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Aditivos para concretos, argamassas e caldas de cimento 12ª Edição - 1999

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Page 1: CATÁLOGO SOBRE ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS

Aditivos paraconcretos, argamassas

e caldas de cimento12ª Edição - 1999

Page 2: CATÁLOGO SOBRE ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS

Aditivos paraconcretos,argamassas ecaldas decimento

1. HISTÓRICO

2. INTRODUÇÃO

3. DEFINIÇÃO

4. EFEITOS GENÉRICOS DOS ADITIVOS

5. CIMENTO PORTLAND

5.1. Composição

5.2. Componentes e suas propriedades

5.3. Gel de Tobermorite

5.4. Pega e endurecimento

6. CLASSIFICAÇÃO DOS ADITIVOS

6.1. Aditivo plastificante (tipo P)

6.2. Aditivo retardador (tipo R)

6.3. Aditivo acelerador (tipo A)

6.4. Aditivo plastificante retardador (tipo PR)

6.5. Aditivo plastificante acelerador (tipo PA)

6.6. Aditivo incorporador de ar (tipo IAR)

6.7. Aditivo superplastificante (tipo SP)

6.8. Aditivo superplastificante retardador (tipo SPR)

6.9. Aditivo superplastificante acelerador (tipo SPA)

7. COMPORTAMENTO DOS ADITIVOS

7.1. Aditivos de Ação Física

7.2. Aditivos de Ação Química

7.3. Aditivos de Ação Físico-Química

8. EMPREGO DOS ADITIVOS

8.1. Plastificantes/Redutores de Água

8.2. Superplastificantes

8.3. Retardadores/Plastificantes

8.4. Aceleradores

8.5. Incorporadores de ar

8.6. Impermeabilizantes

8.7. Aditivo para Injeções

8.8. Aditivo para Encunhamento

8.9. Agentes de Cura

9. GENERALIDADES

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1 - HISTÓRICO

Os romanos e os incas já empregavam emsuas obras certas substâncias que hojechamaríamos de aditivos: albumina (sangue eclara de ovos) e álcalis (cal).

Também no Brasil observam-se obrashistóricas, igrejas e pontes, ainda em bomestado de conservação. Em muitas delas foiusado óleo de baleia na argamassa deassentamento das pedras, com o intuito deplastificá-la. Mas o desenvolvimento dosaditivos só foi efetivo a partir da descoberta docimento Portland.

Em 1824, o inglês Joseph Aspdin patenteou umcimento artificial obtido pela calcinação de umcalcáreo argiloso que, devido a suasemelhança, após a pega, com uma pedra utilizada para construções, existente na ilhaPortland, foi denominado cimento Portland. Em 1873, o produto começou a ser aditivado comgesso cru e cloreto de cálcio, visando regular o seu tempo de pega. No fim do século, naAlemanha e França, misturava-se graxa de cal ao cimento, que atuava como plastificante ehidrofugante.

Depois de pesquisas feitas com uma grande variedade de materiais chegou-se a certosaditivos, tais como impermeabilizantes, aceleradores e retardadores, os quais começarama ser comercializados em 1910.

Desde então, a tecnologia dos aditivos tem se desenvolvido, acompanhando o ritmo crescentedo setor da construção civil e permitindo soluções inovadoras, práticas e econômicas.

2. INTRODUÇÃO

Hoje, os aditivos são largamente empregados no preparo de concretos, argamassas ecaldas de cimento. Podem até mesmo ser considerados como o quarto componente doconcreto, além da água, do cimento e dos agregados.

Em países altamente desenvolvidos como Estados Unidos, Japão e Alemanha, quase 80%do concreto é aditivado, visando maior qualidade, economia e racionalização da produção.Essa grande aceitação faz com que os aditivos sejam pesquisados e aperfeiçoadosconstantemente.

Mas é preciso ter sempre em mente que os aditivos não podem simplesmente transformarum concreto mal dosado e manuseado num concreto bom. Eles agem no sentido deaprimorar certas características positivas do concreto acabado, adequando-o às exigênciasda obra e do projeto.

Fazem, mesmo de um concreto bom, um concreto melhor.

O uso dos aditivos deve ser criterioso. Recomenda-se, sempre, fazer um estudo prévio paracada traço e para cada situação. O comportamento varia de acordo com a natureza e adosagem do cimento e dos agregados, bem como depende da temperatura ambiente, doprocesso de lançamento, adensamento, cura, etc.

É necessário que os profissionais conheçam bem as características dos produtosexistentes: seu desempenho, modo de usar, bem como suas contra-indicações. Assim,pode-se tirar o máximo proveito dos grandes benefícios proporcionados pelos aditivos.

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3. DEFINIÇÃO

Aditivos são produtos empregados na elaboração de concretos, argamassas e caldas decimento para modificar certas propriedades do material fresco ou endurecido. Torna-osmais facilmente manuseáveis e incrementam sua resistência diante das solicitações físico-químicas.

Classificam-se, segundo sua ação principal, em três grupos:

• Ação Física

• Ação Química

• Ação Físico-Química

As substâncias ativas de suas formulações podem ser orgânicas ou inorgânicas,distribuídas num veículo líquido, pastoso ou sólido. Pertencem aos seguintes grupos:

Sais minerais, sais de ácidos orgânicos, resinas, tensoativos, dispersores, umectantes eemulsionantes.

4. EFEITOS GENÉRICOS DOS ADITIVOS

Os aditivos, conforme suas características, proporcionam ao concreto as seguintesvantagens:

- aumento da trabalhabilidade, sem aumento do consumo de água;

- redução do consumo de água, mantendo a mesma trabalhabilidade: maiores resistências;

- redução da água e do cimento, na mesma proporção, mantendo a mesma trabalhabilidadee as mesmas resistências originais;

- aumento das resistências iniciais;

- retardação ou aceleração da pega;

- redução da exsudação;

- aumento da durabilidade frente à ação físico-química;

- redução do coeficiente de permeabilidade;

- controle da expansão causada pela reação álcali/agregado;

- anulação da retração ou leve expansão;

- redução da segregação;

- penetração do concreto em ferragens densas;

- melhor bombeabilidade;

- aumento da aderência do concreto à ferragem;

- melhor aspecto e acabamento;

- ausência de trincas ou fissuras;

- correção da deficiência de finos no traço;

- possibilidade de concretagens em temperaturas elevadas;

- redução no custo unitário do concreto.

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5. CIMENTO PORTLAND

Para se entender melhor o comportamento dos aditivos, principalmente os de açãoquímica, é necessário adentrar na química do cimento Portland, o mais difundido dosaglomerantes hidráulicos.

5.1. Composição

O cimento Portland é, basicamente, o produto de umamistura de calcáreo e argila, sem considerar osconstituintes secundários, como: óxido de magnésio,fosfatos, álcalis, etc.

A mistura proporcionada dos constituintes principais,além de outros - areia, cinza de pirita, etc. - é sintetizadaem alto-forno a temperatura próxima de 1500oC. Obtém-se, então, novas composições químicas, cuja mistura édenominada clínquer.

Após sofrer resfriamento, o clínquer é moído juntamente com gesso (CaSO4 . 2H2O) numaporcentagem de 1 a 5% para, assim, formar o cimento Portland. A tabela 1 indica suacomposição média com as respectivas abreviações e porcentagens.

Os cimentos CPIII e CPIV são obtidos, respectivamente, misturando-se ao escória de alto-forno e pozolona ao cimento.

Tabela 1

5.2. Componentes do cimento e suas propriedades

Os silicatos são os principais responsáveis pelas características mecânicas medidas napasta de cimento. Esses silicatos, C3S e C2S, perfazem cerca de 75% da massa de cimentoe formam o gel de tobermorite, o mais importante componente do aglomerante.

Na reação com a água, os componentes ricos em CaO (óxido de cálcio - cal pura) reageme desenvolvem calor:

- C3S + H2O = gel de tobermorite + hidróxido de cálcio = 120 cal/g.- C2S + H2O = gel de tobermorite + hidróxido de cálcio = 60 cal/g.

Parte dos componentes restantes, embora pouco representativos para o desenvolvimentodas resistências mecânicas, necessita estar presente no cimento, por razões práticas eeconômicas. Primeiramente, pelo fato de haver grande dificuldade de se obter grandesquantidades de calcáreo e areia isentos de óxido férrico e óxido de alumínio, além depermitir que a temperatura de sintetização seja menos elevada, minimizando os custos do

Abreviação Fórmula/Denominação Proporção %

C3S 3CaO.SiO2 Silicato tricálcio 55 - 60

C2S 2CaO.SiO2 Silicato dicálcio 15 - 10

C3A 3CaO.Al2O3 Aluminato tricálcio 10 - 12

C4(AF) 4CaO.Al2 O3.Fe2O3 Aluminato ferrito tetracálcico 8 - 7

OutrosCa (a,F), gesso, magnésio, CaO, silicato de cálcio,aluminato de cálcio, etc.

< 12

C = CaO S = SiO2 A = Al2O3 F= Fe2O3

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Cimento Portland

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processo. E, junto aos demais constituintes secundários, formam produtos de hidrataçãoque desprendem forte calor:

- C3A + H2O + gesso - parte do cimento hidratado = 320 cal/g.

- C4(AF) + H20 + Ca(OH)2 - parte do cimento hidratado = 100 cal/g.

- Mg + H2O - Mg(OH)2 = 200 cal/g.

- CaO + H2O - Ca(OH)2 = 275 cal/g.

As propriedades inerentes dos principais componentes do cimento Portland, quandohidratado, são as seguintes:

- C3S - alta resistência inicial e forte desprendimento de calor de hidratação.

- C2S - lento e constante desenvolvimento de resistência e baixo desenvolvimento decalor.

- C3A - pega rápida e forte desenvolvimento de calor e hidratação. Principal responsávelpela retração, que pode ser minimizada com a adição de gesso. Pouco interfereno desenvolvimento das resistências mecânicas. Apresenta baixa resistência aoataque de sulfatos.

- C4(AF) - lento desenvolvimento de resistência. Baixa resistência mecânica e ao ataquede sulfatos.

Pelo quadro apresentado, conclui-se que, devido às variações nas respectivas composições,cada cimento possui características próprias: tempo de pega, resistências, etc.

5.3. Gel de tobermorite

Visando simplificar o estudo da hidratação do cimento é usual substituir o complexosistema água-cimento pelo sistema água-silicatos. A substituição é aceitável tendo em vistaserem os silicatos os constituintes mais atuantes e estarem presentes em maior proporçãona composição do cimento.

Os hidrossilicatos, cuja formulação química é CyHx, têm forma de partículas fibrosas comdimensões de alguns microns e recobrem os grãos dos silicatos anidros. Tendoconfiguração bem semelhante a do mineral denominado tobermorite, o hidrossilicato éconhecido por gel de tobermorite.

Durante a hidratação, os microcristais deste gel, como pequenos filamentos de um feltro,surgem na superfície do cimento e se cristalizam. No final da hidratação, formam umasuperfície específica total com cerca de 2.000.000 cm²/g.

Para melhor aquilatar a magnitude deste número, basta compará-lo com a superfícieespecífica do cimento anidro, que é de 3.000 cm²/g.

O extraordinário crescimento superficial do gel de tobermorite provoca forças quedeterminam forte aglomeração na fase de hidratação e, conseqüentemente, a cristalizaçãodo gel de cimento.

Dada a natureza da superfície de cristalização, os microcristais aderem entre si e seentrelaçam, aderindo também aos cristais do agregado e formam, assim, uma estruturasólida: argamassa ou concreto.

5.4. Pega e endurecimento

A pega do cimento Portland depende, fundamentalmente, da hidratação dos aluminatos,principalmente do C3A e também do C3S, em menor escala.

O gesso é adicionado durante a moagem do clínquer para controlar o início de pega, vistoque retarda a hidratação dos aluminatos.

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Um resfriamento inadequado do clínquer durante o processo de fabricação podetransformar o gesso adicionado em hemidrato (CaSO4 . 0,5H2O), ocasionando a falsa pega(perda súbita de plasticidade do concreto). Mediante uma vibração enérgica, geralmente amistura readquire sua trabalhabilidade, pois são rompidas as fracas ligações ocorridas porocasião da hidratação do hemidrato.

Já o endurecimento da pasta, como foi visto, depende quase que exclusivamente dahidratação dos silicatos. A matriz do gel hidratado, incluindo cristais oriundos da hidrataçãodos demais componentes do cimento, é denominada gel de cimento.

O gel de cimento apresenta uma estrutura porosa, constituída de poros de gel (0,001 a 0,01µ)e poros capilares (0,1 a 10µ). Os poros de gel absorvem moléculas de água pelas forças deatração de suas paredes internas e, depois da pasta endurecida, tornam-se impermeáveis.

Os poros capilares tornam a argamassa permeável e reduzem sua resistência mecânica.Provêm da evaporação da água que foi utilizada apenas para proporcionar trabalhabilidadeà mistura.

Para se hidratar o cimento precisa, teoricamente, de 42% de seu peso em água. Deste total,23% é consumido nas reações de hidratação e 19% para saturar os poros do gel. A partirdaí, praticamente toda água se constituirá em excesso, acarretando efeitos indesejáveis,devido à formação de poros capilares em excesso. Essa é a justificativa para sempre seadotar o mínimo fator a/c possível ao se fazer um concreto (figura 01).

Figura 01

6. CLASSIFICAÇÃO DOS ADITIVOS

Os aditivos são classificados pela sua função principal, embora devam ser mencionadastambém suas funções secundárias que, muitas vezes, são desejáveis.

Na classificação são excluídos determinados aditivos sólidos que são adicionados aocimento, geralmente em grandes quantidades, como é o caso da pozolana, escória e ogesso que, na verdade, são considerados como sendo adições.

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A ABNT, através da EB-1763, estabelece a seguinte classificação para os aditivos:

6.1. Aditivo plastificante (tipo P)

Produto que aumenta o índice de consistência do concreto mantida a quantidade de águade amassamento ou que possibilita a redução de, no mínimo, 6% da quantidade de águade amassamento para produzir um concreto com determinada consistência.

6.2. Aditivo retardador (tipo R)

Produto que aumenta os tempos de início e fim de pega do concreto.

6.3. Aditivo acelerador (tipo A)

Produto que diminui os tempos de início e fim de pega do concreto, bem como acelera odesenvolvimento das suas resistências iniciais.

6.4. Aditivo plastificante retardador (tipo PR)

Produto que combina os efeitos dos aditivos plastificante e retardador.

6.5. Aditivo plastificante acelerador (tipo PA)

Produto que combina os efeitos dos aditivos plastificante e acelerador.

6.6. Aditivo incorporador de ar (tipo IAR)

Produto que incorpora pequenas bolhas de ar ao concreto.

6.7. Aditivo superplastificante (tipo SP)

Produto que aumenta o índice de consistência do concreto mantida a quantidade de águade amassamento ou que possibilita a redução de, no mínimo, 12% da quantidade de águade amassamento, para produzir um concreto com determinada consistência.

6.8. Aditivo superplastificante retardador (tipo SPR)

Produto que combina os efeitos dos aditivos superplastificante e retardador.

6.9. Aditivo superplastificante acelerador (tipo SPA)

Produto que combina os efeitos dos aditivos superplastificante e acelerador.

Obs.: os aditivos impermeabilizantes obedecem a norma NBR 12190.

7. COMPORTAMENTO DOS ADITIVOS

Os fenômenos ligados à hidratação do cimento - formação de grande superfície cristalina,densidade da pasta, intensidade do calor desenvolvido e os períodos das reações foramos critérios básicos que levaram ao desenvolvimento dos aditivos.

Embora tais ocorrências não sejam perfeitamente controláveis, podem ser influenciadaspositivamente pela ação dos aditivos.

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7.1. Aditivos de ação física

Figura 02

- Plastificantes (Redutores de Água)

São elaborados a partir de: lignossulfonatos, ácidos hidroxi-carboxílicos ou polímeroshidroxilados. Mas, geralmente, contém componentes secundários, necessários paramelhorar as suas características.

Melhoram a deformabilidade dos concretos frescos quando submetidos a um meio decompactação, eliminando a formação dos flóculos provocados pelas forças de atração deVan der Waal. Ou seja, reduzem o coeficiente de atrito dinâmico entre a fase líquida e osmateriais sólidos em suspensão. Esta redução, junto à característica tixotrópica do gel decimento (propriedade que todo gel tem de modificar sua viscosidade quando submetido amovimentação), resulta na plasticidade.

Certas substâncias tensoativas são as responsáveis pela ação de tais aditivos. Elasreduzem a tensão superficial da água, fazendo com que as moléculas de água tenhammenor coesão e, portanto, capacidade de aumentar sua superfície de contato (maiormolhabilidade) e poder de penetração no gel do cimento.

As moléculas desses tensoativos são orgânicas, possuindo uma extremidade hidrófoba eoutra hidrófila, geralmente aniônica. Isso faz com que a molécula tensoativa transladeautomaticamente sobre a superfície da água, pois a extremidade hidrófoba afasta-se,embora continue ligada a ela pela extremidade hidrófila. Sua energia superficial substitui aenergia superficial da água.

Tendo a água como veículo, as moléculasdos produtos orgânicos são absorvidasnas superfícies dos grãos em dezenas decamadas moleculares. O radical hidrófiloaniônico faz com que os grãos finos seafastem (as cargas são iguais),resultando na dispersão do cimento e dosfinos de tamanho equivalente. Também,torna os grãos de cimento hidrófilos,permitindo que absorvam águarapidamente, determinando o início daformação dos géis. (figura 03)

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Figura 03 - ação dos plastificantes no cimento

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A dispersão dos finos e a aceleração na formação do gel de cimento reduz o esforço decisalhamento necessário para movimentar e deslizar as partículas ao se lançar e adensar oconcreto. O efeito dispersante expõe maior superfície de cimento em contato com a água,resultando em melhor hidratação (figura 04).

A coesão entre a pasta de finos e os agregados também aumenta, evitando a segregação.

Os tensoativos orgânicos têm a propriedade, em maior ou menor escala, de formarpequenas bolhas de ar estáveis, com diâmetro variando entre 0,01 e 0,25 mm, as quais sãoresponsáveis também pela plastificação.

Figura 04

- Incorporadores de ar

Os incorporadores podem ser formulados com várias matérias-primas básicas: ácidoabiético, alquil-arilsulfonatos, sais de ácidos graxos, etc.

São tensoativos iônicos, orgânicos ou sintéticos, caracterizados por cadeias longas decarbono, que reduzem a tensão superficial da água.

O caráter aniônico dos incorporadores leva à dispersão dos finos, incluindo o cimento.Fluidifica e plastifica fortemente graças à formação de grande quantidade de bolhas de arque se repelem devido às cargas de igual polaridade atuantes em suas superfícies.

O diâmetro das microbolhas, de 100 a 300µ, e a curva de incorporação de ar, variamsegundo a substância química empregada para a fabricação do produto.

O sistema de microbolhas é estável, não se desfazendo facilmente mediante vibraçãoconvencional. As microbolhas aderem às partículas sólidas, implicando também numaredução na separação das partículas sólidas da água e, conseqüentemente, numasignificativa diminuição da exsudação.

A impermeabilidade do concreto é reforçada pelo fato do ar incorporado formar alvéolos,não interligados, ao longo dos capilares oriundos da evaporação da água.

Adições excessivas do aditivo não incorporam maior volume de ar do que sua característicaquímica permite, mas tornam o cimento hidrófobo, podendo levá-lo à floculação. Valetambém lembrar que um excesso de finos, característico de traços com alto consumo decimento, impede a formação de bolhas pelo fato delas somente poderem deslocar a água.

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- Aditivos para injeções

Compõem-se de Plastificantes + Incorporadores de Ar + Retardadores.

7.2. Aditivos de ação química

- Aceleradores

Os aceleradores mais eficazes são feitos à base de cloreto de cálcio.

Estes aditivos facilitam a dissolução da cal e da sílica, nos silicatos, e da alumina, nosaluminatos. Os aceleradores possíveis são os ânions fortes que aceleram a dissolução dacal, ou os cátions fortes que aceleram a dissolução da alumina e da sílica.

Aceleram fortemente as reações iniciais de hidratação e endurecimento, especialmente doC3S. A proporção deste componente no cimento e o respectivo módulo de finura sãodiretamente proporcionais à velocidade de endurecimento.

O cloreto de cálcio, devido às modificações impostas no processo de hidratação do C3S,diminui a segregação do concreto. Porém, especialmente em dosagens superiores a 2%sobre o peso de cimento, traz riscos de corrosão para a armadura, caso o concreto nãotenha recobrimento adequado e/ou tenha sido mal dosado e adensado.

Existem ainda aceleradores à base de formiato de cálcio, trietanolamina e vários outrossais, que agem com muito menos eficiência sobre a hidratação do C3S.

Substâncias como o silicato, carbonato de cálcio e aluminato são as matérias-primasbásicas mais usuais dos aceleradores de pega instantânea, indicados para tamponamentose para concretos projetados.

7.3. Aditivos de ação físico-química

- Retardadores

São, geralmente, combinações de retardadores e plastificantes.

Podem ser constituídos de carboidratos (monossacarídeos, polissacarídeos, ácidos hidro-carboxílicos, etc.), bem como de produtos inorgânicos (sais de chumbo, fosfatos,boratos, etc.).

Retardam a osmose da água nos grãos de cimento, agindo por defloculação e adsorção.Assim, dificultam e bloqueiam temporariamente a dissolução da cal dos silicatos e aluminatos,precipitando em forma de hidróxidos menos solúveis do que o hidróxido de cálcio.

O retardamento, devido ao envolvimento dos grãos de cimento por adsorção, prolonga pormais tempo as reações de pega. Facilita a dissipação de calor, desenvolvido durante apega, evitando o surgimento de um forte gradiente de retração, causa da microfissuraçãosuperficial.

- Impermeabilizantes

Os impermeabilizantes podem ser formulados a partir dos elementos abaixo descritos, ouentão, pela conjugação dos mesmos, visando sempre tamponar e hidrofugar os poros daargamassa.

Basicamente, existem três tipos de impermeabilizantes:

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1 - Sais orgânicos, em forma líquida, pastosa ou em pó, que reagem com a cal livre docimento formando sais cálcicos insolúveis.

2 - Materiais hidrófugos que se diferem daqueles do primeiro grupo apenas pela razão dejá se apresentarem em sua forma final, não reagindo, portanto, com os componentesdo cimento (figura 05)

3 - Geis orgânicos ou inorgânicos, à base de emulsão, constituídos de partículasglobulares que, após a quebra da emulsão no meio alcalino do cimento, aglutinam-seem presença da água, reduzindo a seção dos capilares (figura 6).

Figura 05 Figura 06

Através da equação de Washburn -

P= -2γ cos θ onde,r

γ = tensão superficial da água,

θ = ângulo da molhabilidade,

r = raio dos poros capilares -

pode-se deduzir a influência dos impermeabilizantes (figura 07).

Figura 07

- Expansores

Os aditivos expansores, constituídos basicamente de aluminatos ou sulfoaluminatos,também contém plastificantes em suas formulações.

Reagem com a cal do cimento e a água, desprendendo hidrogênio que forma bolhas eprovoca a expansão. O plastificante presente reduz a queda da resistência provocada pelaexpansão e facilita a introdução das argamassas de cimento em locais de difícil acesso.

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8. EMPREGO DOS ADITIVOS

Após estabelecer as características desejadas do produto final (concreto, argamassa oucalda de cimento), fresco ou endurecido, é feita a escolha do aditivo a ser empregado.

FATORES OBTIDOS OU MELHORADOS COM O USO DE ADITIVOS.

Figura 08

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Determina-se o tipo a ser usado após avaliação dos seus efeitos, em ensaios realizadoscom os mesmos materiais e condições da obra. Assim, como os traços de concretoadotados variam de obra para obra, os aditivos e respectivas dosagens também variam.

Para fazer uso devido dos aditivos, otimizando o seu rendimento, é essencial acompanharsempre as recomendações dos fabricantes.

8.1. Plastificantes (Redutores de Água)

- CEMIX - CEMIXCRETE - CEMIX 2000

Tornam o concreto homogêneo, denso,coeso e mais trabalhável. Ou, ainda,permitem apreciável redução do fator a/c.

Os plastificantes possibilitam váriasaplicações, pois proporcionam:

- maior resistência mecânica;- maior impermeabilidade e

durabilidade;- minimização de retração,

fissuramento e exsudação;- melhor proteção e aderência da

armadura;- fácil adensamento e bombeamento;- melhor aspecto, em caso de concreto

aparente.

São recomendados para traços queapresentem consumos de cimentomaiores que 300 kg/m³. Evitam osinconvenientes de se aumentar oconsumo de aglomerante para se obterum concreto melhor, ou seja: alto calor dehidratação e suas conseqüênciasnegativas, além do aumento dos custos.

Agem como plastificantes quando, parauma mesma relação a/c, aumentam a trabalhabilidade da mistura. E, como redutores, aopermitirem reduzir a água de amassamento, mantendo a mesma trabalhabilidade. Dequalquer forma, para potencializar suas propriedades, o uso destes aditivos pode requerera modificação em alguns parâmetros no traço: relação cimento/agregado, proporção dosagregados, relação a/c, etc.

Quando usados com a função específica de plastificar, mantendo-se a mesma quantidadede água indicada no traço, chega-se a uma trabalhabilidade tal que permite melhoradensamento, evitando bicheiras e segregações, mesmo em ferragens densas. Além depossibilitarem maiores resistências e aderência à armadura, conferem ainda um ótimoaspecto à peça concretada.

Quando usados como redutores, permitem uma diminuição no consumo de água de até15% e todas as vantagens inerentes a um concreto com fator a/c baixo. O aumento daresistência, em torno de 20%, possibilita desformas mais rápidas, podendo serconsiderados, neste aspecto, aceleradores de endurecimento.

A redução de água assegura, igualmente, um concreto coeso, denso e impermeável, semfissuramento.

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Concreto com CEMIX

Concreto sem aditivo

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O concreto aditivado com CEMIX tem aparência ‘‘encorpada’’ ao se tirar o slump, mas sedesmorona com facilidade quando submetido a vibração. Esse fato comprova a suacaracterística tixotrópica.

Os plastificantes são os aditivos mais empregados, visto oferecerem grande número devantagens, além de apreciável margem de segurança em casos de superdosagem. Assuper-dosagens permitem, até certo ponto, retardação extra e expressiva trabalhabilidade,mesmo em dias de forte calor.

O tempo de pega é ligeiramente aumentado ao se utilizar os plastificantes.

- Dosagem do CEMIX0,2 a 0,5% sobre o peso do cimento.

8.2. Superplastificantes

- ADIMENT - ADIMENT MC

Os superplastificantes são feitos à base depolímeros sintetizados e têm as mesmascaracterísticas dos plastificantes, porém demaneira extremamente realçada. Sãoindicados para misturas relativamente ricasem cimento.

Ideais em casos de armaduras densas,bombeamentos, concretos aparentes de altaresistência e também para evitar os efeitosnegativos das altas dosagens de cimento.As grandes resistências atingidaspossibilitam, ainda, desformas em prazosmenores.

Permitem reduzir consideravelmente a relação água/cimento ou ainda, mantendo-ainalterada, transformar um concreto seco em um concreto fluído. Em ambos os casos énecessário uma pequena alteração no traço, aumentando a proporção de areia ou de finosem torno de 5%.

Com todas as características positivas trazidas por uma relação a/c muito baixa, aresistência pode chegar a valores em torno de 40% maiores do que em um concreto similar,não aditivado.

Mantendo a relação a/c estabelecida na dosagem, obtém-se um concreto autonivelanteque praticamente não exige vibração, bastando apenas um ligeiro soqueamento noscantos das formas para eliminar o ar carreado durante o lançamento.

O efeito de fluidificação dura aproximadamente 35 minutos, dependendo da temperatura eda dosagem. Caso necessário, pode-se redosá-lo para que volte à fuidez inicial. A adiçãode uma pequena proporção de retardador (cerca de 5% sobre o peso dosuperplastificante), prolonga sua vida útil em torno de 60 minutos, sem praticamente alteraro tempo de pega.

Em qualquer situação, entretanto, para se ter maior tempo de trabalhabilidade, aconselha-sedosá-lo logo antes do lançamento e, posteriormente, deixar a betoneira na rotação mais baixapossível, evitando que a energia cinética desenvolvida venha a diminuir o tempo de fluidez.

Nos cimentos ricos em C3A, como também ocorre nos plastificantes, a perda do slump émais rápida, além da redução de água ser um pouco menor.

Os superplastificantes praticamente não alteram o tempo de pega do concreto.

- Dosagem do ADIMENT1 a 2 % sobre o peso do cimento.

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Concreto fluído com ADIMENT

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8.3. Retardadores/Plastificantes

- RETARD VZ - RETARD MP - RETARD

Os retardadores têm a função de retardar a hidratação inicial dos grãos de cimento, emparticular dos aluminatos. Também plastificam a mistura, pois incluem certa porcentagemde plastificantes em suas respectivas formulações.

Permitem maior tempo de manuseio do concreto, além de evitar o efeito acelerador dastemperaturas elevadas. Após a pega, entretanto, não interferem no processo deendurecimento do cimento.

Inibem o surgimento de juntas frias quando a concretagem é interrompida. Permitem aconcretagem das peças de difícil acesso e vibração, ou nos casos de grandes volumes deconcreto, evitando o surgimento de trincas térmicas.

O aumento da superfície de cimento em contato com a água garante melhor hidratação,resultando em maior volume de cristais e densidade. Conseqüentemente, em comparaçãoa um concreto padrão, obtém-se aumento das resistências mecânicas, menorpermeabilidade e ausência da fissuração de origem térmica, que ocorre freqüentementequando a elevação da temperatura durante a pega é alta e repentina.

O concreto aditivado desenvolve maior calor total de hidratação sendo, porém, dissipadode forma lenta, gradual e menos intensa. Necessita, assim, ser bem curado, principalmentequando o período de retardação é maior. Este procedimento evita a secagem prematura damistura ainda não endurecida, o que acarreta queda nas resistências, fissuramentos ejuntas frias.

A redução de água, no caso do RETARD VZ, pode ser de até 10%. A pega retardada faz ocimento absorver mais água e uma redução maior pode ocasionar o enrigecimentoantecipado, levando à perda de trabalhabilidade. É bastante relativo diminuir a quantidadede água apenas em função do slump. Deve-se levar em consideração, também, o tempodisponível para realizar o lançamento.

É importante lembrar que o efeito de retardação cresce geometricamente com o aumentode dosagem, embora o efeito da plastificidade não acompanhe esse crescimento namesma proporção.

As superdosagens podem levar a uma retardação de até alguns dias e a uma perdaexcessiva de água por evaporação. Conseqüentemente, surgirão fissuras, esfarelamentosuperficial e queda de resistência, caso não se faça uma cura adequada.

Em dosagens exageradas, aproximadamente 1% sobre o peso de cimento, a pega pode sedar após vários dias. O concreto se desintegra ao serem removidas as formas.

O CPIII e CPIV por conterem, relativamente, menor teor de C3A, necessitam menorproporção de aditivo para proporcionar a mesma retardação do CPI, CPII e CPV.

A Otto Baumgart dispõe de três tipos de retardadores: RETARD VZ, RETARD MP e RETARD.

O RETARD tem a principal função de retardar a pega, embora seja também plastificante.Exige um cuidadoso controle de dosagem, sendo assim, especialmente indicado para usoem centrais de concreto. É bastante utilizado nos concretos massa das hidrelétricas.

- Dosagem usual do RETARD VZ, RETARD MP e RETARD.Tempo de retardação: de 2 a 3 horas além do tempo de pega normal.8oC a 15oC - 0,1% sobre o peso de cimento.20oC a 25oC - 0,2% sobre o peso de cimento.25oC a 35oC - 0,3% sobre o peso de cimento.

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Page 17: CATÁLOGO SOBRE ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS

8.4. Aceleradores

- VEDACIT RÁPIDO CL - VEDACIT RAPIDÍSSIMO - VEDACIT RAPIDÍSSIMO EM PÓ - VEDACIT RAPIDÍSSIMO 200

Aceleram o início e fim da pega e o desenvolvimento de altas resistências nas idadesiniciais.

São empregados quando o concreto necessita ser solicitado a curto prazo: fundações,túneis, pavimentações, canalizações, chumbamentos, reparos urgentes, etc. Reduzem otempo de desforma e permitem ao concreto resistir, mesmo em baixas idades, às pressõeshidrostáticas, evitando o carreamento da pasta de cimento por água corrente.

Os aceleradores à base de cloreto (VEDACIT RÁPIDO CL) são os mais eficientes. Têm,inclusive, a característica de reduzir a água de amassamento, principalmente em cimentoscom menores teores de gesso. A desforma de uma peça que normalmente seria feita em 7dias, pode ser realizada em apenas 3 dias (Tabela 2).

Tabela 2

Esse tipo de acelerador porém, não pode ser empregado para concretos protendidos, devidoà possibilidade de provocar corrosão intercristalina nos cabos submetidos à tensão. Mas,normalmente, em dosagens cujo teor de cloreto de cálcio não ultrapasse 2% sobre o pesodo cimento, não trazem danos à ferragem convencional. É essencial, entretanto, que aarmadura tenha um recobrimento adequado, de modo a evitar o seu contato com o oxigênioe a umidade. O concreto deve ser dosado com consumo de cimento maior que 350 kg/m³.

A presença de peças galvanizadas ou de alumínio, embutidas no concreto aditivado eligadas a sua armadura, também podem provocar um processo de corrosão devido àformação de pequenos circuitos elétricos.

Adequados para serem empregados com CPI, CPII e V, os aceleradores à base de cloretoexigem uma cura cuidadosa, devido à intensidade do calor desenvolvido durante ahidratação do cimento.

Os aditivos impermeabilizantes de pegaultra-rápida (VEDACIT RAPIDÍSSIMO) sãoindicados para impermeabilizar superfíciesúmidas, concretagens ou revestimentosem presença de água, tamponamentos deágua sob pressão, etc.

Para concretos projetados, utilizados emtúneis, taludes e recuperaçõesestruturais, a OTTO dispõe de váriosaditivos, indicados para seremempregados tanto em via seca como emvia úmida.

Traço: VEDACITRÁPIDO CL /

ÁGUA

Consumo:VEDACIT RÁPIDOCL / m³ concreto

Idades Tensão de ruptura à compressão (MPa)

Sem VEDACITRÁPIDO CL

- -

08 horas

1 dia

3 dias

7 dias

28 dias

2,3

9,0

16,0

29,0

1 : 6 1 : 9 1 : 12 1 : 15 1 : 181 : 3

61 kg

5,6

15,5

24,0

30,0

38,5

9,7

22,0

33,0

41,0

7,8

18,5

26,5

30,6

7,6

18,5

26,5

30,9

7,0

17,0

26,0

30,0

5,0

16,0

26,5

30,6

3,0 3,0 3,0 0,9 0,6

34 kg 24 kg 19 kg 15 kg 12 kg

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Projeção de concreto em túnel

Page 18: CATÁLOGO SOBRE ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS

Em todos os casos, quanto maior for o consumo de cimento do traço, maior será aeficiência do acelerador. Menores consumos de água também induzem a uma pega maisrápida.

- DosagensVEDACIT RÁPIDO CL (solução água:aditivo)1:3, 1:6, 1:9, 1:12, 1:15 ou 1:18

8.5. Incorporadores de Ar

- CEMIX-AIR - CEMIX-AIR/2

Proporcionam aos concretos, com baixo consumo de cimento, maior plasticidade,impermeabilidade e resistência aos ataques químicos de águas agressivas, além de menorsegregação e exsudação.

É utilizado, principalmente, em concretos massa(barragens), obras marítimas, de saneamento e fábricas deblocos.

Os incorporadores de ar têm a função primordial de suprir adeficiência de finos. Introduzem no concreto minúsculasbolhas de ar, de 100 a 300µ, estáveis e elasticamentedeformáveis. Tais bolhas podem ser eliminadas mediantevibração bastante intensa.

As microbolhas possuem curva granulométrica contínua,cuja zona cobre a do cimento e da areia fina. Elas permitemmaior coesão entre os agregados e o cimento, evitando asegregação e exsudação durante o transporte e olançamento.

As microbolhas geradas pelos incorporadores são repelentesentre si e, quando duas delas se colidem, durante a mistura,não resultam em uma maior, como ocorre nos concretos semaditivo. Elas, ainda, diminuem a tensão superficial da água efacilitam o rolamento entre o cimento e os agregados.Conferem maior homogeneidade e plasticidade ao concreto.

A plasticidade conferida permite reduzir a quantidade de água, sem prejudicar atrabalhabilidade original. O traço necessita ser redosado, tendo em vista que, em linhasgerais, 1% de ar incorporado equivale a uma redução próxima a 2,5% de água e 20 kg deareia fina por metro cúbico.

Visto fazerem a função de finos numa faixa granulométrica próxima a do cimento, osincorporadores de ar possibilitam também reduzir o cimento que não tem a função deaglomerante e sim dos citados finos.

A redução da relação a/c e o fato de não haver continuidade entre as bolhas de ar, que porsua vez interrompem a rede de canalículos formados pela evaporação da água deamassamento, ajudam na obtenção de um concreto impermeável. Essa reduçãocompensa ainda a diminuição da resistência ocasionada pela maior incorporação de ar.Entretanto, é necessário controlar o volume de ar incorporado porque, sendo excessivo,pode levar a expressivas quedas das resistências.

Nas hidrelétricas, os incorporadores permitem a obtenção de concretos massa, com baixoconsumo de cimento (até mesmo da ordem de 80 kg/m³). Os baixos consumos evitam aocorrência de trincas térmicas, passíveis de ocorrerem durante o resfriamento da estruturae resultantes do alto calor de hidratação e do gradiente térmico estabelecido nos grandesvolumes de concreto.

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Medidor de ar incorporado

Page 19: CATÁLOGO SOBRE ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS

Outra característica importante proporcionada pela incorporação de ar é a resistência doconcreto ao ataque dos sulfatos, principalmente do sulfato de magnésio contido na águado mar. Ao reagir com a cal livre desenvolvida durante a hidratação do cimento, forma-seo sulfato de cálcio (gesso), cuja expansão provoca a desintegração da peça. As bolhas dear formadas dão espaço à essa expansão, além de impedir a passagem de novasquantidades do agente agressivo, preservando a integridade da estrutura.

Fatores que influenciam o volume de ar incorporado:- quantidade de finos no traço. Acima de 300 kg/m³ (incluindo o cimento) a incorporação

de ar é restrita, por haver pouco espaço livre para geração de bolhas.- Proporção de água na mistura. Quanto mais seca, menos ar é introduzido.- Temperatura: inversamente proporcional ao ar produzido.

- Dosagem do CEMIX-AIR0,05% a 0,12% sobre o peso do cimento.

8.6. Impermeabilizantes

- VEDACIT

Nos sistemas rígidos de impermeabilização (argamassa e concreto impermeável), sãoempregados na argamassa e no concreto para evitar os danos causados pela chuva,umidade do solo, água de infiltração ou sob pressão.

- Concreto ImpermeávelA permeabilidade do concreto é potencialmentemaior do que a da argamassa. Isso é devido àsua porosidade, possível falta de aderênciapasta/agregado, falhas na compactação e cura,presença excessiva de agregados de formalamelar, etc.

Os aditivos impermeabilizantes (VEDACIT)reforçam a impermeabilidade do concreto aoformar nos seus poros uma fina películahigroscópica, além de tamponá-los parcialmente.Entretanto, é necessário também reduzir aomáximo sua relação a/c e, consequentemente, asua porosidade.

O principal determinante da porosidade excessiva é aadoção de relação a/c alta.

A relação a/c máxima aceitável é de 0,55 e o consumomínimo de cimento é de 300 kg/m³. Segundo a norma NBR12190, os inertes devem obedecer a uma curvagranulométrica contínua, de modo a possibilitar o menornúmero de vazios possível, além de trabalhabilidade quegaranta um perfeito adensamento.

Os aditivos plastificantes (Cemix) e superplastificantes(Adiment), permitem reduzir a água e proporcionar umatrabalhabilidade satisfatória.

A cura do concreto é fundamental, pois implica numa melhorhidratação do cimento (diminuição do índice de vazios). Acura úmida deve ser mantida por, no mínimo, 7 dias.Alternativamente, pode-se empregar agentes de curaquímica, como o CURING e o TRI-CURING.

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Alta relação A/C: retração e permeabilidade

DIN 1048 - Ensaio deimpermeabilidade

Page 20: CATÁLOGO SOBRE ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS

Segundo a DIN 1048, o concreto impermeável deve impedir a passagem de água mais de3 cm, nas seguintes condições:a) pressão de 1 kgf/cm² durante 48 horas b) pressão de 3 kgf/cm² e 7 kgf/cm² por 24 horas, sucessivamente.

Figura 09

- Argamassa Impermeável

Tabela 3

Tanto o tijolo comum como os blocos e o concreto absorvem água. A estrutura porosa dotijolo, por exemplo, é capaz de absorver cerca de 25% de seu peso em água, causandodanos à pintura e prejudicando a estética e a salubridade dos ambientes.

A argamassa impermeável, corretamente executada, evita os vazamentos em reservatóriose piscinas, e a umidade nas paredes e pisos.

O revestimento é feito, preferencialmente, do lado da pressão da água. Caso haja filme deágua, ele necessita ser eliminado com um impermeabilizante de pega ultra-rápida, antes dese executar a impermeabilização definitiva.

A estrutura não pode apresentar trincas e a passagem dos elementos através daimpermeabilização precisa ser bem detalhada, quando não puder ser evitada.

A superfície, limpa e isenta de corpos estranhos, deve ter os cantos e arestasarredondados, com raio mínimo de 8 cm, e os caimentos em direção aos coletores, cominclinação mínima de 1%.

A argamassa é feita com o VEDACIT dissolvido na água de amassamento, cimento eareia média isenta de substâncias orgânicas, preferencialmente lavada. Uma perfeita

SERVIÇOS TRAÇOS CONSUMO

Revestimento de sub-solos e túneis

Revestimento impermeávelde caixas d’água, piscinas,alicerces

Revestimento

Revestimento Grosso

Concreto Impermeável

cimento:areia1:2

1 : 3

1 : 4

Cimento:cal :areia1:2:101:2:8

Consumo Mínimo350 kg/m³

2 kg. VEDACIT/saco de cimentoou

200 g/m² cm

2 kg. VEDACIT/saco de cimentoou

185 g/m² cm

140 g/m² cm

2 kg. VEDACIT/50 kg. Aglomeradoou

160 g/m² cm

1% VEDACIT/peso cimento0,25% CEMIX/peso cimento

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Page 21: CATÁLOGO SOBRE ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS

aderência com a superfície é garantida através de chapisco feito com o adesivoBIANCO, num traço nunca inferior ao da argamassa. O chapisco deve ser feito sempresem a adição de impermeabilizantes.

Normalmente a argamassa é feita no traço 1:3. Em casos de pressão maior que 20 m.c.a.,utilizar o traço 1:2. Aplicar em 3 camadas, com aproximadamente 1 cm cada uma,perfazendo uma espessura mínima de 3 cm. Deve-se evitar a superposição das emendase executar o acabamento com desempenadeira de madeira.

A cura úmida deve ser mantida por 3 dias. Após a cura, no caso de reservatórios, éconveniente aplicar uma pintura betuminosa (NEUTROL), que reforça e protege aimpermeabilização.

8.7. Aditivo para Injeções

- TRICOSAL

A pasta de cimento protege os cabos de protensão contra a corrosão através dorecobrimento dos fios e do preenchimento total dos vazios entre o cabo e a bainha. Apósendurecida, apresenta resistência mecânica e impermeabilidade suficiente para garantir operfeito desempenho do sistema de protensão por toda vida útil da estrutura a peça daestrutura.

TRICOSAL é isento de cloreto e permite obter grande fluidez até o final dos trabalhos deinjeção.

Para uma determinada fluidez, pode-se reduzir o consumo de água de 10 a 15%. Estaredução confere à pasta:

- Maior resistência ao arrancamento;- Menor exsudação;- Maior impermeabilidade, essencial para evitar a corrosão dos cabos;- Menor segregação, reduzindo o risco de entupimento das bainhas.

TRICOSAL retarda a pega do cimento, permitindo superar os problemas de interrupção eda reinjeção em cabos muito longos.

A compensação da retração é regulável através da dosagem. Possibilita uma leveexpansão na pasta ainda não endurecida, mantendo inalterado o volume inicial.

Na pasta para injeção é necessário usar cimento novo e relação a/c menor que 0,45.

- Dosagem do TRICOSALDe 1 a 2% sobre o peso do cimento. É adicionado 2½ minutos após a mistura, sendoque o tempo de mistura deve totalizar 4 minutos.

8.8. Aditivo para Encunhamento

- EXPANSOR

EXPANSOR plastifica e provoca expansão na argamassa de encunhamento, preenchendoeficazmente os vazios.

A expansão é ocasionada por formadores de gás, que liberam hidrogênio. Compensa aretração natural das argamassas e evita a sua fissuração e destacamento.

- Dosagem do EXPANSOR

1% sobre o peso do cimento.

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Page 22: CATÁLOGO SOBRE ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS

8.9. Agentes de Cura

- CURING - TRI-CURINGA cura do concreto, principalmente nas primeiras idades, é de vital importância. Ela evita aretração hidráulica ocasionada pelas tensões de compressão e de tração atuantes,respectivamente, no interior e na superfície da peça. A retração ocorre quando a velocidadede evaporação é maior ou igual à velocidade de exsudação, resultando em perda de águarepentina, antes que a macroestrutura do concreto tenha se formado.

A evaporação precoce prejudica também a hidratação do cimento ao impedir que osespaços inicialmente ocupados pela água, na pasta fresca, sejam preenchidos pelosprodutos de hidratação do cimento.

Eliminada a água da mistura, quando o concreto ainda não adquiriu resistência suficientepara suportar as diferenças de tensões, ocorre o fissuramento e a criação de uma rede decanalículos, caminhos preferenciais para a posterior infiltração de água, estabelecendouma estrutura permeável. Assim o concreto além de se tornar permeável, apresentasensível redução em suas resistências e durabilidade.

9. GENERALIDADES

- Armazenamento e Dosagem

Os aditivos devem ser armazenados protegidos das intempéries e do sol. Protegidos dasvariações bruscas de temperatura ou de contaminações.

A maior parte dos aditivos é fornecida na forma líquida, para serem adicionados à água deamassamento. Assim se obtém uma perfeita distribuição do produto na massa de concreto.O volume do aditivo deve ser incluido no volume total de água a ser utilizada. Em casosespecíficos, como na projeção por via seca, a adição é feita em forma de pó.

A dosagem do aditivo pode ser feita por massa ou volume, dependendo dos recursosdisponíveis no canteiro, sendo o primeiro o mais preciso.

Há dosadores automáticos, paragrandes centrais de concreto, oumanuais. Em ambos os casos,porém, é aconselhável que seja feito,simultaneamente, um controle visualpara eliminar o risco desuperdosagem.

Os dosadores funcionam pelosistema de ar comprimido ou injeçãodireta. Possuem sistema de bloqueioque evita dosagens múltiplas.

Em caso de obras menores, osfabricantes fornecem um copometálico graduado que permitedosagens com relativa precisão.

- Compatibilidade

Existem situações onde é necessária a utilização de mais de um aditivo para se obter umconcreto com determinadas características. O mais habitual é o emprego deRetardadores/Plastificantes associados a Incorporadores de Ar, no concreto massa dashidrelétricas. Nessas ocasiões é preciso testar a compatibilidade entre eles, sendo o maisrecomendável ainda consultar os respectivos fabricantes.

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Figura 10 - Dosador Automático de Aditivos para Concreto

Page 23: CATÁLOGO SOBRE ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS

IMPERMEABILIZANTES - ACELERADORESVEDACIT: impermeabilizante para concretos e argamassasVEDACIT RAPIDÍSSIMO: impermeabilizante de pega

ultra-rápidaVEDACIT RAPIDÍSSIMO EM PÓ: para concreto projetadoREBOCOL: impermeabilizante em pó para argamassas

ADITIVOS PARA CONCRETOVEDACIT RÁPIDO CL: acelerador de pega e endurecimentoCEMIX: plastificante / redutor de águaCEMIX-AIR: incorporador de arRETARD: retardador / plastificanteRETARD VZ: retardador / plastificante / densificadorADIMENT: superplastificanteMAITI: resina sintética para concreto polimérico

ADITIVOS PARA ARGAMASSAALVENARIT: aditivo plastificante para argamassasEXPANSOR: aditivo expansivo para encunhamentosTRICOSAL: fluidificante para injeçõesCONCENTRADO OBE: aditivo para confecção de argamassasMIXOIL: aditivo lubrificante para blocos e peças pré-moldadas

ARGAMASSASARGAMASSA OBE: para assentamento de azulejos e

cerâmicasREVESTIMENTO OBE 240: argamassa seca para

revestimentosREVESTIMENTO OBE 250: argamassa polimérica para

revestimentosV-1 GRAUTH: argamassa para grauteamentosV-2 GRAUTH: argamassa expansiva para grauteamentos

TRATAMENTO DE SUPERFÍCIESCURING: agente de cura para concretosTRI-CURING: agente de cura para pavimentos de concretoDESMOL: agente de desforma para concreto aparenteDESMOL CD: agente de desforma para concretoDESMOL BETONEIRA: agente de desforma para

superfícies metálicasCERA DESMOLDANTE OTTO: para pistas de pré-moldados e

formas metálicasANTIMOFO VEDACIT: solução aquosa microbicida

ADESIVOSBIANCO: adesivo para argamassas e chapiscosBRANCOL A: cola branca para azulejosCOMPOUND ADESIVO: adesivo estrutural base epóxiCOMPOUND INJEÇÃO: adesivo para trincas e fissurasFIXOTAC: cola para tacosVEDAFIX: adesivo acrílico para argamassas

PROTEÇÃO SUPERFICIALACQÜELLA: silicone - hidrofugante incolor para fachadasCIMENTOL: tinta mineral para paredesAQUASAN: endurecedor superficial de pisosALUMINATION: revestimento de alumínio líquidoCOBERIT VERNIZ EPOXY: proteção incolor para

concretos e lajotasVEDACIL: proteção acrílica para pisos e fachadas

PINTURAS ASFÁLTICAS

ISOL: tinta base alcatrão para ferro e concretoNEUTROL 45: tinta betuminosa para concreto e alvenariaNEUTROLIN: tinta asfáltica para concreto e argamassasNEGROLIN: tinta betuminosa para taludes

REVESTIMENTOS

VEDAJÁ: massa plástica para impermeabilizaçãoCOMPOUND S: resina epóxi para pisos e revestimentos

MÁSTIQUES PARA JUNTAS E VEDAÇÕES

VEDACRIL: massa acrílica para vedaçãoJUNTABEM: massa plástica para calafetaçãoVEDAFLEX: mástique elástico base poliuretanoVEDAFLEX 45: mástique elástico base poliuretano e

asfaltoVEDAFLEX J-15: mástique elástico base alcatrão e

poliuretanoSILIFLEX: mástique elástico - base siliconeCARBOLÁSTICO CINZA: massa plástica para vedaçãoJUNTACIT: massa plástica para vedação de telhasCARBOLÁSTICO Nº 3: massa asfáltica para vedação

IMPERMEABILIZAÇÃO

VEDAPREN BRANCO: membrana acrílica paraimpermeabilização

ISOLIT: massa betuminosa para isolamentosCARBOLÁSTICO Nº 1: massa asfáltica para

impermeabilizaçãoCARBOLÁSTICO Nº 2: massa asfáltica para conserto de

trincasVEDAPREN: membrana líquida para impermeabilizaçãoFRIOASFALTO: massa betuminosa para

impermeabilizaçãoIMPERFLEX: tinta acrílica impermeável para paredes

TINTAS INDUSTRIAIS

COBERIT: tinta base borracha cloradaCOBERIT EPOXY: tinta base epóxiCOBERIT TRÁFEGO: tinta acrílica para demarcaçãoCOMPOUND COAL TAR EPOXY: tinta base alcatrão/epóxi

JUNTAS ELÁSTICAS DE VEDAÇÃO

MATA JUNTA VEDACIT: junta elástica pré-moldada para concreto

IMUNIZANTES PARA MADEIRA

SAL TRIPLEX: sal imunizante para madeiraSAL TRIPLEX PASTA: reforço imunizantePENETROL CUPIM: imunizante incolor para madeiras

aparelhadasCARBOLINEUM EXTRA: imunizante para madeiras brutasCARBOPENTA: imunizante para madeiras fortemente

expostas

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