cartografia mapa

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CAPÍTULO 1 – O que é cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento? Alexandra Okada 1. Por que cartografia cognitiva? Um dos grandes desafios do contexto atual é encontrar caminhos para en- frentar a avalanche de informações buscando selecionar o que é relevante e estabe- lecer associações significavas. O volume de dados cresce assustadoramente a cada minuto. Os acontecimentos ocorrem mais rapidamente do que somos capazes de acompanhá-los. O fluxo de produção de conhecimentos é maior do que pode dar conta uma formação educacional e profissional regular. “Embora os seres humanos tenham exisdo neste planeta por talvez dois milhões de anos, a rápida escalada para a civilização moderna nos úlmos duzentos anos foi possível devido ao fato de que o crescimento do conhecimento cienfico é exponencial; isto é, seu ritmo de expansão é proporcional ao quanto já é conhecido. Quanto mais sabemos, mais rapidamente podemos saber mais” (KAKU, 2000, p. 296) Novas estratégias de pesquisa e aprendizagem, indicadas na tabela 1, tor- nam-se importantes para desenvolver habilidades necessárias neste cenário marcado pela era digital, sociedade do conhecimento e mundo globalizado. Cenário Habilidades Estratégias Abertura do conhecimento científico na web através de portais acadêmicos, bibliotecas online, revistas especializadas eletrônicas, repositórios de universidades e centros de pesquisa. Saber buscar e selecionar conhecimentos na web para aplicá -los no próprio contexto. Mapeamento de fontes científicas. Categorização e estruturação de conhecimentos de acordo com as necessidades de pesquisa. Grande desenvolvimento de recursos tecnológicos, softwares de acesso gratuito e fonte aberta na web, interfaces simples visando alta acessibilidade e usabilidade. Saber explorar novos recursos tecnológicos, identificar as vantagens, limitações e aplicações. Mapeamento de tecnologias, sites de download e guias de utilização inclusive fontes de atualização automática ( RSSfeeds). Diversidade de canais de comunicação e grande rapidez na circulação de informações digitais em diversos formatos e mídias (imagem, som e vídeo) principalmente na internet. Saber utilizar, remixar e criar produções mais significativas e criativas. Saber valorizar a própria autoria. Mapeamento de arquivos compartilhados na web integrando multimídia hipertexto para produções de alta qualidade. Emergência de uma nova geração web (web 2.0) baseada em dispositivos interativos em rede como wikis, blogs, aplicativos de comunicação instântanea e web videoconferências. Saber construir colaborativamente e ampliar suas próprias redes sociais de aprendizagem. Mapeamento de comunidades e redes colaborativas para desenvolvimento profissional e acadêmico. Tabela 1 - Cartografia Cogniva - Cenário, habilidades e Estratégias Nesse sendo, técnicas para o mapeamento de redes do conhecimento podem propiciar organização do saber, estruturação da pesquisa e registro da aprendizagem tanto

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  • 1. CAPTULO 1 O que cartograa cognitiva e por que mapear redes de conhecimento? Alexandra Okada1. Por que cartograa cognitiva? Um dos grandes desaos do contexto atual encontrar caminhos para en-frentar a avalanche de informaes buscando selecionar o que relevante e estabe-lecer associaes signicavas. O volume de dados cresce assustadoramente a cadaminuto. Os acontecimentos ocorrem mais rapidamente do que somos capazes deacompanh-los. O uxo de produo de conhecimentos maior do que pode darconta uma formao educacional e prossional regular. Embora os seres humanostenham exisdo neste planeta por talvez dois milhes de anos, a rpida escalada paraa civilizao moderna nos lmos duzentos anos foi possvel devido ao fato de que ocrescimento do conhecimento cienco exponencial; isto , seu ritmo de expanso proporcional ao quanto j conhecido. Quanto mais sabemos, mais rapidamentepodemos saber mais (KAKU, 2000, p. 296)Novas estratgias de pesquisa e aprendizagem, indicadas na tabela 1, tor-nam-se importantes para desenvolver habilidades necessrias neste cenrio marcadopela era digital, sociedade do conhecimento e mundo globalizado.CenrioHabilidadesEstratgiasAbertura do conhecimento cientficoSaber buscar e selecionar Mapeamento de fontes cientficas.na web atravs de portais acadmicos,conhecimentos na web para aplic -los Categorizao e estruturao debibliotecas online, revistas no prprio contexto.conhecimentos de acordo com asespecializadas eletrnicas, repositrios necessidades de pesquisa.de universidades e centros depesquisa.Grande desenvolvimento de recursos Saber explorar novos recursos Mapeamento de tecnologias, sites detecnolgicos, softwares de acessotecnolgicos, identificar as vantagens, download e guias de utilizaogratuito e fonte aberta na web,limitaes e aplicaes.inclusive fontes de atualizaointerfaces simples visando altaautomtica (RSSfeeds).acessibilidade e usabilidade.Diversidade de canais de comunicao Saber utilizar, remixar e criar Mapeamento de arquivose grande rapidez na circulao deprodues mais significativas e compartilhados na web integrandoinformaes digitais em diversos criativas. Saber valorizar a prpriamultimdia hipertexto para produesformatos e mdias (imagem, som e autoria.de alta qualidade.vdeo) principalmente na internet.Emergncia de uma nova gerao web Saber construir colaborativa mente eMapeamento de comunidades e redes(web 2.0) baseada em dispositivosampliar suas prprias redes sociais decolaborativas para desenvolvimentointerativos em rede como wikis, blogs, aprendizagem. profissional e acadmico.aplicativos de comunicaoinstntanea e web videoconferncias.Tabela 1 - Cartograa Cogniva - Cenrio, habilidades e Estratgias Nesse sendo, tcnicas para o mapeamento de redes do conhecimento podempropiciar organizao do saber, estruturao da pesquisa e registro da aprendizagem tanto

2. Fundamentosno ensino presencial quanto principalmente na educao online. Mapas para organizar osaber podem favorecer reconstruo e a troca de novos signicados. Redes de conheci-mento so bem mapeadas propiciam maior compreenso e tomadas de decises. Pesqui-sadores podem desenvolver com maior ecincia suas pesquisas; aprendizes podem apro-fundar com maior criavidade na sua aprendizagem, professores e formadores de docentespodem avaliar e reconstruir com mais rigor suas prcas pedaggicas (OKADA, 2006).Mapas so extremamente teis, no apenas para representar o espao -sico e suas relaes, mas tambm o espao informacional principalmente digital(ciberespao) e o espao mental (o pensamento humano e sua rede de mlplas co-nexes). Representaes grcas de estruturas conceituais propiciam esclarecimentodo pensamento (BRNA, COX, & GOOD, 2001), tornando o raciocnio mais visvel parasi e para os outros (ROSCHELLE, 1996). Mapas podem desenvolver o pensamentocriavo atravs da emergncia de novas idias (BUZAN, 1993), a aprendizagem signi-cava atravs de associaes de conhecimentos prvios com novos conhecimentos(NOVAK, 1998) e a reexo crca atravs do quesonamento, argumentao e cone-xes com evidncias (OKADA, 2008).No entanto, no basta apenas dominar tcnicas de mapeamento e recursostecnolgicos. essencial apoiar-se em alguns princpios para desenvolver o pensamen-to crco, interpretao de signicados e integrao de mlplas perspecvas sobremapeamento visando desenvolvimento da autonomia (FREIRE,1987) e autoria (DEMO,captulo 2) e ca (ALMEIDA, captulo 21). O que so mapas? O que so mapas cogni-vos? Quais as tcnicas para mapear redes de conhecimento? Quais as aplicaes destastcnicas de mapeamento na pesquisa e aprendizagem? Quais as contribuies, limita-es e desaos do uso de mapas na pesquisa, aprendizagem e docncia?O objevo deste captulo introduzir o conceito de Cartograa Cogniva,apresentando fundamentos, tcnicas e soware para mapeamento de conhecimen-tos. Mapas cognivos podem ser aplicados para integrar saberes prvios, individuaise colevos, novos conceitos, referncias, questes de invesgao e avaliar processosde pesquisa e aprendizagem. Atravs da Cartograa Cogniva, pesquisadores, apren-dizes e docentes podem desenvolver seus prprios mapas de conhecimentos visandoao pensamento crco (FREIRE, 1987; JONASSEN, 2000; PAUL, 1992).2. O que so Mapas? Mapa uma das formas mais angas de representao e comunicaogrca que facilita a compreenso espacial das coisas, conceitos, condies, pro-cessos ou eventos no mundo humano (HARLEY e WOODWARD, 1987:ii). Os mapasantecedem o surgimento da escrita e do sistema numrico; e, por sculos, tm sidoamplamente ulizados para representar o conhecimento de territrios geogrcose tambm reas conceituais. Eles trazem um signicado de como o mundo pode serexplicado e compreendido.Existem muitas dvidas sobre o mapa mais ango do mundo: o GA-SUR em2500 a.C. feito num tablete de argila foi considerado como o mapa da Babilnia. Commenos detalhes e em maior escala, o CATAL HYK uma parede pintada datando de6297 a.C. e parece descrever a planta provavelmente da cidade Catal Hyk, na atualTurquia. Esta representao tem o formato do po colmia com 80 edicaes.38 3. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?Na era Medieval, interessante observar que os mapas representavamno apenas regies e territrios, mas tambm reas conceituais, a natureza dascoisas e formas de classicao do conhecimento. Isidore de Seville, escritor quenasceu em Cartagena aproximadamente em 560 d.C., cou bem conhecido comsuas diversas obras ilustradas com representaes grcas, dentre muitas delas,Dierenae uma exposio das diferenas entre as palavras e as coisas, NaturaRerum sobre a natureza das coisas e Etymologies, uma enciclopdia do conheci-mento. Uma metfora que surgiu em 1300 e destacou-se tambm no sculo XVI foio mapa em formato de rvore para visualizar o sistema de conhecimento atravsde mapas conceituais. A rvore do conhecimento (Arbor scienae) escrita por voltade 1300 foi reeditada vrias vezes nessa poca. Surgiu tambm a rvore da lgica(rvore de Porrio), rvore da gramca, rvore das batalhas, rvore do patrimnioe rvore da jusa (Arbor judiciaria) (BURKE, 2003).Atualmente, mapas so considerados como poderosas ferramentas gr-ficas para classificar, representar e comunicar as relaes entre diversos elemen-tos de qualquer rea do conhecimento, servindo como ponto de referncia paratomadas de deciso e novas descobertas cientficas. Por exemplo, na biologia, omapeamento de microestruturas como o mapa do DNA trouxe grandes avanospara a gentica.Mapas como mediadores do mundo abstrato interno e sico externo sointerfaces fundamentais ajudando o ser humano a fazer sendo do seu universo emdiferentes escalas (HARLEY and WOODWARD, 1987). O mapeamento tem sido umimpulso para a construo de conhecimentos de reas geogrcas ou intelecuais emdiferentes nveis de complexidade. A experincia de mapear implica num processo derepresentao grca de interpretaes no qual necessrio desconstruir, ressigni-car, reconectar e construir conhecimentos explcitos explorando espaos desconhe-cidos (OKADA et al, 2008).Na astronomia, o mapeamento de macrossistemas, por exemplo, a GrandeParede de Galxias, possibilitou visualizao de reas extremamente gigantescas egrandes descobertas sobre o universo. Este mapa representa galxias situadas a umadistncia de 20 milhes de anos-luz de ns, que se estende cerca de 750 milhes deanos-luz em comprimento. Este mapeamento teve incio em 1985 e em quase 20anos ainda est para ser concludo (CHEN, 2003). A arte de representar reas complexas de forma clara e simples implicaem selecionar apenas o que relevante. Mapas so formas especulavas (POLANYI,1959), nas quais espaos reduzidos so delimitados para armazenar conhecimen-to numa forma condensada e fcil de ser manuseada. Mapas oferecem tambm odesao de reorganizar o conhecimento a parr de vrios ngulos, pontos de vista eescalas.Uma das representaes grcas considerada extremamente complexa o mapa desenhado em 1869, por Charles Joseph Minard, um engenheiro francs,para mostrar a marcha do exrcito de Napoleo durante a tentava para conquis-tar a Rssia em 1812, na qual 422 mil franceses parram em junho de 1812 e98% dos parcipantes morreram pelo caminho. A genialidade do mapa est emconseguir, em um espao pequeno, apresentar diferentes variveis: o tamanho doexrcito francs, a sua rerada, sua localizao em uma supercie bidimensional,39 4. Fundamentosas direes do movimento do exrcito e a temperatura em vrias datas. O mapa,nesse contexto, permiu compreender as causas da derrota de Napoleo.As representaes grcas como uma combinao da reduo da realidadee a construo de um espao analgico (ROBINSON,1982) so habilidades do pensa-mento abstrato de alssima ordem, por possibilitar a descoberta de estruturas quepermaneceriam desconhecidas se no fossem mapeadas. Os mapas so imprescin-dveis para compreenso. Mapas bem desenhados so uma efeva fonte de comu-nicao porque eles exploram as habilidades da mente para ver relaes em suasestruturas sicas, permitem compreenso das complexidades do ambiente, reduz otempo de procura e revela relaes espaciais que de outra forma no seriam nota-das (DODGE e KITCHIN, 2001, p. 65). Em muitos casos a informao abstrata no automacamente traduzidapara o mundo sico. Mapear signica reer sobre informaes e conhecimentotcito que no tm uma representao sica bvia e natural. Os mapas nunca someramente descrivos, eles so disposivos heurscos (HARPOLD, 1999) que ins-gam a explorao e a localizao de informaes parculares atravs de conexescom variveis diversas. Trata-se de metforas visuais (GERSHON et al., 1998) quefocam a informao abstrata que relevante para elaborao de estratgias e so-lues de problemas.Um dos mapas mais famosos como estratgia para soluo de problemasfoi o mapa que permiu visualisar a causa de uma epidemia considerada gravssimana Inglaterra no m do sc. XIX. Mais de 500 pessoas, na mesma rea de Londres,morreram de clera dentro de um perodo de 10 dias em setembro 1854. O pesqui-sador Dr. John Snow resolveu mapear a distribuio da doena. Com esse mapa, eleconseguiu idencar que uma grande concentrao de vmas morava prximo deuma determinada regio, principalmente ao redor de uma bomba de gua da rua.Essa bomba, causa da transmisso, foi fechada pelas autoridades e a epidemia foiresolvida. O mapeamento, a parr de ento, tornou-se uma metodologia de pesquisana rea da medicina epidemologia.Mapas abrem novos caminhos, possibilitam descobrir novos atalhos e es-tabelecer novas conexes. Eles no tm um nico ponto de chegada ou de parda, edevem ser exveis e estar em connua atualizao e voltados para uma experimen-tao ancorada no real.O mapa no reproduz um inconsciente fechado sobre elemesmo, ele o constri. Ele contribui para a conexo dos campos, para o desbloqueio,para uma abertura mxima sobre um plano de consistncia. O mapa aberto, co-nectvel, em todas as suas dimenses, desmontvel, reversvel, suscevel de recebermodicaes constantemente (DELEUZE e GUATTARI, 2000, p. 22). O estudo sobre mapeamento tem propiciado novos atalhos para novas re-as do conhecimento, tais como visualizao da informao, infometria, bibliometriae cienciometria. Novas pesquisas na rea de Visualizao de informao tm sur-gido destacando a importncia do uso de mapas para visualizar redes informacionaise argumentavas (KIRSCHNER, BUCKINGHAM SHUM e CARR). Com o rpido cresci-mento da produo cienca, o processo de mapeamento tem contribudo tambmcomo uma forma de avaliar fontes de informao (infometria), documentao do co-nhecimento (bibliometria), disseminao e uso do conhecimento cienco (ciencio-metria). No caso da cienciometria, o mapeamento do nmero de citaes e uso de40 5. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?referncias ciencas tem possibilitado idencar novas reas emergentes, meto-dologias, ou mesmo a estrutura de centros de pesquisa. O mapeamento, neste caso,favorece a anlise dos aspectos quantavos referentes gerao, propagao e u-lizao do conhecimento cienco. Alm disso, contribui para visualizar a produode centros de pesquisas, instuies acadmicas e tambm pases (CHEN,2003).Os mapas como instrumentos socioculturais no so artefatos neutros(HARLEY,1989). O mapeamento um processo de representao do conhecimentoque revela decises que podem ser tomadas sobre o que includo e excludo, comoo mapa aparece e o que o mapa quer comunicar. (MACEACHREM, 1995). Os mapasso embudos de valores e julgamentos dos indivduos que o constroem. So o ree-xo da cultura que eles vivem. Assim, os mapas esto situados dentro de um contextohistrico e reetem o contexto sociocultural. Mapa uma fonte de comunicao que traz aspectos relevantes. Mapa no o territrio, mas sim, um conjunto de certos aspectos do territrio. Mapa um guiaque traz orientaes, um instrumento para angir algum objevo e tambm facilitarescolhas e aes. Os mapas so talvez o objeto cujo desenho est mais estritamentevinculado ao uso que se lhes quer desnar. Por isso, as regras de escala, da projeoe da simbolizao so modos de estruturar no espao desenhado, uma resposta ade-quada nossa subjevidade, inteno prca com que dialogamos com o mapa(SANTOS, 2000, p. 75).O mapa carrega uma intencionalidade e abertura para novas descobertas(OKADA e ALMEIDA, 2004). fundamental que o cartgrafo tenha uma viso do con-texto a ser mapeado e do contexto no qual o mapa ser ulizado. Assim, os mapasso um campo estruturado de intencionalidades, uma lngua franca que permite aconversa sempre inacabada entre a representao do que somos e a orientao quebuscamos (SANTOS, 2000, p. 75). Os mapas podem representar o espao geogrco do mundo exterior, comotambm, territrios do mundo interior. Numa verso reduzida, os mapas podem noapenas representar as coisas que vemos, mas tambm indicar as coisas que no ve-mos. A incompletude estruturada dos mapas a condio da criavidade com quenos movimentamos entre os seus pontos xos. De nada valeria desenhar mapas seno houvesse viajantes para os percorrer (SANTOS, 2000, p. 75).3. O que so Mapas Cognitivos?Denomina-se mapa cognivo como uma representao grca do mundointelectual da mente humana (OKADA, 2006). Trata-se de um termo diferente do con-ceituado inicialmente por Tolman (1945), Moore and Golledge (1976) ou por Kitchine Blades (2002), que consideram mapa cognivo como imagem mental de espaogeogrco. A abordagem que adotada neste estudo sobre mapas cognivos apro-xima-se mais de Jonassen, Beissner e Yacci (1996) e Lvy (1998). Para Jonassen, Beissner e Yacci (1996, p. 61) mapas cognitivos so re-presentaes grficas das estruturas do conhecimento. Num mapa cognitivo, asestruturas do conhecimento podem ser representadas de acordo com a proximi-dade semntica de conceitos e idias. As associaes podem ser estabelecidas41 6. Fundamentosde acordo com os significados construdos, similaridades e analogias em escalasmultidimensionais.Para Lvy (1998, p. 93) os mapas cognivos so modelos mentais maisabstratos e mais complexos que as imagens. Os mapas cognivos correspondemmais a modelos mentais ou a complexos de conceitos/preceitos do que a imagens.Os modelos mentais representados atravs de mapas cognivos so interfaces fun-damentais para representar o que quer que seja, isso envolve reinterpretao comosuporte de signos para traduzir as imagens mentais. Esta uma das caracterscasimportantes inerente aos modelos cognivos dos humanos. Baseado em estudos dealguns cienstas sobre mapas cognivos de mamferos superiores; Lvy exemplicaque os chimpanzs gostam de pintar, porm, jamais ulizaro pincis e ntas pararepresentar ou exteriorizar imagens. Os macacos talvez possam conter imagensmentais to vivas quanto os humanos, porm, no so capazes de manipul-las osuciente para traduzi-las em signos exteriorizados. A falta de inteligncia tcni-ca dos macacos e sua fraca apdo para criar e manipular representaes visuaisapontam para a mesma incapacidade fundamental: no chegam a combinar novasimagens mentais a parr de elementos de origem perceptual extrados de sua me-mria de longo prazo Lvy (1998, p. 94). A natureza cogniva da mente humana tem sido associada a modelos deredes. O processo associavo da mente muito diferente da estrutura linear usa-da geralmente para organizar informaes. A no linearidade est presente tambmna recuperao da informao na memria humana. Esse processo de resgate derecordaes pode ocorrer tambm atravs de uma rede de associaes semncas(GLENN & CHIGNELL, 1992).Segundo muitas correntes das cincias cognivas contemporneas, a cons-truo e a simulao de modelos mentais constuem um dos principais processoscognivos subjacente ao raciocnio, aprendizagem, compreenso e comunica-o. O raciocnio sobre determinado assunto ou situao equivale, primeiro, a re-cordar, arcular, ou reconstruir modelos mentais. Segundo, ele estaria associado achecar, testar ou simular esses modelos visando vericar coerncia. Terceiro, pros-seguiria a seleo do melhor modelo. Nesse sendo, compreender uma teoria emestudo ou observao realizada seria associar o melhor modelo mental que lhe cor-respondesse. Comunic-las seria comparlhar o modelo de modo que o interlocutorpudesse simul-lo tambm (LVY, 1998). Os modelos mentais so reexos da realidade exterior reestruturadosem esquemas cognivos. Ao contrrio das representaes lingscas foncas,os modelos mentais so anlogos estruturais do mundo (do mundo tal como orepresenta, justamente, o indivduo em questo;) (...) so da ordem do organo-grama ou do diagrama, mesmo no se apresentando como imagem precisam deum esquema (LVY, 1998, p. 102). Os modelos mentais so conjunto de imagensmentais organizadas hierarquicamente. No entanto, a imagem mental nem semprecorresponde ao real, numerosos objetos abstratos pura e simplesmente no tmimagem sica (...). Podemos todavia lhes associar uma imagem convencional nonecessariamente realista, mas com o apelo de elementos culturais (LVY, 1998, p.104). Muitos conceitos abstratos como senmentos, valores, estados, processos,etc., podem ser representados mentalmente atravs de imagens convencionadas42 7. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?culturalmente, por exemplo, a balana para representar a jusa, caveira para peri-go, boca sorridente para alegria, etc. Com isso, Lvy destaca que a imagem mentalno desenhada no papel como uma simples rplica da percepo. A imagem men-tal possibilita tanto apreender sintecamente um material complexo como tam-bm representar objetos ausentes, desempenhando assim uma funo semica.A imagem no nem ilustrao, nem suporte do pensamento, mas ela prpriapensamento, e por isso, compreende um saber, intenes (SARTRE, 1940 apudLVY, 1998, p. 105). Os modelos mentais podem ser representados atravs dos mapas cog-nivos. Nesse sendo, Lvy destaca que o mapa cognivo um modelo analgicoconstrudo atravs de signos de um territrio da mente. Os mapas no so imagensrealistas, mas sim, interfaces importantes por traduzir e comunicar visualmente mo-delos mentais preexistentes. Alm disso, os mapas servem como base para novasreconstrues e representaes, sendo tambm essenciais no processo de raciocniosmentais. Os mapas fornecem novos signos connuamente avidade mental (LVY,1998, p. 110).O raciocnio mental pode ser avado pela representao dos modelosmentais atravs de mapas cognivos. Segundo Johnson-Laird (apud LVY, 1998,p. 112) essa avao ocorre a parr do mapeamento de premissas formuladas demodo proposicional e dos conhecimentos gerais prvios. Ento, os modelos mentaisso construdos parndo da interpretao desses dados j disponveis. Atravs daexplorao dos modelos mentais, concluses podem ser elaboradas, contra-exem-plos podem ser idencados, novas questes podem emergir dando incio a novosciclos. O raciocnio contribui com o processo de compreenso quando proposiespodem ser encadeadas com coerncia. Apreender o raciocnio equivale, ento, ater compreendido a histria. Nesse sendo, o ator destaca que o raciocnio lgicopode recorrer a uma compreenso desse po, no por ser lgico, mas por conterelementos que esto em relao dialca e esboam a ligao das proposiescomo um texto ou narrava.4. Tcnicas de mapeamento para construir redes de conhecimentosPrincipalmente nessas lmas dcadas, novos termos surgiram para des-crever diversos pos de mapas que podem ser ulizados para representar conceitos,informaes, idias, dilogo, raciocnio, referindo-se tanto ao presente, passado oufuturo. Estudos de arranjos espaciais tm sido realizados no apenas com informaogeogrca, mas qualquer po de assunto ou rea do conhecimento. Palavras e con-ceitos podem ser facilmente associados, selecionados, classicados, interpretados eresgatados quando representados atravs de relaes semncas e um determinadopadro espacial.O mapeamento tem sido uma estratgia para lidar com avalanches de infor-maes tericas ou empricas e delas extrair importantes inter-relaes de interesse.Parndo da importncia de representar rede de associaes, aps a dcada de 70, v-rias terminologias descrevem diferentes pos de mapas. O objevo desses mapas representar diversos componentes da rea cogniva conceitos, idias, pensamento,argumentao, dilogo, imagens visuais e suas mlplas conexes.43 8. FundamentosTabela 2 - Tcnicas de Mapeamento da Cartograa CognivaMapas conceituais uma tcnica para estabelecer relaes entre conceitose sistemazar conhecimento signicavo. Foi desenvolvida pelo prof. Joseph D. Novak,na Universidade de Cornell, na dcada de 60. Seu trabalho foi fundamentado a parrda teoria de David Ausubel, que destacou a importncia da aprendizagem signicavadecorrente da assimilao de novos conceitos e proposio atravs de estruturas cog-nivas j existentes. A aprendizagem signicava de alto nvel requer conhecimentosprvios e envolve resoluo de novos problemas e criavidade. Isso apenas possvelquando o aprendiz tem domnios de conhecimentos bem organizados. Alm disso, opensamento e experincia prca tambm facilitam. Quanto mais ns aprendemose organizamos nosso conhecimento num determinado domnio, mais fcil adquirir eusar o novo conhecimento naquele domnio (NOVAK, 1998, p. 24).Com isso, o autor sublinha que quando um indivduo conhece pouco ou temseus conhecimentos mal organizados, a aprendizagem signicava mais dicil, o tem-po envolvido no processo maior. Novak (1998, p. 58) destaca que conceitos j constru-dos essenciais para aprendizagem de novos assuntos so denominados subsuno-res por Ausubel. O conceito subsunor (subsumer) refere-se aos conhecimentos prviosj elaborados e assimilados nas estruturas cognivas do aprendiz, servindo como basedinmica para arcular conhecimentos novos atravs de relaes com os j existentes. medida que o aprendiz vai ampliando sua base de conhecimentos, expande tambmsuas noes subsunoras favorecendo novas situaes de aprendizagem. Desse modo,o autor sublinha que as informaes que so aprendidas de modo signicavo associa-das com os subsunores nas estruturas cognivas do aprendiz, podem ser resgatadasna memria depois de meses aps sua aquisio (...) (NOVAK, 1998, p. 61).44 9. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?Os mapas conceituais esto embasados tambm na teoria construvista.O sujeito constri seu conhecimento e signicado a parr de relaes entre novoselementos com aqueles que j lhe so conhecidos. Tais relaes facilitam a sistema-zao de conceitos novos constuindo-se em contedo signicavo para o aprendiz.O autor tambm destaca que novos conceitos quando so apreendidos atravs daaprendizagem signicava ou de segmentos reestruturados existentes na estruturacogniva, tambm produzem diferenciao progressiva (NOVAK, 1998, p. 63). Quan-do a estrutura cogniva vai se ampliando, o aprendiz desenvolve mais sua habilidadede aprender novas coisas (CANAS et al., 2004). Mapa da Mente uma tcnica desenvolvida pelo psiclogo Tony Buzan noincio dos anos 70, relatada em sua obra Use your head. Esta tcnica possibilita registrarpensamento de uma maneira mais criava, exvel e no-linear tal como nossa men-te. o uso da mente recheada de abstraes e idias em favor de uma concatenaomaior entre os passos de qualquer processo. Os Mapas da Mente podem rastrear todoo processo de pensamento de forma no seqencial. Atravs de um mapa mental, di-versas informaes, smbolos, mensagens podem ser conectados e facilitar a organiza-o de um determinado assunto e a produo de novas idias. A estrutura de mlplasconexes facilita registrar diversos elementos que surgem na mente de forma inusitadae muitas vezes caca. Assim, mapas mentais permitem superar as diculdades de or-ganizar muitas informaes e alguns bloqueios da escrita linear (BUZAN, 1993).A imagem visual dos mapas mentais, alm de facilitar a emergncia e ar-culao de novas idias, possibilita tambm memorizao, reorganizao, recongu-rao fcil e mais rpida. Os mapas da mente so representaes grcas que facili-tam o registro de dados, anotaes mlplas e informaes no seqenciais. Permitetambm unicar, separar e integrar conceitos para analis-los e sintez-los atravsde um conjunto de imagens, palavras, cores e setas, que arculam o pensamento.As habilidades desenvolvidas com a aplicao das tcnicas de mapeamentoso vrias: Desenvolver a capacidade de classicao, categorizao, deciso, cla- reza e priorizao. Integrar uma grande quandade de dados complexos possibilitando de- cises, concluses ou estudos mais profundos e coerentes. Visualizar com maior compreenso e entendimento grandes contedos de informao. Esmular cada vez mais reexo, dilogo interno e com isso, potenciali- zar mais as funes cerebrais, principalmente, analca, criava e, con- versacional.Mapas argumentavos surgiram primeiramente com J. H. Wigmore na reade direito para estudos de casos e tambm para o ensino de tcnicas de argumenta-o. O objevo desta tcnica mapear a estrutura da argumentao, ou seja, idenfcarquais so as premissas, co-premissas, razes, objees, argumentos que suportam aconteno principal e os contra-argumentos que a rejeitam tambm. O mapeamentoargumentavo l para facilitar a visualizao destes componentes da argumentao. 45 10. FundamentosA anlise das conexes contribui tambm para compreender a estrutura lgica do argu-mento, avaliar a coerncia e reestruturar visando ao aprimoramento.Atualmente, os mapas argumentavos tm sido ulizados no apenas paraelaborao e anlise de casos em direito (CARR, 2003), mas tambm em diversas re-as do conhecimento, como na medicina (HICKS-MOORE, SANDEE and PASTIRIK, 2006;EDMONDSON, 1995), cincias da computao (ROWE e REED, 2008), educao, psi-cologia e losoa (VAN GELDER et al., 2004). As aplicaes de mapas argumentavostambm so diversas: resoluo de problemas, fundamentao cienca e desenvol-vimento do pensamento crco e elaborao da escrita. Vrios estudos sobre argumentao tm propiciado diferentes tcnicas paramapear argumentos. O diagrama de Toulmin, por exemplo, uma abordagem que re-presenta a argumentao atravs de seis componentes: dados, concluso, garanas,refutao, suporte e qualicador. Este modelo permite tambm a conexo entre v-rios argumentos, na qual um argumento pode ter outros argumentos como suporte.Por exemplo, a concluso pode ser um dado para um outro argumento. Outra abordagem o LAMP (Lots of Argument Mapping Pracce) que sig-nica a prca intensa do mapeamento argumentavo (RIDER and THOMASON,2008). Atravs do LAMP, aprendizes podem desenvolver habilidades de argumenta-o com a prca de idencar conjuntos de argumentos que suportam a preposioinicial e conjuntos de contra-argumentos que a rejeitam. Quanto mais componentesso mapeados, mais forte ser a elaborao da argumentao.Mapas dialgicos uma tcnica que surgiu no incio da dcada de 70 base-ada no sistema IBIS (Issue Based Informaon System), criado para resolver problemase desaos atravs de trs elementos bsicos: perguntas ou premissas, posicionamen-tos e argumentos. O sistema IBIS parte do princpio que para cada premissa pode-se estabelecer posicionamentos e argumentos (KIRSCHNER, BUCKINGHAM SHUM eCARR, 2003). Desse modo, parte-se primeiro de premissas gerais, que implicam premis-sas mais especcas. Por exemplo, atravs de perguntas, so estabelecidos posicio-namentos que, uma vez tambm quesonados, permitem denio de argumentosque suportam ou rejeitam os posicionamentos iniciais. Surgem novas questes, e oprocesso connua recursivamente.O mapa dialgico usa esses mesmos elementos: questes, posicionamentose argumentos pr ou contra para mapear a soluo de um problema. Vrios pontosde vista podem ser arculados com coerncia tanto individualmente como cole-vamente. Esses mapas so bem teis para compreenso de assuntos complexos etambm para tomadas de deciso.A elaborao de um mapa dialgico realizada, primeiro, com um temaou assunto a ser discudo. Quesona-se o tema registrando perguntas. Para cadapergunta, so estabelecidos posicionamentos que devem ser reedos e queso-nados. O que suporta essa idia? O que pode se opor, indo contra essa idia? Existealguma informao adicional que pode servir como embasamento? (fato, exemplo,teoria). Com esses elementos novas questes podem surgir; tambm, respostas efundamentos a favor ou contra. Quando a informao mapeada suciente para46 11. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?determinar uma concluso ou tomar uma deciso, encerra-se o processo com asntese do que foi concludo.Mapas web so mapas que representam o percurso de navegao, uxos deinteraes no ciberespao. Os mapas fornecem um contexto visual, e assim possvelsabermos onde estamos e de onde surgimos. Vrios pesquisadores interessadosna Cartograa do Ciberespao (DODGE e KITCHIN, 2001; ZEILIGER ESNAULT e PONTI,2005) destacam que mapas web so extremamente teis para organizar informaes.Novos sowares foram desenvolvidos para facilitar o mapeamento de pginas web.Desde o surgimento da web, mapas foram ulizados para organizar a estrutura, visu-alizar conexes e projetar expanso da rede.Segundo os cibergegrafos Dodge and Kitchin (2001), webmaps so os pro-jetos mais incrveis para mapear o territrio informacional. Atualmente, pesquisado-res de vrias disciplinas computao, design grco, cincias da informao, co-municao e semica, realidade virtual, educao online tm apresentado grandeinteresse no uso de mapas web como um novo caminho para: Aprimorar navegao, comunicao, busca, seleo e representao da informao. Desenvolver cada vez mais mulmdia na web para facilitar a comunica- o e compreenso. Organizar informao decorrente de vastos territrios e diferentes mdias.Os mapas web so flexveis, dinmicos e interativos. Eles possibilitama atualizao automtica e instantnea, facilitando o acompanhamento das mu-danas constantes no ciberespao. Devido complexidade dos dados da web eda estrutura da rede que est se ampliando drasticamente, softwares esto possi-bilitando mapeamento com design mais aberto, em mltiplos nveis, dimenses,escalas e outras variveis.Os mapas web simulam, de alguma forma, nossas estruturas mentais ecaminho de pesquisa na web. A visualizao e exibilidade de construo desse ca-minho permitem que o aprendiz recomponha e aperfeioe, a cada passo, o seu pro-cesso de conhecimento. O mapa web pode ser personalizado atravs de correese snteses aperfeioadoras dos objetos construdos pelas operaes mentais. No-vos signicados podem ser agregados e novas arculaes podem ser feitas.Os benecios dos mapas web so diversos. Eles so teis para organizardados, sites, favoritos. Mapear as pginas web mais relevantes, representar tra-jetria de pesquisa, selecionar de modo mais semnco base de dados, planejarestudos, facilitar produo de projetos, propiciar navegao mais rpida e objeva,estabelecer conexes entre elementos diversos, idencar facilmente conceitos-chave e as relaes entre eles, permir visualizao grca mais signicava, facili-tando produo do conhecimento, tornar mais claro os conceitos reorganizando-osem uma ordem sistemca. As aplicaes so vrias tambm:47 12. Fundamentos Representao grca da navegao. Bibliograa visual iconogrca. Mapa de um ambiente de aprendizagem. Hipertexto imagco com mlplos signos. Orientao do processo cognivo.5. Software de Cartograa para construo de mapasAs novas tecnologias apontam-nos para um oceano de informaes quese modicam a cada segundo. Isso requer uma reexo constante para atualizaonecessria sem nos perdermos nesse dilvio caco de dados. Muitas vezes, na-vegamos sem sabermos para onde estamos indo. Nesse contexto, sowares paramapeamento trazem grandes contribuies no processo de organizao e constru-o de sendos e signicados. A quandade inassimilvel, atualizao constante ediversidade de dados mostram que dominar um assunto no mais deter todas asinformaes, mas sim, saber onde e como encontr-las, organiz-las, arcul-las eapreender seu signicado. Nesse sendo, a idia de mapear a informao implicatraar rotas, selecionar e arcular o que relevante. Ou seja, mapear signicasaber trilhar na mar imensa de informaes. Existem vrios sowares que permitem construir mapas. Alguns so gratui-tos e podem ser instalados facilmente. O Cmap Tools foi desenvolvido pelo IHMC - University of West Florida, soba superviso do Dr. Alberto J. Caas. um soware que permite construir, navegar,comparlhar mapas conceituais de forma individual ou colaborava. Alm disso,seu download gratuito e uliza tecnologia Java, podendo ser executado em vriasplataformas.Ao clicar na tela, surgem retngulos que podem conter conceitos. Para isso,basta digitar um termo ou sentena dentro do retngulo. Essas caixas conceituaispodem ser interligadas por linhas. Estas conexes podem ser explicitadas com umadescrio da relao. Nos mapas podem ser inseridos links para texto, guras, vdeos,sons, vdeos e URLs, e tambm apontar para outros mapas. O soware est divididoem duas reas principais. O CMap Tools ulizado para criar os mapas conceituais. o local onde o usurio desenvolver todo o seu trabalho de elaborao e podersalvar seu mapa no seu micro. O CMap Server ulizado para salvar os mapas naweb. Os mapas podem ser salvos no formato html e JavaScript e armazenados emservidores locais ou distribudos.O Nestor Web Cartographer um soware desenvolvido no Centro de Pes-quisa Nacional Cienca em Lyon-Frana por Romain Zeiliger. Sua instalao pode serfeita atravs do download gratuito. Com o Nestor possvel elaborar mapas concei-tuais, mapas da mente, mapas web.O Nestor permite registrar o caminho de navegao na internet atravs demapas (pontos e setas que indicam respecvamente endereos de sites e a seqncia48 13. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?de navegao). Este soware, alm de possibilitar a organizao de endereos de sitessignicavos (apagar, mover, relacionar, agrupar), possui uma srie de recursos paratrabalhar com o contedo das pginas web (selecionar informaes, destac-las, rea-grup-las num novo texto, localizar palavras-chave, construir novos sites). O Compendium, inicialmente, foi criado no laboratrio de pesquisa da Veri-zon nos Estados Unidos em 1993. Depois, o soware passou a ser desenvolvido noKnowledge Media Instute Open University, Inglaterra sob a coordenao de Si-mon Buckingham Schum. O Compendium um conceito semnco de soware paramapa hipertextual, criado para gerenciar a informao, gestar conhecimento, simularmodelos de resoluo de problemas, organizar discusses argumentavas atravs demapa (KIRSCHNER, SHUM BUCKINGHAM e CARR, 2003). No Compendium diversasmdias podem ser mapeadas: vdeo, texto, pginas da web, guras, tabelas, grcos,som. Para isso, basta arrastar as referncias para dentro do mapa. Inclusive durantea exportao ou importao dos mapas todos os documentos mapeados so inclu-dos, permindo transferncia simples e rpida. Uma das caracterscas inovadoras do soware a habilidade de catego-rizar a informao. Para isso, o soware oferece um conjunto de pos diferentesde ns para representar pergunta, idia, argumentos, contra-argumentos, refe-rncias, notas e comentrios, decises e lista. Esta classicao de elementos nomapa permite organizar melhor o contedo, possibilitando uma leitura mais fcil ecompreenso mais simples do assunto explorado. Esse processo facilita tambm adiscusso argumentava.O Compendium um soware ideal para elaborar mapas de dilogos e ma-pas argumentavos, pois foi construdo com base no modelo IBIS. Ele oferece umconjunto de cones para representar perguntas, idias e argumentos. Desse modo,atravs deste soware, mais fcil indicar no mapa problemas, sugerir solues e jul-g-las atravs de prs e dos contras. Os diferentes pontos de vista podem claramenteser representados e conectados com mais exibilidade visando tambm mais coern-cia. Mapas no Compendium so muito teis para compreender reas complexas doconhecimento e em processos de tomada de deciso. O Freemind, criado em 2005 pela Sourceforge.net, soware aberto comdownload gratuito disponvel na web para criao de mapas da mente. Desenvolvidoem Java, este aplicavo permite mapear pensamento atravs de palavras-chave eimagens. A parr de um tpico central, vrias hierarquias podem ser estabelecidasrepresentando idias que geram novas idias.O Freemind um soware similar ao MindManager, numa verso mais sim-ples e gratuita. Ambos tm sido empregados para desenvolvimento do pensamentocriavo, facilitando organizao de temas num debate inicial, para esmular produ-o de idias na escrita e tambm em projetos de pesquisa e aprendizagem. Outrasaplicaes so desenvolvimento de currculo e design pedaggico de cursos presen-ciais e online. O CHIC, denominado Classicao Hierrquica, Implicava e Coesiva,foi desenvolvido por Almouloud, em 1997, em sua primeira verso e atualizado por 49 14. FundamentosRaphal Couturier. Este soware permite realizar estudo quantavo e anlise qua-litava atravs da visualizao das inter-relaes de vrios conjuntos dados. Dadoscoletados em entrevistas podem ser codicados atravs de variveis. O sowarequanca os valores atribudos e representa gracamente as associaes hierrqui-cas. Esses mapas de anlise muldimensional gerados automacamente pelo CHIC,conforme constuio de regras, permitem um estudo mais aprofundado de grandequandade de dados. O CHIC tem sido considerado muito l para idencar relaes entre di-versas variveis, facilitando anlise qualitava de dados. Este soware tem sidoaplicado pesquisa acadmica para interpretao de dados, e tambm como ins-trumento de anlise para avaliao da aprendizagem, prca pedaggica e forma-o docente.6. Mapas Cognitivos para o design da pesquisa e aprendizagemA Cartograa Cogniva aplicada pesquisa possibilita a elaborao de v-rios pos de mapas que contribuem para o processo de aprendizagem e construode conhecimentos. Mapas do conhecimento podem ser teis com guias em diversosnveis de complexidade, dimenso epistemolgica e dimenso ontolgica. Este es-tudo sobre mapeamento na pesquisa acadmica iniciou-se com o curso de exten-so sobre Uso de soware na pesquisa qualitava, explicado no captulo 5, e agoraprossegue com pesquisadores interessados que parcipam da comunidade abertade pesquisadores da Comunidade Internacional de Pesquisa CoLearn sobre Aprendi-zagem Colaborava. Esta comunidade colaboradora do projeto OpenLearn, criadopela OpenUniversity em UK, e pode ser acessada por qualquer usurio web. Neste estudo, identificou-se sete tipos de mapas que contribuem paraa elaborao de um projeto de investigao: Mapa do Projeto, Mapa de Refern-cias, Mapa do Estudo, Mapa de Leitura, Mapa de Campo, Mapa da Escrita, Mapado Processo. Nesta sesso, estes tipos de mapas so analisados e diversos exem-plos podero ser acessados na Comunidade CoLearn (http://colearn.open.ac.uk).Vrios colaboradores tm construdo diversos tipos de mapas e compartilhadopara navegao, download, reconstruo e re-upload de usurios interessadosno assunto.I. Mapa do Projeto. comum o pesquisador car perdido quando tem queenfrentar a sobrecarga de informaes, muitas questes sem respostas ou vriasarmaes sem perguntas e tambm disperso quando se depara com a ausnciade dados. Esclarecer o foco da invesgao torna-se dicil tanto com a insucinciade material signicavo quanto com o excesso de contedos fragmentados. Nessecontexto, a Cartograa Cogniva pode contribuir com o processo de problema-zao. Mapear o ponto zero da pesquisa procurando idencar o foco facilita aseleo do que relevante numa grande base de dados. Os mapas tambm favore-cem a criao de uma tempestade de idias quando no temos informao. Almdisso, permite estabelecer associaes do nosso contexto parcular com as teoriasj construdas. A elaborao, visualizao e reexo connua desses mapas propi-ciam detectar o que deve ser mais explorado. A percepo das novas possibilidades50 15. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?e tambm das diculdades facilita o processo connuo de novas perguntas rumo delimitao do problema.Curso Online Mapeamentodo Conhecimento comAprendizagem AbertaInterao c/grupo Como?Software para mapear?Dirio de bordo (metodologia)Tcnicas para mapear?O qu? ?Anlise de Mapas MtodoComo o mapeamento pode facilitar(questo de pesquisa) Aplicaes e exemplos? Pesquisa-ao o processo de pesquisa online?Anlise de MemorialPrincpios para mapear?Reflexivo dosParticipantes Critrios de avaliao? Abertura do conhecimento Estudantes de Graduao AprendizesPor qu? Grandes avanos tecnolgicos(relevncia) Emergncia web 2.0ProfissionaisDesafios atuaisMestrandos Diversidade de mdiasParticipantes da DoutorandosPesquisadores Comunidade AbertaRapidez na comunicaoCPLP OpenLearn Avalanche de dados na web Orientadores Open University-UK ProfessoresInteressados nastecnologias de TutoresDocentes Onde? Buscar e selecionar conhecimentosmapeamentoMapas Cognitivos (CampoFormadores de Estudo) p/pesquisa onlineCriar produes mais criativasDesenvolverPara qu? Habilidades:Comunidade surgiu em 2006Valorizar a prpia autoria(contribuies)SaberCurso aberto em 2007 Construir colaborativamenteWebConferncias sobre Compendium Ampliar redes sociaisVrios Mapas criados Quando?em 2007 a 2008 Mapas e Aprendizagem (Cronograma) Debates no Frum 2007-2008Significativa (Ausubel e Novak) Comentrios no Blog (Memorial)Mapas e Pensamento Criativo (Buzan, Hyerle)Workshop sobreTcnicas de MapeamentoQuem?(campo de estudo)Mapas e Pensamento Crtico (VanGelder, Rider)Referncia Terica Mapas, modelamento e soluo de problemas (Kirschner, Buckingham Shum e Carr, 2003 Mapas e Construtivismo (Zeiliger e Esnault)Figura 1 - Mapa do Projeto de Pesquisa criado no Freemind (OKADA, 2006)O mapa ilustrado na gura 1 acima representa o projeto inicial de pesquisacom o tema Mapas Cognivos para pesquisa Online. A tcnica ulizada o mape-amento da mente, na qual o pesquisador registra questes-chave (O qu? Para qu?Por qu? Onde? Como? Quando? Quem?) para fazer emergir cada vez mais idiassignicavas e inclusive novas questes. A capacidade de quesonar e sobretudo dese quesonar a razo mais profunda da cincia no passo que lhe acrescenta dimen-ses, olhares, preocupaes, e novas angsas que antes ainda no exisam (DEMO,2000). O mapa permite ao pesquisador visualizar o objeto de estudo e inclusive ob-servar sua forma de represent-lo, ou seja, ver o modo de ver e idencar as suasincertezas. Analisar vrias dimenses atravs do mapa torna-se uma tarefa crca doconhecimento que parte da prpria subjevidade na qual a crca interroga o prprioser no mundo (OKADA, 2006). A incerteza o ponto de parda para a problemaza-o no processo do pensar, do pesquisar, do criar e do viver (SALOMON, 2000). II. Mapa de Referncias. O conhecimento cienco e a tecnologia cres-cem aceleradamente provocando um contexto dinmico, sempre em transforma-o. No apenas o nmero de fontes de referncias tem aumentado drascamen-te como tambm so atualizadas connuamente. Enfrentar a avalanche de dadosacompanhando as inovaes um desao para todos. Nesse mister, a CartograaCogniva pode auxiliar o pesquisador na seleo, organizao e atualizao do cor-pus de pesquisa. O mapeamento permite no s registrar referncias relevantesque se atualizam constantemente, como tambm representar a trajetria da buscapercorrida. Esses registros permitem ao pesquisador retornar ao passado, localizare consultar as fontes com mais facilidade sempre que necessrio. 51 16. FundamentosFigura 2 - Mapa de Referncias sobre Pensamento Crco criado no Nestor (OKADA, 2006)O mapa acima, na gura 2, indica cento e sete referncias bibliogrcas parabase de uma pesquisa acadmica sobre Pensamento crco. Essas referncias foramclassicadas por onze categorias-chave: glossrios, argos, website, papers, soware,fundamentos, denies, teses, histria, questes e livros. Toda pesquisa, seja toriae/ou emprica, deve selecionar evidncia para argumentar e juscar a seleo que base de invesgao. Alm disso, necessrio reunir literatura suciente para descre-ver, analisar, discur ou refutar uma proposio especca (BAUER e AARTS, 2000).Mapas Cognivos podem orientar as consultas e elaborao de fundamentao emprojetos de pesquisa. Eles oferecem recursos que facilitam a representao grcade grande quandade de documentos em reas conceituais. Estas reas agrupamassuntos em comum, os cones classicam o po de documento e tulos permitemter idia do contedo de cada documento. O mapa web acima criado uma formarpida de acessar a literatura de acordo com uma orientao visual. Alm disso, omapeamento permite atualizao gil das referncias com exibilidade para novasreorganizaes, agrupamentos, inseres e delees.III. Mapa da Leitura. Na pesquisa, uma das preocupaes polmicas refere-se sua dimenso. A primeira ampli-la, ou seja, alargar a sua base horizontal comdiversas leituras, pesquisas e elaboraes. A segunda aprofund-la, ou seja, explorara base vercal com reexes mais especcas, explorao mais detalhada do assun-to. Pesquisar signica caminharmos nessas duas dimenses, amplitude e profundi-dade, sem nos perdemos nesse percurso. Para isso, torna-se necessrio desconstruirconhecimento j existente de diversas fontes, reconstruindo com signicado dentrodo contexto invesgado. O mapeamento das idias-chave do texto facilita no apenasinterpretao, mas tambm a integrao de mlplas perspecvas durante o estudo.52 17. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?Figura 3 - Mapa da leitura de um argo online criado no Nestor (OKADA, 2006) A gura 3 acima mostra o mapa da leitura de um texto sobre Organizaocurricular por competncias no ensino Superior, escrito por Silva (2005) para umlivro digital e-mapbook que contm argos escritos com mapas. Na parte superiordo mapa do Nestor, possvel observar categorias-chave e nmero que a palavraaparece no texto. Por exemplo, conceito aparece sete vezes. No entanto, tais pa-lavras so apenas indicadores para localizar idias-chave numa leitura inicial. Duran-te a leitura mais minuciosa do texto, importante mapear as principais sentenasque permitem sintezar o contedo. Para isso, algumas categorias foram ulizadas:assunto, relevncia, questo, evidncia, proposio, objevos, abordagem terica econsideraes. Nessa tnica, o mapeamento do texto lido oferece uma viso global do con-tedo. O mapeamento da leitura pode facilitar a desconstruo de argos para inter-pretao e ressignicao do contedo. Alm disso, mapas podem contribuir para oprocesso de sntese. IV. Mapa do Estudo. No estudo terico, o esclarecimento de conceitos es-sencial na pesquisa. muito comum um pesquisador deparar-se com conceitos po-livalentes, divergentes e contraditrios que merecem uma reexo mais profunda. Apercepo das mulplicidades numa pesquisa propicia a descoberta de novos cami-nhos. Buscar o signicado dos elementos e o sendo das suas relaes favorece umacompreenso maior do assunto. O aprofundamento de conceitos j construdos e da-queles a serem invesgados um grande desao. Primeiro, porque os conceitos podem 53 18. Fundamentosser vistos sob vrias perspecvas em diversas reas. Segundo, porque a comunicao ambgua, os discursos, escrito ou oral, tm diversas interpretaes. Por mais clara eobjeva que seja uma denio, no possvel garanr como ela ser interpretada. Ainterpretao um processo decorrente de cada sujeito que a reconstri de acordocom seus conhecimentos prvios, seu contexto e seus interesses; e no da realidadeexterna, de objetos que espelham e reproduzem mecanicamente a informao.REFERNCIAS integrando mltiplas perspectivasPensamento Crtico habilidade de processo raciocinar compreender construir Habilidade de pensar de modo objetivo e raciocinar de investigarnaHalpem(1996)com lgicaconhecimentos forma lgica para resolver problemas e tomar decises Pekins, Jay e Habilidade e prtica de explorar, ser curioso,capacidade deparade modo PSICOLOGIATishman (1993) questionar, esclarecer, planejar, refletir e avaliar como Bransford, Shewood,Habilidade de investigar, definir, formular e analisar problematizar resolverexplorarsignificativoSturdevant (1987)problemas alternativasproblemas definindo caminhos para solucion-losidentificarrefere-setomaratoressujeitos Jonassen (2000)Processo dinmico de construir conhecimento significativo o contexto decises ativosautores e us-lo para anlise, associaes e aprimoramento definir para Processo de explorar solues viveis para problemas definir formularanalisar paraquestesdesafiosproblemascaminhosTsui (2000) complexos e construir conhecimentos como atores ativosescrever de soluo ler o EDUCAOsituando-se dentro do processo de aprendizagematuar de o mundomundochecar rever modoProcesso de compreender atravs do raciocnioWeinstein(1995)conscienteee aplicar esta compreenso para atuar de modo ativoesoluesviveise consciente como membro da sociedade paracom base em interpret-lo Processo de conscientizao crtica na qual sujeitosInserir-se noFreire(1967)tornam-se autores da construo de conhecimentos processo de transform-locapazes de ler, interpretar e reescrever o mundoArgumentao aprendizagem Lrynock andArgumentao incluindo componentes metacognitivos para checar Robb(1999)preciso e avaliao do processo em direo ao alcance das metas. criando oportunidades de incluindo Paul (1993)Pensamento sobre o pensamento enquanto o sujeito pensa,para tornar seu pensamento melhor.Componentes Avaliao Julgamentoobjetivo eFazer sentidometacognitivosdo processo Avaliao da forma de pensar que envolve criticidade, criatividade autoregulador FILOSOFIA Fisher(1990)e qualidade de raciocnio para fundamentar uma ao ou uma crenaJulgamento objetivo e auto-regulador que resulta numa anlise para aprimorar oparaFacione(1990) interpretativa, inferente e avaliativa pensamento Chaffee(1988)Esforo ativo, objetivo, e organizado para fazer sentido do mundo, com sobre o pensar criticidadecriatividade o exame cuidadoso de examinar o pensamento prpio e dos outros Exame cuidadoso comFigura 4 - Mapa do Estudo Conceitual sobre Pensamento Crco criado no CMAP (Okada, 2006)A gura 4 ilustra um mapa de estudo conceitual sobre o pensamento crco.Neste mapa, possvel observar que trs reas foram escolhidas para selecionar de-nies: Psicologia, Educao e Filosoa. Em cada rea, observa-se os autores indica-dos e uma sntese construda pelo autor sobre suas conceituaes. Em seguida, paracada denio, possvel selecionar palavras-chave e integrar num segundo mapaconceitual estes componentes-chave.Nesse sendo, os mapas cognivos ajudam-nos a visualizar melhor no sas mlplas faces do conceito, como tambm tec-lo dentro de outros contextos ecom base em diversos referenciais. Eles tambm facilitam o processo de anlise decontedo. Pargrafos complexos que usufruem nuanas e complexidade da lingua-gem, podem ser simplicados, reinterpretados, esta classicao sistemca des-lam uma grande quandade de material (BAUER e AARTS, 2000). H sempre o riscode reduo, perda do contexto das denies e reunio de vertentes contrrias einclusive interpretao supercial no mapa (VASCONCELOS, captulo 8). No entanto,tornam-se necessrias reexes crcas connuas sobre o prprio mapa atravs dequesonamentos e anotaes das possveis limitaes.V. Mapa de Campo ou do corpus de invesgao. O entrelaamento da te-oria e prca enriquece as diversas etapas de uma pesquisa, pois cria oportunidades54 19. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?mais fecundas para reexo-ao-reexo. Neste movimento connuo recursivo, opesquisador traz teoria para orientar sua prca e reete sobre sua ao para con-tribuir com a reconstruo terica. Para esta integrao terica e emprica, torna-se necessria a organizao do campo de pesquisa denominado tambm corpus,que signica conjunto ou coleo de materiais necessrios para invesgao. Nadescrio do corpus necessrio descrever tambm os procedimentos de seleoe critrios de saturao que possam garanr o rigor necessrio da anlise (BAUERe AARTS, 2000)Figura 5 - Mapa do Campo de Pesquisa sobre Cartograa criado no Compendium (OKADA, 2006)No mapa da gura 5, temos o mapa construdo para representar o corpusde invesgao de uma tese de doutorado. O mapa rene 30 pesquisadores de diver-sas cidades do Brasil e algumas do exterior que parciparam do curso online uso desoware na pesquisa qualitava campo de pesquisa. Cada foto representa tam-bm o mapa de produes do parcipante. Na parte superior direita, os conescontm links com o site do curso online, e site dos sowares ulizados: Cmap, Nestore Compendium. Existem tambm mapas que agrupam mapas, por exemplo, mapacom os mapas de professores-orientadores, doutorandos, mestres e mestrandos, noapenas seus projetos de pesquisa, mas tambm sua inerncia acadmica. Um dosprincipais interesses na pesquisa qualitava picao da variedade de representa-es dos sujeitos no seu mundo vivencial nas relaes sujeitos+objetos+meio social,tais como opinies, reexes, prcas, discursos e cosmovises (BAUER and AARTS,2000). Nesse sendo, o mapa facilita visualizao e vrias relaes indicadas e anali-sadas dos instrumentos de coleta. Os mapas de fruns, webconferncias, chats, ma-pas e blogs (dirio de bordo) permitem acessar, relacionar e integrar as produesselecionadas na invesgao.Nesse sendo, a Cartograa Cogniva pode contribuir para mapear essasinter-relaes arculando referenciais tericos e empricos. O mapeamento facilita oestudo conceitual e a anlise da prca sob o vis da teoria. 55 20. FundamentosVI. Mapa da Escrita. Mapear questes, reexes conceituais e empricasbaseadas em fundamentos, argumentos e evidncia essencial para elaborar asconcluses de uma pesquisa. Quando a pesquisa bem mapeada durante todo seuprocesso de construo, torna-se mais fcil sistemazar a invesgao e elaborar aescrita nal de modo mais conciso. O mapeamento tambm ajuda na elaborao/integrao de mlplos sig-nicados, tanto do campo emprico como do estudo conceitual. Isso envolve desdea etapa da macropesquisa viso geral do processo at a da micropesquisa, ouseja, exame minucioso. Esse mapeamento pode contribuir para um aprofundamen-to maior na invesgao e tambm considerando a amplitude explorada do temainvesgado. ?Quais os desafios do encontrar caminhos para enfrentarcontextocenrio atual paraa avalanche de informaespesquisa e aprendizagem?organizar melhor todo o processo de investigao visando a construo de conhecimentos pesquisadores conseguem explorar teorias Quando informaes relevantes ee prticas com mais rigos e qualidade. hipteses significativas so mapeadas auxiliampesquisadores e aprendizesEstudantes tambm podem imergir com mais profundidade na aprendizagem. ?questo- Como o mapeamento pode contribuir com o ? oferecer aos pesquisadores,professores e chaveprocesso de construo de conhecimentos Inteno aprendizes estratgias para aprimorarem suas facilitando projetos de investigaoinvestigaes+ Pequeno nmero de participantes, grupos de 10-/ metodologiacurso Uso Software de cartografia na a 20 pesquisadores, professores e aprendizesetnopesquisa de Pesquisa pesquisa qualitativa da PUC-SP Cogeae Delimitaesformao Online nos anos de 2003 2006 Este estudo focou contribuies, ao invs de dificuldade e obstculos discusses e reflexes foram material deste curso foi produzidorealizadas em conjunto durante esta investigao ??O que mapa e investigao? abordagemHistria da cartografia Terica o que Cartografia ?Teoria sistmicaInvestigativaquais princpios epistemolgicos para guiar aTeoria construo de mapas investigativas? herenuticaTeoria dialtica conceituao resultadosorganizao de referncias contribuies doproblematizao do Estudo mapeamento em vriasetapas da pesquisa unio entre teoria e prtica sistematizaoargumentaoautoorganizao consideraescartografia investigativaestarem melhor focados finaisajuda pesquisadoresexpandir novos horizontes criativosFigura 6 - Mapa Pesquisa sobre Cartograa criado no Compendium (OKADA, 2006)Na gura 6 temos o mapa que representa os pontos essenciais que emergi-ram durante o processo de invesgao de doutorado. Esta estrutura composta por:contexto, hipteses, questo-chave, metodologia da pesquisa, abordagem terica,resultados do estudo e consideraes nais, facilita a composio do resumo da pes-quisa no incio da tese. Estas categorias-chave podem ser conectadas representandoas relaes entre as diversas etapas da pesquisa. Este mapa criado no Compendiumpode ser exportado para o formato tpicos e, ento, as idias-chave podem ser inte-gradas compondo pargrafos, conforme a gura 7.56 21. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento? contexto ? Quais os desafios do cenrio atual para pesquisa e aprendizagem? encontrar caminhos para enfrentar a avalanche de informaesorganizar melhor todo o processo de investigao visando a construo de connhecimentos hipteses Quando informaes relevantes e significativas so mapeadas auxiliam pesquisadores e aprendizespesquisadores conseguem explorar teorias e prticas com mais rigor e qualidade.Estudantes tambm podem imergir com mais profundidade na aprendizagem. questo-chave? Como o mapeamento pode contribuir com construo de conhecimentos em projetos de investigao? Inteno oferecer aos pesquisadores, professores e aprendizes estratgias para aprimorarem suas investigaes metodologia de Pesquisa etnopesquisa formaocurso Uso Software de cartografia na pesquisa qualitativa da PUC-SP Cogeae Online nos anos de 2003 2006 +/- DelimitaesPequeno nmero de participantes, grupos de 10 a 20 pesquisadores, professores e aprendizesEste estudo focou contribuies, ao invs de dificuldades e obstculosdiscusses e reflexes foram realizadas em conjuntomaterial deste curso foi produzido durante esta investigao abordagem Terica ? o que Cartografia Investigativa? O que mapa e investigao?Histria da cartografia? Quais princpios epistemolgicos para guiar a construo de mapas investigativos? Teoria sistmica Teoria herenutica Teoria dialtica resultados do Estudo contribuies do mapeamento em vrias etapas da pesquisaconceituaoorganizao de refernciasproblematizaounio entre teoria e prticasistematizaoargumentaoauto organizao consideraes finais cartografia investigativa ajuda pesquisadoresestarem melhor focadosexpandir novos horizontes criativosFigura 7 - Mapa da Escrita de um resumo de Tese criado no CompendiumABSTRACT - Um dos grandes desaos atuais no contexto da pesquisa e aprendizagem encontrar caminhos para enfrentar a avalanche deinformaes. Novas tcnicas so necessrias para organizar melhor todo o processo de investigao visando construo de conhecimentos.Quando informaes relevantes e signicativas so mapeadas, pesquisadores conseguem explorar teorias e prticas com mais rigor equalidade. Estudantes tambm podem imergir com mais profundidade na aprendizagem.A questo-chave desta tese Como o mapeamento pode contribuir com o processo de construo de conhecimentos facilitando projetos deinvestigao?. A inteno deste trabalho oferecer aos pesquisadores, professores e aprendizes estratgias para aprimorarem suas investigaes.Para responder este problema, delimitei esta investigao no curso Uso de Software de cartogra na pesquisa qualitativa da PUC-SPCogeae Online nos anos de 2003 a 2006. A metodologia de pesquisa etnopesquisa-formao. Ou seja, o planejamento, discusses e reexesforam realizadas em conjunto com os alunos-pesquisadores e todo material deste curso foi produzido durante esta investigao.Neste trabalho, deno o que Cartograa Investigativa partindo da histria da cartograa e dos conceitos de mapa e investigao. Em seguida,discuto os princpios epistemolgicos para guiar a construo de mapas investigativos com referncia nas teorias: sistmica, hermenutica edialtica. Ento, analiso a prtica, discutindo as contribuies do mapeamento em vrias etapas da pesquisa: problematizao, organizaode referncias, conceituao, unio entre teoria e prtica, sistematizao, argumentao e auto-organizao.Sobre as consideraes nais, destaco como a cartograa investigativa ajuda pesquisadores a estarem melhor focados e envolvidos com suasinvestigaes e, ao mesmo tempo, expandindo novos horizontes criativos.Os mapas cognitivos bem elaborados podem contribuir com a pesquisana reconstruo de textos mais ricos, contextualizados, decorrente de recons-trues diferenciadas que valorizam a autoria. Ser orientado numa tese significaqualificar-se para a autoria (BIANCHETTI e MACHADO, 2002). O mapeamento atuacomo estratgia de orientao principalmente quando o pesquisador conseguevisualizar as fontes e descrever reinterpretaes de conhecimentos mapeadosconectados com a prpria reflexo que integra teoria e prtica. Os movimentos 57 22. Fundamentosde desconstruir-mapear-reconstruir e de ler-mapear-escrever permitem alcanarnovas etapas na pesquisa, principalmente, relacionadas sistematizao de co-nhecimentos buscando inovao. VII. Mapa do processo. A pesquisa com o tempo apresenta uma mul-plicidade de elementos que vai aumentando. medida que a invesgao vai seampliando fundamental classicar conjuntos de elementos em diferentes sub-conjuntos. A categorizao permite estabelecer agrupamentos e ordenamentosque facilitam a navegao, anlise e estudo de um grande corpus de invesgao.Mapear a pesquisa visando auto-organizao do processo essencial. Duran-te o mapeamento, a visualizao dessas relaes contribui para reviso do que jfoi construdo e o aprimoramento da invesgao alcanado com novos queso-namentos mais elaborados. Os mapas cognivos como interfaces mediadoras dasinter-relaes teoria e prca podem abrir novas possibilidades de descobertas,insight, inovaes; num movimento criavo, crco e signicavo de reconstruode conhecimentos. [Map]: Mapa do ProcessoMapas do Projeto de pesquisa Problematizao Mapas de Mapas de Referncias textos a escrever Sistematizao Reviso de LiteraturaInterpretao AnliseEstudo Mapas de Mapas doleitura de Campo deConceitual textosEstudo Mapas de ConceitosFigura 8 - Mapa de Pesquisa sobre Cartograa criado no Compendium (OKADA 2006)Na gura 8 temos um mapa que integra vrios mapas referentes s etapasda pesquisa. Uma das metforas para o processo da pesquisa uma espiral na qualo pesquisador, a parr de uma questo, inicia o projeto, rene referncias bibliogr-cas, estuda os conceitos em conjunto com leitura analca, vai a campo para coletare analisar dados, e concomitantemente ao processo, elabora a escrita (BLAXTER, HU-GHER e TIGHT, 1996). Nesse aspecto, os mapas cognivos so extremamente teis quando a basede estudo vai se ampliando, pois proporcionam uma forma de organizao exvel,dinmica, fcil de ser reconstruda quando necessrio. Essa exibilidade possibilita58 23. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?manter no s a base atualizada, mas tambm explorar diversas combinaes, inclu-ses e excluses sem destruir o todo. Isso permite manter um todo que se atualiza acada momento e se recompe com as mudanas e instabilidades. O mapa uma in-terface importante para auto-reorganizao. Na pesquisa o texto permite reorganizaro mapa que reorganiza o texto, o pensamento se congura com o mapa que por suavez recongura um novo pensamento. O mapa torna-se uma interface contagiante ecriava na pesquisa, ensino e aprendizagem. Ao analisar os diversos mapas no decorrer do percurso de uma pesquisa possvel idencar questes mais elaboradas, elementos mais signicavos e,com isso, reorganizar a estrutura da pesquisa visando cada vez mais um maior apri-moramento e patamares mais elevados de reexo. Com isso, nesse movimentorecursivo analisar mapear sintezar, possvel agrar os detalhes importantesque muitas vezes passam despercebidos. No olhar cuidadoso das mlplas associa-es estabelecidas num mapa surgem novos caminhos para sistemazar a pesquisavisando maior consistncia do todo. Quando o mapeamento revela a estrutura cla-ra da pesquisa, torna-se mais fcil idencar todos os elementos importantes quefundamentam a concluso.7. Avaliando o processo de mapeamentoEm cada etapa do mapeamento da pesquisa importante o olhar crticoe reflexivo para a auto-avaliao do processo; e tambm, para discusso com co-legas especialistas em busca de um feedback sobre o processo. A tabela 3 indicaalgumas questes para orientar o pesquisador na anlise crtica do seu processode mapeamento.59 24. FundamentosTabela 3 Questes para avaliao do processo de mapeamento (OKADA, 2006) A avaliao do contedo, organizao e estca dos mapas cognivos sotambm necessrias para que tanto o autor como seus leitores possam compreendero contedo mapeado. Mapas bem elaborados podem orientar o pesquisador no seuprocesso de invesgao. A tabela 4 indica questes para que o pesquisador possaobservar se o mapa elaborado est claro, objevo e consistente.Tabela 4 - Questes para avaliao da estrutura de mapeamento (OKADA, 2006)8. Para concluir Reetindo sobre o que foi apresentadoA construo da representao espacial pode facilitar a construo doconhecimento. A associao de imagens do mundo objevo e subjevo permitevisualizar e entender o objeto de estudo. O ato de mapear signica representar as-sociaes do que se conhece e do que se pretende conhecer. A visualizao dessesmapas permite guiar, dirigir, focar problema e ao mesmo tempo explorar novoscaminhos atravs de mlplas perspecvas para solucion-lo.Esse processo de mapear o pensamento, visualizar o mapa, reer sobre arepresentao gerando um novo pensamento recursivo medida que o mapa vaicongurando o pensamento e o pensamento congura o mapa. A visualizao do ma-peamento desse processo torna-se uma fonte rica para gerar tambm recursivamentenovas vises: viso interna (insight), viso criava, previso (foresight), viso de futuro,60 25. O que cartografia cognitiva e por que mapear redes de conhecimento?reviso (hindsight), viso de passado e superviso (oversight), viso mais ampla e inte-gradora (OKADA, 2006).O pensamento visual avado e opera sobre estruturas, no apenas bus-cando ver o que tem dentro, mas tambm manipulando os componentes partes daestrutura na relao um com outro. Atrs da supercie visvel, o conhecimento estimplcito em todas as aes da percepo (CHEN, 2003).O mapeamento do pensamento visual que parte do abstrato para o concreto uma poderosa estratgia. Na abstrao, o pensador pode prontamente reestruturar esempre transformar o conceito. Alm disso, pode representar o resultado da abstraoatravs da forma grca concreta - mapa. Nesse sendo, o mapa contribui para dar visibi-lidade ao pensamento abstrato, mesmo que este pensamento tenha nascido do concreto abs-trahere do lam quer dizer rar de.... No caso, a abstrao aquilo que extradodo concreto vivido. Sendo assim, o mapa o retorno a uma dimenso do concreto.O observador, quando consegue visualizar gracamente, percebe relaescom mais facilidade. Operaes complexas do pensamento requerem sempre ima-ginao e abstrao, procura de padres e familiarizao. Isso no signica que aimagem visual mental melhor do que a concreta, ou vice-versa. Pelo contrrio, aimagem abstrata e a concreta se complementam. O pensador que tem viso exvelse move entre as duas formas de visualizar do concreto e da representao grca.Nesse processo, as habilidades cognivas humanas so avadas, como, por exemplo,percepo mais ampla, pensamento crco, mais consciente e quesonador. Os pes-quisadores-mapeadores podem encontrar com mais facilidade fragmentos de infor-mao especcos e tambm meios para reconhecer padres e relaes em vrios n-veis. Alm disso, eles podem determinar critrios de priorizao e desenvolver visode futuro, de ver o que est adiante do domnio atual. Num passo seguinte, podemtambm integrar de modo focalizado o corpo diverso de conhecimentos.Os mapas permitem desenvolver diversas habilidades para construo do co-nhecimento.Tabela 5 - Habilidades, Aes e Estratgias Okada (2006)61 26. Fundamentos O mapeamento cognivo como estratgia para representar redes de conhe-cimento e delas extrair importantes inter-relaes possibilita: Selecionar e conectar informaes relevantes, produo de sendo esignicado, arcular conhecimento cienco arculado com saber pr-co. Desenvolver habilidades para lidar com os desaos, resolver as diculda-des, imprevistos e tomar decises. Promover viso crca, mlpla intermediao da aprendizagem, valori-zao de experincias intersubjevas. Integrar ao com reexo, pesquisa com aprendizagem e invesgaocom formao. Nesse sendo, comunidades colaboravas podem construir redes de co-nhecimento (OKADA, 2005) atravs do uso eciente de recursos tecnolgicos, imple-mentao de tcnicas de mapeamento e intermediao pedaggica mlpla visandomaior qualidade e rigor na produo coleva de saberes, na pesquisa, aprendizageme formao docente em educao online.9. Referncias Bibliogrcas BAUER, M.; AARTS, B. A construo do corpus: um princpio para a coleta de dados qualitavos. In: BAUER, M.; Gaskell, G. Pesquisa Qualitava com texto, imagem e som. Petrpolis: Vozes, 2000. BIANCHETTI, L.; MACHADO, A. M. (Org.) A bssola do escrever. Florianpolis/ So Paulo: Cortez/Editora da UFSC, 2002. BLAXTER, L.; HUGHES, C.; MALCOLM, T. How to Research. Buckingham: Open University Press, 1996. BRNA, P.; COX, R.; GOOD, J. Learning to think and communicate with diagra- ms: 14 quesons to consider. Arcial Intelligence Review, 2001 15(1-2), 115- 134. BURKE, P. 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Conceitos descritos pelo(s) autor(es) Consulte no glossrio: Design, Conhecimento Explcito, Conhecimento Tci-to, Dimenso Epistemolgica, Dimenso Ontolgica.65