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Caro estudante, Este material contém informações básicas sobre os conteúdos e datas das provas e trabalhos do corrente trimestre. Para maiores informações, procure diretamente o professor de filosofia, Daniel de Oliveira Neto. Bons estudos. METAFÍSICA A palavra Metafísica não foi criada por Aristóteles, que se referia a ela como Filosofia Primeira. A Metafísica, ou Filosofia Primeira, tem como objeto de estudo algo que vai além da realidade física (aquela que percebemos pelos nossos sentidos). Aristóteles conceituou metafísica de quatro modos: 1. Ciência dos princípios e primeiras causas; 2. Ciência do ser enquanto ser; 3. Ciência que investiga as substâncias; 4. Ciência que investiga a substância suprassensível (que excede o que é percebido através da materialidade e da experiência sensível). NOTA: Atualmente, ciência e filosofia estão dissociadas. A palavra ciência no entanto, pode ser associada a conhecimento ou teoria geral, resguardando as definições dadas acima. Os conceitos de ato e potência, matéria e forma, substância e acidente, são centrais na metafísica do estagirita. Potência, ato e movimento Todas as coisas que estão na nossa volta já estão prontas e acabadas e nunca mudarão? Claro que não. As coisas mudam, mas qual o motivo que os conduzem a mudar? Graças a TELEOLOGIA (vamos aprender o que é depois). Para Aristóteles, as coisas se apresentam diante de nós em potência ou em ato.

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Caro estudante,Este material contém informações básicas sobre os conteúdos e datas das provas e

trabalhos do corrente trimestre. Para maiores informações, procure diretamente oprofessor de filosofia, Daniel de Oliveira Neto.

Bons estudos.

METAFÍSICA

A palavra Metafísica não foi criada por Aristóteles, que se referia a ela comoFilosofia Primeira. A Metafísica, ou Filosofia Primeira, tem como objeto de estudo algo quevai além da realidade física (aquela que percebemos pelos nossos sentidos).

Aristóteles conceituou metafísica de quatro modos:

1. Ciência dos princípios e primeiras causas; 2. Ciência do ser enquanto ser; 3. Ciência que investiga as substâncias; 4. Ciência que investiga a substância suprassensível (que excede o que é percebido

através da materialidade e da experiência sensível).

NOTA: Atualmente, ciência e filosofia estão dissociadas. A palavra ciência noentanto, pode ser associada a conhecimento ou teoria geral, resguardando as definiçõesdadas acima.

Os conceitos de ato e potência, matéria e forma, substância e acidente, são centraisna metafísica do estagirita.

Potência, ato e movimento

Todas as coisas que estão na nossa volta já estão prontas e acabadas e nuncamudarão?

Claro que não. As coisas mudam, mas qual o motivo que os conduzem a mudar?

Graças a TELEOLOGIA (vamos aprender o que é depois).

Para Aristóteles, as coisas se apresentam diante de nós em potência ou em ato.

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Em potência quando esta coisa tender a ser outra, significa possibilidade,capacidade de ser - como uma semente (uma árvore em potência).

Em ato quando a potência já estiver realizada, significa realidade, perfeição, serefetivo, como uma árvore (uma semente em ato).

Aristóteles faz uma distinção entre potências primeiras e segundas, ou melhor, ascoisas, mesmo em ato, também seriam potência (pois uma árvore - uma sementeem ato - também é um móvel em potência), mas para nós, por hora basta saber queas coisas em ato também são em potência. Exceção feita ao Bem (Ato puro), a únicacoisa totalmente em ato. Esse Ato é sempre igual a si mesmo, e não é umantecedente de coisa alguma. E o primeiro motor (potência pura).

TELEOLOGIA – As coisas ocorrem em função de um objetivo determinado – uma causa. Essa causapode ser final ou pode ser uma etapa para alcançar outra (maior).

O ser em potência torna-se em ato por meio do movimento. É por isso que o movimento pode serdefinido como ato de um ser em potência enquanto está em potência em vias de se tornar ato.

Definição de homem: “o homem é um animal político”. Diferente de “o homem é um animalracional”.

Político é o que mora na polis, ou seja, em sociedade. Que delibera, racionaliza. A sociedade leva aodesenvolvimento da racionalidade, torna o homem humano.

Movimento do homem em potência para o homem em ato.

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As 4 causas para a existência de algo

A história da filosofia não se inicia com Aristóteles, mas a historiografia da filosofiasim. Em outras palavras, Aristóteles foi o primeiro filósofo que, de formasistemática, estudou, registrou e fez a crítica das obras dos filósofos anteriores"(ANTHONY, 2004, p. 25).

No primeiro livro da sua obra Metafísica, Aristóteles resume osensinamentos dos filósofos que vieram antes dele e percebe que estes filósofos,até então, não haviam sido precisos ao mencionarem as causas de todas as coisas.

Para ele, a investigação filosófica é acima de tudo uma investigação sobre ascausas das coisas, das quais há quatro diferentes tipos: a material; a eficiente(motriz); a formal; a final.

Para Aristóteles uma coisa é o que é devido a sua forma. Como, porém, ofilósofo entende essa expressão? Ele compreende a forma como a explicação dacoisa, a causa de algo ser aquilo que é.

Na verdade, Aristóteles distingue a existência de quatro causas diferentes ecomplementares:

• A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, o bronze, por exemplo);

• A causa formal (o que torna a coisa ela mesma, como uma estátua de bronze);

• A causa eficiente – instrumental (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa

surge, como as mãos de quem trabalha a estátua); • A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, a estátua é feita para enfeitar um

ambiente).

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AS SENSAÇÕES, O CONHECIMENTO, OS PARTICULARES E OS UNIVERSAIS.

Segundo Aristóteles todos os homens querem saber (conhecer as coisas).Como prova disso, o estagirita nos lembra do amor que todos nós temos pelassensações. Ou seja, queremos sentir. Sentir é viver.

Mas, sabemos que somente as sensações não nos garantem o verdadeirosaber; os animais são dotados de sensações, e nem por isso possuem a razão.

Armazenamos na memória as sensações, e pela repetição delas produzimosum juízo universal, ou seja, um conceito onde ficam todas as informações sobrealgumas coisas semelhantes, "aquilo cuja natureza é afirmada de diversos sujeitos"(JAPIASSÚ; MARCONDES, 2001, p. 191), causando a experiência, e da experiênciasurge a ciência.

A experiência é conhecimento dos particulares (de uma determinada coisa), aciência é conhecimento dos universais (da soma de várias coisas), e quem conheceos universais conhece também os particulares, haja vista estarem os particularesdentro dos universais. Por isso os que possuem o conhecimento dos universais, sãocapazes de ensinar, pois conhecem a causa das coisas, e isso distingue quem sabede quem não sabe.

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Exercício:

1) Que prova Aristóteles dá para a afirmação de que desejamos conhecer?

2) As sensações são suficientes para nos garantir conhecimento?

3) Como construímos os conceitos segundo o estagirita?

4) Qual a definição do filósofo de ciência?

5) Por que os que conhecem os universais são capazes de ensinar?

6) Em que sentido ele diz que uns são mais sábios do que os outros?

7) Quando desejamos entender o porquê de algo, como devemos agir, segundo Aristóteles?

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Ética aristotélica

A palavra ethos é de etimologia grega e significa comportamento, ação, atividade. É delaque deriva a palavra ética. A ética é, portanto, o estudo do comportamento, das ações, das escolhase dos valores humanos. Mas no nosso cotidiano ocorre de percebermos que há uma série demodelos de “éticas” diferentes que postulam modos de vida e de ação, por vezes excludentes.

- Qual é o melhor tipo de vida (se é que há um)?

- O que é a felicidade?

- É melhor ser feliz ou fazer o bem ou o que é certo?

Perguntas como essas são e foram feitas em todas as épocas da história humana.Desde a antiguidade clássica dos gregos já havia muitos modelos de respostas para elas.Uma delas é a fornecida pelo filósofo Aristóteles, famoso por sua Metafísica. Vamos nosaprofundar um pouquinho mais no que ele tem a nos dizer.

Em seu livro “Ética a Nicômaco”, Aristóteles consagrou a tão famosa ética do meio-termo. Em meio a um período de efervescência cultural, o prazer e o estudo entraram emconfronto disputando lugar de melhor meio de vida. No entanto, a sobriedade de nossofilósofo o fez optar por um caminho que condene ambos os extremos, sendo, pois, oscausadores dos excessos e dos vícios.

Ética

Diz-se do homem, que ele é um animal político, dotado de palavra (logos) e estáinclinado naturalmente a viver na pólis, ou seja, a pólis é o fim, e a causa final da associaçãohumana (a vida regida pela virtude e a justiça) e é somente nela que o homem se realiza, ouseja, “a natureza humana, em cada indivíduo, é insuficiente e incapaz para realizar todo oseu potencial. Por isso o indivíduo expande-se, por força de sua natureza, em grupossempre mais largos, até inserir-se na pólis, que é também um ser natural”.1 A ciênciapolítica (que é a mais elevada de todas as ciências) por sua vez legisla sobre o que devemosfazer e nos abster, conduz-nos ao bem maior (ou seja, o fim da atividade política é o bempropriamente humano), ao qual todos e tudo tendem, que é a Felicidade. Em função disso,“o sujeito moral não pode ser compreendido ainda, como nos tempos atuais, na suacompleta individualidade. Os homens gregos são antes de tudo cidadãos, membrosintegrantes de uma comunidade, de modo que a ética se acha intrinsecamente ligada àpolítica”2.

1 ARISTÓTELES, Ética à Nicômacos.

2 ARANHA, Maria Lúcia, Introdução à Filosofia. 2a Ed. Moderna, São Paulo, 1993.

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Os componentes da felicidade

“Quanto aos componentes da Felicidade, parecem múltiplos: os bens exteriores(insuficientes, mas necessários, dado que sem riqueza a pessoa só vive preocupada com adifícil satisfação das necessidades mais imediatas); o prazer que, embora não seja aFelicidade é o coroamento da atividade bem-sucedida, perfeita, da atividade que alcançouo seu fim. (...).

A atividade feliz não é apenas a do médico que curou o doente, do professor que lecionou,do sapateiro que fez lindas sandálias. É a atividade do homem que realizou sua tarefa deser homem: mostrou-se de modo excelente um homem, desenvolveu na medida dopossível suas qualidades específicas de ser humano: a racionalidade, a linguagem, asociabilidade. A excelência do ser humano é a sua virtude: bens exteriores (riqueza ehonrarias), prazer, virtude, são, portanto, os componentes, todos necessários, daFelicidade: Felicidade é a atividade conforme a virtude”.3

Quais os aspectos centrais que compõem a noção aristotélica de Felicidade?

Concordam com o texto? Por quê?

Qual é, para Aristóteles, o componente mais importante?

Como chegamos à Felicidade?

O que é necessário fazer para ser feliz?

Qual é o caminho que devemos trilhar?

3STIRN, François, Compreender Aristóteles. Vozes, Petrópolis, RJ, 2006.

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Sendo de comum acordo que o supremo bem é a Felicidade,basta então definir quais os meios para se chegar a ela. Aristóteles faz umaimportante distinção entre virtudes intelectuais (sabedoria, inteligência e odiscernimento, por exemplo) e virtudes morais (liberalidade e moderação,por exemplo), sendo as primeiras geradas pelo ensino e requeremexperiência e tempo, e as segundas são adquiridas em resultado do hábito, oque sugere (e o próprio autor explicita na Ética) que nenhuma dasexcelências nos são dadas naturalmente.

Conforme Aristóteles, a Excelência Moral é o meio-termo4 entre duasdeficiências morais, uma das quais envolve excesso e a outra se relaciona com afalta. “Pois a natureza da virtude5 é visar a mediania nas paixões e nos atos”6, porexemplo: o meio-termo entre a covardia e a temeridade é a coragem, assim comoa temperança é o meio-termo entre a licenciosidade e a insensibilidade.

4 “Mesótes”. - ARISTÓTELES, Ética à Nicômacos.

5 Algumas traduções utilizam Excelência Moral ao invés de virtude, pois tal termo pode guardar certa ambiguidade.

6 ARISTÓTELES, Ética à Nicômacos Livro II, capítulo 9;

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TÁBUA DAS VIRTUDES DE ARISTÓTELES

Excesso Meio-termo Deficiência

Imprudência Coragem Covardia

Indisciplina Temperança (moderação) Insensibilidade

Esbanjador Generosidade Avareza

Vaidade Nobreza Mediocridade

Ambição Aspiração Moderada Desalento

Irritabilidade Doçura Frouxidão

Ostentação Veracidade Falsa Modéstia

Servilismo Justo Acolhimento Intriga

Timidez Reserva Sem pudor

Inveja Justa Cólera Ressentimento

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Metrética

A metrética (medida feita sobre as ações) que usa o estagirita, procurava ocaminho do meio entre vícios e virtudes, a fim de equilibrar a conduta do homemcom o seu desenvolvimento material e espiritual. Assim, entendido que aespecificidade do homem é a de ser um animal racional, a felicidade só poderia serelacionar com o total desenvolvimento dessa capacidade. A felicidade é o estadode espírito a que aspira o homem e para isso é necessário tanto bens materiaiscomo espirituais.

Aristóteles herda o conceito de virtude ou excelência de seus antecessores,Sócrates e Platão, para os quais um homem deve ser senhor de si, isto é, terautocontrole (autarquia). Trata-se do modo de pensar que promove o homem comosenhor e mestre dos seus desejos e não escravos destes. O homem bom e virtuosoé aquele que alia inteligência e força, que utiliza adequadamente sua riqueza paraaperfeiçoar seu intelecto. Não é dado às pessoas simples nem inocentes, tampoucoaos bravos, porém tolos. A excelência é obtida através da repetição docomportamento, isto é, do exercício habitual do caráter que se forma desde ainfância.

Segundo Aristóteles, as qualidades do caráter podem ser dispostas de modoque identifiquemos os extremos e a justa medida. Por exemplo, entre a covardia e aaudácia está a coragem; entre a belicosidade e a bajulação está a amizade; entre aindolência e a ganância está a ambição e etc. É interessante notar a consciência dofilósofo ao elaborar a teoria do meio-termo. Conforme ele, aquele que forinconsciente de um dos extremos, sempre acusará o outro de vício. Por exemplo, napolítica, o liberal é chamado de conservador e radical por aqueles que são radicais econservadores. Isso porque os extremistas não enxergam o meio-termo.

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Portanto, seguindo o famoso lema grego “Nada em excesso”,Aristóteles formula a ética da virtude baseada na busca pela felicidade, masfelicidade humana, feita de bens materiais, riquezas que ajudam o homem a sedesenvolver e não se tornar mesquinho, bem como bens espirituais, como a ação(política) e a contemplação (a filosofia e a metafísica).

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Estética

Aristóteles afirma que a Beleza é real e está no objeto, faz parte do objeto.Trata-se de algo objetivo, ou seja, não depende do gosto de alguém.

Para essa análise objetiva, deve-se observar determinadas condições. Masque tipo de condições? Nos responderá o filósofo: ordem, proporção, medida,harmonia (das partes em um todo) e grandeza.

Por esse raciocínio, pode-se comparar (e medir) o quanto de Beleza cadaobjeto possui: uma escultura simétrica não é tão bela quanto outra que, além depossuir tal característica, também é grandiosa.

Seguindo tal pensamento, Aristóteles chega a admitir certo grau de belezatambém naquilo que não pode ser considerado Belo (se for grandioso).

Na visão de mundo aristotélica, o mundo atual é regido por uma harmonia e,no entanto, ainda há vestígios do caos inicial no mundo, estando o homem emconstante busca para fazer a harmonia prevalecer sobre a desordem. No entanto,há valor no caos, na feiura o no imperfeito como formas de expressão artística,momento no qual passam a existir como um certo grau de Beleza.

E como se produz o belo? Pela obra de arte.

Mas a obra de arte não afeta o homem apenas pelas sensações (estéticas); aobra também é recebida pela inteligência (noética), de onde há grandeimportância o enredo (do mito); e a obra também comove pelas emoções(patéticas).

Importa distinguir, na obra de arte, a afetação sensível (estética), ou seja, aimediata recepção dos sentidos e, por outro, a afetação emocional (patética) quepode ser mediada e constituída pelo discurso, suas figuras e ordenações, bemcomo pelo desencadeamento das ações.

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Por isso, a reflexão de Aristóteles sobre a produção da obrade arte não constitui exclusivamente uma estética, mas também uma noética domito (que se configura até como uma abertura para a filosofia) e ainda umapatética das emoções (que se configura como uma abertura para a moralidade).De modo que a reflexão sobre o sentido da obra de arte não se dissocia dareflexão sobre a educação e a criação de valores, em dois níveis: intelectual de umlado, sentimental/moral de outro.