capÍtulo 4 introduÇÃo À bÍblia tÓpico 1- indtroduÇÃo À bÍblia. · É necessário...

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www.cadurinaldi.wordpress.com CAPÍTULO 4 INTRODUÇÃO À BÍBLIA TÓPICO 1- INDTRODUÇÃO À BÍBLIA. 1-INTRODUÇÃO. É necessário conhecermos os aspectos relativos à bíblia em si como um livro. 2- A ESTRUTURA DA BÍBLIA E SUA ORIGEM A palavra "Bíblia" em português vem do grego biblos, que significa "um livro", também de biblion, uma forma diminutiva de biblos, significando "pequeno livro". Exemplos: "Livro (biblos) da genealogia de Jesus Cristo..." (Mt 1:1); "Então lhe deram o livro (biblion)... e, abrindo o livro (biblion)..." (Lc. 4:17). O termo biblos vem do nome dado à polpa interna da planta do papiro em que se escreviam os livros antigos. 3 O ESPÍRITO SANTO O autor segunda a bíblia é o Espírito Santo, 2 Pedro 1:20-21. 4 A FINALIDADE DA BÍBLIA A finalidade está descrita em 2 Tm 3:16-17 5 A IDENTIDADE DA BÍBLIA A identidade e seu efeito produzido no homem está descrito Hb 4:12. Não têm como negarmos que a palavra e o Espírito Santo trabalham juntos. Exercemos a fé por intermédio da palavra: exemplo Malaquias 3:10ª fazei prova de min.

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CAPÍTULO 4

INTRODUÇÃO À BÍBLIA

TÓPICO 1- INDTRODUÇÃO À BÍBLIA.

1-INTRODUÇÃO.

É necessário conhecermos os aspectos relativos à bíblia em si como um livro.

2- A ESTRUTURA DA BÍBLIA E SUA ORIGEM

A palavra "Bíblia" em português vem do grego biblos, que significa "um

livro", também de biblion, uma forma diminutiva de biblos, significando "pequeno

livro".

Exemplos: "Livro (biblos) da genealogia de Jesus Cristo..." (Mt 1:1); "Então lhe

deram o livro (biblion)... e, abrindo o livro (biblion)..." (Lc. 4:17).

O termo biblos vem do nome dado à polpa interna da planta do papiro em que

se escreviam os livros antigos.

3 O ESPÍRITO SANTO

O autor segunda a bíblia é o Espírito Santo, 2 Pedro 1:20-21.

4 A FINALIDADE DA BÍBLIA

A finalidade está descrita em 2 Tm 3:16-17

5 A IDENTIDADE DA BÍBLIA

A identidade e seu efeito produzido no homem está descrito Hb 4:12. Não têm como

negarmos que a palavra e o Espírito Santo trabalham juntos. Exercemos a fé por

intermédio da palavra: exemplo Malaquias 3:10ª “fazei prova de min”.

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O fato de seu autores terem errado um dia, não quer dizer que as Escrituras são

errôneas ( contra a tese de Boice).

6 AS DUAS GRANDES DIVISÕES DA BÍBLIA E SUAS SEÇÕES

AT: 1-Pentateuco: consiste em 5 livros.

2- Históricos: consiste em 12 livros.

3- Poéticos: consiste em 6 livros.

4- Profetas: consiste em 17 livros (4 profetas maiores, 12 profetas menores).

N.T: 1- Evangelhos: consiste 4 livros.

2- Históricos: consiste em 1 livro.

3- Epístolas: consiste em 21 livros. Epístolas Paulíneas (13 livros), e as Epístolas

Gerais (08 livros). Obs O livro de Hebreus alguns relacionam este livro como de

autoria de Paulo.

4- Proféticos: consiste em 1 livro.

Para melhor entender:

O Antigo Testamento consiste em 39 livros escritos antes do nascimento de

Jesus Cristo. O Novo Testamento consiste em 27 livros escritos pelos primeiros

seguidores de Jesus Cristo.

Os livros que compõem o Antigo Testamento dividem-se em:

Pentateuco (5 livros): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

Históricos (12 livros): Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis,

I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

Poéticos (5 livros): Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão.

Proféticos (17 livros): Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel,

Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias,

Ageu, Zacarias e Malaquias.

O Antigo Testamento hebraico era geralmente dividido em três seções:

A Lei (Tora), (5 livros): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

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Os Profetas (Nebhiim), (8 livros): Primeiros Profetas - Josué, Juízes, Samuel,

Reis; Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze (profetas menores).

Os Escritos (Kethbhim), (11 livros): Livros Poéticos - Salmos, Provérbios, Jó;

Cinco Pergaminhos (Megilloth) - Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Ester e

Eclesiastes; Livros Históricos - Daniel, Esdras - Neemias, Crônicas.

Os livros que compõem o NT dividem-se em:

Biográficos (Evangelhos), (4 livros): Mateus, Marcos, Lucas e João.

Histórico (um livro): Atos.

Pedagógicos (Epístolas), (21 livros): Romanos, I Coríntios, II Coríntios,

Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I

Timóteo, II Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus, Tiago, I Pedro, II Pedro, I João, II

João, III João e Judas.

Profético (um livro): Apocalipse.

Hoje vemos a Bíblia organizada pela Septuaginta, isto é, quando os livros da Sagrada

Escritura foram traduzidos para o Grego, século III a.c.

6 CAPÍTULOS E VERSÍCULOS

6.2.1 A DIVISÃO DA BÍBLIA EM CAPÍTULOS E VERSÍCULOS

A Bíblia não era originalmente dividida em capítulos e versículos como a

conhecemos hoje. Para conveniência de referência, eles foram acrescentados em

datas comparativamente recentes.

Supunha-se que as divisões em capítulos tivessem sido introduzidas pela

primeira vez pelo Cardeal Hugo, que morreu em 1263 A.D. Investigações posteriores

atribuíram-nas a Stephen Langton, arcebispo de Canterbury, falecido em 1228.

O Novo Testamento apareceu publicado pela primeira vez com divisões em

versículos por Robert Stephans, em 1551. A primeira Bíblia a ser publicada

inteiramente dividida em versículos foi a Bíblia de Genebra, em 1560.

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Segundo os números dados por William Evans, a Bíblia “contém 1.189

capítulos e 31.173 versículos... Destes, 929 capítulos, 23.214 versículos... ocorrem no

Antigo Testamento; 260 capítulos, 7.959 versículos..., no Novo”.

É de suma importância que o estudante compreenda que estas divisões não faziam

parte dos textos originais, não foram inspiradas.

A maioria das divisões é muito útil, mas algumas trazem bastante confusão por

terem sido inseridas no meio do assunto tratado, havendo então uma tendência de se

pensar que há um novo tema quando termina um capítulo e outro começa. Algumas

vezes há necessidade de ignorar completamente a divisão em capítulos. Dois

exemplos simples deste problema são os seguintes: em Atos 22, a mensagem de

Paulo está separada dos acontecimentos que a motivaram, registrados no capítulo

anterior. João 7:53 e 8:1, lidos juntos, sem o corte do capítulo, apresentam um

contraste significativo: "E cada um foi para sua casa. Jesus, entretanto, foi para o

Monte das Oliveiras."

6.3.1 O PERÍODO DA IMPRENSA

A Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso da história. João Gutenberg, de Mainz,

Alemanha, inventou a imprensa em 1450. O primeiro livro saiu com o nome a Bíblia

de “Mazarin”, com base na Vulgata Latina, em 1455. Sendo publicado em 1516,

apenas com o NT.

Obs: Vulgata Latina (fonte wikpedia) : Vulgata é a forma latina abreviada de vulgata editio

ou vulgata versio ou vulgata lectio, respectivamente "edição, tradução ou leitura de divulgação

popular" - a versão mais difundida (ou mais aceita como autêntica) de um texto.

No sentido corrente, Vulgata é a tradução para o latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV

início do século V, por São Jerónimo, a pedido do Papa Dâmaso I, que foi usada pela Igreja

Católica e ainda é muito respeitada.

Nos seus primeiros séculos, a Igreja serviu-se sobretudo da língua grega. Foi nesta língua que foi

escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos

escritos cristãos de séculos seguintes.

No século IV, a situação já havia mudado, e é então que o importante biblista São Jerónimo traduz

pelo menos o Antigo Testamento para o latim e revê a Vetus Latina.

A Vulgata foi produzida para ser mais exata e mais fácil de compreender do que suas predecessoras.

Foi a primeira, e por séculos a única, versão da Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente

do hebraico e não da tradução grega conhecida como Septuaginta.[carece de fontes?]

No Novo

Testamento, São Jerônimo selecionou e revisou textos. Ele inicialmente não considerou canônicos

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os sete livros, chamados por católicos e ortodoxos de deuterocanônicos. Porém, seus trabalhos

posteriores mostram sua mudança de conceito, pelo menos a respeito dos livros de Judite, Sabedoria

de Salomão e o Eclesiástico (ou Sabedoria de Sirac), conforme atestamos em suas últimas cartas a

Rufino. Chama-se, pois, Vulgata a esta versão latina da Bíblia que foi usada pela Igreja Católica

Romana durante muitos séculos, e ainda hoje é fonte para diversas traduções.

O nome vem da expressão vulgata versio, isto é "versão de divulgação para o povo", e foi escrita

em um latim cotidiano, usado na distinção consciente ao latim elegante de Cícero, do qual Jerônimo

era um mestre.

A denominação Vulgata consolidou-se na primeira metade do século XVI, sobretudo a partir da

edição da Bíblia de 1532, tendo sido definitivamente consagrada pelo Concílio de Trento, em 1546.

O Concílio estabeleceu um texto único para a Vulgata a partir de vários manuscritos existentes, o

qual foi oficializado como a Bíblia oficial da Igreja e ficou conhecido como Vulgata Clementina.

Após o Concílio Vaticano II, por determinação de Paulo VI, foi realizada uma revisão da Vulgata,

sobretudo para uso litúrgico. Esta revisão, terminada em 1975, e promulgada pelo Papa João Paulo

II, em 25 de abril de 1979, é denominada Nova Vulgata e ficou estabelecida como a nova Bíblia

oficial da Igreja Católica .

7 A BÍBLIA HEBRAICA

Ela é o nossoa At. Sendo organizada em três grandes divisões.

Jesus menciona sobre a bíblia hebraica (Mt 5:17; 22:40).

Três seções: 1) a Lei, 2) os profetas, 3) os escritos. Esta divisão está de acordo com a

descrição de Cristo (Lc 24:44).

8 PERÍODO INTERBÍBLICO

Resumo sobre o assunto:

Autoria / Fonte: Charles F. Pfeiffer

A Expressão “400 Anos de Silêncio”, freqüentemente empregada para descrever o período entre os

últimos eventos do A.T. e o começo dos acontecimentos do N.T. não é correta nem apropriada. Embora

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nenhum profeta inspirado se tivesse erguido em Israel durante aquele período, e o A.T. já estivesse

completo aos olhos dos judeus, certos acontecimentos ocorreram que deram ao judaísmo posterior sua

ideologia própria e, providencialmente, prepararam o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do

Seu evangelho.

Desenvolvimento Político

A Supremacia Persa

Por cerca de um século depois da época de Neemias, o império Persa exerceu controle sobre a Judéia. O

período foi relativamente tranqüilo, pois os persas permitiam aos judeus o livre exercício de suas

instituições religiosas. A Judéia era dirigida pelo sumo sacerdotes, que prestavam contas ao governo

persa, fato que, ao mesmo tempo, permitiu aos judeus uma boa medida de autonomia e rebaixou o

sacerdócio a uma função política. Inveja, intriga e até mesmo assassinato tiveram seu papel nas disputas

pela honra de ocupar o sumo sacerdócio. Joanã, filho de Joiada (Ne 12:22), é conhecido por ter

assassinado o próprio irmão, Josué, no recinto do templo.

A Pérsia e o Egito envolveram-se em constantes conflitos durante este período, e a Judéia, situada entre

os dois impérios, não podia escapar ao envolvimento. Durante o reino de Artaxerxes III muitos judeus

engajaram-se numa rebelião contra a Pérsia. Foram deportados para Babilônia e para as margens do mar

Cáspio.

Alexandre, o Grande

Em seguida à derrota dos exércitos persas na Ásia Menor (333 a.C.), Alexandre marchou para a Síria e

Palestina. Depois de ferrenha resistência, Tiro foi conquistada e Alexandre deslocou-se pra o sul, em

direção ao Egito. Diz a lenda que quando Alexandre se aproximava de Jerusalém o sumo sacerdote Jadua

foi ao seu encontro e lhe mostrou as profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria

vitorioso (Dn 8). Essa narrativa não é levada a sério pelos historiadores, mas é fato que Alexandre tratou

singularmente bem aos judeus. Ele lhes permitiu observarem suas leis, isentou-os de impostos durante os

anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito (331 a.C.), estimulou os judeus a se

estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis aos seus súditos gregos.

A Judéia sob os Ptolomeus

Depois da morte de Alexandre (323 a.C.), a Judéia, ficou sujeita, por algum tempo a Antígono, um dos

generais de Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Subseqüentemente, caiu sob o controle de

outro general, Ptolomeu I (que havia então dominado o Egito), cognominado Soter, o Libertador, o qual

capturou Jerusalém num dia de sábado em 320 a.C. Ptolomeu foi bondoso para com os judeus. Muitos

deles se radicaram em Alexandria, que continuou a ser um importante centro da cultura e pensamento

judaicos por vários séculos. No governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os judeus de Alexandria começaram a

traduzir a sua Lei, i.e., o Pentateuco, para o grego. Esta tradução seria posteriormente conhecida como

a Septuaginta, a partir da lenda de que seus setenta (mais exatamente 72 - seis de cada tribo) tradutores

foram sobrenaturalmente inspirados para produzir uma tradução infalível. Nos subseqüentes todo o

Antigo Testamento foi incluído na Septuaginta.

A Judéia sob os Selêucidas

Depois de aproximadamente um século de vida dos judeus sob o domínio dos Ptolomeus, Antíoco III (o

Grande) da Síria conquistou a Síria e a Palestina aos Ptomeus do Egito (198 a.C.). Os governantes sírios

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eram chamados selêucidas porque seu reino, construído sobre os escombros do império de Alexandre,

fora fundado por Seleuco I (Nicator).

Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo sacerdote continuasse a

governar os judeus de acordo com suas leis. Todavia, surgiram conflitos entre o partido helenista e os

judeus ortodoxo. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao partido helenista e indicou para o sacerdócio um

homem que mudara seu nome de Josué para Jasom e que estimulava o culto a Hércules de Tiro. Jasom,

todavia, foi substituído depois de dois anos por uma rebelde chamado Menaém (cujo nome grego era

Menelau). Quando partidários de Jasom entraram em luta com os de Menelau, Antíoco marcho contra

Jerusalém, saqueou o templo e matou muitos judeus (170 a.C.). As liberdades civis e religiosas foram

suspensas, os sacrifícios diários forma proibidos e um altar a Júpiter foi erigido sobre o altar do

holocausto. Cópias das Escrituras foram queimadas e os judeus foram forçadas a comer carne de porco, o

que era proibido pela Lei. Uma porca foi oferecida sobre ao altar do holocausto para ofender ainda mais

a consciência religiosa dos judeus.

Os Macabeus

Não demorou muito para que os judeus oprimidos encontrassem um líder para sua causa. Quando os

emissários de Antíoco chegaram à vila de Modina, cerca de 24 quilômetros a oeste de Jerusalém,

esperavam que o velho sacerdote, Matatias, desse bom exemplo perante o seu povo, oferecendo um

sacrifício pagão. Ele, porém, além de recusar-se a fazê-lo, matou um judeu apóstata junto ao altar e o

oficial sírio que presidia a cerimonia. Matatias fugiu para a região montanhosa da Judéia e, com a ajuda

de seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os sírios. Embora os velho sacerdote não tenha

vivido para ver seu povo liberto do jugo sírio, deixou a seus filhos o término da tarefa. Judas,

cognominado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da morte do pai. Por volta de 164 a.C. Judas

havia reconquistado Jerusalém, purificado o templo e reinstituído os sacrifícios diários. Pouco depois das

vitórias de Judas, Antíoco morreu na Pérsia. Entretanto, as lutas entre os Macabeus e os reis selêucidas

continuaram por quase vinte anos.

Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos Judeus”. Depois de

um breve reinado, foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeu, que, por sua vez, deixou o reino para

sua mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi relativamente pacífico. Com a sua morte, um filho mais

novo, Aristóbulo II, desapossou seu irmão mais velho. A essa altura, Antípater, governador da Iduméia,

assumiu o partido de Hircano, e surgiu a ameaça de guerra civil. Conseqüentemente, Roma entrou em

cena e Pompeu marchou sobre a Judéia com as suas legiões, buscando um acerto entre as partes e o

melhor interesse de Roma. Aristóbulo II tentou defender Jerusalém do ataque de Pompeu, mas os

romanos tomaram a cidade e penetraram até o Santo dos Santos. Pompeu, todavia, não tocou nos

tesouros do templo.

Roma

Marco Antônio apoiou a causa de Hircano. Depois do assassinato de Júlio Cesar e da morte de Antípater

(pai de Herodes), que por vinte anos fora o verdadeiro governante da Judéia, Antígono, o segundo filho

de Aristóbulo, tentou apossar-se do trono. Por algum tempo chegou a reina em Jerusalém, mas Herodes,

filho de Antípater, regressou de Roma e tornou-se rei dos judeus com apoio de Roma. Seu casamento

com Mariamne, neta de Hircano, ofereceu um elo com os governantes Macabeus.

Herodes foi um dos mais cruéis governantes de todos os tempos. Assassinou o venerável Hircano (31 a.C.)

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e mandou matar sua própria esposa Mariamne e seus dois filhos. No seu leito de morte, ordenou a

execução de Antípater, seu filho com outra esposa. Nas Escrituras, Herodes é conhecido como o rei que

ordenou a morte dos meninos em Belém por temer o Rival que nascera para ser Rei dos Judeus.

Grupos Religiosos dos Judeus

Quando, seguindo-se à conquista de Alexandre, o helenismo mudou a mentalidade do Oriente Médio,

alguns judeus se apegaram ainda mais tenazmente do que antes à fé de seus pais, ao passo que outros se

dispuseram a adaptar seu pensamento às novas idéias que emanavam da Grécia. Por fim, o choque entre

o helenismo e o judaísmo deu origem a diversas seitas judaicas.

Os Fariseus

Os fariseus eram os descendentes espirituais dos judeus piedosos que haviam lutado contra os helenistas

no tempo dos Macabeus. O nome fariseu, “separatista”, foi provavelmente dado a eles por seu inimigos,

para indicar que eram não-conformistas. Pode, todavia, ter sido usado com escárnio porque sua

severidade os separava de seus compatriotas judeus, tanto quanto de seus vizinhos pagãos. A lealdade à

verdade às vezes produz orgulho e ate mesmo hipocrisia, e foram essas perversões do antigo ideal

farisaico que Jesus denunciou. Paulo se considerava um membro deste grupo ortodoxo do judaísmo de

sua época. (Fp 3:5).

O nome é dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus,

criam uma Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com

a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da

comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico.

Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e

hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa

"fariseu", comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos

aparentes.

Os Saduceus

O partido dos saduceus, provavelmente denominado assim por causa de Sadoc, o sumo sacerdote

escolhido por Salomão (I Rs 2:35), negava autoridade à tradição e olhava com suspeita para qualquer

revelação posterior à Lei de Moisés. Eles negavam a doutrina da ressurreição, e não criam na existência

de anjos ou espíritos (At 23:3). Eram, em sua maioria, gente de posses e posição, e cooperavam de bom

grado com os helenistas da época. Ao tempo do N.T. controlavam o sacerdócio e o ritual do templo. A

sinagoga, por outro lado, era a cidadela dos fariseus. Os Saduceus compreendem a designação da

segunda escola filosófica dos judeus, ao lado dos fariseus.

Também para esta seita ou partido é difícil determinar a origem. Sabemos que existiu nos últimos dois

séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus. Como citamos, o nome parece

proceder de Sadoc, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Sadoc, que segundo o programa ideal da

constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judéia. De modo que,

dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante". Diferiam dos

fariseus por não aceitarem a tradição oral. Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma

continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes e os

ortodoxos. Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miudo contato com

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ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre

estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia.

Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus escritos. A Bíblia afirma que

eles não criam na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse

conceito. Com muita probabilidade, ainda que rechaçando a tradição farisaica, possuiram uma doutrina

relativa à interpretação e à aplicação da lei bíblica. O único que nos oferece alguns dados sobre suas

doutrinas é Flávio Josefo que, por ser fariseu e por haver escrito para o público greco-romano, não é

digno de muita confiança.

Parece provável que as divergências entre saduceus e fariseus foram mais que dogmáticas, foram

jurídicas e rituais. Com a queda de Jerusalém, a seita dos saduceus extinguiu-se. Ficaram porém suas

marcas em todas as tendências anti-rabínicas dos primeiros séculos (d.C.) e da época medieval.

Os Essênios

O essenismo foi uma reação ascética ao externalismo dos fariseus e ao mundanismo dos saudceus. Os

essênios se retiravam da sociedade e viviam em ascetismo e celibato. Davam atenção à leitura e estudo

das Escrituras, à oração e às lavagens cerimoniais. Suas posses eram comuns e eram conhecidos por sua

laboriosidade e piedade. Tanto a guerra quanto a escravidão era contrárias a seus princípios.

O mosteiro em Qumran, próximo às cavernas em que os Manuscrito do Mar Morto foram encontrados, é

considerado por muitos estudiosos como um centro essênio de estudo no deserto da Judéia. Os rolos

indicam que os membros da comunidade haviam abandonado as influências corruptas das cidades

judaicas para prepararem, no deserto, “o caminho do Senhor”. Tinham fé no Messias que viria e

consideravam-se o verdadeiro Israel para quem Ele viria.

Os Essênios constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve sua existência por volta de 150 a.C.

até 70 d.C. Estavam relacionados com outros grupos religioso-políticos, como os saduceus. O nome

essênio provém do termo sírio "Asaya", e do aramaico Essaya, todos com o significado de médico.

Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por isso para o

deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas.

Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu)

e por Fílon de Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do Segundo Templo

em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios. Os Essênios eram um grupo de separatistas, a

partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto.

Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes

Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo Sacerdote, consternando os judeus

conservadores. Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere,

na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais.

Adotaram uma série de condutas morais que os diferenciavam dos demais judeus:

A comida era sujeita a rígidas regras de purificação;

Aboliam a propriedade privada;

Contrários ao casamento;

Eram vegetarianos;

Tomavam banho antes das refeições;

Vestiam-se sempre de branco.

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Não tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de pureza espiritual

dos irmãos, os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem.

Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam

seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto. Segundo Christian

Ginsburg (historiador orientalista), os essênios foram os precursores do Cristianismo, pois a maior parte

dos ensinamentos de Jesus, o idealismo ético, a pureza espitirual, remetem ao ideal essênio de vida

espiritual. A prática da banhar-se com frequência, segundo alguns historiadores, estaria na origem do

ritual cristão do Batismo, que era ministrado por São João Batista, às margens do Rio Jordão, próximo a

Qumram.

Os Escribas

Os escribas não eram, estritamente falando, uma seita, mas sim, membros de uma profissão. Eram, em

primeiro lugar, copista da Lei. Vieram a ser considerados autoridades quanto às Escrituras, e por isso

exerciam uma função de ensino. Sua linha de pensamento era semelhante à dos fariseus, com os quais

aparecem freqüentemente associados no N.T.

O escriba ou escrivão era a pessoa na Antiguidade que dominava a escrita e a usava para, a mando do

regente, redigir as normas do povo daquela região ou de uma determinada religião.

Nos livros sagrados para os cristãos e judeus, o termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres

(Mt 22:35 e Lc 5:17), ou seja, homens especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá. Embora o

termo apareça pela primeira vez no livro de Esdras, sabe-se que tinham grande influência e eram muito

considerados pelo povo, tendo existido escribas partidários de diferentes correntes, tais como os fariseus

(a maioria), saduceus e essênios.

A classe começa a atuar ainda nos tempos do Antigo testamento, em que a figura do profeta perde o seu

valor. Já no Novo testamento, é possível verificar que a maioria dos escribas se opõe aos ensinamentos

de Jesus (Mc 14:1 e Lc 22:1), que os critica duramente por causa do seu proceder legalista e hipócrita

(Mt 23:1-36 / Lc 11:45-52 / 10:46-47), comparando-o ao dos fariseus, a corrente de escribas que

representava a maioria.

Após o desaparecimento do templo de Jerusalém no ano 70, seguido do desaparecimento da figura do

sacerdócio judaico, sua influência passaria a ser ainda maior.

Alguns escribas ficariam famosos, tais como Hillel e Sammai (pouco antes de Jesus Cristo), tendo sido

ambos líderes de tendências opostas na interpretação da lei, liberal o primeiro e rigoroso o segundo.

Gamaliel, discípulo de Hillel, foi mestre de Paulo (At 22:3), tendo existido também outros escribas

simpatizantes com os cristãos. (At 5:34).

Os Herodianos

Os herodianos criam que os melhores interesses do judaísmo estavam na cooperação com os romanos.

Seu nome foi tirado de Herodes, o Grande, que procurou romanizar a Palestina em sua época. Os

herodianos eram mais um partido político que uma seita religiosa.

A opressão política romana, simbolizada por Herodes, e as reações religiosas expressas nas reações

sectárias dentro do judaísmo pré-cristão forneceram o referencial histórico no qual Jesus veio ao mundo.

Frustrações e conflitos prepararam Israel para o advento do Messias de Deus, que veio na “plenitude do

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tempo” (Gl 4.4).

Charles F. Pfeiffer - “From Malachi to Matthew”

TÓPICO 2

AS LÍNGUAS, MATERIAIS E INSTRUMENTOS DE ESCRITA DA BÍBLIA

I INTRODUÇÃO

Transmissão das Escrituras a partir da invenção da escrita, 3000 a.c.

2 A TRANSMISSÃO ORAL

Foi 1600 que ela foi escrita, longo período. No início a transmissão da criação e o

início do judaísmo foram de forma oral.

3 AS LÍNGUAS ESCRITAS

3.1 ELOS

- possibilidade do conhecimento.

- o reconhecimento do aspecto canônico.

- os próprios registros dos textos inspirados por Deus.

HB 1:1; João 1:1 e 14

3.2 AS ESCRITAS PRIMITIVAS.

3.2.1 O CUNEIFORME

Mesopotâmia em 3200 a.c., sistema de escrita “cunha” por isso, cuneiforme (latim

cunes). No fim do século 8 a escrita já era feita em linhas, usado cerca de 800 sinais.

Breve resumo, fonte wikpedia: foi desenvolvida pelos sumérios e é a designação geral dada a

certos tipos de escrita feitas com auxílio de objetos em formato de cunha. É, juntamente com os

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hieróglifos egípcios, o mais antigo tipo conhecido de escrita, tendo sido criado pelos sumérios por

volta de 3500 a.C. Inicialmente a escrita representava formas do mundo (pictogramas), mas por

praticidade as formas foram se tornando mais simples e abstratas.

Os primeiros pictogramas eram gravados em tabuletas de argila, em sequências verticais de escrita,

e com um estilete feito de cana que gravava traços verticais, horizontais e oblíquos. Então duas

novidades tornaram o processo mais rápido e mais fácil: as pessoas começaram a escrever em

sequências horizontais (rotacionando os pictogramas no processo), e um novo estilete em cunha

inclinada passou a ser usado para empurrar o barro, enquanto produzia sinais em forma de cunha.

Ajustando a posição relativa da tabuleta ao estilete, o escritor poderia usar uma única ferramenta

para fazer uma grande variedade de signos.

Tabuletas cuneiformes podiam ser tostadas em fornos para prover um registro permanente; ou as

tabuletas poderiam ser reaproveitadas se não fosse preciso manter os registros por longo tempo.

Muitas das tabuletas achadas por arqueólogos foram preservadas porque foram tostadas durante os

ataques incendiários de exércitos inimigos, contra os edifícios no qual as tabuletas eram mantidas.

Inventada pelo sumérios para registrar a língua suméria, a escrita cuneiforme foi adotada

subsequentemente pelos acadianos, babilônicos, elamitas, hititas e assírios e adaptada para escrever

em seus próprios idiomas; foi extensamente usada na Mesopotâmia durante aproximadamente 3 mil

anos, apesar da natureza silábica do manuscrito (como foi estabelecido pelos sumérios) não ser

intuitiva aos falantes de idiomas semíticos. Antes da descoberta da civilização Suméria, o uso da

escrita cuneiforme apesar das dificuldades levou muitos filólogos a suspeitar da existência de uma

civilização precursora à babilônica. A sua invenção ficou a dever-se às necessidades de

administração dos palácios e dos templos (cobrança de impostos, registro de cabeças de gado,

medidas de cereal, etc.). Fez nascer a escola, o livro, a literatura e os códigos de leis.

3.2.2 OS HIERÓGRAFOS

Foi o sistema criado pelos Egípicios, sinais representados por desenhos que tinham significados.

Era totalmente diferente da cuneiforme. Usavam 700 sinais, escritos com pena sob um papiro, nos

muros, palácios, túmulos, etc.

3.2.3 O ALFABETO HEBRAICO

Os fenícios desenvolveram este sistema na antiga Canaã (1050 a 850 a.c.). A escrita hebraica é de

origem fenícia, possui 22 consosantes, e se escreve da direita para a esquerda.

4 OS MATERIAIS, INSTRUMENTOS E ESCRITA E IDIOMAS USADOS.

Resumo sobre os idiomas da Bíblia

A maior parte do Antigo Testamento foi escrita em hebraico. Alguns capítulos

foram escritos numa língua afim, o aramaico. O Novo Testamento foi escrito em

grego.

1. Hebraico: Quase todos os 39 livros do Antigo Testamento foram escritos em

hebraico. As letras tipo bloco eram escritas em maiúsculas, sem vogais, sem espaços

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entre palavras, frases ou parágrafos, e sem pontuação. Os pontos das vogais foram

acrescentados mais tarde (entre 500 e 600 A.D.) pelos eruditos massoretas. O

hebraico é conhecido como um dos idiomas semíticos.

2. Aramaico: Um idioma aparentado com o hebraico, o aramaico tornou-se a língua

comum na Palestina depois do cativeiro babilônico (500 A.C.). Algumas partes do

Antigo Testamento foram escritas nesse idioma: uma palavra designando nome de

lugar em Gênesis 31:47; um versículo em Jeremias 10:11; cerca de seis capítulos no

livro de Daniel (2:4b-7:28); e vários capítulos em Esdras (4:8-6:18; 7:12-26).

O aramaico continuou sendo o vernáculo da Palestina durante vários séculos.

Jesus e seus primeiros seguidores aparentemente falavam aramaico. Temos assim

algumas palavras aramaicas preservadas no Novo Testamento, tais como: talitá cumi

(Mc 5.41), Maranata (I Co 16.22), Gólgota (Mt 27.33), Eli, Eli lama sabachthani

("Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"), (Mt 27:46). Jesus se dirigia

habitualmente a Deus como Abba (aramaico "Pai"), (Mc 14:26). Note a influência

disto em Romanos 8:15 e Gálatas 4:6.

3. Grego: Apesar de Jesus falar aramaico, o grego (grego koinê) era mais

difundido que o aramaico e foi a língua empregada pelos autores dos livros do Novo

Testamento. A mão de Deus pode ser vista nisto, porque o grego era o idioma

internacional do século I, tornando assim possível a divulgação do evangelho através

de todo o mundo então conhecido.

Essas línguas continuam sendo faladas em algumas partes do mundo

contemporâneo. O hebraico é a língua oficial do Estado de Israel. O aramaico é

falado por alguns cristãos nas vizinhanças da Síria. O grego, embora muito diferente

daquele do Novo Testamento, é falado por milhares de pessoas hoje.

A história de como a Bíblia chegou até nós, na forma em que a conhecemos, é

longa e fascinante. Ela começa com os manuscritos originais, ou "autógrafos", como

são às vezes chamados. Esses textos originais foram escritos por homens da

antigüidade movidos pelo Espírito Santo (2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20,21).

Durante anos, os céticos declararam que Moisés não poderia ter escrito a

primeira parte da Bíblia porque a escrita era desconhecida na época (1500 A.C.).

A ciência da arqueologia provou desde então que a escrita já era conhecida

milhares de anos antes dos dias de Moisés. Os sumérios já escreviam cerca de 4000

A.C., e os egípcios e babilônios quase nessa mesma época.

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MATERIAIS UTILIZADOS NOS ESCRITOS ANTIGOS

Pedra: Muitas inscrições famosas encontradas no Egito e Babilônia foram

escritas em pedra. Deus deu a Moisés os Dez Mandamentos escritos em tábuas de

pedra (Êx 31:18, 34:1-28). Dois outros exemplos são a Pedra Moabita (850 A.C.) e a

Inscrição de Siloé, encontrada no túnel de Ezequias, junto ao tanque de Siloé (700

A.C.).

Argila: O material de escrita predominante na Assíria e Babilônia era a argila,

preparada em pequenos tabletes e impressa com símbolos em forma de cunha

chamados de escrita cuneiforme, e depois assada em um fomo ou seca ao sol.

Milhares desses tabletes foram encontrados pelas pás dos arqueólogos.

Madeira: Tábuas de madeira foram bastante usadas pelos antigos para

escrever. Durante muitos séculos a madeira foi a superfície comum para escrever

entre os gregos. Alguns acreditam que este tipo de material de escrita é mencionado

em Isaías 30:8 e Habacuque 2:2.

Couro: O Talmude judeu exigia especificamente que as Escrituras fossem

copiadas sobre peles de animais, sobre couro. É praticamente certo, então, que o

Antigo Testamento foi escrito em couro. Eram feitos rolos, costurando juntas as peles

que mediam de alguns metros a 30 metros ou mais de comprimento. O texto era

escrito em colunas perpendiculares ao rolo. Os rolos, entre 26 e 70 cm de altura, eram

enrolados em um ou dois pedaços de pau.

Papiro: É quase certo que o Novo Testamento foi escrito sobre papiro, por ser

este o material de escrita mais importante na época. O papiro é feito cortando-se em

tiras seções delgadas de cana de papiro, empapando-as em vários banhos de água, e

depois sobrepondo-as umas às outras para formar folhas.

Uma camada de tiras era colocada por sobre a primeira, e depois as punham

numa prensa, a fim de aderirem umas às outras. As folhas tinham de 15 a 38 cm de

altura e 8 a 23 cm de largura. Rolos de qualquer comprimento eram preparados

colocando juntas as folhas. Geralmente mediam cerca de 10 m de comprimento,

embora tenha sido encontrado um rolo com 47 m de comprimento.

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Velino ou pergaminho: O velino começou a predominar mediante os esforços

do rei Eumenes II, de Pérgamo (197-158 A.C.). Ele procurou formar sua biblioteca,

mas o rei do Egito cortou o seu suprimento de papiro, sendo-lhe então necessário

obter um novo tipo de material de escrita. Fez isto aperfeiçoando um novo processo

para o tratamento de peles.

O resultado é conhecido como velino ou pergaminho. Embora os termos sejam

usados como sinônimos, o velino era preparado originalmente com a pele de bezerros

e antílopes, enquanto o pergaminho era de pele de ovelhas e cabras.

Obtinha-se assim um couro de excelente qualidade, preparado especial e

cuidadosamente para receber escrita de ambos os lados. Este tipo de material foi

utilizado centenas de anos antes de Cristo e, por volta do século IV A.D., ele

suplantou o papiro. Quase todos os manuscritos conhecidos são em velino.

OS INSTRUMENTOS ANTIGOS DA ESCRITA

A tinta negra para escrever era preparada com fuligem ou negro de fumo e cola

diluídos em água.

Os essênios, que escreveram os Rolos do Mar Morto, usavam ossos queimados

de cordeiro e azeite. É notável como a escrita permanece tão bem conservada até

hoje. Os instrumentos de escrita eram um cinzel para usar sobre pedra e um estilete

feito de metal ou de madeira dura para uso nas tábuas de argila.

Penas foram inventadas para escrever sobre o papiro ou velino. Estas eram

feitas de talos ocos de grama de pasto (capim) ou bambu. O bambu seco era cortado

diagonalmente com uma faca, sendo bem afiado na extremidade, a qual era então

fendida. A fim de manter os materiais em boas condições, os escribas portavam uma

faca. Daí a palavra inglesa penknife (faca para cortar pena).

É preciso ressaltar que, tanto quanto sabemos, nenhum dos manuscritos originais

existe. Alguns podem vir a ser ainda descobertos, mas isso é duvidoso. Não se

encontrou até agora nenhum material dos tempos bíblicos.

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CLASSIFICAÇÃO DOS MANUSCRITOS

Os manuscritos estão divididos em duas classes:

Unciais (do latim uncia, polegada): São assim chamados por serem escritos em

grandes letras maiúsculas sobre o velino delgado. Trata-se dos manuscritos mais

antigos.

Cursivos: Vieram mais tarde os manuscritos cursivos, que receberam este

nome por serem escritos com letras "cursivas" ou à mão. Datam do século X ao

século XV A.D. Dos 4.500 manuscritos existentes, cerca de 300 são unciais e o

restante são cursivos.

Não fosse a ordem de Diocleciano para destruí-los em 302 A.D., haveria

provavelmente um número muito maior deles. Dos 300 unciais existentes hoje, cerca

de 200 são manuscritos copiados em velino que datam do século IV ao século IX.

Além desses, há cerca de setenta documentos em papiro datados do século II ao

século IV.

Peças de cerâmica fragmentadas, conhecidas como "óstracos", eram muito

usadas na antigüidade como material de escrita, e cerca de trinta delas foram

encontradas, contendo porções das Escrituras. Esses papiros e óstracos só

recentemente vieram à luz e serviram para aumentar consideravelmente nosso

conhecimento do texto do Novo Testamento.

Manuscrito Sinaítico - Códice Alef

Um dos primeiros manuscritos unciais (340 A.D.), o Sinaítico foi descoberto

em 1844 pelo Dr. Constantine Tischendorf, um professor da Bíblia e erudito alemão,

no Monastério de St. Catherine, no monte Sinai. Escrito em grego, ele contém uma

parte da tradução Septuaginta do Antigo Testamento em grego e o Novo Testamento

inteiro, além de metade dos livros apócrifos, assim como a Epístola de Barnabé e

uma boa parte do Pastor de Hermas. Ele contém 364,5 folhas de excelente velino,

com 34,56 cm de largura e 38,15 cm de altura. Cada página possui quatro colunas de

cerca de 6,35 cm de largura, exceto os Livros Poéticos, onde existem duas colunas

mais largas. Cada coluna tem quarenta e oito linhas.

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O Dr. Tischendorf descobriu as páginas do manuscrito no monastério, onde os

monges as utilizavam para acender fogo. Ele resgatou quarenta e três folhas do

velino; mas somente 15 anos mais tarde conseguiu obter as folhas restantes, com a

ajuda do Czar da Rússia, em troca de alguns presentes para o monastério no Sinai.

Em 1869, a obra foi entregue à Biblioteca Imperial em São Petersburgo (agora

Leningrado).

Em 1933 a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) a vendeu ao

Museu Britânico por 100.000 libras inglesas (cerca de US$ 500.000), onde se

encontra até hoje. Um recinto antes desconhecido foi descoberto no Monastério de St.

Catherine em 1975, e nele foram encontradas mais treze páginas do Sinaítico. Junto

com o Vaticano, o Sinaítico é considerado um dos dois manuscritos mais importantes

existentes. Ele é o único que contém o Novo Testamento completo.

Manuscrito Alexandrino - Códice A

Este manuscrito, o último dos três maiores unciais considerados aqui, data do

século V (cerca de 450 A.D.). Embora contenha tanto o Antigo como o Novo

Testamento, algumas partes estão faltando.

Do Antigo Testamento faltam: Gênesis 14:14-17; 15:1-5; 16-19; 16:6-9; 1 12:18-14:9

e Salmos 49:19-79:10. Do Novo Testamento faltam: Gênesis 1:1-25:6; João 6:50-

8:52; 2 Coríntios 4:13-12:6.

É composto de 773 folhas, 639 do Antigo Testamento e 134 do Novo. Seu

tamanho é 26,24 cm de largura e 32,64 cm de altura. Cada página tem duas colunas

de 50 ou 51 linhas.

Foi provavelmente escrito em Alexandria, no Egito. Conta-se ter sido

apresentado ao patriarca de Alexandria, tendo obtido o nome de Códice Alexandrino.

Encontra-se agora na Biblioteca Nacional do Museu Britânico em Londres, na

Inglaterra. Apesar disso, não chega a alcançar o elevado padrão dos manuscritos

Vaticano e Sinaítico.

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Só mais dois desses unciais antigos serão mencionados aqui. Existem inúmeros

outros - na maioria pequenas porções do Antigo ou Novo Testamentos. Todavia, por

menores que sejam esses fragmentos, cada um acrescenta seu testemunho à exatidão

das presentes Escrituras.

Manuscrito Vaticano - Códice B

Este uncial famoso datado século IV (350, possivelmente 325 A.D.). Está

escrito em grego e contém a tradução Septuaginta do Antigo Testamento, os

Apócrifos (com exceção dos livros dos Macabeus e da Oração de Manassés) e o

Novo Testamento. No Antigo Testamento estão faltando Gênesis 1:1-46:28,2 Reis

2:5-7, 10:13 e Salmos 106:27- 136:6.

No Novo Testamento, faltam Marcos 16:9-20/ João 7:53-8:11 e Hebreus 9:14

até o fim do Novo Testamento, incluindo as Epístolas Pastorais (1 e 2 Timóteo, Tito e

Filemom) e Apocalipse (mas não as Epístolas Gerais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3

João e Judas).

Como o nome sugere, este manuscrito encontra-se agora na Biblioteca do

Vaticano em Roma, onde foi catalogado pela primeira vez em 1481, e contém 759

folhas, 617 do Antigo Testamento e 142 do Novo.

As páginas possuem 25,6 cm de largura e 26,88 cm de altura. Cada página

contém três colunas de 42 linhas, exceto os Livros Poéticos, têm duas colunas. O

Vaticano é considerado como a melhor cópia conhecida do Novo Testamento. É

interessante notar que não inclui Marcos 16:9-20, porém o escriba deixou mais de

uma coluna vazia nesse lugar, como se conhecesse esses versículos, mas estivesse

indeciso quanto a incluí-los ou não.

Manuscrito Efraim - Códice C

Este manuscrito contém partes do Antigo e Novo Testamentos. Existem agora

apenas 64 folhas do Antigo Testamento e 145 do Novo Testamento. As páginas são

de 24,32 cm por 31,36 cm. Cada página contém uma coluna larga de 40-46

(geralmente 41) linhas. Julga-se que foi escrito no Egito, provavelmente em

Alexandria, e data do século V (cerca de 450 A.D.).

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Este manuscrito é o que se chama de palimpsesto, significando "raspado".

O pergaminho de velino era escasso e de alto preço; portanto, a escrita era

algumas vezes raspada e outro material era escrito por cima ou, como neste caso,

entre as linhas originais. No século XII, as palavras originais deste manuscrito foram

parcialmente apagadas e os sermões do Padre Sírio Efraim (299-378) inseridos entre

as linhas. Esta é a razão de ser chamado Manuscrito Efraim.

Quase no final do século XVII, um aluno da biblioteca pensou ter visto traços

de uma escrita mais antiga por baixo dos sermões de Efraim. Em 1834, mediante uma

solução química forte, as Escrituras originais da Bíblia grega foram parcialmente

restauradas. Em 1840, Tischendorf revelou mais completamente o texto anterior e foi

o primeiro a lê-lo com êxito. Em 1843-45 ele o editou e publicou.

Manuscrito Beza - Códice D

Data do século VI (cerca 550 A.D.). Com algumas omissões, contém os

Evangelhos, 3 João 11-15 e Atos. Acha-se depositado na biblioteca da Universidade

de Cambridge, na Inglaterra. O manuscrito compõe-se de 406 folhas, cada uma de

20,48 cm por 25,6 cm, com uma coluna de 33 linhas por página.

Este é o mais antigo manuscrito conhecido escrito em dois idiomas. A página

da esquerda é em grego, enquanto o texto correspondente em latim fica do lado

oposto, à direita. Em 1562, ele foi encontrado no Monastério de Santo Irineu, em

Lyons, França, por Theodore Beza, renomado literato bíblico francês que viajou para

a Suíça e se converteu em assistente e sucessor de João Calvino, o famoso reformador

de Genebra. Em 1581, Beza entregou o manuscrito à Universidade de Cambridge.

LECIONÁRIOS

Mais uma palavra deve ser acrescentada para completar a história dos

manuscritos do Novo Testamento. Os manuscritos incluem um grupo de materiais

chamados "lecionários".

O termo "leitura" refere-se a uma passagem escolhida na Escritura, destinada a

ser lida nos serviços públicos. Assim sendo, um lecionário é um manuscrito

especialmente arranjado e copiado com este propósito. Alguns eram unciais e outros,

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cursivos. A maioria deles foi extraída dos Evangelhos, mas alguns de Atos e das

Epístolas. Os estudos mostraram que eles foram copiados com mais cuidado do que

um manuscrito comum; portanto, fornecem cópias excelentes para comparações.

Mais de 1.800 lecionários foram enumerados.

APÓS OS MANUSCRITOS SURGEM AS VERSÕES

Depois dos manuscritos, a próxima forma mais importante das Escrituras, que

dá testemunho da sua antigüidade, são as versões. A versão é uma tradução do idioma

original de um manuscrito em outro idioma. Existe um número muito grande de

versões, mas apenas algumas serão consideradas como exemplos dispersos através

dos anos até hoje.

A Septuaginta

Esta é, talvez, a mais importante das versões, por sua data antiga e influência

sobre outras traduções. A Versão Septuaginta é uma tradução do Antigo Testamento

hebraico para o grego. Foi iniciada cerca de 200 A.C. e terminada cerca de 180 A.C.,

sendo provavelmente a mais antiga tentativa de reproduzir um livro de um idioma

para outro. Este é o documento bíblico mais antigo que possuímos.

"Septuaginta" significa "setenta". A abreviação desta versão é LXX. Ela é às

vezes chamada de "Versão Alexandrina", por ter sido traduzida na cidade de

Alexandria, no Egito. Esta obra notável é denominada "septuaginta" por causa de

uma velha lenda que fala de setenta e dois eruditos procedentes da Palestina (seis de

cada uma das doze tribos de Israel) que viajaram para Alexandria, onde se diz que

completaram a obra em setenta e dois dias. Segundo a história, que é com certeza

puramente fictícia, os eruditos ficaram separados uns dos outros, colocados um ou

dois em cada cela, e quando se compararam suas traduções, todas eram idênticas.

Acredita-se agora que a tradução foi feita por judeus e alexandrinos, ao invés

de palestinos. O trabalho realizou-se em Alexandria. O Pentateuco constitui a melhor

parte desta tradução. Outras porções do Antigo Testamento são excelentes, mas

algumas não passam de uma interpretação ou comentário. Além dos 39 livros do

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Antigo Testamento, ela contém todos, ou parte, dos 14 livros conhecidos como

Apócrifos. A Septuaginta foi comumente utilizada nos dias do Novo Testamento e

mostrou-se muito útil em traduções subseqüentes.

O Pentateuco Samaritano

A raça samaritana surgiu depois dos assírios terem conquistado o reino do

Norte de Israel, em 721 A.C., e levado a maior parte das dez tribos para o cativeiro.

Sargão, rei dos assírios, mandou muitos povos idólatras das suas províncias

orientais para Israel (2 Reis 17:5,6,24). Esses povos fizeram casamentos mistos com

os israelitas que tinham ficado na terra, formando assim a raça samaritana, uma

mistura de israelitas e pagãos. Eles estabeleceram um culto rival ao dos judeus,

construindo um templo no monte Gerizim (Jo 4). Os samaritanos aceitavam apenas o

Pentateuco.

O Pentateuco samaritano é um Pentateuco hebraico escrito em letras

samaritanas. Não se trata de uma tradução, mas de uma outra estruturação do próprio

texto hebraico. A data em que foi escrito é aproximadamente 430 A.C.

Em 2 Reis 17:26-28, lemos a respeito de um sacerdote, dentre os judeus cativos

na Assíria, sendo mandado de volta a Samaria para ensinar o povo. Acredita-se que

ele levou consigo uma cópia do Pentateuco hebraico e que o Pentateuco samaritano

foi calcado nele.

É dito que existem cerca de 6.000 variações do texto hebraico na obra. A

maioria delas é de menor importância, exceto onde os samaritanos deliberadamente

fizeram alterações para adequá-lo às suas crenças específicas.

Existem provavelmente cerca de 100 cópias desta versão em lugares diferentes

da Europa e América. O manuscrito mais antigo conhecido, datado de 1232, acha-se

na Biblioteca Pública de Nova Iorque. Em Nablus (antiga Siquém), em Israel,

encontra-se um rolo samaritano que parece muito antigo.

À medida que a mensagem do cristianismo foi-se difundindo para além da

Palestina, a necessidade de traduções das Escrituras para os idiomas daqueles que

estavam sendo evangelizados tornou-se evidente. Temos assim diversas versões,

apesar de que somente algumas serão examinadas. Comparadas aos manuscritos, seu

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valor é secundário, mas elas são de alguma ajuda para a compreensão do texto

original.

As Versões Siríacas

O idioma sírio era a principal língua falada nas regiões da Síria e Mesopotâmia.

É quase idêntico ao aramaico.

O Siríaco Antigo: Só se soube da sua existência há pouco mais de cem anos.

Existem dois manuscritos principais desta obra:

- O Siríaco Curetônio é uma cópia do século V dos evangelhos, consistindo em

oitenta folhas. Recebeu esse nome em honra do Dr. Curetan, do Museu Britânico, que

o editou.

- O Siríaco Sinaítico foi descoberto no Monastério de St. Catherine, no Monte

Sinai. É um palimpsesto, e só aproximadamente três quartos dele puderam ser

decifrados. A data designada é o século IV ou início do século V A.D.

A Pesita: A palavra "pesita" significa "simples" ou "comum", sendo então

conhecida como Vulgata Siríaca ou Versão Autorizada da Igreja Oriental. Ela vem

sendo utilizada desde o século V A.D. Contém o Novo Testamento inteiro, com

exceção de 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse. Existem cerca de 250

manuscritos dessa versão. Tem sido de grande utilidade para a crítica textual e sua

circulação é vasta, até mesmo na China. Há uma tradução em inglês feita por George

Lamsa.

As Versões Latinas

É interessante notar que a primeira Bíblia em inglês foi baseada no latim.

O Latim Antigo: Reporta-se a uma data bem antiga, possivelmente 150 A.D.

Existem cerca de vinte cópias dessa versão. Tem grande importância como

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testemunha da autenticidade do texto bíblico, por causa de sua antigüidade e sua

fidelidade ao texto que traduz.

A Vulgata Latina: "Vulgata" significa "comum" ou "corrente". Esta é a

grande versão da Bíblia em latim. Devido aos inúmeros erros dos copistas da versão

do latim antigo, Damaso, bispo de Roma, obteve os serviços de Jerônimo para

produzir uma revisão como norma autoritária para as igrejas de fala latina. O trabalho

foi feito em Belém: o Novo Testamento (382-383 A.D.) e o Antigo Testamento (390-

405 A.D.).

É praticamente impossível superestimar a influência da Vulgata de Jerônimo

sobre a nossa Bíblia. Por mais de mil anos toda tradução das Escrituras na Europa

Ocidental foi baseada nessa obra.

A Vulgata veio a ser eventualmente a Bíblia oficial da Igreja Católica Romana,

continuando a sê-lo até hoje. A Bíblia Católica Romana em inglês é na verdade uma

tradução de uma tradução, não sendo, como a Bíblia protestante, uma tradução da

língua grega original.

Depois da invenção da imprensa em 1450, a Vulgata foi o primeiro livro impresso de

tipo móvel (1455).

OS ROLOS DO MAR MORTO

Descobertos pela primeira vez em março de 1947 por um jovem pastor de

cabras numa caverna perto do lado norte do Mar Morto, os Rolos do Mar Morto,

cerca de 350 ao todo, foram considerados como uma das maiores descobertas

arqueológicas do século XX.

Escritos pelos essênios, entre o primeiro século antes e o primeiro século

depois de Cristo, as partes bíblicas deste rolo nos fornecem manuscritos centenas de

anos mais antigos que quaisquer outros. Partes de cada livro do Antigo Testamento

foram encontradas, com exceção de Ester. De especial interesse são os rolos do livro

de Isaías, porque um dentre os dois encontrados é o livro completo desse grande

profeta. Trata-se de um manuscrito hebraico de Isaías mil anos mais antigo do que

qualquer outro já descoberto. De maneira notável os rolos confirmam a exatidão do

texto massorético do Antigo Testamento.

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OS PAPIROS

Certa quantidade de papiros descobertos recentemente (1931) nas tumbas do

Egito, atraem a atenção dos estudiosos e pesquisadores. Estes têm sido

freqüentemente considerados os de benefício mais importante para a crítica textual do

Novo Testamento, desde que Tischendorf anunciou a descoberta dos Códices

Sinaíticos. Esses papiros foram adquiridos por um renomado colecionador de

manuscritos, A. Chester Beatty.

Outros se encontram na Universidade de Michigan e nas mãos de particulares.

Eles contêm partes do Antigo Testamento em grego: trechos consideráveis de

Gênesis, Números e Deuteronômio, e trechos de Ester, Ezequiel e Daniel. Três

manuscritos do grupo são livros do Novo Testamento: porções de trinta folhas dos

Evangelhos e Atos, oitenta e seis folhas das Epístolas Paulinas e dez folhas da parte

do meio do livro de Apocalipse. Esse material é da maior importância, pois data do

século III ou antes. O texto é de tão alta qualidade que se compara aos Códices

Vaticano e Sinaítico.

O Fragmento de John Rylands é um pequeno pedaço de papiro com apenas

38,96 cm por 6,4 cm. Embora tão pequeno, é reconhecido como o manuscrito mais

antigo de qualquer parte do Novo Testamento. Está escrito de ambos os lados e

contém uma parte do Evangelho de João: 18:31-33,37,38. Foi obtido em 1920.

Em 1956, Victor Martin, professor de filologia clássica na Universidade de

Genebra, publicou um códice de papiro do Evangelho de João: o Papiro Bodmer 11.

Este incluía os capítulos 1:1 até 14:26, sendo datado de 200 A. D. Trata-se

provavelmente do livro mais antigo do Novo Testamento.

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