagamentos, licitações etc. dos gestores que ali trabalham.

A prestação de contas sob a forma de “Contas do Governo da República” passa a ser obrigação não apenas o Chefe do Poder Executivo (por determinação constitucional), mas de todos os Chefes de Poder ou órgão independente, referidos no art. 20 da LRF (por determinação legal: LRF), a saber:

Presidente da República; Presidente do Senado Federal; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Supremo Tribunal Federal; Presidentes de Tribunal Superior (STJ, TST, TSE e STM); Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT)9;

Procurador-Geral da República (Chefe do Ministério Público da União); Presidente do Tribunal de Contas da União10.

Os Tribunais Superiores do Poder Judiciário prestam contas políticas individuais porque são considerados órgãos independentes em sua esfera de atuação, por isso não podem ser consolidados nas contas de outro tribunal judiciário. Esses preceitos são de observância obrigatória para estados, DF e municípios, que devem adequar suas normas de prestação de contas políticas ao que dispõe a LRF, feitas as devidas alterações. Assim, no caso de municípios, não haverá contas políticas dos Chefes do Ministério Público e do Judiciário, simplesmente porque nessas esferas da federação não há essas instituições, apenas os Poderes Executivo, Legislativo e, eventualmente, Tribunal de Contas do Município (órgão de controle da esfera municipal).

No caso do Poder Judiciário, as contas serão apresentadas no âmbito: da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais;

dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais tribunais.

Assim, a título de exemplo, as contas apresentadas pelo Presidente do Tribunal Superior do Trabalho devem consolidar os órgãos da Justiça do Trabalho (Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho). As contas prestadas pelo Presidente de um Tribunal de Justiça devem consolidar toda a estrutura do Poder Judiciário de seu estado.                                                             9 No caso, por ser tribunal independente do Poder Judiciário e órgão federal mantido pela União; 10 O TCU também presta contas políticas, porque é órgão independente e, mesmo sendo o órgão de controle, deve contas de sua atuação à sociedade. 

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Pois bem, esta é a organização das Contas do Governo da República. Como elas são apreciadas pelo TCU? Dispõe o caput do art. 56 da LRF que as contas prestadas por cada Chefe de Poder ou órgão receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas. O art. 221 do RITCU estatui que o TCU apreciará as Contas do Governo da República, mediante pareceres prévios a serem elaborados em sessenta dias a contar da data de seu recebimento. Dessa maneira, cada conta de Chefe de Poder ou órgão independente recebe parecer prévio exclusivo, separado, podendo-se dizer assim que o TCU emite múltiplos pareceres prévios. A exceção é em relação ao parecer prévio sobre as contas do próprio TCU. Enquanto todas as contas dos Chefes de Poder ou órgão acima referidos recebem parecer prévio pelo TCU, as suas próprias contas não são por ele examinadas. Elas devem receber parecer prévio da Comissão Mista de Orçamento referida no art. 166, § 1º, da CF/88, no mesmo prazo de 60 dias a contar do recebimento. Trata-se apenas de uma questão de imparcialidade, para que a Corte de Contas não emita opinião sobre sua própria atuação institucional. Esse prazo de 60 dias a contar do recebimento para emissão de parecer prévio é uma opção do legislador constituinte federal. A LRF faculta que, no caso de estados, DF e municípios, as respectivas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas fixem prazos diversos. Veja o art. 57 da LRF:

Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.

§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias.

§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.

Ainda, no caso de Municípios que não sejam capitais e tenham menos de duzentos mil habitantes, a própria LRF dispõe que o prazo para emissão do parecer prévio será de 180 dias. Isso ocorre pelo seguinte. Conforme estudamos, nos estados temos a figura do TCE, o qual, se não houver TCM ou TC dos Ms (normalmente não há mesmo11!), detém jurisdição sobre a gestão estadual e de todos os municípios de seu estado. Assim sendo, os TCEs devem emitir dezenas, senão centenas de pareceres prévios anualmente, um para cada município, fora o próprio estado, em apenas 60 dias a contar do recebimento. É uma

                                                            11 De todos os estados da federação brasileira, apenas quatro possuem TC dos Ms. De todos os mais de cinco mil municípios, apenas dois (Rio de Janeiro e São Paulo) possuem TCM, uma vez que foram criados antes da vedação constitucional do art. 31, § 4º.

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tarefa árdua. Dessa maneira, a LRF flexibiliza o prazo para as menores municipalidades, dilatando o prazo. Por sua vez, o § 2º veda que os TCs entrem em recesso ao final do ano se não tiverem emitido todos os pareceres prévios sob sua responsabilidade. Se o conteúdo das contas políticas é a gestão de cada Chefe de Poder ou órgão, de forma macro, qual será o conteúdo da avaliação do TCU sobre elas, veiculada sob a forma de pareceres prévios? Resposta: os pareceres prévios serão conclusivos no sentido de exprimirem se as contas prestadas pelo Presidente da República, pelos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, pelos presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidadas as dos respectivos tribunais, e pelo Chefe do Ministério Público da União representam adequadamente as respectivas posições financeira, orçamentária, contábil e patrimonial, em 31 de dezembro, bem como sobre a observância dos princípios constitucionais e legais que regem a administração pública federal (RITCU, art. 228). E tem mais! Os pareceres prévios conterão registros sobre a observância às normas constitucionais, legais e regulamentares na execução dos orçamentos da União e nas demais operações realizadas com recursos públicos federais, em especial quanto ao que estabelece a lei orçamentária anual (RITCU, art. 228, § 1º). O relatório do Ministro relator das contas de governo, que acompanhará os pareceres prévios, conterá informações sobre o cumprimento dos programas previstos na lei orçamentária anual quanto à legitimidade, eficiência e economicidade, bem como o atingimento de metas e a consonância destes com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. Conterá também informações acerca do reflexo da administração financeira e orçamentária federal no desenvolvimento econômico e social do País (RITCU, art. 228, § 2º) Dessa maneira, temos o seguinte resumo sobre as Contas de Governo da República:

Elas são apresentadas por todos os Chefes de Poder ou órgão independente (União: Presidente da República, Presidente do Senado Federal, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do STF, Presidentes dos Tribunais Superiores, Presidente do TJDFT, Presidente do TCU e Procurador-Geral da República);

São avaliadas sob um aspecto macro, como resultados institucionais, metas, respeito aos limites fiscais e orçamentários, programas executados etc.;

Todas as contas políticas recebem parecer prévio pelo TCU, destacadamente, no prazo de sessenta dias a contar do recebimento, salvo as contas do próprio TCU, que são objeto de parecer prévio pela Comissão Mista de Orçamento, no mesmo prazo;

Todas são encaminhadas para ao Congresso Nacional. Lá chegando, são submetidas a parecer da Comissão Mista de Orçamento, na forma de um

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projeto de decreto legislativo. Em seguida, são julgadas pelo Plenário do Congresso Nacional.

É bom lembrar que, caso o Presidente da República não preste contas ao Congresso Nacional no prazo de 60 dias a contar do início da sessão legislativa, compete à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas (CF/88, art. 51, II). No TCU, as Contas do Governo da República devem ser obrigatoriamente apreciadas pelo Plenário.

As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

Chegou a hora do aviso importante! Toda essa sistemática é objeto de cobrança em prova, assim como está descrita. É preciso conhecê-la. Não obstante, alguns dispositivos da LRF que tratam das Contas do Governo da República estão sendo questionados no Supremo Tribunal Federal em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). A Adin em questão é a de no 2.238. Em sede de medida cautelar (provisória), o STF sustou a eficácia dos arts. 56 (apenas o caput) e 57 (todo) da LRF, senão vejamos:

Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.

§ 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito:

I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais;

II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais tribunais.

§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais.

§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.

Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.

§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias.

§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.

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Assim, os trechos tachados (destaquei dessa forma para ficar bem claro) não estão sendo aplicados desde a emissão da cautelar, em agosto de 2007. Então, como fica? 1- Os §§ 1º, 2º e 3º do art. 56 continuam valendo. 2- Com a sustação da eficácia do caput do art. 56, restou temporariamente suspensa a regra de que as contas do Presidente devem ser acompanhadas das dos demais Chefes de Poder e órgão, bem como que o TCU deve emitir um parecer prévio para cada um. Dessa forma, aparentemente voltamos para a situação de o TCU deve emitir um único parecer prévio, apenas para as contas do Presidente da República. 3-Todas as normas do art. 57 estão sem aplicação. Questão de prova cobrando a literalidade deve ser tida como errada. Estamos vivendo um pequeno período de confusão jurídica. Essa celeuma ainda não está solucionada, porque não se sabe ao certo como proceder, já que falta uma orientação aos Poderes e ao TCU. Na prática, o que tem sido feito é: recepcionar as contas de todos, porém o parecer prévio só se refere às contas do Poder Executivo (Presidente da República):

Registro, por importante, que nada obstante tenha o Supremo Tribunal Federal concedido medida cautelar, publicada do Diário da Justiça de 21/8/2007, na Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIN nº 2.238-5, suspendendo a eficácia do caput do art. 56 e do art. 57 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 2000), não se alterou a estrutura do relatório sobre as contas do governo da República, haja vista que continua contemplando a gestão e o desempenho dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União.

Relembro, todavia, que, em face do aludido provimento judicial, o parecer prévio é exclusivo para o Chefe do Poder Executivo, cujas contas serão julgadas posteriormente pelo Congresso Nacional. Apesar disso, continua o Tribunal de Contas da União apto a apreciar, em processo específico, o cumprimento, por parte dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, das disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal.12

Desse modo, as contas são da União (todos os Poderes), mas somente as contas do Presidente da República têm recebido parecer prévio (um só). E como fica em concurso público? Esse ponto é delicado! Eu tenho acompanhado as questões do Cespe sobre esse assunto, e na maioria delas a banca tem desconsiderado a medida cautelar do STF, aplicando a regra antiga (múltiplos pareceres prévios). Em uma questão, pelo menos, a banca admitiu a existência do referido provimento cautelar do Supremo Tribunal:

(CESPE/TCU2008/Analista de Controle Externo/Auditoria Governamental) Caso, ao se manifestar sobre as contas dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados relativas a determinado exercício, o TCU tenha emitido relatório com a informação de que essas

                                                            12 Trecho de apresentação do Relatório do TCU sobre as contas de governo de 2008 (junho/2009): http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas/contas governo/contas 08/CG2008_A.htm  

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contas estavam em condições de ser julgadas, juntamente com as do presidente da República, nessa situação, a Corte deveria ter emitido parecer conclusivo, destacadamente, para cada um dos respectivos presidentes. [Data de aplicação: 03 de agosto de 2008 (posterior à medida cautelar do STF)] Gabarito preliminar: CERTO Comentários: A banca havia desconsiderado a decisão cautelar do STF, afirmando que existiriam mais de um parecer prévio. Gabarito definitivo (após recursos): ANULADO. Justificativa: A assertiva cita "determinado exercício", não deixando claro se as providências do TCU eram anteriores ou posteriores às mudanças promovidas pelo STF, em 2007, acerca das normas relativas ao assunto tratado. Comentários nossos: nas justificativas para anulação, a banca reconheceu a decisão cautelar do TCU. Antes de 2007, havia múltiplos pareceres prévios. Após, seria apenas um. A falta de menção ao período a que se refere teria prejudicado o julgamento da assertiva.

Ponderando que a banca tem considerado a decisão cautelar da Adin no 2.238 em algumas provas, mas desconsiderado em outras, alerto aos candidatos que tenham extremo cuidado ao julgar itens desse tipo, atentando para o fato de que o gabarito pode ser contraditório. A prudência recomenda deixar em branco questões que cobrem esse conhecimento e não possam ser consideradas erradas por outro motivo qualquer (outro conteúdo na mesma questão), até que a banca se posicione sobre o assunto. Porém, na necessidade de marcar o item, ante a mudança de gabarito na prova do TCU2008, a melhor opção é marcar conforme a decisão do STF, ou seja, um parecer prévio sobre as contas do Presidente da República, apenas. APRECIAÇÃO DE ATOS SUJEITOS A REGISTRO Vimos na Aula 2 que o TCU é competente para apreciar a legalidade, para fins de registro, dos atos de admissão, salvo para cargos em comissão, e dos atos de aposentadoria, reforma e pensão, em atenção ao art. 71, III, da CF/88. Ao expedir qualquer ato administrativo dessa natureza, o órgão ou entidade fica obrigado a enviá-lo ao TCU, que o apreciará sob o prisma da legalidade, com a finalidade de conceder registro (uma espécie de “atesto de legalidade”). O ato sujeito a registro é complexo, ou seja, só se aperfeiçoa (termina seu processo de formação) após a manifestação do TCU, ou seja, trata-se de um ato formado por duas vontades, a do órgão ou entidade emissor e a do Tribunal de Contas. Todos os atos de admissão são apreciados para fins de registro pelo Tribunal, seja para cargos efetivos (civis ou militares), empregos públicos (inclusive das estatais) ou funções temporárias. A única exceção à regra acima é a nomeação para cargos comissionados (em qualquer entidade ou órgão).

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No caso das aposentadorias, apenas a título de revisão, podemos já levar em conta as disposições da Súmula Vinculante no 3 do Supremo Tribunal Federal13 (SV3), vistas em aula pretérita. A regra é:

• Concessões iniciais de aposentadorias, reformas e pensões serão apreciadas pelo TCU. Aplica-se aqui a SV3, dispensando nesse processo o contraditório e a ampla defesa, pelo menos até o registro do ato;

• Concessões derivadas (não-iniciais) de aposentadorias, reformas e pensões que alterem o fundamento legal do ato concessório serão apreciadas pelo TCU. A doutrina e o próprio TCU têm entendido que esses atos são equivalentes a uma concessão inicial, portanto também não cabe conceder ampla defesa e contraditório ao beneficiário (SV3);

• Concessões derivadas (não-iniciais) de aposentadorias, reformas e pensões que não alterem o fundamento legal do ato concessório não são apreciadas pelo TCU.

Toda a Administração Pública direta e indireta está obrigada a submeter ao TCU seus atos de admissão, aposentadoria, reforma e pensão, inclusive as empresas públicas e sociedades de economia mista. A necessidade de atuação ou não do TCU no caso concreto vai depender do regime jurídico aplicável ao agente público, a saber:

Servidores Efetivos

Militares Temporários Empregados Públicos

Ocupantes de Cargo em Comissão

Admissão √ √ √ √ x Aposentadoria, Reforma, Pensão

√ √ X x x

√ = TCU aprecia a legalidade para fins de registro. X = TCU não aprecia a legalidade para fins de registro. Essa é a revisão da parte constitucional relativa aos atos sujeitos a registro. Para aprofundar o estudo, chegou a hora de verificarmos as disposições regimentais sobre o assunto, conforme arts. 259 e 263 do RITCU. O primeiro ponto digno de destaque é que, para o exercício da competência de apreciação de atos sujeitos a registro, a autoridade administrativa responsável por ato de admissão de pessoal ou de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão submeterá os dados e informações necessários ao respectivo órgão de controle interno antes de enviá-los ao TCU, para que esse emita parecer sobre a legalidade dos referidos atos. Diferentemente da sistemática das prestações e tomadas de contas, sobre as quais o controle interno emite três documentos (parecer, relatório e certificado), no caso dos atos sujeitos a registro só há emissão de parecer. No exercício de sua competência, a apreciação do Tribunal consiste em:

• Determinar (conceder) o registro do ato, se considerá-lo legal; ou

                                                            13 “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”

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• Recusar (negar) o registro do ato, se considerá-lo ilegal. Em outras palavras, diante de um ato ilegal, o TCU não poderá sanear o vício que o acomete. Não poderá convalidar o ato. Sua competência se exaure na recusa ao registro! Não compete ao Tribunal, portanto, retificar os atos sujeitos a registro. Caso contrário, estaríamos diante de usurpação da competência do administrador público. Vide o julgado abaixo (grifamos):

No exercício da sua função constitucional de controle, o Tribunal de Contas da União procede, dentre outras atribuições, a verificação da legalidade da aposentadoria, e determina - tal seja a situação jurídica emergente do respectivo ato concessivo - a efetivação, ou não, de seu registro. O Tribunal de Contas da União, no desempenho dessa específica atribuição, não dispõe de competência para proceder a qualquer inovação no título jurídico de aposentação submetido a seu exame. Constatada a ocorrência de vício de legalidade no ato concessivo de aposentadoria, torna-se lícito ao Tribunal de Contas da União - especialmente ante a ampliação do espaço institucional de sua atuação fiscalizadora - recomendar ao órgão ou entidade competente que adote as medidas necessárias ao exato cumprimento da lei, evitando, desse modo, a medida radical da recusa de registro. Se o órgão de que proveio o ato juridicamente viciado, agindo nos limites de sua esfera de atribuições, recusar-se a dar execução a diligência recomendada pelo Tribunal de Contas da União - reafirmando, assim, o seu entendimento quanto a plena legalidade da concessão da aposentadoria -, caberá a Corte de Contas, então, pronunciar-se, definitivamente, sobre a efetivação do registro. (MS 21.466/STF).

Além disso, um trecho importante do Regimento Interno, para fins de prova, é o seguinte (grifamos):

Art. 260. § 2º O acórdão que considerar legal o ato e determinar o seu registro não faz coisa julgada administrativa e poderá ser revisto de ofício pelo Tribunal, com a oitiva do Ministério Público, dentro do prazo de cinco anos do julgamento, se verificado que o ato viola a ordem jurídica, ou a qualquer tempo, no caso de comprovada má-fé.

Quanto estamos diante de um normativo rico em detalhes, o melhor a fazer é separar por partes para facilitar o estudo e a retenção da informação:

• A apreciação do TCU, nos atos sujeitos a registro, resulta na emissão de um acórdão;

• O acórdão não faz coisa julgada administrativa, ao contrário das decisões em tomadas e prestações de contas (interpretação a contrário senso da norma, consoante a doutrina);

• Se não faz coisa julgada administrativa, o TCU está autorizado a rever de ofício a decisão anterior, desde que com a oitiva (pronunciamento) do Ministério Público junto ao TCU (MPjTCU) e em até cinco anos do julgamento;

• Em caso de má-fé, o ato pode ser revisto a qualquer tempo. Exemplo: servidor apresenta certidão de tempo de serviço falsa para conseguir preencher os requisitos de aposentadoria, o TCU não percebe e julga o ato legal; posteriormente, prova-se que a pessoa agiu de má-fé e só logrou conseguir sua aposentadoria mediante certidão falsa. Nessa situação, pode haver revisão do ato a qualquer tempo;

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Sobre não produzir coisa julgada administrativa, vale ressaltar outro detalhe muito importante: depois que o Tribunal prolata uma decisão tradicional (ex. julgamento de prestação de contas), ela só pode ser modificada mediante a interposição de recursos (de reconsideração, de reexame, ou revisão14). Porém, no caso dos atos sujeitos a registro, por não fazerem coisa julgada administrativa, a Corte de Contas não depende de os legitimados15 interporem recurso para rever o julgado, podendo fazê-lo de ofício. Maior a flexibilidade, portanto, nesses casos apreciação de atos sujeitos a registro. Em outras palavras, a não-produção de coisa julgada afasta a necessidade de interposição de recurso para revisão da decisão. A propósito, quais são as conseqüências da negativa de registro de um ato de admissão, aposentadoria, reforma ou pensão? São duas as possibilidades, a depender se são de admissão ou de aposentadorias. Quando o Tribunal considerar ilegal ato de admissão de pessoal, o órgão emissor deverá adotar as medidas regularizadoras cabíveis, fazendo cessar todo e qualquer pagamento decorrente do ato impugnado. O responsável que injustificadamente deixar de adotar as medidas, no prazo de quinze dias, contados da ciência da decisão do TCU, ficará sujeito a multa e ao ressarcimento das quantias pagas após essa data. Em forma de esquema: Quando o ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão for considerado ilegal, o órgão de origem fará cessar o pagamento dos proventos ou benefícios no prazo de quinze dias, contados da ciência da decisão do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa.

                                                            14 As outras espécies recursais previstas (embargos de declaração e agravo) não objetivam alterar uma decisão do Tribunal. O primeiro destina-se a esclarecer obscuridade, contradição ou omissão em acórdão, isto é, clarear a interpretação de uma decisão. O agravo tem como objetivo atacar despacho decisório do Ministro Relator ou medida cautelar, e não uma decisão definitiva da Corte. Veremos oportunamente. 15 Os legitimados, em regra, são apenas as partes ou o Ministério Público junto ao TCU.

Em caso de não atendimento, pode 

haver multa e ressarcimento das 

quantias pagas após a data da ciência. 

DETERMINAÇÃO para que o órgão regularize o ato e cesse os pagamentos decorrentes. O prazo para cumprimento é de 15 

dias a contar da ciência. 

TCU considera ilegal um ato de admissão. 

Em caso de não atendimento, pode 

haver responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa. 

DETERMINAÇÃO para que o órgão cesse os pagamentos decorrentes. O prazo para cumprimento é de 15 dias a 

contar da ciência. 

TCU considera ilegal um ato de aposentadoria, reforma ou pensão 

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A tomada de contas especial é um procedimento que apura eventuais débitos ao erário. Ela nem sempre deve ser instaurada como resultado de um ato julgado ilegal. Isso só ocorrerá se houver indício de procedimento doloso ou culposo na concessão de benefício sem fundamento legal. Fora esses casos, as conseqüências tradicionais são apenas multa, ressarcimento de quantias pagas após a data de conhecimento da decisão (e não as anteriores) e responsabilidade solidária da autoridade omissa em suspender os pagamentos considerados ilegais. O art. 263 do RITCU consigna que o relator ou o Tribunal não conhecerá de requerimento que lhe seja diretamente dirigido por interessado na obtenção dos benefícios, devendo a solicitação ser arquivada após comunicação ao requerente. Isso vai na linha do que dispõe a Súmula Vinculante no 3, pois nesses processos o servidor cujo ato é apreciado pelo TCU não está diretamente envolvido na relação jurídica, que só se dá entre o Tribunal de Contas e a Administração. O TCU exerce atividade de controle avaliando a correção do ato de admissão ou aposentadoria emanado pela autoridade competente, sem fazer juízo sobre o direito do servidor beneficiado. Por isso, qualquer requerimento diretamente dirigido pelo interessado ao Tribunal não poderá ser conhecido. É preciso registrar que esse assunto é alvo de farta jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Como novidades são atrativas para o examinador, que deseja verificar se o candidato está atualizado com os mais recentes entendimentos, o Cespe tem cobrado reiteradas questões sobre esse assunto, abordando exatamente os julgados da Suprema Corte. Cumpre-nos, portanto, conhecer um pouco sobre a jurisprudência em comento. Jurisprudência sobre atos sujeitos a registro Quando o TCU julga a ilegalidade de determinado ato sujeito a registro, principalmente aposentadorias, reformas e pensões, afeta seriamente a esfera jurídica do servidor, prejudicando negativamente o recebimento de proventos. Não raro os prejudicados recorrem ao STF16, na via do mandado de segurança, contra as decisões do TCU. Preliminarmente, vamos rever um ponto do Direito Administrativo. Segundo a doutrina, ato complexo é o formado pela vontade de dois órgãos, mas constituído de um único ato (um ato, duas vontades). Ato composto, por outro lado, é aquele formado pela vontade de dois órgãos, em que há um ato principal e outro acessório, destinado a aprovar o primeiro ou lhe dar eficácia (dois atos, duas vontades). O ato simples emana de um só órgão, unipessoal ou colegiado, refletindo uma única vontade (um ato, uma vontade). Didaticamente:

Ato(s) Vontade(s)

Ato Simples 1 1 Ato Complexo 1 2

                                                            16 O Supremo é o foro constitucionalmente designado para julgar mandados de segurança contra os atos da Corte de Contas (art. 102, I, d). 

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Ato Composto 2 2 Em regra, o ato complexo não se aperfeiçoa e não está apto a gerar direitos e obrigações enquanto não manifestadas as duas distintas vontades indispensáveis à sua formação. O ato composto, numa linha semelhante, depende do ato acessório que dê eficácia ao principal. Ou seja, pela doutrina, nenhuma das duas espécies de ato produz efeitos antes da emissão da segunda vontade. Pois bem, caros concurseiros. Embora na acepção doutrinária clássica o ato de aposentadoria ou de admissão se amolde mais a um ato composto (o registro do TCU pareceria uma aprovação do ato originário), é pacífico na jurisprudência do Supremo Tribunal que se trata de ato complexo (um ato, duas vontades). Veja como a Corte Suprema decidiu (grifamos):

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. COORDENADOR GERAL DE RECURSOS HUMANOS DA ABIN. EXECUTOR DE ATO ADMINISTRATIVO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. PROSSEGUIMENTO DO FEITO QUANTO AO PRESIDENTE DA PRIMEIRA CÂMARA DO TCU. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA. INOCORRÊNCIA. CUMULAÇÃO DE PROVENTOS DA RESERVA MILITAR O ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido à condição resolutiva, não se operam os efeitos da decadência antes da vontade final da Administração. (MS 24.997, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2-2-05, DJ de 1º-4-05). No mesmo sentido: RE 195.861, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-8-97, DJ de 17-10-97.

Perceba que se trata de uma espécie de ato complexo bastante específico. Alguns doutrinadores discordam, porém o melhor a fazer é adotar o posicionamento do Supremo, pois a nossa finalidade aqui é ser aprovado no concurso, certo? Ao contrário de um ato complexo conforme a doutrina, o ato sujeito a registro opera seus efeitos desde a edição da vontade inicial e fica submetido à condição resolutiva17. Não depende da segunda vontade (do TCU) para que produza efeitos imediatos. Porém, antes de havida a apreciação do Tribunal de Contas, o ato está imperfeito, já que não cumpriu todas as etapas necessárias à sua formação. Em outras palavras, o beneficiário já percebe os valores pecuniários referentes ao cargo ocupado ou à aposentadoria, mas depende de uma apreciação ulterior do TCU quanto à legalidade (a condição resolutiva), cujo exame determinará, em definitivo, a continuidade ou interrupção dos pagamentos e demais consequências jurídicas. Outro dois julgados na mesma linha do anterior (grifamos):

EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PENSÃO. TCU: JULGAMENTO DA LEGALIDADE: CONTRADITÓRIO. DECADÊNCIA.

                                                            17 É aquela que subordina a extinção de um direito adquirido à ocorrência de determinado evento.

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I. O Tribunal de Contas, no julgamento da legalidade da concessão de aposentadoria ou pensão, exercita o controle externo que lhe atribui a Constituição Federal, art. 71, III, no qual não está jungido a um processo contraditório ou contestatório. II. Precedentes do Supremo Tribunal: MS 24.859/DF e MS 24.784/PB, Ministro Carlos Velloso, "DJ" de 27.8.2004 e 25.6.2004. III. Inaplicabilidade, no caso, da decadência do art. 54 da Lei 9.784/1999. IV. A acumulação de pensões somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade, na forma permitida pela Constituição. RE 163.204/SP, Ministro Carlos Velloso, "DJ" de 31.3.1995. V. - MS indeferido. (MS 25.256)

A preliminar argüida pela impetrante não tem procedência. É que o ato administrativo da aposentadoria, já reconheceu o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do MS 23.665/DF, Relator Ministro Maurício Corrêa, é ato complexo, que somente se completa com a manifestação do Tribunal de Contas (CF. art. 71, III). Assim, não há falar que teria ocorrido, no caso, a decadência do direito da Administração de anular o ato, na forma do disposto no art. 54 da Lei 9.784, de 1999. (MS 25.440, sessão de 15.12.2005, ementa in DJ 28.4.2006).

Exatamente porque o ato sujeito a registro é ato complexo (imperfeito, portanto, antes que o TCU aprecie sua legalidade), ele não se submete à decadência administrativa prevista no art. 54 da Lei no 9.784/9918. Dessa feita, o TCU pode demorar mais de cinco anos para apreciar o ato que não haverá óbice ao exercício dessa competência. O prazo de decadência só começa a contar depois que ocorre o aperfeiçoamento definitivo do ato concessório, ou seja, quando o TCU aprecia a legalidade para fins de registro. Antes da avaliação do TCU, não haverá o ato jurídico perfeito, que é condição para invocação de direito adquirido do aposentado, pensionista ou reformado em relação ao ato aposentatório. Isso afasta a alegação, pelos beneficiários descontentes, de decadência administrativa, pelo decurso do prazo de cinco anos entre a prolação do ato da Administração e a decisão denegatória de registro pelo TCU. Em resumidas palavras, a decadência só começa a operar a partir de um ato jurídico perfeito! Antes do registro, não há perfeição do ato complexo, depois sim. Dessa maneira, antes do registro, não corre decadência, depois, sim!

E tem mais! Você lembra da Súmula Vinculante/STF no 3, já discutida anteriormente, não é? Voltemos a ela. Diz a Constituição, art. 5º, LV, que

                                                            18 Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.  

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“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. No TCU não há lide, ou em simples palavras, não existe uma autor demandando do réu um direito perante um juiz, como é comum no processo judicial. No Tribunal de Contas, porém, podemos entender que há acusados. Freqüentemente, gestores públicos são acusados de irregularidades praticadas e são julgados por isso.

No entanto, no caso dos atos sujeitos a registro, não há acusação. Essa atividade de controle externo destina-se unicamente a verificar a regularidade de um ato (de admissão, aposentadoria, reforma ou pensão) praticado pela Administração, para emitir um registro, atestando-lhe a legalidade. Por isso não há que se falar em ampla defesa e contraditório, em regra, nesses casos.

Apenas na situação de negativa de registro ou revisão de ato anteriormente registrado, por parte do Tribunal, é que pode restar caracterizado um litígio, pois há o confronto de uma situação amparada pelo registro anterior e a nova posição, qual seja, a de não ser o ato registrado ou, então, ser cancelado. Pois então! Essa é a lógica da Súmula Vinculante no 3: quando não se tratar de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (a exceção dentre as atuações do TCU), estar-se-á diante de uma situação de acusação, devendo-se aplicar o contraditório e a ampla defesa, abrindo ao beneficiário o direito de participar da decisão apresentando argumentos para subsidiá-la. Por outro lado, em caso de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, não há acusação em relação ao interessado, ao servidor beneficiário. Por isso, a ele não é dada a garantia da ampla defesa e do contraditório. Até aqui, ficou claro que:

1. O TCU aprecia a legalidade, para fins de registro, dos atos de admissão (salvo os em comissão) e de concessão de aposentadorias, reformas e pensões (exceto melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório);

2. Nesse tipo de processo, o beneficiário não tem direito a exercer o contraditório e a ampla defesa, pois a dialética se dá entre a Administração Pública, emissora do ato, e o TCU, que irá verificar sua legalidade. Trata-se da exceção da Súmula Vinculante no 3 e, também, a previsão constitucional (art. 5º, LV) se restringe às situações de lide ou acusação, o que não é o caso do rito do art. 71, III;

3. O ato sujeito a registro é ato complexo, conforme farta jurisprudência.

4. Por ser ato complexo, somente se aperfeiçoa mediante exame de legalidade para fins de registro no Tribunal de Contas da União. Conseqüentemente, esses atos não se submetem à decadência administrativa do art. 54 da Lei no 9.784/99 enquanto não

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registrados. Não corre prazo decadencial de cinco anos a contar do ato inicial, mas apenas a partir do registro ou negativa deste, vez que somente neste momento configura-se ato jurídico perfeito.

Também vimos que em todos os processos perante o TCU é cabível o contraditório e a ampla defesa, exceto nas apreciações iniciais de aposentadorias, reformas e pensões. Compreenda que temos, então, a regra e a sua exceção. Porém, o Supremo julgou recentemente um outro mandado de segurança em que temperou o entendimento sobre a exceção da SV3. É como se tivesse sido criada uma exceção da exceção (opa, atenção)! Veja (grifamos):

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. SECRETÁRIO DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DO STF. PENSÕES CIVIL E MILITAR. MILITAR REFORMADO SOB A CF DE 1967. CUMULATIVIDADE. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. GARANTIAS DO CONTRÁRIO E DA AMPLA DEFESA. (...) 3. A inércia da Corte de Contas, por sete anos, consolidou de forma positiva a expectativa da viúva, no tocante ao recebimento de verba de caráter alimentar. Este aspecto temporal diz intimamente com o princípio da segurança jurídica, projeção objetiva do princípio da dignidade da pessoa humana e elemento conceitual do Estado de Direito. 4. O prazo de cinco anos é de ser aplicado aos processos de contas que tenham por objeto o exame de legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões. Transcorrido in albis o interregno qüinqüenal, é de se convocar os particulares para participar do processo de seu interesse, a fim de desfrutar das garantias do contraditório e da ampla defesa (inciso LV do art. 5º). 5. Segurança concedida. (MS 24.448)

Fixou-se o entendimento de que, se não observado um prazo razoável para a concessão do registro (cinco anos), e em homenagem à segurança jurídica, o TCU deve abster-se de aplicar a exceção da SV3 e convocar os particulares para exercerem o contraditório e a ampla defesa no âmbito do processo que aprecie a legalidade dos seus atos de aposentadoria, reforma ou pensão. Destarte, a Egrégia Corte concedeu uma exceção para a exceção da Súmula Vinculante no3, temperando seus efeitos diante do respeito à segurança jurídica que deve haver nas relações entre os particulares e entre os particulares e o Estado. Isso não é equivalente a dizer que teria havido decadência administrativa. Não foi esse o teor do julgado, perceba. Por fim, junto mais dois entendimentos relevantes para fins de prova:

Servidor público. Funcionário (s) da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT. Cargo. Ascensão funcional sem concurso público. Anulação pelo Tribunal de Contas da União - TCU. Inadmissibilidade. Ato aprovado pelo TCU há mais de cinco (5) anos. Inobservância do contraditório e da ampla defesa. Consumação, ademais, da decadência

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administrativa após o qüinqüênio legal. Ofensa a direito líquido e certo. Cassação dos acórdãos. Segurança concedida para esse fim. Aplicação do art. 5º, inc. LV, da CF, e art. 54 da Lei federal n. 9.784/99. Não pode o Tribunal de Contas da União, sob fundamento ou pretexto algum, anular ascensão funcional de servidor operada e aprovada há mais de 5 (cinco) anos, sobretudo em procedimento que lhe não assegura o contraditório e a ampla defesa. (MS 26.560, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 17-12-07, DJE de 22-2-08). No mesmo sentido: MS 26.406, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 1º-7-08, DJE de 19-12-08.

A primeira informação - a parte grifada acima - diz respeito a um entendimento que vai ao encontro do art. 54 da Lei no 9.784/99 e também do artigo 260, §2º, do RITCU. Após concedido o registro, o ato se aperfeiçoa. A partir daí, passa a operar a decadência administrativa, que se consuma após cinco anos. Depois desse período, não há possibilidade de o Tribunal rever o ato já julgado, salvo comprovada má-fé. Esse entendimento é bastante recente. Outro detalhe: no caso concreto, tratava-se de atos de ascensão funcional, que não são atos complexos, nem são submetidos a registro perante o TCU. Cabe, porém, uma análise detida dos termos utilizados no acórdão retromencionado. Existe uma impropriedade terminológica no julgado, pois o TCU jamais anula um ato administrativo como se poderia entender tacitamente do trecho transcrito. A competência do Tribunal se exaure em determinar anulação (CF art. 71, IX) ou sustar o ato em questão (CF art. 71, X). Anular, de forma estrita, é competência que só cabe ao Judiciário ou à Administração emissora do ato. O Supremo não se ateve a esses detalhes, mas os examinadores adoram isso! Portanto, esteja alerta quanto aos termos utilizados! Já foi explicado acima, porém vale a pena recordar: nos moldes do disposto no §2º do art. 260, se o Tribunal desejar rever ato já julgado dentro do prazo de cinco anos, poderá fazê-lo de ofício, o que dispensa o Recurso de Revisão, cujos legitimados são o MPjTCU e as partes, apenas.

A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário. (Súmula do STF no 6)

O segundo entendimento versa sobre um dos efeitos do registro da admissão ou aposentadoria: a chamada intangibilidade do ato. Ou seja, se depois de certo período o órgão emissor perceber alguma ilegalidade, ele pode anular o ato, porém não haverá produção de efeitos até a apreciação do Tribunal. Perceba: não quer dizer que o órgão emissor não pode anular! Significa que, se anular, dependerá esse ato anulatório de apreciação para fins de registro perante o TCU, novamente, e os efeitos só serão produzidos após o exame da Casa de Contas.

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Para fechar, dêem uma olhada no Anexo, ao final da aula. Fiz constar dele os principais pontos desse assunto, na forma de um quadro, para facilitar a consulta e o estudo. CONSULTA O TCU é competente para decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade competente, a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes a matéria de sua competência, na forma estabelecida nos arts. 264 e 265 do Regimento Interno (LOTCU, art. 1º, XVII). A consulta é um questionamento feito por determinada autoridade legitimada, isto é, uma dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes à matéria de competência do Tribunal (controle técnico-financeiro). Em simples palavras, a autoridade dirige-se ao TCU para solicitar um posicionamento acerca da correta interpretação, em tese, de dispositivos legais e regulamentares de natureza contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional. Alguns legitimados (consulentes) podem dirigir consulta ao Tribunal, sem necessidade de comprovar pertinência temática:

Presidente da República; Presidente do Senado Federal; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Supremo Tribunal Federal; Procurador-Geral da República; Advogado-Geral da União;

Os demais consulentes precisam demonstrar a pertinência temática da consulta às respectivas áreas de atribuição das instituições que representam:

Presidente de comissão do Congresso Nacional ou de suas casas; Presidentes de tribunais superiores; Ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo federal de nível hierárquico equivalente;

Comandantes das Forças Armadas. As consultas devem conter a indicação precisa do seu objeto, ser formuladas articuladamente e instruídas, sempre que possível, com parecer do órgão de assistência técnica ou jurídica da autoridade consulente. As consultas devem ser apreciadas necessariamente pelo Plenário do TCU (RITCU, art. 15, I, “o”). A resposta à consulta tem caráter normativo e constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto. Consulta que não atenda aos requisitos do RITCU ou verse apenas sobre caso concreto não deverá sequer ser conhecida, devendo o processo ser arquivado após comunicação à autoridade que formulou a consulta (consulente).

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Vamos explicar melhor esse ponto. Perceba que o Tribunal, ao analisar e deliberar sobre uma dúvida do consulente, fixa entendimento sobre a matéria analisada, em tese. Isso significa que o dispositivo legal ou regulamentar foi avaliado, e a correta interpretação foi anunciada pelo Tribunal na decisão. Por isso, ela assume caráter normativo, no sentido de que o autor da consulta fica vinculado a seguir o entendimento do TCU, que é o correto para aquela situação. A Corte de Contas, porém, não chegou a analisar a aplicação da lei ou regulamento diante de casos específicos, que no plano concreto se efetivam mediante atos e contratos administrativos. A análise focou apenas a aplicação em tese dos normativos. Dessa maneira, os atos e contratos decorrentes da adoção do entendimento do Tribunal não foram avaliados no processo de consulta, não houve prejulgamento do fato ou caso concreto. A decisão em consulta assume esse caráter de prejulgamento da tese, apenas, já que a situação concreta envolve inúmeros detalhes e nuâncias, impossíveis de serem visualizados em sede de consulta. É por isso que não pode haver prejulgamento do caso concreto. Apenas para exemplificar, suponha que uma norma de aposentadoria tenha sido objeto de consulta junto ao TCU. Em decisão, o Tribunal comunicou ao consulente a correta interpretação dos dispositivos. Essa autoridade, por sua vez, passou a aplicá-la em todas as aposentadorias geradas em seu órgão ou entidade. Isso não significa, de forma alguma, que os atos de aposentadoria não possam ser novamente objeto de apreciação por parte do Tribunal, para fins de registro, por exemplo, já que a decisão em consulta leva em consideração apenas o caso em tese, mas não prejulga os casos concretos. Finalmente, cumpre registrar que contra decisão em consulta não cabe recurso, salvo embargos de declaração19.

DEVIDO PROCESSO LEGAL NO TCU O devido processo legal é um princípio constitucional que estabelece, para cada tipo de litígio ou disputa de interesses, uma forma processual específica para sua solução. Para os cidadãos, isso implica o direito de ver a legislação processual respeitada integralmente, caso venham a participar de um processo. Decorrem do devido processo legal os princípios da ampla defesa e do contraditório. A ampla defesa consiste na possibilidade de utilização, pelas partes, de todos os meios e recursos legalmente previstos para a defesa de seus interesses e direitos. O contraditório significa a obrigatoriedade de as partes serem cientificadas sobre todos os atos processuais, de modo que tenham oportunidade de manifestação a cada fato novo surgido. Ou seja, é

                                                            19 Esse recurso não objetiva modificar uma decisão do Tribunal, mas apenas esclarecer obscuridade, omissão ou contradição em acórdão.  

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preciso conceder oportunidades iguais às partes para formarem o convencimento do juiz que resolverá o caso. Esses princípios, aplicáveis aos processos judiciais e administrativos, estão previstos na Constituição Federal, art. 5º, incisos LIV e LV:

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

No caso do TCU existe previsão no caput do art. 73 para que esse observe, no que couber, as regras do art. 96 da CF/88. Esse dispositivo, por sua vez, estabelece que cabe ao Tribunal elaborar o seu regimento interno, com observância das normas de processo e de garantia das partes. Portanto, o Tribunal de Contas da União não pode se furtar de aplicar os princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório em seus processos administrativos de controle externo, sob pena de nulidade em suas decisões. Essa sistemática também é aplicável aos demais Tribunais de Contas por simetria. Nesse sentido dispôs o Supremo Tribunal Federal a editar a Súmula Vinculante no 3, nos seguintes termos:

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

O que esse verbete nos diz é que todos os processos do TCU precisam garantir o contraditório e a ampla defesa ao interessado20, sempre que da decisão resultar anulação ou revogação de ato administrativo que o beneficie. Essa é a regra geral, que possui uma exceção: os casos de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. Dessa maneira, temos o seguinte:

Regra geral: todos os processos do TCU precisam assegurar a ampla defesa e o contraditório aos interessados;

Exceção: processos de atos iniciais de aposentadoria, reforma e pensão, sujeitos a registro perante o TCU por força do art. 71, III, da CF/88.

O aluno poderia perguntar o motivo dessa exceção. Explico. No caso de atos sujeitos a registro, o beneficiário não participa do procedimento. A dialética se dá entre o TCU e o gestor que emitiu o ato de aposentadoria, sendo que o Tribunal irá apenas avaliar a legalidade desse ato. Eventual “acusação” de

                                                            20 Interessado é todo aquele que tenha razão legítima para intervir no processo, ou seja, tenha sua esfera de direitos atingida por decisão do TCU.

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irregularidade incidirá sobre o administrador que concedeu a aposentadoria, e não sobre o beneficiário dela. Por esse motivo, o aposentado não goza da ampla defesa e do contraditório, pois essas garantias só são asseguradas aos “acusados”, conforme CF/88, art. 5º, LV, e o aposentado não está sendo “acusado” de nada. Os processos de controle junto ao TCU são processos administrativos específicos, por isso precisamos conhecer alguns de seus detalhes.

A Lei no 9.784/1999 regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Essa lei, porém, trata apenas dos processos administrativos ordinários, comuns, tanto que em seu art. 69 afirma: “Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.”. O processo de controle externo realizado pelo TCU é um exemplo de processo administrativo específico, regulado por leis próprias: Lei Orgânica do Tribunal (Lei no 8.443/1992), e Regimento Interno do TCU. Dessa forma, os processos do TCU devem observância apenas subsidiária21 da Lei no 9.784/1999.

O processo administrativo de controle externo compõe-se, grosso modo, de duas etapas: investigatória e decisória. A fase investigatória ou inquisitória se caracteriza pela coleta de dados, apuração dos acontecimentos (ex. auditorias) e elaboração de documento técnico, que consignará as constatações (ex. relatório). Não é preciso garantir ampla defesa e contraditório neste momento processual. A necessidade de ouvir os responsáveis surge apenas depois de apurados os fatos em auditoria ou inspeção, e somente se puder advir algum tipo de sanção aos envolvidos. Uma vez conhecidos os fatos, apurados os responsáveis e infrações cometidas, abre-se a fase decisória, quando se realiza o enquadramento da infração cometida. É nesse momento que se deve abrir a oportunidade de contraditório e ampla defesa aos acusados, que poderão contestar os dados levantados no processo, apresentar provas em contrário, novos argumentos para a decisão etc. O Tribunal só poderá decidir o caso depois de ouvir os interessados, em respeito às normas processuais específicas. Dessa forma, decisão condenatória de gestor público em processo no qual não se tenha aberto a fase dialética (ampla defesa e contraditório) padece de nulidade. Por fim, outra questão interessante é a do particular contratado. Embora a rigor as garantias da ampla defesa e do contraditório só se apliquem aos acusados (gestores que praticam irregularidade), o STF decidiu que, no caso de contratos firmados entre a Administração Pública e empresa

                                                            21 Aplicação subsidiária é aquela feita quando a lei específica silencia sobre determinada questão. Na ausência de regra na lei específica, busca-se subsidiariamente alguma outra que disponha sobre assunto semelhante.

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particular, o contratado tem direito a exercer essas garantias se o contrato for inquinado de ilegal.

EMENTA: I. Tribunal de Contas: competência: contratos administrativos (CF, art. 71, IX e §§ 1º e 2º). O Tribunal de Contas da União - embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos - tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou. II. Tribunal de Contas: processo de representação fundado em invalidade de contrato administrativo: incidência das garantias do devido processo legal e do contraditório e ampla defesa, que impõem assegurar aos interessados, a começar do particular contratante, a ciência de sua instauração e as intervenções cabíveis. Decisão pelo TCU de um processo de representação, do que resultou injunção à autarquia para anular licitação e o contrato já celebrado e em começo de execução com a licitante vencedora, sem que a essa sequer se desse ciência de sua instauração: nulidade. Os mais elementares corolários da garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa são a ciência dada ao interessado da instauração do processo e a oportunidade de se manifestar e produzir ou requerer a produção de provas; de outro lado, se se impõe a garantia do devido processo legal aos procedimentos administrativos comuns, a fortiori, é irrecusável que a ela há de submeter-se o desempenho de todas as funções de controle do Tribunal de Contas, de colorido quase - jurisdicional. A incidência imediata das garantias constitucionais referidas dispensariam previsão legal expressa de audiência dos interessados; de qualquer modo, nada exclui os procedimentos do Tribunal de Contas da aplicação subsidiária da lei geral de processo administrativo federal (L. 9.784/99), que assegura aos administrados, entre outros, o direito a "ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos (art. 3º, II), formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente". A oportunidade de defesa assegurada ao interessado há de ser prévia à decisão, não lhe suprindo a falta a admissibilidade de recurso, mormente quando o único admissível é o de reexame pelo mesmo plenário do TCU, de que emanou a decisão. (MS 23.550)

Dessa maneira, caso o TCU considere ilegal um contrato administrativo, não só o responsável por esse ajuste deve ser comunicado para defender-se. A empresa também deve ser cientificada da situação e chamada para oferecer seus argumentos antes da decisão do Tribunal.

Mesmo que a decisão da Corte de Contas seja apenas no sentido de determinar que a autoridade administrativa anule o contrato (decisão que, por si só, não implica efeitos práticos imediatos), o particular deve ser ouvido previamente – isso porque existe uma carga decisória forte, pois o gestor estará vinculado (obrigado) a promover a dita anulação. Em outros termos, a decisão do TCU já avalia o mérito da questão, e como o gestor não pode reavaliá-la posteriormente, é na decisão do Tribunal que se forma o juízo sobre a matéria. Logo, é antes dela que deve haver o contraditório e a ampla defesa do contratado.

Visto o tópico “extra”, conforme prometido, passamos ao exame do próximo capítulo, seguindo a divisão da matéria estabelecida pelo edital.

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CAPÍTULO 2 – ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO TCU

Esse assunto está previsto nos seguintes diplomas normativos:

Título LOTCU RITCU Item do capítulo

Organização Título III (arts. 62 ao 89) Título II (arts. 6º ao 66) 2.1

Funcionamento - Títulos III (arts. 67 a 91) e IV (art. 92 a 143) 2.2

Daremos preferência ao estudo do RITCU, por ser mais detalhado que a LOTCU. Estudaremos o item 2.1 hoje, enquanto o 2.2 será objeto da próxima aula. Preliminarmente, saliento que esse capítulo envolve as regrinhas de organização e competências do Tribunal, o que exige certa paciência do aluno, pela quantidade de detalhes envolvidos. Inevitavelmente, cairemos na situação de transcrevermos parte das normas envolvidas. Além disso, em alguns momentos o aluno terá de recorrer, infelizmente, à “decoreba”. Veremos os principais dispositivos a respeito, mas não todos, haja vista a necessária objetividade deste curso online. A abordagem de todos os detalhes demandaria mais de uma aula inteira, o que não é viável, em razão do tempo e conteúdos a serem vistos até a prova. Nessa linha, estudaremos os dispositivos com maior probabilidade de cair no concurso. Nada obstante, recomendamos aos alunos a complementação destes trechos mediante leitura atenta do Regimento Interno. 2.1 - TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – ORGANIZAÇÃO Conforme a Constituição Federal, o Tribunal de Contas da União tem sede no Distrito Federal (e não em Brasília!) e compõe-se de nove ministros. Ao dizermos que o Tribunal é formado por nove ministros, significa que são nove os titulares de assentos no Plenário da Corte. Conseqüentemente, os Auditores e membros do Ministério Público junto ao TCU não compõem o Tribunal. Os Auditores porque são ministros substitutos, e não titulares, e os membros do MPjTCU porque não são membros do colegiado julgador, apenas fiscais da lei22. São considerados órgãos do Tribunal, formalmente e de acordo com a LOTCU e RITCU, apenas o Plenário, a Primeira e a Segunda Câmaras, o

                                                            22 Dentre outras atribuições, a serem vistas logo adiante.

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Presidente, e as comissões (de caráter permanente ou temporário). Vamos conhecê-los. Competências do Plenário O Plenário compõe-se de nove ministros, é dirigido pelo Presidente do TCU e se reúne ordinariamente às quartas-feiras, e extraordinariamente, sempre que necessário. O Plenário possui diversas competências. Para fins didáticos, adotaremos a classificação de Luiz Henrique Lima23, com adaptações. Notadamente, são competências do Plenário do Tribunal de Contas da União: 1. Matérias de maior complexidade e relevância:

Apreciar os pareceres prévios relativos às Contas do Governo da República;

Deliberar sobre a realização de auditorias e inspeções, quando em unidades do Poder Legislativo, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, da Presidência da República, do Tribunal de Contas da União, bem como do Ministério Público da União e da Advocacia-Geral da União;

Deliberações acerca de relatório de auditoria operacional, que avaliam a efetividade e o desempenho de órgãos, entidades, programas e projetos públicos;

Deliberar sobre incidente de Uniformização de Jurisprudência, a ser visto mais adiante nesta aula;

Deliberar sobre conflito de lei ou de ato normativo do poder público com a Constituição Federal, em matéria da competência do Tribunal (apreciação de inconstitucionalidade);

Decidir sobre representação de unidade técnica do Tribunal quando, no curso de fiscalização, puder haver dano ao erário ou irregularidade grave;

Decidir sobre denúncia (CF/88, art. 74, § 2º); Decidir sobre consulta em matéria da competência do Tribunal; Adoção de medidas cautelares; Fixar os coeficientes destinados ao cálculo das parcelas a serem entregues aos estados, Distrito Federal e municípios, à conta dos recursos do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a que alude o parágrafo único do art. 161 da Constituição Federal;

Fixar os coeficientes destinados ao cálculo das parcelas que deverão ser entregues aos estados e ao Distrito Federal, sobre o produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, de que trata o inciso II do art. 159 da Constituição Federal;

Decidir sobre contestação referente à fixação dos coeficientes acima referidos;

2. Relacionamento com o Congresso Nacional e Poderes da República:

                                                            23 LIMA, Luiz Henrique. Controle Externo. Rio de Janeiro: Ed. Campus Elsevier, 2007.

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Deliberar sobre pedido de informação ou solicitação sobre matéria da competência do Tribunal que lhe seja endereçado pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas casas, ou por suas comissões;

Deliberar sobre solicitação de pronunciamento formulada pela Comissão Mista de Orçamento, nos termos do § 1º do art. 72 da Constituição Federal (pronunciamento conclusivo do TCU sobre despesas irregulares);

Deliberar sobre relatório de auditoria e de inspeção realizadas em virtude de solicitação do Congresso Nacional, de suas casas e das respectivas comissões;

3. Assuntos internos ou de natureza institucional: Decidir sobre matéria regimental ou de caráter normativo; Decidir sobre conflito de competência entre relatores; Decidir sobre qualquer assunto não incluído expressamente na competência das câmaras;

aprovar proposta de acordo de cooperação objetivando o intercâmbio de informações que visem ao aperfeiçoamento dos sistemas de controle e fiscalização;

Aprovar os planos de fiscalização; Aprovar os enunciados da Súmula da Jurisprudência do Tribunal; Aprovar propostas relativas a projetos de lei que o Tribunal deva encaminhar aos Poderes Executivo e Legislativo24;

Deliberar sobre a lista tríplice dos Auditores e dos membros do Ministério Público junto o Tribunal, para preenchimento de cargo de ministro;

Apreciar questões administrativas de caráter relevante; 4. Sanções de maior gravidade:

Decidir sobre inabilitação de responsável para exercer função de confiança e cargo em comissão, de cinco a oito anos, se considerada grave a infração;

Decidir sobre inidoneidade de licitante fraudador para participar de licitações na Administração Federal, por até cinco anos;

5. Recursos: Deliberar sobre os recursos de reconsideração, os embargos de declaração e os pedidos de reexame apresentados contra suas próprias decisões, bem como os agravos interpostos a despachos decisórios proferidos em processos de sua competência;

Deliberar sobre quaisquer recursos de revisão (contra decisões do Plenário ou das câmaras).

Ademais, o Plenário é competente para deliberar sobre qualquer assunto não incluído expressamente na competência das câmaras (caráter residual da competência). Em contrapartida, as câmaras só podem dispor sobre aquilo que lhe é expressamente estipulado. Competências das câmaras Compete à Primeira e à Segunda câmaras deliberar sobre:                                                             24 Já que, por força do art. 96 da CF/88, extensível ao Tribunal de Contas da União, ele tem competência de se auto-organizar e administrar, o que inclui iniciativa de leis sobre sua organização.

 

 

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Públicos. Para fins de simplificação do estudo, vamos reunir aqui as mais importantes:

Dirigir os trabalhos e superintender a ordem e a disciplina do Tribunal e de sua Secretaria;

Representar o Tribunal perante os Poderes da União, dos estados e municípios, e demais autoridades;

Atender a pedidos de informações recebidos dos Poderes da União, quando nos limites de sua competência, dando ciência ao Tribunal;

Velar pelas prerrogativas do Tribunal, cumprindo e fazendo cumprir a sua Lei Orgânica e este Regimento Interno;

Presidir as sessões plenárias; Convocar sessão extraordinária do Plenário; Resolver as questões de ordem e os requerimentos que lhe sejam formulados, sem prejuízo de recurso ao Plenário;

Proferir voto de desempate em processo submetido ao Plenário; Votar quando se apreciar inconstitucionalidade de lei ou de ato do poder público;

Votar quando se apreciarem projetos de atos normativos; Relatar e votar quando se apreciar agravo contra despacho decisório de sua autoria;

Submeter ao Plenário as propostas relativas a projetos de lei que o Tribunal deva encaminhar aos poderes Executivo e Legislativo;

Despachar os processos e documentos urgentes e determinar a realização de inspeção na hipótese de afastamento legal do relator, quando não houver substituto

Decidir sobre pedidos de vista e de cópia de peça de processo formulados pelas partes interessadas;

Cumprir e fazer cumprir as deliberações do Plenário; Decidir sobre pedido de sustentação oral relativo a processo a ser submetido ao Plenário;

Dar posse a Ministro, Auditor e ao Procurador-Geral; Designar os presidentes das câmaras; Expedir atos concernentes às relações jurídico-funcionais dos ministros, Auditores e membros do Ministério Público;

Designar os Auditores para atuarem, em caráter permanente, junto às câmaras, na forma estabelecida no § 1º do art. 11;

Convocar Auditor para substituir ministro; Elaborar a lista tríplice segundo o critério de antigüidade dos Auditores; Proceder à distribuição dos processos, mediante sorteio; Administrar os recursos humanos, materiais, tecnológicos, orçamentários e financeiros do Tribunal;

Conceder aposentadoria a servidores do Tribunal, bem como pensão a seus beneficiários;

Aplicar as penalidades disciplinares de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor do Tribunal;

Aprovar, anualmente, a programação financeira de desembolso do Tribunal;

Criar comissões temporárias e designar os seus membros e ainda os das comissões permanentes;

 

 

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decidir sobre pedido de sustentação oral relativo a processo a ser submetido à respectiva câmara;

assinar as deliberações da câmara; aprovar as atas da câmara, submetendo o ato para homologação na próxima sessão ordinária;

cumprir e fazer cumprir as deliberações da câmara.

Repare que o Presidente de câmara relata e vota processos. O Presidente do TCU, de forma diversa, em regra não vota e não relata, ressalvados os casos mostrados no “quadro lupa” anterior a este.

Eleição do Presidente e Vice-Presidente do TCU O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal de Contas da União serão eleitos, por seus pares (Ministros) para um mandato de um ano civil, permitida a reeleição apenas por um período. A eleição realizar-se-á em escrutínio secreto, na última sessão ordinária do mês de dezembro.

Em caso de vaga eventual, a eleição se dará na primeira sessão ordinária após sua ocorrência. O quórum para que ocorra a eleição será de, pelo menos, cinco ministros, incluindo o que presidir o ato. A eleição do Presidente precederá à do Vice-Presidente.

O eleito para a vaga que ocorrer antes do término do mandato exercerá o cargo no período restante. Não se procederá a nova eleição se a vaga ocorrer dentro dos sessenta dias anteriores ao término do mandato – nesse caso, aguarda-se a eleição na última sessão ordinária do mês de dezembro.

Somente podem votar os Ministros titulares. Considerar-se-á eleito o Ministro que obtiver a maioria dos votos. Não alcançada esta, proceder-se-á a novo escrutínio entre os dois mais votados (espécie de segundo turno). Porém, caso persista o empate, isto é, se nenhum conseguir a maioria dos votos, deve ser considerado eleito aquele de maior antigüidade no cargo de Ministro do Tribunal.

A posse do Presidente e do Vice-Presidente do Tribunal, eleitos para entrarem em exercício a partir de 1º de janeiro do ano seguinte ao da eleição, será dada em sessão extraordinária a ser realizada até 16 de dezembro. No caso de vaga eventual, a regra difere: o escolhido para a vaga que ocorrer antes do término do mandato será empossado na mesma sessão em que for eleito e exercerá o cargo de Presidente ou de Vice-Presidente, conforme o caso, no período restante. Comissões do TCU As comissões são consideradas órgãos do Tribunal que colaboram no desempenho das atribuições do Tribunal são permanentes ou temporárias. Cada comissão será presidida pelo Ministro mais antigo de seus integrantes. São permanentes as comissões de Regimento e de Jurisprudência.

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À primeira (de Regimento) cabe, principalmente, cuidar da atualização do Regimento Interno do Tribunal e opinar em processo administrativo, quando consultada pelo Presidente. À segunda (de Jurisprudência) compete manter a atualização e a publicação da Súmula da Jurisprudência do Tribunal, superintender os serviços de sistematização e divulgação da jurisprudência predominante do Tribunal, sugerindo medidas que facilitem a pesquisa de julgados ou processos, e propor ao colegiado que seja compendiada em súmula a jurisprudência do Tribunal, quando verificar que o Plenário e as câmaras não divergem em suas decisões sobre determinada matéria. As comissões permanentes compõem-se de três membros efetivos e um suplente, designados pelo Presidente, entre ministros e Auditores do Tribunal. O quórum mínimo para funcionamento das comissões é de dois membros. Integrará a Comissão de Regimento o Ministro mais antigo no exercício do cargo. Na composição das comissões de Regimento e de Jurisprudência será assegurada a participação de ministros das duas câmaras. As comissões temporárias compõem-se de dois ou mais membros, entre ministros e Auditores, indicados pelo Presidente no ato de sua constituição. Ministros Já vimos em aula pretérita os requisitos constitucionais para que um indivíduo ocupe o cargo de Ministro do TCU, bem como a regra para a escolha deles:

um terço (3 de 9) indicado pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre Auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;

dois terços (6 de 9) pelo Congresso Nacional. Em caso de abertura de vaga de Ministro (vacância), a competência para a escolha de Ministro do Tribunal de Contas da União será definida de modo que mantenha a composição mencionada. Ou seja, se um Ministro se aposentar, e esse tivera sido indicado para a vaga pelo Congresso Nacional, seu sucessor deverá ser escolhido da mesma maneira. Se o Ministro que se aposenta é oriundo de indicação do Presidente da República, dentre membros do MPjTCU, então seu sucessor deverá ser escolhido segundo a mesma regra, de modo que sempre se mantenha a composição estabelecida pela CF/88: 1/3 de indicação do Presidente da República e 2/3 indicados pelo Congresso Nacional. Aos Ministros do TCU aplicam-se as regras de aposentadoria dos servidores públicos em geral, previstas no art. 40 da CF/88. A Carta Magna ainda dispõe que os Ministros gozarão das mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça. Como garantias e prerrogativas, temos:

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vitaliciedade, que, no primeiro grau, somente podendo perder o cargo por meio de sentença judicial transitada em julgado;

inamovibilidade; irredutibilidade de subsídio, observado o teto constitucional

Como vedações aos Ministros do Tribunal de Contas da União:

exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

exercer cargo técnico ou de direção de sociedade civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, sem remuneração;

exercer comissão remunerada ou não, inclusive em órgãos de controle da administração direta ou indireta, ou em concessionárias de serviço público;

exercer profissão liberal, emprego particular, comércio, ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista ou cotista sem ingerência;

celebrar contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação, sociedade instituída e mantida pelo poder público ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a normas uniformes para todo e qualquer contratante;

dedicar-se à atividade político-partidária. manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou emitir juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício de magistério;

atuar em processo de interesse próprio, de cônjuge, de parente consangüíneo ou afim, na linha reta ou na colateral, até o segundo grau, ou de amigo íntimo ou inimigo capital, assim como em processo em que tenha funcionado como advogado, perito, representante do Ministério Público ou servidor da Secretaria do Tribunal ou do Controle Interno.

A antigüidade do Ministro será determinada na seguinte ordem: pela posse, pela nomeação, pela idade.

Os ministros, em suas ausências e impedimentos por motivo de licença, férias ou outro afastamento legal, serão substituídos, mediante convocação do Presidente do Tribunal, pelos Auditores, observada a ordem de antigüidade no cargo, ou a maior idade, no caso de idêntica antigüidade.

Os Auditores serão também convocados para substituir ministros, para efeito de quórum, sempre que os titulares comunicarem, ao Presidente do Tribunal ou da câmara respectiva, a impossibilidade de comparecimento à sessão.

Em caso de vacância de cargo de ministro, o Presidente do Tribunal convocará Auditor para exercer as funções inerentes ao cargo vago, até novo provimento, observado o critério estabelecido no caput deste artigo.

Auditores

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Como visto acima, os Auditores exercem as funções de substituição de Ministros titulares, motivo que os leva a serem chamados de Ministros-Substitutos. Quando em substituição a Ministro, exercerão funções idênticas às dos titulares, e gozarão dos mesmos impedimentos e garantias dos titulares (CF/88, art. 73, § 4º).

Eles devem atuar, em caráter permanente, junto ao Plenário e à câmara para a qual forem designados. Além disso, quando não convocados para substituir Ministro, presidirão à instrução dos processos que lhe forem distribuídos, relatando-os com proposta de decisão, porém sem direito a voto. A decisão deve ser tomada pelos integrantes do Plenário ou da câmara para a qual estiver designado, ou seja, pelos titulares. Os Auditores, em número de quatro, serão nomeados pelo Presidente da República, entre cidadãos que satisfaçam os requisitos exigidos para o cargo de Ministro do Tribunal de Contas da União, mediante concurso público de provas e títulos realizado perante o Tribunal e por este homologado, observada a ordem de classificação.

O Auditor é nomeado pelo Presidente da República e empossado pelo Presidente do TCU, e depois disso só perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado. As mesmas vedações aplicáveis aos Ministros são extensíveis aos Auditores.

Embora o RITCU (art. 51) e a LOTCU (art. 77) afirmem que o número de Auditores é três, a Lei recente no 11.854, de 03/12/2008, revogou tacitamente esses dispositivos, passando a valer o número de quatro. Vejamos:

Art. 1o O quadro de auditores do Tribunal de Contas da União fica acrescido em um cargo.

Nos demais Tribunais de Contas (TCEs, TCMs e TC dos Ms), o número de Auditores varia, uma vez que cada órgão pode estipular um quantitativo que repute mais adequado à sua realidade. Não há impedimento a isso, já que a Constituição não previu o número exato de Auditores junto ao TCU, o que afasta a incidência da regra de simetria do art. 75 da CF/88 ao caso. Alguns TCs, porém, não haviam criado a carreira de Auditor ou Conselheiro-Substituto, motivo que levou o Supremo a determinar a sua criação, pois o cargo tem previsão constitucional (CF/88, art. 73, § 4º) e por isso deve existir.

A Lei no 11.950, de 17/06/09, alterou a lei que trata de carreira de controle externo do TCU, modificando a nomenclatura do cargo de Analista de Controle Externo (ACE) para Auditor Federal de Controle Externo (AFCE). Obviamente, não se trata dos Auditores Ministros-Substitutos, mas dos servidores da Secretaria do TCU.

Incumbe ao Auditor:

mediante convocação do Presidente do Tribunal: a) exercer, no caso de vacância, as funções relativas ao cargo de ministro, até novo provimento, observada a ordem de preferência;

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b) substituir, observada a ordem de preferência, os ministros em suas ausências e impedimentos por motivo de licença, férias ou outro afastamento legal;

mediante convocação do Presidente do Tribunal ou de presidente de câmara, conforme o caso: a) substituir, observada a ordem de preferência, os ministros para efeito de quórum ou para completar a composição do Plenário ou das câmaras, sempre que estes comunicarem ao Presidente do Tribunal ou da câmara respectiva a impossibilidade de comparecimento à sessão; b) votar, se necessário para manter o quórum, no lugar do Ministro que declarar impedimento em processo constante da pauta, bem como para desempatar votação no Plenário, quando o Presidente (que em geral, é quem desempata25) declarar impedimento no momento do desempate de votação, observada sempre a ordem de preferência;

atuar, em caráter permanente, junto ao Plenário e à câmara para a qual for designado, presidindo a instrução dos processos que lhe forem distribuídos, e relatando-os com proposta de acórdão por escrito, a ser votada pelos membros titulares do respectivo colegiado.

A preferência dos Auditores será determinada, sucessivamente, pela antigüidade da posse, da nomeação e pela classificação no concurso público de ingresso na carreira. Ministério Público junto ao TCU O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPjTCU) é considerado um Ministério Público especializado, de previsão constitucional (CF/88, art. 72, § 2º, I, e art. 130), que não se confunde com o Ministério Público comum26. Seus membros não integram o Ministério Público da União, tampouco se subordinam ou estão vinculados ao Procurador-Geral da República (Chefe do MPU). O MP de Contas, frisemos, é um parquet específico, com carreira e atribuições próprias, atuando unicamente nos processos perante o TCU. Nessa esteira, não é possível que o MP comum atue junto aos Tribunais de Contas, assunto que já foi objeto da Adin 3.160/CE junto ao Supremo, cujo julgamento consignou importante lição de Controle Externo e Direito Constitucional (grifamos):

E M E N T A: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - A QUESTÃO PERTINENTE AO MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL JUNTO AOS TRIBUNAIS DE CONTAS ESTADUAIS: UMA REALIDADE INSTITUCIONAL QUE NÃO PODE SER DESCONHECIDA - CONSEQÜENTE IMPOSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL DE O MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL SER SUBSTITUÍDO, NESSA CONDIÇÃO, PELO MINISTÉRIO PÚBLICO COMUM DO ESTADO-MEMBRO - AÇÃO DIRETA

                                                            25 RITCU: Art. 28 - Compete ao Presidente: X - proferir voto de desempate em processo submetido ao Plenário; 26 O MP comum e seus ramos estão desenhados na CF/88, art. 128. Da sua leitura, nota-se que o MP junto ao TCU não foi incluído.

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JULGADA PROCEDENTE. OS ESTADOS-MEMBROS, NA ORGANIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS RESPECTIVOS TRIBUNAIS DE CONTAS, DEVEM OBSERVAR O MODELO NORMATIVO INSCRITO NO ART. 75 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. – Os Tribunais de Contas estaduais deverão ter quatro Conselheiros eleitos pela Assembléia Legislativa e três outros nomeados pelo Chefe do Poder Executivo do Estado-membro. Dentre os três Conselheiros nomeados pelo Chefe do Poder Executivo estadual, apenas um será de livre nomeação do Governador do Estado. Os outros dois deverão ser nomeados pelo Chefe do Poder Executivo local, necessariamente, dentre ocupantes de cargos de Auditor do Tribunal de Contas (um) e de membro do Ministério Público junto à Corte de Contas local (um). Súmula 653/STF. - Uma das nomeações para os Tribunais de Contas estaduais, de competência privativa do Governador do Estado, acha-se constitucionalmente vinculada a membro do Ministério Público especial, com atuação perante as próprias Cortes de Contas. O MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL JUNTO AOS TRIBUNAIS DE CONTAS NÃO SE CONFUNDE COM OS DEMAIS RAMOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO COMUM DA UNIÃO E DOS ESTADOS-MEMBROS. - O Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas - que configura uma indiscutível realidade constitucional - qualifica-se como órgão estatal dotado de identidade e de fisionomia próprias que o tornam inconfundível e inassimilável à instituição do Ministério Público comum da União e dos Estados-membros. - Não se reveste de legitimidade constitucional a participação do Ministério Público comum perante os Tribunais de Contas dos Estados, pois essa participação e atuação acham-se constitucionalmente reservadas aos membros integrantes do Ministério Público especial, a que se refere a própria Lei Fundamental da República (art. 130). - O preceito consubstanciado no art. 130 da Constituição reflete uma solução de compromisso adotada pelo legislador constituinte brasileiro, que preferiu não outorgar, ao Ministério Público comum, as funções de atuação perante os Tribunais de Contas, optando, ao contrário, por atribuir esse relevante encargo a agentes estatais qualificados, deferindo-lhes um "status" jurídico especial e ensejando-lhes, com o reconhecimento das já mencionadas garantias de ordem subjetiva, a possibilidade de atuação funcional exclusiva e independente perante as Cortes de Contas.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, ao qual se aplicam os princípios institucionais da unidade, da indivisibilidade e da independência funcional (os mesmos do MP comum), compõe-se de um procurador-geral, três subprocuradores-gerais e quatro procuradores, nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros, bacharéis em direito.

Embora pareça à primeira vista que o número de membros do MPjTCU seja oito, em realidade são sete, uma vez que o Procurador-Geral é escolhido dentre os integrantes da carreira.

O parquet especializado dispõe apenas de membros que desempenham suas funções, sendo desprovido de estrutura administrativa própria. Em simples palavras, não existe, fisicamente, o órgão MPjTCU (com prédio, servidores, mobiliário etc.). Ao contrário, o órgão conta com apoio administrativo e de pessoal da Secretaria do TCU. No mais, é do TCU a

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iniciativa de lei de organização do MPjTCU, o que se dá por meio de lei ordinária (e não lei complementar, como no caso do MP comum). Vejamos esse julgado do STF (grifamos):

"O Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas estaduais não dispõe das garantias institucionais pertinentes ao Ministério Público comum dos Estados-Membros, notadamente daquelas prerrogativas que concernem à autonomia administrativa e financeira dessa Instituição, ao processo de escolha, nomeação e destituição de seu titular e ao poder de iniciativa dos projetos de lei relativos à sua organização. Precedentes. A cláusula de garantia inscrita no art. 130 da Constituição — que não outorgou, ao Ministério Público especial, as mesmas prerrogativas e atributos de autonomia conferidos ao Ministério Público comum — não se reveste de conteúdo orgânico-institucional. Acha-se vocacionada, no âmbito de sua destinação tutelar, a proteger, unicamente, os membros do Ministério Público especial no relevante desempenho de suas funções perante os Tribunais de Contas. Esse preceito da Lei Fundamental da República — que se projeta em uma dimensão de caráter estritamente subjetivo e pessoal — submete os integrantes do Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas ao mesmo estatuto jurídico que rege, em tema de direitos, vedações e forma de investidura no cargo, os membros do Ministério Público comum. O Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas estaduais não dispõe de fisionomia institucional própria e, não obstante as expressivas garantias de ordem subjetiva concedidas aos seus Procuradores pela própria Constituição da República (art. 130), encontra-se consolidado na ‘intimidade estrutural’ dessas Cortes de Contas (RTJ 176/540-541), que se acham investidas — até mesmo em função do poder de autogoverno que lhes confere a Carta Política (CF, art. 75) — da prerrogativa de fazer instaurar, quanto ao Ministério Público especial, o processo legislativo concernente à sua organização." (ADI 2.378, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 19-5-04, DJ de 6-9-07)

“Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas. Não lhe confere, a Constituição Federal, autonomia administrativa. Precedente: ADI 789. Também em sua organização, ou estruturalmente, não é ele dotado de autonomia funcional (como sucede ao Ministério Público comum), pertencendo, individualmente, a seus membros, essa prerrogativa, nela compreendida a plena independência de atuação perante os poderes do Estado, a começar pela Corte junto à qual oficiam (CF, arts. 75 e 130)." (ADI 160, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 23-4-98, DJ de 20-11-98)

O MPjTCU, portanto, não possui autonomia funcional, tampouco autonomia administrativa. O órgão não existe concretamente. Apenas seus membros o corporificam. São eles que detêm a independência funcional, podendo atuar em nome da missão da instituição com plena independência. A carreira do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União é constituída pelos cargos de subprocurador-geral e procurador, este inicial e aquele representando o último nível da carreira. O ingresso na carreira far-se-á no cargo de procurador, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização e observada, nas nomeações, a

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ordem de classificação, enquanto a promoção ao cargo de subprocurador-geral far-se-á, alternadamente, por antigüidade e merecimento.

Os membros do MPjTCU aprovados em concurso público de provas e títulos são nomeados pelo Presidente da República e tomam posse perante o Procurador-Geral do MPjTCU, e não perante o Presidente do TCU!

Conforme a CF/88:

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção [relativas ao MP comum] pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

Dessa maneira, por força constitucional, os membros do MPjTCU gozam dos mesmos direitos, vedações e formas de investidura dos membros do MP comum. Esse dispositivo é ampliado pela LOTCU:

Art. 84. Aos membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União aplicam-se, subsidiariamente, no que couber, as disposições da lei orgânica do Ministério Público da União, pertinentes a direitos, garantias, prerrogativas, vedações, regime disciplinar e forma de investidura no cargo inicial da carreira.

Ou seja, aplicam-se subsidiariamente aos membros do MPjTCU, no que couber, as normas da Lei Orgânica do MPU (Lei Complementar no 75/1993). O Ministério Público junto ao Tribunal tem por Chefe o Procurador-Geral, que será nomeado pelo Presidente da República, entre integrantes da carreira, para exercer mandato de dois anos, permitida a recondução, tendo tratamento protocolar, direitos e prerrogativas correspondentes aos de cargo de Ministro do Tribunal. O Presidente do TCU é quem lhe dá posse.

Note a diferença! O Presidente do TCU é eleito por seus pares, para mandato de mandato de um ano civil, permitida a reeleição apenas por um período. O Procurador-Geral do MPjTCU, por sua vez, é indicado pelo Presidente da República, para mandato de dois anos, permitidas infinitas reconduções.

Em caso de vacância e em suas ausências e impedimentos por motivo de licença, férias ou outro afastamento legal, o Procurador-Geral será substituído pelos subprocuradores-gerais e, na ausência destes, pelos procuradores, observada, em ambos os casos, a ordem de antigüidade da posse, da nomeação e de classificação no concurso público de ingresso na carreira, sucessivamente

O Procurador-Geral toma posse em sessão extraordinária do Tribunal, podendo fazê-lo perante o Presidente, em período de recesso.

Os demais membros do Ministério Público tomam posse perante o Procurador-Geral.

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O MPjTCU tem por missão ser o guardião da lei e fiscal de sua execução (em latim: custus legis). As competências a cargo do MPjTCU são atribuídas ao Procurador-Geral, pois é o seu Chefe, mas podem ser exercidas por qualquer dos membros da carreira (subprocuradores-gerais e procuradores), mediante delegação do procurador-geral:

Promover a defesa da ordem jurídica, requerendo, perante o Tribunal, as medidas de interesse da Justiça, da Administração e do erário;

Comparecer às sessões do Tribunal; Dizer de direito, oralmente ou por escrito, em todos os assuntos sujeitos à decisão do Tribunal, sendo obrigatória sua audiência nos processos de tomada ou prestação de contas, nos concernentes aos atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, bem como nos incidentes de uniformização de jurisprudência e nos recursos, exceto embargos de declaração e pedido de reexame em processo de fiscalização de atos e contratos;

Interpor os recursos permitidos em lei ou previstos neste Regimento; Promover junto à Advocacia-Geral da União ou, conforme o caso, perante os dirigentes das entidades jurisdicionadas do Tribunal, a cobrança judicial da dívida decorrente das decisões do Tribunal e a solicitação de arresto dos bens dos responsáveis julgados em débito, remetendo-lhes a documentação e instruções necessárias;

Requerer ao Tribunal o afastamento temporário do responsável (medida cautelar) e, ao relator, a adoção das providências consideradas necessárias ao saneamento dos autos (diligências);

Requisitar ao Presidente o apoio administrativo e de pessoal da Secretaria do Tribunal necessários ao desempenho da missão do Ministério Público;

Elaborar relatório anual contendo o andamento dos processos de execução dos acórdãos do Tribunal e a resenha das atividades específicas a cargo do Ministério Público, relativas ao exercício encerrado.

Na oportunidade em que emitir seu parecer, o Ministério Público, mesmo que suscite questão preliminar (algum problema processual ou formal, por exemplo), manifestar-se-á também quanto ao mérito, ante a eventualidade daquela não ser acolhida. Funciona junto a cada câmara um representante do Ministério Público, bem como junto ao Plenário.

De certo, a competência do parquet especializado mais explorada em provas de concurso público é a terceira da lista, por isso grifamos em negrito. Em resumo, o MPjTCU deve se manifestar, seja oralmente, seja por escrito, em todos os assuntos sujeitos à decisão do Tribunal. Isso acontece nas sessões, onde seus membros estão sempre presentes, fiscalizando a defesa da lei e da ordem jurídica. É obrigatória, porém, a audiência prévia, na forma documental, antes do julgamento, nos processos de:

tomada ou prestação de contas; atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão;

incidentes de uniformização de jurisprudência;

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todos os recursos, exceto embargos de declaração e pedido de reexame em processo de fiscalização de atos e contratos.

Mesmo nos casos em que a audiência não seja obrigatória, nada impede que ocorra.

Elaboração de lista tríplice Já sabemos que, das nove vagas de Ministro do TCU, uma deve ser provida por Auditor e uma por membro do MPjTCU, indicados em lista tríplice, segundo critérios de antigüidade e merecimento, alternadamente (CF/88, art. 73, § 2º, I). Dessa maneira, quando ocorrer vaga de Ministro a ser provida por Auditor, por exemplo, obedecer-se-á primeiro o critério de antigüidade para formulação da lista tríplice (os mais antigos encabeçam a relação). Na próxima vez que ocorrer vacância da mesma vaga, a lista tríplice deverá ser elaborada segundo o outro critério: merecimento. E assim por diante, alternadamente. O mesmo se aplica à lista tríplice para indicação de membros do MPjTCU. Alternado, portanto, é o critério para elaboração de lista tríplice: uma hora por merecimento, outra por antigüidade, e assim sucessivamente. Desse modo, ocorrendo vaga de cargo de Ministro a ser provida por Auditor ou por membro do Ministério Público junto ao Tribunal, o Presidente convocará sessão extraordinária para deliberar sobre a respectiva lista tríplice, dentro do prazo de quinze dias contados da data da ocorrência da vaga. O quórum da sessão que deliberar sobre essa lista será de, pelo menos, cinco ministros, incluindo o que presidir o ato. -Quando a lista tríplice obedecer ao critério de antiguidade: Nesse caso, caberá:

ao Presidente do TCU elaborar a lista tríplice, no caso de vaga a ser provida por Auditor;

ao Procurador-Geral do MPjTCU elaborar a lista tríplice, se o provimento for destinado a membro do Ministério Público.

Em ambos os casos, a lista deverá ser submetida para deliberação do Plenário do Tribunal de Contas da União. -Quando a lista tríplice obedecer ao critério de merecimento: No caso de vaga a ser preenchida segundo o critério de merecimento:

o Presidente apresentará ao Plenário, conforme o caso, a lista dos nomes dos Auditores que possuam os requisitos constitucionais. Cada Ministro escolherá três nomes, se houver, segundo o julgamento de cada um sobre o merecimento do Auditor. Os três nomes mais votados, se houver, constarão da lista tríplice a ser encaminhada ao Presidente da República;

o Procurador-Geral elabora lista sêxtupla para os fins de formação da lista tríplice pelo Tribunal. O Presidente apresentará ao Plenário, essa lista sêxtupla de nomes dos membros do MPjTCU que possuam os

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requisitos constitucionais. Cada Ministro escolherá três nomes, se houver, segundo o julgamento de cada um sobre o merecimento do membro do MPjTCU. Os três nomes mais votados, se houver, constarão da lista tríplice a ser encaminhada ao Presidente da República

Uma vez elaborada a lista tríplice, seja pelo critério de merecimento, seja por antigüidade, o Presidente da República pode escolher qualquer um dos três nomes, mesmo do Auditor ou membro do MPjTCU que não esteja em primeiro lugar na respectiva lista. Trata-se de ato discricionário e político do Chefe do Poder Executivo. Secretaria do Tribunal de Contas da União À Secretaria do Tribunal incumbe a prestação de apoio técnico e a execução dos serviços administrativos do Tribunal de Contas da União. Para cumprir as suas finalidades, a Secretaria do Tribunal disporá de quadro próprio de pessoal, organizado em plano de carreiras, cujos princípios, diretrizes, denominações, estruturação, formas de provimento e demais atribuições são os fixados em lei específica. É na Secretaria que estão lotados os Técnicos Federais de Controle Externo e os Auditores Federais de Controle Externo (antigos Técnicos e Analistas de Controle Externo – TCEs e ACEs), que prestam apoio técnico e operacional às atividades do Tribunal, compreendido como colegiado de previsão constitucional, integrado por Ministros.

Pessoal, chegamos ao final desta aula. Ufa! Não se assustem com a quantidade de conteúdo. Creio que, a partir deste ponto, já tenhamos superado a parte mais intrincada da matéria. Os capítulos que ainda falta vermos são mais curtos e tranqüilos, por isso o curso poderá ser finalizado em mais dois encontros. Atendendo a pedidos, estou caprichando nos exercícios. Além disso, aumentei a quantidade, para reforçar a fixação da matéria. Nos vemos no próximo encontro ou no fórum! Por hoje é “só”.

Bons estudos a todos!

Antonio Saraiva

EXERCÍCIOS

1) (CESPE/TCU2007/Técnico de Controle Externo) O TCU apreciará as contas prestadas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, consolidadas às contas dos respectivos tribunais, mediante parecer prévio, ao qual caberá recurso, inclusive patrimonial, quanto à adequação.

2) (CESPE/TCU2007/Técnico de Controle Externo) Considere que o TCU, ao examinar a legalidade de determinado ato de concessão de aposentadoria, o tenha anulado por ilegalidade. Nessa situação, competirá ao órgão de origem do beneficiário a interrupção do pagamento dos proventos, não cabendo ao beneficiário o direito ao contraditório e à ampla defesa.

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3) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo) Considere a seguinte situação hipotética. Uma autarquia federal contratou Humberto, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Nessa situação, o contrato mediante o qual Humberto foi admitido não está sujeito a registro no TCU, pois somente os atos de admissão relativos a cargo público de provimento efetivo são sujeitos a registro nesse tribunal.

4) (CESPE/MPjTCU2003/Procurador) Incumbe ao TCU efetuar o cálculo das quotas dos tributos federais a serem repassadas ao fundo de participação dos municípios e ao fundo de participação dos estados e do Distrito Federal.

5) (CESPE/MPjTCU2003/Procurador) Atos administrativos cuja nulidade venha a ser constatada pelo TCU devem ser por este sustados, caso recomendação nesse sentido não seja acatada pela autoridade administrativa competente.

6) (CESPE/MPjTCU2003/Procurador) O julgamento de consulta por parte do TCU constitui prejulgamento de tese jurídica que o tribunal tenha apreciado, mas não serve como decisão de caso concreto; este deve ser objeto de processo específico.

7) (CESPE/MPjTCU2003/Procurador) Se o TCU receber ato de aposentadoria, para fins de registro, e constatar que é ilegal uma das verbas componentes dos proventos do servidor, entre as apontadas pela administração, deverá, ex officio, retificar o ato de aposentação, registrá-lo e comunicar o fato ao órgão no qual o agente público haja obtido aposentadoria.

8) (CESPE/TJTO2007/Juiz) O Tribunal de Contas do Estado do Tocantins tem competência para julgar as contas dos administradores e responsáveis do Poder Legislativo estadual, do Poder Judiciário estadual e do Ministério Público estadual, por decisão que não está subordinada ao posterior controle do Poder Legislativo.

9) (CESPE/TRF5-2007/Juiz) O controle externo da administração pública — contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial — é tarefa atribuída ao Poder Legislativo e ao tribunal de contas. O primeiro, quando atua nessa seara, o faz com o auxílio do segundo, que, por sua vez, detém competências que lhe são próprias e exclusivas e que, para serem exercidas, independem da interveniência do Poder Legislativo. Como os prefeitos municipais assumem dupla função, política e administrativa, ou seja, a tarefa de executar orçamento e o encargo de captar receitas e ordenar despesas, submetem-se a duplo julgamento: um político, perante o parlamento, precedido de parecer prévio; o outro, técnico, a cargo da corte de contas e que pode gerar um julgamento direto com imputação de débito e multa.

10) (CESPE/TRF5-2007/Juiz) O tribunal de contas, ao julgar a legalidade da concessão de aposentadoria, exerce o controle externo que lhe foi atribuído pela Constituição, estando, em tal momento, condicionado pelo princípio do contraditório.

11) (CESPE/IEMA2007/Analista/Ciências Contábeis) As contas prestadas pelo governador do estado incluirão, separadamente, as dos presidentes da assembléia legislativa e do tribunal de justiça, além das do procurador-geral de justiça, acerca das quais o tribunal de contas do estado emitirá um único parecer prévio.

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12) (CESPE/TJSE/2008/Juiz) O TC, dentro do poder geral de cautela, tem competência para determinar a quebra de sigilo bancário do administrador público ordenador de despesa.

13) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas - adaptada) Compete ao TCU efetuar o cálculo das quotas referentes ao Fundo de Participação dos Municípios e, também, efetuar o controle externo da aplicação dos recursos do mencionado fundo.

14) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas) A aposentadoria do servidor público pode ser corretamente classificada como ato administrativo complexo, pois se forma pela manifestação de vontade de órgãos administrativos diferentes, em concurso, para a formação de um ato único, somente se aperfeiçoando com o registro pelo tribunal de contas competente.

15) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas) Ao agente público que deixar de expedir ato determinando a limitação de empenho e movimentação financeira será aplicável multa no valor de 40% de seus vencimentos anuais.

Em um trabalho de auditoria, os técnicos do TCM/GO verificaram que uma empresa pública, recém-criada por um município goiano para exploração de atividade econômica, estava admitindo como empregados somente os parentes do presidente da empresa, sem a realização de prévio concurso público.

16) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas) Considerando que os empregados da empresa mencionada são submetidos ao regime da CLT, os atos de admissão desses empregados não estão sujeitos a registro pelo TCM/GO, mas somente a outras modalidades de controle externo. 17) (CESPE/TCU2008/Analista de Controle Externo/Auditoria Governamental) Na sua missão de apreciação das contas anuais dos dirigentes da República, o TCU emitirá parecer prévio específico para cada Poder, inclusive para o Ministério Público Federal, impreterivelmente até a data do recesso subseqüente ao do recebimento dessas contas. 18) (CESPE/TCU2008/Analista de Controle Externo/Auditoria Governamental) Caso, ao se manifestar sobre as contas dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados relativas a determinado exercício, o TCU tenha emitido relatório com a informação de que essas contas estavam em condições de ser julgadas, juntamente com as do presidente da República, nessa situação, a Corte deveria ter emitido parecer conclusivo, destacadamente, para cada um dos respectivos presidentes.

19) (CESPE/STF2008/Analista Judiciário/Administrativa) As contas do Poder Judiciário serão apresentadas, no âmbito da União, pelos presidentes do STF e dos tribunais superiores, que, por sua vez, consolidarão as contas dos respectivos tribunais.

20) (CESPE/MS-PS2008/Planejamento Orçamentário, Controle e Prestação de Contas) Se o responsável pelas contas de um órgão sonegar informações ou documentos à fiscalização do TCU, inviabilizando o julgamento, as contas serão consideradas iliquidáveis, e o tribunal ordenará o seu trancamento até a obtenção dos esclarecimentos necessários à instrução e conclusão do processo.

21) (CESPE/STF2008/Técnico Judiciário/Administrativa) Como o TCU não tem poder para anular ou sustar contratos administrativos, não detém também

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competência para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato ou da licitação que o originou.

22) (CESPE/TJPI2008/Juiz) Compete ao TCU fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros recebidos pelos estados ou municípios em decorrência de participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, ou de compensação financeira por essa exploração.

23) (ACE/TCU2008/Analista de Controle Externo/Auditoria Governamental) A possibilidade de um tribunal de contas, de natureza político-administrativa, julgar as contas de pessoas estranhas ao Estado serve como exemplo do conceito de direito administrativo sob um critério meramente subjetivo de administração pública.

24) (CESPE/TRE-AP2007/Analista Judiciário/Contabilidade) No processo de controle exercido pelo TCU, não há de se falar em devido processo legal, pois esse instituto é privativo do Poder Judiciário. 25) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo/Obras) Em cada unidade federativa, as contas prestadas pelo chefe do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos presidentes dos órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário e do chefe do Ministério Público, as quais receberão, separadamente, parecer prévio do respectivo tribunal de contas. No âmbito da União, as contas do Poder Judiciário serão apresentadas pelos presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores, consolidando as dos respectivos tribunais. 26) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo/Obras) Os tribunais de contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de 60 dias do recebimento, vedado o estabelecimento de prazo diverso nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.

27) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo/Obras) As contas apresentadas pelo chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo poder legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, os quais especificam os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício. 28) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo/Obras) Compete ao TCU realizar inspeções e auditorias requeridas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou por determinadas comissões do Legislativo federal. Todavia não há imposição expressa para que apresente pronunciamento conclusivo de matéria cuja apreciação lhe foi solicitada por um desses órgãos.

29) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo/Obras) Considere a seguinte situação hipotética. Assegurada a ampla defesa, o TCU julgou irregulares as contas de Bento, imputou-lhe débito no valor de R$ 100 mil e aplicou-lhe multa proporcional ao débito no valor de R$ 10 mil. Pouco tempo depois, Bento, único responsável, faleceu. Nessa situação, os valores correspondentes à multa não mais deverão ser cobrados, embora a quantia relativa ao débito ainda possa ser cobrada, de modo a se promover o ressarcimento integral do dano.

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30) (CESPE/TCU20047/Técnico de Controle Externo) Apenas um dos ministros do TCU pode ser livremente escolhido pelo presidente da República entre os cidadãos brasileiros que preencham os requisitos constitucionalmente estabelecidos para o exercício desse cargo.

31) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo) Foi publicado um acórdão do TCU que decidiu definitivamente o mérito de um processo em que, apesar de ser regimentalmente exigida, não houve manifestação do Ministério Público junto ao TCU. Nessa situação, o processo será nulo a partir do momento em que o Ministério Público se manifestar, e não poderá ser convalidado, ainda que o Ministério Público junto ao TCU posteriormente manifeste sua anuência aos atos praticados no curso do processo.

32) (CESPE/MPjTCU2003/Procurador) De acordo com o Regimento Interno do TCU, o MP no tribunal deverá ter um representante funcionando perante cada câmara do órgão; a lista tríplice de membros do MP/TCU para o cargo de Ministro deverá ser composta pelo Plenário do tribunal; o membro do MP poderá propor à câmara que afete ao Plenário o julgamento de certas matérias, quando a relevância delas o recomendar; o membro do MP deverá manifestar-se quanto ao mérito das questões que analisar, ainda quando suscite preliminar.

33) (CESPE/TCU1998/Analista de Controle Externo) O TCU compõe-se de nove Ministros e três auditores.

34) (CESPE/TCU1998/Analista de Controle Externo) Um quinto dos Ministros será escolhido entre membros do Ministério Público que atuem junto ao TCU e advogados indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil, conforme critérios especificados na Lei Orgânica do TCU.

35) (CESPE/TCU1998/Analista de Controle Externo) Incumbe ao Procurador-Geral da República a indicação de procuradores da República para atuarem junto ao TCU.

36) (CESPE/TCU1998/Analista de Controle Externo) Os Ministros do TCU e seus auditores, estes quando em substituição a Ministros, terão as mesmas garantias e os mesmos impedimentos dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

37) (CESPE/TCU1998/Analista de Controle Externo) Ainda que não esteja em substituição, o Auditor atua permanentemente junto ao Plenário.

38) (CESPE/ TRT 1ª REGIÃO/2008/Técnico Judiciário - Administrativa) Compete ao Ministério Público junto ao TCU o oferecimento de denúncia relativa a crime cometido contra a administração pública, assim como a ação de improbidade administrativa.

39) (CESPE/OAB/Exame de Ordem 2007.1) Integra o Ministério Público da União o Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU).

40) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas) Está de acordo com a CF a norma que confere autonomia administrativa e financeira ao Ministério Público especial que atuará junto ao referido TCM, pois, segundo jurisprudência do STF, esse Ministério Público especial é dotado de autonomia funcional, como sucede ao Ministério Público comum.

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41) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas) O Ministério Público especial que atua perante os tribunais de contas qualifica-se como órgão de extração constitucional, pois a sua existência jurídica resulta de expressa previsão normativa constante da CF, sendo indiferente, para efeito de sua configuração jurídico-institucional, a circunstância de não constar do rol inscrito na CF, nos dispositivos em que se define a estrutura orgânica do Ministério Público comum.

42) (CESPE/TCDF2002/Procurador) A Constituição da República assegura aos membros do Ministério Público junto a Tribunal de Contas os mesmos direitos e vedações dos membros do Ministério Público comum.

43) (CESPE/TCDF2002/Procurador) Caso o conselheiro que tenha sido indicado em vaga de auditor venha a se aposentar, a escolha do novo conselheiro deverá, obrigatoriamente, recair entre os auditores, conforme entendimento firmado pelo STF. GABARITOS E COMENTÁRIOS: 1) Item errado. De fato, o TCU pode apreciar as contas prestadas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, mediante parecer prévio, conforme dispõe a LRF, art. 56, caput (que está com eficácia suspensa!) e respectivo § 1º, I. No entanto, as contas do STF não consolidam as contas de outros tribunais como a questão quis dizer. Não há tribunal vinculado ao STF. Em verdade, são as contas dos tribunais superiores (STJ, TST, STM e TSE) que consolidam as dos respectivos tribunais que lhe são vinculados (ex. TRT, vinculado ao TST). Outro erro é afirmar que existe recurso, inclusive patrimonial, quanto à adequação da decisão. Primeiramente, não há previsão legal de recurso contra parecer prévio emitido pelo TCU. Depois, não existe a figura do “recurso patrimonial” (a banca inventou esse termo para confundir o candidato). 2) Item anulado. A questão possui imprecisão terminológica no próprio caso hipotético, pois não compete ao TCU anular ato de concessão de aposentadoria. Como visto em aula, não é dado ao Tribunal retificar ou sanear atos administrativos, pois essa competência é da Administração. Na espécie, ao TCU só cabe negar o registro e determinar à Administração as correções cabíveis. Porém, está correta a afirmação de que cabe ao órgão de origem suspender os pagamentos (RITCU, art. 262). Por fim, antes da apreciação do ato pelo TCU, não cabe contraditório e ampla defesa ao beneficiário (Súmula Vinculante no 3, parte final). Após sua negativa, essas garantias devem ser observadas. Quanto a esse ponto, a questão é ambígua, não sendo possível afirmar que a parte final refere-se ao momento anterior ou posterior à apreciação do TCU para fins de registro. Mais um motivo para anulação, portanto. 3) Item errado. Todos os atos de admissão, a qualquer título (cargo efetivo civil ou militar, temporário, empregado público etc.) estão sujeitos a registro perante o TCU. A única exceção é a admissão em cargo em comissão, o que não é o caso da questão. 4) Item errado. O erro desta questão é muito sutil! Atenção, portanto! O TCU não efetua o cálculo das quotas dos tributos federais a serem repassadas (isto é, o percentual de cada tributo que deve ser repassado) ao fundo de participação dos municípios e ao fundo de participação dos estados e do Distrito Federal, pois a própria CF/88 já estabelece isso em seu art. 159. O que o TCU faz é o cálculo das quotas de participação que cada município e cada estado farão jus em relação ao total desses fundos. Em outras palavras, o Tribunal não define os percentuais de tributos que vão “alimentar” os fundos constitucionais, mas sim parcela do total do fundo (a participação) que cabe a cada unidade federativa receber.

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5) Item errado. Ao verificar ilegalidade (nulidade) em ato administrativo, o TCU deve assinar prazo que ele seja corrigido, para o exato cumprimento da lei. O Tribunal poderá sustar o ato se essa decisão não for cumprida (CF/88, art. 71, IX e X). Nesse caso, a comunicação para cumprimento da lei não toma a forma de recomendação à autoridade administrativa (como disse a questão), mas de verdadeira determinação, daí o erro da assertiva. 6) Item certo. Questão baseada no RITCU, art. 264, § 4º. Como visto em aula, a resposta à consulta tem caráter normativo e constitui prejulgamento da tese (como aplicar uma determinada norma), mas não do fato ou caso concreto (dos atos derivados da aplicação da lei). Os fatos e casos concretos devem ser examinados em outros processos distintos da consulta. 7) Item errado. Ao TCU não é dado retificar, de ofício, atos de aposentação. A competência do Tribunal se esgota em conceder o registro ou não. Eventuais correções devem ser feitas pelo próprio órgão ou entidade no qual o agente público haja obtido aposentadoria. O mesmo vale para atos de admissão. Se o Tribunal pudesse alterar os atos dos órgãos e entidades, estaria agindo como verdadeiro administrador público, o que não lhe é permitido fazer, haja vista ser órgão de controle, e não de gestão. 8) Item certo. Repare que não se trata de contas de governo (políticas). A assertiva menciona as contas dos administradores e responsáveis (contas de gestão) dos órgãos integrantes dos Poderes Legislativo e Judiciário estaduais, bem como do respectivo Ministério Público. De fato o TCU julga as contas deles, que são gestores como quaisquer outros. Dessa decisão não cabe controle (reapreciação) pelo Congresso Nacional, pois é função de controle externo que se esgota no âmbito da Corte de Contas (CF/88, art. 71, II). Aliás, nenhuma decisão do TCU pode ser alvo de recurso ao Legislativo – isso não existe! 9) Item certo. Essa questão aborda de forma precisa a distinção entre contas de governo (sujeitas a julgamento político perante o Legislativo), derivadas da gestão política, e contas de gestão (sujeitas a julgamento técnico perante o Tribunal de Contas), derivadas da prática de atos administrativos, concretos, de que resultem receitas e despesas. O caso do duplo julgamento do Prefeito é emblemático nesse sentido, já que ele pratica atos políticos e administrativos, haja vista as precárias condições de estruturação e de pessoal nas Prefeituras de menor porte do nosso Brasil. 10) Item errado. O erro da questão reside em afirmar que, ao apreciar a legalidade de atos de aposentadoria para fins de registro, o TCU estaria condicionado pelo princípio do contraditório. É o oposto! Conforme parte final da Súmula Vinculante no 3 do STF, dispensa-se o contraditório e a ampla defesa em caso de apreciação inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 11) Item errado. Avisamos em aula que a banca anda desconsiderando a decisão do STF que suspendeu os arts. 56 (caput) e 57 (todo) da LRF. Admitindo que esses dispositivos vigorem, a questão estaria mesmo errada, pois seriam múltiplos pareceres prévios destacados, e não um único. À luz das regras atuais, porém, a questão deveria ser considerada correta, lembrando que ela está aplicando as normas da LRF para o nível estadual, e não federal. Portanto, fiquem atentos a questões desse tipo, em que o examinador pode, mais uma vez, desconsiderar a decisão do STF na Adin 2.238 e, por conseguinte, se equivocar no gabarito. 12) Item errado. Como visto em aula, nenhum Tribunal de Contas tem competência para quebrar sigilos fiscal, telefônico ou bancário por conta própria, isto é, no exercício de suas competências. 13) Item errado. Compete ao TCU efetuar o cálculo das quotas referentes ao Fundo de Participação dos Municípios, fiscalizando a entrega dos valores. Não compete ao Tribunal fiscalizar a aplicação dos recursos do mencionado fundo, porque são valores originários dos estados, DF e municípios, conforme a Constituição, cujo controle cabe aos respectivos Tribunais de Contas.

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14) Item certo. A questão resume de forma apropriada o entendimento da jurisprudência acerca do ato de aposentadoria. Ele é complexo e só se aperfeiçoa com o registro pelo tribunal de contas competente. 15) Item errado. Deixar de expedir ato de limitação de empenho e movimentação financeira é uma espécie de infração às leis de financias públicas, punível com multa no valor de 30% dos vencimentos anuais do agente, e não 40%, aplicável pelo Tribunal de Contas competente, com base na Lei de Crimes Fiscais. 16) Item errado. Todos os atos de admissão, a qualquer título – cargo efetivo civil ou militar, temporário, empregado público (celetista) etc. – estão sujeitos a registro perante o TCU. A única exceção é a admissão em cargo em comissão, o que não é o caso da questão. 17) Item errado. Admitindo como válidas as regras do art. 56 e 57 da LRF, de fato na sua missão de apreciação das contas anuais dos dirigentes da República o TCU emitirá parecer prévio específico para cada Poder (essa regra, porém, está com eficácia suspensa cautelarmente pelo STF). O erro está em dizer que haveria parecer prévio específico para o Ministério Público Federal, uma vez que o parecer relativo ao parquet é sobre as contas do Procurador-Geral da República, chefe do Ministério Público da União. O MPF é apenas um dos ramos do MPU – esse sim, órgão independente que tem as contas de seu Chefe submetidas a parecer prévio. Vide arts. 127 e 128 da CF/88. Outro erro está em afirmar que o parecer prévio será emitido impreterivelmente até a data do recesso subseqüente ao do recebimento dessas contas. O prazo constitucional não é esse, mas sim 60 dias a partir do recebimento das contas. 18) Item anulado. Antes de 2007, realmente existia a emissão de pareceres prévios destacados. Após 2007, em virtude da medida cautelar do STF, retornou-se ao parecer prévio único. Essa questão foi considerada correta no gabarito preliminar, mas posteriormente anulada, porque ela não informa a que exercício se refere, o que prejudica o julgamento. Justificativa da banca para anulação: “a assertiva cita ‘determinado exercício’, não deixando claro se as providências do TCU eram anteriores ou posteriores às mudanças promovidas pelo STF, em 2007, acerca das normas relativas ao assunto tratado”. 19) Item certo. Transcrição da LRF, art. 56, §1º, I. 20) Item errado. No caso de sonegação, o Tribunal assinará prazo para apresentação dos documentos, informações e esclarecimentos julgados necessários, comunicando o fato ao Ministro de Estado supervisor da área ou à autoridade de nível hierárquico equivalente, para as medidas cabíveis (LOTCU, art. 42). A não-apresentação no prazo determinado ensejará aplicação de multa ao responsável. Não se julga contas iliquidáveis simplesmente porque o responsável sonegou documentos, pois, se assim o fosse, bastaria o gestor esconder toda a papelada para se esquivar da punição por irregularidades cometidas. A hipótese de julgamento de contas como iliquidáveis, com trancamento, ocorre quando, por caso fortuito ou força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, for impossível julgar o mérito. Veremos os tipos de julgamento de contas em aula futura. 21) Item errado. O TCU realmente não tem poder para anular ou sustar contratos administrativos, mas detém competência para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato ou da licitação que o originou, conforme CF/88, art. 71, IX. 22) Item errado. Conforme jurisprudência do STF citada em aula, o TCU não tem poderes para fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros recebidos pelos estados ou municípios em decorrência de participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, pois são recursos dos estados ou municípios, sujeitos à fiscalização dos seus respectivos Tribunais de Contas. O TCU fiscaliza apenas a entrega desses valores. 23) Item errado. Questão difícil. O TCU é competente para julgar as contas de pessoas estranhas ao Estado, a exemplo de entes paraestatais (3º setor), como

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visto na aula passada, quando estudamos a jurisdição do Tribunal. Porém, isso não é exemplo do conceito de direito administrativo sob um critério meramente subjetivo, pois esse critério considera como matéria administrativa (gestão pública) apenas o que é realizado pelos entes integrantes da Administração Pública. A melhor classificação para corroborar essa atuação do Tribunal é a do direito administrativo sob enfoque objetivo, que alcança qualquer atividade de interesse público como sendo parte da ação estatal, daí o alcance do controle externo sobre entes estranhas à estrutura da Administração Pública, uma vez que desempenham atividade de interesse público. 24) Item errado. O processo legal é direito fundamental aplicável não só no âmbito do Poder Judiciário, mas também no da Administração, assim como no do TCU. 25) Item errado. Essa questão é de 2005, anterior à suspensão dos arts. 56 (caput) e 57 da LRF. Ela reescreve o art. 56, caput e § 1º, I, da LRF. O erro está em dizer que, em toda unidade federativa, haverá contas prestadas pelo chefe do Poder Judiciário e chefe do Ministério Público, pois essas instituições não existem no âmbito municipal. 26) Item errado. Essa questão é de 2005, anterior à suspensão dos arts. 56 (caput) e 57 da LRF. Não era vedado o estabelecimento de prazo diverso nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais, pois a LRF, art. 57, dispõe o contrário. 27) Item certo. Transcrição do art. 49, caput, e parágrafo único, da LRF. 28) Item errado. Compete ao TCU realizar inspeções e auditorias requeridas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou por determinadas comissões do Legislativo federal (CF/88, art. 71, IV). Porém, existe erro em dizer que não há imposição expressa para que apresente pronunciamento conclusivo de matéria cuja apreciação lhe foi solicitada por um desses órgãos, pois a CF/88, art. 72, § 1º, contém previsão desse tipo. 29) Item certo. A jurisdição do Tribunal alcança os sucessores dos responsáveis até o limite do patrimônio transferido, para efeito de ressarcimento ao erário. A multa, porém, deixa de ser cobrada caso esse faleça, pois tem caráter de punição personalíssima. 30) Item certo. Questão que se baseia na CF/88, art. 73, § 2º, I. Das três vagas de Ministro do TCU a serem providas por indicação do Presidente da República, duas são vinculadas a integrantes dos cargos de Auditor e membro do MPjTCU. Apenas uma é de livre indicação, desde que o escolhido cumpra os requisitos constitucionais (CF/88, art. 73, § 1º). 31) Item errado. Vimos em aula que o RITCU exige a manifestação do MPjTCU em determinados processos assuntos (processos de tomada ou prestação de contas, nos concernentes aos atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, bem como nos incidentes de uniformização de jurisprudência e nos recursos, exceto embargos de declaração e pedido de reexame em processo de fiscalização de atos e contratos). O desrespeito a essa regra significa infringir o devido processo legal, isto é, o curso legal do processo, que será nulo (inválido) a partir do momento em que o MPjTCU devia e se manifestar e não o fez. A questão está errada pois o processo será nulo a partir do momento em que o Ministério Público deveria sem manifestar, e não “no momento em que o Ministério Público se manifestar”, como afirma o item. A parte final também está errada, uma vez que a manifestação posterior do Ministério Público sana a nulidade do processo apenas se ocorrer antes da decisão definitiva de mérito do Tribunal, nas hipóteses em que expressamente anuir aos atos praticados anteriormente ao seu pronunciamento (RITCU, art. 178, parágrafo único). No caso da questão, o processo já possuía decisão de definitiva (acórdão). 32) Item certo. Em todas as sessões deliberativas do TCU deverá haver um representante do MPjTCU presente, atuando (RITCU, art. 11, § 2º e art. 62, II). A composição (fechamento dos nomes, mediante deliberação) de lista tríplice para preenchimento de vaga de Ministro a ser provida por membro de MPjTCU compete

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ao Plenário, que delibera e firma os nomes dos indicados (RITCU, art. 15, IX). Veremos na próxima aula, quanto ao funcionamento do Tribunal, que em sessões de câmara é possível que um membro do MPjTCU sugira ao colegiado que determinado assunto seja afetado ao Plenário, quando relevante (RITCU, art. 17, § 1º). Na oportunidade em que emitir seu parecer, o Ministério Público, mesmo que suscite questão preliminar, manifestar-se-á também quanto ao mérito, ante a eventualidade daquela não ser acolhida (RITCU, art. 62, § 2º). 33) Item errado. O TCU compõe-e de nove Ministros titulares, apenas (CF/88, art. 73, caput). Embora os Auditores funcionem junto ao Tribunal, não são titulares, mas substitutos de Ministros. Ademais, atualmente são quatro Auditores, e não mais três. 34) Item errado. Não há previsão de indicação de advogados pela OAB para a vaga de Ministro do TCU. Além disso, apenas 1/9 dos Ministros (uma vaga) é proveniente de escolha, pelo Presidente da República, dentre membros do MPjTCU. 35) Item errado. Procurador da República faz parte do Ministério Público da União. Como visto em aula, o MPjTCU não se confunde com o Ministério Público comum, possuindo carreira, regras e funcionamento próprios. Nessa linha, está errado afirmar que Procuradores da República atuarão junto ao TCU, eis que apenas membros do próprio MPjTCU podem fazê-lo. Além disso, não cabe ao Procurador-Geral da República qualquer indicação nesse sentido. O Procurador-Geral junto ao MPjTCU é nomeado pelo Presidente da República (RITCU, art. 58, § 1º). 36) Item certo. Os Ministros do Tribunal de Contas da União têm as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça (CF/88, art. 73, § 3º). O Auditor, por sua vez, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular (CF/88, art. 73, § 4º). 37) Item certo. Questão baseada na norma do RITCU, art. 55, III. Trata-se da atuação do Auditor sem estar em substituição a Ministro: instruir e relatar processos com proposta de decisão, porém sem direito a voto. 38) Item errado. Essas competências não estão dentre aquelas arroladas para o MPjTCU no Regimento Interno ou Lei Orgânica. Em verdade, as competências citadas são do Ministério Público comum, ligadas à área penal e civil. O MPjTCU atua como fiscal da lei nos processos de controle externo da Administração, de competência do TCU. 39) Item errado. O MPjTCU não é integrante do MPU, pois não está arrolado como um de seus ramos no art. 128 da CF/88. O MPjTCU é um parquet especializado, que não se confunde com o Ministério Público comum, conforme jurisprudência e doutrina. 40) Item errado. Essa questão cobra conhecimentos da Adin 160 do STF, cujo julgado elucida o item: “O Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas. Não lhe confere, a Constituição Federal, autonomia administrativa. Precedente: ADI 789. Também em sua organização, ou estruturalmente, não é ele dotado de autonomia funcional (como sucede ao Ministério Público comum), pertencendo, individualmente, a seus membros, essa prerrogativa, nela compreendida a plena independência de atuação perante os poderes do Estado, a começar pela Corte junto à qual oficiam (CF, arts. 75 e 130)." (ADI 160, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 23-4-98, DJ de 20-11-98) 41) Item certo. O Ministério Público junto aos Tribunais de Contas estão expressamente previstos nos arts. 130 e 73, §2º, I, da CF/88. De fato, não constam do art. 128 da Constituição (estrutura do Ministério Público comum), mas isso só vem a confirmar que se trata de um parquet especializado. Conforme julgado do STF citado em aula, “não se reveste de legitimidade constitucional a participação do Ministério Público comum perante os Tribunais de Contas dos Estados, pois essa participação e atuação acham-se constitucionalmente reservadas aos membros integrantes do Ministério Público especial, a que se refere a própria Lei Fundamental da República (art. 130)”.

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42) Item certo. Conforme o art. 130 da CF/88, os membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas gozam dos mesmos direitos, vedações e forma de investidura dos membros do Ministério Público comum. 43) Item certo. A vinculação de vagas de Ministro do TCU (o que se aplica por analogia aos TCEs, TCMs e TC dos Ms) foi firmada no seguinte julgado do STF: “Tribunal de Contas da União. Composição. Vinculação de vagas. Inteligência e aplicação do artigo 73, § 2°, incisos I e II da Constituição Federal. Deferimento cautelar. O Tribunal de Contas da União é composto por 9 Ministros, sendo dois terços escolhidos pelo Congresso Nacional e um terço pelo Presidente da República (CF, artigo 73, § 2°, incisos I e II). O preenchimento de suas vagas obedece ao critério de origem de cada um dos Ministros, vinculando-se cada uma delas à respectiva categoria a que pertencem. A Constituição Federal ao estabelecer indicação mista para a composição do Tribunal de Contas da União não autoriza adoção de regra distinta da que instituiu. Inteligência e aplicação do artigo 73, § 2°, incisos I e II da Carta Federal. Composição e escolha: inexistência de diferença conceitual entre os vocábulos, que traduzem, no contexto, o mesmo significado jurídico. Suspensão da vigência do inciso III do artigo 105 da Lei n. 8.443, de 16 de julho de 1992, e do inciso III do artigo 280 do RITCU.” (ADI 2.117-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 3-5-00, DJ de 7-11-03. ANEXO: Quadro-resumo sobre atos sujeitos a registro Pessoal, o quadro abaixo resume, de forma esquematizada, os principais pontos vistos em aula sobre atos sujeitos a registro. A linha central da tabela representa o momento de apreciação da legalidade, para fins de registro, do ato de admissão, aposentadoria e pensão. Dessa forma, a coluna à esquerda traz a situação que se configura após a emissão do ato inicial, mas antes do registro, enquanto a da direita, o que ocorre após o registro (ou não) do ato pelo Tribunal. Como o tema pode gerar muitas dúvidas, estou à disposição para esclarecimentos no fórum.  

 

 

 

ANTES DEPOIS

1- Não se sujeita à decadência administrativa do art. 54 da Lei n. 9.784/99, pois é ato complexo.

1-Consuma-se o ato complexo, passando a começar a contagem de tempo para a decadência quinquenal (aplicação da Lei no 9.784/99 apenas após o julgamento).

2- Não cabe contraditório ou ampla defesa (exceção da SV3 + RITCU art. 263 + CF art. 5º, LV).

2-Em até 5 anos do julgamento, o TCU pode rever o registro de ofício. Não faz coisa julgada administrativa. Prescinde de Recurso de Revisão do MPjTCU ou das partes, mas deve haver oitiva do parquet.

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3- Ato gera efeitos desde a emissão, sujeitando-se à condição resolutiva (MS 24.997).

3-Após 5 anos, não cabe sustar ou determinar anulação do ato já julgado legal (MS 25.963, art. 54 da Lei no 9.784/99 + RITCU art. 260 § 2º). É o caso de revisão de ato já apreciado, que só pode ocorrer dentro do prazo quinqüenal.

4- Se o TCU demorar mais de 5 anos para apreciar, deve convocar os interessados para participarem do processo e usufruírem da ampla defesa e do contraditório, em homenagem à segurança jurídica (MS 24.448, exceção da exceção da SV3). CUIDADO! Não quer dizer que houve decadência!

4-Em caso de má-fé, pode-se rever a qualquer tempo.

5- Até o registro, não há ato jurídico perfeito, portanto não há direitos adquiridos.

5-Se o ato é considerado ilegal determinação para cessar os pagamentos em 15 dias, sob pena de: a) responsabilidade solidária (atos de aposentação) b) multa + ressarcimento (atos de admissão)

*RITCU arts. 261 e 262

6- Exige-se parecer do controle interno antes do encaminhamento ao TCU.

6-Após a negativa de registro, a parte pode ingressar no processo como interessado(a) (ex. interposição de recurso de reexame).

7-Tomada de contas especial (TCE) só de ser instaurada só se comprovado procedimento doloso ou culposo.

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AULA 04

Olá amigos alunos! Tudo bem? Estamos chegando perto do final do curso, bem como da prova. Recomendo sangue frio nesses momentos. Para começar, nada melhor do que motivação! O TCU é considerado um órgão de excelência na Administração Pública federal, não só pelos resultados que produz, mas pelo elevado nível técnico de seus quadros. O fator humano (clima organizacional) é ótimo, sendo sempre elogiado pelos servidores da casa. Dificilmente vocês encontrarão pessoas “rabugentas” por lá! No mais, há programas de incentivo ao aprendizado contínuo pessoal e profissional, mediante concessão de bolsas de estudo parciais e integrais para pós-graduação e mestrado, bolsas para cursos de idiomas, cursos periódicos de aperfeiçoamento (são tantos, que nem é possível fazer todos!) etc. Certamente, você não ficará sem oportunidades de crescimento e aperfeiçoamento no Tribunal, se esse é o seu desejo! Bem, não percamos tempo! Vamos dar continuidade ao capítulo 2 – Organização e Funcionamento do TCU. Logo após, veremos o capítulo 3 e iniciaremos o 4. Aos trabalhos! 2.2 - TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – FUNCIONAMENTO Todas informações sobre o funcionamento do TCU terão como base o Regimento Interno. Deliberações As deliberações do TCU têm a forma de instrução normativa, resolução, decisão normativa, parecer ou acórdão. Os quatro primeiros são espécies deliberativas de competência do Plenário, enquanto o acórdão pode ser proferido pelo Plenário ou por câmara. A instrução normativa, a resolução e a decisão normativa são atos normativos, por meio dos quais o Tribunal regula suas próprias atividades e a organização dos processos que lhe são submetidos pelos órgãos e entidades jurisdicionadas, exercendo a função normativa prevista no art. 3º da LOTCU.

Art. 3° Ao Tribunal de Contas da União, no âmbito de sua competência e jurisdição, assiste o poder regulamentar, podendo, em conseqüência, expedir atos e instruções normativas sobre matéria de suas atribuições e sobre a organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando ao seu cumprimento, sob pena de responsabilidade.

O parecer e o acórdão são atos deliberativos, mediante os quais o Tribunal exerce suas competências finalísticas de controle externo. Por meio

 

 

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Os acórdãos serão redigidos, em regra, pelo relator1. A redação poderá ser feita, alternativamente, pelo redator, no caso de voto divergente do relator. Nesse caso, se o voto divergente for vencedor, o ministro ou auditor convocado que houver primeiro proferido o voto vencedor atuará como redator para a nova proposta de acórdão. Os acórdãos serão assinados por um deles (relator ou redator), conforme o caso, pelo Presidente do respectivo colegiado e pelo representante do Ministério Público. Na eventualidade de ausência do relator ou redator à sessão na qual se conclua a votação, suas assinaturas serão supridas pelas do Presidente e do representante do Ministério Público.

São partes essenciais das deliberações do Tribunal:

1. o relatório do relator, de que constarão, quando houver, as conclusões da equipe de fiscalização, ou do técnico responsável pela análise do processo, bem como as conclusões dos pareceres das chefias da unidade técnica e do Ministério Público junto ao Tribunal. O relatório é, na verdade, o trecho que narra a história relevante do processo, sua origem, os fatos sob análise, a conduta dos responsáveis e os atos processuais praticados até o momento da deliberação.

2. a fundamentação com que o relator analisar as questões de fato e de direito. Nesta parte, o julgador revela os fundamentos de fato e de direito para a sua decisão, de modo que sejam expostas as razões da decisão de mérito.

3. o dispositivo com que o relator decidir sobre o mérito do processo. É a parte da deliberação que consigna a decisão em si, a conclusão dos argumentos expostos na fundamentação. É o comando decisório destinado às partes do processo.

4. as ressalvas, quando feitas pelos votantes. Sempre que algum Ministro ou Auditor convocado discordar de algum ponto específico de uma decisão, poderá apor sua ressalva a ele.

Jurisprudência Conceitualmente, jurisprudência é o conjunto das decisões e interpretações das leis. A Súmula da Jurisprudência2 é um enunciado por meio do qual o TCU expressa seu posicionamento (opinião) sobre uma determinada matéria de sua competência, construído após reiteradas decisões no mesmo sentido, conforme o RITCU:

                                                            1 O Relator pode ser Ministro (exceto o Presidente) ou Auditor, e presidirá a instrução do processo, determinando, mediante despacho, de ofício ou por provocação da unidade de instrução ou do Ministério Público junto ao Tribunal, o sobrestamento do julgamento ou da apreciação, a citação, a audiência dos responsáveis, ou outras providências consideradas necessárias ao saneamento dos autos. Em outras palavras, o Relator é o Ministro ou Auditor encarregado de conduzir o processo, praticando os atos processuais mais importantes, a cargo do Tribunal, para que esse atinja a fase de decisão. 2 A coletânea de Súmulas do Tribunal pode ser conhecida em: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/jurisprudencia/sumulas

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Art. 85. A Súmula da Jurisprudência constituir-se-á de princípios ou enunciados, resumindo teses, soluções, precedentes e entendimentos, adotados reiteradamente pelo Tribunal, ao deliberar sobre assuntos ou matérias de sua jurisdição e competência.

Na organização gradativa da Súmula, a cargo da unidade responsável pelo secretariado das sessões do Tribunal, será adotada numeração de referência para os enunciados (numeração seqüencial), aos quais seguir-se-á a menção dos dispositivos legais e dos julgados em que se fundamentam. Poderá ser incluído, revisto, revogado ou restabelecido, na Súmula, qualquer enunciado, mediante aprovação pela maioria absoluta dos Ministros de projeto específico de enunciado de Súmula. Isso porque os entendimentos da Corte mudam conforme o tempo. Dessa maneira, um enunciado que se torne obsoleto, ultrapassado, pode ser revisto por meio de deliberação por maioria absoluta dos membros do Tribunal. Ficarão vagos, com nota de cancelamento, os números dos enunciados que o Tribunal revogar, conservando os mesmos números os que forem apenas modificados, fazendo-se a ressalva correspondente. Dessa forma, os números de enunciados revogados não podem ser reaproveitados, para evitar eventual confusão. A Súmula e suas alterações serão publicadas no Diário Oficial da União e no Boletim do Tribunal de Contas da União. A citação da Súmula será feita pelo número correspondente ao seu enunciado e dispensará, perante o Tribunal, a indicação de julgados no mesmo sentido. Incidente de Uniformização de Jurisprudência Como visto, a jurisprudência se compõe de um conjunto reiterado de decisões do Tribunal, sobre um tema, no mesmo sentido. Ocorre que o entendimento da Corte nem sempre é uniforme, podendo variar conforme o caso concreto, o momento histórico, social, político, bem como com o passar do tempo. Aliás, o próprio ordenamento legal se modifica gradativamente, o que gera mudanças nos juízos. Dessa forma, pode ocorrer de o conjunto de julgados do Tribunal divergir. Para que isso não prejudique determinado julgamento, existe o mecanismo do incidente de uniformização de jurisprudência. Assim, no curso do processo podem ser suscitadas divergências entre deliberações anteriores da Corte, com impacto sobre um determinado processo que esteja sendo julgado. Nessas situações, poderá o colegiado (Plenário ou câmara, onde estiver sendo apreciado o processo), por sugestão de Ministro, Auditor ou representante do Ministério Público, decidir pela apreciação preliminar da controvérsia, formando anexo aos autos principais, retirando a matéria de pauta. O problema da divergência jurisprudencial passará a ser analisado de forma separada, preliminarmente ao exame do mérito do processo. Nessa fase, se

 

 

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O Tribunal se reúne, anualmente, no Distrito Federal, no período de 17 de janeiro a 16 de dezembro. Durante o recesso da Corte, compreendido no período de 17 de dezembro a 16 de janeiro, não há sessões dos colegiados, mas isso não ocasiona a paralisação dos trabalhos do Tribunal, e não provoca a suspensão ou interrupção dos prazos processuais. As sessões do Plenário podem ser ordinárias e extraordinárias. As sessões extraordinárias serão convocadas para os seguintes fins:

posse do Presidente e do Vice-Presidente; apreciação das Contas do Governo da República; posse de Ministro, de Auditor e do Procurador-Geral; eleição do Presidente ou do Vice-Presidente, na hipótese prevista no § 4º do art. 24 do RITCU;

deliberação acerca da lista tríplice dos auditores e dos membros do Ministério Público junto ao Tribunal, para preenchimento de cargo de Ministro;

julgamento e apreciação dos processos restantes da pauta de sessão ordinária ou extraordinária, ou que, pela sua urgência, sejam incluídos em pauta extraordinária;

outros eventos, a critério do Plenário. Regra geral, as sessões do Plenário somente poderão ser abertas com o quórum de cinco Ministros ou Auditores convocados, sem considerar o Presidente (como deve-se levar em consideração a quantidade de membros votantes, desconsidera-se o Presidente, porque ele normalmente não vota). Como exceções a essa regra de quórum, temos as sessões extraordinárias:

para Posse e Ministro, Auditor e Procurador-Geral (RITCU, art. 96, III) não há quórum mínimo (não é sessão deliberativa);

para outros eventos, a critério do Plenário (RITCU, art. 96, VII) não há quórum mínimo (não é sessão deliberativa);

para eleição do Presidente ou do Vice-Presidente do Tribunal (RITCU, art. 24, § 3º) quórum mínimo de cinco Ministros, inclusive o que presidir a sessão;

para deliberação sobre a lista tríplice a ser encaminhada ao Presidente da República para escolha de Ministro para vaga a ser preenchida por Auditor ou membro do MPjTCU (RITCU, art. 36, § 1º) quórum mínimo de cinco Ministros, inclusive o que presidir a sessão;

Se não houver quórum, a matéria constante da ordem dos trabalhos ficará automaticamente transferida para a sessão seguinte. Além disso, nenhuma sessão poderá ser realizada sem a presença do representante do Ministério Público junto ao Tribunal, exceto nas hipóteses de posse de Ministro, Auditor e Procurador-Geral, bem como de eventos especiais (isto é, as exceções são as sessões não deliberativas). As sessões ordinárias serão realizadas às quartas-feiras, com início às 14 horas e 30 minutos e término às 18 horas e 30 minutos, podendo haver intervalo de até trinta minutos.

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Conforme o RITCU, além das hipóteses de sessões extraordinárias públicas (acima citadas), o Plenário poderá realizar sessões extraordinárias de caráter reservado para: a) tratar de assuntos de natureza administrativa interna; b) quando a preservação de direitos individuais e o interesse público o

exigirem; c) para julgar ou apreciar os processos que derem entrada ou se formarem

no Tribunal com chancela de sigiloso. Quando se tratar de julgamento ou apreciação de processo em sessão de caráter reservado (casos “b” e “c” acima), as partes terão acesso à Sala das Sessões ao iniciar-se a apresentação do relatório e dela deverão ausentar-se ao ser concluído o julgamento. Note que nas sessões extraordinárias de caráter reservado podem ser julgados diversos processos, de vários responsáveis. Assim, se, em algum deles, as partes desejarem ter acesso à sessão de julgamento, poderão fazê-lo, mas unicamente quando for apreciado o seu processo, devendo ausentar-se quando chegar o momento de o colegiado deliberar sobre processos diversos, em que não sejam parte. As sessões reservadas são sempre extraordinárias. Não existe a figura da sessão ordinária de caráter reservado, pois a regra é que as sessões dos tribunais sejam públicas, justificando-se as de caráter reservado apenas em casos excepcionais. As sessões extraordinárias de caráter reservado serão realizadas exclusivamente com a presença dos Ministros, Auditores, representante do Ministério Público junto ao TCU e de servidores da unidade responsável pelo secretariado do Plenário autorizados pelo Presidente, ressalvada a hipótese de acesso, pelas partes, ao seu julgamento. O Regimento veda que os projetos referentes a atos normativos que afetem os jurisdicionados sejam apreciados de forma reservada. Esses assuntos precisam ser necessariamente apreciados em sessão pública. Em caso de empate em deliberações, caberá ao Presidente do Tribunal ou ao ministro que estiver na Presidência do Plenário proferir voto de desempate. Caso não se julgue habilitado a proferir o voto de desempate, deverá fazê-lo, preferencialmente, na primeira sessão a que comparecer. Se o Presidente ou o Ministro que estiver na Presidência do Plenário declarar impedimento no momento do desempate, a votação será reiniciada com a convocação de um auditor presente à sessão, apenas para esse fim, observada a ordem de antigüidade no cargo. Não sendo possível convocar um auditor para a mesma sessão, o processo será incluído em pauta para apreciação em nova data, reiniciando-se a votação.

Sessões das câmaras

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Como ocorre no Plenário, as sessões das câmaras podem ser ordinárias e extraordinárias. A diferença é quanto ao quórum de abertura: três Ministros ou Auditores convocados, incluindo o Presidente. Lembre que o Presidente de câmara relata e vota processos e, como o critério leva em conta os membros votantes de cada órgão colegiado, esse é incluído para efeito de contagem. As sessões ordinárias da Primeira e da Segunda câmaras realizar-se-ão às terças-feiras e às quintas-feiras, respectivamente, com início às 15 horas. Ocorrendo convocação de sessão extraordinária do Plenário, a sessão ordinária da câmara, se houver coincidência de data e de horário, poderá ser realizada, posteriormente, em data e horário estabelecidos pelo seu Presidente. Dessa maneira, sessão extraordinária de Plenário tem prioridade sobre sessão ordinária de câmara. Os Presidentes das câmaras terão sempre direito a voto e relatarão os processos que lhes forem distribuídos, ao contrário do Presidente do TCU, que dirige o Plenário, sem votar ou relatar. Caso ocorra empate nas votações das câmaras, o processo deve ser submetido à deliberação do Plenário, salvo se tratar de recurso de reconsideração, pedido de reexame, embargo de declaração ou agravo em processo de competência de câmara (únicos casos em que deliberações de câmara não podem subir ao Plenário). No mais, as câmaras obedecerão, no que couber, às normas relativas ao Plenário.

CAPÍTULO 3 – TIPOS DE FISCALIZAÇÃO Conforme organização do próprio Regimento Interno, a atividade de controle externo (Título VI), ou seja, a atividade finalística do Tribunal, é classificada em cinco grandes grupos:

1. Julgamento de Contas: arts. 188 a 220; 2. Apreciação das Contas do Governo da República: arts. 221 a 229; 3. Fiscalização: arts. 230 a 258; 4. Apreciação de Atos Sujeitos a Registro: arts. 259 a 263; 5. Resposta a Consulta: arts. 264 e 265. As atividades citadas em 2, 4 e 5 já foram devidamente estudadas na última aula, nos “tópicos especiais” relativos às competências do Tribunal. Resta pendente conhecermos as atividades de fiscalização e julgamento de contas. Em verdade, essas duas atividades são as mais importantes a cargo do Tribunal, constituindo a essência de sua atuação. E são, em verdade, muito diferentes. Na fiscalização, o Tribunal vai a campo atrás das informações

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específicas e aprofundadas acerca de determinados atos de gestão. No caso das prestações e tomadas de contas, o Tribunal apenas aguarda e recebe, periodicamente, as informações sobre a gestão anual dos órgãos e entidades, que são mais superficiais. Vamos, então, conhecer como funciona a fiscalização a cargo do TCU? Os processos de fiscalização têm a finalidade de assegurar a eficácia do controle e instruir o julgamento das contas. Nesse último caso, fica caracterizado o caráter instrumental da fiscalização, que se presta a juntar subsídios que serão levados em conta quando do julgamento das contas. A competência para a realização de fiscalizações compreende a gestão dos órgãos e entidades federais, as contas nacionais das empresas supranacionais, e a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a município. Assim, estejam os recursos sendo geridos pela Administração Pública Federal, pelas empresas supranacionais ou pelos estados, DF ou municípios, transferidos mediante convênios, o Tribunal terá jurisdição para atuar, controlando. A fiscalização pode se originar:

Do próprio TCU, de ofício; Do Congresso Nacional, mediante solicitação; Por meio de denúncia; Por meio de representação;

Vejamos então todos esses tipos e como são executadas. Fiscalização Exercida por Iniciativa do Congresso Nacional O Congresso Nacional e respectivas comissões são legitimados para formular ao TCU pedidos de informação (CF/88, art. 71, VII), solicitações de auditorias e inspeções (CF, art. 71, IV) e pronunciamentos conclusivos sobre despesas (CF/88, art. 72, §1º). São competentes (autoridades legitimadas) para solicitar ao Tribunal a prestação de informações e a realização de auditorias e inspeções:

Presidente do Senado Federal; Presidente da Câmara dos Deputados; e Presidentes de comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, quando por aquelas aprovadas.

Todos os pedidos oriundos do Congresso Nacional devem ser apreciados em caráter de urgência pelo Tribunal. Denúncia A denúncia é o instrumento de controle social previsto no § 2º do art. 74 da CF/88. São legitimados para denunciar irregularidades ou ilegalidades ao TCU: qualquer cidadão (isto é, detentor de título de eleitor), associação

 

 

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órgão competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar.

Esse dispositivo alarga o art. 74, § 2º, da CF/88, pois o objeto da denúncia também passa a ser o descumprimento das normas da LRF, além de irregularidades e ilegalidades (genéricas). Além do Tribunal de Contas, as partes legitimadas também podem denunciar ao órgão competente do Ministério Público comum.

Representação A representação ao TCU pode ser feita sob dois fundamentos legais: a) Lei no 8.666/1993, art. 113, § 1º; b) RITCU, art. 237. O primeiro tipo de representação já foi analisado na aula anterior. Importa-nos agora conhecer a segunda espécie. Assim como as denúncias, as representações em geral têm por finalidade levar ao conhecimento do TCU irregularidades ou ilegalidades. A denúncia se assemelha à representação quanto ao objeto, mas a diferença é que a representação provém de um ou órgão ou autoridade da República, que toma conhecimento das desconformidades em razão de sua ação institucional ou do cargo que ocupa, enquanto a denúncia é originária do povo (sociedade civil). O art. 237 do RITCU elege os legitimados para ofertarem representação ao TCU:

o Ministério Público da União, nos termos do art. 6º, inciso XVIII, “c”, da Lei Complementar no 75/1993;

os órgãos de controle interno, em cumprimento ao § 1º do art. 74 da Constituição Federal;

os senadores da República, deputados federais, estaduais e distritais, juízes, servidores públicos e outras autoridades que comuniquem a ocorrência de irregularidades de que tenham conhecimento em virtude do cargo que ocupem (lista exemplificativa);

os tribunais de contas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, as câmaras municipais e os ministérios públicos estaduais;

as equipes de inspeção ou de auditoria do TCU; as unidades técnicas do Tribunal (Secretarias de Controle Externo, por exemplo); e

outros órgãos, entidades ou pessoas que detenham essa prerrogativa por força de lei específica4.

As representações que preencham os requisitos de admissibilidade somente poderão ser arquivadas depois de efetuadas as diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do relator. As representações não são apuradas em caráter sigiloso.

                                                            4 É o caso das Câmaras Municipais, em decorrência da Lei no 9.452/1999, como veremos já já.

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A representação motiva a realização de trabalho de fiscalização acerca da irregularidade ou ilegalidade levada a conhecimento do Tribunal. Em caso de pertinência, deve-se instaurar inspeção para apurar os fatos, levantar as irregularidades e atribuir responsabilidades. Da representação poderá resultar, por exemplo: expedição de determinações ou recomendações, audiência de responsável para apresentação de defesa, aplicação de multa, sustação de ato administrativo, comunicação ao Congresso Nacional para sustação de contrato, conversão em TCE, se verificada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário etc. Instrumentos de Fiscalização São instrumentos de fiscalização do Tribunal, tanto as exercidas por iniciativa própria, quanto as oriundas de solicitação do Congresso Nacional:

Auditoria Monitoramento Acompanhamento Levantamento Inspeção

Os três primeiros (auditorias, acompanhamentos e monitoramentos) devem obedecer a plano de fiscalização elaborado pela Presidência do Tribunal e aprovado pelo Plenário em sessão de caráter reservado. Ou seja, é impossível que um Ministro, isoladamente, decida pela realização de auditorias, acompanhamentos e inspeções, devendo a proposta ser aprovada pelo Plenário, mediante inclusão no plano de fiscalização. A periodicidade do referido plano, bem como os critérios e procedimentos para sua elaboração, serão estabelecidos em ato próprio do Tribunal. A periodicidade do Plano de Fiscalização é, atualmente, anual. De forma diferente, os levantamentos e inspeções podem ser realizados por decisão do Plenário, da câmara, do relator ou do Presidente (apenas na hipótese na hipótese de afastamento legal do relator, quando não houver substituto), independentemente de programação, observada a disponibilidade dos recursos humanos e materiais necessários. Assim, enquanto auditorias, acompanhamentos e monitoramentos (“AMA”) só podem ser realizados após inclusão no plano de fiscalização e aprovação pelo Plenário, os levantamentos e inspeções (“LI”) podem ser realizados por decisão do colegiado ou mesmo de Ministro ou Presidente do Tribunal, sem necessidade de aprovação por parte dos demais integrantes do corpo julgador. Podem ser objeto de fiscalização do Tribunal: atos e fatos administrativos5, contratos, despesas, receitas, transferências legais e voluntárias, convênios,                                                             5 Fatos administrativos são acontecimentos que produzem efeitos sobre a administração independentemente da vontade humana (ex. morte de servidor, desabamento de imóvel público,

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renúncia de receita, subvenções econômicas e sociais, cumprimento da LRF, prestação de serviços públicos mediante concessão, permissão e autorização, realização de obras públicas etc. Vamos, então, conhecer esses instrumentos, sempre com base em dispositivos do RITCU (arts. 238 a 243), pois são praticamente auto-explicativos.

Instrumento Finalidade(s)

Auditoria

examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de

gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial;

avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos sistemas,programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados;

subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro.

Monitoramento

verificar o cumprimento das deliberações do Tribunal

e os resultados delas advindos.

Acompanhamento

examinar, ao longo de um período predeterminado,

a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; e

avaliar, ao longo de um período predeterminado, o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados.

Levantamento

conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e

entidades da administração direta, indireta e fundacional dos Poderes da União, incluindo fundos e demais instituições que lhe sejam jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais no que se refere aos aspectos contábeis, financeiros, orçamentários, operacionais e patrimoniais;

identificar objetos e instrumentos de fiscalização; e avaliar a viabilidade da realização de fiscalizações.

Inspeção suprir omissões e lacunas de informações;

                                                                                                                                                                              deterioração de bem móvel etc.). Atos administrativos são declarações ou manifestações do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos expressamente previstos.

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esclarecer dúvidas; apurar denúncias ou representações quanto à legalidade, à legitimidade e à economicidade de fatos da administração e de atos administrativos praticados por qualquer responsável sujeito à sua jurisdição.

Tanto na Auditoria quanto na Inspeção as equipes do Tribunal vão até os órgãos e entidades fiscalizados, com a diferença de que, no primeiro instrumento, a verificação é mais aprofundada, enquanto no segundo o trabalho é mais pontual e específico (suprir omissões e lacunas e esclarecer dúvidas). À primeira vista, o Levantamento poderia se assemelhar à Inspeção, mas os instrumentos diferem na medida em que o primeiro é sempre prévio a uma posterior atuação do Tribunal, e tem por caráter exatamente levantar dados necessários a trabalhos futuros (conhecer a organização e funcionamento, identificar objetos e avaliar a viabilidade de se realizar outras fiscalizações). A forma de realização do acompanhamento é também especificada no RITCU:

Art. 242. As atividades dos órgãos e entidades jurisdicionadas ao Tribunal serão acompanhadas de forma seletiva e concomitante, mediante informações obtidas: I – pela publicação no Diário Oficial da União e mediante consulta a sistemas informatizados adotados pela administração pública federal: a) da lei relativa ao plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias, da lei orçamentária anual e da abertura de créditos adicionais; b) dos editais de licitação, dos extratos de contratos e de convênios, acordos, ajustes, termos de parceria ou outros instrumentos congêneres, bem como dos atos referidos no art. 259; II – por meio de expedientes e documentos solicitados pelo Tribunal ou colocados à sua disposição; III – por meio de visitas técnicas ou participações em eventos promovidos por órgãos e entidades da administração pública.

Execução das fiscalizações Para execução dos trabalhos de controle externo, o Tribunal deve ter livre acesso aos documentos, sistemas e dados da Administração Pública. Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado ao Tribunal em suas inspeções ou auditorias, sob qualquer pretexto. Os servidores do TCU, aliás, devem ter livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal, acesso a todos os processos, documentos e informações necessários à realização de seu trabalho, mesmo a sistemas eletrônicos de processamento de dados, que não poderão ser sonegados, sob qualquer pretexto, bem como competência para requerer, por escrito, aos responsáveis pelos órgãos e entidades, os documentos e informações desejados, fixando prazo razoável para atendimento.

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No caso de obstrução ao livre exercício de auditorias e inspeções, ou de sonegação de processo, documento ou informação, o Tribunal ou o relator assinará prazo improrrogável de até quinze dias para apresentação dos documentos, informações e esclarecimentos julgados necessários, fazendo-se a comunicação do fato ao ministro de Estado supervisor da área ou à autoridade de nível hierárquico equivalente, para as medidas cabíveis. Vencido o prazo e não cumprida a exigência, o Tribunal:

aplicará multa por obstrução ao livre exercício das auditorias e inspeções ou sonegação de processo, documento ou informação, em auditoria ou inspeção, prescritas nos incisos V e VI do art. 268 do RITCU;

representará ao Presidente do Congresso Nacional sobre o fato, para as medidas cabíveis;

sem prejuízo da multa, poderá o Plenário adotar a medida cautelar de afastamento temporário do responsável, se existirem indícios suficientes de que, prosseguindo no exercício de suas funções, possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou inspeção.

Decisões possíveis em sede de fiscalização Após um procedimento de fiscalização, o Tribunal aprecia as constatações e adota as medidas cabíveis, que podem ser:

1. Arquivamento ou apensamento6 do processo de fiscalização às contas anuais do órgão ou entidade, se útil à apreciação destas, quando não apurada qualquer transgressão a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;

2. Determinações corretivas, quando verificadas tão-somente falhas de natureza formal ou outras impropriedades que não ensejem a aplicação de multa aos responsáveis ou que não configurem indícios de débito. As determinações têm caráter obrigatório para o gestor;

3. Recomendações para a adoção de providências quando verificadas oportunidades de melhoria de desempenho, ensejando instauração monitoramento para avaliação do cumprimento das determinações;

4. Audiência, quando verificada a ocorrência de irregularidades decorrentes de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, bem como infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária ou patrimonial. A audiência é o chamamento do responsável ao processo para apresentação de defesa, explicando os motivos da prática do ato inquinado. A resposta à audiência se chama “razões de justificativa”;

5. Multa, seja pela prática de irregularidades ou ilegalidades, seja pela obstrução à realização de auditorias e inspeções, ou sonegação de processos ou informações requisitadas pelo TCU. A aplicação de multa em processo de fiscalização não implicará prejulgamento das contas ordinárias da unidade jurisdicionada, devendo o fato ser considerado no contexto dos demais atos de gestão do período envolvido;

6. Sustação de ato, caso em que se aplicam as regras que explicaremos abaixo, em separado;

                                                            6 Grosso modo, trata-se de espécie de “juntada” de um processo a outro.

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7. Conversão em Tomada de Contas Especial, se configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário. Isso se faz necessário porque somente em processo de contas é possível apurar com precisão o débito ao erário, bem como citar o responsável para, em defesa, apresentar sua resposta, que é denominada “alegações de defesa”.

Cuidado para não confundir! Audiência: chamamento ao processo para apresentação de defesa, em decorrência da prática de irregularidades ou ilegalidades de que não resultem dano ao erário. A resposta intitula-se razões de justificativa. Citação: chamamento ao processo para apresentação de defesa, em decorrência da prática de irregularidades ou ilegalidades de que resultem dano ao erário. A resposta é denominada alegações de defesa.

Acerca da sustação de atos passíveis de saneamento, já vimos que o trâmite veio regulado na CF/88, art. 71, IX, X, e §§ 1º e 2º. Eis a regra:

Em caso de ato administrativo : 1. Verificada a ilegalidade de ato em execução, o Tribunal assinará

prazo de até quinze dias para que o responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, com indicação expressa dos dispositivos a serem observados;

2. Caso não atendido, o TCU sustará a execução do ato impugnado; 3. Em seguida, comunicará a decisão à Câmara dos Deputados e ao

Senado Federal; 4. Poderá aplicar ao responsável, no próprio processo de fiscalização, a

multa prevista no inciso VII do art. 268, isto é, por descumprimento de decisão do Tribunal, salvo motivo justificado.

Em caso de contrato administrativo:

1. Verificada a ilegalidade de contrato em execução, o Tribunal assinará prazo de até quinze dias para que o responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, com indicação expressa dos dispositivos a serem observados;

2. Findo o prazo, se não atendido, o TCU poderá aplicar ao responsável, no próprio processo de fiscalização, a multa prevista no inciso VII do art. 268, isto é, por descumprimento de decisão do Tribunal, salvo motivo justificado;

3. Comunicará o fato ao Congresso Nacional, a quem compete adotar o ato de sustação e solicitar, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis;

4. Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito da sustação do contrato.

No mais, remetemos o aluno ao RITCU para a complementação do estudo, pois esse normativo estabelece regrinhas específicas para a fiscalização das transferências constitucionais e legais (art. 253), fiscalização de convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres (art. 254), fiscalização

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da aplicação de subvenções, auxílios e contribuições (art. 255), fiscalização da arrecadação da receita (art. 256) e fiscalização da renúncia de receitas (art. 257). O Tribunal realizará, ainda: a fiscalização, no âmbito de suas atribuições, do cumprimento, por parte dos órgãos e entidades da União, das normas da Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal; o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação dos processos de desestatização realizados pela administração pública federal, compreendendo as privatizações de empresas, incluindo instituições financeiras, e as concessões, permissões e autorizações de serviço público; a fiscalização das declarações de bens e rendas apresentadas pelas autoridades e servidores públicos; a fiscalização da aplicação dos recursos repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro por força da legislação vigente; outras fiscalizações determinadas por força de lei.

CAPÍTULO 4 – DELIBERAÇÕES E RECURSOS (LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO DO TCU)

Nesse capítulo, vamos estudar as seguintes deliberações do TCU: 4.1 Decisões em Julgamento de Contas; 4.2 Sanções; 4.3 Medidas Cautelares;

Além disso, veremos, claro, os recursos. Em verdade, todos os casos são deliberações do Tribunal, mas com diferenças. Vamos a elas!

4.1 – DECISÕES EM JULGAMENTO DE CONTAS Conceitos sobre processos de contas Além da fiscalização, outra atividade de grande importância realizada pelo Tribunal de Contas da União é o julgamento de contas. Por força da CF/88, art. 70, parágrafo único, deverá prestar contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Essa prestação de contas deverá ser feita ao Tribunal de Contas da União, pois esse é o órgão competente para julgá-las, consoante art. 71, II, da CF/88:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as

 

 

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execução de programas de governo etc. Assim, “prestar contas” é apresentar um processo constituído por esses documentos. A propósito, a LOTCU elenca, em seu art. 9º, alguns itens que devem obrigatoriamente compor as prestações e tomadas de contas:

Art. 9° Integrarão a tomada ou prestação de contas, inclusive a tomada de contas especial, durante8 outros elementos estabelecidos no regimento interno, os seguintes:

I - relatório de gestão;

II - relatório do tomador de contas, quando couber;

III - relatório e certificado de auditoria, com o parecer do dirigente do órgão de controle interno, que consignará qualquer irregularidade ou ilegalidade constatada, indicando as medidas adotadas para corrigir as faltas encontradas;

IV - pronunciamento do Ministro de Estado supervisor da área ou da autoridade de nível hierárquico equivalente, na forma do art. 52 desta lei.

Devemos dar destaque a que todas as tomadas ou prestações de contas submetidas ao TCU para fins de julgamento devem estar acompanhadas de parecer, relatório e certificado de auditoria do órgão de controle interno. Isso acontece porque o órgão de controle interno faz um exame preliminar das contas de cada órgão ou entidade, antes do encaminhamento ao TCU. Como resultado, faz consignar suas constatações nesses documentos de auditoria, por meio das quais informará qualquer irregularidade ou ilegalidade verificada, bem como as medidas adotadas para correção, ainda no âmbito interno. Nas tomadas ou prestações de contas devem ser incluídos todos os recursos, orçamentários e extra-orçamentários, utilizados, arrecadados, guardados ou geridos pela unidade ou entidade ou pelos quais ela responda. A finalidade do instituto da prestação de contas é demonstrar a conformidade e o desempenho da gestão, ou seja, a boa e regular aplicação dos recursos públicos a cargo do responsável. Os processos de contas podem ser dos seguintes tipos:

Tomada de Contas Ordinária: processo de contas relativo à avaliação da gestão anual dos responsáveis por unidades da administração federal direta (órgãos). Exemplo: Ministérios;

Prestação de Contas Ordinária: processo de contas relativo à avaliação da gestão anual dos responsáveis por unidades da administração federal indireta (entidades) e por aquelas não classificadas como integrantes da administração federal direta (ex. entes paraestatais, ou 3º setor, como os serviços sociais autônomos);

                                                            8 Essa palavra parece estar equivocada na Lei Orgânica. A melhor interpretação deve ser mediante utilização do termo “além de” ou “afora”.

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Tomada de Contas Especial (TCE): instaurada apenas em hipótese de dano ao erário, situação em que se constituirá um processo de contas específico (especial) para verificar essa ocorrência, com a finalidade de apurar os fatos, identificar os responsáveis e quantificar o dano.

Tomada de Contas Extraordinária: processo de contas organizado quando da extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização de unidades jurisdicionadas da Administração Direta.

Prestação de Contas Extraordinária: processo de contas organizado quando da extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização de unidades jurisdicionadas da Administração Indireta.

Perceba que as tomadas e prestações de contas ordinárias são prestadas regularmente, todos os anos, independente de qualquer fato específico. As contas especiais e extraordinárias, por sua vez, demandam a ocorrência de alguma situação fática peculiar. No primeiro caso, um fato que enseja dano ao erário (ex. furto de bens públicos). No segundo, a extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização de órgãos ou entidades, ou seja, o encerramento das atividades.

Mudança recente no paradigma nas prestações de contas Até o final do exercício de 2007, era generalizada a obrigação de prestar contas. Salvo os dispensados de apresentar qualquer documentação periodicamente ao Tribunal, todos os demais jurisdicionados estavam obrigados a elaborar processos de contas e enviá-las ao TCU para julgamento. Essa situação gerava um volume imenso de trabalho para o órgão, nem sempre obtendo a efetividade necessária. Tendo em vista esse quadro, a Instrução Normativa/TCU no 57, de 27/08/2008, modificou o paradigma da prestação de contas. Conforme critérios de materialidade (recursos envolvidos), risco (potencial de irregularidades decorrente da atividade ou histórico do órgão ou entidade) e relevância (importância sócio-econômica do órgão ou entidade), as unidades jurisdicionadas foram divididas em dois grupos:

Um que apresentará apenas relatórios de gestão ao TCU, diretamente ou por meio do controle interno, que abrangerão a gestão dos respectivos responsáveis. Esses jurisdicionados não estão obrigados a apresentar o processo formal de prestação de contas. Os relatórios de gestão não serão submetidos a julgamento do TCU. Apenas ficarão disponíveis para consulta, como fonte de dados, o que não elide o exercício do controle externo por outros meios (fiscalizações, representações, denúncias etc.);

Outro que apresentará contas ordinárias para fins de julgamento, sob a forma de tomada ou prestação de contas tradicionais, para efeito de apreciação e julgamento.

O grupo que apresentará apenas relatório de gestão não terá contas julgadas pelo Tribunal em um determinado ano. Porém, noutro exercício esse grupo pode ser alterado, de modo que alguns jurisdicionados sejam incluídos na obrigação de prestar contas, e outros excluídos, como forma de gerar expectativa de controle e promover o rodízio. Os órgãos e

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entidades dispensados de prestar contas tradicionais em determinado ano são escolhidos por não terem histórico de irregularidades, por gerirem poucos recursos, ou então pela menor relevância de suas atividades, se comparados com outros órgãos e entidades. Dessa maneira, é de se concluir que somente algumas unidades jurisdicionadas prestarão contas, e as terão julgadas. As demais apresentarão apenas relatório de gestão, que ficará disponível para consulta do TCU e da sociedade, como fonte de informação para outros trabalhos de controle que não o julgamento de contas.

A emissão do parecer prévio sobre as contas políticas do Presidente da República, ou dos pareceres prévios sobre as Contas do Governo da República, não exclui a competência do Tribunal para o julgamento das contas dos responsáveis pelos respectivos órgãos. Já vimos que as contas administrativas não se confundem e não interferem nas contas políticas, e vice-versa. O Tribunal estabelece em atos normativos próprios os prazos de que dispõe os órgãos e entidades para apresentarem ao TCU seus processos de contas. Ao final desses prazos, a falta de apresentação da tomada ou prestação de contas pode caracterizar omissão na prestação de contas. O Tribunal deverá julgar as tomadas e prestações de contas até o término do exercício seguinte àquele em que lhe tiverem sido apresentadas. Assim, se a prestação de contas de 2007 de um órgão tiver sido apresentada ao longo de 2008 (após o encerramento do exercício a que se refere, logicamente), esse processo deve ser julgado até o término do ano de 2009, em regra. Tipos de decisão As decisões tomadas pelo TCU em processo de prestação ou de tomada de contas, mesmo especial ou extraordinária são de três tipos. Isso não quer dizer que os demais processos a cargo da Corte de Contas (fiscalizações, representações, denúncias etc.) não sejam decididos, mas apenas que não geram uma decisão segundo as classificações que aqui veremos. A decisão em processo de tomada ou prestação de contas pode ser preliminar, terminativa ou definitiva.

Decisão Preliminar:

É a decisão pela qual o relator ou o Tribunal, antes de pronunciar-se quanto ao mérito das contas, resolve sobrestar o julgamento, ordenar a citação ou a audiência dos responsáveis, rejeitar as alegações de defesa e fixar novo e improrrogável prazo para recolhimento do débito ou, ainda, determinar outras diligências necessárias ao saneamento do processo.

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Entende-se por sobrestamento a suspensão da análise do processo na unidade técnica por prazo determinado, para o aguardo de informações que ainda não estão disponíveis, ou então para esperar o julgamento de outro processo que guarde correlação com o sobrestado. A citação e a audiência correspondem ao chamamento ao processo dos responsáveis para apresentação de defesa, por irregularidades com débito (citação) e sem dano ao erário (audiência). A rejeição das alegações de defesa se dá quanto, após análise da resposta de uma citação, se verifica que o responsável teve boa-fé e cometeu apenas uma irregularidade. Nesse caso, é prolatada uma decisão preliminar, em se dá nova oportunidade para ressarcimento do débito ao erário, o que, se ocorrer, virá a sanear o processo e ele será julgado regular com ressalvas – nessa situação, o responsável “escapa” de um julgamento pela irregularidade, em homenagem à boa-fé (veremos mais adiante). Finalmente, diligências são outras medidas necessárias à instrução do processo, a exemplo da solicitação de documentos. No caso de tomada de decisão preliminar pelo relator, ela poderá ou não ser publicada no Diário Oficial da União, a seu critério (RITCU, art. 203). As decisões definitivas e terminativas do Tribunal (do colegiado, ou seja, de todos os Ministros e não de um só) serão necessariamente publicadas. Em todos esses casos, perceba que o Tribunal ou o relator profere uma decisão, mas não entra no mérito das contas avaliadas nem põe fim ao processo. São adotadas apenas medidas prévias ao julgamento definitivo, necessárias para dar andamento processual. Por isso, a decisão é preliminar.

Decisão Terminativa:

É decisão pela qual o Tribunal ordena o trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis, ou determina o seu arquivamento pela ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo ou por racionalização administrativa e economia processual, nos termos dos arts. 211 a 213 do RITCU.

Aluno pergunta ao professor: “o que são contas iliquidáveis”? Resposta: As contas serão consideradas iliquidáveis quando caso fortuito ou de força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, tornar materialmente impossível o julgamento de mérito. Nesse caso, o Tribunal ordenará o trancamento das contas e o conseqüente arquivamento do processo, que não será objeto de decisão de mérito. Porém, dentro do prazo de cinco anos contados da publicação, no Diário Oficial da União, da decisão terminativa, o Tribunal poderá, à vista de novos elementos considerados suficientes, autorizar o desarquivamento do processo e determinar que se ultime a respectiva tomada ou prestação de contas. Por outro lado, transcorrido esse prazo sem que tenha havido nova decisão, as contas serão consideradas encerradas, com baixa na responsabilidade do administrador.

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Exemplo: suponha que um grave incêndio tenha destruído totalmente os arquivos de um órgão público, bem como seus sistemas informatizados, que não possuíam back-up. Em situação como essa, a pessoa responsável pode ficar impossibilitada de apresentar o processo de contas, por faltarem os dados de gestão, que foram destruídos. Nesse caso, as contas podem ser consideradas iliquidáveis (não é possível liquidá-las, no sentido de encerrá-las), pois um evento de força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, impediu o oferecimento dos dados necessários ao julgamento das contas. Porém, se o incêndio tiver sido causado intencionalmente pelo responsável, como forma de destruir registros de práticas ilícitas, irregulares, não será caso de trancamento das contas. O fato motivador da impossibilidade de julgamento das contas deve ser alheio à vontade do responsável. Senão, ficava fácil escapar de irregularidades, não é mesmo? Outro exemplo: suponha que o gestor preste contas ao Tribunal, porém elas ficam muito tempo no órgão, paradas, sem qualquer providência9. Depois de transcorridos mais de dez, quinze anos, o processo é retomado e o Tribunal resolve dar-lhe um fim, julgando-o. Antes disso, porém, ele solicita ao órgão ou ao gestor determinadas informações necessárias à análise e formação de juízo sobre a gestão. O problema é que, depois de tantos anos, muitos documentos já se perderam, passaram-se várias gestões e, provavelmente, os registros mais antigos já sequer existem mais. Isso pode prejudicar a análise da gestão, ou então a própria ampla defesa do envolvido. Nesse caso, é plausível que o Tribunal decida pelo trancamento das contas, por considerá-las iliquidáveis, uma vez que já se passou muito tempo e a gestão não pode mais ser avaliada a contento. No caso de contas julgadas de forma terminativa, consideradas iliquidáveis e trancadas, o Tribunal também não entra no mérito, não avalia se a gestão é regular, regular com ressalvas ou irregular. Simplesmente porque não tem elementos suficientes para fazer isso. Trata-se de mais um tipo de decisão que não decide o mérito do processo. Após o julgamento terminativo, ainda se aguarda cinco anos, tempo razoável o aparecimento de novos elementos, que podem ser considerados suficientes para analisar, efetivamente, a gestão. Nesse caso, o Tribunal pode autorizar o desarquivamento do processo e determinar que se ultime a respectiva tomada ou prestação de contas, para fins de julgamento definitivo.

Decisão Definitiva: Diferentemente das decisões preliminar e terminativa, nas quais o mérito da gestão dos responsáveis não é decidido, na decisão definitiva isso ocorre. Com efeito, o Tribunal expede um juízo final, definitivo, acerca de legalidade e da regularidade dos atos dos responsáveis em um determinado processo de contas.                                                             9 Isso não costuma acontecer no TCU, mas é uma hipótese!

 

 

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que o Tribunal não tem outra opção senão julgar as contas irregularidades, em qualquer dessas situações. O § 1º do mesmo art. 209, porém, concede a faculdade, não mais obrigação, de julgar irregulares as contas no caso de descumprimento de determinação anterior do Tribunal. Vejamos esse dispositivo:

§ 1º O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido ciência, feita em processo de tomada ou prestação de contas.

Nesse caso, confirmado o descumprimento de determinação (que tem força obrigatória para o destinatário, lembra?) em processo de tomada ou prestação de contas anterior pode ensejar a irregularidade de contas posteriores, de outros exercícios, desde que o responsável tenha tido ciência daquela decisão. O § 2º estabelece mais uma hipótese de irregularidade das contas, porém esse é outro caso em que o julgamento deve ser obrigatoriamente pela irregularidade, dada a forma como foi empregado o verbo:

§ 2º A prestação de contas em desacordo com as normas legais e regulamentares aplicáveis à matéria ou que não consiga demonstrar por outros meios a boa e regular aplicação dos recursos ensejará a irregularidade das contas, nos termos do inciso II, sem prejuízo da imputação de débito.

Essa previsão regimental reflete, em primeiro lugar, o caso em que o gestor apresenta o processo de prestação ou tomada de contas ao Tribunal, porém o faz em desacordo com as normas aplicáveis à matéria. Um exemplo é quando ele não apresenta todas as peças exigidas, ou então as peças são apresentadas, mas não contêm as informações necessárias. Em segundo lugar, há a hipótese em que as contas são apresentadas, mas não conseguem demonstrar a boa e regular aplicação dos recursos públicos. Em ambos, o Tribunal deverá julgar as contas irregulares pela prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo ou antieconômico, ou infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, o que não exclui eventual apuração de débito ao erário. Conseqüências da irregularidade nas contas

1. Omissão no dever de prestar contas: Nesse caso, o responsável infringiu a obrigação constitucional10 e legal11 de prestar contas da sua gestão. Como é do gestor o ônus da prova quanto à boa e regular aplicação dos recursos públicos (Decreto-Lei no 200/67, art. 9312), sua omissão significa uma presunção relativa de irregularidade das                                                             10 CF/88, art. 70, parágrafo único. 11 LOTCU, arts. 6º e 7º. 12 Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de justificar seu bom e regular emprêgo na conformidade das leis, regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas competentes.

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contas e dano ao erário, a qual, naturalmente, admite prova em contrário (presunção juris tantum). Diante disso, o responsável deverá ser citado para apresentar defesa, modalidade de chamamento ao processo em caso de débito ao erário. Uma vez citado pela omissão, pode ser que o responsável apresente a prestação de contas ou não (ele pode fazer defesa em outro sentido). A apresentação de prestação de contas posterior não elidirá a irregularidade, podendo o débito ser afastado caso a documentação apresentada esteja de acordo com as normas legais e regulamentares e demonstre a boa e regular aplicação dos recursos. Vou explicar com outras palavras para reforçar. A omissão na prestação de contas significa descumprimento à norma e implica a presunção relativa de dano ao erário. Citado para se defender, se o responsável apresentar a prestação de contas, ele pode se livrar da imputação de débito, caso a documentação comprove a boa e regular aplicação dos recursos. Porém, não elidirá a irregularidade 2. Responsabilidade solidária: Nas situações previstas em “b” (prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo ou antieconômico, ou infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial), “c” (dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico) e “d” (desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos), o Tribunal, ao julgar irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária: do agente público que praticou o ato irregular e do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado. Nesse caso, a jurisdição do Tribunal pode alcançar o terceiro (particular, sem vínculo com a Administração) no caso de esse, como parte interessada na prática do mesmo ato, haja concorrido para o cometimento do dano apurado. Assim, suponha que um servidor público tenha combinado com um analista de informática (sem vínculo com a Administração) para que, por meio do computador da repartição, pudessem quebrar mecanismos de segurança dos sistemas e, assim, conseguir desviar recursos do Tesouro para suas contas correntes particulares. Nessa situação, configurado o desfalque de recursos públicos, ambos podem ser condenados a devolver o valor total desviado, em solidariedade, corrigido e atualizado monetariamente. O terceiro deve, necessariamente, agir em conluio com a agente público para que se possa alcançá-lo. Devemos lembrar os alunos que dano ao erário causado por particular sem vínculo público, ou conluio com agente da Administração, deve ser resolvido na esfera civil, mediante ação de ressarcimento. É o caso do particular que colide com veículo oficial, ou

                                                                                                                                                                               

 

 

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Apenas como conseqüência, o responsável pelo controle interno pode ser alcançado em solidariedade. Assim, se o representante do controle interno se omitir em comunicar ao Tribunal uma ilegalidade, mas essa depois for descaracterizada pelo TCU, não é possível apená-lo. Logicamente, a responsabilidade solidária do agente do controle interno só tem lugar em relação a atos que provoquem débito ao erário, uma vez que a multa é sempre de caráter pessoal, não podendo ser imputada em responsabilidade solidária. Em outras palavras, o responsável pelo controle interno só poderá ser condenado em solidariedade por prejuízo ao erário em processo de contas quando os responsáveis diretos por essas contas forem julgados em débito. Assim, a condenação do agente de controle interno pressupõe a condenação do responsável direto envolvido na irregularidade ou ilegalidade, solidariamente. 3. Remessa de documentação ao Ministério Público: Nos casos de dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico ou desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, o Tribunal, após o julgamento, determinará a remessa de cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações cabíveis, uma vez que pode restar configurado crime. Como opção, o TCU ainda pode decidir sobre essa mesma providência também nas hipóteses de omissão no dever de prestar contas e prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo ou antieconômico, ou infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial. 4. Aplicação de multa: Quando julgar as contas irregulares:

havendo débito, o Tribunal condenará o responsável ao pagamento da dívida atualizada monetariamente, acrescida dos juros de mora devidos, podendo, ainda, aplicar-lhe multa de até cem por cento do valor atualizado do dano causado ao erário, conforme estabelecido no art. 57 da LOTCU;

Não havendo débito, mas evidenciada omissão no dever de prestar contas, prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo ou antieconômico, ou infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, ou dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico, o Tribunal aplicará ao responsável a multa prevista no inciso I do art. 268 do RITCU (contas julgadas irregulares, sem débito).

5. Fato impeditivo: Nos termos do Regimento Interno:

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Art. 206. A decisão definitiva em processo de tomada ou prestação de contas ordinária constituirá fato impeditivo da imposição de multa ou débito e outros processos nos quais constem como responsáveis os mesmos gestores. § 1º No caso do caput, a apreciação das irregularidades apuradas nos outros processos dependerá do conhecimento de eventual recurso de revisão interposto pelo Ministério Público, na forma do art. 288.

A decisão definitiva em processo de tomada ou prestação de contas significa, a princípio, que o Tribunal avaliou a gestão como um todo daquele responsável, relativa a um determinado exercício, e não verificou irregularidades. Assim, essa situação está protegida pelo manto da “coisa julgada administrativa” que impede que fatos novos, surgidos após a decisão, modifiquem a situação jurídica do gestor responsável. Nessas circunstâncias, dispõe a norma que a decisão definitiva configura fato impeditivo para imposição de debito ou multa em outros processos relativos ao mesmo exercício, a exemplo de denúncias, representações, tomada de contas especiais. O responsável, porém, não se torna “irresponsável” absoluto após a decisão. Nesses casos protegidos por coisa julgada administrativa, cabe um procedimento singular. Para que se apurem as novas irregularidades surgidas após decisão definitiva, o Ministério Público junto ao TCU precisa interpor um recurso de revisão, o que provoca a reabertura das contas anteriormente decididas, para nova avaliação. Ao final, haverá outra decisão definitiva de mérito, que contemplará os fatos novos.

Veremos na próxima aula que o recurso de revisão é a espécie recursal apropriada para reabrir um processo de contas já decidido, com base em fatos novos surgidos após a decisão do Tribunal, com potencial para modificação do mérito. Apenas para exemplificar, suponha que as contas de uma empresa pública, relativas ao exercício de 2007, tenham sido julgadas regulares em 2008. Em 2009, contudo, surgem diversas notícias na imprensa, bem como denúncias ao TCU, de desvio de recursos públicos. Isso pode ser apurado em sede de denúncia, ou terminar por provocar uma TCE, relativos a atos de gestão de 2007, cujas contas já haviam sido julgadas. Nesse caso, o TCU deve comunicar ao MPjTCU para que esse, se julgar pertinente, interponha o devido recurso de revisão para reabrir as contas já julgadas e proferir, após a devida apreciação, nova decisão. Reconhecimento da boa-fé do responsável Quando nas contas for apurado débito ao erário, o responsável precisa ser citado para apresentar defesa. Na resposta à citação, antes do julgamento definitivo, deverá ser examinada a ocorrência de boa-fé na conduta do responsável e a inexistência de outra irregularidade nas contas. Comprovados esses requisitos, mas subsistindo o débito, o Tribunal proferirá, mediante acórdão, deliberação de rejeição das alegações de

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defesa (espécie de decisão preliminar, como já visto) e dará ciência ao responsável para que, em novo e improrrogável prazo de quinze dias, recolha a importância devida. Temos aqui o caso em que um débito ao erário não decorre de má-fé, podendo ter ocorrido por falta de zelo do responsável, força maior ou caso fortuito, por exemplo. Nessa situação, e não havendo outra irregularidade nas contas, o Tribunal dará nova oportunidade para que o indivíduo recolha o valor. A liquidação tempestiva do débito atualizado monetariamente saneará o processo e o Tribunal julgará as contas regulares com ressalva e dará quitação ao responsável. Essa é a única situação em que uma irregularidade nas contas (débito) pode levar a um julgamento pela regularidade com ressalva, dependendo, no entanto, dos requisitos de liquidação tempestiva do débito corrigido monetariamente, boa-fé e inexistência de outra irregularidade. Não reconhecida a boa-fé do responsável ou havendo outras irregularidades, o Tribunal proferirá, desde logo, o julgamento definitivo de mérito pela irregularidade das contas. Em forma de esquema: Execução das decisões em tomada e prestações de contas A publicação da decisão definitiva em processos de contas resulta em:

Resposta à citação (alegações de defesa)

Havendo: boa-fé (+) apenas uma irregularidade nas contas.

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No caso de contas Regulares: quitação plena; No caso de contas Regulares com ressalva: quitação com determinações; No caso de contas Irregulares:

a) título executivo bastante para a cobrança judicial da dívida decorrente do débito ou da multa, se não recolhida no prazo pelo responsável. Como já visto, o caráter de título executivo extrajudicial dispensa inscrição em dívida ativa e o processo civil de conhecimento junto ao Poder Judiciário. A dívida pode ir diretamente para a fase de execução judicial contra o devedor; b) obrigação de o responsável, no prazo de quinze dias, provar, perante o Tribunal, o pagamento da quantia correspondente ao débito que lhe tiver sido imputado ou da multa cominada. Os valores poderão ser pagos de forma parcelada, em até 24 parcelas. Provado o pagamento integral, à vista ou após a última parcela, o Tribunal expedirá quitação do débito ou da multa.

Em caso de não pagamento, após o prazo devido, o Tribunal poderá adotar um dos seguintes caminhos para obtenção dos valores devidos a título de débito ou multa:

determinará o desconto integral ou parcelado da dívida nos vencimentos, subsídio, salário ou proventos do responsável, caso esse tenha vínculo com o serviço público, observados os limites previstos na legislação pertinente13;

autorizará, alternativamente, a cobrança judicial da dívida, por intermédio do Ministério Público junto ao Tribunal;

providenciará a inclusão do nome do responsável no Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal – Cadin;

Outra conseqüência possível para a irregularidade das contas é a declaração de inelegibilidade do responsável, nos termos da Lei Complementar no

64/1990, que dispõe sobre inelegibilidade eleitoral:

Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo: g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se a questão houver sido ou estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 5 (cinco) anos seguintes, contados a partir da data da decisão;

Para cumprimento desta norma, o TCU, com a devida antecedência ou quando solicitado, enviará ao Ministério Público Eleitoral o nome dos responsáveis cujas contas houverem sido julgadas irregulares nos cinco anos imediatamente anteriores à época em que forem realizadas eleições no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.                                                             13 Para o caso de servidores estatutários, aplica-se a Lei no 8.112/1990: Art. 46 As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. (...) § 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. 

 

 

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TCE deve partir da iniciativa de um agente público interno ao órgão ou entidade, no exercício do poder de auto-tutela. Antes de instaurar a TCE, porém, a autoridade deve tomar as medidas internas com vistas à obtenção do ressarcimento. A autoridade só deve efetivamente iniciar a Tomada de Contas Especial se verificada a impossibilidade de resolução amigável da questão, isto é, após o esgotamento das vias administrativas.

Por outro lado, na ocorrência de perda, extravio ou outra irregularidade sem que se caracterize a má-fé de quem lhe deu causa, se o dano for imediatamente ressarcido, a autoridade administrativa competente deverá, em sua tomada ou prestação de contas ordinária, comunicar o fato ao Tribunal, ficando dispensada desde logo a instauração de tomada de contas especial.

§ 1º Não providenciado o disposto no caput, o Tribunal determinará a instauração de tomada de contas especial, fixando prazo para cumprimento dessa decisão.

A autoridade administrativa dispõe de 180 dias para instauração da TCE, findo o qual, se não instaurado o procedimento, o Tribunal deve determinar para que ela o faça, mas não pode instaurar por conta própria.

Não se confunda! A TCE não deve ser instaurada pelo controle interno, tampouco pelo TCU. A competência para instauração (autuação de processo administrativo específico) é sempre da autoridade administrativa competente. O controle interno não é competente para instaurar TCE, apenas para recomendar à autoridade competente sua instauração, pois o controle que efetua é meramente opinativo. O TCU, por sua vez, não instaura (em sentido estrito) uma TCE. As providências que ele toma são de natureza distinta: a) O Tribunal pode converter em TCE processo de fiscalização de atos

e contratos, se no seu curso ficar configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário, nos termos do RITCU, art. 252. É de se notar que, nesse caso, não houve autuação de processo específico (abertura, instauração), mas simplesmente conversão de modalidade de processo anteriormente existente.

b) O Tribunal pode determinar à autoridade administrativa que ela instaure TCE, em caso de omissão (RITCU, art. 197, § 1º).

Não obstante a competência para instauração da TCE seja da autoridade administrativa, somente o TCU é competente para julgá-la, por força da parte final do art. 71, II, da CF/88: II - julgar (...) daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público. Assim sendo, esgotadas todas as medidas ao alcance da autoridade administrativa visando à apuração dos fatos irregulares, à perfeita

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identificação dos responsáveis e ao ressarcimento do erário, a tomada de contas especial será encaminhada ao Tribunal para julgamento. Isso quer dizer que a TCE tem duas fases:

Fase Interna: é a que ocorre no órgão onde ocorreu o fato danoso ao erário. Nesta etapa, procede-se à apuração dos fatos, quantificação do débito e identificação dos responsáveis;

Fase Externa: é aquela que se desenvolve no TCU, após a Administração encaminhar a TCE para lá. Neste momento processual, o responsável será formalmente chamado para apresentar defesa, na forma de citação, e posteriormente o processo será julgado15.

A TCE deverá ser imediatamente enviada ao TCU para fins de julgamento? Resposta: não. A tomada de contas especial será, desde logo, encaminhada ao Tribunal para julgamento, se o dano ao erário for de valor igual ou superior à quantia fixada pela Tribunal para esse fim, que atualmente é de R$ 23.000,00. Essa quantia costuma ser chamada de limite ou valor de alçada. Se o dano for de valor inferior ao limite de alçada, a tomada de contas especial não será imediatamente enviada. Ela deverá ser anexada à respectiva tomada ou prestação de contas ordinária do administrador ou ordenador de despesa, para envio após o encerramento do exercício e julgamento em conjunto. Após a fase de defesa, por meio de citação e respectiva resposta (alegações de defesa), a TCE deverá ser encaminhada para julgamento, que pode ser pela regularidade, regularidade com ressalvas ou irregularidade, da mesma forma que as contas anuais. Pode se aplicar ainda, mesmo em TCE, a previsão de reconhecimento de boa-fé sem outras irregularidades nas contas, liquidação tempestiva do débito e julgamento pela regularidade com ressalvas, se atendidos os requisitos. Se as contas forem julgadas irregulares com débito, poderá haver condenação do responsável16 para ressarcimento dos valores ao erário, devidamente corrigidos e com aplicação de juros de mora. O Tribunal pode, também, aplicar multa de até 100% do débito causado ao erário (LOTCU, art. 57). Deve-se cuidar para não confundir a Tomada de Contas Especial com o Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), previsto na Lei no 8.112/1990. Vejamos as diferenças:

TCE PAD

Finalidade Apuração, quantificação e

responsabilização por danos ao erário.

Apurar irregularidade funcional no serviço

público.

                                                            15 Nas TCEs originárias de conversão pelo Tribunal de Contas, não há fase interna. 16 Ou dos responsáveis, se mais de um, podendo haver condenação em solidariedade, também.

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Sujeitos passivos

Pessoas físicas ou jurídicas responsáveis

pela gestão de recursos públicos.

Servidor público

Competência para julgamento

Tribunal de Contas Autoridade administrativa

Por fim, o esquema abaixo resume de forma simplificada as hipóteses de instauração e objetivos da TCE:

Por hoje é só, pessoal! Despeço-me por aqui, deixando para vocês um rol de exercícios de fixação da matéria. Tenham força e perseverança, pois só falta uma aula! Nos vemos no próximo encontro.

Omissão no dever de prestar contas 

Não-comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União a

estados, DF e municípios, na forma de convênios, acordos, ajustes ou

instrumentos congêneres 

Desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores

públicos

Prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de

que resulte dano ao erário 

TCE

Apuração dos fatos

Identificação dos responsáveis

Quantificação do dano

Defesa

Julgamento 

Fase Interna  Fase Externa 

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Grande abraço,

Antonio Saraiva

EXERCÍCIOS

1) (CESPE/TCU2007/Técnico de Controle Externo) Apenas um dos ministros do TCU pode ser livremente escolhido pelo presidente da República entre os cidadãos brasileiros que preencham os requisitos constitucionalmente estabelecidos para o exercício desse cargo. 2) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo) Se o Plenário decidir alterar a competência das câmaras, essa deliberação deverá ter a forma de uma resolução.

3) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo) O projeto de enunciado de uma súmula deve ser aprovado por maioria qualificada de dois terços dos membros integrantes do órgão competente para deliberar acerca da matéria sumulada.

4) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo) Se um órgão do TCU tomar decisão incompatível com uma súmula anteriormente enunciada, essa súmula será considerada tacitamente revogada.

5) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo) É vedado ao plenário do TCU realizar sessões ordinárias de caráter reservado.

6) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo) O recesso que ocorre no período de 17 de dezembro a 16 de janeiro não causa a interrupção dos prazos para a interposição de recurso contra decisões em processos de tomada de contas.

7) (CESPE/TRF5-2007/Juiz) Compete ao tribunal de contas realizar por iniciativa própria, e não, por requisição de qualquer das casas do Congresso Nacional ou de comissão parlamentar de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil e financeira, orçamentária, operacional e patrimonial em qualquer das atividades administrativas dos três poderes.

8) (CESPE/TRT9-2007/Analista Judiciário/Engenharia Civil) Compete ao Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizar a aplicação de recursos públicos repassados pela União mediante convênio aos estados, ao Distrito Federal ou a município.

Considere que tenha sido formulada denúncia ao TCM/GO, contra certo gestor público. Em face dessas considerações, julgue os itens abaixo acerca do procedimento da denúncia. 9) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas) Ao formular a denúncia, o denunciante não precisa se identificar formalmente. 10) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas) É vedado o tratamento sigiloso às denúncias formuladas ao TCM/GO.

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11) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas) O TCM/GO não conhecerá da denúncia formulada contra o gestor público se esta estiver desacompanhada de indícios concernentes à irregularidade ou à ilegalidade denunciada. Qualquer pessoa física, órgão ou entidade que utilizem, arrecadem, guardem, gerenciem ou administrem dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta assumam obrigações de natureza pecuniária, sujeitam-se à atuação do Tribunal de Contas da União (TCU). Quanto às decisões do TCU em processo de tomada ou prestação de contas, julgue os itens que se seguem. 12) (CESPE/INMETRO2007/ Analista Executivo em Metrologia e Qualidade/Ciências Contábeis) Ainda que haja reincidência no descumprimento de determinação que o responsável tenha tido ciência, o TCU não poderá julgar irregulares as contas. 13) (CESPE/INMETRO2007/ Analista Executivo em Metrologia e Qualidade/Ciências Contábeis) Em processo de tomada ou prestação de contas, a decisão poderá ser preliminar, definitiva ou terminativa.

14) (CESPE/INMETRO2007/ Analista Executivo em Metrologia e Qualidade/Ciências Contábeis) A qualquer tempo, à vista de novos elementos que considere suficientes, o TCU poderá autorizar o desarquivamento de processo e determinar que se ultime a respectiva tomada ou prestação de contas.

15) (CESPE/INMETRO2007/ Analista Executivo em Metrologia e Qualidade/Ciências Contábeis) No apoio ao controle externo, os órgãos integrantes do sistema de controle interno devem realizar auditorias nas contas dos responsáveis sob seu controle, emitindo relatório, certificado de auditoria e parecer. 16) (CESPE/ME2008/Administrador) O TCU pode manter anônima, sob sigilo, a autoria de denúncia de ilícito administrativo.

17) (CESPE/TRT-1ªREGIÃO/2008/Técnico Judiciário/Administrativa) É inconstitucional que o TCU mantenha no anonimato o autor das denúncias.

18) (CESPE/ME2008/Administrador) Caso houvesse uma denúncia de que o Banco Central do Brasil teria comprado títulos emitidos pela União, em desacordo com as normas estabelecidas pela Lei Complementar n.º 101/ 2000 — Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) —, o TCU teria competência formal para examinar tal denúncia.

19) (CESPE/MRE2008/Assistente de Chancelaria/Prova do Curso de Preparação) Caso ocorra, em relação ao erário, dano decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico, as contas serão julgadas irregulares.

20) (CESPE/MS-PS2008/Planejamento Orçamentário, Controle e Prestação de Contas) A diferença entre a definição legal de prestação de contas e de tomada de contas é que, no primeiro caso, as informações necessárias à avaliação do controle externo são fornecidas voluntariamente pelos respectivos gestores, enquanto, no caso da tomada de contas, as informações são obtidas diretamente pelo TCU.

21) (CESPE/DFTRANS2008/Analista de Transportes Urbanos/Administrador) Mesmo que não seja detentor de mandato político,

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qualquer cidadão é parte legítima para, nos termos legais, denunciar irregularidades ou ilegalidades junto aos respectivos tribunais de contas.

22) (CESPE/STF/2008/Analista Judiciário/Judiciária) Cabe ao TCU apurar, por meio de tomada de contas especial, a responsabilidade do responsável por convênio, inclusive com a possibilidade de aplicação de pena pecuniária, que servirá como título executivo extrajudicial.

23) (CESPE/TRT-5ªREGIÃO/2008/Analista Judiciário/Administrativa) As contas dos responsáveis por recursos públicos no TRT da 5.ª Região são julgadas pelo TCU.

24) (CESPE/SEFAZ-ES2008/Consultor do Executivo/Área Fazendária/Administração) No que tange ao controle externo a posteriori, se evidenciadas impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário, as contas serão consideradas irregulares, preservados os direitos do ordenador auditado de ampla defesa e contraditório.

25) (CESPE/TRE-GO2008/Analista Judiciário/Contabilidade) A prestação de contas é o processo de contas relativo à avaliação da gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas da administração federal indireta e por aquelas não classificadas como integrantes da administração federal direta.

26) (CESPE/ANATEL2009/Analista/Administração) O TCU poderá, mediante novos elementos, autorizar o desarquivamento e determinar que se ultime a prestação ou tomada de contas no caso das decisões definitivas, desde que nos cinco anos subsequentes à publicação dessa decisão.

27) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) Se um Ministro do TCU desejar que a área técnica realize alguma auditoria, deverá enviar sua solicitação ao presidente do Tribunal, ao qual, então, caberá determinar a realização do trabalho.

28) (CESPE/TCE-RN2002/Procurador) No decorrer de inspeção ou auditoria, verificada a ocorrência de alcance ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos, ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário, o TCE/RN, à vista de proposta do relator, ordenará, desde logo, a conversão do processo em tomada de contas especial.

29) (CESPE/TCU2007/Analista de Controle Externo) Considere a seguinte situação hipotética. No processo de fiscalização para apuração da denúncia de desvio de recursos da União repassados à prefeitura do município X para a elaboração de cartilha contra o uso de drogas, constatou-se que a prefeitura antecipou o pagamento à empresa contratada sem que tivesse havido a execução do serviço. O TCU determinou a conversão da fiscalização em tomada de contas especial e citou os responsáveis, que alegaram defesa sem recolher o débito. O TCU não acatou a defesa, nem reconheceu boa-fé e julgou as contas do convênio irregulares pelo fato de ter havido prática de ato de gestão ilegal, que causou danos ao erário. Nessa situação, o TCU deverá responsabilizar solidariamente o agente público e o terceiro que concorreu com o cometimento do dano, podendo aplicar multa de até 100% do valor atualizado do dano causado ao erário, e, mesmo que haja o pagamento integral do débito e(ou) da multa, persistirá o julgamento quanto à irregularidade das contas.

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30) (CESPE/TCU2007/Analista de Controle Externo) Na hipótese de desvio de aplicações em curso, as tomadas de contas especiais serão encaminhadas imediatamente ao TCU, independentemente do valor do dano que já tiver sido causado ao erário. 31) (CESPE/TCU2007/Analista de Controle Externo) Uma decisão do TCU, em processo de tomada ou prestação de contas, só será considerada terminativa quando, transcorridos cinco anos do seu arquivamento, não for possível comprovar os fatos que tenham sobrestado o seu julgamento, por indícios de irregularidades.

32) (CESPE/TCU2007/Analista de Controle Externo) O conceito de irregularidade, na acepção da Lei Orgânica do TCU, é mais abrangente do que a existência de dano provocado por desfalque ou desvio de valores públicos, ou a prática de atos ilegais ou a mera omissão no dever de prestar contas. Atualmente, para julgar irregulares as contas, é suficiente a comprovação de dano provocado por ato antieconômico ou de prática de ato de gestão qualificado como antieconômico.

33) (CESPE/TCU2007/Analista de Controle Externo) A fiscalização do TCU não se limita à realização da despesa; compreende também a arrecadação da receita e as próprias renúncias de receitas, inclusive a verificação do real benefício socioeconômico dessas renúncias.

34) (CESPE/TCU2007/Analista de Controle Externo) Nos casos em que se constatar que o custo de uma cobrança é superior ao valor do ressarcimento devido por um agente público, em razão de irregularidade praticada, o TCU poderá cancelar o débito, mas o respectivo processo não poderá ser arquivado.

35) (CESPE/TCU2007/Analista de Controle Externo) O pagamento integral e tempestivo de multa imposta ao agente público no caso de contas julgadas irregulares modifica o julgamento quanto à irregularidade das contas.

36) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo) Considere que, instaurada tomada de contas especial em razão de irregularidades verificadas em obra pública federal, na qual se detectou a existência de dano ao erário, o TCU constatou que toda a documentação comprobatória da despesa fora destruída por violenta e inevitável inundação provocada por eventos naturais. Diante disso, o Tribunal pode, em decisão terminativa, ordenar o trancamento das contas, considerando-as iliquidáveis. Pode, também, julgar o mérito das contas, alguns anos depois, caso estejam presentes os requisitos legais aplicáveis.

37) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo) Considere a seguinte situação hipotética. Em 2004, foram repassados R$ 500 mil em recursos federais a determinado município mediante convênio destinado à reforma de escolas públicas. Na prestação de contas do ajuste, o órgão concedente verificou que houve desvio de valores públicos, mas não instaurou a tomada de contas especial (TCE). Pouco tempo depois, em processo de auditoria realizada pela unidade técnica competente, o TCU determinou que o órgão concedente adotasse as medidas necessárias à reparação do dano ao erário, sem prejuízo de instauração da devida TCE. Nessa situação, a deliberação do TCU foi acertada, pois, nos termos da Lei n.º 8.443/1992, o TCU não tem competência para instaurar a TCE, mas apenas para determinar a instauração desse procedimento, que deve ser direcionado à apuração dos fatos, à identificação dos responsáveis e à quantificação do dano. CERTO

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38) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo) Nos termos da lei, caso determinado responsável não acate decisão do TCU que lhe imputou débito, é possível que o Tribunal promova o ressarcimento do erário por outro meio legítimo, além da cobrança judicial da dívida promovida com o auxílio inicial do Ministério Público junto ao Tribunal.

39) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) Nas prestações de contas que os gestores públicos devem remeter periodicamente ao TCU, não há necessidade de inserção de demonstrativos referentes a recursos extra-orçamentários, pois, nesses casos, inexiste potencial de lesão ao erário.

40) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) Considere a seguinte situação hipotética. Na direção de ente da administração pública indireta, uma autoridade administrativa constatou que um agente público de seu quadro alcançou recursos públicos dolosamente e causou lesão ao patrimônio daquela pessoa jurídica. A referida autoridade determinou então a instauração de procedimento administrativo disciplinar e a comunicação dos fatos ao Ministério Público Federal. Nessa situação, a autoridade administrativa agiu corretamente, no que diz respeito à proteção do patrimônio público, de modo que não seria necessária a adoção de mais nenhuma providência por parte dela. 41) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) Se um determinado prédio público for atingido por inundação e, em conseqüência, não se mostrar mais possível o julgamento de mérito de um processo de tomada de contas especial, as contas devem ser julgadas iliquidáveis e o TCU deverá determinar o trancamento das contas; essa espécie de decisão é classificada pela Lei Orgânica do TCU como terminativa. 42) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) Nem todas as decisões dos relatores de procedimentos administrativos do TCU precisam ser, necessariamente, publicadas na imprensa oficial. 43) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) Pode o TCU constituir título executivo contra empresa privada. 44) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) Juridicamente, é possível ao TCU tomar contas de sociedade comercial estrangeira, em certas situações.

45) (CESPE/MS-PS2008/Planejamento Orçamentário, Controle e Prestação de Contas) Se o responsável pelas contas de um órgão sonegar informações ou documentos à fiscalização do TCU, inviabilizando o julgamento, as contas serão consideradas iliquidáveis, e o tribunal ordenará o seu trancamento até a obtenção dos esclarecimentos necessários à instrução e conclusão do processo. GABARITOS E COMENTÁRIOS: 1) Item certo. Questão que se baseia na CF/88, art. 73, § 2º, I. Das três vagas de Ministro do TCU a serem providas por indicação do Presidente da República, duas são vinculadas a integrantes dos cargos de Auditor e membro do MPjTCU. Apenas uma é de livre indicação, desde que o escolhido cumpra os requisitos constitucionais (CF/88, art. 73, § 1º). 2) Item certo. A resolução é o formato de deliberação adequado para aprovação de ato definidor da estrutura, atribuições e funcionamento do Tribunal, dentre os quais, ato definidor de competências das câmaras (RITCU, art. 67, II, a).

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3) Item errado. A aprovação de projeto de súmula não se dá por maioria de dois terços, mas por maioria absoluta (RITCU, art. 87). 4) Item errado. A Súmula não é tacitamente revogada. Para revogação ou revisão de Súmula, exige-se deliberação da maioria absoluta dos Ministros (RITCU, art. 87). 5) Item certo. Todas as sessões ordinárias devem ser públicas. As sessões de caráter reservado são sempre extraordinárias (RITCU, art. 97). 6) Item certo. O recesso do Tribunal, compreendido no período de 17 de dezembro a 16 de janeiro, não ocasionará a paralisação dos trabalhos do Tribunal, nem a suspensão ou interrupção dos prazos processuais – literalidade do RITCU, art. 92, parágrafo único. 7) Item errado. A iniciativa de fiscalização do TCU pode ser própria (de ofício) ou sob solicitação – nesse caso, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou de Comissão técnica ou de inquérito (CF/88, art. 71, IV). 8) Item certo. Trata do objeto da fiscalização (recursos públicos federais), que pode se estender até mesmo à aplicação dos recursos repassados a estados, DF e municípios mediante convênio, acordo, ajuste ou congênere (CF/88, art. 71, VI). 9) Item errado. O denunciante precisa se identificar formalmente na denúncia, não sendo aceitas denúncias anônimas. Consoante RITCU, art. 235, a denúncia sobre matéria de competência do Tribunal deverá referir-se a administrador ou responsável sujeito à sua jurisdição, ser redigida em linguagem clara e objetiva, conter o nome legível do denunciante, sua qualificação e endereço, e estar acompanhada de indício concernente à irregularidade ou ilegalidade denunciada. 10) Item errado. O tratamento sigiloso da denúncia é possível, sim. Conforme visto em aula: durante a fase de apuração da denúncia (colheita de provas), ela tem caráter sigiloso; após a reunião de provas e antes da decisão, são públicos os atos do processo, ressalvado o sigilo quanto ao objeto e à autoria; após decisão definitiva, deve-se retirar o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia. Em verdade, o sigilo só é vedado após a decisão final, devendo ser públicos todos os seus elementos. 11) Item certo. A denúncia deve estar acompanhada de indícios mínimos relativos à irregularidade ou à ilegalidade denunciada (RITCU, art. 235), o que evita o denuncismo irresponsável e possibilita o Tribunal iniciar o procedimento investigatório a partir dos elementos fornecidos. 12) Item errado. A reincidência no descumprimento de determinação que o responsável tenha tido ciência configura uma das hipóteses de julgamento pela irregularidade das contas (RITCU, art. 209, § 1º), ou seja, é sim possível que o Tribunal as julgue como irregulares por esse simples fato, ao contrário do que afirma a assertiva. 13) Item certo. Questão simples. Acreditamos que todos tenham acertado, certo? Mera transcrição do art. 201 do RITCU, quanto às espécies de decisões. 14) Item errado. Essa questão já é mais difícil, se comparada à anterior. A hipótese de desarquivamento de processo para que se ultime a respectiva tomada ou prestação de contas só se aplica para decisões terminativas. Além disso, o Tribunal não poderá fazê-lo a qualquer tempo, pois está condicionado ao prazo de cinco anos da publicação da decisão terminativa (RITCU, art. 211, § 2º). Dessa maneira, o equívoco da questão foi generalizar para todos os tipos de decisão (preliminar e definitiva, inclusive) um procedimento que só se aplica às decisões terminativas. 15) Item certo. Uma das atribuições do controle interno quanto aos processos de tomada e prestação de contas é emitir, sobre elas, certificado, parecer e relatório, que serão parte integrante dos respectivos processos de contas ordinárias, como visto em aula (LOTCU, art. 9º, III). 16) Item errado. Vimos em aula que, após a decisão do Supremo Tribunal Federal nos autos do MS 24.405, cujos efeitos foram estendidos a todos os casos de

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denúncia por meio da Resolução no 3/2006 do Senado Federal, o TCU ficou impedido de manter o anonimato da denúncia após sua decisão definitiva. 17) Item certo. Idem acima (MS 24.405 do STF c/c Resolução no 3/2006 do Senado Federal). 18) Item certo. Compete ao TCU acompanhar (fiscalizar) o cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39 da LRF, ou seja, das vedações impostas ao Banco Central do Brasil, dentre as quais se inclui a aquisição de títulos emitidos pela União. Caso um cidadão, partido político, sindicato ou associação perceba o ocorrido, poderá denunciar ao TCU. O Tribunal, por conseguinte, deve apurá-lo. Essa possibilidade ficou corroborada pela recente inclusão, nos dispositivos da LRF, do art. 73-A: “Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).” 19) Item certo. A ocorrência de dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico é hipótese de irregularidade de contas, ordinárias ou especiais (RITCU, art. 209, III). 20) Item errado. A diferença entre a definição legal de prestação de contas e de tomada de contas não é a voluntariedade ou não do fornecimento das informações. A distinção é que as tomadas de contas se referem à gestão anual dos responsáveis por unidades da administração federal direta (órgãos), como os Ministérios, e as prestações de contas aludem à gestão anual dos responsáveis por unidades da administração federal indireta (entidades) e por aquelas não classificadas como integrantes da administração federal direta (ex. entes paraestatais, ou 3º setor, como os serviços sociais autônomos). 21) Item certo. A CF/88 (art. 74, § 2º) dispõe que qualquer cidadão é parte legítima para, nos termos legais, denunciar irregularidades ou ilegalidades junto aos respectivos tribunais de contas, sendo indiferente o fato de possuir mandato político ou não. Aliás, para os detentores de mandatos políticos, a via adequada é a representação, caso tomem conhecimento de irregularidade ou ilegalidade por meio do cargo que ocupam (RITCU, art. 237, III). 22) Item certo. A TCE é o meio adequado para identificar responsáveis (apurar responsabilidade) por convênio, apurar os fatos e quantificar o dano ao erário, caso tenha ocorrido. Uma das conseqüências possíveis é a aplicação de pena pecuniária (LOTCU, arts. 57 e 58), que servirá como título executivo extrajudicial (CF/88, art. 71, § 3º), bem como a imposição de ressarcimento do débito. 23) Item certo. O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região é um órgão federal da Justiça do Trabalho. Como tal, as contas ordinárias (anuais) dos seus administradores e gestores, responsáveis por recursos públicos, submetem-se a julgamento pelo TCU. 24) Item errado. Quando menciona controle a posteriori, a questão está se referindo ao instituto de tomada e prestação de contas. Saliente-se que esse não é o único tipo de controle posterior, mas podemos deduzir que se refere às contas ordinárias pela redação do restante item. A ocorrência de impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário configura hipótese de contas regulares com ressalvas (RITCU, art. 208), e não de contas irregulares. Quanto aos direitos de ampla defesa e contraditório, eles devem sempre ser garantidos nos processos perante o TCU, salvo no caso de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (Súmula Vinculante no 3 do STF). 25) Item certo. Conceitualmente, a prestação de contas é o processo de contas relativo à avaliação da gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas da administração federal indireta e por aquelas não classificadas como integrantes da administração federal direta. 26) Item errado. A previsão de desarquivamento e determinação para que se ultime a prestação ou tomada de contas só se aplica ao caso das decisões terminativas, e não das definitivas, como asseverado na questão. Deve-se

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observar, nesse caso, o prazo de cinco anos após a publicação dessa decisão (RITCU, art. 208, § 2º). 27) Item errado. A realização de auditorias, acompanhamentos e monitoramentos depende de aprovação, pelo Plenário, de plano de fiscalização. Dessa maneira, se um Ministro do TCU desejar a realização de alguma auditoria, deverá enviar sua solicitação ao Presidente do Tribunal. Esse, por ato próprio, não poderá determinar a realização do trabalho. O procedimento correto é propor ao Plenário a aprovação de inclusão do procedimento no plano de fiscalização. 28) Item certo. No decorrer de inspeção ou auditoria, verificada a ocorrência de alcance ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos, ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário, o TCU (trazendo o exercício para a realidade do nosso concurso), à vista de proposta do relator, ordenará, desde logo, a conversão do processo em tomada de contas especial (RITCU, art. 252). 29) Item certo. A denúncia deve ser apurada por meio do instrumento de fiscalização denominado inspeção (RITCU, art. 240). A jurisdição do TCU pode alcançar os recursos repassados a município por força de convênio. No caso de se verificar desfalque ou desvio de recursos (não execução do serviço), o Tribunal poderá determinar a conversão do processo em TCE (RITCU, art. 252). A condenação em débito pode ser do responsável e do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado (RITCU, art. 209, §4º). Como sanções, é possível imputar multa de até 100% do valor atualizado do débito (RITCU, art. 267), sendo que o pagamento integral da multa ou do débito não modifica o mérito do julgamento quanto à irregularidade (RITCU, art. 218). 30) Item errado. A assertiva explora o valor de alçada para TCE. Se o valor do dano for superior a esse montante, a TCE deve ser imediatamente encaminhada ao TCU para fins de julgamento (RITCU, art. 199). Se for inferior, deverá ser anexada ao processo da respectiva tomada ou prestação de contas ordinária do administrador ou ordenador de despesa, para julgamento em conjunto, após o final do exercício (RITCU, art. 199, §4º). 31) Item errado. A decisão terminativa é reputada como tal no momento em que se consideram iliquidáveis as contas, com posterior trancamento das contas e arquivamento do processo. O prazo de cinco anos é para reabertura das contas, à vista de novos elementos considerados suficientes para avaliar o mérito dos atos de gestão. 32) Item certo. Temos vários tipos de irregularidade. Na acepção da LOTCU, temos o dano provocado por desfalque ou desvio de valores, a prática de atos ilegais e a omissão no dever de prestar contas. Além desses, há também o dano provocado por ato antieconômico ou a prática de ato de gestão antieconômico (nesse caso, sem dano). Basta uma ocorrência dessas para que as contas possam ser julgadas irregulares (LOTCU, art. 16, III, c/c RITCU, art. 209). 33) Item certo. A fiscalização do TCU compreende os atos de que resulte receita ou despesa (RITCU, art. 249). Além disso, contempla a arrecadação da receita (RITCU, art. 256) e as renúncias de receita, bem como o real benefício socioeconômico delas (RITCU, art. 257). 34) Item errado. Quando o custo da cobrança for superior ao valor do ressarcimento devido por um agente público, em razão de irregularidade praticada, o TCU não poderá cancelar o débito, mas o respectivo processo poderá ser arquivado. Perceba que a questão trocou o cancelamento do débito com o arquivamento do processo (RITCU, art. 213). 35) Item errado. Ao contrário. O pagamento integral e tempestivo de multa imposta ao agente público no caso de contas julgadas irregulares não modifica o julgamento quanto à irregularidade das contas (RITCU, art. 218, parágrafo único). 36) Item certo. Em caso fortuito ou de força maior, como é o caso de inundações, fato comprovadamente alheio à vontade do responsável, que tornar materialmente impossível o julgamento de mérito, a providência adequada é, em sede de decisão

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terminativa, ordenar o trancamento das contas, considerando-as iliquidáveis. Pode, também, julgar o mérito das contas, cinco anos depois, caso estejam presentes os requisitos legais aplicáveis (RITCU, art. 211). 37) Item certo. O TCU realmente não tem competência para instaurar TCE (autuar processo novo, específico). Sua competência limita-se a determinar à autoridade competente que a instaure, ou então converter processo de fiscalização previamente existente em tomada de contas especial (RITCU, art. 252). 38) Item certo. Afora a execução da dívida no Poder Judiciário, o TCU pode determinar o desconto integral ou parcelado da dívida nos vencimentos, subsídio, salário ou proventos do responsável (RITCU, art. 219, I). 39) Item errado. Nas tomadas ou prestações de contas ordinárias, devem ser incluídos todos os recursos, orçamentários e extra-orçamentários, utilizados, arrecadados, guardados ou geridos pela unidade ou entidade ou pelos quais ela responda (RITCU, art. 189, parágrafo único). 40) Item errado. A instauração do procedimento administrativo disciplinar (PAD), nessa situação, objetiva apurar desvios à conduta funcional do agente, isto é, decorrente do exercício do cargo. Para recompor o erário, faz-se ainda necessário instaurar a TCE (RITCU, art. 197). 41) Item certo. Vide explicações da questão 50, acima. 42) Item certo. Todas as decisões definitivas e terminativas precisam ser publicadas. As preliminares, porém, podem ou não ser publicadas, à critério do relator (RITCU, art. 203). 43) Item certo. Pode o TCU constituir título executivo contra empresa privada (decisão que imputa débito ou multa), caso ela seja contratada e haja, de qualquer modo, concorrido para o cometimento de dano ao erário (RITCU, art. 209, §4º, II). 44) Item certo. É possível ao TCU tomar contas de sociedade comercial estrangeira, caso ela, como contratante ou parte interessada na prática de determinado ato, haja, de qualquer modo, concorrido para o cometimento de dano ao erário (RITCU, art. 209, §4º, II). 45) Item errado. No caso de sonegação, o Tribunal assinará prazo para apresentação dos documentos, informações e esclarecimentos julgados necessários, comunicando o fato ao Ministro de Estado supervisor da área ou à autoridade de nível hierárquico equivalente, para as medidas cabíveis (LOTCU, art. 42). A não-apresentação no prazo determinado ensejará aplicação de multa ao responsável. Não se julga contas iliquidáveis simplesmente porque o responsável sonegou documentos, pois, se assim o fosse, bastaria o gestor esconder toda a papelada para se esquivar da punição por irregularidades cometidas. A hipótese de julgamento de contas como iliquidáveis, com trancamento, ocorre quando, por caso fortuito ou força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, for impossível julgar o mérito. Veremos os tipos de julgamento de contas em aula futura.

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AULA 05

Olá amigos concurseiros! Chegamos ao nosso último encontro. O volume de conteúdo tem sido grande, mas sei que a vontade de aprovação de vocês é muito maior, por isso o esforço é válido. Passar em um certame concorrido com o do TCU exige muita dedicação, privação, força de vontade, garra! Já passei por esses momentos, e sei que a véspera da prova é crítica. Para aplacar o cansaço, eu só pensava uma coisa: “agora é só ladeira abaixo, para quem já batalhou tanto, só falta mais um pouquinho” (rsrsrs). Por isso, não se deixei abater nessa reta final! Para fecharmos a série motivação com chave de ouro, falemos de um assunto que interessa a todos: remuneração! Com a publicação da Lei no 11.950/2008, que reestruturou a carreira de controle externo do TCU, a remuneração inicial do cargo de Técnico Federal de Controle Externo, antigo Técnico de Controle Externo, passará a ser de aproximadamente R$ 7.500 (etapa julho/2009 do plano) e R$ 8.300 (etapa julho/2010 do plano). Nada mal, não é? Ressalto que os valores indicados em edital não contêm todas as parcelas da remuneração, por isso os números que passei são maiores que os divulgados para o concurso.

Assim, para viabilizarmos o seu próximo contracheque, vamos encerrar o estudo do Capítulo 4, vendo as seguintes deliberações do TCU: sanções e medidas cautelares. Em seguida, estudaremos os recursos. Por fim, percorreremos o Capítulo 5 – Processo no TCU.

Aproveito para avisá-los de que vou responder a todas as perguntas acumuladas no fórum. Não pude fazê-lo por enquanto em virtude do tempo que consumi na confecção das últimas aulas. Todas as perguntas serão respondidas com a devida antecedência, no começo dessa semana, para que nenhuma dúvida fique sem resposta até a prova, ok? Fiquem tranqüilos!

CAPÍTULO 4 – DELIBERAÇÕES E RECURSOS (LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO DO TCU) - CONTINUAÇÃO

4.2 – SANÇÕES A possibilidade de o TCU aplicar sanções deriva da Constituição Federal:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

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Como de praxe em nosso ordenamento jurídico, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (CF/88, art. 5º, II), ou seja, somente um diploma legal aprovado pelo Poder Legislativo pode conceder direitos e impor restrições e/ou sanções a alguém. Em obediência aos arts. 5º, II, e 71, VIII, da CF/88, foi editada a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, prevendo as referidas sanções. O Regimento Interno faz o detalhamento, estabelecendo as regras procedimentais. Senão vejamos:

Multa proporcional ao débito causado ao erário (LOTCU, art. 57, c/c RITCU, art. 267);

Multa por irregularidade(s) (LOTCU, art. 58, c/c RITCU, art. 268); Inabilitação de responsável para exercício de função de confiança ou

cargo em comissão (LOTCU, art. 60, c/c RITCU, art. 270); Declaração de inidoneidade do licitante fraudador (LOTCU, art. 46, c/c RITCU, art. 271).

Além dessas penalidades, a Lei de Crimes Fiscais (Lei no 10.028/2000) estabelece uma terceira hipótese de multa. Em forma esquemática, temos:

Multa proporcional ao dano causado ao erário (LOTCU, art. 57) Já vimos que apenas em processos de contas (tomada ou prestação de contas, inclusive TCE) pode haver condenação em débito do responsável. Nesse caso, quando da decisão (que deverá ser irregular com débito), o Tribunal poderá aplicar-lhe multa de até 100% do valor atualizado do dano causado ao erário. O primeiro ponto de destaque é que essa multa não é de aplicação obrigatória. Conforme a redação negritada acima, o Tribunal poderá aplicá-la ou não. Como a multa é uma sanção, uma reprimenda, é preciso ponderar a boa-fé ou má-fé do responsável em sua conduta. Diferente é o caso do débito, que não é uma sanção, mas apenas um ressarcimento, um retorno ao status quo anterior, que independe de dolo ou culpa.

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A aplicação dessa espécie de multa é optativa (“O Tribunal poderá aplicar multa...”) e possui um valor máximo, que é o previsto no caput e atualizado na forma do § 2º, ou seja, por meio de portaria da Presidência do Tribunal, tendo por base índice de variação acumulada relativo à atualização de créditos tributários da União. Atualmente, esse valor é de R$34.825,94. A gradação das multas está estabelecida no art. 268 do Regimento Interno, de modo que os atos mencionados não ensejarão, necessariamente, a aplicação de multa no valor máximo, já que a sanção depende da gravidade de cada ato praticado pelo responsável. Vejamos as hipóteses:

I - contas julgadas irregulares de que não resulte débito, nos termos do parágrafo único do art. 19 desta lei;

II - ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

III - ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário;

Os fatos ensejadores de multa previstos nos incisos I a III configuram sanção por ato de gestão irregular. No primeiro caso, sanção por contas irregulares de que não resulte débito – aplicável somente em processo de contas, portanto. No segundo, ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial – apurável em qualquer tipo de processo. Por fim, na terceira hipótese, ato de gestão ilegítimo ou ato antieconômico de que resulte injustificado dano1 ao erário, também passível de verificação em sede de contas, fiscalização, denúncia etc.

Exemplo de ato ilegítimo: dispensa indevida de licitação, uma vez que fere a lei e a moralidade. Exemplo de ato antieconômico: o gestor responsável pela manutenção da frota de veículos oficiais de uma repartição não realiza a manutenção preventiva dos automóveis, que se deterioram e, em alguns casos, ficam impedidos de rodar. É certo que há um ato antieconômico, pois a manutenção, se feita corretamente, implicaria menores gastos do que os reparos dos automóveis. Além disso, as viaturas paradas ficam sem serventia, o que pode prejudicar os trabalhos da Administração. Há dano ao erário, porém de difícil mensuração.

Continuemos com as hipóteses de multa:

IV - não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, a diligência do Relator ou a decisão do Tribunal;

V - obstrução ao livre exercício das inspeções e auditorias determinadas;

                                                            1 Repare que não há “débito”, apenas “dano”, uma vez que não foi possível quantificar o prejuízo (já explicamos a distinção entre débito e dano na aula anterior). Quando o dano não for quantificável, não é possível aplicar a multa do art. 57, mas pode haver aplicação da multa do art. 58.  

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VI - sonegação de processo, documento ou informação, em inspeções ou auditorias realizadas pelo Tribunal;

VII - reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal.

§ 1° Ficará sujeito à multa prevista no caput deste artigo aquele que deixar de dar cumprimento à decisão do Tribunal, salvo motivo justificado.

As hipóteses contidas nos incisos IV a VII não decorrem de atos de gestão propriamente ditos, mas de atos tendentes a prejudicar a jurisdição e força vinculante das decisões do Tribunal de Contas. São chamadas, pela doutrina, de “multas-coerção”, uma vez que a finalidade não é reprimir atos de gestão irregulares, mas coagir os jurisdicionados a acatarem as decisões do Tribunal.

Elas são comumente aplicadas em processos de fiscalização, mas é possível sua aplicação, excepcionalmente, em processos de contas. Além disso, as multas aplicadas com fundamento nos incisos IV a VII prescindem de prévia audiência (ampla defesa e contraditório) dos responsáveis, desde que a possibilidade de sua aplicação conste da comunicação do despacho ou da decisão descumprida ou do ofício de apresentação da equipe de fiscalização. Nos casos em que ficar demonstrada a inadequação da multa aplicada com fundamento nos incisos IV, V, VI ou VII, o Tribunal poderá revê-la, de ofício, diminuindo seu valor ou tornando-a sem efeito. O valor decorrente de multa aplicada pelo Tribunal, quando pago após o seu vencimento, será atualizado monetariamente na data do efetivo pagamento. O débito, por sua vez, sofrerá atualização monetária e, além disso, incidência de juros de mora. Multa por infração administrativa contra as leis de finanças públicas (Lei no 10.028/2000) A Lei no 10.028/2000 (Lei de Crimes Fiscais) estabelece a possibilidade de o TCU aplicar sanção por infrações administrativas contra as leis de finanças públicas. A multa é de, precisamente, 30% dos vencimentos anuais do agente responsável.

São quatro as infrações puníveis com essa multa:

Art. 5o Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas:

I – deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei;

II – propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na forma da lei;

III – deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei;

IV – deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite máximo.

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A competência para processar e julgar infração a que se refere este artigo é do Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa jurídica de direito público envolvida. Assim, se a infração administrativa contra as leis de finanças públicas for cometida na esfera da União, competirá ao TCU processar e julgar o feito. Se for no âmbito do Estado, caberá ao respectivo TCE, e assim por diante. Embora a lei trate de crimes fiscais, o art. 5º, que imputa uma competência ao TCU, não elenca crimes, mas infrações administrativas, sendo, por isso, processadas e julgadas na esfera administrativa, e não no Poder Judiciário. Inabilitação de responsável para o exercício de função de confiança ou cargo em comissão (LOTCU, art. 60 c/c RITCU, art. 270) Sempre que o Tribunal, por maioria absoluta de seus membros, considerar grave a infração cometida, o responsável será declarado inabilitado, por um período que variará de cinco a oito anos, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da Administração Pública Federal. O Tribunal deliberará primeiramente sobre a gravidade da infração. Se considerada grave, por maioria absoluta de seus membros, decidirá então sobre o período de inabilitação a que ficará sujeito o responsável. Considerações importantes:

A infração cometida pelo responsável deve ser considerada grave, por deliberação da maioria absoluta dos membros do TCU;

Somente o Plenário pode aplicá-la (RITCU, art. 15, I, “i”); O prazo para vigência pode variar de cinco a oito anos; Essa sanção não impede que o responsável tome posse ou exerça cargo ou emprego público. A inabilitação é somente para cargo em comissão e função de confiança;

A sanção só tem incidência sobre cargos e funções da Administração Pública Federal.

Aplicada a sanção, o Tribunal comunicará a decisão ao responsável, bem como à autoridade competente para cumprimento dessa medida, a quem cabe afastar o responsável de eventual função de confiança ou cargo em comissão que esteja ocupando. Declaração de Inidoneidade do licitante fraudador Verificada a ocorrência de fraude comprovada a licitação, o Plenário declarará a inidoneidade do licitante fraudador para participar, por até cinco anos, de licitação na administração pública federal. Considerações importantes:

A sanção é aplicada ao licitante fraudador, em geral uma pessoa jurídica privada;

 

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4.3 – MEDIDAS CAUTELARES As medidas cautelares não constituem sanção e não julgam o mérito do processo. Trata-se de uma medida preliminar, preventiva, adotada em caso de urgência e risco de ineficácia da decisão de mérito, com o objetivo de evitar lesões a direitos ou ao erário. Com efeito, as medidas cautelares também objetivam garantir o pleno exercício da função de controle externo, a efetividade e a utilidade das decisões do Tribunal, e podem ser adotadas no início, ao longo ou ao final do processo. Exemplo: suponha que um contrato tenha sido assinado e executado por um órgão público federal. Dois dias antes do pagamento, o TCU recebe a informação de que o serviço não fora executado e o ajuste contivera gravíssimas irregulares. Como medida cautelar (“de cautela”, digamos assim...), o Tribunal pode determinar imediatamente a suspensão do ato de pagamento do contrato, até que se examine o mérito, já que o ressarcimento pode ser muito custoso e demorado. Muito mais interessante, nesse caso, que se evite um pagamento indevido antes que ele ocorra. Ao final, se por acaso ficar provado que o pagamento era devido, ele poderá ser executado, com a certeza de sua regularidade. As medidas cautelares são de quatro espécies:

Afastamento temporário do responsável (LOTCU, art. 44, caput, c/c RITCU, art. 273);

Decretação da indisponibilidade de bens do responsável (LOTCU, art. 44, § 2º, c/c RITCU, art. 274);

Solicitação de arresto de responsáveis julgados em débito (LOTCU, art. 61 c/c RITCU, art. 275);

Suspensão de ato ou de procedimento impugnado (RITCU, art. 276). Em forma esquemática:

De início, cumpre ressaltar que, por força do art. 15, I, “i”, a adoção de medidas cautelares é da competência privativa do Plenário do Tribunal de Contas da União, mediante provocação de Ministro, Auditor, membro do MPjTCU, unidade técnica, equipe de fiscalização do Tribunal, ou, ainda, do

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próprio Plenário (de ofício). Ou seja, as câmaras (1ª e 2ª) não podem deliberar sobre medida cautelar. Dentre as quatro espécies de cautelar, apenas no caso da suspensão de ato ou procedimento (RITCU, art. 276) a medida poderá ser adotada diretamente pelo Relator ou, na sua ausência, não havendo substituto, pelo Presidente do Tribunal (RITCU, art. 28, XVI), mediante despacho singular, ficando a manutenção da medida sujeita à deliberação do Plenário (ratificação) na primeira sessão subseqüente. Afastamento temporário do responsável No início ou no curso de qualquer apuração, o Plenário, de ofício, por sugestão de unidade técnica ou de equipe de fiscalização ou a requerimento do Ministério Público, determinará, cautelarmente, o afastamento temporário do responsável, se existirem indícios suficientes de que ele, prosseguindo no exercício de suas funções, possa: a) retardar ou dificultar a realização de auditoria ou inspeção; b) causar novos danos ao erário; ou c) inviabilizar o seu ressarcimento.

Trata-se daqueles casos em que o responsável age deliberadamente com a intenção de dificultar a atuação do Tribunal, seja sonegando ou extraviando documentos, seja causando novos danos ao erário, falsificando provas etc. Em situações com essa, a manutenção do responsável no exercício das suas funções públicas pode constituir sério obstáculo ao sucesso do controle. É por isso que o Tribunal tem poderes para afastá-lo temporariamente de suas atividades. Não custa nada relembrar que não se trata de sanção, ou punição, mas de medida cautelar, preliminar, para assegurar o sucesso da atividade de controle. O afastamento durará o tempo necessário para a apuração dos fatos. A autoridade administrativa imediatamente superior é responsável pela adoção das providências necessárias ao afastamento do responsável, dentro do prazo determinado pelo Plenário, sob pena de responsabilidade solidária em relação aos débitos que forem apurados. Detalhe: essa cautelar só pode ser aplicada em relação a administradores públicos. O TCU não é competente para promover o afastamento de dirigentes de sociedades civis (ex. OS ou OSCIP que receba recursos públicos por meio de contrato de gestão ou termo de parceria, respectivamente, ou empresa), ante o entendimento do Supremo Tribunal Federal:

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - AUDITORIA E INSPEÇÃO - AFASTAMENTO DE DIRIGENTE - SOCIEDADE CIVIL. A norma inserta no artigo 44 da Lei n. 8.443, de 16 de julho de 1992, não se aplica às sociedades civis. Pressupõe o exercício de função pública e o fato de a pessoa jurídica estar integrada a Administração. O simples recebimento de subvenção pública, como ocorre relativamente a Cruz Vermelha - alínea "e" do artigo 33 do Estatuto aprovado mediante o Decreto n. 76.077/75 e Lei n. 6.905/81, não respalda o afastamento de qualquer dos seus dirigentes, sem que isto possa

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implicar prejuízo da atuação fiscalizadora do Tribunal de Contas da União quanto ao emprego de verbas publicas e correspondente prestação de contas. Redação do acórdão em 3 de abril de 1995 em face do recebimento dos autos apenas em 30 de março imediatamente anterior. (MS 23.616)

Decretação da indisponibilidade de bens do responsável Caso o Tribunal verifique risco de inviabilização do ressarcimento de danos ainda em apuração, poderá decretar, por prazo não superior a um ano, a indisponibilidade de bens do responsável, tantos quantos considerados bastantes para garantir o ressarcimento em tela. A indisponibilidade pode ser definida como uma restrição ao poder do responsável de dispor dos bens, o que impede sua alienação (venda, por exemplo) ou oneração (ser dado em garantia, por exemplo). A decretação de indisponibilidade pode ocorrer no início ou no curso do processo de apuração, competindo ao Plenário declará-la, de ofício ou por sugestão de unidade técnica ou equipe de fiscalização, ou ainda a requerimento do MPjTCU. O prazo não pode ser superior a um ano, mas é possível que a cautelar seja continuamente renovada, mediante nova deliberação, enquanto durar o procedimento de apuração. Solicitação de arresto de bens de responsáveis julgados em débito O Plenário do Tribunal poderá solicitar, por intermédio do Ministério Público junto ao Tribunal, à Advocacia-Geral da União ou, conforme o caso, aos dirigentes das entidades que lhe sejam jurisdicionadas, as medidas necessárias ao arresto dos bens dos responsáveis julgados em débito, devendo ser ouvido quanto à liberação dos bens arrestados e sua restituição. O arresto é uma medida que consiste na apreensão judicial dos bens do devedor necessários para garantir o pagamento da dívida. Essa dívida deve ser líquida e certa. Considerando que as decisões do TCU que imputem débito ou multa de fato tornam a dívida líquida e certa, é possível a adoção dessa medida a partir de acórdãos do Tribunal. Primeiramente, é preciso ressaltar que já deve ter havido o julgamento em débito do responsável, após decisão definitiva. Em casos assim, compete ao erário-credor executar a decisão, postulando no Poder Judiciário o pagamento dos valores. É sabido, porém, que essa ação de execução é um pouco demorada. Nesse ínterim, se houver suspeita de que o responsável possa estar dilapidando seu patrimônio para frustrar a execução judicial, o Tribunal pode solicitar, por intermédio do MPjTCU, que a Advocacia-Geral da União (AGU) promova, junto ao Poder Judiciário, as medidas necessárias ao arresto dos bens de responsáveis julgados em débito.

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Caso a condenação do Tribunal tenha sido em favor de alguma sociedade de economia mista ou empresa pública, em nome das quais a AGU não atua, a solicitação será feita, por meio do MPjTCU, aos dirigentes das respectivas entidades, que adotarão as medidas internas com vistas ao ingresso em juízo, com pedido de arresto dos bens dos responsáveis. Essa cautelar configura medida preventiva, para assegurar a efetividade e utilidade da decisão do Tribunal. Porém, nem sempre ela se faz necessária. Se o responsável recolher tempestivamente os valores, ou então for agente público ligado à Administração (quando então se faz possível o desconto direto do débito em folha3), a cautelar se torna desnecessária. Em segundo lugar, o arresto de bens é medida que só pode ser levada a efeito pelo Poder Judiciário. Por isso, o TCU não pode fazê-la por si próprio. A medida cautelar, portanto, é apenas uma solicitação de arresto. Além disso, deve ser feita por meio do MPjTCU, pois as medidas necessárias à execução judicial das dívidas deve ser feita com participação do parquet especializado (LOTCU, art. 81, III c/c RITCU, art. 62, V). O arresto é decretado pelo Poder Judiciário, pois tem natureza judicial. Porém, uma vez concedida a medida, o TCU deve ser ouvido quanto à liberação dos bens arrestados e sua restituição. Não se esqueça que o procedimento é feito da seguinte forma: Plenário do TCU Ministério Público junto ao TCU Advocacia-Geral

da União ou dirigentes de entidades Poder Judiciário

Diferenças entre indisponibilidade e arresto

A indisponibilidade é medida administrativa, adotada diretamente pelo TCU, enquanto o arresto tem natureza judicial – o TCU apenas solicita à AGU, por meio do MPjTCU;

A indisponibilidade pode ser decretada em qualquer momento do processo (no início, no curso ou ao seu final), enquanto a solicitação de arresto exige que o responsável já tenha sido julgado em débito;

A indisponibilidade é decretada por prazo não superior a um ano, enquanto o arresto concedido pelo Judiciário não tem prazo previamente definido.

Suspensão de ato ou de procedimento impugnado O Plenário, o relator, ou o Presidente (na hipótese de ausência do relator, sem substituto), em caso de urgência, de fundado receio de grave lesão ao erário ou a direito alheio ou de risco de ineficácia da decisão de mérito, poderá, de ofício ou mediante provocação, adotar medida cautelar, com ou sem a prévia oitiva da parte, determinando a suspensão do ato ou do

                                                            3 Nos termos do RITCU, art. 219, I, bem como (no caso de servidores estatutários) da Lei no 8.112/90, art. 46.

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procedimento impugnado, até que o Tribunal decida sobre o mérito da questão suscitada. Se a medida tiver sido tomada por despacho do relator ou do Presidente, ou seja, monocraticamente, será submetida ao Plenário na primeira sessão subseqüente, uma vez que esse é o órgão detentor da competência privativa para expedição de medidas cautelares. A suspensão de ato ou procedimento pode ser adotada com ou sem a prévia oitiva (exercício de defesa do ato impugnado) do responsável:

Se o Plenário, o Presidente ou o relator entender que antes de ser adotada a medida cautelar deva o responsável ser ouvido, o prazo para a resposta será de até cinco dias úteis;

Caso o Plenário, o Presidente ou o relator entender que não há tempo hábil para promover a oitiva prévia do responsável, expedirá a medida cautelar e determinará oitiva posterior da parte, para que se pronuncie em até quinze dias.

Observe que jamais haverá suspensão cautelar de ato ou procedimento sem que o responsável tenha a oportunidade de defender o ato inquinado. A diferença é que ela poderá ser prévia ou posterior, mas sempre ocorrerá.

Em ambas as hipóteses, as devidas notificações e demais comunicações do Tribunal e, quando for o caso, a resposta do responsável ou interessado, poderão ser encaminhadas por telegrama, fac-símile ou outro meio eletrônico, sempre com confirmação de recebimento, com posterior remessa do original, no prazo de até cinco dias, iniciando-se a contagem do prazo para resposta de oitiva a partir da mencionada confirmação do recebimento. A medida cautelar perdurará até que o Tribunal decida sobre o mérito da questão, ou então até que o ato ou procedimento seja revogado ou anulado pela autoridade administrativa responsável (neste caso, a cautelar perde o objeto). Nada obstante, a medida cautelar de suspensão de ato ou procedimento pode ser revista de ofício por quem a tiver adotado, se entender que não é mais cabível. Abaixo, um quadro-resumo para facilitar o seu estudo:

CAUTELAR COMPETÊNCIA PARA

ADOÇÃO Observações

Suspensão de Ato ou Procedimento*

(a) Plenário; (b) Relator ou Presidente (esse em caso de afastamento do Relator, se não houver substituto). O despacho será submetido ao Plenário na primeira sessão subseqüente (para ratificação).

-Com ou sem a prévia oitiva da parte: (a) com prévia oitiva: assina prazo de 5 dias úteis para resposta; (b) sem prévia oitiva: a decisão também determinará a oitiva a posteriori em 15 dias corridos. -Pode ser revista de ofício por quem a tiver adotado.

Determinação de Afastamento

Temporário do Responsável

-Pode determinar de ofício, por sugestão de unidade técnica ou equipe de fiscalização ou a requerimento do MPjTCU. -Não há período máximo.

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PLENÁRIO (competência originária,

conforme RITCU, art. 15, I, “i”)

-Responsabilidade solidária da autoridade superior que, cientificada, deixar de cumprir.

Decretação de Indisponibilidade

dos Bens

-Pode decretar de ofício, por sugestão de unidade técnica ou equipe de fiscalização ou a requerimento do MPjTCU. -Prazo máximo 1 ano, renovável sucessivamente; -Para acautelar o ressarcimento de dano ainda em apuração; -É da competência própria do TCU, com natureza administrativa.

Solicitação de Arresto dos Bens

-O Plenário solicita, por intermédio do MPjTCU, à AGU ou às entidades jurisdicionadas. O MPjTCU é o interlocutor do TCU com a AGU; -Já houve julgamento definitivo (das contas) em débito = o dano já foi apurado. -O Judiciário, antes de liberar ou restituir os bens, deve ouvir o Plenário do TCU; -A cautelar pode ser dispensada se o responsável quitar tempestivamente ou ser for servidor ou empregado público, quando haverá o desconto em folha; -Sem prazo definido. -É da competência do Judiciário, com natureza judicial.

*Das medidas cautelares, conforme RITCU, apenas contra a sustação (art. 276) pode haver interposição de recurso: agravo, no prazo de cinco dias, sem efeito suspensivo, salvo se o

Relator o conceder. Veremos esse detalhe abaixo, quando formos estudar os recursos. 4.4 - RECURSOS

Os processos perante o TCU admitem cinco tipos de recurso:

Recurso de Reconsideração Pedido de Reexame; Recurso de Revisão; Agravo; e Embargo de Declaração;

No caso dos três primeiros (reconsideração, reexame e revisão), o Presidente promove o sorteio de novo relator para apreciá-los, dentre os Ministros que não foram relatores do processo recorrido, como forma de garantir a imparcialidade na apreciação recursal. Isso não se aplica ao embargo e ao agravo, pelas próprias características deles, como veremos. O cabimento de recursos é amplo do TCU, como forma de homenagem à ampla defesa dos envolvidos. No entanto, certas decisões do Tribunal são irrecorríveis, por não comportarem prejuízo à situação de quem é parte no processo, a saber:

Conversão de processo de fiscalização em tomada de contas especial; Determinação à autoridade administrativa para instauração de tomada de contas especial;

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Determinação para a realização de citação, audiência, diligência, inspeção ou auditoria;

Decisão em sede de Consulta – nesse caso, admite-se apenas o embargo de declaração, pois não objetiva alterar a decisão recorrida, apenas esclarecer obscuridade, omissão ou contradição no acórdão.

A interposição de recurso, ainda que venha a não ser conhecido, gera preclusão consumativa. A preclusão consumativa é um fenômeno segundo o qual a prática de uma faculdade processual pela parte impede que ela venha a praticar o mesmo ato posteriormente. Assim, a interposição de recurso de reconsideração uma vez impede que a parte interponha a mesma espécie recursal outra vez. Exceto nos embargos de declaração, no agravo e no pedido de reexame em processo de fiscalização de ato ou contrato, é obrigatória a audiência (manifestação por escrito) do Ministério Público em todos os recursos, ainda que o recorrente tenha sido ele próprio4. Caso haja mais de um responsável pelo mesmo fato, o recurso apresentado por um deles aproveitará a todos, mesmo àquele que houver sido julgado à revelia5, no que concerne às circunstâncias objetivas, não aproveitando no tocante aos fundamentos de natureza exclusivamente pessoal. Para explicar esse ponto, vamos dar um exemplo. Considere que Joaquim e Manoel, gestores estaduais, tenham praticado irregularidades na gestão de R$ 100.000,00 repassados pela União ao estado mediante convênio, com o objetivo de construir um posto de saúde. Por esse motivo, o TCU pretende condená-los em débito pelo valor mencionado, solidariamente. Citado, o primeiro alegou que apenas R$ 50.000,00 seriam verbas federais, e os outros R$ 50.000,00 seriam estaduais, uma vez que os valores repassados pela União não teriam sido totalmente utilizados e estariam depositados em conta corrente. O segundo não respondeu a qualquer comunicação do Tribunal. Nessa situação, os argumentos apresentados por Joaquim serão aproveitados na defesa de Manoel, mesmo revel, já que não se referem a circunstâncias pessoais, mas sim objetivas, que se aplicam de forma indistinta à defesa dos dois. O que não se aproveita da defesa de um para o outro são questões estritamente pessoais, tais como: ausência de culpa pessoal, não ter praticado determinado ato etc. Antes de adentrarmos o estudo das espécies recursais em si, importante frisarmos dois princípios que regem os recursos no TCU:

Princípio da fungibilidade recursal: caso um recorrente interponha peça sob a denominação de recurso de revisão, mas esse tiver conteúdo de pedido de reexame, por exemplo, deverá ser aproveitado como pedido de reexame, não obstante o equívoco de nomenclatura, desde que preenchidos os demais requisitos. Ainda, se o recorrente apresentar uma

                                                            4 É que o MPjTCU também é competente para interpor recursos, fora as próprias partes. 5 A revelia é a situação em que se encontra a parte que, citada, não responde ao Tribunal para se defender. Nesse caso, o processo tem seguimento sem que o revel seja cientificado dos demais atos processuais, ou seja, corre à sua revelia. 

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peça inominada, o Tribunal tentará enquadrá-la em uma das cinco formas de recursos previstas no TCU.

Princípio da non reformatio in pejus, ou proibição à reforma em prejuízo do recorrente: decisão em sede de recurso não pode colocar o recorrente em situação mais grave do que aquela que vigorava antes do recurso. O recorrente tem, portanto, a garantia de que a interposição de recurso não piorará a sua situação, desde que ele próprio tenha sido o autor do recurso. Porém, se o recorrente por o MPjTCU, o recurso poderá piorar a situação da parte. Ou, se for interposto por uma parte, não poderá agravar a sua situação, mas poderá piorar a situação de outro responsável no mesmo processo.

Em decorrência da non reformatio in pejus ser aplicável somente em relação ao próprio recorrente, mas não em relação às demais partes no processo, nos recursos interpostos pelo Ministério Público é necessária a instauração do contraditório, mediante concessão de oportunidade para oferecimento de contra-razões recursais, quando se tratar de recurso tendente a agravar a situação do responsável. De forma semelhante, havendo partes com interesses opostos, a interposição de recurso por uma delas enseja à outra a apresentação de contra-razões, no mesmo prazo dado ao recurso.

Importante relembrar que as decisões do TCU são recorríveis apenas perante ele mesmo. Não há previsão de segunda instância contra decisão do Tribunal. Além disso, repise-se, não há como se recorrer ao Tribunal de Contas da União contra decisão de Tribunal de Contas de Estado, já que os TCs não se relacionam em hierarquia. Ao contrário, cada um atua no limite da sua jurisdição (origem dos recursos). Mesmo no caso de a parte provocar o Poder Judiciário, essa provocação não terá natureza de recurso, mas sim de ação autônoma, diversa do processo que corre no Tribunal de Contas da União. É o caso de interposição de mandado de segurança no STF contra decisão do TCU (outra ação, outro instrumento).

Recurso de Reconsideração O recurso de reconsideração tem por finalidade atacar decisão definitiva em processo de prestação ou tomada de contas, inclusive tomada de contas especial – isto é, quando as contas são julgadas regulares, regulares com ressalvas ou irregulares. Ele tem efeito suspensivo6, ou seja, a decisão recorrida não produz efeitos enquanto o recurso não for apreciado. Em decorrência, o gestor não está obrigado a cumpri-la enquanto o Tribunal não decidir o recurso. Se o recurso versar sobre item específico do acórdão, os demais itens não recorridos não sofrem o efeito suspensivo, caso em que deverá ser

                                                            6 Durante o tempo em que o recurso estiver sendo apreciado, a decisão não produz efeitos. Ocorre suspensão do prazo, ou seja, após a decisão do recurso, a contagem do prazo para o pagamento de multa/débito ou cumprimento de determinação não recomeça do zero, mas sim de onde parou, correndo pelo tempo que lhe restava até antes da interposição do recurso.

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constituído processo apartado para prosseguimento da execução das decisões. O recurso de reconsideração deve ser apreciado pelo colegiado que houver proferido a decisão originária (Plenário, 1ª ou 2ª câmara), podendo ser formulado uma só vez e por escrito, pela parte ou pelo Ministério Público junto ao Tribunal, dentro do prazo de 15 dias. O recurso interposto fora desse prazo não será conhecido, salvo em razão da superveniência de fatos novos e dentro do período de um ano, contado do término do prazo de 15 dias para interposição do recurso de reconsideração “tradicional”, caso em que não terá efeito suspensivo. Ou seja, temos duas situações para o recurso de reconsideração: na primeira, o recurso pode ser interposto em 15 dias, visa a atacar a decisão, sem fatos novos, com efeito suspensivo; na segunda, o recurso pode ser interposto no prazo de um ano após o término do prazo originário de 15 dias, visa a atacar a decisão, com fatos novos, sem efeito suspensivo. Em resumo:

Objetiva atacar decisão definitiva em processo de contas (tomada ou prestação de contas, mesmo especial);

Deve ser apreciado pelo colegiado que proferiu a decisão recorrida; Terá efeito suspensivo; O prazo para interposição é de 15 dias; Pode ser formulado uma só vez e por escrito, pela parte ou pelo Ministério Público junto ao Tribunal;

Pode ser interposto em até um ano após os 15 dias de prazo original, desde que fundado em fatos novos, situação em que não terá efeito suspensivo;

Pedido de Reexame O pedido de reexame objetiva atacar decisão de mérito proferida em processo de ato sujeito a registro (em caso de recusa de registro, por exemplo) e de fiscalização de atos e contratos administrativos (como as auditorias, inspeções etc.). No que concerne às características dessa espécie recursal, o Regimento Interno manda aplicarmos as mesmas disposições do recurso de reconsideração. Senão, vejamos. Ele também tem efeito suspensivo, donde concluímos que a decisão recorrida não produz efeitos enquanto o recurso não for apreciado. Porém, se o recurso versar sobre item específico do acórdão, os demais itens não recorridos não sofrem o efeito suspensivo, caso em que deverá ser constituído processo apartado para prosseguimento da execução das decisões. O recurso de reconsideração deve ser apreciado pelo colegiado que houver proferido a decisão originária (Plenário, 1ª ou 2ª câmara), podendo ser formulado uma só vez e por escrito, pela parte ou pelo Ministério Público junto ao Tribunal, dentro do prazo de 15 dias.

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O recurso interposto fora desse prazo não será conhecido, salvo em razão da superveniência de fatos novos e dentro do período de um ano, contado do término do prazo de 15 dias para interposição do recurso de reconsideração “tradicional”, caso em que não terá efeito suspensivo. O pedido de reexame é “irmão gêmeo” do recurso de reconsideração. A única diferença é que o primeiro ataca decisão de mérito em processo de fiscalização (atos sujeitos a registro ou de atos ou contratos), enquanto o segundo incide sobre decisão definitiva em processo de contas. Em resumo:

Objetiva atacar decisão de mérito proferida em processo de atos sujeitos a registro e fiscalização de atos e contratos;

Deve ser apreciado pelo colegiado que proferiu a decisão recorrida; Terá efeito suspensivo; O prazo para interposição é de 15 dias; Pode ser formulado uma só vez e por escrito, pela parte ou pelo Ministério Público junto ao Tribunal;

Pode ser interposto em até um ano após os 15 dias de prazo original, desde que fundado em fatos novos, situação em que não terá efeito suspensivo;

Recurso de Revisão Essa espécie destina-se a atacar decisão definitiva em processo de tomada de contas especial, mesmo especial, e tem natureza similar à da ação rescisória do processo civil, sem efeito suspensivo. O recurso de revisão deverá sempre ser apreciado pelo Plenário, mesmo que a decisão recorrida tenha sido proferida por câmara, ante a competência exclusiva desse colegiado para apreciação da revisão (RITCU, art. 15, III). Esse recurso pode ser manejado uma só vez e por escrito pela parte, seus sucessores7, ou pelo Ministério Público junto ao Tribunal, dentro do prazo de cinco anos. Para sua admissibilidade, deve estar calcado em fatos específicos:

erro de cálculo nas contas; falsidade ou insuficiência de documentos em que se tenha fundamentado o acórdão recorrido;

superveniência de documentos novos com eficácia sobre a prova produzida.

O acórdão que der provimento a recurso de revisão ensejará a correção de todo e qualquer erro ou engano apurado. Outra coisa: você se lembra do fato impeditivo, visto em aula pretérita? Vamos relembrar. Uma vez julgadas as contas, a decisão definitiva impede

                                                            7 Repare que este é o único recurso que pode ser interposto pelos sucessores do responsável, haja vista o prazo mais elastecido (cinco anos).

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que ao responsável seja imputado débito ou multa em outros processos nos quais conste como responsável, referentes a atos de gestão do mesmo exercício. É a coisa julgada administrativa. Porém, caso surjam fatos novos, as contas podem ser reabertas, desde que o MPjTCU interponha o devido... recurso de revisão (RITCU, art. 206)! Pois então! Nesse caso, em face de indícios de elementos eventualmente não examinados pelo Tribunal, referentes a atos de gestão contidos em contas já julgadas, o Ministério Público poderá interpor recurso de revisão, compreendendo o pedido de reabertura das contas e o pedido de mérito. Admitido o pedido de reabertura das contas pelo relator sorteado para o recurso de revisão, este ordenará, por despacho, sua instrução pela unidade técnica competente e a conseguinte instauração de contraditório (audiência e citação), se apurados elementos que conduzam ao agravamento da situação do responsável ou à inclusão de novos responsáveis. A instrução do recurso de revisão abrange nova análise de todos os elementos constantes dos autos. A interposição de recurso de revisão pelo Ministério Público dar-se-á em petição autônoma para cada processo de contas a ser reaberto. Se ele desejar reabrir mais de um processo de contas, deverá interpor um recurso de revisão para cada um. Se os elementos que deram ensejo ao recurso de revisão referirem-se a mais de um exercício, os respectivos processos serão conduzidos por um único relator, sorteado para o recurso. Em resumo:

Objetiva atacar decisão definitiva em processo de contas (tomada ou prestação de contas, mesmo especial);

Deve ser apreciado pelo Plenário; Não tem efeito suspensivo; O prazo para interposição é de 5 anos, a contar da publicação da decisão definitiva recorrida no Diário Oficial da União;

Deve estar fundado em erro de cálculo nas contas, falsidade ou insuficiência de documentos em que se tenha fundamentado o acórdão recorrido, ou superveniência de documentos novos com eficácia sobre a prova produzida;

Pode ser interposto pelo MPjTCU para reabertura de contas, pela parte ou seus sucessores.

Agravo O agravo não é destinado ao ataque de decisão de órgão colegiado do Tribunal (Plenário ou câmara), mas de despacho decisório de Ministro, desfavorável à parte ou que adote a medida cautelar de suspensão de ato ou procedimento. Esses despachos podem ter sido adotados pelo Presidente do Tribunal, por presidente de câmara ou pelo relator do respectivo processo.

 

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ser constituído processo apartado para prosseguimento da execução das decisões. O ponto interessante é que o embargo é capaz de suspender os prazos para os demais recursos, inclusive. É uma questão de lógica. Se um determinado trecho não pode ser bem compreendido, fazer correr o prazo para os demais recursos (que realmente objetivam reformar a decisão) implicaria prejuízo à parte. Assim, os embargos têm efeito suspensivo, inclusive em relação aos prazos para interposição das demais espécies recursais. Para facilitar a consulta aos recursos, compilamos as informações mais importantes no quadro abaixo. A tabela é legal porque permite vermos nitidamente as diferenças entre as espécies recursais.

Recurso Prazo Contra Efeito8 Competência

Reconsideração 15 dias ou 1 ano9

Decisão definitiva em processo de tomada ou prestação de contas.

Suspensivo (o intempestivo é não-suspensivo)

Colegiado que proferiu a decisão.

Revisão

5 anos da publicação do acórdão

no DOU.

Decisão definitiva em processo de tomada ou prestação de contas.

Não-suspensivo Plenário

Reexame 15 dias ou 1 ano8

Decisão de mérito em fiscalização de atos e

contratos e atos sujeitos a registro.

Suspensivo (o intempestivo é não-suspensivo)

Colegiado que proferiu a decisão.

Embargos de Declaração

10 dias

Acórdão (em caso de “OCO”: omissão, contradição ou obscuridade)

Suspensivo quanto aos itens

embargados; suspende inclusive

os prazos dos demais recursos.

Colegiado que proferiu a decisão.

Agravo 5 dias

Despacho decisório desfavorável à

parte. Das medidas cautelares, só cabe

agravo contra sustação de ato ou

procedimento (RITCU art. 276)

Em regra: não-suspensivo. Pode ser suspensivo à

critério do Relator.

O Presidente do Tribunal, o

presidente de câmara ou o

relator poderá reformar o seu

despacho ou submeter o feito à apreciação do

colegiado competente.

CAPÍTULO 5 – PROCESSO EM GERAL (LEI ORGÂNICA E REGIMENTO INTERNO DO TCU)

                                                            8 Conforme a letra fria do RI/TCU, não há interrupção, apenas suspensão. Em caso de interrupção, o prazo recomeçaria a contar do zero. No caso de suspensão, o prazo continua a correr de onde parou. Não há interrupção de prazos no TCU. 9 O prazo de 1 ano para pedido de reexame e recurso de reconsideração intempestivos começa a contar depois de esgotado o prazo inicial de 15 dias. Ou seja, no total as partes dispõem de até 1 ano e 15 dias para interpor esses recursos, desde que, em cada caso, sejam satisfeitas as condições recursais.

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Esse tópico do edital é de extrema importância para o concurso de Técnico. Sugiro darem especial atenção a ele. Primeiro, porque não esteve previsto expressamente em concursos anteriores, mas passou a estar agora. Depois, porque foi retificado após a publicação do edital, o que mostra a intenção da banca em passar o correto entendimento acerca do tema para os candidatos. Por tudo isso, vamos destrinchá-lo ao máximo neste capítulo. Em verdade, não são muitos os dispositivos que regem o tema: RITCU, arts. 144 a 187. Recomendo a leitura desses artigos. O processo nada mais é do que um conjunto de peças que documentam o exercício da atividade do TCU. É o meio físico no qual ficam registrados os dados necessários à tomada de decisão do Tribunal, compreendendo vários passos, desde a autuação e preparação da informação, até o julgamento, recursos e, por fim, arquivamento. Os processos se classificam em tipos, tais como: contas (inclui TCE); fiscalização (auditoria, inspeção, levantamento etc.); atos de pessoal (admissões, aposentadorias, reformas e pensões sujeitas a registro); denúncia; consulta, representação, etc. Etapas do processo O processo no TCU é dividido em quatro etapas:

instrução; parecer do Ministério Público; julgamento; recursos.

São etapas obrigatórias em todo processo no TCU a instrução e o julgamento. A etapa de instrução é realizada pelos servidores do TCU, mediante a realização dos exames técnicos preliminares à formação de opinião por parte dos Ministros. Assim, os servidores examinam as peças, colhem novos documentos e formam as primeiras conclusões acerca dos casos concretos contidos nos processos. Na etapa da instrução, é vedado aos servidores do Tribunal manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou emitir juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício de magistério. Considera-se terminada a etapa de instrução do processo no momento em que o titular da unidade técnica (Secretário de Controle Externo) emitir seu parecer conclusivo. A manifestação formal do MPjTCU nos processos é feita sob a forma de um parecer (segunda etapa), sendo obrigatória nos processos de tomada ou prestação de contas, nos concernentes aos atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, bem como nos incidentes de uniformização de jurisprudência e nos recursos. O parecer do MPjTCU não é obrigatório no caso dos seguintes recursos: embargos de

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declaração, agravo e pedido de reexame em processo de fiscalização de atos e contratos (RITCU, art. 62, III c/c art. 280). Quanto à terceira etapa, no caso de atos sujeitos a registro e processos de fiscalização, o termo mais adequado para a decisão do Tribunal é “apreciação”, não sendo correto dizer que o TCU os julga (no sentido estrito do termo). Naturalmente, a quarta etapa (recursal) só ocorrerá se houver interposição de recursos. O Ministro relator presidirá a instrução do processo, isto é, dirigirá os trabalhos relativos à solução dos casos concretos documentados nos processos, determinando, mediante despacho, de ofício ou por provocação da unidade de instrução ou do Ministério Público junto ao Tribunal, o sobrestamento do julgamento ou da apreciação, a citação, a audiência dos responsáveis, ou outras providências consideradas necessárias ao saneamento dos autos. O relator poderá, mediante portaria, delegar competência a titular de unidade técnica (Secretário de Controle Externo), para realização de citação, audiência, diligência e outras providências necessárias ao saneamento do processo. Essa delegação de competência, no caso de citação e audiência, poderá, a critério do relator, ter seu alcance restringido a determinados responsáveis ou a valores indicados no instrumento de delegação. Trata-se de um mecanismo de desafogamento do relator, que pode delegar para autoridades hierarquicamente inferiores do Tribunal, no caso os titulares de unidade técnica, a realização das etapas preliminares do processo, cujo melhor exemplo é a chamada do responsável para defesa em sede de audiência ou citação. Repare que, dentre as medidas a cargo do relator, todas podem ser delegadas, exceto o sobrestamento10. O titular de unidade técnica poderá também delegar competência, de forma irrestrita ou não, aos diretores de divisão, para encaminhamento dos autos após instrução (opinião do servidor que analisou o caso) e parecer. Os atos relativos a despesas de natureza reservada legalmente autorizadas terão tramitação sigilosa. Lembrando que nenhum pretexto (nem mesmo sigilo da despesa por questões de segurança nacional, por exemplo) pode impedir o exercício do controle externo. A diferença é que a tramitação não será pública. Consideram-se urgentes, e nessa qualidade terão tramitação preferencial, os papéis e processos referentes a:

                                                            10 Suspensão do julgamento ou apreciação de um processo em razão de surgimento de matéria ou fato que obste seu regular prosseguimento, sem prejuízo da continuidade de sua instrução, no que for possível.

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solicitação de realização de auditorias e inspeções formulada pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas casas ou pelas respectivas comissões;

solicitação de informações e requisição de resultados de auditorias e inspeções, bem assim de pronunciamento conclusivo, a ser emitido no prazo de trinta dias do recebimento, nos termos dos incisos III, IV e V do art. 1º do RITCU;

pedido de informação para instrução de mandado de segurança ou outro feito judicial;

consulta que, pela sua natureza, exija imediata solução, a critério do relator;

denúncia ou representação que indique a ocorrência de fato grave, a critério do relator;

medidas cautelares; caso em que o retardamento possa representar significativo dano ao erário;

recursos que tenham efeito suspensivo; outros assuntos que, a critério do Plenário ou do Presidente, sejam entendidos como urgentes.

Isso significa que, diante de dois ou mais processos a dar tratamento (instrução), os servidores e Ministros devem optar pelos de natureza urgente, de tramitação preferencial. Partes do processo O processo no TCU tem como partes: o responsável e o interessado. O RITCU nos diz que responsável é aquele assim qualificado, nos termos da Constituição Federal, da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e respectiva legislação aplicável. Ou seja, responsável é aquele que a lei diz que ser “responsável”. Curioso, não? Enfim, na prática, responsável é, em regra, todo aquele que de alguma forma realiza gestão de recursos públicos, isto é, gere, guarda, arrecada, utiliza e administra valores federais, ou então assume obrigações de natureza pecuniária (agente que age em nome da União quando essa fornece a garantia de um empréstimo para um estado federado, por exemplo). Já o interessado é aquele que, em qualquer etapa do processo, tenha reconhecida, pelo relator ou pelo Tribunal, razão legítima para intervir no processo. Isso significa que o interessado não aparece, de pronto, no processo, por força da lei. O interessado precisa ter sua esfera de direitos atingida para que, mediante pedido de ingresso, passe a ser parte do processo e, com isso, dispor de todas as faculdades processuais disponíveis a quem seja parte, como interpor recursos, apresentar elementos adicionais etc. As partes podem praticar os atos processuais diretamente ou por intermédio de procurador regularmente constituído, ainda que não seja advogado. Importante esse ponto! O responsável pode praticar atos por si próprio. Pode também praticar atos por intermédio de seu procurador não-

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advogado. Ou, então, por meio de procurador advogado. Sendo o processo do TCU um processo administrativo, não é obrigatória a participação de advogado no feito. Constatado vício na representação da parte (uma falsa procuração, por exemplo), o relator fixará prazo de dez dias para que o responsável ou interessado promova a regularização, sob pena de serem tidos como inexistentes os atos praticados pelo procurador. Porém, mesmo no caso de atos praticados por procurador não regularmente constituído, caso esse tenha juntado documentos que efetivamente contribuam na busca da verdade material (descoberta dos fatos que realmente ocorreram, mesmo que não registrados no processo), esses podem ser levados em consideração. Ingresso de interessado Como visto há pouco, o interessado não surge como parte do processo por mera disposição legal. Ele precisa demonstrar perante o relator, que preside o processo, razão legítima para intervir no feito. A habilitação de interessado em processo será efetivada mediante o deferimento, pelo relator, de pedido de ingresso formulado por escrito e devidamente fundamentado. O interessado deverá demonstrar em seu pedido, de forma clara e objetiva, razão legítima para intervir no processo. O relator indeferirá o pedido que não preencher esses requisitos. É facultado ao interessado, na mesma oportunidade em que solicitar sua habilitação em processo, requerer a juntada de documentos e manifestar a intenção de exercitar alguma faculdade processual. Ou seja, o interessado não precisa esperar o deferimento, pelo Relator, do pedido de ingresso para só depois apresentar documentos ou solicitar algum direito como parte processual. Pode fazer isso desde já, junto do pedido. Ao deferir o ingresso de interessado no processo, o relator fixará prazo de até quinze dias, contado da ciência do requerente, para o exercício das prerrogativas processuais previstas neste Regimento, caso o interessado já não as tenha exercido. O pedido de habilitação pode ocorrer em dois momentos do processo: (a) desde a sua constituição (autuação) até antes da inclusão do mesmo em pauta – que é o momento em que o processo é agendado para ser julgado em determinado dia; (b) depois do julgamento, na fase recursal. Portanto, o pedido de habilitação será indeferido quando formulado após a inclusão do processo em pauta. Quando o ingresso de interessado ocorrer já na fase de recurso, cabe ao interessado demonstrar, na peça recursal, em preliminar, o seu interesse em intervir no processo. Ou seja, mesmo uma pessoa não habilitada como parte pode tentar interpor um recurso, desde que, na peça recursal, demonstre razão legítima ou interesse para intervir. Quando isso ocorrer, a questão será avaliada pelo relator e, na seqüência,

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indeferida ou não. Sendo deferido o ingresso, o recurso passará a ser examinado. Distribuição Os processos do TCU, ao chegarem11 ou se formarem12, devem ser relatados por Ministros ou Auditores. Para isso, é feito um procedimento de distribuição, segundo os princípios da publicidade, da alternatividade e do sorteio. A distribuição é um ato público, feito mediante sorteio. Além disso, no que toca aos processos originários das unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, das entidades da administração indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, e de outras unidades que, por determinação normativa, estejam sujeitas à jurisdição do Tribunal, eles serão agrupadas em listas de unidades jurisdicionadas. Existe uma lista para cada Ministro ou Auditor (num total de 12, sendo 8 Ministros, já que o Presidente não vota, e 4 Auditores), que passa a congregar um conjunto de órgãos ou entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal. São essas as listas que estão sujeitas à alternância periódica dentre os Ministros (princípio da alternatividade). As listas serão organizadas sob a coordenação do Presidente e, depois de aprovadas pelo Plenário, publicadas no Boletim do Tribunal de Contas da União. Os processos concernentes a recursos federais repassados por força de lei ou mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, bem como os órgãos e entidades governamentais dos estados, do Distrito Federal e dos municípios equiparam-se às unidades jurisdicionadas e serão incluídos nas citadas listas. Aplica-se ainda o mesmo critério de listas quanto aos processos referentes a recursos federais transferidos a entidade privada (ex. convênio para uma ONG) ou pessoa física domiciliada (ex. concessão de bolsa de estudos do CNPq), por ocasião da constituição do processo, na área do respectivo estado ou Distrito Federal. Na primeira sessão ordinária do Plenário do mês de julho, nos anos pares, o Presidente sorteará, para vigência a partir do primeiro dia do ano subseqüente, entre os Ministros e os Auditores, o relator de cada lista de unidades jurisdicionadas, ao qual serão distribuídos todos os processos, de qualquer classe de assunto, que derem entrada ou se formarem no Tribunal ao longo do biênio, originários dos órgãos e entidades contidos em cada lista.                                                             11 Quando são de origem externa, a exemplo das representações, denúncias, consultas, TCEs e as tomadas e prestações de contas anuais. 12 Quando são de origem interna, a exemplo dos processos de fiscalização por iniciativa própria. 

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Em observância ao princípio da alternatividade, o Ministro ou o Auditor não poderá ser contemplado com a mesma lista no biênio subseqüente. A composição das listas não poderá ser alterada durante o biênio de vigência do sorteio, exceto nas hipóteses de:

criação, fusão, incorporação, cisão, desestatização, desmembramento, extinção ou alteração de vinculação organizacional ou sistêmica de unidades jurisdicionadas;

impedimento do relator, atinente a determinado órgão ou entidade; consolidação de processos de prestação ou de tomada de contas, determinada pelo Tribunal como medida de racionalização administrativa;

criação, desmembramento ou fusão de estado ou território federal. Como o Presidente do TCU não relata processos, ele não é contemplado com uma lista de unidades jurisdicionadas. Porém, no caso de encerramento de mandato, ele receberá as listas e os processos anteriormente sorteados para seu sucessor. Na hipótese de o Ministro relator deixar o Tribunal, as listas e os processos que lhe cabiam por sorteio serão redistribuídas àquele que o suceder no cargo. Quanto aos processos não constantes de listas, o Presidente sorteará, entre os ministros, o relator de cada processo referente a:

recursos de reconsideração e de revisão e pedido de reexame interpostos às deliberações das câmaras ou do Plenário13;

auditorias a serem coordenadas diretamente por ministros, com a sua participação na execução

projetos de atos normativos; outros assuntos que não ensejem a distribuição segundo os critérios de listas de unidades jurisdicionadas.

Não participará do sorteio o ministro que tiver proferido o voto condutor do acórdão objeto dos recursos previstos no primeiro item da relação acima, observadas as competências do Plenário e das câmaras. Além disso, primeira sessão ordinária do Plenário do mês de julho, o Presidente sorteará, entre os ministros, o relator das Contas do Governo da República, relativas ao exercício subseqüente, a serem apreciadas pelo Tribunal. No caso de impedimento do ministro sorteado, ou se ocorrer a impossibilidade do desempenho dessas funções, reconhecida pelo Plenário, será realizado novo sorteio. Os nomes dos relatores sorteados serão excluídos dos sorteios seguintes até que todos os demais ministros tenham sido contemplados em iguais

                                                            13 Embargos de declaração e agravos são relatados pelo Ministro que já era relator do processo contra o qual houve interposição de recurso. Os recursos citados acima são objeto de novo sorteio.

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condições. Em observância ao princípio da alternatividade, o ministro por último sorteado não será incluído no sorteio seguinte. Apresentação de alegações de defesa, de razões de justificativa e de documentos novos As alegações de defesa e as razões de justificativa serão admitidas dentro do prazo determinado na citação ou na audiência, respectivamente. Além disso, desde a constituição do processo até o término da etapa de instrução, é facultada à parte a juntada de documentos novos, até o final da etapa de instrução do processo (emissão do parecer conclusivo do titular da unidade técnica). No mais, a parte tem o direito de distribuir, após a inclusão do processo em pauta, memorial14 aos Ministros, Auditores e ao representante do Ministério Público. Havendo mais de um responsável pelo mesmo fato, a defesa apresentada por um deles aproveitará a todos, mesmo ao revel, no que concerne às circunstâncias objetivas, mas não aproveitará no tocante aos fundamentos de natureza exclusivamente pessoal. Quanto a esse ponto, reveja o exemplo do caso de Joaquim e Manoel já dado nesta aula (página 14).

Provas As provas que a parte quiser produzir perante o Tribunal devem sempre ser apresentadas de forma documental, mesmo as declarações pessoais de terceiros. No TCU, não se admite provas mediante depoimento de testemunhas ou qualquer outro que não seja documental (em papel ou meio eletrônico). Também não é possível que a parte solicite ao Tribunal a realização de perícias, uma vez que a responsabilidade em provar a regularidade dos os atos de gestão é do responsável (o ônus da prova é do gestor, e não do TCU). São ainda inadmissíveis no processo provas obtidas por meios ilícitos. Pedido de vista e de cópia dos autos As partes (apenas elas) poderão pedir vista ou cópia de peça do processo, mediante solicitação dirigida ao relator. Já aos advogados é assegurada a obtenção de vista ou cópia de peça de qualquer processo não sigiloso, mesmo que não seja relativo à parte que representa, desde que demonstrem semelhança de matéria e necessidade atual em face do processo em que estejam atuando.                                                             14 Memorial é uma exposição escrita, dirigida a autoridade pública, na qual se pleiteia alguma coisa. Indicativo por escrito feito nos moldes de relatório, em que se mencionam e descrevem os fatos relativos a uma diligência ou a uma perícia. No caso do TCU, podemos entender como um documento dirigido aos Ministros, já na etapa de julgamento, mencionando e, eventualmente, mostrando fundamentos de fato e de direito que tentem comprovar o ponto de vista da parte (e de repente, modificar um julgamento).

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Na ausência ou impedimento por motivo de licença, férias, recesso do Tribunal ou outro afastamento legal do relator ou do seu substituto, e não havendo delegação de competência ao titular de unidade técnica ou aos diretores de divisão, caberá ao Presidente do Tribunal decidir sobre os pedidos. Poderão ser indeferidos os pedidos de vista e cópia se existir motivo justo ou, estando no dia de julgamento do processo, não houver tempo suficiente para a concessão de vista ou extração de cópias. No caso de processo encerrado, exceto por apensamento a processo em aberto, caberá à Presidência do Tribunal decidir sobre os pedidos. O relator, mediante portaria, poderá delegar competência aos titulares das unidades técnicas e ao chefe de seu gabinete, bem como aos dos membros do Ministério Público, para autorização de pedido de vista e de fornecimento de cópia de processo. Do despacho que indeferir pedido de vista ou cópia de peça de processo cabe agravo. O despacho que deferir o pedido de vista indicará o local onde os autos poderão ser examinados, sendo que a parte deverá apresentar comprovante do recolhimento da importância correspondente ao ressarcimento dos custos das fotocópias. O pagamento será dispensado nas solicitações de interesse de órgão ou entidade da administração pública federal, estadual ou municipal. As partes não poderão retirar processo das dependências do Tribunal. Os advogados regularmente constituídos, porém, poderão fazer essa retirada, pelo prazo de cinco dias, sob a sua responsabilidade, na forma e nas condições definidas em ato normativo. Se o processo, retirado das dependências do Tribunal, não for devolvido dentro do prazo prescrito de cinco dias, o relator determinará a reconstituição das peças que entender necessárias ao julgamento, que em caso de revelia da parte poderá ter por fundamento exclusivamente as conclusões da unidade técnica. Poderá ser fornecida cópia de processo, julgado ou não, mesmo de natureza sigilosa, ressalvados os documentos e informações protegidos por sigilo fiscal, bancário, comercial ou outros previstos em lei, a dirigente de órgão ou entidade que comprove, de forma objetiva, a necessidade das informações para defesa do órgão ou entidade federal, estadual ou municipal que represente. Constará registro do caráter reservado das informações em cada cópia de processo de natureza sigilosa a ser fornecida. Não será concedida vista ou fornecida cópia de peças da etapa de instrução antes do seu término (isto é, quando o titular da unidade técnica emite o seu parecer conclusivo). Sustentação Oral

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No julgamento ou apreciação de processo, as partes poderão produzir sustentação oral, após a apresentação, ainda que resumida, do relatório e antes do voto do relator, pessoalmente ou por procurador devidamente constituído, desde que a tenham requerido ao Presidente do respectivo colegiado (Plenário, 1ª ou 2ª câmara) até quatro horas antes do início da sessão. Se houver solicitação da parte interessada na sustentação oral, poderá o relator autorizá-la a obter cópia do relatório, antes da sessão, fato que dispensará a sua apresentação por ocasião do julgamento. É facultado a parte dispensar a obtenção dessa cópia de relatório. Após o pronunciamento, se houver, do representante do Ministério Público, a parte ou seu procurador falará uma única vez e sem ser interrompida, pelo prazo de dez minutos. O Presidente do colegiado, ante a maior complexidade da matéria, pode prorrogar o tempo por até igual período, se previamente requerido. No caso de um procurador de mais de uma parte, aplica-se o mesmo prazo de dez minutos. Havendo mais de uma parte com procuradores diferentes, esse prazo será duplicado (vinte minutos, portanto) e dividido em frações iguais entre estes. Exemplo: se três partes solicitarem sustentação oral, o prazo para cada uma falar será de 6 minutos e 40 segundos (20 minutos divididos por três). Se no mesmo processo houver interesses opostos, observar-se-á, relativamente a cada parte, os mesmos prazos. Quando se tratar de julgamento ou apreciação de processo em sessão de caráter reservado, as partes terão acesso à Sala das Sessões ao iniciar-se a apresentação do relatório e dela deverão ausentar-se ao ser concluído o julgamento. Já explicamos isso na aula que tratou do funcionamento do Tribunal. O acesso à sessão será feito quando for apreciado o processo em que a pessoa for parte, e depois ela deve se ausentar. Durante a discussão e o julgamento, por solicitação de Ministro, Auditor ou representante do Ministério Público, poderá ser concedida a palavra à parte ou a seu procurador para estrito esclarecimento de matéria de fato (acerca dos fatos ocorridos). Assim, nessa fase, não é possível à parte esclarecer matéria de direito (atinente à legislação aplicável ao caso).

Atenção! O instituto da sustentação oral serve como instrumento de exposição das questões de fato (os fatos ocorridos) e de direito (o enquadramento legal da irregularidade, por exemplo) relacionadas ao processo. Trata-se de uma última tentativa da parte em refutar os argumentos produzidos pela unidade técnica do Tribunal, pelo MPjTCU ou pelo relator. Dessa maneira, a sustentação oral não é instrumento destinado a levantar elementos novos ou promover a discussão de pontos do processo entre as partes. A sustentação oral é destinada aos membros do colegiado, e não às outras partes.

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Arquivamento de processo O Tribunal e, excepcionalmente, o relator podem determinar o arquivamento do processo nas seguintes situações:

quando for ordenado o trancamento das contas em decisão terminativa; quando ausentes os pressupostos de constituição ou de desenvolvimento válido e regular do processo, nos termos do art. 21215;

nos casos previstos nos arts. 21316, 23517, parágrafo único, 26318 e 26519;

quando tenha o processo cumprido o objetivo para o qual foi constituído.

Nos processos em que seja cabível a interposição de recurso nas situações de médio ou longo prazo (recurso de reconsideração e pedido de reexame intempestivos – cabível pelo prazo de 1 ano, bem como recurso de revisão – possível de ser interposto pelo prazo de 5 anos), a guarda, gerenciamento, preservação e consulta dos autos será de, no mínimo, seis anos, a contar do trânsito em julgado. Nulidades20 Em termos conceituais, nulidade é um defeito jurídico que torna sem valor ou pode invalidar o ato ou o processo no todo ou em parte, decorrente da inobservância de exigências ou de formas legais, o que destitui o ato de validade (nulidade absoluta) ou possibilita invalidá-lo (nulidade relativa). No caso dos processos perante o TCU, nenhum ato será declarado nulo se do vício não resultar prejuízo para a parte, para o erário, para a apuração dos fatos pelo Tribunal ou para a deliberação adotada. Com isso, homenageia-se a economia e a racionalidade processuais, isto é, só se declara a nulidade se, caso isso não seja feito, houver algum prejuízo. Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveitaria a declaração de nulidade, o Tribunal não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. Assim, suponha que a parte alegue alguma nulidade ou defeito formal em algum ato do processo, com o objetivo de anulá-lo. O Tribunal, porém, já está inclinado a julgar o feito a favor dela. É óbvio que se torna mais interessante proferir desde logo a decisão favorável

                                                            15 “O Tribunal determinará o arquivamento do processo de prestação ou de tomada contas, mesmo especial, sem julgamento do mérito, quando verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo.” 16 “A título de racionalização administrativa e economia processual, e com o objetivo de evitar que o custo da cobrança seja superior ao valor do ressarcimento, o Tribunal poderá determinar, desde logo, nos termos de ato normativo, o arquivamento de processo [de tomada ou prestação de contas, inclusive especial], sem cancelamento do débito, a cujo pagamento continuará obrigado o devedor, para que lhe possa ser dada quitação.” 17 “O relator ou o Tribunal não conhecerá de denúncia que não observe os requisitos e formalidades prescritos no caput, devendo o respectivo processo ser arquivado após comunicação ao denunciante.” 18 “O relator ou o Tribunal não conhecerá de requerimento que lhe seja diretamente dirigido por interessado na obtenção dos benefícios de que trata este capítulo [atos sujeitos a registro], devendo a solicitação ser arquivada após comunicação ao requerente.” 19 “O relator ou o Tribunal não conhecerá de consulta que não atenda aos requisitos do artigo anterior ou verse apenas sobre caso concreto, devendo o processo ser arquivado após comunicação ao consulente.”

 

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à parte do que declarar a nulidade de um ato pretérito, refazer esse ato e todos os seus subseqüentes, para então ser proferida nova decisão, o que atinge a mesma finalidade de modo muito mais demorado e custoso. Não se tratando de nulidade absoluta (defeito insanável), considerar-se-á válido o ato que, praticado de outra forma, tiver atingido o seu fim. Ou seja, se o ato contiver defeito, mas atingir sua finalidade, será considerado válido. A parte não poderá argüir nulidade a que haja dado causa ou para a qual tenha, de qualquer modo, concorrido. Ou seja, não se pode alegar algum defeito em um ato para anulá-lo, se essa parte houver sido responsável por essa nulidade. Trata-se, obviamente, de uma conduta de má-fé, por isso o Tribunal não declara nulidade nessas situações. A nulidade do ato, uma vez declarada, causará a dos atos subseqüentes que dele dependam ou sejam conseqüência. A nulidade de uma parte do ato, porém, não prejudicará as outras que dela sejam independentes. O relator ou o Tribunal, ao pronunciar a nulidade, declarará os atos a que ela se estende, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam refeitos ou retificados, ressalvado o fato de que nenhum ato será declarado nulo se do vício não resultar prejuízo para a parte, para o erário, para a apuração dos fatos pelo Tribunal ou para a deliberação adotada. No caso de nulidade declarada na fase recursal, compete:

ao relator do recurso declarar os atos a que ela se estende; ao Ministro ou Auditor, sob cuja relatoria o ato declarado nulo foi praticado, ou ao seu sucessor, ordenar as providências necessárias para a repetição ou retificação do ato.

Eventual incompetência do relator não é causa de nulidade dos atos por ele praticados. Nos processos em que deva intervir formalmente (não são todos, lembra-se?) a falta de manifestação do Ministério Público implica a nulidade do processo somente a partir do momento em que esse órgão deveria ter-se pronunciado e não o fez. Nesse caso, a manifestação posterior do Ministério Público sana a nulidade do processo, se ocorrer antes da decisão definitiva de mérito do Tribunal, nas hipóteses em que expressamente anuir aos atos praticados anteriormente ao seu pronunciamento. Comunicações A citação, a audiência ou a notificação, bem como a comunicação de diligência (requisição de documentos), devem ser feitas:

mediante ciência da parte, efetivada por servidor designado, por meio eletrônico, fax, telegrama ou qualquer outra forma, desde que fique confirmada inequivocamente a entrega da comunicação ao destinatário;

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mediante carta registrada, com aviso de recebimento que comprove a entrega no endereço do destinatário;

por edital publicado no Diário Oficial da União, quando o seu destinatário não for localizado.

A citação, a audiência, a comunicação de diligência ou a notificação determinada, conforme o caso, pelo relator, pelas câmaras ou pelo Plenário, será expedida pela unidade técnica competente da Secretaria do Tribunal. No caso de adoção de medida cautelar pelo Tribunal ou relator, as comunicações poderão ser efetivadas pelo meio mais célere possível, dentre as seguintes opções: ciência da parte, efetivada por servidor designado, por meio eletrônico, fax, telegrama ou qualquer outra forma, desde que fique confirmada inequivocamente a entrega da comunicação ao destinatário. As notificações ao responsável para pagamento de débito ou de multa somente serão efetivadas por meio de carta registrada, com aviso de recebimento, ou por edital, devendo ser acompanhadas de cópia do documento de arrecadação do valor da condenação, devidamente preenchido com dados que não sofrerão modificações até a data indicada, a exemplo de banco, conta corrente, CPF do responsável etc. Supre a falta da citação ou da audiência o comparecimento espontâneo do responsável ao processo, praticando qualquer ato, desde que havido após a determinação de realização de diligência ou citação. Suponha que o Tribunal, por algum motivo, se esquece de citar um responsável. Isso seria motivo para nulidade do processo a partir do ponto em que deveria ter sido feita a citação e não foi, por lhe faltar um elemento indispensável (defesa). Algum tempo depois, esse responsável se dirige pessoalmente a uma unidade do TCU e apresenta documentos de defesa, com provas, por exemplo. Nessa situação, está resolvida a falta de citação, não sendo mais possível se falar em nulidade. Certidões e prestação de informações As certidões ou informações requeridas ao Tribunal por pessoa física ou jurídica, para defesa de seus direitos ou esclarecimentos de interesse particular, coletivo ou geral, serão expedidas pela Presidência, ou pelos dirigentes das unidades técnicas, mediante delegação, no prazo máximo de quinze dias a contar da autuação do requerimento. Os requerimentos serão instruídos em caráter prioritário pelas unidades competentes, considerando os julgados do Tribunal, o cadastro de responsáveis por contas julgadas irregulares, bem como outras fontes subsidiárias, encaminhando-os à Presidência acompanhados de minuta de certidão. Quando se tratar de matéria cujo sigilo seja considerado pelo Tribunal como imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, ou quando a defesa da intimidade e o interesse social o exigirem, o requerente será informado sobre a impossibilidade de atendimento da solicitação.

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Em caso de denúncia em tramitação no Tribunal, o seu autor (denunciante) poderá requerer ao Tribunal, mediante expediente dirigido ao Presidente, certidão dos despachos e dos fatos apurados, a qual deverá ser fornecida no prazo máximo de quinze dias, a contar da data da entrada do pedido, desde que o respectivo processo de apuração tenha sido concluído ou arquivado. Decorrido o prazo de noventa dias, a contar da data em que a denúncia deu entrada no Tribunal, será obrigatoriamente fornecida a certidão de que trata este artigo, ainda que não estejam concluídas as apurações. Ao expedir essa certidão, deverá o denunciante ser alertado, se for o caso, de que o respectivo processo tramita em caráter sigiloso ou que o Tribunal decidiu manter o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia.

----------------------- Pessoal,

Enfim chegamos ao final deste curso! Certamente não foi pouco o tempo dispendido por todos nós nesse projeto de aprovação no TCU2009, nem por mim (professor), muito menos por vocês (alunos)!

De toda forma, espero sinceramente que o curso tenha produzido o efeito esperado: aprender Controle Externo em poucas semanas, à distância, com profundidade, mas de forma objetiva, com teoria e um pouco de prática (exercícios). Não foi moleza, né? Certamente, não! Ainda mais quando outras matérias estão em jogo: Direito Administrativo, Constitucional, Informática, Português, Orçamento etc. etc.

Fica parecendo que o concurso é para pessoas acima da média humana. Mas não é. Quem passa é gente normal, pode acreditar! Depois de já ter vivenciado essa etapa de vida pela qual vocês estão passando, posso afirmar categoricamente que vale a pena, gente! Vale as noites mal dormidas, vale o tempo distante da família e do convívio social, vale as férias perdidas, vale o estresse, a ansiedade, o dinheiro investido, o cansaço mental e físico. Tudo vale a pena, quando o seu projeto é melhorar de vida, oferecer segurança para você e sua família, ser aprovado num concurso em igualdade de oportunidades, onde tudo o que você precisa fazer para passar é estudar. O procedimento é projetado para ser isonômico, para que os melhores vençam com base no conhecimento técnico. É por isso que o concurso público é uma disputa bacana! Não depende de indicação, não depende do humor de quem te contrata, não depende de beleza física, de simpatia ou de uma boa roupa no dia da entrevista, nada disso! Depende de você! Depende da sua capacidade, e isso a gente obtém assim, estudando!

Enfim, não vou me alongar. Só queria passar um pouco de energia positiva nessa reta final. Para finalizar, vamos fechar com os tradicionais exercícios de fixação. Devo alertar que são poucas as questões de concurso que

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tratam especificamente de sanções, cautelares, recursos e processo no TCU, por isso a listagem de hoje ficou mais reduzida.

Nos vemos no Tribunal de Contas da União! Torcerei por todos vocês! Além disso, muito obrigado pela confiança!

Forte abraço,

Antonio Saraiva

EXERCÍCIOS

1) (CESPE/IEMA2007/Analista/Ciências Contábeis) Em relação aos editais de licitação, comprovada a ocorrência de fraude, caberá ao TCU propor ao órgão interessado que declare a inidoneidade do licitante fraudador pelo prazo necessário à regularização da situação. A empresa Z Engenharia e Construções Ltda. encaminhou representação ao TCM/GO apontando irregularidades no edital da Concorrência n.º 1/2007, instaurada pela prefeitura de um município goiano, cujo objeto era a contratação de empresa de engenharia para execução indireta, no regime de empreitada por preço global, das obras e serviços de construção de uma creche municipal, com recursos do Fundo de Participação dos Municípios. No documento protocolizado no tribunal, a representante requereu a concessão de medida cautelar para a suspensão do certame licitatório referido e a antecipação de tutela para anular o mencionado edital, ante a ausência de projeto básico. 2) (CESPE/TCMGO2007/Procurador de Contas) O TCM/GO pode adotar a medida cautelar pleiteada pelo representante, pois, de acordo com o disposto na sua Lei Orgânica, o tribunal pleno ou o relator, em caso de urgência, de fundado receio de grave lesão ao erário ou a direito alheio, ou de risco de ineficácia da decisão de mérito, pode, de ofício ou mediante provocação, adotar medida cautelar, com ou sem a prévia oitiva da parte, determinando, entre outras providências, a suspensão do ato ou do procedimento impugnado, até que o tribunal decida sobre o mérito da questão suscitada.

3) (CESPE/Prefeitura de Aracaju/Procurador do Município) O TCU pode suspender cautelarmente procedimento licitatório em andamento e que não observou preceitos legais.

4) (CESPE/SGAAC2007/Perito Criminal/Engenharia Civil) O Tribunal de Contas do Acre pode, cautelarmente, determinar a quebra de sigilo bancário do administrador público que tenha o dever de prestar contas pela utilização de recursos públicos estaduais.

5) (CESPE/ANATEL2009/Analista/Ciências Contábeis) O processo de exame e julgamento de tomadas e prestações de contas anuais é a expressão máxima do poder controlador do Tribunal de Contas da União (TCU), o que lhe permite fazer determinações e impor sanções, que não são recorríveis, no que diz respeito ao mérito, senão ao próprio TCU.

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6) (CESPE/ANATEL2009/Especialista em Regulação/Ciências Contábeis) Em caso de irregularidade de contas, o Tribunal de Contas da União, em sua função sancionadora, pode aplicar ao agente público responsável multa correspondente ao dobro do dano provocado ao erário.

7) (CESPE/TCU2003/Procurador) Considere a seguinte situação hipotética. Ao realizar a tomada de contas especial (TCE) relativa a uma sociedade civil, pessoa jurídica privada, beneficiária de recursos públicos, o TCU verificou que Pedro, presidente dessa sociedade civil, opunha obstáculos indevidos ao desenvolvimento dos trabalhos. O MP/TCU então requereu ao tribunal o afastamento de Pedro, o que foi deferido. Nessa situação, a medida de afastamento de Pedro não está juridicamente amparada pela Lei Orgânica do TCU.

8) (CESPE/TCU2003/Procurador) O gestor de recursos públicos que haja deixado o cargo não mais poderá sofrer sanção aplicável pelo TCU, embora possa ser responsabilizado nas esferas civil e penal, se for o caso.

9) (CESPE/TCU2007/Analista de Controle Externo) Considere a seguinte situação hipotética. Empresa responsável pela construção de um gasoduto entre a Bolívia e o Brasil, em seu processo de prestação de contas, relativas ao exercício de 2002, teve acórdão proferido pelo TCU, que julgou as contas regulares com ressalvas, dando quitação aos responsáveis. Da decisão definitiva, por comportar recurso de reconsideração, com efeito suspensivo, o Ministério Público junto ao TCU pretende recorrer, por entender ser caso de contas julgadas irregulares. Nessa situação, compete ao procurador interpor o recurso, para que outro colegiado aprecie a decisão recorrida, negando-lhe ou não provimento.

10) (CESPE/TCU2007/Analista de Controle Externo) Considere a seguinte situação hipotética. No processo de fiscalização para apuração da denúncia de desvio de recursos da União repassados à prefeitura do município X para a elaboração de cartilha contra o uso de drogas, constatou-se que a prefeitura antecipou o pagamento à empresa contratada sem que tivesse havido a execução do serviço. O TCU determinou a conversão da fiscalização em tomada de contas especial e citou os responsáveis, que alegaram defesa sem recolher o débito. O TCU não acatou a defesa, nem reconheceu boa-fé e julgou as contas do convênio irregulares pelo fato de ter havido prática de ato de gestão ilegal, que causou danos ao erário. Nessa situação, o TCU deverá responsabilizar solidariamente o agente público e o terceiro que concorreu com o cometimento do dano, podendo aplicar multa de até 100% do valor atualizado do dano causado ao erário, e, mesmo que haja o pagamento integral do débito e(ou) da multa, persistirá o julgamento quanto à irregularidade das contas. 11) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo) Comprovada fraude a licitação, o TCU deve declarar a inidoneidade do licitante fraudador, que ficará impossibilitado de participar de licitação por até 5 anos. Essa sanção, cuja imposição cabe ao plenário do Tribunal, abrange apenas licitações da administração pública federal. 12) (CESPE/TCU2004/Analista de Controle Externo) Um dos efeitos possíveis das decisões dos tribunais de contas é a inelegibilidade do gestor público que tiver suas contas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente. Para a eficácia desse julgamento, no que tange à inelegibilidade, a decisão da corte de contas não precisa ser homologada pela justiça eleitoral.

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Em outubro de 1998, o TCDF constatou superfaturamento na execução de contrato firmado por órgão da administração direta do DF, e, em razão disso, julgou as contas do responsável irregulares, aplicando-lhe multa, e condenando-o em débito solidariamente com a empresa beneficiária do sobrepreço. Em face da situação hipotética apresentada acima, julgue os itens subseqüentes. 13) (CESPE/TCDF2002/Analista de Controle Externo) Se, em setembro de 2001, um procurador do MP/TCDF, ao examinar auditoria realizada naquela mesma entidade, descobrisse fato que não tivesse sido considerado por ocasião do julgamento da irregularidade das contas e que pudesse resultar no acolhimento da defesa do administrador, nesse caso, deveria o procurador entrar com recurso de revisão da decisão condenatória, não obstante as contas terem sido julgadas há quase três anos. 14) (CESPE/TCDF2002/Analista de Controle Externo) A interposição tempestiva do recurso de revisão contra a decisão condenatória não teria efeito suspensivo.

15) (CESPE/TCDF2002/Analista de Controle Externo) Relativamente ao débito apurado, será imprescritível a ação de ressarcimento a ser proposta contra o agente público.

16) (CESPE/TCDF2002/Analista de Controle Externo) Não obstante a solidariedade pelo débito, a empresa que se beneficiou do superfaturamento não poderá ser compelida a pagar a multa aplicada ao administrador público.

17) (CESPE/TCE-AC2006/Analista de Controle Externo) Considere que determinado responsável por recursos públicos tenha sido condenado a devolver aos cofres do Estado o valor de R$50.000,00. Ele não concordou com a pena e, no sexto dia após a sua condenação, interpôs recurso de reconsideração contra a decisão. Nesse caso, o efeito gerado pelo recurso é o suspensivo, o que significa afirmar que , se o pedido de reconsideração for negado, a contagem do prazo para o referido pagamento recomeça do zero, a partir da decisão recorrida. Ao julgar um processo de tomada de contas, o TCU condenou um administrador público solidariamente com uma empresa particular à restituição de determinada quantia aos cofres públicos. O administrador era ocupante de cargo efetivo e integrante dos quadros de um órgão do Poder Executivo federal. No processo, ficou comprovado o conluio do administrador e dos representantes da empresa para fraudar a licitação e desviar dinheiro público. No decorrer do processo, o administrador foi citado e notificado por meio de edital, uma vez que não tinha domicílio certo. Havia, outrossim, nos autos, informação de que o administrador havia tentado alienar os bens que possuía. 18) (CESPE/TCU2006/Auditor) Na hipótese em apreço, o TCU poderá, por intermédio do Ministério Público, solicitar à Advocacia-Geral da União as providências necessárias ao arresto dos bens dos responsáveis. Essa medida é de competência do Plenário do TCU, somente podendo ser adotada por maioria absoluta de seus membros. Adotada a medida, o TCU deve ser ouvido quanto à liberação dos bens arrestados e à sua restituição. 19) (CESPE/TCU2006/Auditor) De acordo com o RI/TCU, se esse tribunal, por maioria absoluta de seus membros, considerar grave a infração cometida, o administrador público mencionado ficará inabilitado, por um período que variará de cinco a oito anos, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da administração pública federal.

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20) (CESPE/TCU2005/Analista de Controle Externo) Considere a seguinte situação hipotética. Assegurada a ampla defesa, o TCU julgou irregulares as contas de Bento, imputou-lhe débito no valor de R$ 100 mil e aplicou-lhe multa proporcional ao débito no valor de R$ 10 mil. Pouco tempo depois, Bento, único responsável, faleceu. Nessa situação, os valores correspondentes à multa não mais deverão ser cobrados, embora a quantia relativa ao débito ainda possa ser cobrada, de modo a se promover o ressarcimento integral do dano.

21) (ESAF/TCU2006/Analista de Controle Externo) Considerando os recursos das decisões do TCU, previstos na Lei no 8.443/92 e no Regimento Interno do Tribunal, assinale a opção que indica a correta relação entre as colunas:

(1) Embargos de Declaração (2) Recurso de Revisão (3) Recurso de Reconsideração (4) Agravo (5) Pedido de Reexame

( ) Correção de obscuridade, omissão ou contradição em decisão. ( ) Despacho decisório do Presidente do TCU. ( ) Decisão de mérito em processo de fiscalização de atos e contratos. ( ) Decisão definitiva em processo de prestação de contas, com efeito suspensivo. ( ) Decisão definitiva em processo de prestação de contas, sem efeito suspensivo. a) 4 – 1 – 5 – 3 – 2 b) 1 – 4 – 5 – 2 – 3 c) 4 – 1 – 2 – 3 – 5 d) 1 – 4 – 5 – 3 – 2 e) 1 – 4 – 2 – 3 – 5

22) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) Qualquer parte poderá argüir nulidade a que haja dado causa ou para a qual tenha, de qualquer modo, concorrido, exceto quanto tal nulidade implicar culpa a terceiros. 23) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveitaria a declaração de nulidade, o Tribunal não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. 24) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) Não se tratando de nulidade absoluta, considerar-se-á válido o ato que, praticado de outra forma, tiver atingido o seu fim. 25) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) Nenhum ato será declarado nulo se do vício não resultar prejuízo para a parte, para o erário, para a apuração dos fatos pelo Tribunal ou para a deliberação adotada. 26) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) A nulidade do ato, uma vez declarada, causará a dos atos subseqüentes que dele dependam ou sejam conseqüência.

27) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) São partes no processo no âmbito do TCU o responsável e o interessado.

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28) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) Interessado é aquele que, em qualquer etapa do processo, tenha reconhecida, pelo relator ou pelo Tribunal, razão legítima para intervir no processo.

29) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) A habilitação de interessado em processo será efetivada mediante o deferimento, pelo relator, de pedido de ingresso formulado por escrito e devidamente fundamentado.

30) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) Constatado vício na representação da parte, o relator fixará prazo de dez dias para que o responsável ou interessado promova a regularização, sob pena de serem tidos como inexistentes os atos praticados pelo procurador.

31) (ESAF/ACE2006/Analista de Controle Externo-adaptada) As partes podem praticar os atos processuais diretamente ou por intermédio de procurador regularmente constituído, ou seja, advogado com registro na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, portador de instrumento de procuração hábil para atuar no processo.

32) (CESPE/TCU2004/Técnico de Controle Externo) Durante a etapa de instrução de um processo no TCU, uma das partes solicitou a oitiva de duas testemunhas, argumentando que esses depoimentos seriam de fundamental importância para o deslinde do processo. Nessa situação, o pedido de oitiva das testemunhas deve ser indeferido.

33) (CESPE/ACE2004/Analista de Controle Externo) Considere a seguinte situação hipotética. Em um processo a ser julgado pelo TCU, quatro administradores públicos tinham seus atos apurados ante a possibilidade de terem causado dano ao erário, na gestão de ente público. A defesa de cada um deles, porém, atribuía aos demais a responsabilidade pelos atos lesivos. Aproximando-se a data prevista para o julgamento do processo, todos os gestores manifestaram, por meio do respectivo advogado, a intenção de realizar sustentação oral. Nessa situação, seria admissível a sustentação oral, cujo prazo seria o previsto no RITCU, multiplicado por dois e, em seguida, dividido igualmente por todos os interessados. GABARITOS E COMENTÁRIOS: 1) Item errado. Em relação a licitações, em caso de fraude, o TCU possui competência própria e privativa para declarar, ele próprio, a inidoneidade do licitante fraudador para participar de certames da administração pública federal pelo período de até cinco anos (RITCU, art. 271). Por isso, não é necessário propor ao órgão interessado (aquele que promove a licitação) para que o faça. A competência do órgão para declarar inidôneo um licitante é em caso de inexecução total ou parcial de contrato, competência da Lei no 8.666/1993, que não se confunde com a do TCU. 2) Item certo. A questão foi aplicada no concurso para o TCM/GO, mas podemos trazê-la por analogia para o TCU. Em caso de ato ou procedimento irregular, o TCU possui competência para expedir a medida cautelar pleiteada pelo representante, qual seja, a de suspensão do procedimento licitatório. O fundamento para isso é mesmo a urgência, fundado receio de grave lesão ao erário ou a direito alheio, ou de risco de ineficácia da decisão de mérito. A medida pode ser adotada mediante

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provocação de licitante, em representação, e pode ser feita com ou sem a prévia oitiva da parte (RITCU, art. 276). 3) Item certo. Trata-se da competência de suspensão cautelar de ato ou procedimento eivado de ilegalidade ou irregularidade (RITCU, art. 276). 4) Item errado. A quebra de sigilo bancário não é uma espécie de medida cautelar prevista para o TCU (nem para o TCE do Acre). Aliás, nenhum Tribunal de Contas tem competência própria para quebrar sigilo bancário em nenhuma hipótese, nem mesmo em decisão definitiva. 5) Item certo. As decisões do TCU são recorríveis apenas perante ele mesmo. Não há previsão de segunda instância (que aprecie recurso) contra decisão do Tribunal. 6) Item errado. Não há previsão legal para aplicação de multa correspondente ao dobro do dano causado ao erário. A multa prevista (RITCU, art. 267 c/c LOTCU, art. 57) é de até 100% do dano, ou seja, a multa será de no máximo uma vez o valor do dano atualizado. 7) Item certo. A medida de afastamento de Pedro está prevista na Lei Orgânica do TCU, mas, segundo jurisprudência, essa lei não ampara o afastamento temporário de responsável de sociedade civil. Conforme o Supremo Tribunal Federal, essa medida alcança apenas órgãos e entidades da Administração Pública - vide julgado citado em aula (MS 23.616). 8) Item errado. Embora não tenhamos abordado esse ponto em aula, vale registrar que a aplicação de sanções pelo TCU não é prejudicada pelo fato de o gestor haver deixado o cargo. Isso não impede a atuação do Tribunal, seja imputação de débito, seja de multa, julgamento das contas, indisponibilidade dos bens etc. Também cabe responsabilização civil e penal, que são independentes do processo do TCU. 9) Item errado. De fato, compete ao MPjTCU, na figura do procurador, interpor os recursos previstos em lei. O recurso de reconsideração, porém, deverá sempre ser apreciado pelo colegiado que houver proferido a decisão recorrida. O mesmo se aplica ao pedido de reexame, agravo e embargo de declaração (RITCU, art. 17, VII e 1º). Apenas o recurso de revisão é que pode ser apreciado por colegiado diverso do julgador do feito, pois é da competência exclusiva do Plenário, mesmo que a decisão originária seja de câmara (RITCU, art. 15, III). 10) Item certo. Nessa situação hipotética, uma sanção possível é a multa de até 100% do valor atualizado do débito. O pagamento integral do débito ou da multa não modifica o mérito do julgamento quanto à irregularidade (RITCU, art. 218, parágrafo único). 11) Item certo. Entendimento do RITCU, art. 271. 12) Item anulado (no gabarito preliminar foi dado como certo). A questão foi anulada por “ambigüidade”. De fato, um efeito possível (lato senso) das decisões dos tribunais de contas é a inelegibilidade do gestor que tiver contas julgadas irregulares. A dubiedade da assertiva reside em afirmar que a eficácia desse julgamento não dependeria, no que tange à inelegibilidade, de homologação pela justiça eleitoral. Em verdade, a justiça eleitoral não “homologa” (confirmar, ratificar) decisões de processos de contas, transformando-as em inelegibilidade, daí a confusão. O entendimento correto é que a lista de responsáveis com contas julgadas irregulares é base para aplicação de uma sanção pela justiça eleitoral, o que não configura homologação da decisão do tribunal de contas, mas apenas uma implicação decorrente da lei eleitoral. A questão realmente está confusa, mas importa saber que o TCU não aplica a sanção de inelegibilidade, apenas elabora a listagem dos responsáveis por contas julgadas irregulares. 13) Item certo. De dezembro de 1998 a setembro de 2001 transcorreram menos de cinco anos. Fato novo com eficácia sobre a prova produzida, que pudesse resultar no acolhimento da defesa do administrador, pode ser considerado fundamento para recurso de revisão, sendo que o procurador, em nome do MP junto ao TCDF, tem competência para interpor os recursos previstos em lei. Esse

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recurso tem justamente o objetivo de reabrir as contas já julgadas, para apreciação de elemento novo, não contemplado na decisão originária. 14) Item certo. O recurso de revisão não tem efeito suspensivo (RITCU, art. 288). 15) Item certo. As ações de ressarcimento de débitos ao erário são imprescritíveis (CF/88, art. 37, §5º - parte final). 16) Item certo. O débito pode ser imputado em solidariedade entre o responsável e o terceiro que tenha concorrido para a prática ou se beneficiado do ato. A multa, porém, é sempre personalíssima, individual. A empresa não pode ser compelida a pagar a multa do responsável. 17) Item errado. O prazo para interposição de recurso de reconsideração é de quinze dias, então o responsável o fez dentro do previsto. O efeito é suspensivo, o que quer dizer que, se o pedido de reconsideração for negado, a contagem do prazo para o referido pagamento não recomeça do zero. Em verdade, o prazo ficou suspenso, sendo que depois do julgamento do recurso ele será retomado pelo prazo que lhe restava. 18) Item errado. A questão está toda certa, salvo quanto à exigência de maioria absoluta para decretação de indisponibilidade dos bens dos responsáveis. Não há essa exigência no Regimento ou na Lei Orgânica (LOTCU, art. 61, e RITCU, art. 274). 19) Item certo. Entendimento do RITCU, art. 270. 20) Item certo. Já vimos essa questão em outra aula. A jurisdição do Tribunal alcança os sucessores dos responsáveis até o limite do patrimônio transferido, para efeito de ressarcimento ao erário (debito imputado). A multa, porém, deixa de ser cobrada caso esse faleça, pois tem caráter de punição personalíssima. 21) Letra “D”. Para achar a resposta, basta cotejar o que está em cada alternativa com aquilo que vimos em sala sobre cada recurso. Agravo ataca despacho decisório de Ministro ou Presidente. Embargos atacam obscuridade, omissão ou contradição em decisão. Pedido de reexame é o recurso contra fiscalização de ato ou contrato. No que tange ao recurso de revisão e ao de reconsideração, ambos vão contra decisão em processo de contas, havendo essa distinção quanto ao efeito suspensivo. A opção que contém a ordem correta é a “d”. 22) Item errado. Ao contrário! A parte não poderá argüir nulidade a que haja dado causa ou para a qual tenha, de qualquer modo, concorrido (RITCU, art. 173), pois isso é conduta de má-fé. 23) Item certo. Transcrição do RITCU, art. 171, parágrafo único. 24) Item certo. Transcrição do RITCU, art. 172, caput. 25) Item certo. Transcrição do RITCU, art. 171, caput. 26) Item certo. Transcrição do RITCU, art. 175, caput. 27) Item certo. Transcrição do RITCU, art. 144, caput. 28) Item certo. Transcrição do RITCU, art. 144, §2º. A questão, por ser mera transcrição de artigo do Regimento, infelizmente ignorou outro dispositivo, qual seja, § 5º do art. 146, segundo o pedido de habilitação de que trata este artigo será indeferido quando formulado após a inclusão do processo em pauta. Logo, não seria em qualquer etapa que o interessado poderia ingressar, mas foi dado como correto, por ser literalidade do art. 144, §2º, do RITCU. 29) Item certo. Transcrição do RITCU, art. 146, caput. 30) Item certo. Transcrição do RITCU, art. 145, §1º. 31) Item errado. As partes podem praticar os atos processuais diretamente ou por intermédio de procurador regularmente constituído, advogado ou não (RITCU, art. 145, caput) 32) Item certo. O pedido deve ser indeferido porque, no TCU, depoimentos não são aceitos como provas. As provas que a parte quiser produzir perante o Tribunal devem sempre ser apresentadas de forma documental, mesmo as declarações pessoais de terceiros (RITCU, art. 162). 33) Item errado. Questão extremamente complicada e sutil. O erro é o seguinte. Ela nos diz que na sustentação oral a defesa de cada uma das partes desejava

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atribuir aos demais a responsabilidade pelos atos lesivos. De acordo com a doutrina, o instituto da sustentação oral, porém, não se presta a esse tipo de discussão entre as partes. A sustentação oral é um instrumento de defesa que permite ao responsável rediscutir todas as questões de fato e de direito, diretamente no colegiado, no momento do julgamento, oportunidade em que poderá refutar os argumentos produzidos pela unidade técnica, pelo Ministério Público ou pelo relator, o que não é o caso hipotético da questão.

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AULA EXTRA

Olá amigos concurseiros! Atendendo a pedidos, elaborei uma aula extra com um pequeno simulado de quinze questões de Controle Externo, misturando conhecimentos de todas as aulas de nosso curso. Respondam as assertivas como se na prova estivessem, deixando em branco se for o caso, e apurem a nota líquida (descontados eventuais erros) para fins de avaliação. Ao final, confiram os gabaritos e os comentários. A propósito, a aula extra de hoje também traz algumas dicas para a prova discursiva, por isso não deixem de olhar mais adiante o que trouxemos para vocês.

SIMULADO DE CONTROLE EXTERNO Acerca do regime constitucional do Tribunal de Contas da União (TCU), julgue os itens a seguir: 1) O Tribunal de Contas da União é considerado órgão de controle externo, independente, auxiliar do Poder Legislativo, porém não integrante desse Poder. Trata-se de instituição de fundo constitucional, que possui autonomia administrativa e financeira. Nessa linha, o TCU é competente para emitir pronunciamento conclusivo acerca de despesas não autorizadas no orçamento, a exemplo de investimentos não programados e subsídios não aprovados, em atendimento à Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, desde que os esclarecimentos devidos não tenham sido prestados pela autoridade administrativa responsável no prazo constitucional, ou considerados insuficientes. 2) Três dos nove Ministros do TCU devem ser escolhidos pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal, sendo dois alternativamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice, segundo critérios de antigüidade e merecimento. Após indicação, a nomeação cabe, também, ao Presidente da República, mas quem lhes dá posse é o Presidente do TCU.

3) A Carta de 1988 concedeu eficácia de título executivo extrajudicial às decisões do Tribunal de Contas da União de que resulte imputação de débito ou multa. Isso significa que, logo após a publicação do acórdão condenatório, o TCU pode postular a cobrança da multa ou do débito diretamente no Poder Judiciário, procedimento que dispensa a inscrição em dívida ativa.

4) Ao se deparar com ilegalidade em ato administrativo, o TCU deve assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei. Findo o prazo, se não atendido, o Tribunal pode sustar a execução do ato impugnado ou, alternativamente, anulá-lo, de ofício.

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No que se refere à atividade de controle externo do TCU, consoante jurisprudência e disposições de sua Lei Orgânica e Regimento Interno, julgue os itens a seguir:

5) O TCU, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade de leis e atos normativos do Poder Público. Para isso, é preciso que o Presidente do Tribunal vote. 6) A atividade de controle externo do TCU pode ser empreendida sob diversas formas, dentre as quais se destacam o julgamento de contas e o exercício da fiscalização contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial. A primeira configura controle periódico e obrigatório, ante o dever de prestar contas imposto pela Constituição Federal a todos que lidem com recursos públicos. A segunda configura atividade instrumental ao julgamento de contas, sendo que em sede de auditoria é lícito o Tribunal expedir determinações corretivas, aplicar multas e condenar em débito os responsáveis envolvidos. Alfredo é servidor público federal do Ministério A desde 2008, aprovado em concurso público de provas e títulos, sendo que atualmente ocupa função de confiança na qual é responsável pela execução financeira do referido órgão. Em 2007, ele ocupou a função de presidente de comissão de licitação no Ministério B, onde era então lotado. Considerando a situação hipotética acima apresentada, julgue os itens seguintes: 7) Caso o Tribunal, em sede de inspeção, apure que Alfredo tenha cometido

irregularidades na condução de certame licitatório no Ministério B, decorrente do descumprimento da Lei de Licitações, deve convocá-lo para apresentar razões de justificativa em sede de audiência, momento em que a ele será ofertada a oportunidade de exercer o contraditório e a ampla defesa. Após esse procedimento, o Tribunal pode aplicar a sanção de inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, o que provocaria o afastamento da função que Alfredo ocupa atualmente no Ministério A, mesmo que, nesse órgão, a função exercida seja outra que não a de presidente de comissão de licitação.

8) Se na fiscalização restar configurada ainda a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário, o Tribunal ordenará, desde logo, a conversão do processo em tomada de contas especial.

9) Suponha que Alfredo tenha se aposentado em maio de 2009 com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Nesse caso, o ato em tela provocará a competência do TCU de apreciar, para fins de registro, a legalidade do ato aposentatório, situação em que o interessado não terá oportunidade de exercer o contraditório e a ampla defesa, consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal. Na espécie, o TCU disporá de até cinco anos para conceder o registro, sob pena de decadência.

10) Suponha que Alfredo tenha sido responsável, no Ministério A, pela firmatura de

convênio com determinado município. Posteriormente, verificou-se que Alfredo e o Prefeito desviaram os recursos da União para fins particulares. Nessa situação, a jurisdição do TCU alcança os valores federais transferidos à referida municipalidade, podendo haver, inclusive, a instauração de tomada de contas

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especial e condenação em débito de Alfredo solidariamente com o Prefeito, mesmo que esse último não seja agente federal. Contra essa decisão do Tribunal é cabível recurso de reconsideração.

Acerca da organização, funcionamento, deliberações, recursos e processo no TCU, julgue os itens a seguir: 11) O Plenário do Tribunal poderá realizar sessões extraordinárias de caráter

reservado para tratar de assuntos de natureza administrativa interna, inclusive projetos referentes a atos normativos que afetem os jurisdicionados, ou quando a preservação de direitos individuais e o interesse público o exigirem, bem como para julgar ou apreciar os processos que derem entrada ou se formarem no Tribunal com chancela de sigiloso.

12) O quórum para abertura de sessão do Plenário é, em regra, de cinco Ministros ou auditores convocados, inclusive o Presidente. No caso das câmaras, deve ser de três Ministros ou auditores convocados, exclusive o Presidente da câmara.

13) Qualquer alteração do Regimento Interno do Tribunal deverá ter a forma de resolução e ser aprovada por maioria absoluta do Plenário.

14) Considere que Joaquim e Manoel, gestores estaduais, praticaram irregularidades

na gestão de R$ 100.000,00 repassados pela União ao estado mediante convênio, com o objetivo de construir um posto de saúde. Por esse motivo, o TCU pretende condená-los em débito pelo valor mencionado, solidariamente. Citado, o primeiro alegou que apenas R$ 50.000,00 seriam verbas federais, e os outros R$ 50.000,00 seriam estaduais, uma vez que os valores repassados pela União não teriam sido totalmente utilizados e estariam depositados em conta corrente. O segundo não respondeu a qualquer comunicação do Tribunal. Nessa situação, os argumentos apresentados por Joaquim serão aproveitados na defesa de Manoel, mesmo revel.

15) O ingresso de interessado no processo do TCU pode ocorrer até a inclusão do mesmo em pauta, ou então na fase recursal. Na segunda circunstância, pode acontecer de o recorrente utilizar uma mesma peça processual para demonstrar seu interesse em intervir no processo e, também, interpor o recurso.

GABARITO E COMENTÁRIOS

1. Gabarito: CERTO. Comentários: A questão consolida entendimentos doutrinários. De fato, o TCU é órgão de controle externo (Lei no 8.443/1992, art. 1º), independente, pois extrai suas competências diretamente da Constituição Federal (“fundo constitucional”), e auxiliar do Poder Legislativo (CF/88, art. 71, caput). Quanto a integrar ou não o Poder Legislativo, a banca Cespe tem reiteradamente se posicionado no sentido de que o TCU não faz parte desse Poder (concursos: HEMOBRAS2008/Analista de Gestão Corporativa - Administrador; TJTO2007/Juiz; OAB/Exame de Ordem 2007.1). A autonomia administrativa e financeira é concedida pelo caput do art. 73 da CF/88, que estende ao TCU as atribuições previstas em seu

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art. 96. Ao final, a assertiva aborda precisamente a competência exercida pelo TCU em auxílio à Comissão prevista no art. 166, §1º (CF/88, art. 72 e parágrafos). 2. Gabarito: ERRADO. Comentários: A assertiva trata da composição do Tribunal de Contas da União. Dos nove Ministros, três são indicados pelo Presidente da República (CF/88, art. 73, § 2º, I) e seis pelo Congresso Nacional (CF/88, art. 73, § 2º, II). O terço que cabe ao Chefe do Poder Executivo indicar carece de aprovação do Senado Federal, sendo que dois devem ser escolhidos alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento. Está errado, portanto, o termo “alternativamente” utilizado na questão, por dar a entender que o Presidente da República sempre poderia optar entre as alternativas auditor e membro do MP junto ao Tribunal. A Constituição dispõe que essa escolha será de forma alternada, ou seja, cada uma das duas vagas deve ser provida por indicados provenientes dessas categorias funcionais, respectivamente. No mais, está correto afirmar que a nomeação cabe ao Presidente da República (CF/88, art. 84, XV) e a posse ao Presidente do TCU (RITCU, art. 28, XXI). 3. Gabarito: ERRADO. Comentários: De fato a Constituição Federal concedeu eficácia de título executivo (extrajudicial) às decisões do TCU que imputem débito ou multa (CF/88, art. 71, § 3º). No entanto, a questão possui erro ao afirmar que o TCU poderá postular a cobrança da multa ou do débito diretamente no Poder Judiciário, pois o Tribunal não possui competência para executar suas próprias decisões. A competência para execução dos acórdãos condenatórios prolatados não é do próprio Tribunal, mas do erário credor, por meio da Advocacia-Geral da Unzão (se a condenação for em favor da administração direta, autárquica ou fundacional, por ser esse o órgão que representa a União judicial e extrajudicialmente) ou dos órgãos jurídicos das estatais (se a condenação for em favor de sociedade de economia mista ou empresa pública). Por fim, está correta a afirmação de que a execução das decisões do TCU dispensa a inscrição dos valores em dívida ativa, porque o próprio acórdão condenatório já torna a dívida líquida e certa (RITCU, art. 215). 4. Gabarito: ERRADO. Comentários: Ao se deparar com ilegalidade em ato administrativo, o TCU deve assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei (CF, art. 71, IX). Findo o prazo, se não atendido, pode sustar a execução do ato impugnado (CF, art. 71, X), mas não é dado ao TCU anulá-lo, pois anular atos administrativos é da competência privativa da Administração e do Poder Judiciário. 5. Gabarito: CERTO. Comentários: A competência do Tribunal de Contas da União para apreciar a constitucionalidade está consagrada na Súmula no 347 do Supremo Tribunal Federal, nos seguintes termos: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público”. Para a tomada de decisão dessa natureza, é necessário que o Presidente do Tribunal vote (RITCU, art. 28, X), situação especial, uma vez que, em regra, o Presidente não relata ou vota no TCU. As principais exceções a essa regra estão dispostas nos incisos IX a XII do art. 28 do RITCU. 6. Gabarito: ERRADO. Comentários: Consoante divisão do Regimento Interno do TCU, a atividade de controle externo (Título VI) se realiza sob as formas de: Julgamento de Contas (Capítulo I), Apreciação das Contas do Governo da República

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(Capítulo II), Fiscalização (Capítulo III), Apreciação de Atos Sujeitos a Registro (Capítulo IV) e Resposta a Consulta (Capítulo V). A fiscalização é considerada atividade instrumental, pois instrui o julgamento das contas (RITCU, art. 249). Em auditoria, espécie de fiscalização, é possível expedir determinações corretivas (RITCU, art. 250, II) e aplicar multas (RITCU, art. 250, §§ 2º e 5º, art. 251, § 1º, III). Até esse ponto a questão está correta, mas há erro ao afirmar que em fiscalização é possível condenar em débito os responsáveis envolvidos. Esse tipo de condenação só é possível em sede de processo de contas. É por isso que a norma dispõe que, diante de hipótese de dano ao erário, é preciso converter o processo de fiscalização em tomada de contas especial (RITCU, art. 252). 7. Gabarito: CERTO. Comentários: A inspeção é instrumento de fiscalização que pode ser utilizado pelo TCU para esclarecer dúvidas quanto à legalidade, à legitimidade e à economicidade de fatos da administração e de atos administrativos praticados por qualquer responsável sujeito à sua jurisdição, ou seja, tipo de fiscalização cabível para a verificação da observância da Lei de Licitações no âmbito da Administração Pública (RITCU, art. 240). Quando verificada a ocorrência de irregularidades decorrentes de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, bem como infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária ou patrimonial, o Tribunal deve determinar a audiência do responsável para, no prazo de quinze dias, apresentar defesa, que tem a denominação de razões de justificativa (RITCU, art. 250, IV). É nessa etapa processual que o gestor pode exercer o contraditório e a ampla defesa. Uma das sanções possíveis de serem aplicadas pelo Tribunal é a inabilitação para o exercício de função de confiança ou cargo em comissão, por período que variará de cinco a oito anos, o que terá o condão de impedir que o responsável ocupe qualquer posição dessa natureza, mesmo que de atribuições diversas, em qualquer órgão ou entidade da Administração Pública federal, não apenas naquela em que praticou irregularidades, desde que atendidos os requisitos do Regimento Interno: deliberação por maioria absoluta e juízo de valor acerca da gravidade da infração (RITCU, art. 270). 8. Gabarito: CERTO. Comentários: Se, no curso de fiscalização, restar configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário, o Tribunal ordenará, desde logo, a conversão do processo em tomada de contas especial (TCE). Essa medida processual se faz necessária porque somente em processo de contas é possível apurar débito ao erário, promover a citação do responsável e condená-lo ao ressarcimento. Em fiscalização isso não é possível. No mais, é a TCE o procedimento adequado para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano (RITCU, art. 197). 9. Gabarito: ERRADO. Comentários: Consoante a Constituição Federal, art. 71, III, o TCU é competente para apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório. Nenhum ato aposentatório de servidor público escapa ao crivo da Corte de Contas. Essa situação (apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão) é a única em que o interessado não tem assegurado o contraditório e a ampla defesa, isto é, trata-se de uma exceção à regra geral, segundo a qual todos os processos perante o

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TCU devem respeito a esses direitos fundamentais (Súmula Vinculante no 3, do Supremo Tribunal Federal). Até esse ponto a questão está correta, porém incorre em erro ao dizer que o TCU dispõe de cinco anos (prazo decadencial) para exercer essa competência. Reiterada jurisprudência do STF confirma que o Tribunal não tem prazo para conceder o registro, pois o ato de concessão de aposentadoria é considerado ato complexo, que somente se aperfeiçoa após a manifestação de vontade das duas partes envolvidas (Administração e TCU). Não estando perfeito e acabado antes da apreciação do TCU, não cabe aplicação do prazo de decadência entre a emissão do ato inicial e a apreciação da legalidade efetivada pelo Tribunal de Contas. 10. Gabarito: CERTO. Comentários: A jurisdição do TCU alcança quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município (CF, art. 71, VI). Sempre que, no exercício dessa atribuição, o Tribunal se deparar com desvio de recursos, deverá determinar à Administração a instauração de tomada de contas especial, ou converter o procedimento de fiscalização em tomada de contas especial, pois o desvio de recursos ou desfalque de bens, dinheiros e valores públicos federais configura hipótese de dano ao erário, ensejadora de TCE (RITCU, art. 197). Nesse caso, quando do julgamento da tomada de contas especial, o Tribunal pode fixar a responsabilidade solidária do agente público que praticou o ato irregular (Alfredo) e do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato (Prefeito), de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado (RITCU, art. 209, § 4º, I e II). Não importa o fato de o Prefeito não ser agente público federal, pois ele era responsável pela gestão de recursos públicos federais em razão da pactuação do convênio com a União. Por fim, o recurso de reconsideração é a espécie apropriada para atacar decisão em processo de tomada ou prestação de contas (processos de contas), classificação na qual a TCE se insere (RITCU, art. 285). 11. Gabarito: ERRADO. Comentários: A questão acerta quanto à competência do Plenário do TCU em realizar sessões extraordinárias de caráter reservado (RITCU, art. 97). Há erro, porém, ao dizer que nessa situação poderão ser apreciados projetos de atos normativos que afetem os jurisdicionados, uma vez que a própria norma excetua esse caso, afirmando que devem ser apreciados em sessão pública (RITCU, art. 97, § 2º). Os demais processos citados podem ser apreciados em sessão de caráter reservado: assuntos de natureza administrativa interna, processos que careçam de preservação de direitos individuais e interesse público e processos que derem entrada ou se formarem no Tribunal com chancela de sigiloso. 12. Gabarito: ERRADO. Comentários: As sessões do Plenário, ordinárias e extraordinárias, somente poderão ser abertas com o quórum de cinco ministros ou auditores convocados, exclusive o Presidente, em regra (RITCU, art. 93). As sessões das câmaras, ordinárias e extraordinárias, somente poderão ser abertas com o quórum de três ministros ou auditores convocados, inclusive o respectivo Presidente (RITCU, art. 134). A questão está errada porque inverteu os termos “exclusive” e “inclusive” em relação ao quórum mínimo regimental do Plenário e das câmaras. 13. Gabarito: CERTO. Comentários: A resolução é o formato de deliberação adotado pelo Tribunal para tratar de aprovação do Regimento Interno, de ato definidor da estrutura, atribuições e funcionamento do Tribunal, das unidades de sua Secretaria e demais serviços auxiliares, e de outras matérias de natureza

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administrativa interna que, a critério do Tribunal, devam revestir-se dessa forma (RITCU, art. 67, II). A alteração do Regimento Interno do Tribunal somente poderá ocorrer mediante aprovação, pela maioria absoluta de seus ministros, de projeto de resolução (RITCU, art. 72), sendo que matéria regimental é da competência privativa do Plenário do Tribunal, não podendo ser aprovada por deliberação de câmara. (RITCU, art. 15, I, “q”). 14. Gabarito: CERTO. Comentários: O Regimento Interno dispõe que, havendo mais de um responsável pelo mesmo fato, a defesa apresentada por um deles aproveitará a todos, mesmo ao revel, no que concerne às circunstâncias objetivas, mas não aproveitará no tocante aos fundamentos de natureza exclusivamente pessoal (RITCU, art. 161). No caso hipotético, a defesa apresentada por Joaquim se refere a circunstância objetiva, relacionada à situação concreta, aos fatos ocorridos, e não a uma conduta pessoal, específica, de um ou outro agente. Desse modo, o que for apurado pelo Tribunal aproveitará a todos os responsáveis, mesmo ao revel, no caso, Manoel. 15. Gabarito: CERTO. Comentários: A assertiva mescla conteúdo de dois trechos do Regimento Interno. A habilitação de interessado em processo será efetivada mediante o deferimento, pelo relator, de pedido de ingresso formulado por escrito e devidamente fundamentado (RITCU, art. 146). Esse pedido de habilitação será indeferido quando formulado após a inclusão do processo em pauta, ou seja, deverá ser feito antes dessa etapa processual (RITCU, art. 146, § 5º), ou, alternativamente, na fase de recurso (RITCU, art. 146, § 6º). Nesse segundo caso, cabe ao interessado demonstrar, na peça recursal, em preliminar, o seu interesse em intervir no processo, nos termos do § 1º do art. 146 (RITCU, art. 282), o que significa afirmar que a peça recursal será utilizada, também, para oferecimento de razões de interesse para intervir no processo como interessado.

PROVA DISCURSIVA Caros amigos, Sei que a prova discursiva amedronta muitos. Não há, porém, muito a temer em relação à prova P3 especificamente, que conterá apenas uma questão de 10 linhas referente à parte de conhecimentos básicos. Tendo em conta que nunca houve um concurso do TCU sem uma questão discursiva acerca de Controle Externo, com grande probabilidade a prova de vocês também trará uma questão da nossa matéria. Esse é o meu palpite. Outra forte hipótese é que questão da prova P3 mescle conhecimentos de Direito Constitucional e Controle Externo. Pensando nisso, reuni algumas questões recentes do Cespe no primeiro grupo de discursivas sugeridas. Nem todas são de 10 linhas, pois o tamanho da resposta variava em função da prova em que era aplicada. No segundo, elaborei quase todas as questões misturando exatamente os conhecimentos de Controle Externo e Constitucional, considerando o conteúdo programático dessa disciplina, para serem respondidas em 10 linhas. Na sequência, vocês poderão ver as propostas de solução, o que também serve como revisão da matéria.

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Antes de começarmos, vamos ver algumas regras/dicas para provas discursivas do Cespe!

A) A prova discursiva de vocês é chamada de questão, e não de redação. Além disso, o espaço para resposta é muito curto: 10 linhas. Levando isso em consideração, não há necessidade de se elaborar uma estrutura padrão de redação (introdução, desenvolvimento e conclusão). Basta o candidato responder objetivamente às questões formuladas;

B) O Cespe tem o hábito de apresentar um tema e sobre ele fazer vários questionamentos, na forma de tópicos. Por isso, você precisa abordar todos eles necessariamente, na exata ordem proposta pelo examinador. Cada tópico corresponde a uma pontuação. Se você deixar de falar sobre um deles, automaticamente deixa de pontuar naquela parte. Também é preciso seguir a ordem, porque o examinador, ao corrigir, terá um espelho com os mesmos itens, na mesma ordem. Se você facilitar a vida de quem for corrigir a sua redação, também terá a sua facilitada, pode apostar! Não caia na tentação de inverter a ordem;

C) Elabore um parágrafo para cada tópico. Isso ajuda a organizar as suas idéias e deixar bem claro para o examinador onde está a resposta de cada item questionado. Não coloque a resposta para dois itens em um só parágrafo. Isso não é aconselhável, porque a mistura de idéias pode fazer que o examinador não identifique direito a resposta a cada questionamento suscitado;

D) Na hora de responder cada questionamento contido nos tópicos da questão, use a estratégia do tópico frasal. O tópico frasal (TF) nada mais é do que usar as mesmas palavras do examinador, em forma de afirmação, e não de pergunta. Exemplo de questionamento de prova e respectivo tópico frasal: -“Há possibilidade da apreciação do ato de admissão de pessoal pela administração e pelo Poder Judiciário?” -TF: “Existe possibilidade da apreciação do ato de admissão de pessoal pela administração e pelo Poder Judiciário, mediante (...)”; ou então “Não existe possibilidade da apreciação do ato (...)”

Naturalmente, você não precisa usar as exatas palavras da questão, mas quanto mais próximo ficar, melhor. Isso porque o examinador terá a certeza de que identificou a resposta à questão. Como não há penalização por usar as palavras da banca, nada mais aconselhável do que deixar bem evidente para a pessoa que for corrigir que você tocou precisamente naquele assunto e ofereceu a resposta adequada.

Vamos às questões. Nas propostas de solução, usei essas dicas preciosas. Repare que todos os tópicos foram respondidos, na ordem, usando tópicos frasais (com pequenas modificações de estilo), que foram sublinhados para que você possa perceber onde estão. Alguns enunciados também forma sublinhados para chamar a sua atenção para pontos importantes (dicas nos enunciados, por exemplo).

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Vocês ainda vão reparar que alguns casos hipotéticos são repetidos em relação ao simulado. Não há problema. Nessa parte com dicas para discursiva, a finalidade não é “pegar” ninguém, mas mostrar formas interessantes de se responder às questões. Por isso, fizemos uso de casos hipotéticos semelhantes para facilitar a compreensão. Bons estudos!

Questões do CESPE

1) (Técnico de Controle Externo/TCU/2007)

Entre os atos da administração pública relativos à despesa, estão aqueles relacionados com a investidura em cargo ou emprego público, sobre o que a Constituição atribuiu competência específica ao Tribunal de Contas da União (TCU). Disserte, de forma sucinta, acerca dessa competência do TCU definida pela Constituição quanto aos atos de admissão de pessoal, enfocando, necessariamente, os seguintes questionamentos:

• Que atos estão subordinados à função fiscalizatória do TCU relativamente à admissão de pessoal? • Qual a abrangência da atuação do TCU, no que tange aos órgãos da Administração direta e indireta federal, nos provimentos de cargos efetivos e em comissão? • Há possibilidade da apreciação do ato de admissão de pessoal pela administração e pelo Poder Judiciário?

Proposta de solução para 10 linhas:

A função fiscalizatória do Tribunal de Contas da União (TCU), no que toca à apreciação da legalidade para fins de registro, engloba todos os atos de admissão da administração pública federal, a qualquer título, excetuadas apenas as nomeações para cargos em comissão.

O Tribunal possui jurisdição abrangente para efetuar esse exame de legalidade dos atos de admissão, compreendendo os cargos efetivos da administração direta, autárquica e fundacional, bem como das empresas públicas e sociedades de economia mista. Os cargos comissão foram ressalvados dessa competência de controle do TCU.

Existe a possibilidade de apreciação da legalidade de ato de admissão pela própria administração, mediante controle interno, em decorrência da auto–tutela, e pelo Poder Judiciário, ante a inafastabilidade de jurisdição vigente em nosso ordenamento.

2) (Analista de Controle Externo-Auditoria Governamental/TCU/2008)

Maria, servidora pública federal, requereu a concessão do benefício de aposentadoria pelo regime próprio, o qual lhe foi concedido por força da Portaria n.º X, de 5 de março de 2003, pela autoridade competente do órgão no qual estava lotada. Remetido o processo administrativo para o Tribunal de Contas da União, este, sem intimar Maria a se manifestar, entendeu que ela não preenchia os requisitos para aposentar-se, pelo que negou o registro e determinou ao órgão, em 6 de maio de 2008, o retorno de Maria ao serviço.

Com base nessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às indagações a seguir:

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• Houve nulidade na decisão proferida pelo TCU diante da inexistência de intimação para se promover a defesa de Maria? • Qual seria o órgão judicial competente para julgar eventual mandado de segurança a ser impetrado por Maria? • Há prazo decadencial para que a administração anule o ato contido na Portaria n.º X?

Proposta de solução para 20 linhas:

Apreciar a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, para fins de registro, é competência constitucional do Tribunal de Contas da União – TCU. Segundo a Súmula Vinculante no 3, nos processos perante o Tribunal asseguram-se o contraditório e ampla defesa, exceto nos casos de ato concessório inicial de aposentação.

O caso de Maria enquadra-se de forma precisa na exceção do verbete vinculante do Supremo Tribunal Federal, pois é ato inicial de aposentação. Nesse sentido, não houve nulidade na decisão do TCU. Embora essa seja a regra geral, a Corte Suprema já decidiu, em um caso concreto, que resta prejudicada a segurança jurídica quando a Corte de Contas demora mais de cinco anos sem a devida apreciação para registro. Na espécie, determinou que o beneficiário fosse intimado, antes da apreciação pelo TCU, para exercer a ampla defesa e o contraditório e participar da relação processual.

O órgão judicial competente para processar e julgar eventual mandado de segurança contra a decisão do TCU é o Supremo Tribunal Federal, conforme previsão constitucional (art. 102, I, d).

Na espécie, não há prazo decadencial para anulação do contido na Portaria no X, pois o ato é complexo, que só se torna perfeito e acabado após manifestação de vontade do TCU. O prazo decadencial de cinco anos previsto no art. 54 da Lei no 9.784/99 começa a transcorrer somente após o registro, pela Corte de Contas, do ato concessório.

3) (Procurador do Estado da Paraíba/PGE-PB/2008)

Maria, então servidora do estado da Paraíba, requereu a sua aposentadoria no regime próprio de previdência social, o que lhe foi concedido, e passou a receber os respectivos proventos. Quando do registro dessa aposentadoria pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), 4 anos depois, verificou-se indevido o recebimento de certa parcela remuneratória, motivo pelo qual o TCE determinou o imediato cancelamento e restituição dessa parcela, por meio de desconto nos proventos futuros da servidora aposentada. Recebida a decisão do TCE, o secretário de Estado da Administração consultou a Procuradoria do Estado para que esta o informasse da (im)possibilidade de imediato cancelamento ou desconto da referida parcela nos proventos de Maria.

Considerando a situação hipotética acima, redija, na qualidade de procurador do estado da Paraíba, um pronunciamento (não é necessária a elaboração de parecer) acerca da informação solicitada pelo secretário de Estado da Administração, com os argumentos jurídicos constitucionais pertinentes, abordando os seguintes aspectos:

• legalidade do desconto imediato;

• relação com a Súmula vinculante no3 do STF, que dispensa o contraditório e a ampla defesa para a análise do ato de aposentadoria;

• parcelas recebidas de boa-fé pelos servidores públicos.

Proposta de solução para 20 linhas (analogia ao TCU):

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Trata-se de caso de apreciação da legalidade, para fins de registro, de ato de aposentadoria pelo Tribunal de Contas da União – TCU, decorridos quatro anos da concessão originária. Na oportunidade, determinou-se a supressão de parcela dos proventos da servidora inativa e a restituição, por meio de desconto em folha de pagamento, das quantias anteriormente recebidas.

Em regra, a ordem para restituição dos valores pretéritos, por meio de desconto imediato, é ilegal, porque a servidora não foi pessoalmente responsável pelos pagamentos indevidos. No caso, a responsabilidade recairia sobre o gestor que incidiu em erro, e, para fins de ressarcimento, contra ele cabe tomada de contas especial, se restar comprovado procedimento doloso ou culposo na concessão do benefício sem fundamento legal1. Por outro lado, reveste-se de legalidade a determinação para que se faça cessar os pagamentos futuros das parcelas impugnadas, a partir do conhecimento da decisão por parte do órgão2.

A situação em exame dispensa a ampla defesa e o contraditório, consoante a Súmula Vinculante no3 do Supremo Tribunal Federal. Por se tratar de apreciação inicial, enquadra-se na exceção do verbete, uma vez que o vínculo estabelecido no processo é entre a Administração e o TCU. Cabe a este avaliar a regularidade de ato administrativo daquela, não se cuidando de acusação ou lide em que a servidora aposentada seja parte.

Por fim, as parcelas recebidas de boa-fé por servidores aposentados prescindem de devolução aos cofres públicos, em regra, conforme Súmula no 106 do TCU. O ressarcimento só seria cabível, por exemplo, em caso de má-fé da interessada, a ser aferida na situação concreta.

4) (Analista de Controle Externo-Direito/TCE-TO/2008)

2. O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO COMO ÓRGÃO NÃO INTEGRANTE DO CONGRESSO NACIONAL

2.1. Feita a ressalva, começo por dizer que o Tribunal de Contas da União não é órgão do Congresso Nacional, não é órgão do Poder Legislativo. Quem assim me autoriza a falar é a Constituição Federal, com todas as letras do seu art. 44, litteris: "O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal" (negrito à parte). Logo, o parlamento brasileiro não se compõe do Tribunal de Contas da União. Da sua estrutura orgânica ou formal deixa de fazer parte a Corte Federal de Contas e o mesmo é de se dizer para a dualidade Poder Legislativo/Tribunal de Contas, no âmbito das demais pessoas estatais de base territorial e natureza federada.

Carlos Ayres Britto. O regime constitucional dos tribunais de contas. In: Diálogo Jurídico. Salvador, CAJ - Centro de Atualização Jurídica, v. I, n.º 9, dez./ 2001. Internet: <www.direitopublico.com.br> (com adaptações).

Tendo como referência o texto acima, faça o que se pede a seguir:

• aponte a(s) atribuição(ões) do Tribunal de Contas da União (TCU) que não denota(m) subordinação alguma ou auxílio ao Congresso Nacional; • aponte a(s) atribuição(ões) do TCU que denota(m) auxílio ao Poder Legislativo.

Proposta de solução para 15 linhas:

                                                            1 RITCU, art. 261, § 2o. 2 RITCU, art. 261, caput.

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O Tribunal de Contas da União – TCU, órgão de controle externo de extração constitucional, possui atribuições que não denotam subordinação ou auxílio ao Congresso, a saber: julgamento das contas dos responsáveis por bens, dinheiros e valores públicos federais; apreciação da legalidade, para fins de registro, dos atos de admissão e aposentadoria; realização de inspeções e auditorias por iniciativa própria; e fiscalização das transferências voluntárias.

Por outro lado, o Tribunal também desempenha competências de controle externo em auxílio ao Congresso Nacional, a exemplo de: emissão de parecer prévio sobre as contas anuais do Presidente da República; realização de inspeções e auditorias mediante solicitação do Poder Legislativo; prestação de informações solicitadas pelo Congresso; sustação de contratos administrativos; e parecer sobre despesas não autorizadas, previsto no art. 72 da Carta Magna.

5) (Analista de Controle Externo-Auditoria Governamental/TCU/2008)

Leia o texto abaixo, que se refere ao Tribunal de Contas de Portugal.

A Constituição da República Portuguesa de 1976 incluiu o Tribunal de Contas no elenco dos Tribunais, qualificando-o como órgão de soberania — a par do presidente da República, da Assembléia da República e do governo.

Definido como verdadeiro tribunal, a ele se aplicam os princípios gerais constitucionalmente estabelecidos para os tribunais, dos quais se destacam:

-O princípio da independência e da exclusiva sujeição à lei;

-O direito à coadjuvação das outras entidades;

-Os princípios da fundamentação, da obrigatoriedade e da prevalência das decisões;

-O princípio da publicidade.

Garantia essencial da independência do Tribunal de Contas é a independência do seu presidente e de seus juízes, que por isso está necessariamente abrangida pela proteção constitucional daquela.

O princípio da independência dos juízes determina não apenas a sua inamovibilidade e irresponsabilidade, mas, igualmente, a sua liberdade perante quaisquer ordens e instruções das demais autoridades e, bem assim, a definição de um regime adequado de designação, com garantias de isenção e imparcialidade que evitem o preenchimento do quadro da magistratura deste tribunal, tal como dos restantes, de acordo com os interesses do governo ou da administração.

Definido como "o órgão supremo de fiscalização da legalidade das despesas públicas e de julgamento das contas que a lei mandar submeter-lhe", o legislador constituinte elegeu o Tribunal de Contas à categoria de tribunal especializado, de natureza financeira, profundamente diferente das demais categorias de tribunais em matéria de competências.

Na verdade, a Constituição realça que o Tribunal de Contas não tem apenas funções jurisdicionais mas igualmente funções de outra natureza, nomeadamente "dar parecer sobre a Conta Geral do Estado".

Além do mais, a sua competência constitucionalmente fixada pode ser ampliada por via de lei, dispondo expressamente a Constituição neste sentido. Em conclusão, o Tribunal de Contas é, estrutural e funcionalmente, um tribunal, mais propriamente, um tribunal

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financeiro, um órgão de soberania, um órgão constitucional do Estado, independente, não inserido na administração pública, em particular, no Estado/Administração.

O tribunal de contas na atualidade. Internet: <www.tcontas.pt> (com adaptações).

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, discorra, de forma fundamentada e de acordo com a Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:

• natureza jurídica do TCU; • relação entre o TCU e o Poder Legislativo; • eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso Nacional.

Proposta de solução para 20 linhas:

O Tribunal de Contas da União – TCU é órgão de natureza jurídica político–administrativa, de previsão constitucional, encarregado de auxiliar o Congresso Nacional – CN no exercício do controle externo. O Tribunal não integra o Poder Judiciário, carece de competências jurisdicionais e suas decisões não fazem coisa julgada na acepção tradicional.

A relação entre o TCU e o Poder Legislativo deve ocorrer nos exatos moldes da Constituição Federal, em uma circunstância de harmonia, independência funcional e cooperação no desempenho do controle técnico-financeiro. Não há, portanto, subordinação técnica ou política da Casa de Contas em relação ao Parlamento. Entende-se que a Corte de Contas Federal não faz parte do Poder Legislativo, pois a Carta Magna prevê como integrantes de sua estrutura apenas as Casas Legislativas: Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Não se pode afirmar que exista vinculação hierárquica entre o TCU e o Congresso. A atuação do Tribunal em atendimento às demandas legislativas de controle não ocorre por hierarquia, mas por expressa previsão constitucional nesse sentido. Enquanto o CN realiza o controle político da Administração, o Tribunal provê o apoio técnico para essa finalidade, sem prejuízo das competências privativas da própria Corte de Contas.

Proposta de solução para 10 linhas:

O Tribunal de Contas da União – TCU é órgão de natureza jurídica político–administrativa, de previsão constitucional, encarregado de auxiliar o Congresso Nacional – CN no exercício do controle externo.

A relação entre o TCU e o Poder Legislativo deve ocorrer nos exatos moldes da Constituição Federal, em uma circunstância de harmonia, independência funcional e cooperação no desempenho do controle técnico-financeiro.

Desse modo, não se pode afirmar que exista vinculação hierárquica entre o TCU e o Congresso. A atuação do Tribunal em atendimento às demandas legislativas de controle não ocorre por hierarquia, mas por expressa previsão constitucional nesse sentido.

6) (Analista de Controle Externo/TCU/2004)

Redija um texto dissertativo a respeito do julgamento das contas no Tribunal de Contas da União (TCU), abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:

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• espécies de decisões nas prestações e tomadas de contas; • conseqüências do reconhecimento de má-fé do responsável pelos recursos públicos; • conclusões possíveis do TCU acerca das contas.

Proposta de solução para até 60 linhas (analogia ao TCU):

O Tribunal de Contas da União – TCU é o órgão competente, consoante a Constituição Federal de 1988, para julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos, e as daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Essa disposição decorre do princípio republicano, segundo o qual todo gestor de recursos públicos deve prestar contas de sua boa e regular aplicação, pois o patrimônio público pertence, em última instância, à sociedade.

Quando do julgamento das referidas contas, o TCU pode adotar três espécies de decisões: preliminar, definitiva ou terminativa. A primeira ocorre quando o relator ou o Tribunal resolve sobrestar o julgamento, realizar citação, audiência, diligência ou rejeitar as alegações de defesa, com fixação de novo e improrrogável prazo para quitação de débito já apurado. Definitiva é a decisão que julga as contas regulares, regulares com ressalva ou irregulares. E terminativa é a espécie decisória que considera as contas iliquidáveis e ordena seu trancamento, quando, caso fortuito ou força maior, não for possível apreciar o mérito.

Está previsto no Regimento Interno do TCU um procedimento específico na apreciação das contas no que diz respeito à existência de boa ou má-fé. Após a citação, quando o responsável apresentar alegações de defesa, se ficar configurada a boa-fé, e não houver outra irregularidade na gestão, o Tribunal proferirá um acórdão. Nesse expediente, fixar-se-á novo e improrrogável prazo para recolhimento do débito atualizado, o que, se vier a ocorrer, saneará o processo e implicará julgamento pela regularidade com ressalvas. Desse modo, a contrário senso, se na resposta à citação for reconhecida a má-fé do responsável pelos recursos públicos, o Tribunal proferirá julgamento definitivo de mérito pela irregularidade das contas. Em consequência, poderá haver determinação de ressarcimento, aplicação de multa proporcional ao débito e inabilitação para o exercício de função de confiança ou cargo em comissão na Administração Federal, de cinco a oito anos, se considerada grave a infração.

As conclusões possíveis sobre as contas em sede de decisão definitiva são: regularidade, regularidade com ressalvas ou irregularidade. A primeira ocorre quando as contas refletem a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, legitimidade e a economicidade dos atos de gestão. A aposição de ressalva às contas se dá no caso de impropriedade ou outra falha de natureza formal de que não resulte dano ao erário. E a irregularidade decorre de situações como: omissão no dever de prestar contas, débito ao erário, ato ilegítimo, ilegal ou antieconômico, infração à norma legal regulamentar de natureza contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial e desfalque ou desvio de bens, dinheiros e valores públicos.

Pelo exposto, ratifica-se a importância do julgamento de contas dos gestores públicos como forma de cumprir com o princípio republicano e o da prestação de contas e, em decorrência, possibilitar a responsabilização dos responsáveis, correção dos procedimentos e aprimoramento da gestão pública.

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Questões Discursivas Propostas3

1) (Procurador/TCE-RJ/2005) Podem os Estados-membros da Federação dispensar em seus estatutos constitucionais a prestação de contas da Administração Pública direta e indireta? Fundamente suas respostas com base nos dispositivos constitucionais pertinentes.

Proposta de solução para 10 linhas:

Os Estados-membros da Federação não podem dispensar, mediante normas locais, a obrigatoriedade de prestação de contas da Administração, a cargo dos gestores públicos que arrecadam, gerenciam, administram, guardam e utilizam recursos públicos, sob pena de inconstitucionalidade.

A um, porque a prestação de contas é princípio constitucional sensível, ou seja, uma vez descumprido, justifica a intervenção da União no Estado4, ou do Estado no Município5.

A dois, porque o dever de prestar contas está insculpido constitucionalmente como obrigação de todo aquele que lide com recursos públicos, em decorrência do princípio republicano, consoante art. 70, parágrafo único, da Carta Política, aplicável por simetria aos entes subnacionais por força do art. 75.

2) Considere os seguintes dispositivos constitucionais:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Com base no exposto, conceitue os princípios aplicáveis à gestão e ao controle da administração pública brasileira.

Proposta de solução para 10 linhas:

A conceituação dos princípios constitucionais aplicáveis à gestão e ao controle compreende: a legalidade, como sendo o respeito estrito ao império da lei, ou seja, o administrador público só pode fazer o que ela lhe autoriza; a impessoalidade é a busca do interesse público, ou a não vinculação da atuação administrava à imagem de seus representantes; a moralidade é a necessidade de atuação ética do agente público; a publicidade consiste na obrigatoriedade de publicação oficial dos atos administrativos para que possam produzir efeitos externos; e, a eficiência é o melhor uso dos recursos para atingimento dos objetivos desejados.

                                                            3 Essas questões são de outras bancas ou então elaboradas pelo professor. Todas foram criadas para serem respondidas em 10 linhas. 4 CF/88, art. 34, VII, d. 5 CF/88, art. 35, II.

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Além desses, a legitimidade, prevista no art. 70, envolve o cumprimento da lei e, adicionalmente, do interesse público e da moralidade. A economicidade, por sua vez, seria a necessidade de minimização dos custos sem prejuízo da qualidade.

3) Tendo em conta o papel constitucional dos Tribunais de Contas frente aos princípios republicano e federativo, argumente sobre a relação entre esses princípios e o modelo brasileiro de controle externo.

Proposta de solução para 10 linhas:

O controle externo da Administração é um corolário do princípio republicano, segundo o qual o Estado é a coisa pública (res publica) e, por isso, quem estiver exercendo suas funções, em nome do povo, deve contas de sua atuação. O controle técnico–financeiro objetiva, portanto, concretizar a função fiscalizatória a cargo do Poder Legislativo, por meio da análise das prestações de contas e do exercício do controle dos atos de quem esteja na gestão do patrimônio público.

Nada obstante, o modelo brasileiro de controle externo contém potencial afronta ao princípio federativo, na medida em que estatui a possibilidade de um órgão estadual (Tribunal de Contas do Estado) fiscalizar o patrimônio e julgar contas relativas a órgãos e agentes municipais.

4) A estrutura administrativa federal abrange a administração direta (União) e administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). Temos também os chamados entes paraestatais, que, embora não integrem a estrutura formal da administração, prestam relevantes serviços de interesse público, a exemplo dos serviços sociais autônomos, das organizações sociais e das organizações da sociedade civil de interesse público.

Nessa linha, comente acerca da possibilidade de exercício do controle externo do Tribunal de Contas da União sobre os três Poderes da União, administração indireta e entes paraestatais, apontando os dispositivos constitucionais pertinentes.

Proposta de solução para 10 linhas:

A atividade de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU), em acepção subjetiva, compreende a fiscalização financeira da Administração Pública federal, direta e indireta, o que inclui as empresas estatais, em decorrência do escopo conferido pelo art. 70, caput, da Carta Maior.

Em concepção objetiva, a jurisdição do TCU alcança os recursos públicos federais, independentemente de quem os esteja gerindo. Portanto, o controle do Tribunal pode alcançar inclusive os entes paraestatais – serviços sociais autônomos, organizações sociais e organizações da sociedade civil de interesse público, em face do contido no art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal.

5) Considere a seguinte situação hipotética.

Tício é administrador público federal. Teobaldo é servidor da mesma entidade em que Tício é gestor, tendo recebido gratificações indevidas em seu contracheque. Esse, mesmo ciente da situação, não se manifestou perante a administração, ante a presunção de legitimidade dos atos administrativos.

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Em sede de tomada de contas, Tício foi responsabilizado pela prática de atos de gestão irregulares que causaram dano ao erário. Nesse mesmo processo, o Tribunal de Contas da União (TCU) também determinou a Tício que providenciasse a glosa da parcela indevida do contracheque de Teobaldo.

Considerando os dispositivos constitucionais e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, disserte, de forma sucinta, acerca dos seguintes pontos:

• Teobaldo tem direito a exercer seu direito fundamental à ampla defesa e ao contraditório? • Teobaldo, se entender que a decisão do TCU feriu direito líquido e certo seu, tem direito a fazer uso da garantia constitucional correspondente? • De que forma a inafastabilidade de jurisdição se aplica à decisão do TCU referente a Tício?

Proposta de solução para 10 linhas:

Teobaldo tem direito a exercer o contraditório e a ampla defesa, uma vez que o ato inquinado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) não é ato de apreciação inicial de aposentadoria sujeita a registro, única hipótese em que esses direitos não seriam assegurados, conforme Súmula Vinculante no 3 do Supremo Tribunal Federal6.

Se Teobaldo entender que direito líquido e certo seu fora violado, pode impetrar mandado de segurança perante o Supremo Tribunal Federal, foro constitucionalmente designado para processar e julgar essas ações contra atos da Corte de Contas Federal7.

E, como as decisões do TCU não são imunes ao controle judicial, Tício também possui o direito de provocar o Poder Judiciário a qualquer momento, o qual poderá cassar a decisão do TCU, se contrária à legalidade, mas não poderá reformá-la.

6) Considere a seguinte situação hipotética.

Alfredo é servidor público federal do Ministério A desde 2008, aprovado em concurso público de provas e títulos, sendo que atualmente ocupa função de confiança na qual é responsável pela execução financeira do referido órgão. Em 2007, ele ocupou a função de presidente de comissão de licitação no Ministério B, onde era então lotado. O Tribunal de Contas da União, em sede de auditoria, apurou que Alfredo cometeu irregularidades na condução de certame licitatório no Ministério B, decorrente do descumprimento da Lei de Licitações.

Após o devido processo legal, respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa, o Tribunal decidiu que a infração cometida por Alfredo foi grave. Nessa linha, qual é a sanção aplicável, o órgão competente do Tribunal para decidir e os efeitos práticos?

Além da penalidade acima referida, Alfredo foi multado. Qual é o recurso cabível contra essa decisão? Qual é a providência a ser tomada caso, na auditoria, seja configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário?

Proposta de solução para 10 linhas:

                                                            6 “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” 7 CF/88, art. 102, I, “d”.

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Sempre que o Tribunal de Contas da União (TCU) considerar grave a infração cometida, por maioria absoluta, aplicará a sanção de inabilitação para o exercício de função de confiança ou cargo em comissão, de cinco a oito anos, na administração pública federal8. Apenas o Plenário do TCU pode decidir a esse respeito9, devendo o servidor ser afastado da função de confiança que atualmente ocupa no Ministério A.

Em caso de aplicação de multa a Alfredo, o recurso cabível contra essa decisão é o pedido de reexame10, que tenciona atacar decisão de mérito em processo de fiscalização de atos e contratos. Se configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário, o Tribunal deve providenciar a conversão da fiscalização em tomada de contas especial11.

7) Considere que Joaquim e Manoel, gestores públicos estaduais, praticaram irregularidades na gestão de R$ 100.000,00 repassados pela União ao estado mediante convênio, com o objetivo de construir um posto de saúde. Por esse motivo, o Tribunal de Contas da União (TCU) pretende condená-los em débito pelo valor mencionado, solidariamente. Citado, o primeiro alegou que apenas R$ 50.000,00 seriam verbas federais, e os outros R$ 50.000,00 seriam estaduais, uma vez que os valores repassados pela União não teriam sido totalmente utilizados e estariam depositados em conta corrente. O segundo não respondeu a qualquer comunicação do Tribunal.

Nessa situação hipotética, o Tribunal de Contas da União teria competência para julgar eventual tomada de contas especial contra Joaquim e Manoel? Qual é a natureza desse processo e qual seria o órgão competente para instaurá-la?

Ainda com base na situação hipotética, a defesa apresentada por Joaquim pode ser utilizada na defesa de Manoel, mesmo revel? Justifique.

Proposta de solução para 10 linhas:

O Tribunal de Contas da União (TCU) possui competência para julgar a tomada de contas especial em comento, pois sua jurisdição alcança os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pela União a estado mediante transferências voluntárias12. Trata-se de procedimento administrativo, sendo da autoridade administrativa do órgão concedente a competência para instauração.

A defesa apresentada por Joaquim pode ser utilizada em favor de Manoel, pois os argumentos apresentados por um responsável aproveitam aos demais, mesmo ao revel, no que concerne às circunstâncias objetivas. A defesa de outrem só não aproveitará no tocante aos fundamentos de natureza exclusivamente pessoal13.

8) Considere o seguinte acórdão do Supremo Tribunal Federal (adaptado):

"Servidor público. Funcionário. Aposentadoria. Cumulação de gratificações. Anulação pelo Tribunal de Contas da União - TCU. Inadmissibilidade. Ato julgado legal pelo TCU há mais de cinco (5) anos. Anulação do julgamento. Inadmissibilidade. Consumação reconhecida. Ofensa a direito líquido e certo. Respeito ao princípio da confiança e segurança jurídica. Cassação do acórdão. Segurança concedida para esse fim. Aplicação

                                                            8 RITCU, art. 270. 9 RITCU, art. 15, I, “i”. 10 RITCU, art. 286. 11 RITCU, art. 252. 12 LOTCU, art. 5º, VII. 13 RITCU, art. 161.

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do art. 5º, inc. LV, da CF. Não pode o Tribunal de Contas da União, sob fundamento ou pretexto algum, anular aposentadoria que julgou legal há mais de 5 (cinco) anos." (MS 25.963, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 23-10-08, DJE de 21-11-08)

A respeito dessa temática, disserte resumidamente sobre os seguintes pontos:

• Por que o Tribunal de Contas da União não pôde anular esse ato de aposentadoria? • Antes da concessão do registro, é cabível ampla defesa e contraditório ao beneficiário? • A decisão de concessão de registro de aposentadoria faz coisa julgada?

Proposta de solução para 10 linhas:

O Tribunal de Contas da União (TCU) não pôde anular o ato de aposentadoria porque, na espécie, ocorreu a decadência administrativa, tendo em vista que a aposentação já havia sido apreciada e registrada como legal há mais de cinco anos.

Em regra, não cabe contraditório e ampla defesa antes do registro, pelo TCU, de ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, em razão da exceção contida na Súmula Vinculante no 3 do Supremo Tribunal Federal. Porém, se a Corte de Contas deixar transcorrer mais de cinco anos sem a devida apreciação, passa a ser necessário ouvir os interessados no processo.

A decisão de concessão de registro de aposentadoria não faz coisa julgada administrativa, podendo ser revista de ofício pelo TCU no prazo de cinco anos.