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Características gerais, Morfologia, Citologia e Fisiologia de Fungos Alessandra P. Sant’Anna Salimena Maio/2018 Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia

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Características gerais, Morfologia, Citologia e Fisiologia

de Fungos

Alessandra P. Sant’Anna Salimena

Maio/2018

Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia

Ecologia

Quantidade

Variedade

Ubiquidade

Fitopatogênicos

Engenharia

Genética

Agentes de infecções, intoxicações, hipersensibilidade, tumorações

Indústrias:

Panificação

Laticínios

Bebidas

alcóolicas

Farmacêutica

Química

Importância dos fungos

Importância dos Fungos

Cephalosporium acremonium (Acremonium chrysogenum) Isolada por Giuseppe Brotzu

(1948)

Penicillium chrysogenum (ou P. notatum) Foi descoberta pelo médico e

bacteriologista escocês Alexander Fleming e está disponível como fármaco desde 1941, sendo o primeiro antibiótico

a ser utilizado com sucesso

Intoxicação causada pela ingestão de alimentos contaminados com micotoxinas produzidas por fungos filamentosos

Aspergillus flavus Aflatoxina

Penicillium e Aspergillus Ocratoxina A

Importância dos Fungos

Resolução da ANVISA RDC n° 7 de 18 de fevereiro de 2011

Exposição humana às micotoxinas Direta: ingestão de alimentos contaminados. Ex.: aflatoxina em amendoim/milho, ocratoxina A em café

Indireta: consumo de alimentos originados de animais previamente expostos a micotoxinas presentes nas rações. Ex.: aflatoxina M1 em leite e queijo

Importância dos Fungos

Importância dos Fungos

Macromicetos “venenosos”, que são confundidos com os fungos comestíveis Em alguns fungos, a toxicidade se manifesta só quando se ingere toxinas termolábeis (in natura); outros conservam sua atividade tóxica mesmo quando submetidos à ebulição (termorresistentes – “chá”) e outros só manifestam seu efeito tóxico se ingeridos com bebidas alcoólicas

Micetismo ou envenenamento por cogumelos

Intoxicação causada pela ingestão de fungos macroscópicos toxígenos

Importância dos Fungos

Importância dos Fungos

Aflatoxinas (B1 e B2) – amendoim, castanhas e outros grãos (são hepatocarcinogênicas)

Ocratoxina (A e B) – nozes, castanhas e grãos de cereais (arroz), danos hepáticos e renais

Micotoxicose

Intoxicação causada pela ingestão de alimentos contaminados com fungos microscópicos (bolores) produtores de micotoxinas

Aproximadamente 300 espécies de fungos já foram descritas como alergizantes

Importância dos Fungos

Manifesta-se principalmente com

sintomas clínicos de asma brônquica e rinite

Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais

1969 - Reino Fungi

O que são FUNGOS?

Fungos

NÃO

Apresentam celulose na

PC

Realizam fotossíntese

Armazenam amido

A presença de substâncias quitinosas na parede da maior parte das espécies fúngicas e a capacidade de armazenar glicogênio os assemelham às células

animais

≠ Plantas

= Animais - Não sintetizam clorofila

- Não têm celulose (exceto alguns

aquáticos)

- Não armazenam amido (subst. de reserva)

- Presença de quitina

- Armazenam glicogênio

Fungos

Características gerais dos fungos

Fungos

Seres vivos, cosmopolitas e heterogêneos

Eucariotas (uni ou pluricelulares)

Parede celular rígida (quitina)

Armazenam glicogênio

Não sintetizam clorofila

Não formam tecidos Não possuem sistema vascular, raiz, caule e

folhas

Imóveis

Aeróbios

Heterotróficos

Nutrem por Absorção

Crescem bem entre 0 e 40°C (T°C 20/30°C)

Desenvolvem-se melhor em meios com

pH ácido (6.0)

Apresentam reprodução sexuada e assexuada (esporos)

Disseminação – água, animais, sementes,

insetos e vento

Microrganismos oportunistas

Maioria de vida livre (saprófitas) e alguns são parasitas de plantas ou animais

Quimiorganotróficos

Relações Ecológicas

Simbiontes

Saprófitas Parasitas

Saprófitas Decompõem resíduos em formas mais simples (ciclagem) Fungos utilizados em processos fermentativos, decomposição de poluentes (pesticidas), produção de alimentos Degradação de materiais (couro, madeira, tintas, combustíveis, alimentos) Importância das enzimas extracelulares

Parasitas Candida albicans

Candidíase

Fungo entomopatogênico

Fungos endofíticos

Simbiontes

Líquens Micorrizas

Morfologia dos fungos

Podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando colônias de dois tipos: leveduriformes e filamentosas

Colônias são pastosas ou cremosas Leveduras

Algodonosas, aveludadas, com variados tipos de

pigmentação

Fungos

Leveduras

Filamentosos

Leveduras Fungos unicelulares, arredondados ou ovais Se apresentam como células isoladas e algumas podem formar pseudo hifas, pseudo micélio Própria célula desempenha funções vegetativas e reprodutivas Colônia de aspecto úmido, cremosa ou pastosa Crescimento rasteiro Superfície mucóide Colônias lisas ou rugosas, com ou sem pigmentos, opacas ou brilhantes

Morfologia dos fungos

Fungos Filamentosos Fungos pluricelulares, filamentosos, constituídos por hifas (micélio) Hifas cenocíticas ou septadas, vegetativa ou reprodutiva, escuras ou hialinas, raquete, nodular ou espiral Colônias de aspecto seco, aveludada Bordas inteiras e irregulares Podem produzir pigmentos que se difundem no meio de cultura Podem ser observadas estruturas reprodutivas nas hifas

Morfologia dos fungos

diversos fungos não apresentam células individualizadas, suas hifas são preenchidas por massa contínua de citoplasma que contém vários núcleos

podem ter um ou dois núcleos

Morfologia dos fungos

Apocítica (Septada)

Cenocítica (Asseptada)

Morfologia dos fungos

Apocítica (Septada) Cenocítica (Asseptada)

Morfologia dos fungos

Morfologia dos fungos

É quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os

propágulos de reprodução ou os corpos de frutificação

Corresponde a sustentação e absorção de nutrientes, se

desenvolvendo no interior ou sobre o substrato

Micélio aéreo o micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo

Morfologia dos fungos

Macromorfologia

Características macroscópicas (coloniais)

Micromorfologia

Características microscópicas

Morfologia dos fungos

Fungos Filamentosos - Bolores

Macromorfologia

Colônias de aspecto seco, aveludadas, algodonosas, pulverulentas

Morfologia dos fungos

Micromorfologia

Multicelulares e filamentosos

Hifas: Estruturas tubulares e ramificadas

Conjunto de hifas: massas filamentosas enoveladas

(micélio)

Morfologia dos fungos Fungos Filamentosos - Bolores

Fungos unicelulares - leveduras

Macromorfologia Colônias de aspecto úmido, cremosa ou pastosa

Morfologia dos fungos

Micromorfologia Unicelulares, esféricas, ovais ou elipsóides

Morfologia dos fungos Fungos unicelulares - leveduras

Morfologia dos fungos Fungos unicelulares - leveduras

Morfologia dos fungos

Fungos Dimórficos

Paracoccidioides brasiliensis

23°C

Forma filamentosa (bolor - infectante)

37°C

Levedura (parasitária)

Morfologia dos fungos

Morfologia dos fungos

Citologia

Núcleo com membrana celular

Parede Celular

Composição química: envoltório formado por múltiplas camadas, constituída mananas, glucanas, quitina, proteínas e lipídeos. Funções: proteção contra pressão osmótica, rigidez. Forma do fungo e sede de determinantes antigênicos

Membrana Celular

Composição química: lipídeos (fosfolipídeos), proteínas, polissacarídeos e radicais esteróis (ergosterol) que não são encontrados nas células bacterianas Funções: controle osmótico (barreira seletiva, entrada e saída de solutos), biossíntese e sede de determinantes antígenos, auxilia na adesão das células fúngicas às células do hospedeiro

Núcleo

Contém o genoma fúngico e está agrupado em cromossomos lineares,

compostos de dupla fita de DNA arrumados em hélice

Contém histonas Membrana nuclear: natureza lipídica

e possui numerosos poros

Corpúsculo esférico contendo DNA, RNA e proteínas

É o sítio de produção do RNA ribossomal

Citoplasma

Sítio da fosforilação

oxidativa, sendo composta por membranas de fosfolípides.

Possui membrana interna achatada (crista) e contém

seu DNA e ribossomos

próprios

Síntese proteica, compostos por

RNA e proteínas

É uma membrana em forma de rede que se encontra distribuída por toda célula fúngica. Pode aderir os ribossomos

Acúmulo de nutrientes ou de

enzimas hidrolíticas que

promoverão a lise celular e

reciclagem dos nutrientes

Rizóide

Semelhante a raízes com função de absorção de nutrientes e

fixação

Hifas especializadas que auxiliam na adesão e penetração ao hospedeiro

Haustório

Elementos facultativos

Hifas muitas vezes possuem um grau de organização que resulta na formação de estruturas especializadas

Estromas: estruturas somáticas compactas sobre os quais os corpos de frutificação se formam;

Rizomorfos: são aglomerados de hifas formando um denso filamento semelhante às raízes;

Apressório: hifas com função de adesão ao hospedeiro

Esclerotos ou Esclerócios (semelhante aos esporos bacterianos): corpúsculos duros e parenquimatosos, entrelaçamento de hifas, estado de dormência, formas de resistência

Elementos facultativos

Fisiologia Nutrição Enzimas degradativas (lipases, invertases, lactases, proteínases, amilases)

Utilizam uma variedade de substratos como fonte de carbono. Alguns degradam: lignina, celulose e hemicelulose

São encontrados em todos os ambientes no planeta

Heterotróficos

Fisiologia Nutrição

Fisiologia Nutrição

Fungos

Parasitas

Simbiontes Saprófitas

Fisiologia Nutrição

Nutrição absortiva Enzimas hidrolíticas segregadas para o ambiente para a digestão de grandes moléculas orgânicas em moléculas menores que podem então ser absorvidas como nutrientes

Fisiologia Nutrição

Requerimento nutricional Macroelementos carbono, nitrogênio, fósforo e enxofre Microelementos minerais (K, Mg, Na, Ca, Cu, Zn, Fe, I) Fatores de crescimento vitaminas

Material celular de reserva

Glicogênio

Meio básico Sabouraud C – Glicose N - peptona

Fisiologia

pH

Fungos filamentosos

Leveduras

Fisiologia

Umidade Ótima (entre 75 e 95%) mas também suportam uma ampla variação

Os fungos filamentosos resistem mais a desidratação

Luminosidade: biossíntese de pigmentos e esporulação

Fisiologia

Temperatura T°C: psicrófilos, mesófilos e termófilos

Filamentosos e Leveduras Leveduras Patogênicas

Fisiologia Temperatura

Fungos Dimórficos

Paracoccidioides brasiliensis

23°C

Forma filamentosa (bolor - infectante)

37°C

Levedura (parasitária)

Fisiologia Temperatura

Fungos Dimórficos

Histoplasma capsulatum, um fungo dimórfico que causa a histoplasmose

Fisiologia

Salinidade Algumas espécies são halofílicas

Tempo de crescimento Mais lento que o das bactérias,varia de 7 a 15 dias em média Leveduras: crescimento mais rápido

Fisiologia Fisiologia

Obtenção de energia – presença de oxigênio

Fungos filamentosos Leveduras

Fungos filamentosos ruminais

Fisiologia Fisiologia

Catabolismo de carboidrato

Fisiologia

Respiração aeróbica

Fisiologia

Fermentação

Obrigada

[email protected]