carnaval do norte

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Observando os carnavais do Norte do país, é possível estabelecer uma diferença importante entre as manifestações populares legítimas e aquelas que foram incorporadas “na marra” aos festejos de uma localidade. Carnaval DO sudeste é carnaval DO Sudeste, enquanto carnaval DO Norte é somente carnaval NO Norte.Diferentemente dessa evolução natural, os carnavais do Norte tiveram um super desenvolvimento artificial, anabolizado pelas verbas públicas. O patrocínio governamental, empregado em subsídios a grupos carnavalescos, campanhas de marketing e criação de infraestrutura carnavalesca, empurrou o povo para o carnaval, com a mesma brutalidade que empurrou o carnaval goela abaixo do povo. Uma festa sem tradição, sem lastro cultural e com cara de alienígena, mera imitação do que acontece mais ao sul do Brasil. Seria bonito, se permanecesse do tamanho que merecia ser.Não há como uma festa importada, inflada com verbas governamentais competir com o folclore local, rico, original e legítimo, capaz de empolgar desde os mais velhos até crianças. O carnaval no Norte não poderia ser páreo para as cirandas, as festas de boi, o carimbó, os festejos religiosos do interior do Amazonas e Pará, as festas que comemoram as safras de produtos agrícolas e os festivais de música. A fartura cultural em que o Norte está mergulhado não admite incorporações artificiais ou ilegítimas. Este lado do Brasil não é, nem deseja ser um lugar de grandes carnavais.

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Carnaval do Norte

OS CAMINHOS E DESCAMINHOS DE UM CARNAVAL QUE AINDA TEM MUITO QUE OFERECER

Observando os carnavais do Norte do país, é possível estabelecer uma diferença importante entre as manifestações populares legítimas e aquelas que foram incorporadas “na marra” aos festejos de uma localidade. Carnaval DO sudeste é carnaval DO Sudeste, enquanto carnaval DO Norte é somente carnaval NO Norte.

Diferentemente dessa evolução natural, os carnavais do Norte tiveram um super desenvolvimento artificial, anabolizado pelas verbas públicas. O patrocínio governamental, empregado em subsídios a grupos carnavalescos, campanhas de marketing e criação de infraestrutura carnavalesca, empurrou o povo para o carnaval, com a mesma brutalidade que empurrou o carnaval goela abaixo do povo. Uma festa sem tradição, sem lastro cultural e com cara de alienígena, mera imitação do que acontece mais ao sul do Brasil. Seria bonito, se permanecesse do tamanho que merecia ser.

Não há como uma festa importada, inflada com verbas governamentais competir com o folclore local, rico, original e legítimo, capaz de empolgar desde os mais velhos até crianças. O carnaval no Norte não poderia ser páreo para as cirandas, as festas de boi, o carimbó, os festejos religiosos do interior do Amazonas e Pará, as festas que comemoram as safras de produtos agrícolas e os festivais de música. A fartura cultural em que o Norte está mergulhado não admite incorporações artificiais ou ilegítimas. Este lado do Brasil não é, nem deseja ser um lugar de grandes carnavais.

DEIXA QUE EU DEIXO

Para se ter uma ideia da relação de dependência que existe entre o governo e o carnaval na Região Norte, pode-se considerar o caso de Roraima, cujo carnaval do ano passado não aconteceu. Isso mesmo: não houve carnaval em Boa Vista, porque o governo decidiu não patrocinar e nenhum empresário quis assumir a difícil (e nem sempre bem sucedida) logística de trazer uma banda ou artista famoso para puxar pelas ruas, um trio elétrico. O resultado desse  “deixa que eu deixo” foi uma cidade de mais de 200 mil habitantes sem carnaval de rua.

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Ninguém morreu por causa disso – na verdade parece até que menos gente morreu por causa disso.

Também é muito ilustrativo o caso de Rio Branco cujo carnaval acabou em 1991, quando o governo decidiu cortar a verba que repassava às escolas de samba, aniquilando o carnaval que já tinha sido eleito, no fim da década de 80, o melhor da Região Norte.

Em Manaus, os eventos carnavalescos são os poucos bailes em clubes, as muitas e crescentes bandas temáticas de rua e os desfiles das escolas de samba. Numa categoria isolada, há o tradicional baile do Hawaii no Hotel Tropical, destinado aos mais afortunados ou àqueles cuja falta de discernimento permite sacrificar parte vital dos próprios rendimentos, para estarem no convívio dos ricos por algumas horas, nas dependências do fabuloso hotel cinco estrelas.

Os bailes são eventos tradicionais promovidos por clubes já consagrados na sociedade local, normalmente clubes desportivos. Os ingressos para esses bailes são caros, mas não proibitivos. A segurança é muito bem feita e os serviços oferecidos são aceitáveis para os padrões da não muito exigente classe media local.

As bandas temáticas de rua são sempre patrocinadas por órgãos de comunicação ou empresas privadas ligadas à produção ou distribuição de bebidas. Acontecem a partir da concentração de pessoas em um ponto conhecido da cidade, onde músicos pagos pelo organizador apresentam-se num trio elétrico. Amplamente divulgadas, concentram um número crescente de pessoas e tem se multiplicado a cada ano. As bandas são um excelente negócio pra quem as promove, já que a simples divulgação da banda é a repetição da marca, produto ou instituição que lhe dá nome. Realizadas em logradouros públicos, contam com iluminação, segurança, limpeza e outros serviços providos pela Prefeitura.

Os blocos, organizados por amigos ou pessoas de uma comunidade, são uma expressão mais legítima do espírito carnavalesco. Muitos blocos acabam sendo ponto de partida para a formação das bandas, diferindo aqueles destas, apenas pelo nível de organização. Para o carnaval de 2012, cerca de sessenta blocos e bandas registraram-se junto ao órgão de controle de tráfego.

O ponto alto do carnaval em Manaus, pelo menos do ponto de vista econômico e de, é o desfile das escolas de samba do grupo especial, que chega a contar com um público de bem mais que 100 mil pessoas, acomodados em arquibancadas de acesso gratuito, numa magnífica estrutura denominada Centro de Convenções, maior que qualquer outro do gênero no Brasil.

Nas noites de segunda e terça-feira de carnaval, no mesmo local onde desfilam as escolas de samba do grupo especial, acontece o Carnaboi, uma festa com elementos exclusivamente da cultura amazônica. Nesse momento o público interage, canta, dança, torna-se elemento componente e indispensável da festa. É impressionante ouvir o canto fluente e a perfeita execução sincronizada, de coreografias que não foram ensaiadas, mas que estão sendo aprendidas desde a primeira infância.  O espetáculo de interação lembra a festa do Boi Bumbá de Parintins, lembra também as outras festas folclóricas que acontecem em diferentes épocas do ano e em locais distintos desse mundo de cultura que é o Norte. Lembre-se também que a nossa música não é o samba; que nós sabemos quem somos e gostamos de ser.

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Carnaval de Macapá (Capital do Amapá)

  O Carnaval de Macapá ou Carnaval do Amapá, conhecido como Carnaval do Meio do Mundo. é um evento cultural, realizado todos os anos em Macapá.O desfile das escolas de samba ocorre no sambódromo de Macapá. Dez escolas de Samba participam do evento, além disso, acontece também o desfile de blocos. 

Carnaval de Porto Velho (Capital da Rondônia)O Carnaval acontece todos os anos, atraindo um grande número de pessoas de outros municípios de Rondônia e de estados vizinhos. Durante o período carnavalesco, ocorrem os desfiles dos blocos carnavalescos e de escolas de samba, as quais se podem citar, entre as mais conhecidas, Os Diplomatas, Asfaltão, entre outras.No mês de julho acontece o Carnaval Fora de Época, com características do carnaval da Bahia, com trios elétricos e grupos de Axé. 

Carnaval de Rio Branco (Capital do Acre)O primeiro carnaval de rua da cidade de Rio Branco foi realizado no ano de 1882. Na década de 40, a principal rivalidade do carnaval local ocorria entre os clubes Rio Branco, do Primeiro Distrito, e Sociedade Recreativa Tentamen, do Segundo Distrito. A partir de 1980, as escolas e blocos de rua de Rio Branco entram em decadência. 

Desde 1991 não são mais realizados os desfiles de escola de samba; no presente, os principais eventos do carnaval da capital acreana são os 

desfiles de blocos de rua e o Folia na Arena, realizado no estádio Arena da Floresta. O carnaval de Rio Branco chegou a ser eleito como o melhor da Região Norte do Brasil, 

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Carnaval de Belém (Capital do Pará)

O Carnaval de Belém é um evento da cidade de Belém do Pará, no Brasil.Tem como ponto alto os desfiles de escolas de samba, mas também participam blocos afros como os da Bahia. No passado, havia também o concurso de ranchos, tendo um deles, o Rancho Não Posso Me Amofiná, posteriormente se transformado em escola de samba, sendo uma das mais antigas do Brasil em atividade. 

Carnaval de Boa Vista (Capital de Roraima)O Carnaval de Boa Vista é comemorado com desfiles de rua, organizado por várias organizações carnavalescas, tais como blocos e escolas de samba.

As escolas de samba dessa cidade são: Império Roraimense, Praça da Bandeira, Aquarela, Ouro Verde, Unidos do Beiral entre outras. 

Carnaval de Manaus (Capital do Amazonas)Os principais eventos são o tradicional desfile de fantasias, (que acontece na Avenida Eduardo Ribeiro, próximo ao Centro histórico de Manaus), e o desfile de escolas de samba. Assim como no Rio de Janeiro há um grande desfile em uma passarela construída especialmente para isto. O sambódromo de Manaus é tido como o maior do país.O primeiro desfile oficial de escolas de samba em Manaus ocorreu em 1947, a Escola Mixta da Praça foi a campeã. Os locais dos desfiles 

variaram muito durante os anos, primeiro foi na Avenida Eduardo Ribeiro, depois Djalma Batista, depois no centro de convenções e agora no Sambódromo.