caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de passiflora

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PABLIANE RAMOS LAWINSCKY CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE Passiflora alata CURTIS E Passiflora cincinnata MAST ILHÉUS-BAHIA-BRASIL JULHO de 2010

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Page 1: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

PABLIANE RAMOS LAWINSCKY

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E

FENOLÓGICA DE Passiflora alata CURTIS E

Passiflora cincinnata MAST

ILHÉUS-BAHIA-BRASIL

JULHO de 2010

Page 2: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

PABLIANE RAMOS LAWINSCKY

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE

Passiflora alata CURTISE Passiflora cincinnata MAST

Dissertação apresentada à Universidade

Estadual de Santa Cruz como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal,

Área de Concentração: Melhoramento genético Vegetal. Orientadora: Margarete Magalhães de Souza

ILHÉUS-BAHIA BRASIL

JULHO de 2010

Page 3: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

PABLIANE RAMOS LAWINSCKY

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE

Passiflora alata CURTISE Passiflora cincinnata MAST

Ilhéus – BA, 09/07/2010

_______________________________________

Margarete Magalhães de Souza– DS (UESC)

(Orientadora)

_______________________________________ José Basílio Vieira Leite - DS

(CEPLAC)

_________________________________________ Ronan Xavier Corrêa - DS

(UESC)

_________________________________________

Antônia Marlene Magalhães Barbosa- DS (UESC)

Page 4: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

À Rita de Cássia Ramos Lawinscky, minha mãe, que com todos os seus atributos de

uma mãe espetacular e seu amor infinito me faz, sempre, chegar até o final.

DEDICO

A Jesus (meu Senhor, Guia e Orientador), a minha família preciosíssima e aos meus

valiosos amigos que na certeza de vossas companhias nos momentos de alegria e

tristeza, levantam-me sempre o ânimo e acima de tudo me traz um imenso prazer de

viver.

OFEREÇO

Page 5: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

AGRADECIMENTO

A DEUS sempre presente em minha vida e que nestes dois anos me

proporcionou momentos dos quais tirei várias lições de aprendizado, tanto técnico

científico quanto pessoal, todos, sobretudo me mostraram que sou uma pessoa

FELIZ.

À Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), pela realização de minha

formação profissional, ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, pela

oportunidade concedida.

À Professora doutora Margarete Magalhães de Souza, orientadora deste

trabalho, pela disponibilidade concedida para realização desta dissertação e

ensinamentos importantes na minha vida profissional.

À Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia (FAPESB), pela concessão da

bolsa.

A Lindolfo Pereira dos Santos Filho, Américo Viana, Emerson Santos e

Sergio Oliveira, pelo auxílio nas análises estatísticas.

A secretária do programa de pós-graduação, Caroline Tavares, pelo carinho

no atendimento.

Aos funcionários da ACMAV, João e Marlene, pelos momentos de

descontração no horário do almoço; Carlos e Marcos pela ajuda na casa de

vegetação.

Aos profissionais Agna Menezes, George Sodré e Jose Basílio, pelo

estímulo, disponibilidade, sempre me entusiasmando a realizar esse trabalho da

melhor maneira possível, sobre tudo através do exemplo de profissionais que são.

A Cintia Stephane e Ronaldo Bloise, estagiários voluntários, pela ajuda na

execução das tarefas.

A minha vozinha Elza, minha tia Vera, minha comadre Valdeneide, que

acompanham cada etapa da minha vida e sempre torcem e oram por mim.

Ao meu irmão Pablo e minha cunhada Elisangela Oliveira, pelo constante

incentivo e por disponibilizar o computador.

Page 6: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

À Raimunda, por me tratar como se fosse filha e mesmo sem entender e

concordar muito com o mestrado, sempre torceu e se preocupou comigo.

À Gabriela Belo, Marla Ariane, Raquel Moraes, Priscilla Patrocínio, Diego

Patrocínio, Dayse Drielly, irmãs Amorim (Jú e Josi), Ícaro Cabral, Ludmila Vitória e

Marília, pelos momentos de descontração, pela agradável convivência, sugestões,

paciência, companhia e por todo auxílio prestado no desenvolvimento do projeto.

Longo foi o caminho até aqui e a cada momento, principalmente nas

passagens mais pedregosas, anjos foram revelados a mim por DEUS. Uns

estiveram presentes o tempo todo, outros por breves momentos, mas todos de

alguma forma contribuíram para que eu completasse mais esta etapa. MUITO

OBRIGADA!

Page 7: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

i

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE

Passiflora alata CURTIS E Passiflora cincinnata MAST.

RESUMO

Acessos de P. alata Curtis e P. cincinnata Mast. do Banco Ativo de Germoplasma da

UESC (BA), foram analisados quanto a divergência genética, sistema reprodutivo e

parâmetros fenológicos. Houve divergência genética entre e dentro dos acessos de

ambas as espécies. Apesar da divergência há a hipótese de que os genótipos 243 e

244 de P. alata, podem ser duplicatas. Quanto ao sistema de reprodução ambas as

espécies são autoincompatíveis classe 3, não produzindo nenhum fruto por

autopolinização. Em P. alata o tipo de polinização (controlada ou aberta) não

interferiu na taxa de pegamento, porém interferiu no número de sementes, onde a

polinização cruzada contribuiu de maneira mais efetiva. Em P.cincinnata, o tipo de

polinização interferiu tanto na taxa de pegamento quanto no número de semente,

sendo que a polinização cruzada resultou em maior número de frutos com maior

número de sementes. Em ambas as espécies os estigmas permaneceram

receptivos, apresentando tendência em reduzir com o passar das horas. A antese

das flores é diurna, ocorrendo por volta das 4h 30min em P. alata e as 6h 00min em

P. cincinnata, iniciando o processo de fechamento as 16h 00min e as15h 00min,

respectivamente. O genótipo 102 de P. alata se destacou apresentando a maior taxa

Page 8: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

ii

de florescimento (2,41) e maior pico floral (7 flores), apresentando ainda outras

características de interesse ornamental como maior diâmetro da flor e maior

comprimento de bráctea, sendo assim indicado como um genótipo promissor na

composição de futuros programas de intercruzamentos onde se vise à elevação do

número de flores e, ou obtenção de flores maiores. Em P. cincinnata o genótipo 325

foi indicado como o que apresentou maior taxa de florescimento e o segundo maior

pico de florescimento (12 flores), possui como característica morfológica marcante

maior comprimento de pétala, sendo este o genótipo da espécie indicado como

promissor ornamental.

Palavras-chave: Passifloras silvestres ornamentais, compatibilidade genética,

florescimento, Banco Ativo de Germoplasma.

Page 9: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

iii

MORPHOLOGICAL, REPRODUCTIVE AND PHENOLOGICAL

CHARACTERIZATION OF Passiflora alata CURTIS AND Passiflora cincinnata

MAST

ABSTRACT

In this work were observed genotypes of P. alata Curtis and P. cincinnata Mast. the

Active Germplasm Bank of UESC (BA), in relation to genetic divergence, breeding

system and phenology parameters. There was a divergence between the genotypes

of both species, but those of P. alata was observed cluster by place of origin. Despite

the divergence is the hypothesis that the genotypes 243 and 244, 101, 102, 104 and

211, P. alata could be duplicates. As for the reproductive system both species are

self-incompatible class 3, producing no fruit by self-pollination. In P. alata type of

pollination (cross or spontaneous) did not affect the rate of fixation, however affect

the number of seeds, where cross-pollination contributed more effectively. In

P.cincinnata the type of pollination affect both the rate of fixation on the number of

seed, being that cross-pollination resulted in a greater number of fruit with the

greatest number of seeds.In both species the stigmas remained receptive, with a

tendency to shrink with each passing hour. Anthesis is diurnal flowers occurring

around 4:30 am in P. alata and 6:00 am to P. cincinnata, starting the process of

closing the 4:00 pm hours and 3:00 pm hours respectively. The genotype 102 of P.

alata stood out by presenting the highest rate of flowering (2.41) and higher peak

floral (7 flowers), it also presents other characteristics of ornamental interest as the

Page 10: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

iv

largest diameter and length of flower bract, being indicated as a promising genotype

in the composition of future programs in intercross which aims to increase the

number of flowers and, or obtain larger flowers, but should avoid crossing it with

genotypes similar to it genetically. In P. cincinnata genotype was indicated as 325

which had higher rates of flowering and the second largest peak flowering (12

flowers), has a characteristic marked morphological greater length of petal, which is

the genotype of the species indicated as promising ornamental.

Key-words: wild and ornamental Passiflora, compatibility genetic, flowering, Active

Germplasm Bank

Page 11: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

v

ÍNDICE

RESUMO…….........………………………………………………………...........................i

ABSTRACT………………………………………………………………….......................iii

INTRODUÇÃO………………………………………...…………......................................1

REVISÃO DE LITERATURA…..……………………………………...............................3

CAPÍTULO 1:

3. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E DIVERSIDADE GENÉTICA ENTRE

GENÓTIPOS DE P. alataCURTISE P. cincinnataMAST DO BANCO ATIVO DE

GERMOPLASMA DA UESC (BA).............................................................................28

3.1 Resumo...............................................................................................................28

3.1.1 Abstract............................................................................................................29

3.2 Introdução...........................................................................................................30

3.3 Material e Métodos.............................................................................................32

3.4 Resultados..........................................................................................................38

3.5 Discussão............................................................................................................51

3.6 Conclusões.........................................................................................................57

3.7 Agradecimentos.................................................................................................58

3.8 Referências Bibliográficas................................................................................59

CAPÍTULO 2:

4. ESTUDO DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE P. alata CURTIS E P. cincinnata

MAST.........................................................................................................................64

4.1 Resumo...............................................................................................................64

4.1.1 Abstract............................................................................................................66

4.2 Introdução...........................................................................................................68

4.3 Material e Métodos.............................................................................................70

4.4 Resultados..........................................................................................................75

4.5 Discussão............................................................................................................87

4.6 Conclusões.........................................................................................................90

4.7 Agradecimentos.................................................................................................91

4.8 Referências Bibliográficas................................................................................92

Page 12: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

vi

CAPÍTULO 3:

5. ESTUDO DOS PARÂMETROS FENOLÓGICOS FLORAIS EMP. Alata CURTIS e

P. cincinnataMAST...................................................................................................96

5.1 Resumo...............................................................................................................96

5.1.1 Abstract............................................................................................................98

5.2 Introdução.........................................................................................................100

5.3 Material e Métodos...........................................................................................102

5.4 Resultados........................................................................................................106

5.5 Discussão..........................................................................................................113

5. 6 Conclusões......................................................................................................116

5.7 Agradecimentos...............................................................................................117

5.8 Referências Bibliográficas..............................................................................118

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....………………......................................................121

7. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES...............................................................123

Page 13: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

1

1. INTRODUÇÃO

A família Passifloraceae L. está incluída na ordem Malpighiales (MILWARD-

DE-AZEVEDO; BAUMGRATZ, 2004), que é dividida em duas tribos, Paropsieae e

Passiflorieae (DEGINANI, 1999). Esta última é representada por 17 gêneros

(FEUILLET; MACDOUGAL, 2007) entre Ancitrothysus Harms, Dilkea

Mast.,Mitostemma Mast., Passiflora L. estão presentes no Brasil (CERVI, 1997).

Sendo o último o mais representativo (PÉREZ et al., 2007). Em nível nacional, o uso

das espécies se destaca na alimentação e farmacologia, sendo pouco utilizada para

o uso ornamental (PEIXOTO, 2005).

Apesar de o Brasil ser considerado o principal centro de diversidade genética

das espécies de Passiflora (PEIXOTO, 2005), ações antrópicas tem gerado redução

das espécies e conseqüentemente, de sua variabilidade genética. Por isso, os

bancos de germoplasma são considerados estratégicos para a conservação

(BORÉM; MIRANDA, 2009).

A Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus, BA, possui um Banco

Ativo de Germoplasma (BAG-Passifloras), no qual explora seus acessos a fim de

obter híbridos interespecíficos que reúnam caracteres de interesse ornamental. As

flores e folhas de passifloras possuem uma diversidade de cor, forma e tamanho,

tornando-as bastante atraentes e promissoras para uso em ornamentação (ABREU

et al., 2009).

Porém, para que a diversidade genética disponível seja explorada, é

necessário a caracterização e documentação dos acessos para uso nos programas

Page 14: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

2

de melhoramento (BORÉM; MIRANDA, 2009). A caracterização morfológica é a

forma mais acessível e mais utilizada para quantificar a diversidade genética de um

banco de germoplasma (RABBANI et al., 1998).

Conhecer o modo de reprodução da espécie em estudo é um importante pré-

requisito nos programas de melhoramento (ALLARD, 1971), pois a escolha do

método adotado dependerá dessa informação. Nesse sentido, podem-se realizar

estudos voltados para determinação do modo de reprodução propriamente dito, e

outros voltados para observação de características que interferem no processo de

polinização, como a viabilidade polínica, taxa de receptividade estigmática, a

polinização in vivo, bem como o florescimento.

O presente trabalho objetivou caracterizar genótipos das espécies Passiflora

alata Curtis e P. cincinnata Mast, quanto à morfologia floral e vegetativa, biologia da

reprodução, e parâmetros fenológicos do florescimento. As espécies P. alata e P.

cincinnata são de grande interesse ornamental (PEIXOTO, 2005) e agronômico

(OLIVEIRA; RUGGIERO, 1998), podendo ser utilizadas como genitores em

hibridações interespecíficas de passifloras. Para dessa forma, contribuir para

conservar e explorar os recursos biológicos existente nos programas de pesquisas

da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC.

Page 15: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

3

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Família Passifloraceae

Em 1569 Nicolae Monardes descreveu espécie Passiflora incarnata, sendo

esse registro considerado o primeiro do ponto de vista taxonômico na família

Passifloraceae. Porém, as passifloras haviam sido mencionadas por Cieza de Leon

em 1553 como "granadilla", este nome foi utilizado em analogia com a romã, Punica

granatum L. (Punicaceae) devido à semelhança do fruto (VANDERPLANK, 2000).

Em 1605, flores de passiflora (Passiflora incarnata) foram enviadas por

missionários católicos ao Papa Paulo V, onde as peças florais foram associadas aos

símbolos da crucificação de Cristo, originando assim o nome latino da planta, "flor da

paixão”, comum para os espanhóis e ingleses, mas ainda não usado no Brasil

(FUMIS; SAMPAIO, 2007).

Apesar do nome passiflora ser projetado por Pluckenet em 1696 (CERVI, 1997),

foi em 1745 que o gênero Passiflora foi oficializado, a partir do primeiro trabalho de

classificação e identificação de Passiflora, realizado por Linnnaeus, que descreveu

22 espécies (VANDERPLANK, 2000).

A família Passifloracea é nativa das regiões tropicais e subtropicais

(HEYWOOD, 1993), podendo encontrar plantas silvestres na Índia Ocidental,

Galápagos, Austrália, Sudeste Asiático, Malásia, Filipinas, Polinésia e em algumas

ilhas do Oceano Pacífico (VANDERPLANK, 2000) e ainda algumas espécies de

clima temperado nas Américas, sul da China e Nova Zelândia (FEUILLET;

Page 16: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

4

MACDOUGAL, 2007). A América tropical é considerada como o principal centro de

diversidade genética, incluindo desde a região Amazônica até o Paraguai e o

Nordeste da Argentina (SIILVA et al., 2004).

A família abrange desde espécies trepadeiras herbáceas a arbustos, e até

árvores lenhosas (NUNES; QUEIROZ, 2006). É caracterizada por apresentar

estípulas e gavinhas (NUNES; QUEIROZ, 2006); folhas pecioladas e alternadas;

flores isoladas e axilares, hermafroditas, pentâmeras, com pétalas e sépalas

alternando entre si, com presença de filamentos de corona, opérculo, androginóforo,

5 estames, anteras dorsofixas, óvulos numerosos, placentação perietal, 3-4 estiletes,

estigmas captados, orbiculares ou reniformes também caracterizam a família

(NUNES; QUEIROZ, 2006). A corona é usada para caracterização da família,

juntamente com o androginóforo, longo tubo floral de órgãos sexuais, femininos e

masculinos, soldados e elevados (ULMER; MACDOUGAL, 2004).

Em 1938, Killip descreveu 355 espécies de Passiflora, em seu trabalho

intitulado “The American species of Passifloraceae”, considerado um dos estudos

mais completos no referido assunto.

A sistemática ainda não resolve bem a semelhança entre algumas espécies,

existindo divergência entre os taxonomistas e sistematas quanto ao número de

gêneros na família e o número de espécies no gênero. Os relatos de espécies

pertencentes à família incluem números como530 (WATSON; DALLWITZ, 1992;

BERNACCI et al., 2003, FEUILLET; MACDOUGAL, 2007), 600 (BARROSO, 1978),

630 (VANDERPLANK, 2000), 650 (JUDD et al., 1999), chegando a serem citadas

cerca de 700 espécies nesta família (FEUILLET, 2004).

Page 17: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

5

2.2 Gênero Passiflora

O gênero Passiflora é o maior da família Passifloraceae, com cerca de 530

espécies (FEUILLET; MACDOUGAL, 2007), é numérica e economicamente o mais

importante da família (PÉREZ et al., 2007), apresentando ampla variabilidade

genética inter e intraespecífica (BELLON et al., 2009).Esse gênero é originário da

América tropical (ALEXANDRE et al., 2004) e, pelo menos, um terço de suas

espécies tem os respectivos centros de origem no Brasil (MELETTI et al., 2007), que

agregam cerca de 100 a 200 espécies (BERNACCI et al., 2003; NUNES; QUEIROZ,

2006). Além do Brasil, a Colômbia também concentra riqueza de espécies do gênero

(PÉREZ et al., 2007).

No estado da Bahia o gênero Passiflora possui 32 espéciescom ampla

distribuição (NETO, 2008), sendo que P. saxicola, P. bahiensis,P. mucugeana

(NUNES; QUEIROZ, 2006)e P. cacaoensis (VIANA, 2009) são consideradas

endêmicas. Os principais centros de diversidade na Bahia ocorrem na floresta

Atlântica do sul do estado e na Chapada Diamantina(NUNES; QUEIROZ, 2006).

2.3 Botânica e taxonomia das Passifloras

As passifloras apresentam hábito herbáceo são trepadeiras, produzem flores

cuja beleza desperta curiosidade e encantamento e incluem algumas poucas ervas

eretas ou plantas lenhosas, arbustivas (VANDERPLANK, 2000). Em sua maioria são

perenes e essencialmente pantropical, podendo encontrar algumas espécies como a

P. gracilis, P. tenella que são anuais e outras espécies como P. lutea e P. incarnata

Page 18: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

6

em zonas temperadas (ULMER; MACDOUGAL, 2004) sendo esta última, utilizada

em hibridações com P. edulis, por apresentar a característica de interesse:

tolerância a baixa temperatura (BRUCKNER; OTONI, 1999).

As principais características das plantas desse gênero são: gavinhas axilares,

nectários, folhas alternas normalmente simples, coroa de estaminódios, gineceu e

androceu com base comum (androginóforo) e sementes ariladas (FEUILLET,

2004).Uma outra característica bastante peculiar é a variabilidade foliar encontrada,

que é a maior encontrada em todas as angiospermas (MACDOUGAL, 1994).

A raiz das passifloras é do tipo axial ou pivotante, porém quando propagadas

por estacas podem desenvolver raízes adventícias (CUNHA et al., 2002). O caule

das espécies de passifloras possui o hábito trepador, sendo delgados, pouco

lenhosos e necessitam de outras plantas como suporte para suprir a necessidade de

luz; são eretos, cilíndricos, lisos ou pilosos, angulados, angular-estriados, angular-

alado, poucos são descritos como achatados, subangular e estriados (ULMER;

MACDOUGAL, 2004). Os caules da espécie apresentam base lenhosa e ápice

herbáceo, vigorosos, semi-flexíveis e trepadores, muito ramificados e, em algumas

espécies, podem apresentar-se glabros ou pilosos podendo atingir 5 a10 m de

comprimento (CUNHA et al., 2004). O caule pode ser cilíndrico, angular, subangular

e raramente quadrangular e estriado longitudinalmente (CERVI, 1997).

Na maioria das espécies as folhas são simples e alternas (NUNES;

QUEIROZ, 2006)poucas espécies possuem folhas compostas como em P.

deidamioides, P. cirhiflora, P. pedata, e P. trofoliata (ULMER; MACDOUGAL, 2004)

são elípticas ou orbiculares, inteiras ou lobadas, 2-9 lobos, 3-5 nervuras, margem

geralmente inteira, base cordada, truncada, arredondada ou cuneada, pecíolo com

ou sem glândulas, glândulas peciolares sésseis, estipitadas ou pedunculadas,

Page 19: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

7

algumas vezes com glândulas nos lobos dos sinus. As nervuras são mais salientes

na face abaxial e o pecíolo mede, geralmente, de 1 a 5 cm (NUNES; QUEIROZ,

2006).

As estípulas estão presentes em todas as espécies de passifloras, epodem

ser setáceas, lineares ou foliáceas, algumas vezes decíduas. O formato das

estípulas podem ser semioval, oval-oblíquo, reniforme, semi-reniforme,

subreniforme, auriculadas e oval-auriculadas (ULMER; MACDOUGAL, 2004).

Quanto ao bordo as estípulas são inteiras, denteadas, serreadas ou laciniadas, e, ao

ponto de inserção, onde algumas têm como ponto de inserção a lateral, e não a

base (CERVI, 1997). As gavinhas são estruturas que se desenvolvem nas axilas das

folhas, geralmente são solitárias e não estão presentes nas espécies lenhosas

(CUNHA et al., 2002).

O pedúnculo, na maioria das espécies é único, nasce nas axilas das folhas e

termina em uma flor, mas podem ocasionalmente nascer aos pares sobre ramos

axilares curtos. A espécie P. multiflora é uma exceção, a qual produz de duas a seis

flores em um mesmo pedúnculo (ULMER; MACDOUGAL, 2004), mais ou menos

foliáceos e, geralmente, estão acompanhados de estípulas(CERVI, 1997).

As brácteas normalmente estão presentes em número de três, algumas vezes

decíduas, podem ser lineares ou setáceas e dispersas ao largo do pedúnculo, ou

bem foliáceas de forma ovada, ovado-lanceoladas e situadas perto da base da flor,

sésseis e livres. Quanto à margem ou bordo, podem ser inteiras, serreadas,

denteadas, em divisões filiformes e terminadas em uma glândula. Sua forma,

tamanho e posição no pedúnculo constituem caracteres de grande importância para

separar subgêneros, secções e espécies (CERVI, 1997).

Page 20: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

8

As flores são geralmente muito vistosas, grandes, cíclicas, diclamídeas, de

simetria radial e apresentam-se isolada ou aos pares, podendo, em algumas

espécies estarem reunidas em inflorescência (VANDERPLANK, 2000). São

hermafroditas, com presença de androginóforo (NUNES; QUEIROZ, 2006), cujo

androceu é formado por cinco estames e o gineceu formado por três estiletes e três

estigmas. Embora em estudos realizados com P. cincinnata foram observadas flores

com dois, quatro ou cinco estigmas (ARAÚJO et al., 2008; KILL et al., 2010).

Há uma estrutura floral cujo termo designado ao mesmo gera divergências,

que pode ser designada, dentre outras, por cálice ou tubo do cálice (CERVI, 1997),

ou hipanto, conforme a instrução para execução dos ensaios de distinguibilidade,

homogeneidade e estabilidade (DHE) de cultivares de maracujá, abrangendo

espécies ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos de Passiflora,

na qual se encontram classificados essas estruturas em três formas: aplanada,

campanulada e cilíndrica.

Todas as espécies do subgênero Passiflora possuem cálice e corola. A corola

tem cinco pétalas brancas ou coloridas, membranáceas, alternas às sépalas, livres

ou levemente concrescidas na base, insertas nas bordas do tubo calicinal; com

muita freqüência as sépalas são carnosas, membranáceas ou subcoriáceas e

apresentam quase sempre uma arista foliácea ou corno dorsal próximo do ápice

(CERVI, 1997).

A corona é considerada a estrutura mais marcante do gênero (SOUZA;

PEREIRA, 2003; MUSCHNER, 2005; NUNES; QUEIROZ, 2006; ABREU, 2009).

Esta é formada por um a cinco verticilos, inserta na base do tubo calicinal e

composta por filamentos diversos, de cores vivas e atraentes. Os filamentos por sua

Page 21: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

9

vez são bandeados com diversas cores no sentido horizontal (VANDERPLANK,

2000; ULMER; MACDOUGAL, 2004).

O ovário é súpero, localizado no ápice do androginóforo, tricarpelar e

unilocular. Com muitos óvulos de placentação parietal. O ovário é globuloso, ovóide

ou fusiforme, unilocular, com placentação parietal Os estiletes, em número de três,

são livres ou unidos na base (NUNES; QUEIROZ, 2006).

Seus frutos são caracterizados como bagas, geralmente indeiscentes, exceto

em P. capsularis e P. rubra (cápsula loculicida), globosos ou ovóides, raramente

fusiformes, possuindo, no geral, coloração amarela, existindo, frutos de coloração

vermelha e roxa (VANDERPLANK, 2000; ULMER; MACDOUGAL, 2004). A casca é

coriácea, quebradiça e lisa, protegendo o mesocarpo, no interior do qual estão as

sementes. Estas são, em sua maioria, comprimidas, reticuladas, pontuadas ou

transversalmente alveoladas, envolvidas por um arilo mucilaginoso

(VANDERPLANK, 2000). As sementes são tidas como ortodoxas ou ortodoxas

intermediárias, tolerantes à perda de umidade (NUNES; QUEIROZ, 2001).

2.4 As espécies P. alata e P. cincinnata

Passiflora alata Curtis, é nativa do Brasil, e conhecida popularmente como

maracujá-doce, maracujá-grande, maracujá-alado, maracujá-de-refresco, maracujá-

guaçu; tem ocorrência generalizada, podendo ser encontrada nas regiões

Norte,Nordeste, Sudeste, Centro Oeste e Sul (JUNQUEIRA et al., 2001). No estado

do Rio Grande do Sul é considerada uma espécie invasora (CERVI, 1997;

BRUCKER; PICANÇO, 2001; KOEHLER-SANTOS et al., 2006). Pode ser cultivada

de norte a sul do país, devido a boa adaptação a diferentes condições

Page 22: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

10

edafoclimáticas (VASCONCELLOS et al. 2001). Acessos silvestres de P. alata

podem ainda ser encontrados no Peru (CUNHA et al., 2002).

O principal uso do maracujá doce é na alimentação humana (MARTINS et al.,

2003), mas é também bastante utilizado na indústria farmacêutica (LIMA; CUNHA,

2004). O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, sendo P. alata a terceira

espécie mais cultivada (MANICA et al., 2005). Seu cultivo no Brasil é conseqüência

da sua elevada cotação no mercado de frutas frescas, devido à sua polpa ser

bastante saborosa e doce.

Apesar do seu potencial de mercado agronômico, P. alata apresenta

problemas de suscetibilidade a pragas e doenças durante o cultivo

(VASCONCELLOS et al., 2001), bem como alta perecibilidade e suscetibilidade a

doenças pós colheita (ANSELMO; JUNQUEIRA, 1997).

Trata-se de uma planta glabra de caule quadrangular e de aresta alada,

gavinhas axilares robustas, estípulas lanceoladas, folhas lanceoladas inteiras,

medindo em média 7 a 15 cm de comprimento e 5 a 10 cm de largura (BRAGA et al.,

2005).

As flores são solitárias, sustentadas por um pedúnculo do qual parte um único

pedicelo, geralmente são pendentes, porém quando arbustivo, ficam oclusas na

folhagem (VARASSIN; SILVA, 1999). Essas possuem tanto estruturas masculinas

quanto femininas, mas ainda assim apresentam um sistema de reprodução auto-

incompatível, não realizando autopolinização (LOSS et al., 2006).

A corona reúne todas as estruturas contidas entre as pétalas e os estames,

ou seja, duas séries de fímbrias, o opérculo, o anel da câmara nectarífera e o límen,

as fímbrias por sua vez, são projeções filiformes adjacentes às pétalas, rajadas de

branco e roxo, carnosas, bastante alongadas, ultrapassando a altura dos estiletes

Page 23: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

11

e/ou estigmas e formam uma barreira ao acesso da câmara nectarífera (VARASSIN;

SILVA, 1999).

O valor ornamental é conferido pelas belas flores que a planta produz

(Peixoto, 2005), as quais exercem atração pelo seu tamanho, pela exuberância de

suas cores e pela originalidade de suas formas (VASCONCELLOS; CEREDA 1994),

podendo ainda ser utilizadas em trabalhos de paisagismo devido à beleza das

mesmas (LORENZI; SOUZA, 2001).

Passiflora cincinnata Mast é uma espécie silvestre, não comercial, incluída na

série Incarnata (APONTE; JÁUREGUI, 2004), popularmente conhecida como

maracujá-mochila, maracujá-do-mato ou maracujá-tubarão (BERNACCI et al., 2003).

Distribuem-se do nordeste do Brasil até o norte da Argentina, sudeste do Paraguai e

oeste da Bolívia, e foi introduzida na Venezuela (VANDERPLANCK, 2000). No Brasil

é encontrada em Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Santa Catarina, Alagoas e

Bahia, dentre outros estados (OLIVEIRA; RUGGIERO, 2005).

P. cincinnata é descrita como uma espécie nativa da caatinga, liana glabra ou

levemente pilosa, de caule cilíndrico, cujas flores são axilares, de coloração azul-

rosadas ou violeta e frutos globosos ou ovóides; é aplicado para fins nutricionais

(KILL et al., 2010), medicinais (ZUCARELLI, 2007), ornamentais (VANDERPLANCK,

2000). Por causa de suas características de fruto, também é empregada como fonte

de genes em programas de melhoramento (MELETTI et al., 2002).

Seus frutos são comercializados nas pequenas feiras livres das regiões

semiáridas, sendo explorada apenas para subsistência e de forma extrativista (KILL

et al., 2010) e o produto processado na forma de geléia foi incluído na merenda

escolar dos municípios de Uauá, Curaçá e Canudos na Bahia e já começa a ser

exportado para Alemanha e Itália ( ARAÚJO, 2007).

Page 24: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

12

Apresenta resistência a patógenos sistêmicos que afetam outras espécies de

Passiflora (OLIVEIRA; RUGGIERO, 2005), por isso vem sendo utilizada em

programas de melhoramento genético, principalmente para obtenção de genótipos,

tolerante a bactéria Xanthomonas campestris (MELETTI et al., 2002) e nematóides

(OLIVEIRA; RUGGIERO, 1998). Também vem sendo utilizada devido á resistência à

seca (ARAÚJO, 2007), sendo assim utilizada na produção de porta enxerto

(ZUCARELI et al., 2009).

P. cincinnata foi cultivada como planta ornamental por vários anos na

Inglaterra e em outros países do continente europeu, posteriormente perdeu a

popularidade a ponto de ser cultivada apenas em coleções particulares. Possui

caráter ornamental devido às flores de beleza admirável, grandes, de cor violeta,

possuindo os filamentos da corona torcidos e colorido em bandas, além de

agradável fragrância (VANDERPLANCK, 2000).

2.5. Importância das passifloras silvestres na ornamentação

O início do uso das passifloras como planta ornamental é datada desde 1625,

século XVII, na Europa. Por cerca de 200 anos o cultivo se limitou ao uso de P.

caerulea e P. incarnata, até que em 1819 Thomas Milne cruzou P. racemosa com P.

caerulea, obtendo assim o primeiro híbrido artificial, nomeado de P. „violacea‟. Com

as guerras mundiais, as espécies e híbridos foram perdidos, sendo o cultivo

retomado apenas no final dos anos 1990 (PEIXOTO, 2005)

Atualmente, as espécies ornamentais precursoras se destacam em muitos

países europeus e, nos EUA, no mercado de mudas híbridas (VANDERPLANK,

2000). Os híbridos interespecíficos são divulgados mundialmente pela revista

Page 25: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

13

Passiflora (KING, 2000), com comercialização de plantas e semente pela Internet

(RUSHING, 2003;www.Raintreenursery.com/ catalog).

As passifloras podem ser cultivadas de modo decorativo, com efeito

harmonioso entre vaso e planta (SOUZA et al., 2006a), ou para a ornamentação de

jardins, seja em cercas, muros ou pérgulas (VANDERPLANK, 2000; ULMER;

MACDOUGAL, 2004).

P. alata Dryand. e P. edulis Sims, esta última em menor escala, são utilizadas

juntas em pérgulas ou cercas no sudeste do país. P. edulis Sims juntamente com

Passiflora coccínea Aubl. são utilizadas no norte, enquanto que no nordeste a

espécie utilizada é a P. cincinata Mast. Embora com clima favorável e uma

diversidade de espécies, o Brasil ainda não tem a cultura de utilizar passifloras para

ornamentação (SOUZA; PEREIRA, 2003), diferentemente de alguns países do

hemisfério norte que tem produzido e registrado mais de 400 híbridos para fins

ornamentais (PEIXOTO, 2005).

Características como flores de beleza inquestionável, com exuberância de

cores, variando do forte e brilhante ao suave e marcante (VANDERPLANK, 2000;

ABREU et al., 2008); número abundante de flores; florescimento mais de uma vez

ao ano e variabilidade de formas foliares (SOUZA; PEREIRA, 2003),além da

presença da corona, conferem às passifloras interesse ornamental. Além da beleza

original das espécies silvestres, os híbridos produzidos a partir destas apresentam

atributos estéticos ainda mais atraentes, somado ao fato de que, muitos destes

apresentam resistência às diferentes condições climáticas (VANDERPLANK, 2000).

Várias são as possibilidades do uso de passiflora como plantas ornamentais.

O cultivo em vaso, por exemplo, é possível mediante ao uso de suporte adequado,

aliado a uma poda cuidadosa (PEIXOTO, 2005). Em pérgulas ao sol, pode-se usar

Page 26: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

14

espécies como P. seemanni Griseb.,P.actinia Hook, P. sidaefolia M. Roem, P. triloba

e P. serrato-digitada e P. alata, que são grandes, pendentes, de coloração marcante

e próprias para tal ambiente (MELETTI et al., 2003). Para utilização em cercas-vivas,

recomenda-se P. sanguinolenta Mast, P. tulae Urb e P. auriculata, que possuem

numerosas flores pequenas. Para ambientes de meia sombra como varandas, pode-

se usar P. kermesina, que mesmo na ausência de flores, são atrativas pela

coloração avermelhada na face abaxial das folhas, e produzem inúmeras e

belíssimas flores por um longo período do ano (PEIXOTO, 2005).

2.6 BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA

Devido tanto a questões culturais, quanto a pouca informação disponibilizada,

as espécies exóticas compõem a base do mercado brasileiro de plantas ornamentais

(MARTINI et al., 2010). Assim as plantas nativas de caráter ornamental são

subutilizadas e algumas ainda desconhecidas pela população já se encontram em

processo de extinção, devido a várias ações antrópicas, como, por exemplo, a

urbanização (FISCHER et al., 2007). Justificando assim a importância e necessidade

de criação e manutenção de bancos de germoplasma seja por sua característica de

conservação genética, seja para atender aos programas de melhoramento, uma vez

que, quando os acessos são caracterizados, além de armazenar e disponibilizar,

pode fornecer informações a respeito de determinado acesso, identificando assim

possíveis características de importância para os programas de melhoramento

genético (CARVALHO; QUESENBERRY, 2009).

Os bancos de germoplasma funcionam como conservação ex situ, em que

uma amostra da variabilidade genética de determinada espécie é conservada fora

Page 27: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

15

de seu habitat (BORÉM; MIRANDA, 2009) por curto ou médio prazo (ENGELMANN,

1991). Há, no Brasil, cerca de 67 espécies de passifloras mantidas em diferentes

BAGs: CNPMF, UNESP, IAPAR, IAC, CPAC, ESALQ, UENF, UFRRJ (FERREIRA,

2005) e UESC (PEREIRA; SOUZA, 2005).

2.7 Caracterização morfológica de germoplasma

A caracterização permite identificar acessos duplicados, estabelecer coleções

nucleares, identificar os modos de reprodução predominantes nos acessos, bem

como inferir a ocorrência ou não de variabilidade genética entre os acessos (VALLS,

2007). O conhecimento dos acessos conservados com correta classificação

botânica, nível de diversidade, caracterização agronômica, fenótipos de interesse

econômico ou polimorfismo molecular são fundamentais, mas ainda iniciais na

maioria das coleções (FERREIRA; RANGEL, 2005).

Caracterização morfológica é um processo pelo qual, por meio da utilização

de uma lista descritiva, maiores informações sobre o germoplasma conservado

podem ser obtidas, tornando assim a utilização do mesmo mais efetiva(RAMOS;

QUEIROZ, 1999), sendo normalmente a forma mais acessível e mais utilizada para

quantificar a diversidade genética de um BAG (RABBANI et al., 1998). A lei de n°

9456/1997, referente à proteção de cultivares, em seu inciso II do artigo 3º,

conceitua descritores como as características morfológicas, fisiológicas, bioquímicas

ou moleculares que sejam herdadas geneticamente, utilizadas na identificação de

uma cultivar.

Os caracteres descritivos são diferenciados em fixos e variáveis, onde os

primeiros, também chamados qualitativos, dependem de um ou poucos genes,

Page 28: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

16

sofrem pouca influência ambiental e não podem ser medidos por um sistema de

numeração contínua. Os chamados variáveis ou quantitativos dependem da ação de

muitos ou poucos genes que interagem com o meio ambiente, e seus valores são

expressos em números (SILVA, 2005).

Caracterização agronômica, morfológica e citogenética foram realizadas em

seleções do BAG de passifloras do IAC, denominadas „Roxinho-Miúdo‟, „Paulista‟ e

„Maracujá-Maçã‟, para identificar cruzamentos com características comerciais

desejáveis e disponibilizar sementes de matrizes selecionadas aos produtores

(MELETTI et al., 2005). Neste estudo, todas as seleções apresentaram

características comerciais desejáveis. A divergência genética através de dados

morfológicos foi estimada entre acessos de Passiflora cincinnata Mast. conservados

na coleção de trabalho da Embrapa Semi-Árido (ARAÚJO et al., 2008).A avaliação

foi realizada em 32 acessos, com base em 23 caracteres. Os acessos apresentaram

variabilidade genética para todos os descritores utilizados na avaliação.

Recentemente foi lançada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento a instrução para execução dos ensaios de distinguibilidade,

homogeneidade e estabilidade (DHE) de cultivares de maracujá, abrangendo

espécies ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos (MAPA,

2008), uniformizando assim o procedimento técnico de comprovação de que a

cultivar apresentada é distinta de outra.

Caracterizar morfologicamente espécies silvestres de passiflora, explorando

principalmente os aspectos ornamentais, é algo ainda incipiente, tornando assim

esta atividade necessária. Para o mercado de plantas ornamentais, a caracterização

de espécies visando à obtenção de genitores para programas de melhoramento é de

grande interesse, gerando novas cultivares que atentam às exigências do mercado

Page 29: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

17

de planta ornamental.Por meio da observação de descritores morfológicos

associados a análise estatística multivariada, têm sido realizados estudos referentes

à caracterização, variabilidade, diversidade e divergência genética em várias

espécies: batata-doce, Ipomea batatas L. (DAROS et al., 2002), maracujazeiro-doce,

Passiflora alata Curtis (MELETTI et al., 2003), Passiflora edulis f. flavicarpa Deg

(NEGREIROS et al., 2007), milho, Zea mays (PAIXÃO et al., 2008), amendoin

forrageiro, Arachis pintoi (CARVALHO; QUESENBERRY, 2009) cebola, Allium cepa

L. (BUZAR et al., 2009) entre outros.

2.9 Biologia da reprodução

A caracterização da biologia da reprodução em plantas é realizada

principalmente para conhecer o modo de reprodução da espécie de interesse. Para

programas de melhoramento essa caracterização é um pré-requisito importante

(ALLARD, 1971), pois o fato da planta ser autógama (autofecundação) ou alógama

(fecundação cruzada) auxiliará no manejo da espécie para sua manutenção no BAG.

Com esse conhecimento, diferenciadas práticas de polinização poderão ser

adotadas (CRUDEN, 1977) e interferirão na escolha do método de melhoramento a

ser adotado (BORÉM; MIRANDA, 2009).

A estrutura de uma população autógama é caracterizada pela mistura de

plantas homozigóticas e a variedade melhorada é, às vezes, um simples genótipo

que se reproduz fielmente. A cultura alógama pode ser comparada a um pool de

genes que se combinam de várias maneiras para formar diversos genótipos,

geração após geração, onde uma simples planta pode produzir muitos tipos de

Page 30: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

18

gameta que sempre se combinam ou, que na maioria das vezes, associam-se com

gametas de outras plantas (AMARAL et al., 2005).

Na maioria das passifloras, a reprodução através da polinização cruzada é

determinada pela morfologia da flor, onde as anteras são localizadas abaixo do

estigma; e, principalmente, devido à auto-incompatibilidade(BRUCKNER et al.,

2002).Nas passifloras existem dois mecanismos principais que favorecem a

alogamia: a deflexão dos estiletes (ENDRESS, 1994) e a auto-

incompatibilidade(LOSS, 2006).

2.10 Biologia floral em passifloras

As espécies do gênero Passiflora possuem anteras tetraesporangeadas e

deiscentes mediante duas fendas longitudinais, com epiderme persistente e próxima

à linha de deiscência podem existir células epidérmicas alongadas que auxiliam na

abertura das mesmas.

O endotécio representa o estrato subepidérmico das anteras e normalmente

possui espessamentos. Nas espécies de Passiflora são lignificados, mas reagem à

detecção de celulose (DETTKE, 2009).

Ao longo da antese os filetes, antes eretos no botão, iniciam o movimento de

curvatura para baixo, ocorrendo também a movimentação das anteras, que ficam

com face deiscente voltada em direção à corona e já com os grãos de pólen

disponíveis (VARASSIN; SILVA, 1999). Essa movimentação de estiletes e filetes

pode acontecer em tempos diferentes, favorecendo a dicogamia funcional

(VARASSIN et al., 2001).Existem flores que são consideradas funcionalmente

masculinas, devido a não flexão dos estiletes (VARASSIN et al., 2001), como ocorre

Page 31: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

19

em P. alata Curtis (VARASSIN; SILVA, 1999) e P. cincinnata Mast. (KILL et al.,

2010). Em P. cincinnata, a deiscência das anteras ocorre antes da abertura da flor

(APONTE; JAUREGUI, 2004).

Em Passiflora os grãos de pólen contêm substâncias lipofílicas junto à exina,

denominadas pollenkit, que são derivadas das células do tapete, liberadas quando

ocorre senescência do mesmo nas anteras maduras e são depositadas entre ou

sobre espaços existentes na exina (SOUZA et al., 2004).

Grãos de pólen de espécies de Passiflora são 6-colporados (P. misera, P.

morifolia Mast.,P. organensis Gardnere P. suberosa L.) ou 12-colporados (P.

capsularis e P. pohlii), com os colpos livres, (MILWARD-DE-

AZEVEDO;BAUMGRATZ, 2004).

O gineceu é formado por ovário súpero, normalmente afilado no ápice e

apresenta três estiletes/estigma (CUNHA et al., 2004). Em algumas espécies como

P. cincinnata foram observadas flores com dois, quatro e até cinco estigmas (KILL et

al., 2010). O ovário pode ser tricarpelar, unilocular e de placenta perietal, como em

P. suberosa (SILVÉRIO et al., 2009); globoso, com base dilatada, glabro, como em

P. mucugeana T. N. Senna (NUNES; QUEIROZ, 2006); oblongo ou elíptico como

em P. racemosa e P. truncata Regel, respectivamente(MILWARD-DE-AZEVEDO;

VALENTE, 2004), e ovóide como em P. edulis(SIQUEIRA et al., 2009) e P. sidaefolia

M. Roemer (MILWARD-DE-AZEVEDO; VALENTE, 2004). O ovário é multiovulado,

cujo número varia de espécie para espécie, em P. coccinea o numero de óvulo por

flor encontrado ficou em média de 437 (STORTI, 2002), enquanto que para o

maracujazeiro amarelo uma média de 390 para as flores com três estigmas e 674,5

para as flores com quatro estigmas (SIQUEIRA et al., 2009).

Page 32: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

20

Estudos realizados em maracujá amarelo revelaram que o pistilo é do tipo

fechado ou sólido, constituído por uma densa camada epidérmica, alguns tricomas,

células corticais (parenquimática), e no centro possui tecidos de transmissão, o qual

tem paredes espessas, células alongadas (cujo tubo polínico passa entre ou dentro),

rico em amido e proteína que também favorece ao desenvolvimento do tubo

polínico.

As flores podem apresentar estiletes sem curvatura (SC), parcialmente curvo

(PC) ou totalmente curvo (TC), podendo em uma mesma planta serem encontrados

os três tipos (RUGGIERO, 1973). A deflexão do estigma é utilizada para determinar

o início da receptividade (JANZEN, 1968), porém foi verificado em P. alata que esse

fenômeno independe da deflexão, podendo estar receptivo com os estiletes

flexionados ou não (VARASSIN; SILVA, 1999).

O estigma é seco, pouco exudado, com epiderme lisa, com papilas

multicelulares e glicoprotéica que favorece a interação estigma – grão de pólen

(SOUZA et al., 2006).

2.11 Compatibilidade genética

A auto-incompatibilidade em Passiflora é relatada desde o século XIX

(NETTANCOURT, 1977). Estudos iniciais relataram que o sistema de auto-

incompatibilidade no maracujazeiro era do tipo esporofítica, uma vez que a reação

de rejeição ocorre no estigma, e esta característica seria controlada por um loco com

cinco alelos responsáveis (HO; SHII, 1986). Estudos posteriores verificaram que

crescimento do tubo polínico foi inibido no tecido de transmissão do estilete,

indicando a existência do sistema gametofítico (RÊGO et al., 2000).Há ainda a

Page 33: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

21

evidencia que a auto-incompatibilidade é controlada por seis alelos (S1 a S6) e dois

locos gênicos, ao invés de um (RÊGO et al., 2000), provavelmente devido à

presença de genes gametofíticos agindo em associação com genes esporofíticos

(SUASSUNA et al., 2003). Contudo a auto-incompatibilidade no maracujazeiro-

amarelo não resulta somente da série de alelos S, mas também de outros locos, que

devem estar condicionados por um complexo gênico (FALLEIRO, 2000).

A reprodução de forma sexuada em Passiflora envolve diferentes sistemas de

reprodução, dependendo da espécie (ENDRESS, 1994). As espécies P. incarnata L.

(MCGUIRE, 1999) por exemplo, são espécies auto-incompatíveis, enquanto que P.

capsulares L. é autocompativel (FARIA; STEHMANN, 2010). Em um provável

mutante de P. edulis f. flavicarpa, com flores de corona branca que foram utilizadas

como marcador fenotípico, os resultados de polinização in vivo e comportamento

meiótico o indicaram como autocompatível, com gametas normais, sendo assim

considerado um genótipo promissor aos programas de melhoramento (SOUZA et al.,

2010).

2.12 Viabilidade Polínica e Receptividade do Estigma

A análise da viabilidade polínica é considerada importante e útil na condução

de experimentos nas áreas agrícola e biotecnológica, pois possibilita correlacionar

anormalidades meióticas à infertilidade do pólen, auxiliar na seleção de materiais

genéticos e fazer inferências sobre as direções dos cruzamentos (TECHIO, 2002). A

viabilidade do pólen fornece informações básicas de aplicação prática na

conservação genética, bem como na agricultura, para o planejamento de programas

Page 34: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

22

de melhoramento além de contribuir em estudos taxonômicos, ecológicos e

palinológicos (ALEXANDER, 1980; ARROYO, 1981; GUINET 1989).

O estudo da viabilidade polínica para o melhoramento de plantas é

extremamente importante, pois em espécies alógamas, cada grão de pólen leva

consigo a carga genética conseqüente da homozigose, fazendo com que essas

plantas não transmitam para a próxima geração genótipos em que os genes estejam

fixados ou em homozigose, mas sim o próprio gameta, tamanha a probabilidade de

diferentes combinações entre os alelos (SOUZA et al., 2002). Considerando-se que

a manifestação do genótipo de um indivíduo é o resultado da contribuição trazida

pelos gametas masculinos e femininos, quanto maior a viabilidade polínica, maior a

possibilidade da formação de diferentes combinações entre alelos, e em última

análise, de variabilidade genética (SOUZA et al., 2002).

Há alta correlação entre o comprimento de botão e de antera (SOUZA et al.,

2002). Tratando-se das fases meióticas durante a microsporogênese estas

características não devem ser usadas como parâmetros indicativos, porém o

tamanho do botão floral pode ser associado aos estágios da microgametogênese

(SOUZA et al., 2002). Outros estudos mostram que não o tamanho, mas o formato

da base do botão está associado ao desenvolvimento do micrósporo (WILLCOX et

al., 1990). Para estudos no maracujazeiro, o tamanho de antera é o mais indicado

para diferenciação entre meiose I e II, enquanto que o tamanho de botão foi o mais

indicado para diferenciação apenas entre microsporogênese e microgametogênese

(SOUZA et al., 2002).

É notada a diferença de tamanho de grãos de pólen em várias espécies de

Passiflora. A ocorrência de grãos de pólen muito grande está associada à

irregularidades na segregação dos cromossomos durante a meiose, havendo a

Page 35: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

23

formação de tríades ao invés de tétrades, como ocorre em P. edmundoi (SOUZA et

al., 2002).

A necessidade de avaliar a viabilidade do pólen usado na polinização artificial

e em experimentos de melhoramento genético é muito importante (STONE et al.,

1995) assim como a compreensão dos problemas de esterilidade (RODRIGUEZ-

RIANO; DAFNI, 2000), sendo para qualquer espécie de planta, essencial para

melhoristas e produtores de sementes comerciais (RIGAMOTO; TYAGI, 2002).

A taxa de fertilização e o sucesso de polinização podem ser influenciados

também pela receptividade do estigma (SOUZA et al., 2004).

Conhecer o período que o estigma encontra-se receptivo ao grão de pólen, é

fundamental para garantir o sucesso em experimentos de hibridação e em todo e

qualquer procedimento que ocorra polinização artificial (BRUCKNER et al., 1995).

Permitindo assim programar o processo de polinização, em termos de tempo

despendido e quantidade de pólen utilizado, uma vez que devido à falta de

informações sobre o período exato de receptividade do estigma, as polinizações são

feitas repetidas vezes, para assegurar produção de sementes (HODGSON, 1976).

Existem numerosas técnicas para estimar a receptividade do estigma (DAFNI,

1992; KEARNS; INOUYE, 1993), uma delas é o uso de peróxido de hidrogênio, onde

ocorre a detecção da ação da peroxidase (OSBORN et al., 1998) sendo este um

método simples e barato (MAUÉS, COUTURIER, 2002).

No maracujazeiro amarelo o número de estigma polinizado (um, dois, três ou

quatro) não interfere na formação de frutos, pode interferir na qualidade de suas

características como números de semente, espessura da casca, peso e diâmetro do

fruto, essas estão correlacionadas com maior número de óvulos da planta e com o

Page 36: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

24

recebimento do maior número de grãos de pólen distribuídos de forma homogênea

nos estigmas (SIQUEIRA et al., 2009).

A receptividade estigmática tem sido avaliada durante o tempo de abertura da

flor, por meio de testes histoquímicos associados à polinização in vivo. Resultados

de experimentos realizados com maracujá amarelo mostraram contraste entre o

teste histoquímico e a polinização controlada, onde os primeiros indicaram

receptividade de 85% até cinco horas após abertura da flor, enquanto que a

polinização controlada apresentou valores médios inferiores a 35% nesse mesmo

horário (SOUZA et al., 2004). Testes similares foram realizados em P. suberosa, P.

coriacea e P. morifolia, cujos resultados referentes aos testes histoquímicos

mostraram estigmas receptivos em todos os horários, para todas as espécies.

Tratando da polinização controlada, houve comportamento diferenciado do

histoquímico a depender da espécie, sendo que em P. suberosa os índices de

receptividade mostraram-se superiores a 60%, mesmo as 17horas, em P. morifolia

os melhores índices ocorreram das 9 às 13 horas, enquanto que em P. suberosa os

melhores resultados foram os de 7 horas (FONSECA et al., 2005).

2.13 Fenologia do florescimento e caracterização de Passifloras

Para que ocorra o florescimento, o meristema caulinar vegetativo deve

diferenciar-se em estruturas reprodutivas, nesse processo diferentes sinais,

indutores do florescimento (ambientais e fisiológicos), são detectados pelas folhas,

produzindo estímulos florais no meristema apical ou induzindo diretamente o

desenvolvimento dos primórdios florais (BOSS et al., 2004).

Page 37: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

25

O modelo de atividade gênica responsável pelo controle da arquitetura floral

da maioria das dicotiledôneas com flores completas foi obtido a partir de mutações

em genes homeóticos em Arabidopsis thaliana (ANGELO, 2005). Este modelo

conhecido como modelo ABC reúne os genes ativos nas vias que definem a

identidade dos meristemas florais, agindo de forma combinada. A classe A é

constituída pelos genes APETALA1 e 2 (AP1 e AP2) cuja expressão age sobre a

formação das sépalas; a classe B é constituída pelos genes APETALA 03 (AP3) e

PISTILLATA (PI), a combinação AB atua sobre a formação das pétalas, os genes

AGAMOUS (AG) constituem a classe C, cuja combinação específica de BC é

responsável pela formação de estames e, a expressão de C, pela formação dos

carpelos (JACK, 2004).O gene LFY foi identificado como atuante na transição do

meristema vegetativo para meristema reprodutivo pois induz a expressão do AP1

(HEMPEL et al.,2000). Além dessa função, fala-se que o LFY também regula no

desenvolvimento de diferentes produtos do meristema apical como folhas e

gavinhas, e as passifloras tem sido fortemente utilizadas para verificação de tal

função, uma vez que contém as estruturas morfológicas em que o referido gene atua

(CUTRI, 2009).

A emissão das primeiras peças florais, na gema floralmente determinada, é

chamada de evocação floral (PEREIRA et al., 2003). Em plantas de flores

completas, durante a evocação floral, os genes homeóticos interagem entre si e com

outros genes também relacionados com o florescimento, resultando no surgimento

seqüencial das peças florais, onde as células primordiais na camada mais externa

dão origem às sépalas, aquelas na segunda camada originam as pétalas, na terceira

camada as células tornam-se estames e aquelas na quarta e mais interna camada

dão origem aos carpelos (ANGELO, 2005).

Page 38: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

26

A fenologia do florescimento pode ser influenciada por diversos fatores

ambientais, como umidade, temperatura ou radiação (MICHALSKI; DURKA, 2007). A

temperatura, por exemplo, afeta os índices de desenvolvimento da flor e pode levar

a variação do florescimento em um determinado período (MURZA; DAVIS, 2005).

Assim, é possível observar diferenças entre genitores, referente a parâmetros

fenológicos do florescimento, como taxa, pico, intensidade relativa (%) e duração

média de florescimento, número de flores/dia e precocidade de florescimento (ROZA

et al., 2005), dentre outros.

Estudos revelaram que P. palmeri, P. tricspis, P. foetida, P.coreacea, P.

galbana, P. misera, P. morifolia e P. micropetala, apresentaram os respectivos

valores médios para os parâmetros de florescimento: a) taxa (%) – 1,56; 5,82; 5,97;

2,94; 1,24; 4,65; 1,78; 2,28 b) Pico – 3,5; 39,5; 13,0; 11,0; 2,25; 18,5; 4,25; 3,5 c)

Intensidade relativa (%) – 8,85; 3,59; 6,36; 3,99; 3,77; 4,98; 1,24; 2,95 d) Duração

média (dias) – 23,2; 96,0; 33,2; 23,5; 12,0; 43,0; 48,5; 21,5 e) Duração do

crescimento do botão floral (dias) – 13,0; 16,5; 13,5; 20,5; 25,5; 19,3; 16,0; 13,7

(ROZA et al., 2005)

A maioria das espécies de Passiflora floresce abundantemente durante vários

meses no ano. Os meses entre março e maio correspondem ao período de

florescimento paraP. amethystina e P. suberosa, enquanto que para P. cincinnata é

de março a dezembro (DUARTE et al., 2009); para o maracujá-amarelo foi

observado uma duração de nove meses de floração, de setembro a maio

(BENEVIDES et al., 2009); em P. setacea foi observado florescimento durante os

meses de setembro a fevereiro, em P. recurva Mast. de agosto a dezembro, em P.

kermesina Link. de fevereiro a novembro (NUNES; QUEIROZ, 2001).

Page 39: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

27

Em muitas espécies as flores permanecem abertas por um dia, como em P.

amethystina, P. suberosa, P. cincinnata (DUARTEet al., 2009), em outras como P.

aurantia G. Forster, P. cinnabarina Lindl, P. herbertiana Ker Gawle P. jorullensis

Kunthas flores permanecem abertas por até três dias (ULMER; MACDOUGAL,

2004).

Page 40: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

28

3. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E DIVERSIDADE GENÉTICA DE

GENÓTIPOS DE P. alata CURTISE P. cincinnata MAST

3.1 RESUMO

A variabilidade genética de 11 genótipos de Passiflora alata Curtis e16 de Passiflora

cincinnata Mast mantidos no Banco de Germoplasma da UESC foi avaliada a partir

de descritores morfológicos quantitativos e qualitativos. Os genótipos foram

avaliados em campo, em delineamento de blocos ao acaso, com três repetições das

quais foram avaliadas 5 flores, totalizando 15 flores por genótipo. Para a análise

multivariada, diversos caracteres foram dimensionados simultaneamente, inferindo-

se sobre a importância dos caracteres que mais influenciaram na divergência, bem

como identificando os genótipos e, ou grupos de genótipos que divergem mais

oumenos entre si, indicando assim combinações de genótipos com tendências mais

promissoras, a depender do objetivo, antes da realização do cruzamento. Por meio

da análise multivariada aplicando a técnica de agrupamento de Mahalanobs por

ligação simples, otimização de Tocher e variáveis canônicas, notou-se agrupamento

dos genótipos por espécie, sendo que dentro de cada espécie houve concordância

entre os métodos para o número de grupos formados. Os caracteres

morfológicosnão foram tão eficientes para agrupar os genótipos, sendo odiâmetro da

corona foi a característica que mais contribuiu para a explicação da divergência

genética interespecífica. Houve variabilidade genética dentro e entre espécies,

havendo maior divergência genética entre os genótipos 363 e 332 (P. alata) e 245 e

211 (P. cincinnata).

Palavras-chave:P. alata, P. cincinnata, análise multivariada.

Page 41: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

29

3.1 MORPHOLOGICAL CHARACTERIZATION AND GENETIC DIVERSITY OF

GENOTYPES OF P. alata CURTISE P. cincinnata MAST

3.1.1 ABSTRACT

The genetic variability of 11 genotypes of Passiflora alata and 16 Passiflora

cincinnata Mast.all kept in the Germplasm Bank UESC, was evaluated from the

quantitative and qualitative morphological descriptors. The genotypes were evaluated

in field conditions in randomized blocks, with three replications of five flowers which

were evaluated, summation of 15 flowers by genotype. For multivariate analysis,

several characters were scaled simultaneously, inferring the importance of characters

that most influenced the divergence, well as identifying the genotypes and, or groups

of genotypes that differ more or less between them, thus indicating genetic

combinations with the most promising trends prior to the crossing. Through

multivariate analysis usinga method of grouping Mahalanobs for simple connection -

nearest neighbor analysisTocher optimization, and canonical variable, was noted

grouping genotypes by species. Within each species there was agreement between

the methods for the number of groups formed. The characters morphological weren‟t

effective forgrouping genotypes into species, and the diameter of the corona was the

characteristic that contributed most to the explanation of interspecific genetic

divergence, already for the dissimilarity between genotypes within each species the

bract width, (P. alata) and height (P. cincinnata), were the main contributors. The

results indicate the existence of genetic variability within and between species,

having a greater divergencebetween the genotypes 363 and 332 (P. alata) 245 and

211 (P. cincinnata).

Keywords:P. alata, P. cincinnata, multivariate analysis.

Page 42: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

30

3.2 INTRODUÇÃO

As passifloras produzem belíssimas flores de tamanhos, cores e formas

variadas, com alto potencial para uso ornamental (LORENZI; SOUZA, 2001),com

vasos em ambientes internos (PEIXOTO, 2005)e na ornamentação de jardins,

cercas, muros ou pérgulas (VANDERPLANK, 2000; ULMER; MACDOUGAL, 2004).

O Brasil é um dos mais importantes centros de diversidade do maracujazeiro,

pois mais de 120 espécies silvestres de Passiflora são nativas do país (BERNACCI

et al., 2005)sendo algumas endêmicas (FERREIRA, 1994). Mas apesar da ampla

diversidade genética e clima extremamente favorável (SOUZA; PEREIRA, 2003).O

potencial ornamental das passifloras, ainda é pouco explorado restringindo o uso a

algumas espécies, como P. alata Dryand, P. cincinatta Mast, P. coccinea Aubl

(PEIXOTO, 2005).

A espécie Passiflora alata Curtisé nativa do Brasil e conhecida popularmente

como maracujá-doce (CERVI, 1997) e pode ser cultivada de norte a sul do país

(VASCONCELLOS et al. 2001). É a terceira espécie de Passifloracultivada no Brasil,

onde é o maior produtor de maracujá (MANICA et al., 2005). O principal uso do

maracujá doce é na alimentação humana (MARTINS et al., 2003), porém por possuir

flores belas, exuberantes em sua cor, forma e tamanho, exercem atração, possui

potencial de exploração ornamental(VASCONCELOS; CEREDA 1994).

Passiflora cicinnata Mast. tambémé umaespécie silvestre, ainda não

comercial (APONTE; JÁUREGUI, 2004), nativa da caatinga (FEITOZA et al., 2006),

e popularmente conhecida como maracujá-do-mato (BERNACCI et al., 2003). Tem

Page 43: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

31

sido utilizada para fins nutricionais, ornamental, medicinal (ZUCARELLI, 2007), e em

programas de melhoramento genético (MELETTI et al., 2002).

Visando conservar a diversidade genética de espécies, tanto para atender a

programas de melhoramento quanto á exploração de maneira sustentável, tem - se

os Bancos Ativos de Germoplasma. Porém para maior aproveitamento dos BAG´s

deve-se ter o conhecimento e a organização da variabilidade genética existente nos

mesmos (MOREIRA et al. 2006). A caracterização morfológica, processo pelo qual

por meio de caracteres descritivos são obtidas informações sobre o germoplasma

(RAMOS; QUEIROZ, 1999), é uma técnica utilizada para inferir as diferenças entre

genótipos de um BAG (RABBANI et al., 1998). Porém o uso dos marcadores

moleculares é hoje uma importante ferramenta nos processos de caracterização,

completando assim o uso dos marcadores morfológicos (BHAT et al., 2010).

Nesse contexto, o presente trabalho foi desenvolvido objetivando caracterizar

a divergência dos genótipos das espécies P. alata e P. cincinnata do Banco Ativo de

Germoplasma da UESC (BA), com base em descritores morfológicos qualitativos e

quantitativos.

Page 44: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

32

3.3 MATERIAL E MÉTODOS

3.3.1 MATERIAL VEGETAL

O material vegetal utilizado constou de diferentes genótipos de P. alata Curtis

(11 genótipos) e P. cincinnata Mast. (16 genótipos), ambas as espécies

consideradas de interesse em programas de melhoramento para obtenção de

híbridos interespecíficos ornamentais (Figura 1).

Figura 1. Espécies de Passiflora do Banco Ativo de Germoplasma da UESC (BA). A. Passiflora alata; B. Passiflora cincinnata.

Os genótipos fazem parte do acervo (seminal ou in vivo) do Banco Ativo de

Germoplasma de Passiflora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC),

situada no município de Ilhéus, Bahia, a 39°13‟59‟‟ de longitude oeste e 14°45‟15‟‟ de

B A

b

Page 45: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

33

latitude sul e são provenientes de coletas realizadas em municípios do estado da

Bahia, ou doadas por instituições de pesquisa (Tabela 1).

Tabela 1.Genótipos de P. alata e P.cincinnata, procedência, seus respectivos

números e tipo de acervo. UESC, 2009.

Espécie Procedência Genótipos (n° de acesso)

Acervo

P. alata LC: Serra Bonita, Camacan – Ba.

101, 102, 104. In vivo

P. alata ID: Instituto Plantarum.

312. Seminal

P. alata ID: Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), RJ.

211, 243, 244;245.

In vivo

P. alata LC: Fazenda Ouro Verde, Una – BA.

359, 360, 363. Seminal

P. cincinnata LC: Pato de Minas – MG.

322, 323, 324, 325, 326, 327,330.

Seminal

P. cincinnata ID: UENF, RJ.

197, FC1, FC2,336*.

In vivo

P. cincinnata LC: Campina Monte Alegre

331, 332, 333. Seminal

P. cincinnata LC: Fazenda Ouro Verde, Una – BA.

334, 335. Seminal

Lc -local coleta; ID - instituição doadora; * Acervo seminal.

3.3.2 GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CONDIÇÕES DE CULTIVO

Após a desinfecção prévia com hipoclorito de sódio e retirada parcial do

tegumento, as sementes foram colocadas para germinar em vasos plásticos com

papel filtro e diariamente molhadas com ácido giberélico (GA3). Ao surgimento das

primeiras folhas verdadeiras, as mudas foram transplantadas para saquinhos de

polietileno com volume de 1 L, contendo solo. Após atingirem cerca de 40 cm de

Page 46: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

34

altura, foram transplantadas para vasos de polietileno de 35 L contendo solo (areno-

argiloso). Com o crescimento destas, para obtenção das repetições, foram coletados

ramos para estaqueamento, as quais foram levadas para viveiro com nebulização

intermitente da CEPLAC, localizado na rodovia Ilhéus-Itabuna. Nesta ocasião foram

feitas estacas também dos indivíduos in vivo mantidos no BAG-Passifloras. Após o

enraizamento, foram aclimatadas por cerca de 40 dias, na casa de mudas da UESC,

sendo em seguida transferidas para vasos polietileno de 42 L com solo (areno-

argiloso) e mantidas sob sistema de condução do tipo espaldeira, em campo aberto.

Mensalmente foram realizadas podas e adubação com a formulação NPK (4-14-8) a

cada 60 dias. A irrigação foi realizada pelo sistema de gotejamento. As pragas e

doenças foram controladas com medidas profiláticas simples, não afetando o ciclo

reprodutivo das plantas.

Foram avaliadas cinco flores/planta/bloco, totalizando quinze flores por

genótipo para caracterização morfológica floral, cujas avaliações iniciaram por

ocasião do florescimento de cada genótipo. Para caracterização morfológica

vegetativa observou - se o ramo principal aos 120 dias.

3.3.3 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA

A caracterização dos genótipos foi realizada mediante descritores

morfológicos, sendo dezesseis quantitativos (11 floral e 05 vegetativo) e oito

qualitativos (7 floral e 1 vegetativo), totalizando 24 caracteres avaliados. Esses

foram selecionados de acordo com descritores oficiais de Passiflora ornamental

(MAPA, 2008) e alguns ausentes na lista, baseados na experiência previa de

pesquisadores.

Page 47: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

35

Assim foram avaliadas as seguintes características quantitativas: diâmetro da

flor (DF) a partir dos pontos extremos da flor; diâmetro da corona (DC), a partir dos

pontos extremos dos filamentos da corona; comprimento dos filamentos da serie

interna da corona (CFC1) e comprimento dos filamentos da serie externa da corona

(CFC2), a partir da inserção no receptáculo da flor até o ápice; comprimento da

pétala (CP), desde a inserção na flor até o ápice; largura da pétala (LP), na maior

dimensão; comprimento da sépala (CS), desde a inserção na flor até o ápice; largura

da sépala (LS), na maior dimensão; comprimento do pedúnculo floral (CPD), a partir

do receptáculo da flor até a inserção no caule; comprimento da bráctea (CB), desde

a inserção no pedúnculo até o ápice e largura da bráctea (LB), na maior dimensão,

número de entrenós (NENT); diâmetro do caule (DH), na altura do segundo nó do

eixo principal; altura de planta (AP); número de folhas/ramo (NFo), área foliar (AF)

em cm² (medições de 10 folhas por planta).

Os dados quantitativos foram obtidos com auxílio de paquímetro digital e fita

métrica, com exceção da área foliar, na qual se utilizou o medidor automático LI-

3100 (Li-Cor, Nebraska, USA).

Com relação aos caracteres qualitativos observou-se: coloração

predominante no perianto (CorPer), período predominante de antese (Pant),

coloração predominante da corona (CorCoro), coloração predominate da folha

(CorFolh), forma dos filamentos da corona (Fil), forma do perianto (ForPer), formato

da corona (ForCor) e formato da bráctea (ForBrac).

Para os dados qualitativos foram atribuídos códigos seqüenciais numéricos de

acordo com descritores para Passiflora ornamental (MAPA, 2008), exceto para cor

da folha, na qual foi utilizada a Carta de Cores de Munsel para Tecido Vegetal

(MUNSSEL, 1981).

Page 48: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

36

3.3.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, consistindo de três fileiras

no sistema espadeira, sendo que cada genótipo foi representado nos três blocos. As

análises estatísticas foram empregadas separadamente sobre características

quantitativas e qualitativas.

3.3.5 ANÁLISES MULTIVARIADAS E DIVERSIDADE INTERESPECÍFICA

Os dados dos descritores morfológicos quantitativos dos genótipos de P. alata

e P. cincinnata foram submetidos à análise multivariada aplicando as técnicas de

agrupamento e variáveis canônicas. Para a análise multivariada, distâncias de

Mahalanobis foram calculadas sobre as matrizes de variâncias e covariânciasobtida

de ANOVA dos genótipos inter e intraespecíficos, as quais permitiram a construção

de um dendrograma pelo método de ligação simples – vizinho mais próximo. A

confiabilidade da matriz cofenética foi calculada pelo rcof coeficiente de correlação

cofenética. A diversidade genética foi avaliada por variáveis canônicas, onde a

divergência genética foi evidenciada por gráfico de dispersão, cujos eixos foram

representados pelas primeiras variáveis canônicas. A delimitação de grupos foi

obtida pelo método de Tocher. A contribuição relativa dos caracteres para

discriminação da variabilidade nos genótipos foi avaliada pelo método de Singh

(1981).

Page 49: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

37

Para os descritores morfológicos qualitativos foi calculada a moda de cada

variável dentro dos genótipos interespecíficos, e a partir desta foi obtido um índice,

em que são considerados vários caracteres simultaneamente, sendo que cada

caráter pode apresentar várias classes. A partir deste índice foi gerada uma matriz

de dissimilaridade com base no complemento do coeficiente de coincidência

simples. O índice leva em consideração a ocorrência e concordâncias de valores. A

matriz de dissimilaridade foi empregada para o agrupamento dos acessos pelo

método de ligação simples – vizinho mais próximo. As análises foram realizadas nos

softwares Genes 2007.0 (Cruz, 2006) e R 2.7.2 (R Development Core Team (2008).

Page 50: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

38

3.4 RESULTADOS

3.4.1 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA

Na Tabela 2 são apresentados os valores mínimo, máximo, média e desvio

padrão dos dezesseis caracteres morfológicos quantitativos para P. alata e P.

cincinnata. No que tange aos descritores florais de P. alata, observa-se que DF

variou de 71,00 (genótipo 243 - UENF) a 94,43 mm (genótipo 102 – Serra Bonita).

Os menores e maiores valores de DC foram respectivamente 34,70 mm (genótipo

360 - Una) e 53,46 mm (genótipo 101 – Serra Bonita). Os maiores valores para

CFC1 e CFC2 foram 41,70 e 41,29 ambas no genótipo 359 (Una). Os menores

valores do CFC1 e CFC2 foram 33,93 (genótipo 243 – UENF) e 33,60 (genótipo 102

– Serra Bonita). O CPD oscilou entre 15,59 (genótipo 211 – UENF) e 32,64

(genótipo 363 – Una). Para a variável CP os maiores e menores valores foram

observados nos genótipos 359 – Una (47,92 mm) e 104 – Serra Bonita (38,34 mm);

e a LP nos genótipos 245 – UENF (21,70) e 211 – UENF (14,66). Tratando-se de

comprimento e largura da bráctea foi observado de 16,61 mm (genótipo 360) a 36,75

mm (genótipo 102) para CB.

Page 51: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

39

Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. alata e P. cincinnata.

DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda séries de filamentos da corona (mm); CPD - comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala (mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura; DH – diâmetro da haste.

Espécie Genótipo DF (mm) DC (mm) CFC1(mm) CFC2 (mm)

101 (66,9 - 104,4) 85,3 ± 13 (32,7 - 089,4) 53,5 ± 21 (31,9 - 48,5) 39,9 ± 5 (35,5 - 44,0) 40,1 ± 3

P. alata

102 (81,3 - 103,5) 94,4 ± 8 (33,3 - 045,0) 41,1 ± 4 (27,6 - 38,0) 33,6 ± 3 (28,1 - 42,2) 37,8 ± 4 211 (54,4 - 101,8) 83,7 ±15 (30,0 - 049,0) 40,8 ± 6 (27,3 - 39,6) 35,3 ± 3 (25,0 - 42,1) 36,6 ± 5 104 (54,6 - 099,7) 84,8 ± 12 (33,5 - 049,1) 41,2 ± 5 (22,0 - 40,2) 34,1 ± 5 (26,9 - 43,4) 37,4 ± 5 244 (61,0 - 098,2) 77,0 ± 11 (33,6 - 042,6) 38,0 ± 3 (30,9 - 45,5) 37,0 ± 4 (30,5 - 42,6) 35,1 ± 3 245 (61,8 - 090,3) 76,9 ± 9 (38,4 - 056,7) 44,3 ± 6 (30,7 - 51,5) 39,0 ± 6 (32,5 - 48,9) 39,0 ± 5 243 (57,9 - 088,7) 71,0 ± 9 (30,4 - 046,8) 37,9 ± 5 (35,4 - 42,9) 35,4 ± 5 (27,3 - 39,8) 33,9 ± 5 359 (64,4 - 107,3) 83,1 ± 14 (23,5 - 056,0) 38,9 ± 9 (29,4 - 53,0) 41,3 ± 7 (17,9 - 49,7) 41,7 ± 10 360 (58,0 - 104,4) 76,4 ±14 (26,0 - 043,7) 34,7 ± 6 (24,2 - 45,5) 37,2 ± 6 (31,0 - 45,6) 37,4 ± 5 363 (62,5 - 097,2) 76,6 ± 11 (33,7 - 045,2) 37,6 ± 4 (10,3 - 45,0) 36,0 ± 10 (36,1 - 45,0) 40,3 ± 3 312 (61,2- 094,8) 79,9 ± 9 (35,5 - 050,5) 43,9 ± 4,7 (33,8 - 44,7) 33,8 ± 6 (33,6 - 46,3) 40,2 ± 4

P. cincinnata

322 (64,3 - 093,9) 74,1± 9 (76,4 - 108,4) 94,0 ± 8 (31,6 - 59,7) 44,4 ± 8 (24,4 - 57,1) 37,6 ± 8 323 (52,1 - 094,5) 78,5 ± 14 (57,6 - 109,5) 92,2 ± 13 (29,1 - 56,1) 38,2 ± 7 (32,5 - 53,8) 38,8 ± 6 324 (62,9 - 107,4) 82,8 ± 14 (55,9 - 100,7) 78,8 ± 11 (30,4 - 46,8) 37,3 ± 5 (21,4 - 51,1) 34,2 ± 8 325 (54,2 - 105,2) 79,2 ± 16 (79,6 - 106,7) 96,8 ± 7 (31,1 - 49,5) 41,3 ± 5 (30,0 - 50,0) 37,0 ± 6 326 (71,0 - 099,5) 81,0 ± 8 (78,2 - 099,5) 88,5 ± 7 (25,2 - 49,8) 36,0 ± 6 (23,2 - 38,6) 33,8 ± 5 327 (74,7 - 094,9) 82,0 ± 6 (51,5 - 104,9) 86,9 ± 15 (29,2 - 47,9) 41,1 ± 4,7 (27,6 - 45,3) 37,2 ± 4 330 (62,3 - 092,9) 77,5 ± 8 (74,7 - 108,9) 91,9 ± 9 (35,2 - 63,6) 42,6 ± 7,4 (29,7 - 48,9) 37,5 ± 6 197 (42,8 - 101,6) 88,9 ± 15 (77,2 - 129,4) 92,5 ± 12 (31,2 - 59,2) 40,5 ± 7 (30,5 - 61,6) 38,5 ± 8 FC1 (37,9 - 068,8) 53,8 ± 8 (67,5 - 082,5) 74,1 ± 4 (30,5 - 60,0) 40,3 ± 7 (24,4 - 39,0) 32,4 ± 3 FC2 (63,4 - 093,4) 77,9 ± 7 (60,8 - 100,1) 79,6 ± 12 (25,8 - 54,6) 34,1 ± 7 (23,7 - 39,6) 32,6 ± 5 331 (65,1 - 104,9)82,8 ± 13 (76,2 - 109,9) 99,5 ± 7 (31,8 - 47,1) 41,1 ± 3 (25,9 - 48,1) 37,5 ± 5 332 (51,2 - 095,5) 77,3 ± 13 (36,1 - 098,0) 76,3 ± 18 (20,6 - 37,6) 31,6 ± 5 (18,0 - 35,7) 28,5 ± 7 333 (70,7 - 104,2) 85,1 ± 8 (70,3 - 097,1) 81,8 ± 6 (21,8 - 47,5) 39,3 ± 7 (15,9 - 44,4) 31,7 ± 6 334 (76,9 - 094,3) 85,8 ± 5 (77,2 - 090,7)84,1 ± 3 (32,1 - 44,5) 36,1± 3 (15,0 - 33,4) 26,0 ± 5 335 (67,6 - 107,1) 87,6 ± 11 (82,6 - 102,3) 89,4 ± 7 (34,3 - 50,8) 39,4 ± 5 (30,3 - 56,0) 35,7 ± 6 336 (43,1 - 101,5) 70,8 ± 19 (70,8 - 106,4) 89,7 ± 11 (34,1 - 53,5) 42,4 ± 6 (29,8 - 53,2) 40,6 ± 6

Page 52: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

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Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. alata e P. cincinnata.

Continuação

Espécies Genótipo CPD (mm) CP (mm) LP (mm) CS (mm)

P. alata

101 (15,0 - 36,2) 22,8 ±7 (32,4 - 47,0) 42,3 ± 4 (10,3 - 43,8) 17,3 ± 9 (34,3 - 43,8) 40,2 ± 3 102 (18,7 - 40,7) 25,7 ± 6 (17,7 - 46,9) 41,0 ± 9 (13,8 - 41,8) 19,2 ± 10 (20,8 - 48,2) 38,9 ± 7,4 211 (09,7 - 20,5) 15,6 ± 4 (31,7 - 47,5) 40,5 ± 4 (11,2 - 18,3) 14,7 ± 2 (31,7 - 41,4) 36,6 ± 3 104 (11,9 - 23,1) 17,1 ± 3 (27,4 - 44,4) 38,3 ± 5 (10,0 - 19,4) 15,8 ± 2 (29,7 - 40,0) 35,0 ± 4 244 (15,5 (15,5 - 24,5) 19,8 ± 2,3 (34,0 - 47,1) 42,2 ± 4 (18,1 - 24,2) 20,8 ± 2 (30,7 - 48,8) 37,8 ± 5 245 (20,5 - 41,8) 26,6 ± 7 (35,9 - 56,5) 42,0 ± 6 (16,6 - 35,9) 21,7 ± 6 (26,0 - 49,2) 35,8 ± 6 243 (12,0 - 27,6) 17,7 ± 4 (30,6 - 50,7) 40,2 ± 6 (14,1 - 38,6) 20,1 ± 7 (29,1 - 44,3) 37,7 ± 5 359 (17,5 - 32,0) 25,4 ± 5 (38,8 - 56,5) 47,9 ± 6 (15,4 - 21,1) 17,8 ± 2 (34,7 - 52,7) 45,1 ± 6 360 (11,1 - 28,2) 19,0 ± 6 (21,3 - 52,4) 39,1 ± 9 (10,6 - 19,2) 14,9 ±3 (23,4 - 43,4) 35,8 ± 7 363 (27,2 - 39,9) 32,6 ± 4 (37,4 - 53,2) 45,9 ± 5 (15,3 - 18,8) 16,9 ± 1 (42,6 - 55,9) 47,4 ± 4 312 (12,8 - 24,9) 17,8 ± 4 (42,2 - 52,1) 46,3 ± 3 (14,4 - 20,9) 18,2 ± 2 (35,5 - 45,5) 40,4 ± 3

P. cincinnata

322 (23,1 - 46,6) 36,9 ± 8,2 (31,4 - 46,1) 40,0 ± 4 (06,9 - 16,0) 11,2 ± 2 (27,5 - 50,0) 38,8 ± 8 323 (24,5 - 63,1) 45,0 ± 10 (33,6 - 51,2) 40,5 ± 4 (09,5 - 22,9) 12,6 ± 3 (33,3 - 51,0) 04,9 ± 5 324 (22,8 - 55,2) 38,7 ± 9 (23,2 - 47,4)37,6 ± 7 (04,8 - 13,7) 09,8 ± 2 (23,3 - 46,8) 37,2 ± 8 325 (31,4 - 52,4) 42,9 ± 7 (12,4 - 52,2) 43,4 ± 9 (09,8 - 44,0) 14,2 ± 8 (17,2 - 50,3) 42,1 ± 8 326 (20,2 - 43,3) 29,7 ± 8 (29,4 - 43,6) 37,3 ± 4 (09,4 - 12,8) 11,1 ± 1 (29,8 - 44,0) 36,5 ± 5 327 (38,7 - 59,2) 47,3 ± 5 (29,4 - 49,1) 42,5 ± 5 (06,4 - 20,4) 11,7 ± 3 (27,2 - 47,3) 39,0 ± 6 330 (17,3 - 59,5) 42,3 ± 14 (36,0 - 47,5) 41,1 ± 3 (05,3 - 12,3) 09,7 ± 2,2 (30,1 - 48,4) 41,9 ± 5 197 (28,3 - 58,2) 38,8 ± 9 (34,2 - 45,1) 40,2 ± 3 (10,3 - 15,3) 13,0 ± 1 (34,1 - 45,9) 40,3 ± 4 FC1 (32,8 - 57,0) 48,5 ± 5 (34,9 - 39,3) 37,4 ± 1 (09,3 - 14,3) 11,0 ± 1 (30,0 - 41,1) 36,5 ± 2 FC2 (29,4 - 66,1) 45,4 ± 9 (30,0 - 43,3) 36,7 ± 4 (07,6 - 12,9) 09,7 ± 1,4 (29,4 - 43,8) 36,2 ± 2 331 (26,1 - 81,6)47,2 ± 19 (11,2 - 45,2) 34,1 ± 13 (10,4 - 19,9) 13,7 ± 2 (38,7 - 45,6) 41,6 ± 2 332 (26,9 - 67,4) 52,7 ± 12 (30,3 - 36,6)32,7 ± 2 (09,4 - 14,9) 11,4 ± 2 (28,0 - 37,3) 32,8 ± 3 333 (32,1 - 82,0) 61,4 ± 12 (34,9 - 45,4) 41,3 ± 3 (11,1 - 38,3) 16,6 ± 7 (34,2 - 45,9) 40,6 ± 3 334 (27,7 - 55,4) 44,5 ± 7 (28,9 - 45,2) 36,7 ± 4 (09,2 - 14,2) 11,4 ± 1 (29,4 - 41,6) 34,3 ± 3 335 (27,8 - 61,3) 43,4 ± 9 (33,4 - 45,2) 38,0 ± 4 (10,1 - 14,2) 11,8 ± 1,2 (03,5 - 44,7) 34,4 ± 9 336 (20,6 - 53,5) 34,8 ± 10 (36,2 - 48,9) 43,3 ± 4 (08,2 - 15,5) 11,8 ± 2 (33,5 - 47,8) 41,4 ± 4

DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda séries de filamentos da corona (mm); CPD - comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala(mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura; DH – diâmetro da haste.

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Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. alata e P. cincinnata

Continuação

Espécie Genótipos LS (mm) CB (mm) LB (mm) Afo (cm2)

P. alata

101 (13,7 - 21,3) 18,3 ± 2 (27,1 - 40,8) 35,0 ± 4 (13,4 - 24,3) 19,6 ± 3 (084,7 - 119,5) 099,5 ± 19 102 (16,0 - 39,8) 20,3 ± 7 (19,4 - 44,2) 36,7 ± 8 (13,5 - 38,9) 20,8 ± 3 (112,6 - 138,7) 123,6 ± 14 211 (13,4 - 20,2) 16,9 ± 2 (24,1 - 40,1) 33,0 ± 6 (11,1 - 22,0) 16,8 ± 3 (115,4 - 138,4) 125,6 ± 12 104 (14,1 - 19,8) 17,6 ± 2 (23,8 - 38,6) 32,2 ± 5 (10,4 - 21,3) 15,1 ± 3 (120,5 - 143,8) 132,4 ± 12 244 (18,2 - 30,5) 23,9 ± 4 (22,8 - 44,9) 35,3 ± 7 (13,5 - 37,0) 24,3 ± 7 (113,5 - 168,4) 138,5 ± 28 245 (13,6 - 36,3) 22,7 ± 7 (07,8 - 40,7) 26,4 ± 9 (05,2 - 32,9) 19,0 ± 7,4 (085,8 - 089,3) 087,3 ± 02 243 (16,9 - 29,4) 22,7 ± 4 (22,2 - 45,5) 35,3 ± 8 (12,2 - 38,3) 24,2 ± 7 (086,4 - 121,0) 105,4 ± 18 359 (15,9 - 32,3) 20,8 ± 5 (02,8 - 38,9) 27,9 ± 11 (07,4 - 20,7) 15,0 ± 4 (081,7 - 124,2) 098,8 ± 24 360 (10,9 - 25,8) 18,2 ± 5 (08,6 - 27,2) 16,6 ± 6 (04,1 - 13,3) 09,9 ± 3 (110,7 - 169,3) 135,9 ± 31 363 (13,6 - 24,8) 17,7 ± 4 (18,9 - 41,2) 36,3 ± 7 (14,1 - 20,3) 17,6 ± 2 (107,0 - 126,3) 117,0 ± 10 312 (19,7 - 26,4) 22,5 ± 2 (18,6 - 37,8) 26,8 ± 5 (12,0 - 20,1) 16,1 ± 2 (102,8 - 126,4) 113,7 ± 12

P. cincinnata

322 (08,7 - 17,1) 14,1 ± 2 (23,6 - 32,8) 28,5 ± 3 (12,5 - 21,0) 15,3 ± 2 (029,0 - 117,6) 086,1 ± 28 323 (12,5 - 25,6) 16,2 ± 3 (29,3 - 41,8) 32,6 ± 3 (13,0 - 27,2) 17,2 ± 3 (066,3 - 086,4) 075,5 ±10 324 (07,7 - 19,8) 14,0 ± 3 (22,4 - 33,2) 28,6 ± 3 (10,3 - 25,3) 14,1 ± 4 (074,7 - 084,5) 079,9 ± 5 325 (14,1 - 35,3) 17,0 ± 5 (20,2 - 37,3) 32,3 ± 4 (05,0 - 21,7) 16,5 ± 4 (074,6 - 084,5) 079,7 ± 5 326 (12,7 - 17,1) 14,9 ± 1 (23,7- 34,5) 28,6 ± 4 (11,4 - 21,0) 16,6 ± 3 (067,6 - 101,7) 082,0 ± 18 327 (08,9 - 17,7) 14,7 ± 2 (22,5 - 51,9) 31,9 ± 7 (10,3 - 29,1) 18,7 ± 4 (079,6 - 083,6) 081,5 ± 2 330 (08,6 - 17,6) 13,5 ± 2 (23,6 - 81,3) 34,0 ± 13 (08,7 - 20,3) 15,3 ± 3 (070,4 - 101,9) 088,7 ± 16 197 (14,5 - 22,8) 18,4 ± 3 (13,5 - 42,4) 27,8 ± 6 (08,3 - 17,1) 14,2 ± 2 (052,0 - 103,5) 078,3 ± 26 FC1 (14,3 - 16,9) 15,4 ± 1 (27,4 - 30,7) 29,2 ± 1 (12,4 - 32,0) 16,7 ± 4 (079,5 - 082,3) 081,2 ± 1 FC2 (11,1 - 16,2) 14,2 ± 1 (24,6 - 32,8) 27,8 ± 2 (10,4 - 21,2) 14,2 ± 3 (045,8 - 060,2) 054,9 ± 8 331 (14,6 - 27,1) 18,0 ± 4 (27,2 - 43,4) 33,8 ± 4 (10,6 - 20,9) 16,2 ± 2 (069,3 - 074,0) 072,1 ± 2 332 (15,0 - 20,1) 17,4 ± 2 (20,0 - 25,9) 22,1 ± 2 (08,6 - 16,5) 13,0 ± 2 (064,0 - 077,3) 070,7 ± 9 333 (13,2 - 18,5) 16,3 ± 2 (23,0 - 33,2) 29,8 ± 3 (11,1 - 18,0) 14,6 ± 2 (078,4 - 079,3) 078,7 ± 0,5 334 (14,5 - 21,0) 16,7 ± 2 (19,9 - 30,7) 25,2 ± 3 (12,2 - 79,0) 19,1 ± 17 (046,5 - 072,3) 063,3 ±15 335 (13,3 - 21,0) 16,1 ± 2 (21,5 - 29,9) 25,0 ± 2 (07,1 - 13,5) 10,4 ± 2 (041,8 - 100,8) 069,3 ± 28 336 (12,1 - 19,6) 17,1 ± 2 (24,2 - 28,8) 26,6 ± 3 (10,4 - 15,7) 12,9 ± 1 (067,8 - 104,7) 081,5 ± 20

DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda séries de filamentos da corona (mm); CPD - comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala (mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura; DH – diâmetro da haste.

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Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. alata e P. cincinnata Continuação

Espécies Genótipo NFo (und) NETN (und) ALT (m) DH (mm)

P. alata

101 (10 -30) 20,8 ± 10,3 (20 - 43) 32 ± 11,6 (2,3 - 2,8) 2,5 ± 0,2 (8,6 - 9,2) 8,9 ± 0,3 102 (24 - 32) 27,4 ± 4 (16 - 37) 28 ± 11,4 (2,7 - 3,5) 3,1 ± 0,5 (6,1 - 8,6) 7,3 ± 1,3 211 (25 - 28) 26,6 ± 1,5 (26 - 29) 27,4 ± 1 (3,1 - 4,1) 3,5 ± 0,6 (7,3 - 7,8) 7,6 ± 0,3 104 (18 - 34) 26,0 ± 8 (27 - 41) 33,4 ± 7,2 (1,2 - 2,1) 1,6 ± 0,4 (6,4 - 7,4) 7,0 ± 0,5 244 (17 - 33) 25,2 ± 8 (50 - 34) 41,6 ± 8 (2,7 - 3,6) 3,1 ± 0,5 (7,3 - 8,3) 7,7 ± 0,6 245 (14 - 18) 16,4 ± 2,3 (22 - 38) 31,6 ± 9,2 (1,4 - 3,3) 2,4 ± 1 (5,9 - 13,5) 9,0 ± 4 243 (14 - 25) 18,8 ± 5,9 (33 - 46) 39,0 ± 7 (2,4 - 3,1) 2,8 ± 0,4 (7,8 - 9,9) 9,0 ± 1 359 (21 - 37) 27,6 ± 9 (27 - 35) 30,4 ± 4 (2,1 - 2,9) 2,4 ± 0,4 (6,7 - 11,2) 9,0 ± 2,3 360 (23 - 29) 25,6 ± 3 (33 - 45) 39,2 ± 6 (2,6 - 3,3) 3,0 ± 0,3 (7,1 - 11,6) 9,5 ± 2 363 (13 - 20) 17,0 ± 4 (32 - 45) 38,6 ± 6 (2,4 - 4,2) 3,2 ± 0,9 (6,0 - 9,4) 7,9 ± 1,8 312 (10 - 20) 14,8 ± 5 (29 - 39) 33,0 ± 6 (2,4 - 2,6) 2,5 ± 0,1 (6,9 - 10,2) 8,6 ± 2

P. cincinnata

322 (20 - 42) 32,3 ± 11 (27 - 39) 33,0 ± 6 (1,2 - 2,6) 1,9 ± 1 (7,6 - 8,5) 7,9 ± 0,5 323 (13 - 22) 16,3 ± 5 (25 - 31) 27,0 ± 3 (2,1 - 2,3) 2,2 ± 0,1 (7,7 - 10,5) 9,0 ±1 324 (25 - 37) 30,3 ± 6 (40 - 45) 43,0 ± 3 (2,5 - 3,7) 3,2 ± 0,6 (5,6 - 8,3) 6,8 ± 1 325 (17- 21) 19,3 ± 2 (19 - 33) 26,3 ± 7 (2,2 - 2,5) 2,3 ± 0,2 (7,6 - 10,2) 8,7 ± 1,4 326 (25 - 39) 30,0 ± 8 (28 - 57) 37,7 ± 18 (1,8 - 3,2) 2,5 ±0,7 (4,7 - 7,9) 6,4 ± 2 327 (24 - 26) 25,0 ±1 (32 - 35) 34,0 ± 2 (1,3 - 2,0) 1,6 ± 0,4 (7,9 - 8,2) 8,0 ±0,2 330 (23 - 33) 27,7 ±5 (33 - 45) 37,5 ± 6 (2,1 - 2,7) 2,4 ± 0,3 (5,8 - 10,4) 7,5 ± 2 197 (28 - 35) 32,0 ±4 (31 - 39) 35,0 ± 4 (2,8 - 3,4) 3,0 ± 0,3 (5,9 - 9,1) 7,0 ± 2 FC1 (24 - 29) 26,3 ± 2 (33 - 35) 34,0 ± 1 (2,0 - 2,3) 2,1 ± 0,1 (7,8 - 8,0) 7,9 ± 0,1 FC2 (19 - 36) 27,0 ± 8 (43 - 51) 45,7 ± 5 (1,8 - 2,5) 2,1 ± 0,4 (5,0 - 5,8) 5,4 ± 0,4 331 (17 - 20) 18,3 ± 1 (42 - 47) 44,7 ± 2 (1,4 - 3,0) 2,0 ± 0,9 (5,9 - 7,0) 6,4 ± 0,6 332 (13 - 19) 16,0 ± 4 (21 - 23) 22,0 ± 1 (1,9 - 2,4) 2,1 ± 0,4 (5,1 - 7,6) 6,4 ± 2 333 (24 - 27) 25,3 ± 1 (32 - 34) 33,0 ±1 (1,6 - 2,4) 2,1 ± 0,4 (7,3 - 8,0) 7,6 ± 0,4 334 (29 - 31) 30,0 ± 1 (36 - 48) 42,3 ± 6 (1,2 - 3,0) 2,1 ± 0,9 (4,5 - 8,4) 6,4 ± 2 335 (17 - 25) 21,7 ± 4 (24 - 37) 31,0 ±7 (1,1 - 2,5) 1,8 ± 0,7 (3,7 - 5,1) 4,3 ± 0,7

336 (15 - 29) 21,0 ± 7 (41 - 63) 52,7 ± 11 (2,9 - 3,5) 3,1 ± 0,4 (6,5 - 8,2) 7,5 ± 0,8 DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda série de filamentos da corona (mm); CPD - comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala (mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura; DH – diâmetro da haste.

Page 55: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

43

Para P. alata o menor valor médio para os descritores vegetativos área foliar,

número de folha, número de entre-nos, altura e diâmetro da haste foram verificados

respectivamente para os genótipos 245 (87,27 cm2), 312 (14,8 und), 211 (27,4 und),

104 (1,59 m) e 104 (6,99 mm) e os maiores foram verificados para os genótipos 244

(138,48 cm2), 359 (27,6 und), 244 (41,6 und), 211 (3,49 m) e 359 (9,50 mm).

Para os valores médios dos descritores florais de P. cincinnata, observou-se

que o DF variou de 53,81 (genótipo FC1 – UENF) a 88,93 mm (genótipo 197 –

UENF). Os menores e maiores DC foram de 74,08 (FC1 – UENF) e 99,47 mm (331-

Campina Monte Alegre). O CFC1 e CFC2 variaram de 31,56 (332 – Pato de Minas) a

54,40 mm (332 – Pato de Minas) e 25,99 (334 – Una) a 40,55 mm (336- UENF),

respectivamente. O CPD oscilou entre 29,72 (genótipo 326 – Pato de Minas) e 61,41

mm (genótipo 333 – Campina Monte Alegre). Para o descritor CP os menores e

maiores valores foram observados nos genótipos 332 – Campina Monte Alegre

(32,72 mm) e 325 – Pato de Minas (43,43 mm); e a LP nos genótipos 330 – Pato de

Minas (9,66 mm) e 333 – Campina Monte Alegre (16,63 mm). A variável

comprimento das brácteas apresentou os maiores e menores valores (22,11; 33,83

mm) para os genótipos 332 e 331 ambos de Campina Monte Alegre. A largura das

brácteas variou de 10,36 mm (genótipo 335 - Una) a 19,10 (genótipo 334 – Una).

Considerando a parte vegetativa dos genótipos de P. cincinnata, os

descritores morfológicos vegetativos apresentaram as seguintes variações: altura

1,60 (327 – Pato de Minas) - 3,17 m (324 – Pato de Minas); diâmetro 4,27 (325 -

Una) – 8,96 mm (323 – Pato de Minas); número de entrenós 22,00 (genótipo 332 –

Campina Monte Alegre) – 52,67 und (336 – UENF); número de folhas 16,00 (332 –

Campina Monte Alegre) - 32,33 und (genótipo 322 - Pato de Minas). A área foliar

variou de 54,92 (FC2 – UENF) e 88,69 cm2 (330 – Pato de Minas).

Page 56: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

44

3.4.2 ANÁLISE MULTIVARIADA

A partir da análise de agrupamento com os descritores morfológicos

quantitativos de ambas as espécies, foi obtido um dendrograma pelo método de

agrupamento de vizinho mais próximo, no qual houve a formação de dois grandes

grupos: o primeiro reuniu os 11 genótipos de P. alata e o segundo reuniu os 16

genótipos de P. cincinnata (Figura 2). O coeficiente de correlação cofenético obtido

para este agrupamento foi de rcof=90.

Figura 2. Dendrograma gerado a partir dos dados morfológicos quantitativos de genótipos de P. alata e P. cincinnata, classificado segundo distancia de Mahalanobis pelo método de agrupamento Ligação Simples – Vizinho mais próximo. Correlação cofenética 90. UESC, Ilhéus, (BA), 2009.

Considerando Passiflora alata nota-se a formação de quatro subgrupos:o

primeiroformado exclusivamente pelo genótipo 363, que apresentou as maiores

médias para CP e CS; o segundo formado pelo genótipo 360, que apresentou as

menores médias para DC e LB; o terceiro subgrupo formado pelos genótipos 102,

211, 101, 104, 359 e 312, que apresentaram os maiores valores médios para DF,

Page 57: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

45

DC, e valores intermediários para LB e o quarto subgrupo formado pelos genótipos

245, 244 e 243, com os maiores valores médios para LB.

O segundo grupo formado pelos genótipos de P. cincinnata formaram oito

subgrupos: I (332) genótipo que entre todos analisados apresentou os menores

valores médios para CFC1, CP, CS, CB, Nfo e NETN;II (336) com menor valor de

NETN;III (333) com os maiores valores para CPD e LP; IV (FC1), V (334), VI (331);

VII (330, 322, 327, 323, 325) e o subgrupo VIII que agrupou os genótipos 335, 326,

197, 324, FC2.

Ao analisar a dispersão gráfica das duas primeiras variáveis canônicas

também foi observada a separação dos genótipos por espécie (figura 3),

concordando com o método ligação simples (distância Malhalanobis). As duas

primeiras variáveis canônicas explicaram 80% da variação total.

Figura 3. Dispersão dos genótipos de P. alata e P. cincinnata em relação às primeiras variáveis canônicas (VC1, VC2) a partir dos dados morfológicos quantitativos. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

Page 58: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

46

A utilização do método de otimização de Tocher, fundamentado na

dissimilaridade, expressa pelas distâncias de Mahalanobis (D2), possibilitou a

distribuição dos genótipos estudados em sete grupos distintos (Tabela 3).

O genótipo 333, que ficou isolado dos demais genótipos no agrupamento por

ligação simples, compreendendo o grupo II, no agrupamento por otimização de

Tocher foi alocado no primeiro grupo, juntamente com os genótipos 323, 325, 327,

330, 322, 326, 324, FC2, 197, 331, 335 e 334. O genótipo FC1 para o primeiro

método adotado se enquadrou no grupo I juntamente com os genótipos FC2, 324,

197, 326, 335, 325, 323, 327, 322, 330, 331, 334, FC1, enquanto que no segundo

método esse genótipo ficou isolado, compreendendo o quinto grupo. Os genótipos

363, 336 e 332, constituem respectivamente os grupos 4, 6 e 7. Os demais

genótipos agruparam-se iguais em ambos os métodos.

Tabela 3. Grupos de genótipos de P. alata e P. cincinnata estabelecidos pelo método de Tocher. Ilhéus, UESC, BA, 2009.

Grupo Genótipos Distância média intragrupo

1 323; 325; 327; 330; 322; 326; 324; FC2; 197; 331; 335; 334; 333

32,14

2 244; 243; 245; 312; 359; 101; 104; 211; 102 42,42 3 360 4 363 5 FC1 6 336 7 332 P. alata (101; 102; 211; 104; 244; 245; 243; 359; 360; 363; 312); P. cincinnata (322; 323; 324; 325; 326; 327; 330; 197, FC1; FC2; 331; 332; 333; 334; 335; 336).

O método de otimização de Tocher também permite estudar a dissimilaridade

intra e intergrupos (ZUIN et al., 2009) (tabela 4), onde a distância média dentro dos

Page 59: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

47

grupos é sempre menor que a distância média entre os grupos (VASCONCELOS et

al., 2007).

Tabela 4. Distancia média dentro e entre grupos correspondentes aos sete grupos

formados pelos genótipos de P. alata e P cincinnata. Ilhéus, UESC (BA), 2009(1).

(1)

As distâncias médias dentro dos grupos estão dispostas na diagonal principal e as distâncias médias entre grupos estão dispostas fora da diagonal principal.

(2)Grupo I:323; 325; 327; 330; 322;

326; 324; FC2; 197; 331; 335; 334; 333; Grupo II: 244; 243; 245; 312; 359; 101; 104; 211; 102; Grupo

III: 360; Grupo IV: 363; Grupo V: FC1; Grupo VI: 336; Grupo VII:332. As maiores distancias médias foram obtidas entre os grupos IV e VII

(266,7084), I e III (262,0471), e I e IV (249,0471) e as menores medias foram obtidas

entre os grupos I e V (57,6583); I e VI (66,5627) e I e VII (79,5468).

Em relação à contribuição relativa de cada característica para a diversidade

genética entre as espécies, com base no critério proposto por Singh (1981),

verificou-se que para os 16 descritores morfológicos mensurados, o que mais

contribuo para a diversidade foi o DC com 43,46%. O ranque de contribuição de

todos os 16 caracteres para a diversidade entre P. alata e P. cincinnata, está

apresentado em ordem decrescente na tabela 5, os demais descritores não

apresentaram contribuição significativa para a divergência entre P. alata e P.

cincinnata, podendo ser realizado o teste de descarte .

Grupo(2) I II III IV V VI VII

I 32, 14 228, 30 262, 04 249, 04 57, 65 66, 56 79, 5468

II - 42, 42 62, 17 64, 76 174, 31 198, 7903 225, 2772

III - - - 85, 42 211, 93 224, 192 221, 4815

IV - - - - 171, 68 180, 9808 266, 7084

V - - - - - 60, 3364 92, 4494

VI - - - - - - 166, 2932

VII - - - - - - -

Page 60: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

48

Tabela 5. Contribuição relativa dos caracteres para a divergência entre os genótipos de P. alata e P. cincinnata, segundo método de Singh (1981). Ilhéus, UESC (BA) 2009.

Descritores Contribuição (%)

DC 43,4667 LP 9,8165 CPD 7,4929 LS 6,3785 CP 4,7084 CFC2 4,5106 NETN 3,7251 CB 3,4743 LB 3,3602 NFo 2,6931 CS 2,4411 DF 2,1998 AFo 2,1743 DH 1,7782 CFC1 1,1752 ALT 0,6051

DC – diâmetro da corona (mm); LP - largura da pétala (mm); CPD - comprimento do pedúnculo (mm); LS - largura da sépala (mm); CP - comprimento da pétala (mm); CFC2 – comprimento da segunda série de filamento da corona (mm); NETN – número de entrenós; CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); NFo – número de folha; CS - comprimento da sépala (mm); DF – diâmetro da flor (mm); AFo – área foliar; DH – diâmetro da haste; CFC1 - comprimento da primeira série de filamento da corona (mm); ALT – altura da planta.

Análises de dissimilaridade por meio de caracteres qualitativos também foram

utilizadas a fim de complementar os dados e obter uma caracterização

interespecífica mais detalhada.

O dendrograma resultante da análise de agrupamento pelo método vizinho

mais próximo a partir dos caracteres qualitativos (Figura4) revelou a formação de

nove grupos, separando-os por espécie, sendo do grupo I ao IV, constituído por

genótipos de P. cincinnata e do V ao IX constituído por genótipos de P. alata.O

coeficiente de correlação cofenético obtido para este agrupamento foi de rcof=86.

Page 61: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

49

*rcof= 86

Figura 4.Dendrograma gerado a partir dos dados morfológicos qualitativos de genótipos de P. alata e P. cincinnata, classificado segundo coeficiente de dissimilaridade pelo método de agrupamento Ligação simples - Vizinho mais Próximo.

O primeiro grupo reuniu isoladamente o genótipo 335; o grupo II foi composto

do genótipo 324 de perianto roxo e aplanado, corona roxo intenso e folha 4/4 (5GY);

o terceiro grupo reuniu os genótipos 322 e 197, ambos com perianto e corona roxo

intenso, cujo formato do primeiro é côncavo e se diferenciam quanto a cor da folha

sendo 4/4 (5GY) para o genótipo 322 e 5/10 (5GY) para o genótipo 197; o grupo IV

reuniu os genótipos 336, 334, 333, 332, 325, FC2, 331, FC1, 330, 326 e 327; todos

os genótipos desse grupo possuem corona roxa, perianto roxo e côncavo, com

exceção do 325 e FC2 que possuem perianto aplanado, corona também roxa, nesse

grupo houve uma grande variação para cor da folha, incluindo segundo a carta de

Munsell, página 5GY a classe 5/8 (323, 327, e 332), 4/6 (325, FC2 e 331), 5/6 (326,

334), 4/8 (330, 333), 4/4 (FC1). O genótipo 336 foi o único que se enquadrou na

pagina 2.5GY classe 7/10. O quinto grupo conteve apenas o genótipo 363 de pétalas

e sépala vermelha, corona roxa, perianto convexo e folha de cor 5/8 (5GY). O sexto

grupo ficou apenas com o genótipo 104 com perianto aplanado, vermelho porem

despigmentado, corona roxa, folha 4/8 (5GY). O grupo VII reuniu os genótipos 359,

Page 62: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

50

360, 243, 245, 244, 211, 312, todos de perianto aplanado e vermelho com exceção

dos genótipos 359 e 360 cujas pétalas e sépalas mostraram – se rosa; a corona

variou de roxo (211, 360, 312) a roxo intenso (244, 245, 243, 359), as folhas

apresentaram pela pagina 5GY da carta de Munsell a cor 5/8 (211, 244, 312), 4/4

(245), 4/8 (243, 359, 360). O grupo VIII foi constituído pelo genótipo 101 de perianto

vermelho aplanado, corona roxa e folha 4/4 (5GY). O grupo IX foi formado pelo

genótipo 102 de cuja única característica que diferencia do genótipo 102 é a cor da

folha (4/8).

Page 63: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

51

3.5 DISCUSSÃO

3.5.1 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA

Os genótipos de P. alata apresentaram valores médios do DF, CPD inferiores

ao descrito na literatura que relataram o DF de P. alata na faixa de 100 a120 mme o

CPD de 20 a40 mm(Nunes; Queiroz, 2006). Porem considerando CP e LP os

mesmos autores descreveram para a espécie valores próximos aos encontrados

neste, variando de 40 a45 mm para CP e 10 a20 mm para LP. Tratando-se de

comprimento e largura da bráctea a amplitude dos valores de 15 a20 mm e 10 a15

mm(CERVI, 1997) são inferiores ao observado.

A P. alata do ponto de vista ornamental é bastante cultivada não só pela

exuberância das flores, mas também devido à beleza de sua ramagem (CERVI,

1997). Seu caule quadrangular e alado a torna facilmente reconhecida, porém em

estado vegetativo pode ser confundida com P. odontophylla, da qual é diferenciada

pelo tamanho da folha (10-14 x 6-8 cm em P. alata e 6-8 x 3-4 cm em P.

odontophylla), além da margem (lisa em P. alata e serreada em P. odontophylla) e

base (cordada em P. alata e arredondada em P. odontophylla) das folhas (NUNES;

QUEIROZ, 2006). Esse fato mostra o quão importante é caracterizar genótipos e,

ou, espécies baseados também em dados vegetativos, porém nesse sentido a

literatura é escassa para Passiflora. Existem trabalhos que avaliam o estagio inicial

do crescimento vegetativo (diâmetro do caule, altura de plantas e número de folhas)

Page 64: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

52

de plantas de maracujá-doce, obtidas por estaquia e por semente e foi observado

comportamento distinto da altura da planta e número de folhas, obtendo - se maiores

valores na primeira situação (RONCATTO et al., 2008), indicando que o modo que

as plantas são obtidas pode interferir em determinados parâmetros vegetativos.

Para P. cincinnata referente a DF a literatura relada valores que variam de

90,53 (DUARTE et al., 2009) a 164,5 mm de diâmetro floral (ARAUJO et al., 2008),

ou seja, valores superiores aos encontrados neste. Com relação a CPC1 e CPC2 os

valores se assemelham aos encontrados por Cervi (1997) onde o CPC1 variou de 30

– 50 mm e o CPC2 de 20 – 40 mm. Para a variável CP e LP foi observado valores

menores aos encontrados por Nunes e Queiroz (2006) 80-100 x 25-30 mm. A

variação para comprimento das brácteas esta inclusa nos valores 15,8 - 34,5 mm

descritos por Duarte et al. (2009) e a variação da largura dessas foi próxima a

variação (15 – 25mm) encontrada por Nunes e Queiroz (2006).

A caracterização morfológica por meio desses descritores auxilia na

diferenciação de espécies. A exemplo, P. cincinnata e P. caerulea, podem ser

confundidas devido às folhas pentalobodas e tornam-se perceptivelmente diferentes

pela observação de suas flores. Uma das estratégias para diferenciá-las, é a

observação do tamanho e coloração dos filamentos da corona, que são maiores do

que as pétalas e de coloração arroxeada em P. cincinnata e menores do que as

pétalas e de coloração azulada em P. caerulea (NUNES; QUEIROZ, 2006).

Considerando a parte vegetativa do ramo principal o DH apresentou variação

próxima a 4,5 – 10,10 mm encontrado por Araújo et al. (2008). A área foliar

apresentou valores bem inferiores a 221,4 – 732,00, encontrados por Araújo et al.

(2008). Existem estudos considerando as características vegetativas em algumas

espécies de Passiflora, porém em estágio de mudas (SILVA et al., 2004).

Page 65: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

53

O estudo vegetativo é importante para avaliar o crescimento e

desenvolvimento das plantas, uma vez que as folhas constituem o aparato

fotossintético e são responsáveis pela produção de carboidratos, que serão

alocados para os órgãos vegetativos e reprodutivos das mesmas (BASTOS et al.,

2002). Do ponto de vista ornamental os descritores vegetativos são extremamente

importantes para determinar o modo de cultivar a planta, bem como o tipo decorativo

potencial e o manejo que precisará ser adotado.

Por meio dos descritores qualitativos notou-se antese no turno matutino para

ambas as espécies, semelhante ao que foi mostrado por Kill et al. (2010) e Aular et

al. (2004) em P. cincinnata e por Costa et al. (2009) em P. alata. Geralmente o

horário de abertura das flores, bem como fechamento, está relacionado ao horário

de atividade do agente polinizador (TEIXEIRA et al., 1994).

As cores das flores, vermelho, púrpura ou violeta, azul (SOUZA et al., 2010) e

rosa (MAZZA; MINIATI, 1993) são geralmente devido a um tipo de flavonóide

chamado antocianina. Possivelmente esse pigmento conferiu ao perianto da maioria

dos genótipos de P. alata a cor vermelha, semelhante ao encontrado por

Crochemore et al. (2003). Os genótipos 359 e 360 apresentaram perianto rosa

semelhante ao descrito por Nunes e Queiroz (2006). Diferentemente, Varassin e

Silva (1999) citaram a coloração para perianto de P. alata como arroxeada. O

perianto de P. cincinnata mostrou-se roxo variando apenas quanto a tonalidade de

mais claro (323, 325, 326, 327, 330, FC1, FC2, 331, 332, 333, 336, 101, 102, 211,

104, 360, 363, e 312) a roxo mais escuro (322, 324, 197, 335, 243, 244, 245, 359 e

360). Cervi (1997) classificou as pétalas e sépalas das P. cincinnata como violáceas.

A cor das folhas foi determinada conforme formato H V/C da carta de Munsell

onde o parâmetro H refere-se ao comprimento de onda de luz, V refere-se ao brilho

Page 66: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

54

ou tonalidade, varia de 0 a 10 e C refere-se a intensidade ou pureza da cor, variando

de 0 a 12 ou mais (BOTELHO et al., 2006). Conforme carta de Munsell a cor da

folha foi verde-amarelo (5GY) para todos os genótipos, variando quanto ao nível de

luminosidade e saturação, onde a maioria foi 4/8 (330, 333, 335 - P. alata e 102,

104, 243, 359, 360, 363 - P. cincinnata), mas havendo também 5/8 (324, 327, 332 -

P. alata e 211, 244, 312 - P. cincinnata); 4/4 (322, 324, FC1 - P. alata e 101, 245 - P.

cincinnata); 4/6 (325 - P. alata e FC2, 331 - P. cincinnata); 5/6 (326, 334 - P. alata);

5/10 (197 - P. cincinnata) e 7/10 da página 2.5GY (336 - P. cincinnata). Os

filamentos em ambas as espécies mostraram-se com predominância roxa, uma vez

que são bandeados com branco. Sendo em P. cincinnata totalmente ondulado e em

P. alata com ondulações apenas no ápice. Nunes e Queiroz (2006) em P. cincinnata

observaram cor semelhante, porém com ondulações no ápice. Os mesmos autores

descreveram os filamentos de P. alata em tons de vermelho, diferindo do observado

neste e por Cervi (1997) onde os filamentos foram descritos como bandeados em

branco e roxo.

3.5.2ANALISE MULTIVARIADA

Os descritores morfológicos utilizados foram eficientes para descriminar as

espécies botânicas, porem os descritores qualitativos mostraram uma menor

diferenciação entre os genótipos, isso pode ter provavelmente ocorrido em função

do tipo de herança gênica, pois esses descritores são controlados por poucos genes

e menos afetados pelo ambiente.

O coeficiente de correlação cofenética do dendrograma dos genótipos de P.

alata e P. cincinnata gerado a partir de dados quantitativos (rcof=0,90) e qualitativos

Page 67: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

55

(rcof=0,86) revelou um bom ajuste entre representação gráfica das distancias e sua

matriz original, que deve ser superior a0,8(BUSSAB et al. 1990). Neste tipo de

representação gráfica, a eficiência com que a matriz original dos dados de distância

é representada na figura implica diretamente na possibilidade de sua utilização

(BERTAN et al., 2006).

Devido à fácil visualização do agrupamento dos genótipos similares os

métodos hierárquicos são bastante utilizados em diversas culturas como tomateiro

(Lycopersicon esculentum L.) (KARASAWA et al., 2005) e maracujazeiro (Passiflora

spp.)(NEGREIROS et al., 2007), porem para a obtenção de resultados mais

completos deve-se utilizar mais de uma técnica de estudo de dissimilaridade

(NEITZKE, 2008).

Houve congruência entre o método de agrupamento do vizinho mais próximo

e o método de otimização de Tocher com relação ao numero de grupo formado. Os

resultados referentes à distância intergrupos podem auxiliar na escolha de genitores

para hibridação (ZUIN et al., 2009), uma vez a utilização de genitores com alta

divergência genética visando aumentar a probabilidade de ocorrência de

segregantes superiores em gerações avançadas e ampliar a base genética é uma

estratégia recomendada em programas de melhoramento, porém a escolha de

genótipos deve ser feita considerando também seus comportamentos per se (CRUZ

et al., 2004).

Nota-se que os genótipos mesmo sendo pertencentes a uma mesma espécie,

é comum que alguns deles possuam maior ou menor semelhança genética que

outros, e isto é refletido pelas características fenotípicas avaliadas (VIANA et al.

2003; BELLON et al. 2009).

Page 68: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

56

A característica que mais contribuiu para a divergência genética

interespecífica foi diâmetro da corona, com 43%, e variação de 34,70 (P. alata) a

99,47 (P. cincinnata). Essa variável é considerada a característica mais marcante do

gênero Passiflora (ABREU, 2009), é usada para caracterizar a família juntamente

com o androginoforo (ULMER; MACDOUGAL, 2004) sustentando a monofilia de

Passifloraceae (FARINAZZO; SALIMENA, 2007).

Descartar descritores que pouco ou nada contribuíram para discriminar

diversidade entre genótipos significa otimizar o conjunto de variáveis, reduzindo

custos operacionais, mão de obra e tempo despendidos na avaliação dos mesmos

(OLIVEIRA et al., 2004). Estudos sugerem que a eficiência do descarte seja testada,

por meio de comparações dos agrupamentos formados com base no conjunto dos

descritores originais e selecionados (CURY, 1993). Trabalhos realizados com feijão-

de-vagem mostraram mudança no agrupamento apenas depois da eliminação de

sete das 13 variáveis (ABREU et al., 2004). Trabalhos realizados em Capsicum

verificaram a mesma formação de grupos, após retirar separadamente as duas

variáveis com menor contribuição. Contudo, foi notória a mudança no agrupamento

ao retirá-las ao mesmo tempo (REGO et al., 2003)

Existem genótipos com suspeita de ser duplicata (243 e 244; 101, 102, 104 e

211) é desejável que esses sejam submetidos a avaliação em locais e tempo

diversos, bem como que esse resultado seja comparado aos obtidos por

caracterização molecular e citogenética (estudos em andamento no Bag). Em caso

de confirmação manter apenas o genótipo que apresentar melhores condições.

Page 69: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

57

3.6 CONCLUSÕES

A congruência entre os métodos utilizados indica consistência nos grupos

formados dos quais se notou haver divergência genética entre e dentro dos

genótipos de P. alata e P. cincinnata, quando analisados com base em

características morfológicas vegetativas e florais, quantitativas e qualitativas.

Dentre os genótipos caracterizados o 363 de P. alata e o 332 de P.

cincinnata, mostraram-se como os mais divergentes.

Page 70: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

58

3.7 AGRADECIMENTOS

Ao pesquisador Dr. Vitor Osmar Becker, pela permissão de coleta na reserva

RPPN Serra Bonita, Camacã – BA; às instituições UENF e Instituto Plantarum, pela

doação de sementes; ao professor Dr. George Sodré, pela liberação da casa de

nebulização da CEPLAC; a Ronaldo Bloise, estagiário voluntário, pela ajuda na

montagem do experimento; a Cínthia Sthefany Lima de Oliveira (estagiária

voluntária), Gabriela de Oliveira Belo e Raquel Rodrigues Moraes (amigas) pela

ajuda na tomada de dados; ao mestre Américo José Carvalho Viana, pelo auxilio

estatístico; à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB),pela

bolsa de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq)e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) pelo apoio financeiro à

pesquisa.

Page 71: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

59

3.8 REFERÊNCIAS ABREU, F.B.; LEAL, N.R.; RODRIGUES, R.; AMARAL JUNIOR, A.T.; SILVA, D.J.H. Divergência genética entre acessos de feijão-de-vagem de hábito de crescimento indeterminado. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 22, n. 3, p. 547-552, 2004. ABREU, P. P.; SOUZA. M. M.; SANTOS, E. A.; PIRES, M. V.; PIRES, M. M.; ALMEIDA, A. F. Passion flower hybrids and their use in the ornamental plant market: perspectives for sustainable development with emphasis on Brazil. Euphytica, v. 166, p. 307-315, 2009. APONTE, Y.; JÁUREGUI, D. Algunos aspectos de la biología floral de Passifloracincinnata Mast. Revista de la Facultad de Agronomia, Universidad del Zulia, v. 21, n. 3, p. 211- 219, 2004. ARAÚJO, F.P DE.; SILVA, N. DA.; QUEIROZ, M. DE. Divergência genética entre acessos de Passiflora cincinnata Mast. com base em descritores morfoagronônomicos. Revista Brasileira de Fruticultura. Jaboticabal, v. 30, n. 3, p. 723 - 730, 2008. AULAR, J.; PARÉZ, J.; IADE, P.; RODRÍGUEZ, Y. Crecimiento Reproductivo de Passiflora cincinnata Mast. Bioagro, v. 16, n. 3, p. 205-212, 2004. BASTOS, E. A., RODRIGUES, B. H. N., ANDRADE JÚNIOR, A. S., CARDOSO, M. J. Parâmetros de crescimento do feijão caupi sob diferentes regimes hídricos. Engenharia Agrícola, Fortaleza, v. 22, n. 1, p. 43-50, 2002. BELLON. G.; FALEIRO, G. F.; PEIXOTO, J. R.; JUNQUEIRA, K. P.;JUNQUEIRA N. T. V.; FONSCECA, K. G. ; BRAGA, M. F. Variabilidade genética de acessos obtidos de populações cultivadas e silvestres de maracujazeiro-doce com base em marcadores rapd. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 31, n. 1, p. 197-202, março 2009. BERNACCI, L. C.; MELETTI, L. M. M.; SOARES-SCOTT, M. D.; PASSOS, I. R. S. Espécies de maracujá: caracterização e conservação da biodiversidade. In: FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V.; BRAGA, M. F. (Eds) Maracujá germoplasma e melhoramento genético. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2005, p. 559-568.

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Page 76: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

64

4. ESTUDO DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE Passiflora alata CURTIS E

Passiflora cincinnata MAST

4.1 RESUMO

A maioria das espécies de Passiflora possuem flores completas, mas se mostram

autoincompatíveis, um mecanismo que contribui para o aumento da variabilidade

genética. Conhecer o modo de reprodução das passifloras é extremamente

importante, pois auxilia no manejo da espécie para sua manutenção no BAG e

principalmente inferi nas estratégias a serem utilizadas nos programas de

melhoramento. Os objetivos do presente trabalho foram determinar o sistema

reprodutivo em acessos de Passiflora alata Curtis e P. cincinnata Mast que

constituem o BAG da UESC e contribuir com dados adicionais sobre a número de

semente por tipo de polinização e a receptividade após abertura floral. Para isso

foram avaliados quatro acessos de cada espécie, em esquema fatorial simples, 3

(polinizações) x 4 (acessos), as polinizações consistiram em polinização aberta,

autopolinização controlada e polinização cruzada controlada. A receptividade foi

observada pelo teste histoquímico com Peróxido de hidrogênio + benzidina. Nenhum

fruto foi formado pela autopolinização em nenhuma das espécies indicando-as como

autoincompatíveis. Em P. alata a taxa de pegamento foi similar para todos os

acessos, independente do tipo de polinização. Porém considerando o número de

sementes houve diferença entre os acessos e o tipo de polinização, sendo que na

polinização aberta os acessos não diferiram entre si, mas para a polinização cruzada

Page 77: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

65

controlada dois grupos foram formados sendo, grupo (I) com acesso Una com maior

número de sementes e grupo (2) com os acessos Instituto Plantarum, Serra Bonita e

UENF. Em P. cincinnata para taxa de pegamento foram evidenciadas diferenças

entre os acessos os quais foram divididos em três grupos sendo: grupo (I) formado

pelo acesso Pato de Minas apresentando superior taxa de pegamento (63,3%);

grupo (II) formado pelos acessos UENF e Una, ambos com taxa intermediária de

43,3% de pegamento total, e o grupo (III) formado pelo acesso Campina Monte

Alegre cuja taxa de pegamento foi inferior (13,33%) aos demais acessos. Foi

também evidenciado diferença entre os tipos de polinização onde a taxa foi maior na

polinização cruzada controlada. O número médio de sementes foi significativamente

superior nos frutos provenientes da polinização cruzada controlada. A receptividade

do estigma foi alta, tendendo a reduzir com o passar das horas após antese.

Palavras chaves:sistema reprodutivo, autoincompatibilidade, receptividade do

estigma, polinização, taxa de pegamento.

Page 78: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

66

4. STUDY OF THE REPRODUCTIVE BIOLOGY OF P. alataCURTIS AND P.

Cincinnata MAST

4.1.1 ABSTRACT

Majority species of Passiflora have flowers complete, but show themselves incapable

of self-pollination, this being an important mechanism that contributes to the increase

in genetic variability. Know the reproduction of Passiflora is extremely important,

because it helps in the management of this species for their maintenance in the BAG

and inferred mainly in the choice and the strategies to be used in breeding programs.

Therefore, the purpose of this study was to determine the reproductive system in

accessions of Passiflora alata Curtis and P. cincinnata Mast. which form the BAG

UESC and contribute additional data on the number of seed by type of pollination

and stigma receptivity after flower opening. We evaluated four accessions of each

species, in factorial simple, 3 (pollination) x 4 (hits), the pollinations consisted of

spontaneous pollination, manual pollination and manual cross-pollination. The

receptivity was observed by the histochemical test with hydrogen peroxide +

benzidine. No fruit was formed by self-pollination in either species indicating them as

self-incompatible. In P. alata rate of fixation was statistically similar for all accessions,

irrespective of the type of pollination. But considering the number of seeds was no

difference between access and the type of pollination, being that in spontaneous

pollination accessions did not differ, but for cross-pollination two groups were being

Page 79: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

67

formed, group (I) with access Una to more seeds and group (2) with the access

Instituto Plantarum, Serra Bonita and UENF. In P. cincinnata for rate of fixation were

no differences between accessions were divided into three groups which: group (I)

formed by the access Pato de Minas showing higher rate of fixation (63.3%); group

(II) formed by accessions UENF and Una, both with a moderate rate of 43.3% of total

fixation and group (III) formed by the access Campina Monte Alegre the rate of

fixation was lower (13.33%) to the other accessions. It was also evident difference

between the types of pollination where the rate was higher in cross-pollination. The

average number of seeds was significantly higher in fruits from cross-pollination. The

receptivity of the stigma was generally high, but tended to reduce with the passage of

hours.

Keywords: breeding system, self-incompatibility, stigma receptivity, pollination, fruit

setting rate

Page 80: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

68

4.2 INTRODUÇÃO

A família Passifloraceae compreende 20 gêneros (SOUZA; LORENZI, 2005),

dos quais o gênero Passiflora é o mais importante (PÉREZ et al., 2007),

compreendendo aproximadamente 530 espécies (FEUILLET; MACDOUGAL, 2007),

dispersas nas regiões pantropicais. O Brasil e a Colômbia são os países com maior

número de espécies (NUNES; QUEIROZ, 2006). Cerca de 120 espécies são nativas

do Brasil (BERNACCI et al., 2003), sendo 32 delas encontradas na Bahia, das quais

algumas como P. mucugeana (NUNES; QUEIROZ, 2006) e P. cacaoensis (VIANA,

2009) são consideradas endêmicas.

P. alata é natural da América do Sul (NUNES; QUEIROZ, 2006), ocorrendo

em todas as regiões do Brasil (BRUCKER; PICANÇO, 2001; KOEHLER-SANTOS

ET AL., 2006), cujos frutos são utilizados na alimentação humana e suas folhas

possuem propriedades farmacológicas (LIMA; CUNHA, 2004). Devido à beleza de

suas flores,P. alata vem sendo utilizada como planta ornamental em projetos

paisagísticos(LORENZI; SOUZA, 2001).

Passiflora cincinnata é nativa do Cerrado, apresenta características de

potencial econômico, como maior resistência a doenças e a pragas, maior

longevidade, maior adaptação a condições climáticas adversas, e também apresenta

características ornamentais, como período de florescimento ampliado (FALEIRO et

al., 2005).

A maioria das espécies de maracujá, mesmo apresentando flores completas,

é incapaz de realizar autopolinização. Esse mecanismo é importante para manter

Page 81: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

69

altos níveis de heterozigose, uma vez que induz alogamia e, consequentemente

contribui para o aumento da variabilidade genética (LOSS et al., 2006). A polinização

cruzada em Passifloras ocorre principalmente pela autoincompatibilidade

(BRUCKNER et al., 2002).

Os estudos referentes à biologia da reprodução das plantas são importantes,

pois contribuem para sua conservação e manejo sustentado (LENZI et al, 2005), e

interferem diretamente na escolha do método a ser utilizado nos programas de

melhoramento genético (ALLARD, 1960).

A determinação das estratégias a serem adotadas em um programa de

melhoramento genético de plantas é fortemente influenciada pela biologia

reprodutiva da espécie, especialmente quando se utilizam técnicas de polinização

artificial para hibridação de espécies. Desta maneira, a possibilidade de cruzamento

entre progenitores selecionados requer também o conhecimento, nos indivíduos a

serem cruzados, do período em que o estigma encontra-se receptivo ao grão de

pólen (STIEHL-ALVES; MARTINS, 2008). Essas informações são importantes, pois

favorecem o planejamento e a execução das estratégias a serem adotadas em

cruzamento, reduzindo assim mão de obra e tempo despendidos (COSTA et al.,

2008).

Nesse sentido o objetivo do presente trabalho foi estudar o sistema

reprodutivo em Passiflora alata e P. cincinnata e contribuir com dados adicionais

sobre de abertura da flor.

Page 82: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

70

4.3 MATERIAL E MÉTODOS

4.3.1 MATERIAL VEGETAL

Foram avaliados quatro acessos de P. alata Curtis e cinco de P. cincinnata

Mast (Tabela 1). Os acessos fazem parte do acervo do Banco Ativo de

Germoplasma de Passiflora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC),

situada no município de Ilhéus, Bahia(14° 39' S, 39° 10' W; 78 m a.s.l.).

Tabela 1.Lista dos acessos de P. alata e P. cincinnata suas respectivas procedências. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

Espécie Acesso

P. alata RPPN* Serra Bonita, Camacan (BA).

Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF (RJ).

Fazenda Ouro Verde, Una (BA).

Instituto Plantarum, Nova Odessa, (SP).

P. cincinnata Pato de Minas (MG).

Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF (RJ).

Campina Monte Alegre (SP).

Fazenda Ouro Verde, Una (BA).

*RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural.

4.3.2 GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CONDIÇÕES DE CULTIVO

Após a desinfecção prévia com hipoclorito de sódio e retirada parcial do

tegumento, as sementes foram colocadas para germinar em vasos plásticos com

Page 83: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

71

papel filtro e diariamente molhadas com ácido giberélico (GA3). Ao surgimento das

primeiras folhas verdadeiras, as mudas foram transplantadas para saquinhos de

polietileno com volume de 1 L contendo solo. Após atingirem cerca de 40 cm de

altura, foram transplantadas para vasos polietileno de 35 L com solo (areno-

argiloso). As repetições foram obtidas de estacas, as quais foram retiradas da parte

intermediária dos ramos, preparadas e padronizadas com três nós e três folhas

reduzidas à metade. Imediatamente foram secionadas em bisel, suas extremidades

basais imersas em talco contendo auxina sintética (ácido indol 3-butírico – AIB) e

plantadas em sacos de polietileno preto (leito de enraizamento), com capacidade

para 1,5 L, contendo areia lavada e foram levadas para casa de nebulização

intermitente da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), BA.

Após cerca de 40 dias, foram ainda aclimatadas por 8 dias na casa de mudas da

UESC, sendo em seguida transferidas para vasos polietilenode 42 L preenchidos

com solo areno-argiloso peneirado.

As plantas foram mantidas sob sistema de condução do tipo espaldeira.

Mensalmente foram realizadas podas e adubação com a formulação NPK (4-14-8) a

cada 60 dias. A irrigação foi realizada pelo sistema de gotejamento. As pragas e

doenças foram controladas com medidas profiláticas simples, não afetando o ciclo

reprodutivo das plantas.

4.3.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Foi empregado o delineamento experimental blocos casualizados em

esquema fatorial simples, 3 (tipos de polinizações) x 4 (acessos) totalizando 12

Page 84: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

72

tratamentos com cinco repetições em cada um dos três blocos, para ambas as

espécies.

4.3.4 ESTUDOS DE COMPATIBILIDADE INTRAESPECÍFICA

Os estudos de compatibilidade intraespecifica foram realizados mediante

estimativas da taxa de autopolinização e taxa de autoincompatibilidade. Para isso

foram realizados os seguintes tipos de polinização: polinização aberta, polinização

cruzada controlada e autopolinização controlada.

Para observação de polinização abertas, botões florais próximos à antese

foram marcados com etiquetas plásticas, posteriormente foram contadas as flores

com frutos em início de desenvolvimento. Para estimativa da autopolinização

controlada, botões florais próximos à antese foram protegidos com tule um dia antes

da abertura. As flores foram autopolinizadas (com pólen da mesma planta) com

auxílio de pinça e protegidas por sacos de papel, por 24h após a polinização. Para

estimativa da polinização cruzada controlada, as flores foram emasculadas antes do

momento da abertura e protegidas com tule. Os estigmas foram polinizados com

pool de pólen de diferentes plantas (polinização cruzada), e as flores foram

novamente protegidas por 24h. Para todos os casos (polinização aberta e

controlada), as flores polinizadas foram etiquetadas e cinco dias após a polinização

foi verificada a taxa de pegamento. O número de frutos originários das polinizações

foi registrado e os mesmos foram cobertos com saco de nylon para proteção contra

queda no amadurecimento (BRUCKNER; OTONI, 1999). Após o amadurecimento

dos frutos, o número de sementes foi registrado. Os dados obtidos foram utilizados

nas estimativas das taxas de autopolinização e auto incompatibilidade. Os dados

referentes ao percentual de frutos vingados em relação ao número de flores

Page 85: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

73

polinizadas por tipo de polinização e seus respectivos números de sementes foram

submetidos à análise de variância e teste de médias (Tukey, P < 0,05). As análises

foram realizadas no programa SAS (SAS, 1987).

4.3.4 a) Estimativa da Taxa de Autopolinização

A freqüência de autopolinização foi estimada por comparação dos valores de

número de sementes obtidas de flores polinizadas naturalmente (polinização aberta)

com as de autopolinização e de polinização cruzada controlada. A taxa de

autopolinização (S) foi estimada como a seguir (DAFNI, 1992): S = Px – Po/Px-Os,

onde: Px = valor da polinização cruzada; Po = valor da autopolinização; Os = valor

da polinização aberta.

4.3.4 b) Estimativa da Taxa de Autoincompatibilidade

Foi utilizado o índice ISI (“Index to measure Self-Incompatibility”), de acordo

com Dafni (1992): ISI = Nº de frutos provenientes de autopolinização ÷ Nº de frutos

de polinização cruzada (ambas controladas). Os valores de ISI refletem as seguintes

possibilidades:

a) >1 = autoincompatibilidade;

b) >0.2 <1 = parcialmente auto-incompatível;

c) <0.2 = quase auto-incompatível; d) 0 = auto-incompatível.

A taxa de pegamento (nº de frutos) após autopolinização artificial foi utilizada

para definir as classes de autoincompatibilidade:

a) auto-incompatível = 0-3%, classe 0;

Page 86: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

74

b) levemente auto-incompatível = 3-30%, classe 1;

c) altamente auto-incompatível = >30%, classe 2.

4.3.5 RECEPTIVIDADE DO ESTIGMA

Para os estudos de receptividade foram realizados testes histoquímicos nos

acessos de P. alata e P. cincinnata. Os tratamentos consistiram de cinco horários,

com intervalo de 1 hora, a partir das 8 horas da manha.

Foi utilizado o peróxido de hidrogênio (H2O2), que indica receptividade pela

presença de peroxidase (OSBORN et al., 1998) através da formação de bolhas de ar

(PEARSE, 1972). Nesse processo botões florais em antese foram protegidos com

tule. No dia seguinte á proteção, após abertura das flores os estigmas foram

coletados nos respectivos horários e transferidos para vidrinhos contendo a solução

- teste, sendo mantidos totalmente submersos. Os estigmas foram classificados em

receptivos de acordo com as seguintes observações: o filete estigmático atingir a cor

preta e formar bolhas. Para obter resultados confiáveis, estigmas danificados ou

com pólen na superfície não foram utilizados, evitando-se resultado falso positivo.

O efeito dos horários sob receptividade do estigma foi observado pela análise

de regressão, cujos modelos e betas foram testados com auxílio do programa

estatístico SAS.

Page 87: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

75

4.4 RESULTADOS

4.4.1 Estudo de compatibilidade Intraespecifica

Os resultados percentuais de pegamento das polinizações controladas

(cruzada e autopolinização) e polinização aberta para os acessos de P. alata e P.

cincinnata estão apresentados na Tabela 2. Observa-se que, de maneira geral, a

polinização cruzada controlada apresentou o maior número de frutos obtidos,

seguida da polinização aberta e por último a autopolinização, que não apresentou

pegamento.

Em P. alata, pela análise de variância, a taxa de pegamento não foi

influenciada pelo acesso, nem pelo tipo de polinização, como também não houve

interação acesso X polinização (Tabela 3). A média percentual de pegamento dos

frutos variou de 13,33% nos acessos Una (polinização aberta) e UENF (polinização

cruzada controlada) a 40% nos acessos Una e Instituto Plantarum, em ambas esse

valor ocorreu na polinização cruzada.

Page 88: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

76

Tabela 2. Percentual de pegamento de frutos por polinizações controladas e abertas

em acessos de P. alata e P. cincinnata. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

Tipo de Polinização

Espécie Acesso Bloco Aberta (%) Autopolinização (%)

Cruzada (%)

P. alata Serra Bonita 1 2 3 Média

40 20 40

33,33

0 0 0 0

40 0

60 33,33

UENF 1 2 3 Média

20 40 40

33,33

0 0 0 0

0 20 20

13,33

Una 1 2 3 Média

0 20 20

13,33

0 0 0 0

40 40 40 40

Instituto Plantarum

1 2 3 Média

60 0

40 33,33

0 0 0 0

40 60 20 40

P. cincinnata Pato de Minas 1 2 3 Média

40 40 40 40

0 0 0 0

60 100 100 86,67

UENF 1 2 3 Média

20 0 0

6,67

0 0 0 0

80 60

100 80

Campina Monte Alegre

1 2 3 Média

20 0 0

6,67

0 0 0 0

0 40 20 20

Una 1 2 3 Média

0 20 40

20

0 0 0 0

40 100 60 66,67

Page 89: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

77

Tabela 3. Resumo da análise de variância da taxa de pegamento de fruto

resultante de dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada) realizadas em diferentes acessos de P. alata. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

FV GL SQ MQ F P

Bloco 2 0,1221 0,0611 0,72ns 0,5025

Acesso (A) 3 0,0744 0,0248 0,29 ns 0,8293

Polinização (P) 1 0,0075 0,0075 0,09 ns 0,7710

A x P 3 0,3882 0,1294 1,53 ns 0,2497

Resíduo 9

FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; SQ – soma dos quadrados; MQ – média dos Quadrados; F – valor calculado; ns – não significativo.

Considerando o número de sementes nos acessos de P. alata, a análise de

variância mostrou haver diferença significativa (0,001) tanto entre os acessos quanto

entre o tipo de polinização e entre a interação acesso x tipo de polinização (Tabela

4).

Tabela 4 - Resumo da análise de variância referente ao número de semente

resultante de dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada) realizadas em diferentes acessos de P. alata. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; *, **, *** Significativo a 5%. 1% e 0,1 % de probabilidade pelo teste Tukey, respectivamente, ns – não significativo.

FV GL SQ MQ F P

Bloco 2 7850,9583 3925,4792 1,03 ns 0,3916

Acesso (A) 3 192329,9393 64109,9798 16,84 *** 0,0003

Polinização (P) 1 54528,0333 54528,0333 14,32* 0,0036

A x P 3 93421,6833 31140,5611 8,18 * 0,0048

Resíduo 9

Page 90: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

78

No desdobramento do efeito de genótipos dentro de polinizações em P. alata

(Tabela 5)foi verificado que na polinização aberta, os acessos não divergiram

estatisticamente, com número de semente variando de 101 (UENF) a 157 (Instituto

Plantarum). Para a polinização cruzada controlada o número de semente diferiu

significativamente entre os acessos, havendo a formação de dois grupos pelo teste

de média Tukey a 5% de significância, sendo: grupo (I) formado pelo acesso Una

com 432 sementes, quantidade superior ao encontrado nos demais acessos e o

grupo (II) formado pelos acessos Instituto Plantarum (333 sementes), Serra Bonita

(93 sementes) e UENF (54 sementes).

Tabela 5. Número médio de sementes dos acessos de P. alata provenientes de

diferentes tipos de polinização. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

1Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas para polinização espontânea e maiúsculas para

polinização cruzada, diferem significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

Considerando P. cincinnataforam evidenciadas diferenças entre os genótipos

(p < 0,05) e diferenças altamente significativas (p < 0,001) entre os tipos de

polinização, porem não houve a interação acesso x genótipo (Tabela 6), todos os

acessos apresentaram maiores valores percentuais médios para taxa de pegamento

quando realizadas as polinizações cruzadas controladas. As polinizações abertas

para o acesso Pato de Minas, UENF, Campina Monte Alegre e Una apresentaram as

Espécie Polinização Acesso Média1 Nº de semente

P. alata Aberta Serra Bonita 117 a

UENF 101 a

Una 106 a

Instituto Plantarum 157 a

Cruzada Controlada Serra Bonita 93 B

UENF 54 B

Una 432 A

Instituto Plantarum 333 B

Page 91: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

79

respectivas médias 40; 6,67; 6,67 e 20% para pegamento de fruto. Em contrapartida

as taxas de pegamento para as polinizações cruzadas controladas nesses mesmos

acessos foram 86,67%; 80%; 20% e 66,67%, respectivamente.

Tabela 6. Resumo da análise de variância da taxa de pegamento de fruto resultante de

dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada) realizadas em diferentes acessos de P. cincinnata. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

FV GL SQ MQ F P

Bloco 2 0,0243 0,0121 0,10 ns 0,9077

Acesso (A) 4 1,9161 0,4790 3,83 * 0,0214

Polinização (P) 1 2,1093 2,1093 16,87*** 0,0007

A x P 4 0,7499 0,1875 1,50 ns 0,2466

Resíduo 28

FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; *, *** Significativo a 5% e 0,1 % de probabilidade pelo teste Tukey, respectivamente, ns – não significativo.

O teste de comparação de médias separou os acessos de P. cincinnata em

três grupos em função da taxa de pegamento do fruto (Tabela 7), sendo: grupo (I)

formado pelo acesso Pato de Minas apresentando superior taxa de pegamento

(63,3%) distribuída entre polinização aberta e polinização cruzada controlada; grupo

(II) formado pelos acessos UENF e Una, ambos com taxa intermediária de 43,3% de

pegamento total e o grupo (III) formado pelo acesso Campina Monte Alegre cuja

taxa de pegamento foi inferior (13,33%) aos demais acessos.

Com relação ao número de semente em P. cincinnata foi evidenciado, pela

análise de variância, que houve diferença significativa para o tipo de polinização

(Tabela 8), onde o número médio de sementes foi superior nos frutos provenientes

da polinização cruzada controlada (Tabela 9).

Page 92: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

80

Tabela 7 – Média da taxa de pegamento e média pelo teste Tukey em acessos de P. cincinnata resultantes de polinização aberta e polinização cruzada controlada. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

Acesso

Tipo de Polinização (%)

Média1 do acesso Aberta Cruzada Controlada

Pato de Minas 40 86,67 63,3 a

UENF 6,67 80 43,3 b

Campina Monte Alegre 6,67 20 13,3c

Uma 20 66,67 43,3 b

Média1 polinização 73,34 B 253,34 A 1Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem

significativamente pelo teste Tukey ao nível de 5% de significância.

Na polinização aberta os acessos Pato de Minas, UENF, Campina Monte

Alegre e Una tiveram as respectivas médias para número de semente 261, 81, 58 e

297, em contrapartida esses mesmos acesso tiveram as seguintes médias

respectivas para polinização cruzada controlada: 723,903,630, e 548.

Tabela 8 -Resumo da análise de variância referente ao número de semente

resultante de dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada) realizadas em diferentes acessos de P. cincinnata. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; ** Significativo a 1 % de probabilidade pelo teste Tukey, ns – não significativo, respectivamente

FV GL SQ MQ F P

Bloco 2 11774,480 5887,240 0,05 ns 0,9554

Acesso (A) 4 815874,204 203968,551 1,59 ns 0,2459

Polinização (P) 1 1412456,250 1412456,250 10,997** 0,0069

A x P 4 538238,071 134559,518 1,05 ns 0,4268

Resíduo 22

Page 93: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

81

Tabela 9. Número médio de sementes dos acessos de P. cincinnata provenientes de diferentes tipos de polinização. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

1Médias seguidas de letras diferentes diferem significativamente pelo teste Tukey a

5% de significância.

4.4.A) Estimativa da Taxa de Autopolinização

No teste de autopolinização nenhuma das flores utilizadas formou fruto, essas

flores secaram e caíram sem apresentar qualquer sinal de frutificação. Esse

fenômeno ocorreu tanto para os acessos de P. alata quanto para os de P.

cincinnata.

4.4.1 B) Estimativa da Taxa de Autoincompatibilidade

O índice de autoincompatibilidade(ISI) encontrado para os acessos de P.

alata e P. cincinnata foi zero, indicando-as como autoincompatível, classe 0 (0 -3%

de taxa de pegamento de autopolinização), segundo (DAFNI, 1992).

Espécie Polinização Acesso Nº de semente

P. cincinnata Aberta Pato de Minas 261

UENF 81

Campina Monte Alegre 58

Una 297

Média1 348,5 B

Cruzada Controlada Pato de Minas 723

UENF 903

Campina Monte Alegre 630

Una 548

Média1 701A

Page 94: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

82

4.4.5 Receptividade do Estigma

A Tabela 10 mostra os percentuais médios de receptividade durante cinco

horas de coleta do estigma para os acessos de P. alata e P. cincinnata. De maneira

geral o teste com peróxido de hidrogênio a 10% + benzidina indicou que mesmo

havendo influencia negativa do horário sob receptividade do estigma, esta se

manteve alta em todos os acessos e em todos os horários para ambas as espécies.

Todos os acessos de P. alata apresentaram relação linear entre percentual de

receptividade (y) e horário de coleta do estigma (X) (Figura 1. A - D) com máxima

receptividade no primeiro horário (8h) com 93% para todos os acessos e mínima no

último horário (12h) com 80% para Serra Bonita e UENF e 73% para Una e Instituto

Plantarum.

Page 95: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

83

Tabela 10. Valores percentuais médios da receptividade do estigma em acessos de P. alata e P. cincinnata observado em 5 horários, por meio de teste histoquímico com peróxido de hidrogênio. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

S. B - Serra Bonita; UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense; Una – Uma; I. P - Instituto Plantarum; P. M. - Pato de Minas. C.M.A. - Campina Monte Alegre

Hora

Receptividade (%) P. alata P. cincinnata

S. B. UENF Una I.P. P. M. UENF Una C. M. A. 8:00 93 93 93 93 100 93 87 80 9:00 93 87 87 93 93 93 80 67 10:00 87 87 87 93 93 93 80 80 11:00 80 80 80 80 87 87 73 53 12:00 80 80 73 73 80 73 87 60

Page 96: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

84

Figura 1. Receptividade do estigma em acessos (A – D) de P. alata avaliadas por meio de teste

histoquímico com peróxido de hidrogênio, em cinco horários de coleta. (A) Serra Bonita; (B) UENF; (C) Una e (D) Instituto Plantarum.

93 93

87

80 80

R (SB) = 125,6 - 3,9x

R2 = 0,9

70

73

76

79

82

85

88

91

94

97

100

8 9 10 11 12

Hora

Recep

tivid

ad

e (

%)

93

87 87

80 80

R (UENF) =118,40 -3,30x

R2 = 0,86

70

73

76

79

82

85

88

91

94

97

100

8 9 10 11 12

Hora

Recep

tivid

ad

e (

%)

93

87 87

80

73

R (Una) = 131,0 - 4,70x

R2 = 0,91

70

73

76

79

82

85

88

91

94

97

100

8 9 10 11 12

Hora

Recep

tivid

ad

e (

%)

93 93 93

80

73

R (IP) = 139,47-5,3x

R2 = 0,7

70

73

76

79

82

85

88

91

94

97

100

8 9 10 11 12

Hora

Recep

tivid

ad

e (

%)

(A)

(B)

(C)

(D)

Page 97: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

85

A figura 2 mostra as relações entre receptividade e horário de coleta

para os acessos de P. cincinnata. Os acessos Pato de Minas (A) e Campina

Monta Alegre (B) apresentaram relação linear entre percentual de receptividade

(y) e horário de coleta do estigma (X), ambos com receptividade máxima às

oito horas com respectivamente 100 e 80% e mínima as 12 horas para Pato de

Minas com 80% e as 11 horas para Campina Monte Alegre com 53%. Nos

acessos UENF (C) teve receptividade máxima as 8 horas com 93%, mantendo

este percentual até as 10h, havendo a partir daí um decréscimo na

receptividade atingindo o mínimo de 73% as 12 horas, função quadrática com

tendência côncava foi o modelo que melhor representou este comportamento.

No acesso Una (D) foi observada relação quadrática, com tendência convexa,

onde as 8 e 12 horas ocorreram os percentuais máximos (87%) de

receptividade e as 11 horas o percentual mínimo com 73%.

Page 98: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

86

Figura 2. Receptividade do estigma em acessos (A – D) de P. alata avaliadas por meio de teste

histoquímico com peróxido de hidrogênio, em cinco horários de coleta. (A) Pato de Minas; (B) UENF; (C) Campina Monte Alegre e (D) Una.

100

93 93

87

80

R (PM) = 136,6 - 4,6x

R2 = 0,9

70

80

90

100

8 9 10 11 12

Hora

Recep

tivid

ad

e (

%)

80

67

80

53

60

R (CMA) = 122 -5,4x

R2 = 0,5

50

60

70

80

90

100

8 9 10 11 12

Hora

Recep

tivid

ad

e (

%)

93 93 93

87

73

R (UENF) = -104,2 + 44,0x - 2,4x2

R2 = 0,9832

70

80

90

100

8 9 10 11 12

Hora

Recep

tivid

ad

e (

%)

87

80 80

73

87

R (Una) = 333,4 - 50,7x - 2,50x2

R2 = 0,7

70

80

90

100

8 9 10 11 12

Hora

Recep

tivid

ad

e (

%)

(A)

(B)

(C)

(D)

Page 99: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

87

4.5 DISCUSSÃO

Os resultados das autopolinizações indicam que P. alata e P. cincinnata

são espécies autoincompatíveis. Estudos realizados por Duarte (2009) em P.

cincinnata e por Varassin e Silva (1999) em P. alata mostraram resultados

semelhantes, estes últimos comentam haver possibilidade de autopolinização

em P. alata.

A autoincompatibilidade determina a alogamia, impedindo que plantas

produtoras de gametas masculinos e femininos funcionais produzam sementes

quando auto polinizadas (BRUCKNER et al., 2005), sendo considerado um

mecanismo extremamente importante pois promove a manutenção da

variabilidade genética (SCHIFINO-WITTMANN; DALL‟AGNO, 2002). A

incompatibilidade em Passiflora já foi citada como gametofítica (FALEIROet al.,

2000) quando o grão de pólen carrega um alelo também presente no estigma e

que inibe o desenvolvimento do tubo polínico (SCHIFINO-WITTMANN;

DALL‟AGNO, 2002), e como esporofítica (HO; SHII, 1986) semelhante à

anterior, mas determinada pelo genótipo da planta mãe do grão de pólen

(SCHIFINO-WITTMANN; DALL‟AGNO, 2002). Bruckner (1994) relata a

possibilidade de autofecundação quando as flores estão na pré-antese.

Visto que as espécies são autoincompatíveis, o sucesso na produção de

frutos e sementes depende da presença de polinizadores na área. Nas

variedades cultivadas o agente polinizador mais efetivo de Passiflora é a

mamagava (Xylocopasp.) (SOUSA, 1994). Dessa forma o percentual de

fertilização depende do número de polinizadores, o que pode ser afetado pela

Page 100: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

88

freqüência de uso de defensivos agrícolas, por isso recomenda-se que as

pulverizações em pomares de maracujazeiros azedo sejam realizadas a noite

ou pela manha e em pomares de P. alata as pulverizações devem ser

realizadas a noite devido a permanecia da flor aberta durante o dia

(JUNQUEIRA et al., 2001).

As flores de P. alata e P. cincinnata estão receptivas durante toda a

antese estando os estigmas flexionados ou não (VARASSIN; SILVA, 1999;

KILL et al., 2010). Neste trabalho os estigmas de ambas as espécies

mostraram-se com alta receptividade em todos os horários de coleta, porem

com tendência a ocorrer redução. Duarte et al. (2009) relatam que P. cincinnata

durante a abertura da flor o estigma já se encontrava receptivo. Apesar da

receptividade as espécies apresentam hercogamia, isto é, no inicio da antese o

posicionamento dos estiletes erguidos faz com as flores se apresentem

funcionalmente masculinas, ocasião em que as abelhas ao visitarem as flores

se “sujam” de pólen, mas não tocam o estigma (KILL et al., 2010).A

movimentação dos órgãos reprodutivos estabelece uma barreira temporal para

a polinização em estigmas receptivos, mas não uma barreira fisiológica, pois o

pólen está disponível durante toda a antese, e os estigmas estão receptivos,

indicando que potencialmente as flores podem ser polinizadas durante toda

antese (VARASSIN; SILVA, 1999). Esse processo pode explicar as taxas de

pegamento nas polinizações abertas serem menores do que nas polinizações

cruzadas. Foi observado em P. edulis que a eficiência da polinização está

associada às adaptações morfológicas das flores aos visitantes, à

sincronização temporal entre o horário de coleta das abelhas, abertura da flor e

deflexão dos estiletes (SIQUEIRA et al., 2009).

Page 101: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

89

O número de estigma polinizado pode também influenciar na taxa de

pegamento bem como na característica do fruto (SIQUEIRA et al., 2009).Esses

autores observaram no maracujá amarelo maior formação de frutos nas flores

com três estigmas, quando todos eles foram utilizados na polinização cruzada,

porém naquelas em que foi feita a polinização em apenas um estigma, obteve-

se a formação de um único fruto, totalmente deformado.

O número de sementes formadas em polinização cruzada controlada

maior do que em polinização aberta para a maioria dos acessos levanta a

hipótese de quantidade insuficiente de pólen pelo polinizador, visto que no

teste de polinização cruzada controlada toda área estigmática foi coberta por

grãos de pólen. Essa hipótese corrobora com Lima et al. (2002) que comentam

que a porcentagem de frutificação, número de sementes e rendimento de suco

no maracujazeiro estão correlacionados com o número de grãos de pólen

depositados no estigma durante a polinização. Schuster et al. (1993) também

encontraram correlação positiva entre a quantidade de pólen e o número de

sementes em Asphodelus aestivus Brot. (Liliaceae). De acordo com esses

mesmos autores a produção limitada de sementes associada com a

polinização pode ser o resultado da baixa atividade do polinizador, limitando o

suprimento de pólen, seja em quantidade, quando transferem numero baixo de

grãos de pólen, seja em qualidade quando transferem excessiva proporção de

pólen da mesma planta em espécies autoincompatíveis.

Page 102: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

90

4.6 CONCLUSÕES

As plantas das espécies P. alata e P. cincinnatasão autoincompatíveis.

Os estigmas apresentam-se receptivos pela manhã (08 às 12 horas),

sendo este o período ideal para realização de polinizações.

Page 103: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

91

4.7 AGRADECIMENTOS

A Cínthia Sthefany Lima de Oliveira e Gabriela de Oliveira Belo, pela

ajuda na tomada de dados; ao Lindolfo Pereira dos Santos Filho, pelo auxilio

estatístico; à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia

(FAPESB),pela bolsa de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq)e à Universidade Estadual de Santa Cruz

(UESC), pelo apoio financeiro à pesquisa.

Page 104: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

92

4.8 REFERÊNCIA ALLARD, R.W. Princípios do melhoramento genético das plantas. Tradução Almiro Blumenschein, Ernesto Paterniani, José T. do Amaral Gurgel e Roland Vencovsky. Nova York: John Wiley & Sons, Inc., 1960. BERNACCI L. C.; VITTA F. A.; BAKKER Y. V. Passifloraceae. In: WANDERLEY M.G.L.; SHEPPERD G.J.; MELHEM T.S.; GIULIETTI A.M.; KIRIZAWA M. (Eds.) Flora Fanerogâmicado Estado de São Paulo. RIMA/FAPESP, v.3, p. 247-274. 2003 BRUCKNER, C.H. Autoincompatibilidade no maracujá (Passiflora edulis Sims). 1994. 85f. Tese Doutorado. Viçosa, MG: UFV, 1994 BRUCKNER, C. H.; OTONI, W. C. Hibridação em maracujá. In: BORÉM, A. (Ed). Hibridação artificial de plantas. Ed. UFV – Viçosa, 1999, p. 379-399. BRUCKNER, C.H.; PICANÇO, M. C. (Org) Maracujá: Tecnologia de produção, pós-colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre: Cinco Continentes. 2001. BRUCKNER, C.H.; MELETTI, L.M.;M.; OTONI, W.C.; ZERBINI JUNIOR, F.M. Maracujazeiro. In: BRUCKNER, C.H. Melhoramento de fruteiras tropicais. Viçosa: UFV, 2002. p.373-409.

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Page 105: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

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Page 107: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

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Page 108: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

96

5. PARÂMETROS FENOLÓGICOS FLORAIS EMP. Alata CURTIS E P.

cincinnata MAST

5.1 RESUMO

O gênero Passiflora L. possui inúmeras espécies com flores que despertam

curiosidade e atenção devido a diversidade de cor, a arquitetura floral e a

presença da corona. Neste trabalho objetivou-se analisar aspectos fenológicos

de onze genótipos de P. alata e dezesseis genótipos de P. cincinnata,no

período de setembro a dezembro de 2009, entre 4h00min e 17h00min, foram

observados os seguintes parâmetros: taxa de florescimento (TF; percentagem

cumulativa de flores na antese), TF = nº total de flores; pico de florescimento

(PF) = maior nº de flores alcançado em um dia e Intensidade relativa do

florescimento (%IRF; incremento percentual cumulativo de flores ao dia) = nº

de flores no dia de pico ÷ nº de repetições x 100 / nº total de flores abertas;

duração média do florescimento (DF) = total de dias em que a planta

apresentou flores abertas. A antese é diurna para ambas as espécies

ocorrendo por volta das 4h00min em P. alata e por volta das 6h00min em P.

cincinnata. Em P. alata o TF foi de 20 dias, cujo horário de antese e

fechamento foi respectivamente 4h30min e 16h 00min. A maioria dos genótipos

iniciou o florescimento na primeira semana de setembro, cujas taxas de

florescimento variaram de 0,10 no genótipo 363 a 2,41 no genótipo 102. O PF

variou de 2 flores nos genótipos 244 e 360 a 7 flores para os genótipos 102,

Page 109: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

97

para a maioria dos genótipos o pico ocorreu em outubro (101, 211, 244, 245) e

dezembro (102 ,359, 360, 363). A IRF variou de 1,23 (genótipo 102) a 12,50

(genótipo 363). Em P. cincinnata o TF foi de 25 dias, cujo horário de antese e

fechamento foi respectivamente 6h00min e 15h 00min. O florescimento ocorreu

em todo período de estudo, a partir da segunda semana de setembro, cujas

taxas de florescimento variaram de 4,47 e no genótipo 325 a 0,16 no genótipo

197. O pico de florescimento variou de três flores nos genótipos 197 e 326 a 15

flores nos genótipos 326 e FC1, sendo o mês de dezembro considerado o mês

de pico para a maioria dos genótipos. A IRF variou de 0,97 no genótipo 324 a

7,69 no genótipo 197. A variável temperatura média e umidade do ar obtidas no

período de floração não apresentaram correlações com o número de flor.

Palavras chave: taxa de florescimento, pico de florescimento, intensidade

relativa de florescimento, umidade, temperatura.

Page 110: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

98

5. PARAMETERS FLORAL PHENOLOGICAL INP. Alata CURTIS AND P.

cincinnata MAST

5.1 1ABSTRACT

The genus Passiflora L. has many species of flowers that awaken curiosity and

attention due to the diversity of color, floral architecture and the presence of the

corona. The objective was to analyze aspects of phenology of eleven genotypes

of P. alata and sixteen genotypes of P. cincinnata were observed from

september to december 2009,between 4:00am and 5:00pm. To study the

phenology of flowering was observed the following parameters: rate of flowering

(TF; cumulative percentage of flowers at anthesis), TF = total number of

flowers; peak flowering (PF) = largest number of flowers reached in a day and

on the flowering intensity (IRF%, cumulative percentage increase of flowers per

day) = nº of flowers on the day of peak ÷ number of repetitions x 100 / nº total

number of open flowers; average duration of flowering (DF) = total days in

which the plant had open flowers. Anthesis is diurnal for both species occurred

around 4:00am in P. alata and at around 6:00am in P. cincinnata flowering time.

In P. alataTF was 20 days, whose time of anthesis and closure was 4:30am and

4:00pm respectively. Most genotypes began flowering in the first week of

september, whose rates of flowering ranged from 0.10 in genotype 363 to 2.41

in genotype 102. The PF ranged from 2 flowers in genotypes 244 and 360-7

flowers to the genotypes 102, for most genotypes, the peak occurred in october

Page 111: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

99

(101, 211, 244, 245) and december (102, 359, 360, 363 ). The IRF ranged from

1.23 to 12.50. In P. cincinnataTF was 25 days, whose time of anthesis and

closure was 6:00am and 3:00pm respectively. The flowering took place

throughout the study period, from the second week of september, whose rates

of flowering ranged from 4.47 and the genotype 325 to 0.16 in genotype 197.

The peak flowering ranged from three flowers in genotypes 197 and 326-15

flowers in genotypes 326 and FC1, being the month of december considered

the peak month for most genotypes. The IRF ranged from 0.97 in genotype 324

to 7.69 in genotype 197. The variable average temperature and humidity

obtained in the flowering period showed no correlation with the number of

flower.

Keywords: rate of flowering, peak flowering, relative intensity of flowering,

humidity, temperature.

Page 112: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

100

5.2 INTRODUÇÃO

As passifloras em geral são plantas de hábito herbáceo, trepadeiras,

perenes (VANDERPLANK, 2000), cujas principais características são:

presença de gavinhas, nectários, androginóforo, sementes ariladas (FEUILLET,

2004), sendo a mais marcante, a presença de corona composta por filamentos

diversos bandeados, de cores vivas e atraentes (ULMER; MACDOUGAL, 2004)

Embora apresente características de potencial ornamental e condições

edafoclimáticas favoráveis o Brasil não explora tal potencial nas passifloras

(PEIXOTO, 2005). Porém esse não é um fenômeno exclusivo deste gênero. O

mercado brasileiro de plantas ornamentais desde sua implantação tem como

base as espécies exóticas, devido a questões culturais e a disponibilidade de

informações (MARTINI et al., 2010). Dessa maneira, introduzir espécies nativas

no paisagismo é uma forma de valorizar e conservar a flora local que abriga

espécies ainda desconhecidas pela população, algumas podem até estar em

risco de extinção.

O Conhecimento da fenologia é de fundamental importância tanto do

ponto de vista paisagístico, uma vez que a característica mais apreciada pelos

consumidores são as flores abertas (MARTINI et al., 2010), quanto do ponto de

vista ecológico por fornecer parâmetros para a conservação e exploração

racional, conciliando sustentabilidade com economicidade (MELLINGER;

RICHERS, 2005), lembrando que em experimentos de hibridação

interespecífica informações referentes ao florescimento são imprescindíveis,

Page 113: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

101

auxiliando na escolha dos genitores cujo florescimento seja sincronizado

(BELO, 2010).

A fenologia estuda a ocorrência de eventos biológicos repetitivos e sua

relação com mudanças no meio biótico e abiótico (SILVA et al., 2007). O estudo

da fenologia pode ser realizado em seis níveis: única flor, planta individual,

planta dióica, população, comunidade e aspecto filogenético (DAFNI, 1992).

Nos mais diversos campos da pesquisa o estudo das correlações entre

caracteres tem sido aplicado. A correlação avalia a magnitude e o sentido da

associação entre dois caracteres, mas não fornece as informações necessárias

sobre os efeitos diretos e indiretos de um grupo de caracteres em relação a uma

variável dependente de maior importância. A observação dos efeitos de diversas

variáveis independentes sobre uma variável básica pode ser realizado por meio

da análise de trilha, cujas estimativas são obtidas por meio de equações de

regressão em que as variáveis são primeiramente padronizadas (Cruz, 2001).

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar os parâmetros

fenológicos mais comuns: taxa de florescimento (TF), pico de florescimento e

intensidade relativa de florescimento (%IRF) (OLLERTON, J.; DAFNI, A., 2005)

e avaliar através da correlação genética, a relação direta e indireta existente

entre número de flor e os caracteres ambientais temperatura média e umidade

relativa do ar.

Page 114: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

102

5.3 MATERIAL E MÉTODO

5.3.1 MATERIAL VEGETAL

Foram avaliados onze genótipos de P. alata Curtis e dezesseis de P.

cincinnata Mast. Os genótipos fazem parte do acervo do Banco Ativo de

Germoplasma (BAG-Passifloras) da Universidade Estadual de Santa Cruz

(UESC), situada no município de Ilhéus, Bahia (14° 39' S, 39° 10' W; 78 m

acima do nível do mar).

Os genótipos de P. alata foram coletados na Mata Atlântica do sul da

Bahia, no Morro da Viúva, RPPN Serra Bonita, Camacan, BA, Brasil (genótipo

101, 102, 104); na fazenda Ouro Verde, no município de Una, BA, Brasil (359,

360,363) e também a partir de sementes doadas pela Universidade Estadual

do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF, Campos dos Goytacazes, RJ

(genótipo 211, 243, 244, 245) e Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP

(genótipo 312). Os genótipos de P. cincinnata foram coletados no município de

Pato de Minas, MG, Brasil (322, 323, 324, 325, 326, 327, 330), na fazenda

Ouro Verde (334, 335); no município de Campina Monte Alegre (331, 332,

333), SP e também sementes doadas pela UENF (197, FC1, FC2, 336).

Page 115: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

103

5.3.2 GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CONDIÇÕES DE CULTIVO

Após a desinfecção prévia com hipoclorito de sódio e retirada parcial do

tegumento, as sementes foram colocadas para germinar em vasos plásticos

com papel filtro e diariamente molhadas com ácido giberélico (GA3). Ao

surgimento das primeiras folhas verdadeiras, as mudas foram transplantadas

para saquinhos de polietileno com volume de 1 L, contendo solo. Após

atingirem cerca de 40 cm de altura, foram transplantadas para vasos de

polietileno de 35 L (areno-argiloso). As repetições foram obtidas de estacas, as

quais foram retiradas da parte intermediária dos ramos, preparadas e

padronizadas com três nós e três folhas reduzidas à metade. Imediatamente

foram secionadas em bisel, suas extremidades basais imersas em talco

contendo auxina sintética (ácido indol 3-butírico – AIB) e plantadas em sacos

de polietileno preto (leito de enraizamento), com capacidade para 1,5 L,

contendo areia lavada e foram levadas para casa de nebulização intermitente

da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), BA. Após

cerca de 40 dias, foram ainda aclimatadas por 8 dias na casa de mudas da

UESC sendo, em junho de 2009, transferidas para vasos de polietileno com

capacidade de 42 L preenchidos com solo areno-argiloso, peneirado. As

plantas foram mantidas sob sistema de condução do tipo espaldeira.

Mensalmente foram realizadas podas e adubação com a formulação NPK (4-

14-8) a cada 60 dias. A irrigação foi realizada pelo sistema de gotejamento. O

controle de pragas foi feito com defensivos agrícolas DECIS e VERTIMEC. Os

fungos foram controlados com pulverização de produtos a base de cobre, as

Page 116: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

104

pragas e doenças foram controladas com medidas profiláticas simples, não

afetando o ciclo reprodutivo das plantas.

5.3.3 ESTUDO DA FENOLOGIA DO FLORESCIMENTO

Os valores de temperatura e umidade e o número de flores foram

registrados diariamente em todas as plantas em estudo, de setembro a

dezembro de 2009, para obtenção dos seguintes dados: a) tempo (em dias) de

duração do surgimento do botão à abertura da flor; b) épocas de início

florescimento; c) horário da abertura da flor; d) número de flores abertas por

planta/dia.

Com base nesses dados foram calculados (DAFNI, 1992):

. Taxa de florescimento (TF): percentagem cumulativa de flores na antese.

TF = Nº total de flores

Nº de dias

. Pico de florescimento: maior nº de flores alcançadas em um dia.

. Intensidade relativa de florescimento (%IRF): incremento percentual cumulativo

de flores ao dia:

%IRF = Nº de flores no dia de pico nº de repetições x 100

Nº total de flores abertas

Page 117: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

105

5.3.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Para atender às pressuposições de normalidade os valores observados

foram transformados pelo método da raiz quadrada e submetidos à análise de

variância, procedendo-se à comparação entre médias pelo teste de Scott-Knott

a 5% de significância.

As variáveis ambientais temperatura média (T.méd) e umidade relativa

do ar (UR) foram registradas no momento da tomada de dados de

florescimento e foi realizada a análise de coeficiente de trilha para avaliar os

efeitos diretos e indiretos dessas variáveis sobre o número de flor.

Page 118: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

106

5.4 RESULTADOS

Em P. alata o tempo (em dias) do botão à abertura da flor foi de

aproximadamente 20 dias, estas abriram a partir das 4h30min e permaneceram

sem modificações até aproximadamente 15h 00min, quando então começou o

processo de senescência floral, caracterizado pelo murchamento das pétalas.

A análise de variância indicou que os genótipos apresentaram diferença

altamente significativa (0,001) quanto ao numero de flores (Tabela 5.1). Houve

a formação de três grupos, sendo: grupo (I) formado pelos genótipos 101,102,

104 com os maiores números de flor; grupo (II) formado unicamente pelo

genótipo 211 com número de flor intermediário e o grupo (III) formado pelos

genótipos 243, 244, 359, 360, 312, 245 e 363 com menores numero de flor

(Tabela 5.2).

O florescimento ocorreu de maneira diversificada, onde os genótipos

101, 211, 104, 243, 244, e 312 iniciaram na primeira semana de setembro; os

genótipos 359 e 360 floresceram a partir das ultimas semanas de outubro, o

363 só começou a florescer nas últimas semanas de novembro e o 245 que só

floresceu no mês de outubro.

Page 119: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

107

Tabela 5.1. Resumo da análise de variância do número de flores dos genitores P. alata.

FV GL SQ MQ F P

Genótipo 10 101,590 10,159 5,5028 0,0006008***

Bloco 2 0,900 0,450 0,2438 0,7859181

Resíduo 20

Tabela 5.2. Número médio quinzenal de flores dos genótipos de P. alata a

partir do primeiro dia de florescimento. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

Quinzena

Espécie Genótipo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Média1

P. alata 101 4 7 9 3 - 5 2 - 4A

102 - 11 13 9 - 4 13 7 7A

211 2 6 8 - - 1 2 1 3B

104 4 8 8 - 2 9 - - 4A

244 2 5 5 2 - - - - 2C

245 - - 3 2 1 - - - 1 C

243 1 12 1 - - - - - 2 C

359 - - - 2 4 - 1 5 2 C

360 - - - 2 4 - 1 5 2 C

363 - - - - - 2 6 4 2 C

312 2 - 1 2 1 - - 2 1 C

1Médias seguidas de letras diferentes diferem significativamente pelo teste de Scott-knott ao

nível de 5% de significância.

Page 120: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

108

Os parâmetros fenológicos estão apresentados na tabela 5.3. As

maiores taxas de florescimento foram de 2,41 e 1,24 nos genótipos 102 e 101,

respectivamente e as menores foram de 0,10 (genótipo 363) e 0,11 (genótipo

312). O pico de florescimento variou de 2 flores nos genótipos 244 e 360 a 7

flores para os genótipos 102, para a maioria dos genótipos o pico ocorreu em

outubro (101, 211, 244, 245) e dezembro (102 ,359, 360, 363). A intensidade

relativa de florescimento variou de 1,23 no genótipo 102 a 12,50 no genótipo

363.

Tabela 5.3.Taxa de florescimento (TF), pico de florescimento (PF) e mês de

ocorrência do pico de florescimentoe intensidade de florescimento (%IRF) dos genitores P. alata Curtis. Ilhéus, UESC (BA), 2009.

Espécie Genótipo TF PF Mês (PF) %IRF P. alata 101 1,24 5 Out. 1,70 102 2,41 7 Dez. 1,23 211 0,81 5 Out. 2,60 104 1,29 7 Set. 2,29 244 0,48 2 Out. 1,75 245 0,19 3 Out. 6,67 243 0,54 6 Set. 4,65 359 0,49 3 Dez. 2,56 360 0,42 2 Dez. 2,02 363 0,10 3 Dez. 12,50 312 0,11 3 Set. 3,85

Set. setembro; Out. outubro; Dez. dezembro.

Em P.cincinnata o tempo (em dias) do botão à abertura da flor foi de

aproximadamente 25 dias, estas abriram a partir das 6h00min h e

permaneceram sem modificações até aproximadamente 16h 00min, quando

então começou o processo de senescência floral, caracterizado pelo

murchamento das pétalas.

Page 121: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

109

A análise de variância nos genótipos de P. cincinnata apresentou

diferença significativa considerando o numero de flores (Tabela 5.4). Pelo teste

Scott-knott houve a formação de três grupos (Tabela 5.5), sendo: grupo (I)

formado pelos genótipos de maior número de flor - 325, 326, 336, 330, 323,

FC2, 197, 324 e 331; grupo (II) formado por apenas o genótipo 335 e o grupo

(III) formado pelos genótipos 322, 332, 327, 333, FC1 e 334.

A partir da segunda quinzena de setembro o florescimento foi registrado

ao longo do período de observação, sendo que apenas os genótipos FC2, 331,

332 e 336 iniciaram o florescimento nas primeiras semanas de setembro.

Tabela 5.4.Resumo da análise de variância do número de flores dos genitores P. cincinnata.

FV GL SQ MQ F P

Genótipo 18 272,278 15,127 2,5011 0,009431**

Bloco 2 41,317 20,658 3,4157 0,063826

Resíduo 36

Page 122: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

110

Tabela 5.5. Número médio quinzenal de flores dos genótipos de P. cincinnata a

partir do primeiro dia de florescimento. Ilhéus, UESC (BA), 2010.

Quinzena

Espécie Genótipo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Média

P. cincinnata 322 - 3 1 4 6 3 5 7 4 C

323 - 1 - 3 16 9 29 15 9 A

324 - 1 8 2 12 3 11 6 6 A

325 - 2 12 7 13 17 37 27 14A

326 - - - 9 17 7 34 30 12 A

327 - 1 - - 3 - 13 9 3 C

330 - 1 0 2 14 11 23 28 10 A

197 - 5 8 6 7 6 8 4 6 A

FC1 - 5 1 2 - 5 4 1 2 C

FC2 2 3 4 6 7 6 14 11 7 A

331 2 13 3 2 7 5 5 3 5 A

332 3 3 7 1 2 5 5 3 4 C

333 - 1 4 1 4 2 7 2 4 C

334 - - - 2 3 4 6 1 2 C

335 - 1 3 1 2 11 12 8 4 B

336 3 12 23 4 7 10 6 13 10 A

Os parâmetros fenológicos estão apresentados na tabela 5.5. As

maiores taxas de florescimento foram de 4,47 e 3,42 nos genótipos 325 e 326,

respectivamente e as menores foram 0,16 (genótipo 197) e 0,43 (genótipo

Page 123: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

111

330). O pico de florescimento variou de três flores nos genótipos 197 e 326 a

15 flores nos genótipos 326 e FC1, sendo o mês de dezembro considerado o

mês de pico para a maioria dos genótipos. A intensidade relativa de

florescimento variou de 0,97 no genótipo 324 a 7,69 no genótipo 197.

Tabela 5.6.Taxa de florescimento (TF), pico de florescimento (PF), mês em que ocorreu o pico de florescimento e intensidade de florescimento (%IRF) dos genitores P. cincinnata Mast.Ilhéus, UESC (BA), 2009.

Espécie Genótipo TF PF Mês (PF) %IRF P. cincinnata 322 1,15 4 Dez. 1,47 323 2,52 9 Dez. 1,51 324 1,75 4 Nov. 0,97 325 4,47 12 Dez. 1,13 326 3,42 15 Dez. 1,85 327 0,96 6 Dez. 2,63 330 0,43 7 Dez. 6,86 197 0,16 3 Dez. 7,69 FC1 3,14 15 Dez. 2,02 FC2 1,82 10 Dez. 2,31 331 0,56 3 Dez. 2,27 332 0,72 4 Out. 2,34 333 1,82 13 Out. 3,01 334 1,51 4 Dez. 1,12 335 1,06 4 Nov. 1,59 336 0,81 3 Out. 1,56

A tabela 5.7 mostra os efeitos diretos e indiretos da temperatura e

umidade no numero de flor. Nota-se que a correlação foi desprezível, indicando

por tanto que a temperatura média e umidade relativa do ar observado no

período de florescimento não foram determinantes para a emissão de flores.

Apenas o genótipo 312 de P. alata apresentou correlação, ainda que baixa

(0,37) entre temperatura média e número de flor.

Page 124: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

112

Tabela 5.7. Efeitos direto (ED) e indireto (EI) e correlação entre temperatura média (Tméd), Umidade relativa do ar (UR) e número de flor (NF) dos genótipos de P. alata e P. cincinnata (322-336).

Temperatura Média Umidade Relativa do Ar

Genótipo ED. sobre N.F E I via

UR Correlação ED sobre

N. F EI via T.

média Correlação

101 -0,1765

-0,0083

-0,1848

0,0610

0,0240

0,0851

102 -0,0743

0,0002

-0,0741

-0,0014

0,0101

0,0087

211 -0,1385

-0,0006

-0,1391

0,0043

0,0189

0,0232

104 -0,1112

-0,0009

-0,1122

0,0070

0,0147

0,0217

244 -0,1492

-0,0201

-0,1693

0,1476

0,0203

0,1779

245 0,0926

0,0144

0,1070

-0,1060

-0,0126

-0,1186

243 -0,1298

0,0119

-0,1179

-0,0871

0,0177

-0,0694

359 0,1691

-0,0230

0,1461

0,1690

-0,0230

0,1459

360 0,0329

0,0216

0,0545

-0,1590

-0,0045

-0,1634

363 -0,0304

-0,0112

-0,0416

0,0821

0,0041

0,0862

312 0,3723

0,0017

0,3740

-0,0128

-0,0507

-0,0635

322 0,1009

-0,0269

0,0740

0,2901

-0,0094

0,2808

323 0,0629

0,0277

0,0592

0,0277

-0,0086

0,0191

324 0,0337

-0,0099

0,0238

0,0724

-0,0046

0,0678

325 0,0357

-0,0028

0,0329

0,0209

-0,0049

0,0160

326 0,1207

0,0050

0,1257

-0,0364

-0,0164

-0,0528

327 -0,0466

-0,0129

-0,0595

0,0946

0,0064

0,1010

330 0,1539

0,0169

0,1708

-0,1239

-0,0210

-0,1449

197 0,0061

-0,0146

-0,0085

0,1073

-0,0008

0,1064

FC1 0,0108

0,0043

0,0151

-0,0317

-0,0015

-0,0332

FC2 0,0434

-0,0038

0,0396

0,0281

-0,0059

0,0222

331 0,0041

-0,0059

-0,0017

0,0431

-0,0006

0,0425

Page 125: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

113

5.5 DISCUSSÃO

Em P. alata foi registrado o início da separação das sépalas e pétalas

por volta das 03h 15min (FEITOZA et al., 2006) estando a flor totalmente

aberta às 4h 30min (VARASSIN; SILVA, 1999) ou até mesmo as 05h 00min

(FEITOZA et al., 2006). O horário observado para o fechamento das flores foi

as 14h30 (VARASSIN; SILVA, 1999; FEITOZA et al., 2006), meia hora antes

que o observado neste.

O início da separação das sépalas e pétalas em P. cincinnata ocorreu

por volta das 03h 30min com antese completa as 5h 30min (FEITOZA et al.,

2006), as 6h00min (KILL et al., 2010) ou entre 6h 30min e 7h30min (DUARTE

et al., 2009). O horário registrado para fechamento das flores as 15h00min

encontrado neste, já foi citado também por outros autores (FEITOZA et al.,

2005), porem há relatos de fechamento das flores as 19h00 (DUARTE et al.,

2009). Em P. edulis a antese floral ocorre entre 12h 00min e 13h 00min e o

fechamento da flor tem início registrado por volta das 18h 00min, terminando

próximo a 1h 00min (SIQUEIRA et al., 2009).

Diferentes espécies de maracujá apresentam períodos de abertura floral

distintos, quase sempre curtos, dificilmente passando de oito horas, sendo

geralmente o horário de antese e fechamento das flores adaptadas aos

períodos de atividade de polinizadores (COSTA et al., 2009). Podem existir

diferenças em horários de antese para uma mesma espécie atribuída a

Page 126: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

114

diferentes condições climáticas, diferenças genéticas entre as plantas e a

combinação de ambos os fatores (DUARTE, 1996).

O período que os genótipos de ambas as espécies foram observados

corresponde ao período em que os mesmos estão aptos ao florescimento. P.

alata floresce de agosto a março (CERVI, 1997), podendo apresentar florada

distribuída entre março e setembro (VARASSIN; SILVA, 1999). Em P.

cincinnata o florescimento e frutificação ocorrem em quase o ano todo

(NUNES; QUEIROZ, 2006) mais especificamente de março a dezembro

(DUARTE et al., 2009).

A taxa de florescimento indica o número médio de flores novas a cada

dia (DAFNI, 1992) e esta indicou um baixo numero cumulativo de flores nos

genótipos de P. alata.

As variáveis temperatura e umidade do ar no período em estudo não

apresentaram correlações com o número de flor. Em Croton foi evidenciado

que a floração está mais relacionada com os elementos do clima (precipitação,

temperatura e umidade) do segundo mês que antecede a floração do que com

o período de produção de flores, sugerindo assim que o período que antecede

a floração é que pode estimular o desenvolvimento das flores (FERRAZ et al.,

1999).Em copaíba (Copaifera langsdorffii Desf.) também não foi encontrada

correlação significativa entre a floração e os parâmetros climáticos

considerados (temperatura e pluviosidade) (PEDRONI et al., 2002). Em pinhão

manso (Jatropha curcas) foi relatada forte influencia da variação da

temperatura sobre o início de floração, onde o número de botões florais

apresentou correlação positiva com a temperatura média, máxima e mínima, já

Page 127: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

115

o número de flores aberta apenas apresentou correlação com a temperatura

mínima (SANTOS et al., 2010).

Trabalhos têm sido realizados com o objetivo de estimar as correlações

entre diferentes características agronômicas, assim como decompô-las em

seus efeitos diretos e indiretos por meio da análise de trilha (AMORIM et al.,

2008), como visto dentre outras culturas em girassol (HLADNI et al., 2006),

feijão e trigo (HARTWIG et al., 2007), porem para estimar correlações e efeitos

diretos e indiretos entre condições ambientais e determinada característica de

interesse encontra-se trabalhos que utilizem apenas correlações de Pearson

(SANTOS et al., 2010), ou Spearman (PEDRONI et al., 2002). Contudo o

estudo de correlações simples entre caracteres não permite tirar conclusões

sobre o estudo da relação de causa / efeito, pois a correlação é apenas uma

medida de associação (VENCOVSKY; BARRIGA, 1992).

Page 128: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

116

5.6 CONCLUSÕES

As espécies P. alata e P. cincinnata possuem antese diurna matutina.Os

genótipos de ambas as espécies diferem entre si quanto ao o número de flor.

As variáveis, temperatura média e umidade do ar, obtidas no período de

floração não apresentaram correlações com o número de flor dos genótipos de

P. alata e P. cincinnata, nas condições de Ilhéus.

Em P. alata o TF foi de 20 dias, a maioria dos genótipos iniciou o

florescimento na primeira semana de setembro, cujas taxas de florescimento

variaram de 0,10 a 2,41; o PF variou de 2 a 7 flores; o pico ocorreu em outubro

e dezembro, a IRF variou de 1,23 a 12,50. Em P. cincinnata o TF foi de 25 dias,

o florescimento ocorreu em todo período de estudo, a partir da segunda

semana de setembro, as taxas de florescimento variaram de 0,16 a 4,47; o pico

de florescimento variou de três a 15 flores, o mês de dezembro foi o mês de

pico para a maioria dos genótipos, a IRF variou de 0,97 a 7,69.

Page 129: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

117

5.7 AGRADECIMENTOS

A Cínthia Sthefany Lima de Oliveira e Gabriela de Oliveira Belo, pela

ajuda na tomada de dados; ao professor Sergio Oliveira, pelo auxilio estatístico;

à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB),pela bolsa

de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq)e à Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) pelo apoio financeiro

à pesquisa.

Page 130: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

118

5.8 REFERÊNCIAS

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Page 133: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

121

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados alcançados no presente trabalho permitiram apontar as

seguintes considerações:

1 - É desejável que os resultados encontrados por caracterização

morfológica, principalmente referente aos genótipos 243 e 244; 101, 102,

104 e 211 sejam comparados aos obtidos por caracterização molecular e

citogenética, havendo duplicata deve-se manter apenas o genótipo que

apresentar melhor performance.

2 – O diâmetro da corona, a altura da planta e a largura da bráctea

respectivamente foram as características de maior importância para a

divergência genética interespecífica, entre os genótipos de P. cincinnata e

entre os genótipos de P. alata.

3 - As espécies P. alata e P. cincinnata mostraram-se autoincompatíveis

classe 3, cuja polinização deve ser obrigatoriamente cruzada, podendo

ser realizada por toda manhã, uma vez que de 8h 00minàs 12h 00min os

estigmas apresentaram-se receptivos.

4 - Os genótipos 102 de P. alata e 325 de P. cincinnata foram indicados

como os que apresentaram maior taxa de florescimento, sendo assim

Page 134: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

122

recomendados para compor futuros programas de intercruzamentos onde

se vise à elevação do número de flores, porém deve atentar-se que o

genótipo 102 foi altamente semelhante geneticamente aos genótipos 101,

102, 104 e 211 e o 325 similaridade genética com o genótipo 323.

5 - A falta de correlação entre temperatura, umidade coletada no período

de florescimento e o numero de flor pode ser devida ao tempo de

acompanhamento dos estudos sugerindo assim que sejam realizados

estudos em um período maior e que considerem também o período que

antecede a floração.

Page 135: Caracterização morfológica, reprodutiva e fenologica de Passiflora

123

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES ABREU, P. P.; SOUZA, M. M.; SANTOS, E. S.; PIRES, Marcel. V.; PIRES, MÔNICA. M.; ALMEIDA, A. F. Passion flower hybrids and their use in the ornamental plant market: perspectives for sustainable development with emphasis on Brazil. Euphytica, v.166, p. 307-315, 2009. ALEXANDER, M.P. A. Versatile stain for pollen fungi, yeast and bacterium. Stain Tecnology,v.1, n.5, p.13-8, 1980.

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