cartilha grupos vulneráveis senasp

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  • Ministrio da Justia

    Secretaria Nacional de Segurana Pblica SENASP

    Cartilha

    Atuao Policial na Proteo dosDireitos Humanos de Pessoas em

    Situao de Vulnerabilidade

    Braslia2010

  • Autoridades governamentais:

    Luiz Paulo Teles Ferreira BarretoMinistro da Justia

    Ricardo Brisolla BalestreriSecretrio Nacional de Segurana Pblica

    Luiz Antnio FerreiraDiretor do Departamento daFora Nacional de Segurana Pblica

    Juliana Mrcia BarrosoDiretora do Departamento de Pesquisa, Anlise da Informao e Desenvolvimento de Pessoal em Segurana Pblica

    Sidenir Cardoso de OliveiraCoordenador Geral de Treinamento e Capacitao do Departamento da Fora Nacional de Segurana Pblica

    Melissa Alves de A. PongeluppiCoordenadora-Geral de Anlise e Desenvolvimento de Pessoal em Segurana Pblica

    B823c

    Brasil. Secretaria Nacional de Segurana Pblica

    Atuao policial na proteo dos direitos humanos de pessoas em situao de vulnerabilidade: cartilha / Secretaria Nacional de Segurana Pblica.-- Braslia: SENASP/MJ, 2010.

    124 p. : il. , color.

    1. Segurana pblica, Brasil. 2. Poder de polcia 3. Direitos humanos. I. Ttulo

    CDD 363.2

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca do Ministrio da Justia

  • Colaboradores:

    Departamento da Fora Nacional de Segurana Pblica:

    Daniel Pires Aleixo Cap PMGODaniel Vincius Toledo 1 Ten PMGOFlvio de Oliveira Mota Sd PMBAFrancerlei Matos de Freitas Sd PMBAFranclin Santos Batista 1 Sgt PMBAHlder Pereira Gomes ST PMPIJean Jorge Barbosa de Oliveira Sd PMCEJordaens Gladstone Silva 1 Sgt PMTOJos Ccero da Silva Sd PMALJuliana Ferreira da Silva Cap PMERJ PsiclogaLuigi Soares Pereira Cap BMRSMrcio Joo Braum Sd PMSCRoberto Siste Cardoso Cap BMRSRobson Neiva Pires ST PMGORosngela Rita Alves Fernandes dos Anjos 2 Sgt PMMTSandro Luis Andrade 1 Ten BMRSSimone Franceska Pinheiro das Chagas 1 Ten PMPATnia Cristina Pires Ferreira 1 Sgt PMCEValrio Lousada de Carvalho Sd PMDF

  • Capacitao para Atuao Policial Frente a Grupos em Situ-

    ao de Vulnerabilidade 1 Edio - RJ/2009:

    Amanda Neves Ferreira Cap PMERJ

    Andr dos Santos Ramos 2 Ten PMERJ

    Antonio Luiz Pereira Lima 2 Ten PMERJ

    Antonio Saraiva da Costa 1 Sgt PMAM

    Artur Arregui Zilio Cap BMRS

    Bianca Neves Ferreira da Silva 1 Ten PMERJ

    Carlos Augusto Teixeira Magalhes 1 Ten PMCE

    Carlos Henrique Lucena Folha Cap PMESP

    Claudio Portugal Rodrigues Junior 1 Ten PMERJ

    Delio Ferreira dos Santos Filho 3 Sgt PMERJ

    Diogo Ribeiro de Souza 1 Ten PMERJ

    Ednilson Rocha dos Santos 2 Sgt PMERJ

    Edson Bailo Ribeiro 1 Ten PMPA

    Francisco Robson G. da Costa 2 Sgt PMERJ

    Geraldo Jos Dores da Trindade 2 Sgt PMERJ

    Gerson Alves Rodrigues 2 Sgt PMERJ

    Gilberto Armando Sub Ten PMERJ

    Joel Cunha da Silva Miranda 2 Ten PMERJ

    Jorge Luis dos Santos Lacerda Cap PMERJ

    Jose Nildo Oliveira Silva 2 Sgt PMERJ

    Josian Barbosa S 1 Ten PMBA

    Leandro da Silva Dias 1 Ten PMERJ

    Marcelo Angelo de Souza 2 Sgt PMERJ

  • Marcelo Jos da Silva 3 Sgt PMERJMarcio Mendes de Oliveira 1 Ten PMERJMarcio Tito dos Santos Rocha 1 Sgt PMERJMaria Luiza Lopes Pinto 2 Ten PMERJMichelle Mariano Fialho 1 Ten PMERJNeuberth Froz Duarte 1 Ten PMMAOtvio Manoel Ferreira Filho Cap PMSCOtvio Polita Filho Cap BMRSPatrcia Lima de Carvalho Serra - Maj PMERJPaula Campos Serafim 3 Sgt PMERJPaulo Willian Vicente Chavez 2 Sgt PMERJRicardo Ribeiro Baldanza 1 Ten PMERJRoberto Batista dos Santos 1 Ten PMERJRogria de A. Silva Quintella 1 Ten PMERJ PsiclogaRogrio Luiz Teixeira Leito - Ten Cel PMERJRuislan Jovino de Figueiredo - 3 Sgt PMACSamuel Alves de Carvalho Sub Ten PMERJSrgio Luis de Moura Cap PMRNSilvana Couto Chaves - Cap PMERJWaldinei Almeida Prado 3 Sgt PMERJWaldir Flix de Oliveira Paixo Jnior 1 Ten PMMTWania Gama Paes do Vale Samuel 3 Sgt PMERJ

    Assessoria Pedaggica:

    Andra da Silveira Passos CGDESP/DEPAID/SENASP/MJ

  • Esta Cartilha dedicada a voc, policial militar brasileiro, cuja misso e razo funcional esto

    diretamente ligadas promoo e proteo dos Direitos Humanos.

    Ricardo BalestreriSecretrio Nacional de Segurana Pblica

    Dedicatria

  • Apresentao ....................................................................................13

    I Abordagem Policial Aspectos Gerais ...................................... 16

    II Mulheres ...................................................................................... 29

    III Crianas e Adolescentes .......................................................... 39

    IV Preconceito de Raa ou Cor .................................................... 53

    V Pessoa com Deficincia ........................................................... 60

    VI Lsbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais............... 80

    VII Pessoa Idosa .......................................................................... 99

    VIII Pessoa em Situao de Rua ............................................ 109

    IX Vtimas da Criminalidade e Abuso do Poder ..................... 118

    Bibliografia ...................................................................................... 125

    Sumrio

  • A Cartilha Atuao Policial na Proteo dos Direitos Humanos de Pessoas em Situao de Vulnerabilidade foi desenvolvida nos cursos na rea Direitos Humanos, realizados pela Fora Nacional de Segurana Pblica, no ano 2009.

    Constitui o resultado do empenho de policiais militares, em mbito nacional, na construo coletiva de procedimentos policiais direcionados aos grupos de pessoas que se encontram com maior vulnerabilidade a violaes de Direitos Humanos.

    Tem a finalidade de fornecer elementos terico-prticos para que os profissionais de Segurana Pblica possam pautar o exerccio de sua atividade no respeito aos direitos e liberdades individuais, conscientizando-se de sua capacidade de promover e proteger os Direitos Humanos de mulheres, crianas, idosos, lsbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, vtimas da crimi-nalidade e abuso do poder, moradores de rua, vtimas do pre-conceito de raa ou cor e pessoas com deficincia.

    Caracteriza-se, dessa forma, como uma medida preventiva que objetiva fortalecer o exerccio da cidadania e do Estado Demo-crtico de Direito.

    Obrigado e coragem!

    As transformaes dependem tambm de voc!

    Ricardo BalestreriSecretrio Nacional de Segurana Pblica

    Apresentao

  • H um tempo em que preciso abandonar as roupas usadas, que j tm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre

    aos mesmos lugares. o tempo da travessia: e, se no ousarmos faz-la, teremos ficado, para sempre,

    margem de ns mesmos

    Fernando Pessoa

  • 16

    Este captulo inicial trata dos aspectos geraisda atuao policial na abordagem a pessoas.

    I - Abordagem Policial Aspectos Gerais

    Caro Policial,voc estudar alguns con-ceitos bsicos sobre Segu-rana Pblica e analisar a aplicao dos princpios fundamentais dos Direitos

    Humanos aos procedimentos de Abordagem Policial.

  • 17

    A Conceitos Bsicos: Poder de Polcia

    o mecanismo de frenagem de que dispe a Admi-nistrao Pblica para conter os abusos do direito indi-vidual. Por ele, o Estado limita os direitos individuais em benefcio do interesse coletivo - restringe a atividade in-dividual que se revelar contrria, nociva ou inconvenien-te ao bem-estar social.

    Por qual motivo voc aborda pessoas?

    A existncia de fundada suspeita o pressuposto inicial para que o policial realize a abordagem. A fundada suspei-ta resulta da anlise da existncia de elementos concretos e sensveis que indiquem a necessidade da abordagem. No tem como direcionador simplesmente a desconfi an-a ou perspiccia do agente pblico. Assim, o policial deve nortear sua conduta por dados concretos.

  • 18

    Abaixo, esto relacionados alguns conceitos sobre a ao

    policial, de acordo com os padres internacionais de Direi-

    tos Humanos.

    Captura: o ato de abordar, ou seja, parar, aproximar e estabelecer contato. Tem como objetivo confirmar a fundada suspeita. Este o elemento precursor da deten-o e da priso.

    Busca Pessoal: o ato de inspecionar corpo e vestes de uma pessoa com o intuito de encontrar algo que con-figure ilcito penal. Inclui toda a esfera de custdia da pessoa (bolsas, malas, pastas, e outros)

    Deteno: o ato de conduzir a pessoa presena da autoridade policial, aps confirmao do ilcito penal. Na deteno, a pessoa tem sua liberdade cerceada, mas no se encontra condenada.

    Priso: o ato jurdico aplicado pessoa que teve sentena transitada em julgado por crime cometido.

    Obs.: No Brasil, utiliza-se amplamente o termo priso, tanto para designar a captura, deteno ou priso em flagrante.

  • 19

    Discricionariedade, no uso do poder de polcia,

    deve ser pautada pela interveno mnima do Es-

    tado e o respeito absoluto da dignidade humana.

    A Constituio Federal de 1988 assegura a livre loco-

    moo no territrio nacional em tempo de paz, podendo

    qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-

    cer ou dele sair com seus bens.

    Policial, proteja os direitos das pessoas abordadas e,

    assim, preserve tambm os e seus direitos.

  • 20

    B Procedimentos na abordagem policial:

    Identifi que-se como policial:

    Policial 1: Parado! Polcia!

    O Policial 1 mantm a arma no coldre e fi ca em condies de sac-la.

    Enquanto o Policial 1

    verbaliza, o Policial 2 faz a segurana,

    posicionando se ao lado do

    abordado.

  • 21

    Assuma o controle da situao, emita ordens curtas e claras, evitando assim, difi culdade na compreenso por parte do abordado:

    Policial 1: Mos na cabea!

    Na segurana, o Policial 2 posiciona-se ao lado do abordado e mantm a arma na posio trs.

    Prossiga com ordens claras na busca pessoal.

    Policial 1: Com a mo esquerda levante a camisa! Vire de costas!

  • 22

    Realize a busca pessoal.

  • 23

    Importante: caso o abordado reaja e tente agredi-lo, defenda-se, projetando o corpo dele para frente. Recue de costas para uma posio mais segura.

    Saque a pistola do coldre e adote a posio qua-tro. Verbalize para que o abordado coopere.

  • 24

    Terminada a busca pessoal, determine que seja apresentada toda a documentao que julgar ne-cessria para triagem e conferncia.

    Observao: Esse pro-cedimento poder variar de acordo com o tipo de abordagem realizada.

    Importante: O porte de documentos no obrigatrio, mas todas as pessoas tm o dever de se identifi car, ainda que verbalmente, quando isto for solicitado pela autoridade.

    Lei das Contravenes Penais (Decreto-Lei N 3.688 - 3/10/1941)

    Captulo VII: Das Contravenes Relativas Polcia de Costumes Art. 68. Recusar autoridade, quando por esta, justifi cadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicaes concernentes pr-pria identidade, estado, profi sso, domiclio e residncia.

  • 25

    Realize a vistoria no veculo com a presena do condutor e verifi que as proximidades do local onde a pessoa se encontra. Deve-se atentar para os pontos onde produtos de ilcitos podem estar escondidos.

    No sendo confi rmada situao que confi gure ilcito penal, esclarea ao cidado os motivos da abordagem, colocando-se sempre disposio e desejando-lhe bom dia, boa tarde ou boa noite.

  • 26

    Quando constatado fl agrante delito ou cum-prindo mandado de priso, o policial deve con-duzir a pessoa Delegacia de Polcia, informando seus direitos.

    Verifi que tambm as condies de uso de algemas - Smula 11/ STF.

    Cidado, Eu sou o (Falar seu posto/graduao + nome), a servio da For-a Nacional de Seguran-a Pblica. (Quando no mobilizado, citar a PM).

    Voc est preso por (falar a conduta - crime, con-traveno ou existncia de mandado de priso).

    Voc tem o direito de permanecer calado, tem

    o direito assistncia familiar e tem direito

    assistncia de advogado.

  • 27

    Quando efetuar a priso de uma pessoa, obser-ve os procedimentos abaixo relacionados:

    O trabalho da imprensa de vital importncia na sociedade democrtica. Assim, o policial deve respeitar e defender o direito informao.

    Por outro lado, dever do policial respeitar a imagem do preso, direito constitucional inviol-vel, protegendo sua dignidade enquanto pessoa humana. Em termos prticos, isto signifi ca que:

    O policial no pode obri-gar a pessoa presa a ser fotografada ou lmada

    pela imprensa.

    Constituio Federal, Art 5, inciso X:So inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e

    a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao.

  • 29

    II - Mulheres

    Agora, voc estudar a conduta adequada na aborda-gem e no atendimento de ocorrncias envolvendo mu-lheres.

    Para que um Estado garanta o pleno exerccio da demo-cracia, deve existir, entre homens e mulheres, igualdade de direitos e mecanismos que garantam a no-discriminao entre os sexos.

    Por que mulheres esto em situao de vulnera-

    bilidade ?

  • 30

    Por que h polticas pblicas especfi cas para as mulheres?

    Se a Declarao Universal dos Direitos

    Humanos diz que todos so iguais perante a

    Lei, por que ento so criadas leis especiais para a proteo das

    mulheres?

    A resposta simples:

    Para que as desigualdades possam ser minimizadas.

    A mulher vtima, principalmente, de discriminao de gnero e por isso est mais suscetvel violncia fsica, psicolgica ou sexual.

  • 31

    A Procedimentos na abordagem mulher em fundada suspeita:

    Sendo policial, voc pode abordar mulheres. Em sua atuao, considere os seguintes aspectos:

    Quem faz a busca pessoal na mulher?

    A busca pessoal em mulher deve ser realizada por uma policial femini-

    na, salvo no caso previsto no Art. 249 do Cdigo de

    Processo Penal.

  • 32

    Na ausncia de policial feminina, poder ser solici-tado apoio de uma cidad civil ali presente, a qual rece-ber a devida orientao para fazer a busca pessoal.

    Na busca minuciosa, a policial feminina observar atentamente cabelos, seios e rgos genitais, devido possibilidade de conterem drogas e/ou outros objetos ilcitos.

    Artigo 249 Cdigo de Processo Penal:A busca pessoal em mulher ser feita por outra mulher, se

    no importar retardamento ou prejuzo da diligncia.

  • 33

    Proteja a mulher capturada ou detida:

    A mulher detida deve ser conduzida separada dos indivduos do sexo masculino.

    A mulher presa deve ser colocada em local exclusi-vo para o sexo feminino.

    Tenha cuidados especiais durante a abordagem e conduo da mulher gestante e lactante, respeitando as limitaes fsicas da mesma.

    Art. 766 do Cdigo de Processo Penal:A internao das mulheres ser feita em estabelecimen-

    to prprio ou em seo especial.

  • 34

    B Conduta no atendimento de mulher vti-ma de violncia:

    Preferencialmente, a vtima ser entrevistada e orien-tada por policial feminina.

    Na entrevista, importante saber:

    Quem o agressor e qual o seu parentesco ou rela-cionamento com a vtima.

    Se houve agresses anteriores.

    Se houve o uso de bebidas alcolicas.

    Se foi utilizada arma de fogo ou arma branca (facas, canivetes, estiletes, lminas).

    Se o agressor j ameaou a vtima de morte.

  • 35

    Ampare a mulher vtima de violncia!

    A mulher vtima de violncia deve ser amparada e conduzida Delegacia Especializada.

    Devemos mostrar interesse na ocorrncia e incentivar a mulher vtima de violncia a fazer o registro do fato, por ser a melhor forma de

    garantir seus direitos.

  • 36

    C A Mulher Policial:

    Nos procedimentos estudados, percebemos a neces-sidade e importncia da mulher policial na composio de uma guarnio.

    Em tempos de defesa dos direitos humanos e respei-to dignidade da pessoa humana, a mulher policial refl ete o compromisso e a preocupao da insti-tuio em preservar os direitos e garantias da mulher tanto na situao de infratora, quanto na de vtima.

    Alm de garantir os direitos da mulher em ocorrncias poli-ciais, devemos destacar a importncia da Mulher Policial

    na Segurana Pblica em nosso pas.

    Em tempos de defesa dos direitos humanos e respei-to dignidade da pessoa humana, a mulher policial refl ete o compromisso e a preocupao da insti-tuio em preservar os direitos e garantias da

  • 37

    A discriminao de gnero, tambm atinge a classe policial militar, quando as policiais so desencorajadas a desenvolver o servio operacional.

    Devemos promover e incentivar, cada vez mais, a integra-o da mulher nas profisses ligadas Segurana Pblica.

    D Leis e Decretos:

    Lei Maria da Penha (Lei n 11.340-07/08/2006);

    Conveno Relativa aos Direitos Polticos da Mulher (1952)(VIGOR 21/02/1956).

    Conveno relativa Eliminao de Todas as Formas de Discriminao Contra a Mulher (1979).

    Declarao sobre a proteo da mulher e da criana em estado de emergncia e de conflito armado(1974).

    Protocolo de emenda da Conveno para represso do trfico de mulheres e crianas (1921) e Conveno para represso do trfico de mulheres maiores (1933) 9D.L.8-01/02/1950).

    Artigo 249 do Cdigo de Processo Penal-CPP.

  • Reclamaes e denncias - Governo Federal:Ouvidoria da Sec. Esp. de Polticas para as Mulheres:[email protected] / (61) 3411 4246http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sepm/

  • 39

    III - Criana e Adolescente

    Voc estudar a legislao especfi ca e procedimentos no atendimento de ocorrncias com crianas e adoles-centes.

    Criana: Pessoa com at 12 anos de idade incompletos. Adolescente: Pessoa com idade entre 12 anos completos e 18 anos incompletos.

    Voc sabe com qual idade uma pessoa

    considerada criana e com quantos anos pas-sa a ser adolescente?

  • 40

    Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta des-crita como crime ou contraveno penal.

    A Conceitos:

    Criana ou adolescente comete crime?

    No. Praticando ato ilcito, crianas e adolescentes co-metem ato infracional.

    O Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n 8.069/1990) define o ato infracional:

    Art. 104. So penalmente inimputveis os menores de

    dezoito anos, sujeitos s medidas previstas nesta Lei.

    No art. 104, esta Lei dispe acerca da inimputabilidade penal dos menores de 18 (dezoito) anos, vejamos:

  • 41

    Quais medidas so aplicadas pela justia s crianas?

    criana se aplicam medidas de proteo:

    Encaminhamento aos pais e responsveis,

    Matrcula na escola,

    Incluso em programa comunitrio,

    Requisio de tratamento de sade,

    Abrigo em entidade,

    Colocao em famlia substituta.

    As medidas de proteo criana e ao adolescente so aplicveis sempre que os direitos reconhecidos no Estatuto da Criana e do Adolescente forem ameaados ou violados, por ao ou omisso da sociedade ou do Estado; por falta, omisso ou abuso dos pais ou respon-svel; em razo de sua conduta (Vide art. 98 do Estatuto da Criana e do Adolescente).

  • 42

    Quais medidas so aplicadas pela justia ao ado-lescente autor de ato infracional?

    Em conformidade com o art. 112 do ECA, aplicam-se as seguintes medidas scio-educativas:

    Advertncia,

    Obrigao de reparar o dano,

    Prestao de servio comunidade,

    Liberdade assistida,

    Insero em regime de semi-liberdade,

    Internao em estabelecimento educacional,

    E, as medidas de proteo previstas no art. 101, inci-sos I ao VI do Estatuto da Criana e do Adolescente.

  • 43

    B Procedimentos na abordagem criana e ao adolescente em fundada suspeita:

    Pessoas com idade inferior a 18 anos so inimpu-tveis, no esto sujeitas s mesmas penalidades impos-tas aos adultos, mas, s medidas protetivas ou scio-educativas.

    A quem informar quando um adolescente apreen-dido?

    A apreenso - privao da liberdade - do adolescente deve ser informada imediatamente:

    autoridade judiciria

    famlia do adolescente ou pessoa por ele indicada.

  • 44

    Informe os direitos do adolescente!

    O adolescente deve ser informado de seus direitos e do responsvel pela apreenso.

    Cidado, Eu sou o (Falar seu posto/graduao +

    nome), a servio da Fora Nacional de Segurana Pblica. (Quando no

    mobilizado, citar a PM).Voc est apreendido por

    (falar o ato infracional,ou existncia de mandato

    de busca e apreenso). Voc tem o direito de

    permanecer calado, tem o direito assistncia familiar e tem direito

    assistncia de advogado.

  • 45

    O adolescente pode ser algemado?

    O adolescente no deve ser algemado.

    Uso de algemas s pode ser feito em caso de justifi-cada necessidade.

    Quando algemar adolescente, o policial deve funda-mentar, no Boletim de Ocorrncia, os motivos da ao, com referncia aos princpios de razoabilidade e pro-porcionalidade.

    Na identificao civil:

    O adolescente civilmente identificado no pode ser obrigado identificao pelos rgos policiais, de proteo ou judiciais, salvo para confrontao se existir dvida fundada.

  • 46

    Conduo em Viatura Policial:

    Conduza a ocorrncia Delegacia Especializada da Criana e do Adolescente.

    Separe o menor apreendido dos presos adultos, ain-da que eles tenham praticado o delito juntos.

    Estatuto da Criana e do Adolescente Art. 178.O adolescente a quem se atribua autoria de ato in-

    fracional no poder ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veculo policial, em condies atentatrias sua dignidade, ou que impliquem risco sua integridade fsica ou mental, sob pena de responsabilidade.

    O adolescenteNO pode ser conduzido no compartimento fechado da

    viatura policial.

  • 47

    C Conduta no atendimento de crianas e adolescentes vtimas de violncia:

    Demonstre interesse na ocorrncia. Pergunte s pes-soas envolvidas o que ocorreu.

    Avalie o risco da vtima no ambiente, com objetivo de proteger a criana ou o adolescente de novas agresses.

    Entreviste as pessoas, com intuito de saber:

    Quem o agressor

    Qual seu parentesco ou relacionamento

    Se houve agresses anteriores

    Se o agressor ingeriu drogas ou bebidas alcolicas

    Se o agressor ofereceu drogas ou bebidas alcolicas vtima

    Se foi utilizada arma de fogo ou arma branca

    Se o agressor j ameaou a vtima de morte.

  • 48

    D - Inimputabilidade no impunidade:

    O que a Doutrina da Proteo Integral?

    O art. 4 da Lei n 8.069, de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente) roga que:

    A Doutrina da Proteo Integral, baseada no art 227 da Constituio Federal de 1988 (CF/88), postula que crian-as e adolescentes so sujeitos de proteo e de reco-nhecidos direitos.

    O que a inimputabilidade garante?

    A Constituio Federal de 1988 (CF/88) positivou uma srie de direitos fundamentais da pessoa em desenvol-vimento e, dentre esses, h previso de um tratamento especial aos menores infratores. Uma dessas garantias a previso da inimputabilidade, disposta no art. 228 da

    dever da famlia, da comunidade, da sociedade em geral e do poder pblico assegurar, com absoluta prioridade, a efetivao dos direitos referentes vida, sade, alimentao, educao, ao esporte, ao lazer, liberdade e convivncia familiar e comunitria.

  • 49

    CF/88, sendo estabelecido o incio da maioridade penal aos 18 anos completos. Portanto, consideram-se inimpu-tveis penalmente os menores de 18 anos.

    proibido pela CF/88 que os menores de idade sejam enquadrados na legislao penal comum, devendo ser submetidos legislao especial. A inimputabilidade pe-nal garante, assim, que os menores tenham tratamento diferenciado pela lei.

    Discernimento mental incompleto:

    O principal motivo que leva os menores de idade a serem considerados inimputveis penalmente refere-se incapacidade destes em julgar sua conduta de acordo com a lei e agir em conformidade com tal julgamento. Isso no quer dizer que ficam impunes. Eles s no res-pondem penalmente. Mas, suas atitudes so julgadas de acordo com sua idade, ou seja, de acordo com o grau de discernimento alcanado.

    O Estatuto da Criana e do Adolescente prev que, ao autor de ato infracional, sejam impostas medidas scio-educativas, de carter pedaggico, condizentes com sua

  • 50

    condio de pessoa em desenvolvimento. Assim, espera-se a correo da conduta e aprimoramento da faculdade de julgamento tico/moral do menor. O Estatuto, por-tanto, no um instrumento de impunidade, mas, de proteo.

    E Leis e Decretos:

    Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n 8.069-13/07/1990);

    Conveno da Relativa aos Direitos da Criana (1989).

    Declarao dos Direitos da Criana (1959) - D.L. 50.517 - 02/05/1961.

    Princpios das Naes Unidas para a Preveno da Delinqncia Juvenil (1990).

    Protocolo Facultativo Conveno Relativa aos Di-reitos da Criana Referente Participao das Crian-as nos Conflitos Armados (2000).

    Protocolo Facultativo Conveno Relativa aos Di-reitos da Criana Referente ao Trfico de Crianas,

  • 51

    dever da famlia, da comunidade, da sociedade em ge-ral e do poder pblico assegurar os direitos das crianas e adolescentes.

    Prostituio Infantil e Utilizao de Crianas na Por-nografia (2000) - Vigor 27/02/2004.

    Declarao sobre a proteo da mulher e da criana em estado de emergncia e de conflito armado(1974).

    Sumula 11 Publicao: DJe n 157/2008, p. 1, em 22/8/2008 DOU de 22/8/2008, p. 1)

    Declarao sobre a proteo da mulher e da crian-a em estado de emergncia e de conflito arma-do(1974).

  • Procure, no site abaixo, o Conselho Tutelar mais prximo de sua rea de atuao e anote o endereo aqui:

    _____________________________________________________________

    _____________________________________________________________

    Endereo dos Conselhos Tutelares do Brasil:http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/spdca/linksspdca/

    Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente - CONANDA - Esplanada dos Ministrios - Ministrio da Justia - Anexo II - 4 anda - sala 421 - Braslia - DF - CEP. 70.064-900 - [email protected]

  • 53

    IV - Preconceito de Raa ou Cor

    Verifi caremos, neste captulo alguns cuidados a serem tomados para evitar e reprimir o racismo.

    Racismo crena de que algumas pessoas, por suas caractersticas fsicas heredi-trias ou por sua cultura, so superiores a outras.

    Preconceito um juzo preconcebido, manifestado geralmente na forma de ati-tude discriminatria perante pessoas, lugares ou tradies consideradas diferentes ou estranhas.

    Voc sabe dizer o que so racismo e precon-

    ceito?

  • 54

    A Aspectos Legais:

    A Constituio Federal/88, no artigo 3 - inciso IV, ga-rante a promoo do bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao. J no artigo 5- inciso XLII, nossa Constitui-o institui que a prtica do racismo crime inafi anvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso.

    Policial, seja o primeiro a respeitar a lei.

  • 55

    B Procedimentos na Abordagem Policial:

    Sendo policial, voc pode abordar as pessoas e revis-t-las. Em sua atuao, saiba que:

    Racismo crime.

    Todos os grupos sociais tm suas particularidades. Tente conhec-las e respeit-las.

    Negros, brancos, ndios e asiticos todas as pessoas so iguais em direitos e deveres, todavia, com dife-rentes culturas que devem ser respeitadas.

    Voc deve usar expresses do tipo: cidado, cidad, senhor, senhora.

    No use termos pejorativos, discriminatrios ou irnicos.

  • 56

    C Procedimentos no Atendimento de Ocor-rncia de Racismo:

    Voc detm o poder e a obrigao de:

    Fazer cessar a ao criminosa, caso esteja ainda ocorrendo.

    Prender em flagrante o autor do crime de racismo.

    Conduzir preso, vtima e, quando possvel, mais duas testemunhas para a Delegacia. recomendado condu-zir preso e vtima separadamente.

    Lavrar o Registro de Ocorrncia.

  • 57

    D Combate ao Preconceito nas Instituies de Segurana Pblica:

    As Instituies de Segurana Pblica polcias mi-litares, polcias civis, etc. - como organizaes pblicas, devem ser representativas da comunidade no seu conjunto, responder s suas necessidades e ser respon-sveis perante ela.

    Para serem representativas, tais instituies precisam garantir o acesso dos profissionais a todos os postos, eliminando o preconceito que restringe a ascenso das minorias tnicas aos nveis estratgicos, gerenciais e de formulao de polticas.

    A discriminao nos procedimentos de recrutamen-to, seleo ou promoo deve ser identificada e provi-dncias devem ser tomadas.

  • 58

    E Leis e Decretos:

    Lei 7.716/89: defi ne os crimes resultantes de precon-ceito de raa ou de cor.

    Lei 9.459/97: altera a Lei de Crime de Racismo.

    Dec. 4.886/03: cria a Poltica Nacional de Promoo da Igualdade Racial (PNPIR).

    Dec. 65.810/1969: promulga a Conveno Internacio-nal sobre a Eliminao de Todas as Formas de Discrimi-nao Racial.

    Oriente as pessoas que racismo crime.

  • Reclamaes e denncias - Governo Federal:Ouvidoria da Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial (SEPPIR):(61) 3411-3695 / [email protected]

  • 60

    V - Pessoa com De cincia

    Trataremos, agora, da abordagem policial pessoa com defi cincia.

    Segundo o Censo Demogrfi co 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatstica (IBGE), 24 mi-lhes de brasileiros apresentam algum tipo de defi cincia.

    Podemos relacionar os tipos de de cincia em:

    MotoraAuditiva e/ou de falaVisualMental

  • 61

    A Contextualizao:

    A pessoa com defi cincia pode ser abordada?

    A polcia deve estar preparada para executar um ser-vio de excelncia sociedade e isso inclui preparar-se para atuar em quaisquer situaes, estando envolvidas ou no pessoas com defi cincia. Desse modo, voc estu-dar os procedimentos para abordar:

    Cadeirantes - pessoas que uti-lizam cadeiras de rodas

    Defi cientes auditivos - pessoas surdas.

  • 62

    B Procedimentos na abordagem policial ao CADEIRANTE:

    A abordagem ao cadeirante deve ser realizada por, pelo menos, trs policiais.

    Identifi que-se como policial:

    Policial 1: Parado! Polcia!

    O Policial 1 mantm a arma no coldre e fi ca em condi-es de sac-la.

    Enquanto o Policial 1 verbaliza, Policial 2 e Policial 3 posicionam-se ao lado do abordado.

  • 63

    Assuma o controle da situao, emita ordens curtas e claras, evitando assim, difi culdade na compreenso por parte do abordado:

    Policial 1:Mos para cima!

    Policial 1: Cruze os dedos

    atrs da cabea!

  • 64

    O Policial 1, que verbaliza, deve determinar que o abordado trave a cadeira lentamente com uma das mos.

    Feito isso, o Policial 2 posiciona-se ao lado do aborda-do, segura as mos do abordado e faz a revista inicial na rea da cintura.

  • 65

    O Policial 1 pergunta ao abordado se ele consegue se erguer da cadeira com os braos, retirando o corpo do assento.

    Caso isso seja possvel, o Policial 3 posiciona-se ao lado do abordado, e faz a revista no assento da cadeira.

  • 66

    Caso o abordado no consiga se erguer da cadeira, o Policial 1 deve orient-lo a cruzar os braos em frente ao peito.

    O Policial 1 avisa ao abordado que o Policial o erguer da cadeira para realizar a revista.

  • 67

    O Policial 2 dever posicionar-se atrs da cadeira, co-locar um dos ps na roda para trav-la, colocar as mos nos pulsos do abordado, por baixo das axilas, e erguer o abordado da cadeira.

  • 68

    O Policial 3 faz a revista no assento da cadeira.

  • 69

    O Policial 3 deve realizar a vistoria nas outras partes da cadeira de rodas como compartimentos, almofadas, tubos e outros, a fi m de verifi car a presena de objetos de interesse policial.

    Desse momento em diante, desenvolvem-se os pro-cedimentos de identifi cao e liberao, conforme o caso.

  • 70

    C Procedimentos na abordagem policial ao DEFICIENTE AUDITIVO:

    As pessoas com deficincia auditiva esto propensas a um equvoco que pode ocorrer durante a fase de ver-balizao da abordagem.

    Se o abordado surdo estiver de costas e no visuali-zar o policial, ele no toma conhecimento da ordem de parar. Assim, o abordado poder continuar caminhan-do em frente, dando a falsa impresso de que no esta acatando determinao legal de autoridade policial.

    Essa situao pode induzir o policial a um erro de in-terpretao da conduta do abordado e, lev-lo ao uso inadequado de fora.

    Assim, necessrio que voc, policial, perceba que tem ferramentas para se comunicar com a pessoa surda.

  • 71

    Esto relacionados abaixo, os comandos da aborda-gem na Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

    Com estes sinais, voc poder se comunicar com a pessoa surda que tambm utilize a Lngua Brasileira de Sinais.

    Certifi que-se de que o abordado veja voc.

    A abordagem pessoa surda segue os mesmos procedi-mentos operacionais

    de rotina, mas necessrio estabe-lecer outro elo de

    comunicao entre as partes.

  • 72

    Parado

    Polcia

    Parado

    Polcia

  • 73

    Voc surdo?

    Levante as mos!

  • 74

    Mos na cabea!

    Levante a camisa! (O policial deve segurar sua gandola e

    apontar para levantar).

  • 75

    Gire!

    Antes que o abordado vire de costas para os procedi-mentos de busca pessoal, mas j com as mos na cabea, segure suas mos enquanto ele ainda estiver de lado e vire-o de costas, assim estar evitando que ele se assus-te quando iniciar a busca.

  • 76

    Mostre-me seu documento de identidade!

    Aps identifi cao e no havendo motivo para con-duo Delegacia de Polcia, libere o abordado.

  • 77

    Voc est liberado!

    Bom dia!

  • 78

    Dicas importantes:

    No adianta gritar com o deficiente auditivo. Articule bem as palavras para favorecer a leitura labial.

    Quando lhe for solicitado prestar auxlio a uma pessoa surda, tente tambm comunicar-se com ela pela escrita.

    - Ao conduzir uma pessoa surda vtima de crime Dele-gacia de Polcia para registrar ocorrncia, explique a ela o que est acontecendo. Certifique-se de que ela entendeu que no est sendo presa.

    Ao perceber agitao na pessoa abordada, faa gestos para ela se acalmar.

  • Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Defi cincia: Tel.: 61 2025-3673 / 2025-9219 / 2025-9488 / 2025-9159Site: http://portal.mj.gov.br/conade/ E-mail: [email protected] Nacional para Integrao da Pessoa Portadorade Defi cincia: Tel.: (61) 2025-3683/2025-3684 / E-mail: [email protected]

  • 80

    VI - Lsbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

    Voc estudar, neste captulo, conceitos e procedi-mentos relacionados atuao policial com o grupo LGBT.

    LGBT contrao dos termos: Lsbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. utilizado para identifi car todas as orientaes sexuais minoritrias e manifestaes de identida-des de gnero divergentes do sexo designado no nascimento.

    O que signi caa sigla LGBT?

  • 81

    A Conceitos:

    Identidade de Gnero: refere-se a sentimentos, posturas subjetivas, representaes e imagens relativas a papis e funes sociais. Baseada nos eixos masculi-no e feminino, a noo de gnero expressa a recusa do determinismo biolgico na construo da identidade. Isto significa que:

    Uma pessoa pode identificar-se com um gnero diverso de seu sexo biolgico.

    Orientao Sexual refere-se direo do desejo afetivo e sexual.

    O termo orientao sexual substitui a noo de opo sexual, compreendendo que o objeto do desejo sexual no uma escolha consciente, mas fruto do processo complexo de constituio do indivduo.

  • 82

    A orientao sexual pode ser heterossexual, homos-sexual ou bissexual.

    Heterossexual: quando o desejo afetivo e sexual tem como direcionamento nico ou principal pessoas do gnero oposto.

    Homossexual: quando o desejo afetivo e sexual di-reciona-se a pessoas do mesmo gnero.

    Bissexual: quando o desejo afetivo e sexual est di-recionado a pessoas de ambos os gneros.

    Tendo em vista a diversidade da sexualidade humana, no se pode dizer que exista al-

    guma mais natural ou normal do que outra, pior, melhor,

    superior ou inferior.

  • 83

    B Identidade Sexual:

    Lsbica: mulher que mantm relao sexual e afetiva com outra mulher.

    Gay: homem que mantm relao sexual e afetiva com outro homem. Nem todo homem que faz sexo com outros homens se reconhece como gay, mas tem experi-ncia homossexual.

    Bissexual: homem e mulher que tm relao sexual ou afetiva com pessoas de ambos os gneros.

    A Travesti: pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gnero oposta ao seu sexo biolgico, assumindo papis de gnero dife-rente daquele imposto pela sociedade.

  • 84

    Mulher Transexual: pessoa que teve o sexo assignado como masculino ao nascer, mas que vive como e busca reconhecimento social no gnero feminino. Busca modi-ficaes corporais do sexo para sustentar socialmente a vivncia no gnero a que sente pertencer.

    Homem Transexual: pessoa que teve o sexo assigna-do como feminino ao nascer, mas que vive como e busca reconhecimento social no gnero masculino. Busca mo-dificaes corporais do sexo para sustentar socialmente a vivncia no gnero a que sente pertencer.

  • 85

    C O que Homofobia?

    O conceito de homofobia est ligado violncia. No se discute aqui se a pessoa gosta ou no gosta da ho-mossexualidade ou bissexualidade.

    Ser homofbico repudiar, odiar, discriminar, temer, ter averso a lsbicas, gays, bissexuais, travestis e transe-xuais.

    A homofobia significa a intolerncia em relao diversi-dade sexual e de gnero.

    Alm da violncia fsica, o preconceito e a discrimina-o contra a populao LGBT restringem os direitos de cidadania, o direito livre expresso afetivo-sexual e de identidade de gnero.

    Existem tambm os termos LGBT fobia, Lesbofobia, Gayfobia, Bifobia e Transfobia para designar a fobia a cada segmento especificamente.

  • 86

    D Aspectos Legais:

    No Brasil:

    A sociedade brasileira est formando, ainda, leis que protejam os direitos especficos da populao LGBT tais como: direitos unio estvel, adoo, herana, re-gistro civil, dentre outros.

    Contudo, mesmo que no haja legislao especfica, importante ter em mente que nossa Constituio Federal ampara os direitos fundamentais de todas as pessoas.

    Constituio Federal, Art 3: Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federa-

    tiva do BrasilIV - promover o bem de todos, sem preconceitos de ori-

    gem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de dis-criminao.

  • 87

    A manifestao de afeto, em pblico, entre pessoas he-terossexuais ou homossexuais no constitui crime, desde que no seja um ato obsceno de cunho sexual. O policial deve orientar a populao sobre o direito expresso p-blica de afeto.

    Manifestaes de afeto entre LGBT:

    Voc, policial, pode ser solicitado a atuar na adminis-trao de conflitos relativos s expresses pblicas de afetos entre pessoas do mesmo sexo.

    Algumas expresses de afeto entre homossexuais - tais como: andar de mos dadas, abraar-se e beijar--se em pblico podem gerar conflitos no espao pbli-co ou podem vir a ser objeto de queixa polcia.

    Lembre-se de que no h lei que criminalize as rela-es homoafetivas. ilegal tentar criminalizar os atos e expresses pblicas de cunho no-sexual entre pessoas do mesmo sexo. O critrio um s, sendo relaes hete-ro ou homoafetivas:

  • 88

    E Procedimentos na Abordagem Policial:

    Dividiremos as orientaes tcnicas segundo casos es-pecficos que se seguem:

    Travestis e Mulheres Transexuais:

    Seguindo os procedimentos de segurana e consi-derando as especificidades da abordagem a travestis e mulheres transexuais, considere os seguintes aspectos:

    De incio, como se dirigir pessoa?

    O policial deve respeitar a identificao social femi-nina caracterizada pela vestimenta e acessrios femini-nos de uso da pessoa abordada.

    Deve utilizar termos femininos ao se referir traves-ti e mulheres transexuais tais como: senhora, ela, dela.

  • 89

    Como nomear a pessoa abordada?

    Estabilizada a situao, o policial deve perguntar a forma como a pessoa abordada gostaria de ser chama-da: nome social.

    A pessoa pode escolher um nome feminino, mascu-lino ou neutro. O policial tem o dever de respeitar a es-colha, no sendo permitido fazer comentrios ofensivos sobre o nome informado.

  • 90

    Quem faz a busca pessoal na mulher transexual e na travesti?

    Prioritariamente, o efetivo feminino deve realizar a busca pessoal na mulher transexual e na travesti. Tal orientao objetiva respeitar sua dignidade, reconhe-cendo seu direito de identificar-se como do gnero fe-minino.

    Como em toda ao policial, devem ser considerados os procedimentos de segurana. Avalie o grau de risco que a pessoa abordada oferece, considere as diferenas de porte fsico entre a policial feminina e a pessoa abor-dada.

    O efetivo em segurana deve ter condies de pronta-resposta, em caso de reao.

    Caso ameace a segurana, a policial feminina pode no realizar a busca pessoal na travesti e na mulher tran-sexual.

  • 91

    O nome no documento de identidade:

    Na identificao documental, deve-se evitar repe-tir em voz alta o nome de registro da pessoa abordada (da cdula de identidade), caso seja diferente do nome social informado.

    preciso ser discreto ao solicitar esclarecimentos, para no constranger a pessoa. Deve-se continuar a cham-la pelo nome feminino informado.

    Os documentos oficiais, como registro de ocorrn-cia, documentao administrativa policial, dentre outros, devero conter o nome social informado, devendo ser registrado tambm o nome de registro (da cdula de identidade).

  • 92

    Proteja a travesti e a mulher transexual capturada ou detida:

    A travesti ou a mulher transexual capturada ou detida dever ser mantida em separado dos homens, visando proteg-la de constrangimentos e/ou violncia homofbica

    Ampare a travesti e a mulher transexual vtimas de violncia!

    A travesti ou a mulher transexual vtima de violncia deve ser amparada e conduzida Delegacia.

    Voc deve mostrar interesse na ocorrncia e incenti-v-la a fazer o registro do fato por ser a melhor forma de garantir seus direitos.

  • 93

    Homem transexual

    Seguindo os procedimentos de segurana e consi-derando as especificidades da abordagem aos homens transexuais, considere o seguinte:

    De incio, como se dirigir pessoa?

    Os homens transexuais utilizam vestimenta e acess-rios masculinos.

    Quando o policial observar uma pessoa com imagem masculina, caracterizada pela vestimenta e acessrios masculinos, deve respeitar a identificao social mas-culina e dirigir-se pessoa com base nessa interpreta-o.

    Deve utilizar termos masculinos ao se referir a essa pessoa tais como: senhor, ele, dele.

  • 94

    Como nomear a pessoa abordada?

    Estabilizada a situao, o policial militar deve per-guntar a forma como a pessoa abordada gostaria de ser chamada: nome social. A pessoa pode escolher nome feminino, masculino ou neutro. O policial tem o dever de respeitar a escolha da pessoa, no sendo permitido fazer comentrios irnicos sobre o nome in-formado.

    Prioritariamente, o efetivo feminino deve realizar a busca pessoal no homem transexual. Isso se deve ao fato de que, mesmo com a inteno em proceder con-forme a identidade de gnero a ser expressa pela pessoa abordada, existe legislao especfica que regula a bus-ca pessoal em mulheres.

    Assim, para obedecer ao exposto no Art. 249 do C-digo de Processo Penal, a busca pessoal em mulheres deve ser feita por outra mulher, se no importar retar-damento ou prejuzo da diligncia.

  • 95

    O nome no documento de identidade:

    Na identificao documental, deve-se evitar repe-tir em voz alta o nome de registro da pessoa abordada (da cdula de identidade), caso seja diferente do nome social informado.

    preciso ter discrio ao solicitar esclarecimentos, para no constranger a pessoa, confrontando-a com uma identificao no informada por ela. Deve-se con-tinuar a cham-la pelo nome masculino informado.

    Os documentos oficiais, como registro de ocorrn-cia, documentao administrativa policial, dentre outros, devero conter o nome social informado, devendo ser registrado tambm o nome de registro (da cdula de identidade).

  • 96

    Proteja o homem transexual capturado ou detido:

    O homem transexual capturado ou detido dever ser conduzido em separado dos homens biolgicos, pois h legislao especfica relativa ao crcere de mu-lheres.

    Assim, em analogia ao disposto no Art. 766 do Cdigo de Processo Penal, o homem transexual deve ser man-tido em separado, para prevenir violncia homofbica.

    Art. 766 do Cdigo de Processo Penal:A internao das mulheres ser feita em estabelecimento

    prprio ou em seo especial.

  • 97

    Em qualquer situao, seja discreto na revista de per-tences!

    Deve ser respeitada a intimi-dade da pessoa abordada,

    evitando a exposio de pertences de foro ntimo.

  • Programa Brasil sem Homofobia:(61) 2025-3081 / 2025-3986 / [email protected] http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/brasilsem/

  • 99

    VII - Pessoa Idosa

    Voc estudar os direitos da pessoa idosa, assim como procedimentos de abordagem e atendimento de ocor-rncias com pessoas idosas.

    Pessoa idosa aquela que tem 60 anos ou mais.

    Com quantos anos uma pessoa considerada

    idosa?

  • 100

    A Contextualizao:

    A sociedade brasileira passa por um acelerado pro-cesso de envelhecimento. Os dados estatsticos po-pulacionais indicam o crescimento da populao de idosos na ltima dcada e a expanso da esperana de vida ao nascer.

    A populao de idosos aumentou duas vezes e meia, no perodo de 1991 a 2000.

    A esperana de vida ao nascer de 72 anos.

    De acordo com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Es-tatstica IBGE (2008):

    De cada dez pessoas residentes no pas, uma delas idosa.

  • 101

    B Direitos e medidas de proteo ao idoso:

    A pessoa idosa tem direito ao envelhecimento, por-tanto o Estado tem o dever de proteger sua vida, sua dignidade, sua sade e sua integridade fsica, psquica e moral.

    Estatuto do IdosoArt. 4 Nenhum idoso ser objeto de qualquer tipo de ne-

    gligncia, discriminao, violncia, crueldade ou opresso, e todo atentado aos seus direitos, por ao ou omisso, ser punido na forma da lei.

    1 dever de todos prevenir a ameaa ou violao aos direitos do idoso.

  • 102

    Tipos de violncia contra a pessoa idosa:

    Fsica: uso da fora fsica para compelir o idoso a fa-zer algo, para feri-lo, provocar-lhe dor, incapacidade ou morte.

    Psicolgica: infringir pena, dor ou angstia mental com expresses verbais e no-verbais e que possam en-volver medo da violncia, abandono, isolamento ou que provoquem vergonha, indignidade e impotncia.

    Negligncia: recusa ou omisso de cuidados de-vidos e necessrios ao idoso, por parte do responsvel (familiar ou no) ou instituio. Obs.: preciso ter aten-o tambm aos sinais de autonegligncia, tais como o idoso no querer ir ao mdico, no tomar remdios, no se alimentar, descuidar da higiene. A autonegligncia pode levar ao suicdio.

  • 103

    Tipos de violncia contra a pessoa idosa (Continu-ao):

    Financeira e Econmica: explorao imprpria ou ilegal e/ou uso sem consentimento de recursos materiais e/ou financeiros do idoso.

    Abandono: ausncia ou desero do responsvel governamental, institucional ou familiar, ou qualquer um que tenha por obrigao a responsabilidade de prestar socorro a uma pessoa idosa que necessite de proteo.

    Onde denunciar?

    Voc pode denunciar a violncia contra a pessoa ido-sa nos Conselhos de Direitos do Idoso, no Ministrio P-blico, nas Delegacias de Polcia e na Defensoria Pblica.

  • 104

    Medidas de Proteo:

    No caso de violao dos direitos da pessoa idosa, o Ministrio Pblico pode aplicar medidas de proteo. So elas:

    Encaminhamento famlia ou curador

    Orientao

    Apoio e acompanhamento temporrios

    Requisio para tratamento de sade para o idoso ou familiar

    Incluso em programa de auxlio

    Abrigo em entidade ou temporrio

    Todo cidado tem o dever de comunicar

    violao dos direitos do idoso que tenha

    testemunhado ou de que tenha conhecimento.

  • 105

    C Procedimentos na abordagem ao idoso em fundada suspeita:

    Considerando os procedimentos gerais de aborda-gem, atente para os seguintes aspectos:

    Como chamar a pessoa idosa?

    Utilize termos como senhor/senhora ou pergunte o nome. No utilize termos que possam ser considerados pejorativos - como tio, velho, coroa, vov.

    Faa com que o idoso entenda o que voc diz.

    O idoso no possui a mesma capacidade de audio e viso dos jovens, portanto verbalize pausada e articu-ladamente.

  • 106

    Cuide da integridade fsica do idoso abordado.

    Lembre-se das limitaes fsicas da pessoa idosa. Sempre que houver condio de segurana, evite colo-c-lo em uma posio desconfortvel durante a busca pessoal: de joelho ou deitado.

    Quando for necessrio algemar a pessoa idosa, faa com as mos para frente, se no trouxer prejuzo se-gurana.

    No conduza o idoso no compartimento fechado de segurana das viaturas. Leve-o no banco de trs, no meio de dois patrulheiros - salvo no caso de imperiosa necessidade de segurana para a guarnio.

  • 107

    D Leis e Decretos:

    Estatuto do Idoso (Lei n 10.741-01/10/2003)

    Lei Orgnica da Assistncia Social (Lei n 8.742 - 07/12/1993).

    Lei de Seguridade Social (Lei n8.212 - 24/06/1991).

    Poltica Nacional do Idoso (Lei n 8.842 - 04/01/1994).

    Informe e conscientize a sociedade sobre a violncia

    contra a pessoa idosa.

  • Reclamaes e denncias - Governo Federal:Ouvidoria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos:[email protected] http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/Id_idoso/

    Procure, no site abaixo, o Conselho Municipal do Idoso mais perto de sua rea de atuao e anote o endereo aqui:

    _____________________________________________________________

    _____________________________________________________________

    Endereos dos Conselhos Municipais dos Direitos do Idoso:http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/conselho/idoso/conselhos_municipais/

  • 109

    VIII - Pessoa em Situao de Rua

    Voc aprender como abordar e administrar confl itos no espao pblico com pessoas em situao de rua.

    Os cidados em situao de rua formam um grupo po-pulacional heterogneo constitudo por pessoas que pos-suem em comum a garantia da sobrevivncia por meio de atividades produtivas desenvolvidas nas ruas, os vnculos familiares interrompidos ou fragilizados e a no referncia de moradia regular.

    Voc sabe quem so as pes-soas em situao de rua?

  • 110

    A Conceitos:

    A populao em situao de rua constitui um grupo caracterizado pela diversidade. So quatro os grupos de fatores que podem levar um individuo ou mesmo uma famlia a se encontrar numa situao de rua:

    Violncia: casos, em grande parte, relativos violn-cia domstica, em suas vrias formas - psicolgica, fsica, preconceitos.

    Drogas: casos de dependentes qumicos ou depen-dentes de lcool que culminam na desagregao familiar.

    Desemprego: casos de incapacidade de gerar renda suficiente para garantir moradia.

    Problemas de Sade: casos de sofrimento mental ou doenas socialmente discriminadas (deficincias fsi-cas, AIDS e a hansenase).

  • 111

    A Organizao das Naes Unidas define dois concei-tos relativos pessoa em situao de rua: o desabrigado e o sem-teto.

    O desabrigado um indivduo que vive nas ruas por lhe faltar residncia, devido a tragdias naturais, guerras, desemprego em massa, falta de renda, dentre outros.

    O sem-teto seria a pessoa - ou famlia - sem abrigo que sobrevm vida nas ruas. Eles carregam suas posses consigo, pernoitando nas ruas, nas entradas ou cais, ou em qualquer outro local, a partir de uma trajetria mais ou menos aleatria.

    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) destaca as seguintes caractersticas: pernoitar em lo-cais pblicos, em galpes, lotes vagos, prdios aban-donados e albergues pblicos e assistenciais.

  • 112

    B Aspectos Legais:

    Ao administrar confl itos envolvendo cidados em situ-ao de rua, saiba que:

    Morar na rua no crime!

    Habitar uma rua, uma praa ou demais espaos pblicos no constitui, por si s, um delito ou infrao penal.

    A mendicncia deixou de ser tipi cada como

    contraveno penal a par-tir da Lei n 11.983, de 16

    de julho de 2009.

  • 113

    Assegure o direito de ir e vir:

    A Constituio Federal/88 assegura que livre a lo-comoo no territrio nacional em tempo de paz, po-dendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

    Nos casos de situaes conflitantes, cabe ressaltar que o cidado em situao de rua tem o direito de per-manecer em local pblico, desde que no esteja infrin-gindo a lei.

    Se o cidado estiver em local privado e lhe for so-licitado que saia, o policial deve garantir o direito do proprietrio.

  • 114

    C Procedimentos na abordagem ao cidado em situao de rua:

    Aborde com segurana:

    Fique atento segurana da equipe, calcule a quan-tidade de abordados para uma atuao segura.

    Na vistoria do local, primeiramente, afaste o abor-dado dos materiais ali existentes (papeles, colches, cobertores e etc).

    Preserve sua sade!

    Na busca pessoal, aconselha-se o uso de luvas des-cartveis para o contato com o abordado, visando pre-servar a sade do policial.

  • 115

    Seja cauteloso com os pertences do abordado:

    Quando fizer a verificao nos pertences, seja cuida-doso, lembre-se que estes objetos tm grande impor-tncia para aquela pessoa.

    Oriente o abordado sobre abrigos:

    Informe ao cidado sobre a existncia de abrigos ou albergues que podem acolh-lo de forma segura.

    Esclarea que ele no obrigado a aceitar o convite, mas que as instituies esto abertas para acolh-lo.

  • 116

    D Leis e Decretos:

    - Lei n 11.983, de 16 de julho de 2009 - Revoga o art. 60 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941 - Lei de Contravenes Penais.

    O cidado em situao de rua sujeito de direitos e

    deveres, assim como qual-quer outro brasileiro, de

    acordo com a Constituio Federal /1988.

  • Ministrio do Desenvolvimento Social: Tel: 0800 707 2003 / www.mds.gov.br

  • 118

    IX - Vtimas da Criminalidade e Abuso do Poder

    Qual proteo dada pessoa ameaada?

    Policial, quando voc for procurado por vti-mas ou testemunhas ameaadas que pe-dem sua orientao,

    ou at mesmo quando voc estiver sendo

    ameaado, saiba que existe uma lei que

    protege pessoas sob ameaa.

  • 119

    A Aspectos Legais:

    A Lei n 9.807 regulamentada pelo Dec. 3.518 estabe-lece normas para organizao e manuteno de progra-mas especiais de proteo a vtimas e testemunhas ameaadas.

    Quem TEM direito proteo pelo Programa?

    A vtima ou a testemunha de crimes que estejam coagidas ou expostas grave ameaa.

    A proteo poder ser dirigida ou estendida ao cnjuge, companheiro, familiares e dependentes que convivam com a vtima ou testemunha.

    Quem NO tem direito proteo pelo Programa?

    As pessoas que se comportem de forma incompa-tvel com as restries exigidas pelo programa, os con-denados cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob priso cautelar.

  • 120

    Como ingressar no Programa?

    O pedido de ingresso pode ser encaminhado:

    pelo interessado

    pelo representante do Ministrio Pblico

    pelo delegado de Polcia Civil

    pelo juiz competente que instrui o processo

    por rgos pblicos e entidades com atribuies de defesa dos direitos humanos.

    Quais so os critrios para ingresso?

    Para ingresso no Programa a pessoa deve ser colabo-radora de uma investigao ou processo criminal.

    Quanto tempo dura a proteo?

    A proteo tem a durao mxima de dois anos e em circunstncias excepcionais, perdurando os motivos que autorizam a admisso, a permanncia poder ser pror-rogada.

  • 121

    B Procedimentos no Atendimento de Pesso-as Ameaadas:

    Ao tomar conhecimento ou ser procurado por vtima ou testemunha ameaada, o policial dever, de imedia-to, encaminh-la:

    aos rgos Policiais,

    ao Ministrio Pblico, ou

    a rgos de Proteo de Direitos Humanos.

    preciso ouvir a vtima ou a testemunha de forma imediata e atenciosa.

  • 122

    C Leis e Decretos:

    Lei de Proteo Vtima e Testemunha - Lei N 9.807 - 13/07/1999.

    Decreto 3.518 - Regulamenta o Programa Federal de Assistncia a Vtimas e a Testemunhas Ameaadas.

    Declarao dos Princpios Bsicos de Justia Rela-tivos s Vtimas da Criminalidade e de Abuso do Poder (1990).

    As vtimas devem ser tratadas com compai-xo e respeito pela sua

    dignidade.

  • - Secretaria Especial dos Direitos Humanos / Presidncia da Repblica: http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/protecao/

  • 124

    BIBLIOGRAFIA:

    ABGLBT. Manual de Comunicao LGBT, 2010.

    BITTAR, Eduardo C. & ALMEIDA, Guilherme Assis de. Mini-Cdigo de direitos humanos So Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2008.

    BRASIL. Presidncia da Repblica. Subsecretaria de Di-reitos Humanos. Plano de Ao para o Enfrentamento da Violncia Contra a Pessoa Idosa Braslia: Subsecre-taria de Direitos Humanos. 2005

    COMIT NACIONAL DE EDUCAO EM DIREITOS HU-MANOS. Plano Nacional de Educao em Direitos Humanos Braslia: Secretaria Especial dos Direitos Hu-manos, Ministrio da Educao, Ministrio da Justia, UNESCO, 2007. FUNDAO PERSEU ABRAMO & FUNDA-O ROSA LUXEMBURGO STIFTUNG Diversidade Sexu-al e Homofobia no Brasil: Intolerncia e respeito s diferenas sexuais, 2009, disponvel na World Wide Web em 20 de agosto de 2009, no sitehttp://www2.fpa.org.br/portal/modules/news/index.php?storytopic=1768

    GUIMARES, Antonio Srgio Alfredo. O insulto racial:

  • 125

    as ofensas verbais registradas em queixas de discri-minao Estudos Afro-asiticos, n 38, Rio de Janeiro: 2000, disponvel na World Wide Web em 20 de agosto de 2009, no site http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101546X2000000200002&script=sci_arttext&tlng=pt

    IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTA-TSTICA Sntese de Indicadores Sociais: Uma Anlise das Condies de Vida da Populao Brasileira, 2008, disponvel na World Wide Web em 15 de julho de 2009, no sitehttp://www.ibge.gov.br/home/estatistica/popu-lacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sintesein-dicsociais2008/default.shtm

    MARTINEZ, Juan Sonoqui. Trfico de Seres Humanos in: CARUSO, Hayde & MUNIZ, Jacqueline & BLANCO,

    Antnio Carlos Carballo (orgs.) Polcia, Estado e Socie-dade: Prticas e Saberes Latino-Americanos, 2007, disponvel na World Wide Web em 19 de agosto de 2009, no sitehttp://www.comunidadesegura.org/files/policia-estadoesociedadepraticasesabereslatinoamericanos.pdf

    SEDH Secretaria Especial dos Direitos Humanos Pla-

  • 126

    no Nacional de Promoo da Cidadania e Direitos Hu-manos de LGBT, disponvel na World Wide Web em 15 de julho de 2009, no site http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/brasilsem/plano_lgbt/

    SENASP, Atuao Policial Frente aos Grupos Vulne-rveis, Rede EAD/SENASP, 2009.

    TANTAKA, Maura Rocha Teixeira & ARAJO, Viviane Martins & ASSENCIO-FERREIRA, Vicente Jos Dficits de audio em idosos dificultariam a comunicao? In: Rev CEFAC 2002;4:203-205, disponvel na World Wide Web em 01 de setembro de 2009, no site http://www.cefac.br/revista/revista43/Artigo%206.pdf