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CARACTERÍSTICAS DE LÍDER OU GESTOR PREDOMINANTES NOS SETOR DE
ROTINAS TRABALHISTAS
SOUZA, Kamila Alice1
COLTRE, Sandra Maria2
RESUMO Este estudo investigou quais são as características de líder e gestor predominante em uma Indústria
Farmacêutica, localizada na cidade de Toledo-Pr. O estudo foi exploratório com corte transversal em 20 de Julho
de 2016, sem considerar a evolução dos dados do tempo. O instrumento de coleta de dados foi um questionário
com 20 características sobre líder e gestor, baseada em Santos (1997, p. 158), o qual cada um teria que assinar a
opção de um dos dois para cada característica. A população pesquisada foram 15 colaboradores, do setor de
Rotinas Trabalhistas. Os dados foram tratados de forma numérica e analisados de forma descritiva. Os resultados
demonstraram que para estes colaboradores as características de líder e gestor predominantes são: Líder- foco
nas pessoas, inspira confiança e inova. Gestor- foco nos sistemas e estruturas, é o clássico bom soldado e visão
de curto prazo.
PALAVRAS-CHAVE: liderança; características; gestor.
1 INTRODUÇÃO
Na situação atual em que se vive muitas pessoas se preocupam com sua carreira
profissional. As organizações fornecem as ferramentas para que seus colaboradores possam
ter novas oportunidades. Mas, nem todos tem o perfil de um líder, que é aquele que planeja e
que sabe como conduzir uma equipe. E, entender que uma liderança pode influenciar
positivamente ou negativamente os indivíduos.
As empresas buscam um diferencial ao contratar pessoas líderes, ou seja, pessoas que
tenham características de líder no mundo do trabalho. Liderança é um comportamento e
vincula competências específicas do indivíduo, que agrega um diferencial no mundo do
trabalho tanto para a pessoa como para a organização a qual está inserida. Para Botelho
(1995), este diferencial necessário e indispensável para o futuro da empresa, pois é a
inteligência existente dentro da própria empresa, que promoverá sua sustentabilidade de
forma mais duradoura.
1 Pós-graduando do curso de MBA em Gestão de Pessoas, do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Sul
Brasil – Fasul. 2 Professora orientadora do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Sul Brasil – Fasul.
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Para Marras (2002), a organização deve fornecer de forma clara como deve ser a
direção da liderança e quais são os valores fundamentais na formação do comportamento do
seu líder, e ao mesmo tempo, permitir-lhe a possibilidade de complementar o quadro básico
de liderança ideal proposto pela empresa com suas características pessoais.
Quem ocupa um cargo na hierarquia da empresa tem o poder da autoridade investida
do cargo de mandar fazer. Entretanto, se as pessoas vão obedecer é outro tipo de poder, este
poder é do de influência vinculado ao comportamento do indivíduo entendido como
comportamento líder (ADIZES, 1998).
Para o autor não se deve confundir gestor de tarefas e procedimentos com o
comportamento de liderança. O fato de alguém ocupar um cargo de mando, não significa que
este indivíduo é líder, conforme será explanado adiante.
Em vista destes argumentos, este estudo respondeu a seguinte questão: Qual é a
característica de líder ou gestor percebida pelos colaboradores do setor de rotinas trabalhistas
de uma indústria farmacêutica localizada na cidade de Toledo- Pr?.
2 LIDERANÇA
A liderança é a capacidade de exercer influência sobre as pessoas. O líder é uma peça
chave para toda organização, é ele quem pode direcionar e conduzir o sucesso de uma equipe.
Ele desenvolve em seus liderados a percepção de relacionamento interpessoal, positivo e
proativo, capaz de estimular a ação, o desenvolvimento, tendo em vista o envolvimento
emocional. Ele tem como principal atividade a produção da mudança, com sua ação pautada
sobre três dimensões fundamentais: estabelecer a direção estratégica da empresa, comunicar
essas metas aos recursos humanos e motivá-los para que sejam cumpridas (KOTTER, 1997).
O poder da liderança pode contribuir com mudanças positivas em todos os campos da
vida do ser humano, no trabalho, em casa ou até mesmo em relacionamento. Liderança é uma
influência pessoal, exercida em uma situação e dirigida através do processo de comunicação,
no sentido do atingimento de um objetivo específico ou objetivos (TANNENBAUM;
WESCHLER; MASSARIK, 1961, p.24).
Segundo Bergamini (1994, p.25):
Isso quer dizer que a liderança tem sido investigada desde há muito e
como tal é justo que apresente inúmeras interpretações. É desejável
lembrar que a diferença entre as interpretações se traduziu em pontos
de vistas que não são necessariamente opostos, mas que, de certa
forma, propõem enfoques complementares uns aos outros. É o
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conjunto de todos eles que oferece uma visão mais completa sobre o
assunto.
Os papéis dos líderes combinam habilidades técnicas, humanas e conceituais, pois,
diante das mudanças que as empresas enfrentam, as equipes precisam de uma direção. Por
isso é necessário líderes para conduzir pessoas com segurança. Walter (2006), ressalta que a
liderança como a habilidade de transformar seus subordinados em seguidores e parceiros
espontâneos e entusiasmados na busca de um objetivo comum. Para Chiavenatto (2004) a
liderança é dirigida através do processo da comunicação humana, ela é definida como a arte
de induzir as pessoas a cumprirem a suas obrigações com zelo e correção. É a capacidade de
influenciar as pessoas a fazerem aquilo que devem fazer.
Segundo Gardner (1990, p. 17), a liderança é o processo de persuasão, ou de exemplo,
através do qual o indivíduo induz um grupo a dedicar-se aos objetivos pelo líder, ou
partilhado pelo líder e seus seguidores. De acordo com Marins (2006) é um tema que vem
sendo discutido desde os mais remotos tempos pelo homem. Ser líder e formar líderes, parece
ser um desafio constante do homem e das organizações.
2.1 Estilos de Liderança
Nas organizações há a figura do líder, cada um com seu estilo que pode ser
compreendido na forma de influência que ele pode exercer, cada estilo tem seu impacto sobre
seus liderados e nos resultados que se esperam. Segundo Oliveira (2007) o que acontece hoje
nas organizações é que muitos administradores estão apenas gerenciando e esquecendo-se de
que liderar e aplicar um estilo de liderança nas organizações é preciso, independentemente de
seu porte.
É necessário que os líderes adotem um estilo que agregue maior valor a organização
para que assim, possam acompanhar todas as mudanças do mercado atual. Entretanto o estilo
de Liderança é a maneira pela qual essa pessoa numa posição de líder influencia as demais
pessoas no grupo. É importante entender que os estilos de liderança consistem nas atitudes de
um líder para com os seus colaboradores.
Na liderança autocrática, segundo Maximiano (2006), quanto mais concentrado o
poder de decisão do líder, mais autocrático é seu comportamento ou estilo. Muitas formas do
comportamento autocrático abrangem prerrogativas da gerência, como as decisões que
independem de participação ou aceitação.
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De acordo com Cury (2012), no estilo democrático os programas pode ser negociados
com o grupo, e este participa ativamente das negociações (aceitação da autoridade), pois o
líder aceita o homem como um ser inteligente, dinâmico, trabalhador e que, uma vez
motivado, pode produzir muito mais, gostando, portanto, de atividades desafiadoras. Os
membros são livres para trabalhar com um colega de sua escolha; a decisão das tarefas é
confiada ao grupo.
A teoria da liderança carismática ou transformadores indica que os seguidores do líder
atribuem a ele capacidades heroicas ou extraordinárias de liderança quando observam
determinados comportamentos. Os estudos sobre liderança carismática tem sido direcionados,
em sua maior parte, à identificação daqueles comportamentos que diferenciam os lideres
carismáticos dos demais (ROBBINS, 2002).
O modelo de liderança participativa sustenta que a eficiência de uma decisão mede- se
tanto pela sua qualidade quanto pela sua aceitação (Soto, 2005). Conforme Robbins (2003), a
liderança participativa fornece um conjunto de regras a serem seguidas pelos líderes na
determinação da extensão e forma da tomada de decisão participativa que deve ser encorajada
em cada situação.
O Líder transacional é aquele que apela aos interesses, especialmente às necessidades
primárias dos seguidores. Ele promete recompensas ou ameaças para conseguir que os
seguidores (ou subordinados) trabalhem para realizar as metas (MAXIMIANO, 2006). De
acordo com Robbins (2002), líderes transacionais são líderes que conduzem ou motivam seus
seguidores na direção das metas estabelecidas por meio do esclarecimento dos papéis e das
exigências das tarefas.
Conforme Daft (2006), os líderes transformacionais se assemelham aos líderes
carismáticos, mas são distinguidos pela sua habilidade especial em realizar inovação e
mudança, reconhecendo as necessidades e preocupações dos seguidores, ajudando-os a
examinarem problemas antigos com novas abordagens, e encorajando-os a questionar o status
quo. Os líderes transformacionais criam mudanças significativas em ambos, os seguidores e a
organização.
Um estilo laissez-faire em que o líder essencialmente não toma decisão alguma,
conduz a atitudes mais negativas e a um desempenho mais baixo. Esses resultados parecem
lógicos e provavelmente representam as crenças que prevalecem entre os administradores
sobre os efeitos gerais dessas abordagens de tomada de decisões (Bateman e Snell, 1998).
A liderança visionária é a capacidade de criar e articular uma visão de futuro realista,
atrativa e acreditável para a organização ou unidade organizacional, que tem como ponto de
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partida a situação presente e a busca de sua melhoria. Essa visão, se selecionada e
implementada corretamente, é tão enérgica que “dá início realmente ao futuro, despertando as
habilidades, os talentos e os recursos para que ele aconteça” (ROBBINS, 2002).
O local de trabalho virtual, no qual os funcionários trabalham distantes entre si e os
líderes, está se retornando cada vez mais comum nas organizações atuais, trazendo novos
desafios de liderança, o que se caracteriza como a liderança virtual ( DAFT, 2006).
A liderança é classificada de outras formas. Araújo (2013) classifica-os como:
liderança diretiva, liderança de apoio, liderança orientada para realizações e liderança
participativa. Liderança diretiva envolve dizer de forma clara quais são as tarefas a serem
executadas pelos subordinados, e que resultados são esperados; a liderança de apoio direciona
o líder a satisfazer às necessidades e preferências de seus subordinados visando promover um
clima de trabalho agradável; já a liderança orientada pelas realizações incentiva a excelência
do desempenho no trabalho dos subordinados através de metas e desafios para que o grupo
consiga atingir um alto desempenho e, por último, a liderança participativa que permite
funcionários colaborarem nas tomadas de decisões e definições que envolvem o processo
operativo de trabalho.
Quadro 1 - Características de alguns tipos de liderança:
Liderança Diretiva
Tipo de líder menos autoritário, geralmente não contam
com a participação do grupo para as decisões
importantes; De um modo geral se utilizam de
“desculpas” para agirem unilateralmente.
Liderança de Apoio
Líder flexível e acessível, propulsor de ambiente
colaborativo e amigável; Este tipo de líder pode ser
visto como o indivíduo amistoso que demonstra
preocupação com seus liderados.
Liderança orientada para realizações
Utiliza- se da motivação orientada para maximização
do desempenho propondo metas desafiadoras; Visa
melhorias; Busca evidenciar sua confiança na
capacidade do grupo; Demonstra confiança que o grupo
é capaz de atingir a máxima da excelência.
Liderança Participativa
Motiva e capacita o grupo pela busca do conhecimento;
Para que tomem suas próprias decisões; Geralmente
pode gerar um melhor resultado em ambientes
assíncronos; Conhecimento como “gestão horizontal”.
Fonte: Adaptado de Araújo, (2013).
2.2 Características do Líder
Para Teixeira (2002), a liderança exerce grande influência no clima organizacional e,
com isso, o líder, no campo do comportamento, deve promover um bom relacionamento com
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seus subordinados e a melhoria na qualidade do ambiente de trabalho, garantindo a satisfação
dos mesmos. Smith, 2006 apud (KANTER, 1997) apresenta as funções da liderança.
Participar do desenvolvimento dos valores, do propósito, das metas, das estratégias e
das posições da organização e comunicar aos funcionários. Contribuir ativamente para as
decisões da empresa, mantendo, ao mesmo tempo, a atenção claramente voltada para os
interesses da organização; Trabalhar diligentemente para que as decisões importantes da
empresa sejam tomadas nos momentos certos; Discordar ou valorizar problemas ou decisões
quando achar que os interesses da empresa não estiverem sendo atendidos, mas apoiar
entusiasticamente a decisão final a partir do momento em que ela for tomada; Obter
informações necessárias para comunicar os valores, a missão, as metas, as estratégias e as
posições da empresa a todos os seus seguidores. Definir os papéis e gerenciar a organização
de forma a respaldar as metas, cumprindo, ao mesmo tempo, as obrigações com os
funcionários, clientes e comunidades; Apoiar e incentivar a propriedade local, o orgulho e a
responsabilidade dentro da estrutura das metas e dos objetivos da organização; Olhar além da
empresa de modo a incentivar o trabalho em equipe e a integração entre os grupos da
empresa; Incentivar a inovação dentro da organização e compartilhar seus benefícios com os
funcionários; Criar um ambiente propício à iniciativa, ao crescimento e ao desenvolvimento
individuais.
Já para Lacombe (2005, p.214) demonstra que um bom líder,
além de motivar, deve possuir as seguintes características: Confiança em si; Crença
no que faz; Visão clara de onde quer chegar; Boa capacidade de comunicação;
Tomar decisões e ter calma em momentos de crise; Visualizar o sistema como um
todo; Entender que a diversidade das pessoas traz força para a equipe; Avaliar as
pessoas e fazer com que as pessoas certas ocupem os lugares certos em momentos
certos; Motivar os seus liderados.
Portanto, um bom líder nem sempre ocupa o papel de diretor ou gerente dentro de uma
organização. O líder deve estar presente em todos os níveis hierárquicos e em todas as áreas
de atuação.
2.2 O líder na influência na satisfação
Dentro de uma organização, além de ser necessário um nível considerável de
satisfação de seus funcionários, é extremamente importante que tenha um líder eficaz e que
saiba motivar sua equipe de profissionais.
Nas organizações além da constante preocupação com os fatores externos
(concorrência, mercado, políticas governamentais), há uma real necessidade de proporcionar
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aos seus subordinados um ambiente saudável de trabalho, com fatores de remuneração,
benefícios, relações interpessoais. Robbins (1998, p. 46) afirma que a motivação é definida
como sendo “a vontade de empregar altos níveis de esforço em direção a metas
organizacionais, condicionada pela capacidade do esforço de satisfazer alguma necessidade
do indivíduo”. Quando alguém se encontra motivado, tende a se esforçar mais.
No entanto, a liderança é extremamente vital para o sucesso da organização, visto que,
hoje as melhores e maiores empresas do mundo possuem grandes líderes, há uma real
necessidade de proporcionar aos seus subordinados um ambiente saudável de trabalho, tendo
uma remuneração, bons benefícios, relações interpessoais.
Segundo Paul Hersey (1976), para que um ambiente social tenha sucesso, é necessária
a existência de três elementos: atividades, interações e sentimentos.
Neste sentido o comportamento das pessoas que ocupam cargos podem ser percebidos
e avaliados frente a sua performance ou como lider ou como gestor.
2.3 Comportamento de Gestor x Líder
Os líderes são as pessoas que são capazes de contagiar as pessoas através do seu
carisma e criatividade para conduzi-las às mudanças necessárias, diminuindo os impactos das
mudanças. Os gerentes são as pessoas que fazem com que as organizações mantenham sua
identidade, mantendo o bom funcionamento do sistema, fazendo as coisas ocorrerem dentro
do prazo certo (BERGAMINI, 2002).
Conforme Chiavenato (2004) , líder é o condutor, o guia, aquele que comanda. Ser
líder é ter uma visão global, uma relação entre homem e o seu ambiente de trabalho. É saber
ensinar e também aprender, sendo este último de vital importância. A principal atividade de
um gestor ou líder é a de conduzir pessoas, como o próprio nome indica, sabendo para isso
lidar com elas e conseguir os melhores resultados.
Para Hickman (1991), as palavras gerente e líder são metáforas que representam dois
lados opostos de um mesmo contínuo. O gerente é aquele que representa o lado mais
analítico, estruturado e organizado e tem características comportamentais de quem se
preocupa em garantir a continuidade da empresa no tempo. Já o líder é responsável pela
mudança do status quo, significando o lado mais prático, visionário, flexível, não controlado e
por vezes até mais criativo das organizações. Podendo- se dizer que o gerente é guiado pelo
pensamento racional, usando como ponto de partida para resolução dos problemas inerentes
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ao dia a dia. E que, em contraste o líder ocupa posições nas quais usa mais seu sentimento e
sensibilidade.
Segundo Nez (2008), as tarefas de um administrador envolvem os seguintes processos
básicos: planejar; organizar; reunir recursos; supervisionar e controlar. Um chefe que exerce
essas funções administrativas exerce, consequentemente, funções de gerência. Aquele que é
apenas chefe impõe suas idéias movido pela autoridade, que seu cargo lhe confere, exercendo
o papel de mandante e não de comandante.
Liderar é, pois um conjunto de atitudes, decisões que podem fazer de seu trabalho o
reconhecimento da organização. Conforme diz Jordão (2010, p. 03): “Liderar é a arte de
conduzir as pessoas para que façam o que é necessário por livre e espontânea vontade. É
conseguir que seus liderados queiram fazer o que precisa ser feito”.
Segundo Kotter (1990) , não se deve imaginar que gerência e liderança sejam a mesma
coisa, bem como não se deve acreditar que a habilidade de liderança seja uma qualidade e que
a de gerência seja menos nobre que esta). As organizações precisam dos dois tipos de
profissionais e cada um deles apresenta diferentes soluções quanto ao seu processo de
posicionamento e atuação nos diferentes cargos dentro das organizações.
Conforme Santos (1997), o líder deve apresentar características diferenciadoras, se
forem feito traços de comparação com os gerentes e que são reproduzidos no quadro que se
refere e denota esse traço comparativo entre um verdadeiro líder e gerente. As características
que são apresentadas apontam o líder como um indivíduo muito mais ousado e original, o
gerente por sua vez é mais acomodado.
Quadro 2- Características de gerentes e líderes:
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo é de caráter exploratório, esta pesquisa não requer a formulação de
hipóteses para serem testadas, ela se restringe por definir objetivos e buscar mais informações
sobre determinado assunto de estudo, portanto ela seria um passo inicial para um projeto.
(CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007).
Segundo Cruz e Ribeiro (2003, p. 11), “o estudo exploratório é considerado de
natureza exploratória, quando esta envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com
pessoas que tiveram, ou têm, experiências práticas com o problema pesquisado e análise de
exemplos que estimulem a compreensão. As pesquisas exploratórias visam proporcionar uma
visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo”. O corte foi transversal no dia 20
de Julho de 2016, sem considerar a evolução dos dados do tempo. Os dados de fonte primária
foram coletados por um questionário e os de fonte secundárias nos registros da organização e
bibliografia.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário de Santos (1997, p. 158), com
10 características de Líder (inova, foco nas pessoas, desafia, inspira confiança, visão de longo
prazo, pergunta o quê e por quê, tem os olhos no horizonte, é a sua própria pessoa, faz a coisa
certa), e as do Gerente (administra, é uma cópia, tem o olhar no limite, é o clássico bom
soldado, faz certas as coisas, limita, foco nos sistemas e estruturas, pergunta como e quando,
visão de curto prazo, apoia-se no controle).
A população pesquisada foram 15 colaboradores do setor de Rotinas Trabalhistas, de
uma indústria farmacêutica que está instalada na cidade de Toledo-Pr. Das quais10 pessoas do
sexo feminino, e 5 masculino, com idade entre 19 à 45 anos, ocupando diferentes cargos,
auxiliares e analistas.
Os dados foram tratados de forma numérica e analisados de forma descritiva.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo o site da empresa (2016), esta Indústria Farmacêutica atua no mercado desde
o ano de 1993, suas atividades começaram com a produção de medicamentos para a área
hospitalar, mas com visão aguçada para as novas oportunidades de mercado que estavam
surgindo no Brasil, a partir de liberação para a fabricação de medicamentos genéricos (Lei nº
9.787, de 10 de fevereiro de 1999), passou a galgar sua posição de destaque no cenário
nacional, atualmente é destaque na produção de medicamentos genérico, sendo a maior
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fornecedora para órgãos públicos no Brasil. A empresa também se preocupa com a
capacitação profissional, os colaboradores destacados pela gerência de sua área passam por
treinamentos em gestão, negociação, administração e formação humana, entre outros.
Valorizando assim, o crescimento profissional e a retenção de talentos, para agregar ao
desenvolvimento da empresa.
Ela possui em todos os setores líderes de equipe, gerentes e supervisores, onde as
funções são diferenciadas, e muito significativas para o andamento das atividades. O
questionário foi montado misturando as características para que os colaboradores atribuíssem
o ponto para cada qual, conforme acreditam ser a mais importante ao líder e gestor.
4.1 Resultados
Após a aplicação dos 15 questionários houve retorno de 100%, validando o estudo
Quadro 1 - Resultados
Lider Quant. Gestor Quant.
Inova 12 Adminstra 8
Foco nas pessoas 13 Limita 9
Pergunta o quê e por quê 10 Pergunta como e quando 7
Desafia 11 Foco: nos Sistemas e Estruturas 12
Visão de longo prazo 9 É o clássico bom soldado 13
Dá origem 9 Faz certas as coisas 8
Inspira confiança 12 Apoia-se no controle 10
Faz a coisa certa 11 Visão de curto prazo 12
É a sua própria pessoa 9 Olhar sempre no limite 11
Tem seus olhos no horizonte 10 Aceita o status quo 10
Total de indicações 106 Total de indicações 100
FONTE: dados da pesquisa, (2016).
Segundo as respostas, pode se constatar que para a maioria dos colaboradores a figura
de líder e gestor é clara, o que mostra que as funções são extremamente importantes não só
para a organização, mas para todas as pessoas que atuam com eles, seguindo assim suas
orientações. Entretanto, pode se observar que em algumas características houve resultados que
dividiram as opiniões, em que os colaboradores identificaram para eles ser dirigido a um líder
ou gestor.
Conforme Chiavenato (2000, p. 02) “a administração se revela nos dias de hoje como
uma área do conhecimento humano impregnada de complexidades e de desafios. O
profissional que utiliza a administração como meio de vida, pode trabalhar nos mais variados
níveis de uma organização: desde nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de
dirigente máximo da organização”.
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Pode- se perceber que o papel do gestor traz entendimentos como uma figura mais
objetiva, que trabalha com clareza e embasado em quantidades números. Pode se observar que
os colaboradores analisam fortemente o gestor como um soldado, pode ser baseado na idéia
de agir conforme os padrões, examinar o que acontece, coletar dados, analisar situações, e
saber orientar um rumo para cada caso.
O que se pode observar a partir das características verificadas é que o líder é mais
original, participativo e inovador, e que participa ativamente no processo de crescimento das
pessoas.
5 CONCLUSÃO
Com base nas informações coletadas com a pesquisa, observamos duas figuras
importantes na organização, a de líder e gestor, que muitos acreditam ter a mesma função,
onde, ao detalhar e rever seus conceitos podemos diferenciá-las. Tendo características que se
distanciam, e outras que se complementam. Para Robbins (2002, p. 371), “a gerência significa
a posição de autoridade formal que um indivíduo possui e a liderança é uma capacidade de
um indivíduo em lidar com a mudança”.
O presente estudo contribuiu para as especificações de cada uma das funções, e
também para entender sua importância. O trabalho das organizações para a gestão de pessoas
só é possível por ter como facilitadores desse grande processo que é o desenvolvimento os
líderes e gestores. Que estão presentes no cotidiano dos colaboradores dando apoio e
orientando para que o crescimento profissional e das empresas possam ser cada vez maiores,
uma vez que o capital intelectual tem sido um grande diferencial para as organizações.
Para Gil (2006, apud Robbins 2005), a gestão de pessoas é uma função gerencial que
visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto
organizacionais quanto individuais. A gestão pode ser entendida pela definição de
administração. O conjunto de esforços que tem por objetivo “planejar, organizar, liderar,
controlar as atividades de um grupo de indivíduos que se associam para atingir um objetivo
comum, sempre considerando as variáveis ambiental, empresarial e interativa”, diz
(ARAUJO, 2006, p. 1). Ou seja, essas características estão ligadas a um conjunto de tarefas ao
qual é destinado aos papéis dessas importantes funções na organização.
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REFERÊNCIAS
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2012. Disponível em: <http://npa.newtonpaiva.br/psicologia>. Acesso em: 20/09/2016.
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ARAUJO, Luis César G. Gestão de Pessoas: Estratégias e Integração Organizacional. São
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