cartilha cultivo do girassol

Upload: helder-morais

Post on 13-Jul-2015

399 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Governo do Estado Do Rio Grande do Norte

ISSN 1983-280 X Ano 2009

07

RECOMENDAES TCNICAS PARA O CULTIVO DO GIRASSOL

ORGANIZADORES MARCELO ABDON LIRA MARCONE CSAR MENDONA DAS CHAGAS GILMAR BRISTOT JOS ARAJO DANTAS JOS SIMPLCIO DE HOLANDA JOO MARIA PINHEIRO DE LIMA

GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE WILMA MARIA DE FARIA SECRETRIO DA AGRICULTURA, DA PECURIA E DA PESCA FRANCISCO DAS CHAGAS AZEVEDO

EMPRESA DE PESQUISA AGROPECURIA DO RIO GRANDE NORTE

DIRETORIA EXECUTIVA DA EMPARN DIRETOR PRESIDENTE HENRIQUE EUFRSIO DE SANTANA JNIOR DIRETOR DE PESQUISA & DESENVOLVIMENTO MARCONE CSAR MENDONA DAS CHAGAS DIRETOR DE OPERAES ADM. E FINANCEIRAS AMADEU VENNCIO DANTAS FILHO

INSTITUTO DE ASSISTNCIA TCNICA E EXTENSO RURAL DO RN

DIRETORIA EXECUTIVA DA EMATER-RN DIRETOR GERAL LUIZ CLUDIO SOUZA MACEDO DIRETOR TCNICO MRIO VARELA AMORIM DIRETOR DE ADM. RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROS CCERO ALVES FERNANDES NETO

ISSN 1983-280 X Ano 2009

Sistemas de Produo 01

RECOMENDAES TCNICAS PARA O CULTIVO DO GIRASSOLMarcelo Abdon Lira Marcone Csar Mendona das Chagas Gilmar Bristot Jos Arajo Dantas Jos Simplcio de Holanda Joo Maria Pinheiro de Lima

Sistemas de Produo 01 RECOMENDAES TCNICAS PARA O CULTIVO DO GIRASSOL EXEMPLARES DESTA PUBLICAO PODEM SER ADQUIRIDOS EMPARN - Empresa de Pesquisa Agropecuria do RN UNIDADE DE DISPONIBILIZAO E APROPRIAO DE TECNOLOGIAS AV. JAGUARARI, 2192 - LAGOA NOVA - CAIXA POSTAL: 188 59062-500 - NATAL-RN Fone: (84) 3232-5858 - Fax: (84) 3232-5868 www.emparn.rn.gov.br - E-mail: [email protected] COMIT EDITORIAL Presidente: Maria de Ftima Pinto Barreto Secretria-Executiva: Vitria Rgia Moreira Lopes Membros Aldo Arnaldo de Medeiros Amilton Gurgel Guerra Francisco Canind Maciel Leandson Roberto Fernandes de Lucena Marciane da Silva Maia Marcone Csar Mendona das Chagas Terezinha Lcia dos Santos Fernandes Revisor de texto: Maria de Ftima Pinto Barreto Normalizao bibliogrca: Biblioteca Central Zila Mamede UFRN Editorao eletrnica: Giovanni Cavalcanti Barros (www.giovannibarros.eti.br) 1 Edio 1 impresso (2009): tiragem TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610). Diviso de Servios Tcnicos Catalogao da Publicao na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede Holanda, Jos Simplcio de. Cultivo do coqueiro no Rio Grande do Norte / Jos Simplcio de Holanda, Maria Cla Santos Alves, Marcone Csar Mendona das Chagas. Natal, RN: EMPARN, 2008. 27 p. (Sistemas de produo; 1) ISSN: 1983-280-X 1. Cultura do coco. 2. Produo de coco. 3. Manejo do coco. 4. Sanidade. I. Alves, Maria Cla Santos. II. Chagas, Marcone Csar Mendona das. III. Titulo. IV. Srie. CDD 634.6 RN/UF/BCZM CDU 633.528

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . ....SUMRIO

5

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . ....

APRESENTAOA gua um bem natural essencial a sobrevivncia dos seres vivos. Trata-se de um recurso renovvel em seu ciclo natural, mas um bem nito, pois suas reservas so limitadas. O uso irracional e irresponsvel da gua pode comprometer a vida no planeta. Por isso, imprescindvel a conscientizao da populao sobre a importncia do seu uso sustentvel. A agricultura o setor que mais consome gua entre todas as atividades humanas e imperativo sensibilizar produtores rurais, tcnicos, multiplicadores, estudantes, extensionistas e pesquisadores em relao ao respeito utilizao correta das reservas de gua. Isso se faz, entre outras aes, levando conhecimento e educao para a populao rural, para que desenvolvam uma nova conscincia no s da importncia da quantidade de gua disponvel, mas tambm da sua qualidade. So gestos simples que precisam se transformar em prticas usuais, como evitar o desperdcio, no usar venenos nas plantaes, armazenar gua da chuva corretamente e proteger as nascentes e as matas ciliares. O Governo do Estado do Rio Grande do Norte atravs da Empresa de Pesquisa Agropecuria do RN EMPARN e do Instituto de Assistncia Tcnica e Extenso Rural do RN EMATER, aliadas da Secretaria da Agricultura, da Pecuria e da Pesca SAPE, contando com o apoio de parceiros estratgicos como o Ministrio do Desenvolvimento Agrrio MDA, Ministrio da Cincia e Tecnologia - MCT / SECIS, Bancos do Nordeste e do Brasil, Embrapa, Sebrae e Idema, promovem em 2009 o VI Circuito de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar. O tema desse ano : Conservar os Recursos Naturais do Semirido Gerando Renda e Mais7

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....Alimentos. Este Circuito se prope, alm de aes diretamente relacionadas com a conservao da gua, disponibilizar tecnologias de prticas de manejo racional para os diversos sistemas de produo agropecurios utilizados no semirido com nfase na preservao do meio ambiente. Esse tema foi desenvolvido baseado na Declarao Universal dos Direitos da gua, documento de 1992 da ONU, que preconiza: A gua no deve ser desperdiada, nem poluda, nem envenenada. De maneira geral, sua utilidade deve ser feita com conscincia e discernimento para que no se chegue a uma situao de esgotamento ou de deteriorao da qualidade das reservas atualmente disponveis.

Henrique Eufrsio de Santana Jnior Diretor Presidente da EMPARN Luiz Cludio de Souza Macedo Diretor Geral da EMATER

8

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . ....

INTRODUOO girassol (Helianthus annus L.) a quarta oleaginosa mais consumida no mundo, depois da soja, palma e canola. As sementes, considerando variedades e hbridos, apresentam em mdia 40% de leo. H hbridos que produzem quantidades superiores a 50%. No girassol encontra-se um dos leos vegetais de melhor qualidade nutricional e organolptica. De cada tonelada de sementes, se extraem em mdia 400 kg de leo, 250 kg de casca e 350 kg de torta para os animais, com 45 a 50% de protena bruta. Por possuir qualidades excepcionais, o seu leo vem sendo tambm indicado para a produo de biodiesel. A planta inteira pode ser utilizada como forragem de excelente qualidade. Acrescenta-se a essas caractersticas, a sua importncia econmica na qualidade de cultura melfera, sendo possvel produzir at 30 kg de mel por hectare. 1. SOLOS E SEU PREPARO So indicados os solos de textura mdia, profundos, com boa drenagem, razovel fertilidade e pH varivel de cido a neutro (superior a 5,2). O girassol proporciona ainda melhorias na estrutura e fertilidade dos solos uma vez que possui sistema radicular profundo.

9

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....No geral, para os solos identicados para o cultivo do girassol, recomenda-se a prtica de uma gradagem. Em solos compactados h a necessidade de se proceder a subsolagem, enquanto que nos argilosos, sugere-se uma arao na profundidade de at 20 cm seguida de duas gradagens em sentido contrrio, de modo que o terreno seja bem destorroado.

Figuras 01/02- Sistema radicular da planta de girassol (impedimento fsico)

Figura 03- Arado de aiveca a trao animal

Figura 04- Grade niveladora

Figura 05- Arado de aiveca a trao mecnica

10

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . ....2. ADUBAO E CALAGEM A adubao tem a nalidade de corrigir a fertilidade do solo a m de possibilitar uma atividade produtiva e sustentvel. Os fertilizantes apresentam a seguinte classicao: Fertilizante simples: formado por composto qumico que fornece um ou mais nutrientes; Fertilizante misto: resultante da mistura de dois ou mais fertilizantes simples; Fertilizante orgnico: de origem vegetal ou animal, contendo um ou mais nutrientes; Fertilizante organo-mineral: procedente da mistura ou combinao de fertilizantes minerais e orgnicos. Recomenda-se a realizao da anlise do solo antes do plantio. No caso de solos que apresentem o pH cido, abaixo de 5,2, deve-se fazer calagem pelo menos trs meses antes do plantio. Com base nas anlises de laboratrio, os solos que apresentam baixa, mdia e alta fertilidades tm demandado aplicaes de 40 a 60 kg/ha de nitrognio, 20 a 80 kg/ha de P2O5 e 20 a 80 kg/ ha de K2O. O nitrognio deve ser parcelado, colocando-se 30% em fundao e o restante at 30 dias aps a emergncia das plantas, principalmente em solos com textura arenosa. O girassol sensvel a nveis baixos de boro no solo. Em solos pobres em boro, recomenda-se a aplicao de 1,0 a 2,0 kg/ha do elemento mediante a adubao de base ou de cobertura. Os adubos minerais existentes no mercado so muito diversicados quanto constituio qumica. Os adubos nitrogenados tm composio de nutrientes diferentes. A uria contm unicamente nitrognio, enquanto o sulfato de amnio contm o nitrognio e o enxofre. O monoamino (MAP), alm de

11

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....nitrognio, contm fsforo. Os adubos fosfatados tambm so diversicados na composio qumica. Devido mltipla composio dos adubos, necessrio vericar a condio do solo para o qual a adubao recomendada. Solos com substrato calcrio, caso da Chapada do Apodi e da regio do Mato Grande, que tm pH alcalino decorrente do excesso de calcrio requerem fontes de fsforo sem calcrio e de reao cida, podendo optar por mono ou diamino fosfato (MAP ou DAP, respectivamente). Em solos arenosos de baixa fertilidade, a exemplo dos da regio do Agreste, do Litoral e das reas Serranas, prefervel aplicar fontes de fsforo que contenham clcio, caso do superfosfato simples e triplo, ou magnsio, caso do fosfato magnesiano (Fosmag). Considerando-se as exigncias nutricionais do girassol, as caractersticas de baixa, mdia e alta fertilidade dos solos com aptido para cultivo dessa cultura e o histrico de resultados de anlises processadas pelo laboratrio da Emparn, pode-se sugerir as seguintes adubaes por tipo de solo que compe a rea zoneada para a referida cultura: Latossolos LV, LA e LVAIdade (dias) plantio 30 Boro (B) (kg/ha) 2 P2O5 kg/ha 60 kg/ha 20 40 60 N K2O

.LV- latossolo vermelho; LA- latossolo amarelo; LVA- latossolo vermelho amarelo .Sugere-se aplicar e incorporar ao solo 3 t/ha de calcrio dolomtico

12

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . .....Dar preferncia ao superfosfato simples ou superfosfato triplo como fonte de fsforo, uria como fonte de nitrognio e cloreto de potssio para o potssio. .Utilizar o brax (17%) como fonte de boro Podzlicos PA, PV e PE Idade (dias)plantio 30 Boro (B) (kg/ha) 2 P2O5 kg/ha 50 kg/ha 15 25 50 N K 2O

.PA- podzlicos amarelo; PV-podzlicos vermelho; PE- podzlicos eutrcos .Sugere-se aplicar e incorporar ao solo 2 t/ha de calcrio dolomtico .Dar preferncia ao superfosfato simples ou superfosfato triplo como fonte de fsforo, uria como fonte de nitrognio e cloreto de potssio para o potssio .Utilizar o brax (17%) como fonte de boro Cambissolos - CeIdade (dias) plantio 30 Boro (B) (kg/ha) 1 P2O5 kg/ha 60 N kg/ha 10 30 K2 O 40 -

13

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... .....Ce-cambissolos eutrcos .Dar preferncia ao MAP como fonte de fsforo, sulfato de amnio como fonte de nitrognio e cloreto de potssio para o potssio .Utilizar o brax (17%) como fonte de boro Aluvies - AeIdade (dias) plantio 30 Boro (B) (kg/ha) 1 P2O5 kg/ha 40 kg/ha 10 20 25 N K 2O

.Ae-aluvies eutrcos .Dar preferncia ao MAP como fonte de fsforo, sulfato de amnio como fonte de nitrognio e cloreto de potssio para o potssio .Utilizar o brax 17% como fonte de boro Planossolos - PLIdade (dias) plantio 30 Boro (B) (kg/ha) 1,5 P2O5 kg/ha 50 kg/ha 15 25 40 N K2O

.PL-planossolos .Dar preferncia ao superfosfato simples ou superfosfato triplo como fonte de fsforo, sulfato de amnio como fonte de nitrognio e cloreto de potssio para o potssio

14

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . .....Utilizar o brax 17% como fonte de boro

Fonte: Embrapa Soja Figura 06- pH cido

Fonte: Embrapa Soja Figura 07- Raiz curta e grossa de girassol em funo da toxicidade crescente de alumnio

Fonte: Embrapa Soja Figura 08- Quebra do caule, em funo da deciencia de boro.

Fonte: Embrapa Soja Figura 09- Deciencia de boro em folha de girassol.

3. VARIEDADES E HBRIDOS RECOMENDADOS A pesquisa tem destacado as variedades Embrapa 122 e Catissol 01 alm dos hbridos DOW M 734, Agrobel 960, Hlio 360, Hlio 358, Hlio 863, DOW MG 52, e VDH 487. Os referidos materiais apresentam as seguintes caractersticas: Ciclo: 100 a 110 dias para a produo de gros e de 80 a 90 dias para silagem;15

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... .... Altura mdia de 1,70 m; Potencial mdio de produo de gros: 2.000 a 2.600kg/ha para variedades e hbridos, respectivamente; Teor mdio de leo: 44%.

Figura 10- Ensaio Ipanguassu/2006

Figura 11- Ensaio Ipanguassu/2006

Fonte: Empresa Helianthus do Brasil Figura 12- Campo produo de sementes girassol

Figura 13- Ensaio de girassol Ipanguassu/2007

Figura 14 - Ensaio de girassol Ipanguassu/200716

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . ....4. POCA DE PLANTIO Verique a poca mais adequada para a sua regio e condies de umidade do solo. Precipitaes pluviomtricas entre 500 a 700 mm bem distribudos ao longo do ciclo, resultam em rendimentos superiores a 1.000 Kg/ha, apesar de constataes da alta tolerncia dessa cultura ao estresse hdrico. 5. SISTEMA DE PLANTIO / ESPAAMENTO X DENSIDADE A semeadura do girassol pode ser realizada manual ou mecanicamente. No entanto, face sua congurao espacial, que determina um nmero considervel de plantas por hectare, recomenda-se o plantio com uso de plantadeira-adubadeira animal ou tratorizada e, na ausncia desses implementos, utilizar o plantio com matraca. O espaamento pode variar de 70 a 90 cm entre linhas e de 30 a 25 cm entre plantas na linha, respectivamente. Esse arranjo de plantio proporcionar uma densidade variando de 40.000 a 45.000 plantas/ha. As sementes so colocadas profundidade de 3 a 5 cm no sulco, de preferncia acima e ao lado do adubo. Em geral so sucientes de 4 a 5 kg de sementes para plantar 1 ha de girassol.

Fonte: EBDA Figura 15- Plantio manual

Fonte: EBDA Figura 16- Plantio com uso da matraca17

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....

Fonte: EBDA Figura 17- Plantio com plantadeira de trao animal.

Fonte: EBDA Figura 18- Plantio com plantadeira - adubadeira

6. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS O girassol muito sensvel competio com plantas daninhas. O perodo crtico de competio compreende os primeiros 40 dias aps a emergncia das plantas. 7. PRAGAS E DOENAS As principais pragas e doenas registradas na literatura que podem causar danos ao girassol nas condies edco-climticas do Rio Grande do Norte so as seguintes: Insetos Vaquinha (Diabrotica speciosa), lagarta preta (Chlosyne lacinia), percevejos (Nezara viridula, Piezodoru guildinii e Euschistus heros), besouro do captulo (Cyclocephala melanocephala), formigas, principalmente as savas (Atta spp.), e a lagarta rosca (Agrostis ipsilon).

18

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . ....

Fonte: Embrapa Soja Figura 19- Principais pragas que atacam a cultura do girassol Fonte: Embrapa Soja Figura 20- Adulto de Diabrotica speciosa

Fonte: Embrapa Soja Figura 21- Lagarta de Spodoptera latifascia

Fonte: Embrapa Soja Figura 22- Ovos de Chlosyne lacinia saundersii

Fonte: Embrapa Soja Figura 23- Colnia de lagartas de segundo Instar de Chlosyne lacinia saundersii19

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....

Fonte: Embrapa Soja Figura 24- Lagarta de Chlosyne saundersii de cor alaranjada

Fonte: Embrapa Soja Figura 25- Lagarta de Chlosyne lacinia de cor preta

Fonte: Embrapa Soja Figura 26- Adulto de Cyclocephala melanocephala

Figura 27- Ataque do besouro marrom

Figura 28- Ataque do besouro marrom

20

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . ....(Cyclocephala melanocephala)

Fonte: Embrapa Soja Figura 29- a) Adultos de percevejos da familia Pentatomidae, b) Euschistus heros, c) Nezara Viridula, d) Edessa meditabunda, e) Thyanta perditor, f) Acrosternum sp.

Doenas fngicas A Mancha de Alternria (Alternaria helianthi), caracterizada por leses necrticas localizadas nas folhas baixeiras. A condio ideal para ocorrncia da Mancha de Alternaria alta temperatura e alta umidade, porm ela pode ocorrer em qualque poca de plantio. A Podrido da raiz e do colo das plantas causada pelo fungo Sclerotium rolfsii. Este fungo, em geral, beneciado tambm pelo excesso de umidade e altas temperaturas no ambiente.

21

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....

Figura 30/31- Mancha de Alternaria em folha de girassol

Figura 32- Podrido basal da planta de girassol Sclerotium rolfsii 8. COLHEITA, BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO A colheita pode ser mecanizada ou semimecanizada. Ela realizada 90 a 100 dias aps a emergncia das plantas, quando o captulo est com colorao castanha. A colheita mecanizada pode ser feita com uma adaptao na plataforma de colheita do milho. A colheita semimecanizada semelhante de feijo. Os captulos so colhidos e amontoados junto batedeira estacionria para a operao de trilha. A limpeza dos gros indispensvel para a obteno de boa qualidade do leo e da torta. O teor de umidade dos gros para o armazenamento de 11%, podendo o girassol ser colhido com 14 a 16% de umidade para posterior reduo da umidade a 11%.

22

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . ....

Fonte: EBDA Figura 32- Colheitadeira de milho utilizada na colheita do girassol

9. ZONEAMENTO AGRCOLA O estudo de viabilidade agronmica e climatolgica para a cultura do girassol no Estado do Rio Grande do Norte foi desenvolvido considerando as suas caractersticas siolgicas e edco-climatolgicas. 10. MUNICPIOS ZONEADOS PARA O CULTIVO DO GIRASSOL

23

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....Au gua Nova Alexandria Almino Afonso Antonio Martins Apod Barana Bom Jesus Brejinho Carabas Cear-Mirim Coronel Joo Pessoa Doutor Severiano Encanto Esprito Santo Felipe Guerra Frutuoso Gomes Ielmo Marinho Ita Janduis Joo Cmara Joo Dias Jose da Penha Lagoa de Pedras Lagoa Salgada Lucrcia Luis Gomes Macaba Major Sales Marcelino Vieira Martins Messias Targino Montanhas Monte Alegre Mossor Passagem Patu Pau dos Ferros Rafael Fernandes Rafael Godeiro Riacho de Santana Rodolfo Fernandes So Francisco do Oeste So Gonalo do Amarante So Miguel Serrinha dos Pintos Severiano Melo Taipu Tenente Ananias Umarizal Vrzea Venha-Ver Vera Cruz Viosa

11. CUSTO DE PRODUO, RECEITA E PREO MNIMO DE AQUISIO. 1. Custo de Produo e da Receita de 1 (um) hectare de girassol utilizando: mo de obra familiar em algumas operaes; preparo de solo, plantio, adubao qumica, colheita mecanizada e capinas com trao animal e retoques manuais.

24

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.GIRASSOL . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... ... . ....Atividade 1. SERVIOS Preparo do solo Plantio + adubao Adubao de cobertura Aplicao Inseticida Limpas: . Trao Animal . Retoques Manuais Colheita mecanizada e transporte da produo Subtotal 2. INSUMOS Sementes Adubos: . MAP . cido Brico . N (SA) cobertura Inseticida Subtotal Custo de produo Produo Estimada (kg) Receita Bruta Renda lquida kg 1.300 0,86 Unidade Quantidade Valor Unit. (R$) 60,00 60,00 60,00 30,00 40,00 20,00 Valor Total (R$) 120,00 30,00 30,00 30,00 40,00 100,00

h/m h/m h/m H/d A/d H/d

2 0,50 0,50 1 1 5

h/m

0,60

120,00

72,00 422,00

Kg Kg Kg Kg L

5 100 05 150 1

8,00 2,00 6,00 0,72 30,00

40,00 200,00 30,00 108,00 30,00 408,00 830,00 1.300 1118,00 288,00

25

ISSN 1983-280 X Ano 2009

07

RECOMENDAES TCNICAS PARA O CULTIVO DO ALGODO EM SEQUEIROAldo Arnaldo de Medeiros Marcone Csar Mendona das Chagas Florisvaldo Xavier Guedes Jos Expedito Pereira Filho

Natal, RN 2009

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....

28

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.ALGODO . . SEQUEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EM . . . .

INTRODUOO cultivo do algodo em condio de sequeiro destaca-se como uma das importantes atividades para a regio Nordeste, em especial para os agricultores familiares. A maior parte dos custos de produo atribuda mo de obra utilizada no cultivo, o que signica a ocupao de um grande contingente de trabalhadores rurais. O algodo tem importncia social e econmica para o negcio rural nordestino em razo do parque txtil do Nordeste se congurar em um grande polo consumidor industrial de algodo. ESCOLHA DA REA Os principais fatores a serem considerados so: profundidade, drenagem, textura e fertilidade dos solos. A rea deve ser plana ou suavemente ondulada. Terras com declive acima de 12% devem ser evitadas para o plantio. O sistema radicular do algodoeiro pivotante, devendo-se evitar os solos rasos ou com aoramento de rochas, sujeitos ao encharcamento. Em geral, o algodoeiro se desenvolve bem em vrios tipos de solo, desde que existam condies de equilbrio entre nutrientes, umidade e aerao. PREPARO DO SOLO E PLANTIO Esta operao tem como objetivo proporcionar as melhores condies para a germinao, a emergncia e o desenvolvimento do sistema radicular das plantas. Em solos arenosos recomendase uma simples gradagem com grade destorroadora e, no caso de trao animal, um corte com as enxadas asa de andorinha. Para os solos medianos, com teores de areia, argila e silte mais29

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....equilibrados, utilizar uma arao, de preferncia, com arado escaricador ou de aiveca na profundidade de 20 a 30 cm e, logo aps, usar uma grade destorroadora. Quando efetuado trao animal, duas escaricaes cruzadas com enxadas tipo grampo. Em solos argilosos, com teores de argila superiores a 35%, recomenda-se a arao com arado de aiveca. Na ausncia deste equipamento, usar arados de discos ou escaricadores. Esses solos so de difcil manejo com trao animal, e s vezes requerem dois animais para realizar os servios com arado de aiveca. O plantio deve ser realizado de acordo com o zoneamento de cada regio produtora aproveitando, ao mximo, o incio das chuvas. importante que os produtores de uma mesma rea, e dentro de uma mesma regio, procedam ao plantio na mesma poca para facilitar o controle da populao do bicudo. O espaamento e a densidade de plantio denem a populao e o arranjo das plantas, podendo interferir na produo. O plantio pode ser realizado manualmente em covas, com matraca ou enxada, colocando-se 3 a 4 sementes por cova, ou com plantadeira trao animal ou mecanizado, semeandose 12 a 15 sementes por metro linear. O espaamento entre leiras de plantio de 90 cm a 1,0 m, com espaamento entre covas de 20 cm, na operao manual. CULTIVARES RECOMENDADAS As cultivares de algodo indicadas para plantio caracterizamse pelo ciclo precoce, com orao concentrada em perodos de tempo menores que as tardias e assim escapam ao ataque das pragas, principalmente, o bicudo do algodoeiro. So mais produtivas, tolerantes seca e com melhor qualidade de bra. Recomendam-se as cultivares CNPA 7H, CNPA 8H, BRS 201 E BRS

30

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.ALGODO . . SEQUEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EM . . . .ARARIPE, produtoras de bra branca. A produo de algodo colorido tambm uma alternativa para a explorao no semirido do Nordeste brasileiro. Esto disponveis para o plantio as cultivares BRS VERDE, BRS SAFIRA, BRS RUBI e BRS MARROM. Todas as cultivares tm potenciais de produo de algodo em caroo, variando de 1.300 a 1.600 kg/ha de algodo em caroo. TRATOS CULTURAIS O controle das plantas daninhas deve ser feito durante os primeiros 60 dias aps a emergncia das plantas. Este o perodo crtico de competio, em cuja fase de desenvolvimento do algodoeiro ocorrem danos irreversveis s plantas, em razo do aumento no ciclo da cultura e reduo na produo. A partir deste perodo, as plantas atingem o mais alto ndice foliar e, em decorrncia do sombreamento, impedem o crescimento das plantas daninhas. A operao de eliminao do mato feita com cultivador trao animal e retoque com enxada. PRINCIPAIS PRAGAS DO ALGODOEIRO: RECONHECIMENTO E CONTROLE Nas condies de cultivo do algodoeiro em nossa regio, nos ltimos anos, ateno maior tem sido voltada para o ataque da lagarta do curuquer, pulgo, mosca branca e o bicudo do algodoeiro. So pragas que apresentam grande poder destrutivo e, quando nenhuma medida de controle adotada, podem-se registrar danos signicativos cultura e, consequentemente, perdas na produo e prejuzos aos produtores.

31

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....Lagarta do curuquer - Tambm conhecida como a lagarta das folhas s ataca o algodoeiro. O incio do ataque se d a partir das primeiras semanas da germinao das plantas. importante lembrar que as plantas suportam o desfolhamento, at certo ponto, dependendo da idade. A desfolha de at 15% pode ser tolerada durante todo o perodo de cultivo. A partir desse nvel de desfolha, medidas devem ser adotadas para o controle da praga, sobretudo, durante o estgio de desenvolvimento das plantas correspondente ao perodo crtico de ataque das lagartas o qual se estende do incio do orescimento (aproximadamente 30 dias de idade) at a abertura do primeiro capulho (90 a 95 dias de idade). importante que o produtor atente tambm para a presena de ovos na parte inferior das folhas. Durante o monitoramento possvel treinar o produtor para o reconhecimento, mesmo a olho nu, da presena dos ovos em forma de pequenos discos (medindo aproximadamente 1mm de dimetro) de colorao azul esverdeada. A observao dessa forma imatura do inseto nas folhas constitui-se um alerta importante da nova infestao da praga (novo ciclo) a qual exigir maiores cuidados quanto tomada de deciso para o controle do curuquer nos dias subsequentes. Pulgo - um inseto sugador de seiva e vive em colnias na parte inferior das folhas e brotos novos das plantas. O seu ataque inicia-se em reboleiras, quando se observa o encarquilhamento e/ou encrespamento das folhas, associados produo excessiva de uma substncia aucarada (mela) decorrente da suco de seiva e deposio nas folhas e capulhos. O ataque dos pulges tem importncia em duas fases distintas do desenvolvimento das plantas: a primeira compreende o estgio vegetativo e de frutificao onde os

32

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.ALGODO . . SEQUEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EM . . . .danos diretos caracterizados pela suco de seiva restringemse s folhas e ramos e em um segundo momento, por ocasio da abertura dos capulhos (ataque tardio), os danos so indiretos e de grande prejuzo cultura, pois, a seiva sugada pelos pulges transforma-se em um produto aucarado (mela) posteriormente liberado pelos insetos sobre os capulhos abertos o qual impregna-se nas fibras, produzindo o algodo doce. O algodo colhido com essa caracterstica torna-se imprestvel comercializao em razo da baixa qualidade para a usina de processamento e a indstria de fiao. Mosca Branca - Estes insetos, de modo idntico aos pulges, so sugadores de seiva e causam danos semelhantes s plantas e fibra do algodo em caso de ataque severo ao final do ciclo do algodoeiro. Esta praga tem grande capacidade de disperso e geralmente ataca em altas populaes ocasionando danos severos s culturas. Nas condies de cultivo na regio, o seu ciclo (ovo at adulto) tem durao aproximada de trs semanas. Este reconhecimento se faz necessrio uma vez que, no monitoramento, devese considerar, alm dos adultos provenientes da rea em amostragem, aqueles de populaes oriundas de outras reas. Tendo em vista a grande capacidade de disperso dos adultos da mosca branca entre reas de diferentes cultivos, comum observar-se, durante as amostragens (realizadas a cada sete dias, no mximo), o aumento inesperado de adultos. Portanto, a observao isolada dos adultos pode no refletir com preciso o comportamento populacional da praga naquela lavoura, tornando-se necessria, tambm, a amostragem das ninfas em ltimo estgio, uma vez que a populao desses imaturos (so sedentrias e geradas no local) ir determinar as populaes futuras de adultos na referida rea de produo.

33

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....Bicudo do Algodoeiro O bicudo considerado a principal praga do algodoeiro. Os danos provocados por esta praga s estruturas frutferas (botes orais, casulo ou casula e mas novas) so resultantes da alimentao dos adultos, postura e posterior desenvolvimento das larvas nos botes e mas. O perodo crtico de ataque corresponde ao mesmo do pulgo (30 a 95 dias a partir da germinao) e o seu controle deve ser indicado mediante o resultado do monitoramento (amostragens) de sua populao ao longo do ciclo do algodoeiro. O monitoramento da populao do bicudo extremamente importante para o sucesso no controle e oferece ao produtor o conhecimento do crescimento da populao da praga medida que a cultura se desenvolve. Normalmente a infestao da praga ocorre em reboleiras a partir das extremidades da lavoura. Uma vez identicados os locais iniciais de ataque (reboleiras) deve-se adotar as medidas de controle. Este procedimento deve ser rigorosamente aplicado pelos produtores tendo em vista evitar o crescimento da populao. Considerando o grande potencial de dano do bicudo e o seu ciclo de vida curto (aproximadamente trs semanas), qualquer tipo de medida de controle implementado no incio do ataque quebra o ciclo da praga e as novas geraes so afetadas contribuindo para a reduo dos danos no perodo de maior produo das plantas.

Colnia de pulgo na superfcie Colnia de mosca branca inferior da folha

34

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.ALGODO . . SEQUEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EM . . . .

Bicudo do algodoeiro

Danos do curuquer em folhas do algodoeiro

Amostragem das pragas Omomentocertoparausaroinseticidacontraaspragasdefinidopelo mtodo de amostragem, operao que realizada no campo. Esta prtica permite ao produtor ter o conhecimento (histrico) do comportamento (avano ou no) das pragas durante todo o ciclo das plantas. Com isto, ele ter segurana para a tomada de deciso de controle a qual depende de fatores como; a idade das plantas (perodos crticos de ataque), nvel de infestao no momento da amostragem frente aos ndices de infestao nas semanas anteriores (evoluo populacional de pragas), barreiras naturais de controle (fsicas e/ou biolgicas) existentes, dentre outras. A amostragem feita observando-se de 50 a 100 plantas por hectare para constatar se existe pulgo, bicudo e mosca branca. As observaes so anotadas e comparadas com a Tabela 1. obrigatrio quando for aplicar o inseticida, usar equipamentos de proteo individual EPI para proteger-se do inseticida.

35

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....Tabela 1 Orientaes para amostragens das principais pragas do algodo. PRAGAS Lagarta do curuquer PROCEDIMENTOS . Observar duas folhas da parte superior em cada planta amostrada no perodo de 30 a 95 dias da germinao das plantas; . Caso encontre entre duas a trs lagartas, de tamanho prximo ou maior que a unha do polegar por folha amostrada, o momento de pulverizar; . Identicar as reboleiras; . Observar na parte inferior de 5 folhas do tero superior das plantas (parte de cima) se existem colnias do pulgo provocando o mela das folhas de baixo; . Se esses sintomas forem encontrados em 50% das plantas, deve ser feita a pulverizao; . Analisando a folha do quinto n, contando de cima para baixo, caso se encontre 25 plantas com 3 ou mais adultos por folha, recomenda-se a pulverizao; . Analisar apenas 1 boto oral por planta; . Observar o boto localizado no quarto ou quinto ramo (n) da parte apical (do olho das plantas), contando de cima para baixo; . Analisar apenas 1 boto oral por planta e quando for encontrado em 10% dos botes orais o sintoma da presena do bicudo (pequena ferida ou verruga localizada da metade pra baixo do boto), fazer a pulverizao.

Pulgo

Mosca branca

Bicudo

CONTROLE QUMICO O controle qumico consiste na aplicao de inseticidas como forma de reduzir a populao das pragas. As pulverizaes s devero realizar-se quando o nvel populacional, revelado pelas amostragens, atingir o indicativo de controle. importante que os produtores consultem os tcnicos para orientao quanto aos produtos recomendados, dosagens e modo de aplicao. Para tanto, faz-se necessrio o conhecimento de produtos com potencial36

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.ALGODO . . SEQUEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EM . . . .de controle dessas pragas, devidamente, registrados para o seu controle (Tabela 2).Tabela 2 Alguns produtos para o controle de pragas do algodoeiro PRAGA Curuquer Pulgo PRINCPIO ATIVO triclorfon B. thuringiensis diubenzuron endossulfan imidacloprid endossulfan imidacloprid Cordial 100 Calypso endossulfan deltametrina fenvalerato phosmet parathion metil P R O D U T O RECOMENDADO Thriclorfon 500 Dipel PM Dimilin 250 PM Thiodan 350 CE Condor 700 GRDA Thiodan 350 CE Condor 700 Piriproxifem Tiacloprido Thiodan CE Decis 50 SC Sumicidin 200 CE Imidan 500 PM Folidol 600 CE CLASSE TOXICOLGICA. II IV IV I IV I IV II III II III II II I

Mosca branca

Bicudo

Outras medidas importantes para a reduo da populao do Bicudo Quando se planeja um controle racional de pragas (manejo de pragas), no se pode pensar apenas na aplicao de um mtodo isoladamente. Temos, entretanto, que buscar outros meios ou medidas complementares de controle que atuem de forma integrada, proporcionando um combate eciente das mesmas, quais sejam: Plantio Uniforme - importante que os agricultores de uma determinada regio combinem a data de plantio de forma que o plantio seja finalizado em uma mesma poca. Recomenda-se37

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....o plantio antecipado do algodoeiro, ou seja, 15 a 20 dias aps o incio das chuvas (pegada do inverno) e que, na medida do possvel, seja adotado por todos os produtores da comunidade e at mesmo da regio produtora. Este procedimento proporciona o escape s altas infestaes do bicudo uma vez que a sua populao cresce medida que aumenta a oferta de alimento no campo. Cultura no Limpo - O bicudo depende dos botes e mas que caem ao solo para completar o seu ciclo de vida. Portanto, nas lavouras livres de mato, essas estruturas frutferas cam mais sujeitas a dessecao (ressecamento) e, consequentemente, morte natural do inseto no seu interior. A pesquisa comprovou mortandade do inseto (larvas, pupas ou adultos do bicudo) de, aproximadamente, 70% na regio do Serid (mais quente e seco) e de 40% na regio de clima mais ameno (Agreste). Catao dos Botes Florais e Mas - Consiste na coleta de botes florais e mas na superfcie do solo e nas plantas com sintoma de ataque e posterior destruio (queima ou enterrio). Esta prtica assume grande importncia quando aplicada a partir do incio da infestao (entre 30 a 40 dias da germinao), sendo iniciada pelas reboleiras. A pesquisa tem demonstrado que as cataes, quando realizadas conjuntamente pelos produtores proporcionam uma reduo considervel nos danos do bicudo e no nmero de pulverizaes. Existe um instrumento chamado de catador manual, que eficiente na coleta dos botes que esto no solo. Destruio de Restos Culturais - De acordo com a legislao estadual, o agricultor obrigado a realizar a destruio das soqueiras de algodo aps a concluso da colheita. importante que to logo seja nalizada

38

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.ALGODO . . SEQUEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EM . . . .a colheita, o produtor utilize a lavoura como pasto para os animais e, em seguida, faa o arranquio, encoivaramento e queima dos restos culturais. Esta operao obrigatria uma vez que evita a criao do bicudo em plantas que por ocasio de uma chuva fora de poca voltem a orar e favoream o desenvolvimento do bicudo com potencial para infestar novas reas no ano seguinte. COLHEITA E PS-COLHEITA As operaes de colheita e armazenamento so de vital importncia para manter a qualidade do produto. A colheita deve ser iniciada em dias de sol e efetuada por partes nas plantas de algodo, seguindo a ordem (baixeiro, meio e pice das plantas). Usar sacos de algodo e no misturar com crueiras, folhas, carrapicho, detritos de madeira, etc., para no contaminar a bra do algodo. Nas amarras dos sacos deve-se usar cordo de algodo. No usar sacos de juta, estopa ou polietileno. O produto deve ser armazenado em local ventilado e com pouca umidade. No permitir o acesso de animais (gatos, cachorros e galinhas), pois os pelos e as penas destes animais contaminam a bra contribuindo para a desclassicao do produto. BENEFICIAMENTO DO ALGODO A operao de separao da pluma do caroo realizada em mquinas de serra. Em geral a composio do algodo em caroo constituda de 35 a 38% de pluma, principal produto gerado na cadeia algodoeira, sendo usado na indstria txtil. A pluma classicada por tipo e por outros parmetros, como comprimento, resistncia, nura, uniformidade, maturidade, contaminao entre outros. O caroo ou a semente representa 60%, tendo a seguinte constituio: casca 24%, amndoa

39

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....60%, lnter 12% e resduo 4%. Em geral a semente de algodo tem as variaes: 6 a 12% de umidade, 20 a 27% de protena, carbohidratos 24 a 31%, leo 15 a 26%, cinzas 3 a 4% e material broso 14 a 21%. Com o beneciamento da semente so obtidos os subprodutos: torta utilizada na alimentao dos ruminantes, leo renado, usado na alimentao humana e na matriz energtica do biodiesel, e o linter usado na confeco de cordo e sacaria. Da produo total de semente apenas 5% so destinados ao plantio, enquanto 55% so utilizadas na extrao de leo e 40% na alimentao animal. MUNICPIOS ZONEADOS PARA O CULTIVO DO ALGODO

40

.RECOMENDAES.TCNICAS PARA.O.CULTIVO.DO.ALGODO . . SEQUEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . EM . . . .Au gua Nova Alexandria Almino Afonso Antnio Martins Apodi Ars Augusto Severo Barana Bom Jesus Brejinho Carabas Cear-Mirim Coronel Ezequiel Coronel Joo Pessoa Doutor Severiano Encanto Esprito Santo Felipe Guerra Francisco Dantas Frutuoso Gomes Gov. Dix-Sept Rosado Grossos Ielmo Marinho Ita Jaan Jandus Janurio Cicco Jardim de Piranhas Joo Dias Jos da Penha Jundi Lagoa d'Anta Lagoa de Pedras Lagoa Salgada Lucrcia Lus Gomes Macaba Major Sales Marcelino Vieira Martins Messias Targino Montanhas Monte Alegre Mossor Nova Cruz Olho-d'gua do Borges Paran Para Passa e Fica Passagem Patu Pau dos Ferros Pedro Velho Piles Portalegre Rafael Fernandes Rafael Godeiro Riacho da Cruz Riacho de Santana Rodolfo Fernandes Santo Antnio So Fernando So Francisco do Oeste So Gonalo do Amarante So Miguel So Rafael Serra de So Bento Serra Negra do Norte Serrinha dos Pintos Severiano Melo Taboleiro Grande Taipu Tenente Ananias Tibau Timbaba dos Batistas Touros Triunfo Potiguar Umarizal Upanema Vrzea Venha-Ver Vera Cruz Viosa

41

ISSN 1983-280 X Ano 2009

07

O CULTIVO SUSTENTVEL DA MAMONA NO SEMIRIDO BRASILEIRONapoleo E. de M. Beltro * Waltemilton Vieira Cartaxo * Srgio Ricardo de P. Pereira * Jos Jandu Soares * Odilon Reny Ribeiro F. Silva * Marcelo Abdon Lira **

* Embrapa Algodo ** Embrapa / EMPARN

Natal, RN 2009

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....

44

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........

INTRODUOA busca mundial pela sustentabilidade ambiental, com base na substituio progressiva dos combustveis minerais derivados do petrleo, responsveis diretos pelo efeito estufa, por combustveis renovveis de origem vegetal, dentre eles o biodiesel do leo da mamona, criou uma perspectiva real para a expanso do cultivo da mamona em escala comercial no semirido brasileiro, principalmente na agricultura familiar, que j tem tradio no cultivo desta oleaginosa, em especial o Estado da Bahia, onde pequenos e mdios agricultores produzem mamona h mais de um sculo. A grande adaptabilidade edafoclimtica da mamona no semirido brasileiro, referenciada no zoneamento agrcola, identicou um espao agrcola ora em repouso, estimado em cinco milhes de hectares, abrangendo aproximadamente 500 municpios, os quais podem contribuir, de forma decisiva, com a organizao do cultivo sustentvel desta oleaginosa, por meio de programas que contemplem aes de logstica local de assistncia tcnica grupal e em tempo real, para promover a apropriao tecnolgica e, por conseguinte, a prossionalizao dos produtores, com possibilidade de gerar um milho de empregos nesses territrios, com custos mnimos para os governos federal, estadual e municipal. A partir desta tendncia, a Embrapa Algodo/EMPARN, em parceria com a Petrobras, e os governos estaduais do semirido brasileiro, disponibiliza essas informaes bsicas, para facilitar o processo de transferncia de tecnologia, visando apropriao e adoo da tecnologia de produo da cultura da mamona pelos agricultores de base familiar, bem como dos demais tipos de produtores, que podem ter, nesta cultura, mais uma opo para diversicar e fortalecer as suas fontes de renda no campo.

45

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....ESCOLHA DO TERRENO A mamona produz em quase todos os tipos de solo, mas prefere solos de mdia e alta fertilidade natural, com pH entre 6,0 e 7,0; planos, com no mximo 12% de declividade, que no encharquem e no tenham salinidade elevada. As regies do timo ecolgico da cultura denidas no zoneamento agrcola, possuem as seguintes caractersticas: altitude variando de 300 a 1500 m, considerando-se as cultivares atualmente em uso e recomendadas para o plantio. Chuvas variando de 500 a 1000 mm/ ano, temperatura do ar oscilando de 20 a 30 graus (ideal 23C) umidade relativa abaixo de 80%(ideal em torno de 65%) PREPARO DE SOLO O solo deve ser preparado seguindo as boas prticas agrcolas, evitando-se usar grade aradora, visto que provoca eroso, adensamento e compactao, alm de espalhar as sementes das plantas daninhas, aumentando os custos com o controle. Utilizar sempre o plantio em nvel, como forma de diminuir os riscos de eroso do solo. CULTIVO MNIMO Fazer a limpa e destoca antecipadas do terreno, eliminando restos de cultura, mato e, no incio do inverno, realizar plantio em solo mido, sem cortar a terra. PREPARO DO SOLO A TRAO ANIMAL Uso do cultivador ou arado de aiveca: no incio, fazer o corte

46

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........supercial da terra mida na profundidade mxima de 15cm, eliminando o mato e incorporando os restos culturais. PREPARO DO SOLO A TRAO MECNICA Uso do trator com a grade niveladora e o arado de aiveca: dependendo do tamanho da rea de plantio e do seu histrico, fazer o corte combinado, para incorporar os restos de culturas e o mato com o solo mido, realizando duas passagens: primeiro o arado e depois a grade niveladora. ESCOLHA DA SEMENTE A semente deve ser scalizada, ter vigor, boa germinao (acima de 85%) e ser de variedade recomendada para o plantio na regio. Uma variedade de qualidade deve possuir: Teor de leo acima de 45% Teor de leo ricinolico acima de 89% Capacidade produtiva de bagas 1500 kg/ha no sequeiro Acima de 3000 kg/ha em regime de irrigao Bom nvel de tolerncia e/ou resistncia a doenas Boa resistncia seca e ciclo econmico de pelo menos dois anos, que suporte a poda no nal do primeiro ano. Se possvel, com baixos nveis de ricinina e de protenas alergnicas nos ramos e folhas, para evitar intoxicao ao gado.

47

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....CULTIVARES DESENVOLVIDAS PELA EMBRAPA: BRS 188 PARAGUAU Origem: Seleo massal na cultivar Sangue de Boi Parceria: Embrapa Algodo EBDA Altura mdia da planta: 1,60 m Cor do caule: Roxo com cera Forma do racemo/cacho: Oval (Figura 5) Quantidade mdia de frutos: 37 frutos Intervalo mdio da emergncia ao primeiro cacho: 54 dias Peso mdio 100 sementes: 71 g. Teor mdio de leo: 47,72% Produtividade mdia em ano de inverno normal: 1.500 kg/ha Ciclo da emergncia ltima colheita: 230 a 250 dias Cor da semente: Preta Frutos: Semideiscentes

5. Ensaio de mamona. Canguaretama-RN, 2007

48

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........BRS 149 NORDESTINA Origem: Seleo individual na cultivar Baianita Parceria: Embrapa Algodo EBDA Altura mdia da planta: 1,90 m Cor do caule: Verde com cera Forma do racemo/cacho: Cnica (Figura 6) Quantidade mdia de frutos: 35 frutos Intervalo mdio da emergncia ao primeiro cacho: 50 dias Peso mdio 100 sementes: 68 g. Teor mdio de leo: 48,90% Produtividade mdia em ano de inverno normal: 1.500 kg/ha Ciclo da emergncia ltima colheita: 230 a 250 dias Cor da semente: Preta Frutos: Semideiscentes.

Fig. 6. Ensaio de mamona. Canguaretama-RN, 2007

ADUBAO E CALAGEM A mamoneira exigente em nutrientes, razo pela qual se deve fazer, sempre que possvel, anlise do solo e, caso o pH esteja muito cido (abaixo de 5) fazer a calagem pelo menos 3 meses49

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....antes do plantio, com o solo mido, para que haja reao do calcrio. Em geral, deve-se usar, na adubao, somente nitrognio, na quantidade de 40 kg de N/ha, aplicado em cobertura no incio da orao do primeiro cacho e fsforo em fundao nas covas, na quantidade de 40 kg/ha de P2O5, caso a anlise do solo demonstre teor abaixo de 10 mg/dm3. POCA DE PLANTIO O plantio uma fase muito importante para o sucesso produtivo de qualquer lavoura, em especial da mamona, devendo ser feito apenas nas reas zoneadas pela Embrapa Algodo, com a aprovao do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento - MAPA, levando-se em considerao o perodo de plantio recomendado para cada municpio. Portanto, imprescindvel, para o sucesso da produo, a organizao dos produtores locais, visando praticar um perodo nico de incio e m do plantio, dentro do intervalo de tempo previsto no zoneamento, pois isto facilitar o manejo da lavoura no controle de pragas e doenas, alm de organizar a colheita, o armazenamento, beneciamento e comercializao. PLANTIO Para produzir satisfatoriamente, a mamona necessita de 500 a 1000 mm de chuva bem distribudos, em que a maior exigncia por gua ocorre na fase inicial do desenvolvimento (primeiros 70 dias), sendo muito importante realizar o plantio no incio das chuvas.

PLANTIO MANUAL

50

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........

Com o uso da enxada e em solo mido, as covas devem ser abertas na profundidade de 2 a 5 cm, colocando-se duas sementes por cova, cobrindo-as com pouca terra. Nos solos arenosos pode-se plantar um pouco mais fundo, 4,0 a 5,0 cm, e, nos argilosos, deve ser mais raso. A germinao ocorre entre 7 a 20 dias, dependendo das condies do ambiente (umidade do solo, temperatura etc.) e da qualidade fsica e siolgica das sementes. PLANTIO COM MATRACA Em solo mido, regular a matraca para cair de duas a trs sementes por cova, na profundidade de 2,0 a 5,0cm. PLANTIO COM PLANTADEIRA DE TRAO ANIMAL Em solo mido, regular a plantadeira para distribuir, em mdia, 3 a 4 sementes por metro linear, na profundidade de 2 a 4 cm. PLANTIO COM PLANTADEIRA TRATORIZADA Em solo mido, regular a plantadeira para distribuir, em mdia, 3 a 4 sementes por metro linear, na profundidade de 3 a 5 cm. No plantio mecanizado com cultivares de sementes grandes (BRS188 Paraguau e BRS-149 Nordestina), necessrio aumentar a espessura dos discos e ampliar o tamanho dos furos. ESPAAMENTO E DENSIDADE DE PLANTIO O espaamento a ser utilizado no cultivo da mamona determinado pelo porte da cultivar, fertilidade do solo, sistema de cultivo, disponibilidade de gua no solo e pelo trfego de mquinas ou animais, para controle de plantas daninhas e de pragas.

51

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....

CULTIVARES DE PORTE MDIO BRS 188 Paraguau e BRS 149 Nordestina. Em sistema de cultivo isolado 2m x 1m em solos de baixa fertilidade, 3m x 1m em solos de mdia (Figura 13), 4m x 1m em solos de alta fertilidade. De modo geral, e para tais cultivares, o melhor espaamento 3 m x 1 m (Figuras 13 e 14 ), 1 planta/cova, em sistema isolado ou consorciado, de sequeiro ou irrigado, cando a populao com 3.333 plantas/ha.

Fig. 13. Plantio com espaamento 2x1m - Lajes-RN, 2005

Fig. 14. Plantio com espaamento 3 x 1 - Lajes-RN, 2005

EM SISTEMA DE CULTIVO CONSORCIADO No espaamento de 3m x 1m com 3 leiras centrais de feijo Vigna ou Phaseolus, no espaamento 0,5m x 0,5m (Figura 15 ). No espaamento de 4m x 1m com 4 leiras centrais de feijo Vigna ou Phaseolus, no espaamento de 0,5m x 0,5m.

52

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........

Fig. 15. Mamona em consrcio com feijo. Apodi-RN, 2007

CULTIVARES DE PORTE BAIXO Utilizar sistema de cultivo isolado, espaamento de 1m x 1m ou 1m x 0,5m. Todos devem car com uma planta por cova. RALEAMENTO OU DESBASTE Deve ser realizado com o solo mido, entre 15 e 20 dias aps a germinao, quando as plantas j possurem trs folhas verdadeiras, para efeito de reduo de custo. Realiz-lo no mesmo perodo do retoque da primeira capina, deixando-se uma planta por cova. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Nos primeiros 60 dias, o crescimento da mamona lento, e, nesse perodo, a lavoura necessita estar livre da competio com plantas daninhas. Para o controle das plantas invasoras pode-se lanar mo de diversos mtodos: Capina Manual: prtica caracterstica do pequeno produtor de mamona, que usa a enxada e realiza de duas a trs capinas durante o ciclo.53

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....

Capina com cultivador a trao animal: fazer uma passagem nas entrelinhas, na profundidade de 2 a 3 cm, seguido de um retoque a enxada. Devem-se evitar danos nas razes da mamona. Capina com herbicidas: uma prtica pouco realizada pelo agricultor familiar no semirido, cando restrita a mdios e grandes produtores, principalmente no cerrado brasileiro, mas deve ser realizada obedecendo a critrios tcnicos. Aplicar produtos premergentes, seletivos, com uso de bicos adequados, fazendo a aplicao em solo mido, at trs dias aps a ltima gradagem. Em ps-emergncia, fazer aplicao em jato dirigido s ervas daninhas, evitando o contato do herbicida com as plantas da mamona. At o momento no existem herbicidas registrados para a mamoneira, porm h estudos sobre o assunto, com a descoberta de vrios herbicidas seletivos, em especial de aplicao de premergncia. Capina mecanizada: feita com arado, escaricador ou grade niveladora, mediante uma passagem nas entrelinhas com profundidade de corte 2 a 3 cm, seguido de um retoque a enxada. A operao deve ser executada com o trator em marcha reduzida, para evitar danos nas plantas e razes. COLHEITA O processo de colheita a fase decisiva para obteno de um produto de boa qualidade. Em cultivares deiscentes, realiz-lo logo aps o incio da maturao dos frutos. Em cultivares semideiscentes inici-lo com 90% dos frutos, ou mais, de cada cacho maduro (secos). Em cultivares indeiscentes, com 100%dos frutos maduros (secos). O plantio de cultivares com frutos deiscentes deve ser evitado devido s perdas e diculdade de colheita, uma vez que as sementes se desgranam facilmente dos frutos e caem ao solo.

54

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........MTODOS DE COLHEITA Manual: indicado para pequenos e mdios produtores. Fazer o corte na base do cacho, com uso de ferramentas aadas, como faca, canivete, tesoura ou foice pequena. Depositar os cachos em cesto ou carroa e coloc-los no terreiro, para secar para posterior descascamento. O terreiro para secagem pode ser construdo em cho batido ou em alvenaria, com piso de cimento liso; este ltimo mais eciente, facilitando o batimento manual e/ou descaroamento na mquina. No processo de descascamento mecnico, os frutos so colocados em cestos, depois so despejados na cmara de batimento e posteriormente as sementes desgranadas caem na parte inferior da mquina. Colheita mecnica: Indicada para grandes reas plantadas com cultivares indeiscentes de porte baixo ou an. Feito com uso de colheitadeira de arroz ou milho, adaptada, que colhe e faz o descascamento simultneo. Importante: O mercado prefere gros ou bagas que tenham: At 10% de umidade At 10% de marinheiros (sementes com casca) Pelo menos 45%de rendimento mnimo de leo At 2% de impurezas Baixa acidez (menos de 1,5%)

55

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....PRINCIPAIS PRAGAS Percevejo verde da soja (Nezara viridula): Esse inseto polfago e pode causar severos danos s culturas da mamona e do feijo vigna. Aps a ecloso, as ninfas cam agregadas e apresentam colorao alaranjada (Figura 16), colorao verde, s vezes escura no dorso, vivendo em mdia dois meses e, quando adultos, medem de 13 a 17 mm (Figura 17 A e B); um sugador, que introduz o estilete nos frutos e promove o chochamento das sementes, alm de injetar toxinas na planta (Figura 18). Controle: o controle desse inseto feito evitando-se a proximidade de outras plantas hospedeiras dessa praga. Para controle qumico, recomendam-se os produtos Metilparation, Malation ou Endosulfan nas dosagens recomendadas pelos fabricantes para outras culturas. Direcionar as pulverizaes para os cachos. Cigarrinha verde (Empoasca kraemeri): Este inseto sugador tem entre 5 e 9 mm (Figura 19 A e B) e, como caracterstica, mover-se lateralmente. Na mamoneira, causa problemas srios nas folhas, pois sugam a seiva e quando o ataque severo, estas necrosam e secam (Figura 19 C).

Fig. 16. Ninfas de percevejo verde sobre o fruto de mamona.

Fig. 17 (A). Adultos de percevejo verde sobre folha de mamona

56

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........

Fig. 17 (B). Adultos de percevejo verde sobre folha de mamona

Fig. .18 Cacho de mamona com Frutos danicados.

Fig. 19. Folha atacada pela cigarrinha verde.57

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....CONTROLE: INSETICIDAS BASE DE MONOCROTOFS Lagarta rosca (Agrotis ipsilon): lagartas de cor escura (Figura 20), borboleta de cor marrom (Figura 21); durante o dia vivem no solo e, noite, cortam o colo das plantas jovens. Controle: inseticidas siolgicos, piretrides e carbamatos. Lagarta elasmo (Broca), (Elasmo palpuslignosellus): quando adulto, uma mariposa com 15 a 20cm de envergadura. Sua postura feita na vegetao prxima lavoura. As lagartas novas iniciam o ataque nas folhas, alimentando-se do parnquima e depois perfuram as plantas no colo e destroem as plntulas. A lagarta adulta mede cerca de 15 cm de comprimento e tem colorao cinza-azulado, com faixas difusas. O perodo crtico se refere aos primeiros 30 dias. Controle: devem-se usar inseticidas sistmicos colocados junto com as sementes, no momento do plantio. Caso ocorra ataque signicativo, pulverizar o colo das plantas com produtos base de Metilparation. Lagarta preta das folhas (Spodoptera latifascia). um inseto extremamente nocivo, tanto ao feijo vigna quanto mamoneira. Ataca as folhas e, eventualmente, as vagens do vigna. As lagartas chegam a medir 50 mm, com colorao de pardo a preto azulado e as mariposas (adultos), medem cerca de 40 mm de envergadura e so de colorao parda ( Figuras 22 e 23). Para o controle, pode-se usar bioinseticidas base de Baculovirus ou Bacillus thuringiensis ou, ainda, a liberao de parasitides, como o Trichogramma sp, densidade de 100.000 indivduos/ha. Podemse utilizar, tambm, inseticidas base de Malation, Deltametrina e outros, nas dosagens recomendadas pelos fabricantes. Lagarta Imperial ou Lagarta dos cafezais (Eacles sp.): uma praga que, potencialmente, pode trazer elevados prejuzos aos produtores de mamona. Tratam-se, na forma adulta, de mariposas amarelas, com inmeros pontos nas asas, cortados por duas faixas de cor violeta-escuro e duas manchas circulares da mesma cor, tendo tamanho de 120 a 135 mm de envergadura. Os ovos so

58

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........colocados em colnia sobre as folhas e tm colorao amarela. As lagartas so grandes, chegando a atingir mais de 100 mm de comprimento e se encrisalidam no solo. Atacam as folhas e frutos da mamoneira. O ciclo completo varia de 60 a 70 dias, sendo que o estdio de lagarta dura em torno de 40 dias (destroem o limbo foliar, podendo provocar a desfolha completa da planta e perda dos frutos, prejudicando tambm a produtividade da cultura). Controle: sugerem-se produtos base de Malathol ou Metilparathion ou alguns piretrides, como a Deltametrina.

Fig. 20. Lagarta Rosca.

Fig. 21. Borboleta da lagarta rosca.

Fig. 22. Mariposa da lagartaSpodoptera latisfacia.

Fig. 23. Lagarta preta das folhasSpodoptera latisfacia

59

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....O controle qumico de lagartas na mamona pode ser feito com inseticidas biolgicos, como o Bacillus thuringiensis, e de parasitides, como o Trichogramma sp, e predadores, como o bicho-lixeiro. caro vermelho (Tetranychus ludeni) e rajado (Tetranychus urticae): (Figuras 24 e 25) so artrpodes de oito patas, s vezes confundidos com insetos (classe que tem seis patas) muito nocivos cultura da mamona. So minsculos, menos de 0,4mm de comprimento e quase invisveis a olho nu. Habitualmente, so encontrados na face inferior das folhas e sugam a seiva das plantas, provocando o amarelecimento e posterior bronzeamento. Temperaturas elevadas e baixas precipitaes pluviomtricas contribuem para o aumento das populaes de caros. Para o controle, recomendase, preventivamente, no usar produtos piretrides para o controle de outras pragas antes dos 100 dias da cultura e, no caso do controle qumico, usar produtos (acaricidas) base de ometoato, nas dosagens recomendadas pelos fabricantes.

Fig. 24. caro Vermelho.

Fig. 25. caro Rajado.

60

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........DOENAS Mofo cinzento: principal doena da mamona, identicada nos Estados Unidos em 1918 e, no Brasil, em 1932, podendo reduzir a produo a zero. Doena provocada pelo fungo Botryotinia ricini, na sua forma perfeita, correspondente forma imperfeita de Amphobotrys ricini, que infecta na fase de orao, cujos fungos se xam nos cachos jovens, provocando o secamento dos frutos jovens; esta doena se propaga no campo, pelo vento (Figuras 26). Controle qumico: apesar de no registrado, pode ser usado o fungicida Derosal 500sc, na dosagem 60 ml/20 l de gua; fazer aplicao dirigida aos cachos jovens.

Fig. 26. Danos provocados pelo mofo cinzento nos cachos de mamona.

61

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....Podrido de macrophomina: doena provocada pelo fungo Macrophomina phaseolina, que se manifesta pelo amarelecimento e murcha da planta (Figuras 27 A, B e C), com necrose total ou parcial da raiz (Figura 27 B), que evolui para o escurecimento do caule e morte da planta (Figura 27 C), muito comum na regio de Irec-BA.

Fig. 27. A: Sintomas iniciais de M. phaseolina

B: Danos no colo;

C: Danos nas razes.

Podrido de botryodiplodia: doena provocada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae, que se manifesta pelo murchamento, escurecimento e podrido dos ramos e caule, de cima para baixo, com posterior morte da planta (Figuras 28 A e B). Controle: evitar feridas nas plantas e, quando da colheita e poda, desinfetar as ferramentas utilizadas e ainda pincelar os locais do corte com fungicida base de cobre.

62

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........

(A) (B) Fig. 28. Sintomas caractersticos da Podrido dos ramos.

Murcha de fusarium: Doena provocada pelo fungo Fusarium oxysporum, que se manifesta pelo amarelecimento (Figuras 29 A e B ), murchamento (Figura 29 B) e necrose das folhas, que podem cair. Controle: utilizar sementes sadias e, se necessrio, fazer tratamento qumico, com vitavax+ thiram; rotao de culturas.

(A) (B) Fig.29-Murchamento e necrose da planta, causada por F. Oxysporium

63

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....Tombamento: doena causada por diversos fungos, sendo os principais Rhizoctonia solani, Sccherotiumrolfsii, Fusarium sp e Alternaria sp, que se manifestam necrosando e apodrecendo o colo das plantas jovens, provocando tombamento e morte da plntula. Controle: utilizar sementes sadias e, se necessrio, fazer tratamento qumico, com vitavax+ thiram; rotao de culturas. Mancha de cercospora: Doena causada pelo fungo Cercospora ricinella, que ataca as folhas, formando manchas circulares; as plantas jovens sob ataque severo podem morrer (Figura 30). Controle: Utilizao de sementes sadias, livres de patgenos e espaamentos maiores.

Fig. 30. Cercosporiose ricinella.

Manchas de alternaria: Tem como agente causal o fungo Alternaria ricini, que se manifesta pela presena de manchas de colorao parda; em ataque severo, pode matar as plantas jovens (Figura 31). Muito agressiva em hbridos cultivados em locais de temperatura e umidades altas.

64

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........Controle: Fungicida base de cobre ou ditiocarbamatos Vitavax+Thiran (diludo em 500 ml de gua) = 100 quilos de sementes; utilizao de maiores espaamentos.

Fig.31 . Manchas de alternaria.

Recomendaes bsicas para reduo do impacto das doenas na cultura da mamona: - Eliminao e/ou reduo do inculo inicial: - Uso de sementes certicadas e tratadas; - Rotao de culturas; - Eliminao de plantas atacadas; - Realizao da poda no segundo ano; - Eliminao de restos de cultura e plantas asselvajadas das proximidades do campo; Reduo da taxa de doena no campo: - Uso de cultivares resistentes ou tolerantes; - Uso de espaamento mais aberto; - Uso do controle qumico; - Rotao de culturas; - Plantio em reas indicadas pelo zoneamento agrcola.65

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....ROTAO DE CULTURAS No recomendvel plantar mamona por mais de dois anos na mesma rea, pois poder ocorrer ampliao dos problemas com pragas, doenas e outros, alm da reduo da capacidade produtiva do solo. Recomenda-se a rotao com culturas como sorgo, milho, algodo, gergelim ou amendoim, respeitadas as aptides edafoclimticas de cada uma delas. MANEJO PS-COLHEITA BENEFICIAMENTO/DESCASCAMENTO: Atividade feita por meio do batimento manual com o uso de varas exveis de madeira ou chibatas confeccionadas com tiras de borracha; com o uso de mquina manual (Figura 32) ou eltrica (Figura 33) e mecnica. Nesta etapa, o material a ser beneciado precisa estar com umidade de 10%, para que as sementes larguem da casca com maior facilidade.

Fig. 32. Descascador manual.

Fig. 33. Descascador eltrico

66

.O .CULTIVO .SUSTENTVEL.DA MAMONA.NO.SEMI-RIDO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . ... ..... ..... . ..........Armazenamento: aps o descascamento, os gros ou bagas podem ser acondicionados em sacos de aniagem ou em silos. No primeiro caso, a umidade das sementes ou bagas deve variar de 8 a 10% no mximo e, no segundo caso, de no mximo 5%. Para um armazenamento seguro, muito importante considerar as condies de umidade relativa existentes no ambiente onde sero guardadas as sementes ou bagas e considerar aspectos como temperatura, ventilao e fcil acesso, para controle de insetos, roedores e microrganismos. Comercializao: nos seus ncleos de produo, os agricultores devem estar organizados em associaes, para formao dos lotes comerciais, visando facilitar as negociaes para a venda da produo, em melhores condies de preos. Existem, no mercado, empresas atuando mediante contrato, assegurando a compra da produo, inclusive com o fornecimento de parte dos insumos para os potenciais produtores. Poda: prtica rotineira recomendada para cultivares de porte mdio e alto; deve ser realizada aps o nal da colheita ou 30 a 60 dias antes do incio do inverno e tem como objetivo, reduzir os custos de produo no segundo ano, com a eliminao das despesas de preparo do solo, plantio e capina, alm de otimizar o aproveitamento das chuvas, pela antecipao do ciclo produtivo. Para preferir a poda, necessrio fazer uma avaliao de campo, em que a incidncia de doenas, pragas e o nvel de sobrevivncia das plantas, devem ser de no mnimo 80%. A poda, quando indicada, deve ser feita cortando-se o caule e os ramos das plantas em bico de gaita, com altura variando de 30 a 60 cm. Para reduzir a penetrao da gua no interior do caule das plantas, a posio do corte deve car em sentido contrrio da cada das chuvas. oportuno ressaltar que a poda s deve ser feita quando a planta encerrar a fase de emisso de cachos, ou seja, quando estiver em fase de repouso vegetativo.67

. . . . . . . . VI CIRCUITO.DE TECNOLOGIAS.ADAPTADAS PARA.A .AGRICULTURA.FAMILIAR ..... ....... ....... ..... ....

68