carlos drummond de andrade
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Primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade – 1930.
Nas obras de Carlos Drummond de Andrade, ele procurava
abordar temas como: o individuo; a terra natal; a família e as
vivencias de menino; o choque social e a violência humana; o
amor; a própria poesia; a visão da existência.
Teve varias obras poéticas traduzidas para: Espanhol, inglês,
francês, italiano, alemão, sueco, tcheco.
Carlos Drummond de Andrade [Poeta, Contista
e Cronista Brasileiro]
Poesia:
Alguma Poesia (1930)
Brejo das Almas (1934)
Eu, etiqueta (1984)
Amar se aprende amando (1985)
Infantil:
O Elefante (1983)
História de dois amores (1985)
O pintinho (1988)
Rick e a Girafa 8
Na Antologia poética:
A última pedra no meu caminho (1950)
Minha morte (1987)
Amor, Amores (1975)
Poesia até agora (1948)
Na Prosa:
Contos de Aprendiz (1951)
A bolsa & a vida (1962)
O poder ultrajovem e mais 79 textos em
prosa e verso (1972)
Moça deitada na grama (1987)
Outras obras de Drummond:
A obra poética Sentimento
do mundo (1940).
A obra poética Boitempo
(1968)A obra poética Brejo
das Almas (1934)
Carlos Drummond de Andrade e sua filha Maria Julieta.
Curiosidades sobre a vida de Carlos Drummond
de Andrade:
Drummond foi expulso do
internato que frequentava por
"insubordinação mental" aos
17 anos, porque se
desentendeu com o seu
professor de português.
Nessa época, o poeta era
conhecido como "general" por
causa de seu jeito altivo.
Curiosidades sobre a vida de Carlos Drummond
de Andrade:
Drummond nunca aceitou fazer parte da Academia Brasileira de
Letras.
Curiosidades sobre a vida de Carlos Drummond
de Andrade:
Morreu doze dias depois da filha: Maria
Julieta, filha única de Drummond, tinha 57 anos quando
morreu de câncer generalizado, em 1987, no Rio de
Janeiro. Aos 84 anos, o poeta enterrava pela segunda
vez um filho. Em 1927, Drummond, com 25 anos,
enterrou seu primeiro filho, Carlos Flávio, que faleceu
meses depois de nascer. O poeta não suportou enterrar
dois filhos. Foram precisos exatos 12 dias para ele
reencontrar sua filha, com quem tinha uma forte ligação.
Drummond faleceu de ataque cardíaco no dia 17 de
agosto. "Pois de tudo fica um pouco. Fica um pouco de
teu queixo no queixo de tua filha. De teu áspero silêncio
um pouco ficou", (Resíduo, CDA).
Curiosidades sobre a vida de Carlos Drummond
de Andrade:
Virou nota de dinheiro: Era um
domingo, dia 15 de janeiro de 1989,
quando o então presidente José
Sarney anunciou o Plano Verão. Junto
com ele, o país ganharia - além de
uma inflação que subiu 6% em dois
meses - notas de Cruzado Novo, que
cortavam três zeros em relação à
moeda anterior, o Cruzado. Quem
estampava a nota mais baixa, a de 50
cruzados novos, era Drummond
(Cecília Meireles aparecia na de 100).
De um lado o rosto do poeta, do outro
o poema Canção Amiga (do livro
Novos Poemas, de 1948): "Eu preparo
uma canção/ que faça acordar os
homens/ e adormecer as crianças." O
Cruzado Novo durou pouco mais de
um ano e foi substituído pelo Cruzeiro.
Curiosidades sobre a vida de Carlos Drummond
de Andrade:Deixou poemas inéditos com sua
amante: Drummond foi casado por 62
anos com Dolores Dutra de Morais.
Porém, durante 36 anos, Lygia
Fernandes, 25 anos mais jovem que o
poeta, e Drummond namoraram (como
eles preferiam chamar o caso
extraconjugal). Se conheceram, em
1951, no Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, onde
trabalhavam. Eles se viam todos os
dias, mesmo depois de o poeta se
aposentar. Drummond fez várias
poesias para ela e deixou, pelo menos,
três livros de poemas inéditos, além de
manuscritos de Lição de Coisas e
Boitempo. Lygia morreu em 2003 e
seus familiares recolheram o material.
Até hoje se recusam a divulgá-lo. Um
tesouro perdido.
O que Viveu Meia Hora
Nascer para não viver
só para ocupar
estrito espaço numerado
ao sol-e-chuva
que meticulosamente vai
delindo
o número
enquanto o nome vai-se
autocorroendo
na terra, nos arquivos
na mente volúvel ou cansada
até que um dia
trilhões de milênios antes do
juízo final
não reste em qualquer átomo
nada de uma hipótese de
existência.
Carlos Flavio filho de Drummond morreu meia hora
depois do nascimento.
Carlos Drummond de Andrade escreveu seu último poema no dia
31 de janeiro de 1987, “Elegia a um tucano morto”, que conta a
história real de um tucano que Pedro Drummond ganhou da
esposa no dia do seu aniversário e que sofreu alguns “acidentes”.
O ilustre avô escreveu e presenteou ao neto num almoço. Pedro,
o neto do grande poeta, além de contar a história real do tucano.
Elegia a um tucano morto
Ao Pedro
O sacrifício da asa corta o voo
no verdor da floresta. Citadino
serás e mutilado,
caricatura de tucano
para a curiosidade de crianças
e a indiferença de adultos.
Sofrerás a agressão de aves vulgares
e morto quedarás
no chão de formigas e de trapos.
Eu te celebro em vão
como à festa colorida mas truncada
projeto da natureza interrompido
ao azar de peripécias e viagens
do Amazonas ao asfalto
da feira de animais.
Eu te registro, simplesmente,
no caderno de frustrações deste mundo
pois para isto vieste:
para a inutilidade de nascer.
“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”- Carlos Drummond