causa e efeito e livre arbítrio

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Causa e efeito e livre arbítrio Como se vê, o espiritismo nos fala de causa e efeito e livre arbítrio em seus textos, temas e filmes. Só que eu gostaria de reflexionar sobre eles sem a pretensão de atingir a credibilidade da doutrina. O meu ponto de vista é o seguinte: se eu encontro-me em uma sala escura, sentado a uma mesa, necessitando de luz para escrever, posso a partir de um querer levantar-me e abrir a janela deixado o sol entrar e iluminar o recinto. Para os espíritas, acabei de agir de conformidade com os seus dois conceitos doutrinários racionais, só que se fizermos uma análise mais profunda, posso desconsiderar esses conceitos. Em primeiro lugar, usei de meios e condições ao invés de causa e efeito, pois ao usar o meio ao levantar-me para abrir a janela e deixar o sol entrar, deparei-me com as condições favoráveis de não haver nuvens encobrindo o sol. Logo, o sol é a causa, pois independente dos meios e das condições sempre ele estará lá. Para mim então, Deus é a única causa! Quanto ao livre arbítrio, que representa a liberdade de se fazer o que se quer, preciso eu então querer em primeiro lugar para depois ser livre para fazer o que já quero. De certa forma, a liberdade para se fazer o que se quer pressupõe um querer que lhe é condição. Em outras palavras, se eu preciso querer para ser livre é óbvio que eu não posso ser livre para querer. Assim, estamos condicionados por nossa vontade e querer que são

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Page 1: Causa e efeito e livre arbítrio

Causa e efeito e livre arbítrio

Como se vê, o espiritismo nos fala de causa e efeito e livre arbítrio em seus textos, temas e filmes. Só que eu gostaria de reflexionar sobre eles sem a pretensão de atingir a credibilidade da doutrina. O meu ponto de vista é o seguinte: se eu encontro-me em uma sala escura, sentado a uma mesa, necessitando de luz para escrever, posso a partir de um querer levantar-me e abrir a janela deixado o sol entrar e iluminar o recinto. Para os espíritas, acabei de agir de conformidade com os seus dois conceitos doutrinários racionais, só que se fizermos uma análise mais profunda, posso desconsiderar esses conceitos. Em primeiro lugar, usei de meios e condições ao invés de causa e efeito, pois ao usar o meio ao levantar-me para abrir a janela e deixar o sol entrar, deparei-me com as condições favoráveis de não haver nuvens encobrindo o sol. Logo, o sol é a causa, pois independente dos meios e das condições sempre ele estará lá. Para mim então, Deus é a única causa! Quanto ao livre arbítrio, que representa a liberdade de se fazer o que se quer, preciso eu então querer em primeiro lugar para depois ser livre para fazer o que já quero. De certa forma, a liberdade para se fazer o que se quer pressupõe um querer que lhe é condição. Em outras palavras, se eu preciso querer para ser livre é óbvio que eu não posso ser livre para querer. Assim, estamos condicionados por nossa vontade e querer que são inconscientes. Onde está a liberdade de escolher uma vida entre outras? Se o desejo de querer é uma energia inconsciente e a razão a consome para se fazer presente e atuar realizando algo, considero absurdo imaginar que a razão que depende dessa energia possa deliberar contra aquilo que é o seu próprio combustível de realizações.