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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL: convergências e contradições. RIO DE JANEIRO 2013

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Page 1: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CAROLINA NETTO RANGEL

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E

EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL:

convergências e contradições.

RIO DE JANEIRO

2013

Page 2: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Carolina Netto Rangel

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL: convergências e contradições.

Tese de doutorado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em

Educação em Ciências e Saúde, Núcleo

de Tecnologia Educacional para a Saúde,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como requisito parcial a obtenção do título

de Doutor em Educação em Ciências e

Saúde.

Orientador: Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca

Rio de Janeiro

2013

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R196a Rangel, Carolina Netto.

Alimentação escolar e educação alimentar e nutricional: convergências e

contradições. / Carolina Netto Rangel. – Rio de Janeiro: UFRJ/NUTES, 2014.

[258] f.: il., color.; 30 cm.

Orientador: Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Núcleo de

Tecnologia Educacional para a Saúde, Programa de Pós-graduação em Educação em

Ciências e Saúde, Rio de Janeiro, 2014.

Referências bibliográficas: f. 114-128.

1. Educação alimentar e nutricional. 2. Tecnologia Educacional em Saúde - Tese.

I. Fonseca, Alexandre Brasil Carvalho da. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, Pós-Graduação em Educação em

Ciências e Saúde. III. Título.

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Carolina Netto Rangel

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL:

convergências e contradições.

Tese de Doutorado apresentada

ao Programa de Pós-

Graduação Educação em

Ciências e Saúde, Núcleo de

Tecnologia Educacional para a

Saúde, Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como requisito

parcial à obtenção do Título de

Doutor em Educação em

Ciências e Saúde.

Aprovado em __________________________________

______________________________________________________

Prof. Dr. Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca - UFRJ

___________________________________________________

Profa. Dra. Maria Cristina Faber Boog - UERJ

______________________________________________________

Profa. Dra. Ana Cristina Souza dos Santos - UFRRJ

______________________________________________________

Profa. Dra. Maylta Brandão dos Anjos - IFRJ

______________________________________________________

Profa. Dra. Vera Helena Ferraz de Siqueira - UFRJ

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RESUMO

RANGEL, Carolina Netto. Alimentação escolar e educação alimentar e nutricional: convergências e contradições. Rio de Janeiro, 2013. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Saúde) - Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

O objetivo geral deste trabalho foi identificar as relações entre a

alimentação escolar no Brasil e a educação alimentar e nutricional, sob uma

perspectiva transdisciplinar a partir da educação em saúde e da educação em

ciências. O desenho metodológico utilizado foi uma bricolagem a partir de dois

grandes métodos de coleta de dados – uma revisão realista e estudos de caso

múltiplos. Os apontamentos de Latour (1982, 1997) sobre a Ciência, o

pensamento complexo (Morin, 2010; Davis, 2005) e a transdisciplinaridade

(Nicolescu, 1999) integraram a postura epistemológica adotada, buscando

considerar o papel da incerteza, da contradição, do erro, da

complementaridade no processo de pesquisa. Como parâmetros auxiliares de

construção do projeto transdisciplinar foram consideradas as contribuições e

reflexões de Bergmman e colaboradores (2005) e de Hadorn e colaboradores

(2008). E, por fim, apontamentos teóricos dos autores Bourdieu e Fischler

(1995) contribuíram para lançar luz sobre algumas inferências que construímos

ao longo das análises. A contribuição deste trabalho à EAN na escola passa

por dois pontos fundamentais. Primeiro, destacamos que o conhecimento

produzido sobre o PNAE está significativamente marcado por abordagens

específicas e direcionadas, que atendem aos objetivos e pressupostos de um

grupo social com características muitos específicas, sendo, portanto necessário

incentivar novos olhares.Segundo, descrevemos como iniciativas que partem

de dentro das escolas, ou especificamente do setor/campo da Educação,

podem contribuir para a reflexão e elaboração de estratégias em EAN,

inseridas no setor/campo da Saúde.

Palavras-chave:Transdisciplinaridade. Educação alimentar e nutricional.

Programa Nacional de Alimentação Escolar. Educação em ciências.

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ABSTRACT

RANGEL, Carolina Netto. Alimentação escolar e educação alimentar e nutricional: convergências e contradições. Rio de Janeiro, 2013. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Saúde) - Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

The goal of this work was to identify the relations between school meals in

Brazil and food and nutrition education, through the transdisciplinary view of the

health education and science education. Bricolage was the methodological

design, using two large data collect methods – a realist review and a multiple

case study. The epistemologicalapproach were the understanding about

science developed by Latour (1982, 1997), the complex thinking (Morin, 2010;

Davis, 2005) and the transdisciplinarity (Nicolescu, 1999). The uncertainty, the

contradiction, the mistake and the complementarity were considered on the

research process.As transdisciplinary project building auxiliary parameters we

consider the contributions of Bergmman et al (2005) and Hadorn et al (2008).

Bourdieu e Fischler (1995) theoretical approaches also contributed to

comprehend some data analysis. The contribution of this work to the food and

nutrition has two main points. First, the knowledge built about the School Meals

Program has specific objectives and assumptions, ofdistinctsocial groups and

areas of knowledge. Thus, it is necessary to develop new approaches about

school meals. Second, the description of initiatives from schools, specifically

from the education field / sector that can contributes to elaborate food and

nutrition strategies.

Keywords: Transdisciplinarity. Food and nutrition education. School Meals

National Program. Science education.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles estiveram comigo nessa longa jornada.

Agradeço aos que sonharam o mesmo sonho que eu e me ajudaram a torná-lo

realidade.

As palavras me faltam.

À todos vocês,

Agradeço!

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“Isso de querer ser exatamente

aquiloque a gente é

ainda vai nos levar

além.”

Paulo Leminsky

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Etapas do processo de pesquisa transdisciplinar.

Figura 2. A condição onívora e suas implicações. Adaptado de Fischler (1995,

p.63)

Figura 3. Educação Alimentar e Nutricional na interface entre Educação em

Ciências e Educação em Saúde.

Figura 4. Procedimentos de busca de teses, dissertações e publicações em

periódicos.

Figura 5. Engrenagens que movem as principais recomendações sobre o

PNAE.

Figura 6. Resumo das categorias relacionadas a ações educativas.

Figura 7. Mapeamento de teorias sobre a Alimentação Escolar.

Figura 8. Informações sobre a escola em Aracaju.

Figura 9. Informações sobre a escola em Macapá.

Figura 10. Informações sobre a escola em Caxias do Sul.

Figura 11. Informações sobre a escola em Aparecida de Goiânia.

Figura 12. Informações sobre a escola em Vila Velha.

Figura 13. Cozinha e refeitório da escola em Aracaju. Merendeiras servindo os

estudantes e coordenadora pedagógica orientando sobre o comportamento nas

refeições.

Figura 14. Merendeira servindo e orientando os estudantes na escola em

Caxias do Sul.

Figura 15. Adultos e crianças juntos na hora da refeição em Aparecida de

Goiânia.

Figura 16. Horta na escola em Vila Velha. À esquerda as janelas do refeitório,

à direita o canteiro, em frente a porta que leva à cozinha.

Figura 17. Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal.

Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Recomendações quanto a Qualidade das refeições servidas no

PNAE.

Quadro 2. Recomendações referentes à Infraestrutura.

Quadro 3. Recomendações referentes às Condições de trabalho dos

profissionais envolvidos com a alimentação na escola.

Quadro 4. Recomendações referentes à iniciativas de Promoção da saúde.

Quadro 5. Recomendações referentes ao funcionamento de Cantinas

escolares.

Quadro 6. Recomendações referentes a Demandas para as Políticas Públicas

gerais ou especificamente voltadas ao PNAE.

Quadro 7. Recomendações referentes às Demandas de pesquisa, apontadas

para estudos posteriores.

Quadro 8. Recomendações referentes a Ações Educativas em Alimentação e

Nutrição.

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Distribuição anual de publicações nas áreas de Educação, Nutrição,

Saúde Coletiva, Ciência e Tecnologia de Alimentos e Diversos.

Gráfico 2. Distribuição das teses e dissertações segundo as áreas de

conhecimento e estados onde foram defendidas.

Gráfico 3. Número de publicações por ano (de 1994 a 2010).

Gráfico 4. Distribuição percentual dos artigos de acordo com a abrangência

dos estudos.

Gráfico 5. Distribuição do número de artigos por Estados e Regiões onde

foram realizados os estudos.

Gráfico 6. Distribuição dos artigos segundo instrumento de estudo utilizado.

Gráfico 7. Distribuição dos artigos segundo o tipo de estudo.

Gráfico 8. Distribuição dos artigos segundo os sujeitos pesquisados.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAE – Conselho de Alimentação Escolar

EAN – Educação Alimentar e Nutricional

EC – Educação em Ciências

ES – Educação em Saúde

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO 11

2 A PESQUISA 15

2.1 JUSTIFICATIVA E DESENHO METODOLÓGICO 15

2.1.1 Construindo o Projeto de Pesquisa 20

2.2 CONSTRUINDO O OBJETO DE PESQUISA 24

2.2.1 No início eram dois polos: natureza e sociedade (?) 24

2.3 APROXIMANDO CAMPOS: A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E A EDUCAÇÃO EM SAÚDE.

34

3 REVISÃO REALISTA DA LITERATURA 40

3.1 APRESENTANDO AS FERRAMENTAS 40

3.2 UMA VISÃO PANORÂMICA: PRIMEIRAS INFERÊNCIAS 44

3.2.1 Teses e dissertações: procedimentos de busca e perfil dos

trabalhos.

44

3.2.2 Publicações em periódicos científicos: procedimentos de busca

e perfil das publicações

48

3.2.3 Principais recomendações encontradas nas publicações 60

3.2.3.1 Qualidade das refeições. 60

3.2.3.2 Infraestrutura 61

3.2.3.3 Condições de trabalho 62

3.2.3.4 Promoção da Saúde. 62

3.2.3.5 Cantinas escolares 63

3.2.3.6 Demandas para as Políticas Públicas 65

3.2.3.7 Demandas de pesquisa 67

3.2.3.8 Ações Educativas 68

3.3 PARA ALÉM DA PANORÂMICA: MAPEANDO AS TEORIAS. 72

3.3.1 Cientificidade 74

3.3.2 Teoria Rival 76

3.3.3 Descompasso 76

3.3.4 Movimentos contrários 77

3.4. TRAÇANDO UM PLANO DE AÇÃO. 78

4 ESTUDOS DE CASO 80

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4.1 DESENHO METODOLÓGICO 80

4.2 CONHECENDO O CAMPO: ALGUNS DADOS SOBRE AS CIDADES. 82

4.2.1 Aracaju 82

4.2.2 Macapá 83

4.2.3 Caxias do Sul 84

4.2.4 Aparecida de Goiânia 85

4.2.5 Vila Velha 87

4.3 CONVERGÊNCIAS, COMPLEMENTARIDADE E CONTRADIÇÕES:

UMA SÍNTESE CRUZADA DE DADOS.

88

4.3.1 Trabalhando na cozinha: juntando conhecimento técnico-

científico com as atividades profissionais.

88

4.3.2. A comida como fonte de saúde. 95

4.3.3 Hortas escolares: ferramentas pedagógicas para aproximar

alimentação e meio ambiente.

98

4.4 DISCUTINDO POSSIBILIDADES 105

5 FAZENDO A BAINHA: CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÕES E

PERSPECTIVAS.

109

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 114

APÊNDICE A – ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM

PROFESSORES DE CIÊNCIAS.

129

APÊNDICE B – TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO

ESCOLAR ENTRE 1994 E 2008.

177

APÊNDICE C – DADOS EXTRAÍDOS DOS ARTIGOS SOBRE

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE 1994 E 2010.

186

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11

1 APRESENTAÇÃO

Narrar a trajetória dessa pesquisa me fez voltar no tempo, há quatro anos,

quando tudo começou. Mas percebi que a história começou um pouco antes, lá

naquele tempo de ser criança, onde me deparei com minha primeira grande

“questão de pesquisa”: o que você quer ser quando crescer? Minha irmã dizia que

queria ser cientista e eu dizia mesmo que queria ser bailarina. Depois de um pouco

crescida – e nunca fazer balé na vida – comecei a dizer que ia ser professora. Coisa

bonita isso de ser professora.

Eis que o tempo passou e minha irmã largou dessa vida de ser cientista logo

nos primeiros ensaios e foi se dedicar a arte. Coisa bonita mesmo éisso de ser

artista. E eu quando percebi, estava firme no caminho da ciência e aquela menina

que ia ser professora acabou cientista. Cientista não, pros iniciados é pesquisadora.

Coisa bem bonita isso de ser pesquisadora...

E pesquisador que é pesquisador conta a trajetória todinha, apesar das

controvérsias, e por escrito! Justamente. Por escrito é elaborado, revisado,

registrado para a posteridade! E nesse exercício de aprender a fazer ciência, que

me acompanha há metade da minha vida, acabei por me encantar com uma palavra

quase mágica, quase mística, quase indecifrável: transdisciplinaridade.

Depois de transitar por diversos microcosmos teóricos da química, da

nutrição, da tecnologia de alimentos, a transdisciplinaridade veio me dizer que era

possível integrar conhecimentos ou, ao menos, viver tentando. A

transdisciplinaridade começa com uma postura, uma presença de espírito, um

vasculhar constante das prateleiras mais improváveis em busca das surpresas que o

novo traz. O projeto de tese que desembocou nesse trabalho nasceu de uma

inquietação constante que sempre me fazia ficar olhando de longe A Educação,

assim com letra maiúscula, sábia e quase aterrorizante, vista pelos olhos daquela

menina que ia ser professora e virou cientista.

Como isso aconteceu? Vou lhes contar.

Da escola ao curso técnico

Os tempos de escola foram passando e no ano de 1997 ingressei no curso

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técnico em química de alimentos (no atual IFRJ antigo CEFETEC-Química, que na

ocasião ainda era a ETFQ - Escola Técnica Federal de Química!). A experiência de

estudar na “Federal de Química”, como a chamávamos, foi algo inesquecível e

engrandecedor. Eu estava então com 15 anos de idade e fui estudar à noite em uma

escola que nos tratava como adultos. Não havia inspetores, não havia restrições à

entrada e saída das salas de aula, para mim era como ingressar na universidade.

Essa formação profissionalizante funcionou como uma transiçãoescola-

universidade,mas só pude me dar conta disto muito depois. Naquele momento

aquela escola era meu futuro. A possibilidade de chegar à universidade era um

sonho distante, quase impossível, que eu preferi deixar pra sonhar depois.Aqui

começa minha entrada no mundo da ciência, passando para o outro lado do muro, o

lado dos que vivem para ver a ciência acontecendo e morrem tentando compreendê-

la.

Ao final do curso técnico, me encantava a ideia de trabalhar com comida,

aprender o que de científico havia naquilo tudo, associar isto com a indústria (afinal

de onde vinham todas aquelas coisas que comprávamos prontas?) e entender que

relação tinha com nosso corpo e a nossa saúde – me pareceu tentador.

Ingressando na Universidade

Eis que optei pela nutrição e para minha grande surpresa, meu nome estava

entre os aprovados daquele ano. Ao final do primeiro período optei por trancar a

matrícula na universidade, para concluir o curso técnico e realizar o estágio

curricular obrigatório. Com a matrícula trancada por um ano, concluí o curso técnico

e ingressei no Laboratório de Bioquímica Nutricional do Instituto de Nutrição da

UFRJ. E assim começou a vida acadêmica.

Ao final da faculdade, influenciada pelas aulas de educação nutricional tinha

vontade de iniciar alguns trabalhos nesta área e pensei em tentar o mestrado. Mas

alguns questionamentos não me saíam da cabeça quando pensava em educação

nutricional: por que na nutrição estamos sempre enfocando os alimentos in natura e

pouco sabemos sobre os alimentos processados? Que opções temos? Se os

nutricionistas não acompanharem as mudanças na produçãodos alimentos que

comemos, como poderemos pensar em educação nutricional?

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O mestrado: de onde vem essa comida?

Eis que a vida me levou ao mestrado na Rural com uma dissertação que

consistia em caracterizar a limas ácidas orgânicas biodinâmicas enquanto matéria-

prima para a produção de suco clarificado por membranas, comparando-as com

frutos de cultivo convencional, bem como a otimização do processo de hidrólise

enzimática dos sucos.Em paralelo, trabalhava em conjunto com a gestão nacional

dos projetos HarvestPlus e AgroSalud, no desenvolvimento de planos de ação para

avaliação da viabilidade de produção e introdução de alimentos biofortificados na

alimentação de populações em risco nutricional. Foi então que comecei de fato a me

aproximar de problemáticas como desenvolvimento local, agricultura familiar,

segurança alimentar e nutricional, alimentação escolar.

E então, conforme dávamos prosseguimento ao trabalho científico, iam surgindo

mais e mais conflitos éticos, étnicos, estéticos, poéticos com os quais eu não

conseguia mais lidar. O encantamento pela ciência foi se perdendo e aquele

relacionamento que tínhamos há 10 anos entrou em crise.

O doutorado: mas por que educação?

Neste período em que cursei o mestrado, a disciplina Docência no Ensino

Superior tornou-se obrigatória a todos os cursos de pós-graduação ministrados na

Rural. E lá estávamos nós, nutricionistas, veterinárias (os), engenheiros (as), sendo

lançados no mundo da desconstrução do saber...

Ao final da disciplina um conceito não me saía da cabeça: transdisciplinaridade.

E foi então que decidi tentar o doutorado no NUTES. A principal pergunta que me

fizeram, tanto na entrevista quanto depois de ingressa, foi: porque educação? Eu

não tinha, e ainda não tenho uma resposta objetiva. Aparentemente é uma mudança

de área de atuação, mas para mim é um caminho espontâneo e inevitável. Diante de

tantas sinalizações em direção à multi, pluri, inter e transdisciplinaridade, que vinha

percebendo tanto no campo da pesquisa quanto da atuação profissional, senti que

era necessário complementar minha formação.

Inicialmente, poderia descrever minha sensação de ingressar em um

doutorado destes como um verdadeiro choque cultural. Absolutamente tudo parecia

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funcionar diferente. Não falávamos a mesma língua. Contudo, com o passar do

tempo, fui começando a entender essa língua estranha e a arriscar falá-la.

Mais do que falar em integração disciplinar, viver esta integração foi algo

incrível. E perturbador. Foi como ter que colocar de lado tudo o que eu achava que

sabia, para começar a balbuciar outras formas de saber. E depois ir remontado

aquilo tudo, refazendo uma trajetória, usando cada passo como base em um

caminho escuro onde a luz só se acende debaixo dos meus pés. Isso, para mim, é

transdisciplinaridade.

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15

2 A PESQUISA

2.1 JUSTIFICATIVA E DESENHO METODOLÓGICO

Diante de nosso interesse sobre a Educação Alimentar e Nutricional (EAN)

voltamos nosso olhar para a alimentação na escola. Ao nos dispormos a investigar

este aspecto, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) se destacou

como um objeto de pesquisa extremamente relevante, devido a sua abrangência e

aos avanços em caráter de lei que ocorreram nos últimos anos.

O PNAE é um dos programas sociais mais antigos do país, sendo destinados

a este 3 bilhões de reais em 2010, atendendo a 22% da população brasileira. A

grandeza desses valores demarca a importância e abrangência deste programa, o

qual é considerado como uma das peças centrais para o efetivo estabelecimento de

uma política de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no Brasil e de afirmação do

Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) (CONSEA, 2004).

Desde junho de 2009, a partir da Lei 11.947, oPNAE passa a prever a

articulação entre a agricultura familiar, a educação alimentar e nutricional e a

educação básica. Isto se dá na medida em que o programa não só prevê o

fornecimento de refeições aos alunos, mas também estipula diretrizes que vem

ganhando cada vez mais visibilidade nas escolas. Cabe reproduzir na íntegra

aquelas que se relacionam mais diretamente a este trabalho, a saber:

Art. 2o São diretrizes da alimentação escolar:

I - o emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a sua faixa etária e seu estado de saúde, inclusive dos que necessitam de atenção específi-ca; II - a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional; III - a universalidade do atendimento aos alunos matriculados na rede pública de educação básica;

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16

IV - a participação da comunidade no controle social, no acompanhamento das ações realizadas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios para garantir a oferta da alimentação escolar saudável e adequada; V - o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais, priorizando as comunidades tradicionais indígenas e de remanescentes de quilombos; (...) Art. 13. A aquisição dos gêneros alimentícios, no âmbito do PNAE, deverá obedecer ao cardápio planejado pelo nutricionista e será reali-zada, sempre que possível, no mesmo ente federativo em que se lo-calizam as escolas, observando-se as diretrizes de que trata o art. 2

o

desta Lei. Art. 14. Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser utili-zados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultu-ra familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas.

No momento em que a formação de hábitos alimentares saudáveis e a

aquisição de alimentos da agricultura familiar tomam caráter de lei, os municípios e

as escolas se veem diante de uma série de novos desafios.

A implementação, execução e propósitos de programas de alimentação

escolar no mundo tem sido assunto de interesse de pesquisa constante. As autoras

Greenhalgh, Kreistjansson e Robinson (2007) se valeram da metodologia da revisão

realista para compilar publicações sobre avaliações dos programas de alimentação

escolar como suplementação alimentar em diversos países, tendo como principal

objetivo identificar o que, para quem e em que circunstâncias estes programas

funcionam. Como principais apontamentos da revisão destacaram três aspectos:

devem ser direcionados a crianças com deficiências nutricionais constatadas; é mais

efetivo quando projetado em parceria com a comunidade local e as intervenções são

direcionadas; e que em situações de extrema pobreza e desnutrição severa o

programa pode não trazer benefícios devido à redução da ingestão de comida em

casa, quando a criança tem a possibilidade de comer na escola. Entretanto estes

apontamentos não são conclusivos, como as próprias autoras colocam, visto que há

uma série de informações importantes que não são relatadas nos estudos primários

a que tiveram acesso. Propõem, portanto, que estudos descritivos, teóricos e

literatura ‘cinza’ sejam incorporados a revisão para enriquecer a análise e trazer

novos pontos de vista. Além disso, é importante destacar que neste caso foram

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17

avaliados apenas os aspectos assistenciais, direcionados à suplementação

alimentar de crianças em risco nutricional. Desta forma, a garantia do direito à

alimentação, independente de condição social, não foi abordada.

No Brasil, este caráter exclusivamente assistencialista atribuído à alimentação

escolar tem sido colocado em questão frequentemente, o que resultou no avanço de

propostas que ampliem o foco de ação do PNAE, como pudemos perceber na lei

citada acima. Diante dos apontamentos colocados por Greenhalgh, Kreistjansson e

Robinson (2007), cabe a questão: e no Brasil, como, o que, para quem e em que

circunstâncias o PNAE funciona? Entendendo que a alimentação escolar constitui

um direito do aluno, independente de situações de risco nutricional, nos propusemos

a realizar uma revisão da literatura, visando uma análise crítica do PNAE no Brasil,

abrangendo os últimos 17 anos de sua execução (1994-2010).

A revisão de literatura convencionalmente utilizada em trabalhos de tese foi

realizada no formato de uma revisão realista, segundo descrito por Ray Pawson e

colaboradores (2005). Entendemos que, desta forma, foi possível não só apresentar

o estado da arte do objeto de pesquisa nos últimos anos, mas também destacar

algumas inferências que nos possibilitaram pensar o trabalho de campo e as

análises de dados posteriores.

Descreveremos os procedimentos detalhados em cada uma das etapas e as

principais inferências destacadas da análise destes dados. Ao final de cada etapa

faremos um breve apanhado geral sobre o que concluímos naquele momento e

apontaremos a direção em que estas conclusões parciais nos conduziram.

Para apresentar ao leitor os passos seguidos na construção destas análises,

utilizaremos a metáfora da “colcha de retalhos”, inspirada na bricolagem como

metodologia de pesquisa em educação, pautada no pensamento complexo,

apresentada por Joe L. Kincheloe e Kathleen S. Berry (2005). Estes autores, ao

tratarem da pesquisa em educação, desenvolveram o conceito de bricolagem,

elaborado por Denzin e Lincon (2000), como ferramenta metodológica para a

pesquisa a partir da complexidade. Nesse sentido a bricolagem admite a pesquisa

como experiência humana, e como tal, admite que esta é marcada por incertezas e

que o estabelecimento da ordem nem sempre é algo simples. Os

bricoleurstrabalhariam então, nos limites interdisciplinares, buscando perspectivas

múltiplas, evitando o conhecimento monológico e considerando que uma pesquisa

torna-se cada vez mais rigorosa, conforme aumenta seu caráter multidimensional.

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Fazendo uso de alguma licença poética, estas conclusões e próximos passos

serão apresentadas dentro de quadros pontilhados e serão denominadas,

respectivamente, de arremates e fios soltos. O pontilhado vem com a intenção de

representar esta costura feita a mão e ao mesmo tempo nos deixar ver que os

limites que estabelecemos tem espaços entre eles, lacunas em aberto que estão

para além do objeto que estamos estudando e talvez para além do que pode ser

compreendido cientificamente.

Começamos a montar esta colcha a partir de uma visão geral, da organização

harmônica de cada retalho, lado a lado. Esta visão geral foi o que chamamos de

panorâmica, como uma fotografia que agrupa em uma única imagem os pedaços de

tecido anteriormente recortados. Os fios condutores são as linhas utilizadas nessa

costura, cuidadosamente escolhidas de acordo com o conjunto de retalhos que

estávamos cosendo.

Conforme avançamos na análise da revisão realista elementos decorrentes

de estudos de caso foram sendo inseridos no texto, de modo a fazer a articulação

entre aquilo que percebermos nas publicações científicas e aquilo que observamos

nos trabalhos de campo.

Estes estudos de caso foram realizados baseados na metodologia proposta

por Yin (2010), devido a possibilidade de utilizar diversos métodos de investigação e

comparar diferentes casos com o objetivo de compreender um fenômeno

multifacetado. Foram feitos estudos de caso múltiplos, onde cada cidade

representava um contexto e cada escola um caso. Os diferentes atores sociais

integraram as unidades de análise, enquanto que materiais educativos, documentos

e dados de observação sistemática integraram as subunidades de análise.

Ao longo da análise de dados, que ocorreu em paralelo com o andamento da

revisão realista, foram sendo destacados aqueles que mais se afinavam com o

propósito desta tese, visto que uma coleta de dados de tamanha dimensão extrapola

os limites de um trabalho individual. Desta forma, as entrevistas com os professores

foram selecionadas como ponto de partida. Estas entrevistas semiestruturadas

foram realizadas ao final do período de observação nas escolas (10 a 15 dias), a

partir da pergunta inicial: você poderia me contar a quanto tempo você leciona e

como chegou até esta escola? Deste modo foi possível ter acesso à trajetória de

cada professor o que nos ajudou a compreender melhor aquilo que eles traziam para

as práticas pedagógicas que relatavam em relação a alimentação. Ao longo da

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conversa, foram sendo introduzidas perguntas que buscavam perceber quais

relações os (as) entrevistados (as) percebiam entre o currículo e a alimentação

escolar, dando continuidade de acordo com os pontos de vista destacados por cada

entrevistado (a).

Desta forma, podemos descrever o desenho metodológico deste trabalho

como uma bricolagem (Kincheloe e Berry, 2005) a partir de dois grandes métodos de

coleta de dados – uma revisão realista (Pawson et al, 2005) e estudos de caso

múltiplos (Yin, 2010). Os apontamentos de Latour (1982, 1997) sobre a Ciência, o

pensamento complexo (Morin, 2010; Davis, 2005) e a transdisciplinaridade

(Nicolescu, 1999) integraram a postura epistemológica que adotamos diante deste

trabalho, buscando considerar o papel da incerteza, da contradição, do erro, da

complementaridade no processo de pesquisa. Como parâmetros auxiliares de

construção do projeto transdisciplinar foram utilizados o manual e o handbook

publicados por Bergmman e colaboradores (2005) e por Hadorn e colaboradores

(2008), respectivamente. E, por fim, apontamentos teóricos dos autores Bourdieu e

Fischler (1995) contribuíram para lançar luz sobre algumas inferências que

construímos ao longo das análises.

Desta forma, devemos explicitar que o objeto de pesquisa não foi estudado a

partir de um único recorte e uma única linha teórica. A tentativa deste trabalho

consiste em perceber como diferentes recortes se harmonizam (ou não) a partir de

linhas teóricas que se complementam ou se contradizem.

Este tipo de narrativa, que pretende ensaiar um exercício de

transdisciplinaridade em pesquisa, traz consigo uma característica mutável. De

acordo com o retalho, o recorte, a estampa, a linha teórica, o leitor pode perceber

alguma mudança de tom no texto. Vez em quando, os dados descritos em tom de

rigor metodológico poderão ser interceptados por uma voz mais branda, quase

informal, talvez um pouco confusa. Esta voz pretende incorporar ao texto aquilo que

Edgar Morin chamaria de incerteza, erro e contradição na tão almejada

complexidade. Pretende deixar visível o processo de inscrição a que Latour se refere

quando pensa a criação de um texto científico, porém sem deixar de lado alguma

cientificidade estruturada que cientistas sociais como Bourdieu propõem. Uma

aprendiz pede licença para correr alguns riscos e certamente cometer alguns erros,

inerentes a ousadia e a ingenuidade própria dos aprendizes.

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2.1.1 Construindo o Projeto de Pesquisa

Os critérios para o desenvolvimento de um projeto transdisciplinar variam de

acordo com a circunstância a ser estudada e portanto, não são rígidos, de modo que

se torna possível manter aberto o espaço para a diversidade. Contudo, Bergmamm

e colaboradores (2005) apresentam algumas características que podem nos ajudar

a identificar projetos desta natureza, como apresentado abaixo:

A pesquisa transdisciplinar...

... retoma problemas ou questões da vida diária;

... descreve resultados referentes às questões de pesquisa e ao tratamento dado a

estas, aciona campos científicos e disciplinas conforme for mais adequado para o

problema (diferenciação) e, transita através das fronteiras entre disciplinas e campos

no endereçamento das questões;

... baseia-se em conhecimentos da prática, que são necessários para o tratamento

adequado das questões e estabelece um relacionamento com a prática que sirva ao

desenvolvimento e à implementação de estratégias direcionadas aos diversos atores

(actor-oriented) de forma adequada ao problema;

... no decurso do projeto, assegura a compatibilidade entre as partes do projeto e as

partes do trabalho prático, realiza a integração transdisciplinar do conhecimento

científico, e assim conecta este último aos conhecimentos da prática de modo

adequado (integração transdisciplinar 1);

... tem como finalidade formular um conhecimento científico novo ou questões e/ou

estratégias práticas relevantes para ação ou soluções (integração transdisciplinar 2)

e para trazê-los para os discursos, para o âmbito das práticas e da ciência

(intervenção).

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Estes são alguns elementos relacionados à construção do projeto de

pesquisa que podem nos auxiliar nesta trajetória. Esta tese foi construída a partir de

um projeto maior, inserido no grupo do Observatório da Educação – Núcleo local

Nutes/UFRJ, intitulado “Mapeamento e delimitação da Alimentação Escolar no

Brasil: conhecendo e discutindo oportunidades no campo da Educação Alimentar e

Nutricional”; financiado pela CAPES/INEP, CNPq e Faperj. Na Figura 1 estão

descritos algumas etapas gerais que podem ser percebidas em projetos de pesquisa

transdisciplinares, nos auxiliando à situar este trabalho no contexto do grupo de

pesquisa em que foi realizado. Apesar deste modelo não ter sido utilizado a priori no

planejamento dos projetos, há semelhanças importantes entre este e a trajetória que

descreveremos ao longo da tese.

A partir da aprovação daquele projeto maior, deu-se início a fase A (Figura 1)

com a formação da equipe, constituída de 23 pesquisadores, entre alunos de pós-

graduação e graduação, bem como professores do ensino básico e superior,

advindos de diferentes áreas e subáreas de conhecimento: biologia, nutrição,

veterinária, artes, sociologia, antropologia, gastronomia, educação, jornalismo e

matemática. Por intermédio de reuniões periódicas com a finalidade de estudar

problemas do dia a dia e problemas científicos referentes à Educação Alimentar e

Nutricional e ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, foram sendo

construídos os objetos de pesquisa em comum. Considerando que a formação desta

equipe multidisciplinar ocorreu no âmbito do programa de pós-graduação, cada um

dos pesquisadores teve a possibilidade de desenvolver suas teses e dissertações a

partir de suas afinidades e das relações que percebiam com suas áreas de

conhecimento de origem, processo que guarda um paralelo com a fase B (Figura 1).

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Figura 1. Etapas do processo de pesquisa transdisciplinar.

Ocorreu, portanto, o que Bergmann e colaboradores (2005) descrevem como

“geração de conhecimento disciplinar/interdisciplinar – compatibilidade entre partes

do projeto”, na medida em que trabalhos com diferentes abordagens foram sendo

gerados em torno de temáticas semelhantes, considerando o contato frequente e a

troca de ideias entre a equipe.

A fase C consiste na etapa mais desafiadora, onde ocorre a integração

transdisciplinar destes conhecimentos, podendo gerar ímpetos de transformação do

dia a dia relacionado a este, bem como abre a possibilidade para a inovação

científica. Dentro do projeto do Observatório demos início a este processoa com um

projeto de extensão “Alimentação e saúde na escola: uma abordagem

transdisciplinar”, financiado pelo PIBEX. Atualmente isto tem ocorrido por intermédio

de dois projetos de extensão financiados pela FAPERJ e pelo PIBEX (“Chefs na

Escola: recriando a merenda” e “Horta escolar urbana: espaço para a construção de

práticas educativas inovadoras para a educação em ciências e saúde”) e pela

produção de materiais didáticos (a série de vídeos “Caminhos da Alimentação

Escolar” e o livro “Interseções de alimentação e arte: reflexões sobre escola, cultura

e sociedade” de Juliana Dias e Alexandre Brasil Fonseca).

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Este projeto de tese, desenvolvido ao longo de 4 anos, teve como pano de

fundo um contexto de trabalho que se assemelha às fases A e B, onde diversos

pesquisadores trabalharam juntos e de alguma forma participaram direta ou

indiretamente da construção da proposta. O desafio da integração transdisciplinar

com potencial transformador permanece em aberto, não podendo ser esgotado

nesta tese que consiste em um primeiro ensaio, autoral e solitário, como as teses

pretendem ser.

Desta forma, podemos assinalar que o exercício da transdisciplinaridade se

iniciou desde a delimitação do objeto de pesquisa, diante da necessidade de

articular questões advindas de diferentes áreas de conhecimento científico, além

daqueles advindos das práticas vivenciadas nas escolas, onde fervilhavam os

problemas do dia a dia.

Portanto, podemos dizer que o objetivo geral deste trabalho foi identificar as

relações entre a alimentação escolar no Brasil e a educação alimentar e nutricional,

sob uma perspectiva transdisciplinar a partir da educação em saúde e da educação

em ciências. Para isto, foi necessário cumprir alguns objetivos específicos, a saber:

- Construir aproximações teóricas entre os campos da educação em saúde e da

educação em ciências;

- Avaliar criticamente o estado da arte sobre o Programa Nacional de Alimentação

Escolar;

- Identificar teorias e pressupostos que compõem a produção científica sobre o

tema;

- Identificar teorias e pressupostos que compõem o campo das práticas escolares

relativas ao tema;

- Articular os conhecimentos construídos sobre os campos científicos com aqueles

referentes o campo das práticas;

- Relacionar as inferências feitas sobre o PNAE àquelas referentes à Educação

Alimentar e Nutricional na escola;

- Apontar alguns dos limites e possibilidades decorrentes deste mapeamento,

considerando contradições, complementaridades e incertezas.

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2.2 CONSTRUINDO O OBJETO DE PESQUISA

2.2.1No início eram dois polos: natureza e sociedade (?)

Surge uma primeira questão quando começamos a almejar a integração de

aspectos biológicos (referentes a natureza) e aspectos culturais (referentes a

sociedade): esta divisão existe de fato? Para iniciar este debate é preciso repensar o

que entendemos por Ciência, para que só então possamos situá-la como elemento

chave para compreender a Alimentação na atualidade. Para tal, nos valemos do

olhar de Bruno Latour sobre Ciência.

Por volta da década de 1980, com as ciências sociais e humanas

consolidadas como conhecimento científico, Latour dedica-se a olhar “de fora” a

produção do conhecimento em ciências naturais. Por dois anos Latour conviveu,

observou, registrou e sistematizou o cotidiano de um laboratório de

neuroendocrinologia, elaborando seis conceitos centrais sobre a atividade científica:

construção, agonística, materialização, credibilidade, circunstâncias e ruído (Latour,

1986).

A construção refere-se à produção dos fatos e artefatos, onde a realidade

seria consequência e não a causa desta construção. Sendo assim, a atividade do

cientista não se ocupa da realidade, mas sim de operações realizadas sobre

enunciados, gerando controvérsias e, portanto, um campo agonístico.

Estabilizar estes enunciados dentro do campo agonístico é um dos objetivos

da prática científica e quando isto é alcançado ocorre a materialização ou reificação.

Desta forma, um enunciado produzido intelectualmente em um dado momento, será

materializado mais adiante, seja sob a forma de um equipamento ou um

investimento na indústria, por exemplo.

Entra aqui o conceito de credibilidade, onde a reificação dos fatos depende de

questões externas à prática no laboratório, como a carreira dos pesquisadores e as

decisões de organismos financeiros. Um fato aceito pela comunidade científica será

materializado e sua objeção se tornará cada vez mais cara. Além disso, um

pesquisador pode adquirir uma posição de alta credibilidade, onde dificilmente será

confrontado.

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Associado a isto há as circunstâncias, que seriam “tudo o que está à volta”,

questões aparentemente externas à prática científica, mas que influenciam

diretamente no que será considerado válido ou não para a Ciência.

E por fim, o conceito de ruído, estreitamente relacionado com a questão da

dúvida. Quando um enunciado é elaborado, diversos outros igualmente prováveis

precisam ser descartados, e há a produção de ruído quando se assume uma postura

onde “você também poderia dizer que...”. Evitar esta abertura de possibilidades é

uma das finalidades da produção de enunciados científicos, e assim, convencer a si

e aos pares de que o enunciado elaborado é o único viável.

Dá-se, portanto, a “criação da ordem a partir da desordem”, onde a atividade

científica reside na noção de inscrição, uma operação material de criação de ordem.

Escrever o que se observa experimentalmente no laboratório requer inúmeras

habilidades técnicas, e os objetos de estudo surgem concretamente só após essa

fase experimental. Desta forma, um determinado aminoácido, por exemplo, só existe

concretamente após ter sido detectado por um equipamento com alta especificidade,

de modo que seja possível classificá-lo (Latour, 1986).

É comum que a imagem da Ciência esteja envolta por uma aura de ordem e

controle, importante para atribuir validade a seus resultados. Contudo, é importante

ter em mente que esta ordem aparente emerge a partir da desordem e que a prática

científica consiste fundamentalmente em criar “realidades” que não existem a priori.

Isto não significa dizer que a ciência não trabalha com o “mundo real”, mas que pode

ser vista como uma das formas de se interpretar este mundo.

Além de se propor a entender o misterioso cotidiano de um laboratório de

neuroendocrinologia, considerando o caráter pontual de uma análise antropológica

dos fatos, Latour foi um pouco adiante. Chega a concluir que não há grandes

distinções entre os métodos das “ciências duras” (naturais) e das “ciências moles”

(sociais e humanas), deixando isto evidente no trecho abaixo, onde se refere a suas

atividades e as dos cientistas que pesquisava:

A semelhança essencial entre elas era que estavam engajados no mesmo ofício. As diferenças podiam ser explicadas em termos de recursos e de investimentos, sem que fosse preciso apelar para quaisquer qualidades exógenas à natureza da atividade. (LATOUR, 1986, p. 296)

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Essas reflexões sobre a natureza da Ciência põem em xeque uma visão única

e consolidada de Ciência, capaz de prever e comprovar fatos que existem a priori.

Buscando desviar do relativismo que esta postura pode acarretar, Latour (1991)

introduz o conceito de universalismo em rede que admite a universalidade de alguns

conhecimentos, porém busca entender por que estes adquiriram um caráter

universal, desvendando as circunstâncias em que um fato científico foi aceito como

“lei”, seguindo as redes de práticas e instrumentos envolvidas nesta construção. Na

ciência construída desta forma:

...existe um fio de Ariadne que nos permitiria passar continuamente do local ao global, do humano ao não humano. É o da rede de práticas e de instrumentos, de documentos e traduções. Uma organização, um mercado, uma instituição não são objetos supralunares feitos de uma matéria diferente daquela de nossas relações locais sublunares. A única diferença vem do fato de que os primeiros são compostos por híbridos e, para sua descrição, precisam mobilizar um grande número de objetos. (LATOUR, 1991, p. 119)

O universalismo em rede nos permite retirar a Nutrição do centro das ques-

tões sobre Alimentação. Ao invés disso, a Nutrição passa a compor um quadro em

pé de igualdade com a Comensalidade, contribuindo com “a parte que lhe cabe”

dentro das dinâmicas sociais complexas que se concretizam no âmbito da Alimenta-

ção. Isto nos permitiria dar mais um passo para transpor, ao menos em teoria, as

limitações que o cientificismo e a tecnocracia nos impõem – por intermédio de nossa

própria prática científica e tecnológica – e repensar a imposição da norma em Ali-

mentação?

Contudo, porque nos interessa recorrer a estas discussões? A resposta está

no fato de que, invariavelmente, ao pensarmos em educação alimentar e nutricional

(EAN) em algum momento lançamos mão de conceitos cientificamente construídos

no âmbito de uma prática científica – a da Nutrição. Isto nos impõe um paradoxo, a

medida que tomamos estes conceitos como parâmetros para intervir na vida

concreta. O problema consiste em: ao mesmo tempo em que percebemos que estes

conceitos não são suficientes nas dinâmicas da vida concreta, não podemos renegá-

los, uma vez que correspondem a uma suposta verdade científica. Diante disto,

passamos a buscar novos conceitos, relacionados a outras dimensões da vida

como, por exemplo, os conceitos de Cultura Alimentar. Com isso, é como se fosse

possível abarcar a realidade, mas mantêm-se dois pontos delicados do problema.

Um deles é que a Cultura, em diversos momentos, questiona o que as ciências

naturais afirmam como verdade. O outro é que precisamos manter em mente que ao

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falarmos de Cultura não estamos falando dela em si, estamos falando das

construções das ciências humanas sobre ela. Assim, entre as ciências naturais e a

ciências humanas, continuamos transitando entre formas científicas de produzir

conhecimentos.

Nesse sentido, Latour (1994) traz o conceito de simetria com o qual se propõe

a olhar para ambos – tanto “as coisas em si” das ciências naturais, quanto “os ho-

mens entre eles” das ciências humanas – construídas a partir de uma ideia de Mo-

dernidade. Na Constituição Moderna imperam dois polos marcados e opostos: de

um lado a natureza, de outro a sociedade. Ambas são transcendentes e imanentes,

aceitam e renegam a Deus, alternando estas garantias de forma a manter sempre a

invencibilidade teórica da Ciência – aquela que advoga e defende causas ao deter

as causas de todas as coisas, humanas e não humanas.

O que nos mantém crendo nisto é a temporalidade moderna - onde o passado

é abandonado para sempre - e a mediação dos cientistas é invisível. Onde toda a

história das coisas é apagada. Em nosso mundo moderno as coisas simplesmente

surgem, prontas, acabadas e todo o trabalho de construção das ideias e ideologias

científicas é deixado em um passado que não pode ser acessado. Artigos científicos

são produzidos aos milhares, apresentando dados gerados a partir do que Latour

chama de trabalho de purificação. Um nutriente é descoberto, não pode ser contes-

tado. Uma prática alimentar é trazida a tona, não pode ser mudada. No meio disto,

os discursos aparecem como formas de mediação, mas não dão conta de abarcar

estes polos. No fim, resta a imobilidade e a sensação moderna tão familiar de que

tudo está sob controle mas alguma coisa não vai bem. Sua grande conclusão a este

respeito é drástica: jamais fomos modernos. Esta separação por si só, nunca existiu

de fato.

Latour (1994) defende então que esta polarização do conhecimento,

característico da Modernidade dá margem a formação de híbridos ou quase objetos,

que se encontram nos espaços entre estes extremos. Tomando isto como ponto de

partida pode-se vislumbrar alguns caminhos novamente. Esta Nutrição que

produzimos em laboratório não está desvinculada de nossas concepções de

Sociedade, Política ou Cultura. Ao mesmo tempo, esta Cultura Alimentar que

buscamos compreender não se dá para além de nossas ideias sobre Ciência,

Progresso ou Natureza.

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Podemos agora pensar a Alimentação enquanto um quase objeto, um híbrido

situado entre a Nutrição e a Comensalidade. Portanto, a Nutrição enquanto Ciência

é construída e constrói os contextos sociais onde a Alimentação acontece permeada

pela Comensalidade que representa e é representada pela Cultura Alimentar.

Dimensões aparentemente opostas, contraditórias, irreconciliáveis tornam a

surgir como simultâneas, complementares, inter-relacionadas. E conforme

caminhamos nesta direção, assumindo este caráter indissociável que nossa própria

cultura científica supostamente moderna nos ensinou a renegar, começamos a

vislumbrar o que mais poderíamos construir se conseguíssemos de fato trabalhar

considerando os conceitos de complexidade e transdisciplinaridade.

No âmbito do complexo, do transdisciplinar, o paradoxo se dilui, perde força,

torna-se algo inerente a nossa própria cultura científica sendo portanto algo do qual

não podemos fugir, mas com o qual podemos lidar. A contradição, a simultaneidade,

a incerteza, se estabelecem e ganham seu lugar. A transdisciplinaridade passa a ser

uma brecha que se abre para olharmos para nós mesmos produzindo ciências,

questionando ciências e vivendo com ciências. A “Ciência com Consciência” de Mo-

rin se resignifica, tomando a forma de lucidez.

Seguimos então com Fischler (1995) transpondo a “Grande Muralha” que se-

para o homem biológico e o homem social, buscando adotar “uma atitude transdisci-

plinar e ‘integradora’, ou melhor: uma atitude indisciplinar.” (Fischler, 1995. p. 22).

Para Claude Fischler (1995), ao abordar a Alimentação, a oposição

natureza/cultura consiste em um falso dilema. Os sistemas culinários são regidos

por uma complexidade “às vezes extravagante”, consistindo em diversas dinâmicas

que regem as variações do consumo de alimentos e das práticas culinárias. Neste

sentido, é desnecessária a polarização entreabordagens “funcionalistas-

adaptacionistas” – regidas pelo determinismo biológico – e àquela “estruturalista-

culturalista” – regida por uma espécie de arbitrariedade cultural, podendo ser

compreendida somente dentro da lógicaintrínseca de uma dada cultura.

A compreensão do fenômeno alimentar humano implicaria, portanto, a

necessidade de abordagens transdisciplinares, que demandassem conhecimentos

advindos de diversas disciplinas, e da articulação destes com o âmbito das práticas.

Nos chama atenção um apontamento feito por Fischler (1995) sobre a condição

onívora inerente a humanidade. Esta seria uma primeira particularidade, de caráter

biológico e absolutamente essencial, do qual deriva um paradoxo de ordem

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fisiológica, comportamental e cognitiva. Tal situação daria origem ao que chamou de

Paradoxo do Onívoro, onde a necessidade de inovação inerente às esta condição é,

ao mesmo tempo, perigosa e necessária, resultando em um estado de ansiedade do

indivíduos ou grupo de indivíduos onívoros.

Expliquemos melhor. A condição onívora proporciona, em primeira instância,

liberdade, autonomia, adaptabilidade - em contraste com animais não onívoros - o

onívoro é capaz de subsistir graças a uma multiplicidade de alimentos e regimes

alimentares possíveis, podendo inclusive adaptar-se a situações em seu entorno. O

onívoro humano adota uma extraordinária variedade de regimes alimentares,

podendo sobreviver ao desaparecimento de algumas espécies das quais se

alimentava, além de poder viajar, mudar de ecossistema (Fischler, 1995).

Contudo, ao mesmo tempo, está associada a esta liberdade uma coação: a

dependência da variedade. Animais não onívoros são capazes de retirar toda sua

subsistência de uma única fonte alimentar – o que pode lhes condenar a extinção na

ausência desta –portanto não tem a necessidade de variar entre diversos alimentos.

O onívoro, por sua vez, é biologicamente incapaz de suprir todas as suas

necessidades alimentares a partir de uma única fonte, por toda sua vida. Humanos,

decerto, necessitam de um mínimo de variedade.

Nesta contradição consiste o paradoxo do onívoro. Dependente da variedade,

há um impulso para a diversificação, a inovação, a exploração de possibilidades, à

mudança - neofilia. Simultaneamente, por outro lado, está obrigado à prudência, à

desconfiança, ao conservadorismo alimentar, uma vez que todo alimento novo ou

desconhecido apresenta um perigo em potencial – a neofobia. Nesta tensão neofilia-

neofobia se situa o paradoxo, que todo onívoro vive a resolver, fonte inesgotável de

certa ansiedade (Figura 2).

Entretanto, a despeito do que possa parecer, esta não é uma condição

aprisionante, e o onívoro desenvolve importantes estratégias para conviver com isto.

Utilizando o exemplo do estudo desenvolvido por Paul Rozin (1976), Fischler (1995)

aponta algumas saídas. Os ratos – igualmente onívoros – elegem os alimentos a

partir da ingestão de um alimento novo e a percepção da reação de mal-estar

digestivo que se segue a ingestão, ou não. Desta forma, há uma característica de

aprendizagem, daquilo que provoca ou não mal-estar e portanto, pode ou não pode

ser adicionado a seu regime alimentar, uma vez que estes animais só se dispõem a

testar um alimento novo por vez. Contudo, esta não é apenas uma estratégia

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individual, sendo observado que os ratos lançam mão de uma série de informações

derivadas da interação com seus congêneres, o que caracteriza uma aprendizagem

social.

Todavia, em humanos a situação é mais complexa do que isto. Diante da

contradição liberdade/coação abrem-se diversos caminhos possíveis. Considerando

a liberdade, há inúmeras possibilidades de eleição, que levam à inovação e a

mudança, caracterizando a flexibilidade, a adaptabilidade da condição.

Simultaneamente, em paralelo, há a coação, representada pela necessidade de

diversas fontes de nutrientes, que torna a inovação indispensável. Na medida em

que inovar é preciso, surgem os critérios de eleição (biológicos ou outros), e é nesta

dimensão que pretendemos nos ater (Figura 2). A aprendizagem – individual e social

– da qual os onívoros lançam mão para definir seus critérios de eleição demanda

muitos aspectos, quando se trata de humanos.

Diante da relevância que a ciência conquista nos processos decisórios da

humanidade ao longo dos últimos séculos, nos pusemos a pensar se a

aprendizagem de conceitos científicos estaria sendo utilizada atualmente como uma

estratégia social, coletiva, para a definição de critérios de eleição de alimentos.

Desta forma, a Educação em Ciências (EC), formal e informal, bem como as

iniciativas de divulgação científicadesempenhariam um papel de destaque.

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Figura 2. A condição onívora e suas implicações. Adaptado de Fischler (1995, p.63)

Fernandez e Silva (2008) avaliaram as noções conceituais de professores de

1ª a 4ª séries sobre grupos alimentares, buscando identificar a atualização destes

conceitos e os materiais mais utilizados como fonte de referências sobre o assunto.

As autoras apontaram a necessidade de atualização dos conceitos de grupos de

alimentos (energéticos, energéticos extras, reguladores e construtores), já que

apesar de identificá-los, os professores fazem poucas associações entre os

alimentos que compõem estes grupos e suas funções no organismo humano.

Ressaltam ainda, que os professores tiveram dificuldades para responder de forma

adequada sobre alimentos ricos em açúcares e gorduras, destacando os alimentos

proteicos (construtores) e os ricos em vitaminas e minerais (reguladores) e

associando estes mais facilmente às suas respectivas funções.

Chama atenção neste caso, o pressuposto de que é necessário que os

professores de ciências do ciclo básico dominem conhecimentos conceituais de

nutrição, para que os ensinem aos seus alunos e assim contribuam para a promoção

da saúde destes. Seguindo esta tendência em concentrar os olhares sobre o ensino

Biológicos

Inovação indispensá-

vel

Critérios de eleição:

Outros

A condição onívora:

Nutrientes: diversidade das fontes

Coação Liberdade

Flexibilida-de, adapta-

bilidade

Inovação e mudanças-possíveis

Eleição

EC

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de nutrição nas escolas, Gonzalez e Paleari (2006) buscaram avaliar os

conhecimentos de alunos de escolas públicas e particulares sobre o processo de

digestão-nutrição. Isto se deu a partir da análise de desenhos e textos elaborados

pelos alunos, descrevendo o sistema digestório, seus componentes e suas funções.

Foram apontadas graves inadequações conceituais, atribuídas a duas principais

hipóteses: a atuação inadequada do professor e/ou o analfabetismo funcional,

literário e científico dos alunos. A partir destas inadequações as autoras afirmam que

"(...) com a ausência de um conhecimento científico significativo, serão frustradas as

propostas que visem a adoção de dietas que incluam itens alimentares estranhos a

seus hábitos, mas imprescindíveis à boa saúde."

Esta afirmação parece sinalizar a crença de que através do ensino de

ciências, pode-se operar mudanças conceituais nos indivíduos, substituindo as ditas

"concepções alternativas" e levando-os a tomar decisões acertadas sobre suas

vidas. Observando os avanços nas pesquisas em ensino de ciências percebe-se

uma queda considerável nos estudos que enfocavam concepções alternativas e

mudança conceitual, que sofreram duras críticas, levando a um redirecionamento

destas pesquisas buscando uma compreensão mais ampla do assunto (Delizoicov,

2004). Indo nesta mesma direção, Cachapuz et al. (2008) observaram a expressiva

redução de investigações sobre a aprendizagem de conceitos, na produção

científica internacional em educação em ciências, acompanhada de um avanço nos

enfoques calcados na filosofia e sociologia da ciência e em abordagens

multidisciplinares.

Apesar disto, nos artigos sobre EAN pesquisados percebemos ainda um foco

marcante na relação entre a aprendizagem de conceitos científicos e a manutenção

da saúde. Calcados nesta ideia, Souza e Vilas Boas (2004), p. ex., avaliaram a

eficácia de duas técnicas pedagógicas (um texto de conotação literária e um teatro

de fantoches) para ensinar às crianças da 3ª série do ciclo básico de uma escola

municipal na zona rural de Minas Gerais, sobre a importância de alimentos ricos em

vitamina A. Para isto, aplicaram um questionário, antes e depois das atividades

pedagógicas, para avaliar os conhecimentos dos alunos sobre hipovitaminose A,

suas causas e consequências. As autoras concluíram que "(...) pelos resultados

obtidos, verificou-se que ocorreram mudanças significativas de conhecimento em

relação aos conceitos de vitamina A, alimentos ricos nesta vitamina e doenças

causadas por esta carência." Apesar desta conclusão, observaram que "a ingestão

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desses nutrientes pela população estudada ainda é inadequada", fato que atribuíram

a “(...) possíveis tabus alimentares e a desinformação sobre os valores nutritivos

desses alimentos". Podemos perceber nesse caso, que apesar de estar em busca

de "métodos alternativos de ensinar saúde na escola", aparece subentendida aqui a

ideia da educação científica corretiva.

Ainda buscando esta relação entre ciência, saúde e educação, pode-se

pontuar o trabalho de Oliveira (2008), que visou avaliar um material didático. A

autora apontou diversas inconsistências pedagógicas, a presença de aspectos

relacionados à discriminação racial e de erros conceituais relacionados a

alimentação e nutrição.Analisando o conteúdo científico das cartilhas, a autora frisa

que "nem sempre os quadrinhos são a forma mais adequada para o registro de

informações científicas" e que, portanto, haveria dúvidas se estas cartilhas seriam

instrumentos apropriados para esta ação educativa.

Este questionamento, que fundamenta a análise desenvolvida pela autora, se

dá a partir do próprio objetivo do projeto que desenvolveu as cartilhas (Criança

saudável - educação dez", do MDS), que segundo Oliveira (2008) "(...) pretendiam

produzir e difundir conhecimentos científicos específicos relacionados a alimentação

e nutrição, para um público bem definido - estudantes das séries iniciais do

ensino fundamental - e em uma circunstância específica - para o professor

trabalhar os temas com os alunos." (grifos originais) e "destina-se a promover a

educação alimentar e nutricional de escolares das séries iniciais do ensino

fundamental de escolas públicas".

Contudo, se o objetivo das cartilhas era promover EAN, porque se calcam

apenas na transmissão de conceitos científicos? A ideiada ignorância alimentar,

estabelecida na pesquisa nas décadas de 1980 e 1990, conforme descrito por Lima

et al (2003), e tida como matriz justificadora da educação alimentar aparece aqui

mais uma vez como fator determinante para hábitos considerados não saudáveis.

Por outro lado, Booget al (2009) concluíram que a aceitação das cartilhas foi

considerada satisfatória pelos professores, que valorizaram o caráter informativo das

mesmas.

Esta valorização da aprendizagem de conceitos científicos em EAN,

observada em diversas publicações, guarda relações estreitas com a formação dos

profissionais de saúde e a centralidade que as ciências naturais têm ocupado. O

relacionamento estreito entre as ciências e a saúde não se dá apenas no campo da

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biologia, mas também nas demais ciências como a física e especialmente a química.

Em estudo realizado em 2008 com 809 graduandos em nutrição em 12

universidades da cidade do Rio de Janeiro, Frozi & Fonseca (2010) concluíram que

estes estudantes têm uma percepção da Química como uma das disciplinas mais

importantes em sua formação, enquanto a Sociologia e a comunicação foram

consideradas as disciplinas menos relevante para seu futuro profissional.

Em contraste, dentre estudantes espanhóis foi observado o contrário. As

disciplinas de Sociologia e Psicologia foram consideradas as mais importantes,

enquanto a Química esteve entre as de menor destaque, à frente apenas da

Estatística. Esta característica dos estudantes de nutrição brasileiros esteve

relacionada a um bom desempenho em Química durante o ensino médio,

característica relatada pelos próprios estudantes e que lhes permitiu o acesso à

universidade. Na formação em saúde no Brasil, a Química ocupa um lugar central, o

que aparece expresso pela matriz curricular, é reafirmado pelos professores e aceito

pelos estudantes (Frozi & Fonseca, 2010).

Uma análise preliminar das publicações nos permite identificar um importante

ponto de partida: o ensino de conceitos científicos como pressuposto fundamental

para a educação alimentar e nutricional na escola. Cabe portanto, analisar os limites

e possibilidades deste tipo de premissa.

2.3 APROXIMANDO CAMPOS: A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E A EDUCAÇÃO EM

SAÚDE

Ao estudar estas relações entre a Educação em Ciências (EC) e a Educação

em Saúde (ES), mais especificamente a EAN, percebemos que as temáticas em

torno da alimentação saudável têm emergido com grande força na sociedade atual,

demandando esforços de diversas áreas de atuação, configurando uma

problemática complexa. Grande parte dessa demanda tem sido levada às escolas,

por intermédio de atividades de Educação Alimentar e Nutricional (EAN),

regulamentações quanto a venda de alimentos nas cantinas, debates em torno do

Programa Nacional de Alimentação Escolar, incentivo às Escolas Promotoras de

Saúde, dentre outras iniciativas (Bezerra, 2009; Caniné e Ribeiro, 2007).

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Quando nos voltamos a este espaço da escola, a relação entre a educação

em saúde e a educação em ciências se intensifica. Nos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCNs), a temática da alimentação se insere no tema transversal “Saúde”

(Brasil, 1998), onde um suposto fracasso da educação em saúde na escola é

atribuído a um ensino de ciências focado nos aspectos informativos e

exclusivamente biológicos (Mohr, 2003). Isto coloca os professores e professoras de

ciências em foco, como principais responsáveis por essas atividades na escola, e

levanta uma série de questionamentos sobre qual o papel destes educadores em

relação a educação em saúde e o que se entende como formação de valores,

hábitos e atitudes em Saúde.

Isto nos leva a pensar que os conteúdos sobre Alimentação e Nutrição,

contemplados pelas disciplinas de ciências nas escolas, advêm do conhecimento

produzido principalmente no campo de pesquisa em saúde, em especial pela

Nutrição. Considerando que na produção de conhecimentos científicos em Nutrição

há uma marcante sobreposição dos aspectos biológicos em detrimento das

questões sociais (Elias e Fonseca, 2009) e que a formação em Nutrição é frágil no

que concerne às ciências humanas e sociais (Canesqui e Garcia, 2005) percebe-se

que há uma série de etapas anteriores ao ensino de ciências que devem ser postas

em discussão. Portanto, um olhar mais atento às teorias e pressupostos envolvidos

na construção dos conhecimentos de determinados campos científicos torna-se

fundamental.

Considerando campo no sentido descrito por Bourdieu (1976) entendemos

que os conhecimentos científicos são construídos dentro de um conjunto de práticas

sociais. Nesta prática social da ciência os “jogos” de poder são jogados pelos

pesquisadores que alcançam suficiente credibilidade dentro de campos específicos.

Cada campo de conhecimento científico define: o que é um assunto de pesquisa,

quais questões podem ser feitas e, como e quem pode respondê-las. Levando isto

em consideração, nos dispusemos a delinear brevemente os campos envolvidos na

construção da Educação em Saúde e da Educação em Ciências (Figura 3). No

nosso entendimento as abordagens pedagógicas não estão separadas do

conhecimento científico construído sobre elas e, ambos – campos de conhecimento

e práticas pedagógicas – não acontecem alheias ao contexto político em que estão

inseridas.

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Iniciamos esta aproximação pensando sobre a interface entre essas duas

áreas de conhecimento (EC e ES) e suas relações com as disciplinas científicas. Ao

nos referirmos a Ciência, consideramos tanto as Naturais quanto as Humanas,

pontuando algumas de suas disciplinas, como a química, a física, a biologia, a

antropologia, a sociologia, a psicologia. A pesquisa, no âmbito destas disciplinas

isoladamente, não necessariamente precisa vislumbrar impactos concretos na

realidade (Figura 3). O que não significa que não os tenha, mas que se admitem

pesquisas que não se relacionem de forma imediata com intervenções nessa

realidade. Esta é uma discussão muito ampla, que se refere a aplicabilidade do

conhecimento produzido e passa pela polêmica “Ciência Pura versus Ciência

Aplicada”.

Este não é o objetivo aqui. O objetivo desta distinção é situar dois outros

campos de pesquisa: o da Saúde e o da Educação. Algo que estes campos de

pesquisa guardam em comum é sua relação direta com uma demanda de

intervenção na realidade concreta. Isto também não significa que só se admitam

pesquisas com aplicabilidade imediata, mas que são impensáveis pesquisas em

Saúde ou Educação que não se refiram a situações concretas ou guardem alguma

relação de interação com essa realidade (Figura 3).

Partindo destas premissas, vejamos um pouco sobre alguns destes campos.

Em um primeiro momento o campo da Saúde recorreu ao desenvolvimento de

conhecimentos especialmente atrelados às Ciências Naturais. Se considerarmos

que em seu desenvolvimento, medicina e biologia caminharam lado a lado na

história da ciência ocidental, esta relação torna-se mais direta, bem como a

aproximação entre o desenvolvimento da ciência e as concepções de saúde. O que

se entende por saúde depende da concepção que se possua de organismo vivo e de

sua relação com o meio ambiente. Como essa concepção muda de uma cultura para

outra e ao longo do tempo, a concepção de saúde também não é estática. O

estabelecimento de uma visão mecanicista da vida, pela biologia, herdada de

Descartes (1637) influenciou as atitudes da medicina em relação à saúde e a

doença, originando o chamado Modelo Biomédico, que ainda hoje é um modelo

muito influente sobre as formas de se entender a medicina. Esta redução da saúde a

um funcionamento mecânico acaba por afastar o pensamento médico da cura,

centrando no diagnóstico, já que esta não pode ser entendida somente com o

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conhecimento científico, mas como uma condição humana permeada por aspectos

físicos, psicológicos, sociais, ambientais (Canguilhem, 2004).

No campo da Saúde, a Nutrição se estabelece como tal recentemente,

contudo desde o século XVIII as constatações de Lavosieur sobre valor calórico dos

alimentos e necessidades alimentares humanas, despertaram uma atenção especial

na comunidade científica que culminou com elaboração dos conceitos de

aminoácidos, proteínas, ácidos graxos, vitaminas, além da relação entre a

alimentação e a doença, no início do século XX (Vasconcelos, 2001).

Desde então o que seria considerado como uma alimentação saudável

mudou radicalmente. Estes avanços no campo da Saúde passaram a ser

questionados quanto a sua quase exclusiva interação com as Ciências Naturais. A

partir daí, por volta da segunda metade do século XX, cada vez mais são

demandados conhecimentos produzidos no âmbito das Ciências Humanas. A

influência da biologia sobre a constituição da Nutrição no Brasil caminhou em

paralelo – e ao mesmo tempo em divergência - com a perspectiva social, como

apontado no trecho de Vasconcelos (2001):

Por um lado, aqueles que eram partidários da corrente que chamamos de perspectiva biológica, preocupados essencialmente com aspectos clínico-fisiológicos relacionados ao consumo e à utilização biológica dos nutrientes e influenciados por concepções das escolas de nutrição e dietética norte-americana e de centros europeus. Por outro lado — e em simultâneo —, aqueles que compartilhavam das ideias da corrente que chamamos de perspectiva social, preocupados em especial com aspectos relacionados à produção, à distribuição e ao consumo de alimentos pela população brasileira e influenciados, particularmente, pelas concepções do pioneiro da nutrição na América Latina, o médico argentino Pedro Escudero. (VASCONCELOS, 2001, p. 317)

Desta forma, a ênfase na polarização Natureza-Sociedade se dá desde o

início da constituição da Nutrição enquanto Ciência, atrelada ao campo da Saúde.

Já o campo da Educação se estrutura a partir das Ciências Humanas,

compondo um corpo de conhecimentos provenientes destas disciplinas. Entretanto

cabe lembrar que a formação das ideias sobre o que vem a ser Ciência, seus

métodos e objetivos esteve muito atrelada às Ciências Naturais, tanto na valorização

inicial de seu “método”, quanto na negação desta influência, identificada como uma

herança positivista (Alves-Mazzotti, 2001). A partir dos anos 80 as atenções se

voltam para a necessidade de incorporar abordagens críticas, para além da técnica,

e começa a haver destaque para enfoques multi/inter/transdisciplinares. O campo da

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Educação passa a lançar mão não só da psicologia e da sociologia, mas também da

antropologia, da filosofia, da história, da linguística (André, 2001).

Figura 3. Educação Alimentar e Nutricional na interface entre Educação em Ciências e Edu-cação em Saúde.

Tendo situado brevemente estes quatro vértices - disciplinas das Ciências

Naturais e das Ciências Humanas, e os campos da Saúde e da Educação -

passamos à interação entre eles (Figura 3). Surgem dois novos campos de

pesquisa, destas interações, a Educação em Saúde e a Educação em Ciências

(Naturais). É em uma das interfaces entre estes dois campos que situamos a

Alimentação como objeto de estudo. Discutir Alimentação a partir das interações

entre estas duas áreas de conhecimento faz com que o objeto de estudo guarde

uma estreita relação com a Educação Alimentar e Nutricional (EAN). Desta forma,

todas estas interações entre disciplinas e campos de pesquisa descritas

anteriormente, apresentam pontos de intercessão, lugares comuns.

A despeito de toda a intenção transdisciplinar a que nos dispusemos, foi

preciso eleger um pilar central que norteasse a pesquisa, uma espécie de fio

condutor, que neste caso se estabelece a partir da Educação. Entendemos que a

Educação, neste caso, é um ponto comum de intercessão que nos possibilita

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transitar entre a Educação em Saúde, a Educação Alimentar e Nutricional e a

Educação em Ciências.

Como vimos anteriormente, o campo da Educação se constituiu acessando

conhecimentos de diferentes disciplinas, historicamente adotando quadros

interpretativos de outros domínios, com pequenas adaptações.Nem sempre, a

adoção de métodos, teorias, discursos de outras áreas resultou em consequências

satisfatórias, sendo por vezes, danosas, inclusive. Nesse sentido, a ciência

complexa entende que há a necessidade de compilar diferentes posicionamentos, e

que isto requer acomodação e participação, muito mais do que assimilação e

aplicação. O pensamento complexo trabalharia, portanto, com simultaneidades, no

sentido de se referir a eventos ou fenômenos que existem e operam ao mesmo

tempo.Este seria o contraponto à visão moderna e ocidental de pensar em termos

de descontinuidades, em torno de problemas como teoria e prática, conhecimento e

conhecedores, eu e os outros, corpo e mente, arte e ciência, criança e currículo.

Desta forma as simultaneidades são coincidentes, porém não complicadas. Decerto

que o pensamento complexo não responde a todas as perguntas, contudo pode

auxiliar os educadores a resolver impasses pretensamente dicotômicos de sim/não,

certo/errado, isto/aquilo (Davis, 2008).

Concluindo, o pensamento complexoendereça continuamente questões muito

semelhantes à hermenêutica: O que é isto em que acreditamos? Como viemos a

pensar deste modo? O que tem sido concebido sobre as naturezas da realidade, da

verdade, da existência? No âmbito do pensamento complexo o fundamental é que

não há respostas conclusivas, definitivas à estas perguntas, portanto, não é

necessário que todos concordem, mas sim que haja uma atitude de abertura à

novas possibilidades (Davis, 2008).

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3 REVISÃO REALISTA DA LITERATURA

3.1 APRESENTANDO AS FERRAMENTAS

Revisões sistemáticas são procedimentos de pesquisa que tem sido utilizadas

como ferramenta para avaliar programas de intervenção e pesquisas qualitativas

(Pettecrew, 2009). Segundo Pawson et al (2005), uma revisão realista é uma

variação das revisões sistemáticas que seadéqua às demandas das ciências sociais,

tratando de complexas intervenções ou programas sociais, possibilitando uma

análise explanatória sobre o que funciona, como, para quem e em que

circunstâncias, sem com isto dar respostas simples às perguntas complexas.

Um dos objetivos da revisão realista étornar explícita a teoria ou teorias

subentendidas sobre como uma intervenção deveria funcionar e que impactos

deveria ter. Este é um ponto chave para a primeira parte deste trabalho, onde, a

partir das pesquisas publicadas em diversos periódicos científicos, buscamos

identificar quais pressupostos fundamentam aquilo que se conhece e se pretende

conhecer sobre o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e suas

relações com a EAN (Educação Alimentar e Nutricional).

Combinar a compreensão teórica e as evidências empíricas é o que se

pretende em uma revisão realista, focando no contexto em que cada intervenção é

executada, nos mecanismos envolvidos em seu funcionamento e nos resultados

produzidos. Para isto não há um número finito de trabalhos a serem selecionados;

há inúmeras fontes de informação relevantes, que nenhum estudo é capaz de cobrir

em sua totalidade. Impõe-se, portanto, a necessidade de se traçar e seguir uma

estratégia bem construída, sendo a própria revisão considerada um procedimento de

pesquisa.

É esperado que diferentes estudos de dados primários contribuam com

diferentes elementos para compor a riqueza do quadro em sua totalidade. Portanto,

uma seleção extremamente rigorosa dos estudos não é desejável, uma vez que

poderá acarretar uma redução ou aumento da validade da revisão. Considera-se,

inclusive a chamada “literatura cinza”, que constitui publicações não científicas,

como documentos e leis, por exemplo. A qualidade dos trabalhos utilizados é um

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ponto delicado. Definir critérios de qualidade para inclusão e exclusão na revisão é

uma estratégia em revisões sistemáticas, contudo, critérios muito rígidos acabam

por empobrecer a compreensão do problema quando se trata de um programa ou

política pública. Uma das recomendações nesse sentido é utilizar publicações que

tenham sido submetidas a alguma avaliação criteriosa como, por exemplo, artigos

publicados em periódicos indexados, documentos e relatórios oficiais, teses e

dissertações (Pawson et al, 2005).

Neste trabalho a busca foirealizada pela combinação de diferentes estratégias

até o momento em que as evidências foram consideradas suficientes para responder

a questão de pesquisa. Este teste de saturação das evidências é comparável à

noção de saturação teórica em pesquisa qualitativa e, portanto, foi realizado

interativamente, questionando ao fim de cada etapa ou ciclo de busca, se a literatura

traz algo novo a acrescentar, algo que possibilite um avanço na compreensão do

problema (Pawson et al, 2005). Ao longo desta revisão serão apresentados os

detalhamentos teóricos específicos envolvidos na construção de cada etapa.

Uma revisão realista se inicia com a definição de uma questão de pesquisa,

que pode variar conforme o andamento do trabalho. Por hora, apresentamos a

pergunta central que desencadeou esta revisão: Como o PNAE funciona, onde,

para quem, em quais circunstâncias?

Diante desta questão inicial, definimos a estratégia de busca desta

revisãosegundo o seguinte formato:

- Estabelecer os primeiros critérios (mais rígidos) de busca em publicações

científicas;

- Reunir os textos completos das publicações selecionadas;

- Definir os dados que pretendíamos analisar naspublicações;

-Compilar as publicações selecionadas em uma tabela;

- Preencher a tabela com os dados a partir da leitura dos textos;

- Produzir gráficos, quadros e tabelas para interpretação dos dados

compilados;

- Descrever quantitativamenteo conjunto de dados;

- Descrever qualitativamente o conjunto de dados;

- Identificarpressupostos e teorias envolvidas nas pesquisas selecionadas;

- Agregar novos trabalhos que auxiliem na discussão;

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- Utilizar estes pressupostos e teorias como norteadores na compreensão dos

dados empíricos coletados nos estudos de caso subsequentes.

Uma vez concluídas as inferências decorrentes desta revisão, foram sendo

incorporadas outras publicações que contribuíssem com elementos importantes para

a discussão. Estas outras referências consistiram tanto em publicações científicas

quanto literatura cinza, no formato de uma revisão realista. Desta forma, ao final do

procedimento, foi possível agrupar um conjunto complexo de dados provenientes de

revisão de literatura que por si só constituem resultados de pesquisa, além de

fornecer apontamentos importantes para a análise posterior dos estudos de

caso.Descreveremos abaixo em detalhes estes procedimentos de busca, para a

posterior discussão do estado da arte composto a partir das publicações analisadas

(Figura 4).

Os procedimentos de busca foram agrupados em quatro etapas. O primeiro

conjunto de procedimentos consistiu em selecionar teses e dissertações e identificar

as publicações em periódico dos autores e orientadores destas teses e dissertações.

O segundo conjunto de procedimentos partiu das bases de dados on line, para a

seleção de artigos publicados em periódicos indexados e posteriormente foram

identificadas as referências utilizadas nestes artigos que atendiam aos critérios de

seleção. Estes critérios, descritos na Figura 1, foram os mesmos em todas as etapas

de busca, a saber: estudo realizado no âmbito do PNAE sendo, portanto, em escola

pública, no ensino fundamental, sobre e/ou no Brasil e no período após a

descentralização da gestão do programa (1994-2010).

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Figura 4. Procedimentos de busca de teses, dissertações e publicações em periódicos.

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3.2 UMA VISÃO PANORÂMICA: PRIMEIRAS INFERÊNCIAS

3.2.1 Teses e dissertações: procedimentos de busca e perfil dos trabalhos.

Entendendo que as pesquisas científicas publicadas em periódicos são

produzidas especialmente no âmbito da pós-graduação, e que apenas uma parcela

destas teses e dissertações são publicadas sob a forma de artigos em periódicos,

iniciamos os procedimentos de busca pelos trabalhos disponíveis no Banco de Teses

Capes. A intenção primeira desta revisão foi não só delimitar o estado da arte, mas

também agrupar elementos que possibilitem uma avaliação crítica sobre quem está

produzindo este conhecimento, em que áreas de saber, e como isto pode estar

direcionando o que conhecemos sobre o PNAE.

Os procedimentos de busca tiveram início no ano de 2009, no Banco de

Teses da Capes e no site Domínio Público, onde dissertações e teses foram

localizadas utilizando as seguintes expressões e combinações de palavras-chave:

“alimentação escolar”, “merenda escolar”, “nutrição” e “escola”, “alimentação” e

“escola”. Foram selecionados os trabalhos que faziam referência ao PNAE, segundo

os critérios de ser sobre e/ou no Brasil, sobre e/ou no ensino fundamental de

escolas da rede pública. Além disso, consideraram-se os estudos pós-

descentralização do programa - de 1994 até 2009 - visto que o interesse do trabalho

se refere ao tempo e contexto mais atuais. Considerando o prazo de um ano após a

data de defesa para a disponibilização dos trabalhos nos referidos sites, as

ocorrências mais recentes datavam do ano de 2008. Os trabalhos foram

classificados de acordo com as áreas de conhecimento definidas pelo próprio autor,

no resumo disponível no Banco de Teses Capes. Aqueles sem área de

conhecimento explicitada foram categorizados em uma das existentes, a partir dos

resumos. Os que não integravam uma das quatro áreas mais frequentes (Educação,

Nutrição, Saúde Pública e Ciência e Tecnologia de Alimentos), foram agrupados na

categoria “Diversos”, mantendo a designação de área descrita pelo autor

(APÊNDICEB).

Nesta primeira etapa foram identificados 124 trabalhos, dos quais 73

selecionados, sendo 62 dissertações de mestrado acadêmico, 2 dissertações de

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mestrado profissionalizante e 9 teses de doutorado. Ao distribuir os trabalhos por

áreas de conhecimento foram identificados 19 em Nutrição, 13 em Saúde Coletiva,

12 em Educação, 11 em Ciência e Tecnologia de Alimentos e 18 em Diversos. A

categoria Diversos inclui trabalhos nas áreas de Odontologia, Economia Doméstica,

Comunicação, Matemática Aplicada, Serviço Social, Enfermagem, Multidisciplinar,

Interdisciplinar, Economia, Economia Agrária e dos Recursos Naturais, Ciências

Sociais Aplicadas, Administração Pública, Engenharia Agrícola, Sociologia e

Antropologia (Gráfico 1). Esta distribuição nos permite começar a identificar quem se

dedica a estudar o PNAE e quais seriam os principais pontos de interesse de

pesquisa.

Nesta revisão estes trabalhos tiveram como principais finalidades identificar

autores e orientadores para dar sequência às buscas por publicações e, situar no

tempo e no espaço a produção científica sobre o tema. Neste sentido, podemos

notar uma intensificação de defesas nos anos de 2005, 2006 e 2007, o que pode

refletir um crescente interesse sobre o PNAE (Gráfico 1).

Gráfico 1 . Distribuição anual de publicações nas áreas de Educação, Nutrição, Saúde Coletiva,

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Ciência e Tecnologia de Alimentos e Diversos.

Em relação a distribuição no espaço geográfico, percebemos uma

predominância de trabalhos defendidos no estado de São Paulo (SP), em todas as 4

áreas de conhecimento identificadas como mais frequentes, com destaque para a

Nutrição e a Saúde Coletiva, seguidas pelas áreas de Educação e Ciência e

Tecnologia de Alimentos. Outros trabalhos nas áreas de Comunicação, Enfermagem,

Economia, Engenharia Agrícola e Interdisciplinar, também tiveram expressiva

representação (Gráfico 2).

A segunda maior frequência de defesas se encontra no Rio de Janeiro (RJ),

onde destacamos a ausência de trabalhos em Nutrição neste período, sendo a maior

parte dos trabalhos na área de Saúde Coletiva, seguida pela Educação. Agrupados

em Diversos encontram-se trabalhos em Ciências Agrárias, Antropologia e Ciências

Sociais (Gráfico 2).

Ainda na região sudeste, Minas Gerais (MG) apresenta um perfil de

distribuição com predominância das áreas de Educação, Ciência e Tecnologia de

Alimentos, Administração Pública e Economia Doméstica (Gráfico 2).

Na região sul, o estado de Santa Catarina (SC) apresentou produção apenas

na área de Nutrição, enquanto no Rio Grande do Sul (RS) predominaram a

Educação, a Odontologia e a Matemática Aplicada. No Paraná (PR) a produção se

distribuiu entre a Educação, a Ciência e Tecnologia de Alimentos e a Sociologia

(Gráfico 2).

No centro-oeste, o Mato Grosso do Sul (MS) apresentou maior produção em

Educação, seguida pela Saúde Coletiva, enquanto no Distrito Federal (DF) a

distribuição deu-se de forma equitativa entre a Nutrição e a Educação (Gráfico 2).

Na região norte não foram localizadas dissertações e/ou teses que atendam a

esta revisão, neste período. Na região nordeste os estados de Pernambuco (PE) e

Alagoas (AL) se destacaram pela produção em Saúde Coletiva e Ciência e

Tecnologia de Alimentos, respectivamente. Na Bahia (BA) a produção se dividiu

entre a Nutrição e a Ciência e Tecnologia de Alimentos; no Ceará (CE) destaque

para a Educação e a área Multidisciplinar; e por fim, na Paraíba (PB) predominaram

a Nutrição e o Serviço Social (Gráfico 2).

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Gráfico 2. Distribuição das teses e dissertações segundo as áreas de conhecimento e estados onde foram defendidas.

Entendendo que a pesquisa científica no Brasil transcorre fundamentalmente no

âmbito dos programas de pós-graduação, ou vinculados a estes, o panorama

apresentado acima nos possibilitou inferir que os artigos publicados no mesmo

período seguiriam algumas tendências. Uma delas é a presença marcante do estado

de São Paulo como produtor de conhecimento sobre o PNAE, seguido do Rio de

Janeiro e Minas Gerais, compondo uma influência voraz da região sudeste. No

extremo oposto, aparece a região norte, onde nenhuma pesquisa foi encontrada

sobre o tema, neste período.

Cabe destacar ainda que o grande número de trabalhos vinculados a área de

Nutrição se deve a esta produção massiva do estado de São Paulo, sendo a

produção na área da Educação a mais distribuída entre os diversos estados das

0

5

10

15

20

25

30

35

AL BA CE DF MS MG PB PR PE RJ RN RS SC SP

Educação Nutrição Saúde Coletiva Alimentos Diversos

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48

demais regiões do país. A invisibilidade da região norte pode ser sintomática,

refletindo um ciclo vicioso investimentos/credibilidade, que rege a pesquisa científica

no Brasil e colabora para a exclusão de instituições e pesquisadores de menor

influência.

Poderíamos ainda nos perguntarmos se a grande variedade de áreas de

conhecimento agrupadas pela categoria Diversos, pode aparecer refletida em

trabalhos e publicações com abordagens e pontos de vista pouco comuns nas

outras áreas de produção mais frequente.

Arremates:

- Na Região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo, está concentrada

a produção acadêmica sobre o PNAE;

- O campo da Nutrição concentra essa produção;

- O campo da Educação apresenta uma produção mais distribuída nas demais

regiões do país;

- A Região Norte esteve academicamente invisível durante este período.

Fios soltos:

- Qual o perfil destes trabalhos, em termos de dados quantitativos?

3.2.2 Publicações em periódicos científicos: procedimentos de busca e perfil

das publicações.

A busca por publicações científicas foi realizada a partir da consulta às bases

de dados on line, nacionais e internacionais, a saber: Scielo, Medline BVS, PubMed

NCBI, Lilacs BVS, Sciencedirect, ISI Web of Knowledge, Wilson, EBSCO, Annual

Reviews, Cambrige UP, Gale, Oxford, Sage, Blackwell, Ovid. As buscas foram

conduzidas a partir das seguintes expressões e combinações de palavras-chave:

“alimentação escolar”, “merenda escolar”, “nutrição” e “escola”, “alimentação” e

“escola”, “school feeding” e “Brazil”, “School meals” e “Brazil”, “School”,“Food” and

“Brazil”. No total foram obtidas 667 ocorrências, dentre estas, diversas se repetiam

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em diferentes bases de dados. Foram selecionadas 43 publicações a partir dos

mesmos critérios utilizados para a seleção de teses e dissertações.

Concomitantemente, na Plataforma Lattes, foram consultados os currículos de cada

um dos autores e orientadores das teses e dissertações previamente selecionadas.

Em cada um dos currículos foram selecionadas as publicações que se

enquadrassem nos mesmos critérios utilizados até então, sendo selecionadas mais

20 publicações. Finalizando a etapa de buscas foram consultadas as referências

bibliográficas de cada publicação com base nos mesmos critérios explicitados

anteriormente. Este processo foi repetido para cada nova publicação selecionada

até que não houvesse novas citações que atendessem aos critérios. Após o

consenso de três pesquisadores sobre a inclusão ou exclusão de cada uma das

publicações nos critérios estabelecidos, foram selecionadas 113 publicações em

periódicos.

A partir das 113 publicações em periódico selecionadas, foi montada uma

tabela, para organizar os dados provenientes de cada artigo (APÊNDICE C).Foram

avaliados os seguintes dados quantitativos: abrangência dos estudos, Estado e

Região onde foram realizados, tipo de estudo, instrumento de coleta de dados,

sujeitos estudados, e periódicos em que foram publicados. Uma análise qualitativa

foi realizada a partir das principais conclusões e/ou recomendações. Desta forma

pretendemos traçar uma panorâmica que nos permita compreender melhor como o

PNAE tem sido visto como objeto de estudo.

Dentre as publicações selecionadas no referido período, consideramos

importante destacar dois picos de publicação sobre o PNAE (Gráfico 3). O primeiro

ocorre em 1995, com 14 artigos publicados, em contraste com o ano anterior no qual

houve apenas 2 publicações sobre o tema. Esta intensificação do interesse pelo

PNAE neste período parece estar atrelada a uma mudança fundamental em seu

modelo de gestão: a descentralização. Em 1994 intensificaram-se os debates sobre

a necessidade de transferir a gestão do Programa, até então em instância federal,

para os estados e municípios, descentralizando os recursos, com o propósito de

conferir maior autonomia e adequação às realidades locais.

Uma contribuição importante para este número expressivo de publicações

foram os 7 artigos selecionados na edição sobre Merenda Escolar do periódico Em

Aberto, publicado pela Secretaria de Avaliação e Informação Educacional do Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (SEDIAE/INEP), do Ministério da

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Educação e do Desporto (MEC). Nesta edição foram discutidas temáticas como a

relação entre a desnutrição, a merenda e o fracasso escolar, possibilidades para a

inserção do técnico em alimentação escolar com um profissional na educação

básica, avaliação de programas em diferentes localidades, alimentação escolar

como direito do estudante e comparações entre países da América Latina. Estes

trabalhos foram amplamente citados posteriormente, configurando importantes

referências sobre a implantação universal e descentralizada do PNAE nos últimos 15

anos.

Gráfico 3. Número de publicações por ano (de 1994 a 2010).

No ano de 1996, entretanto, apenas 2 trabalhos foram publicados, quantidade

que cresce paulatinamente nos anos seguintes. Por volta de 2004 a 2006 o PNAE

retorna às pautas de investigação científica com maior intensidade, até atingir um

novo pico de publicações no ano de 2008, com 17 trabalhos.

Esta dinâmica poderia ser um reflexo das fortes relações com os movimentos

que vinham tomando força no âmbito das políticas públicas, que culminaram na

implementação de três importantes medidas sobre alimentação e nutrição em

andamento no país no ano de 2006: a Lei nº 11.346 (LOSAN), a Portaria

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

número de artigos

ano

de

pu

blic

ação

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51

Interministerial nº 1.010 e a Resolução do FNDE nº 32. Estas medidas,

oficializaram no âmbito das políticas públicas o acesso à alimentação escolar, a

participação social por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), o apoio à

produção agrícola local e ao desenvolvimento sustentável, e a inclusão da educação

alimentar e nutricional no processo de ensino-aprendizagem na escola. Estas

temáticas aparecem nos artigos que estudamos aqui, mas não necessariamente

com algum destaque em relação às demais temáticas como avaliação de condições

higiênico-sanitárias ou testes de aceitação de preparações culinárias.

O marco mais recente da consolidação da Alimentação Escolar enquanto

direito e o estabelecimento de suas principais diretrizes foi a aprovação da Lei nº

11.947 de 16 de junho de 2009, que dispõe sobre à alimentação escolar em âmbito

nacional e em seu artigo 2º, que trata das diretrizes, define “alimentação saudável e

adequada”, como:

(...) aquela que faz “uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura alimentar, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a sua faixa etária e seu estado de saúde, inclusive dos que necessitam de ações específicas.

Ainda sobre o texto das diretrizes cabe destacar o caráter universal do “direito

à alimentação escolar” que visa a garantia da segurança alimentar e nutricional

(SAN), com acesso igualitário e respeito às características “biológicas entre idades e

condições de saúde dos alunos que necessitam de atenção específica e aqueles

que se encontram em vulnerabilidade social.”

O artigo 14 da Lei 11.947 de 2009 versa sobre a obrigatoriedade de

investimento de ao menos 30% dos recursos em alimentos provenientes da

agricultura familiar. Esterepresenta atualmente o maior desafio no âmbito da

alimentação escolar, colocando à prova a capacidade técnica e operacional do

PNAE, nas três esferas de governo, de garantir condições de produção local e a

compra desta, além de incentivar a aproximação com cultura alimentar local. Diante

do estabelecimento destas diretrizes em caráter de Lei, espera-se que as pesquisas

posteriores a 2009 dispensem especial atenção à medidas que viabilizem a garantia

deste direito, bem como apontem os principais entraves, avaliem e proponham

estratégias nesse sentido. Visando contribuir para isto, nos voltamos ao

conhecimento produzido até 2010, para teremos uma ideia mais ampla do conjunto

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de principais recomendações apontadas pelas pesquisas até então.

Ao analisar a abrangência destas pesquisas, percebe-se que 69% foram

realizadas localmente (Gráfico 4). Foram considerados Locais, os trabalhos

realizados em um município específico ou em diferentes municípios de uma mesma

Região (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul, Sudeste). Os trabalhos Regionais (1%)

abrangeram objetos de estudo em duas Regiões do país, enquanto que aqueles

realizados em 3 ou mais Regiões foram considerados de abrangência Nacional

(6%). Não surpreende que a maior parte dos trabalhos seja realizada em nível Local,

visto que o acesso a escolas dentro de um mesmo município, ou municípios

próximos, é facilitado em relação a trabalhos de maior abrangência. É comum,

portanto, que os trabalhos sejam realizados no mesmo município onde está

localizada a Universidade e/ou Instituição a que os pesquisadores estão vinculados.

As pesquisas de maior abrangência – Regionais e Nacionais – somam apenas 7%

das publicações. Atribuímos isto aos desafios encontrados em um país das

dimensões do Brasil onde os custos, o deslocamento e os trâmites burocráticos

podem vir a inviabilizar pesquisas de maior abrangência.

Por outro lado, pesquisas de abrangência local contribuem para identificar e

avaliar problemas específicos, gerando um corpo de conhecimentos que pode ter

maior potencial transformador em relação a realidades locais.

Cabe assinalar que, fazendo as vezes de estudos empíricos de porte

nacional, os estudos não empíricosse encarregam de questões mais abrangentes.

Estes representaram 24% das publicações, discutindo aspectos sobre os impactos

descentralização do programa, suas atribuições, suas relações com o fracasso

escolar, dentre outras.

69% 1%

6%

24% Local

Regional

Nacional

Não Empíricos

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Gráfico 4. Distribuição percentual dos artigos de acordo com a abrangência dos estudos.

Ao analisarmos a frequência de publicações por Região, considerando que

houve estudos referentes a mais de uma Região, podemos perceber a

predominância da Região Sudeste, com 44 trabalhos, seguida da Região Sul com 17

trabalhos, Região Nordeste com 15 e a Região Centro-oeste com 3 publicações

(Gráfico 5). Nenhuma publicação referente a Região Norte foi identificada neste

período.

Assinalamos que a Região Sudeste é alvo e sede da maior parte das

pesquisas sobre o PNAE, representando mais do que a soma de todas as demais

Regiões, com destaque para o Estado de São Paulo, que representa 33 dos 44

trabalhos. Entendendo que as diferentes Regiões do país têm suas peculiaridades

culturais, assim como seus Estados, e que a visão do pesquisador sobre suas

pesquisas está intimamente relacionada a suas próprias visões de mundo, algumas

questões podem ser levantadas.

Podemos nos perguntar se os conhecimentos científicos que tem sido

construídos sobre o programa não estariam, em grande parte, refletindo

expectativas e filiações teóricas condizentes com àquelas predominantes na Região

Sudeste, mais especialmente no Estado de São Paulo, visto que este representa

39% das publicações sobre o tema. Ou ainda, seria o PNAE visto como um objeto

de pesquisa menos importante nas demais Regiões? Ou estes resultados poderiam

sugerir uma hierarquia de capital científico entre as Regiões (tanto puro quanto

institucionalizado), no sentido de Bourdieu (2003)? Neste sentido, a credibilidade

atribuída a pesquisadores e instituições seria diferenciada regulando seu acesso às

agências de fomento, programas de pós-graduação, periódicos científicos? São

questões à se pensar, quando nos dispusemos a tirar conclusões sobre os

resultados destas pesquisas.

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Gráfico 5. Distribuição do número de artigos por Estados e Regiões onde foram realizados os

estudos.

Considerando que o tipo de instrumento de coleta de dados utilizado nos

estudos está diretamente relacionado aos principais objetivos e objetos de estudo

considerados relevantes, os descreveremos no Gráfico 6. Diversos estudos

utilizaram mais de um instrumento de coleta, sendo a revisão bibliográfica presente

como a mais expressiva, representando junto com a análise documental, os

principais instrumentos dos estudos teóricos. Desta forma, os estudos teóricos

foram, em sua maioria, aqueles que produzem dados secundários de abrangência

nacional, a partir de estudos primários locais/regionais.

Os questionários fechados foram utilizados em 25 trabalhos e a Análise do

consumo de alimentos representou 19 publicações. Estes instrumentos tinham por

principal objetivo avaliar a aceitação dos alunos em relação aos alimentos

oferecidos, através de questões sobre a frequência de consumo da alimentação

escolar e/ou medição de índices de resto/ingestão.

Entrevistas estruturadas e semiestruturadas e as Observações sistemáticas

15 7

3 2 2

1 3

1 1 1

44 31

9 4

17 8

5 4

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

número de artigos

Região Nordeste

Bahia

Ceará

Rio Grande do Norte

Paraíba

Pernambuco

Região Centro-Oeste

Distrito Federal

Mato Grosso do Sul

Mato Grosso

Região Sudeste

São Paulo

Minas Gerais

Rio de Janeiro

Região Sul

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

Paraná

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representaram 20 e 4 das publicações, respectivamente. Nos trabalhos que

utilizaram estes instrumentos observamos intenções e objetivos de estudo mais

afinados com metodologias qualitativas, buscando sentidos, representações dos

sujeitos. Seis dos trabalhos se debruçaram sobre atividades educativas realizadas

no âmbito do PNAE, tanto propondo, quanto avaliando. Em outro grupo de trabalhos

os autores se dispuseram a caracterizar as refeições e alimentos em si, por

intermédio de Avaliação do preparo das refeições (12), da Análise da composição

centesimal dos alimentos (17) ou de Análise microbiológica (6).E por fim, houveram

os trabalhos com foco específico na saúde dos estudantes, sendo por intermédio de

Exames clínicos (2) ou Avaliações antropométricas (8).

Em um agrupamento mais geral, as publicações foram classificadas segundo

o tipo de estudo, que podiam ser exclusivamente Quantitativos, Qualitativos ou Não

Empíricos - ou ainda, Mistos - onde foi empregada a combinação de dois ou mais

tipos. No Gráfico 7 pode-se observar que 46% dos estudos valeram-se de

metodologias Quantitativas, enquanto 11% utilizaram metodologias exclusivamente

Qualitativas. Os estudos Não Empíricos representaram 38% dos trabalhos, enquanto

5% empregaram metodologias Mistas de coleta e análise de dados, com diferentes

combinações de abordagens qualitativas, quantitativas e teóricas.

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Gráfico 6. Distribuição dos artigos segundo instrumento de estudo utilizado.

Identificar os sujeitos/objetos pesquisados pode contribuir para compreender

melhor sobre quem/o que estas pesquisas estão interessadas, como descrito no

Gráfico 8. Percebemos que os Escolares do Ensino Fundamental são considerados

os principais sujeitos de pesquisa, somando 49 estudos, sendo 29 destes referentes

ao primeiro ciclo (1º a 5º ano) e 20 destes no segundo ciclo (6º a 9º ano).

31

25

19

20

17

12

11

8

6

6

4

2

0 5 10 15 20 25 30 35

Número de artigos

Exame Clínico

Observação sistemática

Atividade educativa

Análise microbiológica

Avaliação antropométrica

Revisão documental

Avaliação do preparo das refeições

Análise da composição dos alimentos

Entrevista

Avaliação do consumo de alimentos

Questionário

Revisão bibliográfica

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Gráfico 7. Distribuição dos artigos segundo o tipo de estudo.

Percebemos ainda um interesse importante sobre as Merendeiras e as

Refeições em si, sendo 22 estudos dedicados a cada um destes sujeitos/objetos,

demonstrando que logo após os Escolares, estes são pontos considerados

importantes de serem avaliados. Gestores, Professores, Diretores e Pais são

ouvidos em 11, 9, 8 e 8 estudos, respectivamente. Desta forma, aparecem como

sujeitos secundários na contribuição da construção de conhecimentos sobre o

PNAE.

Por fim, Donos de cantinas, Produtores de Alimentos e Nutricionistas

aparecem em 3, 1 e 1 estudos, respectivamente. Interessante assinalar que a baixa

participação destes sujeitos em pesquisas pode indicar uma compreensão de que

seus posicionamentos em relação ao PNAE configuram problemas de

pesquisamenos relevantes que os demais.

Esta distribuição nos dá ferramentas para levantar mais algumas questões.

Ao que parece, o principal problema de pesquisa sobre o PNAE gira em torno dos

beneficiados, ou seja os próprios alunos. Os interesses vão desde garantir o controle

sobre os indicadores de manutenção de sua saúde, como exames clínicos e

avaliações antropométricas, até avaliar os percentuais de aceitação da refeição ou

tentar compreender porque, não raro, estes são extremamente baixos. Neste caso,

os próprios alunos são colocados no centro do problema. Uma das conclusões

possíveis sobre isto é que grande parte destes estudos tem um foco importante

sobre a ideia de garantir o funcionamento adequado do programa, e não tanto de

gerar conhecimentos críticos que possibilitem discutir a fim de entender como e

46%

11%

38%

5%

Quantitativo

Qualitativo

Não Empírico

Misto

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porque o programa funciona, ou não.

Gráfico 8. Distribuição dos artigos segundo os sujeitos pesquisados.

Tendo isto em mente, não surpreende que as abordagens que se dedicam a

estudar as Merendeiras e as Refeições apareçam com a segunda maior frequência.

Uma vez que os Escolares são repetidamente avaliados, constata-se que há uma

baixa aceitação da alimentação escolar por parte deles e que as características

antropométricas de todos não atendem aos padrões estabelecidos. As perguntas de

pesquisa passam então a girar em torno de fatores que possam estar diretamente

relacionados a isto, como a qualidade das Refeições e o desempenho daquelas que

as preparam: as Merendeiras. O principal aspecto avaliado nas Refeições é sua

qualidade higiênico-sanitária, seja através de contagem microbiana ou de forma

indireta, avaliando o desempenho das Merendeiras. Na maior parte dos casos as

condições higiênico-sanitárias foram consideradas insatisfatórias, sendo as

29

22

22

20

11

9

8

8

3

1

1

0 10 20 30

Número de artigos

Nutricionistas

Produtores de alimentos

Donos de cantinas

Pais de escolares

Diretores

Professores

Gestores

Escolares 6º - 9º anos

Merendeiras

Refeições

Escolares 1º - 5º anos

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Merendeiras responsabilizadas por isto. Ao que parece, este é um dado que nos

ajuda a entender os porquês de tantos esforços em torno da capacitação de

merendeiras.

Cabe sinalizar que na maior parte dos estudos que avaliaram a adequação

nutricional das Refeições esta não foi considerada satisfatória sob diversos

aspectos, desde sua composição de macro e micronutrientes até as quantidades

servidas. Entretanto, isto não se reflete em um grande número de Nutricionistas

pesquisadas – como acontece com as Merendeiras - o que pode estar relacionado

ao fato de que a maioria destes estudos são idealizados e conduzidos por

Nutricionistas, gerando consensos próprios da classe profissional, e portanto uma

menor demanda de pesquisa.

O agrupamento dos dados quantitativos nos permitiu avançar um pouco mais

em relação a quem são os pesquisadores e pesquisados que se destacam quando

se trata do PNAE. Descrevendo o conjunto de dados que termos até este momento,

podemos tecer mais um recorte:

Arremates:

- O corpo de conhecimentos publicados em periódicos científicos no Brasil

sobre o PNAE entre 1994-2010 foi construído primordialmente na Região Sudeste,

com destaque para o estado de São Paulo, a partir das áreas da Nutrição e da

Saúde Coletiva, seguidas pelas áreas de Educação e Ciência e Tecnologia de

Alimentos.

- A maior parte dos estudos são quantitativos e de abrangência local, sendo

os estudos teóricos os maiores responsáveis por inferências de abrangência

nacional.

- No âmbito do PNAE o principal objeto/sujeito de pesquisa é o estudante,

seus hábitos, preferências e estado de saúde.

- As refeições e as(os) merendeiras(os) responsáveis por seu preparo

aparecem em seguida, com o objetivo de avaliar critérios de qualidade e higiene.

- Nutricionistas, Gestores (as), Diretores (as), Produtores (as) rurais, Mães e

Pais de alunos raramente aparecem como sujeitos envolvidos na investigação dos

objetos de pesquisa.

Fios soltos:

- Em termos qualitativos, quais as principais conclusões e recomendações

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propostas por estas publicações?

3.2.3 Principais recomendações encontradas nas publicações.

Partindo desta explanação na qual procuramos situar de onde vem este

estado da arte e sobre quem ele se refere, nos dispusemos a destacar as principais

recomendações feitas por estes estudos. Tendo em mãos as tabelas montadas a

partir destas 113 publicações selecionadas, listamos as principais conclusões e/ou

recomendações que aparecem nestes trabalhos. Algumas destas recomendações

estão explícitas nas conclusões dos estudos, e outras aparecem incorporadas às

discussões ao longo dos trabalhos. Muitas recomendações se repetem em

diferentes publicações, ou se referem a temas em comum. Foram montados 8

quadrosque agrupam as recomendações nos seguintes temas: ações educativas,

qualidade das refeições, demandas para políticas públicas, infraestrutura, condições

de trabalho,promoção da saúde, cantinas escolares e demandas de pesquisa.

3.2.3.1 Qualidade das refeições.

A qualidade das refeições está entre os objetos de estudo mais frequentes,

sendo a adequação o principal foco das recomendações (Quadro 1). Esta adequa-

ção pode ser nutricional (porcionamento, inclusão de alguns alimentos, valor energé-

tico, teor de micronutrientes), regional (preparações regionais, preferências dos alu-

nos e família, disponibilidade)ou referente a saúde (promoção de alimentos orgâni-

cos e in natura, controle higiênico-sanitário). Cabe ressaltar que quase a totalidade

dos estudos que se dispuseram a avaliar a qualidade das refeições, encontraram

inadequações, sejam nutricionais, regionais ou referentes a saúde.

Quadro 1. Recomendações quanto a Qualidade das refeições servidas no PNAE.

Qualidade das refeições

Incluir frutas cítricas e maior variação de hortaliças. Controle de qualidade da água e medidas corretivas quando necessário. Controle da qualidade higiênico-sanitária das refeições.

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Adotar as Boas Práticas de Manipulação de Alimentos (BPMs). Incentivar o uso de preparações regionais e reforçar a fiscalização da execução das mesmas. Promover a utilização de alimentos orgânicos nas escolas. Diferenciar o porcionamento das refeições, de acordo com as necessidades nutricionais de cada faixa etária. Substituir parcialmente a farinha de trigo pela farinha de arroz em formulações destinadas a alimenta-ção escolar. Eliminar do cardápio mensal preparações doces pastosas, contribuindo para a prevenção de cáries. Aumentar a variedade dos cardápios. Utilizar o Índice Ales como instrumento para monitorar a qualidade da alimentação das crianças, po-dendo ser empregado tanto por profissionais de saúde quanto pelas famílias. Ajustar os cardápios à alimentação da família, conforme disponibilidade de alimentos e preferências regionais. Corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda. Elevar o valor energético da refeição. Criar condições para a melhoria da qualidade nutricional da merenda, atentando para a atualização das recomendações nutricionais. Adequação dos cardápios às preferências alimentares dos alunos. Adequar a qualidade da refeição para suprir carências nutricionais, como cálcio e ferro. Incorporar mais alimentos in natura.

3.2.3.2 Infraestrutura

Um outro conjunto importante de recomendações se refere àinfraestrutura

disponível para o preparo e distribuição das refeições servidas pelo PNAE (Quadro

3). Estas são recomendações mais homogêneas em relação às outras descritas

anteriormente, e se referem especialmente ao preparo (equipamentos, utensílios,

implementos) e a distribuição dos alimentos (adequação dos refeitórios,

autosserviço).

Quadro 2. Recomendações referentes à Infraestrutura.

Infraestrutura

Adquirir equipamentos que mantenham a temperatura correta das preparações. Adequar os espaços de distribuição de alimentos. Garantir a infraestrutura adequada aos serviços de alimentação, como instalações, equipamentos, utensílios e implementos. Adquirir termômetros pelas unidades escolares, para uso das merendeiras. Melhorar a infraestrutura da produção de refeições. Construir refeitórios adequados. Implementar sistema de autosserviço (self-service).

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3.2.3.3 Condições de trabalho

Ao que se refere às condições de trabalho dos profissionais envolvidos com a

alimentação na escola, o destaque é dado às merendeiras (Quadro 3). Entretanto, o

enfoque é no sentido de garantir que estejam capacitadas a realizar o trabalho que

lhes é atribuído, ou seja, preparar a comida segundo as boas práticas. Surge aqui

mais uma atribuição, relacionada a responsabilidade que estas teriam em relação a

saúde dos comensais.

Apenas um item inverte esta lógica, atentando para a necessidade de “garan-

tir suporte técnico e apoio psicológico às merendeiras”. Neste caso, se reconhece a

frequente sobrecarga de trabalho a que estas profissionais estão submetidas, a alta

rotatividade, a insegurança em relação à manutenção do emprego e os baixos salá-

rios, como fatores que devem ser levados em consideração.

Quadro 3. Recomendações referentes às Condições de trabalho dos profissionais envolvidos com a alimentação na escola.

Condições de trabalho

Realizar treinamentos periódicos de boas práticas no ambiente de trabalho. Assegurar a presença de responsável técnico qualificado para supervisionar e orientar periodicamen-te as atividades das Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs). Capacitar merendeiras. Qualificar profissionais em função de novas recomendações nutricionais. Proporcionar formação continuada em saúde para merendeiras. Fornecer subsídios para que os profissionais da área de produção e manipulação de alimentos em cozinhas industriais reconheçam a importância da higiene na preparação dos alimentos. Garantir suporte técnico e apoio psicológico às merendeiras.

3.2.3.4 Promoção da Saúde

A escola foi identificada como espaço de promoção da saúde em diversos

trabalhos, sendo algumas recomendações especialmente direcionadas a isto (Qua-

dro 5). Estado nutricional, excesso de peso e verminoses aparecem como as princi-

pais preocupações nestas recomendações. Neste caso a promoção da saúde não

se limita unicamente ao PNAE, mas seria direcionada à toda a escola e comunidade

escolar.

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Quadro 4. Recomendações referentes à iniciativas de Promoção da saúde.

Promoção da saúde

Implementar medidas de prevenção e controle do excesso de peso, através de dieta equilibrada e ações junto aos pais e responsáveis. Utilizar o PNAE como espaço de promoção da saúde. Vincular as escolas a programas de saúde. Realizar vigilância epidemiológica para verminoses através ao exame parasitológico periódico. Implementar medidas de aderência aos programas de saúde. Realizar diagnósticos de estado nutricional nos escolares. Considerar as merendeiras como potenciais agentes de saúde da comunidade escolar, uma vez que residam em seu entorno.

3.2.3.5 Cantinas escolares

A regulamentação das cantinas escolares também figura algumas recomen-

dações, cujo ponto central é a garantia da oferta de alimentos considerados mais

saudáveis (Quadro 5). Portanto, o foco é dado na questão da oferta, ou seja, regu-

lamentações, estratégias, pré-requisitos direcionados aos donos das cantinas. Inte-

ressante ressaltar que a questão da preferência dos alunos – fator destacado nas

recomendações que se referem ao PNAE – não apareceu como um ponto importan-

te nas recomendações direcionadas a discutir a presença das cantinas nas escolas.

Quadro 5. Recomendações referentes ao funcionamento de Cantinas escolares.

Cantinas

Elaborar portarias que regulamentem o funcionamento de cantinas, bem como sua fiscalização. Oferecer alimentos mais saudáveis na cantina escolar, quando estiver presente. Elaborar estratégias educativas direcionadas aos donos de cantinas, a fim de conscientizá-los dos motivos pelos quais as regulamentações são feitas, qualificar o fornecimento de alimentos, garantir a viabilidade econômica, tornando as cantinas um lugar de promoção da saúde. Construir cantinas para vender produtos nutritivos e de baixo custo. Estabelecer critérios ou pré-requisitos para instalação e funcionamento de cantinas.

A sistematização deste conjunto de recomendações nos possibilita

compreender algumas engrenagens para o bom ou mau funcionamento do PNAE,

seguindo a visão da produção científica sobre o programa (Figura 5). Identificamos

dois grandes blocos aos quais se direcionam as recomendações de Qualidade das

refeições, Infraestrutura, Promoção da saúde, Cantinas escolares, Condições de

trabalho. O primeiro parte da percepção de que há uma baixa aceitação da

alimentação escolar por parte dos alunos. Duas soluções centrais são propostas

para corrigir esta situação. A primeira, e mais recorrente, é a necessidade de fazer

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educação nutricional, entendendo que a recusa dos alunos diante das refeições

oferecidas se dá pelo desconhecimento destes da importância da alimentação

adequada e saudável. Aliada a EAN viria a promoção da saúde, com uma proposta

mais abrangente, alcançando toda a comunidade escolar com o intuito de combater

o excesso de peso, inadequações de estado nutricional e verminoses. A outra

solução proposta é a regulamentação da oferta de alimentos ricos em gorduras,

açúcares e sal nas cantinas, entendendo que estes estabelecem uma “competição

desleal” com a refeição saudável oferecida pelo PNAE.

No entanto em ambas as propostas são sentidas ausências lamentáveis. Nas

discussões sobre a baixa aceitação das refeições, parcas vezes são citados

aspectos relacionados às preferências dos (as) estudantes. Via de regra, parte-se do

pressuposto de que crianças e adolescentes são afeitos a comer “bobagens” e,

portanto, este seria o motivo pelo qual recusam a refeição. Poucos trabalhos se

dispuseram a refletir sobre a estigmatização da merenda como “comida para quem

passa fome”, decorrente do caráter exclusivamente assistencialista a que esta se

prestava no início da alimentação escolar. Ainda menos frequente é a discussão

acerca de suas preferências alimentares, sendo o conceito de “alimentos regionais”

aplicado nos cardápios como “comidas típicas”. Poucas reflexões temos nestes

trabalhos sobre o que caracteriza a regionalidade da comida na atualidade. Se for

considerado necessário fazer frente à uniformização dos sabores decorrente da

globalização dos sistemas alimentares, então precisamos conhecer mais a fundo as

expectativas e preferências da juventude, considerando que esta sempre se renova.

Conhecer não para moldá-la, mas para oferecer uma alimentação escolar que

possa, de fato, contribuir para a garantia do direito destas crianças e adolescentes a

ter acesso a refeições de qualidade durante seu período escolar. Desta forma,

poderemos começar a ampliar o entendimento a respeito de hábitos alimentares,

incluindo os sujeitos na sua elaboração.

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Figura 5. Engrenagens que movem as principais recomendações sobre o PNAE.

3.2.3.6 Demandas para as Políticas Públicas

Nestes trabalhos, pudemos pontuar uma vasta lista de recomendações

direcionadas às políticas públicas. Destas, algumas foram especificamente

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relacionadas ao PNAE e outras tratavam de aspectos gerais, mais abrangentes, que

repercutem no PNAE de alguma maneira (Quadro 6).

Dentre as demandas gerais, houveram aquelas referentes à saúde (acesso a

serviços de saúde, prevenção de desnutrição e carências nutricionais), ambientais

(sustentabilidade), sociais (combate a fome e a exclusão social) e referentes à

gestão (integração dos setores saúde e educação, autonomia da gestão municipal).

As demandas especificamente voltadas ao PNAE foram distribuídas em

operacionais (atuação conjunta de conselhos e núcleos fiscalizadores, capacitação

de agentes locais, elaboração de documentos, maior frequência de refeições);

administrativas (revisão contínua dos objetivos, discussão dos papéis inerentes a

gestores e nutricionistas, aumento dos recursos); inclusivas (garantia do direito a

alimentação, participação de pequenos produtores e comerciantes, participação de

comunidades indígenas, considerar questões de gênero, dar visibilidade às

merendeiras).

Quadro 6. Recomendações referentes a Demandas para as Políticas Públicas gerais ou especificamente voltadas ao PNAE.

Demandas para políticas públicas

Gerais: Preservar os recursos naturais a fim de garantir a sustentabilidade. Envolver conjuntamente os setores de Saúde e de Educação. Proporcionar acesso adequado à serviços de saúde, a fim de solucionar problemas da comunidade escolar. Implementar políticas públicas para a fortificação de farinhas visando diminuir a prevalência de anemia. Implementar medidas de prevenção da desnutrição em municípios mais pobres. Ampliar o exercício dos direitos e autonomia da gestão municipal, com maior controle dos recursos públicos. Combater os efeitos da fome no país. Implementar programas de suplementação de renda em municípios mais pobres. Resolver as disparidades inter e intragovernamentais que afetam as políticas sociais em geral, para a criação de bases mais cooperativas na descentralização do PNAE. Atacar as causas da exclusão social, como a concentração da terra e da renda, o desemprego e o modelo econômico. Específicas: Rever sistematicamente os objetivos do programa, e suas práticas de implementação política, visando garantir a alimentação escolar enquanto direito. Discutir os aspectos administrativos, econômicos, sanitários, entre outros. Buscar formas de garantir o êxito dos gerenciamento descentralizado. Aperfeiçoar a aplicação do PNAE enquanto política pública. Discutir o papel do nutricionista e dos gestores locais no PNAE. Adequar semestralmente o PNAE às necessidades do público alvo, a partir do acompanhamento efetivo dos profissionais de alimentação e nutrição. Promover a atuação conjunta do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) e dos Núcleos de Controle de Qualidade a fim de otimizar os recursos garantindo a qualidade da refeição. Incorporar pequenos produtores e comerciantes ao programa a partir da viabilização da participação destes nas licitações públicas. Viabilizar a participação das comunidades indígenas promovendo processos de discussão e negocia-ção com os poderes públicos.

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Capacitar agentes locais na gestão da alimentação escolar. Aumentar os recursos para o PNAE. Oferecer desjejum, almoço e jantar. Desenvolver documentos que orientem uma gestão de qualidade e programas de educação nutricio-nal, assim como legislação que estabelece critérios técnicos para elaboração de cardápio, aquisição de gêneros, prestação de contas e controle social. Estabilizar a oferta da alimentação escolar, não sujeitando-a a flutuações sazonais, econômicas ou geopolíticas. Garantir a equidade, onde todos possam ter um bom estado nutricional. Garantir a autonomia de cada região, onde cada uma possa garantir ao menos sua cesta básica típi-ca. Considerar a alimentação escolar como um direito e a merenda como melhor veículo de Educação Alimentar e Nutricional. Basear os programas em diagnósticos prévios de consumo alimentar das famílias. Aumentar a cobertura na regiões mais pobres e rurais. Formar CAEs como espaço de participação popular. Realizar atividades que aumentem a participação do CAE. Definir critérios que garantam a transparência e a objetividade entre parcerias do setor público e privado. Revisar dos objetivos do programa, promovendo a discussão que inclua a participação a participação popular articulada as políticas de alimentação inseridas nos setores de Saúde e Bem-Estar. Integrar os elementos existentes no município, tais como produtores locais, comércio e indústria. Analisar tanto a estrutura operacional do programa como os aspectos legais que envolvem as compras publicas, buscando-se elaborar novos mecanismos que aproveitem as potencialidades do município como sua própria rede de abastecimento. Potencializar a descentralização do PNAE através do planejamento conjunto entre várias áreas de atuação do poder público, como Abastecimento, Saúde, Promoção Social e Cultura, Esporte e Turismo, junto com a população alvo. Planejar ações de intervenção no PNAE, subsidiadas pelas pesquisas na área, visando a melhoria de sua eficácia. Conferir visibilidade às merendeiras através das políticas públicas de educação e saúde. Atentar às diferenças entre os gêneros. Adequar o PNAE às características dos beneficiários.

3.2.3.7 Demandas de pesquisa

Entre as recomendações, em diversas publicações, aparecem indicativos que

visam colocar demandas para pesquisas posteriores (Quadro 7).Estas foram refe-

rentes àaceitação (motivos da rejeição da merenda, hábitos alimentares), participa-

ção (pesquisas sobre os Conselhos de Alimentação Escolar, debates com os sujei-

tos de pesquisa),avaliação (impactos de ações educativas), contextualização (cir-

cunstâncias históricas, realidade sociocultural, análise de documentos).

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Quadro 7. Recomendações referentes às Demandas de pesquisa, apontadas para estudos posterio-res.

Demandas de pesquisa

Pesquisar sobre a realidade sociocultural e as circunstâncias históricas a fim de subsidiar e informar a ação pública. Investigar a adequação dos cardápios aos hábitos alimentares. Investigar a relação do PNAE com a evasão escolar. Analisar os motivos da rejeição da merenda. Incentivar pesquisas que incluam os membros do CAE, buscando compreender a natureza do funcio-namento destes conselhos, ampliando os objetos de estudo visando à intervenção social. Incentivar pesquisas que façam análise de documentos. Realizar pesquisas visando conhecer os motivos que condicionam o baixo consumo da alimentação escolar, principalmente em alunos mais velhos. Debater os resultados das pesquisas com os sujeitos envolvidos no processo, com a finalidade de aperfeiçoar os programas subsequentes de forma mais participativa. Pesquisar o impacto das ações educativas que visam promover hábitos alimentares saudáveis nas escolas.

3.2.3.8 Ações Educativas

As 23 recomendações referentes às Ações Educativas em Alimentação e

Nutrição descritas nos estudos estão listadas no Quadro 8. Algumas destas

recomendações se referem a atividades semelhantes e optamos por agrupá-las e

listá-las da maneira como aparecem nos estudos.

A primeira observação que destacamos ao montar este quadro foi: apesar de

apenas 6 dentre os 113 trabalhos terem atividades educativas como objeto de

estudo, a quase totalidade das publicações fazem algum tipo de recomendação

sobre ações educativas. Nos parece que a educação, e neste caso a educação

alimentar e nutricional (EAN), é considerada a priori como uma estratégia capaz de

melhorar o funcionamento do PNAE. Considerando aquilo que descrevemos

anteriormente, de que os beneficiários são os principais objetos/sujeitos de

pesquisa, percebemos que há um pressuposto de que: se os estudantes não

aceitam a alimentação escolar ou não estão dentro do padrão de saúde esperado, é

porque desconhecem os benefícios desta ou as formas de manutenção da saúde. O

pressuposto da ignorância transpassa - mesmo que implicitamente – boa parte

destas publicações.

Isto nos chama atenção para o fato de que independente do problema que o

trabalho esteja estudando, a EAN deve ser parte da solução. A adoção inadvertida

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deste pressuposto pode acarretar aquilo que chamamos anteriormente de

“respostas simples a perguntas complexas”. Por exemplo, a rejeição dos estudantes

às refeições servidas no PNAE se dá exclusivamente porque eles desconhecem a

importância da alimentação para sua saúde? Colocada desta maneira, esta nos

parece uma afirmação simplória, que não se sustenta na medida em que trazemos

outros aspectos da questão.

Em um dos trabalhos analisados, Bezerra (2009) descreve uma situação

diametralmente oposta a este pressuposto da ignorância. O autor descreve, a partir

de um estudo etnográfico em uma escola pública do Ceará, que os estudantes e

suas mães esperam encontrar na escola alimentos que não são de consumo

frequente em suas casas, como iogurtes e frango assado, por exemplo. Isto nos

leva a pensar que, neste caso, o problema da baixa aceitação da alimentação

escolar não tem relação alguma com a ignorância dos beneficiários, mas talvez com

uma inadequação entre o que é oferecido e o que é esperado. Esta inadequação

pode se dar por inúmeros motivos, alguns dos quais poderemos observar ao longo

das demais recomendações descritas ao longo deste trabalho.

Ainda dentro da descrição das ações educativas podemos perceber que

merendeiras e nutricionistas são vistas como potenciais educadoras e que é

considerado necessário desenvolver este potencial. Em paralelo, foi destacado o

papel do professor “como mediador da educação alimentar”. A “comunidade escolar”

aparece como alvo das ações educativas e a necessidade de avaliação do alcance e

do impacto destas ações foi percebida.

A nutrição como conteúdo curricular e o aspecto pedagógico da merenda

aparecem como formas de incorporar a EAN às dinâmicas da escola. As hortas

escolares surgem como uma estratégia necessária, apesar de não terem sido objeto

de estudo, sendo, portanto, uma prática pedagógica definida a priori.

Portanto, ao descrevermos o Quadro 8, podemos perceber que a EAN tem

sido definida a priori como estratégia para o bom funcionamento do PNAE. Poucos

estudos se dedicaram a estudar as ações educativas em si. De maneira geral, não

há um questionamento sobre o que deve ser ensinado, partindo do princípio de que

isto já está bem definido, e frequentemente estes conteúdos se referem ao campo

da nutrição, o que se apresenta a partir de “hábitos alimentares saudáveis”, “controle

da obesidade”, “conhecimentos em alimentação e nutrição”.

Estas recomendações foram agrupadas em três categorias que sintetizam os

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posicionamentos e propostas encontrados nos artigos: Desenvolvimento, Avaliação

e Conteúdos e estratégias (Figura 6).

Figura 6. Resumo das categorias relacionadas a ações educativas.

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Quadro 8. Recomendações referentes a Ações Educativas em Alimentação e Nutrição.

Ações Educativas

Desenvolver ações educativas envolvendo toda a comunidade escolar – alunos, professores, funcionários, familiares - a fim de contribuir com a formação de hábitos alimentares saudáveis e o controle da obesidade. Estender o tempo e o alcance da intervenção educativa. Avaliar o impacto das atividades educativas. Desenvolver instrumentos e métodos mais sensíveis para avaliar o nível de conhecimento em alimentação e nutrição, práticas alimentares e atividade física. Avaliar a inserção de conhecimentos básicos sobre alimentação e nutrição no currículo escolar desde a pré-escola. Orientar pais e escolares a não substituir as refeições por lanches. Estimular o professor como mediador da educação alimentar, garantindo seus direitos trabalhistas e eventualmente empregando a alimentação escolar como Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC). Introduzir no currículo escolar as ações educativas em nutrição, aliadas a prática de atividades físi-cas. Discutir a importância do papel pedagógico da merenda na escola. Desenvolver posturas crítica, reflexiva, cooperativa e autônoma dos docentes, a fim de discutir hábi-tos de consumo, suas consequências e intervenções possíveis. Incluir as merendeiras como potenciais educadoras, revendo os cursos de treinamento que recebem. Desenvolver o papel do nutricionista enquanto educador. Implementar medidas educativas relacionadas a alimentos orgânicos. Reorientar os gastos com a alimentação como estratégia educativa para mudança de hábitos alimen-tares de escolares e suas famílias. Orientar as famílias sobre alimentação saudável. Incentivar o consumo da merenda por intermédio de educação nutricional. Incorporar conhecimentos de nutrição e higiene de alimentos no currículo escolar. Implantar horta nas escolas. Implementar hortas escolares, ministrando aulas teóricas e práticas aos alunos. Inserir a educação nutricional no projeto político-pedagógico da escola, de acordo com as especifici-dades de cada faixa etária. Conscientizar todos os funcionários sobre sua função educativa quando envolvidos na alimentação, especialmente na educação infantil. Orientar os escolares e seus pais para que as refeições feitas em casa tenham a melhor qualidade possível. Incentivar a realização de processos de educação nutricional no ambiente escolar, de acordo com a diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição que diz respeito à promoção da saúde.

Tendo sistematizado estas recomendações e pressupostos, podemos concluir

revisitando os recortes quantitativos expostos anteriormente, compondo a seguinte

síntese panorâmica:

Arremates:

O corpo de conhecimentos produzidos cientificamente no Brasil sobre o PNAE entre

1994-2010 foi construído primordialmente na Região Sudeste, com destaque para o

estado de São Paulo, a partir das áreas da Nutrição e da Saúde Coletiva, seguidas

pelas áreas de Educação e Ciência e Tecnologia de Alimentos. A maior parte dos

estudos são quantitativos e de abrangência local, sendo os estudos teóricos os

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maiores responsáveis por inferências de abrangência nacional. No âmbito do PNAE

o principal objeto/sujeito de pesquisa é o estudante, seus hábitos, preferências e

estado de saúde. As refeições e as(os) merendeiras(os) responsáveis por seu

preparo aparecem em seguida, com o objetivo de avaliar critérios de qualidade e

higiene. As refeições foram consideradas inadequadas e há necessidade de

melhoria da infraestrutura tanto para o preparo quanto para a distribuição dos

alimentos,nas cozinhas e refeitórios. Ao discutir as condições de trabalho das

merendeiras o foco é na capacitação profissional, sendo apenas uma das

recomendações voltada à garantia de melhores condições de trabalho.A promoção

da saúde na escola não se limita ao PNAE, sendo direcionada à toda a comunidade

escolar. A questão da cantina nas escolas se refere especialmente a oferta de

alimentos, enquanto a discussão sobre a preferência dos alunos parece secundária.

As principais demandas para pesquisa posteriores se referem às questões de

aceitação da alimentação, participação de diferentes grupos na operacionalização

do programa, avaliação de intervenções e contextualização histórico-social. Os

trabalhos colocam diversas demandas para políticas públicas gerais (ambientais, de

gestão, de saúde) e específicas (operacionais, administrativas, inclusivas).

Fios soltos:

A EAN dever sera priori uma estratégia para o bom funcionamento do PNAE?

A chave para a melhoria da qualidade das refeições está na capacitação das

merendeiras e no investimento em infraestrutura adequada?

Em que posição a comunidade escolar (professores, funcionários, família) aparece

nas estratégias em alimentação direcionadas à escola?

Quem está incluído ou excluído das decisões sobre a alimentação na escola?

Como se equaciona o que os estudantes gostam de comer com o que é considerado

adequado servir?

3.3 PARA ALÉM DA PANORÂMICA: MAPEANDO AS TEORIAS.

Em uma revisão realista partimos do princípio de que toda intervenção

é,antes de mais nada, uma ou mais teorias postas em ação. O termo teoria foi

utilizado aqui em um sentido amplo abrangendo pressupostos, expectativas,

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racionalidades e racionalizações sobre o porque a intervenção pode funcionar.Estas

teorias são listadas antes e durante o processo de síntese, partindo de experiências

e pesquisas anteriores à revisão propriamente dita, apontando alguns caminhos e

possibilidades a serem explorados. Este mapeamento da teoria deve ser amplo e

variado, abrangendo sempre que possível teorias a nível macro, meso e micro

(Pawson et al , 2005).

Um trabalho anterior a esta tese, contribuiu para esta primeira lista de teorias

a serem consideradas. Este trabalho foi produto de uma dissertação de mestrado

desenvolvida por Rebecca Greenwood (2011), em nosso grupo de pesquisa,

concomitantemente com o início desta revisão. Ao longo da pesquisa a autora

desenvolve quatro “caminhos” construídos a partir da observação etnográfica do

cotidiano de uma escola pública do Rio de Janeiro, especialmente em uma turma de

alunos de 9ºano, durante 3 meses do ano de 2010. Ao final da pesquisa estes

caminhos a auxiliaram na realização de grupos de diálogo com os alunos sobre

Alimentação Escolar. Entendemos que estes caminhos são o que estamos

chamando aqui de teorias que fundamentam uma intervenção.

Trazemos ainda algumas teorias que insurgiram das leituras, das discussões

de grupo e de conversas informais com as partes interessadas, dando continuidade

a construção deste mapa que servirá como ponto de partida para nossas análises

mais cuidadosas sobre as publicações científicas e os estudos de caso realizados.

Na Figura 6 estão sistematizadas estas teorias que buscam compreender para que a

Alimentação Escolar existe e porque funciona ou não. Na primeira linha estão

descritas as quatro teorias destacadas no estudo anteriormente citado, que se

referem à alimentação escolar para: Quem precisa; Garantir o direito; Tempo na

escolar e Cuidar do corpo. Na segunda linha estão descritas teorias adicionais, que

complementam e/ou contradizem as anteriores: Cientificidade, Teoria rival,

Descompasso e Movimentos contrários.

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Figura 7. Mapeamentode teorias sobre a Alimentação Escolar.

3.3.1 Cientificidade

A Cientificidade (teoria 5) se refere aquilo que observamos na análise

panorâmica das publicações, onde pudemos perceber que a produção destes

conhecimentos não é neutra, refletindo pontos de vista, objetivos e ideologias de

determinado campo científico. A partir do momento em que delimitamos isto, nos

parece fundamental considerar abordagens sobre o PNAE que ampliem esse

quadro. Um ponto importante é a invisibilidade dos atores sociais nas análises sobre

o programa. As partes diretamente envolvidas, alunos e merendeiras, são quase que

sempre desconsideradas enquanto sujeitos autônomos e detentores de saberes que

poderiam ser colocador em um patamar além do que de meros “objetos de

pesquisa’”. São tratados como “fonte de dados” e não como sujeitos ativos e que

efetivamente têm muito a contribuir na concepção e avaliação do PNAE.

Os estudantes são rotineiramente avaliados, no que concerne a peso

corporal, frequência de consumo de alimentos e aceitação das refeições oferecidas

na escola, e a partir destas avaliações é gerado o material científico que dá suporte

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ao planejamento de políticas públicas. A participação dos estudantes na elaboração

destas políticas, caso aconteça, está terminantemente excluída das publicações

científicas neste período de tempo.

Assim como os estudantes, as merendeiras também são invisíveis enquanto

principais sujeitos na operacionalização do programa. Enquanto objetos de pesquisa

são recorrentemente avaliadas, em relação àhigiene no preparo dos alimentos e aos

conhecimentos técnicos que devem apresentar. As capacitações são planejadas a

partir da identificação da necessidade de corrigir as insuficiências técnicas que estas

profissionais apresentam. Raros são os trabalhos que fazem referência às condições

de trabalho terminantemente indignas a que estas profissionais estão submetidas.

Frequentemente são contratadas temporárias do município ou terceirizadas, em

troca de um salário mínimo. A infraestrutura das cozinhas nas quais trabalham são,

em sua maioria, inadequadas. Mesmo quando é possível encontrar uma cozinha

minimamente equipada para atender o volume de refeições demandados em uma

escola (que pode variar de 100 a 1000 refeições/ turno), a quantidade de pessoas

trabalhando para isto passa ao largo do mínimo necessário para uma cozinha

industrial ou semi industrial. Não há cursos profissionalizantes voltados à formação

de merendeiras, sendo frequente a alocação de auxiliares de serviços gerais para

desempenhar este papel. Por outro lado, o perfil profissional pode varia muito, sendo

possível encontrar profissionais com curso superior exercendo esta função. Apesar

de grandes avanços terem sido realizados no sentido de ampliar o espectro do

PNAE enquanto garantia de direitos, as merendeiras tem sofrido o efeito inverso. A

progressiva dilapidação de direitos trabalhistas e a manutenção de uma relação

“doméstica” de trabalho parecem ser questões urgentes para a realização de uma

política pautada no direito e na participação social.

Outro elemento social fundamental para a organização do PNAE são os

Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), que podem ser formados por profissionais

envolvidos no PNAE, professores e funcionários de escolas, alunos e pais de

alunos, bem como demais membros da sociedade civil, e que têm a função de

acompanhar, regular, fiscalizar e propor acerca do funcionamento do programa. A

não existência deste representa para um município a possibilidade de corte no

repasse dos recursos federais para a Alimentação Escolar por parte do FNDE. Além

desta centralidade normativa desta instância para a execução do programa, a

análise do Censo Escolar encontrou associação estatística positiva entre a

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existência de CAEs ativos e a realização de atividades de educação alimentar e

nutricional nos municípios (Frozi et al, 2012). Infelizmente os CAEs são outro

elemento invisível na maior parte das pesquisas, não existindo estudos qualitativos

preocupados em discutir e refletir sobre as ações dos CAEs, e delimitando de forma

mais concreta a sua importância, seus limites e possibilidades para além das

questões meramente formais e legais.

A teoria da cientificidade resume suas ações aos elementos biomédicos e as

aplicações de conteúdos e lógicas como a de balanço energético. A promoção da

alimentação saudável é associada a uma “alimentação adequada” e a realização de

atividade física, depositando no indivíduo a responsabilidade total por estes

processos. Adicionalmente, cabe ao profissional sabedor do conhecimento orientar e

apresentar as informações corretas, desconsiderando totalmente aspectos sociais e

psicológicos que são parte central nos processos de saúde e doença.

3.3.2 Teoria Rival

A Teoria Rival ocupa um papel importante em uma revisão realista, uma vez

que põe em pauta o que não funciona. Neste caso, nossa teoria rival é de que no

campo das práticas o PNAE não atende aquilo que se propõe, uma vez que as

realidades locais são extremamente distintas. Esta teoria deve ser considerada em

estudos que se dispuserem a avaliar o PNAE de forma mais abrangente, visando

atender a garantia do direito à alimentação escolar.

3.3.3 Descompasso

O Descompasso surge aqui como um elemento fundamental na elaboração

das análises dos estudos de caso posteriores. Identificamos até então que os

conceitos de alimentação saudável são postos em pauta alheios a participação da

comunidade escolar. Uma vez que as legislações sobre o PNAE se dispõem a

incentivar práticas que estimulem o desenvolvimento local, a considerar hábitos

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regionais e a realizar EAN para a formação de hábitos alimentares saudáveis, estes

conceitos não podem ser definidos à priori, à revelia do entendimento local sobre

estes. Nesse sentido, aparece um descompasso, entre os setores da saúde e da

educação, uma vez que mesmo dentro das Secretarias de Educação, são em sua

maioria, profissionais de saúde que planejam e executam funções referentes ao

PNAE. Por maior que seja a dedicação destes profissionais, em sua maioria

nutricionistas, em pensar intervenções e estratégias que atendam às necessidades e

demandas das escolas, por vezes estas tentativas são frustradas. Atribuímos isto a

uma diferença de objetivos e pressupostos entre os campos de conhecimento da

saúde e da educação. Enquanto no campo da saúde são frequentes os termos

“intervenção”, “mudança de hábitos”, “diagnóstico”, no campo da educação fala-se

em “processos”, “autonomia”, “compreensão”. Decerto que estes termos se

mesclam, e a divisão de campos não se dá em espaços isolados. Não por acaso,

destas mesclas surgem propostas em educação em saúde que de fato harmonizam

estes dois campos. Entretanto,a dificuldade de compreensão entre campos ainda é

expressiva e dela derivam diversos outros problemas. Um deles, são os Movimentos

contrários.

3.3.4 Movimentos contrários

O principal argumento dos Movimentos contrários é que oferecer alimentação,

independente do motivo, não é papel da escola. Esse posicionamento costuma estar

associado ao rechaço às campanhas assistencialistas que deram início ao PNAE,

nas quais o objetivo maior era “dar de comer a quem tem fome”. Naquele momento,

em meados da década de 1950, a alimentação escolar cumpria o papel de remediar

as condições de extrema pobreza em que muitos alunos estavam inseridos. Este

argumento era sustentado pela relação desnutrição / fracasso escolar, que apontava

a fome crônica como o principal motivo para o baixo desempenho dos alunos pobres

na escola. Ainda hoje é possível encontrar argumentos que se sustentam no apelo

de que “a merenda é a única refeição do dia para estas crianças”. Decerto que,

lamentavelmente, isto é real ainda hoje no Brasil. Contudo, estes posicionamentos

contribuíram para a estigmatização da alimentação escolar como “comida de pobre”,

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ou de quem “passa fome”. É comum encontrar alunos que relatam se sentir

envergonhados de comer na escola, porque “eles tem comida em casa”, e portanto,

não precisam comer na escola.

A percepção deste quadro leva muitos educadores a se posicionarem contra a

presença da alimentação gratuita preparada e servida na escola, sob o argumento

de que o que deveria ser feito é investir na melhoria das condições de vida destas

comunidades. Sem dúvida isto é urgente e a situação atual de muitas famílias fere a

dignidade humana. Entretanto, o que precisamos manter em mente é a garantia do

direito à alimentação adequada e saudável inerente a todos os alunos, independente

da condição social em que se encontra. Esta garantia sim, poderia, de fato, mudar o

entendimento do senso comum sobre a presença da alimentação na escola.

Outro fator importante que alimenta esses movimentos contrários é a

sobrecarga de funções atribuída especialmente as diretoras e diretores das escolas.

Ao mesmo tempo em que o gerenciamento local do PNAE atribui mais autonomia e

adaptabilidade às escolas, também acrescenta um grande volume de trabalho.

Formalmente não há um funcionário destinado a exercer estas funções

administrativas e operacionais na escola, e na maior parte das vezes esta função

fica a cargo das diretoras e diretores, que por vezes elegem algum outro funcionário

para dar suporte.

3.4. TRAÇANDO UM PLANO DE AÇÃO.

Estas presenças e ausências refletem ideologias e modelos de participação

social que valem estudos posteriores mais aprofundados.Entremeadas nestas

teorias mais abrangentes, podemos destacar alguns pressupostos ou teorias

subjacentes lançando algumas luzes sobre nossas questões. Algumas delas são as

seguintes:

- As refeições são de baixa qualidade quando não há capacitação das

merendeiras e infraestrutura adequada.

- Os alunos não aceitam bem a comida, porque desconhecem a importância

das refeições ou por que tem outras preferências.

- O PNAE é um instrumento para o desenvolvimento local.

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- O bom funcionamento do PNAE depende da postura dos gestores locais.

- A execução do PNAE é vinculada às Secretarias Municipais de Educação,

sob a coordenação de profissionais de saúde (nutricionistas).

Poderíamos desenvolver cada uma dessas teorias e pressupostos,

entretanto, atendendo ao intuito deste trabalho nos propusemos a investigar

especificamente dois pontos:

- A EAN é necessária para a formação de bons hábitos alimentares, e portanto, para

melhorar a aceitação da alimentação escolar.

- O professor impõe resistência à atividades de EAN na escola.

Estes pressupostos, que aparecem implícitos em diversos artigos, podem

estar refletindo um entendimento específico, que se relaciona com nossa teoria 7,

Descompasso. Partindo do princípio de que até então investigamos os pontos de

vista das publicações mais voltadas ao campo da saúde, nos voltamos agora às

práticas, no campo da educação. Mantivemos nosso foco na EAN, investigando

quais propostas os professores relatam realizar e que novos elementos estas

poderiam trazer à elaboração teórica em EAN.

Portanto, diante deste mapeamento das teorias, passamos a uma nova etapa,

que visa trazer elementos empíricos oriundos dos trabalhos de campo. Faremos

uma descrição metodológica detalhada e logo após são apresentados os dados que

destacamos dos estudos de caso.

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4 ESTUDOS DE CASO

4.1 DESENHO METODOLÓGICO

Estes estudos de caso foram realizados com o intuito de pensar a

Alimentação desde suas práticas cotidianas na escola até as políticas e programas

que estejam relacionados ao tema, pensando quais apontamentossinalizam à EAN

na escola e suas relações com a educação em ciências e a educação em saúde.

Para isto, o desenho metodológico dos trabalhos de campo consistiu em um

estudo de caso múltiplo integrado (Yin, 2010), no qual cada cidade representa um

contexto e cada escola, um caso. Considerando a diversidade de um país com as

dimensões do Brasil, nos propusemos a estudar uma escola em cada região.

O procedimento de coleta de dados se deu a partir do banco de dados do

Censo Escolar de 2004, disponibilizado pelo INEP (Instituto Nacional de Estatística e

Pesquisa), referente a todo o país. Neste foram selecionados, em cada uma das 5

regiões, os estados que possuíam um maior percentual de escolas que afirmavam

realizar EAN, totalizando cerca de 36% das escolas. Os estados com os maiores

índices em cada região foram Espírito Santo, Sergipe, Rio Grande do Sul, Goiás e

Amapá. Em cada um destes estados foi selecionada a cidade com mais de 100 mil

habitantes e que possuísse o maior percentual que afirmava realizar EAN, a saber:

Vila Velha (ES), Aracaju (SE), Caxias do Sul (RS), Aparecida de Goiânia (GO) e

Macapá (AP).

Após a seleção das cidades e aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa do

Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, iniciaram-se os contatos para autorização

do estudo nas Secretarias Municipais de Educação de em cada uma das 5 cidades.

Pediu-se ao responsável pelo setor de alimentação escolar que indicasse uma

escola que se destacava em relação as práticas de EAN. O objetivo era conhecer de

perto experiências de qualidade e que estavam apresentando bons resultados.

A coleta de dados foi realizada por três pesquisadores e ocorreu entre maio e

novembro de 2011, durante 10 a 15 dias em cada cidade, consistindo em

observação não participante do cotidiano das escolas durante o período referido,

visando identificar como, quem, quando, onde e de que maneira se come na escola.

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Para auxiliar no registro da observação, fizemos um guia de observação onde

constavam alguns aspectos que nos interessavam, com o objetivo de facilitar a

triangulação e a compilação dos dados. Foram também realizadas entrevistas

semiestruturadas com a(o) Responsável Técnica(o) da Alimentação Escolar no

município, as(os) Diretoras(es) das escolas selecionadas, Professoras(es) de

Ciências, Merendeiras e outros profissionais que desenvolvessem atividades

pedagógicas relacionadas ao tema, em algumas cidades também foram

entrevistados representantes dos CAEs, pesquisadores vinculados a Centros

Colaboradores de Nutrição Escolar (CECANEs), gestores estaduais e

representantes de cooperativas que fornecem alimentos para o PNAE. Além disso

foram feitos grupos de diálogo com cerca de 25 alunos em cada escola, a partir da

exibição do vídeo “Caminhos da Alimentação Escolar”. Foram coletados ainda

documentos, legislações, formulários, cardápios e materiais com fins pedagógicos

relacionados a alimentação escolar e/ou educação alimentar e nutricional.

No planejamento da análise, os diferentes atores sociais representaram as

unidades integradasde análise, sendo os professores priorizados para iniciar o

processo analítico. As entrevistas semiestruturadas foram feitas ao final do período

de observação, e iniciavam com a seguinte questão: você poderia nos contar a

quanto tempo leciona e como chegou até esta escola? Desta forma cada entrevista

foi conduzida de acordo com as subjetividades de cada professor. Outras questões

mais específicas de nosso interesse foram sobre atividades relacionadas à

alimentação e nutrição, se identificavam ou não relações entre os conteúdos

curriculares e a alimentação escolar, e assuntos relacionados que surgissem

durante a entrevista. As questões foram colocadas ao longo da conversa, de acordo

com aquilo que os entrevistados destacavam como relevante em seus pontos de

vista.

As entrevistas foram transcritas e as principais subunidades de análise foram

identificadas. Estas subunidades foram representadas pelos pontos convergentes ou

complementares relacionados às experiências dos professores. Estes pontos foram

agrupados em tópicos e uma narrativa compreensiva foi escrita com o objetivo de

criar sentidos entre os diversos apontamentos. As experiências que não obtiveram

convergências com os pontos de vista de outros professores não foram descartadas,

mas utilizadas como observações particulares, enriquecendo o quadro analítico.

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As principais questões que direcionaram a coleta e análise dos dados foram:

quais estratégias pedagógicas em EAN são utilizadas nas escolas? Como estas

estratégias se relacionam com os contextos específicos nas diferentes cidades?

Quais observações acrescentam construções teóricas à EAN na escola?

Em conjunto com as questões de pesquisa, os estudos de caso apontam

proposições teóricas e suas proposições contrárias, que orientaram a coleta e

análise de dados. A principal proposição teórica desta etapa do trabalho foi de que a

comunidade escolar, em especial os professores, desempenham atividades

pedagógicas que acrescentam novos olhares à elaboração do quadro teórico em

EAN. A proposição contrária a esta seria de que os professores executam atividades

estritamente relacionadas ao currículo formal focando nos conteúdos e, portanto,

não criariam estratégias e posicionamentos críticos que pudessem acrescentar

novos pontos de vista ao quadro teórico em EAN.

Diante destas proposições e com as questões de pesquisa em mente,

realizamos uma síntese cruzada dos dados, visando a replicação teórica, com o

objetivo de identificar como as observações de campo se aproximaram de nossas

proposições iniciais.

4.2 CONHECENDO O CAMPO: ALGUNS DADOS SOBRE AS CIDADES.

4.2.1 Aracaju

Localizada na região Nordeste do território Brasileiro, Aracaju, capital do

estado de Sergipe, é um município que diferente dos demais, não surgiu

espontaneamente, mas foi planejada para ser a sede do Governo do Estado, com o

nome de Santo Antônio do Aracaju. Com área de 181.857 Km², é o município mais

populoso do Estado, com cerca de 587.701 habitantes (IBGE 2012), população que

vem crescendo nos últimos anos. É uma das capitais com menor índice de

desigualdade no Nordeste brasileiro e vem apresentando uma grande queda no

índice de mortalidade infantil. O mercado de serviços, seguido pelo de indústria é o

maior responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) do município, sendo a

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agropecuária o de menor contribuição, visto que o município não possui zona rural.

Aracaju faz divisa com os municípios de São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro

e Santo Amaro das Brotas, e possui um extenso litoral que atrai turistas durante todo

o ano (IBGE, 2010).

Figura 8. Informações sobre a escola em Aracaju.

4.2.2 Macapá

Pertencente ao extremo Norte do Brasil, o Município de Macapá, capital do

Estado de Amapá, foi criado em setembro de 1856, constituído por 05 distritos:

Macapá, Bailique, Carapanatuba, Fazendinha e São Joaquim do Pacuí. O município

é banhado pelo braço norte do rio Amazonas e fica ao sul do estado, onde passa a

linha do equador. Com uma população estimada em 415.55 habitantes, (IBGE,

2012) em que 95,7% são residentes de área urbana e uma área total de 6.408,545

km², Macapá apresentou um grande salto no seu crescimento populacional ao longo

dos últimos anos, alterando o quadro demográfico da região, que era mais populoso

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nas faixas etárias menores e agora passa a crescer nas faixas de idade mais

avançadas. Na economia do município, há destaque para o setor terciário, que tem

maior contribuição no Produto Interno Bruto (PIB), além do comércio e da presença

do extrativismo vegetal, com destaque para a produção de madeira, laranja, banana

e mandioca. (IBGE, 2010).

Figura 9. Informações sobre a escola em Macapá.

4.2.3 Caxias do Sul

Situada na Região Sul do país, no estado do Rio Grande do Sul, o município

de Caxias do Sul pertencia a uma região ocupada por índios e chamada "Campo

dos Bugres", até ser ocupada por agrupamentos de imigrantes oriundos da Itália, em

1890. Com aproximadamente 446.911 habitantes (IBGE 2012) – 96,3% residentes

em área urbana- e extensão territorial de 1.644 km², Caxias do Sul vem

apresentando um crescimento populacional ao longo dos anos e apresenta a faixa

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etária mais expressiva da população sendo a de adultos (25 a 59 anos de idade).

Quanto à economia, o setor de serviços e comércio lidera a participação no Produto

Interno Bruto (PIB) do município, logo seguido pela indústria, enquanto que a

participação da agricultura nesse índice é muito pequena. Com incidência de

pobreza de 20,93%, Caxias do Sul está há nove anos em primeiro lugar no Índice

que mede a qualidade de vida (IDESE) no Estado (IBGE, 2010).

Figura 10. Informações sobre a escola em Caxias do Sul.

4.2.4 Aparecida de Goiânia

Localizada na região Centro-oeste do país, no estado de Goiás, Aparecida de

Goiânia é um município de aproximadamente 455.657 habitantes, que levou esse

nome pela grande devoção dos habitantes à Nossa Senhora Aparecida, motivo pelo

qual doaram parte das terras à igreja no começo do século XX. Com 288km² de

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extensão, Aparecida de Goiânia tem praticamente toda sua população (99,9%)

residente em áreas urbanas, e apresentou um grande salto no crescimento

populacional nos últimos anos. Em sua pequena extensão rural, a pecuária, com a

criação de gado bovino, é uma das atividades econômicas da região, porém, a

indústria extrativa de areia para construções, pedras e barro comum para fabricação

de tijolos é que predomina na região, em que há grande proliferação imobiliária. O

setor de serviços e indústrias são os maiores responsáveis pelo Produto Interno

Bruto (PIB) da região, que é tida como o segundo maior colégio eleitoral do estado

de Goiás. O índice de pobreza é um dos menores do estado, enquanto que o índice

de distribuição de renda não se distancia dos demais municípios da região.

Figura 11. Informações sobre a escola em Aparecida de Goiânia.

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4.2.5 Vila Velha

O município mais antigo do Espírito Santo, capital do estado até 1549, passa

a ser a “Vila Velha” quando a atribuição de capital é transferida à Vitória. Situada a 5

km de Vitória as duas cidades são interconectadas por 3 pontes que atravessam um

extenso braço de mar (Prefeitura de Vila Velha, 2011). É o município mais populoso

do estado, com 414.420 habitantes distribuídos em 209 km2. Seus 32 quilômetros de

litoral, lhe atribuem uma intensa atividade portuária, pesqueira e turística. O

município é predominantemente urbano e industrial – 99,5% da população residem

em área urbana - sendo o mercado imobiliário e o polo de confecções os setores

com o crescimento mais expressivo, além dos importantes terminais portuários que

movimentam o setor de comércio exterior. Esta predominância industrial tem em

contrapartida uma atividade agrícola pouco expressiva, configurando uma das

menores áreas plantadas do estado. Os índices de pobreza do município estão entre

os menores do estado, entretanto a desigualdade na distribuição de renda e as

taxas de mortalidade infantil são das mais expressivas (IBGE, 2010).

Figura 12. Informações sobre a escola em Vila Velha.

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4.3 CONVERGÊNCIAS, COMPLEMENTARIDADES E CONTRADIÇÕES: UMA

SÍNTESE CRUZADA DE DADOS.

Quando os professores de ciências foram perguntados se percebiam relação

entre o trabalho que desempenhavam e temas relacionados a alimentação e

nutrição, todos descreveram estratégias pedagógicas que vão além do currículo

formal. Ao analisar as entrevistas, realizando uma síntese cruzada de dados,

pudemos identificar três temáticas principais para discussão. São elas: o cozinhar e

a cozinha, a saúde corporal e as hortas escolares.

4.3.1 Trabalhando na cozinha: juntando conhecimento técnico-científico com

as atividades profissionais.

O professor entrevistado em Aracaju (SE) era graduado em Licenciatura em

Nutrição e Dietética, curso atualmente extinto, sendo oferecido apenas o

bacharelado em Nutrição. Em sua trajetória profissional atuou como profissional de

saúde por vários anos, até que foi contratado como professor de ciências pelo

município de Aracaju. Ministra aulas de biologia para o 9ºano do ensino fundamental,

identificando diversas possibilidades de integração entre os currículos de ciências e

questões de saúde. Este professor desempenha simultaneamente dois papéis;

professor de ciências e profissional de saúde:

É interessante, pelo menos a, a na minha historia a nível pessoa né, na época, é... oitenta e quatro, oitenta e cinco, oitenta e cinco né, quando eu fui contratado pela prefeitura não tinha concurso né, e tanto o estado como o município, porque eu, eu fui também professor do estado, não existia o cargo de nutricionista no quadro, né, de funcionário, nem do estado nem do município e coincidentemente, como eu tinha feito né, a licenciatura eu fui aproveitado como professor, né e fui trabalhar, ainda trabalhei um período com, é... a parte de alimentação, a parte de nutrição, fiquei à disposição da secretaria de saúde, trabalhando com suporte né, pra, é ... aquelas mulheres né, na fase de amamentação que precisavam de um reforço em termos de alimentação, era um programa do governo, depois eu voltei pra... a secretaria da educação, fui trabalhar, educação dos jovens e adultos supletivo né, segundo grau, no estado e fui ocupar alguns cargos, é... na, na esfera do município, na prefeitura, mais na educação. (PFAracaju)

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Ele aponta o PNAE como um elemento chave a ser explorado como ambiente

pedagógico nas escolas, propondo um projeto que visa utilizar a cozinha como um

laboratório, aproximando temas científicos e práticas culinárias. Além disso, levantou

a proposta de que a cozinha da escola fosse utilizada com ambiente de aprendizado

profissionalizante. Os alunos teriam a possibilidade de aprender a produzir alimentos

panificados, confeitaria e afins, com o objetivo de serem apresentados à opções de

trabalho que possam vir a desempenhar.

Quando questionado a respeito de como percebe o papel das merendeiras

nesse processo, ele tem o seguinte posicionamento:

Olha, é... infelizmente a realidade do município de Aracaju é que as merendeiras, é... com uma formação né, com uma preparação pra tal, né, elas tão saindo, elas tão saindo do quadro da prefeitura. Estão se aposentando, algumas estão vindo a, a falecer. A gente já teve aqui na escola, até quatro... merendeiras com formação, ótimas né, porque a gente verificava a prática delas em todo sentido, sentido de higiene e tudo mais, só que infelizmente hoje a gente tem UMA, apenas, que é do quadro EFETIVO né, contratada MESMO como merendeira e com todo, com toda qualificação com todo preparo pra isso. E o pessoal que ajuda né, é o pessoal que é prestador de serviço, inclusive não tem o vínculo mais, mais FORTE com a organização.(...) Sim, então agente não tem mesmo, quer dizer, a, a, as pessoas que servem como prestadoras de serviço, elas prestam serviço de uma forma geral, limpeza, é... “varrição”, auxiliar de disciplina, né, que agente tem carência, né desses profissionais específicos dentro da escola, inclusive a... a própria merendeira em si, agente não tem mais, um quadro, digamos assim, formado, pra que possa trabalhar na escola. Essa é uma das carências também, infelizmente. Há a necessidade né, de que a secretaria, através da prefeitura, ela venha promover, concursos né, pra poder ocupar esses cargos né, merendeira, auxiliar de disciplina, né, que são, elementos importantes ne no trabalho que agente faz dentro da escola. A gente dispõe hoje por incrível que pareça, pra uma escola de mais de quatrocentos alunos, uma merendeira. Claro que ela não tá trabalhando hoje sozinha, ela trabalha com outras pessoas mas não tem informação, né. São prestadores de serviço que inclusive não tem nem...carteira assinada nem um vínculo contratual maior, eles passam três meses e são dispensados. Então, assim que eles começam a aprender alguma coisa, vão pra fora. É preciso que, como eu disse anteriormente, que a prefeitura realize concurso público pra isso né, pra preencher essas vagas, que há uma carência muito grande (PFAracaju).

Neste ponto podemos retomar as teorias identificadas anteriormente tecendo

algumas relações. Neste relato surge a precarização da função de merendeira, a

ausência de novas contratações e o número limitado de profissionais com formação

específica. Pensando nas engrenagens que movem o PNAE que foram

sistematizadas na Figura 5, destacamos a ausência quase que total de discussões

sobre as condições de trabalho a que as merendeiras estão submetidas. O

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professor, no entanto, percebe a sucatização desta categoria profissional como um

ponto fundamental nas limitações de desempenho do programa. Possivelmente por

sua formação em nutrição, o professor faz uma avaliação mais operacional da

cozinha e das cozinheiras, identificando lacunas não mencionadas por outros

professores.

Suas contribuições também se relacionam à outra grande ausência que

percebemos nas publicações, relativa à baixa aceitação das refeições por parte dos

alunos. O professor relata sua experiência anterior como responsável técnico (RT)

da alimentação escolar, antes da descentralização da gestão do PNAE:

Eu por volta de...eu trabalhei com, com alimentação pra gestante na secretaria de saúde, e trabalhei também como responsável pela merenda escolar do município, mas isso numa época, que agente não conseguia ter é...nenhuma ingerência em relação por exemplo à compra de alimento, a cardápio, foi num momento em que, se não me engano, era FAE, Fundação de Alimentação Escolar, a nível federal, a nível de governo federal que já definia os cardápios, e eram alimentação praticamente sem prontas, eram sopas, eram mingaus então praticamente a gente só fazia mesmo receber e repassar para as escolas. Claro que houve uma evolução e hoje a gente infelizmente ainda não sabe usar, o resultado dessa evolução que são as compras descentralizadas, já podendo se colocar no cardápio alimentos que são característicos, típicos, da nossa região. O período que eu passei foi esse período assim, onde a gente ficava amarrado, engessado a um cardápio nacional, a um mingau que muitas vezes a criança se quer tinha coragem de colocar uma colher na boca (PFAracaju).

Neste caso o professor associa a rejeição dos alunos com a inadequação da

refeição, de modo que historicamente a questão não passava pela necessidade de

fazer EAN ou pelas cantinas escolares. O centro da questão se referia a cardápios

inadequados, monótonos, destinados a “matar a fome”, sem fazer alusão alguma ao

sabor, a formação de hábitos alimentares ou ao prazer de comer. A descentralização

do PNAE (após 1994) abriu possibilidades de adequação dos cardápios às

realidades locais, mas ainda hoje a rejeição da alimentação escolar é expressiva.

Apesar da rejeição ainda ser grande, o professor percebe uma melhoria

significativa na qualidade das refeições, atribuindo a isto a atuação dos CAEs:

“Porque hoje, com a criação dos conselhos agente tem a possibilidade das compras

de acordo com...o costume, de acordo com a cultura das localidades onde estão

inseridas as escolas.” Mais uma vez o professor sinaliza um aspecto ao qual foi

relegada pouca importância nas publicações analisadas previamente na revisão. Os

CAEs são quase invisíveis na produção científica sobre o PNAE e, no entanto, foi

colocado pelo professor como o fator determinante para garantir a adequação

cultural dos cardápios.

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Ao observar os cardápios nas 5 cidades visitadas, foi possível perceber que a

proposta de incorporar a este os alimentos regionais, muitas vezes é levada a cabo

pela inserção de “pratos típicos”. Isto pode estar refletindo um conceito limitado de

cultura, por parte das nutricionistas responsáveis pela elaboração destes cardápios.

A ampliação deste conceito nos permitiria, por exemplo, observar o entorno das

escolas e conhecer quem são seus estudantes e suas famílias. Mais uma vez o

professor contribui para esse entendimento com o seguinte relato:

Há uma relação (dos estudantes) com quem comercializa alimentos, porque agente fica próximo aqui à central de distribuição, ao CEASA, então alguns dos alunos eles são filhos de comerciantes de hortifruti granjeiros, né, é..vendedores de laranjas, vendedores de banana, então pelo menos nesse sentido eles...esses já demostram algum conhecimento, já algum hábito em relação ao consumo desses alimentos (PFAracaju).

Este dado enriquece nossa análise sobre esta escola, na medida em que traz

uma especificidade relacionada ao ambiente familiar dos estudantes, que contribui

para a elaboração de estratégias mais pontuais, mais específicas, que se utilizem

desta característica. Neste caso, por exemplo, uma intervenção de EAN visando

promover o consumo de legumes, verduras e frutas talvez fosse absolutamente

desnecessária. Decerto que para a nutricionista responsável pela elaboração do

cardápio a nível municipal é inviável pensar estratégias específicas para cada

escola. Primordialmente esta seria uma atribuição do campo da pesquisa, abrindo

novos horizontes para ampliar as visões sobre EAN e PNAE. Diante da

predominância de pesquisas a nível local que percebemos na revisão poderíamos

propor, por exemplo, que fossem exploradas estas especificidades. Que fossem

ouvidos os estudantes e seus familiares,os atores da escola, os membros do CAE,

gerando conhecimentos que ampliem e enriqueçam as abordagens culturais. A partir

das contribuições inovadoras das pesquisas, pode ser possível fornecer aos

responsáveis técnicos elementos para elaborarem suas ações no campo das

práticas. Seguir avaliando o PNAE sob uma perspectiva diagnóstica, apontando o

que não funciona, culpabilizando estudantes e merendeiras, e propondo soluções

monológicas restritas a áreas de conhecimento específicas, não surtirá efeitos

positivos concretos na execução desta política pública.

Adicionalmente, o entendimento deste professor sobre a cozinha escolar

passa não só pelos aspectos operacionais, mas também pelos pedagógicos. Ele

relata uma proposta, ainda não executada, de trabalhar a cozinha como um espaço

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de formação profissionalizante dos estudantes que estejam cursando o final do

segundo ciclo do ensino fundamental, associando a isto os conteúdos curriculares:

É...na formação, na implantação do projeto de nutrição aqui na escola a gente poderia trabalhar com alunos no nono ano, em função já dos primeiros conhecimentos, em relação, né os conhecimentos básicos em relação à biologia, física e química, se utilizando, né, da cozinha como laboratório né, até pra... uma qualificação profissional pra que eles aprendam né, o preparo dos alimentos, a preparar doces e salgados, a confeitar, enfim é... tudo aquilo que pudesse ser produzido na cozinha, claro que aí a gente dependeria muito da participação da secretaria tanto no fornecimento dos insumos quanto também na definição de uma politica de segurança ne em função dos riscos que se corre dentro da cozinha, exatamente pra que a gente pudesse garantir a segurança desses alunos dentro da cozinha (PFAracaju).

O entendimento do espaço da cozinha e do refeitório como um espaço

pedagógico também foi percebido por outro ponto de vista; o da socialização. Nesta

mesma escola, a coordenadora pedagógica e o diretor costumavam acompanhar os

alunos no horário das refeições (Figura 13). A intenção relatada por eles era de

garantir a ordem (organizar as filas, distribuir os sucos) e de orientar sobre o

comportamento deles à mesa, por exemplo. Nesse sentido o PNAE desempenha um

papel enquanto espaço de socialização, proporcionando vivências onde os

educadores incorporam aprendizagens relacionadas à convivência social.

Figura 13. Cozinha e refeitório da escola em Aracaju. Merendeiras servindo os estudantes e coordenadora pedagógica orientando sobre o comportamento nas refeições.

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Em Caxias do Sul (RS) e em Aparecida de Goiânia (GO) também observamos

esta relação pedagógica entre o PNAE e a socialização do aluno. Nestes casos,

tínhamos uma escola do primeiro segmento do ensino fundamental com apenas

uma turma por anoe uma escola de tempo integral. No caso da escola do sul, o fato

de ser pequena, viabiliza o acompanhamento de cada professor responsável de sua

turma, os professores a acompanhavam no horário das refeições. A diretora da

unidade, baseando-se em experiências anteriores, identifica alguns pontos

importantes envolvidos na aceitação dos alunos:

A gente consegue perceber aonde sobra a merenda escolar, aonde não sobra e porque. (...) A...sobra...a gente percebe assim, desde o preparo, né, desde o preparo até o momento de servir. Então, assim, uma comida quente, ela fica mais saborosa...uma comida onde eu tô vendo me servirem ou eu posso me servir; eu né, a criança. Existe uma diferença muito grande. O olho come também né, o sentimento faz parte disso também. E a nossa merendeira, felizmente, ela tem todo este cuidado.(DNCaxiasdoSul)

Neste trecho ela descreve dois aspectos fundamentais em relação ao comer.

Um é a temperatura adequada da refeição, fator determinante para o sabor da

comida. Relevante ela ter apontado isto, uma vez que o problema da manutenção da

temperatura das preparações em cozinhas semi-industriais é uma questão

primordialmente de infraestrutura. Percebemos na revisão anterior que a

inadequação da infraestrutura das escolas aparece como uma das problemáticas

mais relevantes nas pesquisas sobre o PNAE. Nas escolas visitadas estes

problemas eram menos evidentes, uma vez que sabíamos que estávamos em

unidades que haviam se destacado de alguma forma, e não por acaso, nos foram

indicadas pela Secretaria de Educação dos municípios. Na Figura 14, podemos

observar o local onde é feita a distribuição da refeição, em cubas adequadas e com

controle de temperatura, onde estudantes e merendeira interagem.

Lamentavelmente esta não é a realidade na maior parte das escolas brasileiras,

onde as cozinhas ainda são equipadas como cozinhas domésticas. Nesta escola a

merendeira também desempenhava papel pedagógico, na medida em que era

responsável pela distribuição dos alimentos, acompanhando de perto as

preferências e escolhas dos alunos, interagindo com eles.

Portanto, o destaque dado pela diretora à temperatura e ao sistema de

autosserviço não é um argumento meramente técnico. Ela traz a dimensão afetiva

do sabor, dos sentidos, dos sentimentos envolvidos na comensalidade.

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Figura 14. Merendeira servindo e orientando os estudantes na escola em Caxias do Sul.

Na escola no cerrado, a situação entre os alunos menores era a presença dos

professores na mesma grande mesa em que eles comiam, toda a turma junta. Em

relação às turmas de alunos maiores isso não ocorria, porém por ser uma escola de

tempo integral a maior parte dos professores comiam regularmente na escola,

utilizando a fila e dirigindo-se a uma mesa específica em que comiam alguns

professores, visitantes e funcionários da administração (Figura 10).

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Figura 15. Adultos e crianças juntos na hora da refeição em Aparecida de Goiânia.

4.3.2. A comida como fonte de saúde.

Outras experiências, especialmente em Caxias do Sul (RS) foram relacionadas

a alimentos industrializados, sua praticidade e valor econômico e a relação entre

consumo alimentar e doenças crônicas. Na pequena escola em Caxias do Sul, onde

todos se conheciam, observamos um caso que deu destaque a esta relação

doenças/alimentação. Um aluno do 5º ano havia sido repetidamente hospitalizado

por conta de complicações decorrentes de diabetes e hiperlipidemia. Sua

hospitalização, que foi associada a sua obesidade, causou grande comoção na

escola. Estes episódios colocaram o foco das atividades relacionadas a alimentação

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e nutrição em questões relacionadas ao controle da obesidade e a promoção de

dietas para controlar o peso corporal. Interessante sinalizar que esta foi a única das

seis escolas visitadas, onde a obesidade era tida como um problema a ser

combatido. Nas demais escolas, este assunto não teve tamanho destaque. O relato

da professora coloca esta relação entre a presença de um aluno obeso e a

intensidade com que as temáticas sobre alimentação saudável são incluídas no

currículo:

Sim, na parte de ciências, na parte de ciências ali a gente trabalha todo o corpo humano, todos os aparelhos que fazem parte do corpo humano, inclusive o aparelho digestório, no qual a gente pode incluir mais especificamente a alimentação, mas é trabalhado como um todo (...) que daí a gente consegue então incluir mais especificamente a alimentação. Mas como tem até, inclusive eu tenho ... um aluno em específico nessa minha turma que tem problemas de obesidade, e que ... ele já teve várias complicações né de saúde por conta disso, sempre que eu posso ... tocar no assunto, fazer pesquisas, fazer algum trabalho relacionado a uma alimentação mais saudável, eu, eu procuro incluir. (...) Mas assim, também não vi grandes resultados de, de mudança de postura dele. Então não, não traz constrangimentos, ele fala normalmente, ele participa das atividades propostas normalmente, mas ele, ele ouve, ele entende, ele diz que ele compreende, ele faz ... faz um paralelo mas na hora de botar em prática, não, a gente não percebe isso.(PLCaxias do Sul).

Nesse sentido a postura dela vai ao encontro do que percebemos anteriormente

na teoria 5 da Figura 6, onde a cientificidade toma a forma de uma estratégia de

promoção de saúde, que passa pela transmissão de conteúdos científicos através

de práticas educativas postas em prática por professores capacitados. Como ela

mesma relata, esta estratégia não foi bem sucedida na tentativa de mudar o

comportamento da criança. A relação obesidade/doença deve ser mais

cuidadosamente analisada.

A estigmatização da obesidade tem sido normalizada nas sociedades

contemporâneas e muito disto se deve ao discurso massivo da área da saúde que

associa o aumento do peso corporal inevitavelmente a perda da saúde. Associado a

isto, a ação da mídia na modulação dos padrões estéticos e a promoção massiva do

consumo de alimentos ultraprocessados também deve ser cuidadosamente

examinada. Aqui reside mais uma questão que precisa ser endereçada às pesquisas

buscando compreender as dinâmicas de adoecimento que estão envolvidas na

obesidade. A culpabilização do sujeito, tido como o aquele exclusivamente

responsável por seu adoecimento, mostra-se cruel e ineficaz, uma vez que quanto

mais a responsabilidade é depositada no indivíduo tanto mais perdemos de vista os

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aspectos socioculturais envolvidos no adoecimento.

No último dia de observação nesta escola, acompanhamos a surpresa da

diretora e da professora diante de um recado trazido por este aluno. Tratava-se de

uma recomendação da nutricionista responsável por seu tratamento de saúde,

avisando que a criança não deveria mais fazer a refeição na escola. O argumento da

nutricionista era de que ele estava almoçando duas vezes; uma no final da manhã

no horário da merenda, e outra quando chegava em casa. As educadoras ficaram

muito confusas com tal recomendação, uma vez que acreditavam que a alimentação

escolar era de alta qualidade, sendo acompanhada de perto pelas nutricionistas da

Secretaria de Educação. Causou estranhamento que diante de diversas refeições

que o aluno fazia durante o dia, devesse ser excluída justamente aquela que ele

fazia na escola. Preocupava as educadoras o fato de eleficar isolado, não

compartilhando o momento da refeição com os colegas, ficando privado da

socialização. Antes deste comunicado, já havia sido possível perceber que ele

evitava as refeições na escola, muitas vezes servindo-se apenas da fruta de

sobremesa. Sentava-se à mesa com os demais, conversava, mas não compartilhava

da refeição.Caberia dispensarmos mais atenção a casos como estes, especialmente

diante do momento atual de vigilância extrema do peso corporal e sua associação

irrefletida com o adoecimento.

Este caso pode nos ajudar a retomar a teoria 7, Descompasso, onde

percebemos que os conceitos de alimentação saudável são postos em pauta sem a

participação da comunidade escolar. O Descompasso se daria entre os setores da

Saúde e da Educação, que partem de entendimentos distintos sobre EAN. Os

contatos que estabelecemos na cidade por ocasião do trabalho de campo, nos

levaram até a Secretaria de Saúde. Em entrevista com a nutricionista responsável,

percebemos que haviam realizado uma avaliação antropométrica recente no

município, onde 35% dos estudantes de Caxias do Sul foram classificados com

sobrepeso ou obesidade. A necessidade de realizar este estudo diagnóstico partir da

observação de um aumento significativo de atendimentos de crianças com

complicações decorrentes de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e

hiperlipidemia. No entendimento da nutricionista este quadro se estabelecia na

cidade devido à má alimentação:

Na verdade o que nos chamou atenção sobre a educação alimentar e nutricional na faixa etária dos escolares foi a chegada nos

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consultórios aqui, pra atendimento individual, de crianças com patologias já instaladas relacionadas à má alimentação ou à falta de educação em relação a alimentação.(NS Caxias do Sul)

A nutricionista responsável defendeu enfaticamente a necessidade de realizar

intervenções nas escolas para reverter esse quadro. Ela havia promovido reuniões

convocando diretoras (es) das escolas municipais para apresentar os dados obtidos

e propor intervenções de saúde nas escolas. Entretanto, seu projeto não foi acolhido

pela comunidade escolar, provocando uma evidente indignação da parte dela. Em

contrapartida, ao entrevistar a diretora da escola e comentar sobre este caso, esta

demonstrou grande surpresa. Em seu entendimento, as escolas já faziam EAN, uma

vez que havia nutricionistas responsáveis pela elaboração da alimentação escolar e

que eventualmente promoviam palestras sobre temas relacionados à alimentação e

nutrição.

4.3.3 Hortas escolares: ferramentas pedagógicas para aproximar alimentação e

meio ambiente.

As relações entre Alimentação, saúde, ambiente e cultura eram vivenciadas nas

escolas a partir de seu cotidiano e das práticas pedagógicas propostas pelos

professores. Uma professora do segundo segmento do ensino fundamental em Vila

Velha descreve sua proposta da seguinte maneira:

Então o meu objetivo é relacionar esse conteúdo da Mata Atlântica com tudo que tá relacionado com o cotidiano, inclusive a alimentação. Isso ai é uma questão que vem plantar e ai você vai falar de orgânico, você vai falar de hábito alimentar, você vai falar de higiene, você vai falar da questão nutricional que é importantíssima, essa mudança, porque que você tem que deixar comer um chips pra comer uma banana, uma fruta, entendeu? Aí eu vou casar essas coisas ai, vou cutucar eles, e aí quando eu tiver falando de alimentação, quando eu tiver falando, por exemplo, eu vou falar dos crustáceos, aí eu vou lá no manguezal, que é Mata Atlântica, entendeu? Então daí eu posso fazer todo questionamento, a moqueca capixaba, quais são os ingredientes, que nutrientes estão inseridos ali, entendeu? Então eles têm que relacionar a prática cotidiana com o conceito científico deles entendeu? (PC Vila Velha).

As hortas escolares foram enfatizadas como ferramentas pedagógicas nas

cidades de Vila Velha (ES) e Aparecida de Goiânia (GO), sendo ambas coordenadas

por professores de ciências. Em Macapá (AP) o professor se deparou com diversas

dificuldades para manter as hortas. Apesar disto, estas foram descritas por ele como

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uma ferramenta central, que pode trazer importantes contribuições.

Alguns dos projetos descritos tem como elemento central a ligação entre

questões ambientais e de saúde. Para isto, abordam assuntos como hábitos

alimentares, higiene, valor nutricional e alimentos regionais/culturais. Por intermédio

do plantio e manutenção das hortas os estudantes aprendiam sobre a origem dos

alimentos, diferentes sistemas de produção de alimentos e a associação entre

plantas e comida. As hortas eram frequentemente utilizadas para abordar conteúdos

de biologia envolvendo o crescimento e desenvolvimento dos vegetais. Além disso,

em Vila Velha a horta desempenhava um papel importante na inclusão de

estudantes com necessidades especiais, estimulando suas habilidades físicas e

promovendo a conscientização dos demais em relação às dificuldades e potenciais

de realização de cada um.

Ainda em Vila Velha, um projeto foi desenvolvido por um pesquisador do

Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (INCAPER), que visava criar hortas

comunitárias com propósitos pedagógicos. Estas hortas foram feitas nas escolas

envolvendo a comunidade do entorno e ocasionalmente, os alimentos produzidos

eram destinados a alimentação escolar. O pesquisador responsável pelo projeto

ressaltou a necessidade de que haja um membro da comunidade para a

manutenção das hortas, o qual denominava “artífice”. O artífice tem um papel

essencial na viabilização das hortas, visto que a dificuldade de manutenção é

apontada pelos professores como um dos maiores obstáculos para tal atividade.

Em Aparecida de Goiânia a mesma questão foi solucionada a partir da

contratação de dois pais de aluno, que tinham experiência como lavradores. A verba

necessária para isto era originária do Programa Mais Educação e da venda de

alguns produtos cultivados por eles, principalmente pimenta e verduras.

A presença de um membro da comunidade na escola levanta discussões a

respeito do valor do trabalho rural e da importância do conhecimento adquirido a

partir das atividades agrícolas e da experiência prática. Por uma perspectiva

transdisciplinar este aspecto torna-se fundamental uma vez que o foco é trazido para

o conhecimento dos trabalhadores rurais e os diversos modos de vida, em

detrimento de uma ênfase exclusivamente orientada aos conteúdos. Assim, este

membro da comunidade faz as vezes de um educador, não só visando ensinar

conteúdos, mas também trazendo conhecimentos práticos, sensações e experiência

de vida.

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Outras experiências também emergiram das escolas em Vila Velha. Em uma

das escolas a horta foi desenvolvida por uma professora do primeiro ciclo do ensino

fundamental, seus alunos e as merendeiras da escola. A área destinada à isto, podia

ser vista através da janela do refeitório e anteriormente era utilizada para estocar

material escolar (Figura 16).

Figura 16. Horta na escola em Vila Velha. À esquerda as janelas do refeitório, à direita o canteiro, em frente a porta que leva à cozinha.

Inicialmente, as merendeiras plantavam alguns tipos de ervas medicinais e

temperos, e a partir daí a professora propôs que fizessem uma horta onde

pudessem ser ensinados também os conteúdos de ciências:

(...) as meninas da cozinha já tinham plantado um pé de cidreira ali no canto, é... muito assim, né, timidamente porque elas tipo assim, elas ficam com receio de ta invadindo o espaço da escola ,se vai ser permissivo ou não, permitido ou não e tal, ai elas plantaram ali eu fui, eu falei “meninas eu vou aproveitar que voes escolheram esse cantinho, elegeram esse cantinho aqui, eu vou plantar umas plantinhas aqui, pode?” Ai elas “ah pode e tal” aí começamos né. Ate a, a colega ali ficou morrendo de ciúmes né porque ela ficou “Ah vai estragar meu pé de cidreira, não sei oque não sei oque” (...) É, tipo assim, como se eu tivesse tomando o espaço, elas aos pouquinhos foram conquistando, foram vendo que, não era bem assim, agente queria somar e não dividir, né? Então, as meninas ali da cozinha também, né, fizeram os relatos delas, quer dizer, elas tão resgatando o conhecimento delas que elas trabalham com alimento, e o

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conhecimento delas é muito importante pra nós. Elas têm experiências na, na parte né, de agricultura, ali ela relatou no vídeo, então, ela viveu isso, isso tá adormecido, mas porque não despertar esse conhecimento? Levar essas meninas na sala de aula, pra nos contar sobre as experiências dela?(...) fica difícil, também tem as regras da empresa que não pode sair da cozinha né, que não pode, eu acho isso ruim porque eu acho que engessa muito né, dá a impressão daquelas celas de senzala (risos) que tá ali trancafiada, entendeu? Eu acho que tem que quebrar as paredes e, e sabe ter uma relação melhor, porque eu acho que elas têm muito a ensinar pra gente sobre os alimentos, sobre o desperdício né, sobre várias coisas, sobre a economia, sobre a produção (PR Vila Velha).

Os alunos plantaram e fizeram a manutenção da horta durante as aulas e os

mais interessados utilizavam também seus horários livres. O bom aproveitamento

deste projeto decorreu em parte da relativa facilidade em cultivar ervas e das

pequenas dimensões do espaço utilizado, o que tornou as atividades viáveis. Outro

fator importante foi a participação das merendeiras (“as meninas da cozinha”), que

neste caso, fizeram as vezes do artífice descrito na experiência anterior. As

merendeiras desempenharam um papel importante no auxílio à manutenção do

espaço, bem como tiveram um papel pedagógico onde compartilhavam seus

conhecimentos e suas experiências com os alunos. A localização da horta “na porta

dos fundos da cozinha”, criava um ambiente amigável, onde as merendeiras podiam

interagir com professores e alunos enquanto preparavam as refeições.

A proposta desta professora e o sucesso de sua iniciativa não surgem em um

vácuo. Sua história de vida e seu entendimento de aprendizado deram o tom a seu

trabalho:

Então, a minha família tem histórico de terra, de mexer com terra. Então agente tem uma intimidade com a terra muito grande e eu acho que, que a terra e o alimento, né, ele tem um, um monte, milhares de, de estímulos que pode proporcionar ao aluno conhecimento. (...). Então quer dizer é... então a horta foi criada nessa perspectiva, né, então eu vou pra horta, então a gente produz alimentos, a gente prova pro aluno que ele é capaz de produzir alimento, não só conhecimento mas alimento, que ele é capaz, que a natureza é capaz de responder, né dando, alimento pra ele, dando, é, sementes, dando beleza, dando uma serie de coisas (PR Vila Velha).

As hortas escolares surgiram nos estudos de caso como o elo mais próximo

entre a EAN, o PNAE e a EC. Nas abordagens dos professores de ciências, as

hortas desempenharam um papel onde conceitos e orientações sobre alimentação

foram inseridos em contextos mais amplos e menos preocupados com a

normatização dos hábitos alimentares. Nem por isso, as questões referentes à

industrialização ou os posicionamentos do professor foram negligenciados:

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(...) aí lavamos (a hortelã) e botamos na boca, então um aluno deu um grito, ai ele vem assim “... eu não sabia que tinha pé de freegells!” (Risos) Isso pra mim não tem preço, entendeu?! (...) agora a partir do momento que ele pegou aquela folha de hortelã, botou na boca e relacionou que aquilo ali é o sabor do freegells, nunca mais ele vai olhar o freegells com a mesma, com o mesmo olho, com o mesmo, com a mesma visão, né, então é por ai o trabalho. (...) Então fomos estudar, então nós estudamos as embalagens das sementes, tempo de plantio, espaçamento, né, é... a quantidade de água necessária, então, isso tudo, então o freegells também foi contextualizado dentro da embalagem, quer dizer, até que ponto é uma alimentação saudável ou não? Né, quanto de açúcar tem no freegels, quanto de, de coisa natural e coisa artificial tem dentro dele? Né, os corantes, aromatizantes, né, é, como é que ... que os produtos químicos, igual o Ajinomoto trabalha na estimulação da língua pra produzir salivação e você ter a FALSA sensação de SABOR, e que a gente tá perdendo o sabor, pelas coisas da terra, as coisas naturais, o ALIMENTO natural justamente porque nós temos excesso de estimulação pelos papilos, entendeu? Então isso tudo foi trabalhado em sala (PR Vila Velha).

Em Aparecida de Goiânia (GO) houve um processo diferenciado envolvendo

as hortas escolares, visto que a escola estava localizada em uma reserva florestal.

O professor de ciências declara que:

(...) na verdade aqui tem um grande laboratório que é essa própria mata, já dei e dou muita aula ai dentro da mata com os meninos. Os alunos eles têm um diferencial que aqui eles têm contato com o verde, diferentemente de muitos alunos afastados, nas zonas mais urbanas, eles não têm noção que existe uma área verde (PD Aparecida).

Desta maneira ele se dispõe a integrar horta e floresta, em um sistema de produção

integrada (Figura 17).

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Figura 17. Horta escolar com manejo integrado a reserva florestal.

O foco de seu trabalho estava na importância pedagógica de aproximar a

preservação ambiental e a produção de alimentos como temáticas importantes e

inter-relacionadas. Nesta proposta o professor combina duas visões sobre educação

ambiental, a conservacionista e a crítica. O posicionamento conservacionista estava

associado à reserva florestal, discutindo a importância das florestas nativas e a

relação entre os seres humanos e seu ambiente natural. Adicionalmente, a produção

de alimentos era discutida de um ponto de vista crítico, envolvendo questões sociais,

como por exemplo, o uso abusivo de agrotóxicos no Brasil.A relação do trabalho

desenvolvido pelo professor com o PNAE era direta. Os alimentos produzidos na

horta eram utilizados na alimentação escolar, envolvendo os alunos no processo

desde o plantio até o preparo:

(...) no primeiro ano as verduras eram compradas, não tinha horta ainda né, mas com a nossa horta nós mesmos, as folhas né, as verduras, alguns legumes a gente consegue produzir aqui. Na verdade a gente quer utilizar mais essa horta, a gente quer produzir agora frutas né, as frutas ainda são compradas, laranja, melancia, o abacaxi, isso ainda é comprado, mas as folhosas nós conseguimos produzir. Chuchu também (PD Aparecida).

Entretanto nem todos os relatos foram de sucesso. O professor entrevistado

em Macapá traz importantes contribuições para a discussão, a partir do relato de

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uma experiência frustrada com hortas escolares. O principal motivo a que atribuiu

este insucesso foi a falta de suporte e estrutura governamental para fomentar tais

iniciativas. Este foi um apontamento importante, porém foi possível perceber que

tanto em Vila Velha quanto em Aparecida de Goiânia o suporte governamental foi

fundamental na viabilização dos projetos, mas não foi o único elemento. A iniciativa e

o empenho do professor de ciências na busca de sustentabilidade desta ação

parece ser algo central. Uma importante estratégia é a construção de uma relação

com a gestão municipal que viabilize a manutenção do espaço da horta, mas nem

sempre isto é possível. Daí outras estratégias como parcerias com a comunidade

escolar, com universidades, com programas do governo federal e mesmo, no caso

da existência de espaço suficiente, ações que visem a provisão de recursos por

meio da própria foram algumas das situações que nos deparamos no decorrer desta

pesquisa.

No caso de Macapá a Secretaria Municipal de Educação encaminhava

estudantes universitários para fazer estágios nas escolas, auxiliando nestes projetos

extracurriculares, como as hortas. Percebemos que, neste caso, os estudantes

universitários desempenham o papel de “artífice”, que em Vila Velha era

representado por membros da comunidade e merendeiras, enquanto que em

Aparecida de Goiânia os artífices eram pais de alunos. Contudo, o professor destaca

que o processo de seleção destes estudantes era complicado, uma vez que eles

necessitavam de duas habilidades importantes: saber lidar com crianças e com o

manejo da terra em si.

Neste contexto, mais uma vez surgem questões relacionadas ao

conhecimento prático, a experiência de vida e aos conhecimentos não científicos

advindos de atores sociais que vem a somar com o professor.

Interessante nesse caso que este professor era graduado em Ciências

Agrárias, curso superior destinado a formar os profissionais que ministrariam a

disciplina de Técnica Agrícolas. Com o crescimento da urbanização e a mudança do

entendimento político da relevância desta disciplina, as Técnicas Agrícolas foram

gradualmente excluídas do currículo formal. Com isto os professores foram

redirecionados para outras atividades nas escolas, dentre elas, o ensino de ciências.

Apesar de ter esta graduação específica, o professor se deparou com muitas

dificuldades, as quais atribuiu à falta de interesse governamental e à mudança de

perfil das crianças. Anteriormente, vivendo em áreas predominantemente rurais, as

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crianças traziam de casa conhecimentos práticos e vivências, cabendo ao professor

relacioná-los aos aspectos teóricos relacionados ao conhecimento científico.

Atualmente o papel das atividades agrícolas é outro, apresentando os alunos à

realidades desconhecidas para eles, abrindo a possibilidade de articular

conhecimentos sobre meio-ambiente, alimentação e saúde em uma mesma

atividade.

Quando este projeto começou, os estudantes participaram de todo o

processo, incluindo o preparo do solo, o plantio, o manejo e a colheita. Os alimentos

produzidos eram utilizados na alimentação escolar, reforçando o papel deste como

um espaço pedagógico de integração entre meio ambiente e alimentação, bem

como entre a educação em ciências e a educação em saúde.

Este professor também enfatizou a necessidade de professores de diferentes

disciplinas se envolverem no objetivo de integrar áreas de conhecimento em torno

de uma atividade. Entretanto, ele pondera,reconhecendo que demandas externas a

escola como exames de avaliação e nacional, ou o próprio entendimento

fragmentado dos professores sobre educação, são obstáculos importantes a este

tipo de proposta transversal. Desta forma, a atenção dada exclusivamente a

aprendizagem dos conteúdos curriculares ainda é predominante.

4.4 DISCUTINDO POSSIBILIDADES

Em termos gerais os dados dos 5 estudos de caso nos fizeram repensar os

critérios do conhecimento especializado, e perceber que temas específicos podem

ser compreendidos a partir de diferentes áreas de conhecimento. Professores

usualmente não são capacitados em alimentação e nutrição, mas são capazes de

desenvolver atividades pedagógicas que se aproximam destes temas, criando

relações entre comida, alimentação, saúde, meio-ambiente, desenvolvimento local,

beleza, vivências e sabor. Além disso, o trabalho prático desempenhado por

funcionários da escola ou por membros da comunidade, como merendeiras, pais de

alunos ou estudantes universitários, contribui com vivências fundamentais quando

se objetiva articular diferentes áreas de conhecimento.

Nestes contextos o PNAE criava um ambiente fértil para a integração, a partir de

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processos de ensino e de aprendizagem que acontecem em torno da produção e

preparo dos alimentos. Esta é uma das mais importantes facetas de interação entre

educação alimentar e nutricional e educação ambiental que pôde ser identificada

nas escolas. Ao que parece, os professores de ciências atuam como “catalisadores”,

promovendo e gerenciando processos transdisciplinares.

Estas experiências destacam diversas similaridades entre as merendeiras e os

membros da comunidade que trabalham nas hortas escolares, onde as primeiras

compartilham seus conhecimentos culinários, enquanto os demais trazem

conhecimentos sobre a produção e o cultivo dos alimentos.Ambos têm o potencial

de desempenhar o papel de educadores informais, na medida em que trabalham

com uma grande proximidade dos estudantes, e esses compreendem a importância

daquele trabalhado para sua educação.

Assim, trabalhando ao lado dos professores, estes outros atores da escola

contribuem para ampliar os campos de conhecimento para além do conteúdo

curricular. Neste caso, o papel dos professores passa a ser o de associar estes

conhecimentos práticos e vivências, com o conteúdo curricular.

Estas iniciativas corroboram com a proposta do Marco Referencial em Educação

Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012), na medida em

que situam a educação como um processo permanente, gerador de autonomia. A

proposta destaca que “as abordagens educativas e pedagógicas adotadas em EAN

devem privilegiar os processos ativos, problematizadores, que incorporem os

conhecimentos e práticas populares, contextualizados nas realidades dos indivíduos

e grupos e que possibilitem a integração permanente entre teoria e prática.” Neste

sentido, o que foi possível perceber nestes estudos de caso é que os professores

envolvidos reconhecem estas necessidades e tem condições de contribuir

ativamente nas elaborações teóricas a respeito da EAN.

Por outro lado, poderia constituir um grande erro adotar conhecimentos

tradicionais em alimentação e nutrição acriticamente, ignorando as mudanças no

estilo de vida e no ambiente ao longo dos anos.

Se aquilo que observamos durante a construção de nosso objeto de pesquisa –

que ensinar conceitos científicos é parte central das estratégias em educação

alimentar e nutricional – então, devemos considerar alguns aspectos da educação

em ciências.

Cobern e Loving (2000) defendem a ideia de um pluralismo epistemológico,

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onde a perspectiva mais adequada deve ser adotada em diferentes circunstâncias.

Desta forma, uma explicação científica pode ser utilizada para responder à

determinada questão, em conjunto com outra áreas de conhecimento bem como a

filosofia, a economia, a história, a política, a religiosidade, o saber tradicional, os

conhecimentos práticos.

Desta forma, é acionada a área de conhecimento mais adequada para cada

circunstância. Em determinados momentos, o adequado é o conhecimento científico,

em outros não. Por isso, uma abordagem transdisciplinar pode contribuir na

integração de diferentes campos de conhecimento científico, e destes com os não

científicos, identificando interseções que viabilizem o pluralismo epistemológico

(Figura 18).

Portanto, ao acionarmos conceitos científicos em EAN devemos manter em

mente que na educação em ciências o que vale não é a capacidade de explicar a

realidade, mas a habilidade de desenvolver o entendimento de quando este

conhecimento se aplica. Conhecer as limitações e reconhecer as especificidades do

conhecimento científico contribui para essa compreensão de quando este deve ser

acionado ou quando está se sobrepondo a outros saberes (Cobern e Loving, 2000).

Esta compreensão da educação em ciências vai além da transmissão tradicional

de conceitos, muitas vezes reproduzida nas pesquisas e atividades propostas em

EAN. Isto se refere não somente a ciência ensinada nas escolas, mas também a

orientação individual ou coletiva, a pesquisa sobre EAN, na elaboração e aplicação

de recomendações nutricionais. Enfim, esta reflexão deve ser proposta em todas as

atividades ligadas a alimentação e nutrição atualmente, onde informação,

comunicação e educação científica são utilizadas como estratégias para a promoção

de hábitos alimentares saudáveis.

A contribuição específica destes estudos de caso nesse sentido é que, nas

escolas, os conhecimentos práticos e vivências, são trazidos não só pelos

professores de ciências, mas também por funcionários e membros da comunidade

local, envolvidos nos processos educativos propostos por esses professores.

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Figura 18.Agregando o conhecimento nãocientífico a EAN.

EDUCAÇÃO ALIMEN-TAR E NUTRICIONAL

Conhecimento prático

Compreensão cultural

Experiência de vida

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5 FAZENDO A BAINHA: CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÕES E

PERSPECTIVAS.

Na medida em que a inovação é indispensável à nossa condição humana e a

ciência tem ocupado, simultaneamente, o lugar de reguladora e promotora desta

inovação, retomamos o Paradoxo do Onívoro (Fischler, 1995), descrito no início

deste trabalho.

Propusemos que na medida em que inovação e conservadorismo são necessários

para selecionarmos o que comemos, estamos constantemente diante da liberdade e

da coação de sermos onívoros. Estabelecemos, portanto, critérios que nos permitam

aceitar ou rejeitar alimentos e circunstâncias nas quais nos alimentamos.

Diante da relevância que a ciência conquista nos processos decisórios da

humanidade ao longo dos últimos séculos, nos pusemos a pensar se a

aprendizagem de conceitos científicos estaria sendo utilizada atualmente como uma

estratégia social, coletiva, para a definição de critérios de eleição de alimentos.

Desta forma, a Educação em Ciências (EC), formal e informal, bem como as

iniciativas de divulgação científica deveriam passar a ser examinadas com mais

minúcia. Considerando a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) como a área de

conhecimento que se ocupa mais diretamente de entender processos e propor

estratégias relacionadas à Alimentação, nos dispusemos a observar as relações

tecidas entre a EAN e a EC, em algumas publicações científicas.

Nesta análise preliminar das referidas publicações identificamos um

importante ponto de partida: o ensino de conceitos científicos como pressuposto

fundamental para a educação alimentar e nutricional.

Concomitantemente, entendendo o PNAE como uma política pública

representativa da alimentação na escola, seguimos com uma revisão realista na qual

identificamos teorias e pressupostos que aparecem nas publicações sobre o PNAE,

das quais selecionamos três para examinar mais cuidadosamente:

- A EAN deve ser a priori uma estratégia para o bom funcionamento do PNAE.

- A EAN é necessária para a formação de bons hábitos alimentares e, portanto, para

melhorar a aceitação da alimentação escolar.

- O professor impõe resistência às atividades de EAN na escola propostas por

profissionais de saúde.

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Neste ponto se estabeleceram as relações entre a EAN, a EC e o PNAE, que

pode ser resumida na seguinte sentença: O PNAE é a principal política pública em

alimentação na escola e para seu bom funcionamento é necessário realizar EAN,

cujopilar central é o ensino de conceitos científicos. De certo que é uma afirmação

demasiado generalista, contudo, é capaz de sintetizar os principais pressupostos

identificados. Considerando que grande parte destes estudos analisados foi

realizada por profissionais de saúde, nos perguntamos, e os professores, como

entendem a EAN e suas relações com a EC e com o PNAE?

Propusemo-nos então a investigar nas escolas como a alimentação e nutrição

era abordada pelos professores, que tipo de atividade propunham, quem costumava

estar envolvido, e quais seus principais pressupostos. Ao analisar as entrevistas dos

professores, trouxemos elementos de outras entrevistas com pesquisadores e

nutricionistas, além da observação do cotidiano, construindo uma narrativa com três

abordagens principais.

A primeira traz a questão da cozinha como um espaço pedagógico, havendo

inclusive a proposta de utilizá-la como suporte para a formação profissionalizante de

alunos mais velhos.

A segunda traz a comida como instrumento para a saúde, reforçando a ideia

da alimentação saudável e do controle do peso corporal como medidas preventivas

para doenças crônicas.

Por fim, a terceira traz as hortas escolares como ferramentas pedagógicas

para aproximar alimentação e meio ambiente.

As três são relatadas como EAN e fazem referência ao PNAE de alguma

maneira, seja utilizando o espaço da cozinha, regulando a comida servida ou

produzindo alimentos que possam ser utilizados no preparo das refeições.

Contudo, parece haver um conflito entre os setores Saúde e Educação, no que

concerne a objetivos e pressupostos. O PNAE acontece a partir da soma de

esforços do Setor Saúde e do Setor Educação, no nível do planejamento e da

execução, portanto no campo das práticas e das políticas públicas. Em relação às

teorias que fundamentam seu planejamento e implementação, esta soma de

esforços se dá especialmente nos campos científicos da Saúde e da Educação

garantindo a produção de conhecimentos científicos. Este caráter de

complementaridade se depara com importantes contradições, na medida em que

ambos; setores (práticas) e campos (pesquisas) da Saúde e da Educação atendem

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a objetivos diferentes, partindo de pressupostos diferentes.

A EAN na escola também acontece a partir da soma de esforços da Saúde e da

Educação, não estando livre destas contradições e diferenças de pontos de vista. A

contribuição que este trabalho pretende dar à EAN na escola passa por dois pontos

fundamentais.

Primeiro, que o conhecimento produzido sobre o PNAE está significativamente

marcado por abordagens específicas e direcionadas, que atendem aos objetivos e

pressupostos de um grupo social com características muitos específicas, sendo,

portanto necessário incentivar novos olhares. Segundo, descreveu como iniciativas

que partem de dentro das escolas, ou especificamente do setor/campo da

Educação, podem contribuir para a reflexão e elaboração de estratégias em EAN,

inseridas no setor/campo da Saúde.

Desta forma, entendemos que os atores da escola têm condições de contribuir

ativamente para as elaborações teóricas em EAN e no PNAE. O papel de sujeito

que sofre a intervenção deve ser repensado, criando espaços de participação social

onde a comunidade escolar possa de fato opinar e contribuir para as políticas

públicas elaboradas para ela. Isto inclui não só professores e funcionários, que

tiveram maior destaque neste trabalho, mas envolve especialmente ouvir e

compreender os alunos e suas famílias, bem como aproximar as pesquisas dos

Conselhos de Alimentação Escolar (CAEs), considerando suas propostas e

apontamentos.

Quanto às teorias que esquematizamos anteriormente na Figura 6, podemos

tirar algumas conclusões. Das quatro teorias iniciais que apontam caminhos

possíveis para a alimentação escolar, nosso posicionamento esteve mais afeito a

teoria dois, que visa àgarantiado direito. Partimos deste princípio entendendo que na

medida em que o direito é assegurado, as demais teorias também são postas em

ação; garantindo uma refeição àqueles que ainda precisam, saciando a fome

durante o tempo de aula ou cuidando da saúde do corpo por intermédio de refeições

de qualidade e, quando pertinente, EAN.

Partindo desse posicionamento investigamos outras quatro teorias que

desenvolvemos a partir da revisão realista. Destas, não percebemos Movimentos

contrários, muito provavelmente devido aos critérios de seleção dos estudos de

caso, que já apontavam para realidades onde as temáticas ligadas à alimentação

eram bem vindas.

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Quanto da teoria da Cientificidade nos pareceu a de maior destaque neste

trabalho. A predominância de abordagens disciplinares tecnicistas na significativa

maioria dos artigos sobre o PNAE estabelece relações simplórias e deterministas de

causa e efeito entre o programa, a EAN e a EC. Podemos destacar ainda que uma

das principais tensões na interação entre ciência, educação, saúde e meio ambiente

não está relacionada ao conhecimento em si, mas no relacionamento entre

profissionais. Uma vez que estes relacionamentos se harmonizam, dimensões que

pareciam opostas, contraditórias, desconectadas, tornam-se simultâneas,

complementares, inter-relacionadas.

Portanto, o pluralismo epistemológico proposto na reflexão sobre a EC poderia

ser um conceito mais explorado na elaboração teórica que vem sendo construída em

EAN, a fim de entender seus limites e possibilidades. A contribuição específica

destes estudos de caso nesse sentido é que, nas escolas, os conhecimentos

práticos e vivências, não se expressam somente nas práticas e aulas dos

professores de ciências, mas também passam por funcionários e membros da

comunidade local, envolvidos nos processos educativos propostos por esses

professores num processo de real interação e mesmo, porque não dizer, de

transdisciplinaridade. Em diversos momentos foi possível identificar este encontro de

saberes – incluindo aqueles da vida e que não estão expressos nos conteúdos dos

livros didáticos – sendo materializados no alimento e nas práticas em que ele serviu

de instrumento didático, mas também como fonte de prazer, alegria e sabor.

A teoria Descompasso também foi percebida em algumas sutilezas. Uma delas

foi, por exemplo, a diferença de entendimento entre a diretora da escola e a

nutricionista clínica, a respeito da necessidade de realizar intervenções massivas da

área da saúde nas escolas de Caxias do Sul para reverter o quadro de sobrepeso e

obesidade infantil. A diferença na abordagem da relação saúde/doença e do

comportamento alimentar vale análises posteriores mais aprofundadas. A ampliação

do conceito de EAN para além do comportamento individual parece urgente.

Movimentos recentes têm contribuído nesse sentido, culminando, inclusive, na

publicação do Marco Referencial (Brasil, 2012). Rever os sistemas de produção de

alimentos, garantir ambientes urbanos saudáveis, possibilitar a efetiva participação

da população em decisões que possam impactar suas vidas. Essas são de fato,

demandas urgentes tanto para as pesquisas quanto para as políticas públicas.

Entretanto, abordagens exclusivamente disciplinares e monológicas já têm se

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mostrado incapazes de dar conta destes problemas isoladamente. Diante destas

percepções nos dispusemos a aprender e a experimentar possibilidades

transdisciplinares que venham a somar com os conhecimentos disciplinares. Esse

Descompasso não se dá apenas no entre saúde e educação, mas entre todo e

qualquer grupo que compartilhe pressupostos, ideologias e visões de mundo

distintas. O grande desafio atualmente passa pela harmonização de diversos grupos

sociais aos quais pertencemos, respeitando nossas diferenças e permitindo que

cada qual expresse o melhor de si. Uma utopia necessária.

Menos poética, porém não menos importante foi nossa teoria Rival. Não tão

otimista esta teoria nos acompanhou ao longo do trabalho, para não nos deixar

esquecer que nem tudo funciona como planejado. Manteve-nos alerta para o fato de

que no campo das práticas quase sempre o PNAE não funciona bem, devido a uma

série de circunstâncias locais distintas ou problemas compartilhados por quase a

totalidade das escolas. Contudo, o propósito desta tese foi destacar o que funciona,

buscando contribuir com pequenos detalhes que possam nos ajudar a prosseguir

melhorando.

Por fim, vale retomar algumas recomendações para ações educativas em EAN.

Ressaltaríamos que o ponto chave para a efetiva realização de EAN na escola

reside nas recomendações referentes ao desenvolvimento das ações. Seria possível

levar a cabo o desafio de desenvolver ações educativas envolvendo toda a

comunidade escolar – alunos, professores, funcionários, familiares, nutricionistas -

partindo de posturas críticas, reflexivas, cooperativas e autônomas? Acreditamos

que na medida em que isto de fato for se concretizando, a despeito de

sobreposições hierárquicas de saberes, então a definição de formas de avaliação,

conteúdos e estratégias surgirão.

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APÊNDICE A

ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM PROFESSORES DE CIÊNCIAS.

P.R. – Vila Velha

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PesqC: Então P.R., eu queria que você começasse me contando, qual que é a sua formação ? E o que

que te levou, a trabalhar com a horta? Qual a proximidade que você tem com esse tema?

P.R.: É, como eu já, havia falado com você, é ... minha formação, eu sou, pedagoga, é ... especialista

em gestão em sistemas educacionais pela PUC- Minas. É... fiz psicanálise infantil, né, pra poder me

ajudar dentro da escola. É... sou psicanalista de formação né, e atuo também como professor de

educação inclusiva, né, por conta da psicanálise, trabalho com a inclusão de alunos especiais. E, a

nossa escola é polo de educação, inclusive. Nós, é... recebemos, temos um grande números assim,

uns trinta alunos especiais na nossa escola, cadeirantes né, síndromos, então, esses alunos, eles é ...

não conseguem se adaptar àquele currículo pronto que agente tem de aulas expositivas, aluno um

atrás do outro, enfileirado. Eu não consigo proporcionar... é, aprendizagem desse aluno nesse

sistema. Então agente tem que, usar a criatividade, que eu penso o seguinte, assim como dentro de

uma grande empresa, né, é, se inventarem um equipamento novo, uma maquina nova, os

profissionais tem que se adaptar, a escola também ela tem que se adaptar aos novos, modelos

sociais. Então, a nossa escola, ela ... teve que se adaptar, assim como as outras, à inclusão, a fazer a

inclusão do aluno cadeirante, do aluno cego, do aluno surdo, ne e também dar conta do currículo.

Então, como fazer isso? Então, a horta surgiu exatamente nesse caminho. Eu tenho uma grande

vivência na terra, eu sou de família de agricultores no interior. Então, eu SEI lidar... (PAUSA

FORÇADA)

PesqC: Voce é de onde?

P.R.: Santa Tereza, interior daqui do Espirito Santo. Então, a minha família tem histórico de terra, de

mexer com terra. Então agente tem uma intimidade com a terra muito grande e eu acho que, que a

terra e o alimento, né, ele tem um, um monte, milhares de, de estímulos que pode proporcionar ao

aluno conhecimento, né, então você... cria uma aproximação na zona de desenvolvimento proximal do

aluno especial e do aluno normal, você tem um nível de aproximação com o conhecimento muito

maior, né, porque você usa coisas que são, inerentes a qualquer ser humano, independente de ele ser

especial ou não, que são os instintos, né o extinto do, da degustação, o extinto da audição, né, das

sensações é... em que envolve como Maturana mesmo fala, o conhecimento, né. O, o, a emoção e o

conhecimento acho que eles tem que caminhar juntos, não tem como você fazer conhecimento, né,

fazer não, você estimular o conhecimento do aluno, se você não tiver emoção vinculado, o afeto, né,

eu acredito muito nisso, né ate por conta da minha formação psicanálise. Então quer dizer é... então a

horta foi criada nessa perspectiva, né, então eu vou pra horta, então agente produz alimentos, agente

prova pro aluno que ele é capaz de produzir alimento, não só conhecimento mas alimento, que ele é

capaz, que a natureza é capaz de responder, né dando, alimento pra ele, dando, é, sementes, dando

beleza, dando uma serie de coisas, né. Então relatos dos meus alunos que... que estimulam mais,

cada estimulo do aluno e cada relato do aluno, cada... brilho no olho dele quando uma planta

germina, pra mim é o combustível pra continuar nesse trabalho né. Então, um dos relatos do meu

aluno por exemplo, agente plantou um pé de hortelã, trazido né pelo aluno, a muda de um dos alunos

que a avó deu, agente enterrou aquilo ali e esperou germinar. Quando tava, quando agente tava

fazendo degustação que o pé já tava grande, ele pegou a folha do hortelã, ai eu amacei porque eu

estava fazendo a estimulação, amassando a folha de hortelã, do hortelã pimenta, da cidreira, né, do

saião. Pra eles perceberem a diferença dos cheiros e dos sabores, da salsinha. Ai, ele, eu falei assim,

“vamos” ai lavamos e botamos na boca, então um aluno deu um grito, ai ele vem assim “P.R., P.R....

eu não sabia que tinha pé de freegells!” (Risos) Isso pra mim não tem preço, entendeu?! Então, quer

dizer, ele descobriu, eu falei “isso mesmo Matheus” é nosso aluno, ta aqui, entendeu vivendo com

agente, então, quer dizer pra mim, isso ele vai carregar pro resto da vida. Então não adiantava ficar la

na sala de aula falando “oh, a hortelã é uma erva que serve para...” ir pro laboratório, fazer não sei o

que, isso ia passar batido por ele, agora a partir do momento que ele pegou aquela folha de hortelã,

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botou na boca e relacionou que aquilo ali é o sabor do freegells, nunca mais ele vai olhar o freegells

com a mesma, com o mesmo olho, com o mesmo, com a mesma visão, né, então é por ai o trabalho.

PesqC: Legal. E como é que você acha que ele vê hoje o freegells, depois disso? Ele, ele (PAUSA

FORÇADA)

P.R.: Ai, então, ai tem uma serie de trabalhos que eu faço paralelo né. Esse, esse é o, a estimulação,

a partir disso ai, agente vai pra, então agente sempre ou antes ou depois agente sempre lança mão

do livro didático, das atividades normal de qualquer escola, né. E no livro didático agente tem falando,

então, agente trabalhou decomposição do solo, né, de matéria orgânica, eles trouxeram cascas dos

alimentos deles de casa pra provar, nos provamos né, inclusive você assistiu o vídeo, que eles

provaram, eles fizeram um EXPERIMENTO, FANTASTICO. É... eles trouxeram restos de alimentos de

casa e nós colocamos, esperamos trinta dias pra decompor e depois aquilo virou terra e que ele

plantou nessa terra, então isso ai, é tudo relacionado. Então ai depois, é... então como o freegells,

agente trabalhou os rótulos das embalagens, quando um aluno trouxe um pacote de sementinha em

que tinha aquela caveirinha eles queriam saber que caveira era aquela, se era do motoclube,(risos) eu

falei “não, isso aqui não é do motoclube, isso aqui, é um símbolo, né, de coisa toxica, que é ruim pra

saúde”

PesqC: Antes fosse né. (risos)

P.R.: Então fomos estudar, então nos estudamos as embalagens das sementes, tempo de plantio,

espaçamento, né, é... a quantidade de agua necessária, então, isso tudo, então o freegells também

foi contextualizado dentro da embalagem, quer dizer, ate que ponto é uma alimentação saudável ou

não? Né, quanto de açúcar tem no freegels, quanto de, de coisa natural e coisa artificial tem dentro

dele? Né, os corantes, aromatizantes, né, é , como é que ... que os produtos químicos, igual do

Ajinomoto trabalha na estimulação da língua pra produzir salivação e você ter a FALSA sensação de

SABOR, e que agente ta perdendo o sabor, pelas coisas da terra, as coisas naturais, o ALIMENTO

natural justamente porque nós temos excesso de estimulação pelos papilos, entendeu? Então isso

tudo foi trabalhado em sala.

PesqC: Interessante. E ... me conta um pouco como foi construir essa horta aqui.

P.R.: Muita, esta sendo com muita muita muita dificuldade, então em principio agente começou com

latinhas, né, primeiro, primeiro começamos com o lixo deles, o lixo, eu pedi a eles, agente tava

trabalhando classificação dos solos, então pedi a eles pra trazer terra, dos quintais, um saquinho de

terra que eles dessem conta de trazer, pra gente poder tar, é... classificando. Eu não falei que era

com esse objetivo, pedi pra eles trazerem a terra. Ai fomos pro pátio, né, é ... colocamos cada terra

no chão, fizemos montinhos, pra eles me relatarem qual era a diferença de uma terra pra outra, então

eles trouxeram solo argiloso, arenoso, né, é, orgânico, é, e no meio desse lixo orgânico que uma das

alunas trouxe, veio um bolo de goiaba, eu percebi que era goiaba mas eu não ia dar esse mole pra

eles né?! (risos) Uma, uma goiaba empodreP.Cd e assim, bem em estado de conservação bem né

decomposto já e com um monte de semente germinando, ai eles “ O que que é isso aqui?” “É um

bicho, é um sapo podre, não sei oque” e foram fazendo as hipóteses deles. Ai eu falei assim, e ai o

outro “Não,isso aqui acho que isso aqui é semente, não sei o que...” ai nos fomos perguntar, a aluna

que trouxe “onde você pegou essa terra?” “ah foi embaixo de um pé de goiaba la da minha vó” ai eu

falei assim “gente e ai, o que que é isso?” Ai então a Mariana falou “eu acho que é semente, por

causa da goiaba e tal tal tal” ai, depois de muita né, conversa, ai eu falei assim, ai então falei assim

“Então nos vamos deixar isso ... num cantinho da escola, pra ver o que que acontece, se é semente

vai germinar” E ai eu tinha já o conteúdo previsto que eu já sabia que, o ultimo capitulo do livro já ia

tratar germinação, eu já fui antecipando as coisas, que o professor tem que ter muito disso ne, ele

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tem que ir antecipando, e ... é... assim como qualquer outra profissão, aproveitando as

oportunidades, né. Então, eu aproveitei a oportunidade, falei assim “então nos vamos deixar num

cantinho” eu falei assim, “vai ficar la descansando, quando chegar a época de eu, de eu discutir

germinação nos vamos la pro nosso cantinho pra ver se brotou” mas criou um, um, uma histeria

coletiva no grupo que eles queriam ver e queriam acompanhar e todo dia eles saim na hora da

chegada e na hora da saída pra ir la ver o que que tinha acontecido. E começamos a observar,

então... eu falei assim, então, ai botamos né, do jeito que eles botaram a terra ficou la nos potinhos,

uns trouxeram em caixinha de leite, outros trouxeram em sacola plástica, outros trouxeram em lata

de leite ninho, e ficou la. E ai, dentro dessas latas, começou, logico a surgir como em qualquer outro

lugar ne, a matéria la parada, começou a nascer mato, nascer, mas eu não falei, falei “vamos deixar

crescer pra ver” e começamos acompanhando e dentro dessas latas começaram a germinar plantas,

entendeu?! Ai eu falei assim, então nós, ai eles vem assim “mas essa lata ta muito apertada pro pé de

goiaba lá da Mariana” ai falei “então vamos plantar no chão” ai começamos a procurar um pedaço, ai

a dificuldade, porque nos funcionamos aqui de manha como uma escola e atarde como outra, então,

atarde são meninos enormes de sétima a um ano, então são meninos que eles não tem né, aquele

cuidado como o menino da educação de primeira a quarta, de primeiro ao quinto ano tem, então

fomos rodando, rodando e “pode aqui não pode ali, pode aqui não pode ali” ai foi quando eu, as

meninas da cozinha já tinham plantado um pé de cidreira ali no canto, é... muito assim, né,

timidamente porque elas tipo assim, elas ficam com receio de ta invadindo o espaço da escola ,se vai

ser permissivo ou não, permitido ou não e tal, ai elas plantaram ali eu fui, eu falei “meninas eu vou

aproveitar que voes escolheram esse cantinho, elegeram esse cantinho aqui, eu vou plantar umas

plantinhas aqui, pode?” Ai elas “ah pode e tal” ai começamos né. Ate a, a colega ali ficou morrendo

de ciúmes né porque ela ficou “Ah vai estragar meu pé de cidreira, não sei oque não sei oque”

PesqC: Tomou o espaço dela. (risos)

P.R.: É, tipo assim, como se eu tivesse tomando o espaço, elas aos pouquinhos foram conquistando,

foram vendo que, não era bem assim, agente queria somar e não dividir, né. E ai foi, então primeiro

nos tivemos que tirar a grama, que tava plantada, né, aos pedacinhos, com as crianças, cavar em

volta, né, é... achar mangueira, porque não tinha mangueira que desse acesso ao canto, agente tinha

que usar regador, eu trouxe um regador de casa, ai fomos descobrindo, ai as crianças foram

empolgando e ai conversando com a avo e a avo mandou semente disso e muda daquilo e foi

crescendo, crescendo dessa forma, ai chegou um ponto que eu falei “Gente, não tem jeito, precisa de

terra” ai começamos a fazer o trabalho de formiguinha, todo dia um aluno ou outro trazia um

saquinho e ia la e jogava, ia la, então foi assim, terra de cara quintal de aluno. E depois, por ultimo,

teve um pai que trabalhava na prefeitura como... um serviço de jardinagem, foi que trouxe umas,

uma significativa ajuda, né, que ele trouxe mesmo, adubo orgânico, trouxe vários sacos né, de adubo,

de terra, adubo orgânico ne, ele trouxe tipo triturado, acho que eles fazem poda de arvores e trituram

pequenininho pra formar matéria orgânica pra misturar com a terra. Ai ele trouxe isso, trouxe terra e

... doou ainda uma, uma enxadinha, uma pazinha, e tal e é com isso que agente trabalha ate hoje. E

agora eu to, passa isso pra um lado, passa isso pro outro, tentando arrumar. (PAUSA FORÇADA)

PesqC: E isso faz quanto tempo já?

P.R.: Isso tem dois anos.

PesqC: Ai você tinha me contado que antes tinha um monte de coisas ali, já morreram, agora tem que

replantar, colocar mais terra e tudo (PAUSA FORÇADA)

P.R.: Isso, isso. Então, como é que ficou, ai no final do ano agente fica ne, um mês afastado, logico

morreu um monte de coisa, né, como todo ano, nasce, morre, então tem que podar. E a terra foi, foi

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degradando, porque ele trouxe basicamente, é muito material orgânico, né, assim muito, muito

mesmo... húmus, então isso vai se acomodando ao solo, e agente encheu o canteiro, ficou alto, só

que com a degradação foi abaixando, abaixando, e já não tem mais ... né (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Repor, fazer essa manutenção.

P.R.: Fazer essa manutenção, quer dizer, eu preciso de mais terra, mais ... incrementar mais.

Sementes e mudas agente tem muito, mas falta mesmo é... terra. Então agora eu to passando oficio,

e outra coisa que dificultou também, foi porque isso era o perfil que dava pra eu trabalhar com aluno

de quarto e quinto ano, são alunos MAIORES, que tem autonomia MAIOR, um trabalho colaborativo

entre ELES muito GRANDE, ai, é... e eu já trabalhava com quinto ano há vários anos e ai foi e ... por

conta de alguma politica interna aqui é... me tiraram o quinto ano e me deram a turma de terceiro

ano, quer dizer alunos de oito, eu trabalhava com alunos de onze anos, dez onze anos e passei a

trabalhar com alunos de sete, oito anos. Então isso pra mim deu uma quebra no trabalho tremenda,

porque EU tive que me adaptar a trabalhar com alunos menores de novo, que tinha MUITOS anos que

eu não trabalhava, quer dizer, é... o CURRICULO é diferente, já não contempla tanto a horta assim,

eles não tem maturidade ainda pra trabalhar tanto na horta, eles não compreendem, não adianta ficar

falando disso, então quer dizer, MEDIOCRIZOU o trabalho, entendeu? (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Então você acha que tem ali uma faixa etária mais ... adequada pra trabalhar com a horta?

(PAUSA FORÇADA)

P.R.: Sim, sim, sim. Eu trabalho também com os pequenos mas não é o mesmo (PAUSA FORÇADA)

PesqC: É diferente, o aproveitamento é diferente (PAUSA FORÇADA)

P.R.: O aproveitamento é totalmente diferente.

PesqC: E tem uma relação direta com o conteúdo... do currículo? (PAUSA FORÇADA)

P.R.: Porque o aluno, sim, exatamente, porque o aluno menor, ele não, ele nao tem essa relação

ainda da pela busca pelo alimento saudável, ele come o que você da, ele é um bebe praticamente

ainda, né? (risos) Então é, é, “come isso, não come aquilo, olha isso aqui, você gosta, não gosta” fica

nessa linha, é diferente de um menino do quinto ano, que eu já to formando a personalidade dele, eu

já to definindo tipo assim “oh isso é bom pra você, isso é ruim, o que que você escolhe?” né? “ah

você não gosta de chuchu? Mas vamos tentar?” ai eu uso o termo, eu falo bem assim “oh, verdura,

fruta, legume, é que nem pessoas, cada um tem uma personalidade e as vezes você olha uma pessoa

né, a aparência dela te assusta, né mas se você senta do lado, ne, e começa a conversar, as vezes

você vai descobrir ... uma amizade ali, então é a mesma coisa comida” “ah não gosto de chuchu” “

mas porque que você não gosta? Você já experimentou? Vamos fazer chuchu, vamos fazer salada de

chuchu, vamos cortar de forma diferente” né, é... que, você vai descobrir outros sabores, combinar

com outras coisas, usar as ervas pra temperar, que ressalta os sabores né? Eu gosto muito do, da,

das ervas ne, pra tempero, então porque você bota em cima, da uma diferença.

PesqC: Mas você trabalha com eles essa parte de culinária também? De preparar a comida?

P.R.: Algumas coisas sim. Eu levo pra sala, eu TRAGO de casa na verdade, né?! (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Ai você trabalha em sala de aula? (PAUSA FORÇADA)

P.R.: Pré-processado. Trabalho em sala de aula, como foi o caso dos chás, né.

PesqC: Ah tem no vídeo né? A degustação de chás

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P.R.: Tem, eu levo as folhas, faço em casa ai comprei uma garrafa térmica grande pra isso, ai eu

passo o cha, na infusão, da forma correta, né, assim, ferver, e... coloco e trago fresquinho então de

manha agente vai na sala e toma.

PesqC: Ah legal, e como é que você acha que isso funciona... (PAUSA FORÇADA)

P.R.: E criança, a mãe, as mães relatam pra mim “nossa, fulano NUNCA tinha tomado um chá, NEM

bebezinho, ele fazia careta e não gostava e agora ta com mania de chá em casa” né, o outro relata

assim, é, que ele quer levar, se eu arrumava pra ele uma muda de freegells, que ele queria levar,

porque ele não chama de hortelã, ele chama de freegells. Porque ... ai levou e já ta com canteiro em

casa, entendeu? Em parceira com a avó, que ta resgatando o conhecimento dela, da vivencia dela.

Olha a relação entre ele e a avo como é que vai, estreitar, né, vai aproveitar. Então, a, as meninas ali

da cozinha também, né, fizeram os relatos dela, quer dizer, elas tão resgatando o conhecimento delas

que elas trabalham com alimento, e o conhecimento delas é muito importante pra nós, ela tem

experiências na, na parte né, de agricultura, ali ela relatou no vídeo, então, ela viveu isso, isso ta

adormecido, mas porque não despertar esse conhecimento? Levar essas meninas na sala de aula, pra

nos contar sobre as experiências dela?

PesqC: Você já fez, ja teve alguma pratica dessas que elas foram la falar com os alunos, alguma vez?

P.R.: Não, elas falam aqui na horta.

PesqC: Aqui na horta?

P.R.: É porque elas não tem tempo né (PAUSA FORÇADA)

PesqC: De subir, então não tem um horário (PAUSA FORÇADA)

P.R.: fica difícil, também tem as regras da empresa que não pode sair da cozinha né, que não pode,

eu acho isso ruim porque eu acho que engessa muito né, da impressão daquelas celas de senzala

(risos) que ta ali trancafiada, entendeu? Eu acho que tem que quebrar as paredes e, e sabe ter uma

relação melhor, porque eu acho que elas tem muito a ensinar pra gente sobre os alimentos, sobre o

desperdício né, sobre varias coisas, sobre a economia, sobre a produção.

PesqC: Mas você acha que isso é uma ideia geral, que as pessoas, que a escola de uma forma geral

vê as merendeiras dessa forma?

P.R.: Não, não é não. Em nenhum lugar é geral né.

PesqC: Não é, isso não é, isso é uma visão sua sobre (PAUSA FORÇADA)

P.R.: É uma visão minha sobre a escola.

PesqC: Legal. É, você é, trabalha com crianças que você é... considera ideal ali quinto e sexto ano e

tal, uma idade adequada (PAUSA FORÇADA)

P.R.: Quarto e quinto ano.

PesqC: Quarto e quinto ano, ok. É... e crianças mais velhas? (PAUSA FORÇADA)

P.R.: Isso. Por conta do currículo e por conta da percepção né e tudo.

PesqC: E crianças mais velhas que isso? Você acha que... (PAUSA FORÇADA)

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P.R.: Porque olha só, só voltando um pouquinho. A criança de, de terceiro ano que eu to trabalhando,

eu tenho que pegar na mão e ensinar o traçado da letra ainda, isso é prioridade. Então se eu tenho

essa demanda como é que eu posso passar pra outra coisa? Pro menino de quinto ano não, a escrita

dele já ta estruturada, ai eu posso lançar mais, voos, entendeu?

PesqC: Sim, entendi. Mas ai você acha que depois quando eles estão mais velho, sétimo, oitavo e

nono ano, se eles não tiveram essa... essa aproximação anterior (PAUSA FORÇADA)

P.R.: Fica difícil né?! (INTERRUPÇÃO) Mais, mais ai então, é... a demanda então do menino do

terceiro ano é diferente do menino de, de quarto e quinto ano, entendeu? Então quer dizer, ai você

tem maior liberdade, né, da sair de sala de aula e fazer uma aula interna porque você não tem tanto

a preocupação com a escrita, porque a alfabetização deles ta mais adiantada, agora, eu tenho alunos

meus que passaram pela horta no sexto ano, então, é... ate hoje eles tem uma rotina de vir à horta

espontaneamente, eles vem, quando eu olho as vezes eu to no recreio, as vezes eu to saindo,

pegando o carro pra ir embora, é, eu vejo aluno aqui molhando a horta, sozinho. Ele vem porque ele

quer, porque ele deseja participar e, e porque ele tem esse espaço da horta como espaço dele,

porque eu fiz esse trabalho. Ai eles pensam “Mas e ai, quando o ano acabar”? A hora vai ser nossa

assim?” “Sim a horta é da escola, e é de vocês que construíram ela” e então e outra coisa, eu faço a

ponte, tem alunos do ano passado que vem então, por exemplo, eu esqueci de falar, que além da

horta nós tem produção de mudas, né, então naquela época que eles trouxeram a terra, trouxeram

semente igual eu falei, semente de goiaba, outros alunos ficaram com ciúmes “ah também vou trazer,

na minha casa tem manga, vou trazer semente de manga, vou trazer...” ai então eles foram comendo

as frutas e trazendo as sementes e nós produzimos já mais de 300 mudas de arvores, que nos

trabalhamos também ecossistema, é... né, desmatamento, aquecimento global, fazia parte também

do currículo. E eles ... é que criaram isso, né quiseram produzir, e foram trazendo as mudas e nos

fomos colocando nas caixinhas de leite, de garrafa e fomos, fizemos um termo de compromisso que o

aluno levava pra, pra família assinar, que ele iria assumir responsabilidade sobre essa arvore, que no

futuro ia produzir alimentos (INTERRUPÇÃO)

Olha a dificuldade, o pessoal da empreiteira que ta fazendo é... ta fazendo conserto, reparos, veem

aqui na horta, pega os meus instrumentos de trabalho, que ta escrito “projeto horta” né, dentro da

caixinha, pega pra usar lá no trabalho deles, quebram e deixam lá atrás, então assim, é muito difícil.

Agora eu to pedindo à Marcela um cadeado pra colocar ali, né, porque infelizmente você tem que

trancar o espaço, não tem jeito. Mas, como eu tava falando, é... O que eu tava falando?

PesqC: (risos) Você tava falando que você foi pedir a terra pra... colocar e que você tava querendo

colocar um cadeado ali.

P.R.: Não antes disso, perdi a fala.

PesqC: Perdi esse também.

P.R.: Então, ah sim, da produção de mudas. Ai o, os meninos trouxeram as, as sementes, plantaram e

cresceram. Então agente, levou um tempo pra germinar, né? Que foi durante o ano passado. Então

essas mudas tinham um ano que tava... crescendo dentro da latinha. Esse ano, os alunos meus desse

ano levaram, o ano passado nos pegamos mudas na VIDEPA, que é um órgão de sustentabilidade

aqui, né, que trabalha com arborização de espaços degradados é, o, o organizador dele é um dos

autores do Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, aqui, que... o Paulo Cesar foi que morreu, né,

assassinado, pelos, é... pelo pessoal que pegava areia dentro de uma área de preservação. E ele

morreu, ele deu a vida dele pelo parque, entao se existe essa área, essa faixa de área verde daqui

da... de Vila Velha ate Guarapari, na beira do mar, que é um parque hoje, foi tombado por conta da

morte dele, porque ele lutou anos e anos e anos pra não deixar ... os empresários ir lá pegar areia,

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né, degradando a mata nativa. E ai ate o ponto que mataram ele, que ai foi a gota d’agua o processo

caminhou e tal e transformaram em um parque. Esse projeto da VIDEPA é um dos caras, um dos

biólogos que trabalhava junto com ele, né. Então nós fizemos uma parceria, nós fomos na VIDEPA,

pra ver como era o trabalho deles de meio, pra conservação do ambiente, e la eles dom ,doaram

mudas pra gente de... plantas. Ai cada criança levou uma muda e se responsabilizou em plantar na

comunidade pra melhorar a qualidade do ar, pra vir mais pássaros, pra ter mais alimento pros

pássaros, né? E alimento pro ser humano também, porque eles trouxeram mudas de frutas. E, ai...

então com isso, eles levaram a da VIDEPA e plantaram a que eles trouxeram a semente e esse ano,

os meus alunos desse ano já levaram pra casa no, nos primeiros dias de aula, a muda e vão ficar

cuidando dela e me apresentar um relatório no final do ano de onde eles plantaram, o que eles

fizeram com a muda, e é como se, e... isso vai ser a nota de ciências deles, a ultima nota de ciências

deles vai ser uma, uma foto, a imagem, e o relatório do que aconteceu, onde que ele plantou, se foi

na calçada, se foi no quintal, se ele doou pra alguém porque não tinha espaço, e o que que aconteceu

com essa planta. Então quer dizer, eu to colocando pro aluno a responsabilidade de cuidar de um ser

vivo, que no futuro vai produzir alimento. Né, ai então, ai esse ano os alunos tao trazendo semente e

agente ta plantando pros meus alunos pro ano que vem, entendeu? Fazer a ponte, então tem, essa

parte da arborização que agente trabalha, né da cobertura vegetal, agente faz estudo dos pássaros

aqui, que tem muitos, e como eles gostam da horta né, eles vem e pousam e tal. Faz a parte de erva

medicinal e faz a parte de alimento.

PesqC: Legal, muito bom. Então era isso, era isso que assim eu queria que você me contasse, eu

queria saber de você. Tem mais alguma coisa que você queria dizer assim pra encerrar? Uma...

(PAUSA FORÇADA)

P.R.: É... eu, o que eu gosto mais nesse trabalho, além dessa questão do aluno né, do aluno

convencional, é a sensibilização do aluno especial, o meu aluno cadeirante, né, que ... eu tenho

alunos com paralisia cerebral, né, que as percepções dele são alteradas por conta da, da deficiência, e

que a horta traz pra eles uma oportunidade, de aprendizado, entendeu? Muito maior do que se eu

ficasse na sala de aula naquela famosa, que agente chama né, de curso de (? 29’06). Ta ok? Muito

obrigada.

PesqC: É verdade, então ta certo.

P.Rg – Vila Velha

PesqB: Você é professora de ciências, né?

P.Rg: Sim.

PesqB: Quanto tempo que você ta ... lecionando?

P.Rg: Sete anos.

PesqB: Sete anos. E nessa escola?

P.Rg: Nessa escola é o primeiro ano.

PesqB: Tá. É... você escolheu ser professora de ciências porque? (RISOS)

P.Rg: Porque eu acho que ... quando eu fiz ciencias biológicas, a biologia pra mim é assim uma

paixão, eu acho que... pra eles é importantíssimo que eles conheçam... o corpo deles, o meio em que

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eles vivem, para eles saberem um dia interagir, saber valorizar ate mesmo o próprio corpo né. Eu

costumo falar pra eles “se você quer tocar um violão, você tem que saber como ele funciona, porque

se não você nunca vai saber ... como ele é. Então assim, realmente é... uma paixão. E eu acho que

tem que ser um dom mesmo, porque não é todo mundo que tem ... aquela coisa de ta ali falando, e é

uma coisa que me empolga, eu entro dentro da sala e esqueço que eu to... então eu acho que é bom,

assim... pra alguns, a biologia e a ciencias ela... frear um pouco né, por causa dos nomes e tudo,

mas quando você junta tudo eu acho que eles se interessam, porque é coisa do dia a dia “minha mãe

pede isso” “meu pai teve aquilo” “ah eu vi tal bichinho, posso trazer?” Então eu acho que assim é

legal pra interagir com o meio que eles vivem.

PesqB: Aqui você tem turmas especificas que você trabalha? (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: Tem.

PesqB: Quais turmas?

P.Rg: Os oitavos anos e os sétimos.

PesqB: Oitavos e sétimos. Ai você tinha comentado que tem uma parte da sua disciplina que... fala

um pouco da alimentação (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: Isso, no oitavo ano existe a importância da alimentação, porque agente trata o sistema

digestivo, então começa falando sobre a alimentação, a higiene dos alimentos, a pirâmide alimentar,

tem essa parte que, que começa mesmo a matéria do oitavo ano.

PesqB: E ai essa matéria você costuma trabalhar como com eles?

P.Rg: Agente usa muito... como se chama, aquela tabelinha que vem os alimentos né, tabela

nutricional, usa, agente trabalha também os corantes, essas coisas todas, então a parte boa, né e

também tentar ver como é que eles se alimentam, a importância da alimentação e a digestão, o que

vai pras células, aquilo que é necessário ou não, o porque depois da, da anemia, então agente vai

misturando um pouco.. do alimento, o que falta né no prato. Ainda mais porque as vezes a

comunidade é carente né, graças a Deus que aqui NEM TANTO, todos eles são, tem condições mas,

em algumas escolas é a única refeição do dia realmente, então (PAUSA FORÇADA)

PesqB: ... Anima a escola né? (? 2´41)

P.Rg: Pra renda... Não mas ai então agente trabalha ... também de acordo com o que a turma ... vai

pegando né, aquilo que eles tem mais interesse ... então varia de turma pra turma.

PesqB: E essa matéria vem no livro didático? (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: Vem no livro didático, é.

PesqB: E como que acontece o planejamento pra essas aulas?

P.Rg: Como assim?

PesqB: Você faz sozinha, tem apoio (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: Sozinha. Sozinha, normalmente o pedagogo não, não trabalha junto com agente assim não,

somos sempre nós mesmo.

PesqB: E você costuma fazer essas atividades em sala de aula? (PAUSA FORÇADA)

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P.Rg: Sim.

PesqB: Ta.

P.Rg: Agente estuda, pode usar também, quando a escola tem laboratório, aqui ate tem, a ... a pegar

o amido por exemplo, e usar o iodo, que ai eles tem na pratica né, onde encontrar certos alimentos,

fazer esse tipo de experiência, ate mesmo a saliva no pão, essa coisa assim, então existe né esse tipo

de prática, vamos colocar assim, que eles possam enxergar a coisa acontecendo, né.

PesqB: Aqui nessa escola você tem a oportunidade de fazer esse tipo de prática?

P.Rg: Algumas vezes sim, dependendo da área sim, da pra fazer. Eles tem um bom microscópio aqui,

então da pra fazer. Pena que é um só, então às vezes a turma grande, não é que se aproveita tanto,

mas dá.

PesqB: Tá. E... como você ve assim, é ... essa questão da ... tem a alimentação na escola, a

alimentação escolar, você acha que tem alguma relação com, com o trabalho que você faz em sala de

aula?

P.Rg: É bom porque muitos deles, aqui tem a oportunidade de comer o que eles não comem em

casa... entendeu. Então é uma forma da gente incentivar olha, porque, como você falou, eles querem

a... a lasanha e tudo, “Mas porque não da lasanha” né? “Por isso, por isso” “Porque então que você ta

comendo aquilo?” Então é uma oportunidade que agente tem de... de ver com eles né, a importância

daquilo que ta sendo servido que não necessariamente aquilo que eles desejariam né, comer.

PesqB: Ta. É... ai você acha que é ... tem uma potencialidade pra trabalhar (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: Tem.

PesqB: Com essa... com a alimentação escolar. Voce tem, ideias de como isso poderia acontecer mais,

assim... ou só na... (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: É, na verdade, eles tem uma ... um certo freio com a merenda, porque eles já veem

alimentados de casa ne, então muitos deles nao tem muito interesse, então é .... a merenda nem

sempre pode ser uma partida, pra isso né. A não ser como um ponto de referencia e tal, mas assim,

basicamente dentro da turma não são, não são todos que, que interessam na merenda.

PesqB: Ai você constuma trabalhar outros alimentos?

P.Rg: É. No caso frutas, que aqui, não é que se distribui tanto as frutas né, então, as frutas, ai pega

mais aquilo que eles comem que não é legal .... porque aqui eles já tem oportunidade de ver o que é

bom, então você ve que na sala ta la quatro, cinco balas, drops de balas, ou o bendito do chips né,

essas coisas assim que é o que eles gostam né, eu costumo falar inclusive daquele chocolatezinho que

você coloca no sorvete, que tem muita parafina né, então essas coisas eles “ah mas como tem isso,

tem aquilo” então dispertar pra eles realmente aquilo que eles tão comendo na rua e que ... nem

sempre, nas ferinhas, ou mesmo, que eles levam pra dentro de casa, que a família... não tem aquela

condição de comprar o legume e tudo mais, porque as vezes custa mais caro. Então como as vezes

agente tem oportunidade de trabalhar o bom, agente pega mais a parte ruim porque eles trazem né

?!

PesqB: Tá. Você merenda na escola? (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: Eu merendo. (Risos)

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PesqB: E os outros professores também?

P.Rg: Sim, nessa escola aqui sim.

PesqB: Tá. É... tem algum outro professor aqui que trabalhe o tema da alimentação com os alunos,

que você saiba?

P.Rg: A Verônica. Eu, eu acho que ela trabalhou algum tempo, com o pessoal da alimentação sim. Se

você quiser eu ate falo com ela.

PesqB: Ela é professora de ... (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: Ela é professora de ciências também.

PesqB: A ta. Da, do... (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: Do sétimo ano e sextos.

PesqB: Tá. Mas ai também é (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: Ela tava de greve né, mas ela voltou agora. Mas, eu acho que ela trabalhou um período sim

com, com o pessoal do oitavo ano falando da alimentação.

PesqB: Que também ta no (PAUSA FORÇADA)

P.Rg: É , e ela é efetiva, então ela ta há anos aqui trabalhando exatamente com, com diferentes

turmas.

PesqB: Que é uma matéria que ta inserida no, no livro didático deles.

P.Rg: É.

PesqB: Entao tá ótimo.

P.L – Caxias do Sul

PesqC:Liguei. Então P.L me conta. Você é professora de que? Como é que você veio parar aqui nessa

escola? Qual foi sua trajetória? Conta um pouquinho disso pra mim.

P.L: Tá, eu sou professora de área 1, eu trabalho de primeira ... de primeiro ano ao quinto ano. Esse

ano eu to com o quinto ano atuando aqui na escola. Fazem, fazem nove anos que eu, que eu trabalho

na rede municipal, mas eu já tenho ... um tempo maior assim como professora porque eu comecei no

particular, depois eu fui pro estadual e dai depois, em 2002 que eu vim, vim a, a atuar no município.

E eu já trabalhei em mais duas escolas da rede, sendo que eu pedi transferência pra essa escola este

ano que eu cheguei aqui, porque é mais próximo da minha residência.

PesqC: Certo.

P.L: Então isso é o que me levou assim a, a, a pedir essa escola e eu consegui.

PesqC: Legal. E ai como é que é trabalhar aqui? É uma escola bem pequena né?

P.L: Bem pequena.

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PesqC: Você trabalha com essa turma? (PAUSA FORÇADA)

P.L: Só com essa turma. Eu sou, trabalho em docente né e só tem as aulas especializadas de

educação física ... e de arte, que é com professor diferente, as demais disciplinas sou eu que leciono

(PAUSA FORÇADA)

PesqC: E ai são quais?

P.L: Estudos sociais né, que dai entra história e geografia, tem a, a língua portuguesa, matemática e

ciências.

PesqC: Certo. E ai dentro (PAUSA FORÇADA)

P.L: E ensino religioso.

PesqC: Ah, ok, isso já (PAUSA FORÇADA)

P.L: É, também faz parte do currículo.

PesqC: Ah legal. Mas entrou há pouco tempo ensino religioso?

P.L: Entrou há pouco tempo. COMO ENSINO RELIGIOSO, né, ta, ta com uma estrutura diferente o

ensino religioso porque uma vez agente trabalhava mais em, em cima de valores, de ... reflexões,

agora não, agente ta fazendo um trabalho diferenciado, né? ... De Estudo mesmo, em cima de cada

religião, de cada, de cada símbolo de cada religião.

PesqC: Legal. Mas ai vocês tem uma formação complementar pra fazer esse tipo (PAUSA FORÇADA)

P.L: Agente teve. Teve.

PesqC: Tem uma capacitação do município, é isso?

P.L: Uhum.

PesqC: Pra (PAUSA FORÇADA)

P.L: Do município pra fazer esse trabalho.

PesqC: E qual é sua formação?

P.L: Pedagogia.

PesqC: Ah, pedagogia

P.L: E depois eu fiz pós em psicopedagogia clinica.

PesqC: Ok. É, dentro dessas disciplinas que você trabalha, tem algum momento que você trabalha

alimentação ou alguma coisa relacionada com isso?

P.L: Sim, na parte de ciências, na parte de ciências ali agente trabalha todo o corpo humano, todos os

aparelhos que fazem parte do corpo humano, inclusive o aparelho digestório, no qual agente pode

incluir mais especificamente a alimentação, mas é trabalhado como um todo. (INTERRUPÇÃO)

PesqC: Mas ai continue, você tava falando do currículo de ciências (PAUSA FORÇADA)

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P.L: Sim, que dai agente consegue então incluir mais especificamente a alimentação. Mas como tem

ate, inclusive eu tenho ... um aluno em especifico nessa minha turma que tem problemas de

obesidade, e que ... ele já teve varias complicações né de saúde por conta disso, sempre que eu

posso ... tocar no assunto, fazer pesquisas, fazer algum trabalho relacionado a uma alimentação mais

saudável, eu, eu procuro incluir.

PesqC: E isso traz algum problema, assim pra ele dentro da turma, os outros tem alguma (PAUSA

FORÇADA)

P.L: Não, não percebo isso. Mas assim, também não vi grandes resultados de, de mudança de postura

dele. Entao não, não traz constrangimentos, ele fala normalmente, ele participa das atividades

propostas normalmente, mas ele, ele ouve, ele entende, ele diz que ele compreende, ele faz ... faz

um paralelo mas na hora de botar em prática, não, agente não percebe isso. (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Mas ai ele entende que, é... quando são feitas as atividades ele entende que isso é algo que

... que ta relacionado com ele? Pelo fato de ele ta ali (PAUSA FORÇADA)

P.L: Eu acho que ele faz essa relação sim.

PesqC: Sim.

P.L: Não é uma discriminação, não percebo assim dos outros, mas eu acho que ele se identifica sim...

pela curiosidade que ele demonstra também né.

PesqC: Ah e ele demonstra interesse?

P.L: Sim.

PesqC: Certo. E ... e ai dentro dessas ... tem nesse currículo de ciências a parte de corpo humano,

aparelho digestório, tem mais alguma... mais algum momento em que isso aparece?

P.L: (PAUSA LONGA) Qualidade de vida, que entra a parte da alimentação também, há toda parte

da... dos dentes, da boca que agente estuda né, também entra.

PesqC: Tem alguma atividade que vocês já tenham feito aqui esse ano, ou alguma coisa que já tenha

participado, enfim, que tenha alguma atividade extraclasse, que envolva esse tipo de assunto?

P.L: Sim. Agente teve... teve uma palestra com uma nutricionista da rede, ai agente veio, trabalhou ...

e depois disso eles fizeram algumas ... alguns trabalhos fora mesmo né, de pesquisa sobre

alimentação na família ... depois agente fez um paralelo com alimentação no bairro. Foi bem

interessante o resultado.

PesqC: E isso foi esse ano? Foi com essa turma?(PAUSA FORÇADA)

P.L: Foi este ano.

PesqC: Foi com essa turma?

P.L: Com esta turma.

PesqC: Legal. Vocês tem alguma, alguma coisa disso? Alguma foto, alguma, algum material? (PAUSA

FORÇADA)

P.L: Não sei se ficou alguma coisa, esse é o problema, agente não guarda né. Mas... posso ate ver

com ele se tem alguém que guardou.

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PesqC: É se vocês tiverem alguma coisa seria interessante saber (PAUSA FORÇADA)

P.L: Pra te mostrar né?

PesqC: É, o que que (PAUSA FORÇADA)

P.L: O que que foi feito.

PesqC: É, como é que eles trabalham isso, como eles veem isso, e tal.

P.L: Ta eu vou comentar com eles, eu não sei se eles ainda tem.

PesqC: Se eles não tiverem eles contam. (risos) Mas hoje eu vi você trabalhando, tava tabalhando

com alguma coisa de rotulo de maionese, não foi (PAUSA FORÇADA)

P.L: Ah sim

PesqC: Eu tava ouvindo você falar. (PAUSA FORÇADA)

P.L: Essa parte também da pra incluir né? Então agente ... trabalhei algumas historinhas matemáticas,

hoje meu objetivo não era trabalhar alimentação mas acabei entrando né. E ... trabalhei historias

matemáticas onde eles tinham que fazer cálculos, de lucro, de prejuízo, quanto pagou, qual a família

que gastou mais no mês, qual a família que gastou menos, e eles, eles mesmo fazem relacionamento

de uma coisa com outra, porque teve uma aluna que disse “ ah prof essa família comprou muita

porcaria né?” ai a outra “não essa aqui teve uma alimentação mais saudável” mas isso foi porque eles

fizeram, eu nao, eu não tinha especifico de trabalhar isso (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Mas eles trazem isso?

P.L: Trazem a todo momento.

PesqC: Certo.

P.L: E é bem forte assim, na turma isso.

PesqC: Essa turma em especial? (PAUSA FORÇADA)

P.L: Talvez ate por isso que a diretora tenha ... sugerido ela. Sim por causa do Fab... do menino que é

(PAUSA FORÇADA)

PesqC: Ah sim então o assunto sempre ta em pauta pra eles? Isso sempre aparece? (PAUSA

FORÇADA)

P.L: É, acaba, porque é uma coisa bem forte assim com este menino.

PesqC: Como é o nome dele?

P.L: Fabrício.

PesqC: Fabricio.

P.L: Ele teve varias complicações de saúde já em função disso, ele é um menino que tem colesterol

alto, diabete, ele já, varias vezes teve internado inclusive esse ano sabe, eu não conhecia ele antes

porque eu cheguei aqui esse ano, mas ele ... pelo o que as colegas e as outras profs me falam ele já

emagreceu bastante, mas ele ainda ta bem acima do peso, isso encomoda ele.

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(INTERRUPÇÃO)

PesqC: Ah isso foi uma coisa que eu reparei no refeitório, que eles terminam de comer ai vai alguém,

limpa a mesa (PAUSA FORÇADA)

P.L: Tem os dois ajudantes do dia, então eles se revezam pra deixar organizado, porque nós somos a

primeira turma do refeitório, então eles organizam e depois já (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Mas ai eles é que elegem quem é o (PAUSA FORÇADA)

P.L: o ajudante

PesqC: o ajudante do dia (PAUSA FORÇADA)

P.L: Tem uma lista pra não pular ninguém, como eles são bem... cricris, justisceiros ... tem que ter

justiça então um dia cada um.

PesqC: Ta certo. (risos)

P.L: No meu dia eu faço, no teu dia tu que faz.

PesqC: Tem o dia bom pro refeitório (PAUSA FORÇADA)

P.L: É uma turma que tem isso assim, bem (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Muito claro.

P.L: Muito claro. Isso ate um ponto é bom, de outro ponto em diante é muito negativo, porque... tu

não pode por exemplo proporcionar nada diferente pra ninguém, tu tem que ser igual pra todos. E

agente sabe que tem alunos ali que, que não da, tu teria que, né. Então se tu for fazer tu tem que

explicar muito bem o porque, porque se não eles vão (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Vão questionar.

P.L: Cobrar.

P.L: Vão.

PesqC: Bom saber

P.L: Vão questionar, vão, vão querer sabe o porque e vão te... questionar muito a respeito disso, ate

que ... tu, usou todos os argumentos, se eles se convenceram tudo bem, se não eles vao continuar

(PAUSA FORÇADA)

PesqC: Vão continuar falando. Ok. É, por um lado é bom né... tem seu, tem seu lado bom

P.L: Sim, tem seu lado bom, mas tem seu lado que as vezes atrapalha um pouco ne. Mas eles tão ...

tão progredindo, assim.

PesqC: Certo. É, dentro dessas atividades que já ... vocês tem horta aqui?

P.L: Não, o espaço da escola é muito pequeno né.

PesqC: Você sabe se já teve algum projeto (PAUSA FORÇADA)

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P.L: Tu pode ver que não tem nem grama (PAUSA FORÇADA)

PesqC: É, eu vi só uns, eu vi umas flores ali né (PAUSA FORÇADA)

P.L: tem umas flores nuns vasos, né. Nos não... eu, eu cheguei aqui esse não, então não posso te

falar dos outros anos muito porque eu não tenho muitos dados. Mas não tem muito, isso faz falta,

uma grama, uma areia, uma horta.

PesqC: Então ainda não, ainda não tem esse projeto. (PAUSA FORÇADA)

P.L: Não.

PesqC: Por conta do espaço e tudo. Vocês dividem o espaço com a igreja ne?

P.L: Com a igreja. Aqui em cima é a igreja. E aqui do lado tem o salão comunitário, então o.. o

próprio pátio é bem ... assim estranho, porque tem esse corredor que é pátio, la na frente dai que é

pátio, e aqui do lado, mas ... não é, ele não é amplo, ele é meio limitado, porque aqui é só um

corredor né.

PesqC: Certo. Tem alguma atividade que os professores façam todos juntos? ... É, que, que se

organizem pra fazer alguma atividade, todos os professores, pra fazer alguma atividade em especifico

com os alunos? ... Voce lembra de alguma assim, alguma coisa que tenha (PAUSA FORÇADA)

P.L: Agente tem algumas atividades que agente faz, por, vou te dar um exemplo... no ultimo sábado,

não esse ultimo anterior agente teve o segundo encontro da família, entao agente se reune, agente

planeja aquilo e agente trabalha todo junto ... A festa junina que é uma comemoração forte que

agente faz, depois teve algumas, tem algumas atividades no dia a dia dai só com os alunos mesmo

né, mas agente reúne eles sim, pra trabalhar alguns assuntos.

PesqC: Certo. Mais o que, deixa eu ver aqui. (PAUSA LONGA) E ai então, quando vocês vao, essas

atividades, quando você ta falando de alimentação, você ... você trabalha dentro do que ta ... do que

ta dentro dali do currículo de ciências então. Tem alguma outra, algum assunto que você traga pra

aula de alguma outra fonte, assim, que você tenha... ou que eles tragam ... ou em algum momento

que isso apareça? (PAUSA FORÇADA)

P.L: Sim. Sim. Tem.

PesqC: E ai como é que isso é... como é que isso aparece, assim?

P.L: Geralmente é por eles né, ou as vezes ... alguma vez que eu consegui puxar um gancho também

eu, eu posso trazer, mas geralmente por eles mesmo, surge a curiosidade, surge a necessidade e dai

agente vai e faz pesquisa, né, atividades que, que se relacionem àquele conhecimento, pra eles terem

maior informação sobre né.

PesqC: Certo. OK. Então acho que era isso que eu tinha pra te perguntar.

P.L: Se lembrar de mais alguma coisa (PAUSA FORÇADA)

PesqC: ISSO VOCE VAI ME CONTANDO, ate sexta feira você vai me contando as coisas que você for

lembrando e tal, mas assim, perguntas formais que eu precisava lhe fazer eram essas. E ai tem mais

alguma coisa que você queria dizer, que você lembre, nao?

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P.L: Não, só achei bem interessante o projeto, acho que os dados assim... acho que ... coletando,

fazendo tudo isso, espero que chegue nas mãos né, dos nossos políticos pra que mude algumas

coisas né. Mas acho bem interessante o trabalho.

PesqC: Que bom.

P.L: E eu acho que eles vão gostar amanha.

PesqC: Será? Vamos ver, vamos esperar ate amanha.

P.F – Aracajú

PesqC: Entao professor, você poderia começar se apresentando, dizer qual é a sua formação e contar

um pouquinho da sua trajetória como professor de ciências?

P.F: É... minha formação, né, é... nutricionista, ne, inclusive com licenciatura plena, licenciatura plena

em nutrição e dietética né, feita na Universidade Federal da Paraíba, né entre os anos... setenta e

nove e oitenta e um. É... tenho especialização em saúde publica... e tenho especialização em

educação à distancia, né. Eu já trabalhei com... educação de jovens e adultos e, é... trabalho

atualmente com ensino fundamental na prefeitura de Aracaju, né, ministro... aula de ciencias.

PesqC: Sim, ai ciências seriam ciências geral (PAUSA FORÇADA)

P.F: Ciências naturais, ciências naturais.

PesqC: Ciencias naturais. Pra que segmento?

P.F: Pra sétimo ano e nono ano.

PesqC: E ai sétimo e nono ano ainda é junto ciencias naturais ou tem alguma separação física,

química, biologia?

P.F: Não, não. Inclusive o nono ano né, é... a visão básica exatamente das três disciplinas que eles

vão é... estudar mais “aprofundadamente” no segundo grau, né, no ensino médio, física, química e

biologia. Isso pra o nono ano né. O sétimo ano, é... são seres vivos de uma fora geral né. (PAUSA

FORÇADA)

PesqC: E como é que foi (PAUSA FORÇADA)

P.F: Que no fundamental agente tem né, o quinto ano né, aqueles fatores abióticos, né, agua é... ar

e solo, no... no sexto ano né, desculpe no sexto ano, no sétimo não, né, os seres vivos, no oitavo o

corpo humano e no nono exatamente a base né, do ensino médio no que diz respeito à física, química

e biologia.

PesqC: Como é que foi pro Senhor essa transição de ter se formado nutricionista e ter passado a

atuar como professor de ciências?

P.F: É interessante, pelo menos a, a na minha historia a nível pessoa né, na época, é... oitenta e

quatro, oitenta e cinco, oitenta e cinco né, quando eu fui contratado pela prefeitura não tinha

concurso né, e tanto o estado como o município, porque eu, eu fui também professor do estado, não

existia o cargo de nutricionista no quadro, né, de funcionário, nem do estado nem do município e

coincidentemente, como eu tinha feito né, a licenciatura eu fui aproveitado como professor, né e fui

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trabalhar, ainda trabalhei um período com, é... a parte de alimentação, a parte de nutrição, fiquei à

disposição da secretaria de saúde, trabalhando com suporte né, pra, é ... aquelas mulheres né, na

fase de amamentação que precisavam de um reforço em termos de alimentação, era um programa

do governo, depois eu voltei pra... a secretaria da educação, fui trabalhar, educação dos jovens e

adultos supletivo né, segundo grau, no estado e fui ocupar alguns cargos,é... na, na esfera do

município, na prefeitura, mais na educação.

PesqC: Isso ainda no estado da Paraíba? Ou já aqui? (PAUSA FORÇADA)

P.F: Não já aqui, já aqui em Sergipe. Já aqui em Sergipe.

PesqC: O senhor é daqui de Sergipe? Foi pra lá pra (PAUSA FORÇADA)

P.F: Sou, sou. Eu fui porque na época não tinha curso de Nutrição né aqui no estado e eu achei por

bem, né, fazer vestibular pra Joao Pessoa, pra Paraíba.

PesqC: E porque essa opção pela Nutrição?

P.F: Porque eu achei interessante, quer dizer, na época pra mim, né, agente é... o tempo ele acaba

ensinando agente e na época me fascinava a questão né, dos alimentos, a questão da ENGENHARIA,

né, de produção, né, apesar de que eu acabei sem ter muito estimulo quando voltei e comecei a

trabalhar né, comecei a trabalhar com, com magistério e acabei esquecendo um pouco a, a questão

da nutrição. Ainda tive a oportunidade de ser monitor, né, na disciplina Nutrição e Dietética na

Universidade Federal de Sergipe, que eu comecei a cursar enfermagem mas infelizmente não conclui

e como estudante de enfermagem eu tive oportunidade de... de ser monitor, né, da disciplina

Nutrição e Dietética da professora Gildenai, na Universida Federal de Sergipe.

PesqC: Certo, e o Senhor como profissional de saúde E educador dentro da escola, trabalhando é...

com o ensino de ciências, o Senhor vê alguma possibilidade de transversalidade desse tema dentro da

escola?

P.F: Sim, sim, muito. Agora depende, é... eu acho que depende muito da estrutura da escola, por

exemplo, essa escola aqui, né, agente tem ate um projeto, não foi em execução ainda porque só

agora esse ano, mais ou menos por volta do meio do ano é que a escola foi reformada e entregue à

comunidade, mas essa é uma das poucas escolas que dispõe de espaço, é... SUFICIENTE né, pra que

se produza uma alimentação escolar de qualidade. Porque, infelizmente, na maioria das escolas as ...

as cozinhas, né, elas nem tem espaço adequado, não existe área de armazenamento, né, não existe

equipamento, nada né. ESSA, né que agente esta, a escola José Antônio da Costa Melo é uma das

poucas escolas que tem essa estrutura. Uma estrutura inclusive de COZINHA industrial. Entao a gente

pode fazer um trabalho, por exemplo, muito rico, envolvendo as crianças ate na própria produção dos

alimentos, na produção do cardápio.

PesqC: E ai existe esse projeto?

P.F: Existe. Só que é como eu, eu, eu falei anteriormente, agente, não houve tempo ainda. (PAUSA

FORÇADA)

PesqC: Ele ainda não foi implementado (PAUSA FORÇADA)

P.F: Isso, é. Não foi implementado e agente também sofre algumas dificuldades porque, a, a, a nossa

carga horária ela é de certa forma exaustiva né, agente não tem assim, é.. oportunidade de ter um

horário disponível pra isso, é como o laboratório de ciencias né, agente não pode ta no laboratório e

na sala de aula ao mesmo tempo né, ou agente vai, né, preparar o laboratório ou agente vai pra sala

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de aula, poder dar aula. Isso se aplica também na questão né, de um projeto de, de nutrição, voltado

mais pra contextualização daqueles assuntos que eles tem na, na parte teórica né.

PesqC: Certo. Entao o Senhor acha que a estrutura da escola e a carga horaria dos professores

influenciam, diretamente na (PAUSA FORÇADA)

P.F: Influenciam. Há uma incompatibilidade em função disso né, quer dizer, pra gente trabalhar, um

projeto, esse projeto mais especificamente, agente precisava ter uma dedicação mais exclusiva ao

projeto né, porque enquanto professor em sala de aula e em laboratório é complicado né, agente

teria que ter uma carga horaria mais elástica.

PesqC: Como é que o Senhor ve o papel das merendeiras nesse processo?

P.F: Olha, é... infelizmente a realidade do município de Aracaju é que as merendeiras, é... com uma

formação né, com uma preparação pra tal, né, elas tao saindo, elas tao saindo do quadro da

prefeitura. Estão se aposentando, algumas estão vindo a, a falecer. Agente já teve aqui na escola, até

quatro... merendeiras com formação, ótimas né, porque agente verificava a pratica delas em todo

sentido, sentido de higiene e tudo mais, só que infelizmente hoje agente tem UMA, apenas, que é do

quadro EFETIVO né, contratada MESMO como merendeira e com todo, com toda qualificação com

todo preparo pra isso. E o pessoal que ajuda né, é o pessoal que é prestador de serviço, inclusive não

tem o vinculo mais, mais FORTE com a organização.

(INTERRUPÇÃO)

PesqC: Então (PAUSA FORÇADA)

P.F: Sim, então agente não tem mesmo, quer dizer, a, a, as pessoas que servem como prestadoras de

serviço, elas prestam serviço de uma forma geral, limpeza, é... “varrição”, auxiliar de disciplina, né,

que agente tem carência, né desses profissionais específicos dentro da escola, inclusive a... a própria

merendeira em si, agente não tem mais, um quadro, digamos assim, formado, pra que possa

trabalhar na escola. Essa é uma das carências também, infelizmente. Há a necessidade né, de que a

secretaria, através da prefeitura, ela venha promover, concursos né, pra poder ocupar esses cargos

né, merendeira, auxiliar de disciplina, né, que são, elementos importantes ne no trabalho que agente

faz dentro da escola.

PesqC: Certo. O senhor tem então nessas duas posições, tanto de profissional de saúde quanto de

educador, o senhor acha que... existe a possibilidade de trabalhar esses dois profissionais em

conjunto dentro da escola? E o que que seria necessário para viabilizar esse tipo de estratégia?

P.F: (PAUSA LONGA) Olha, (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Ou o senhor acha que não é uma estratégia que seria... necessária ou... poderia se pensar de

uma outra forma?

P.F: Não, eu, eu acredito que, assim, é... há a possibilidade de agente fazer um trabalho, agora, né,

havendo por exemplo uma... uma definição em relação à posição da secretaria no sentido de que

agente tenha uma... uma dedicação né, exclusiva digamos assim, ou à sala de aula ou... ao

laboratório. Claro que, né, atuando de forma conjunta né, tanto o profissional que ficar em sala de

aula quanto aquele que ficar no laboratório, né, faça sempre, esteja sempre interagindo, entre eles,

né. Ai sim, ai eu acredito que agente pode fazer um trabalho. Agora, isso depende muito da, é... da

aprovação desse projeto ou de um projeto, de outro que possa vir a ser feito e que tenha a

autorização da secretaria da educação, né, porque agente tem uma carga horaria, um limite de horas

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pra cumprir e... esse limite de horas agente poderia incluir, né, toda essa preparação, se agente for

acumular as duas funções, né.

PesqC: Certo. Então o senhor acha que um profissional de saúde que não tenha uma atuação

especifica dentro da escola pode ta trabalhando em conjunto com os professores pra dar suporte

nisso? Ou o senhor acha que é uma, um enxerto de uma área externa à escola e isso possa trazer

algum problema? (PAUSA FORÇADA)

P.F: Não, não, nao. Não, de forma, não de forma nenhuma, né. Tudo bem, eu contemplo as duas

áreas né, tanto a área de magistério quanto, quando a, a área técnica de nutrição. Mas eu acho, né,

quer dizer, alias né, pela, pela estrutura das instalações que agente tem aqui, em termos de cozinha,

haveria a necessidade ate de, da presença do técnico, profissional de nutrição, exatamente pra fazer

todo o trabalho de orientação em relação à questão do preparo, né. Só que a, a, a secretaria da

educação não pode contratar um profissional de nutrição, né, não é parte do quadro, ela poderia

requisitar à secretaria de saúde, né, mas é muito importante, ate pra que agente possa fazer aquele

trabalho, né, em termos de contextualização né, de tudo aquilo que é ensinado né, dito teoricamente

né, e agente trabalha a questão teórica da importância dos alimentos ne, tanto quanto agente fala no

caso especifico das turmas né, que trabalham o corpo humano né, quanto né no caso das outras

turmas que mesmo é, é no sexto ano quando agente trabalha o ambiente abiótico, né, agente fala né,

da, da, do ambiente biótico e fala claro das plantas, fala da alimentação, e seria interessante agente

ter esse viés ate com a pratica né, da merenda escolar, com o que eles tao se alimentando na

merenda né, e pra mostrar exatamente a importância dos alimentos, agente sabe que hoje né agente

tem dois problemas sérios no mundo né... a fome né, ou a alimentação desequilibrada né, em

excesso, né, é o grande, a grade disparidade que agente tem, a fome de um lado, né, e... o excesso

de alimentação, a, a obesidade já, né aparecendo como uma, uma doença importante né e isso

agente pode trabalhar na escola.

PesqC: Certo. Os alunos em algum momento tem alguma iniciativa espontaneamente de fazer essa

relação com o que eles comem na escola e a matéria que esta sendo dada em sala de aula? Ou eles

não, espontaneamente eles não fazem essa relação?

P.F: Não, não, infelizmente não. Agente tem que induzir, né, pra que isso ocorra, pra que, né, eles

pelo menos tenham a, a, a, a, a consciência né da, do equilibro dos alimentos pra saúde.

PesqC: Certo. O senhor conhece ou, ou já participou de algum projeto sobre hortas escolares?

Franscisco: (PAUSA LONGA) Não, não. Eu já tive conhecimento, mas, né, não cheguei, não cheguei a

participar (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Nao é usual por aqui (PAUSA FORÇADA)

P.F: Não. É... houve um período em que... eu não me lembro exatamente quando, mas como

professor eu assistir algumas, é... algumas ações, né, nesse sentido, mas não tenho assim informação

do resultado, o que ficou, não sei se foi é... providenciado, é... correção pra quem tinha problema.

PesqC: Certo. Se o senhor tivesse que em uma frase, fechar o que significa pro senhor alimentação

na escola, o que que o senhor, diria?

P.F: Olha, é... eu considero a escola né, não só, né, quer dizer é uma das bases né, de formação, de

comportamento né e de... informação, de geração de conhecimento. E como eu disse anteriormente

agente ta vendo hoje uma sociedade muito obesa né, muito... né, que faz uso muito dos alimentos

industrializados e que, na verdade não garantem né, saúde, né, muito pelo contrario né, vai criar

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problemas futuros ne, agente bem sabe, os salgadinhos, é... que trás como consequência a questão

da hipertensão, por tabela ne, as questões cardiovasculares ne e fins mesmo que agente ainda ve

muito hoje né, são crianças e ate adolescentes ainda ne, fazendo uso né do, entre aspas né, do

cheetos, né, do, do salgadinho bem salgado ne e com gorduras né.

PesqC: Eles costumam trazer pra escola esse tipo de alimentos? (PAUSA FORÇADA)

P.F: Costumam.

PesqC: Pra hora do, do recreio, do intervalo (PAUSA FORÇADA)

P.F: Muitas vezes eles, é, é, é diante de uma sopa né, ate que, né, agente conseguiu conversar com

a, com a merendeira e agente acaba disfarçando um pouco quando há condição de moer ne, de

triturar as verduras, os legumes, né, eles as vezes né preferem, acham melhor o cheetos do que a

sopa né.

PesqC: Sim, é um sucesso.

P.F: É, infelizmente né, agente vive também numa sociedade consumista né, numa sociedade

capitalista que a pressão, n, dos meios de comunicação é muito forte nesse sentido né.

PesqC: Voce acha que isso é uma influencia importante?

P.F: É uma influencia... terrível.

PesqC: Ta ali competindo com... a ideia da merenda e (PAUSA FORÇADA)

P.F: É, então o, a, a exposição do professor ainda é algo muito ... digamos assim fraco em relação à

mídia, né, em relação aos meios de comunicação.

PesqC: Ok. Então professor obrigada, mais alguma coisa que o senhor queira dizer?

P.F: Não. Você também se precisar de alguma coisa, né. Eu esqueci de, de, de, né, colocar um

detalhe com relação à minha relação.

PesqC: Pode falar.

P.F: Eu por volta de, eu trabalhei com, com alimentação ne pra gestante na secretaria de saúde, e

trabalhei também como responsável pela merenda escolar do município, mas isso numa época ne,

que agente não conseguia ter é... nenhuma ingerência em relação por exemplo à compra de alimento,

a cardápio, foi num momento em que, se não me engano, era FAE, Fundação de Alimentação Escolar,

a nível federal, né, a nível de governo federal que já definia os cardápios, né e eram alimentação

praticamente sem prontas ne, eram sopas, eram mingaus, né, então praticamente agente só fazia

mesmo receber e repassar para as escolas né, claro que houve uma evolução e hoje agente

infelizmente ainda não sabe usar, né, a, o resultado dessa evolução, né, que são as compras

descentralizadas ne, já podendo se colocar no cardápio alimentos que são né característicos, típicos

né, da nossa região, e, né... o período que eu passei foi esse período assim né, onde agente ficava

amarrado né, engessado a um cardápio nacional, a um mingau que muitas vezes a criança se quer né

tinha coragem de colocar uma colher na boca.

PesqC: Tinha uma rejeição muito grande.

P.F: Terrível, terrível.

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PesqC: O senhor ve uma mudança grande em relação a isso?

P.F: Sim, sim, sim. Porque hoje, né, com a criação né dos conselhos né, agente tem a possibilidade

das compras de acordo com... o costume, ne, de acordo com a cultura né, das localidades onde estão

inseridas as escolas né.

PesqC: Certo. Foi (PAUSA FORÇADA)

P.F: O que não acontecia anteriormente, porque mesmo, quando é... depois né, da, da

descentralização por parte do Governo Federal a merenda escolar ela ainda ficou atrelada por muito

tempo ao estado ne, ao governo do estado, que era quem definia o cardápio ne, era quem inclusive

fazia as compras e tudo mais. Hoje não, hoje agente já tem esse avanço né, que é a possibilidade do

próprio município né e da própria escola ate definir aquilo que ela quer em termos de alimentação,

né. É uma pena também, como eu disse anteriormente, agente não ter, né, como operacionalizar essa

merenda escolar , em função de falta de, de merendeira, na maioria das escolas falta de espaço, falta

de equipamento, né, aqui não, aqui se você for, eu vou com você depois la pra você ver que estrutura

agente tem.

PesqC: É aqui ta bem equipado, a cozinha bem.. (PAUSA FORÇADA)

P.F: Porque na verdade, essa estrutura aqui, em termos de, de escola, né, ela vem daquela proposta

de, de Darcy Ribeiro né, a proposta né, do, do CIEP né, dos Centros de, de, de Educação Integral e ai

a alimentação que é produzida aqui ela atende tanto a escola de ensino fundamental como a escola

de educação infantil, a creche né, a alimentação toda é feita aqui, mas sem profissionais, né,

qualificados para isso.

PesqC: Certo. Desde 2009 que saiu uma lei que... que tem obrigado as escolas a colocar 30% de

agricultura familiar no cardápio. O que o senhor acha sobre isso? Como é que o Senhor ve esse

processo?

P.F: Olha eu não tenho uma informação assim a nível da secretaria em termos de aquisição, eu não

tenho acompanhado infelizmente por uma questão de tempo né, como agente é professor agente, né,

trabalha de manha, de tarde, de noite, de madrugada, né (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Certamente. Mas pensando como professor de ciências ? (PAUSA FORÇADA)

P.F: Cada turno, cada turno agente assume uma escola né, assume uma atividade (PAUSA FORÇADA)

PesqC: É conheço, conheço essa vida. Mas como professor de ciencias, como é que o senhor vê essa

iniciativa? E (PAUSA FORÇADA)

P.F: Ah sim, enquanto processo de descentralização né, de democratização ate né, da produção, eu

acho importante né porque é uma forma de garantir, né infelizmente a subsistência ne das famílias né

no campo, como garantir a alimentação tradicional né, da escola, de acordo com seus hábitos, seus

costumes né.

PesqC: Os alunos daqui na escola eles tem alguma relação com o meio rural? Tem alguns alunos que

são filhos de agricultores ou algo assim, ou é restrito ao meio urbano mesmo?

P.F: Não, não, não. Há uma relação com quem comercializa alimentos né, porque agente fica próximo

aqui à central de distribuição, ao CEASA, então alguns dos alunos eles são filhos de comerciantes, de,

de hortifrúti granjeiros, né, é... vendedores de laranjas, vendedores de banana, então pelo menos

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nesse sentido eles ne, esses já demostram algum conhecimento, já algum habito né em relação ao

consumo desses alimentos né.

PesqC: Certo.

P.F: E o que agente vê na verdade, de uma maneira geral é quando se tem alguma alimentação,

alguma merenda, né, que traga né, hortaliças ou traga legumes né, eles acabam jogando fora do

prato né.

PesqC: Eles tiram né. Ta certo. Isso agente tem visto mesmo. Ta certo P.F, mais alguma coisa que o

senhor se lembre e queira falar?

P.F: Não, não o que eu tinha esquecido era só isso, essa questão da coordenação da merenda

escolar.

P.F: É... na, na, na formação, na implantação do projeto né, de nutrição aqui na escola, ne, agente

poderia trabalhar com alunos no nono ano ne, em função já dos primeiros conhecimentos, em

relação, né os conhecimentos básicos em ralação à biologia, física e química, se utilizando, né, da

cozinha como laboratório né, ate pra... uma qualificação profissional pra que eles aprendam né, o

preparo dos alimentos, a preparar doces e salgados né, a confeitar, enfim, né, é... tudo aquilo que

pudesse ser produzido na cozinha ne, claro que ai agente dependeria muito da participação da

secretaria tanto no fornecimento dos insumos quanto também na definição de uma politica de

segurança ne em função da, dos riscos ne que se corre dentro da cozinha, exatamente pra que

agente pudesse garantir a segurança desses alunos dentro da cozinha. Então, infelizmente, né, todo e

qualquer projeto que agente venha a pensar na escola agente precisa do ok né, da secretaria da

educação. Apesar da gente, né, viver um sistema democrático aqui em Aracaju porque né, a, existe

eleição pra diretores, pra coordenadores, mas é... agente ainda depende muito da secretaria, ainda

há uma relação de dependência muito grande da secretaria da educação.

PesqC: Certo. E a secretaria da educação tem apoiado esse tipo de iniciativa?

P.F: Tem, tem, né. Só que né, é... como agente tinha comentado anteriormente, agente precisaria né,

de... ter mais é, é recurso né, porque o pessoal que agente dispõe na cozinha não é suficiente, né,

então agente precisaria ter no mínimo né um confeiteiro, né, teria que ter alguém né, mais

especializado ate porque, agente dispõe hoje por incrível que pareça, pra uma escola de mais de

quatrocentos alunos um, uma merendeira né, claro que ela não ta trabalhando hoje sozinha, ela

trabalha com outras pessoas mas não tem informação, né. São prestadores de serviço que inclusive

não tem nem... carteira assinada, né, nem um vinculo contratual maior, né, eles passam três meses e

são dispensados né. Entao, assim que eles começam né a aprender alguma coisa, vao pra fora. É

preciso que, como eu disse anteriormente, que a prefeitura ela realize concurso publico pra isso né,

pra preencher essas vagas né, que há uma carência muito grande.

PesqC: Entao o problema sempre começa e termina no pessoal.

P.F: É, infelizmente (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Como a maioria dos lugares, né (PAUSA FORÇADA)

P.F: Infelizmente né, quer dizer e aqui é, é uma pena né, você vai ver a estrutura da cozinha que tem

aqui né, mas (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Eu vi, eu to acompanhando a cozinha essa semana (PAUSA FORÇADA)

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P.F: Não tem, não tem pessoal pra isso.

PesqC: Ta certo.

P.F: (? 3’25) Tem essa estrutura, com câmera fria (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Sim, sim, a estrutura aqui é muito boa. Alias uma coisa que agente tinha percebido em

algumas escolas, é que as escolas tem uma estrutura de cozinha domestica pra fazer produção em

larga escala.

P.F: É, semi, semi industrial.

PesqC: Semi-industrial, pois é. E ai esse processo é sempre muito complicado porque você tem uma

ou duas merendeiras com uma cozinha de estrutura domestica produzindo refeição. E ai isso

compromete a qualidade, compromete a qualidade de trabalho das merendeiras porque elas são

sobrecarregadas, enfim, nisso percebe uma serie de problemas, entendeu. E aqui a escola tem uma

estrutura... uma estrutura bem interessante enquanto cozinha (PAUSA FORÇADA)

P.F: Tem, tem, tem. Que pode ser aproveitada. Agente pensou no inicio né, assim ate de, de

trabalhar com uma cozinha central né, mas também demandaria transporte, demandaria PESSOAL né

e ai, ai agente cai no velho problema né (PAUSA FORÇADA)

PesqC: O de sempre né. Ai tem toda logística (PAUSA FORÇADA)

P.F: É porque, né. Agente teria, pela cozinha, né, panela a vapor, panela, né, agente teria condição

de produzir, e essa alimentação ser distribuída né.

PesqC: Tem essa possibilidade então em vista, um dia, quem sabe possa ser (PAUSA FORÇADA)

P.F: É, quem sabe, quem sabe né. Quem sabe, com certeza.

PesqC: Se isso acontecer, por favor, você avisa agente que vai ser um prazer vim ver isso acontecer.

P.F: Com certeza.

P.F: O que agente ve é que a maioria, né, essa é uma critica, os professores de ciencias né, eles se

prendem muito... ao currículo né? E, não fazem a transversalização né porque... você trabalhar ne

corpo humano, trabalhar sistema digestivo e não dar prioridade ne, a falar sobre a questão dos

alimentos, se detalhar mais na questão dos alimentos ou deixar de falar porque não tem tempo né,

quer dizer, não tem tempo enquanto carga horária, enquanto a assunto a ser adotado né (PAUSA

FORÇADA)

PesqC: Que existe uma cobrança também daquelas, dos, dos conceitos de currículo, né. Tem provão

aqui no final ? (PAUSA FORÇADA)

P.F: Sim, sim. Tem, tem. Até, ate os alunos do nono ano, só que na verdade a Prova Brasil ela é feita

apenas em cima de, de matemática e língua portuguesa né, ela não abrange conhecimentos gerais,

não abrange outras ciências né. Mas agente passou por esse processo, acho que semana passada se

não me falha a memória.

PesqC: Então essas pressão em cima do currículo de ciências é menos... intensa?

P.F: É, é, é.

PesqC: Certo.

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PesqC: Entao o senhor começa me contando, o senhor teve uma gestão aqui? Como diretor?

P.F: É participei da, da, da direção da escola, agente... 2009... 2008, 2009 mais ou menos né, e ai

agente sentiu uma grade dificuldade por exemplo em relação à preparação dos alimentos além da, da

questão do pessoal, em relação ao envio né, da, da, dos alimentos por parte da Secretaria, porque

por exemplo de repente, agente tinha carne, no freezer né, tinha feijão, arroz , farinha, mas não tinha

óleo, não tinha, né, tomate, não tinha, né. E como agente fica aqui, atravessando a rua agente já ta

na central de abastecimento né, agente acabava tirando do bolso pra poder comprar né, um quilo de

tomate, um quilo de cebola, uma latinha de óleo, pra poder completar os alimentos pra poder

preparar a alimentação né, das crianças né.

PesqC: Porque ai os alimentos vem direto já comprados diretos da secretaria? Então eles lá tem um

cardápio (PAUSA FORÇADA)

P.F: Da secretaria. Os fornecedores, os fornecedores eles tem um cronograma de entrega e muitas

vezes também esse cronograma de entrega não era cumprido, ne, de forma correta né, agente tinha

que receber, é... é hortaliça né, leguminosa na segunda feira agente só ia receber na terça ou na

quarta, né. E muitas vezes também esses alimentos acabavam... se decompondo né, porque ai, né,

a, a, a, o cardápio ne, não havia previsão no cardápio pra uma outra alimentação utilizando, né, essas

hortaliças e elas acabavam passando do tempo e agente acabava jogando fora né, não tinha como

utilizar.

PesqC: Então tinha um cardápio que vinha da secretaria pra vocês (PAUSA FORÇADA)

P.F: Isso, um cardápio modelo né, um cardápio modelo pra que agente seguisse. Mas agente acabava

tendo que alterar em função da, da chegada dos alimentos, da irregularidade na, no cronograma de

entrega. Eu não sei hoje né, como isso ta acontecendo porque agente não ta mais na direção, né,

mas o grande problema que agente tinha era esse também, de tirar dinheiro do bolso pra

complementar a merenda, né, porque agente sabia que né, sem o alimento na escola a, a frequência

ela diminui muito.

PesqC: Diminui.

P.F: Diminui muito, né, é um dos pontos também que ainda atrai as crianças pra escola né,

principalmente as crianças né, que moram em regiões mais pobres e que frequentam aqui a escola,

agente ainda tem, em torno da escola né, digamos assim, alguns cinturões de pobreza, algumas

favelas né. É... entre uma área de classe média e outra, são crianças altamente carente. Muitas vezes

a alimentação da escola é a única alimentação que elas tem no dia.

PesqC: E o senhor percebe entre os alunos eles fazem algumas diferença entre eles? Dos alunos que

comem, eles fazem alguma diferença do tipo “ah ele come porque não tem comida em casa”?

P.F: Sim, sim, sem dúvida né. Os que comem mais são aqueles que não tem alimentação em casa

mesmo (PAUSA FORÇADA)

PesqC: E os outros, e os outros fazem alguma (PAUSA FORÇADA)

P.F: Eles não fazem nem distinção, se tem verdura eles comem verdura, se tem né, na sopa se tem a

verdura eles tomam a sopa, né, diferentemente né daqueles que tem um poder aquisitivo melhor,

porque muitos até já trazem a, a merenda né. Querem ate exigir da escola que a escola coloquem

uma cantina né, como se fosse uma cantina né de escola particular.

PesqC: Já teve essa cantina e foi desativada? Ou nunca teve?

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P.F: Não, não, nunca teve, nunca teve.

PesqC: Certo. Então esses alunos que não comem a merenda e que trazem a merenda eles tem, você

acha que eles tem alguma resistência... à merenda por ter algum estigma de que... é algo que, que é

feito pros alunos que não tem o que comer? (PAUSA FORÇADA)

P.F: Sim, também, também. Além da pressão externa da mídia em função daqueles produtos né

industrializados né.

PesqC: E ai esses alunos que comem a merenda o senhor acha que eles tem alguma, eles tem

alguma, algum ressentimento em relação a isso? O senhor percebe isso nos alunos ou não? Isso não

(PAUSA FORÇADA)

P.F: Não, não, não, eu nunca, assim, eu também nunca prestei atenção mas não...

PesqC: É algo que possa... (PAUSA FORÇADA)

P.F: Sim... Mas eles fazem uso, assim, é... se alimentam mais, né aqueles que são mais carentes né, é

uma questão da própria necessidade, pedem ate pra repetir (PAUSA FORÇADA)

PesqC: E no período de férias, no período de férias tem merenda ou não?

P.F: Quando há alguma programação específica né, assim, se houver colônia de férias ou ... (PAUSA

FORÇADA)

PesqC: Se não... não tem. (PAUSA FORÇADA)

P.F: Não, não tem, não tem. Agente ta aguardando né, já foi é... solicitado, a inclusão da escola no

“mais educação” né. E ai agente tem essa expectativa de que agente possa trabalhar, né, os projetos

né, porque ai agente tem um, um, um segundo turno né, quer dizer, agente também não sabe se

agente como professor que trabalha um turno vai trabalhar os dois né, porque pode vir outros

professores, mas agente, né, eu imagino que... eles vão ter o almoço né, pra poder permanecer na

escola no tempo integral né porque é esse o objetivo do “mais educação” e vão ter atividades que

envolvam né, esses projetos de, projetos de nutrição e outros projetos né, na área de cultura, de

artes né, aprender a tocar um instrumento né, a fazer dança, a fazer jogos né, porque ate a própria

educação física hoje ela não é voltada exclusivamente pras modalidades né, ela é feita, é... trabalhada

de uma maneira geral. É... é, agente se recente muito né, da falta de atletas em função disso

também, a escola não ta formando atletas né, tem apenas uma, uma ou outra escola que tem um

professor de educação física com uma visão diferente que acaba, né chamando pra que eles façam

handebol, que façam uma modalidade e a escola acaba tendo resultado quando participa de jogos né

interescolares, eles acabam tendo uma classificação boa. Mas, né eu acredito que com o “mais

educação” isso possa vir a acontecer né. Agente ter, né, os cursos pra, pra é... confeiteiro, pra

produção de salgadinho, né, pra... pra dança, pra musica, enfim, né, eles possam usar da escola tudo

aquilo que ela tem a oferecer né.

PesqC: Integrante.

P.F: É no próprio almoço eles participariam também né, naquela ideia do projeto da, da formação

deles, agora como né, pagar o seguro né, porque pra tar la dentro, né, há risco e... no caso das

merendeiras, elas tem, a merendeira é... efetiva, né, ela tem o direito a... a gratificações que cobrem

a questão da salubridade, a periculosidade e tudo mais.

PesqC: E as demais contratadas não?

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P.F: Não. Quem é prestador de serviço né, não tem nem carteira assinada né.

PesqC: E ai no caso é, no caso dos alunos estando (PAUSA FORÇADA)

P.F: A própria administração corre risco né, em função da, da, tanto do despreparo né, quanto da

colocação em risco desses trabalhadores.

PesqC: E ai a entrada de alunos na cozinha seria mais um... mais um risco nesse sentido?

P.F: Também. Né, ele precisaria ter uma, uma, alguma coisa que compensasse como no caso do

estagiário um seguro de vida.

PesqC: Ta certo.

P.D - Goiânia

PesqA: É... 30 de Setembro. P.D...

P.D: Nalves Lobo.

PesqA: P.D, teu nome rapaz eu tenho uma dificuldade.

P.D: P.D.

PesqA: P.D. Voce sabe qual é a origem do seu nome, não?

P.D: Infelizmente sim, a minha mae ela não, nao tinha consciência dessa origem, mas eu tenho um

irmão gêmeo, né e foi por causa disso que ela, muito sensível na hora do parto, com parto difícil de

gêmeos né, e... muito sensivelmente quem fez o parto contou a história pra ela, P.D e Pitias eles são

na verdade o símbolo da amizade sincera na Grécia.

PesqA: (?0’34)

P.D: Não, Daulobo (?0’37) é Romulo

PesqA: e Remo

P.D: e Remo, isso.

PesqA: (?0’40) (risadas)

P.D: E... naquela época qualquer tipo de coisa, de crime era tratado com a pena de morte. E o Pitias,

o, o nome do amigo do P.D era Pitias, o nome do meu irmão, Pitias, P.D e Pitias né, e o Pitias roubou

uma fruta na feira, ele foi pego pelo guarda do rei, levado pela corte e condenado à morte. E P.D

desesperado, preocupado em perder o amigo foi lá, interceder por ele junto ao rei e o rei que não

tinha amigo nenhum gostou daquilo e resolveu brincar com a situação “Escuta, eu vou libertar seu

amigo, mas você vai ter que fazer uma prova pra mim, você vai numa ilha, pega uma fruta pra mim,

eu vou virar a ampulheta, se você conseguir fazer isso antes da areia cair você ganha a liberdade do

seu amigo, e o P.D foi, enfrentou é... o mar, enfrentou tempestade, pegou a fruta e levou, porém

chegou atrasado, não conseguiu, e o rei “Olha, o tempo acabou, você chegou atrasado, seu amigo vai

morrer” “Não faz o seguinte, eu dou minha vida por ele, deixa ele viver” “Não P.D eu errei, eu tenho

que pagar por isso” E o rei achou aquilo bonito né, um querendo dar a vida pelo outro, resolveu

libertar os dois. Desde então Pitias e P.D eles são símbolo da amizade sincera.

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PesqA: Ah é uma boa a história, pensei que terminava mal, tava preocupado como que terminava,

matou os dois, e ainda queimou filha (2’04) (risos)

P.D: É, não, foi legal. Enfim.

PesqA: Há quanto tempo você dá aula, P.D?

P.D: Olha eu to na educação há 12 anos.

PesqA: Você é aqui de Goiânia, de Goiás?

P.D: Sou de Goiânia, sou de Goiás, Goiano. Aqui em ApareP.Cd to só há oito anos.

PesqA: E nessa escola (PAUSA FORÇADA)

P.D: Nessa escola há oito anos. Eu trabalhei em outras escolas mas aqui oito anos.

PesqA: E ai atualmente você tá só aqui ou da aula de noite em outra escola? (PAUSA FORÇADA)

P.D: Só aqui. Eu só trabalho aqui. Quando o professor tem um lugar só pra trabalhar ele pode se

dedicar mais. É por isso, esse é o diferencial da nossa escola, você se dedica a ela exclusivamente,

não temos que nos dividir em três períodos.

PesqA: E financeiramente? Compensa? É equivalente ou é a mais? (PAUSA FORÇADA)

P.D: Compensa financeiramente. Não é mais, a escola em período integral agente tem uma, um

adcional de período integral e isso favorece é o fato de nós não precisarmos trabalhar em outra

escola. Tem colegas que trabalham né, mas eu optei por não porque ate porque eu tenho família,

tenho esposa, tenho uma filha.

PesqA: Que idade a filha?

P.D: Minha filha tem nove meses, sou pai recentemente.

PesqA: Pai fresco.

P.D: É, então eu tenho uma, eu quero me dedicar à minha família, não quero ficar por conta só de

trabalhar.

PesqA: E qual o nome dela?

P.D: Juliana.

PesqA: não inventou moda não né? (risos)

P.D: Não, nome simples. Juliana.

PesqA: Eu to feliz, que minha mae é Zaine e meu pai Esdeval. Não tenho a menor ideia porque

Esdeval, minha mãe é Zaine porque meu avo, tinha na bíblia, um trecho, na bíblia antiga lá qualquer

Zaine, que dizem que quer dizer princesa dos pés descalços. É o final do salmo. Mas ai o nome do

filho dos dois que eles podiam fazer cada coisa irresponsável é PesqA, Paulo e Marcelo.

P.D: Nome simples.

PesqA: É, eu agradeço que eles tiveram bom senso. A minha esposa tem sobrinhos que tem cada

nome, Cherches, outro Overlan, Overlani.

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P.D: (Risos)

PesqA: É... porque que você escolheu ser professor? Como é que foi essa decisão na sua vida? Que

dia que você descobriu que ia ser professor?

P.D: Eu descobri que seria ser professor na própria escola. É... no ensino fundamental eu tinha

facilidade em algumas matérias e agente reunia lá em casa meus colegas e eu gostava de ensinar. Eu

tinha prazer em estudar uma coisa e poder ajudar meus amigos, eu gostava daquilo, de falar, eu

gostava de falar.

PesqA: Professor gosta de falar né? (risos)

P.D: Gostava. Mas falar com consistência. Gostava de investigar, né. Não sou, nunca fui aquele aluno

brilhante, nunca, mas eu fui aquele aluno interessado. Então isso fez com que eu gostasse de

organizar os estudos lá em casa com os meus amigos, adorava escrever no quadro. Começou com

uma brincadeira, mas eu fui percebendo que a coisa era muito séria. E, na época do vestibular, tinha

muita afinidade com meio ambiente, sempre gostei da natureza, sempre primei pela natureza, pensei

em prestar vestibular pra veterinária mas, fiquei pensando “Bom vou me limitar apenas na área

clínica, e eu quero lidar com gente, eu quero lidar com público”. E dai fazendo biologia eu poderia ter

um acesso ao público, conversar com eles, formar consciências, tratar de vários assuntos, não ficar

limitado apenas em um tipo de assunto, a biologia trata tudo. (PAUSA FORÇADA)

PesqA: Eu tenho um aluno que é veterinário, que o mestrado que eu trabalho é em educação. E ele,

eu sinto que ele, além da formação ser muito mais dura né, que uma professora do nosso programa é

veterinária, mas, doutorado, mestrado em educação, mas ele tem muita dificuldade mas assim é

muito bacana porque ele, ele de fato eu vejo ele caminhando, ele avança, ele vai pra frente com a

ideia da descoberta da educação, dos conceitos e ai ele ta, ta, parece, acho que vai ser o futuro dele,

se envolver com escola agropecuária, que no estado do Rio tem umas oito e ai com essa visão de

meio ambiente que ele tem, trabalhou com o MST, é de uma cooperativa, então ai é muito legal, que

é uma ponte que é importante e que a maioria das pessoas acaba ficando em biologia e tal e ai um

cara que tem um olhar como veterinário da uma, ele da um tom legal, que tem a bióloga, tem o cara

que é um agricultor, que é sociólogo, e tenho ele que é veterinário, ele da um contraponto bom.

P.D: E biologia abra muitas portas, por exemplo, anoite, eu to, eu to fazendo um curso anoite, eu faço

engenharia civil, justamente por causa da biologia. Eu entendo que a ocupação urbana, você tem que

considerar o impacto ambiental, né. Você é do Rio de Janeiro e... ontem eu tava observando alguns

trechos do seu diálogo e fiquei pensando nas favelas, ali no Rio né, que impacto foi considerado ao

permitir que as pessoas fossem pra lá? Que durante anos o governo permitiu. Porque? Então, é uma

P.Cdde que esta sendo degradada, eu estive recentemente no Rio de Janeiro em julho, eu passei

minhas férias, quatro dias em Búzios quatro dias na capital, no Rio e fiquei em Copacabana, mas

quando você se afasta dos centros você vê tudo que a P.Cdde é feia, eu digo isso com todo respeito e

carinho, mas nos centros afastados, a P.Cdde, ela tem uma urbanização desordenada.

PesqA: O fato de eu tar no projeto que trabalha meio ambiente, eu fiz sociologia né, mas eu cada vez

mais eu sinto necessidade disso né, dessa coisa da engenharia civil, da engenharia de tráfego, da

coisa do ambiente, do habita, né. E que é uma coisa que hoje eu penso, eu fiz sociologia porque eu

achava que estudando grupo de pessoas eu ia contribuir com alguma coisa. Mas uma pessoa que vai

pra uma reunião fica mais tempo no transito ou... ou vivendo um... racismo ambiental que ela não

tem acesso a nada, do que na reunião, na reivindicação que ela tentou ir. Então uma reivindicação

que cuida disso, é... cada vez mais eu acho que é o central, pensando no futuro das vidas urbanas, de

repensar a P.Cdde, de repensar essa, os equipamentos públicos, que é tipo essa escola aqui nesse

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espaço, e hoje eu percebi, ai é a coisa da burrice né, mas como é diferente a escola em relação ao

resto da P.Cdde (PAUSA FORÇADA)

P.D: Você percebeu o contraste? Eles não estavam acostumados com uma escola aqui assim (PAUSA

FORÇADA)

PesqA: Não mas a coisa das árvores, é uma coisa, arquiteta, projeto de plantio, porque são muito

retinhas né (PAUSA FORÇADA)

P.D: Não, é, foi, foi planejado, foi um paisagismo aqui (PAUSA FORÇADA)

PesqA: Paisagismo aqui né? Devem ter tirado da mata que tava aqui porque ta muito grande aquelas

árvores né.

P.D: Na verdade essas árvores não são nativas, já trouxeram, na verdade muitas não são nem do

nosso país né, então elas não são nativas, são árvores ornamentais.

PesqA: Porque aquela entrada é impressionante. Eu subi pra ver a escola, nossa ela é muito diferente.

Que pra mim não é porque eu sou do Rio, mas (PAUSA FORÇADA)

P.D: Nem parece que é uma escola em um bairro como Jardim Tiradentes (PAUSA FORÇADA)

PesqA: Não mas nem é pareP.Cd. Tirando a região do plantio, você não tem aqui é... marcos é...

físicos altos. Então você entra na escola aquelas árvores frondosas (PAUSA FORÇADA)

P.D: Impacta. Qualquer pessoa que entra aqui se sente impactada, na verdade se sente bem.

PesqA: Exato, e eu me senti impactado, o que é engraçado isso né, por conta da secura da P.Cdde,

da falta de referencias altas, isso me incomodava muito ontem, ai hoje quando eu entrei eu falei

“Caramba o que me incomoda aqui é essa escola, porque ela que é diferente”. Quem viveu aqui é

normal, esse, essa luz tão intensa e aqui na escola eu me senti bem mas não percebi ontem porque.

P.D: Isso é fundamental, a, a vegetação contribuiu muito pra mudar as coisas aqui. E a população da

região não percebeu isso ainda, né que eles estão em uma área de proteção ambiental, isso é uma,

um processo lento, agente conseguiu muitas coisas, mas tem muita coisa pra caminhar ainda. Eu

acredito muito na educação, que ela transforma, que ela ajuda a construir é, opiniões consistentes,

consciência mesmo, em todas as áreas, acredito muito na educação, muito, por isso que eu to aqui.

Eu sempre quis fazer uma diferença na sociedade, desde menino, porque como eu gostava e gosto do

meio ambiente e desde cedo eu via a, pelos noticiários as degradações, eu queria crescer e fazer

diferente, e a educação na minha opinião é o recurso mais eficaz pra fazer a diferença, não existe

outro, não tem como fazer politica pública se não tiver educação, não tem como você coibir uma lei

se não tiver educação pra fazer as pessoas cumprirem essa lei. Então a educação pra mim, sempre

acreditei nisso, é a ferramenta mais eficaz.

PesqA: Aqui na escola você da aula pra todas as turmas, é isso?

P.D: Todas. Eu tive o privilégio de poder, eu tive a experiência, o privilégio graças a Deus de trabalhar

com todas as faixas etárias, então eu não tenho dificuldade de trabalhar com criança ou com idoso,

eu consigo me comunicar de igual pra igual, nunca melhor, mas de igual pra igual pra eles, com eles.

Então meu dialogo com os alunos é um diálogo muito fácil.

PesqA: E hoje se for ver em termos de aula, quanto tempo de aula você da por semana? Como é que

é a grade aqui?

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P.D: Bom, no período da manha aqui na escola eu trabalho muito com projetos, eu elaboro projetos e

vou atrás de mecanismos pra fazer esses projetos virarem realidade aqui na escola. Então, de manha,

eu vou atrás de parcerias, eu converso com muita gente, nós temos um dialogo muito bom com, com

o poder público. Embora lento, mas pelo menos eles nos ouvem né, nós já conseguimos algumas

coisas, já conseguimos ai, chamar a atenção deles pra algumas coisas. Então o período da manha eu

trabalho mais com elaboração de projetos e correr atrás de parcerias. Já na parte da tarde, ai sim, eu

entro em sala de aula (PAUSA FORÇADA)

PesqA: Ai fica a tarde inteira? (PAUSA FORÇADA)

P.D: Ai fico a tarde, a tarde toda. Das onze até as cinco, né. Então são é, quatro aulas de uma hora.

PesqA: Todos os dias você da quatro aulas de uma hora? (PAUSA FORÇADA)

P.D: Todos os dias. Quatro aulas de uma hora. Lá no laboratório ou então, na verdade aqui tem um

grande laboratório que é essa própria mata, já dei e dou muita aula ai dentro da mata com os

meninos. Os alunos ele tem um diferencial que aqui eles tem contato com o verde, diferentemente de

muitos alunos afastados, nas zonas mais urbanas, eles não tem noção que existe uma área verde.

PesqA: Mas essa área verde o, as famílias usam?

P.D: Não, não usam. Ate porque é uma área de proteção ambiental então a prefeitura antigamente

usava, mas pra destruir, tirava-se areia e pedra pra vender, os carroceiros encostavam ai e tiravam.

Se eles tirassem do fundo do cobre, na verdade (PAUSA FORÇADA)

PesqA: Tavam melhorando

P.D: Mas tirava da, da da margem (PAUSA FORÇADA)

PesqA: Da proteção né?

P.D: Da proteção, então, eles tavam provocando mais a erosão né. Então é isso.

PesqA: É... em relação à alimentação aqui na escola, você come aqui? (PAUSA FORAÇADA)

P.D: Todos os dias e muito.

PesqA: O que que tu acha? Gosta?

P.D: Bastante.

PesqA: Os alunos, a avaliação é que eles gostam? (PAUSA FORAÇADA)

P.D: Se você fizer uma avaliação aqui, hoje eles gostam bastante. A alimentação nossa aqui é

bastante colorida, bem variada. No primeiro ano não, como essa escola era um verdadeiro

laboratório, no primeiro ano não tinha, na verdade no primeiro ano de existência aqui da escola as

cozinheiras eram voluntárias, eram mães voluntárias, não recebiam nada (PAUSA FORÇADA)

PesqA: Como começou a merenda no mundo né.

P.D: É, voluntariado mesmo. E como era voluntariado elas não tinham o costume de fazer pra muita

gente, elas não tinham o costume de fazer pra muita gente e... a comida não era tão saborosa né,

cozinhar pra quatrocentos alunos, não é, fora os funcionários, então tinha que ter experiência. Essa

experiência foi gradativa né, teve concurso no município pra contratar merendeiras, cozinheiras, elas

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fizeram curso de capacitação, e hoje a merenda, algumas refeições são bem, bem melhores do que

era no primeiro ano.

PesqA: Você já fez algum projeto, tem alguma atividade aqui que relaciona a alimentação com (?

12’26) (PAUSA FORÇADA)

P.D: É, na verdade os professores, as minhas colegas elas me ajudam muito, então elas dão a ideia e

agente desenvolve. Então nós, nós já fizemos uma vez é, um trabalho sobre as vitaminas que tem nos

alimentos, a quantidade por exemplo de, de amido que tem nos alimentos e relacionamos, pra que

que serve o amido, quem não pode comer amido, agente fez varias experiências em laboratório pra

identificar o amido nos alimentos né, os tipos de vitaminas e... dizendo pros meninos que um prato,

comer bem na verdade não significa comer muito, mas comer variadamente. Se perguntasse pra eles

há alguns anos atrás “O que que significa comer bem?” “é um prato cheio, você comer e se sentir

cheio, cheio”

DesconheP.Cd: Vou deixar suas coisas na minha mesa ta?

P.D: Mas hoje o que agente entende é que, a boa alimentação pra esses meninos ai é uma

alimentação variada, colorida e pouca, uma pouca é... variada e em pouca quantidade. Eles podem

comer de tudo um pouco, ate bobagem eles podem comer, só você não exagerar. Então é, é, esse

tipo de conhecimento foi contruido (?15:39) antigamente não, antigamente aqui quando os meninos

sentavam pra comer no refeitório, eles entendiam que comer bem era comer muito, e ai aconteceu de

ser vício, que não davam conta, hoje também ainda acontece um pouco (PAUSA FORÇADA)

DesconheP.Cd: Os meninos daqui comem demais da conta, o tanto de menino obeso que tem.

P.D: É verdade. (risada)

DesconheP.Cd: Não, não só não por causa daqui né, por causa (?16’02), mas muito carboidrato no

prato deles, muito arroz, não tem necessidade, menino pequenininho aqui, três anos, aqui come

muito mais arroz do que eu.

P.D: Come, é verdade. E antigamente aqui, o que ela falou era verdade, carboidrato era a base, não

tinha uma verdura, não tinha uma fruta, né (PAUSA FORÇADA)

DesconheP.Cd: É melhor, melhorou. Mas atarde ainda é muito carboidrato.

P.D: É, mas o almoço era carboidrato 100% antigamente, não tinha verdura nem fruta.

PesqA: E ai vem da horta, você acha que tem algum papel nesse processo? Ou (PAUSA FORÇADA)

P.D: Quando no, no primeiro ano as verduras eram compradas, não tinha horta ainda né, mas com a

nossa horta nos mesmo, a, as folhas né, as verduras, alguns legumes agente consegue produzir aqui.

Na verdade agente quer utilizar mais essa horta, agente quer produzir agora frutas né, as frutas ainda

são compradas, laranja, melancia, o abacaxi, isso ainda é comprado, mas as folhosas nós

conseguimos produzir. Chuchu também (PAUSA FORÇADA)

PesqA: E como é que é essa relação dos alunos com a horta?

P.D: Eles gostam muito, adoram.

PesqA: Qual dinâmica vocês tem hoje com eles na horta?

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P.D: Bom, nós levamos os alunos lá na horta, eles ajudam por exemplo a, a produzir as bandejas, né

e eu os levo periodicamente lá na horta pra eles verem como que o espaço foi ocupado e uma coisa

importante, é sobre a agricultura orgânica, nos sabemos que hoje, no mundo, especificamente aqui

no Brasil, nós ingerimos uma quantidade muito grande de agrotóxicos nas verduras, né, infelizmente

tem essa cultura de combater praga com veneno e com esse trabalho de horta orgânica nos

combatemos praga com vegetação diferenciada, por exemplo, lá na horta você vai ver que não tem

um canteiro só de alface plantada, mas misturada ali você vai ter outros tipos, outras variedades e

essa variedade, essa, e essa diferença, essa diversidade engana as pragas, por exemplo, se você

arrancar o pé de alface lá agora, você vai ver formiga lá de baixo, mas porque as formigas não

atacam a alface? Porque elas tem outras coisas pra comer, tem uma mata preservada, se essa mata

ela não fosse preservada com certeza nós perderíamos a nossa horta, se nós fossemos trabalhar com

ela organicamente falando. E é isso que as pessoas fazem hoje no município, eu digo em ApareP.Cd,

a maioria das hortas que tem em ApareP.Cd são tratadas com veneno, porque nas proximidades não

tem mais uma área verde, os próprios produtores derrubaram tudo pra fazer a horta, eles não sabem

é coexistir com a vegetação natural e a horta deles, isso atrapalha, e nós trabalhamos esse

fundamento com os meninos aqui, é possível você ter uma produção sustentável, que você não tira só

do ambiente, você é com ele, você faz as coisas junto com o ambiente.

PesqA: Mas ai assim, uma criança no quinto ano no ano, ela vai nessa horta, uma, duas, dez vezes?

P.D: Várias vezes, várias vezes. Tem, é... eu posso ir com uma turma, cada turma pode ir comigo pelo

menos duas vezes na semana, uma vez na semana. Tive um problema esse ano que caiu a ponte né,

e ai eu fui com as crianças a pé, de carro é rapidinho PesqA, mas a pé é complicado, pedi ajuda pra

prefeitura pra construir a ponte, construíram uma, mas a que dá acesso à horta to esperando ate

hoje. Então eu não arrisco, tanto que eu, eu entrava na mata com os meninos, eles adoravam isso,

mas teve um acidente, uma criança caiu no córrego, comigo ainda, né, então isso gerou um problema

pra mim, tava sobre a minha responsabilidade, os pais claro, chegaram em mim, super chateados

comigo, com razão, eu também no lugar deles ficaria, “eu confiei meu filho a você e você deixou isso

acontecer?” uma situação bem desagradável pra mim, desse dia em diante então eu resolvi não

arriscar, então preciso da ponte, precisando da ponte.

PesqA: Indo com a ponte é quanto tempo de caminhada?

P.D: De caminhada no máximo 15 minutos, cortando caminho pelo, pela mata, agora a pé 50

minutos, quase uma hora, olha a diferença.

PesqA: Nossa, inviável.

P.D: Inviável.

PesqA: E essa, essa parte do roçado lá que vocês tem faz parte também dá, dessa área preservada?

P.D: Bom quando nós começamos esse projeto a preocupação era essa, nós não queríamos de forma

alguma é destruir nada, não podemos. Então a horta ela ta afastada a bem mais de 100m do córrego

e já era uma área aberta, mora uma pessoa lá.

PesqA: Já tinha sido devastada por alguém.

P.D: Já tinha sido utilizada, a pessoa que mora la ela fazia uma horta. Não uma horta como a nossa,

uma horta tradicional, né de fileiras e tudo mais. Então usamos essa parte mesmo.

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PesqA: Última pergunta, por causa do horário. É... qual, como você avalia as potencialidades da

alimentação nas atividades, na aprendizagem, de que forma a alimentação (?21’12) que pode ser

usada nesses processos... escolares ai?

P.D: Com a alimentação variada, muitas coisas podem ser trabalhadas, desde como a alimentação ela

é adquirida ate chegar à sua mesa, nós temos, nós tínhamos aqui no bairro o problema de

desnutrição muito grande, as pessoas pensavam que pra combater desnutrição bastava comer , mas

se você come apenas um tipo de coisa, tinha criança aqui por exemplo, nós temos ainda, que chega

em casa e o que tem pra comer é pão ou só pão ou só arroz e a mãe ou o pai diz “olha come” ou a

pessoa que cria, a avó “Come porque é o que tem, você tem que comer pra ficar forte” e na verdade,

se ela não aprender a comer de forma variada ela nunca vai ser forte, ela vai comer, comer, comer e

continuar a ser desnutrida. Então, a, mostrando que o prato colorido não cheio mas o prato variado é

mais saudável que o prato cheio você ta construindo ai uma ponte pra criança pra quando ela crescer

ela sempre se alimentar bem, ela vai saber chegar na casa dela e entender que ela não vai ter só

arroz, ela pode lá na casa dela plantar uma hortinha e variar a alimentação dela, ela vai aprender

desde cedo que alimentar-se bem é alimentar-se variadamente. Eu acho que basicamente PesqA, é

fazer uma ponte da alimentação no ensino e aprendizagem é mostrar pros meninos que a alimentação

variada ela vem de uma produção sustentável, da produção sustentável e por se sustentável vai

garantir uma alimentação de qualidade, variedade também.

PesqA: Muito obrigado P.D.

P.D: P.D.

PesqA: Acertei rapaz.

P.Cd – Vila Velha

PesqC: Então P.Cd, você me conta, há quanto tempo você leciona? Qual a sua disciplina? E qual,

como é que você foi parar nessa escola? Como você escolheu essa profissão?

P.Cd: Eu sou meio suspeita de falar porque, isso já tem uma história de família né. É... por parte de

pai acho que quase 80% são professores, se não são assim médicos, são médicos e professores,

outros são engenheiros e professores, advogado e professor, então, eu acho, farmacêutico e

professor, entendeu? E eu com 13 anos, eu já dava aula particular em casa, entendeu? Para os meus

primos, meus colegas de bairro, e isso sempre me motivou porque eu sempre tava na igreja, na

comunidade, entendeu? Sempre tava envolvida com questões sociais. E isso sempre me motivou

muito. A questão da biologia em si foi porque eu sempre tive assim, um apego maior pela disciplina,

eu tinha um encantamento muito grande por português, meus professores, minha professora de

ciências também do ensino fundamental foi assim pra mim, um exemplo, entendeu? E isso ai me

encantou muito e assim, eu sempre tive muita vontade de descobrir, de investigar, então a biologia

em si me questionou isso, me proporcionou isso.

PesqC: Legal. Quando tempo faz P.Cd?

P.Cd: Isso tem 18 anos.

PesqC: E nessa escola, ta há quanto tempo?

P.Cd: Nessa, nessa escola aqui eu entrei em 2006, em julho de 2006, vai fazer o que agora, 3 anos,

vai fazer 3 anos que eu to aqui né, em julho, três anos o ano que vem, em julho agora faz 2 anos,

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nessa escola. Agora, em outras escolas eu trabalhei no SESI né, que foi logo assim que eu entrei na

minha graduação, eu trabalhei num estagio na prefeitura mas era contrato, não era nada assim tão

efetivo né, tão certo, então ai com dois anos que eu tava no estado ai o sesi me chamou, ai eu fiz

uma entrevista, passei no processo seletivo ai fiquei ate me formar. Quando eu me formei, 3 anos

depois, ai voltei um pouco pro estado, prefeitura, mas assim, foi muito, questão muito rápida também

né, achei que ia ficar mais tempo. Mas ai enfim, não me envolvi com concurso não naquela época. Ai

o São José que é um colégio católico, né, tem ate uma província no Rio de Janeiro, das irmãs

vicentinas, que tem (? 2’42) deve ter mas é outro nome, você deve conhecer. Tem um colégio da

(?2’47) no Rio de Janeiro, Imaculada Conceição, que são duas irmãs de São Vicente de Paulo, ai fiquei

ate 2009, então assim, duas instituições particulares foram assim quase 90% da minha desenvoltura

acadêmica né, eu digo que foi o meu laboratório né, porque a universidade contribuiu muito, mas eu

acho que a questão pratica, o trabalho em si no dia a dia contribui muito mais.

PesqC: Você se formou onde?

P.Cd: Me formei na federal da UFES.

PesqC: Ah ta, na UFES.

P.Cd: É. E sempre assim, trabalhando e estudando. Porque? Porque meu pai faleceu muito cedo então

eu tive que tomar todas as rédeas da casa né, junto com a minha mãe né.

PesqC: Voce tem irmãos?

P.Cd: Eu tenho uma irmã que é gêmea, mas ai ela já casou, já tem um filho, tudo e ai ela já tem uma

outra vida né.

PesqC: E desde que você entrou nessa escola você trabalha com sétimo ano?

P.Cd: Desde que eu entrei eu trabalho com sétimo ano.

PesqC: E nas outras escolas você trabalhava com alguma outra serie?

P.Cd: Trabalhava com sétimos, sextos e sétimos, entendeu?

PesqC: Legal.

P.Cd: E no estado eu trabalhei com sexto, sétimo, oitavo, nono e ensino médio, mas eu sinceramente

gosto muito mais dessa idade, né, sétimo ano.

PesqC: Isso é o ideal. Porque?

P.Cd: Porque eu vejo que as questões, a, a política de pessoal(4’09) hoje é muito complicada, sabe,

e... a família não ta dando conta, tem muitos adolescentes que tao chegando desestruturados, então

eu prefiro trabalhar com essa idade, porque você ajuda muito mais a desenvolver o ensino deles do

que você pegar um menino lá na frente que não foi trabalhado com (?4’31) e eu vejo, eu vejo isso um

dia uma questão arriscada, você percebe, o aluno que ele é, não é que ele é moldado, é como se

você fizesse uma reciclagem na pessoa, entendeu? Você vai ajudando, você vai despertando, por

exemplo, os projetos que eu trabalho eu sempre procuro destacar alguma habilidade, alguma coisa

que vai contribuir lá na frente, por exemplo, o meu objetivo é fazer com que ele escreva melhor, que

ele investigue tal conteúdo, que ele leve pro cotidiano, porque eu quero que quando ele chegue pra

Betina, que é a outra professora do oitavo ano, ele já chegue bem preparado entendeu? Ele não vai

chegar com o conteúdo do oitavo ano, mas todos os pré-requisitos que eu trabalhei, o básico, ela vai

receber melhor, entendeu? Por exemplo, o que eu ensinar de fotossíntese, quando ela tiver

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trabalhando uma outra coisa la de alimentação, alguma coisa, ele já vai poder associar uma coisa na

outra, entendeu? Então isso ai pra mim é primordial. Agora, essa meninada do ensino médio,

entendeu, realmente é ate questão de distúrbio. Porque, ensino médio ta MUITO acabado e eles tao

chegando MUITO desestruturado psicologicamente e em nível de conteúdo também. E eu trabalho

ferrado nisso, não tem jeito, eu pego MUITO na questão de português. Igual por exemplo, eu vou

querer fazer uma pesquisa de campo mas eles já sabem que não vai ser um passeio, vai ser uma

pesquisa, então eu vou fazer uma reunião sobre (?6’09) então todo trabalho que eu fazia no São José

e com o SESI também me cobrava, que la no SESI era tudo a nível de projeto, não podia falar assim

“Ah eu vou levar o menino ali na pracinha”, “Ah vou levar pra passear” Não, eu tinha que explicar o

porque, entendeu? Se você fosse na praia com o menino, você tinha que explicar o porque, plano de

aula, projeto, objetivos, metodologia, ate se possível uma referência do s locais, então sempre foi

muito cobrado e eu não consegui desagarrar disso, né, eu sempre to atrelada a isso, porque o menino

ele tem que saber aqui que existe um porque que ele vai ser apresentado àquele conteúdo, e eu

sempre gosto de trabalhar muito com a questão de educação ambiental, que é a lei 9795, porque me

da um embasamento teórico, me da um suporte e me da um fundamento pra que eu possa me

envolver em qualquer projeto, entendeu? Independente de conteúdo.

PesqC: E atualmente tem algum projeto andando na escola que faça alguma relação com

alimentação?

P.Cd: Esse da Marcia Cláudia.

PesqC: Conta pra mim como que é.

P.Cd: Eu, eu fiquei muito é... Bom, primeiro surgiu a proposta do projeto Vila Velha Aprender, a

prefeitura nos proporcionou, né, como trabalho esse ano, como pesquisa pra você incentivar o aluno

a olhar de forma diferente pra Vila Velha, analisar as questões ambientais, sociais, históricas, tudo

que ta relacionado ao convívio deles. Ai eu pensei “Bom, Espirito Santo, Vila Velha” Pensei logo na

Mata Atlântica, né e tem aqui o São Bento da Penha, você gostou de ver?

PesqC: Adorei.

P.Cd: Não tem turista que não vá. Independente né, de qualquer coisa.

PesqC: Primeiro lugar que tem que ir.

P.Cd: Então quer dizer, eai me veio a questão da Mata Atlântica, né, a questão da urbanização, a

questão dos problemas que estão relacionados né a essa temática, (? 8’19) e ate mesmo a questão da

preservação. (INTERRUPÇÃO) A questão de eles estarem preocupados em se eles estão inseridos em

um meio urbano mas que existe toda uma, uma fragmentação ainda de Mata Atlântica que precisa

ainda ser preservada e que eles tem que aprender a conviver com isso, não sei se você chegou a ver

o desfile, algumas fotos do desfile (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Não, cheguei na sexta, foi na segunda né?

P.Cd: Pois é, é, foi na segunda. Depois você pode falar, pedir pra Geni pegar pra você. Então eu

montei o desfile todo em cima da Mata Atlantica, inclusive teve uma menina vestida de farmacêutica

entendeu, pra relacionar os benefícios da Mata Atlântica ne com se a floresta fosse uma farmácia, né,

os medicamentos, coloquei uma menina carregando uma cesta de frutas né, maracujá, pena que não

tinha as outras frutas, pitanga, jabuticaba, porque não é da época. Então o meu objetivo é relacionar

esse conteúdo da Mata Atlântica com tudo que ta relacionado com o cotidiano, inclusive a

alimentação. Isso ai é uma questão que vem plantar e ai você vai falar de orgânico, você vai falar de

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habito alimentar, você vai falar de higiene, você vai falar da questão nutricional que é

importantíssima, essa mudança, porque que você tem que deixar comer um chips pra comer uma

banana, uma fruta, entendeu? Ai eu vou casar essas coisas ai, vou cutucar eles, e ai quando eu tiver

falando de alimentação, quando eu tiver falando, por exemplo, eu vou falar dos crustáceos, ai eu vou

la no manguezal, que é Mata Atlântica, entendeu? Então dai eu posso fazer todo questionamento, a

moqueca capixaba, quais são os ingredientes, que nutrientes estão inseridos ali, entendeu? Então eles

tem que relacionar a prática cotidiana com o conceito cientifico deles entendeu? E isso tem um

questionário importante 10:42. Porque não é só decorar ,também eu não vou ficar mando eles

ficarem decorando, entendeu? Mas eles, fazer com que eles relacionem, eles tem que aprender a

casar isso, entendeu?

PesqC: Você acha que esse tipo de pratica, que você ta trabalhando uma temática maior e tudo, da

conta do conteúdo que você tem que cumprir ate o final do ano?

P.Cd: Dá, porque se você trabalhar bem a metodologia, o importante é a maneira como você vai

aplicar, se você cria uma metodologia que seja de fácil acesso de acordo com o nível produtivo dele,

ai sim, o que eu não posso é deixar de dar o conteúdo, entendeu e “Ah não isso aqui não interessa,

eu não vou dar, e não tem importância, então eu vou ver de qualquer jeito” “Ah vamos fazer um

trabalhinho lá?” Entendeu, então isso não da. Então cada capítulo tem o fundamento teórico, tem os

exercícios e isso tem que ser corrigido, tem que ser tirado dúvida, agora, a maneira como eu vou

aplica-la entendeu, e ai como eu falei com você, nessa fase a melhor coisa é você atrelar o uso,

porque fica muito mais, entendeu? E ai eu vou querer melhor a escrita e vocabulário, entendeu?

Agora, é aquela questão, eu não posso trabalhar sozinha né.

PesqC: Pois é, e dai de quem você precisa pra trabalhar?

P.Cd: Eu preciso de todos os meus colegas, né, então eu faço assim, igual eu to falando, eu to

fazendo com a Terezinha, eu to fazendo oque agente propôs desde o começo do ano, a questão das

mensagens da Mata Atlântica em inglês, entendeu, ela ta montando os painéis comigo, ela trabalhou

a parte de inglês e eu a parte de português né, que são as frases, as mensagens “Animais ameaçados

de extinção” “Proteja a mata atlântica” ela quer melhorar o vocabulário deles em inglês e eu quero

despertar pra importância e eles tao adorando, ai ta lá os trabalhos do (?12’35) Agora já fiz com

Paulo, questão de artes, já fiz com... Terezinha, agora eu vou fazer com a Janaina que ta grávida, vou

fazer antes dela sair, porque eu sei que ela vai sair de licença, eu prometi a ela que eu ia ajuda-la a

desenvolver a metodologia, agente vai trabalhar com cartão postal (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Ela é professora de que?

P.Cd: De geografia. Entende, e eles vão relacionar “Ah onde que estão esses fragmentos

geograficamente falando?” então ela vai trabalhar o conteúdo de geografia, como eles não vão poder

tirar foto, aquela coisa toda, nem todo mundo tem como ir ao Morro do Convento, ou Morro do

Penedo, você ta entendendo? Ou o Morro do Moreno, eles não tem como ir, agente vai trabalhar com

cartão postal. Porque? Porque a metodologia que agente vai aplicar, agente vai precisar de imagens,

como nem todos tem máquina, aquela coisa toda, “Bom pelo que agente vai substituir?” Uma coisa

que seja fácil, de fácil acesso, que de um retorno rápido, ai sim agente vai ver como que agente vai

montar nosso joguinho com cartão postal, entendeu?

PesqC: Legal. E que tipo de material vocês costumam usar pra fazer esses trabalhos? Voce falou do

cartão postal, mas (PAUSA FORÇADA)

P.Cd: É tudo assim oh, você ta entendendo? Sai assim do nada, eu já to pensando aqui no cartão

postal mas eu já to pensando no jogo (?14’05) ai eu preciso de todo material que você vê ai na

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escola, cartolina, sabe, é, é... jogo, dado, as perguntas, os questionamentos, de acordo com a

matéria que for dada, entendeu?

PesqC: E ai, é... esse conteúdo ele é conduzido pelo o que? Pelo livro didático?

P.Cd: Pelo livro didático e pelas aulas. Que ai sim, eles podem ter embasamento teórico ou não,

certo?

PesqC: Sim. Aquela experiência que você falou da feira orgânica, que você trabalha orgânica com

eles, como é que foi isso?

P.Cd: Não, como é que vai ser, que não foi ainda, é uma coisa que eu já estou, na minha mente. Voce

ta sabendo que tem uma semana de orgânica na UFES?

PesqC: Na UFES não.

P.Cd: não ta sabendo?

PesqC: Não to sabendo.

P.Cd: Eu deixei os folhetos na secretaria.

PesqC: Não vi. Depois eu olho lá.

P.Cd: Tá. Porque, eu, como eu te falei, todo sábado realmente tem a feira de orgânica lá na (15’09) .

Eu e minha mãe já tem mais ou menos uns sete ou oito anos que agente ta praticamente mudando

nosso hábito alimentar, mais por causa mesmo de problema de rinite né e tal e ela mudou por

questão de idade né, diabete, essas coisas assim né, agente ta, “Ta na hora de mudar? Chega?”

PesqC: Depois não da mais tempo né.

P.Cd: não, não tem como. Já era pra ter acontecido, agente sabe que a economia do país ela não

proporciona por uma questão agressiva né, que poderia fornecer poderia, mas enfim, é... mudança de

hábitos né, e ai nessa feira de orgânica agente acabou fazendo muita amizade, com os próprios

feirantes, né, então ano retrasado ela foi numa excursão, do pessoal, todos que estavam lá, são os

feirantes né, donos das barraquinha e cada um deles recebe um certificado né, importante e a cada

ano, de ano em ano, tem que ter esse encontro, essa reunião, pra que eles façam uma certificação,

você deve saber disso melhor do que eu, e ai ela foi, porque? Porque como eles tiveram mais uma

conquista de grupos, eles acabaram convidando os próprios clientes, ai começaram a fazer um agro

turismo, entendeu? Foi legal, é uma forma de você interagir a comunidade que vai lá comprar, “Oh, a

minha fazenda, minha horta” e ai tiraram foto, foi gente de todos os lugares, o legal foi isso, foi

criança, foi jovem, foi adolescente, foi vó, vô, tio, vários (PAUSA FORÇADA)

PesqC: E tem nome esse projeto?

P.Cd: Projeto Chão vivo (16:54) é esse que eu to te falando. Ai, é, seria ate bom você entrar na

internet pra você pegar o contato e são eles que organizam esses eventos, eventos simples, não é

nada glamoroso entendeu? (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Tem alguma coisa relacionada diretamente com a escola? Da escola (PAUSA FORÇADA)

P.Cd: Não, não, não, não. É uma questão particular minha, isso que eu to falando, mas eu gosto

muito de pegar esse pessoal “Ah o que que eles podem me oferecer de material?” Ate mesmo pra

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escola entendeu, pra eu desenvolver com os alunos. Isso ai agente tem que fazer também porque se

não se agente depender do geral, você entendeu né?

PesqC: Não acontece.

P.Cd: Não acontece. E tem que acontecer né.

PesqC: Pois é, mas quais que você acha que são os maiores desafios assim pra fazer isso acontecer?

P.Cd: O maior desafio ainda é, você diz em relação (PAUSA FORÇADA)

PesqC: Em relação a trabalhar, é... esses projetos na escola.

P.Cd: Ainda é a valorização do professor. Porque quando você valoriza, quando você ve isso na lei,

isso te da uma margem de interpretação muito grande, por exemplo, é... “Ah eu vou pra minha

formação” né, “O que é que ta dando lá?” “Não sei” né, de repente não é a mesma coisa, as pessoas

não tem a mesma visão que você, entendeu? Eu já, eu já percebi que eu to ate mais adiantada do

que muitos colegas, entendeu? Infelizmente, né, não é de falar mas, porque? Porque eu sempre me

mantenho, por isso que eu to te falando, esse link que eu tenho por fora, essa rede de conhecimento

que eu tenho por fora, isso me da uma abertura muito grande na hora de eu planejar, na hora de eu

questionar, na hora de eu pensar “Não, mas eu não quero esse aluno” Eu não quero um aluno que

fique só copiando e dizendo amem pra mim o tempo todo, entendeu, eu não quero, eu quero que ele

saiba o que é que ele vai fazer da vida dele quando ele sair ali fora, entendeu? Não aquela coisa

mecanizada “Ah não joga lixo no chão não” sabe aquela coisa? Porque a educação de ciências já

acabou há muito tempo, aquela, sabe aquela coisinha de plantar feijãozinho “Ah vamos ver a

fotossíntese”, hoje é educação ambiental, não era nem pra existir mais esse negócio de ciências sabe,

a lei já ta ai há muito tempo e os eventos de educação que os meus colegas participam, que eu

participo, Espirito Santo tá muito atrasado, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas já ta na frente há muito

tempo.

PesqC: Em termos de educação ambiental?

P.Cd: E isso que eu faço aqui, já é o terceiro, já publiquei o terceiro trabalho num, num periódico de

educação lá de Minas Gerais. Toda vez que eu mando o artigo pra la o pessoal gosta. Gente que é

que é isso? A Silvana falou “Outro? De novo?” Um atrás do outro.

PesqC: Depois eu quero ver.

P.Cd: Porque eu sou professora leitora, não julgo, quando você é leitora você questiona, entendeu?

Você, você busca, você quer mais, e ai, mas ai você precisa fazer isso com muita cautela, porque às

vezes agente não pode (?20’13) sem ser estrela, porque não gosto nem de aparecer, entendeu?

Porque tem gente que gosta, você sabe disso e não é meu objetivo, o meu objetivo é ver os alunos

melhores do que isso, é o que eu quero porque você só vai ter uma sociedade melhor PesqC, se você

proporcionar uma boa educação pra esses meninos. E é complicado. Eu vejo que o ponto crucial é

esse. Questão de baixo salário, isso ai é muito importante, entendeu? Professor que ta precisando de

uma carreira mais sólida, mais consistente, mais aberta a pesquisa, sabe? Quantos trabalhos eu

poderia ta fazendo em parceria com nutricionista, você ou outro da UFS, ou, você ta entendendo? Não

existe essa defesa.

PesqC: Não existe dentro da escola?

P.Cd: Ou por parte ate das universidades, precisou de vir você, la do Rio de Janeiro.

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PesqC: Pois é, não tem nenhuma parceria de um projeto daqui com a UVV ou com a UFES?

P.Cd: não, não, não, não. Ta entendendo? Eu acho que deveria, eu acho assim, foi ótimo você ter

vindo sabe, porque mostra que agora tem uma nova visão, sabe? E isso é muito importante.

PesqC: Você acha, você já viu acontecendo ou acha que é possivel acontecer projetos que casem

alimentação ambiental em alimentação alimentar?

P.Cd: Nossa, inclusive ate tem um artigo la em casa sobre educação ambiental, eu vou achar ele.

Voce vai embora quando?

PesqC: Sexta.

P.Cd: Eu acho que ate sext-feira eu acho pra você. Eu tenho um artigo científico, artigo científico

mesmo, de educação ambiental com educação alimentar, isso é, isso é, não tem como não existir.

PesqC: Você acha que dentro da realidade da escola isso funciona? Você já viu funcionar?

P.Cd: Agente tem que fazer, não, eu nunca vi acontecer. Do lugar que eu vim era uma coisa, assim

tudo que você quiser você pode fazer, desde que você estude, pesquise e planeje. Acabou. O resto é

só ação e sem intervir o tempo todo.

PesqC: Que potencialidade que você vê pra esse tipo de atividade casar? Que potencialidades que

você ve trabalhando alimentação alimentar e educação ambiental em conjunto?

P.Cd: Como assim potencializar?

PesqC: É, o que você acha que isso pode trazer, proporcionar? Além do que agente já tem (PAUSA

FORÇADA)

P.Cd: Ah sim, eu quero, um aluno, um, um P.Cddão crítico e consciente. Independente, porque

muitos alunos pensam assim “Ah mas eu não gosto de ciências”, essa cultura ainda existe. “Ah, eu

não gosto de ciências, eu não vou ser professor, eu não vou ser biólogo, eu não vou ser

farmacêutico” mas antes de tudo, é o que eu ensino pra eles, você tem que ser um P.Cddão, você

vive no ambiente, você precisa desse ambiente, ta entendendo? Então sempre, não é como eu falei

pra você, esse negócio de ficar decorando ação “Ah não joga lixo, não faz isso” critico, porque que eu

não posso jogar o lixo no chão? Porque que eu não posso desmatar? Ta entendendo? Os problemas

ambientais estão ai, ta atrelado a isso. Então é pesquisa.

PesqC: Você acha que é possível fazer alguma relação disso com a merenda escolar?

P.Cd: o tempo todo né, o tempo todo. Baseado em projeto não tem nem como não fazer.

PesqC: E qual seria o papel das merendeiras nesse processo?

P.Cd: Elas poderiam ser mediadores né? Junto comigo. Já pensou uma delas fazendo palestra, sabe?

Dando um, uma oficina, sabe? Para os pais, pras mães, como assim, a importância do alimento, com

o financeiro. Nossa ia ser fantástico.

PesqC: Você já viu isso acontecer alguma vez? Já viu alguém propor isso?

P.Cd: não, eu que to falando. Às vezes, igual eu falei pra você, às vezes me surge umas ideias assim,

e eu fico analisando isso “Nossa mas que legal, eu poderia fazer isso” porque existe projetos que a

escola oferece né, olha ai. E elas estão ai, poderiam ser convidadas por nutricionistas, uma oficina

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“Oh, como agente deve preparar bem os alimentos, a questão da higiene, claro primeiro aquela

questão clássica né, importante, depois que você entra pra parte funcional da coisa, organiza e tal, eu

acho isso fantástico, ver você casar o, é como eu digo, casar o científico com o popular.

PesqC: O que eu tinha pra perguntar era isso, eu queria dizer se você tem mais alguma coisa pra

dizer e se você pode resumir isso tudo em uma frase, o que que você diria?

P.Cd: Educação é tudo. É tudo. Entendeu. É tudo mesmo, porque a educação é que vai proporcionar

ao indivíduo conhecimento, né, a, a investigação que ele quer fazer e o convite dele com tudo que ta

relacionado à educação. Não tem como, e ai agente tem que ver, que eu não to falando só de uma

educação formal que é dada em uma escola, né, é educação de família, é educação do meio em que

ele convive né, do ambiente em aberto, em outras estâncias e a escola ela vem complementar a

lacuna, mais nada. Essa frase é repetitiva, mas eu acho que ela muitas vezes ela não é bem

interpretada, né, porque o pai, a mãe, o professor, todos que estão na sociedade, se realmente

levassem a sério o processo educacional como um todo, muita coisa estaria diferente.

P.Ro - Macapá

PesqB: É... então professor P.Ro, agora, você é professor de ciências mas agora você trabalha aqui

no é... (PAUSA FORÇADA)

P.Ro: No laboratório de informática.

PesqB: Na parte de informática.

P.Ro: Pois é, é... quando eu vim pra cá pra escola na verdade, eu vim como professor de, olha só

como é antiga a história, eu vim como professor de técnicas agrícolas, lembra que tinha?

PesqB: Ah, ta.

P.Ro: Na, na, na parte diversificada que tinha, era o lar, técnicas comerciais né, e ai eu vim pra cá pra

escola como professor de técnicas agrícolas.

PesqB: Nessa escola?

P.Ro: Aqui, nessa escola. Isso foi pelos anos de 1993 né, faz um tempinho, desde essa época eu já to

aqui na escola. Então, como a disciplina ela pedia isso agente desenvolvia esse trabalho de, de horta

comunitária aqui na escola, mas ai com todas as mudanças na questão do próprio, do próprio

currículo, essas disciplinas elas foram descartadas, elas foram, elas praticamente desapareceram né,

e... de lá pra cá, olha só como o tempo, assim, quando essa disciplina ela saiu do, do, do, da grade

curricular, praticamente esse trabalho ele também desapareceu aqui da nossa escola e ai só veio

assim, reaparecer agora, ressurgir, a partir do momento que entrou um outro projeto chamado de

Mais Educação né, só que o Mais Educação ela já ta implantado, ele ta sendo executado aqui na

nossa escola já há três anos, e assim, ele é um projeto do governo federal onde a secretaria vem, ela

estrutura o projeto na escola e a escola desenvolve. Basicamente da forma como agente imaginava

que seria o projeto não foi, ate porque as pessoas que, assim você tem o coordenador do projeto em

que, esse projeto na verdade ele tem que fazer parte da escola e agente sempre brigou por conta

disso porque parece assim que foi uma coisa que era de um outro mundo dentro de um ambiente que

não era propicio, imagina só, ele, o que que aconteceu de lá pra cá, esses três anos pra cá,

praticamente nada, praticamente nada, agente ajudou a, a implementar ai a horta, o espaço né é o

mesmo, ta, e ai compraram os insumos, ferramentas, todo material pra implantar, agente não

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conseguiu, eu acho que muito pouco agente, que colheu o negócio, umas folhas de couve porque, a

coisa não fluía, agente via o tempo passar, as crianças vinham pra cá, desperdício de dinheiro público,

e isso foi tão assim, grave e eles viram, desculpe a expressão, “a cagada” que eles fizeram, que eles

tiraram o projeto, desde o ano passado que não tem mais a horta comunitária, eles trocaram por uma

outra, uma outra ação, eu não sei se foi a historinha do (?3’30) ai que entrou, quando na verdade, foi

questão de gerenciamento mesmo pro projeto dar certo porque agente tem visto em outras escolas

que, a experiência boa mesmo, mas da forma como ela tem que ser feita, porque o que que agente

sempre pensou em relação a esse projeto, que o fato de você ta trabalhando desde as series que nós

temos aqui, as series iniciais ate a oitava serie, meu Deus do céu, que caminho melhor que agente

quer pra ta trabalhando com terra? Pra ta trabalhando com meio ambiente? Pra ta trabalhando com

assuntos sobre a questão da, de uma alimentação saudável? Cara, agente tem um mundo de coisas

pra trabalhar, não é? Assuntos que poderiam ser abordados desde o primeiro ano ate a oitava série e

com um espaço bom aqui atrás com os insumos que nos permite tudo, tudo, tudo, tudo. (PAUSA

LONGA) É claro que, agente não culpa só a secretaria porque nós estamos aqui, mas muito das vezes

você fica muito polido naquilo que você pode fazer, né. Então agente fica muito limitado nessa

história e mesmo eu já não, não sendo, eu não, não sendo professor, já dá, já fico aqui mais no

laboratório né, desenvolvo uma outra atividade, mas o que agente percebe é assim que, poxa vida

dava pra fazer a coisa acontecer, dava pra fazer, com tudo na (?5’00) com tudo na mão, com espaço,

com dinheiro, sem (?5’03), tudo, tudo, tudo. A coisa já parte da própria secretaria porque a partir do

momento em que os monitores são servidos pela secretaria ela tem que primar por alguém que tenha

o mínimo de, de, de capaP.Cdde pra desenvolver esse trabalho e não é só trazer porque, você, você

vai trazer uma pessoa que ela vai ter que lidar com crianças, né, além de lidar com a terra ela tem

que tar sabendo socializar aquele conhecimento que ela tem, é dessa forma, mas não era isso que

acontecia, as crianças simplesmente vinham pra cá, capinavam, plantavam, não dava certo, criou-se

um negocio de um matagal ai atrás, fizeram um depósito aqui, esse depósito foi arrombado, foi

levado material.

PesqB: Entendi.

P.Ro: CONCLUSÃO, nada, nada foi feito, tirou-se a historinha da horta e já, la na frente já se criou

uma outra ação que é (?6’07) esqueceu a historinha, acabou. (PAUSA LONGA) Essa, esse é o resumo

da obra, dessa história da horta aqui na escola.

PesqB: Entendi. É... quando o senhor veio como técnico agrícola aqui pra escola, é... porque que o

senhor escolheu essa profissão? Essa, esse tipo de, essa área de trabalho?

P.Ro: Pois é, olha essa é uma história, uma outra história assim muito louca, porque, na época

quando eu terminei o meu segundo grau, e agente tinha pouca opção pra estudar pra fora né, agente

não tinha por exemplo, eu na época não tinha condição de ta... fazendo uma faculdade por exemplo

Belém, que tinha que ter um custo muito alto, e ai, pinta uma história engraçada, o governo do, do,

do território, do estado, ele firma convenio com a, com a Universidade Rural, e lá, é, formou-se um

núcleo aqui, que aqui funcionava um campus avançado (PAUSA FORÇADA)

PesqB: Universidade Rural de Belém?

P.Ro: Do Rio de Janeiro, é. Universidade Rural. Lembra do Projeto Rondon, aquele negocio todo?

PesqB: Sim.

P.Ro: Pois é, então o que que aconteceu, como eu estudava... aqui na, no colégio CA, que tinha, tinha

o, o curso, curso básico de agropecuária, ele era a nível de segundo grau e agente já saia como

técnico né, então por conta dessa situação toda funcionava um, um, um campus avançado aqui da

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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e ai agente fez, ai, por conta desses convênios, foi,

trouxeram as provas do vestibular de lá, na época ne, e ai basicamente, toda turma que fazia

agropecuária nessa época fez o negócio do vestibular e ai eu PASSEI, fui cursar Licenciatura em

Ciências Agrícolas no Rio de Janeiro. Quando eu voltei, ai aquela história de novo do, de ta correndo

atrás do emprego ai eu acabei assinando um contrato com a prefeitura e ai foi assim que aconteceu

toda essa história, e, levado pelas situações, porque, começou assim, eu jamais me imaginava

professor nessa história toda né, um camarada que, com uma timidez exacerbada que não abria a

boca na sala de aula e hoje eu não, não sei fazer outra coisa se não ta em uma escola, em uma sala

de aula, mas, tudo bem que eu não sou tão velho assim né nessa área, mas eu vejo assim, muita

dificuldade sabe PesqB e dificuldade que as próprias pessoas criam porque agente vê que é possível

tu fazer um trabalho assim de qualidade sem tu tar descabelando, acho que o importante é você ter

um compromisso mesmo, querer fazer, porque agente vê, com pouquíssimas coisas, algumas

experiências que funcionam e ai você olha pra trás ou então olha pro lado que você tem um espaço

ali onde tem tudo e a coisa não anda, então, é... eu, eu me sinto aqui, nessa nossa escola, eu não

digo um pouco, mas muito frustrado por causa disso, onde é que eu to ajudando as nossas crianças

se nesse ambiente que agente, você já observou assim, a estrutura da escola, o que que agente tem

aqui, tem escola, escolas com muito menos proporcionam um, um trabalho de qualidade e esse

trabalho de qualidade reflete na aprendizagem das crianças né e aqui agente não consegue andar,

agente ta se arrastando pra tentar fazer com que as nossas crianças possam aprender e entra todas

as questões ai que eu to te falando, desses projetos que vem pra escola que era pra escola ta

abraçando, com uma forma de ta contribuindo nessa aprendizagem e a coisa não anda, é desse jeito.

PesqB: Quando começou a horta então, quando o senhor chegou aqui na escola, é... como era? Como

você trabalhava a horta? Você trabalhava com os alunos? Como que funcionava?

P.Ro: Pois é, porque, porque era assim, é... técnicas agrícolas ela era uma disciplina então, assim, a

oitava serie toda, ela tem técnicas agrícolas dias de quinta feira, então essas crianças elas vinham no

contra turno, todas as turmas, assim de quinta a oitava, de quinta a oitava as turmas da tarde elas

vinham no contra turno e agente desenvolvia o trabalho ai, como se fosse, como se fosse hoje agora

a própria educação física, é uma, era uma disciplina, ela tinha uma carga horária de duas aulas

semanais, então toda semana essas crianças estavam aqui nesse espaço.

PesqB: E o que que o senhor ensinava?

P.Ro: Pois é, é, assim, você tinha, você tinha todo uma grade curricular né, pra trabalhar, tipo as

hortaliças ta, a questão do clima, o plantio, as variedades, tudo isso tinha dentro de uma, uma grade

que era pré-estabeleP.Cd pela secretaria agente tinha que desenvolver além de, de pegar toda essa

teoria e colocar na prática pras crianças, então era feito dessa forma.

PesqB: E... quais alimentos o senhor plantava aqui?

P.Ro: Pois é, ai, agente conseguiu além do couve, né, porque assim, pro nosso clima agente tinha

uma certa dificuldade, mas o importante é que agente conseguia, tipo assim, fazer todo o processo,

ou seja, desde a preparação desse pequeno espaço ne, e plantar couve, plantar o próprio maxixe,

quiabo, que a terra nos permitia isso né, e essa criança ela adorava esse espaço, ela plantava, ela

acompanhava o crescimento e agente fazia a colheita desses produtos, porque o interessante é que a

criança possa tar observando todo esse processo né, e ai, assim, o pouco que eu, trabalhei o que, de

93 até, acho que ate 96, ate 98, porque ai a, com a mudança da grade, essas disciplinas elas saíram

da grade curricular, né, do currículo, praticamente desapareceram, ai eu comecei já, de professor de

técnicas agrícolas, como eu tinha o posto, comecei a ministrar as aulas de ciências, ai todo, todo o

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pessoal que trabalhava nessa área de técnicas agrícolas migrou pra ministrar as aulas de ciências de

quinta a oitava.

PesqB: E quando o senhor passou pra ser professor de ciências ainda existia a horta? Ou já tinha

acabado?

P.Ro: Não porque, tipo assim, porque assim, praticamente agente foi (PAUSA LONGA) quando agente

já migrou pra quinta a oitava, o espaço já não tinha, já não tinha como agente ta acompanhando

mais esses espaços, né.

PesqB: Porque tem que manter né?

P.Ro: É porque ai você tem, porque assim, eu teria que ta de manha e atarde na escola, pra ta

acompanhando esse processo e ai que era a dificuldade porque por conta da carga horária, esse

negócio todo, muitas turmas, isso acabou dificultando né, todo esse acompanhamento e a

manutenção do próprio espaço né, porque você tem que ta com as crianças ali, então tem que olhar

esse negócio todo. E ai esse processo foi (?13’52) acabou. E eu fiquei assim, demais contente quando

o pessoal “Olha, vamos escolher a horta comunitária” porque era assim PesqB, dentro do, do, das

ações do Mais Educação é a escola que escolhe, né.

PesqB: Hum, tá, quais são as atividades que vão ser (PASUA FORÇADA)

P.Ro: Quais são as atividades de acordo com a característica e a particularidade de cada escola, o que

que cabe naquele espaço e ai agente escolheu a horta por conta dessa história de antigamente que

agente viu que a coisa funcionava. E ai agente deu com os burro n’água né, porque a coisa não fluiu.

PesqB: Quando tava funcionando bem, os alimentos que eram produzidos eram utilizados pra que?

P.Ro: Agente, agente, esse material sempre foi pra merenda, sempre usava na (PAUSA FORÇADA)

PesqB: Ah, usava na merenda.

P.Ro: Era, sempre foi pra merenda. Exatamente por conta dessa, dessa possibilidade, da

oportunidade que agente tinha de trabalhar essa teoria com a prática e ta fazendo com que a criança

percebesse a importância desses alimentos, né, sempre nessa direção, né, alguns poucos,

pouquíssimas vezes que essas crianças, algumas levavam o cheiro verde, alguma coisa pra casa, mas

todo produto que era colhido aqui era pra merenda, dessa forma, que geralmente é dessa, dessa

maneira que funciona ne, geralmente é assim.

PesqB: E, é, nessa época que começou o Mais Educação, é... começou um projeto também que era

de meio ambiente, não era? Educação Ambiental?

P.Ro: Olha, aqui na escola assim, a parte, a parte de meio ambiente sempre foi o nosso, (PAUSA

LONGA) como diria o meu pai, a nossa espinha de garganta porque agente nunca conseguiu

implementar o projeto como ele deveria ser né, por causa de “n” problemas, mas, é... (PAUSA

LONGA) as pouquíssimas ações que agente geralmente desenvolve elas são ações estanques e são

ações pontuais, por exemplo, que você trabalha com determinado, um determinado grupo de

atividades na semana do meio ambiente, na semana da água, mas não como projeto assim, um

projeto sistematizado né, então sempre foi dessa forma, de lá pra cá, sempre foi assim, algumas

vezes PesqB, quando, a nossa escola ela é muito procurada nessa questão assim de, de alguns alunos

de faculdade veem fazer estágio e depois do estagio desenvolver esses projetos, então quando, por

incrível que pareça, quando esses projetos eles são realizados, geralmente são os alunos de fora que

vem fazer, olha só, eu considero isso sendo um absurdo, porque nós temos aqui as disciplinas de

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geografia, de ciências, claro que com essa, essa questão da interdisciplinaridade, tudo ta ligado a

tudo, então não da pra “Não só o professor de ciências vai trabalhar meio ambiente” não é mais

dessa forma, mas mesmo assim.

PesqB: O senhor acha que funciona essa iniciativa de transdisciplinalidade na escola?

P.Ro: Só funciona, só funciona, porque é como eu to te falando, o grande problema PesqB na escola,

é esse, de o professor, ele achar que só o professor de língua portuguesa que tem que trabalhar

questão da produção de texto, questão de redação com o aluno, né, não é dessa forma, essa

responsabilidade não cabe somente ao professor de língua portuguesa. Pra se ter um exemplo,

agente vai falar de outra coisa, agora em novembro, nós temos a prova do SAEB, essa prova vai tar

avaliando os alunos de, de, de quarta serie que estão concluindo né e os alunos de oitava serie, aqui

no caso da nossa escola, e na verdade, o trabalho que a escola faz, por bem ou mal, ele vai ser

colocado em cheque tá, por conta de duas disciplinas que é matemática e língua portuguesa e na

verdade, toda a escola deveria ta mobilizada pra fazer com que esses alunos tivessem condições reais

de fazer uma ótima prova, mas não é assim que funciona, o professor de matemática e de língua

portuguesa, que, principalmente de língua portuguesa que ta desesperada ai por conta dessa prova, e

a escola nada, quer dizer, é só língua portuguesa que cabe esse fardo? E um fardo muito pesado.

Quando a escola era que tinha que ta envolvida, não, não só nesse momento da prova, mas em todo

o processo de aprendizagem dessa criança, desse aluno, pra que quando chegasse essa época de

prova não tivesse “ooh, vamos preparar nossos alunos” caramba, quando a aluno entra na escola

esse processo já se inicia, na verdade esse processo começa la na casa, la na família não é, esse

processo de aprendizagem.

(INTERRUPÇÃO)

P.Ro: PesqB onde foi que nós paramos?

PesqB: Nós estávamos falando da questão da inter, da transdisciplinaridade.

P.Ro: Pois é, então, eai, agente tem essa dificuldade, porque o professor ele ainda ve a questão da

aprendizagem assim, de forma fragmentada né, não é mais isso, pra você ter uma ideia, essas

provas, desde a provinha Brasil, né, passando pelo SAEB, o próprio ENEM, elas estão dentro dessa

metodologia, e agente entra em um debate aqui que é assim, eu digo nós porque eu me incluo

porque eu sou professor dessa escola, nós estamos vendendo um produto cuja validade esta venP.Cd,

e o que que significa isso? Nós estamos, é... trabalhando com as nossas crianças de uma forma, ou

trabalhando as nossas crianças pra um tempo que não existe mais, o tempo da, da memorização,

onde essas metodologias nos ensinos iniciais, na própria quinta a oitava, na fase de alfabetização que

não leva a criança a refletir, a pensar, a questionar, onde você vê no quadro, você chega lá na sala,

tem um monte de continha de mais, de menos, tem todas as famílias, tá, a criança memoriza essa

historinha, ai quando chega uma prova dessa aqui “Prova do aluno”, eu vou te mostrar. Que ai, você,

a criança ta vendo o desenho, “Voce tem uma bola, então onde está escrito a palavra bola?” ai aqui

ele acertou ne, então veja, olha, aqui ta tudo certo. Tudo certinho. E ai, a criança ela não consegue

desenvolver um troço desse aqui, mas porque? Porque ela foi levada a um processo de memorização,

ela não reflete. E essa ta sendo a grande dificuldade, essa ta sendo a grande dificuldade. Quando vem

uma prova de matemática, agora é no final do ano. (PAUSA LONGA) “João tem 10 petecas, perdeu 3,

depois ele ganhou mais 5” A criança não consegue extrair os dados daquele problema, mas é culpa da

criança? Não, porque o professor ele só ensinou a técnica, ele não levou a criança a refletir sobre de

que forma ele vai aplicar aquilo e em que momento e quando, essas crianças vem pra cá, trabalho

com as crianças de primeiro, na verdade do primeiro ao quarto ano na parte da manha, então tem

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algumas atividades que lavam esse raciocínio, as crianças, “Professor, essa continha aqui é de mais?

Ou é de Menos?” (PAUSA LONGA)

PesqB: Que é isso que é aprender né. (risos)

P.Ro: Eai? Agora vou te contar das experiências daqui, não sei se tem a ver.

PesqB: Mas assim, quando que o senhor passou a ser professor aqui, do, de informática?

P.Ro: 1999, eu acho.

PesqB: Então como professor de ciências o senhor ficou pouco tempo?

P.Ro: Fiquei, fiquei pouco tempo.

PesqB: Tipo um ano, dois anos?

P.Ro: Mais ou menos isso porque, quando, quando eu assinei as turmas de ciências, e ai eu fui

(INTERRUPÇÃO). Quando eu assinei as turmas de ciências, que foi atarde e anoite e ai o diretor me

convidou pra participar do projeto de elaboração da implantação do LIED, eu disse “Caraca muleque”

isso era uma experiência nova, né, nem tinha computador em casa, legal. E ai agente começou a

elaborar o projeto, ta participando de curso, isso em 1997, eu já, já era professor de ciências. Ai foi,

foi, foi, fazendo as duas coisas ao mesmo tempo né, trabalhando na questão da elaboração de

projeto, o que eles chamavam de, de projeto de adesão, então, assim, pra escola participar do

Proinfo, tinha que ter um projeto de adesão, é como se fosse assim “Qual a proposta de vocês pra

implantação desse laboratório?” Então agente teve, que ta vasculhando livro, que era uma coisa nova

pra gente, né, ai nós elaboramos o projeto, esse projeto foi aprovado, agente ficou fazendo curso de,

de aperfeiçoamento, capacitação, esse negócio todo, os computadores chegaram em 2003, (?5’12)

PesqB: Nossa.

P.Ro: Eles foram chegar em 2003. Aqui agente já ta praticamente na terceira versão dessa historinha,

esses daqui são a terceira versão, os novos né.

PesqB: nossa.

P.Ro: Os cinco que chegaram, eu nem sei se, acho que ainda tem os estabilizadores, esses aqui são

segunda versão, esses aqui são terceira. Entao (PAUSA FORÇADA)

PesqB: Legal. É... eu to assim, pensando assim nessa historia que o senhor me contou, de quando a...

questão agrícola era uma disciplina, técnicas agrícolas e depois passou a não existir mais né e ai veio

o Mais Educação com uma nova proposta da horta, é... comparando assim essas épocas, o senhor

acha que a melhor forma pra trabalhar essa questão da agricultura, do plantio, do alimento com os

alunos seria uma disciplina isolada, ou seria de outra forma?

P.Ro: Olha, é, porque assim, é muito complicado de você falar, comparar em épocas porque eu, eu

vejo PesqB que assim depende muito do compromisso de cada um, eu não vou te dizer que nessa

época agente não tinha problema, os mesmos problemas que agente enfrentou agora, agente tinha, e

eu te digo que agente tinha

(INTERRUPÇÃO - P.Ro: Bom dia gente, podem ficar a vontade tá, não vão olhando a bagunça mas é,

desse jeito mesmo tá, depois piora. Meu nome é P.Ro, to só dando uma entrevista aqui pra PesqB

daqui a pouco, Danilo já conhece a historinha ai, pode ficar à vontade.)

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47

P.Ro: Porque que eu vou te dizer assim que é complicado, é... quando, quando eu comecei na historia

das técnicas agrícolas, eu fui trabalhar num município la, um município chamado Porto Grande, que

foi a primeira, foi a minha primeira experiência, quando eu sai lá da Universidade Rural, eu passei seis

meses perambulando tentando conseguir algum emprego e ai me jogaram pra la, ai eu fui pra la e era

uma escola e agente desenvolvia esse trabalho, claro que é como você ta falando, era uma disciplina,

era uma disciplina, mas o trabalho ele fluía, e ele tinha, ele tinha uma, uma, eu digo que era uma

vantagem porque a escola ela ficava em uma comunidade agrícola, olha só, puxa vida é, tudo era

propício porque as crianças já trabalhavam e agente entrava só com a, porque uma coisa é a pratica

ali do agricultor, e agente entrava com a teoria e socializava esse conhecimento com essas crianças e

a coisa fluía. Na diferença daqui, tá, tudo bem, não tem nem, pode ate ter um filho de agricultor aqui

por natureza 8’20 mas agente também fazia essa, essa, transformava essa, essa teoria que agente

trabalhava na sala, né, pra cá pra nossa prática. Eu trabalho também com teoria, agora, se eu for, eu

te digo assim que eu não vejo diferença nessa, nessa questão de transformar a agricultura em

disciplina, não da mais, não da mais pra fazer isso, talvez se você fizer esse trabalho com

compromisso e responsabilidade a coisa flui, a coisa flui, porque? E com essa vontade de você, de tar

toda a escola integrada nesse mesmo projeto, porque se não, vem aquela coisa “Não é... o professor

que ta falando de meio ambiente é só o professor de biologia, é só o professor de ciências” ta, show

de bola, então, me responda como é que fica quando o professor de geografia tiver falando sobre,

sobre a questão de, de produtos, de mercado (9’22) porque que ele não pode falar sobre isso? Porque

se não agente recai nessa história da memorização, de você não levar o seu aluno a ta refletindo

sobre essas questões e hoje você liga a televisão e ta tudo la, o teu, o teu, a tua informação ta la, o

professor tem que pegar aquela informação, trazer pra sala de aula e construir esse conhecimento,

então, eu não vejo mais hoje, como saída pra gente discutir meio ambiente, discutir sobre a questão

da educação sexual, discutir sobre agricultura como disciplina, não tem mais, agente não pode mais

voltar nesse tempo, exatamente por conta dessa história. Ou todo mundo trabalha de forma a fazer

com que esses, essas informações elas possam ta na cabeça do aluno sendo transformada em

conhecimento ou então agente voltar pra uma época que não existe mais e que eu vejo assim que foi

um negocio complicado, hoje agente ta, agente não pode mais ta trabalhando com esse

conhecimento fragmentado, não da mais gente, não tem como, ai pode “Ah mas poh então tem que

ser generalista?” Tá a questão, você pode ta ate, você pode ta falando de muita coisa e a criança não

aprender nada. Eu vejo que, se você faz com responsabilidade e leva essa criança a refletir ai é outra

coisa, o caminho é esse, mas trazer “Ah vamos trabalhar, tem a disciplina meio ambiente” não tem

como gente, isso não dá, isso não, pra essa nossa época não funciona, não funciona mais, porque o

professor ele vai sempre achar que, professor de Língua Portuguesa vai achar que é só professor de

biologia, é... só, de novo, entra só o professor de biologia, caramba, e eu como professor de

matemática quando eu to trabalhando a questão da estatística? Por que que eu não posso tar

abordando? Professor de língua portuguesa, porque que ele não pode tar pedindo pro aluno ta

emitindo sua opinião através de um texto? Porque eu que não posso falar? Eu tenho que sempre

deixar pro outro? E ai eu não vou tar me eximindo desse processo? Então eu vejo dessa forma.

PesqB: É. Só pra finalizar então, é... você pode me dizer nas suas palavras qual é a importância de,

de trabalhar a questão agrícola da horta na escola hoje?

P.Ro: Olha, assim, nesse, no momento em que nós estamos a questão da qualidade de vida ela passa

pela alimentação, então isso pra mim é fundamental você trabalhar com as crianças esse conceito,

porque quando você trabalha essa questão da alimentação saudável e ai vem carregado uma serie de

questões ali, principalmente em relação à questão do meio ambiente, porque ta relacionado, veja só,

uma coisa ela ta ligada a outra, não é, ta ligada a outra, a tua qualidade de vida através da

alimentação ela vai depender também como você vai trabalhando essa questão do meio ambiente,

porque uma coisa, é como eu to te dizendo, uma coisa ela ta ligada a outra e você não pode ta

Page 179: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

48

trabalhando de uma forma a, a, a agricultura na escola e se esquecer de como é que deve ser

trabalhado também a questão ambiental, e, principalmente nas escolas em que você tem as, as

crianças das series iniciais, olha só, porque você já começa a ta trabalhando um tipo de visão né, em

que vai, essa criança ela vai passar por todo o processo, ela vai passar oito anos nessa escola ta, com

esse trabalho, se for um trabalho sério e responsável, um trabalho sedimentado e eu tenho certeza

que vai ser um adulto que vai, com todas as, com todas as, as firmezas ta desenvolvendo esse

trabalho, defendendo uma ideia e colocando, mais do que isso, colocando em prática porque ela

vivenciou essa experiência, então isso é fundamental que se trate na escola, que se, que se trate

desse assunto e que se implemente de verdade nas escolas, não tem outra saída, a saída é a escola.

É desse jeito.

PesqB: Muito obrigada.

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49

APÊNDICE B

TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE 1994 E 2008.

Page 181: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

APÊNDICE C

DADOS EXTRAÍDOS DOS ARTIGOS SOBRE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE

1994 E 2010.

Page 182: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade ESTADOÁrea de

conhecimento

D

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Sonia Maria

Blauth de

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2005

Avaliação da dieta em Escolas

Municipais de Porto Alegre

com relação ao consumo de

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UFRGS RS Odontologia

P

Celma de

Cássia Rocha

Melo

Nora Beatriz

Presno

Amodeo

2006

Análise da alimentação escolar

do município de são joão

evangelista-mg

CENTRO

UNIVERSITÁRI

O DE

CARATINGA

MGEconomia

domestica

2 1997

D

Celso

Azevedo de

Carvalho

Gino

Giacomini

Filho

2000

Comunicação, educação &

nutrição: parceria pela

qualidade de vida.

UNIVERSIDADE

METODISTA DE

SÃO PAULO

SP Comunicação

1 1998

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Modelagem de um problema de

dieta para otimização da

merenda escolar

UNIV. REG.DO

NOROESTE DO

ESTADO DO RS

RS

Dietética /

Matemática

aplicada2 2000

D

Diego

Augusto da

Rosa Pretto

Sonia Maria

Blauth de

Slavutzky

2003

Análise da alimentação escolar

institucional do ano de 2002 da

rede municipal de ensino de

Porto Alegre quanto a adição

de açúcar.

UFRGS RS Odontologia

1 2002

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Edlene

Pimentel

Santos

José Arlindo

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A política de assistência ao

estudante em alagoas:

subsídios para uma

interpretação da política de

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UNIV FEDERAL

DA

PARAÍBA/JOÃO

PESSOA

PB Serviço Social

1 2003

DHayda

Josiane Alves

Maria Cristina

Faber Boog2007

Práticas e representações

sobre alimentação e saúde

entre fruticultores

UNICAMP SP Enfermagem

2 2004

DLíliam Magda

Campo Costa

Luiz Botelho

de

Albuquerque

2004

O programa nacional de

alimentação escolar (PNAE) na

perspectiva dos usuários: um

estudo de caso.

UFC CE multidisciplinar

3 2005

DLuiz Antonio

Staub Mafra

Renato Sergio

Jamil Maluf2004

O município da gestão de

políticas locais de segurança

alimentar e nutricional.

UFRRJ RJ

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Agrária e dos

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Naturais 2 2006

P

Marcia

Cristina

Stolarski.

Walter

Tadahiro

Shima

2005

Caminhos da alimentação

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uma política pública no período

de 2003-2004

UFPR PR 0

1 2007

D

Maria de

Lourdes

Marques

Camargo.

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Contratação de serviços em

alimentação escolar:

Terceirização um novo

conceito de gestão de merenda

UFRRJ RJCiências Sociais

Aplicadas

3 2008

DMaria Elena

TurpinWalter Belik 2008

A Alimentação Escolar como

Vetor de Desenvolvimento

Local e Garantia de Segurança

Alimentar e Nutricional.

UNICAMP SP Economia

18

Page 183: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

D

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Euzimar

Berenice

Rego silva

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Caminhos de descentralização

e da participação em educação:

o exercício do poder local.

UFRN RNCiências Sociais

Aplicadas

Tipo Autor Orientador Ano Título UniversidadeÁrea de

conhecimento

D

Maria

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Ferrão

Claudino.

Regiane

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Políticas públicas de

alimentação escolar: uma

análise com enfoque no

município de são josé dos

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UniSãoMarcos SP Interdisciplinar

D

Olívia de

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Sant'Anna

Bruno

Lazzarotti

Diniz Costa

2008

Gestão Descentralizada do

Programa Nacional de

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comparativa em municípios

mineiros

FUNDAÇÃO

JOÃO

PINHEIRO

MGAdministração

Pública

D

Rodrigo

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Toledo

Vianna

Mauro José

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O Programa de Merenda

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Planejamento do Programa em

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UNICAMP SP

Engenharia

Agrícola, eng

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rural

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Gosto ou necessidade? Os

significados da alimentação

escolar no município do Rio de

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1997

1998

2000

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Page 184: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE
Page 185: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

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COLETIVA

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2008

Atividades para promoção de

alimentação saudável em escolas

de ensino fundamental do

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USP SPSAÚDE

COLETIVA

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Pedro Manuel Leal

Germano

1994

Aflatoxina M1 em leite em pó

distribuido pelo programa de

alimentacao escolar do municipio

de São Paulo-SP Brasil: utilização

do ensaio por enzimas imuno-

adsorvidas "elisa"

USP SPSAÚDE

COLETIVA

2 2003

D

Célia da Silva

Pedro Manuel Leal

Germano

2002

Merenda Escolar: Levantamento

das condições higiênico-sanitários

dos locais de preparação e dos

manipuladores em escolas da Rede

Estadual de Ensino de São Paulo,

SP

USP SPSAÚDE

COLETIVA

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2004

Vidas Negras que se Esvaem:

experiências de saúde das

funcionárias escolares em situação

de trabalho

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COLETIVA

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de Camaragibe-PE

UFPE PESAÚDE

COLETIVA

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centralização à descentralização

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D

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Políticas públicas de alimentação

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no município de são josé dos

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Estudo da representação simbólica

do Programa de Alimentação

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2003

Programa de alimentação escolar:

o rio de janeiro em questão - limites

e perspectivas.

UERJ RJSAÚDE

COLETIVA

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Impacto da merenda escolar no

estado nutricional de pré-escolares

de duas escolas do município de

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SAÚDE

COLETIVA

7 por 14

0 1 2 3

1994

1998

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Page 187: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

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Silva

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Do Sul MS

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Victoria

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Ribeiro

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UFRJ RJ EDUCAÇÃO

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Nalú

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alimentação escolar como uma

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7 por 14

0 1 2 3

1993

1997

2001

2002

2005

2006

2007

2008

Page 188: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE
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Avaliação do programa de

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USP SP NUTRIÇÃO 2003

2

DCristiane Ramos

Voorpostel

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Faber Boog2007

Percepções de professores e

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UNICAMP SP NUTRIÇÃO 2004

1

DCristina Simões De

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2000

Avaliação do programa de

alimentação escolar no município

de londrina/PR

UEL PR NUTRIÇÃO 2005

1

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A alimentação orgânica e as

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diagnóstico para a educação em

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UFSC SC NUTRIÇÃO 2006

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2007

Capacitação de professores em

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municipal de ensino de Mutuípe,

Bahia: alcances e limitações.

UFBA BA NUTRIÇÃO

2007 5

D

Francine Sobral

Vera Mariza

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2008

Programa nacional de

alimentação escolar:

sistematização, importância e

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alto-SP

UNESP SP NUTRIÇÃO

2008 2

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Gilma Lucazechi

Sturion

Maria Antonia

Martins

Galeazzi

2002

Programa de alimentação

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Gisele Kuhlmann

Duarte

Maria do

Carmo Fontes

de Oliveira;

Paulo Roberto

Cecon; Rita de

Cássia Lanes

Ribeiro;

Ângela Maria

Campos

Santana

2007

Segurança alimentar em

unidades de alimentação e

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higiênico-sanitários e produção

de resíduos orgânicos

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O papel da merenda na

alimentação diária dos

ingressantes no primeiro grau

das Escolas Municipais de São

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Lívia Gussoni Basile.Thais Borges

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Adequação nutricional das

refeições do Programa de

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unidades municipais de ensino

de Araraquara, SP

UNESP SP NUTRIÇÃO

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Hortaliças: consumo e

preferências de escolaresUSP SP NUTRIÇÃO

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no município de Viçosa - MG.

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Noções conceituais e práticas

educativas em alimentação e

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2000

Avaliação da aceitação e

preferências de cardápios do

programa de merenda escolar em

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fundamental da cidade de

Campinas.

UNICAMP SP NUTRIÇÃO

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Vanessa Messias

Muniz

Alice Teles de

Carvalho2006

Avaliação dos Fatores

Envolvidos na Aceitabilidade do

Programa de Alimentação

Escolar no Município de João

Pessoa: um estudo piloto

UFPB PB NUTRIÇÃO

7 por 14

0 1 2 3 4 5

1997

2000

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Page 191: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE
Page 192: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

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Bernardo do Campo, estado de São

Paulo.

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Atividades para promoção de

alimentação saudável em escolas

de ensino fundamental do

município de Guarulhos – SP

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1994

Aflatoxina M1 em leite em pó

distribuido pelo programa de

alimentacao escolar do municipio

de São Paulo-SP Brasil: utilização

do ensaio por enzimas imuno-

adsorvidas "elisa"

USP SPSAÚDE

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2 2003

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Pedro Manuel Leal

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das condições higiênico-sanitários

dos locais de preparação e dos

manipuladores em escolas da Rede

Estadual de Ensino de São Paulo,

SP

USP SPSAÚDE

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Dixis Figueroa Pedraza Pedro Israel Cabral de Lira

2005

Anemia em Crianças e o Programa

de Alimentação Escolar no

Contexto da Segurança Alimentar e

Nutricional no Brasil.

UFPE PESAÚDE

COLETIVA

3 2005

T

Fatima Machado Chaves. Jussara Cruz de Brito

2004

Vidas Negras que se Esvaem:

experiências de saúde das

funcionárias escolares em situação

de trabalho

FIOCRUZ RJSAÚDE

COLETIVA

1 2006

D

Lilian Kaercher Alves

Heloisa Maria Mendonça

De Morais

2005 Avaliação do Programa Nacional de

Alimentação Escolar no Município

de Camaragibe-PE

UFPE PESAÚDE

COLETIVA

1 2007

T

Maria Angélica dos Santos

Spinelli. Ana Maria Canesqui

1998 Alimentação escolar: da

centralização à descentralização

UNICAMP SPSAÚDE

COLETIVA1 2008

D

Maria Aparecida Ferrão

Claudino

Regiane Aparecida

Cardoso De Paula

2006

Políticas públicas de alimentação

escolar: uma análise com enfoque

no município de são josé dos

campos

UniSãoMarcos SPSAÚDE

COLETIVA

13

T

Marta Neves Campanelli

Marçal Vieira.

Maria Das Graças Carvalho

Ferriani

2002

Estudo da representação simbólica

do Programa de Alimentação

Escolar.

USP SPSAÚDE

COLETIVA

T

Olívia Maria Ferreira

Pereira. Ana Luiza D'Ávila Viana

2003

Programa de alimentação escolar:

o rio de janeiro em questão - limites

e perspectivas.

UERJ RJSAÚDE

COLETIVA

Page 193: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

D

Osvaldinete Lopes de

Oliveira. Edson Mamoru Tamaki 2003

Impacto da merenda escolar no

estado nutricional de pré-escolares

de duas escolas do município de

Campo Grande - MS UFMS MS

SAÚDE

COLETIVA

7 por 14

0 1 2 3

1994

1998

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Page 194: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

AUTORES ANO PERIÓDICO TÍTULO PALAVRAS CHAVE CLAS ABR INSTR TIPO DE

ESTUDO SUJEITOS ESCOLAS IDADE OBJETIVO CONCLUSÃO RECOMENDAÇÕES

Abreu, M. 1995 Em Aberto

Alimentação escolar: combate à desnutrição e ao fracasso escolar ou direito da criança e ato pedagógico?

PDF T

Referências bibliográficas

Teórico

Tecer algumas considerações sobrea(s) política(s) de alimentação escolar em desenvolvimento na escola pública brasileira.

A merenda só pode deixar de ser "comidapara carente" se as políticas públicas de alimentação escolar, reconhecendo a situação de pobreza e miséria da maioria dos alunas da escola brasileira, garantirem o fornecimento de mais de uma refeição diária, sendo uma delas administrada quando a criança entra na escola. Mas isso ainda não é suficiente. Integrada às atividades pedagógicas daescola, a merenda precisa ser pensada em suas relações simbólicas com a pobreza.

Implementar mudanças nas política públicas de alimentação escolar, descentralização do programa da FAE, cria condições não só para a melhoria da qualidade nutricional da merenda, através da incorporação de alimentos in natura e da garantia de uma dieta mais variada, mas também para a discussão do papel pedagógico das refeições fornecidas aos alunos no ambiente institucional da escola.

*

ANDRADE FF, FERRO VC; SILVA, VG da; FALCÃO MC

2004Higiene alimentar, v.18, n124, p.43-49,

Merenda escolar: municipalização e atribuições do nutricionista

Alimentação escolar, nutrição da criança, saúde escolar e programa de nutrição

PDF Piracicaba

SP L

Observação direta na escola / análise composição / aceitação

quali-quantitativo

alunos e merendeiras

1 pública estadual

O objetivo do estudo foi verificar a implantação e o funcionamento do Programa de Municipalização da Merenda Escolar, em uma escola pública da região de Piracicaba, São Paulo e discutir as atribuições e atividades do nutricionista nos processos.(AU)

A base do problema nutricional brasileiro está na insuficiência calórica, que afeta de forma acentuada as populações urbanas, agravando-se com a densidade populacional das cidades. Desenvolveu-se o processo de institucionalização dos programas de alimentação escolar, englobando os diferentes níveis administrativos que assumiram a operacionalização dos programas de suplementação alimentar. Atualmente, ele existe na forma municipalizada, onde as prefeituras que aderiram

Arruda, Elcia Esnarriaga de. Almeida, Camila Moreira

2005Intermeio (UFMS), Campo Grande

A Mercantilização do Programa Nacional de Merenda Escolar.

Educação. Programa nacional de Alimentação Escolar. Circulação de mercadorias. Produção de mercadorias.

PDF T

Referências bibliográficas

Análise documental

Programa Nacional de Alimentação Escolar.

50 anos

1954/ 2004

Identificar as necessidades que determinam a implementação de um programa em resposta à fome, em uma sociedade produtora de mercadorias.

A análise dos dados apontou que o PNAE, assim como os programas de alimentação escolar que o precederam consistiram, em uma excelente oportunidade de comercio nacional ou internacional.

BASILE, L. G. ; CÉSAR, T. B 2006 Nutrire (SBAN)

Insuficiência de cálcio e ferro na merenda escolar em unidades municipais de ensino fundamental

Adequação nutricional. Cálcio. Ferro. Zinco. Vitamina C. Alimentação escolar.

RESUM/

Araraquara

SP L

amostras em duplicata das refeições distribuídas na educação infantil e fundamental deste município.

Quantitativo

29 Pré - Escolas municipais e 6 escolas do Ensino Fundamental.

5a11a2 meses

2002

Avaliar os teores de cálcio, ferro, zinco e vitamina c da merenda escolar.

A merenda continha quantidade insuficiente de cálcio em 45% das pré escolas e 67% do ensino fundamental. Em ferro, 38% das PE e 50% do fundamental.

Há necessidade de melhorar a qualidade nutricional da merenda, principalmente no tocante do conteúdo de cálcio e ferro, visando reduzir a prevalência de deficiência destes micronutrientes entre os pré- escolares e escolares beneficiados pelo PAE.

Belaciano, M.I.; Moura, D.O.; Silva, A.C.P. 1995 Em Aberto

Direito e garantia à merenda escolar

Merenda escolar. Programa de Controle de Qualidade. Núcleo de Controle de Qualidade. PNAE

Impres Trevisão bibliográfica

Teórico

Apresentar a proposta do PNAE e orientar quanto ao seu funcionamento abordando as principais perguntas e respostas sobre o programa

*

LOCAL PERÍODO

Page 195: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

BELIK, Walter ; CHAIM, Núria Abrahão 2009

Revista de Nutrição da PUCCAMP

O Programa Nacional de Alimentação Escolar e a gestão municipal: Eficiência, controle social e desenvolvimento local.

Programas e Políticas de Nutrição e AlimentaçãoAlimentação EscolarAdministração Pública/método

PDF

670 prefeituras brasileiras

N

Questionários do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar

Quantitativo

Gestão municipal do PNAE

670 prefeituras - 2004a

2005

Avaliar o perfil da gestão pública municipal do Programa Nacional de Alimentação Escolar de 670 prefeituras inscritas no Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, entre os anos de 2004 e 2005.

A execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar assume características próprias em cada município brasileiro. Identificar o perfil da administração pública, assim como as características das prefeituras que se destacaram no Prêmio, permite a implantação de ações que melhorem a execução do Programa.

*

BELIK, Walter ; Souza, Luciana R. 2009

Planejamento e Políticas Publicas

Algumas reflexões sobre os programas de alimentação escolar na América Latina

Programa de Alimentação Escolar; América Latina; Desenvolvimento local;Educação.

IMPRES

América Latina

T

Referências bibliográficas

Teórico

Demonstrar a abrangência dos programas de alimentação escolar na América Latina e suas possibilidades enquanto instrumentos de melhoria na educação de crianças e Adolescente.

Em termos de resultados, demonstramos que osPAEs promovem ampliação da frequência escolar, mas efeitos nutricionais precisam ainda ser melhor investigados. No que se refere à dinamização local, podemos perceber que os municípios que fizeram localmente as compras para a merenda escolarconseguiram ampliar a renda da sua população e dinamizaram o comércio regional.

BEZERRA, J. A. B. 1998Cadernos da pós-graduação em educação

Aspectos Históricos da Alimentação Escolar no Brasil

Fome, fracasso escolar, Programa de Merenda Escolar, Campanha Nacional de Alimentação Escolar; Lei do Alimento para a paz.

IMPRES T

Referências Bibliográficas

TeóricoAnalisar o surgimento da Campanha Nacional de Alimentação Escolar.

Institucionalização da política de alimentação escolar no Brasil.

BEZERRA, J. A. B. 2006Educação em Debate (CESA/UFC)

Regionalização de cardápios, fortalecimento de economias locais e participação da população na gestão da merenda.

Políticas públicas de alimentação e nutrição. Merenda Escolar. Regionalização de cardápios.

IMPRES

CE L

Revisão documental e entrevistas

Analítico

25 alunos do 5º Ano do EF, 8 mães de alunos, 4 merendeiras, 4 diretoras de escola e 10 professoras.

Estudar o Programa Nacional de Alimentação Escolar para verificar até que ponto se tem atingido os objetivos postos pela Lei nº. 8.913/94, que regulamentou os termos e as condições de descentralização da merenda.

São constatados avanços significativos na gestão descentralizada da merenda. Verificam - se sérios problemas relacionados ao propósito de regionalização dos cardápios, ao objetivo de revitalização da economia dos municípios de pequeno e médio porte e à proposta de participação da população no controle e na fiscalização da merenda no plano local, conforme determinações legais.

Bezerra, José Arimatea Barros 2009 Rev. Bras.

Educ.

Alimentação e escola: significados e implicações curriculares da merenda escolar

- PDF Fortaleza

CE L

Observação sistemática, entrevistas, questionário

Diretora, 7 professores, 3 merendeiras, alunos II ciclo

Uma escola estadual de Ensino Fundamental

Elaborar um quadro conjuntural maisamplo da temática, levantar dados do contexto, analisar conceitual e contextualmente os dados coletados, buscando identificar os significados da merenda escolar em suas representações e práticas,manifestos no contexto da escola tomada como espaço de estudo.

A expectativa de uma alimentação melhor acompanha a expectativa de um lugar melhor (a escola) do que suas casas e que pode fazê-los melhorar de vida. Além disso, comida envolve um conjunto de características que extrapolam o aspecto físico, biológico: ela implica prazer, gosto, rituais de recusa ou rejeição, de aproximação das pessoas,de distinção social.

Page 196: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Bittencourt, Jaqueline Marcela Villafuerte 2008 Políticas

Educativas

A Emergência Do Direito À Alimentação Escolar

Alimentação escolar; Direito à alimentação escolar; Direito à educação; Merenda escolar

IMPRES T

Referências bibliográficas

Enfoque teórico PNAE

Buscar (re)construir a idéia de emergência do Direito à Alimentação Escolar.

Verifica-se que o Programa de Alimentação Escolar é um Programa constitucionalmente delineado. Como tal serve para efetivação de um direito social de terceira geração.

Rever os objetivos do Programa, assim como verificar, de modo sistemático, as práticas de implementação da política, ou seja, de que modo e em que medida os agentes da política reinterpretam as diretrizes e procedimentos previamente concebidos.

*

Bleil, Rozane Aparecida Toso. Salay, Elisabete. Silva, Marina Vieira da

2009Segurança Alimentar e Nutricional,

Adesão ao Programa de Alimentação Escolar por Alunos de Instituições Públicas de Ensino no Município de Toledo, PR.

alimentação escolar, consumo de alimentos, adolescente.

IMPRES Toledo P

R L

Questionário socioeconômico/ avaliação antropométrica (P/E)/ entrevista individual/ freq. consumo merenda

Quantitativo/ transversal

167 ESCOLARES

4 escolas públicas 2004

Conhecer a adesão dos alunos ao PNAE, assim como os fatores que podem interferir no consumo dos alimentos oferecidos

Na opinião da maioria dos alunos, as condições de distribuição da alimentação escolar, com exceção da temperatura do alimento, são adequadas. Entretanto alguns aspectos podem ser melhorados a fim de contribuir para maior adesão ao programa, em especial aqueles que promovem mudanças no tipo de alimento oferecido e no local para realização destas refeições.

Adequar o cardápio às preferências dos alunos, construção de refeitórios adequados à alimentação na escola, implementação do sistema self-service.

Boog, Maria Cristina Faber 2010 Rev. Nutr.

Programa de educação nutricional em escola de ensino fundamental de zona rural.

Educação alimentar e nutricional. Educação em saúde. Ensino fundamental e médio. Tecnologia educacional.

PDF

Município do Circuito das frutas/ zona rural

SP L

Intervenção problematizadora

Qualitativo e quantitativo

155 alunos da pré - escola a 7ª série

Uma unidade de ensino da zona rural.

2006

Apresentar métodos e tecnologias de intervenção em educação alimentar e nutricional, criados com base em diagnóstico realizado no âmbito de escola e comunidade, tendo como pressuposto teórico a relação homem/ambiente, mediada pelo trabalho.

Os resultados demonstraram a possibilidade de realizar um programa de incentivo ao consumo de alimentos produzidos na região.Esses resultados possibilitaram a criação de tecnologia educacional específica para um programa de educação alimentar e nutricional nessa escola. Houve grande interesse dos alunos pelas atividades realizadas porque elas refletiam o seu próprio cotidiano e valorizavam o trabalho, a história, a identidade cultural e a autoestima das famílias de fruticultores. A fruta foi ressignificada enquanto

Burlandy, Luciene and Anjos, Luiz Antonio dos 2007 Cad. Saúde

Pública

Acesso à alimentação escolar e estado nutricional de escolares no Nordeste e Sudeste do Brasil, 1997

Alimentação Escolar; Estado Nutricional; Programas de Nutrição

PDF

Região Nordeste e Sudeste do Brasil

N

Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV): idade, gênero, frequência na escola, oferta de refeição gratuita, renda familiar, peso e estatura.

Quantitativo/ transversal

1177 crianças 7 a 10 1996

a 97

Analisar de forma comparativa as informações sobre a oferta da refeição gratuita nas escolas das regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, e o estado nutricional de crianças de 7 a 10 anos.

A oferta da refeição gratuita nas escolas do período estudado, em termos de focalização de grupos prioritários foi inadequada quanto aos critérios geográficos, econômicos e biológicos.

*

Campos AKC, Cardonha AMS, Pinheiro LBG, Ferreira NR, Azevedo PRM, Stamford TLM

2009 Food control

Assessment of personal hygiene and practices of food handlers in municipal public schools of Natal, Brazil

School food, personal hygiene, food hygiene

IMPRES Natal R

N L

Questionário fechado e analise microbiológica das mãos dos manipuladores

Quantitativo / transversal

Manipuladores

27 escolas municipais - - -

Analisar as práticas de higiene dos manipuladores de alimentos em escolas municipais de Natal (RN).

As escolas estudadas não possuem condições adequadas de higiene.

Page 197: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

CARDOSO, R. C. V. ; ALMEIDA, Rogéria Comastri de Castr ; GUIMARÃES, Alaíse Gil ; GOES, J. A. W. ; SILVA, S. A. ; SANTANA, A. A. C. ; HUTTNER, L. B. ; VIDAL JUNIOR, P. O. ; FIGUEIREDO, K. V. N. A. .

2007Revista do Instituto Adolfo Lutz

Qualidade da água utilizada em escolas atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em Salvador-BA

água potável, qualidade da água, alimentação escolar, higiene de alimentos

PDF Salvador

BA L

Análise da água: microbiológica; origem e tratamento

Quantitativo/ transversal

Água49 escolas municipais e 34 estaduais

-10 meses

2006

Avaliar a qualidade da água utilizada em escolas atendidas pelo PNAE, em Salvador.

Os resultados obtidos indicam a existência de riscos de contaminação, por meio da água utilizada e ainda, apontam fragilidades no âmbito da implementação do PNAE, o que sugere a necessidade de maior controle, em função da vulnerabilidade das crianças beneficiadas pelo Programa.

Necessidade de medidas corretivas e do monitoramento da qualidade da água, como uma das ações a ser desenvolvida na perspectiva de proteção à população de crianças beneficiadas por esse Programa.

Cardoso, Ryzia de Cassia Vieira et al. 2010 Rev. Nutr.

Programa nacional de alimentação escolar: há segurança na produção de alimentos em escolas de Salvador (Bahia)?

Alimentação escolar. Higiene dos alimentos. Produção de alimentos. Segurança alimentar e nutricional.

PDF Salvador

BA L

Formulários elaborados com base na Resolução de Diretoria Colegiada nº. 216/04 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde

Transversal

97 escolas estaduais e 139 municipais

maio a dez

2005

Avaliar a segurança da produção de alimentos em escolas atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar, em Salvador (BA).

Verificou-se elevado nível de não conformidade quanto ao atendimento dos requisitos sanitários vigentes, o que evidencia falhas na segurança da produção da alimentação escolar. Os resultados indicam a necessidade de adoção de medidas corretivas com vistas a reduzir riscos à saúde das crianças assistidas e aumentar a eficiência do Programa Nacional de Alimentação Escolar, no município de Salvador (BA)

O estudo indica a necessidade de medidas de intervenção que possam promover e assegurar a qualidade do serviço prestado, com vistas a proteger a saúde das crianças assistidas e cumprir os objetivos do Programa.

Carvalho, Alice Teles de. Muniz, Vanessa Messias. Gomes, Josiane Fernandes . Samico, Isabella.

2008 Interface (Botucatu)

Programa de alimentação escolar no município de João Pessoa – PB, Brasil: as merendeiras em foco

Alimentação escolar; Merendeiras; Hábitos saudáveis; Promoção da Saúde

IMPRES

João Pessoa

PB L Grupo

focal Qualitativa41 merendeiras

41 escolas municipais -

3 meses

2005

Avaliar a percepção das merendeiras acerca da produção e distribuição da alimentação escolar e seu papel neste contexto.

Evidenciou-se estreita relação de afeto entre merendeiras e escolares e valorização da oferta de alimentação de qualidade e com boa aceitação. Foram observadas ausência de treinamentos sistemáticos e fragilidade no uso da alimentação escolar na incorporação de hábitos alimentares saudáveis.

Inclusão das merendeiras na utilização da alimentação escolar como espaço permanente de aprendizado; maior suporte técnico e psicológico para estas profissionais.

*

Ceccim, R.B. 1995 Em Aberto

A merenda escolar na virada do século – agenciamento pedagógico da cidadania.

PDF T

Referências bibliográficas

Teórico Livros e artigos - - - -

Pensar a merenda diante das transformações deste final de século e destacar o lugar da educação como dispositivo da escola para o agenciamento de modos de vida, sociedade, singularidade e solidariedade.

A merenda escolar estará apontando, no campo setorial da criança e do adolescente, as concepções de políticas públicas. Como espaço pedagógico na escola, voltar-se-á ao incremento das responsabilidades educacionais diante da afirmação de modos da cidadania criadores e ativos.

Utilizar a merenda escolar como instrumento pedagógico ao proporcionar modalidades individuais, coletivos e institucionais de ação social e cultural e na subjetividade dos cidadãos.

*

Page 198: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Chaves, Lorena Gonçalves et al. 2009 Rev. Nutr.

O programa nacional de alimentação escolar como promotor de hábitos alimentares regionais

Alimentação escolar. Hábitos alimentares. Políticas públicas. Programas e políticas de nutrição e alimentação.

PDF

2950 municípios brasileiros

NAmostra de 370 cardápios

Transversal qualitativo não experimental

Escolas do Ensino Fundamental

2007

Analisar a utilização de alimentos e preparações regionais nos cardápios da alimentação escolar do ensino público brasileiro, bem como sua freqüência e sua elaboração por nutricionistas.

Dos cardápios analisados, 63% a 87,8% foram elaborados por nutricionista. Entre as regiões, destaca-se a Sul, já que 86,5% dos cardápios contemplam pelo menos uma preparação regional no período de uma semana, enquanto na região Norte esse percentual cai para 38%. A região Norte apresentou menor relação entre o número de cardápios elaborados por nutricionista e número de preparações regionais, enquanto que a região Sul apresentou maior relação.

É necessário que os responsáveis pelo Programa incentivem e contemplem as preparações típicas ao hábito alimentar de cada região no cardápio da alimentação escolar e reforcem os meios de fiscalização desta prática.

Chaves, Maria das Graças Afonso Miranda. Marques, Maria Helena. Dalpra, Jorge Olivio. Rodrigues, Paula Afonso. Carvalho, Matheus Furtado de. Carvalho, Rodrigo Furtado de

2008 HU Revista (UFJF)

Estudo da relação entre a alimentação escolar e a obesidade

alimentação escolarobesidadeantropometriaestudantes

IMPRES

Juiz de Fora

MG L

Avaliação antropométrica (peso, estatura) e questionário

Quantitativo/ transversal

480 escolares - 4 a18 - -

Analisar a distribuição da obesidade e sobrepeso em escolares e sua associação com variáveis ambientais.

Essa pesquisa possibilitou melhor caracterização da população em estudo, podendo instituir a priorização e racionalização de uso de tempo e recursos financeiros públicos, comprovando-se a necessidade de investir na educação alimentar e em estratégias de prevenção de saúde dos escolares, para que bons hábitos virem rotina.

Faz-se necessário o desenvolvimento de medidas de prevenção e controle do excesso de peso neste grupo etário através da instituição escolar, com orientação e elaboração de uma dieta equilibrada, mas também através dos país ou responsáveis pelas crianças, por influenciarem diretamente nos hábitos de vida.

Coelho, Ana Iris Mendes et al 1999 Rev. Nutr.

Programa 5S's adaptado ao gerenciamento da alimentação escolar no contexto da descentralização

programa 5S's; alimentação escolar; gerenciamento de programa

IMPRES Viçosa M

G L

Checklist, Programa 5S's, palestras, treinamento dos manipuladores e cartazes

Qualitativa/ pesquisa ação

12 manipuladores e aprox. 1950 escolares

3 escolas estaduais -

2 a 11m

1995 a 1997

Relatar a experiência da utilização do programa 5S's para auxiliar no gerenciamento da alimentação escolar.

O programa 5S's adaptado foi uma ferramenta eficaz no processo de gerenciamento da alimentação escolar e pode ser aplicada em outras escolas, respeitando suas particularidades.

Buscar métodos eficientes para garantir o êxito na área do gerenciamento do programa de alimentação escolar descentralizado.

COSTA, E. Q. 2001

Caderno de Currículo e Ensino, NUTES/UFRJ

A Dimensão Educativa do Trabalho das Merendeiras

Merendeiras; formação profissional, treinamento, educação.

IMPRES T

revisão bibliográfica

Teórico

Contemplar o conjunto de espaços educativos que se apresentam o cotidiano da merendeira e reconher a influência que as políticas sociais e econômicas exercem na produção diária da existência, contribuindo para relativizar o papel dos cursos de treinamento na formação desse profissional.

COSTA, E. Q. ; LIMA, E. S. ; RIBEIRO, V. M. B 2002

História, Ciências, Saúde - Manguinhos

O treinamento de merendeiras: análise do material instrucional do Instituto Annes Dias - Rio de Janeiro (1956-94)

Treinamento de merendeiras, educação e trabalho, história da nutrição, política de merenda escolar.

PDF Rio de Janeiro

RJ L

Boletins instrucionais do Instituto de Nutrição Annes Dias

Revisão documental

- - - - -

Analisar a concepção educacional do treinamento de merendeiras nos anos de 1956 a 1994, a partir de 17 boletins instrucionais produzidos pelo Instituto de Nutrição Annes Dias, no município do Rio de Janeiro.

Ficou evidenciado que o treinamento teve como foco a dimensão técnica do trabalho das merendeiras e a recorrência dos temas de higiene e organização do serviço. A discussão sobre a formação das merendeiras passa pela definição de que trabalhadora se quer formar, o que antecede a preocupação com as competências (saberes e habilidades) que devem desenvolver.

Isso significa entender que o papel das merendeiras no coletivo escolar deve ser redimensionado de modo a possibilitar a sua integração à equipe educativa nas atividades promotoras de saúde, o que implica rever os conteúdos dos cursos de treinamento a que freqüentemente elas são submetidas.

Page 199: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Costa, Ester de Queirós. Ribeiro, Victoria Maria Brant.Ribeiro, Eliana Claudia de Otero

2001 Rev. Nutr.

Programa de alimentação escolar: espaço de aprendizagem e produção de conhecimento

alimentação escolar; educação em nutrição; aprendizagem em serviço.

emires T

Referências bibliográficas

Teórico PNAE

Apontar as possibilidades que podem ser utilizadas pelo nutricionista responsável pelo PNAE para desenvolver atividades educativas em nutrição visando a promoção da saúde da comunidade escolar.

Considerar todas as atividades escolares como educativas favoreceria a integração de todos os funcionários, escolares e familiares que atuam nesse ambiente, incluindo merendeiras e nutricionistas. Promover oportunidades para discutir as condições de saúde no local de trabalho contribuiria para a produção de conhecimentos e para o desenvolvimento de práticas educativas contínuas.

Utilizar o PNAE como espaço para desenvolver atividades de promoção da saúde, produção de conhecimento e de aprendizagem na escola; desenvolver o potencial do nutricionista como educador em nutrição.

COSTA, J. N. ; TABAI, K. C. . 2007 Oikos (Viçosa

Condições higiênico-sanitárias:avaliação das unidades de produção de alimentos de escolas da rede municipal de ensino fundamental de Urandi - Bahia.

Alimentação Escolar; condições higienico-sanitárias; boas práticas de fabricação

IMPRES Urandi B

A LLista de verificação de BPF

Estudo exploratório, descritivo observacional

13 manipuladores

7 municipais4 meses

2005 a 2006

Verificar as condições higiênico-sanitárias das 7 escolas através do levantamento dessas condições no serviço de alimentação das cozinhas escolares

As condições higienico-sanitárias das escolas analisadas foram consideradas insatisfatórias.

Necessidade de implantação e intensificação de medidas de controle, de forma a atender ás etapas que envolvem todo o processamento do alimentos.

CUNHA, Elisângela da ; SOUZA, A. A. ; N.M.V, M. 2010 Ciência &

Saúde Coletiva,

A ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA E AS AÇÕES EDUCATIVAS NA ESCOLA: DIAGNÓSTICO PARA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E NUTRIÇÃO

Alimentação escolar, Educação em saúde e nutrição, Ações educativas, Alimentação orgânica, Pesquisa qualitativa, Grupos focais

PDF Florianópolis

SC L

Entrevista semi-estruturada/ grupo focal e revisão documental

Qualitativo

Gerente da Alimentação Escolar, nutricionista, diretora, professores (7) e alunos (20)

1 estadual 1ªa 7ª série

5 meses

2006

Contribuir com elementos para avaliação do Projeto Sabor Saber e ainda incorporar uma discussão sobre saúde, alimentação escolar e alimentação orgânica, avaliando o engajamento de participantes da escola.

Concluiu-se que a utilização do alimento orgânico ainda não integra o projeto pedagógico desta escola; no entanto, os professores refletiram sobre a necessidade do desenvolvimento de ações de educação em saúde, alimentação orgânica e nutrição com a comunidade escolar.

Relevância da implementação de ações de educação em saúde em nutrição, aproveitando-se o contexto de utilização do alimento orgânico na escola.

Danelon Maria Angélica Schievano, Danelon Mariana Schievano , Silva Marina Vieira da

2008Segurança alimentar e nutricional

Alcance das metas nutricionais do programa “Escola de Tempo Integral”

cardápios, composição nutricional, período integral, Programa Nacional de Alimentação Escolar

IMPRES

Piracicaba

SP L

Roteiros de observação, pesagem direta dos alimentos

Quantitativo/ transversal

3 escolas de tempo integral -

6 meses

2006

Avaliar a composição nutricional das refeições que integram os cardápios oferecidos em duas das três escolas integrantes do programa "Escola de Tempo Integral" em Piracicaba (SP).

São necessários ajustes dos cardápios, elegendo, entre as prioridades, o alcance da meta do programa, com vistas ao pleno atendimento das demandas de energia e nutrientes dos alunos, durante a jornada ampliada de permanência na unidade de ensino.

Diferenciar as porções da alimentação oferecida aos escolares, tendo por base as necessidades nutricionais, que são reconhecidamente distintas para crianças e adolescentes.

Danelon Maria Angélica Schievano, Danelon Mariana Schievano, Silva Marina Vieira da

2006Segurança alimentar e nutricional

Serviços de alimentação destinados ao público escolar: análise da convivência do Programa de Alimentação Escolar e das cantinas

cantinas escolares, educação nutricional, Programa Nacional de Alimentação Escolar

IMPRES T

Referências bibliográficas

Revisão bibliográfica

Documentos, livros, artigos, teses e dissertações

Descrever alguns aspectos dos serviços de alimentação no âmbito escolar, a saber, o PNAE e as cantinas escolares, e analisar a coexistência desses serviços e sua influência no comportamento alimentar dos alunos.

O PNAE necessita de constantes reavaliações a fim de atender as preferências dos escolares e elevar a adesão ao programa. As cantinas escolares interferem na adesão dos alunos e podem representar uma forte limitação à educação nutricional, por comercializarem alimentos com alta densidade energética.

Reavaliar constantemente certos aspectos do PNAE, como exemplo: preparação dos cardápios, horários e estrutura de distribuição das refeições; aos gestores cabe a elaboração de portarias que regulamentem o funcionamento de cantinas; desenvolver programas de educação nutricional que envolvam alunos e familiares para a consolidação de hábitos alimentares saudáveis.

Page 200: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

DANELON, M. S. ; SILVA, M. V. 2008

Segurança Alimentar e Nutricional,

Preferências alimentares no ambiente escolar.

cantinas escolares, alimentação escolar, preferências alimentares, Programa Nacional de Alimentação Escolar

PDF Campinas

SP L

Entrevistas estruturadas sobre consumo alimentar e avaliação antropométrica (peso/altura)

Quanti-qualitativo

324 escolares 6 públicas 6 a14

3 meses

2004

Identificar as preferências alimentares de crianças e adolescentes no ambiente escolar, analisando a influência do convívio do PNAE e das cantinas sobre o comportamento alimentar dos estudantes.

A adesão à cantina foi mais freqüente entre as meninas e entre os alunos com maiores rendimentos. Quanto à convivência dos serviços escolares, observou-se tanto uma relação de complementaridade quanto de substituição da merenda escolar em relação aos alimentos comercializados na cantina.

Evidenciou-se a necessidade de orientação, para que os alunos optem de forma consciente pelos alimentos disponíveis nas escolas. A regulamentação do comércio de alimentos pelas cantinas para que ofereçam opções mais saudáveis para o lanche escolar.

Davanço GM, Taddei JAC, Gaglianone CP, Colugnati FAB

2004Rev Paul Ped. 2004; 22(2):95-101

Hábitos alimentares de escolares (1as e 2 as séries) durante a merenda escolar em escolas públicas de São Paulo, SP

Hábitos alimentares, alimentação escolar, criança, educação nutricional

PDF Vila Mariana

SP L

Questionário, avaliação antropométrica e observação direta da alimentação dos alunos

Regressão logística

630 escolares

8 ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS

7 a 10 2000

Estudar o hábito alimentar de crianças e seus determinantes durante a merenda escolar, visando conhecer e intervir na formação de hábitos alimentares.

Menos de um quarto de escolares apresentaram hábitos alimentares saudáveis no horário da merenda escolar, mesmo quando utilizados critérios pouco rigorosos.

É necessário promover hábitos alimentares saudáveis como os programas de educação nutricional.

Domene, Semíramis Martins Álvares, Pereira, Thalita Cremonesi and Arrivillaga, Rye Katsurayama de

2008 Rev. Nutr.

Estimativa da disponibilidade de zinco em refeições com preparações padronizadas da alimentação escolar do município de Campinas.

Ácido fítico; Alimentação escolar; Criança; Zinco.

IMPRES

Campinas

SP L

Cálculo dietético das preparações

Quantitativo/transversal

11 preparações

- 7a14 - -

Avaliar razões molares fitato:Zn e fitatoxCa:Zn/MJ de preparações para escolares entre 7 e 14 anos

A aplicação das razões molares para avaliação dos cardápios na alimentação escolar indica que a disponibilidade do zinco pode estar comprometida, o que pode ser revertido com o aumento da frequência de alimentos fonte, como as carnes.

Sugere- se que as refeições a serem empregadas no Programa de Alimentaçâo Escolar sejam anteriormente submetidas a comparações com as novas recomendações nutricionais, para que o objetivo do PNAE seja efetivado.

Domene, Semíramis Martins Álvares. 2008 Psicol. USP

A escola como ambiente de promoção da saúde e educação nutricional

Comportamento alimentar, Pobreza, Desnutrição, Alimentação escolar.

PDF T

Referências bibliográficas

Literário

Abordar e discutir os seguintes temas: 1. o nutricionista e sua atuação como técnico na área de alimentação escolar; e2. o educador, que tem a oferecer contribuição relevante para a consecução dos objetivos de uma política de alimentação escolar consistente

A escola, por princípio, é o ambiente ideal para a promoção da educação. Contudo, a análise do cenário atual mostra que promover “educação alimentar e nutricional” exige a compreensão de limites como o ní- nível de envolvimento dos alunos, a qualificação do professor, a qualificação do nutricionista e a qualidade da refeição servida na escola.

No que se refere a medidas que fomentem a escola como ambiente de promoção da saúde e de educação alimentar e nutricional, propõe-se:1. A revisão de cardápios;2. O aperfeiçoamento da aplicação da política nacional de alimenta alimentação escolar nos municípios, papel dos nutricionistas e gestores locais;3. Medidas de estímulo ao professor para sua atuação como mediador da educação alimentar; eventualmente, o emprego das Horas de Trabalho Pedagógico

Draibe SM. 1998 Cadernos de Pesquisa, 36

Descentralização das políticas sociais: o que ensinam as experiências recentes da merenda escolar, do dinheiro na escola e da TV Escola.

PDF T

Pesquisa Descentralização de Programas do MEC

Literário

Examinar, em que medida, o aumento da equidade, reconfiguração federativa e melhorados padrões de eficácia tem sido adequadamente atendida pelo processo de descentralização

As escolas ganharam autonomia e as prefeituras também, geração ao PME Os estudos de campo mostraram carências importantes de medidas de capacitação adequada às funções descentralizadas. O movimento de descentralização, apoiado na municipalização e autonomização das escolas vem produzindo esvaziamento das funções estaduais no sistema educacional.

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Façanha SHF, Ferreira NDL, Monte ALS, Pontes AR

2002 Hig Aliment; 16 (100): 54-8

Avaliação da garantia da qualidade higiênico-sanitária do Programa de Alimentação Escolar da cidade de Sobral - CE

Alimentação EscolarISO 9000

PDF Sobral CE L

Treinamento, análise microbiológica da merenda e inspeções sanitárias.

Quantitativo

10 escolas escolas públicas

JULHO A DEZ

2001

Realizar a capacitação em Boas Práticas de Manipulação (BPM) para as merendeiras do Município de Sobral - CE, depois foram coletadas amostras da merenda em 10 das 18 escolas públicas da Cidade de Sobral, para a realização das análises microbiológicas e por último foram realizadas as inspeções sanitárias por inspetores da Vigilância Sanitária do Município. Constatou-se que existem escolas na Cidade de Sobral que servem merenda imprópria para o

Constatou-se que existem escolas na Cidade de Sobral que servem merenda imprópria para o consumo humano, porém existem escolas na mesma cidade que servem a merenda com um padrão de qualidade higiênico-sanitária aceitável

Sugere-se que hajam esforços para que seja exigido que todas as escolas sirvam a merenda dentro de um padrão desejável, para que a mesma não comprometa a saúde das crianças beneficiadas pelo programa

FLAVIO, E. F. ; BARCELOS, M. F. P. 2004

tecnológica, Santa Cruz do sul

Composição química e aceitabilidade dos cardápios oferecidos na merenda escolar de uma escola pública de Lavras - MG

Composição química, merenda escolar, aceitabilidade.

IMPRES Lavras M

G L

59 Amostras da merenda escolar/ questionários

Analítico 598 alunos 1 escola estadual

agosto a dezembro

2001

Avaliar a composição química e aceitabilidade da merenda escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental de uma escola estadual de Lavras e verificar se as mesmas atendiam as metas de recomendações nutricionais propostas pelo PNAE.

No presente estudo as metas do PNAE, quanto ao suprimento parcial das necessidades nutricionais, não foram totalmente atingidas em relação as adequações protéica,calórica e para a maioria dos minerais, ficando abaixo da média proposta. Quanto a análise sensorial todas as preparações alimentícias oferecidas na merenda escolar apresentaram valores determinados pelo PNAE

Flávio, Eliete Fernandes et al 2008 Ciênc. agrotec.

Avaliação da alimentação escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental das escolas municipais de Lavras, MG

Composição química; necessidades nutricionais; PNAE; criança; adolescente.

IMPRES Lavras M

G L

Análise de composição química

Quantitativo/ transversal

16 escolas municipais de ensino fundamental

2004

Avaliar se a alimentação escolar atende aos 15% das necessidades nutricionais dos alunos

Das 17 escolas todas atenderam as necessidades de proteína e ferro, 15 não atenderam as de energia e cálcio, 14 não atenderam as de zinco e apenas 3 atenderam a de magnésio. Conclui-se que a meta de fornecer 15% das NN na alimentação escolar não foi totalmente atingida, pois a maioria das adequações ficou fora da faixa recomendada pelo PNAE.

Flávio, Eliete Fernandes, Barcelos, Maria de Fátima Píccolo, Lima, Andrelisa Lina de

2004 Ciênc. agrotec.,

Avaliação Química E Aceitação Da Merenda Escolar De Uma Escola Estadual De Lavras–Mg

Avaliação química, merenda escolar, aceitação

PDF Lavras MG L

Pesagem e análise química dos alimentos; questionário de preferências e adesão

Quanti-qualitativo/ transversal

598 escolares

1 Escola estadual

5 meses

2001

Analisar numa escola estadual de Lavras (MG) a composição química e realizar a pesquisa de aceitação sobre a merenda escolar, verificando se as mesmas atendiam às metas de recomendações nutricionais propostas pelo PNAE.

As merendas não atenderam totalmente as metas propostas pelo PNAE quando ao conteúdo protéico, valor calórico e teor de alguns minerais; a aceitação da merenda mostrou-se satisfatória no aspecto sensorial e os cardápios que tinham como ingrediente básico o arroz apresentaram melhores índices de aceitação.

É necessário um acompanhamento efetivo deprofissionais da área de alimentação e nutrição a cada semestre letivo nas escolas conveniadas com o PNAE, objetivando realizar as adequações pertinentes quanto ao planejamento de cardápios, buscando, assim, a adequação deles no tocante às necessidades nutricionais do público-alvo da merenda escolar.

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Fortuna JL. 2002 Hig Aliment.

Aspectos higiênico-sanitário no preparo de carne bovina servida em refeições escolares de instituições escolares municipais e estaduais, no Estado do Rio de Janeiro.

Carne bovina. Bacteriologia; higiene; merenda escolar

IMPRES

Tanguá, Itaboraí São Gonçalo

RJ L

Análise microbiológica de carnes, mãos dos manipuladores, utensílios e água.

Quantitativo

110 amostras. 22 cada (carne crua, cozida, mãos, faca e água)

4 escolas. 2 municipais, 2 estaduais

Avaliar as condições higiêncio-sanitárias na preparação de carne bovina servida em refeições escolares em instituições municipais e estaduais através de análises microbiológicas.

As condições higiênico-sanitárias da preparação de carne na merenda escolar é satisfatória, assim como dos utensílios da cozinha, dos manipuladores e da água de abastecimento.

Faz-se necessário fornecer subsídios para que todos os profissionais da área de produção e manipulação de alimentos em cozinhas industriais sejam informados dos principais fatores de risco de contaminação dos alimentos e reconheçam a importância da higiene na preparação desses alimentos.

Gabriel CG, Santos MV, Vasconcelos FA.

2008;8:299-308.

Rev Bras Saude Matern Infant

Avaliação de um programa para promoção de hábitos alimentares saudáveis em escolares de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Alimentação escolar, Sobrepeso, Obesidade, Intervenção nutricional, Hábitos alimentares

PDF Florianópolis

SC L

Questionário de consumo alimentar e av. antrop

Estudo de intervenção não controlado

162 escolares

Uma escola pública e uma da rede privada

fev a julho

2004

Relatar os resultados de um programa de intervenção nutricional visando à promoção de hábitos alimentares saudáveis em escolares do ensino fundamental.

Verificou-se aumento da freqüência de algumas atitudes e práticas alimentares mais saudáveis. O tempo entre a conclusão do programa e a realização do segundo exame antropométrico pode não ter sido suficiente para provocar mudanças no índice de massa corporal. Essa experiência pode ser aplicada em outras instituições e, para sua maior efetividade, deve contar com a participação da comunidade escolar (especialmente pais e professores).

Gabriel, Cristine Garcia et al.  2010 Rev. Nutr.

Cantinas escolares de Florianópolis: existência e produtos comercializados após a instituição da Lei de Regulamentação.

Cantina escolar. Lei das cantinas. Alimentação escolar

PDF Florianópolis

SC L

Questionário estruturado

Estudo de corte transversal

117 escolas

junho a julho

2006

Realizar um diagnóstico da existência das cantinas em Florianópolis, verificando os alimentos e bebidas comercializados, após a instituição da Lei Estadual de Regulamentação das Cantinas.

Itens proibidos pela Lei foram fortemente reduzidos ou retirados de comercialização, porém alimentos considerados inadequados continuam sendo comercializados em muitas escolas. A fiscalização desses estabelecimentos é necessária, juntamente com ações educativas destinadas aos proprietários das cantinas, escolares, pais e professores.

ressalta-se que a fiscalização das cantinas escolares é necessária, juntamente com as ações educativas e estratégias direcionadas aos responsáveis pelas cantinas, visando qualificar o fornecimento de alimentos e, consequentemente, os hábitos alimentares.

Considera-se oportuno enfatizar que proprietários de cantinas escolares precisam ser capacitados e preparados para trabalhar com alimentação escolar, de modo que essas ações possibilitem

Gabriel, Cristine Garcia et al.  2009

Arch. Latinoamericano. Nutr.

First Law regulating school canteens in Brazil: evaluation after seven years of implementation

cantina da escola, estratégias, hábitos alimentares

PDF

Blumenau, Chapecó, Criciúma, Jaguará do Sul, Joaçaba, Joinville, Florianópolis e Lages

SC L

Questionário estruturado

Estudo transversal

266 ESCOLAS PÚBLICAS E 79 PRIVADAS

JULHO A ABRIL

2007 2008

Analisar a existência e o funcionamento de cantinas escolares em oito municípios-chave, no estado de SC, e para determinar se os alimentos e bebidas vendidos pela estabelecimentos conformes à legislação pertinente contida na Lei n º 12.061/2001 (8).

A maioria das cantinas não vendem lanches fritos, refrigerantes, pipocas industrializados, balas, pirulitos e gomas de mascar e salgadinhos industrializados embalados. O itens que foram menos propensos a cumprir com a lei foram os sucos.

A inspeção desses estabelecimentos é necessário, juntamente com ações educativas visando a proprietários das cantinas, bem como as próprias escolas. Treinamento para o proprietários de cantina pode constituir uma estratégia que garanta a viabilidade econômica desses estabelecimentos e a possibilidade de eles serem transformando em lugares de promoção da saúde.

Page 203: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

GALEAZZI, M. A. M. ; CHAIM, N. A 1995 Em Aberto,

CAMPINAS,

Diagnóstico do Sistema de Alimentação do Escolar Em Campinas

PDF Campinas

SP L

Revisão documental

Teórico/ Revisão documental

160 MIL ALUNOS MATRICULADOS NA rede pública de ensino.

44 ESCOLAS MUNICIPAIS E 160 ESTADUAIS.

-

2° SEMESTRE

1995

"Realizar o diagnóstico do sistema de alimentação do escolar em Campinas" (criado)

Verificamos que a utilização de produtos excedentes da Ceasa complementaria quase todos os requisitos exigidos em nutrientes e energia (com exceção do cálcio). Notamos que é viável a introdução destes produtos no cardápio desde que ocorra um planejamento para a implementação do Sistema de Alimentação Escolar em Campinas.

-

GALEAZZI, M. A. M. ; VIANNA, R. T. P. ; ZABOTTO, Claudia B

1995 EM ABERTO, CAMPINAS

Aplicação das Recomendações da Fundação de Assistência Ao Estudante Na Gestão do Programa de Alimentação Escolar - O Caso de Campinas

PDF Campinas

SP L

Revisão documental

Teórico/ Revisão documental

-

5 ESCOLAS MUNICIPAIS E 32 ESTADUAIS

- - 1994

Discutir como viabilizar as ações recomendadas pela Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) que devem permear o gerenciamento local do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) após sua descentralização, visando à elevação dos níveis de alimentação e nutrição para melhoria do rendimento escolar.

As recomendações sugeridas pela Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) vêm imbuídas de um forte caráter gerencial, que caso sejam levadas a frente, o município tem grande chance de alcançar a eficácia.

A atuação conjunta do Conselho Municipal de Alimentação Escolar e dos Núcleos de Controle de Qualidade tem papel fundamental na otimização dos recursos com garantia de qualidade na refeição dos escolares. A importância da incorporação dos pequenos produtores e comerciantes ao programa e a necessidade do esforço de várias instâncias do poder público municipal para criar mecanismos que viabilizem sua participação nas licitações públicas.

Giordani, Rubia at al 2010 Espaço Amerindio

Políticas públicas em contextos escolares indígenas: repensando a alimentação escolar

Guarani; pesquisa qualitativa em nutrição; escola indígena; antropologia nutricional.

PDFIlha da Cotinha

PR L

Observação sistemática, entrevistas não-estruturadas e avaliação do consumo

Qualitativa/ Etnográfico

19 alunos e uma professora

Escola Indígena de Ensino Fundamental Incompleto Bilíngüe

Objetivo de desenvolver e aplicar instrumentos metodológicos adequados para um melhor conhecimento das circunstâncias nas quais o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é executado em contextos de populações indígenas.

Apesar da alimentação escolar diferir da alimentação consumida em casa e apresentar antagonismos em relação aos aspectos cosmológicos do grupo, de forma geral há boa aceitação das crianças naalimentação servida na escola. Existem ainda algumas semelhanças nos produtos habitualmente consumidos em ambos os lugares dado que e alimentação mbya, atualmente depende de produtos não produzidos na aldeia. Por fim, cabe destacar o esforço da comunidade e da

o desenvolvimento de estudos queproduzam um conhecimento sobre a realidade sócio-cultural e as circunstâncias históricas em que se insere a ação pública, com o objetivo de subsidiar e informar esta última; e, a participação da comunidade indígena na concepção e desenvolvimento dessa política, promovendo processos de discussão e negociação entre a comunidade e os poderes públicos.

GODOY, Leandro Cesar de et al. 2010

Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]

Análise sensorial de caldos e canjas elaborados com farinha de carcaças de peixe defumadas: aplicação na merenda escolar.

resíduo de pescado; sustentabilidade; combate à fome; nutrição humana.

PDF Maringá

PR L Análise

sensorial

Analítico: sensorial e estatístico

40 provadores

O trabalho avaliou a aceitação de caldos e canjas elaborados com farinhas aromatizadas desenvolvidas a partir de carcaças de peixes defumadas.

Os caldos e as canjas elaborados a partir das farinhas aromatizadas foram bem aceitos pelos consumidores. Independente da espécie utilizada, a farinha aromatizada pode ser empregada no enriquecimento de produtos para o consumo humano. Esses produtos podem ser aplicados na merenda escolar, contribuindo na nutrição das crianças. Além disso, tal uso daria um destino nobre aos resíduos que podem causar sérios impactos se descartados no meio ambiente.

Page 204: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Goés, JAW; Fortunato, DMN; Veloso, IS; Santos, JM

2001 Higiene Alimentar

Capacitação dos manipuladores de alimentos e qualidade da alimentação servida

Manipulação de Alimentos/recursos humanosHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos

PDF Trevisão bibliográfica

Faz uma reflexäo sobre a segurança alimentar e a qualidade dos alimentos, dando ênfase à importância da capacitaçäo e educaçäo em serviço dos manipuladores de alimentos, para a qualidade da alimentaçäo servida.(AU)

Goldschmitdt, Patricia; Granada, Graziele 2010 Alim. Nutr.

Biodisponibilidade de ferro na merenda escolar

Biodisponibilidade; ferro; merenda escolar

PDF Rio Pardo

RS L

Análise da composição

pesquisa transversal observacionale descritiva de natureza qualiquantitativa

Instituto de Educação Estadual

7 A 14 set 2008

Estimar a biodisponibilidade do ferroingerido durante o período escolar, no Instituto Estadual de Educação Ernesto Alves, da cidade de Rio Pardo-RS, seguindo a determinação doPrograma Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

Os resultados deste estudo mostram, em 59% dos dias, valores insuficientes cientes de ferro total biodisponível,ingeridos durante o período escolar, devido asquantidades baixas de vitamina C (91% dos dias), e elevadas de Cálcio (32% dos dias).

HERNÁNDEZ, Alexandre Builsing ; SLAVUTZKY, S. M. B. ; PADILHA, Dalva Maria Pereira

2008

Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre

Avaliação do consumo da merenda escolar em escolas municipais de Porto Alegre

Alimentação escolar, Promoção da saúde, Prevenção de doenças, Nutrição de grupos de risco

PDF Porto Alegre

SC L Recordató

rio 24h

Quantitativo/ transversal

1398 escolares

4 escolas municipais - - 2004

Descrever os componentes da dieta dos alunos do Segundo e Terceiro Ciclos de quatro Escolas Municipais de Porto Alegre, verificar se a merenda escolar fornecida pela instituição é consumida pelos estudantes e, também, verificar se a existência de cantina nas escolas modifica o consumo desta merenda.

Os dados da pesquisa evidenciaram a importância do problema, visto que a baixa procura pela alimentação oferecida pela escola aliada ao consumo exagerado de produtos açucarados e nutricionalmente pobres, além de representar o desperdício de recursos públicos, constitui um risco para a saúde dos alunos.

-

Lázaro, Cristiane Pinheiro, Valença, Ana Maria Gondim and Chiappini, Claudete Corrêa de Jesus

1999 Rev. Nutr.

Estudo preliminar do potencial cariogênico de preparações doces da merenda escolar através do pH da saliva

alimentação escolar; cariogênicos; saliva; concentração de íons de hidrogênio.

IMPRES Niterói R

J L

Questionário de frequência alimentar/pH da saliva

Quantitativo

52 crianças eutróficas

7 a 10 anos

2 meses

1997

Determinar a curva de pH da saliva após o consumo de preparações doces, relacionar as variáveis teor de glicídeos e pH, discutir o uso de preparações doces na merenda.

Nenhuma das curvas de pH atingiu valores críticos para o surgimento de cáries, após a ingestão das preparações. Preparações doces pastosas possuem maior potencial cario gênico do que as líquidas e gelatinosas.

Eliminar do cardápio mensal preparações doces com alta adesividade (pastosas) contribuindo para a prevenção de cáries.

LEAL, V. S. et al.

2008 v. 7, n. 1, p. 50-57, jan./fev.

Rev. Nutr. Brasil, Rio de Janeiro

Das modificações temporais das políticas de alimentação e nutrição no Brasil à perpetuação do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

políticas públicas, segurança alimentar e nutricional, alimentação escolar.

RESUM T

Dados bibliográficos

Teórico

Propõe-se a perpassar algumas das políticas eprogramas sociais no Brasil, em particular aqueles que proporcionaram ou ainda proporcionam benefícios à população, atravésdas oportunidades de acesso à alimentação e educação, tornando possível a melhoria de vida dos excluídos.

Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil devidoàs condições desfavoráveis nos indicadores sociais da população, com uma profunda desigualdade social, as pesquisas apontam para um maior índice de insegurança alimentar (PNAD-2004).

O Programa Nacional de Alimentação Escolar(PNAE) deve ser visto como um direito dos escolares, sendo importante atender na sua plenitude às normas estabelecidas pelo mesmo, respeitando os hábitos alimentares, estimulando a produção de alimentos locais que fazem parte, na maioria das vezes, da cultura alimentar dos benefi beneficiários, garantir uma produção de alimentos dentro dos padrões de higiene, armazenamento e distribuição adequados e a interação da escola

Page 205: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

MAESTRO, V. ; SILVA, M. V 2004

Cadernos de Debate (UNICAMP), Campinas

A participação dos alimentos industrializados na dieta de alunos de escolas públicas brasileiras

Alimentação escolar, alimento industrializado, consumo alimentar, preferência alimentar

PDF Piedade

SP L

Recordatório 24h/questionário socioeconomico

Quantitativo

508 escolares 25 estaduais 6 a 18 - -

Conhecer a participação relativa dos alimentos industrializados na dieta, o (s) local (is) de consumo e o responsável pela preparação, assim como a proporção da renda familiar gasta em alimentação.

É de fundamental importância que os pais participem das escolhas alimentares de seus filhos, permanecendo atentos ao consumo indiscriminado de alimentos industrializados que além de oferecer risco para a obesidade, podem colaborar para o comprometimento do valor nutritivo da dieta se foram acompanhados pela redução do consumo de alimentos in natura, como hortaliças e frutas.

A reorientação dos gastos com alimentação pode ser uma das ações educativas para a mudança de hábitos alimentares dos escolares e suas famílias, com vistas à melhoria tanto do aspecto qualitativo como quantitativo da dieta.

MAFRA, L. A. S 2002 Cpda Textos

Relações de poder no processo de descentralização do Programa de Alimentação Escolar

Descentralização de programas sociais. Programa de Alimentação Escolar, Ações alternativas

IMPRES

Zona da Mata

MG L

Dados bibliográficos

teórico

Busca refletir sobre a natureza do poder existente na correlação de forças e interesses entre uma organização de agricultores familiares e a administração municipal diante do processo de descentralização do PAE num município da Zona da Mata mineira.

Para os agricultores familiares há uma série de obstáculos para conseguir fornecer seus produtos à alimentação escolar, como a relação local de poder, diferenciação nos conhecimentos do funcionamento do programa ou também, pela própria dificuldade dos agricultores em lidar com a burocracia.

É importante dissiminar informações e capacitar agentes locais na gestão da alimentação escolar

Magalhães, Angélica Margarete. Chaves, Roselene de Queiroz. Silva, Tânia Nunes da

2009Revista de Economia a Agronegócio

Viabilidade Da Introdução Do Mel NaMerenda Escolar: Oportunidade EDesafio Para O Agronegócio Apícola

Apicultura, alimentação escolar, teste de aceitabilidade, SistemaAgroalimentar Local (SIAL).

IMPRES

Sentinela do Sul

RS L

Análise de valor nutricional/ teste de aceitabilidade

Quantitativo 91 alunos 9 municipais

Avaliar a viabilidade da introdução do mel na merenda escolar

A aceitação do mel é menor do que da geléia e maior do que a do melado. O custo da preparação com mel é 18% maior do q o recurso repassado pelo FNDE.

É necessário estimular o aumento do consumo a médio prazo, criando uma cultura de consumo nas refeições diárias das famílias. Dessa maneira, o incremento da aceitabilidade pelas crianças do ensino fundamental será uma consequência.

Marchioni DM e Zacarelli EM

1998 ??

Revista higiene alimentar, 12, 13-18

Avaliação da temperatura em refeições transportadas de um programa de alimentação escolar

Alimentação EscolarManipulação de Alimentos/métodos

PDF

Um município da Grande São Paulo

SP L

Avaliação da temperatura dos alimentos

Quantitativo/ qualitativo

41 ESCOLAS 4 a 7

Avaliar a temperatura dos alimentos e preparaçöes de um Programa com estas características em um município da Grande Säo Paulo, atendendo crianças na faixa etária de 4 a 7 anos.

No recebimento da merenda transportada, os alimentos tiveram temperatura inadequada em 40 por cento dos casos, numa proporçäo de 28 por cento para alimentos quentes e 100 por cento nos alimentos frios. Durante a distribuiçäo, a temperatura das preparaçöes quentes manteve-se inadequada em 34 por cento dos casos e em 100 por cento nas preparaçöes frias. Recomenda-se o treinamento das merendeiras para melhor uso do balcäo térmico e a aplicaçäo do método HACCP nas fases de

Martins R de CB, Medeiros MAT de, Ragonha GM, Olbi JH, Segatti MEP, Osele MR.

2004 Saúde em Revista

Aceitabilidade da alimentação escolar no ensino público fundamental.

Merenda escolar, suplementação alimentar, políticas de nutrição e alimentação, serviços de alimentação - segurança alimentar.

PDF Piracicaba

SP L

Indicadores de aceitação e rejeição (resto/ingestão)/ % de adesão

Quantitativo/transversal

480 escolares do Ensino Fundamental

12 públicas fev 2002 Avaliar a aceitabilidade da alimentação escolar.

A adesão é baixa, sob a alegação de não gostar da merenda. A aceitabilidade de algumas preparações é alta, mas em média é regular.

Para aumentar a aceitação e a segurança alimentar dos escolares é necessário incorporar ao ensino atividades educativas relacionadas à nutrição e saúde, prover infra-estrutura que garanta condições adequadas para a produção e distribuição das refeições e aumentar a variação dos cardápios.

Page 206: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Mascarenhas, Jean Márcia Oliveira. Santos, Juliana Cantalino dos

2006

Sitientibus. Revista da Universidade Estadual de Feira de Santana

Avaliação Da Composição Nutricional DosCardápios E Custos Da Alimentação EscolarDa Rede Municipal De Conceição Do Jacuípe/Ba

Alimentação escolar; Composição nutricional; Avaliaçãodos custos.

IMPRES

Conceição de Jacuípe

BA L

Avaliação do teor de proteínas e calorias por tabela de composição de alimentos, CUSTO

Quantitativo

2064 estudantes

23 escolas municipais

4 a 10 anos

6 meses

2002

Analisar o valor nutricional (calorias e proteínas) e o custo da alimentação escolar.

Os cardápios elaborados não atendem as recomendações nutricionais do PNAE. Os recursos repassados às escolas eram menores do que o necessário para atender a estas necessidades.

Torna-se necessário aumentar os recursos para a melhoria da condição nutricional de crianças e de adolescentes, para atingir o objetivo do governo brasileiro em erradicar a fome.

Monlevade JAC. 1995. p.124-8.

Em aberto

Técnico em alimentação escolar: um novo profissional para a educação básica.

IMPRES T

Dados bibliográficos

Teórico

Este texto pretende dar alguma atenção e levantar algumas questões sobre o tema da alimentação escolar e da trabalhadorasemidoméstica, desprofissionalizada que modernamente tem assumido o papel de "encher a barriga" de trinta milhões de criançase adolescentes e, por conseqüência, viabilizar o processo de aprendizagem que seria o objetivo central da escola.

Os caminhos podem ser distintos, mas o propósito comum é dar nova qualidade ao trabalho destes educadores, valorizá-los como profissionais e contribuir para a construção de uma nova qualidadeda escola pública, universal e democrática, ameaçada na sua essência pelos modismos da terceirização dos serviços e pela pseudosimplificação e racionalização dos procedimentos administrativos. Da reflexão dos sujeitos educadores sairão pistas de verdadeiraqualificação de nossa escola pública e de seus

MOYSES, M.A.A., COLLARES, C.A.L. 1995 Em Aberto

Aprofundando a discussão das relações entre desnutrição, fracasso escolar e merenda.

PDF TRevisão de literatura

Teórico

Discutir as relações entre desnutrição, fracasso escolar e merenda a partir de alguns marcos da história da alimentação escolar.

O enfoque que tem sido dado às discussões sobre o programa de merenda apenas cria o campo necessário para que prosperem propostas como essas. Ao aceitarmos, em nossos debates, a direçãoe os limites impostos pelas falas oficiais sobre a merenda, abdicamos de nosso direito de subverter a situação posta, de definirmos, nós mesmos, nossos rumos e limites.

Muniz, Vanessa Messias and Carvalho, Alice Teles de

2007 Rev. Nutr.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar em um município do estado da Paraíba: um estudo sob o olhar dos beneficiários do Programa

Alimentação escolar; avaliação PNAE; avaliação de programas sociais; estudantes

IMPRES

João Pessoa

PB L

Questionário com perguntas abertas e fechadas

Quantitativo

240 alunos da quarta série

10 municipais 2005

Analisar a adesão e a aceitação da alimentação escolar e seus determinantes sob o ponto de vista dos beneficiários do PNAE

A inadequação ao hábito alimentar e ao sabor forma os principais motivos para não aderir e aceitar a alimentação, respectivamente.

A adequação do cardápio aos hábitos alimentares e a essencialidade do programa para reduzir a evasão escolar, devem ser mais investigados.

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MURA JDP. 2007Rev. Nutr Profis, n 12, p. 28-34, mar/abr

Possibilidades e desafios da alimentação escolar na área pública

DOC TDados bibliográficos

Teórico

Entender a escola enquanto espaço físico, social e cultural, e definir a questão de segurança alimentar nutricional da alimentação escolar, dentro desse espaço.

O cardápio deverá ajustar-se à alimentação da família, conforme a disponibilidade de alimentos e preferências regionais. As famílias devem ser orientadas sobre as práticas para uma alimentação saudável. As refeições devem incluir, no mínimo, o desjejum, o almoço e o jantar. A merenda escolar deverá adequar-se aos hábitos regionais, devendo-se ser evitado r o uso e a utilização de alimentos isentos de valor nutricional.

OCHSENHOFER, K.; QUINTELLA, L. C. M.; SILVA, E. C.; NASCIMENTO, A.; P. B.; RUGA, G. M. N. A.; PHILIPPI, S. T.; SZARFARC, S. C.

2006Nutrire Ver. Soc. Bras. Aliment. Nutr.

O papel da escola na formação da escolha alimentar: merenda escolar ou cantina?

Adolescentes, merenda escolar, cantina, comportamento alimentar, televisão.

IMPRES Barueri S

P L Questionário

Quantitativo

384 alunos de 7ª e 8ª séries

1 escola pública

março/ período diurno

2004

Identificar a preferencia de adolescentes pelos alimentos comercializados pela cantina ou distribuídos pelo PNAE.

A maioria (81,5%) dos alunos compram alimentos da cantina, entre doces, salgados, salgadinhos e refrigerantes. Não consomem a merenda por não gostarem ou não terem fome ou vontade.

Torna-se relevante analisar os motivos de rejeição da merenda, já que uma alimentação inadequada nessa idade pode levar a uma diminuição do aproveitamento do aluno. Necessário a atuação de profissionais capacitados, visando incentivar o consumo da merenda, por meio de educação nutricional.

Oliveira, José Eduardo 2007 Est Avanç 21 (60)

Educação e direito à alimentação

Alimentação, Nutrição, Segurança alimentar e nutricional, Direito à alimentação, Educação alimentar e nutricional.

PDF TDados bibliográficos

Teórico

Situar alguns dos nossos problemas alimentares e nutricionais, da segurança alimentar, da educação e do direito à alimentação.

Reafirma que a educação precisa ser considerada o fator fundamental para a boa alimentação, e que a segurança alimentar e nutricional é, ao lado da educação, outro fator muito importante para garantir o direito a essa alimentação. Conscientes disso, vamos nos unir e enfrentar o desafio de vencer a má alimentação e garantir uma alimentação balanceada e saudável para todas as pessoas.

Há que disponibilizar com a educação a possibilidade de uma boa alimentação necessária para todos, de uma maneira estável (não sujeita a flutuações sazonais, econômicas ou geopolíticas), autônoma (em que cada região possa garantir, ao menos, sua cesta básica típica), sustentável (preservando-se os recursos naturais para que as gerações vindouras também possam ter acesso a alimentos balanceados e saudáveis) e eqüitativa, garantindo-se a todos, sem discriminação, um

Ometto, Ana Maria Holland; Sturion, Gilma Lucazechi; Silva, Marina Vieira da; Furtuoso, Maria Cristina Ortiz; Pipitone, Maria Angélica Penatti

2003Nutrire Ver. Soc. Bras. Aliment. Nutr.

Programa nacional de alimentação escolar: principais componentes dos custos e seus determinantes

Programas de nutrição; alimentação escolar; Nutrição em saúde pública

PDF

1378 municípios brasileiros

N Questionário

Quantitativo set 1997

Identificar elementos que pudessem explicar as diferenças entre os municípios no tocante aos gastos realizados COM O PNAE.

Os resultados, com base em dados obtidos em setembro de 1997, evidenciaram que o dispêndio per capita médio com o programa é R$0,32, sendo que quase 90 por cento desse valor destina-se ao pagamento de gêneros alimentícios (R$0,20) e funcionários (0,09). Objetivando

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Paulillo, Luiz Fernando. Almeida, Luiz Manoel de. 2005

Rev. Segurança alimentar e nutricional, Campinas

Rede de segurança alimentar e agricultura familiar: a merenda escolar como instrumento de desenvolvimento local

Políticas de alimentação, programa de suplementação alimentar, alimentação escolar, merenda escolar

IMPRES

Bebedouro

SP L

Relato de experiência

Teórico 2002 a2004

Mostrar como mecanismos públicos participativos e organizações locais podem promover o desenvolvimento rural local com possibilidades de inclusão social (neste caso pequenos citricultores e trabalhadores rurais), com a cristalização de uma rede de capital social.

"A formação de uma rede de capital social; vinculada a produção de laranja e distribuição de suco na merenda escolar de um município citrícola do estado de São Paulo mostrou que é possível concretizar um estágio de Segurança Alimentar local que abrange valores nutricionais dos alimentos auteridade de produtos, saúde das pessoas, solidariedade a produtores agrícolas e trabalhadores rurais margilizados em um complexo agroindustrial..."

"os processo de reestruturação agroalimentar no Brasil não devem ser vistos simplesmente como a adaptações flexíveis a problemas globais. As localidades os especificam, porque regem de forma diferenciada e podem influencia-los."

Pedraza, Dixis Figueroa. Andrade, Sônia Lucia Lucena Sousa de. Monteiro, Jailma Santos. Lima, Pedro Israel Cabral de

2007

Revista Brasileira em Promoção da Saúde (UNIFOR),

Avaliação do programa de alimentação escolar municipal de Olinda-Pernambuco.

Alimentação escolar; Programa e políticas de nutrição e alimentação

IMPRES Olinda P

E L quetionários

Quantitativo

estudantes; merendeiras

32 escolas públicas 2002

Diagnosticar a situação do Programa de Alimentação Escolar Municipal.

"O trabalho pode ser considerado uma experiência bem sucedida na avaliaçào de programas descentralizados de alimentação escolarno Brasil", podendo ser adaptado a outros municípios.Capacidade de Processamento de Merenda regular (área da cozinha, refeitório e equipamentos classificados como piores). Falta de preparo das merendeiras. Necessidade de atividades complementares. Pais de alunos desempregados ou empregos de baixos salários e famílias numerosas. Boa aceitação da merenda.

Qualificação profissional em função de novas recomendações nutricionais. Considerar a alimentação escolar como um direito e a merenda como melhor veículo de Educação Alimentar e Nutricional. Capacitar merendeiras. Formar CAEs como espaço de participação popular. Incorporar conhecimentos de nutrição e higiene de alimentos no currículo escolar. Construir cantinas para vender produtos nutritivos e de baixo custo. Implantar horta nas escolas. Vincular escola a

Pinho, Sandra Reis 1995 Em Aberto

Merenda Escolar e Setor de Nutrição da Prefeitura de Porto Alegre/RS

Merenda Escolar, Nutrição, Prefeitura PDF Porto

AlegreRS L

Relatório de experiência

Teórico

Refletir sobre a importância da merenda escolar e a nova visão que as pessoas estão adquirindo em relação a este tema.

Além de participar sistematicamente de reuniões com a direção, com a técnica em nutrição e funcionários da cozinha, o profissional nutricionista também participa da ministração de palestras a pais, alunos e professores, a pedido da escola. são realizados, anualmente, encontros cujos objetivos vão além da qualificação técnica específica exigida para ocargo, considerando-se também o estabelecimento de relações que venham a tornar o trabalho mais prazeroso.

É necessário uma assessoria qualificada, através de visitas periódicas às escolas e de seminários, encontros, palestras, cursos muitos dos quais desenvolvidos pelos próprios funcionários do setor.

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PIPITONE, M. A. P 1999 Salusvita

Notas sobre a alimentação escolar como objeto de pesquisa

Programas de NutriçãoAlimentação EscolarPesquisa/métodos -BrasilTranstornos NutricionaisTranstornos de AprendizagemNecessidades Nutricionais

IMPRES T

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Apresentar dados sobre o enfoque das pesquisas relacionadas com o tema da alimentação escolar no Brasil e em outros países.

A administração do programa de alimentação escolar pode estar tecnicamente preparada para estabelecer novas e proveitosas relações com o setor privado, buscando a oferta de bens e serviços, que possam incorporar mais dinamismo, melhor aplicação dos recursos públicos e maior satisfaçlão do consumidor final, que neste caso é o aluno do 1º grau.

ESTAS NOVAS PARCERIAS DO SETOR PÚBLICO COM O PRIVADO DEVEM OCORRER SOBRE A DEFINIÇÃO TRANSPARENTE E OBJETIVA DE CRITÉRIOS QUE OBEDEÇAM, NÃO SOMENTE AS LEIS DO MERCADO, COMO TAMBÉM OS CRITÉRIOS DE PROBIDADE E JUSTIÇA SOCIAL COMPATÍVEIS COM O USO DOS RECURSOS PÚBLICOS.

PIPITONE, M. A. P 1998Cadernos de Nutrição (São Paulo)

Os arquivos brasileiros de nutrição e a trajetória de criação e consolidação da campanha nacional de alimentação escolar no Brasil.

Arquivos Brasileiros de Nutrição; Campanha Nacional de Merenda Escolar; merenda escolar, escola e educadores.

IMPRES T

Análise de documentos da ABN

Qualitativo

documentos sobre a Campanha Nacional de Alimentação Escolar

Contribuir com a difusão de conhecimentos seguros da ciência da nutrição para a formação de nutricionistas. Ampliar os resultados dos trabalhos e dos estudos realizados.

Observação do avanço técnico e cientifico conseguido pelo setor de nutrição e políticas empreendidas pelos médicos ligados a Josué de Castro. O avanço consiste no reconhecimento por parte do Estado, dos problemas nutricionais da população.

PIPITONE, M. A. P. ; GANDINI, R. P. C. . 2001

Saúde em Revista (UNIMEP)

Programa de Alimentação Escolar: um estudo sobre descentralização, escola e educadores

Merenda Escolar; descentralização; educação e saúde.

IMPRES

municípios paulistas

SP L

análise de documentos, questionários e entrevistas

Quati-quali, análise documental

dirigentes municipais, assistentes técnicos

Identificar e problematizar o papel da escola e educadores no PNAE feitos pelos órgãos propositores desses planos e pelos intelectuais que publicam suas idéias sobre o tema. Coletar também informações sobre a descentralização do programa.

Questiona a descentralização do programa, comparando o Brasil com o Chile, onde o programa foi implementado pelo governo federal. No Brasil, a co-participação de três esferas de governo cria dificuldades.

A função da merenda é suplementar a necessidade de nutrientes durante a jornada escolar da educação básica. Todavia não deve ser excluída ou hipertrofiada. Interdependência entre o programa e problemas nutricionais verificadas entre os escolares.

Pipitone, Maria Angélica Penatti et al 2003 Rev. Nutr.

Atuação dos conselhos municipais de alimentação escolar na gestão do programa nacional de alimentação escolar

alimentação escolar; conselho municipal de alimentação escolar; participação comunitária; programas e políticas de nutrição e alimentação

PDF1368 municípios

- N

questionários (envio por correio)

Quantitativo

1368 municípios

1997 a 1998

Avaliar a atuação dos CAEs. Verificar as funções efetivamente exercidas pelos CAEs nas deferentes regiões e identificar fatores associados ao exercício dessas funções.

Atribuição principal do CAE é a fiscalização da aplicação de recursos (76,90%), seguida pelo acompanhamento do programa nas unidades escolares(63,45%). Ë menor a participação do CAE na elaboração de cardápios (50,41%0 e na programação, execução e avaliação de atendimento (38,90%). A descentralização e a participação são práticas intrinsecamente vinculadas e auto-reforçadas.

Realização de atividades que contribuam para o aumento da participação do CAE na programação, execução e avaliação para os municípios do Norte e Nordeste e nos de menor tamanho. Realização de atividades que estimulem o aumento da participação do CAE na elaboração do cardápio nos municípios do SUL. Realização de novos estudos e ques estes incorporem entrevistas aos membros do CAE e análise de documentos.

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PISTORE, A.R. E GLINSKIB, J. M. L. N. 2006

Higiene alimentar 20, 146/17-20 (2006?)

Avaliação dos conhecimentos higienicos sanitários dos manipuladores de merenda escolar. Fundamento para treinamento continuo e adequado

Capacitação em ServiçoBoas Práticas de ManipulaçãoAlimentação EscolarManipulação de Alimentos -Higiene dos Alimentos

PDF Videira SC L Questioná

rio

Funcionários da rede municipal que servem merenda escolar

11 ESCOLAS MUNICIPAIS

Para avaliar os conhecimentos higiênico-sanitários e propor alternativas na capacitação dos manipuladores de merenda escolar.

pode-se afirmar que os manipuladores de merenda escolar detêm conhecimentos na maioria dos assuntos abordados, porém possuem deficiências de instrução em alguns aspectos. Além disso, os manipuladores consideram que os conhecimentos já adquiridos em treinamento são pouco aplicados na rotina de trabalho, tendo pouca ou nenhuma contribuição na adoção de boas práticas de manipulação de alimentos. Este fato decorre da falta ou inadequação de instalações e/ou, ainda, da falta de hábito dos manipuladores

Considerando o exposto, há necessidade de condições adequadas (instalações, equipamentos, utensílios e implementos) nos serviços de alimentação dos estabelecimentos escolares e capacitação dos manipuladores de merenda escolar, que proporcione a aprendizagem efetiva e a aplicação dos conhecimentos teóricos nas atividades de manipulação de alimentos.(AU)

PRETTO, D. A. R. ; SLAVUTZKY, S. M. B. . 2004

Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre,

Quantidade de açúcar nos alimentos comprados pela rede municipal de ensino de Porto Alegre para o preparo de merendas escolares em 2002

alimentação escolar, dieta cariogênica, sacarose

IMPRES

Porto Alegre

RS L

Análise de documentos, análise de alimentos e nutrientes nos rótulos

Quantitativo

rótulos de alimentos, análise nutricional

91 escolas municipais 2002

Determinar a quantidade de sacarose nos alimentos comprados pela rede municipal de Porto Alegre, utilizados na alimentação escolar

Os alimentos analisados podem ser prejudiciais à saúde dos escolares por serem nutricionalmente fracos e pela presença exagerada de sacarose

Esses alimentos devem ser excluídos dos cardápios da alimentação escolar.

Queiroz, Aline Romero ; Szarfarc, Sophia Cornbluth ; Marchioni, Dirce Maria Lobo

2008

Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr.,

A fortificação das farinhas de trigo e de milho no fornecimento de ferro para a merenda escolar

Escolares.Saúde escolar. Consumo de alimentos.Ferro biodisponível.

IMPRES

São Bernardo do Campo

SP L

avaliação (da composição nutricional) de cardápios semanais

Quantitativo 2005

Quantificar o ferro total e biodisponível veiculado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar no município de São Bernardo do Campo e discuti-lo diante da perspectiva gerada pela fortificação de farinhas com ferro em relação à deficiência do mineral.

Atende a recomendação de fornecimento de 15% de energia e nutrientes (PNAE).Oferece quantidade superior à recomendação de ferro (1,5 mg). Fortificação de farinha de trigo e milho significou aumento de 22% no ferro biodisponível na merenda. Importância da merenda no controle e prevenção da deficiência de ferro. Importância da fortificação de farinhas.

Política pública de fortificação de farinhas de trigo e de milho que a atendem ao objetivo de diminuir a prevalência de anemia.

Rezende, CHA; Costa-Cruz, JM; Gennari-Cardoso, M

1997 Rev Panam Salud Publica

Enteroparasitoses em manipuladores de alimentos de escolas públicas de Uberlândia (MG), Brasil

PDF Uberlândia

MG L Exame de

fezes

Estudo prospectivo

264 indivíduos 57 escolas

De 20 a 66 anos

set/ abr/set

1989/ 1990/

Delinear o perfil das enteroparasitoses entre os manipuladores de alimento das escolas públicas de primeiro grau da área urbana do município de Uberlândia, com acompanhamento prospectivo e registro de possíveis mudanças do referido perfil após tratamento específico.

Entre as 264 pessoas estudadas, 67 (25%) contratadas para exercer a função de cantineira, e 197 (75%) para as funções de servente, serviçal e zelador, todas manipulavam alimentos por ocasião do preparo das refeições para os alunos. Todos indivíduos demonstraram conhecimento sobre transmissão de parasitoses. A ocorrência de parasitas intestinais foi de 17% (45 casos), 10% (27 casos) e 10% (27 casos) para C1, C2 e C3, respectivamente.

Recomendamos a implantação de vigilância epidemiológica através do exame parasitológico periódico, tratamento específico e treinamento sobre manejo higiênico de alimentos e higiene pessoal para todos os manipuladores de alimentos.

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Rocha C 2009 Development Policy Review

Developments in National Policies for Food and Nutrition Security in Brazil

Brasil, transferência condicional de renda, programas, agricultura familiar, segurança alimentar e nutricional, a gestão participativa, a merenda escolar programas de política socia

PDF T

Dados bibliográficos e estatísticos

Revisão bibliográfica

Publicações científicas e documentos sobre politicas públicas referentes a segurança alimentar e nutricional

2003 a 2008

Este artigo examina provas de avaliação em dois dos mais importantes recentes iniciativas nas políticas do Brasil para a segurança alimentar e nutrição (condicional transferências de dinheiro através de Bolsa Família e de apoio à agricultura familiar através do Programa de Alimentos )

Rosa, Monique Silveira et al 2008 Rev. Nutr.

Monitoramento de tempo e temperatura de distribuição de preparações à base de carne em escolas municipais de Natal (RN), Brasil

Alimentação escolar; Carne; Higiene dos alimentos.

PDF Natal RN L

Termometro Digital (aferição de temperatura de preparações à base de carne)

Quantitativo

escolas municipais

Monitorar o tempo e a temperatura de distribuição de preparações à base de carne servidas em escolas municipais de Natal-RN.

Adequação da temperatura de cocção (100%) e inadequação da temperatura de distribuiçãp (100%). Necessidade de adoção de boas práticas.

Adoção de boas práticas. Maior atenção ao fornecimento da Alimentação Escolar. Presença responsável técnico qualificado para supervisão e orientação periódica das atividades das UANs. Locais adequados para a distribuição de alimentos. Aquisição de equipamentos que mantenham a temperatura correta da alimentação.

Salay, Elisabete; Ferreira de Carvalho, José 1995

Arch. Latinoamericano. Nutr.

Avaliacâo do programa de merenda escolar do Minicipio de Campinas, Brasil

Suplementação alimentar, alimentação escolar, educação alimentar e nutricional

RESUM

Campinas

SP L

Avaliação da composição dos alimentos

Estudo Comparativo

1237 CRIANÇAS

6 ESCOLAS -(Pré escola)

Determinar as adequaçôes calórica e proteíca, diagnosticar a modalidade operativa e as dificuldades operacionais do Programa de Merenda Escolar na cidade de Campinas do Brasil.

Os valores de adequação das escolas nâo + estatísticamente (Ó=0.05) que a eficácia e/ou impactos do programa em Campinas poderiam estar sendo entravados pela falta de de recursos e por diferentes distorçôes operacionais. Dentre estas destacam-se as elevadas quantidades de alimentos preparados e nâo servidos as crianças, o tipo de alimento utilizado, a ineficiência dos controles administrativos, a baixa frequência de supervisâo de recursos humanos, a pequena produçâo de hortas escolares e a inexistência de controle de a qualidade

Santana Nadja G., Almeida Rogeria C.C. ,Ferreira Jeane S., Almeida Paulo F.

2009 Food control

Microbiological quality and safety of meals served to children and adoption of good manufacturing practices in public school catering in Brazil

Merenda escolar Segurança alimentar Boas práticas de fabrica

PDF Salvador

BA L

Checklist de boas práticas e avalição microbiológica

15 escolas públicas

agosto/dezembro

2002/ 2003

O objetivo desta investigação foi avaliar a segurança alimentar dos serviços utilizados para preparar a livre merenda escolar em Salvador, Brasil, e adotar boas práticas de fabricação (BPF), a fim de assegurar uma fornecimento seguro de alimentos para os alunos.

Em geral os resultados obtidos por inspeção visual (checklist) mostraram que após a adoção de uma melhoria GMP, particularmente em práticas empregado higiene e segurança alimentar em cantinas foi alcançado. A qualidade microbiologia também mostrou uma melhora, ou seja, os valores da APC, coliformes e estafilococos diminuiu em amostras de alimentos e nas mãos manipuladores de alimentos ".

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Santos, Leonor Maria Pacheco et al. 2007 Cad. Saúde

Pública

Avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e combate à fome no período 1995-2002: 4 - Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Segurança Alimentar; Estudantes; Avaliação de Programas e Projetos de Saúde

PDF Bahia BA L

Pesquisa documental/ Entrevistas / Questionários (visitas às escolas)/ Inquérito domiciliar

Qualitativo/ Estudo de Caso (45 municípios)

gestores/ escolares escolas 1995 -

2002

Avaliar o PNAE no período de 1995 a 2002, buscando reconhecer obstáculos e oportunidades que incidem sobre a implementação descentralizada de um programa com tais características.

Boa aceitabilidade da alimentação - "resultado esperado frente à situação de pobreza."Irregularidade na oferta diária às escolas. Quanto à estrutura observou-se avanço na formalização do módulo de municipalização e CAEs foram criados. Quanto ao processo destaque para o fato de os CAEs estarem em funcionamento; para a centralização das decisões e para insuficiência de infra-estrutura de gestão. Quanto a resultados destaque para a significativa cobertura, a focalizaçào deixa a desejar, boa aceitabilidade; irregularidade da oferta.

Schmitz BAS, Recine E, Cardoso GT, Silva JRM, Amorim NFA, Bernardon R, Rodrigues MLCF.

2008;24:312-22

Cad. Saúde Pública

A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e donos de cantina escolar.

Epidemiologia Nutricional; Alimentação Escolar; Educação alimentar e nutricional e cursos de capacitação

PDFDistrito Federal

DF L

EAN, questionário

Estudo analítico

51 EDUCADORES DO Ensino Fundamental ( 1ª a 4ª) E 41 DONOS DE CANTINAS

10 ESCOLAS PÚBLICAS E 10 PARTICULARES

4 MESES

2006

Apresentar os resultados da avaliação feita sobre a metodologia utilizada na capacitação de 2006, com os educadores e donos de cantina escolar.

A estratégia de promoção da alimentação saudávelno ambiente escolar apresentada neste artigo propiciou a ampliação dos conhecimentos da maioria dos participantes, que demonstraram estar sensibilizados quanto ao seu papel de multiplicadores das informações obtidas. Entre os donos de cantina escolar verificou-se a existência de maiores barreiras e dificuldades para a implementação da cantina saudável, apesar dos mesmos terem demonstrado grande interesse e conscientização diante da proposta.

Observa-se a necessidade de estudos de prosseguimento, visando a avaliar o impacto das ações educativas promovidas por esses atores no processo de promoção de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar

Silochi, R.M. ; TABAI, K. C. ; Zambiazi, R.C 2005

Faz Ciência, Francisco Beltrão

Qualidade higiênico-sanitária da alimentação escolar no município de Francisco Beltrão - PR

PDFFrancisco Beltrão

PR L

checklist / questionário

quantitativo

SILVA C da A 1995Est Avanç 1995; 9 (23): 87 – 107

De Vargas e Itamar: politicas e programas de alimentação e nutrição

PDF TDados bibliográficos

Teórico

Avaliar a eficiência com que o Pronan se desenvolveu no período em que esteve em plena atividade (1975-1989), tanto em conjunto quanto em cada um dos componentes.

Em conclusão, depois de mais de 20 anos de experiência, o Pronan, com um investimento equivalente a mais de US$ 8 bilhões e a distribuição de mais de sete milhões de toneladas de alimentos básicos e formulados, não chegou a afirmar-se como política nacional eficiente no combate à desnutriçã

Silva C, Germano MIS, Germano PML. 2000 Hig Aliment.

Avaliação das condições higiênico-sanitárias da merenda escolar.

Alimentação EscolarHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos

IMPRES

São Paulo

SP L

observação das condições higiênico-sanitárias (armazenamento, processamento e distribuição) e termometro digital

quantitativo

não se aplica (refeições)

10 escolas estaduais

Pesquisar as condições do controle de qualidade e do fornecimento da merenda às unidades escolares, bem como analisar as condições sanitárias da produção e distribuição em algumas escolas da rede estadual de ensino na cidade de São Paulo.

A merenda escolar distribuida na Unidades visitadas não se encontrava em boas condições do ponto de vista higiênico-sanitário. Deficiência de recursos humanos (trinamento e supervisão) e utilização de alimentos suspeitos, manipulação inadequada e dificuldade de controle de pragas.

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Silva C, Germano MIS, Germano PML. 2003 Hig Aliment.

Conhecimento dos manipuladores da merenda escolar em escolas da rede estadual de ensino em São Paulo-SP.

IMPRES

São Paulo

SP L

questionário semi-estruturado/ entrevistas individuais

quantitativo

manipuladores de alimentos

24 escolas (1a a 8a serie)

Avaliar o conhecimento dos manipuladores de alimentos

Os manipuladores da merenda escolar não apresentavam conhecimentos necessários para a prevenção das ETAs e os cursos e treinamentos destinados a estas pessoas não têm enfocado a questão da transmissão e prevenção das ETAs - necessário repensar seus objetivos e estratégias empregadas a fim de promover conhecimento e mudanças de atitude.

Silva Neto, José Moreira et al. 2010 Rev Eletronica

de Cienc Adm

Avaliação de variáveis restritivas à qualidade na execução do programa nacional de alimentação escolar com inserção à gestão estratégica de recursos públicos

Conselhos Municipais de Educação. Conselho de acompanhamento e controle social. Participação da socirdade civil. Descentralização. Municipalização da educação.

PDF T

Resumo de 355 referências publicadas no País, correspondentesà produção de ercade 266 autores.

Analítico1996 a 2002

Analisar o eixo temático proposto.Elaboração deum breve balanço sobre a produção teórico-conceitual e teórico-empírica que versasobre os Conselhos na área de Educação no Brasil, circunscrita àquele período, enfocando-se, especialmente, as referências que tomam por objeto central ou secundário, os Conselhos Municipais de Educação (CMEs) e os Conselhosde Acompanhamento e Controle Social(CACSs), levando-se em consideração três segmentos deste último

Não se notou a presença de estudos voltadospara estes dois últimos Programas Federais, havendo,em exclusivo, uma baixa concentração de trabalhos na esfera unicamente dos Conselhos do FUNDEF. Preponderam referências individuais, cuja produção científica, majoritariamente, é originária da Região Sudeste do País, sendo recorrente a preocupação sobre a problemática da participação da sociedade local nos Conselhos.

Urge a necessidade de se melhor compreender a natureza e o funcionamento desses Conselhos, tomando-os objetos de um universo quantitativa e qualitativamente mais amplo de investigações, visando, sobretudo, à intervenção social.

SILVA, M. V. 1996Cadernos de Nutrição (São Paulo)

A trajetória do Programa de Merenda Escolar (1954-1994) e o estado nutricional de crianças brasileiras

IMPRES T

revisão bibliográfica

teórico

SILVA, M. V. 1995Archivos Latinoamericanos de Nutrición,

Contribuição do programa de merenda escolar - ciclo básico - para as recomendações nutricionais de escolares da cidade de Piracicaba

Alimentação EscolarNecessidades NutricionaisSuplementação Alimentar -Programas de NutriçãoQualidade dos AlimentosAvaliação de Programas e Projetos de SaúdeBrasil

IMPRES

Piracicaba

SP L

pesagem de alimentos em 5 dias

quantitativo escolares 7 escolas 7 e 8

anos

Avaliar a contribuição da merenda em relação às recomendações diárias de energia e nutrientes para o grupo, identificando os alimentos que compõem a merenda e sua qualidade nutricional.

As refeições aprensentam insatisfatória variedade de hortaliças e ausência total de frutas;valor energético das refeições inferior ao fixado pelo Programa; fornecimento de proteínas supera recomendações nutricionais; razoável atendimento de vitaminas A, B1, B2, niacina e baixa de vitamina C; contribuição média de cálcio (35%); fornecimento médio de 16,3%.

Corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda; programas devem ser baseados em diagnósticos prévios de consumo alimentar da família; maior quantidade de alimentos que contribuam para elevar teor energético; incluir frutas cítricas e maior variação de hortaliças.

SILVA, M. V. 1995 Alimentação Nutrição

Merenda escolar no Brasil e seu público alvo.

Alimentação Escolar recursos humanos Capacitação Profissional Manipulação de Alimentos Higiene dos Alimentos Lavagem de Mãos Contaminação de Alimentos

IMPRES T

revisão bibliográfica

revisão

artigos cntíficos, documentos

1950 a 1990

Contribuir para a análise da trajetória do Programa de merenda no Brasil, durante os 40 anos de sua existência e do estado nutricional da população beneficiária do programa

O PNAE atende de 60 a 70% da população alvo com uma distribuição anual média de 140 mil toneladas de alimentos.

Visando o aumento da eficácia, sugere-se medidas como aderência aos programas de saúde, maior cobertura nas regiões mais pobres e rurais.

Page 214: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

SILVA, M. V. 1995 Alimentação Nutrição,

Programa de alimentação na escola de tempo integral: a experiência dos centros integrados de educação pública - CIEP's

Alimentação escolar, consumo de alimentos, nutrição saúde infantil

PDF Americana

SP L Entrevista

s

Quntitativo/ qualitativo

4 ESCOLAS

O consumo alimentar revelou-se deficiente em energia, evidenciando o problema relativo á quantidade de alimentos ingeridos e não à qualidade. Expressivo consumo de vitamina C e a menor adequação em relação à niacina. O consumo alimentar nos CIEPS constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares.

Os escolares e seus pais devem ser orientados para que as refereições em casa tenham a melhor qualidade possível, dentro das limitações impostas pelo seu reduzido rendimento.

SILVA, M. V. ; STURION, G. L. ; OMETTO, A. M. H. ; PIPITONE, M. A. P. ; FURTUOSO, M. C. O.

2002 Nutrire, São Paulo,

Estado nutricional de escolares e seu acesso a programas sociais em dez municípios brasileiros

Estado NutricionalAlimentação EscolarSuplementação AlimentarProgramas de Nutrição -Antropometria/métodos

IMPRES N

Avaliação antropométrica (peso/altura); questionário socioeconomico

Quantitativo

1339 escolares 20 estaduais 7 a 14

Descrever o estado nutricional de uma amostra (n = 1339) de alunos da rede pública de ensino e analisa informações relativas ao acesso dos mesmos e ou respectivas famílias aos programas públicos.

Os resultados evidenciaram que existem programas, como é o caso da merenda escolar, cujo processo de municipalização parece ter contribuído para a maior freqüência de distribuição de refeições, no âmbito das unidades de ensino públicas e filantrópicas.

A elevada prevalência de desnutrição crônica entre os escolares pertencentes aos municípios mais pobres, revela a necessidade de intervenções de reconhecida eficácia, que deverão ser implementadas em curtísismo prazo para que contribuam para a prevenção desse distúrbio. Especificamente, quanto ao acesso a renda, seria interessante que os dirigentes, responsáveis pela formulação de políticas públicas, destinassem maior

*

Silva, Marina V. da. 1995 Cad. Saúde Pública

Avaliação da adequação nutricional dos alimentos consumidos em um Centro Integrado de Educação Pública (CIEP)

Alimentação Escolar; Consumo Alimentar; Recomendações Nutricionais; Adequação Nutricional

IMPRES

Americana

SP L

Recordatório 24 horas, repetido em 3 dias da semana

Quantitativo

442 crianças 7a15

novembro de 1992

Avaliar a adequação nutricional dos alimentos consumidos em um CIEP

Consumo alimentar a partir de 8 anos é insuficiente para atender as necessidades energéticas. Elevado aporte de proteínas. Consumo de ferro satisfatório.

Realização de diagnósticos prévios do estado nutricional da população alvo e de consumo alimentar doméstico. Desenvolvimento de estudos para conhecer reais motivos que condicionam o baixo consumo de alimentos, principalmente entre os escolares mais velhos.

Silva, Marina Vieira da 1998 Cad. Saúde Pública

Alimentaçäo na escola como forma de atender às recomendaçöes nutricionais de alunos dos Centros Integrados de Educaçäo Pública (CIEPS)

Alimentação escolar, avaliação nutricional, consumo de alimentos

IMPRES

Americana

SP L

Registro de Consumo alimentar durante 3 dias com informações coletadas junto aos pais. Entrevista com mãe ou responsável na escola.

Quantitativo

244 crianças 4 CIEPs 7 a 13

Contribuir para a análise do consumo alimentar de escolares matriculados nos CIEPs de Americana/SP. E avaliar a adequação do consumo diários de calorias e nutrientes conforme faixa etária; análise do consumo de alimentos na escola e no domicílio e associação entre renda familiar e consumo de energia e nutrientes.

As refeições servidas pelos CIEPs constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares. Com "pouca despesa adicional"é possivel corrigir deficiências do cardápio. Deficiência de consumo de energia (não alcançam os 70% no CIEP) e alto consumo de proteína.

Correção de falhas no conteúdo nutricional do cardápio escolar. "Os escolares e seus pais devem ser orientados para que as refeições em casa tenham a melhor qualidade possível, dentro das limitações impostas pelo seu baixo rendimento."

Silva, Marina Vieira da 2000 Alimentação e nutrição

Alimentos consumidos pelos alunos de escolas de tempo integral

Alimentação escolar, consumo de alimentos, qualidade nutricional, segurança alimentar

IMPRES

Americana

SP L

Registro de Consumo alimentar durante 3 dias com informações coletadas junto aos pais

Quantitativo 244 alunos 4 CIEPs 7 a 13

Analisar o consumo alimentar e a qualidade da dieta de escolares matriculados nos CIEPs de Americana/SP

As refeições servidas pelos CIEPs constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares. O IQN > 1,0 para a maioria dos nutrientes, indicando boa qualidade da dieta. O IQN para escolares com mais de 13 anos mostrou consumo de ferro inadequado.

Correção de falhas no conteúdo nutricional do cardápio escolar. Orientação aos escolares e aos pais quanto a não substituição de refeições com alimentos como feijão por lanches.

Page 215: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Silva, Marina Vieira da 1996 Rev Nutr PUCCAMP

Contribuiçäo da merenda escolar para o aporte de energia e nutrientes de escolares do ciclo básico

Alimentação escolar, avaliação de programas e projetos de saude, programas de nutrição

IMPRES

Piracicaba

SP L

Método de pesagem dos alimentos

Quantitativo/ qualitativo

7 ESCOLAS ESTADUAIS

7 a 8 anos

Avaliou-se a contribuiçäo da merenda oferecida aos escolares do ciclo básico da Rede Oficial de Ensino, em relaçäo às recomendaçöes diárias de energia e nutrientes.

Os resultados mostram que a merenda oferecida aos escolares contribui com aproximadamente 30 por cento do total diário recomendado de energia e com 100 por cento das recomendaçöes diárias de proteínas para o grupo de escolares de 7 e 8 anos de idade.Verificou-se que a merenda contribui, em média, com 16,3 por cento do total diário recomendado para o ferro. Resultados do estudo mostram a necessidade de corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda, que constitui suplemento de real importância na alimentaçäo

Silva, Marina Vieira da; Pipitone, Maria Angélica Penatti

1994 Rev. Bras. Saúde Escolar

Administraçäo de programas de merenda escolar

Alimentação escolar, nutrição, hábitos alimentares, saúde escolar, merenda escolar

IMPRES

Rio de Janeiro

RJ L

Revisão bibliográfica

Teórico 1992

Expor conteúdos referentes às mudanças na operacionalização do programa de merenda escolar.

No curso foi possível abordar aspectos relacionados aos beneficiários do programa.

Novas reuniões para discutir outros aspectos administrativos, eonômicos, sanitários, entre outros.

Silva, Marina Vieira da; Pipitone, Maria Angélica Penatti

1994 Rev. Bras. Saúde Escolar

Cantinas escolares e merenda escolar: convivência possível?

cantina escolar, alimentação escolar, hábitos alimentares, nutrição infantil, merenda escolar, saúde escolar

IMPRES

Piracicaba

SP L Questioná

rios Quanti-quali

diretores, 2 professores de ciências biologia por escola, merendeiras, alunos, pais

7 escolas 1993

Avaliar a influência da comercialização de alimentos no interior dos estabelecimentos deensino, nas práticas alimentares das crianças durante o período escolar e nas atividades de educação nutricional desenvolvidos na escola.

A coexistência da cantina e programa merenda escolar é bem aceita por diretores, professores, alunos e pais, como: alternativa a merenda, fonte de renda para a escolae refeição rápida ´para professores.

Estabelecimento de critérios e ou pré-requisitos para instalação e funcionamento das cantinas e o fornecimento de alimentos mais nutritivos. Inclusão no currículo de discussões que envolvem o tema. E o aprimoramento do programa.

SILVA, MV da, STURIOUN, G.L. 2000

Bol. Soc. Bras. Cie. Alim., Campinas, v.34, n.1, p 1-11 jan/jun

Workshop: O programa de alimentação escolar no Brasil

Programa de Alimentação Escolar, Alimentação institucional, gestão de serviços e políticas de alimentação

PDF Ribeirão Preto

SP L

Entrevistas e observação participante

Qualitativa

101 Alunos ( principalmente os da 4ª série), as famílias, os profissionais da educação e da saúde que trabalham diretamente com esses escolares.

2 ESCOLAS MUNICIPAIS

Avaliar a dieta dos alunos e estabelecer um confronto entre duas realidades

Pode-se dizer que os alunos do sexo feminino escolhem melhor os alimentos, no entanto uma dieta regular não significa uma situação segura. Como ponto positivo, destaca-se a alteração do cardápio da merenda escolar.

Em ambas as unidades foram iniciados programas de implantação de hortas escolares, sendo ministradas aulas teóricas e práticas aos alunos, pelos professores envolvidos no projeto

Page 216: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Silva,C., Germano, M. I. S., & Germano,P. M. L. 2000

Higiene Alimentar, 71 (14), 24–31

Avaliação das Condições Higiênico-Sanitárias da Merenda Escolar

Alimentação EscolarHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos

PDF SP L Observaç

ão diretaEstudo de campo

10 escolas estaduais

Avaliar 10 escolas pertencentes ao sistema estadual de ensino, em Säo Paulo, responsáveis por 5.000 refeiçöes/dia, o controle de qualidade dos alimentos fornecidos às unidades, as condiçöes higiênico-sanitárias de armazenamento, o processamento e a distribuiçäo de alimentos aos alunos.

A merenda era preparada nas cozinhas das próprias unidades. Em 70 por cento das unidades näo havia proteçäo adequada contra insetos e roedores e em 90 por cento a higiene dos equipamentos e das nstalaçöes näo era realizada de maneira satisfatória. Em 80 por cento das unidades os manipuladores, usando o mesmo uniforme, executavam outras tarefas como retirada de lixo, limpeza de sanitários e dependências da unidade. Em 20 por cento das escolas havia produtos perecíveis sem data de

Sobral, Francine, Costa, Vera Mariza H. de Miranda 2008

Alimentos e Nutrição, Araraquara(UNESP)

Programa Nacional de Alimentação Escolar: sistematização e importância.

Programa Nacional de Alimentaçãoe Nutrição; merenda escolar; programas e políticasde alimentação e nutrição; políticas públicas; políticas sociais.

IMPRES T

Dados bibliográficos

Teórico

Contextualizar o PNAE como Politica Pública de Alimentação e Nutrição no conjunto das políticas sociais e caracterizar sua estrutura, funcionalidade e relevância para escolares

A questão da nutrição e do desenvolvimento de bons hábitos alimentares deve ser encarada não só sob seu aspecto de cadencia, mas também quanto aos acessos e aos hábitos inadequados. O ato de comer deve ser visto como algo além da simples oferta de alimentos para o corpo, constituindo também em estímulo ao convívio, que compreende desde a escolha e preparação dos alimentos até o consumo. Os alimentos envolvem significados sociais, culturais, emocionais e comportamentais que devem ser considerados

Sobral, Nilza Aparecida Tu ler; Chaves, Sandra 2010 Rev. Nutr.

Proposta metodológica para avaliação de formação em alimentação saudável

Avaliação de programas. Educação alimentar e nutricional. Estudos de avaliação.

PDF Salvador

BA L

EAN, questionário e entrevistas

Qualitativo

Professores, gestores e merendeiras.

Descrever a construção e verificar a aplicabilidade de um método para avaliação de processos de formação nesta área.

Dentro do contexto do "proescolar", observou-se que um dos maiores êxitos do programa parece ter sido quanto ao diálogo e respeito mútuo estabelecido entre os atores sociais participantes. As merendeiras se sentiram valorizadas por receberem, juntamente com professores e gestores, capacitação ampla, não voltada apenas para o "fazer a comida". Professores e gestores parecem ter ampliado seu reconhecimento sobre o trabalho das merendeiras e sobre a relevância de investir mais em alimentação e nutrição tanto no plano pedagógico quanto

Considera-se importante retornar os resultados para serem debatidos com os atores do processo com a finalidade de aperfeiçoar os programas subsequentes de forma mais participativa.

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SOUZA, Donaldo Bello de  and  VASCONCELOS, Maria Celi Chaves.

2006Ensaio: aval.pol.públ.Educ.

Os Conselhos Municipais de Educação no Brasil: um balanço das referências nacionais (1996-2002)

Conselhos Municipais deEducação. Conselhos de acompanhamento e controle social. Participação da sociedadecivil. Descentralização. Municipalizaçãoda educação.

PDF T

Resumode 355 referências publicadas no País, correspondentesà produção de cerca de 266 autores.

Analítico

Elaborar um breve balanço sobre a produção teórico-conceitual e teórico-empírica que versasobre os Conselhos na área de Educação no Brasil, circunscrita àquele período, enfocando-se, especialmente, as referências que tomam por objeto central ou secundário, os Conselhos Municipais de Educação (CMEs) e os Conselhosde Acompanhamento e Controle Social (CACSs), levando-se em consideração três segmentos deste último tipo de Conselho: do

Cabe, inicialmente, destacar o fato de que não se notou a presença de estudos voltados para estes dois últimos Programas Federais, havendo, em exclusivo, uma baixa concentração de trabalhos na esfera unicamente dos Conselhos do FUNDEF. Preponderamreferências individuais, cuja produção científica, majoritariamente, é originária da Região Sudestedo País, sendo recorrente a preocupação sobre a problemática da participação da sociedade local nos Conselhos.

Urge a necessidade de se melhor compreender a natureza e o funcionamento desses Conselhos, tornandoos objetos de um universo quantitativa e qualitativamente mais amplo de investigações,visando, sobretudo, à intervenção social.

Spinelli, Maria Angélica dos Santos and Canesqui, Ana Maria

2004 Rev. Nutr.

Descentralização do Programa de Alimentação Escolar em Cuiabá: 1993-1996

pesquisa de avaliação; programa de alimentação escolar; descentralização; alimentação escolar

PDF Cuiabá MS L

Dados secundários/ entrevistas não estruturadas/ questionários/ redações

Quali-quantitativo/ Estudo de Caso tipo exploratório

ex-coordenadores e coordenadores; técnicos de ógãos centrais, supervisorese diretores; alunos da 4a série

1993 a 1996

Avaliar o processo de implementação do Programa descentralizado (municipalizado) de alimentação escolar em Cuiabá - MS, entre 1993 e 1996.

A descentralização ocorrida no município foi mista, resultando em fragmentação do programa quanto ao atendimento às redes de ensino (estadual e municipal). A cobertura da clientela foi ampla. Hu ve problema na qualidade, no controle e supervisão da limentação.

Spinelli, Maria Angélica dos Santos and Canesqui, Ana Maria

2002 Rev. Nutr.

Programa de alimentação escolar no estado de Mato Grosso: da centralização à descentralização (1979 - 1995)

alimentação escolar; programas e políticas de nutrição e alimentação ; centralização ; descentralização

PDF Mato Grosso

MT R

Dados secundários/ entrevistas

Quantitativo

agentes institucionais PNAE

1979 a 1995

Reconstituir e analisar o padrão de intervenção da política governamental estadual de alimentação escolar no Mato Grosso de 1979 a 1995.

Acúmulo de experiência e de aprendizagem institucional e as adesões das gestões estaduais de governo foram condições favoráveis ao avanço do processo descentralizador. Os períodos marcados pelo modelo centralizado mostraram muitas distorções.

Para a descentralização e redesenho do estado federativo e criação de bases mais cooperativas, devem ser resolvidos problemas como reordenamento das disparidades governamentais e equacionamento das disparidades inter e intra-regionais, que afetam as políticas sociais em geral.

Sturion, Gilma Lucazechi et al. 2005 Rev. Nutr.

Fatores condicionantes da adesão dos alunos ao Programa de Alimentação Escolar no Brasil

alimentação escolar; estudantes; política pública; programa de alimentação e nutrição

PDF

10 municípios/ 5 regiões

N

Visita e formulário para registro de dados antropométricos/ Questionários

Quantitativo

2. 678 escolares 7a14 1997

Verificar o nível de adesão dos alunos ao PNAE e identificar as principais variáveis que afetam.

Baixa adesão ao Programa de Alimentação escolar que assume na prática um caráter focalizado - beneficia escolares comprometidos nutricionalmente e pertencentes a familias de menores rendimentos e escolaridade. Forte associação entre faixa etária e adesão (maior entre os mais novos); diferença de ênero (maior entre os meninos); forte correlação entre baixo peso e adesão ao programa; correlação renda familiar e adesão; correlação negativa entre escolaridade da mãe e adesão; correlaçào negativa

Reformulação do programa para adequá-lo às caracteríticas dos beneficiários. Tenção àsdiferenças entre os gêneros.

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TEO, C. R. P. A.; CORRÊA, E. N.; GALLINA, L. S., FRANSOZI, C.

2009 Nutrire, 34(3)

Programa nacional de alimentação escolar: adesão, aceitação e condições de distribuição de alimentação na escola

Alimentação escolar.Educação em saúde. Promoção da saúde.Serviços de saúde escolar.

RESUM

Chapecó

SC L

Instrumentoconstituído por duas questões fechadas e uma escala hedônica facial de três pontos daptadade Anzaldúa-Morales (1994)

Quantitativa

686 escolares

21 escolas públicas, sendo 9 estaduais e 12 municipais.

5 a 16 anos

Agosto a novembro

2007

O objetivo dessa investigação foiconhecer a aceitação e a adesão dos escolaresao Programa, identificando quais aspectos dascondições de distribuição de alimentaçãorepresentam potenciais determinantes da sua eficácia.

A adesão e a aceitação da alimentação oferecida pelo PNAE nas escolas avaliadas foram baixas, comprometendo a eficácia do Programa. Sugere-se que a maior adesão ao PNAE constatada nas escolas municipais possa estar relacionada, entre outros fatores, às condições de distribuição mais favoráveis observadas nestas unidades. Nesse sentido, destacam-se: maior presença de refeitórios, sistema de autosserviço, tipo de utensílios utilizados, escalas de turmas e monitoramento das refeições, menor

Dada a relevância do PNAE entre as políticas públicas de promoção da segurança alimentar e nutricional, e tendo em vista a vulnerabilidade do público a que se destina, considera-se fundamental o planejamento de ações de intervenção, subsidiadas pelas pesquisas na área, que visem à melhoria dos índices de efi cácia do Programa.

Teo, Carla Rosane Paz Arruda; Sabedot, Francielli Regina Boroski; Schafer, Elisângela

2010 Rev Espaço para a Saúde

Merendeiras como agentes de educação em saúde da comunidade escolar: potencialidades e limites

Alimentação EscolarEducação em SaúdePromoção da Saúde

PDF Chapecó

SC

L Entrevistas

Estudo exploratório de abordagem quantitativa

25 merendeiras

Este estudo objetivou conhecer o potencial das merendeiras para a educação em saúde e os entraves para a realização desse potencial.

Os resultados deste estudo indicam queo potencial das merendeiras para a educaçãoem saúde permanece inexplorado e que elasnão chegam sequer a perceber essa possibilidade. A julgar pelo espaço de participação que lhes é aberto na escola, os demais atores da comunidade escolar também não reconhecem esse potencial. Algumas condições observadas na realidade da escola representam entraves à possibilidade de as merendeiras assumirem um papel de educadoras em saúde, como a sua baixa

As merendeiras, ao residirem nacomunidade de entorno, podem vir a sedesenvolver como agentes de saúde dacomunidade escolar, sendo premente, paratanto, que as políticas públicas de educação esaúde confiram visibilidade a essas trabalhadoras.

Torres SAM. Miranda AS, Silva VA Toledo SC, Silva MA, Rocha JF.

2006Higiene Alimentar, 20 143: 33-36

Treinamento de manipuladores de alimentos: merendeiras

Alimentação EscolarCapacitação em ServiçoManipulação de AlimentosHigiene dos Alimentos

PDF Guiricema

MG L

Treinamento,Questionários

Técnicas de instrução

100 % das merendeiras

Rede municipal de ensino

Feve - reiro

2003

Com o objetivo de capacitar os manipuladores de alimentos, em escolas, proporcionando-lhes qualificação, foi realizado um treinamento das merendeiras da rede municipal de ensino.

Constatou-se que as merendeiras detinham a maior parte do conhecimento, porém apresentavam resistência em segui-lo.

A realização de treinamentos periódicos, visando a correta adoção e manutenção das boas práticas no ambiente de trabalho, torna-se necessária, como forma de reciclagem constante para que as mesmas possam desempenhar suas funções no ambiente escolar e domiciliar.(AU)

TRICHES, Rozane Marcia  and  SCHNEIDER, Sergio 2010

Saude e Sociedade [on line]

Alimentação escolar e agricultura familiar: reconectando o consumo à produção

Alimentação escolar; Segurançaalimentar; Saúde pública; Agricultura familiar.

PDF

Vale do Rio dos Sinos e Paranhana

RS L

Dados bibliográficos, documentos oficiais e legislações para contextualizar opanorama alimentar e as políticas públicas relativasà Segurança Alimentar e

qualitativa

13 produtores e 5 mediadores),consumidores (7 pais de alunos, 8 diretores e9 merendeiras) e gestores (11 gestores e 4 gestoreS/ consumidores).

Aborda a relação entre consumo, produção e políticas públicas alimentares a partir do Programa de Alimentação Escolar (PAE) brasileiro, buscando entender como ocorre a consolidação de sistemas diferenciados de produção e consumo de alimentos.

Conclui-se que o Programa de AlimentaçãoEscolar, além das potencialidades suprarreferidas,tem um grande potencial no que diz respeito àreunião de debates, até aqui feitos separadamente,sobre os problemas associados à produção e aodesenvolvimento rural e aqueles associados ao consumo e à saúde pública, abrindo uma ampla agenda de estudos e investigações.

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Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo e Tereso, Mauro José Andrade

1997Revista Cadernos e Debates

Análise do Programa de Merenda Escolar em Campinas

merenda escolar, planejamento alimentar; política pública

PDF Campinas

SP L

Revisão documental

Revisão documental/ Artigo de opinião

-

Analisar o programa de alimentação ao escolar em Campinas, relacionando as metas da política de descentralização de 1993, do Governo Federal, com a efetiva operacionalização da merenda, a fim de contribuir com os tomadores de decisão do programa apresentando alternativas para um ganho de qualidade do serviço prestado aos escolares.

O cardápio da merenda servida nas escolas não atende, nem diária, nem semanalmente, as recomendações nutricionais de energia e proteína estipuladas por lei, muito menos de micronutrientes. Em Campinas, destacam-se como problemas básicos do programa os recursos financeiros, a burocracia e a infra-estrutura, tanto física quanto humana. Além disso, o programa mostra-se incapaz de atingir a meta de ser uma atividade que envolva a participação da sociedade, como pode-se perceber pela não reunião do Conselho de Merenda

A descentralização do PNAE pode ser potencializada, se planejada em conjunto entre várias áreas de atuação do poder público, como Abastecimento, Saúde, Promoção Social e Cultura, Esporte e Turismo, junto com a população alvo, a fim de ampliar o exercício dos direitos e autonomia da gestão municipal, com maior controle dos recursos públicos.

Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo. Tereso, Mauro José Andrade

2000 Rev. Nutr.

O programa de merenda escolar de Campinas: análise do alcance e limitações do abastecimento regional

alimentação escolar; abastecimento de alimentos ; política de alimentos

PDF Campinas

SP L

Revisão bibliográfica

teórico - analise de dadosda Secretaria Estadual de Agricultura

" ...avaliar as condições de cumprimento da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Merenda Escolar que recomenda o abastecimento local do Programa, de acordo com a politica de descentralização do Governo Federal."

"Em campinas, o aproveitamento dos recursos do município e região, o abastecimento municipal de maneira integrada com os programas institucionais, a efetiva implementação de cardápios variados de acordo com a regionalidade, apontam para um quadro bastante favorável de melhora de qualidade do programa de merenda."

1- analisar tanto a estrutura operacional do programa como os aspectos legais que envolvem as compras publicas, buscando-se elaborar novos mecanismos que aproveitem as potencialidades do município como sua própria rede de abastecimento; 2- integração dos elementos existentes no município, tais como produtores locais, comercio e industria

Vieira CRN, Silva RR, Martino HSD, Chavasco JK.

2005 Hig Aliment.

Qualidade microbiológica da merenda escolar servida nas escolas estaduais de Poços de Caldas, MG.

Alimentação EscolarCarne/microbiologiaManipulação de AlimentosContaminação de Alimento

IMPRES

Poços de Caldas

MG L

análises microbiológicas de carne ôin naturaö e pratos prontos à base de carne, servidos na merenda escola.

Analítico 9 escolas da rede estadual

Realizar análises microbiológicas de carne ôin naturaö e pratos prontos à base de carne, servidos na merenda escolar de nove escolas da rede estadual em Poços de Caldas, MG e, análises microbiológicas de superfícies e mãos de manipuladores da merenda escolar.

Os resultados confirmam a importância da cocção em temperatura e tempo adequado como um dos meios para minimizar o problema de contaminação dos alimentos. As mãos de funcionários e as superfícies de manipulação de cinco escolas se mostraram contaminadas por coliformes e Staphylococcus coagulase positiva, revelando precariedade na higiene pessoal e de utensílios. Quanto à infraestrutura das cantinas, observou-se também em algumas delas uma adaptação de espaço pré existente, dificultando um

Sugere-se capacitação técnica para os responsáveis, treinamento às merendeiras e melhorias na infraestrutura das cantinas investigadas.(AU)

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Vieira, Marta Neves Campanelli Marçal. Ferriani, Maria Graças Carvalho. Gomes, Romeu. Santos, Graziela VieiraBassan dos. Marchi, Eliana Maria Mattar

2008Segurança Alimentar e Nutricional,

Gestão de um Programa de Alimentação Escolarem um Município Paulista

políticas de alimentação, programa de suplementação alimentar, alimentação escolar, merenda escolar

PDF Ribeirão Preto

SP L

entrevistas semi-estruturada, observação participante e análise documental/ Análise documental

qualitativo

escolares da 4ª série, familias, profissionais da educação e saúde que trabalham diretamente com esses escolares. Profissionais do nivel central - planejamento, execução e supervisão

2 escolas municipais

1996 a 2007

Caracterizar o modelo de gestão deste programa, durante o período de 1996 a 2007.

"...a pratica do programa configura-se como um processo de trabalho fragmentado, onde diferentes atores sociais contribuem com atividades especificas. O que se constata como dificuldade esta pratica relaciona-se a aspectos administrativos do Programa…"

1- revisão dos objetivos do programa, promovendo a discussão que inclua a participação a participação popular articulada as políticas de alimentação inseridas nos setores de Saúde e Bem-Estar. 2- desenvolvimento de documentos que oriente uma gestão de qualidade e programas de educação nutricional, assim como legislação que estabelece critérios técnicos para elaboração de cardápio, aquisição de gêneros, prestação de contas e controle social

Page 221: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

APÊNDICE B

TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE 1994 E

2008.

Page 222: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade ESTADOÁrea de

conhecimento

D

Alexandre

Bulsing

Hernández

Sonia Maria

Blauth de

Slavutzky

2005

Avaliação da dieta em Escolas

Municipais de Porto Alegre

com relação ao consumo de

sacorese/2004

UFRGS RS Odontologia

P

Celma de

Cássia Rocha

Melo

Nora Beatriz

Presno

Amodeo

2006

Análise da alimentação escolar

do município de são joão

evangelista-mg

CENTRO

UNIVERSITÁRI

O DE

CARATINGA

MGEconomia

domestica

2 1997

D

Celso

Azevedo de

Carvalho

Gino

Giacomini

Filho

2000

Comunicação, educação &

nutrição: parceria pela

qualidade de vida.

UNIVERSIDADE

METODISTA DE

SÃO PAULO

SP Comunicação

1 1998

DDenise Ivete

Reis

Rafael Carlos

Vélez Benito1997

Modelagem de um problema de

dieta para otimização da

merenda escolar

UNIV. REG.DO

NOROESTE DO

ESTADO DO RS

RS

Dietética /

Matemática

aplicada2 2000

D

Diego

Augusto da

Rosa Pretto

Sonia Maria

Blauth de

Slavutzky

2003

Análise da alimentação escolar

institucional do ano de 2002 da

rede municipal de ensino de

Porto Alegre quanto a adição

de açúcar.

UFRGS RS Odontologia

1 2002

D

Edlene

Pimentel

Santos

José Arlindo

Soares1998

A política de assistência ao

estudante em alagoas:

subsídios para uma

interpretação da política de

alimentação escolar

UNIV FEDERAL

DA

PARAÍBA/JOÃO

PESSOA

PB Serviço Social

1 2003

DHayda

Josiane Alves

Maria Cristina

Faber Boog2007

Práticas e representações

sobre alimentação e saúde

entre fruticultores

UNICAMP SP Enfermagem

2 2004

DLíliam Magda

Campo Costa

Luiz Botelho

de

Albuquerque

2004

O programa nacional de

alimentação escolar (PNAE) na

perspectiva dos usuários: um

estudo de caso.

UFC CE multidisciplinar

3 2005

DLuiz Antonio

Staub Mafra

Renato Sergio

Jamil Maluf2004

O município da gestão de

políticas locais de segurança

alimentar e nutricional.

UFRRJ RJ

Economias

Agrária e dos

Recursos

Naturais 2 2006

P

Marcia

Cristina

Stolarski.

Walter

Tadahiro

Shima

2005

Caminhos da alimentação

escolar no brasil: análise de

uma política pública no período

de 2003-2004

UFPR PR 0

1 2007

D

Maria de

Lourdes

Marques

Camargo.

Rovigati

Danilo Alyrio2008

Contratação de serviços em

alimentação escolar:

Terceirização um novo

conceito de gestão de merenda

UFRRJ RJCiências Sociais

Aplicadas

3 2008

DMaria Elena

TurpinWalter Belik 2008

A Alimentação Escolar como

Vetor de Desenvolvimento

Local e Garantia de Segurança

Alimentar e Nutricional.

UNICAMP SP Economia

18

Page 223: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

D

Maria

Euzimar

Berenice

Rego silva

Jose

Willington

Germano

2002

Caminhos de descentralização

e da participação em educação:

o exercício do poder local.

UFRN RNCiências Sociais

Aplicadas

Tipo Autor Orientador Ano Título UniversidadeÁrea de

conhecimento

D

Maria

Aparecida

Ferrão

Claudino.

Regiane

Aparecida

Cardoso De

Paula

2006

Políticas públicas de

alimentação escolar: uma

análise com enfoque no

município de são josé dos

campos.

UniSãoMarcos SP Interdisciplinar

D

Olívia de

Souza

Sant'Anna

Bruno

Lazzarotti

Diniz Costa

2008

Gestão Descentralizada do

Programa Nacional de

Alimentação Escolar: análise

comparativa em municípios

mineiros

FUNDAÇÃO

JOÃO

PINHEIRO

MGAdministração

Pública

D

Rodrigo

Pinheiro De

Toledo

Vianna

Mauro José

Andrade

Tereso

1997

O Programa de Merenda

Escolar: Subsídios para o

Planejamento do Programa em

Campinas.

UNICAMP SP

Engenharia

Agrícola, eng

alim, extensão

rural

DSonia Regina

Pompermaier

Maria Do

Carmo

Marcondes

Brandão Rolim

2000Alimentação escolar: um

estudo sobre a racionalidadeUFPR PR Sociologia

D

Vivian Braga

de Oliveira

Mielniczuk

Maria Jose

Teixeira

Carneiro

2005

Gosto ou necessidade? Os

significados da alimentação

escolar no município do Rio de

Janeiro

UFRRJ RJ Antropologia

0 1 2 3

1997

1998

2000

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Page 224: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE
Page 225: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Tip

oAutor Orientador Ano Título Universidade Estado Área

DAdriana Maria Leite de

Macedo

Carlos Eduardo Aguilera

Campos2005

A trajetória da alimentação escolar

como instrumento da política de

alimentação e nutrição no Brasil

UFRJ RJSAÚDE

COLETIVA

1 1994

D Aline Romero Queiroz Sophia Cornbluth Szarfarc 2007

Prevalência de anemia e fatores

associados em ingressantes no

ensino fundamental de escolas

públicas do município de São

Bernardo do Campo, estado de São

Paulo.

USP SPSAÚDE

COLETIVA

1 1998

D

Bianca Assunção Iuliano

Ana Maria Dianezi

Gambardella

2008

Atividades para promoção de

alimentação saudável em escolas

de ensino fundamental do

município de Guarulhos – SP

USP SPSAÚDE

COLETIVA

2 2002

T

Carlos Augusto Fernandes

Oliveira

Pedro Manuel Leal

Germano

1994

Aflatoxina M1 em leite em pó

distribuido pelo programa de

alimentacao escolar do municipio

de São Paulo-SP Brasil: utilização

do ensaio por enzimas imuno-

adsorvidas "elisa"

USP SPSAÚDE

COLETIVA

2 2003

D

Célia da Silva

Pedro Manuel Leal

Germano

2002

Merenda Escolar: Levantamento

das condições higiênico-sanitários

dos locais de preparação e dos

manipuladores em escolas da Rede

Estadual de Ensino de São Paulo,

SP

USP SPSAÚDE

COLETIVA

1 2004

T

Dixis Figueroa Pedraza Pedro Israel Cabral de Lira

2005

Anemia em Crianças e o Programa

de Alimentação Escolar no

Contexto da Segurança Alimentar e

Nutricional no Brasil.

UFPE PESAÚDE

COLETIVA

3 2005

T

Fatima Machado Chaves. Jussara Cruz de Brito

2004

Vidas Negras que se Esvaem:

experiências de saúde das

funcionárias escolares em situação

de trabalho

FIOCRUZ RJSAÚDE

COLETIVA

1 2006

D

Lilian Kaercher Alves

Heloisa Maria Mendonça

De Morais

2005 Avaliação do Programa Nacional de

Alimentação Escolar no Município

de Camaragibe-PE

UFPE PESAÚDE

COLETIVA

1 2007

T

Maria Angélica dos Santos

Spinelli. Ana Maria Canesqui

1998 Alimentação escolar: da

centralização à descentralização

UNICAMP SPSAÚDE

COLETIVA1 2008

D

Maria Aparecida Ferrão

Claudino

Regiane Aparecida

Cardoso De Paula

2006

Políticas públicas de alimentação

escolar: uma análise com enfoque

no município de são josé dos

campos

UniSãoMarcos SPSAÚDE

COLETIVA

13

T

Marta Neves Campanelli

Marçal Vieira.

Maria Das Graças Carvalho

Ferriani

2002

Estudo da representação simbólica

do Programa de Alimentação

Escolar.

USP SPSAÚDE

COLETIVA

T

Olívia Maria Ferreira

Pereira. Ana Luiza D'Ávila Viana

2003

Programa de alimentação escolar:

o rio de janeiro em questão - limites

e perspectivas.

UERJ RJSAÚDE

COLETIVA

Page 226: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

D

Osvaldinete Lopes de

Oliveira. Edson Mamoru Tamaki 2003

Impacto da merenda escolar no

estado nutricional de pré-escolares

de duas escolas do município de

Campo Grande - MS UFMS MS

SAÚDE

COLETIVA

7 por 14

0 1 2 3

1994

1998

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Page 227: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade Estado Áreauniversidade

frequencia

D

Adelina

Severina da

Silva

Andrade

Regina

Tereza

Cestari de

Oliveira

2002

A Produção da Merenda Escolar

no Brasil: a descentralização

como política de gestão (1993-

2000)

UFMS MS EDUCAÇÃO 1

Alessandra

Brandão

Teixeira

Alzira Lobo

De Arruda

Campos

2007

O programa de merenda escolar

em Linhares (Espírito Santo,

Brasil)

Univ São

MarcosSP EDUCAÇÃO 1

D

Assuncao

De Maria

Ribeiro

Fialho.

Jacques

Rocha

Velloso

1993

Merenda escolar no brasil: a

ilustracao das relacoes

conflituosas de uma politica

social de logicas contrarias.

UNB DF EDUCAÇÃO 1

1993 1

D

Camila

Moreira de

Almeida

Elcia

Esnarriaga

de Arruda

2005

O Programa Nacional de

Alimentação Escolar: Uma

Análise da Implementação da

Merenda Escolar nas Escolas

Municipais e Estaduais do

Município de Campo Grande nos

anos de 2000 a 2003

Fundação

Universidade

Federal De

Mato Grosso

Do Sul MS

EDUCAÇÃO 1

1997 1

DEmilia

Santos

Canine

Victoria

Maria Brant

Ribeiro

Machado

2005

A prática do nutricionista em

escolas municipais do rio de

janeiro: um espaço-tempo

educativo.

UFRJ RJ EDUCAÇÃO 2

2001 1

D Ester De

Queiros

Costa.

Victoria

Maria Brant

Ribeiro

Machado

2001

A dimensão educativa do

trabalho das merendeiras:

análise do material instrucional

elaborado pelo instituto de

nutrição annes dias

UFRJ RJ EDUCAÇÃO

2002 2

D

Jaqueline

Marcela

Villafuerte

Bittencourt.

Nalú

Farenzena

2007Uma Avaliação da Efetividade do

Programa de Alimentação

Escolar no Município de Guaíba.

UFRGS RS EDUCAÇÃO 2

2005 3

DJorge Miguel

Bonatto

Umann

Nalú

Farenzena

2008

O controle social e público da

gestão financeira da educação

através dos conselhos

municipais em triunfo / rs: uma

reflexão das relações governo e

sociedade.

UFRGS RS EDUCAÇÃO

2006 1

T

Jose

Arimatea

Barros

Bezerra

Maria De

Lourdes

Peixoto

Brandão

2002Comer na escola - significados e

implicações. UFC CE

EDUCAÇÃO 1

2007 2

D

Juliana

Aparecida

Marinho

Aldred

Ramacciotti.

Celso Luiz

Aparecido

Conti

2006 A gestão educacional no

município de Araraquara: a

questão dos conselhos UFSCar SP

EDUCAÇÃO 1

2008 1

D Maria Angelica Pipitoni.

Raquel

Pereira

Chainho

Gandini

1997

Programa de alimentação

escolar: um estudo sobre

descentralização, escola e

educadores.

UNICAMP SP EDUCAÇÃO 2

12

D

Rosana

Maria

Nogueira.

Jose Roberto

Rus Perez

2005

O programa nacional de

alimentação escolar como uma

política pública: o caso de

Campinas/SP

UNICAMP SP EDUCAÇÃO

7 por 14

0 1 2 3

1993

1997

2001

2002

2005

2006

2007

2008

Page 228: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE
Page 229: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade Estado Área

DAna Cristina Medeiros

Moreira

Petra Sanchez

Sanchez2006

Educação Nutricional na

Educação Infantil: O papel da

Escola na formação dos hábitos

alimentares das crianças,

considerando a problemática da

obesidade Infantil.

UNIVERSIDADE

PRESBITERIANA

MACKENZIE

SP NUTRIÇÃO 1997

2

DAna Maria Mancilha

Silva

Mauro

Fisberg2004

A merenda escolar e sua relação

com o consumo alimentar e o

diagnóstico nutricional de pré-

escolares da cidade de Passa

Quatro - MG

USP SP NUTRIÇÃO 2000

3

DAndréia Cristina De

Almeida Silva.

Rodolpho

Telarolli Júnior2008

Educação nutricional

institucionalizada:

conhecimentos e práticas de

agentes educacionais e

professoras de ensino infantil de

0 a 3 anos.

UNESP SP NUTRIÇÃO 2002

1

DBeatriz Aparecida

Edmea Tenuta Martins.

Denise

Cavallini

Cyrillo

2000

Avaliação do programa de

enriquecimento da merenda

escolar servida na resde estadual

de ensino de São Paulo.

USP SP NUTRIÇÃO 2003

2

DCristiane Ramos

Voorpostel

Maria Cristina

Faber Boog2007

Percepções de professores e

funcionários de escola rural

sobre a alimentação.

UNICAMP SP NUTRIÇÃO 2004

1

DCristina Simões De

Carvalho Tomasetti

Marcelo De

Sousa

Tavares

2000

Avaliação do programa de

alimentação escolar no município

de londrina/PR

UEL PR NUTRIÇÃO 2005

1

D

Elisangela da CunhaAnete Araujo

De Sousa2007

A alimentação orgânica e as

ações educativas na escola:

diagnóstico para a educação em

saúde e nutrição

UFSC SC NUTRIÇÃO 2006

2

D

Flavia Damaceno Mira

Sandra Maria

Chaves Dos

Santos

2007

Capacitação de professores em

alimentação saudável na rede

municipal de ensino de Mutuípe,

Bahia: alcances e limitações.

UFBA BA NUTRIÇÃO

2007 5

D

Francine Sobral

Vera Mariza

Henriques De

Miranda Costa

2008

Programa nacional de

alimentação escolar:

sistematização, importância e

presença no município de monte

alto-SP

UNESP SP NUTRIÇÃO

2008 2

T

Gilma Lucazechi

Sturion

Maria Antonia

Martins

Galeazzi

2002

Programa de alimentação

escolar: avaliação do

desempenho em dez municípios

brasileiros

UNICAMP SP NUTRIÇÃO

19

D

Gisele Kuhlmann

Duarte

Maria do

Carmo Fontes

de Oliveira;

Paulo Roberto

Cecon; Rita de

Cássia Lanes

Ribeiro;

Ângela Maria

Campos

Santana

2007

Segurança alimentar em

unidades de alimentação e

nutrição escolares: aspectos

higiênico-sanitários e produção

de resíduos orgânicos

UFV MG NUTRIÇÃO

Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade Área

D

Janisse De OliveiraFranco Maria

Lajolo1997

O papel da merenda na

alimentação diária dos

ingressantes no primeiro grau

das Escolas Municipais de São

USP SP NUTRIÇÃO

D

Lívia Gussoni Basile.Thais Borges

Cesar2003

Adequação nutricional das

refeições do Programa de

Alimentação Escolar em

unidades municipais de ensino

de Araraquara, SP

UNESP SP NUTRIÇÃO

Page 230: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

D

Marta Neves C. Marçal

Vieira

Maria Das

Graças

Bonfim

Carvalho

1997

A prática do programa de

alimentação escolar mediante a

percepção dos usuários.

USP SP NUTRIÇÃO

DMichele Sanches

Marina Vieira

Da Silva2003

Hortaliças: consumo e

preferências de escolaresUSP SP NUTRIÇÃO

D

Nataly Lopes Viana

Conceição

Angelina dos

Santos

Pereira; Maria

do Carmo

Fontes de

Oliveira; Silvia

Eloiza Priore;

Sylvia do

Carmo Castro

Franceschini

2007

Análise da aceitabilidade,

consumo da alimentação escolar

e estado nutricional de escolares

no município de Viçosa - MG.

UFV MG NUTRIÇÃO

D

Patrícia Martins

Fernandez

Denise

Oliveira e Silva2005

Noções conceituais e práticas

educativas em alimentação e

nutrição dos professores de 1ª a

4ª séries do Distrito Federal.

UNB DF NUTRIÇÃO

D Telma Brandão

Maria

Aparecida

Azevedo

Pereira da

Silva

2000

Avaliação da aceitação e

preferências de cardápios do

programa de merenda escolar em

escolas municipais de ensino

fundamental da cidade de

Campinas.

UNICAMP SP NUTRIÇÃO

D

Vanessa Messias

Muniz

Alice Teles de

Carvalho2006

Avaliação dos Fatores

Envolvidos na Aceitabilidade do

Programa de Alimentação

Escolar no Município de João

Pessoa: um estudo piloto

UFPB PB NUTRIÇÃO

7 por 14

0 1 2 3 4 5

1997

2000

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Page 231: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE
Page 232: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Tip

oAutor Orientador Ano Título Universidade Estado Área

DAdriana Maria Leite de

Macedo

Carlos Eduardo Aguilera

Campos2005

A trajetória da alimentação escolar

como instrumento da política de

alimentação e nutrição no Brasil

UFRJ RJSAÚDE

COLETIVA

1 1994

D Aline Romero Queiroz Sophia Cornbluth Szarfarc 2007

Prevalência de anemia e fatores

associados em ingressantes no

ensino fundamental de escolas

públicas do município de São

Bernardo do Campo, estado de São

Paulo.

USP SPSAÚDE

COLETIVA

1 1998

D

Bianca Assunção Iuliano

Ana Maria Dianezi

Gambardella

2008

Atividades para promoção de

alimentação saudável em escolas

de ensino fundamental do

município de Guarulhos – SP

USP SPSAÚDE

COLETIVA

2 2002

T

Carlos Augusto Fernandes

Oliveira

Pedro Manuel Leal

Germano

1994

Aflatoxina M1 em leite em pó

distribuido pelo programa de

alimentacao escolar do municipio

de São Paulo-SP Brasil: utilização

do ensaio por enzimas imuno-

adsorvidas "elisa"

USP SPSAÚDE

COLETIVA

2 2003

D

Célia da Silva

Pedro Manuel Leal

Germano

2002

Merenda Escolar: Levantamento

das condições higiênico-sanitários

dos locais de preparação e dos

manipuladores em escolas da Rede

Estadual de Ensino de São Paulo,

SP

USP SPSAÚDE

COLETIVA

1 2004

T

Dixis Figueroa Pedraza Pedro Israel Cabral de Lira

2005

Anemia em Crianças e o Programa

de Alimentação Escolar no

Contexto da Segurança Alimentar e

Nutricional no Brasil.

UFPE PESAÚDE

COLETIVA

3 2005

T

Fatima Machado Chaves. Jussara Cruz de Brito

2004

Vidas Negras que se Esvaem:

experiências de saúde das

funcionárias escolares em situação

de trabalho

FIOCRUZ RJSAÚDE

COLETIVA

1 2006

D

Lilian Kaercher Alves

Heloisa Maria Mendonça

De Morais

2005 Avaliação do Programa Nacional de

Alimentação Escolar no Município

de Camaragibe-PE

UFPE PESAÚDE

COLETIVA

1 2007

T

Maria Angélica dos Santos

Spinelli. Ana Maria Canesqui

1998 Alimentação escolar: da

centralização à descentralização

UNICAMP SPSAÚDE

COLETIVA1 2008

D

Maria Aparecida Ferrão

Claudino

Regiane Aparecida

Cardoso De Paula

2006

Políticas públicas de alimentação

escolar: uma análise com enfoque

no município de são josé dos

campos

UniSãoMarcos SPSAÚDE

COLETIVA

13

T

Marta Neves Campanelli

Marçal Vieira.

Maria Das Graças Carvalho

Ferriani

2002

Estudo da representação simbólica

do Programa de Alimentação

Escolar.

USP SPSAÚDE

COLETIVA

T

Olívia Maria Ferreira

Pereira. Ana Luiza D'Ávila Viana

2003

Programa de alimentação escolar:

o rio de janeiro em questão - limites

e perspectivas.

UERJ RJSAÚDE

COLETIVA

Page 233: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

D

Osvaldinete Lopes de

Oliveira. Edson Mamoru Tamaki 2003

Impacto da merenda escolar no

estado nutricional de pré-escolares

de duas escolas do município de

Campo Grande - MS UFMS MS

SAÚDE

COLETIVA

7 por 14

0 1 2 3

1994

1998

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Page 234: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

APÊNDICE C

DADOS EXTRAÍDOS DOS ARTIGOS SOBRE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE

1994 E 2010.

Page 235: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

AUTORES ANO PERIÓDICO TÍTULO PALAVRAS CHAVE CLAS ABR INSTR TIPO DE

ESTUDO SUJEITOS ESCOLAS IDADE OBJETIVO CONCLUSÃO RECOMENDAÇÕES

Abreu, M. 1995 Em Aberto

Alimentação escolar: combate à desnutrição e ao fracasso escolar ou direito da criança e ato pedagógico?

PDF T

Referências bibliográficas

Teórico

Tecer algumas considerações sobrea(s) política(s) de alimentação escolar em desenvolvimento na escola pública brasileira.

A merenda só pode deixar de ser "comidapara carente" se as políticas públicas de alimentação escolar, reconhecendo a situação de pobreza e miséria da maioria dos alunas da escola brasileira, garantirem o fornecimento de mais de uma refeição diária, sendo uma delas administrada quando a criança entra na escola. Mas isso ainda não é suficiente. Integrada às atividades pedagógicas daescola, a merenda precisa ser pensada em suas relações simbólicas com a pobreza.

Implementar mudanças nas política públicas de alimentação escolar, descentralização do programa da FAE, cria condições não só para a melhoria da qualidade nutricional da merenda, através da incorporação de alimentos in natura e da garantia de uma dieta mais variada, mas também para a discussão do papel pedagógico das refeições fornecidas aos alunos no ambiente institucional da escola.

*

ANDRADE FF, FERRO VC; SILVA, VG da; FALCÃO MC

2004Higiene alimentar, v.18, n124, p.43-49,

Merenda escolar: municipalização e atribuições do nutricionista

Alimentação escolar, nutrição da criança, saúde escolar e programa de nutrição

PDF Piracicaba

SP L

Observação direta na escola / análise composição / aceitação

quali-quantitativo

alunos e merendeiras

1 pública estadual

O objetivo do estudo foi verificar a implantação e o funcionamento do Programa de Municipalização da Merenda Escolar, em uma escola pública da região de Piracicaba, São Paulo e discutir as atribuições e atividades do nutricionista nos processos.(AU)

A base do problema nutricional brasileiro está na insuficiência calórica, que afeta de forma acentuada as populações urbanas, agravando-se com a densidade populacional das cidades. Desenvolveu-se o processo de institucionalização dos programas de alimentação escolar, englobando os diferentes níveis administrativos que assumiram a operacionalização dos programas de suplementação alimentar. Atualmente, ele existe na forma municipalizada, onde as prefeituras que aderiram

Arruda, Elcia Esnarriaga de. Almeida, Camila Moreira

2005Intermeio (UFMS), Campo Grande

A Mercantilização do Programa Nacional de Merenda Escolar.

Educação. Programa nacional de Alimentação Escolar. Circulação de mercadorias. Produção de mercadorias.

PDF T

Referências bibliográficas

Análise documental

Programa Nacional de Alimentação Escolar.

50 anos

1954/ 2004

Identificar as necessidades que determinam a implementação de um programa em resposta à fome, em uma sociedade produtora de mercadorias.

A análise dos dados apontou que o PNAE, assim como os programas de alimentação escolar que o precederam consistiram, em uma excelente oportunidade de comercio nacional ou internacional.

BASILE, L. G. ; CÉSAR, T. B 2006 Nutrire (SBAN)

Insuficiência de cálcio e ferro na merenda escolar em unidades municipais de ensino fundamental

Adequação nutricional. Cálcio. Ferro. Zinco. Vitamina C. Alimentação escolar.

RESUM/

Araraquara

SP L

amostras em duplicata das refeições distribuídas na educação infantil e fundamental deste município.

Quantitativo

29 Pré - Escolas municipais e 6 escolas do Ensino Fundamental.

5a11a2 meses

2002

Avaliar os teores de cálcio, ferro, zinco e vitamina c da merenda escolar.

A merenda continha quantidade insuficiente de cálcio em 45% das pré escolas e 67% do ensino fundamental. Em ferro, 38% das PE e 50% do fundamental.

Há necessidade de melhorar a qualidade nutricional da merenda, principalmente no tocante do conteúdo de cálcio e ferro, visando reduzir a prevalência de deficiência destes micronutrientes entre os pré- escolares e escolares beneficiados pelo PAE.

Belaciano, M.I.; Moura, D.O.; Silva, A.C.P. 1995 Em Aberto

Direito e garantia à merenda escolar

Merenda escolar. Programa de Controle de Qualidade. Núcleo de Controle de Qualidade. PNAE

Impres Trevisão bibliográfica

Teórico

Apresentar a proposta do PNAE e orientar quanto ao seu funcionamento abordando as principais perguntas e respostas sobre o programa

*

LOCAL PERÍODO

Page 236: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

BELIK, Walter ; CHAIM, Núria Abrahão 2009

Revista de Nutrição da PUCCAMP

O Programa Nacional de Alimentação Escolar e a gestão municipal: Eficiência, controle social e desenvolvimento local.

Programas e Políticas de Nutrição e AlimentaçãoAlimentação EscolarAdministração Pública/método

PDF

670 prefeituras brasileiras

N

Questionários do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar

Quantitativo

Gestão municipal do PNAE

670 prefeituras - 2004a

2005

Avaliar o perfil da gestão pública municipal do Programa Nacional de Alimentação Escolar de 670 prefeituras inscritas no Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, entre os anos de 2004 e 2005.

A execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar assume características próprias em cada município brasileiro. Identificar o perfil da administração pública, assim como as características das prefeituras que se destacaram no Prêmio, permite a implantação de ações que melhorem a execução do Programa.

*

BELIK, Walter ; Souza, Luciana R. 2009

Planejamento e Políticas Publicas

Algumas reflexões sobre os programas de alimentação escolar na América Latina

Programa de Alimentação Escolar; América Latina; Desenvolvimento local;Educação.

IMPRES

América Latina

T

Referências bibliográficas

Teórico

Demonstrar a abrangência dos programas de alimentação escolar na América Latina e suas possibilidades enquanto instrumentos de melhoria na educação de crianças e Adolescente.

Em termos de resultados, demonstramos que osPAEs promovem ampliação da frequência escolar, mas efeitos nutricionais precisam ainda ser melhor investigados. No que se refere à dinamização local, podemos perceber que os municípios que fizeram localmente as compras para a merenda escolarconseguiram ampliar a renda da sua população e dinamizaram o comércio regional.

BEZERRA, J. A. B. 1998Cadernos da pós-graduação em educação

Aspectos Históricos da Alimentação Escolar no Brasil

Fome, fracasso escolar, Programa de Merenda Escolar, Campanha Nacional de Alimentação Escolar; Lei do Alimento para a paz.

IMPRES T

Referências Bibliográficas

TeóricoAnalisar o surgimento da Campanha Nacional de Alimentação Escolar.

Institucionalização da política de alimentação escolar no Brasil.

BEZERRA, J. A. B. 2006Educação em Debate (CESA/UFC)

Regionalização de cardápios, fortalecimento de economias locais e participação da população na gestão da merenda.

Políticas públicas de alimentação e nutrição. Merenda Escolar. Regionalização de cardápios.

IMPRES

CE L

Revisão documental e entrevistas

Analítico

25 alunos do 5º Ano do EF, 8 mães de alunos, 4 merendeiras, 4 diretoras de escola e 10 professoras.

Estudar o Programa Nacional de Alimentação Escolar para verificar até que ponto se tem atingido os objetivos postos pela Lei nº. 8.913/94, que regulamentou os termos e as condições de descentralização da merenda.

São constatados avanços significativos na gestão descentralizada da merenda. Verificam - se sérios problemas relacionados ao propósito de regionalização dos cardápios, ao objetivo de revitalização da economia dos municípios de pequeno e médio porte e à proposta de participação da população no controle e na fiscalização da merenda no plano local, conforme determinações legais.

Bezerra, José Arimatea Barros 2009 Rev. Bras.

Educ.

Alimentação e escola: significados e implicações curriculares da merenda escolar

- PDF Fortaleza

CE L

Observação sistemática, entrevistas, questionário

Diretora, 7 professores, 3 merendeiras, alunos II ciclo

Uma escola estadual de Ensino Fundamental

Elaborar um quadro conjuntural maisamplo da temática, levantar dados do contexto, analisar conceitual e contextualmente os dados coletados, buscando identificar os significados da merenda escolar em suas representações e práticas,manifestos no contexto da escola tomada como espaço de estudo.

A expectativa de uma alimentação melhor acompanha a expectativa de um lugar melhor (a escola) do que suas casas e que pode fazê-los melhorar de vida. Além disso, comida envolve um conjunto de características que extrapolam o aspecto físico, biológico: ela implica prazer, gosto, rituais de recusa ou rejeição, de aproximação das pessoas,de distinção social.

Page 237: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Bittencourt, Jaqueline Marcela Villafuerte 2008 Políticas

Educativas

A Emergência Do Direito À Alimentação Escolar

Alimentação escolar; Direito à alimentação escolar; Direito à educação; Merenda escolar

IMPRES T

Referências bibliográficas

Enfoque teórico PNAE

Buscar (re)construir a idéia de emergência do Direito à Alimentação Escolar.

Verifica-se que o Programa de Alimentação Escolar é um Programa constitucionalmente delineado. Como tal serve para efetivação de um direito social de terceira geração.

Rever os objetivos do Programa, assim como verificar, de modo sistemático, as práticas de implementação da política, ou seja, de que modo e em que medida os agentes da política reinterpretam as diretrizes e procedimentos previamente concebidos.

*

Bleil, Rozane Aparecida Toso. Salay, Elisabete. Silva, Marina Vieira da

2009Segurança Alimentar e Nutricional,

Adesão ao Programa de Alimentação Escolar por Alunos de Instituições Públicas de Ensino no Município de Toledo, PR.

alimentação escolar, consumo de alimentos, adolescente.

IMPRES Toledo P

R L

Questionário socioeconômico/ avaliação antropométrica (P/E)/ entrevista individual/ freq. consumo merenda

Quantitativo/ transversal

167 ESCOLARES

4 escolas públicas 2004

Conhecer a adesão dos alunos ao PNAE, assim como os fatores que podem interferir no consumo dos alimentos oferecidos

Na opinião da maioria dos alunos, as condições de distribuição da alimentação escolar, com exceção da temperatura do alimento, são adequadas. Entretanto alguns aspectos podem ser melhorados a fim de contribuir para maior adesão ao programa, em especial aqueles que promovem mudanças no tipo de alimento oferecido e no local para realização destas refeições.

Adequar o cardápio às preferências dos alunos, construção de refeitórios adequados à alimentação na escola, implementação do sistema self-service.

Boog, Maria Cristina Faber 2010 Rev. Nutr.

Programa de educação nutricional em escola de ensino fundamental de zona rural.

Educação alimentar e nutricional. Educação em saúde. Ensino fundamental e médio. Tecnologia educacional.

PDF

Município do Circuito das frutas/ zona rural

SP L

Intervenção problematizadora

Qualitativo e quantitativo

155 alunos da pré - escola a 7ª série

Uma unidade de ensino da zona rural.

2006

Apresentar métodos e tecnologias de intervenção em educação alimentar e nutricional, criados com base em diagnóstico realizado no âmbito de escola e comunidade, tendo como pressuposto teórico a relação homem/ambiente, mediada pelo trabalho.

Os resultados demonstraram a possibilidade de realizar um programa de incentivo ao consumo de alimentos produzidos na região.Esses resultados possibilitaram a criação de tecnologia educacional específica para um programa de educação alimentar e nutricional nessa escola. Houve grande interesse dos alunos pelas atividades realizadas porque elas refletiam o seu próprio cotidiano e valorizavam o trabalho, a história, a identidade cultural e a autoestima das famílias de fruticultores. A fruta foi ressignificada enquanto

Burlandy, Luciene and Anjos, Luiz Antonio dos 2007 Cad. Saúde

Pública

Acesso à alimentação escolar e estado nutricional de escolares no Nordeste e Sudeste do Brasil, 1997

Alimentação Escolar; Estado Nutricional; Programas de Nutrição

PDF

Região Nordeste e Sudeste do Brasil

N

Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV): idade, gênero, frequência na escola, oferta de refeição gratuita, renda familiar, peso e estatura.

Quantitativo/ transversal

1177 crianças 7 a 10 1996

a 97

Analisar de forma comparativa as informações sobre a oferta da refeição gratuita nas escolas das regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, e o estado nutricional de crianças de 7 a 10 anos.

A oferta da refeição gratuita nas escolas do período estudado, em termos de focalização de grupos prioritários foi inadequada quanto aos critérios geográficos, econômicos e biológicos.

*

Campos AKC, Cardonha AMS, Pinheiro LBG, Ferreira NR, Azevedo PRM, Stamford TLM

2009 Food control

Assessment of personal hygiene and practices of food handlers in municipal public schools of Natal, Brazil

School food, personal hygiene, food hygiene

IMPRES Natal R

N L

Questionário fechado e analise microbiológica das mãos dos manipuladores

Quantitativo / transversal

Manipuladores

27 escolas municipais - - -

Analisar as práticas de higiene dos manipuladores de alimentos em escolas municipais de Natal (RN).

As escolas estudadas não possuem condições adequadas de higiene.

Page 238: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

CARDOSO, R. C. V. ; ALMEIDA, Rogéria Comastri de Castr ; GUIMARÃES, Alaíse Gil ; GOES, J. A. W. ; SILVA, S. A. ; SANTANA, A. A. C. ; HUTTNER, L. B. ; VIDAL JUNIOR, P. O. ; FIGUEIREDO, K. V. N. A. .

2007Revista do Instituto Adolfo Lutz

Qualidade da água utilizada em escolas atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em Salvador-BA

água potável, qualidade da água, alimentação escolar, higiene de alimentos

PDF Salvador

BA L

Análise da água: microbiológica; origem e tratamento

Quantitativo/ transversal

Água49 escolas municipais e 34 estaduais

-10 meses

2006

Avaliar a qualidade da água utilizada em escolas atendidas pelo PNAE, em Salvador.

Os resultados obtidos indicam a existência de riscos de contaminação, por meio da água utilizada e ainda, apontam fragilidades no âmbito da implementação do PNAE, o que sugere a necessidade de maior controle, em função da vulnerabilidade das crianças beneficiadas pelo Programa.

Necessidade de medidas corretivas e do monitoramento da qualidade da água, como uma das ações a ser desenvolvida na perspectiva de proteção à população de crianças beneficiadas por esse Programa.

Cardoso, Ryzia de Cassia Vieira et al. 2010 Rev. Nutr.

Programa nacional de alimentação escolar: há segurança na produção de alimentos em escolas de Salvador (Bahia)?

Alimentação escolar. Higiene dos alimentos. Produção de alimentos. Segurança alimentar e nutricional.

PDF Salvador

BA L

Formulários elaborados com base na Resolução de Diretoria Colegiada nº. 216/04 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde

Transversal

97 escolas estaduais e 139 municipais

maio a dez

2005

Avaliar a segurança da produção de alimentos em escolas atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar, em Salvador (BA).

Verificou-se elevado nível de não conformidade quanto ao atendimento dos requisitos sanitários vigentes, o que evidencia falhas na segurança da produção da alimentação escolar. Os resultados indicam a necessidade de adoção de medidas corretivas com vistas a reduzir riscos à saúde das crianças assistidas e aumentar a eficiência do Programa Nacional de Alimentação Escolar, no município de Salvador (BA)

O estudo indica a necessidade de medidas de intervenção que possam promover e assegurar a qualidade do serviço prestado, com vistas a proteger a saúde das crianças assistidas e cumprir os objetivos do Programa.

Carvalho, Alice Teles de. Muniz, Vanessa Messias. Gomes, Josiane Fernandes . Samico, Isabella.

2008 Interface (Botucatu)

Programa de alimentação escolar no município de João Pessoa – PB, Brasil: as merendeiras em foco

Alimentação escolar; Merendeiras; Hábitos saudáveis; Promoção da Saúde

IMPRES

João Pessoa

PB L Grupo

focal Qualitativa41 merendeiras

41 escolas municipais -

3 meses

2005

Avaliar a percepção das merendeiras acerca da produção e distribuição da alimentação escolar e seu papel neste contexto.

Evidenciou-se estreita relação de afeto entre merendeiras e escolares e valorização da oferta de alimentação de qualidade e com boa aceitação. Foram observadas ausência de treinamentos sistemáticos e fragilidade no uso da alimentação escolar na incorporação de hábitos alimentares saudáveis.

Inclusão das merendeiras na utilização da alimentação escolar como espaço permanente de aprendizado; maior suporte técnico e psicológico para estas profissionais.

*

Ceccim, R.B. 1995 Em Aberto

A merenda escolar na virada do século – agenciamento pedagógico da cidadania.

PDF T

Referências bibliográficas

Teórico Livros e artigos - - - -

Pensar a merenda diante das transformações deste final de século e destacar o lugar da educação como dispositivo da escola para o agenciamento de modos de vida, sociedade, singularidade e solidariedade.

A merenda escolar estará apontando, no campo setorial da criança e do adolescente, as concepções de políticas públicas. Como espaço pedagógico na escola, voltar-se-á ao incremento das responsabilidades educacionais diante da afirmação de modos da cidadania criadores e ativos.

Utilizar a merenda escolar como instrumento pedagógico ao proporcionar modalidades individuais, coletivos e institucionais de ação social e cultural e na subjetividade dos cidadãos.

*

Page 239: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Chaves, Lorena Gonçalves et al. 2009 Rev. Nutr.

O programa nacional de alimentação escolar como promotor de hábitos alimentares regionais

Alimentação escolar. Hábitos alimentares. Políticas públicas. Programas e políticas de nutrição e alimentação.

PDF

2950 municípios brasileiros

NAmostra de 370 cardápios

Transversal qualitativo não experimental

Escolas do Ensino Fundamental

2007

Analisar a utilização de alimentos e preparações regionais nos cardápios da alimentação escolar do ensino público brasileiro, bem como sua freqüência e sua elaboração por nutricionistas.

Dos cardápios analisados, 63% a 87,8% foram elaborados por nutricionista. Entre as regiões, destaca-se a Sul, já que 86,5% dos cardápios contemplam pelo menos uma preparação regional no período de uma semana, enquanto na região Norte esse percentual cai para 38%. A região Norte apresentou menor relação entre o número de cardápios elaborados por nutricionista e número de preparações regionais, enquanto que a região Sul apresentou maior relação.

É necessário que os responsáveis pelo Programa incentivem e contemplem as preparações típicas ao hábito alimentar de cada região no cardápio da alimentação escolar e reforcem os meios de fiscalização desta prática.

Chaves, Maria das Graças Afonso Miranda. Marques, Maria Helena. Dalpra, Jorge Olivio. Rodrigues, Paula Afonso. Carvalho, Matheus Furtado de. Carvalho, Rodrigo Furtado de

2008 HU Revista (UFJF)

Estudo da relação entre a alimentação escolar e a obesidade

alimentação escolarobesidadeantropometriaestudantes

IMPRES

Juiz de Fora

MG L

Avaliação antropométrica (peso, estatura) e questionário

Quantitativo/ transversal

480 escolares - 4 a18 - -

Analisar a distribuição da obesidade e sobrepeso em escolares e sua associação com variáveis ambientais.

Essa pesquisa possibilitou melhor caracterização da população em estudo, podendo instituir a priorização e racionalização de uso de tempo e recursos financeiros públicos, comprovando-se a necessidade de investir na educação alimentar e em estratégias de prevenção de saúde dos escolares, para que bons hábitos virem rotina.

Faz-se necessário o desenvolvimento de medidas de prevenção e controle do excesso de peso neste grupo etário através da instituição escolar, com orientação e elaboração de uma dieta equilibrada, mas também através dos país ou responsáveis pelas crianças, por influenciarem diretamente nos hábitos de vida.

Coelho, Ana Iris Mendes et al 1999 Rev. Nutr.

Programa 5S's adaptado ao gerenciamento da alimentação escolar no contexto da descentralização

programa 5S's; alimentação escolar; gerenciamento de programa

IMPRES Viçosa M

G L

Checklist, Programa 5S's, palestras, treinamento dos manipuladores e cartazes

Qualitativa/ pesquisa ação

12 manipuladores e aprox. 1950 escolares

3 escolas estaduais -

2 a 11m

1995 a 1997

Relatar a experiência da utilização do programa 5S's para auxiliar no gerenciamento da alimentação escolar.

O programa 5S's adaptado foi uma ferramenta eficaz no processo de gerenciamento da alimentação escolar e pode ser aplicada em outras escolas, respeitando suas particularidades.

Buscar métodos eficientes para garantir o êxito na área do gerenciamento do programa de alimentação escolar descentralizado.

COSTA, E. Q. 2001

Caderno de Currículo e Ensino, NUTES/UFRJ

A Dimensão Educativa do Trabalho das Merendeiras

Merendeiras; formação profissional, treinamento, educação.

IMPRES T

revisão bibliográfica

Teórico

Contemplar o conjunto de espaços educativos que se apresentam o cotidiano da merendeira e reconher a influência que as políticas sociais e econômicas exercem na produção diária da existência, contribuindo para relativizar o papel dos cursos de treinamento na formação desse profissional.

COSTA, E. Q. ; LIMA, E. S. ; RIBEIRO, V. M. B 2002

História, Ciências, Saúde - Manguinhos

O treinamento de merendeiras: análise do material instrucional do Instituto Annes Dias - Rio de Janeiro (1956-94)

Treinamento de merendeiras, educação e trabalho, história da nutrição, política de merenda escolar.

PDF Rio de Janeiro

RJ L

Boletins instrucionais do Instituto de Nutrição Annes Dias

Revisão documental

- - - - -

Analisar a concepção educacional do treinamento de merendeiras nos anos de 1956 a 1994, a partir de 17 boletins instrucionais produzidos pelo Instituto de Nutrição Annes Dias, no município do Rio de Janeiro.

Ficou evidenciado que o treinamento teve como foco a dimensão técnica do trabalho das merendeiras e a recorrência dos temas de higiene e organização do serviço. A discussão sobre a formação das merendeiras passa pela definição de que trabalhadora se quer formar, o que antecede a preocupação com as competências (saberes e habilidades) que devem desenvolver.

Isso significa entender que o papel das merendeiras no coletivo escolar deve ser redimensionado de modo a possibilitar a sua integração à equipe educativa nas atividades promotoras de saúde, o que implica rever os conteúdos dos cursos de treinamento a que freqüentemente elas são submetidas.

Page 240: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Costa, Ester de Queirós. Ribeiro, Victoria Maria Brant.Ribeiro, Eliana Claudia de Otero

2001 Rev. Nutr.

Programa de alimentação escolar: espaço de aprendizagem e produção de conhecimento

alimentação escolar; educação em nutrição; aprendizagem em serviço.

emires T

Referências bibliográficas

Teórico PNAE

Apontar as possibilidades que podem ser utilizadas pelo nutricionista responsável pelo PNAE para desenvolver atividades educativas em nutrição visando a promoção da saúde da comunidade escolar.

Considerar todas as atividades escolares como educativas favoreceria a integração de todos os funcionários, escolares e familiares que atuam nesse ambiente, incluindo merendeiras e nutricionistas. Promover oportunidades para discutir as condições de saúde no local de trabalho contribuiria para a produção de conhecimentos e para o desenvolvimento de práticas educativas contínuas.

Utilizar o PNAE como espaço para desenvolver atividades de promoção da saúde, produção de conhecimento e de aprendizagem na escola; desenvolver o potencial do nutricionista como educador em nutrição.

COSTA, J. N. ; TABAI, K. C. . 2007 Oikos (Viçosa

Condições higiênico-sanitárias:avaliação das unidades de produção de alimentos de escolas da rede municipal de ensino fundamental de Urandi - Bahia.

Alimentação Escolar; condições higienico-sanitárias; boas práticas de fabricação

IMPRES Urandi B

A LLista de verificação de BPF

Estudo exploratório, descritivo observacional

13 manipuladores

7 municipais4 meses

2005 a 2006

Verificar as condições higiênico-sanitárias das 7 escolas através do levantamento dessas condições no serviço de alimentação das cozinhas escolares

As condições higienico-sanitárias das escolas analisadas foram consideradas insatisfatórias.

Necessidade de implantação e intensificação de medidas de controle, de forma a atender ás etapas que envolvem todo o processamento do alimentos.

CUNHA, Elisângela da ; SOUZA, A. A. ; N.M.V, M. 2010 Ciência &

Saúde Coletiva,

A ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA E AS AÇÕES EDUCATIVAS NA ESCOLA: DIAGNÓSTICO PARA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E NUTRIÇÃO

Alimentação escolar, Educação em saúde e nutrição, Ações educativas, Alimentação orgânica, Pesquisa qualitativa, Grupos focais

PDF Florianópolis

SC L

Entrevista semi-estruturada/ grupo focal e revisão documental

Qualitativo

Gerente da Alimentação Escolar, nutricionista, diretora, professores (7) e alunos (20)

1 estadual 1ªa 7ª série

5 meses

2006

Contribuir com elementos para avaliação do Projeto Sabor Saber e ainda incorporar uma discussão sobre saúde, alimentação escolar e alimentação orgânica, avaliando o engajamento de participantes da escola.

Concluiu-se que a utilização do alimento orgânico ainda não integra o projeto pedagógico desta escola; no entanto, os professores refletiram sobre a necessidade do desenvolvimento de ações de educação em saúde, alimentação orgânica e nutrição com a comunidade escolar.

Relevância da implementação de ações de educação em saúde em nutrição, aproveitando-se o contexto de utilização do alimento orgânico na escola.

Danelon Maria Angélica Schievano, Danelon Mariana Schievano , Silva Marina Vieira da

2008Segurança alimentar e nutricional

Alcance das metas nutricionais do programa “Escola de Tempo Integral”

cardápios, composição nutricional, período integral, Programa Nacional de Alimentação Escolar

IMPRES

Piracicaba

SP L

Roteiros de observação, pesagem direta dos alimentos

Quantitativo/ transversal

3 escolas de tempo integral -

6 meses

2006

Avaliar a composição nutricional das refeições que integram os cardápios oferecidos em duas das três escolas integrantes do programa "Escola de Tempo Integral" em Piracicaba (SP).

São necessários ajustes dos cardápios, elegendo, entre as prioridades, o alcance da meta do programa, com vistas ao pleno atendimento das demandas de energia e nutrientes dos alunos, durante a jornada ampliada de permanência na unidade de ensino.

Diferenciar as porções da alimentação oferecida aos escolares, tendo por base as necessidades nutricionais, que são reconhecidamente distintas para crianças e adolescentes.

Danelon Maria Angélica Schievano, Danelon Mariana Schievano, Silva Marina Vieira da

2006Segurança alimentar e nutricional

Serviços de alimentação destinados ao público escolar: análise da convivência do Programa de Alimentação Escolar e das cantinas

cantinas escolares, educação nutricional, Programa Nacional de Alimentação Escolar

IMPRES T

Referências bibliográficas

Revisão bibliográfica

Documentos, livros, artigos, teses e dissertações

Descrever alguns aspectos dos serviços de alimentação no âmbito escolar, a saber, o PNAE e as cantinas escolares, e analisar a coexistência desses serviços e sua influência no comportamento alimentar dos alunos.

O PNAE necessita de constantes reavaliações a fim de atender as preferências dos escolares e elevar a adesão ao programa. As cantinas escolares interferem na adesão dos alunos e podem representar uma forte limitação à educação nutricional, por comercializarem alimentos com alta densidade energética.

Reavaliar constantemente certos aspectos do PNAE, como exemplo: preparação dos cardápios, horários e estrutura de distribuição das refeições; aos gestores cabe a elaboração de portarias que regulamentem o funcionamento de cantinas; desenvolver programas de educação nutricional que envolvam alunos e familiares para a consolidação de hábitos alimentares saudáveis.

Page 241: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

DANELON, M. S. ; SILVA, M. V. 2008

Segurança Alimentar e Nutricional,

Preferências alimentares no ambiente escolar.

cantinas escolares, alimentação escolar, preferências alimentares, Programa Nacional de Alimentação Escolar

PDF Campinas

SP L

Entrevistas estruturadas sobre consumo alimentar e avaliação antropométrica (peso/altura)

Quanti-qualitativo

324 escolares 6 públicas 6 a14

3 meses

2004

Identificar as preferências alimentares de crianças e adolescentes no ambiente escolar, analisando a influência do convívio do PNAE e das cantinas sobre o comportamento alimentar dos estudantes.

A adesão à cantina foi mais freqüente entre as meninas e entre os alunos com maiores rendimentos. Quanto à convivência dos serviços escolares, observou-se tanto uma relação de complementaridade quanto de substituição da merenda escolar em relação aos alimentos comercializados na cantina.

Evidenciou-se a necessidade de orientação, para que os alunos optem de forma consciente pelos alimentos disponíveis nas escolas. A regulamentação do comércio de alimentos pelas cantinas para que ofereçam opções mais saudáveis para o lanche escolar.

Davanço GM, Taddei JAC, Gaglianone CP, Colugnati FAB

2004Rev Paul Ped. 2004; 22(2):95-101

Hábitos alimentares de escolares (1as e 2 as séries) durante a merenda escolar em escolas públicas de São Paulo, SP

Hábitos alimentares, alimentação escolar, criança, educação nutricional

PDF Vila Mariana

SP L

Questionário, avaliação antropométrica e observação direta da alimentação dos alunos

Regressão logística

630 escolares

8 ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS

7 a 10 2000

Estudar o hábito alimentar de crianças e seus determinantes durante a merenda escolar, visando conhecer e intervir na formação de hábitos alimentares.

Menos de um quarto de escolares apresentaram hábitos alimentares saudáveis no horário da merenda escolar, mesmo quando utilizados critérios pouco rigorosos.

É necessário promover hábitos alimentares saudáveis como os programas de educação nutricional.

Domene, Semíramis Martins Álvares, Pereira, Thalita Cremonesi and Arrivillaga, Rye Katsurayama de

2008 Rev. Nutr.

Estimativa da disponibilidade de zinco em refeições com preparações padronizadas da alimentação escolar do município de Campinas.

Ácido fítico; Alimentação escolar; Criança; Zinco.

IMPRES

Campinas

SP L

Cálculo dietético das preparações

Quantitativo/transversal

11 preparações

- 7a14 - -

Avaliar razões molares fitato:Zn e fitatoxCa:Zn/MJ de preparações para escolares entre 7 e 14 anos

A aplicação das razões molares para avaliação dos cardápios na alimentação escolar indica que a disponibilidade do zinco pode estar comprometida, o que pode ser revertido com o aumento da frequência de alimentos fonte, como as carnes.

Sugere- se que as refeições a serem empregadas no Programa de Alimentaçâo Escolar sejam anteriormente submetidas a comparações com as novas recomendações nutricionais, para que o objetivo do PNAE seja efetivado.

Domene, Semíramis Martins Álvares. 2008 Psicol. USP

A escola como ambiente de promoção da saúde e educação nutricional

Comportamento alimentar, Pobreza, Desnutrição, Alimentação escolar.

PDF T

Referências bibliográficas

Literário

Abordar e discutir os seguintes temas: 1. o nutricionista e sua atuação como técnico na área de alimentação escolar; e2. o educador, que tem a oferecer contribuição relevante para a consecução dos objetivos de uma política de alimentação escolar consistente

A escola, por princípio, é o ambiente ideal para a promoção da educação. Contudo, a análise do cenário atual mostra que promover “educação alimentar e nutricional” exige a compreensão de limites como o ní- nível de envolvimento dos alunos, a qualificação do professor, a qualificação do nutricionista e a qualidade da refeição servida na escola.

No que se refere a medidas que fomentem a escola como ambiente de promoção da saúde e de educação alimentar e nutricional, propõe-se:1. A revisão de cardápios;2. O aperfeiçoamento da aplicação da política nacional de alimenta alimentação escolar nos municípios, papel dos nutricionistas e gestores locais;3. Medidas de estímulo ao professor para sua atuação como mediador da educação alimentar; eventualmente, o emprego das Horas de Trabalho Pedagógico

Draibe SM. 1998 Cadernos de Pesquisa, 36

Descentralização das políticas sociais: o que ensinam as experiências recentes da merenda escolar, do dinheiro na escola e da TV Escola.

PDF T

Pesquisa Descentralização de Programas do MEC

Literário

Examinar, em que medida, o aumento da equidade, reconfiguração federativa e melhorados padrões de eficácia tem sido adequadamente atendida pelo processo de descentralização

As escolas ganharam autonomia e as prefeituras também, geração ao PME Os estudos de campo mostraram carências importantes de medidas de capacitação adequada às funções descentralizadas. O movimento de descentralização, apoiado na municipalização e autonomização das escolas vem produzindo esvaziamento das funções estaduais no sistema educacional.

Page 242: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Façanha SHF, Ferreira NDL, Monte ALS, Pontes AR

2002 Hig Aliment; 16 (100): 54-8

Avaliação da garantia da qualidade higiênico-sanitária do Programa de Alimentação Escolar da cidade de Sobral - CE

Alimentação EscolarISO 9000

PDF Sobral CE L

Treinamento, análise microbiológica da merenda e inspeções sanitárias.

Quantitativo

10 escolas escolas públicas

JULHO A DEZ

2001

Realizar a capacitação em Boas Práticas de Manipulação (BPM) para as merendeiras do Município de Sobral - CE, depois foram coletadas amostras da merenda em 10 das 18 escolas públicas da Cidade de Sobral, para a realização das análises microbiológicas e por último foram realizadas as inspeções sanitárias por inspetores da Vigilância Sanitária do Município. Constatou-se que existem escolas na Cidade de Sobral que servem merenda imprópria para o

Constatou-se que existem escolas na Cidade de Sobral que servem merenda imprópria para o consumo humano, porém existem escolas na mesma cidade que servem a merenda com um padrão de qualidade higiênico-sanitária aceitável

Sugere-se que hajam esforços para que seja exigido que todas as escolas sirvam a merenda dentro de um padrão desejável, para que a mesma não comprometa a saúde das crianças beneficiadas pelo programa

FLAVIO, E. F. ; BARCELOS, M. F. P. 2004

tecnológica, Santa Cruz do sul

Composição química e aceitabilidade dos cardápios oferecidos na merenda escolar de uma escola pública de Lavras - MG

Composição química, merenda escolar, aceitabilidade.

IMPRES Lavras M

G L

59 Amostras da merenda escolar/ questionários

Analítico 598 alunos 1 escola estadual

agosto a dezembro

2001

Avaliar a composição química e aceitabilidade da merenda escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental de uma escola estadual de Lavras e verificar se as mesmas atendiam as metas de recomendações nutricionais propostas pelo PNAE.

No presente estudo as metas do PNAE, quanto ao suprimento parcial das necessidades nutricionais, não foram totalmente atingidas em relação as adequações protéica,calórica e para a maioria dos minerais, ficando abaixo da média proposta. Quanto a análise sensorial todas as preparações alimentícias oferecidas na merenda escolar apresentaram valores determinados pelo PNAE

Flávio, Eliete Fernandes et al 2008 Ciênc. agrotec.

Avaliação da alimentação escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental das escolas municipais de Lavras, MG

Composição química; necessidades nutricionais; PNAE; criança; adolescente.

IMPRES Lavras M

G L

Análise de composição química

Quantitativo/ transversal

16 escolas municipais de ensino fundamental

2004

Avaliar se a alimentação escolar atende aos 15% das necessidades nutricionais dos alunos

Das 17 escolas todas atenderam as necessidades de proteína e ferro, 15 não atenderam as de energia e cálcio, 14 não atenderam as de zinco e apenas 3 atenderam a de magnésio. Conclui-se que a meta de fornecer 15% das NN na alimentação escolar não foi totalmente atingida, pois a maioria das adequações ficou fora da faixa recomendada pelo PNAE.

Flávio, Eliete Fernandes, Barcelos, Maria de Fátima Píccolo, Lima, Andrelisa Lina de

2004 Ciênc. agrotec.,

Avaliação Química E Aceitação Da Merenda Escolar De Uma Escola Estadual De Lavras–Mg

Avaliação química, merenda escolar, aceitação

PDF Lavras MG L

Pesagem e análise química dos alimentos; questionário de preferências e adesão

Quanti-qualitativo/ transversal

598 escolares

1 Escola estadual

5 meses

2001

Analisar numa escola estadual de Lavras (MG) a composição química e realizar a pesquisa de aceitação sobre a merenda escolar, verificando se as mesmas atendiam às metas de recomendações nutricionais propostas pelo PNAE.

As merendas não atenderam totalmente as metas propostas pelo PNAE quando ao conteúdo protéico, valor calórico e teor de alguns minerais; a aceitação da merenda mostrou-se satisfatória no aspecto sensorial e os cardápios que tinham como ingrediente básico o arroz apresentaram melhores índices de aceitação.

É necessário um acompanhamento efetivo deprofissionais da área de alimentação e nutrição a cada semestre letivo nas escolas conveniadas com o PNAE, objetivando realizar as adequações pertinentes quanto ao planejamento de cardápios, buscando, assim, a adequação deles no tocante às necessidades nutricionais do público-alvo da merenda escolar.

Page 243: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Fortuna JL. 2002 Hig Aliment.

Aspectos higiênico-sanitário no preparo de carne bovina servida em refeições escolares de instituições escolares municipais e estaduais, no Estado do Rio de Janeiro.

Carne bovina. Bacteriologia; higiene; merenda escolar

IMPRES

Tanguá, Itaboraí São Gonçalo

RJ L

Análise microbiológica de carnes, mãos dos manipuladores, utensílios e água.

Quantitativo

110 amostras. 22 cada (carne crua, cozida, mãos, faca e água)

4 escolas. 2 municipais, 2 estaduais

Avaliar as condições higiêncio-sanitárias na preparação de carne bovina servida em refeições escolares em instituições municipais e estaduais através de análises microbiológicas.

As condições higiênico-sanitárias da preparação de carne na merenda escolar é satisfatória, assim como dos utensílios da cozinha, dos manipuladores e da água de abastecimento.

Faz-se necessário fornecer subsídios para que todos os profissionais da área de produção e manipulação de alimentos em cozinhas industriais sejam informados dos principais fatores de risco de contaminação dos alimentos e reconheçam a importância da higiene na preparação desses alimentos.

Gabriel CG, Santos MV, Vasconcelos FA.

2008;8:299-308.

Rev Bras Saude Matern Infant

Avaliação de um programa para promoção de hábitos alimentares saudáveis em escolares de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Alimentação escolar, Sobrepeso, Obesidade, Intervenção nutricional, Hábitos alimentares

PDF Florianópolis

SC L

Questionário de consumo alimentar e av. antrop

Estudo de intervenção não controlado

162 escolares

Uma escola pública e uma da rede privada

fev a julho

2004

Relatar os resultados de um programa de intervenção nutricional visando à promoção de hábitos alimentares saudáveis em escolares do ensino fundamental.

Verificou-se aumento da freqüência de algumas atitudes e práticas alimentares mais saudáveis. O tempo entre a conclusão do programa e a realização do segundo exame antropométrico pode não ter sido suficiente para provocar mudanças no índice de massa corporal. Essa experiência pode ser aplicada em outras instituições e, para sua maior efetividade, deve contar com a participação da comunidade escolar (especialmente pais e professores).

Gabriel, Cristine Garcia et al.  2010 Rev. Nutr.

Cantinas escolares de Florianópolis: existência e produtos comercializados após a instituição da Lei de Regulamentação.

Cantina escolar. Lei das cantinas. Alimentação escolar

PDF Florianópolis

SC L

Questionário estruturado

Estudo de corte transversal

117 escolas

junho a julho

2006

Realizar um diagnóstico da existência das cantinas em Florianópolis, verificando os alimentos e bebidas comercializados, após a instituição da Lei Estadual de Regulamentação das Cantinas.

Itens proibidos pela Lei foram fortemente reduzidos ou retirados de comercialização, porém alimentos considerados inadequados continuam sendo comercializados em muitas escolas. A fiscalização desses estabelecimentos é necessária, juntamente com ações educativas destinadas aos proprietários das cantinas, escolares, pais e professores.

ressalta-se que a fiscalização das cantinas escolares é necessária, juntamente com as ações educativas e estratégias direcionadas aos responsáveis pelas cantinas, visando qualificar o fornecimento de alimentos e, consequentemente, os hábitos alimentares.

Considera-se oportuno enfatizar que proprietários de cantinas escolares precisam ser capacitados e preparados para trabalhar com alimentação escolar, de modo que essas ações possibilitem

Gabriel, Cristine Garcia et al.  2009

Arch. Latinoamericano. Nutr.

First Law regulating school canteens in Brazil: evaluation after seven years of implementation

cantina da escola, estratégias, hábitos alimentares

PDF

Blumenau, Chapecó, Criciúma, Jaguará do Sul, Joaçaba, Joinville, Florianópolis e Lages

SC L

Questionário estruturado

Estudo transversal

266 ESCOLAS PÚBLICAS E 79 PRIVADAS

JULHO A ABRIL

2007 2008

Analisar a existência e o funcionamento de cantinas escolares em oito municípios-chave, no estado de SC, e para determinar se os alimentos e bebidas vendidos pela estabelecimentos conformes à legislação pertinente contida na Lei n º 12.061/2001 (8).

A maioria das cantinas não vendem lanches fritos, refrigerantes, pipocas industrializados, balas, pirulitos e gomas de mascar e salgadinhos industrializados embalados. O itens que foram menos propensos a cumprir com a lei foram os sucos.

A inspeção desses estabelecimentos é necessário, juntamente com ações educativas visando a proprietários das cantinas, bem como as próprias escolas. Treinamento para o proprietários de cantina pode constituir uma estratégia que garanta a viabilidade econômica desses estabelecimentos e a possibilidade de eles serem transformando em lugares de promoção da saúde.

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GALEAZZI, M. A. M. ; CHAIM, N. A 1995 Em Aberto,

CAMPINAS,

Diagnóstico do Sistema de Alimentação do Escolar Em Campinas

PDF Campinas

SP L

Revisão documental

Teórico/ Revisão documental

160 MIL ALUNOS MATRICULADOS NA rede pública de ensino.

44 ESCOLAS MUNICIPAIS E 160 ESTADUAIS.

-

2° SEMESTRE

1995

"Realizar o diagnóstico do sistema de alimentação do escolar em Campinas" (criado)

Verificamos que a utilização de produtos excedentes da Ceasa complementaria quase todos os requisitos exigidos em nutrientes e energia (com exceção do cálcio). Notamos que é viável a introdução destes produtos no cardápio desde que ocorra um planejamento para a implementação do Sistema de Alimentação Escolar em Campinas.

-

GALEAZZI, M. A. M. ; VIANNA, R. T. P. ; ZABOTTO, Claudia B

1995 EM ABERTO, CAMPINAS

Aplicação das Recomendações da Fundação de Assistência Ao Estudante Na Gestão do Programa de Alimentação Escolar - O Caso de Campinas

PDF Campinas

SP L

Revisão documental

Teórico/ Revisão documental

-

5 ESCOLAS MUNICIPAIS E 32 ESTADUAIS

- - 1994

Discutir como viabilizar as ações recomendadas pela Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) que devem permear o gerenciamento local do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) após sua descentralização, visando à elevação dos níveis de alimentação e nutrição para melhoria do rendimento escolar.

As recomendações sugeridas pela Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) vêm imbuídas de um forte caráter gerencial, que caso sejam levadas a frente, o município tem grande chance de alcançar a eficácia.

A atuação conjunta do Conselho Municipal de Alimentação Escolar e dos Núcleos de Controle de Qualidade tem papel fundamental na otimização dos recursos com garantia de qualidade na refeição dos escolares. A importância da incorporação dos pequenos produtores e comerciantes ao programa e a necessidade do esforço de várias instâncias do poder público municipal para criar mecanismos que viabilizem sua participação nas licitações públicas.

Giordani, Rubia at al 2010 Espaço Amerindio

Políticas públicas em contextos escolares indígenas: repensando a alimentação escolar

Guarani; pesquisa qualitativa em nutrição; escola indígena; antropologia nutricional.

PDFIlha da Cotinha

PR L

Observação sistemática, entrevistas não-estruturadas e avaliação do consumo

Qualitativa/ Etnográfico

19 alunos e uma professora

Escola Indígena de Ensino Fundamental Incompleto Bilíngüe

Objetivo de desenvolver e aplicar instrumentos metodológicos adequados para um melhor conhecimento das circunstâncias nas quais o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é executado em contextos de populações indígenas.

Apesar da alimentação escolar diferir da alimentação consumida em casa e apresentar antagonismos em relação aos aspectos cosmológicos do grupo, de forma geral há boa aceitação das crianças naalimentação servida na escola. Existem ainda algumas semelhanças nos produtos habitualmente consumidos em ambos os lugares dado que e alimentação mbya, atualmente depende de produtos não produzidos na aldeia. Por fim, cabe destacar o esforço da comunidade e da

o desenvolvimento de estudos queproduzam um conhecimento sobre a realidade sócio-cultural e as circunstâncias históricas em que se insere a ação pública, com o objetivo de subsidiar e informar esta última; e, a participação da comunidade indígena na concepção e desenvolvimento dessa política, promovendo processos de discussão e negociação entre a comunidade e os poderes públicos.

GODOY, Leandro Cesar de et al. 2010

Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]

Análise sensorial de caldos e canjas elaborados com farinha de carcaças de peixe defumadas: aplicação na merenda escolar.

resíduo de pescado; sustentabilidade; combate à fome; nutrição humana.

PDF Maringá

PR L Análise

sensorial

Analítico: sensorial e estatístico

40 provadores

O trabalho avaliou a aceitação de caldos e canjas elaborados com farinhas aromatizadas desenvolvidas a partir de carcaças de peixes defumadas.

Os caldos e as canjas elaborados a partir das farinhas aromatizadas foram bem aceitos pelos consumidores. Independente da espécie utilizada, a farinha aromatizada pode ser empregada no enriquecimento de produtos para o consumo humano. Esses produtos podem ser aplicados na merenda escolar, contribuindo na nutrição das crianças. Além disso, tal uso daria um destino nobre aos resíduos que podem causar sérios impactos se descartados no meio ambiente.

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Goés, JAW; Fortunato, DMN; Veloso, IS; Santos, JM

2001 Higiene Alimentar

Capacitação dos manipuladores de alimentos e qualidade da alimentação servida

Manipulação de Alimentos/recursos humanosHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos

PDF Trevisão bibliográfica

Faz uma reflexäo sobre a segurança alimentar e a qualidade dos alimentos, dando ênfase à importância da capacitaçäo e educaçäo em serviço dos manipuladores de alimentos, para a qualidade da alimentaçäo servida.(AU)

Goldschmitdt, Patricia; Granada, Graziele 2010 Alim. Nutr.

Biodisponibilidade de ferro na merenda escolar

Biodisponibilidade; ferro; merenda escolar

PDF Rio Pardo

RS L

Análise da composição

pesquisa transversal observacionale descritiva de natureza qualiquantitativa

Instituto de Educação Estadual

7 A 14 set 2008

Estimar a biodisponibilidade do ferroingerido durante o período escolar, no Instituto Estadual de Educação Ernesto Alves, da cidade de Rio Pardo-RS, seguindo a determinação doPrograma Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

Os resultados deste estudo mostram, em 59% dos dias, valores insuficientes cientes de ferro total biodisponível,ingeridos durante o período escolar, devido asquantidades baixas de vitamina C (91% dos dias), e elevadas de Cálcio (32% dos dias).

HERNÁNDEZ, Alexandre Builsing ; SLAVUTZKY, S. M. B. ; PADILHA, Dalva Maria Pereira

2008

Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre

Avaliação do consumo da merenda escolar em escolas municipais de Porto Alegre

Alimentação escolar, Promoção da saúde, Prevenção de doenças, Nutrição de grupos de risco

PDF Porto Alegre

SC L Recordató

rio 24h

Quantitativo/ transversal

1398 escolares

4 escolas municipais - - 2004

Descrever os componentes da dieta dos alunos do Segundo e Terceiro Ciclos de quatro Escolas Municipais de Porto Alegre, verificar se a merenda escolar fornecida pela instituição é consumida pelos estudantes e, também, verificar se a existência de cantina nas escolas modifica o consumo desta merenda.

Os dados da pesquisa evidenciaram a importância do problema, visto que a baixa procura pela alimentação oferecida pela escola aliada ao consumo exagerado de produtos açucarados e nutricionalmente pobres, além de representar o desperdício de recursos públicos, constitui um risco para a saúde dos alunos.

-

Lázaro, Cristiane Pinheiro, Valença, Ana Maria Gondim and Chiappini, Claudete Corrêa de Jesus

1999 Rev. Nutr.

Estudo preliminar do potencial cariogênico de preparações doces da merenda escolar através do pH da saliva

alimentação escolar; cariogênicos; saliva; concentração de íons de hidrogênio.

IMPRES Niterói R

J L

Questionário de frequência alimentar/pH da saliva

Quantitativo

52 crianças eutróficas

7 a 10 anos

2 meses

1997

Determinar a curva de pH da saliva após o consumo de preparações doces, relacionar as variáveis teor de glicídeos e pH, discutir o uso de preparações doces na merenda.

Nenhuma das curvas de pH atingiu valores críticos para o surgimento de cáries, após a ingestão das preparações. Preparações doces pastosas possuem maior potencial cario gênico do que as líquidas e gelatinosas.

Eliminar do cardápio mensal preparações doces com alta adesividade (pastosas) contribuindo para a prevenção de cáries.

LEAL, V. S. et al.

2008 v. 7, n. 1, p. 50-57, jan./fev.

Rev. Nutr. Brasil, Rio de Janeiro

Das modificações temporais das políticas de alimentação e nutrição no Brasil à perpetuação do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

políticas públicas, segurança alimentar e nutricional, alimentação escolar.

RESUM T

Dados bibliográficos

Teórico

Propõe-se a perpassar algumas das políticas eprogramas sociais no Brasil, em particular aqueles que proporcionaram ou ainda proporcionam benefícios à população, atravésdas oportunidades de acesso à alimentação e educação, tornando possível a melhoria de vida dos excluídos.

Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil devidoàs condições desfavoráveis nos indicadores sociais da população, com uma profunda desigualdade social, as pesquisas apontam para um maior índice de insegurança alimentar (PNAD-2004).

O Programa Nacional de Alimentação Escolar(PNAE) deve ser visto como um direito dos escolares, sendo importante atender na sua plenitude às normas estabelecidas pelo mesmo, respeitando os hábitos alimentares, estimulando a produção de alimentos locais que fazem parte, na maioria das vezes, da cultura alimentar dos benefi beneficiários, garantir uma produção de alimentos dentro dos padrões de higiene, armazenamento e distribuição adequados e a interação da escola

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MAESTRO, V. ; SILVA, M. V 2004

Cadernos de Debate (UNICAMP), Campinas

A participação dos alimentos industrializados na dieta de alunos de escolas públicas brasileiras

Alimentação escolar, alimento industrializado, consumo alimentar, preferência alimentar

PDF Piedade

SP L

Recordatório 24h/questionário socioeconomico

Quantitativo

508 escolares 25 estaduais 6 a 18 - -

Conhecer a participação relativa dos alimentos industrializados na dieta, o (s) local (is) de consumo e o responsável pela preparação, assim como a proporção da renda familiar gasta em alimentação.

É de fundamental importância que os pais participem das escolhas alimentares de seus filhos, permanecendo atentos ao consumo indiscriminado de alimentos industrializados que além de oferecer risco para a obesidade, podem colaborar para o comprometimento do valor nutritivo da dieta se foram acompanhados pela redução do consumo de alimentos in natura, como hortaliças e frutas.

A reorientação dos gastos com alimentação pode ser uma das ações educativas para a mudança de hábitos alimentares dos escolares e suas famílias, com vistas à melhoria tanto do aspecto qualitativo como quantitativo da dieta.

MAFRA, L. A. S 2002 Cpda Textos

Relações de poder no processo de descentralização do Programa de Alimentação Escolar

Descentralização de programas sociais. Programa de Alimentação Escolar, Ações alternativas

IMPRES

Zona da Mata

MG L

Dados bibliográficos

teórico

Busca refletir sobre a natureza do poder existente na correlação de forças e interesses entre uma organização de agricultores familiares e a administração municipal diante do processo de descentralização do PAE num município da Zona da Mata mineira.

Para os agricultores familiares há uma série de obstáculos para conseguir fornecer seus produtos à alimentação escolar, como a relação local de poder, diferenciação nos conhecimentos do funcionamento do programa ou também, pela própria dificuldade dos agricultores em lidar com a burocracia.

É importante dissiminar informações e capacitar agentes locais na gestão da alimentação escolar

Magalhães, Angélica Margarete. Chaves, Roselene de Queiroz. Silva, Tânia Nunes da

2009Revista de Economia a Agronegócio

Viabilidade Da Introdução Do Mel NaMerenda Escolar: Oportunidade EDesafio Para O Agronegócio Apícola

Apicultura, alimentação escolar, teste de aceitabilidade, SistemaAgroalimentar Local (SIAL).

IMPRES

Sentinela do Sul

RS L

Análise de valor nutricional/ teste de aceitabilidade

Quantitativo 91 alunos 9 municipais

Avaliar a viabilidade da introdução do mel na merenda escolar

A aceitação do mel é menor do que da geléia e maior do que a do melado. O custo da preparação com mel é 18% maior do q o recurso repassado pelo FNDE.

É necessário estimular o aumento do consumo a médio prazo, criando uma cultura de consumo nas refeições diárias das famílias. Dessa maneira, o incremento da aceitabilidade pelas crianças do ensino fundamental será uma consequência.

Marchioni DM e Zacarelli EM

1998 ??

Revista higiene alimentar, 12, 13-18

Avaliação da temperatura em refeições transportadas de um programa de alimentação escolar

Alimentação EscolarManipulação de Alimentos/métodos

PDF

Um município da Grande São Paulo

SP L

Avaliação da temperatura dos alimentos

Quantitativo/ qualitativo

41 ESCOLAS 4 a 7

Avaliar a temperatura dos alimentos e preparaçöes de um Programa com estas características em um município da Grande Säo Paulo, atendendo crianças na faixa etária de 4 a 7 anos.

No recebimento da merenda transportada, os alimentos tiveram temperatura inadequada em 40 por cento dos casos, numa proporçäo de 28 por cento para alimentos quentes e 100 por cento nos alimentos frios. Durante a distribuiçäo, a temperatura das preparaçöes quentes manteve-se inadequada em 34 por cento dos casos e em 100 por cento nas preparaçöes frias. Recomenda-se o treinamento das merendeiras para melhor uso do balcäo térmico e a aplicaçäo do método HACCP nas fases de

Martins R de CB, Medeiros MAT de, Ragonha GM, Olbi JH, Segatti MEP, Osele MR.

2004 Saúde em Revista

Aceitabilidade da alimentação escolar no ensino público fundamental.

Merenda escolar, suplementação alimentar, políticas de nutrição e alimentação, serviços de alimentação - segurança alimentar.

PDF Piracicaba

SP L

Indicadores de aceitação e rejeição (resto/ingestão)/ % de adesão

Quantitativo/transversal

480 escolares do Ensino Fundamental

12 públicas fev 2002 Avaliar a aceitabilidade da alimentação escolar.

A adesão é baixa, sob a alegação de não gostar da merenda. A aceitabilidade de algumas preparações é alta, mas em média é regular.

Para aumentar a aceitação e a segurança alimentar dos escolares é necessário incorporar ao ensino atividades educativas relacionadas à nutrição e saúde, prover infra-estrutura que garanta condições adequadas para a produção e distribuição das refeições e aumentar a variação dos cardápios.

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Mascarenhas, Jean Márcia Oliveira. Santos, Juliana Cantalino dos

2006

Sitientibus. Revista da Universidade Estadual de Feira de Santana

Avaliação Da Composição Nutricional DosCardápios E Custos Da Alimentação EscolarDa Rede Municipal De Conceição Do Jacuípe/Ba

Alimentação escolar; Composição nutricional; Avaliaçãodos custos.

IMPRES

Conceição de Jacuípe

BA L

Avaliação do teor de proteínas e calorias por tabela de composição de alimentos, CUSTO

Quantitativo

2064 estudantes

23 escolas municipais

4 a 10 anos

6 meses

2002

Analisar o valor nutricional (calorias e proteínas) e o custo da alimentação escolar.

Os cardápios elaborados não atendem as recomendações nutricionais do PNAE. Os recursos repassados às escolas eram menores do que o necessário para atender a estas necessidades.

Torna-se necessário aumentar os recursos para a melhoria da condição nutricional de crianças e de adolescentes, para atingir o objetivo do governo brasileiro em erradicar a fome.

Monlevade JAC. 1995. p.124-8.

Em aberto

Técnico em alimentação escolar: um novo profissional para a educação básica.

IMPRES T

Dados bibliográficos

Teórico

Este texto pretende dar alguma atenção e levantar algumas questões sobre o tema da alimentação escolar e da trabalhadorasemidoméstica, desprofissionalizada que modernamente tem assumido o papel de "encher a barriga" de trinta milhões de criançase adolescentes e, por conseqüência, viabilizar o processo de aprendizagem que seria o objetivo central da escola.

Os caminhos podem ser distintos, mas o propósito comum é dar nova qualidade ao trabalho destes educadores, valorizá-los como profissionais e contribuir para a construção de uma nova qualidadeda escola pública, universal e democrática, ameaçada na sua essência pelos modismos da terceirização dos serviços e pela pseudosimplificação e racionalização dos procedimentos administrativos. Da reflexão dos sujeitos educadores sairão pistas de verdadeiraqualificação de nossa escola pública e de seus

MOYSES, M.A.A., COLLARES, C.A.L. 1995 Em Aberto

Aprofundando a discussão das relações entre desnutrição, fracasso escolar e merenda.

PDF TRevisão de literatura

Teórico

Discutir as relações entre desnutrição, fracasso escolar e merenda a partir de alguns marcos da história da alimentação escolar.

O enfoque que tem sido dado às discussões sobre o programa de merenda apenas cria o campo necessário para que prosperem propostas como essas. Ao aceitarmos, em nossos debates, a direçãoe os limites impostos pelas falas oficiais sobre a merenda, abdicamos de nosso direito de subverter a situação posta, de definirmos, nós mesmos, nossos rumos e limites.

Muniz, Vanessa Messias and Carvalho, Alice Teles de

2007 Rev. Nutr.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar em um município do estado da Paraíba: um estudo sob o olhar dos beneficiários do Programa

Alimentação escolar; avaliação PNAE; avaliação de programas sociais; estudantes

IMPRES

João Pessoa

PB L

Questionário com perguntas abertas e fechadas

Quantitativo

240 alunos da quarta série

10 municipais 2005

Analisar a adesão e a aceitação da alimentação escolar e seus determinantes sob o ponto de vista dos beneficiários do PNAE

A inadequação ao hábito alimentar e ao sabor forma os principais motivos para não aderir e aceitar a alimentação, respectivamente.

A adequação do cardápio aos hábitos alimentares e a essencialidade do programa para reduzir a evasão escolar, devem ser mais investigados.

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MURA JDP. 2007Rev. Nutr Profis, n 12, p. 28-34, mar/abr

Possibilidades e desafios da alimentação escolar na área pública

DOC TDados bibliográficos

Teórico

Entender a escola enquanto espaço físico, social e cultural, e definir a questão de segurança alimentar nutricional da alimentação escolar, dentro desse espaço.

O cardápio deverá ajustar-se à alimentação da família, conforme a disponibilidade de alimentos e preferências regionais. As famílias devem ser orientadas sobre as práticas para uma alimentação saudável. As refeições devem incluir, no mínimo, o desjejum, o almoço e o jantar. A merenda escolar deverá adequar-se aos hábitos regionais, devendo-se ser evitado r o uso e a utilização de alimentos isentos de valor nutricional.

OCHSENHOFER, K.; QUINTELLA, L. C. M.; SILVA, E. C.; NASCIMENTO, A.; P. B.; RUGA, G. M. N. A.; PHILIPPI, S. T.; SZARFARC, S. C.

2006Nutrire Ver. Soc. Bras. Aliment. Nutr.

O papel da escola na formação da escolha alimentar: merenda escolar ou cantina?

Adolescentes, merenda escolar, cantina, comportamento alimentar, televisão.

IMPRES Barueri S

P L Questionário

Quantitativo

384 alunos de 7ª e 8ª séries

1 escola pública

março/ período diurno

2004

Identificar a preferencia de adolescentes pelos alimentos comercializados pela cantina ou distribuídos pelo PNAE.

A maioria (81,5%) dos alunos compram alimentos da cantina, entre doces, salgados, salgadinhos e refrigerantes. Não consomem a merenda por não gostarem ou não terem fome ou vontade.

Torna-se relevante analisar os motivos de rejeição da merenda, já que uma alimentação inadequada nessa idade pode levar a uma diminuição do aproveitamento do aluno. Necessário a atuação de profissionais capacitados, visando incentivar o consumo da merenda, por meio de educação nutricional.

Oliveira, José Eduardo 2007 Est Avanç 21 (60)

Educação e direito à alimentação

Alimentação, Nutrição, Segurança alimentar e nutricional, Direito à alimentação, Educação alimentar e nutricional.

PDF TDados bibliográficos

Teórico

Situar alguns dos nossos problemas alimentares e nutricionais, da segurança alimentar, da educação e do direito à alimentação.

Reafirma que a educação precisa ser considerada o fator fundamental para a boa alimentação, e que a segurança alimentar e nutricional é, ao lado da educação, outro fator muito importante para garantir o direito a essa alimentação. Conscientes disso, vamos nos unir e enfrentar o desafio de vencer a má alimentação e garantir uma alimentação balanceada e saudável para todas as pessoas.

Há que disponibilizar com a educação a possibilidade de uma boa alimentação necessária para todos, de uma maneira estável (não sujeita a flutuações sazonais, econômicas ou geopolíticas), autônoma (em que cada região possa garantir, ao menos, sua cesta básica típica), sustentável (preservando-se os recursos naturais para que as gerações vindouras também possam ter acesso a alimentos balanceados e saudáveis) e eqüitativa, garantindo-se a todos, sem discriminação, um

Ometto, Ana Maria Holland; Sturion, Gilma Lucazechi; Silva, Marina Vieira da; Furtuoso, Maria Cristina Ortiz; Pipitone, Maria Angélica Penatti

2003Nutrire Ver. Soc. Bras. Aliment. Nutr.

Programa nacional de alimentação escolar: principais componentes dos custos e seus determinantes

Programas de nutrição; alimentação escolar; Nutrição em saúde pública

PDF

1378 municípios brasileiros

N Questionário

Quantitativo set 1997

Identificar elementos que pudessem explicar as diferenças entre os municípios no tocante aos gastos realizados COM O PNAE.

Os resultados, com base em dados obtidos em setembro de 1997, evidenciaram que o dispêndio per capita médio com o programa é R$0,32, sendo que quase 90 por cento desse valor destina-se ao pagamento de gêneros alimentícios (R$0,20) e funcionários (0,09). Objetivando

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Paulillo, Luiz Fernando. Almeida, Luiz Manoel de. 2005

Rev. Segurança alimentar e nutricional, Campinas

Rede de segurança alimentar e agricultura familiar: a merenda escolar como instrumento de desenvolvimento local

Políticas de alimentação, programa de suplementação alimentar, alimentação escolar, merenda escolar

IMPRES

Bebedouro

SP L

Relato de experiência

Teórico 2002 a2004

Mostrar como mecanismos públicos participativos e organizações locais podem promover o desenvolvimento rural local com possibilidades de inclusão social (neste caso pequenos citricultores e trabalhadores rurais), com a cristalização de uma rede de capital social.

"A formação de uma rede de capital social; vinculada a produção de laranja e distribuição de suco na merenda escolar de um município citrícola do estado de São Paulo mostrou que é possível concretizar um estágio de Segurança Alimentar local que abrange valores nutricionais dos alimentos auteridade de produtos, saúde das pessoas, solidariedade a produtores agrícolas e trabalhadores rurais margilizados em um complexo agroindustrial..."

"os processo de reestruturação agroalimentar no Brasil não devem ser vistos simplesmente como a adaptações flexíveis a problemas globais. As localidades os especificam, porque regem de forma diferenciada e podem influencia-los."

Pedraza, Dixis Figueroa. Andrade, Sônia Lucia Lucena Sousa de. Monteiro, Jailma Santos. Lima, Pedro Israel Cabral de

2007

Revista Brasileira em Promoção da Saúde (UNIFOR),

Avaliação do programa de alimentação escolar municipal de Olinda-Pernambuco.

Alimentação escolar; Programa e políticas de nutrição e alimentação

IMPRES Olinda P

E L quetionários

Quantitativo

estudantes; merendeiras

32 escolas públicas 2002

Diagnosticar a situação do Programa de Alimentação Escolar Municipal.

"O trabalho pode ser considerado uma experiência bem sucedida na avaliaçào de programas descentralizados de alimentação escolarno Brasil", podendo ser adaptado a outros municípios.Capacidade de Processamento de Merenda regular (área da cozinha, refeitório e equipamentos classificados como piores). Falta de preparo das merendeiras. Necessidade de atividades complementares. Pais de alunos desempregados ou empregos de baixos salários e famílias numerosas. Boa aceitação da merenda.

Qualificação profissional em função de novas recomendações nutricionais. Considerar a alimentação escolar como um direito e a merenda como melhor veículo de Educação Alimentar e Nutricional. Capacitar merendeiras. Formar CAEs como espaço de participação popular. Incorporar conhecimentos de nutrição e higiene de alimentos no currículo escolar. Construir cantinas para vender produtos nutritivos e de baixo custo. Implantar horta nas escolas. Vincular escola a

Pinho, Sandra Reis 1995 Em Aberto

Merenda Escolar e Setor de Nutrição da Prefeitura de Porto Alegre/RS

Merenda Escolar, Nutrição, Prefeitura PDF Porto

AlegreRS L

Relatório de experiência

Teórico

Refletir sobre a importância da merenda escolar e a nova visão que as pessoas estão adquirindo em relação a este tema.

Além de participar sistematicamente de reuniões com a direção, com a técnica em nutrição e funcionários da cozinha, o profissional nutricionista também participa da ministração de palestras a pais, alunos e professores, a pedido da escola. são realizados, anualmente, encontros cujos objetivos vão além da qualificação técnica específica exigida para ocargo, considerando-se também o estabelecimento de relações que venham a tornar o trabalho mais prazeroso.

É necessário uma assessoria qualificada, através de visitas periódicas às escolas e de seminários, encontros, palestras, cursos muitos dos quais desenvolvidos pelos próprios funcionários do setor.

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PIPITONE, M. A. P 1999 Salusvita

Notas sobre a alimentação escolar como objeto de pesquisa

Programas de NutriçãoAlimentação EscolarPesquisa/métodos -BrasilTranstornos NutricionaisTranstornos de AprendizagemNecessidades Nutricionais

IMPRES T

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Apresentar dados sobre o enfoque das pesquisas relacionadas com o tema da alimentação escolar no Brasil e em outros países.

A administração do programa de alimentação escolar pode estar tecnicamente preparada para estabelecer novas e proveitosas relações com o setor privado, buscando a oferta de bens e serviços, que possam incorporar mais dinamismo, melhor aplicação dos recursos públicos e maior satisfaçlão do consumidor final, que neste caso é o aluno do 1º grau.

ESTAS NOVAS PARCERIAS DO SETOR PÚBLICO COM O PRIVADO DEVEM OCORRER SOBRE A DEFINIÇÃO TRANSPARENTE E OBJETIVA DE CRITÉRIOS QUE OBEDEÇAM, NÃO SOMENTE AS LEIS DO MERCADO, COMO TAMBÉM OS CRITÉRIOS DE PROBIDADE E JUSTIÇA SOCIAL COMPATÍVEIS COM O USO DOS RECURSOS PÚBLICOS.

PIPITONE, M. A. P 1998Cadernos de Nutrição (São Paulo)

Os arquivos brasileiros de nutrição e a trajetória de criação e consolidação da campanha nacional de alimentação escolar no Brasil.

Arquivos Brasileiros de Nutrição; Campanha Nacional de Merenda Escolar; merenda escolar, escola e educadores.

IMPRES T

Análise de documentos da ABN

Qualitativo

documentos sobre a Campanha Nacional de Alimentação Escolar

Contribuir com a difusão de conhecimentos seguros da ciência da nutrição para a formação de nutricionistas. Ampliar os resultados dos trabalhos e dos estudos realizados.

Observação do avanço técnico e cientifico conseguido pelo setor de nutrição e políticas empreendidas pelos médicos ligados a Josué de Castro. O avanço consiste no reconhecimento por parte do Estado, dos problemas nutricionais da população.

PIPITONE, M. A. P. ; GANDINI, R. P. C. . 2001

Saúde em Revista (UNIMEP)

Programa de Alimentação Escolar: um estudo sobre descentralização, escola e educadores

Merenda Escolar; descentralização; educação e saúde.

IMPRES

municípios paulistas

SP L

análise de documentos, questionários e entrevistas

Quati-quali, análise documental

dirigentes municipais, assistentes técnicos

Identificar e problematizar o papel da escola e educadores no PNAE feitos pelos órgãos propositores desses planos e pelos intelectuais que publicam suas idéias sobre o tema. Coletar também informações sobre a descentralização do programa.

Questiona a descentralização do programa, comparando o Brasil com o Chile, onde o programa foi implementado pelo governo federal. No Brasil, a co-participação de três esferas de governo cria dificuldades.

A função da merenda é suplementar a necessidade de nutrientes durante a jornada escolar da educação básica. Todavia não deve ser excluída ou hipertrofiada. Interdependência entre o programa e problemas nutricionais verificadas entre os escolares.

Pipitone, Maria Angélica Penatti et al 2003 Rev. Nutr.

Atuação dos conselhos municipais de alimentação escolar na gestão do programa nacional de alimentação escolar

alimentação escolar; conselho municipal de alimentação escolar; participação comunitária; programas e políticas de nutrição e alimentação

PDF1368 municípios

- N

questionários (envio por correio)

Quantitativo

1368 municípios

1997 a 1998

Avaliar a atuação dos CAEs. Verificar as funções efetivamente exercidas pelos CAEs nas deferentes regiões e identificar fatores associados ao exercício dessas funções.

Atribuição principal do CAE é a fiscalização da aplicação de recursos (76,90%), seguida pelo acompanhamento do programa nas unidades escolares(63,45%). Ë menor a participação do CAE na elaboração de cardápios (50,41%0 e na programação, execução e avaliação de atendimento (38,90%). A descentralização e a participação são práticas intrinsecamente vinculadas e auto-reforçadas.

Realização de atividades que contribuam para o aumento da participação do CAE na programação, execução e avaliação para os municípios do Norte e Nordeste e nos de menor tamanho. Realização de atividades que estimulem o aumento da participação do CAE na elaboração do cardápio nos municípios do SUL. Realização de novos estudos e ques estes incorporem entrevistas aos membros do CAE e análise de documentos.

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PISTORE, A.R. E GLINSKIB, J. M. L. N. 2006

Higiene alimentar 20, 146/17-20 (2006?)

Avaliação dos conhecimentos higienicos sanitários dos manipuladores de merenda escolar. Fundamento para treinamento continuo e adequado

Capacitação em ServiçoBoas Práticas de ManipulaçãoAlimentação EscolarManipulação de Alimentos -Higiene dos Alimentos

PDF Videira SC L Questioná

rio

Funcionários da rede municipal que servem merenda escolar

11 ESCOLAS MUNICIPAIS

Para avaliar os conhecimentos higiênico-sanitários e propor alternativas na capacitação dos manipuladores de merenda escolar.

pode-se afirmar que os manipuladores de merenda escolar detêm conhecimentos na maioria dos assuntos abordados, porém possuem deficiências de instrução em alguns aspectos. Além disso, os manipuladores consideram que os conhecimentos já adquiridos em treinamento são pouco aplicados na rotina de trabalho, tendo pouca ou nenhuma contribuição na adoção de boas práticas de manipulação de alimentos. Este fato decorre da falta ou inadequação de instalações e/ou, ainda, da falta de hábito dos manipuladores

Considerando o exposto, há necessidade de condições adequadas (instalações, equipamentos, utensílios e implementos) nos serviços de alimentação dos estabelecimentos escolares e capacitação dos manipuladores de merenda escolar, que proporcione a aprendizagem efetiva e a aplicação dos conhecimentos teóricos nas atividades de manipulação de alimentos.(AU)

PRETTO, D. A. R. ; SLAVUTZKY, S. M. B. . 2004

Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre,

Quantidade de açúcar nos alimentos comprados pela rede municipal de ensino de Porto Alegre para o preparo de merendas escolares em 2002

alimentação escolar, dieta cariogênica, sacarose

IMPRES

Porto Alegre

RS L

Análise de documentos, análise de alimentos e nutrientes nos rótulos

Quantitativo

rótulos de alimentos, análise nutricional

91 escolas municipais 2002

Determinar a quantidade de sacarose nos alimentos comprados pela rede municipal de Porto Alegre, utilizados na alimentação escolar

Os alimentos analisados podem ser prejudiciais à saúde dos escolares por serem nutricionalmente fracos e pela presença exagerada de sacarose

Esses alimentos devem ser excluídos dos cardápios da alimentação escolar.

Queiroz, Aline Romero ; Szarfarc, Sophia Cornbluth ; Marchioni, Dirce Maria Lobo

2008

Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr.,

A fortificação das farinhas de trigo e de milho no fornecimento de ferro para a merenda escolar

Escolares.Saúde escolar. Consumo de alimentos.Ferro biodisponível.

IMPRES

São Bernardo do Campo

SP L

avaliação (da composição nutricional) de cardápios semanais

Quantitativo 2005

Quantificar o ferro total e biodisponível veiculado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar no município de São Bernardo do Campo e discuti-lo diante da perspectiva gerada pela fortificação de farinhas com ferro em relação à deficiência do mineral.

Atende a recomendação de fornecimento de 15% de energia e nutrientes (PNAE).Oferece quantidade superior à recomendação de ferro (1,5 mg). Fortificação de farinha de trigo e milho significou aumento de 22% no ferro biodisponível na merenda. Importância da merenda no controle e prevenção da deficiência de ferro. Importância da fortificação de farinhas.

Política pública de fortificação de farinhas de trigo e de milho que a atendem ao objetivo de diminuir a prevalência de anemia.

Rezende, CHA; Costa-Cruz, JM; Gennari-Cardoso, M

1997 Rev Panam Salud Publica

Enteroparasitoses em manipuladores de alimentos de escolas públicas de Uberlândia (MG), Brasil

PDF Uberlândia

MG L Exame de

fezes

Estudo prospectivo

264 indivíduos 57 escolas

De 20 a 66 anos

set/ abr/set

1989/ 1990/

Delinear o perfil das enteroparasitoses entre os manipuladores de alimento das escolas públicas de primeiro grau da área urbana do município de Uberlândia, com acompanhamento prospectivo e registro de possíveis mudanças do referido perfil após tratamento específico.

Entre as 264 pessoas estudadas, 67 (25%) contratadas para exercer a função de cantineira, e 197 (75%) para as funções de servente, serviçal e zelador, todas manipulavam alimentos por ocasião do preparo das refeições para os alunos. Todos indivíduos demonstraram conhecimento sobre transmissão de parasitoses. A ocorrência de parasitas intestinais foi de 17% (45 casos), 10% (27 casos) e 10% (27 casos) para C1, C2 e C3, respectivamente.

Recomendamos a implantação de vigilância epidemiológica através do exame parasitológico periódico, tratamento específico e treinamento sobre manejo higiênico de alimentos e higiene pessoal para todos os manipuladores de alimentos.

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Rocha C 2009 Development Policy Review

Developments in National Policies for Food and Nutrition Security in Brazil

Brasil, transferência condicional de renda, programas, agricultura familiar, segurança alimentar e nutricional, a gestão participativa, a merenda escolar programas de política socia

PDF T

Dados bibliográficos e estatísticos

Revisão bibliográfica

Publicações científicas e documentos sobre politicas públicas referentes a segurança alimentar e nutricional

2003 a 2008

Este artigo examina provas de avaliação em dois dos mais importantes recentes iniciativas nas políticas do Brasil para a segurança alimentar e nutrição (condicional transferências de dinheiro através de Bolsa Família e de apoio à agricultura familiar através do Programa de Alimentos )

Rosa, Monique Silveira et al 2008 Rev. Nutr.

Monitoramento de tempo e temperatura de distribuição de preparações à base de carne em escolas municipais de Natal (RN), Brasil

Alimentação escolar; Carne; Higiene dos alimentos.

PDF Natal RN L

Termometro Digital (aferição de temperatura de preparações à base de carne)

Quantitativo

escolas municipais

Monitorar o tempo e a temperatura de distribuição de preparações à base de carne servidas em escolas municipais de Natal-RN.

Adequação da temperatura de cocção (100%) e inadequação da temperatura de distribuiçãp (100%). Necessidade de adoção de boas práticas.

Adoção de boas práticas. Maior atenção ao fornecimento da Alimentação Escolar. Presença responsável técnico qualificado para supervisão e orientação periódica das atividades das UANs. Locais adequados para a distribuição de alimentos. Aquisição de equipamentos que mantenham a temperatura correta da alimentação.

Salay, Elisabete; Ferreira de Carvalho, José 1995

Arch. Latinoamericano. Nutr.

Avaliacâo do programa de merenda escolar do Minicipio de Campinas, Brasil

Suplementação alimentar, alimentação escolar, educação alimentar e nutricional

RESUM

Campinas

SP L

Avaliação da composição dos alimentos

Estudo Comparativo

1237 CRIANÇAS

6 ESCOLAS -(Pré escola)

Determinar as adequaçôes calórica e proteíca, diagnosticar a modalidade operativa e as dificuldades operacionais do Programa de Merenda Escolar na cidade de Campinas do Brasil.

Os valores de adequação das escolas nâo + estatísticamente (Ó=0.05) que a eficácia e/ou impactos do programa em Campinas poderiam estar sendo entravados pela falta de de recursos e por diferentes distorçôes operacionais. Dentre estas destacam-se as elevadas quantidades de alimentos preparados e nâo servidos as crianças, o tipo de alimento utilizado, a ineficiência dos controles administrativos, a baixa frequência de supervisâo de recursos humanos, a pequena produçâo de hortas escolares e a inexistência de controle de a qualidade

Santana Nadja G., Almeida Rogeria C.C. ,Ferreira Jeane S., Almeida Paulo F.

2009 Food control

Microbiological quality and safety of meals served to children and adoption of good manufacturing practices in public school catering in Brazil

Merenda escolar Segurança alimentar Boas práticas de fabrica

PDF Salvador

BA L

Checklist de boas práticas e avalição microbiológica

15 escolas públicas

agosto/dezembro

2002/ 2003

O objetivo desta investigação foi avaliar a segurança alimentar dos serviços utilizados para preparar a livre merenda escolar em Salvador, Brasil, e adotar boas práticas de fabricação (BPF), a fim de assegurar uma fornecimento seguro de alimentos para os alunos.

Em geral os resultados obtidos por inspeção visual (checklist) mostraram que após a adoção de uma melhoria GMP, particularmente em práticas empregado higiene e segurança alimentar em cantinas foi alcançado. A qualidade microbiologia também mostrou uma melhora, ou seja, os valores da APC, coliformes e estafilococos diminuiu em amostras de alimentos e nas mãos manipuladores de alimentos ".

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Santos, Leonor Maria Pacheco et al. 2007 Cad. Saúde

Pública

Avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e combate à fome no período 1995-2002: 4 - Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Segurança Alimentar; Estudantes; Avaliação de Programas e Projetos de Saúde

PDF Bahia BA L

Pesquisa documental/ Entrevistas / Questionários (visitas às escolas)/ Inquérito domiciliar

Qualitativo/ Estudo de Caso (45 municípios)

gestores/ escolares escolas 1995 -

2002

Avaliar o PNAE no período de 1995 a 2002, buscando reconhecer obstáculos e oportunidades que incidem sobre a implementação descentralizada de um programa com tais características.

Boa aceitabilidade da alimentação - "resultado esperado frente à situação de pobreza."Irregularidade na oferta diária às escolas. Quanto à estrutura observou-se avanço na formalização do módulo de municipalização e CAEs foram criados. Quanto ao processo destaque para o fato de os CAEs estarem em funcionamento; para a centralização das decisões e para insuficiência de infra-estrutura de gestão. Quanto a resultados destaque para a significativa cobertura, a focalizaçào deixa a desejar, boa aceitabilidade; irregularidade da oferta.

Schmitz BAS, Recine E, Cardoso GT, Silva JRM, Amorim NFA, Bernardon R, Rodrigues MLCF.

2008;24:312-22

Cad. Saúde Pública

A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e donos de cantina escolar.

Epidemiologia Nutricional; Alimentação Escolar; Educação alimentar e nutricional e cursos de capacitação

PDFDistrito Federal

DF L

EAN, questionário

Estudo analítico

51 EDUCADORES DO Ensino Fundamental ( 1ª a 4ª) E 41 DONOS DE CANTINAS

10 ESCOLAS PÚBLICAS E 10 PARTICULARES

4 MESES

2006

Apresentar os resultados da avaliação feita sobre a metodologia utilizada na capacitação de 2006, com os educadores e donos de cantina escolar.

A estratégia de promoção da alimentação saudávelno ambiente escolar apresentada neste artigo propiciou a ampliação dos conhecimentos da maioria dos participantes, que demonstraram estar sensibilizados quanto ao seu papel de multiplicadores das informações obtidas. Entre os donos de cantina escolar verificou-se a existência de maiores barreiras e dificuldades para a implementação da cantina saudável, apesar dos mesmos terem demonstrado grande interesse e conscientização diante da proposta.

Observa-se a necessidade de estudos de prosseguimento, visando a avaliar o impacto das ações educativas promovidas por esses atores no processo de promoção de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar

Silochi, R.M. ; TABAI, K. C. ; Zambiazi, R.C 2005

Faz Ciência, Francisco Beltrão

Qualidade higiênico-sanitária da alimentação escolar no município de Francisco Beltrão - PR

PDFFrancisco Beltrão

PR L

checklist / questionário

quantitativo

SILVA C da A 1995Est Avanç 1995; 9 (23): 87 – 107

De Vargas e Itamar: politicas e programas de alimentação e nutrição

PDF TDados bibliográficos

Teórico

Avaliar a eficiência com que o Pronan se desenvolveu no período em que esteve em plena atividade (1975-1989), tanto em conjunto quanto em cada um dos componentes.

Em conclusão, depois de mais de 20 anos de experiência, o Pronan, com um investimento equivalente a mais de US$ 8 bilhões e a distribuição de mais de sete milhões de toneladas de alimentos básicos e formulados, não chegou a afirmar-se como política nacional eficiente no combate à desnutriçã

Silva C, Germano MIS, Germano PML. 2000 Hig Aliment.

Avaliação das condições higiênico-sanitárias da merenda escolar.

Alimentação EscolarHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos

IMPRES

São Paulo

SP L

observação das condições higiênico-sanitárias (armazenamento, processamento e distribuição) e termometro digital

quantitativo

não se aplica (refeições)

10 escolas estaduais

Pesquisar as condições do controle de qualidade e do fornecimento da merenda às unidades escolares, bem como analisar as condições sanitárias da produção e distribuição em algumas escolas da rede estadual de ensino na cidade de São Paulo.

A merenda escolar distribuida na Unidades visitadas não se encontrava em boas condições do ponto de vista higiênico-sanitário. Deficiência de recursos humanos (trinamento e supervisão) e utilização de alimentos suspeitos, manipulação inadequada e dificuldade de controle de pragas.

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Silva C, Germano MIS, Germano PML. 2003 Hig Aliment.

Conhecimento dos manipuladores da merenda escolar em escolas da rede estadual de ensino em São Paulo-SP.

IMPRES

São Paulo

SP L

questionário semi-estruturado/ entrevistas individuais

quantitativo

manipuladores de alimentos

24 escolas (1a a 8a serie)

Avaliar o conhecimento dos manipuladores de alimentos

Os manipuladores da merenda escolar não apresentavam conhecimentos necessários para a prevenção das ETAs e os cursos e treinamentos destinados a estas pessoas não têm enfocado a questão da transmissão e prevenção das ETAs - necessário repensar seus objetivos e estratégias empregadas a fim de promover conhecimento e mudanças de atitude.

Silva Neto, José Moreira et al. 2010 Rev Eletronica

de Cienc Adm

Avaliação de variáveis restritivas à qualidade na execução do programa nacional de alimentação escolar com inserção à gestão estratégica de recursos públicos

Conselhos Municipais de Educação. Conselho de acompanhamento e controle social. Participação da socirdade civil. Descentralização. Municipalização da educação.

PDF T

Resumo de 355 referências publicadas no País, correspondentesà produção de ercade 266 autores.

Analítico1996 a 2002

Analisar o eixo temático proposto.Elaboração deum breve balanço sobre a produção teórico-conceitual e teórico-empírica que versasobre os Conselhos na área de Educação no Brasil, circunscrita àquele período, enfocando-se, especialmente, as referências que tomam por objeto central ou secundário, os Conselhos Municipais de Educação (CMEs) e os Conselhosde Acompanhamento e Controle Social(CACSs), levando-se em consideração três segmentos deste último

Não se notou a presença de estudos voltadospara estes dois últimos Programas Federais, havendo,em exclusivo, uma baixa concentração de trabalhos na esfera unicamente dos Conselhos do FUNDEF. Preponderam referências individuais, cuja produção científica, majoritariamente, é originária da Região Sudeste do País, sendo recorrente a preocupação sobre a problemática da participação da sociedade local nos Conselhos.

Urge a necessidade de se melhor compreender a natureza e o funcionamento desses Conselhos, tomando-os objetos de um universo quantitativa e qualitativamente mais amplo de investigações, visando, sobretudo, à intervenção social.

SILVA, M. V. 1996Cadernos de Nutrição (São Paulo)

A trajetória do Programa de Merenda Escolar (1954-1994) e o estado nutricional de crianças brasileiras

IMPRES T

revisão bibliográfica

teórico

SILVA, M. V. 1995Archivos Latinoamericanos de Nutrición,

Contribuição do programa de merenda escolar - ciclo básico - para as recomendações nutricionais de escolares da cidade de Piracicaba

Alimentação EscolarNecessidades NutricionaisSuplementação Alimentar -Programas de NutriçãoQualidade dos AlimentosAvaliação de Programas e Projetos de SaúdeBrasil

IMPRES

Piracicaba

SP L

pesagem de alimentos em 5 dias

quantitativo escolares 7 escolas 7 e 8

anos

Avaliar a contribuição da merenda em relação às recomendações diárias de energia e nutrientes para o grupo, identificando os alimentos que compõem a merenda e sua qualidade nutricional.

As refeições aprensentam insatisfatória variedade de hortaliças e ausência total de frutas;valor energético das refeições inferior ao fixado pelo Programa; fornecimento de proteínas supera recomendações nutricionais; razoável atendimento de vitaminas A, B1, B2, niacina e baixa de vitamina C; contribuição média de cálcio (35%); fornecimento médio de 16,3%.

Corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda; programas devem ser baseados em diagnósticos prévios de consumo alimentar da família; maior quantidade de alimentos que contribuam para elevar teor energético; incluir frutas cítricas e maior variação de hortaliças.

SILVA, M. V. 1995 Alimentação Nutrição

Merenda escolar no Brasil e seu público alvo.

Alimentação Escolar recursos humanos Capacitação Profissional Manipulação de Alimentos Higiene dos Alimentos Lavagem de Mãos Contaminação de Alimentos

IMPRES T

revisão bibliográfica

revisão

artigos cntíficos, documentos

1950 a 1990

Contribuir para a análise da trajetória do Programa de merenda no Brasil, durante os 40 anos de sua existência e do estado nutricional da população beneficiária do programa

O PNAE atende de 60 a 70% da população alvo com uma distribuição anual média de 140 mil toneladas de alimentos.

Visando o aumento da eficácia, sugere-se medidas como aderência aos programas de saúde, maior cobertura nas regiões mais pobres e rurais.

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SILVA, M. V. 1995 Alimentação Nutrição,

Programa de alimentação na escola de tempo integral: a experiência dos centros integrados de educação pública - CIEP's

Alimentação escolar, consumo de alimentos, nutrição saúde infantil

PDF Americana

SP L Entrevista

s

Quntitativo/ qualitativo

4 ESCOLAS

O consumo alimentar revelou-se deficiente em energia, evidenciando o problema relativo á quantidade de alimentos ingeridos e não à qualidade. Expressivo consumo de vitamina C e a menor adequação em relação à niacina. O consumo alimentar nos CIEPS constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares.

Os escolares e seus pais devem ser orientados para que as refereições em casa tenham a melhor qualidade possível, dentro das limitações impostas pelo seu reduzido rendimento.

SILVA, M. V. ; STURION, G. L. ; OMETTO, A. M. H. ; PIPITONE, M. A. P. ; FURTUOSO, M. C. O.

2002 Nutrire, São Paulo,

Estado nutricional de escolares e seu acesso a programas sociais em dez municípios brasileiros

Estado NutricionalAlimentação EscolarSuplementação AlimentarProgramas de Nutrição -Antropometria/métodos

IMPRES N

Avaliação antropométrica (peso/altura); questionário socioeconomico

Quantitativo

1339 escolares 20 estaduais 7 a 14

Descrever o estado nutricional de uma amostra (n = 1339) de alunos da rede pública de ensino e analisa informações relativas ao acesso dos mesmos e ou respectivas famílias aos programas públicos.

Os resultados evidenciaram que existem programas, como é o caso da merenda escolar, cujo processo de municipalização parece ter contribuído para a maior freqüência de distribuição de refeições, no âmbito das unidades de ensino públicas e filantrópicas.

A elevada prevalência de desnutrição crônica entre os escolares pertencentes aos municípios mais pobres, revela a necessidade de intervenções de reconhecida eficácia, que deverão ser implementadas em curtísismo prazo para que contribuam para a prevenção desse distúrbio. Especificamente, quanto ao acesso a renda, seria interessante que os dirigentes, responsáveis pela formulação de políticas públicas, destinassem maior

*

Silva, Marina V. da. 1995 Cad. Saúde Pública

Avaliação da adequação nutricional dos alimentos consumidos em um Centro Integrado de Educação Pública (CIEP)

Alimentação Escolar; Consumo Alimentar; Recomendações Nutricionais; Adequação Nutricional

IMPRES

Americana

SP L

Recordatório 24 horas, repetido em 3 dias da semana

Quantitativo

442 crianças 7a15

novembro de 1992

Avaliar a adequação nutricional dos alimentos consumidos em um CIEP

Consumo alimentar a partir de 8 anos é insuficiente para atender as necessidades energéticas. Elevado aporte de proteínas. Consumo de ferro satisfatório.

Realização de diagnósticos prévios do estado nutricional da população alvo e de consumo alimentar doméstico. Desenvolvimento de estudos para conhecer reais motivos que condicionam o baixo consumo de alimentos, principalmente entre os escolares mais velhos.

Silva, Marina Vieira da 1998 Cad. Saúde Pública

Alimentaçäo na escola como forma de atender às recomendaçöes nutricionais de alunos dos Centros Integrados de Educaçäo Pública (CIEPS)

Alimentação escolar, avaliação nutricional, consumo de alimentos

IMPRES

Americana

SP L

Registro de Consumo alimentar durante 3 dias com informações coletadas junto aos pais. Entrevista com mãe ou responsável na escola.

Quantitativo

244 crianças 4 CIEPs 7 a 13

Contribuir para a análise do consumo alimentar de escolares matriculados nos CIEPs de Americana/SP. E avaliar a adequação do consumo diários de calorias e nutrientes conforme faixa etária; análise do consumo de alimentos na escola e no domicílio e associação entre renda familiar e consumo de energia e nutrientes.

As refeições servidas pelos CIEPs constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares. Com "pouca despesa adicional"é possivel corrigir deficiências do cardápio. Deficiência de consumo de energia (não alcançam os 70% no CIEP) e alto consumo de proteína.

Correção de falhas no conteúdo nutricional do cardápio escolar. "Os escolares e seus pais devem ser orientados para que as refeições em casa tenham a melhor qualidade possível, dentro das limitações impostas pelo seu baixo rendimento."

Silva, Marina Vieira da 2000 Alimentação e nutrição

Alimentos consumidos pelos alunos de escolas de tempo integral

Alimentação escolar, consumo de alimentos, qualidade nutricional, segurança alimentar

IMPRES

Americana

SP L

Registro de Consumo alimentar durante 3 dias com informações coletadas junto aos pais

Quantitativo 244 alunos 4 CIEPs 7 a 13

Analisar o consumo alimentar e a qualidade da dieta de escolares matriculados nos CIEPs de Americana/SP

As refeições servidas pelos CIEPs constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares. O IQN > 1,0 para a maioria dos nutrientes, indicando boa qualidade da dieta. O IQN para escolares com mais de 13 anos mostrou consumo de ferro inadequado.

Correção de falhas no conteúdo nutricional do cardápio escolar. Orientação aos escolares e aos pais quanto a não substituição de refeições com alimentos como feijão por lanches.

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Silva, Marina Vieira da 1996 Rev Nutr PUCCAMP

Contribuiçäo da merenda escolar para o aporte de energia e nutrientes de escolares do ciclo básico

Alimentação escolar, avaliação de programas e projetos de saude, programas de nutrição

IMPRES

Piracicaba

SP L

Método de pesagem dos alimentos

Quantitativo/ qualitativo

7 ESCOLAS ESTADUAIS

7 a 8 anos

Avaliou-se a contribuiçäo da merenda oferecida aos escolares do ciclo básico da Rede Oficial de Ensino, em relaçäo às recomendaçöes diárias de energia e nutrientes.

Os resultados mostram que a merenda oferecida aos escolares contribui com aproximadamente 30 por cento do total diário recomendado de energia e com 100 por cento das recomendaçöes diárias de proteínas para o grupo de escolares de 7 e 8 anos de idade.Verificou-se que a merenda contribui, em média, com 16,3 por cento do total diário recomendado para o ferro. Resultados do estudo mostram a necessidade de corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda, que constitui suplemento de real importância na alimentaçäo

Silva, Marina Vieira da; Pipitone, Maria Angélica Penatti

1994 Rev. Bras. Saúde Escolar

Administraçäo de programas de merenda escolar

Alimentação escolar, nutrição, hábitos alimentares, saúde escolar, merenda escolar

IMPRES

Rio de Janeiro

RJ L

Revisão bibliográfica

Teórico 1992

Expor conteúdos referentes às mudanças na operacionalização do programa de merenda escolar.

No curso foi possível abordar aspectos relacionados aos beneficiários do programa.

Novas reuniões para discutir outros aspectos administrativos, eonômicos, sanitários, entre outros.

Silva, Marina Vieira da; Pipitone, Maria Angélica Penatti

1994 Rev. Bras. Saúde Escolar

Cantinas escolares e merenda escolar: convivência possível?

cantina escolar, alimentação escolar, hábitos alimentares, nutrição infantil, merenda escolar, saúde escolar

IMPRES

Piracicaba

SP L Questioná

rios Quanti-quali

diretores, 2 professores de ciências biologia por escola, merendeiras, alunos, pais

7 escolas 1993

Avaliar a influência da comercialização de alimentos no interior dos estabelecimentos deensino, nas práticas alimentares das crianças durante o período escolar e nas atividades de educação nutricional desenvolvidos na escola.

A coexistência da cantina e programa merenda escolar é bem aceita por diretores, professores, alunos e pais, como: alternativa a merenda, fonte de renda para a escolae refeição rápida ´para professores.

Estabelecimento de critérios e ou pré-requisitos para instalação e funcionamento das cantinas e o fornecimento de alimentos mais nutritivos. Inclusão no currículo de discussões que envolvem o tema. E o aprimoramento do programa.

SILVA, MV da, STURIOUN, G.L. 2000

Bol. Soc. Bras. Cie. Alim., Campinas, v.34, n.1, p 1-11 jan/jun

Workshop: O programa de alimentação escolar no Brasil

Programa de Alimentação Escolar, Alimentação institucional, gestão de serviços e políticas de alimentação

PDF Ribeirão Preto

SP L

Entrevistas e observação participante

Qualitativa

101 Alunos ( principalmente os da 4ª série), as famílias, os profissionais da educação e da saúde que trabalham diretamente com esses escolares.

2 ESCOLAS MUNICIPAIS

Avaliar a dieta dos alunos e estabelecer um confronto entre duas realidades

Pode-se dizer que os alunos do sexo feminino escolhem melhor os alimentos, no entanto uma dieta regular não significa uma situação segura. Como ponto positivo, destaca-se a alteração do cardápio da merenda escolar.

Em ambas as unidades foram iniciados programas de implantação de hortas escolares, sendo ministradas aulas teóricas e práticas aos alunos, pelos professores envolvidos no projeto

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Silva,C., Germano, M. I. S., & Germano,P. M. L. 2000

Higiene Alimentar, 71 (14), 24–31

Avaliação das Condições Higiênico-Sanitárias da Merenda Escolar

Alimentação EscolarHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos

PDF SP L Observaç

ão diretaEstudo de campo

10 escolas estaduais

Avaliar 10 escolas pertencentes ao sistema estadual de ensino, em Säo Paulo, responsáveis por 5.000 refeiçöes/dia, o controle de qualidade dos alimentos fornecidos às unidades, as condiçöes higiênico-sanitárias de armazenamento, o processamento e a distribuiçäo de alimentos aos alunos.

A merenda era preparada nas cozinhas das próprias unidades. Em 70 por cento das unidades näo havia proteçäo adequada contra insetos e roedores e em 90 por cento a higiene dos equipamentos e das nstalaçöes näo era realizada de maneira satisfatória. Em 80 por cento das unidades os manipuladores, usando o mesmo uniforme, executavam outras tarefas como retirada de lixo, limpeza de sanitários e dependências da unidade. Em 20 por cento das escolas havia produtos perecíveis sem data de

Sobral, Francine, Costa, Vera Mariza H. de Miranda 2008

Alimentos e Nutrição, Araraquara(UNESP)

Programa Nacional de Alimentação Escolar: sistematização e importância.

Programa Nacional de Alimentaçãoe Nutrição; merenda escolar; programas e políticasde alimentação e nutrição; políticas públicas; políticas sociais.

IMPRES T

Dados bibliográficos

Teórico

Contextualizar o PNAE como Politica Pública de Alimentação e Nutrição no conjunto das políticas sociais e caracterizar sua estrutura, funcionalidade e relevância para escolares

A questão da nutrição e do desenvolvimento de bons hábitos alimentares deve ser encarada não só sob seu aspecto de cadencia, mas também quanto aos acessos e aos hábitos inadequados. O ato de comer deve ser visto como algo além da simples oferta de alimentos para o corpo, constituindo também em estímulo ao convívio, que compreende desde a escolha e preparação dos alimentos até o consumo. Os alimentos envolvem significados sociais, culturais, emocionais e comportamentais que devem ser considerados

Sobral, Nilza Aparecida Tu ler; Chaves, Sandra 2010 Rev. Nutr.

Proposta metodológica para avaliação de formação em alimentação saudável

Avaliação de programas. Educação alimentar e nutricional. Estudos de avaliação.

PDF Salvador

BA L

EAN, questionário e entrevistas

Qualitativo

Professores, gestores e merendeiras.

Descrever a construção e verificar a aplicabilidade de um método para avaliação de processos de formação nesta área.

Dentro do contexto do "proescolar", observou-se que um dos maiores êxitos do programa parece ter sido quanto ao diálogo e respeito mútuo estabelecido entre os atores sociais participantes. As merendeiras se sentiram valorizadas por receberem, juntamente com professores e gestores, capacitação ampla, não voltada apenas para o "fazer a comida". Professores e gestores parecem ter ampliado seu reconhecimento sobre o trabalho das merendeiras e sobre a relevância de investir mais em alimentação e nutrição tanto no plano pedagógico quanto

Considera-se importante retornar os resultados para serem debatidos com os atores do processo com a finalidade de aperfeiçoar os programas subsequentes de forma mais participativa.

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SOUZA, Donaldo Bello de  and  VASCONCELOS, Maria Celi Chaves.

2006Ensaio: aval.pol.públ.Educ.

Os Conselhos Municipais de Educação no Brasil: um balanço das referências nacionais (1996-2002)

Conselhos Municipais deEducação. Conselhos de acompanhamento e controle social. Participação da sociedadecivil. Descentralização. Municipalizaçãoda educação.

PDF T

Resumode 355 referências publicadas no País, correspondentesà produção de cerca de 266 autores.

Analítico

Elaborar um breve balanço sobre a produção teórico-conceitual e teórico-empírica que versasobre os Conselhos na área de Educação no Brasil, circunscrita àquele período, enfocando-se, especialmente, as referências que tomam por objeto central ou secundário, os Conselhos Municipais de Educação (CMEs) e os Conselhosde Acompanhamento e Controle Social (CACSs), levando-se em consideração três segmentos deste último tipo de Conselho: do

Cabe, inicialmente, destacar o fato de que não se notou a presença de estudos voltados para estes dois últimos Programas Federais, havendo, em exclusivo, uma baixa concentração de trabalhos na esfera unicamente dos Conselhos do FUNDEF. Preponderamreferências individuais, cuja produção científica, majoritariamente, é originária da Região Sudestedo País, sendo recorrente a preocupação sobre a problemática da participação da sociedade local nos Conselhos.

Urge a necessidade de se melhor compreender a natureza e o funcionamento desses Conselhos, tornandoos objetos de um universo quantitativa e qualitativamente mais amplo de investigações,visando, sobretudo, à intervenção social.

Spinelli, Maria Angélica dos Santos and Canesqui, Ana Maria

2004 Rev. Nutr.

Descentralização do Programa de Alimentação Escolar em Cuiabá: 1993-1996

pesquisa de avaliação; programa de alimentação escolar; descentralização; alimentação escolar

PDF Cuiabá MS L

Dados secundários/ entrevistas não estruturadas/ questionários/ redações

Quali-quantitativo/ Estudo de Caso tipo exploratório

ex-coordenadores e coordenadores; técnicos de ógãos centrais, supervisorese diretores; alunos da 4a série

1993 a 1996

Avaliar o processo de implementação do Programa descentralizado (municipalizado) de alimentação escolar em Cuiabá - MS, entre 1993 e 1996.

A descentralização ocorrida no município foi mista, resultando em fragmentação do programa quanto ao atendimento às redes de ensino (estadual e municipal). A cobertura da clientela foi ampla. Hu ve problema na qualidade, no controle e supervisão da limentação.

Spinelli, Maria Angélica dos Santos and Canesqui, Ana Maria

2002 Rev. Nutr.

Programa de alimentação escolar no estado de Mato Grosso: da centralização à descentralização (1979 - 1995)

alimentação escolar; programas e políticas de nutrição e alimentação ; centralização ; descentralização

PDF Mato Grosso

MT R

Dados secundários/ entrevistas

Quantitativo

agentes institucionais PNAE

1979 a 1995

Reconstituir e analisar o padrão de intervenção da política governamental estadual de alimentação escolar no Mato Grosso de 1979 a 1995.

Acúmulo de experiência e de aprendizagem institucional e as adesões das gestões estaduais de governo foram condições favoráveis ao avanço do processo descentralizador. Os períodos marcados pelo modelo centralizado mostraram muitas distorções.

Para a descentralização e redesenho do estado federativo e criação de bases mais cooperativas, devem ser resolvidos problemas como reordenamento das disparidades governamentais e equacionamento das disparidades inter e intra-regionais, que afetam as políticas sociais em geral.

Sturion, Gilma Lucazechi et al. 2005 Rev. Nutr.

Fatores condicionantes da adesão dos alunos ao Programa de Alimentação Escolar no Brasil

alimentação escolar; estudantes; política pública; programa de alimentação e nutrição

PDF

10 municípios/ 5 regiões

N

Visita e formulário para registro de dados antropométricos/ Questionários

Quantitativo

2. 678 escolares 7a14 1997

Verificar o nível de adesão dos alunos ao PNAE e identificar as principais variáveis que afetam.

Baixa adesão ao Programa de Alimentação escolar que assume na prática um caráter focalizado - beneficia escolares comprometidos nutricionalmente e pertencentes a familias de menores rendimentos e escolaridade. Forte associação entre faixa etária e adesão (maior entre os mais novos); diferença de ênero (maior entre os meninos); forte correlação entre baixo peso e adesão ao programa; correlação renda familiar e adesão; correlação negativa entre escolaridade da mãe e adesão; correlaçào negativa

Reformulação do programa para adequá-lo às caracteríticas dos beneficiários. Tenção àsdiferenças entre os gêneros.

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TEO, C. R. P. A.; CORRÊA, E. N.; GALLINA, L. S., FRANSOZI, C.

2009 Nutrire, 34(3)

Programa nacional de alimentação escolar: adesão, aceitação e condições de distribuição de alimentação na escola

Alimentação escolar.Educação em saúde. Promoção da saúde.Serviços de saúde escolar.

RESUM

Chapecó

SC L

Instrumentoconstituído por duas questões fechadas e uma escala hedônica facial de três pontos daptadade Anzaldúa-Morales (1994)

Quantitativa

686 escolares

21 escolas públicas, sendo 9 estaduais e 12 municipais.

5 a 16 anos

Agosto a novembro

2007

O objetivo dessa investigação foiconhecer a aceitação e a adesão dos escolaresao Programa, identificando quais aspectos dascondições de distribuição de alimentaçãorepresentam potenciais determinantes da sua eficácia.

A adesão e a aceitação da alimentação oferecida pelo PNAE nas escolas avaliadas foram baixas, comprometendo a eficácia do Programa. Sugere-se que a maior adesão ao PNAE constatada nas escolas municipais possa estar relacionada, entre outros fatores, às condições de distribuição mais favoráveis observadas nestas unidades. Nesse sentido, destacam-se: maior presença de refeitórios, sistema de autosserviço, tipo de utensílios utilizados, escalas de turmas e monitoramento das refeições, menor

Dada a relevância do PNAE entre as políticas públicas de promoção da segurança alimentar e nutricional, e tendo em vista a vulnerabilidade do público a que se destina, considera-se fundamental o planejamento de ações de intervenção, subsidiadas pelas pesquisas na área, que visem à melhoria dos índices de efi cácia do Programa.

Teo, Carla Rosane Paz Arruda; Sabedot, Francielli Regina Boroski; Schafer, Elisângela

2010 Rev Espaço para a Saúde

Merendeiras como agentes de educação em saúde da comunidade escolar: potencialidades e limites

Alimentação EscolarEducação em SaúdePromoção da Saúde

PDF Chapecó

SC

L Entrevistas

Estudo exploratório de abordagem quantitativa

25 merendeiras

Este estudo objetivou conhecer o potencial das merendeiras para a educação em saúde e os entraves para a realização desse potencial.

Os resultados deste estudo indicam queo potencial das merendeiras para a educaçãoem saúde permanece inexplorado e que elasnão chegam sequer a perceber essa possibilidade. A julgar pelo espaço de participação que lhes é aberto na escola, os demais atores da comunidade escolar também não reconhecem esse potencial. Algumas condições observadas na realidade da escola representam entraves à possibilidade de as merendeiras assumirem um papel de educadoras em saúde, como a sua baixa

As merendeiras, ao residirem nacomunidade de entorno, podem vir a sedesenvolver como agentes de saúde dacomunidade escolar, sendo premente, paratanto, que as políticas públicas de educação esaúde confiram visibilidade a essas trabalhadoras.

Torres SAM. Miranda AS, Silva VA Toledo SC, Silva MA, Rocha JF.

2006Higiene Alimentar, 20 143: 33-36

Treinamento de manipuladores de alimentos: merendeiras

Alimentação EscolarCapacitação em ServiçoManipulação de AlimentosHigiene dos Alimentos

PDF Guiricema

MG L

Treinamento,Questionários

Técnicas de instrução

100 % das merendeiras

Rede municipal de ensino

Feve - reiro

2003

Com o objetivo de capacitar os manipuladores de alimentos, em escolas, proporcionando-lhes qualificação, foi realizado um treinamento das merendeiras da rede municipal de ensino.

Constatou-se que as merendeiras detinham a maior parte do conhecimento, porém apresentavam resistência em segui-lo.

A realização de treinamentos periódicos, visando a correta adoção e manutenção das boas práticas no ambiente de trabalho, torna-se necessária, como forma de reciclagem constante para que as mesmas possam desempenhar suas funções no ambiente escolar e domiciliar.(AU)

TRICHES, Rozane Marcia  and  SCHNEIDER, Sergio 2010

Saude e Sociedade [on line]

Alimentação escolar e agricultura familiar: reconectando o consumo à produção

Alimentação escolar; Segurançaalimentar; Saúde pública; Agricultura familiar.

PDF

Vale do Rio dos Sinos e Paranhana

RS L

Dados bibliográficos, documentos oficiais e legislações para contextualizar opanorama alimentar e as políticas públicas relativasà Segurança Alimentar e

qualitativa

13 produtores e 5 mediadores),consumidores (7 pais de alunos, 8 diretores e9 merendeiras) e gestores (11 gestores e 4 gestoreS/ consumidores).

Aborda a relação entre consumo, produção e políticas públicas alimentares a partir do Programa de Alimentação Escolar (PAE) brasileiro, buscando entender como ocorre a consolidação de sistemas diferenciados de produção e consumo de alimentos.

Conclui-se que o Programa de AlimentaçãoEscolar, além das potencialidades suprarreferidas,tem um grande potencial no que diz respeito àreunião de debates, até aqui feitos separadamente,sobre os problemas associados à produção e aodesenvolvimento rural e aqueles associados ao consumo e à saúde pública, abrindo uma ampla agenda de estudos e investigações.

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Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo e Tereso, Mauro José Andrade

1997Revista Cadernos e Debates

Análise do Programa de Merenda Escolar em Campinas

merenda escolar, planejamento alimentar; política pública

PDF Campinas

SP L

Revisão documental

Revisão documental/ Artigo de opinião

-

Analisar o programa de alimentação ao escolar em Campinas, relacionando as metas da política de descentralização de 1993, do Governo Federal, com a efetiva operacionalização da merenda, a fim de contribuir com os tomadores de decisão do programa apresentando alternativas para um ganho de qualidade do serviço prestado aos escolares.

O cardápio da merenda servida nas escolas não atende, nem diária, nem semanalmente, as recomendações nutricionais de energia e proteína estipuladas por lei, muito menos de micronutrientes. Em Campinas, destacam-se como problemas básicos do programa os recursos financeiros, a burocracia e a infra-estrutura, tanto física quanto humana. Além disso, o programa mostra-se incapaz de atingir a meta de ser uma atividade que envolva a participação da sociedade, como pode-se perceber pela não reunião do Conselho de Merenda

A descentralização do PNAE pode ser potencializada, se planejada em conjunto entre várias áreas de atuação do poder público, como Abastecimento, Saúde, Promoção Social e Cultura, Esporte e Turismo, junto com a população alvo, a fim de ampliar o exercício dos direitos e autonomia da gestão municipal, com maior controle dos recursos públicos.

Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo. Tereso, Mauro José Andrade

2000 Rev. Nutr.

O programa de merenda escolar de Campinas: análise do alcance e limitações do abastecimento regional

alimentação escolar; abastecimento de alimentos ; política de alimentos

PDF Campinas

SP L

Revisão bibliográfica

teórico - analise de dadosda Secretaria Estadual de Agricultura

" ...avaliar as condições de cumprimento da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Merenda Escolar que recomenda o abastecimento local do Programa, de acordo com a politica de descentralização do Governo Federal."

"Em campinas, o aproveitamento dos recursos do município e região, o abastecimento municipal de maneira integrada com os programas institucionais, a efetiva implementação de cardápios variados de acordo com a regionalidade, apontam para um quadro bastante favorável de melhora de qualidade do programa de merenda."

1- analisar tanto a estrutura operacional do programa como os aspectos legais que envolvem as compras publicas, buscando-se elaborar novos mecanismos que aproveitem as potencialidades do município como sua própria rede de abastecimento; 2- integração dos elementos existentes no município, tais como produtores locais, comercio e industria

Vieira CRN, Silva RR, Martino HSD, Chavasco JK.

2005 Hig Aliment.

Qualidade microbiológica da merenda escolar servida nas escolas estaduais de Poços de Caldas, MG.

Alimentação EscolarCarne/microbiologiaManipulação de AlimentosContaminação de Alimento

IMPRES

Poços de Caldas

MG L

análises microbiológicas de carne ôin naturaö e pratos prontos à base de carne, servidos na merenda escola.

Analítico 9 escolas da rede estadual

Realizar análises microbiológicas de carne ôin naturaö e pratos prontos à base de carne, servidos na merenda escolar de nove escolas da rede estadual em Poços de Caldas, MG e, análises microbiológicas de superfícies e mãos de manipuladores da merenda escolar.

Os resultados confirmam a importância da cocção em temperatura e tempo adequado como um dos meios para minimizar o problema de contaminação dos alimentos. As mãos de funcionários e as superfícies de manipulação de cinco escolas se mostraram contaminadas por coliformes e Staphylococcus coagulase positiva, revelando precariedade na higiene pessoal e de utensílios. Quanto à infraestrutura das cantinas, observou-se também em algumas delas uma adaptação de espaço pré existente, dificultando um

Sugere-se capacitação técnica para os responsáveis, treinamento às merendeiras e melhorias na infraestrutura das cantinas investigadas.(AU)

Page 261: CAROLINA NETTO RANGEL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E … · Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal. Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN. LISTA DE

Vieira, Marta Neves Campanelli Marçal. Ferriani, Maria Graças Carvalho. Gomes, Romeu. Santos, Graziela VieiraBassan dos. Marchi, Eliana Maria Mattar

2008Segurança Alimentar e Nutricional,

Gestão de um Programa de Alimentação Escolarem um Município Paulista

políticas de alimentação, programa de suplementação alimentar, alimentação escolar, merenda escolar

PDF Ribeirão Preto

SP L

entrevistas semi-estruturada, observação participante e análise documental/ Análise documental

qualitativo

escolares da 4ª série, familias, profissionais da educação e saúde que trabalham diretamente com esses escolares. Profissionais do nivel central - planejamento, execução e supervisão

2 escolas municipais

1996 a 2007

Caracterizar o modelo de gestão deste programa, durante o período de 1996 a 2007.

"...a pratica do programa configura-se como um processo de trabalho fragmentado, onde diferentes atores sociais contribuem com atividades especificas. O que se constata como dificuldade esta pratica relaciona-se a aspectos administrativos do Programa…"

1- revisão dos objetivos do programa, promovendo a discussão que inclua a participação a participação popular articulada as políticas de alimentação inseridas nos setores de Saúde e Bem-Estar. 2- desenvolvimento de documentos que oriente uma gestão de qualidade e programas de educação nutricional, assim como legislação que estabelece critérios técnicos para elaboração de cardápio, aquisição de gêneros, prestação de contas e controle social