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Índice I. Projecto de Decreto-Lei e Anexo contendo as Bases para a Apresentação das Demonstrações Financeiras (BADF) ...................................... 2 Projecto de Decreto-Lei ..................................................................................................... 2 Anexo ................................................................................................................................. 6 II. Projecto de Portaria sobre os modelos de Demonstrações financeiras ........ 10 Anexo 1 – Balanço ............................................................................................................. 11 Anexo 2 – Demonstração dos Resultados por naturezas .................................................. 12 Anexo 3 – Demonstração dos Resultados por funções ..................................................... 13 Anexo 4 – Demonstração das alterações nos fundos patrimoniais ................................... 14 Anexo 5 – Demonstração de fluxos de caixa..................................................................... 16 Anexo 6 – Anexo ................................................................................................................ 17 III. Projecto de Portaria sobre o Código de Contas................................................... 17 1 – Quadro síntese de contas ............................................................................................ 19 2 – Código de contas ......................................................................................................... 20 3 – Notas de enquadramento............................................................................................. 23 IV. Projectos de mapas para entidades sujeitas ao regime de caixa ................... 25 Anexo 7 – Mapa de recebimentos e pagamentos ............................................................. 25 Anexo 8 – Mapa de património fixo.................................................................................... 26 Anexo 8 – Mapa de direitos e compromissos futuros ........................................................ 26 V. Projecto de Aviso para a NCRF-ESNL (Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Sector Não Lucrativo) ................... 27 Aviso ................................................................................................................................... 27 NCRF-ESNL ........................................................................................................................ 27 Oo

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Índice

I. Projecto de Decreto-Lei e Anexo contendo as Bases para a Apresentação das Demonstrações Financeiras (BADF) ...................................... 2

Projecto de Decreto-Lei ..................................................................................................... 2

Anexo ................................................................................................................................. 6

II. Projecto de Portaria sobre os modelos de Demonstrações financeiras ........ 10

Anexo 1 – Balanço ............................................................................................................. 11

Anexo 2 – Demonstração dos Resultados por naturezas.................................................. 12

Anexo 3 – Demonstração dos Resultados por funções..................................................... 13

Anexo 4 – Demonstração das alterações nos fundos patrimoniais................................... 14

Anexo 5 – Demonstração de fluxos de caixa..................................................................... 16

Anexo 6 – Anexo ................................................................................................................ 17

III. Projecto de Portaria sobre o Código de Contas................................................... 17

1 – Quadro síntese de contas ............................................................................................ 19

2 – Código de contas ......................................................................................................... 20

3 – Notas de enquadramento............................................................................................. 23

IV. Projectos de mapas para entidades sujeitas ao regime de caixa ................... 25

Anexo 7 – Mapa de recebimentos e pagamentos ............................................................. 25

Anexo 8 – Mapa de património fixo.................................................................................... 26

Anexo 8 – Mapa de direitos e compromissos futuros........................................................ 26

V. Projecto de Aviso para a NCRF-ESNL (Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Sector Não Lucrativo) ................... 27

Aviso................................................................................................................................... 27

NCRF-ESNL........................................................................................................................ 27

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADESDO SECTOR NÃO LUCRATIVO*

O projecto que agora se divulga foi preparado peloGrupo de Trabalho, coordenado pelo Presidente daCNC, constituído por Despacho n.º 9292-A/2010, de 25de Maio, do Senhor Secretário de Estado dos AssuntosFiscais, com vista à regulamentação do modelo de nor-malização contabilística para as entidades do sector nãolucrativo.

O projecto apresentado ao Governo corresponde àversão aprovada no último Conselho Geral da CNC de29 de Setembro, com as alterações que entretanto semostraram apropriadas e é constituído pelos seguintesdocumentos:

• Projecto de Decreto-Lei e Anexo contendo as Basespara a Apresentação das Demonstrações Financei-ras (BADF)

• Projecto de Portaria sobre os modelos de Demons-trações financeiras:

– Balanço

– Demonstração de Resultados por naturezas

– Demonstração de Resultados por funções

– Demonstração das alterações nos fundos patri-moniais

– Demonstração dos fluxos de caixa e

– Anexo

• Projecto de Portaria sobre o Código de Contas:

– Quadro síntese de contas

– Código de contas e

– Notas de enquadramento

• Projectos de mapas para entidades sujeitas aoregime de caixa:

– Mapa de recebimentos e pagamentos

– Mapa de património fixo

– Mapa de direitos e compromissos futuros

• Projecto de Aviso para a NCRF-ESNL (Norma Conta-bilística e de Relato Financeiro para Entidades doSector Não Lucrativo)

I. Projecto de Decreto-Lei e Anexo contendo asBases para a Apresentação das DemonstraçõesFinanceiras (BADF)

PROJECTO DE DECRETO-LEI

O actual modelo nacional de normalização contabilís-tica para as empresas comerciais e industriais e outrasentidades foi instituído com a publicação do Decreto-Lein.º 158/2009, de 13 de Julho, que aprovou o Sistema de

Normalização Contabilística (SNC), inspirado nas nor-mas internacionais de contabilidade adoptadas na UniãoEuropeia.

Pese embora o SNC se encontre essencialmente voca-cionado para as entidades que exerçam actividadescom finalidades lucrativas, o normativo prevê, no n.º 2do seu artigo 2.º que, até que sejam publicadas normaspara as entidades sem fins lucrativos, sejam abrangidaspelo SNC outras entidades que, por legislação especí-fica, se encontrem sujeitas ao Plano Oficial de Contabili-dade ou venham a ser sujeitas ao SNC.

É um facto que a disseminação que têm vindo aconhecer as entidades que integram o sector não lucra-tivo e o importante papel e peso que estas desempe-nham na economia justifica que se reforcem as exigên-cias de transparência relativamente às actividades querealizam e aos recursos que utilizam, nomeadamenteatravés da obrigação de prestarem informação fidedignasobre a gestão dos recursos que lhes são confiados,bem como sobre os resultados alcançados no desenvol-vimento das suas actividades.

Na verdade, um correcto enquadramento contabilís-tico das entidades que exerçam actividades não lucrati-vas revela-se indispensável à gestão transparente e aoseu relacionamento com o Estado.

Por outro lado, reconheceu-se a necessidade de criarregras contabilísticas que assegurassem uma correctaprestação de contas aos utilizadores das demonstra-ções financeiras, mas que, ao mesmo tempo, contem-plassem as especificidades destas entidades e que resi-dem essencialmente nos aspectos que seguidamente sedescrevem.

Em primeiro lugar, o seu financiamento pode resultardo seu próprio património ou de recursos atribuídos porpessoas singulares ou colectivas sendo certo que emcaso algum os recursos atribuídos estão sujeitos ou con-dicionados a contraprestações derivadas da obtençãode benefícios por parte da entidade. Por outro lado,estas entidades respondem a finalidades de interessegeral que transcendem a actividade produtiva e a vendade produtos ou prestação de serviços. Acresce a ausên-cia de títulos de propriedade-controlo que possam sercomprados, cedidos, trocados, ou de que se esperealgum tipo de contraprestação económica no caso de aentidade cessar as suas actividades e ser objecto deliquidação.

É no contexto descrito que o presente decreto-lei criao regime da Normalização Contabilística adaptada àsEntidades do Sector Não Lucrativo (ESNL), que seaplica às entidades cujo objecto estatutário não vise aobtenção de lucros e que não possam distribuir aosseus membros ou contribuintes qualquer ganho econó-mico ou financeiro directo, designadamente associa-ções, pessoas colectivas públicas de tipo associativo,fundações, clubes, federações e confederações e que faz parte integrante do Sistema de Normalização

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* O texto deste documento foi transcrito nesta data do site da CNC, www.cnc.min-financas.pt (página principal do site, no campo Projectos – Normalização paraentidades do sector não lucrativo).

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

Contabilística aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009,de 13 de Julho.

Foi ouvida a Comissão de Normalização Contabilística.

Assim:Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da

Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.º – Objecto

É aprovado o regime da Normalização Contabilísticapara as Entidades do Sector Não Lucrativo, abreviada-mente designadas ESNL, anexo ao presente diploma eque faz parte integrante do Sistema de NormalizaçãoContabilística aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009,de 13 de Julho.

Artigo 2.º – Definições

Para efeitos do presente decreto-lei, considera-se:

a) “Controlo” o poder de gerir as políticas financeirase operacionais de uma entidade ou de uma activi-dade económica a fim de obter benefícios damesma;

b) “Demonstrações financeiras consolidadas” asdemonstrações financeiras de um grupo apresenta-das como as de uma única entidade económica;

c) “Entidade-mãe” uma entidade que detém uma oumais subsidiárias;

d) “Subsidiária” uma entidade, ainda que não consti-tuída sob a forma de sociedade, que é controlada poruma outra entidade, designada por entidade-mãe.

Artigo 3.º – Âmbito

1 – A Normalização Contabilística para as ESNLaplica-se às entidades que não prossigam, a título prin-cipal, fins lucrativos e que não possam distribuir aosseus membros ou contribuintes qualquer ganho econó-mico ou financeiro directo, designadamente associa-ções, pessoas colectivas públicas de tipo associativo,fundações, clubes, federações e confederações.

2 – Exceptuam-se do disposto no número anterior ascooperativas e as entidades abrangidas pelo dispostonos artigos 4.º e 5.º.

Artigo 4.° – Aplicação das normas internacionais decontabilidade

1 – As entidades cujos valores mobiliários estejamadmitidos à negociação num mercado regulamentadoelaboram, nos termos do artigo 4.º do Regulamento (CE)n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho,de 19 de Julho, as suas contas consolidadas em confor-midade com as Normas Internacionais de Contabilidadeadoptadas nos termos do artigo 3.º do Regulamento(CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conse-lho, de 19 de Julho.

2 – As entidades obrigadas a aplicar a NormalizaçãoContabilística para as ESNL, que não sejam abrangidas

pelo disposto no número anterior, podem optar por ela-borar as respectivas contas consolidadas em conformi-dade com as Normas Internacionais de Contabilidadeadoptadas nos termos do artigo 3.º do Regulamento(CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conse-lho, de 19 de Julho, desde que as suas demonstraçõesfinanceiras sejam objecto de certificação legal das contas.

3 – As entidades obrigadas a aplicar a NormalizaçãoContabilística para as ESNL que estejam incluídas noâmbito da consolidação de entidades abrangidas pelosn.os 1 e 2 podem optar por elaborar as respectivas con-tas individuais em conformidade com as Normas Interna-cionais de Contabilidade adoptadas nos termos doartigo 3.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parla-mento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, desdeque as suas demonstrações financeiras sejam objectode certificação legal das contas.

4 – As opções referidas nos números anteriores têmcarácter global, mantendo-se por um período mínimo de3 exercícios.

5 – O período mínimo referido no número anterior nãose aplica às entidades que, tendo optado pela aplicaçãode Normas Internacionais de Contabilidade, passem aestar incluídas no âmbito da consolidação de entidadesque não as adoptem.

6 – A aplicação das normas internacionais de contabi-lidade a que se refere o presente artigo não prejudicaque, para além das informações e divulgações inerentesa estas normas, as entidades abrangidas sejam obriga-das a divulgar outras informações previstas na legisla-ção nacional.

Artigo 5.º – Competência das entidades de supervisãodo sector financeiro

Sem prejuízo das situações previstas no número 1 doartigo anterior é da competência:

a) Do Banco de Portugal e do Instituto de Seguros dePortugal, a definição do âmbito subjectivo de apli-cação das Normas Internacionais de Contabilidade,bem como a definição das normas contabilísticasaplicáveis às contas consolidadas, relativamente àsentidades sujeitas à respectiva supervisão;

b) Da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, adefinição do âmbito subjectivo de aplicação dasNormas Internacionais de Contabilidade relativa-mente às entidades sujeitas à respectiva supervisão.

Artigo 6.º – Obrigatoriedade de elaborar contas conso-lidadas

1 – A entidade-mãe sujeita ao direito nacional elaboraas demonstrações financeiras consolidadas do grupoconstituído por ela própria e por todas as subsidiáriassobre as quais:

a) Independentemente da titularidade do capital severifique que, em alternativa:

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

i) Possa exercer, ou exerça efectivamente, influên-cia dominante ou controlo;

ii) Exerça a gestão como se as duas constituíssemuma única entidade;

b) Sendo titular de capital, ocorra uma das seguintessituações:

i) Tenha a maioria dos direitos de voto, excepto sefor demonstrado que esses direitos não confe-rem o controlo;

ii) Tenha o direito de designar ou de destituir amaioria dos titulares do órgão de gestão compoderes para gerir as políticas financeiras e ope-racionais dessa entidade;

iii) Exerça uma influência dominante, por força deum contrato celebrado com esta ou de umaoutra cláusula do contrato desta;

iv) Detenha pelo menos 20% dos direitos de voto e amaioria dos titulares do órgão de gestão compoderes para gerir as políticas financeiras e ope-racionais da entidade que tenham estado em fun-ções durante o exercício a que se reportam asdemonstrações financeiras consolidadas, bemcomo, no exercício precedente e até ao momentoem que estas sejam elaboradas, tenham sidoexclusivamente designados como consequênciado exercício dos seus direitos de voto;

v) Disponha, por si só ou por força de um acordocom outros titulares do capital desta entidade,da maioria dos direitos de voto.

2 – A existência de controlo entre entidades deve seranalisada casuisticamente, em função das circunstân-cias concretas, tomando por referência o elementopoder e o elemento resultado, tal como estabelecidos naInternational Public Sector Accounting Standard (IPSAS) 6,aprovada e publicada em Dezembro de 2006.

3 – Para efeitos do número anterior consideram-se:

a) Condições de poder, nomeadamente, a detençãoda maioria dos direitos de voto de outra entidade, ahomologação dos estatutos ou do regulamentointerno de outra entidade, a faculdade de designar,homologar a designação, ou destituir a maioria dosmembros do órgão de gestão de outra entidade;

b) Condições de resultado, nomeadamente, o poder deexigir a distribuição de activos de outra entidade e opoder de dissolver a outra entidade, obtendo, assim,um significativo nível de benefícios económicos, ousuportando um significativo nível de obrigações.

4 – Presume-se a existência de controlo quando severifique pelo menos um indicador de poder ou de resul-tado.

5 – Para efeitos do disposto no número anterior, consi-deram-se:

a) Indicadores de poder, a faculdade de vetar osorçamentos de outra entidade; a possibilidade devetar, derrogar ou modificar as decisões do órgão

de gestão de outra entidade; ou o facto de o man-dato da outra entidade ser estabelecido e limitadopor legislação.

b) Indicadores de resultado, a detenção da titulari-dade dos activos líquidos de outra entidade com odireito de livre acesso a estes; a capacidade deconseguir que a outra entidade coopere na realiza-ção dos seus próprios objectivos e a assunção daresponsabilidade subsidiária pelos passivos deoutra entidade.

6 – Para efeitos do disposto nas alíneas b) i), b) ii), b) iv)e b) v) do n.º 1, aos direitos de voto, de designação e dedestituição aí mencionados devem ser adicionados osdireitos de qualquer outra subsidiária e os das subsidiá-rias desta, bem como os de qualquer entidade agindoem seu próprio nome mas por conta da entidade-mãe oude qualquer outra subsidiária.

7 – Para efeitos do disposto nas alíneas b) i), b) ii), b) iv)e b) v) do número 1, aos direitos indicados no númeroanterior devem ser deduzidos os direitos relativos:

a) Às partes de capital detidas por conta de uma enti-dade que não seja a entidade-mãe ou uma subsi-diária;

b) Às partes de capital detidas como garantia, desdeque os direitos em causa sejam exercidos em con-formidade com as instruções recebidas ou que aposse destas partes seja para a entidade detentorauma operação decorrente das suas actividadesnormais, em matéria de empréstimos, com a condi-ção de que os direitos de voto sejam exercidos nointeresse do prestador da garantia.

8 – Para os efeitos do disposto nas alíneas b) i), b) iv)e b) v) do n.º 1, à totalidade dos direitos de voto dos titu-lares do capital da entidade subsidiária devem deduzir--se os direitos de voto relativos às partes de capital deti-das por essa entidade, por uma subsidiária desta ou poruma entidade que actue no seu próprio nome mas porconta destas entidades.

Artigo 7.º – Dispensa da elaboração de contas consoli-dadas

1 – Uma entidade-mãe fica dispensada de elaborar asdemonstrações financeiras consolidadas quando, nadata do seu balanço, o conjunto das entidades a conso-lidar, com base nas suas últimas contas anuais aprova-das, não ultrapasse dois dos três limites seguintes:

a) Total do balanço: € 5 000 000;b) Total das vendas líquidas e outros rendimentos:

€ 10 000 000;c) Número de trabalhadores empregados em média

durante o exercício: 250.

2 – A dispensa da obrigação de elaborar contas con-solidadas só ocorre quando dois dos limites definidos nonúmero anterior se verifiquem durante dois exercíciosconsecutivos.

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

3 – É ainda dispensada da obrigação de elaborar con-tas consolidadas qualquer entidade-mãe que seja tam-bém uma subsidiária, quando a sua própria entidade--mãe esteja subordinada à legislação de um EstadoMembro da União Europeia e:

a) Seja titular de todas as partes de capital da enti-dade dispensada, não sendo tidas em considera-ção as partes de capital desta entidade detidas pormembro dos seus órgãos de administração, dedirecção, de gerência ou de fiscalização, por forçade uma obrigação legal ou de cláusulas do contratode sociedade; ou

b) Detenha 90%, ou mais, das partes de capital daentidade dispensada da obrigação e os restantestitulares do capital desta entidade tenham aprovadoa dispensa.

4 – A dispensa referida no número anterior dependeda verificação das seguintes condições:

a) A entidade dispensada, bem como todas as suassubsidiárias, serem consolidadas nas demonstra-ções financeiras de um conjunto mais vasto de enti-dades cuja entidade-mãe esteja sujeita à legislaçãode um Estado membro da União Europeia;

b) As demonstrações financeiras consolidadas referi-das na alínea anterior bem como o relatório consoli-dado de gestão do conjunto mais vasto de entida-des serem elaborados pela entidade-mãe desteconjunto e sujeitos a revisão legal segundo a legis-lação do Estado membro a que ela esteja sujeita,adaptada à Directiva n.º 83/349/CEE, de 13 deJunho;

c) As demonstrações financeiras consolidadas referi-das na alínea a) e o relatório consolidado de gestãoreferido na alínea anterior, bem como o documentode revisão legal dessas contas, serem objecto depublicidade por parte da entidade dispensada, emlíngua portuguesa.

5 – As dispensas mencionadas nos n.os 1 e 3 não seaplicam caso uma das entidades a consolidar seja umasociedade cujos valores mobiliários tenham sido admiti-dos ou estejam em processo de vir a ser admitidos ànegociação num mercado regulamentado de qualquerEstado membro da União Europeia.

Artigo 8.º – Exclusões da consolidação

1 – Uma entidade pode ser excluída da consolidaçãoquando não seja materialmente relevante para o objec-tivo de as demonstrações financeiras darem uma ima-gem verdadeira e apropriada da situação financeira doconjunto das entidades compreendidas na consolida-ção.

2 – Quando duas ou mais entidades estejam nas cir-cunstâncias referidas no número anterior, mas sejam, noseu conjunto, materialmente relevantes para o mesmoobjectivo são incluídas na consolidação.

3 – Uma entidade pode também ser excluída da con-solidação sempre que:

a) Restrições severas e duradouras prejudiquemsubstancialmente o exercício pela entidade-mãedos seus direitos sobre o património ou a gestãodessa entidade;

b) As partes de capital tenham sido adquiridas exclu-sivamente tendo em vista a sua cessão posterior, eenquanto se mantenham classificadas como deti-das para venda.

4 – Uma subsidiária não é excluída da consolidação pelosimples facto de as suas actividades serem dissemelhan-tes das actividades das outras entidades do grupo.

Artigo 9.º – Dispensa de aplicação

1 – Ficam dispensadas da aplicação da NormalizaçãoContabilística para as ESNL as entidades cujas vendas eoutros rendimentos não excedam € 150 000 em nenhumdos dois exercícios anteriores, salvo quando integrem operímetro de consolidação de uma entidade que apre-sente demonstrações financeiras consolidadas ou este-jam obrigadas à apresentação de qualquer uma dasdemonstrações financeiras referidas no n.º 1 do artigo 10.º,por disposição legal ou estatutária, ou por exigência dasentidades públicas financiadoras.

2 – No exercício do início de actividade, o limite refe-rido no número anterior reportar-se-á ao valor anualizadodo total dos rendimentos estimados.

3 – As entidades dispensadas da aplicação da Norma-lização Contabilística para as ESNL, nos termos do dis-posto nos números anteriores e que não optem pela apli-cação deste normativo ficam obrigadas à prestação decontas em regime de caixa.

4 – Cessa a dispensa a que se refere o n.º 1 ficando aentidade obrigada a partir do exercício seguinte, inclu-sive, a aplicar a Normalização Contabilística para asESNL, quando for ultrapassado o limite nele referido.

Artigo 10.º – Demonstrações financeiras

1 – As entidades sujeitas à Normalização Contabilísticapara as ESNL apresentam as seguintes demonstraçõesfinanceiras:

a) Balanço;b) Demonstração dos Resultados por Naturezas ou

por Funções;c) Demonstração dos Fluxos de Caixa;d) Anexo.

2 – As entidades referidas no n.º 1 apresentam umaDemonstração das Alterações nos Fundos Patrimoniaispor opção ou por exigência de entidades públicas finan-ciadoras.

3 – As entidades obrigadas à apresentação de contasem regime de caixa nos termos do disposto no n.º 3 doartigo anterior divulgam a seguinte informação:

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

a) Pagamentos e recebimentos;b) Património fixo;c) Direitos e compromissos futuros.

4 – As entidades públicas financiadoras podem exigiroutros mapas, designadamente para efeitos de controloorçamental.

Artigo 11.º – Certificação Legal das Contas

Ficam sujeitas anualmente a Certificação Legal dasContas as demonstrações financeiras das entidades queapresentem contas consolidadas e, bem assim, as queultrapassem os limites previstos no artigo 262.º doCódigo das Sociedades Comerciais, nos termos neleprevistos.

Artigo 12.º – Ilícitos de mera ordenação social

1 – A entidade sujeita à Normalização Contabilísticapara as ESNL que não aplique qualquer uma das dispo-sições constantes na Norma Contabilística e de RelatoFinanceiro que esteja obrigada a aplicar, distorcendocom tal prática as demonstrações financeiras individuaisou consolidadas que seja, por lei, obrigada a apresentaré punida com coima de € 500 a € 10 000.

2 – A entidade sujeita à Normalização Contabilísticapara as ESNL que efectue a integração de lacunas demodo diverso do previsto, distorcendo com tal prática asdemonstrações financeiras individuais ou consolidadasque seja, por lei, obrigada a apresentar é punida comcoima de € 500 a € 15 000.

3 – A entidade sujeita à Normalização Contabilísticapara as ESNL aprovada pelo presente diploma que nãoapresente qualquer uma das demonstrações financeirasque seja, por lei, obrigada a apresentar é punida comcoima de € 500 a € 15 000.

4 – Caso as infracções referidas nos números anterio-res sejam praticadas com negligência, as coimas sãoreduzidas a metade.

5– Na graduação da coima são tidos em conta os valo-res dos fundos de capital e do total de rendimentos dasentidades, os valores associados à infracção e a condi-ção económica dos infractores.

6 – A organização do processo e a decisão sobre apli-cação da coima competem ao presidente da Comissãode Normalização Contabilística, com possibilidade dedelegação.

7 – O produto das coimas reverte nas seguintes pro-porções:

a) 60% para o Estado;b) 40% para a Comissão de Normalização Contabilís-

tica.

8 – Aos ilícitos de mera ordenação social previstosneste diploma é subsidiariamente aplicável o regimegeral do ilícito de mera ordenação social.

Artigo 12.º – Norma revogatória

São revogados:

a) O Decreto-Lei 78/89, de 3 de Março;b) O Decreto-Lei n.º 295/95, de 17 de Novembro;c) O Decreto-Lei n.º 74/98, de 27 de Março.

Artigo 13.º – Produção de efeitos

A Normalização Contabilística para as ESNL anexa aopresente diploma aplica-se a partir do exercício que seinicie em ou após 1 de Janeiro de 2012, sem prejuízo daopção pela sua aplicação ao exercício que se inicie emou após 1 de Janeiro de 2011.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de…

O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto deSousa.

O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeirados Santos.

ANEXO

Sistema de normalização contabilística para Entidadesdo Sector Não Lucrativo

1 – Apresentação

1.1 – A normalização contabilística para as Entidadesdo Sector Não Lucrativo criada pelo presente decreto-leiinsere-se na aplicação do sistema de normalização con-tabilística (SNC) que sucede ao Plano Oficial de Conta-bilidade (POC).

1.2 – O Sistema de Normalização Contabilística paraEntidades do Sector Não Lucrativo (SNC-ESNL), é com-posto pelos seguintes instrumentos:

Bases para a Apresentação de DemonstraçõesFinanceiras (BADF)

Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF)

Código de Contas (CC)

Norma Contabilística e de Relato Financeiro paraEntidades do Sector Não Lucrativo (NCRF-ESNL)

Normas Interpretativas (NI)

1.2 – Sempre que o SNC-ESNL não responda a aspec-tos particulares de transacções ou situações que secoloquem a dada entidade em matéria de contabilizaçãoou relato financeiro ou a lacuna em causa seja de talmodo relevante que a sua não integração impeça oobjectivo de ser prestada informação que, de forma ver-dadeira e apropriada, traduza a posição financeira numacerta data e o desempenho para o período abrangido,fica desde já estabelecido, tendo em vista somente aintegração dessa lacuna, o recurso, supletivamente epela ordem indicada:

a) Ao SNC, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009,de 13 de Julho, e demais legislação complementar;

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

b) Às Normas Internacionais de Contabilidade, adop-tadas ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 1606/2002,do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 deJulho;

c) Às Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) eNormas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS),emitidas pelo IASB, e respectivas interpretaçõesSIC-IFRIC.

2 – Características específicas das entidades do sector nãolucrativo

2.1 – A disseminação de Entidades do Sector NãoLucrativo, doravante designadas ESNL e o importantepapel e peso que desempenham na economia justificaque se reforcem as exigências de transparência relativa-mente às actividades que realizam e aos recursos queutilizam, nomeadamente através da obrigação de pres-tarem informação fidedigna sobre a gestão dos recursosque lhes são confiados, bem como sobre os resultadosalcançados no desenvolvimento das suas actividades.

2.2 – As ESNL apresentam três características básicasdistintivas relativamente às entidades com finalidadeslucrativas:

a) O seu financiamento pode resultar do seu própriopatrimónio ou de recursos atribuídos por pessoassingulares ou colectivas. Em caso algum os recur-sos atribuídos estão sujeitos ou condicionados acontraprestações derivadas da obtenção de benefí-cios por parte da entidade;

b) Respondem a finalidades de interesse geral quetranscendem a actividade produtiva e a venda deprodutos ou prestação de serviços, o que se traduznuma interpretação não económica do conceito“benefício”;

c) Ausência de títulos de propriedade-controlo quepossam ser comprados, cedidos, trocados, ou deque se espere algum tipo de contraprestação eco-nómica no caso de a entidade cessar as suas acti-vidades e ser objecto de liquidação.

Acresce que, estas entidades contam, com frequência,com o trabalho de voluntários, sem que, por esse facto,surja qualquer relação laboral entre eles e a entidade.

2.3 – Nas ESNL, os utilizadores da informação finan-ceira são as entidades que entregam recursos (quotas,legados, donativos); os credores, as pessoas que reali-zam prestações gratuitas (assistência ou trabalhos devoluntariado), o governo e a administração pública entreoutros. Nesta conformidade:

a) Os doadores/financiadores/associados pretendemconhecer o grau de cumprimento dos objectivosdesenvolvidos;

b) Os credores pretendem obter informação acercada capacidade da entidade solver os seus compro-missos;

c) Os membros das ESNL pretendem conhecer omodo como os donativos e outros fundos são apli-cados nas actividades;

d) Os voluntários pretendem conhecer os resultadosda sua dedicação, bem como os programas reali-zados e as necessidades de recursos;

e) O Estado, na medida em que proporciona os recur-sos para a actividade de diversas entidades dosector não lucrativo, tem necessidade de controlaros fluxos/meios que permitam cumprir os fins semdiminuir o património;

f) O público em geral, de entre os quais cumpre refe-rir os contribuintes, grupos de interesse ou pressão,associações de defesa do consumidor e todos osinteressados, directa ou indirectamente, no futuroda actividade da ESNL. Este grupo deve ter a pos-sibilidade de avaliar o contributo da entidade noseu bem-estar ou no desenvolvimento económicodo sector em que se insere.

3 – Bases para a Apresentação de Demonstrações Financei-ras (BADF)

3.1 – Âmbito, finalidade e componentes

3.1.1 – As bases para a apresentação de demonstraçõesfinanceiras de finalidades gerais estabelecem os requisitosglobais que permitem assegurar a comparabilidade quercom as demonstrações financeiras de períodos anterioresda entidade quer com as demonstrações financeiras deoutras entidades. O reconhecimento, a mensuração, adivulgação e aspectos particulares de apresentação detransacções específicas e outros acontecimentos são tra-tados na Norma Contabilística e de Relato Financeiro paraEntidades do Sector Não Lucrativo.

3.1.2 – As demonstrações financeiras de finalidadesgerais são as que se destinam a satisfazer as necessi-dades de utentes que não estejam em posição de exigirrelatórios feitos para ir ao encontro das suas necessida-des particulares de informação.

3.1.3 – As demonstrações financeiras são uma repre-sentação estruturada da posição financeira e do desem-penho financeiro de uma entidade. O objectivo dasdemonstrações financeiras de finalidades gerais é o deproporcionar informação acerca da posição financeira,do desempenho financeiro e dos fluxos de caixa de umaentidade que seja útil a uma vasta gama de utentes natomada de decisões. As demonstrações financeiras tam-bém mostram os resultados da condução por parte doórgão de gestão dos recursos a ele confiados. Parasatisfazer este objectivo, as demonstrações financeirasproporcionam informação de uma entidade acerca doseguinte:

a) Activos;b) Passivos;

Oo

8

PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

c) Fundos patrimoniais;d) Rendimentos (réditos e ganhos);e) Gastos (gastos e perdas);f) Outras alterações nos Fundos patrimoniais; eg) Fluxos de caixa.

Esta informação, juntamente com outra incluída nasnotas do Anexo, ajuda os utentes das demonstraçõesfinanceiras a prever os futuros fluxos de caixa da enti-dade e, em particular, a sua tempestividade e certeza.

3.1.4 – Um conjunto completo de demonstrações finan-ceiras inclui:

a) um balanço;b) uma demonstração dos resultados;c) uma demonstração dos fluxos de caixa; ed) um anexo em que se divulguem as bases de prepa-

ração e políticas contabilísticas adoptadas e outrasdivulgações exigidas pela NCRF-ESNL.

3.1.5 – As demonstrações financeiras devem apresen-tar apropriadamente a posição financeira, o desempe-nho financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade. Aapresentação apropriada exige a representação fide-digna dos efeitos das transacções, outros acontecimen-tos e condições de acordo com as definições e critériosde reconhecimento estabelecidos pela NCRF-ESNL. Pre-sume-se que a aplicação da NCRF-ESNL, com divulga-ção adicional quando necessária (p. e. número de pes-soal cooperante, número de voluntários e beneficiários,órgãos de direcção ou outra informação), resulta emdemonstrações financeiras que alcançam uma apresen-tação apropriada.

3.1.6 – Na generalidade das circunstâncias, uma apre-sentação apropriada é conseguida pela aplicação daNCRF-ESNL. Uma apresentação apropriada tambémexige que uma entidade:

a) seleccione e adopte políticas contabilísticas deacordo com a NCRF-ESNL;

b) apresente informação, incluindo políticas contabilís-ticas, de uma forma que proporcione informaçãorelevante, fiável, comparável e compreensível;

c) proporcione divulgações adicionais quando o cum-primento dos requisitos específicos contidos naNCRF-ESNL possa ser insuficiente para permitir asua compreensão pelos utentes.

3.1.7 – As políticas contabilísticas inapropriadas nãodeixam de o ser pelo facto de serem divulgadas ouassumidas em notas ou material explicativo.

3.1.8 – A informação acerca dos fluxos de caixa deuma entidade, quando usada conjuntamente com asrestantes demonstrações financeiras, revela-se útil, aoproporcionar aos utentes das mesmas uma base paradeterminar a capacidade da entidade para gerardinheiro e equivalentes e determinar as necessidadesda entidade de utilizar esses fluxos de caixa. As deci-sões que sejam tomadas pelos utentes exigem uma

avaliação da capacidade de uma entidade de gerardinheiro e seus equivalentes e a tempestividade e cer-teza da sua geração.

3.2 – Continuidade

3.2.1 – Aquando da preparação de demonstraçõesfinanceiras, o órgão de gestão deve fazer uma avaliaçãoda capacidade da entidade prosseguir como uma enti-dade em continuidade. As demonstrações financeirasdevem ser preparadas no pressuposto da entidade emcontinuidade, a menos que existam circunstâncias anor-mais em que se deva considerar um horizonte temporalpara a entidade, caso em que no Anexo se indicará talfacto, assim como os critérios utilizados na elaboraçãoda informação financeira. No entanto, nas ESNL, esteprincípio não corresponde a um conceito económico oufinanceiro puro, mas antes à manutenção da actividadede prestação de serviços ou à capacidade da entidadecumprir os fins propostos.

3.2.3 – Ao avaliar se o pressuposto da entidade emcontinuidade é apropriado, o órgão de gestão toma emconsideração toda a informação disponível sobre ofuturo, que é pelo menos de doze meses a partir da datado balanço. O órgão de gestão deve divulgar as incerte-zas materiais relacionadas com acontecimentos ou con-dições que possam lançar dúvidas significativas acercada capacidade da entidade em prosseguir em continui-dade.

3.3 – Regime de acréscimo

3.3.1 – Uma entidade deve preparar as suas demons-trações financeiras, excepto para informação de fluxosde caixa, utilizando o regime contabilístico de acrés-cimo.

3.3.2 – Ao ser usado o regime contabilístico de acrés-cimo, os itens são reconhecidos como activos, passivos,fundos patrimoniais, rendimentos e gastos (os elementosdas demonstrações financeiras) quando satisfaçam asdefinições e os critérios de reconhecimento para esseselementos.

3.4 – Consistência de apresentação

3.4.1 – A apresentação e classificação de itens nasdemonstrações financeiras deve ser mantida de umperíodo para outro, a menos que seja perceptível, apósuma alteração significativa na natureza das operaçõesda entidade ou uma revisão das respectivas demonstra-ções financeiras, que outra apresentação ou classifica-ção seria mais apropriada, tendo em consideração oscritérios para a selecção e aplicação de políticas conta-bilísticas contidas na NCRF-ESNL.

3.4.2 – Uma entidade altera a apresentação das suasdemonstrações financeiras apenas se a apresentaçãoalterada proporcionar informação fiável e mais relevante

Oo

9

PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

para os utentes das demonstrações financeiras e se forprovável que a estrutura revista continue, de modo a quea comparabilidade não seja prejudicada. Ao efectuartais alterações na apresentação, uma entidade reclassi-fica a sua informação comparativa de acordo com oreferido em 3.7. Informação Comparativa.

3.5 – Materialidade e agregação

3.5.1 – Cada classe material de itens semelhantesdeve ser apresentada separadamente nas demonstra-ções financeiras. Os itens de natureza ou função disse-melhante devem ser apresentados separadamente, amenos que sejam imateriais. Considera-se que as omis-sões ou declarações incorrectas de itens são materiaisse puderem, individual ou colectivamente, influenciar asdecisões económicas dos utentes tomadas com basenas demonstrações financeiras. A material idadedepende da dimensão e da natureza da omissão ouerro, ajuizados nas circunstâncias que os rodeiam. Adimensão ou a natureza do item, ou uma combinação deambas, pode ser o factor determinante.

3.5.2 – As demonstrações financeiras resultam do pro-cessamento de grandes números de transacções ououtros acontecimentos que são agregados em classesde acordo com a sua natureza ou função. A fase final doprocesso de agregação e classificação é a apresenta-ção de dados condensados e classificados que formamlinhas de itens na face do balanço, na demonstraçãodos resultados, na demonstração de alterações nos fun-dos patrimoniais e na demonstração de fluxos de caixaou no anexo. Se uma linha de item não for individual-mente material, ela é agregada a outros itens, seja naface dessas demonstrações, seja nas notas do Anexo.Um item que não seja suficientemente material para jus-tificar a sua apresentação separada na face dessasdemonstrações, pode porém ser suficientemente mate-rial para que seja apresentado separadamente nasnotas do Anexo.

3.6 – Compensação

3.6.2 – Os activos e passivos, e os rendimentos e gas-tos, não devem ser compensados.

3.6.3 – É importante que os activos e passivos e osrendimentos e gastos sejam separadamente relatados. Acompensação quer na demonstração dos resultadosquer no balanço, excepto quando a mesma reflicta asubstância da transacção ou outro acontecimento, preju-dica a capacidade dos utentes em compreender as tran-sacções, outros acontecimentos e condições quetenham ocorrido e de avaliar os futuros fluxos de caixada entidade. A mensuração de activos líquidos de dedu-ções de valorização, por exemplo, deduções de obso-lescência nos inventários e deduções de dívidas duvido-sas nas contas a receber, não é compensação.

3.7 – Informação comparativa

3.7.1 – Regra geral, a informação comparativa deve serdivulgada com respeito ao período anterior para todas asquantias relatadas nas demonstrações financeiras. A infor-mação comparativa deve ser incluída para a informaçãodescritiva quando for relevante para compreensão dasdemonstrações financeiras do período corrente.

3.7.2 – Por alteração de políticas contabilísticas, asquantias comparativas afectadas pela reclassificaçãodevem ser divulgadas, tendo em conta:

a) A natureza da reclassificação;b) A quantia de cada item ou classe de itens que

tenha sido reclassificada; ec) Razão para a reclassificação.

4 – Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF)

4.1 – São publicados por Portaria do membro doGoverno responsável pela área das finanças os modelospara as seguintes demonstrações financeiras:

a) Balanço;b) Demonstração dos Resultados (por naturezas e por

funções);c) Demonstração das Alterações nos Fundos Patrimo-

niais;d) Demonstração dos Fluxos de Caixa;e) Anexo (divulgação das bases de preparação e polí-

ticas contabilísticas adoptadas e divulgações exigi-das pela NCRF-ESNL).

4.2 – A Portaria referida no ponto anterior publicaráainda os modelos de mapas de Pagamentos e recebi-mentos, de inventariação do Património fixo e dos Direi-tos e Compromissos futuros, para as entidades que utili-zam o regime de caixa, previsto no n.º 3 do art.º 9.º dopresente Decreto-Lei.

5 – Código de contas (CC)

5.1 – Será publicado, por Portaria membro do Governoresponsável pela área das finanças, o Código de Con-tas, que se pretende seja um documento não exaustivo,contendo no essencial:

a) O quadro síntese de contas;b) O código de contas (lista codificada de contas)

relativo apenas às especificidades inerentes àsESNL; e

c) As notas de enquadramento às contas específicasdas ESNL.

5.2 – O CC, com as especificidades relativas às ESNL,poderá ser utilizado pelas entidades que se encontremobrigadas a aplicar as normas internacionais de contabi-lidade adoptadas na UE, nos termos do Regulamento(CE) n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conse-lho, de 19 de Julho.

Oo

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

6 – Norma contabilística e de relato financeiro para entida-des sem fins lucrativos (NCRF-ESNL)

6.1 – Para as entidades obrigadas a aplicar o regimeprevisto no presente Decreto-Lei será proposta pelaCNC, e publicada como Aviso no Diário da República, a“Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Enti-dades do Sector Não Lucrativo” (NCRF-ESNL).

6.2 – A NCRF-ESNL condensa os principais aspectosde reconhecimento, mensuração, e divulgação, com asadaptações inerentes a este tipo de entidades.

7 – Normas Interpretativas (NI)

7.1 – Sempre que as circunstâncias o justifiquem e,para o esclarecimento ou a orientação sobre o conteúdodos restantes instrumentos que integram a normalizaçãocontabilística para as ESNL, serão produzidas NormasInterpretativas (NI).

7.2 – As NI são propostas pela CNC e publicadas atra-vés de Aviso no Diário da República, depois de homolo-gadas pelo membro do Governo responsável pela áreadas finanças, sendo de aplicação obrigatória a partir dadata de eficácia indicada em cada uma delas.

II. Projecto de Portaria sobre os modelos deDemonstrações financeiras

PROJECTO DE PORTARIA N.º XXX

O Decreto-Lei n.º xxxx de xxxx veio adaptar o DL n.º 158/2009, de 13 de Julho às Entidades do SectorNão Lucrativo (ESNL), em execução do previsto no n.º 2do seu art.º 3.º.

No Decreto-Lei n.º xxxx de xxxx, prevê-se a publicaçãoem Portaria dos modelos de Demonstrações financeirasaplicáveis às Entidades do Sector Não Lucrativo (ESNL).

Assim:Manda o Governo, pelos Ministro de Estado e das Finanças,ao abrigo do disposto no n.º 4.1 do Anexo ao Decreto-Lei n.º xx, de xx de xxxx, o seguinte

Artigo 1.º

Para as entidades que, nos termos do Decreto-Lei n.º xx, de xx de xxxx, apliquem a “Norma Contabilística ede Relato Financeiro para as ESNL” (NCRF-ESNL), sãoaprovados os seguintes modelos de demonstraçõesfinanceiras, anexos à presente Portaria:

a) Anexo 1: Balanço;b) Anexo 2: Demonstração dos Resultados por Nature-

zas;c) Anexo 3: Demonstração dos Resultados por Fun-

ções;d) Anexo 4: Demonstração de Alterações de Fundos

de Capital;

e) Anexo 5: Demonstração dos Fluxos de Caixa;f) Anexo 6: Anexo.

Artigo 2.º

Para as entidades abrangidas pelo art.º 9 do Decreto-Lein.º xx, de xx de xxxx, são aprovados os seguintes modelosde mapas financeiros, anexos à presente Portaria:

a) Anexo 7: Pagamentos e Recebimentos;b) Anexo 8: Património Fixo;c) Anexo 9: Direitos e Compromissos Futuros.

Artigo 3.º

A Comissão de Normalização Contabilística divulga,no respectivo sítio electrónico, notas explicativas ou deaclaramento sobre os modelos aprovados pela presenteportaria.

Artigo 4.º

A presente portaria entra em vigor na data de início davigência do DL n.º xx, de xxxx.

Em xx de xxxxx de xxxx.

O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeirados Santos.

Oo

11

PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

ANEXO 1 – BALANÇO

Entidade: ..............................................BALANÇO EM XX DE YYYYYYY DE 20NN UNIDADE MONETÁRIA (1)

RUBRICAS NOTASDATAS

31 XXX N 31 XXX N–1

ACTIVOActivo não correnteActivos fixos tangíveisBens do património histórico e culturalPropriedades de investimentoActivos intangíveisInvestimentos financeirosFundadores/beneméritos/patrocinadores/doadores/associados/membros

Activo correnteInventáriosClientesAdiantamentos a fornecedoresEstado e outros entes públicosFundadores/beneméritos/patrocinadores/doadores/associados/membrosOutras contas a receberDiferimentosOutros activos financeirosCaixa e depósitos bancários

Total do activo

FUNDOS PATRIMONIAIS E PASSIVO

Fundos patrimoniaisFundosExcedentes técnicosReservasResultados transitadosExcedentes de revalorizaçãoOutras variações nos fundos patrimoniais

Resultado líquido do período

Total do fundo de capital

Passivo

Passivo não correnteProvisõesProvisões específicasFinanciamentos obtidosOutras contas a pagar

Passivo correnteFornecedoresAdiantamentos de clientesEstado e outros entes públicosFundadores/beneméritos/patrocinadores/doadores/associados/membrosFinanciamentos obtidosDiferimentosOutras contas a pagarOutros passivos financeiros

Total do passivoTotal dos fundos patrimoniais e do passivo

(1) O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros

Oo

12

PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO Oo

ANEXO 2 – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS

RENDIMENTOS E GASTOS NOTASPERÍODOS

N N–1

Vendas e serviços prestados

Subsídios, doações e legados à exploração

Variação nos inventários da produção

Trabalhos para a própria entidade

Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas

Fornecimentos e serviços externos

Gastos com o pessoal

Ajustamentos de inventários (perdas/reversões)

Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)

Provisões (aumentos/reduções)

Provisões específicas (aumentos/reduções)

Outras imparidades (perdas/reversões)

Aumentos/reduções de justo valor

Outros rendimentos e ganhos

Outros gastos e perdas

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos

Gastos/reversões de depreciação e de amortização

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

Juros e rendimentos similares obtidos

Juros e gastos similares suportados

Resultado antes de impostos

Imposto sobre o rendimento do período

Resultado líquido do período

++

+ / –+–

– / +– / +– / +– / +– / ++ / –+–

++

+ / –+–

– / +– / +– / +– / +– / ++ / –+–

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– / + – / +

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+–

+–

= =

– / + – / +

= =

Entidade: ....................................................DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZASPERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 20NN UNIDADE MONETÁRIA (1)

(1) O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros

13

PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

ANEXO 3 – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES

RUBRICAS NOTAS Actividade A Actividade B ...PERÍODOS

N N–1

Vendas e serviços prestados

Custo das vendas e dos serviços prestados

Resultado bruto

Outros rendimentos

Gastos de distribuição

Gastos administrativos

Gastos de investigação e desenvolvimento

Outros gastos

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

Gastos de financiamento (líquidos)

Resultados antes de impostos

Imposto sobre o rendimento do período

Resultado líquido do período

x

x

x

x

x

x

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+–

x

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x

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x

=

– / +

=

– / +

x x x = =

Entidade: ....................................................DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES (MODELO REDUZIDO)PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 20NN UNIDADE MONETÁRIA (1)

(1) O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros

Oo

14

PR

OJE

CT

O–

NO

RM

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OO

o

ANEXO 4 – DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NOS FUN

DOS PATRIMON

IAIS

DESCRIÇÃO

NOTA

S

FUNDOS PATRIMONIAIS ATRIBUÍDOS AOS IN

STITUIDORES DA ENTIDADE-MÃE

Interesses

minoritário

s

Total dos

Fundos

Patrimoniais

Fundos

Excedentes

técnicos

Reservas

Resultados

transitados

Ajustam

entos

em activos

financeiro

s

Excedentes

derevalorização

Outras

variações

nos fundos

patrimoniais

Resultado

líquido

do período

Total

Posi

ção

no in

ício

do

perío

do N

–11

Alte

raçõ

es n

o pe

ríodo

Primeira adopção de novo referencial contabilístico

Alterações de políticas contabilísticas

Diferenças de conversão de dem

onstrações financeiras

Realização do excedente de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis

Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis e respectivas variações

Ajustamentos por impostos diferidos

Outras alterações reconhecidas nos fundos patrim

oniais

2

Resu

ltado

líqu

ido

do p

erío

do3

Resu

ltado

ext

ensi

vo4

= 2

+ 3

Oper

açõe

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stitu

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ríodo

Fundos

Subsídios, doações e legados

Outras operações

5

Posi

ção

no fi

m d

o pe

ríodo

N–1

6

= 1

+ 2

+ 3

+ 5

Entid

ade:

.........................................................

DEMONSTRAÇÃO (IN

DIVIDUAL/CONSOLIDADA) DAS ALTERAÇÕES NOS FUNDOS PATRIMONIAIS NO PERÍOD

O N–1 UNIDADE MONETÁRIA (1)

15

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OJE

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UNIDADE MONETÁRIA (1)

Oo

(1) O

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euro

s

Entid

ade:

.........................................................

DEMONSTRAÇÃO (IN

DIVIDUAL/CONSOLIDADA) DAS ALTERAÇÕES NOS FUNDOS PATRIMONIAIS NO PERÍODO N

DESCRIÇÃO

NOTA

S

FUNDOS PATRIMONIAIS ATRIBUÍDOS AOS IN

STITUIDORES DA ENTIDADE-MÃE

Interesses

minoritário

s

Total dos

Fundos

Patrimoniais

Fundos

Excedentes

técnicos

Reservas

Resultados

transitados

Ajustam

entos

em activos

financeiro

s

Excedentes

derevalorização

Outras

variações

nos fundos

patrimoniais

Resultado

líquido

do período

Total

Posi

ção

no in

ício

do

perío

do N

6

Alte

raçõ

es n

o pe

ríodo

Primeira adopção de novo referencial contabilístico

Alterações de políticas contabilísticas

Diferenças de conversão de dem

onstrações financeiras

Realização do excedente de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis

Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis e respectivas variações

Ajustamentos por impostos diferidos

Outras alterações reconhecidas nos Fundos Patrimoniais

7

Resu

ltado

líqu

ido

do p

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do8

Resu

ltado

ext

ensi

vo9

= 7

+ 8

Oper

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Fundos

Subsídios, doações e legados

Outras operações

10

Posi

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N

6 +

7 +

8 +

10

16

PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO Oo

ANEXO 5 – DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA

Entidade: ....................................................DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DE FLUXOS DE CAIXAPERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 20NN UNIDADE MONETÁRIA (1)

RUBRICAS NOTASPERÍODOS

N N–1

Fluxos de caixa das actividades operacionais – método directoRecebimentos de clientes e utentesPagamentos de subsídiosPagamentos de apoiosPagamentos de bolsasPagamentos a fornecedoresPagamentos ao pessoal

Caixa gerada pelas operações

Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento Outros recebimentos/pagamentos

Fluxos de caixa das actividades operacionais (1)

Fluxos de caixa das actividades de investimentoPagamentos respeitantes a:Activos fixos tangíveisActivos intangíveis Investimentos financeiros Outros activos

Recebimentos provenientes de:Activos fixos tangíveis Activos intangíveis Investimentos financeiros Outros activos Subsídios ao investimento Juros e rendimentos similares Dividendos

Fluxos de caixa das actividades de investimento (2)

Fluxos de caixa das actividades de financiamentoRecebimentos provenientes de:Financiamentos obtidos Realização de fundos Cobertura de prejuízos Doações Outras operações de financiamento

Pagamentos respeitantes a:Financiamentos obtidos Juros e gastos similares Dividendos Redução de fundos Outras operações de financiamento

Fluxos de caixa das actividades de financiamento (3)

Variação de caixa e seus equivalentes (1 + 2 + 3) Efeito das diferenças de câmbio Caixa e seus equivalentes no início do período Caixa e seus equivalentes no fim do período

+

––

+

––

+ / –– / ++ / –

+ / –– / ++ / –

+ / – + / –

– – – –

+++++++

– – – –

+++++++

+ / – + / –

+++++

– – – – –

+++++

– – – – –

+ / – + / –

+ / – + / –+ / – + / –… …… …

(1) O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros

17

PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

ANEXO 6 – ANEXO

As divulgações a efectuar pelas ESNL correspondemàs publicadas através da Portaria n.º 986/2009, de07/09-Anexo 10, constando do presente documentoapenas as alterações que decorrem das especificidadesdas ESNL.

As matérias a divulgar correspondem aos capítulos aseguir indicados, sem prejuízo de outras divulgaçõesque sejam consideradas pertinentes:

ÍNDICE

1. Identificação da entidade

2. Referencial contabilístico de preparação dasdemonstrações financeiras

3. Principais políticas contabilísticas

4. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativascontabilísticas e erros

5. Activos fixos tangíveis

6. Activos intangíveis

7. Locações

8. Custos de empréstimos obtidos

9. Inventários

10. Rédito

11. Provisões, passivos contingentes e activos contin-gentes

12. Subsídios e outros apoios

13. Efeitos de alterações em taxas de câmbio

14. Impostos sobre o rendimento

15. Instrumentos financeiros

16. Benefícios dos empregados

17. Divulgações exigidas por outros diplomas legais

18. Outras informações

Nos pontos em que se encontra referido “SNC” deveráler-se “normativo contabilístico das Entidades do sectorNão Lucrativo (ESNL)”.

Onde se refere “NCRF-PE” deverá entender-se NCRF--ESNL.

Quando se referir “capitais próprios” deverá entender--se “Fundos Patrimoniais”

Nas divulgações constantes do ponto 5.1 (activosfixos tangíveis) deverá considerar-se uma divulgaçãoadicional referente a:

Montante e natureza dos bens do património histórico,artístico e culturalAs divulgações previstas no ponto 6.4 do capítulo

6. Activos intangíveis do Anexo não são aplicáveis aestas entidades.

O ponto 7.3 do capítulo 7. Locações não é aplicável aestas entidades.

No ponto 9.1 do capítulo 9. Inventários deverá aditar--se a alínea d) com a seguinte redacção:

d) a quantia dos inventários escriturada pelo custocorrente.

As restantes alíneas passarão a ter a seguinte redacção:

e) a quantia de inventários reconhecida como umgasto durante o período;

f) a quantia de qualquer ajustamento de inventáriosreconhecida como um gasto do período de acordocom o parágrafo 11.19 da NCRF-ESNL;

g) a quantia de qualquer reversão de ajustamento quetenha sido reconhecida como uma redução naquantia de inventários reconhecida como gasto doperíodo de acordo com o parágrafo 11.19 daNCRF-ESNL;

h) as circunstâncias ou acontecimentos que conduzi-ram à reversão de um ajustamento de inventáriosde acordo com o parágrafo 11.19 da NCRF-ESNL;e

i) a quantia escriturada de inventários dados comopenhor de garantia a passivos.

No capítulo 11. Provisões, passivos contingentes eactivos contingentes não devem ser consideradas asalíneas g) e h).

Deve ser considerado um ponto adicional 11.2 com aseguinte redacção:

11.2 Indicação do valor dos Fundos Permanentes pormodalidade associativa das Mutualidades e dopatrimónio líquido que lhes está afecto, bemcomo do respectivo grau de cobertura face àsProvisões matemáticas necessárias.

No capítulo 12. Subsídios e outros apoios são adita-das as seguintes alíneas:

d) benefícios sem valor atribuído, materialmente rele-vantes, obtidos de terceiras entidades; e

e) principais doadores/fontes de fundos.

No capítulo 15. Instrumentos financeiros não sãoaplicáveis os pontos 15.6 e 15.7 às ESNL.

No capítulo 16. Benefícios dos empregados devemser feitas as seguintes divulgações adicionais:

16.2. Número de membros dos órgãos directivos ealterações ocorridas no período de relato finan-ceiro.

16.3. Informação sobre as remunerações dos órgãosdirectivos.

III. Projecto de Portaria sobre o Código de Contas

PROJECTO DE PORTARIA N.º XXX

O Decreto-Lei n.º xx de xx de xxxx veio adaptar o DLn.º 158/2009, de 13 de Julho às entidades do Sector nãoLucrativo (SNL), em execução do previsto no n.º 2 doart.º 3.º deste Decreto-Lei.

Pela presente Portaria procede-se à publicação de:

a) Quadro síntese de contas

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

b) Código de Contasc) Notas de enquadramento

O código de contas e as notas de enquadramentopublicadas na presente Portaria referem-se apenas àscontas específicas das entidades do SNL, sendo que oscódigos e as notas referentes às restantes contas cons-tam da Portaria n.º 1011/2009, de 9 de Setembro queaqui se dão por reproduzidas.

Assim:Manda o Governo, pelos Ministro de Estado e das

Finanças, ao abrigo do disposto nos n.os xx e xx doAnexo ao Decreto-Lei n.º xx, de xx de xxxx, o seguinte

Artigo 1.º

São aprovadas as alterações ao código de contas erespectivas notas de enquadramento, anexos à presentePortaria, constituídas pelas seguintes componentes:

1 – Quadro Síntese de Contas;2 – Código de Contas; e3 – Notas de enquadramento de novas contas ou de

contas redenominadas.

Artigo 2.º

A Comissão de Normalização Contabilística divulga,no respectivo sítio electrónico, a lista integral do códigode contas.

Artigo 3.º

A presente Portaria entra em vigor na data de início devigência do Decreto-Lei XXXXX.

Em xx de xxxxx de xxxx.

O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeirados Santos.

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO Oo

1 – QUADRO SÍNTESE DE CONTAS

1 MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS 2 CONTAS A RECEBER E A PAGAR

11 Caixa

12 Depósitos à ordem

13 Outros depósitos bancários

14 Instrumentos financeiros

21 Clientes e utentes

22 Fornecedores

23 Pessoal

24 Estado e outros entes públicos

25 Financiamentos obtidos

26 Fundadores/patrocinadores/doadores/associados/membros

27 Outras contas a receber e a pagar

28 Diferimentos

29 Provisões

5 FUNDOS PATRIMONIAIS 6 GASTOS

51 Fundos

52 Excedentes técnicos

55 Reservas

56 Resultados transitados

57 Ajustamentos em activos financeiros

58 Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis

59 Outras variações nos fundos patrimoniais

61 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas

62 Fornecimentos e serviços externos

63 Gastos com o pessoal

64 Gastos de depreciação e de amortização

65 Perdas por imparidade

66 Perdas por reduções de justo valor

67 Provisões do período

68 Outros gastos e perdas

69 Gastos e perdas de financiamento

3 INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS 4 INVESTIMENTOS

31 Compras

32 Mercadorias

33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

34 Produtos acabados e intermédios

35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

36 Produtos e trabalhos em curso

37 Activos biológicos

38 Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos

39 Adiantamentos por conta de compras

41 Investimentos financeiros

42 Propriedades de investimento

43 Activos fixos tangíveis

44 Activos intangíveis

45 Investimentos em curso

46 Activos não correntes detidos para venda

7 RENDIMENTOS 8 RESULTADOS

71 Vendas

72 Prestações de serviços

73 Variações nos inventários da produção

74 Trabalhos para a própria entidade

75 Subsídios, doações e legados à exploração

76 Reversões

77 Ganhos por aumentos de justo valor

78 Outros rendimentos e ganhos

79 Juros e outros rendimentos similares

81 Resultado líquido do período

... ...

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO Oo

2 – CÓDIGO DE CONTAS

2 CONTAS A RECEBER E A PAGAR *

21 Clientes e utentes

211 Clientes e utentes c/c 2111 Clientes gerais 2112 Clientes – entidade-mãe 2113 Clientes – entidades subsidiárias 2114 Clientes – entidades associadas 2115 Clientes – empreendimentos conjuntos 2116 Clientes – outras partes relacionadas 2117 Utentes

....

212 Clientes e utentes – títulos a receber 2121 Clientes gerais 2122 Clientes – entidade-mãe 2123 Clientes – entidades subsidiárias 2124 Clientes – entidades associadas 2125 Clientes – empreendimentos conjuntos 2126 Clientes – outras partes relacionadas 2127 Utentes

... ...

218 Adiantamentos de clientes e utentes

219 Perdas por imparidade acumuladas

25 Financiamentos obtidos

255 Instituidores (empréstimos de fundadores e benemé-ritos)*

... ...

258 Outros financiadores*

26 Fundadores/patrocinadores/doadores/associados/membros*

261 Fundadores/associados/membros – em curso 2611 ... 2612 ...

262 Doadores – em curso

263 Patrocinadores

264 Quotas

265 Resultados disponíveis

266 Financiamentos concedidos – fundador/doador

...

268 Outras operações

2681 Beneficiários das mutualidades – prestações a pagar 2682 Beneficários das mutualidades – capitais vencidos a

pagar 2683 Beneficários das mutualidades – rendas vitalícias a

pagar 2685 Beneficiários das mutualidades – melhorias de benefícios* 2626 Beneficiários das mutualidades-subvenções

269 Perdas por imparidade acumuladas

29 Provisões

291 Impostos

292 Garantias a clientes

293 Processos judiciais em curso

294 Acidentes de trabalho e doenças profissionais

295 Matérias ambientais

296 Contratos onerosos

297 Reestruturação

298 Provisões específicas do sector

299 Outras provisões

43 Activos fixos tangíveis

431 Bens do domínio público ..... 4319 Perdas por imparidade acumuladas

432 Bens do património histórico e artístico e cultural* 4311 Bens imóveis 4312 Arquivos 4313 Bibliotecas 4314 Museus 4315 Bens móveis

.... 4329 Perdas por imparidade acumuladas

433 Outros activos fixos tangíveis 4331 Terrenos e recursos naturais 4332 Edifícios e outras construções 4333 Equipamento básico 4334 Equipamento de transporte 4335 Equipamento administrativo 4336 Equipamentos biológicos 4337 Outros activos fixos tangíveis 4338 Depreciações acumuladas 4339 Perdas por imparidade acumuladas

44 Activos intangíveis

441 Bens do domínio público

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO Oo

442 Outros activos intangíveis 4421 Goodwill 4422 Projectos de desenvolvimento 4423 Programas de computador 4424 Propriedade industrial

... ... 4426 Outros activos intangíveis

... ... 4428 Amortizações acumuladas 4429 Perdas por imparidade acumuladas

45 Investimentos em curso ....

455 Adiantamentos por conta do património histórico,artístico e cultural

... ...

459 Perdas por imparidade acumuladas

5 FUNDOS PATRIMONIAIS

51 Fundos*

52 Excedentes técnicos* ... ...

...

...

55 Reservas

551 Reservas legais

552 Outras reservas

... ...

59 Outras variações nos fundos patrimoniais

591 Diferenças de conversão de demonstrações financeiras

592 Ajustamentos por impostos diferidos

593 Subsídios*

594 Doações

... ...

599 Outras

6 GASTOS*

61 Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas

612 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

613 Activos biológicos (compras)

614 Materiais de Consumo 6141 Material desportivo 6142 Medicamentos e artigos de saúde 6143 Material de representação e propaganda 6144 …

67 Provisões do período

671 Impostos

672 Garantias a clientes

673 Processos judiciais em curso

674 Acidentes no trabalho e doenças profissionais

675 Matérias ambientais

676 Contratos onerosos

677 Reestruturação

678 Provisões específicas do sector

679 Outras provisões

68 Outros gastos e perdas .....

689 Custos com apoios financeiros concedidos a associados ou utentes*

6891 Subsídios, donativos, bolsas de estudo 6892 Prestações a associados das Mutualidades 6893 Capitais vencidos – associados das Mutualidades 6894 Prestações dos regimes profissionais complementares 6895 Rendas vitalícias – associados das Mutualidades 6896 Prestações pecuniárias de cuidados de saúde

... ... 6898 Outros custos inerentes a associados

... ...

7 RENDIMENTOS*

71 Vendas* ... ...

715 Materiais de consumo 7151 Material desportivo 7152 Medicamentos e artigos de saúde 7153 Material de representação e propaganda

...

... ...

72 Prestações de serviços

721 Quotas dos utilizadores

722 Quotizações e jóias

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO Oo

723 Promoções para captação de recursos

724 Rendimentos de patrocinadores e colaborações

... ...

... ...

... ... ...

75 Subsídios,doações e legados à exploração*

751 Subsídios do Estado e outros entes públicos

752 Subsídios de outras entidades

753 Doações e heranças

754 Legados

....

76 Reversões ....

....

763 De provisões 7631 Impostos 7632 Garantias a clientes 7633 Processos judiciais em curso 7634 Acidentes no trabalho e doenças profissionais 7635 Matérias ambientais 7636 Contratos onerosos 7637 Reestruturação 7638 Específicas 7639 Outras provisões

... ...

... ... ... ...

8 RESULTADOS

81 Resultado líquido do período*

811 Resultado antes de impostos

812 Imposto sobre o rendimento do período 8121 Imposto estimado para o período 8122 Imposto diferido

... ...

818 Resultado líquido

... ...

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO Oo

3 – NOTAS DE ENQUADRAMENTO

Considerações Gerais

Na preparação do presente código de contas teve-seem atenção o seguinte:

• Tomou-se como referência o código de contasconstante do SNC, conforme Portaria nº 1011/2009,de 9/09 e introduziu-se através da presente Portariaas contas específicas dirigidas às entidades doSector Não Lucrativo.

• As contas constantes da Portaria nº 1011/2009, de9/09 serão utilizadas e movimentadas conforme aíse encontra previsto, sempre que a entidadeexerça actividades em que se revele necessária asua utilização.

• As notas referentes ao conteúdo e movimentaçãoconstantes da presente Portaria referem-se apenasàs contas específicas que nela estão previstas.

CLASSE 2 – Contas a receber e a pagar

Esta classe destina-se a registar as operações relacio-nadas com clientes e utentes, fornecedores, pessoal,Estado e outros entes públicos, financiadores, instituido-res e beneméritos, bem como outras operações com ter-ceiros que não tenham cabimento nas contas anterioresou noutras classes específicas. Incluem-se, ainda, nestaclasse, os diferimentos (para permitir o registo dos gas-tos e dos rendimentos nos períodos a que respeitam) eas provisões.

Dadas as especificidades e a missão das entidadesdo SNL são introduzidas as seguintes alterações:

• Na conta 25 – Financiamentos obtidos é criada aconta

255 – Instituidores e beneméritos Nesta conta registam-se os financiamentos obtidos

dos instituidores da entidade (fundadores, beneméri-tos,...)

• A conta 26 é redenominada para: 26 – Fundadores/Patrocinadores/doadores/asso -

cia dos/ /membros uma vez que as entidades doSNL não têm accionistas nem sócios nem distri-buem os excedentes líquidos obtidos no exercício.

Trata-se de uma conta mista, isto é pode ser contade Activo, até à concretização da doação ou Contade Passivo, quando os Fundadores/doadores…concederem empréstimos à entidade.

A conta 261 – Fundadores/Patrocinadores/doado -res/associados/membros-em curso poderá ser desdo-brada consoante as necessidades específicas da entidade.

A conta 258 – Outros financiadores poderá ser des-dobrada de acordo com as entidades financiadoras emEstado e outras entidades oficiais; entidades desportivase outras entidades.

298 – Provisões específicas do sector X

Esta conta poderá ser utilizada para registo das provi-sões específicas em que a entidade se insere.

Assim, no caso das Mutualidades registam-se nestaconta as responsabilidades assumidas relativamente aperíodos futuros com as modalidades associativas dasassociações mutualistas. As verbas a incluir anualmentenesta conta resultam de estudos actuariais.

As suas subcontas devem ser utilizadas directamentepelos dispêndios para que foram reconhecidas, semprejuízo das reversões a que haja lugar.

CLASSE 4 – Investimentos

Esta classe inclui os bens detidos com continuidadeou permanência e que não se destinem a ser vendidosou transformados no decurso normal das operações daentidade, quer sejam de sua propriedade, quer estejamem regime de locação financeira. Compreende os inves-timentos financeiros, as propriedades de investimento,os activos fixos tangíveis, os activos intangíveis, osinvestimentos em curso e os activos não correntes deti-dos para venda.

Para atender às especificidades do património dealgumas entidades do SNL, a conta 43 – Activos fixostangíveis foi desdobrada do seguinte modo:

431 – Bens do domínio público

Inclui os bens de domínio público, definidos na legisla-ção em vigor, de que a entidade contabilística é admi-nistrante ou concessionária.

432 – Bens do património histórico, artístico e cultural

Trata-se de uma conta do Activo não corrente, onde seincluem todos os bens do domínio privado que cumpramas condições exigidas por lei para a classificação dosbens como património histórico, de interesse artístico,histórico, arqueológico, etnográfico, científico ou técnico,assim como o património documental e bibliográfico,arquivos (conjuntos orgânicos de documentos reunidospelas pessoas jurídicas, públicas ou privadas, no exercí-cio das suas actividades, ao serviço da sua utilizaçãopara a investigação, a cultura, a informação e a gestãoadministrativa), bibliotecas, museus (conjuntos ou colec-ções de valor histórico, artístico, científico e técnico oude qualquer outra natureza cultural).

433 – Outros activos fixos tangíveis

CLASSE 5 – Fundos patrimoniais

51 – Fundos

Esta conta inclui o fundo (dotação) inicial e os exce-dentes destinados a aumentar o mesmo.

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

Esta conta é creditada por contrapartida de:

• Dinheiro e depósitos;• Bens, tais como imóveis, colecções e obras de arte;• Activos intangíveis.

Esta conta movimenta-se a débito se ocorrer a extin-ção da entidade do SNL.

52 – Excedentes técnicos

Esta conta é utilizada pelas Mutualidades para registarrelativamente a cada modalidade complementar desegurança social subscrita pelos associados das Mutua-listas o excesso de cobertura dos Fundos permanentesconstituídos para lhes fazer face, relativamente ao valordos encargos com modalidades associativas efectuadaspor técnicos actuariais e registados na conta 298 – Pro-visões específicas do sector.

Esta conta será debitada por contrapartida da conta2685 – Beneficiários das Mutualistas – melhorias debenefícios.

59 – Outras variações nos Fundos patrimoniais

Os subsídios de Fundadores/associados/membros edo Estado, bem como os donativos que estejam asso-ciados com activos fixos tangíveis ou intangíveis sãoregistados nesta conta.

As subcontas 593 – Subsídios e 594 – Doaçõesincluem os subsídios e doações associados com activosfixos tangíveis e intangíveis que deverão ser transferidosnuma base sistemática, para a conta 7883 – Imputaçãode subsídios/doações para investimentos, à medida queforem contabilizadas as depreciações/amortizações doinvestimento a que respeitam.

CLASSE 6 – Gastos

Esta classe inclui os gastos e as perdas respeitantesao período.

6781 – Provisões específicas do sector (…)

No caso das entidades do sector mutualista esta contamovimenta-se em contrapartida da conta 298 – Provisõesespecíficas do sector, de acordo com o resultado dosestudos actuariais mandados efectuar pela entidade.

Foi criada a conta 689 – Custos com apoios financei-ros concedidos a associados/utentes para registar ossubsídios, donativos, bolsas de estudo, prestações asso-ciadas a modalidades complementares de segurançasocial subscritas por associados das Mutualidades.

CLASSE 7 – Rendimentos

Inclui os rendimentos e os ganhos respeitantes aoperíodo.

72 – Prestações de serviços

Nesta conta são registadas as quotas dos utilizadores,as quotizações e jóias dos associados, as promoções eos patrocínios, de acordo com as respectivas subcontas.

A subconta 722 – Quotizações e jóias pode ser utili-zada pelas Associações Mutualistas para registar osrendimentos resultantes da subscrição pelos associadosde qualquer das modalidades de benefícios postos àsua disposição.

75 – Subsídios, doações e legados

Registam-se nesta conta os subsídios do Estado, e ossubsídios, doações e legados dos instituidores/fundado-res da entidade destinados à exploração.

81 – Resultado líquido do período

Nas entidades do SNL poderá ser conveniente obterum desdobramento deste resultado por projectos, porvalências, por actividades, etc.

A classe 9, que é uma classe livre, pode ser utilizadapara proceder ao apuramento de resultados sectorizadospara que a entidade obtenha a informação interna neces-sária à gestão dos fundos colocados à sua disposição.

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IV. Projectos de mapas para entidades sujeitas ao regime de caixa

ANEXO 7 – MAPA DE RECEBIMENTOS E PAGAMENTOS

Mapa de recebimentos e pagamentos – Ano N

Recebimentos Pagamentos

1. Recebimentos actividade 1. Funcionamento

Jóias e quotas Pessoal

Actividades Seguros

Doações Rendas

Subsídios Manutenção

Outros Água, electricidade e gás

2. Recebimentos comerciais Representação e deslocações

Comunicações

3. Recebimentos capitais Material de escritório

Higiene, segurança e conforto

4. Recebimentos prediais Despesas específicas das actividades

Outras

2. Investimento

Aquisição de equipamentos

Aquisição ou construção de instalações

Outras

Total – € Total – €

Saldo do ano anterior

Receitas

Despesas

Saldo para o ano seguinte

Unidade monetária: euro

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO Oo

ANEXO 8 – MAPA DE PATRIMÓNIO FIXO

Mapa de Património fixo – Ano N

Património

Descrição Valor

Anos anteriores

Subtotal

Ano corrente

Subtotal

Total – €

Unidade monetária: euro

ANEXO 8 – MAPA DE DIREITOS E COMPROMISSOS FUTUROS

Mapa de direitos e compromissos futuros – Ano N

Direitos

Descrição Valor Ano previsto recebimento

Quotas

Subsídios

Rendas

Outros

Total

Compromissos

Descrição Valor Ano previsto pagamento

Empréstimos

Associados

Fornecedores

Locadoras

Outros

Total – €

Unidade monetária: euro

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

V. Projecto de Aviso para a NCRF-ESNL (NormaContabilística e de Relato Financeiro paraEntidades do Sector Não Lucrativo)

AVISO

Por despacho n.º XXXX do Senhor Ministro de Estadoe das Finanças de XX de XXXXX, foi homologada aseguinte norma contabilística e de relato financeiro paraentidades do sector não lucrativo, inserida na normaliza-ção contabilística aprovada pelo Decreto-Lei XXXX, deXXXX.

Lisboa, xx de xxxxx de xxxx. – O Ministro de Estado edas Finanças, Fernando Teixeira dos Santos.

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIROPARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

INDICE

1. Objectivo

2. Âmbito

3. Considerações gerais sobre reconhecimento

4. Estrutura e conteúdo das demonstrações

5. Adopção pela primeira vez da NCRF-ESNL

6. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativascontabilísticas e erros

7. Activos fixos tangíveis

8. Activos intangíveis

9. Locações

10. Custos de empréstimos obtidos

11. Inventários

12. Rédito

13. Provisões, passivos contingentes e activos contin-gentes

14. Contabilização dos subsídios e outros apoios

15. Os efeitos de alterações em taxas de câmbio

16. Impostos sobre o rendimento

17. Instrumentos financeiros

18. Benefícios dos empregados

Apêndice I – Processo de transição para a normaliza-ção contabilística das ESNL – Pontos 5.1 a5.5 da NCRF-ESNL

1 – Objectivo

Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro paraEntidades do Sector Não Lucrativo (NCRF-ESNL) condensaos principais aspectos de reconhecimento, mensuraçãoe divulgação, com as adaptações inerentes a este tipode entidades, adiante designadas por ESNL.

2 – Âmbito

2.1 – Esta Norma deve ser aplicada pelas entidadesque cumpram os requisitos sobre ESNL.

2.2 – Sempre que na presente norma existam remis-sões para as Normas Internacionais de Contabilidade,entende-se que estas se referem às adoptadas pelaUnião Europeia nos termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de19 de Julho e, em conformidade com o texto original doRegulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 deNovembro.

2.3 – Sempre que esta Norma não responda a aspec-tos particulares que se coloquem a dada entidade emmatéria de contabilização ou relato financeiro de tran-sacções ou situações, ou a lacuna em causa seja de talmodo relevante que o seu não preenchimento impeça oobjectivo de ser prestada informação que, de forma ver-dadeira e apropriada, traduza a posição financeira numacerta data e o desempenho para o período abrangido, aentidade deverá recorrer, tendo em vista tão-somente asuperação dessa lacuna, supletivamente e pela ordemindicada:

a) às NCRF e Normas Interpretativas (NI);b) às Normas Internacionais de Contabilidade, adop-

tadas ao abrigo do Regulamento n.º 1606/2002, doParlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho;

c) às Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) eNormas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS),emitidas pelo IASB, e respectivas interpretações(SIC e IFRIC).

3 – Considerações gerais sobre reconhecimento

3.1 – Como referido no ponto 1, a presente norma temcomo objectivo estabelecer os aspectos de reconheci-mento, mensuração e divulgação aplicáveis às ESNL.Dada a estrutura da norma, considerou-se útil a inclusãona mesma de um conjunto de disposições relativas areconhecimento que nela são recorrentemente utiliza-das. Naturalmente, que, a bem da coerência do modelo,os conceitos em causa baseiam-se na Estrutura Con-ceptual para a Preparação e Apresentação dasDemonstrações Financeiras, com as alterações decor-rentes da especificidade destas entidades que aqui seencontram contempladas.

3.2 – Reconhecimento é o processo de incorporar nobalanço e na demonstração dos resultados um item que

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os cri-térios de reconhecimento abaixo descritos. A falha doreconhecimento de tais itens não é rectificada pela divul-gação das políticas contabilísticas usadas nem pornotas ou material explicativo.

3.3 – Um activo é reconhecido no balanço quando forprovável que permita actividades presentes e futuraspara a entidade e o activo tenha um custo ou um valorque possa ser mensurado com fiabilidade. Nas ESNLpode ser necessário distinguir as seguintes categoriasde activos:

a) Activos com restrições permanentes, os quais têmlimitações quanto ao destino ou ao investimentoobrigatório desses activos;

b) Activos com restrições temporárias no presente eno futuro; e

c) Activos sem restrições de utilização.

Nas ESNL surgem também por vezes no Activo bensrelacionados com o património histórico e artístico quese considera oportuno preservar por razões de naturezahistórico/cultural, que apresentam como traço caracterís-tico o facto de não poderem ser substituídos.

3.4 – Um passivo é reconhecido no balanço quando setrata de uma obrigação presente que implica a necessi-dade de, para a liquidar, ter de abdicar de recursos queincorporam a possibilidade de poder realizar actividadesfuturas e a quantidade pela qual a liquidação tenhalugar, possa ser mensurada com fiabilidade.

3.5 – O Fundo patrimonial constitui o interesse residualdas ESNL nos Activos depois de deduzir os passivos. OFundo patrimonial pode incluir certas categorias de itenscuja utilização pode estar restringida.

Nas ESNL o Fundo patrimonial compõe-se, designada-mente, dos fundos atribuídos pelos fundadores da enti-dade ou terceiros, pelos fundos acumulados e outrosexcedentes, bem como pelos subsídios, doações elegados que o governo ou outro instituidor ou a normalegal aplicável a cada entidade estabeleçam que sejamde incorporar no mesmo.

3.6 – Um rendimento é reconhecido na demonstraçãodos resultados quando tenha surgido um aumento dosrecursos económicos da entidade relacionados com umaumento num activo ou com uma diminuição de um pas-sivo, que possa ser quantificado com fiabilidade e quenão esteja relacionado com contributos para o fundosocial.

Os rendimentos das ESNL resultam, em geral, de sub-sídios, exceptuando os relacionados com investimentos,e outras contribuições, bem como da venda de produ-tos, da prestação de serviços ou da utilização por tercei-ros dos recursos da entidade que originam juros, royal-ties ou outros rendimentos.

3.7 – Os gastos são reconhecidos na demonstraçãodos resultados quando tenha surgido uma diminuição

dos recursos económicos da entidade, relacionadoscom uma diminuição num activo ou com um aumento deum passivo e que possam ser mensurados com fiabili-dade.

4 – Estrutura e conteúdo das demonstrações

4.1 – As demonstrações financeiras devem ser clara-mente identificadas e distinguidas de outra informaçãopublicada.

4.2 – Cada componente das demonstrações financei-ras deve ser identificado claramente. Além disso, a infor-mação seguinte deve ser mostrada de forma proemi-nente e repetida quando for necessário para a devidacompreensão da informação apresentada:

a) o nome da entidade que relata ou outros meios deidentificação, e qualquer alteração nessa informa-ção desde a data do balanço anterior;

b) a data do balanço ou o período abrangido pelasdemonstrações financeiras, conforme o que forapropriado para esse componente das demonstra-ções financeiras;

c) a moeda de apresentação; ed) o nível de arredondamento usado na apresentação

de quantias nas demonstrações financeiras.

4.3 – As demonstrações financeiras devem ser apre-sentadas pelo menos anualmente. Quando se altera adata do balanço de uma entidade e as demonstraçõesfinanceiras anuais sejam apresentadas para um períodomais longo ou mais curto do que um ano, uma entidadedeve divulgar:

a) o período abrangido pelas demonstrações financei-ras;

b) a razão para usar um período mais longo ou maiscurto; e

c) a não inteira comparabilidade das quantias compa-rativas.

Balanço

Distinção corrente/não corrente

4.4 – Uma entidade deve apresentar activos correntese não correntes, e passivos correntes e não correntes,como classificações separadas na face do balanço.

Activos

4.5 – Um activo deve ser classificado como correntequando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:

a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se queseja vendido ou consumido, no decurso normal dociclo operacional da entidade;

b) esteja detido essencialmente para a finalidade deser negociado;

c) espera-se que seja realizado num período até dozemeses após a data do balanço; ou

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

d) é caixa ou equivalente de caixa, a menos que lheseja limitada a troca ou uso para liquidar um pas-sivo durante pelo menos doze meses após a datado balanço.

Todos os outros activos devem ser classificados comonão correntes.

4.6 – Esta Norma usa o termo não corrente paraincluir activos tangíveis, intangíveis e financeiros cujanatureza seja de longo prazo. No activo não corrente dealgumas ESNL existem bens do património histórico ecultural, onde se incluem imóveis, arquivos, bibliotecas,museus, bens móveis, adiantamentos sobre bens dopatrimónio histórico e cultural.

4.7 – O ciclo operacional de uma entidade é o tempoentre a aquisição de activos para processamento e asua realização em caixa ou seus equivalentes. Quando ociclo operacional normal da entidade não for claramenteidentificável, pressupõe-se que a sua duração seja dedoze meses.

4.8 – Nas ESNL em certas ocasiões poderá ser conve-niente distinguir as seguintes categorias: activos comrestrições permanentes (limitações quanto ao destino ouao investimento obrigatório dos activos), activos comrestrições temporárias (presentes e futuras), activos semrestrições de uso.

Passivos

4.9 – Um passivo deve ser classificado como correntequando satisfizer qualquer um dos seguintes critérios:

a) se espere que seja liquidado durante o ciclo opera-cional normal da entidade;

b) esteja detido essencialmente para a finalidade deser negociado;

c) deva ser liquidado num período até doze mesesapós a data do balanço; ou

d) a entidade não tenha um direito incondicional dediferir a liquidação do passivo durante pelo menosdoze meses após a data do balanço.

Todos os outros passivos devem ser classificadoscomo não correntes.

4.10 – Alguns passivos correntes, tais como dívidas apagar comerciais e alguns acréscimos de custos relati-vos a empregados e outros custos operacionais, sãoparte do capital circulante usado no ciclo operacionalnormal da entidade. Tais itens operacionais são classifi-cados como passivos correntes mesmo que estejampara ser liquidados mais de doze meses após a data dobalanço. O mesmo ciclo operacional normal aplica-se àclassificação dos activos e passivos de uma entidade.Quando o ciclo operacional normal da entidade não forclaramente identificável, pressupõe-se que a sua dura-ção seja de doze meses.

4.11 – Uma entidade classifica os seus passivos finan-ceiros como correntes quando a sua liquidação estiver

prevista para um período até doze meses após a datado balanço, mesmo que:

a) o prazo original tenha sido por um período superiora doze meses; e

b) um acordo de refinanciamento, ou de reescalona-mento de pagamentos, numa base de longo prazoseja completado após a data do balanço e antesdas demonstrações financeiras serem autorizadaspara emissão.

Informação a ser apresentada na face do balanço

4.12 – A informação a apresentar na face do balançoconsta do respectivo modelo publicado em Portaria.

Demonstração dos resultados

Resultados do período

4.13 – Todos os itens de rendimentos e de gastosreconhecidos num período devem ser incluídos nosresultados a menos que um outro capítulo o exija deoutro modo.

Informação a ser apresentada na face da demonstração dosresultados

4.14 – A informação a apresentar na face da demons-tração dos resultados consta do respectivo modelopublicado em Portaria.

4.15 – Uma entidade não deve apresentar itens de ren-dimento e de gasto como itens extraordinários, quer naface da demonstração dos resultados quer no anexo.

4.16 – Os itens a apresentar na demonstração dosresultados deverão basear-se numa classificação queatenda à sua natureza.

Anexo

Estrutura

4.17 – O anexo deve:

a) apresentar informação acerca das bases de prepa-ração das demonstrações financeiras e das políti-cas contabilísticas usadas;

b) divulgar a informação exigida pelos capítulos destaNorma que não seja apresentada na face dobalanço, e da demonstração dos resultados; e

c) proporcionar informação adicional que não sejaapresentada na face do balanço e da demonstra-ção dos resultados, mas que seja relevante parauma melhor compreensão de qualquer uma delas.

4.18 – As notas do anexo devem ser apresentadas deuma forma sistemática. Cada item na face do balanço eda demonstração dos resultados, que tenha merecidouma nota no anexo, deve ter uma referência cruzada.

4.19 – As notas do anexo devem ser apresentadaspela seguinte ordem:

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

a) identificação da entidade, incluindo domicílio, natu-reza da actividade, nome e sede da entidade -mãe,se aplicável;

b) referencial contabil ístico de preparação dasdemonstrações financeiras;

c) resumo das principais políticas contabilísticasadoptadas;

d) informação desagregada dos itens apresentadosna face do balanço, na demonstração dos resulta-dos por natureza;

e) passivos contingentes e compromissos contratuaisnão reconhecidos;

f) indicação do n.º de pessoal cooperante, n.º devoluntários e de beneficiários, órgãos sociais ouqualquer outra informação que aumente a quali-dade da informação contida nas Demonstraçõesfinanceiras;

g) divulgações exigidas por diplomas legais.

5 – Adopção pela primeira vez da NCRF-ESNL

5.1 – As alterações de políticas contabilísticas decor-rentes da adopção pela primeira vez da presente norma,devem ser aplicadas prospectivamente.

5.2 – Consequentemente, no balanço de abertura rela-tivo à primeira aplicação a entidade deve:

a) Manter reconhecidos pela quantia escrituradatodos os activos e passivos cujo reconhecimentocontinue a ser exigido por esta norma;

b) Reconhecer todos os activos e passivos cujo reco-nhecimento passe a ser exigido por esta norma,sendo a respectiva mensuração efectuada nos ter-mos nela previstos, não sendo contudo permitida,em caso algum, a utilização da base de mensura-ção do justo valor à data da transição;

c) Desreconhecer itens como activos ou passivos se apresente norma o não permitir; e

d) Efectuar as reclassificações pertinentes.

5.3 – Quaisquer quantias relativas a diferenças detransição devem ser reconhecidas no fundo patrimonial.

5.4 – As divulgações no final do primeiro exercícioapós transição, devem incluir:

a) Uma explicação acerca da forma como a transiçãodos anteriores princípios contabilísticos geralmenteaceites para a NCRF-ESNL, afectou a sua posiçãofinanceira e o seu desempenho financeiro relata-dos;

b) Uma explicação acerca da natureza das diferençasde transição que foram reconhecidas como Fundospatrimoniais.

5.5 – Caso uma entidade dê conta de erros cometidossegundo os PCGA anteriores, as reconciliações exigidasnos parágrafos anteriores, devem distinguir entre a cor-recção desses erros e as alterações às políticas contabi-lísticas.

5.6 – As ESNL que, à data da publicação do Decreto--Lei XXX, não disponham de contabilidade organizadaou que não estejam dispensadas da aplicação do nor-mativo criado por esse Decreto-Lei, nos termos do seuart.º 9.º, deverão seguir os seguintes procedimentos paraa elaboração do Balanço de abertura:

– A elaboração do Balanço de Abertura implicará oreconhecimento e mensuração, dos itens de activo,passivo e fundos patrimoniais, segundo os critériosaplicáveis a cada elemento patrimonial previstosnesta norma;

– Os procedimentos de reconhecimento e mensura-ção referem-se ao registo e valorização das rubri-cas de Balanço por força da aplicação da NCRF--ESNL, seja por utilização do incluído no regime decaixa em utilização, seja por recurso à evidênciafísica e/ou documental existente na entidade àdata;

– A contrapartida de registo dos elementos acimareferidos será a dotação inicial dos fundos patrimo-niais.

6 – Políticas contabilísticas, alterações nas estimativascontabilísticas e erros

Selecção e aplicação de políticas contabilísticas

6.1 – A política ou políticas contabilísticas a aplicar adeterminado item será a que decorrer do capítulo queespecificamente tratar da subjacente transacção, outroacontecimento ou condição.

6.2 – Na ausência de uma disposição desta Normaque se aplique especificamente a uma transacção, outroacontecimento ou condição, e após utilizadas as dispo-sições supletivas previstas no ponto 2.3 acima, o órgãodirectivo fará juízos de valor no desenvolvimento e apli-cação de uma política contabilística que resulte em infor-mação que seja:

a) relevante para a tomada de decisões por parte dosutentes;

b) fiável, de tal modo que as demonstrações financei-ras:

i) representem com fidedignidade a posição finan-ceira, o desempenho financeiro e os fluxos decaixa da entidade;

ii) reflictam a substância das transacções, outrosacontecimentos e condições e não meramente aforma legal;

iii) sejam neutras, isto é, que estejam isentas depreconceitos;

iv) sejam prudentes; e v) sejam completas em todos os aspectos mate-

riais.

6.3 – Ao fazer os juízos de valor descritos no parágrafo6.2, o órgão directivo deve consultar e considerar a apli-cabilidade das seguintes fontes, por ordem indicada:

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

a) os requisitos e a orientação desta Norma que tra-tam de assuntos semelhantes e relacionados; e

b) as definições, critérios de reconhecimento e con-ceitos de mensuração para activos, passivos, rendi-mentos e gastos constantes desta norma.

Consistência de políticas contabilísticas

6.4 – Uma entidade deve seleccionar e aplicar as suaspolíticas consistentemente para transacções semelhan-tes, outros acontecimentos e condições, a menos quedeterminado capítulo desta Norma especificamente exijaou permita a categorização de itens para os quais pos-sam ser apropriadas diferentes políticas. Se um outrocapítulo exigir ou permitir tal categorização, uma políticacontabilística deve ser seleccionada e aplicada consis-tentemente a cada categoria.

Alterações nas políticas contabilísticas

6.5 – Uma entidade deve alterar uma política contabi-lística apenas se a alteração:

a) passar a ser exigida por esta Norma ou Interpreta-ção; ou

b) resultar no facto de as demonstrações financeirasproporcionarem informação fiável e mais relevantesobre os efeitos das transacções, outros aconteci-mentos ou condições, na posição financeira,desempenho financeiro ou fluxos de caixa da enti-dade.

6.6 – Não são alterações nas políticas contabilísticas:

a) a aplicação de uma política contabilística para tran-sacções, outros acontecimentos, ou condições, quedifiram em substância daqueles que ocorreramanteriormente; e

b) a aplicação de uma nova política contabilística paratransacções, outros acontecimentos ou condições,que não ocorreram anteriormente ou eram imate-riais.

Alterações nas estimativas contabilísticas e erros

6.7 – O efeito de uma alteração numa estimativa conta-bilística, que não seja uma alteração à qual se aplique oparágrafo 6.8, deve ser reconhecido prospectivamenteincluindo-o nos resultados do:

a) período de alteração, se a alteração afectar apenasesse período; ou

b) período de alteração e futuros períodos, se a altera-ção afectar ambas as situações.

6.8 – Até ao ponto em que uma alteração numa esti-mativa contabilística dá origem a alterações em activose passivos, ou se relacione com um item do fundo patri-monial, ela deve ser reconhecida pelo ajustamento daquantia escriturada do item de fundo patrimonial, activoou passivo relacionado no período da alteração.

6.9 – A correcção de um erro material de um períodoanterior é excluída dos resultados do período em que oerro é detectado, sendo efectuada directamente emresultados transitados.

7 – Activos fixos tangíveis

Reconhecimento

7.1 – Um item do activo fixo tangível deve ser reconhe-cido como activo se, e apenas se, cumprir as condiçõesde reconhecimento definidas no capitulo 3 acima.

7.2 – Sobressalentes e equipamentos de serviço ou dereserva são geralmente escriturados como inventário ereconhecidos nos resultados quando consumidos.Porém, os sobressalentes principais e equipamento dereserva classificam-se como activos fixos tangíveisquando uma entidade espera usá-los durante mais doque um período. Da mesma forma, se os sobressalentese os equipamentos de serviço puderem ser utilizadosem ligação com um item do activo fixo tangível, eles sãocontabilizados como activo fixo tangível.

7.3 – Podem ser considerados no Activo por uma sóquantidade e quantia fixa, os itens imobilizados que, noseu conjunto, satisfaçam simultaneamente as seguintescondições:

a) sejam renovados frequentemente;b) representem, bem a bem, uma quantia imaterial

para a entidade;c) tenham uma vida útil não superior a três anos.

7.4 – Partes de alguns itens do activo fixo tangívelpoderão necessitar de substituições a intervalos regula-res. Uma entidade deve reconhecer na quantia escritu-rada de um item do activo fixo tangível o custo da peçade substituição desse item quando o custo for incorrido,se os critérios de reconhecimento forem cumpridos. Aquantia escriturada das peças que são substituídas édesreconhecida de acordo com as disposições de des-reconhecimento deste capítulo.

Mensuração

7.5 – Um item do activo fixo tangível que seja classifi-cado para reconhecimento como um activo deve sermensurado pelo seu custo.

Nas ESNL existem bens do activo fixo tangível atribuí-dos a título gratuito em que o custo pode ser desconhe-cido. Neste caso, os bens são mensurados ao justovalor, ao valor pelo qual se encontram segurados, ou aovalor pelo qual figuravam na sua contabilidade. A quan-tia assim apurada corresponderá ao custo consideradopara efeitos da mensuração no reconhecimento.

7.6 – O custo de um item do activo fixo tangível com-preende:

a) o seu preço de compra, incluindo os direitos deimportação e os impostos de compra não reembolsá-veis, após dedução dos descontos e abatimentos;

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

b) quaisquer custos directamente atribuíveis paracolocar o activo na localização e condição neces-sárias para o mesmo ser capaz de funcionar daforma pretendida;

c) a estimativa inicial dos custos de desmantelamentoe remoção do item e de restauração do local noqual este está localizado, em cuja obrigação umaentidade incorre seja quando o item é adquiridoseja como consequência de ter usado o itemdurante um determinado período para finalidadesdiferentes da produção de inventários durante esseperíodo.

7.7 – Exemplos de dispêndios que não fazem parte docusto de um item do activo fixo tangível são:

a) custos de abertura de novas instalações;b) custos de introdução de um novo produto ou ser-

viço (incluindo custos de publicidade ou activida-des promocionais);

c) custos de condução da actividade numa nova loca-l ização ou com uma nova classe de utentes(incluindo custos de formação de pessoal); e

d) custos de administração e outros custos gerais.

7.8 – Uma entidade deve aplicar o modelo de custo doparágrafo 7.9. Nos casos em que existam diferençassignificativas entre a quantia escriturada segundo omodelo do custo e o justo valor dos activos, uma enti-dade poderá, alternativamente utilizar o modelo de reva-lorização do parágrafo 7.10 como sua política contabilís-tica e deve aplicar essa política a uma classe inteira deactivos fixos tangíveis.

7.9 – No modelo do custo, após o reconhecimentocomo um activo, um item do activo fixo tangível deve serescriturado pelo seu custo menos qualquer depreciaçãoacumulada e quaisquer perdas por imparidade acumu-ladas.

7.10 – No modelo da revalorização, após o reconheci-mento como um activo, um item do activo fixo tangívelcujo justo valor possa ser mensurado fiavelmente deveser escriturado por uma quantia revalorizada, que é oseu justo valor à data da revalorização menos qualquerdepreciação acumulada subsequente e perdas porimparidade acumuladas subsequentes. A utilizaçãodeste método deve seguir o previsto na NCRF 7 – Acti-vos fixos tangíveis. Além disso, as revalorizações devemser feitas com suficiente regularidade para assegurarque a quantia escriturada não difira materialmentedaquela que seria determinada pelo uso do justo valor àdata do balanço. A utilização deste método implica quea entidade adopte integralmente a NCRF 25 – Impostossobre o rendimento.

7.11 – Se a quantia escriturada de um activo foraumentada como resultado de uma revalorização, oaumento deve ser creditado directamente ao fundo patri-monial numa conta com o título de excedente de revalo-rização. Contudo, o aumento deve ser reconhecido nos

resultados até ao ponto em que reverta um decréscimode revalorização do mesmo activo previamente reconhe-cido nos resultados.

7.12 – Se a quantia escriturada de um activo for dimi-nuída como resultado de uma revalorização, a diminui-ção deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, adiminuição deve ser debitada directamente ao fundopatrimonial até ao ponto de qualquer saldo de créditoexistente no excedente de revalorização com respeito aesse activo.

Depreciação

7.13 – Cada parte de um item do activo fixo tangívelcom um custo que seja significativo em relação ao custototal do item deve ser depreciada separadamente.

7.14 – O gasto de depreciação em cada período deveser reconhecido nos resultados a menos que sejaincluído na quantia escriturada de um outro activo.

7.15 – Nas ESNL os eventuais bens do património histó-rico, artístico e cultural não são objecto de depreciação.

Quantia depreciável e período de depreciação

7.16 – A quantia depreciável de um activo deve serimputada numa base sistemática durante a sua vida útil.

7.17 – O valor residual e a vida útil de um activo devemser revistos pelo menos no final de cada ano financeiroe, se as expectativas diferirem das estimativas anterio-res, a(s) alteração(ões) deve(m) ser contabilizada(s)como uma alteração numa estimativa contabilística deacordo com o capítulo 6 desta Norma.

7.18 – A depreciação de um activo começa quando esteesteja disponível para uso, i.e. quando estiver na localiza-ção e condição necessárias para que seja capaz de ope-rar na forma pretendida. A depreciação de um activocessa na data em que o activo for desreconhecido. Conse-quentemente, a depreciação não cessa quando o activose tornar ocioso ou for retirado do uso a não ser que oactivo esteja totalmente depreciado. Contudo, segundo osmétodos de uso da depreciação, o gasto de depreciaçãopode ser zero enquanto não houver produção.

7.19 – Na determinação da vida útil de um activo umaentidade deve considerar todos os seguintes factores:

a) uso esperado do activo. O uso é avaliado por refe-rência à capacidade ou produção física esperadasdo activo;

b) desgaste normal esperado, que depende de facto-res operacionais tais como o número de turnosdurante os quais o activo será usado e o programade reparação e manutenção, e o cuidado e manu-tenção do activo enquanto estiver ocioso;

c) obsolescência técnica ou comercial proveniente dealterações ou melhoramentos na produção, ou deuma alteração na procura de mercado para o ser-viço ou produto derivado do activo; e

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

d) limites legais ou semelhantes no uso do activo, taiscomo as datas de extinção de locações com elerelacionadas.

Método de depreciação

7.20 – O método de depreciação usado deve reflectir omodelo por que se espera que os bens do activo contri-buam para o desenvolvimento das actividades presen-tes e futuras da entidade.

7.21 – Pode ser usada uma variedade de métodos dedepreciação para imputar a quantia depreciável de umactivo numa base sistemática durante a sua vida útil.Estes métodos incluem o método da linha recta, ométodo do saldo decrescente e o método das unidadesde produção.

7.22 – O método de depreciação é aplicado consisten-temente a um activo de período para período, a menosque ocorra alguma alteração significativa no modeloesperado do desenvolvimento das actividades presentese futuras associadas a esse activo. Nesse caso, o métododeve ser alterado para reflectir o novo modelo, sendo talmodificação contabilizada como alteração numa estima-tiva contabilística de acordo com o capítulo 6.

Imparidade

7.23 – Para determinar se um item do activo fixo tangí-vel está ou não com imparidade, uma entidade deveaplicar a NCRF 12 – Imparidade de Activos. Essa Normaexplica como uma entidade revê a quantia escrituradados seus activos, como determina a quantia recuperávelde um activo, que naturalmente privilegiará o valor derealização, e quando reconhece ou reverte o reconheci-mento de uma perda por imparidade.

Desreconhecimento

7.24 – A quantia escriturada de um item do activo fixotangível deve ser desreconhecida:

a) no momento da alienação; oub) quando não se espere a realização de actividades

presentes ou futuras resultantes do seu uso ou alie-nação.

7.25 – O ganho ou perda decorrente do desreconheci-mento de um item do activo fixo tangível deve ser incluídonos resultados quando o item for desreconhecido. Osganhos não devem ser classificados como rédito.

7.26 – Na determinação da data de alienação de umitem do activo fixo tangível uma entidade deve aplicar oscritérios referidos no capítulo 12 para reconhecimentodo rédito (§ 12.4 e seguintes).

7.27 – O ganho ou perda decorrente do desreconheci-mento de um item do activo fixo tangível deve ser deter-minado como a diferença entre os proventos líquidos daalienação, se os houver, e a quantia escriturada do item.

8 – Activos intangíveis

8.1 – Os critérios estabelecidos no capítulo relativo aactivos fixos tangíveis, aplicam-se aos activos intangí-veis, sem prejuízo do a seguir descrito.

Reconhecimento

8.2 – Um activo intangível deve ser reconhecido se, eapenas se, for identificável, e cumprir as condições dereconhecimento definidas no capitulo 3 acima.

8.3 – Um activo satisfaz o critério da identificabilidadena definição de um activo intangível quando:

a) for separável, i.e. capaz de ser separado ou divi-dido da entidade e vendido, transferido, licenciado,alugado ou trocado, seja individualmente ou emconjunto com um contrato, activo ou passivo rela-cionado; ou

b) resultar de direitos contratuais ou de outros direitoslegais, quer esses direitos sejam transferíveis quersejam separáveis da entidade ou de outros direitose obrigações.

Mensuração inicial

8.4 – Um activo intangível deve ser mensurado inicial-mente pelo seu custo, o qual deve ser determinadocomo preconizado para os activos tangíveis.

Activos intangíveis gerados internamente – selecção depolítica contabilística

8.5 – A criação de um activo intangível gerado interna-mente, que não seja goodwill, envolve uma fase de pes-quisa e uma fase de desenvolvimento.

8.6 – Não deve ser reconhecido nenhum activo intangí-vel proveniente de pesquisa, ou da fase de pesquisa deum projecto interno, sendo os correspondentes dispên-dios reconhecidos como um gasto quando forem incorri-dos.

8.7 – Um activo intangível proveniente de desenvolvi-mento (ou da fase de desenvolvimento de um projectointerno) deve ser reconhecido se, e apenas se, uma enti-dade puder demonstrar tudo o que se segue:

a) a viabilidade técnica de concluir o activo intangívela fim de que esteja disponível para uso ou venda;

b) a sua intenção de concluir o activo intangível e usá--lo ou vendê-lo;

c) a sua capacidade de usar ou vender o activo intan-gível;

d) a forma como o activo intangível contribua para odesenvolvimento das actividades presentes e futu-ras da entidade. Entre outras coisas, a entidadepode demonstrar a existência de um mercado paraa produção do activo intangível ou para o próprioactivo intangível ou, se for para ser usado interna-mente, a utilidade do activo intangível;

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

e) a disponibilidade de adequados recursos técnicos,financeiros e outros para concluir o desenvolvi-mento e usar ou vender o activo intangível;

f) a sua capacidade para mensurar fiavelmente o dis-pêndio atribuível ao activo intangível durante a suafase de desenvolvimento.

Reconhecimento como um gasto

8.8 – Os dispêndios com itens intangíveis, devem serreconhecidos como gastos quando incorridos, a menosque façam parte do custo de um activo intangível quesatisfaça os critérios de reconhecimento referidos nosparágrafos anteriores.

8.9 – Uma entidade reconhecerá como gasto osseguintes itens, os quais nunca deverão ser reconheci-dos como activo:

a) as marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, lis-tas de clientes e itens substancialmente semelhan-tes gerados internamente;

b) dispêndio com actividades de arranque, a não serque este dispêndio esteja incluído no custo de umitem de activo fixo tangível de acordo com o capí-tulo 7 – Activos Fixos Tangíveis. Os custos de arran-que podem consistir em custos de estabelecimentotais como os custos legais ou de secretariado incor-ridos no estabelecimento de uma entidade legal,dispêndios para abrir novas instalações ou negócioou dispêndios para iniciar novas unidades opera-cionais ou lançar novos produtos ou processos;

c) dispêndios com actividades de formação;d) dispêndios com actividades de publicidade e pro-

mocionais;e) dispêndios com a mudança de local ou reorganiza-

ção de uma entidade no seu todo ou em parte.

8.10 – O dispêndio com um item intangível que tenhasido inicialmente reconhecido como um gasto não deveser reconhecido como parte do custo de um activointangível em data posterior.

Mensuração após reconhecimento

8.11 – Após o reconhecimento inicial, um activo intan-gível deve ser contabilizado pelo modelo do custo talcomo definido no parágrafo 7.9.

8.12 – Não é permitida a adopção do modelo de reva-lorização para activos intangíveis.

Vida útil

8.13 – Uma entidade deve avaliar se a vida útil de umactivo intangível é finita ou indefinida e, se for finita, aduração de, ou o número de produção ou de unidadessimilares constituintes, dessa vida útil. Um activo intangí-vel tem uma vida útil indefinida quando, com base numaanálise de todos os factores relevantes, não houverlimite previsível para o período durante o qual se espera

que o activo gere influxos de caixa líquidos para a enti-dade.

8.14 – A vida útil de um activo intangível que resulte dedireitos contratuais ou de outros direitos legais não deveexceder o período dos direitos contratuais ou de outrosdireitos legais, mas pode ser mais curta dependendo doperíodo durante o qual a entidade espera usar o activo.Se os direitos contratuais ou outros direitos legais foremtransmitidos por um prazo limitado que possa ser reno-vado, a vida útil do activo intangível deve incluir o(s)período(s) de renovação apenas se existir evidência quesuporte a renovação pela entidade sem um custo signifi-cativo.

Activos intangíveis com vidas úteis finitas

Período de amortização e método de amortização

8.15 – A quantia depreciável de um activo intangívelcom uma vida útil finita deve ser imputada numa basesistemática durante a sua vida útil, tal como o previstopara os activos fixos tangíveis. A amortização deve ces-sar na data em que o activo for desreconhecido.

Valor residual

8.16 – O valor residual de um activo intangível comuma vida útil finita deve ser assumido como sendo zeroa menos que:

a) haja um compromisso de um terceiro de comprar oactivo no final da sua vida útil; ou

b) haja um mercado activo para o activo intangível e: i) o valor residual possa ser determinado com refe-

rência a esse mercado; e ii) seja provável que tal mercado exista no final da

sua vida útil.

Activos intangíveis com vidas úteis indefinidas

8.17 – Um activo intangível com uma vida útil indefinidanão deve ser amortizado.

Revisão da avaliação da vida útil

8.18 – A vida útil de um activo intangível que nãoesteja a ser amortizado deve ser revista a cada períodopara determinar se os acontecimentos e circunstânciascontinuam a apoiar uma avaliação de vida útil indefinidapara esse activo. Se não apoiarem, a alteração na ava-liação de vida útil de indefinida para finita deve ser con-tabilizada como alteração numa estimativa contabilísticade acordo com o capítulo 6.

Recuperabilidade da quantia escriturada – perdas porimparidade

8.19 – Para determinar se um activo intangível estácom imparidade, uma entidade deverá aplicar a NCRF12 – Imparidade de Activos.

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

Retiradas e alienações

8.20. Um activo intangível deve ser desreconhecido nomomento da alienação ou quando não se espera que oseu uso ou alienação contribua para o desenvolvimentodas actividades presentes e futuras da entidade.

9 – Locações

9.1 – Uma locação é classificada como locação finan-ceira se ela transferir substancialmente todos os riscos evantagens inerentes à propriedade. Uma locação é clas-sificada como locação operacional se ela não transferirsubstancialmente todos os riscos e vantagens inerentesà propriedade.

Classificação de locações

9.2 – A classificação de uma locação como financeiraou operacional depende da substância da transacção enão da forma do contrato. Exemplos de situações quepodem normalmente conduzir a que uma locação sejaclassificada como uma locação financeira são:

a) a locação transfere a propriedade do activo para olocatário no fim do prazo da locação;

b) o locatário tem a opção de comprar o activo por umpreço que se espera que seja suficientemente maisbaixo do que o justo valor à data em que a opçãose torne exercível tal que, no início da locação, sejarazoavelmente certo que a opção será exercida;

c) o prazo da locação abrange a maior parte da vidaeconómica do activo mesmo que o título de proprie-dade não seja transferido;

d) no início da locação o valor presente dos pagamen-tos mínimos da locação ascende a pelo menos,substancialmente, todo o justo valor do activolocado; e,

e) os activos locados são de uma tal natureza espe-cializada que apenas o locatário os pode usar semque sejam feitas grandes modificações.

9.3 – Os indicadores de situações que individualmenteou em combinação podem também conduzir a que umalocação seja classificada como financeira são:

a) se o locatário puder cancelar a locação, as perdasdo locador associadas ao cancelamento são supor-tadas pelo locatário;

b) os ganhos ou as perdas da flutuação no justo valordo residual caem no locatário (por exemplo sob aforma de um abatimento na renda que iguale amaior parte dos proventos das vendas no fim dalocação); e

c) o locatário tem a capacidade de continuar a loca-ção por um segundo período com uma renda queseja substancialmente inferior à renda do mercado.

9.4 – Os exemplos e indicadores enunciados nos pará-grafos 9.2 e 9.3 nem sempre são conclusivos. Se for

claro com base noutras características que a locaçãonão transfere substancialmente todos os riscos e vanta-gens inerentes à posse, a locação é classificada comolocação operacional.

Locações financeiras

Reconhecimento inicial

9.5 – No começo do prazo de locação, os locatáriosdevem reconhecer as locações financeiras como activose passivos nos seus balanços por quantias iguais aojusto valor da propriedade locada ou, se inferior, ao valordos pagamentos mínimos da locação, cada um determi-nado no início da locação. Quaisquer custos directos ini-ciais do locatário, tais como de negociação e de garan-tia, são adicionados à quantia reconhecida como activo.

Mensuração subsequente

9.6 – Os pagamentos mínimos da locação devem serrepartidos entre o encargo financeiro e a redução dopassivo pendente. O encargo financeiro deve ser impu-tado a cada período durante o prazo da locação. As ren-das contingentes devem ser debitadas como gastos nosperíodos em que foram incorridas.

9.7 – Uma locação financeira dá origem a um gasto dedepreciação relativo ao activo depreciável assim como aum gasto financeiro em cada período contabilístico. A polí-tica de depreciação para os activos locados depreciáveisdeve ser consistente com a dos activos depreciáveis quesejam possuídos e a depreciação reconhecida deve sercalculada nas bases estabelecidas nos capítulos 7 e 8. Senão houver certeza razoável de que o locatário obtenha apropriedade no fim do prazo da locação, o activo deve sertotalmente depreciado durante o prazo da locação ou dasua vida útil, o que for mais curto.

Locações operacionais

9.8 – Os pagamentos de uma locação operacionaldevem ser reconhecidos como um gasto numa baselinear durante o prazo da locação.

10 – Custos de empréstimos obtidos

10.1 – Os custos de empréstimos obtidos incluem:

a) Juros de descobertos bancários e de empréstimosobtidos a curto e longo prazo;

b) Amortização de custos acessórios incorridos emligação com a obtenção de empréstimos;

c) Encargos financeiros com respeito a locações finan-ceiras reconhecidas de acordo com o capítulo 9 –Locações; e

d) Diferenças de câmbio provenientes de emprésti-mos obtidos em moeda estrangeira até ao pontoem que sejam vistos como um ajustamento docusto dos juros.

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

Reconhecimento

10.2 – Os custos de empréstimos obtidos devem serreconhecidos como um gasto no período em que sejamincorridos, excepto nos casos em que sejam capitaliza-dos de acordo com o parágrafo 10.3.

10.3 – Os custos de empréstimos obtidos que sejamdirectamente atribuíveis à aquisição, construção ou pro-dução de um activo que se qualifica podem ser capitali-zados como parte do custo desse activo, quando sejaprovável que deles resultarão benefícios para o desen-volvimento de actividades futuras da entidade e tais cus-tos possam ser fiavelmente mensurados.

10.4 – Considera-se que um activo se qualifica quandoleva necessariamente um período substancial de tempopara ficar pronto para o seu uso pretendido ou paravenda.

Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitali-zação

10.5 – Até ao ponto em que sejam pedidos fundosemprestados especificamente com o fim de obter umactivo que se qualifica, a quantia dos custos de emprés-timos obtidos elegível para capitalização nesse activodeve ser determinada como os custos reais dos emprés-timos obtidos incorridos nesse empréstimo durante operíodo menos qualquer rendimento de investimentotemporário desses empréstimos.

10.6 – Na medida em que os fundos sejam pedidos deuma forma geral e usados com o fim de obter um activoque se qualifica, a quantia de custos de empréstimosobtidos elegíveis para capitalização deve ser determi-nada pela aplicação de uma taxa de capitalização aosdispêndios respeitantes a esse activo. A taxa de capitali-zação deve ser a média ponderada dos custos deempréstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraí-dos pela entidade que estejam em circulação noperíodo, que não sejam empréstimos contraídos especi-ficamente com o fim de obter um activo que se qualifica.A quantia dos custos de empréstimos obtidos capitaliza-dos durante um período não deve exceder a quantia doscustos de empréstimos obtidos incorridos durante operíodo.

Excesso da quantia escriturada do activo que se quali-fica sobre a quantia recuperável

10.7 – Quando a quantia escriturada ou o custo finalesperado do activo que se qualifica exceda a sua quan-tia recuperável ou o seu valor realizável líquido, a quan-tia escriturada é reduzida ou anulada de acordo com asexigências de outros capítulos da presente Norma. Emcertas circunstâncias, a quantia da redução ou do abateé revertida de acordo com esses outros capítulos.

Início da capitalização

10.8 – A capitalização dos custos de empréstimos obti-dos como parte do custo de um activo que se qualificadeve começar quando:

a) Os dispêndios com o activo estejam a ser incorri-dos;

b) Os custos de empréstimos obtidos estejam a serincorridos; e

c) As actividades que sejam necessárias para prepa-rar o activo para o seu uso pretendido ou vendaestejam em curso.

10.9 – A quantia escriturada média do activo duranteum período, incluindo os custos de empréstimos obtidospreviamente capitalizados é normalmente uma aproxi-mação razoável dos dispêndios aos quais a taxa decapitalização é aplicada nesse período.

Suspensão da capitalização

10.10 – A capitalização dos custos dos empréstimosobtidos deve ser suspensa durante os períodos exten-sos em que o desenvolvimento das actividades a que serefere o parágrafo 10.8 (c) seja interrompido.

Cessação da capitalização

10.11 – A capitalização dos custos dos empréstimosobtidos deve cessar quando substancialmente todas asactividades necessárias para preparar o activo elegívelpara o seu uso pretendido ou para a sua venda estejamconcluídas.

10.12 – Quando a construção de um activo que sequalifica for concluída por partes e cada parte estiverem condições de ser usada enquanto a construção con-tinua noutras partes, a capitalização dos custos deempréstimos obtidos deve cessar quando todas as acti-vidades necessárias para preparar essa parte para oseu pretendido uso ou venda estejam concluídas.

11 – Inventários

Mensuração de inventários

11.1 – Os inventários devem ser mensurados pelocusto histórico ou valor realizável líquido, dos dois omais baixo.

Uma ESNL pode deter inventários cujo contributo parao desenvolvimento das actividades presentes e futurasda entidade ou os serviços potenciais que lhes estãoassociados não estão directamente relacionados com acapacidade da entidade gerar fluxos de caixa. Este tipode inventários pode existir, por exemplo, quando umaESNL distribui certas mercadorias sem contrapartida.Nestes casos, os contributos para o desenvolvimentodas actividades presentes e futuras da entidade ou osserviços potenciais dos inventários são reflectidos

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através da quantia que a entidade teria de pagar paracomprar inventários equivalentes.

Nestes casos a entidade deve mensurar esses inven-tários pelo custo histórico ou custo corrente, dos dois omais baixo.

Custo dos inventários

11.2 – O custo dos inventários deve incluir todos oscustos de compra, custos de conversão e outros custosincorridos para colocar os inventários no seu local e nasua condição actuais.

Custos de compra

11.3 – Os custos de compra de inventários incluem opreço de compra, direitos de importação e outros impos-tos (que não sejam os subsequentemente recuperáveisdas entidades fiscais pela entidade) e custos de trans-porte, manuseamento e outros custos directamente atri-buíveis à aquisição de bens acabados, materiais e deserviços. Descontos comerciais, abatimentos e outrositens semelhantes deduzem-se na determinação doscustos de compra.

11.4 – Uma entidade pode comprar inventários comcondições de liquidação diferida. Quando o acordo con-tenha efectivamente um elemento de financiamento,esse elemento, por exemplo uma diferença entre opreço de compra para condições de crédito normais e aquantia paga, é reconhecido como gasto de jurosdurante o período do financiamento.

Custos de conversão

11.5 – Os custos de conversão de inventários incluemos custos directamente relacionados com as unidadesde produção, tais como mão-de-obra directa. Tambémincluem uma imputação sistemática de gastos gerais deprodução fixos e variáveis que sejam incorridos ao con-verter matérias em bens acabados. Os gastos gerais deprodução fixos são os custos indirectos de produçãoque permaneçam relativamente constantes independen-temente do volume de produção, tais como a deprecia-ção e manutenção de edifícios e de equipamento defábricas e os custos de gestão e administração dafábrica. Os gastos gerais de produção variáveis são oscustos indirectos de produção que variam directamente,ou quase directamente, com o volume de produção taiscomo materiais indirectos.

Imputação dos gastos gerais de produção fixos

11.6 – A imputação de gastos gerais de produção fixosaos custos de conversão é baseada na capacidade nor-mal das instalações de produção. A capacidade normalé a produção que se espera que seja atingida em médiadurante uma quantidade de períodos ou de temporadasem circunstâncias normais, tomando em conta a perda

de capacidade resultante da manutenção planeada. Onível real de produção pode ser usado se se aproximarda capacidade normal. A quantia de gastos gerais deprodução fixos imputada a cada unidade de produçãonão é aumentada como consequência de baixa produ-ção ou de instalações ociosas. Os gastos gerais nãoimputados são reconhecidos como um gasto no períodoem que sejam incorridos. Em períodos de produçãoanormalmente alta, a quantia de gastos gerais de produ-ção fixos imputados a cada unidade de produção édiminuída a fim de que os inventários não sejam mensu-rados acima do custo. Os gastos gerais de produçãovariáveis são imputados a cada unidade de produção nabase do uso real das instalações de produção.

Produtos conjuntos e subprodutos

11.7 – Um processo de produção pode resultar na pro-dução simultânea de mais de um produto. Este é o caso,por exemplo, quando sejam produzidos produtos conjun-tamente ou quando haja um produto principal e um sub-produto. Quando os custos de conversão de cada produtonão sejam separadamente identificáveis, eles são imputa-dos entre os produtos por um critério racional e consis-tente. A imputação pode ser baseada, por exemplo, novalor relativo das vendas de cada produto, seja na fase doprocesso de produção quando os produtos se tornamseparadamente identificáveis, seja no acabamento da pro-dução. A maior parte dos subprodutos, pela sua natureza,são imateriais. Quando seja este o caso, eles são muitasvezes mensurados pelo valor realizável líquido e este valoré deduzido do custo do produto principal. Como conse-quência, a quantia escriturada do produto principal não ématerialmente diferente do seu custo.

Outros custos a incluir em inventários

11.8 – Outros custos somente são incluídos nos custosdos inventários até ao ponto em que sejam incorridos paraos colocar no seu local e na sua condição actuais. Porexemplo, pode ser apropriado incluir no custo dos inventá-rios gastos gerais que não sejam industriais ou os custosde concepção de produtos para utentes específicos.

11.9 – Em circunstâncias limitadas, os custos de emprés-timos obtidos são incluídos no custo dos inventários. Estascircunstâncias estão identificadas no capítulo 10 – Custosde Empréstimos Obtidos.

Custos a excluir dos inventários

11.10 – Exemplos de custos excluídos do custo dosinventários e reconhecidos como gastos do período emque sejam incorridos são:

a) quantias anormais de materiais desperdiçados, demão-de-obra ou de outros custos de produção;

b) custos de armazenamento, a menos que esses cus-tos sejam necessários ao processo de produçãoantes de uma nova fase de produção;

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c) gastos gerais administrativos que não contribuampara colocar os inventários no seu local e na suacondição actuais; e

d) custos de vender.

Custos de inventários de um prestador de serviços

11.11 – Desde que os prestadores de serviços tenhaminventários, estes são mensurados pelos custos da res-pectiva produção. Esses custos consistem sobretudonos custos de mão-de-obra e outros custos com o pes-soal directamente envolvido na prestação do serviço,incluindo pessoal de supervisão, e os gastos gerais atri-buíveis. A mão-de-obra e outros custos relacionadoscom as vendas e com o pessoal geral administrativo nãosão incluídos, mas são reconhecidos como gastos doperíodo em que sejam incorridos. O custo dos inventá-rios de um prestador de serviços não inclui as margensde lucro nem os gastos gerais não atribuíveis que muitasvezes são incluídos nos preços cobrados pelos presta-dores de serviços.

Custo do produto agrícola colhido proveniente de acti-vos biológicos

11.12 – Os inventários que compreendam o produtoagrícola que uma entidade tenha colhido provenientedos seus activos biológicos são mensurados, no reco-nhecimento inicial, pelo seu justo valor menos os custosestimados no ponto de venda na altura da colheita. Esteé o custo dos inventários à data para aplicação destaNorma. Considera-se uma aproximação razoável dojusto valor as cotações oficiais de mercado, designada-mente as disponibilizadas pelo Sistema de Informaçãode Mercados Agrícolas.

Técnicas para a mensuração do custo

11.13 – As técnicas para a mensuração do custo deinventários, tais como o método do custo padrão, podemser usadas por conveniência se os resultados se aproxi-marem do custo. Os custos padrão tomam em conside-ração os níveis normais dos materiais e consumíveis, damão-de-obra, da eficiência e da utilização da capaci-dade produtiva. Estes devem ser regularmente revistose, se necessário, devem sê-lo à luz das condições cor-rentes.

Fórmulas de custeio

11.14 – O custo dos inventários de itens que não sejamgeralmente intermutáveis e de bens ou serviços produzi-dos e segregados para projectos específicos deve seratribuído pelo uso da identificação específica dos seuscustos individuais.

11.15 – O custo dos inventários, que não sejam os tra-tados no parágrafo anterior, deve ser atribuído pelo usoda fórmula “primeira entrada, primeira saída” (FIFO) ou

da fórmula do custeio médio ponderado. Uma entidadedeve usar a mesma fórmula de custeio para todos osinventários que tenham uma natureza e um uso seme-lhantes para a entidade. Para os inventários que tenhamoutra natureza ou uso, poderão justificar-se diferentesfórmulas de custeio.

Valor realizável líquido

11.16 – O custo dos inventários pode não ser recupe-rável se esses inventários estiverem danificados, se setornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seuspreços de venda tiverem diminuído. O custo dos inven-tários pode também não ser recuperável se os custosestimados de acabamento ou os custos estimados aserem incorridos para realizar a venda tiverem aumen-tado. A prática de reduzir o custo dos inventários (writedown) para o valor realizável líquido é consistente com oponto de vista de que os activos não devem ser escritu-rados por quantias superiores àquelas que previsivel-mente resultariam da sua venda ou uso.

11.17 – Os materiais e outros consumíveis detidos parao uso na produção de inventários não serão reduzidosabaixo do custo se for previsível que os produtos acaba-dos em que eles serão incorporados sejam vendidos pelocusto ou acima do custo. Porém, quando uma diminuiçãono preço dos materiais constitua uma indicação de que ocusto dos produtos acabados excederá o valor realizávellíquido, os materiais são reduzidos (written down) para ovalor realizável líquido. Em tais circunstâncias, o custo dereposição dos materiais pode ser a melhor mensuraçãodisponível do seu valor realizável líquido.

11.18 – Em cada período subsequente é feita umanova avaliação do valor realizável líquido. Quando as cir-cunstâncias que anteriormente resultavam em ajusta-mento ao valor dos inventários deixarem de existir ouquando houver uma clara evidência de um aumento novalor realizável líquido devido à alteração nas circuns-tâncias económicas, a quantia do ajustamento é rever-tida (i.e. a reversão é limitada à quantia do ajustamentooriginal) de modo a que a nova quantia escriturada sejao valor mais baixo do custo e do valor realizável líquidorevisto. Isto ocorre, por exemplo, quando um item deinventários que é escriturado pelo valor realizávellíquido, porque o seu preço de venda desceu, estáainda detido num período posterior e o seu preço devenda aumentou.

Reconhecimento como gasto

11.19 – Quando os inventários forem vendidos, a quan-tia escriturada desses inventários deve ser reconhecidacomo um gasto do período em que o respectivo réditoseja reconhecido. A quantia de qualquer ajustamentodos inventários para o valor realizável líquido e todas asperdas de inventários devem ser reconhecidas como umgasto do período em que o ajustamento ou perda

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ocorra. A quantia de qualquer reversão do ajustamentode inventários, proveniente de um aumento no valor rea-lizável líquido, deve ser reconhecida como uma reduçãona quantia de inventários reconhecida como um gastono período em que a reversão ocorra.

11.20 – Alguns inventários podem ser imputados aoutras contas do activo, como por exemplo, inventáriosusados como um componente de activos fixos tangíveisde construção própria. Os inventários imputados destaforma a um outro activo, são reconhecidos como umgasto durante a vida útil desse activo.

12 – Rédito

12.1 – Este capítulo respeita ao tratamento contabilís-tico do rédito proveniente das transacções e aconteci-mentos seguintes:

a) venda de bens;b) prestação de serviços; ec) uso por outros de activos da entidade que produ-

zam juros, royalties e dividendos.

Mensuração do rédito

12.2 – O rédito deve ser mensurado pelo justo valor daretribuição recebida ou a receber, a qual, em geral, édeterminada por acordo entre a entidade e o compradorou utente do activo, tomando em consideração a quantiade quaisquer descontos comerciais e de quantidadeconcedidos pela entidade.

12.3 – O rédito inclui somente os influxos brutos de con-tributos para o desenvolvimento das actividades presentese futuras da entidade recebidos e a receber pela entidadede sua própria conta. As quantias cobradas por conta deterceiros tais como impostos sobre vendas, impostossobre bens e serviços e impostos sobre o valor acrescen-tado são excluídos do rédito. Num relacionamento deagência, o rédito é a quantia de comissão. As quantiascobradas por conta do mandante não são rédito.

Venda de bens

12.4 – O rédito proveniente da venda de bens deve serreconhecido quando tiverem sido satisfeitas todas ascondições seguintes:

a) a entidade tenha transferido para o comprador osriscos e vantagens significativos da propriedadedos bens;

b) a entidade não mantenha envolvimento continuadode gestão com grau geralmente associado com aposse, nem o controlo efectivo dos bens vendidos;

c) a quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;d) seja provável que os contributos para o desenvolvi-

mento das actividades presentes e futuras da enti-dade e associados com a transacção fluam para aentidade; e

e) os custos incorridos ou a serem incorridos referentesà transacção possam ser fiavelmente mensurados.

12.5 – A avaliação de quando uma entidade transferiuos riscos e vantagens significativos da propriedade parao comprador exige um exame das circunstâncias datransacção. Na maior parte dos casos, a transferênciados riscos e vantagens da propriedade coincide com atransferência do documento legal ou da passagem daposse para o comprador. Este é o caso da maioria dasvendas a retalho. Noutros casos, a transferência de ris-cos e vantagens de propriedade ocorre num momentodiferente da transferência do documento legal ou dapassagem da posse.

12.6 – Se a entidade retiver significativos riscos de pro-priedade, a transacção não é uma venda e o rédito nãoé reconhecido. Uma entidade pode reter um risco signifi-cativo de propriedade de muitas maneiras. São exem-plos de situações em que a entidade pode reter os ris-cos significativos e vantagens de propriedade:

a) quando a entidade retenha uma obrigação por exe-cução não satisfatória, não coberta por cláusulasnormais de garantia;

b) quando o recebimento do rédito de uma dadavenda esteja dependente da obtenção de réditopela venda dos bens pelo comprador;

c) quando os bens sejam expedidos sujeitos a instala-ção e a instalação seja uma parte significativa docontrato que ainda não tenha sido concluído pelaentidade; e

d) quando o comprador tenha o direito de rescindir acompra por uma razão especificada no contrato devenda e a entidade não esteja segura acerca daprobabilidade de devolução.

Prestação de serviços

12.7 – Quando o desfecho de uma transacção queenvolva a prestação de serviços possa ser fiavelmenteestimado, o rédito associado com a transacção deve serreconhecido com referência à fase de acabamento datransacção à data do balanço. O desfecho de uma tran-sacção pode ser fiavelmente estimado quando todas ascondições seguintes forem satisfeitas:

a) a quantia de rédito possa ser fiavelmente mensu-rada;

b) seja provável que os contributos para o desenvolvi-mento das actividades presentes e futuras da enti-dade associados à transacção fluam para a enti-dade;

c) a fase de acabamento da transacção à data dobalanço possa ser fiavelmente mensurada; e

d) os custos incorridos com a transacção e os custospara concluir a transacção possam ser fiavelmentemensurados.

12.8 – Quando os serviços sejam desempenhados porum número indeterminado de actos durante um período

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específico de tempo, o rédito é reconhecido numa basede linha recta durante o período específico a menos quehaja evidência de que um outro método representemelhor a fase de acabamento. Quando um acto especí-fico seja muito mais significativo do que quaisqueroutros actos, o reconhecimento do rédito é adiado atéque o acto significativo seja executado.

12.9 – Quando o desfecho da transacção que envolvaa prestação de serviços não possa ser estimado comfiabilidade, o rédito somente deve ser reconhecido namedida em que sejam recuperáveis os gastos reconhe-cidos.

12.10 – São consideradas prestação de serviços asquotizações próprias de cada sector.

Juros e royalties e dividendos

12.11 – O rédito proveniente do uso por outros de acti-vos da entidade que produzam juros e royalties e divi-dendos deve ser reconhecido nas bases estabelecidasno parágrafo 12.12, quando:

a) seja provável que os contributos para o desenvolvi-mento das actividades presentes e futuras da enti-dade associados com a transacção fluam para aentidade; e

b) a quantia do rédito possa ser fiavelmente mensu-rada.

12.12 – O rédito deve ser reconhecido nas seguintesbases:

a) os juros devem ser reconhecidos utilizando oregime de acréscimo;

b) os royalties devem ser reconhecidos segundo oregime de acréscimo de acordo com a substânciado acordo relevante; e

c) os dividendos devem ser reconhecidos quando forestabelecido o direito do accionista receber opagamento.

13 – Provisões, passivos contingentes e activos contingentes

13.1 – Este capítulo respeita ao tratamento contabilís-tico de provisões, passivos contingentes e activos con-tingentes, excepto os que resultam de contratos execu-tórios que não sejam onerosos.

13.2 – Neste capítulo o termo «contingente» é usadopara passivos e activos que não sejam reconhecidosporque a sua existência somente será confirmada pelaocorrência ou não ocorrência de um ou mais eventosfuturos incertos não totalmente sob o controlo da enti-dade.

13.3 – Consideram-se:

a) provisões – são obrigações sempre que se possaefectuar uma estimativa fiável, são reconhecidascomo passivos porque são obrigações presentes e éprovável que um exfluxo de recursos que incorporem

contributos para o desenvolvimento das actividadespresentes e futuras da entidade será necessáriopara liquidar as obrigações; e

b) passivos contingentes – que não são reconhecidoscomo passivos porque:

i) são obrigações possíveis, uma vez que carecemde confirmação sobre se a entidade tem ou nãouma obrigação presente que possa conduzir aum exfluxo de recursos que incorporem contri-butos para o desenvolvimento das actividadespresentes e futuras da entidade; ou

ii) são obrigações presentes que não satisfazem oscritérios de reconhecimento deste capítulo, sejaporque não é provável que será necessário umexfluxo de recursos que incorporem contributospara o desenvolvimento das actividades presen-tes e futuras da entidade para liquidar a obriga-ção, seja porque não pode ser feita uma estima-tiva suficientemente f iável da quantia daobrigação.

c) activos contingentes – que não são reconhecidoscomo activos pois são possíveis activos provenien-tes de acontecimentos passados e cuja existênciasomente será confirmada pela ocorrência ou nãoocorrência de um ou mais acontecimentos futurosincertos não totalmente sob o controlo da entidade.

Reconhecimento

Provisões

13.4 – Provisões, incluindo as de carácter ambiental,só devem ser reconhecidas quando cumulativamente:

a) uma entidade tenha uma obrigação presente (legalou construtiva) como resultado de um aconteci-mento passado;

b) seja provável que um exfluxo de recursos queincorporem contributos para o desenvolvimento dasactividades presentes e futuras da entidade seránecessário para liquidar a obrigação; e

c) possa ser feita uma estimativa fiável da quantia daobrigação.

13.5 – Nos raros casos em que não seja claro se existeou não uma obrigação presente, presume-se que umacontecimento passado dá origem a uma obrigação pre-sente se, tendo em conta toda a evidência disponível, formais provável do que não que tal obrigação presenteexista à data do balanço.

13.6 – Um acontecimento passado que conduza a umaobrigação presente é chamado um acontecimento quecria obrigações. Para um evento ser considerado umacontecimento que cria obrigações, é necessário que aentidade não tenha nenhuma alternativa realista senãoliquidar a obrigação por ele criada, o que apenas ocorre:

a) quando a liquidação da obrigação possa serimposta legalmente; ou

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b) no caso de uma obrigação construtiva, quando oevento (que pode ser uma acção da própria enti-dade) crie expectativas válidas em terceiros de queela cumprirá a obrigação.

13.7 – Para que um passivo se qualifique para reco-nhecimento precisa de haver não somente uma obriga-ção presente mas também a probabilidade de umexfluxo de recursos que incorporem contributos para odesenvolvimento das actividades presentes e futuras daentidade para liquidar essa obrigação. Um exfluxo derecursos ou outro acontecimento é considerado comoprovável se o acontecimento for mais provável do quenão de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que oacontecimento ocorrerá for maior do que a probabili-dade de isso não acontecer. Quando não for provávelque exista uma obrigação presente, uma entidadedivulga um passivo contingente, a menos que a possibi-lidade de um exfluxo de recursos que incorporem contri-butos para o desenvolvimento das actividades presentese futuras da entidade seja remota.

13.8 – O uso de estimativas é uma parte essencial dapreparação de demonstrações financeiras e não preju-dica a sua fiabilidade. Isto é especialmente verdade nocaso de provisões, que pela sua natureza são maisincertas do que a maior parte de outros elementos dobalanço. Uma entidade pode, normalmente, fazer umaestimativa da obrigação que seja suficientemente fiávelpara usar ao reconhecer uma provisão. Quando tal nãoseja possível, existe um passivo que não pode ser reco-nhecido, sendo divulgado como um passivo contin-gente.

Passivos contingentes

13.9 – Uma entidade não deve reconhecer um passivocontingente.

13.10 – Um passivo contingente é divulgado, a menosque seja remota a possibilidade de um exfluxo de recur-sos que incorporem contributos para o desenvolvimentodas actividades presentes e futuras da entidade.

Activos contingentes

13.11 – Uma entidade não deve reconhecer um activocontingente.

13.12 – Um activo contingente é divulgado quando forprovável um influxo de contributos para o desenvolvi-mento das actividades presentes e futuras da entidade.Porém, quando a realização de rendimentos esteja vir-tualmente certa, então o activo relacionado não é umactivo contingente e o seu reconhecimento é apropriado.

Mensuração

13.13 – A quantia reconhecida como uma provisãodeve ser a melhor estimativa do dispêndio exigido paraliquidar a obrigação presente à data do balanço.

13.14 – A melhor estimativa do dispêndio exigido paraliquidar a obrigação presente é a quantia que uma enti-dade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação àdata do balanço ou para a transferir para uma terceiraparte nesse momento. Tal quantia pode ser apuradacom recurso ao método estatístico do valor esperadoquando esteja envolvida uma grande população deitens, ou a consequência possível da ocorrência quandoesteja em causa um acontecimento único.

13.15 – Os riscos e incertezas que inevitavelmenterodeiam muitos acontecimentos e circunstâncias devemser tidos em conta para se chegar à melhor estimativade uma provisão.

13.16 – O risco descreve a variabilidade de desfechos.Um ajustamento do risco pode aumentar a quantia pelaqual é mensurado um passivo. É necessária cautela aofazer juízos em condições de incerteza, a fim de que osrendimentos ou activos não sejam subavaliados e osgastos ou passivos não sejam sobreavaliados. Porém, aincerteza não justifica a criação de provisões excessivasou uma sobreavaliação deliberada de passivos.

13.17 – Quando o efeito do valor temporal do dinheirofor material, a quantia de uma provisão deve ser o valorpresente dos dispêndios que se espera que sejamnecessários para liquidar a obrigação.

13.18 – Os acontecimentos futuros que possam afectara quantia necessária para liquidar uma obrigaçãodevem ser reflectidos na quantia de uma provisãoquando houver evidência objectiva suficiente de queeles ocorrerão.

13.19 – O efeito de legislação a promulgar deve sertido em consideração na mensuração de uma obrigaçãoexistente, quando haja evidência objectiva suficiente deque tal promulgação e subsequente implementação sãovirtualmente certas.

13.20 – Os ganhos da alienação esperada de activosnão devem ser tidos em consideração ao mensurar umaprovisão.

13.21 – Quando se esperar que algum ou todo o dispên-dio necessário para liquidar uma provisão possa serreembolsado por uma outra parte, o reembolso deve serreconhecido quando, e somente quando, seja virtual-mente certo que o mesmo será recebido se a entidadeliquidar a obrigação. O reembolso deve ser tratado comoum activo separado, não devendo a quantia reconhecidapara o reembolso exceder a quantia da provisão.

13.22 – Na demonstração dos resultados, o gasto rela-cionado com uma provisão pode ser apresentadolíquido da quantia reconhecida do reembolso que lheesteja associado.

13.23 – As provisões devem ser revistas à data decada balanço e ajustadas para reflectir a melhor estima-tiva corrente. Se deixar de ser provável que será neces-sário um exfluxo de recursos que incorporem contributos

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para o desenvolvimento das actividades presentes efuturas da entidade para liquidar a obrigação, a provisãodeve ser revertida.

13.24 – Quando seja usado o desconto, a quantiaescriturada de uma provisão aumenta em cada períodopara reflectir a passagem do tempo. Este aumento éreconhecido como um gasto financeiro.

13.25 – Uma provisão deve ser usada somente para osdispêndios relativos aos quais a provisão foi original-mente reconhecida.

13.26 – Não devem ser reconhecidas provisões paraperdas operacionais futuras, uma vez que estas nãosatisfazem a definição de passivo nem os critérios geraisde reconhecimento estabelecidos.

13.27 – Se a entidade tiver um contrato que seja one-roso, a obrigação presente segundo o contrato deve serreconhecida e mensurada como uma provisão.

13.28 – Este capítulo define um contrato oneroso comoum contrato em que os custos inevitáveis de satisfazeras obrigações segundo o contrato excedem os contribu-tos para o desenvolvimento das actividades presentes efuturas da entidade que se espera venham a ser recebi-dos segundo o mesmo. Os custos inevitáveis segundoum contrato reflectem o menor do custo líquido de sairdo contrato, que é o mais baixo do custo de o cumprir ede qualquer compensação ou de penalidades prove-nientes da falta de o cumprir.

Provisões para restauro de locais contaminados e des-mantelamento

13.29 – Os dispêndios relacionados com o restauro delocais, remoção dos desperdícios acumulados, paragemou remoção de activos, em que a entidade seja obri-gada a incorrer, deverão ser reconhecidos de acordocom os critérios estabelecidos em 13.4, na data em quetiver início a actividade da entidade e, consequente-mente surgir a obrigação.

Provisões específicas do sector mutualista

13.30 – As responsabilidades assumidas relativamentea períodos futuros com as modalidades complementaresde Segurança Social subscritas pelos Associados, resul-tarão de estudos actuariais anualmente efectuados. Nes-tas modalidades incluem-se, nomeadamente, subsídiosde funeral, subsídios por morte, subsídio de sobrevivên-cia, pensões de reforma, capital de reforma, rendas vita-lícias, subsídios a prazo, planos de poupança e capitaisde previdência.

13.31 – Deve ser construída informação de resultadosrelativa aos fundos permanentes relacionados com cadauma das modalidades acima referenciadas, destinadosa garantir as responsabilidades assumidas e que nãodeve ser inferior ao valor das provisões criadas para oefeito.

Quadro anexo ao capítulo 13 – Árvore de decisão

14 – Contabilização dos subsídios e outros apoios

Subsídios

14.1 – Os subsídios, incluindo subsídios não monetá-rios, só devem ser reconhecidos após existir segurançade que:

a) a entidade cumprirá as condições a eles associa-das; e

b) os subsídios serão recebidos.

14.2 – A maneira pela qual um subsídio é recebido nãoafecta o método contabilístico a ser adoptado com res-peito ao subsídio. Por conseguinte, um subsídio é conta-bilizado da mesma maneira quer ele seja recebido emdinheiro quer como redução de um passivo.

14.3 – Um empréstimo perdoável (incluindo os subsí-dios a fundo perdido) é tratado como um subsídioquando haja segurança razoável de que a entidadesatisfará as condições de perdão do empréstimo.

14.4 – Uma vez que o subsídio seja reconhecido, qual-quer contingência relacionada será tratada de acordocom o capítulo 13 – Provisões, Passivos Contingentes eActivos Contingentes.

14.5 – Os subsídios não reembolsáveis relacionadoscom activos fixos tangíveis e intangíveis devem ser ini-cialmente reconhecidos nos Fundos patrimoniais e sub-sequentemente imputados numa base sistemática comorendimentos durante os períodos necessários para

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Começo

ProvisionarDivulgar passivo

contingenteNão fazer nada

Obrigação presente como consequência

de um acontecimento que cria obrigações

Obrigação possível?

Exfluxo possível?

Estimativa fiável?

Remoto?

Não Não

Não Sim

Sim

Não

SimSim

Sim

Não (raro)

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

balanceá-los com os custos relacionados que se pre-tende que eles compensem. Consideram-se subsídiosnão reembolsáveis quando exista um acordo individuali-zado de concessão do subsídio a favor da entidade, setenham cumprido as condições estabelecidas para asua concessão e não existam dúvidas de que os subsí-dios serão recebidos.

14.6 – Os subsídios reembolsáveis são contabilizadoscomo Passivos. No caso de estes subsídios adquirirem acondição de não reembolsáveis, deverão passar a ter otratamento referido no ponto 14.5.

14.7 – Um subsídio pode tornar-se recebível por umaentidade como compensação por gastos ou perdasincorridos num período anterior. Um tal subsídio é reco-nhecido como rendimento do período em que se tornarrecebível, com a divulgação necessária para assegurarque o seu efeito seja claramente compreendido.

Subsídios não monetários

14.8 – Um subsídio não reembolsável pode tomar aforma de transferência de um activo não monetário, talcomo terrenos ou outros recursos, para uso da entidade.Nestas circunstâncias é usual avaliar o justo valor doactivo não monetário e contabilizar quer o subsídio quero activo por esse justo valor. Caso este não possa serdeterminado com fiabilidade, tanto o activo como o sub-sídio serão de registar por uma quantia nominal.

Apresentação de subsídios relacionados com activos

14.9 – Os subsídios não reembolsáveis relacionadoscom activos fixos tangíveis e intangíveis, incluindo ossubsídios não monetários, devem ser apresentados nobalanço como componente dos Fundos patrimoniais, eimputados como rendimentos do exercício na proporçãodas amortizações efectuadas em cada período.

Apresentação de subsídios relacionados com rendimentos

14.10 – Os subsídios que são concedidos para asse-gurar uma rentabilidade mínima ou compensar deficitsde exploração de um dado exercício imputam-se comorendimentos desse exercício, salvo se se destinarem afinanciar deficits de exploração de exercícios futuros,caso em que se imputam aos referidos exercícios. Estessubsídios devem ser apresentados separadamentecomo tal na demonstração dos resultados.

Reembolso de subsídios

14.11 – Um subsídio que se torne reembolsável deveser contabilizado como uma revisão de uma estimativacontabilística (ver capítulo 6 – Políticas Contabilísticas,Alterações em Estimativas Contabilísticas e Erros). Oreembolso de um subsídio relacionado com rendimentosou relacionado com activos deve ser aplicado em primeiro lugar em contrapartida de qualquer crédito

diferido não amortizado registado com respeito ao subsí-dio. Na medida em que o reembolso exceda tal créditodiferido, ou quando não exista crédito diferido, o reem-bolso deve ser reconhecido imediatamente como umgasto.

Outros apoios

14.12 – São exemplos de outros apoios que não têmvalor atribuído, os conselhos técnicos e de comercializa-ção gratuitos, a concessão de garantias, os emprésti-mos sem juros ou a taxas de juros baixos ou a disponibi-lização, sem gastos associados para o beneficiário, deinstalações, equipamentos ou outros.

14.13 – O significado do benefício mencionado nosexemplos do ponto anterior pode ser tal que a divulga-ção da natureza, extensão e duração do apoio sejanecessária a fim de que as demonstrações financeirasnão sejam enganosas.

15 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio

Reconhecimento inicial

15.1 – Uma transacção em moeda estrangeira é umatransacção que seja denominada ou exija liquidaçãonuma moeda estrangeira, incluindo transacções queresultem de:

a) quando uma entidade compra ou vende bens ouserviços cujo preço seja denominado numa moedaestrangeira;

b) quando uma entidade pede emprestado ouempresta fundos quando as quantias a pagar ou areceber sejam estabelecidas numa moeda estran-geira; ou

c) quando uma entidade por qualquer forma adquireou aliena activos ou incorre ou liquida passivos,denominados numa moeda estrangeira.

15.2 – Uma transacção em moeda estrangeira deveser registada, no momento do reconhecimento inicial namoeda funcional, pela aplicação à quantia de moedaestrangeira da taxa de câmbio entre a moeda funcionale a moeda estrangeira à data da transacção.

Relato em datas de balanço subsequentes

15.3 – À data de cada balanço:

a) os itens monetários em moeda estrangeira devemser transpostos pelo uso da taxa de fecho;

b) os itens não monetários que sejam mensurados emtermos de custo histórico numa moeda estrangeiradevem ser transpostos pelo uso da taxa de câmbioà data da transacção;

c) os itens não monetários que sejam mensuradospelo justo valor numa moeda estrangeira devem sertranspostos pelo uso das taxas de câmbio que exis-tiam quando os valores foram determinados.

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Reconhecimento de diferenças de câmbio

15.4 – As diferenças de câmbio resultantes da liquida-ção de itens monetários ou do relato de itens monetáriosde uma entidade a taxas diferentes das que foram ini-cialmente registadas durante o período, ou relatadas emdemonstrações financeiras anteriores devem ser reco-nhecidas nos resultados do período em que ocorram.

15.5 – Quando a transacção é liquidada num períodocontabilístico subsequente àquele em que ocorreu, adiferença de câmbio reconhecida em cada período até àdata de liquidação é determinada pela alteração nastaxas de câmbio durante cada período.

16 – Impostos sobre o rendimento

16.1 – O tratamento contabilístico dos impostos sobreo rendimento é, salvo disposição específica, o métododo imposto a pagar.

16.2 – Para as finalidades deste capítulo, o termo“impostos sobre o rendimento” inclui todos os impostosbaseados em lucros tributáveis incluindo as tributaçõesautónomas, que sejam devidos em qualquer jurisdiçãofiscal.

Reconhecimento de passivos por impostos correntes ede activos por impostos correntes

16.3 – Os impostos correntes para períodos correntese anteriores devem, na medida em que não estejampagos, ser reconhecidos como passivos. Se a quantia jápaga com respeito a períodos correntes e anterioresexceder a quantia devida para esses períodos, oexcesso deve ser reconhecido como um activo.

Mensuração

16.4 – Os passivos (activos) por impostos correntesdos períodos correntes e anteriores devem ser mensura-dos pela quantia que se espera que seja paga (recupe-rada de) às autoridades fiscais, usando as taxas fiscais(e leis fiscais) aprovadas à data do balanço.

Reconhecimento de imposto corrente

16.5 – A contabilização dos efeitos de impostos cor-rentes de uma transacção ou de outro acontecimento éconsistente com a contabilização da transacção ou dopróprio acontecimento. Assim, relativamente, a transac-ções e outros acontecimentos reconhecidos nos resulta-dos, qualquer efeito fiscal relacionado também é reco-nhecido nos resultados. No que diz respeito atransacções e outros acontecimentos reconhecidosdirectamente no Fundo patrimonial, qualquer efeito fiscalrelacionado também é reconhecido directamente noFundo patrimonial, caso em que o imposto corrente deveser debitado ou creditado directamente nessa rubrica.

Apresentação

Compensação

16.6 – Uma entidade deve compensar activos porimpostos correntes e passivos por impostos correntesnas suas demonstrações financeiras se, e somente se, aentidade:

a) tiver um direito legalmente executável para com-pensar quantias reconhecidas; e

b) pretender liquidar numa base líquida, ou realizar oactivo e liquidar simultaneamente o passivo.

Gasto de impostos

16.7 – O gasto (rendimento) de impostos relacionadocom o resultado de actividades ordinárias deve serapresentado na face da demonstração dos resultados.

17 – Instrumentos financeiros

17.1 – Este capítulo aplica-se a todos os instrumentosfinanceiros com excepção de:

a) investimentos em subsidiárias, associadas eempreendimentos conjuntos;

b) direitos e obrigações no âmbito de um plano debenefícios a empregados;

c) direitos no âmbito de um contrato de seguro a nãoser que o contrato de seguro resulte numa perdapara qualquer das partes em resultado dos termoscontratuais que se relacionem com:

d) alterações no risco segurado;e) alterações na taxa de câmbio;f) entrada em incumprimento de uma das partes;g) locações, a não ser que a locação resulte numa

perda para o locador ou locatário como resultadodos termos do contrato que se relacionem com:

h) alterações no preço do bem locado;i) alterações na taxa de câmbio;j) entrada em incumprimento de uma das contrapar-

tes.

Reconhecimento

17.2 – Uma entidade deve reconhecer um activo finan-ceiro, um passivo financeiro apenas quando se torneuma parte das disposições contratuais do instrumento.

Mensuração

17.3 – Uma entidade deve mensurar os seguintes ins-trumentos financeiros ao custo menos perda por impari-dade:

a) instrumentos tais como clientes, fornecedores, con-tas a receber, contas a pagar ou empréstimos ban-cários, incluindo os em moeda estrangeira; e

b) contratos para conceder ou contrair empréstimos.

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17.4 – Os instrumentos financeiros negociados emmercado líquido e regulamentado, devem ser mensura-dos ao justo valor, reconhecendo-se as variações destepor contrapartida de resultados do período.

17.5 – Os custos de transacção só podem ser incluí-dos na mensuração inicial do activo financeiro ou pas-sivo financeiro, desde que este seja mensurado ao customenos perda por imparidade.

Imparidade

17.6 – À data de cada período de relato financeiro,uma entidade deve avaliar todos os activos financeirosque não sejam mensurados ao justo valor por contrapar-tida de resultados. Se existir uma evidência objectiva deimparidade, a entidade deve reconhecer uma perda porimparidade na demonstração dos resultados.

17.7 – Evidência objectiva de que um activo financeiroou um grupo de activos está em imparidade inclui dadosobserváveis que chamem a atenção ao detentor doactivo, designadamente sobre os seguintes eventos deperda:

a) significativa dificuldade financeira do emitente oudevedor;

b) quebra contratual, tal como não pagamento ouincumprimento no pagamento do juro ou amortiza-ção da dívida;

c) o credor, por razões económicas ou legais relacio-nadas com a dificuldade financeira do devedor,oferece ao devedor concessões que o credor deoutro modo não consideraria;

d) seja provável que o devedor irá entrar em falênciaou qualquer outra reorganização financeira;

e) o desaparecimento de um mercado activo para oactivo financeiro devido a dificuldades financeirasdo devedor.

17.8 – Outros factores poderão igualmente evidenciarimparidade, incluindo alterações significativas com efei-tos adversos que tenham ocorrido no ambiente tecnoló-gico, de mercado, económico ou legal em que o emi-tente opere.

17.9 – Os activos financeiros que sejam individual-mente significativos devem ser avaliados individual-mente para efeitos de imparidade. Outros activos finan-ceiros devem ser avaliados quanto a imparidade, sejaindividualmente, seja agrupados com base em similarescaracterísticas de risco de crédito.

17.10 – Se, num período subsequente, a quantia deperda por imparidade diminuir, a entidade deve reverter aimparidade anteriormente reconhecida. Da reversão nãopoderá resultar uma quantia escriturada do activo finan-ceiro que exceda aquilo que seria o custo do referidoactivo, caso a perda por imparidade não tivesse sido ante-riormente reconhecida. A entidade deve reconhecer aquantia da reversão na demonstração de resultados.

Desreconhecimento de activos financeiros

17.11 – Uma entidade deve desreconhecer um activofinanceiro apenas quando:

a) os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultan-tes do activo financeiro expiram; ou

b) a entidade transfere para outra parte todos os ris-cos significativos e benefícios relacionados com oactivo financeiro; ou

c) a entidade, apesar de reter alguns riscos significati-vos e benefícios relacionados com o activo finan-ceiro, tenha transferido o controlo do activo parauma outra parte e esta tenha a capacidade práticade vender o activo na sua totalidade a uma terceiraparte não relacionada e a possibilidade de exercí-cio dessa capacidade unilateralmente sem necessi-dade de impor restrições adicionais à transferência.Se tal for o caso a entidade deve:

i) desreconhecer o activo; e ii) reconhecer separadamente qualquer direito e

obrigação criada ou retida na transferência.

Desreconhecimento de passivos financeiros

17.12 – Uma entidade deve desreconhecer um passivofinanceiro (ou parte de um passivo financeiro) apenasquando este se extinguir, isto é, quando a obrigaçãoestabelecida no contrato seja liquidada, cancelada ouexpire.

18 – Benefícios dos empregados

18.1 – Uma entidade deve reconhecer:

a) um passivo quando um empregado tiver prestadoserviços em troca de benefícios a pagar no futuro; e

b) um gasto quando a entidade consumir o benefícioeconómico proveniente do serviço proporcionadopor um empregado em troca desses benefícios.

18.2 – Os benefícios dos empregados aos quais estecapítulo se aplica são os seguintes:

a) benefícios de curto prazo, tais como salários, orde-nados e contribuições para a segurança social,licença anual paga e licença por doença paga ebenefícios não monetários (tais como cuidadosmédicos, alojamento, automóveis e bens ou servi-ços gratuitos ou subsidiados) relativos aos empre-gados correntes; e

b) benefícios de cessação de emprego.

18.3 – Os benefícios dos empregados incluem osbenefícios proporcionados quer a empregados quer aosseus dependentes e podem ser liquidados por paga-mentos (ou o fornecimento de bens e serviços) feitosquer directamente aos empregados, aos seus cônjuges,filhos ou outros dependentes quer a outros, tais comoempresas de seguros.

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18.4 – Um empregado pode proporcionar serviços auma entidade numa base de tempo completo, de tempoparcial, permanente, acidental ou temporária. Para osfins deste capítulo, os empregados incluem directores eoutro pessoal de gerência.

Reconhecimento e mensuração

Contabilização dos benefícios a curto prazo dos empregados

18.5 – A contabilização dos benefícios a curto prazo égeralmente linear porque não são necessários pressu-postos actuariais para mensurar a obrigação ou o custoe não há possibilidade de qualquer ganho ou perdaactuarial. Além do mais, as obrigações dos benefícios acurto prazo são mensuradas numa base não descon-tada.

18.6 – Quando um empregado tenha prestado serviçoa uma entidade durante um período contabilístico, a enti-dade deve reconhecer a quantia não descontada debenefícios a curto prazo que espera ser paga em trocadesse serviço:

a) como um passivo (gasto acrescido), após deduçãode qualquer quantia já paga. Se a quantia já pagaexceder a quantia não descontada dos benefícios,uma entidade deve reconhecer esse excesso comoum activo (gasto pré-pago) na extensão de que opré-pagamento conduzirá, por exemplo, a umaredução em futuros pagamentos ou a uma restitui-ção de dinheiro; e

b) como um gasto, salvo se outro capítulo da presenteNorma exigir ou permitir a inclusão dos benefíciosno custo de um activo (ver, por exemplo, o capítulo11 – Inventários e o capítulo 7 – Activos Fixos Tan-gíveis).

Benefícios de cessação de emprego

18.7 – Os benefícios de cessação de emprego nãoproporcionam a uma entidade futuros contributos para odesenvolvimento das actividades presentes e futuras daentidade e são reconhecidos como um gasto imediata-mente.

Outros benefícios de empregados

18.8 – Para além dos benefícios a curto prazo e dosbenefícios de cessação de emprego, podem ser propor-cionados outros benefícios aos empregados, tais como:

a) benefícios pós-emprego (pensões, seguros devida, entre outros); e

b) outros benefícios a longo prazo dos empregados(licença sabática, jubileu, entre outros).

18.9 – Este capítulo não trata das situações descritasno § 18.8 as quais, se existirem, serão reguladas pelaNCRF 28 – Benefícios de Empregados.

19 – Definições

19.1 – Para as ESNL são válidas as definições cons-tantes do Apêndice I ao Aviso n.º 15654/2009, de 27 deAgosto (publicado na II Série do DR, n.º 173, de 7 deSetembro) excepto no que a presente norma dispuserdiferentemente.

20 – Data de Eficácia

20.1 – Uma entidade deve aplicar esta Norma a partirdo primeiro período que se inicie em ou após 1 deJaneiro de 2011.

Apêndice I – Processo de transição para a normalizaçãocontabilística das ESNL – Pontos 5.1 a 5.5 da NCRF-ESNL

Nota prévia: O presente documento não faz parte danorma e foi preparado visando facilitar a organizaçãodos procedimentos de transição das ESNL em basePOC sectorial para o novo normativo.

Nas ESNL, o processo de transição do POC sectorialpara o novo normativo, pode ser desenvolvido nosseguintes termos:

1. As quantias referentes ao exercício de 2010 incluí-das nas demonstrações financeiras referentes aesse exercício apresentadas com base nas regrasdo POC sectorial, deverão ser reconvertidas consi-derando as regras da NCRF-ESNL;

2. Essa reconversão implica a preparação de umBalanço de Abertura, a 1 de Janeiro de 2011, queserá a reclassificação do Balanço de 31 de Dezem-bro de 2010. Para proceder à reconversão haveráque considerar procedimentos de i) reclassificação,ii) reconhecimento, iii) desreconhecimento e iv)mensuração.

3. O procedimento de reclassificação consiste natransferência dos saldos das contas existentes porforça da utilização do POC sectorial, para as contasdefinidas no código de contas do novo normativo.

4. Os procedimentos de reconhecimento e desreco-nhecimento referem-se à inclusão ou eliminação derubricas de Balanço por força da aplicação daNCRF-ESNL.

5. Uma possível sistematização dos procedimentosreferidos nos parágrafos 2 e 3, pode ser a seguinte:

i) Quanto aos activos e passivos que já eram reco-nhecidos nos termos do POC sectorial e quesatisfaçam as respectivas definições e critériosde reconhecimento descritos na NCRF-ESNL, osmesmos devem ser reclassificados. Exemplosdesta situação podem encontrar-se, designada-mente, quanto aos saldos de caixa, depósitos àordem, clientes, fornecedores e estado e outrosentes públicos;

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PROJECTO – NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARA ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO

ii) Quanto aos activos e passivos que, por força daaplicação do POC sectorial não se encontravamno Balanço, mas que passam a satisfazer as res-pectivas definições e critérios de reconheci-mento descritos na NCRF-ESNL, devem serreconhecidos. Tal acontece, por exemplo,quanto a alguns instrumentos financeiros;

iii) Quanto aos activos e passivos que encontrando--se no Balanço por força da aplicação do POCsectorial, não satisfaçam as respectivas definições

e critérios de reconhecimento descritos na NCRF--ESNL, devem ser desreconhecidos. Exemplosdesta situação são, designadamente, algunsintangíveis, tais como as despesas de instalação eas de investigação.

6. Os registos contabilísticos relativos a reconheci-mentos e desreconhecimentos de activos e passi-vos acima referidos, devem ter como contrapartidaa rubrica de resultados transitados.

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