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Page 1: Caracterização preliminar da composição química das ... · Sociedade Brasileira de Química (SBQ) 36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química Caracterização preliminar

Sociedade Brasileira de Química (SBQ)

36a

Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química

Caracterização preliminar da composição química das escamas da

Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

Isadora Maria de Oliveira1 (IC)*, Ricardo Mercadante

1 (PQ).

1Universidade Estadual do Oeste do Paraná – R. da Faculdade, 645, Jd. Sta. Maria. 85903-000, Toledo, PR.

[email protected]

Palavras Chave: Tilápia do Nilo, Escamas, Fase inorgânica.

Introdução

O Brasil é hoje o vigésimo sétimo produtor mundial

de pescados, e o consumo médio brasileiro anual de

pescado é de 6 kg por ano, segundo a FAO (Food

and Agriculture Organization on the United Nations).

Estima-se que 80% do produto da atividade

pesqueira nacional sejam constituídos de peixes(1)

.

Após o processamento destes, geralmente em

frigoríficos, suas escamas são descartadas, exceto

quando algumas comunidades as utilizam para a

produção de artesanatos. A análise das escamas de

tilápias mostra que estas são constituídas por duas

fases distintas: a fase orgânica composta

essencialmente por colágeno, e uma fase

inorgânica, composta principalmente de

hidroxiapatita. Elas apresentam uma composição

média de 56,89 % de fração inorgânica e 43,11% de

fração orgânica(2)

. No presente trabalho foi realizada

a caracterização parcial dos principais componentes

da escama da Tilápia do Nilo.

Procedimentos e Discussão

Inicialmente 60 g de escamas secas foram lavadas,

em seguida foi adicionado uma quantidade de 15 L

de água deionizada e deixado ferver por 6 horas sob

agitação leve, para fazer a separação da fase

orgânica da inorgânica. No final deste tempo foi

realizada a separação do precipitado e do

sobrenadante por filtração. O sobrenadante foi então

evaporado para haver concentração do colágeno

nele contido. A solução concentrada em colágeno

foi então levada a uma estufa com temperatura

média de 80 º até que o colágeno se apresentasse

totalmente seco. A parte sólida residual das

escamas separada por filtragem foi seca em forno

até que estivesse totalmente seca. Ambas as

amostras foram pesadas e encontradas as

porcentagens de colágeno e dos constituintes da

fase inorgânica conforme a tabela 1. Estes valores

foram encontrados dentro das condições de trabalho

usual na extração de colágeno por batelada, em

breve o método deverá ser aprimorado para um

melhor resultado em condições de maior rigor

laboratorial.

Tabela 1. Valores de massas encontrados para o

colágeno e para a fase inorgânica.

Amostras Escamaseca (g)

Fase inorgâni

ca (g)

Colágeno (g)

Perdas

(g)

A 60,0198 34,0115 18,7793 7,2290

B 60,1023 34,3193 19.2537 6,5293

C 60,0146 34,1564 18,8953 6,9629

A fase inorgânica, foi pulverizada em um almofariz

e, em seguida, foi preparada uma solução para a

determinação de cálcio e sódio em um fotômetro de

chama Digimed DM-61. Na tabela 2 estão a

amostras com suas respectivas massas e a

quantidade de cálcio e sódio em ppm (partes por

milhão). Para essa análise precisa ser feito o branco

e calibrar o equipamento com uma solução padrão

de cálcio e sódio de 20 ppm(3)

.

Tabela 2. Valores médios de cálcio e sódio encontrados

para a fase inorgânica.

Amostra Massa

(g) Cálcio (ppm)

Sódio (ppm)

Cálcio (%)

Sódio (%)

Fase Inorgânica

0,0548 15 1 2,78 0,19

Conclusões

Os resultados indicam que a fase inorgânica

apresenta predominância de compostos de cálcio e

a fase orgânica contém predominância de colágeno.

Novos testes estão sendo realizados para uma

identificação mais aprimorada das duas fases, a

avaliação do potencial uso da fase inorgânica para

calagem de solo e metodologias de extração do

colágeno a baixo custo.

Agradecimentos

Ao Getech/Unioeste pelo apoio material.

___________________________________ 1Oliveira, M. I. Caracterização de escamas de peixe Robalo (Dicentrarchus labrax) e seu estudo de sorção de corantes em meio

aquoso. 2011. 113. Dissertação. Universidade Federal de Sergipe, Sergipe. 2Moura, O. E. Utilização de escamas do peixe corvina para adsorção de Cr (VI) em meio aquoso - Cinética e termodinâmica por calorimetria

isotérmica contínua. 2011. 200. Dissertação. Universidade Federal de Sergipe, Sergipe. 3Acadêmico de Mestrado em Engenharia Química Gustavo Henrique Fidelis dos Santos.