cavalcanti j. e.w.a.; manual de tratamento de efluentes industriais

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  • Jose Eduardo W. de A. Cavalcanti

    MANUAL DE TRATAMENTO. -

    DE EFLUENTES INDUSTRIAlS

    Processo de recuperacao de condensados: Fonte: Enfilmaquete virtua l em 3D

    2009

    MANUAL DE TRAr AM ENTO DE EFlUENTES INDUSTRIAl S

    3

  • MANUAL DE TRATAMENTODE EFLUENTES INDUSTRIAlS

    SobTe 0 LiVTOAo longo dos ultirnos anos tem side preponderante 0

    aumento do conhecimento tecnico envolvendo as cienciasdo meio ambiente, incrementado pela crescente preocu-pacao em preservar os recursos naturais do planeta que,em muitas reqioes.ja se enco ntram em franco process o dedeqradacao,

    Particularment e, no que tange ao surgimento de umnovo entendimento direcionado a nece ssidade em se apli-car conceitos modernos de prevencao a poluicao, aliada asnovas tecnicas de tratamento de efluentes emergem deimediato as chamadas tecnologias limpas que nada maissao que adocao de procedimentos sustentaveis na selecaodas rnaterias prirnas e dos processes produt ivos cap azes degerar menos residuos e de consumirem menos energia.

    As formidaveis tonentes de efluent es liquidos e resi-duos s6lidos qu e outrora emanavam em grandes quanti-dades de um dado processo industrial ja come~~m a serconsideradas coisas do pa ssado. Hoje, a te ndencia e a pro-ducao mai s limpa, ou seja a mmtmizacao e a qeracao deefluentes me nos enerqeticos e menos t 6xicos ou passi veis,inclusive, de serem reut ilizados no proprio processo produ-tivo ou em utilidades,capacitando a industria acomp etiti-vidade, respeitando-se 0 meio ambiente.

    No que tange especific amente ao tratamento de

    M ANUAL DETRATAMENTO DE EFl UENTES INDUSTRIAlS

    6

  • efluentes, as pro cessos e equipamentos atualmente dispo-niveis permitem nao so atender aos padroes legais de qua-lidade, cada vez mais restrit ivos, como t arnbern aos padroesde reuso ate mesmo com final idades potaveis. Existem adis-posicao do mercado inurneras t ecnologias de ponta abran -gendo processos fisicos ,quimicos e bio16gicosconvencionaise avancados propiciando a um despejo industrial especificoa adocao de sist emas de tratamentos eficientes t anto embases tecnicas como econ6micas.

    Afinalidade des te Manual e proporcionar aos profiss io-n ais interessados em conhecer as nuan ces qu e envolvema t ratam ento de efluentes indust riais um rol de informa-coes acerca das potencialidades e lirntt acoes dos variesprocessos e ope racoes unitarias ut ilizados na depuracaode diferentes ti pos de aquas res iduals indu striais, ao mes-mo t em po orien tar na elaboracao de estudos e projetos vi-sando a aqutsicao. implan tacao, reabtlitacao e operacao desistemas de t rat am ento.

    o Manual, pr ioritariamente dirigido a industria , e cons -t ituido par 18 capitulos abordando tem as especialmenteselecionados em fu ncao das necessidades dos u suaries in-dustriais na conducao do processo de contro le de poluicaono que tange particularmente a t rat am ento de efluentes ereuse de aqua.

    MAN UAL DET RATAMEN TO DE EFLUENTES IND USTRIAlS

    7

  • o Capitulo 1- CONCEITOS GERAISdiscorre sabre uma nova visao quanta a conceituacaode despejos indust riais, envolvendo a prevencao a poluicao e a minimi-zacao de despejos: abo rda alternativas de disposicao final de efluentes,alem de uma breve descricao dos processes fisicos,quimico s e bioloqtcosde depuracao,

    o Capitulo 2- LEGISLA~AO BAslCA RELATIVA AOS EFLUENTES INDUSTRIAlS discorre sabrea leqislacao basica am biental ap licada ao controle de poluicao industrial.Inicia com um historico sabre as normas ambientais , citando as princi-pais diplomas que nortearam a arcabouco juridico ambiental brasileiro.Trat a de aspectos ligados ao licenciamento am biental e identifica as or-qaos afet os ao Sisnama;

    o Capitulo 3 - AMOSTRAGEM DE AGUAS SUPERFICIAIS E EFLUENTES trata da avaliacaoqu antitativa de despejos industriais e aquas pluviais contaminadas.Apresenta as varies tipos de disposit ivos de medicao de vazao e a formu-lacao necessaria para a calculo das vazoes .

    o Capitulo 4 - AMOSTAGEM DEAGUAS SUBTERRANEAS apresenta toda uma metodologiapara a realizacao de amostragens do sub solo em pecos de monitoramento.

    o Capitulo 5- ENSAIOS DE TRATABILIDADE discorre sabre ensaios de tratabilidade ,fisicos,fisico- quimicos e bioloqlcos ,envolvendo, floculacao,flot acao,ozon izacao,lodos ativados, taxidade e outros, destin ados a obtencao de parametresde projeto e avaliacao da performance de tratamento.

    o Capitulo 6 - AVALlA~AO QUANTITATIVA DE DESPEJOS INDUSTRIAlS t rata da avaliacaoquantitativa de despejos industriais e aquas pluvia is contaminadas.Apresenta as van es tipos de dispositivos de rnedicao de vazao e a formu-lacao necessaria para a calculo das vazoes .

    o Capitulo 7- AVALlAl;AOQUALITATIVA DE DESPEJOS INDUSTRIAlS envolve a tden tiftcacaoe a descricao dos var ios poluentes convencionais e emergentes potencial-mente conti dos em aquas residuals indu striais,bem como as diversos pa-ramentros de avaliacoes de natur eza fisica, quimica e btoloqica.

    o Capitulo 8 - GRAU DE TRATAMENTO fornece inforrnacoe s acerca do grau de tratamen-to requerido para a efluente tratado em funcao dos padroes de ernissaoe de qualidade. Aprese nta metodologia para a a avaliacao do perfil sani-t aria de um corpo de aqua receptor.

    o Capitulo 9 - TRATAMENTOS CONVENCIONAIS POR MEIOS FislCOS da inicio as inform a-coes acerca dos precesses de t ratam ento de eflu entes, abo rdando t ra-

    MANUA L DETRATAMENTO DE EFlU ENTES INDUSTRIAlS

    8

  • t amentos preliminares com a adocao de metodos fisicos de depuraca o,como gradeam entos, penei ramentos, equalizacao e separa cao de fa ses.

    o Capitulo 10 - AJUSTE DE pH discorre sobre os processos de ajuste de pH, incluindoneutralizacao fornecendo, inclusive, as principais caracteristicas dos pro-dutos alcalinizantes e acidific antes utilizados.

    o Capitulo 11- PROCESSOS CONVENCIONAIS DE TRATAMENTOS FisICO-QuiMICOS abordaos processos de tratamentos fisico- quimi cos, enfati zando os rnecanis-mo s de coaq ulacao, floculacao e a capacidade dest es 'metodos na remo-cao de carga orqa nica e poluentes especificos, (metais pe sados, cianeto,ars enic o.boro,flu oreto,fosforo etc ).Aprese nta t am bern as caracteristicasdos principais coagulantes e floculantes utilizados no processo.

    o Capitulo 12- TRATAMENTOS BIOLOGICOS adentra ao tratamento bioloqico,particular-mente no processo de lodos ativados com o depuradores de materia car-bonacea, nitrog en ada e at e de muitos compostos orqanicos persisten-tes. Ensina a m archa de calculo para determinar consumos de oxiqenioe equ ipamentos de aeracao.Aborda t am bem tratam entos an aerobiosalem de outras form as btoloqicas de depuracao

    o Capitulo 13 - TRATAMENTO POR ADSOR

  • PTeficioA luta da civilizacao global pe la recuperacao e preser-

    vacao do meio ambiente e 0 us o racional dos recursosnaturais nao po de cogitar a hip6t ese de ins ucesso.Trat a-se de um desafio condicionante aqarantia de um fu turocom qualidade de vida e sobr eviven cia dign a da pr esentectvtlizacao.

    A industria tem imensa respon sabilidad e n esse pro -cesso. Por isso , 0 setor tem-se mobilizado de maneira in-ten sa e dinamica no sen tido de prover producao lim pae desenvolver tecno logias capazes de proptciar produtosque utilizam rnaterias-prtmas renovaveis,que consomemm enos energia, poluem menos e t ern de qradacao orqani-ca mais rapida.

    as avances sao muito s, mas ainda ha um longo cami -nho a ser percorrido,pois todo um conceito manufatureiroprecisa ser alterado, t endo em vista a reducao da ofer ta derecursos naturals e 0 risco iminente representado pe lasmudancas clirnati cas. A indu st ria brasileira esta m uitoempenhada no sentido de ascender,do modo mais rapidopossivel, com seguran

  • promove m evento s e seminaries educativos, mo bilizama optniao publica, orien tam e ajud am as empresas a de-senvolverem a chamada producao limpa.

    Este avanco depende de algumas variaveis, conformeo ram o e os meto dos de cada fabrica. Contudo, um dosprincipais itens para sua viabilizacac e 0 t rat ament o dosefluent es industrials. de m aneira que a producao nadadevolva anatureza que possa comprometer 0 am biente .Assim, t odo conhecimento abalizado sobre essa tema es-pecifico agrega muito valor.

    Ejustamente 0 caso des te livro - "Manu al de Tra-tamento de Eflu entes Industriais", de autoria do en -genheiro Jose Eduardo W. de A. Cavalcanti , presidentedo Grupo Ambiental do Brasil. Trat a- se de obra teem -ca que elucida, com muita objetividade, 0 import ant eprocesso, mostrando passo a PilsSO os procedimentosa serem adotados . Portanto, a obra contern conteu dore leva nte no sentido de contri buir para a prcducaolim pa, um compromisso de t odos com a sociedade, 0Brasil e 0 Pl aneta.

    Paulo SkafPresidente da Federacao e do Cent ro

    da s lndust rias do Est ado de Sao Paulo

    M ANUAL DETRATAMENTO DE EFl UENTES INDUSTRIAlS

    "

  • Eq,uipe de ApoioEdivaldo PereiraFlavia Port al SilvaMaria Aparecida PoliMaximiliano Bizat toRicardo Borge s PereiraSilvia Zardo

    AgTadecimento EspecialABES-SP Associacao Brasileira de Engen haria Sanitaria e Ambiental

    Ambiental Gestae em Meio Ambien t e Ltda

    Nova Amb i Services Anallt icos

    MANUAL DETRATAMENTD DE EFlU ENTES INDUSTRIAlS

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  • Apoio CulturalAllonda Geosinteticos AmbientaisAmbiental Gestae em Meio AmbienteAmbiental Laborat 6rio e Equi pam entosAmbien tal Pesquisas e Projetos em Meio AmbienteAquamec EquipamentosB&F DiasCentroprojekt do BrasilDedini Industrias de BaseDegrem ont Trat am ento de AguasEKA Chem icalsEnfilGrupo Ambiental do BrasilHidrodex Engenharia e PerfuracaoKWI lnstalacoes Indu st riaisLinde GasesNova Ambi Services AnallticosPer6xidos do BrasilPieralisi do BrasilProminas Brasil Equipam entosSandvik do BrasilSiemensTecitec Eq. para Filtragem e Tratam ento de Efluent esVeolia Wat er System Brasil,Vom Equipam ent os e Proces sos,

    M ANUALDETRATAMENTO DE EFlUE NTES INDUSTRIAlS

    13

  • SumirioCAPITULO': CONCEITOS GERAIS '9

    CAPITULO 2: lEGISlAC;Ao BAslCA RElATIVA AOS EFLUENTES INDUSTRIAlS _ _ 4'

    CAPITULO 3: AMOSTRAGEM DE AGUAS SUPERFICIAIS EEFLUENTES 63

    CAPITULO 4: AMOSTRAGEM DE AGUAS SUBTERRANEAS 79

    CAPITULO 5: ENSAIOSDETRATABILIDADE 93

    CAPITULO 6: AVALlAC;Ao QUANTITATIVA DE DESPEJOS INDUSTRIAlS "3

    CAPITULO 7: AVALlAC;Ao QUALITATIVA DE DESPEJOS INDUSTRIAlS '35

    CAPITULO 8: GRAU DETRATAMENTO '73

    CAPITULO 9: TRATAMENTOS CONVENCIONAISPORMElOSFISICOS '95

    CAPITULO' 0: AJUSTEDE PH 227

    CAPITULO": PROCESSOS CONVENCIONAIS DETRATAMENTOS FISICO-QUIMICOS_ 239

    CAPITULO' 2: TRATAMENTOS BIOlOGICOS 257

    CAPITULO' 3: TRATAMENTO PORADSORC;Ao 349

    CAPITULO' 4: TRATAMENTOPORMEMBRANAS 357

    CAPITULO' 5: TROCA IONICA ETRATAMENTOElETROQUIMICO 377

    CAPITULO' 6: TRATAMENTO PORPROCESSOS QUIMICOS OXIDATIVOS 389

    CAPITULO' 7: DESTINAC;Ao FINAL DE RESIDUOS SOLIDOSORIUNDOS DE

    SISTEMAS DETRATAMENTO DE EFlUENTES 4"

    CAPITULO '8: GARANTIA DA QUALIDADE EM lABORATORIOS 427

    CONVERSAo DE UNIDADES 43'

    BIBLIOGRAFIA 437

    INDICE REMISSIVO 44'

    M ANUAL DETRATAMENTO DE EFlUEN TES INDUSTRIAlS

    17

  • CAPi TULO 1 I Cosic erros GERAIS

    Capitulo 1CONCEITOS GERAIS

    Discorre sobre uma nova viSQO quantaaconceituaciio de despejos industria is,

    envolvendo a preveruiio apoluiiiio ea mtntmizaciio de despejos; aborda

    alternativas de disposiciio final de efiuentes,alem de uma breve descridio dos processos[isicos, quimicos e biol6gicos de depuraciio.

    MANUA L DETR ATAMENT O DE EFLUENTES IN DUSTRIAl S

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  • CAPi TULO 1 I CONCEITOS G ERAIS

    CAPiTULO 1: CONCEITOS GERAIS

    1.1 0 QUE SAO DESPEJOS INDUSTRIAlS?Oespejos tndustriais', tambern denominados aquas residuais ou efluentes industriais, sao

    correntes liquidas ou suspensoes originarias de processes,operacoes e/ou utilidades, podendovir acompanhados tarnbern de aquas pluviais contaminadas e esgotos san itarios .Suas carac-teristicas originais impedem 0 aproveitamento em termos tecnicos e/ou econ6micos na pro-pria fonte geradora destinando-se,portanto direta ou indiretamente,a um corpo receptor.

    Sao extremamente vart aveis, quer em cornposicao quer em quantidade e dependem dadiversidade dos produtos fabricados,natureza e porte da industria, do grau de modernidadede seus processos produtivos, t ipos de m at erias-prtm as empregadas e do nivel de automa-cao destes proces ses,bem como das praticas de reciclagem e reuse de cada fonte geradora.

    Muitas vezes, industrias de mesmo tipo e natureza produzem efluentes diversos em Ta-zao das variacoes dos processos produtivos, pratic as de producao sustentavel ("produ C;iio+ limpa"), minirnizacao de despejos ("housekeeping"), recirculacoes intern as, bem como daorigem da s materias primas e insumos.

    Contudo, antes das descargas em corpo receptor (aquas superficiais ou sistemas publi-cos de esgotos sanitarios). os constituintes dos despejos necessitam de ser tratados aos ni-veis definidos em conformidade com padroe s santtarios.ambientais e lega is de lancamentoe de qu alidade.Tal procedimento visa a preservacao de um meio am biente sustentado e, emparticular,a manutencao da integridade das aquas receptoras que se destinam aos diversosusos pretendidos, notadamente abastecimento de aqua.

    a s despejos industriais possuem caracteristicas fisico-quimicas bioquim icas bastante di-versificadas podendo tamb ern agregar constituintes biol6gicos como bactertas.

    Asclasses de compostos potencialmente presentes nas aquas sao as seguintes:

    o SOT - S6lidos totais dissolvidoso GOI- Gases dissolvidos ionizaveiso COD - Com postos orqanicos dissolvidos0 55 - S6lidos em suspensaoo Bacterias e virus

    Mais clar~mente, os principais constituintes relacionados as aquas residuals podem serassim agrupados:

    Em geral, os principais constituintes relacionados as aquas residuais indust riais podemser assim agrupados:

    1 Na lingua ingl esa e usual 0 emprego das deslqnacoes "inffl uent " ou "industrial waste" ou "industrial wastewater" paradesignar despejo bruto. 0 termo "effl uent" e reservado para nomear aquilo que e oriundo de um processo ou de umaestacao de tratamento. No Brasil, contudo, 0 te rmo "efluente" tem side uti lizado indiscriminadamente como se referindoa despejos indu str iais em seus varies estaqios de t ratamento, desde as for mas brut as ate as trata das ou pre-tratadas,

    MANUAL DE TRATAME NTO DE EFlUENTES INDUSTRIAl S

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  • CA PiTULO 1 I CONC EITOS GE RAI S

    o Substancias orqanicas biodeqradavets causadoras de deplecao de oxiqenio em cursesd'aqua - sao compostas principalmente de proteinas, carboidratos e gorduras biodeqradaveis.Sao medidas normalmente atraves das analises de DBO (Demanda Bioquimica de Oxiqenio),DQO (Demanda Quimica de Oxiqenio) e TOC (Carbone OrqanicoTotal).

    o Materiais flutuantes e oleosos que inibem 0 processo de aeracao natural de corposd'aqua, no processo de dissolucao de oxtqenio na massa liquida.

    o Solidos em suspensao, cuja sedimentacao podera causar formacao de bancos de lodoem rios prejudicando a vida aquatica devido a fen 6menos de decomposicao anaerobia - po-dem ocasionar a formacao de gas sulfidrico causando desprendimento de odores.

    o Traces de substancias orqanicas causadoras de gosto e odor em aquas destinadas aoabastecimento.

    o Metais pe sados, cianeto.fluoreto, arsenio e diversos produtos orqanicos t 6xicos lista-dos como poluentes prio ritarios (verTabela 7.5) .

    o Nitroqento e fosforo, quando 0 corpo receptor for, principalmente, lagos, represas eareas de lazer.

    o Substancias refratarias resist entes a biodeqradacao em sistemas convencionais detratamento de efluentes e aos processos de autodepuracao de nos.

    o Cor e turbidez que causam problemas esteticos e podem impedir a penetracao da luzsolar em rios e reservatorios.

    o Materiais volateis que causam problemas de poluicao do ar como gas sufidrico e ou-tros compostos orqanicos volateis e sernivolateis.

    o Substancias dissolvidas que podem dificultar 0 reuse indi reto.

    1.2OBJETIVOS DO TRATAMENTO DEDESPEJOS INDUSTRIAlSlndustrias sao responsaveis pelo descarte de aquas residuarias cujos constituintes podem

    ocasionar efeitos toxicos,se lancados nas colecoes hidricas ou em sistemas publicos de esgo-tos sanitartos sem os devidos cuidados estabelecidos em normas e leqislacoes especifi cas.

    Em am bas as situacoes 0 objetivo primordial do tratamento de efluentes ea preservacaodo meio ambiente,principalmente dos recursos hidricos.

    Modernamente intrcduziu-se as praticas de reuse como um objet ivo adicional do trata-mento de despejos industrials, de modo a permitir reciclagem interna especifica nao potavele a consequente economia de aqua,bem como a reducao de custo s operacionais e tarifarios.

    No caso do lancamento indireto de efluente (sistem a publico) ha tambern a ne-cessidade adicional de se proteger, per meio de pre-tratamento, os equipamentos do

    MANUAL DE TRATAM ENTD DE EFLU ENTES IN DUSTRIAl S

    21

  • CAPi TULO 1 I CONC EITOS GERA IS

    sistema de coleta e de pr eservar a integridade dos processos de depuracao da Est acaode Tratam ento publ ica , responsavel pelo tratam ento conjunto de esgotos sanitarios(usual mente em quanti dade volurnetrica maior) e de desp ejos indust riais de fontesgeradoras var iadas.

    as orqaos de controle,bem como a concesstonaria do sistema publico de esgo to s sanita-rios, impoern limitacoes ao lan c;:amento de despejos industriais na rede publica evitando aocorrencia de fen6m enos de corrosao (associados ao p H, sulfatos e sulfetos) , assoreamento(associado a s6lidos sedimentaveis), entupimentos e riscos de explosao (associado a solven-tes, 6leos e gra xas livres) e outros.

    Ha tarnbem a necessidade de se compatibilizar a efluente indust rial com os processosde t rat am ento especificos da dep uradora municip al, isto porque ela e responsavel, em ul-t im a analise, pelo lanc;:am ento do efluente final t ratado no corpa receptor, bem como dosresidues s6lidos dispostos, em bases tecnicas e legais ad equadas.

    Esta protecao e tal cornpattbtlizacao sao necessartas,uma vez que muitos dos poluentesorqanicos e morqanicos lanc;:ados podem ~ausar danos ao sist em a de coleta, provocar efei-tos inibidores ao processo de t ratamento,nao logrando indices de rernocao em conformida-de com os padroes legais, au simplesmente nao serem degradados e passarem inc6lum espela depuradora, ganhando desta forma os rios .

    Substancias como m etais pesados, arse nic, fen6 is e compostos orqanicos persistentes eoutros interferem nos sistemas bio16gicos aer6bios e principalmente anaer6bios das depu-radoras bio16gicas .

    Tipicam ente, os poluentes contidos em despejos industriais que ne cessitam ser condi -cionados para lanc;:amento em sistema publico de esgotos sanitarios dotados de estacoesde tratamento de esgotos sao :

    DpHDs6lidos grosseiroso 6leos e graxas livres e emulsion adoso s6lidos sedirnentaveisD fluoretoo arsenico cianetoo sulfetoo sulfatoo metais pesadoso outros poluentes persi stentes a criteria das autoridades publicas concessio nanas destesservices .

    Alern disso, podem influenciar na disposicao do lodo excedente, notadamente quandodestinado as ap licacoes agrico las .

    No Brasil,onde ape nas pequeno percentual dos esgotos dornes ticos e t ratado em depura-doras publicas,0 grau de tratamento efetuado por aquelas tnstalacoes e,no maximo,0 secun-dario ,na grande maioria das cidades (sao adotados processos bio16gicosaer6b io ou ana er6bio

    MANUAL DETRATAMENTO DE EFl UENTES INDUSTRIAl S

    22

  • CAPiTULO1 I CONCEITOS G ERAIS

    muitas vezes incompletos ou incapazes de atender integralmente a leqislacao), mesmo tra-tando apenas esgotos domesticos.

    Isso tudo em muitos casos impoe a industria, responsavel em ultima analise pela qu ali-dade de seus efluentes, efetuar pre-tratarnentos complementares utilizando-se ate de pro-cessos avancados de depuracao.

    1.3 CLASSIFICA

  • CA PITU LO 1 I CONC EITOS G ERAIS

    No Brasil a Cetesb - agencia ambiental do Estado de Sao Paulo, tern adotadouma classificacao industrial por atividades mais condizentes com os criteriosambientais. Sao, tipicamente, as seguintes:

    Fabrica~ao de produtos alimenticios de origem animal Abat e de bovinos, suinos, equinos, ovinos , aves etc; Pre p aracao de carn e, banha e produtos de salsich aria; Preparacao e fabricacao de pescados, Fabricaca o de farinhas de carne, sangue, 05 50, peixes. pen as, visceras, e pro-ducao de sebo.

    Processamento, preservacao e producao de frutas, legumes e outros vegetais Producao de suco de frut as e legumes . Produ cao de 6leo e gorduras vegetais e animais; Producao e refine de 6leos veg etais; Preparacao de margarina e outras gorduras vegetais.

    Producao de laticinios Preparacao de leite , fabricacao de produtos de lat icin ios e de sorvetes.

    Pabricacao e refino de acucar Refin o e moagem de acucar de ca na .

    Torrefacao e moagem de cafe Fabricacao de cafe soluvel,

    Fabricacao de produtos alimenticios Mass as alim en ticias, bi scoitos e bala s.

    Fabrica~ao de bebidas Vinho, m alte, cer vejas e refrige ran tes.

    Fabricacao de produtos texteis Benefi ciamento, fiacao e tecelagem de alqo dao e outras fibras texteis natu-rai s, ar tifi cia is ou stntet icas.

    Acabamento em fios, tecidos e artigos texteis Est am paria , textunzacao alvej amento e tin gimen to em fios, tecidos e artigoste xteis.

    Curtimento e outros preparos de couro

    MANUAL DE TRATAM ENTO DE EFlU ENTES INDUSTRIALS

    24

  • (APiTU LO 1 I (ONC EITOS G ERAIS

    Fabricac;:ao de produtos de madeira, cortica e material trancado inclusive moveis Madeira lam inada e de chapas de madei ra compens ada , prensada ouaglomerada.

    Fabricacao de celulose e outras pastas para a fabricacao de papel

    Fabricacao de papel, papelao liso, cartolina e cartao

    Embalagens e artefatos diversos de papelou papelao

    Industria gratica

    Coquerias

    Refino de petroleo

    Fabricac;:ao de alcool

    Fabricac;:ao de produtos quimicos inorqanicos Cloro e alcalis, lnterrnediartos para fertilizant es; Fertilizantes fosfat ados, nitrogenados e potassicos.

    Fabricacao de produtos petroquimicos basicos lnterm edianos para resinas e fibras .

    Fabricacao de resina e elastomeros Resin as terrnoplasticas, termofi xas e elastorneras.

    Fabricacao de produtos farrnaceuticos Produtos farmoquirnicos, medicamentos e mate riais hosp italares.

    Fabricacao de defensivos aqricolas Inseticidas,fungicidas, he rbicidas e out ros defens ivos.

    Fabricacao de sabao, detergentes, produtos de limpeza e artigos de perfumaria

    Fabricacao de tintas, vernizes, esmaltes, lacas, solventes e produtos afins

    Fabricacao de produtos e preparados qui micos diversos Adesivos e selantes ;

    MAN UAL DE T RATAM ENTO DE EFl U ENTES IN DUSTRIAlS

    25

  • CAPiTULO1 I CONCEITOS G ERAIS

    Polvora, explosives e detonantes: Cat alisadores: Artigos ptrotecnicos: Aditivos de u so indu st rial.

    Fabrica~ao de artigos de borracha

    Fabrtcacao de produtos ceramicos Azulejos,pisos e produtos cerarnicos refratarios.

    Fabricacao de produtos siderurqicos Lami nados plan os e nao-planos de aco: Tubos de fer ro e aco sem e com costura, Gusa; Fen o, aco, e ferro ligas em forma prirnaria e sem acabamento. Arames de aco: Relaminados, trefilados e ret rofilados de aco e de perfis estampado s.

    Metalurgia de metais nao ferrosos Metal urg ia de aluminio e su as llqas: Met alurg ja de rnet ais preciosos: Metalurgia de OutTOS metais nao-ferrosos e suas ligas.

    Fundicao Peca s fundidas de ferro, aco e m etais nao fenosos e su as ligas.

    Forjaria, estamparia, metalurgia do po e service de tratamento de metais Forjados de aco e metais nao-ferro sos e suas llqas: Artefat os estampados de metal ; . Tempera, cimentacao e trat am ento terrnico do aco: Servicos de usinagem qalvanotecnica e solda.

    Fabrica~ao de fios, cabos e condutores eletricos isolados

    Fabrica~aode pilhas, baterias e acumuladores eletricos

    Fabricacao de veiculo s

    Lavanderias e tinturarias

    M ANUALDETRATAMENTO DE EFl UENTES INDUSTRIAlS

    26

  • CAPiTULO 1 I CONCEITOS G ERAIS

    o proporciona rnelhor trato est atis tico as informacoes arm azenad as.

    A agenci a ambiental norte americana Environm ental Prot ect ion Agen cy - EPA, pro-moveu para cada uma das 33 categ oria s industri ais , estudos disconen do sobre as suasati vidades intrinsecas, de cada um a delas incluindo ca ra ct eriza cao de industrtas comdes cricao do s processos produtivos, qeracao de des pejos, preven ca o a poluicao, padroesleg ais de lan c;:amento e outros .

    A classificacao por crtterio s am bientai s permite t arnbern estabelec er padrces deemissao e de qualidade com base em vazoes rnassi ca s associando 0 volume e a cargapo luidora de um det erminado despejo industrial a unidades de producao como, perexemplo, m s/ton ou Kg/ton .

    Num a industria de pape l e celu los e, por exemplo, pode-se associar volu m es e con -centracces de despejo in du stri al por t on elada de p apel ou celulose produzida, limitan-do -se 0 lanc;:am ento em curso d'aq ua com base em vazao volu rnetri ca e vazao m as sicado pararnetro especifico ca ra ct erist ico do despej o.

    ATabel a 1.1 fo rn ece alg un s exernplos de associacoes ent re os parametres e as unida-des de prcducao.

    Estas as sociaco es permitem fazer ext rapolacoes no caso de aumento de prcducaoou m esmo est im ar vazo es e cargas poluidoras de efluentes de indust rias ainda em fas e

    TABELA 1.1

    Bases para associaeao de parametres com unidades de produeao para alguns tipos deindustrias

    Origem dos DespejosPapel e Celulose

    Frigorifieos

    CervejariaCurtume

    Galvanop lastia

    Amido

    Matad ouro

    Carne enlatada

    Aves

    RefinariaSS- S6lidos em suspensaoDBO - Demanda Bioquimica de Oxigcnio

    BasesKg DBa ou SS/ton de papel; m3/ton de papel ou polpa de madeira ou polpa

    ____b_ra_nqueada _Kg DBa ou SS/ton de res abatido; m3/ton de res abatido

    Kg DBa ou SS/litro de eerveja; m3/litro de eervejaKg DBa ou SS/ton de pele eurtida ; m3/ton de pele eurtida

    "'--""'......,.~~

    mg (metal) /m2 de area galvanizadaKg DBa ou SS/ton de rnilho ou batata; m3/ton milho ou batata

    Kg DBa ou SS/ton de carcaca; mv ton de carcaca

    Kg DBa ou SS/ton de carne enlatada; m3/ton de carne enlatada

    Kg DBa ou SS/ton de ave abatida; m3/ton de ave abatida----

    Kg DBa ou SS/ton de petroleo ern; m3/ton de petr6leo em

    MANUA L DEr RATAME NTO DE EFl UENTES INDUSTRIAlS

    27

  • CAPiTULO 1 I CONCEITOS G ERAIS

    de implantacao. 0 estabelecimento destes indices pode tambern servir como base paracornparacao entre efluentes de industrias que produzem produtos similares.

    Para a obtencao de stes indices e necessario cumprir uma campanha de monitora-mento em periodicidade e frequencia compativeis com a natureza do processo pro-dutivo de forma a se poder associar, com sequranca, os dados dos diversos parame-tros medidos com a unidade de prcducao previamente selecionada com base em suarepresentatividade.

    1.4 PROCEDIMENTOSVISANDO0 TRATAMENTO DE DESPEJOS INDUSTRIAlS

    Alternativas de dlsposkao finalo tratamento de despej os por parte da atividade industrial objet iva fundamentalm ente naoso atender os padr6es legais ambientais de lancarnento em corpo hidrico ou em sist em aspubli cos de esgotos sanit arios, como tambern eventualmente os de reuse,

    No lancamento em cursos d'aqua devem ser atendidos, alern dos padroes de emissao("end of pipe"), tarnbem os padr6es de qualidade do corpo recept or. Neste caso e usual seprom over 0 tratamento completo em bases tecnicas e economtcas .

    No caso de tnterliqa cao em sistema publico dot ado de estacao de tratamento ade-quada ha necessidade de se atender as exiqencias do orqao responsavel pe la operacaodo sistem a publico, para nao prejudicar a integridade da rede coletora e 0 processo detratamento.

    Outra po ssibilidade e 0 reuse direto, ou sej a a reut ilizacao do efluente na prop riafonte geradora mediante a adocao de tratamentos destin ados a atingir padr6es de reu-so compativeis com as necessidades da indu stria, desde que econ omicamente viaveis.

    Entretanto,antes de se implementar dispositivosde tratamento eimprescindivel estabelecerestrateqias que visem a prevencao a poluicao e a rntntrnizacao de despejos. (Ver Figura1.1)

    A Producao Sustentavel ("produ~ao+ limpa")A prevencao da poluicao industrial inicia-se na ottrnizacao do usa de rnatertas-pri-

    mas, in sumos e energia na prcducao, isto e, nao considera apenas os meios economica-mente mais baratos de prcducao, mas tarnbern cria a sustentabilidade ambiental.

    Dentre as praticas uti lizadas para alcancar estes objetivos destacam-se:

    o rnirurntzacac da prcducao de residues (liquidos, solidos e gasosos) , atraves dautilizacao de proce ssos produtivos otimizados ("economia de atomos").

    o possibilidade de eltmin acao de poluentes na or igem atraves da substituicao dedeterminadas rnaterias - prim as ; na impraticabilidade de substttuicao de materia -pr ima de vem ser avalia das as po ssibilidades de reciclagem ou reuse de parte dos des-pejos gerados intern a ou externamente a planta industrial.

    o operacao em ciclo fechado ate onde for tecnica e economicamente viave l:

    MANUAL DETRATAMENTODE EFLUENTES INDUSTRIAlS

    28

  • CAPiTU LO 1 I Co rscs rr os G ERAIS

    o implernentacao de um pr ogram a cont inu ado de gere nciamento de resi duos(eflu en tes liqu idos, emissao e residues solidos):

    o praticas de reciclagem e de reuse de aquas:

    o utilizacao no processo produtivo de produtos qu lmicos (reagent es ou solventes)menos t6xicos que os produtos convencion ais com o exemplo, 0 incremento da ut ili-zacao de fluidos em fase densa (fluido s supercrit icos), como 0 C0 2 ou liquidos i6n icosutilizados como substitutos de solventes t radicionais;

    FIGURA 1.1

    ALTERNATIVASDE DISPOS](;AO FINAL DE DESPEJOS INDUSTRIAlS

    r-----------FO;~E GERADORATh~V~~i----------1I II I

    REUSO INTERNO I " PRODUC;AO + L1MPA" :MINIMIZACAO DE DESPEJOS :

    RECICLAGEM :I

    I IL J

    REUSO EXTERNO

    EFLUENTE TRATADO

    IREUSO INDIRE TO

    (*) 0 termo "efluente pre t ratado" e usualmente adotadopara lanc;amento em sistema publico de esgoto s

    EFL UE NTE PRE-TRATADO

    r----- ---- ----: r---- - - - .L......O= = '-='=jII

    : '--- --- ,--- - - --'I

    : r---- - - - .L-- - - --,IIII

    REUSO INDIRE TO

    Minimiza~ao de des pejos ("housekeeping")Antes da conc epcao ou reabt litacao de um sistem a de tratamento de despejos, al-

    guns procedim entos inici ais sao necessaries a fim de se conhecer plenamente as carac-teristicas dos despejos gerados na industria, tai s como a natureza das fon tes de gera-cao, composic ao quimica, quantidades, variacoes,periodicidade e frequencia de qeracao.

    Est a at ividade deve ser des empenhada tao detalhadamente quanta possivel. Deve serlevada em conta a localizacao de t odas as fontes gerado ras, as qu ais devem ser mapeadas

    MANUAL DE TRATAM ENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAlS

    29

  • CAPiTU LO 1 I CONC EITOS G ERAIS

    assim como as redes de aqua de suprimento e a rede de coleta de efluentes.Em seguida, deve ser montado um plano que vise a plena caracterizacao quantitativa e

    qualitativa dos diversos flu xos em uma -peT10dk1dade e fTeq\:&nc1a denn1das em coniorrm-dade com a natureza de cada descarga.

    as parametres e serem medidos devem abranger as padrces legais de lancamento, aspadroes requeridos para eventual reuse e aqueles necessaries ao dimensionamento do sis-tema de tratamento.

    Podem ser adotados crit erios de rnedicao baseados nas concentracoes do conteudo or-qanico au substancias especifi cas nos efluentes (relacao m assa / volume) au com base emcriterios de producao (relacao massa e/ou volume - quantidade de materia prima utilizadaau produto acabado).

    No caso de tndustrias que possuam varies processos geradores de despejos que ope-ram independentem ent e econveniente montar um balance de massa individualizado paracada processo, complementado pa r um balan ce consolidado global para toda a industria,devidamente checado a part ir de rnedicao qualitativa e quantitativa do efluente geral du-ran te um periodo de tempo representativo.

    a balance de massa consolidado proporcionara dados adequados para a identiftcacaode potenciais areas onde as praticas volt adas a rnmtrntzacao de efluente s e prevencao depoluicao poderao ser implementadas.Adicionalmente a balance de massa sera util na defi-nicao do tipo do sistem a de tratamento.

    a balance de massa completo contendo vaz6es e as cargas poluidoras dos diversos flu -xos e a ferramenta adequad a para permitir ao gestor a controle e a reducao de poluentesvisando reduzir concentracoes e volumes de efluentes que necessitam de tratamento.

    as beneficios da red ucao de volum e de descargas de efluentes atraves da recicJagem,reuse au outros metodos de conservacao pode ser melhor conseguido economicamentecom a im plant acao de t ratamentos localizados de menor porte e menos onerosos devido areducao da variabilidade das descargas. Contudo,deve ser observado que a simples reducaode volumes dos despejos pode acarretar a elevacao da concentracao de poluentes. Este fatodeve ser avaliado quanta a um eventual im pacto no processo de tratamento existente au aser implantado na industria. -

    as metodos utilizados visando a mintmizacao de efluentes inicia com boas praticas deqestao ambiental , incluindo :

    o envol vimento de t od o a pessoal de fab rica, desde a alta di rec ao, e em particulara qerencia de' meio ambiente, quanta as responsabilidades inerentes aos objetivos aserern alcancados :

    o irnplernentacao de program as intern as e extern as de t reinamento de pessoal;

    o supervisao mais restrita pelo pesso al de fabrica a fim de propiciar eficiencia de produ-cao e rnmtmtzacao de residues: e . '

    M ANUAL DETRATAMENTO DE EFlUENTES IND USTRIAlS

    30

  • CA PiTULO 1 I CONCEITOS G ERAIS

    o implementacao de um rigido programa de controle de qualidade evitando a fabrica-cao de produtos fora de especificacao. Contudo, no casa dessa qeracao acontecer, nao diri-mir esforcos para a reformulacao dos produtos em desconformidade.

    Os tipos de intervenc;:6es objetivando mtnimizacao incluem:

    Derramamento e vazamentosPodem ser evitados au minimizados mediante as seguintes medidas:

    o implernentacao de uma rede de monitoramento visando alertar a pessoal de fabricaquanta aocorre ncia de eventuais episodios de derramamento au vazam entos ; e

    o disponibilidade de conjuntos moto-bombas, geradores au outros equipa me ntos si-milares de reserva em sit ios estrate qicos a fim de propiciar pronta substituicao dos equipa -mentos originais em decorrencia de mau fun cionamento au colapso .

    Segrega~ao, limpeza e reaproveitamento de produtosSao efet uados atraves das segu intes providenctas:

    o implementacao de redes de drenagem segregadas por tipos de efluentes, como es-gatos sanitarios, aquas pluviais, aquas pluviais contaminadas, despejos fortemente acidos ,despejos fortemente alcalinos, despejos com cromo he xavalente, despejos com cianeto,despejos com produtos clorados, despejos com produtos nao-clorados, oleos emulsionadosetc;

    o evitar, tanto quanta possi vel, a contaminacao de aquas pluviais .

    o seqreqacao de liquidos classificados como "residues solidos" (de acordo com a concei -to prescrito na NBR l 0004) para dtsposicao fin al adequada;

    o ut tlizacao de "pigs " para limpeza de tubulacao propiciando a ret irada a seco de produ-tos impregn ados n as paredes,

    o ut ilizacao de tubulacoes lisas de m aterial ap ropriado a fim de impedir adesao de subs-tancias nas paredes intern as evitando-se desperdicios com lavagem ; e

    o utilizacao de bocais visando a formacao de liquidos de alta pressao para proporcionara red ucao do consumo de aqua:

    o reutihzacao de solventes utilizados em limpezas a fim de reduzir as quantidades des -tes produtos, me smo as muitos "sujos"as quais podem ser recuperados por destilacao. e

    o formular previamente, em escala de laborator io, amostras oriundas de grandes

    MANUAL DE TRATAM ENTO DE EfLU ENTES IN DUSTRIA lS

    31

  • CAPiTULO1 I CO NCEITOS GE RAIS

    volum es de "batchs" ant es da sua formulac ao em escala in dust rial a fim de evitar riscosde obten cao de produtos fora de espectficacao .

    o implementar programas de reciclagem e reuse abrang endo 0 proprio processo, e ou-t ros usos menos nobres

    Reciclagem e Reusoo reuso pode ser direto ou indireto. 0 reuso direto ecaracterizado quando 0 despejo,

    ap6s sofrer um processo de t rat am ento, euti lizado na propria font e qu e 0 gerou (reuso "inplant") ou em outras fontes qeradoras, (reus e "ofj plant").

    Areciclagem euma forma de reuse direto e se verifica quando e feito em direcao ao pro-pr io equipamento gerador de despejo.

    Ja 0 reuse indireto se caracteriza pelo aproveitamento do efluente t ratado poremdilu ido previamente nas aqu as do corpo receptor on de foi lancado.

    Tratamento "in plant"Os tipos de tratamento tecnicamente mais apropriados adepuracao de determinado des-

    pejo industrial dependem fundamentalmente dos seguintes fatores:

    o cara cteristicas do despejo:o natureza do corpo rec ep tor (hidrico ou sistema publico de esgotos) e grau de t ra-

    tamento n ecessario para la ncarnento.o possibili dades de reuso

    A caracterizacao do despejo esta associ ada a seus aspectos quantitativos (vazao, pe -riodicidade e fr equencia) e qual it ati vos (caracteris ti ca s fisicas, quimicas e bi o1 6g icas).

    o grau de t rat am ento esta associado ao s padroes legais at ribuidos ao corp o recep-t or do despejo (cursos d'aqua au sist em a publico de esgotos sanitarios) au aos pa-droes de reusa (intern a au externo) . Quando 0 lancarn ento e feito em rede integrantedo sistema publico de esg otos san ttarios dotado de Est acao de Tratamento de Esgotos(usualm en te bio16gica), a t rat am ento "in plant" e den om in ado de pre-tratament o. Econcebido de forma a at en der aos padrces de lancarnento exigidos pe la operado ra dosistema, objetivando proteger a rede de coleta e a eficacia do processo de t ratam ento,bem como pe la aqe n cia ambiental.

    Com relacao aos reuses di retos nao po taveis, os padrces serao estabeleci dos pe loeventual usuario intern a (ou extern0) com base na qualidade de aq ua alm ejada par aprocesso, util idades ou para usos menos nobres.

    1.5 METODOS DE TRATAMENTO: PROCESSOS E OPERACOES UNITARIAS>

    A rernocao dos contaminantes presentes em efluentes industriais se da atraves dem etcdos fisicos, qui m icos e bio1 6gi cos envolven do pro cessos e opera cc es unitari as denatureza fisica, quirn ica e bio16gica utilizadas isoladamente ou em uma multiplicidadede combinacoes .

    MANUAL DET RATAMENTO DE EFlU ENTES INDUSTRIAlS

    3 2

  • CAPlTU LO 1 I CO NCEITOS GE RAIS

    Metodos de t rat am ent o nos quais as forcas fisicas prevalecern sao denominados deoperacoes unttarias . Quando a rernocao dos contaminantes e feita par reacao quimicaau bio16gica configuram-se processes unit ar ios .

    Os processas fis icos sao caracterizados pel o predominio de forcas fisicas e inc luemgradeamento , peneirarnento, filtracao, sedimentacao e flotacao.

    Ja nos pro cesses quirnicos, como floculacao, adsorcao e oxidacao /reducao, a rerno-cao au conversao de poluentes e real izada pe la in troducao de prcdutos quimicos aupela ocorrencia de outras reacoes quimicas .

    Na separacao de fase s, a fase s6 lida form ada, em muitos casas, coritera as cons -tituintes que reagiram com a prcduto quimico adici onado; ouentao ele sera ape -nas removido permanecendo isolado, porern sem ter reagido. Na adsorcao, a rerno -cao de componentes especificos dos despejos se dara sabre superficies s6 lidas parm eio de forc;:as de atracao de varias nature zas .

    FIGURA 1.2

    TRATAMENTO DE EFL UENTES SOB VARIOS NjVEIS DE DEPURACAO

    FONTE GERADORA

    TRATAMENTO VISANDOATENDIMENTO AOSPADRCES LEGAlS

    ESTACAO DETRATAMENTODE ESGOTOS

    TRATAMENTO VISANDOREUSO

    ATENDIMENTO ADIVERSIDADE DE

    PADRCES DEREUSO

    1PROCESSOS PRODUTIVOS

    OU UTlLlDADESESPECiFICAS "INPLANT" OU "OUT

    PLANT"

    (*) 0 termo "pre-tratarnento" e usualmente reservado ao condicionamento do des-pejo industria l para lancarnento em sistema pub lico

    M AN UAL OETRATAM ENTO DE EFLUENTES IN DUSTRIAIS

    33

  • CA PiTU LO 1 I CONCEITOS GE RAIS

    AS processos bio1 6gicos sao utili zados na rernocao de poluentes devido a at ivi-dade bio16gica em que as substancia s orqanicas biodeqradavets (coloidal ou di s-solvida) sao converti das em gases, desp rendendo-s e para a atmosfera, ou entaosendo absorvidos pelos tecidos ce lulares dos microorganism os .

    Alern da rernocao da materia carbonacea, 0 tratamento bio16gico po de t am bern se rutili zad o para rem over nutrien t es (rr itro qenic e f6sforo ) dos efluentes.

    Hist oricam ent e, em saneam ento basico, no que se refere a fas e liqu ida, era comumagrupar os processos e operacces unitarias de forma a se obter os varies niveis de tra-t am ento. as t ermos "trat am ent o prelim in ar" e "pn rnari o'", por exemplo, se refe riam aprocessos fisicos , enquanto 0 t ratam ento "secun dario" se referia a processos bio16gicos,eo tratamento "t erciario" dizia respeito a uma cornbinacao destes, complementadospor t ratamentos fisico-qu im icos.

    Atualmente,o conceito e estabelecer 0 nivel de rernocao requerido em funcao de pa-droes de ern issao ou de reuse e depois entao selecionar 0 tipo de processo ou operacaoun ttaria mais adequada com base na natureza dos contaminantes.

    as po luentes contidos nas aquas residuarias industria is podem ser agrupados empoluentes convencionais, nao con ven cionais e emergentes.

    Polu entes conv en cionais sao principalmente pH; 6leos e graxas; s6lidos e Dem an daBioqui m ica de Oxiqen io (DBa).

    Poluentes n ao convenci on ais abrangem : nttroqeni o (amoniacal, nitrato e orqa-ni co): cromo he xavale nte; Demanda Quimica de Oxtqen io (DQO); fluoreto; in gr e-diente s ativos farmaceuticos. pesti cidas ; fe n6is t otai s; f6sforo t ot al ; Carb on o Orqa-nico Total e Poluentes Prioritarios (cianeto; metais ; compostos or qa nico s volateis esermvola tets , e compostos orqanicos t 6xico s t ot a is).

    Poluentes em erg entes sao produtos sint et icos or iqlnarios prin cipalmente da indus -t ria quimica farrnaceutica e de cosmeticos . as principais sao os disrupt ores end6crinos(DE) , biocidas, retardantes de chamas, compostos enzotiazois perfluorados, ftalatos,h orrnoni os e outros.

    Tan to em processos bio16gicos como nos nao bio16gicos 0 mecanisme das reacoes detransforrnacao de com postos orqanicos envolve a quebra de liqacoes quim icas com a con -sequente formacao de novos compostos. Substancias inorqan tcas , como metais, embo raestaveis,podem, em decorrencia de re acoes de oxi-reducao, alterar suas valencias, influen-ciando seu comportamento no meio ambiente (prectpit acao, por exemplo).

    Embora as t ransforrnacoes nao bio16gicas de poluentes orqanicos n orm alm en t e n aoinduzam a mintm izacao destes compostos (transfor rnacao em gas carbonico e aqua) ,estes processes podem acarretar condicoes para 0 sucesso de uma deqradacao bio16-gica subsequente de compost os originariam ent e recalc it ran te s (compostos biorefrata-rios que se degradam lentamente).

    Fazem excecao a esta regra os processos oxidativos avancados que tern se revel adocapaz de, em m u itos casos, conduzirem a rrun irntzacao total de alguns contam inantesorqa nicos atraves de reacces de hidr 6lise e oxidacao-reducao (redox), pri nc ipalmente.

    2 0 lodo prlmario, contudo, eusualmente submetido a tratame nto biol6gico anaer6bio em disgestores

    MA NUA L DET RATAMENTO DE EFl UENTES INDUSTRIAlS

    34

  • CAPiTU LO 1 I CONCEITOS GERA IS

    a s principais pro cesses un ttarios de t rat amento utilizados na rern ocao de contamin an- ',tes especificos sao os segui ntes:

    TABELA 1.2

    Principai s processos e op eracoes un itarias de t rata mento aplicados a algunsconta minantes

    Contamin ntes Processes e Operaedes Unitar ios

    Fosforo

    itrogenio

    Patogenos

    Metais pcsados

    S6lidos di olvidos

    Organicos Refratarios

    Orsanlcosvolateis

    Organicos biodegradaveis

    S6lidos em suspensao

    6 cose GraxasSeparacao por gravidadediferencial

    IFlotacaoI Filtracao por membranaPeneiramemoRemocao de areiaSedimentacaoFiltracao

    Flota~Coagulacao / sedimentacao

    I LOO at vados e suas m a ida eIFiltros bio16gicosI Reatores biol6gicos ro ativosILagoasaeradas e de estabilizacao e suas associacoesSis emas anaer6bios" Stripping" ~====Adsorc;ao em carvao a ivadoCloracao

    Hipoclora~oOzonizacaoUVTratamentos biol6gicos"Stri ing" de arne niaTroca ionica~===="--'======~ Clora~aoCoagulacao

    Tratamento bio16gicoAdsorcao com carvao ativadoPrecipi a

  • CAP iTULO 1 I CONC EITOS G ERAIS

    Processos bio16gicos, por sua vez , sa o os m ecanismos t radicion ais para a obten-c;:ao de condi coes de rnirri rni zacao de com postos orqan icos bi od eqr adavet s n aturaise sinteti cos.

    As tecnologias aplicaveis em tratam ento de efluente podern ser agrupadas da seguinteform a:

    TRATAMENTOS FislCOSSao operacoes unitarias em que atuam forcas fisicas pro moven do a separacao de fases,

    de modo a que cada uma destas fases segregadas sofra tratamento s esp ecificos ou cornp le-mentares .Os t rat am ent os fisicos sao caracterizados pelas seguintes proces se s:

    separacao de faseso (sed trnent acao, decant acao, flot acao, centrifuqacao)

    transicao de fa seso (dest ilacao, evaporacao e cristaltzacao)

    transferencia de faseso (adsorcao, "st ripping"e extracao)

    separacao molecularo (rnicroftltracao, ultrafi ltracao. nanofiltracao, osmose reversa e eletrodialise).

    o t rat am ento fisico nao e cons iderado propriamente uma depur acao , um a vez que seconfigura como uma transferencia de fases , sendo um a delas concentrada de poluentesou contamin antes. Isto pe rm ite que cada uma dessas fa ses sofra t rat am ento ou disposicaoespecifica .

    Outro aspecto em que 0 trat am en t o fisico se reveste de gran de importancia e a suaviabilizaca o para as fases sub sequ en tes de trat amento, um a vez que pe rmite a reti radade determinados poluentes refratarios do fluxo principal de despejos. Propi cia ass ima de pu ra cao por processos bio16gicos, por exem plo, ou mesm o par a outros processesfisicos avan c;:ados como osmose revers a.

    As pr incipals operacoes unitarias utilizadas em t rat am entos fisicos de efluentes sao asseguintes:

    o Gradearnent o / Penei ramentoo Sedimentacaoo Sep aracao por gravidad e diferencialo Hotacaoo Filt racaoo Aeracaoo "St ripping"o Adsorcao

    M ANUAL DETRATAMENTO DE EFlU ENTES INDUSTRIAlS

    36

  • CAPiTULO 1 I CO NCEITOS G ERAIS

    o Elet rodialise

    o gradeamento OU peneiramento e uti lizado na separacao de s6lidos grosseiros irnpe-dindo obst rucao e dan os as unidades e equ ipam ent os de jusante.

    Sao utilizados, para tant o, diferentes tipos de grades ou pen eiras. As grades sao c1assifi-cadas quanta ao espac;:ame nto das barras poden do ser do tipo "qrossa" ou "fina", ou aindaserem de limpeza manual ou mec anizada (grades finas).

    As peneiras podern ser do t ipo inclinada ou de tambor rotativo. Podem ser fabr icadascom espac;:amento reduzido,0 que permit e sua utilizacao em lugar do~ t anques de sedimen-tacao em t ratam ento prirnario os quais ant ecedem processes de trat amento bio16gico.

    A sedimentacao e a decantacao, por gravidade, de parte dos s6lidos em suspensao con-t idos nos despejos.

    Ostanques de decant acao podem ser de formato retangular au circular. Em ambos os cases,a arraste de lodo acum ulado na superficie de fun do do decantador,para posterior remocao,pedeser manual ou mecanizado.Aretirada de lodo do fun do do decant ador pode ser feita par gravi-dade atraves de descarga hidrostatica ou por meio de recalque.Escuma acumulada na superftciepode tambern ter rernocao manual ou mecanizada.

    A separacao por gravidade diferencial em tan ques sifonados e aplicada a despejos quecarre iam mat eriais com densida de real ou aparente men or que a aqua, como materiais flu-tuantes (6leos e graxas nao soluveis e nao emulsionados) . A separacao pede ser manual("tr app") ou mecanizada at raves de dispositivo constituido de placa lisa rnetalica em cujasuperficie 0 6leo livre adere por t ensao superficial.

    Flotacao a ar dissolvido (DAF) e ut ilizada para a remocao de s6lidos em suspensao comdensidade aparent e menor que a aqua tais como fibras.Oleos soluveis e emulsionados tam-bern podem ser removidos por flotacao desde que previam ent e floculados com produtosquimicos .

    o processo de flotacao consiste na saturacao de parte do desp ejo ou do recic1ado trat adocom ar sob pressao com cerca de 4 kq/cmz apes um tempo de detencao de cerca de 3minuto s.Bolhas de ar microsc6picas carreando s6lidos em suspensao sao liberadas a pressao atmos-ferica. assomando a sup erficie do tanque de flotacao. 0 lodo formado e removido mecanica-mente atrave s de um raspador.

    Filtra~ao eum a operacao de separacao s6lido -liquida em que a fase liquida passa atravesde um meio poroso ocasionando a remocao de pa rticulas finas em suspensao.

    o processo de filtracao e tarnbern util izado em t ratam ento t erciario de desp ejos,obj et ivando a rernocao t ot al de s61ido s em suspensao carreados por efluent es de t rata-m ent os bio1 6gicos ou qu imicos apes decantacao.

    Os meios filtrantes mai s comument e utilizados sao areia ou carvao ativado ou mesmoplastico (filtro de cartucho).

    Microfi1tra~ao (MF), Ultrafiltracao (UF), Nanoflltracao (NF) e Osmose Reversa (OR) saoprocesses de filtr acao avan c;:ados que utilizam membranas serniperrneavets de diferentesporosidades .Tais processos permitem a separacao tambern de s6lidos dissolvidos (molecu-las e ions).

    Aerac ao pede ser uti lizada para forc;:ar "stripping" de compostos orqanicos volateis (VOCs)

    MANUA L DETRATAMENTO DE E'LUE NTES INDUSTRIAlS

    37

  • CA PiTULO 1 I CONCEITOS GERAIS

    ou N-NH3. 0 "stripping" de VOC ocorre quando 0 ar en tra em contato com 0 despejo. Nestascondicoes os VOCs sao t ransferidos do despejo para 0 ar.

    o "stripping" pede t arnbern ocorrer sim ultaneam ente (de forma nao desejada) com am et ab olizacao bio16gica em um t an que aerado util izado em trat am ento bio16gico.

    Adsor~ao e a acumulacao de poluentes que estao dissolvidos em um despejo sobre umasuperficie s6lida como 0 carvao ativado granular (GAC) colocado em recipientes formandoum leit o filt rante.Carvao ativado em po e tam bern utilizado, misturado abiom assa, em pro -cessos bio16gicos de depuracao (lodos ativados ou em sistemas de biomassa fixa).

    Hetrodiali se (EDR) e na realidade um pr ocesso fisico-quimico em que uma correnteeletrica induz a uma separacao parcial des component es de um despejo. A separacao efeit a alternadament e por m eio de m embran as seletivas cat i6n icas e ani6n icas. Qu ando acorrente e aplicada, cations passam atraves de membranas t rocadoras de cat ions em umadirecao, enquanto que anions, de forma analoqa em membranas trocadoras de anions,seguem em outra dire cao .

    TRATAM ENTOS Q.UiMICOSo tratamento quirnico remove solidos em suspensao e coloidais, nutrientes e metais

    pesados alern de modificar, por reacao, a estrutura de cornpostos orqanicos persistentes,t orn ando-os acessiveis ade qradacao bio1 6gica.

    Os principats processes unitartos utilizados em tratamentos quirnicos de despejossao os seguintes:

    o acerto de p Ho precipitacao quimicao oxi-reducaoo t roca-tonica

    o acerto de pH e realizado com inurneros objetivos: enquadram ento dos despejos emuma faixa adequada para lancam ent o em corpo hidrico ou sistema publico de esgotos sa-nitarios , obtencao de p l-ls 6timos visando propictar condicoes para a rernocao de m et aispesados, oxidacao de cianeto, reducao de crorno e rernocao de amonia,f6sforo etc ., garantircondicoes de operacio nalidade em processes como osmose reversa, troca toni ca e out ros :garantir a funcional idade de processos bio16gicos de t rat am ento aer6bicos e anaer6bicos,dent re out ras aplicacoes.

    Para proptciar 0 ace rto de pH adicionam-se acidos (H2S04 , H(1) ou gas carboni co, oubases [Ca(OH)2, NaOH] ou Na2C03. A neut ralizacao pode se processar em um unico tanqueou em multiples estaqios podendo ser automatizada (reage ntes sao adicionados automat i-camente per tndicacao de elet rod os de p H).

    Coaqulacao e floculacao,fenomenos sequenctais, sao aplicados na rernocao por precipi-ta~ao quim ica de material coloidal e s6lidos em suspensao contidos em um despejo indus-t rial. Para t ant o, coagulantes e flocul ant es e ate mi croareia sao adicionados para pe rmitir aformacao de flocos que decantam ou flot am gerando lodos que necessitam ter disposicaofinal adequada.

    MANUAL DE TRATAME NTO DE EFl U ENTES IN DUSTRIA lS

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  • CA PiTULO 1 I CONCEITOS G ERAIS

    Processo de Oxidacao - Reducao (redox) e utilizado na reducao, per exemplo, de cromohexavalente para sua forma trivalente ou a oxidacao do cianeto para sua forma m enos to -xica, o cianato.

    Para tanto, sao respectivamente utilizados agentes redutores (ex. m etabissulfito desodto) ou oxidantes (cloro ou ozona) .Outros agentes oxidant es utilizados em t rat am entode efluentes sao 0 peroxido de hidroqento e 0 dtoxido de cloro, entre outros.

    Os Processos Oxidativos Avan cados (POA),baseados na qeracao de radicals hidroxila (DOH)obtidos por meio de oxidantes enerqicos (peroxide e ozonic : UV e outros), t ern side utilizadosna deqradacao quimica de vartos compostos orqan icos recalcit rantes. .'

    Processos de troca ionica sao uti lizado s t ambern na rernocao de amenia,metais pesadose outras subs tancias tnorqanicas dissolvidas . Neste processo, ions de determ inado tipo saodeslocados de um m aterial solido insoluvel de t roca (resina) per ion s de diferentes esp eciesem solucao. Utilizam-se resina s cationtcas, an ionicas e nao -iontcas, conform e sejarn as ca-racteristicas das substancias a serem removidas.

    TRATAMENTOS BIOLOGICOSOSt ratam entos bi oloqicos sao utiliza dos par a a re ducao do cont eu do orqan ico bio-

    deq rad avel de um de sp ejo (DBO). Propi cia t arnbern, sob dete rminadas condicoes. n itri-ficacao e denttrtftcacao do despejo. Ecapaz de reduzir compost os orqa nicos de estru-tura mo lecular com plexa, desde que pre-tratados quimicam en te e sob a acao de umabiom assa aclimatizada.

    Os principals processes bioloqicos utilizados na depuracao de despejos indust riais saoos seguint es:

    Processos aerobicoso lodos ativadoso lagoas aeradaso lagoas de est abilizacaoo filtros bioloqicoso contacto res btoloqicos rotativos

    Processos anaerobioso reato res anaerobios de fluxo ascendente (UASBe EG SB)

    o processo de lodos ativados t oma lugar em um t anque de ae racao onde a biom assade microorgan ismos m etaboliza a m at eria orqanica. 0 suprimento de oxiqenio e realizadoatraves da injecao de ar (difu sores ou aeradores) ou utilizan do-se oxiqento puro. 0 " l iqu-or" formado segue para um tanque de decantacao (ou flot acao) para separacao de fases(modernamente a separacao de fases esta sendo feita per m eio de me mbranas - MB R- deultraftltracaol.O lodo separado e reciclado de volta ao tanque de aeracao aproveitan do-sea biomassa form ada. 0 excedente de biomassa e des cartado. 0 processo opera sob fluxocontinuo de vazao ou em bateladas.

    Lagoas aeradas sao processes similares a lodos ati vados, exceto pelo fato de nao preve -

    MAN UAL DETRATAME NTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS

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  • CAPiTULO1 I CONCEITOS GE RAIS

    rem separacao de fases para fins de clarificacao e reciclo de lodo.Lagoas de estabilizacao sao processos aerobics,facultativos e an aerobios nao mecaniza-

    dos construidas em grandes tanques geralment e escavados em terra.Filtros bioleqicos consist em de um leito dren ante de pedras ou de meio plastico que

    permitem a percolacao do despejo.Abiom assa presa ao substrate solido promove a deq ra-dacao da mat eria orqanica.

    Discos ou contactores bioloqicos rotativos consistem de um rotor horizontal fabricadocom elementos plasticos, solidarios a um eixo disp ost o paralelament e a um tanque. En-quanta 0 despejo flui atraves do t an que 0 rotor gira lentamente sobre ele parcialmenteimerso. Nestas condicoes 05 microorganismos pre sos ao me io pla stico (biofilme) tern con-t at o com 0 conteudo orqanico do despejo, metabolizando-o. De modo analoqo, de formaciclica, est es micro organi smos tern tambem contato com 0 ar atrnosferico,

    Outro s proce ssos aerobios/an oxicos hibridos associam a tecnologia de lodos at ivadoscom a de biofilme . Neste caso introduz-se no reato r aerobic ou an oxico pequenos cartuchosplasticos, suportes de biomassa, que se movem livremente imersos no reator propiciandointi mo contato com 0 substrato (processo MBB R).

    0 5 processos anaerobios sao utiliz ad os normalmente para dep uracao de despejos comalta carga orqanica, como 0 despejo de industrias alimenticias (matadouros, cervejarias,acucar e alcool, frutas e outras).

    Tern como desvantagem serem mais sensiveis a dtsturbios decor rentes de flutuacao devazao e cargas , bem como exiqirern maiores cuidados qu anto aintegridade da biomassa,alem de riscos de odores.Terncomo vant agem 0 fato de nao requerer gastos de energia paraaeracao e, ao contrario,produzir energia a partir do metano.

    o proce sso de tratamento an aerobic mais utili zado e0 reato r anaerobic de flu xo ascen -dente (UASBou EGSB).Trata-se de um reato r de leito fluidizado contendo uma biom ass aque recebe 0 despejo sendo imediatamente metabolizado.

    Este processo e menos eficiente que os processos aerobics como lodos ativados em ter-mos de rernocao de carga orqanica, mas sua utilizacao como pre-tratarnento ant ecedendoa um t ratamento aerobic visando desbastar a carga orqanica inicial e viavel.

    M ANUAL DETRATAMENTO DE EFl UENTES INDUSTRIAlS

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  • CAPiTULO 2 I LEGISlA~AO BAsl CA RElATIVA AOS E FlUENTES.I ND~STR IA I S

    o Capitulo 2... ..

    LECiISLACAO BASICA. ~

    RELATIVA AOS EFLUENTESINDUSTRIAlS

    Discorre sobre a leqislaciio basica ambientalaplicada ao controle de poluicdo industrial.

    Inicia com um hisiorico sobre as normasambientais, citando os principais diplomas

    que nortearam 0 arcabouco juridicoambiental brasileiro. Trata de aspectosliqados ao licenciamento ambiental e

    identifica os orqiio: afetos ao Sisnama.

    MAN UAL DE TRATAMENTO DE EFl UENTES IN DU STRIAlS

    41

  • CAPiTULO 2 I LEGISLA
  • CAPiTULO 2 I LEG I S LA~AO BAslC A RELATIVA AOS EFLUENTES INDUSTRIAlS

    do C6digo regulava a naveqacao,portos, caca e pesca,de rivacao, desobstrucao e a tutela dos .direitos da admtnistracao e dos particulates.

    Finalmente,o Livro III cuidava das Forcas Hidraulicas - Requlamentacao da Industria Hidrele-t rica abrangendo energ ia hidraulica e seu aproveitamento, propriedade das quedas d'aqua, as-sim como reservava capitulos inteiros dedicados a Concessoes e Competencias dos Estados emautorizar ou conceder 0 aproveitamento industrial das fontes de energia hldraulica.

    Com referenda ao controle de poluicao 0 Artigo 98 vedava expressamente a poluicaodas aquas subterraneas ou "n ascente alhe ia", punindo 0 causador com 0 ressarcimento doseventuais danos causados. .'

    o C6digo de Agua s, em cornplementacac ao C6digo Civil, em seu'Artiqo 109, classi ficavacomo ate ilicito a contaminacao deliberada da aqua.

    o C6digo t raz em seu bojo t arnbem a possibilidade de retrtbuicac da utilizacao dos benspublicos de uso comum - com o a aqua - que, como reqra geral, era de carater gratuito.

    Anteriormente ao C6digo de Aguas, no Brasil, as primeiras posturas relativas ao discipli-n amento do meio ambi ente somente sao encont radas na leqislacao portuguesa que vigo-rou ate a promulqacao do C6digo Civil em 10 de janeiro de 1916, (Lei 3071 revogada pela lei10406/2002 ) que revogava a leqislacao do Reino e introduzia tambem algumas preocupa-coes santtanas e ambientais em seu conteudo (Art s. 563 a 587- Das Aguas) .

    No entanto,no campo ambiental , as ordenacoes mantinham preceitos avancados para aepoca como por exemplo 0 conceito de poluicao, protbi ndo-se a qualquer pessoa jogar tro-visco, barbasco, coca, cal ou qualqu er outre m at er ial que pudesse m at ar os peixes ou sujaras aquas dos Tics e dos lagos, sob pena de degredo e acoite (Ordenacoes Filipin as).

    Em 1de outubro de 1828 a leqislacao que deu novas form as as Camaras Municipais, emseu artigo 66 do Titulo III das Posturas Policiais, at ribuia as ditas Cam aras deliberar, entreout ros temas, acerca do "esgot ament o de pantanos e qualquer estaqnacao de aquas infec-tadas, sobre a economia e asseio de cunais e m at adouros publicos, sobre a colocacao decur tumes, sobre os de p6sitos de im undicies e tudo quanto possa alterar e corrornper a so-lubilidade da at mosfera" .

    Em 1890, com a prornulqacao do C6digo Penal Brasileiro (Decreto 847 de 11 de outubro de1890), foram tipificados 0 crime de envenenamento de fontes publicas e 0 conompimentode aqua potavel de usa comum ou particular.

    Ja 0 C6digo Penal Brasileiro de 1940 (Decreto - Lei n 2.848 de 7 de dezembro de 1940)dedicou um capitulo inteiro tratando dos crim es contra a saude pub lica (Capitulo III ). Emseu Artigo 270 sao previst as pun icoes a que m envene na aqua pot avel ou substancias ali-menticias ou medicinal.

    Por sua vez, 0 Artigo 271 estabelece penas de reclus ao ou detencao a quem "corrornperou poluir aqua potavel de us a comum ou particular, tornando-a trnpropria para consumoou no civa a saude",

    o C6digo das Aguas, ainda em vigor, esta, em grande part e, superado especialmente emseus Artigos 68 a 95 que trat a do ap roveitam ento das aquas particul ates, estando estasdisposicoes revogadas per serem publicas todas as aquas per forca da constit utcao federalde 1988. Contudo, as previs oes legais do C6digo de Aguas ainda sao utilizadas para dir imirrelacoes entre propr iedade s vizinh as (Freiria, 2009)

    M ANUAL DErR ATAMENTO DE EFl UENTES INDUSTRIAlS

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  • CAPiTULO 2 I LEGISlA~AO BAs lCA RElATIVAAOS EFl UENTES INOUSTRIAIS

    Outros dip lomas legais de tutela do meio ambiente que surgiram na pr imeira metadedo secul o passado foram 0 Decreto 16.300 de 31de dezembro de 1923 (Regulam ento de Sau-de Publica), 0 Decreto 23.793 de 23 de janeiro de 1934 (C6digo Florest al), 0 Decreto-Lei 794de 19 de outubro de 1938 (C6digo de Pesca) eo Decreto- Lei 1.985 de 29 de janeiro de 1.940(C6digo de Minas) .

    2.2 DECADA DE 60Ja nos anos 60 foram promulgados Leis, Decretos - Leis e Decretos introduzindo 0 C6digo

    Nacional da Saude e 0 Estatuto da Terra,bem como docum ento s legais abordando rnecanis-mos de protecao afauna e apesca.

    Em 25 de junho de 1961a poluicao das aqu as foi definida, no Artigo 3 do Decreto 50.877,como sendo "qualquer alteracao das propriedades fisicas , quimicas e bio16gicas das aquas,que possa irnportar em prejuizo asaude, asequranca e ao bern-estar das populacoes e ain-da comprometer a sua util izacao para fins ag ricolas , industriais , comerciais , recreativos eprincipalmente a extstencia normal da fauna aquatica" -

    Em 26 de setembro de 1967foi instituida pel a Lei 5.318,com bin ada com 0 Decreto-lei 949de 28 de janeiro de 1967, a Politica Nacional do Saneamento que t rat a do abast eciment o deaqua, sua fluoretacao, destino dos dejetos, drenagens, controle de poluicao, imundacoes eerosoes.

    Merecem destaque tambern , nesta decada, a prornulqacao de outros diplomas nor-mativos sobre recursos naturais : 0 C6dig o de Caca, Lei 5.197 de 3 de janeiro de 1967;o C6dig o de Pesca, Decreto-lei 221 de 28 de feverei ro de 1967; 0 C6digo de Minera~ao,Decreto-lei 31 8 de 14 de marco de 1967 e 0 Estatuto da Terr a, Lei 4504 de 30 de nov em brode 1964.

    Em 1967 a Lei 5.357, de 17de Novembro, estabelecia penalidades para ernb arcacoes etermin ais maritimos ou fluviais que lancassern detrit os e 6leos em aquas bras ilei ras .

    Nos anos 60, 0 en tao governo do antigo Estado da Guanabara promulgou uma le-qislacao especifica rel ativa a de spejos industriais re gulam entando cobranca de tarifae incentivos fiscais, bem como disciplinando 0 lancam ent o de despejos industriais emsis temas publicos de esgotos sanitanos atraves da fixacao de pararnetros de emissao.

    No ABC paulista, em 1968, a Comissao Int erm unicipal de Controle da Poluicao do Are da Agua (CICPAA) estabeleceu normas e lim it es par a lancarn ento de efluentes noscursos de aqua da bacia do rio Tamanduatei. Foram es t abelecidos limites para pH, DBO,6leos & graxas , materia em suspensao e residue total.

    2.3 DECADA DE}OA decada de 70 foi marcada como inicio da cons olidacao do Direito Ambiental no Brasi l.

    lnumeros documentos legais foram promulgados ne ste periodo abordando temas diversos,tais como:

    o controle da poluicao do meio ambiente provocado por atividades industriais (Decreto-lei n 1.413 de 14 de agosto de 1975; Decreto-lei n 76.389 de 3 de outubro de 1975 e Decreto81.107 de 22 de dezembro de 1977);

    MA NUAL DETRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAlS

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  • C APiTULO 2 I LEG I S lA~AO BASICA RELATIVA AOS EFl UENTES I N D~STR I A IS

    o norm as e padro es de potabilidade de aqua (Decreto n" 79.367 de 9 de m arco de 1997 e.Port aria n" 56/ BSBde 14de marco de 1977);

    o concessao e auto rizacao para derivar aquas pub licas para fins indust riais ;proibtcao do lancam ento direto ou indireto de vinhaca,

    o promulqacao da Convencao Int ern acional Sobre Respon sabilidade Civil em DanosCausados por Poluicao por Oleo, concluida em Bru xelas a 29 de novembro de 196 9 (Decretan" 79.437 de 28 de m arco de 1977 e Decreto nO83.540 de 4 de junho de 1979);

    :.

    o estabelecime nt o da classificacao das aquas interiores do Territorio Nacional (Portar ia /GM/n 0013 de 15 de janei ro de 1976);

    o fixacao da s concent racoes de mercuric em aquas marinh as e mananciais de abasteci -menta publico (Portaria n" 003/SEMAde 11 de abril de 1975).

    Em 30 de outubro de 1973 a Govern o Federal criou no ambito do Ministerio do Interior,at raves do Decret o 73.030, a Secretaria Especial de Meio Ambiente - SEMA, orqao aut6 nomode admmistracao direta orientada para a conservacao do mei o ambi ente e a us a racionaldos recursos hidricos. Este Decreto tambem defin iu a poluicao das aquas "com o qualqueralt eracao de suas propriedades fisicas, quimicas ou btoloqicas que possa irnputar prejuizosasaude,aseguran ~a e ao bem-estar das populacoes, causar dana aflora e afaun a au com -prom et er seu us a para fins sociai s e econ6micos".

    Uma nova qestao do saneamento teve seu auge na decada de 70 com a implant acao doPlano Nacional de Saneamento Basico (PLANASA) em 1971 cuja politica era centralizada noGoverno Federal. Estabeleceu 0 Plano, como diret riz, a auto no mia dos services, um modelode financiament o e a qestao atraves das companhias estaduais de saneamento basico.

    Nesta decad a, realizou-se no periodo de 5 a 16 de Junho de 1972, em Estocolmo, a Confe-rencia da s Nacoes Unidas sabre a Meio Ambient e Humano (Estocolmo 1972), atenta ane -cessidade de um crtte rio e principles comuns no sentido de oferecer aos povos do mundoint eiro msptracao e guia para preservar e m elhorar 0 meio am biente.

    Um dos princtpats diplomas legais afetos a despejos industriais surgidos ne sta epo ca e aLei n" 6.050 (1974),que dispoe sobre a "Fluoret acao das Aguas em Sist emas de Abast ecimen-to quando Exist ir Estacao de Trat arnento".

    2.4 DECADA DE 80Nos ano s 80, a leqi slacao ja se apresent ava bastant e proficua na abordagem de assuntos

    relevantes qu e exigiram um trat o ambiental. No que se refere especificamente aquestaohidrica os seguintes temas foram abordados prtncipalrnente.

    o zoneamento industrial em areas crit icas de poluicao.

    o estabelecimento de normas sobre 0 usa de PCB's;

    MAN UALDETRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAlS

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  • CAPiTULO 2 I LEGISlA,AD BAsrCA RElATIVA ADS EFl UENTES INDUSTRIAlS

    o estabelecimento de distancia minima de 200 met ros das colecoes hidricas quando daimplantacao de tndustrias potencialmente poluidoras.

    o proibicao de fabricacao de Benzeno em todo 0 t errtto rio nacional.

    Ainda na decada de 80,foi promulgado um dos documentos mais importantes da legis-lacao ambiental brasileira. Trata-se da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981,que dispoe sobre aPolitica Nacional de Meio Ambiente a qual conceituou 0 meio ambiente como "0 conjuntode condicoes, leis, influencias e interacoes de ordern fisica , quimica e btoloqica que perrnite,ab riga e rege a vida em todas as suas forrn as" (Artigo 30, I).

    Para 05 fins previstos ne sta Lei entende-se por poluidor "a pessoa fisica ou ju ridica, dedireito publico ou privado, responsavel , direta ou indiretamente, por atividade causadorada deqradacao ambiental" (Artigo 30, IV).Trata-se da responsabil idade solidaria de todos 05causadores do dana ambiental. Esta lei insti tuiu tambern 0 SISNAMA - Sistema Nacional deMeio Ambiente .

    No ambito civil 0 sancionamento desta lei impos a obriqacao reparatoria dos danos, se-gundo os prindpios da responsabilidade objetiva, ist o e, independentemente da existenctade culpa (independente de neqliqencta , irnprudencia ou impericia). 0 Artigo 14 desta lei fa-culta ao Ministerio Publico da uniac e dos Estados proper acao de responsabilidade civil oucriminal por danos causados ao meio ambi ente. Uma lei mais especifica (Lei 7.347 de 24 dejulho de 1985) disciplinou a acao civil publica visando a protecao do meio ambiente e outrosinteresses difusos.

    Tarnbern 0 Codiqo Florestal foi modificado em 1989,de forma a pro piciar maior protecaoaos CUTSOS d'aqua.

    Nesta decada foi criado 0 CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente, orqao doIBAMA, respon savel pelo elenco ate meados de 200 9 de mai s de 350 resolucoes afet as ameio ambiente.

    Finalmente,a Constituicao Federal do Brasil promulgada em 1988 dedicou varies artigosa recursos hidricos, e todo 0 seu Capitulo VI ao Meio Ambi ente (Art igo 225).

    No tocante aos recUTSOS hidricos, 0 Artig o 20, III da Const itu icao de 88 Tel a que "sao bensda Uniao . os lagos, Tics e quaisquer correntes de aqua em terrenos de seu dominio, ou quebanhem mais de um estado, sirvam de limit es com outros paises, ou se estendam a territ o-rio estrangeiro ou dele provenham,be m como os terrenos margin ais e as praias fluviais" AConstituicao de 88 nao preve mais a existencia de aquas municipais e particulare s.

    Ja 0 Artigo 22, IV, defende a competencia privat iva da Uniao de leqislar sob re aquas, sig-nificando que ospadroes de qualidade de aqua deverao ser estabelecidos som ente pelaarea federal, delegando-se contudo aos estados a prenogativa de efetuar a classificacao deacordo com os critertos federais de qualidade.

    o Sistema Nacional de Gerenciame nto de RecUTSOS Hidricos e contemplado no Artig o 21,XIX, enquanto 0 inciso XIIb. deste mesmo artigo, estabelece a cornpetencia da Uniao explo-rar, diretamente ou mediante autortzacao, concessao ou perrnissao "os services e in st ala-coes de energia elet rica e 0 aproveitamento en erqet ico dos cur ses de aqu a, em arti culacaocom os estados onde se situam 05 potenciais hidroenerqettcos"

    MANUA L DErRATAMENTD DE EFLUENTES INDUSTRIAlS

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  • CAPiTULO2 I LE GI SlA~AD BAs lCA RElATIVAADS ~FlUENTES INDUSTRIAlS

    No capitulo VI 0 Artigo 225 Tela que "t odos tern direito ao meio ambiente ecoloqicamen- :te equilfbrado". No seu inciso IV e exigido "na forma de lei, para m st alacao de obra ou ati -vidade pot enci alm ent e causadora de significativa deqradacao do meio am bient e, estudoprevio de impacto ambiental, 0 qual se dara publicidade". Nos anos seguintes inumeras Leis,Decretos-leis, Decretos Resolu~oes, bem como Normas Tecnicas foram criados com 0 int u it ode disciplinar 0 t rato das coisas afetas a meio ambiente.

    Outros dip lom a s legais afetos a despejos industriai s surgidos nesta epoca foram osseg u intes:

    o Lei NO 7.735 (198 9) - "Disp oe sobre a extmcao da SEMA e cria 0 Instituto Brasileiro doMeio Amb iente e dos Recurs os n aturais Renovaveis"

    o Lei N 7.661 (1988) - "ln st it u i 0 Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e da outrasprovidenctas"

    o Lei N 7.347 (1985) - "Disciplina a acao civil publica como instrum ento proce ssual esp e-cifico para a defesa do ambiente e de outros interesses difusos e coletivos".

    o Lei N 6.803 (198 0) - "Disp oe sobre as diretrizes basicas para 0 zoneamento in du st rialnas areas criticas de po luicao".

    o Decreto N 97.507 (1989 ) - "Dispoe sobre licenciamento de atividade mi neral, 0 usado mercuric metalico e do cianeto em areas de extracao de ouro, e da outras providencias(antiga Resolucao CONAMA NO 08/1988)".

    o Resolucao CONAMA N 006 (1988) - "Dispoe sobre 0 licen ciam ent o de obras de re sidu-os in dustriais periq oso s"

    o Resolucao CONAMA N 007 (1987) - "Dispoe sobre a requ larn ent acao do usa do Am ian -to/Asbestos n o Brasil ".

    o Resolucao CONAMA N 020 (1986) - "Disp oe sobre a classtftcacao das aquasdoces, sa-lobra s e salin as do t errit orio nacional".

    o Resolu cao CONAMA N 006 (1986) - "Dispoe sobre a aprovacao de modelos para publi-cacao de pedidos de licenciamento".

    o Resolucao CONAMA NO 005 (1986) - "Dtspoe sobre a criacao de Com issao Especial refe-rente a Amianto /Asbestos".

    o Resolucao CONAMA N OOl -A (1 986) - "Dispoe sobre t ran sporte de produtos periqososem territorio nacional".

    MAN UAL DETRATAMENTO DE EFl UENTES INDUSTRIAlS

    47

  • CAPiTULO 2 I LEGISlA
  • CAPiTULO 2 I LEG I S lA~AO BAs lCA REl ATIVA AOS EFlUENTES IN DUSTRIAlS

    No Artigo 54 da Secao III edefinido 0 crime de po lui cao de qu alquer natureza em niveisque possam re sultar em dano s a saude e ao meio ambiente. Os incisos III e V est ab elecempenas de reclusao de um a cinco anos se 0 crim e de poluicao "cau sar poluicao hidrica quetome necessaria a interrupcao do abastecimento publico de aqua de um a com un idade" e ."ocorrer a lancarnento de residues (solidos, liquidos au gasosos), det ritos, oleos au substan-cia s oleo sas , em desacord o com as exiqencias estabelecidas em leis ou regul amentos".

    No periodo de 3 a 14 de junho de 1992 realizou-se no Rio de Janei ro a Rio 92 - Confe renci adas Nacoes Unidas sabre 0 Meio Ambiente e Desenvolvim ento (CN UCED) com a participa-cao de 175 paises. Os compromissos especificos adotados pe la Confere ricia Rio-92 incluiramduas convencoes, uma sabre a Mudan~a do Clima e outra sabre Biodiversidade, alern deum a Declaracao sabre Florestas. Dos documentos de objetivos mais abrangentes aprovadosna Conferencia destaca-se a agen da 21.Trata-se de um programa de acao para viabi lizar 0desenvolvimento sustentavel quanta a um novo modelo de desenvolvimento no t ocant e aomanejo dos recursos naturais e a preservacao da biodiversidade.

    .Os princ ipais diplomas legais afet os a de spejos industri ais surgidos nesta epoca foramos seguintes :

    o Lei N 9.605 (1998) - Lei dos Crimes Ambientais - "Dispoe sobre as sancoes penais eadministrati vas de rivadas de con dutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e da outrasprovidenctas".

    o Lei N 9.433 (1997) - "ln st it ui a Politica Nacional de Recursos Hidricos, cria a SistemaNacional de Gerenciam ento de Recursas Hidricos, regulamenta a inci so XIX do art . 21 daCon stituicao Federal e altera 0 art .1 da Lei n 8.001, de 13 de marco de 1990, que m odificoua Lei n 7-99 , de 28 de deze m bro de 1989 ."

    o Decret a N 3.179 (1 999) - "Regulam ent a a Lei n" 9605/98 (Crimes Ambientais) - Disp6esob re a especificacao das sancoes apl icaveis as condutas e at ividades les ivas ao meio am -biente e da outras providencias" .

    o Decret o N 2.120 (1997) - "Da nova redacao aos ar ts . 5, 6,10 e 11 do Decreta n? 99.274,de 6 de junho de 1990, que regulamenta as Leis n ''s 6.902, de 27 de abri l de 1981, e 6.938, de31de agosto de 1981 " .

    o Reso lucao CONAMA N 228 (1997) - "Dispce sabre a importacao de desperdicios e resi-duos de acumuladores eletricos de chumbo" .

    o Resol u cao CONAMA N 023 (1996) - "Regulam ent a a irnportacao e u sa de residuesperiqosos" .

    o Resolucao CONAMA NO 019 (1996) - "Regulam ent a criterios de impressao de leg en daem pecas que contern amianto (asbestos)" .

    M AN UAL DETRATAM ENTO DE EFlUE NTES INDUSTRIAl S

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  • CAPi TULO 2 I LEG I S lA~AO BAs lCA REl ATIVA AOS EFl UENTES INDUSTRIAlS

    o Resolucao CONAMA N 00 8 (1996) - "Aut oriza a importacao de sucat a de chum bo naform a de baterias automotivas u sadas" Resolucao CONAMA N 037 (1 994) - 'Adot a defin i-coes e proibe a irnportacao de residues perigosos - Clas se I - em todo 0 t errit orio nacion al,sob qualque r form a e para qu alquer fim , inclusive recic1agem/reaproveitamento " .

    o Resolucao CONAMA N 019 (1994) - "Autoriza, em carater de excepcionalidade, a expor-t acao de residues perigosos contendo bifenilas polic1ora das - PCBs" .

    o Reso lucao CONAMA W 007 (1994) - 'Adot a defmicoes e proibe a trnportacao de re sidu-os pe rigosos - Classe I - em t odo 0 territorio nacional, sob qualquer forma e para qualquerfim , inclusive reciclag em " .

    o Resolucao CONAMA N 009 (1993) - "Estabelece defimcoes e t orn a obri qatorio 0 reco-lh im ent o e destinacac adequada de t odo 0 oleo lubrificante usado ou contaminado".

    o Resolu~ao CONAMA N 005 (1993) - "Est ab elece defmico es.classificacao e pro cedimen-t os m inimos para 0 gere nc iam ento de residues solidos oriundos de services de saude, por-t os e aeroportos, term inais ferrovianos e rod oviartos" .

    o Resolucao CONAMA W 002 (1991) - "Dispoe sobre adocao de acoes conetivas, de tra-tamento e de disposicao fin al de cargas deterioradas, contaminadas ou fora das especifica-coes ou abandonadas" .

    o Resolucao CONAMA N 006 (1990) - "Dispoe sobre a aplicacao de dispersantes quimi-cos em vazamentos, denames e descarg as de pe troleo" .

    2.6 ANOS 2000Em 18 de julho de 2000, at raves da Lei 9.984, foi cria da a Aqencia Nacional de Aguas -

    ANA, ent idade fed eral de implernentacao da Polit ica Nacional de Recurso s Hidricos, e a coor -denacao do Sistem a Nacional de Gerenciamento de Recursos Hidricos .

    o lan carnento de oleo e outras subst an cias nocivas ou perigosas em aquas sob jurisdi -cao nacion al t arnb ern foi objeto de leq islacao especifica representada pela Lei 9.996 de 28de abril de 2000 e pelo Decret o 4.136 de 20 de fevereiro de 2002.

    o CONAMA, por outro, tem sido bast ante proficuo no primeiro decenio do novo secu-10 estabe lece ndo importantes Reso lucoes. A primeira versou acerca do licenciam ent o defornos de cirnen to-para co-processamento de residues, controle de poluicao em postos decombustiveis, incidentes de polu icao por oleo oriundos de inst alac;:6es portuarias e out ras,inventari o nacion al de residues solidos et c (CONAMA n 264 de 20 de marco de 2000),

    Outros diplomas legais afetos a despejos indust riais foram - ate 2009 - os seguintes:

    o Lei N 9.984 (2000) - "Dispoe sobre a criacao da Aqencia Nacional de Aquas - ANA, enti-dade federal de irnplementacao da Polit ica Nacional de Recu rsos Hidricos e de coordenacao

    MA_NUAl DETRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAlS

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  • CAPiTU LO 2 I LEGISLA
  • CAPiTU LO 2 I L EG I S lA~AO BAsl CA RElATIVA AOS EFLUENTES IN DUSTRIALS

    quadrament o,bem como estabelece as condicoes e padroes de lancarnento de efluentes."

    o Resolucao CONAMA N 396/2008 - "Dispoe sobre a classificacao e diretrizes ambien-t ais para 0 enquadramento das aqua s subterran eas e da outr as providencias."

    o Resolucao CONAMA N 39312007 - "Dispoe sobre 0 descarte cont inuo de aqua de pTO-cesso ou de producao em plataforrnas maritim as de petroleo e gas natural,e da outras pTO-videncias"

    o Resolucao CONAMA N 38 512006 - "Est abelece procedimentos a serern adotados parao licenciament o ambiental de aqroindust rtas de pequeno porte e baixo poten cial de impac-t o ambiental".

    o Resolucao CONAMA N 38212006 - "Estabelece 05 limites maxirnos ~e ernissao de po-luentes at rnosfericos para font es f ixas",

    o Resolucao CONAMA N 38112006 - 'Altera dispositivos da Resolucao NO 306, de 5 dejulho de 2002, e do Anexo II , que dispoe sobre 05 requ isitos minimos para a realizacao deaudit oria ambi ental".

    o Resolucao CONAMA NO 38012006 - "Ret ifica a Resolucao CONAMA N 375/2006 - Defi-ne criterios e procedimentos para 0 uso agricola de lodos de esgoto gerados em estacoes detr at amento de esgoto sanitario e seus produtos derivados, e da outras provtdencias",

    o Resolucao CONAMA N 377/2006 -"Dispoe sobre licenciamento ambiental simplifica-do de Sistemas de Esgotamento Sanitario"

    o Resolucao CONAMA N 375/2006 - "Define criterios e procedtmentos , para 0 uso agri-cola de lodos de esgoto gerados em est acoes de tratamento de esgot o sanrtario e seus pTO-dutos derivados,e da out ras providencias"

    o Resolucao CONAMA NO 370/2006 - "Prorroqa 0 prazo para complernentacao das con-dicoes e padroes de lancamento de efiuent es, previsto no art .44 da Resolucao n 0 357, de 17de marco de 2005".

    o Resolucao CONAMAN359 (2005)- "Dispoe sobre a requlamentacao do teor de fosforoem deterg entes em po para uso em t odo te rritorio nacional e da outras providenctas"

    o Resolucao CO NAMA N 358 (2005) - "Dispoe sobre 0 t rat amento e a dispostcao finaldos residues dos services de saude e da outras provtdencias".

    o Resolucao CONAMA NO 357 (2005) - "Dispoe sobre a classificacao dos corpos de aqua-, e diret rizes ambientai s para o-seu enquadramento, bem como estabelece as condicoes e

    MAN ~Al DE TRATAME NTO DE EFl U ENTES INDUS TRIA lS

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  • CAPiTULO 2 I LEGISl A
  • CAPiTU LO 2 I LEGISLA, iio BAs lCA RELATIVA ADS EFLUENTES INDUSTRIAl S

    FIGURA 2.1Os princtpais organismos oficiais ajetosa meio ambiente sao as sequintes

    NINISTEJuo DE ESTADO

    L---r - - - ---'

    CONSULTO..... J URlOlCA IIII G" INEYE !f-.- --t----;L_-.l l SECRET...... EXECUT1VA I___--.J

    SECRETARlA D~QUAlIDAOE o\MSIENTAL INOS A SSENTAN ENTOS

    HUMANOS

    SECRETARlA DE

    RECURSOS HloRICOS DESENVOL VIME NTOSUSTENT.AVEL

    MEIO AMBIENTE..cONAMA

    . IBAMA ..IAUTARQUIA)

    lAi n-7.735 ch2Wll2119

    IAUTARQUlA)L,.; n" 9 .9U de 11106100

    BOTANICO 00 RIO OfJANEIRO JBRJ

    (AUTARQUIA)Lel n- 10.316 de 06I121tl1

    ..cOOEBARlEMPRESA pu eUCAI

    M A_NU AL DE TRATAM ENTD DE EFLUENTES IN DUSTRIAl S

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  • CA PITU LO 2 I LEGISLAC;:AO BAslCA RELATIVA AOS EFLU ENTES IND USTRIAlS.

    2.8 L1CENCIAMENTO AMBIENTAlLicenciamento ambiental eo "procedimento pe lo qual 0 orqao ambiental competente

    licen cia a localizacao, a instalacao, a arnpliacao e a operacao de empreendimentos ou ativi-dades util izadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente polui-dores,ou daqueles que,sob qualquer forma,possam causar deqradacao am biental, conside-rando as dtsposicoes legais e regulamentares e as normas tecnicas aplicaveis ao case"

    Previsto como um dos instrumentos da Politica Nacional do Meio Ambiente, sua exiquibi li-dade e respaldada nas disposicoes do Artigo 10 da Lei Federal N6.938, de 31.08.1981e por dispo-sicoes do Decreto Federal N 99.274,de 06.06.1990,Titulo I, Capitulo IV, que a regulamentou.

    Ha tarnbern a previsao do licenciamento ambiental nas leqislacoes estaduais e do Dis-tri te Federal, e em alguns municipios do pais, que complementam as diretrizes contidas naleqislacao federal.

    De modo qeral, 0 procedimento de licenciamento ambiental pede compreender as se-guintes etapas.

    _0 "I- Definicao pe lo orqao am bien tal competente, com a participacao do ernpreendedor,dos documentos, projetos e estudos ambientais necessaries ao inicio do processo de licen -ciamento conespondente alicen c;:a a ser requerida.

    o II - Requer imento da licen c;:a ambiental pe lo empreendedor, acompanhado dos docu-mentes, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade.

    0 11 1- Analise pelo orqao ambiental cornpetente, integrante do SISNAMA , dos documen-tos, projetos e estudos am bientais apresentados e a realizacao de vistorias tecnicas, quandonecessarias.

    o IV- Solicitacao de esclarecimentos e cornplernentacoes pelo orqao ambiental competen-te , integrante do SISNAMA,uma unica vez, em decorrencia da analise dos documentos, proje -tos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteracao da mes-ma soltcitacao case os esclarecimentos e complernentacoes nao tenham sido satisfatorios.

    o V - Audiencia publica, quando couber, de acordo com a requlamentacao pertinente.

    o VI - Solicttacao de esclarecimentos e cornplementacoes pe lo orqao ambiental com -petente, deconentes de audiencias publicas, quando couber, podendo haver reiteracao dasoltcitacao quando os esclarecimentos e complernentacoes nao t enh am sido satisfatorios.

    o VII - Ernissao de parecer t ecnico conclusivo e, quando couber, parecer juridico.

    o VII I - Deferimento ou indeferimento do pedido de licen c;:a, dando-se a devidapublicidade."3

    3 Resolucao CONAMA n 237, de 19.12.1997, artigo 10.

    MAN UA L DE TRATAMENTO DE EFLUENTE S IN DUSTRIA lS

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  • CAP iTULO 2 I LEG I S LA~AD BAsl CA RELATIVA ADS EfLUE NTES INDUSTRIA lS

    Depreende-se que 0 processo de licenciamento deve ser instruido com um conjunto deinform acoes , podendo conternplar, em funcao da comp1exidade do projeto, a caracteriza-c;:ao do empreendimento proposto , 0 dtaqnostico do ambiente passivel de ser alterado ,asavaliacoes ambientais, a proposicao de medidas de rni tt qacao e de mo nito ramento e acoescompensatorias de impactos adversos.

    Deverao ainda constar do processo de licenciamento, obrigatoriamente, a certtdao daPrefeitura Mun icipal declarando que 0 local e 0 tipo de empreendimento ou at ividade estaoem conformidade com a leqislacao ap licavel ao uso e ocupacao do 5010. E,quando for 0 caso,devera constar tambern a autorizacao para supressao de veqetacao e a outorga para 0 usoda aqua, emi tidas pelos orqaos competentes.

    Ressa1ta-se que 05 estudos t ecnicos que subsidiarao 0 processo de 1icen ciam ento deve-Tao ser realizados por profissionais 1ega1mente habilitados, as expensas do ernpreendedor,cabendo a ambos, consultor e ernpree ndedor, a responsabilidade pelas informacoes apre-sentadas ao orqao licenciador.

    a processo de licenciam ent o ambiental desdobra-se em tres fases, correspondentes asseguintes licencas, a serem obtidas sequencialrnente:

    o "I - t.icen ca Previa (LP) - concedida na fase pre liminar do planejarnento do empreen-dimento ou atividade, aprovando sua localizacao e concepcao, at estando a viabilidade am-biental e estabe1e cendo 05requisitos basicos e condicionantes a serem atendidos nas proxi-m as fases de sua implem entacao.

    o II - ucenca de lnstalacao (L1 ) - autoriza a instalacao do em preendimento ou at ividadede acordo com as especificacoes constantes dos plan es, programas e projetos ap rovados,inc1uindo as medidas de contro1eambiental e demais condicionantes, da qual constituemmotivo determinante.

    0 111- u cenca de Operacao (La) - autoriza a operacao da at ivida de ou empreendimento,apes a vertftcacao do efet ivo cumprim ent o do que consta das licencas anteriores, com asmedidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operacao.>

    Essas licenc;:as sao outorgadas pelos orqaos licenctadores com prazo de validade determi-nado, sendo, portanto , renovaveis .a Conselho Nacional do Meio Ambiente - ca NAMAfixoutais prazos para cada t ipo de licenca, como segue:

    0 "1- a prazo de validade da Iicenca Previa (LP) devera ser,no minimo,0 estabe1ecidopelocronograma de elaboracao dos planes, programas e projetos re1at ivos ao empreendimentoou atividade,nao podendo ser superior a 5 (cinco) anos.

    4 Idem, artigo 8

    M ANU AL DETRATAME NTO DE