catálogo exposição república 2011

66

Upload: carlos-ferreira

Post on 06-Aug-2015

47 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Catálogo Exposição República 2011
Page 2: Catálogo Exposição República 2011

Biblioteca Municipal Miguel Torga, de 5 a 31 de Outubro 2011“a maçonaria e o advento da república”

exposição

Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da República em Miranda do Corvo

Eng.º Carlos FerreiraDr.ª Anabela Monteiro

Dr. António ÓrfãoSr. Vitor Gonçalves

Page 3: Catálogo Exposição República 2011

2

Ficha Técnica:Coordenação:Design gráfico:

Edição:Tiragem:

Ano:

Organização da Exposição:

Carlos FerreiraFausto MoraisCâmara Municipal de Miranda do Corvo5002011

Carlos FerreiraAntónio LopesAires HenriquesMargarida Coimbra

orga

niza

ção:

MUSEU VILLA IS AURA

APO

IOS:

AGRADECIMENTOSAires HenriquesAntónio LopesAntónio Simões

Arquivo da Universidade de CoimbraCarlos Ferreira

Família Baeta de CamposFilomena Falcão

Fundação Bissaya-BarretoJ. Roque Melo

José AbranchesMaria da Natividade Ferreira e Silva

Maria Leonor Telo RibeiroMuseu Maçónico Português

Museu Municipal Santos RochaMuseu Villa Isaura

Natércia VilaçaRespeitável Loja Construir

Tupi

Page 4: Catálogo Exposição República 2011

3

Indíce

Texto de Apresentação.........................................................................................................................4

A Questão Religiosa e a Laicidade.......................................................................................................9

O Advento da República....................................................................................................................15

Iconografia Republicana......................................................................................................................24

Maçonaria..............................................................................................................................................32

Miranda na 1ª República......................................................................................................................48

Republicanos e Maçons Mirandenses...............................................................................................51

Auto da Proclamação da República em Miranda do Corvo.........................................................60

Page 5: Catálogo Exposição República 2011

4

5 de Outubro – Porquê

Em 5 de Outubro de 1910 a República era vista como último patamar da História, a sociedade positiva, ao mesmo tempo que as elites culturais da época viam na educação o meio de se produzirem modificações sociais de médio e longo prazo. Daí que positivistas, republicanos, socialistas ou anarquistas acreditassem na construção do “Homem Novo”, que os republicanos particularizavam como o cidadão republicano. Para atingir esse objetivo foram criados “grémios”, na sua maioria uma versão profana das Lojas maçónicas, escolas, de influência maçónica, anarquista, sindical ou outra. Em outubro de 1910 acreditava-se, genuinamente, na dádiva ao coletivo, mesmo que isso significasse a vida. Em condições difíceis de vida, como era o ambiente social e económico dos primeiros anos do século XX, os republicanos acreditavam também na educação como um valor, sinonimo de Liberdade, capaz de alterar a sociedade, uma sociedade onde a participação civíca era um dever e um direito de qualquer cidadão em prol do Bem Comum e um elemento estruturador da vida politica e social. Mais ainda, dessa atitude cívica emergia a virtude politica e a ética republicana.

Por isso, em finais do século XIX, num contexto de uma profunda confiança na ciência, as hostes mais progressistas afirmavam que “sem liberdade não há Democracia, sem Instrução não há Liberdade“. Esta paixão pelo ensino radicava no facto de o republicanismo possuir uma clara herança iluminista ao sustentar que é o Saber que permitia a compreensão dos verdadeiros valores expressos na Liberdade, na Igualdade, na Fraternidade e na Tolerância. A Liberdade implica uma participação ativa do cidadão na vida pública, ao ponto de que essa participação, mais do que um direito individual e egoísta, se assume como um dever perante o todo social. Só um cidadão consciente e esclarecido poderia contribuir para o sucesso da Vontade Geral e do Bem Comum e para que isso se efetivasse a escola tornou-se um instrumento essencial da doutrina republicana e ao mesmo tempo um motivo de aperfeiçoamento moral por parte de cada cidadão. Era pela educação que se transmitiam valores e comportamentos, úteis à vida do indivíduo em sociedade. Daí também a ligação da Escola ao espaço público, a existência de ritos cívicos ou a interação entre a escola e a família.

Page 6: Catálogo Exposição República 2011

5

A educação deveria constituir um caminho direto para o livre-exame e para a libertação racional dos indivíduos e a imprensa da época, a par com a propaganda maçónica e republicana, dá-nos exemplo de inúmeros casos de entrega de prémios, saraus culturais, sessões cívicas e outras, realizadas quer no espaço escolar quer no espaço dos Centros Republicanos, que não poucas vezes coincidiam. Note-se que os republicanos portugueses nunca viram o cidadão como um indivíduo abstrato mas antes como um elemento participativo no conjunto da sociedade, quer sob o ponto de vista político, quer associativo-cultural e daí a importância de o Estado preparar bons cidadãos para a vivência de uma cidadania plena e consciente. É também nesta interpretação da competência que se insere a importância da preparação de bons profissionais especializados, simultâneamente bons cidadãos e bons profissionais, em suma úteis ao Estado e à sociedade. Para a doutrina republicana os Direitos e a Razão assumem-se como algo de universal, impondo-se a todos os cidadãos independentemente da sua posição social ou económica no conjunto da sociedade. A República seria o termo natural da História, distinguindo-se do liberalismo por não se constituir sobre a doutrina dos Direitos e Liberdades individuais mas antes valorizando a comunidade, distinguindo-se também do socialismo por não ter uma visão de classe, mas nem por isso deixando de se preocupar com os mais desfavorecidos, reflexo de um sentir fraterno que a caracteriza.

Daqui é curto o salto no confronto com a Igreja, vista como um poder obscurantista, frequentemente alinhada com a monarquia. No entanto, o confronto entre republicanos e a Igreja era muito mais profundo e assentava nas críticas positivistas aos dogmas religiosos ou à questão da felicidade, para a Igreja, uma dádiva a obter no céu, para os republicanos ao alcance do cidadão, por direito próprio, na Terra e no último patamar da História – a República. Era, no entanto, um confronto privisível dada a diferença de posições materializada, por parte dos republicanos, nas leis de Separação do Estado das Igrejas, nos atos do Registo Civil obrigatório ou na escola laica.

Nas vésperas de 1910, ser-se republicano significava ser civicamente ativo e ser-se pela democracia de opinião por oposição ao Estado centralizado na figura do rei, ainda que o seu poder fosse mais simbólico que real, mas que era agravado pelas ditaduras dos vários ministérios e pelos escândalos políticos e financeiros que abalavam a monarquia e esgotavam politicamente o regime. Por seu turno, a participação cívica explica o dinamismo das estruturas associativas, com particular destaque para os Centros Republicanos, onde coexistiam maçons, sindicalistas, anarquistas e carbonários. Era através desta participação cívica que se pretendia passar para a sociedade um conjunto de ideias vasto e frequentemente heterogéneo, tendo por unificador o conceito de Bem Comum. A melhor forma de compreendermos o sentido militante de todos os que aspiravam a contribuir para o Bem Comum é compreendermos as mutações sociais do século XIX.

No século XIX regista-se a existência de duas formas distintas de sociabilidade, uma tradicionalista e devota, oriunda do passado e ligada à tradição e outra, de criação recente, urbana e decorrente da emergência de camadas sociais novas, mais esclarecidas e inovadoras. No primeiro caso assistimos a formas de sociabilização que são indissociáveis das práticas e vivências em que o religioso se mistura e articula intimamente com o profano. No segundo,

Page 7: Catálogo Exposição República 2011

6

as carências económicas, sociais e culturais constituíram terreno fértil para a emergência de formas de associativismo que tinham em conta os mais carenciados, o apoio à cultura ou apenas o convívio social daqueles que, abandonando as suas terras de origem, eram atraídos para a cidade.

As sociabilidades tinham uma equivalência de poder político, económico e social, já que era através delas que as pessoas se distinguiam entre si. Na realidade, os meios culturais e de lazer frequentados, ou as ações filantrópicas, convertiam o capital económico em capital simbólico com tradução no exercício do poder político ou na afirmação social. Ainda que o acesso ao poder político se faça predominantemente no seio das mesmas famílias, à medida que caminhamos para final do século XIX, assistimos nas entidades associativas a um alargar da base social dos seus membros. O associativismo da época toca todas as classes sociais, incluindo as classes média e alta, que sentem prazer em importar formas de convívio social e cultural, mas que também sentem a obrigação social de ensinar a ler ou a promover o desenvolvimento económico. Os clubes, com a sua sede, os seus bailes, o seu teatro ou a sua biblioteca e as suas conferências, são o mais perfeito exemplo de novas formas de sociabilidade, mais exigentes, mais seletivas e frequentemente emergências de novos grupos políticos e sociais.

No campo do associativismo civil não podemos esquecer organizações como a Associação do Registo Civil ou a Associação Propagadora do Livre Pensamento, cujo papel no plano do debate político é significativo. No entanto, o destaque pertence aos Centros Republicanos, espalhados um pouco por todo o país e frequentemente alinhados com a Maçonaria ou a Carbonária. Eles constituem um importante contributo para a mudança de regime, preparando o terreno para a República pela dinamização cultural, pelo confronto de ideias, pelo espírito de grupo que criam e, finalmente, pelas estruturas que oferecem. O seu número aumentou exponencialmente na década de oitenta do século XIX, fruto do nacionalismo republicano e do confronto de interesses com a nossa velha aliada, a Inglaterra. Ainda assim, era um movimento centrado em Lisboa, tendo Teófilo Braga e Sebastião Magalhães de Lima pensado numa articulação nacional para o movimento, concretizada pela ação de muitos dos líderes republicanos de Coimbra e do Porto. Em abril de 1882, no Porto, foi criada uma comissão constituída por José Falcão e Emídio Garcia, representando Coimbra, e Alves da Veiga, Júlio de Matos e Manuel José Teixeira, em representação dos republicanos do Porto. Lisboa constituíu a sua comissão com Latino Coelho, Oliveira Marreca, Bernardino Pinheiro, Teófilo Braga e Manuel de Arriaga e destas três comissões nasceu o Projeto de Organização Definitiva do Partido Republicano.

As divergências ideológicas ou táticas ficaram expressas no 31 de janeiro de 1891 no Porto, considerado por alguns setores mais moderados como um ato de puro aventureirismo, servindo no entanto para mostrar a necessidade de articulação entre os vários núcleos republicanos. A década de noventa assiste ainda à morte de José Falcão e ao definhar dos Centros Republicanos, pela falta de aderentes e pelos efeitos da lei eleitoral de 1895, que visava particularmente os republicanos. É uma década de crise só superada nos primeiros anos do século XX, onde entre 1903 e 1908 onde se assiste, à criação de inúmeros novos Centros Republicanos.

Page 8: Catálogo Exposição República 2011

7

Se algo ressalta das referências existentes na imprensa sobre os Centros Republicanos é a sua intensa atividade cívica, crescente ao longo de 1910. Destaque também para as associações de classe e para os seus dirigentes, autênticos líderes de massas, panfletários e dirigindo sessões com centenas de pessoas, muitas delas realizadas nos Centros Republicanos, locais de reunião de todas as atividades laborais e onde a população também acorria em massa.

A este ambiente não é estranha a multiplicação das Lojas maçónicas cujo contributo foi fundamental para o debate e para uma abertura cultural fundamental, onde ao cidadão cabem um conjunto de direitos, expressos na igualdade perante a lei, e de deveres, para com a comunidade, de responsabilidade e participação cívica. Miranda do Corvo sempre foi marcada pelo republicanismo. A proximidade a Coimbra levou á presença de novas ideias de espírito citadino ou marcadas pela dinâmica universitária, tantas vezes expressas em O Conimbricense e à influência republicana ou das Lojas maçónicas da cidade. Talvez a excessiva proximidade tenha inviabilizado a criação de uma Loja, registando-se apenas a existência de um Triângulo cuja vida se prolonga até ao período de clantestinidade da Maçonaria, na década de trinta do século XX. Ainda assim, o apoio republicano nas décadas de setenta a noventa do século XIX, ou vésperas e após 1910 é significativo e merecedor de estudos mais aprofundados, que relacionem Miranda do Corvo e a realidade política e maçónica de Coimbra.

Assistimos assim, no período da implantação da República, ao cruzamento, por vezes complexo, de três organizações distintas – a Carbonária, secreta e revolucionária, a Maçonaria, ambas reunindo diferentes matizes ideológicos, e os republicanos do Partido Republicano Português. Entidades distintas, métodos frequentemente divergentes, tendo em comum alguns dos seus membros e um objetivo – alcançar a República, na esperança transformar os súbditos de um rei em cidadãos plenos de um Estado republicano, na certeza de que com isso se concretizava a criação de uma sociedade mais justa e mais fraterna. Se é verdade que, após 1910, o rápido crescimento do republicanismo representou a sua força, também sublinhou as suas fraquezas. Para se tornar numa ideologia de massas jogou com a vantagem do número, da ênfase do crescimento e da heterogeneidade social e cultural, mas com isso acentuou as suas divergências e falta de coerência. Foram muitos os chamados “adesivos”, novos republicanos, oportunísticamente nascidos logo a seguir ao triunfo da Revolução. A Maçonaria viveu também a euforia deste crescimento, refletindo-se esse aumento na qualidade do trabalho maçónico, com a sua politização. As fragilidades da República ou as divergências maçónicas de 1914 são um espelho disso e do percorrer caminhos novos nunca antes experimentados. Acresce o caráter inovador da República portuguesa, que a par da França se apresentava perante uma Europa predominantemente monárquica, belicista e vivendo uma crise de identidade cultural.

António LopesDiretor do Museu Maçónico Português

Page 9: Catálogo Exposição República 2011

8

Page 10: Catálogo Exposição República 2011

9

A QUESTÃO RELIGIOSA E A LAICIDADE

Jarro para vinho em cerâmica policromada e vidrada, de fabrico das Caldas da Rainha, representando um lagarto vestido de frade. Crítica ao clero, comparando frades a répteis.Início do século XX.(Colecção Carlos Ferreira)

Escultura crítica, em barro policromado a frio, representando uma beata.Início do século XX.(Colecção Carlos Ferreira)

“Comunicado do Conselho da Ordem do Grande Oriente Lusitano Unido”Publicado em 1884.Autores: J. Elias Garcia, P. Christiano, E. Craveiro, J. Reis e Sousa, J. De Faro, Junqueiro Júnior, Ferreira da Silva, Santos Ferreira e Ferreira Gomes.“Comunicação a todos os maçons da obediência, por ocasião do 15º aniversário da junção da família maçónica portugueza”, alertando para os perigos que poderiam advir para a sociedade da influência dos jesuítas e do jesuitismo.(Colecção Carlos Ferreira)

“Estatutos e Regulamento Interno da Associação do Registo Civil”Publicado em 1916Texto dos estatutos e do regulamento interno desta associação.Trata-se de uma associação laica, criada com objectivos mutualistas mas também com o objectivo de garantir a separação entre a Igreja e o Estado e a dinamização do ensino do primeiro ciclo.O artigo 10º dos estatutos refere que: “Os sócios desta Associa-ção contráem o dever moral de não assistirem, sancionarem ou praticarem nenhum acto de culto religioso de qualquer espécie, assim como teem o dever de fazer em vida a sua declaração de que desejam ser sepultados sem nenhuma intervenção religiosa, diligenciando propagar a ideia da cremação dos cadáveres, no intuito de fazer desaparecer a repugnancia e o horror que gente menos culta manifesta pela incineração.”(Colecção Carlos Ferreira)

Page 11: Catálogo Exposição República 2011

10

A QUESTÃO RELIGIOSA E A LAICIDADE

“A Velhice do Padre Eterno”Publicado em 1926Autor: Guerra JunqueiroLivro de poesia fortemente anti-clerical, cuja primeira edição foi publicada em 1885, aqui numa edição enriquecida com ilustrações de Leal da Câmara.(Colecção Carlos Ferreira)

“A Reacção: A Grande Toupeira” in jornal A Parodia.Publicado em 1901Autor: Rafael Bordalo PinheiroSátira anti-jesuítica representando a re-acção, figurada pela toupeira, aqui vestida de jesuíta a cavar um buraco no chão. Na borda aparece uma figura de Zé Povinho a urinar para o buraco. (Colecção Carlos Fer-reira)

Page 12: Catálogo Exposição República 2011

11

A QUESTÃO RELIGIOSA E A LAICIDADE

Jornal A Parodia

Publicado semanalmente entre 1900 e 1903Autor: Rafael Bordalo Pinheiro

Desencantado com a indiferença e o conformismo dos portugueses Rafael Bordalo Pinheiro interrompe a publicação do jornal O António Maria e arranca em 17 de Janeiro de 1900 com a publicação do seu último jornal, um semanário de sátira política, denominado A Parodia.É assim que o próprio Rafael Bordalo Pinheiro define A Parodia no seu primeiro número: “Os portuguezes são essencialmente conservadores. Por muito que esta opinião possa sur-prehender o nosso collega Magalhães Lima, não é menos certo que se nós mudamos com frequencia de fato, nos recusamos obstinadamente a mudar de idéias, o que faz com que em Portugal a fortuna sorria aos alfayates como o Sr. Amieiro do que aos evangelistas como o Sr. Theophilo Braga.Se somos inquestionavelmente um paiz de janotas, estamos longe de ser um paiz de refor-madores. Assim, o nosso primeiro embaraço ao emprehender esta publicação é familiarisar o publico com a idéa de que já não se chama o António Maria o jornal que tem agora na mão, por que o publico, conservador e rotineiro, quereria ver perpetuado no tempo e na galhofa, aquelle titulo que ficou pertencendo a uma epocha que desapareceu e que por isso fez o seu tempo.Porquê - o que era o António Maria? O António Maria, meus senhores, foi a regeneração, o Fontes e a sua Agua Circassiana, o Avila e o seu cachenez, o Sampaio e os seus pamphletos, o Arrobas e os seus editaes, o Passeio Publico e o lyrismo do Sr. Florencio Ferreira, a Srª Emilia das Neves, a «judia» e os Recreios Whitoyne, mundo findo, mundo morto, de sombras, espectros, mumias, onde só poderiamos estar á vontade sob a condição de termos desapparecido com elle, o que não é evidentemente um facto.Ficarmos dentro do António Maria seria ficar dentro de um museu, na situação de um velho guarda mostrando á curiosidade do seu tempo os despojos de uma epocha passada. A pa-rodia é outra coisa, como o tempo é outro. O António Maria foi um homem. Quando muito, foi uma família. A Parodia - dizemol-o sem receio de ser immodestos - somos nós todos.A Parodia é a caricatura ao serviço da grande tristeza pública. E’ a Dança da Bica no cemitério dos Prazeres.”Em Janeiro de 1903, e depois de uma interrupção de 4 semanas, reaparece a 2ª série com o novo título de Paródia - Comédia Portuguesa, sob a direcção de Marcelino Mesquita, acabando por desaparecer em 1908 com a ditadura franquista.

Page 13: Catálogo Exposição República 2011

12

A QUESTÃO RELIGIOSA E A LAICIDADE

Page 14: Catálogo Exposição República 2011

13

A QUESTÃO RELIGIOSA E A LAICIDADE

“Os percevejuítas” in jornal A Parodia (pag.12)Publicado em 1901Autor: Rafael Bordalo PinheiroSátira contra as congregações religiosas, particularmente anti-jesuítica, representando o Zé Povinho a ser atacado por jesuítas simbolizados por percevejos que lhe cobrem o corpo e a cama. Ao lado da cama lata aberta de unguento de soldado de 1834, numa alusão ao decreto da extinção das ordens religiosas masculinas.(Colecção Carlos Ferreira)

“O prato do Dia” in jornal A ParodiaPublicado em 1901Autor: Rafael Bordalo PinheiroSátira anti-jesuítica à cobertura dada pelo monarca às congrega-ções religiosas. “O Prato do dia” é precisamente esse: o habitual e reiterado patrocínio da monarquia constitucional em relação ao clero regular.(Colecção Carlos Ferreira)

“O Barro é Frágil – E o Barroso Também” in jornal A Parodia.Publicado em 1901Autor: Rafael Bordalo PinheiroSátira a D. António Barroso, bispo do Porto, que gozava da fama de liberal, apresentando-o aqui como figura simultanea-mente atraída pela disciplina eclesiástica mas também pelo ide-ário liberal (daí a alusão às comissões liberais).(Colecção Carlos Ferreira)

“O Jesuíta Fregoli” in jornal A Parodia.Publicado em 1901Autor: Rafael Bordalo PinheiroSátira a uma legislação pretensamente anti-jesuítica de Hintze Ribeiro - nela apre-sentado como um segundo Marquês de Pombal - mas depois são enumerados um conjunto de disfarces, que se reportam às excepções que a lei consentia.(Colecção Carlos Ferreira)

Page 15: Catálogo Exposição República 2011

14

A QUESTÃO RELIGIOSA E A LAICIDADE

“Reflexões Christãs Anti-Liberais e Anti-Maçónicas”Publicado em 1828.Autor: Pároco da Provincia de Trás-os-Montes, da Comarca de Chaves, Arcebispado de Braga.Texto de indignação sobre uma Pastoral, espalhada debaixo do nome do Arcebispo de Braga, em 10 de Março de 1827, e dirigida aos reverendos párocos e mais clero secular e regular do seu arcebispado, com o objectivo do “triunfo da verdade e confusão do erro e da mentira”.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

“Palmatória Contra Pedreiros-Livres, Refutação Á Heretica Pravidade de Seus Modernos Escriptos, e Á Introdução do Manifesto do Grande Oriente Lusitano”Publicado em 1821.Autor: O Censor Profano.Uma das mais violentas obras anti-maçónicas da sua época.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

“Exorcismos Contra os Incursos Maçónicos ou Continuação das Cartas do que se Vê e não Ouve”Publicado em 1827 (já impresso no Rio de Janeiro em 1826).Autor: Anónimo.Manifesto anti-maçónico.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Page 16: Catálogo Exposição República 2011

15

O ADVENTO DA REPÚBLICA

Page 17: Catálogo Exposição República 2011

16

O ADVENTO DA REPÚBLICA

El Apóstol de la Democracia PortuguesaPublicado em 1927Autor: Antonio YraizozTexto da conferência proferida pelo autor, Grão-Mestre da Maço-naria de Cuba de 1928 a 1931, na Loja Bartolomé Masó de Havana, em que são enaltecidas as qualidades humanas e de democrata de Magalhães Lima, bem como sobre o seu papel na implantação da República. Magalhães Lima foi Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano Unido de 1907 a 1928 e em 1910 era membro do Di-rectório do Partido Republicano.(Colecção Carlos Ferreira)

“O Réu”, in jornal A Parodia (Pag.15)Publicado em 1900Autor: Rafael Bordalo PinheiroSátira com o Zé Povinho no papel de vítima de uma sentença do tribunal de Berna que o condena a uma pesada indemnização ao caminho de ferro inglês de Lourenço Marques. Trata-se de uma das mais importantes imagens do Zé Povinho publicadas nas páginas do jornal A Parodia, sendo uma das suas últimas aparições como artista principal pela mão de Rafael Bor-dalo Pinheiro. O Zé Povinho, figura simbólica do povo português, foi criado por Rafael Bordalo Pinheiro e veio a público pela primeira vez em 1875 nas páginas do jornal A Lanterna Mágica.(Colecção Carlos Ferreira)

“A Actualidade” in jornal A ParodiaPublicado em 1901Autor: Rafael Bordalo PinheiroSátira à situação social em que se encon-trava o Povo, que estava “apertado” entre obediências contraditórias - a da polícia, que não gostando de manifestações, lhe diz que ande para “diente”; e a do clericalismo, o qual, com o chanfalho das congregações na mão, lhe diz para não “avançar” (cultural-mente, sociologicamente). (Colecção Carlos Ferreira)

Page 18: Catálogo Exposição República 2011

17

O ADVENTO DA REPÚBLICA

“Almanaque Para 1914 do Jornal O Zé”Publicado em 1913.Autor: Jornal “O Zé”.Almanaque humorístico para o ano de 1914, editado pelo jornal “O Zé”, repleto de quadros e cabulas à situação política do momento.Capa com desenho de Alfredo Cândido, representado o Zé Povinho a fumar um “paivante”.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

“O Povo e a República”Publicado em 1910/1911.Autor: Pimentel Cordeiro.Livro de poemas de enaltecimento da revolução de 5 de Outubro de 1910 e à implantação da República, bem como aos valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Convite endereçado a Bissaia Barreto para a inauguração do Centro Eleitoral Republicano José Falcão.(Colecção Fundação Bissaya-Barreto)

“Constituição da República Portuguesa”Publicado em 1913Edição da Imprensa Nacional de Lisboa.Constituição Política da República Portuguesa, primeira constituição republicana de Portugal, aprovada pela Assembleia Constituinte na sessão de 19 de Julho de 1911, a mesma sessão que sancionou a Revolução de 5 de Outubro de 1910. (Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Page 19: Catálogo Exposição República 2011

18

O ADVENTO DA REPÚBLICA

“Projecto da Constituição Portugueza”Publicado em 1911.Autor: Grémio Montanha.Projecto de um texto de constituição enviado ao parlamento pelo Grémio Montanha.O Grémio Montanha era uma associação com ligações à Maçonaria, à Loja Montanha.(Colecção Fundação Bissaya-Barreto)

“O Renegado”Publicado em 1885.Autor: Julio Claretie, com tradução de Cecilio Sousa.Trata-se do primeiro exercício literário do republicano Cecílio Sousa, que o dedica ao tribuno intelectual, e futuro líder do país, Teófilo Braga.Jules Arsène Arnaud Claretie, de seu nome completo, jornalista, histo-riador e dramaturgo, ter-se-á notabilizado pela sua Histoire de la Révo-lution de 1870-1871 e, também, pela colaboração com o compositor musical Jules Massenet.Esta primeira edição conta com uma capa particularmente bonita e que é um excelente trabalho de impressão da Litografia Guedes.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

“Almanach da Republica”Publicado em 1913.Autor: Adriano do Nascimento.Trata-se de uma publicação com a história da Carbonária de Coimbra e as suas acções ao longo do ano de 1910, salientando-se várias referên-cias à grande actividade e envolvimento carbonário que nessa época tiveram alguns republicanos de Coimbra, de entre eles Belisário Pimenta.Trata-se de uma cópia que foi pertença de Bissaia Barreto.(Colecção Fundação Bissaya-Barreto)

“A Revolução Portugueza”Publicado em 1915.Autor: Armando Ribeiro.Retrata a história da queda da monarquia e da revolução de 5 de Ou-tubro.Edição da editora João Romano Torres & C.ª, vendida em fascículos.(Colecção Fundação Bissaya-Barreto)

Page 20: Catálogo Exposição República 2011

19

O ADVENTO DA REPÚBLICA

“A Questão Académica de 1907”Publicado em 1962.Autor: Natália Correia com prefácio de Mário Braga.Narra a história dos acontecimentos relacionados com a greve acadé-mica de 1907.(Colecção Fundação Bissaya-Barreto)

“Manual Politico do Cidadão Portuguez”Publicado em 1906.Autor: Trindade Coelho.Conjunto de reflexões sobre política, organização administrativa e de funcionamento do Estado e pedagogia ética. Fiel a um ideário republicano, Trindade Coelho dedicou-se a uma inten-sa actividade pedagógica, tentando educar o povo para os valores da ética e da democracia.(ColecçãoTupi)

Conjunto de 10 postais emoldurado, e um conjunto de pequenas fotografias, alusivos à revolução republicana.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Painel de azulejos azuis e brancos, com imagem dos quatro deputados republicanos eleitos para as cortes a 19 de Agosto de 1906.Autor: Pereira da Silva.Finais do século XIX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Desenho representando a nacionalidade, com imagem de João Franco no canto inferior direito e escudo alusivo ao regicídio.Edição de “A Editora”.Ano de 1908.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 21: Catálogo Exposição República 2011

20

O ADVENTO DA REPÚBLICA

Escarradeira com a forma de John Bull, em cerâmica das Caldas. Peça concebida no âmbito do Ultimatum Inglês.À imagem do Zé Povinho português, John Bull é uma figura caricatural que personifica o povo inglês.Esta peça, sendo uma escarradeira ou cuspideira, pre-tende simbolizar o desprezo pelos ingleses, em conse-quência do Ultimatum.

Fabrico da Fábrica Bordalo Pinheiro. Caldas da Rainha.Ano de 1901.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Escultura do Zé Povinho, em pose agressiva, contendo na base a inscrição: “Raios-os partam”.Faiança popular. Coimbra.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Peça em cerâmica com a garra inglesa sufocando e fazendo sangrar o coração português. Peça alusiva ao Ultimatum Inglês.Fabrico da Fábrica Bordalo Pinheiro. Caldas da Rainha.Ano de 1890.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Peça em cerâmica representando o Zé Povinho ajoelhado, carre-gando uma albarda onde se encontram duas figuras com o barrete frígio.Fabrico da Fábrica de José Cunha. Caldas da Rainha.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Paliteiro em cerâmica policroma, em forma de Zé Povinho com o barrete frígio.Fabrico das Caldas da Rainha.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 22: Catálogo Exposição República 2011

21

O ADVENTO DA REPÚBLICA

Confronto entre a guarda e o Zé Povinho.Fabrico das Caldas da Rainha.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Prato decorativo, comemorativo da visita do Presidente Francês Émile Loubet a Portugal, a 27-10-1905. A visita do Presidente Loubet foi bastante aproveitada pelos repu-blicanos para propaganda dos seus ideais. Fabrico de Vista Alegre.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Prato decorativo, comemorativo do tricentenário de Camões, com inscrições: “Por afirmar a gloria Portugueza”; “A vindouros mostra a sua grandeza”; “Assi que sempre enfim com fama e gloria”; “Três séculos lhe contemplam sua história”.O tricentenário da morte de Camões foi uma efeméride aproveitada à exaustão pelos republicanos para propagação dos seus ideais.Fabrico de Green Windows.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Prato decorativo, comemorativo do centenário da morte do Marquês de Pombal. Foi uma das efemérides aproveitadas pelos republicanos para pro-paganda dos seus ideais. Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Prato decorativo, comemorativo do 4.º centenário da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral. Foi uma das efemérides aproveitadas pelos republicanos para pro-paganda dos seus ideais. Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 23: Catálogo Exposição República 2011

22

O ADVENTO DA REPÚBLICA

Prato decorativo, comemorativo do 4.º centenário da descoberta do caminho marítimo para a Índia, por Vasco da Gama. Foi uma das efemérides aproveitadas pelos republicanos para pro-paganda dos seus ideais. Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Prato em cerâmica policroma vidrada, alusivo ás bombas carbonárias. Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Manifesto do Partido Republicano Português, assinado pelo Directório Republicano.Ano de 1891.Este Manifesto foi redigido por José Falcão(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

“A Bomba Explosiva”Publicado em 1912.Autor: José Maria Nunes.Depoimentos de diversos revolucionários e carbonários sobre os acontecimentos do período entre 28 de Janeiro de 1908 e 5 de Outubro de 1910.(Colecção Fundação Bissaya-Barreto)

Page 24: Catálogo Exposição República 2011
Page 25: Catálogo Exposição República 2011

24

ICONOGRAFIA REPUBLICANA

Retrato de Afonso Costa.Ano de 1910.Gravura da Litografia Guedes(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Busto da República em terracota polícroma.Barrete frígio e com a bandeira nacional como manto.Início do século XX. (Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Busto da República em cerâmica polícroma. Barrete frígio vermelho Início do século XX(Colecção Aires Hen-riques / Museu Vil la Isaura)

Estátua da República em cerâmi-ca polícroma. Barrete frígio vermelho e seio nú.Na base tem a data 5-X-1910Início do século XXAssinada PR(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Busto da República em cerâmica polícroma. Barrete frígio vermelho, com louros. Manto vermelho e verde, com foice, espigas e escudo. Na base contém a inscrição “5 de Outubro de 1910” Início do século XXFabrico de: A Competidora.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 26: Catálogo Exposição República 2011

25

ICONOGRAFIA REPUBLICANA

Busto da República em cerâmica polícroma. Barrete frígio vermelho com louros e cabelos pretos a caírem sobre o peito. A base é uma peça separada, em barro, com inscrições “República” “5 de Outubro de 1910”Início do século XX. Fabrico de: Rodrigues.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Busto da República em cerâmica polícroma. Barrete em tons acobreados e fita vermelha. Manto vermelho e verde com escudo.Ano de 1910. Fabrico de: Simões.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Busto da República em terracota polícroma. Com barrete, louros e manto com a ban-deira nacional atada ao peitoInício do século XX. Fabrico de: Rodrigues.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Porta documentos em cerâmica polícroma e vidrada, com imagem da República bei-jando o Zé Povinho. Na base apresenta a seguinte inscrição: “Eleições de 28 de Maio de 1911”. (Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Estatueta de Bernardino Machado em cerâmica vidrada.Início do século XX.Fábrica Bordalo Pinheiro, Caldas da Rainha.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 27: Catálogo Exposição República 2011

26

ICONOGRAFIA REPUBLICANA

Cinzeiro com a imagem de Afonso Costa.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Prato decorativo com imagem de Afonso CostaInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Caneca com imagem de Afonso CostaInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Cinzeiro com a imagem de Manuel de Arriaga.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Caneca com imagem de António José de AlmeidaInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Caneca com imagem de Manuel de ArriagaInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Prato decorativo com imagem de Manuel de ArriagaInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 28: Catálogo Exposição República 2011

27

ICONOGRAFIA REPUBLICANA

Prato decorativo com imagem de António José de AlmeidaInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Caneca com imagem de António José de AlmeidaInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Prato decorativo com imagem de Bernardino MachadoInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Prato decorativo com imagem de Teófilo BragaInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Caneca com imagem de Teófilo BragaInício do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Garrafão em cerâmica policroma vidrada, com imagem da República e inscrição “Viva a Pátria” na parte da frente. Na parte traseira tem imagem de duas bandeiras nacionais e o escudo, com a inscrição “Viva a Pátria livre!”.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 29: Catálogo Exposição República 2011

28

ICONOGRAFIA REPUBLICANA

Chapa publicitária de homenagem à República.Fabricado por H. Ferreira. Edição Zinquellyto.Ano de 1910 / 1911.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Estampa “5 de Outubro de 1910 - Pátria e Liberdade”. Imagem de inspiração carbonária representado a República sobre o mundo, segurando o estandarte português, decorada com o escudo dentro da estrela de cinco pontas.Ano de 1910.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Estampa alusiva ao primeiro aniversário da República. Imagem da República e do governo provisório.Edição de “A Editora”.Ano de 1911.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Estampa com imagem da República segurando a Constituição de 1911.Brinde aos seus amigos e fregueses, da Fábrica Popular de José Manuel da Silva.Ano de 1911.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Estampa alusiva à proclamação da República.Brinde da Fábrica da Pampulha.Ano de 1911.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 30: Catálogo Exposição República 2011

29

ICONOGRAFIA REPUBLICANA

Estampa alusiva à revolução republicana com imagem de uma criança abraçando a República.Brinde da Fábrica da Pampulha.Ano de 1911.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Estampa com retrato do 1º Presidente da República Manuel de Arriaga.Ano de 1911(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Estampa “A República”. Imagem da República e do Governo Provisório.Edição de “A Editora”.Ano de 1910 / 1911.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Conjunto de 10 postais emoldurado, formando imagem com o primeiro Presi-dente da República, Manuel de Arriaga e o Governo Provisório.Ano de 1910 / 1911.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Retrato de Manuel de Arriaga.Gravura da Litografia Ringelke.Ano de 1911(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 31: Catálogo Exposição República 2011

30

ICONOGRAFIA REPUBLICANA

Estampa alusiva ao 5 de Outubro de 1910, com imagem da República e elementos do Governo Provisório.Ano de 1911.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Lenço de algodão. Imagem do Governo Provisório, de Manuel de Arriaga e dos navios Adamastor e São Rafael.Fabrico de A. Quaresma.Ano de 1911.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Busto da República em cerâmica policroma.Com barrete frígio, vestida com a bandeira e com estrela carbonária e a inscrição: “Esta é a ditosa pátria minha amada”. 19/06/1911Fabrico de: Cherubim Coelho Pinto – Porto.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Estatueta de barro policromo representando Afonso Costa a arrancar a orelha a um jesuíta.Tem a seguinte inscrição: “Deixe-me que me arranca a orelha”.Fabrico popular”.Início do século XX. (Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 32: Catálogo Exposição República 2011

31

ICONOGRAFIA REPUBLICANA

Prato evocativo da república.Coloca em confronto uma república jovem, de bandeira portuguesa em punho, com um “velho do Restelo”, coberto com a bandeira monárquica e acompanhado dum jesuíta. Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Estatueta em barro policromo representando Afonso Costa com vestes de mosqueteiro.Sátira ao facto de Afonso Costa ter aceite receber uma comenda.Fabrico popular.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 33: Catálogo Exposição República 2011

32

MAÇONARIA

Guia MaçonicaPublicado em 1913Autor: Dr:. A:. de S:. – Lavoisier:. 33:.Guia ou manual sobre Maçonaria. Contem vários textos relativos à história, ao pensamento e à prática maçónicos, entre eles a descrição dos 33 graus do Rito Escocês; dos 7 graus do Rito Francês; e dos 5 graus da Maçonaria; de Adopção, o texto das Grandes Constituições do Rito Escocês Antigo e Aceito; as regras e instruções comportamentais de um maçon; o manual dos rituais de banquetes e um dicionário maçónico.Tem a particularidade de se tratar de uma publicação destinada apenas a maçons e não ao público em geral.(Colecção de Carlos Ferreira)

História De Las Sociedades Secretas Antiguas y Modernas en España y Especialmente De La Franc-Masoneria (3 Vol.)Publicado em 1871Autor: Don Vicente De La FuentePara além da história das sociedades secretas em Espanha con-tém informações históricas sobre as sociedades secretas em Portugal, especialmente a Maçonaria e a Carbonária.As sociedades secretas portuguesas e espanholas tiveram durante o século XIX uma grande interligação, tendo os republi-canos e maçons portugueses contado na época com um forte apoio e ajuda dos republicanos espanhóis.(Colecção J. Roque Melo)

“História da Maçonaria em Portugal 1733-1912”Publicado em 1913Autor: M. Borges Grainha. Para além da história da Maçonaria em Portugal, contém infor-mações históricas importantes sobre a Carbonária, a Ordem de S. Miguel de Ala, a Formação do Partido Republicano e o resta-belecimento das Congregações Religiosas e a sua re-expulsão.(Colecção Carlos Ferreira)

Page 34: Catálogo Exposição República 2011

33

MAÇONARIA

“Los Misterios de La Francmasonería”Publicado em 1887.Autor: Leo Taxil.Livro polémico como todas as obras de Leo Taxil, pseudónimo de Gabriel Jogang Pagés. Leo Taxil niciou a sua carreira de jornalista e escritor sob este pseudónimo para enganar o seu pai, profundamente católico, dado que os seus textos e livros eram violentamente anti-clericais. Em 1881 foi iniciado na Maçonaria na Loja Os Amigos da Honra Francesa, de onde passados dez meses veio a ser expulso ainda na fase de aprendiz. Em 1885 declarou-se convertido ao catolicismo e passou a escrever textos violentamente anti--maçónicos. Os seus livros descreviam rituais ma-çónicos repletos de fantasias mirabolantes. Inventa e descreve rituais fantásticos repletos de cultos satânicos a Lucifer.Chegou mesmo a inventar a existência de uma ordem iniciática feminina de culto demoníaco, que denominou de Palladismo.Terminou a sua carreira de jornalista e de escritor com uma grande conferência onde assumiu e denunciou todas as fraudes que escreveu, afir-mando-se como Livre Pensador que disse nunca ter deixado de ser.Assumiu particular importância no anti-maçonismo por ter criado e divulgado e ideia de que o Gran-de Arquitecto do Universo dos maçons seria o próprio Satanás. Este argumento foi utilizado à exaustão pelo catolocismo no combate à ma-çonaria.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

“Os Assassinatos Maçonicos”Publicado em 1890.Autor: Leo Taxil e Paulo Verdun.Livro polémico como todas as obras de Leo Taxil, pseudónimo de Gabriel Jogang Pagés. Este livro tenta associar os maçons e a maçonaria a alguns dos crimes cometidos na época.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Page 35: Catálogo Exposição República 2011

34

MAÇONARIA

“História das Sociedades Secretas”Publicado no sec. XIX Autor: Pierre Zaccone.Descrição de várias sociedades secretas e seus rituais (Carbo-nários, Inquisição, Franco-Maçons, Estranguladores, Camorra, Amigos do Povo, Companheiros, Internacional, Mutilados Russos, Nihilistas, Fenianos, Iluminados, Jesuitas, Juízes Livres, Templários, Assassinos, etc.)Este livro tem a particularidade de ter sido traduzido para portu-guês por Heliodoro Salgado, figura incontornável da propaganda republicana e um anarquista activista. As suas ideias estiveram na base do anarquismo reformista português.Assumindo-se desde bastante jovem como republicano e livre-

-pensador pertenceu ao Directório do Partido Republicano e foi iniciado na Maçonaria (Loja Obreiros do Trabalho) em Lisboa, em 1890, com o nome simbólico de “Lutero”. Pertenceu depois às lojas União Latina, do Porto, e Elias Garcia, de Lisboa. Foi também o organizador da denominada “Carbonária Anarquista”, uma tendência “selvagem” da Carbonária dada a dificul-dade em acatar a obediência à Alta-Venda Carbonária dirigida por Luz de Almeida.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

“Histoire Pittoresque de la Franc-Maçonnerie et des Sociétés Secrètes Anciennes et Modernes”Publicado em 1845.Autor: F.-T. B.-Clavel.História da Maçonaria e das Sociedades Secretas profundamente ilustrada com estampas gravadas sobre aço de Monnin Sculp.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

“Constitution et Organisation des Carbonari”Publicado em 1821.Autor: M. Saint-Edme.“Documents exacts sur tout ce qui concerne l’existence, l’origine et le but de cette société secrète”.Descrição da organização carbonária incluindo os rituais desta ordem iniciática.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Page 36: Catálogo Exposição República 2011

35

MAÇONARIA

“Constituição da Maçonaria Portugueza”Publicado em 1840.Autor: Grande Dieta da Maçonaria Luzitana.Constituição da Maçonaria Portuguesa decretada e sancionada pela Grande Dieta do Grande Oriente Luzitano.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

“Apontamentos para a História Contemporânea”Publicados em 1861.Autor: Joaquim Martins de Carvalho.Apontamentos sobre vários aspectos da história de Coimbra com especial destaque para as sociedades secretas nesta cidade.(Colecção Tupi)

“Certificado de 5.º Grau do Rito Francês”Ano de 1911.Autor: Gr:. Or:. Português.Cer tificado do 5.º grau do Rito Francês de Bissaia Barreto, com o nome sim-bólico de “Saint Just”.(Colecção Fundação Bis-saya-Barreto)

Malhete da Loja Maçónica Obreiros do Trabalho com a respectiva base.A Loja Obreiros do Tra-balho foi a mesma onde foi iniciado Heliodoro Sal-gado.Finais do século XIX ou início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 37: Catálogo Exposição República 2011

36

MAÇONARIA

Insignias maçónicas de Past-Venerável, em prata dou-rada e com as iniciais G L E.Fabrico de 1883.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Carimbo de loja maçónica.Carimbo utilizado na Loja Construir, instalada em Coimbra em 1931.Século XX(Colecção José Abranches)

Carimbo de loja maçónica.Carimbo utilizado na Loja Construir, instalada em Coimbra em 1931.Século XX.(Colecção José Abranches)

Espada maçónica em uso no Grande Oriente Lusitano.Finais do século XIX ou início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Bengala com espadim dos Graus Capitulares da Real Arca Rito de Iorque.S.d. Século XIX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 38: Catálogo Exposição República 2011

37

MAÇONARIA

Espada maçónica.Século XIX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Bengala com simbologia maçónica. Apa-renta tratar-se do reaproveitamento de uma cabeça de um bastão de loja ma-çónica.Século XIX..(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Campânula em vidro de uma luminária do Palácio Maçónico do Grande Oriente Lusitano..Finais do século XIX ou início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Page 39: Catálogo Exposição República 2011

38

MAÇONARIA

Pin do Grupo Carbonário Os Treze.Para combater as incursões monárquicas são criados, em 1911, os “Voluntários da República”, enquadrados pela Maçonaria e pela Carbonária. Assim surgem batalhões em Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Chaves, Mirandela e Santarém. Cada batalhão é comandado por um oficial do exército, sendo-lhes distribuídas armas. O Grupo Carbonário “Os Treze” é uma das milícias afectas ao partido democrático.Início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Museu Villa Isaura)

Escapulário, jóia e avental do Grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês.Finais do século XIX ou início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Relógio de bolso com simbo-logia maçónica.Finais do século XIX.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Alfinete de peito com insígnia maçónica do Conselho da Ordem.Finais do século XIX ou início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Avental maçónico inglês em pele de borrego pintada.Século XIX.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Page 40: Catálogo Exposição República 2011

39

MAÇONARIA

Avental do grau de Mestre (Grau 3) do Rito Escocês em seda branca, debruada a vermelho. Bordado com imagem de templo, esquadro entrelaçado por ramos de acácia, colunas, prumos, sol, lua e estrela com a letra G.Finais do século XIX ou início do século XX.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Certificado de iniciação na Loja Pureza do Grande Oriente Lusitano Unido.Ano de 1888.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Jóia Maçónica do grau de Mestre (Grau 3) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Século XIX.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Jóia Maçónica do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Século XIX.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Page 41: Catálogo Exposição República 2011

40

MAÇONARIA

Jóia Maçónica do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Século XIX.(Colecção Aires Henri-ques / Villa Isaura)

Page 42: Catálogo Exposição República 2011

41

MAÇONARIA

Jóia Maçónica do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Século XIX.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Jóia Maçónica do grau de Mestre (Grau 3) do Rito Esco-cês Antigo e Aceite.Século XIX.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Certificado de entrada no grau de soberano Principe Rosa--Cruz (Grau 18) do Rito Esco-cês Antigo e Aceite, emitido pelo Soberano Capítulo do Rito Escossez (Independente).Ano de 1896.(Colecção Aires Henriques / Villa Isaura)

Page 43: Catálogo Exposição República 2011

42

MAÇONARIA

Avental do grau de Soberano Grande Inspector Geral (Grau 33) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Século XIX.Em tecido de seda branca, com bordado a fio de ouro e com aplicação de tecidos e lentejoulas.(Colecção Museu Maçónico Português)

Avental do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Século XIX.Em tecido de cetim de cor pérola, debruado a vermelho, com bordado policromo em linha e fio de ouro e prata, com aplicação de tecido e lentejoulas.(Colecção Museu Maçónico Português)

Avental do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Século XX.Em tecido de seda, debruado e vermelho, com bordado policromo a fio de ouro e linha, com aplicações de tecido.(Colecção Museu Maçónico Português)

Escapulário do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.Em tecido, com bordado policromo a prata, ouro e linha, com aplicações de vidrilhos e lentejoulas.(Colecção Museu Maçónico Português)

Faixa do grau de Soberano Grande Inspector Geral (Grau 33) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Século XIX.Em tecido de seda branca, com bordado a fio de ouro e prata e com aplicação de tecido, metal e vidrilhos.Jóia do mesmo grau em metal dourado e prateado.(Colecção Museu Maçónico Português)

Page 44: Catálogo Exposição República 2011

43

MAÇONARIA

Faixa do grau de Mestre (Grau 3) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Século XIX.Em tecido azul debruado a vermelho, com bordado a fio de ouro e prata e com aplicação de tecido, metal e vidrilhos.Jóia do mesmo grau em metal dourado.(Colecção Museu Maçónico Português)

“Manifesto do Ir:. Lycurgo, Gr:. Insp:. Ger:. Da Ordem dos Franc-Maçons em Portugal”Publicado em 1849.Autor: Ir:. Lycurgo.(Colecção Museu Maçónico Por tu-guês)

Jóia do grau de Mestre (Grau 3) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Finais do século XIX.Metal dourado.(Colecção Museu Maçónico Portu-guês)

Jóia do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Finais do século XIX.Metal dourado e prateado com aplicação de vidrilhos safiras e es-meraldas.(Colecção Museu Maçónico Portu-guês)

Page 45: Catálogo Exposição República 2011

44

MAÇONARIA

Cunho de loja maçónica.Finais do século XIX.Metal.(Colecção Museu Maçónico Português)

Jóia do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Esco-cês Antigo e Aceite.Finais do século XIX.Metal dourado e prateado.(Colecção Museu Maçónico Por-tuguês)

Caixa para transporte de paramentos e avental do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Finais século XIX.Caixa em folha.(Colecção Museu Maçónico Português)

Prato raso da fábrica de Santarém.Finais do século XIX ou início do século XX.Faiança.Mandado executar pela Loja Obreiros do Trabalho para o Asilo de S. João.(Colecção Museu Maçónico Português)

Page 46: Catálogo Exposição República 2011

45

MAÇONARIA

Malhete de loja maçónica.Início do século XX.Marfim.(Colecção Museu Maçónico Português)

Avental do grau de Mestre (Grau 3) do Rito Francês ou Moderno.Início do século XX.Em tecido de cetim de cor pérola, debruado e forrado a azul turquesa, com bordado policromo em fio de seda.Pertenceu a um maçon da Loja Fernandes Tomás, da Figueira da Foz.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Avental do grau de Mestre (Grau 3) do Rito Francês ou Moderno.Início do século XX.Em pele de borrego de cor pérola, debruado a seda azul turquesa, com pintura policroma.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Avental do grau de Soberano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.Em tecido de cetim de cor pérola, debruado a vermelho, com bordado policromo em fio de seda, fio dourado e lentejoulas.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Escapulário do grau de Cavaleiro Kadosh (Grau 30) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.Em tecido de seda preta, orlado com franja prateada, com bordado policromo em fio prateado e em fio de seda.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Page 47: Catálogo Exposição República 2011

46

MAÇONARIA

Braçadeira do grau de Cavaleiro Rosa-Cruz (Grau 7 – 4.ª Ordem) do Rito Francês ou Moderno.Início do século XX.

Em tecido de cetim de cor azul, com aplicação de cetim branco, com inscrição bordada a azul em fio de seda.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Faixa do grau de Soberano Grande Inspec-tor Geral (Grau 33) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.Em tecido de seda branca, orlada e com franja dourada, com bordado policromo em fio de seda, fio prateado, fio de ouro e pedras.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Faixa do grau de Cavaleiro Kadosh (Grau 30) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.Em seda preta, orlada e com franja dourada, com bordado policromo em fio de seda, fio de prata, fio de ouro e lentejoulas.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Faixa do grau de Cavaleiro Kadosh (Grau 30) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.Em seda preta, orlada e com franja dourada, com bordado policromo em fio de seda, fio de prata, fio de ouro e lentejoulas.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Page 48: Catálogo Exposição República 2011

47

MAÇONARIA

Botão com símbolos da Carbonária Lusitana.Início do século XX.Em metal dourado.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Insígnia pendente do grau de Mestre Secreto (Grau 4) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.Em metal dourado e prateado, com aplicação de cristal.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Colar atribuído ao Presidente do So-berano Capítulo Rosa-Cruz.Metal cinzelado.(Colecção Museu Municipal Santos Rocha)

Page 49: Catálogo Exposição República 2011

48

MIRANDA NA 1ª REPÚBLICA

Livro de Registo de Telegramas Recebidos na Administração do Concelho de Miranda do Corvo, no ano de 1911.Contém a transcrição de todos os telegramas recebidos do Governo, do Governo Civil e de demais entidades ao longo do ano de 1911, muitos dos quais contêm instruções sobre o relacionamento do Estado com Igreja.(Colecção Arquivo Municipal de Miranda do Corvo)

O Divino Senhor da Serra de SemidePublicado em 1920Autor: Padre Campos NevesRelata vários aspectos interessantes do quotidiano deste importante santu-ário, à época, de entre eles a reacção da pároco de Semide, João Ferreira de Figueiredo Queiroz, e do bispo de Coimbra, D. Manuel Correia de Bastos Pina, à supressão do Mosteiro de Semide em 1896, após o faleci-mento da última religiosa professa, imposta pelos Decretos e Instrução de 31 de Maio de 1962, e ao arrolamento dos bens pela Fazenda Nacional.

Relata também a disputa que nessa data se iniciou pela recolha das oblatas (esmolas) do san-tuário do Senhor da Serra. Esta disputa opunha o bispo de Coimbra e o pároco ao regedor da freguesia, ao povo e à Misericórdia de Semide e à Fazenda Nacional, envolveu também os partidos Regenerador e Progressista, vários elementos do Governo e a Casa Real.Esta disputa perdurou no tempo, apesar das mudanças de bispo e de regedor, só ficando resolvida após a implantação da República, passando as esmolas a ser recolhidas pela Comissão Republicana de Semide e por fim pela Misericórdia de Semide.A Comissão Republicana de Semide foi constituída por Manuel Couceiro Novo, Boaventura Luiz de Paiva, José Francisco Germano, Abílio Castro Marques e José dos Santos Grade.(Colecção Carlos Ferreira)

Colecção de postais com imagens de Miranda do Corvo.Último quartel do século XIX e primeiro quartel do século XX.(Colecção António Simões)

Page 50: Catálogo Exposição República 2011

49

MIRANDA NA 1ª REPÚBLICA

Vista da Feira da Sardinha. Uma das figuras a cavalo é Beli-sário Pimenta.Primeiro quartel do século XX.(Colecção Arquivo da Universidade de Coimbra)

Vista da Praça José Falcão antes da delimitação do rio Alhêda.Primeiro quartel do século XX.(Colecção Arquivo Municipal de Miranda do Corvo)

Vista da Praça José Falcão após a construção do muro de delimitação da margem direita do rio Alhêda.Primeiro quartel do século XX.(Colecção Arquivo Municipal de Miranda do Corvo)

Vista da zona histórica da vila de Miranda do Corvo.Primeiro quartel do século XX.(Colecção Arquivo Municipal de Miranda do Corvo)

Vista do largo da Fonte dos Amores.Primeiro quartel do século XX.(Colecção Arquivo Municipal de Miranda do Corvo)

Comemoração da implantação da República. Hastear da bandeira na ponte sobre o rio Alhêda (ou Corvo).Ano de 1910.(Colecção Arquivo Municipal de Miranda do Corvo)

Vista da Pereira, encontrando-se em primeiro plano as casas de José Falcão e de Lourenço Falcão.Primeiro quartel do século XX.(Colecção Arquivo da Universidade de Coimbra)

Page 51: Catálogo Exposição República 2011

50

MIRANDA NA 1ª REPÚBLICA

Chegada dos romeiros ao Senhor da Serra. Vista do Vale do Senhor da Serra com o santuário ao fundo.Primeiro quartel do século XX.(Colecção Arquivo da Universidade de Coimbra)

Belisário Pimenta e a família junto à capela da Senhora da Piedade de Tábuas.Primeiro quartel do século XX.(Colecção Arquivo da Universidade de Coimbra)

“Livro d’ átas N.º 2”Autor: Loja Revolta – Vale de CoimbraAnos de 1911 a 1915Livro de actas da Loja Maçónica Revolta, de Coimbra.(Colecção Família Baeta de Campos)

Page 52: Catálogo Exposição República 2011

51

REPUBLICANOS E MAÇONS DE MIRANDA DO CORVO

José Falcão

José Joaquim Pereira Falcão foi Lente de Matemática na Univer-sidade de Coimbra e político. Nasceu no lugar da Pereira, con-celho de Miranda do Corvo em 1 de Junho de 1841 e morreu em Coimbra a 14 de Janeiro de 1893. Matriculou-se em 1858 nas facul-dades de Matemática e Filosofia, doutorando-se em Matemática a 31 de Julho de 1865. Em 8 de Setembro de 1870 foi nomeado lente substituto de Matemática e ajudante do Ob-servatório Astronómico; em 7 de Maio de 1874 foi promovido a lente catedrático; a 13 de Mar-ço de 1888 ascende a primeiro astrónomo e é nomeado director interino do Observatório em 28 de Julho de 1890. Espírito liberal, apaixonou-se pelas ideias republicanas, colaborando assiduamente nos jornais republicanos do país, especialmente sobre assuntos de ensino.Em 1871 publicou um folheto intitulado “A Comuna de Paris e o governo de Versailles”, que não assinou por recear as consequências pessoais e profissionais decorrentes deste seu alinhamento ideológico. Sem nome de autor, publicou a Cartilha do Povo (Coimbra, 1884), que foi um dos escritos mais notáveis da propaganda republicana. Impressa em papel modesto, para que os custos pudessem ser facilmente suportados, esta Cartilha obedeceu também à directriz de ser facilmente entendida por gente humilde e, até então, desprezada pelas regiões da governação, num país que à data apresentava cerca de 4/5 de analfabetos.Depois de malograda a revolta de 31 de Janeiro, foi encarregado de reorganizar o partido republicano no Porto, para o que escreveu artigos políticos na Voz Pública e reuniu ali uma assembleia de que saiu o Manifesto, que ele próprio redigira. Proposto deputado em 23 de Outubro de 1892, não tardou que a morte viesse cortar a sua carreira profissional e política.José Falcão foi maçon e carbonário e é uma figura incontornável do republicanismo.O dia 1 de Junho, data do seu nascimento, foi a data escolhida para a comemoração do feriado municipal de Miranda do Corvo.

Page 53: Catálogo Exposição República 2011

52

REPUBLICANOS E MAÇONS DE MIRANDA DO CORVO

Memoria a José FalcãoPublicado em 1894Autor: VáriosPublicado um ano após a morte de José Falcão, contém a recolha de todos os textos cartas e artigos de jornal sobre si publicados ao longo desse ano, precedidos dum impor-tante texto de Guerra Junqueiro so-bre a situação em Portugal na época.(Colecção Carlos Ferreira)

Cartilha do Povo Primeira edição publicada em 1884Autor: José FalcãoConjunto das dezassete edições publicadas, incluindo a primeira e as quatro publicadas por iniciativa da Comissão Municipal Republicana de Miranda do Corvo.(Colecção Natércia Vilaça)

Page 54: Catálogo Exposição República 2011

53

REPUBLICANOS E MAÇONS DE MIRANDA DO CORVO

Busto da República e quadro alusivo à implantação da República outrora propredade de Lourenço Falcão, primo direito de José Falcão. Os dois viveram na Pereira em casas de parede meeira.(Colecção Filomena Falcão / Loja do Sr. Falcão)

Belisário PimentaBelisário Maria Bustorf da Silva Pinto Pimenta nasceu em Coimbra em 1879. Passou em Miranda do Corvo, em casa de seu tio que aí era proprietário de uma tipografia, largos períodos da sua vida. Militar e historiador, dedicou a Miranda do Corvo vários trabalhos. Foi um lutador pela causa republicana.Foi iniciado Maçon em 1899, na Loja “Academia Livre”, de Coimbra. Pertenceu também à Carbonária.

Faleceu em1969, em lisboa.Miranda do Corvo atribuiu o seu nome a uma rua da vila em homenagem pelo contributo dado para o estudo da sua história.

O Partido de Boticario na Vila de Miranda do CorvoPublicado em 1926Relata as diversas tentativas para a criação do Partido de Boticá-rio em Miranda do Corvo e contém uma dedicatória do autor a Afonso Lopes Vieira. (Colecção Carlos Ferreira)

O Padroado da Igreja de Miranda do CorvoPublicado em 1925Relata uma luta pela disputa do Padroado de Miranda do Corvo ocorrida entre 1735 e 1737 e contém uma dedicatória do autor a Ernesto Donato.(Colecção Carlos Ferreira)

Comissão Municipal Republicana de Miranda do CorvoComposição da Comissão Republicana que em Miranda do Corvo lutou pela implantação da República na última dezena de anos da monarquia (1900-1910). Desta Comissão viriam a sair dois presi-dentes da Câmara de Miranda do Corvo, Joaquim Pereira Falcão (1910-1912) e António da Silva Bastos (1912-1913).

Page 55: Catálogo Exposição República 2011

54

REPUBLICANOS E MAÇONS DE MIRANDA DO CORVO

Armando Alves da SilvaNasceu a 1-4-1883Morreu a 23-3-1967Foi professor primário e inspector das escolas móveis.Foi colaborador do Ministério da Educação quando era ministro o Dr. João Soares (pai de Mário Soares), de quem era amigo.Privou igualmente com Miguel Torga, nos anos em que este exerceu medicina nesta aldeia.Em 1937 esteve preso em Peniche, resultado das suas convicções

politicas e maçónicas.Foi correspondente regular dos jornais “O Século”, “República” e “Primeiro de Janeiro”Foi um dos fundadores da Biblioteca Municipal de Miranda do Corvo, inaugurada com 30 livros.Alfabetizou várias gerações de vilanovenses.Promoveu várias actividades lúdicas, nomeadamente música. Foi o mentor de vários ranchos folclóricos e de uma banda de música.Iniciou um livro sobre a história de Vila Nova que não chegaria a concluir por entretanto ter falecido.

Insígnias maçónicas que pertenceram a Armando Alves da Silva. Faixa e jóia do grau de Mestre (Grau 3) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.(Colecção Maria da Natividade Ferreira e Silva)

Insígnias maçónicas que pertenceram a Armando Alves da Silva. Escapulário e jóia do grau de Sobe-rano Príncipe Rosa-Cruz (Grau 18) do Rito Escocês Antigo e Aceite. Início do século XX.(Colecção Maria da Natividade Ferreira e Silva)

Insígnias maçónicas que pertenceram a Armando Alves da Silva. Fita e jóia do grau de Soberano Grande Inspector Geral (Grau 33) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.(Colecção Maria da Natividade Ferreira e Silva)

Page 56: Catálogo Exposição República 2011

55

REPUBLICANOS E MAÇONS DE MIRANDA DO CORVO

Insígnias maçónicas que pertenceram a Armando Alves da Silva. Fita e jóia do grau de Sublime Príncipe do Real Segredo (Grau 32) do Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.(Colecção Maria da Natividade Ferreira e Silva)

Insígnia maçónica que pertenceu a Armando Alves da Silva. Jóia do grau de Soberano Prín-cipe Rosa-Cruz (Grau 18) Rito Escocês Antigo e Aceite.Início do século XX.(Colecção Maria da Natividade Ferreira e Silva)

Luís Baeta de CamposNasceu em Espinho, concelho de Miranda do Corvo, a 19 de Dezembro de 1893, décimo filho, o mais novo, de Josefa Fortunata Baeta de Queiroz e de João Henriques de Campos, professor do ensino primário. Fez o curso Superior de Comércio, tendo sido professor do ensino secundário. Casou com Maria Adelina Baeta Henriques Erse, sua prima, de quem teve dois filhos, Luís Erse Baeta de Campos e Maria Luísa Erse Baeta de Campos Bragança Barahona. Fundou e dirigiu a Escola Normal Superior de Coimbra,

uma instituição, ao tempo, privada que formava professores do ensino primário, e foi proprietário e director do Colégio Portugal naquela cidade. Lutou pelos ideais republicanos da Liberdade de expressão, Igualdade de direitos e Fraternidade solidária, ideais pelos quais pautou a sua vida. Assim, tendo consciência de que a educação era pedra basilar para que qualquer cidadão pudesse ser verdadeiramente livre, ofereceu formação académica a muitos sobrinhos seus e outros familiares, bem como a filhos de amigos e de funcionários, que frequentaram gratuitamente o colégio e o respectivo internato. Mas este estabelecimento de ensino constituiu também porto de abrigo, sustento e realização profissional para muitos republicanos que, tendo sido condenados e exonerados dos seus lugares, inclusivamente alguns já regressados da deportação nas colónias, não tinham onde trabalhar por tal lhes ser recusado. Muitos foram os que encontraram acolhimento como docentes e perfeitos no Colégio Portugal onde permaneceram durante largos anos. De entre eles destacam-se na nossa memória os Professores António Neves Rodrigues, professor do ensino primário e advogado, António Cansado Gonçalves, finalista do curso de Ciências Histórico-Filosóficas, que tinha sido secretário geral do Partido Comunista Português e era cunhado do Professor Marcelo Caetano, José de Almeida e Costa, professor do ensino primário, e António Luís Júdice, professor universitário. Também na Escola Normal Superior que dirigiu chegou a acolher refugiados da Guerra Civil de Espanha, como Juan Sebastián La Comba, de Barcelona. Tinha um alargado grupo de amigos e correligionários com quem partilhava as suas ideias e se reunia semanalmente em Coimbra, quer no café A Brasileira, quer na pastelaria Arcádia, ou ainda no café-restaurante Santa Cruz, com a particularidade de aqui haver gabinetes privados para qualquer ocasião que requeresse maior discrição. Dele faziam parte destacados opositores

Page 57: Catálogo Exposição República 2011

56

REPUBLICANOS E MAÇONS DE MIRANDA DO CORVO

ao regime salazarista, designadamente os professores universitários Vitorino de Nemésio, Paulo Quintela, Maximino Correia, Lúcio de Almeida, Mário Silva, Eduardo Correia, Alberto Xavier da Cunha e Manuel Esparteiro, o médico e escritor Adolfo Correia da Rocha / Miguel Torga e ainda os escritores João Falcato, João José Cochofel e Carlos de Oliveira, a sua mulher, Maria Ângela de Jesus, estudante universitária de Letras e mais tarde actriz de teatro, o médico Fernando Vale, alguns comerciantes como o Sr. Alves Correia (proprietário da loja de tecidos do mesmo nome), o Sr. Raul (proprietário da loja de moda Último Figurino), o Sr. César Alves e o Sr. Valente (proprietários de chapelarias com os seus respectivos nomes), o Sr. Pinheiro e o Sr. Petrónio, sócios das pastelarias Central e Nicola, alguns sócios da livraria Atlântida, o Padre José Martins da Cruz Diniz, pároco em Santo António dos Olivais, o Padre Pedro, capelão da casa do Marquês da Graciosa, o Tenente João Romãozinho e o professor do ensino primário Armando Silva, de Vila Nova. Mas a sua actuação, da mesma forma que lhe angariou grandes amigos, também gerou algumas animosidades, entre elas a do médico Professor Bissaia Barreto, visita semanal de Salazar, e membro da Carbonária, o qual chegou a verbalizar os seus intentos, referindo a um amigo da família, o Padre Melo, prior da Sé Velha: “Ao Baeta de Campos, à mulher e aos filhos é preciso torturar-lhes a vida e reduzi-los à miséria”. Pertenceu ao Grande Oriente Lusitano, à loja Portugal, da qual o Colégio tomou o nome, onde chegou ao grau de Cavaleiro Rosa-Cruz, com o nome de código Guerra Junqueiro. Tomou parte em várias revoltas para derrubar o governo do Estado Novo, revoltas essas ditas “reviralhistas”, tendo a última em que participou sido em 1938, na qual teve destacada intervenção. No desenrolar desta e uma vez abortada a conspiração, foi preso e enviado para a cadeia na PVDE (Policia de Vigilância e Defesa do Estado) de Coimbra, de onde foi transferido para a prisão que se localizava paredes meias com o cemitério Prado do Repouso, na cidade do Porto. Aí permaneceu inicialmente em isolamento total, no “segredo”, tendo sido posteriormente mudado para uma outra cela que partilhou com o Eng. Vidal Pinheiro. Todos os bens lhe foram confiscados, congeladas as contas bancárias e encerrado o Colégio Portugal. Só bastante mais tarde foi concedida autorização para a reabertura do Colégio. Não obstante todo o sofrimento moral e prejuízos patrimoniais que a actuação salazarista lhe infligiu, nada o demoveu de continuar a lutar pelos seus ideais. Assim, foi, até à sua extinção, membro activo do MUD (Movimento de Unidade Democrática), do qual faziam parte, entre muitos outros anti-fascistas, o advogado Dr. Mário Soares e o médico Dr. Fernando Vale, um dos seus maiores amigos. Quando a revolução de 25 de Abril de 1974 teve lugar já estava reformado, tendo deixado Coimbra e ido viver, com carácter permanente, para a terra natal, Espinho de Miranda do Corvo, onde, na sua Casa do Pereiro, se dedicou à lavoura, actividade que sempre o fascinou. Acolheu a Revolução com a esperança de quem via finalmente o caminho aberto para a realização dos seus ideais. Em pleno “período gonçalvista”, desiludido com o rumo político do país, inscreveu-se no PPD/PSD, onde chegou a exercer actividade partidária, tendo presidido, juntamente com o Prof. Mota Pinto, ao primeiro comício realizado por aquele partido em Miranda do Corvo, no ano de 1975. Acompanharam-no nos últimos anos de vida os amigos Dr. Jaime Ramos, médico e jovem politico, Dr. Fernando Vale, à altura, antigo governador civil de Coimbra, e Prof. Armando Silva, de Vila Nova. Morreu em 22 de Janeiro de 1979.

Luísa Baeta de Campos

Page 58: Catálogo Exposição República 2011

57

REPUBLICANOS E MAÇONS DE MIRANDA DO CORVO

“Ritual do Gráu de Aprendiz-Maçon, Ritual do Gráu de Companheiro--Maçon e Rutual do Gráu de Mestre-Maçon”Publicado em 1928.Autor: Grande Loja Simbólica de S. PauloRito Escocês Antigo e Aceite.Rituais de uso de António Sarmento, cunhado de Luís Baeta de Campos.(Colecção Família Baeta de Campos)

“Cartas Rosacruzes”Publicado em 1920 em S. Paulo.Autores: Antigos membros da Ordem. Desconhecidos.Trata-se de cartas dotadas de singular eloquência e elevado misti-cismo, tais Cartas são adoptadas por diversas Escolas Rosacruzes.Remontam ao século XVIII, e foram publicadas nos Vols. 8 e 9 do periódico “The Theosophist”, editado pela Sociedade Teo-sófica, assinadas por F.H. e H., no caso da sétima e última carta. É referido que a sexta carta teria sido remetida a Eckartshausen, martinista e autor do célebre livro “A Núvem Sobre o Santuário”. Segundo A.E.Waite, foram reimpressas num periódico americano, com as iniciais F.H. e H. suprimidas, sendo toda a série atribuída

a Eckartshausen, que as teria escrito entre 1792 e 1801. Proclama-se que elas teriam sido traduzidas do Espanhol. Segundo A.E. Waite, “as iniciais sugerem obviamente a mão do Dr. Franz Hartmann”.Popularizaram através da revista “Rays from Rose Cross”, editada pela “The Rosicrucian Fello-wship”. Posteriormente foram publicada como apêndice do livro “A Maçonaria e o Catolicismo”, de Max Heindel, editado em vários idiomas.(Colecção Família Baeta de Campos)

“Carteira de Identidade Maçónica de António Sarmento”Publicado em 1929.Autor: Aug:. Res:. Loj:. Symb:. “D. Pedro I”António Sarmente, natural da Lousã, foi casado com uma irmã de Luís Baeta de Campos, tendo estado alguns anos no Brasil.(Colecção Família Baeta de Campos)

“Constituição e Regulamento Geral da Sereníssima Grande Loja do Estado de São Paulo”Publicados em 1928.(Colecção Família Baeta de Campos)

Page 59: Catálogo Exposição República 2011

58

REPUBLICANOS E MAÇONS DE MIRANDA DO CORVO

“Manual Maçónico do Cobridor”Publicado em 1899.Autor: DesconhecidoManual do Rito Escocês Antigo e Aceite e do Rito Francês ou Moderno, com o Ritual para a Inauguração de um Novo Templo e com o Código ou Preceitos Maçónicos.(Colecção Família Baeta de Campos)

“Rituais do 2.º Grau - Companheiro e do 3.º Grau - Mestre”Publicados em 1926 e 1927.Autor: Gr:. Or:. e Supr:. Cons:. do Brasil.Manuais dos graus de Companheiro e de Mestre do Rito Escocês Antigo e Aceite.(Colecção Família Baeta de Campos)

“Rituais do 1.º Grau - Aprendiz e do 2.º Grau - Companheiro”Publicados em 1926.Autor: Gr:. Or:. e Supr:. Cons:. De S. Paulo.Manuais dos graus de Aprendiz e de Companhei-ro do Rito Escocês Antigo e Aceite.(Colecção Família Baeta de Campos)

“Ritual do 2.º Grau - Companheiro”Publicado em 1927.Autor: Gr:. Or:. e Supr:. Cons:. do Brasil.Manual do grau de Companheiro do Rito Francês ou Moderno(Colecção Família Baeta de Campos)

“Ritual do Grau de Aprendiz”Publicados em 1928.Autor: Sup:. Cons:. dos GGrs:. IInsp:. GGer:. Do 33.º Gr:., para Portugal.Manual do grau de Apprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceite.(Colecção Família Baeta de Campos)

Page 60: Catálogo Exposição República 2011

59

REPUBLICANOS E MAÇONS DE MIRANDA DO CORVO

“Ritual do Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz”Publicado em 1928.Autor: Gr:. Or:. e Supr:. Cons:. Do Brasil.(Colecção Família Baeta de Campos)

“Alfabeto Maçonico”Alfabeto Maçónico do grau de Grande Inspector Inquisidor Co-mendador (Grau 31) do Rito Esco-cês Antigo e Aceite, de uso de Luís Baeta de Campos(Colecção Família Baeta de Campos)

“A Revolução Portugueza – O 5 de Outubro”Publicado em 1912.Autor: Jorge D’Abreu.História pormenorizada da Revolução do 5 de Outubro.(Colecção Tupi)

Page 61: Catálogo Exposição República 2011

60

AUTO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA EM MIRANDA DO CORVO

Auto da Proclamação da República em Miranda do Corvo6 de Outubro 1910(Colecção Arquivo Municipal de Miranda do Corvo)

Page 62: Catálogo Exposição República 2011

61

AUTO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA EM MIRANDA DO CORVO

Page 63: Catálogo Exposição República 2011

62

AUTO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA EM MIRANDA DO CORVO

Page 64: Catálogo Exposição República 2011

63

AUTO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA EM MIRANDA DO CORVO

Page 65: Catálogo Exposição República 2011

64

AUTO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA EM MIRANDA DO CORVO

Page 66: Catálogo Exposição República 2011

orga

niza

ção: