capítulo l • os presidentes e suas diretorias · 2016-12-05 · o bem e o mal, portanto, a...
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•ConselhoFiscalSuplente:
AnyVieiradaRocha(AC)
•ConselhoFiscalSuplente:
EudesKangTourinho(RO)
•ConselhoFiscalSuplente:
MáximodaCostaSoares(TO)
•ConselhoFiscalSuplente:
MariadoCarmosSilvaChagas(MA)
Diretoria 2002-2005
•1ºVice-Presidente:
LincolnMarceloSilveiraFreire(MG)
•2ºVice-Presidente:
RonaldodaRochaLourdesBueno(PR)
•Vice-PresidentedaRegiãoCentro:
RanonDominguesdaCosta(DF)
•Vice-PresidentedaRegiãoCentro-Oeste:
RicardoSaad(MT)
•Vice-PresidentedaRegiãoNorte:
CarlosDavidAraújoBichara(PA)
•Vice-PresidentedaRegiãoNorte-Nordeste:
FlorentinodeAraujoCardosoFilho(CE)
•Vice-PresidentedaRegiãoNordeste:
FlávioLinckPabst(PE)
•Vice-PresidentedaRegiãoLeste-Nordeste:
LúcioAntonioPradoDias(SE)
•Vice-PresidentedaRegiãoLeste-Centro:
JoséGuerraLage(MG)
•Vice-PresidentedaRegiãoLeste-Sul:
J.SamuelKierszenbaum(RJ)
•Vice-PresidentedaRegiãoCentro-Sul:
JoséLuizGomesdoAmaral(SP)
•Vice-PresidentedaRegiãoSul:
RemacloFischerJúnior(SC)
•Secretário-Geral:
EdmundChadaBaracat(SP)
•1ºSecretário:
AldemirHumbertoSoares(SP)
•1ºTesoureiro:
AmilcarMartinsGiron(SP)
•2ºTesoureiro:
JoséAlexandredeSouzaSittart(SP)
•DiretorAssistênciaePrevidência:
MartinhoAlexandreR.A.daSilva(RS)
•DiretorCultural:
SeverinoDantasFilho(ES)
•DiretordeDefesaProfissional:
EduardodaSilvaVaz(RJ)
•DiretorRelaçõesInternacionais:
DavidMiguelCardosoFilho(MT)
•DiretorCientífico:
FabioBiscegliJatene(SP)
Capítulol•OsPresidenteseSuasDiretorias
77
•DiretordeEconomiaMédica:
MarcosPereiradeÁvila(GO)
•DiretordeSaúdePública:
SamirDahasBittar(GO)
•DiretordoJAMB:
HorácioJoséRamalho(SP)
•DiretorAcadêmico:
EliasFernandoMiziara(DF)
•DiretorAtendimentoaoAssociado:
RicardodeOliveiraBessa(SP)
•DiretordeProteçãoaoPaciente:
JurandirMarcondesRibasFilho(PR)
•DiretordeMarketing:
RoqueSalvadorAndradeeSilva(BA)
•ConselhoFiscalEfetivo:
JoséVictorManiglia(SP)
•ConselhoFiscalEfetivo:
ValdeciRibeirodeCarvalho(PI)
•ConselhoFiscalEfetivo:
CleberCostadeOliveira(AL)
•ConselhoFiscalEfetivo:
AristótelesComtedeAlencarFilho(AM)
•ConselhoFiscalEfetivo:
CarlosGilbertoCrippa(SC)
•ConselhoFiscalSuplente:
JoãoModestoFilho(PB)
•ConselhoFiscalSuplente:
LuizAlbertoGóesMuniz(AC)
•ConselhoFiscalSuplente:
EudesKangTourinho(RO)
•ConselhoFiscalSuplente:
EdilsonCarlosdeSouza(RN)
•ConselhoFiscalSuplente:
MariadoCarmoSilvaChagas(MA)
Capítulol•OsPresidenteseSuasDiretorias
78
José Luiz Gomes do Amaral (SP)
sistemadehierarquizaçãodeprocedimentos
médicos.
NaAMB,foiresponsávelportrazeraoBrasil
relevantes discussões sobre pesquisas clíni-
cas,comoarevisãodaDeclaraçãodeHelsin-
que(2008),ousodeplaceboempesquisa
médicaassociadaaotratamento(2010),eo
SeminárioInternacionaldeResiliênciaMédi-
ca(2010).ComarealizaçãodaConferência
DoutoresdoAmbiente(2009),ajudouadis-
seminaraDeclaraçãodeDelhisobresaúde
emudançaclimática,naaberturadaversão
brasileiradoCursodeFormaçãodeLideran-
çasMédicas,adaptaçãodeumainiciativada
WMA.
FoieleitoporaclamaçãoparapresidiraAs-
sociaçãoMédicaMundial(WMA),em2012.
A eleição foi realizada em Vancouver, Ca-
nadá.Aindanoâmbitointernacional,preside
aComunidadeMédicadeLínguaPortuguesa
(CMLP),cargoassumidoemmarçode2010.
RepresentandooBrasilnaConfederaçãoMé-
dica Latino-Americana e do Caribe (Confe-
mel)enoFórumIberoamericanodeEntida-
desMédicas,temtrabalhadopelaintegração
NasceunacidadedeSão
Paulo,em1950.Graduou-se
pela Escola Paulista de
Medicina(UNIFESP),onde
seespecializouemAnes-
tesiologia.Tambémcon-
cluiu especialização em
MedicinaIntensivanaFaculdadedeMedici-
nadaUniversidade Louis Pasteur de Stras-
bourg,naFrança.NaUnifesp,iniciouacar-
reira docente e na instituição, realizou sua
pós-graduação, mestrado e doutorado. É
professorlivre-docentedaFaculdadedeMe-
dicinadeBotucatu,Unespeprofessortitular
dodepartamentodeAnestesiologia,Dore
MedicinaIntensivadaUnifesp.Foipresiden-
tedaAssociaçãoPaulistadeMedicina; do
ComitêdeAssuntosMédicosSociais(SMAC)
emembrodaComissãoNacionalAMB/CFM
paraaprovaçãodaLeidoAtoMédico.
Apresenta destacado trabalho em defesa
daqualidadedaassistênciaedadignidade
profissional domédico; dos projetos de lei
pararegulamentaroexercíciodaprofissãoe
paraimplementarPlanodeCarreira,Cargos
eVencimentos;eaindanaconsolidaçãodo
Capítulol•OsPresidenteseSuasDiretorias
79
das instituições de representação médica
nesse contexto. Em suagestão, ainda criou
oJAMBCultura,suplementoculturalcom50
milexemplares,encartadonoJAMB. Imple-
mentoudiversasaçõessociais,comooproje-
toSOSHaiti,alémdecriaçãodaComissãode
MedicinaOperativa.DeuinícioaoPrograma
deEducaçãoMédicaContinuada.
Diretoria 2005-2008•1ºVice-Presidente:
JoséCarlosRaimundoBrito(BA)
•2ºVice-Presidente:
HélioBarrosodosReis(ES)
•Vice-PresidentedaRegiãoCentro:
JoséLuizDantasMestrinho(DF)
•Vice-PresidentedaRegiãoCentro-Oeste:
NabyhSalum(GO)
•Vice-PresidentedaRegiãoNorte:
AristótelesComtedeAlencarFilho(AM)
•Vice-PresidentedaRegiãoNorte-Nordeste:
FlorentinodeAraújoCardosoFilho(CE)
•Vice-PresidentedaRegiãoNordeste:
WilbertoSilvaTrigueiro(PB)
•Vice-PresidentedaRegiãoLeste-Nordeste:
RoqueSalvadorAndradeeSilva(BA)
•Vice-PresidentedaRegiãoLeste-Centro:
JésusAlmeidaFernandes(MG)
•Vice-PresidentedaRegiãoLeste-Sul:
JacobSamuelKierszenbaum(RJ)
•Vice-PresidentedaRegiãoCentro-Sul:
JurandirMarcondesRibasFilho(PR)
•Vice-PresidentedaRegiãoSul:
NewtonMonteirodeBarros(RS)
•Secretário-Geral:
EdmundChadaBaracat(SP)
•1ºSecretário:
AldemirHumbertoSoares(SP)
•1ºTesoureiro:
AmilcarMartinsGiron(SP)
•2ºTesoureiro:
LucLouisMauriceWeckx(SP)
•DiretordeAssistênciaePrevidência:
CléberCostadeOliveira(AL)
•DiretorCultural:
CarlosDavidAraújoBichara(PA)
•DiretordeDefesaProfissional:
RobertoQueirozGurgel(SE)
•DiretorRelaçõesInternacionais:
MurilloRonaldCapella(SC)
•DiretorCientífico:
GiovanniGuidoCerri(SP)
Capítulol•OsPresidenteseSuasDiretorias
80
•DiretordeEconomiaMédica:
ElisabetoRibeiroGonçalves(MG)
•DiretordeSaúdePública:
MarciaRosadeAraújo(RJ)
•DiretordoJAMB:
RonaldodaRochaLouresBueno(PR)
•DiretorAcadêmico:
JoséLuizWeffort(MG)
•DiretorAtendimentoaoAssociado:
MoacyrBassoJunior(MS)
•DiretordeProteçãoaoPaciente:
EliasFernandoMiziara(DF)
•DiretordeMarketing:
GeraldoFerreiraFilho(RN)
•ConselhoFiscalEfetivo:
JaneMariaCordeiroLemos(PE)
•ConselhoFiscalEfetivo:
CarlosGilbertoCrippa(SC)
•ConselhoFiscalEfetivo:
MarileneRezendeMelo(SP)
•ConselhoFiscalEfetivo:
DavidMiguelCardosoFilho(MS)
•ConselhoFiscalEfetivo:
LuizAlbertodeGoésMuniz(AC)
•ConselhoFiscalSuplente:
JoãoJosédeMatos(MT)
•ConselhoFiscalSuplente:
GutembergFernandesdeAraújo(MA)
•ConselhoFiscalSuplente:
RobervalSalesLeite(PI)
•ConselhoFiscalSuplente:
PauloErnestoC.deOliveira(RO)
•ConselhoFiscalSuplente:
FlávioFaloppa(SP)
Diretoria 2008-2011
•1ºVice-Presidente:
JoséCarlosRaimundoBrito(BA)
•2ºVice-Presidente:
NewtonMonteirodeBarros(RS)
•Vice-PresidenteCentro:
JoséLuizDantasMestrinho(DF)
•Vice-PresidenteCentro-Oeste:
MoacyrBassoJunior(MS)
•Vice-PresidenteNorte:
CarlosDavidAraújoBichara(PA)
•Vice-PresidenteNorte-Nordeste:
GutembergFernandesdeAraújo(MA)
•Vice-PresidenteNordeste:
WilbertoSilvaTrigueiro(PB)
•Vice-PresidenteLeste-Nordeste:
CléberCostadeOliveira(AL)
•Vice-PresidenteLeste-Centro:
JésusAlmeidaFernandes(MG)
•Vice-PresidenteLeste-Sul:
CelsoFerreiraRamosFilho(RJ)
Capítulol•OsPresidenteseSuasDiretorias
81
•Vice-PresidenteCentro-Sul:
JurandirMarcondesRibasFilho(PR)
•Vice-PresidenteSul:
MurilloRonaldCapella(SC)
•Secretário-Geral:
AldemirHumbertoSoares(SP)
•1ºSecretário:
LucLouisMauriceWeckx(SP)
•1ºTesoureiro:
FlorisvalMeinão(SP)
•2ºTesoureiro:
AmilcarMartinsGiron(SP)
•DiretordeAssistênciaePrevidência:
RobsonFreitasdeMoura(BA)
•DiretorCultural:
HélioBarrosodosReis(ES)
•DiretordeDefesaProfissional:
RobertoQueirozGurgel(SE)
•DiretordeRelaçõesInternacionais:
MiguelRobertoJorge(SP)
•DiretorCientífico:
EdmundChadaBaracat(SP)
•DiretordeEconomiaMédica:
MarcosBosiFerraz(SP)
•DiretordeSaúdePública:
FlorentinodeAraújoCardosoFilho(CE)
•DiretordeComunicação:
EliasFernandoMiziara(SP)
•DiretorAcadêmico:
JoséLuizWeffort(MG)
•DiretoradeAtendimentoaoAssociado:
JaneMariaCordeiroLemos(PE)
•DiretordeProteçãoaoPaciente:
WirlandeSantosdaLuz(RR)
•DiretordeMarketing:
GeraldoFerreiraFilho(RN)
•ConselhoFiscalEfetivo:
MarileneRezendeMelo(SP)
•ConselhoFiscalEfetivo:
DavidMiguelCardosoFilho(MS)
•ConselhoFiscalEfetivo:
GiovanniGuidoCerri(SP)
•ConselhoFiscalEfetivo:
EduardoFranciscodeAssisBraga(TO)
•ConselhoFiscalEfetivo:
AristótelesC.deAlencarFilho(AM)
•ConselhoFiscalSuplente:
CarlosGilbertoCrippa(SC)
•ConselhoFiscalSuplente:
EdsonHidekiHarima(MT)
•ConselhoFiscalSuplente:
FelipeEuláliodePádua(PI)
•ConselhoFiscalSuplente:
NabyhSalum(GO)
•ConselhoFiscalSuplente:
FlávioFaloppa(SP)
Capítulol•OsPresidenteseSuasDiretorias
82
SimbolismosmilenaresrepresentamoemblemadaAssociação
MédicaBrasileira.
Oantigosímbolofoicriadonadécadade1950,nacorpreta
eposteriormentetransformadoemazul.Éumrotundumque
trazomapadoPaísaocentro,aevocarogiganteBrasilno
GloboTerrestre,contornadoporcírculobranco.Emprimeiro
plano, destaca-se um prisma com o Bastão de Esculápio, a
remeter à finalidade da Associação. Encimando o conjunto,
insere-seonomeAssociaçãoMédicaBrasileira,enapartein-
ferior,suasiglaAMB.
Em2008, o antigo emblema foi substituído por outro, que
guardaasmesmascaracterísticasessenciaisdoprimeiro:alu-
sãoaoPaís (antesomapadoBrasil;agora,ascoresverdee
amarela),oBastãodeEsculápio(antes,comtraçosmodernos;
agora,construtivistas),siglaAMBeonomeAssociaçãoMédi-
caBrasileira,mantidoserediagramados.
Otrabalhodecriaçãofoidesenvolvidopelaagênciapaulistade
propagandaemarketingY2M2,sobadireçãodeLuizMontei-
roFilliettaz,eencomendadopeloilustrepresidentedaAMB,
JoséLuizGomesdoAmaral.
Onovoemblematemresoluçãomuitofeliz,pois,comummí-
nimode traços revelaomáximode informações,ou seja:o
O Emblema da AMB
Primeira logomarca da AMB
Segunda logomarca da AMB
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signo,omais simplespossível, significando,porprincípiode
analogia,aplenitudedaEntidade.
Dois fatoresbásicos, demáxima informação visual, desta-
cam-senonovoemblema. Primeiro,nadamais fortepara
simbolizar aMedicina do que o bastão— diz respeito à
árvoredavida (comseuciclodemorteedenascimento),
simbolizaamagia(comoavaradeMoisés),aarmadedefe-
sa(comoaclavadosguerreiros),oapoio(comoobordãoou
ocajadodospastores),ocarátersacerdotal(comoobáculo
dosbispos)—comumaserpenteenrolada.Estarepresenta
obemeomal,portanto,asaúdeeadoença;revelaopoder
dorejuvenescimentopelatrocaperiódicadepele,ouoser
ctônicoeoeloentreovisíveleoinvisível,entreres corporea
e res cogitans,tambémusada,elamesma,comoantídotoe
comoremédio(teriaga).
Osegundomotivodeimpacto,querepresentafielmenteaAs-
sociaçãoMédicaBrasileira, sãoascoresverdeeamarela,do
pendãodoBrasil,complementadaspelasletrasazuiseofundo
brancoepelasiglaemazul-marinho.
Oestilo,antesatenderaomoderno,explicita-se,agora,sine
plica,visaàsimplicidade,construtivista,portanto,totalmente
adequadoaoséculoXXI.
Capítulol•OEmblemadaAMB
Atual logomarca da AMB
Terceira logomarca da AMB
Hoje
87
Capítulo II Campanhas CésarTeixeiraHelenaFernandes
88
Fiel ao cumprimento do seu estatuto social, especificamente ao
artigo2º,parágrafos III (orientar a população quanto aos proble-
mas da assistência médica, preservação e recuperação da saúde)
e XI (promover campanhas de cunho social que visem prevenir,
preservar e recuperar a saúde da população),aAssociaçãoMédi-
caBrasileiravem,ao longodesuahistória,dedicandoatençãoe
esforços,comodesenvolvimentodeaçõesvoltadasaobem-estar
dasociedade.
Fumo em Aviões Fevereiro/1998
Como parte da campanha de Combate ao Tabagismo, lançada
em5defevereirode1998,aprimeiraetapadasaçõesfoivoltada
aofumoemaeronaves.ComoapoiodoDAC–Departamentode
AviaçãoCivil,aAMBdistribuiuaospassageirosnoaeroportode
Congonhas,emSãoPaulo,folhetos“Porquenãosedevefumar
nos aviões”, num processo que, posteriormente, foi estendido
aosprincipaisaeroportosdoPaís,aointeriordasaeronaves,atin-
gindo cerca de 600mil pessoas. O resultado da campanha foi
que,emoutubrode1998,sentençadojuizfederalOsórioÁvilla
Neto,doRioGrandeSul,proibiuofumoemaviõesdeempresas
brasileiras.
Campanhas
89Capítuloll•Campanhas
Planos de Saúde Junho/2000
Umacampanhapublicitária,apoiadapelasprincipaisentidadesmédi-casdoEstadodeSãoPauloelançadanodia21dejunho,nasededaAssociaçãoPaulistadeMedicina,deuoinícioaomovimentonacional,visandoalertarogovernoeapopulaçãosobreosabusosdealgumasoperadoras de planos e seguros-saúde que exploram profissionais eusuários.Acampanha,queteveoavaldaAMBemaisde40entidades,contoucomanúnciosemjornais,revistas,fixaçãode100outdoorsempontosnobresdacidadedeSãoPaulo,alémdepainéisnoMetrôcomoseguinteslogan:“Templanodesaúdequeenfiaafacaemvocê.Etiraosanguedosmédicos.Chegadedesrespeito.Examineseuplanodesaúdeeexijaotratamentoquevocêmerece”.
Pró-genéricosMaio/2002
AAssociaçãoMédicaBrasileiraparticipoudascomemoraçõesdoDiaNacional deMedicamentos Genéricos, realizado dia 20 demaio de2002, emSãoPauloeemoutras capitaisbrasileiras.AlémdaAMB,outras entidadesapoiaramoevento, comoaAssociaçãoPaulistadeMedicina,oConselhoFederaldeMedicina,ConselhosRegionaiseFe-deraldeFarmácia,SecretariaMunicipaldeSaúde,MinistériodaSaúde,AgênciaNacionaldeVigilânciaSanitária(Anvisa),alémdeentidadesli-gadasaosetor.Oobjetivofoipromoveromedicamentogenéricojuntoàpopulação,alémdeavaliareregistrarosegundoanodaintroduçãoedocrescimentodosgenéricosnoPaís.Acampanha,promovidapeloGrupoPró-Genéricos,teveinícioem2demaioeterminounodia20demaiode2002.Nesseperíodo,forammontadasbarracasempontosdegrandecirculaçãoemtodasascapitaisdopaís,ondedúvidasso-breosmedicamentospuderamseresclarecidas,pormeiodecartilhas,materialinformativoepedágiosemváriospontosdeSãoPaulo,comadistribuiçãodebrindes.
90 Capítuloll•Campanhas
Proteja-seMarço/2004
Em2004,comConselhoFederaldeMedicina,FederaçãoNacionaldosMédicos,ConselhoRegionaldeMedicinadoEstadodeSãoPau-lo,AssociaçãoPaulistadeMedicina,SindicatodosMédicosdeSãoPauloeFederaçãodosMédicosdoEstadodeSãoPaulo,aAMBin-tegrouacampanha“Proteja-se.LutepelaproibiçãodaaberturadenovoscursosdeMedicina.Porumamedicinaética,comqualidadeecompromissosocial”.Oobjetivofoialertarapopulaçãoesensibili-zarautoridadesresponsáveissobreospotenciaisriscosapresentadospelacriaçãodeescolasmédicassemcondiçõesnecessáriasdeofe-recerumaformaçãoconsistenteeadequada.Acampanhacontoucomumsite(www.proteja-se.org.br),reunindoinformaçõessobreaaberturadenovoscursos.Materialdeapoiocomoadesivos,foldersebottons,tambémforamproduzidos.
Propaganda sem ÁlcoolJunho/2004
AAMB,aoladodasdemaisentidadesmédicasnacionais,participoudemobilizaçãonacionaledomanifestopelaproibiçãodaspropa-gandas de cerveja e de outras bebidas alcoólicas. O movimento,denominado Beba Cidadania, contou com a participação de 180entidades,quereivindicamaaprovaçãodelegislaçãoparalimitarapublicidadedeálcoolnosmeiosdecomunicaçãoemeventosespor-tivos, culturaise sociais, semelhante legislaçãoatualque restringeaspropagandasdecigarro.Omovimento incluiuadesãodenovasentidadesaomanifestoeacoletadeummilhãodeassinaturas,pormeiodeabaixo-assinado,paraexigiraaprovaçãodeleipeloCon-gressoNacional.Nomanifesto, as entidades criticavamaomissãogovernamental e a ausência de políticas públicas de prevenção econtroledoconsumodoálcoolnoBrasil.Alémdarestriçãodapro-paganda,principalfocodacampanha,omovimentoBebaCidadania
91Capítuloll•Campanhas
defendeaumentodopreçooutaxaçãodasbebidasalcoólicas,comdestinaçãodosrecursosarrecadadosparaprevençãoetratamentodedependentes; fiscalizaçãoeaplicaçãodoEstatutodaCriançaedoAdolescente(ECA);econtrolerigorosodosmotoristasalcooliza-dos,deacordocomoCódigoBrasileirodeTrânsito.
MP 232Dezembro/2004
Editadanodia30dedezembrode2004,aMP232sobreviveuape-nas trêsmeses. No dia 30 demarço de 2005, pressionado pelasmanifestaçõesdasociedadecivil,ogovernodecidiuretiraramedidaprovisóriaqueapesardecorrigirem10%atabelade ImpostodeRendadaPessoaFísica,aumentavaabasedecálculodaContribui-ção Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de 32%para 40%para asempresasprestadorasdeserviçooptantespelolucropresumido.OrecuodogovernofoicomemoradopeloslíderesdaFrenteBrasileiracontraaMP232,movimentolideradopelaFederaçãodasIndústriasdoEstadodeSãoPaulo (FIESP)que reuniu1.315entidades repre-sentativasdeclasse,entreasquaisaAssociaçãoMédicaBrasileira.AFrenteorganizouumagrandemanifestaçãonaCâmara,nodia29demarço,paragarantirarejeiçãodaMPpelosdeputados.
Acidentes de ConsumoSetembro/2005
AAssociaçãoMédicaBrasileira e a ProTeste –Associação Brasi-leira deDefesa doConsumidor – lançaram, no final de setembrode2005,uma cartilhaAcidentesdeConsumo,paraorientar con-sumidoresemédicosaidentificar,notificarepreveniracidentesdeconsumo.Apublicaçãocompilaosdireitosdosconsumidores,con-ceituaosacidentesdeconsumodeacordocomoCódigodeDefesadoConsumidor,apresentaexemploscomunsdefalhasdeprodutos
92 Capítuloll•Campanhas
edeserviços,etambémtrazumguiacompleto,mostrandoondeecomorecorreraoservitimadoporacidentesocasionadosporfalhasemprodutoseserviços.Distribuídagratuitamenteaconsumidoresemédicos,acartilhafazpartedeumesforçoconjuntodaProTestee da AssociaçãoMédica Brasileira para conscientizar a sociedadee sensibilizar o Congresso Nacional quanto à aprovação, com ur-gência,doProjetodeLei4.302/04,deautoriadodeputadoDimasRamalho(PPS-SP),quecriaoSistemaNacionaldeAcidentesdeCon-sumo(Sinac).Acartilha,foi incluídanabibliotecavirtualdasaúde(www.ministerio.saude.bvs.br).Comisso,ficaindexadaàsprincipaisbasesdedadosdaliteraturaespecializada,potencializandooacessoaoseuconteúdo.
Quero Mais Brasil e De Olho no ImpostoJaneiro a Março/2006
Em2006, aAMB integrou dois importantesmovimentos em favordasociedade:“QueroMaisBrasil”,queeraapartidárioeexigiatrans-parêncianas relaçõesentreoscidadãoseoEstadoe“DeOlhonoImposto”,comoobjetivodeencaminharaoCongressoNacionalumProjetodeLeipopularqueregulamenteoparágrafo5ºdaConstitui-çãoFederal,obrigandoapublicaçãodovalordosimpostosnasnotasfiscaisdecadaproduto.Comapoiodeoutras100entidades,entreasquaisAssociaçãoComercialdeSãoPaulo;FederaçãodasAssocia-çõesComerciaisdoEstadodeSãoPaulo;OrdemdosAdvogadosdoBrasil–SeçãodeSãoPaulo;ForçaSindicaleCentrodasIndústriasdoEstadodeSãoPaulo,omovimentopercorreu cidadesdo interior eregiãometropolitanadeSãoPaulo.Oprojetode lei,acompanhadode1.560.000assinaturas, foientregueaopresidentedoCongressoNacional,senadorRenanCalheiros,nodia31demaiode2006,emBrasília.
93Capítuloll•Campanhas
Manifesto Contra a Venda de Álcool Líquido Junho/2006
AntecedendooDiaNacionaldaLutaContraaQueimadura,em6de junho de 2006, a AssociaçãoMédica Brasileira, a AssociaçãoPaulistadeMedicina,aAssociaçãoBrasileiradeDefesadoConsu-midor(ProTeste),aONGCriançaSegura,aSociedadeBrasileiradeQueimadura,oInstitutoPróQueimadoseaSociedadeBrasileiradePediatriadistribuírammanifestoàsociedade,demonstrandoindig-naçãopelacontinuidadedavendadiretadoálcoollíquidoacimade46º INPM (InstitutoNacional de Pesos eMedidas) ao consumidorbrasileiro.Nomanifesto,alertavamparaagravidadeprovocadapelasqueima-duras por acidentes com álcool líquido acima de 46º INPM, alémdepleitearàCâmaraFederalavotaçãoemcaráterdeurgênciadosprojetostratandodaproibiçãodavendadoálcoollíquidoeaoPoderJudiciário para que julgue as açõesmantendo a proibição de suavenda.
Eu Quero é Mais SaúdeSetembro/2007
AAssociaçãoMédicaBrasileira,oConselhoFederaldeMedicinaeaFederaçãoNacionaldosMédicos,juntamentecomaFrenteParla-mentardaSaúdelançaramnoiníciodesetembrode2007,aCam-panha “Eu quero é mais saúde” em apoio à regulamentação daverbadasaúdeatravésdaEmendaConstitucional29.Acampanha,desenvolvida apenas na cidade de Brasília, foi dirigida diretamen-teaosdeputados,consistindoemdezenasdeoutdoors,cartazeseadesivosespalhadospelaCâmaradosDeputadoseportodaacida-de,comoseguinteslogan“Sr.Deputado,dêàsaúdeoqueédasaúde.VoteafavordaregulamentaçãodaEC29”.
94 Capítuloll•Campanhas
Valorização da Medicina e do MédicoNovembro/2007Osúltimosmesesde2007forammarcadosporumasériedeparalisaçõesda categoriamédica, particularmentenoNordeste.Grandeparte delasculminouemacordosdecaráterpaliativo.Porcompreenderquenãoépossívelinterromperaassistênciasemquesejaencontradaumaalternativaparaassistiràpopulaçãocomdignidade,AMB,CFMeFenamintegraramomovimento,nodia21denovembro,emfavordoSistemaÚnicodeSaúde(SUS).Entreospontosdereivindicações,asentidadespleiteavammelhorfinanciamento,comapropostadogovernoderegulamentaçãodaEmen-da29;umplanodeCarreiraparaosmédicosquetrabalhamnosistema;reajustenatabeladoSUS,alternativaaosprestadoresdeserviçocomaextinçãodoCódigo7.OmovimentofoilançadooficialmentenasededaAMB,emSãoPaulo,namanhãdodia21denovembro,emreuniãoco-letivaàimprensacomjornalistasdeváriosveículosdecomunicaçãoparaanunciaraarticulação.DacampanhaemfavordavalorizaçãodoSUS,queincluiuainserçãodematerialpublicitárioemjornaisdasprincipaiscapitaisbrasileiras,constavamtambémmobilizaçõesemváriascapitaisdeváriosEstadosdoPaís.
Gripe Influenza A Maio/2009Visandoorientarapopulaçãoeaclassemédica,emcoletivade im-prensa,realizadanodia8demaiode2009,nasededaAssociaçãoPaulistadeMedicina,emSãoPaulo, aAssociaçãoMédicaBrasileiraeaSociedadeBrasileirade Infectologia (SBI)divulgaramdocumentoscontendoorientaçõessobreagripeinfluenzaA(H1N1).Oconteúdodotrabalhodivulgado–umprotocoloparaapráticaeficaznodiagnóstico,acompanhamentoetratamentodepacientes,alémdeprevenção–foiproduzidoporrenomadosprofissionaisqueintegramaequipetécnicadoComitêCientíficodeInfuenza/GripedaSBI,daSociedadeBrasileiradeMedicinaTropical,daSecretariadeEstadodaSaúdedeSãoPaulo,Sociedade Brasileira deMedicina de Viagem, Sociedade Paulista de
95Capítuloll•Campanhas
Infectologia,AssociaçãoBrasileiradeInfecçõesHospitalareseaAsso-ciaçãoPan-Americanade Infectologia.Omaterial foiencaminhadoatodas as Federadas e Sociedades de Especialidade filiadas à AMB eencontra-sedisponívelnositedaAMB(www.amb.org.br).
SOS Haiti Janeiro/2010Em14dejaneirode2010,aAMBpassouacadastrarmédicosvoluntáriosparaauxiliaravítimasdoterremotoocorridonoHaitidoisdiasantes.FoiapartirdessaideiaquesurgiuoprojetoAMBSOSHaiti.Dodia15dejaneiroaté1defevereiro,ainstituiçãorecebeuocadastrode976profis-sionais.MariaCecíliaDamascenoorganizouasequipesdevoluntáriose,sobcomandodaAMB,foramenviadosdoisgruposparaauxiliaropovohaitiano.Entreosdias11e12de fevereiro,deslocaram-seosortope-distasDennisonMoreira,LúcioNuno,FernandoVentin,RafaelMohriak,RicardoFerreiraeRobsonAzevedo;osanestesiologistasCelinaJaworski,EllenPereira,JoséLuizGomesdoAmaraleSérgioLobo;ocirurgiãovas-cularRicardoCostadoVal;osenfermeirosDiegoSoares,DenisonPereira,EugênioGarciaeLucianeCavagionieotécnicoemradiologiaJoséCésarViana.OtrajetofoifeitoemvooscomerciaisviaLima,PanamáeSantoDomingo.AMB,APM,ColsaneSPDMfinanciaramdiretamenteotrans-porteeamanutençãodaequipe.Parasubstituí-los, foienviadooutrogrupoquepartiudeSãoPauloem26defevereiro.Osvoluntários–trêsortopedistasAndréAngeli,BernardoBarcelloseLucasBoechat;quatroanestesiologistasAndréRomano,MarionElmer,MartinFerreiraeVirgílioPaiva;umacirurgiãvascularRobertaMurasaki;umacirurgiãpediátricaMárciaHenna;quatroenfermeirosElieldaSilva,JoséMárioDias,LiaJe-rônimoeMirianFaria;umresponsávelpelalogísticaKennethyFerrarieumtécnicoemradiologiaErnestodeSouza–chegaramaoHaitiemvoodaForçaAéreaBrasileira.AsmissõessobcoordenaçãodiretadaAMBacabaramem12demarço.Noperíododeummês,foramrealizadas219intervençõescirúrgicasem148pacientes.Omembroinferiorfoiaregiãomaisatingida(151cirurgias)eousodefixadorexterno,oprocedimentomaisutilizado.
96 Capítuloll•Campanhas
AMB Solidariedade Maio/2010
Comoformadecontinuarasatividadesdesenvolvidasduranteamis-sãoAMBSOSHaiti,foicriadooprojetoAMBSolidariedade.Emmaiode2010,aspalestraseoestandedaAMBduranteaFeira+FórumHospitalartiveramcomotemáticainiciativasmédicassolidárias.Foramapresentados:ProjetoCangaíba;ProjetoXingu–Unifesp;ForçasArma-dasBrasileiras;AlfabetizaçãoSolidária;ExperiênciasdoHospitalAlbertEinsteinno combate àdenguenoRiode Janeiro;Operação Sorriso;CentroInfantilBoldrini;ProjetoSaúdeeAlegria;ONGAmazonasVisão;FundaçãoOtorrinolaringologia;GrupodeApoio aoAdolescente e àCriançacomCâncer–Unifesp;AssociaçãoMédicadoRioGrandedoSuleSaúdeBrasil.
Casa + Segura Maio/2011
AComissãodePrevençãodeAcidentesDomésticosdaAMBfinali-zouoformatodoCasa+Segura,projetoitinerante,deabrangêncianacional,quevisaasegurançadomésticaequebeneficiarámilhõesdepessoas.Noprojeto,umaestruturasimulandoumacasadeclas-semédiafoimontadaemumacarreta,quecircularápor25cidadesdaregiãoSudeste,mostrando,deformalúdicae interativaaosvi-sitantes,formasdeprevençãodeacidentesdomésticos.AiniciativadaAMBcontacomoapoiodaSecretariaEstadualdeSaúdedeSãoPaulonadistribuiçãodefolders, impressãonascontasdeáguade360municípiosedivulgaçãodoprojetoemtodosossitesdogo-vernodoEstado.
97
Capítulo IIIEducação Médica continuada – EMc GiovanniGuidoCerriJoséLuizGomesdoAmaralLeonardodaSilva
cnHM – coMissão nacional dE Honorários Médicos cBHPM – classificação BrasilEira HiErarquizada dE ProcEdiMEntos Médicos AmilcarMartinsGironFlorisvalMeinão
coMissão dE assuntos Políticos – caP JoséLuizDantasMestrinhoJurandirMarcondesRibasFilhoLázaroFernandesdeMirandaLucLouisMauriceWeckxNapoleãoPuentedeSalles
coMissão nacional dE acrEditação – cnaAldemirHumbertoSoaresFabioBiscegliJatene
ProjEto dirEtrizEs – aMB / cfM WanderleyMarquesBernardo
Escolas Médicas
EdmundChadadBaracatJoséLuizWeffort
98
Educação Médica Continuada – EMC
EducaçãoMédicaContinuada(EMC)éo
processo demanutenção emelhoria da
qualificaçãoprofissionaldomédico,pro-
movendoatualizaçãomédicadentrodos
maisatuaispadrõestécnicosecientíficos,
favorecendoemúltimaanáliseavaloriza-
çãodoprofissionalnomercadodetraba-
lho.AEMCproporcionaaindabenefícios
à população por meio da melhoria da
qualidade de atendimento refletida em
indicaçãomaiseficientedetratamentos,
maior adesão dos pacientes e menores
custosdetratamento.Entreosprincipais
objetivosdaEMCestáadiminuiçãodas
desigualdades entre o que deveria ser
feitoeoquerealmenteestásendofeitonapráticamédicadiária.NoBrasil,cercade72%dosmédicoscomespecializaçãofixamresidênciaemgran-des centros. Em alguns locais do País,comoaRegiãoNorte,maisde51%dosmédicos em atividade não cursaram re-sidência após a conclusão do curso deMedicina(situaçãodaResidênciaMédica,segundoosProgramasreconhecidospelaComissãoNacionaldeResidênciaMédicadoMEC). Destamaneira, a EMC visa acontribuirparaareduçãodasdesigualda-deseducacionaisregionais,desenvolven-doprogramasabrangentese incentivan-doaparticipaçãodetodososmédicosdoPaíseampliandooacessoà informaçãodequalidade.Emmuitospaíses, como Inglaterra,EstadosUnidos, Canadá e Austrália, o termo EMCvem sendo paulatinamente substituído porDesenvolvimentoMédicoContinuado(DMC).
99Capítulolll•EducaçãoMédicaContinuada–EMC
EMC. Os médicos americanos devemcumprirentre12e50horasanuaisnestesprogramas, de acordo coma região emqueexerçamaprofissão.Estima-seque,entre1998e2003,houveumaumentode600%naparticipaçãonestesprogra-masede800%naofertadecursosnaInternet.Avelocidadedocrescimentodoconhe-cimento em todas as áreas tem trans-formadoaEMCemuminstrumentoin-dispensávelàmanutençãodaqualidadeda atividade profissional no mundotodo. Imaginemosummédicoformadoantesdadécadade80do séculopas-sado.Atéentão,aAIDSnãohaviasidoreconhecidacomoentidadenosológicadistinta. O primeiro caso identificadodadoençanoBrasildatadoano1980esuaclassificaçãosófoirealmenteesta-belecidaem1982.Damesmamaneira,ahepatiteC foi formalmente reconhe-cidaem1989.Oquedizerdosavançosdiagnósticos e terapêuticos associadosaoconhecimentodenovosmarcadorestumorais,avacinacontraoHPV,novasdrogas para tratamento de diabetes ehipertensão arterial sistêmica, novasdrogas anestésicas, etc. Semdúvida, alistadenovasaquisiçõesaoconhecimento
Anovanomenclaturaremeteoproces-so de educação médica a uma visãomais abrangente e holística, incorpo-rando ferramentas que objetivam de-senvolver, além do conteúdo técnico-científico, habilidades e competênciasprofissionais. Dito de outra forma,o DMC propõe ao médico, além dosatributos da EMC, o questionamentoe aprimoramento em questões éticas,sociais, político-administrativas e deplanejamento, com as quais, muitasvezes,nosdeparamosnastomadasdedecisãoclínicas.Demaneira geral, podemos dizer que oDMCemcomparaçãoàEMCpropõe:1) Maiorprofundidadenosconteúdos;2) Maior abrangência dos temas, indo
alémdosaspectosclínicosdedetermi-nada afecção, contribuindo para umavisãopráticadodiaadia;
3) Auxilia a tomada de decisões éticasassociadasaosproblemaspropostos;
4) OferececonteúdodeMedicinabasea-daemevidência;
5) Orientaosaspectosdaorganizaçãodosistemadeatendimentoàsaúde.
NosEstadosUnidosdaAmérica,hádis-tinção de acordo com o Estado em re-lação às exigências dos programas de
100 Capítulolll•EducaçãoMédicaContinuada–EMC
todos os números face ao ritmo com oqualo crescimento científico vem seacu-mulando,temosamedidadaimportânciadoscursosdeEMCque,emúltimaanálise,favorecemareciclagemprofissional,seme-andooconceitodeeducaçãoparatodaavida, estimulando o desenvolvimento denovas competências e habilidades dentrodenovosconceitosdaMedicina.Some-se a isso a realidade social vivi-dapelaimensamaioriadosmédicosnoBrasil, que exige mais de um empregoparamanutençãodeumpadrãodevidacondizentecomafunçãoexercida,dimi-nuindosobremaneiraseutempoparaes-tudoeatualização.DadosdoConselhoFederal deMedicina de 2009mostramque,naRegiãoCentro-Oeste,aproxima-damente70%dosmédicosdesenvolvementre2e4atividadesprofissionaiscon-comitantes.Alémdisso,observa-sequegradativamenteomédico temse trans-formado de profissional liberal em em-pregadodegrandesinstituiçõespúblicasou privadas e temperdido sua liberda-deparafrequentarcursosecongressos,como fazia anteriormente, nos temposemqueapenasoconsultóriotomavaseutempo.AsdimensõesterritoriaisdoBra-silnãofavorecemodeslocamento(tanto
dentro da área das Ciências Médicas,bemcomoasmudançasrealizadasnosprocessos de trabalho, são enormes,principalmente nas últimas décadas.Continuandoonossoexercíciodeima-ginação, voltemos àquele mesmo mé-dicoformadoantesdadécadade80eque desde sua saída da Faculdade deMedicinaoudaResidênciaMédicanãotenha contado com apoio educacionale que viva à margem da aquisição denovosconceitosoumesmoquenãoseatualizenosconceitosjáadquiridosemsuaépocadeUniversidade.Devemos lembrarqueummédicopercor-re seu tempodeestudoemseis anosdefaculdade de Medicina, e que no Brasilháumadesproporçãoentreonúmerodevagasnasescolasmédicasenaresidênciamédica.Omédicoapósformado(comousem residência) terá uma vida produtivamédiade30anosdetrabalho.Seacadadoisanosemeiooconhecimentomédicoduplica, como sugerem algumas estima-tivas,eamaiorpartedas técnicasutiliza-dasnaMedicina se tornamobsoletas emapenasseteanos,podemosentenderquenãoémaispossívelaomédicosairdafacul-dadesemestarinseridoemumprogramade aprendizado continuado. Colocando-se
101Capítulolll•EducaçãoMédicaContinuada–EMC
em termos de custo quanto de tempo)doscolegasradicadosemregiõesdistan-tesdosgrandescentrosaondeérealizadaamaior parte dos cursos e congressosmédicos.Édentrodestecontextoquetêmsidocadavezmaisorganizadosprogramasdeapoioaosmédicosparatornarsuatarefadeatua-lizaçãoeaquisiçãodenovosconhecimen-tosmenosárduaemenosonerosa.AEMCenglobatodotipodeatividadedeaprendizado nas quais os médicos estãoenvolvidos,tendocomoobjetivoamelho-riadasuaeficiênciadentrodaprofissão.AEMCpodeserdesenvolvidanosseguin-tesformatos:1) presencial–congressos,cursos,jorna-
das,palestras,encontros;2) àdistância (EAD)–hádiferentesmo-
dosde se“entregar”oconteúdoaosmédicos inseridos nos programas deEMC,asaber:a) aprendizagemporcorrespondência;b) aprendizagempor rádio, televisão,
telefone;c) aprendizagemporcomputadorsem
ligaçãoàrede(CDs,DVDs);d) aprendizagempore-learning;e) aprendizagemporm-learning;f) aprendizagemporvideoconferência.
Semdúvida,aInternetgarantiuumavançofenomenal a todo o processo, reduzindocustosecontribuindoparadiminuirasdife-rençasregionaisdeacessoaoconhecimen-toatualizado.A Agência de Pesquisa e Qualidade emAssistência à Saúdedos EstadosUnidos(AHRQ) apresenta dados de um estudosobre a efetividade dos programas deEMC. Nesta avaliação, ficou constatadoque:1) AEMCmelhoraoconhecimentodosmé-
dicos,combonsresultadosalongoprazo;2) Cursos que utilizam recursosmultimí-
dia sãomais eficientesdoque cursosqueutilizammídiasúnicas;
3) Materiaisimpressosnãotêmumaboarelação custo/benefício na agregaçãodoconhecimento;
4) Conteúdosquedesenvolveramaspectospráticosdarotinadiáriacomoconstruçãodecasosclínicossãomaiseficientesnoensino/aprendizado;
5) Cursoscommaismódulosdeterminamaprendizadomaisefetivoeduradouro;
6) AEMCéeficientenamodificaçãodeposturadomédicoquantoadecisõesestratégicas, como seleção de testesdiagnósticosedecisõessobreomelhortratamento.
102 Capítulolll•EducaçãoMédicaContinuada–EMC
A Educação Médica Continuada na AMB AAssociaçãoMédicaBrasileiraemparceriacom a Secretaria de Estado da Saúde deSãoPauloeoConselhoFederaldeMedici-nadesenvolvemdesde2006,oProgramaNacionaldeEducaçãoMédicaContinuada,oferecendogratuitamenteatodososmé-dicosdopaís,acessoaconteúdocientíficode qualidade em todas as áreas médicasematuação,deformagratuitaedinâmica.EssainiciativafoiomarcodaaproximaçãodaAMBàstendênciasdeEducaçãoMédi-caContinuadaemoutrospaíses,objetivan-do-sedemocratizaroconhecimentoebe-neficiaraassistênciaàsaúdedapopulaçãobrasileira.Desdeo início,aEMCtemsidoelaboradaemdiferentesformatos,faceaoobjetivodealcançaromaiornúmeropossíveldemédi-cosdoPaís,bemcomopermitirsuadifusãoemoutrosPaísesdelínguaportuguesa.Asaulas à distância e presenciais permitememitir créditos aos médicos participantes,deformaqueseutítulodeespecialistaes-teja sempre certificado quanto à atualiza-çãodeformagratuita.Pormeiodasnovastecnologias de informação e transmissãodedados,oprogramadeEMCtemcapa-
cidade de facilitar o compartilhamento deexperiênciasprofissionaisentremédicosdediferenteslocalidades.Apóspercorreremasaulasàdistância,osmédicossãoavaliadosporquestionáriosdemúltiplaescolhaetêmseuaproveitamentoautomaticamenteveri-ficado.Osresultadosdestasavaliaçõesnospermitem mapear carências de formaçãoe informação e nos orientamna sugestãodepropostasquevisemequalizareventuaisdesníveis curriculares e/ou pedagógicos/educacionais.Aparceria comempresas comvasta ex-periência na área de educação médicanos tem favorecido o uso amigável datecnologia, permitindo a utilização doprograma de EMCmesmo por médicosquenão têm vasta experiência commí-diaseletrônicas.Opúblico-alvodaEMCdaAMBéouni-verso total demédicos ativosnoBrasil,representando aproximadamente 350mil profissionais, com garantia real deacesso à atualização do conhecimentocientífico.Entrenossosobjetivosparaumfuturopró-ximo estão a ampliação do programa noBrasil e sua disponibilização aos médicosdosdemaisPaísesdelínguaportuguesa.
103Capítulolll•EducaçãoMédicaContinuada–EMC
médicos especializados em deter-minadasáreas (porexemplo,emer-gências, saúde da família), permi-tem aos médicos contato com osautores dos capítulos que atuamcomo instrutores do curso prático,abordando e discutindo questõesdodiaadiadomédico;
3) Publicações–editoraçãoderevistaseli-vrossobretemasespecíficos.Exemplo:RevistadaAssociaçãoMédicaBrasileira(RAMB),livrosdoProjetoDiretrizes.
Plano de desenvolvimento dos cursos em atividadea) Cursoàdistância
Pré-requisitos:1.O programa está disponível emplataformaeletrônica,quepermiteacessoedisponibilidadeemâmbi-tonacionaleinternacional;
2.Oprogramadevepermitiracessoatodasasespecialidadesmédicas;
3.O programa não traz custo aosmédicos;
4.O programa gera créditos paracertificação de atualização profis-sional;
5.As aulas à distância permitem anavegaçãointuitivaeamigável;
Organização e estrutura dos programas desenvolvidos pela AMB1) Educaçãoàdistância
a) impresso via correio – folders, livrostextos,revistaseboletinsinformativos;
b) digitalviacorreio(CDs,DVDs)–au-laseprogramasdeorientaçãovol-tadosatemasespecíficos;
c) Educação na Internet (modos sín-crono e assíncrono) – desenvolvi-mentode aulas de formação (porexemplo, estatística médica) e deatualização (por exemplo, progra-ma diretrizes). Em cada aula, sãodisponibilizadas avaliação prévia eavaliaçãofinal.Osprofissionaisqueacertarem70%dasquestõesacu-mularãocréditode0,5pontoparaoCertificadodeAtualizaçãoProfis-sional, já validado pela ComissãoNacional de Acreditação (CNA),emconformidadecomaresolução1.772/05 AMB/CFM. Após a con-clusãodecadaaula,omédicoteráseucréditocomputadopelaCNA;
2) Cursos Presenciais – desenvolvidosem parceria com as Sociedades deEspecialidade, Governo e grupos
104 Capítulolll•EducaçãoMédicaContinuada–EMC
6.São disponibilizadas ferramentasquepermitematrocadeexperiên-cias e informações entremédicos,alunoseprofessores.
Etapaseelaboraçãodoprograma:Passo1:Osmédicossãoconvidadosapar-ticipardoprogramaeducativona Internet,pormeiode carta, e-mail, folheto impres-so,entreoutrosmeiosdecomunicaçãodaAMBedesuasparcerias.Passo2:Omédicosecadastraecriasua“senha e nome de usuário”, que serãonecessários para ingressar no programaeducativo.Passo3:Omédicoiniciaocursodequal-quer lugarehora,evitandodeslocamen-tosdesnecessários,lucrocessanteeaindautiliza a solução nomomentomais ade-quadoparaseuaprendizado.Passo4:Omédico,aofinaldecadaaula,rea-lizaumaprovadeavaliaçãodedesempenho.Passo5:Aofinaldo“cicloletivodoprogra-ma”,osmédicosreceberãoocertificadodeconclusão,queseráreconhecidopelaenti-dadedeespecialidade.b) Livrotexto–oslivrostêmporobjetivo
veiculardeformaaprofundadaeminu-
ciosaoconteúdodasaulasàdistânciae servirem de apoio e referência aoscursospresenciais.
c) Cursospresenciais–podemserminis-tradosemqualquerpartedoPaísqueos solicite. Instrutorespodemser trei-nadosparareplicarasaulasemregiõescarentes de recursos. São desenvolvi-dos dentro de programas específicos,comode atualização ememergênciasmédicasesaúdedafamília.
ConcluímosqueoobjetivodaEMCépro-verosmédicosdeatividadeseducacionaisqueosajudemadesenvolverascompetên-ciasquenecessitamparaofereceramelhorMedicinapossívelaosseuspacienteseapri-moraroníveldesaúdedapopulação.AInterneteasnovastecnologiaspermitem“levar”aEMCaondeequandoelasejane-cessáriaerequisitada,facilitandooacessoaoconteúdoediminuindooscustosopera-cionaisdoprocessoeducativo.Desde2010,emparceriacomaOrdemdosMédicos deCaboVerde (África), oCursodeEducaçãoMédicaContinuadaéofereci-dogratuitamenteaosmédicosinscritosnaentidade.
105
CNHM – Comissão Nacional de Honorários Médicos
CBHPM – Classificação Brasileira Hierarquizada de
Procedimentos Médicos
O trabalho médico passou por grandetransformaçãoapartirdasegundametadedoséculopassado.Atéentão,suaativida-de sedesenvolvia emconsultórioparticu-lar,comoprofissional liberal,ou juntoaosdiversosórgãospúblicos,comoprofissionalassalariado, de acordo com a legislaçãotrabalhistaemvigência.Nadécadade50,comoaparecimentodosplanosdesaúde,surgiu umanovamodalidadede trabalhonaMedicina:omédicocredenciado,aten-dendoemconsultório,comhonoráriospa-gosdiretamentepelasoperadorasdepla-nosde saúde.A relaçãomédico-paciente
passava a contar com um intermediário,gerandoconflitostantoéticosquantoeco-nômico-financeiros.Como aumentodonúmerode usuários(hojesão50milhões),osplanosdesaúdetornaram-se um importante pólo de tra-balhomédico. Paralelamente, os serviçospúblicosdesaúdeforamencolhendo,sejapor decisões políticas dos sucessivos go-vernantes,sejapelofinanciamentoinsufi-cientedosistemapúblicodesaúde,aver-dadeéquehoje,osmilhõesdebrasileirosquedependemúnicaeexclusivamentedoSUS têm grandes dificuldades de acesso
106Capítulolll•CNHM–ComissãoNacionaldeHonoráriosMédicos–CBHPM–ClassificaçãoBrasileiraHierarquizadadeProcedimentosMédicos
aos serviços de saúde, e o médico en-frenta enormes dificuldades para exercera sua atividade profissional dentro destesistema.Outrofatorelevante,nosúltimosanos,foia abertura de grande número de facul-dades de Medicina. Desde então, houvegrandecrescimentodonúmerodemédicosematividade,aumentandacompetitividadeeofertade trabalho,gerando sériodese-quilíbrionosistemadesaúde.Emresumo,astransformaçõesocorridasnasúltimas décadas, envolvendo mudanças naspolíticas de saúde, sociais, econômicas e deformação profissional, transformaram deci-sivamente a atividade do médico, exigindoações de suas entidades representativas, nosentidodeorganizaraclassemédica,visandoàgarantiadoexercíciodaprofissãodentrodosprincípios éticos, técnicos e científicosque acaracterizam.Diantedestarealidade,aComis-sãodeHonoráriosMédicosdaAMBfoigrada-tivamenteseestruturandoparaatenderaestanecessidade,desenvolvendoumconjuntodeaçõeseestratégiasemdefesadomédicoedaqualidadedosserviçosdesaúdeoferecidosàpopulação,tantopormeiodoSistemaÚnicodeSaúde,quantopelainiciativaprivada.Estasaçõesforambastantediversificadas.NaáreadoLegislativo,destaca-seaaprovaçãodalei9656,de1999,queregulamentouosplanosdesaúde.EstefoiumgrandeavançoTabela de Honorários Médicos da AMB – THM 1992
Primeira Tabela de Honorários Médicos da AMB – Agosto/1967
Foto:arquivoAMB
Foto:arquivoAMB
107Capítulolll•CNHM–ComissãoNacionaldeHonoráriosMédicos–
CBHPM–ClassificaçãoBrasileiraHierarquizadadeProcedimentosMédicos
na área da saúde suplementar, pois redu-ziuosconflitosentrepacienteseempresas,definiu a elaboraçãodeum rolmínimodecobertura, definiu regras para reajustes dasmensalidadese impediuaofertadeplanoscomrestriçõesnosprocedimentosmaisone-rosos.Infelizmente,arelaçãoentremédicoseempresasnãofoidevidamentecontempladapelalei,oquetemgeradoinúmerosconflitosquantoareajustesdehonorárioseregrasdecontratualização.Asentidadesmédicastive-ramimportanteparticipaçãonoprocessodeelaboração desta lei, bem como de outrosprojetosquetramitamnoLegislativo,comoaregulamentaçãodoatomédicoecontraaaberturaindiscriminadadeescolasmédicas.Em relação ao SUS, deve-se destacar em-penhodaclassemédicapelaaprovaçãodaemendaconstitucional29,queregulamentao seu financiamento. Apesar dos grandesavanços nos últimos anos, sabemos que aqualidadedoatendimentoaindadeixaade-sejar, agravado pela grande dificuldade deacessoao sistemaporpartedospacientes.Os recursos destinados ao setor são insufi-cientes,sendoabsolutamentenecessárioqueoseufinanciamentosejadevidamenteregu-lamentado,determinandoregrasde investi-mentoparaaUnião,EstadoseMunicípios.OutraaçãoimportantedaAssociaçãoMé-dicaBrasileira,comaparceriadoConselhoFederaldeMedicina,daFederaçãoNacional
dos Médicos e da Confederação MédicaBrasileira, foiaelaboraçãodaClassificaçãoBrasileira Hierarquizada de ProcedimentosMédicos(CBHPM).Estadecisãofoitomadaemmarçode2000,duranteplanejamentoestratégicodaAMBrealizadoemSãoPau-lo,eseu lançamentosedeuem2003,noEspíritoSanto.Naocasião,asempresasha-viamcriadotabelaspróprias,quenãoincor-poravamosnovosprocedimentos,ehaviamdeixadodereajustaroshonoráriosmédicos,gerandoumfortedesequilíbrioeconômiconosistema,sendoesteaindahojeoprinci-palproblemavividopelomédiconosistemasuplementardesaúde.
Lista de Procedimentos Médicos 1999, que substi-tuiu as tabelas anteriores
Foto:arquivoAMB
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Seusobjetivosforam:sertecnicamentecor-reta,equânime,privilegiaroatomédicocomachanceladaAMBeCFMeterapossibi-lidadedeserimplantadaemtodoterritórionacional.TeveaparticipaçãodasSociedadesde Especialidades, comassessoria da insti-tuiçãoeconômicaFIPE.Nessemomentoeraimportantenormatizarprocedimentospara:preservaçãodaqualidadedoatendimento,padronizaçãodecódigosenomenclaturas,proteçãocontrainclusãodeprocedimentossemrespaldotécnico-científico,assimcomoexcluir aqueles em desuso. Procurou-se,com isto, proteger os consumidores e, aomesmotempo,criarcondiçõesdebomre-lacionamentocomasOperadorasdePlanosdeSaúde,viabilizandoaassistênciamédicajunto àANS.Deve-sedestacar que, histo-ricamente,aprimeiraTabeladeHonoráriosMédicosfoicriadanoDNPS(DepartamentoNacional de Previdência Social), em 1962,com assessoria da APM, na qual uma US(unidadedeserviço)correspondiaaumcen-tésimodamédiados saláriosmínimosdascapitaisestaduais:1consulta=6US.Instalou-seumaComissãodeMetodologiacomrepresentantesdaAMB,CFMe13So-ciedadesdeEspecialidadesvoluntárias(nãorepresentandoosinteressesdaEspecialida-de). Para elaborar a CBHPM, a FIPE crioujuntocomaComissãoosatributosparaava-liar separadamente cada ato médico para
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) – AMB/CFM/CMB/FENAM – 1ª edição (2003)
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) – AMB/CFM/FENAM – Edição 2010
Capítulolll•CNHM–ComissãoNacionaldeHonoráriosMédicos–CBHPM–ClassificaçãoBrasileiraHierarquizadadeProcedimentosMédicos
Foto:arquivoAMB
Foto:arquivoAMB
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a hierarquização: Tempo, Complexidade,CogniçãoeRisco.FoirealizadoumTesteSi-muladodométodocomtrêsespecialidades:Nefrologia (representandoaClínica),Gine-cologia-Obstetrícia (Cirurgia) e Radiologia(SADT).Após o teste e correção de even-tuais distorções, foi elaborada a CBHPM,cujapontuaçãodadaacadaprocedimentonaEspecialidade(hierarquizaçãovertical)foiagrupada emportes.O trabalho seguinte,comduraçãodemaisdeumano,foidiscutirexaustivamenteahierarquizaçãohorizontal(entreasEspecialidades).Apósaconclusãodostrabalhos,iniciou-sealutapelasuaimplantação.FoicriadaaCo-missãoNacionaldeImplantaçãodaCBHPM,queestabeleceuasestratégiasparaatingiresteobjetivo:atuaçãojuntoaoLegislativoenegociaçãocomosplanosdesaúde.FoielaboradoumprojetodeleiapresentadoemregimedeurgênciapelodeputadoIno-cênciodeOliveira,oqualdeterminavaqueaCBHPMseriaoreferencialaserutilizadonosistemasuplementardesaúde.EsteprojetofoimodificadoeaprovadonaCâmaradosDeputados,estandotramitandoatualmenteno Senado Federal. Com asmodificações,esteprojetohojedeterminaqueaCBHPMsejaoreferencialparaqueaANSelaboreoseuRoldeProcedimentos,cujacoberturaéobrigatóriapelosplanosdesaúde,preconi-zandoaindareajustesanuaisaosmédicos.
Como resultado das negociações, diversasempresas adotaram a CBHPM como re-ferencial de procedimentos médicos. Em2003, as entidades médicas organizaramumfortemovimentoexigindosuaimplan-tação por parte das empresas de SeguroSaúde.Naocasião,houveum importanteapoio da Sociedade, que compreendeu arealidadedasrelaçõesentremédicoseem-presas, além de entender que a CBHPMseria um valioso instrumento em seu be-nefício,poisasuautilizaçãoindicariatrans-parênciaerespeitoporpartedasempresasaosseusassociados.Recentemente,aANSdecidiu implantarosistemade trocade informaçãodesaúdesuplementar,pormeiodaTISS,visandoàuniformização e padronização das infor-mações,possibilitandoodesenvolvimentodeaçõesdeprevençãoeplanejamentoemsaúde.Paratanto,fez-senecessáriaaesco-lhadeumreferencialparaanomenclaturaecodificaçãodosprocedimentosmédicos.Apósanálisedastabelasutilizadasnosiste-ma,aANSdecidiu,pormeiodasinstruçõesnormativas30e34,definiraAMBcomoresponsávelpelanomenclaturaecodifica-çãodosprocedimentosmédicosnasaúdesuplementar.Destaforma,aAMBpassouaocuparposiçãodedestaquenasaúdesu-plementar,recuperandoparaaclassemé-dicaodomíniodereferencialdesuaativi-dadeprofissional.
Capítulolll•CNHM–ComissãoNacionaldeHonoráriosMédicos–CBHPM–ClassificaçãoBrasileiraHierarquizadadeProcedimentosMédicos
110
Comissão de Assuntos Políticos – CAP
A Comissão de Assuntos Políticos (CAP)criadaem2003, inicialmentedenominadade Comissão de Assuntos Parlamentares,atuaintensamentenoCongressoNacional,notratamentodosinteressespolíticosqueenvolvemaclassemédica,emtodasasáre-asdospoderesExecutivo,LegislativoeJu-diciário.Objetivafazeratriagemdosnovos
Agenda Parlamentar da Saúde Responsável, publicada em 2006
Foto:arquivoAMB
projetosde leidaáreada saúdeque tra-mitamnaCâmaraenoSenado,emitindoparecereselaboradosmuitasvezesjuntoàsSociedadesdeEspecialidadeeComissões.Alémdisso,atuadiretamentecomosrela-toresdestesprojetos,mostrandoe justifi-candooparecer.A Associação Médica Brasileira sempreatuou junto aos órgãos governamentais.Faceà intensificaçãodeações juntoaor-ganismosdogovernoemBrasília,criou-seumescritóriopolíticodaAssociaçãoMédi-caBrasileira,quefoilocaldereuniõescommuitosparlamentares.Oescritóriofuncio-noude2001a2007.Oscontatospolíticosestabelecidos,nesteperíodo,formaramosalicercesparaadecisãoqueaAMBtomouparaparticipar,juntamentecomoCFMdaentãoComissãodeAssuntos Parlamenta-res.Posteriormente,aFENAMseagregouaogrupoconstituído.ComamudançadaAssociaçãoMédica de Brasília para a suanova sede, a AMB foi contemplada comumespaçopróprio,ondeasreuniõespas-saramaserrealizadas.
111Capítulolll•ComissãodeAssuntosPolíticos–CAP
ACAP,portanto,éconstituídapor repre-sentantes da Associação Médica Brasilei-ra,doConselhoFederaldeMedicinaedaFederaçãoNacionaldosMédicos(FENAN).O trabalho integrado das entidades temaproximado o movimento médico das li-derançaspolíticasdopaís,abrindoespaçosimportantes para a prospecção de novaspropositurasque venhamdeencontro aobemestardosbrasileiros,sejanasaúdepú-blica,privadaousuplementar.A comissão se reúne mensalmente, ouquantasvezessefizeremnecessárias,comoobjetivodedefiniroposicionamentodomovimentomédicoquantoàoportunidadedeaprovarounão,comousemressalvas,o conteúdo dos Projetos de Leis (PL), asPropostasdeEmendaConstitucional(PEC),tramitandonasdiversascomissõesdoSe-nadoFederaledaCâmaradosDeputados.ParticipatambémdasAudiênciasPúblicasnoCongressoNacional, das decisões que en-volvamaMedicinacomaFrenteParlamen-tar da Saúde, nas comissões constituídas,principalmentenosMinistériosdaSaúdeedaEducação,ounasdiversasinstituiçõesseointeressemédicosefizerpresente.Adinâmica daCAP consiste, no primeiromomento,naanálisedosprojetosemtra-mitação selecionados pelo consultor par-lamentar.Emseguida,acomissãoemiteoseuparecerecasosefaçanecessárioenca-minhaoassuntoparaaSociedadedeEspe-cialidadedaAMBenvolvida,ouoenviaa
Agenda Parlamentar da Saúde Responsável, publi-cada em 2011
Foto:arquivoAMB
umprofissionaltécnicode“notóriosaber”,oumesmo ao departamento jurídico dasentidadesparaanáliseeparecer.Umavezconsolidadooparecer,émarcadaumaaudiênciacomoautoreourelatordoprojeto para discussão e posicionamentodo movimento médico, oferecendo subsí-dio técnico e enriquecimento ao conteú-dodoquepossaviraserlei.OspareceresdiscutidosepriorizadosdosProjetosde leicompõemaAgendaParlamentardaSaúdeResponsável,sãoclassificadosemconformi-dadecomaposiçãodomovimentomédicocomo: favorável, favorável com ressalvas econtrário.O trabalho do grupo é divulgado pormeio da Agenda Parlamentar da Saúde
112 Capítulolll•ComissãodeAssuntosPolíticos–CAP
AatuaçãodaCAPseconsolidaefortaleceauniãodaclassemédica,nomomentoemqueparticipadasdiscussõesedecisõesdaPolíticaNacionaldeSaúde,contribuindoedivulgandoopensamentoeaopiniãodosmédicosbra-sileiros.Ecomoperspectiva,será,comcerte-za,umveículocaptadordosanseiosdaclassemédica,namedidaemquerecebersugestõesparaProjetosdeLeinanossaárea,identifican-doosparlamentarescommelhorescondiçõesparaapresentá-losourelatá-los.É nesta linha de raciocínio que esperamosque,oexemplodaCAPpossasercompar-tilhadopelasentidadesestaduais,comofor-madecapilarizaranossaexperiêncianumaabrangêncianacional.
Responsável. Nela estão listados projetosdeleideinteressediretoàMedicinaeaospacientes,comseurespectivoparecerpro-duzidopelosrepresentantesdasentidadesmédicasnaComissão.Aagenda indicaolocal onde se encontra o projeto, qual oseu autor e relator e é acompanhada deum comentário explicativo justificando anossaposição.OmaterialédistribuídoàsEntidadesMédicas, aos Conselhos Regio-naisdeMedicina,àsSociedadesdeEspe-cialidade, às Federadas da AMB e Regio-nais,àFENAMeatodososparlamentares,Sindicatos Médicos e lideranças médicas.Encontra-setambémdisponívelon linenossitesdastrêsentidadesmédicas.
Composição da Comissão de Assuntos Políticos (Da esq. p/ dir.)Márcio Costa Bichara (Fenam); Luc Louis Maurice Weckx (AMB); Jurandir Marcondes Ribas Filho (AMB); Alceu José Peixoto Pimentel (CFM); Waldir Cardoso (Fenam); José Luiz Dantas Mestrinho (AMB) ; Wirlande Santos da Luz (CFM); Napoleão Puente Salles (Consultoria parlamentar AMB/CFM/Fenam); Dalvélio de Paiva Madruga (CFM); Lázaro de Miranda (AMB); Luiz Carlos Beyruth Borges (CFM); Jeancarlo Fernandes Cavalcante (CFM)
Foto:M
árcioArruda
113
Comissão Nacional de Acreditação – CNA
AintroduçãodosTítulosdeEspecialistadaAMB,bemcomooiníciodosregistrosdeespecialidadespromovidopeloCFM,foiacompanhadadaobrigatoriedadederenovaçãodosmesmos.Porém,istonãosesustentou,vistoquealgunsmédicos,eatémesmoentidadesmédicas,enten-deramqueosdocumentoseramdefini-tivosenãocaberiarevogaçãodosmes-moserecertificaçãodosprofissionais.Com o passar dos tempos, se descobriuqueamanutençãodacompetênciaeatua-lização não era problemática no passa-do,poisoconhecimentorelevantecrescia
lentamente. Ocorreu que, com os inves-timentos realizados em pesquisa básica eaplicada e o grande avanço tecnológico,ocorridonasdécadasde80e90,algumasáreasapresentaramumestrondosocresci-mentocientífico.Em20anos,aMedicinaapresentouumaevoluçãodasuaproduçãocientíficaem7,6vezes.No mesmo período, os pacientes se tor-naram cada vez melhor informados e aimprensa e a Internet passaram a dispo-nibilizarumagrandequantidadede infor-maçõessobredrogas,procedimentos,sin-tomasedoenças,obrigandoosmédicosaumdetalhamentomaiordesuasdecisõesecondutas.Esta situação mostrou claramente que,sem um programa de educação ativa,nenhummédicopoderiasemanteratua-lizado pormais que alguns anos após asuaformação.Mesmocomoconsensodanecessidadedeestudoeaperfeiçoamento
114
constantes, não é um processo simples,poisenvolve,dentreoutrosaspectos,dis-ponibilidadede tempoe investimento fi-nanceiro.Nasuamaioria,osmédicostêmpoucotempoparaestudar,emfunçãodesuaárduajornadadetrabalho,que,mui-tasvezes,incluiplantõesevínculosempre-gatícios em vários hospitais. Além disso,apósa formação,aatualizaçãoéobtida,sobretudo pela participação em cursos,simpósiosecongressos,osquaisapresen-tam custos elevados, pois envolvem nãoapenas o pagamento de inscrições, mastambémdespesascompassagem,hospe-dagememanutençãoemcentrosdistan-tesdasuaresidência.A revalidaçãodoTítulodeEspecialista foipropostacomoobjetivoprincipaldeasse-gurarà sociedadequeomédicomantématuais – e emnível suficiente – o conhe-cimentoeotreinamentopreviamentead-quiridos. Além disso, buscavamelhorar apráticamédica,promovendotreinamento,atualizaçãoeorientação.Emúltimaanáli-se, a recertificação seria empregada paradetectarperformancesinadequadaseparadar credibilidade aos especialistas junto àsociedade. Assim, a revalidação do Títulode Especialista é um processo dinâmico,queavaliaodesempenhodoprofissional,
atualizaçãonoconhecimento,atividadenaespecialidadeerelaçãomédico-paciente.Em vários países, a recertificação estávinculada a um sistema de acredita-ção por programas de educação médi-ca continuada. Estes têm reconhecimentomundialcomoeficientesparaaatualizaçãodoprofissional,mantendosuascompetên-cias científicas. O especialista que tem oseuTítulodeEspecialistarevalidadoémaisvalorizadoporseuspacientesenomerca-dodetrabalho,poispodecomprovaroseuaprimoramento constante frente à evolu-çãodaMedicina.Ademais,emalgunspaí-ses,têmsidoconcedidosincentivosparaodesenvolvimentoprofissional,comadoçãodeplanosdecarreiraedevencimentos.Emalguns,porexemplo,oincentivoéofereci-dosobformafinanceira,comrepercussãosalarialparaosprofissionaissesubmeteremaoprocessode recertificação; emcontra-partida, emoutros, osmédicos quenãose recertificarem são“punidos”, com re-dução em seus honorários. Membros dacomunidadeeuropeia,porexemplo,pres-sionamprofissionaisaparticiparemdopro-cessopormeiodemecanismosquetornamobrigatória a recertificaçãopara estabele-cimento de contratos com seguradorase hospitais. Outra forma de incentivo à
Capítulolll•ComissãoNacionaldeAcreditação–CNAeComissãoMistadasEspecialidades
115
recertificação–adotadaporalgunspaíses–consistenapublicaçãodelistasdemédi-cosqueatenderamàsexigênciasdospro-gramaslocais,asquaissãodisponibilizadasparaapopulação.Previamenteaoano2004,noBrasil,opro-cessoderevalidaçãodoTítulodeEspecialistajávinhasendorealizadoporalgumassocie-dadesdeespecialidade,entretantonãoeramunificados, nem padronizados e não apre-sentavamcritériosuniformesdeavaliação.Dentrodestecontexto,aAssociaçãoMédi-caBrasileira,emparceriacomasSocieda-desdeEspecialidade,propôsanormatiza-çãodarevalidaçãodoTítulodeEspecialistaedosCertificadosdeÁreadeAtuação.Naocasião,foramdiscutidosalgunstemasso-brearevalidaçãodotítulo:a)definiçãodostítulosaseremrevalidados;b)obrigatorie-dadedeadesãodasSociedadesdeEspe-cialidadeaoprocesso;c)sistemaaserem-pregadoparaacúmulodecréditosetempolimiteparatal;d)validadedostítulospre-viamenteobtidos.Esta iniciativa culminou na Resolução1772/05doConselhoFederaldeMedicina(CFM)–quenormatizoueestabeleceudi-retrizesecritériosparaoprocessoderecer-tificação,instituindooCertificadodeAtua-lizaçãoProfissional.
A Comissão Nacional de Acreditação éatualmentecompostaporummembrodadiretoria da AssociaçãoMédica Brasileira,um da diretoria do Conselho Federal deMedicina e dois delegados de cada enti-dade,sendoComissãopermanenteequedetermina as regras gerais, normas e re-gulamentos do processo de certificação.Esta comissão tem como atribuições: de-terminar a proporcionalidade dos eventoseatividadesque somarãocréditos;avaliare autorizar cursos e eventos submetidospara certificação; emitir parecer à Comis-sãoorganizadoradoseventos,emcasodereprovação,justificandoadecisãoousuge-rindomodificações;verificarseoscursoseeventosintegrantesdoprocessocumpremosprogramaspropostos;controlaracerti-ficaçãodocandidatojuntoàSociedadedeEspecialidade;esclarecereventuaisdúvidassobreoprocesso.Osistemaderevalidaçãoestábaseadoemcréditos, no total de100, quedevem seracumuladosematécincoanos.Casonãosejam acumulados 100 créditos, haverá aopçãodeprovaparaobtençãodoCertifica-dodeAtualizaçãoProfissional.Oscréditospoderão ser obtidos com frequência acongressos nacionais, jornadas regionaise estaduais ou programas de educação
Capítulolll•ComissãoNacionaldeAcreditação–CNAeComissãoMistadasEspecialidades
116
continuada,publicaçõescientíficasetítulosacadêmicos,entreoutros.É importante que se tenha um processode revalidação efetivo, eficiente e defen-sável, que não seja complexo e que onereo menos possível o médico. Com vistas àdemocratização do processo, é importan-te que os créditos possam ser obtidos emeventos desenvolvidos no Estado ou re-gião geográfica de domicílio do médico,semgrandesdeslocamentos.E,ainda,possamserobtidosporeducaçãoàdistância,inclusivecomorecursodaInternetedecanaldeTVparaoacompanhamentodecursosdentrodasuaresidênciaouconsultório.
AAMBesuasFederadastêmapoiadoepar-ticipado ativamente destas iniciativas, pormeiodesuasdiretorias.Tambémficaclaroque o papel das Sociedades de Especiali-dade é fundamental para o sucesso desteprocesso, tornando-o efetivo, transparentee, sobretudo,acessívela todacomunidademédica.Este processo certamente sofrerá adequa-çõesaolongodosanos,sendoprogressiva-mente refinado e adaptado à realidade denosso País,mas a recertificação parece serum movimento irreversível, que representaaexpressãodaresponsabilidadeeorespeitodosmédicosparacomseuspacientes.
Capítulolll•ComissãoNacionaldeAcreditação–CNAeComissãoMistadasEspecialidades
117
Projeto Diretrizes – AMB/CFM
Diretrizesclínicasbaseadasemevidência
sãorecomendaçõesestruturadas,subme-
tidasàatualizaçãoperiódicaàluzdasevi-
dências científicas disponíveis, a fim de
produzir ações demelhor qualidade.As
diretrizessãoomelhorcuidadodadoao
pacienteindividualeacoletividade,afim
demelhorarapráticaclínica,atendendo
aos conceitos de equidade sustentável.
Diretrizespodemserconsideradascomo
umcaminhoqueauxiliaasepararaspráti-
casdesnecessáriasdasnecessárias,enão
devemserconsideradascomoumaforma
derestriçãoàliberdadedeconduta,mas
comoumachancedeorientaraprática,
em um sistema de saúde caracterizado
pelaracionalizaçãoeoracionamento.
NoBrasil,oprocessodeelaboraçãode
diretrizes clínicas nacionais baseadas
em evidência foi desencadeado pela
AssociaçãoMédica Brasileira e Conse-
lho Federal deMedicina, pormeio do
“Projeto Diretrizes”. Esse projeto teve
início a partir de um encontro realiza-doemdezembrode1999,emBrasília,reunindotodaadiretoriadaAssociaçãoMédicaBrasileiraemembrosdoConse-lhoFederaldeMedicina,noqualtodossepronunciaramunanimementeemfa-vordaparceriaentreasduasentidades,delineando uma política de atuaçãoconjunta.
Capa do Projeto Diretrizes – AMB/CFM – Volume I, publicado em 2001
Foto:arquivoAMB
118 Capítulolll•ProjetoDiretrizes
Os primeiros técnicos doprojeto foram
definidos por comitê médico especial-
mente formado, no segundo semestre
de2000,oqualdefiniuumconjuntode
recomendações junto às Sociedades de
Especialidade, relativas à metodologia
deelaboração,naIReuniãodePadroni-
zaçãodo“ProjetoDiretriz”,nodia8de
dezembrode2000.
Apósumanode trabalho emconjunto
com24SociedadesdeEspecialidade,fo-
ram lançadas, emManaus, no mês de
outubrode2001,asprimeiras40diretri-
zes,quandoentãojáestavamemanda-
mentomais20.
Noanode2002,partedoComitê téc-
nico teveaoportunidadedeparticipar
decursonoCentrodeMedicinaBase-
ada em Evidência da Universidade de
Oxford, o que influenciou fortemente
na trajetória da metodologia utilizada
deelaboraçãodasdiretrizesnoProjeto,
sobretudonacapacitaçãoenorelacio-
namento com os elaboradores. Passo
apassodoprocessodeelaboração foi
desenvolvidoconstantementepormeio
deOficinasdeTrabalhoenvolvendoas
Sociedades de Especialidade, durante
cerca de cinco anos. Foram realizadas
cerca de trinta oficinas, até o ano de
2006,commédiadequinzeparticipan-
tes por oficina. AAMB teve oportuni-
dade de participar na2nd International
Conference of Evidence-Based Health
Care Teachers & Developers, em Pa-
lermo– Itália,noanode2003:critical
appraisal of 28 guidelines developed
by Brazilian Medical Association,oque
contribuiumuitocomoamadurecimen-
todoProjeto.
O fruto direto dessas iniciativas foi a
elaboraçãode280Diretrizesatéoano
de2008,emcrescenteaprimoramento
e qualidade. A participação era hete-
rogênea: cinco Sociedades eram res-
ponsáveis pela elaboração de cento e
quarenta e seisDiretrizes, edeznovas
estavam se envolvendo na elaboração
de cento e vinte Diretrizes novas. Sa-
bemos que o pilar central do Projeto
daAMBestánofatodoselaboradores
serem médicos indicados pelas Socie-
dadesdeEspecialidade (atualmentena
casa de milhares), que voluntariamente
participamdoprocessoapóscapacitação
nosconceitosdeelaboraçãodeDiretrizes
119
Clínicas Baseadas em Evidência, po-
dendo,então,desenvolverDiretrizesde
qualidade.
Quantoàatualização,processosistemático
de todo omaterial elaborado foi desen-
cadeado, comametade atualizações a
cadadoisanos.Nessafasedoprojeto,a
AMB/CFMjáparticipavaemduasorgani-
zações Internacionais: como fundadores
e membros do comitê organizador da
RedeIberoamericana(GPC)edaGuideli-
nes International Network(GIN).
Alémdodesafio demelhora progressi-
va da qualidade, surgiam outras metas
enecessidades,comoaatualizaçãoea
construçãodeprocessodedisseminação
e implementação. Atendendo então à
possibilidade de utilização disseminada
no Sistema de Saúde Nacional das Di-
retrizesdoProjeto,noanode2009,foi
firmadoconvêniocomaAgênciaNacio-
naldeSaúdeSuplementar(ANS),coma
proposta de elaboração e implementa-
çãoinicialde80diretrizes.
Como já descrito anteriormente, aten-
dendoparcialmenteaestametodologia
pode-se produzir 280 Diretrizes até o
anode2008,jádivulgadaspormeiodo
sitedaAMBeporsete livros,comen-
volvimentocrescenteehomogêneodas
SociedadesdeEspecialidade.Entretan-
to,sónoanode2009,comestameto-
dologia,foramelaboradasemtornode
180Diretrizes,commaisde100temas
em andamento. Também, como forma
deimplementação,Oficinasdetrabalho
têmsidorealizadas juntoaCongressos
eemdistintasregiõesdoPaís,eprojeto
juntoàANSeoperadorasdesaúde,in-
cluindo Oficinas de trabalho, avaliarão
Capa do Projeto Diretrizes – AMB/CFM – Volume VIII, publicado em 2010
Foto:arquivoAMB
Capítulolll•ProjetoDiretrizes
120
nopróximoanoousodesegmentosde
DiretrizesAMB,atravésdeindicadores,
emalgunsserviçosdesaúdedoPaís.
OProjetoDiretrizesAMBrepresentauma
iniciativagenuinamentenacional,desen-
volvida e sustentada pela comunidade
médicabrasileira.Oaprendizadodeto-
dos temsido fundamentalnamudança
deparadigmaseconceitos,sobretudoà
luzdosprincípiosdaPráticaClínicaBa-
seadaemEvidência.Primeiras Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar AMB/ANS – Volume I publicado em 2011
Foto:arquivoAMB
Capítulolll•ProjetoDiretrizes
121
Escolas Médicas
ComachegadadaFamíliaReal aoBrasil,em 1808, mudanças de cunho social,cultural e tecnológico decorreram dodeslocamentodacorteportuguesaparaacidade de Salvador, Bahia. A ciência e asartesatéentãopoucoexploradaspassarama terespaço,e recursos foram investidos,de formaque grandesnomesda ciênciaeuropeia foram trazidos para o Brasil,dandoinícioaodesenvolvimentoestruturaldasociedadebrasileira.O Príncipe Regente Dom João VI,atendendoaopedidodoBarãodeGoyana,José Correia Picanço, pernambucano,cirurgião da Real Câmara, lente jubiladodaFaculdadedeMedicinadaUniversidadede Coimbra (Portugal), fundou na cidadede Salvador, em decisão régia de 18 defevereirode1808,aEscoladeCirurgiadaBahia,sediadanoHospitalRealMilitardaBahia, em Salvador, localizado no antigoprédio doColégio dos Jesuítas, no LargoTerreirodeJesus.ApósnovamudançadaFamíliaRealparaoRiodeJaneiro,DomJoãoVIcriouasegundaescolamédicadoBrasil,aEscolaAnatômica,Cirúrgica eMédica do Rio de Janeiro, pormeio do decreto de 5 de novembro de
1808,que tambémfuncionavanoHospitalReal Militar, num majestoso e históricoprédio. A necessidade de implementarcondiçõesmínimasdeinfraestruturaparaumcontingentedepessoasquechegaramcoma corte e a urgência do desenvolvimentode remédios e de tratamentos às doençastropicais,aindadesconhecidas,motivaramaimplantaçãodessaescolamédica.No século XIX afirma-se a influênciafrancesanoensinodaMedicinanoBrasil,ao passo que, nos séculos anteriores,prevaleceueimperouaMedicinaIbérica.
José Correia Picanço entrega a D. João VI Carta solicitando a criação da Escola de Cirurgia da Bahia
Disponívelem:w
ww.wikipedia.org
122
Amedicina científica brasileira teve iníciocomaEscolaTropicalistaBaiana, formadapor grupo de médicos estabelecidos naBahiaquesededicaramàpráticadeumamedicina voltada à pesquisa das doençastropicais daquela época e teve o marco
comapublicaçãodoprimeironúmerodaGazetaMédicadaBahia,em1866.A era científica brasileira, por assimdizer, uma vez que os precursores nãoerambrasileirosnatos,surgenoiníciodoséculo XX, porOswaldoGonçalvesCruz
Foto:acervodaFaculdadedeMedicinadaBahia,daUniversidadeFederaldaBahia
Capítulolll•EscolasMédicas
Faculdade de Medicina da Bahia (FMB), da Universidade Federal da Bahia, retratada pelo pintor Henrique Passos (2007), segundo os relatos do Século XIX
123
e o Instituto Soroterápico Nacional, nobairrodeManguinhos,noRiodeJaneiro,transformadoapósem InstitutoOswaldoCruz.Apartirdestemomento,começamaformarmédicosnoBrasilparaosbrasileirosesurgemnovasEscolasMédicas.Noperíodode1808a1898,foramfundadas3escolasmédicas,emSalvador,RiodeJaneiroePortoAlegre.Apartirdaí,noperíodode1911a1948,foramcriadas10escolas,nadécadade50,mais14,nadécadade60,mais38,sendoquesónoanode1968surgiram10 novas escolas. E o número de escolascontinuou semultiplicando; na década de70,houveosurgimentode13escolas,nadécadade80,demais4e,nadécadade90,
Foto:acervodaFaculdadedeMedicinadaBahia,daUniversidadeFederaldaBahia
Capítulolll•EscolasMédicas
Distribuição das Escolas Médicas, de acordo com sua categoria de 1808 a 2010
051015202530354045505560
1808-1898 1920-1929 1940-1949 1960-1969 1980-1989 2000-2010
Federal
Privada
Estadual
Municipal
124
de21novas escolas.Noperíodode2000
a2010,foramfundadas77escolas,sendo
que,cercade60escolas,criadasapós2000,
estãoaguardandoreconhecimentodoMEC
(Fonte INEP),totalizando180escolasatéo
momento (www.escolasmedicas.com.br,
acessoem10deabrilde2011).
Em 1956, a Associação Médica Brasileira(AMB) levou ao Presidente da República,Juscelino Kubitschek, um documentointitulado“ProblemáticadoEnsinoMédicono Brasil”, que resultou na suspensãotemporária de criação de novas EscolasMédicas. Emoutrosperíodos,entre1971e1976,enovamenteentre1979a1987,
Capítulolll•EscolasMédicas
1808-
1898
1911-
1919
1920-
1929
1930-
1939
1940-
1949
1950-
1959
1960-
1969
1970-
1979
1980-
1989
1990-
1999
2000-
2010
Federal 3 4 2 1 1 7 12 2 - 2 13
Privada - - - - - 4 19 8 2 16 52
Estadual - 2 - - - 3 5 3 1 2 10
Municipal - - - - - - 2 - 1 1 2
Total 3 6 2 1 1 14 38 13 4 21 77
Número de Escolas Médicas, de acordo com sua categoria de 1808 a 2010
Total de Escolas Médicas em atividade no Brasil 180
Total de vagas oferecidas para o primeiro ano 15.671
Nº de escolas %
Privada 101 55%
Federal 47 26%
Estadual 26 14%
Municipal 6 3%
Total 180 100
Censo IBGE 2007, disponível em: www.escolasmedicas.com.br
Total de Escolas Médicas em atividade no Brasil
125
Distribuição das Escolas Médicas em atividade no Brasil
Capítulolll•EscolasMédicas
Pesquisa realizada em abril de 2011, fonte: www.escolasmedicas.com.br
126 Capítulolll•EscolasMédicas
0
5
10
15
20
25
30
AC AL
AM AP
BA CE DF ES G
O
MA
MG
MS
MT
PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO
Número de escolas por Estado
Fonte:www.escolasmedicas.com.br, acesso em 10 de abril de 2011
Estudo comparativo do número de Escolas Médicas por Estado
ANO Federais Estaduais Municipais Privadas Total2000 2 2 0 1 5
2001 0 2 0 5 7
2002 2 4 1 5 12
2003 1 0 0 6 7
2004 0 1 0 9 10
2005 1 0 1 9 11
2006 1 0 0 6 7
2007 3 0 0 8 11
2008 1 1 0 2 4
2009 0 0 0 1 1
2010 2 0 0 0 2
Total 13 10 2 52 77% 17% 13% 2,50% 67,5% 100%
Fonte: www.escolasmedicas.com.br Abr/11
Estudo comparativo da categoria das novas Escolas Médicas
127
houve nova suspensão temporária nacriação destas instituições. Observa-se queessadiscussãoéantigae, aindahoje,nãoresolvidadeformasatisfatória.Somos 182 milhões de habitantes noBrasile180EscolasMédicasregistradasnoMinistériodaEducação.PaísescomoÍndiaeChina,commaisdeumbilhãodehabitantes,têm, respectivamente, 272 e 150 EscolasMédicas.Deste total de 180 escolas existentes noBrasil, 47 são federais, 26 estaduais, 6municipaise101particulares.Apartirdoanode2000,aproliferaçãodenovas escolas representa quase 50% dasjá existentes. Proliferação essa que nãorepresentoucompromissocomqualidadenoensino,pesquisaeassistênciaemuitomenos
refleteumapolíticaeducacionaladequadanoPaís. Surge umamercantilização do EnsinoMédico decorrente em parte da culturade diploma existente no País e da falta decompromisso com a qualidade e com ospreceitos éticos inerentes que a profissãomédicaexige.Dadosrecentes,divulgadospeloMinistériodaEducação,demonstramalgumasconclusõespreocupantes,porexemplo,735mil estudantes das diversas áreas, inclusivemédica,estãoemUniversidadesreprovadas,segundocritériosdopróprioMEC.Outroproblemasérioaserdiscutidoéqueonúmerodevagasparaagraduaçãonãocorresponde ao número de vagas para aresidênciamédica.Oscursosdegraduaçãoem Medicina devem formar profissionaiscomcompetênciasaofinaldocursoemesmo
Capítulolll•EscolasMédicas
Universidades Federais Data de Criação UniversidadeFederaldaBahia 18/02/1808UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro 5/11/1808UniversidadeFederaldoRioGrandedoSul 1/03/1898UniversidadeFederaldeMinasGerais 5/03/1911UniversidadeFederaldoParaná–Curitiba 1/01/1912UniversidadeFederaldoEstadodoRiodeJaneiro/RJ 10/04/1912UniversidadeFederaldoPará 3/01/1919UniversidadeFederaldePernambuco 4/05/1920UniversidadeFederalFluminense–RJ 1/01/1929UniversidadeFederaldeSãoPaulo 1/06/1933UniversidadeFederaldoCeará 15/04/1948UniversidadeFederaldeAlagoas 15/01/1951
Cronologia das Universidades Federais criadas antes da fundação da Associação Médica Brasileira (26 de janeiro de 1951)
128 Capítulolll•EscolasMédicas
Estudo comparativo do número de Escolas Médicaspor Estado e número de vagas
Por Região Geográfica
Estado Escolas de Medicina Vagas 1º ano
Região Centro-Oeste
DF 4 266
GO 3 290
MS 3 190
MT 2 180
Região Centro-Oeste 12 926
Região Nordeste
AL 2 130
BA 7 603
CE 7 652
MA 3 181
PB 6 530
PE 4 490
PI 4 302
RN 3 236
SE 2 150
Região Nordeste 38 3.274
Região Norte
AC 1 40
AM 3 292
AP 1 30
PA 4 390
RO 4 170
RR 1 28
TO 4 340
Região Norte 18 1.290
Região Sudeste
ES 5 500
MG 28 2552
RJ 18 2102
SP 30 2581
Região Sudeste 81 7.735
Região Sul
PR 10 847
RS 11 922
SC 10 520
Região Sul 31 2.289
Total Geral 180 15.514
129
assim existe a necessidade de se formarespecialistasemáreasgeraiseespecíficas.O que interessa à sociedade sãomédicoscompetentes,humanos,éticos,socialmenteresponsáveisequeatendamàsnecessidadesda população e em número suficienteemtodasas regiõesdoPaís,emtodasascidades,portantonãointeressammédicosemquantidade insuficienteouexcessivaesimquepossamexercerumaboamedicina.Omédicodevesercapazdetratardasaúdeedadoença,individualecoletivaetomardecisõesnosvárioscenáriosqueenvolvamoseutrabalho.As Escolas Médicas deveriam ser rigo-rosamente avaliadas a partir de sua auto-rização e de seu funcionamento. As dire-trizescurricularesquenorteiamaformaçãodomédicodeveriamserseguidasdeformaadequadapelasociedade,pormeiodepro-cessosdeacreditação,epelopróprioMEC.VerificamosqueváriasEscolasMédicaspelopaísaforaapresentamprojetospedagógicosparecidos, elaborados por profissionaisda áreamédica como que realizados em“escala de produção”, que na práticanão funciona.A complacência doMEC eos critérios políticos acabam permitindoo início de novos cursos deMedicina emdetrimento da qualidade necessária. Operfil do egresso, as competências geraiseespecíficas,conteúdoseorganizaçãodeum curso médico, na maioria dos casos,deixamadesejar.
Capa do livro Escolas Médicas AMB/CFM, publicado em 2005
Capítulolll•EscolasMédicas
ExistemEscolasMédicasquenãopossuemsequer hospitais próprios e surgem oshospitaisconveniados,quemuitasvezesnãosãoadequadosparaoensino.A aproximação do aluno de Medicina àscomunidades e às unidades básicas desaúdetemsidooutrarealidade,importante,é claro, quando integrada à Universidade,mas usadas pelas novas Escolas Médicasparasupriremafaltadehospitais.
Foto:arquivoAMB
131
Capítulo IVComuniCações
BrunoCaramelliCésarTeixeiraEliasFernandoMiziara
132
1º Boletim da Associação Médica Brasileira – BAMB, publicado em 1952
Comunicações
Último Boletim da Associação Médica Brasileira – BAMB nº 24, publicado em 1959
Boletim da Associação Médica Brasileira – BAMB e Jornal da Associação Médica Brasileira – JAMBA edição número um do primeiro veícu-lodecomunicaçãodaAMB,chamadodeBoletimInformativodaAssociaçãoMédica
Brasileira (BAMB), foi publicado na Revis-
tadaAssociaçãoPaulistadeMedicina.O
BAMB, referenteaosmesesdeoutubroa
dezembrode1951,eraoórgãonoticiosoe
oficialdaclassemédica,contemplandoin-
formaçõessobreaentidadeedeinteresse
dacategoria.Apartirdonúmero24,relativo
Fotos:arquivoAMB
1ª edição do JAMB – Jornal da Associação Médica Brasi-leira, publicada em 1962
133
àediçãodedezembrode1959,passouasereditadosemanalmente,emformatota-bloide,até1982,quandosuaperiodicida-depassouasermensal.Emnovembrode1983,sofreureformagráfica,sendoedita-do emmodelo standard. Em fevereirode1993,começouaserpublicadoemcorese,seis anosdepois, umanova reformulaçãodevolveu-oaomodelotabloide.Foiapartirde 2006que o JAMBganhou o formatorevista,publicadoatualmente.Durante a sua trajetória, o JAMB integrouahistóriadamedicinanacional:médicosdetodooPaísiniciarameterminaramsuascar-reirasacompanhandoasatividadesdaAMBporele.Muitosfatosmarcantesforamno-ticiadospeloórgãomaisimportantedeco-municaçãodaentidade.Umdelesocorreuemdezembrode2000:pelaprimeiraveznahistóriadaMedicina,umaediçãoconjuntadosjornaisdaAMBedoConselhoFederaldeMedicina–JAMB/Medicina–chegouàcasadosmaisde300milmédicos,marcan-doaunidadeeaparceriareinanteentreasduasentidades,nasgestõesdeEleusesPaiva(AMB)eEdsonAndrade(CFM).Ofatorepe-tiu-senasediçõesdeagostode2001,marçode2002,maioenovembrode2003ejulhode2007.
Edição conjunta JAMB/Medicina, publicada em 2000
Foto:arquivoAMB
Edição do Jornal da Associação Médica Brasileira – JAMB, publicada em 2011
Foto:arquivoAMB
CapítulolV•Comunicações
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA
MARÇO/ABRIL 2011ANO 52 • Nº 1371
134
Revista da Associação Médica Brasileira - RAMB Foramnecessáriosapenastrêsanosapósa sua fundação para que a AssociaçãoMédica Brasileira edificasse estrutura su-ficientepara lançar a suaprimeira publi-cação científica: a Revista da AMB, hojeRAMB.Seuprimeironúmerofoiimpressoemmarço de 1953 e teve uma tiragemde14milexemplares.ApublicaçãotinhacomoeditoreredatorresponsávelDorivalMacedoCardosoeoparasitologistaCle-mente Pereira, como redator-chefe. Suaperiodicidade era trimestral, sendo im-pressaedistribuídaatodosossóciosnosmeses de janeiro, abril, julho e outubro.
Suaprimeira reformulaçãoaconteceuem
1968,quandopassouautilizarosistema
off-set,sendopublicadaemcores.
Hoje, passadosmais de 55 anos, alémde
serumadasprincipais revistasmédicasdo
Paíseindexadaàsprincipaisbasesdedados
mundiais,comoLilacs,Medline,SciELOede
obter classificação Capes Qualis B3 (equi-
valenteàcategoriainternacional),aRAMB,
desdedezembrode2007, integraoseleto
grupodepublicaçõesdoISIThomson.
IssosignificaqueaRAMB,apartirdesta
data, passou a contar com o cálculo do
seu fator de impacto, variante elaborada
apartirdonúmerodevezesqueseusar-
tigos sãocitadosporoutraspublicações.
O ISI Thomson é uma instituição inter-
nacionalquegerenciaamais importante
base de dados de periódicos científicos
indexados do mundo, denominadaWeb
of Science.Estabaseémuitoconhecidae
utilizadaparapesquisasnomeiocientífico
eacadêmico,poiscontém16milrevistas
internacionais, das quais o ISI acompa-
nhaanualmentemaisdeoitomil títulos,
selecionando aqueles de maior impacto.
AinscriçãonoWeb of Science,quecom-
preendetrêsáreas(Science Citation Index 1ª Revista da Associação Médica Brasileira – RAMB, publicada em 1954
Foto:arquivoAMB
CapítuloIV•Comunicações
135
Expanded, Social Citation Index e Arts &
Humanities Citation Index)éumdesejode
todoperiódico,nãosópelocertificadode
qualidade,maspela inclusãoemumdos
mais importantes índices bibliométricos
do conhecimento:o fatorde impacto ISI
(Institute for Scientific Information).
Com a publicação do primeiro fator de
impacto,aRAMBbuscaagoraainserção
internacional. Com a publicação bilíngue
épossívelatingirumnúmeromuitomaior
deleitoresedivulgarasinformaçõescien-
tíficasproduzidasnoBrasilparaorestodo
mundo. Neste sentido, a parceria com a
editora Elsevier, amaior editora de peri-
ódicosmédicoscientíficosdomundo, foi
umgrandepassoqueaRAMBdeu,logo
noiníciode2011.Apartirdoprimeironú-
merodesteano,arevistapassaaintegrar
ogrupodosperiódicosdaElseviereapar-
ticipardoScienceDirect,omaiorsitede
publicaçõesmédicas,assinadoporpesqui-
sadores e bibliotecas de todo omundo.
Comisto,aumentaráoalcancedaRAMB
e,naturalmenteonúmerodecitaçõesque
a revista recebe, atingindo seu objetivo:
internacionalizaçãoeaumentodefatorde
impacto.
O Médico & VocêEmnovembrode2008,aAMB lançouarevistatrimestralOMédico&Você.Comoobjetivodedifundirinformaçõesdeexce-lênciaemsaúdeparaacomunidade,alémdeestreitararelaçãoentreprofissionaisdaMedicinaepacientes,apublicaçãocontacomprojetográficoeeditorialinovadores.Comisso,oleitortemacessoaumapubli-caçãofeitacomaparticipaçãodemédicosrenomados e influentes em suas especia-lidades, que compartilham da missão darevistadeprestarinformaçõesclaraseefi-cientessobreosmaisvariadosassuntosdaMedicina.
Edição da Revista da Associação Médica BrasileiraFoto:arquivoAMB
CapítulolV•Comunicações
136
A publicação tem uma das tiragensmaissignificativasdoPaís.Seusexemplaressãodistribuídosaosmaisde300milmédicosativos no Brasil, que foram orientados adisponibilizararevistaaseuspacientes,nasaladeespera.Assim,aAMBbuscouestreitarorelacio-namento dos médicos com a populaçãoeaumentaroconhecimentodoscidadãoscom relação aos principais problemasdesaúde que a afeta, divulgandomeios deprevenção.NaspáginasdeOMédico&Você,osleito-resencontramreportagens,artigoseen-trevistassobretemasdesaúde,doençasesuascausas,sintomas,prevençãoetrata-
mentos. Outros assuntos relacionados àqualidadedevida,saúdeemocional,meioambiente e cotidiano também já foramabordados.ArevistaOMédico&VocêrepresentaomaioravançodaAMBemdireçãoàsuamissãodeofereceràpopulaçãobrasilei-rauminstrumentodeinformaçãoseguro,qualificadoedevínculocomosmédicos.Contribuiparaqueospacientes tenhamdadoscomplementaressobresuasenfer-midades ou métodos preventivos, quenortearão a adequada relação entre oprofissionaleseupaciente.
Portal AMBA AMB apareceu pela primeira vez naInternet em junho de 1996, quandoinaugurou a sua homepage, criada emcolaboração comoNúcleode Informá-ticaBiomédicadaUnicamp.OprimeirositedaAMBforneciaacessoa informa-ções sobre a entidade, endereços dasSociedadesdeEspecialidade,Regionais,Federadaselinksparaalgumasespecia-lidades, que também já dispunham desites,casosdaCardiologia,PneumologiaePatologiasClínicas.Tambémfoidispo-nibilizadoonlineoestatutodaentidade,a história da AMB, a Lista de Procedi-
Primeira edição da Revista “O Médico & Você”, publicada em 2008
Foto:arquivoAMB
CapítuloIV•Comunicações
137
AMB NewsOAMBNews,informativoeletrônicodaen-tidade,teveasuaprimeiraediçãodistribuídaemjunhode2007.Atualmente,contabilizamaisdeumacentenadeboletinsdistribuí-dosaummailingcompostodemaisde50mile-mailsdepessoaseentidadesligadasàáreadesaúde,incluindodiretoresdaAMB,Federadas, Sociedades de Especialidade,Secretarias de Saúde, deputados, senado-res,entreoutros.Oinformativo,distribuídosempreàssextas-feiras,apresenta,deformaresumida,asatividadessemanaisdadireto-riadaentidade,alémdeprojetarasaçõesparaassemanasseguintes.
mentos,atualCBHPM,eaClassificaçãoInternacionaldeDoenças(CID),quepo-deria ser consultada pormeio de pala-vra-chave. Paulatinamente, foram colo-cadasàdisposiçãodopúblicoasediçõesda Revista e do Jornal da AMB. O en-dereço acessado para o primeiro siteda AMB foi www.nib.unicamp.br/amb.Comopassardosanos,ositefoisemo-dernizando e, pormeio de uma parce-riacomaConectmed,passouaoferecertambém, além de vasto conteúdo rela-cionado à entidade, educação médicacontinuadaàdistância,ferramentaexis-tenteatéhoje.
Fotos:arquivoAMB
CapítulolV•Comunicações
Portal AMB - Agosto/2011 AMB News – Agosto/2011
139
Capítulo Vatuação intErnacional
JoséLuizGomesdoAmaralMiguelRobertoJorgeMurilloRonaldCapellaPedroWeyBarbosadeOliveira
140
Atuação Internacional
Aos17desetembrode1947,médicosde
27 países reuniram-se em Paris, França,
para realizar a fundação e a primeira
AssembleiadaAssociaçãoMédicaMundial
(WMA).Naoportunidade,definiramsuas
finalidades: assegurar a independência
dosmédicos e lutar pelosmais elevados
padrões de comportamento ético, deeducação médica, de direitos humanos
ede cuidados comospacientes, emum
ambientedeautonomiaprofissional.
Anualmente,érealizadaAssembleiaGeral.
O Conselho e os Comitês Permanentes,
que são: ÉticaMédica, AssuntosMédico
Sociais e Finanças e Planejamento,
reúnem-seduasvezesaoano.JáoComitê
Executivo tem seus encontros marcados
emfunçãodademanda.
A Associação Médica Brasileira (AMB)
filiou-seàWMAem1951,desempenhando
papelrelevante.AntonioMonizdeAragão,
ortopedista radicado em Florianópolis e
presidentedaAMBnagestão1959-1961,
foieleitoPresidentedaAssociaçãoMédica
Mundial em Assembleia Geral realizada
noRiodeJaneiro,emoutubrode1961.
Anosmaistarde,em1975,PedroKassab,
presidente da AMB, foi o segundo
brasileiroempossadocomopresidenteda
WMA.
O cargo de Diretor de Relações Inter-
nacionais(DRI)surgiunagestãodeAntonio
1. Associação Médica Mundial (WMA)
141
Celso Nassif (PR), em 1987. O primeirodiretorfoiomédicoendocrinologistaLuizCarlos Espíndola (SC). PosteriormentevieramLuizEduardoMachado(BA),PauloRobertodeA. Insfran (MS) e Isaias Levy(RS).Comaçõesregulares,aAMBsempreteve atuação intensa junto à WMA,levandoonomeeotrabalhodaentidadeao conhecimento dos líderes médicosdetodoomundo.Destetrabalho, con-solidado nas gestões de Eleuses Paiva(1999-2005) e de José Luiz Gomes doAmaral (2005-2011), participaram dadiretoriadeRelaçõesInternacionais:DavidCardoso(MS),ViriatoCunha(SC),MurilloRonald Capella (SC) e Miguel RobertoJorge (SP). Todos tiveram participaçãoefetivaedestacadaemtodasasreuniõesdaAssociaçãoMédicaMundial.Eleito, em 2005, para presidir a AMB,o anestesiologista José Luiz Gomes doAmaral,antesdesuaposseacompanhouEleusesPaivaàAssembleiaGeraldaWMA,com o objetivo de dar continuidade àatuaçãodaAMB.NareuniãodoConselhodaWMA,realizadaemmaiode2007,emBerlim, Alemanha, o presidente da AMBfoieleito,porunanimidade,paraexercerafunçãodePresidente(Chair)doComitêde
CapítuloV•AtuaçãoInternacional
Berlim, maio de 2007: José Luiz Gomes do Ama-ral, à esq., eleito presidente da Comissão de As-suntos Médicos Sociais, durante reunião da WMA, e Murillo Ronald Capella.
Foto:arquivoAMB
Assuntos Médicos Sociais da WMA,posiçãoparaaqual foi reeleitoemmaiode2009,emTelAviv,Israel.A complexidade dos assuntos interna-cionaislevouaDiretoriadaAMBbuscarmaior dinamismo ao Departamento deRelações Internacionais, nomeando omédico PedroWey Barbosa de Oliveira(SP) para, juntamente ao presidente eaodiretordeRelaçõesInternacionaisdaAMB-cuidardasinúmerasdemandasqueenvolvemtantoumconsistentetrabalhode coleta de dados, quanto contatocommédicos com diferentes expertises
142
visando ao preparo de pareceres sobretemasespecíficos.JoséLuizGomesdoAmaral foi responsávelpor trazer ao Brasil relevantes discussõessobrepesquisas clínicas, comoa revisãodaDeclaraçãodeHelsinque,ousodeplaceboempesquisamédicaassociadaaotratamentoe o Seminário Internacional de ResiliênciaMédica. Com a realização da ConferênciaDoutores do Ambiente, em novembro de2009,ajudouadisseminaraDeclaraçãodeDelhisobresaúdeemudançaclimática.Aos 16 de outubro de 2010, durante aAssembleiaGeraldaWMA,emVancouver,Canadá, o presidente da AssociaçãoMédica Brasileira, José Luiz Gomes do
Amaral, foi eleito por aclamação Pre-sidente da Associação Médica Mundial(WMA)paraoperíodode2011a2012.
2. Declaração de Helsinque Apósomundotertomadoconhecimentodasatrocidades cometidasemnomeda ciênciapor ocasião da Segunda Guerra Mundial,o que gerou uma crise de consciência nacomunidadecientíficainternacional,diversasregulamentações foram elaboradas com oobjetivo de proteger os direitos humanose de serem asseguradas a integridade e adignidadedaspessoas,aí incluídososcasosde participação em pesquisas biomédicas.Assim,dentreessesdocumentosdestacam-se o Código de Nuremberg (1947) e aDeclaração Universal dos Direitos Humanos(1948),AssembleiaGeraldasNaçõesUnidas.Preocupada comessa situação,naAssem-bleia Geral realizada em Helsinque, naFinlândia, em 1964, a WMA editou aDeclaração de Helsinque (DoH), que é odocumento internacional mais importantecom relação ao controle ético sobrepesquisaemsereshumanos.Todavia,paraacompanharosavançostecnológicosenãosetornarvulnerávelàspressõesexternasdospaísesquenãoconcordamcomatotalidadedeseustermos,aWMAvempromovendo
CapítuloV•AtuaçãoInternacional
Assembleia Geral da WMA em Vancouver, Canadá (16.10.2010). Da esquerda para direita: José Luiz Gomes do Amaral, Pedro Wey Barbosa de Oliveira, Miguel Roberto Jorge e Luc Weckx
Foto:divulgaçãoW
MA
143
revisões e atualizações na Declaração deHelsinque,aprovadasemsuasAssembleiasGerais. Assim ocorreu em 1975 (Tóquio,Japão),em1983 (Veneza, Itália),em1989(Hong Kong, China), em 1996 (SomersetWest,ÁfricadoSul)eem2000(Edimburgo,Escócia).Oúltimoprocessode atualizaçãocomeçou em maio de 2007, quando aWMA convidou todas as associaçõesmédicas nacionais a identificar itens queprecisavamserrevistosesugerira inclusãodenovostópicos.AAMBfez-serepresentare contribuiu com pareceres em diversasrevisões da Declaração de Helsinque. Aforma mais atuante ocorreu quando nareuniãodoConselhodaWMA,realizadaemBerlim,emmaiode2007,foiconstituídoumGrupodeTrabalho(GT)comrepresentantes
daÁfricadoSul,Alemanha,Brasil,JapãoeSuécia,comoobjetivodeouviraopiniãodasAssociaçõesMédicasNacionais,deMembrosAssociados e de entidades internacionaisenvolvidasempesquisasemsereshumanos.OGrupodeTrabalhodaWMAreuniu-seem Copenhague, Helsinque, Divonne-lês-Bain, Cairo, São Paulo e Seul, ondefinalmente foi aprovada a última revisãoda DoH pela Assembleia Geral daWMA. Nas reuniões de Copenhague eHelsinque, o médico Gustavo Kesselringauxiliou os trabalhos da AMB. Antes desediar a reunião do Grupo de TrabalhoemSãoPaulo,aAMBrealizou,nosdias19 e 20 de agosto de 2008, o Fórum“Pesquisa Clínica: Revisão da Declaraçãode Helsinque”, visando promover um
CapítuloV•AtuaçãoInternacionalFoto:arquivoAMB
São Paulo 2008 – Membros participantes da revisão da Declaração de Helsinque, na sede da Associação Paulista de Medicina
144
comapresençaderepresentantesdeváriasentidadesnacionais,passouaanalisá-laseadiscuti-las,incorporandomuitasdelasaoseurelatórioàAGdaWMAdeSeul.UmdosprincipaispontosdaDoHéousodo placebo em pesquisas clínicas. Estetema vem sendo amplamente discutidopelos países membros da WMA nosúltimos anos. Em fevereiro de 2010, osmaioresespecialistasmundiaisnestaárea,bem como representantes de agênciasreguladoras como o Food and Drug Administration (FDA), European Council, European Medicines Agency, European Comissioneoutros,foramconvidadospelaWMA e pela AMB para discutir em SãoPauloesteassunto.Ofocoprincipaldesteencontrofoiarevisãodoparágrafo32da
CapítuloV•AtuaçãoInternacional
São Paulo, 2010 – Grupo de especialistas em placebo com lideranças das entidades médicas nacionais
Foto:arquivoAMB
debatesobreéticaepesquisanoBrasilediscutirosprincipaispontosquedeveriamsermodificadosnarevisãodaDoH.Foramdiscutidos temas como a situação atualdaDoH, ousodeplaceboemsituaçõesem que há tratamento efetivo, a DoHe a pesquisa em crianças e o acessoao tratamento pós-investigação. PelaWMA, os principais participantes foramseu Presidente, Jon Snäedal (Islândia),a Presidente do Comitê de Ética, EvaBägenholm (Suécia) e o Secretário-Geral,Otmar Kloiber (Alemanha). Participaramdeste fórum cerca de 400 médicos eoutros profissionais da área da saúde esuassugestõesforamencaminhadasaoGTdaWMA,que,reunidonodiaseguintenasededaAssociaçãoPaulistadeMedicina,
145
AConfederaçãoMédicaLatinoamericanae do Caribe – CONFEMEL – foi fundadaem1997,nacidadedeSantaCruzde laSierra, Bolívia, durante a realização do IICongressoLatino-AmericanodeColégiose Associações Médicas do continente,sob a organização do Colégio MédicodaBolívia e sucedendoaduas entidadesfundadas anteriormente: a AssociaçãoMédicaPan-AmericanaeaConfederaçãoMédicaPan-Americana.
O primeiro Presidente da CONFEMEL foiVicente A. Gutierrez, do Colégio MédicodaBolívia.Desdesuacriação,aCONFEMELtemrealizadoanualmentesuasAssembleiasGeraisemdiversospaísesdaregião:Chile(1998),Colômbia(1999),Argentina(2000),Panamá (2001), Peru (2001), Nicarágua(2002),Venezuela(2003),Uruguai(2003),Venezuela(2004),CostaRica(2004),Chile(2005),CostaRica(2006),Equador(2006),Brasil (2007),Honduras (2008),Argentina(2009)eCostaRica(2010).Comapropostadeunificarosesforçosdetodosparadefenderasaúdeeosvaloresdemocráticos na prática cotidiana doscidadãoslatino-americanos,aCONFEMELconta, atualmente, com 17 paísesmembros e 26 associações médicas. OBrasil é representado pela AMB, CFM,FENAMeCREMERS.A participação de representantes deentidades associativas brasileiras naCONFEMELfez-sedeformamaisdestacadaa partir dos anos 2000, quando a AMB,o CFM e a FENAM passaram a integrarregularmenteascomissõeseainterviremassuntosrelevantesdasaúdeedaMedicina.
Em novembro de 2008, realizou-se em
Buenos Aires a XI Assembleia Anual
Ordinária da CONFEMEL, presidida pelo
brasileiroMarcoAntonioBecker(RS).
CapítuloV•AtuaçãoInternacional
DoH,quetrataespecificamentedousodoplaceboempesquisaclínica.Esteencontrofoi realizado na Associação Paulista deMedicinadurante três dias e contou commais de 30 convidados internacionais enacionais.
3. Confederação Médica Latinoamericana e do Caribe - CONFEMEL
146
as organizações médicas dos países de
língua portuguesa. Foram convidadas
a Ordem dosMédicos de Angola, a de
CaboVerdeeoCFMparasejuntaraessa
iniciativa.
Em29de janeirode2005, aAssociação
Médica Brasileira, o Conselho Federal
de Medicina e as Ordens assinaram um
protocolodecooperaçãoentreasentidades
médicasnacionaisdeAngola,Brasil,Cabo
Verde,Moçambique,Portugal,SãoTomé
e Príncipe, criando a CMLP. O principal
objetivo do protocolo foi estabelecer
CapítuloV•AtuaçãoInternacional
José Germano Rêgo de Souza, José Luiz Gomes do Amaral e Eleuses Paiva, reunidos na sede da AMB
Foto:arquivoAMB4. Comunidade Médica de
Língua Portuguesa - CMLP
A Comunidade Médica da LínguaPortuguesa (CMLP) reúne os médicosdos Países de Língua Portuguesa como objetivo trocar experiências, apoiomútuonaformação,ensino, investigaçãocientíficaepráticaclínica.José LuizGomesdoAmaral, em funçãodas origens portuguesas, sempre teveinteressepelaMedicinadePortugal. Em2005, Eleuses Paiva convidou o entãobastonário da Ordem dos Médicos dePortugal, JoséGermanoRegodeSouza,para falar aos diretores da AMB. Naoportunidade, o bastonário e Gomesdo Amaral compartilharam um sonhoacalentado há muito tempo, de reuniros médicos lusófonos em função dasmúltiplas convergências culturais elinguísticas.Daísurgiuaideiadeassociar
147
umapolítica comumde cooperação nodomínio científico e profissional, comênfasenaformaçãomédica.Um ano depois, em janeiro de 2006,a AMB e o CFM participaram do IICongressoInternacionaldeMédicosemAngolaedo1ºCongressoLuso-Angolanode Cooperação Médico-Cirúrgica,realizadosemLuanda.Duranteoevento,a CMLP teve seu estatuto finalizado.O primeiro presidente da ComunidadeMédica da Língua Portuguesa foi LuísLeite, eleito no Congresso de CaboVerde,após,PedroNunesnoCongressoem Portugal, Carlos Alberto Pinto deSousanoCongressoemAngola,e JoséLuizGomesdoAmaralnoCongressoemMoçambique.Além de participar efetivamente dacriaçãodanova entidade internacional,a AMB colaborou na organização eparticipoudoICongressodaCMLP,quefoi realizado de 27 a 29 de novembrode2006,nacidadedaPraia,capitaldeCabo Verde (África). Participaram ospresidentes da AMB, José Luiz GomesdoAmaral,edoCFM,EdsondeOliveiraAndrade, os bastonários daOrdemdosMédicosdeAngola,JoãoJoséBastos;deCaboVerde,LuísdeSousaNobreLeite;
CapítuloV•AtuaçãoInternacional
e de Portugal, Pedro Nunes. O eventoabordou o tema “Formação Médica:DesafiodoSéculoXXI“.OIICongressodaCMLPocorreunaCostadoSauípe,Bahia,de27a30desetembrode2007,efoipromovidopelaAssociaçãoMédicaBrasileiraeaAssociaçãoBahianadeMedicina, tendo como temacentral“Medicina de Qualidade para Todos”.ParticiparamdaSolenidadedeAberturaos Presidentes da Associação MédicaMundial, Nachiappan Arumugan(Malásia), Pedro Nunes, da Ordem dosMédicos de Portugal, Luiz Leite deCabo Verde, João Bastos de Angola,além de representantes do Ministérioda Saúde, do Governo do Estado daBahia e dos Presidentes da AMB e doCFM. O II Congresso da CMLP contoucomcercade400inscritoseumgrandedestaquefoiaapresentaçãodocursodeMedicinaBaseadaemEvidências,peloscoordenadores do Programa DiretrizesAMB/CFM,Moacyr Nobre eWanderleyBernardo,transmitidoaovivo,viaweb,paratodosospaísesparticipantes.NesseencontrotambémfoiratificadaainclusãodeMoçambiquenaComunidadeMédicadeLínguaPortuguesa.
148
OIIICongressofoirealizadoemLisboa,de 19 a 21 de fevereiro de 2009, emconjuntocomoXIVCongressoNacionaldeMedicinaeoVCongressoNacionaldoMédicoInterno,noCentrodeCongressosdeLisboa,presididosporIsabelCaixeiro.Da programação constaram temasde relevância como Medicina e oDesenvolvimento dos Povos: Objetivosdo Milênio; Ética Médica: Desafios doSéculoXXI; Políticas de Saúde:OPapeldasAssociaçõesMédicas;EspecialidadesMédicas,dentreoutros.Durante o IVCongresso daCMLP, rea-lizado entreos dias 25 e27demarço,
CapítuloV•AtuaçãoInternacional
Foto:arquivoAMB
Cerimônia de abertura do II Congresso da CMLP na Bahia
Disponívelem:w
ww.cmedlp.org
Estatuto da Comunidade Médica de Língua Portuguesa
149
Foro Iberoamericano de Entidades Médicas
na cidade de Maputo, Moçambique, o
presidente da AMB, José Luiz Gomes
do Amaral, é eleito e passa a ocupar
também a presidência da CMLP, para
gestão 2010-2011. O tema central do
congressofoi“PráticaMédicaeosNovos
DesafiosdoSéculoXXI”.
5. Foro Iberoamericano de Entidades Médicas – FIEM
buscando comunicação, cooperação econsensosobreéticamédicaecompetênciaprofissional.DentreasprincipaisatividadesdoForoestãoarealizaçãodeumaatividadecientífica anual no sentido de atingir osobjetivosdaentidade,publicaredifundircomunicações e consensos, e coordenaraçõesconjuntas.Representando a AMB, participaram doI Encontro do Foro Iberoamericano deEntidades Médicas, José Luiz Gomes doAmaral e Murillo Capella, realizado naOrganizaçãoMédicaColegialdaEspanha,emMadri,emmaiode2008.OIIEncontro,realizadoemToledo,Espanha,de7a9demaiode2009,discutiutemasderelevânciacomo o impacto da crise econômicamundial sobre a saúde, asmudanças narelaçãomédico-paciente,novasestratégiassobreaDeclaraçãodeHelsinquee riscosdo exercício da Medicina, dentre outrostemas.Duranteosdias4a7demaiode2010,reuniram-senacidadedeBuenosAires,Argentina,entidadesmédicasdaAméricaLatina, do Caribe, de Portugal e daEspanha,paraa realizaçãodo III FórumIberoamericano de Entidades Médicasparadebateremtemasdeenfrentamentocomunsatodososmédicosdasregiões
CapítuloV•AtuaçãoInternacional
Durante a realização do II Congressoda CMLP, realizado na Costa do Sauípe(BA),noperíodode27a30desetembrode 2007, a CONFEMEL, o Conselho deColégiosMédicosdaEspanhaeaOrdemdosMédicos de Portugal criaram o ForoIberoamericano de Entidades Médicas -FIEM.Os objetivos do FIEM são criar um inter-câmbio permanente entre os países la-tinoamericanos e da península ibérica,
150 CapítuloV•AtuaçãoInternacional
representadas. Como resultado desseencontro, publicou-se um documentoque apresenta os resultados das dis-cussões bem como norteia a agendadas entidades médicas para futuroscompromissos.
6. Outras Atuações Interna-cionais da AMB Representantes da Associação MédicaBrasileiratêmparticipadodereuniõesdeassociaçõesnacionaisedediversospaíses.AlémdosencontrosWMA,CONFEMEL,CMLP, FIEM e OMS, a AMB se fez re-presentar em reuniões da AssociaçãoMédica Americana, da AssociaçãoMédica Alemã e da AssociaçãoMédicaBritânica.OpresidentedaAMBnagestão2005-2011 representou a entidade emreuniões na Bolívia, Argentina, Peru,Costa Rica, Chile, Portugal, Angola,Cabo Verde, Moçambique, França,Taiwan,Equador,entreoutros.RepresentandooBrasil, José LuizGomesdo Amaral participou do seminário pro-movido pela WMA, sobre o futuro doscuidados com a saúde e os recursoshumanosparaaárea.OeventoaconteceuemReykjavik,naIslândia,nosdias8e9demarçode2009.
Nos últimos anos, a AMB participaativamente dos fóruns sobre meio am-biente, representando o Brasil nos Con-gressosMédicosdeAngola,Moçambiquee Cabo Verde. Em reunião realizada emCopenhagen, Dinamarca, no início desetembro, a Associação Médica Mundialdefiniu a questão ambiental como omaiordesafiodasaúdepúblicanoséculoXXI.Oentendimentoéqueasmudançasclimáticaseapoluiçãoatmosférica serãoasrelevantesameaçasàsaúdedohomemnospróximosanos.AAssociaçãoMédicaBrasileira esteve representada por PauloSaldiva.Emoutubrode2009,aAssembleiaGeraldaWMA aprovou a Declaração de Deli,política de recomendações, aprovadapela Associação Médica Mundial, sobremudanças climáticas e seus impactoscom a saúde humana.O documento foilançadonaConferênciadosDoutoresdoAmbiente,queaconteceunoauditóriodaAssociaçãoPaulistadeMedicina,em28denovembro.Haino Burmester representou a AMBna conferência “A crise financeira– implicações na saúde”, realizadaem Riga, Letônia, nos dias 10 e 11de setembro de 2010. O evento foi
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organizado pela WMA e, em suaapresentação,omédicobrasileirofalousobreoSUS.A AMB esteve representada nos cursosde desastres promovidos em parceriacom AssociaçãoMédica Americana, emChicago (EUA). Também participou da
reunião da World Health Professions Alliance(WHPA),emGenebra,edocursode liderança promovido pela escola denegócios Insead. Fizeram as aulas: JoséLuiz Gomes do Amaral, Miguel Jorge,Marcos Boulos, Luc Weckx, LeonardoSilvaeLuizFernandoFalcão.