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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique 3-1 As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a implementação das estratégias neles descritos. CAPÍTULO 3 CONCEITOS BÁSICOS DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA (DRAFT) 3.1. Desenvolvimento agrícola no Corredor de Nacala 3.1.1. Constrangimentos do Desenvolvimento Agrícola Identificaram-se os constrangimentos do setor agrícola e do sustento na área rural através de levantamento de campo e workshop com o grupo de agricultores e entrevistas. Seu resumo é mostrado na Fig. 3.1.1. Figura3.1.1 Constrangimentos da Agricultura na Área de Estudo No momento, agricultura em pequena escala é o modelo dominante na produção agrícola na área do corredor de Nacala. O Seu estilo de agricultura mais importante é o "cultivo itinerante com corte e queima". O cultivo itinerante é um das abordagens apropriadas de agricultura sustentável nas condições sociais e econômicas atuais. ou seja. técnicas agrícolas rudimentares insumos agrícolas caros. tanto quanto a vastidão de terras livres que pode absorver a crescente população agrícola.. Entretanto. o cultivo itinerante causa baixa produtividade e baixo volume de produção através do uso ineficiente dos recursos da terra. baixa utilização de insumos e baixa tecnologia e habilidades. Devido ao pequeno volume de produtos comercializados Baixo Investimento / Sistema Financeiro fraco Baixa produção do setor agrícola Baixo investimento/Sistema Financeiro Fraco Infraestrutura deficiente de coercialização (Estrada, Armazenamento, Informação) Baixo valor dos produtos Baixo volume da Produtoção Baixo uso de insumos Falta de terras férteis Condição climática Baixa qualidade de produtos Agronegócio não desenvolvido Pequeno volume de produtos comercializados Baixa Tecnologia Agrícola / Habilidades Uso ineficiente dos recursos naturais (Terra / Água) Cultivo Itinerante Direito do Uso da Terra inseguro

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

CAPÍTULO 3 CONCEITOS BÁSICOS DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA (DRAFT)

3.1. Desenvolvimento agrícola no Corredor de Nacala

3.1.1. Constrangimentos do Desenvolvimento Agrícola

Identificaram-se os constrangimentos do setor agrícola e do sustento na área rural

através de levantamento de campo e workshop com o grupo de agricultores e

entrevistas. Seu resumo é mostrado na Fig. 3.1.1.

Figura3.1.1 Constrangimentos da Agricultura na Área de Estudo

No momento, agricultura em pequena escala é o modelo dominante na produção

agrícola na área do corredor de Nacala. O Seu estilo de agricultura mais importante é

o "cultivo itinerante com corte e queima". O cultivo itinerante é um das abordagens

apropriadas de agricultura sustentável nas condições sociais e econômicas atuais.

ou seja. técnicas agrícolas rudimentares insumos agrícolas caros. tanto quanto a

vastidão de terras livres que pode absorver a crescente população agrícola..

Entretanto. o cultivo itinerante causa baixa produtividade e baixo volume de produção

através do uso ineficiente dos recursos da terra. baixa utilização de insumos e baixa

tecnologia e habilidades. Devido ao pequeno volume de produtos comercializados

Baixo Investimento /

Sistema Financeiro fraco

Baixa produção do

setor agrícola

Baixo investimento/Sistema Financeiro Fraco

Infraestrutura deficiente de coercialização

(Estrada, Armazenamento, Informação)

Baixo valor dos

produtos

Baixo volume da

Produtoção

Baixo uso de

insumos

Falta de terras

férteis

Condição

climática

Baixa qualidade

de produtos

Agronegócio não

desenvolvido

Pequeno volume de

produtos comercializados

Baixa

Tecnologia

Agrícola /

Habilidades

Uso ineficiente dos recursos naturais

(Terra / Água)

Cultivo Itinerante

Direito do Uso da

Terra inseguro

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Desenho da Visão Geral do Plano

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

causados pelo baixo volume de produção. o agronegócio e a agroprocessamento

foram impedidos de operarem até agora pela atratividade do investimento. Isto tem

limitado o aumento do valor da produção. assim como o aumento do preço de

mercado de produtos agrícolas. Além disso. a ampla disseminação da agricultura

itinerante e a insegurança do direito de uso da terra desmotiva os próprios

agricultores e investidores nos investimentos na agricultura na área do Corredor de

Nacala.

Obviamente. muitas outras razões funcionam de forma complicada. mas a baixa

produtividade dos agricultores da dominante pequena escala é a causa principal da

limitação do crescimento do setor agrícola.

O Governo moçambicano tem feito um esforço sincero para incrementar a

produtividade agrícola dos pequenos agricultores. No entanto. o governo precisa

continuar o esforço com a paciente estratégia de longo prazo e sob suas

dificuldades financeiras no momento.

3.1.2. Potencial de Desenvolvimento Agrícola

Através do levantamento de campo. os potenciais para o desenvolvimento agrícola

também são confirmados conforme abaixo.

Os solos na área de estudo são quase neutros ou apenas fracamente ácidos.

exceto por algumas amostras em Gurue. Outros problemas específicos com

relação ao solo. tais como salinidade. contaminação. compactação. redução de

matéria orgânica. etc.. não são relatados.

A área do Corredor de Nacala tem recursos de água superficial abundantes

esubdesenvolvido para uso nae irrigação.

Áreas alta ou moderadamente adequadas para irrigação estão distribuídas por

toda a Área de Estudo.

Existência de grande número de agricultores na área do Corredor de Nacala.

Uma nova lei de cooperativas. que fornece um quadro jurídico bem definido para

a organização de cooperativas de agricultores foi promulgada.

A estrada de Nampula para Cuamba e Cuamba a Mandinba será pavimentada.

O Porto de Nacala é um dos mais profundos portos marítimos no leste da África.

O Caminhos de Ferro de Moçambique Linha Norte (Ferrovia Nacala) permite o

transito massivo e está planejado para ser reabilitado.

O potencial para aumentar a produção agrícola usando variedades cultivadas

aplicável à savana tropical desenvolvidas no Brasil.

A procura de produtos agrícolas para a alimentação humana e animal é alta.

A estabilidade política do Governo.

O Governo promove o desenvolvimento do agronegócio com base no Plano

Nacional de Desenvolvimento do Agronegócio. 2012.

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

O ambiente de investimento em Moçambique é amplamente favorável do sctor

agrícola. como a isenção de direitos aduaneiros e do IVA na importação de

equipamentos para os novos projetos e de dedução do imposto de renda.

Desse modo, o Corredor de Nacala tem muito potencial de desenvolvimento

incluindo o desenvolvimento de cluster e do agronegócio, que pode contribuir para o

desenvolvimento. É importante promover o desenvolvimento agrícola tomando

vantagens desses potenciais.

Pela combinação da resolução ou redução dos constrangimentos e utilização do

desenvolvimento potencial, é possível alcançar uma próspera, competitiva e

adequada agricultura no Corredor de Nacala. Assim, o Plano Diretor de

Desenvolvimento do Corredor de Nacala é para ser formulada a fim de realizar o

crescimento da produção agrícola.

3.2. Conceitos Básicos do Plano Diretor de Desenvolvimento

Agrícola

3.2.1. Área do projeto

Os Distritos Alvo (a Área do Projeto) do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola

são 14 distritos e 2 municípios ao longo do Corredor de Nacala. cobrindo as

províncias de Nampula. Zambézia e Niassa na área norte de Moçambique. São 8

distritos na província de Nampula (Monapo. Muecate. Meconta. Mogovolas. Rapale

(Nampula) incluindo a cidade de Nampula. Murrupula. Ribáuè e Malema). 2 distritos

em Zambézia (Alto Molócuè e Guruè) e 4 distritos em Niassa (Cuamba. Mandimba.

Ngaúma e Chimbonila (Lichinga) incluindo cidade de Lichinga).

A Área de Projeto abrange um total de 66.300 km2 e a população total é estimada em

3.7 milhões em 2011 e densidade da população é de 56.2 hab./km2.

O uso do solo da Área do Projeto está coberto atualmente por terras agrícolas (28%).

pastagens (27%) e floresta (44%). Como resultado. 3.3 milhões de hectares são

terras aráveis e 1.8 milhão de hectares utilizados para cultivos de campo e árvores.

No total. 551 mil estabelecimentos cultivando 755 mil hectares.

3.2.2. Visão e Objetivos do Plano Diretor Agrícola

(1) Visão do Desenvolvimento Agrícola no Corredor de Nacala

Na abordagem de implementação da Plano Estratégico de Desenvolvimento para o

Setor Agrário (PEDSA). o Corredor de Nacala é definido como um dos corredores

estratécas entre seis corredores (Pemba-Lichinga. Nacala. no Vale do Zambeze.

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Desenho da Visão Geral do Plano

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Beira. Limpopo e Maputo) para promover o desenvolvimento das cadeias de valor

para produtos agrícolas. O PEDSA define sua visão como "Um sector agrário

próspero, competitivo equitativo e sustentável nas respostas aos desafios de

segurança alimentar e nutricional e de mercados agrários ao nível nacional e

mundial".

Garantir a coerência da estratégia de política nacional. bem como considerando o

caráter regional da área do Corredor Nacala. a visão do desenvolvimento agrícola

regional é definido como se segue:

"Uma agricultura próspera, competitiva e adequada é alcançado no Corredor

de Nacala ativando a produção agrícola dos agricultores locais e promover o

agronegócio”.

(2) Objetivos do Plano Diretor

O propósito do ProSAVANA-PD: A formulação do Plano de Diretor de

Desenvolvimento Agrícola para o Corredor de Nacala é definido como “Contribuir

para o desenvolvimento socioeconômico atraindo investimento privado para

promover um sistema de produção sustentável e redução da pobreza no Corredor de

Nacala”.

A área de projeto do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola é reconhecida como

bastante promissoras para a agricultura. mas a atual agricultura é operada em campo

em pequena escala (1.37 ha por fazenda) sob o tradicional cultivo itinerante com

ferramentas tradicionais. Portanto, a produtividade das lavouras permaneceu em

nível inferior, causando a lenta redução da pobreza na Área do Projeto.

Após a análise das políticas nacionais acima mencionadas e dos constrangimentos

presentes identificadas através da análise do problema. a Área do Projeto. o Plano

Diretor será formulado com base nos seguintes objetivos:

Melhorar a produtividade agrícola dos pequenos e médios estabelecimentos. e

Maximizar os efeitos do aumento dos produtos agrícolas para a economia

regional através do desenvolvimento de clusters agrícolas por meio de

investimento privado e envolvendo os produtores de pequena e média escala.

3.2.3. Ano-Meta e Escalonamento

Considerando que o ano-meta do PEDSA é 2020, os Objetivos do Milênio (PARPA) é

2015 e outros planos de desenvolvimento do governo de Moçambique juntamente

com 2030 do Corredor de Crescimento Agrícola de Beira. Também o

desenvolvimento do Cerrado no Brasil levou 30 anos para atingir o pleno

desenvolvimento desde que foi iniciado o seu aproveitamento.

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

O plano de desenvolvimento agrícola propõe a transformação do tradicional cultivo

extensivo itinerante em cultivo intensivo. Essa mudança drástica é inevitável para o

crescimento da produtividade agrícola. Ela exige um período preparatório

significativo devido à baixa taxa de alfabetização da população.

Portanto, o ano-meta do Plano Diretor foi definido como 2030 após o início da

implementação em 2014, com sete anos de curto prazo como período de preparação.

incluindo os projetos de impacto rápido, 5 anos de médio prazo como período de

crescimento do desenvolvimento e 5 anos de longo prazo como período de pleno

desenvolvimento operativo conforme mostra a figura abaixo:

Figura3.2.1 Fases da Implementação do Plano Diretor

3.2.4. Beneficiários Alvos

Os principais beneficiários alvos através da implementação do Plano Diretor são

cerca de 550.000 estabelecimentos familiares (ou cerca de 2 milhões de membros

das famílias) de pequenos agricultores que vivem nos 14 distritos no Corredor de

Nacala. Eles serão diretamente beneficiados pelo aumento da produção agrícola

através do cultivo intensivo, apoio técnico, insumos agrícolas suficientes e facilidade

de acesso ao mercado através da implementação do Plano Diretor.

Fase de Transição para Cultivo "Fixo"

(2014 - 2020)

Fase de Crescimento da Produção Agrícola (2021-2025)

Fase de Expansão de Agronegócio (2026-2030)

Desenvolvimento de Indústrias de Serviços e Insumos Agrícolas

Formação do Órgão de

Coordenação do Plano Diretor

para a Promoção do Investimento

Aprimoramento Técnico de Agricultores Médios

Aprimoramento Técnico de Agricultores Pequenos

Desenvolvimento do núcleo de

Pequenos Agricultores

Organização de Grupo (Organização de Grupos de Agricultores)

Crescimento de Fazendas Comerciais de Grande Escala

Crescimento das Indústrias de Distribuição e Agroprocessamento

Desenvolvimento e expansão do Sistema de Financiamento Agrícola

(parar Agronegócios de Pequena e Média Escala)

Desenvolvimento e expansão do Sistema de Financiamento Agrícola (para Agronegócios de Grande Escala)

Desenvolvimento de Infraestrutura Agrícola (Irrigação, Estrada, Eletricidade, Abastecimento de água, etc.)

Co

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Uso

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Terr

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

O papel das Partes Interessadas no Plano Diretor de desenvolvimento agrícola está

resumido como se segue:

Tabela 3.2.1 Principais Papéis das Partes Interessadas na Implementação do Plano Diretor

Partes Interessadas Principais Papéis na Implementação do Plano Diretor

Agricultor em escala familiar

(pequenos agricultores)

Eles são os maiores protagonistas para aumentar a produção agrícola. Para

fazê-lo. promove-se a sua transição de cultivo itinerante para cultivo intensivo.

Usando as técnicas de cultivo intensivo. o crescimento da produção agrícola

será alcançado

Agricultor líder

(médios agricultores)

Eles praticam a agricultura intensiva acima mencionada de forma positiva. Eles

serão o grupo que deverá gerar o líder agrícola (ou modelo de competência)

para aumentar a produção agrícola local

Fazendas Empresariais

(grandes agricultores)

Eles são fundamentais para desenvolver o agronegócio na localidade. Eles são

os principais protagonistas para estabelecer cluster agrícola. Eles também

funcionam como bons compradores da produção local. prestadores de serviços

de extensão técnica e empregadores.

Fornecedores e distribuidores

de insumos agrícolas

Com base no principal mecanismo de mercado. eles fornecem de forma estável

os insumos agrícolas necessários em preço adequado.

Comerciantes e indústria de

transformação de produtos

agrícolas

Eles funcionam como bons compradores de produtos agrícolas na localidade e

também como empregadores da população local.

Instituição de Financiamento

Agrícola

Eles desenvolvem esquema financeiro para o setor agrícola e fornecem serviços

compassivos especialmente para os pequenos e médios produtores ou

companhias ligadas ao setor agrícola

Governo. instituição de

pesquisa. serviço de

extensão. ONGs.

Eles mostram a direção do desenvolvimento agrícola na economia rural e

preparam a condição básica necessária para o desenvolvimento do setor

privado. incluindo o agricultor individual.

3.2.5. Projeções das Principais Culturas

(1) Maior índice do alvo no PEDSA

Sob PEDSA. a meta do crescimento médio anual do setor agrícola éde 7 %. O alvo

principal da produção nacional agrícola e outros índices sob PEDSA até o ano 2020

estão resumidas conforme demonstrado abaixo:

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.2.2 Principais índices de Metas sob o PEDSA

2011 2012 2013 2014 2015 2020

6.1

400 350 200 200

2.800 3.250 3.650 4.200 4.950 7.000

Milho 2.166 2.283 2.400 2.600 2.740 3.000 4.400

Arroz 260 308 338 371 391 450 510

Trigo 13 22,5 23 23,2 23,5 25 30

Mapira 378 422 450 480 500 500 750

Feijão 257 288 310 310 310 310 550

Mandioca 9.200 11.700 13.000 14.700 15.000 15.000 20.000

Milho 1,1 1,2 1,3 1,5 1,7 1,8 2

Trigo 1,8 1,8 1,8 1,9 2 2 2

Arroz 1,1 1,2 1,3 1,6 1,7 1,8 2

Castanha de

caju 96 98 103 112 12,.0 120

Algodão 70 75,8 83,4 91,7 120 120

Soja 20 20 21 23 25 35

Tabaco 70 73 76 80 83 100

Banana 35 40 45 50 55 70

Batata Reno 186 203 230 250 250 300

Tomate 195 200 205 215 220 400

Cebola 80 93 108 126 140 160

Rebanho Pecuário Bovinos 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 3 3

(milhões de cabeças) Frangos 17,9 18,3 18,3 18,7 19,1 3 30

Produção de Carne Bovina 10 10.6 11.2 11.9 12.6 15.0

(mil toneladas) Frango 58,1 64 70,3 77,4 85,1 100

Leite (milhões

de litros)2,3 2,7 3,3 4 4,8 10

432 487 531 545 582 600

0,8 2,5 2,5 5 5,5 5

60 65 70 80 85 90 90

9.777 10.777 11.777 12.777 13.777 14.777 20.000

631 757 908 1,098 1,2 1,2 1,5

15,7 23 29 33 37 60

25 35 45 55 65 70 100

4.277 4.872 6.072 7.272 8.472 9.700 13.000

Número de comunidades com terras

legalizadas

Número de associações de produtores

assistidas em áreas de potencial agrícola

Número total de produtores assistidos pelo

serviços público de extensão (mil)

Áreas com sistemas de irrigação

construídos (mil)

Índice de aproveitamento de sistemas de

irrigação (%)

Número de juntas usadas em tração animal

Quantidade de sementes básicas produzida

Número de hectares reflorestados

População em condição de insegurança

alimentar (mil)

Produção anual de cereais (mil toneladas)

Produção anual de alimentos

básicos (mil ton.)

Produtividade das principais

culturas alimentares (t/ha)

Produção anual em cultivos

comerciais (mil ton.)

Produção anual de hortícolas

(mil ton.)

Indicadores

Meta indicativa

Ano base

(2010)

Ano

Crescimento real do setor agrícola (%) No mínimo 7 % ao ano

(2) Produção na Área do Projeto

A produção das principais culturas na Área do Projeto para os anos de 2020 e 2030 é

mostrada na Tabela 3.2.3. As seis (6) culturas listadas na tabela. ou seja milho,

mandioca, mapira, feijão, amendoim, arroz e soja ocupam quase 90% do total de

área plantada por culturas na Área do projeto durante a safra de 2006/07 - 2010/11.

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.2.3 Projeção de Produção das Principais Culturas na Área de Estudo

Área (ha)Rend.

(t/ha)

produção

(t)

Valor

(mil MT)Área (ha)

Rend.

(t/ha)

produção

(t)

Valor

(mil MT)Área (ha)

Rend.

(t/ha)

produção

(t)

Valor

(mil MT)

Milho 305.000 1,3 396.500 1.665 406.000 2 812.000 3.410 505.000 2,5 1.262.500 5.303

Mandioca 328.000 7,2 2.361.600 1.417 377.000 9 3.393.000 2.036 390.000 10 3.900.000 2.340

Mapira 131.000 0,9 117.900 578 150.000 1,5 225.000 1.103 155.000 1,8 279.000 1.367

Feijões 132.000 0,7 92.400 1.164 165.000 0,9 148.500 1.871 190.000 1 190.000 2.394

Amendoim 100.000 0,7 70.000 413 117.000 1,2 140.400 828 130.000 1,5 195.000 1.151

Arroz 37.000 1 37.000 155 45.000 2 90.000 378 50.000 2,5 125.000 525

Soja 7.500 1 7.500 91 89.500 1,7 152.150 1.841 210.800 2 421.600 5.101

Total 1.040.500 - 3.082.900 5.483 1.349.500 - 4.961.050 11.467 1.630.800 - 6.373.100 18.180

Outras

culturas 110.000 - - - 220.500 - - - 369.200 - - -

Área Total 1.150.500 - - - 1.570.000 - - - 2.000.000 - - -

Cultura

Ano base (2010/11) 2020 2030

Fonte: Equipe do estudo da JICA

Nesta análise. a área plantada (ha) e rendimento (t/ha) das principais culturas em

2020 e 2030 foram criados por meio de um juízo sintético. considerando as

seguintes informações disponíveis:

1) Área Plantada (ha)

Tendência da área plantada (estatísticas agrícolas das respectivas DPAs)

Estimativa de população em zona rural. com base no censo de população em

2007

Tendência de consumo per capita (FAOSTAT e Nampula DPA)

Nova área desenvolvida para investimentos em grande escala até 2020

(300.000 ha. considerando áreas agrícolas disponíveis e impacto ambiental,

especialmente para a áreas de florestas produtivas existentes)

Taxas de crescimento em áreas de cultivo maiores nos outros cultivos do que

as principais culturas.

80% do desenvolvimento de novas áreas para empresa agrícolas serão

orientadas para cultivo de soja combinado com milho e outros.

Uma (1) safra/ano

2) Rendimento (t/ha)

Tendência de rendimento (estatísticas agrícolas das respectivas DPAs)

Rendimento de vários países vizinhos e adiantados. principalmente Brasil e

África do Sul (FAOSTAT)

Valor total das principais culturas a preços constantes do ano base (2010/11) será de

MT 11.467 milhões (209% de 2010/11) e 2020 e MT 18.180 milhões (332% de

2010/11) em 2030.

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

(3) Demanda (Consumo de Alimentos) na Area do Projecto

A demanda projetada para as principais culturas em 2020 e 2030 é mostrada na

tabela 3.2.4. A demanda é calculada apenas para consumo alimentar direto. A

demanda indireta de alimentos tais como óleo comestível e para a alimentação

animal não é calculada. O trigo também é adicionado ao cálculo da previsão, uma

vez que é a maior commodity alimentar na Área do Projeto. As seguintes informações

são referidas principalmente para o cálculo da projeção.

Estimativa de população com base no censo de população em 2007

Tendência de consumo per capita (FAOSTAT e Nampula DPA)

Tabela 3.2.4 Projeção de Demanda das Principais Culturas na Área de Estudo

Cultura

Ano base (2010/11) População: 3.728.509

Per capita

(kg/ano) Alimentos

(toneladas)

Cultura

(toneladas)

Perdas &

Sementes

(toneladas)

Total (ton.)

Milho 40,0 149.140 165.712 33.142 198.854

Mandioca 220,0 820.272 820.272 164.054 984.326

Mapira 15,0 55.928 62.142 12.428 74.570

Feijões 9 33.557 33.557 6.711 40.268

Amendoim 5,0 18.643 46.606 9.321 55.928

Arroz em casca 24,0 89.484 149.140 29.828 178.968

Trigo 20,0 74.570 82.856 16.571 99.427

Cultura Ano 2020 População: 5.016.047

Milho 50,0 250.802 278.669 55.734 334.403

Mandioca 215,0 1.078.450 1.078.450 215.690 1.294.140

Mapira 10,0 50.160 55.734 11.147 66.881

Feijões 11,5 57.685 57.685 11.537 69.221

Amendoim 5,0 25.080 62.701 12.540 75.241

Arroz em casca 29,0 145.465 242.442 48.488 290.931

Trigo 25.0 125.401 139.335 27.867 167.202

Cultura Ano 2030 População: 6.682.687

Milho 50,0 334.134 371.260 74.252 445.512

Mandioca 205,0 1.369.951 1.369.951 273.990 1.643.941

Mapira 7,5 50.120 55.689 11.138 66.827

Feijões 13,5 90.216 90.216 18.043 108.260

Amendoim 5,0 33.413 83.534 16.707 100.240

Arroz em casca 34,0 227.211 378.686 75.737 454.423

Trigo 30,0 200.481 222.756 44.551 267.307

(Nota)

a. A recuperação em moagem de cereais é de 90%. enquanto que a de

arroz é 60 %

b. Rendimento do amendoim depois de remoção da casca é 0 %

c. % de perdas & uso de sementes é de 80% para todas as culturas Fonte: Equipe do estudo da JICA

Conforme mostrado na tabela 3.2.5. o consumo per capita das principais culturas nos

respectivos anos pode garantir uma ingestão adequada de calorias para a população

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-10

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

da Área do projeto. A tabela implica que as pessoas serão capazes de iniciar uma

dieta diversificada e equilibrada gradualmente após 2020.

Tabela 3.2.5 Previsão de Ingestão de calorias na Área do Projeto

Cultura Ano base (2010/11) 2020 2030

kg/ano kcal/dia kg/ano kcal/dia kg/ano kcal/dia

Milho 40,0 388 50,0 485 50,0 485

Mandioca 220,0 922 215,0 901 205,0 859

Mapira 15,0 146 10,0 97 7,5 73

Feijões 9,0 84 11,5 107 13,5 125

Amendoim 5,0 80 5,0 80 5,0 80

Soja 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Arroz 24,0 233 29,0 282 34,0 331

Trigo 20,0 199 25,0 249 30,0 298

Subtotal - 2.052 - 2.201 - 2.251

Todos os alimentos - 2.150 - 2.300 - 2.500

% das principais culturas - 95 - 96 - 90 Fonte: Equipe do estudo da JICA

(4) Balanço alimentar

A Tabela 3.2.6 mostra o balanço de alimentos previsto em 2020 e 2030 calculado

com os números na Tabela 3.2.3 e 4.2.4. A área do Projeto pode ter enorme

excedente das principais culturas, ou seja: milho, mandioca, mapira e soja de acordo

com a previsão. Embora a área possa ter déficit substancial de trigo e arroz. será

possível esperar até mesmo exportar o excedente das culturas. além de fornecê-las

às províncias deficitárias no país.

Tabela 3.2.6 Previsão de Balanço dos Principais Alimentos na Área do Projeto

Produção Demanda

AlimentarBalanço Produção

Demanda

AlimentarBalanço Produção

Demanda

AlimentarBalanço

Milho 396.500 198.900 197.600 812.000 334.400 477.600 1.262.500 445.500 817.000

Mandioca 2.361.600 984.300 1.377.300 3.393.000 1.294.100 2.098.900 3.900.000 1.643.900 2.256.100

Mapira 117.900 74.600 43.300 225.000 66.900 158.100 279.000 66.800 212.200

Feijões 92.400 40.300 52.100 148.500 69.200 79.300 190.000 108.300 81.700

Amendoim 70.000 55.900 14.100 140.400 75.200 65.200 195.000 100.200 94.800

Arroz em casca 37.000 179.000 -142.000 90.000 290.900 -200.900 125.000 454.400 -329.400

Trigo 0 99.400 -99.400 0 167.200 -167.200 0 267.300 -267.300

Soja 7.500 0 7.500 152.150 0 152.150 421.600 0 421.600

Cultura

Ano base (2010/11) 2020 2030

(Unidade: toneladas)

Fonte: equipe de estudo da JICA

3.2.6. Abordagem Básica do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola

Recomenda-se que o desenvolvimento agrícola na Área do Corredor de Nacala seja

alcançado através da combinação das abordagens abaixo.

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-11

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

(1) Melhoria da Condição Básica de Produção e de Infraestrutura Social e Agrícola

(2) Aumento da Produção Agrícola

(3) Desenvolvimento do Agronegócio

(4) Uso Sustentável de Recursos Naturais

(5) Desenvolvimento de Capacidade de Recursos Humanos

Figura3.2.2 Abordagem Básica do Desenvolvimento Agrícola no Plano Diretor

(1) Melhoria da Condição Básica de Produção e de Infraestrutura Social e Agrícola

Para o desenvolvimento sustentável. o fortalecimento da condição básica para a

produção agrícola ambos, software e hardware são importantes. Software significa

pesquisa e desenvolvimento, sistema de extensão, sistemas de apoio financeiro e

distribuição de insumos. O outro hardware significa infraestruturas tais como a rede

de estradas e sistemas de irrigação.

Terra é a base da produção, assim como o registro de DUAT é também reconhecido

como condição fundamental tanto para os agricultores quanto para os investidores.

(2) Aumento da Produção Agrícola

O aumento da produção agrícola é a base do desenvolvimento do setor agrícola. Na

Área do Corredor de Nacala. a agricultura de pequena escala é dominante neste

momento. A produção da agricultura em pequena escala pode ser aumentada por

meio da transformação do cultivo itinerante em cultivo intensivo. Mais que isso. a

colaboração entre agricultores de pequena e média escala e a empresa de

agronegócio é promovida para usar a vitalidade privada para transferência

Desenvolvimento Agrícola no Corredor de Nacala

Desen

vo

lvim

en

to d

o

Ag

ron

eg

ócio

Au

men

to d

a P

rod

ução

Ag

ríco

la

Uso

Su

ste

ntá

vel

de

Recu

rso

s N

atu

rais

Colaboração entre Agricultores e Agronegócio

Reforma da Organização dos

Agricultores

Fortalecimento sas Cadeias de Valor

através do desenv. de cluster

Promoção do Investimento Privado

Desenvolvimento de Capacidade de Recursos Humanos

Melhoria da Condição Básica de Produção e de Infraestruturas Social & Agrícola

Agricultura Intensiva através da

Transformação da Agricultura Itinerante

Pesquisa Extensão Insumos Financiamento Irrigação DUAT Estradas

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-12

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Configuração estratégica de

zona econômica especial

Vitalização da economia rural

Desenvolvimento de cluster

Agricultor

Informações de mercado, rede de

distribuição, Incentivo à melhoria

da qualidade

Produção Agrícola

Atração de empresas

Aumento e expansão da indústria relacionada

Residente local

Criação de oportunidades de emprego

tecnológica ao agricultor. Os agricultores que não conseguem acessar a empresa de

agronegócio são desenvolvidos em organizações de agricultores.

Além disso, para aumentar a produção na área. o investimento privado na produção

é também promovido.

Figura 3.2.3 Abordagem para o Aumento da Produção Agrícola

(3) Desenvolvimento do Agronegócio

Se o produto agrícola é vendido sem transformação. torna-se apenas valor simples.

Quando o agronegócio é desenvolvido. o valor do produto torna-se complexamente

maior do que o anterior. Este valor aumentado pode incrementar a economia regional

através de sua distribuição adequada. Portanto. o desenvolvimento do agronegócio

deve ser considerado no Plano Diretor.

O desenvolvimento do agronegócio será alcançado por meio da Promoção de

investimento privado e o fortalecimento da cadeia de valor através do

desenvolvimento do agrupamento.

Figura 3.2.4 Modelo de Desenvolvimento de Cluster

(4) Uso Sustentável de Recursos Naturais

Recurso natural é a base da produção agrícola. Na Área do Corredor de Nacala, o

recurso natural é mantido em condições relativamente boas no momento. No entanto,

Desenvolvimento do

Agronegócio / Cluster agrícola

Aumentar a

produção

agrícola por meio de

investiment

o privado

pequenas e médias empresa deoagronegócio

Agricultura Empresarial

Colaboração entre

pequenos e médios

agricultores e empresas

do agronegócio

Transição de

cultivo

itinerante para

intensivo Pequenos agricultores, realizando

cultivo itinerante Reforma da

Organização de

Agricultores

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-13

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

há preocupação em que a condição pode piorar em associação com o crescimento

da população e da economia, se nenhuma contramedida for aplicada. Portanto, a

pressão sobre o desmatamento deveria ser reduzida por meio da transição da

agricultura itinerante para a agricultura intensiva. Além disso, temos de continuar a

produção adequada para o futuro, estabelecendo um sistema de produção agrícola

sustentável em nível regional e em nível de estabelecimento.

(5) Desenvolvimento de Capacidade de Recursos Humanos

O recurso humano é um fator-chave de desenvolvimento. Apenas resultados de

desenvolvimento de recursos humanos, o desenvolvimento autossustentável pode

ser alcançado. Portanto. a capacidade do agricultor deve ser melhorada através de

vários canais e métodos e canais, e desenvolver agricultores líderes para conduzir a

melhoria da economia rural.

3.3. Zoneamento da Área do Projeto

3.3.1. Metodologia

(1) Tipo de gestão elaborado pela equipe de estudos brasileira

A Equipe de estudos brasileira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizou o

zoneamento de acordo com o indicador de Tipo de Gestão na Área do Projeto. A

descrição da metodologia é explicada nesta seção.

A Área do Projeto foi dividida em sete (7) Tipos de Gestão (Ver tabela 3.3.2). com

base em cinco (5) fatores, tais como o zoneamento ambiental, zoneamento

socioeconômico, zonas de gestão, uso e cobertura do solo, e escala de produção,

conforme mostra a Tabela 3.3.1. A abordagem para realizar o tipo de gestão é

mostrada na Figura 3.3.1.

ZoneamentoAmbiental

ZoneamentoSocioeconômico

Zonas deManejo

Cobertura e Uso da Terra

Escala de Produção

Tipo de Manejo

Fonte: Equipe de estudos brasileira

Figura 3.3.1 A Abordagem para Realizar o Tipo de Gestão pela equipe brasileira

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-14

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.3.1 Fatores para Realizar Tipo de Gestão

Fatores Conteúdo

Zoneamento ambiental Vulnerabilidade ambiental por distritos

(Classificando os distritos pelos indicadores de % de Área protegida e % de Área

parcialmentepProtegida* % e % de energia de madeira)

Zoneamento

socioeconômico

Vulnerabilidade socioeconômica por distrito

(Classificando os distritos por indicadores de população Rural. a densidade de

estradas. densidade ferroviária. % de Área Total cultivada e % da população

alfabetizada)

Zonas de Gestão Classificação dos distritos por Vulnerabilidade Ambiental e Vulnerabilidade

Socioeconômica

Uso e cobertura do

solo

Mapa da cobertura do solo e uso da terra na escala 1: 1.000.000 da AIFM pelo DNTF

Escala de produção Selecionando as culturas em grande escala. escala média ou pequena escala

consultando o Mapa de Adequação das Culturas

*: A área ao redor de nascentes e o curso de rio perene

(2) Abordagem de Zoneamento Regional pela Equipe do Estudo da JICA

A Equipe de estudos brasileira tomou uma abordagem orientada por projeto para

classificar o zoneamento da Área do Projeto, priorizando a identificação de áreas de

elevado potencial para o desenvolvimento de agricultura comercial (fazenda

corporativa). A Equipe do Estudo da JICA enfatiza a elaboração de estratégias de

desenvolvimento para cobrir toda a Área do projeto sob uma abordagem regional. A

integração da abordagem das duas partes permitirá estabelecer o plano de diretor de

desenvolvimento agrícola mostrando a estratégia de desenvolvimento regional.

(3) Integrando a abordagem da Equipe FGV e da Equipe JICA

A Área do Projeto é classificada em quatro (4) Tipos de Desenvolvimento Agrícola

por distrito. baseado na soma das pontuações (3 níveis) de três fatores por distrito.

Os Tipos de Desenvolvimento Agrícola têm as seguintes características.

Tipo I: Tem um grande potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial

Tipo II: Tem potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial

Tipo III: Exibe um potencial especial para o desenvolvimento da agricultura

industrial, mas exige atenção em termos ambientais.

Tipo IV: Apresenta pouco potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial

O fluxo de abordagem é mostrado na Figura 3.3.2

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-15

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Zoneamento

Ambiental

Zoneamento

Socioeconômico

Zonas de

Manejo

Uso e Cobertura

da Terra

Escala de

Produção

Tipo de

Manejo

Análise de

cluster

Zoneamento de potencial

de recursos humanos

Número de Estudantes

ESG I & II % (<14 anos)

> 65 anos %

Idade de trabalho %

Densidade populacional

Zoneamento de acesso a

novas áreas agrícolas

Grupos

distritais

Desenvolvimento Agrícola

Pontos Potenciais (Tipos I – III)

- Clima

- Adequação das culturas- Pontuação das culturas- Recurso hídrico- Vulnerabilidade ambiental- Vulnerabilidade socioambiental

etc

Área de Florestas Produtivas %

Área de DUAT Florestal

Fator de Distribuição por Distrito

Estratégia de

Desenvolvimento por Distrito

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

Figura 3.3.2 Fluxo de Abordagem Integrada dos dois lados

(4) Pontos de Potencial Agrícola

Toda a Área do Projeto foi classificada em termos das Vulnerabilidades Ambiental e

Socioeconômica. A sobreposição dessas condições em um mapa de cobertura do

solo permite a delimitação de áreas com alto potencial para o desenvolvimento da

agricultura industrial. A Área do Projeto foi reavaliada segundo as suas

características em termos do "Potencial de Desenvolvimento Agrícola"

Para mostrar o "Potencial de Desenvolvimento Agrícola" para cada distrito, o distrito

foi classificado em três níveis atribuindo pontuações relacionados ao

desenvolvimento agrícola. Os fatores "Recursos humanos" e "Recursos Fundiários",

que têm grande influência para o desenvolvimento agrícola, são pontuados para a

qualificação de "Potencial de Desenvolvimento Agrícola". Outro fator importante,

"Finanças" ou "Orçamento" não é considerado na quantificação, uma vez que eles

são alocados com base no componente do Plano Diretor. Outros fatores a serem

considerados tais como "Tempo (clima)" e "Culturas para Clima Particular" foram

usados para mostrar as características de cada zona. após a classificação em termos

de "Potencial de Desenvolvimento Agrícola".

Os dois fatores quantificados acima foram subdivididos nos subfatores abaixo. Cada

subfator foi pontuado segundo cinco (5) níveis. de modo que uma pontuação de fator

fosse a soma de todos os pontos de seus subfatores.

1) Recursos humanos (Zoneamento de Potencial de Recursos Humanos)

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-16

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Percentual de alunos de ESG I & II para a população entre 10 e 14 anos. por

distrito (capacidade humana).

Percentagem de idosos (acima de 65 anos) em relação ao total da população

por distrito (saúde).

População em idade de trabalho por distrito (população da força de trabalho)

2) Recurso Fundiário (Zoneamento de Acesso a Novas Terras Agricultáveis)

Densidade populacional por distrito (disponibilidade de terra)

Porcentagem de área de floresta em relação à área total do distrito (limitação

de desenvolvimento de novas terras 1)

Porcentagem de DUAT florestais em relação à área total do distrito (limitação

de desenvolvimento de novas terras 2)

3.3.2. Zoneamento da Área do Projeto

(1) Tipo de gestão elaborado pela Equipe de estudos brasileira (FGV)

Os 14 distritos classificam-se para 4 zonas de gestão. com base na ranking de

Vulnerabilidade Ambiental e Vulnerabilidade Socioeconômica. conforme mostra a

Figura 3.3.3. Cuamba e Meconta são classificados como Zona de Consolidação A.

que tem baixa Vulnerabilidade Ambiental e baixa a média Vulnerabilidade

Socioeconômica. Na Zona de Consolidação A, onde considerações ambiental e

socioeconômica sérias não são necessárias. Guruè e Lichinga classificam-se como

Zona Ambientalmente Sensível. Em Zona Ambientalmente Sensível. o

desenvolvimento de terra de grande escala não é recomendado.

Consolidation zone A

Consolidation zone B

Consolidation zone C

Environmentally sensitive zone

Murrupula

Higher

environmental

vulnerability

Lichinga

Gurué

Nampula

Malema

Ribaué

Muecate

N'Gauma

Lower

environmental

vulnerability

Medium

environmental

vulnerability

Environmental vulnerability

Monapo

Mogovolas

So

cio

eco

no

mic

Zo

nin

g

Lower

socioeconomic

vulnerability

Medium

socioeconomic

vulnerability

Cuamba

Higher

socioeconomic

vulnerability

Meconta

MandimbaAlto Molocué

Baixa

vulnerabilidade socioeconômica

Média

vulnerabilidade socioeconômica

Alta

vulnerabilidade socioeconômica

Alta

vulnerabilidade Ambiental

Baixa

vulnerabilidade Ambiental

Média

vulnerabilidade Ambiental

Z o n e a m e n t o A m b i e n t a l

Z o

n e

a m

e n

t o

S

o c

i o

e c

o n

ô m

i c

o

Consolidação Zona AConsolidação Zona B

Consolidação Zona CZona ambientalmente sensível

Figura3.3.3 Zoneamento de Gestão pela Equipe de estudos brasileira

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-17

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Secundariamente. o mapa de adequação de culturas foi preparado pela Equipe de

estudos brasileira para caju, mandioca, café, algodão, feijão nhemba (caupi), capim

elefante, eucalipto, amendoim, feijão vulgar, milho, milho safrinha, arroz (por

inundação e sequeiro), batata reno, gergelim, soja, cana de açúcar, girassol, batata

doce, tabaco e trigo. A Figura 3.3.4 mostra o mapa de adequação das culturas de

soja e milho. Estes mapas foram preparados segundo a condição de adequação ao

solo, temperatura média anual e precipitação anual.

Mapa de adequação de soja Mapa de adequação de milho

Figura3.3.4 Mapa de Adequação de Cultura

Os cultivos citados acima são classificados em três escalas de produção com

agricultura familiar, agricultura associada e agricultura corporativa (refere-se a Tabela

3.5.1). O mapa de distribuição de Tipo de Gestão (ver Tabela 3.3.2) na Área do

Projeto foi também preparado pela Equipe de Estudos brasileira com base em mapa

da Zona de Gestão. Cobertura de Solo. uso da terra e Escala de produção, conforme

mostra a Figura 3.3.5..

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-18

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Fonte: Equipe de estudos brasileira

Figura 3.3.5 Zoneamento de Gestão pela FGV

Tabela 3.3.2 Descrição do Tipo de Gestão

Tipo de Gestão Descrição

Tipo de Gestão 1 Áreas inadequadas para atividades agrícolas ou inadequadas para exploração

dentro dos preceitos estabelecidos pelo Plano Diretor

Tipo de Gestão 2 Áreas para recomendação de projetos agrícolas de agricultura familiar a

produção agrícola corporativa

Tipo de Gestão 3 Áreas para recomendação de projetos agrícolas de agricultura familiar a

produção agrícola corporativa, com considerações especiais sobre a

conservação de recursos naturais e impactos socioambientais

Tipo de Gestão 4 Áreas para recomendação de projetos agrícolas de agricultura familiar a

produção agrícola corporativa, com importantes considerações sobre a

conservação de recursos naturais e mitigação de impactos ambientais

Tipo de Gestão 5 Áreas para recomendação de projetos agrícolas de agricultura familiar e

agricultura associada, com importantes considerações sobre a conservação de

recursos naturais e mitigação de impactos socioambientais

Tipo de Gestão 6 Áreas para recomendação de projetos de agricultura familiar com importantes

considerações sobre a conservação de recursos naturais e mitigação de

impactos socioambientais

Fonte: Equipe de estudos brasileira

(2) Potencial de Desenvolvimento Agrícola por Zona

Para formular grupo de distritos. os distritos na Área do Projeto são divididos em 6

zonas com base no Tipo de Desenvolvimento Agrícola (I - IV), além de considerar a

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-19

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

distribuição geográfica do distrito. O resultado é mostrado na Tabela 3.3.3 e Figura

3.3.6.

Tabela 3.3.3 Agrupamento de Classificação de Cobertura de Solo

Zona de Grupos

de Distritos

Distritos Tipo. Desenvolv. Agrícola

Zona - I Monapo. Muecate Tipo III de Desenvolvimento

Agrícola

Zona - II Meconta, Mogovolas, Nampula, Murrupula Tipo I. II:

Zona - III Ribáuè, Malema. Alto-Mólocuè Tipo III

Zona - IV Guruè (excluindo a platô de Lioma) Tipo IV

Zona - V Cuamba, Guruè (platô de Lioma) Tipo II

Zona - VI Mandimba, Ngauma, Lichinga Tipo III

Tipo I: Tem um grande potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial Tipo II: Tem potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial Tipo III: Exibe um potencial particular para o desenvolvimento da agricultura industrial, mas exige

atenção em termos ambientais Tipo IV: Apresenta pouco potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

Zona I

Zona II

Zona IIIZona V

Zona VI

Zona IV

Legenda

Gestão Tipo 1

Tipo 2

Tipo 3

Tipo 4

Tipo 5

Tipo 6

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

Figura 3.3.6 Zoneamento da Área do Projeto

3.3.3. Potencial de Desenvolvimento Agrícola

O potencial de desenvolvimento agrícola por zona está resumido na Tabela 3.3.4.

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-20

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.3.4 Potencial de Desenvolvimento Agrícola por Zona

I II III IV V VI

Monapo,

Muecate

Meconta,

Mogovolas,

Nampula,

Murrupula

Ribaue.

Malema. Alto-

Molocue

Gurue

(excluindo a

platô de Lioma)

Cuamba. Gurue

(platô de Lioma)

Mandimba.

Ngauma.

Lichinga

Baixo a médio Médio a alto Baixo a médio Baixo Médio Médio

Médio Médio a alto Baixo a médio Baixo Médio Médio

<Atenção

Normal>

<Atenção

Normal>

<Atenção

Média><Alta Atenção>

<Atenção

Normal><Alta Atenção>

Área de Alerta

Elevado:Área de Alerta:

Área de Alerta

Elevado:

Área de Alerta

Elevado:Área de Alerta:

Área de Alerta

Elevado:

Área protegida

em Muecate.

Área de floresta

existente na

parte sul do

distrito de

Meconta.

Área protegida

no distrito de

Ribaue e

cursos de rio na

área

Cursos de rios

concentrados

na área e área

de declives

íngremes de

Mt.Namuli.

Área de floresta

existente no

distrito de

Cuamba

Área protegida

no distrito de

Lichinga e

cursos de rios

na área.

Área de Alerta: Área de Alerta: Área de Alerta:

Área de floresta

existente na

parte ocidental

do distrito de

Muecate.

Área de floresta

existente no

Distrito de

Malema e na

parte sudeste

do distrito de

Alto Molocue.

Área de floresta

existente na

parte ocidental

da área.

1. Alta

vulnerabilidade

social no distrito

de Monapo

2. Concessão

de mineração

em grande

escala no

distrito de

Monapo

Meconta.

Nampula.

Murrupula:

24 - 25℃

23 - 24 ℃Mandimba:

21 - 23℃

Mogovolas:

25 - 26 ℃

Área do entorno

dos limites de

Gurue:

22 - 23℃

Ngauma:

20 - 22 ℃

Lichinga:

Menos de 20℃

Precipita-

ção anual

1.000 - 1.200

mm

1.000 - 1.200

mm

800 - 1.600 mm 1.200 - acima

de 1.600 mm

800 - 1.200 mm 1.000 - 1.200

mm

Monapo: 1%

Muecate: 15 %

Paisagem (% da

área com declive

acima de 12%)

Meconta: 4 %,

Mogovolas: 4%,

Namupula:

15%,

Murrupula: 7%

Ribaue: 22%,

Malema: 28%,

Alto Molocue:

9%

Gurue: 44% Cuamba: 9%

Mandimba:

10%,

Ngauma: 20%,

. Lichinga: 46%

1. Alta

vulnerabilidade

socioeconômic

a nos distritos

de Mogovolas e

Murrupula

1. Concessão

de mineração

em grande

escala na parte

sudeste do

distrito de Alto

Molocue

1: Concessão

de mineração

em grande

escala nos

distritos de

Ngauma e

Lichinga

Clima

Tempera-

tura

média

23 - 25℃ 22 - 23℃ 23 - 24 ℃

Zonas

Distritos & área

Potencial de

recursos humanos

Possibilidade de

acesso à novas

áreas agricultáveis

Consideração

ambiental

Consideração

socioeconômica

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-21

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

I II III IV V VI

Alta: 80% Alta: 80% Alta: 39% Alta: 16% Alta: 39% Alta: 0%

Média 7% Média 6% Média 19% Média 39% Média:31% Média 67%

Baixa: 13% Baixa: 4% Baixa: 42% Baixa: 45% Baixa: 30% Baixa: 33%

Específico: 106 Específico: 226 Específico: 349 Específico: 648 Específico: 400 Específico: 263

Anual: 402 Anual: 875 Anual: 2.165 Anual: 3.657 Anual: 2.143 Anual: 1.172

Em operação:

138

Em operação:

267

Em operação:

702

Em operação:

136

Em operação:

10

Em operação:

107

Fora de

operação: 662

Fora de

operação: 1.133

Fora de

operação: 1.026

Fora de

operação: 76.5

Fora de

operação: 44

Fora de

operação: 52

Milho,

Mandioca,

Amendoim

Milho,

Mandioca,

Arroz,

Amendoim

Milho,

Mandioca,

Amendoim

NA Milho Milho, Arroz

Feijão nhemba.

Feijão boer.

Gergelim,

Hortícolas,

Caju, Algodão

Feijão nhemba.

Feijão boer.

Gergelim,

Hortícolas,

Caju, Algodão

Feijão nhemba,

Soja, Batata

reno, Hortícolas,

Algodão,

Tabaco

Feijão nhemba,

Feijão boer,

Soja, Hortícolas,

Batata reno,

Chá

Fejão nhemba,

Feijão boer,

Soja, Gergelim,

Algodão,

Tabaco

Fejão nhemba,

Soja, Gergelim,

Hortícolas,

Batata reno,

Tabaco

7.617 15.132 18.636 5.646 5.353 12.945

448.296 907.929 722.576 350.830 216.098 351.191

59 60 39 62 40 27

Terras

agrícolas* 2:

63.4%

Terras

agrícolas: 74.3

%

Terras

agrícolas: 52.0

%

Terras

agrícolas: 57.8

%

Terras

agrícolas: 26.8

%

Terras

agrícolas: 40.0

%

Floresta: 36.4% Floresta: 25.0 % Floresta: 47.2 % Floresta: 42.2 % Floresta: 72.8 % Floresta: 58.0%

Outros: 0.3% Outros: 0.8% Outros: 0.8% Outros: 0% Outros: 0.5 % Outros: 2.0%

61 67 53 40 50 47

6 11 12 0 22 16

Densidade ferroviária

(extensão de estrada

de ferro m/km2)

Área (km2)

População

Densidade

demográfica

(hab/km2)

Uso do solo (% de

área cultivada,

floresta e outros)

Densidade viária

(extensão de estrada

m/km2)

Zonas

Fertilidade do solo* 1

(% da área)

Recursos hídricos

(escoamento

específico & anual

em milhões de m3)

Área Irrigada (ha)

Prioridade para

Culturas de

alimentos básicos

Cultivos comerciais

prioritários

Fonte: Equipe do Estudo da JICA *1: Alta = Lixisols, Média= Ferrasols, Acrisols, Baixa = Arenosols Gleysols. Leptisols. Fluvisols * 2 * Incluindo área cultivada. área de cultivo itinerante. pastagem e savana

3.3.4. Análise da Situação Atual por Zona (Análise SWOT)

A situação atual de cada zona é analisada pela Análise SWOT. baseada no potencial

de cada zona conforme mostra a Tabela 3.3.4. O alvo da análise SWOT é

"Desenvolver o Setor Agrícola". O resultado é mostrado nas tabelas 3.3.5 até 3.3.10.

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-22

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.3.5 Análise SWOT para zona I (Monapo e Muecate)

Útil Danoso

Orig

em

inte

rna

Pontos Fortes: Socioeconômico Alta densidade demográfica (alta demanda por alimentos) Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários:

Milho, Mandioca, Amendoim - Cultivos de rendimento prioritários Feijão

nhemba, Fejão boer, Gergelim, Hortícolas, Caju, Algodão

Produtos locais especiais Caju Balanço da produção agrícola Excedente de produção de mandioca Transporte Ao longo da estrada N1. N12 e ferrovia (bom acesso ao mercado de Nacala e Nampula)

Pontos Fracos Socioeconômico Potencial de recursos humanos: Baixo a médio Uso e cobertura do solo - Baixo acesso a novo desenvolvimento de

terras agrícolas em Monapo (elevada população)

- Conflitos fundiários entre os agricultores locais

- Conflitos fundiários entre os agricultores locais e fazendeiros em grande escala

- Área limitada a ser desenvolvida para estabelecimentos agrícolas (planejado por PDUT)

Irrigação Muitas instalações de irrigação abandonadas Problemas específicos Cajueiros velhos (substituição por árvores novas)

Orig

em

exte

rna

Oportunidades: Mercado - Próximo ao Porto de Nacala,

Desenvolvendo o Porto de Nacala (oportunidades para exportação)

- Alta demanda de alimentos da área de Nacala

- Alta demanda de alimentos da área de Nampula

Irrigação Instalando irrigação por pequenas bombas

Ameaças: Uso e cobertura do solo - PDUT em Muecate (Qual da dimensão da

área que será mantida para a agricultura?) - Grande concessão de mineração em Monapo - Redução de terras agricultáveis causadas

pelo desenvolvimento da indústria e crescimento populacional

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

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3-23

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.3.6 Análise SWOT para a Zona II (Meconta. Mogovolas. Nampula. Murrupula)

Útil Danoso

Orig

em

inte

rna

Pontos Fortes: Socioeconômico Médio a alto potencial de recursos humanos Uso & cobertura do solo Possibilidade de acesso de novas áreas agricultáveis de média a alta (Mogovolas) Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários: Milho, Mandioca, Amendoim Cultivos de rendimento prioritários: Feijão nhemba, Feijão boer, Gergelim, Hortícolas, Caju, Algodão Produtos locais especiais Caju Balanço da produção agrícola Excedente de produção de mandioca Transporte Bom acesso ao mercado (estrada N1, ferrovia, a maior densidade viária na Área do Projeto) Mercado Fornecer ração para aves

Pontos Fracos Socioeconômico Alta vulnerabilidade socioeconômica Uso e cobertura do solo - Limitação de área para desenvolvimento

de estabelecimentos agrícolas em Murrupula (planejado por PDUT)

Infraestrutura Instalações de armazenamento subutilizados Transporte Condições ruins da estrada entre Nampula e Mogovolas Irrigação Muitas instalações de irrigação abandonadas Problemas específicos Cajueiros velhos (substituição por árvores novas)

Orig

em

exte

rna

Oportunidades: Mercado - Alta população de Nampula (alta demanda por alimentos) - Alto crescimento populacional de Mogovolas)

(alta demanda por alimentos no futuro) Transporte Melhorar o acesso entre Nampula e Cuamba (Estrada N13) Irrigação Instalando irrigação por pequenas bombas

Ameaças: Uso e cobertura do solo - PDUT em Meconta, Nampula (Qual a

dimensão da área que será mantida para a agricultura?)

- Redução de terras agricultáveis pelo desenvolvimento da indústria e crescimento populacional

Considerações ambientais Grande área florestal em Meconta

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-24

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.3.7 Análise SWOT para zona III (Ribáuè. Malema e Alto Molócuè)

Útil Danoso

Orig

em

inte

rna

Pontos Fortes: Uso e cobertura do solo Grande área cultivada em Alto Molócuè Recursos hídricos Alta capacidade de recursos hídricos Muitos cursos de rios Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários:

Milho, Mandioca, Amendoim - Cultivos de rendimento prioritários Feijão

vulgar, Soja, Batata reno, Hortícolas, Algodão, Tabaco

Produtos locais especiais Cebola em Malema Balanço da produção agrícola Excedente da produção de Milho e Mandioca Transporte - Estrada N1 (para Nampula, para Mocuba) - Ferrovia (entre Nampula e Cuamba através

de Ribáuè e Malema) Irrigação Muitas instalações de irrigação em operação

Pontos Fracos Socioeconômico Potencial de recursos humanos baixo a médio Uso e cobertura do solo - Concessão florestal em Ribáuè - Área de floresta protegida em Ribáuè Transporte Baixa densidade de estradas rurais Irrigação Muitas instalações de irrigação abandonadas

Orig

em

exte

rna

Oportunidades: Uso e cobertura do solo Grande área agrícola em Alto Molócuè (planejado por PDUT) Transporte - Melhorar o acesso entre Nampula e

Cuamba (Estrada N13) Mercado - Perto de área de alta densidade

demográfica (Nampula) - Perto de Cuamba (parada estratégica de

transporte) Irrigação Instalação de irrigação de bombas pequenas / médias / irrigação por gravidade

Ameaças: Uso e cobertura do solo - PDUT em Ribáuè e Malema (Qual a dimensão

da área que será mantida para a agricultura?) - Concessão florestal em Ribáuè e Malema Consideração ambiental Grande área florestal em Malema

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

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3-25

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.3.8 Análise SWOT para zona IV (Guruè excluindo o platô de Lioma)

Útil Danoso

Orig

em

inte

rna

Pontos Fortes: Clima Clima ameno e alta precipitação Recursos hídricos Alta capacidade de recursos hídricos Muitos cursos de rios Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários: NA - Cultivos de rendimento prioritários: Feijão vulgar, Feijão boer, Soja, Hortícolas, Batata reno, Chá Produtos locais especiais Chá de Guruè Infraestrutura Bom acesso a Mocuba

Pontos Fracos Paisagem Área montanhosa (impróprio para produção de culturas anuais) Socioeconômico Baixo potencial de recursos humanos Uso e cobertura do solo Baixa possibilidade de acesso a terra nova Infraestrutura Baixa densidade de estradas rurais Mercado Longe de Nampula e Nacala Problemas específicos Necessária a substituição de árvores de chá antigas e instalações de processamento de chá antigas

Orig

em

exte

rna

Oportunidades: Mercado Perto de Cuamba (parada estratégica de transporte) Exportação de chá para a Índia

Ameaças: Uso e cobertura do solo PDUT (Qual a dimensão da área que será mantida para a agricultura?) Considerações ambientais Alta vulnerabilidade ambiental (alta concentração de rios) Mercado Mudança de rota de distribuição de mercadorias pela estrada N13 melhorada entre Cuamba e Nampula

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-26

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.3.9 Análise SWOT para zona V (Cuamba e Platô de Lioma)

Útil Danoso

Orig

em

inte

rna

Pontos Fortes: Recursos hídricos Alta capacidade de recursos hídricos Rio Lúrio (rio perene) (irrigação de pequena escala) Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários: Milho - Cultivos de rendimento prioritários: Feijão vulgar, Feijão boer, Soja, Gergelim, Algodão, Tabaco Equilíbrio da produção agrícola Excedente da produção de milho Produtos locais especiais Soja no platô de Lioma Produção Agrícola Grandes fazendas de soja no platô de Lioma Transporte Parada estratégica (porta de entrada para Nampula. Guruè. Lichinga, Marupa, Tete e Malawi por estradas primárias e/ou ferrovias)

Pontos Fracos Transporte Baixa densidade de estradas rurais Irrigação Área de irrigação de pequena escala

Orig

em

exte

rna

Oportunidades: Transporte Reabilitação da estrada entre Cuamba e Nampula, Cuamba e Lichinga, Cuamba e Gurue através do platô de Lioma, Cuamba e Pemba (Corredor de Pemba) Irrigação Instalação de sistema de irrigação por bombeamento ao longo do Rio Lúrio

Ameaças: Outras indústrias Indústria de mineração na província de Tete e Niassa Considerações ambientais Grande área florestal

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

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3-27

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.3.10 Análise SWOT para Zona VI (Mandimba. N'Gauma. Lichinga)

Útil Danoso

Orig

em

inte

rna

Pontos Fortes: Clima Clima ameno e muita precipitação em Lichinga Recursos hídricos Muitos cursos de rios Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários: Milho, Arroz - Cultivos de rendimento prioritários: Feijão vulgar, Soja, Gergelim, Hortícolas, Batata, Tabaco Produtos locais especiais Batata reno e Feijão vulgar em Lichinga Granja de aviários em Lichinga Balanço da produção agrícola Excedente da produção de milho Irrigação Alta taxa de utilização de instalações de irrigação Transporte Ferrovia até Cuamba Mercado Rações para aves Exportação de milho para o Malawi

Pontos Fracos Cobertura e uso do solo Concessão florestal Transporte Baixa densidade de estradas rurais Baixa frequência de transporte de trem entre Cuamba e Lichinga Irrigação Área de irrigação de pequena escala

Orig

em

exte

rna

Oportunidades: Demanda de agricultores Fornecimento de batata-semente de boa qualidade para a área ocidental, incluindo as zonas III, IV, VI Transporte Melhoria da estrada para Cuamba e Pemba Mercado Perto de mercado em Malawi

Ameaças: Mercado Importação de hortícolas do Malawi Outras indústrias Exploração florestal em grande escala Consideração ambiental - Grande área de floresta na zona VI - Muitos cursos de Rio na Zona VI - Alta vulnerabilidade ambiental em Lichinga

(área protegida e alta concentração de rios) Fonte: Equipe do Estudo da JICA

3.3.5. Estratégias de Desenvolvimento Agrícola de Cada Zona

A figura 3.3.7 mostra o fluxo de análise das estratégias de desenvolvimento agrícola

de cada zona. As estratégias de cada zona são mostradas de (1) a (6) nesta seção.

Figura 3.3.7 Fluxo de Análise em Estratégias de Desenvolvimento Agrícola de Cada Zona.

Pontos Fortes

(S)

Pontos Fracos (W)

Oportunidades (O)

Ameaças (T)

SWOT S W

O

T

Estratégias S-O

Estratégias W-O

Estratégias S-T

Estratégias W-T

Estratégias integradas

de cada zona

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-28

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

(1) Área leste

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

Figura 3.3.8 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola na Zona I e II

1) Zona I: Fornecendo alimentos para área de Nacala

(a) Produzindo alimentos para área de Nacala

i) Milho, mandioca e hortícolas para Área de Nacala

ii) Amendoim, feijão nhemba, feijão boer e gergelim para exportação

iii) Reabilitação de instalações de irrigação desativadas

iv) Desenvolvimento de agricultores líderes e apoio a agricultores de pequena

escala

Desenvolvendo agricultores líderes através de 1)

Apoiando prestadores de serviços de trator

Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os

principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos

principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena

escala

Apoiando a irrigação de pequena escala por bomba para hortícolas

(b) Apoiando a substituição dos velhos cajueiros

(c) Divulgação de cultivo intensivo

i) Apoio à aplicação de DUAT para agricultores de pequena e média escala

Agricultores Líderes Para

Nacala

Para Nacala de Nacala

Agricultura Empresarial

produzindo grãos

Transformando materiais e grãos

da Zona III

Transformando materiais e grãos

da Zona III

Agricultores Líderes

Processadores e Armazenagem em

grande escala

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-29

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

ii) Aldeia modelo para a divulgação do cultivo intensivo

2) Zona II: Fornecendo alimentos para área de alta densidade demográfica

(Nampula e Mogovolas)

(a) Produzindo alimentos para Nampula e Mogovolas

i) Produzindo hortícolas por meio de sistema de irrigação

ii) Reabilitação de instalações de irrigação desativadas

iii) Reabilitação da estrada entre Nampula e Mogovolas para transportar

alimentos

iv) Desenvolver agricultores líderes e apoiar agricultores de pequena escala

Desenvolvendo agricultores líderes através de 1)

Apoiando prestadores de serviços de trator

Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os

principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos

principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena

escala

Apoiando a irrigação de pequena escala por bomba para hortícolas

(b) Convidando indústrias processadoras de grande escala

i) Fábricas de processamento de soja e outros alimentos na Zona II

ii) Fornecendo farelo de soja para a indústria de frangos na Zona II e óleo

comestível a consumidores em Nampula

iii) Desenvolvendo técnica de processamento de mandioca por empresa

privada de transformação (subsidiando pesquisas pelo governo provincial)

(c) Apoiando a substituição de velhos cajueiros por novos

(d) Consideração ambiental para manter a área de floresta em Meconta

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-30

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

(2) Área central

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

Figura3.3.9 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola na Zona III e IV

1) Zona III: Produção de alimentos. fornecendo para Nampula e Cuamba

(a) Produção de alimentos fornecendo para Nampula e Cuamba

Desenvolvendo estabelecimentos agrícolas corporativos e agricultores líderes

produzindo feijão vulgar e soja em Alto Molócu{e e Ribáuè

(b) Produção de hortícolas fornecendo para Nampula e Cuamba

i) Desenvolvendo agricultores líderes que produzam hortícolas especialmente

cebola e alho usando instalações de irrigação em Malema e transportando

produtos até Cuamba e Nampula

ii) Reabilitando sistemas de irrigação desativados e desenvolvendo

agricultores líderes que produzam hortícolas

iii) Desenvolvendo irrigação por bomba/gravidade em pequena/média escala

para hortícolas e outros cultivos de rendimento

iv) Divulgação de cultivo de hortícolas entre agricultores de pequena escala em

Malema

v) Reabilitação e desenvolvimento de estrada rural para promover a produção

de hortícolas

(c) Consideração ambiental para a área de floresta em Malema

Apoio à aplicação de DUAT aos agricultores de escala pequena e média para

mudar de cultivo itinerante para cultivo intensivo

Fazendas Empresariais

produzindo grãos

Fazendas Empresariais

produzindo grãos

Para Nampula

Para Nampula

Para Nampula

Para Cuamba

Produção de Hortícolas

Produção de Hortícolas

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-31

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

2) Zona IV: Promover produtos locais especiais por pequenos e médios

agricultores

(a) Promovendo a produção de hortícolas em clima ameno

i) Desenvolvendo agricultores líderes e apoiando agricultores de pequena

escala como produtores de hortícolas

ii) Apoiando agricultores de pequena escala

Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os

principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos

principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena escala

iii) Transportando produtos hortícolas para Cuamba e Nampula na baixa

temporada

iv) Produzindo batata reno e outras hortícolas adequadas ao clima ameno

v) Reabilitação de estrada rural e construção de ponte

(b) Reativação da indústria do chá

i) Apoio à substituição de árvores velhas

ii) apoio a substituição de instalações de transformação antigas

(c) Consideração ambiental da área montanhosa em Guruè

(3) Região oeste

Fonte: Equipe do Estudo da JICA

Figura 3.3.10 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola nas Zonas V e VI

Cluster de Grãos

Para Nampula Para Nacala

Processadores e Armazenagem em

grande escala

Agricultores Líderes

Rio Lúrio

Para Marrupa (Corredor de

Pemba)

Platô

de Lioma

Hortícolas

Para Malawi

Para Malawi

Para Tete

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-32

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

1) Zona V: Ponto estratégico de Tráfego

(a) Formulando cluster de soja

i) Desenvolvendo estabelecimento agrícola corporativo e agricultores

contratados produzindo soja e milho

ii) Apoiando prestadores de serviço de trator

iii) Coletando a produção do Platô de Lioma, Malema. Mandimba e dentro de

Cuamba

iv) Concentrando instalações de processamento em grande escala

v) Concentrando instalações em grande escala

(b) Instalando armazenagem em grande escala

(c) Promovendo a produção de alimentos ao longo do Rio Lúrio e seus afluentes por

irrigação por bomba na estação seca

i) Apoiando a instalação de bombas pequenas

ii) desenvolvendo líderes agricultores para usar bombas pequenas na estação

seca

iii) Apoiando agricultores de pequena escala

Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os

principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos

principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena escala

(d) Consideração ambiental para área de Floresta em Cuamba

Formulando aldeia modelo para difundir o cultivo intensivo entre pequenos

agricultores

2) Zona VI: Produção de culturas adequada ao clima ameno. por agricultores

pequenos e médios

(a) Culturas apropriadas para clima ameno

i) Produzindo batata reno, outras hortícolas, feijão comum apropriados para

clima frio por meio de instalações de irrigação em Lichinga

ii) Reabilitando sistemas de irrigação desativados e desenvolvendo novos

sistemas de irrigação e fornecendo batata reno e feijão vulgar na estação

seca

iii) Apoiando agricultores de pequena escala

Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os

principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos

principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena escala

(b) Consideração ambiental para área de floresta

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-33

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

3.4. Desenvolvimento de Cluster Agrícola

3.4.1. Abordagem de Cluster Agrícola

(1) Definições de Cluster

Cluster agrícola no Plano Diretor é definido como segue;

Clusters de desenvolvimento conduzem e facilitam o crescimento de setores

chave da indústria, conforme identificado no Plano Diretor.

Nível de Gestão refere-se ao uso potencial da terra e sustentabilidade social. Um

sistema de avaliação numérica ponderada dos principais fatores relacionados à

terra e ao ambiente social permite a identificação da estrutura de gestão mais

adequada para o desenvolvimento da região.

A finalidade desta avaliação é assegurar o dimensionamento coerente e a

seleção da atividade de desenvolvimento básica para o agrupamento. Por

exemplo, tabaco é uma colheita melhor realizada por pequenos produtores,

enquanto soja exige grandes áreas contíguas para ser economicamente viável.

Clusters potenciais referem-se às indústrias regionais potenciais e podem ser

considerados uma "lista curta" antes de definir a cultura de base.

A definição do cluster é obtida pela fusão de dados de Nível de Gestão, Clusters

potenciais, Logística, Viabilidade Comercial, Políticas Públicas e outros fatores.

(2) Metodologia

Com base no mapa de tipo de gestão e viabilidade de cultura mostrado no

subcapítulo 3.3.2, as seguintes etapas são realizadas para o desenvolvimento de

agrupamentos.

1) Determine a colheita que se encaixa a cada escala de produção, usando

informações de precipitação anual, temperatura média anual e mapa de solo.

2) Determine a Cultura Prioritária para o foco e escopo do cluster usando

informações de etapas anteriores e cruzando-as com dados coletados, tais

como logística, acesso a financiamento, mercado, riscos operacionais, recursos

humanos, projetos existentes / planejados e interesse e políticas

governamentais.

3) Defina o Cronograma e Etapas - o desenvolvimento de cluster deve ser dividido

em etapas, com acompanhamento de cronogramas e metas. Etapas e

cronograma de desenvolvimento estão vinculados para garantir que as metas

sejam realistas e que o desenvolvimento seja lógico.

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-34

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

3.4.2. Seleção de Culturas e Transformação para Cluster Agrícola

(1) Determine a Cultura que se encaixa (Culturas Potenciais)

A divisão de cultura (Tabela 3.4.1) em Escalas de Produção foi realizada

selecionando-se essas culturas com maior potencial para canalizar investimentos

entre pequenos, médios ou grandes produtores.

O processo identifica a aptidão para cada escala

Algumas culturas são classificadas em mais de uma escala

A álgebra usada no software ArcGIS exige a criação de classes de interseção,

apenas para cálculos

Tabela 3.4.1 Culturas divididas em Três Escalas de Produção

Colheita manual Colheita mecanizada

Pequena escala Hortícolas, caju, mandioca, mamona

café, algodão, eucalipto, amendoim,

milho, feijão nhemba, milho safrinha,

arroz, batata reno, gergelim, girassol,

batata doce, tabaco.

Capim-elefante, amendoim, milho,

milho safrinha, batata reno, arroz de

sequeiro, girassol, batata doce.

Média escala Banana, caju, mandioca, café,

eucalipto, milho, feijão nhemba, milho

safrinha, batata reno, gergelim,

girassol, batata doce, tabaco.

Algodão, capim-elefante, amendoim

milho, milho safrinha, batata reno,

arroz de sequeiro, soja, girassol,

batata doce, trigo.

Grande escala Banana, café.

Algodão, capim-elefante, milho, milho

safrinha, batata reno, soja, cana de

açúcar, girassol, trigo.

Fonte: Equipe de Estudo Brasileira

Nesta fase de construção do parâmetro para Escala de Produção, nenhuma

restrição foi aplicada às culturas que poderiam ser recomendadas para o

desenvolvimento agrícola em fases posteriores do PD. Procurou-se apenas

estabelecer uma visão geral dos fatores para recomendação dos Tipos de Gestão

confiáveis.

(2) Áreas de Recomendação para o Desenvolvimento de Clusters

Com referência ao Mapa de Tipo de Gestão (Figura 3.4.1), as áreas categorizadas em tipo 5

e 6 como Guruè, para projetos de pequena e média escala, cluster direcionados como para

hortícolas são recomendados. Por outro lado, áreas para recomendação de projetos

agrícolas de pequena até grande escala como atividades direcionadas aparecem nos Tipos

de Gestão 2 e 3, como Ribáuè e Cuamba. No caso do desenvolvimento de cluster de grande

escala, uma série de reuniões de consulta com moradores locais e a comunidade sobre

realocação de suas terras para o desenvolvimento em grande escala devem ser realizadas

na fase de planejamento.

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3-35

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Fonte: Equipe de Estudo Brasileira

Figura 3.4.1 Mapa de Tipo de Gestão

(3) Cultura Prioritária para Cluster

A Tabela 3.4.2 mostra critérios de seleção de cultura prioritária e produtos

transformados. Com base nos critérios, a cultura prioritária será selecionada como

uma das culturas prioritárias considerando dados e informações recolhidas.

Tabela 3.4.2 Critérios de Seleção de Cultura Prioritária e Produtos Transformados.

Produto / Produtor Produto / Transformador

Produção Potencial Número suficiente de produtores

Experiência de cultivo

Capacidade de produção de

determinada quantidade com baixo

nível de insumos

Acessibilidade a suporte técnico

Vasta área de terra adequada

Alta prioridade da política

governamental

Fornecimento estável e suficiente de

materiais de produção

Disponibilidade de tecnologia de

processamento

Disponibilidade de instalação/estrutura

de produção

Disponibilidade de experiência e

produtos suficientes

Mercado interno.

substituição de

importações ou potencial

de exportação

Possibilidade de produção estável Produto com preço competitivo

Mercado suficiente está disponível

Diferenciado dos concorrentes

Potencial de valor

agregado

Rentável para os produtores Produto de alto valor agregado

Processo de mão de obra intensa

Alta sinergia com os negócios ao redor

Minimizar o efeito da flutuação de preço

Capacidade de empresas remotas

entrar no cluster

Fonte: Equipe de Estudo JICA

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-36

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

(4) Atividade esperada do Desenvolvimento de Cluster

Esperam-se as seguintes atividades no desenvolvimento de cluster agrícola

prioritário. Este cluster é considerado como modelo do desenvolvimento da Área do

Projeto e as lições aprendidas serão utilizadas para futuros projetos de

desenvolvimento de cluster após este projeto.

1) Selecionar o local adequado para o desenvolvimento do cluster soja em termos

de proximidade com a zona de produção e consumo, disponibilidade de logística.

2) Convidar o setor privado (grupo de agricultores, revendedores de insumos,

prestador de serviços de máquinas, processador de óleo, criadores de frango,

prestadores de serviços de armazenagem e transporte), que consistem em com

linha de crédito especial ou sistema fiscal privilegiado para investimento no

cluster.

3) Melhorar a infraestrutura necessária, tais como estradas, eletricidade,

abastecimento de água e rede de telecomunicações.

4) Facilitar para fortalecer a ligação entre o grupo de agricultores empresas privadas

e instituições públicas participantes.

5) Fornecer apoio técnico, financeiro e gerencial aos atores participantes.

6) Aquisição de experiências através de lições aprendidas para os futuros projetos

de desenvolvimento de cluster.

3.5. Estratégia para aumento da produção agrícola

3.5.1. As culturas prioritárias e sua oportunidade

(1) Culturas Alimentares Básicas

Entre as principais culturas mencionadas no subcapítulo 3.2.5, milho, mandioca,

feijão (feijão manteiga e feijão Nhemba ) e amendoim têm pontuação relativamente

maior na avaliação das culturas promissoras (ver Tabela 2.2.2). Soja é categorizada

em culturas de rendimento de acordo com a natureza da cultura na área do Projecto.

Essas culturas devem ser dadas uma atenção prioritária no Plano Director.

Entre todas as culturas prioritárias, o milho deve ser a cultura de mais alta prioridade

considerando a sua oportunidade e influência sobre a produção agrícola.

1) A maioria dos agricultores cultivam o milho como um alimento básico.

2) A área cultivada anual é de cerca de 25% da área total, ao lado de mandioca, na

área do Projecto.

3) O milho é apropriado para grande gama de produtores, de pequena escala para

grandes agricultores.

4) Moçambique ainda tem um deficiência de milho a nível nacional.

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-37

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

5) O milho tem alto potencial de aumento de produção, com uma tecnologia

intensiva estabelecida (pode-se esperar um impacto rápido)

Arroz e trigo não são considerados como sendo as culturas prioritárias pelas razões

que se seguem, em adição à razão de pontuações mais baixas da Tabela 2.2.2,

Enquanto não, só a área do projecto mas também Moçambique tem um défice

substancial de ambas as culturas de cada ano.

1) Arroz (Paddy)

O arroz não seria uma cultura rentável para os agricultores a preço de exploração

agrícola presente. Um lucro líquido muito baixo é esperado a nível dos agricultores,

de acordo com a Tabela 2.2.3. Parece que existe uma área limitada potencial para o

desenvolvimento de um campo de arroz na área do projecto em escala

economicamente competitivo em comparação com os outros tipos de áreas de

produção de arroz no país. Há em curso vários projectos de grande investimento

para desenvolver os grupos de arroz nas proximidades da área, bem como nas

províncias do sul.

2) Trigo

Cultivo de trigo ainda está numa fase de estágio em estações de pesquisa. É muito

cedo esperar que a cultura contribua para o desenvolvimento agrícola regional no

futuro próximo.

Oportunidade das culturas alimentares básicas prioritárias são analisados conforme

a Tabela 3.5.1. Excepto para o milho, as culturas devem ser cultivadas

principalmente por agricultores de pequena escala e média escala.

Tabela 3.5.1 Prioridade Culturas Alimentares Básicas

Cultura Oportunidade Tipo de gestão adequada da Farma

Pequeno Médio Grande

Milho Alimento básico importante, especialmente na

parte ocidental da área do projecto. Grande

parte da demanda no sul do país e os países

vizinhos. Grande demanda também é esperada

para o animal e ração para galinhas. Milho e soja

são uma boa combinação de rotação de

culturas.

sim sim sim

Mandioca Alimento básico importante, especialmente na

parte leste da área do projeto, bem como uma

cultura importante substituto no período de

escassez de alimentos. Novas tecnologias de

processamento podem expandir as

oportunidades de mercado.

sim sim Não

Feijão

manteiga

Alto consumo da central para a parte ocidental

da área do projecto como um alimento

suplementar básico importante. Os agricultores

podem esperar um preço mais elevado devido à

maior demanda do mercado no país.

sim sim Não

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-38

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Feijão

Nhemba

Alto consumo da central para as regiões

orientais da área do projecto como um alimento

suplementar importante para alimento básico.

sim sim Não

Amendoim Alto consumo da central para as regiões

orientais da área do projecto como um material

importante de tempero após o esmagamento. É

também consumido largamente de várias

formas, por exemplo, crua, cozida ou assada no

país.

sim sim Não

Fonte: Equipa de estudo

(2) Cultivos de Rendimento

Entre os cultivos de rendimento, soja, batata, produtos hortícolas, cana de açúcar,

caju, algodão e tabaco têm relativamente maior pontuação na avaliação de safra

promissora (ver Tabela 2.2.2). Eles são considerados cultivos de rendimento

prioritários no plano diretor, com exceção da cana de açúcar. Como empresas de

cana de açúcar bem estabelecidas, subsidiadas pelo governo, localizadas fora da

área do Projeto, têm escala muito grande e capacidades significativas, a área tem

pouco espaço para o desenvolvimento de um novo agrupamento de cana de açúcar

de escala comercial.

Entre os cultivos de rendimento prioritários, a soja deve ser a primeira prioridade com

as seguintes razões.

1) Soja é um bem compatível com milho em um sistema de rotação de culturas;

2) Soja é apropriada para produtores de grande alcance, de agricultores de

pequena a grande escala;

3) Os produtores aproveitam um preço de produtor relativamente bom;

4) Uma demanda elevada e contínua é esperada do mercado interno, bem como do

mercado internacional;

5) A soja tem alto potencial para desenvolver um agrupamento abrangente de

indústrias de processamento e pecuária.

Oportunidade para os cultivos de prioridade são analisados conforme mostrado na

Tabela 3.5.2.

Tabela 3.5.2 Cultivos de Rendimento Prioritários

Cultura Oportunidade Tipo de Gestão de Fazenda Apropriado

Pequenas Médias Grandes

Soja Alta demanda contínua no país, assim como em

países vizinhos é esperada para a extração de

óleo comestível e ração de galinha. Mesmo se o

país tiver um enorme excedente, a demanda

crescente do mercado internacional poderia

absorver este excedente.

Sim Sim Sim

Batata Uma cultura rentável e relativamente fácil para os

agricultores, especialmente na província de

Niassa. A demanda é crescente no mercado

Sim Sim Sim

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-39

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

doméstico. Pode ser combinada com a soja ou

outros feijões na rotação de culturas.

Produtos

Hortícolas

Boa fonte de renda para agricultores devido à alta

demanda dos mercados locais, especialmente na

área da cidade. Eles também criam oportunidades

de emprego elevadas na área rural. Tomate,

cebola, repolho, couve, cenoura e alface são

hortícolas populares.

Sim Sim Não

Caju Moçambique era o maior produtor de caju antes da

independência, e a província de Nampula é o

centro de produção. Muitos projetos estão em

andamento para revitalizar a produção e o

processamento.

Sim Sim Não

Algodão Produto de exportação famoso e bem estabelecido

do país. Indústrias de processamento podem ser

desenvolvidas. Pode ser combinada com a soja na

rotação de culturas. Empresas de algodão devem

desempenhar um papel importante no

desenvolvimento, uma vez que gozam de uma

posição de monopólio em seu território de

concessão aprovada pelo governo.

Sim Sim Sim

Tabaco Produto de exportação famoso e bem estabelecido

do país. Niassa é um centro de produção do país.

Empresas de tabaco devem desempenhar um

papel importante no desenvolvimento, uma vez

que gozam de uma posição de monopólio em seu

território de concessão aprovada pelo governo.

Sim Sim Não

Fonte: Equipe do Estudo

(3) Outras Culturas Consideráveis

Considerando a localização, algumas culturas devem receber uma atenção

prioritária no plano diretor, embora elas tenham uma pontuação relativamente baixa

na avaliação de cultivo promissor (ver Tabela 2.2.2). A Tabela 3.5.3 mostra as

culturas com suas oportunidades.

Tabela 3.5.3 Outras Culturas Consideráveis

Cultura Oportunidade Tipo de Gestão de Fazenda Apropriado

Pequenas Médias Grandes

Gergelim É uma cultura emergente e atualmente

exportada para a Ásia e o Oriente Médio.

Nampula é um centro de produção do país.

Pode ser uma boa combinação com caju para

gerar uma renda de ponte antes da colheita do

caju.

Sim Sim Não

Girassol É uma cultura de sementes para óleo com

potencial elevado para ser combinado com a

soja em rotação de culturas.

Sim Sim Sim

Chá Era um produto de exportação bem

estabelecido, produzido na área de Gurue como

um produto local especial. O governo está bem

focado para revitalizar a indústria.

Não Sim Sim

Fonte: Equipe do Estudo

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-40

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

3.5.2. Transformação de Cultivo Itinerante para a Agricultura Estabelecida

Agricultura de pequena escala e baixa produtividade deve ser a causa de baixa

produção agrícola na área do Projeto. A equipe do estudo acha que o cultivo

itinerante com corte e queima deve ser um fator que tem um impacto crucial em

ambas as causas, como mostrado na Figura 3.5.1.

Figura 3.5.1 Problemas causados pelo Cultivo Itinerante

O Cultivo Itinerante é um sistema de agricultura tradicional estabelecido, onde os

agricultores escolhem terrenos alternantes com certo intervalo para recuperação da

fertilidade do solo pela resistência natural, ao invés de manter ou melhorar a

fertilidade do solo de terrenos fixos usando fertilizantes e outras tecnologias de

conservação do solo. O sistema de agricultura que esgota a terra só é viável para

manter a subsistência do agricultor nas seguintes condições.

1) Baixa densidade populacional (um número limitado de população na área

expandida);

2) Agricultores aceitam uma produção no nível de subsistência (não esperam uma

colheita abundante).

Há um reconhecimento comum de que vastas terras livres, compatíveis à terra

cultivada, ainda existe na área do Projeto entre não só os agricultores, mas também o

público em geral. Muitos agricultores, portanto, preferem escolher uma estratégia

orientada para a terra, ao invés de uma estratégia orientada para a produtividade,

para o aumento de produção. Na verdade, o conhecimento deve ser alterado,

considerando a densidade demográfica presente na área. Uma densidade

demográfica relativamente alta e o aumento da população não permitem mais que os

agricultores continuem sua prática agrícola familiar, ou seja, cultivo itinerante com

Baixa Produção

Aumento da População

Agric. Pequena Escala

Baixo Uso de Insumos &

Tecnologia

Baixa Produtividade

Curto Intervalo de Pousio

Baixa Fertilidade do Solo

Menos Terra Livre para Agricultura

Cultivo Itinerante

Nenhum incentivo para

Melhorar o Solo em Curto

Prazo

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-41

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

corte e queima, de forma sustentável. Observou-se que muitos agricultores na área

não aguardam um intervalo suficiente para o pousio de 10-15 anos, a fim de

recuperar a fertilidade do solo. Ainda, há agricultores que estabelecem suas terras

em algumas províncias de população densa na área.

Considerando as circunstâncias atuais, a transformação de cultivo itinerante para

agricultura estabelecida deve ser uma condição indispensável para aumentar a área

cultivada sem um grave dano ao meio ambiente, bem como para melhorar a

produtividade das culturas. Enquanto os agricultores continuarem o cultivo itinerante,

eles enfrentarão a escassez de terras agrícolas incluindo áreas de pousio

apropriadas em um futuro próximo, apesar de uma baixa produtividade inalterada.

Consequentemente, torna-se praticamente impossível atingir a meta principal do

PEDSA de um crescimento agrícola em uma média de pelo menos 7%/ano durante o

seu prazo de implementação. O governo e o povo precisam entender que a terra é

um capital fundamental para a agricultura, a ser usado de forma sustentável, ao invés

de simples recurso descartável gerando um rápido retorno.

Áreas de pousio atualmente em sistema de cultivo itinerante, que são pelo menos

iguais em área às terras cultivadas anualmente, podem ser usadas para a agricultura

adicional após a transformação. Além disso, os agricultores encontrarão um

incentivo para mudar sua estratégia de cultivo para um sistema orientado para a

produtividade após assegurarem uma terra fixa para a sua agricultura. A

produtividade só pode ser melhorada depois que os agricultores comprometerem-se

em ganhar um alto rendimento contínuo, melhorando a fertilidade do solo.

A fim de promover a transformação, devem ser tomadas as seguintes medidas

abrangentes.

Tabela 3.5.4 Medidas a serem adotadas para a Transformação do Cultivo Itinerante em

Agricultura estabelecida

Medida Prazo

Inicial

Médio

Prazo

Prazo

Final

Garantir os Direitos de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT)

individuais das terras agrícolas (Registro de DUAT)

x x -

Dar incentivo aos agricultores que transformarem cultivo itinerante em

agricultura estabelecida (a ser combinado com o registo do DUAT)

x x -

Desenvolver e divulgar tecnologias & práticas de agricultura melhoradas

aplicáveis à agricultura estabelecida

x x x

Garantir a disponibilidade de insumos agrícolas de qualidade com preço

acessível, especialmente sementes e fertilizantes para os agricultores

x x x

Melhorar a acessibilidade dos agricultores ao mercado e às informações

do mercado

x x x

Estabelecer um sistema de microcrédito com condição acessível aos

agricultores

x x x

Promover a educação ecológica, visando principalmente crianças e

jovens

x x x

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-42

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

3.5.3. Melhoria do Sistema de Suporte Técnico

Serviços de suporte técnicos agrícolas devem focar-se em agricultores de pequena e

média escala, já que estes devem permanecer grandes jogadores na produção

agrícola na área do Projeto. De acordo com a longa história de colonização, a

população do país estava acostumada com a coexistência de apenas um número

limitado de fazendas de plantação de grande escala sob gestão empresarial e um

grande número de agricultores subsistentes. Então, os agricultores de subsistência

não podiam ter uma imagem concreta do sistema de gestão agrícola independente

econômico dentro do seu alcance devido a um fraco sistema de suporte técnico

disponível para eles, apesar de alguns agricultores emergentes entre eles.

O sistema de suporte técnico deve procurar incentivar agricultores individuais

capazes a melhorar o seu sistema de gestão agrícola e meios de subsistência com

autonomia e espírito público para o futuro desenvolvimento agrícola na área do

Projeto. Agricultores de grande escala não podem ser o dominante da agricultura da

região, considerando um grande número de fazendas domiciliares existente, uma

área de terra disponível para a agricultura, e uma tendência ao crescimento

econômico neste momento. Mesmo os agricultores em grande escala podendo ser

um catalisador para desenvolver o agronegócio, assim como um agente para

divulgar as novas tecnologias e o novo sistema de gestão agrícola.

(1) Pesquisa Agrícola

Um sistema bem organizado de pesquisa agrícola causa um forte impacto positivo

sobre o desenvolvimento agrícola com um investimento relativamente pequeno. O

atual sistema de pesquisa, no entanto, tem muitas limitações fundamentais,

conforme descrito no subcapítulo 2.3.1, a serem consideradas pela abordagem de

longo prazo para cumprir com diversas expectativas dos campos. Considerando um

número limitado de pessoal capaz e uma base financeira fraca, "seleção e

concentração" deve ser um conceito realista para ativar o sistema de pesquisa. As

considerações a seguir são para definir a estratégia de melhoria.

1) Temas de pesquisa e culturas alvo devem ser priorizadas com base na

necessidade dos agricultores

2) O projeto de cooperação técnica em curso no âmbito do programa de

cooperação triangular entre Moçambique, Brasil e Japão, ou seja, o Projeto para

Melhorar a Pesquisa e a Capacidade de Transferência de Tecnologia para o

Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala (ProSAVANA PI) deve

desempenhar um papel importante

3) A cooperação com institutos de pesquisa estrangeiros e o setor privado deve ser

promovida

Em relação uma estratégia de pesquisa em termos de cultura, o ProSAVANA PI já

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3-43

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

selecionou o milho e a soja como as culturas prioritárias máxima. A seleção é

considerada bastante razoável e adequada, analisando a situação agrícola atual na

área alvo. A maioria das atividades de pesquisa devem ser concentradas no

desenvolvimento de milho e soja para os primeiros anos, incluindo vários sistemas de

consórcio e rotação de culturas com a base em ambas as culturas, e coleta de dados

de base necessária para a pesquisa.

A pesquisa para as outras culturas deve ser efetuada depois de certo sucesso ser

alcançado no desenvolvimento do milho e da soja. Trabalhos de pesquisa em

mandioca, outro alimento importante, deve preferencialmente focar-se no

processamento para aumentar a demanda de mercado, já que a área do Projeto tem

um considerável excedente de mandioca todos os anos. Entre os cultivos de

rendimento, empresas privadas interessadas devem ser responsáveis pela maior

parte dos trabalhos de pesquisa em algodão, tabaco e chá, com base em sua política

de negócios.

As culturas prioritárias mencionadas no subcapítulo 3.5.1 devem dividir-se nos

seguintes três grupos para a estratégia de trabalhos de pesquisa agrícola.

1) Grupo-1 (culturas prioritárias):

Milho e soja

2) Grupo-2 (culturas prioritárias seguintes):

Mandioca, feijão comum, feijão nhemba, amendoim, batata, hortícolas, caju,

gergelim e girassol

3) Grupo-3 (culturas de responsabilidade de empresas privadas)

Algodão, tabaco e chá

Os seguintes 5 temas principais foram definidos pelo ProSAVANA PI. Eles devem ser

a base para considerar a estratégia de pesquisa em termos de tema.

1) Capacitação de centros de pesquisa IIAM no Nordeste e Noroeste

Desenvolvimento da capacidade de pesquisa e equipe de suporte

Fornecimento de instalações e equipamentos

2) Avaliação do potencial ambiental e socioeconômico para a produção da cultura

Avaliação e análise de solo

Coleta e análise de dados base (clima, características hidrológicas,

características geográficas, potenciais de culturas e gado, condição

socioeconômica, etc.)

3) Desenvolvimento de uma tecnologia de melhoria e conservação do solo

4) Desenvolvimento de uma tecnologia de cultivo adequado

Seleção de variedades (alto rendimento, boa qualidade, resistência a

insetos/doenças, menor período de crescimento, etc.)

Desenvolvimento de um sistema de produção de sementes básico

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-44

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Desenvolvimento de métodos de avaliação e utilização de recursos hídricos

Desenvolvimento de sistema de colheita aplicável, técnica e

economicamente (aplicação de fertilizantes, proteção da planta, controle de

ervas daninhas, período de crescimento, consórcio, rotação de culturas,

etc.)

5) Demonstração de tecnologia agrícola recém-desenvolvida

Simultaneamente, o governo deve fazer um esforço contínuo para abordar os

constrangimentos que são de responsabilidade do governo. As seguintes devem ser

as medidas mais urgentes a serem tomadas pelo governo.

1) Recrutar membros capazes para a equipe do IIAM baseando-se na prioridade da

pesquisa

2) Estabelecer um sistema de gestão de incentivo no IIAM, para que um membro da

equipe capacitado possa continuar a pesquisa por um longo tempo

A Tabela 3.5.5 mostra a estratégia de pesquisa organizada com base nas

considerações acima mencionadas.

Tabela 3.5.5 Estratégia de Pesquisa Agrícola

Tema da Pesquisa Culturas

Grupo-1 Grupo-2 Grupo-3

Capacitação de centros de pesquisa IIAM no Nordeste

e Noroeste

Prazo Inteiro -

Avaliação do potencial ambiental e socioeconômico

para a produção da cultura Prazo Inicial

Desenvolvendo uma tecnologia de melhoria e

conservação do solo

Prazo Inicial

Desenvolvimento de uma tecnologia de cultivo

adequado

Inicial/Médio-

prazo

Médio Prazo/

Prazo Final

Inteiro

prazo

Demonstração de tecnologia agrícola

recém-desenvolvida

Inicial/Médio-

prazo

Médio Prazo/

Prazo Final

Inteiro

prazo

Recrutar membros capazes para a equipe do IIAM

baseando-se na prioridade da pesquisa

Prazo Inicial Médio Prazo -

Criação de um sistema de gestão de incentivo no IIAM Prazo Inicial -

(2) Extensão Agrícola

As circunstâncias do atual sistema de extensão agrícola na área de Projeto são

similares àquelas da investigação agrícola como mencionado acima. Um número

limitado de pessoal capacitado e uma base financeira fraca são temas críticos a

serem abordados. Portanto, "seleção e concentração" devem ser conceitos realistas

para ativar o sistema de extensão também. As considerações a seguir são para

definir a estratégia de melhoria.

1) Temas de extensão e culturas alvo devem ser priorizadas com base na

necessidade dos agricultores;

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-45

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

2) Atividades de extensão devem se focar em agricultores capazes e emergentes;

3) O PRONEA (Programa Nacional de Extensão Agrícola) em curso, apoiado pela

FIDA e pela UE deve desempenhar um papel importante;

4) A comunicação e compartilhamento mútuos de tarefas com o IIAM devem ser

promovidos;

5) A cooperação com o setor privado, incluindo ONGs deve ser promovida.

O serviço deve, principalmente, focar em temas relacionados ao aumento da

produção de milho e seu sistema de produção estável, incluindo consórcio e rotação

de culturas com outras culturas pelos primeiros anos em estreita colaboração com o

IIAM. O serviço que visa outras culturas deve ser preparado depois que certo

sucesso for alcançado no aumento de produtividade de milho.

Enquanto o PRONEA (2012–2016) é um programa abrangente para vitalizar o

sistema de extensão agrícola em distritos selecionados em Moçambique sob o Plano

Diretor de Extensão Agrícola Nacional, ele cobre somente 9 de 14 distritos na área

do Projeto. O PRONEA tem três principais componentes.

1) Desenvolvimento da Oferta

Capacitação de agentes de extensão, não apenas no setor público, mas também

em ONGs e no setor privado, incluindo o fornecimento de equipamentos

necessário para os serviços;

2) Desenvolvimento da Procura

Capacitação dos agricultores individuais e das organizações de agricultores;

3) Prestação de Serviços de Extensão Agrícola

Prestação de serviços de extensão melhores em nível provincial e local/distrital

através de agentes público, privado e de ONGs.

Simultaneamente, o governo deve fazer um esforço próprio para abordar os assuntos

que não são abrangidos pelo PRONEA. As seguintes seriam medidas

complementares para maximizar o impacto do PRONEA.

1) Reinício do programa de extensão agrícola no rádio ou na TV com a participação

dos agricultores

2) Implementação de um sistema de treinamento permanente visando agentes

estreantes, bem como os agentes veteranos para capacitação e atualização;

3) Implementação de um sistema de treinamento para adotar agricultores de elite

seletivos para desempenhar um papel de liderança na agricultura e no

desenvolvimento rural

4) Demonstração de um sistema de tecnologia e gestão na agricultura intensiva

aplicável em agricultura estabelecida por agricultores bem treinados em nível de

campo

A utilização de recursos humanos no setor privado deve ser estimulada a fim de

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-46

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

complementar o sistema de extensão público fraco. Fornecedores de insumos

agrícolas, tais como proprietários e gerentes de loja de varejo serão treinados como

conselheiro técnico de base junto a agricultores. Fornecedores de insumos agrícolas

qualificados após o treinamento podem receber certo incentivo para administrar seus

negócios a partir do governo, enquanto que ganhar a confiança dos clientes

(agricultores), através de um aconselhamento adequado, deve ser o melhor incentivo

para eles.

As seguintes medidas devem ser tomadas a fim de ativar o sistema de extensão

agrícola.

Tabela 3.5.6 Medidas a serem tomadas para Ativar o Sistema de Extensão Agrícola

Medida Prazo

Inicial

Médio

Prazo

Prazo

Final

PRONEA (para 9 distritos) x - -

Programa sucessivo após o PRONEA (para os 5 distritos restantes) - x -

Reinício do programa de extensão agrícola no rádio ou na TV com a

participação dos agricultores

x x x

Implementação de um sistema de treinamento permanente visando

agentes estreantes, bem como os agentes veteranos para

capacitação e atualização

x x x

Implementação de um sistema de treinamento para adotar

agricultores de elite seletivos para desempenhar um papel de

liderança na agricultura e no desenvolvimento rural

x x x

Demonstração de um sistema de tecnologia e gestão na agricultura

intensiva aplicável em agricultura estabelecida por agricultores bem

treinados em nível de campo

x x x

Adotando fornecedores de insumos agrícolas qualificados, para que

eles possam fornecer um aconselhamento técnico simples aos

clientes (agricultores)

x x x

3.5.4. Melhoria do Acesso a Insumos Agrícolas

A maioria dos agricultores atualmente depende de uma prática de agricultura

extensiva e raramente usa insumos agrícolas, ou seja, sementes de qualidade,

fertilizantes químicos, pesticidas e mecanização agrícola. O baixo uso de insumos

deve ser a principal razão da baixa produtividade das principais culturas. Embora

pareça que a baixa utilização seja causada pela fraca acessibilidade dos agricultores

aos insumos agrícolas, muitos fornecedores de insumos afirmam que a baixa

demanda (baixa utilização) por parte dos agricultores é o problema mais crítico para

a administração de seus negócios.

Problemas de fornecimento de insumos agrícolas são complicados, como mostrado

na Figura 3.5.2 que organiza os principais problemas em questão. Há círculos

viciosos dos problemas no lado da demanda e oferta. A figura implica que "baixa

demanda" e "custos elevados" são os alvos principais a serem abordados, e a

estratégia para melhorar a acessibilidade a insumos agrícolas deve prestar uma

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-47

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

atenção abrangente aos problemas em ambos os lados.

Figura 3.5.2 Problemas em relação à Pouca Acessibilidade a Insumos Agrícolas

Do lado da demanda, a predominância do cultivo itinerante com corte e queima é

uma questão crítica. Enquanto os agricultores dependerem do cultivo itinerante, eles

não têm incentivo algum para o uso de insumos agrícolas como mencionado antes. A

estratégia para transformar o cultivo itinerante para agricultura estabelecida já foi

discutido no subcapítulo 3.5.2.

No lado da oferta, como analisado no subcapítulo 2.3.2, é quase impossível os

agricultores terem um incentivo para o uso de fertilizantes e um serviço de trator com

os custos atuais. Parece que apenas medidas orientadas pelo princípio do mercado

para resolver o problema não conseguem gerar demanda dos agricultores para

fertilizantes e tratores, mesmo depois dos custos serem reduzidos até certo ponto

pelas medidas mencionadas abaixo. Esta situação é uma boa razão para o governo

estabelecer um sistema de subsídio de apoio a fertilizantes e serviços de trator por

um determinado período, considerando o impacto econômico de ambos os insumos

para os agricultores.

Além disso, existem vários fatores críticos de responsabilidade do governo no lado

da oferta. De acordo com a análise da equipe do Estudo, várias intervenções do

governo, especialmente nos mercados de sementes e de máquinas agrícolas,

poderiam ser uma barreira de entrada da cadeia de fornecimento de insumos

Elevados

Custos

(Preço

Elevado)

Nenhum

Incentivo ao Uso

de Insumos

Agrícolas

Cultivo

Itinerante

Baixa Rentabilidade da

Agricultura

Baixa

Produtividade

Quantidade

de Chuva

Instável

Pequeno

Número de

Fornecedores

Infraestrutura

Pobre (porto,

estrada,

armazenamen

to)

Intervenções

Governamentais

Gestão/Sistem

a Ineficiente

System

Baixa

Demanda

(Baixo Uso)

Baixa

Concorrência

entre

Fornecedores

Elevados

Custos de

Transporte

Fatores de Demanda Fatores de Abastecimento

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-48

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

agrícolas contra novos operadores. Consequentemente, um número limitado de

personagens na cadeia de fornecimento lidera uma estrutura de alto custo devido à

menor concorrência entre eles. É desejável que o governo encerre sua estratégia de

participação direta na cadeia de abastecimento e estimule um ambiente de

concorrência leal entre os personagens da cadeia de abastecimento, preparando a

condição básica para o desenvolvimento do setor privado. A distribuição de insumos

agrícolas diretamente aos agricultores ou administrar negócios na cadeia de

abastecimento não é o papel original do setor governamental. As medidas a seguir

devem ser prioritárias para o governo.

1) Rever a sua política de intervenção na cadeia de abastecimento, incluindo a

distribuição direta de insumos aos agricultores;

2) Rever seus sistemas tributários e formalidades administrativas em relação ao

controle da cadeia de abastecimento do ponto de vista para fomentar o setor

privado;

3) Implementar um sistema de financiamento público subsidiado visando de

fornecedores de pequena/média escala de insumos agrícolas no nível de

província/distrito.

Os custos de transporte elevados, incluindo taxas portuárias devidas à operação

ineficaz é outra grande causa dos elevados custos dos insumos. Os problemas de

custos de transporte são principalmente causados por redes viárias e instalações

portuárias subdesenvolvidas, enquanto uma manipulação e transporte muito

pequenos devido à baixa demanda é outro motivo de custos elevados. Esforços

contínuos do governo para desenvolver e reabilitar a rede viária e as instalações de

grandes portos deve contribuir para reduzir os custos de transporte.

As seguintes medidas devem ser tomadas para melhorar a acessibilidade dos

agricultores aos insumos agrícolas.

Tabela 3.5.7 Medidas a serem adotadas para Melhorar a Acessibilidade de Insumos Agrícolas

Medida Prazo

Inicial

Médio

Prazo

Prazo

Final

Transformação de Cultivo Itinerante para a Agricultura Estabelecida x x x

Revisão da política de intervenção na cadeia de abastecimento,

incluindo a distribuição direta de insumos aos agricultores

x - -

Revisão dos sistemas tributários e formalidades administrativas em

relação ao controle da cadeia de abastecimento do ponto de vista

para fomentar o setor privado

x - -

Implementação de um sistema de financiamento público subsidiado

visando fornecedores de pequena/média escala de insumos agrícolas

x x -

Desenvolvimento e reabilitação de redes viárias e dos principais

portos

x x x

Estabelecimento de um sistema de subvenção de apoio a fertilizantes

e serviços de trator por um determinado período limitado

x - -

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3-49

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

3.5.5. Melhoria do Acesso a Financiamento/Crédito Agrícola

(1) O estabelecimento de uma plataforma para estruturar um sistema de

financiamento agrícola abrangente no Corredor de Nacala

Nos últimos anos o governo tem aplicado diferentes mecanismos financeiros para

promover empréstimos agrícolas, embora os resultados nem sempre fossem

favoráveis devido ao fato de que a maioria das linhas de crédito tem sido subutilizada.

Tendo em consideração a situação desfavorável do sistema de financiamento

agrícola resumido na seção 2.3.3, a promoção do desenvolvimento da agricultura no

Corredor de Nacala pode ser considerada como crítico para o desenvolvimento de

uma estratégia abrangente para melhorar o acesso ao financiamento para todos os

níveis de produtores, incluindo os agricultores, organizações de agricultores e

pequenas e médias empresas de agronegócio. Nesse sentido, são fornecidas as

seguintes recomendações:

Desenvolvimento de uma estratégia de longo prazo para promover o

financiamento/crédito agrícola para diferentes tipos de entidades de

agricultura/agronegócio com empréstimos em condições adaptadas aos ciclos

da produção agrícola, a escala dos negócios e as habilidades dos mutuários

(tanto financeira quanto operacionalmente em relação à produção de

agricultura);

Com base nesta estratégia, a introdução de regimes de empréstimos acessíveis

e disponíveis para todos os tipos de produtores e agronegócios;

Estabelecimento de um canal/plataforma de divulgação de informação unificado

para regimes de financiamento aplicáveis, que permitiria a distribuição

adequada dos recursos financeiros alocados para o sector da agricultura; e

Desenvolvimento da capacidade das instituições financeiras locais para reforçar

suas capacidades operacionais com o objetivo de ampliar o volume de

empréstimos agrícolas, especialmente para os agricultores individuais e

empresas de agronegócio de pequeno e médio porte.

(2) Introdução de mecanismos de financiamento acessíveis e disponíveis para os

agricultores e empresários

1) Financiamento/crédito agrícola aos agricultores individuais

Como discutido nas seções anteriores em relação a estratégias para a melhoria da

produtividade da agricultura, é essencial que um mecanismo de crédito agrícola

acessível para agricultores de pequena e média escala seja criado, o que tornaria

mais fácil para esses agricultores acessar insumos agrícolas e outros serviços

quando necessário. Como ponto de partida para promover o crédito agrícola para os

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-50

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

agricultores individuais, é necessário introduzir um empréstimo bonificado de curto

prazo com termos adaptados ao ciclo de produção agrícola. Este regime de

empréstimo bonificado será introduzido pelo governo com as contribuições

financeiras do doador, ou seus próprios fundos, através do fornecimento de linhas de

crédito subsidiadas para bancos comerciais ou instituições de micro finanças que

irão gerenciar os empréstimos. É importante notar que as instituições financeiras

privadas devem ser envolvidas na operação de crédito agrícola em nome do governo,

o que poderia assegurar transparência na análise das propostas de empréstimo e

eficiência na operação dos fundos. Empréstimos bonificados serão também

utilizados para promover atividades de agronegócio em pequena escala por

agricultores individuais financiando seus esforços para iniciar negócios.

O Fundo de Desenvolvimento do Distrito (DDF) tem sido mobilizado para

empréstimos para produção agrícola voltada para associações locais e indivíduos

selecionados com baixas taxas de juros, que variam de 10% a 12% ao ano. No

entanto, a gestão do DDF tem sido muito fraca devido a vários problemas como a

falta de capacidade do Conselho Consultivo do Distrito que gerencia o DDF, e a

interferência política indevida na alocação de empréstimos. Como resultado, o

pagamento dos empréstimos tem sido muito pobre, geralmente menos de 20%. Para

facilitar o uso eficaz do DDF, uma opção potencial seria a mobilização do DDF como

fonte dos empréstimos bonificados proposto acima, que seriam então transferidos

para instituições financeiras privadas como um fundo fiduciário.

2) Financiamento/crédito agrícola para pequenas e médias empresas e

organizações de agricultores (cooperativas e associações)

O Fundo de Iniciativa de Desenvolvimento do ProSAVANA (PDIF) foi lançado em

setembro de 2012 com o objetivo de envolver os pequenos agricultores na cadeia de

valor de agricultura comercial, através de agricultura por contrato com as empresas

do agronegócio, que então resultariam em aumento de produtividade e melhor

acesso ao mercado para os pequenos agricultores. O PDFI, originalmente planejado

para oferecer empréstimos a juros baixos (5% a 10% ao ano) para empresas do

agronegócio, bem como organizações de agricultores (associações / cooperativas).

No entanto, com base nos resultados da 1ª rodada de propostas para o PDIF em

outubro de 2012, organizações de agricultores não tiveram a oportunidade de usar

esses empréstimos, devido à sua falta de capacidade para desenvolver uma

proposta de negócios e para fornecer a garantia adequada exigida pelo PDIF.

Enquanto não há nenhuma dúvida que o PDIF é uma ferramenta eficaz para

promover investimentos agrícolas envolvendo agricultores de pequena escala na

agricultura comercial, em termos de impacto na produtividade agrícola melhorada,

bem como na transição para o cultivo intensivo fixo, para as maiores partes do

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-51

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Corredor de Nacala, ele deve criar um mecanismo, sob o PDIF, para permitir que

associações ou cooperativas de agricultores acessem empréstimos bonificados com

condições razoáveis, de forma a introduzir sistemas de produção e processamento

agrícola melhorado assim como aliviar os encargos financeiros da aquisição de

culturas de membros do grupo durante a colheita. Fornecer a assistência técnica

adequada na produção e comercialização deveria ser um requisito para a prestação

de empréstimos à organização de agricultores, a fim de evitar o risco de

inadimplência.

A fim de introduzir uma linha de orçamento separado para empréstimos a

organizações de agricultores, a quantidade de capital do PDIF será aumentada

através da mobilização do Fundo de Contrapartida1 gerenciado pelo Ministério da

Agricultura ou da concessão de assistência de doadores.

3.5.6. Parcerias entre Agricultores Locais e Agronegócios

Agronegócios devem contribuir para o desenvolvimento da economia rural, através

da adição de valor, ou seja, comercialização e processamento, das culturas

produzidas principalmente por pequenos e médios agricultores, bem como geração

de oportunidades de trabalho e proporcionando novas tecnologias agrícolas em

complemento a um sistema de apoio agrícola fraco no sector público. Enquanto há

uma série de entidades do agronegócio de pequeno a grande escala, há ainda

grande espaço para crescimento no agronegócio, na área do projeto. Considerando

o acúmulo insuficiente de capital local atualmente, um investimento de fora da área

do Projeto, incluindo um investimento estrangeiro, desempenharia um papel

importante no desenvolvimento do agronegócio no momento, especialmente no

desenvolvimento em grande escala. No entanto, pequenos e médios agricultores

devem permanecer grandes personagens da produção agrícola na área. Calcula-se

de forma simples que a área de terra agrícola média por família permanecerá de

vários hectares em 2030, apesar de que 100% da área do Projeto seriam

transformadas em terras agrícolas. O número de fazendas será cerca de 1 milhão em

2030, considerando o aumento estimado da população na zona rural através do

instituto nacional de estatísticas.

As entidades de agronegócio existentes já entraram em parceria com os agricultores

locais, individualmente ou em grupo através de contratos para o cultivo de uma

cultura como um produtor externo. Eles podem ter parceria com base em uma

relação ganha-ganha com interesses diferentes, conforme mostrado na Tabela 3.5.8.

1 Uma parte do pagamento originado da venda de maquinário agrícola ou insumos concedidos pelo Governo do Japão

através de Assistência Alimentar e Subsídios de Produção de Alimentos é acumulada em uma conta para o país beneficiário (o Ministério da Agricultura).

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-52

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.5.8 Benefícios Esperados da Parceria entre Agricultores e Agronegócios

Agricultores Agronegócios

1. Garantir um mercado firme

2. Receber insumos agrícolas de qualidade

3. Adquirir avançada tecnologia agrícola

4. Reduzir o risco de um incidente inesperado

1. Economizar custos de investimento iniciais

2. Economizar os custos de operação (apenas

os produtores de cultura)

3. Garantir produtos estáveis (apenas os

comerciantes & indústria de transformação)

4. Reduzir o risco de um incidente inesperado

A parceria deve estreitar-se através do reforço da relação ganha-ganha para a

promoção do agronegócio. No que se refere ao benefício mútuo, o aumento de

produção em termos de quantidade e qualidade tem o impacto mais forte na relação.

A estratégia a seguir deve ser seguida para perceber o aumento da produção em

agricultura de contrato entre os agricultores locais (produtores contratados) e o

agronegócio. O governo deve preparar uma condição base necessária para estimular

a estratégia sem uma intervenção direta na relação ganha-ganha.

1) Compartilhar todas as informações necessárias para evitar a falha de

informações entre os produtores contratados e o agronegócio;

2) Compartilhar benefício e responsabilidade devidos entre si;

3) Fazer um contrato de forma transparente;

4) Aplicar normas de qualidade claras com apoio técnico necessário fornecido pelo

agronegócio;

5) Organizar os produtores contratados para melhorar a eficiência de

funcionamento.

3.6. Estratégia para o Desenvolvimento de Animais

3.6.1. Desenvolvimento da Indústria de Frango

Frango é a única mercadoria entre os animais a ter alto potencial neste momento, na

área do Projeto, conforme discutido no subcapítulo 2.2.6. Várias empresas de

criação de frango já produziram e comercializaram seus frangos, ração e alguns

insumos através de um sistema de produção integrado verticalmente. Com o

desenvolvimento das empresas, uma procura por ração crua para frango,

especialmente de soja, vem aumentando recentemente na área. As empresas

também oferecem oportunidades de emprego para a população da região.

A indústria de frango não é, no entanto, bem integrada em um cluster na área do

Projeto. Através de estratégias adequadas para reforçar o ambiente de negócios

básico, um efeito sinérgico e uma competitividade entre os personagens da indústria

serão gerados, a fim de desenvolver uma cadeia de valor de frango sustentável com

base em benefícios sociais e econômicos da região. A figura 3.6.1 mostra uma

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3-53

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

imagem do agrupamento de aves domésticas.

Figura 3.6.1 Imagem do Cluster de frango

Uma integração de criadores de frango e abate é a parte central do agrupamento de

frango. Através da integração, um funcionamento eficaz do processo de abate será

garantido. Muitos agricultores locais deverão ser envolvidos no agrupamento como

produtores contratados da empresa integrada. A empresa será capaz de fornecer

incentivos para criação de frango aos produtores contratados a um custo acessível,

tais como pintos, rações para todo o ciclo de reprodução, transporte, vacinas,

medicamentos, assistência técnica especializada e garantia de compra da produção.

O agrupamento de frango deve ter estreita relação com um agrupamento de soja

para uma gestão mais eficiente. Também, desenvolvimento de fornecedores de

insumos pode ser esperado com o desenvolvimento do agrupamento.

Uma vez que várias empresas têm sido envolvidas na indústria de frango na área do

Projeto, elas serão candidatos esperados para ser uma empresa central do

agrupamento. No entanto, um investimento de fora da área deve ser estimulado, uma

vez que a demanda doméstica mostra uma forte tendência positiva. Além disso,

promover um sistema de empréstimo e crédito poderia ser a atividade mais

importante para envolver os agricultores locais no sistema de criação de animais

como produtores contratados. A Tabela 3.6.1 mostra a estratégia de desenvolvimento

da produção de frango.

Produtores

Contratados/

Produtores

Independentes

Agricultores Agrupament

o de Soja

Fornecedor

es de

Insumos

Criador de Frango

Abate

Compostos Carne de

frango

Rações Remédios,

Equipament

os

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-54

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.6.1 Medidas a serem tomadas para desenvolver a indústria de frango

Medida Prazo

Inicial

Médio

Prazo

Prazo

Final

Promover o estabelecimento de novos criadores de frango x x -

Promover o sistema de contratação de produtores para criação de frango x x x

Melhorar o acesso a insumos e ração x x x

Incentivar a produção local de insumos e rações necessários x x x

Implementar o sistema de crédito acessível para produtores contratados x x x

Promover a integração da parceria de diversas empresas da indústria de

frango

- x x

Desenvolver um agrupamento de frango - - x

Estabelecer e realizar programa de P&D - x x

3.6.2. Outro Desenvolvimento de Animais

O potencial de desenvolvimento de animais na área do Projeto que não seja frango é

relativamente baixo, conforme discutido no subcapítulo 2.2.6. Embora o

desenvolvimento de animais seja um pilar importante para desenvolver a economia

rural em geral, muitos constrangimentos fundamentais e profundas, que impedem o

envolvimento dos agricultores em geral na criação de animais, existem na área

atualmente. As seguintes devem ser as medidas mais urgentes a serem tomadas

pelo governo. Assume-se, no entanto, que o governo deve fazer um longo esforço

para superá-los.

(1) Reforço do sistema de controle sanitário animal (quarentena de animal e

veterinário), especialmente para o controle da mosca tsé-tsé e Peste Suína

Africana;

(2) Introdução de reprodutores (masculino e feminino) para reproduzir o rebanho;

(3) Estabelecimento do sistema de extensão técnico de pecuária;

(4) Melhoria de pastagens através da formação de pastagens cultivadas;

(5) Introdução do sistema de cultivo de forragem para alimentar os rebanhos

durante a estação seca.

Recomenda-se que o governo deva tomar todas as medidas listadas acima com sua

estratégia de longo prazo, antes de considerar uma divulgação precipitada de criação

pecuária entre agricultores em geral na área do Projeto. Sem superar os

constrangimentos básicos, todos os esforços para desenvolver a pecuária na área

não terão o resultado esperado. Assim como a criação de frango, uma participação

vital das empresas privadas pioneiras pode ser uma solução realista para quebrar a

situação estagnada através da complementação do fraco sistema de apoio público.

Um sistema de pecuária intensiva deve ser introduzido por empresas privadas, ao

invés de sistema de pecuária não intensiva que foi predominante durante o período

colonial, considerando a tendência à disponibilidade de terra e o aumento da

população na área.

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-55

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

3.7. Estratégia para a Promoção de Produtos Agrícolas de Valor

Agregado

3.7.1. Formulação de Cadeias de Valor

A formulação da cadeia de valor por subsetor de cultura, estratégia de

desenvolvimento para cada subsetor são mostrados a seguir.

(1) Milho

A cadeia de valor do milho é mostrada abaixo. O Milho é consumido tanto como

alimento quanto como ração animal. Enquanto agronegócio, o moleiro e o

comerciante / transportador (serviço de armazenamento de distribuição) de milho são

atores chave para o desenvolvimento da cadeia de valor. A qualidade de suas

instalações e equipamentos e habilidade de gestão precisam ser melhoradas para

operação rentável. O aumento do número de provedores de serviço também é

necessário para aumentar de volume de processamento dos moinhos, bem como a

capacidade de tratamento dos transportadores.

Os moinhos de Milho são divididos em três tipos dependendo de sua capacidade. Os

moinhos de milho em pequena escala, que tem menos de 200 kg/h capacidade de

processamento é dominante na área rural. Eles só fornecem o serviço de moinho do

milho trazido por clientes. Moageiras de milho de média escala, que tem 1.000-5.000

kg/h de capacidade de processamento, com equipamentos pesagem e ensaque e,

provavelmente, equipamento de embalagem. Eles compram milho e vendem farinha

de milho por saco. Espera-se que este tipo de moinho aumente o seu número em

área urbana e semiurbanas. Suporte para gestão de finanças e negócios é

necessário para moinhos de milho pequenos e médios. Moinhos de milho em grande

escala, que têm mais de 5.000 kg/h de capacidade de processamento e são

equipados com o equipamento de embalagens para o consumidor final. Eles

compram o milho e vendem vários tamanhos de pacote de farinha de milho.

Espera-se que o número de moinhos de média e grande escala aumente em área

urbana. Tabela 3.7.1 mostra o número previsto de moagens de milho em 2020 e

2030. Taxas de milho moído mecanicamente contra volume de consumo em 2020 e

2030 são consideradas 25% e 40%, respectivamente. A Taxa média atual de milho

moído mecanicamente é considerado 10-15% na área de estudo. Uma Pequena

escala de moedores de milho são uma força motriz do desenvolvimento da indústria

de processamento de milho, especialmente em áreas rurais. Moleiros médio e

grande porte têm em áreas semi-urbanas e urbanas. Já que é esperado para a

produção de farinha de milho para fora da área de aproveitamento de excedentes de

milho, mais o número de grandes moleiros pode ser estabelecida.

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-56

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Comerciante e transportador tem um papel substancial no serviço de logística, e

espera-se fornecer o volume necessário de milho de qualidade para determinados

destinos em tempo de entrega limitada. Espera-se que o Comerciante / transportador,

como um ator chave de logística, abasteça o volume de milho de qualidade

necessário dentro do prazo de entrega no local exigido. O comerciante tem a função

de armazenar milho em boas condições (controle de qualidade) e fornecê-lo a

jusante da cadeia ao longo do ano. Capacidade de instalação de armazenamento na

Área do Estudo e desenvolvimento de capacidade de gestão de armazenamento,

incluindo controle de qualidade são necessários.

Tabela 3.7.1 Previsão do número de moagens de milho

2020 (25%) 2030 (40%)

Distrito Consumo

(toneladas) Peq Med Grande

Consumo

(toneladas) Peq Med Grande

Monapo 27,400 15 0 0 31,400 22 1 0

Muecate 8,200 5 0 0 8,900 8 0 0

Meconta 13,900 8 0 0 15,700 14 0 0

Mogovolas 39,500 11 2 0 77,200 20 4 1

Nampula 68,500 6 2 1 80,600 13 6 1

Murrupula 12,600 7 0 0 14,100 12 0 0

Ribaue 20,300 11 0 0 28,600 14 2 0

Malema 13,800 8 0 0 14,500 13 0 0

Alto Molocue 30,700 11 1 0 45,400 18 4 0

Gurue 31,000 12 1 0 37,300 17 3 0

Cuamba 18,700 10 0 0 23,400 15 1 0

Mandimba 14,200 8 0 0 18,000 15 0 0

Ngauma 8,300 5 0 0 12,200 11 0 0

Lichinga 27,300 10 1 0 38,200 12 4 0

Total 334,400 127 7 1 445,500 204 25 2

Fonte: Estimativa pela Equipe de Estudo

Figura 3.7.1 Cadeia de Valor do Milho

Frango

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3-57

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

(2) Mandioca

Mandioca fresca é muito perecível, e o período desde a colheita até o consumo é

bastante curto, cerca de 2-3 dias. Assim que colhida, a maior parte da mandioca é

cortada e seca ao sol. A mandioca seca em fatias é ensacada e armazenada em

armazém para a expedição. Assim, a cadeia de valor da mandioca era considerada

somente para mandioca seca conforme ilustrado abaixo.

Possíveis oportunidades de mercado que não seja a farinha de mandioca, tais como

cervejaria, padaria, bio etanol e material industrial, são a chave para maior valor

agregado a este subsetor. Mas, o custo de pesquisa e desenvolvimento de novos

produtos ou novos materiais é um ônus para as empresas privadas. Linha de crédito

especial ou certa quantidade de subvenção para P&D para novos produtos no

subsetor da mandioca são necessários para estimular o desenvolvimento de

produtos inovadores. Instituto de pesquisa pública de indústria, ciência e agricultura

pode cooperar com eles para desenvolver usos alternativos da mandioca.

Figura 3.7.2 Cadeia de Valor da Mandioca

(3) Castanha de caju

Duas estratégias são consideradas neste subsetor. Uma é a estratégia de escala

orientada para médio prazo, e outro é estratégia de escopo orientado no longo prazo.

A estratégia de escala orientada é aumentar o volume de produção, transformação e

exportação com o objetivo de maximizar o valor agregado bruto e líquido. O governo

precisa criar um ambiente adequado, em que as partes interessadas em cada

processo na cadeia de valor interno atual possam facilitar mais investimentos em

seus negócios.

A estratégia de escopo orientada é aumentar a cobertura da atividade / processo na

cadeia de valor. A cadeia de valor da castanha de caju é mostrada abaixo. Conforme

Farinha

Cerveja

Mandioca frita

Farinha

Cerveja

Chips de batata

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-58

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

mencionado no subcapítulo 2.7.2, o valor produzido na parte doméstica é estimado

em apenas 18% do valor total, e os restantes 48% e 40% são produzidas no

processo de torrefação / salga / embalagem e no processo de comércio e venda no

varejo respectivamente na parte externa. Se o processo de torrefação / salga

/embalagem pode ser assumido na parte doméstica, mais valor pode permanecer em

Moçambique.

Com relação ao processo de torrefação, salga e embalagem, a proximidade com a

área de consumo é uma grande vantagem, porque este processo exige

conhecimento, experiência e habilidade para processar um produto para adaptá-lo à

preferência do consumidor. Assim, as seguintes duas etapas são recomendadas;

O sucesso do produto final no mercado interno, acumulando conhecimentos,

habilidade e experiência necessários como principal competência.

Entrar no mercado internacional com a principal competência adquirida.

A fim de materializar os passos acima, linha de crédito especial ou certa quantidade

de subvenção para P&D para novo produto no subsetor de castanha de caju são

necessárias para estimular mais investimento em equipamentos e instalações para a

torrefação, salga e embalagem. Promoção por instituição do governo, tal como o

IPEX e outros suportes de ONGs e doadores também são importantes ao entrar no

mercado internacional.

Figura 3.7.3 Cadeia de Valor de Castanha de Caju

(4) Soja

A cadeia de valor da soja é importante para fornecer tanto óleo comestível quanto

torta e farelo comestível como substituição de importação no mercado nacional. O

subsector de soja ainda é novo em Moçambique. A fim de evitar a difusão de

apresentações em produção, processamento e logística, o desenvolvimento do

cluster deve ser aplicado para o desenvolvimento da cadeia de valor da soja. O

Desenvolvimento de agrupamento é aplicado para a soja como um centro de

desenvolvimento da cadeia de valor da soja. Assim, o governo precisa tomar as

medidas necessárias para apoiar seu início para levar orientação adequada da

seguinte forma.

Doméstico Estrangeiro

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3-59

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Facilitar a organização de cada grupo de interessados da cadeia de suprimentos,

tais como revendedor de insumos, prestador de serviços de máquinas, produtor,

processador e granjas;

Para facilitar a comunicação entre os grupos acima, a fim de melhorar a

qualidade, a quantidade, o sistema de entrega do produto;

Oferecer serviço de extensão técnica;

Apoiar as competências de administração de empresas de pequenos e médios

produtores e processadores;

Divulgar informações aos interessados no mercado e a técnica de produção e

processamento.

Figura 3.7.4 Cadeia de Valor da Soja

(5) Hortícolas

2.500 trabalhadores serão empregados em uma fábrica de fertilizante planejada no

distrito de Monapo. Uma vez que sua operação tenha começado, a demanda de

hortícolas e outras culturas para serviço de restauração para esta fábrica é esperada.

Nas zonas I e II, assim, prevê-se aumentar o número de trabalhadores trabalhando

na área urbana e ZEE como resultado de facilitação de novos investimentos no

Corredor de Nacala. Consequentemente, espera-se um aumento na demanda de

hortícolas e outras culturas de alimentos.

Por outro lado, hortícolas malawianos, como tomate e cebola são importados em

distritos junto à fronteira do Malawi. A qualidade dos hortícolas do Malawi é,

obviamente, melhor que a local. O Malawi é um mercado favorável para estes

distritos em termos de proximidade e acessibilidade ao mercado.

Assim, as estratégias para o subsetor de hortícolas são:

Farelo

Óleo

Frango

Óleo

Óleo

Farelo Frango

Frango

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-60

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Para hortícolas predominante produzidos na área urbana e arredores,

Desafiar ainda mais a melhora com a entrega estável de qualidade e preço no

mercado interno, especialmente em e ao redor da Área do Estudo, a fim de

manter a posição de competitividade atual no mercado.

Para os distritos adjacentes ao Malawi,

Melhorar a qualidade e a rentabilidade dos hortícolas nos distritos adjacentes ao

Malawi para concorrer com os hortícolas importados e exportar para o Malawi no

futuro.

Como exemplo, a cadeia de valor do tomate é ilustrada abaixo. Do ponto de vista da

demanda, a demanda de alimentos processados à base de hortícolas na região

Norte não é alta o suficiente para investir em uma instalação de processamento. Em

uma área de grande consumo, especialmente Maputo, alimentos processados

produzidos na região norte têm uma desvantagem devido ao transporte de alto custo

para competir com produtos processados importados. Assim, o processamento de

hortícolas deve ser considerado, quando a demanda local começa a aumentar.

Figura 3.7.5 Cadeia de Valor do Tomate

(6) Outras culturas

Outras culturas, tais como amendoim, feijão e gergelim atualmente não têm certa

extensão de cadeia de valor, ou não se espera grande expansão de sua cadeia de

valor a partir da atual durante o período planejado. A melhora da eficiência da rede de

transporte e gestão de armazenamento pode contribuir para aumentar a

competitividade destas culturas tanto nos mercados domésticos quanto

internacionais.

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-61

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

3.7.2. Serviço de Apoio para Desenvolvimento de Negócios

Desempenho de pequenas e médias empresas (PME) é uma força motriz para o

desenvolvimento da cadeia de valor na área rural. A fim de facilitar a entrada de

negócios e ampliação dos negócios existentes, diversas linhas de crédito são

fornecidas. No entanto, a falta de capacidade de planejamento de negócios e de

gestão de negócios dificulta o acesso a serviços de crédito, assim como a alta taxa

de juros.

Serviços de apoio, incluindo conselhos sobre administração de empresas, são

necessárias tanto como um serviço público e privado. Instituto de Promoção da

Pequena e Média Empresa (IPEME) é uma instituição vinculada ao Ministério da

Indústria e Comércio, e tem um papel de aconselhar os empresários como para a

concretização de um negócio específico a partir de ideias de negócio, e para as

PME existentes como melhorar sua gestão de negócio. Mas, como a IPEME tem

recursos humanos limitados, a implantação do serviço em todo o país não pode ser

esperada em curto período. Portanto, BDS de qualidade do sector privado,

envolvendo recursos humanos tem de ser desenvolvido utilizando IPEME como

formador de potenciais prestadores de serviços. As Funções do BDS são:

aconselhar sobre o planejamento de negócios e de gestão, analisar a situação

financeira, fornecendo informações de negócios relacionados, e a introdução de

fonte de crédito para a empresa individual, e fazendo corresponder às partes

interessadas na cadeia de valor para um grupo de atores.

3.8. Estratégia de Desenvolvimento de Logística Agrícola

A estratégia básica para a melhora da infraestrutura logística neste contexto é

considerada para abordar as seguintes questões.

Melhora do acesso desde o estabelecimento agrícola até um ponto de

concentração e uma área de consumo;

Diminuição de perdas durante o transporte e armazenagem;

Gestão eficiente da logística (redução de custo, menor tempo de entrega).

(1) Estradas

Projeto de reabilitação de estradas nacionais no Corredor de Nacala é implementado

pelo Governo. A expectativa é de que o projeto seja implementado conforme o

cronograma planejado.

Quanto às estradas rurais, a fim de efetivar o plano da rede de estradas, a

transformação em agricultura estabelecida e integração de terras agrícolas são

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-62

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

desejáveis antes do trabalho de planejamento. Aumento de capacidade de pessoal

do distrito em planejamento, monitoramento e avaliação da rede de estradas rurais

precisa ser realizado.

(2) Ferrovia

A reabilitação e desenvolvimento de uma linha de Tete ao porto de Nacala através do

Malawi estão em andamento pelo setor privado. Espera-se que esteja concluída em

2017. Uma vez que o serviço comece, ela pode ser utilizada para o transporte do

excedente de produção do Corredor de Nacala para os mercados regional e

internacional no futuro.

(3) Instalações de armazenagem

Tabela 3.8.1 mostra a estimativa da demanda de produção, e excedente de milho

em 2020 e 2030. O Excedente de milho é substancial em comparação com as outras

culturas. A mandioca tem um grande volume de excedente, mas o período de

colheita é muito mais do que o milho. Então, as instalações necessárias de

armazenamento são principalmente consideradas como centro da demanda de

milho e excedente em cada distrito. O Excedente de milho em Cuamba atinge

203,600 toneladas em 2030, seguido por Gurue, Mandimba e Ngauma, que varia o

excedente de 67,00060.000 para 95,000 toneladas. Por outro lado, a demanda de

milho em Nampula e Mogovolas são estimadas a 80.600 toneladas e 77.200

toneladas, respectivamente liderados pelo aumento da população. Alto Molócuè,

Lichinga e Gurué o próximo grupo, com o consumo de 38.200, 45.400 e 37.300

toneladas respectivamente. As Áreas onde as instalações de armazenamento serão

necessárias. As Áreas onde o volume do excedente do consumo é elevado serão

locais prioritários para uma rede de distribuição.

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3-63

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.8.1 Previsão do Produção, Demanda y Excedente de Milho

Com base na estimativa acima da demanda e o excedente de milho em cada distrito,

em 2030, a montagem de pontos estratégicos são identificados considerando, o

fluxo de distribuição actual do produto, e os planos de reabilitação de estrada e

ferrovia, e ilustrada na Figura 3.8.1. Os Pontos Estratégicos de montagem são

divididos em termos de tamanho e de função. Pontos estratégicos de concentração

são identificados na Figura 3.8.1 considerando a estimativa de produção, demanda e

excedentes em cada distrito em 2030, fluxo de produtos atual e planos de

reabilitação de estradas e ferrovia. Ponto de concentração primário é um ponto de

reunião, onde os produtos são coletados do interior de um distrito. Ponto secundário

é um ponto de concentração usado para o comércio entre distritos, além da função

de ponto de concentração primário. Ponto de concentração final é um ponto de

concentração para área de grande consumo, comércio inter-regional, armazenagem

de longo prazo e/ou exportação. A capacidade total exigida para a ponto de

concentração primário, secundário e final é considerada como 10.000 toneladas ou

menos, 30 mil toneladas ou menos, e 30.000 – 100.000 toneladas, respectivamente.

District 2020 (ton) 2030 (ton)

Produção Demanda Excedente Produção Demanda Excedente

Monapo 41,200 27,400 13,800 50,250 31,400

18,850

Muecate 21,400 8,200 13,200 42,250 8,900

33,350

Meconta 42,600 13,900 28,700 77,500 15,700

61,800

Mogovolas 30,800 39,500 -8,700 72,500 77,200

-4,700

Nampula 58,200 68,500 -10,300 92,750 80,600

12,150

Murrupula 30,000 12,600 17,400 50,000 14,100

35,900

Ribaue 47,200 20,300 26,900 67,750 28,600

39,150

Malema 48,600 13,800 34,800 64,250 14,500

49,750

Alto Molocue 82,800 30,700 52,100 109,250 45,400

63,850

Gurue 86,200 31,000 55,200 131,750 37,300

94,450

Cuamba 152,200 18,700 133,500 227,000 23,400

203,600

Mandimba 65,600 14,200 51,400 110,500 18,000

92,500

Ngauma 42,800 8,300 34,500 79,250 12,200

67,050

Lichinga 62,400 27,300 35,100 87,500 38,200

49,300

Total 812,000 334,400 477,600 1,262,500 445,500

817,000

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Desenho da Visão Geral do Plano

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Figura 3.8.1 Ponto de Concentração Estratégico

Conforme referido no subcapítulo 2.7.1, existem instalações de armazenagem

pública em cada distrito da Área do Estudo. Para melhorar a eficiência da rede de

cadeia de fornecimento e controle de qualidade dos produtos agrícolas, a rede de

armazenamento público atual deve ser reabilitada ou atualizada. Espera-se que

Cuamba produza excedentes de milho de cerca de 134.000 toneladas em 2020 e

204.000 toneladas em 2030. Cuamba se tornará um centro de abastecimento de

grãos, que pode distribuir produtos ao Malawi, Corredor de Pemba, região central,

bem como ao Corredor de Nacala. Ele também pode precisar de apoio especial de

instalações de armazenamento em grande escala por investimento público.

Conforme eles estão fazendo atualmente, estas instalações de armazenagem

pública serão emprestadas ao setor privado. Na instalação de armazenagem de

ponto de concentração principal, é dada prioridade aos clientes de pequenos a médio

volume, especialmente grupos de agricultores que não têm dinheiro para investir

num armazém em escala comercial, a fim de melhorar o seu acesso às instalações

de armazenagem. Assim, uma unidade de armazenagem deve consistir em

armazéns de pequena capacidade, cerca de 100 toneladas cada, para que muitos

grupos, indivíduos e empresas possam utilizá-la. Basicamente, instalações de

armazenagem médias a grandes, incluindo silos de grãos, receberão investimentos

do setor privado.

Tecnologia pós-colheita, técnicas de armazenagem especialmente adequadas para

controle de qualidade do produto devem ser oferecidas aos interessados envolvidos

na cadeia de fornecimento de produto agrícola.

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

(4) Logística

Melhora das condições das estradas, bem como o aumento do volume de transações,

estimula o setor privado a participar mais no negócio de serviços logísticos. Ela pode

ajudar a reduzir o atual custo de transporte, encurtando o tempo de entrega,

reduzindo as perdas durante o transporte, que são grandes constrangimentos

logísticos na Área do Estudo. O setor privado tem um papel importante no

investimento no negocio de serviços logísticos.

3.9. Estratégia para a Criação de Organizações de Agricultores

3.9.1. Necessidade da Organização dos Agricultores

O projeto PRODECER é um exemplo representativo do desenvolvimento na região

do Cerrado brasileiro. No projeto, as cooperativas realizaram várias medidas de

apoio, tais como o envio dos filhos dos membros de cooperativas agrícolas

existentes para o assentamento, fornecimento de recursos e de instalações de

processamento agrícola, sendo estes importantes fatores de sucesso. Por outro

lado, na área do Corredor de Nacala as organizações dos agricultores, como

cooperativas agrícolas, não estão organizadas.

Existem vários fatores que impedem o aumento da produtividade e da renda dos

pequenos agricultores. Em particular, os pequenos agricultores precisam de (i)

Acesso à terra e à água; (ii) Acesso aos insumos (sementes, fertilizantes, pesticidas,

etc.); (iii) Acesso aos mercados (transporte); (iv) Acesso ao conhecimento (novas

técnicas) e informações (mercados e compradores); (v) Acesso ao capital (recursos

para compra de materiais, equipamentos e serviços), etc. É impossível para os

agricultores resolverem estes problemas individualmente. Entretanto, mesmo os

agricultores individuais têm uma consciência precária de seus direitos. Ao se

organizarem em grupos e unirem suas forças, eles serão capazes de acessar

informações e serviços de extensão. Além disso, através de colheita e envio de

produtos em cooperação, pode aumentar a possibilidade de chamar intermediários

até a comunidade para a compra ou coleta dos produtos. Se o grupo formar seu

próprio conselho de administração e se registrar como uma entidade legal, eles

poderão abrir uma conta bancária e ter acesso ao crédito. Neste sentido, é

indispensável que os agricultores se organizem em grupos e associações.

Entretanto, a taxa de organização de todas as famílias de agricultores é de apenas 2

a 8% em cada distrito, exceto no distrito de Gurue (17,8%). A taxa é de 5,0% na

província de Nampula, 12,8% na província da Zambézia, 5,2% na província do

Niassa e 6,4% na média geral da Área do Projeto. A maioria das organizações dos

agricultores enfrenta problemas de administração precária, foco limitado em

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Desenho da Visão Geral do Plano

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

serviços internos, falta de conhecimento sobre pós-colheita e comercialização e falta

de habilidades de negociação para desenvolver parcerias. Os serviços de extensão

estão disponíveis para menos de 10% dos agricultores. O serviço público de

extensão baseado no distrito não tem pessoal e recursos suficientes e ele tem foco

na produção de culturas alimentares, não tratando de elementos críticos como

culturas de rendimento, comercialização e administração da organização. Os

serviços de crédito estão disponíveis para apenas menos de 1,2% de todos os

agricultores (1,2% na província de Nampula, 0,4% na província da Zambézia e 0,7%

na província do Niassa, INE 2010). As instituições financeiras têm alcance limitado

nas zonas rurais e exigem taxas de juros e garantias inalcançáveis, excluindo os

pequenos agricultores do serviço de crédito.

Além disso, a partir dos resultados da pesquisa de inventário das organizações de

agricultores, fica claro que a maioria das organizações dos agricultores trabalha

apenas como receptores de apoios do governo de ONGs. Poucas organizações de

agricultores têm realizado produção e venda cooperada. No entanto, eles

receberam insumos agrícolas gratuitos, apoio nos transportes, salário ou subsídio

de pessoal de fora (Governo ou ONGs). Portanto, quando perderem o apoio externo,

suas atividades se reduzirão. Poucas organizações conseguem trabalhar apenas

com seus próprios membros. Por outro lado, as organizações dos agricultores têm

sido absolutamente necessárias, não apenas como receptores de apoios físicos, tais

como insumos agrícolas, mas também como receptores de assistência técnica do

MINAG até o momento. O Programa Nacional de Extensão Agrícola (PRONEA) está

sendo um dos principais projetos do Plano Diretor de Extensão (2007-2016) e

contém atividades de organização dos agricultores. Portanto, é importante

considerar a organização dos agricultores como estando integrada com a extensão

agrícola e as atividades do PRONEA.

3.9.2. Organização dos Agricultores através do Projeto modelo de Produtores

Contratados

Ficou claro através da pesquisa de inventário que o principal problema atual dos

pequenos agricultores e associações é “Nenhum comprador ao invés das demandas

do mercado ou inexistência de informações de mercado, os compradores não

podem vir à porteira da propriedade agrícola”. Portanto, é necessário focar nas

práticas agrícolas voltadas para o mercado com consciência do mercado e

transformação da consciência de “produzir e vender” para “produzir para vender”.

A maioria das propriedades agrícolas empresariais está envolvida na produção de

algodão e tabaco no sistema de contrato, através do qual eles fornecem assistência

técnica e insumos para os pequenos agricultores e estes pagam seus empréstimos

no momento da colheita. Este tipo de arranjo facilita o acesso dos agricultores aos

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

insumos, a um mercado garantido e ao pagamento, e os agricultores concordam em

vender suas culturas de rendimento para as empresas a um preço definido. Além

disso, no esquema de produção contratada, os agricultores entregam sua produção

a agricultores de grande escala ou a empresas, comerciantes ou processadores

através de arranjos contratuais especificando um preço pré-determinado e com

quantidade e qualidade pré-determinadas. Em geral, a produção por contrato

também inclui o fornecimento pelo grande produtor ou pela

empresa/comerciante/processador de serviços, tais como insumos agrícolas

necessários aos produtores para a entrega da produção acordada, assim como

alguma assistência técnica.

No processo de promoção de vários projetos na área do Corredor de Nacala, o

agrupamento de pequenos agricultores para a produção contratada por grandes

produtores ou empresas garante a compra (mercado dos agricultores) dos produtos

e isso também beneficia os pequenos agricultores. Alguns projetos em andamento

por empresas já mostraram um bom resultado. Os esquemas de produção

contratada devem ser promovidos centralizados nos grandes produtores ou

empresas, de modo que os grandes produtores e empresas sejam responsáveis

pela orientação técnica e pela promoção do agrupamento dos pequenos agricultores.

Isto deve ser apoiado com empréstimos preferenciais para grandes produtores ou

empresas que aceitem o projeto de produção contratada. A ideia dos esquemas de

produção contratada é também uma das estratégias de desenvolvimento do MINAG.

Por outro lado, para reduzir as crescentes disparidades econômicas entre os

agricultores que participam do projeto de produção contratada e a maioria dos

pequenos agricultores que não podem participar do projeto, o apoio a estes deve ser

considerado. Com este objetivo, está sendo promovida a formação da organização

dos agricultores em colaboração com as atividades de extensão agrícola pelo

PRONEA e a formação de cooperativas agrícolas voltadas para o mercado através

da promoção da nova lei de cooperativas.

3.9.3. Esclarecimento dos Objetivos para a Organização dos Agricultores

A organização dos agricultores gera benefícios econômicos para seus membros

através de atividades coletivas. Na maioria dos casos, o benefício é conseguido

através da garantia de fatores de produção (acesso à terra e à água), acesso ao

conhecimento (informal ou através da extensão pública ou privada), acesso aos

insumos graças à redução de preços (devido à redução dos custos do transporte),

acesso ao crédito e, algumas vezes, acesso a melhores mercados pela produção a

granel.

As organizações dos agricultores são compostas de grupos que geralmente variam

de 10 a 60 pessoas que se unem para um ou vários objetivos combinados. Algumas

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-68

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

delas têm estatutos que definem os objetivos e as taxas de participação. Mas,

basicamente elas funcionam com base em regras baseadas em costumes. De

acordo com o interesse comum de seus membros, de acordo com a estratégia para

o movimento associativo agrícola do DNEA, as organizações dos agricultores são

divididas nos seguintes sete tipos:

1) Envolvendo associações de irrigantes

2) Associações de comercialização agrícola

3) Associações de meios de produção

4) Associações para compartilhamento do direito de uso e ocupação da terra

5) Associações para culturas específicas relacionadas com as empresas

financiadoras

6) Associações para a gestão dos recursos naturais e do ecoturismo

7) Associações mistas

Conforme já mencionado anteriormente, para que os pequenos agricultores

individuais tenham um poder de barganha igual ao dos comerciantes ou dos

processadores, é necessário que estes agricultores individuais formem uma

organização voluntária ou uma sociedade cooperativa. Se os agricultores individuais

não tiverem seu próprio sistema para responder às variações da distribuição ou do

preço, eles sempre terão uma atitude passiva. Deste ponto de vista, também é

necessário que os agricultores individuais organizem seu próprio sistema.

Entretanto, no caso da criação de uma organização de agricultores por eles próprios,

é importante que eles deem atenção a questões de desenvolvimento de sua própria

identidade e reconheçam a necessidade de sua organização como meio efetivo para

resolver estas questões, ao invés de pensar “no começo, havia a Organização”. Ao

descobrir os benefícios da organização por si próprios, a propriedade da

“organização dos agricultores” aumenta e leva a uma sustentabilidade de longo

prazo.

Para alcançar a organização dos agricultores no meio termo (2021) do ProSAVANA,

o desenvolvimento de recursos humanos que sejam o núcleo da organização dos

agricultores é indispensável. Entretanto, estas atividades para o desenvolvimento de

atores rurais requer não apenas recursos de curto prazo (2-3 anos), mas também

perspectivas de treinamento de longo prazo. Portanto, é necessário melhorar as

capacidades das organizações de agricultores existentes em paralelo ao

desenvolvimento dos recursos humanos de pessoas-chave para as novas

organizações. Isto deve ser apoiado em antecipação da transição das associações

de agricultores existentes para as modernas cooperativas agrícolas com base na

nova lei de cooperativas.

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-69

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Do mesmo modo, para melhorar a operação e gestão das organizações de

agricultores existentes e para melhorar sua sustentabilidade, é também necessário

desenvolver os recursos humanos de seus membros. Portanto, o “desenvolvimento

da capacidade humana” está posicionado como uma abordagem para organizar os

pequenos agricultores, e o programa de desenvolvimento da capacidade humana

será implementado. Além disso, quando for promovida a organização dos pequenos

agricultores no futuro, será importante melhorar a compreensão entre os

beneficiários e gastar tempo suficiente para desenvolver os recursos humanos que

conscientizarão as pessoas-chave e todos os agricultores.

3.9.4. Desenvolvimento da Capacidade Humana

A razão pela qual as organizações dos agricultores não são mantidas

continuamente é a falta de recursos humanos que leva à falta de organização e

capacidade entre os agricultores, mais do que a falta de recursos econômicos. A

organização dos pequenos agricultores tem sido realizada através de intervenção

externa pelo governo ou pelas ONGs. Como resultado, a unidade, o sentido de

objetivo, o sentido de responsabilidade e a consciência cooperativa da organização

são fracos. A criação e manutenção contínua da organização dos agricultores

dependem em grande medida da qualidade dos seus membros. Portanto, é

necessário preparar uma organização / agrupamento que possa ser realizado

voluntariamente na comunidade. Por esta razão, o desenvolvimento dos recursos

humanos das pessoas-chave nas organizações dos agricultores no futuro é uma

atividade essencial. Não apenas a intervenção externa é importante, mas também a

utilização de valores comunitários tradicionais para o desenvolvimento dos recursos

humanos.

Nas áreas rurais, os valores comunitários tradicionais são ainda dominantes. Os

chefes tradicionais (Régulo, Mueune, etc.) que lideram estes valores em suas

comunidades lidam com questões fundiárias, também desempenhando um papel de

coordenação, como polícia ou chefe da comunidade. As pessoas-chave das

organizações dos agricultores ou os líderes da comunidade no futuro serão

escolhidos a partir dos adolescentes recomendados por um chefe tradicional ou

pelos líderes do grupo de jovens. Em outras palavras, a formação da organização

com base na cultura tradicional, valores comunitários e participação voluntária é útil

em termos de manutenção da sustentabilidade e da moral das atividades das

organizações dos agricultores. Sendo assim, o desenvolvimento da capacidade

humana é a principal prioridade antes da formação da organização.

As atividades de treinamento do desenvolvimento da capacidade humana serão

realizadas em nível de Posto Administrativo em algumas instalações educacionais

localizadas no centro da região em horários em que estas instalações não são

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-70

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

utilizadas. É melhor realizar o treinamento diário por vários dias, por exemplo, em

uma semana. Os palestrantes serão principalmente os trabalhadores de extensão

agrícola e os graduados da Academia Agrícola ProSAVANA, a ser criada. Alguns

treinamentos terão recursos humanos e recursos de ONGs. O conteúdo do

treinamento serão tecnologias agrícolas relacionadas com a melhoria da produção

agrícola (sementes, fertilizantes, pesticidas e práticas agrícolas), operações da

organização (liderança, gestão, contabilidade, comercialização e negociação),

considerações ambientais e alfabetização, que estão diretamente relacionadas com

a melhoria do padrão de vida. Na área do Corredor de Nacala, muitos dos adultos

acima de 30 anos não têm educação pública suficiente devido a várias razões

socioeconômicas. Portanto, sua capacidade para adquirir novas informações

(conhecimento e tecnologia) é pequena, sendo então que o treinamento destes

membros deve ser feito passo a passo. O treinamento necessário dependerá do

objetivo do desenvolvimento, e o desenvolvimento da capacidade humana levará

muito tempo.

Como os objetivos e atividades do Programa de Desenvolvimento da Capacidade

Humana são similares aos do PRONEA, o Programa apoiará o PRONEA e será

realizado em conjunto com o mesmo. Os distritos que não são distritos alvo do

PRONEA serão atendidos pelo próprio Programa. Além disso, após o fim do

PRONEA (a partir de 2017), o Programa continuará sozinho. As Escolas de Campo

para os Agricultores foram introduzidas em 2009 com o apoio da FAO para fins de

educação dos agricultores e têm mostrado resultados positivos. Este conceito de

educação do agricultor originalmente focava na gestão integrada de pestes e na

gestão integrada da fertilidade do solo. A mentalidade mudou dos objetivos na

subsistência para a importância da orientação mercadológica para a produção, de

uma perspectiva no agronegócio. Considera-se que este conceito seja útil; as

atividades das Escolas de Campo para Agricultores serão planejadas no Programa.

3.9.5. Apoio ao Estabelecimento e Desenvolvimento de Cooperativas

Agrícolas Modernas

As associações de pequenos agricultores começaram a ser organizadas nos anos

1990. As associações são em princípio organizações sem fins lucrativos. Dentro do

arcabouço legal existente até 2009/2010, o estabelecimento, treinamento e

legalização das associações de agricultores têm sido promovidos por vários órgãos

como o MINAG, doadores e ONGs. A Lei Geral das Cooperativas Modernas (Lei

23/2009) foi aprovada em setembro de 2009 e promulgada em março de 2010. De

acordo com a nova lei, as cooperativas são autônomas e independentes, baseadas

na associação voluntária de seus membros e sob seu controle democrático. Os

membros são obrigados a contribuir na forma de um capital básico e em termos de

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-71

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

bens e/ou serviços para a atividade econômica para lucro mútuo, mas também

compartilhando os riscos, com o objetivo conjunto de satisfazer as necessidades e

aspirações econômicas dos membros. A Nova Lei das Cooperativas também prevê

a transformação das associações de agricultores existentes em cooperativas

modernas se eles cumprirem as exigências estabelecidas em lei.

As principais diferenças entre as duas formas legais de organização dos agricultores

são apresentadas na Tabela 3.9.1 e comparadas com o modelo de sociedades

anônimas de agricultores.

Tabela 3.9.1 Diferenças entre Cooperativas, Associações e Sociedades Anônimas

Cooperativas Associações Sociedades Anônimas

Unidade de pessoas que se

organizam para a execução de

uma atividade econômica.

Unidade de pessoas que se

organizam por razões não

econômicas.

Principalmente, uma empresa com

investimento de capital acionista

com objetivos econômicos.

O principal objetivo é o

fornecimento de serviços

operacionais com margens justas

e transparentes para seus

membros. O lucro é resultante das

atividades econômicas.

Os principais objetivos são

altruístas e não lucrativos e podem

estar relacionados com a

realização de atividades sociais,

culturais, esportivas e de

assistência mútua.

O principal objetivo é maximizar o

lucro.

Os membros e o fornecimento de

serviços se beneficiam da renda

líquida obtida.

Não há renda líquida financeira. Os membros ou acionistas nos

investimentos de capital se

beneficiam da renda líquida

(lucro).

O excedente realizado é

transferido aos membros com

base na proporção das atividades

implementadas e dos serviços

utilizados.

Qualquer excedente não é lucro e

é compartilhado.

O lucro obtido é distribuído entre

os membros e acionistas, com

base no capital investido.

O capital investido não determina

a gestão e a tomada de decisões

(um membro um voto)

O capital investido não determina

a tomada de decisões (um

membro um voto)

O capital investido determina a

gestão e a tomada de decisões.

Assembleia geral: O quórum é

baseado no número de membros.

Assembleia geral: O quórum é

baseado no número de membros.

Assembleia geral: O quórum é

baseado no montante do capital

investido.

Administrada por uma diretoria

geral composta de pelo menos 2/3

dos membros.

Administrada por um número

reduzido de pessoas.

Administrada por um número

reduzido de pessoas.

Fonte: A nova Lei das cooperativas. Desenvolvimento e negócios com princípios. AMPCM, 2011.

Embora a associação não seja uma forma legal apropriada para as organizações

dos agricultores que queiram gerar renda/benefícios, ela ainda é a forma mais

amplamente usada de organização. As principais razões para isto são: (i) a relativa

novidade das cooperativas modernas; (ii) necessidade de investimento financeiro

nas cooperativas (pelo menos 50% dos ativos por lei têm ser ativos financeiros); e

(iii) capacidade para gerir empresas cooperativas. Algumas associações ou uniões

de associações estão se desenvolvendo em cooperativas modernas com base na

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-72

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

nova lei, segundo a qual o dividendo é normalmente reinvestido nas empresas

cooperativas.

A Associação Moçambicana para a Promoção das Cooperativas Modernas

(AMPCM) foi criada em 2010, logo após a promulgação da nova lei das cooperativas.

A AMPCM tem um papel de liderança na implementação da nova lei através da

promoção e desenvolvimento de cooperativas modernas como forma sustentável de

geração de riqueza com alvo em vários setores. A AMPCM também está

promovendo a transição das associações existentes em cooperativas através do

desenvolvimento da capacidade (isto é, na legislação das cooperativas,

desenvolvimento de plano de negócios, contabilidade e auditoria, e fornecimento de

assistência jurídica, etc.). Nas províncias de Nampula e do Niassa, o

desenvolvimento de cooperativas é ativamente apoiado pelo CLUSA. Embora a

promoção das cooperativas agrícolas com base na nova lei seja uma questão

importante para o MINAG/DNSA, a nova lei ainda não é bem conhecida na área

rural e o número de cooperativas registradas com base na nova lei ainda é pequeno.

Este tipo de organização de pequenos agricultores é necessário para o

desenvolvimento agrícola na área do Corredor de Nacala, com o apoio ao

estabelecimento de modernas cooperativas agrícolas e o desenvolvimento de

sistema eficiente e efetivo de gestão e operação comerciais baseadas na nova lei.

As principais atividades são levar as informações da nova lei e os métodos de

operação para as organizações e interessados relevantes das províncias e distritos,

envolvendo as organizações dos agricultores e estabelecendo cooperativas

agrícolas. Também é importante apoiar a criação de novas cooperativas agrícolas

como um projeto modelo para grupos de agricultores que desejem se organizar e

apoiar a transformação das associações existentes em cooperativas. Após a criação

das novas cooperativas, será planejado o apoio à operação através de empréstimo

fácil do sistema financeiro na forma de “Crédito para pequenas e médias

associações de agricultores e empresas” (melhorando o Fundo de Iniciativa de

Desenvolvimento do ProSAVANA). Também serão realizados treinamentos

regulares para o desenvolvimento da capacidade humana dos membros das

cooperativas. O desenvolvimento da capacidade humana terá foco na orientação

comercial das cooperativas.

3.10. Estratégia para Administração de Terras

3.10.1. Reserva de Terra para Investimento

Foi noticiado em várias midias de que há conflitos de terras entre os investidores e

os agricultores locais na área do Projeto. Entretanto a disputa de terras não é dita

como uma causa grave para tirar novos investimentos, isto pode ser uma barreira

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-73

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

contra investidores conscienciosos no futuro. Portanto. o sector público deve

desempenhar um papel de mediador na mitigação do conflito entre os investidores e

a população local.

Na administração governamental de gestão da terra. recomenda-se a estabelecer

um princípio importante: o governo é responsável pela credibilidade da informação,

o que confirma a existência de áreas "disponíveis" ou áreas desocupadas, para que

elas possam ser alocadas para investidores ou para candidatos potenciais.

É improvável que existam áreas sem qualquer pedido de direito sobre eles

(ocupação costumeira ou boa fé). por isso é necessário encontrar formas de

verificação e confirmação dos direitos de uso da terra de acordo com as disposições

estabelecidas por lei. As áreas de terra confirmada como "disponível" será registado

no " Reserva de Terra " a ser destinado para as futuras atribuições. O governo.

então poderia emitir um certificado descrevendo a terra disponível (áreas de

interesse público), e mais tarde, de acordo com o interesse estratégico, para

parcelar a terra em projectos governamentais ou investimentos, de acordo com a

aptidão das terras agrícolas, e emitir DUATs para os investidores interessados na

área para produção específica.

Uma ação neste sentido, pelo governo, pode criar um ambiente de segurança e

confiança para investimentos e mitigar futuros conflitos sobre a posse da terra.

Uma ação semelhante também pode ser tomada pelo governo. a fim de garantir a

posse e emissão de títulos de terra (DUAT), aos ocupantes das áreas periféricas da

"Reserva de Terra". a fim de evitar futuros conflitos de terra entre investidores e

pessoas de comunidades vizinhas. A demarcação e emissão de DUAT a todos os

ocupantes interessados em torno do "Reserva de Terra", deve conceder aos

ocupantes dos direitos de equivalência aos benefícios prestados aos investidores

potenciais.

Objetivamente essas ações poderiam desenvolver a confiança mútua e a

cooperação entre as comunidades, os pequenos agricultores e os investidores.

3.10.2. Emissão de DUAT para os agricultores de pequena e média escala

A emissão do DUAT para agricultores individuais será promovida, de modo que o

governo seja capaz de confirmar a credibilidade das informações sobre o uso da

terra sem dificuldade. A situação atual, que obscurece o direito individual do uso da

terra de uma certa área. torna o governo difícil de ter uma informação confiável

sobre o uso da terra.

Como mencionado no capítulo 2.2.7. o registo da terra está longe do agricultor

devido ao seu custo e formalidades. Porque os agricultores sentem-se inseguros em

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-74

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

posição de uso da terra, a emoção poderia ser uma razão de conflitos de terra com

os investidores.

Além disso. o registo de terra utilizada pelos agricultores. pode ter efeito para

promover a transformação da agricultura itinerante para a agricultura em área fixa.

Porque o direito da terra segura traz a consciência do agricultor em manter a terra

visando ao uso sustentável e melhorando a produtividade. A aquisição do DUAT

deve começar em comunidade de forma participativa a fim de evitar sobreposições e

conflitos entre agricultores.

3.11. Estratégia para o Desenvolvimento da Irrigação

3.11.1. Estratégia Básica para o Desenvolvimento da Irrigação

(1) Abordagem para o Desenvolvimento da Irrigação

O Plano Diretor visa promover o desenvolvimento econômico e social através do

desenvolvimento agrícola no Corredor de Nacala, por meio da realização de

aumento da produtividade agrícola e maximização dos efeitos do aumento de

produto agrícola para a economia regional, envolvendo agricultores pequenos e

médios e investimento privado. Os papéis do setor de irrigação para alcançar a meta

de desenvolvimento acima são i) melhorar a condição básica da produção agrícola

através do desenvolvimento de infraestruturas agrícolas, tais como sistemas de

irrigação, ii) contribuir para o aumento da produção agrícola e a revitalização da

economia regional; e iii) gerenciar os recursos naturais, tais como terra irrigada e

recursos hídricos adequadamente, para que a sustentabilidade do desenvolvimento

seja assegurada. Para cumprir o papel do setor, as abordagens mostradas abaixo

são adotadas para o desenvolvimento da irrigação:

Aumentar a área atual irrigada e a produção agrícola através do uso eficaz do

potencial de desenvolvimento da irrigação;

Realizar o desenvolvimento sustentável da irrigação para o longo prazo, através

de operação e manutenção adequadas de equipamentos de irrigação;

Aumentar a renda do agricultor por meio da promoção da agricultura irrigada de

produtos orientados para o mercado;

Criar oportunidade de renda de pequenos agricultores através da produção de

cultivos de rendimento com irrigação;

Educa agricultores pequenos e médios da região através da produção e venda

de cultivos de rendimento com irrigação;

Atrair desenvolvimento de irrigação corroborando com investimento privado; e

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-75

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Garantir o desenvolvimento sustentável da irrigação através da gestão

adequada dos recursos hídricos e da terra.

(2) Estratégia Básica para o Desenvolvimento da Irrigação por Zona

Do ponto de vista de pleno uso do potencial regional de desenvolvimento da irrigação,

a prioridade do desenvolvimento irrigação é colocada sobre a recuperação da função

e utilização dos sistemas de irrigação já existentes por meio de reabilitação. O

número, área em operação e área potencial dos sistemas de irrigação existentes são

resumidos por zona, conforme mostrado abaixo:

Tabela 3.11.1 Número, Área em Operação e área Potencial dos Sistemas de Irrigação Existentes

Itens Zona I Zona II Zona III Zona IV Zona V Zona VI

Classe1)

A, B C A, B A, B A, B A, B A, B

Nº. de Sistemas 13 1 33 27 0 13 19

Em operação (ha) 138 1,300 267 702 0 147 468

Área potencial (ha) 800 2,000 1,400 1,728 0 267 551

1) Classe A: Menos de 50 ha de área potencial, Classe B: 50 a 500 ha, Classe C: Mais de 500 ha

Zona I e Zona II têm uma vantagem de bom acesso à crescente demanda por

produtos hortícolas de mão de obra crescente trabalhando na área urbana de

Nampula e SEZ de Nacala, bem como da fábrica de fertilizantes planejada em

Monapo. Por pleno uso da vantagem, espera-se que estas zonas promovam

produção hortícola por irrigação através da reabilitação de sistema de irrigação

existente danificado e defeituoso e promovendo a irrigação por bombas pequenas. A

expansão de bananais privados em Monapo, que usa o sistema de irrigação

moderno também é esperada no futuro.

Zona III tem um grande potencial de desenvolvimento da irrigação, utilizando

sistemas de irrigação existentes por meio de reabilitação e melhoria. A agricultura

irrigada de hortícolas, tais como cebola e alho é em grande parte realizada e a área é

considerada como uma área avançada de agricultura irrigada na região. O

desenvolvimento de irrigação na zona é esperado através da expansão da área

irrigada através da reabilitação do sistema de irrigação existente danificado e

defeituoso, bem como desenvolvendo o novo sistema de irrigação utilizando sistema

de bomba pequena e gravidade e com recursos hídricos abundantes em água de rio

e nascentes.

Zona IV é uma área montanhosa, que tem baixo potencial de desenvolvimento da

irrigação. A possibilidade de introduzir pequena irrigação de hortícolas usando

bomba ou água de nascente é considerada no fundo do vale, embora a área seja

limitada.

Zona V tem bom acesso a Cuamba, que se espera seja um ponto de concentração

estratégico no futuro. Utilizando-se a vantagem, espera-se que a zona produza

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-76

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

alimentos e cultivos de rendimento por irrigação. Devido ao baixo potencial dos

atuais sistemas de irrigação, a grande ênfase do desenvolvimento da irrigação na

zona será colocada sobre novos empreendimentos de irrigação por

bomba/gravidade usando água dos afluentes do Lúrio e água de nascente no sopé

das montanhas.

Na Zona VI, a produção de batata, feijão e outros hortícolas por irrigação sob o clima

ameno, deve ser promovida. Grande ênfase será colocada na reabilitação de

sistemas de irrigação danificados e defeituosos já existentes em Lichinga (Sede de

Lichinga e Chimbonila), enquanto o desenvolvimento do novo sistema de irrigação é

esperado em Nguama e Mandimba.

3.11.2. Potencial de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e sua Gestão

(1) Identificação do Potencial de Desenvolvimento de Recursos Hídricos

Os recursos hídricos possíveis para o desenvolvimento da irrigação são resumidos

por zona, conforme mostrado abaixo. É difícil avaliar o potencial de desenvolvimento

de recursos hídricos com precisão devido à extinção e mau funcionamento da rede

de observação e à falta de dados.

Espera-se que o escoamento anual médio da Área do Estudo seja de

aproximadamente 20 bilhões de m3/ano, que é excede em grande parte a demanda

esperada de desenvolvimento da irrigação. Devido ao fato de que a maioria dos rios

ainda não foram desenvolvidos, com exceção de alguns dos rios que atravessam

áreas urbanas, o potencial hídrico para o desenvolvimento futuro da irrigação é

considerado alto. É necessário conduzir investigação básica para compreender o

potencial de desenvolvimento de recursos hídricos, em paralelo com o

desenvolvimento e reconstrução da rede de observação e acumulação de dados

hidrológicos.

Tabela 3.11.2 Recursos Hídricos Possíveis para o Desenvolvimento da Irrigação por Zona

Zona I Zona II Zona III Zona IV Zona V Zona VI

R. Monapo,

R. Mecuburi

R. Meluli/

Namaita,

R. Monapo,

R. Ligonha,

R. Lúrio e

afluentes

- R. Lúrio e

afluentes

R. Lugenda e

afluentes,

R. Lucherngo

O Rio Monapo, que é um dos principais recursos hídricos da zona I e zona II, é o rio

mais desenvolvido na região devido à concentração demográfica. O rio foi

desenvolvido para o abastecimento de água urbano e rural, água industrial e

irrigação para exploração em grande escala, bem como a irrigação por bombas

pequenas. Considerando o aumento esperado da demanda de água causada pelo

desenvolvimento industrial e o aumento da população, é possível promover apenas a

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-77

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

reabilitação do sistema de irrigação e irrigação de bombas pequenas existente e

novo desenvolvimento de sistema de irrigação não é realista nestas zonas.

Em Mandimba na Zona VI, o Lago Chiuta, localizado na fronteira a montante da bacia

do Rio Lugenda perto da fronteira nacional com o Malawi, é considerável como

possível recurso hídrico para o desenvolvimento de irrigação em grande escala. É

necessário conduzir investigação e avaliação da possibilidade, juntamente com a

possibilidade de desenvolvimento de área pantanosa junto à parte superior do Rio Lugenda.

(2) Fortalecimento da Gestão dos Recursos Hídricos

A gestão dos recursos hídricos é essencial para o uso sustentável dos recursos

naturais e distribuição de água de maneira apropriada e justa. Atualmente, o

desenvolvimento dos recursos hídricos permanece em nível muito mais baixo do que

o potencial, com exceção de alguns dos rios que atravessam áreas de densidade

demográfica elevada. Assim, mesmo que uma gestão precisa dos recursos hídricos

não seja aplicada, nenhum conflito ou problema grave ocorreu. Considerando o

desenvolvimento futuro da indústria e da agricultura, bem como o aumento da

população da área do Corredor de Nacala, o estabelecimento da gestão adequada

dos recursos hídricos é considerada uma tarefa primária.

Desenvolvimento e reconstrução da rede de observação hidrológica (constante

implementação de plano de desenvolvimento de ARA-CN e ARA-N);

Fortalecimento do sistema de licenciamento de água: Incluindo sistemas de

irrigação pequenos e médios com menos de 500 ha para o sistema de

licenciamento da água, mesmo que a taxa de água não seja cobrada. Construir e

manter o banco de dados de licenciamento de água e uso atual de água, em

colaboração com o MINAG-DPA;

Formulação do plano diretor hídrico, incluindo plano de exaustão de água dos

rios que se espera do desenvolvimento intensivo, tais como o Rio Monapo.

3.11.3. Desenvolvimento de Irrigação e Drenagem

(1) Reabilitação de sistema de irrigação existente danificado e defeituoso

1) Prioridade de reabilitação

Do ponto de vista de pleno uso do potencial regional de desenvolvimento da irrigação,

a prioridade do desenvolvimento irrigação será colocada sobre a recuperação da

função e utilização dos sistemas de irrigação já existentes por meio de reabilitação e

recuperação de seu funcionamento.

As Zona II, III e I são definidas como áreas prioritárias de trabalho de reabilitação

preferencial, porque essas zonas têm um grande potencial de desenvolvimento de

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-78

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

irrigação através da reabilitação de sistemas já existentes, o que é indicado pela

diferença entre a área potencial e a área em operação.

A prioridade da reabilitação será decidida considerando-se a área potencial de

desenvolvimento do sistema, a situação atual de uso da terra na área beneficiada

(possibilidade de consolidação de terras para melhorar a eficácia do sistema de

canal), condição de estradas (acesso ao mercado potencial), condição da atividade

agrícola e organização dos agricultores, etc.

2) Rearranjo de parcelas irrigadas e separação de parcela irrigada por chuva

através de emparcelamento

A rede de canal está desativada e abandonada em alguns dos sistemas de irrigação

existentes, e apenas a terra perto da fonte de água é utilizada para irrigação. Em tais

áreas, a parcela irrigada e a parcela dependente de chuva estão misturadas na

mesma área, o que provoca dificuldade de gerenciamento adequado da terra irrigada

e aumento da eficiência da entrega de água.

Ao mesmo tempo, com a reconstrução da rede de canais, é necessário reorganizar

as parcelas irrigadas e separar as parcelas dependentes de chuva para se adaptar à

nova rede de canais. Rearranjo da parcela irrigada, através de emparcelamento

contribuirá para desenvolver a circunstância para gestão eficaz e eficiente da água,

bem como a gestão adequada da terra irrigada. Através do uso eficiente de terra e

água no sistema, espera-se que a área irrigada atual seja expandida. O aumento de

terra irrigada será entregue aos agricultores da comunidade e contribuirá para

aumentar a sua escala de produção. Através da geração de terra irrigada extra

concentrada para agricultores motivados por meio da consolidação de parcelas e

reabilitação, espera-se que surjam líderes agricultores.

3) Melhoria do inventário das instalações de irrigação e desenvolvimento de

base de dados

Atualmente, o inventário de sistemas de irrigação é desenvolvido por DPAs, embora

a informação coletada não seja suficiente e não seja atualizada. É necessário

melhorar o conteúdo do inventário e criar um banco de dados, bem como gestão

adequada das informações, a fim de fornecer informações suficientes para planejar o

desenvolvimento da irrigação e a gestão dos sistemas de irrigação.

(2) A melhora da capacidade técnica para a construção, operação e gestão da

estrutura hidráulica

Uma das principais razões do mau funcionamento da estrutura hidráulica é atribuída

à falta de habilidade adequada e tecnologia para a construção e trabalho de

reparação em cada nível, ou seja, nível administrativo, construtora local, comunidade

local e agricultores. A fim de proceder ao desenvolvimento da instalação de irrigação

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-79

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

e uso sustentável de sistemas de irrigação, é essencial ensinar a habilidade e a

tecnologia de acima dos atores acima em cada nível.

1) Administração pública responsável por sistemas de irrigação

A capacidade técnica da administração pública responsável pelos sistemas de

irrigação deverá ser aumentada na gestão das estruturas e instalações,

planejamento, projeto e investigação de empreendimentos, supervisão da

construção e orientação aos agricultores. A DPA tem a responsabilidade pela

atividade acime, em nível provincial com colaboração das SDAEs. O número e a

habilidade das equipes da seção de irrigação do DPA serão aumentados para lidar

com o aumento das tarefas de gestão de projetos de irrigação, bem como garantir o

orçamento para a atividade das equipes. Além disso, é necessário reforçar o apoio

da administração nacional à assistência técnica da DPA. O suporte de nível nacional

é esperado no desenvolvimento de orientações técnicas e projetos padrão de obras

hidráulicas e instalações de irrigação, melhoramento de orientações técnicas e

aconselhamento à seção de irrigação de DPAs, e orientação adequada de

desenvolvimento de irrigação e suporte técnico. O Instituto Nacional de Irrigação

(INIR) foi criado sob o MINAG para a gestão global e melhora de tecnologia de

desenvolvimento de irrigação. Espera-se a criação de subestrutura de nível

provincial do INIR em Lichinga, Nampula e Zambézia na fase inicial.

2) Empresa de construção local

A construção da estrutura hidráulica da maneira inadequada quanto à habilidade e

tecnologia causa avaria e danos às estruturas. É necessário escolher empresas de

construção civil local, que tenham uma habilidade suficiente e a tecnologia

necessária para a construção de estruturas hidráulicas de sistema de irrigação. A

melhora dos procedimentos de compras, introduzindo sistemas de qualificação para

construção hidráulica e são necessários aperfeiçoamento da orientação técnica e

inspeção de empresa de construção local pela administração pública.

3) Agricultores e comunidade local

Manutenção regular e simples reparo de instalações de irrigação são conduzidos por

usuários da Comunidade e usuários de irrigação, ou seja, grupo ou associação de

agricultores. Além disso, estruturas hidráulicas simples às vezes são construídas

pelos membros da comunidade e usuários da água. A habilidade e a capacidade

técnica da comunidade e de usuários de irrigação para instalações de irrigação deve

ser desenvolvido, assim como aumentada a capacidade para organizar esse trabalho

através da contribuição de trabalho do membro, através da formação de líderes da

comunidade e usuários de irrigação na construção de instalações simples e

reforçando a orientação de campo pelo gestor de extensão SDAE e inspeção pela

seção de irrigação do DPA.

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-80

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

(3) Utilização sustentável de instalações de irrigação, através do fortalecimento

da Associação de agricultores e formulação de associações de usuários de

água

O sistema de irrigação na área do estudo é um sistema de pequena e média escala,

exceto quanto a sistema privado em grande escala para a plantação de banana. A

responsabilidade pela operação e manutenção do sistema cabe ao usuário de

irrigação e grupo de usuários. Em geral, os sistemas de irrigação de pequena e

média escala são operados e mantidos pela comunidade, grupo de agricultores ou

associação de agricultores. Aumentando a capacidade do grupo de usuários, uma

operação e manutenção adequadas de instalações de irrigação será realizada pelo

grupo, de forma que se destina a manter o funcionamento adequado do sistema de

irrigação no longo prazo e utilizar o sistema de forma sustentável.

Em princípio, a operação e a manutenção serão executados pelo grupo de usuários

de forma autossustentada, que é organizada pela cobrança de taxa de água e arranjo

da contribuição do membro em trabalho e/ou material. Assim, o grupo de usuários é

necessário para se ter uma capacidade adequada na gestão da organização. Além

disso, espera-se que o grupo de usuário seja um corpo destinatário de suporte

técnico e serviço de extensão em irrigação e instalação pela administração pública.

As seguintes atividades devem ser promovidas no Plano Diretor:

Organizar grupo de agricultores em associação no caso de o grupo de

agricultores serem proprietário e operar o sistema de irrigação;

Legalizar a associação de agricultores que tem a função de associação de

usuários de água;

Organizar a associação de usuários de água através da sindicalização de

associações no caso do sistema de irrigação de escala média, que é usado por

várias associações e/ou grupos;

Melhorar a habilidade e a tecnologia de associação para operação e

manutenção de instalações de irrigação;

Aperfeiçoar a gestão de organização para a instalação de irrigação, incluindo a

cobrança de taxa de água, bem como organizar a participação do membro na

gestão; e

Aumentar a eficiência do uso da água através da melhora da gestão da água no

campo, bem como no sistema de canais.

(4) Promoção da pequena irrigação usando bomba

Em paralelo com a reabilitação e recuperação de sistemas de irrigação existentes, a

irrigação individual em pequena escala de hortícolas com pequenas bombas é

promovida em estabelecimentos agrícolas ao longo do rio, córregos, lagos e

pântanos, que são facilmente acessíveis para águas superficiais. Neste momento, a

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-81

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

irrigação manual por trabalhadores usando regadores é popular em tal área, e a mão

de obra necessária para irrigação limita a irrigação a pequenos lotes para

agricultores pequenos.

A produção de hortícolas com irrigação será promovida para agricultores pequenos,

através da introdução de pequenas bombas e orientação técnica da prática de

irrigação, para que os agricultores possam aumentar sua receita em dinheiro. Porque

se espera que a demanda de produtos hortícolas, incluindo plantas de folhagem

aumente devido ao aumento de trabalhadores trabalhando na área urbana de

Nampula e ZEE de Nacala, e na fábrica de fertilizantes planejada em Monapo, a

produção de hortícolas com irrigação de pequenas bombas será incentivada nas

Zonas I e II.

Pequenas bombas são propriedade, principalmente, de agricultores individuais, no

entanto, o uso compartilhado entre agricultores ou alugadas por proprietário também

é considerável. Será aumentada a eficiência do trabalho de irrigação através da

adoção de açudes ou tanque de armazenamento de água. Através do seguinte apoio

aos agricultores pequenos pela administração pública, a produção de hortícolas com

pequenas bombas será promovida:

Apoio financeiro aos agricultores pequenos para aquisição de equipamento de

bomba e combustível;

Orientação técnica de utilização eficaz da água e prática de agricultura de

hortícolas;

Fornecimento estável e sustentado de sementes hortícolas; e

Organização de agricultores irrigados em pequena escala em associação e

apoio ao desenvolvimento do canal de mercado através de correspondência

com comprador pesado ou contrato.

(5) Desenvolvimento de novo sistema de irrigação em pequena escala

A prioridade de desenvolvimento é colocada principalmente na reabilitação do

sistema de irrigação já existente. Além da reabilitação, considera-se o

desenvolvimento de sistema de irrigação de pequena escala nas áreas que têm uma

vantagem para o novo desenvolvimento.

A Zona III, onde a agricultura irrigada é popular entre agricultores e produz grandes

quantidades de hortícolas, tais como cebola, alho e outras culturas, tem um potencial

de novos desenvolvimentos de sistema de irrigação de pequena escala utilizando

água superficial abundante, bem como a reabilitação dos sistemas já existentes. A

Zona V também é considerada como área potencial para novo desenvolvimento de

sistema de irrigação de pequena escala através do aproveitamento integral da

vantagem de marketing devido à localização nas proximidades do ponto de

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-82

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

concentração estratégico esperado na região. Nessas zonas, o mercado de cebola,

alho, tomate e outras culturas para áreas urbanas tais como Nampula e Nacala, bem

como exportar para o Malawi no futuro é considerado promissor.

Embora desenvolvimentos de irrigação em grande escala com grandes

investimentos não sejam realistas, existe uma possibilidade de desenvolver o

sistema de irrigação de pequena escala utilizando água de nascente, ou

bombeamento o rio ou córrego em combinação com o tanque de armazenagem de

água e rede de pequenos canais. É possível desenvolver tais sistemas de irrigação

pequenos e simples por iniciativa do núcleo local de agricultores e da

associação/cooperativa de agricultores. O desenvolvimento da iniciativa de sistema

de irrigação de pequena escala pelo núcleo local de agricultores também deve

contribuir para educar líderes agrícolas de irrigação em pequena e média escala.

(6) Desenvolvimento de irrigação por investimento privado

Espera-se que culturas promissoras adequadas para o investimento privado em

grande escala, tais como milho e soja sejam cultivadas com condição de sequeiro,

como uma estratégia básica, devido à condição climática da área do estudo.

Considerando a variabilidade tanto do período e quantidade de chuva, a

produtividade das culturas de sequeiro flutuará significativamente de ano para ano. A

irrigação suplementar torna possível estabilizar a produtividade de culturas de

sequeiro em níveis favoráveis. Ela contribuirá para dar vantagem do suprimento

constante ao mercado, bem como para reduzir o risco da gestão agrícola. Além disso,

a completa irrigação de culturas usando tecnologia de irrigação moderna tais como o

sistema de aspersão de pivô central e fertilizante líquido permite o gerenciamento

preciso de cultivos no campo e contribui para aumentar a qualidade e a quantidade

de produtos. A qualidade bem gerenciada de cultivos será uma vantagem no

mercado de determinadas culturas.

A decisão de aplicar irrigação e o tipo de irrigação será tomada não só sobre

questões técnicas, mas também a estratégia cooperativa tais como seleção de

cultura, característica do mercado, relação com o canal de vendas e investimento

empresarial. Assim, o investimento privado será promovido através do fornecimento

das informações necessárias para analisar o plano de negócios, tais como potencial

de desenvolvimento de recursos hídricos e terra apropriada para irrigação através da

construção de banco de dados.

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

3.12. Estratégia para o Desenvolvimento de Estradas e

Infraestruturas Sociais

3.12.1. Melhoria das Vias de Acesso

Rodovias e pontes são requisitos importantes para a realização de todas as

atividades que garantem do desenvolvimento socioeconômico, portanto, um dos

objetivos específicos do governo nesta área é garantir a recuperação das vias de

acesso em nível inferior ao das vias regionais que são de importância vital para a

movimentação de pessoas e produtos.

Os seguintes benefícios podem ser esperados com a melhoria das precárias

condições viárias.

Menor tempo das viagens

Melhor oportunidade para a venda de produtos

Maior quantidade coletada de produtos ou a eficiência da coleta

Redução do custo de transporte

Maior preço de venda dos produtos na porteira (para o agricultor)

Redução da perda de produtos, tanto no armazenamento quanto no transporte

Melhoria da qualidade dos produtos

Maior acesso aos insumos e mercados agrícolas, aos serviços públicos, etc.

Solução da situação de isolamento com o acesso.

Por outro lado, impactos negativos podem ocorrer se as vias forem construídas sem

a consideração adequada.

Migração da população para as áreas urbanas

Recuperação, desmatamento ou disposição descontrolada/ilegal de lixo

Destruição da cultura tradicional

Qualquer impacto negativo que prejudique os recursos naturais

A melhoria viária deve ser implementada com base nos pontos e etapas a seguir.

(1) Desenvolvimento da Capacidade para o Planejamento Viário Considerando a

Estratégia Agrícola

No sistema de classificação viária em Moçambique, as vias que conectam os

centros distritais ou postos administrativos são classificadas como vias regionais. As

outras vias menores são as vias não classificadas (doravante chamadas de vias

NC).

A melhoria das rodovias nacionais e das vias regionais é planejada pela ANE. As

vias NC estão sob a jurisdição da administração distrital e sua manutenção é

financiada pelo fundo viário. Entretanto, o orçamento para a melhoria das vias NC

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Desenho da Visão Geral do Plano

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

não é alocado pelo fundo viário e requer projeto específico financiado pelo governo

de Moçambique ou por outros doadores.

No planejamento da melhoria viária, cada via é classificada conforme a prioridade.

Para a preparação do plano viário que reflita o plano agrícola local devido à

atividade econômica dominante na área rural, deve haver um trabalho conjunto para

a preparação do plano estratégico, envolvendo a ANE que é responsável pelas vias,

a DPA, pela agricultura local e o MPD, pelo planejamento.

O plano deve ser preparado com base nas demandas dos distritos locais, utilizando

a abordagem de baixo para cima. Entretanto, o plano deve garantir a consistência

com a estratégia provincial ou regional.

(2) Prioridade para a melhoria

1) Vias para aumentar o Acesso aos Mercados

As vias que conectam as áreas de produção de produtos específicos aos seus

mercados terão prioridade na melhoria. Espera-se que benefícios como a redução

do custo, redução do tempo de transporte ou melhoria da qualidade ocorram

rapidamente com a construção de vias nas áreas de produção existentes. Em

particular, as seguintes ideias estão em consideração na Área do Projeto.

Pavimentar as vias que conectam os locais de produção aos mercados ou a

estrada principal ao mercado em Gurue na Zona IV para aumentar a qualidade

dos vegetais no mercado.

Reforçar as vias e a construção de pontes para o desenvolvimento do núcleo

de produção de soja na Zona V para a passagem de veículos pesados entre o

núcleo e as áreas de produção das redondezas.

Melhoria das vias que conectam as áreas de produção aos locais de

processamento ou de consumo. A melhoria terá por alvo culturas específicas

que sofrem grande impacto na qualidade como a mandioca ou que são

facilmente danificáveis no transporte como os vegetais.

2) Rodovias e pontes para garantir acessibilidade durante todo o ano

É importante garantir o transporte durante todo o ano, sendo este um dos maiores

desafios. Em geral, 15 a 17% de toda a extensão das rodovias não tem condição de

tráfego durante a estação chuvosa. As principais causas desta precária condição de

tráfego são a drenagem precária nos locais de declividade acentuada ou nas partes

baixas e a falta de pontes.

A drenagem precária causa a erosão das estradas que impede o tráfego e também

as torna escorregadias facilitando a ocorrência de acidentes. Para evitar esta

situação, é preciso melhorar a drenagem e realizar a pavimentação parcial,

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

especialmente se houver o tráfego de caminhões pesados pela via. Além disso, há

muitos fluxos sazonais na Área do Projeto, sendo que várias comunidades ficam

isoladas durante a estação chuvosa. O preço dos produtos varia bastante no

começo da estação de colheita, que é também o final da estação chuvosa, portanto

o transporte durante todo o ano aumenta a possibilidade de obter-se melhores

lucros também.

Portanto, esta questão é importante nas áreas montanhosas das Zonas III, IV e VI.

3) Rodovias para apoiar o novo desenvolvimento

A rede viária deve ser desenvolvida em conformidade com a estratégia de

desenvolvimento de outros setores. As vias de acesso representam infraestrutura

essencial para atrair investidores para nova área de desenvolvimento estratégico

para o agronegócio como a zona econômica especial (ZEE). Além disso, a conexão

viária para várias comunidades com potencial de produção é boa para torná-las

produtivas. Por exemplo, existem várias comunidades localizadas próximo aos rios

sem via de acesso em Malema, Alto Molocue, Mandimba e Lichinga. Pode ser

criada área de produção de vegetais ou de outros cultivos irrigados se as

comunidades forem conectadas por estradas.

4) Rodovias para criar uma rede de distribuição ligada a um armazém

centralizado

Em termos da distribuição de produtos agrícolas, os produtos são estocados na área

de produção em pequenas quantidades separadamente, sendo então levados para

o posto administrativo e então para o centro regional. Com relação aos insumos

agrícolas, a distribuição pode ser invertida.

Portanto, é preferível haver uma rodovia conectando o centro distrital e o posto

administrativo, adequada para o transporte de caminhões durante o ano todo.

Os centros distritais de Mogovolas e Meucate não terão planos de pavimentação

das vias, mesmo os outros centros distritais na Área do Corredor de Nacala serão

conectados uns aos outros por vias pavimentadas após a conclusão das rodovias

N8, N13 e N14. Portanto, as vias para ambos os centros distritais precisam ser

melhoradas.

5) Modernização das rodovias para corresponder ao desenvolvimento

O nível exigido das rodovias está mudando de acordo com o desenvolvimento do

agronegócio. As prioridades do plano estratégico devem ser revisadas

periodicamente. Por exemplo, uma grande planta de processamento de arroz foi

construída em Mogovolas para processar o arroz produzido nos distritos de Moma e

Angoche, sendo então que o tráfego entre Mogovolas e Nampula poderá aumentar

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Desenho da Visão Geral do Plano

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

devido à demanda do arroz. Portanto, é necessário que a via entre Mogovolas e

Nampula seja pavimentada.

(3) Atividades necessárias para o apoio ao desenvolvimento das rodovias rurais

O Governo de Moçambique implementou o programa de implementação de rodovias

rurais (RRIP) de 2008 a 2011 para encontrar soluções que pudessem reduzir os

custos de construção. Através do programa, foram encontrados vários materiais e

métodos de pavimentação, mas ainda é necessária mais pesquisa e

desenvolvimento.

Este tipo de pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, a melhoria viária com sacos

de areia ou pavimentação com pedras, etc., é necessário para se conseguir o

desenvolvimento viário com a comunidade.

3.12.2. Melhoria da infraestrutura social

A melhoria da infraestrutura social é considerada dividindo-a em dois grupos. Um

representa a infraestrutura necessária para a área de apoio ao desenvolvimento do

agronegócio, como o núcleo de desenvolvimento. O outro diz respeito à

infraestrutura necessária para a sociedade rural. Esta melhoria não é considerada

prioritária no Plano Diretor, mas deve ser considerada nas atividades dos projetos

que configuram o Plano Diretor.

(1) Infraestrutura necessária para a área de apoio ao desenvolvimento do

agronegócio (área urbana)

Como descrito no item 2.7.2, a capacidade de fornecimento de energia está próxima

do limite nas áreas de Nampula e Nacala, sendo que o abastecimento de água

também está próximo de alcançar o limite em Nampula, Nacala, Cuamba e Lichinga.

Como a promoção do agronegócio será realizada em uma área limitada, a

quantidade de água necessária poderá ser garantida com o uso complementar da

água subterrânea, se não houver investidores que requeiram grandes quantidades

de água como fabricantes de bebidas ou de cerveja. Mesmo assim, deverá ser

realizada a construção da barragem para o desenvolvimento da água superficial,

descrita em cada F/S do plano de desenvolvimento do abastecimento de água.

Com relação ao abastecimento de energia, o fortalecimento das instalações de

distribuição da subestação de Nampula é prioridade, porque a eletricidade é

fornecida através de Alto Molocue e Nampula até o leste da Área do Projeto,

incluindo a área de Nacala. Não importa ter que construir uma nova linha de

distribuição, considerando o aumento das grandes demandas no núcleo de

desenvolvimento.

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

(2) Infraestrutura social na área rural

O desenvolvimento da infraestrutura social necessária na área rural pode ser

categorizado em medidas estruturais, como abastecimento de água e de energia, e

medidas que requerem a combinação de medidas não estruturais, como educação e

saúde.

1) Medidas que requerem a combinação de medidas não estruturais

Reforço das instalações educacionais na área rural e garantia do número

necessário de professores

Promoção da educação de adultos para melhorar a alfabetização das

mulheres

Medidas de fortalecimento para combater o HIV/AIDS, especialmente para

evitar a propagação da infecção.

Reforço das instalações médicas na área rural e garantia do número

necessário de pessoal médico

Desenvolvimento de recursos humanos em nível nacional no setor médico

através do estabelecimento de faculdades de medicina e de escolas técnicas

na área médica.

2) Medidas Estruturais

Aumento das instalações de abastecimento de água para melhorar o acesso à

água segura

Promoção da eletrificação rural com energia de fontes renováveis

(fortalecimento da FUNAE)

Desenvolvimento da capacidade da comunidade e do governo local com o

objetivo de implementar o desenvolvimento da infraestrutura com a

participação da comunidade.

3.13. Conformidade com os Princípios do IAR

3.13.1. Foco no Relatório Atual

Como descrito em capítulos anteriores, a promoção do investimento privado é uma

das abordagens básicas do desenvolvimento agrícola no Corredor de Nacala,

especialmente para a melhoria da produtividade e para o aumento da produção.

No ProSAVANA, o conceito do IAR (investimento agrícola responsável) será

integralmente adotado nos projetos com investimento privado no setor

agrícola/agroindústria, de acordo com os “7 princípios de IAR” internacionalmente

aceitos (ver Tabela 2.8.1). Para este fim, a “Diretrizes do ProSAVANA para o IAR”

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Desenho da Visão Geral do Plano

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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

será elaborada como um anexo do “Livro de Dados para Investidores Privados” até

junho de 2013.

Entretanto, é importante compreender que os princípios do IAR têm natureza

voluntária e sua aplicação bem sucedida depende da autorregulação dos

investidores e da aplicação adequada da legislação existente pelo Governo. De fato,

o Governo de Moçambique já possui várias leis e regulamentos que podem

responder para a maioria dos princípios de IAR, se adequadamente aplicados.

Conforme relatado no Relatório Intermediário 1 e em várias outras publicações,

projetos recentes de grande escala com investimento privado no setor agrícola e de

reflorestamento estão enfrentando conflitos com as comunidades locais, não apenas

na área do Corredor de Nacala, mas em toda Moçambique. Os maiores problemas

são: desacordo em relação à delimitação das terras, reassentamento involuntário,

atraso no pagamento da indenização, percepção de ameaça à segurança alimentar,

cumprimento precário do acordo de parceria entre o investidor e a comunidade, e

assim por diante. Esta situação é atribuível a razões complexas, mas será útil dividir

os problemas como se segue: (1) etapas de Planejamento, Consulta, Avaliação e

Licenciamento; e (2) etapas de Implementação, Monitoramento, Fiscalização e

Correção.

Em termos gerais, a etapa (2) parece incluir mais problemas e dificuldades que a

etapa (1), uma vez que Moçambique é conhecido por ter procedimentos legais bem

estruturados no DUAT e AIA, mas também por ter séria falta de recursos, pessoal e

capacidade para aplicar a fiscalização adequada necessária para a proteção do

ambiente natural, assim como dos direitos e da vida da sociedade civil.

3.13.2. Etapas de Planejamento, Consulta, Avaliação e Licenciamento

Um dos problemas fundamentais da sociedade civil e das comunidades é o fato das

propostas dos projetos dos investidores e os “planos de exploração” apresentados

durante a solicitação do DUAT serem oficialmente secretos e inacessíveis. As

comunidades não têm outra opção se não esperar por oportunidades limitadas de

consulta pública durante os processos de DUAT e AIA realizada pelo investidor. A

consulta comunitária em si é muitas vezes também criticada devido à precária

construção de consenso e ao caráter vago do acordo de parceria

investidor/comunidade que não tem efeito legal vinculativo. Além disso, a

coordenação precária entre os órgãos do governo algumas vezes resulta na

sobreposição dos DUATs.

Quanto ao licenciamento, a situação é mais confusa devido à uma contradição

estrutural: embora esteja definido que a Licença Ambiental preceda qualquer outra

licença (Artigo 15 da Lei do Ambiente nº.20/97), a aprovação da proposta de

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-89

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

investimento é exigida primeiro no caso de estrangeiros para a obtenção da

autorização provisória para o DUAT (Artigo11 da Lei de Terras nº.19/97), que por sua

vez tem que ser anexada ao relatório AIA para o licenciamento ambiental (Diploma

Ministerial nº.129/2006 pelo MICOA). Na realidade, alguns projetos de investimento

são iniciados sem esperar-se pela aprovação demorada da AIA e pela emissão

oficial da licença ambiental, porque um projeto de investimento aprovado deve

começar sua implementação no prazo de 120 dias (Decreto nº.43/2009), e, além

disso, a autorização provisória do DUAT pode ser revogada se o projeto não mostrar

progresso de acordo com o plano de exploração sem uma razão justificável em um

período de 2 anos (Artigo 27 da Lei de Terras nº.19/97). Não é fácil compreender

corretamente a inter-relação complexa destes três procedimentos (aprovação do

projeto de investimento, autorização provisória do DUAT e licença ambiental), que

caminham quase que em paralelo, mas com diferentes períodos de tempo da

solicitação até a autorização. De acordo com várias entrevistas feitas com

funcionários do MICOA, MINAG, CPI e CEPAGRI, em nível central e de província, tal

confusão prevalece não apenas entre os investidores, mas entre os funcionários

públicos também: de fato, na província de Zambézia, a equipe de estudo foi

informada que pelo menos dois projetos de agricultura comercial de grande escala

estão em operação sem a apresentação do relatório AIA e sem a obtenção da

licença ambiental, apesar da solicitação oficial do DPCA.

Uma reestruturação fundamental dos sistemas legal e administrativo é necessária

para enfrentar os problemas descritos acima, o que demandará um esforço de longo

prazo do Governo central. Portanto, no contexto do ProSAVANA-PD, a equipe de

estudo recomenda como a segunda melhor alternativa o reforço de um sistema de

fiscalização através do desenvolvimento da capacidade e da assistência técnica.

3.13.3. Etapas de Implementação, Monitoramento, Fiscalização e Correção

Os principais instrumentos e mecanismos legais para a fiscalização dos projetos de

investimento privado no setor agrícola e da agroindústria (não incluindo

reflorestamento) são resumidos nas Tabelas 3.13.1 e 3.13.2.

Tabela 3.13.1 Autorização, Fiscalização e Penalidade com relação às Licenças e Normas*

Licença / Norma Autoridade Métodos de controlo Penalidade para infracções

Casos comuns (requisites básicos)

Autorização do Projecto de

Investimento

CPI,

GAZEDA Monitoria Revogação

DUAT

MINAG,

Serviços de

Cadastro**

Fiscalização Revogação

Licença Ambiental MICOA AIA, Inspecção,

Auditoria

Multa, Punição com

responsabilidade civil ou criminal

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-90

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Plano Distrital de Uso da

Terra

MICOA,

Governo Distrital Fiscalização

Multa, Embargo ou demoliçaõ da

actividade que manifesta violação

Licença de Actividade

Industrial MIC Fiscalização, Inspecção

Multa, Revogação, Encerramento

do estabelecimento do infractor

Padrões de Qualidade

Ambiental e de Emissão de

Efluentes

MICOA

Fiscalização (exame,

vistoria, avaliação

técnico-científica)

Multa, Encerramento da

actividade transgressiva

Casos específicos (outros requisites especiais)

Licença de Uso e

Aproveitamento de Água e

de lançamento de efluentes

ARA A ser esclarecido Multa, Revogação

Licença de Captação e

Exploração de Água

Subterrânea

ARA, Técnicos

dos sectores

(saúde, obras

públicas,

ambiente, etc.)

Fiscalização Multa, Revogação, Embargo da

obra do infractor

Licença de Construção /

Exploração da Barragem ARA Fiscalização Multa, Punição administrative

Autorização para

Importação / Distribuição /

Utilização / Armazém das

Pesticidas

MINAG Inspecção, Fiscalização Multa, Confisco, Abertura de

processo-crime

Licença de Importação de

Sementes MINAG Inspecção Multa, Confisco

Plano de Reassentamento MICOA Fiscalização Multa, Punição administrative

Licença de Obras

Particulares (construção /

utilização)

Autarquia,

Governo Distrital Fiscalização

Suspensão, Revogação, Multa,

Embargo ou demolição das obras

do infractor

* Esta tabela não inclui os sistemas de supervisão do MITUR nas áreas protegidas e do MINAG das explorações

florestais.

** O serviço de cadastro significa os serviços públicos responsáveis pela implementação e atualização do

Cadastro Nacional de Terras em níveis central e local,

Fonte: Equipe de Estudo

Tabela 3.13.2 Mecanismo de Supervisão de Processos Críticos

Base Legal Disposições

Lei de Investimentos

(Lei nº.3/93)

Regulamento da Lei de

Investimentos

(Decreto nº.43/2009)

CPI e GAZEDA são responsáveis por fornecer aos investidores assistência e

monitoramento para verificar o cumprimento dos termos e condições da

autorização do projeto, assim como das disposições da Lei de Investimentos e

de outra legislação complementar.

A autorização do projeto pode ser revogada quando fica revelado que o

projeto não está cumprindo as condições acima.

Lei de Terras

(Lei nº.19/97)

Regulamento da Lei de

Terras

(Decreto nº.66/98)

Regulamento Interno do

MINAG

(Diploma Ministerial

nº.91/2006)

A autorização provisória do DUAT para atividades econômicas pode ser

revogada pelos Serviços de Cadastro quando é revelado que o projeto não

está implementando o plano de exploração sem uma razão justificável em um

período de 2 anos (investimento estrangeiro) ou 5 anos (investimento

doméstico).

Os Serviços de Cadastro têm competência para fiscalizar o cumprimento das

disposições dos Regulamentos da Lei de Terras, para detectar infrações e

para levantar respectivos autos.

O Departamento de Normação e Controlo, subordinado à Direcção Nacional

de Terra e Floresta (DNTF), tem competência para assegurar e velar pelo

cumprimento da legislação sobre terras, florestas e fauna bravia, assim como

para apoiar os serviços de fiscalização realizados pelos órgãos locais do

Estado.

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-91

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Regulamento sobre o

Processo de Avaliação do

Impacto Ambiental

(Decreto nº.45/2004)

Regulamento sobre a

Inspecção Ambiental

(Decreto nº.11/2006)

Regulamento Interno do

MICOA

(Diploma Ministerial

nº.265/2009)

Regulamento sobre o

Processo de Auditoria

Ambiental

(Decreto nº.25/2011)

A DNAIA deve garantir que a informação relacionada ao licenciamento

ambiental seja disponível ao público, e realizar a revisão dos estudos AIA

em colaboração com os órgãos públicos, setor privado interessado e

sociedade civil.

A licença ambiental se torna inválida quando é revelado que o projeto não

iniciou no prazo de 2 anos de sua emissão.

A entidade responsável pelo projeto é multada e punida pelas leis civis e

penais nos casos de:

- Implementação de atividades sem a licença ambiental;

- Solicitação da licença ambiental para o projeto após seu início;

- Alteração das atividades após a emissão da licença ambiental sem

autorização prévia;

- Fornecimento de informação fraudulenta, alterada ou omissão de

informação durante o processo de AIA;

- Falha na implementação de medidas de mitigação ou compensação, não

cumprimento das condições da licença ambiental.

A inspeção e auditoria ambientais são explicadas com mais detalhes a

seguir.

Lei de Ordenamento do

Território

(Lei no.19/2007)

Regulamento da Lei de

Ordenamento do Território

(Decreto nº.23/2008)

Plano Distrital de Uso da Terra (PDUT) estabelece não apenas a estrutura

espacial, mas também as normas e regras a serem observadas para sua

materialização. Qualquer licença, obra ou uso do solo contrário ao PDUT será

multado e punido, e tais obras podem ser compulsoriamente encerradas ou

demolidas. Os governos distritais, assim como o MICOA, são responsáveis

pela fiscalização.

Todo agente de desenvolvimento deve realizar, em conjunto com a

comunidade, a delimitação e a certificação da respectiva área comunitária

para evitar conflitos (um exemplo de normas e regras definidas pelo governo

distrital).

Regulamento do

Licenciamento da Actividade

Industrial

(Decreto nº.39/2003) (mais,

Diploma Ministerial

nº.134-D/2003)

O MIC tem competência para fiscalizar os estabelecimentos industriais

licenciados através de inspecções com ou sem aviso prévio.

As infrações das disposições dos Regulamentos do Licenciamento da

Atividade Industrial, incluindo riscos ambientais, são multadas e punidas. Os

estabelecimentos infratores são ordenados a parar ou fechar a operação, e a

licença é revogada.

Regulamento sobre o

Processo de

Reassentamento Resultante

de Actividades Económicas

(Decreto nº.31/2012)

A “comissão técnica de acompanhamento e supervisão do reassentamento”

consiste de representantes de diferentes setores (Ordenamento territorial,

Administração local, Obras públicas e habitação, Agricultura, Governo distrital)

com responsabilidades respectivas.

O processo de reassentamento está sujeito à fiscalização pela Inspeção

Ambiental e outras inspeções para matérias específicas. As infrações das

disposições dos Regulamentos do Processo de Reassentamento, incluindo o

não cumprimento do plano de reassentamento, são multadas e punidas

administrativamente.

Lei do Ambiente

(Lei nº.27/90)

Os cidadãos que encontrarem infrações das disposições da Lei do Ambiente e

de outra legislação ambiental têm a obrigação de informar o fato à polícia e

aos funcionários administrativos.

Os cidadãos que se considerarem ofendidos em seus direitos a um meio

ambiente ecologicamente equilibrado podem solicitar a imediata suspensão

da atividade causadora de tal problema.

Os cidadãos que possam sofrer, como consequência de uma violação da

legislação ambiental, ofensa pessoal ou dano a propriedades, incluindo a

perda de colheita ou lucro, podem processar judicialmente o violador e

solicitar o respectivo reparo ou indenização.

O Ministério Público é responsável pela defesa dos valores ambientais

protegidos pela Lei do Ambiente.

Fonte: Equipe de Estudo

Apesar da existência de tantos instrumentos legais bem estruturados, é evidente

que a precária aplicação da legislação resulta em degradação ambiental, assim

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-92

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

como, em muitos casos, em ameaça à vida das comunidades. Em termos gerais, os

esquemas operacionais da fiscalização podem ser divididos em: (i) Supervisão

conjunta pela CPI – CEPAGRI – DNTF, e (ii) Inspeção e auditoria ambientais pelo

MICOA, que são geralmente realizadas em separado e de maneira não harmoniosa.

De acordo com entrevistas realizadas com funcionários da CPI, CEPAGRI e DNTF,

em nível central, o monitoramento e a supervisão dos projetos de investimento

agrícola não estão de fato sendo realizados na frequência necessária. Uma equipe

conjunta é formada pelas três instituições, incluindo os níveis central e provincial,

para visitar os projetos apenas uma ou duas vezes ao ano, embora se acredite que

a frequência ideal seja a cada 3 meses. A participação da CPI é um tanto quanto

irregular, também. Os pontos mais importantes durante a verificação durante a visita

são: andamento do projeto de acordo com o plano de exploração; cumprimento do

acordo de parceria investidor/comunidade; e cumprimento da proposta de criação de

oportunidades de emprego para Moçambicanos e estrangeiros, etc. A legislação

prevê que a autorização do projeto de investimento e a autorização provisória do

DUAT podem ser revogadas2 quando são cometidas infrações, não cumprimento ou

irregularidades graves; entretanto, na realidade, a maioria dos casos termina com o

recebimento de recomendações para correção da equipe de supervisão, e a

aplicação da revogação definitiva parece ainda estar abaixo do nível esperado3.

A inspeção e auditoria ambientais realizadas pelo MICOA são outras ferramentas

poderosas do Governo para proteger o meio ambiente natural e social, se aplicadas

adequadamente. O sistema relativamente complicado é explicado na Tabela 3.13.3.

Como mostrado, a inspeção ambiental cobre um escopo maior e tem uma

competência legal maior que a auditoria ambiental.

2 Como exemplo, um projeto de biocombustível de grande escala na província de Gaza obteve uma autorização

provisória do DUAT para 30.000 ha em 2007 (Resoluçpão nº. 54/2007). Entretanto, ela foi revogada devido ao não

cumprimento do plano de exploração sem razões justificáveis (Resolução nº. 88/2009). 3 Em 2009, um total de 950 lotes de terra em Moçambique cobrindo aproximadamente 540.000 ha passaram pela

supervisão do DNTF. Como resultado, os DUATs foram revogados em 197 lotes que cobriam 22% da área

supervisionada devido a uso pouco desenvolvido. (Fonte: 1º relatório de monitoria da boa governação na gestão

ambiental e dos recursos naturais em Moçambique 2010-2011, CTV)

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-93

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.13.3 Sistema de Inspeção e Auditoria Ambientais

Inspeção Ambiental

Base Legal Regulamento Interno do MICOA (Diploma Ministerial nº.265/2009), artigos 4 e 5

Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto

nº.45/2004), artigo 24

Regulamento sobre a Inspecção Ambiental (Decreto nº.11/2006), artigos 1, 3, 11 e 19

Órgão Responsável Departamento de Inspecção Ambiental (sob Inspecção-Geral) do MICOA

Objetivo Garantir o cumprimento das leis e regulamentos ambientais.

Controlar o cumprimento das medidas de mitigação recomendadas para a redução ou

remoção dos efeitos negativos de quaisquer atividades com relação ao meio

ambiente.

Acionar os mecanismos legais, em coordenação com outros órgãos competentes,

para ordenar o embargo, demolição ou cancelamento das atividades que deterioram a

qualidade ambiental.

Controlar o processo do AIA, licenciamento ambiental, auditoria ambiental e

reassentamento.

Procedimento (1). Cada projeto de investimento apresenta um ‘Plano de Gestão Ambiental (PGA)’

juntamente com um relatório AIA.

(2). Uma vez que a licença ambiental é emitida e as atividades iniciadas, a agente do

projeto tem a responsabilidade de realizar o monitoramento ambiental de acordo com

o PGA e informar os resultados ao MICOA ou DPCA.

(3). Com base nesta informação, o MICOA realiza a inspeção ambiental regularmente e

faz a declaração para a sanção no caso de infrações. Todas as violações contra os

valores ambientais legalmente protegidos que estão sujeitas à procedimento penal

devem ser informadas ao Ministério Público.

Obrigações A equipe de inspeção, em sua primeira visita, deixa as recomendações para as medidas

corretivas quando as irregularidades não são graves. A segunda visita é realizada em um

prazo determinado e se for descoberto que as irregularidades não foram corrigidas, tais

casos são multados e punidos.

Auditoria Ambiental

Base Legal Regulamento Interno do MICOA (Diploma Ministerial nº.265/2009), artigo 19

Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto

nº.45/2004), artigo 24

Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto nº.25/2011), artigos

3, 6, 7, 8 e 15

Órgão Responsável Departamento de Auditoria Ambiental (sob DNAIA) do MICOA

Objetivo Fornecer uma ferramenta de gestão para avaliar o processo de proteção e controle

ambiental, o sistema de gestão e sua condição funcional de maneira sistemática,

documentada e objetiva.

Procedimento (1). Auditoria ambiental pública é realizada pelo MICOA para as atividades em

andamento das categorias A, B e C. Os relatórios de monitoramento ambiental

apresentados pela agente do pelo projeto são analisados regularmente.

(2). Auditoria ambiental privada é realizada pelas próprias entidades responsáveis pelo

projeto para as atividades potencialmente prejudiciais ao meio ambiente. No caso dos

projetos de categoria A ou B, a auditoria será realizada pelo menos uma vez ao ano

para garantir a conformidade dos projetos em relação às disposições da legislação

ambiental. As entidades responsáveis pelo projeto contratam auditores que não

participaram no processo da AIA como consultores.

(3). O MICOA pode comandar a auditoria ambiental para qualquer atividade, em

colaboração com outros órgãos setoriais, que tenha iniciado a operação sem passar

pelo processo AIA, quando são previstos danos ao meio ambiente.

Obrigações As recomendações feitas pela auditoria ambiental devem ser obrigatoriamente realizadas.

As entidades auditadas devem preparar um Plano de Ação e apresentá-lo ao MICOA

explicando o mecanismo, os recursos e o período para cumprir as recomendações, no

prazo de 30 dias após o recebimento do relatório da auditoria. A falha no cumprimento

deste plano é multada e punida.

Fonte: Equipe de Estudo

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-94

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

De acordo com entrevistas realizadas com funcionários do MICOA, em nível central

e de província, a inspeção e a auditoria ambientais de projetos de investimento

privado não são realizadas atualmente na frequência ideal, que deveria ser a cada 6

meses. A grave falta de orçamento (ver Figura 3.13.1), pessoal treinado,

equipamentos e capacidades especialistas são as principais razões para a

fiscalização insuficiente: e o resultado é a ameaça aos recursos naturais e vários

conflitos entre os investidores e as comunidades que são deixados sem uma

solução legal satisfatória.

Orçamento total do Estado

Orçamento do Sector Ambiental

Var

iaçã

o c

om

ref

erên

cia

ao a

no

20

05

(%)

Orçamento total do Estado

Orçamento do Sector Ambiental

Var

iaçã

o c

om

ref

erên

cia

ao a

no

20

05

(%)

Fonte: Adaptado do “1º relatório de monitoria da boa governação na gestão ambiental e dos

recursos naturais em Moçambique 2010-2011, CTV”

Figura 3.13.1 Variações do Orçamento Governamental e do Orçamento do Setor Ambiental

Vale mencionar uma observação importante feita pelo CTV4 sobre este ponto: “O

licenciamento ambiental de actividades que não seja acompanhado pela

correspondente capacidade de controlo e fiscalização põe em causa a própria

continuidade dos recursos naturais. ... O licenciamento não deverá ser feito

sem que haja prévia capacidade de fiscalização, sob o risco de avultados

danos de natureza econômica, social e ambiental.”

3.13.4. Necessidade de Desenvolvimento da Capacidade e da Assistência Técnica

para o Mecanismo de Fiscalização

As sugestões para superar a precariedade do mecanismo de fiscalização incluem

alternativas que demandarão a modificação da legislação atual e outras opções que

poderiam ser implementadas sem uma reforma estrutural.

A primeira consiste de dois pilares: (i) esclarecimento do status legal do acordo de

parceria investidor/comunidade; e (ii) alocação de uma parte das taxas de

4 Fonte: Extraído do “1º relatório de monitoria da boa governação na gestão ambiental e dos recursos naturais em

Moçambique 2010-2011, CTV”

Page 95: CAPÍTULO 3 CONCEITOS BÁSICOS DO PLANO DIRETOR DE ... · regional através do desenvolvimento de clusters agrícolas por meio de investimento privado e envolvendo os produtores de

Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-95

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

licenciamento e das multas impostas como orçamento exclusivo para a inspeção e

auditoria ambientais.

Os Regulamentos da Lei de Terras (Decreto nº.66/98) definem, em seus artigos 24 e

27, que o “Parecer do Administrador Distrital” é necessário como parte do processo

de solicitação do DUAT e que o parecer deve incluir os termos da parceria entre os

solicitantes do DUAT e os proprietários do DUAT existente por ocupação. Entretanto,

não está claro se este acordo de parceria faz parte do “plano de exploração” que é

sujeito à fiscalização (e eventual revogação do DUAT) pelos Serviços de Cadastro.

É desejável que sejam estabelecidas disposições legais, como adendo aos

Regulamentos da Lei de Terras, sobre a obrigação de cumprir o acordo de parceria

investidor/comunidade, mecanismo de fiscalização, sistema de reparação de danos

e penalidade pela falha no cumprimento dos termos do acordo.

É muito pouco provável que haja um aumento drástico da alocação de orçamento

para a inspeção e auditoria ambientais. Para lidar com esta falta, a canalização de

certa porcentagem das taxas e multas como fonte financeira para a fiscalização será

uma estratégia recomendável. Atualmente, as taxas de licenciamento e as multas

impostas para as infrações são distribuídos como se segue:

Tabela 3.13.4 Distribuição das Receitas das Taxas e Multas

Receita Fiscal Distribuição

Taxas de autorização (provisória / definitiva) do DUAT

Taxas anuais do DUAT

40% para o Orçamento do Estado

60% para os Serviços de Cadastro

Taxas do Licenciamento Ambiental

40% para o Orçamento do Estado

60% para o FUNAB

Multas previstas no Regulamento sobre o Processo de

Avaliação do Impacto Ambiental

Multas resultantes da Inspecção Ambiental

Multas resultantes da Auditoria Ambiental

Multas previstas no Regulamento sobre o Processo de

Reassentamento Resultante de Actividades Económicas

Multas previstas no Regulamento sobre Padrões de

Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes

Taxas da Auditoria Ambiental 60% para o Orçamento do Estado

40% para o FUNAB

Taxas cobradas no Ordenamento Territorial

60% para o Orçamento do Estado

20% para o FUNAB

20% para o órgão que superintende a actividade do

ordenamento territorial a nível distrital ou autárquico

Multas resultantes da fiscalização do Ordenamento

Territorial

40% para o Orçamento do Estado

20% para o FUNAB

40% para o órgão que superintende a actividade do

ordenamento territorial a nível distrital ou autárquico

Taxas do Licenciamento da Actividade Industrial

35% para o Orçamento do Estado

65% para o melhoramento dos services de

licenciamento industrial*

Multas previstas no Regulamento do Licenciamento da

Actividade Industrial

50% para o Orçamento do Estado

25% para os intervenientes no processo*

25% para o fundo destinado a promover o

melhoramento dos serviços*

*Detalhes adicionais serão determinados pelo Ministério da Indústria e do Comércio.

Fonte: Equipe de Estudo

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-96

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Como mostrado na Tabela 3.13.4, o FUNAB (Fundo do Ambiente) possui várias

fontes de receita originadas das taxas de licenciamento e de diferentes tipos de

multas: entretanto, o subsídio ou a promoção da inspeção e da auditoria ambientais

não estão explicitamente estipulados como competência do FUNAB em seu estatuto

organizacional (Decreto nº.26/2011). É desejável que sejam estabelecidas

disposições legais, como parte dos Regulamentos Internos do FUNAB, que ainda

serão aprovados, e esquemas administrativos que possibilitem a transferência de

certos recursos para o MICOA (Inspeção Geral, DNAIA e DPCAs) e outras

autoridades relevantes como orçamento exclusivo para garantir a implementação da

fiscalização, inspeção e auditoria ambientais com a frequência e a efetividade

necessárias5.

Por outro lado, também é recomendável explorar alternativas mais práticas que não

requeiram uma reforma estrutural da legislação atual. Ela terá a forma de uma

série de ações para o desenvolvimento da capacidade dos órgãos envolvidos

e da assistência técnica por especialistas, que também deverão contribuir

para o cumprimento das “Diretrizes IAR do ProSAVANA”. Alguns elementos

importantes das ações necessárias são os seguintes:

Treinamento de funcionários do Governo, especialmente dos Serviços de

Cadastro e do MICOA, sobre os métodos de supervisão efetivos para os

projetos agrícolas/agroindustriais;

Troca de experiências entre diferentes regiões e projetos;

Terceirização parcial dos serviços de fiscalização, especialmente a promoção

de auditores ambientais privados certificados;

Fornecimento de veículos e de equipamentos de informática para uso exclusivo

dos inspetores e auditores;

Melhoria dos padrões de documentação e do sistema de divulgação de

informações, que melhorará a acessibilidade e a transparência das propostas

de investimento, relatórios AIA, licenças ambientais e relatórios de supervisão;

Reforço financeiro seja através do financiamento direto por doadores ou da

canalização de recursos do FUNAB;

Contratação de serviço de consultoria para apoiar os funcionários do governo

na implementação e gestão da fiscalização.

5 Isto não é uma ideia nova: tanto no artigo 21 do Regulamento sobre a Inspecção Ambiental como no artigo 85 do

Regulamento da Lei de Ordenamento do Território, estipula-se que “O Ministro que superintende a Coordenação da

Acção Ambiental estabelecerá, por despacho, o montante dos valores resultantes do pagamento de taxas e multas, a

consignar ao FUNAB para o reforço dos serviços de inspecção ambiental”. Um exemplo plausível deste modelo é o

artigo 28 do Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas que estipula

que “O Fundo do Ambiente subsidia as despesas das Comissões Técnicas de Acompanhamento e Supervisão de

Reassentamento, até 20% da percentagem dos valores resultantes do pagamento de multas.”

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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-97

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Estas atividades poderão ser implementadas em um pacote, como um dos

componentes transversais do Plano Diretor. Outra opção será anexar uma “equipe

de apoio de fiscalização” especializada na sede do ProSAVANA, que cobrirá as

funções acima e desempenhará um papel neutro entre o Governo, investidores e

comunidades.

Através da aplicação de atividades acima, espera-se que uma grande parte dos

princípios da IAR e as exigências sejam cumpridas, a saber: (1) respeitar os direitos

da terra e de recursos; (3) garantir a transparência, a boa governação, e um bom

ambiente de habilitação; (4 ) consulta e participação, (6) a sustentabilidade social, e

(7), a sustentabilidade ambiental. No entanto, mecanismo de fiscalização fortalecida

por si só, não será suficiente e um bom esforço de auto-regulação e abordagem

ativa para a comunidade local, pelo lado do agronegócio será necessário para

responder a outros princípios da IAR a saber: (2) garantia da segurança alimentar, e,

(5) o investimento agro-empresarial responsável.

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Desenho da Visão Geral do Plano

3-98

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

CAPÍTULO 3 CONCEITOS BÁSICOS DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO

AGRÍCOLA (DRAFT) .................................................................................................................... 3-1

3.1. DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA NO CORREDOR DE NACALA .......................................... 3-1

3.1.1. Constrangimentos do Desenvolvimento Agrícola ...................................................................... 3-1

3.1.2. Potencial de Desenvolvimento Agrícola .................................................................................... 3-2

3.2. Conceitos Básicos do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola .......................... 3-3

3.2.1. Área do projeto .......................................................................................................................... 3-3

3.2.2. Visão e Objetivos do Plano Diretor Agrícola ............................................................................. 3-3

3.2.3. Ano-Meta e Escalonamento ....................................................................................................... 3-4

3.2.4. Beneficiários Alvos .................................................................................................................... 3-5

3.2.5. Projeções das Principais Culturas .............................................................................................. 3-6

3.2.6. Abordagem Básica do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola ....................................... 3-10

3.3. Zoneamento da Área do Projeto ............................................................................... 3-13

3.3.1. Metodologia ............................................................................................................................. 3-13

3.3.2. Zoneamento da Área do Projeto .............................................................................................. 3-16

3.3.3. Potencial de Desenvolvimento Agrícola .................................................................................. 3-19

3.3.4. Análise da Situação Atual por Zona (Análise SWOT) ............................................................. 3-21

3.3.5. Estratégias de Desenvolvimento Agrícola de Cada Zona ........................................................ 3-27

3.4. Desenvolvimento de Cluster Agrícola ...................................................................... 3-33

3.4.1. Abordagem de Cluster Agrícola ............................................................................................... 3-33

3.4.2. Seleção de Culturas e Transformação para Cluster Agrícola ................................................... 3-34

3.5. Estratégia para aumento da produção agrícola ...................................................... 3-36

3.5.1. As culturas prioritárias e sua oportunidade .............................................................................. 3-36

3.5.2. Transformação de Cultivo Itinerante para a Agricultura Estabelecida ..................................... 3-40

3.5.3. Melhoria do Sistema de Suporte Técnico ................................................................................ 3-42

3.5.4. Melhoria do Acesso a Insumos Agrícolas ................................................................................ 3-46

3.5.5. Melhoria do Acesso a Financiamento/Crédito Agrícola .......................................................... 3-49

3.5.6. Parcerias entre Agricultores Locais e Agronegócios ................................................................ 3-51

3.6. Estratégia para o Desenvolvimento de Animais ..................................................... 3-52

3.6.1. Desenvolvimento da Indústria de Frango ................................................................................ 3-52

3.6.2. Outro Desenvolvimento de Animais ........................................................................................ 3-54

3.7. Estratégia para a Promoção de Produtos Agrícolas de Valor Agregado................. 3-55

3.7.1. Formulação de Cadeias de Valor .............................................................................................. 3-55

3.7.2. Serviço de Apoio para Desenvolvimento de Negócios ............................................................ 3-61

3.8. Estratégia de Desenvolvimento de Logística Agrícola ............................................ 3-61

3.9. Estratégia para a Criação de Organizações de Agricultores .................................. 3-65

3.9.1. Necessidade da Organização dos Agricultores......................................................................... 3-65

3.9.2. Organização dos Agricultores através do Projeto modelo de Produtores Contratados ............ 3-66

3.9.3. Esclarecimento dos Objetivos para a Organização dos Agricultores ....................................... 3-67

Page 99: CAPÍTULO 3 CONCEITOS BÁSICOS DO PLANO DIRETOR DE ... · regional através do desenvolvimento de clusters agrícolas por meio de investimento privado e envolvendo os produtores de

Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique

3-99

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

3.9.4. Desenvolvimento da Capacidade Humana............................................................................... 3-69

3.9.5. Apoio ao Estabelecimento e Desenvolvimento de Cooperativas Agrícolas Modernas ............ 3-70

3.10. Estratégia para Administração de Terras ............................................................... 3-72

3.10.1. Reserva de Terra para Investimento ......................................................................................... 3-72

3.10.2. Aquisição de DUAT entre os agricultores de pequena e média escala ..................................... 3-73

3.11. Estratégia para o Desenvolvimento da Irrigação .................................................... 3-74

3.11.1. Estratégia Básica para o Desenvolvimento da Irrigação .......................................................... 3-74

3.11.2. Potencial de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e sua Gestão ......................................... 3-76

3.11.3. Desenvolvimento de Irrigação e Drenagem ............................................................................. 3-77

3.12. Estratégia para o Desenvolvimento de Estradas e Infraestruturas Sociais ......... 3-83

3.12.1. Melhoria das Vias de Acesso ................................................................................................... 3-83

3.12.2. Melhoria da infraestrutura social ............................................................................................. 3-86

3.13. Conformidade com os Princípios do IAR .................................................................. 3-87

3.13.1. Foco no Relatório Atual ........................................................................................................... 3-87

3.13.2. Etapas de Planejamento, Consulta, Avaliação e Licenciamento .............................................. 3-88

3.13.3. Etapas de Implementação, Monitoramento, Fiscalização e Correção ...................................... 3-89

3.13.4. Necessidade de Desenvolvimento da Capacidade e da Assistência Técnica para o Mecanismo de

Fiscalização .............................................................................................................................. 3-94

Tabela 3.2.1 Principais Papéis das Partes Interessadas na Implementação do Plano Diretor ........... 3-6

Tabela 3.2.2 Principais índices de Metas sob o PEDSA ................................................................. 3-7

Tabela 3.6.1 Medidas a serem tomadas para desenvolver a indústria de frango ...................... 3-54

Tabela 3.7.1 Previsão do número de moagens de milho .............................................................. 3-56

Tabela 3.8.1 Previsão do número de moagens de milho .............................................................. 3-63

Tabela 3.9.1 Diferenças entre Cooperativas, Associações e Sociedades Anônimas...................... 3-71

Tabela 3.11.1 Número, Área em Operação e área Potencial dos Sistemas de Irrigação Existentes 3-75

Tabela 3.11.2 Recursos Hídricos Possíveis para o Desenvolvimento da Irrigação por Zona ............ 3-76

Tabela 3.13.2 Mecanismo de Supervisão de Processos Críticos ............................................. 3-90

Tabela 3.13.3 Sistema de Inspeção e Auditoria Ambientais ...................................................... 3-93

Tabela 3.3.1 Fatores para Realizar Tipo de Gestão ........................................................................... 3-14

Tabela 3.3.2 Descrição do Tipo de Gestão ........................................................................................ 3-18

Tabela 3.3.3 Agrupamento de Classificação de Cobertura de Solo ............................................ 3-19

Tabela 3.3.4 Potencial de Desenvolvimento Agrícola por Zona .................................................. 3-20

Tabela 3.3.5 Análise SWOT para zona I (Monapo e Muecate) ...................................................... 3-22

Tabela 3.3.6 Análise SWOT para a Zona II (Meconta. Mogovolas. Nampula. Murrupula) .......... 3-23

Tabela 3.3.7 Análise SWOT para zona III (Ribáuè. Malema e Alto Molócuè) ............................... 3-24

Tabela 3.3.8 Análise SWOT para zona IV (Guruè excluindo o platô de Lioma) .......................... 3-25

Tabela 3.3.9 Análise SWOT para zona V (Cuamba e Platô de Lioma) ......................................... 3-26

Page 100: CAPÍTULO 3 CONCEITOS BÁSICOS DO PLANO DIRETOR DE ... · regional através do desenvolvimento de clusters agrícolas por meio de investimento privado e envolvendo os produtores de

Desenho da Visão Geral do Plano

3-100

As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não

são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a

implementação das estratégias neles descritos.

Tabela 3.3.10 Análise SWOT para Zona VI (Mandimba. N'Gauma. Lichinga) ............................. 3-27

Tabela 3.4.1 Culturas divididas em Três Escalas de Produção ......................................................... 3-34

Tabela 3.4.2 Critérios de Seleção de Cultura Prioritária e Produtos Transformados................ 3-35

Tabela 3.5.1 Prioridade Culturas Alimentares Básicas ................................................................. 3-37

Tabela 3.5.2 Cultivos de Rendimento Prioritários ......................................................................... 3-38

Tabela 3.5.3 Outras Culturas Consideráveis ................................................................................. 3-39

Tabela 3.5.4 Medidas a serem adotadas para a Transformação do Cultivo Itinerante em

Agricultura estabelecida .......................................................................................................... 3-41

Tabela 3.5.5 Estratégia de Pesquisa Agrícola ............................................................................... 3-44

Tabela 3.5.6 Medidas a serem tomadas para Ativar o Sistema de Extensão Agrícola .............. 3-46

Tabela 3.5.7 Medidas a serem adotadas para Melhorar a Acessibilidade de Insumos Agrícolas

.................................................................................................................................................... 3-48

Tabela 3.5.8 Benefícios Esperados da Parceria entre Agricultores e Agronegócios ................ 3-52

Tabela 3.13.1 Autorização, Fiscalização e Penalidade com relação às Licenças e Normas* ........ 3-89

Figura3.1.1 Constrangimentos da Agricultura na Área de Estudo ............................................... 3-1 Figura3.2.1 Fases da Implementação do Plano Diretor .................................................................. 3-5 Figura3.2.2 Abordagem Básica do Desenvolvimento Agrícola no Plano Diretor ...................... 3-11 Figura 3.2.3 Abordagem para o Aumento da Produção Agrícola................................................ 3-12 Figura 3.2.4 Modelo de Desenvolvimento de Cluster ................................................................... 3-12 Figura 3.6.1 Imagem do Cluster de frango..................................................................................... 3-53 Figura 3.7.1 Cadeia de Valor do Milho ............................................................................................... 3-56 Figura 3.7.2 Cadeia de Valor da Mandioca ..................................................................................... 3-57 Figura 3.7.3 Cadeia de Valor de Castanha de Caju ....................................................................... 3-58 Figura 3.7.4 Cadeia de Valor da Soja .............................................................................................. 3-59 Figura 3.7.5 Cadeia de Valor do Tomate ......................................................................................... 3-60 Figura 3.8.1 Ponto de Concentração Estratégico .............................................................................. 3-64

Figura 3.3.1 A Abordagem para Realizar o Tipo de Gestão pela equipe brasileira ................... 3-13 Figura 3.3.2 Fluxo de Abordagem Integrada dos dois lados ....................................................... 3-15 Figura3.3.3 Zoneamento de Gestão pela Equipe de estudos brasileira ..................................... 3-16 Figura3.3.4 Mapa de Adequação de Cultura .................................................................................. 3-17 Figura 3.3.5 Zoneamento de Gestão pela FGV .............................................................................. 3-18 Figura 3.3.6 Zoneamento da Área do Projeto ................................................................................ 3-19 Figura 3.3.7 Fluxo de Análise em Estratégias de Desenvolvimento Agrícola de Cada Zona. .. 3-27 Figura 3.3.8 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola na Zona I e II ......................................... 3-28 Figura3.3.9 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola na Zona III e IV ...................................... 3-30 Figura 3.3.10 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola nas Zonas V e VI ................................ 3-31 Figura 3.4.1 Mapa de Tipo de Gestão ............................................................................................. 3-35 Figura 3.5.1 Problemas causados pelo Cultivo Itinerante ........................................................... 3-40 Figura 3.5.2 Problemas em relação à Pouca Acessibilidade a Insumos Agrícolas ................... 3-47