cartilha da sala de aleitamento materno - depen.gov.brdepen.gov.br/.../salasdealeitamento.pdf ·...

28
Cartilha de Uso da Sala de Aleitamento Materno

Upload: vokien

Post on 16-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Cartilha de Uso da Sala de

AleitamentoMaterno

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

DIRETORIA DE POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS

COORDENAÇÃO-GERAL DE PROMOÇÃO DA CIDADANIA

COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES E PROMOÇÃO DAS DIVERSIDADES

Contatos:(61) 2025-3833

[email protected]

Quais os objetivos da sala de aleitamento --------------------- 5

Qual deve ser a localização da sala -------------------------------------- 6

Como deve ser o ambiente da sala --------------------------------------- 7

Quem deve/pode usar a sala ------------------------------------------- 8

Vantagens que o aleitamento traz aos bebês ------------------ 8

Vantagens que o aleitamento traz às mães ---------------------- 9

Quando oferecer o aleitamento ------------------------------------------- 9

Sugestão de regras---------------------------------------------------------- 10

Posições para amamentar --------------------------------------- 11

Como agir em caso de engasgo e asfixia em bebês --------------- 13

Para evitar sentir dor durante a amamentação -------------------- 15

Diretrizes para a Convivência Mãe Filho/a no Sistema Prisional - 16

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1984) --------- 23

Lei de Execução Penal ----------------------------------------------------- 24

Caderno de Atenção Básica nº23 --------------------------------- 25

Base legal --------------------------------------------------------------------- 26

Sumário

5DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

Quais os objetivos da sala de aleitamento

- E s t i m u l a r a a m a m e n t a ç ã o e consequentemente promover a saúde e prevenir doenças para a mãe e para o bebê;

- Estimular o toque, o olhar, a conversa, a cumplicidade, a brincadeira e outros laços afetivos entre a mãe e o bebê;

- Proporcionar ambiente tranquilo, saudável e aconchegante para o momento único da relação mãe e filho/a na amamentação;

- Proporcionar ao bebê o direito de acesso ao leite materno;

- Desenvolver a relação mãe e filho de maneira sadia.

6 DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

Qual deve ser a localização da sala

A sala de aleitamento deverá ser próxima ao local onde a mãe cumpre pena. Nas unidades onde existe unidade materno-infantil, as salas devem ser próximas ou dentro da unidade. A mãe, privadas de liberdade, servidoras ou terceirizadas, e o bebê devem ter livre e rápido acesso à sala de aleitamento materno.

7DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

Como deve ser o ambiente da sala

- Sereno, aconchegante, reservado e sem interrupções ao aleitamento;

- Paredes com cores claras e neutras, para não estressar mães e bebês;

- Arejado, com ventilação cruzada, ou seja, com mais de uma janela para possibilitar a circulação do ar;

- Com iluminação preferencialmente natural;

- ; Limpo e higienizado

- O filtro do ar condicionado da sala deve ser limpo periodicamente; e - A porta deverá permanecer destrancada, para livre acesso das mães, dia e/ou noite.

8 DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

Quem deve / pode usar a sala

Todas as mães (internas, funcionárias e agentes) da unidade prisional e seus bebês.

Vantagens que o aleitamento traz aos bebês

- É um alimento completo;

- ; Protege contra alergias e infecções

- Está sempre pronto, na quantidade e temperatura certa;

- O momento do aleitamento permite transmissão de amor e carinho entre mãe e filho/a;

- Favorece a formação dos dentes da criança; e

- Ajuda a desenvolver a fala da criança;

9DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

Vantagens que o aleitamento traz as mães

- O útero volta mais rápido ao tamanho normal;

- ; Diminui o risco de câncer de mama e ovários

- ; e Não precisa ser comprado

- Aumenta os laços afetivos entre a mãe e o bebê.

Quando oferecer o aleitamento

Sempre que o bebê quiser, de dia ou de noite.

Sugestões de regras

- Respeitar uns aos outros; - Manter o local organizado e limpo; - Jogar o lixo na lixeira; - Não deixar itens pessoais na sala, para permitir que o espaço seja utilizado por todos/as; - Manter o ambiente silencioso, para permitir tranquilidade às mães e bebês; - Andar devagar pelo ambiente; e - Tentar resolver os problemas conversando.

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL10

11DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

Posições para Amamentar

Ao escolher uma posição para dar de mamar, o mais importante é que você esteja confortável e que o bebê alcance o seio com facilidade. Uma boa posição para amamentar é aquela que facilita a colocação do bebê junto ao peito e permite a pegada correta. Para isso você pode:

Segurar o bebê no colo em posição transversal, ‘‘barriga com barriga’’, utilizando o braço contrário no seio em que ele está mamando.

Segurar o bebê no coloem posição transversal u t i l i zando o b raço do mesmo lado em que ele mama.

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL12

S e g u r a r o b e b ê passando-o embaixo do seu braço, do mesmo lado do se io em que e le es tá mamando, sentado de pernas cruzadas na beira da cama ou usando duas cadeiras ou o sofá.

Colocar o bebê ‘‘de cavalinho’’ em uma das suas coxas, deixando-o de frente para o seio.

U s a r q u a l q u e r combinação citada no caso de ter gêmeos e desejar dar d e m a m a r a o m e s m o tempo.

13DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

O Salvamento O que fazer se um bebê se afogar com leite materno1Colocar o bebêde bruçossobre um dos braços.

3As pernas devem ficarabertas,uma para cadalado do braço.

4Desça o braçocerca de 10centímetrospara o corpoficar levementeinclinado.

2Encaixar o queixo da criança entredois dedos para que a cabeça fique firme.

5Com a outramão, dar levestapas nas costaspara desobstruiras vias aereas.

6O liquido devesair pela bocae nariz.

Como agir em caso de engasgo e asfixia em bebês

- Comunicar imediatamente à Equipe de Saúde da Unidade ou entrar em contato com a administração para solicitar uma ambulância ou suporte do SAMU.- Observar se o bebê consegue respirar sozinho. Mesmo que o bebê esteja respirando com dificuldade isso é bom sinal, pois as vias aéreas não estão completamente fechadas. Neste caso é normal ele tossir um pouco, deixe-o tossir o quanto for preciso e nunca tente tirar o objeto de sua garganta com as mãos.

14 DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

No caso do bebê não respirar sozinho deve-se:

1. Deitar o bebê sobre as suas pernas de barriguinha para baixo, de modo que a cabeça dele esteja mais baixa que o corpo; 2. Com alguma pressão dar 5 tapinhas seguidas nas costas do bebê, como mostra a imagem 1; 3. Se ainda estiver engasgado, virar o bebê de barriga para cima, ainda sobre as pernas, e fazer massagem cardíaca com dois dedos, pressionando o tórax do bebê várias vezes seguidas, como mostra a imagem 2. Provavelmente assim o bebê conseguirá vomitar ou expelir o objeto da garganta. Se não conseguir e o bebê ainda estiver sem respirar tente uma respiração boca a boca, colocando a sua boca na boca e nariz do bebê. Mesmo que com estas manobras tenha conseguido desengasgar o bebê esteja atenta a ele, sempre observando-o.

Quando for tirar a criança do peito, é bom usar a técnica conhecida popularmente como "técnica do dedo mínimo", onde a mãe coloca o dedo mínimo na boca da criança para enganá-la. Ela aceita trocar o bico do peito pelo dedinho e, assim, não puxa o mamilo da mãe com força. Quando o bebê largar a mama, os mamilos devem estar levemente alongados e redondos. Amamentação com posicionamento e pega corretos não dói, e é um momento bastante agradável para a mãe e para o bebê.

Para evitar sentir dor durante a amamentação

15DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

Diretrizes para a Convivência Mãe Filho/a no Sistema

Prisional.

Tópico 5.1.3 Aleitamento Materno

O alei tamento materno deve ser estimulado, a não ser por razões médicas, tendo em vista sua importância para o d e s e n v o l v i m e n t o i n f a n t i l e p a r a o desenvolvimento de vínculos afetivos entre mãe e filho/a.12 Devem ser oferecidas orientações à puérpera no âmbito da atenção básica em saúde a respeito do aleitamento e da introdução de alimentos em idade adequada, nos termos da Política Nacional de atenção Integral à Saúde da Criança e Aleitamento Materno (PNAISC), instituída pela Portaria GM/MS nº 1130 de 5 de agosto de 2015, e com base no Caderno de Atenção Básica nº 23, do Ministério da Saúde.13 É recomendável o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, sendo i n t r o d u z i d o s o u t r o s a l i m e n t o s progressivamente. 14 Nos termos do Caderno de Atenção Básica nº 23, deve-se

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL16

“reconhecer a mulher como protagonista do seu processo de amamentar, valorizando-a, escutando-a e empoderandoa”. Desse modo, deve-se respeitar sua autonomia, inclusive para decidir a respeito da realização ou da duração do a le i tamento materno. A interrupção do aleitamento materno não pode ser utilizada como motivo para sanções administrativas, inclusive decisões acerca da permanência de filhos/as junto às suas mães. Em caso de permanência do/a recém-nascido/a no hospital, após a alta da mãe, deve lhe ser garantida visita diária para amamentar ou acompanhar seu/sua filho/a. Deve-se assegurar a continuidade dos cuidados de saúde no puerpério, incluindo ações de planejamento reprodutivo.

Tópico 6. Os espaços de convivência mãe-filho/a

As mulheres gestantes, lactantes, parturientes e mães devem ter o direito à prisão domiciliar, uma vez que a unidade prisional não é o local adequado para sua permanência.

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL 17

Até que seja concedido o direito à prisão domiciliar, serão disponibilizados locais específicos de convivência mãe-filho, com estrutura, rotina e equipamentos específicos para a condição. As gestantes deverão permanecer em instalações adequadas à sua condição, com as seguintes condições mínimas: ( i) proximidade com a saída da galeria; (ii) cama baixa; (iii) acessibilidade; (iv) proteção quanto a situações de risco dentro das unidades; e (v) acesso rápido às agentes penitenciárias e à enfermaria da unidade. O período de convívio da mãe com o/a f i lho/a será regido por planejamento institucional específico, acompanhado pela equipe interdisciplinar, que deverá elaborar relatório próprio em que constem as diversas demandas desse público relacionadas aos seus aspectos de saúde, cognitivos e de convivência familiar e comunitária. Sugere-se a utilização da nomenclatura “espaços de convivência mãe-filho/a” para se referir aos ditos berçários, creches e unidades materno-infantis nas unidades prisionais. Esses locais deverão ser unidades

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL18

autônomas administrativamente, em espaço físico separado da unidade prisional e com en t rada au tônoma, que reduzam a experiência do cárcere para as mães e crianças, em arquitetura que permita a circulação entre as áreas físicas, sendo estas sem grade, possibilitando a realização de rotinas diárias diferentes daquelas da unidade prisional comum. Esses espaços deverão ser guiados pelos princípios de autonomia, privacidade, incompletude institucional e convivência familiar. Devem efetivar os direitos da criança à vida, saúde, alimentação, educação, esporte, lazer, dignidade e convivência familiar e comunitária, dando prioridade às crianças na formulação e implementação de políticas públicas, nos termos do art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente e do art. nº 227 da Constituição Federal. Os espaços de convivência devem ser adequados às práticas institucionais voltadas ao desenvolvimento integral da criança, coordenadas por equipe interdisciplinar específica, contemplando atividades lúdicas e pedagógicas, fortalecimento do vínculo

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL 19

intrafamiliar e interface com as políticas públicas de saúde, de assistência social, de educação infantil e de convivência familiar e comunitária. As crianças de até dois anos devem permanecer em berçários com até quatro leitos por quarto, com suas mães. Os espaços devem ter áreas verdes, também com área coberta, com acesso ilimitado. Estas áreas devem possibilitar a realização de atividades lúdicas e em contato com a natureza e com animais. Também deverão conter áreas para preparação de alimentos e, ainda, banheiros adequados para crianças, com acesso ilimitado e coletivo. As rotinas dos espaços devem ser flexíveis; em especial, não deve haver horários rígidos para acordar, dormir, tomar banho, alimentar-se e recolher-se nos alojamentos. As rotinas dos espaços devem ser compatíveis com o regime de pena em que a mulher privada de liberdade se encontra. Especial atenção deve ser conferida àquelas em regime semiaberto, para que a permanência nos espaços de convivência não represente uma regressão ao regime fechado. As unidades devem dispor de serviços específico voltados à saúde, nutrição

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL20

desenvolvimento da criança. Os espaços devem ter atividades lúdicas, serviços e rotinas específicas para o convívio entre mãe e filho, de modo que propicie ao máximo a convivência familiar e comunitária da criança. Essas estruturas devem conter, ainda, a m b i e n t e s p o l i v a l e n t e s p a r a o desenvolvimento de atividades psicossociais, lúdicas, de atenção à saúde física e mental e para que as mulheres recebam visitas. Deve-se promover o contato das mulheres e de seus/suas filhos/as com a família extensa e a m i g o s / a s , p o r m e i o d e h o r á r i o s diferenciados e ampliados de visitação. Deve haver equipes interdisciplinares específicas para os espaços de convivência, compostas, ao menos, por coordenação, psicólogo, assistente social, pedagogo, enfermeiro, pediatra e quadro de cuidadores/as. Cuidadores/as deverão estar disponíveis para que a mãe se ausente do espaço de convivência, para atividades de trabalho, educação, culturais e de lazer, bem como para atendimento médico. Caso outras mulheres em privação de liberdade atuem como cuidadoras de filhos/as de outras

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL 21

esse trabalho deverá ser considerado para fins de remição de pena e, quando possível, remunerado. A condução da criança não depende de escolta ou outra medida de segurança. Pessoas cadastradas, autor izadas e indicadas pela mãe ou pai poderão realizar o transporte da criança para atividades extramuros. O deslocamento da criança deve obedecer às normas de trânsito, nos termos da Resolução nº 277/2008, do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), relativa ao transporte veicular para menores de 10 anos.

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL22

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1984)

Art.9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.

§1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou colet ivas, v isando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento e à alimentação complementar saudável, de forma contínua, (Incluído pela Lei nº13.257, de 2016).

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL 23

Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984)

“Art. 83. [...]

“[...]

“§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade.”

“Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa.”

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL24

Caderno de Atenção Básica nº 23 - Ministério da Saúde

- Saúde da Criança, Aleitamento Materno e Alimentação Complementar.

‘‘A OMS, endossada pelo Ministério da Saúde do Brasil, recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, Exclusivo nos primeiros seis meses’’.

“O aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil.”

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL 25

Base Legal

- Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com s e u s f i l h o s d u r a n t e o p e r í o d o d e amamentação.

26 DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

RESPONSÁVEISMara Fregapani Barreto

Susana Inês de Almeida e Silva

COLABORADORESBreno Vago Amorim

Carlos Rodrigo Martins DiasGelson Carvalho Pinto

Letícia Maranhão Matos Silas Kleyton Barbosa Silva

RESPONSÁVEL GRÁFICOGelson Carvalho Pinto