catequese - todas as criaturas louvem ao senhor - dn 3, 57-88 e 56

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Cântico Dn 3, 57-88.56 Louvor das criaturas ao Senhor  Louvai o nosso Deus, todos os seus servos (Ap 19, 5  ).

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Cântico Dn 3,57-88.56

Louvor das criaturas ao Senhor Louvai o nosso Deus, todos os seus servos (Ap 19, 5 ).

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Daniel 3,57-88.56[a]

[a] The Old Testament in Greek According to the septuagint:Vol. III. (Hosea – 4 Maccabees Psalms of Salomon, Enoch, the Odes). Henry Barclay Swete. Cam- bridge Univerdity Press. 1894. p. 520 e 522.

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Cântico Dn 3,57-88.56[b]

Louvor das criaturas ao Senhor Louvai o nosso Deus, todos os seus servos (Ap 19, 5 ).

– 57 O bras do Senhor, bendizeio Senhor, *louvai-o e exaltai-o pelosséculos sem fim!

– 58 Céusdo Senhor, bendizeio Senhor! *59 An jos do Senhor, bendizeio Senhor!

(R.Louvai-o e exaltai-o pelosséculos semfim! Ou:R.A Eleglória e louvor eternamente!) – 60 Águas do alto céu, bendizeio Senhor! *

61 Potências do Senhor, bendizeio Senhor! – 62 Lua e sol, bendizeio Senhor! *

63 Astros e estrelas, bendizeio Senhor! (R.) – 64 Chuvas e orvalhos, bendizeio Senhor! *

65 Brisas e ventos, bendizeio Senhor! – 66 Fogo e calor, bendizeio Senhor! *

67 Frio e ardor, bendizeio Senhor! (R.) – 68 Or valhos e garoas, bendizeio Senhor! *

69 Geada e frio, bendizeio Senhor! – 70 Gelos e neves, bendizeio Senhor! *

71 Noites e dias, bendizeio Senhor! (R.) – 72 Luzes e trevas, bendizeio Senhor! *

73 Raios e nuvens, bendizeio Senhor! – 74 Ilhas e terra, bendizeio Senhor! *

Louvai-o e exaltai-o pelosséculos sem fim! (R.) – 75 Montes e colinas, bendizeio Senhor! *

76 Plantas da terra, bendizeio Senhor! – 77 Mares e rios, bendizeio Senhor! *

78 Fontes e nascentes, bendizeio Senhor! (R.) – 79 Baleias e peixes, bendizeio Senhor! *

80 Pássaros do céu, bendizeio Senhor! – 81 Feras e rebanhos, bendizeio Senhor! *

82 Filhos dos homens, bendizeio Senhor! (R.) – 83 Filhos de Israel, bendizeio Senhor! *

Louvai-o e exaltai-o pelosséculos sem fim! – 84 Sacer dotes do Senhor, bendizeio Senhor! *

85 Servos do Senhor, bendizeio Senhor! (R.)

[b]LITURGIA DAS HORAS, Vol. III, TEMPO COMUM, 1ª–17ª SEMANA. Vo-zes, Paulinas, Paulus, Ave-Maria. 2000, pp. 900 e 901.

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– 86 Almas dos justos, bendizeio Senhor! *87 Santos e humildes, bendizeio Senhor!

– 88 Jovens Misael, Ananias e Azarias, *louvai-o e exaltai-o pelosséculos sem fim! (R.)

– AoPai e ao Filho e ao Espí rito Santo *louvemos e exaltemos pelosséculos sem fim!

– 56 Bendito sois, Senhor, no firmamento dos céus! *Sois dig no de louvor e de gló ria eternamente! (R.)

Os três jovens na fornalha de fogo

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Catequese do Papa João Paulo IIAudiência Geral,

(Daniel 3,57-88.57– Quarta-feira, 10 de julho de 2002)[c]

Todas as criaturas louvem ao Senhor

1. No capítulo 3 do Livro de Daniel encontra-se inserida uma lu-minosa oração litanica, um verdadeiro e peculiar Cântico das criatu-ras, que a Liturgia das Laudes nos propõe várias vezes, em diversosfragmentos.

Ouvimos agora a parte fundamental, um grandioso coro cósmico,emoldurado por duas antífonas que o resumem: “Bendito sois no fir-mamento dos céus, digno de louvor e glória eternos! Obras do Se-nhor, bendizei todas o Senhor, a ele glória e louvor eterno!” (vv.56-57).

Entre estas duas aclamações desenvolve-se um solene hino de lou-vor, que se exprime com o convite repetido “bendizei”: formalmen-te, trata-se apenas de um convite a bendizer a Deus dirigido a toda acriação; na realidade, trata-se de um cântico de agradecimento que osfiéis elevam ao Senhor por todas as maravilhas do universo. O ho-mem faz-se voz da criação inteira para louvar e agradecer a Deus.

2. Este hino, cantado por três jovens hebreus que convidam todasas criaturas a louvar a Deus, nasce numa situação dramática. Os três jovens, perseguidos pelo soberano da Babilônia, encontram-se imer-sos na fornalha ardente devido à sua fé. E contudo, mesmo se esta-vam prestes a sofrer o martírio, eles não hesitam em cantar, em reju- bilar, em louvar. O sofrimento áspero e violento da prova desaparece, parece que se dissolve na presença da oração e da contemplação.

É precisamente esta atitude de abandono confiante que suscita aintervenção divina.

De fato, como afirma a sugestiva narração de Daniel, “O anjo doSenhor, porém, tinha descido até Azarias e seus companheiros, nafornalha, e afastava o fogo. Mudou o lugar da fornalha em lugar ondesoprava como que uma brisa matinal: “o fogo nem sequer os tocou enem lhes causou qualquer mal nem a menor dor” (vv.49-50). Os pesa-delos desaparecem como o nevoeiro ao sol, os receios dissipam-se, o

[c] © Copyright 2006 - Libreria Editrice Vaticana; site:<<http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/2002/documents/hf_j p-ii_aud_20020710_po.html>>

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sofrimento é eliminado quando todo o ser humano se torna louvor econfiança, expectativa e esperança. Eis a força da oração quando é pura, intensa, abandono total a Deus, providencial e redentor.

3. O cântico dos três jovens faz desfilar diante dos nossos olhosuma espécie de procissão cósmica, que parte do céu povoado de an- jos, onde também brilham o sol, a lua e as estrelas. Lá de cima Deusderrama sobre a terra o dom das águas que estão acima dos céus (cf.v. 60), isto é, as chuvas e a brisa matinal (cf. v.64).

Contudo, eis que começam também a soprar os ventos, a explodir os relâmpagos e a irromper as estações com o calor e com o gelo,com o fervor do verão, mas também com a geada, o gelo, a neve (cf.vv. 65-70.73). O poeta insere no cântico de louvor ao Criador também oritmo do tempo, o dia e a noite, a luz e as trevas (cf. vv.71-72). No fi-nal o olhar poisa também sobre a terra, partindo dos cumes dos mon-tes, realidades que parecem unir terra e céu (cf. vv.74-75).

Eis que então se unem no louvor a Deus as criaturas vegetais quegerminam na terra (cf. v.76), as nascentes que trazem vida e frescor,os mares e os rios com as suas águas abundantes e misteriosas (cf.vv. 77-78). De facto, o cantor evoca também “os monstros marinhos”

ao lado dos peixes (cf. v.79

), como sinal do caos aquático primordialao qual Deus impôs regras para serem observadas (cf.Sl 3-4; Jó 38, 8-

11; 40,15; 41,26).Depois é a vez do grande e variado reino animal, que vive e se

move nas águas, na terra e nos céus (cf. Dn 3,80-81).4. O último ator da criação que entra na cena é o homem. Primei-

ro, o olhar alarga-se a todos os “filhos do homem” (cf. v.82); depois,a atenção concentra-se em Israel, o povo de Deus (cf. v.83); a seguir,é a vez de quantos se consagraram totalmente a Deus não só comosacerdotes (cf. v.84), mas também como testemunhas de fé, de justiçae de verdade. São os “servos do Senhor”, os “espíritos e as almas dos justos”, os “mansos e humildes de coração” e, entre eles, sobressaemos três jovens, Ananias, Azarias e Misael, que deram voz a todas ascriaturas num louvor universal e perene (cf. vv.85-88).

Ressoaram constantemente os três verbos da glorificação divina,

como numa ladainha: “bendizei, louvai, exaltai” o Senhor. Esta é aalma autêntica da oração e do cântico: celebrar o Senhor sem parar,

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na alegria de pertencer a um coro que engloba todas as criaturas.5. Gostaríamos de concluir a nossa meditação dando voz aos Pa-

dres da Igreja, como Orígenes, Hipólito, Basílio de Cesareia e Am- brósio de Milão, que comentaram a narração dos seis dias da criação(cf. Gn 1, 1-2, 4a) precisamente em conexão com o Cântico dos três jo-vens.

Limitamo-nos a citar o comentário de Santo Ambrósio, o qual, aoreferir-se ao quarto dia da criação (cf.Gn 1, 14-19), imagina que a terrafala e, ao falar sobre o sol, encontra todas as criaturas unidas no lou-vor a Deus: “Bom é deveras o sol, porque serve, ajuda a minha fe-cundidade, alimenta os meus frutos. Ele foi-me dado para o meu bem, está submetido comigo às canseiras. Geme comigo, para quechegue a adoção dos filhos e a redenção do gênero humano, para que possamos ser, também nós, libertados da escravidão. Ao meu lado, juntamente comigo louva o Criador, juntamente comigo eleva umhino ao Senhor nosso Deus. Onde o sol bendiz, ali bendiz a terra, bendizem as árvores de fruto, bendizem os animais, bendizem comi-go as aves”[d].

Ninguém é excluído da bênção do Senhor, nem sequer os mons-

tros do mar (cf. Dn 3,79

). Com efeito, Santo Ambrósio prossegue:“Até as serpentes louvam o Senhor, porque a sua natureza e o seu as- pecto revelam aos nossos olhos alguma beleza e mostram ter a sua justificação”[e].

Com mais razão nós, seres humanos, devemos acrescentar a esteconcerto de louvor a nossa voz feliz e confiante, acompanhada por uma vida coerente e fiel.

[d] (Os seis dias da criação, SAEMO, I, Milão-Roma 1977-1994, págs. 192-193)[e] (Ibid., págs. 103-104)