caso clínico 4
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Caso Clínico 4
Alyne Minakawa, Bruna Ruiz, Jaqueline Campiolo, Mariana Gracino
• 6 meses, masculino
• Choro intenso, sem ganho de peso ideal
• Vômitos, Temperatura 37,5ºC
• Sem sinais de OMA ou faringotonsilite
• Não apresenta doenças de base
Paciente A
Exames Laboratoriais
Urina I – Jato total
Densidade 1,004
pH 8,5
Nitrito Negativo
Células 2.000/mL
Leucócitos 9.000/mL
Hemáceas 250/mL
Urocultura com contagem de colônias
Proteus mirabilis 103 UFC/mL
Hemograma na internação
Hc 3,92
Hb 10,1
Ht 34
Leuco 11.300
Neut 38%
Eos 1%
Linf 56%
Mon 4%
Hipótese diagnóstica
A infecção urinária é caracterizada pelo crescimento bacteriano de pelo menos 105 UFC/mL de urina colhida em jato médio e de maneira asséptica e o resultado obtido de jato total do paciente foi de 103 UFC/mL, uma bacteriúria não significativa; além disso, o teste de urina I indicou valores normais de leucócitos. Os sintomas desse paciente são inespecíficos, sem presença de estado febril e descartada hipótese de OMA e faringotonsilite.
Tratamento
• Nitrofurantoína VO
A Nitrofurantoína é precipitada em pH alcalino, ocorrendo inativação da droga; portanto não é a terapia de escolha, já que o Proteus mirabilis produz urease que catalisa a conversão de uréia em amônia, tornando o pH alcalino.
Evolução
• Paciente retorna após 3 dias com as mesmas queixas
• Alterada a medicação para amoxicilina + clavulanato por 10 dias
• Melhora dos sintomas após 3 dias
Apesar do pH estar aumentado, os exames não apresentaram resultado conclusivo para infecção de trato urinário; poderia ser explicado pela presença do Proteus mirabilis ou como uma alcalose metabólica de outras causas; além disso, o hemograma indicou valores normais para polimorfonucleares.
Além disso, não se obteve sucesso na terapêutica utilizada, ocorrendo melhora dos sintomas após um período de 6 dias, ou seja, período necessário para recuperação de uma possível infecção viral ou até mesmo bacteriana, talvez de trato respiratório, ou mesmo de outra origem.
• 21 anos, feminino
• Dor à micção, polaciúria, abdome flácido, giordano negativo
• Gestante na 4ª semana
• Não apresenta doenças de base
Paciente B
Exames Laboratoriais
Urina I – Jato médio
Densidade 1,024
pH 5,0
Hemoglobina ++
Nitrito Negativo
Células 21.000/mL
Leucócitos 1.599.000/mL
Hemáceas 125.000/mL
Bactérias +++
Urocultura com contagem de colônias
Staphylococcus saprophyticus 105 UFC/mL
Hemograma na internação
Hc 4,31
Hb 12,0
Ht 38
Leuco 7.000
Neut 65%
Eos 3%
Linf 30%
Mon 2%
Cistite
É a infecção do trato urinário baixo em que ocorre invasão e aderência de microorganismos na bexiga levando a uma resposta inflamatória; é clinicamente caracterizada por disúria, urgência miccional, polaciúria, nictúria e dor supra-púbica. Febre é incomum.
Tratamento
• Ciprofloxacina VO
A Ciprofloxacina é um antibiótico da classe das quinolonas e todos os agentes pertencentes à essa classe devem ser evitados em pacientes grávidas; a associação sulfametoxazol + trimetoprima, não é recomendada no primeiro trimestre e no último mês da gestação.
As possibilidades terapêuticas disponíveis para gestantes são beta-lactâmicos, nitrofurantoína e fosfomicina.
A fosfomicina trometamol é a terapêutica de escolha para grávidas, por ser ativa contra enterobactérias e enterococos, ter eficácia próxima de 99%, não ter contra-indicação e ser empregada em dose única.
Evolução
• Cura clínica após 5 dias
• Novo episódio de mesmos sintomas 2 meses após
Na gestante com infecção urinária recorrente é recomendada a administração profilática de uma dose de cefalexina (250mg) ou nitrofurantoína (50mg) após o coito.
• 67 anos, masculino
• Dor abdominal, prostração
• Retenção urinária e dor à micção
• Temperatura 39ºC
• HAS e DMII como doenças de base
Paciente C
Exames Laboratoriais
Urina I – Cateter de alívio
Densidade 1,034
pH 5,0
Proteínas ++
Glicose ++
Hemoglobina +++
Nitrito Positivo
Células 6.000/mL
Leucócitos 59.000/mL
Hemáceas 250/mL
Bactérias ++
Urocultura com contagem de colôniasE. coli 107 UFC/mL
Hemograma na internação
Hc 5,12
Hb 17,2
Ht 48
Leuco 14.300
Neut 78%
Bastões 8%
Linf 16%
Mon 6%
Pielonefrite aguda
A pielonefrite aguda consiste em intensa inflamação do parênquima renal e sistema coletor geralmente multifocal; a definição clínica é composta de lombalgia, sensação de fraqueza e febre, calafrios, náuseas e vômitos, acompanhada de leucocitose, piúria e bacteriúria.
O agente mais frequentemente envolvido é a E. coli por mecanismo ascendente, iniciando-se por refluxo vésico-ureteral e intra-renal, levando bactérias da bexiga até a medula renal, desenvolvendo uma reação inflamatória que depende do grau de refluxo, virulência do agente agressor e reserva imunológica do hospedeiro.
Ao chegar nos túbulos, a bactéria promove uma migração de leucócitos provenientes do interstício, que ao ocupar os túbulos provocam obstrução focal intra-renal, associada a intensa vasoconstrição arterial na região inflamada e que se traduz por áreas hipovascularizadas.
Tratamento
• Sulfametoxazol + Trimetroprim VO
São drogas alternativas de menor eficácia; o paciente já apresentava determinantes de complicação, como HAS e DMII.
Evolução
• Paciente mantendo os sintomas após 7 dias de medicação
Portanto, nesse caso, a terapêutica indicada para pielonefrite seria fluoroquinolonas, cefalosporinas de 2ª e 3ª geração, penicilinas sintéticas com inibidores da betalactamase e aminoglicosídeos.
Solicitado avaliação da urologia
Em vigência de infecção o PSA pode alterar, não servindo de base para pesquisa de hiperplasia prostática benigna; um novo exame deveria ser solicitado após a melhora clínica.
PSA Resultado Referência
total 11 ng/mL 4,5 ng/mL
livre 3,5 ng/mL 1,4 ng/mL
Se após novo exame os valores de PSA persistirem elevados, é sugerido pesquisa de hiperplasia prostática benigna, uma vez que esta, pode dificultar a passagem da urina e o funcionamento da bexiga, podendo também causar alterações renais importantes; hipótese de prostatite é descartada porque os sintomas são outros.
Referências• http://www.aisi.edu.br/ligapediatria/infeccao.htm• http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/067.pdf• http://www.fmrp.usp.br/revista/2003/36n2e4/22%20infeccao_trato_urin
ario.pdf• http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?id_materia
=1930&fase=imprime • http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
42302005000600008&script=sci_arttext&tlng=en • http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v30n2/08.pdf • http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/
iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=425622&indexSearch=ID
• http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/minusculo100_diretrizes/cistites_acientes_Espe.pdf