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LIVRO DO PROFESSOR

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LIVRO DO PROFESSOR

H á pessoas que pensam que a História é uma ciência ligada a coisas antigas, sem nenhum sentido para nossos dias. Porém, por mais que

alguns tentem negar, a História faz parte da vida de qualquer ser humano. Na verdade, não podemos fi car indiferentes a ela.

Constantemente, somos levados a buscar interpretações sobre o passado, com o objetivo de entender nossa sociedade e os projetos que temos para o futuro. Conhecer o passado nos ajuda a entender a nós mesmos, pois estamos dentro da História, e dela fazemos parte.

Nesta coleção, você terá a oportunidade de discutir importantes temas da História, desde as origens do ser humano até a formação de seu próprio país. Você perceberá como o passado, mesmo quando se trata de tempos bem antigos, está ligado ao seu cotidiano e às formas como você entende o mundo. Aliás, o passado é tão importante que, ao discuti-lo, você estará mais preparado para fazer sua parte na sociedade, como um cidadão responsável e consciente.

Prestes e Xavier

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

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Casa Publicadora BrasileiraTatuí, SP

Ubirajara F. Prestes FilhoBacharel e Licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP)

Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP)

Edson XavierBacharel e Licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP)

9oano

História Interativa

Vivemos em um mundo bastante agitado, onde mudanças ocorrem o tempo todo. Nos noticiários, podemos acompanhar informações sobre a política, esportes, arte, tecnologia, enfim, sobre várias atividades humanas. Encontramos informações que nos agradam, mas também ouvimos sobre tragédias, violência, fome, entre outros problemas.

As notícias tratam de problemas de nossa cidade, do estado e do país, mas também nos dizem muito sobre outros povos ao redor do planeta. Nem tudo conseguimos entender, pois o volume de informações é muito grande.

No ensino fundamental, uma das matérias escolares é História. Embora muitos tenham dúvidas sobre sua importância, trata-se de uma área fundamental para conhecer o mundo que nos cerca. Em várias universidades do Brasil e do mundo, existem historiadores reali-zando pesquisas e discutindo as ações humanas ao longo do tempo, desde épocas mais antigas até o presente.

O interesse pelo passado faz parte de toda sociedade, e os seus usos são diversos. Por isso as pesquisas produzidas nas universidades apontam para várias interpretações e releitu-ras do passado. Entretanto, não podemos imaginar que o estudo da História é privilégio apenas dos acadêmicos, pois qualquer ser humano tem direito de buscar entender o pas-sado, e suas relações com a vida atual.

Constantemente somos levados a buscar interpretações sobre o passado, com o objetivo de entender nossa sociedade e os projetos que temos para o futuro. Conhecer o passado nos ajuda a entender a nós mesmos, pois estamos dentro da História, e dela fazemos parte.

Neste ano, você terá a oportunidade de continuar discutindo importantes temas da História, que tratam de várias culturas e países, com destaque para o Brasil. Você perceberá como o passado está ligado ao seu cotidiano e às formas como as pessoas entendem o mundo. Aliás, o passado é tão importante que, ao discuti-lo, você estará preparado para fazer sua parte na sociedade, como um cidadão responsável e consciente.

Ao estudar este livro, leve em conta que ele não possui todas as versões e fatos sobre o passado. Qualquer material de História é feito a partir de escolhas, de temas e periodizações, que acabam por excluir outras possibilidades. Por isso, achamos que é nossa responsabili-dade avisá-lo que a História é muito mais do que está escrito nestas páginas. Dessa forma, queremos incentivá-lo a buscar novas fontes de pesquisa, discutindo a seleção que fizemos. Nosso objetivo é levá-lo a aprofundar seus estudos.

Nosso desejo é que todos os debates e ideias apresentados aqui colaborem para que o passado humano, e suas relações com o presente, façam mais sentido em sua vida.

Tenha um excelente ano letivo.Os autores

APRESENTAÇÃOFundação Wikimédia

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SUMÁRIO 1 COMEÇA O SÉCULO XX NO

CONTINENTE AMERICANO. . . . .61. Mudanças, revoluções e intervenções . . . . . . . . . . . . . 62. Características gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73. Imperialismo dos EUA sobre a América Latina . . . . . 94. A Revolução Mexicana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125. Outros movimentos de destaque. . . . . . . . . . . . . . . . .15

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22

2 O MUNDO EM GUERRA PELA PRIMEIRA VEZ . . . . . . . . . . . 241. O fim da “Era dos Impérios” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .242. A caminho do confronto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253. Uma corrida por armas e alianças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 274. O primeiro conflito mundial (1914 a 1918) . . . . . . . . . . . 285. Uma paz com vencedores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 306. Personalidades ainda desconhecidas . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34O que você vê. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36

3 DO CZARISMO AO BOLCHEVISMO . . . . . . . . . . . . . .381. A maior experiência socialista

de todos os tempos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .382. Dinastia Romanov: último bastião absolutista . . . .393. Mencheviques no poder

(de fevereiro a outubro de 1917) . . . . . . . . . . . . . . . . .414. Da chegada dos bolcheviques ao poder

à formação da URSS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .435. Três décadas de Stálin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51

4 A REPÚBLICA A FAVOR DOS CORONÉIS . . . . . . . . . . . . .521. As oligarquias no poder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .522. Aspectos gerais da politica na

Primeira República . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .533. A política do café com leite. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .544. As fábricas, as cidades e

as transformações tecnológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . .555. A imigração continua na República. . . . . . . . . . . . . . .586. O movimento operário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .607. Economia e sociedade na

expansão da borracha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .618. A política indigenista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68

5 REVOLTAS E TRANSFORMAÇÃO POLÍTICA NA PRIMEIRA REPÚBLICA . . . . . . . . . . . . . . . . .701. Modernidade e exclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .702. Guerra de Canudos (1813 a 1897) . . . . . . . . . . . . . . . .713. Revolta da Vacina (1904). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .734. Revolta da Chibata (1910) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .755. Guerra do Contestado (1912 a 1916) . . . . . . . . . . . . .766. Revolta do Juazeiro (1914). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .787. Mudanças culturais promovidas pela

semana de Arte Moderna (1922) . . . . . . . . . . . . . . . . .788 O movimento Tenentista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .799. Crise da República Velha e a Revolução de 1930 . . . .81

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .84Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88

6 CRISE E TOTALITARISMO NOS ANOS 1920 E 1930 . . . . . .901. Um mundo em crise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .902. A crise do capitalismo em 1929 . . . . . . . . . . . . . . . . . .913. O facismo italiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .944. O nazismo alemão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .975. Política e sociedade nazista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .996. A Guerra Civil Espanhola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .102Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105Textos complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . .106

7 O BRASIL NOS ANOS 1930 E 1940 . . . . . . . . . . . . . . .1081. O começo dos anos 30 e

os dilemas sociais e políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1082. Uma revolução em São Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1103. A constituição de 1934 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1124. O governo constitucional de Vargas

(1934 a1937) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1125. A constituição de 1937 e

a derrocada dos integralistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1156. A organização do Estado Novo . . . . . . . . . . . . . . . . . 1167. Economia e política externa no Estado Novo . . . 1188. A redemocratização do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125

8 O MUNDO EM GUERRA PELA SEGUNDA VEZ . . . . . . . . . . . . .1261. O conflito mais devastador de todos os tempos 1262. Entre as duas grandes guerras . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1283. A primeira fase da guerra (1939 a 1941) . . . . . . . . 1304. A segunda fase da guerra (1942 a 1945) . . . . . . . . 1335. O poder do átomo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1366. As conferências de paz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1377. Holocausto nazista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .143O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .144Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .144 Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .145

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9 OS TEMPOS DA GUERRA FRIA . . . . . . . . . . . . . .1461. Um mundo dividido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1462. A tentativa de garantir a paz mundial. . . . . . . . . . . 1473. A Guerra Fria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1484. Guerra Fria: corrida armamentista e espacial . . . . 1505. Conflitos durante a Guerra Fria . . . . . . . . . . . . . . . . . 1536. O poder das imagens na Guerra Fria. . . . . . . . . . . . 1567 Movimentos de contestação nos anos 1960 . . . . 158

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .160Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .161O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .161Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163

10 O BRASIL NO CONTEXTO DA GUERRA FRIA . . . . . . . . . . . . . .1661. Situações internas e externas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1662. A constituição de 1946 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1673. Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946 a 1951) . . . . 1684. Último governo de Vargas (1951 a 1954). . . . . . . . 1685. O governo Juscelino Kubitschek (1956 a 1960). . . .1706. A produção cultural brasileira e a sociedade

entre 1945 e 1964 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1737. O governo Jânio Quadros (31/1 a 25/8/1961) . . . . .1758. O governo João Goulart (1961 a 1964) . . . . . . . . . . . .177

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .180Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .181O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .182Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .183Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .184

11 RUMOS DA AMÉRICA LATINA PELO SÉCULO XX. . . . . . . . . . . . . . . .1861. Características comuns da história

latino-americana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1862. Saem os oligarcas, entram os populistas . . . . . . . . 1873. Populismo: dois estudos de caso . . . . . . . . . . . . . . . 1884. Saem os populistas, entram os militares . . . . . . . . 1905. Militarismos: dois estudos de caso. . . . . . . . . . . . . . 1906. Revoluções e guerrilhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1927. Guerrilhas: dois estudos de caso. . . . . . . . . . . . . . . . 1938. Revoluções: dois estudos de caso . . . . . . . . . . . . . . 1949. Redemocratização (neoliberalismo,

neopopulismo e "neoesquerdismo"). . . . . . . . . . . . 196Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200

12 ÁFRICA, ÁSIA E ORIENTE MÉDIO NO SÉCULO XX . . . . . .2021. Um mundo muito complexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2022. Por que enfraqueceu o domínio europeu . . . . . . 2033. Termina o controle europeu na África . . . . . . . . . . 2044. Termina o controle europeu na Ásia . . . . . . . . . . . . 2075. Depois da descolonização afro-asiática . . . . . . . . . 2096. Conflitos no Oriente Médio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218

13 OS MILITARES NO PODER . . .2201. Alguns conceitos importantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . 2202. O governo do primeiro marechal (1964–1967) . . . . 2223. O governo do segundo marechal (1967–1969) . . . 2234. O governo do primeiro general (1969–1974) . . . . . 2255. O governo do segundo general (1974–1979) . . . . . 2266. O governo do terceiro general (1979–1985) . . . . . . 2287. Alguns aspectos culturais durante

o regime militar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230 Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238

14 OS ANOS FINAIS DA GUERRA FRIA E SEUS DESDOBRAMENTOS . .2401. Mudanças no cenário mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . 2402. A União Soviética e a ascensão de

Mikhail Gorbatchev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2413. O fim da União Soviética e a formação da CEI. . . . . 2434. Transformações no Leste Europeu . . . . . . . . . . . . . . 2455. A União Europeia: aspectos gerais do cenário

contemporâneo no continente. . . . . . . . . . . . . . . . . 2486. Aspectos da ordem mundial após a Guerra Fria. . . 2507. O socialismo na China e o cenário recente . . . . . 251

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259

15 CONTRADIÇÕES DO MUNDO GLOBALIZADO . . . . . . . . . . . . .2601. Desafios do mundo contemporâneo . . . . . . . . . . . 2602. A economia globalizada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2613. Os efeitos da globalização da economia . . . . . . . . 2644. Sociedades de informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2655. Terrorismo e violência global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2676. A doutrina Bush e as invasões do Afeganistão

e do Iraque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 269 7. Discussões e ações em escala global . . . . . . . . . . . 271

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276

16 O BRASIL APÓS AREDEMOCRATIZAÇÃO . . . . . . .2781. Um período repleto de mudanças. . . . . . . . . . . . . . 2782. Sarney no lugar de Tancredo (1985–1990) . . . . . . 2793. O governo do “caçador de marajás”. . . . . . . . . . . . . 2824. O “monstro da inflação” é gravemente ferido. . . . 2835. FHC duas vezes seguidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2846. Considerações a respeito do “Lula lá”. . . . . . . . . . . . 287

Entendeu? Verifique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .289Defenda suas ideias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .290O que você vê?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .291Seja criativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .293Texto complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .294

BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . 296

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CAPÍTULO 1COMEÇA O SÉCULO XX

NO CONTINENTE AMERICANO

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1. MUDANÇAS, REVOLUÇÕES E INTERVENÇÕES

Depois do intenso século XIX – quando as colônias ibéricas alcançaram sua in-dependência e os Estados nacionais latino-americanos se organizaram – os Estados Unidos promoveram sua grande expansão territorial, e a Guerra de Secessão qua-se dividiu o país. Era de se esperar que o início do pró-ximo século fosse diferente. No entanto, como veremos, a primeira metade do século XX também � cou marcada por tensões que, a despei-to de suas peculiaridades, ajudaram a formar a Améri-ca atual.

COMEÇA O SÉCULO XX COMEÇA O SÉCULO XX

Uma importante característica que marcou a história do continente

americano nas primeiras décadas do século XX foi o aumento da infl uência dos Estados Unidos.

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A importância da Europa para a História da América diminuiu de forma signi�cati-va na passagem do século XIX para o XX. O longo exercício da hegemonia britânica sobre o continente, especialmente sobre a América Latina, cedeu lugar à in�uência estadunidense. As estruturas econômicas tradicionais, essencialmente ligadas ao setor agrário exportador, abriram espaço para o estabelecimento das primeiras in-dústrias latino-americanas. No contexto da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos – a nação mais industrializada da América – passam de devedores a credores com relação à Europa.

O longo predomínio de grupos oli-gárquicos vindos das antigas estruturas sociais latino-americanas passa a ser mui-to questionado. Revoluções de caráter político-social procuraram resolver as dis-paridades entre os interesses das forças polí-ticas tradicionais e as necessidades daqueles

que se sentiam explorados e excluídos. Em meio a esse contexto, os Estados Uni-dos procuraram fortalecer sua in�uência e promover o estabelecimento de seus inte-resses sobre a América Latina. O caminho para tornar prático esse objetivo muitas vezes se deu através de intervenções dire-tas e indiretas sobre a região.

Enquanto todo esse quadro se desenro-lava no continente americano, o mundo, de maneira geral, assistia e/ou participava dos dois maiores con�itos bélicos da His-tória da humanidade. Os re�exos dessas duas guerras também abalaram profunda-mente a América. Várias mudanças ocor-ridas nas Ámericas podem ser abordadas como re�exo direto desses acontecimen-tos. Neste capítulo estudaremos sobre o modo como tudo isso se deu e de que ma-neira os habitantes do continente america-no formaram a América do modo como a conhecemos hoje.

2. CARACTERÍSTICAS GERAIS

No início do século XX a América Latina ainda mantinha várias das carac-terísticas que de�niram suas condições políticas, econômicas e sociais durante a segunda metade do século XIX. Social-mente, os grandes proprietários de terra ainda predominavam em quase todas as regiões, permanecendo assim, de modo geral, até a década de 1930. Herdeiros do caudilhismo na América hispânica e representantes do coronelismo no Bra-sil ainda predominavam sobre os outros agentes sociais. A partir das primeiras décadas do século XX, gradativamente passaram a ceder espaço para os novos contornos políticos e sociais que se for-mavam a partir das comunidades urba-nas que cresciam aceleradamente.

Economicamente, as semelhanças tam-bém foram marcantes. Os países latino-

americanos, nascidos a partir dos proces-sos de independência ocorridos no início do século XIX, mantiveram a sua vocação agroexportadora. A classe social que con-duziu os processos de emancipação era li-gada majoritariamente ao setor agrícola e, ao chegar ao poder político, não encontrou razão para mudar a orientação econômica. Deste modo, em grande parte, até a segun-da década do século XX, a economia dessa parte do continente se manteve essencial-mente consumidora de produtos industria-lizados – vindos quase sempre da Europa – e exportadora de produtos agrícolas.

A Primeira Guerra Mundial provocou mudanças signi�cativas nessas condições. Voltada para os esforços de guerra, a in-dústria europeia não mais conseguia satis-fazer a demanda do continente americano. Os Estados Unidos, aproveitando-se

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das estruturas produtivas desenvolvidas durante a Segunda Revolução Industrial, tornaram-se um dos maiores exportadores do mundo. No entanto, os estadunidenses se concentraram no mercado europeu, o que manteve a demanda latino-americana em aberto. Assim, a solução encontrada foi promover aquilo que veio a ser conhecido como substituição das importações, ou seja, na medida do possível, as nações da Améri-ca Latina procuraram desenvolver uma base industrial interna que pudesse abastecer em condições mínimas sua própria demanda.

O resultado desse momento histórico foi uma onda de desenvolvimento indus-trial que afetou em graus bem diversos a economia latino-americana, quebrando a relativa homogeneidade característica do predomínio agrícola. Essas mudan-ças não afetaram somente a economia. A ocorrência desse surto industrial trou-xe o crescimento urbano e a formação de novos grupos sociais que, com necessida-des bem diversas daqueles que viviam no campo, passaram a exigir uma adequação política às novas condições econômicas e sociais que se apresentavam.

Dentre os grupos sociais que mais afe-taram as estruturas políticas durante a primeira metade do século XX, encontra-mos as classes médias urbanas. De maneira

geral, mais conscientes das mudanças que ocorriam, passaram a defender uma polí-tica voltada também para as necessidades dessa nova sociedade urbanizada. Desse modo, o predomínio das grandes oligar-quias ligadas ao setor agrícola gradativa-mente foi sendo questionado e, lentamente, cedeu espaço aos interesses urbanos. Não foi somente no Brasil, com a Revolução de 1930 (que será estudada no capítulo 5), que o predomínio da aristocracia rural chegou ao �m: em várias outras nações lati-no-americanas, a força política dos grandes proprietários de terra teve de ceder espaço à nascente burguesia industrial.

Outra importante característica que marcou a história do continente america-no nas primeiras décadas do século XX foi o signi�cativo aumento da in�uência dos Estados Unidos. A hegemonia europeia sobre a América sofreu seu primeiro golpe com a independência das Treze Colônias Inglesas na América, ainda na segunda metade do século XVIII. No início do século XIX as independências das colô-nias latino-americanas marcaram o segun-do grande golpe. Na segunda metade do século XIX essa hegemonia foi diminuin-do gradativamente até que, nas primeiras décadas do século XX, os Estados Unidos assumiram esse exercício hegemônico.

Vista do Vale do Anhangabaú, São Paulo, na década de 1920.Plantação de café em São Paulo, na década de 1910.

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3. IMPERIALISMO DOS EUA SOBRE A AMÉRICA LATINA

A história do esta-belecimento do impe-rialismo estadunidense sobre a América Latina pode ser reconstruída a partir da Doutrina Monroe, quando o pre-sidente James Monroe se opôs à interferência dos europeus sobre as questões do continente. Essa posição foi inter-pretada pela maioria dos historiadores como o início declarado das pre-tensões estadunidenses sobre as Américas. Pos-teriormente, a doutrina do Destino Manifesto, ainda que mais restrita à América do Norte, tam-bém representou uma forma de justi�car ideo- logicamente um processo de dominação.

No início do século XX, o presidente Theodore Roosevelt, que governou os Estados Unidos de 1901 a 1909, adotou uma política em relação à América Latina que se tornou o símbolo do imperialismo dos Estados Unidos sobre a re-gião. Conhecida como a Política do Grande Porrete (Big Stick Policy), ela defendia um princípio aparentemente simples, segundo o qual a in�uência estadunidense deveria se estabelecer, primeiramente, de maneira pa-cí�ca. Porém, se houvesse resistência, uma intervenção armada logo teria lugar.

Um dos desdobramentos dessa pro-posta foi a diminuição da in�uência eu-ropeia em solo americano, ou seja, uma espécie de reedição da Doutrina Mon-roe, adaptada à nova realidade histórica. O viés imperialista, porém, �cou muito

191719051915

1898

1895InfluênciaestadunidensePossesãoestadunidense

Protetoradoestadunidense

Intervenção militarestadunidense

Bases navais

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Mar do CaribeOceanoPacífico

ESTADOSUNIDOS

COLÔMBIA

PANAMÁCOSTARICA

GUATEMALA

EL SALVADOR

MÉXICO

BELIZE

NICARÁGUA

CUBA

REP.DOMINICANA

PORTORICO

GUIANA

HAITI

VENEZUELA

EQUADOR

1914

19161903 1903

1898-1906

1906-34Golfo

doMéxico

JAMAICA

BAHAMAS

HONDURAS

Panamá

Canal doPanamá

Cristobal

1898-1903 1906-1917-22

Intervenções estadunidenses na América Latina

mais evidente, pois, em decorrência des-sa doutrina, ocorreram várias interven-ções militares e políticas na América Latina. Os europeus não deveriam inter-vir, porém, os estadunidenses sim. Nesse contexto ocorreu o processo que levou à independência do Panamá em relação à Colômbia, em 1903, às intervenções mili-tares na República Dominicana (1905) e em Cuba (1906), às interferências diplo-máticas e ao �nanciamento de empresas exploradoras de recursos naturais sobre as mais distantes regiões da América Latina.

Até mesmo o Brasil recebeu a visita do presidente Theodore Roosevelt que, a convite do Marechal Cândido Rondon, conheceu a região amazônica e sua imensa quantidade de recursos naturais. Há quem diga do interesse

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juvenil do presidente Roosevelt sobre a re-gião, fator que o teria trazido ao Brasil. Po-rém, sob o contexto de uma política agressiva de desenvolvimento da indústria estaduni-dense, questionam-se as verdadeiras razões de sua visita. Outras

nações do cone sul-americano, além do Brasil, receberam a instalação de indústrias estaduni-denses, que aqui se estabeleceram com o claro intuito de explorar os recursos locais.

Mesmo após a presidência de Roosevelt as ações intervencionistas dos Estados Unidos não diminuíram. Na realidade, é possível rastrear a presença direta ou indireta dos Es-tados Unidos tentando estabelecer, manter e aumentar sua hegemonia sobre o continente americano por quase todo o século XX. No entanto, como estamos focando nas primei-ras décadas desse século, tomaremos apenas alguns exemplos. Dentre estes, os proces-sos de independência cubana e panamenha exempli� cam de forma muito clara a ação imperialista estadunidense e, por esta razão, serão estudados mais atentamente.

› CubaNa ilha de Cuba, ainda no século XVI, os

espanhóis estabeleceram um dos principais portos de entrada para sua dominação do Novo Mundo. Transformada em Capitania Geral, essa ilha se manteve sob o domínio espanhol por quase quatrocentos anos. No início do século XIX a rigidez do pacto co-lonial deixou de existir. A Espanha permitiu que Cuba negociasse seu açúcar diretamen-te com os Estados Unidos, que passaram a exercer uma in� uência crescente sobre a ilha. Pouco a pouco, essa “parceria” econômica tornou a ilha dependente economicamente dos Estados Unidos.

Theodore Roosevelt.

A primeira tentativa de independência cubana ocorreu entre os anos de 1868 e 1878, porém, o temor de uma radicalização do movimento, direcionado aos interesses populares e não ao dos grandes proprietá-rios ou dos EUA, fez com que essa tentativa fracassasse. Em 1895, uma segunda tentativa também não atin-ge o objetivo, basicamente pelos mesmos motivos que levaram à derrota do primeiro movimento. Finalmen-te, no mesmo ano em que fracassava a segunda tentati-va interna de emancipação, um movimento de caráter elitista, conduzido pelos Estados Unidos, promove a independência de Cuba em relação à Espanha.

Era o ano de 1898, quando um navio de guer-ra da marinha dos Estados Unidos, ancorado no

porto de Havana, afundou em resultado de uma explosão. Mais de duas centenas de marinhei-ros morreram nesse episódio e o governo dos Estados Unidos culpou a Espanha pelo aconte-cimento. Isso justificou a famosa Guerra His-pano-Americana, que resultou em uma rápida vitória dos Estados Unidos e na independência de Cuba. Livres dos espanhóis, os cubanos pas-saram ao controle direto das forças militares es-tadunidenses, e assim permaneceram até 1902. A partir de então, uma emenda constitucional elaborada pelo congresso dos Estados Unidos foi incorporada à constituição cubana: era a Emenda Platt.

Vista aérea de Havana, Cuba.

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Na prática, ainda que a presença mili-tar estadunidense não fosse mais ostensiva, a Emenda Platt permitia a intervenção dos Estados Unidos a qualquer momento que estes julgassem necessário. O objetivo dessa emenda era manter Cuba afastada da in� u-ência de outras nações, permitindo que os interesses estadunidenses fossem prioritá-rios sobre a ilha. A seguir, destacamos dois trechos da emenda: “O governo de Cuba nunca deverá ingressar em qualquer trata-do ou outro pacto estabelecido com qual-quer potência estrangeira...”; “O governo de Cuba permitirá que os Estados Unidos exer-çam o direito de intervir com o objetivo de preservar a independência cubana...”.

› PanamáDesde a chegada dos

europeus à América, a região do Panamá desta-cou-se em importância. Devido a sua posição geográ� ca privilegiada, marcada por conter a área territorial de menor distância entre os ocea-nos Pací� co e Atlântico, a região sempre foi alvo de grande interesse. Ao longo do tempo, não somente os espanhóis, mas também outras po-tências atentaram para esse istmo. Destacaram-se entre elas a França, a Inglaterra e, � nalmente, os Estados Unidos. Cada uma delas, em algum momento, projetou cons-truir o famoso Canal do Panamá. Porém, coube aos Estados Unidos a sua realização � nal.

O contexto em que se deu a construção do canal

esteve ligado diretamente ao processo de in-dependência do Panamá que, por sua vez, estava inserido na política imperialista esta-dunidense para o período, o Big Stick. Po-rém, no intuito de aprimorar o entendimen-to dessa questão, voltemos um pouco no tempo e vejamos alguns fatos que marcaram a história da região e colaboraram para a construção desse canal interoceânico.

A ideia de promover a ligação entre os oceanos já havia sido discutida primei-ramente pelo rei da Espanha, ainda no século XVI. No início do século XIX, a questão voltou a ser discutida. Em 1826, num congresso ocorrido no Panamá, e em 1835, em outra reunião ocorrida na Co-lômbia, algumas decisões foram tomadas, porém nada chegou à prática. Ainda na

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Cidade doPanamáBalboa

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Eclusa dePedro Miguel

Eclusa deMiraflores

RepresaGatún

Ferrovia Panamá

Estrada Boyd-Roosevelt Chagres

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Mar doCaribe

Canal do Panamá

OceanoPacífico

OceanoPacífico

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metade do século XIX, ingleses e estadu-nidenses disputaram a construção do ca-nal, mas decidiram abandonar a disputa e se afastar momentaneamente do projeto. No �nal da década de 1870, os franceses negociaram o direito de sua construção, mas aproximadamente dez anos depois e após muito dinheiro gasto, o projeto foi abandonado.

No �nal do século XIX, o crescimento da indústria mundial e, consequentemente, do comércio marítimo internacional, fez com que o interesse pela construção do canal se renovasse. Nessa época, a região do Panamá fazia parte do território colombiano e foi

nesse contexto que os Estados Unidos pro-puseram sua independência. Apoiando de forma clara e decisiva o processo de eman-cipação e impedindo a reação colombiana, os estadunidenses “promoveram” a inde-pendência do Panamá (1903). Um tratado previamente elaborado foi imposto aos panamenhos e, por meio dele, o projeto de construção do canal foi reiniciado no ano seguinte à emancipação.

O tratado previa também a concessão perpétua de direitos sobre o canal aos Es-tados Unidos e o controle de uma faixa de terra de dezesseis quilômetros de largu-ra acompanhando o canal. Dessa forma a nação panamenha permaneceria dividida por uma extensa faixa de terra controla-da pelos Estados Unidos. Leis que permi-tiam intervenções estadunidenses sobre o Panamá também foram impostas e, da mesma forma ocorrida em Cuba. Desta forma, os Estados Unidos manipularam a política panamenha pelas décadas se-guintes. Recentemente, em 1999, depois de décadas de negociações, o canal �nal-mente passou às mãos panamenhas.

4. A REVOLUÇÃO MEXICANA

Eclusa no Canal do Panamá.

Ocorrida no início da segunda década do século XX, a Revolução Mexicana se tornou um dos mais importantes movi-mentos latino-americanos do período. Esse processo revolucionário representou um momento crítico de reação popular a um longo período de exploração econô-mica, centralização política e interferên-cia estrangeira sobre a nação mexicana. Para a compreensão dessa fase contur-bada da história do México, é necessário retomarmos as circunstâncias que deram forma à revolução.

A independência do México ocorreu na esteira dos processos de emancipação que marcaram a história da América Latina

no início do século XIX. Sem que se passassem dois anos completos, a for-ma de governo nascida da emancipação foi substituída. Augustín Iturbide, que havia assumido o poder como impera-dor do México, foi obrigado a abdicar em 1823 (posteriormente foi fuzilado) e a monarquia, substituída pela república. As décadas seguintes foram marcadas pela alternância entre liberais, in�uen-ciados pelas ideias de esquerda, e con-servadores, defensores dos interesses da direita mexicana.

De modo geral os conservadores estive-ram alinhados aos interesses internacionais, na maioria das vezes, os estadunidenses.

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Em oposição a essa postura, os liberais rejeitavam a influência estrangeira, de-fendiam um nacionalismo independen-te e visavam aos interesses populares. Entre o processo de independência e a fase revolucionária, aproximadamente noventa anos se passaram. Durante esse período, longos governos conservado-res, por vezes ditatoriais, foram inter-calados por curtos períodos em que os liberais estiveram no poder. Vejamos os principais exemplos.

Retrato a óleo de Agustín Iturbide, imperador do México.

O general Antonio López de Sant’Anna foi o primeiro conservador que se desta-cou. Esteve à frente do governo seguidas vezes entre 1833 e 1855. Sua administra-ção caracterizou-se pelo extremo centra-lismo. Apoiado pela Igreja, pelo exército e pelos grandes proprietários de terra, várias vezes voltou ao poder por meio de golpes. No período em que exerceu sua hegemonia sobre a política mexicana, pra-ticamente metade do território do México foi perdida para os Estados Unidos. Essas circunstâncias, entre outras, permitiram a ascensão da oposição liberal.

Benito Juárez, re-presentante dos libe-rais, assumiu o poder e passou a implemen-tar mudanças profun-das. Tomou medidas que desagradaram os conservadores e suas bases de apoio. Reti-rou a administração da justiça das mãos do exército, acabou com a o� cialidade do catolicismo e suspendeu o pagamento da dívida externa. A reação conservadora logo se fez sentir: apoiados pelos franceses, credores dos mexicanos, interessados em voltar a receber os juros dos empréstimos feitos ao México, pro-moveram a derrubada de Juárez. Após um curto governo de um duque austríaco, re-presentante da França, Juárez retorna ao poder e governa até ser derrubado por um golpe. Benito Juárez esteve no poder cinco vezes entre 1858 e 1871.

Entre 1876 e 1911 Por� rio Díaz, um dos mais conhecidos personagens da história mexicana, exerceu a presidência da repúbli-ca várias vezes. Seu governo � cou caracte-rizado pela excessiva centralização, sendo considerado por muitos estudiosos como o maior ditador mexicano. Na tentativa anunciada de promover o desenvolvimen-to tecnológico e cientí� co da nação, abriu o México aos investimentos estrangeiros.

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Antonio López de Sant’ Anna.

Porfi rio Díaz.Benito Juárez.

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Na prática, entregou o país ao capital ex-terno, o que redundou em imensas di� cul-dades para a população. Exigiu títulos de posse de terra da população (majoritaria-mente de origem indígena), o que fez com que várias comunidades indígenas sim-plesmente desaparecessem. Sem a posse de suas terras, que foram entregues ao capital estrangeiro, muitos índios foram coloca-dos à margem da sociedade.

Esse modelo de desenvolvimento trou-xe um profundo questionamento por par-te dos representantes das mais diversas classes mexicanas. A burguesia reclama-va da concorrência estrangeira, os pro-prietários questionavam sobre as terras entregues aos interesses internacionais, a população indígena reagia contra o � m do ejido (comunidade indígena). En� m, o descontentamento era generalizado. Na primeira década do século XX, até mesmo as relações internacionais � caram abaladas. A procura de novas alianças provocara a indisposição dos tradicionais aliados internacionais.

O medo de que a administração de Por� rio pudesse provocar uma revolta popular mais radical, entre outros fatores, fez com que alguns países “parceiros” passassem a incentivar os movimentos de oposição. Dentre as principais lide-ranças oposicionistas destacava-se Fran-cisco Madero, que defendia o � m do por� riato e a instalação de um governo

democrático. No entanto, por ser um grande latifundiário, não estava interes-sado na devolução das terras indígenas. Em outras palavras, reforma agrária.

Pressionado de todos os lados, Por� rio Díaz convocou eleições. Percebendo que se-ria substituído, tentou impedir o processo, no entanto, era tarde demais: a Revolução Mexicana já havia começado. Obrigado a entregar o cargo ao novo presidente elei-to, Francisco Madero, Por� rio se retirou da vida pública, vindo a falecer quatro anos depois, em 1915. Madero assumiu a liderança da nação, reunindo o apoio das mais diversas lideranças revolucionárias. Dentre elas se destacou o líder guerrilheiro Emiliano Zapata, defensor dos interesses da população rural concentrada na região sul do país. Ao norte, outra liderança se apresentava, Pancho Villa, inicialmente também a favor do governo Madero.

No entanto, a despeito de toda a es-perança que se colocou sobre os ombros de Francisco Madero, muito cedo se percebeu que os anseios revolucionários � cariam muito aquém do que se espera-va. Em menos de dois anos de governo, o novo presidente perdeu sua base de apoio. Criticado por não atender às ex-pectativas nem das camadas populares nem das elites, Madero foi derrubado e morto em 1913. Sua execução deu início a um processo de instabilidade e troca de presidentes que se encerrou apenas com a eleição do famoso populista mexicano, Lázaro Cárdenas.

Pouco mais de duas décadas separa-ram as eleições de Madero e Cárdenas e foi nesse período que as lideranças revo-lucionárias e contrarrevolucionárias mais agiram. Ainda na administração Madero, Emiliano Zapata, percebendo a ine� ciên-cia do governo, promoveu o Plano Ayala, que se caracterizou pela proposição de uma grande reforma agrária. A reação dos conservadores, ligados aos grandes

Francisco Madero.

por� riato e a instalação de um governo

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PEQUENA DE FRANCISCO

MADERO (Refer. Wikipédia)

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proprietários, foi muito forte. Nessa épo-ca a Revolução Mexicana chegou ao seu ponto máximo de radicalização. Finalmente as forças populares foram controladas, e Zapata executado, em 1919. Quatro anos depois o mesmo ocorreu com Pancho Villa. Os contrar-revolucionários prevaleceram, ao me-nos até a chegada de Lázaro Cárdenas ao poder, em 1934. O governo Cárde-nas, no entanto, está inserido no qua-dro dos populismos latino-americanos, que será estudado mais adiante. Emiliano Zapata. Pancho Villa.

5. OUTROS MOVIMENTOS DE DESTAQUE

Ainda na primeira metade do século XX, vários outros aconteci-mentos se destacaram na história da América Lati-na. Abordaremos três de-les. O primeiro, ocorrido na Nicarágua, exempli�-ca a permanência de al-guns con�itos políticos latino-americanos que, em seus desdobramentos, atingiram os dias atuais. O segundo, que se desen-volveu em El Salvador, exemplifica as reações populares de contestação à exploração oligárquica que, na maioria das ve-zes, foram violentamente reprimidas. O terceiro, uma disputa territorial entre paraguaios e bo-livianos, representa a permanência de vários con�itos decorrentes do estabelecimento dos limi-tes territoriais das nações latino-americanas.

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Nicarágua e El Salvador

Augusto César Sandino, ao centro.Fundação Wikimédia

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› Nicarágua Na história da Nicarágua, durante

o século XX, dois personagens se destaca-ram: Augusto César Sandino e Anastásio Somoza Garcia. Sandino representava os ideais populares em defesa de uma socie-dade mais justa, menos desigual e sem in-terferência estrangeira. Ainda que não fosse adepto do comunismo em sua plenitude, ele se tornou o líder nicaraguense que passou a representar os ideais e as forças populares. Entre 1927 e 1933 Sandino esteve à frente de um movimento popular que, entre ou-tras coisas, pregava o � m da interferência estadunidense sobre sua nação.

Na época, os interesses dos Estados Unidos sobre a Nicarágua � zeram com que mantivessem forte presença militar na região. Sandino conseguiu organizar uma resistência notável, liderando um exército popular que nunca foi controlado pelos estadunidenses. Isso o levou a uma posi-ção simbólica da resistência ao imperia-lismo por toda a América Latina. Muitas décadas após a sua morte, o sandinismo permaneceu vivo e forte na Nicarágua, especialmente através da Frente Sandinis-ta de Libertação Nacional (FSLN). Ainda hoje existem os defensores e representan-tes desse movimento naquele país.

Ninguém mais representou a oposição ao movimento sandinista do que Anastásio Somoza. Representante do conservadorismo nicaraguense e apoiado pelos Estados Unidos, Somoza empreendeu uma das mais longas di-taduras da história da Nicarágua. Responsável pela mor-te de Sandino, governou de forma muito centralizadora,

reprimindo todos os movimentos que pudessem ser as-sociados às ideias sandinistas. Governou de 1937 a 1956 e durante todo esse período recebeu apoio quase irres-trito do governo estadunidense. Usou a Guarda Nacio-nal para impor sua autoridade e esteve sempre aliado e apoiado pela alta burguesia da Nicarágua.

› El SalvadorEm El Salvador, a in� uência dos Esta-

dos Unidos também foi marcante durante as décadas iniciais do século XX. A eco-nomia salvadorenha estava intimamente ligada à estadunidense e, por esta razão, quando estourou a Crise de 1929, seus efeitos foram devastadores. Nesse con-texto, partidos de orientação popular, so-cialistas e comunistas se organizaram em El Salvador. Em 1931, Arturo Araújo, do Partido Trabalhista, venceu as eleições, porém, antes que completasse um ano no cargo, sofreu um golpe. Os militares as-sumiram o poder e, aliados às oligarquias salvadorenhas, imprimiram um governo marcadamente antidemocrático.

Em 1932, ocorreu uma forte reação popu-lar no país. Os reacionários eram contrários às características ditatoriais do governo que se impôs e ao fato de que este ignorava as

necessidades da população economicamente menos favorecida. A reação do governo foi violenta, promovendo a morte de aproxima-damente 30 mil pessoas. A insurreição foi controlada e a falta de democracia permane-ceu ao longo das décadas que se seguiram. Ainda hoje é possível perceber os efeitos des-se longo período. O caso salvadorenho não foi o único na América Latina. O que o tor-nou destacável entre os demais foi a repres-são excessiva usada por parte das oligarquias dominantes para permanecer no poder.

› Bolívia X ParaguaiO processo de independência da Améri-

ca Latina foi marcado por várias disputas territoriais que, entre outros fatores, colabo-raram para a fragmentação político-territo-rial da região. Várias décadas se passaram após as emancipações e muitos desses con-� itos ainda mantinham algumas pendências.

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Entre 1932 e 1935 as forças bolivianas e paraguaias se enfrentaram militarmente. Inicialmente, em melhores condições, os bolivianos se destacaram. Porém, uma su-cessão de erros do comando boliviano per-mitiu a reação paraguaia que, com grande auxílio internacional, conseguiu vencer a guerra. Uma empresa petrolífera esta-dunidense, a Standard Oil, atual Exxon,

influenciou decisi- vamente no con�i-to. Percebendo que a Bolívia não tinha saí-da para o mar e que, pelas vias �uviais, o oceano Atlântico era acessível ao Para-guai, ela apoiou este último. A vitória do Paraguai na Guerra do Chaco não sig-ni�cou o acesso ao petróleo da região, pois a Standard Oil conseguiu impor um acordo que mante-ria os paraguaios distantes da explo-ração desse recurso até o ano de 2006.

Dentre eles, alguns alcançaram o século XX, sendo as disputas entre Peru X Equador e Bolívia X Para-guai as mais marcantes. No entan-to, foi o desentendimento entre bo-livianos e paraguaios que mais se destacou. Não só pela duração das tensões e pelos declarados interesses estrangeiros em questão, como tam-bém pelos custos do con�ito princi-pal e suas consequências.

A inde�nição das fronteiras en-tre o Paraguai e a Bolívia se arras-tava desde o século XIX. A questão principal era uma região de apro-ximadamente 8 milhões de hec-tares, localizada entre o sudeste da Bolívia e o noroeste do Paraguai. As duas nações, por razões históricas, reivindicavam para si o território do Chaco. No entanto, fatores econômicos também se destacavam, pois na área em questão se encontravam grandes re-servas petrolíferas. O nome da região aca-bou dando o título ao con�ito que resultou dessa disputa: Guerra do Chaco.

Escritórios da ExxonMobil em Downtown Houston, Texas, EUA.Fundação Wikimédia

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Região do Chaco

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1 De acordo com o capítulo estudado, durante as décadas fi nais do século XIX e as iniciais do XX, a infl uência europeia – especialmente inglesa – sobre a América Latina foi perdendo força e cedendo lugar à estaduni-dense. Destaque um aspecto que diferencie e outro que assemelhe o exercício hegemônico inglês ao que passou a ser exercido pelos Estados Unidos.

O aluno deverá escolher entre alguns pontos que diferenciam este exercício, como a intervenção militar

e, muitas vezes, direta promovida pelos Estados Unidos, algo que praticamente não ocorreu com a Inglaterra

nesse período. Outra possibilidade foram os investimentos econômicos diretos que os ingleses realizaram

sobre a América Latina várias vezes, por exemplo, � nanciando a produção agrícola na região.

Os EUA iniciaram essa prática declarada somente após a Primeira Guerra, intensi� cando-a após

a Segunda. Dentre as semelhanças é possível destacar a intenção de manter a região voltada

para a produção agrícola e consumidora de produtos industrializados. A lenta imposição de um

modelo cultural também pode caracterizar um ponto de semelhança entre os exercícios hegemônicos.

2 Que importante acontecimento histórico mundial afetou as bases econômicas latino-americanas no início do século XX, colaborando para o declínio das forças oligárquicas rurais e para a ascensão da burguesia industrial e das comunidades urbanas? Explique resumidamente como esse processo se deu.

O estudante deverá citar a Primeira Guerra Mundial e explicar como esse con� ito, que envolveu diretamente

várias das principais potências do planeta, provocou um grande declínio das exportações de produtos

industrializados. Desta forma, várias nações latino-americanas foram obrigadas – na medida do possível – a

promover o que veio a ser conhecido no Brasil como “substituição das importações”. Esse processo fez com

que o poder das indústrias crescesse e com elas as cidades. Assim, as comunidades urbanas foram lentamente

adquirindo mais força política e econômica, rivalizando com o poder dos grandes proprietários de terra, que

entra em declínio.

Como vimos, a história do continente americano durante as primeiras décadas do século XX foi marcada pela crescente e muito presente ação dos Estados Unidos. O imperialismo desenvolvido nesse perío-do, em seus desdobramentos, chega aos nossos dias. Ainda que as ações militares não sejam tão claras e de� nidas, a forte in-� uência econômica e cultural ainda pode

ser percebida. Todos os momentos históri-cos aqui estudados colaboraram em maior ou menor grau para as características atu-ais da América Latina. No entanto, entre esse período e hoje, destacam-se muitos acontecimentos. Dentre eles, a fase dos populismos, seguida pelos militarismos la-tino-americanos. Porém, estes temas serão vistos mais adiante.

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3 Elabore um pequeno texto mostrando como a independência do Panamá pode ser considerada um exem-plo de ação da Política do Big Stick.

Resposta pessoal do aluno, que deverá evidenciar as duas faces dessa política estadunidense, ou seja, o “falar

manso” e o uso do “grande porrete”, durante o processo de independência do Panamá.

4 Para cada presidente mexicano abaixo citado, mencione ao menos uma ação do seu governo que possa ser identificada como “conservadora” ou “liberal”.

a) Antonio López de Sant’Anna: Presidente conservador que teve seu governo caracterizado por uma sequência

de golpes que o mantiveram no poder por muitos anos. Para muitos estudiosos, foi um ditador.

b) Benito Juárez: Presidente liberal, retirou a administração da justiça das mãos do exército, acabou com a o�cia-

lidade do catolicismo e suspendeu o pagamento da dívida externa.

c) Porfirio Díaz: Presidente conservador, governo excessivamente centralizador, considerado um dos maiores

ditadores mexicanos. Abriu o México aos investimentos estrangeiros. Na prática, entregou o país ao capital

externo, o que redundou em imensas di�culdades para a população. Exigiu títulos de posse de terra da

população, o que, na prática, acabava com o “ejido” (comunidade indígena).

5 Assinale verdadeiro (V) ou falso (F).

( V ) A influência do caudilhismo na América Latina, em seus desdobramentos, pode ser encontrada até o início do século XX.

( F ) Caudilhos e coronéis se diferenciam apenas por sua atuação geográfica e não pela amplitude de sua influência e aparatos militares.

( F ) O Destino Manifesto e a Doutrina Monroe surgiram durante o mesmo momento histórico e previam os mesmos limites de atuação.

( V ) A independência cubana foi realizada em um contexto de aumento deliberado da influência estadu-nidense sobre a região.

( V ) A Emenda Platt é considerada um dos maiores símbolos de exercício do imperialismo dos EUA sobre a ilha de Cuba.

( V ) Antes dos EUA, ingleses e franceses se propuseram a construir o Canal do Panamá.

( F ) A independência do Panamá em relação à Colômbia foi realizada somente por forças panamenhas, cansadas da exploração exercida por Bogotá.

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Baseado em seus conhecimentos, no texto deste capítulo, em pesquisas (na internet, em jornais, livros ou revistas) e nas discussões feitas em sala de aula, explique como você vê a interferência de empresas estrangeiras, como a ocorrida na Guerra do Chaco no início da década de 1930, em ques-tões internas de nações latino-americanas. Naquela ocasião, a antiga Standard Oil (atual Exxon-Mobil) interferiu diretamente no confl ito entre bolivianos e paraguaios. Dentre as perguntas que devem guiá-lo no estabelecimento de sua opinião, sugerimos algumas abaixo.

• A interferência estrangeira ajudou ou prejudicou?

• Quem foi ajudado ou prejudicado?

• Solucionou ou perpetuou o confl ito?

• O interesse da intervenção estava focado no benefício da população local ou não?

• Elabore outras que julgar necessárias.

Dadas as respostas, elabore um pequeno texto dissertativo, em seu caderno, contendo as ideias que agora formam sua opinião. Resposta pessoal.

6 (UDESC) A Revolução Sandinista em 1979 depôs o ditador Anastácio Somoza, que controlava o país há cerca de 40 anos. Essa revolução foi um dos episódios que marcaram a instabilidade política dos países da América Central no processo de descolonização, facilitando a implantação de sangrentas ditaduras na região durante todo o século XX. O país onde ocorreu a Revolução Sandinista foi:

( ) El Salvador.

( ) Cuba.

( ) Guatemala.

( ) Costa Rica.

( X ) Nicarágua.

7 (UECE – Adaptado) Em Chiapas, no México, em 1994, ocorre uma rebelião conduzida pela Frente Zapatista de Libertação Nacional que reivindica mudanças na distribuição da terra e benefícios sociais para as populações do campo e indígena. Quanto à utilização do termo “zapatistas”, assinale o correto.

( X ) Uma aproximação à imagem de Emiliano Zapata, um líder da Revolução Mexicana que ocorreu no início do século XX.

( ) Uma clara homenagem ao atual presidente espanhol José Luiz Rodríguez Zapatero.

( ) Referência a Zapata, território localizado no pequeno estado mexicano de Morelos.

( ) Uma homenagem aos irmãos Juliano e Eufêmio Zapata, pequenos proprietários de terras que morre-ram em luta pela defesa dos camponeses mexicanos.

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Observe atentamente a imagem. Ela faz referência a uma ideologia defendida pelo governo estadunidense no decorrer de sua história. Trata-se de uma interpretação crítica sobre o assunto. O tema é alvo de muitos debates entre os pesquisadores.

1 Feita a observação, identifi que e descreva a “doutrina” ou “política” a que se refere a imagem. A seguir, destaque elementos da caricatura, que possam exemplifi car os objetivos explícitos e implícitos da doutrina, bem como a crítica levantada.

Dicas: atente para o diálogo acima da imagem e para o objeto que está sendo entregue pelo homem de boné verde ao senhor vestido com um terno listrado. Três pessoas aparecem nessa figura. Quem eles representam?

Professor, estimule os alunos a apresentar suas próprias interpretações. A seguir, sugerimos um caminho possível para a leitura da imagem: Re-presentação da Doutrina Monroe, a chave sendo entregue às mãos do se-nhor de terno simboliza a passagem da dependência europeia para a estaduni-dense, proposta pelo pre-sidente Monroe. As frases explicitam o objetivo im-plícito da Doutrina Mon-roe. O senhor de terno lis-trado representa os EUA; o homem de boné verde, a classe dos caudilhos que ascendem ao poder; o homem acorrentado, a classe dos explorados, que assim permanece após a independência da América Latina.

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Reunindo-se em grupos de três alunos, discuta com seus colegas a respeito de algumas ques-tões atuais relacionadas à América Latina que aparecem constantemente nos noticiários. Após a discussão, escolha aquela que, segundo o grupo, tem maior importância para o momento. Esco-lhido o tema, a partir de uma cartolina, o grupo deverá desenvolver uma imagem que represente, de forma simbólica e crítica, o tema escolhido. Não é necessário saber desenhar: a imagem pode ser estilizada, baseada em recortes de outras imagens retiradas de jornais ou revistas. Pode ser feita com régua, compasso e outros instrumentos. Enfi m, use sua criatividade. Depois de pronta, cada grupo deverá expor a sua imagem aos colegas, explicando a que ela se refere e quais as críticas que o grupo quis expressar através dela.

Nos últimos anos do século XIX, a Cidade do México exibia os efeitos da modernização, com bairros repletos de palacetes e grandes avenidas. Já em 1890 tinham chegado à cidade as bi-cicletas, que logo se tornaram moda. As famílias dos terrate-nientes (proprietários de terra) dividiam seu tempo entre o luxo da Cidade do México e o das ha-ciendas. O balão de Joaquim de la Cantolla sobrevoou a cidade em 1902. O Casino Español reunia a aristocracia em festas luxuosas. A cidade se embriagava com tudo o que vinha da Europa: a moda francesa, os saraus, a música. Aos domingos, jovens militares e civis cavalgavam pelo Bosque de Chapultepec, e aqueles que tinham

sorte viam passar a cavalo ou em sua caleche o “Hombre Fuerte”, como os mexicanos chamavam Porfirio Díaz.

Fora das cidades e das sedes das haciendas, a maior parte da população era de origem indíge-na e não tinha qualquer contato com a nova sociedade industrial emergente. Quase como nos tempos coloniais, as famílias vi-viam do que a terra lhes dava. Comiam milho, feijão e ovos; do milho faziam tortilha (pequena torta que lembra uma panque-ca) temperada com chilli (uma pimenta) e, quando possível, enriqueciam seu cardápio com carne. As mulheres geralmente se limitavam a trabalhar na agri-cultura e a cuidar da casa e dos

filhos. Os homens, estes chega-vam até as vilas e povoados. Be-biam pulque (bebida fermenta-da), endividavam-se nas tiendas de raya (vendas) comprando pro-dutos necessários à sobrevivên-cia de suas famílias e voltavam para casa a pé, porque a mula era um patrimônio que nem todos podiam ter. Como nunca ganha-vam o suficiente para as despe-sas, estavam sempre devendo. Essa dívida era conveniente ao proprietário das terras porque o camponês, enquanto devesse à venda, não podia sair dali. As dí-vidas prendiam as famílias campo-nesas à terra por várias gerações.

SOARES, Mariza Carvalho. A revolução mexicana. São Paulo: FTD, 2000. p. 22-23.

As elites urbanas e o campesinato indígena

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1 O texto anterior descreve alguns aspectos da sociedade mexicana do início do século XX. Nesta época, Porfirio Díaz governava o México com mão de ferro. Baseado nos estudos realizados neste capítulo e na descrição que o texto acima faz desse momento histórico, descreva as características da sociedade mexicana entre o final do século XIX e início do XX.

O capítulo e o texto complementar descrevem a sociedade mexicana de forma muito estrati�cada. De um lado,

a burguesia, grande proprietária de terras, poderosa e, por muito tempo, base de apoio para Por�rio Díaz.

Posteriormente, até mesmo alguns de seus elementos passam a questionar seu governo, especialmente depois do

processo de modernização que tornou o México tão dependente do capital externo. Do outro, os camponeses,

de forma geral muito pobres, trabalhando para os grandes proprietários, sem a posse das terras que, até as re-

formas promovidas por Por�rio, eram o seu sustento. De acordo com o texto complementar, a distância entre

uns e outros era muito grande. A descrição da vida burguesa, feita no primeiro parágrafo, é contrastante com a

descrição que se refere ao campesinato, encontrada no segundo parágrafo.

2 Com base no texto complementar, descreva em suas próprias palavras a forma de distração e/ou diversão da burguesia mexicana em contraste com a descrição feita a respeito do “passatempo” dos camponeses, especialmente os homens.

O aluno deverá extrair do primeiro parágrafo a descrição relativa à burguesia, e do segundo, a que se refere aos

camponeses. Atenção, professor, reforce aos alunos que a resposta deste exercício não deve ser apresentada

em forma de cópia. Insista para que eles descrevam em suas próprias palavras o que escolheram como resposta.

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1 O texto anterior descreve alguns aspectos da sociedade mexicana do início do século XX. Nesta época, Porfirio Díaz governava o México com mão de ferro. Baseado nos estudos realizados neste capítulo e na descrição que o texto acima faz desse momento histórico, descreva as características da sociedade mexicana entre o final do século XIX e início do XX.

O capítulo e o texto complementar descrevem a sociedade mexicana de forma muito estrati�cada. De um lado,

a burguesia, grande proprietária de terras, poderosa e, por muito tempo, base de apoio para Por�rio Díaz.

Posteriormente, até mesmo alguns de seus elementos passam a questionar seu governo, especialmente depois do

processo de modernização que tornou o México tão dependente do capital externo. Do outro, os camponeses,

de forma geral muito pobres, trabalhando para os grandes proprietários, sem a posse das terras que, até as re-

formas promovidas por Por�rio, eram o seu sustento. De acordo com o texto complementar, a distância entre

uns e outros era muito grande. A descrição da vida burguesa, feita no primeiro parágrafo, é contrastante com a

descrição que se refere ao campesinato, encontrada no segundo parágrafo.

2 Com base no texto complementar, descreva em suas próprias palavras a forma de distração e/ou diversão da burguesia mexicana em contraste com a descrição feita a respeito do “passatempo” dos camponeses, especialmente os homens.

O aluno deverá extrair do primeiro parágrafo a descrição relativa à burguesia, e do segundo, a que se refere aos

camponeses. Atenção, professor, reforce aos alunos que a resposta deste exercício não deve ser apresentada

em forma de cópia. Insista para que eles descrevam em suas próprias palavras o que escolheram como resposta.