carta a castelo branco

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Carta a Castelo Branco 0 CARTA A CASTELO BRANCO Os quatrocentos anos de Belém narrados em forma de carta pelos visitantes do Forte do Presépio CARTA A CASTELO BRANCO

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Mídia pedagógica produzida em forma de livro pelo departamento de educação do Museu do Forte do Presépio em parceria com as escolas Nestor Nonato de Lima, Gonçalo Duarte, Jose Veríssimo, Arthur Porto e Rui Barbosa. Trata-se de uma coletânea de textos no gênero carta escritos pelos próprios alunos visitantes do museu, orientados por seus professores nas escolas e organizados e produzidos pela equipe técnica do museu.

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Carta a Castelo Branco

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CARTA A CASTELO

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Os quatrocentos anos de Belém

narrados em forma de carta pelos

visitantes do Forte do Presépio Os quatrocentos anos de Belém

narrados em forma de carta pelos

visitantes do Forte do Presépio

CARTA A CASTELO

BRANCO

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Carta a Castelo Branco

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CARTA A CASTELO BRANCO

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Carta a Castelo Branco

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Sinopse

Mídia pedagógica produzida em forma de livro pelo

departamento de educação do Museu do Forte do Presépio

em parceria com as escolas Nestor Nonato de Lima,

Gonçalo Duarte, Jose Veríssimo, Arthur Porto e Rui

Barbosa. Trata-se de uma coletânea de textos no gênero

carta escritos pelos próprios alunos visitantes do museu,

orientados por seus professores nas escolas e organizados

e produzidos pela equipe técnica do museu.

Page 4: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

3

Dedicatória

Ao diretor do museu do

Forte do Presépio,

Samuel Sóstenes, pelo

apoio no decorrer de todo

este trabalho e aos pais e

responsáveis pela

participação, juntamente

com os autores, na

construção dos textos.

Page 5: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

4

Agradecimentos

Aos gestores e técnicos

das escolas que

participaram da

produção do livro, a

Ana Carolinna e a

Professora Izabela Dias

pelo apoio no processo

de edição dos textos.

Page 6: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

5

Sistema Integrado de Museus

Forte do Presépio

Governador do Estado: Dr.Simão Jatene

Secretário de Cultura: Dr. Paulo Chaves

Secretária Adjunta: Dra. Cristina Chaves

Diretora do SIM: Dra. Mariana Sampaio

Coordenação de Educação do SIM: Marcia Pontes

Diretor do Museu Forte do Presépio: Samuel Sóstenes

Equipe Técnica

Antonio Sérgio Mendes

Carolina Pinheiro

Denilson Maia

Diovan Cunha

Georgina Lobato

Hermano Yago

Pedro Sampaio

Reginaldo Santiago

Saint'Clair G. Dias

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Carta a Castelo Branco

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Índice

ESCOLA NESTOR NONATO DE LIMA

Minhas inquietações........................................................12

Muito me custou..............................................................14

A paz que sempre sonhei.................................................15

O presente por um futuro melhor....................................17

Três dias para resumir 400 anos......................................20

COLÉGIO ARTHUR PORTO

Muitas mudanças.............................................................24

Os fatos do passado se repetem no presente....................26

A importância histórica do Forte do Presépio.................28

E que venham mais 400 anos para Belém!......................29

O dia em que o leite azedou............................................31

A pedra fundamental.......................................................33

Valorizando a nossa cultura............................................35

O dia em que Batista Campos foi amarrado à boca de um

canhão..............................................................................37

A dúvida de todos nós.....................................................39

Gosto muito do Palacete Bolonha...................................41

Esperando por você.........................................................43

À espera de mais visitantes.............................................45

Não apenas a cidade das mangueiras...............................47

Desde o suposto achado da Santa....................................49

Três fases de um mesmo lugar........................................52

Entre experiências boas e amargas..................................54

Page 8: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

7

Os erros do passado como modelo para acertos no

futuro...............................................................................56

Esperança em um futuro melhor.....................................58

Nossa terra.......................................................................60

Gente de luta....................................................................62

Tempo áureo....................................................................64

Parabéns, Belém! Parabéns, Castelo Branco!..................66

Do fundo do meu coração...............................................67

As ruas de paralelepípedos..............................................69

Quatrocentas velinhas......................................................71

COLÉGIO JOSÉ VERÍSSIMO

Para deixar nossa memória sempre viva.........................75

Esperanças e sonhos........................................................77

Viva Belém! Viva Castelo!.............................................79

Meu amigo Castelinho.....................................................81

A Belle Époque um período de mudanças......................83

Belém do século XXI......................................................85

Vamos comemorar, Caldeira!..........................................87

Meu amigo Caldeira........................................................89

Belém da esperança.........................................................91

Belém com mais de 400 anos..........................................92

Belém cheia de vida e beleza!.........................................94

Belém que jamais saiu da memória.................................95

COLÉGIO RUI BARBOSA

Fumando tabaco enrolado em notas de 100....................98

E lá se foram 400 anos!.................................................100

Quero uma Belém próspera!..........................................102

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Carta a Castelo Branco

8

Vem reavivar nossa memória, Caldeira!.......................103

A realidade com que meus olhos vêem Belém..............104

O que fazer, Chico?.......................................................106

ESCOLA GONÇALO DUARTE

Belém dos 400 anos.......................................................108

Carta ao Capitão Caldeira..............................................110

Belém da memória.........................................................112

Uma Belém melhor daqui para frente...........................114

Do povoado à cidade grande.........................................116

Não é fácil nem difícil!..................................................118

Uma história que teve de tudo.......................................120

História através da arquitetura.......................................122

Page 10: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

9

Apresentação

Caro leitor,

Sem a pretensão de ser uma publicação científica,

este livro é uma mídia pedagógica desenvolvida pelo setor

de educação do museu do Forte do Presépio. Trata-se de

uma coletânea de textos no gênero carta escritos pelos

próprios alunos visitantes, orientados pelos professores na

suas próprias escolas, organizados e encadernados no

museu através de um processo totalmente artesanal.

O tema abordado foi o quarto centenário da cidade

de Belém, a partir de uma carta endereçada à Francisco

Caldeira Castelo Branco, seu fundador.

A ideia foi produzir uma mídia ousada, que

fugisse dos padrões convencionais e que envolvesse

simultaneamente um espaço de educação formal com

outro de educação não formal.

Para atender os seus verdadeiros objetivos

precisou-se estabelecer parcerias com cinco unidades

escolares estaduais e municipais, entre as muitas escolas

visitantes no decorrer do ano de 2015.

Utilizou-se uma metodologia que se iniciou pelas

discussões por ocasião das visitas das escolas no museu,

passando pelas visitas dos educadores nas escolas indo até

a fase de organização, produção e distribuição.

Page 11: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

10

A distribuição será feita em pequena tiragem na

forma impressa e a outra parte, na forma digital em

arquivo PDF.

Por fim, o objetivo da publicação não é contar a

história da cidade de Belém no decorrer dos seus

quatrocentos anos, mas sim, desenvolver a criticidade de

seus autores a partir dos acontecimentos nesse período;

dessa forma, espera-se conhecer o imaginário construído

por visitantes de lugares diferentes e níveis de ensino,

também diferentes; bem como, que possa ser utilizada

como publicação paradidática nas próprias instituições de

ensino.

Agradecemos-lhe por prestigiar o trabalho e

colocamo-nos a sua disposição para esclarecimentos,

críticas e sugestões que indiscutivelmente contribuirão

para as próximas edições.

Os organizadores

Page 12: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

11

ESCOLA

NESTOR NONATO DE LIMA

Diretora: Marias das Neves Barros

Técnica Pedagoga: Ana Carla Teixeira

Departamento de Informática: Marizete Pinheiro

Sala de Leitura: Francisca Gomes Viegas

Page 13: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

12

Minhas inquietações

Olá amigo, tenho tantas perguntas a te fazer que

nem sei por onde começar. Então, uma dessas perguntas

meu camarada, é por que aconteceu a invasão na tribo dos

Tupinambás que acabou com a vitórias dos portugueses?

Gostaria de saber o porquê da invasão. Quando eu soube

que os portugueses ganharam o ataque não gostei muito

porque os Tupinambás não tinham como se defender, eles

só tinham arco e flecha.

Outra coisa que eu queria saber foi por que tu

foste preso? Ouvi dizer que te amarraram as mãos e

prenderam os pés com grilhões, além de terem impedido

de comunicar-te com qualquer pessoa. Queria saber se em

1615 os franceses foram realmente expulsos, nessa época

tu ainda estavas aqui.

Me falaram que o forte foi construído de madeira

e coberto por palha e com o tempo sofreu inúmeras

reformas e, em determinadas ocasiões foi até utilizado

como hospital. Será que isso aconteceu mesmo, Caldeira?

Durante estes 400 anos de história houveram

vários conflitos dentre eles a Cabanagem, famosa revolta

em que índios, negros e mestiços uniram-se contra a elite

política entre os anos de 1835 a 1840; o Felix te conta

com mais detalhes, Chico.

Quando falares com o Lemos ele certamente te

contará sobre o ciclo da borracha, um período de grande

Page 14: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

13

prosperidade no qual a região se desenvolveu fortemente

com o aparecimento de comércios e indústrias e, tenho até

que lhe dizer que nesse tempo Belém parecia com Paris.

Como vês, depois que tu partiste, muitas coisas

mudaram por aqui e mudam até hoje. Agora temos muitos

pontos turísticos, feiras, shoppings, supermercados,

praças, lanchonetes e vários outros lugares; inclusive a

utilização do Forte como espaço cultural, ou seja espaço

de troca de conhecimento.

Quando tiveres um tempinho passa por aqui, se

possível neste período em que a cidade se prepara para

comemorar os seus 400 anos.

Tifanny Barbosa

Turma - 701

Page 15: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

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Muito me custou

Querido Chico, muito me custou decidir em te

mandar esta carta falando das coisas boas que por aqui

aconteceram no decorrer destes 400 anos, inclusive sobre

a reforma e nova função do Forte que construíste, pois,

não posso omitir as coisas ruins que também fazem parte

desta história.

Houve desde ataques aos colonizadores, revoltas

populares, mudanças políticas radicais até epidemias.

Por outro lado, caro amigo, muito do que vemos

hoje foi resultado de uma época em que Belém mais

prosperou, o ciclo da borracha. Nossa cidade ficou como

Paris.

Quero lhe dizer também que estamos atravessando

um momento muito difícil, certamente, bem diferente de

como era antes: Roubos, mortes, assaltos, sequestros e

uma série de coisas ruins; entretanto acredito que após

esse aniversário de 400 anos o nosso futuro mude para

melhor.

Ana Karoline

Turma 502

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Carta a Castelo Branco

15

A paz que sempre sonhei

Amigo Castelo Branco:

Me falaram que Belém surgiu a partir da

construção do Forte do Presépio que iniciaste a

construção no dia 12 de Janeiro de 1616; daí é que fui

entender por que a cidade toda está se preparando para

comemorar o aniversário de 400 anos nesta data.

Me falaram também que durante todo esse período

aconteceram vários conflitos. Um deles, certamente

presenciaste que foram os ataques indígenas contra os

colonizadores, mas outros, certamente não são do teu

tempo, tais como a revolta da Cabanagem a revolução de

1930 e logo depois o golpe militar de 1964, (uma ditadura

que entre outras coisas, não permitia a liberdade de

expressão).

Não bastassem os conflitos, muitas vidas se foram,

provocadas pelas epidemias; situação que hoje se repete,

causada por um mosquito, parece até piada!

Fiquei pensando: Se tudo isso aconteceu, como

surgiu o Teatro da Paz, a caixa d'água de São Braz, o

mercado de ferro do Ver-O-Peso, dentre muitas outras

coisas legais? Aí é que foram me explicar que Belém teve

grandes momentos de prosperidade, principalmente

durante o chamado ciclo da borracha quando a cidade

ficou como se fosse Paris. Legal, né!?

Page 17: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

16

Atualmente, apesar dos problemas de segurança,

saúde, meio ambiente e educação, dentre outros, acredito

que estes 400 anos já foram suficientes para atingirmos a

paz que eu sempre sonhei, não só para Belém, mas para

todo o mundo.

Vem novamente nos fazer uma visita. Vou adorar

se me convidares para passear em uma das tuas caravelas.

Mikaele Lauany

Turma 401

Page 18: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

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O presente por um futuro melhor

Olá amigo Chico, você que veio lá de muito longe

para fundar as bases para nossa linda cidade de Belém!

Quero dizer que lhe admiro muito e é por isso que

estou hoje aqui escrevendo essa carta, meu camarada.

Aprendi que tudo começou quando você decidiu

vir chefiando uma grande tropa portuguesa que no dia 12

de Janeiro de 1616 iniciaram a construção do forte do

Presépio (hoje forte do castelo) às margens da baía de

Guajará.

Sei que Guajará é um nome de procedência

indígena mas sempre desconheci o verdadeiro significado;

será que você poderia me esclarecer esta dúvida?

Durante estes 400 anos Belém passou por muitos

conflitos, um deles foi o ataque dos indígenas aos

portugueses que no final os colonizadores saíram

vitoriosos; resultado que eu não achei justo, pois os

indígenas só tinham arcos e flechas e os colonizadores,

armas de fogo; você concorda comigo?

Fiquei muito triste ao saber que grande parte da

população nativa foi vítima de doenças trazidas por

alguns colonizadores, assim como triste estou pelas

doenças provocadas por um inimigo do tamanho de um

mosquito. Não é brincadeira não! Venha aqui que eu lhe

explico melhor.

Page 19: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

18

Quando fui visitar o Forte que você construiu

percorri o bairro da Cidade Velha e meus professores me

falaram que foi o primeiro bairro de Belém. Percebi que

as construções, algumas mal conservadas, apresentavam

características bem diferentes daquelas do bairro aonde

moro; principalmente as igrejas e palácios. Fui então

informada que aquelas obras tiveram a participação de

Antonio Landi, um arquiteto enviado pelo rei de Portugal.

Será que você poderia me esclarecer qual seria o interesse

de Portugal em tudo isso Caldeira?

Passamos também pelo bairro da Campina para

conhecer o Teatro da Paz, fiquei encantada. Você precisa

conhecê-lo. Fui informada de que aquele foi o segundo

bairro de Belém e que aquela bela construção se destinava

a apresentações das companhias de teatro, música e

dança, vindas da Europa para a elite local.

Perguntei então que elite seria essa. Foi então que

me informaram tratar-se de um período muito próspero de

nossa história denominado ciclo da borracha em que uma

parte da população vivia muito bem e a outra em

condições não muito favoráveis; mesmo assim o produto

da exportação da borracha dessa época ficou também

marcado nos monumentos e nas construções de ferro de

Francisco Bolonha.

Como não poderia deixar de ser, em nossa cultura

estão bem vivos os ritmos e batuques de origens indígenas

e africanas, mas não fique triste, há também uma grande

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Carta a Castelo Branco

19

parte da cultura lusitana, pois, desde o suposto achado da

imagem da santa pelo caboclo Plácido, temos a nossa

maior manifestação cultural, o Círio de Nazareth, que

recentemente foi reconhecido como patrimônio da

humanidade.

Por fim, Belém é uma das mais importantes

cidades do Brasil, traz consigo grandes riquezas culturais

e patrimoniais e que, apesar de algumas dificuldades que

estamos atravessando, tenho certeza que após este

aniversário dos 400 anos viveremos um presente que

inspire um futuro muito melhor.

Venha por aqui novamente e você verá que estou

lhe falando do fundo do meu coração.

Nilcilene Santos

Turma 701

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Carta a Castelo Branco

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Três dias para resumir 400 anos

Caro Francisco:

Tenho ouvido falar muito sobre a importância

histórica do Forte que construíste em 1616, para a cidade

de Belém e achei até legal. Talvez você não tenha idéia

dos acontecimentos por aqui no decorrer destes 400 anos.

Vou tentar resumir pra você alguns fatos através desta

carta:

A fortaleza que você construiu com fins militares,

depois de muitas outras formas de utilização, hoje abriga

um espaço cultural, que por sinal é uma das razões que

me motivou a lhe escrever esta carta.

No decorrer desses quatro séculos de existência a

cidade vivenciou quatro grandes conflitos, como se

tivesse pré destinada a ter um conflito por cada século de

existência. Ainda bem que não obedeceu necessariamente

essa lógica.

O primeiro grande conflito foi o ataque dos

indígenas contra os colonizadores; não vou entrar em

detalhes porque você conhece os motivos melhor do que

eu. O segundo foi a Cabanagem, motivada pelo

descontentamento de negros, índios e mestiços que se

encontravam em situação de extrema miséria. O terceiro

foi a revolução de 1930, que pra variar, começou por

causa de fraudes eleitorais entre São Paulo e Minas

Gerais, numa tal de política do café com leite e acabou

Page 22: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

21

sobrando pra nós aqui . Eu não sei muita coisa sobre isso

e por isso vou pular esta parte, mas, pergunta aí ao Barata

que ele te conta com mais detalhes. O quarto conflito, foi

o golpe militar de 1964 provocado por um suposto medo

do modelo comunista e que levou o general Castelo, teu

chará, a assumir a presidência da república e que, aqui em

Belém, ficou muito marcada a partir de censuras, prisões

e torturas contra artistas e estudantes.

Quanto a saúde pública, epidemias é que não

faltaram nestes 400 anos, foram tantas que em um

determinado momento as igrejas se negavam a receber

pessoas que morriam das moléstias naquela ocasião,

precisando que se construísse o famoso Cemitério da

Soledad para esse fim. Ainda hoje estamos enfrentando

grandes dificuldades para controlar outras enfermidades;

o pior de tudo: Provocadas por um mosquito que se

desenvolve em águas paradas. Pode isso!?

Belém prosperou muito com a árvore de onde sai o

látex, a seringueira, no famoso ciclo da borracha. Com os

lucros da exportação nesse período a cidade se

modernizou, construíram-se teatros praças, monumentos e

palacetes procurando a adaptar-se ao modelo parisiense.

Foi muito legal esse período! Conversa com o Lemos que

ele te conta melhor.

Precisava de uns três dias para lhe resumir esses

400 anos de nossa história, mas prefiro te contar

pessoalmente quando por aqui você voltar.

Page 23: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

22

Um grande abraço pra você e a todos aqueles que

de um modo ou de outro contribuíram para esses 400 anos

de história, principalmente ao Guaimiaba, por quem eu

tenho muita admiração.

Kayky Pantoja

Turma 502

Page 24: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

23

COLÉGIO

ARTHUR PORTO

Diretora: Samira da Silva

Vice Diretora: Silvia de Brito Barbosa

Técnica em Educação: Angela Maria Guimarães

e Katia Cilene Tavares

Page 25: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

24

Muitas mudanças

Caro amigo,

Através desta carta quero lhe falar que desde que

você construiu o Forte do Presépio, aquele pequeno

povoado que de lá surgiu com o nome Feliz Lusitânia,

hoje é a grande Cidade de Belém que no decorrer dos 400

anos de sua história passou por diversos conflitos, como

os ataques indígenas aos colonizadores, a Revolta da

Cabanagem, a Revolução de 1930 e o golpe militar de

1964.

Na área da saúde pública vem enfrentando desde

um surto de gripe que dizimou muitos índios, passando

pelas grandes epidemias como a febre amarela, a cólera e

a varíola, chegando aos dias de hoje com a dengue,

chikungunya e o zika vírus, provocados por um mosquito.

Quem diria!

Antonio Landi, o arquiteto do rei, também passou

por aqui, deixando as marcas da sua passagem através de

um estilo arquitetônico presente nas reformas e

construções históricas de palácios e templos religiosos

como: Palácio Lauro Sodré, Igreja da Sé e Casa das Onze

Janelas.

A extração do látex da seringueira deu legal por

aqui, no famoso ciclo da borracha, trazendo muitas

mudanças para Belém, como a expansão das avenidas, a

Page 26: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

25

plantação das mangueiras e a construção do Teatro da

Paz.

Com uma cultura muito forte, tanto na

gastronomia como nas danças, Belém ainda possui uma

das maiores festas religiosas do mundo, o círio de Nazaré,

que traz para a capital muitos turistas e religiosos que vêm

para sentir a emoção e a fé que o povo paraense

demonstra por nossa senhora de Nazaré.

Como você pode perceber, foram muitas

mudanças durante todo esse período, mas continua sendo

um lugar agradável para se viver. Só você vindo por aqui

novamente poderá comprovar tudo que estou falando.

Abraços,

De sua amiga.

Andréia T Morais

Turma M 10

Page 27: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

26

Os fatos do passado se repetem no presente

Senhor Castelo Branco,

Aproveitando este momento em que a população

está toda mobilizada para comemorar o aniversário da

cidade de Belém, a mesma que surgiu a partir da

edificação do Forte que você construiu, venho através

desta carta lhe informar e refletir sobre os acontecimentos

no decorrer desses 400 anos.

Se pararmos pra pensar veremos que os fatos

passados, vez por outra, se repetem no presente; a

exemplo disso temos o ataque dos indígenas descontentes

com a presença dos colonizadores, a Cabanagem,

marcada por um cenário de pobreza que até hoje

vivenciamos: muitas famílias com fome, dormindo nas

ruas, sem ter um teto para morar.

As vítimas de grandes epidemias como a febre

amarela, a cólera e a varíola, agora são outras, afetadas

por um super mosquito causador da dengue, da

chikungunya e do zika vírus.

Sabemos que o ciclo da borracha trouxe um

grande desenvolvimento econômico e social para a

Amazônia, dando um impulso ao crescimento de algumas

cidades, entre elas, Belém. Que pena que nesse período

você já não estava mais por aqui!

Devo lhe confessar que me entristeço quando vejo

alguns monumentos históricos que não estão mais como

Page 28: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

27

antes, foram esquecidos e as pessoas não cuidam da sua

própria cidade. Temos que ter esse cuidado porque é aqui

que vivemos e portanto devemos conservar o que é nosso.

Sinceramente, caro amigo, o presente de

aniversário que eu mais gostaria para a nossa cidade seria

o carinho da população por ela e respeito pelos seus

monumentos históricos.

Um grande abraço pra você e para todos aqueles

que de uma forma ou de outra contribuíram para a

construção de nossa história.

Raize Joiara Freitas dos Santos

Turma M10

Page 29: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

28

A importância histórica do Forte do Presépio

Olá, meu caro Francisco,

Quero, através desta carta expressar a minha

gratidão pelo conhecimento adquirido sobra a nossa

história, através da sua obra, o Forte do Presépio.

Belém, a cidade que a partir de lá emergiu vai

completar 400 anos e o Forte do Castelo é um dos pontos

turísticos mais freqüentados, é um lugar para relaxar e

pesquisar.

Não resta a menor dúvida de que para atender as

exigências de um novo modelo de sociedade foram feitas

mudanças no sentido de transformá-lo de um espaço

militar para um espaço cultural com um museu que

procura contar a história da ocupação da Amazônia,

através dos objetos construídos e utilizados pelos grupos

humanos que por aqui passaram.

Talvez, por ter concebido com vocação militar,

você não tenha idéia da importância de sua obra para a

sociedade; passe por aqui e comprove o que estou lhe

dizendo

Por tudo isso, quero lhe dizer: muito obrigada pelo

Forte do Castelo!

Danielly Matias da Silva

Page 30: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

29

E que venham mais 400 anos para Belém!

Amigo Castelo Branco,

No decorrer dos 400 anos que sucederam a

construção do Forte do Presépio, a cidade que de lá

emergiu tem vivenciado muitos fatos; alguns bons outros

bem desagradáveis.

Uma história marcada por conflitos divididos em

quatro episódios e que vão desde ataques indígenas,

passando pela cabanagem, chegando à revolução de 1930

e o golpe militar de 1964.

Não vou discutir as razões, mas devo dizer que

para haver revolução é preciso que haja algum

descontentamento. Entretanto, se quiser melhores detalhes

sobre os ataques indígenas, você pode conversar com o

Guaimiaba; sobre a cabanagem, com o Felix; sobre a

revolução de 1930, com o Barata e sobre o golpe militar

de 1964, com o Castelo, teu chará.

Como nos tempos das grandes epidemias de febre

amarela, cólera e varíola, hoje vivemos um quadro de

saúde pública semelhante, marcado pela dengue, pelo

chikungunya e pelo zika vírus.

O ciclo da borracha foi um momento muito

importante para a economia, trazendo para a nossa região

muitas riquezas, gerando um grande crescimento da

cidade que chegou a ser chamada Belém da Belle Époque,

por seguir os modelos estéticos parisienses.

Page 31: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

30

Agora, caro amigo, às vésperas do aniversário de

400 anos, depositando a esperança no futuro, renovamos

nossos votos de dias melhores.

E que venham mais 400 anos para Belém!

Aline Daiane F. da S. Vitoriano

Turma M10

Page 32: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

31

O dia em que o leite azedou

Caro Francisco,

Neste momento em que tanto se fala nos festejos

do quarto centenário da Cidade de Belém, aproveito para

lhe falar também um pouco desta cidade, a mesma que

surgiu a partir da fortificação que você construiu.

Durante todo esse período aconteceram vários

conflitos, alguns talvez você conheça melhor do que eu

porque coincidentemente você ainda estava por aqui,

outros, provavelmente não, pois você já havia partido.

Por aqui as pessoas insistem em falar sobra a

invasão dos índios tupinambás, mas você sabe que não foi

bem isso, não é? Pois quando vocês lusitanos chegaram

aqui, eles já habitavam o local; portanto, se houveram

invasores, certamente não foram os Tupinambás.

Tem sido sempre assim, atualmente, vivenciamos

muitos conflitos também. É o caso dos fazendeiros, com

muitas terras na mão de poucas pessoas, enquanto os sem

terra ficam aí procurando onde morar.

E a Cabanagem? Um conflito que envolvia a

população reclamando os seus direitos por se encontrarem

em extrema miséria e que ceifou mais de 30000 vidas em

menos de cinco anos. Você acha que os lusitanos foram

leais?

Page 33: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

32

Fraudes eleitorais não tem poupado a nossa

história a exemplo disso tivemos a famosa ruptura da

política do café com leite entre São Paulo e Minas Gerais

que quando o leite azedou foi deflagrada a revolução de

1930. Acabou sobrando aqui pro Pará com a participação

de Magalhães Barata.

Pra não perder o costume, o suposto medo de um

regime comunista leva os militares a um golpe de estado e

uma ditadura por vinte anos.

Mas, fora esses episódios, Belém é uma cidade

boa de se morar, muito bonita, graças, principalmente, a

um período áureo denominado ciclo da borracha.

E você, quando virá por aqui novamente?

Aproveite este período de festas e venha nos fazer uma

visita.

Jéssica dos Reis

Turma M10

Page 34: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

33

A pedra fundamental

Amigo Francisco,

Vou procurar, resumidamente, através desta carta

deixá-lo a par dos acontecimentos por aqui, desde o dia

em que você construiu o Forte do Presépio até os dias

atuais.

Aquele bucólico povoado que surgiu com o nome

Feliz Lusitânia, a partir da construção do Forte, se

transformou na grande Belém, capital do Estado do Pará.

Em 1835 iniciou-se uma grande revolta, motivada

pelas péssimas condições de vida em que vivia a grande

maioria dos moradores da província do Grão-Pará, as

condições de moradia eram precárias demais, daí porque

foi denominada de Cabanagem. Um conflito que se

arrastou por cinco anos, mas, ainda hoje é comum ver

pessoas morando em baixo de pontes, ou em barracos

cobertos por plásticos, o que demonstra que a situação

não ficou totalmente resolvida.

Fraudes eleitorais motivaram um golpe militar em

1930; uma prática que já havia sido utilizada no período

regencial com o Pedrinho, no famoso golpe da maioridade

e que se repete em 1964, pelo suposto medo de um regime

comunista. Nesse contexto Belém foi contemplada com a

Cabanagem, com os punhos de ferro de Magalhães Barata

e com as perseguições políticas contra artistas e

estudantes.

Page 35: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

34

No questão da saúde pública estamos atravessando

um período de dificuldades provocado por um mosquito

que se desenvolve em águas paradas e quando amadurece

dissemina entre a população a dengue, a chikungunya e o

zika vírus. Esforços não têm sido poupados no sentido de

reeducar os hábitos ambientais da população. É como se

estivéssemos reescrevendo a história das epidemias de

febre amarela, cólera e varíola que ocorreram entre os

anos de 1850 e 1890.

Não resta a menor dúvida que nestes 400 anos a

cidade evoluiu; à exemplo do que aconteceu no passado

com as intervenções arquitetônicas de Antonio Landi no

século XVIII e as de Francisco Bolonha no século XX,

em pleno ciclo da borracha espaços culturais é que não

faltam. Temos o Hangar, espaço adaptado para grandes

convenções; O Mangal das Garças com o seu memorial

da navegação; o complexo turístico da Estação das Docas

e o Sistema Integrado de Museus com o seu cenário

museológico nos prédios históricos de Belém.

Com tudo isso, caro amigo, lhe convido a revisitar

o lugar que você lançou a pedra fundamental, nossa

Belém do Pará.

Daniel da Silva

Turma M10

Page 36: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

35

Valorizando a nossa cultura

Senhor Francisco

Aproveitando este momento que antecede o

aniversário de Belém estou lhe escrevendo esta carta que

antes de tudo tem o objetivo de lhe parabenizar pelo dia

12 de janeiro de 1616, que foi o dia em que você fundou

Belém através da construção do Forte do Presépio.

Parece que foi ontem, mas já se passaram 400

anos. Um período marcado por conflitos, epidemias mas

também de muito progresso, muitas conquistas.

A Cabanagem foi um desses momentos difíceis

onde pessoas pobres e injustiçadas tiveram que se revoltar

contra o governo por não aguentarem mais as condições

de vida precárias que levavam. Seguido pela revolução de

1930 que levou Getúlio à presidência e Barata ao governo

do estado e, O Golpe Militar de 1964, inaugurando vinte

anos de um regime de repressão e autoritarismo.

Na saúde pública tivemos epidemias de febre

amarela, cólera e varíola que ceifaram muitas vidas.

Quadro que se repete hoje com outras enfermidades; e o

que é pior, provocados por um mosquito.

Landi, o arquiteto do rei, também passou por aqui

no século XVIII, até que foi legal, nos deixou uma

riqueza arquitetônica neoclássica bem marcada nos

templos religiosos e palácios. Assim como Bolonha, no

Page 37: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

36

século XX, em pleno ciclo da borracha, com o seu Art

Noveau.

Culturalmente, desde o suposto achado da santa

pelo Caboclo Plácido temos uma romaria que hoje em dia

é a maior do mundo, assim como, preservamos os

batuques e ritmos africanos e indígenas; uma cultura que

também se evidencia na gastronomia com pratos exóticos

variados à partir dos derivados da mandioca.

Vendo toda essa história e essa cultura, caro amigo

andei pensando por que ainda há pessoas que não

valorizam tudo isso, dando mais importância para as

coisas que vem de fora?

Assim, gostaríamos imensamente de contar com a

sua presença por aqui no dia 12 de janeiro, já que você foi

partícipe direto dessa história.

Edinalva Reis

Turma M10

Page 38: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

37

O dia em que Batista Campos

foi amarrado à boca de um canhão

Caro Francisco,

Quanto tempo se passou desde o povoado Feliz

Lusitânia, aquele mesmo que surgiu a partir do Forte do

Presépio que você construiu aqui na foz do rio Amazonas.

Nos seus 400 anos a pequena vila cresceu, evoluiu e hoje

é a grande cidade de Belém do Pará.

Com o passar dos anos meu amigo, houve um

evento que marcou profundamente a história da América

do Sul: A independência do Brasil em relação a Portugal;

todavia, a elite do Grão-Pará, majoritariamente

portuguesa, não permitiu logo a sua adesão, fato que só

viria acontecer no dia 15 de agosto do ano seguinte a

partir do blefe da suposta esquadra de Greenfell e que

provocou a morte cruel de 255 praças e milicianos nos

porões do navio Brigue Palhaço. Pergunta ao João Tapuia

que ele te relata com mais detalhes.

Dez anos depois, a situação de extrema miséria da

população durante o período regencial motivou à

revolução da Cabanagem que levou ao extermínio de 30 a

40 por cento da população. Batista Campos é a pessoa

mais certa para te relatar os fatos, afinal, ele chegou a ser

amarrado na boca de um canhão; por pouco ele não levou

o "farelo".

Page 39: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

38

Como se não bastasse a baixa provocada pela

cabanagem, logo depois um surto de febre amarela, cólera

e varíola leva a óbito milhares de pessoas. Que por sinal,

hoje atravessamos um quadro de saúde pública

semelhante, provocado por um mosquito e pela falta de

educação ambiental da própria população.

Urbanisticamente a cidade também prosperou,

principalmente a partir das intervenções arquitetônicas de

Antonio Landi, o arquiteto do rei, com os seus palácios e

templos religiosos; assim como, na sua fase da Belle

Époque, no famoso ciclo da borracha, sob o comando de

Antonio Lemos que também mandou construir o Teatro

da Paz.

Hoje, Belém é uma cidade que se orgulha da

preservação de sua cultura e muito gostosa de se morar,

tudo graças a você meu amigo que lançou a pedra

fundamental. Volte aqui e venha nos fazer uma visita.

Sidney Vilhena

Turma M14

Page 40: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

39

A dúvida de todos nós

Amigo Francisco Caldeira,

Neste momento em que a população se prepara

para comemorar o aniversário dos 400 anos da Cidade de

Belém, às vezes esquece de refletir sobre a sua própria

história e é por esta razão que lhe escrevo esta carta

apontando alguns fatos que permearam essa história.

Conflitos como a Cabanagem, a Revolução de

1930 e o Golpe militar de 1964 são capítulos marcados

por mortes, fraudes eleitorais e autoritarismo que eu

jamais deveriam ter havido.

Tão nocivas quanto os conflitos armados foram as

epidemias de febre amarela, cólera e varíola; que por

sinal, ainda hoje enfrentamos as ameaças de novas

epidemias.

A cidade está repleta de templos religiosos e

palácios estilos neoclássicos com as marcas de Antonio

Landi, bem como, palacetes e construções de ferro estilos

Art Noveau com as marcas de Francisco Bolonha; este

último, financiado pelo famoso ciclo da borracha, com a

participação direta do intendente Antonio Lemos, que

também mandou construir o Teatro da Paz.

Pois é, meu amigo, eu também faço parte do grupo

de pessoas que se prepara para o grande dia, mas devo

lhe confessar que crio uma expectativa muito grande

sobre o que virá após estes 400 anos. E você, já parou pra

Page 41: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

40

pensar sobre isso? Creio que essa não seja uma dúvida só

minha e sua, mas, de toda a população.

Abraços

Silvana de Sousa

Page 42: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

41

Gosto muito do Palacete Bolonha

Caro amigo,

Cada vez que paramos pra pensar entendemos um

pouquinho mais da nossa cultura, dos nossos costumes,

da nossa sociedade. Os hábitos alimentares, as crenças e

as danças não escondem a mistura de raças que compõem

a nossa sociedade.

Uma sociedade que no decorrer de 400 anos

conseguiu enfrentar conflitos, superar epidemias e

conquistar o progresso.

A cabanagem, grande revolta popular que

aconteceu entre os anos de 1835 e 1840 recebeu este

nome porque a maior parte dos revoltosos era formada

por pessoas pobres, que moravam em cabanas, nas beiras

dos rios da região.

A revolução de 1930 foi um movimento armado,

liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio

Grande do Sul, que culminou com um golpe de estado

que depôs o presidente Washington Luis em 24 de

outubro de 1930 impedindo a posse do presidente eleito

Júlio Prestes, pondo fim à República Velha. O Estado do

Pará contribuiu para esse episódio com os punhos de ferro

de Magalhães Barata.

Talvez você desconheça, mas a velha república foi

um período compreendido entre os anos de 1889 e 1930,

quando as elites paulistana e mineira revezavam o cargo

Page 43: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

42

da presidência da República, na pretensiosa política do

café com leite.

O ciclo da borracha foi um importante momento

de nossa história. A extração do látex e a comercialização

doa borracha impuseram novos modelos econômicos e

sociais; vivendo o seu auge entre 1879 e 1912, tendo

depois experimentado uma sobrevida entre 1942 e 1945,

durante a II Guerra Mundial (1939-1945).

Fruto da mesma época, gosto muito do Palacete

Bolonha; construído no ano de 1905, idealizado pelo

engenheiro Francisco Bolonha para presentear sua esposa

Alice Tem-Brink, sorte dela!.

Belém hoje está bonita com seus casarões antigos,

alguns bem cuidados outros não, mas nada tira o brilho

nem a poesia dessa paisagem urbana. que se prepara para

os festejos do seu quarto centenário.

Quanto a você, caro amigo, é personagem

indispensável nesse evento; afinal, foi a partir de você que

tudo começou.

Luiza Fernandes

Turma M07

Page 44: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

43

Esperando por você

Amigo Castelo,

O povoado Feliz Lusitânia que surgiu a partir do

Forte que você construiu hoje é a grande Belém, “Cidade

das Mangueiras”.

Uma história marcada por conflitos, epidemias e

imposições culturais que também teve momentos de

glórias e conquistas.

Os indígenas, ah! os indígenas, coitados!

Defendiam seus interesses com arcos e flechas

enfrentando os seus algozes que respondiam com armas

de fogo. Guaimiaba que o diga!

Como se não bastasse, a gripe, a febre amarela, a

cólera e a varíola também estavam incluídas na lista de

produtos de importação, causando a morte de milhares de

nativos. Oswaldo Cruz é a pessoa mais indicada para lhe

explicar.

Até hoje eu me pergunto, por que só a língua

portuguesa prevaleceu? Por que não mantiveram o tupi

guarani, seguindo o exemplo de outros países da América

Latina onde se falam os dois idiomas?

As obras realizadas pelo arquiteto do rei, Antonio

Landi, como as igrejas da Sé e de São João são marcos

históricos de nossos momentos de glória; assim como as

obras resultantes do ciclo da borracha que, sob a

Page 45: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

44

administração de Antonio Lemos nos deixou o belíssimo

Teatro da Paz.

Apesar do período de dificuldades que

atravessamos hoje meu amigo, temos convicção que será

passageiro e que poderemos comemorar juntos esse

quarto centenário na expectativa de dias melhores para o

próximo aniversário.

Belém continua linda, esperando por você.

Elias Pastana França

Turma M07

Page 46: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

45

À espera de mais visitantes

Amigo Castelo,

Eu sempre quis me reportar sobre a fundação da

cidade de Belém, aquela obra maravilhosa que você

iniciou no dia12 de janeiro de 1616 e eu não tenho nem

dúvidas de sua importância como parte integrante dessa

história.

O Forte do Presépio tornou-se um marco histórico

da cidade, mas foi difícil Belém se tornar o que é hoje.

Uma história desenhada por muitos conflitos e escrita

com sangue resultantes de constantes ataques indígenas

que procuravam defender seus direitos; revoltas populares

como a cabanagem em que uma legião de miseráveis

lutavam para sair da condição de extrema pobreza; como

a revolução de 1930 resultante de fraudes eleitorais e o

golpe militar de 1964, pelo suposto medo de um regime

comunista.

Hoje em dia, não é muito diferente, existem

conflitos e manifestações resultantes do descontentamento

da população. Ninguém protesta se não estiver

descontente , caro amigo.

As epidemias também foram tão vorazes como os

conflitos. A febre amarela, a cólera e a varíola ceifaram

muitas vidas num quadro de saúde pública que também

nos ameaça nos dias de hoje, com novas enfermidades.

Page 47: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

46

A cidade cresceu e se modernizou; ainda hoje me

impressiono com os belos palácios e templos religiosos de

Landi. Se você visse certamente se impressionaria

também como eu.

A borracha deu legal por aqui, um período de

muito progresso considerado de Belle Époque para a

cidade de Belém por seguir os modelos parisienses; uma

época também marcada pelas construções de ferro de

Francisco Bolonha, que também construiu um castelo

para sua amada, para cumprir uma promessa de amor.

Uma cultura muito forte marcada por

manifestações religiosas, danças e batuques,

movimentando a economia e reunindo pessoas de

diferentes procedências, compõem esse cenário como se

descortinasse à espera de mais visitantes.

A expectativa para os festejos do quarto centenário

é muito grande, maior ainda é pela sua presença caro

amigo, que iniciou toda essa história.

Diego S. Modesto

Turma M06

Page 48: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

47

Não apenas a cidade das mangueiras

Quando ouço o nome “Francisco”, fico feliz por

saber que foi um Francisco Caldeira Castelo Branco que

fundou a minha querida cidade de Belém, aos doze dias

do mês janeiro de 1616.

Agradeço a todos que fizeram algo por ela, desde

sua fundação, construindo o Forte do Presépio, abrindo as

ruas da nossa querida cidade velha com os casarões

belíssimos, com seus azulejos vindos da Europa e as

calçadas feitas com pedra de liós.

Francisco, é verdade que hoje muitas coisas

mudaram, existem prédios grandiosos espalhados por

Belém, mas nenhum deles, em sua melhor arquitetura,

ofusca a beleza dos nossos prédios centenários e que

simbolizam não só a arquitetura de longos anos, mas a

história de todos os paraenses, que são contadas e

proseadas.

Nossos músicos, por sua vez, elevam o nosso

carimbó, síriá, sirimbó, lundu, além das nossas comidas

típicas, que são gostosas demais, como: o tacacá,

maniçoba, peixe frito com açaí, pirarucu e outros. Não

importa a hora, vá ao Ver-o-Peso que lá você encontra de

tudo.

Francisco, se você pudesse estar aqui mais vezes,

você presenciaria a violência do nosso cotidiano. É bem

verdade que não existem mais as guerras e revoltas como

Page 49: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

48

a luta dos índios tupinambás e a Cabanagem, hoje vamos

às ruas pacificamente, requerer nossos direitos e pedir

justiça, segurança, saúde, saneamento.

Os políticos de hoje não diferem da época da

borracha, alguns constroem obras faraônicas semelhantes

a do palacete Bolonha e do mercado de peixe, o Ver-o-

Peso.

Eu espero que seja feita uma grande reflexão por

parte dos nossos políticos nesses 400 anos. Eles precisam

olhar mais para quem de fato faz esta cidade crescer e

para que ela continue sendo chamada “Metrópole da

Amazônia” e não apenas ser conhecida como a “Cidade

das Mangueiras”.

Nós, Francisco, te agradecemos por ter dado o

pontapé inicial, mas ficaremos aqui, todos juntos, para

que dias melhores venham para o nosso povo e onde você

estiver, lembre-se que dia 12 de janeiro está próximo.

Um abraço, de sua admiradora.

Sílvia Sampaio

Turma M06

Page 50: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

49

Desde o suposto achado da Santa

Amigo Castelo Branco,

Todos os anos, a data 12 de janeiro é aguardada

com muito entusiasmo, pois é o aniversário de Belém, a

cidade que nasceu e cresceu a partir da fortificação que

construíste aqui na foz do Amazonas, o Forte do Presépio.

Neste ano o entusiasmo é dobrado, é o aniversário de 400

anos.

Uma data que também aproveitamos para refletir

sobre os momentos felizes, cheios de riquezas, que a

nossa cidade viveu durante toda a sua história. Uma

cidade que cresceu junto com a sua população, que

assistiu obras serem erguidas, algumas preservadas e

outras restauradas; num constante crescimento de praças,

ruas, avenidas e prédios para atender essa demanda

populacional.

Mas também foi palco de momentos

desagradáveis como o episódio da Cabanagem ocorrido

entre os anos de 1835 e 1840 quando a população, na

condição de extrema miséria partiu para as ruas cobrando

do governo central melhores condições de vida: Trabalho,

moradia e comida.

O século XX também nos reservou dois momentos

de grande agitação política: A revolução de 1930 quando

fraudes eleitorais levaram a um golpe de estado e o golpe

militar de 1964, causado pelo suposto medo de um regime

Page 51: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

50

comunista. Não sei se você já parou pra pensar, caro

amigo, mas, em matéria de golpe de estado nós somos

catedráticos; antes destes dois últimos tivemos o golpe da

maioridade que levou o Pedrinho ao poder com apenas 14

anos de idade e golpe militar de 1889 que o tirou do

poder.

Belém também possui um cemitério desativado

em pleno centro da cidade; mas o que mais chama a

atenção são os belíssimo mausoléus e imagens

construídos em mármore no mais refinado estilo

neoclássico, dentro daquele campo santo. Investigando

sobre a sua origem, cheguei à conclusão de que fora

construído para atender ao sepultamento de pessoas

vitimadas pela febre amarela, cólera e varíola em meados

do século XIX.

Por sinal, até aquela data os cemitérios só eram

utilizado pelos escravos e desvalidos, pois, os que tinham

melhores condições eram enterrados dentro das igrejas

por acreditarem que assim estariam mais perto de Deus.

Para atender os desejos do rei o arquiteto Antonio

Landi passou por aqui e realizou obras que hoje são

conhecidas como parte do patrimônio histórico de Belém

dentre elas, a catedral metropolitana de Belém, a igreja do

Carmo e o Colégio Santo Alexandre, hoje, Museu de

Arte Sacra. Belíssimo!

Page 52: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

51

Um período de muito progresso foi o ciclo da

borracha. Sob a administração de Antonio Lemos,

naquela época, foi construído o Teatro da Paz para

receber as companhias de música, teatro e dança vindas

da Europa para se apresentarem à elite local. Nesse

mesmo período, Francisco Bolonha construiu o palacete

Bolonha para cumprir uma promessa de amor feita a sua

amada esposa.

Desde o suposto achado da Santa pelo caboclo

Plácido nas cabeceiras do Murutucu no final do século

XVIII, temos uma romaria que cresce todos os anos,

recentemente considerada patrimônio da humanidade, o

que demonstra que nossa cultura é muito forte. Tudo

isso, sem abrir mão de uma boa gastronomia, danças e

batuques inspirados nos bons exemplos indígenas e

africanos.

Uma cidade com belos pontos turísticos, praças,

museus, bosques e orla muito visitados por pessoas de

todas as idades e turistas do mundo todo, num cenário que

lamentavelmente contrasta com um determinado

momento de insegurança.

Ainda assim, caro amigo, continua sendo aquele

lugar gostoso de se morar, o mesmo que você esteve em

1616 e que lhe aguarda para os festejos do quarto

centenário.

Zildete F Santana

Turma M05

Page 53: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

52

Três fases de um mesmo lugar

Caro senhor,

Falo do pequeno povoado Feliz Lusitânia que

surgiu a partir da construção do Forte do Presépio em

1616, falo também da cidade de Santa Maria de Belém do

Grão Pará, assim como falo de Belém do Pará, metrópole

da Amazônia.

São três fases de um mesmo lugar, de uma mesma

história, marcada por conflitos, grandes epidemias e

construções históricas que hoje formam esta linda cidade,

com uma cultura bastante extensa, carinhosamente

conhecida como “cidade das mangueiras”.

A cabanagem, um movimento de caráter popular

que pretendia transformar políticas econômicas e sociais,

foi articulada principalmente por Batista Campos que, em

sua homenagem, temos um dos mais belos pontos

turísticos da cidade, a praça Batista Campos.

A febre amarela, a cólera e a varíola vitimaram

muitos belenenses que não se amofinaram e hoje

enfrentam com muita valentia a ameaça de novas

enfermidades.

Quase um século após a cabanagem, ocorreu a

revolução de 1930, um movimento armado que culminou

com um golpe de estado que depôs o presidente

Washington Luis e que no Estado do Pará teve a

participação de Magalhães Barata.

Page 54: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

53

Às proximidades do Forte do Presépio que

construíste surgiram várias igrejas, não sei se são do teu

tempo, creio que não. A igreja da Sé, atual catedral de

Belém; de Santo Alexandre, atual Museu de Arte Sacra e

a igreja do Carmo, recentemente reformada; todas com

características semelhantes quanto ao exagero das formas

e contrastes entre claro e escuro, mostrando influências da

arte barroca bem características nas construções de

Antonio Landi.

Em outubro, começa o natal paraense, o círio de

Nazaré, vivenciado pelo belenense desde quando o

caboclo Plácido encontrou a santa em um riacho, no ano

de 1793. É uma manifestação de fé e muito amor que

emociona milhões de pessoas.

Atualmente, estamos atravessando um período

muito difícil mas acreditamos que da mesma forma que

foram superadas as dificuldades passadas superaremos

estes novos desafios e com isso, tenho certeza que

teremos uma Belém com ótimas condições de vida nesta

virada do seu quarto centenário.

Melgibson

Turma M14

Page 55: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

54

Entre experiências boas e amargas

Caro amigo,

Desde o dia que você iniciou a construção do

Forte do Presépio, o Feliz Lusitânia, povoado que de lá

emergiu e transformou-se na grande Belém do Pará,

iniciamos uma história marcada por conflitos que vão

desde os ataques indígenas contra os colonizadores;

passando pela cabanagem, movimento popular que

reivindicava melhores condições de vida para a

população; pela revolução de 1930 que terminou com o

domínio das oligarquias no poder e o golpe militar de

1964 que deixou de herança uma ditadura por mais de

vinte anos; todos esses fatos testemunhados pela fortaleza

que construíste.

Por outro lado, caro amigo, as epidemias de febre

amarela, cólera e varíola que mataram tantas pessoas,

também fizeram parte desta história, e o que é pior,

ameaçam reescrever a história com novas doenças.

Com o ciclo da borracha, vieram a construção do

teatro da Paz e as construções de ferro executadas pelo

arquiteto Francisco Bolonha, que também construiu o

palacete do Bolonha para cumprir uma promessa de amor

com a sua mulher amada.

Meu amigo, Belém também vivencia todos os

anos o círio de Nazaré, uma das maiores demonstrações

de fé da nossa cidade, sem abrir mão da boa gastronomia,

Page 56: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

55

dos batuques e das danças típicas com fortes influências

indígenas e africanas.

Hoje estamos atravessando um período de

turbulências mas tenho fé que dias melhores virão,

principalmente agora, à partir destes 400 anos de

experiências boas e amargas.

Rayane Leão Sales

Turma M10

Page 57: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

56

Os erros do passado

como modelo para acertos no futuro

Caro amigo,

Ao lhe escrever esta carta, as imagens que me vem

à cabeça se misturam com aquelas retratadas em uma tela

do pintor Theodoro Braga; três caravelas em frente a um

talude de onde estaria emergindo uma fortificação em

palha e madeira.

Não sei por que Theodoro preferiu retratar a

fortaleza em alvenaria, uma fase em que já teria

acontecido o ataque dos índios Tupinambás, chefiados por

Guaimiaba, apelidado de Cabelo de Velha. Ainda bem

que àquela época o bullying ainda não era conhecido.

Eu não tenho tanta certeza, mas, algumas pessoas

me falaram que aquela construção destinava-se a impedir

que holandeses e franceses invadissem o território. Foi

esse realmente o motivo, Caldeira? E os portugueses, não

seriam também invasores?

Do povoado Feliz Lusitânia que de lá nasceu,

emergiu a cidade de Belém que no decorrer desses 400

anos, assim como no resto do país, passou por vários

momentos de provação entre conflitos e epidemias. A

Cabanagem, movimento em que a população reivindicava

melhores condições de vida e o golpe militar de 1964 que

nos deixou de herança uma ditadura por mais de vinte

anos foram alguns desses conflitos.

Page 58: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

57

A febre amarela, a cólera e a varíola foram

epidemias tão nocivas quanto os próprios conflitos

armados e que, talvez por ironia do destino, ainda hoje o

exército vai às ruas para combater um exército insetos que

ameaçam a saúde pública com novas enfermidades.

O áureo ciclo da borracha nos deixou muitas

coisas boas, dentre elas o Teatro da Paz. Lemos que o

diga.

Desde o suposto achado da Santa pelo caboclo

Plácido em 1793, um dos acontecimentos mais fortes por

aqui é o Círio de Nazaré, uma romaria que consegue

reunir aproximadamente dois milhões de pessoas.

Sei que ainda temos que melhorar em vários

aspectos, nossos administradores têm que olhar para a

sociedade com mais carinho e a população tem que se

conscientizar em manter a cidade limpa, mas, Belém está

em constante evolução e tenho certeza que a partir do

quarto centenário, os nossos erros do passado servirão de

modelo para acertos no futuro.

Jainara Palheta De Moraes

Turma M15

Page 59: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

58

Esperança em um futuro melhor

Ao meu amigo Francisco Caldeira,

Venho por meio desta carta dizer-lhe que desde o

dia em que você se foi, tudo aqui em nossa cidade mudou.

Em primeiro lugar, o conflito entre os indígenas e

os colonizadores, pois os indígenas não aceitavam as

imposições dos colonizadores. Assim, começou nossa

primeira divergência.

Em meados de 1835 ao ano de 1840, houve a

manifestação da Cabanagem, devido ao abandono,

desprezo do governo em relação ao povo. Que por sua

vez, mostrou sua força indo para as ruas reivindicar seus

direitos.

Em 1964, se deu um dos maiores movimentos, o

golpe militar de 1964. Um comício organizado serviu

como estopim para o grande golpe.

Não bastassem esses problemas acima

mencionados, caro amigo, sofremos muito com as

epidemias de febre amarela, cólera e varíola e tivemos

perdas incontáveis de entes queridos, por isso foi

construído o cemitério da Soledade, para enterrar os

corpos que antes eram sepultadas nas igrejas da cidade.

Vamos esquecer as coisas ruins, tenho coisas boas

para lhe falar também!

Page 60: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

59

Durante esses 400 anos, fomos presenteados com

a catedral metropolitana da Sé, o palácio do governador, a

casa das onze janelas - conhecida como uma obra mais

nobre e influente do arquiteto italiano Antonio Landi.

Vivemos também, meu amigo, o período da

borracha da Belle Époque, momento de luxo e glamour,

entre os anos de 1890 e 1920.

Francisco, que pena que você partiu! Hoje, Belém

vive seu apogeu com nosso círio de Nazaré, desde que o

caboclo Plácido achou a imagem. Temos o carimbó e o

siriá, com fortes influências das culturas indígena e

africana.

Hoje, meu amigo, às vésperas dos seus 400 anos

de fundação da cidade, tenho fé e esperança em um futuro

melhor, pois, quem sabe Deus não nos dá outro Francisco

Caldeira Castelo Branco e nos faça uma Belém melhor?!

Manoel Da Vera Cruz

Turma M15

Page 61: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

60

Nossa terra

Meu querido Francisco,

Espero que esteja tudo bem com o senhor porque

hoje vim lhe escrever essa carta relatando que a nossa

cidade de Belém do Pará anda muito mudada desde o seu

nascimento em 12 de janeiro de 1616. Ocorreram fatos

incríveis, como:

Os ataques indígenas contra os colonizadores, uma

batalha injusta porque os índios foram com arco e flecha e

os colonizadores com armas de fogo. Sem falar na

Cabanagem, que foi uma revolta popular do período

regencial que ocorreu entre os anos de 1835 e 1840. Essa

luta nomeou-se assim por causa dos muitos revoltados

que moravam em cabanas às beiras de rios.

Tivemos também a revolução de 1930, que tirou

do poder o presidente Washington Luis, através de um

golpe de estado.

Em certo tempo, a cidade de Belém foi infestada

de epidemias como a febre amarela, a cólera e a varíola,

sendo a origem da construção do cemitério da Soledade.

E, sem falar nas incríveis obras e reformas

realizadas pelo Antonio Landi: As igreja da Sé, Santo

Alexandre, Carmo, Mercês, da Campina, do Rosário e de

São João.

Page 62: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

61

É, querido amigo, não podemos esquecer-nos do

maravilhoso ciclo da borracha que foi marcado em nossa

terra como o tempo do dinheiro para nós.

E falando sobre maravilhas, lembrei-me que do

mesmo período tivemos a construção do teatro da paz e a

arquitetura de ferro de Francisco Bolonha, que também

construiu o palacete Bolonha em homenagem à sua

amada.

Agora em 2015, quase no início de 2016, só nos

resta valorizar e nos orgulhar de nossa incrível terra.

Marivaldo Dos Santos Carvalho

Turma M15

Page 63: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

62

Gente de luta

Caríssimo, Francisco Caldeira Castelo Branco,

Quanto tempo se passou desde aquele dia em que

você esteve aqui!

Muitas coisas aconteceram. Há muito que contar

desde a sua chegada, tentarei esboçar aqui alguns desses

acontecimentos, para que você perceba quantas

contradições acompanham a “menina morena”, a “cidade

das mangueiras”, chamada Belém.

O tão lindo e imponente forte do presépio tornou-

se ponto turístico destinado a quem quer desfrutar do que

é oferecido.

Belém cresceu, querido! Cresceu tanto que virou

metrópole, comportando outros municípios ao seu redor.

O cemitério da Soledade, que antes localizava-se na periferia de Belém, hoje compõe uma parte da beleza

arquitetônica do centro da cidade.

Aqueles que habitaram esta terra quando você por

aqui chegou, os índios, foram expulsos, excluídos e

alguns dizimados, restando uma porcentagem pequena

que luta pelo direito à vida, à terra e à preservação de sua

cultura. Triste isso, não?!

E existiram outros conflitos ao longo desses quatro

séculos: Pelo poder político e entre povos que buscavam a

liberdade, a igualdade e a justiça.

Olhe, Belém ainda traz muitas belezas, retratadas

sobre uma arquitetura construída por grandes artistas.

Igrejas em estilo neoclássico, um teatro maravilhoso e

Page 64: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

63

outros prédios que, embora tenham perdido alguma

essência, ainda nos fazem reviver um passado de glamour

e prosperidade.

Ah, querido Francisco, nossa gente é de luta!

Povo simples que traz no sangue e na alma uma fé

que emociona, comove e arrasta milhões de pessoas pelas

ruas dessa cidade. Estou falando de nosso círio de Nazaré,

que é uma mistura de fé, cultura e devoção.

E é isso! Posso lhe dizer que aqui vive um povo de

fé, que acolhe e divide. E é essa fé que me faz acreditar

que a bondade há de nascer dentro de cada um, todos os

dias, para assim, juntos, construirmos uma cidade melhor!

Carinhosamente,

Franci Ferreira

Page 65: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

64

Tempo áureo

Caro amigo Francisco,

No dia 12 de janeiro de 2016, a cidade de Belém

fará 400 anos desde sua fundação. Então, escrevo-lhe esta

carta para falar sobre os vários acontecimentos que

ocorreram nesse período.

Durante a colonização, houve conflitos entre

índios e portugueses. Aconteceu a cabanagem, que foi a

revolta dos ribeirinhos que moravam em cabanas e viviam

esquecidos pelo governo.

Em 1930, ocorreu a revolução que foi um

movimento armado que culminou com um golpe levando

Getúlio Vargas à presidência. O golpe militar de 1964

acabou com o governo democrático, estabelecendo a

ditadura.

Ocorreram as epidemias de febre amarela, cólera e

varíola. Durante o surto em Belém, foi construído o

cemitério da Soledade, onde foram enterrados ricos e

pobres.

As igrejas da Sé, Santo Alexandre, Carmo,

Mercês, da Campina e do Rosário, foram reformadas por

Antonio Landi, enquanto, a de São João, totalmente

construída por este grande arquiteto.

Sob a administração de Antonio Lemos no ciclo

da borracha, Belém vivenciou a construção do Teatro da

Page 66: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

65

Paz no período da Belle Époque e a arquitetura de ferro

de Francisco Bologna que também construiu o palacete

Bologna.

Culturalmente, Belém festeja o círio de Nazaré,

desde o suposto achado da santa pelo caboclo Plácido.

Mantém também o carimbó e o siriá com fortes

influências das culturas indígena e africana.

Atualmente, Belém é uma grande cidade,

considerada a metrópole da Amazônia; guardando em

suas ruas estreitas a sua memória através dos casarões,

igrejas e capelas e a história de um tempo áureo.

Conta também com pontos turísticos como museu

Emílio Goeldi, Parque Mangal das Garças, mercado do

Ver-O-Peso e o Teatro da Paz.

Enquanto isso, os ribeirinhos do rio Guamá, vão

curtindo a espera de serem remanejados para lugares

melhores de moradia, mesmo sabendo que terão que abrir

mão de parte do bucolismo do lugar onde moram.

Maira Renata S. Nascimento

Turma M10

Page 67: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

66

Parabéns, Belém! Parabéns, Castelo Branco!

Meu prezado Castelo Branco,

Ao longo dos seus 400 anos, Belém teve a sua

história marcada por conflitos, epidemias e momentos de

glória. Ataques indígenas pelos seus descontentamentos

com os colonizadores; a revolta popular da Cabanagem

pelos descontentamentos com o governo regencial; a

revolução de 1930 pelo descontentamento com o domínio

das oligarquias no poder e o golpe militar de 1964, pelo

suposto medo de um regime comunista no país.

Hoje, não é muito diferente, nossa sociedade

continua a passar por inúmeros conflitos, por sorte, de

forma mais democrática.

Os surtos de febre amarela, varíola e cólera, são

hoje representados pela ameaça de outras enfermidades

que vêm se manifestando no nosso povo. Uma delas é a

dengue.

O ciclo da borracha e a Belém da Belle Époque

trouxeram várias construções como o teatro da Paz e a

arquitetura de ferro de Francisco Bolonha.

Culturalmente, Belém vivencia o círio de Nazaré

desde o achado da imagem da santa pelo caboclo Plácido,

assim como as danças e os batuques que têm mantido

vivos a nossa parte indígena e a nossa parte africana.

Hoje, Belém está linda com todas as

transformações pelas quais passou.

Parabéns, Belém! Parabéns Castelo Branco!

Vanessa Ferreira Góes, turma M10

Page 68: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

67

Do fundo do meu coração

Senhor Francisco,

É com muita honra que escrevo esta carta para lhe

parabenizar pelo próximo dia 12 de janeiro, dia em que se

comemora o aniversário de Belém, partindo do princípio

de que o Forte do Presépio que você construiu em 1616 é

a certidão de nascimento de nossa cidade. Portanto, este

ano, a capital do Estado do Pará completa 400 anos de

existência e temos muito que comemorar!

Como sempre acontece, a história de qualquer

lugar fica sempre marcada pelos seus conflitos; à exemplo

disso tivemos aqui a cabanagem, um dos mais

importantes movimentos populares do Brasil; a revolução

de 1930 e o golpe militar de 1964, que também foram

muito expressivos, ocasionando respectivamente, a

deposição de dois presidentes, Washigton Luís e João

Goulart .

A construção do cemitério da Soledade se deu

porque houve uma epidemia de febre amarela, cólera e

varíola entre a população e isso gerou muitas mortes.

Urbanisticamente tivemos a construção e reformas

de igrejas, com a participação direta de Antonio Landi e

que hoje foram restauradas e integram nosso patrimônio

histórico,

Na cultura, permanecem muito fortes nossas

tradições, comprovamos isso durante os festejos do Círio

Page 69: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

68

de Nazaré, onde se misturam partes religiosas e partes

profanas e os artesãos comercializam seus brinquedos de

miriti.

Hoje estou aqui lhe escrevendo esta carta para lhe

dizer que espero do fundo do meu coração, que nas

vésperas dos 400 anos, as autoridades venham somar e

avançar nas estruturas da nossa cidade.

Com muito orgulho, me despeço de você.

Edinalva Reis de Oliveira

Turma: M10

Page 70: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

69

As ruas de paralelepípedos

Caro amigo,

Em primeiro lugar, quero agradecer à você por ter

fundado em 12 de janeiro de 1616 a cidade de Belém do

Pará, a partir da construção do Forte do Presépio, ainda

feito de madeira e palha.

Durante esses 400 anos da história, ocorreram

alguns fatos que marcaram essa trajetória, por exemplo: O

ataque com arcos e flechas, dos índios Tupinambás ao

Forte do Presépio, uma guerra desigual, que resultou em

muitas mortes.

Outro momento muito importante da nossa

história foi a Cabanagem, a união dos ribeirinhos com os

comerciantes em um movimento popular em busca de

igualdade, pois o povo estava em total miséria.

Anos depois, tivemos a revolução de 1930 contra

as oligarquias, ocasionando a deposição do presidente

Washington Luís.

Mais adiante, outro fato penoso foi as grandes

epidemias de febre amarela, cólera e varíola que

assolaram a cidade de Belém e seus moradores. Essas

doenças causaram muitas mortes e foi necessário

construir um novo cemitério para atender a grande

demanda de óbitos, o cemitério da Soledade.

Page 71: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

70

No ciclo da borracha, tempo de maior progresso

da cidade e de grande desenvolvimento econômico de

Belém, foi construído o Teatro da Paz, uma das maiores

obras de Belém, espaço cultural muito visitado e

procurado por turistas de passagem por nossa cidade.

A capital do Pará continua bonita, do mesmo jeito

de quando foi fundada por você e, apesar do progresso,

ainda conserva o charme do tempo das ruas de

paralelepípedos.

Frison Franco Monteiro

Turma: M04

Page 72: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

71

Quatrocentas velinhas

Senhor Francisco Caldeira Castelo Branco,

Venho através desta carta, contar-lhe o que se

sucedeu depois que o senhor ancorou aqui em Paranagua-

çu e edificou o forte de madeira coberto de palha,

denominado Forte do Presépio.

Desde então, passaram-se quatrocentos anos e com

eles, vários conflitos pela cidade.

No Forte do Presépio, ocorreu a invasão dos índios

Tupinambás aos domínios portugueses, sendo uma luta

desigual, já que os indígenas muniram-se de arcos e

flechas e seus oponentes, de armas de fogo. Muito sangue

foi derramado.

Mais adiante, os moradores de cabanas nas

beiradas de rios, juntamente com comerciantes e

fazendeiros revoltaram-s contra o governo, pois queriam

melhores condições de vida e os fazendeiros e

comerciantes, ambicionavam uma participação maior na

administração da província. Era a revolta da Cabanagem,

senhor Francisco.

Tempos mais tarde, em 1930, o então presidente

Washington Luís amargou sua derrubada do poder e

assistiu ao fim da República Velha. Esse momento ficou

conhecido como a revolução de 30.

Page 73: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

72

Em 1964, foi a vez de o presidente João Goulart

ser deposto de seu cargo, no dia 10 de Abril de 1964,

parece até mentira ou piada de português, mas estou

falando a mais pura verdade, procure nos livros de

História.

Uma fase muito dolorosa para os paraenses foram

as epidemias que alastraram a cidade, vitimando muitas

pessoas. Doenças como febre amarela, cólera e varíola,

exterminaram grande parte da população. Em virtude

disso, foi construído o cemitério da Soledade, que durou

apenas trinta anos e hoje não funciona mais.

Finalmente, boas notícias, caro amigo! Começou o

ciclo da borracha por aqui. Bons tempos... fartura,

desenvolvimento econômico...Belém estava muito bem

diante do cenário nacional.

O prefeito Antonio Lemos construiu algumas

obras importantes para a história do Pará, o Teatro da Paz,

as construções de ferro de Francisco Bolonha, o palacete

Bolonha que foi uma promessa de amor à sua esposa que

tinha medo de vir para o Pará por causa das epidemias.

Apareceu por aqui um sujeito chamado Antonio

Landi, segundo ele, arquiteto do rei de Portugal. Nos

deixou as igrejas da Sé, Santo Alexandre, Carmo, Mercês,

Rosário, Campina e São João, parte do nosso patrimônio

histórico agora.

Page 74: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

73

Nossa cultura é um traço muito forte de todos nós,

manifestada intensamente no Círio de Nazaré, um

espetáculo de amor e fé que atrai multidões do mundo

inteiro, todos os anos.

Belém está linda meu amigo, principalmente agora

que já vai apagar as suas 400 velinhas - haja carro de

bombeiros! Tem problemas a serem superados, mas para

quem veio e guerras e epidemias, tudo é superável.

Noêmia Miranda da Silva

Turma M04

Page 75: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

74

COLÉGIO

JOSÉ VERÍSSIMO

Diretora: Elisabete Sousa

Vice Diretora: Nelma Nogueira Ribeiro

Técnicas: Renata de Fátima Lima e Maria

Celeste Gouveia

Page 76: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

75

Para deixar nossa memória sempre viva

Querido fundador de Belém,

É com muito prazer que eu lhe escrevo esta carta.

Depois que o senhor se foi, muita coisa aconteceu, como

os ataques dos indígenas aos colonizadores, a cabanagem,

a revolução de 1930, o golpe militar de 1964, o ciclo da

borracha entre outros.

A época da Belle Époque com seu charme

especial, nos deixou de herança o Teatro da Paz e o Ver-

O-Peso.

Para deixar nossa memória sempre viva, fomos

presenteados com as obras de Antonio Landi: a igreja da

Sé, das Mercês, da Campina, de Santo Alexandre e São

João.

No dia 12 de Janeiro de 2016 nossa Belém

completa seus 400 anos, tenho muito orgulho dessa

cidade. O senhor não sabe, mas aqui tem uma das praças

mais lindas do Brasil, a famosa Batista Campos e para

meu privilégio, moro perto dela.

Temos também a praça da república, igualmente

linda e histórica.

Belém tem lugares incríveis como o Ver-o-Peso,

lugar onde vende as nossas melhores comidas típicas:

peixe frito com açaí, pato no tucupi e a maniçoba. Não

Page 77: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

76

posso me esquecer também das construções feitas em

Belém como o Complexo Feliz Lusitânia com o seu

Sistema Integrado de Museus, a Estação das Docas e o

Mangal das Garças, que são pontos turísticos muito

visitados.

Temos manifestações religiosas muito bonitas e a

mais conhecida é o Círio de Nazaré, onde os fiéis se

reúnem para agradecer, orar e pedir graças a nossa

senhora de Nazaré.

Para o futuro não só de Belém, mas sim do Pará e

do Brasil, rogo por mais amor ao próximo, que os

cidadãos valorizem mais suas origens, o lugar onde

moram e cessem o desmatamento desordenado.

Com muita alegria no coração e respeito, eu

escrevo esta carta e lhe aguardo nos 400 anos de Belém!

Júlia Vitória

Turma 801

Page 78: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

77

Esperanças e sonhos

Caro fundador de Belém,

Alguns moradores mais antigos de Belém, ainda

conseguem lembrar-se da cidade com aquelas lindas ruas

com paralelepípedos.

Na época do ciclo da borracha, Belém foi a mais

rica e próspera.

Mas, antes disso, passou por revoltas, como

Cabanagem, na qual o povo foi às ruas protestar contra as

condições miseráveis que se encontravam, revolução de

1930 e golpe militar de 1964 que depuseram

respectivamente dois presidentes.

A antiga Feliz Lusitânia também enfrentou

epidemias de febre amarela, cólera e varíola, tendo um

número expressivo de mortos que resultou na construção

de um novo cemitério, o Soledade.

Agora, me vieram lembranças das casas que vejo

ao passar de ônibus pela cidade. Ouvi dizer que várias

foram construídas para dar beleza ao local, outras por

causa de amor; será que isso aconteceu realmente? Um

dia ainda vou fazer esta mesma pergunta ao Francisco

Bolonha?

As obras de Landi, não são do seu tempo, que

pena! Você não sabe o que perdeu; São belas e hoje são

nosso patrimônio histórico.

Page 79: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

78

E a declaração de independência de Belém?

Provocou muitas mortes e só por isso hoje estou aqui te

escrevendo, porque alguns direitos foram conquistados.

Um momento de união da população e de

manifestação da nossa cultura é a passagem do Círio de

Nazaré, que conservamos desde o achado da Santa pelo

caboclo Plácido.

Como cresceu e se desenvolveu muito, nossa

Belém. Passa por alguns momentos difíceis, mas vamos

superando esses obstáculos com muita firmeza, temos

muitas esperanças e sonhos para mais 400 anos!

Espero que tenha gostado das notícias e das

lembranças. Um forte abraço a você e todos aqueles que

de alguma forma contribuíram para a nossa história.

Joice Pinheiro

Turma 801

Page 80: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

79

Viva Belém! Viva Castelo!

Caro amigo,

Você sabia que aqui em Belém do Pará ainda

temos o Forte do Castelo, aquele mesmo que você

construiu para defender contra os invasores ?

Passamos pela Cabanagem, uma revolta popular

que ocorreu entre 1835 e 1840, pela revolução de 1930

com características muito semelhantes a de um golpe de

estado, ainda que a crise mundial tenha influenciado

muito esse acontecimento.

Enfrentamos grandes epidemias como a febre

amarela, a cólera e a varíola. Muitos paraenses morreram,

sendo construído um cemitério para os corpos, o

cemitério da Soledade.

O arquiteto do rei, Antonio Landi, construiu obras

maravilhosas como a catedral da Sé, o Palácio dos

governadores e a Casa das Onze Janelas, que atualmente,

também compõem o patrimônio histórico de Belém.

Já no ciclo da borracha, Belém se desenvolveu

muito, foi um período positivo economicamente. Com

essa Belle Époque, herdamos o Teatro da Paz e o Ver-O-

Peso, duas atrações turísticas que servem de palco de

manifestações da nossa cultura, sendo prestigiados por

turistas do mundo inteiro.

Page 81: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

80

A tradicional festa do Círio de Nazaré que

acontece todo segundo domingo do mês de outubro, é um

momento em que as famílias se reúnem para

confraternizar e receber seus convidados vindos de todos

os lugares.

Tenho convicção, caro amigo, de que nestes 400

anos Belém seguiu o caminho certo e faço votos para que

nas próximas décadas tenhamos uma cidade cada vez

melhor pra se morar, pra se viver.

Viva Belém!

Viva Castelo Branco!

Paul Andrew

Turma 6A

Page 82: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

81

Meu amigo Castelinho

Como vai, Castelinho?

É, após tantos anos, resolvi te escrever esta carta.

A cidade de Belém está quase completando 400 anos,

muito tempo não é? Vou tentar resumir o que aconteceu

por aqui durante todo esse tempo.

Primeiro, a fundação da cidade no dia 12 de

Janeiro de 1616; isto não é novidade pra ti, afinal, ainda

estavas por aqui, que por sinal, o forte que construíste

ficou muito bacana; até hoje é muito visitado. Logo,

vieram vários conflitos como o ataque dos indígenas

contra os colonizadores, a Cabanagem, a revolução de

1930 e o golpe militar de 1964.

Houve várias doenças; muita gente morreu, amigo.

E com tantas mortes, tiveram que construir um cemitério,

o da Soledade.

Agora, falando de coisas boas, as reformas e

construções feitas por Antonio Landi como a igreja de

Santo Alexandre, igreja da Sé, Mercês, Campina, Rosário

e São João, são verdadeiras obras primas do mestre que

compõem nosso rico patrimônio histórico.

No ciclo da borracha, Belém viveu a Belle

Époque, uma época em que a cidade faturou muito

dinheiro, desenvolveu-se bastante, foi um período áureo

de nossa história.

Page 83: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

82

Desde o achado da santa pelo caboclo Plácido a

capital do Pará vivencia o Círio de Nazaré, uma romaria

que acontece todo segundo domingo de outubro, reunindo

aproximadamente dois milhões de fiéis.

As culturas indígena e africana marcam presença

em danças como carimbó e o siriá, lindas danças, amigo!

É, Castelinho, muitas coisas passaram, não é?

Hoje, às vésperas dos 400 anos, Belém é uma cidade

muito boa, tem seus altos e baixos porque cresceu muito,

porém sempre bonita e acolhedora.

Eu tenho esperança para o futuro, que Belém

permaneça com suas qualidades e que seus defeitos sejam

corrigidos.

É isso, espero que goste.

Iury Sampaio

Turma 801

Page 84: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

83

A Belle Époque um período de mudanças

Querido amigo,

Escrevo-lhe esta carta porque daqui há poucos dias

nossa cidade fará 400 anos e tu tens grande contribuição

no começo da nossa história.

Tudo começou no dia 12 de Janeiro de 1616, com

a construção do Forte do Presépio. Entretanto amigo, nem

tudo foi um mar de rosas, alguns conflitos atingiram

Belém ao longo desses anos.

O ataque dos indígenas contra os colonizadores, a

Cabanagem, que foi uma revolta social no império do

Brasil, a revolução de 1930 e o golpe militar de 1964 que

derrubaram os presidentes Washington Luis e João

Goulart.

Além disso, no decorrer da nossa história,

ocorreram surtos de febre amarela, cólera e varíola. Uma

das razões que motivou a construção do cemitério da

Soledade.

A Belle Époque foi um período de mudanças na

nossa cultura, em pleno ciclo da borracha, onde Belém

muito prosperou. Falando em cultura, não podemos nos

esquecer das nossas danças típicas, o carimbó e o siriá.

No decorrer de todo esse tempo, nossa cidade foi

ficando mais linda, com construções e reformas de

Page 85: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

84

algumas igrejas e outras construções novas, como o

Hangar e a Estação das Docas.

Amigo, só desejo que nos 400 anos de Belém,

essas passagens da nossa história não sejam esquecidas e

que nossa cidade fique cada vez mais linda!

Layandra Brito

Turma 801

Page 86: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

85

Belém do século XXI

Caro amigo,

Desde que você partiu muita coisa mudou por

aqui. Conflitos é que não faltaram, à exemplo disso

tivemos os ataques indígenas contra os colonizadores que

você mesmo vivenciou; a Cabanagem, momento de

grande revolta da população contra o governo, seguida da

revolução de 1930 e do golpe de 1964.

No decorrer desses 400 anos, vieram epidemias de

febre amarela, cólera e varíola, causando muitas mortes,

tendo que ser construído um novo cemitério na cidade

para enterrar os mortos, o cemitério da Soledade.

As igrejas que foram reformadas ainda no início

do processo de colonização, ainda estão bem conservadas

e são parte do nosso patrimônio histórico.

O Teatro da Paz, herança da Belle Époque,

juntamente com o Ver-O-Peso, são opções turísticas

muito procuradas diariamente.

O que é muito celebrado hoje é o Círio de Nazaré.

Algumas danças como o carimbó, siriá e lundú são bem

praticados como forma de preservação das culturas

indígena e africana.

Com o progresso, surgiram cinco shoppings,

Mangal das Garças, Estação das Docas, Museus e um

grande jardim botânico.

Page 87: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

86

Mas, não sei se tu te acostumarias a viver aqui no

século XXI, meu amigo, já que, a tua Feliz Lusitânia hoje

é uma metrópole e no lugar das charretes, temos carros

importados.

Emilly Pacheco

Turma 801

Page 88: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

87

Vamos comemorar, Caldeira!

Caro amigo,

Hoje, estamos às vésperas do quarto centenário da

fundação do povoado Feliz Lusitânia.

De 1616 para cá, houve muitas revoluções,

importantes para o amadurecimento social da cidade. Se

eu te contar, tu não vais acreditar no que aconteceu por

aqui!

Primeiro, o ataque dos indígenas contra os

colonizadores, eles perderam porque foram munidos de

flechas e os portugueses de armas de fogo. Mesmo assim,

depois de muitas batalhas e muitas derrotas conquistaram

a liberdade.

Depois, a Cabanagem, período em que a

população se rebelou contra o governo em busca de

condições de vida menos desumanas; a revolução de 1930

também foi marcante, porém, o mais trágico no Brasil foi

o golpe militar de 1964 que selou um regime de repressão

por mais de vinte anos.

Os surtos de febre amarela, cólera e varíola

vitimou grande parte da população, mas, contribuiu para

que se pensasse melhor a questão da saúde pública.

Entre igrejas e palácios, Antonio Landi esteve por

aqui e nos deixou edificações que tu precisas ver meu

amigo!

Page 89: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

88

Muito ainda foi feito no período da Belle Époque,

como o nosso belíssimo Teatro da Paz e o Ver-O-Peso,

que hoje é a maior feira da América Latina, recebendo

turistas do mundo inteiro, diariamente.

Quanto às nossas manifestações culturais, destaca-

se a linda festa do Círio de Nazaré que reúne mais de dois

milhões de pessoas e se estende em um festejo de quinze

dias.

Atualmente, há muito que comemorar, Belém

agora é uma cidade conhecida e muito visitada,

precisando apenas de mais cuidados por parte da

população, para que a história que tu começaste se

mantenha viva na nossa memória e pelas ruas da cidade.

É isso, espero lhe ver na festa de 400 anos!

Elias de Jesus

Turma 802

Page 90: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

89

Meu amigo Caldeira

Meu querido amigo, como poderia eu esquecer de ti?

Ando por Belém e imagino como seria no passado

e acho que as coisas mudaram muito por aqui, sabe?

Lembra dos índios? Aqueles que perderam a

guerra contra os portugueses porque não tinham armas de

fogo? Pois é, se vires hoje, eles sabem manusear muito

bem essas armas, duvido que fossem derrotados de novo!

Tivemos muitas epidemias, dentre elas, a febre

amarela, cólera e varíola, que ocasionaram muitas mortes.

Hoje, quem nos atormentam são os mosquitos, mas com

doenças diferentes.

Passamos também pela revolução de 1930 e o

golpe militar de 1964 e nosso presidente agora é uma

mulher, tu imaginas isso?

Belém mudou muito desde que você se foi, agora

tem muitos pontos turísticos como: Mangal das garças, o

forte do Castelo, praças lindas, um teatro imenso e a Casa

das Onze Janelas.

O Círio, nossa grande festa religiosa, ganhou seu

espaço nacional com o passar do tempo.

Agora, Belém tem seus pontos negativos, precisa

de valorização da sua própria história por parte dos

paraenses e tudo isso que falei não pode se perder depois

desses 400 anos.

Page 91: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

90

Um grande abraço pra você, meu amigo e lhe

aguardamos para esta grande festa de aniversário de nossa

querida Belém do Pará.

Jéssica Monteiro

Turma 802

Page 92: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

91

Belém da esperança

Caro Francisco,

Depois da fundação do Forte do Presépio, no dia

12 de Janeiro de 1616, aconteceram alguns conflitos

como: o ataque dos indígenas aos colonizadores, a

Cabanagem, que se iniciou em 1835 e perdurou até 1840,

a revolução de 1930 e o golpe militar de 1964.

Epidemias também acompanharam nossa história,

febre amarela, cólera e varíola exterminaram parte da

população, o que levou à construção do cemitério da

Soledade.

Um período que também de grandes conquistas

como as construções e reformas feitas pelo arquiteto do

rei, Antonio Landi, quando vários templos religiosos e

palácios foram erguidos e outros reformados.

Temos hoje o círio de Nazaré, uma poderosa

manifestação que mistura o sagrado com o profano.

Hoje, 22 de Dezembro de 2015, Belém evoluiu e

precisa ser preservada pelos moradores.

Minha esperança para o futuro é que nossa cidade

esteja preparada para receber esses 400 anos que estão por

vir.

Yasmin Gonçalves

Turma 802

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Carta a Castelo Branco

92

Belém com mais de 400 anos

Francisco Caldeira,

Venho por aqui lhe agradecer por ser um dos

grandes nomes escrito nas páginas da história de nossa tão

amada Belém do Pará.

O Forte do Presépio, que antes construíste de

madeira e palha, é hoje um dos pontos turísticos mais

visitados de Belém.

Passamos pela grande revolta social que ocorreu

na cidade, a Cabanagem. Fico triste ao imaginar as

condições de vida daquela época, o povo sofria demais

com a pobreza e a fome.

Com o surto de febre amarela, cólera e varíola,

quantas vidas se foram? O cemitério da Soledade, hoje é

testemunha calada dessa página de nossa história que

nunca deveria ter sido escrita.

Antônio Landi, o grande arquiteto do rei, depara-

se com Belém, uma cidade rica em cultura e

biodiversidade, mas bastante atrasada em relação à

Europa e decide então nos deixar como herança a

Catedral da Sé, o Palácio do governador e a Casa das

Onze Janelas.

Com o período áureo do ciclo da borracha Belém

prosperou muito. Desse tempo da Belle Époque, temos o

Teatro da Paz, o palacete Bolonha e, claro que não

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Carta a Castelo Branco

93

podemos esquecer, o Ver-o-Peso, a maior feira aberta da

América Latina.

Belém parece ter muito mais que 400 anos e muita

coisa ainda precisa melhorar.

Parabéns Francisco por sua grande contribuição à

nossa cidade!

Talita Pinheiro

Turma 802

Page 95: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

94

Belém cheia de vida e beleza!

Caro amigo,

Venho através desta lhe falar um pouco sobre a

nossa querida Belém.

Desde sua fundação em 12 de Janeiro de 1616, até

agora, muita coisa mudou; nosso Forte do Presépio está

ainda mais bonito!

Não importa se no início houveram ataques

indígenas contra os colonizadores; não importa se

houveram surtos de febre amarela, cólera e varíola; não

importa se hoje temos que lutar contra a dengue,

chikungunya e o Zika vírus; o que importa é que amamos

a cidade em que nascemos, a cidade que você fundou.

As igrejas todas foram reformadas e estão

belíssimas! Antonio Landi nos deixou a Sé, de onde sai o

Círio de Nazareth, que virou patrimônio histórico da

nossa querida Belém.

O carimbó e o síria, heranças dos nossos irmãos

indígenas e africanos, Chico, conservamos até hoje!

Nosso Teatro da Paz continua com suas belas

apresentações de ópera, balé, entre outros acontecimentos.

Tenho muita esperança que nestes 400 anos Belém

estará cheia de vida e beleza! E você, caro amigo, é nosso

convidado de honra.

Gabrielly Nascimento

Turma 6A

Page 96: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

95

Belém que jamais saiu da memória

Caro amigo,

Às vésperas de Belém completar 400 anos, envio à

você notícias de nossa querida cidade.

Desde que você foi embora, Belém vivenciou

quatro grandes conflitos: ataques indígenas, o movimento

da cabanagem, a revolução de 30 e o golpe militar de 64.

Depois disso, muitas mortes ocorreram por causa

das epidemias de febre amarela, cólera e varíola, sendo

até necessário a construção de um cemitério, o da

Soledade.

Landi, o arquiteto do rei, por aqui passou deixando

de herança palácios e templos religiosos; hoje tombados

como parte de nosso patrimônio histórico e cultural.

O ciclo da borracha trouxe consigo a Belle

Époque; período em que foi construído o Teatro da Paz

para receber as companhias de teatro música e dança

vindas da Europa para se apresentarem à elite local.

As raízes culturais permanecem fortes; desde o

achado da santa, pelo caboclo Plácido, festejamos o Círio

de Nazaré que a todo ano cresce cada vez mais.

Estamos pertinho de completar 400 anos e temos

uma cidade que tenta encontrar um rumo entre o passado

e as construções do seu futuro, tentando resgatar valores

que quase se perderam.

Page 97: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

96

Mas, Belém continua linda por si só. Por isso,

acredito que você ainda verá, Chico, uma cidade amada

pelo seu povo, uma Belém que jamais saiu da sua

memória.

Bianca Melo

Turma 6o

ano

Page 98: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

97

COLÉGIO

RUI BARBOSA

Diretora: Dalva de Araujo

Vice Diretora: Amália Cavalcante

Coordenação Pedagógica: Maricel Martins e

Davi Cordeiro

Coordenadora de Pais: Maria das Dores Ferreira

Professora de Língua Portuguesa: Ana Antonia

Farias Miranda

Page 99: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

98

Fumando tabaco enrolado em notas de 100

Caro amigo,

Nós, alunos paraenses e belenenses da Escola Rui

Barbosa, fomos cogitados a te escrever cartas informando

sobre o crescimento de Belém desde que a fundaste em

1616, aqui na foz do rio amazonas.

Fomos informados de que o Forte do Presépio,

hoje conhecido como Forte do Castelo, além de nos

proteger de possíveis invasões estrangeiras deu origem a

cidade de Belém e serviu como base para o povoamento

da Amazônia.

Se foi esse realmente o motivo Caldeira, posso

entender as grandes mudanças políticas, estruturais,

sociais e econômicas que aqui aconteceram e que tento

aprofundar-me mais sobre esses detalhes no decorrer

desta carta.

A primeira expedição aqui na região norte foi

realmente por ti liderada? Uma coisa é certa: Ao redor do

Forte do Presépio que construíste surgiu a cidade de Santa

Maria de Belém do grão Pará, que em janeiro de 2016

completará 400 anos!

Assim como também é certo que, a partir de

construções barrocas, como as igrejas de Santo Alexandre

e a igreja da Sé, foram fundados vários outros

monumentos históricos e com o tempo viraram cartão

postal de Belém.

Page 100: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

99

Pois é, Chico, ainda tem muita coisa por vir. Irei te

falar de tragédia de guerra, de crise, de riqueza, e haja

ponta de lápis para gastar!

Tivemos por aqui um conflito entre indígenas e

portugueses e movimentos como a cabanagem, que levou

nosso povo às ruas, a revolução de 1930 e o golpe militar

de 1964.

A população paraense também passou por um

período de epidemias com febre amarela, cólera e varíola,

muitos morreram e foi necessário construir um novo

cemitério na cidade, o da Soledade.

No século XIX (1860), a Amazônia sofreu grandes

mudanças com o ciclo da borracha e Belém foi a cidade

que mais prosperou, estava tão rica que até fazia sucesso

internacional! Meu avô conta que nessa época os barões

ostentavam fumando tabaco em notas de 100. Acreditas

numa coisa dessas?!

Hoje, nossa cidade teve seu patrimônio histórico

restaurado, esperando que os paraenses prestigiem e

festejem os 400 anos de Belém!

Sabrina Rodrigues Carneiro de Brito

Turma 801

Page 101: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

100

E lá se foram 400 anos!

Caro Francisco Caldeira Castelo Branco,

Eu soube que foste o comandante-mor da

expedição portuguesa vinda à Amazônia que chegou por

aqui em 1616, por isso, gostaria de te contar algumas

novidades.

Fundaste a cidade de Belém, por meio da

construção do forte do presépio e nas ruas estreitas,

Antonio Landi ergueu a igreja de São João e reformou a

catedral da Sé e igreja do Carmo.

Quando eu conheci a história da fundação de

Belém, o que mais me chamou a atenção foram os

movimentos que fizeram parte desse cenário como a

Cabanagem, que foi a única revolução em que o povo

realmente assumiu o poder. Soube também que os

envolvidos eram pessoas humildes, que moravam em

cabanas, daí o nome do movimento.

Depois vieram a revolução de 1930 e o golpe

militar de 1964. Sem falar nas epidemias que

massacraram a população, ocasionando muitas mortes e a

construção de um novo cemitério na cidade, o Soledade.

É, caro Francisco, como podes observar, me

disseram muitas coisas a respeito da formação deste povo

de Belém.

Page 102: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

101

Tivemos também o ciclo da borracha que foi um

momento importante da história econômica e social do

Brasil, teve seu centro na região amazônica, proporcionou

a expansão da colonização e Belém foi a capital mais

desenvolvida.

E lá se foram 400 anos! Parabéns, Belém!

Parabéns, Francisco!

Tássio Lucas

Turma 8o ano

Page 103: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

102

Quero uma Belém próspera!

Amigo Francisco,

Belém vem crescendo desde aquele 12 de Janeiro

de 1616, e eu bem sei que deste inicialmente o nome de

Feliz Lusitânia que depois passou a se chamar Santa

Maria de Belém do Grão Pará.

De lá para cá, vivemos momentos de conflitos que

vão desde o ataque dos indígenas aos portugueses,

passando pela revolta do povo no movimento da

Cabanagem, a revolução de 1930 e o golpe militar de

1964.

Isso sem na falar febre amarela, cólera e varíola,

epidemias que assolaram a população num momento de

muita turbulência na saúde pública local.

O forte do Castelo, onde tudo começou, tornou-se

hoje um lugar muito agradável e de troca de

conhecimentos, foi lá que descobri tudo isso.

Espero que aquele espaço seja sempre usado para

o aprimoramento da educação e preservação da cultura.

Quero uma Belém próspera!

Mateus Santos Amorim

Turma 8o

ano

Page 104: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

103

Vem reavivar nossa memória, Caldeira!

Prezado senhor, fundador da cidade de Belém do Pará,

Tenho muito prazer em me dirigir ao senhor, mas

infelizmente, as notícias que trago não são muito boas.

O senhor foi responsável por deixar um grande

legado à nossa Belém, o Forte do Castelo e de lá vieram a

igreja da Sé, a igreja de Santo Alexandre e a igreja do

Carmo. Essas obras embelezam a nossa cidade e são um

orgulho para os paraenses.

No entanto, é importante ressaltar também que

com o ritmo acelerado do crescimento dessa metrópole,

muitos dos símbolos históricos estão se perdendo, pois

não estão sendo bem cuidados entre mato e pichações.

Gostaria que você comparecesse à nossa festa de

comemoração dos 400 anos de Belém, pois acho que

precisamos do seu incentivo para voltar a amar nossa

cidade. Acho que estamos perdendo nossa identidade

cultural, a histórica Belém da Belle Époque padece no

esquecimento.

Mas, torço para que o poder público continue

criando momentos que estimulem os indivíduos a visitar

os centros históricos e reavivar nossa memória.

Danúbia Vitória

Turma 3a etapa

Page 105: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

104

A realidade com que meus olhos vêem Belém.

Prezado senhor fundador da cidade de Belém,

Em 12 de Janeiro de 1616, quando desembarcou

na enseada da baía do Guajará, chamada pelos

Tupinambás de Para, o senhor edificou um forte de

madeira, coberto por palha e o chamou de Forte do

Presépio. Mais tarde, seria chamado de Forte do Castelo.

Antes, a colônia se formou e chamou-o de "Feliz

Lusitânia".

Cercada de belas paisagens naturais, Belém do

Pará é uma das cidades mais hospitaleiras e considerada o

portal da Amazônia.

No auge do período da borracha, teve fortes

influências européias. É por isso que algumas calçadas e

construções lembram Portugal e Paris, por exemplo.

A cidade é rica em sabores e cores, que podem ser

apreciados em qualquer lugar que você queira ir. Famosa

pelo Círio de Nazaré e de seu povo religioso, também tem

marcas muito belas como a igreja de santo Alexandre, a

catedral da Sé, a igreja de São João e o palácio episcopal.

Abriga também a maior feira livre da América

Latina, o Ver-o-Peso. Lá se encontra de tudo um pouco,

todos os produtos regionais e locais, assim como o

artesanato que também chama a atenção e você pode levar

belas peças para sua casa.

Page 106: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

105

Infelizmente, nem tudo são flores. Com o

crescimento da cidade, vieram alguns problemas, mas

estamos caminhando. A população culpa os governantes

pela falta de investimento, mas às vezes não respeita o

lugar em que vive.

Em minha opinião, caro Chico, se tivesse mais

investimento e uma população consciente, diminuiria esse

efeito negativo.

As pessoas deveriam amar e cuidar mais da nossa

querida cidade.

Enfim, por meio desta carta apresento minhas

sugestões e procuro explicar a realidade com que meus

olhos vêem Belém.

Neilson Dias Teixeira

Turma 3a etapa

Page 107: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

106

O que fazer, Chico?

Caro senhor, fundador da cidade de Belém,

Depois que você fundou a cidade, muita coisa

aconteceu. Vamos começar falando dos nativos que foram

escravizados e maltratados pelos primeiros homens que

vieram residir em suas terras. Eles tiveram que esquecer

suas origens, cultura e se submeter às leis do homem

branco. Em seguida, estes mesmos homens começaram a

mudar a paisagem, construindo e destruindo.

Nos primeiros anos, surgiu o bairro da cidade

velha, Campina e Reduto. Depois de um tempo, surgiu

uma grande revolta que ficou conhecida como

Cabanagem, eles lutaram contra o governo português que

por sua vez, venceu. Mas, houve uma época boa, a do

ciclo da borracha, foi quando a cidade viveu um período

próspero, de grandes construções de palacetes e lugares

que hoje são pontos turísticos.

Hoje, Belém cresceu, tem vários bairros, grandes

áreas verdes, mas como toda metrópole, tem seus

problemas, porém, continua firme no caminho do

progresso.

Amigo Chico, o que poderíamos fazer para

homenagear a cidade que você começou a construir?

Mauro Rodrigues

Page 108: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

107

ESCOLA

GONÇALO DUARTE

Diretora: Maria Eunice da Silva

Vice Diretora: Leliana S. Correia, Marcia

Mariana Barbosan e Laura Lucia Pinheiro

Técnico: Rivelino Bastos da Costa, Luciene

Katia Dias e Adonis Batista dos Santos

Page 109: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

108

Belém dos 400 anos

Senhor Francisco,

Meu nome é Rayanne dos Santos, estudo na

Escola Estadual Gonçalo Duarte e gostaria de lhe falar

sobre os conflitos que aconteceram em Belém nos seus

400 anos de existência.

Tudo começou em 1619 com os ataques dos

indígenas aos colonizadores, época em que

provavelmente você ainda se encontrava por aqui; em

seguida, de 1835 a 1840 veio a Cabanagem, onde o povo

se revoltou com a situação de pobreza em que se

encontrava e pedia uma maior importância para o Pará na

história da independência do Brasil; tempos depois,

vieram a revolução de 1930 e o golpe militar de 1964.

Passamos também por uma fase muito triste caro

amigo, um surto de febre amarela, cólera e varíola que

levou à morte várias pessoas. Ainda hoje enfrentamos a

ameaça de outras enfermidades provocadas por um

exército de mosquitos que está sendo combatido por um

exército de humanos. Parece até hilário!

Construções e reformas de palácios e templos

religiosos foram feitas por Antônio Landi, o arquiteto do

rei. Até que ficaram legais, fazem parte do nosso

patrimônio histórico e cultural.

Page 110: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

109

Hoje, Belém está mais ou menos, tem lugares

bonitos, bem cuidados, mas também tem outros que

precisam de mais atenção de todos.

Minha esperança é que após os 400 anos Belém

tenha mais vida, esporte nas escolas e áreas de lazer.

Atenciosamente,

Rayanne dos Santos

Turma 444

Page 111: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

110

Carta ao Capitão Caldeira

Querido capitão Caldeira,

Você iniciou a construção de Belém em 12 de

janeiro de 1616, a partir da fundação do forte do presépio.

Após sua partida deste, muitas coisas ocorreram.

Belém está caminhando para os seus 400 anos e durante

esse tempo nossa cidade vivenciou conflitos marcantes

em sua história.

O primeiro foi o ataque dos indígenas, que

aconteceu devido à insatisfação com os colonizadores.

Até hoje isso ocorre: índios lutam pele seu território e

pelo respeito que merecem.

O segundo foi a Cabanagem. Essa revolta iniciou

em 1835, indo até 1840, ainda éramos Província do Grão-

Pará e tinha como objetivo aumentar a importância do

Pará para o Brasil, pois a pobreza por aqui era extrema. O

nome surgiu devido a moradia das pessoas pobres,

ribeirinhas, que eram cabanas de barro. Depois, vieram

conflitos como a revolução de 1930 e o golpe militar em

1964.

Após isso, epidemias assolaram nossa Belém, a a

febre amarela, a varíola e a cólera; vários habitantes

morreram.

Com o passar dos anos, grandes reformas e

construções foram realizadas por Antônio Landi, o

Page 112: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

111

arquiteto do rei: igreja de Santo Alexandre, da Sé, do

Carmo, Mercês, da Campina, do Rosário e de São João.

Houve também um momento de grande

prosperidade aqui, foi o chamado ciclo da borracha,

trazendo grande desenvolvimento econômico para nossa

capital que estava sob a administração de Antonio Lemos.

Belém foi considerada uma das cidades brasileiras mais

desenvolvidas. Nesse período, foram construídos o teatro

da paz e o palacete Bolonha.

Em 1700, a imagem de nossa senhora de Nazaré

foi encontrada pelo caboclo Plácido, as margens do

igarapé Murutucu, hoje onde se localiza a basílica.

Atualmente, as tradições permanecem. Belém

conserva as fachadas dos casarões no bairro da Cidade

Velha, hoje patrimônio histórico, que se juntam com a

beleza das igrejas que mencionei acima e as capelas.

Mas, apesar de todos esses encantos e as belezas

naturais presentes no mangal das garças, museu Emílio

Goeldi e bosque Rodrigues Alves, Belém sofre com os

grandes transtornos do progresso.

Acredito que nossa cidade pode e vai mudar,

dependendo para isso não só das autoridades, mas,

principalmente, da própria população, que deve cuidar da

nossa cidade para que no futuro seja reconhecida

mundialmente.

Elem de Sousa,Turma 444

Page 113: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

112

Belém da memória

Caro senhor fundador da cidade de Belém,

Após a fundação da cidade em 12 de Janeiro de

1616, pelas suas mãos, muita coisa mudou e gostaria de

lhe falar sobre algumas dessas transformações que

ocorreram ao longo dos anos.

Passamos por muitos conflitos, entre eles, posso

destacar o ataque dos indígenas aos colonizadores

portugueses, que resultou na derrota dos Tupinambás,

pois atacavam com arco e flecha, enquanto os portugueses

revidavam com armas de fogo.

Outros conflitos que, ao meu ver, podem ser

esquecidos são a Cabanagem, a revolução de 1930 e o

golpe militar de 1964.

A população de nossa Belém padeceu também na

questão da saúde pública, assim como hoje ainda sofre.

Naquela época, houveram surtos de febre amarela, varíola

e cólera. Muitas pessoas vieram a falecer. Isso levou à

construção do cemitério da Soledade, que foi tombado em

1964. Ele tinha como objetivo, receber os corpos das

vítimas dessas epidemias.

Atualmente amigo, convivemos com uma possível

epidemia de dengue, o país inteiro está se protegendo

contra isso. Espero que não ocorra.

Page 114: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

113

Mas a parte boa é que o saudoso Antonio Landi

nos presenteou com a construção de lindas igrejas, que até

hoje deixam a nossa cidade com um charme especial e

reaviva a memória da nossa Belém.

Aleff Miller

Turma 444

Page 115: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

114

Uma Belém melhor daqui para frente

Querido senhor Francisco,

Venho através desta carta lhe agradecer por ter

fundado essa nossa tão bela cidade de Belém. Eu não lhe

conheci e tampouco vivi os vários fatos históricos que a

nossa cidade passou, tenho só 11 anos e me chamo Paula,

mas vou tentar lhe escrever um pouco do que aprendi

sobre nossa cidade.

Foram tantos acontecimentos no decorrer dos seus

399 anos. Logo que chegaram aqui, vocês viram

indígenas habitando o local, isso gerou muita briga.

Depois, veio a Cabanagem, a revolução de 30 e o golpe

militar de 64. Muitas epidemias de febre amarela, varíola

e cólera vieram também.

Tiveram coisas boas também como: a igreja da

Sé, de santo Alexandre, Carmo, Mercês, da Campina, do

Rosário e de São João. Já tive a oportunidade de conhecer

umas dessas. Belém também passou pela época áurea da

borracha, momento de desenvolvimento.

Nossa cidade foi só crescendo e crescendo. Hoje

temos uma arquitetura maravilhosa, com lembranças da

época que já foi, como o Teatro da Paz, a Casa das Onze

Janelas e o Palacete do Bolonha que é fruto de uma

história de amor. Na cultura, desde que o caboclo Plácido

achou a imagem da santa, mantemos o Círio de Nazaré;

com espaço para algumas danças como: carimbó e siriá

Page 116: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

115

como forma de preservação de nossas partes indígena e

africana.

Estamos passando por um período de muitas

dificuldades no cotidiano, consequências de fatos que

acontecem no mundo todo, mas, tenho esperança de que

vai passar e dias melhores virão.

A capital do Pará não perderá suas belezas e seus

encantos, acredito numa Belém melhor. Daqui para frente

eu escreverei dando notícias bem melhores.

Muito obrigada, senhor Francisco, por essa cidade

linda!

Ana Paula Souza

Turma 511

Page 117: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

116

Do povoado à cidade grande

Caro Francisco,

Depois que você foi embora, o povoado pequeno

se tornou essa grande cidade que é hoje.

Belém vivenciou quatro conflitos: ataque dos

indígenas contra os colonizadores dentro do forte do

castelo, a Cabanagem que ocorreu devido ao

descontentamento da população contra o governo que não

cumpria sua parte, a revolução de 1930, movimento

político e o golpe militar, iniciado por causa do medo de

um regime comunista e da corrupção que assolava o país

àquela época. Como se hoje isso fosse novidade!

Tiveram muitas epidemias aqui também,

Francisco. Febre amarela, varíola e cólera fizeram muitas

vítimas, tanto é que um cemitério foi construído para

abrigar tantos mortos. O cemitério ficou conhecido como

Soledade, mas hoje já não funciona mais.

De progresso, podemos citar as várias construções,

Francisco. No ciclo da borracha, tivemos a construção do

Teatro da Paz, dentre muitas outras; nessa época tinha

muito dinheiro.

Desde o achado da imagem da santa pelo caboclo

Plácido, temos a festa religiosa do Círio de Nazaré,

conhecida mundialmente; um arraial de quinze dias, onde

temos a nossa cultura promovida com apresentação das

Page 118: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

117

rodas de carimbó e siriá, raízes da cultura indígena e

africana.

Eu tenho esperanças para o futuro após os 400

anos! Sonho com uma cidade de Belém mais bonita!

Isso é tudo, Francisco.

Laurinda Barbosa

Turma 341

Page 119: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

118

Não é fácil nem difícil!

Caro amigo, falar sobre a minha cidade, a mesma

que iniciaste a partir construção do Forte do Presépio em

1616, não é fácil, mas também não é difícil. Passados 400

anos, aquele povoado que surgiu com o nome de Feliz

Lusitânia, hoje cidade de Belém do Pará, tem muita

história para te revelar. Só pra você ter ideia, nesse

período vivenciou quatro grandes conflitos, tais como os

ataques de indígenas, a Cabanagem, a Revolução de 1930

e o golpe militar de 1964; quando passares por aqui te

explico com maiores detalhes. Mas também, não foram só

conflitos, tivemos também coisas boas como o ciclo da

borracha, período bastante significativo para o progresso

da Cidade de Belém.

Com o dinheiro da borracha, tivemos grandes

construções como o Teatro da Paz, projetado pelo

arquiteto pernambucano José Tibúrcio Pereira Magalhães,

as construções de ferro de Francisco Bolonha, como o

Mercado de Ferro, e a caixa d’água de São Brás.

Por falar em construções, Antônio Lande, o

arquiteto do rei, também passou por aqui, marcando a sua

passagem com grandes obras como a Igreja da Sé, Igreja

do Carmo, dentre outras; mas não devemos esquecer,

usando mão de obra escrava.

Culturalmente, Belém vivencia o círio de Nazaré

desde o achado da imagem pelo caboclo Plácido,

Page 120: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

119

passando pelas danças de carimbó e siriá com fortes

influências européias, indígenas e africanas.

Hoje, às vésperas dos 400 anos, Belém tem seus

pontos positivos e negativos; por incrível que pareça,

ainda existe o preconceito contra negros e gays. Ainda

assim, não perdi as esperanças por dias melhores.

Arruma um tempinho e vem nos fazer uma visita;

certamente não irás te arrepender.

Rosiele Rodrigues Neves

Turma 831

Page 121: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

120

Uma história que teve de tudo

Meu amigo Caldeira,

A construção do forte do presépio em 1616, onde

tudo começou, foi muito importante para o

desenvolvimento de Belém.

Uma história que teve de tudo, a começar por

ataques indígenas contra os portugueses e que

provavelmente ainda estavas por aqui durante este

episódio; depois ocorreram a revolta da Cabanagem em

1835, a Revolução de 1930 e o golpe militar de 1964.

Tudo isso num intervalo de 400 anos. Período em que

também a saúde pública não foi muito bem, com surtos de

febre amarela, cólera e varíola.

Mas, falando de coisas boas, temos palácios e

templos religiosos construídos por de Antonio Landi que

hoje integram nosso patrimônio histórico e cultural.

No ciclo da borracha, um período bem importante

para o progresso da cidade, foram erguidos o mercado de

peixe de Belém, o Teatro da Paz e o Mercado de ferro.

Belém festeja o círio de Nazaré todos os anos,

desde o achado da santa pelo caboclo Plácido, prestigiado

por multidões de paraenses e turistas que lotam a cidade

todos os anos.

Page 122: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

121

Essa é a nossa terra, com histórias de bravura que

nos deixaram muito orgulhosos.

Emilly Nathália do Nascimento Oliveira

Turma 831

Page 123: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

122

História através da arquitetura

Amigo Francisco,

Tudo começou com a fundação da cidade de

Belém através da construção do forte do presépio, em

1616.

Depois disso, aconteceram muitos conflitos, como:

o ataque dos indígenas lutando por seus direitos e a

Cabanagem, que foi uma revolta popular pelos mesmos

motivos. Como se não bastasse, vieram as epidemias de

febre amarela, cólera e varíola, matando muitos pessoas.

Mas também tiveram bons fatos como construções

belíssimas de Antonio Landi.

Agora, a melhor época foi o ciclo da borracha, um

período bastante significativo para o progresso da cidade

de Belém, pois, nesse período, foram feitas mais

construções como o Teatro da Paz, mercado de ferro,

caixa d’água de São Brás e o Palacete Bolonha como

forma de cumprimento da promessa do arquiteto

Francisco Bolonha para sua amada.

Bom, meu amigo se passaram 400 anos desde que

você se foi e Belém continua crescendo, caminhando para

o progresso. Minha esperança é que a população ame cada

dia mais essa cidade e a trate com amor, zelando pela

manutenção da história através de sua arquitetura.

Brenda Cristina Lima da Costa

turma 831

Page 124: CARTA A CASTELO BRANCO

Carta a Castelo Branco

123