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NESTA SEÇÃO Informativo Abril/2007

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Page 1: Carta contemporânea - Sindusfarma€¦ · Web viewO plenário do Supremo Tribunal Federal aprecia no dia 2 de maio as seis primeiras propostas de súmula vinculante. O instrumento,

NESTA SEÇÃO

InformativoAbril/2007

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Para conhecimento, reproduzimos informações do TST, Consultor Jurídico e outros veículos de comunicação, referente à área trabalhista.

INFORMATIVO 017/07

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

TST valida negociação direta com empregados em caso de recusa do sindicatoPág. 02Grupo Pão de Açúcar terá de indenizar empregada acusada de furtoPág. 03Portuários avulsos não obtêm devolução de descontosPág. 04Uso indevido de e-mail: sem provas, banco terá de indenizar empregadoPág. 05Professor ganha diferenças por redução de carga horáriaPág. 06TST nega integração de adicional noturno a salário de bancárioPág. 07TST mantém justa causa em demissão de eletricistaPág. 08Anotação indevida na CTPS gera indenização por dano moralPág. 09Obrigada a vender bens, professora será indenizada por abalo psicológicoPág. 10JT descaracteriza justa causa de dependente químico da ECTPág. 11Empresa é multada por atrasar pagamento de verbas rescisóriasPág. 12TST concede equiparação entre advogados das áreas cível e trabalhistaPág. 13Jornalista da Unicamp tem direito à jornada especial de 5 horasPág. 14TST mantém nulidade de aviso prévio cumprido em casaPág. 15Ex-telefônico receberá horas de sobreaviso por uso de celularPág. 16Piloto de avião tem garantida jornada de 176 horas mensaisPág. 17Empregado chamado de “cavalo paraguaio” será indenizadoPág. 18Operador de cinema aciona a Justiça por vale-estacionamentoPág. 19Falta de intimação pessoal anula sentença trabalhistaPág. 20

REVISTA CONSULTOR JURÍDICOMPT quer novas subsedes em regiões de São PauloPág. 20Seminário discute conseqüências do assédio moralPág. 21CCJ aprova suspensão de cargo de funcionário acionadoPág. 22Engenheiro tem pedido negado por ministros do STJPág. 22Presidente Lula indica juízas mineiras para compor TSTPág. 23STF vota em maio primeiras súmulas vinculantesPág. 23

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InformativoAbril/2007

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PORTAL NACIONAL DE DIREITO DO TRABALHADOR

Ministro diz que sociedade terá que fazer opção com relação à pensão por mortePág. 24Segurado deve apenas comprovar que enfermidade surgiu após filiação ao RGPSPág. 25Seguro Desemprego - Não pode ser acumulado com aposentadoria e auxílio-doençaPág. 26CAS vota projetos que incentivam contratação de trabalhadores com mais de 40 anosPág. 27

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

Ministro defende veto à Emenda 3 em audiência no SenadoPág. 28Caged registra criação de mais 146 mil empregos em marçoPág. 29

OUTRAS FONTES DE NOTÍCIAS

Tabela de conversão transforma tempo especial em comumPág. 30Estagiários podem ter direito a férias, segundo novo Projeto de LeiPág. 30Contrato de experiência: 90 dias não são 03 mesesPág. 31Comissão da Câmara rejeita feriado de Frei GalvãoPág. 31Empregador é condenado a complementar aposentadoria calculada sobre salário pago a menorPág. 32Compensação de horas por conta de feriados, faltas e fim de contrato.Pág. 33

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO27/04/2007

TST valida negociação direta com empregados em caso de recusa do sindicato

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Quando o sindicato profissional se recusa a participar da negociação coletiva, é eficaz e legítima a atuação da comissão de empregados constituída para esse fim. A decisão é da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do Trabalho, em voto relatado pelo vice-presidente do Tribunal, ministro Milton de Moura França, envolvendo o Hospital da Baleia, de Belo Horizonte (MG), e profissionais de saúde. Segundo o ministro Moura França, é legítimo que os empregados exijam que seu sindicato se ajuste a sua vontade.

“Titulares dos direitos são os empregados, de forma que o sindicato profissional, como seu representante, deve se ajustar à vontade que, livremente, expressam e que atende aos seus interesses, mormente consideram-se as peculiaridades que envolvem a prestação de serviços e a realidade econômico-financeira do empregador”, afirmou Moura França em seu voto.

Em fevereiro de 2005, a Fundação Benjamin Guimarães (Hospital da Baleia) e uma comissão de empregados do hospital ajuizaram no TRT da 3ª Região (Minas Gerais) ação declaratória para obter o reconhecimento e declaração de eficácia jurídica do acordo coletivo de trabalho que firmaram diretamente, sem a participação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Belo Horizonte (Sindeess). O acordo fixou reajuste salarial inferior (14% e abono de R$ 600,00) ao previsto no dissídio coletivo da categoria.

A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) recusou-se a registrar o acordo depois que o sindicato rejeitou a proposta de reajuste salarial fechada entre a comissão de negociação e o hospital. Segundo os diretores do Sindeess, a entidade não se recusou a assumir a direção dos entendimentos, apenas não concordou com os termos do acordo proposto pelo empregador, de forma que a negociação coletiva chegou a um impasse.

Na ação, as partes relataram as dificuldades financeiras por que passam os estabelecimentos de saúde, principalmente os hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), como é o caso. Os empregados do hospital decidiram instituir uma comissão de negociação depois de que o Sindeess e a Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Minas Gerais (Feessemg) recusaram-se a negociar com a direção do hospital.

O artigo 617 da CLT prevê a possibilidade de negociação direta por parte dos empregados quando o sindicato representativo da categoria e, sucessivamente, a federação ou confederação a que estiver vinculado, não respondem ao chamado para assumir a condução dos entendimentos. Depois de admitir a entrada do sindicato na lide como assistente litisconsorcial, o TRT/MG julgou improcedente o pedido, invalidando a negociação direta.

Segundo o TRT/MG, houve demonstração de que o sindicato buscou uma “composição amigável para os conflitos existentes entre os trabalhadores e o empregador, apenas não obteve êxito nesse intento”. Por esse motivo, segundo o entendimento de segunda instância, não haveria justificativa para validar o acordo coletivo celebrado sem a necessária interveniência do sindicato que representa os interesses da categoria.

O hospital e a comissão de negociação recorreram ao TST contra a decisão regional. Alegaram que o acórdão do TRT/MG fez “apologia da supremacia do sindicato sobre a vontade da categoria profissional que representa”. Após ficar vencido na preliminar em que apontava a incompetência do TRT para conhecer do pedido e sobre ele decidir, o ministro relator examinou o mérito da matéria.

Segundo ele, no caso em questão, não só houve a recusa do sindicato profissional, como também da própria federação, circunstância que confirma a total legitimidade e a conseqüente eficácia do acordo coletivo que a comissão de empregados firmou com o hospital, nos termos do artigo 8º, inciso VI, da Constituição, e 617 da CLT. “Em razão da dificuldade financeira que vinha passando o empregador, situação essa que os próprios empregados reconheceram, nada mais razoável que negociassem o reajuste de seus salários atentos a essa realidade”, concluiu Moura França.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO27/04/2007

Grupo Pão de Açúcar terá de indenizar empregada acusada de furto

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, acompanhando o voto do relator, juiz convocado Ricardo Machado, manteve a condenação da Companhia Brasileira de Distribuição (Supermercado Extra) a pagar R$ 30 mil a título de danos morais a uma ex-empregada que foi chamada de “ladra” por prepostos da empresa. O dinheiro, supostamente subtraído de um dos caixas do supermercado, apareceu dois dias depois, quando ficou constatado o engano na apuração dos valores depositados nos malotes.

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A empregada foi contratada pelo Grupo Pão de Açúcar em abril de 2000 para trabalhar no Supermercado Extra na função de prancheteira, no período de 0h às 8h. Sua tarefa era fazer a conferência do fechamento dos caixas. Segundo contou na petição inicial, no dia 10 de outubro de 2000, após o término de seu expediente, recebeu uma ligação da empresa, no telefone de sua vizinha, convocando-a para se apresentar ao local de trabalho com urgência. Lá chegando, foi encaminhada a uma sala fechada, juntamente com outra funcionária, momento em que foi informada do desaparecimento de R$ 650,00.

Segundo contou, dois representantes da empresa passaram a interrogá-la por mais de uma hora com a finalidade de saber onde estava o dinheiro desaparecido. Disse que foi humilhada, sendo chamada de “ladra” por seus interlocutores que, ao final, não conseguindo obter a confissão desejada, demitiram-na sem justa causa.

A empregada relatou que a notícia do suposto furto se espalhou pelo supermercado e o tema passou a ser assunto corriqueiro nos encontros de funcionários, e alguns chegaram a ligar para seu celular para saber se ela havia mesmo “roubado” a quantia em dinheiro.

Dois dias depois, o dinheiro “roubado” apareceu. A empregada recebeu um telefonema de uma colega avisando que o dinheiro desaparecido havia sido encontrado em um dos malotes. O episódio, descrito pela empregada como “vexatório, constrangedor e humilhante”, deu início à ação judicial na justiça cível, com pedido de indenização por danos morais no valor de 400 salários mínimos.

A Companhia Brasileira de Distribuição contestou a ação. Alegou que não agiu com dolo ou culpa no incidente e negou que a demissão tivesse sido motivada pela desconfiança da honestidade da empregada, mas sim por “falha de serviço”, ou seja, pela desatenção na tarefa de conferência dos malotes.

A sentença foi favorável à autora da ação. O juiz entendeu que a dispensa rápida, de forma velada, sem direito a defesa, impôs à empregada a imagem diante dos colegas de que havia acontecido algo mais grave do que uma simples falha de serviço. O valor pela reparação dos danos morais foi fixado em 100 salários mínimos.

Insatisfeita, a empresa recorreu. Em fase de recurso foi reconhecida a incompetência da justiça comum para a apreciação do feito e os autos foram remetidos ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP), que encaminhou a ação para julgamento pela 3ª Vara do Trabalho de Sorocaba. Novamente a empregada saiu vitoriosa, e a condenação por danos morais foi fixada em 150 salários mínimos.

O Grupo Pão de Açúcar recorreu ao TRT insurgindo-se contra o valor da indenização e o acórdão regional reduziu o montante para 100 salários mínimos. Os juízes consideraram o valor arbitrado desproporcional à repercussão do evento. A empresa recorreu ao TST insistindo na redução do valor, mas o agravo de instrumento não foi provido. Segundo o relator, o valor foi fixado considerando a extensão do dano, e com amparo na lei.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO27/04/2007

Portuários avulsos não obtêm devolução de descontos

A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a agravo de instrumento de quatro conferentes portuários avulsos do Porto Organizado de Paranaguá e Antonina, no Paraná, que tiveram dias de trabalho descontados do salário pelo Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO). Os descontos foram relativos a dias em que a fiscalização do OGMO não verificou a presença dos portuários no local de trabalho.

Os quatro conferentes ajuizaram reclamação trabalhista na Vara do Trabalho de Paranaguá, pedindo a declaração de invalidade dos registros de presença efetuados pelo OGMO e sua condenação ao pagamento dos dias descontados e

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seus reflexos. Segundo a inicial, o OGMO, a partir de fevereiro de 1997, instituiu um sistema de fiscalização da presença dos conferentes no local de trabalho e de utilização dos equipamentos de segurança.

A sentença da Vara do Trabalho de Paranaguá estranhou o fato de os trabalhadores e uma das testemunhas não saberem quantos dias haviam sido descontados de seus salários. “A estranheza vem justamente pelo fato de que o trabalhador portuário avulso participa, de forma direta, do controle de sua própria jornada, bem como da sua freqüência ao trabalho”, já que responde à chamada. Os pedidos foram indeferidos.

O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (Paraná), ao julgar o recurso ordinário dos trabalhadores, verificou, no exame dos depoimentos, laudo pericial e demais provas, que o OGMO encontrava dificuldades na fiscalização. Segundo as testemunhas, os fiscais não tinham acesso às escalas, e os conferentes chefes eram orientados pelo sindicato a não prestar informações. Os trabalhadores, não aceitando a fiscalização, não permitiam que o fiscal fizesse perguntas, chegando até a virar as costas para ele. Os trabalhadores, ainda conforme os depoimentos, presenciavam a fiscalização e não manifestavam qualquer interesse em confirmar a presença.

O TRT manteve a decisão por entender que os “cortes” decorriam do resultado da fiscalização, e não eram, portanto, arbitrários. Além disso, não havia prova de que os trabalhadores estivessem efetivamente trabalhando nos dias descontados. “Neste caso, falta prova essencial ao fato constitutivo do direito dos autores”, afirma a decisão. Além de julgar improcedentes os pedidos de diferenças, o TRT negou seguimento ao recurso de revista.

No agravo de instrumento, os portuários questionaram a avaliação das provas feita pela Vara do Trabalho e pelo TRT, alegando violação da igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício e o avulso, garantida na Constituição (artigo 7º, XXXIV) e na legislação. O relator do agravo, juiz convocado Josenildo dos Santos Carvalho, destacou que se tratava de processo submetido ao rito sumaríssimo, e, neste caso, o recurso só é admitido quando há demonstração inequívoca de ofensa direta à Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do TST.

O relator afirmou não haver a violação constitucional alegada, pois em nenhum momento foi negada a igualdade ali prevista. “O decidido, ao manter a improcedência do pedido, o fez a partir da prova produzida, e o reexame da matéria, com o revolvimento do conjunto fático-probatório, é inviável diante da Súmula nº 126 do TST”, concluiu.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO26/04/2007

Uso indevido de e-mail: sem provas, banco terá de indenizar empregado

Ao julgar recurso oriundo do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (Ceará), a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão em que o Banco do Nordeste S/A foi obrigado a indenizar empregado que havia sido punido pelo suposto uso de e-mail corporativo para fins particulares. Em procedimento administrativo, o banco suspendeu o empregado por 30 dias e o transferiu de agência, sob acusação de ter infringido norma interna e usado o e-mail do banco para praticar agiotagem entre os colegas de trabalho.

O empregado ajuizou ação contra o banco requerendo a suspensão da pena administrativa e o conseqüente pagamento do prejuízo sofrido pela perda da remuneração e de outras vantagens, como férias, promoção funcional, licença-prêmio e empréstimo de antecipação do imposto de renda, além dos honorários advocatícios de 15% sobre o valor da indenização. Ele sustentou que jamais violara a norma que disciplina o uso do correio eletrônico. Segundo ele, foram os

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colegas que lhe enviavam mensagens, uma prática corriqueira no banco, e que as informações não eram sigilosas nem acarretaram prejuízos a terceiros.

Na sentença inicial, posteriormente mantida pelo TRT/CE, o juiz considerou insuficientes as provas apresentadas pelo banco, condenando-o a suspender a punição e indenizar o empregado. A empresa ajuizou recurso insistindo nos argumentos para rever a sentença, mas o TRT cearense entendeu ser possível apreciar apenas o questionamento dos honorários advocatícios.

O relator da matéria no TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, confirmou que, diante da impossibilidade de exame de violação dos dispositivos legais apontados, o recurso não poderia ser admitido para rever a indenização. Entretanto, propôs dar provimento parcial ao apelo do empregador, eximindo-o do pagamento dos honorários advocatícios.

Nessa questão, o ministro considerou que a decisão do TRT/CE contrariou as Súmulas 219 e 329 do TST, que dispõem sobre a impossibilidade de o pagamento dos honorários advocatícios decorrerem de mera sucumbência, mas da observância de determinados requisitos, tais como: assistência da parte pelo sindicato representativo de sua categoria profissional e percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal ou estar em situação que não lhe permita demandar sem prejuízo de seu sustento ou de sua família.

O ministro assinalou em seu voto que, no caso analisado, embora assistido por advogado do sindicato, o autor da ação “não fez prova da percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal, ou de se encontrar em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família, não fazendo, portanto, jus ao pagamento de honorários de advogado”.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO26/04/2007

Professor ganha diferenças por redução de carga horária

Um ex-professor de História da Comunidade Evangélica Luterana São Paulo – Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), que teve sua carga horária reduzida de oito para quatro horas semanais, obteve o reconhecimento de seu direito ao pagamento de diferenças salariais com base no número de horas inicialmente contratado. A decisão da Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul foi mantida porque a Ulbra, ao recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho, não conseguiu demonstrar corretamente a existência de divergência jurisprudencial que justificasse o conhecimento do recurso. O processo foi julgado pela Sexta Turma do TST, com relatoria do ministro Horácio Senna Pires.

O professor foi admitido em setembro de 1991 para ministrar aulas de História Antiga e História da Educação, e demitido três anos depois. Na época da demissão, sua carga horária era de quatro horas semanais, número que serviu de base para o cálculo das parcelas da rescisão contratual. Ao ajuizar a reclamação trabalhista na 1ª Vara do Trabalho de Canoas, informou que, ao longo do contrato de trabalho, sofreu diversas reduções de salário. Inicialmente, dava 12 aulas por semana, passando a oito em agosto de 1992 e, finalmente, a quatro, em março de 1993. Para ele, tais

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reduções infringem as garantias legais de irredutibilidade do salário, além de violar norma coletiva sobre a irredutibilidade de carga horária e de salários para os professores.

A Ulbra, em sua defesa, sustentou ter contratado o professor para lecionar 36 horas mensais. Nos primeiros meses, lecionou 54 horas, voltando, em agosto de 1992, às 36 horas contratadas. A posterior redução para 18 horas mensais, segundo a universidade, ocorreu devido à extinção do curso de História na cidade de Guaíba. Para a instituição, “o aumento e redução da carga horária é da natureza da atividade do ensino” e, além disso, os instrumentos normativos da categoria prevêem a possibilidade de redução sem ônus para o empregador, desde que o fato decorra da redução de turmas ou extinção da disciplina.

O juiz de primeiro grau deferiu o pagamento das diferenças entre os salários efetivamente recebidos a partir da redução da carga horária e aqueles que seriam devidos caso fosse observada a carga prevista no contrato (oito horas semanais). De acordo com a sentença, “a alteração da carga horária para bases inferiores àquelas originalmente contratadas não pode ser visualizada como exercício legítimo do ‘jus variandi’ [poder do empregador de definir condições de trabalho de acordo com a conveniência e a necessidade da empresa] por parte do empregador”. A condenação foi mantida pelo TRT/RS. Para o Regional, a variação no número de alunos alegada pela Ulbra como motivo da redução das aulas, “não tem o alcance de fazer com que o trabalhador tenha alterado seu contrato de trabalho abaixo do mínimo ajustado”.

O ministro Horácio Pires, ao relatar o recurso de revista no TST, afirmou que, “teoricamente, a universidade não deixa de ter razão”, já que o número de matrículas está sujeito a variações. “No caso, porém, o apelo não se encontra corretamente aparelhado”. O relator explicou que o TST tem entendimento firmado no sentido de que a redução da carga horária do professor, em face da diminuição do número de alunos de um ano para o outro, não constitui alteração contratual ilícita, pois não existe legislação que garanta ao professor o direito à manutenção da mesma carga horária do ano anterior, desde que não implique redução do valor da hora-aula. No caso, porém, a Ulbra, ao tentar demonstrar a divergência jurisprudencial, trouxe decisões inespecíficas, que não tratavam de situações idênticas.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO26/04/2007

TST nega integração de adicional noturno a salário de bancário

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho acolheu recurso do Banco do Brasil e excluiu o adicional noturno do salário de empregado que passou a trabalhar no período diurno. O empregado alegou que o adicional passou a integrar o seu salário, razão pela qual deveria ser mantido. O relator do processo no TST, ministro 8eres Bentes Corrêa, afirmou que “a transferência para o período diurno de trabalho implica perda do direito ao adicional noturno”. O entendimento do TST (Súmula 265) é o de que “o adicional noturno não adere ao contrato de trabalho quando o empregado deixa de prestar serviços à noite”.

O empregado trabalhou por nove anos no Banco do Brasil, sempre no horário noturno, recebendo o adicional do trabalho noturno (ATN). Afirmou que a sua retirada reduziu consideravelmente seu salário, já que o ATN era superior a 50% da remuneração, devendo ser reconhecido como parte do salário. Na ação trabalhista, alegou que os seus hábitos estavam moldados para o trabalho noturno, e a retirada do adicional abalou também seu poder aquisitivo. Sua defesa apontou que houve afronta ao artigo 468 da CLT, pela mudança unilateral no contrato de trabalho .

A 30ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro negou a incorporação do ATN à remuneração do empregado, sentenciando que o adicional noturno não tem caráter salarial, “constituindo-se num benefício àqueles que trabalham no horário das

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22h às 6h, que têm modificado radicalmente o seu ritmo biopsicossocial”. O juiz explicou que o ATN visa compensar esse desgaste com o adicional de 20% e a redução da hora para 52 minutos e 30 segundos. “Entende o juiz que a alteração para o horário diurno não é prejudicial ao trabalhador (ao revés, é benéfica) e, por outro lado, não vislumbra possibilidade de imputar à empresa o pagamento de adicional noturno, se não há trabalho à noite”.

O empregado recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro), o qual acolheu o pedido, argumentando que trabalhou por longos anos para o BB em horário noturno e “a transferência para o horário diurno resultou em efetivo prejuízo, já que ele usufruía de remuneração superior”. O Regional considerou o benefício como parte integrante do salário, pois era pago habitualmente, além de julgar que o artigo 468 da CLT foi violado.

No TST, o Banco do Brasil apresentou recurso de revista, pedindo a reforma da decisão regional, o que foi acolhido pela Primeira Turma. Segundo o ministro 9eres Bentes, “conforme entendimento cristalizado na Súmula 265, o adicional noturno não adere ao contrato de trabalho quando o empregado deixa de prestar serviços no horário noturno”. A decisão restabeleceu a sentença da Vara do Trabalho.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO26/04/2007

TST mantém justa causa em demissão de eletricista

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a justa causa para a demissão de um eletricista, por faltas reiteradas e injustificadas ao trabalho. A decisão, unânime, foi proferida no recurso interposto pelo empregado na ação movida contra a empresa paulista Tajofran de Saneamento e Serviços Ltda.. O empregado foi admitido pela empresa, como eletricista, em agosto de 2001, com salário de R$ 379,75 mais adicional de periculosidade.

No final de janeiro de 2003, ficou doente e precisou se ausentar algumas vezes para tratamento de saúde. No dia 28 de fevereiro do mesmo ano, foi demitido por justa causa. Contou na petição inicial que comparecia ao trabalho, mas era impedido de entrar pelos seguranças. Disse que recebeu o aviso de dispensa e ficou surpreso ao saber que a demissão se deu por justa causa, pois nem sequer foi avisado dos motivos que levaram o empregador a concretizar a dispensa.

Em abril de 2003, ajuizou reclamação trabalhista pleiteando o pagamento das verbas rescisórias compatíveis com a demissão sem justa causa e pediu ainda valores referentes ao seguro-desemprego e indenização por danos morais, sem fixar o valor pretendido. A empresa, em contestação, alegou abandono de emprego por reiteradas e injustificadas faltas ao trabalho. Disse que enviou correspondência ao empregado para que comparecesse à empresa, mas ele não apareceu. Por fim, negou que tenham barrado sua entrada na empresa, apresentando comprovante do pagamento das verbas devidas.

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A sentença foi desfavorável ao empregado porque ele não conseguiu comprovar que compareceu ao trabalho mas foi impedido de entrar na empresa. Por outro lado, o empregador apresentou em juízo a carta com comprovante de recebimento na qual convocou o trabalhador para apresentar-se ao seu posto de trabalho. O juiz entendeu, ainda, não estar configurado o dano moral que ensejasse reparação.

O empregado recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo), mas a sentença foi mantida. O acórdão destacou que a alegação de justa causa, por si só, não é suficiente para caracterizar o dano moral. Considerou que a justa causa ficou devidamente comprovada e considerou que não houve demonstração de constrangimento ou exposição do empregado à situação vexatória.

A discussão chegou ao TST por meio de agravo de instrumento. O relator do processo, juiz convocado Ricardo Machado, destacou em seu voto a impossibilidade de se rever matéria fática na Corte Superior. (Súmula 126). “Concluindo o Regional, soberano na prova dos autos, pelo abandono de emprego, inviável a alteração do julgado que reconhece a justa causa, pela impossibilidade de revolvimento do conjunto fático-probatório”, fundamentou o magistrado.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO25/04/2007

Anotação indevida na CTPS gera indenização por dano moral

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a empresa da Unipax – União de Convênios Ltda. A pagar indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil a um ex-empregado por ter anotado em sua carteira de trabalho informação referente à ação trabalhista movida por ele. “É fato público e notório a intolerância das empresas em relação àqueles empregados que já ajuizaram reclamatória trabalhista, dificultando-lhe o acesso a novo emprego”, afirmou o relator do recurso, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, ao reformar decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (Paraná).

O ministro Carlos Alberto ressaltou que “ainda que não se trate da denominada ‘lista negra’, a anotação aposta na CTPS do empregado é suficiente para o colocar às margens do mercado de trabalho”, pois noticia a ação trabalhista. O empregado trabalhou para a empresa e foi dispensado sem justa causa, sem receber qualquer valor. Ingressou com ação trabalhista e obteve êxito na Vara do Trabalho de Rolândia (PR), que condenou a Unipax ao pagamento das verbas rescisórias. Ao proceder a anotação na carteira de trabalho, a empresa fez constar os seguintes termos “Acerto Final – Conforme sentença de folha nº 96 do processo nº 995/00”.

Segundo o empregado, tal anotação o impediu de conseguir emprego durante dois anos, por isso decidiu pedir indenização por danos materiais e morais. A defesa da Unipax negou que o ato tenha sido ilícito, alegando que o registro foi feito por ordem do juiz e sob orientação do servidor da Vara do Trabalho. A sentença de primeiro grau considerou lesivo o ato do empregador ao proceder à anotação como foi feita. Constatou que a testemunha da empresa mentiu ao afirmar que esteve na Vara, no ano de 2003, para solicitar orientação de um servidor, pois a anotação na CTPS foi feita em 2001.

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O juiz intimou a testemunha a prestar esclarecimentos, sob pena de crime de falso testemunho, encaminhando o pedido ao Ministério Público Federal para as providências cabíveis. O juiz alegou ainda litigância de má-fé por parte da Unipax. “A empresa quer atribuir a responsabilidade pelos seus atos aos serventuários da Vara do Trabalho tentando fazer crer que o ato foi ingênuo”, afirmou o juiz, ao fixar a indenização por danos materiais e morais em R$10 mil. Ao recorrer ao TRT/PR, a Unipax teve seu pedido de reforma da sentença acolhido, pois o Regional entendeu que “a empresa, com o procedimento adotado para fins de registro da CTPS do autor, em nenhum momento teve a intenção de trazer prejuízos ao seu ex-empregado”.

No TST, o empregado pediu a reforma do acórdão regional, o que foi acolhido pela Terceira Turma. A decisão ressaltou que o artigo 29 da CLT determina a anotação na carteira de trabalho da data de admissão, da remuneração e das condições especiais do contrato, se houver, vedando ao empregador efetuar qualquer anotação desabonadora à conduta do empregado. Segundo o ministro Carlos Alberto, “até por serem lacônicos, tais dizeres revelam-se desabonadores, pois, da sua leitura, não há como verificar o que ficou decidido na mencionada reclamatória trabalhista”.

O relator acrescentou que não há como saber se a ação trabalhista tratou “apenas de questões salariais e/ou retificação quanto às datas de admissão e saída, entre outros, tampouco se houve discussão em torno do motivo da dispensa, sendo de se concluir que implicam transtornos ao titular da CTPS”. O ministro Carlos Alberto esclareceu que “o novo Código Civil Brasileiro dispõe no artigo 186, que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO25/04/2007

Obrigada a vender bens, professora será indenizada por abalo psicológico

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho confirmou decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (Rio Grande do Sul), que condenou o Município de São Leopoldo a pagar indenização a uma professora, que foi obrigada a vender carro e casa após passar três meses sem receber salários em decorrência de pena disciplinar.

A professora foi submetida a inquérito judicial para apuração de falta grave, com base em suspeitas de que ela, quando exercia cargo de direção na Escola Municipal Senador Alberto Pasqualini, teria “mexido nas merendas”. Após ser julgado improcedente, o inquérito acabou sendo extinto, mas como teve o pagamento de salário suspenso por três meses (de outubro a dezembro de 1999), a professora ajuizou ação trabalhista contra o município.

Além do pagamento dos salários, gratificações e demais verbas, como horas extras, 13º, depósito de FGTS e férias, pleiteou indenização por dano moral pelo abalo psicológico que teria sofrido, por ter sido obrigada a vender seu carro e sua casa para “viver e dar comida a seus filhos”.

A sentença da 3a Vara do Trabalho de São Leopoldo acolheu a ação da trabalhadora apenas quanto ao pagamento dos salários suspensos e diferenças de FGTS, que somavam pouco mais de R$ 4 mil, o que a levou a apelar ao TRT gaúcho. O Tribunal Regional determinou então o pagamento de indenização por dano moral no valor de 20 salários mínimos.

O município contestou, sustentando, entre outras alegações, que a venda dos bens da professora nada tinha a ver com a suspensão do pagamento dos salários. Em recurso de revista, insistiu em revogar a condenação, sob o argumento de que a decisão havia sido baseada em “pressupostos” e, portanto, estaria além do que foi pedido no processo movido pela empregada, violando os artigos 128 e 460 do Código de Processo Civil.

Tendo o TRT/RS negado seguimento ao recurso, o município de São Leopoldo ajuizou agravo de instrumento no TST, onde o relator da matéria, juiz convocado Luiz Antonio Lazarim, propôs negar-lhe provimento, mantendo a indenização

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por dano moral. Em seu voto, Lazarim refutou a violação dos artigos do CPC, na medida em que o Regional decidiu com base na comprovação do dano moral, após reconhecer que o não recebimento dos salários da trabalhadora contribuiu significativamente para o agravamento de sua situação, que já era precária.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO25/04/2007

JT descaracteriza justa causa de dependente químico da ECT

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a agravo de instrumento da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos contra decisão que condenou a empresa ao pagamento de verbas rescisórias a um ex-empregado, dependente químico. A ECT demitiu-o por justa causa, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro) considerou que a empresa não conseguiu demonstrar o mau procedimento por parte do trabalhador que justificasse a rescisão do contrato.

O trabalhador foi admitido em julho de 1999 por concurso público, como operador de triagem e transbordo, e dispensado em outubro de 2000. Entre maio e agosto, teve faltas injustificadas que motivaram suspensões. Ao ajuizar a reclamação trabalhista, explicou que faltou injustificadamente ao serviço porque, sendo dependente químico, (usuário de álcool e cocaína), “estava em estado de total insanidade mental, não sabendo avaliar as conseqüências de seus atos”.

O empregado afirmou ter procurado a assistência social da ECT, que recomendou sua internação numa clínica psiquiátrica por um mês. Depois desse período, em fevereiro de 2000, ingressou no programa de valorização da vida, grupo de reeducação desenvolvido pela empresa. O acompanhamento, porém, foi interrompido porque o trabalhador não se manteve em abstinência, uma das exigências para sua permanência no programa. Na inicial, questionou que “tal exigência é absurda, já que em qualquer tipo de tratamento pode ocorrer uma recaída”. Alegou que a dependência química é classificada como doença pela Organização Mundial de Saúde, e que o programa é deficiente porque, “quando o empregado mais precisa, é abandonado e desligado de seus quadros”.

A seu favor, sustentou ainda ter sido um funcionário “dinâmico, honesto, cumpridor de seus deveres funcionais e disciplinado” e que, se agiu de forma incorreta, “foi porque estava acima de suas forças e necessitava de ajuda”. Finalmente, afirmou estar “totalmente modificado, não utilizando mais drogas, graças a um rigoroso e eficaz tratamento concedido pelo Governo Estadual, através do Conselho Estadual Anti-Drogas”, pelo qual ficou internado por mais de dois meses numa clínica de reabilitação.

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A ECT, na contestação, apresentou documento assinado pelas assistentes sociais do programa, registrando que “durante todo o processo de internação o empregado mostrava-se resistente às orientações médicas e aos limites decorrentes da condição de internação, excessivamente queixoso e pouco aderente ao tratamento”. Como seu comportamento não demonstrava “intuito de colaboração”, a empresa considerou não ter como obrigação “manter em seus quadros funcionários que não estão diretamente ligados à responsabilidade que o atendente exige”, daí a justa causa.

O juiz da 72ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro considerou “lamentável o mal sofrido pelo empregado e gratificante ter ciência de sua recuperação plena”, mas não encontrou fundamentos para deferir os pedidos, entendendo caracterizada a justa causa.

O empregado recorreu ao TRT/RJ, que reformou a decisão, ressaltando que, em se tratando de justa causa, cabe à empresa declinar os fatos, já que “a falta determina o fim do contrato, não simplesmente a justifica”. Analisando a contestação da empresa, verificou que “a última gota” – uma falta não punida ou não perdoada, ainda que tacitamente – não ficou comprovada no processo. “A ECT, que sequer compareceu pessoalmente em juízo para se defender, não apresentou os controles de freqüência relativos ao período posterior àquele em que houve as suspensões”, afirmou a decisão.

O TRT/RJ ressaltou também que, com base em declarações do chefe imediato do empregado, não se pôde constatar que houve mau procedimento de sua parte, e a referência feita pela empresa em relação a este aspecto, “de tão superficial, sequer merece maiores considerações”. Diante disso, o TRT/RJ decidiu pela descaracterização da justa causa e pelo deferimento das parcelas rescisórias cabíveis em casos de demissão imotivada, e negou seguimento ao recurso de revista da ECT.

No julgamento do agravo de instrumento pelo TST, o relator, ministro Horácio Senna Pires, lembrou que o fundamento da decisão do TRT/RJ foi o fato de que, no momento da dispensa do trabalhador, não havia prova de que este realmente estava inapto para o trabalho, “uma vez que não ficou caracterizada desídia ou mau procedimento”. Para chegar a essa conclusão, o Regional examinou todos os documentos, depoimentos e provas juntados ao processo. No recurso de revista, a ECT insistiu na alegação de desídia. “Para modificar a decisão, seria imprescindível o reexame da matéria fático-probatória, o que contraria a jurisprudência contida na Súmula 126 do TST”, concluiu o relator.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO25/04/2007

Empresa é multada por atrasar pagamento de verbas rescisórias

A multa prevista no artigo 477, parágrafo 8º, da CLT, aplicável quando o empregador não cumpre o prazo para a quitação das verbas rescisórias, somente pode ser excluída se existir dúvida razoável sobre o direito às verbas pleiteadas em juízo ou sobre a própria existência do vínculo de emprego. A decisão, proferida pela Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho em voto relatado pelo ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, reflete a jurisprudência dominante da Corte.

A ação trabalhista foi proposta por um tecelão, admitido nas Indústrias Têxteis Sueco Ltda. Em janeiro de 1999, sem registro na carteira de trabalho, com salário de R$463,00 mensais. Segundo contou na petição inicial, ele trabalhava das 19h às 7h, inclusive aos domingos e feriados, com folgas às sextas-feiras, e foi demitido sem justa causa sete meses após a contratação, sem ter recebido as verbas rescisórias que tinha direito.

A empresa, por sua vez, negou a prestação de serviços, porém não apresentou provas suficientes para descaracterizar a relação de trabalho. A sentença foi favorável ao tecelão e a empresa foi condenada a anotar a carteira de trabalho do empregado e a pagar-lhe as verbas rescisórias, com a multa do artigo 477.

Insatisfeita, a empresa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo), mas a decisão foi mantida na íntegra. Novo recurso foi interposto, dessa vez ao TST. Nas razões do recurso, a empresa insistiu na ausência de relação de emprego sob o argumento de que a sentença e o acórdão do TRT/SP basearam-se em uma só prova (uma testemunha do empregado) para concluir pela existência de vínculo empregatício. A indústria pediu, ainda, a exclusão da multa do artigo 477, alegando que a controvérsia acerca da existência ou não da relação de emprego era suficiente para afastar a pena aplicada.

Quanto ao vínculo empregatício, o recurso de revista da empresa não foi conhecido em razão da impossibilidade de rever matéria fática na atual fase recursal, conforme entendimento jurisprudencial contido na Súmula nº 126 do TST. Com relação à multa pelo atraso no pagamento das verbas rescisórias, o relator do processo, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, disse que para se excluir a multa é necessário que haja dúvida sobre a existência do vínculo de emprego. “No caso, não houve dúvida razoável sobre a relação de emprego entre as partes, pois a empresa apenas se limitou a negar a prestação de serviços, mantendo-se inerte quanto à produção de qualquer espécie de prova”, destacou o relator.

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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO24/04/2007

TST concede equiparação entre advogados das áreas cível e trabalhista

A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho acolheu pedido de equiparação salarial de um advogado do Banco do Estado do Ceará (BEC) que atuava na área cível, com outro que desempenhava a mesma função, na área trabalhista, mas recebia melhor remuneração. O relator do processo no TST, juiz convocado Walmir Oliveira da Costa, afirmou que “só o fato de um advogado desenvolver atividades na Justiça Cível, e outro na Justiça Trabalhista, não constitui critério objetivo para afastar o requisito da identidade de funções previsto no artigo 461 da CLT, conforme entendeu o TRT”.

O relator ressaltou que a diferenciação de nível salarial entre os advogados que trabalham nas mesmas condições caracterizaria discriminação conforme veda a Constituição. A decisão reformou o acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (Ceará). Segundo ele, se forem atendidos os requisitos legais, “é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos”.

O advogado alegou na ação trabalhista que foi admitido em 1985 para os serviços gerais do banco, passando à caixa-executivo e, após seleção interna, para o cargo de Advogado III do Departamento Jurídico do BEC, para atuar na área cível. Afirmou que em 1992, outro advogado foi designado para a mesma função, só que na área trabalhista, com salário superior ao seu. Contou que desempenhava as mesmas funções do colega, prestando serviços na mesma localidade e viajando, quando as audiências ocorriam fora do Estado. Foi demitido sem justa causa em 1998. Na 8ª Vara do Trabalho de Fortaleza (CE), pediu equiparação salarial com o colega, além de verbas rescisórias e jornada especial.

Em sua defesa, o banco argumentou que os cargos dos empregados eram diferentes até junho de 1995, quando as funções gratificadas foram incorporadas ao salário, passando-os à função de Técnico Científico. Alegou também que o advogado admitido com salário superior veio para o quadro do BEC, em razão da liquidação extrajudicial do Banco Bandece, trazendo os salários ajustados por Convenção Coletiva. E ainda, que o autor da ação trabalhista aderiu ao Plano de Incentivo ao Afastamento Voluntário (PIAV), o que inviabilizaria seu pleito judicial.

A sentença concluiu que a equiparação salarial para os empregados que desenvolvem atividade intelectual não poderia ser deferida, “pois não há como medir o grau de conhecimento, o saber jurídico, bem como se o trabalho desenvolvido alcança a mesma perfeição técnica do outro”. Quanto à jornada de trabalho, ressaltou que conforme a Lei nº 8906/94, a jornada não pode ultrapassar quatro horas contínuas, ou 20 horas/semanais, com exceção para o que for acordado coletivamente, ou em caso de dedicação exclusiva; caso do advogado, o que lhe retirou o direito às horas extras.

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O empregado recorreu ao TRT/CE, que manteve na íntegra a sentença, ressaltando que “o requisito de identidade de funções não ficou caracterizado”. Porém, o TST reformou o acórdão regional quanto à equiparação salarial dos advogados. “A equiparação salarial é possível se o empregado-equiparando e o paradigma exercerem a mesma função na empresa”, afirmou o juiz Walmir Oliveira.

Segundo ele, o exercício da advocacia em determinada área jurídica não é critério suficiente para legitimar a diferença de nível salarial entre advogados que prestam serviços ao mesmo empregador, senão ”haveria discriminação vedada pelo artigo 7º da Constituição, e, no caso, o empregado e o modelo atuavam como advogados desempenhando idênticas atividades jurídicas para o mesmo empregador, na mesma localidade, ainda que em áreas distintas do Direito”.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO24/04/2007

Jornalista da Unicamp tem direito à jornada especial de 5 horas

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho decidiu que um jornalista do quadro de servidores concursados da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem direito a usufruir da jornada especial de cinco horas, devendo ser pagas como extras as horas que extrapolem a jornada definida em lei. O relator do processo, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, destacou em seu voto que o jornalismo pode ser exercido em empresas não-jornalísticas que necessitem de divulgação interna e externa de notícias de seu interesse. A decisão foi unânime.

O servidor da Unicamp, de 43 anos, ajuizou reclamação trabalhista em março de 2001, pleiteando o recebimento de horas extras além da quinta diária pelo exercício da função de jornalista. Disse que entrou na universidade em 1985, por meio de concurso público, para exercer o cargo de técnico especializado e, em 1991, passou a exercer a função de jornalista, com salário de R$ 2.700,00 para uma jornada diária de oito horas.

Contou na inicial que desenvolve para a instituição trabalhos jornalísticos audiovisuais, tais como: produção de vídeos institucionais, documentários, gravação de cirurgias para apresentação em congressos, e transmissão de seminários via Embratel. Disse também que dá suporte para o governo do Estado, através de documentários de 15eres1515ias e técnicas forenses produzidas em vídeo.

A Unicamp, em contestação, admitiu que o servidor alçou a função de jornalista em 1995, mas disse que ele não faz jus ao horário especial por ser servidor público, admitido para trabalhar em uma instituição pública que não explora notícias, revistas nem jornais.

A sentença foi desfavorável ao empregado. Segundo o juiz, somente faz jus à jornada especial de cinco horas o empregado que trabalha em empresa jornalística, a ela se equiparando, para tanto, empresas que, embora não desenvolvam essa atividade, se dediquem a editar publicações destinadas à circulação externa, o que não era o caso da universidade.

O empregado recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP). Disse que a sua condição de jornalista foi confirmada pela empresa e que é fato público e notório que a Unicamp divulga externamente seus trabalhos, pesquisas e produções, sejam eles escritas, em vídeo ou áudio.

O TRT deu razão ao jornalista. Segundo o acórdão, o contrato de trabalho é um contrato-realidade, importando mais a situação de fato praticada do que as formalidades contratuais. “Pela farta documentação colacionada, embora tenha o servidor sido enquadrado na carreira de ‘técnico especializado’, a partir de 01/06/1991 passou a desempenhar a função de ‘jornalista’”, destacou.

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A Unicamp foi condenada a pagar as horas excedentes com reflexos nas demais parcelas salariais, mas insatisfeita, recorreu da decisão. A Sexta Turma do TST manteve a condenação. Segundo o voto do ministro Aloysio Corrêa da Veiga, há muito prevalece no TST o entendimento de que o Jornalismo não é exercido apenas em empresas de edição de jornais, revistas, boletins, periódicos, distribuição de noticiário e radiodifusão. As atividades podem ser exercidas por profissionais que trabalham em empresas não-jornalísticas, que necessitam de divulgação interna e externa de notícias de seu interesse.

O ministro baseou seu entendimento no artigo 3º do Decreto-Lei nº 972/69, que equipara à empresa jornalística, o órgão autárquico “que mantiver jornalista sob vínculo de direito público”, e como conseqüência, para fins da jornada reduzida de cinco horas.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO24/04/2007

TST mantém nulidade de aviso prévio cumprido em casa

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP), que considerou sem validade o aviso prévio cumprido em casa e determinou o pagamento do período ao empregado. A Borcol Indústria de Borracha recorreu ao TST contra a decisão regional, alegando que se baseou em norma coletiva para manter o empregado em casa durante o período de aviso prévio, com possibilidade de sua convocação quando necessário.

Entretanto, diante do fato de que nenhuma das partes apresentou documento que comprovasse a existência da norma coletiva, o TRT negou a subida do recurso de revista, o que levou a empresa a apelar ao TST, mediante agravo de instrumento. O relator do processo, ministro Horácio Senna Pires, também considerou a inexistência da norma coletiva nos autos como fator determinante para manter a decisão regional.

O TRT considerou “desvirtuado e, por isso, nulo” o aviso prévio cumprido em casa, com possibilidade de convocação para atividades consideradas necessárias pelo empregador, aplicando ao caso os artigos 4º e 9º da CLT. O primeiro dispositivo considera serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. O segundo considera “nulos de pleno direito” os atos praticados para desvirtuar , impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos da CLT.

O relator afirmou em seu voto que, em princípio, é possível a validade de aviso prévio cumprido em casa, desde que, nessa hipótese, as verbas rescisórias sejam pagas no prazo de 10 dias de sua notificação. O entendimento faz parte da OJ nº 14 da Seção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-I) do TST. Mas concluiu que “por todos os ângulos em que a controvérsia é analisada vê-se que é impossível o processamento do recurso de revista, porque os arestos colacionados não abordam a mesma hipótese destes autos com emissão de tese em sentido contrário”.

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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO24/04/2007

Ex-telefônico receberá horas de sobreaviso por uso de celular

A Brasil Telecom do Paraná foi condenada ao pagamento de diferenças do adicional de sobreaviso a um ex-empregado que, nas horas de sobreaviso, ficava à disposição da empresa para ser acionado por meio de telefone celular. Embora o Tribunal Superior do Trabalho tenha jurisprudência firmada no sentido de que o uso do bip seja insuficiente para caracterizar o sobreaviso, a Quarta Turma do TST, em agravo de instrumento relatado pelo ministro Ives Gandra Martins Filho, entendeu que, no caso, tratava-se do pagamento apenas de diferenças relativas a períodos em que o adicional de sobreaviso, previsto em acordo coletivo, deixou de ser pago.

O telefônico foi admitido em maio de 1989, e demitido em setembro de 2001. Na reclamação trabalhista, em que pleiteou diversas outras verbas, afirmou que, durante cerca de 14 horas por ano, permanecia na escala de sobreaviso, remunerado com adicional de 40% sobre a hora normal, como previsto no acordo coletivo da categoria. Segundo a inicial, a empresa, a partir de 1997, em contenção de gastos, deixou de pagar o adicional no período entre 0h e 7h, mas os trabalhadores deveriam permanecer em sobreaviso, mesmo sem receber. O telefônico informou que, nas semanas de plantão, era acionado por celular para sanar defeitos em equipamentos de comunicação de dados essenciais aos clientes da empresa, em média uma vez por noite, levando cerca de três horas em cada chamado.

A empresa contestou o pedido alegando que o empregado não tinha de telefonar de hora em hora, nem recebia ligações freqüentes. Como usava bip ou celular, o trabalhador “tinha disponibilidade de seu tempo, podendo deslocar-se livremente, e nunca foi obrigado a ficar restrito a determinado local ou situação” – e mesmo assim recebia o adicional de 40%. A Brasil Telecom invocou a aplicação, por analogia, da Orientação Jurisprudencial nº 49, relativa ao uso do bip.

A sentença da 14ª Vara do Trabalho de Curitiba (PR) indeferiu o pedido de adicional, mas o TRT/PR, no julgamento de recurso ordinário, deu razão ao empregado, observando que, no exame dos avisos de pagamento, constatou-se que o adicional não foi pago durante mais de dois meses. O Regional destacou que o período de repouso pressupõe total liberdade e desvinculação do empregador, podendo o empregado utilizá-lo como quiser – liberdade que fica restrita quando está de plantão, usando bip ou celular. No entendimento do juiz, o uso de bip ou o celular não exclui a hipótese de sobreaviso, pois o deslocamento só é possível porque o empregado pode ser localizado, onde estiver, por meio dos aparelhos. “Mas não repõem a integral disponibilidade do período de repouso ou exclui a obrigação de o empregado estar acessível e disponível ao empregador”, ressaltou.

No agravo de instrumento, a Brasil Telecom, na tentativa de que o TST apreciasse o recurso de revista e reformasse a condenação, reforçou a tese de que a utilização de telefone celular, sem a privação do direito de ir e vir, não pode ser considerada como horas de sobreaviso. O ministro Ives Gandra Martins Filho esclareceu que, de acordo com o TRT, as provas documentais demonstram que houve ocasiões em que o trabalho realizado em sobreaviso não foi devidamente remunerado. Além disso, observou que a situação descrita no processo impossibilita a aplicação analógica da OJ nº 49 da SDI-1. “No caso, a própria empresa reconheceu o direito do empregado ao recebimento de horas de sobreaviso, apenas deixando de pagá-las em determinado período do contrato”, afirmou o ministro.

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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO23/04/2007

Piloto de avião tem garantida jornada de 176 horas mensais

A Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho limitou a 176 horas mensais a jornada de trabalho de um piloto que trabalhava para o Banco Bamerindus do Brasil S/Tem A decisão reformulou acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (Paraná), que havia limitado a 85 horas mensais a jornada de trabalho do piloto, sem considerar outros períodos de trabalho diário. O relator do recurso no TST, ministro Emmanoel Pereira, afirmou que não se pode confundir a jornada de trabalho do aeronauta com o limite relativo às horas de vôo.

“A fixação de jornada de trabalho de aeronauta (na qualidade de piloto de avião a jato), tomando por base 85 horas mensais referentes ao ‘limite de horas de vôo’, viola a literalidade do artigo 23 da Lei nº 7.183/84”, afirmou o relator. A lei regulamenta a profissão de aeronauta que, em seu artigo 2º, o conceitua como o profissional habilitado pelo Ministério da Aeronáutica com atividade a bordo de aeronave civil nacional, mediante contrato de trabalho. O artigo 23 limita a jornada do aeronauta a 11 horas diárias para tripulação simples, 14 horas diárias para tripulação composta e a 20 horas diárias para tripulação de revezamento.

São computáveis o tempo de vôo, as horas de serviço em terra durante a viagem e as horas de 1/3 de sobreaviso, além das horas de deslocamento do tripulante extra. O ministro Emmanoel Pereira esclareceu que “a jornada de trabalho do aeronauta é bem superior ao limite de 8 horas diárias dos demais trabalhadores em decorrência das peculiaridades de uma viagem”. A lei limitou a jornada a 176 horas mensais com a “finalidade de compensar o acréscimo diário”, alertando para o limite de hora de vôo dentro da jornada de trabalho. A hora de vôo é computada entre o momento em que a aeronave se movimenta até o corte dos motores.

O piloto atendia a presidência do Banco Bamerindus, conduzindo jatos Lear Jet modelos 35 e 55, desenvolvendo atividades como preenchimento de relatórios, além da inspeção interna e externa das aeronaves. Na ação trabalhista, a Vara do Trabalho de São José dos Pinhais concedeu-lhe as diferenças salariais, horas de sobreaviso, horas extras pela revisão das aeronaves, anuênios, férias, entre outras verbas. O TRT/PR reformou parte da sentença e fixou a jornada de trabalho em 85 horas mensais, determinando o pagamento como extras das horas excedentes a esse limite.

O Banco Bamerindus alegou no recurso em ação rescisória que apresentou ao TST, que houve violação de dispositivo de lei, pois o TRT/PR confundiu os conceitos de horas de vôo e de jornada de trabalho. Ao relatar a decisão, o ministro Emmanoel Pereira ressaltou que a decisão regional, ao fixar a jornada de trabalho do piloto em 85 horas mensais, violou o artigo 23 da Lei nº 7.183/84. “Na lei, a jornada mensal de pilotos é fixada em 176 horas mensais, e não 85. Ocorrendo horas de vôo, estas sim se limitam a 85 por mês, conforme estabelecido no artigo 29 da lei mencionada”.

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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO23/04/2007

Empregado chamado de “cavalo paraguaio” será indenizado

“Cavalo paraguaio, burro e incompetente”, eram alguns dos adjetivos usados por uma supervisora da empresa Softway Contact Center Serviços de Teleatendimento S/A para qualificar seu subordinado, quando este não alcançava a meta de vendas traçada pela empresa. Pelo tratamento ofensivo, considerado assédio moral, a empresa foi condenada a pagar ao ex-empregado humilhado R$ 6 mil a título de indenização por danos morais. A decisão, proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (Santa Catarina), foi mantida pela Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho.

A ação trabalhista foi proposta em novembro de 2005 por um operador de telemarketing da Softway. Segundo contou em seu depoimento, ele decidiu pedir demissão do emprego depois de ter sido mandado de volta para trabalhar com a turma dos aprendizes, mesmo tendo mais experiência, passando a ser alvo de gozações por parte de seus colegas.

Disse que era obrigado a participar de reuniões diárias com supervisores de equipe, ocasião em que era cobrado desempenho nas vendas. Nessas reuniões, segundo o empregado, os supervisores costumavam insultar os componentes da equipe, chamando-os de “incompetentes, idiotas, e burros”, sempre que o desempenho nas vendas não era satisfatório . Disse, ainda, que uma supervisora tinha por costume colocar os últimos colocados da equipe para dançar “a dança do Piripiri”, chamando-os de “cavalos paraguaios”.

A Vara do Trabalho de Florianópolis (SC) considerou procedente o pedido de indenização por danos morais, condenando a empresa a pagar ao empregado R$ 80 mil. A Softway, insatisfeita, recorreu da decisão pedindo a redução do valor da condenação para R$ 1 mil.

O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) considerou alto o valor da condenação, reduzindo-o para R$ 6 mil. Segundo o acórdão, quando se trata de fixar o valor da condenação em danos morais, o juiz deve considerar a repercussão econômica, a dor causada e o grau de culpa do ofensor, além de levar em conta os critérios de prudência e bom senso, analisando o nível econômico da vítima e o porte financeiro da empresa ofensora, evitando que a indenização seja motivo de enriquecimento sem causa por parte do ofendido.

A Softway ainda considerou injusta a decisão e recorreu ao TST, pleiteando a exclusão da condenação ou a redução do valor. Argumentou que a decisão feriu o artigo 5º, II, da Constituição Federal, pois não há regulamentação específica no ordenamento jurídico brasileiro quanto ao assédio moral.

O relator do processo no TST, ministro Renato de Lacerda Paiva, negou provimento ao agravo de instrumento da empresa. Segundo o ministro, a indenização por dano moral está prevista expressamente no artigo 5º, X, da Constituição, dessa forma, pouco importa se o prejuízo decorreu de assédio moral ou qualquer outro tipo de conduta lesiva do empregador. O imprescindível é a caracterização da ação ou omissão que viole a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem do empregado, independentemente de ser tal comportamento caracterizado como assédio moral ou não. “O assédio moral é um tipo de conduta dolosa ensejadora do dano moral e, portanto, prescinde de regulamentação específica”, destacou o relator.

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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO23/04/2007

Operador de cinema aciona a Justiça por vale-estacionamento

Um operador cinematográfico das Empresas de Cinemas São Luiz S/A ajuizou reclamação trabalhista para pedir, entre outras verbas, equiparação salarial com um colega que, por trabalhar até mais tarde, recebia um cartão de livre acesso ao estacionamento do shopping onde fica o cinema. O pedido foi negado sucessivamente pela 28ª Vara do Trabalho de Porto Alegre (RS), pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (Rio Grande do Sul) e pelo Tribunal Superior do Trabalho, que negou provimento a agravo.

O trabalhador foi admitido em outubro de 1997, e a ação foi ajuizada ainda durante a vigência do contrato de trabalho. Entre outras verbas – horas extras, adicional de insalubridade, devolução de descontos etc. -, pediu também equiparação salarial com um colega que exercia as mesmas funções, mas que, segundo ele, recebia um vale diário de R$ 2,50 para pagamento do estacionamento do Shopping Center Iguatemi, onde ficava a sala de projeção em que trabalhava.

A Cinemas São Luiz, na contestação, sustentou que o pedido de vale-estacionamento “causa estranheza, pois o empregado solicitou e optou pela utilização do vale-transporte, desde a sua contratação, sem jamais retificar sua declaração”, e o vinha recebendo regularmente. Além disso, não se tratava de vantagem salarial, pois o cartão de acesso livre ao estacionamento era fornecido pelo shopping, a seu critério, e não pelo empregador.

A 28ª Vara do Trabalho de Porto Alegre indeferiu todos os pedidos. O vale-estacionamento foi negado por não haver prova de tratamento discriminatório por parte da empresa. Segundo testemunhas, os vales são fornecidos pelo shopping, e a empresa dispõe de seis deles para seus diretores, sendo um reservado para funcionários caso haja necessidade de permanecer no shopping após a meia-noite – e normalmente quem operava o cinema nas últimas sessões era o colega. Os depoimentos revelaram ainda que o operador não tinha carro.

O TRT/RS manteve a decisão e negou seguimento a recurso de revista, motivando o operador a apresentar o agravo de instrumento para o TST, insistindo na existência de todos os requisitos caracterizadores da equiparação salarial. O relator do agravo, ministro José Simpliciano Fernandes, ressaltou que o processo trata de matéria fática, cujo reexame é inviável nessa instância recursal. “De fato, não há nada no quadro delimitado pelo TRT a corroborar a tese da equiparação. Assim, a aferição da veracidade das alegações do trabalhador demandariam o revolvimento do conjunto fático-probatório, concluiu.

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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO23/04/2007

Falta de intimação pessoal anula sentença trabalhista

Pelo fato de não ter sido intimada pessoalmente para comparecer a audiência, uma das partes em um processo trabalhista teve anulada a pena de “confissão ficta”, em recurso julgado pela Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho. O voto, aprovado por unanimidade, foi proposto pelo ministro Aloysio Corrêa da Veiga, ao analisar recurso sobre decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo).

A empresa Cadeiras Mesas e Companhia Ltda recorreu, inicialmente, ao TRT de São Paulo na tentativa de rever sentença em ação movida por um ex-empregado. Por haver faltado a uma audiência, foi-lhe imputada pena de confissão ficta – termo usado para o caso em que, tendo sido intimada, a parte não comparece nem apresenta defesa e, assim, admitem-se como verdadeiros os fatos sobre os quais deveria se manifestar.

Nas razões apresentadas para sustentar a nulidade da sentença por cerceamento de defesa, a empresa alegou que a audiência de conciliação e julgamento foi adiada por tempo intedeterminado, a fim de que fosse apreciada questão sobre litispendência e, após esta ter sido resolvida, foi determinada nova audiência, na qual seriam tomados os depoimentos pessoais. Entretanto, houve notificação oficial apenas do advogado, não sendo expedida intimação pessoal para o preposto da empresa. O TRT negou provimento ao recurso, levando-a a recorrer ao TST.

A situação foi assim resumida pelo ministro Aloysio Corrêa da Veiga: “Discute-se nos autos se a parte deve ser pessoalmente intimada da audiência de prosseguimento na qual deve prestar depoimento ou se a intimação exclusiva do advogado, mediante publicação na Imprensa Oficial, supre a ausência de intimação pessoal”.

Para o ministro, essa intimação “deve ser endereçada diretamente à parte, visto que irá prestar depoimento pessoal sobre matéria de fato na audiência de instrução e julgamento”.

Em seu voto, o relator cita o artigo 343 do Código de Processo Civil, também aplicado na Justiça do Trabalho, que estabelece: “A parte será intimada pessoalmente, constando do mandado que se presumirão confessados os fatos contra ela alegados, caso não compareça ou, comparecendo, se recuse a depor”.

REVISTA CONSULTOR JURÍDICO26/04/2007

MPT quer novas subsedes em regiões de São Paulo

A Procuradoria Regional do Trabalho de São Paulo (2ª Região) discutiu, nesta quarta-feira (25/4), a instalação de subsedes nas regiões mais habitadas do estado. O seminário “Ministério Público do Trabalho na região do ABC” aconteceu na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em São Bernardo do Campo.

A intenção da procuradoria é aproximar os serviços prestados pelo órgão à população. A interiorização do Ministério Público do Trabalho, iniciada em 2004, atende, segundo a instituição, ao princípio constitucional do acesso gratuito à Justiça.

“A instalação de novos ofícios nas regiões mais populosas de São Paulo faz parte da estratégia de facilitar e favorecer o acesso das pessoas aos serviços gratuitos oferecidos pelo MPT. Contribui também para uma atuação mais rápida e eficaz na proteção dos direitos coletivos e difusos dos trabalhadores”, explica Roberto Rangel Marcondes, procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho de São Paulo 2ª Região.

Atualmente, existem 24 procuradorias regionais do trabalho em todo o país. São Paulo é o único estado que possui duas Procuradorias Regionais do Trabalho, a da 2ª Região – que abrange 46 municípios e tem sede na capital, e a da 15ª Região, sediada em Campinas.

O MPT atua, principalmente, na erradicação do trabalho infantil e regularização do trabalho do adolescente; combate ao trabalho escravo; defesa do meio ambiente do trabalho seguro e saudável; combate à discriminação no trabalho; regularização dos contratos de trabalho; adequação da atividade portuária e aquaviária.

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REVISTA CONSULTOR JURÍDICO25/04/2007

Seminário discute conseqüências do assédio moral

O assédio moral não é doença, mas a causa de vários transtornos psíquicos e até físicos em um número cada vez maior de trabalhadores, explicou a médica psiquiatra e sanitarista Edith Seligmann, que participou nesta quarta-feira (25/4) do seminário gratuito sobre Tutela Jurídica da Saúde Mental do Trabalhador e o Assédio Moral. O evento foi promovido pela Procuradoria Regional do Trabalho de São Paulo (2ª Região).

Segundo ela, existe ainda uma grande dificuldade de se provar o nexo causal da conduta de assédio moral com a doença do trabalhador. O evento teve duração de quatro horas e reuniu cerca de 150 procuradores do Trabalho, advogados, sindicalistas, servidores públicos e estudantes do curso de Direito.

Para a médica e doutora em psicologia social, Margarida Barreto, o assédio moral é um fenômeno que envolve tanto o lado individual – como o relacionamento da pessoa com os outros, quanto o coletivo – como a organização no ambiente de trabalho, a relação familiar e até com a sociedade. O assédio, de acordo com ela, tem dois aspectos fundamentais: a discriminação e a humilhação constante.

A médica lembrou, ainda, o caso de assédio moral praticado por uma empresa multinacional do setor de aviação que usa polígrafo durante o processo de seleção para verificar se o candidato à vaga de emprego está mentindo na entrevista. “A violência no trabalho vai além da agressão física. Inclui sempre o uso do poder e da força. Esta última pode ser física, política, moral, econômica e psicológica”.

Segundo ela, 90% dos casos de assédio moral no trabalho ocorrem de forma verticalizada e hierarquizada. “Já entre os executivos o assédio é mais sutil e, por isso, mais difícil de se identificar”, acrescenta Margarida Barreto.

Maria Maeno, médica e mestre em saúde pública e pesquisadora da Fundacentro, disse que a categoria bancária é a que mais sofre com assédio moral no local de trabalho. Dados da Previdência Social de 2002 mostram que 81% dos benefícios concedidos por incapacidade para o trabalho causada por transtornos mentais foram a bancários. “Trabalhar em banco é um cotidiano penoso”, diz Maria Maeno.

O procurador do Trabalho da 15ª Região, Gustavo Filipe Barbosa Garcia, falou sobre os aspectos jurídicos da depressão como doença do trabalho. “A depressão é a doença do século”, afirmou. No entanto, ele fez questão de ressaltar que para a depressão ser considerada uma doença ocupacional é preciso que haja o nexo causal e a incapacidade para o trabalho.

O seminário promovido pela Procuradoria Regional do Trabalho faz parte das atividades do “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho (28 de abril)”.

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REVISTA CONSULTOR JURÍDICO25/04/2007

CCJ aprova suspensão de cargo de funcionário acionado

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado aprovou, nesta quarta-feira (25/4), oito matérias. Entre elas, a proposta que possibilita a suspensão do cargo, emprego ou função pública durante o processo que julgar crime praticado por funcionário público. O projeto é de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

A proposta faz parte do conjunto de matérias que a CCJ está aprovando para melhorar a segurança pública no país. É o chamado de pacote antiviolência. Segundo Demóstenes, o procedimento será aplicado a todo e qualquer servidor público, “desde aquele que comete um peculato na repartição de trabalho até o mal policial ou agente penitenciário que opta por atuar contra o Estado”.

Entre as outras matérias aprovadas, destacam dois projetos que, a exemplo do primeiro, receberam decisão terminativa: o que dispõe sobre a separação dos presos por grau de periculosidade e o que prevê o exame criminológico para progressão de regime, livramento condicional, indulto e comutação de pena, quando se tratar de preso condenado por crime praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.

Foi aprovado também projeto que permite o monitoramento eletrônico de condenados que estejam usufruindo do regime aberto, de saída temporária ou de liberdade condicional.

O projeto, de autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), foi relatado pelo senador Demóstenes Torres (DEM-TO). Mercadante argumenta, na justificativa da proposta, que o objetivo é aliviar o sistema carcerário “inflacionado”.

Um dos objetivos do projeto é avaliar a reinserção do detido na sociedade, de forma vigiada pelo monitoramento eletrônico — uma pulseira ou tornozeleira eletrônica. A medida não vale para os casos de crimes hediondos ou daqueles que tenham sido cometidos com violência.

No dia 30 de março, foi sancionada a lei que considera falta grave o porte de uso de telefones celulares e aparelhos de rádio comunicação dentro dos presídios. Além disso, agentes penitenciários e diretores de cadeias que facilitarem a entrada desses objetos nos presídios podem ser condenados de três meses a um ano de prisão. O projeto foi aprovado no dia 14 de fevereiro na Câmara e no dia 7 de março no Senado.

REVISTA CONSULTOR JURÍDICO25/04/2007

Engenheiro tem pedido negado por ministros do STJ

O engenheiro Gilberto Morand Paixão, acusado de estelionato durante a construção do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo), não conseguiu trancar a Ação Penal instaurada contra ele. O pedido de 23eres23 Corpus foi negado pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.

Paixão foi denunciado pelo Ministério Público Federal pela prática de estelionato. Segundo a denúncia, o engenheiro foi contratado para fiscalizar a obra do TRT paulista e, no mesmo dia de sua contratação, emitiu parecer técnico favorável ao pedido de reequilíbrio financeiro apresentado pela Incal, com base apenas nas correspondências trocadas entre a construtora e o Tribunal.

Em maio de 2005, por maioria, a 6ª Turma do STJ concedeu parte do pedido de 23eres23 Corpus para trancar a Ação Penal por inépcia da denúncia pelos crimes de quadrilha e falsidade ideológica. Agora, a defesa do engenheiro pretendia o trancamento da ação pelo crime de estelionato.

O relator, ministro Hamilton Carvalhido, destacou que as condutas atribuídas a Paixão, que substanciam fraude em favor de desvio de dinheiro público, não podem ser tidas como desprovidas de significação penal. O ministro ressaltou, ainda, que o parecer do Tribunal de Contas não livra o engenheiro da acusação.

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REVISTA CONSULTOR JURÍDICO24/04/2007

Presidente Lula indica juízas mineiras para compor TST

As juízas mineiras Dora Maria da Costa e Maria de Assis Calsing foram indicadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compor o Tribunal Superior do Trabalho. Elas foram indicadas para ocupar as cadeiras deixadas pelos ministros Luciano de Castilho Pereira e Ronaldo Lopes Leal.

Dora e Maria de Assis já atuam no TST, como substituta e convocada. As duas serão submetidas à sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Depois, à votação do plenário daquela Casa. Se aprovadas, serão nomeadas pelo presidente Lula e empossadas pelo presidente do TST, ministro Rider Nogueira de Brito.

As indicadas

Dora Maria da Costa é mineira, nascida no município de Dores do Indaiá. A Universidade Católica de Minas Gerais foi onde teve as suas lições de Direito. Em 1987, começou como juíza substituta no Tribunal Regional da 10ª Região. Em 2002, foi indicada para integrar o Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (Goiás). Sua primeira convocação para atuar no TST ocorreu em agosto de 2003. Dois anos depois, assumiu a Presidência do TRT-GO. Dora Costa atua no TST como juíza substituta na vaga do ministro Ronaldo Leal.

Maria de Assis Calsing também é de Minas Gerais, só que de Juiz de Fora. Atuou como juíza convocada no TST pela primeira vez em 1998. Compõe atualmente a 4ª Turma. Ela é graduada pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília e mestre em Direito e Estado pela Universidade de Brasília. Maria de Assis começou a carreira de juíza em 1984, quando entrou passou no concurso público para o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Ela presidiu o TRT-10 durante o biênio 1996-1998.

REVISTA CONSULTOR JURÍDICO23/07/2007

STF vota em maio primeiras súmulas vinculantes

O plenário do Supremo Tribunal Federal aprecia no dia 2 de maio as seis primeiras propostas de súmula vinculante. O instrumento, que entrou em vigor em março deste ano, promete desobstruir o Supremo e evitar que processos repetidos, de matéria já apreciada pelo STF, continuem chegando à corte. Com a Súmula Vinculante, os juízos de primeiro e segundo grau ficam obrigados a decidir de acordo com o enunciado do Supremo.

A definição da competência da União para ditar regras para exploração de bingo e loterias é uma das seis primeiras súmulas que deve ser aprovada pelo Supremo. “É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual que disponha sobre loterias e jogos de bingo”, diz o enunciado. As súmulas foram editadas e revisadas pelos ministros que compõem a comissão de jurisprudência da corte — ministro Cezar Peluso, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio.

A expectativa é de que as propostas sejam aprovadas sem grandes discussões. Isso porque as matérias alvo de súmula vinculante estão pacificadas e já foram amplamente discutidas na Corte. “O Tribunal marchará com absoluta certeza e rigor”, afirma o ministro Marco Aurélio. A votação dos primeiros temas foi anunciada nesta segunda-feira (23/4) em sessão administrativa.

A Cofins pode ganhar logo duas súmulas. Um delas dispõe sobre a majoração da alíquota da Cofins e a data de sua entrada em vigor. “São constitucionais a Lei 9.715/98, bem como o artigo 8º, caput e parágrafo 1º, da Lei 9.718/98, que só entrou a produzir efeitos a partir de 1º de fevereiro de 1999.” A outra pacifica a inconstitucionalidade dos dispositivos da Lei 9.718/98, que ampliaram o conceito de renda bruta. Segundo a jurisprudência da corte, a base de cálculo deve ser o produto da venda de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza.

Outro tema que pode virar Súmula Vinculante na votação de maio é sobre a competência da Justiça do Trabalho para julgar ações de indenização por danos morais e patrimoniais. A competência estabelecida na Emenda Constitucional 45 e reverenciada pelo Supremo em inúmeros julgados.

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PORTAL NACIONAL DE DIREITO DO TRABALHADOR25/04/2007

Ministro diz que sociedade terá que fazer opção com relação à pensão por morte

Sociedade financia benefícios vitalícios a jovens Da Redação (Brasília) – O ministro Luiz Marinho, da Previdência Social, disse há pouco que a sociedade brasileira terá que fazer uma opção com relação à pensão por morte, pois viúvos e viúvas jovens passam a ter direito a um benefício durante toda a vida. “É justo que a sociedade financie um benefício vitalício para um jovem saudável?”, propôs Marinho como tema para reflexão.

Outra distorção que precisa ser corrigida, segundo o ministro, diz respeito ao auxílio-doença, pois, pelos cálculos atuais, aproximadamente 50% desses benefícios têm valor maior que o último salário do trabalhador. Projeto de Lei sobre o assunto tramita no Congresso Nacional.

O ministro Luiz Marinho reiterou que a visão do Governo com relação a possíveis modificações na Previdência a partir do Fórum Nacional da Previdência Social é que a transição seja longa, ou melhor, para as próximas gerações. “Para quem está trabalhando, queremos manter as regras vigentes”, ressaltou o ministro.

BPC – A professora Aldaíza Sposati, da PUC/SP, defendeu hoje a inscrição das isenções concedidas a entidades filantrópicas como receitas previdenciárias. Para ela, a medida facilitaria à sociedade o acompanhamento e o controle das verbas. As filantrópicas estão isentas do recolhimento de 12% sobre a folha de salários dos seus empregados (quota patronal). Sposati ressaltou que essas isenções são concedidas para que as entidades prestem serviços públicos e, por isso, esses recursos são públicos.

Ela criticou também a inscrição dos recursos pagos por Benefícios de Prestação Continuada, que são assistenciais, como integrantes do déficit da Previdência Social, pois são destinados a reduzir riscos e vulnerabilidades sociais. Segundo Sposati, o argumento dos BPC como déficit é utilizado pelos que pretendem acabar com o benefício. (José Eduardo Formosinho)

Fonte: Ministério da Previdência Social

PORTAL NACIONAL DE DIREITO DO TRABALHADOR

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25/04/2007Segurado deve apenas comprovar que enfermidade surgiu após filiação ao RGPS

Da Redação (Brasília) – A Previdência Social é responsável pelo pagamento de doze tipos de benefícios. Entre eles está o auxílio-doença, espécie de garantia de renda para o segurado que, pelo surgimento de alguma lesão ou perturbação funcional, tenha perdido ou reduzido sua capacidade de trabalhar. Para ter direito ao auxílio, o trabalhador precisa cumprir uma carência de 12 meses de contribuições mensais e obter resultado favorável no exame médico-pericial que será realizado no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Porém, há dois casos em que o cumprimento desse prazo mínimo de recolhimento não é obrigatório. O primeiro é quando ocorre um acidente de qualquer natureza com o contribuinte. O outro, quando ele é acometido de uma das doenças abaixo relacionadas. É importante observar que nas duas situações, o benefício só será concedido se ficar comprovado que a enfermidade surgiu após a filiação do segurado ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Para requerer o auxílio-doença, é fundamental apresentar – além do Número de Inscrição do Trabalhador (PIS/PASEP/NIT), a Carteira de Identidade (RG) e o Cadastro de Pessoa Física (CPF) – um documento que justifique a necessidade de afastamento do trabalho. Podem ser atestados médicos, exames de laboratório, atestados de Internação Hospitalar ou atestados de Tratamento Ambulatorial. (Luiz Mandetta)

(61) Tuberculose ativa: Infecção pulmonar transmitida pelo ar contaminado que é eliminado por um indivíduo já portador da doença. Alguns dos sintomas apresentados são tosse persistente (que pode estar associada à produção de escarro com sangue), febre, calafrios, suores noturnos, perda de apetite e de peso, e fraqueza;

2) Hanseníase: Doença popularmente conhecida como lepra. Também é transmitida por vias aéreas. Porém, a infecção só acontece quando há um contato mais íntimo com a pessoa contaminada. Afeta os nervos e a pele, provocando danos severos. O sintoma mais freqüente é a redução ou ausência de sensibilidade em regiões onde surgem manchas pálidas, esbranquiçadas ou avermelhadas;

3) Alienação mental: Distúrbio mental grave que altera a personalidade da pessoa. A enfermidade causa o comprometimento dos juízos de valor e realidade. Em alguns casos, a doença fica evidenciada pela desarmonia da conduta do indivíduo em relação às regras que disciplinam a vida normal em sociedade;

4) Neoplasia maligna: Conceito médico para designar câncer ou cancro (tumor). É causada por mutações celulares, que são de origem hereditária ou adquiridas ao longo da vida (exposição excessiva à radiação solar, álcool, tabaco, etc). A maioria dos tumores malignos é invasiva e pode causar do mau funcionamento dos órgãos atingidos até a morte do indivíduo;

5) Cegueira: Doença na qual a capacidade visual de ambos os olhos é igual a zero, sem qualquer tipo de percepção luminosa. Há casos onde nem o tratamento médico-cirúrgico é capaz de beneficiar o indivíduo que sofre a perda da visão. Em outras situações, a pessoa apresenta dificuldades de locomoção e de orientação espacial;

6) Paralisia irreversível e incapacitante: Incapacidade de contração voluntária de um músculo ou grupo de músculos, resultante de uma lesão orgânica de natureza destrutiva ou degenerativa. O indivíduo sofre de distúrbios graves e extensos que afetam a mobilidade, a sensibilidade e a nutrição;

7) Cardiopatia grave: Doença relacionada ao coração, que limita a capacidade física e profissional do indivíduo, podendo induzi-lo à morte prematura. Entre os sintomas apresentados estão arritmias complexas e insuficiência cardíaca e coronariana;

8) Doença de Parkinson: Também conhecido como Mal de Parkinson. A doença ocorre quando certos neurônios morrem ou perdem a capacidade de atuar no controle dos movimentos do corpo. Como conseqüência, o indivíduo apresenta tremores, rigidez dos músculos, dificuldade de caminhar, dificuldade de se equilibrar e de engolir;

9) Espondiloartrose anquilosante: Doença inflamatória que afeta principalmente as articulações da coluna, quadris e ombros. Os sintomas gerais são febre, fadiga, perda de peso e anemia. A enfermidade pode se manifestar por meio de uma simples dor nas costas, até o enrijecimento das juntas da espinha dorsal;

10) Nefropatia grave: Afecção que provoca a insuficiência crônica dos rins. O indivíduo doente pode apresentar a pele pálida e amarelada, hipertensão arterial, náuseas, hemorragias digestivas, dor de cabeça, insônia, tremor muscular, convulsão, entre outras manifestações clínicas.

11) Estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante): Distúrbio crônico do esqueleto, no qual os ossos apresentam um crescimento anormal, aumentando de tamanho e tornando-se mais frágeis. Além da deformidade óssea, podem surgir complicações neurológicas (surdez e perturbações olfativas) e cardiovasculares;

12) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS: Manifestação mais grave da infecção pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que causa danos no sistema imunológico do indivíduo e permite o aparecimento de doenças oportunistas (tuberculose, pneumonias, cânceres, diarréias, e infecções do sistema nervoso);

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13) Contaminação por radiação com base em conclusão da medicina especializada: Dependendo do tempo de exposição, podem surgir doenças como a leucemia e outros tipos de câncer. Em alguns casos, as altas doses de radiação também promovem alterações genéticas;

14) Hepatopatia grave: Doença que provoca a insuficiência crônica do fígado, não permitindo que o organismo mantenha a concentração normal do nível de glicose. Entre os sintomas apresentados estão náuseas, perda de peso, dor abdominal, olhos e pele amarelados (icterícia), perda de cabelo, inchaço (principalmente nas pernas), ascite (presença de líquido na cavidade abdominal), entre outros.

Fonte: Ministério da Previdência Social

PORTAL NACIONAL DE DIREITO DO TRABALHADOR24/04/2007

Seguro Desemprego – Não pode ser acumulado com aposentadoria e auxílio-doença

INSS e Ministério do Trabalho trocam informações para impedir o acúmulo desses pagamentos De São Paulo (SP) – Uma pessoa desempregada não pode receber ao mesmo tempo um seguro-desemprego e alguns benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como o auxílio-doença e aposentadorias por idade, por tempo de contribuição, por invalidez ou especial. Caso ocorra o pagamento simultâneo, a Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pela liberação do seguro-desemprego, bloqueará o crédito, depois de confirmado o recebimento de benefício pago pelo INSS. Para evitar o recebimento indevido do seguro-desemprego, o INSS e o Ministério do Trabalho e Emprego trocam informações sobre os trabalhadores.

Os únicos benefícios da Previdência Social que podem ser acumulados com o seguro-desemprego são a pensão por morte, o auxílio-reclusão e o auxílio-acidente. O pagamento simultâneo do seguro-desemprego com esses três benefícios é permitido porque eles não têm a função de substituir o salário do trabalhador. No caso da pensão por morte e do auxílio-reclusão, eles são pagos aos dependentes do segurado que já faleceu ou está preso. Já o auxílio-acidente tem caráter indenizatório, por ser pago aos trabalhadores que voltam ao trabalho, apesar de terem ficado com alguma seqüela de um acidente de trabalho.

Pensão por morte – Esse benefício é pago aos dependentes do trabalhador falecido. Para a sua concessão, a Previdência não exige um número mínimo de contribuições, porém o segurado, quando do óbito, não pode ter perdido a qualidade de segurado. Ou seja, não tenha deixado de contribuir durante um período maior que o permitido pela legislação previdenciária. Esse período vai de 12 a 36 meses e depende do tempo de contribuição do segurado e também do fato de ele ter recebido ou não o seguro-desemprego.

Auxílio-reclusão – Os dependentes do segurado que for preso podem receber o auxílio-reclusão durante o período de sua detenção, caso ele não esteja recebendo salário da empresa, auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço. Além disso, o segurado não pode ter perdido a qualidade de segurado.

Auxílio-acidente – Tem direito a esse benefício quem sofre um acidente e fica com seqüelas que reduzem sua capacidade de trabalho, mas não impedem o exercício de uma atividade profissional. Esse auxílio deixa de ser pago quando o trabalhador se aposenta. Pode receber esse benefício somente o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial. (Nelmar Rocha)

Fonte: Ministério da Previdência Social

PORTAL NACIONAL DE DIREITO DO TRABALHADOR23/04/2007

CAS vota projetos que incentivam contratação de trabalhadores com mais de 40 anos

Nesta quarta-feira (25) a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) deverá analisar parecer do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) a cinco projetos de lei do Senado que tramitam em conjunto e garantem benefícios fiscais a

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empresas com o intuito de incentivar a contratação de trabalhadores com mais de 40 anos de idade. A reunião da CAS terá início às 11h.

O relator rejeitou quatro das propostas – PLS 103/03, 461/03, 83/05 e 178/05 -, mas foi favorável ao projeto de autoria do senador Jefferson 28eres (PDT-AM) que garante incentivos fiscais a pessoas jurídicas que possuam no mínimo 30% dos empregados com idade superior a 40 anos (PLS 103/99). De acordo com a proposição, as empresas poderão deduzir do lucro tributável, para fins de cálculo do Imposto de Renda, até 25% do montante dos salários e encargos sociais pagos a seus empregados, observado o limite de 15% do lucro antes de computada a referida dedução.

Outra matéria que consta da pauta da CAS desta quarta-feira é o projeto de autoria do senador Osmar Dias (PDT-PR) que estabelece prioridades na aplicação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A proposta determina que, no mínimo, 85% dos recursos disponíveis do BNDES sejam destinados ao financiamento em empresas de capital nacional. O relator da matéria, senador Fernando Collor (PTB-AL), é favorável à proposta (PLS 35/07) nos termos de um substitutivo. O texto de Collor prevê que aquele percentual mínimo deve ser aplicado no financiamento de pessoas jurídicas de direito privado, cujo capital social pertença majoritariamente a brasileiros, e de entidades de direito público interno.

Também faz parte da pauta requerimento dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Ideli Salvatti (PT-SC) de audiência pública conjunta com a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) para debater a Emenda 3, apresentada ao projeto de lei que criou a Receita Federal do Brasil – a Super-Receita. A emenda foi aprovada pelo Congresso e vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas há um movimento no Congresso para que o conteúdo da emenda seja restaurado. A proposição trata da fiscalização de contratos entre empresas e prestadores de serviços. A secretaria da CDH já agendou a audiência para as 14h desta mesma quarta-feira.

Fonte: Senado

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO25/04/2007

Ministro defende veto à Emenda 3 em audiência no Senado

Brasília, 25/04/2007 – O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou hoje, no Senado Federal, que a manutenção do veto presidencial à emenda 3, ao Projeto de Lei que criou a Super Receita, é essencial para garantir a legislação e os direitos trabalhistas.

O objetivo da emenda é a regulamentação da contratação de pessoas jurídicas únicas para a prestação de serviços a empresas. Na prática, no entanto, inviabiliza a atuação dos auditores fiscais do Trabalho e impede o combate ao

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trabalho escravo. “A derrubada do veto vai criar um buraco na legislação que permitirá, por exemplo, a prática do trabalho escravo”, afirmou Lupi, após participar de audiência conjunta das Comissões de Direitos Humanos e Trabalho do Senado.

Segundo o ministro, é preciso encontrar uma solução que contemple algumas profissões que necessitem dessa forma de contratação. Porém, esses casos excepcionais não podem se tornar regra, ou o trabalhador irá perder direitos essenciais, como férias remuneradas, 13º salário, FGTS e salário maternidade. Entretanto, antes de discutir alternativas, frisou Lupi, é preciso que o Congresso mantenha o veto à emenda 3.

“O caminho mais coerente é manter o veto e abrirmos as negociações com as lideranças partidárias sobre as exceções à regra, casos específicos de pessoas jurídicas que poderão ser atendidos. O que não podemos é fazer da exceção a regra”, disse.

Na opinião do ministro, a aprovação da emenda é um grande risco para a sociedade, pois pode desencadear uma série de interpretações que irão levar à revogação da CLT, o conjunto de leis que rege as relações de trabalho no país. “Temos que deixar claro para a população que aprovar a emenda 3 significa extinguir a legislação trabalhista”, destacou Lupi.

O ministro frisou que a manutenção do veto é uma posição de Governo e uma obrigação dos 11 partidos que compõem a base aliada. “Nós não podemos deixar o presidente da República numa situação de dificuldade como se fora ele o único a tomar essa decisão. Essa decisão é unânime do bloco de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e nós do bloco de apoio temos que ter essa posição uníssona em todos os partidos. A partir do momento que se mantiver o veto do presidente podemos abrir negociações para alguma lei que atenda a casos específicos”, concluiu Lupi.

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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO25/04/2007

Caged registra criação de mais 146 mil empregos em março

Resultado é o melhor da série histórica para o mês. No primeiro trimestre de 2007 foram criados 399 mil postos, também o melhor desempenho desde 1992

Brasília, 25/04/2007 – O Brasil gerou 146.141 novos empregos formais em março deste ano, o que corresponde a uma elevação de 0,52% no estoque de empregos do país. Este resultado é o melhor já registrado no mês de março na série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

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Segundo o ministro, o bom resultado se deve à política governamental de redução dos juros e ao Programa de Aceleração do Crescimento que, embora as obras não tenham começado, induz as empresas a investir. “Isso começa a gerar uma série de serviços, que giram em torno do estado como locomotiva. Esse crescimento econômico da indústria começa a ser um fator constante”, ressaltou Lupi.

No primeiro trimestre de 2007, foram criados 399.628 empregos (1,44%), o que corresponde, também, ao maior crescimento absoluto da série histórica. O melhor resultado anterior foi alcançado em 2004, quando foram abertos 347.393 postos, correspondendo a um aumento de 1,47% no estoque de empregos. “Estamos tendo um crescimento nesses três meses como nunca tivemos antes”, afirmou o ministro.

O saldo positivo entre admissões e desligamentos de março deste ano foi 91% maior ao ocorrido em março de 2006 (76.455 empregos celetistas) e 35% maior que o verificado em março de 2004 (108.212 postos). Nos últimos 12 meses, a variação acumulada atingiu 4,81%, que corresponde a 1.288.611 novos postos de trabalho. Desde janeiro de 2003, foram criados no Brasil 5.051.004 novos postos de trabalho, com carteira assinada.

Todos os setores e subsetores de atividade econômica apresentaram elevação no nível de emprego em março. Os que mais contribuíram para o resultado positivo, em termos absolutos, foram os serviços (56.527 postos de trabalho ou 0,50%) e a Indústria de Transformação (40.538 postos ou 0,62%). O desempenho do Comércio e da Agricultura também foi positivo, sendo que o primeiro gerou 12.868 e, o segundo, 11.346 postos – que teve também o melhor resultado do mês de março da série.

Já em termos relativos, o setor que mais se destacou foi a Construção Civil, com um crescimento de 1,26% no estoque de empregos (+17.253 postos). O resultado reflete medidas de estímulo ao setor pelo governo federal. Note-se que o crescimento relativo do emprego formal na Construção Civil, no primeiro trimestre deste ano (+2,55%), foi bastante superior ao crescimento verificado para o total das atividades (1,44%), constatação reforçada pelo crescimento dos últimos 12 meses (+6,03%, no caso da Construção Civil, e +4,81%, para o total das atividades). Segundo o Caged, houve expansão do número de trabalhadores celetistas em praticamente todas as regiões. Merecem destaque as regiões Sudeste (+106.869 postos ou +0,69%) e Sul (+33.767 postos ou +0,64%). A exceção ficou a cargo da região Nordeste que, por motivos sazonais relacionados ao complexo sucroalcooleiro, continuou a apresentar resultados negativos: em março registrou-se perda de 11.831 empregos com carteira assinada (-0,29%).

Os estados com desempenho mais favorável foram São Paulo, que registrou o maior número de vagas criadas (+67.223 ou +0,73%), seguido por Minas Gerais (+24.043 ou +0,80%) e pelo Paraná (+20.090 ou +1,07%). Em Alagoas, porém, ocorreu eliminação de 16.545 postos (-6,56%).

As Regiões Metropolitanas de Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Belém, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo apresentaram crescimento de 0,48% em março, um incremento de 55.335 postos de trabalho. Já os municípios do interior dos estados desses aglomerados urbanos apresentaram expansão de 0,79% ou aumento de 81.845 vagas. O maior número de empregos no interior está associado, predominantemente, à cadeia sucroalcooleira da região centro-sul do país, que, nesse período do ano, está em fase de expansão das contratações.

No interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, por exemplo, foram criados 39.407, 16.797 e 15.930 empregos com carteira de trabalho, respectivamente. No caso das Áreas Metropolitanas, o destaque foi São Paulo, que respondeu pela criação de 27.816 empregos.

Mais informações em http://estatistica.caged.gov.br/

Assessoria de Imprensa do TEM(61)3317-6537/3317-6540

OUTRAS FONTES DE NOTÍCIAS27/04/2007

Tabela de conversão transforma tempo especial em comum

O segurado da Previdência Social que trabalhou exposto a agentes nocivos - químicos, físicos ou biológicos - e não completou o prazo mínimo exigido para a aposentadoria especial pode converter todo o período em que exerceu atividade sob condições especiais, obedecendo à tabela de conversão adotada pelo INSS.

O período convertido será somado ao tempo de atividade comum. Para cada ano de trabalho exercido sob condições prejudiciais à saúde ou à integridade física é aplicado um fator de conversão que varia de acordo com a atividade e o tempo mínimo exigido para a aposentadoria especial. O período considerado especial só pode ser convertido se o trabalhador possuir algum período de trabalho comum. Pessoas que não cumpriram integralmente o período de trabalho necessário para as atividades que dão direito a aposentadoria especial aos 15 anos, a legislação previdenciária assegura a aplicação de fator de conversão igual a 2 para cada ano trabalhado (se for mulher), ou 2,33 (se for homem).

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Essa é a situação de quem atua em mineração subterrânea, em frentes de produção. Já quem não cumpriu integralmente o período para aposentadoria especial aos 20 anos de trabalho, caso daqueles que foram expostos ao agente químico amianto (asbestos) ou em mineração subterrânea - afastado das frentes de produção -, ao retornar à atividade comum terá esse tempo convertido na proporção de 1,5 para a mulher e de 1,75 para o homem. Para as atividades exercidas sob condições especiais que dão direito à aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho, a tabela de conversão us os fatores de 1,2 para a mulher e de 1,4 para o homem, caso esse prazo não tenha sido cumprido integralmente.

Serão considerados, para fins de alternância entre períodos comum e especial, os tempos de serviço militar, mandato eletivo, aprendizado profissional, tempo de atividade rural, contribuinte em dobro ou facultativo, período de certidão de tempo de serviço público (contagem recíproca), benefício por incapacidade previdenciário (intercalado).

Documentação - Para converter o tempo especial em tempo comum o trabalhador deve apresentar, além dos documentos de identificação pessoal, um dos seguintes formulários: SB 40, BSS 8030 ou o DIRBEN 8030, emitidos até 31 de dezembro de 2003, mas que comprovem o exercício da atividade exposto a agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos, durante o tempo a ser convertido. O trabalhador exposto a ruídos nocivos a saúde deve apresentar também o Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT), elaborado por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. O mesmo deve ser observado por trabalhadores que durante o exercício das atividades foram expostos aos demais agentes nocivos no período entre 14 de outubro de 1996 e 31 de dezembro de 2003. Fonte: Ministério da Previdência Social, por Josy Lima, 27.04.2007

OUTRAS FONTES DE NOTÍCIAS27/04/2007

Estagiários podem ter direito a férias, segundo novo Projeto de Lei

Como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o Ministério da Educação apresentou um Projeto de Lei que prevê uma nova regulamentação para estágios. Na proposta, estagiários com um ano ou mais de trabalho em um empresa teriam direito a férias. O projeto também estabelece que o período de recesso deve ser proporcional ao tempo de atividade e tem que ser tirado preferencialmente durante as férias escolares. Não há especificação sobre o tempo de duração das férias, nem se estas serão remuneradas.

Além disso, a proposta prevê que as empresas que não cumprirem as normas de estágios previstas na regulamentação pode ser multadas em R$ 240 a R$ 1.400 por estudante em situação irregular. A entidade privada que reincidir na irregularidade ficará proibida de receber estagiários durante dois anos. A novo projeto lei determina que o número de estagiários não poderá ser superior a 10% do quadro de funcionários da empresa onde o estudante atua. Em carta dirigida ao Presidente da República, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirma que “a proposta visa moralizar o estágio e valorizá-lo enquanto prática educativa, ao mesmo tempo em que estabelece mecanismos para coibir a sua utilização como forma de absorção precoce de mão-de-obra, o que lamentavelmente corresponde à realidade em curso no país hoje”. Fonte: Boletim Juris / Último Segundo

OUTRAS FONTES DE NOTÍCIAS26/04/2007

Contrato de experiência: 90 dias não são 03 meses Contrato de experiência tem duração máxima de 90 dias e não de três meses. É preciso estar atento a esse detalhe, porque, ultrapassado esse tempo, por um dia que seja, transforma-se em contrato por prazo indeterminado e, em conseqüência, todas verbas rescisórias tornam-se devidas por ocasião da ruptura. É esse o teor de decisão da 6ª Turma do TRT/MG, acompanhando voto do desembargador Hegel de Brito Boson, ao negar provimento a recurso da empresa que protestava contra a sua condenação ao pagamento das verbas decorrentes da extrapolação do prazo do contrato de experiência.

Ocorre que o contrato firmado com o reclamante, pelo período de 25 de janeiro a 25 de abril de 2006, totalizou 91 dias. A Turma considerou, portanto, extrapolado o prazo legal, independentemente de ter ou não trabalhado o reclamante no dia 25 de abril.

Fonte: TRT 3º Região - MG

OUTRAS FONTES DE NOTÍCIAS26/04/2007

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Comissão da Câmara rejeita feriado de Frei Galvão

Um acordo firmado hoje na Comissão de Educação da Câmara em torno do projeto sobre o dia do Frei Galvão rejeitou por completo a proposta de instituição do feriado nacional em 11 de maio de 2007, dia da canonização do padre pelo papa Bento XVI. O acordo para a elaboração de um novo texto foi fechado entre o relator do projeto, deputado Átila Lira (PSB-PI), e o autor, deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), com os integrantes da Comissão. O novo texto institui o dia 11 de maio como Dia Nacional de Frei Galvão, constando no calendário histórico e cultural. "Não cria ponto facultativo, não cria feriado, não cria dia santo. Cria apenas uma homenagem cultural e não religiosa", afirmou Átila Lira.

Os deputados da Comissão concordaram com a homenagem a Frei Galvão mas, mesmo assim, o novo texto só será votado na sessão da amanhã cedo porque o deputado Ivan Valente (PSOL-RJ) pediu tempo para apresentar um voto em separado. Valente disse que não cabe ao Estado tratar de questões referentes à Igreja. "O Estado é laico. Com total respeito às religiões, a questão que deve ser discutida aqui é a separação do Estado e da Igreja", argumentou Valente. Mesmo com o acordo para votar a homenagem a Frei Galvão, muito dificilmente haverá tempo para a votação final da proposta antes de 11 de maio.

Depois de votada na Comissão de Educação, o projeto segue para a Comissão de Constituição e Justiça, onde há o prazo de cinco sessões para a apresentação de emendas. Depois de votada na CCJ, há o prazo de mais cinco sessões para a apresentação de recurso ao plenário da Câmara. Além disso, como o texto do senado foi alterado, o projeto voltará a ser examinado pelos senadores. Fonte: Agência Estado, por Denise Madueño,

OUTRAS FONTES DE NOTÍCIAS24/04/2007

Empregador é condenado a complementar aposentadoria calculada sobre salário pago a menor

“Se o plano de previdência, patrocinado pela empresa e derivado da relação de trabalho, prevê que os proventos da aposentadoria complementar condicionam-se à remuneração auferida pelo empregado na vigência do contrato e se fica comprovado que o empregador não quitou corretamente as parcelas salariais que a integram, há que se imputar a ele a responsabilidade pelos prejuízos advindos”. A decisão é da 5ª Turma do TRT/MG que manteve condenação de empresa ao recolhimento de contribuições mensais para o recálculo da aposentadoria do reclamante, em razão da incidência, no valor do benefício, das diferenças de horas extras e de adicional de periculosidade não pagos durante o contrato de trabalho.

Com base no voto do juiz convocado Danilo Siqueira de Castro Faria, a Turma rejeitou o argumento da empregadora, de que a responsabilidade de garantir a reserva matemática para os associados seria exclusiva da entidade previdenciária em questão (Forluz), já que todos os repasses teriam sido efetuados pela empresa nas épocas próprias.

A Turma acompanhou o entendimento do juiz sentenciante, que, considerando válida a migração do reclamante do Plano de Origem para o Plano B, condenou a empregadora a complementar a aposentadoria do autor, já que a base de cálculo do seu benefício não contemplou as parcelas deferidas no processo, como previsto no Regulamento da Forluz. “Compõem a remuneração do obreiro o adicional de periculosidade e as horas extras devidas e não quitadas pela reclamada, sendo parcelas de natureza salarial, habitualmente pagas ao reclamante” – explica o relator.

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Assim, a empregadora deverá proceder à recomposição atuarial, bem como a reserva matemática, junto à entidade previdenciária, a fim de corrigir o benefício de complementação de aposentadoria do reclamante.

Lembra o juiz que o próprio regulamento da Forluz estabelece a responsabilidade solidária da Cemig pelas obrigações decorrentes dos planos previdenciários da entidade e frisa: “Não há duvidas que o elemento essencial para o cálculo correto da complementação da aposentadoria, qual seja, a média das últimas remunerações, estava aquém do que era devido, por única e exclusiva culpa da reclamada, pelo que deve esta ser responsabilizada, devendo arcar com o pagamento das diferenças da complementação da aposentadoria até o momento que o benefício previdenciário não se encontrar mais defasado”.

Fonte: TRT/MG

OUTRAS FONTES DE NOTÍCIAS23/04/2007

Compensação de horas por conta de feriados, faltas e fim de contrato.

Muitas empresas adotam o sistema de compensação de horário de trabalho, pelo qual os empregados cumprem jornada de trabalho superior a oito horas diárias, de segunda a sexta-feira, para compensar o sábado não trabalhado, num total de 44 horas semanais. Há acordos de compensação de horas que estipulam jornada de oito horas e 48 minutos, de segunda a sexta-feira, sendo que as primeiras oito são normais e os 48 minutos restantes visam compensar o sábado. Outras empresas acrescem uma hora diária à jornada de trabalho de segunda a quinta-feira, com sábados livres.

Quando um feriado cai numa quarta-feira —ou outro dia da semana— as empresas indagam se podem exigir que seus empregados trabalhem, em outra data, o acréscimo de trabalho (48 minutos ou uma hora, dependendo do acordo), que deveria ser cumprido nesse dia para compensar o sábado. Já quando o feriado cai no sábado, os empregados querem saber se podem deixar de trabalhar, na semana em que isso ocorre, os minutos além da oitava hora diária.

No primeiro caso, as empresas podem promover uma compensação de horas diferenciada na semana do feriado, distribuindo as quatro horas do sábado pelos quatro dias úteis restantes, bastando para tanto prever uma cláusula nesse sentido no acordo escrito. Por exemplo: a empresa pode acrescentar mais 12 minutos nos restantes quatro dias úteis (48 minutos: quatro dias), de modo que os empregados laboram nove horas nos restantes quatro dias.

Entretanto, se não houver a redistribuição das horas de compensação nos outros dias da semana, as empresas não poderão descontar dos empregados o salário referente às horas de compensação que não foram laboradas. As empresas devem pagar sem receber o serviço, porque, entende-se, os empregados ficaram à disposição para trabalhar as horas destinadas à compensação, mas foram dispensados do trabalho.

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No segundo caso, se o sábado é feriado, na semana correspondente não deve haver compensação. Todavia, se a empresa não puder prescindir do trabalho executado nas horas destinadas à compensação, deverá pagar os minutos acrescidos a cada jornada como extraordinários. Nessa hipótese, convém acordar com os empregados que os horários de trabalho serão mantidos na semana em que o feriado cai num sábado e que os acréscimos à jornada diária serão pagos como extraordinários.

Em algumas empresas, não se faz o pagamento das horas de serviço referentes ao sábado feriado, porque quando este cai durante a semana não há o desconto das horas que deveriam ter sido trabalhadas para compensar o sábado. Entretanto, esse sistema pode ter a sua legalidade questionada, sobretudo se não houver um acordo escrito dando respaldo à sua adoção. Há outra situação que suscita dúvida: se o empregado falta injustificadamente ao serviço e tem a obrigação de cumprir jornada maior nesse dia em razão de acordo de compensação de horas, como deve ser feito o desconto?

O empregador tem o direito de descontar, não só o salário das horas normais, mas também dos minutos correspondentes à compensação, porque o empregado, ao deixar de trabalhar, descumpriu a jornada contratada. Além disso, o empregador está dispensado de pagar o repouso semanal correspondente à semana em que ocorreu a falta injustificada, pois a Lei 605/49 prescreve que a remuneração do repouso semanal depende do cumprimento integral da jornada de trabalho da semana anterior (artigo 6º, da Lei 605/49). Se a ausência do empregado ao trabalho tem justificativa legal, ele tem direito a receber a remuneração integral, isto é, das horas normais e dos minutos acrescidos por força do acordo de compensação. Entende-se que o empregado teria trabalhado tais minutos, se não fosse o motivo que a lei considera como justificada para a falta.

Outro problema que pode ocorrer, quando se trata de regime de compensação de horas (sábado), diz respeito ao contrato de trabalho por prazo determinado, em especial o contrato de experiência, cujo término cai numa sexta-feira. Se o contrato de experiência termina numa sexta-feira, com o desligamento do empregado, e o sábado já foi compensado pelo acréscimo de horas, durante a semana, há o risco desse fato ser interpretado, numa reclamação trabalhista, como uma prorrogação automática do contrato de trabalho, tornando-o por prazo indeterminado.

Isso porque, segundo o entendimento de uma corrente minoritária, o dia de sábado, cujas horas foram compensadas na semana, passa a integrar o tempo de serviço do empregado, o que transformaria o contrato em prazo indeterminado por ter sido ultrapassado em um dia o prazo legal ou convencionado. E a rescisão do contrato de trabalho por prazo indeterminado sem justa causa dá ao empregado o direito de receber aviso prévio indenizado, mais 1/12 de 13º salário e de férias proporcionais incidente sobre o período de aviso prévio e os 40% de multa do FGTS.

Já o término do contrato de trabalho por prazo determinado no seu prazo final não dá direito ao recebimento de aviso prévio e nem da multa de 40% do FGTS. O empregado só recebe férias proporcionais mais um terço e 13º salário, além do saldo salarial. Para não correr o risco de algum juiz considerar que houve a transmudação do contrato em prazo indeterminado, o empregador não deve permitir que o empregado trabalhe as horas de compensação na sua última semana de contrato. Se por descuido isso tiver ocorrido, o empregador deve pagar o acréscimo como extraordinário, para evitar a transformação do contrato de trabalho em prazo indeterminado.

Caso o contrato de trabalho por prazo determinado termine no sábado, não haverá problema algum em que esse dia seja compensado pelo acréscimo de horas durante a semana. Mas o empregador deve observar que o contrato de trabalho se encerrou no sábado, pois se fizer o desligamento apenas na segunda-feira, pagando o salário do domingo, esse dia passa a integrar o tempo de serviço, transformando o contrato em prazo indeterminado por ultrapassar o limite legal ou convencionado. Para evitar tal situação, a empresa não deve pagar o domingo, que ficou fora do contrato, e apenas indicar a data de desligamento como sendo o sábado. Fonte: Última Instância, por Aparecida Tokumi Hashimoto, 23.04.2007