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ITAUTEC - PROJETO Embalagens Redução de insumos sob a ótica ambiental (2).doc 1

Gestão Ambiental aplicada na cadeia de valor

Case: Embalagens - Redução de insumos sob a ótica ambiental


Sumário

1. Descrição da empresa: ........................................................................................................... 3

2. Alinhamento das práticas ambientais com os negócios......................................................... 4

2.1. Certificações e programa ambiental ................................................................................... 7

3. Objetivos e Metas .................................................................................................................. 9

3.1. Objetivo .............................................................................................................................. 9

3.2. Metas ................................................................................................................................ 10

4. Apresentação dos materiais ................................................................................................. 10

5. Responsáveis ....................................................................................................................... 11

5.1. Coordenador técnico......................................................................................................... 12

5.2. Equipe ambiental .............................................................................................................. 12

6. Duração do projeto e investimentos .................................................................................... 12

7. Participação ......................................................................................................................... 13

8. Continuidade........................................................................................................................ 14

8.1. Práticas de acompanhamento............................................................................................ 14

8.2. Aferições........................................................................................................................... 15

8.3. Drop Teste ........................................................................................................................ 15

8.4. Teste de vibração .............................................................................................................. 16

8.5. Correções e metas alinhadas com a política ambiental da empresa ................................. 17

8.6. Detalhamento do processo produtivo. Incorporação da nova embalagem ....................... 17

9. Resultados Alcançados ........................................................................................................ 19

9.1. Diminuição de matéria-prima (Papelão)........................................................................... 19

9.2. Redução no corte de árvores............................................................................................. 20

9.3. Redução do número de Paletes de madeira (armazenamento) ......................................... 21

9.4. Ganho no armazenamento de produtos acabados............................................................. 22

9.5. Redução dos custos da embalagem e calço ...................................................................... 22

9.6. Redução da quantidade de carretas (logística) ................................................................. 23

9.7. Redução no consumo de combustível .............................................................................. 23

9.8. Redução da emissão de CO2 ............................................................................................ 24

10. Conclusões........................................................................................................................ 24

Anexo 1 –Política ambiental ....................................................................................................... 25


1. Descrição da empresa:

Empresa 100% brasileira, especializada no desenvolvimento de produtos e soluções em informática e automação. Com mais de cinco mil funcionários, conta com uma linha completa de produtos para o mercado corporativo e doméstico. Atua nos segmentos de microcomputadores, servidores, storage, automações bancária e comercial, auto-atendimento e serviços de assistência técnica, infra-estrutura, instalações e outsourcing.

No Brasil, possui unidade industrial no Estado de São Paulo, além de escritórios que concentram sua equipe administrativa. Sua rede de serviços compreende 34 unidades e sete laboratórios de suporte, assegurando agilidade para a prestação de serviços em 2,7 mil cidades brasileiras.

Nos últimos anos, a Empresa também ampliou significativamente sua presença no mercado internacional.

Para manter-se alinhada com as mais avançadas tecnologias e capaz de atender às necessidades dos clientes, investe constantemente em Pesquisa e Desenvolvimento e na modernização de suas unidades e linhas de produção. A maior parte, R$ 53,2 milhões, foi destinada à pesquisa e ao desenvolvimento de novas tecnologias, montante 16,4% superior ao destinado em 2006. Detém as certificações de Qualidade ISO 9001 e Ambiental ISO 14001. Em 2007, a receita bruta de vendas e serviços da Empresa atingiu R$ 1,7 bilhão e o EBITDA foi de R$ 118,9 milhões, 70,1% superior ao de 2006. A receita bruta das operações das subsidiárias no exterior, somada às receitas das exportações do Brasil, atingiu R$ 42,9 milhões, resultado de importantes avanços mercadológicos nos segmentos de automação comercial e serviços para clientes da Europa, México e Argentina. Na Figura a seguir estão representadas diversas áreas de atuação da empresa.


Áreas de Atuação do Grupo

2. Alinhamento das práticas ambientais com os negócios

Em 2001 quando a empresa decidiu pela adoção do sistema de gestão ambiental baseado na NBR ISO 14001, houve, de fato, um longo período de desafios para realizar as mudanças que esse novo conceito exigia. Mudar processos sob o mais rigoroso controle é até possível, mas tornar as práticas naturais e sustentáveis é um desafio maior, pois afinal, é necessário mudar cultura e a peça-chave é o ser humano motivado para provocar mudanças. Nesses sete anos de trabalho a empresa promoveu mudanças consideráveis e os benefícios foram percebidos pelo público interno e reconhecidos pelo público externo. Em 2007 a alta administração criou o Comitê Executivo de Sustentabilidade que tem por objetivo definir as estratégias das empresas do grupo alinhadas com os princípios da sustentabilidade. Um dos grandes desafios da equipe que coordena as operações sob a ótica ambiental sempre foi definir metas e promover as ações para alcançá-las.

Atuação infra-estrutura e distribuição

Atuação América

Distribuição


Neste caso específico, o que motivou o programa objeto deste case foi a redução da geração de resíduos sólidos (recicláveis ou não). A operação produtiva, apesar de ser ambientalmente limpa, possui uma geração significativa de diversos resíduos, quer sejam metais, papéis, papelões, plásticos, etc., e grande parte desses resíduos são oriundos dos processos de proteção aos delicados componentes de alta tecnologia, que normalmente viajam milhares de quilômetros até o parque industrial. Em 2007, a geração total de resíduos foi de 1.200 toneladas, sendo que 82% dos resíduos foram reciclados externamente por meio de empresas especializadas nos diversos materiais. Os gráficos abaixo destacam a evolução da gestão de resíduos nos últimos anos e o esforço da empresa em reduzir a geração e desenvolver processos seguros de reciclagem. Figura 1, 2 e 3 – Histórico da geração de resíduos sólidos e programa de reciclagem.

Figura 1


Figura 2

Um dos itens de maior geração é o papelão, oriundo das embalagens de proteção e transporte. Em 2007 este item representou 33,77% da geração e por esse motivo a equipe de engenharia teve o desafio de reavaliar os materiais utilizados e propor novas soluções para aperfeiçoar o uso desse tipo de material.

Figura 3


O case trata o esforço da equipe de engenharia e de meio ambiente para desenvolver um novo conceito de embalagens para os produtos finais, assim como apresenta os desafios superados até o modelo final adotado. O grande destaque para esse projeto foi a interferência benéfica na cadeia de valor, que repercutiu em ganhos ambientais, com a redução de insumo, ganhos no processo de armazenamento e estocagem, ganhos nas operações de transporte e redução dos custos. Esses tópicos serão abordados ao longo do case.

2.1. Certificações e programa ambiental

O objetivo deste capítulo é descrever de forma sucinta a experiência da empresa no desafio de implantar e manter um sistema ambiental.

A empresa possui sistema de qualidade implantado e certificado com base na norma ISO-9000 desde 1994 e sistema de gestão ambiental implantado e certificado desde 2003. O “Anexo 1” apresenta a política ambiental corporativa.

A definição estratégia da empresa para adoção dos sistemas de gestão e certificações está baseada na visão de aprimoramento contínuo de processos e sistemas internos, estando assim alinhados com a estratégia de crescimento sustentável, equilibrando as necessidades econômicas, sociais e ambientais.

Esta visão contribuiu para o desenvolvimento de um trabalho alinhado com as melhores práticas do mercado na gestão de processos e melhoria contínua de suas atividades nos diversos níveis de atuação, buscando, principalmente, a excelência ambiental, o que a levou a implementar um Sistema de Gestão Ambiental em conformidade com a Norma ISO 14001 na unidade de São Paulo e recentemente na nova planta no município de Jundiaí. O processo de implementação da norma teve início em 2001, quando a empresa efetuou diversas reformas nas áreas de apoio e produção na unidade localizada em São Paulo. Em 2002, após a conclusão dos trabalhos de levantamento dos investimentos necessários, tiveram início as atividades de certificação, que envolveram cerca de cinco mil funcionários, seus familiares, colaboradores e comunidades locais em diversos projetos de conscientização e boas práticas ambientais.


Os trabalhos de adequação à norma foram realizados em um ano e oito meses, desconsiderando as obras de reforma e adequação. A conquista da certificação aconteceu em novembro de 2003, através da auditoria realizada pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini.

Os investimentos voltados para a implementação do SGA, no período de dois anos, ficaram em torno de R$ 1,2 milhão, dos quais cerca de 75% foram repassados para os setores de infra-estrutura operacional da unidade, além dos trabalhos de treinamento e conscientização dos colaboradores. Num segundo momento, o plano de investimentos pós-certificação passou a considerar o trabalho de melhoria contínua que está presente em cada atividade da empresa, envolvendo o desenvolvimento de alternativas para embalagens recicláveis, soluções técnicas para redução do consumo de energia e água e substituição de processos por outros que gerem menos resíduos, entre outros.

No que tange as dificuldades encontradas durante o processo de certificação, destaca-se o levantamento e gerenciamento das legislações aplicáveis como um dos pontos mais críticos do processo, pois o Brasil possui um complexo sistema de leis ambientais que, em muitos casos, exigiu grande esforço da equipe para a adequação do sistema implantado.

Outro fator que merece ser destacado é o trabalho de conscientização dos colaboradores. Os treinamentos exigiram grande planejamento e recursos para que o sistema fosse assimilado e se tornasse parte do dia-a-dia de cada colaborador. A implantação da coleta seletiva de resíduos em todos os ambientes foi de grande ajuda para alcançar o objetivo, além de atividades de conscientização em datas específicas ao longo do ano. Além disso, a homologação de empresas recicladoras de resíduos também exigiu grande esforço em todas as fases.

A utilização de tecnologia foi uma constante ao longo do processo de implantação do SGA na empresa. Entre os pontos considerados relevantes, são enumerados os seguintes:

�� Todo processo de comunicação foi desenvolvido em meio eletrônico e disponibilizado através da Intranet para todas as unidades. Nesse meio estão a documentação do SGA, as legislações e normas aplicáveis, o que foi fundamental para a agilização, o controle e a atualização dos procedimentos e controles;

�� A substituição de equipamentos obsoletos por equipamentos modernos com menor consumo de energia também foi decisivo para alcançar as metas de redução do consumo de energia e água. Isso foi possível com a implantação de métodos e equipamentos de gerenciamento do consumo, além da participação dos colaboradores com ações simples,


como desligar os computadores e a iluminação quando estiverem ausentes ou no final de cada expediente.

�� Houve o desenvolvimento e homologação de fornecedores e processos para a reciclagem de computadores obsoletos.

Os programas de conscientização e comunicação das boas práticas ambientais exercidas pela empresa compreendem tanto a comunidade interna, quanto à comunidade que vive em torno da empresa. O trabalho de comunicação é contínuo, sendo que semanalmente é apresentado um tema diferente que fica disponível a todos. Nessa comunicação, são abordados temas como a preservação dos recursos naturais, a redução da geração de resíduos, os cuidados com o solo, água e ar e palestras para educação ambiental. Há um canal de comunicação que se estende a qualquer parte interessada por meio de um e-mail dedicado e uma linha direta para o público interno.

Para a companhia, o SGA agregou produtividade e racionamento nas atividades operacionais da fábrica e nas áreas de apoio. As boas práticas ambientais fazem parte da política interna da empresa, e a certificação é o reconhecimento desse ideal e do trabalho realizado por todos os colaboradores, que se comprometeram de fato com a redução dos impactos ambientais em suas atividades.

A adoção das práticas ambientais proporciona às equipes uma reflexão quanto ao desperdício e racionamento de recursos. A empresa ganha então, a otimização dos recursos e economia em setores produtivos e de apoio.

3. Objetivos e Metas

3.1. Objetivo

O objetivo do case foi a modificação das embalagens dos microcomputadores, dos gabinetes denominados Modelos 1 e 2, que se iniciou visando à redução do custo de frete no transporte da Empresa para seus clientes. Esta redução minimizou a quantidade de resíduos gerados pelas embalagens dos produtos (papelão) e, por conseqüência, a redução de impactos ambientais, como exemplo: emissão CO2. Com essa implantação foi necessário substituir os antigos calços de proteções internas, de poliuretano expandido, para calços de polpa de papelão, sendo estes oriundos de matéria-prima reciclada. A definição pelo


calço de polpa de papelão foi uma opção da empresa. A solução acertada permitiu a redução de resíduos indesejáveis, neste caso o calço feito de Poliuretano expandido.

3.2. Metas

Substituição de 100% das embalagens de microcomputadores com gabinetes Modelos 1 e 2 e seus respectivos calços.

4. Apresentação dos materiais Basicamente os dois modelos de computadores desktop escolhidos pela engenharia estão entre os mais comercializados, tanto no mercado corporativo, quanto no doméstico, assim, a mudança provocada pelo projeto teve grande representatividade na operação. Cabe salientar que os monitores não estão inclusos na embalagem, que armazena a CPU (Unidade central de processamento), gabinete, placas e acessórios.

GABINETES MODELOS 1 e 2

EMBALAGENS

‘

Antes Depois

Microcomputador Gabinete 2

Microcomputador Gabinete 1


Parte importante da embalagem de proteção, o calço deve ter a capacidade de amortecer os impactos decorrentes de quedas e problemas típicos do transporte. Com a redução do volume da nova embalagem, a tecnologia anteriormente utilizada para fazer os calços de Poliuretano já não atende as exigências.

CALÇOS

5. Responsáveis A equipe multifuncional, da engenharia mecânica e ambiental teve importante contribuição para o sucesso do projeto, pois construído com visão diferente do mesmo tema, as experiências distintas promoveram uma visão completa das necessidades, como definição de materiais e alternativas técnicas mais adequadas. A equipe teve que manter como linha de trabalho a sustentabilidade, pois qualquer que fosse a solução, ela deveria atender aos requisitos técnicos, ambientais e custos. O apoio externo ficou limitado às empresas especializadas nos materiais envolvidos, que promoveram as amostras e também às empresas especializadas nos testes de resistência. Abaixo seguem os dados dos profissionais que coordenaram os trabalhos:

Antes Depois Poliuretano Expandido Calço Papel/Papelão Reciclado


5.1. Coordenador técnico

Nome: Osmar Freitas Miranda. Cargo: Projetista especialista Mecânico. Equipe: Engenheiros e técnicos mecânicos e eletrônicos, funcionários da empresa.

5.2. Equipe ambiental Nome: Andréia Maffeis Campbell e Ricardo Perez Cargo: Supervisora Gestão Ambiental e Ger. Qualidade Industrial e Gestão Ambiental. Equipe: Engenheiros e Técnicos, funcionários da Empresa.

6. Duração do projeto e investimentos

Como o projeto provocou uma mudança conceitual quanto a um item que não sofria qualquer alteração significativa há mais de uma década, todo o esforço foi para que não ocorresse nenhuma dúvida quanto a qualidade e benefícios que o novo projeto poderia proporcionar à cadeia de valor. A duração total do projeto, da pesquisa ao início de produção foi de cinco meses e meio, distribuídos conforme descrito abaixo: Pesquisa: 15 dias Fase importante para avaliação das prováveis alternativas de materiais e processos, se considerado que os fatores decisivos para a mudança já haviam sido discutidos internamente, destacando os pontos favoráveis e desfavoráveis da embalagem antes utilizada. Desenvolvimento da embalagem e calços junto aos fornecedores: 30 dias. Período crítico para o ajuste dos protótipos e qualidade dos processos definidos com os fornecedores. Desenvolvimentos internos, testes e homologações: 60 dias. Fase importante para seleção dos melhores fornecedores com base na qualidade, prazos e custos, além dos testes de eficiência quanto a finalidade dos itens.


Piloto (compra e teste): 45 dias. Importantíssimo período para ajustes finais em escalas controladas para os testes operacionais. Implantação no processo produtivo (dispositivos e testes): 15 dias. Efetivo início da produção, já com as novas embalagens.

Os investimentos no projeto foram discretos. Grande parte dos serviços associados aos testes de conformidade não tiveram custos para a empresa. O valor total envolvido foi de R$ 45.000,00 e abaixo estão listadas as etapas onde foram aplicados os recursos:

• Pesquisa, desenvolvimentos e teste Piloto: R$ 37.500,00 • Implantação: R$ 7.500,00

A implantação efetiva das novas embalagens na linha de produção ocorreu em maio de 2007. 7. Participação

Tendo como referência o porte da transformação que o projeto provocou na operação de fabricação, armazenamento e logística, este projeto envolveu, além de áreas internas da empresa, diversos fornecedores e potenciais novos fornecedores para que todas as fases estivessem alinhadas. Além de empresas externas, houve o envolvimento direto de 15 colaboradores de diversas áreas funcionais. Abaixo, um breve resumo das áreas envolvidas e a contribuição para o projeto. Projeto Mecânico Design e dimensionamento das novas embalagens; Testes de resistência e proteção dos produtos; Especificação dos materiais. Fábrica Adequação dos ambientes e processos produtivos para atender os requisitos dos novos materiais Qualidade Industrial e Gestão Ambiental. Avaliação dos processos de produção das novas embalagens e calços e destinação das perdas de processo. Aprovação das práticas ambientais dos fornecedores (calços e embalagens).


Processos Industriais Alinhamento dos processos com a engenharia, qualidade e operação. Certificações e Qualidade. Garantir os parâmetros de qualidade e segurança, por meio de processos e métodos de avaliação de conformidade. Suprimentos e Desenvolvimento. Interface contratual e comercial com os fornecedores e prestadores de serviços envolvidos. Desenvolvimento de Micros & Móbiles. Área responsável pelo suporte técnico às áreas envolvidas. Fornecedores Desenvolvimento de amostras em conformidade com as especificações da engenharia. Fornecimento em regime de teste piloto e produção.

8. Continuidade Tendo como referência os compromissos formalizados na política ambiental da empresa, que prevê entre outros itens, metas ambientais específicas, neste caso a meta é a redução da geração de resíduos. Todo o processo teve uma análise ambiental dos aspectos sob diversas óticas, além das metodologias de controles e acompanhamento tradicionais como qualidade, resistência, custos, etc.. Cabe salientar que os resultados alcançados pelo projeto permitiram demonstrar que, apesar do apelo econômico do projeto, os objetivos ambientais foram alcançados e demonstrados para a administração, suportados por dados qualitativos e quantitativos. Abaixo, estão descritos sucintamente os principais itens de acompanhamento.

8.1. Práticas de acompanhamento A área de Gestão Ambiental acompanhou a atividade visando os benefícios relacionados ao meio ambiente, menor utilização de matéria-prima (papelão) e os indiretos, exemplos: transporte, emissão de CO2 e redução de combustível.


8.2. Aferições Foi uma prática durante a fase de elaboração do protótipo, na qual foi possível verificar a meta ambiental sendo alcançada, ou seja, diminuição da matéria-prima da embalagem e uso de calço feito de polpa de papel/ papelão reciclado, ao invés de poliuretano expandido. Foram realizados testes para garantir a qualidade do produto, pois havendo a diminuição do tamanho da caixa e uso de calços diferentes dos originais, poderia haver perdas na qualidade do produto, fato esse não ocorrido com base nos teste de DROP e Vibração, realizados conforme abaixo:

8.3. Drop Teste

Eficiente ensaio, o Drop teste permite realizar avaliação de resistência e confiabilidade do produto sob condições específicas e normatizadas que ao final assegura a conformidade dos materiais para os propósitos a que se destinam. Abaixo está descrita de forma ilustrada como os testes foram realizados: Normas Referenciadas: A- NBR 9478:08/1986 B- NBR 9474:08/1986 C- NBR 9460:08/1986 A- Identificar as faces da embalagem, conforme a NBR9478.


B- Definir o tipo de queda, conforme NBR 9474. Resumo: Simulação de uma pessoa carregando o item e sem elevação. C- Definir o objetivo, seqüência de quedas, forma de movimentação e altura do ensaio, conforme NBR 9460 Objetivo: Proteção ao produto Seqüência de Quedas: 1ª - Face 3 2ª - Face 4 3ª - Face 6 4ª - Face 1 Objetivo: Resistência da Caixa Seqüência de Quedas: 1ª - Canto 235 2ª - Aresta 23 3ª - Aresta 26 4ª - Canto 146

8.4. Teste de vibração

Tem por objetivo simular o ambiente de transporte em severas condições de “Stress”. Referência Procedimento: PT- 03_REV00 – Documento interno da Empresa Resultado: Não ocorreram riscos, arranhões, lixamentos, polimentos e nenhum dos conectores internos sofreram alterações.


8.5. Correções e metas alinhadas com a política ambiental da empresa

Houve a necessidade de correções em dispositivos na linha de produção, bem como treinamentos. As alterações nos fornecedores foram acompanhadas pelo time de engenharia. Quando finalizadas as correções, a nova embalagem foi liberada para produção. A meta estipulada no desenvolvimento desse projeto teve seus objetivos alcançados e dentro dos prazos estabelecidos.

8.6. Detalhamento do processo produtivo. Incorporação da nova embalagem

Nas imagens a seguir são apresentadas as diversas fases de montagem de um computador, destacando detalhes dos materiais e o manuseio.

COLOCAÇÃO DO PRODUTO NA EMBALAGEM

CPU

Calço

Embalagem


MONTAGEM DO PRODUTO NA EMBALAGEM E CALÇOS

LINHA DE EMBALAGEM

Calço

Acessórios

Caixa antiga

Caixa atual


9. Resultados Alcançados A seguir são detalhados, de forma didática, todos os resultados alcançados de forma a abordar os principais itens, como custo e ganhos operacionais, mas neste caso a análise de benefícios vai além, considerando os ganhos diretos e os ganhos na cadeia de valor. Os critérios utilizados para a análise a seguir visam demonstrar que a sustentabilidade é um universo não linear e que é possível extrapolar os benefícios dependendo da ótica em que o tema é considerado.

9.1. Diminuição de matéria-prima (Papelão)

Modelo Gabinete

Redução da quantidade de

papelão (Relação entre as

embalagens antigas e

novas – m²)

Nº de produtos produzidos

(2007)

Redução total papelão (m²/ano)

1

-0,40027m² (-27%)

100.000 40.024 m²

2

-0,559m² (-37,2%)

220.000 122.979 m²

LAP Caixa Maior: 249 mm; 538 mm; 529 mm LAP Caixa Menor: 206 mm; 538 mm; 484 mm LAP Caixa Atual: 509 mm; 418 mm; 580 mm Modelo 1 (1,1m²)

Modelo 2 (0,94m²)

Modelo 1 e 2 (1,5m²)

Nova Embalagem Embalagem Antiga


A tabela acima demonstra uma redução considerável na quantidade de matéria-prima utilizada nos diferentes modelos em relação ao modelo anterior, alcançando uma redução percentual de 27% de papelão para o Modelo 1 e 37,2% para o Modelo 2. Essa economia projetada para o ano de 2007 atingiu 163.000 m² de papelão, material suficiente para cobrir 40 campos oficiais de futebol (90mx45m).

9.2. Redução no corte de árvores

* 295 toneladas de papelão equivalem a 17.904 árvores de pinus. (www.fiesp.com.br/ambiente/pdf/merito/2006_jaguare.pdf) Essa análise permite demonstrar que o benefício da readequação interfere na cadeia produtiva, uma vez que passa a demandar menos madeira para a produção de papel. Essa informação tem o caráter educativo e de conscientização para os colaboradores envolvidos, uma vez que no cotidiano as pessoas dificilmente conhecem a origem de determinados produtos utilizados na indústria ou em suas residências. Os números isoladamente podem parecer pequenos, mas se considerado o volume produzido em 2007, a economia fica expressiva, atingindo uma

Modelo Peso da

embalagem (antiga)

Peso da embalagem

(nova)

Economia Peso kg

(nova menos

a antiga)

Nº

Aproximado de produtos produzidos

(2007)

Peso total (tonelada/ano)

Redução de corte Árvores / Ano

* referência

1

1,4 kg

0,87 kg 0,53 kg

100.000 53 ton 3.216

2

1,4 kg

0.73 kg 0,67 kg

220.000 147 ton 8.921


redução de 12.137 árvores com 18 metros de altura equivalente a 303 carretas.

9.3. Redução do número de Paletes de madeira (armazenamento)

Esse é um dos itens que mais se destaca em termos de otimização de espaço de armazenamento interno. O maior acondicionamento de produtos por “posição-palete” esclarece as dúvidas quanto aos benefícios, pois num mesmo palete é possível acondicionar 66% mais produtos para o Modelo 1 e 133% mais produtos para o Modelo 2, provocando uma redução de 13.809 paletes na gestão dos estoques.

Modelo

Nº

Aproximado de produtos produzidos

(2007)

Quantidade Produtos por

palete (embalagem

antiga)

Total paletes no ano

(embalagem

antiga)

Quantidade Produtos por palete

(nova

embalagem)

Total paletes no ano

(nova

embalagem)

Redução de paletes de madeira

1 100.000

12

8.333 20 5.000 3.333 (-40%)

2

220.000

12

18.333 28 7.857 10.476 (-57%)


9.4. Ganho no armazenamento de produtos acabados

Os altos custos com o armazenamento de produtos acabados são itens de constante acompanhamento gerencial e a mudança demonstrou um ganho de 66% para o Modelo 1 e de 133% para o Modelo 2. Isso significa dizer que apesar do crescimento do mercado e da produção, os investimentos em armazéns passam a ser considerados, mas numa escala mais adequada, pois os ganhos são consideráveis.

9.5. Redução dos custos da embalagem e calço

* Base de dados, área de projeto mecânico.

Tendo como objetivo inicial a identificação de oportunidade de redução dos custos com as embalagens e calços, o resultado final foi muito maior que o esperado. Além de eliminar os calços de Poliuretano Expandido, material de difícil reciclagem e que exige uma série de cuidados no manuseio, os novos calços de polpa de papelão apresentaram-se como uma alternativa ecológica e econômica, pois utiliza pouca energia em sua produção e também aceita materiais oriundos de reciclagem. A redução dos custos foi expressiva ficando entre 75% e 79% para o calço e entre 44% e 50% para as embalagens.

Modelo


(embalagem antiga)


(nova embalagem)

Ganho no Armazenamento

1

12

20 66%

2

12

28 133%

Modelo

* Redução Custo - Calço

Calços Poliuretano Expandido para

Calço de Polpa de Papelão

* Redução Custo - Embalagem Embalagem Antiga para Nova

Embalagem

1

75%

44%

2

79%

50%


9.6. Redução da quantidade de carretas (logística)

Modelo Gabinete

Nº Aproximado de produtos produzidos

(2007)

* Quantidade de Embalagem por

Carreta (Embalagem

Antiga)

* Quantidade de Embalagem por

Carreta (Nova

Embalagem)

Quantidade Carretas / ano

(Embalagem

Antiga)


(Nova

Embalagem)

1

100.000

648 produtos /

carreta

1.296 unidades /

carreta

154

77 (-50%)

2

220.000

648 produtos /

carreta

1.944 unidades /

carreta

339

113 (-67%)

* Base de dados, área de projeto mecânico.

Nesta análise, é possível avaliar o impacto no sistema logístico de transporte dos produtos acabados, uma vez que com as novas dimensões foi possível acondicionar numa mesma carreta 100% mais produtos do Modelo 1 e 200% mais produtos do Modelo 2, reduzindo entre 50% e 67% o número de veículos utilizados nos transporte. Na seqüência, esse item está detalhado, considerando a economia de combustíveis e por conseqüência redução de emissões atmosféricas.

9.7. Redução no consumo de combustível

Modelo Gabinete


(Embalagem

Antiga)

Quantidade

Carretas / ano (Nova

Embalagem)

Redução de Carretas

(Antigas – Novas)

* Redução Consumo de Combustível - diesel

( litros / ano)

1

154 77 77 carretas

31.108

litros/ano

2

339 113 226 carretas

91.304

litros/ano

* dados internos da área de suprimentos e logística


Neste item são considerados como parâmetros os dados fornecidos internamente pela área de Suprimentos e Logística para uma avaliação de economia no consumo de combustível fóssil utilizados pelos caminhões envolvidos na operação de transporte. A economia projetada de 122 mil litros de combustível Diesel permitiria um caminhão rodar, em condições normais, 490 mil Km.

9.8. Redução da emissão de CO2

Fase final da análise, as emissões atmosféricas foram calculadas com base na redução da operação logística de transporte e utilizando critérios conhecidos para cálculo das emissões com base em balanço de massa. No cenário considerado, a redução de emissões de CO2 foi de 384 toneladas para os 122 mil litros de Diesel economizados. * Fonte para cálculo das emissões http://www.ambiente.sp.gov.br/proclima/PDF/inventario_efeitoestufa.pdf

10. Conclusões

Quando se analisa o projeto em si sob a ótica de processo, os resultados podem se expressar na forma de ganhos de diversas naturezas, mas quando se complementa a análise sob a ótica da sustentabilidade, o resultado evidencia-se de forma ampla e demonstra que o ganho na cadeia de valor é muito maior. Além dos benefícios diretos, esse case estimulou a conscientização ambiental por meio da fácil visualização dos resultados do trabalho. A redução de custo foi significativa para empresa, que busca ser referência ambiental em seu segmento, de forma sustentável. Os itens relacionados abaixo e detalhados anteriormente foram os que tiveram destaque neste case, com ganhos significativos e fortalecendo os compromissos ambientais:

� Diminuição da matéria-prima (papelão); � Redução no corte de árvores (análise da cadeia de valor); � Redução do número de paletes de madeira; � Ganho no armazenamento de produtos; � Redução dos custos da embalagem e do calço;


� Redução da quantidade de carretas – Redução da conta frete (transporte);

� Redução no consumo de combustível; � Redução da emissão de CO2. A análise crítica de processos antigos tendo como premissa critérios ambientais pode levar a ganhos operacionais significativos, e o exercício da melhoria contínua alinhado com a estratégia corporativa apresenta-se como um caminho sustentável para os negócios. Esse é um exemplo que pode ser replicado em qualquer segmento da economia. Neste case, a empresa reforça o objetivo de evoluir nos segmentos de negócios em que atua, tendo como referência a política ambiental e o compromisso com a sustentabilidade.

Anexo 1 –Política ambiental

O Grupo atua nos segmentos de Informática, Soluções e Automações e Serviços. No exercício dessas atividades busca sustentabilidade ambiental, social e econômica, através da inovação tecnológica, assegurando qualidade, produtividade e competitividade nos mercados em que atua, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população. Respeitando o meio ambiente, assume os seguintes compromissos: � Cumprir a legislação ambiental aplicável, as normas regulamentadoras e

os demais requisitos subscritos pela Organização que se relacionem aos aspectos ambientais;

� Prevenir a ocorrência de danos ambientais decorrentes de suas atividades buscando a utilização de tecnologias ambientalmente adequadas no gerenciamento dos processos e na concepção de novos produtos;

� Estabelecer canais permanentes de comunicação das questões do meio ambiente com as partes interessadas;

� Criar normas e registrar as ações relativas à conservação do Meio Ambiente, de forma auditável e transparente;

� Minimizar o consumo de água e energia; � Promover o treinamento e conscientização de seus colaboradores

internos e externos para atuarem com responsabilidade na conservação do Meio Ambiente e na busca de melhorias contínuas;

� Estabelecer, revisar e acompanhar, anualmente, os objetivos e metas ambientais específicos de suas atividades.

case: embalagens - redução de insumos sob a ótica ambiental … - projeto embalagens reducao...

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