carta etnológica dos povos pré-romanos da península ibérica

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Page 1: Carta etnológica dos povos pré-romanos da Península Ibérica

Povos Pré-Romanos da Península IbéricaVersão 10

© [email protected]ço de carta etnológica nos finais da 2ª Guerra Púnica (circa 200 a.C.)

© Campo Arqueológico de TaviraReservados todos os direitos

Reprodução proibida

www.arqueotavira.com

BÆTICA

TARRACONENSIS

LUSITANIA

VOLCAE

ARECON

ICI

Cartago Nova

Akra Leuke

Zona de influência

comercial marítima

de Gadir

Fenício-Púnico

GregoIbérico Levantino

Ibérico Meridional

Tartéssico

Latim

Cidades pré-romanas,

indígenas e coloniais, que emitiram moeda até 45 a.C.

Língua usada nas cunhagens:

Fenícias

Gregas

Cartaginesas

Fundações coloniais

mais importantes

VOLCAE

TECTOSAGES

Área turdetana

Celta

Ibérico

Proto-Basco

Tartéssico (residual)

Grupos linguísticos

Indo-europeu, pré-celta

Ocupação militar romana194 a.C

156 a.C.

Área de colonização

Domínio militar

Influência geoplítica

Cartagineses(237 a 206 a. C.)

LUSIT

ANOS

CÉLTICOS

ORETANOS

VACCEOS

VETTONES

CALA

ICOS

ASTURES

TURDETANOS

CANTABROS

VASCON

ES

ILERGETAS

CARPETANOS

CELTIBEROS

BALEARES

MAURI

TURMODIGOS

PELENDONES

BERONES

AREVACOS

TITOS

LUSONES

BELOS

TURBOLETAS

ILERCAVONES

AUTR

IGONES

VARDULOS

CARISTIOS

IACETANOS

SEDETANOS

OLCADES

ARENOS

IOS

CESSETANOS

ANDOSINOS

CERETANO

S

BERGISTAN

OS

AUSE

TANOS

DEITANOS

CONTES

TANO

S

EDETANOS

LACE

TANO

S

LAYETANOS

IND

IKETAS

TURDULOS

TARTESSICOSCÓNIOS

Gadir

BIGERRI

TARUSATES

TARBELLI ELUSATES

CONU

ENAS

AUSCII

RUTENI

PÚNICOS

MASAESYL

I

BANIURAE

GAETAE

Malaka

Sexs

Abdera

MAURUSII

Tingi

Lixus Rusaddir

Iol

Tipasa

Baria

Rhode

Emporion

ZOELAE

BANIE

NSES

COELERNI

PAESURI

PAESICI

Ebusos

Asta

BASTETANOS

SELINI

BAEDUNENSESLA

NCIENSES

ORGENOMESCI

CONCANI

AURIN

I

CONISCI

TAMARICI

MORECAN

ISUP

ERATII

ADDOV

IVARR

I NAMAR

IN

CIBARC

IEG

IALB

IONES

ARRON

I

ARROTREBAE

NER

I

SUPERTAMAR

ICI

COPORI

PRESTAMARCI

CILEN

I BAED

I

BIBALI

HELLE

NI

GROV

I

INTERAMICI

LEMAVI

SEURRI

LOUGEI

GIGURRI

EQUAESILIMICI

TAMAGANI

LEUNI

SEURBI

QUARQUERNI

CALADU

NI

BRACAR

I

AEBOCOSI

CALLAECI

CELT

ICI

GERMANOS

MANTESANOS

CILB

ICEN

I

Numantia

Sagunto

Munda

Conistorgis ?

Keition

Outras cidades

TURDULOS

ELBOCORI

TAPORI

IGAED

ITAN

I

CALONTIENSES

COERENSES

CALVRI

LANC

IENCES

OPP

IDAN

ILANC

IENCES

TRANSCUDAN

I

LUSITANIA, BÆ TICA, TARRACONENSISNomes

Limites

Provincias Romanas

(posteriores a 7 a.C.)

Page 2: Carta etnológica dos povos pré-romanos da Península Ibérica

Ethnologic Map of Pre-Roman Iberia (circa 200 B.C.). VERSION #10 Full-scalable vector map with control of visual layers, manageable with Adobe Acrobat Reader 6 and later.

Author Luís Fraga da Silva Associação Campo Arqueológico de Tavira, Tavira, Portugal www.arqueotavira.com [email protected]

Language Portuguese and Latin.

Abstract

Geographic information: 1. Basic geography

• Coastal boundaries • Main hidrography

2. Major ethno-geographic groups, represented by delimited territories and name identity • Primary geographic-delimited ethnic groups (e.g. VASCONES). • Greater social formations of mixed ethnic origin and shared socio-political and

cultural environment (e.g. TURDETANOS) • Territories of majority of specific ethnic-linguistic groups (e.g. CELTICOS).

3. Secondary ethnic and gentilician communities with toponymic, territorial and political identity, excluding smaller later oppida-centered civitates. (e.g. TITOS).

4. Pre-Roman urban centers: • Native towns with recognized urban status in the beginning of Roman domination

through specific coin emissions, identified by location and language of emission. • Phoenician, Greek and Punic (Carthaginian) colonial foundations, still surviving in

the end of the 2d Punic War. Only major places are identified. Towns of doubtful status and "factories" are not represented.

• Other selected urban centers, referred by historical sources, identified by name. 5. Colonial territories

• Coastal area of the "Circle of the Straight", economic and cultural commonwealth centred in Gadir/Gades.

• Geopolitical areas of colonization, territorial domination and political-military influence of Carthage, before the end of the 2d Punic War.

6. Greater surviving dominant linguistic groups and linguistic complexes. • Native Iberian languages, non-Indo-European and of doubtful origin: Proto-Basque,

Eastern Iberian, Southern Iberian and Tartessic (Southwestern Iberian). This last one was residual by 200 B.C., replaced by Celtian in most of its original territory.

• Pre-Celt Indo-European (Lusitanian group). Other primitive Indo-European languages were, by then, probably only toponymic.

• Colonial languages: Libio-Phoenician. African-Punic dialects brought by colonialist populations settled by Carthage.

Page 3: Carta etnológica dos povos pré-romanos da Península Ibérica

• Celt and Celtiberian evolutions. The whole "celt" spectrum is present in Iberia, from early "urn-field" to late "La Tène". Gaulish migrations continued until mid I B.C. Central Iberia (Celtiberia) was a diffusion centre of later Celt movements to the North West and, specially, to the Tartessic-Turdetan South.

7. Romanization • Military frontier in 194 B.C. (after the Carthaginian defeat in Iberia) and 156 B.C.

(before the Lusitanian/Celtiberian Wars) • Roman Provinces after the 2nd territorial reorganization of August (before 7 B.C.).

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Carta etnológica dos povos pré­romanos da Península Ibérica 1

Campo Arqueológico de Tavira www.arqueotavira.com© Luís Fraga da Silva

Carta Etnológica dos Povos Pré­Romanos da Península Ibérica,circa 200 a.C.

Versão 10 ­ 2004 Nov. 15

Apresentação

Fazer um mapa da Hispânia pré­romana é uma tarefa ingrata e interminável, por diversas razões,em que se destacam:§ A inconsistência no ajustamento dos distintos levantamentos regionais§ A incerteza nas identificações e localizações§ Questões taxionómicas e conceptuais de fundo como, por exemplo, os limites cronológicos

e geográficos do urbanismo pré­romano e do mundo céltico§ O risco de anacronismo, pela necessidade de recorrer a elementos apenas documentados

posteriormente.

A necessidade premente de um mapa etnológico dos populii e gentes no final da 2ª GuerraPúnica, impeliu­nos no entanto a levar por diante esta iniciativa, apesar das referidasdificuldades e limitações.Deve frisar­se que o nosso objectivo é de síntese e a ilustração geográfica em contextos dedivulgação histórica ou de enquadramento de tópicos especializados, não etnológicos. Partimosde uma visão geográfica centrada no Sudoeste Peninsular (Tavira e o Algarve Oriental ficam nolimite da área turdetana), desejando porém uma visão da totalidade da Península ,simplificadamas completa e consistente.Tivemos, neste sentido, de cortar a eito relativamente a numerosas e difíceis opções, esperandoque o formato digital utilizado permita ir fazendo correcções e aditamentos progressivos.Contamos para isso com a reacção e feedback dos leitores e utilizadores, de modo a melhorarsignificativamente a qualidade e o rigor do resultado.Destacamos, finalmente, o processo técnico com que o projecto foi realizado, nomeadamente apossibilidade de ser integralmente escalável sem perder resolução e de se poderem seleccionarníveis visíveis específicos de informação, podendo assim produzir­se diversos mapas distintos.

Nota da versãoA versão 10 tem as seguintes adições:

• Povos da Lusitânia e Vetónia.• Limites das províncias romanas após a 2ª reorganização de Augusto.• Fronteiras do avanço militar romano em 194 e 156 a.C.

A versão 9 inclui mais bibliografia e, sobretudo, a representação do Proto­Basco, do Tartéssicoe dos principais complexos linguísticos formados com o Celta e o Ibérico.

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Campo Arqueológico de Tavira www.arqueotavira.com© Luís Fraga da Silva

Plano e notas

Geografia de base

§ Linha costeira§ Rios principais

Grandes grupos linguísticosExistentes em 200 a.C., nas zonas em que são maioritários.

§ Celta. Consideram­se os celtas no sentido estrito, definidos desde finais da I Idade do Ferro.Neste sentido, não se distinguem os celtas hispânicos, resultantes da evolução local deestratos pré­célticos, dos celtas gauleses recém­migrados.

§ Para além das zonas de predomínio linguístico representam­se as principais áreas decomplexos do celta com outras línguas, nomeadamente com o indo­europeu atlântico(Galaico­Lusitano), com o proto­Basco e com o Ibérico. Representa­se ainda o principalnúcleo  contíguo de imigração céltica na Turdetânia, como uma trama de sobreposição.

§ Indo­europeus pré­celtas. Representa­se a área dos Lusitanos e Vetões, assim como amaioria da área montanhosa da cultura castreja, em que o substrato pré­céltico coexistiriaainda com os aportes célticos posteriores que se generalizam por toda a Gallaecia.

Não se representam zonas de línguas indo­europeias pré­celticas, eventualmente aindaexistentes, na área pirenaica  e na época de estudo.

§ Proto­Basco, representando­se os principais complexos geográficos com os grupos céltico eibérico.

§ Tartéssico. Área primitiva da língua tartéssica, já residual ou desaparecida em 200 a. C,sobretudo nas zonas célticas. O tartéssico poderá ter evoluído para a variante linguísticafalada na Turdetânia ocidental.

§ Ibérico, incluindo as variantes levantina e meridional. Representam­se os complexosprincipais formados com o Proto­Basco e com o celta, já no Sul da Gália.

Entidades etno­políticas

§ Principais, com topónimos a preto, dimensionados segundo a dimensão geográfica estimadado grupo:§ Grupos étnicos principais com topónimo e expressão regional delimitada.§ Formações sociais multiétnicas e multilingues que partilham um contexto geográfico,

sociopolítico e cultural comum (Turdetanos e, eventualmente, zonas da área ibérica nãoassinaladas).

§ Secundárias, com topónimos a vermelho.Correspondentes a gentes isoladas ou integradas em grupos étnicos ou formações sociaisprincipais.

Notas

§ Os Cónios e os Túrdulos da Betúria  são assinalados sobre o limite da área turdetana,destacando o seu carácter tampão, etnicamente célticos mas integrados politicamente nacharneira do mundo turdetano.

§ Ainda na Turdetânia, os líbio­fenícios das fontes clássicas fazem­se corresponder com aárea de colonização cartaginesa sobre o território dos Bástulos.

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§ Os Túrdulos do litoral atlântico são assinalados como uma faixa contínua entre o Douro e oTejo, correspondendo aos Turdulii Veteres e aos Turdulorum oppida das fontes e daArqueologia.

Geografia da colonização pré­romana§ Domínio geopolítico cartaginês, diferenciado em área de colonização, área de domínio

territorial e área de influência política e militar.§ Fundações coloniais principais e sobreviventes em 200 a.C. Excluem­se as colónias fenícias

e gregas já desaparecidas ou muito decaídas assim como as feitorias e portos logísticos.Representa­se a potência colonizadora e o topónimo da cidade

§ Zona do “Círculo do Estreito”, koiné costeira, económica e cultural centrada em Gadir ,assinalada esquematicamente.

Geografia das cidades indígenas e fundações coloniais menores

§ Consideram­se como urbanos apenas os povoados que emitiram moedas indígena antes deCésar.

§ Não se consideram como urbanas, circa 200 a.C., as largas centenas de oppida que nãocunharam moeda, na sua grande maioria pertencendo à zona céltica ou integrados nas“cidades­estado” polinucleares, turdetanas e ibéricas.

§ Assinalam­se toponimicamente alguns centros indicados nas fontes, com funções decapitalidade política e militar mas que desapareceram durante as Guerras de conquista ecivis dos séculos II e I a.C. (Conistorgis, Munda e Numancia). Identificam­se ainda Saguntoe Keition (forma que aceitamos como nome pré­romano de Salacia/Alcácer do Sal).

Romanização§ Frente militar romana em 194 a.C. e 156 a.C.§ Limites das províncias romanas após a 2ª reorganização de Augusto (antes de 7 a.C.).

Exclusões e inconsistências

§ Não se incluem corónimos, isto é, nomes de regiões e de acidentes fisiográficos, mesmoquando são derivados de etnónimos.

§ Não se incluem gentílicios derivados de nomes de núcleos urbanos peregrinos, preexistentesou formados a partir de oppida, já na época romana.

§ A designação dos populii não é consistente. Nos casos mais comuns usam­se termos emportuguês (geralmente idênticos ao castelhano) e nos restantes, menos conhecidos esusceptíveis de alguma confusão devida à tradução, usam­se os termos no plural latino,retirados ou reconstituídos das fontes.

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Carta etnológica dos povos pré­romanos da Península Ibérica 4

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Wagner, Carlos G. “Fenicios y púnicos en el norte de África y en el Mediterráneooccidental”, Fenicios y Cartagineses en el Mediterráneo, Cátedra,Madrid 1999, p. 461

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Carta etnológica dos povos pré­romanos da Península Ibérica 5

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Carta etnológica dos povos pré­romanos da Península Ibérica 6

Campo Arqueológico de Tavira www.arqueotavira.com© Luís Fraga da Silva

Emissões monetárias indígenasCallegarin, L. e El Harrif, F. “Ateliers et échanges monétaires dans le “circuit du détroit”, Los

cartagineses y la monetización del mediterráneo occidental,Garcia­Bellido, M.P. e Callegarin L. (Coords.), Anejos de AEspaXXII, CSIC, Madrid 2000, p. 24.

Garcia­Bellido, M.P. e Blázquez, C.  Diccionario de cecas y pueblos hispânicos, Vol. I, C.S.I.C., Madrid2002, p. 36.

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Ausonius (Maleret, M.e Verninas, S.) Mapa, Atlas antroponímico de la Lusitania Romana, Grupo Mérida(Ed.), Mérida­Bordeaux 2003, p. 41.