caracterizaÇÃo fÍsico-quÍmica de vinhos...

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA ENGENHARIA DE ALIMENTOS CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE VINHOS ARGENTINOS, CHILENOS E BRASILEIROS Henrique Reis e Souza Orientador: Maria Isabel Dantas de Siqueira Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Católica de Goiás “UCG”, para obtenção do título de graduado em Engenharia de Alimentos. GOIÂNIA Goiás – Brasil Maio - 2004

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA

ENGENHARIA DE ALIMENTOS

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE VINHOS ARGENTINOS, CHILENOS E BRASILEIROS

Henrique Reis e Souza

Orientador: Maria Isabel Dantas de Siqueira

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Católica de Goiás “UCG”, para obtenção do título de graduado em Engenharia de Alimentos.

GOIÂNIA Goiás – Brasil Maio - 2004

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BANCA EXAMINADORA

APROVADO EM____/____/______

________________________________________ Profª.MSc Maria Isabel Dantas de Siqueira

(ORIENTADORA)

________________________________________ Profª.MSc. Maria do Livramento de Paula

(MEMBRO)

________________________________________ Profª MSc. Nástia Rosa Almeida Coelho

(MEMBRO)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus avós, Reny (in memorian) e Píula, pelo

incentivo e confiança em mim, aos meus pais, Dade e Flávio, pela força e

conselhos nos momentos mais difíceis, bem como a todos aqueles que me

auxiliaram no decorrer da vida acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à. Lucimaria Santos Serafini e Zelita de Oliveira Brasil, pela

oportunidade de realização do estágio, e também às componentes do LAV-GO,

Roseli Fenille e Maria Lúcia, pelos ensinamentos, paciência e compreensão

durante a elaboração do trabalho.

À professora e orientadora Maria Isabel, pelo repasse dos

ensinamentos, incentivos e “broncas” nas horas necessárias, bem como a todos

os professores que auxiliaram no aumento do conhecimento durante os anos de

convivência.

Aos amigos e colegas que auxiliaram uns aos outros nos momentos de

dificuldade, e que certamente estarão sempre na memória, em especial Tiago

Passos, Liziane e Lyenne. Pela ajuda na formatação deste trabalho, ao irmão

DeMolay Rafael Teixeira Alvarenga.

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SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................... 13

2.1 A HISTÓRIA DO VINHO...................................................................................................... 13 2.2 DEFINIÇÃO......................................................................................................................... 15 2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS VINHOS ........................................................................................ 15 2.4 FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DOS VINHOS ......................................... 17

2.4.1 A videira...................................................................................................................... 18 2.4.1.1 Uvas viníferas......................................................................................................... 19

2.4.1.1.1 Sémillon ......................................................................................................... 19 2.4.1.1.2 Chardonnay ................................................................................................... 19 2.4.1.1.3 Sauvignon Blanc............................................................................................ 19 2.4.1.1.4 Syrah ............................................................................................................. 19 2.4.1.1.5 Pinot Noir ....................................................................................................... 19 2.4.1.1.6 Cabenet Sauvignon ....................................................................................... 20 2.4.1.1.7 Malbec ........................................................................................................... 20 2.4.1.1.8 Gewürztraminer ............................................................................................. 20 2.4.1.1.9 Tempranillo .................................................................................................... 20 2.4.1.1.10 Merlot............................................................................................................. 21 2.4.1.1.11 Riesling .......................................................................................................... 21 2.4.1.1.12 Sangiovese.................................................................................................... 21

2.4.2 O solo ......................................................................................................................... 21 2.4.3 O clima........................................................................................................................ 22 2.4.4 Os seres vivos ............................................................................................................ 22

2.4.4.1 Phylloxera............................................................................................................... 23 2.4.5 A tecnologia ................................................................................................................ 24

2.5 A COMPOSIÇÃO DO VINHO.............................................................................................. 24 2.5.1 Açúcares..................................................................................................................... 25 2.5.2 Álcoois ........................................................................................................................ 26 2.5.3 Ácidos Orgânicos........................................................................................................ 27

2.5.3.1 Ácido tartárico ........................................................................................................ 27 2.5.3.2 Ácido málico ........................................................................................................... 28 2.5.3.3 Ácido cítrico............................................................................................................ 28 2.5.3.4 Ácido succínico ...................................................................................................... 28 2.5.3.5 Ácido lático ............................................................................................................. 29 2.5.3.6 Ácido acético .......................................................................................................... 29

2.5.4 Sais............................................................................................................................. 30 2.5.5 SubstÂncias de gosto açucarado............................................................................... 30 2.5.6 Substâncias de gosto salgado.................................................................................... 31

2.5.6.1 Minerais.................................................................................................................. 31 2.5.6.2 Orgânicos: .............................................................................................................. 31 2.5.6.3 Substâncias de gosto amargo e adstringente........................................................ 31

2.6 O VINHO NO MUNDO......................................................................................................... 31 2.6.1 Vinhos chilenos........................................................................................................... 32

2.6.1.1 Variedades ............................................................................................................. 33 2.6.1.2 Classificações ........................................................................................................ 34 2.6.1.3 Regiões .................................................................................................................. 35

2.6.1.3.1 Aconcágua..................................................................................................... 35 2.6.1.3.2 Bío-Bío........................................................................................................... 35 2.6.1.3.3 Maipo ............................................................................................................. 36 2.6.1.3.4 Maule ............................................................................................................. 36

2.6.1.4 Clima ...................................................................................................................... 36 2.6.2 VINHOS ARGENTINOS ............................................................................................. 37

2.6.2.1 Variedades ............................................................................................................. 39

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2.6.2.1.1 Uvas tintas ..................................................................................................... 40 2.6.2.1.2 Uvas brancas................................................................................................. 40

2.6.2.2 Regiões .................................................................................................................. 40 2.6.2.2.1 Região norte .................................................................................................. 40 2.6.2.2.2 Região central................................................................................................ 41

2.6.2.2.2.1........................................................................................................ Mendoza 41

2.6.2.2.3 Região sul...................................................................................................... 41 2.6.2.2.3.1.................................................................................... Neuquén e Rio Negro 41

2.6.3 VINHO BRASILEIRO.................................................................................................. 41 2.6.3.1 EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DO VINHO NO BRASIL ........................................ 42

2.6.3.1.1 Classificação.................................................................................................. 43 2.6.3.1.2 As Variedades ............................................................................................... 44

2.6.3.2 Os Níveis de Qualidade dos Vinhos Brasileiros .................................................... 45 2.6.3.2.1 Outras Denominações Utilizadas .................................................................. 45

2.6.3.3 As Regiões ............................................................................................................. 46 2.6.3.3.1 Rio Grande do Sul ......................................................................................... 46

2.6.3.3.1.1.................................................................................................Serra Gaúcha 46 2.6.3.3.1.2............................................................................................Bento Gonçalves 47 2.6.3.3.1.3.........................................................................................................Garibaldi 47

2.6.3.3.2 Outras Regiões do Rio Grande do Sul.......................................................... 47 2.6.3.4 OUTRAS REGIÕES VITIVINÍCOLAS BRASILEIRAS ........................................... 48

2.6.3.4.1 O Vale do Rio São Francisco ........................................................................ 48 2.6.3.4.2 Goiás no contexto vitivinícola nacional ......................................................... 49

2.6.3.5 A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA............................................................................... 50 2.6.3.6 Das análises de vinhos .......................................................................................... 52

2.6.3.6.1 Exame Sensorial............................................................................................ 52 2.6.3.6.2 Densidade a 20°C ......................................................................................... 53 2.6.3.6.3 Grau Alcoólico ............................................................................................... 53 2.6.3.6.4 pH .................................................................................................................. 53 2.6.3.6.5 Acidez Total ou Titulável ............................................................................... 54 2.6.3.6.6 Acidez Volátil ................................................................................................. 55 2.6.3.6.7 Acidez Fixa .................................................................................................... 55 2.6.3.6.8 Açúcares Totais ............................................................................................. 55 2.6.3.6.9 Matérias Corantes Artificais (cromatografia) ................................................. 56 2.6.3.6.10 Sulfatos.......................................................................................................... 56 2.6.3.6.11 Cloretos ......................................................................................................... 56 2.6.3.6.12 Extrato Seco Total ......................................................................................... 56 2.6.3.6.13 Extrato Seco Reduzido.................................................................................. 57 2.6.3.6.14 Relação Álcool/Extrato .................................................................................. 57

2.7 CAMPO DE ESTÁGIO......................................................................................................... 57 2.7.1 Atividades Principais Desenvolvidas pelo LABV........................................................ 57

3 PARTE EXPERIMENTAL ....................................................................................................... 58

3.1 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................... 58 3.1.1 AMOSTRAGEM.......................................................................................................... 58 3.1.2 análise sensorial ......................................................................................................... 58

3.1.2.1 Procedimento ......................................................................................................... 58 3.1.2.2 Expressão do Resultado: ....................................................................................... 59

3.1.3 Densidade Relativa a 20°C ........................................................................................ 59 3.1.3.1 Material Empregado: .............................................................................................. 59 3.1.3.2 Procedimento ......................................................................................................... 60 3.1.3.3 Expressão do Resultado: ....................................................................................... 60

3.1.4 Grau Alcoólico ............................................................................................................ 60 3.1.4.1 Material e Reagentes Empregados:....................................................................... 60 3.1.4.2 Procedimento: ........................................................................................................ 60

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3.1.4.3 Expressão do Resultado ........................................................................................ 61 3.1.5 ph................................................................................................................................ 61

3.1.5.1 Material e Reagentes empregados: ....................................................................... 61 3.1.5.2 Procedimento ......................................................................................................... 61 3.1.5.3 Expressão dos resultados:..................................................................................... 62

3.1.6 Acidez Total ou Titulável; ........................................................................................... 62 3.1.6.1 Materiais e Reagentes Empregados:..................................................................... 62 3.1.6.2 Procedimento: ........................................................................................................ 62 3.1.6.3 Expressão do Resultado: ....................................................................................... 62

3.1.7 Acidez Volátil .............................................................................................................. 63 3.1.7.1 Materiais e Reagentes Empregados:..................................................................... 63 3.1.7.2 Procedimento: ........................................................................................................ 63 3.1.7.3 Expressão do Resultado: ....................................................................................... 63

3.1.8 Acidez Fixa ................................................................................................................. 64 3.1.8.1 Expressão do Resultado: ....................................................................................... 64

3.1.9 Açúcares Totais .......................................................................................................... 64 3.1.9.1 Materiais e Reagentes Empregados:..................................................................... 64 3.1.9.2 Procedimento: ........................................................................................................ 65

3.1.9.2.1 Titulação da amostra: .................................................................................... 65 3.1.9.2.1.1............................................................................................................. Prévia 66 3.1.9.2.1.2.........................................................................................................Titulação 66

3.1.9.3 Expressão do Resultado: ....................................................................................... 66 3.1.9.3.1 Precauções Analíticas: .................................................................................. 67

3.1.10 Matérias Corantes Artificais........................................................................................ 67 3.1.10.1 Materiais e Reagentes Empregados: ................................................................ 67 3.1.10.2 Procedimento..................................................................................................... 68

3.1.10.2.1 Solventes empregados na fase móvel: ......................................................... 69 3.1.10.2.2 Precauções Analíticas: .................................................................................. 70

3.1.10.3 Expressão do Resultado:................................................................................... 70 3.1.11 Sulfatos....................................................................................................................... 70

3.1.11.1 Materiais e Reagentes Empregados: ................................................................ 70 3.1.11.2 Procedimento: .................................................................................................... 71 3.1.11.3 Expressão do Resultado:................................................................................... 71

3.1.12 Cloretos ...................................................................................................................... 71 3.1.12.1 Materiais e Reagentes Empregados ................................................................. 71 3.1.12.2 Procedimento..................................................................................................... 72 3.1.12.3 Expressão do Resultado.................................................................................... 72

3.1.13 Extrato Seco Total ...................................................................................................... 72 3.1.13.1 Procedimento: .................................................................................................... 72 3.1.13.2 Expressão dos Resultados ................................................................................ 73

3.1.14 Extrato Seco Reduzido............................................................................................... 73 3.1.14.1 Expressão do Resultado.................................................................................... 73

3.1.15 Relação Álcool/Extrato ............................................................................................... 74 3.1.15.1 Procedimento: .................................................................................................... 74

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................................ 75

5 CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 79

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 80

ANEXOS ...................................................................................................................................... 82 ANEXO 1: ,- densidade 20/20 x Grau alcoólico ...................................................................... 83 ANEXO 2 - Esquema representando os possíveis resultados para a análise de sulfatos ..... 86 ANEXO 3: Quadro 3, para o cálculo do teor de extrato seco total (g/l) .................................. 87 ANEXO 4: Esquema representando os possíveis resultados para a análise de cloretos ...... 89 ANEXO 5 – Portaria nº 229, de 25 de outubro de 1988, que aprova as normas referentes à Complementação dos Padrões de Identidade e Qualidade do Vinho .................................... 90 Anexo 6 Regimento Vitivinícola do Mercosul de 1996 .......................................................... 103

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APÊNDICES .............................................................................................................................. 120 APÊNDICE 1: TABUS – POR QUE NÃO BEBEMOS MAIS VINHOS?........................................................ 121 APÊNDICE 2: ABC DOS VINHOS ..................................................................................................... 123 APÊNDICE 3: TABELA 4, REPRESENTANDO A ÁREA CULTIVADA COM VIDEIRAS POR PAÍS, EM MILHÕES DE HECTARES.................................................................................................................................... 137 APÊNDICE 4: TABELA 5, REPRESENTANDO O CONSUMO DE VINHO PER CAPITA/ANO, POR ESTADO..... 138 APÊNDICE 5: TABELA 6, PRODUÇÃO, POR PAÍS, EM BILHÕES DE LITROS DE VINHO POR ANO. ............. 139

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CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE VINHOS ARGENTINOS, CHILENOS E BRASILEIROS

Autor: Henrique Reis e Souza

Orientadora: Maria Isabel Dantas de Siqueira

RESUMO

Vinho é definido como um produto proveniente exclusivamente da

fermentação alcoólica de uva madura e fresca ou suco de uva fresca. Esta é a definição legal do vinho. Evidentemente, ela é complementada por um conjunto de prescrições contendo o modo de obtenção, suas manipulações e os tratamentos autorizados pela legislação sobre os limites de composição química. A caracterização dos vinhos é influenciada por fatores que circulam o meio em que a matéria-prima é plantada (a videira, o solo, o clima a tecnologia e os seres vivos), e pela tecnologia empregada na sua fabricação. Este trabalho teve como objetivo comparar produtos de diferentes regiões produtoras, e que se destacam no mercado produtor de vinhos. Foram escolhidos os seguintes países: Argentina, Chile e Brasil, onde as particularidades de cada um destes influenciou nos resultados. Os experimentos para a caracterização físico-química para estes vinhos foram conduzidos de acordo com a origem das amostras, oriundas do mesmo tipo de matéria–prima (uvas Cabernet Sauvignon). Foram analisadas as características sensoriais, e físico-químicas, como a densidade a 20°C, grau alcoólico, pH, acidez total ou titulável, acidez volátil, acidez fixa, açúcares totais, materiais corantes artificiais, sulfato, cloreto, extrato seco total, extrato seco reduzido, e relação álcool extrato. As análises foram realizadas para uma amostra de cada país, feitas em quintuplicata, segundo a metodologia do LANARV, órgão autorizado do Ministério da Agricultura e do Abastecimento para a análise de produtos de origem vegetal. Obteve se os resultados em conformidade com os padrões recomendados pelo MAPA, para as três amostras. Conclui-se que os vinhos chilenos e argentinos se assemelham na maior parte dos resultados, enquanto que o brasileiro se difere de ambos. Tal diferença provavelmente é oriunda da autorização, pela lei brasileira, da liberação da adição de açúcar não proveniente da uva ao mosto, bem como de ácidos, com a finalidade de melhorar os constituintes naturais do vinho. Ambas autorizações visam fornecer ao produto novas características de sabor, bem como de suas características físico-químicas.

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1 INTRODUÇÃO

Uma definição mais enológica seria a seguinte: o vinho é a bebida

proveniente da fermentação pelas células de leveduras, e também em certos

casos pelas células de bactérias láticas, do sumo do esmagamento ou maceração

das células da uva. Esta é a definição legal do vinho, evidentemente, é

complementada por um conjunto de prescrições contendo o modo de obtenção,

suas manipulações e os tratamentos autorizados pela legislação sobre os limites

de composição química.

A caracterização físico-química consiste na análise mais detalhada das

características do produto, e demosntra de uma maneira mais simples os fatores

que influenciam no momento do consumo deste produto, do ponto de vista de

verificar as conformidades quanto a uma lei, portaria ou regulamento que rege

este produto.

O Brasil, assim como a Argentina e o Chile, passa por um momento de

desenvolvimento na área de produção de vinhos. A partir da chegada de

imigrantes italianos à região da Serra Gaúcha, trouxeram mudas de espécies de

uvas para o país, a partir disto o fenômeno do incremento das práticas de

fabricação, bem como da finalidade do consumo, foram se alterando com o

passar dos tempos. O que antes era destinado ao consumo próprio, e de origem

bem rústica e colonial, se transformou em escala industrial e atualmente atinge os

mais diferentes países do mundo. O vinho aqui produzido é comparado aos mais

tradicionais, não ficando atrás, em nível de qualidade, a nenhum outro existente.

O brasileiro, por influência italiana é um bom apreciador de vinhos, porém a média

de consumo, se comparado com países de maior tradição, fica bem distante em

valores numéricos. Porém, as diferenças param por aqui, e o nosso produto

começa a “desbravar” outras regiões do país.

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Bons exemplos são as regiões do Rio São Francisco, no nordeste, e o

Centro-Oeste brasileiro. O cultivo de uvas e a produção de vinhos surpreendem

quanto à produtividade e qualidade, e atualmente despontam como regiões

promissoras para a produção de vinhos.

Na região Centro-Oeste, o estado de Goiás atua como um exemplo de

que o uso associado de tecnologia, bem como das características do local, podem

render bons frutos. O emprego de manejo adequado do solo e do tipo de espécie

de uva podem dar frutos bem rentáveis para o futuro. Goiás, com a chegada de

uma vinícola, apresenta uma produtividade maior do que estados do sul, onde as

frutas demonstram ser de qualidade igual e até maior do que aquelas lá

plantadas. Sem dúvida alguma isto demonstra que os italianos adotaram a Região

Sul para plantar as uvas foi por um simples fato, a identificação do clima e da

região com as de sua terra natal.

Este trabalho possui como objetivo comparar os vinhos tintos oriundos

de uvas da espécie Cabernet Sauvignon produzidas na Argentina, Chile e Brasil,

de acordo com os regulamentos, legislações e portarias vigentes em nosso país.

Esta espécie vinífera é mais empregada no mundo vitivinícola para produção de

vinhos tintos de ótima qualidade e sabor.

A comparação foi feita a partir da portaria vigente para análises de

vinhos, através da Portaria n°229, de 25 de outubro de 1988, em que adota

normas para a adoção de padrões de identidade e qualidade do vinho, seja ele da

classe de mesa, espumante, licoroso ou composto, ou vinhos do tipo tinto, rosado

ou branco.

Este trabalho de caracterização físico-química dos vinhos é uma rotina

no LABV, onde as amostras chegam por meio de coletas, oriundas dos mais

diferentes lugares do país e do mundo. As análises visam comparar os resultados

das amostras com os padrões recomendados pelas leis e portarias que

regulamentam este setor em nosso país.

Para a vida acadêmica, este trabalho atua como expansão dos

conhecimentos na área de análise de alimetos, e demostrando que o campo de

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trabalho de um Engenheiro de Alimentos não se resume apenas a linhas de

produção de indústrias, e sim a mais uma gama de áreas afins.

Desse modo, o objetivo deste trabalho para o leitor é o de transmitir de

forma simples e concisa, o dia-a-dia de um laboratório de análises de alimentos,

em especial de produtos de origem vegetal.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 A HISTÓRIA DO VINHO

“A origem das bebidas fermentadas deve ser procurada nas próprias

origens do homem” (Lona, 1997, p. 61)”.

Segundo Real (1981), não se pode apontar precisamente o local e a

época em que o vinho foi feito pela primeira vez, do mesmo modo que não

sabemos quem foi o inventor da roda. O vinho não teve que esperar para ser

inventado: ele estava lá, onde quer que uvas fossem colhidas e armazenadas em

um recipiente que pudesse reter seu suco.

Segundo Vidoudez (1982), provavelmente o vinho é mais antigo que a

história: foram encontradas sementes de uvas nas cavernas dos homens pré-

históricos. A história do vinho acompanha a história do homem.

De acordo com Potter e Hotchkiss (1995), a fermentação das uvas para

a fabricação do vinho remonta no, mínimo, a 4000 antes de Cristo.

Vidoudez (1982), diz que há 2 milhões de anos já coexistiam as uvas e

o homem que as podia colher. Seria, portanto, estranho se o "acidente" do vinho

nunca tivesse acontecido ao homem nômade primitivo. Antes da última Era

Glacial houveram seres humanos, cujas mentes estavam longe de ser primitivas

como os povos Cro-Magnon que pintaram obras primas nas cavernas de

Lascaux, na França, onde os vinhedos ainda crescem selvagens. Esses fatos

fazem supor que, mesmo não existindo evidências claras, esses povos

conheceram o vinho.

Os arqueologistas aceitam acúmulo de sementes de uva como

evidência (pelo menos de probabilidade) de elaboração de vinhos. Escavações

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em Catal Hüyük (talvez a primeira das cidades da humanidade) na Turquia, em

Damasco na Síria, Byblos no Líbano e na Jordânia revelaram sementes de uvas

da Idade da Pedra (Período Neolítico B), cerca de 8000 a.C. As mais antigas

sementes de uvas cultivadas foram descobertas na Geórgia (Rússia) e datam de

7000 - 5000 a.C. (datadas por marcação de carbono). Certas características da

forma são peculiares a uvas cultivadas e as sementes descobertas são do tipo de

transição entre a selvagem e a cultivada (Vidoudez, 1982).

Com o início da Idade Média, época em que a Igreja começava a ser

detentora das verdades e dona de toda a razão, o simbolismo do vinho na liturgia

católica faz com que a Igreja desempenhasse, nessa época, o papel mais

importante do renascimento, desenvolvimento e aprimoramento dos vinhedos e

do vinho. Nos séculos que se seguiram, a Igreja foi proprietária de inúmeros

vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas da época, como os

franciscanos, beneditinos e cistercienses (ordem de São Bernardo), que se

espalharam por toda Europa, levando consigo a sabedoria da elaboração do

vinho (Vidoudez, 1982).

De acordo com Aquarone (1983), no decorrer do tempo, pouco variou

quanto à matéria-prima empregada para a produção de alimentos por

fermentação. Hoje, como ontem, aí estão, correntemente usados, os sucos

vegetais ricos em glicídeos, provenientes de frutas ou cereais – levando às

bebidas alcoólicas de maior consumo; os leites, particularmente, entre nós, o de

vaca – fornecendo gama variada de queijos, manteiga, coalhadas e similares; as

hortaliças, como o repolho e o pepino – dando origem ao chucrute e aos picles, e

a velha azeitona, produto da oliveira, árvore presente nas mais antigas tradições

da humanidade, citada na Bíblia, na Ilíada e na Odisséia.

Segundo Real, (1981), apesar da antiguidade do conhecimento das

bebidas alcoólicas, tem só pouco mais de um século a descoberta do fundamental

papel microbiano em sua obtenção.

“A frase do célebre químico e biólogo Luís Pasteur afirmou que” o vinho

é a mais higiênica e saudável das bebidas”(Lona, 1997).

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2.2 DEFINIÇÃO

Uma definição mais enológica seria a seguinte: o vinho é a bebida

proveniente da fermentação pelas células de leveduras, e também em certos

casos pelas células de bactérias láticas, do sumo do esmagamento ou maceração

das células da uva (Peynaud, 1982)

Segundo Aquarone (1983), ”o vinho é uma bebida proveniente

exclusivamente da fermentação alcoólica de uva madura e fresca ou suco de uva

fresca” Esta é a definição legal do vinho. Evidentemente, essa definição é

complementada por um conjunto de prescrições contendo o modo de obtenção,

suas manipulações e os tratamentos autorizados pela legislação sobre os limites

de composição química.

Desta forma, sua composição bem como sua evolução são diretamente

ligados aos fenômenos bioquímicos. Essa definição permite compreender a

extrema complexidade de sua composição química e define ainda o valor

alimentar do vinho: provinda de células vivas, contém quantidade diluída de

elementos necessários à vida (Real, 1981)

A definição bioquímica de vinho seria “bebida proveniente da

fermentação de suco de uva pelas leveduras e, em certos casos, pelas bactérias

láticas”. É obtido, genericamente, da fermentação alcoólica de um suco de fruta

natural madura, principalmente a uva (Vitis vinifera), ou então, oriundos da

fermentação do mosto de frutas frescas e sãs, e a adição de sacarose pode ser

no máximo igual à dos açúcares da fruta ( Peynaud,1982).

Segundo Lona (1981), o vinho é resultado da transformação natural

dos açúcares do suco da uva em álcool etílico, anidrido carbônico e mais de uma

centena de outros componentes. Por isso é um produto elaborado, em que o

homem, neste caso o enólogo, simplesmente conduz o processo de modo que

nada interfira negativamente sobre ele.

2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS VINHOS

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Muitos são os tipos de vinhos existentes de acordo com a uva (e a

região) de onde provêm, com a concentração alcoólica final, com as condições

que sofrem conforme o tipo de fermentação e mesmo com determinadas adições

que lhe fazem (Lona, 1997)

Real (1981), comenta sobre a espécie Vitis vinifera, que, como o

próprio nome latino indica, é responsável, em suas diversas variedades, pelos

melhores vinhos do mundo. Além desta espécie, outras de origem asiática e

americana também permitem a elaboração de vinhos. Entretanto, a aclimatação

da espécie européia tem sido a preocupação constante de todas as regiões

vitivinícolas do mundo.

Nossa legislação classifica os vinhos quanto à classe de uvas

empregadas, baseando na variedade e, de acordo com a citação de Lona,(1997):

• De mesa;

• Champanha e espumantes;

• Licorosos e compostos, podendo em cada um destes serem

tintos, rosados ou brancos

No Brasil, segundo Lona (1997), a Lei de Vinhos estabelece que os

vinhos elaborados com variedades de uvas americanas serão denominadas de

mesa (ou comuns) e somente poderão ser denominadas de vinhos finos os

elaborados com variedades Vitis vinifera.

Real (1981), faz a seguinte citação:

Vinho de Mesa: é aquele que possui um grau alcoólico entre o

intervalo de 10 e 12 GL, podendo estes serem secos ou suaves, tintos,

rosados e brancos. Ainda dentro deste tipo de vinho, estão:

Vinhos comuns: são aqueles que possuem um baixo custo e

basicamente fabricados com uvas do tipo Isabel, ou de outras castas

americanas.

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Vinhos finos: distinguem-se dos comuns pela matéria-prima, castas

viníferas européias nobres e pela tecnologia aprimorada. Suas castas

podem ser a Cabernet, Riesling, Merlot, Semillon, Sauvignon e

Malvásia de Lipari.

Ainda de acordo com Real (1981), existem os vinhos abaixo descritos.

• Vinhos espumantes: são os tradicionalmente chamados de

champanhas e espumantes. Seu grau alcoólico varia de 11 a 12 GL,

podendo ser brancos ou rosados, e quanto ao açúcar remanescente da

fermentação, podem ser do tipo brut, demi-sec e dou.

• Vinhos compostos: devem possuir, no mínimo, 70% de vinho de

mesa, podendo ser adoçados com sacarose, mistela ou caramelo.

A Vitis vinifera, recomendada para vinhos finos, sendo que a maior

desvantagem desta espécie de uva, reside no fato de ser susceptível a doenças

oriundas do calor e da umidade. A Vitis labrusca, é uma espécie mais rústica, e é

cultivada em grande escala, sendo que esta é mais produtiva. Os vinhos

produzidos a partir deste tipo de matéria-prima, possuem cheiro e aroma

pronunciado, pois na enologia clássica se denomina “foxe” ou “foxada”, pois é

considerado um defeito do vinho. A terceira Vitis bourquina, é uma uva de baixa

expressão enológica, e mesmo assim são amplamente cultivadas (Real, 1981).

A fama dos tintos de Bordeaux, produzidos majoritariamente a partir da

variedade Cabernet Sauvignon e dos brancos de Borgonha, feitos com

Chardonnay, tornaram essas uvas populares no mundo todo, mas há

"emergentes" regionais que estão se destacando. Como a: Syrah ou Shiraz

(Austrália, Chile, África do Sul), Malbec (Argentina), Tannat (Uruguai), Carmenère

(Chile), Sauvignon Blanc (Nova Zelândia, África do Sul, Chile) em substituição às:

Trebbiano (Brasil, Itália), Cabernet Franc (Brasil) (Lona, 1997).

2.4 FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DOS VINHOS

O vinho é resultado de todos estes fatores segundo Aquarone (1983) e

Real (1981):

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• A videira;

• O solo;

• O clima;

• Os seres vivos e

• A tecnologia.

2.4.1 A VIDEIRA

Segundo Lona (1997), o produto da fermentação da uva é resultado de

uma série de fatores. O primeiro deles é a videira. Mas é também resultado do

solo, dos seres vivos que constituem a vizinhança das parreiras e, finalmente, da

tecnologia, da influência do homem, orientando e dirigindo todo o processo.

Sendo um processo natural descoberto pelo homem, é favorecido por ele para a

obtenção de um produto final que o satisfaça.

Do ponto de vista do vinho, a espécie mais importante é a Vitis vinifera,

de origem européia. Existem catalogadas cerca de cinco mil variedades dessa

videira, mas na prática só um pouco mais de cinqüenta são empregadas para a

elaboração de tintos e brancos. As espécies ditas americanas, entre as quais se

incluem a Vitis lambrusca, a Vitis riparia etc., têm características de uva de mesa

e não se prestam à elaboração de vinhos de qualidade (Menezes, 2004).

Ainda seguindo as citações de Varnam (1994), os aromas que a uva

conferem ao vinho se conhecem como varietal e se combinam com os aromas

que são produzidos em outras etapas da elaboração dos mesmos. Em países

tradicionais na produção de vinhos, como a França, se controla o tipo de cultivo

empregado na elaboração de cada classe particular de produto. Assim, somente

as uvas nas Chardonnay e Pinot Noir na elaboração do Burgundy, e unicamente

uvas Gamay na Beaujolais. Ainda que este controle sirva para estabelecer e

proteger a identidade das diferentes regiões produtoras de vinhos existentes,

também impossibilita a inovação e as intenções de melhoria da qualidade dos

vinhos produzidos em outras áreas.

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2.4.1.1 Uvas viníferas

Abaixo segue uma breve descrição das videiras, com uma maior

tradição para a fabricação de vinho em todo o mundo.

2.4.1.1.1 Sémillon

De acordo com Menezes (2004), é empregada junto com outra

importante uva branca, a Sauvignon Balnc, na elaboração dos brancos franceses

Sauternes, doces e vigorosos. É susceptível ao ataque do Botyris. Entra

igualmente na composição dos principais brancos secos de Graves. Embora

plantada com sucesso na Austrália, seu verdadeiro terroir está na França.

2.4.1.1.2 Chardonnay

É uma das grandes variedades da França, responsável pelos famosos

vinhos brancos, e que participa igualmente do champagne e ainda é plantada com

sucesso na Califórnia, no Chile e na Argentina, entre outros países. Considerada

a melhor variedade de uva para brancos secos, a Chardonnay origina vinhos

plenos e vigorosos, com boa acidez e estrutura, que envelhecem bem (Menezes,

2004)

2.4.1.1.3 Sauvignon Blanc

Uva branca de aroma facilmente reconhecível, muito popular na região

do Loire, produz vinhos secos de grande distinção. Nos últimos anos, a Nova

Zelândia tem sido um dos mais respeitados produtores mundiais com essa

variedade, inclusive inovando com fermentação e maturação em carvalho

(Menezes, 2004)

2.4.1.1.4 Syrah

Segundo Menezes (2004), esta espécie provavelmente é originária da

Síria, e uma das principais variedades francesas do norte do Rhône, e que produz

grandes vinhos de grande longevidade. A variedade, embora necessite de climas

quantes para a sua perfeita maturação, adaptou-se bem em outras regiões, dando

origem a vinhos de ótima qualidade. Com o nome de Shiraz, permite que os

australianos façam grandes vinhos tintos.

2.4.1.1.5 Pinot Noir

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É bastante empregada em vinhos tintos reconhecidos mundialmente

como os melhores, como os franceses da Bourgogne, entram também na

elaboração do champagne. Como é uma uva tinta, suas cascas são retiradas

antes da fermentação do mosto. Uva caprichosa exige muito desde o seu cultivo

até a vinificação. A Pinot Noir tem sido transplantada em várias partes do mundo,

com resultado inferior ao obtido em sua região de origem, exceto por alguns

poucos produtores da Itália e da Califórnia (Menezes, 2004)

2.4.1.1.6 Cabenet Sauvignon

Para esta espécie de uva, Menezes (2004), diz que a grande uva

francesa do Médoc faz também enorme sucesso em todo o mundo,

principalmente na Califórnia, no Chile e na Austrália. É responsável pelos

melhores vinhos desses países. A Cabernet Sauvignon dá tintos com força tânica

– referência ao tanino, substância responsável pelo sabor adstringente da bebida,

mas que se degrada com a correta maturação na madeira e na garrafa, deixando-

a macia. Além disto, faz com que envelheça bem e aprimore a complexidade. É

uma uva rica em cor e aroma.

2.4.1.1.7 Malbec

Esta uva é tradicionalmente usada para corte em Bordeaux para

fornecer cor e tanino. Atualmente, passou a ser a variedade tinta que produz os

melhores vinhos argentinos, numa qualidade nunca antes atingida com essa uva

em qualquer outro lugar. Pelo sucesso, tem sido a mais plantada das uvas tintas

no país vizinho (Menezes, 2004).

2.4.1.1.8 Gewürztraminer

Uva de grande sucesso na Alsácia e na Alemanha, produz vinhos de

intensa qualidade aromática. Assim como a Muscat (ou Moscato), é uma das

poucas uvas fáceis de ser reconhecidas pelo aroma característico. Pode atingir

teor alcoólico mais elevado do que a maioria dos vinhos brancos, embora com

acidez mais baixa (Menezes, 2004).

2.4.1.1.9 Tempranillo

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Menezes (2004) comenta que é a variedade mais importante da

Espanha. Produz em quase todas as regiões vizinhas de excelente qualidade,

longevidade, finesse e complexidade.

2.4.1.1.10 Merlot

Produz vinhos com fragrância aromática e grande riqueza. Adaptou-se

bem na região da Califórnia, em países como Austrália, Chile, Argentina e

também algumas regiões da França (Menezes, 2004)

2.4.1.1.11 Riesling

Menezes (2004), comenta que esta espécie de uva é a glória da

Alemanha, com a qual são elaborados os grandes vinhos do Reno e do Mosel.

Teria sido introduzida neste país por abadessas vinhateiras na Idade Média. Uva

notável por seu bouquet, amplo e floral, pode produzir vinhos da mais alta

qualidade, com grande poder de envelhecimento. Quando atacada pelo fungo

Botrytis, que lhe retira a água sem deixar entrar o ar, concentrando o açúcar,

permite a produção de vinhos da categoria chamada “com predicado”,

intensamente doce.

2.4.1.1.12 Sangiovese

É a uva tinta mais plantada na Itália, principalmente na região da

Toscana. Existem vários clones deste tipo de uva, conhecidos pelos nomes de

Sangiovese Grosso, Brunello, Morelino etc (Menezes, 2004)

2.4.2 O SOLO

Quanto ao tipo de terreno, Menezes (2004), comenta que para seu

desenvolvimento, a videira necessita de nutrientes existentes no terreno, como

água e substãncias minerais. A absorção desses elementos é feita pelas raízes,

que servem também para sua fixação no solo.

Real (1981), relata que influi de forma considerável na videira, que pelo

fato de ser uma planta com muitas raízes, que buscam profundidade, se

desenvolve melhor em solos frouxos ou soltos, pedregosos e onde as raízes

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possam penetrar. Já os terrenos argilosos não são recomendáveis, pois estes

prejudicam a respiração e absorção dos elementos do solo.

Por outro lado, caso aquele local onde a planta se situa possuir uma

alta concentração de matéria nutritiva, a videira se torna frondosa e exuberante,

porém, produz contraditoriamente, piores frutos para a produção do vinho. Na

maioria das vezes, é necessário até uma correção do solo antes do plantio (Real,

1981).

A escolha do solo adequado, o preparo e a correção são fatores

básicos no desenvolvimento da planta e partícipes da qualidade final do produto

vinho (Real, 1981).

2.4.3 O CLIMA

Segundo Varnam (1994), a qualidade da uva e sua amplitude para ser

fermentada estão afetadas pelo clima do local em que ela é plantada e, em cada

estação em que ela se desenvolve. Em um clima úmido e frio se obtem uvas com

um baixo conteúdo de açúcares e uma alta acidez volátil, sendo estas mais

susceptíveis à infecção por fungos.

Real (1981), comenta ainda sobre as condições climáticas, diz que o

conjunto de fatores meteorológicos de uma certa região influi consideravelmente

no desenvolvimento da videira, estas vivem melhor em regiões de clima

temperado, em ambos os hemisférios. Porém nestas regiões, as diferenças entre

as estações do ano, nas épocas das chuvas e de seca, é vital que em certas

fases de seu período vegetativo, a planta seja intensamente ensolarada.

2.4.4 OS SERES VIVOS

Real (1981), quanto aos seres vivos, descreve que como todo e

qualquer ser vivo, a videira não vive isoladamente de outros seres vivos. Ao

mesmo tempo em que fungos e outros microrganismos de inúmeros tipos, como

as minhocas, favorecem o desenvolvimento, podem também se tornar sérios

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inimigos, como é o caso da filoxera que atacou parte das regiões vinícolas do Rio

Grande do Sul e da Argentina.

Varnam (1994), recomenda que para a elaboração comercial do vinho

tem-se empregado uma ampla variedade de espécies de uvas, já que se sabe

que as características do vinho final vêm determinadas pelo tipo de uva em

conjunto com outros fatores, como o clima e o tipo de solo em que a cultura se

encontra.

A qualidade da uva e sua amplitude para ser fermentada estão

afetadas pelo clima do local em que ela é plantada e, em cada estação em que

ela se desenvolve. Em um clima úmido e frio se obtem uvas com um baixo

conteúdo de açúcares e uma alta acidez volátil, sendo estas mais susceptíveis à

infecção por fungos (Lona, 1997).

No fim do século XIX, quase todos os vinhedos mundiais foram

praticamente dizimados por uma doença causada pela Phylloxera vitifoliae, um

minúsculo inseto que ataca a raiz das videiras (Menezes, 2004).

2.4.4.1 Phylloxera

Segundo Ough (1992), é um inseto originário do leste dos Estados

Unidos que se propagou quando as videiras americanas foram levadas para as

mais diferentes partes do mundo, para uma experimentação (no caso, uma

tentativa de plantio em outros lugares). Pois bem, estas videiras não foram

esterilizadas antes de seu envio, e transportaram a filoxera com elas, o que

causou um grande desastre na Europa e em outras áreas vitivinícolas na segunda

metade do século XIX. Foi considerada uma grande tragédia econômica, sendo

agravada pelo ciclo de vida dessa praga.

Ela atua absorvendo os nutrientes das raízes e muito mais em solos

duros do que em solos “fofos” (os arenosos e argilosos). Uma forma de se

prevenir a praga, é o uso de uma poda bem realizada, e a escolha do solo

adequado, irrigação na dose certa (baseado nas épocas e condições climáticas

do local de plantio) e o principal, a forma em que se trata o vinhedo, desde o

plantio até a colheita das uvas (Ough, 1992).

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2.4.5 A TECNOLOGIA

Segundo Menezes (2004), para fazer um vinho de qualidade, existem

diversas técnicas, que variam até dentro de uma mesma região produtora.

Métodos tradicionais, muitas vezes seculares, convivem com os mais modernos

processos tecnológicos. Assim, as uvas podem ser esmagadas com os pés, com

até hoje acontece em alguns lugares, ou em modernas prensas pneumáticas. A

fermentação pode ocorrer em grandes tonéis de madeira, em cubas de concreto

revestidas de epóxi, em enormes tanques de aço inoxidável com camisas

térmicas para o controle de temperatura e até barricas de carvalho.

2.5 A COMPOSIÇÃO DO VINHO

De acordo com Ough (1992), a sua composição depende de muitos

fatores, sendo os mais importantes, a composição da uva, pelo cuidado nos

processos de fermentação, condições de armazenamento e transporte, e estes

ainda vão além das funções do elaborador.

Peynaud (1982), diz que a composição e evolução estão diretamente

ligadas a fenômenos bioquímicos, esta definição permite compreender a extrema

complexidade da sua composição e também o interesse pelo seu estudo, devido

à grande diversidade de matérias abordadas. Define também o valor alimentar do

vinho: proveniente de células vivas, embora em estado diluído, contém tudo o que

é necessário à vida.

De acordo com Peynaud (1982), um dos papéis da enologia é o estudo

da composição do vinho de uma forma tão completa quanto possível. O

profissional deve conhecer bem esta composição, se quiser compreender os

fenômenos que intervêm no decurso da maturação das uvas, da elaboração dos

vinhos, da sua conservação, e dos seus tratamentos.

Lona (1997), conceitua degustação como “um conjunto de mecanismos

de estímulos, e que interessando os estímulos do homem dá como origem a

diferentes sensações. Os seus reconhecimentos e interpretações dão origem à

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percepção”. Para se alcançar de forma satisfatória a degustação de um vinho,

alguns sentidos devem ser alcançados pelo pessoal responsável pela

degustação, utilizando os órgãos dos sentidos, que através dos receptores

neurosensoriais se tornam responsáveis.

• Estímulo: será induzido pelas substãncias com cor, aroma e sabor;

• Sensações: estas são subjetivas, e resultantes do estímulo dos

receptores;

• Percepção: é objetiva e consiste na tomada de consciência sensorial. É

a interpretação e o reconhecimento das sensações visuais, odoríferas

ou de sabor.

Segundo Lona (1997), o conjunto destes três sentidos, para serem bem

utilizados, devem possuir uma consciência, experiência e memória, pois de vinho

para vinho, as diferenças podem ser muito grandes ou mínimas. Portanto

necessitando de pessoas aptas e treinadas para tal situação.

Segundo Aquarone (1983), as principais substâncias que constituem o

vinho são: açúcares, álcoois, ácidos orgânicos, sais, ácidos minerais e orgânicos,

compostos fenólicos, compostos nitrogenados, pectinas, gomas e mucilagens,

compostos voláteis e aromáticos. Logo abaixo serão relatadas algumas destas

substâncias.

2.5.1 AÇÚCARES

O teor de açúcar da uva varia de 15% a 30% em função de vários

fatores, tais como o estágio de maturação, o clima, o solo e a variedade da uva.

Os açúcares da uva são constituídos quase que exclusivamente de glicose e

frutose em proporções sensivelmente iguais no momento da maturação

(Peynaud,1982 e Aquarone, 1983)

Os vinhos fermentados completamente sempre apresentam uma fração

de grama de frutose e um pouco de glicose; nos vinhos tintos, a glicose provém,

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também, da hidrólise de certos glicosídios durante a conservação (Aquarone,

1983)

Segundo Peynaud (1982), a uva contem apenas alguns vestígios de

sacarose, que desaparecem durante a fermentação. O vinho não pode, portanto

conter este açúcar a menos que lhe seja adicionado. A presença de sacarose

num vinho revela de forma segura um enriquecimento fraudulento. A fruta, a uva,

ainda contem uma pequena quantidade de açúcares não fermentáveis, e que é

constituída pelas pentoses. O seu componente principal é a arabinose; a xilose

pode também estar presente.

Por causa destes açúcares e de outras substãncias capazes de reduzir

os reativos dos açúcares, nunca se encontra o zero na dosagem dos açúcares

redutores de um vinho seco e os conteúdos normais situam-se entre 1 e 2 gramas

por litro (Peynaud, (1983).

2.5.2 ÁLCOOIS

O álcool etílico é o constituinte mais importante do vinho após a água,

que representa cerca de 85% a 90%. Admitindo-se que o grau alcoólico dos

vinhos varia entre 9° GL e 15°GL, o álcool etílico representa de 72 a 120g/L

(Aquarone, 1983).

De acordo com Aquarone (1983), e Peynaud (1982), a glicerina é um

álcool com três funções álcoois. Seu sabor adocicado, quase igual ao da glicose,

contribui para maciez do vinho, mas não constitui o fator principal. Ela é depois do

álcool, o componente mais importante: 5 a 10 g por litro É um produto da

fermentação alcoólica. Representa normalmente a décima ou a décima quinta

parte do peso do álcool. Forma-se, sobretudo no princípio da fermentação, a partir

das primeiras 50 g de açúcar fermentado. A sua proporção depende da taxa

inicial dos açúcares, e da espécie das leveduras, das condições de fermentação:

temperatura, arejamento, acidez, adição do ácido sulfuroso, entre outros.

De acordo com Amerine (1976), os vinhos contêm junto com o etanol,

um certo número de outros mono e poliálcoois (ao qual a glicerina se enquadra).

Tais substãncias se encontram originalmente na uva e se formam no vinho

durante a fermentação. Elas se formam diretamente dos hidratos de carbono por

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ação de leveduras. A sua participação é afetada pela concentração de açúcar,

temperatura de fermentação, pH e quantidade de oxigênio presente.

De acordo com Aquarone (1983), o metanol está normalmente

presente no vinho. É um álcool provindo da hidrólise da pectina. Seu teor varia de

0 a 635 mg/L, com a média de 100mg/L. Alguns fatores contribuem para o

aumento do metanol do vinho, tais como: a adição da enzima pectinolítica ao

mosto; vinhos obtidos por fermentação em tinto com casca; e vinhos obtidos por

maceração prolongada de cascas de uvas.

2.5.3 ÁCIDOS ORGÂNICOS

Os principais ácidos orgânicos de vinho são, segundo Aquarone, (1983):

• Os provenientes da uva: tartárico, málico e cítrico;

• Os provenientes da fermentação: succínico, lático e acético.

Existem outros ácidos orgânicos em pequenas quantidades:

galacturônico, glucurônico, glucônico, citramático, dimetilglicérico, pirúvico,

cetoglutário, entre outros (Aquarone, 1983).

Ainda seguindo os conceitos de Aquarone (1983), a acidez fixa no

vinho é basicamente formada dos seguintes ácidos: taratárico, málico, lático,

succínico e cítrico.

Abaixo segue uma breve descrição dos principais ácidos orgânicos,

presentes no vinho.

2.5.3.1 Ácido tartárico

Sua concentração diminui por precipitação sob forma de cristais de

bitartarato de potássio e tartarato de cálcio (cremor tártaro), ocasionado pelo

aumento em álcool e abaixamento da temperatura.No vinho, o teor de ácido

tartárico é duas vezes ou três vezes menor que no mosto original (Aquarone,

1983)

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De acordo com Peynaud (1982), este é o ácido específico da uva e do

vinho; nas regiões de temperadas encontra-se raramente na natureza, a não ser

na videira. A sua concentração diminui pela preciptação sob a forma de cristais de

bitartarato de potássio e de tartarato neutro de cálcio, provocada pelo

enriquecimento em álcool e o abaixamento da temperatura.

2.5.3.2 Ácido málico

Aquarone (1983) nos diz que a fermentação malolática constitui uma

melhora considerável do vinho, que o torna notadamente macio e elimina a

característica ácida do vinho novo ou de vinho excessivamente ácido.

Peynaud (1982), relata que é um dos ácidos mais distribuídos no reino

vegetal; encontra-se nas folhas e nos frutos. O ácido málico, é fermentado na sua

totalidade por bactérias lácticas que o transformam em ácido lático e gás

carbônico. Este última separa-se e a acidez total do vinho diminui assim de

metade do ácido málico fermentado. Este fenômeno chama-se fermentação

malolática.

2.5.3.3 Ácido cítrico

Aquarone (1983) comenta que o ácido cítrico é pouco abundante na

uva – cerca de 150 a 300 mg/L. Ele é transformado durante a maturação em

ácido málico e ainda fermentado pelas bactérias láticas, e desaparece no vinho.

Esse ácido é utilizado para o tratamento do vinho, pois apresenta a propriedade

de solubilizar o ferro.

Peynaud (1982) relata que seu emprego é autorizado em doses

limitadas, segundo os países e as necessidades de acidificação. O seu emprego

nos vinhos tintos jovens é desaconselhável por causa da sua fraca estabilidade

bacteriana e do aumento de acidez volátil que a sua fermentação lática provoca.

2.5.3.4 Ácido succínico

Este ácido é produzido na fermentação alcoólica. Seu teor no vinho é

de 0,5 a 1,5 g/litro. Trata-se de ácido bastante estável em relação às

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fermentações bacterianas. Apresenta um papel importante sobre o gosto. Seu

sabor é uma mistura de gostos ácidos, salgado e amargo de acordo com

Aquarone (1983).

2.5.3.5 Ácido lático

Este ácido é produzido unicamente pela fermentação e é um dos

componentes normais do vinho. Aquarone (1983) ainda diz que é abundante nos

vinhos com anomalia ou doente, mas sua presença não constitui,

necessariamente, um sinal de alteração microbiana.

A formação ocorre durante a fermentação alcoólica dos açúcares.

Numa fermentação alcoólica sadia ou normal, pode produzir de 0,2 a 0,4 g/L

(Peynaud, 1982)

O ácido lático pode ter três origens segundo Aquarone (1983):

• Mediante a fermentação malolática pelas bactérias em função da

transformação do ácido málico. Em vinho que tenha realizado a

fermentação malolática é encontrado de 0,1 a 3,0 g/L;

• Nos vinhos alterados, sua formação se dá pela fermentação láctica de

açúcares, de glicerina, de ácido tartárico e de outros constituintes de

vinho. Neste caso, seu teor pode eleva-se a alguns gramas.

Tem sua origem na fermentação, e não é existente como componente

normal dos vinhos, sendo mais abundante nos vinhos doentes, onde a sua

presença não é necessariamente um sinal de alteração (Peynaud, 1982)

2.5.3.6 Ácido acético

Seguindo Aquarone (1983), o ácido acético é o principal componente

da acidez volátil do vinho. Ao destilar o vinho, o ácido se volatiliza e é recolhido no

condensado, o que não acontece com os ácidos fixos (málico, láctico e succínico).

Este se encontra no vinho sadio em teor ao redor de 0,48 g/L. Sua formação se

dá pelas mesmas vias do ácido lático e pelas bactérias acéticas.

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Ele possui as mesmas vias de formação que o ácido láctico, acrescido

da via das bactérias acéticas. A alteração do gosto pelo ácido acético, percebe-se

pela dureza, e características de amargor no final. O cheiro a picante é uma

característica devida não ao ácido acético, mas sim ao acetato de etila. (Peynaud,

1982)

2.5.4 SAIS

Aquarone (1983), relata que o vinho contém de 2 a 4 g/litro de sais de

ácidos orgânicos e minerais. A cinza do vinho, resultante da incineração de

extrato, representa-os imediatamente.

Os principais constituintes de sais do vinho são, os abaixo citados de

acordo com Aquarone (1983).

• Ânions minerais (fosfato, sulfato, cloreto, sulfito) e orgânicos (tartarato,

malato, lactato)

• Cátions: K, Na, Mg, Ca, Fé, Al, Cu. Ainda existem oligoelementos, tais

como: F, Si, I, Br, Zn, Mn, Pb, Co, Cr, Ni, etc.

2.5.5 SUBSTÂNCIAS DE GOSTO AÇUCARADO

As substãncias açucaradas do vinho pertencem a três grupos, segundo

Peynaud, (1982).

• Os açúcares propriamente ditos, existentes na uva e que em parte não

fermentam nos vinhos brancos doces, mas que também estão

presentes embora em doses fracas nos vinhos brancos secos e nos

vinhos tintos;

• Os álcoois igualmente proveniente das uvas, e que se apresentam em

algumas centenas de mg por litro de mosto, e se encontram nos vinhos

em doses diferentes devido à fermentação;

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• As substâncias que têm uma ou mais funções alcoólicas, formadas pela

fermentação alcoólica

2.5.6 SUBSTÂNCIAS DE GOSTO SALGADO

São os sais de ácidos minerais e de alguns ácidos orgânicos. As cinzas

do vinho, resultado da incineração do extrato, representam aproximadamente.,

em cada litro de vinho existe aproximadamente 1g de potássio, 100 mg de

magnésio e de cálcio (Peynaud, 1982).

Os principais componentes dos sais do vinho são divididos em duas

classes.

2.5.6.1 Minerais

Fosfato, sulfato, clorato, sulfito, potássio, sódio, magnésio e cálcio.

2.5.6.2 Orgânicos:

Lactato, tartarato, malato, ferro, alumínio, cobre,...

2.5.6.3 Substâncias de gosto amargo e adstringente

São compostos fenólicos e que fornecem e dão aos vinhos a sua cor e

uma grande parte do seu sabor. Possuem a propriedade de coagular as proteínas

e intervêm na clarificação dos vinhos por colagem, sendo que alguns deles

influem nas qualidades alimentares, especialmente dos vinhos tintos pela sua

riqueza em vitamina P e do seu poder bactericida (Peynaud, 1982).

2.6 O VINHO NO MUNDO

Lona (1997), relata que ao longo dos séculos a uva se adaptou muito

bem em duas faixas, uma no hemisfério norte e uma no hemisfério sul, onde as

condições climatológicas de temperatura se equivalem. Ou seja, as uvas para a

elaboração de vinhos não têm se adaptado a climas muito quentes ou de

temperatura constantemente altas e a climas muito frios. No hemisfério norte se

destacam a Califórnia, nos EUA, toda a Europa, uma pequena região ao norte da

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África e a China, que começa a mostrar a sua capacidade. No hemisfério sul se

destacam Argentina, Brasil, Uruguai, Chile, África do Sul e Austrália. Todas estas

regiões já demonstraram sua potencialidade e algumas começam a afirmar-se no

cenário vitivinícola internacional, entre elas a região da Serra Gaúcha, Rio Grande

do Sul, bem como de outras regiões de nosso país.

2.6.1 VINHOS CHILENOS

Enciclopédia do Vinho (2004), diz que as primeiras videiras plantadas

no Chile foram trazidas em meados de 1550 pelos missionários da Espanha que

queriam produzir vinhos de mesa e para missa. Estes varietais espanhóis,

particularmente Pais e Moscatel (produzido ainda hoje), produziram vinhos

chilenos por vários séculos. Os produtores utilizavam técnicas primitivas (os

vinhos eram adocicados e estabilizados, freqüentemente fervidos) para produzir

vinhos rústicos.

Com o inicio da importação dos varietais dos grandes vinhos de

Bordeaux, os chilenos descobriram que podiam produzir uma classe superior dos

vinhos, e a era moderna de produção começou. Em 1830, Claude Gay, um

francês, persuadiu o governo para criar um viveiro oficial chamado de Quinta

Normal para estudos botânicos. Um número expressivo dos seus primeiros

espécimes era de videiras francesas saudáveis de Vitis vinifera, que o isolamento

geográfico protegeu da filoxera e de outras doenças européias. Na segunda

metade do século XIX, enquanto seus vinhedos originais foram devastados, as

videiras do Chile permaneceram intocadas pela filoxera e oídio - uma situação

que continuava presente. Por volta de 1900, o Chile teve rendimentos generosos

de Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenère assim como dos varietais espanhóis,

para o mercado doméstico (Enciclopédia do Vinho, 2004).

Vinte e cinco mil hectares de variedades superiores, particularmente

Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay, foram instalados entre 1987-1993. Em

um grande estouro de modernização, os investidores transformaram vinícolas

antigas, instalaram equipamentos de produção avançados, e trouxeram uma nova

geração de profissionais do vinho formados em universidades. Muitos dos novos

winemakers (profissionais) chilenos vieram da universidade de Santiago, mas

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uma minoria notável de peritos franceses e americanos trouxe sua perícia para as

novas vinícolas (Enciclopédia do Vinho, 2004).

O resultado é um índice de exportação alto, chegando em algumas

vinícolas até 99% da produção. É claro que o mercado externo aprecia a

qualidade dos vinhos e isso faz com que eles estejam presentes nos Estados

Unidos, Canadá, Inglaterra, Japão, Holanda, Dinamarca, Brasil, entre outros

países. Qualidade é a palavra de ordem dos produtos que concorrem entre si, ou

seja, dentro do próprio Chile e também com os outros países exportadores de

vinho (Enciclopédia do Vinho, 2004).

As vinícolas investem no processo de fabricação, na contratação de

enólogos, que atuam como consultores e fazem intercâmbio com outros países

produtores, e no acompanhamento dos vinhedos, com vários projetos de vinhos

orgânicos. A natureza é a maior aliada do país. O clima em todas as regiões

produtoras de vinhos é propício ao cultivo e maturação das uvas, com estações

do ano bem demarcadas, temperaturas variáveis do dia para a noite, com até 16

graus de intervalo. A irrigação dos vinhedos é feita naturalmente com as águas

andinas (Enciclopédia do Vinho, 2004).

E além de tudo isso o Chile é o único país livre da filoxera (praga que

devastou os vinhedos europeus no século passado) e que, portanto tem os únicos

pés francos de uvas (sem enxertia) do mundo (Enciclopédia do Vinho, 2004).

Segundo Enciclopédia do Vinho (2004), nos últimos anos o Chile tem

feito misturas com essas variedades de uvas, bem adaptadas ao solo chileno,

gerando vinhos de qualidade bem acima dos vinhos Seleção dos anos anteriores

e criando uma nova família de vinhos de alta qualidade, concorrendo até com os

franceses.

2.6.1.1 Variedades

A Enciclopédia do Vinho (2004), comenta que enquanto o país

produziu vinhos apenas para o mercado doméstico durante um longo tempo, os

winemakers chilenos confiaram nos varietais que produziram grandes volumes de

vinho inferior. Muitos destes vinhedos ainda estão produzindo uvas tintas.

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Moscatel Alejandria, Sauvignon (na maior parte Sauvignon Vert ou Sauvigon

Gris), Sauvignonasse, e Torontel, todas ainda em produção, entram na mesma

categoria.

Lona (1997), comenta que a moderna indústria de vinho chilena

investiu pesadamente nos varietais tintos de qualidade elevada para a

exportação, produzindo atualmente Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir,

Malbec e Syrah. O Carmenère francês, trazido primeiramente ao Chile por volta

de 1800, transformou-se num varietal primordial. As uvas brancas de prestígio

incluem Chardonnay, Sauvignon Blanc, Sémillon e Riesling. A maioria dos novos

vinhedos com recursos tecnológicos avançados são plantados com Cabernet

Sauvignon, Chardonnay, e Merlot. Ironicamente, os consumidores chilenos

podem ter dificuldades para encontrá-los em seu próprio país, porque os

produtores concentraram toda a produção para o mercado externo.

A longa história da indústria de vinho chilena conduziu às perguntas

sobre a identidade das vinhas cultivadas lá, particularmente Sauvignon, Sémillon

e Riesling. Estas tendem a produzir vinhos diluídos, sem muito caráter e a ter sido

identificados provavelmente incorretamente como varietais inferiores; podem

também sofrer esse enfraquecimento devido à irrigação generosa. As novas

variedades que vêm da Europa irão resolver essas questões de identidade e

melhores controles devem permitir que os winemakers determinem as

verdadeiras expectativas para varietais finos. Os vinhos espumantes a base de

Chardonnay do Vale de Casablanca indicam que com gerência apropriada, os

vinhedos chilenos podem produzir bons vinhos brancos assim como tintos (Lona,

1997).

2.6.1.2 Classificações

Em 1995 o Chile estabeleceu por lei que 75% do vinho deve ser da

variedade e do exato local que aparecem no rótulo, permitindo que apenas 25%

possa variar a essas especificações. Não há nenhuma exigência particular a

respeito da produção de vinhos de reserva, mas todos os vinhos que indicam a

designação Reserva, Gran Reserva ou Reserva Especial indiquem o lugar de

origem (Enciclopédia do Vinho, 2004)

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2.6.1.3 Regiões

As uvas do Chile vêm do longo Vale Central de 980 quilômetros de

extensão. Situado bem no meio do país, esta é uma das zonas agricultoras mais

férteis do mundo, fornecendo rendimentos enormes de frutas e vegetais assim

como de uvas para vinho de mesa. O vale é um longo platô entre duas escarpas

de montanha: os majestosos Andes, que se levantam a 7.000 metros ao leste, e a

escala litoral mais baixa, cuja elevação varia de 2.100 metros (ao oeste do

Santiago, na extremidade do norte do vale) a 300 metros (na extremidade do sul

perto de Concepción) (Enciclopédia do Vinho, 2004).

A Enciclopédia do Vinho (2004), comenta que de norte a sul, as regiões

vinícolas designadas pela lei de 1995 são Aconcágua incorporando Casablanca, o

Vale Central incluindo Maipo, Rapel, Curicó, e Maule, e a região do sul incluindo

Itata e Bío-Bío. As regiões de Atacama e de Coquimbo na área norte é muito

quente se comparado com o clima do Vale Central, são identificadas também,

mas as uvas que produzem são principalmente para Pisco e para consumo in

natura.

2.6.1.3.1 Aconcágua

Como a região mais ao norte, Aconcagua é a região mais quente e

seca do Chile, especializando-se em Cabernet Sauvignon bastante encorpado e

em outros vinhos tintos. Paradoxalmente, a sub-região do Aconcágua,

Casablanca, é uma das mais frescas do país devido a seu clima litoral. Como

uma das regiões mais novas, ela se especializa em Chardonnay, às vezes

fermentado ou envelhecido em barricas de carvalho, e freqüentemente

demonstrando aromas e sabores de aspargos. Ele é vinificado às vezes como o

vinho espumante, com a mesma estrutura. Os Sauvignon Blanc de Casablanca

tendem a ser frescos e de aromas cítricos, com sabores de frutas tropicais.

Ambos estão sendo considerados como os vinhos brancos mais interessantes do

país (Enciclopédia do Vinho, 2004)

2.6.1.3.2 Bío-Bío

Enciclopédia do Vinho (2004), diz que Bío-Bío, a área mais ao sul e a

maior do Chile, têm 66.700 hectares de uvas de vinho, dois terços são tintas, na

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maior parte a uva Pais. As grandes quantidades de Moscatel Alejandria são

produzidas também aqui para o consumo doméstico. Devido às grandes áreas de

pantanal com péssima drenagem, a precipitação mais alta do que média e as

poucas horas de luz do sol, a área é atualmente imprópria para os varietais finos,

embora com gerência apropriada pode ter um potencial maior.

2.6.1.3.3 Maipo

Entre os vinhos do Vale Central, Maipo, ao sul da cidade de Santiago,

é pequeno, mas bem-representado em etiquetas da exportação; produz os vinhos

brancos e tintos aproximadamente em igualdade, particularmente Sémillon e

Cabernet Sauvignon, os melhores têm aromas bem desenvolvidos de frutas, bom

corpo e envelhecimento em barricas. Na área de Rapel, as uvas de Sémillon e

Cabernet Sauvignon predominam. A sub-região de Colchagua, ao sul, teve

grandes investimentos nos anos 90 pelas vinícolas "boutique", cujos vinhos

começaram a atrair a atenção crítica internacional. Uma nova concentração em

plantio nas encostas promete mesmo mais vinhos com caráter do excelente terroir

local. O vinho tinto está estabelecendo-se como o "rei" nesta área, pelo menos

até hoje. Os notáveis Cabernet Sauvignon de Colchagua podem também

incorporar o Merlot ou Cabernet Franc em vinhos densos, envelhecidos em

barricas e muito saborosos. Colchagua produz também Carmenère notável,

Malbec e Syrah asssim como distintos Chardonnay (Enciclopédia do Vinho,

2004).

2.6.1.3.4 Maule

Enciclopédia do Vinho (2004), comenta que ainda mais ao sul, a sub-

região do Vale de Curicó, produz vinhos frutados com abundância de taninos.

Maule, que a influência marinha torna uma das áreas mais frescas e mais

nubladas, produz ainda quantidades grandes da variedade Pais para o consumo

doméstico, assim como Cabernet Sauvignon, Merlot, Sémillon e Sauvignon Blanc

para exportação.

2.6.1.4 Clima

Enciclopédia do Vinho (2004), comenta que o clima no Vale Central é

mediterrâneo, com temperaturas máximas no verão entre 15ºC e 30ºC. Embora

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as rupturas na escala litoral permitam variações nas regiões tais como

Casablanca (mais ao norte), as áreas do norte são geralmente mais quentes e as

áreas do sul mais frias. O lado oriental do Vale Central perto da base dos Andes

tem temperaturas que variam bruscamente entre o dia e a noite, assim como a

umidade. As montanhas litorais interceptam a maioria da precipitação que vem do

Pacífico, fazendo com que caia em suas inclinações ocidentais. Enquanto chove

somente no inverno, aproximadamente um terço dos vinhedos chilenos requerem

irrigação; mas a água é abundante em muitos rios que drenam o degelo dos

Andes.

2.6.2 VINHOS ARGENTINOS

De acordo com Lona (1997), e Real (1981), em 1534 dois

colonizadores europeus, um sacerdote chamado Padre Cidrón e Juan Jufré, o

fundador da cidade de Mendoza, plantaram as primeiras videiras na Argentina.

Hoje, 450 anos depois, a Argentina continua produzindo vinhos com o mesmo

espírito pioneiro.

No primeiro assentamento espanhol nas terras habitadas pelos índios

Huarpes, eles descobriram que a população nativa colhia e cultivava nesse clima

desértico. Mesmo assim, foram os Incas os que trouxeram os conhecimentos

necessários para dar vida a essa área. A irrigação artificial já era uma pratica

estabelecida entre os habitantes oriundos do oeste argentino quando os europeus

chegaram (Enciclopédia do Vinho, 2004).

Os novos colonizadores inventaram um sistema de provisão de água

mais sofisticado do que o estabelecido pelos seus antecessores indígenas.

Amparando-se no degelo e na neve da Cordilheira dos Andes, eles construíram

uma complicada rede de diques e largos canais para conduzir a água e

providenciar suficiente irrigação às áreas que eles desejavam cultivar. É

surpreendente que tão extenso oásis verde tenha sido criado e desenvolvido no

deserto. (Enciclopédia do Vinho, 2004).

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A Enciclopédia do Vinho (2004), relata que no século XIX, a indústria

começou a crescer graças à influência dos imigrantes italianos e espanhóis que

trouxeram ao país novas videiras e importantes técnicas vitícolas e de produção

de vinhos. A introdução de variedades européias como a Malbec, Cabernet

Sauvignon, Merlot e Chenin Blanc, melhoraram substancialmente a qualidade do

vinho argentino.

Foram então os colonizadores italianos e espanhóis os que formaram a

base da viticultura e da produção de vinhos na Argentina, outorgando à área a

riqueza cultural que possui atualmente (Enciclopédia do Vinho, 2004).

A Enciclopédia do Vinho (2004), comenta as estatísticas da OIV

(Organisation International du Vin) em 1996, que confirmam a importância da

Argentina no cenário vinícola internacional, especialmente no século XX: é o

quinto maior produtor e o quinto maior consumidor mundial de vinhos e já ocupou

a quarta posição na década de oitenta.

Durante muito tempo, a quantidade superou a qualidade nos vinhedos

argentinos que se adotava o cultivo de uvas de alto rendimento, porém de baixa

qualidade (Criola Grande, Cereza, etc.), e um sistema de plantação arcaico. A alta

produção de vinhos inferiores inundou a mesa das famílias argentinas que não se

importavam com a qualidade da sua bebida do dia-a-dia. Nas décadas mais

recentes, a vitivinicultura Argentina passou a cultivar em maior escala uvas de

espécies européias nobres, adotou modernas técnicas de cultivo e vinificação e,

conseqüentemente passou a produzir vinhos de boa qualidade (Enciclopédia do

Vinho, 2004).

A Argentina está prestes a se transformar em mais uma estrela no

cenário vinícola mundial, fora do circuito europeu, tal como ocorreu com outros

países do Novo Mundo, como o seu vizinho Chile, a África do Sul, a Austrália, os

Estados Unidos e a Nova Zelândia (Lona, 1997).

Real, (1981), diz que apesar da sua proximidade com os Andes, as

regiões vitivinícolas argentinas, ao contrário do Chile, não ficaram imunes ao

ataque da praga Phylloxera vitifoliae e enfrentam a adversidade de um clima

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seco, o que demanda cuidado redobrado e a adoção de um eficiente sistema de

irrigação.

A Argentina abrange um panorama fabuloso de terreno e clima, que vai

desde a fronteira com o Brasil e suas florestas subtropicais às terras congeladas

da Patagônia e da Tierra del Fuego. A Argentina vinícola é também um exemplo

fascinante de viticultura, possuindo os elementos que os winemakers de outras

partes do mundo gostariam muito de ter: dias mornos de verão com noites

frescas, umidade baixa e solos bem drenados que são inóspitos à filoxera e à

outras doenças (Enciclopédia do Vinho, 2004).

A grande maioria dos vinhedos fica situada no canto noroeste do país,

predominantemente na província de Mendoza, nas encostas orientais dos Andes,

com precipitação anual escassa (entre oito e doze milímetros por o ano). Ao

mesmo tempo os rios dos Andes, originando em neves profundas do inverno,

fornecem a abundância da água da irrigação. A influência climática atlântica traz

pouca chuva no verão, e algumas áreas são sujeitas às geadas adiantadas e

atrasadas (Real, 1981).

Lona (1997), compara no sentido mais básico, muitos vinhedos

argentinos a oásis elevados. As alturas em áreas de vinhedo variam entre 500-

1500 metros. O clima é continental, uma estação seca no inverno com chuvas

leves de verão e uma média de temperaturas entre 24,6º C no verão e em 9,4º C

no inverno.

Os solos argentinos variam ao longo do comprimento dos Andes e

variam de arenoso à argila, mas são predominantemente argilosos. A maioria é

de solo alcalino rico em cálcio e potássio, mas pobres em material orgânico. Os

valores de pH usuais pairam ao redor oito. Aqueles na província de Mendoza

tendem a ser mais cheios de pedra e aluviais. (Real, 1981).

2.6.2.1 Variedades

Hoje vários produtores têm plantado inúmeros tipos de uvas para

desenvolvimento de mais uma variedade que melhor se adapte ao solo argentino

assim como a Malbec. A variedade Bonarda, originária da região do Piemonte, na

Itália, já tem feito grande sucesso (Enciclopédia do Vinho, 2004 e Lona, 1997).

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Lona (1997), comenta que as uvas Malbec encontraram favoráveis

condições de crescimento na Argentina, e não há duvidas de que a Malbec

Argentina é umas das uvas mais deliciosas e de maior sucesso no mundo. Sua

coloração intensa, seu aroma a amora, ameixas e mel, e a sua habilidade para

amadurecer à perfeição, criam vinhos de uma textura aveludada e duradoura, e

agradável sabor.

A Torrontés é a variedade de uva branca mais distintiva da Argentina.

Produz um vinho branco frutado e elegante de uma fresca acidez. Constitui um

grande atrativo para os jovens bebedores de vinho branco que apreciem o seu

caráter frutado e floral (Enciclopédia do Vinho, 2004).

2.6.2.1.1 Uvas tintas

Barbera, Bonarda, Nebbiolo, Dolcetto, Sangiovese, Cabernet

Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec, Merlot, Petit Verdot, Pinot Noir, Syrah,

Tempranillo

2.6.2.1.2 Uvas brancas

Chardonnay, Sauvignon Blanc, Chenin Blanc, Viognier, Moscato

Bianco, Tocai, Moscatel, Pedro Ximenez, Riesling, Torrontés

2.6.2.2 Regiões

2.6.2.2.1 Região norte

A região norte é constituída por cinco subregiões em direção norte-sul:

Jujuy, Salta, Catamarca, Rioja e San Juan, sendo que as duas últimas formam o

Valle del Tulum. A sub-região de Salta também costuma ser denominada Salta-

Cafayate e a sub-região de Rioja compreende os distritos de Nonogasta e

Chilecito (Enciclopédia do Vinho, 2004).

A região norte produz poucos vinhos de qualidade e grande quantidade

de destilados vínicos. Os destaques são para as sub-regiões de Salta, onde se

faz o melhor vinho da uva Torrontés (uva branca muito plantada no país), e San

Juan, cujos vinhedos fornecem 18% da produção do país e faz bons vinhos das

uvas Malbec e Cabernet Sauvignon (Enciclopédia do Vinho, 2004).

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2.6.2.2.2 Região central

2.6.2.2.2.1 Mendoza

De acordo com Enciclopédia do Vinho (2004), esta é região mais

importante zona vinícola Argentina, com produção de 75% do total de vinhos do

país e 85% dos vinhos de qualidade! Possui vários distritos tais como Agrelo,

Drumond, Luján de Cuyo, Maipú, Perdriel, Rivadavia, Rodeo de La Cruz, San

Rafael e Tupungato. Deles, o mais importante é San Rafael, com seus

subdistritos de Paredes, Alto de Las Paredes e Rama Caída, que alguns

consideram uma zona vinícola à parte de Mendoza.

2.6.2.2.3 Região sul

2.6.2.2.3.1 Neuquén e Rio Negro

Seus vinhedos correspondem a apenas 5% da área cultivada no país,

mas é considerada uma região promissora, possuindo clima mais frio, semelhante

aos das melhores regiões chilenas. A região está no Alto Valle del Rio Negro e

divide-se nas sub-regiões Neuquén e Rio Negro (Enciclopédia do Vinho, 2004)

2.6.3 VINHO BRASILEIRO

Real (1981), diz que as primeiras videiras foram introduzidas no Brasil

por Martim Afonso de Souza, na Capitania de São Vicente, em 1531/1532.

Destacou-se como primeiro viticultor brasileiro, o cavaleiro Brás Cubas.

O consumidor de vinhos no Brasil se diferencia de modo geral do

consumidor de países tradicionais, onde o hábito é resultado da herança familiar,

porque ele “descobre o vinho em idade adulta”.Como explicado anteriormente,

são poucas as regiões onde se consome vinho por hábito resultante da herança

familiar. As regiões com forte influência da imigração européia mantêm a tradição

do consumo familiar, diário, do vinho menos sofisticado e de boa qualidade Lona

1997).

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O consumidor brasileiro pertence ao tipo não tradicional. Apesar de

consumir pouco, é um curioso dos assuntos relacionados ao vinho. Por essa

razão, comenta que freqüentemente está mais bem informado que consumidores

de países tradicionais, conhecedores profundos dos vinhos de sua região, mas

ignorantes em relação aos vinhos do resto mundo (Lona, 1997),

De acordo com Real (1981), o brasileiro, em geral, ainda está

aprendendo a tomar vinhos. O gaúcho, por sua vez, toma três vezes mais vinho

do que a média brasileira. Indiscutível mente, razões étnicas, além da localização

dos centros vitinícolas, propiciaram esta liderança.

2.6.3.1 EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DO VINHO NO BRASIL

Côrte Real (1981) relata que no estado do Rio Grande do Sul, a videira

foi introduzida em 1626, pelo padre Roque Gonzales, na primeira redução

jesuítica. Com a destruição das missões, desapareceu o cultivo naquela região. A

partir de então, portugueses e açorianos introduziram as castas européias no

Estado, especialmente na região de Rio Grande (ao redor do forte e da Ilha dos

Marinheiros) e nas imediações de Porto Alegre, sendo feitos registros de parreiras

em 1820 nos relatos de Saint-Hilaire e de Nicolau Dreys.

Não apenas portugueses e açorianos, mas também franceses e

alemães transferiram videiras européias para o Rio Grande do Sul, sendo pouco

conhecida a participação alemã, que precedeu a italiana em cerca de 50 anos

(Real 1981).

Mas o grande surto da viticultura rio-grandense e brasileira aconteceu

com migrações italianas, que se intensificaram a partir de 1870 - 1875. O

laborioso colono italiano, amante incondicional de um bom vinho nas refeições e

fora delas, não podia passar “um só dia sem um bom vinho”. Foi a partir de sua

chegada ao Rio Grande do Sul, que a viticultura ganhou notável impulso. (Real,

1981 e Lona, 1997).

O Brasil se situa no contexto vitivinícola mundial como um país onde,

apesar de que a uva e o vinho se instalaram na Serra Gaúcha com a imigração

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italiana em 1875, portanto há mais de um século, sua cultura pouco se irradiou

para fora dos limites geográficos do Rio Grande do Sul. Os volumes consumidos

anualmente pouco têm variado, e até hoje não se teve sucesso na tentativa de

superar os dois litros. O brasileiro consome aproximadamente 0,50 litro de vinho

fino e 1,40 litro de vinho comum. Na realidade, o Brasil que consome vinhos é o

localizado de São Paulo a Rio Grande do Sul. Nessa região se consome bem

acima da média, chegando, como é o casco do RS, a 4,5 litros anuais. Nas

regiões mais ao norte, em função principalmente da falta de hábito, do clima

tropical e da cultura da cerveja, o consumo é muito pequeno (Lona 1997).

Real (1981), comenta que a indústria vitivinícola brasileira foi uma das

que mais progrediu tecnologicamente nas últimas três décadas.No início da

década de 70, quando o vinho fino brasileiro conquista seu verdadeiro espaço no

mercado, ganha boa distribuição e melhora sua qualidade, o faz como resultado

da evolução tecnológica que trouxeram ao país os equipamentos e as instalações

mais modernas e apropriadas às necessidades locais para a elaboração de

vinhos de qualidade.

2.6.3.1.1 Classificação

A vitivinicultura brasileira evoluiu de maneira extraordinária nas duas

últimas décadas, e o Brasil produz hoje vinhos de boa qualidade. O atual

panorama vinícola brasileiro é animador e, complementando esse salto

qualitativo, a partir de setembro de 1995 o Brasil passou a ser membro da OIV

(Office International de la Vigne e du Vin ou, simplesmente, Organização

Internacional do Vinho), organismo que regula as normas internacionais de

produção do vinho, cujo cumprimento resulta, obrigatoriamente, em elevação do

padrão de nossos vinhos. Uma das normas que em breve será implantada é a

criação e implementação das Denominações de Origem Controladas (também

conhecido como DOC), como as existentes nos países europeus (Lona, 1997).

O Brasil produz bons vinhos varietais (elaborados com um tipo

predominante de uva) brancos (das uvas Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc,

etc.) e tintos (das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, etc.) e muitos deles têm

recebido prêmios em concursos internacionais sérios, a maioria deles

supervisionados pela OIV (Lona, 1997).

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É preciso, no entanto, que o consumidor brasileiro deixe de comparar

os nossos vinhos com os estrangeiros. Sem dúvida, os melhores vinhos do

mundo se originam da França, Itália, Espanha, Portugal, Chile e outros países.

Entretanto, a rigor não se pode comparar vinhos de regiões diferentes, uvas

diferentes e tipos de vinificação diferentes, que lhes conferem estilos diferentes.

Do mesmo modo, o vinho brasileiro de qualidade tem o seu estilo. Os brancos são

adequados ao nosso clima, frutados, refrescantes, para serem consumidos jovens

e já alcançaram um nível de qualidade que ultrapassa muitos vinhos brancos de

países de tradição vinícola. Os tintos já atingiram o nível de muitos vinhos

europeus jovens. (Lona, 1997, e Real, 1981)

2.6.3.1.2 As Variedades

Segundo Lona (1997), o Ministério da Agricultura classifica as uvas do

seguinte modo:

• Uvas Comuns: são as tintas e as brancas

• Uvas Viníferas: elas podem ser especiais (tintas e brancas) e as nobres

(tintas e brancas também).

De acordo com Lona (1997), as uvas comuns não são muito

apreciadas para vinho e em certos países, como a Argentina, é proibido o seu

cultivo, devido à facilidade do ataque destes tipos de uva pela filoxera.

Os principais tipos de uvas comuns são a Isabel, Concord, Seibel,

Herbeemont e Seyve Willard.

As uvas viníferas são classificadas em duas categorias que separam

as primeiras uvas introduzidas no Brasil, vindas principalmente da Itália, trazidas

pelos imigrantes, e as chegadas por meados da década de 70, na grande maioria

originárias da França, trazidas pelas vinícolas.(Real, 1981).

As uvas especiais são quase todas de origem italiana, introduzidas em

meados do século XX e depois difundidas entre os próprios agricultores ou suas

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cooperativas. As suas principais viníferas são: Barbera, Bonarda, Trebbiano,

Moscato e Malvasia (Enciclopédia do Vinho, 2004).

Real, (1981) diz que enquanto àquelas viníferas nobres, elas possuem

esta denominação pelo fato de serem potencialmente produtivas e com alto poder

vínico. Suas principais viníferas são: Riesling, Semillón, Cabernet Franc, Merlot,

Pinot Noir, Gewürztraminer, Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Sauvignon

Blanc.

2.6.3.2 Os Níveis de Qualidade dos Vinhos Brasileiros

Os vinhos brasileiros estão classificados em dois níveis de qualidade,

de acordo com a Enciclopédia do Vinho (2004):

• Vinho de Mesa - vinho inferior, elaborado a partir de variedades de uvas

comuns (Concord, Herbemont, Isabel, Seyve Willard, Niágara, etc.) de

espécies americanas (Vitis labrusca, Vitis rupestris, etc.).

• Vinho Fino de Mesa - vinho de mesa diferenciado, elaborado a partir de

variedades de uvas nobres (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot

Noir, Merlot, Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, etc.) da espécie

européia (Vitis vinifera).

2.6.3.2.1 Outras Denominações Utilizadas

• Vinho Varietal - vinho feito com uma só variedade de uva ou com o

mínimo de 60% da variedade de uva declarada no rótulo. As boas

vinícolas utilizam 100% da variedade declarada.

• Vinho de Corte (ou de Assemblage) - vinho elaborado a partir de

diferentes uvas.

• Vinho seco - vinho com teor de açúcar menor do que 5 gramas por litro.

• Vinho demi-sec - vinho com teor de açúcar entre 5-20g/l.

• Vinho suave - vinho com teor de açúcar maior do que 20g/l.

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2.6.3.3 As Regiões

Com a implantação de um sistema de irrigação eficaz, essa região

começou, há duas décadas, a produzir frutas de qualidade e uvas européias que,

através controle da irrigação, podem dar até duas safras ao ano (Lona, 1997).

2.6.3.3.1 Rio Grande do Sul

Situada nas montanhas do nordeste do estado, a região da Serra

Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se os

municípios de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi pelo volume e pela

qualidade dos vinhos que produzem, além de outros municípios com produções

de qualidade (Enciclopédia do Vinho, 2004).

Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do

estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última

apresenta o maior destaque é a sub-região de Santana do Livramento, no

extremo sul do estado (Enciclopédia do Vinho, 2004, e Lona, 1997).

2.6.3.3.1.1 Serra Gaúcha

De acordo com Enciclopédia do Vinho (2004), a região da Serra está

próxima das condições geo-climáticas dos melhores vinhedos do mundo (a faixa

ao norte ao sul do planeta, com latitude entre os paralelos trinta e cinqüenta), mas

as chuvas costumam ser excessivas, exatamente na época que antecede a

colheita, período crucial à maturação das uvas.

Hoje, as melhores vinícolas da Serra Gaúcha utilizam cepas nobres e

contam com a mais avançada tecnologia, idêntica à utilizada nos principais países

vinícolas da Europa. A qualidade de seus vinhos certamente continuará a

melhorar, pois em breve serão implantadas as primeiras Denominações de

Origem Controladas (DOC’s), do país, como conseqüência de estudos que vêm

sendo desenvolvidos há muitos anos na região (Real, 1981, e Lona, 1997).

Outros municípios da Serra Gaúcha, como Antônio Prado, Canela,

Carlos Barbosa, Farroupilha, Flores da Cunha, Guaporé, São Marcos e

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Veranópolis produzem pequenas quantidades de vinhos finos (Enciclopédia do

Vinho, 2004).

2.6.3.3.1.2 Bento Gonçalves

A Enciclopédia do Vinho (2004), comenta que na região de Bento

Gonçalves está situada grande parte das mais prestigiadas vinícolas do país.

Percorrer as linhas (linhas de demarcação das terras dos primeiros colonos) nos

arredores da cidade é uma experiência inesquecível.

Lá estão sediadas duas instituições públicas da maior importância na

pesquisa e no ensino enológicos: a Embrapa, com um excelente centro de

pesquisa, e a Escola Agrotécnica Federal Presidente Juscelino Kubitschek que

vem formando gerações de técnicos em enologia e, a partir de 1995, passou a ter

o Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, o primeiro centro de

formação de enólogos no país e um dos raros nas Américas (Real, 1981).

2.6.3.3.1.3 Garibaldi

De acordo com Lona (1997), Garibaldi é muito conhecida como a

capital do champanha, o vinho espumante brasileiro, pois lá estão sediadas várias

empresas especialistas na produção desses vinhos, alguns deles entre os

melhores do país. No entanto, algumas vinícolas, como a De Lantier e a

Chandon, produzem alguns dos melhores vinhos não espumantes do país.

2.6.3.3.2 Outras Regiões do Rio Grande do Sul

Desses municípios, merece destaque Santana do Livramento, quase

na fronteira com o Uruguai, bem próxima do início da faixa considerada ideal para

a vitivinicultura, entre os paralelos trinta e cinqüenta. Ali não existem os

problemas climáticos da Serra Gaúcha e tem se avançado na produção de uvas

européias e vinhos de qualidade. Com o bom clima local, o investimento em

tecnologia e a vontade das empresas, a região certamente passará a uma

posição de destaque no panorama vinícola nacional (Enciclopédia do Vinho,

2004).

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2.6.3.4 OUTRAS REGIÕES VITIVINÍCOLAS BRASILEIRAS

Uma pequena parte restante dos vinhos brasileiros é proveniente de

menos importantes regiões vitivinícolas situadas nos estados de Minas Gerais

(municípios de Andradas, Caldas, Poços de Caldas e Santa Rita de Caldas),

Paraná, Pernambuco (Santa Maria da Boa Vista e Santo Antão), Santa Catarina

(Urussanga) e São Paulo (Jundiaí e São Roque). No entanto, essas regiões

cultivam quase que exclusivamente uvas americanas (Isabel, Niágara, etc.) que

originam apenas vinhos de categoria inferior. Algumas vinícolas começaram a

produzir vinhos elaborados com uvas européias, mas até agora não convenceram

(Enciclopédia do Vinho, 2004).

2.6.3.4.1 O Vale do Rio São Francisco

De acordo com EMBRAPA (2003), no quadro vinícola descrito para as

regiões fora do Rio Grande do Sul, existe uma feliz exceção situada no Nordeste

brasileiro. É o promissor Vale do rio São Francisco, especialmente na cidade de

Santa Maria da Boa Vista, próxima de Petrolina e Juazeiro, na fronteira de

Pernambuco e Bahia.

Monteiro (2003), relata que quanto ao Nordeste brasileiro, temos o Vale

do São Francisco. Em questão de natureza, o Nordeste brasileiro possui várias

das condições necessárias para o cultivo de uvas: o sol (que favorece o

amadurecimento e a concentração de açúcar natural), o solo não muito rico e

grande variação de temperatura entre o dia e a noite.

O vinho possui características originais, o que tem propiciado uma

participação e crescimento no mercado brasileiro e também no internacional.

Porém, essas variações demandam inúmeros estudos agronômicos e climáticos,

visando toda uma estrutura química que confira equilíbrio de sabor e demais

qualidades aos vinhos lá produzidos (EMBRAPA, 2003).

EMBRAPA (2003), afirma que a produção de vinhos do Estado de

Pernambuco já detém 15% do mercado nacional. Somente as empresas, que se

situam no município de Lagoa Grande, produzem anualmente sete milhões de

litros de vinho fino de mesa por ano. Essas peculiaridades são possíveis graças à

observação de três situações climáticas na região (o que permitem mais de uma

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colheita por ano) e de obter safras de uvas de qualidades diferentes para produzir

tipos de vinhos com diversas características.

Destino (2003), comenta que as indústrias foram atraídas graças às

características do Vale do São Francisco, e que teve o seu início do cultivo de

uvas de mesa em 1974, e em 1978 o plantio de frutas destinadas à produção de

vinhos. Essa região de Pernambuco possui água em abundância, ótimo clima e

solo (por sua vez fértil) e mão-de-obra qualificada.

Os investimentos são oriundos de empresas estrangeiras que

produzem vinhos nas regiões viníferas da Europa – França, Itália e Portugal,

porém as empresas nacionais não ficam atrás. Com a criação do Pólo

Internacional de Vinhos Finos, prevê-se a criação de 72 Km de estrada (Estrada

da Uva e do Vinho), que margeará o Rio São Francisco e que sem dúvida

nenhuma viabilizará o escoamento da produção vitivinícola, e facilitará o acesso

aos novos empreendimentos fixados na região. (EMBRAPA, 2003),

Ainda visando aumentar o potencial do setor, nota-se o fomento do

turismo do vinho (enoturismo), que será viabilizado por meio do governo do

estado de Pernambuco, juntamente com empresários através de uma rota da uva

e do vinho que abrigue fazendas direcionadas também ao segmento turístico

(Destino, 2003)

2.6.3.4.2 Goiás no contexto vitivinícola nacional

Monteiro (2003), realça que o estado de Goiás também não fica muito

distante do crescimento da indústria vitivinícola no Brasil, de acordo com, além da

tradição no plantio de soja, milho e algodão, também pode se tornar

nacionalmente conhecido como um centro no plantio e produção de uvas. O

Vinícola Centro-Oeste colhe em 2003 sua primeira safra no município de Santa

Helena, com uma produtividade maior que a do Sul do país.

Serão aproximadamente 500 toneladas colhidas nesse primeiro

estágio, dando origem a até 600 mil litros de vinho tinto e que ainda serão

produzidos de início apenas o vinho o tipo tinto, mais popular e vendido a granel

(Monteiro, 2003)

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De acordo com Monteiro (2003), Goiás começa a descobrir a produção

de uvas, há tempos permanece a crendice de que somente na região Sul do país,

o plantio da fruta fosse possível. Tudo se iniciou com as técnicas de irrigação no

Nordeste (em especial o Vale do São Francisco) e agora atinge até regiões de

clima seco, como o do cerrado goiano.

Com o excesso de umidade, causado pela alta quantidade de chuvas

no Sul, o estado de Goiás vem demonstrando a capacidade de produzir uvas de

excelente qualidade graças ao clima seco da região. Assim como Goiás, Mato

Grosso e Mato Grosso do Sul, já despontam como potenciais produtores de uvas

de mesa (Monteiro, 2003).

Monteiro (2003), comenta que esse “desvio” de tradição no cultivo da

uva, é oriundo da possibilidade do controle das etapas por meio da irrigação

controlada, com uma menor incidência de doenças. Após análises feitas na

Embrapa, foi demonstrado que o solo goiano (da região de Santa Helena) possui

acidez menor do que à do solo do Sul e, que os níveis de açúcar da matéria-prima

são superiores, dispensando deste modo, a correção através da adição de açúcar

da cana.

2.6.3.5 A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

As bebidas alcoólicas são geralmente classificadas em dois grandes

grupos: fermentadas e destiladas, todas elas obtidas por fermentação, sendo as

últimas ou aguardentes, como diz o nome, aquelas em que o mosto fermentado

sofre algum processo de destilação (Lona, 1997).

Alguns autores, principalmente de fala anglo-saxônica, chamam de

bebidas alcoólicas só as não destiladas, reservando para as outras o nome de

espíritos (Real, 1981)

Nossa legislação faz uma classificação mista: fermentadas, por

misturas e fermento-destiladas, sendo estas últimas ainda subdivididas em

destiladas e destilo-restificadas (Brasil, 1988)

Os exemplos mencionados em cada caso, no decreto federal, são os

seguintes (Brasil, 1988).

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• Fermentadas: cerveja, vinho, jeropiga, vinho de frutas, vinhos de frutas

e outros fermentados;

• Por mistura: licor, amargo e aperitivo, aguardente composta e bebidas

mistas;

• Destiladas: aguardente de cana ou caninha, aguardente de melaço ou

cachaça, rum, uísque, arac, conhaque, graspa ou bagaceira, pisco,

aguardente de frutas, tequila e tiquira; destilo-retificadas: vodca,

genebra, gim, steinhager, aquavit e corn.

De acordo com a Seção II, das outras bebidas fermentadas, Subseção

I, das bebidas obtidas por fermentação, do Decreto n°234, de 4 de Setembro de

1997 diz, por meio de seus artigos (Brasil, 1988).

Art. 72. Fermentado de fruta é a bebida com graduação alcoólica de

quatro a quatorze por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida da

fermentação alcoólica do mosto de fruta sã, fresca e madura.

§ 1°. O fermentado de fruta pode ser adicionado de açúcares, água e

outras substãncias previstas em ato administrativo complementar, para cada tipo

de fruta.

§ 2°. Quando adicionado de dióxido de carbono, o fermentado de fruta

será denominado fermentado de fruta gaseificado.

Seção V, das análises laboratoriais e através dos artigos:

Art. 127. Nas análises laboratoriais previstas neste Regulamento serão

aplicados os métodos oficiais e as tolerâncias analíticas reconhecidos pelo

Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

Art. 128. Outros métodos de análise poderão ser utilizados na

fiscalização de bebida e sua matéria-prima, desde que reconhecidos pelo

Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

Maiores detalhes, quanto à Portaria nº 229, ela se encontra na forma

de Anexo 5.

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2.6.3.6 Das análises de vinhos

2.6.3.6.1 Exame Sensorial

Secretaria de Estado da Saúde (1976), comenta que as características

organolépticas de um determinado produto (aspecto, cor, cheiro e sabor), são

aspectos da qualidade muito importantes, pois refletem a qualidade de

processamento e dos ingredientes empregados na elaboração do produto.

A sua avaliação é feita por meio de órgãos dos sentidos e assumem,

portanto um caráter subjetivo, próprio do analista. Esta subjetividade é minimizada

pela prática e por algumas técnicas de avaliação. Um exame sensorial anormal

pode ser um resultado de uma tecnologia inadequada e/ou o uso de ingredientes

inadequados e/ou mal dosados (Oliveira, 1994).

Antes da abertura da embalagem do produto a ser analisado, deve-se

seguir as seguintes recomendações abaixo listadas, bem como das

características do produto (Oliveira, 1994).

• Aspecto: ausência de elementos estranhos à natureza do produto.

• Coloração: característica de acordo com a origem dos componentes da

matéria prima.

• Limpidez

• Presença de corpos estranhos.

• Vazamentos - o recipiente não deve apresentar vazamento.

• Estufamento (gases) - estado da embalagem.

Oliveira (1994), relata que as alterações de sabor e cheiro, são erros

oriundos de:

• Matéria-prima (uva);

• Deficiência de vinificação;

• Vasilhames em precárias condições higiênicas e,

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• Engarrafamento em más condições.

O resultado é expresso como normal ou anormal, caso o resultado for

expresso dentro da segunda opção, deve-se observar qual o fator predominante

que determinou a anormalidade.

2.6.3.6.2 Densidade a 20°C

É uma expressão física que fornece, para cada uma das substãncias, o

peso em um determinado volume. (Oliveira, 1994).

Pontos a serem salientados quanto à esta análise:

É permitido o uso de determinação da densidade por métodos

automatizados, como com o uso do densímetro digital ou processadores

acoplados as balanças com acessórios hidrostáticos, sob responsabilidade do

chefe do laboratório de que este método apresenta o mesmo grau de exatidão,

repetibilidade e reprodutibilidade do método citado acima.

A densidade do vinho é próxima a um (1), sendo que a do álcool é de

0,7943, e que o álcool diminui a densidade dos vinhos, e que os açúcares e os

extratos aumentam a densidade dois mesmos. (Oliveira, 1994).

A densidade relativa (D 20°C / 20°C) é expressa com quatro casas

decimais (Oliveira, 1994).

2.6.3.6.3 Grau Alcoólico

É um método densimétrico e, corresponde ao número de litros de

álcool etílico em 100 litros de vinho. A medida deve ser efetuada a 20°C. Para

transformar o álcool em volume, em peso, deve-se multiplicar o valor por 0,79423.

Na prática é adotado o fator 8 (Oliveira, 1994).

De acordo com Oliveira (1994), o fornecimento da porcentagem de

álcool em volume, isto é, mL de álcool em 100 mL de solução, é dada na unidade

Gay Lussac (°GL). Para a medição do grau, é necessário destilar a amostra, pois

o aparelho usado para medir o grau, foi elaborado para soluções hidroalcoólicas.

2.6.3.6.4 pH

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Oliveira, (1994), diz que o pH está relacionado com a resistência às

enfermidades dos vinhos, susceptibilidade ao turvamento por fosfato de ferro, etc.

O pH do vinho corresponde à concentração de íons de hidrogênio

dissolvidos no mesmo. O valor do pH de vinhos brasileiros, chilenos e argentinos

é variável de 3,0 até 3,6, dependendo do tipo de vinho(branco ou tinto) da espécie

da cultivar (uva) e da safra (Secretaria de Estado da Saúde, 1976),

O pH das bebidas pode ser medido com um pHmetro. Na maiorias dos

casos é suficiente um precisão de aproximadamente 0,03 unidades de pH, a qual

é dada pelos aparelhos usuais. O aparelho de maiôs uso é calibrado com duas

soluções, ou padrões de pH de quatro e sete, a 20 °C (Oliveira, 1994).

Oliveira, (1994), comenta que a solução de pH igual a quatro é

composta por uma solução de biftalato ácido de potássio, enquanto que a de sete

é feita de uma solução de fosfato dibásico de sódio dihidratado e fosfato

monobásico de potássio.

O princípio do método se baseia na diferença de potencial entre dois

eletrodos mergulhados na amostra. Um destes eletrodos tem um potencial que é

função do pH da amostra a ser analisada, o outro tem um potencial fixo,

conhecido e correspondente ao eletrodo referência (Secretaria de Estado da

Saúde, 1976).

2.6.3.6.5 Acidez Total ou Titulável

È um método titulométrico (acidimétrico), e que se fundamenta na

reação de neutralização dos ácidos com solução padronizada de álcali, até o

ponto de equivalência, empregando a fenolftaleína como indicador, ou

potenciômetro até que a solução atinja pH = 8,2 (Oliveira, 1994).

É dada pelo conjunto dos ácidos orgânicos que se encontram em

solução, em equilíbrio com seus respectivos sais ácidos. Ela é resultante dos

ácidos orgânicos, como já comentado, adicionados intencionalmente durante o

processo e daqueles resultantes de alterações químicas da bebida. Portanto, a

determinação da acidez total pode nos fornecer dados valiosos na apreciação do

processamento e dos estado de conservação da mesma (Ough, 1992).

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De acordo com Ough (1992), esta determinação é afetada pelo dióxido

de carbono dissolvido e pelo dióxido de enxofre, o ácido ascórbico e outros

compostos de caráter ácido, tais como ésteres, açúcares, entre outros..

2.6.3.6.6 Acidez Volátil

A acidez volátil consiste de ácidos graxos encontrados nas bebidas,

sendo o ácido acético o mais importante, embora também se encontrem

pequenas quantidades de ácido propiônico, butírico e valérico no caso dos vinhos.

De acordo com Ough (1992), o elaborador de vinhos necessita

conhecer a quantidade de acidez volátil presente por pelo menos três razões:

• Estar dentro dos limites legais;

• Seguir o desenvolvimento da acidez volátil durante o armazenamento e;

• Como uma medida de possível deterioração.

O princípio do método se constitui na separação dos ácidos voláteis

por arraste de vapor da água.

2.6.3.6.7 Acidez Fixa

Oliveira (1994), diz que nada mais é do que a diferença entre a acidez

total e a volátil, sendo necessário definir previamente estas últimas de forma

clara, especificada e compatível, para não dar margem a qualquer tipo de erro.

É dada pelos ácidos orgânicos que permanecem no vinho e o

conservam. São os ácidos tartárico, málico, cítrico, succínico, etc. Em maior

quantidade estão presentes no vinho, os ácidos tartárico e málico (Oliveira, 1994).

Nos vinhos elaborados a partir de uvas maduras há uma

predominância do ácido tartárico. Estes ácidos estão presentes sob a forma de

sais ácidos, enquanto que os ácidos inorgânicos sob a forma de sais neutros

(matéria mineral do vinho) (Peynaud, 1982).

2.6.3.6.8 Açúcares Totais

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Açúcares totais são aqueles que, quando aquecidos em meio alcalino

contendo alguns metais, geralmente o cobre, têm a propriedade de reduzir estes

metais. Seu princípio se baseia em submeter uma amostra de vinho para reagir

com uma solução cupro-alcalina (Oliveira, 1994).

Os açúcares redutores reagem com os íons cúpricos da solução de

Fehling, reduzindo-se a íons cuprosos, sob a ação do calor em meio alcalino. Ao

reagir com os íons cúpricos, o açúcar sofre oxidação, enquanto que o cobre é

reduzido formando-se um precipitado vermelho de óxido cuproso (Ough, 1992).

2.6.3.6.9 Matérias Corantes Artificais (cromatografia)

De acordo com Oliveira (1994), baseia-se na extração e fixação em lã

do corante presente na amostra, solubilização, separação e identificação através

de cromatografia ascendente em papel.

2.6.3.6.10 Sulfatos

Oliveira (1994), comenta que é um método semi-quantitativo que

baseia-se na precipitação do íon sulfato por meio de uma solução de

concentração conhecida de cloreto de bário. Permite determinar se o teor de

sulfato é maior ou menor que um valor determinado.

A sua porcentagem é variável dentro de certos limites (solo, métodos

de vinificação etc) aproximando-se de 1g por litro. O tratamento do mosto pelo

gás sulfuroso provoca a sua formação e podem colocar o vinho fora dos PIQ’s

que prevê um limite máximo de 1 grama por litro de sulfatos (Oliveira, 1994).

2.6.3.6.11 Cloretos

Seu teor é muito variável, normalmente inferior a 5 g/L. Os vinhos

obtidos de vinhedos situados mais próximos do mar apresentam teores mais

elevados. O teor de cloretos nos vinhos pode aumentar em função de colagens

realizadas ou também devido à adição de ácido clorídrico, que não é permitida.

(Oliveira, 1994).

2.6.3.6.12 Extrato Seco Total

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O extrato seco total do vinho corresponde ao peso do resíduo seco

obtido após a evaporação dos compostos voláteis. Representa, portanto, a soma

das substãncias que em determinadas condições físicas não se volatilizam. Essas

condições devem ser estabelecidas de modo que esses compostos tenham uma

alteração mínima. Entre os principais grupos que compõem o extrato seco total se

encontram-se os ácidos fixos, sais orgânicos e minerais, poliálcoois, compostos

fenólicos, compostos nitrogenados, açúcares e polissacarídeos (Rizzon, 1995).

2.6.3.6.13 Extrato Seco Reduzido

O extrato seco reduzido é obtido pelo valor do extrato seco total

diminuído dos açúcares totais que excedem 1 g/l, do sulfato de potássio que

exceda 1 g/l, do manitol se existir e de todas as substâncias químicas

eventualmente adicionadas ao vinho (Oliveira, 1994).

2.6.3.6.14 Relação Álcool/Extrato

Essa relação é o quociente do álcool em peso pelo extrato seco

reduzido. Esta relação é fixada nos PIQ’s para cada tipo de vinho (Oliveira, 1994).

Quando existe o desdobro do vinho com água, a concentração do

extrato seco reduzido diminui e conseqüentemente aumenta a relação. (Oliveira,

1994).

2.7 CAMPO DE ESTÁGIO

O LABV, órgão autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, para análises de produtos de origem vegetal, é um órgão ligado à

DFA (Delegacia Federal de Agricultura) no estado de Goiás. Ele se situa na

rodovia BR-153, Km 3,5, Setor Jaó, na cidade de Goiânia-GO.

2.7.1 ATIVIDADES PRINCIPAIS DESENVOLVIDAS PELO LABV

O laboratório possui o papel de realizar as análises físico-químicas dos

produtos de origem vegetal, que são coletados em todo o país, bem como

aqueles importados. Análises são feitas com a finalidade de se fiscalizar a

adequação destes produtos com as leis, regulamentos e portarias que regem este

setor no Brasil.

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3 PARTE EXPERIMENTAL

Este trabalho foi realizado no período de 23 de abril até o dia 11 de

maio do ano de 2004. Os experimentos foram feitos no LABV, laboratório oficial

para análises em produtos de origem vegetal do Ministério da Agricultura e do

Abastecimento – MAPA, que se situa na cidade de Goiânia.

3.1 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1.1 AMOSTRAGEM

Os experimentos forma feitos de acordo com as normas do LANARV

(1986), sendo que a amostragem adotada foi de quintuplicata, para amostras de

uma espécie de uva, do tipo Cabernet Sauvignon, seguindo deste modo para as

três amostras dos diferentes países adotados para a comparação físico-química

do trabalho.

3.1.2 ANÁLISE SENSORIAL

Baseia-se na observação visual, olfativa e degustativa das

características organolépticas de um produto (aspecto, cor, odor e sabor) e

refletem a qualidade do processamento e dos ingredientes utilizados na

elaboração do mesmo.

3.1.2.1 Procedimento

Antes da abertura da embalagem da amostra, deve-se observar:

• Aspecto: ausência de elementos estranhos à natureza do produto.

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• Coloração: característica com a origem dos componentes da matéria

prima.

• Limpidez

• Presença de corpos estranhos.

• Vazamentos - o recipiente não deve apresentar vazamento.

• Estufamento (gases) - estado da embalagem.

No ato de abertura da embalagem, verificar:

• Imediatamente: o odor e a presença de gases (adicionados

propositadamente ou devido a alguma anormalidade).

• Por degustação: possível alteração de sabor.

• Para eliminar interferentes (álcool, acidez e outros), submeter a amostra

à ebulição moderada e, se necessário, prosseguir a ebulição até a

obtenção de um resíduo. Dissolver com um pouco de água e realizar a

degustação.

3.1.2.2 Expressão do Resultado:

É expresso como NORMAL ou ANORMAL e, se o resultado for dentro

da segunda opção observar o fator que determinou a anormalidade no espaço de

observações do laudo analítico.

3.1.3 DENSIDADE RELATIVA A 20°C

3.1.3.1 Material Empregado:

• Densímetro Digital KEM DA-300;

• Aparelho de Ultra-som (eliminação do gás das amostras);

• Seringas de 20mL.

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3.1.3.2 Procedimento

A amostra deve ser injetada no aparelho, com o auxílio de uma seringa

de 20 mL, e a partir disto o densímetro fornece o resultado da densidade da

amostra. Porém, antes de injetar a bebida, emprega-se a água para a calibração

do mesmo.

Se as bebidas possuírem quantidades notáveis de dióxido de carbono,

expulsar a maior quantidade possível submetendo ao aparelho de ultra-som, que

por agitação, esta quantidade de gás será eliminada por meio das ondas do

aparelho.

3.1.3.3 Expressão do Resultado:

A densidade relativa (D 20°C / 20°C) é expressa com quatro casas

decimais.

3.1.4 GRAU ALCOÓLICO

3.1.4.1 Material e Reagentes Empregados:

• Aparelho de destilação Gibertini (destilador Eletrônico Enoquímico);

• Balão Volumétrico de 100 mL;

• Termômetro;

• Anti-espumante;

• Óxido de Cálcio (12%);

• Banho-Maria;

3.1.4.2 Procedimento:

As amostras devem ser colocadas em banho-maria, até o alcance de

20°C. Ao chegar a este valor, as mesmas devem ser repassadas para os balões

de 100mL e acertados até o menisco. Após isto submete as mesmas à destilação.

O óxido de cálcio atua como auxiliar na destilação e o silicone como anti-

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espumante da amostra. A destilação deve ser feita até o alcance de

aproximadamente ¾ da capacidade inicial do balão volumétrico empregado.

Após isto, o balão deve ser resfriado, mergulhando-o em água com

gelo, e completando o volume, à mesma temperatura inicial, com água destilada e

sempre buscar a homogeneização. A densidade é determinada pelo método

oficial e a leitura é feita na tabela que segue em forma de anexo 01.

Portanto, com o valor da densidade, obtida na análise anterior consigo

chegar ao grau alcoólico da bebida, com o auxílio da tabela, ilustrada em forma

de anexo 01.

3.1.4.3 Expressão do Resultado

O grau alcoólico é expresso em °GL (Gay Lussac), e o com o auxílio do

Anexo 1.

3.1.5 pH

3.1.5.1 Material e Reagentes empregados:

• pHmetro digital (Digimed);

• Padrões de pH de valor 4,00 e 7,00 para a calibração do aparelho.

3.1.5.2 Procedimento

Os padrões devem ser previamente retirados da geladeira e

permanecerem à temperatura ambiente até o alcance da mesma temperatura. O

aparelho é calibrado com ambos os padrões. A calibração efetua-se a 20 °C,

seguindo as indicações fornecidas pelo aparelho utilizado, com as soluções

tampão de pH 7,00 e 4,00 a 20 °C.

Após isto, deve-se verificar os valores do pH de cada uma das

amostras, sendo que, a cada troca de amostra, devo lavar os eletrodos de forma

que não permaneçam traços, o que pode influenciar no resultado das demais

amostras. A lavagem dos mesmos deve ser feita com água destilada, e secadas

com papel higiênico também limpo. Tal limpeza deve ser repetida a cada troca de

amostra.

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3.1.5.3 Expressão dos resultados:

Os resultados são expressos em duas casas decimais.

3.1.6 ACIDEZ TOTAL OU TITULÁVEL;

3.1.6.1 Materiais e Reagentes Empregados:

• Bureta de 10mL;

• Pipeta volumétrica de 10 mL;

• pHmetro digital;

• Agitador magnético;

• Solução de Hidróxido de Sódio (0,1N)

3.1.6.2 Procedimento:

Primeiramente, devem ser pipetados 10mL da amostra com o auxílio

de uma pipeta volumétrica, onde o líquido deve ser escorrido ao máximo, de

forma a se evitar as perdas da amostra nas paredes da pipeta. Adicionam-se 100

mL de água destilada a este béquer (contendo a amostra – 10 mL e 100 mL de

água). Após isto, deve ser titulado com hidróxido de sódio, 0,1N, até o alcance de

um pH de valor 8,2, que é o ponto de viragem da fenolftaleína, sendo que esta

análise é recomendada pela AOAC e pela American Society of Enologist, que nos

dá um ponto de referência para o alcance do resultado satisfatório.

3.1.6.3 Expressão do Resultado:

A acidez total é expressa em meq /L, através da seguinte fórmula:

Acidez total (meq/L) = n x N x 1000 V

Onde:

n= volume da solução de hidróxido de sódio gastos na titulação em mL.

N = normalidade da solução de hidróxido de sódio

(1)

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p = massa da amostra em grama.

V = volume da amostra em mL

3.1.7 ACIDEZ VOLÁTIL

3.1.7.1 Materiais e Reagentes Empregados:

• Aparelho de Destilação Gibertini;

• Pipeta de 20 mL;

• Balão volumétrico;

• Erlenmeyer de 205 mL para destilador;

• Solução de Hidróxido (0,1N);

3.1.7.2 Procedimento:

Deve ser pipetado, com a pipeta de 20 mL, a amostra e, colocada na

câmara de destilação do aparelho. Esta levada à destilação, e com o auxílio do

destilador são arrastados os ácidos voláteis. Na saída do aparelho, é recolhida a

quantidade para a titulação com hidróxido de sódio a 0,1 N.

A titulação deve ser feita em uma bureta de 10 mL, onde procede-se

até o alcance de uma cor rósea clara, com isto deve-se anotar a quantidade de

NaOH gasta.

3.1.7.3 Expressão do Resultado: Acidez volátil (g ácido acético/100 g ou 100 mL) = 0,6 (n1 – n2 – n3)

p 10 20

Onde:

• p = massa da amostra em grama.

(2)

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3.1.8 ACIDEZ FIXA

A acidez fixa nada mais é do que a diferença entre a acidez total e a

acidez volátil.

3.1.8.1 Expressão do Resultado:

Acidez Fixa (meq /L da amostra)= Acidez total – acidez volátil (meq / L da amostra)

3.1.9 AÇÚCARES TOTAIS

3.1.9.1 Materiais e Reagentes Empregados:

• Funis; Balão volumétrico de 100 mL;

• Bureta de 25mL;

• Erlenmeyers de 250 mL;

• Pipetas volumétricas de 10 e 5mL;

• Papel de filtro;

• Chapa aquecedora;

• Banho Maria (fervente);

• Papel indicador de pH;

• Solução de Fehling A e B;

• Solução padrão de glicose 0,5 %(recém preparada);

• Solução de azul de metileno 1%;

• Solução de acetato de chumbo neutro a 20%;

(3)

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3.1.9.2 Procedimento:

Deve-se pipetar 50 mL da amostra desalcoolizada (para amostras com

alto teor de açúcares tomar alíquotas menores) em um balão volumétrico de 100

mL, e completar o volume com água destilada.

Se necessário, efetuar clarificação como segue: pipetar 50 mL da

amostra desalcoolizada em um balão de 100 mL alto teor de açúcares, adicionar

2 mL da solução de acetato neutro de chumbo (volume maior para produtos com

alto teor de matérias corantes). Adicionar aproximadamente 0,5 g de carvão ativo

(evitar excesso, pois poderá adsorver parte dos açúcares). Agitar bem e deixar

em repouso por 10 minutos. Completar o volume com água destilada. Filtrar o

conteúdo do balão volumétrico sobre 0,4 g de fosfato monoácido de sódio (ou

0,4g de oxalato de sódio) por mililitro de solução de acetato neutro de chumbo

utilizado, num erlenmeyer de 250 mL (a solução apresentará sedimentos em

poucos minutos, deixando o líquido sobrenadante claro). Adicionar um pouco

mais de fosfato (ou oxalato) para assegurar a completa precipitação do acetato de

chumbo. Filtrar novamente, se necessário.

Transferir 50 mL da amostra assim preparada para um balão

volumétrico de 100 mL, adicionar 1 mL de ácido clorídrico concentrado e levar ao

banho-maria, de modo que a solução mantenha uma temperatura entre 67 a 70

ºC por 15 minutos. Esfriar à temperatura ambiente, neutralizar com hidróxido de

sódio 5 N, usando papel de tornassol como indicador, e completar o volume com

água destilada.

Titulação do branco:

Em erlenmeyer de 250 mL, adiciona-se 20 mL de solução de Soxhlet

(10 mL de Felhing A + 10 mL de Felhing B), 50 mL de água destilada e uma certa

quantidade da solução padrão de glicose. Levar o frasco ao aquecimento, de

modo que entre em ebulição dentro de 4 minutos. Iniciada a ebulição, adicionar 3

gotas de azul metileno. Decorrido um minuto do inicio da fervura, proceder a

titulação até o desaparecimento da coloração azul. Repetir a operação até que os

resultados em duplicata sejam iguais.

3.1.9.2.1 Titulação da amostra:

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3.1.9.2.1.1 Prévia

Em erlenmeyer de 250 mL, adicionar 20 mL da solução de Soxhlet, 40

mL de água destilada e 10 mL da amostra preparada. Levar o frasco ao

aquecimento, de modo que entre em ebulição dentro de 4 minutos. Iniciada a

ebulição, titular com solução de glicose até o desaparecimento da coloração azul

do sulfato de cobre. Adicionar 2 gotas de azul de metileno, após 1 minuto,

continuar a titulação até o desaparecimento da coloração azul.

3.1.9.2.1.2 Titulação

Em erlenmeyer de 250 mL, adicionar 20 mL da solução de Soxhlet, 40

mL de água destilada e 10 mL da amostra preparada. Levar o frasco ao

aquecimento, de modo que entre em ebulição dentro de 4 minutos, e

imediatamente transferir uma quantidade inferior àquela em que foi empregada

para a titulação da prévia, de glicose. Iniciada a fervura, adicionar 2 gotas de azul

de metileno. Após 1 minuto, continuar a titulação até o desaparecimento do azul

da solução, gastando no final da titulação aproximadamente o mesmo tempo

gasto na determinação do branco. Repetir a operação até que os resultados em

duplicata sejam iguais.

3.1.9.3 Expressão do Resultado:

Para expressar açúcares totais em glicose, emprega-se a fórmula:

AT em glicose g/ L = (b - a) x 5 x f1 x f2

V Onde:

• f1 = fator que envolve todas as diluições (desde a tomada da alíquota

inicial até amostra preparada para a titulação dos AR) e as grandezas

de massa ou volume usadas na tomada da amostra.

• f2 = fator de conversão para expressão dos resultados.

• (em glicose f2 = 1 e em sacarose f2 = 0,96)

• a = número de mL da solução de glicose gastos na titulação da

amostra.

(4)

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• b = número de mL da solução de glicose gastos na titulação do

branco.

• V = volume da amostra preparada usado na titulação, em mL.

OBS.: Os resultados são expressos em g/L

3.1.9.3.1 Precauções Analíticas:

• Tempo de titulação não deverá ultrapassar 2 minutos, marcados

a partir da adição da solução indicadora de azul de metileno.

• Durante a titulação, manter a ponta da bureta 1 cm a 2 cm acima

do erlenmeyer.

• Solução de Soxhlet é a mistura das soluções A e B de Fehling

em partes iguais.

3.1.10 MATÉRIAS CORANTES ARTIFICAIS

3.1.10.1 Materiais e Reagentes Empregados:

• Chapa aquecedora

• Banho-maria

• Ácido tartárico a 10%

• Hidróxido de amônio p.a.

• Béquer de 50mL

• Proveta de 100 mL

• Pipeta graduada de 5 e 10 mL

• Bastão de vidro

• Pinça

• Cuba cromatográfica

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• Lã natural: desengordurada

3.1.10.2 Procedimento

Deve-se tomar uma quantidade de aproximadamente 200 mL da

amostra, acidificando-a com 1 mL de ácido tartárico, mais um pedaço de lã

desengordurada. Submete-se a amostra, já em um béquer por aproximadamente

15 minutos em uma chapa aquecedora, e logo após retira-se, e lava-se a lã em

água corrente.

Após isto transfere-se a lã para um frasco contendo aproximadamente

100 mL de água e 2mL de ácido tartárico. Aquece por dois minutos e lava

novamente a lã desengordurada em água corrente. Deve-se repetir esta operação

até que a água de lavagem esteja incolor. Transfere-se a lã para um béquer

pequeno, contendo três gotas de hidróxido de amônio, e aproximadamente 10 mL

de água. Aquece-se por cinco minutos para a solubilização do corante presente,

onde, quando a lã já tiver perdido boa parte do corante, retira-se a mesma,

deixando somente a parte líquida na chapa aquecedora. Aguarda até o

desaparecimento da maior parte do corante, deixando sempre uma parte líquida

para a identificação cromatográfica.

A identificação é feita com os seguintes materiais e reagentes abaixo

listados:

• Cuba cromatográfica e acessórios;

• Placa cromatográfica;

• Papel para cromatografia;

• Capilares.

Recomenda-se aplicar os padrões e o extrato obtido no papel

cromatográfico a 3 cm da base do papel Whatman distanciados 3 cm entre si.

Seca-se com ar quente ou à temperatura ambiente.

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O papel deve ser colocado em cuba cromatográfica previamente

saturada com a fase móvel (um dos solventes abaixo relacionados), deixar até

separação dos corantes. Compara-se a cor a partir do corante padrão com o

corante correspondente da amostra (que foi extraída).

3.1.10.2.1 Solventes empregados na fase móvel:

• Nº 01 - 1 mL de hidróxido de amônio p.a. + 99 mL de água.

• Nº 02 - Cloreto de sódio a 2,5% aquoso.

• Nº 03 - Cloreto de Sódio a 2% em álcool etílico a 50%.

• Nº 04 - 50 mL de n-butanol + 25 mL de etanol + 10 mL de ácido

acético p.a. + 25 mL de água destilada.

• Nº 05 - 50 mL de n-butanol + 25 mL de etanol + 10 mL de hidróxido de

amônio p.a. 25 mL de água destilada.

• Nº 06 - 100 mL de hidróxido de amônio a 5% v/v + 2 g de citrato de

sódio.

• Nº 07 - 80 g de fenol + 20 g de água destilada.

• Nº 08 - 100 mL de isopropanol + 100 mL de hidróxido de amônio

concentrado + 10 mL de água destilada.

• Nº 09 - Nitrato de potássio aquoso saturado.

• Nº 10 - Ácido cítrico a 2%.

• Nº 11 - 40 mL de ciclohexano + 100 mL de éter etílico.

• Nº 12 - 60 mL de iso octano + 20 mL de acetona + 20 mL de éter etílico.

• Nº 13 - 40 mL de éter de petróleo + 60 mL de acetona.

• Nº 14 - 50 mL de éter de petróleo + 35 mL de benzeno + 10 mL de

clorofórmio + 10 mL de acetona.

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De modo geral, o reagente mais usado, dentre estes listados acima, é

a fase 5.

3.1.10.2.2 Precauções Analíticas:

Nos casos em que ocorrer desvios devido à presença de algum

interferente, proceder através de uma das seguintes formas:

• Recortar (papel) a mancha, preparar uma pequena solução e tornar a

submetê-lo à cromatografia.

• Aplicar o corante extraído da amostra, o padrão e uma mistura (na

mesma proporção) de corante + padrão. Desenvolver o cromatrograma

com o mesmo solvente. Repetir a técnica usando outro solvente.

3.1.10.3 Expressão do Resultado:

A presença de corantes artificiais deve ser interpretada pela coloração,

onde a lã apresente corantes artificiais ácidos, a lã estará na forma colorida.

A identificação dos corantes é interpretada pela comparação da cor.

Os vinhos não podem apresentar corantes artificiais em sua

composição, de acordo com a Legislação vigente em nosso país.

3.1.11 SULFATOS

3.1.11.1 Materiais e Reagentes Empregados:

• Tubos de ensaio;

• Pipeta volumétrica de 10 mL;

• Pipetas graduadas de 1, 5 e 10 mL;

• Banho-maria à 100ºC

• Funil de vidro;

• Papel de filtro Whatman;

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• Licor de Marty: 2,804g BaCl2.2H2O + 10 mL HCl, diluídos a 1000 mL

com água destilada (1 mL dessa solução precipita uma quantidade de

íons sulfato equivalente a 2 mg de sulfato ).

• Solução de cloreto de bário a 10 %(m/V)

• Solução de ácido sulfúrico 1 N

3.1.11.2 Procedimento:

Pipeta-se 10 mL da amostra em um tubo de ensaio e aquece em banho

maria por trinta minutos, para a eliminação do ácido acético. Adiciona-se ao tubo,

5 mL do Licor de Marty, agita-se e leva ao banho por mais 5 minutos, resfria e

filtra. Divide-se o líquido filtrado de cada tubo em dois outros tubos idênticos, em

partes iguais. A partir deste momento adiciona-se em um dos tubos 1 mL da

solução de cloreto de bário e 10%, e outro, 1 mL de solução de ácido sulfúrico 1

N.

3.1.11.3 Expressão do Resultado:

O julgamento de cada um dos tubos deve ser procedido de acordo com

o Anexo 2.

3.1.12 CLORETOS

3.1.12.1 Materiais e Reagentes Empregados

• Tubos de ensaio;

• Cronômetro;

• Béquer de 250 mL;

• Pipetas de 5,0 mL;

• Chapa aquecedora;

• Estante para tubos de ensaio;

• Papel de filtro Whatmann 42;

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• Funis;

• Ácido clorhídrico concentrado;

• Nitrato de prata – 0,1N

3.1.12.2 Procedimento

Pipeta-se 50 mL da amostra sem gás, submetendo a mesma a uma

chapa aquecedora até alcançar a fervura de seu conteúdo, alcançando esta,

adiciona-se 2 mL de ácido nítrico e retoma-se a fervura. O ácido nítrico possui a

função de eliminar os interferentes que podem atuar como um cloreto,

comprometendo a observação do resultado do experimento. A fervura deve ser

conduzida por dois minutos, após a adição do ácido, retirando a amostra para

esfriar à temperatura ambiente.

Com o conteúdo frio, adiciona-se 1,7 mL de nitrato de prata a 0,1 N

(AgNO3). Após isto submeto as amostras à filtragem com papel de filtro

Whatmann 42, em tubos de ensaio. Foram adotados dois tubos de ensaio para

cada amostra, pois a partir deste filtrado haverá a separação, em partes iguais,

para cada tubo. Em um deles deve-se adicionar três gotas de ácido clorídrico, e

em outro, três gotas de nitrato de prata 0,1 N.

3.1.12.3 Expressão do Resultado

O julgamento de cada um dos tubos deve ser procedido de acordo com

o Anexo 4.

3.1.13 EXTRATO SECO TOTAL

3.1.13.1 Procedimento:

A densidade relativa (d 20º C/20º C) da amostra desalcoolizada (dr ) é

dada pela fórmula de Tabarié:

dr = dv - da + 1,000

onde:

(5)

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• dr = densidade da amostra de vinho sem álcool a 20º C

• dv = densidade relativa da amostra a 20º C

• da = densidade relativa do destilado alcoólico a 20º C

OBS.: Antes de fazer cálculo acima, a densidade do vinho deve ser

corrigida em função da acidez volátil segundo a fórmula:

dv= dv a 20ºC – (0,0000086 x a)

Sendo a = acidez volátil em meq/L

3.1.13.2 Expressão dos Resultados

Partindo da densidade dr da amostra desalcoolizada, utiliza-se a Tabela

3 (que se encontra na forma de Anexo 3) a fim de obter o peso do extrato seco

total em gramas por litros.

A massa do extrato seco total é expresso em gramas por litro (g/L),

com uma decimal.

3.1.14 EXTRATO SECO REDUZIDO

3.1.14.1 Expressão do Resultado

O extrato seco reduzido é dado pela seguinte fórmula:

ESR (g/L) = ES – ( AT – 1) – (S -1)

Onde :

• ES= extrato seco total, em g/L,

• AT= açúcares totais, em g/L,

(7)

(6)

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74

• S= sulfatos, em g/L ( quando os teores de sulfato forem

menores que 1,0 g/L, desprezar o termo (S – 1)).

3.1.15 RELAÇÃO ÁLCOOL/EXTRATO

3.1.15.1 Procedimento:

A relação álcool em peso (extrato seco reduzido) é determinada pela

seguinte fórmula:

%vol. x 8 ESR

Onde:

• % vol.= Grau alcoólico real

• ESR= Extrato seco reduzido em g/L

(8)

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A composição do vinho tinto de mesa seco deve observar os limites

fixados pelo MAPA como descrito no quadro 1.

Quadro 1 - Padrões do MAPA para vinhos segundo Portaria 229 de 25 /10/1988

Parâmetros Limites admitidos UnidadesExame sensorial conforme as características de cada

produto -

Grau Alcoólico Real 10 a 13 GL a 20°C °GL Acidez total min: 40 e max: 130 meq/L

Acidez volátil max: 20,0 meq/L Acidez fixa - meq/L

Corante somente o natural da uva - Açúcares Totais conforme as características de cada

produto g/L

Densidade conforme as características de cada produto

Sulfatos max: 1,2 expresso em sulfato de potássio

g/L

Extrato Seco Total Extrato Seco Reduzido

Cloretos máx:1,0 expresso em cloreto de sódio g/L pH conforme as características do produto -

Relação álcool/extrato seco reduzido

vinhos tintos:4,7; brancos: 6,5; rosados :6,0

g/L

Fonte : (Brasil, 1988)

Após as análises realizadas no LABV, chegou-se aos seguintes

resultados listados na tabela 1.

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Tabela 1 – Resultados das análises sensoriais e físico-químicas de vinhos chilenos, argentino e brasileiro

Vinhos

Análises Chileno Argentino Brasileiro

Exame Sensorial Característico Característico Característico

Grau Alcoólico Real (ºGL) 12,3 12,3 11,7

Acidez Total 75,0 74,8 71,2

Acidez Volátil 15,8 15,9 26,6

Acidez Fixa 59,2 58,3 44,6

Corante ND* ND* ND*

Açúcares Totais 3,2 3,3 4,1

Densidade 0,9948 0,9946 0,9954

Sulfatos <1,0 <1,0 <1,0

Extrato Seco Total 28,4 28,3 28,1

Extrato Seco Reduzido 26,2 26,0 25,0

Cloreto <0,2 <0,2 <0,2

pH 3,40 3,45 3,67

Relação Álcool/Extrato 3,8 3,7 3,7

*: Presente apenas corante natural, da matéria-prima, não apresentando corantes

artificiais em sua composição.

Salienta-se que os resultados são referentes a uma amostra do produto

para cada país, e que por meio da comparação dos resultados da tabela 1 com o

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quadro 1 verifica-se que os produtos analisados se encontram dentro dos padrões

brasileiros, apresentando características bem próximas. Porém, alguns pontos

devem ser salientados.

Nos vinhos argentinos e chilenos, as diferenças foram muito pequenas,

este fato pode ser oriundo das características do clima, do tipo de solo, espécie

de uva e tecnologia empregada serem similares. As diferenças passam a ser

notadas quando de uma comparação de ambos com a amostra nacional.No vinho

brasileiro, a diferença encontrada em relação aos argentinos e chilenos

provavelmente sejam devidas à chaptalização, que consiste em uma prática

baseada na adição ao mosto de açúcares não provenientes da uva, quando esta

se apresenta pobre em açúcares naturais, permitida apenas em alguns países,

onde é prevista no Brasil pela Portaria 229 de 25/10 de 1988 do MAPA ( Anexo

5).

O Brasil adota na grande maioria das vezes, esta adição, o que

influencia de forma direta sobre os valores das análises, como exemplo no teor de

açúcares totais e na elevação da densidade, atuando de forma marcante nas

características do produto final.

Outros fatores que elevam do teor de açúcar total são a não utilização

de leveduras selecionadas e adequadas e a falta de controle da fermentação

através da temperatura e densidade. Porém, é bom salientar que os valores se

enquadram perfeitamente aos exigidos por lei, que é um valor de até 5,0 g/L de

glicose.

Para a os valores de acidez (fixa, volátil e total), as características do

solo, tecnologia, clima e os seres vivos atuam como influenciadores. Está prevista

na lei brasileira (Anexo 5), a autorização da adição de ácidos, com a finalidade de

melhorar os constituintes naturais do vinho. Tal prática também é seguida pelo

Regulamento Vitivinícola do Mercosul, de 1996 (Anexo 6).

Hoje, as melhores vinícolas da Serra Gaúcha utilizam cepas nobres e

contam com a mais avançada tecnologia, idêntica à utilizada nos principais países

vinícolas da Europa. A qualidade de seus vinhos certamente continuará a

melhorar, pois em breve serão implantadas as primeiras Denominações de

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Origem Controladas (DOC’s), do país, como conseqüência de estudos que vêm

sendo desenvolvidos há muitos anos na região. Por enquanto, nossas uvas não

se apresentam em igualdade de qualidade como as argentinas e chilenas,

enquanto isso evolui a cada dia para padrões excelentes de qualidade de matéria-

prima.

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5 CONCLUSÕES

Pelo fato de terem sido analisados produtores oriundos de um único

produtor, os resultados sugerem que os vinhos chilenos e argentinos se

assemelham na maior parte dos resultados, enquanto que o brasileiro se difere de

ambos.

No Brasil é autorizado pela Portaria 229, de 25 de outubro de 1988, a

adição de açúcar, ao mosto da uva, bem como de ácidos, com a finalidade de

melhorar os constituintes naturais do vinho, tal prática também é autorizada pelo

Regulamento Vitivinícola do Mercosul, de 1996. Ambas autorizações visam

fornecer ao produto novas características de sabor, bem como de suas

características físico-químicas.

Portanto, as diferenças básicas na caracterização físico-química dos

vinhos argentinos, chilenos e brasileiros, estão influenciadas pelo fato das

diferenças de tecnologia, (devido à chaptalização), do brasileiro além tipo de solo

em que é plantado (sua composição), o clima, e o tipo de safra em que esta uva

foi plantada e colhida. Deve-se salientar que tais diferenças são oriundas do tipo

de solo, espécie de uva, safra, condições climáticas, os seres vivos que interagem

com o cultivo da planta e o principal, a tecnologia empregada na sua fabricação.

Sem dúvida, os melhores vinhos do mundo se originam da França,

Itália, Espanha, Portugal, Chile e outros países. Entretanto, a rigor não se pode

comparar vinhos de regiões diferentes, uvas diferentes e tipos de vinificação

diferentes, que lhes conferem estilos diferentes, mas mesmo assim o vinho

nacional demonstrou que não estamos muito distantes da qualidade dos melhores

vinhos do mundo. Aliando tecnologias às características do Brasil, com certeza o

mercado vitivinícola nacional irá despontar assim como os países mais

tradicionais..

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ANEXOS ANEXO 1 – Quadro 2,- densidade 20/20 x Grau alcoólico ANEXO 2 - Esquema representando os possíveis resultados para a análise de sulfatos ANEXO 3 - Quadro 3, para o cálculo do teor de extrato seco total (g/l) ANEXO 4 - Esquema representando os possíveis resultados para a análise de cloretos ANEXO 5 – Portaria nº 229, de 25 de outubro de 1988, que aprova as normas referentes à Complementação dos Padrões de Identidade e Qualidade do Vinho.

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ANEXO 1: ,- DENSIDADE 20/20 X GRAU ALCOÓLICO Quadro 1 Valor comparativo de densidade 20/20 x Grau alcoólico Densidade

20/20

Grau Alcoólico

Densidade 20/20 Grau Alcoólico

Densidade 20/20

Grau Alcoólico

1,00000 0,0 0,99057 6,7 0,98251 13,4 0,99985 0,1 0,99045 6,8 0,98239 13,5 0,99970 0,2 0,99032 6,9 0,98227 13,6 0,99955 0,3 0,99020 7,0 0,98216 13,7 0,99939 0,4 0,99007 7,1 0,98204 13,8 0,99924 0,5 0,98994 7,2 0,98193 13,9 0,99910 0,6 0,98981 7,3 0,98182 14,0 0,99895 0,7 0,98968 7,4 0,98171 14,1 0,99880 0,8 0,98956 7,5 0,98159 14,2 0,99866 0,9 0,98944 7,6 0,98148 14,3 0,99851 1,0 0,98931 7,7 0,98137 14,4 0,99836 1,1 0,98919 7,8 0,98126 14,5 0,99821 1,2 0,98906 7,9 0,98115 14,6 0,99807 1,3 0,98893 8,0 0,98103 14,7 0,99792 1,4 0,98881 8,1 0,98092 14,8 0,99777 1,5 0,98869 8,2 0,98081 14,9 0,99763 1,6 0,98857 8,3 0,98070 15,0 0,99748 1,7 0,98845 8,4 0,98058 15,1 0,99733 1,8 0,98833 8,5 0,98047 15,2 0,99719 1,9 0,98820 8,6 0,98036 15,3 0,99704 2,0 0,98807 8,7 0,98025 15,4 0,99689 2,1 0,98794 8,8 0,98014 15,5 0,99675 2,2 0,98782 8,9 0,98003 15,6 0,99661 2,3 0,98770 9,0 0,97992 15,7 0,99645 2,4 0,98758 9,1 0,97981 15,8 0,99632 2,5 0,98746 9,2 0,97970 15,9 0,99618 2,6 0,98734 9,3 0,97959 16,0 0,99603 2,7 0,98722 9,4 0,97948 16,1 0,99589 2,8 0,98710 9,5 0,97937 16,2 0,99574 2,9 0,98698 9,6 0,97926 16,3 0,99560 3,0 0,98686 9,7 0,97915 16,4 0,99546 3,1 0,98674 9,8 0,97905 16,5 0,99531 3,2 0,98662 9,9 0,97894 16,6 0,99517 3,3 0,98650 10,0 0,97883 16,7 0,99503 3,4 0,98637 10,1 0,97872 16,8 0,99489 3,5 0,98626 10,2 0,97862 16,9 0,99475 3,6 0,98614 10,3 0,97851 17,0 0,99461 3,7 0,98602 10,4 0,97840 17,1 0,99447 3,8 0,98590 10,5 0,97829 17,2 0,99433 3,9 0,98578 10,6 0,97818 17,3

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Densidade 20/20°

Grau Alcoólico

Densidade 20/20°

Grau Alcoólico

Densidade 20/20°

Grau Alcoólico

0,99419 4,0 0,98566 10,7 0,97807 17,4 0,99405 4,1 0,98554 10,8 0,97797 17,5 0,99391 4,2 0,98542 10,9 0,97786 17,6 0,99377 4,3 0,98530 11,0 0,97775 17,7 0,99363 4,4 0,98518 11,1 0,97764 17,8 0,99349 4,5 0,98506 11,2 0,97754 17,9 0,99336 4,6 0,98494 11,3 0,97743 18,0 0,99322 4,7 0,98482 11,4 0,97732 18,1 0,99308 4,8 0,98470 11,5 0,97721 18,2 0,99295 4,9 0,98459 11,6 0,97711 18,3 0,99281 5,0 0,98447 11,7 0,97700 18,4 0,99268 5,1 0,98435 11,8 0,97690 18,5 0,99255 5,2 0,98424 11,9 0,97679 18,6 0,99241 5,3 0,98412 12,0 0,97668 18,7 0,99228 5,4 0,98400 12,1 0,97657 18,8 0,99215 5,5 0,98388 12,2 0,97646 18,9 0,99201 5,6 0,98377 12,3 0,97636 19,0 0,99188 5,7 0,98365 12,4 0,97626 19,1 0,99174 5,8 0,98354 12,5 0,97616 19,2 0,99161 5,9 0,98342 12,6 0,97605 19,3 0,99148 6,0 0,98330 12,7 0,97595 19,4 0,99135 6,1 0,98318 12,8 0,97584 19,5 0,99122 6,2 0,98307 12,9 0,97574 19,6 0,99109 6,3 0,98296 13,0 0,97563 19,7 0,99096 6,4 0,98285 13,1 0,97553 19,8 0,99083 6,5 0,98274 13,2 0,97542 19,9 0,99070 6,6 0,98263 13,3 0,97531 20,0 0,97521 20,1 0,96766 26,9 0,95927 33,6 0,97511 20,2 0,96754 27,0 0,95914 33,7 0,97500 20,3 0,96742 27,1 0,95900 33,8 0,97489 20,4 0,96730 27,2 0,95887 33,9 0,97478 20,5 0,96719 27,3 0,95873 34,0 0,97467 20,6 0,96707 27,4 0,95859 34,1 0,97456 20,7 0,96695 27,5 0,95845 34,2 0,97445 20,8 0,96683 27,6 0,95830 34,3 0,97435 20,9 0,96671 27,7 0,95816 34,4 0,97424 21,0 0,96660 27,8 0,95802 34,5 0,97414 21,1 0,96648 27,9 0,95788 34,6 0,97404 21,2 0,96636 28,0 0,95774 34,7 0,97393 21,3 0,96624 28,1 0,95759 34,8 0,97382 21,4 0,96612 28,2 0,95745 34,9 0,97371 21,5 0,96601 28,3 0,95731 35,0

- - - - - -

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Densidade 20/20°

Grau Alcoólico

Densidade 20/20°

Grau Alcoólico

Densidade 20/20°

Grau Alcoólico

0,97350 21,7 0,96576 28,5 0,95702 35,2 0,97339 21,8 0,96565 28,6 0,95688 35,3 0,97328 21,9 0,96553 28,7 0,95673 35,4 0,97317 22,0 0,96541 28,8 0,95659 35,5 0,97306 22,1 0,96529 28,9 0,95645 35,6 0,97295 22,2 0,96517 29,0 0,95930 35,7 0,97285 22,3 0,96505 29,1 0,95916 35,8 0,97274 22,4 0,96493 29,2 0,95601 35,9 0,97263 22,5 0,96480 29,3 0,95587 36,0 0,97252 22,6 0,96468 29,4 0,95572 36,1 0,97241 22,7 0,96456 29,5 0,95558 36,2 0,97230 22,8 0,96444 29,6 0,95543 36,3 0,97219 22,9 0,96432 29,7 0,95528 36,4 0,97208 23,0 0,96419 29,8 0,95513 36,5 0,97197 23,1 0,96407 29,9 0,95499 36,6 0,97185 23,2 0,96395 30,0 0,95484 36,7 0,97174 23,3 0,96383 30,1 0,95469 36,8 0,97163 23,4 0,96370 30,2 0,95455 36,9 0,97152 23,5 0,96357 30,3 0,95440 37,0 0,97141 23,6 0,96345 30,4 0,95425 37,1 0,97130 23,7 0,96333 30,5 0,95410 37,2 0,97118 23,8 0,96320 30,6 0,95394 37,3 0,97107 23,9 0,96308 30,7 0,95379 37,4 0,97096 24,0 0,96295 30,8 0,95364 37,5 0,97084 24,1 0,96283 30,9 0,95349 37,6 0,97073 24,2 0,96270 31,0 0,95334 37,7 0,97062 24,3 0,96257 31,1 0,95318 37,8 0,97051 24,4 0,96244 31,2 0,95303 37,9

Esta tabela é internacional e publicada pela Organização Internacional

de Metrologia Legal em 1972 na sua Recomendação n° 22 e é adotada pela OIV

e CEE.

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ANEXO 2 - ESQUEMA REPRESENTANDO OS POSSÍVEIS RESULTADOS PARA A ANÁLISE DE SULFATOS TUBOS K2SO4 ( g/L ) turvo com H2SO4 menos de 0,7 a límpido com BaCl2 A límpido com H2SO4 mais de 0,7 a’ turvo com BaCl2 turvo com H2SO4 menos de 1,0 b límpido com BaCl2 B b’ límpido com H2SO4 mais de 1,0 turvo com BaCl2 turvo com H2SO4 menos de 1,5 c límpido com BaCl2 C límpido com H2SO4 mais de 1,5 c’ turvo com BaCl2

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ANEXO 3: QUADRO 3, PARA O CÁLCULO DO TEOR DE EXTRATO SECO TOTAL (G/L)

3º decimal da densidade Densidade com 2 decimais 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Gramas de extrato por litro

1,00 0 2,6 5,1 7,7 10,3 12,9 15,4 18,0 20,6 23,2 1,01 25,8 28,4 31,0 33,6 36,2 38,8 41,3 43,9 46,5 49,1 1,02 51,7 54,3 56,9 59,5 62,1 64,7 67,3 69,9 72,5 75,1 1,03 77,7 80,3 82,9 85,5 88,1 90,7 93,3 95,9 98,5 101,1 1,04 103,

7 106,3 109,0 111,6 114,2 116,8 119,4 122,0 124,6 127,2

1,05 129,8

132,4 135,0 137,6 140,3 142,9 145,5 148,1 150,7 153,3

1,06 155,9

158,6 161,2 163,8 166,4 169,0 171,6 174,3 176,9 179,5

1,07 182,1

184,8 187,4 190,0 192,6 195,2 197,8 200,5 203,1 205,8

1,08 208,4

211,0 213,6 216,2 218,9 221,5 224,1 226,8 229,4 232,0

1,09 234,7

237,3 239,9 242,5 245,2 247,8 250,4 253,1 255,7 258,4

1,10 261,0

263,6 266,3 268,9 271,5 274,2 276,8 279,5 282,1 284,8

1,11 287,4

290,0 292,7 295,3 298,0 300,6 303,3 305,9 308,6 311,2

1,12 313,9

316,5 319,2 321,8 324,5 327,1 329,8 332,4 335,1 337,8

1,13 340,4

343,0 345,7 348,3 351,0 353,7 356,3 359,0 361,6 364,3

1,14 366,9

369,6 372,3 375,0 377,6 380,3 382,9 385,6 388,3 390,9

1,15 393,6

396,2 398,9 401,6 404,3 406,9 409,6 412,3 415,0 417,6

1,16 420,3

423,0 425,7 428,3 431,0 433,7 436,4 439,0 441,7 444,4

1,17 447,1

449,8 452,4 455,2 457,8 460,5 463,2 465,9 468,6 471,3

1,18 473,9

476,6 479,3 482,0 484,7 487,4 490,1 492,8 495,5 498,2

1,19 500,9

503,5 506,2 508,9 511,6 514,3 517,0 519,7 522,4 525,1

1,20 527,8

- - - - - - - - -

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Tabela Intercalar

4ºdecimal da

densidade

Gramas de extrato

p/litro

4ºdecimal da

densidade

Gramas de extrato

p/litro

4º decimal da

densidade

Gramas de extrato

p/litro 1 0,3 4 1,0 7 1,8 2 0,5 5 1,3 8 2,1 3 0,8 6 1,6 9 2,3

Quadro 3 - Tabela de Plato, Allgemeine Verwaltungsvorschrift für die

Untersuchung von Wein und ähnlichen alkoholischen Erzeugnissen sowie von

Fruchtsäften, abr. 1960, Bundesanzeiger Nr. 86 vom 5, maio 1960.

Ref.: Recueil des méthodes Internationales d’ analyse dos vins et des

moûts, Paris, O.I.V, jun.1990 ed., 85-89.

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ANEXO 4: ESQUEMA REPRESENTANDO OS POSSÍVEIS RESULTADOS PARA A ANÁLISE DE CLORETOS

TUBOS Cloreto(g/L) turvo com HCl menos de 0,2 a límpido com AgNO3 A límpido com HCl a’ turvo com AgNO3 maior que 0,2

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ANEXO 5 – PORTARIA Nº 229, DE 25 DE OUTUBRO DE 1988, QUE APROVA AS NORMAS REFERENTES À COMPLEMENTAÇÃO DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO VINHO

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. - GABINETE DO MINISTRO. PORTARIA NO 229, DE 25 de outubro de 1988,

PUBLICADA NO D.O.U. DE 31/10/88.

O Ministro de Estado da Agricultura, no uso de suas atribuições e considerando o disposto no artigo 2o, item III e no artigo 15 do Decreto no 73.267, de 06 de dezembro de 1973, que regulamenta a Lei no 5.823, de 13 de novembro de 1972, RESOLVE:

I - Aprovar a Norma referente à “Complementação dos Padrões de Identidade e Qualidade do Vinho”, que com esta baixa.

II - As Normas a que se refere o item anterior, incidirão tão somente sobre as safras do ano de 1989 e seguintes;

III - Revogar a Portaria no 84 de 25 de abril de 1988 e publicada no D.O.U. de maio de 1988.

IV- Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ÍRIS REZENDE MACHADO(Ministro da Agricultura)

COMPLEMENTAÇÃO DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO VINHO.

01 - OBJETO:

Esta norma tem por objetivo complementar os padrões de Identidade e Qualidade do vinho.

02 - DESCRIÇÃO:

2.1 - Definição - Vinho é exclusivamente a bebida resultante da fermentação alcoólica completa ou parcial da uva fresca, esmagada ou não, ou do mosto simples ou virgem, com um conteúdo de álcool adquirido mínimo de 7%(V/V a 20o C.)

2.2 - Classes de Vinho - Vinho de Mesa; Vinho Leve; Vinho Fino ou VCP (Vinho de Qualidade Preferencial); Vinho Espumante; Vinho Frisante; Vinho Gaseificado; Vinho Licoroso e Vinho Composto.

2.3 - Tipos de Vinho - Vinho Tinto; Vinho Rosado ou Rosé e Vinho Branco.

03 - VINHO DE MESA: PADRÕES DE IDENTIDADE.

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3.1 - Designação

3.1.1 - Vinho de Mesa - É o vinho com graduação alcoólica de 8,6 a 14% em volume, podendo conter 1(uma) atmosfera de pressão a 20o C.

3.1.1.1 - Vinho de Mesa de Viníferas - É o vinho elaborado exclusivamente com uvas de variedades Vitis Viníferas.

3.1.1.2 - Vinho de Mesa de Americanas - É o vinho elaborado exclusivamente com uvas de variedades Vitis Americanas e ou híbridas.

3.1.2 - Vinho Frisante - É o vinho com graduação alcoólica de 7 a 14% em volume, com um conteúdo de anidrido carbônico de 1,1 até 2 atmosferas de pressão a 20o C., natural ou gaseificado.

3.1.3 - Vinho Gaseificado - É o vinho resultante da introdução de anidrido carbônico puro por qualquer processo, devendo apresentar uma graduação alcoólica de 7 a 14% em volume e uma pressão compreendida entre 2,1 e 3,9 atmosferas a 20o C.

3.1.4 - Vinhos Espumantes Naturais - São os vinhos nos quais o anidrido carbônico é resultante da fermentação em recipientes fechados e com pressão mínima de 4(quatro) atmosferas a 20º C.

3.1.4.1 - Espumante ou Espumoso Natural (Champanha) - É o vinho espumante no qual o anidrido carbônico é resultante de uma segunda fermentação alcoólica do vinho na garrafa (método champenoise/tradicional) ou em grandes recipientes (método charmat) com uma pressão mínima de 4(quatro) atmosferas a 20º C. e uma graduação alcoólica de 10 a 13% em volume a 20º C.

3.1.4.2 - Moscato Espumante ou Moscatel Espumante - É o vinho espumante no qual o anidrido carbônico é resultante da fermentação em recipiente fechado do mosto ou mosto conservado de uva Moscatel ou Moscato, com uma pressão mínima de 4(quatro) atmosferas a 20º C. com graduação alcoólica de 7 a 10% em volume e um remanescente mínimo de açúcar natural de 20 gramas por litro.

3.1.5 - Vinho Licoroso - É o vinho com graduação alcoólica natural ou adquirida de 14 a 18% em volume sendo permitido uso de álcool etílico, mosto concentrado, caramelo, mistela simples, açúcar e caramelo de uva.

3.1.6 - Vinho Composto - É o vinho de graduação alcoólica de 14 a 20% em volume, obtido pela adição ao vinho de macerados ou concentrados de plantas amargas ou aromáticas, substâncias de origem animal ou mineral, álcool etílico, açúcar, caramelo e mistelas simples. Deverá conter no mínimo 70% de vinho. O vinho composto se classifica em:

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92

3.1.6.1 - Vermute - É o vinho composto que contiver Artemisia s§ predominante entre seus componentes aromáticos, com adição de macerados ou concentrados de plantas amargas ou aromáticas.

3.1.6.2 - Quinado - É o vinho composto que contenha Quina(Chinchona ou seus híbridos).

3.1.6.3 - Composto com jurubeba - é o vinho composto que contem jurubeba(Solanium paniculatum).

3.1.6.4 - Composto com Ferroquina - É o vinho composto que contém citrato de ferro amoniacal e quinino.

3.1.7 - Vinhos Finos - São os vinhos com graduação alcoólica de 8,6 a 14% em volume, proveniente exclusivamente de variedades “Vitis Vinífera”, pertencentes ao GRUPO I(Viníferas Nobres) da tabela de preços mínimos da CONAB, elaborados mediante processos tecnológicos adequados que assegurem a qualidade de suas características sensoriais dos grupos.

3.1.8 - Vinhos Leves - São os vinhos com graduação alcoólica de 7 a 8,5% em volume, obtido exclusivamente pela fermentação dos açúcares naturais da uva, produzido durante a vindima, na região produtora, podendo ser de Viníferas ou de Americanas ou híbridas, desde que identificadas na rotulagem.

PADRÕES DE IDENTIDADE

3.2 - Ingredientes:

3.2.1 - Básicos - Uvas frescas, sãs e maduras.

3.2.2 - Opcionais - Sacarose e ou mosto de uva para adoçamento.

3.3 - Composição: Os vinhos deverão observar os limites a seguir, fixados:

Parãmetros Máximo Mínimo Álcool etílico, em graus G.L., a 20ºC 14,0 7,0 Acidez total em meq/l 130,0 55,0 Acidez volátil(corrigida), em meq/l 20,0 Sulfatos totais, em sulfato de potássio, em g/l 1,0

Anidrido Sulfuroso total, em g/l 0,25 Cloretos totais, em cloreto de sódio, emg/l 0,20

Cinzas em g/l, para os Vinhos:

Rosados e Brancos 1,0

Tintos 1,5

Relação álcool em peso-extrato seco

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93

reduzido para:

Vinhos de mesa de americanas

tintos 4,8

rosados 6,0

brancos 6,5

Vinhos de mesa de variedades Viníferas e ou Vinhos Finos

tintos 5,2

rosados 6,5

brancos 6,7

Álcool metílico, em g/l. 0,35

3.4 - Quanto ao teor de açúcares totais, calculado em g/l de glicose:

3.4.1 - OS VINHOS, O VINHO LEVE E O VINHO FRISANTE serão designados de:

Nomenclatura Máximo Mínimo Seco 4,0 Meio-Seco ou Demi-Sec 25,0 4,1 Doce ou Suave 80,0 25,1

3.4.2 - Os vinhos ESPUMANTES OU GASEIFICADOS são classificados de:

Nomenclatura Máximo Mínimo Nature 03 Extra-brut 08 3,1 Brut 15 8,1 Sec ou Seco 20 15,1 Demi-Sec; Meio-Doce; Meio-Seco 60 20,1 Doce 80 60,1

3.4.3 - Os vinhos LICOROSOS são classificados de:

Nomenclatura Máximo Mínimo Seco ou Dry 20 Doce 80 20,1

3.4.4 - Os vinhos COMPOSTOS são classificados de:

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Nomenclatura Máximo Mínimo Seco 40 Meio-Seco, Meio-Doce 80 40,1 Doce 100 80,1

3.5 - Critérios de Qualidade:

3.5.1 - O vinho não poderá apresentar alterações nas suas características organolépticas normais.

3.5.2 - Será proibida a comercialização do vinhos atacados por enoxidases, microorganismos e outros agentes que provoquem turvações e transformações nas suas propriedades biológicas, tais como azedias e outras alterações, exceto para destilação.

3.5.3 - O vinho e mosto não poderão apresentar substâncias ou produtos estranhos aos seus constituintes naturais, salvo os previstos nestes padrões.

3.5.4 - O rendimento do mosto, em relação à matéria-prima uva, após a separação da borra, não poderá ser superior a 80%.

3.5.6 - Será proibido adicionar ao mosto destinado à vinificação, qualquer produto que não conste das respectivas práticas enológicas lícitas.

3.6 - Práticas Enológicas Lícitas:

3.6.1 - Para Melhorar os Constituintes Naturais do Vinho:

3.6.1.1 - Adição de ácido tatárico, metatartárico, cítrico, lático, ascórbico(e seus sais), sórbico(e seus sais), anidrido carbônico, anidrido sulfuroso(e seus sais), carbonato de cálcio, tartarato neutro de potássio e carbonato de potássio.

3.6.1.2 - Tratamento pelo frio e calor.

3.6.1.3 - Emprego de leveduras, carvão ativo, goma arábica e cinzas.

3.6.1.4 - Emprego de nitrogênio anidrido carbônico, para conservação do vinho.

3.6.1.5 - Adoçamento com sacarose.

3.6.1.6 - Adoçamento com mosto de uva, apenas na zona de produção.

3.6.1.7 - Mistura de dois ou mais vinhos provenientes de qualquer safra.

3.6.1.8 - Emprego de clarificantes inertes que não transmitam ao vinho sabores ou aromas estranhos e não deixem resíduos tóxicos.

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3.6.1.9 - O emprego de ferrocianeto de potássio (colagem azul), desde que o estabelecimento possua técnico devidamente qualificado e credenciado pelo Ministério da Agricultura.

3.6.1.9.1 - Controle da colagem azul - o estabelecimento que efetuar a colagem azul deverá manter um livro de registro dos tratamentos efetuados com os seguintes dados: nome do técnico responsável por cada tratamento, data do tratamento, volume e identificação do vinho tratado, quantidade de ferrocianeto de potássio utilizada e testes no vinho tratado indicativos da presença de ferro (positivo) e ferrocianeto (negativo).

3.6.2 - Para Mosto Somente na Zona de Produção:

3.6.2.1 - Emprego de enzimas.

3.6.2.2 - Correção com mosto concentrado, álcool vínico e/ou sacarose.

3.6.2.3 - Adição de ácidos cítrico, ascórbico, tartárico e lático.

3.6.2.4 - Emprego de fosfato, carbonato e bicarbonato de amônia, carbonato de cálcio, anidrido sulfuroso (e seus sais), carbonato, bicarbonato e tartarato neutro de potássio, sulfato de amônia e composto vitamínico.

3.6.2.5 - Tratamento pelo frio e calor.

3.6.2.6 - Uso de leveduras.

3.6.2.7 - Emprego de clarificantes inertes que não transmitam ao mosto sabores e aromas estranhos e não deixem resíduos tóxicos.

3.6.2.8 - Uso de carvão ativo.

3.6.3 - Para Estabelecimentos com Atividade de Estandarizador:

3.6.3.1 - Filtração.

3.6.3.2 - Colagem, excluindo-se a azul.

3.6.3.3 - Emprego de anidrido sulfuroso, ácido ascórbico, ácido sórbico e seus sais.

3.6.2.4 - Pasteurização.

3.6.3.5 - Corte de vinhos de procedências diversas.

3.6.3.6 - Suavização ou adoçamento dos vinhos, mediante adição de sacarose.

04 - VINHO ESPUMANTE - PADRÕES DE IDENTIDADE.

4.1 - Designação:

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4.1.1 - Vinho espumante natural é o vinho cujo anidrido carbônico é resultante unicamente da sua própria fermentação alcoólica natural.

4.1.2 - Champanha (champanhe) é o vinho espumante cujo anidrido carbônico seja resultante de uma segunda fermentação alcoólica do vinho, em garrafa ou grande recipiente, com graduação alcoólica de 10(dez) a 13 o G.L.(treze graus Gay Lussac) a 20o C.(vinte graus centígrados) e a pressão mínima de 03(três) atmosferas a 10o C.(dez graus centígrados).

4.1.3 - Vinho Moscatel Espumante (Processo Asti) ou Vinho Moscato Espumante é o vinho com graduação alcoólica de 07(sete) a 10 °G.L.(dez graus Gay Lussac) a 20o C.(vinte graus Centígrados), resultante de uma única fermentação alcoólica do mosto de uva de variedade Moscatel(Moscato) em garrafa ou autoclave, devendo apresentar a 10o C(dez graus centígrados) uma pressão mínima de 02(duas) atmosferas.

4.1.4 - Quanto ao teor de açúcares totais calculados em g/l(gramas por litro) de glicose, o champanha será designado de:

Máximo Mínimo Bruto(Brut) 15,0 Extra Seco ou Seco 20,0 15,1 Meio Seco ou Meio doce(Demi Sec) 60,0 20,1 Doce 60,1

PADRÕES DE QUALIDADE.

4.2 - Ingredientes:

4.2.1 - Básicos - Mosto e/ou vinho proveniente de variedades Vitis Vinífera.

4.2.2 - Opcionais - Sacarose e/ou mosto de uva para adoçamento; Licor de expedição elaborado unicamente de substâncias naturais.

4.3 - Composição - Para o vinho espumante natural a composição é a mesma exigida para o vinho de mesa, excetuando-se a relação “álcool em peso/extrato seco reduzido”.

4.4 - Critérios de Qualidade - Serão os mesmos fixados para o vinho de mesa.

4.5 - Práticas Enológicas Lícitas.

4.5.1 - Será permitido o uso de mosto dessulfitado de uva Moscatel para a elaboração, do Vinho Espumante Natural.

4.5.2 - Emprego de nitrogênio na composição isobárica, por ocasião do engarrafamento do vinho espumante natural.

4.5.3 - Serão permitidas todas as práticas enológicas previstas para o vinho de mesa, excetuando-se o item 3.5.1.4.

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05 - VINHO ESPUMANTE GASEIFICADO - PADRÕES DE IDENTIDADE.

5.1 - Designação:

5.1.1 - Vinho espumante gaseificado é o vinho resultante da introdução de anidrido carbônico puro, por qualquer processo, devendo apresentar graduação alcoólica de 10(dez) a 12,5o G.L.(doze graus e meio Gay Lussac) a 20o C.(vinte graus centígrados) e pressão máxima de 03(três) atmosferas e mínima de 1,6(um e seis décimos) atmosferas a 10o C.(dez graus centígrados).

5.1.2 - Quanto ao teor de açúcares totais, calculado em g/l(gramas por litro) de glicose, o vinho espumante gaseificado será designado de:

Máximo Mínimo Seco 20,0 Meio Doce ou Meio Seco 60,0 20,1 Doce 60,1

PADRÕES DE QUALIDADE.

5.2 - Ingredientes:

5.2.1 - Básicos - Vinho de Mesa; Anidrido Carbônico Puro.

5.2.2 - Opcionais - Sacarose e/ou mostos de uva para adoçamento.

5.3 - Composição - Para vinho espumante gaseificado, a composição é a mesma exigida para o vinho de mesa, exceto as características ou constantes analíticas especificamente previstas.

5.4 - Critérios de Qualidade - Serão os mesmos fixados para o vinho de mesa.

5.5 - Prática Enológica Lícita.

5.5.1 - Emprego de anidrido carbônico ou nitrogênio na compensação isobárica por ocasião do engarrafamento dos vinhos espumantes gaseificados.

06 - VINHO LICOROSO - PADRÕES DE IDENTIDADE.

6.1 - Designação:

6.1.1 - Vinho Licoroso é o vinho doce ou seco com graduação alcoólica de 14(quatorze) a 18o dezoito graus Gay Lussac) a 20o C.(vinte graus centígrados), adicionado ou não de álcool etílico potável, mosto concentrado, caramelo e sacarose.

6.1.2 - Quanto ao teor de açúcar, calculado em g/l(gramas por litro) de glicose, o vinho licoroso será designado de:

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Máximo Mínimo Seco 20,0 Doce 20,1

PADRÕES DE QUALIDADE.

6.2 - Ingredientes:

6.2.1 - Básicos - Uvas frescas, sãs, maduras e/ou vinho de mesa.

6.2.2 - Opcionais - Álcool etílico potável; Sacarose e/ou mosto concentrado; Caramelo de uva, de açúcar ou de milho.

6.3 - Composição - O vinho licoroso deverá observar os limites a seguir fixados: Máximo Mínimo Álcool etílico, em graus G.L. a 20ºC 18,0 14,0 Acidez Total, em meq/l 120,0 50,0 Acidez fixa, em meq/l 30,0 Acidez Volátil(corrigida), em meq/l 20,0 Sulfatos totais, em sulfato de potássio em g/l 1,0 Anidrido Sulfuroso Total, em g/l 0,35 Cloretos totais, em cloreto de sódio, em g/l 0,20 Cinzas em g/l

para tintos 1,2

para brancos 1,0 Extrato seco reduzido em g/l

para tintos 14,0

para brancos e rosados 12,0 Álcool metílico, em g/l. 0,35 6.4 - Critérios de Qualidade - Serão os mesmos fixados para o vinho de mesa, exceto o item 3.4.5.

07 - VINHO COMPOSTO - PADRÕES DE IDENTIDADE. 6.5 - Práticas Enológicas Lícitas

6.5.1 - No processo de elaboração deste vinho é permitido adicionar, em qualquer momento, em conjunto ou separadamente, qualquer dos seguintes produtos: sacarose, mosto concentrado, mistela, xarope de uva, caramelo e álcool etílico potável, até o máximo de 10%(dez por cento) sobre o volume final do produto.

6.5.2 - Coloração do vinho licoroso pelo caramelo de uva, de açúcar ou de milho. Para efeito deste item, considera-se caramelo de uva o mosto de uva cozido com maior grau de caramelização.

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7.1 - Designação - Vinho composto é o vinho aromatizado pela adição de concentrado, macerados, e/ou destilados de plantas amargas ou aromáticas, com graduação alcoólica de 15(quinze) a 20 °G.L.(vinte graus Gay Lussac), a 20o C.(vinte graus centígrados).

7.2 - Classificação - O vinho composto classifica-se em:

7.2.1 - Vermute, o que contiver losna (Artemísia absinthun, L.) predominantemente entre os seus constituintes aromáticos.

7.2.2 - Quinado, o que contiver quina(Chinchona e seus híbridos).

7.2.3 - Gemado, o que contiver gema de ovo.

7.2.4 - Vinho Composto com jurubeba.

7.2.5 - Vinho Composto com ferroquina.

7.2.6 - Outros.

7.2.7 - Quanto ao teor de açúcar total, calculado em g/l(gramas por litro) de glicose, classificam-se em:

Máximo Mínimo Seco 40,0 Meio Doce 80,0 40,1 Doce 80,1

PADRÕES DE QUALIDADE.

7.3 - Ingredientes:

7.3.1 - Básicos - Vinho de Mesa; Álcool etílico potável; Concentrado, macerados e/ou destilados de plantas amargas ou aromáticas.

7.3.2 - Opcionais - Sacarose e/ou mosto de uva para adoçamento; Caramelo de uva, de açúcar ou de milho.

7.4 - Composição - O Vinho Composto deverá obedecer os limites a seguir fixados:

Máximo

Mínimo

Álcool etílico, em graus G.L. a 20ºC 20,0 15,0 Acidez Total, em meq/l

- tintos 50,0

- brancos e rosados 40,0

Acidez fixa, em meq/l

- tintos 40,0

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- brancos e rosados 30,0

Acidez Volátil(corrigida), em meq/l 20,0 Sulfatos totais, em sulfato de potássioem g/l 1,0

Anidrido Sulfuroso Total, em g/l 0,35 Cloretos totais, em cloreto de sódio, emg/l 0,20

Extrato seco reduzido em g/l

- tintos 12,0

- brancos e rosados 9,0

Álcool metílico, em g/l. 0,35 Cinzas em g/l. 1,0

7.5 - Critérios de Qualidade.

7.5.1 - Os vinhos considerados “Base” para elaboração do Vinho Composto deverão obedecer as características fixadas para o vinho de mesa.

7.5.2 - O vinho composto deverá conter um mínimo de 70% V/V(setenta por cento em volume) de vinho de mesa.

7.5.3 - A adição de álcool etílico potável, expressa em álcool anidro, não poderá ser superior a 60%(sessenta por cento) da graduação alcoólica do vinho composto.

7.5.4 - O vinho quinado deverá possuir um teor mínimo de 06(seis) e no máximo de 10 mg (dez miligramas) de quinino por 100ml (cem mililitros) do produto, calculado em sulfato de quinino.

7.6 - Práticas Enológicas Lícitas.

7.6.1 - Corte entre vinhos e mistela simples, respeitado o mínimo de 70%(setenta por cento) de vinho de mesa.

7.6.2 - Refrigeração, filtração, pasteurização e colagem.

7.6.3 - Descoramento e desodorização dos vinhos com carvão ativo purificado e isento de substâncias nocivas.

7.6.4 - Coloração pela adição de caramelo de uva, de açúcar ou de milho e urzela.

08 - ADITIVOS E COADJUVANTES DA TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO.

Poderão ser utilizados os aprovados pêlos presentes padrões e em legislação específica.

09 - COADJUVANTES

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9.1 - Defensivos Agrícolas - Os resíduos de defensivos remanescentes no vinho só poderão resultar daqueles autorizados na cultura da uva, observados os limites estabelecidos pela legislação específica.

10 - HIGIENE

10.1 - Os estabelecimentos que elaboram vinho deverão apresentar as condições higiênicas fixadas nas normas sanitárias em vigor.

10.2 - O vinho não poderá conter substâncias tóxicas, elaboradas por microorganismos, em quantidade que possa tornar-se perigosa para a saúde humana.

11 - PESOS E MEDIDAS - Será observada a legislação federal específica.

12 - ROTULAGEM

12.1 - Deverão ser observadas as normas estabelecidas pelo Decreto no 73.267, de 06 de dezembro de 1973 e a legislação complementar.(veja anexo 1 na página 15)

12.2 - Será obrigatório declarar, no rótulo dos vinhos, a designação quanto ao teor de açúcares totais, em dimensões mínimas iguais à metade do maior termo gráfico usado na expressão “Vinho”.

12.3 - No rótulo dos vinhos poderá ser declarado o ano da safra desde que esta declaração possa ser comprovada pelo órgão fiscalizador.

12.4 - O vinho frisante deverá trazer no rótulo a palavra “Frisante” nas mesmas dimensões da expressão “Vinho”.

12.5 - O vinho espumante gaseificado deverá trazer no rótulo a palavra “Gaseificado” na mesma cor e dimensões mínimas iguais à metade do maior termo gráfico usado na expressão “Vinho”.

12.6 - O vinho espumante natural poderá trazer no rótulo o método empregado na sua elaboração.

12.7 - No rótulo dos vinho somente serão permitidas as indicações de origem geográfica ou de processo tecnológico que correspondam a verdadeira procedência da uva ou do vinho.

12.8 - Os vinhos tipo “rosado” ou “bruto” poderão também ser designados de “rose” ou “brut”, respectivamente.

13 - AMOSTRAGEM E MÉTODOS DE ANÁLISE

13.1 - Os métodos oficiais de amostragem são os estabelecidos pelo Decreto no 73.267, de 06 de dezembro de 1973.

13.2 - Os métodos oficiais de análise são os estabelecidos em Atos Administrativos do Ministério da Agricultura.

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14 - DISPOSIÇÕES GERAIS

14.1 - É proibida a comercialização de todo e qualquer resíduo resultante da elaboração, conservação e tratamento de vinhos, salvo quando efetuada por estabelecimento vinícola previamente autorizado pelo Ministério da Agricultura.

14.2 - As Práticas Enológicas Lícitas previstas na elaboração de vinho, item 3.5 são comuns a todas as classes de vinho, observadas as especificamente previstas para cada classe.

14.3 - As dúvidas suscitadas serão resolvidas pelo Secretário Nacional de Defesa Agropecuária (SNDA) do Ministério da Agricultura.

ÍRIS REZENDE MACHADO (Ministro da Agricultura)

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ANEXO 6 REGIMENTO VITIVINÍCOLA DO MERCOSUL DE 1996 CAPITULO I

OBJETO Y ÁMBITO DE APLICACIÓN

1.1. Todos los productos vitivinícolas que circulen en el MERCOSUR, deberán cumplir con las estipulaciones establecidas en el presente Reglamento, y con las características analíticas de la región del Estado Parte productor.

1.2. El presente Reglamento solamente regirá a los efectos de armonizar las legislaciones y condiciones bajo las cuales circularán los productos vitivinícolas de los Estados Partes. Las legislaciones vitivinícolas de cada país mantendrán su plena vigencia dentro de los mismos de modo de preservar su identidad vitivinícola en el marco del MERCOSUR.

1.3. Todas las estipulaciones del presente Reglamento vitivinícola regirán también para los productos provenientes de otras regiones o países que ingresen a cualquiera de los Estados Partes.

1.4. Los Estados Partes armonizarán sus legislaciones básicamente en función de los convenios, principios normativos y recomendaciones de la O.I.V. (Organización Internacional Vitivinícola).-

CAPITULO II

DEFINICIONES DE PRODUCTOS

2.1. VINO

Vino es exclusivamente la bebida que resulta, de la fermentación alcohólica completa o parcial de la uva fresca, estrujada o no, o del mosto simple o virgen, con un contenido de alcohol adquirido mínimo de 7% (v/v a 20º C).

2.2- CLASIFICACIÓN DE LOS VINOS:

Los vinos se clasificarán:

2.2.1- En relación a su clase:

De mesa LivianoFino o V.C.P. (Vino de Calidad Preferente) Espumante Frisante Gasificado Licoroso Compuesto

2.2.1.1 - VINO DE MESA Es el vino con contenido alcohólico de 8.6% a 14,0% en volumen pudiendo contener hasta 1 atmósfera de presión a 20ºC.

2.2.1.2 VINO LIVIANO

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Es el vino con contenido alcohólico de 7.0% a 8,5% en volumen, obtenido exclusivamente por la fermentación de los azúcares naturales de la uva, producido durante la vendimia en la región productora.

2.2.1.3 VINO FINO o V.C.P. (Vino de Calidad Preferente)

Es el vino con contenido alcohólico de 8.6% a 14.0% en volumen proveniente exclusivamente de variedades Vitis vinífera exceptuadas Criolla Grande y Cereza, elaborado mediante procesos tecnológicos adecuados que aseguren la optimización de sus características sensoriales.

2.2.1.3.1 - En la República Oriental del Uruguay el vino fino se denominará Vino de Calidad Preferente (V.C.P.)

2.2.1.4 VINOS ESPUMANTES NATURALES

Son los vinos cuyo anhídrido carbónico proviene de la fermentación en recipientes errados y con presión mínima de 4 atmósferas a 20ºC.

2.2.1.4.1 ESPUMANTE O ESPUMOSO NATURAL

Es el vino cuyo anhídrido carbónico proviene de una segunda fermentación alcohólica del vino en botella (método Champenoise/tradicional) o en grandes recipientes (método Chaussepied/Charmat) con una presión mínima de cuatro atmósferas a 20ºC y con un contenido alcohólico de 10 a 13% en volumen.

2.2.1.4.2 MOSCATO ESPUMANTE O MOSCATEL ESPUMANTE

Es el vino cuyo anhídrido carbónico proviene de la fermentación en recipiente cerrado de mosto o de mosto conservado de uva moscatel, con una presión mínima de 4 atmósferas a 20ºC y con un contenido alcohólico de 7 a 10% en volumen y remanente de azúcar natural de 60 gr. por litro como mínimo. Para Brasil el remanente mínimo de azúcar natural será de 20 gramos por litro.

2.2.1.5 - VINO FRISANTE

Es el vino con contenido alcohólico de 7.0 a 14.0% en volumen con un contenido de anhídrido carbónico de 1.1. hasta 2.0 atmósferas de presión a 20ºC, natural o gasificado.

2.2.1.6 - VINO GASIFICADO

Es el vino resultante de la incorporación de anhídrido carbónico puro por cualquier proceso debiendo presentar un contenido alcohólico de 7.0 a 14.0% en volumen y una presión mínima de 2.1. a 3.9 atmósferas a 20ºC.

2.2.1.7 - VINO LICOROSO

Es el vino con un contenido alcohólico natural o adquirido de 14 a 18% en volumen, siendo permitido el uso de alcohol etílico, mosto concentrado, caramelo, mistela simple, azúcar y caramelo de uva.

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2.2.1.8 - VINO COMPUESTO

Es el vino con contenido alcohólico de 14 a 20 % en volumen obtenido por la adición al vino de macerados o concentrados de plantas amargas o aromáticas, sustancias de origen animal o mineral, alcohol etílico, azúcar, caramelo y mistela simple. Deberá contener un mínimo de 70% de vino.

El vino compuesto se clasifica en:

2.2.1.8.1. –VERMOUTH

Es el Vino Compuesto que contiene Artemisia sp. predominante entre sus componentes aromáticos con adición de macerado o concentrado de plantas amargas o aromáticas.

2.2.1.8.2 – QUINADO

Es el vino compuesto que contiene Quina (Chinchona o sus híbridos).

2.2.1.8.3 - GEMADO O YEMADO

Es el vino que contiene yema de huevo.

2.2.1.8.4 - VINO COMPUESTO CON JURUBEBA

Es el vino compuesto que contiene JURUBEBA (Solanum paniculatum)

2.2.1.8.5 - VINO COMPUESTO CON FERRO QUINA

Es el vino compuesto que contiene citrato de hierro amoniacal y quinina.

2.2.2 - En relación a su color:

1 – Tinto

2 - Rosado - Rosé – Clarete

3 – Blanco

2.2.3 - En relación al contenido de azúcar

Para los vinos livianos, de mesa, frisante y finos:

Seco: Hasta 4 g. de azúcar por litro.

Demi Sec., Medio seco o Abocado: Superior a 4 y hasta 25 g. de azúcar por litro.

Suave o Dulce: superior a 25.g. y hasta 80 g. de azúcar por litro.

Para los vinos Espumosos naturales o Gasificados:

Nature: hasta 3 g. de azúcar por litro

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Extra Brut: Superior a 3 g. y hasta 8 g. de azúcar por litro

Brut: Superior a 8 g. y hasta 15 g. de azúcar por litro

Sec o Seco: Superior a 15 g.y hasta 20 g. por litro

Medio dulce, medio seco, demi sec: Superior a 20 g.y hasta 60 g. de azúcar por litro Dulce: Superior a 60 g. de azúcar por litro

Para licorosos:

Seco: hasta 20 g. de azúcar por litro

Dulce: Superior a 20 g. de azúcar por litro

Para compuesto:

Seco o Dry: hasta 40 g. de azúcar por litro

Medio Seco, medio dulce: Superior a 40 g y hasta 80 g. de azúcar por litro

Dulce: Superior a 80 g. de azúcar por litro

2.3- MOSTOS

2.3.1 -MOSTO SIMPLE O VIRGEN

Es el producto líquido con presencia o no de partes sólidas, obtenido naturalmente o por procedimientos mecánicos como molienda o prensado de la uva fresca, u otros métodos tecnológicamente adecuados, sin que haya iniciado la fermentación y mantenido en este estado en forma espontánea, sin ningún agregado de sustancias conservantes y cuyo contenido alcohólico sea inferior al 1% (v/v a 20ºC).

2.3.2 - MOSTO CONSERVADO O APAGADO

Es el mosto simple o virgen sometido a procesos físicos admitidos y tecnológicamente adecuados, que impidan o limiten su fermentación alcohólica, hasta 1% (v/v a 20º C).

2.3.3. - MOSTO PARCIALMENTE FERMENTADO

Es el mosto conservado con un contenido de alcohol entre 1 y 5% (v/v a 20ºC).

2.3.4 - MOSTO SULFITADO

Es el mosto conservado mediante la adición de anhídrido sulfuroso o metabisulfito de potasio.

2.3.5 - MOSTO CONCENTRADO

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Es el producto obtenido por la deshidratación parcial del mosto no fermentado, presentando un mínimo de 1,240 de densidad a 20ºC, que no haya sufrido caramelización sensible.

2.3.5.1 - MOSTO CONCENTRADO RECTIFICADO

Es el mosto concentrado sometido a procesos admitidos y tecnológicamente adecuados para la eliminación de todos los componentes no azucarados.

2.3.6 - ARROPE DE UVA O JARABE DE UVA

Es el producto obtenido por la concentración avanzada de mostos a través del fuego directo o vapor, sensiblemente caramelizado y con un contenido mínimo de 500 g. por litro de azúcares reductores.

2.3.7- CARAMELO DE UVA

Es un producto con alto grado de caramelización, obtenido por el calentamiento del mosto, a fuego directo o al vapor. Su contenido de azúcares reductores no debe ser mayor a 200 g. por litro.

2.3.8 - JUGO DE UVA

Es una bebida no fermentada y estabilizada por métodos físico-químicos admitidos, obtenida del mosto simple o virgen, sulfitado o concentrado con un contenido alcohólico de hasta 0,5% en volumen. Podrá ser admitido en caso de fermentación accidental un contenido alcohólico de hasta 1% en volumen.

2.3.9 - MOSTOS ADICIONADOS CON ALCOHOL

2.3.9.1 - MOSTO ALCOHOLIZADO

Es el producto para edulcorar, abocar o concentrar, obtenido exclusivamente durante el período de vendimia, con mosto virgen y/o mosto en fermentación, alcoholizados con alcohol vínico. El producto final debe tener como mínimo 13% y máximo 16% de alcohol en volumen y un contenido no inferior a 120 g. de azúcares reductores por litro.

2.3.9.2 - MISTELA O MISTELA SIMPLE

Es el mosto simple no fermentado adicionado de alcohol etílico hasta un límite máximo de 18% de alcohol en volumen y con un tenor de azúcar de uva no inferior a 100 g. por litro, siendo prohibida la adición de sacarosa u otro edulcorante.

2.3.9.3 - MISTELA COMPUESTA

Es el producto con un contenido alcohólico de 15% a 20% en volumen, que contiene un mínimo de 70% de mistela y15% de vino de mesa adicionado con sustancias amargas y/o aromáticas.

2.3.9.4 – JEROPIGA

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Es la bebida elaborada con mosto de uva parcialmente fermentado, adicionado con alcohol etílico con un contenido alcohólico máximo de 18% en volumen y tenor mínimo de azúcar de 70 g. por litro.

2.3.9.5 – PINEAU

Es la bebida obtenida a partir del mosto o del jugo de uvas frescas de las variedades Ugni Blanc/Saint Emilión, Folle Blanch o Colombar, con alcohol vínico envejecido y brandy. La mezcla debe tener un envejecimiento mínimo de seis meses en barriles de madera y su contenido alcohólico comprendido entre 16% y 22% en volumen.

2.4 AGUARDIENTES

Son los productos de la destilación del vino, o sus derivados.

2.4.1 - AGUARDIENTE DE VINO

Es la bebida con una graduación alcohólica de 36 % a 54% vol. 20º C obtenida exclusivamente de destilados simples de vino o por destilación de mostos fermentados de uva.

2.4.2 –BRANDY

Es el aguardiente de vino con un añejamiento mínimo de 6 meses ( como excepción para este producto se permitirá el uso de recipientes de más de 700 litros para su añejamiento, en cuyo caso el período mínimo deberá ser de un año).

2.4.3 - AGUARDIENTE DE ORUJOS-BAGACEIRA

Es la bebida con graduación alcohólica de 35% a 54% vol. a 20º C obtenida a partir de destilados alcohólicos simples de orujos de uva, con o sin borras de vinos, pudiendo hacerse una rectificación parcial selectiva. Se admite el corte con alcohol etílico potable del mismo origen para regular el contenido de congéneres

2.5 – DESTILADOS

2.5.1..DESTILADO ALCOHÓLICO SIMPLE

Es el producto con una graduación alcohólica superior a 54% vol. e inferior a 95% vol. a 20º C, destinado a la elaboración de bebidas alcohólicas y obtenido por la destilación simple o por destilorectificacion parcial selectiva de mostos y/o subproductos provenientes únicamente de materias primas de origen agrícola de naturaleza azucarada o amilacea, resultante de la fermentación alcohólica. La destilación deberá ser efectuada de modo que el destilado presente aroma y sabor proveniente de las materias primas utilizadas, de los derivados del proceso fermentativo y de los formados durante la destilación.

2.5.2. ALCOHOL ETÍLICO POTABLE DE ORIGEN AGRÍCOLA

Es el producto con una graduación alcohólica mínima de 95% en volumen a 20º C, obtenido por la destilorectificacion de mostos provenientes únicamente de

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materias primas de origen agrícola, de naturaleza azucarada o amilacea, resultante de la fermentación alcohólica, como también el producto de la rectificación de aguardientes o de destilados alcohólicos simples. En la denominación del alcohol etílico potable de origen agrícola, cuando se haga referencia a la materia prima utilizada, el alcohol deberá ser obtenido exclusivamente de esa materia prima.

2.5.2.1 -ALCOHOL VINICO

Es el alcohol etílico potable de origen agrícola, que se obtiene exclusivamente por destilación y rectificación de vinos, productos o subproductos derivados de la fermentación de la uva.

2.5.3. DESTILADOS DE VINOS AROMÁTICOS

Es la bebida con una graduación de 35% a 54% vol. a 20º C (Celsius) obtenida a partir de destilados alcohólicos simples de vinos , elaborados con uvas debidamente reconocidas y aceptadas por sus aromas y sabores, pudiendo ser destilados en presencia de sus borras.

2.6 CÓCTELES DE VINO

2.6.1 – COOLER

Es la bebida con contenido alcohólico de 3,5 % a 7 % en volumen, obtenida por la mezcla de vino de mesa, jugo de uva y otras frutas y agua potable pudiendo ser gasificado y adicionado de azúcares. Deberá contener como mínimo mitad de vino de mesa, el que podrá ser parcialmente sustituido por jugo de uva, debiendo la graduación alcohólica ser proveniente exclusivamente del vino de mesa, siendo prohibida la adición de alcohol etílico y otro tipo de bebida alcohólica. El cooler podrá contener extractos o esencias aromáticas naturales, colorantes naturales y caramelo.

2.6.2 – SANGRÍA

Es la bebida obtenida por la mezcla de vinos y jugos (concentrados y/o diluidos) pulpas extractos o esencias naturales de frutas con la adición o no de almíbar, cualquiera sea su contenido de azúcar y eventualmente anhídrido carbónico. La proporción mínima de vino en el producto final será de 60 % y el contenido alcohólico real deberá ser de 7% a 12% en volumen.

2.7 - BEBIDAS DE FERMENTACIÓN ALCOHÓLICA PARCIAL

Es la bebida obtenida por la fermentación alcohólica parcial de cualquiera de los mostos definidos, opcionalmente adicionado de vino de mesa y/o anhídrido carbónico y con un contenido de alcohol inferior o igual a 5% (v/v a 20° C)

2.7.1 - FILTRADO DULCE

Es el producto que resulta de la fermentación alcohólica de hasta 5% en volumen, proveniente del mosto simple de uva, conservado o concentrado, parcialmente

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fermentado o no, pudiendo ser adicionado de vino de mesa y opcionalmente ser gasificado hasta 3 atmósferas a 20°C.

2.7.2 - CHICHA DE UVA

Es el producto que resulta de la fermentación parcial del mosto, detenida antes de alcanzar 5% de alcohol en volumen y con un contenido mínimo de 80 g./L. de azúcar reductor. Se prohibe la elaboración de chicha a base de mosto concentrado.

2.8 - VINAGRE DE VINO

Es el producto obtenido por la fermentación acética del vino, con un contenido mínimo del 4% de acidez volátil expresada en ácido acético. El vino que sea destinado como materia prima para la elaboración de vinagre, deberá ser previamente desnaturalizado o acetificado. La expresión "Vinagre" solamente debe ser de uso privativo del producto obtenido de la fermentación acética del vino. Los vinagres obtenidos por la fermentación de materias primas distintas del vino, deberán denominarse con el nombre que especifique su materia prima con caracteres gráficos de igual tamaño.

CAPITULO III

PRACTICAS ENOLOGICAS PERMITIDAS

3.1 – VINIFICACIÓN

Es la fermentación alcohólica total o parcial de la uva fresca, molida o no, o del mosto simple o virgen de la misma con un contenido mínimo de alcohol de 7% (v/v a 20°C). Cuando las condiciones tecnológicas (osmosis inversa) así lo justifiquen, el contenido mínimo de alcohol podrá ser fijado en 5% (v/v a 20°C), de acuerdo a la legislación vigente en el país considerado. Para Argentina la uva deberá provenir solo de Vitis viníferas.

3.2 - CONCENTRACIÓN DE MOSTO

3.2.1 – Definición

Deshidratación parcial de mosto.

3.2.2 - Objetivo: eliminar del mosto la cantidad de agua necesaria para asegurar la conservación por concentración de azúcar.

3.2.3 - Procedimientos físicos:

a) Evaporación al vacío o a fuego directo

b) Osmosis inversa

c) Crioconcentración

3.3 - CONSERVACIÓN DE MOSTO

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3.3.1 - Definición: Impedir la fermentación de los mostos por procedimientos físicos o químicos.

3.3.2 - Objetivo: estabilización biológica de los mostos.

3.3.3 – Procedimientos

a) Físicos: Tratamiento por frío - Tratamiento por calor - Tratamiento por atmósfera inerte (anhídrido carbónico o nitrógeno) – Ultrafiltración

b) Químicos:- Adición de anhídrido sulfuroso o su sal de potasio.-

3.4 - ACIDIFICACIÓN DE MOSTOS Y VINOS

3.4.1 - Definición: aumento de la acidez de titulación y la acidez real (disminución de pH).

3.4.2 - Objetivo: obtener mostos y vinos de composición equilibrada.-

3.4.3 – Procedimiento

a) En mostos por adición de ácido tartárico y/o málico.

b) En vinos por adición de ácido tartárico y/o láctico y/o cítrico.

c) En mosto destinados a la concentración por tratamiento con resinas de intercambio iónico.

3.4.4 - Prescripción: está prohibida la adición de ácidos minerales y la práctica simultánea de enriquecimiento con azúcares y acidificación de mosto.

3.5 - DESACIDIFICACION DE MOSTOS Y VINOS

3.5.1 - Definición: disminución de la acidez de titulación y de la acidez real (aumento de ph).

3.5.2 - Objetivo: obtener mosto y vinos de composición equilibrada.-

3.5.3 - Procedimientos:

a) Físicos: tratamiento por frío

b) Químicos: - Carbonato de calcio (práctica no permitida en la Argentina).- -Tartrato neutro de potasio - Carbonato o bicarbonato de potasio (práctica no permitida en la Argentina)

c) En mostos destinados a la concentración por tratamientos con resinas de intercambio iónico.

3.6 - ENRIQUECIMIENTO DE MOSTOS

3.6.1 - Definición: adición de azúcares al mosto para vinificar . Esta práctica no es permitida en Argentina.

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3.6.2 - Objetivo: corregir eventuales deficiencias en el contenido de azúcar, del mosto cuando se presentan condiciones desfavorables para alcanzar la maduración suficiente de las uvas destinadas a vinificación.

3.6.3 – Procedimiento

a) Concentración Parcial

b) Adición de mosto concentrado

c) Adición de mosto concentrado rectificado

d) Adición de sacarosa (chaptalización)

3.7 - EDULCORACION DE VINOS

3.7.1 - Definición : adición de un edulcorante al vino

3.7.2 - Objetivo: obtener vinos de diferente grado de dulzor, a partir de un vino base seco.

3.7. 3 - Procedimientos:

a) Adición de mosto concentrado

b) Adición de mosto concentrado rectificado

c) Adición de mosto sulfitado

d) Adición de mosto alcoholizado

e) Adición de mistela

f) Adición de sacarosa. Esta práctica no es permitida en Argentina

g) Adición de jarabe de alta fructosa. Esta práctica no es permitida en Brasil y en Argentina.

3.8 - ALCOHOLIZACIÓN DE MOSTOS Y VINOS

3.8.1 - Definición: adición de alcohol vínico o potable a mostos y vinos.

3.8.2 - Objetivo:

a) Elaboración de mistelas simples, compuestas y mosto alcoholizado.

b) Corregir deficiencias alcohólicas. Practica no permitida en Argentina. En Brasil solamente es permitido alcohol vínico.

c) Elaboración de vinos licorosos, compuestos y jeropiga.

3.9 - USO DE FRÍO Y CALOR

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3.9.1 - Definición: aplicación de frío y de calor en la elaboración y conservación de los vinos.

3.9.2 - Objetivo : control de fermentación y/o estabilización de los vinos.

3.10 - TRATAMIENTO POR CARBÓN ACTIVADO

3.10.1 - Definición : adición de carbón activado.

3.10.2 - Objetivo : corrección del color de mostos, vinos blancos y bases para la elaboración de vinos compuestos y espumosos.

3.10.3 - Prescripción: el tratamiento no debe aplicarse para cambiar el tipo de vino con relación a su color.

3.11 - TRATAMIENTO CLARIFICANTE

3.11.1 - Definición: adición al mosto y al vino de sustancias que favorecen la precipitación de materias en suspensión.

3.11.2 - Objetivo: contribuir con la clarificación espontánea de mostos y vinos.

3.11.3 - Procedimiento: adición de sustancias con propiedades clarificantes de origen mineral y orgánico admitidas (bentonita, caolín, albúmina de huevo, hemoglobina, caseína, caseinatos de potasios o calcio gelatinas, tanino, sílice coloidal).

3.11.4 - Prescripción: no se permitirán sustancias clarificantes que trasmitan olores y/o sabores extraños o incorporen impurezas.

3.12 - TRATAMIENTO DE FERROCIANURO DE POTASIO (CLARIFICACIÓN AZUL)

3.12.1 - Definición: adición al mosto y al vino de ferrocianuro de potasio.

3.12.2 - Objetivo: disminuir el contenido de hierro, cobre y metales pesados en mostos y vinos para prevenir enturbiamientos.

3.12.3 - Observaciones: la dosis de ferrocianuro de potasio a utilizar debe establecerse por ensayo. Práctica estrictamente reglamentada y controlada.

3.13 - TRATAMIENTO CON FITATO DE CALCIO

3.13.1 - Definición: adición de fitato de calcio al vino.

3.13.2 - Objetivo: disminuir el contenido de hierro para prevenir el enturbiamiento férrico.

3.14 - TRATAMIENTO CON ENZIMAS

3.14.1 - Definición: adición de enzimas a la uva molida al mosto y al vino.

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3.14.2 - Objetivo: facilitar la degradación de las pectinas y la extracción de materias colorantes y sustancias aromáticas.

3.15 - USO DE LEVADURAS

3.15.1 - Definición: adición de levaduras al mosto y al vino.

3.15.2 - Objetivo: inducir, regularizar y conducir el proceso de fermentación.

3.16 - USO DE ACTIVADORES DE LA FERMENTACIÓN

3.16.1 - Definición: adición de nutrientes y factores de crecimiento al mosto y al vino.

3.16.2 - Objetivo: activar la multiplicación de las levaduras.

3.16.3 - Procedimiento: adición de fosfatos, sulfatos, carbonatos y bicarbonato de amonio, vitaminas y activadores de crecimiento.

3.17 - INDUCCIÓN DE LA FERMENTACIÓN MALOLACTICA

3.17.1 - Definición: empleo de bacterias lácticas

3.17.2 - Objetivo: inducir la fermentación maloláctica para mejorar las características sensoriales del vino.

3.18 - USO DE GASES INERTES

3.18.1 - Definición: Utilización de gases inertes en la tecnología enológica.

3.18.2 - Objetivo: conservación de mostos y vinos y protección del aire en el trasvase en embotellado de vinos tranquilos y para la filtración, trasvase y embotellado a contrapresión de vinos espumosos.

3.19 - EMPLEO DE ANHÍDRIDO SULFUROSO

3.19.1 - Definición: adición al mosto y al vino de anhídrido sulfuroso en forma gaseosa, solución acuosa o su sal de potasio.

3.19.2 - Objetivo: aplicación de las propiedades antisépticas y antioxidantes del anhídrido sulfuroso.

3.19.3 - Observaciones: el contenido de anhídrido sulfuroso del vino librado al consumo tiene un límite máximo reglamentario.

3.20 - USO DEL ÁCIDO ASCÓRBICO Y SU SAL DE POTASIO

3.20.1 - Definición: adición de ácido ascórbico o su sal de potasio al mosto y al vino.

3.20.2 - Objetivo: proteger al mosto y al vino de la oxidación.

3.21 - USO DEL ÁCIDO SÓRBICO Y SU SAL DE POTASIO

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3.21.1 - Definición: adición de ácido sórbico o sorbato de potasio al vino.

3.21.2 - Objetivo: Estabilización biológica de vinos con azúcar residual completando la acción del anhídrido sulfuroso.

3.22 - USO DE ÁCIDO METATARTARICO

3.22.1 - Definición : adición de ácido metatartárico al vino.

3.22.2 - Objetivo: prevenir la precipitación de sales tartáricas.

3.23 - USO DEL CREMOR TARTARO O TARTRATO DE CALCIO O BITARTRATO DE POTASIO

3.23.1 - Definición: adición de crémor tártaro, tartrato de calcio o bitartrato de potasio, al mosto, jugo de uva o vino.

3.23.2 - Objetivo: utilización de núcleos de cristalización para la precipitación de sales tartáricas.

3.24 - USO DE COADYUVANTES DE LA FILTRACIÓN

3.24.1 - Definición: auxiliares de la filtración en mostos y vinos.

3.24.2 - Objetivo: retener partículas para su separación del medio.

3.24.3 - Procedimiento: empleo de tierras diatomeas, perlitas, pastas, polvos o placas de celulosa.

CAPITULO IV :

PRODUCTOS DE USO ENOLÓGICO

4.1 - Los productos autorizados para las prácticas enológicas permitidas deberán cumplir con las condiciones de uso y con las especificaciones analíticas establecidas en la normativa especial o sea en el "Codex Enológico Internacional".Los referidos productos deberán estar inscriptos y autorizados ante los organismos competentes.

4.2 - Será requisito de carácter general que los productos de uso enólogico utilizados para las prácticas admitidas no alteren la composición original del producto.

4.3 - Está prohibida cualquier manipulación o tratamiento que tenga por objeto modificar las cualidades substanciales y originales del producto con la finalidad de disimular una alteración del mismo.

CAPITULO VI

DIFERENCIAS ANALÍTICAS

6.1 - Todos los productos definidos y clasificados en este Reglamento, deberán ser analizados mediante los métodos aprobados y que además son

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recomendados por la O.I.V.. La responsabilidad de realización de los referidos análisis estarán a cargo de los organismos reconocidos por los Estados Partes y detallados en Art. 5.3.

6.2 - Se establece el derecho a la pericia de contraverificación. La misma será practicada por el Organismo Oficial del país destino del producto, conforme al procedimiento reglamentario vigente y aplicando los métodos establecidos en este Reglamento Vitivinícola, debiendo en todos los casos darse la debida participación a las partes interesadas.

CAPITULO VII

DENOMINACIONES DE ORIGEN E INDICACIONES GEOGRÁFICAS RECONOCIDAS.

7.1 - Los organismos competentes de cada país podrán establecer Indicaciones Geográficas Reconocidas ó Denominaciones de Origen Reconocidas, desde que las mismas atiendan a los conceptos definidos en el Reglamento Vitivinícola del MERCOSUR.

7.2 - Denominación de Origen Reconocida es el nombre del país de la región o del lugar utilizado para designar un producto originario de este país, de esta región, de este lugar o del área definida por este fin bajo ese nombre, y reconocido por las autoridades competentes del respectivo país.

7.2.1 - En lo que se refiere a los vinos o destilados de origen vitivinícola, las Denominaciones de Origen Reconocidas designan un producto cuya calidad o características son debidas exclusivamente o esencialmente al medio geográfico, comprendiendo los factores naturales, los factores humanos y, está subordinado a la cosecha de uva ya sea como transformación en el país en la región, en el lugar o área definida.

7.3 - Indicación Geográfica Reconocida es el nombre de un país, de una región o del lugar utilizado para designar un producto originario de ese país, de esa región, del lugar o del área definida para ese fin bajo este nombre, y reconocido por las autoridades competentes del respectivo país.

7.3.1 - En lo que se refiere a los vinos, el reconocimiento de este nombre está ligado a una calidad y/o una característica del producto, atribuida al medio geográfico, comprendiendo los factores naturales o los factores humanos y está subordinado a la cosecha de uva en el país, en la región, en el lugar o en el área definida.

7.3.2 - En lo que se refiere a los destilados de origen vitivinícola, el reconocimiento de este nombre está ligado a una calidad y/o a una característica que el producto adquiere en una fase decisiva de su producción y, está subordinado a la realización de esta fase decisiva en el país, en la región, en el lugar o en el área definida.

7.4 - Los Estados Partes del MERCOSUR dispondrán de un plazo de 20 días hábiles posteriores a la constitución de una Denominación de Origen o Indicación

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Geográfica reconocida, para efectuar la comunicación por los canales correspondientes.

7.5 - Los productos vitivinícolas con Denominación de Origen o Indicación Geográfica reconocida, no deberán colocar en las etiquetas la indicación de procedencia.

7.5.1 - Indicación de procedencia es el nombre geográfico de Regiones Vitivinícolas.

7.6 - Las Denominaciones de Origen y las Indicaciones Geográficas reconocidas ya existentes en los países del MERCOSUR, se deberán comunicar por los canales correspondientes.

7.7 - Los cambios que se realicen con referencia a Regiones Vitivinícolas y Denominaciones de Origen e Indicaciones Geográficas reconocidas, deberán ser comunicados por los canales correspondientes.

7.8 - Los Estados Partes reconocen el derecho de cualquiera de los miembros a adoptar el sistema de respeto de las Denominaciones de Origen e Indicaciones Geográficas reconocidas.

7.9 - Los Estados Partes que a la fecha de vigencia del presente Reglamento utilicen las Denominaciones de Origen e Indicaciones Geográficas reconocidas, podrán continuar empleándolas en sus mercados y entre si hasta tanto se resuelva al respecto, mediante los correspondientes acuerdos internacionales. No obstante los Estados Partes propenderán a la adopción del sistema de respeto a las Denominaciones de Origen e Indicaciones Geográficas reconocidas.

CAPITULO VIII

CIRCULACION DE PRODUCTOS VITIVINÍCOLAS ENTRE LOS ESTADOS PARTES DEL MERCOSUR

8.1 -.A los efectos de preservar la identidad de los productos vitivinícolas de cada Estado Parte, los mismos solamente podrán circular en envases de hasta 5 litros de capacidad, salvo lo dispuesto para Uruguay en el párrafo siguiente: En virtud de desarrollarse en la República Oriental del Uruguay un proceso de reconvención vitivinícola, el vino importado solamente circulará en envases de hasta 1 litro de capacidad. La vigencia de la referida disposición será objeto de evaluación en el año 2010, o antes de esa fecha, en la medida que se concrete y ejecute el citado proceso.

CAPITULO IX

NORMAS DE ROTULACIÓN Y ETIQUETADO

9.1 - Definición: se entenderá por "etiquetado" el conjunto de las designaciones y demás menciones, signos, ilustraciones o marcas que caractericen al producto y figuren sobre el propio envase, incluido el dispositivo del cierre, o en el colgante atado al envase.

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9.2 - A excepción de la marca, clasificación y expresiones de uso común los productos definidos en el presente Reglamento circularán con etiquetas en castellano en Argentina, Paraguay y Uruguay y en portugués en Brasil.

9.2.1 - Las indicaciones serán escritas en caracteres donde la dimensión y el color sean claramente legibles y deberán estar inscriptas de tal manera que resulten visibles e indelebles.

9.2.2 - Queda prohibido el empleo en las etiquetas de toda indicación, todo signo o ilustración susceptible de crear confusión sobre el origen o la naturaleza del producto.

9.3 - Indicaciones Obligatorias:

9.3.1 - Marca del producto.

9.3.2 - Graduación alcohólica expresada % (porcentaje) en volumen. Respetando los límites establecidos, la tolerancia será de más / menos 0.5 %.

9.3.3 - Los ingredientes serán de acuerdo a las normas técnicas vigentes.

9.3.4 - Contenido Neto en centilitros o mililitros.

9.3.5 - País de origen, mediante la frase "Producto de ...".

9.3.6 - Nombre y dirección del elaborador y fraccionador.

9.3.7 - Nombre y dirección del importador.

9.3.8 - Clasificación en relación a la clase de vino.

9.3.9 - Clasificación en relación al color del vino.

9.3.10 - Clasificación en relación a los contenidos de azúcares reductores del Vino. Se podrá omitir sólo en el caso de los "Vinos secos", a excepción de Brasil donde será obligatorio.

9.3.11 - Número del lote.

9.3.12 - Registro del producto o número de análisis.

9.3.13 - Informaciones que atiendan el Código de Defensa del Consumidor.

9.3.14 - La expresión "GASIFICADO" para los vinos con adición de gas carbónico.

9.3.15 - Vino parcialmente desalcoholizado.

9.3.16 - Para vino de uvas americanas, indicación del nombre de las variedades

9.4 - Indicaciones Facultativas

9.4.1 - Personas que participan en el proceso de elaboración, fraccionamiento o comercialización.

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9.4.2 - Variedad. En caso de indicar la variedad, se deberá cumplir: - Una variedad: No menos del 75% de la variedad. - Dos variedades: Citadas en orden de importancia, la menor no inferior a 25 %.

9.4.3 - Cosecha (año de vendimia): 100% de la vendimia citada.

9.4.4 - Código de barras.

9.4.5 - Indicación de origen de acuerdo a las normas del "Capítulo VII -Denominaciones de Origen e Indicaciones Geográficas Reconocidas".

9.4.6 - Indicación de Procedencia, de acuerdo a las normas del "Capítulo VII – Denominaciones de Origen e Indicaciones Geográficas Reconocidas". Cuando el vino haya sido envasado en una zona diferente en la que fue elaborado, se deberá indicar: Procedencia: Región A Envasado : Región B. El tamaño de esta información deberá ser el doble de la menor tipografía de la etiqueta.

9.5 - En la etiqueta o marbete principal deberán constar las siguientes informaciones obligatorias o facultativas:

O - Marca del vino O - Clase o tipo de vino. O - Graduación alcohólica en volumen. O - Contenido neto en cl. o ml. F - Variedad F - Cosecha (año de vendimia) O - País de origen F - Indicación de procedencia. Indicación Geográfica o Denominación de Origen reconocida F - Nombre y dirección del elaborador/fraccionador

CAPITULO X

DISPOSICIONES ESPECIALES

10.1 - Los Estados Partes antes del 1º de enero de 1998 propondrán un mecanismo de sustitución gradual de la sacarosa por azúcares derivados de la uva con la finalidad de la edulcoración o abocamiento de los vinos.

10.2 - Los Estados Partes consideran beneficiosa la sustitución de cualquier producto no vínico como sacarosa, jarabe de alta fructuosa y alcohol etílico potable en la elaboración de productos vitivinícolas, enriquecimiento de mostos y edulcoración de vinos.

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APÊNDICES Apêndice 1: Tabus - Por que não bebemos mais vinhos? Apêndice 2: ABC dos vinhos. Apêndice 3: Tabela 4, representando a área cultivada com videiras por país, em milhões de hectares. Apêndice 4: Tabela 5, representando o consumo de vinho per capita/ano, por Estado. Apêndice 5: Tabela 6, produção, por país, em bilhões de litros por ano.

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Apêndice 1: Tabus – Por que não bebemos mais vinhos? É preciso ensinar o brasileiro a beber vinho. Não digam que não se

bebe vinho devido ao nosso clima tropical. O alto consumo de “cachaça” prova o contrário. Trata-se, é verdade de um problema de marketing, composto por uma gama de variáveis, como qualidade do produto, preço, distribuição, promoção, demanda induzida e, de modo especial, alguns tabus, manias e falsas idéias científicas que precisamos combater e assim podermos promover um maior consumo e, conseqüentemente, uma maior produção.

Pessoas bebem por status, pois acreditam que se apresentam bem para os outros, por que é vip tomar vinho. Também há os que bebem por mimetismo social: porque os outros bebem e os acompanham, por conveniência, em negócios ou em situações românticas, para criar o ambiente.

Logo abaixo, podemos listar alguns destes tabus, e que os brasileiros possuem quanto ao vinho.

• “O vinho quanto mais velho melhor”.

Depende muito do vinho, geralmente, a bebida inicia sua fase de envelhecimento na própria garrafa, na ausência de oxigênio, quando desenvolve seu sabor “aveludado” e forma seu “bouquet” complexo.

Por isso, para todos os vinhos faz bem algum período de permanência na garrafa, sempre que seja breve (de 6 a12 meses).

Tempos superiores a esses, e que já constituem verdadeiro envelhecimento, são benéficos para vinhos elaborados com esses objetivos,como é o caso dos tintos com estrutura, encorpados, capazes de suportar essa fase, ganhando qualidade no sabor e nos aromas.

• “O vinho brasileiro não presta”.

Atualmente somos capazes de concorrer, com igualdade, com vinhos chilenos, argentinos e até europeus; quem acha que os nossos vinhos não são bons demonstra que não conhece ou.que não conhece vinhos.

• “O vinho dá ressaca”.

O vinho contém álcool e, depende do organismo de cada um, a resistência ao álcool é limitada; entretanto, a quantidade de álcool é muito pequena no vinho brasileiro; um bom vinho não dá ressaca se tomado com equilíbrio.

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• “O vinho é muito caro”.

Existem vinhos extremamente baratos no Brasil; em garrafões chegam a rivalizar com a água mineral, que não precisa ser fabricada, há vinhos adequados a todas as faixas de consumidores, para todos os bolsos.

• “O vinho é para clima frio”.

E quanto à cachaça, que possui mais álcool? O vinho é apreciado por povos de todo o mundo, de todos os climas; por outro lado, sua temperatura pode ser adaptada às diversas estações do ano.

• “O vinho não pode ser bebido gelado”

Os vinhos tintos, dizem os entendidos, devem ser tomados à temperatura ambiente da adega; o problema é saber qual e temperatura da adega.

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Apêndice 2: ABC dos vinhos ABOCADO ou ADAMADO - vinho levemente doce, amável.

ACASTANHADO - nuance de cor dos vinhos tintos, lembrando a cor da castanha

ou do tijolo. Geralmente associada a vinhos envelhecidos.

ACETIFICADO - vinho com forte presença de ácido acético ("avinagrado")

ACIDEZ - formada pelos ácidos presentes no vinho, de origem fermentativa ou da

própria uva. Em determinadas concentrações, confere ao vinho vivacidade,

sapidez e frescor. Pode ser - fixa pela presença dos ácidos orgânicos (tartárico,

málico, lático e cítrico) ou - volátil, proveniente do acetato de etila.

ACÍDULO - vinho no qual existe um ligeiro excesso de acidez, mas ainda

agradável. ACRE - Indica a sensação desagradável de excessiva acidez e

tenacidade, provocando irritação das mucosas.

ADSTRINGENTE - vinho com excesso de taninos, áspero, duro, que deixa na

boca uma sensação de "sica". É uma característica dos tintos jovens.

Popularmente chamado de "rascante".

ADULTERADO - usa-se para indicar um vinho acrescido de substâncias

estranhas à sua composição e/ou não admitidas por lei.

AFINADO - vinho que evoluiu corretamente, adquirindo perfeito equilíbrio entre

aroma e sabor.

AGRADÁVEL - expressão usada quando o conjunto aroma-sabor está

organolepticamente equilibrado.

AGRESSIVO - vinho com excesso de acidez e adstringência, ainda jovem ou em

processo de evolução.

AGRIDOCE - grave doença do vinho, provocada por bactérias láticas que

transformam os açúcares residuais em manite, provocando um sabor ao mesmo

tempo acre (devido aos ácidos) e doce (pela manite), que lembra a fruta super

madura.

AGULHA - sensação tátil proveniente da presença do gás carbônico, bem

característica dos vinhos verdes.

ALARANJADO - nuance de cor dos vinhos tintos, lembrando a cor da casca da

laranja madura. Característica de vinhos envelhecidos.

ALCOÓLICO - vinho no qual o elevado teor de álcool é percebido de maneira

desarmônica, acima dos demais componentes

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ALTERADO - vinho que sofreu qualquer mutação de caráter físico-química ou

enzimática.

ARDENTE - vinho que provoca uma sensação tátil de causticidade ("queimação"),

devido a seu alto teor alcoólico.

AMADURECIMENTO - processo de evolução dos vinhos submetidos a um

estágio em grande recipiente.

AMARGO - um dos quatro sabores elementares percebidos na língua, provocada

por substâncias fenólicas, entre as quais o tanino. Doença causada por bactérias

láticas, que atacam a glicerina e a transformam em acroelina, que combinando-se

em seguida com os polifenois provoca amargor.

AMBAR - tonalidade de amarelo, cor típica de alguns vinhos licorosos. Nos vinhos

comuns denota oxidação ou madeirização.

AMBIENTAR - tornar o vinho compatível com a temperatura do ambiente onde

será servido. O mesmo que "chambrer"

AMPLO - vinho com "bouquet" rico e com muitas nuances, oferecendo agradáveis

sensações olfato/gustativas.

ANÁLISE SENSORIAL - exame das propriedades organolépticas do vinho através

dos órgãos dos sentidos. AROMA - conjunto de sensações percebidas

diretamente por via nasal ou retro nasal (através da boca). Pode ser primário ou

varietal (derivado da própria uva), secundário (originário da fermentação) ou

terciário (originário do envelhecimento, que em conjunto com os anteriores produz

o chamado "bouquet")

AROMÁTICO - vinho cujo aroma provém diretamente de castas aromáticas (p.ex:

Sauvignon, Malvasia, Traminer).

ARQUETES OU LÁGRIMAS - efeito provocado nas paredes do copo após

agitação. É um fenômeno de tensão superficial, provocado pela evaporação do

álcool; quanto mais amplos, menor a presença do álcool.

ÁSPERO - vinho rico em taninos e em acidez, bastante duro. Geralmente

associado aos tintos jovens.

ATIJOLADO - indica o vinho tinto cuja cor tende ao ocre, lembrando o vermelho-

tijolo e apresentando uma tonalidade pouco vivaz. É uma característica dos

vinhos envelhecidos.

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ATÍPICO - vinho que não apresenta qualquer elemento ou caráter de

tipicidade.AUSTERO - diz-se de um grande vinho, bem estruturado e envelhecido,

que manteve uma ligeira tanicidade.

AVELUDADO - vinho extremamente macio, lembrando a textura do veludo.

AVINAGRADO - que apresenta excesso de ácido acético; vinho próximo de se

tornar vinagre.

BLANC DE BLANCS - vinho branco elaborado exclusivamente com uvas brancas.

BLANC DE NOIRS - vinho branco produzido a partir de uvas tintas.

BOUQUET - conjunto de sensações olfativas adquiridas pelo vinho no ambiente

reduzido da garrafa, englobando também os aromas primários e secundários.

Característica dos vinhos envelhecidos.

BRANCO-PAPEL - vinho quase incolor. Característica de alguns brancos jovens.

BRILHANTE - vinho com perfeita transparência e luminosidade. Característica

dos brancos jovens

BRUT - termo que designa o tipo de espumante natural com menor teor de

açúcares residuais.

CEREJA - cor um pouco viva dos rosados, lembrando a cereja.

CHAMBRER - adaptar o vinho à temperatura-ambiente.

CHAMPAGNE - espumante- método de espumatização que consiste em

refermentar o vinho na própria garrafa. Tradicionalmente usado na região de

Champagne.

CHAPTALIZAÇÃO - prática que consiste na adição ao mosto de açúcares não

provenientes da uva, quando esta se apresenta pobre em açúcares naturais.

Permitida apenas e alguns países, onde é prevista em lei.

CHARMAT - método de espumatização criado por Eugene Charmat, em que o

vinho sofre a segunda fermentação em grande recipiente

CHATO - vinho com carência de acidez fixa

CLARETE - cor mais carregada que o cereja; tonalidade dos rosados que mais se

aproxima dos vinhos tintos.

COMUM - vinho de consumo corrente, não distinguido por classificações

especiais.

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������ȼ������ȼ������ȼ��°���x½��Ü�NTAR - ato de

transferir o vinho da garrafa para uma jarra, com o propósito de separar os

sedimentos originários do envelhecimento.

DECRÉPITO - vinho que, por excesso de envelhecimento, apresenta-se apagado,

quase sem perfumes, cor ou sabor.

DEFEITUOSO - vinho que apresenta cheiros ou sabores estranhos, devidos

geralmente à falta de higiene da cantina ou à má conservação dos recipientes

utilizados.

DELICADO - define um vinho elegante, gracioso, que apresenta particular

harmonia e qualidade.

DENSO - vinho, que, no aspecto visual, apresenta-se com densidade superior à

da água. Característica dos vinhos doces tipo Sauternes.

DESARMÔNICO - vinho que, pela carência ou excesso de um ou mais

componentes, resulta desequilibrado do ponto de vista gustativo. DOCE - vinho

no qual o sabor doce dos açúcares predomina sobre os demais sabores.

Açúcares residuais acima de 50g/l. No Brasil, o mesmo que "suave".

DURO - vinho rico em acidez fixa e taninos. Característica de tintos jovens.

EFERVESCENTE - diz-se de um vinho que desprende gás carbônico, em forma

de pequenas bolhas

ELEGANTE - vinho muito equilibrado, fino, de classe.

ENCORPADO - terminologia usada em degustação para indicar um vinho rico em

extrato seco (corpo).

EQUILIBRADO - vinho em que todos os componentes estão na proporção

correta, principalmente o álcool e os ácidos.

ESCORREGADIO - vinho que apresenta densidade semelhante à da água.

ESPUMANTE- todo vinho obtido por uma segunda fermentação alcóolica (tipo

champagne). O termo é utilizado para indicar esse tipo de vinho produzido fora da

região de Champagne

ESTRUTURADO - vinho com boa presença de álcool, ácidos e taninos.

FIM-DE-BOCA - sensações finais, gustativas e olfato/gustativas, percebidas após

a deglutição do vinho.

FINO - vinho de qualidade, cujas sensações olfativas e gustativas são

elegantemente equilibradas.

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ETÉREO - diz-se do perfume que apresenta característico odor de éteres. Próprio

dos vinhos envelhecidos.

EVANESCENTE - no exame dos espumantes, refere-se à espuma que

desaparece rapidamente.

FIADEIRO - vinho doente, que apresenta densidade semelhante à do azeite.

FOXY - odor que caracteriza os vinhos provenientes de uvas americanas ou de

híbridos produtores diretos. Lembra o cheiro vulpino.

FRAGRANTE - vinho cujo frescor olfativo abre as mucosas nasais, dando uma

sensação agradável como a hortelã.

FRANCO - indica um vinho que, no seu aspecto olfativo, é absolutamente isento

de defeitos.

FRESCO - no aspecto gustativo, refere-se ao vinho com ligeiro excesso de

acidez, mas ainda assim muito agradável.

FRISANTE - vinho ligeiramente efervescente, com uma certa riqueza de anidrido

carbônico, porém inferior à dos espumantes.

FRUTADO - diz-se de um vinho com aroma e gosto de frutas frescas.

Características dos vinhos jovens.

FUGÍDIO - vinho de pouca persistência olfativa e olfato/gustativa.

GENEROSO vinho de alto teor alcoólico, porém, acompanhado de uma estrutura

e riqueza tais que o tornam plenamente satisfatório e tônico para o organismo.

Também se usa para indicar os vinhos fortificados com aguardente vínica (tipo

Porto).

GORDUROSO - vinho não apenas rico em maciez - provocada pela glicerina- ,

mas também cheio e carnoso.

HARMÔNICO - vinho em que todos os componentes encontram-se em perfeito

equilíbrio.

HERBÁCEO - particular indício que apresentam certos vinhos jovens, como o

Cabernet Franc, lembrando levemente o aroma de ervas frescas.

INTENSO - expressão usada para indicar vinhos ricos em matérias corantes, de

bom impacto olfativo e gustativo.

JOVEM - vinho que, por não ter ainda completado sua evolução, pode apresentar

algum desequilíbrio.

LEVE ou LIGEIRO - vinho com pouco corpo.

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LÍMPIDO - vinho que, no exame visual, apresenta-se totalmente isento de

partículas em suspensão.

MACIO - designa o vinho com bom teor de glicerina, justamente alcoólico e com

pouca acidez.

MADEIRIZADO - vinho no qual a oxidação levou não só a um escurecimento da

cor, mas também à formação de um cheiro característico de aldeídos. Nos vinhos

do tipo Madeira e Marsala é um caráter de tipicidade.

MADURO - vinho que, em sua evolução, atingiu um estágio ideal, com pleno

desenvolvimento das características organolépticas.

MAGRO - vinho pobre em extrato seco. Se não apresentar desequilíbrio, pode ser

agradável.

MERCAPTANO - odor desagradável, devido à formação de compostos sulfurosos

METÁLICO - sabor defeituoso conferido ao vinho por certos metais como o cobre

e o ferro.

MOFO - defeito provocado por um excesso de umidade causado por bactérias,

transmitido ao vinho por tonéis em mal estado de conservação ou através da

rolha.

MOLE - vinho ao qual faltam totalmente acidez e vivacidade.

MOSTO - líquido denso e muito doce, obtido do esmagamento da uva fresca, e

que ainda não sofreu fermentação.

NERVOSO - vinho no qual a riqueza de acidez impressiona viva e favoravelmente

os órgãos dos sentidos.

NÍTIDO - diz-se de um perfume com uma só nuance bem definida ou de um gosto

único e bem caracterizado

OPALESCENTE - usa-se para indicar um vinho, em particular branco, levemente

velado.

OURO - tonalidade do amarelo próprio de certos vinhos brancos, apresentando

nuances que vão do claro ao ouro antigo.

OXIDADO - vinho alterado em suas características visuais, olfativas e gustativas

pelo contato com o ar. A cor fica mais escura que o normal e a acidez tem uma

queda acentuada, com uma tendência para o madeirizado.

PALHA - tonalidade do amarelo própria dos vinhos brancos, pode ser clara ou

carregada.

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PASTOSO - diz-se de um vinho espesso, gordo e muito doce, que na boca dá a

sensação de uma untuosidade enjoativa.

PELE DE CEBOLA - nuance de cor dos vinhos rosados

PERSISTÊNCIA - conjunto de sensações olfato/gustativas percebidas após a

deglutição do vinho, que podem ser medidas em segundos.

PRONTO - vinho que está apto a ser consumido.

PUNGENTE - sensação percebida na boca, causada pela elevada concentração

de anidrido carbônico, pela causticidade provocada pelo álcool ou pelo excesso

de anidrido sulfuroso.

PÚRPURA - tonalidade dos vinhos tintos, lembrando o vermelho intenso com

tendência ao violeta.

QUENTE - vinho justamente alcoólico, que provoca uma agradável sensação de

calor.

RANÇOSO - vinho que apresenta sensações desagradáveis provocadas por

alterações microbianas, caracterizadas por um gosto de manteiga azeda.

REDONDO - vinho rico em glicerina, álcoois e açúcares residuais, quase sempre

junto a uma moderada acidez e escasso teor de taninos, que o tornam

extremamente macio.

RESINOSO - vinho que apresenta sensações de resinas vegetais.

RETROGOSTO - conjunto de sensações finais, percebidas depois que o vinho foi

deglutido.

ROLHA - defeito transmitido ao vinho pela rolha atacada pela Armilaria mellea.

RUBI - tonalidade típica dos vinhos tintos maduros.

SALGADO - anomalia apresentada por certos vinhos ricos em sais minerais.

SÁPIDO - vinho agradável pela justa quantidade de ácidos e de sais minerais

SECO - pela legislação brasileira, é o vinho que apresenta um máximo de 5g/l de

açúcares residuais.

SUAVE - pela legislação brasileira, é o vinho que apresenta um mínimo de 20,1g/l

de açúcares residuais. Termo empregado exclusivamente para designar o grau de

doçura do vinho

SULFÍDRICO - defeito caracterizado pelo cheiro de ovos podres

SUTIL - diz-se de um perfume muito ligeiro ou de um vinho que oferece pouca se

fracas sensações gustativas.

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TÁNICO - vinho rico em taninos, encontrados principalmente nos tintos jovens; o

mesmo que adstringente.

TÊNUE - vinho de pouca intensidade olfativa

TÍPICO - vinho no qual os caracteres de tipicidade são decisivamente marcados

TRANSPARÊNCIA - característica visual essencial a todos os vinhos de

qualidade, tintos ou brancos. Na prática, um vinho é transparente quando permite

a visão de um objeto colocado atrás do copo. Não deve ser confundida com

limpidez.

TURVO - vinho com limpidez totalmente alterada, com grande quantidade de

substâncias coloidais em suspensão

VELADO - vinho com pouca limpidez.

VELHO - vinho que atingiu o último estágio de sua evolução e que ainda mantém

características organolépticas apreciáveis. Vinho envelhecido.

VERDEAL - tonalidade dos vinhos brancos em que prevalecem reflexos

esverdeados.

VINOSO - característica dos vinhos jovens, lembrando o cheiro de mosto da uva.

VIVO - vinho com ligeiro excesso de acidez, porém ainda agradável.

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Apêndice 3: Tabela 4, representando a área cultivada com videiras por país, em milhões de hectares.

1° Espanha (1,20) 2° Itália (0,92) 3° França (0,91) --- -----

2°o Brasil (0,06)

Fonte: OIV - Ano: 1996

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Apêndice 4: Tabela 5, representando o consumo de vinho per capita/ano, por Estado.

1° Rio Grande do Sul (4,80)

2° São Paulo (3,95) 3° Paraná (3,20) 4° Espírito Santo (2,36) 5° Rio Janeiro (2,36) 6° Santa Catarina (1,99) 7° Distrito Federal (1,21) 8° Minas Gerais (1,17) 9° Amapá (1,06) 10° Acre (1,09) 11° Roraima (0,92) 12° Goiás (0,90)

13° Mato Grosso do Sul (0,82)

14° Bahia (0,79) 15° Rondônia (0,74) 16° Mato Grosso (0,60) 17° Amazonas (0,68) 18° Pernambuco (0,61) 19° Paraíba (0,43) 20° Ceará (0,32) 21° Pará (0,27) 22º Rio Grande Norte (0,14)23° Sergipe (0,11)

24° Alagoas e Tocantins (0,10)

25° Maranhão (0,08) 26º Piauí (0,08)

Fonte: UVIBRA - Ano: 1994

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Apêndice 5: Tabela 6, produção, por país, em bilhões de litros de vinho por ano.

1° França (5,75)

2° Itália (5,16) 3° Espanha (4,17)

4° Estados Unidos (2,33)

5° Argentina (1,25)6° Alemanha (0,98)

7° Austrália (0,80)

8° África do Sul (0,69)

9° Portugal (0,67)

10° Chile (0,64)

11° China (0,57)

12° Romênia (0,55)13° Brasil (0,37) 14° Grécia (0,36) 15° Hungria (0,30) Fonte: Wine Institute

- Ano: 2003