casos praticos de direito das coisas para a aula de 13 de abril de 2011

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AULAS PRÁTICAS DE DIREITO DAS COISAS – 13/04/2011 Caso I Em 30-06-10, A celebrou contrato com B nos termos do qual este poderia colher todas as uvas do terreno daquele. Em 30/08/10, A vendeu esse mesmo prédio a C através de documento particular autenticado. C não permite agora que B recolha as uvas. Pode fazê-lo? Caso II A, dono de uma quinta, pôs termo à exploração agro-pecuária lá desenvolvida, então vendeu os esteios de ferro de uma ramada que circundava a quinta e um painel de azulejos a B, a C as máquinas agrícolas e ferramentas utilizadas exclusivamente no cultivo da quinta. Ficou acordado que, quer B, quer C só poderiam ir lá buscar o objecto do negócio a 31 de Dezembro. Entretanto A vendeu a quinta a D. B e C estão preocupados, porque não sabem se podem lá ir buscar as coisas. Quid iuris? Caso III Em 1 de Janeiro de 2011, A, dono de um solar antigo na região de Viseu, vendeu a B um painel de azulejos e um conjunto de móveis, tudo datado do séc.

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Page 1: Casos Praticos de Direito Das Coisas Para a Aula de 13 de Abril de 2011

AULAS PRÁTICAS DE DIREITO DAS COISAS – 13/04/2011

Caso I

Em 30-06-10, A celebrou contrato com B nos termos do qual este

poderia colher todas as uvas do terreno daquele. Em 30/08/10, A vendeu esse

mesmo prédio a C através de documento particular autenticado. C não permite

agora que B recolha as uvas. Pode fazê-lo?

Caso II

A, dono de uma quinta, pôs termo à exploração agro-pecuária lá

desenvolvida, então vendeu os esteios de ferro de uma ramada que circundava

a quinta e um painel de azulejos a B, a C as máquinas agrícolas e ferramentas

utilizadas exclusivamente no cultivo da quinta. Ficou acordado que, quer B,

quer C só poderiam ir lá buscar o objecto do negócio a 31 de Dezembro.

Entretanto A vendeu a quinta a D.

B e C estão preocupados, porque não sabem se podem lá ir buscar as

coisas.

Quid iuris?

Caso III

Em 1 de Janeiro de 2011, A, dono de um solar antigo na região de

Viseu, vendeu a B um painel de azulejos e um conjunto de móveis, tudo datado

do séc. XVIII. Combinaram, porém, que B mandaria técnicos especializados

para fazer o levantamento do painel e o transporte da mobília no início de

Junho, altura em que seria igualmente entregue o preço acordado.

A 1 de Abril de 2011, quando os técnicos contratados por B

apareceram, o painel tinha já sido arrancado e entregue a C (que tinha também

pago o preço), e a mobília doada por escrito ao Museu de Arte Antiga de

Lisboa.

Se B o consultasse, que opinião lhe daria quanto à estratégia a seguir?

Caso IV

Page 2: Casos Praticos de Direito Das Coisas Para a Aula de 13 de Abril de 2011

A atribuiu a B o direito de este caçar no seu prédio, por escritura

pública a agora A vendeu o seu prédio a C, que se opõe a que B entre no seu

prédio para caçar.

Pode B reagir?

Caso V

Entre determinada sociedade, proprietária de um colégio, e o dono de

um terreno, com este confinante, foi celebrado por escritura pública, em Junho

de 1980, um contrato onde se convencionou que os alunos do colégio

poderiam, durante os períodos de recreio, utilizar o referido terreno. A

sociedade pagou ao dono do terreno, como contrapartida, 1000 contos. O

terreno acaba de ser vendido e o proprietário opõe-se a que a sociedade

continue a utilizá-lo, pode fazê-lo?

Caso VI

A 31 de Março de 2010, A vendeu um prédio rústico, composto por

pomar de laranjeiras, que ele explorava directamente, e ainda composto por um

terreno agrícola, que A tinha dado de arrendamento a C, pela renda anual de

3000€, o arrendamento caducará a 30 de Abril de 2011. Na escritura de compra

e venda nada foi convencionado, nem quanto às laranjas, nem quanto à renda.

A entende que tem direito a colher as laranjas e a receber as rendas, ao

invés B entende que é o titular de tais direitos.

Caso VII

A é arrendatário de um prédio rústico e, na vigência do contrato de

arrendamento, solicitou a B autorização para construir um barracão de apoio à

agricultura e um galinheiro. O contrato de arrendamento vai terminar e A quer

saber se tem direito a algum valor pelas obras feitas.