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Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
CAPÍTULO 3 CONCEITOS BÁSICOS DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA (DRAFT)
3.1. Desenvolvimento agrícola no Corredor de Nacala
3.1.1. Constrangimentos do Desenvolvimento Agrícola
Identificaram-se os constrangimentos do setor agrícola e do sustento na área rural
através de levantamento de campo e workshop com o grupo de agricultores e
entrevistas. Seu resumo é mostrado na Fig. 3.1.1.
Figura3.1.1 Constrangimentos da Agricultura na Área de Estudo
No momento, agricultura em pequena escala é o modelo dominante na produção
agrícola na área do corredor de Nacala. O Seu estilo de agricultura mais importante é
o "cultivo itinerante com corte e queima". O cultivo itinerante é um das abordagens
apropriadas de agricultura sustentável nas condições sociais e econômicas atuais.
ou seja. técnicas agrícolas rudimentares insumos agrícolas caros. tanto quanto a
vastidão de terras livres que pode absorver a crescente população agrícola..
Entretanto. o cultivo itinerante causa baixa produtividade e baixo volume de produção
através do uso ineficiente dos recursos da terra. baixa utilização de insumos e baixa
tecnologia e habilidades. Devido ao pequeno volume de produtos comercializados
Baixo Investimento /
Sistema Financeiro fraco
Baixa produção do
setor agrícola
Baixo investimento/Sistema Financeiro Fraco
Infraestrutura deficiente de coercialização
(Estrada, Armazenamento, Informação)
Baixo valor dos
produtos
Baixo volume da
Produtoção
Baixo uso de
insumos
Falta de terras
férteis
Condição
climática
Baixa qualidade
de produtos
Agronegócio não
desenvolvido
Pequeno volume de
produtos comercializados
Baixa
Tecnologia
Agrícola /
Habilidades
Uso ineficiente dos recursos naturais
(Terra / Água)
Cultivo Itinerante
Direito do Uso da
Terra inseguro
Desenho da Visão Geral do Plano
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implementação das estratégias neles descritos.
causados pelo baixo volume de produção. o agronegócio e a agroprocessamento
foram impedidos de operarem até agora pela atratividade do investimento. Isto tem
limitado o aumento do valor da produção. assim como o aumento do preço de
mercado de produtos agrícolas. Além disso. a ampla disseminação da agricultura
itinerante e a insegurança do direito de uso da terra desmotiva os próprios
agricultores e investidores nos investimentos na agricultura na área do Corredor de
Nacala.
Obviamente. muitas outras razões funcionam de forma complicada. mas a baixa
produtividade dos agricultores da dominante pequena escala é a causa principal da
limitação do crescimento do setor agrícola.
O Governo moçambicano tem feito um esforço sincero para incrementar a
produtividade agrícola dos pequenos agricultores. No entanto. o governo precisa
continuar o esforço com a paciente estratégia de longo prazo e sob suas
dificuldades financeiras no momento.
3.1.2. Potencial de Desenvolvimento Agrícola
Através do levantamento de campo. os potenciais para o desenvolvimento agrícola
também são confirmados conforme abaixo.
Os solos na área de estudo são quase neutros ou apenas fracamente ácidos.
exceto por algumas amostras em Gurue. Outros problemas específicos com
relação ao solo. tais como salinidade. contaminação. compactação. redução de
matéria orgânica. etc.. não são relatados.
A área do Corredor de Nacala tem recursos de água superficial abundantes
esubdesenvolvido para uso nae irrigação.
Áreas alta ou moderadamente adequadas para irrigação estão distribuídas por
toda a Área de Estudo.
Existência de grande número de agricultores na área do Corredor de Nacala.
Uma nova lei de cooperativas. que fornece um quadro jurídico bem definido para
a organização de cooperativas de agricultores foi promulgada.
A estrada de Nampula para Cuamba e Cuamba a Mandinba será pavimentada.
O Porto de Nacala é um dos mais profundos portos marítimos no leste da África.
O Caminhos de Ferro de Moçambique Linha Norte (Ferrovia Nacala) permite o
transito massivo e está planejado para ser reabilitado.
O potencial para aumentar a produção agrícola usando variedades cultivadas
aplicável à savana tropical desenvolvidas no Brasil.
A procura de produtos agrícolas para a alimentação humana e animal é alta.
A estabilidade política do Governo.
O Governo promove o desenvolvimento do agronegócio com base no Plano
Nacional de Desenvolvimento do Agronegócio. 2012.
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são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
O ambiente de investimento em Moçambique é amplamente favorável do sctor
agrícola. como a isenção de direitos aduaneiros e do IVA na importação de
equipamentos para os novos projetos e de dedução do imposto de renda.
Desse modo, o Corredor de Nacala tem muito potencial de desenvolvimento
incluindo o desenvolvimento de cluster e do agronegócio, que pode contribuir para o
desenvolvimento. É importante promover o desenvolvimento agrícola tomando
vantagens desses potenciais.
Pela combinação da resolução ou redução dos constrangimentos e utilização do
desenvolvimento potencial, é possível alcançar uma próspera, competitiva e
adequada agricultura no Corredor de Nacala. Assim, o Plano Diretor de
Desenvolvimento do Corredor de Nacala é para ser formulada a fim de realizar o
crescimento da produção agrícola.
3.2. Conceitos Básicos do Plano Diretor de Desenvolvimento
Agrícola
3.2.1. Área do projeto
Os Distritos Alvo (a Área do Projeto) do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola
são 14 distritos e 2 municípios ao longo do Corredor de Nacala. cobrindo as
províncias de Nampula. Zambézia e Niassa na área norte de Moçambique. São 8
distritos na província de Nampula (Monapo. Muecate. Meconta. Mogovolas. Rapale
(Nampula) incluindo a cidade de Nampula. Murrupula. Ribáuè e Malema). 2 distritos
em Zambézia (Alto Molócuè e Guruè) e 4 distritos em Niassa (Cuamba. Mandimba.
Ngaúma e Chimbonila (Lichinga) incluindo cidade de Lichinga).
A Área de Projeto abrange um total de 66.300 km2 e a população total é estimada em
3.7 milhões em 2011 e densidade da população é de 56.2 hab./km2.
O uso do solo da Área do Projeto está coberto atualmente por terras agrícolas (28%).
pastagens (27%) e floresta (44%). Como resultado. 3.3 milhões de hectares são
terras aráveis e 1.8 milhão de hectares utilizados para cultivos de campo e árvores.
No total. 551 mil estabelecimentos cultivando 755 mil hectares.
3.2.2. Visão e Objetivos do Plano Diretor Agrícola
(1) Visão do Desenvolvimento Agrícola no Corredor de Nacala
Na abordagem de implementação da Plano Estratégico de Desenvolvimento para o
Setor Agrário (PEDSA). o Corredor de Nacala é definido como um dos corredores
estratécas entre seis corredores (Pemba-Lichinga. Nacala. no Vale do Zambeze.
Desenho da Visão Geral do Plano
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implementação das estratégias neles descritos.
Beira. Limpopo e Maputo) para promover o desenvolvimento das cadeias de valor
para produtos agrícolas. O PEDSA define sua visão como "Um sector agrário
próspero, competitivo equitativo e sustentável nas respostas aos desafios de
segurança alimentar e nutricional e de mercados agrários ao nível nacional e
mundial".
Garantir a coerência da estratégia de política nacional. bem como considerando o
caráter regional da área do Corredor Nacala. a visão do desenvolvimento agrícola
regional é definido como se segue:
"Uma agricultura próspera, competitiva e adequada é alcançado no Corredor
de Nacala ativando a produção agrícola dos agricultores locais e promover o
agronegócio”.
(2) Objetivos do Plano Diretor
O propósito do ProSAVANA-PD: A formulação do Plano de Diretor de
Desenvolvimento Agrícola para o Corredor de Nacala é definido como “Contribuir
para o desenvolvimento socioeconômico atraindo investimento privado para
promover um sistema de produção sustentável e redução da pobreza no Corredor de
Nacala”.
A área de projeto do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola é reconhecida como
bastante promissoras para a agricultura. mas a atual agricultura é operada em campo
em pequena escala (1.37 ha por fazenda) sob o tradicional cultivo itinerante com
ferramentas tradicionais. Portanto, a produtividade das lavouras permaneceu em
nível inferior, causando a lenta redução da pobreza na Área do Projeto.
Após a análise das políticas nacionais acima mencionadas e dos constrangimentos
presentes identificadas através da análise do problema. a Área do Projeto. o Plano
Diretor será formulado com base nos seguintes objetivos:
Melhorar a produtividade agrícola dos pequenos e médios estabelecimentos. e
Maximizar os efeitos do aumento dos produtos agrícolas para a economia
regional através do desenvolvimento de clusters agrícolas por meio de
investimento privado e envolvendo os produtores de pequena e média escala.
3.2.3. Ano-Meta e Escalonamento
Considerando que o ano-meta do PEDSA é 2020, os Objetivos do Milênio (PARPA) é
2015 e outros planos de desenvolvimento do governo de Moçambique juntamente
com 2030 do Corredor de Crescimento Agrícola de Beira. Também o
desenvolvimento do Cerrado no Brasil levou 30 anos para atingir o pleno
desenvolvimento desde que foi iniciado o seu aproveitamento.
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implementação das estratégias neles descritos.
O plano de desenvolvimento agrícola propõe a transformação do tradicional cultivo
extensivo itinerante em cultivo intensivo. Essa mudança drástica é inevitável para o
crescimento da produtividade agrícola. Ela exige um período preparatório
significativo devido à baixa taxa de alfabetização da população.
Portanto, o ano-meta do Plano Diretor foi definido como 2030 após o início da
implementação em 2014, com sete anos de curto prazo como período de preparação.
incluindo os projetos de impacto rápido, 5 anos de médio prazo como período de
crescimento do desenvolvimento e 5 anos de longo prazo como período de pleno
desenvolvimento operativo conforme mostra a figura abaixo:
Figura3.2.1 Fases da Implementação do Plano Diretor
3.2.4. Beneficiários Alvos
Os principais beneficiários alvos através da implementação do Plano Diretor são
cerca de 550.000 estabelecimentos familiares (ou cerca de 2 milhões de membros
das famílias) de pequenos agricultores que vivem nos 14 distritos no Corredor de
Nacala. Eles serão diretamente beneficiados pelo aumento da produção agrícola
através do cultivo intensivo, apoio técnico, insumos agrícolas suficientes e facilidade
de acesso ao mercado através da implementação do Plano Diretor.
Fase de Transição para Cultivo "Fixo"
(2014 - 2020)
Fase de Crescimento da Produção Agrícola (2021-2025)
Fase de Expansão de Agronegócio (2026-2030)
Desenvolvimento de Indústrias de Serviços e Insumos Agrícolas
Formação do Órgão de
Coordenação do Plano Diretor
para a Promoção do Investimento
Aprimoramento Técnico de Agricultores Médios
Aprimoramento Técnico de Agricultores Pequenos
Desenvolvimento do núcleo de
Pequenos Agricultores
Organização de Grupo (Organização de Grupos de Agricultores)
Crescimento de Fazendas Comerciais de Grande Escala
Crescimento das Indústrias de Distribuição e Agroprocessamento
Desenvolvimento e expansão do Sistema de Financiamento Agrícola
(parar Agronegócios de Pequena e Média Escala)
Desenvolvimento e expansão do Sistema de Financiamento Agrícola (para Agronegócios de Grande Escala)
Desenvolvimento de Infraestrutura Agrícola (Irrigação, Estrada, Eletricidade, Abastecimento de água, etc.)
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implementação das estratégias neles descritos.
O papel das Partes Interessadas no Plano Diretor de desenvolvimento agrícola está
resumido como se segue:
Tabela 3.2.1 Principais Papéis das Partes Interessadas na Implementação do Plano Diretor
Partes Interessadas Principais Papéis na Implementação do Plano Diretor
Agricultor em escala familiar
(pequenos agricultores)
Eles são os maiores protagonistas para aumentar a produção agrícola. Para
fazê-lo. promove-se a sua transição de cultivo itinerante para cultivo intensivo.
Usando as técnicas de cultivo intensivo. o crescimento da produção agrícola
será alcançado
Agricultor líder
(médios agricultores)
Eles praticam a agricultura intensiva acima mencionada de forma positiva. Eles
serão o grupo que deverá gerar o líder agrícola (ou modelo de competência)
para aumentar a produção agrícola local
Fazendas Empresariais
(grandes agricultores)
Eles são fundamentais para desenvolver o agronegócio na localidade. Eles são
os principais protagonistas para estabelecer cluster agrícola. Eles também
funcionam como bons compradores da produção local. prestadores de serviços
de extensão técnica e empregadores.
Fornecedores e distribuidores
de insumos agrícolas
Com base no principal mecanismo de mercado. eles fornecem de forma estável
os insumos agrícolas necessários em preço adequado.
Comerciantes e indústria de
transformação de produtos
agrícolas
Eles funcionam como bons compradores de produtos agrícolas na localidade e
também como empregadores da população local.
Instituição de Financiamento
Agrícola
Eles desenvolvem esquema financeiro para o setor agrícola e fornecem serviços
compassivos especialmente para os pequenos e médios produtores ou
companhias ligadas ao setor agrícola
Governo. instituição de
pesquisa. serviço de
extensão. ONGs.
Eles mostram a direção do desenvolvimento agrícola na economia rural e
preparam a condição básica necessária para o desenvolvimento do setor
privado. incluindo o agricultor individual.
3.2.5. Projeções das Principais Culturas
(1) Maior índice do alvo no PEDSA
Sob PEDSA. a meta do crescimento médio anual do setor agrícola éde 7 %. O alvo
principal da produção nacional agrícola e outros índices sob PEDSA até o ano 2020
estão resumidas conforme demonstrado abaixo:
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implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.2.2 Principais índices de Metas sob o PEDSA
2011 2012 2013 2014 2015 2020
6.1
400 350 200 200
2.800 3.250 3.650 4.200 4.950 7.000
Milho 2.166 2.283 2.400 2.600 2.740 3.000 4.400
Arroz 260 308 338 371 391 450 510
Trigo 13 22,5 23 23,2 23,5 25 30
Mapira 378 422 450 480 500 500 750
Feijão 257 288 310 310 310 310 550
Mandioca 9.200 11.700 13.000 14.700 15.000 15.000 20.000
Milho 1,1 1,2 1,3 1,5 1,7 1,8 2
Trigo 1,8 1,8 1,8 1,9 2 2 2
Arroz 1,1 1,2 1,3 1,6 1,7 1,8 2
Castanha de
caju 96 98 103 112 12,.0 120
Algodão 70 75,8 83,4 91,7 120 120
Soja 20 20 21 23 25 35
Tabaco 70 73 76 80 83 100
Banana 35 40 45 50 55 70
Batata Reno 186 203 230 250 250 300
Tomate 195 200 205 215 220 400
Cebola 80 93 108 126 140 160
Rebanho Pecuário Bovinos 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 3 3
(milhões de cabeças) Frangos 17,9 18,3 18,3 18,7 19,1 3 30
Produção de Carne Bovina 10 10.6 11.2 11.9 12.6 15.0
(mil toneladas) Frango 58,1 64 70,3 77,4 85,1 100
Leite (milhões
de litros)2,3 2,7 3,3 4 4,8 10
432 487 531 545 582 600
0,8 2,5 2,5 5 5,5 5
60 65 70 80 85 90 90
9.777 10.777 11.777 12.777 13.777 14.777 20.000
631 757 908 1,098 1,2 1,2 1,5
15,7 23 29 33 37 60
25 35 45 55 65 70 100
4.277 4.872 6.072 7.272 8.472 9.700 13.000
Número de comunidades com terras
legalizadas
Número de associações de produtores
assistidas em áreas de potencial agrícola
Número total de produtores assistidos pelo
serviços público de extensão (mil)
Áreas com sistemas de irrigação
construídos (mil)
Índice de aproveitamento de sistemas de
irrigação (%)
Número de juntas usadas em tração animal
Quantidade de sementes básicas produzida
Número de hectares reflorestados
População em condição de insegurança
alimentar (mil)
Produção anual de cereais (mil toneladas)
Produção anual de alimentos
básicos (mil ton.)
Produtividade das principais
culturas alimentares (t/ha)
Produção anual em cultivos
comerciais (mil ton.)
Produção anual de hortícolas
(mil ton.)
Indicadores
Meta indicativa
Ano base
(2010)
Ano
Crescimento real do setor agrícola (%) No mínimo 7 % ao ano
(2) Produção na Área do Projeto
A produção das principais culturas na Área do Projeto para os anos de 2020 e 2030 é
mostrada na Tabela 3.2.3. As seis (6) culturas listadas na tabela. ou seja milho,
mandioca, mapira, feijão, amendoim, arroz e soja ocupam quase 90% do total de
área plantada por culturas na Área do projeto durante a safra de 2006/07 - 2010/11.
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implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.2.3 Projeção de Produção das Principais Culturas na Área de Estudo
Área (ha)Rend.
(t/ha)
produção
(t)
Valor
(mil MT)Área (ha)
Rend.
(t/ha)
produção
(t)
Valor
(mil MT)Área (ha)
Rend.
(t/ha)
produção
(t)
Valor
(mil MT)
Milho 305.000 1,3 396.500 1.665 406.000 2 812.000 3.410 505.000 2,5 1.262.500 5.303
Mandioca 328.000 7,2 2.361.600 1.417 377.000 9 3.393.000 2.036 390.000 10 3.900.000 2.340
Mapira 131.000 0,9 117.900 578 150.000 1,5 225.000 1.103 155.000 1,8 279.000 1.367
Feijões 132.000 0,7 92.400 1.164 165.000 0,9 148.500 1.871 190.000 1 190.000 2.394
Amendoim 100.000 0,7 70.000 413 117.000 1,2 140.400 828 130.000 1,5 195.000 1.151
Arroz 37.000 1 37.000 155 45.000 2 90.000 378 50.000 2,5 125.000 525
Soja 7.500 1 7.500 91 89.500 1,7 152.150 1.841 210.800 2 421.600 5.101
Total 1.040.500 - 3.082.900 5.483 1.349.500 - 4.961.050 11.467 1.630.800 - 6.373.100 18.180
Outras
culturas 110.000 - - - 220.500 - - - 369.200 - - -
Área Total 1.150.500 - - - 1.570.000 - - - 2.000.000 - - -
Cultura
Ano base (2010/11) 2020 2030
Fonte: Equipe do estudo da JICA
Nesta análise. a área plantada (ha) e rendimento (t/ha) das principais culturas em
2020 e 2030 foram criados por meio de um juízo sintético. considerando as
seguintes informações disponíveis:
1) Área Plantada (ha)
Tendência da área plantada (estatísticas agrícolas das respectivas DPAs)
Estimativa de população em zona rural. com base no censo de população em
2007
Tendência de consumo per capita (FAOSTAT e Nampula DPA)
Nova área desenvolvida para investimentos em grande escala até 2020
(300.000 ha. considerando áreas agrícolas disponíveis e impacto ambiental,
especialmente para a áreas de florestas produtivas existentes)
Taxas de crescimento em áreas de cultivo maiores nos outros cultivos do que
as principais culturas.
80% do desenvolvimento de novas áreas para empresa agrícolas serão
orientadas para cultivo de soja combinado com milho e outros.
Uma (1) safra/ano
2) Rendimento (t/ha)
Tendência de rendimento (estatísticas agrícolas das respectivas DPAs)
Rendimento de vários países vizinhos e adiantados. principalmente Brasil e
África do Sul (FAOSTAT)
Valor total das principais culturas a preços constantes do ano base (2010/11) será de
MT 11.467 milhões (209% de 2010/11) e 2020 e MT 18.180 milhões (332% de
2010/11) em 2030.
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implementação das estratégias neles descritos.
(3) Demanda (Consumo de Alimentos) na Area do Projecto
A demanda projetada para as principais culturas em 2020 e 2030 é mostrada na
tabela 3.2.4. A demanda é calculada apenas para consumo alimentar direto. A
demanda indireta de alimentos tais como óleo comestível e para a alimentação
animal não é calculada. O trigo também é adicionado ao cálculo da previsão, uma
vez que é a maior commodity alimentar na Área do Projeto. As seguintes informações
são referidas principalmente para o cálculo da projeção.
Estimativa de população com base no censo de população em 2007
Tendência de consumo per capita (FAOSTAT e Nampula DPA)
Tabela 3.2.4 Projeção de Demanda das Principais Culturas na Área de Estudo
Cultura
Ano base (2010/11) População: 3.728.509
Per capita
(kg/ano) Alimentos
(toneladas)
Cultura
(toneladas)
Perdas &
Sementes
(toneladas)
Total (ton.)
Milho 40,0 149.140 165.712 33.142 198.854
Mandioca 220,0 820.272 820.272 164.054 984.326
Mapira 15,0 55.928 62.142 12.428 74.570
Feijões 9 33.557 33.557 6.711 40.268
Amendoim 5,0 18.643 46.606 9.321 55.928
Arroz em casca 24,0 89.484 149.140 29.828 178.968
Trigo 20,0 74.570 82.856 16.571 99.427
Cultura Ano 2020 População: 5.016.047
Milho 50,0 250.802 278.669 55.734 334.403
Mandioca 215,0 1.078.450 1.078.450 215.690 1.294.140
Mapira 10,0 50.160 55.734 11.147 66.881
Feijões 11,5 57.685 57.685 11.537 69.221
Amendoim 5,0 25.080 62.701 12.540 75.241
Arroz em casca 29,0 145.465 242.442 48.488 290.931
Trigo 25.0 125.401 139.335 27.867 167.202
Cultura Ano 2030 População: 6.682.687
Milho 50,0 334.134 371.260 74.252 445.512
Mandioca 205,0 1.369.951 1.369.951 273.990 1.643.941
Mapira 7,5 50.120 55.689 11.138 66.827
Feijões 13,5 90.216 90.216 18.043 108.260
Amendoim 5,0 33.413 83.534 16.707 100.240
Arroz em casca 34,0 227.211 378.686 75.737 454.423
Trigo 30,0 200.481 222.756 44.551 267.307
(Nota)
a. A recuperação em moagem de cereais é de 90%. enquanto que a de
arroz é 60 %
b. Rendimento do amendoim depois de remoção da casca é 0 %
c. % de perdas & uso de sementes é de 80% para todas as culturas Fonte: Equipe do estudo da JICA
Conforme mostrado na tabela 3.2.5. o consumo per capita das principais culturas nos
respectivos anos pode garantir uma ingestão adequada de calorias para a população
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
da Área do projeto. A tabela implica que as pessoas serão capazes de iniciar uma
dieta diversificada e equilibrada gradualmente após 2020.
Tabela 3.2.5 Previsão de Ingestão de calorias na Área do Projeto
Cultura Ano base (2010/11) 2020 2030
kg/ano kcal/dia kg/ano kcal/dia kg/ano kcal/dia
Milho 40,0 388 50,0 485 50,0 485
Mandioca 220,0 922 215,0 901 205,0 859
Mapira 15,0 146 10,0 97 7,5 73
Feijões 9,0 84 11,5 107 13,5 125
Amendoim 5,0 80 5,0 80 5,0 80
Soja 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Arroz 24,0 233 29,0 282 34,0 331
Trigo 20,0 199 25,0 249 30,0 298
Subtotal - 2.052 - 2.201 - 2.251
Todos os alimentos - 2.150 - 2.300 - 2.500
% das principais culturas - 95 - 96 - 90 Fonte: Equipe do estudo da JICA
(4) Balanço alimentar
A Tabela 3.2.6 mostra o balanço de alimentos previsto em 2020 e 2030 calculado
com os números na Tabela 3.2.3 e 4.2.4. A área do Projeto pode ter enorme
excedente das principais culturas, ou seja: milho, mandioca, mapira e soja de acordo
com a previsão. Embora a área possa ter déficit substancial de trigo e arroz. será
possível esperar até mesmo exportar o excedente das culturas. além de fornecê-las
às províncias deficitárias no país.
Tabela 3.2.6 Previsão de Balanço dos Principais Alimentos na Área do Projeto
Produção Demanda
AlimentarBalanço Produção
Demanda
AlimentarBalanço Produção
Demanda
AlimentarBalanço
Milho 396.500 198.900 197.600 812.000 334.400 477.600 1.262.500 445.500 817.000
Mandioca 2.361.600 984.300 1.377.300 3.393.000 1.294.100 2.098.900 3.900.000 1.643.900 2.256.100
Mapira 117.900 74.600 43.300 225.000 66.900 158.100 279.000 66.800 212.200
Feijões 92.400 40.300 52.100 148.500 69.200 79.300 190.000 108.300 81.700
Amendoim 70.000 55.900 14.100 140.400 75.200 65.200 195.000 100.200 94.800
Arroz em casca 37.000 179.000 -142.000 90.000 290.900 -200.900 125.000 454.400 -329.400
Trigo 0 99.400 -99.400 0 167.200 -167.200 0 267.300 -267.300
Soja 7.500 0 7.500 152.150 0 152.150 421.600 0 421.600
Cultura
Ano base (2010/11) 2020 2030
(Unidade: toneladas)
Fonte: equipe de estudo da JICA
3.2.6. Abordagem Básica do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola
Recomenda-se que o desenvolvimento agrícola na Área do Corredor de Nacala seja
alcançado através da combinação das abordagens abaixo.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-11
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
(1) Melhoria da Condição Básica de Produção e de Infraestrutura Social e Agrícola
(2) Aumento da Produção Agrícola
(3) Desenvolvimento do Agronegócio
(4) Uso Sustentável de Recursos Naturais
(5) Desenvolvimento de Capacidade de Recursos Humanos
Figura3.2.2 Abordagem Básica do Desenvolvimento Agrícola no Plano Diretor
(1) Melhoria da Condição Básica de Produção e de Infraestrutura Social e Agrícola
Para o desenvolvimento sustentável. o fortalecimento da condição básica para a
produção agrícola ambos, software e hardware são importantes. Software significa
pesquisa e desenvolvimento, sistema de extensão, sistemas de apoio financeiro e
distribuição de insumos. O outro hardware significa infraestruturas tais como a rede
de estradas e sistemas de irrigação.
Terra é a base da produção, assim como o registro de DUAT é também reconhecido
como condição fundamental tanto para os agricultores quanto para os investidores.
(2) Aumento da Produção Agrícola
O aumento da produção agrícola é a base do desenvolvimento do setor agrícola. Na
Área do Corredor de Nacala. a agricultura de pequena escala é dominante neste
momento. A produção da agricultura em pequena escala pode ser aumentada por
meio da transformação do cultivo itinerante em cultivo intensivo. Mais que isso. a
colaboração entre agricultores de pequena e média escala e a empresa de
agronegócio é promovida para usar a vitalidade privada para transferência
Desenvolvimento Agrícola no Corredor de Nacala
Desen
vo
lvim
en
to d
o
Ag
ron
eg
ócio
Au
men
to d
a P
rod
ução
Ag
ríco
la
Uso
Su
ste
ntá
vel
de
Recu
rso
s N
atu
rais
Colaboração entre Agricultores e Agronegócio
Reforma da Organização dos
Agricultores
Fortalecimento sas Cadeias de Valor
através do desenv. de cluster
Promoção do Investimento Privado
Desenvolvimento de Capacidade de Recursos Humanos
Melhoria da Condição Básica de Produção e de Infraestruturas Social & Agrícola
Agricultura Intensiva através da
Transformação da Agricultura Itinerante
Pesquisa Extensão Insumos Financiamento Irrigação DUAT Estradas
Desenho da Visão Geral do Plano
3-12
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Configuração estratégica de
zona econômica especial
Vitalização da economia rural
Desenvolvimento de cluster
Agricultor
Informações de mercado, rede de
distribuição, Incentivo à melhoria
da qualidade
Produção Agrícola
Atração de empresas
Aumento e expansão da indústria relacionada
Residente local
Criação de oportunidades de emprego
tecnológica ao agricultor. Os agricultores que não conseguem acessar a empresa de
agronegócio são desenvolvidos em organizações de agricultores.
Além disso, para aumentar a produção na área. o investimento privado na produção
é também promovido.
Figura 3.2.3 Abordagem para o Aumento da Produção Agrícola
(3) Desenvolvimento do Agronegócio
Se o produto agrícola é vendido sem transformação. torna-se apenas valor simples.
Quando o agronegócio é desenvolvido. o valor do produto torna-se complexamente
maior do que o anterior. Este valor aumentado pode incrementar a economia regional
através de sua distribuição adequada. Portanto. o desenvolvimento do agronegócio
deve ser considerado no Plano Diretor.
O desenvolvimento do agronegócio será alcançado por meio da Promoção de
investimento privado e o fortalecimento da cadeia de valor através do
desenvolvimento do agrupamento.
Figura 3.2.4 Modelo de Desenvolvimento de Cluster
(4) Uso Sustentável de Recursos Naturais
Recurso natural é a base da produção agrícola. Na Área do Corredor de Nacala, o
recurso natural é mantido em condições relativamente boas no momento. No entanto,
Desenvolvimento do
Agronegócio / Cluster agrícola
Aumentar a
produção
agrícola por meio de
investiment
o privado
pequenas e médias empresa deoagronegócio
Agricultura Empresarial
Colaboração entre
pequenos e médios
agricultores e empresas
do agronegócio
Transição de
cultivo
itinerante para
intensivo Pequenos agricultores, realizando
cultivo itinerante Reforma da
Organização de
Agricultores
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-13
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
há preocupação em que a condição pode piorar em associação com o crescimento
da população e da economia, se nenhuma contramedida for aplicada. Portanto, a
pressão sobre o desmatamento deveria ser reduzida por meio da transição da
agricultura itinerante para a agricultura intensiva. Além disso, temos de continuar a
produção adequada para o futuro, estabelecendo um sistema de produção agrícola
sustentável em nível regional e em nível de estabelecimento.
(5) Desenvolvimento de Capacidade de Recursos Humanos
O recurso humano é um fator-chave de desenvolvimento. Apenas resultados de
desenvolvimento de recursos humanos, o desenvolvimento autossustentável pode
ser alcançado. Portanto. a capacidade do agricultor deve ser melhorada através de
vários canais e métodos e canais, e desenvolver agricultores líderes para conduzir a
melhoria da economia rural.
3.3. Zoneamento da Área do Projeto
3.3.1. Metodologia
(1) Tipo de gestão elaborado pela equipe de estudos brasileira
A Equipe de estudos brasileira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizou o
zoneamento de acordo com o indicador de Tipo de Gestão na Área do Projeto. A
descrição da metodologia é explicada nesta seção.
A Área do Projeto foi dividida em sete (7) Tipos de Gestão (Ver tabela 3.3.2). com
base em cinco (5) fatores, tais como o zoneamento ambiental, zoneamento
socioeconômico, zonas de gestão, uso e cobertura do solo, e escala de produção,
conforme mostra a Tabela 3.3.1. A abordagem para realizar o tipo de gestão é
mostrada na Figura 3.3.1.
ZoneamentoAmbiental
ZoneamentoSocioeconômico
Zonas deManejo
Cobertura e Uso da Terra
Escala de Produção
Tipo de Manejo
Fonte: Equipe de estudos brasileira
Figura 3.3.1 A Abordagem para Realizar o Tipo de Gestão pela equipe brasileira
Desenho da Visão Geral do Plano
3-14
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.3.1 Fatores para Realizar Tipo de Gestão
Fatores Conteúdo
Zoneamento ambiental Vulnerabilidade ambiental por distritos
(Classificando os distritos pelos indicadores de % de Área protegida e % de Área
parcialmentepProtegida* % e % de energia de madeira)
Zoneamento
socioeconômico
Vulnerabilidade socioeconômica por distrito
(Classificando os distritos por indicadores de população Rural. a densidade de
estradas. densidade ferroviária. % de Área Total cultivada e % da população
alfabetizada)
Zonas de Gestão Classificação dos distritos por Vulnerabilidade Ambiental e Vulnerabilidade
Socioeconômica
Uso e cobertura do
solo
Mapa da cobertura do solo e uso da terra na escala 1: 1.000.000 da AIFM pelo DNTF
Escala de produção Selecionando as culturas em grande escala. escala média ou pequena escala
consultando o Mapa de Adequação das Culturas
*: A área ao redor de nascentes e o curso de rio perene
(2) Abordagem de Zoneamento Regional pela Equipe do Estudo da JICA
A Equipe de estudos brasileira tomou uma abordagem orientada por projeto para
classificar o zoneamento da Área do Projeto, priorizando a identificação de áreas de
elevado potencial para o desenvolvimento de agricultura comercial (fazenda
corporativa). A Equipe do Estudo da JICA enfatiza a elaboração de estratégias de
desenvolvimento para cobrir toda a Área do projeto sob uma abordagem regional. A
integração da abordagem das duas partes permitirá estabelecer o plano de diretor de
desenvolvimento agrícola mostrando a estratégia de desenvolvimento regional.
(3) Integrando a abordagem da Equipe FGV e da Equipe JICA
A Área do Projeto é classificada em quatro (4) Tipos de Desenvolvimento Agrícola
por distrito. baseado na soma das pontuações (3 níveis) de três fatores por distrito.
Os Tipos de Desenvolvimento Agrícola têm as seguintes características.
Tipo I: Tem um grande potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial
Tipo II: Tem potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial
Tipo III: Exibe um potencial especial para o desenvolvimento da agricultura
industrial, mas exige atenção em termos ambientais.
Tipo IV: Apresenta pouco potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial
O fluxo de abordagem é mostrado na Figura 3.3.2
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-15
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Zoneamento
Ambiental
Zoneamento
Socioeconômico
Zonas de
Manejo
Uso e Cobertura
da Terra
Escala de
Produção
Tipo de
Manejo
Análise de
cluster
Zoneamento de potencial
de recursos humanos
Número de Estudantes
ESG I & II % (<14 anos)
> 65 anos %
Idade de trabalho %
Densidade populacional
Zoneamento de acesso a
novas áreas agrícolas
Grupos
distritais
Desenvolvimento Agrícola
Pontos Potenciais (Tipos I – III)
- Clima
- Adequação das culturas- Pontuação das culturas- Recurso hídrico- Vulnerabilidade ambiental- Vulnerabilidade socioambiental
etc
Área de Florestas Produtivas %
Área de DUAT Florestal
Fator de Distribuição por Distrito
Estratégia de
Desenvolvimento por Distrito
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Figura 3.3.2 Fluxo de Abordagem Integrada dos dois lados
(4) Pontos de Potencial Agrícola
Toda a Área do Projeto foi classificada em termos das Vulnerabilidades Ambiental e
Socioeconômica. A sobreposição dessas condições em um mapa de cobertura do
solo permite a delimitação de áreas com alto potencial para o desenvolvimento da
agricultura industrial. A Área do Projeto foi reavaliada segundo as suas
características em termos do "Potencial de Desenvolvimento Agrícola"
Para mostrar o "Potencial de Desenvolvimento Agrícola" para cada distrito, o distrito
foi classificado em três níveis atribuindo pontuações relacionados ao
desenvolvimento agrícola. Os fatores "Recursos humanos" e "Recursos Fundiários",
que têm grande influência para o desenvolvimento agrícola, são pontuados para a
qualificação de "Potencial de Desenvolvimento Agrícola". Outro fator importante,
"Finanças" ou "Orçamento" não é considerado na quantificação, uma vez que eles
são alocados com base no componente do Plano Diretor. Outros fatores a serem
considerados tais como "Tempo (clima)" e "Culturas para Clima Particular" foram
usados para mostrar as características de cada zona. após a classificação em termos
de "Potencial de Desenvolvimento Agrícola".
Os dois fatores quantificados acima foram subdivididos nos subfatores abaixo. Cada
subfator foi pontuado segundo cinco (5) níveis. de modo que uma pontuação de fator
fosse a soma de todos os pontos de seus subfatores.
1) Recursos humanos (Zoneamento de Potencial de Recursos Humanos)
Desenho da Visão Geral do Plano
3-16
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Percentual de alunos de ESG I & II para a população entre 10 e 14 anos. por
distrito (capacidade humana).
Percentagem de idosos (acima de 65 anos) em relação ao total da população
por distrito (saúde).
População em idade de trabalho por distrito (população da força de trabalho)
2) Recurso Fundiário (Zoneamento de Acesso a Novas Terras Agricultáveis)
Densidade populacional por distrito (disponibilidade de terra)
Porcentagem de área de floresta em relação à área total do distrito (limitação
de desenvolvimento de novas terras 1)
Porcentagem de DUAT florestais em relação à área total do distrito (limitação
de desenvolvimento de novas terras 2)
3.3.2. Zoneamento da Área do Projeto
(1) Tipo de gestão elaborado pela Equipe de estudos brasileira (FGV)
Os 14 distritos classificam-se para 4 zonas de gestão. com base na ranking de
Vulnerabilidade Ambiental e Vulnerabilidade Socioeconômica. conforme mostra a
Figura 3.3.3. Cuamba e Meconta são classificados como Zona de Consolidação A.
que tem baixa Vulnerabilidade Ambiental e baixa a média Vulnerabilidade
Socioeconômica. Na Zona de Consolidação A, onde considerações ambiental e
socioeconômica sérias não são necessárias. Guruè e Lichinga classificam-se como
Zona Ambientalmente Sensível. Em Zona Ambientalmente Sensível. o
desenvolvimento de terra de grande escala não é recomendado.
Consolidation zone A
Consolidation zone B
Consolidation zone C
Environmentally sensitive zone
Murrupula
Higher
environmental
vulnerability
Lichinga
Gurué
Nampula
Malema
Ribaué
Muecate
N'Gauma
Lower
environmental
vulnerability
Medium
environmental
vulnerability
Environmental vulnerability
Monapo
Mogovolas
So
cio
eco
no
mic
Zo
nin
g
Lower
socioeconomic
vulnerability
Medium
socioeconomic
vulnerability
Cuamba
Higher
socioeconomic
vulnerability
Meconta
MandimbaAlto Molocué
Baixa
vulnerabilidade socioeconômica
Média
vulnerabilidade socioeconômica
Alta
vulnerabilidade socioeconômica
Alta
vulnerabilidade Ambiental
Baixa
vulnerabilidade Ambiental
Média
vulnerabilidade Ambiental
Z o n e a m e n t o A m b i e n t a l
Z o
n e
a m
e n
t o
S
o c
i o
e c
o n
ô m
i c
o
Consolidação Zona AConsolidação Zona B
Consolidação Zona CZona ambientalmente sensível
Figura3.3.3 Zoneamento de Gestão pela Equipe de estudos brasileira
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-17
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Secundariamente. o mapa de adequação de culturas foi preparado pela Equipe de
estudos brasileira para caju, mandioca, café, algodão, feijão nhemba (caupi), capim
elefante, eucalipto, amendoim, feijão vulgar, milho, milho safrinha, arroz (por
inundação e sequeiro), batata reno, gergelim, soja, cana de açúcar, girassol, batata
doce, tabaco e trigo. A Figura 3.3.4 mostra o mapa de adequação das culturas de
soja e milho. Estes mapas foram preparados segundo a condição de adequação ao
solo, temperatura média anual e precipitação anual.
Mapa de adequação de soja Mapa de adequação de milho
Figura3.3.4 Mapa de Adequação de Cultura
Os cultivos citados acima são classificados em três escalas de produção com
agricultura familiar, agricultura associada e agricultura corporativa (refere-se a Tabela
3.5.1). O mapa de distribuição de Tipo de Gestão (ver Tabela 3.3.2) na Área do
Projeto foi também preparado pela Equipe de Estudos brasileira com base em mapa
da Zona de Gestão. Cobertura de Solo. uso da terra e Escala de produção, conforme
mostra a Figura 3.3.5..
Desenho da Visão Geral do Plano
3-18
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Fonte: Equipe de estudos brasileira
Figura 3.3.5 Zoneamento de Gestão pela FGV
Tabela 3.3.2 Descrição do Tipo de Gestão
Tipo de Gestão Descrição
Tipo de Gestão 1 Áreas inadequadas para atividades agrícolas ou inadequadas para exploração
dentro dos preceitos estabelecidos pelo Plano Diretor
Tipo de Gestão 2 Áreas para recomendação de projetos agrícolas de agricultura familiar a
produção agrícola corporativa
Tipo de Gestão 3 Áreas para recomendação de projetos agrícolas de agricultura familiar a
produção agrícola corporativa, com considerações especiais sobre a
conservação de recursos naturais e impactos socioambientais
Tipo de Gestão 4 Áreas para recomendação de projetos agrícolas de agricultura familiar a
produção agrícola corporativa, com importantes considerações sobre a
conservação de recursos naturais e mitigação de impactos ambientais
Tipo de Gestão 5 Áreas para recomendação de projetos agrícolas de agricultura familiar e
agricultura associada, com importantes considerações sobre a conservação de
recursos naturais e mitigação de impactos socioambientais
Tipo de Gestão 6 Áreas para recomendação de projetos de agricultura familiar com importantes
considerações sobre a conservação de recursos naturais e mitigação de
impactos socioambientais
Fonte: Equipe de estudos brasileira
(2) Potencial de Desenvolvimento Agrícola por Zona
Para formular grupo de distritos. os distritos na Área do Projeto são divididos em 6
zonas com base no Tipo de Desenvolvimento Agrícola (I - IV), além de considerar a
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-19
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
distribuição geográfica do distrito. O resultado é mostrado na Tabela 3.3.3 e Figura
3.3.6.
Tabela 3.3.3 Agrupamento de Classificação de Cobertura de Solo
Zona de Grupos
de Distritos
Distritos Tipo. Desenvolv. Agrícola
Zona - I Monapo. Muecate Tipo III de Desenvolvimento
Agrícola
Zona - II Meconta, Mogovolas, Nampula, Murrupula Tipo I. II:
Zona - III Ribáuè, Malema. Alto-Mólocuè Tipo III
Zona - IV Guruè (excluindo a platô de Lioma) Tipo IV
Zona - V Cuamba, Guruè (platô de Lioma) Tipo II
Zona - VI Mandimba, Ngauma, Lichinga Tipo III
Tipo I: Tem um grande potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial Tipo II: Tem potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial Tipo III: Exibe um potencial particular para o desenvolvimento da agricultura industrial, mas exige
atenção em termos ambientais Tipo IV: Apresenta pouco potencial para o desenvolvimento de agricultura industrial
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Zona I
Zona II
Zona IIIZona V
Zona VI
Zona IV
Legenda
Gestão Tipo 1
Tipo 2
Tipo 3
Tipo 4
Tipo 5
Tipo 6
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Figura 3.3.6 Zoneamento da Área do Projeto
3.3.3. Potencial de Desenvolvimento Agrícola
O potencial de desenvolvimento agrícola por zona está resumido na Tabela 3.3.4.
Desenho da Visão Geral do Plano
3-20
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.3.4 Potencial de Desenvolvimento Agrícola por Zona
I II III IV V VI
Monapo,
Muecate
Meconta,
Mogovolas,
Nampula,
Murrupula
Ribaue.
Malema. Alto-
Molocue
Gurue
(excluindo a
platô de Lioma)
Cuamba. Gurue
(platô de Lioma)
Mandimba.
Ngauma.
Lichinga
Baixo a médio Médio a alto Baixo a médio Baixo Médio Médio
Médio Médio a alto Baixo a médio Baixo Médio Médio
<Atenção
Normal>
<Atenção
Normal>
<Atenção
Média><Alta Atenção>
<Atenção
Normal><Alta Atenção>
Área de Alerta
Elevado:Área de Alerta:
Área de Alerta
Elevado:
Área de Alerta
Elevado:Área de Alerta:
Área de Alerta
Elevado:
Área protegida
em Muecate.
Área de floresta
existente na
parte sul do
distrito de
Meconta.
Área protegida
no distrito de
Ribaue e
cursos de rio na
área
Cursos de rios
concentrados
na área e área
de declives
íngremes de
Mt.Namuli.
Área de floresta
existente no
distrito de
Cuamba
Área protegida
no distrito de
Lichinga e
cursos de rios
na área.
Área de Alerta: Área de Alerta: Área de Alerta:
Área de floresta
existente na
parte ocidental
do distrito de
Muecate.
Área de floresta
existente no
Distrito de
Malema e na
parte sudeste
do distrito de
Alto Molocue.
Área de floresta
existente na
parte ocidental
da área.
1. Alta
vulnerabilidade
social no distrito
de Monapo
2. Concessão
de mineração
em grande
escala no
distrito de
Monapo
Meconta.
Nampula.
Murrupula:
24 - 25℃
23 - 24 ℃Mandimba:
21 - 23℃
Mogovolas:
25 - 26 ℃
Área do entorno
dos limites de
Gurue:
22 - 23℃
Ngauma:
20 - 22 ℃
Lichinga:
Menos de 20℃
Precipita-
ção anual
1.000 - 1.200
mm
1.000 - 1.200
mm
800 - 1.600 mm 1.200 - acima
de 1.600 mm
800 - 1.200 mm 1.000 - 1.200
mm
Monapo: 1%
Muecate: 15 %
Paisagem (% da
área com declive
acima de 12%)
Meconta: 4 %,
Mogovolas: 4%,
Namupula:
15%,
Murrupula: 7%
Ribaue: 22%,
Malema: 28%,
Alto Molocue:
9%
Gurue: 44% Cuamba: 9%
Mandimba:
10%,
Ngauma: 20%,
. Lichinga: 46%
1. Alta
vulnerabilidade
socioeconômic
a nos distritos
de Mogovolas e
Murrupula
1. Concessão
de mineração
em grande
escala na parte
sudeste do
distrito de Alto
Molocue
1: Concessão
de mineração
em grande
escala nos
distritos de
Ngauma e
Lichinga
Clima
Tempera-
tura
média
23 - 25℃ 22 - 23℃ 23 - 24 ℃
Zonas
Distritos & área
Potencial de
recursos humanos
Possibilidade de
acesso à novas
áreas agricultáveis
Consideração
ambiental
Consideração
socioeconômica
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-21
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
I II III IV V VI
Alta: 80% Alta: 80% Alta: 39% Alta: 16% Alta: 39% Alta: 0%
Média 7% Média 6% Média 19% Média 39% Média:31% Média 67%
Baixa: 13% Baixa: 4% Baixa: 42% Baixa: 45% Baixa: 30% Baixa: 33%
Específico: 106 Específico: 226 Específico: 349 Específico: 648 Específico: 400 Específico: 263
Anual: 402 Anual: 875 Anual: 2.165 Anual: 3.657 Anual: 2.143 Anual: 1.172
Em operação:
138
Em operação:
267
Em operação:
702
Em operação:
136
Em operação:
10
Em operação:
107
Fora de
operação: 662
Fora de
operação: 1.133
Fora de
operação: 1.026
Fora de
operação: 76.5
Fora de
operação: 44
Fora de
operação: 52
Milho,
Mandioca,
Amendoim
Milho,
Mandioca,
Arroz,
Amendoim
Milho,
Mandioca,
Amendoim
NA Milho Milho, Arroz
Feijão nhemba.
Feijão boer.
Gergelim,
Hortícolas,
Caju, Algodão
Feijão nhemba.
Feijão boer.
Gergelim,
Hortícolas,
Caju, Algodão
Feijão nhemba,
Soja, Batata
reno, Hortícolas,
Algodão,
Tabaco
Feijão nhemba,
Feijão boer,
Soja, Hortícolas,
Batata reno,
Chá
Fejão nhemba,
Feijão boer,
Soja, Gergelim,
Algodão,
Tabaco
Fejão nhemba,
Soja, Gergelim,
Hortícolas,
Batata reno,
Tabaco
7.617 15.132 18.636 5.646 5.353 12.945
448.296 907.929 722.576 350.830 216.098 351.191
59 60 39 62 40 27
Terras
agrícolas* 2:
63.4%
Terras
agrícolas: 74.3
%
Terras
agrícolas: 52.0
%
Terras
agrícolas: 57.8
%
Terras
agrícolas: 26.8
%
Terras
agrícolas: 40.0
%
Floresta: 36.4% Floresta: 25.0 % Floresta: 47.2 % Floresta: 42.2 % Floresta: 72.8 % Floresta: 58.0%
Outros: 0.3% Outros: 0.8% Outros: 0.8% Outros: 0% Outros: 0.5 % Outros: 2.0%
61 67 53 40 50 47
6 11 12 0 22 16
Densidade ferroviária
(extensão de estrada
de ferro m/km2)
Área (km2)
População
Densidade
demográfica
(hab/km2)
Uso do solo (% de
área cultivada,
floresta e outros)
Densidade viária
(extensão de estrada
m/km2)
Zonas
Fertilidade do solo* 1
(% da área)
Recursos hídricos
(escoamento
específico & anual
em milhões de m3)
Área Irrigada (ha)
Prioridade para
Culturas de
alimentos básicos
Cultivos comerciais
prioritários
Fonte: Equipe do Estudo da JICA *1: Alta = Lixisols, Média= Ferrasols, Acrisols, Baixa = Arenosols Gleysols. Leptisols. Fluvisols * 2 * Incluindo área cultivada. área de cultivo itinerante. pastagem e savana
3.3.4. Análise da Situação Atual por Zona (Análise SWOT)
A situação atual de cada zona é analisada pela Análise SWOT. baseada no potencial
de cada zona conforme mostra a Tabela 3.3.4. O alvo da análise SWOT é
"Desenvolver o Setor Agrícola". O resultado é mostrado nas tabelas 3.3.5 até 3.3.10.
Desenho da Visão Geral do Plano
3-22
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.3.5 Análise SWOT para zona I (Monapo e Muecate)
Útil Danoso
Orig
em
inte
rna
Pontos Fortes: Socioeconômico Alta densidade demográfica (alta demanda por alimentos) Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários:
Milho, Mandioca, Amendoim - Cultivos de rendimento prioritários Feijão
nhemba, Fejão boer, Gergelim, Hortícolas, Caju, Algodão
Produtos locais especiais Caju Balanço da produção agrícola Excedente de produção de mandioca Transporte Ao longo da estrada N1. N12 e ferrovia (bom acesso ao mercado de Nacala e Nampula)
Pontos Fracos Socioeconômico Potencial de recursos humanos: Baixo a médio Uso e cobertura do solo - Baixo acesso a novo desenvolvimento de
terras agrícolas em Monapo (elevada população)
- Conflitos fundiários entre os agricultores locais
- Conflitos fundiários entre os agricultores locais e fazendeiros em grande escala
- Área limitada a ser desenvolvida para estabelecimentos agrícolas (planejado por PDUT)
Irrigação Muitas instalações de irrigação abandonadas Problemas específicos Cajueiros velhos (substituição por árvores novas)
Orig
em
exte
rna
Oportunidades: Mercado - Próximo ao Porto de Nacala,
Desenvolvendo o Porto de Nacala (oportunidades para exportação)
- Alta demanda de alimentos da área de Nacala
- Alta demanda de alimentos da área de Nampula
Irrigação Instalando irrigação por pequenas bombas
Ameaças: Uso e cobertura do solo - PDUT em Muecate (Qual da dimensão da
área que será mantida para a agricultura?) - Grande concessão de mineração em Monapo - Redução de terras agricultáveis causadas
pelo desenvolvimento da indústria e crescimento populacional
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-23
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.3.6 Análise SWOT para a Zona II (Meconta. Mogovolas. Nampula. Murrupula)
Útil Danoso
Orig
em
inte
rna
Pontos Fortes: Socioeconômico Médio a alto potencial de recursos humanos Uso & cobertura do solo Possibilidade de acesso de novas áreas agricultáveis de média a alta (Mogovolas) Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários: Milho, Mandioca, Amendoim Cultivos de rendimento prioritários: Feijão nhemba, Feijão boer, Gergelim, Hortícolas, Caju, Algodão Produtos locais especiais Caju Balanço da produção agrícola Excedente de produção de mandioca Transporte Bom acesso ao mercado (estrada N1, ferrovia, a maior densidade viária na Área do Projeto) Mercado Fornecer ração para aves
Pontos Fracos Socioeconômico Alta vulnerabilidade socioeconômica Uso e cobertura do solo - Limitação de área para desenvolvimento
de estabelecimentos agrícolas em Murrupula (planejado por PDUT)
Infraestrutura Instalações de armazenamento subutilizados Transporte Condições ruins da estrada entre Nampula e Mogovolas Irrigação Muitas instalações de irrigação abandonadas Problemas específicos Cajueiros velhos (substituição por árvores novas)
Orig
em
exte
rna
Oportunidades: Mercado - Alta população de Nampula (alta demanda por alimentos) - Alto crescimento populacional de Mogovolas)
(alta demanda por alimentos no futuro) Transporte Melhorar o acesso entre Nampula e Cuamba (Estrada N13) Irrigação Instalando irrigação por pequenas bombas
Ameaças: Uso e cobertura do solo - PDUT em Meconta, Nampula (Qual a
dimensão da área que será mantida para a agricultura?)
- Redução de terras agricultáveis pelo desenvolvimento da indústria e crescimento populacional
Considerações ambientais Grande área florestal em Meconta
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Desenho da Visão Geral do Plano
3-24
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.3.7 Análise SWOT para zona III (Ribáuè. Malema e Alto Molócuè)
Útil Danoso
Orig
em
inte
rna
Pontos Fortes: Uso e cobertura do solo Grande área cultivada em Alto Molócuè Recursos hídricos Alta capacidade de recursos hídricos Muitos cursos de rios Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários:
Milho, Mandioca, Amendoim - Cultivos de rendimento prioritários Feijão
vulgar, Soja, Batata reno, Hortícolas, Algodão, Tabaco
Produtos locais especiais Cebola em Malema Balanço da produção agrícola Excedente da produção de Milho e Mandioca Transporte - Estrada N1 (para Nampula, para Mocuba) - Ferrovia (entre Nampula e Cuamba através
de Ribáuè e Malema) Irrigação Muitas instalações de irrigação em operação
Pontos Fracos Socioeconômico Potencial de recursos humanos baixo a médio Uso e cobertura do solo - Concessão florestal em Ribáuè - Área de floresta protegida em Ribáuè Transporte Baixa densidade de estradas rurais Irrigação Muitas instalações de irrigação abandonadas
Orig
em
exte
rna
Oportunidades: Uso e cobertura do solo Grande área agrícola em Alto Molócuè (planejado por PDUT) Transporte - Melhorar o acesso entre Nampula e
Cuamba (Estrada N13) Mercado - Perto de área de alta densidade
demográfica (Nampula) - Perto de Cuamba (parada estratégica de
transporte) Irrigação Instalação de irrigação de bombas pequenas / médias / irrigação por gravidade
Ameaças: Uso e cobertura do solo - PDUT em Ribáuè e Malema (Qual a dimensão
da área que será mantida para a agricultura?) - Concessão florestal em Ribáuè e Malema Consideração ambiental Grande área florestal em Malema
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-25
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.3.8 Análise SWOT para zona IV (Guruè excluindo o platô de Lioma)
Útil Danoso
Orig
em
inte
rna
Pontos Fortes: Clima Clima ameno e alta precipitação Recursos hídricos Alta capacidade de recursos hídricos Muitos cursos de rios Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários: NA - Cultivos de rendimento prioritários: Feijão vulgar, Feijão boer, Soja, Hortícolas, Batata reno, Chá Produtos locais especiais Chá de Guruè Infraestrutura Bom acesso a Mocuba
Pontos Fracos Paisagem Área montanhosa (impróprio para produção de culturas anuais) Socioeconômico Baixo potencial de recursos humanos Uso e cobertura do solo Baixa possibilidade de acesso a terra nova Infraestrutura Baixa densidade de estradas rurais Mercado Longe de Nampula e Nacala Problemas específicos Necessária a substituição de árvores de chá antigas e instalações de processamento de chá antigas
Orig
em
exte
rna
Oportunidades: Mercado Perto de Cuamba (parada estratégica de transporte) Exportação de chá para a Índia
Ameaças: Uso e cobertura do solo PDUT (Qual a dimensão da área que será mantida para a agricultura?) Considerações ambientais Alta vulnerabilidade ambiental (alta concentração de rios) Mercado Mudança de rota de distribuição de mercadorias pela estrada N13 melhorada entre Cuamba e Nampula
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Desenho da Visão Geral do Plano
3-26
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.3.9 Análise SWOT para zona V (Cuamba e Platô de Lioma)
Útil Danoso
Orig
em
inte
rna
Pontos Fortes: Recursos hídricos Alta capacidade de recursos hídricos Rio Lúrio (rio perene) (irrigação de pequena escala) Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários: Milho - Cultivos de rendimento prioritários: Feijão vulgar, Feijão boer, Soja, Gergelim, Algodão, Tabaco Equilíbrio da produção agrícola Excedente da produção de milho Produtos locais especiais Soja no platô de Lioma Produção Agrícola Grandes fazendas de soja no platô de Lioma Transporte Parada estratégica (porta de entrada para Nampula. Guruè. Lichinga, Marupa, Tete e Malawi por estradas primárias e/ou ferrovias)
Pontos Fracos Transporte Baixa densidade de estradas rurais Irrigação Área de irrigação de pequena escala
Orig
em
exte
rna
Oportunidades: Transporte Reabilitação da estrada entre Cuamba e Nampula, Cuamba e Lichinga, Cuamba e Gurue através do platô de Lioma, Cuamba e Pemba (Corredor de Pemba) Irrigação Instalação de sistema de irrigação por bombeamento ao longo do Rio Lúrio
Ameaças: Outras indústrias Indústria de mineração na província de Tete e Niassa Considerações ambientais Grande área florestal
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-27
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.3.10 Análise SWOT para Zona VI (Mandimba. N'Gauma. Lichinga)
Útil Danoso
Orig
em
inte
rna
Pontos Fortes: Clima Clima ameno e muita precipitação em Lichinga Recursos hídricos Muitos cursos de rios Culturas prioritárias - Culturas de alimentos básicos prioritários: Milho, Arroz - Cultivos de rendimento prioritários: Feijão vulgar, Soja, Gergelim, Hortícolas, Batata, Tabaco Produtos locais especiais Batata reno e Feijão vulgar em Lichinga Granja de aviários em Lichinga Balanço da produção agrícola Excedente da produção de milho Irrigação Alta taxa de utilização de instalações de irrigação Transporte Ferrovia até Cuamba Mercado Rações para aves Exportação de milho para o Malawi
Pontos Fracos Cobertura e uso do solo Concessão florestal Transporte Baixa densidade de estradas rurais Baixa frequência de transporte de trem entre Cuamba e Lichinga Irrigação Área de irrigação de pequena escala
Orig
em
exte
rna
Oportunidades: Demanda de agricultores Fornecimento de batata-semente de boa qualidade para a área ocidental, incluindo as zonas III, IV, VI Transporte Melhoria da estrada para Cuamba e Pemba Mercado Perto de mercado em Malawi
Ameaças: Mercado Importação de hortícolas do Malawi Outras indústrias Exploração florestal em grande escala Consideração ambiental - Grande área de floresta na zona VI - Muitos cursos de Rio na Zona VI - Alta vulnerabilidade ambiental em Lichinga
(área protegida e alta concentração de rios) Fonte: Equipe do Estudo da JICA
3.3.5. Estratégias de Desenvolvimento Agrícola de Cada Zona
A figura 3.3.7 mostra o fluxo de análise das estratégias de desenvolvimento agrícola
de cada zona. As estratégias de cada zona são mostradas de (1) a (6) nesta seção.
Figura 3.3.7 Fluxo de Análise em Estratégias de Desenvolvimento Agrícola de Cada Zona.
Pontos Fortes
(S)
Pontos Fracos (W)
Oportunidades (O)
Ameaças (T)
SWOT S W
O
T
Estratégias S-O
Estratégias W-O
Estratégias S-T
Estratégias W-T
Estratégias integradas
de cada zona
Desenho da Visão Geral do Plano
3-28
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
(1) Área leste
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Figura 3.3.8 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola na Zona I e II
1) Zona I: Fornecendo alimentos para área de Nacala
(a) Produzindo alimentos para área de Nacala
i) Milho, mandioca e hortícolas para Área de Nacala
ii) Amendoim, feijão nhemba, feijão boer e gergelim para exportação
iii) Reabilitação de instalações de irrigação desativadas
iv) Desenvolvimento de agricultores líderes e apoio a agricultores de pequena
escala
Desenvolvendo agricultores líderes através de 1)
Apoiando prestadores de serviços de trator
Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os
principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos
principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena
escala
Apoiando a irrigação de pequena escala por bomba para hortícolas
(b) Apoiando a substituição dos velhos cajueiros
(c) Divulgação de cultivo intensivo
i) Apoio à aplicação de DUAT para agricultores de pequena e média escala
Agricultores Líderes Para
Nacala
Para Nacala de Nacala
Agricultura Empresarial
produzindo grãos
Transformando materiais e grãos
da Zona III
Transformando materiais e grãos
da Zona III
Agricultores Líderes
Processadores e Armazenagem em
grande escala
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-29
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
ii) Aldeia modelo para a divulgação do cultivo intensivo
2) Zona II: Fornecendo alimentos para área de alta densidade demográfica
(Nampula e Mogovolas)
(a) Produzindo alimentos para Nampula e Mogovolas
i) Produzindo hortícolas por meio de sistema de irrigação
ii) Reabilitação de instalações de irrigação desativadas
iii) Reabilitação da estrada entre Nampula e Mogovolas para transportar
alimentos
iv) Desenvolver agricultores líderes e apoiar agricultores de pequena escala
Desenvolvendo agricultores líderes através de 1)
Apoiando prestadores de serviços de trator
Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os
principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos
principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena
escala
Apoiando a irrigação de pequena escala por bomba para hortícolas
(b) Convidando indústrias processadoras de grande escala
i) Fábricas de processamento de soja e outros alimentos na Zona II
ii) Fornecendo farelo de soja para a indústria de frangos na Zona II e óleo
comestível a consumidores em Nampula
iii) Desenvolvendo técnica de processamento de mandioca por empresa
privada de transformação (subsidiando pesquisas pelo governo provincial)
(c) Apoiando a substituição de velhos cajueiros por novos
(d) Consideração ambiental para manter a área de floresta em Meconta
Desenho da Visão Geral do Plano
3-30
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
(2) Área central
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Figura3.3.9 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola na Zona III e IV
1) Zona III: Produção de alimentos. fornecendo para Nampula e Cuamba
(a) Produção de alimentos fornecendo para Nampula e Cuamba
Desenvolvendo estabelecimentos agrícolas corporativos e agricultores líderes
produzindo feijão vulgar e soja em Alto Molócu{e e Ribáuè
(b) Produção de hortícolas fornecendo para Nampula e Cuamba
i) Desenvolvendo agricultores líderes que produzam hortícolas especialmente
cebola e alho usando instalações de irrigação em Malema e transportando
produtos até Cuamba e Nampula
ii) Reabilitando sistemas de irrigação desativados e desenvolvendo
agricultores líderes que produzam hortícolas
iii) Desenvolvendo irrigação por bomba/gravidade em pequena/média escala
para hortícolas e outros cultivos de rendimento
iv) Divulgação de cultivo de hortícolas entre agricultores de pequena escala em
Malema
v) Reabilitação e desenvolvimento de estrada rural para promover a produção
de hortícolas
(c) Consideração ambiental para a área de floresta em Malema
Apoio à aplicação de DUAT aos agricultores de escala pequena e média para
mudar de cultivo itinerante para cultivo intensivo
Fazendas Empresariais
produzindo grãos
Fazendas Empresariais
produzindo grãos
Para Nampula
Para Nampula
Para Nampula
Para Cuamba
Produção de Hortícolas
Produção de Hortícolas
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-31
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
2) Zona IV: Promover produtos locais especiais por pequenos e médios
agricultores
(a) Promovendo a produção de hortícolas em clima ameno
i) Desenvolvendo agricultores líderes e apoiando agricultores de pequena
escala como produtores de hortícolas
ii) Apoiando agricultores de pequena escala
Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os
principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos
principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena escala
iii) Transportando produtos hortícolas para Cuamba e Nampula na baixa
temporada
iv) Produzindo batata reno e outras hortícolas adequadas ao clima ameno
v) Reabilitação de estrada rural e construção de ponte
(b) Reativação da indústria do chá
i) Apoio à substituição de árvores velhas
ii) apoio a substituição de instalações de transformação antigas
(c) Consideração ambiental da área montanhosa em Guruè
(3) Região oeste
Fonte: Equipe do Estudo da JICA
Figura 3.3.10 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola nas Zonas V e VI
Cluster de Grãos
Para Nampula Para Nacala
Processadores e Armazenagem em
grande escala
Agricultores Líderes
Rio Lúrio
Para Marrupa (Corredor de
Pemba)
Platô
de Lioma
Hortícolas
Para Malawi
Para Malawi
Para Tete
Desenho da Visão Geral do Plano
3-32
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
1) Zona V: Ponto estratégico de Tráfego
(a) Formulando cluster de soja
i) Desenvolvendo estabelecimento agrícola corporativo e agricultores
contratados produzindo soja e milho
ii) Apoiando prestadores de serviço de trator
iii) Coletando a produção do Platô de Lioma, Malema. Mandimba e dentro de
Cuamba
iv) Concentrando instalações de processamento em grande escala
v) Concentrando instalações em grande escala
(b) Instalando armazenagem em grande escala
(c) Promovendo a produção de alimentos ao longo do Rio Lúrio e seus afluentes por
irrigação por bomba na estação seca
i) Apoiando a instalação de bombas pequenas
ii) desenvolvendo líderes agricultores para usar bombas pequenas na estação
seca
iii) Apoiando agricultores de pequena escala
Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os
principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos
principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena escala
(d) Consideração ambiental para área de Floresta em Cuamba
Formulando aldeia modelo para difundir o cultivo intensivo entre pequenos
agricultores
2) Zona VI: Produção de culturas adequada ao clima ameno. por agricultores
pequenos e médios
(a) Culturas apropriadas para clima ameno
i) Produzindo batata reno, outras hortícolas, feijão comum apropriados para
clima frio por meio de instalações de irrigação em Lichinga
ii) Reabilitando sistemas de irrigação desativados e desenvolvendo novos
sistemas de irrigação e fornecendo batata reno e feijão vulgar na estação
seca
iii) Apoiando agricultores de pequena escala
Apoiando pequenos agricultores através da produção sob contrato com os
principais agricultores, fortalecimento das associações lideradas pelos
principais agricultores, e projetos piloto para agricultores de pequena escala
(b) Consideração ambiental para área de floresta
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-33
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
3.4. Desenvolvimento de Cluster Agrícola
3.4.1. Abordagem de Cluster Agrícola
(1) Definições de Cluster
Cluster agrícola no Plano Diretor é definido como segue;
Clusters de desenvolvimento conduzem e facilitam o crescimento de setores
chave da indústria, conforme identificado no Plano Diretor.
Nível de Gestão refere-se ao uso potencial da terra e sustentabilidade social. Um
sistema de avaliação numérica ponderada dos principais fatores relacionados à
terra e ao ambiente social permite a identificação da estrutura de gestão mais
adequada para o desenvolvimento da região.
A finalidade desta avaliação é assegurar o dimensionamento coerente e a
seleção da atividade de desenvolvimento básica para o agrupamento. Por
exemplo, tabaco é uma colheita melhor realizada por pequenos produtores,
enquanto soja exige grandes áreas contíguas para ser economicamente viável.
Clusters potenciais referem-se às indústrias regionais potenciais e podem ser
considerados uma "lista curta" antes de definir a cultura de base.
A definição do cluster é obtida pela fusão de dados de Nível de Gestão, Clusters
potenciais, Logística, Viabilidade Comercial, Políticas Públicas e outros fatores.
(2) Metodologia
Com base no mapa de tipo de gestão e viabilidade de cultura mostrado no
subcapítulo 3.3.2, as seguintes etapas são realizadas para o desenvolvimento de
agrupamentos.
1) Determine a colheita que se encaixa a cada escala de produção, usando
informações de precipitação anual, temperatura média anual e mapa de solo.
2) Determine a Cultura Prioritária para o foco e escopo do cluster usando
informações de etapas anteriores e cruzando-as com dados coletados, tais
como logística, acesso a financiamento, mercado, riscos operacionais, recursos
humanos, projetos existentes / planejados e interesse e políticas
governamentais.
3) Defina o Cronograma e Etapas - o desenvolvimento de cluster deve ser dividido
em etapas, com acompanhamento de cronogramas e metas. Etapas e
cronograma de desenvolvimento estão vinculados para garantir que as metas
sejam realistas e que o desenvolvimento seja lógico.
Desenho da Visão Geral do Plano
3-34
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
3.4.2. Seleção de Culturas e Transformação para Cluster Agrícola
(1) Determine a Cultura que se encaixa (Culturas Potenciais)
A divisão de cultura (Tabela 3.4.1) em Escalas de Produção foi realizada
selecionando-se essas culturas com maior potencial para canalizar investimentos
entre pequenos, médios ou grandes produtores.
O processo identifica a aptidão para cada escala
Algumas culturas são classificadas em mais de uma escala
A álgebra usada no software ArcGIS exige a criação de classes de interseção,
apenas para cálculos
Tabela 3.4.1 Culturas divididas em Três Escalas de Produção
Colheita manual Colheita mecanizada
Pequena escala Hortícolas, caju, mandioca, mamona
café, algodão, eucalipto, amendoim,
milho, feijão nhemba, milho safrinha,
arroz, batata reno, gergelim, girassol,
batata doce, tabaco.
Capim-elefante, amendoim, milho,
milho safrinha, batata reno, arroz de
sequeiro, girassol, batata doce.
Média escala Banana, caju, mandioca, café,
eucalipto, milho, feijão nhemba, milho
safrinha, batata reno, gergelim,
girassol, batata doce, tabaco.
Algodão, capim-elefante, amendoim
milho, milho safrinha, batata reno,
arroz de sequeiro, soja, girassol,
batata doce, trigo.
Grande escala Banana, café.
Algodão, capim-elefante, milho, milho
safrinha, batata reno, soja, cana de
açúcar, girassol, trigo.
Fonte: Equipe de Estudo Brasileira
Nesta fase de construção do parâmetro para Escala de Produção, nenhuma
restrição foi aplicada às culturas que poderiam ser recomendadas para o
desenvolvimento agrícola em fases posteriores do PD. Procurou-se apenas
estabelecer uma visão geral dos fatores para recomendação dos Tipos de Gestão
confiáveis.
(2) Áreas de Recomendação para o Desenvolvimento de Clusters
Com referência ao Mapa de Tipo de Gestão (Figura 3.4.1), as áreas categorizadas em tipo 5
e 6 como Guruè, para projetos de pequena e média escala, cluster direcionados como para
hortícolas são recomendados. Por outro lado, áreas para recomendação de projetos
agrícolas de pequena até grande escala como atividades direcionadas aparecem nos Tipos
de Gestão 2 e 3, como Ribáuè e Cuamba. No caso do desenvolvimento de cluster de grande
escala, uma série de reuniões de consulta com moradores locais e a comunidade sobre
realocação de suas terras para o desenvolvimento em grande escala devem ser realizadas
na fase de planejamento.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-35
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Fonte: Equipe de Estudo Brasileira
Figura 3.4.1 Mapa de Tipo de Gestão
(3) Cultura Prioritária para Cluster
A Tabela 3.4.2 mostra critérios de seleção de cultura prioritária e produtos
transformados. Com base nos critérios, a cultura prioritária será selecionada como
uma das culturas prioritárias considerando dados e informações recolhidas.
Tabela 3.4.2 Critérios de Seleção de Cultura Prioritária e Produtos Transformados.
Produto / Produtor Produto / Transformador
Produção Potencial Número suficiente de produtores
Experiência de cultivo
Capacidade de produção de
determinada quantidade com baixo
nível de insumos
Acessibilidade a suporte técnico
Vasta área de terra adequada
Alta prioridade da política
governamental
Fornecimento estável e suficiente de
materiais de produção
Disponibilidade de tecnologia de
processamento
Disponibilidade de instalação/estrutura
de produção
Disponibilidade de experiência e
produtos suficientes
Mercado interno.
substituição de
importações ou potencial
de exportação
Possibilidade de produção estável Produto com preço competitivo
Mercado suficiente está disponível
Diferenciado dos concorrentes
Potencial de valor
agregado
Rentável para os produtores Produto de alto valor agregado
Processo de mão de obra intensa
Alta sinergia com os negócios ao redor
Minimizar o efeito da flutuação de preço
Capacidade de empresas remotas
entrar no cluster
Fonte: Equipe de Estudo JICA
Desenho da Visão Geral do Plano
3-36
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
(4) Atividade esperada do Desenvolvimento de Cluster
Esperam-se as seguintes atividades no desenvolvimento de cluster agrícola
prioritário. Este cluster é considerado como modelo do desenvolvimento da Área do
Projeto e as lições aprendidas serão utilizadas para futuros projetos de
desenvolvimento de cluster após este projeto.
1) Selecionar o local adequado para o desenvolvimento do cluster soja em termos
de proximidade com a zona de produção e consumo, disponibilidade de logística.
2) Convidar o setor privado (grupo de agricultores, revendedores de insumos,
prestador de serviços de máquinas, processador de óleo, criadores de frango,
prestadores de serviços de armazenagem e transporte), que consistem em com
linha de crédito especial ou sistema fiscal privilegiado para investimento no
cluster.
3) Melhorar a infraestrutura necessária, tais como estradas, eletricidade,
abastecimento de água e rede de telecomunicações.
4) Facilitar para fortalecer a ligação entre o grupo de agricultores empresas privadas
e instituições públicas participantes.
5) Fornecer apoio técnico, financeiro e gerencial aos atores participantes.
6) Aquisição de experiências através de lições aprendidas para os futuros projetos
de desenvolvimento de cluster.
3.5. Estratégia para aumento da produção agrícola
3.5.1. As culturas prioritárias e sua oportunidade
(1) Culturas Alimentares Básicas
Entre as principais culturas mencionadas no subcapítulo 3.2.5, milho, mandioca,
feijão (feijão manteiga e feijão Nhemba ) e amendoim têm pontuação relativamente
maior na avaliação das culturas promissoras (ver Tabela 2.2.2). Soja é categorizada
em culturas de rendimento de acordo com a natureza da cultura na área do Projecto.
Essas culturas devem ser dadas uma atenção prioritária no Plano Director.
Entre todas as culturas prioritárias, o milho deve ser a cultura de mais alta prioridade
considerando a sua oportunidade e influência sobre a produção agrícola.
1) A maioria dos agricultores cultivam o milho como um alimento básico.
2) A área cultivada anual é de cerca de 25% da área total, ao lado de mandioca, na
área do Projecto.
3) O milho é apropriado para grande gama de produtores, de pequena escala para
grandes agricultores.
4) Moçambique ainda tem um deficiência de milho a nível nacional.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-37
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
5) O milho tem alto potencial de aumento de produção, com uma tecnologia
intensiva estabelecida (pode-se esperar um impacto rápido)
Arroz e trigo não são considerados como sendo as culturas prioritárias pelas razões
que se seguem, em adição à razão de pontuações mais baixas da Tabela 2.2.2,
Enquanto não, só a área do projecto mas também Moçambique tem um défice
substancial de ambas as culturas de cada ano.
1) Arroz (Paddy)
O arroz não seria uma cultura rentável para os agricultores a preço de exploração
agrícola presente. Um lucro líquido muito baixo é esperado a nível dos agricultores,
de acordo com a Tabela 2.2.3. Parece que existe uma área limitada potencial para o
desenvolvimento de um campo de arroz na área do projecto em escala
economicamente competitivo em comparação com os outros tipos de áreas de
produção de arroz no país. Há em curso vários projectos de grande investimento
para desenvolver os grupos de arroz nas proximidades da área, bem como nas
províncias do sul.
2) Trigo
Cultivo de trigo ainda está numa fase de estágio em estações de pesquisa. É muito
cedo esperar que a cultura contribua para o desenvolvimento agrícola regional no
futuro próximo.
Oportunidade das culturas alimentares básicas prioritárias são analisados conforme
a Tabela 3.5.1. Excepto para o milho, as culturas devem ser cultivadas
principalmente por agricultores de pequena escala e média escala.
Tabela 3.5.1 Prioridade Culturas Alimentares Básicas
Cultura Oportunidade Tipo de gestão adequada da Farma
Pequeno Médio Grande
Milho Alimento básico importante, especialmente na
parte ocidental da área do projecto. Grande
parte da demanda no sul do país e os países
vizinhos. Grande demanda também é esperada
para o animal e ração para galinhas. Milho e soja
são uma boa combinação de rotação de
culturas.
sim sim sim
Mandioca Alimento básico importante, especialmente na
parte leste da área do projeto, bem como uma
cultura importante substituto no período de
escassez de alimentos. Novas tecnologias de
processamento podem expandir as
oportunidades de mercado.
sim sim Não
Feijão
manteiga
Alto consumo da central para a parte ocidental
da área do projecto como um alimento
suplementar básico importante. Os agricultores
podem esperar um preço mais elevado devido à
maior demanda do mercado no país.
sim sim Não
Desenho da Visão Geral do Plano
3-38
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Feijão
Nhemba
Alto consumo da central para as regiões
orientais da área do projecto como um alimento
suplementar importante para alimento básico.
sim sim Não
Amendoim Alto consumo da central para as regiões
orientais da área do projecto como um material
importante de tempero após o esmagamento. É
também consumido largamente de várias
formas, por exemplo, crua, cozida ou assada no
país.
sim sim Não
Fonte: Equipa de estudo
(2) Cultivos de Rendimento
Entre os cultivos de rendimento, soja, batata, produtos hortícolas, cana de açúcar,
caju, algodão e tabaco têm relativamente maior pontuação na avaliação de safra
promissora (ver Tabela 2.2.2). Eles são considerados cultivos de rendimento
prioritários no plano diretor, com exceção da cana de açúcar. Como empresas de
cana de açúcar bem estabelecidas, subsidiadas pelo governo, localizadas fora da
área do Projeto, têm escala muito grande e capacidades significativas, a área tem
pouco espaço para o desenvolvimento de um novo agrupamento de cana de açúcar
de escala comercial.
Entre os cultivos de rendimento prioritários, a soja deve ser a primeira prioridade com
as seguintes razões.
1) Soja é um bem compatível com milho em um sistema de rotação de culturas;
2) Soja é apropriada para produtores de grande alcance, de agricultores de
pequena a grande escala;
3) Os produtores aproveitam um preço de produtor relativamente bom;
4) Uma demanda elevada e contínua é esperada do mercado interno, bem como do
mercado internacional;
5) A soja tem alto potencial para desenvolver um agrupamento abrangente de
indústrias de processamento e pecuária.
Oportunidade para os cultivos de prioridade são analisados conforme mostrado na
Tabela 3.5.2.
Tabela 3.5.2 Cultivos de Rendimento Prioritários
Cultura Oportunidade Tipo de Gestão de Fazenda Apropriado
Pequenas Médias Grandes
Soja Alta demanda contínua no país, assim como em
países vizinhos é esperada para a extração de
óleo comestível e ração de galinha. Mesmo se o
país tiver um enorme excedente, a demanda
crescente do mercado internacional poderia
absorver este excedente.
Sim Sim Sim
Batata Uma cultura rentável e relativamente fácil para os
agricultores, especialmente na província de
Niassa. A demanda é crescente no mercado
Sim Sim Sim
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-39
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
doméstico. Pode ser combinada com a soja ou
outros feijões na rotação de culturas.
Produtos
Hortícolas
Boa fonte de renda para agricultores devido à alta
demanda dos mercados locais, especialmente na
área da cidade. Eles também criam oportunidades
de emprego elevadas na área rural. Tomate,
cebola, repolho, couve, cenoura e alface são
hortícolas populares.
Sim Sim Não
Caju Moçambique era o maior produtor de caju antes da
independência, e a província de Nampula é o
centro de produção. Muitos projetos estão em
andamento para revitalizar a produção e o
processamento.
Sim Sim Não
Algodão Produto de exportação famoso e bem estabelecido
do país. Indústrias de processamento podem ser
desenvolvidas. Pode ser combinada com a soja na
rotação de culturas. Empresas de algodão devem
desempenhar um papel importante no
desenvolvimento, uma vez que gozam de uma
posição de monopólio em seu território de
concessão aprovada pelo governo.
Sim Sim Sim
Tabaco Produto de exportação famoso e bem estabelecido
do país. Niassa é um centro de produção do país.
Empresas de tabaco devem desempenhar um
papel importante no desenvolvimento, uma vez
que gozam de uma posição de monopólio em seu
território de concessão aprovada pelo governo.
Sim Sim Não
Fonte: Equipe do Estudo
(3) Outras Culturas Consideráveis
Considerando a localização, algumas culturas devem receber uma atenção
prioritária no plano diretor, embora elas tenham uma pontuação relativamente baixa
na avaliação de cultivo promissor (ver Tabela 2.2.2). A Tabela 3.5.3 mostra as
culturas com suas oportunidades.
Tabela 3.5.3 Outras Culturas Consideráveis
Cultura Oportunidade Tipo de Gestão de Fazenda Apropriado
Pequenas Médias Grandes
Gergelim É uma cultura emergente e atualmente
exportada para a Ásia e o Oriente Médio.
Nampula é um centro de produção do país.
Pode ser uma boa combinação com caju para
gerar uma renda de ponte antes da colheita do
caju.
Sim Sim Não
Girassol É uma cultura de sementes para óleo com
potencial elevado para ser combinado com a
soja em rotação de culturas.
Sim Sim Sim
Chá Era um produto de exportação bem
estabelecido, produzido na área de Gurue como
um produto local especial. O governo está bem
focado para revitalizar a indústria.
Não Sim Sim
Fonte: Equipe do Estudo
Desenho da Visão Geral do Plano
3-40
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
3.5.2. Transformação de Cultivo Itinerante para a Agricultura Estabelecida
Agricultura de pequena escala e baixa produtividade deve ser a causa de baixa
produção agrícola na área do Projeto. A equipe do estudo acha que o cultivo
itinerante com corte e queima deve ser um fator que tem um impacto crucial em
ambas as causas, como mostrado na Figura 3.5.1.
Figura 3.5.1 Problemas causados pelo Cultivo Itinerante
O Cultivo Itinerante é um sistema de agricultura tradicional estabelecido, onde os
agricultores escolhem terrenos alternantes com certo intervalo para recuperação da
fertilidade do solo pela resistência natural, ao invés de manter ou melhorar a
fertilidade do solo de terrenos fixos usando fertilizantes e outras tecnologias de
conservação do solo. O sistema de agricultura que esgota a terra só é viável para
manter a subsistência do agricultor nas seguintes condições.
1) Baixa densidade populacional (um número limitado de população na área
expandida);
2) Agricultores aceitam uma produção no nível de subsistência (não esperam uma
colheita abundante).
Há um reconhecimento comum de que vastas terras livres, compatíveis à terra
cultivada, ainda existe na área do Projeto entre não só os agricultores, mas também o
público em geral. Muitos agricultores, portanto, preferem escolher uma estratégia
orientada para a terra, ao invés de uma estratégia orientada para a produtividade,
para o aumento de produção. Na verdade, o conhecimento deve ser alterado,
considerando a densidade demográfica presente na área. Uma densidade
demográfica relativamente alta e o aumento da população não permitem mais que os
agricultores continuem sua prática agrícola familiar, ou seja, cultivo itinerante com
Baixa Produção
Aumento da População
Agric. Pequena Escala
Baixo Uso de Insumos &
Tecnologia
Baixa Produtividade
Curto Intervalo de Pousio
Baixa Fertilidade do Solo
Menos Terra Livre para Agricultura
Cultivo Itinerante
Nenhum incentivo para
Melhorar o Solo em Curto
Prazo
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-41
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
corte e queima, de forma sustentável. Observou-se que muitos agricultores na área
não aguardam um intervalo suficiente para o pousio de 10-15 anos, a fim de
recuperar a fertilidade do solo. Ainda, há agricultores que estabelecem suas terras
em algumas províncias de população densa na área.
Considerando as circunstâncias atuais, a transformação de cultivo itinerante para
agricultura estabelecida deve ser uma condição indispensável para aumentar a área
cultivada sem um grave dano ao meio ambiente, bem como para melhorar a
produtividade das culturas. Enquanto os agricultores continuarem o cultivo itinerante,
eles enfrentarão a escassez de terras agrícolas incluindo áreas de pousio
apropriadas em um futuro próximo, apesar de uma baixa produtividade inalterada.
Consequentemente, torna-se praticamente impossível atingir a meta principal do
PEDSA de um crescimento agrícola em uma média de pelo menos 7%/ano durante o
seu prazo de implementação. O governo e o povo precisam entender que a terra é
um capital fundamental para a agricultura, a ser usado de forma sustentável, ao invés
de simples recurso descartável gerando um rápido retorno.
Áreas de pousio atualmente em sistema de cultivo itinerante, que são pelo menos
iguais em área às terras cultivadas anualmente, podem ser usadas para a agricultura
adicional após a transformação. Além disso, os agricultores encontrarão um
incentivo para mudar sua estratégia de cultivo para um sistema orientado para a
produtividade após assegurarem uma terra fixa para a sua agricultura. A
produtividade só pode ser melhorada depois que os agricultores comprometerem-se
em ganhar um alto rendimento contínuo, melhorando a fertilidade do solo.
A fim de promover a transformação, devem ser tomadas as seguintes medidas
abrangentes.
Tabela 3.5.4 Medidas a serem adotadas para a Transformação do Cultivo Itinerante em
Agricultura estabelecida
Medida Prazo
Inicial
Médio
Prazo
Prazo
Final
Garantir os Direitos de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT)
individuais das terras agrícolas (Registro de DUAT)
x x -
Dar incentivo aos agricultores que transformarem cultivo itinerante em
agricultura estabelecida (a ser combinado com o registo do DUAT)
x x -
Desenvolver e divulgar tecnologias & práticas de agricultura melhoradas
aplicáveis à agricultura estabelecida
x x x
Garantir a disponibilidade de insumos agrícolas de qualidade com preço
acessível, especialmente sementes e fertilizantes para os agricultores
x x x
Melhorar a acessibilidade dos agricultores ao mercado e às informações
do mercado
x x x
Estabelecer um sistema de microcrédito com condição acessível aos
agricultores
x x x
Promover a educação ecológica, visando principalmente crianças e
jovens
x x x
Desenho da Visão Geral do Plano
3-42
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
3.5.3. Melhoria do Sistema de Suporte Técnico
Serviços de suporte técnicos agrícolas devem focar-se em agricultores de pequena e
média escala, já que estes devem permanecer grandes jogadores na produção
agrícola na área do Projeto. De acordo com a longa história de colonização, a
população do país estava acostumada com a coexistência de apenas um número
limitado de fazendas de plantação de grande escala sob gestão empresarial e um
grande número de agricultores subsistentes. Então, os agricultores de subsistência
não podiam ter uma imagem concreta do sistema de gestão agrícola independente
econômico dentro do seu alcance devido a um fraco sistema de suporte técnico
disponível para eles, apesar de alguns agricultores emergentes entre eles.
O sistema de suporte técnico deve procurar incentivar agricultores individuais
capazes a melhorar o seu sistema de gestão agrícola e meios de subsistência com
autonomia e espírito público para o futuro desenvolvimento agrícola na área do
Projeto. Agricultores de grande escala não podem ser o dominante da agricultura da
região, considerando um grande número de fazendas domiciliares existente, uma
área de terra disponível para a agricultura, e uma tendência ao crescimento
econômico neste momento. Mesmo os agricultores em grande escala podendo ser
um catalisador para desenvolver o agronegócio, assim como um agente para
divulgar as novas tecnologias e o novo sistema de gestão agrícola.
(1) Pesquisa Agrícola
Um sistema bem organizado de pesquisa agrícola causa um forte impacto positivo
sobre o desenvolvimento agrícola com um investimento relativamente pequeno. O
atual sistema de pesquisa, no entanto, tem muitas limitações fundamentais,
conforme descrito no subcapítulo 2.3.1, a serem consideradas pela abordagem de
longo prazo para cumprir com diversas expectativas dos campos. Considerando um
número limitado de pessoal capaz e uma base financeira fraca, "seleção e
concentração" deve ser um conceito realista para ativar o sistema de pesquisa. As
considerações a seguir são para definir a estratégia de melhoria.
1) Temas de pesquisa e culturas alvo devem ser priorizadas com base na
necessidade dos agricultores
2) O projeto de cooperação técnica em curso no âmbito do programa de
cooperação triangular entre Moçambique, Brasil e Japão, ou seja, o Projeto para
Melhorar a Pesquisa e a Capacidade de Transferência de Tecnologia para o
Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala (ProSAVANA PI) deve
desempenhar um papel importante
3) A cooperação com institutos de pesquisa estrangeiros e o setor privado deve ser
promovida
Em relação uma estratégia de pesquisa em termos de cultura, o ProSAVANA PI já
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-43
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
selecionou o milho e a soja como as culturas prioritárias máxima. A seleção é
considerada bastante razoável e adequada, analisando a situação agrícola atual na
área alvo. A maioria das atividades de pesquisa devem ser concentradas no
desenvolvimento de milho e soja para os primeiros anos, incluindo vários sistemas de
consórcio e rotação de culturas com a base em ambas as culturas, e coleta de dados
de base necessária para a pesquisa.
A pesquisa para as outras culturas deve ser efetuada depois de certo sucesso ser
alcançado no desenvolvimento do milho e da soja. Trabalhos de pesquisa em
mandioca, outro alimento importante, deve preferencialmente focar-se no
processamento para aumentar a demanda de mercado, já que a área do Projeto tem
um considerável excedente de mandioca todos os anos. Entre os cultivos de
rendimento, empresas privadas interessadas devem ser responsáveis pela maior
parte dos trabalhos de pesquisa em algodão, tabaco e chá, com base em sua política
de negócios.
As culturas prioritárias mencionadas no subcapítulo 3.5.1 devem dividir-se nos
seguintes três grupos para a estratégia de trabalhos de pesquisa agrícola.
1) Grupo-1 (culturas prioritárias):
Milho e soja
2) Grupo-2 (culturas prioritárias seguintes):
Mandioca, feijão comum, feijão nhemba, amendoim, batata, hortícolas, caju,
gergelim e girassol
3) Grupo-3 (culturas de responsabilidade de empresas privadas)
Algodão, tabaco e chá
Os seguintes 5 temas principais foram definidos pelo ProSAVANA PI. Eles devem ser
a base para considerar a estratégia de pesquisa em termos de tema.
1) Capacitação de centros de pesquisa IIAM no Nordeste e Noroeste
Desenvolvimento da capacidade de pesquisa e equipe de suporte
Fornecimento de instalações e equipamentos
2) Avaliação do potencial ambiental e socioeconômico para a produção da cultura
Avaliação e análise de solo
Coleta e análise de dados base (clima, características hidrológicas,
características geográficas, potenciais de culturas e gado, condição
socioeconômica, etc.)
3) Desenvolvimento de uma tecnologia de melhoria e conservação do solo
4) Desenvolvimento de uma tecnologia de cultivo adequado
Seleção de variedades (alto rendimento, boa qualidade, resistência a
insetos/doenças, menor período de crescimento, etc.)
Desenvolvimento de um sistema de produção de sementes básico
Desenho da Visão Geral do Plano
3-44
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Desenvolvimento de métodos de avaliação e utilização de recursos hídricos
Desenvolvimento de sistema de colheita aplicável, técnica e
economicamente (aplicação de fertilizantes, proteção da planta, controle de
ervas daninhas, período de crescimento, consórcio, rotação de culturas,
etc.)
5) Demonstração de tecnologia agrícola recém-desenvolvida
Simultaneamente, o governo deve fazer um esforço contínuo para abordar os
constrangimentos que são de responsabilidade do governo. As seguintes devem ser
as medidas mais urgentes a serem tomadas pelo governo.
1) Recrutar membros capazes para a equipe do IIAM baseando-se na prioridade da
pesquisa
2) Estabelecer um sistema de gestão de incentivo no IIAM, para que um membro da
equipe capacitado possa continuar a pesquisa por um longo tempo
A Tabela 3.5.5 mostra a estratégia de pesquisa organizada com base nas
considerações acima mencionadas.
Tabela 3.5.5 Estratégia de Pesquisa Agrícola
Tema da Pesquisa Culturas
Grupo-1 Grupo-2 Grupo-3
Capacitação de centros de pesquisa IIAM no Nordeste
e Noroeste
Prazo Inteiro -
Avaliação do potencial ambiental e socioeconômico
para a produção da cultura Prazo Inicial
Desenvolvendo uma tecnologia de melhoria e
conservação do solo
Prazo Inicial
Desenvolvimento de uma tecnologia de cultivo
adequado
Inicial/Médio-
prazo
Médio Prazo/
Prazo Final
Inteiro
prazo
Demonstração de tecnologia agrícola
recém-desenvolvida
Inicial/Médio-
prazo
Médio Prazo/
Prazo Final
Inteiro
prazo
Recrutar membros capazes para a equipe do IIAM
baseando-se na prioridade da pesquisa
Prazo Inicial Médio Prazo -
Criação de um sistema de gestão de incentivo no IIAM Prazo Inicial -
(2) Extensão Agrícola
As circunstâncias do atual sistema de extensão agrícola na área de Projeto são
similares àquelas da investigação agrícola como mencionado acima. Um número
limitado de pessoal capacitado e uma base financeira fraca são temas críticos a
serem abordados. Portanto, "seleção e concentração" devem ser conceitos realistas
para ativar o sistema de extensão também. As considerações a seguir são para
definir a estratégia de melhoria.
1) Temas de extensão e culturas alvo devem ser priorizadas com base na
necessidade dos agricultores;
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-45
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
2) Atividades de extensão devem se focar em agricultores capazes e emergentes;
3) O PRONEA (Programa Nacional de Extensão Agrícola) em curso, apoiado pela
FIDA e pela UE deve desempenhar um papel importante;
4) A comunicação e compartilhamento mútuos de tarefas com o IIAM devem ser
promovidos;
5) A cooperação com o setor privado, incluindo ONGs deve ser promovida.
O serviço deve, principalmente, focar em temas relacionados ao aumento da
produção de milho e seu sistema de produção estável, incluindo consórcio e rotação
de culturas com outras culturas pelos primeiros anos em estreita colaboração com o
IIAM. O serviço que visa outras culturas deve ser preparado depois que certo
sucesso for alcançado no aumento de produtividade de milho.
Enquanto o PRONEA (2012–2016) é um programa abrangente para vitalizar o
sistema de extensão agrícola em distritos selecionados em Moçambique sob o Plano
Diretor de Extensão Agrícola Nacional, ele cobre somente 9 de 14 distritos na área
do Projeto. O PRONEA tem três principais componentes.
1) Desenvolvimento da Oferta
Capacitação de agentes de extensão, não apenas no setor público, mas também
em ONGs e no setor privado, incluindo o fornecimento de equipamentos
necessário para os serviços;
2) Desenvolvimento da Procura
Capacitação dos agricultores individuais e das organizações de agricultores;
3) Prestação de Serviços de Extensão Agrícola
Prestação de serviços de extensão melhores em nível provincial e local/distrital
através de agentes público, privado e de ONGs.
Simultaneamente, o governo deve fazer um esforço próprio para abordar os assuntos
que não são abrangidos pelo PRONEA. As seguintes seriam medidas
complementares para maximizar o impacto do PRONEA.
1) Reinício do programa de extensão agrícola no rádio ou na TV com a participação
dos agricultores
2) Implementação de um sistema de treinamento permanente visando agentes
estreantes, bem como os agentes veteranos para capacitação e atualização;
3) Implementação de um sistema de treinamento para adotar agricultores de elite
seletivos para desempenhar um papel de liderança na agricultura e no
desenvolvimento rural
4) Demonstração de um sistema de tecnologia e gestão na agricultura intensiva
aplicável em agricultura estabelecida por agricultores bem treinados em nível de
campo
A utilização de recursos humanos no setor privado deve ser estimulada a fim de
Desenho da Visão Geral do Plano
3-46
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
complementar o sistema de extensão público fraco. Fornecedores de insumos
agrícolas, tais como proprietários e gerentes de loja de varejo serão treinados como
conselheiro técnico de base junto a agricultores. Fornecedores de insumos agrícolas
qualificados após o treinamento podem receber certo incentivo para administrar seus
negócios a partir do governo, enquanto que ganhar a confiança dos clientes
(agricultores), através de um aconselhamento adequado, deve ser o melhor incentivo
para eles.
As seguintes medidas devem ser tomadas a fim de ativar o sistema de extensão
agrícola.
Tabela 3.5.6 Medidas a serem tomadas para Ativar o Sistema de Extensão Agrícola
Medida Prazo
Inicial
Médio
Prazo
Prazo
Final
PRONEA (para 9 distritos) x - -
Programa sucessivo após o PRONEA (para os 5 distritos restantes) - x -
Reinício do programa de extensão agrícola no rádio ou na TV com a
participação dos agricultores
x x x
Implementação de um sistema de treinamento permanente visando
agentes estreantes, bem como os agentes veteranos para
capacitação e atualização
x x x
Implementação de um sistema de treinamento para adotar
agricultores de elite seletivos para desempenhar um papel de
liderança na agricultura e no desenvolvimento rural
x x x
Demonstração de um sistema de tecnologia e gestão na agricultura
intensiva aplicável em agricultura estabelecida por agricultores bem
treinados em nível de campo
x x x
Adotando fornecedores de insumos agrícolas qualificados, para que
eles possam fornecer um aconselhamento técnico simples aos
clientes (agricultores)
x x x
3.5.4. Melhoria do Acesso a Insumos Agrícolas
A maioria dos agricultores atualmente depende de uma prática de agricultura
extensiva e raramente usa insumos agrícolas, ou seja, sementes de qualidade,
fertilizantes químicos, pesticidas e mecanização agrícola. O baixo uso de insumos
deve ser a principal razão da baixa produtividade das principais culturas. Embora
pareça que a baixa utilização seja causada pela fraca acessibilidade dos agricultores
aos insumos agrícolas, muitos fornecedores de insumos afirmam que a baixa
demanda (baixa utilização) por parte dos agricultores é o problema mais crítico para
a administração de seus negócios.
Problemas de fornecimento de insumos agrícolas são complicados, como mostrado
na Figura 3.5.2 que organiza os principais problemas em questão. Há círculos
viciosos dos problemas no lado da demanda e oferta. A figura implica que "baixa
demanda" e "custos elevados" são os alvos principais a serem abordados, e a
estratégia para melhorar a acessibilidade a insumos agrícolas deve prestar uma
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
atenção abrangente aos problemas em ambos os lados.
Figura 3.5.2 Problemas em relação à Pouca Acessibilidade a Insumos Agrícolas
Do lado da demanda, a predominância do cultivo itinerante com corte e queima é
uma questão crítica. Enquanto os agricultores dependerem do cultivo itinerante, eles
não têm incentivo algum para o uso de insumos agrícolas como mencionado antes. A
estratégia para transformar o cultivo itinerante para agricultura estabelecida já foi
discutido no subcapítulo 3.5.2.
No lado da oferta, como analisado no subcapítulo 2.3.2, é quase impossível os
agricultores terem um incentivo para o uso de fertilizantes e um serviço de trator com
os custos atuais. Parece que apenas medidas orientadas pelo princípio do mercado
para resolver o problema não conseguem gerar demanda dos agricultores para
fertilizantes e tratores, mesmo depois dos custos serem reduzidos até certo ponto
pelas medidas mencionadas abaixo. Esta situação é uma boa razão para o governo
estabelecer um sistema de subsídio de apoio a fertilizantes e serviços de trator por
um determinado período, considerando o impacto econômico de ambos os insumos
para os agricultores.
Além disso, existem vários fatores críticos de responsabilidade do governo no lado
da oferta. De acordo com a análise da equipe do Estudo, várias intervenções do
governo, especialmente nos mercados de sementes e de máquinas agrícolas,
poderiam ser uma barreira de entrada da cadeia de fornecimento de insumos
Elevados
Custos
(Preço
Elevado)
Nenhum
Incentivo ao Uso
de Insumos
Agrícolas
Cultivo
Itinerante
Baixa Rentabilidade da
Agricultura
Baixa
Produtividade
Quantidade
de Chuva
Instável
Pequeno
Número de
Fornecedores
Infraestrutura
Pobre (porto,
estrada,
armazenamen
to)
Intervenções
Governamentais
Gestão/Sistem
a Ineficiente
System
Baixa
Demanda
(Baixo Uso)
Baixa
Concorrência
entre
Fornecedores
Elevados
Custos de
Transporte
Fatores de Demanda Fatores de Abastecimento
Desenho da Visão Geral do Plano
3-48
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
agrícolas contra novos operadores. Consequentemente, um número limitado de
personagens na cadeia de fornecimento lidera uma estrutura de alto custo devido à
menor concorrência entre eles. É desejável que o governo encerre sua estratégia de
participação direta na cadeia de abastecimento e estimule um ambiente de
concorrência leal entre os personagens da cadeia de abastecimento, preparando a
condição básica para o desenvolvimento do setor privado. A distribuição de insumos
agrícolas diretamente aos agricultores ou administrar negócios na cadeia de
abastecimento não é o papel original do setor governamental. As medidas a seguir
devem ser prioritárias para o governo.
1) Rever a sua política de intervenção na cadeia de abastecimento, incluindo a
distribuição direta de insumos aos agricultores;
2) Rever seus sistemas tributários e formalidades administrativas em relação ao
controle da cadeia de abastecimento do ponto de vista para fomentar o setor
privado;
3) Implementar um sistema de financiamento público subsidiado visando de
fornecedores de pequena/média escala de insumos agrícolas no nível de
província/distrito.
Os custos de transporte elevados, incluindo taxas portuárias devidas à operação
ineficaz é outra grande causa dos elevados custos dos insumos. Os problemas de
custos de transporte são principalmente causados por redes viárias e instalações
portuárias subdesenvolvidas, enquanto uma manipulação e transporte muito
pequenos devido à baixa demanda é outro motivo de custos elevados. Esforços
contínuos do governo para desenvolver e reabilitar a rede viária e as instalações de
grandes portos deve contribuir para reduzir os custos de transporte.
As seguintes medidas devem ser tomadas para melhorar a acessibilidade dos
agricultores aos insumos agrícolas.
Tabela 3.5.7 Medidas a serem adotadas para Melhorar a Acessibilidade de Insumos Agrícolas
Medida Prazo
Inicial
Médio
Prazo
Prazo
Final
Transformação de Cultivo Itinerante para a Agricultura Estabelecida x x x
Revisão da política de intervenção na cadeia de abastecimento,
incluindo a distribuição direta de insumos aos agricultores
x - -
Revisão dos sistemas tributários e formalidades administrativas em
relação ao controle da cadeia de abastecimento do ponto de vista
para fomentar o setor privado
x - -
Implementação de um sistema de financiamento público subsidiado
visando fornecedores de pequena/média escala de insumos agrícolas
x x -
Desenvolvimento e reabilitação de redes viárias e dos principais
portos
x x x
Estabelecimento de um sistema de subvenção de apoio a fertilizantes
e serviços de trator por um determinado período limitado
x - -
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-49
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
3.5.5. Melhoria do Acesso a Financiamento/Crédito Agrícola
(1) O estabelecimento de uma plataforma para estruturar um sistema de
financiamento agrícola abrangente no Corredor de Nacala
Nos últimos anos o governo tem aplicado diferentes mecanismos financeiros para
promover empréstimos agrícolas, embora os resultados nem sempre fossem
favoráveis devido ao fato de que a maioria das linhas de crédito tem sido subutilizada.
Tendo em consideração a situação desfavorável do sistema de financiamento
agrícola resumido na seção 2.3.3, a promoção do desenvolvimento da agricultura no
Corredor de Nacala pode ser considerada como crítico para o desenvolvimento de
uma estratégia abrangente para melhorar o acesso ao financiamento para todos os
níveis de produtores, incluindo os agricultores, organizações de agricultores e
pequenas e médias empresas de agronegócio. Nesse sentido, são fornecidas as
seguintes recomendações:
Desenvolvimento de uma estratégia de longo prazo para promover o
financiamento/crédito agrícola para diferentes tipos de entidades de
agricultura/agronegócio com empréstimos em condições adaptadas aos ciclos
da produção agrícola, a escala dos negócios e as habilidades dos mutuários
(tanto financeira quanto operacionalmente em relação à produção de
agricultura);
Com base nesta estratégia, a introdução de regimes de empréstimos acessíveis
e disponíveis para todos os tipos de produtores e agronegócios;
Estabelecimento de um canal/plataforma de divulgação de informação unificado
para regimes de financiamento aplicáveis, que permitiria a distribuição
adequada dos recursos financeiros alocados para o sector da agricultura; e
Desenvolvimento da capacidade das instituições financeiras locais para reforçar
suas capacidades operacionais com o objetivo de ampliar o volume de
empréstimos agrícolas, especialmente para os agricultores individuais e
empresas de agronegócio de pequeno e médio porte.
(2) Introdução de mecanismos de financiamento acessíveis e disponíveis para os
agricultores e empresários
1) Financiamento/crédito agrícola aos agricultores individuais
Como discutido nas seções anteriores em relação a estratégias para a melhoria da
produtividade da agricultura, é essencial que um mecanismo de crédito agrícola
acessível para agricultores de pequena e média escala seja criado, o que tornaria
mais fácil para esses agricultores acessar insumos agrícolas e outros serviços
quando necessário. Como ponto de partida para promover o crédito agrícola para os
Desenho da Visão Geral do Plano
3-50
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
agricultores individuais, é necessário introduzir um empréstimo bonificado de curto
prazo com termos adaptados ao ciclo de produção agrícola. Este regime de
empréstimo bonificado será introduzido pelo governo com as contribuições
financeiras do doador, ou seus próprios fundos, através do fornecimento de linhas de
crédito subsidiadas para bancos comerciais ou instituições de micro finanças que
irão gerenciar os empréstimos. É importante notar que as instituições financeiras
privadas devem ser envolvidas na operação de crédito agrícola em nome do governo,
o que poderia assegurar transparência na análise das propostas de empréstimo e
eficiência na operação dos fundos. Empréstimos bonificados serão também
utilizados para promover atividades de agronegócio em pequena escala por
agricultores individuais financiando seus esforços para iniciar negócios.
O Fundo de Desenvolvimento do Distrito (DDF) tem sido mobilizado para
empréstimos para produção agrícola voltada para associações locais e indivíduos
selecionados com baixas taxas de juros, que variam de 10% a 12% ao ano. No
entanto, a gestão do DDF tem sido muito fraca devido a vários problemas como a
falta de capacidade do Conselho Consultivo do Distrito que gerencia o DDF, e a
interferência política indevida na alocação de empréstimos. Como resultado, o
pagamento dos empréstimos tem sido muito pobre, geralmente menos de 20%. Para
facilitar o uso eficaz do DDF, uma opção potencial seria a mobilização do DDF como
fonte dos empréstimos bonificados proposto acima, que seriam então transferidos
para instituições financeiras privadas como um fundo fiduciário.
2) Financiamento/crédito agrícola para pequenas e médias empresas e
organizações de agricultores (cooperativas e associações)
O Fundo de Iniciativa de Desenvolvimento do ProSAVANA (PDIF) foi lançado em
setembro de 2012 com o objetivo de envolver os pequenos agricultores na cadeia de
valor de agricultura comercial, através de agricultura por contrato com as empresas
do agronegócio, que então resultariam em aumento de produtividade e melhor
acesso ao mercado para os pequenos agricultores. O PDFI, originalmente planejado
para oferecer empréstimos a juros baixos (5% a 10% ao ano) para empresas do
agronegócio, bem como organizações de agricultores (associações / cooperativas).
No entanto, com base nos resultados da 1ª rodada de propostas para o PDIF em
outubro de 2012, organizações de agricultores não tiveram a oportunidade de usar
esses empréstimos, devido à sua falta de capacidade para desenvolver uma
proposta de negócios e para fornecer a garantia adequada exigida pelo PDIF.
Enquanto não há nenhuma dúvida que o PDIF é uma ferramenta eficaz para
promover investimentos agrícolas envolvendo agricultores de pequena escala na
agricultura comercial, em termos de impacto na produtividade agrícola melhorada,
bem como na transição para o cultivo intensivo fixo, para as maiores partes do
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-51
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Corredor de Nacala, ele deve criar um mecanismo, sob o PDIF, para permitir que
associações ou cooperativas de agricultores acessem empréstimos bonificados com
condições razoáveis, de forma a introduzir sistemas de produção e processamento
agrícola melhorado assim como aliviar os encargos financeiros da aquisição de
culturas de membros do grupo durante a colheita. Fornecer a assistência técnica
adequada na produção e comercialização deveria ser um requisito para a prestação
de empréstimos à organização de agricultores, a fim de evitar o risco de
inadimplência.
A fim de introduzir uma linha de orçamento separado para empréstimos a
organizações de agricultores, a quantidade de capital do PDIF será aumentada
através da mobilização do Fundo de Contrapartida1 gerenciado pelo Ministério da
Agricultura ou da concessão de assistência de doadores.
3.5.6. Parcerias entre Agricultores Locais e Agronegócios
Agronegócios devem contribuir para o desenvolvimento da economia rural, através
da adição de valor, ou seja, comercialização e processamento, das culturas
produzidas principalmente por pequenos e médios agricultores, bem como geração
de oportunidades de trabalho e proporcionando novas tecnologias agrícolas em
complemento a um sistema de apoio agrícola fraco no sector público. Enquanto há
uma série de entidades do agronegócio de pequeno a grande escala, há ainda
grande espaço para crescimento no agronegócio, na área do projeto. Considerando
o acúmulo insuficiente de capital local atualmente, um investimento de fora da área
do Projeto, incluindo um investimento estrangeiro, desempenharia um papel
importante no desenvolvimento do agronegócio no momento, especialmente no
desenvolvimento em grande escala. No entanto, pequenos e médios agricultores
devem permanecer grandes personagens da produção agrícola na área. Calcula-se
de forma simples que a área de terra agrícola média por família permanecerá de
vários hectares em 2030, apesar de que 100% da área do Projeto seriam
transformadas em terras agrícolas. O número de fazendas será cerca de 1 milhão em
2030, considerando o aumento estimado da população na zona rural através do
instituto nacional de estatísticas.
As entidades de agronegócio existentes já entraram em parceria com os agricultores
locais, individualmente ou em grupo através de contratos para o cultivo de uma
cultura como um produtor externo. Eles podem ter parceria com base em uma
relação ganha-ganha com interesses diferentes, conforme mostrado na Tabela 3.5.8.
1 Uma parte do pagamento originado da venda de maquinário agrícola ou insumos concedidos pelo Governo do Japão
através de Assistência Alimentar e Subsídios de Produção de Alimentos é acumulada em uma conta para o país beneficiário (o Ministério da Agricultura).
Desenho da Visão Geral do Plano
3-52
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.5.8 Benefícios Esperados da Parceria entre Agricultores e Agronegócios
Agricultores Agronegócios
1. Garantir um mercado firme
2. Receber insumos agrícolas de qualidade
3. Adquirir avançada tecnologia agrícola
4. Reduzir o risco de um incidente inesperado
1. Economizar custos de investimento iniciais
2. Economizar os custos de operação (apenas
os produtores de cultura)
3. Garantir produtos estáveis (apenas os
comerciantes & indústria de transformação)
4. Reduzir o risco de um incidente inesperado
A parceria deve estreitar-se através do reforço da relação ganha-ganha para a
promoção do agronegócio. No que se refere ao benefício mútuo, o aumento de
produção em termos de quantidade e qualidade tem o impacto mais forte na relação.
A estratégia a seguir deve ser seguida para perceber o aumento da produção em
agricultura de contrato entre os agricultores locais (produtores contratados) e o
agronegócio. O governo deve preparar uma condição base necessária para estimular
a estratégia sem uma intervenção direta na relação ganha-ganha.
1) Compartilhar todas as informações necessárias para evitar a falha de
informações entre os produtores contratados e o agronegócio;
2) Compartilhar benefício e responsabilidade devidos entre si;
3) Fazer um contrato de forma transparente;
4) Aplicar normas de qualidade claras com apoio técnico necessário fornecido pelo
agronegócio;
5) Organizar os produtores contratados para melhorar a eficiência de
funcionamento.
3.6. Estratégia para o Desenvolvimento de Animais
3.6.1. Desenvolvimento da Indústria de Frango
Frango é a única mercadoria entre os animais a ter alto potencial neste momento, na
área do Projeto, conforme discutido no subcapítulo 2.2.6. Várias empresas de
criação de frango já produziram e comercializaram seus frangos, ração e alguns
insumos através de um sistema de produção integrado verticalmente. Com o
desenvolvimento das empresas, uma procura por ração crua para frango,
especialmente de soja, vem aumentando recentemente na área. As empresas
também oferecem oportunidades de emprego para a população da região.
A indústria de frango não é, no entanto, bem integrada em um cluster na área do
Projeto. Através de estratégias adequadas para reforçar o ambiente de negócios
básico, um efeito sinérgico e uma competitividade entre os personagens da indústria
serão gerados, a fim de desenvolver uma cadeia de valor de frango sustentável com
base em benefícios sociais e econômicos da região. A figura 3.6.1 mostra uma
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-53
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
imagem do agrupamento de aves domésticas.
Figura 3.6.1 Imagem do Cluster de frango
Uma integração de criadores de frango e abate é a parte central do agrupamento de
frango. Através da integração, um funcionamento eficaz do processo de abate será
garantido. Muitos agricultores locais deverão ser envolvidos no agrupamento como
produtores contratados da empresa integrada. A empresa será capaz de fornecer
incentivos para criação de frango aos produtores contratados a um custo acessível,
tais como pintos, rações para todo o ciclo de reprodução, transporte, vacinas,
medicamentos, assistência técnica especializada e garantia de compra da produção.
O agrupamento de frango deve ter estreita relação com um agrupamento de soja
para uma gestão mais eficiente. Também, desenvolvimento de fornecedores de
insumos pode ser esperado com o desenvolvimento do agrupamento.
Uma vez que várias empresas têm sido envolvidas na indústria de frango na área do
Projeto, elas serão candidatos esperados para ser uma empresa central do
agrupamento. No entanto, um investimento de fora da área deve ser estimulado, uma
vez que a demanda doméstica mostra uma forte tendência positiva. Além disso,
promover um sistema de empréstimo e crédito poderia ser a atividade mais
importante para envolver os agricultores locais no sistema de criação de animais
como produtores contratados. A Tabela 3.6.1 mostra a estratégia de desenvolvimento
da produção de frango.
Produtores
Contratados/
Produtores
Independentes
Agricultores Agrupament
o de Soja
Fornecedor
es de
Insumos
Criador de Frango
Abate
Compostos Carne de
frango
Rações Remédios,
Equipament
os
Desenho da Visão Geral do Plano
3-54
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.6.1 Medidas a serem tomadas para desenvolver a indústria de frango
Medida Prazo
Inicial
Médio
Prazo
Prazo
Final
Promover o estabelecimento de novos criadores de frango x x -
Promover o sistema de contratação de produtores para criação de frango x x x
Melhorar o acesso a insumos e ração x x x
Incentivar a produção local de insumos e rações necessários x x x
Implementar o sistema de crédito acessível para produtores contratados x x x
Promover a integração da parceria de diversas empresas da indústria de
frango
- x x
Desenvolver um agrupamento de frango - - x
Estabelecer e realizar programa de P&D - x x
3.6.2. Outro Desenvolvimento de Animais
O potencial de desenvolvimento de animais na área do Projeto que não seja frango é
relativamente baixo, conforme discutido no subcapítulo 2.2.6. Embora o
desenvolvimento de animais seja um pilar importante para desenvolver a economia
rural em geral, muitos constrangimentos fundamentais e profundas, que impedem o
envolvimento dos agricultores em geral na criação de animais, existem na área
atualmente. As seguintes devem ser as medidas mais urgentes a serem tomadas
pelo governo. Assume-se, no entanto, que o governo deve fazer um longo esforço
para superá-los.
(1) Reforço do sistema de controle sanitário animal (quarentena de animal e
veterinário), especialmente para o controle da mosca tsé-tsé e Peste Suína
Africana;
(2) Introdução de reprodutores (masculino e feminino) para reproduzir o rebanho;
(3) Estabelecimento do sistema de extensão técnico de pecuária;
(4) Melhoria de pastagens através da formação de pastagens cultivadas;
(5) Introdução do sistema de cultivo de forragem para alimentar os rebanhos
durante a estação seca.
Recomenda-se que o governo deva tomar todas as medidas listadas acima com sua
estratégia de longo prazo, antes de considerar uma divulgação precipitada de criação
pecuária entre agricultores em geral na área do Projeto. Sem superar os
constrangimentos básicos, todos os esforços para desenvolver a pecuária na área
não terão o resultado esperado. Assim como a criação de frango, uma participação
vital das empresas privadas pioneiras pode ser uma solução realista para quebrar a
situação estagnada através da complementação do fraco sistema de apoio público.
Um sistema de pecuária intensiva deve ser introduzido por empresas privadas, ao
invés de sistema de pecuária não intensiva que foi predominante durante o período
colonial, considerando a tendência à disponibilidade de terra e o aumento da
população na área.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-55
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
3.7. Estratégia para a Promoção de Produtos Agrícolas de Valor
Agregado
3.7.1. Formulação de Cadeias de Valor
A formulação da cadeia de valor por subsetor de cultura, estratégia de
desenvolvimento para cada subsetor são mostrados a seguir.
(1) Milho
A cadeia de valor do milho é mostrada abaixo. O Milho é consumido tanto como
alimento quanto como ração animal. Enquanto agronegócio, o moleiro e o
comerciante / transportador (serviço de armazenamento de distribuição) de milho são
atores chave para o desenvolvimento da cadeia de valor. A qualidade de suas
instalações e equipamentos e habilidade de gestão precisam ser melhoradas para
operação rentável. O aumento do número de provedores de serviço também é
necessário para aumentar de volume de processamento dos moinhos, bem como a
capacidade de tratamento dos transportadores.
Os moinhos de Milho são divididos em três tipos dependendo de sua capacidade. Os
moinhos de milho em pequena escala, que tem menos de 200 kg/h capacidade de
processamento é dominante na área rural. Eles só fornecem o serviço de moinho do
milho trazido por clientes. Moageiras de milho de média escala, que tem 1.000-5.000
kg/h de capacidade de processamento, com equipamentos pesagem e ensaque e,
provavelmente, equipamento de embalagem. Eles compram milho e vendem farinha
de milho por saco. Espera-se que este tipo de moinho aumente o seu número em
área urbana e semiurbanas. Suporte para gestão de finanças e negócios é
necessário para moinhos de milho pequenos e médios. Moinhos de milho em grande
escala, que têm mais de 5.000 kg/h de capacidade de processamento e são
equipados com o equipamento de embalagens para o consumidor final. Eles
compram o milho e vendem vários tamanhos de pacote de farinha de milho.
Espera-se que o número de moinhos de média e grande escala aumente em área
urbana. Tabela 3.7.1 mostra o número previsto de moagens de milho em 2020 e
2030. Taxas de milho moído mecanicamente contra volume de consumo em 2020 e
2030 são consideradas 25% e 40%, respectivamente. A Taxa média atual de milho
moído mecanicamente é considerado 10-15% na área de estudo. Uma Pequena
escala de moedores de milho são uma força motriz do desenvolvimento da indústria
de processamento de milho, especialmente em áreas rurais. Moleiros médio e
grande porte têm em áreas semi-urbanas e urbanas. Já que é esperado para a
produção de farinha de milho para fora da área de aproveitamento de excedentes de
milho, mais o número de grandes moleiros pode ser estabelecida.
Desenho da Visão Geral do Plano
3-56
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Comerciante e transportador tem um papel substancial no serviço de logística, e
espera-se fornecer o volume necessário de milho de qualidade para determinados
destinos em tempo de entrega limitada. Espera-se que o Comerciante / transportador,
como um ator chave de logística, abasteça o volume de milho de qualidade
necessário dentro do prazo de entrega no local exigido. O comerciante tem a função
de armazenar milho em boas condições (controle de qualidade) e fornecê-lo a
jusante da cadeia ao longo do ano. Capacidade de instalação de armazenamento na
Área do Estudo e desenvolvimento de capacidade de gestão de armazenamento,
incluindo controle de qualidade são necessários.
Tabela 3.7.1 Previsão do número de moagens de milho
2020 (25%) 2030 (40%)
Distrito Consumo
(toneladas) Peq Med Grande
Consumo
(toneladas) Peq Med Grande
Monapo 27,400 15 0 0 31,400 22 1 0
Muecate 8,200 5 0 0 8,900 8 0 0
Meconta 13,900 8 0 0 15,700 14 0 0
Mogovolas 39,500 11 2 0 77,200 20 4 1
Nampula 68,500 6 2 1 80,600 13 6 1
Murrupula 12,600 7 0 0 14,100 12 0 0
Ribaue 20,300 11 0 0 28,600 14 2 0
Malema 13,800 8 0 0 14,500 13 0 0
Alto Molocue 30,700 11 1 0 45,400 18 4 0
Gurue 31,000 12 1 0 37,300 17 3 0
Cuamba 18,700 10 0 0 23,400 15 1 0
Mandimba 14,200 8 0 0 18,000 15 0 0
Ngauma 8,300 5 0 0 12,200 11 0 0
Lichinga 27,300 10 1 0 38,200 12 4 0
Total 334,400 127 7 1 445,500 204 25 2
Fonte: Estimativa pela Equipe de Estudo
Figura 3.7.1 Cadeia de Valor do Milho
Frango
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-57
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
(2) Mandioca
Mandioca fresca é muito perecível, e o período desde a colheita até o consumo é
bastante curto, cerca de 2-3 dias. Assim que colhida, a maior parte da mandioca é
cortada e seca ao sol. A mandioca seca em fatias é ensacada e armazenada em
armazém para a expedição. Assim, a cadeia de valor da mandioca era considerada
somente para mandioca seca conforme ilustrado abaixo.
Possíveis oportunidades de mercado que não seja a farinha de mandioca, tais como
cervejaria, padaria, bio etanol e material industrial, são a chave para maior valor
agregado a este subsetor. Mas, o custo de pesquisa e desenvolvimento de novos
produtos ou novos materiais é um ônus para as empresas privadas. Linha de crédito
especial ou certa quantidade de subvenção para P&D para novos produtos no
subsetor da mandioca são necessários para estimular o desenvolvimento de
produtos inovadores. Instituto de pesquisa pública de indústria, ciência e agricultura
pode cooperar com eles para desenvolver usos alternativos da mandioca.
Figura 3.7.2 Cadeia de Valor da Mandioca
(3) Castanha de caju
Duas estratégias são consideradas neste subsetor. Uma é a estratégia de escala
orientada para médio prazo, e outro é estratégia de escopo orientado no longo prazo.
A estratégia de escala orientada é aumentar o volume de produção, transformação e
exportação com o objetivo de maximizar o valor agregado bruto e líquido. O governo
precisa criar um ambiente adequado, em que as partes interessadas em cada
processo na cadeia de valor interno atual possam facilitar mais investimentos em
seus negócios.
A estratégia de escopo orientada é aumentar a cobertura da atividade / processo na
cadeia de valor. A cadeia de valor da castanha de caju é mostrada abaixo. Conforme
Farinha
Cerveja
Mandioca frita
Farinha
Cerveja
Chips de batata
Desenho da Visão Geral do Plano
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
mencionado no subcapítulo 2.7.2, o valor produzido na parte doméstica é estimado
em apenas 18% do valor total, e os restantes 48% e 40% são produzidas no
processo de torrefação / salga / embalagem e no processo de comércio e venda no
varejo respectivamente na parte externa. Se o processo de torrefação / salga
/embalagem pode ser assumido na parte doméstica, mais valor pode permanecer em
Moçambique.
Com relação ao processo de torrefação, salga e embalagem, a proximidade com a
área de consumo é uma grande vantagem, porque este processo exige
conhecimento, experiência e habilidade para processar um produto para adaptá-lo à
preferência do consumidor. Assim, as seguintes duas etapas são recomendadas;
O sucesso do produto final no mercado interno, acumulando conhecimentos,
habilidade e experiência necessários como principal competência.
Entrar no mercado internacional com a principal competência adquirida.
A fim de materializar os passos acima, linha de crédito especial ou certa quantidade
de subvenção para P&D para novo produto no subsetor de castanha de caju são
necessárias para estimular mais investimento em equipamentos e instalações para a
torrefação, salga e embalagem. Promoção por instituição do governo, tal como o
IPEX e outros suportes de ONGs e doadores também são importantes ao entrar no
mercado internacional.
Figura 3.7.3 Cadeia de Valor de Castanha de Caju
(4) Soja
A cadeia de valor da soja é importante para fornecer tanto óleo comestível quanto
torta e farelo comestível como substituição de importação no mercado nacional. O
subsector de soja ainda é novo em Moçambique. A fim de evitar a difusão de
apresentações em produção, processamento e logística, o desenvolvimento do
cluster deve ser aplicado para o desenvolvimento da cadeia de valor da soja. O
Desenvolvimento de agrupamento é aplicado para a soja como um centro de
desenvolvimento da cadeia de valor da soja. Assim, o governo precisa tomar as
medidas necessárias para apoiar seu início para levar orientação adequada da
seguinte forma.
Doméstico Estrangeiro
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Facilitar a organização de cada grupo de interessados da cadeia de suprimentos,
tais como revendedor de insumos, prestador de serviços de máquinas, produtor,
processador e granjas;
Para facilitar a comunicação entre os grupos acima, a fim de melhorar a
qualidade, a quantidade, o sistema de entrega do produto;
Oferecer serviço de extensão técnica;
Apoiar as competências de administração de empresas de pequenos e médios
produtores e processadores;
Divulgar informações aos interessados no mercado e a técnica de produção e
processamento.
Figura 3.7.4 Cadeia de Valor da Soja
(5) Hortícolas
2.500 trabalhadores serão empregados em uma fábrica de fertilizante planejada no
distrito de Monapo. Uma vez que sua operação tenha começado, a demanda de
hortícolas e outras culturas para serviço de restauração para esta fábrica é esperada.
Nas zonas I e II, assim, prevê-se aumentar o número de trabalhadores trabalhando
na área urbana e ZEE como resultado de facilitação de novos investimentos no
Corredor de Nacala. Consequentemente, espera-se um aumento na demanda de
hortícolas e outras culturas de alimentos.
Por outro lado, hortícolas malawianos, como tomate e cebola são importados em
distritos junto à fronteira do Malawi. A qualidade dos hortícolas do Malawi é,
obviamente, melhor que a local. O Malawi é um mercado favorável para estes
distritos em termos de proximidade e acessibilidade ao mercado.
Assim, as estratégias para o subsetor de hortícolas são:
Farelo
Óleo
Frango
Óleo
Óleo
Farelo Frango
Frango
Desenho da Visão Geral do Plano
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são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Para hortícolas predominante produzidos na área urbana e arredores,
Desafiar ainda mais a melhora com a entrega estável de qualidade e preço no
mercado interno, especialmente em e ao redor da Área do Estudo, a fim de
manter a posição de competitividade atual no mercado.
Para os distritos adjacentes ao Malawi,
Melhorar a qualidade e a rentabilidade dos hortícolas nos distritos adjacentes ao
Malawi para concorrer com os hortícolas importados e exportar para o Malawi no
futuro.
Como exemplo, a cadeia de valor do tomate é ilustrada abaixo. Do ponto de vista da
demanda, a demanda de alimentos processados à base de hortícolas na região
Norte não é alta o suficiente para investir em uma instalação de processamento. Em
uma área de grande consumo, especialmente Maputo, alimentos processados
produzidos na região norte têm uma desvantagem devido ao transporte de alto custo
para competir com produtos processados importados. Assim, o processamento de
hortícolas deve ser considerado, quando a demanda local começa a aumentar.
Figura 3.7.5 Cadeia de Valor do Tomate
(6) Outras culturas
Outras culturas, tais como amendoim, feijão e gergelim atualmente não têm certa
extensão de cadeia de valor, ou não se espera grande expansão de sua cadeia de
valor a partir da atual durante o período planejado. A melhora da eficiência da rede de
transporte e gestão de armazenamento pode contribuir para aumentar a
competitividade destas culturas tanto nos mercados domésticos quanto
internacionais.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
3.7.2. Serviço de Apoio para Desenvolvimento de Negócios
Desempenho de pequenas e médias empresas (PME) é uma força motriz para o
desenvolvimento da cadeia de valor na área rural. A fim de facilitar a entrada de
negócios e ampliação dos negócios existentes, diversas linhas de crédito são
fornecidas. No entanto, a falta de capacidade de planejamento de negócios e de
gestão de negócios dificulta o acesso a serviços de crédito, assim como a alta taxa
de juros.
Serviços de apoio, incluindo conselhos sobre administração de empresas, são
necessárias tanto como um serviço público e privado. Instituto de Promoção da
Pequena e Média Empresa (IPEME) é uma instituição vinculada ao Ministério da
Indústria e Comércio, e tem um papel de aconselhar os empresários como para a
concretização de um negócio específico a partir de ideias de negócio, e para as
PME existentes como melhorar sua gestão de negócio. Mas, como a IPEME tem
recursos humanos limitados, a implantação do serviço em todo o país não pode ser
esperada em curto período. Portanto, BDS de qualidade do sector privado,
envolvendo recursos humanos tem de ser desenvolvido utilizando IPEME como
formador de potenciais prestadores de serviços. As Funções do BDS são:
aconselhar sobre o planejamento de negócios e de gestão, analisar a situação
financeira, fornecendo informações de negócios relacionados, e a introdução de
fonte de crédito para a empresa individual, e fazendo corresponder às partes
interessadas na cadeia de valor para um grupo de atores.
3.8. Estratégia de Desenvolvimento de Logística Agrícola
A estratégia básica para a melhora da infraestrutura logística neste contexto é
considerada para abordar as seguintes questões.
Melhora do acesso desde o estabelecimento agrícola até um ponto de
concentração e uma área de consumo;
Diminuição de perdas durante o transporte e armazenagem;
Gestão eficiente da logística (redução de custo, menor tempo de entrega).
(1) Estradas
Projeto de reabilitação de estradas nacionais no Corredor de Nacala é implementado
pelo Governo. A expectativa é de que o projeto seja implementado conforme o
cronograma planejado.
Quanto às estradas rurais, a fim de efetivar o plano da rede de estradas, a
transformação em agricultura estabelecida e integração de terras agrícolas são
Desenho da Visão Geral do Plano
3-62
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
desejáveis antes do trabalho de planejamento. Aumento de capacidade de pessoal
do distrito em planejamento, monitoramento e avaliação da rede de estradas rurais
precisa ser realizado.
(2) Ferrovia
A reabilitação e desenvolvimento de uma linha de Tete ao porto de Nacala através do
Malawi estão em andamento pelo setor privado. Espera-se que esteja concluída em
2017. Uma vez que o serviço comece, ela pode ser utilizada para o transporte do
excedente de produção do Corredor de Nacala para os mercados regional e
internacional no futuro.
(3) Instalações de armazenagem
Tabela 3.8.1 mostra a estimativa da demanda de produção, e excedente de milho
em 2020 e 2030. O Excedente de milho é substancial em comparação com as outras
culturas. A mandioca tem um grande volume de excedente, mas o período de
colheita é muito mais do que o milho. Então, as instalações necessárias de
armazenamento são principalmente consideradas como centro da demanda de
milho e excedente em cada distrito. O Excedente de milho em Cuamba atinge
203,600 toneladas em 2030, seguido por Gurue, Mandimba e Ngauma, que varia o
excedente de 67,00060.000 para 95,000 toneladas. Por outro lado, a demanda de
milho em Nampula e Mogovolas são estimadas a 80.600 toneladas e 77.200
toneladas, respectivamente liderados pelo aumento da população. Alto Molócuè,
Lichinga e Gurué o próximo grupo, com o consumo de 38.200, 45.400 e 37.300
toneladas respectivamente. As Áreas onde as instalações de armazenamento serão
necessárias. As Áreas onde o volume do excedente do consumo é elevado serão
locais prioritários para uma rede de distribuição.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-63
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.8.1 Previsão do Produção, Demanda y Excedente de Milho
Com base na estimativa acima da demanda e o excedente de milho em cada distrito,
em 2030, a montagem de pontos estratégicos são identificados considerando, o
fluxo de distribuição actual do produto, e os planos de reabilitação de estrada e
ferrovia, e ilustrada na Figura 3.8.1. Os Pontos Estratégicos de montagem são
divididos em termos de tamanho e de função. Pontos estratégicos de concentração
são identificados na Figura 3.8.1 considerando a estimativa de produção, demanda e
excedentes em cada distrito em 2030, fluxo de produtos atual e planos de
reabilitação de estradas e ferrovia. Ponto de concentração primário é um ponto de
reunião, onde os produtos são coletados do interior de um distrito. Ponto secundário
é um ponto de concentração usado para o comércio entre distritos, além da função
de ponto de concentração primário. Ponto de concentração final é um ponto de
concentração para área de grande consumo, comércio inter-regional, armazenagem
de longo prazo e/ou exportação. A capacidade total exigida para a ponto de
concentração primário, secundário e final é considerada como 10.000 toneladas ou
menos, 30 mil toneladas ou menos, e 30.000 – 100.000 toneladas, respectivamente.
District 2020 (ton) 2030 (ton)
Produção Demanda Excedente Produção Demanda Excedente
Monapo 41,200 27,400 13,800 50,250 31,400
18,850
Muecate 21,400 8,200 13,200 42,250 8,900
33,350
Meconta 42,600 13,900 28,700 77,500 15,700
61,800
Mogovolas 30,800 39,500 -8,700 72,500 77,200
-4,700
Nampula 58,200 68,500 -10,300 92,750 80,600
12,150
Murrupula 30,000 12,600 17,400 50,000 14,100
35,900
Ribaue 47,200 20,300 26,900 67,750 28,600
39,150
Malema 48,600 13,800 34,800 64,250 14,500
49,750
Alto Molocue 82,800 30,700 52,100 109,250 45,400
63,850
Gurue 86,200 31,000 55,200 131,750 37,300
94,450
Cuamba 152,200 18,700 133,500 227,000 23,400
203,600
Mandimba 65,600 14,200 51,400 110,500 18,000
92,500
Ngauma 42,800 8,300 34,500 79,250 12,200
67,050
Lichinga 62,400 27,300 35,100 87,500 38,200
49,300
Total 812,000 334,400 477,600 1,262,500 445,500
817,000
Desenho da Visão Geral do Plano
3-64
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Figura 3.8.1 Ponto de Concentração Estratégico
Conforme referido no subcapítulo 2.7.1, existem instalações de armazenagem
pública em cada distrito da Área do Estudo. Para melhorar a eficiência da rede de
cadeia de fornecimento e controle de qualidade dos produtos agrícolas, a rede de
armazenamento público atual deve ser reabilitada ou atualizada. Espera-se que
Cuamba produza excedentes de milho de cerca de 134.000 toneladas em 2020 e
204.000 toneladas em 2030. Cuamba se tornará um centro de abastecimento de
grãos, que pode distribuir produtos ao Malawi, Corredor de Pemba, região central,
bem como ao Corredor de Nacala. Ele também pode precisar de apoio especial de
instalações de armazenamento em grande escala por investimento público.
Conforme eles estão fazendo atualmente, estas instalações de armazenagem
pública serão emprestadas ao setor privado. Na instalação de armazenagem de
ponto de concentração principal, é dada prioridade aos clientes de pequenos a médio
volume, especialmente grupos de agricultores que não têm dinheiro para investir
num armazém em escala comercial, a fim de melhorar o seu acesso às instalações
de armazenagem. Assim, uma unidade de armazenagem deve consistir em
armazéns de pequena capacidade, cerca de 100 toneladas cada, para que muitos
grupos, indivíduos e empresas possam utilizá-la. Basicamente, instalações de
armazenagem médias a grandes, incluindo silos de grãos, receberão investimentos
do setor privado.
Tecnologia pós-colheita, técnicas de armazenagem especialmente adequadas para
controle de qualidade do produto devem ser oferecidas aos interessados envolvidos
na cadeia de fornecimento de produto agrícola.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-65
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
(4) Logística
Melhora das condições das estradas, bem como o aumento do volume de transações,
estimula o setor privado a participar mais no negócio de serviços logísticos. Ela pode
ajudar a reduzir o atual custo de transporte, encurtando o tempo de entrega,
reduzindo as perdas durante o transporte, que são grandes constrangimentos
logísticos na Área do Estudo. O setor privado tem um papel importante no
investimento no negocio de serviços logísticos.
3.9. Estratégia para a Criação de Organizações de Agricultores
3.9.1. Necessidade da Organização dos Agricultores
O projeto PRODECER é um exemplo representativo do desenvolvimento na região
do Cerrado brasileiro. No projeto, as cooperativas realizaram várias medidas de
apoio, tais como o envio dos filhos dos membros de cooperativas agrícolas
existentes para o assentamento, fornecimento de recursos e de instalações de
processamento agrícola, sendo estes importantes fatores de sucesso. Por outro
lado, na área do Corredor de Nacala as organizações dos agricultores, como
cooperativas agrícolas, não estão organizadas.
Existem vários fatores que impedem o aumento da produtividade e da renda dos
pequenos agricultores. Em particular, os pequenos agricultores precisam de (i)
Acesso à terra e à água; (ii) Acesso aos insumos (sementes, fertilizantes, pesticidas,
etc.); (iii) Acesso aos mercados (transporte); (iv) Acesso ao conhecimento (novas
técnicas) e informações (mercados e compradores); (v) Acesso ao capital (recursos
para compra de materiais, equipamentos e serviços), etc. É impossível para os
agricultores resolverem estes problemas individualmente. Entretanto, mesmo os
agricultores individuais têm uma consciência precária de seus direitos. Ao se
organizarem em grupos e unirem suas forças, eles serão capazes de acessar
informações e serviços de extensão. Além disso, através de colheita e envio de
produtos em cooperação, pode aumentar a possibilidade de chamar intermediários
até a comunidade para a compra ou coleta dos produtos. Se o grupo formar seu
próprio conselho de administração e se registrar como uma entidade legal, eles
poderão abrir uma conta bancária e ter acesso ao crédito. Neste sentido, é
indispensável que os agricultores se organizem em grupos e associações.
Entretanto, a taxa de organização de todas as famílias de agricultores é de apenas 2
a 8% em cada distrito, exceto no distrito de Gurue (17,8%). A taxa é de 5,0% na
província de Nampula, 12,8% na província da Zambézia, 5,2% na província do
Niassa e 6,4% na média geral da Área do Projeto. A maioria das organizações dos
agricultores enfrenta problemas de administração precária, foco limitado em
Desenho da Visão Geral do Plano
3-66
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
serviços internos, falta de conhecimento sobre pós-colheita e comercialização e falta
de habilidades de negociação para desenvolver parcerias. Os serviços de extensão
estão disponíveis para menos de 10% dos agricultores. O serviço público de
extensão baseado no distrito não tem pessoal e recursos suficientes e ele tem foco
na produção de culturas alimentares, não tratando de elementos críticos como
culturas de rendimento, comercialização e administração da organização. Os
serviços de crédito estão disponíveis para apenas menos de 1,2% de todos os
agricultores (1,2% na província de Nampula, 0,4% na província da Zambézia e 0,7%
na província do Niassa, INE 2010). As instituições financeiras têm alcance limitado
nas zonas rurais e exigem taxas de juros e garantias inalcançáveis, excluindo os
pequenos agricultores do serviço de crédito.
Além disso, a partir dos resultados da pesquisa de inventário das organizações de
agricultores, fica claro que a maioria das organizações dos agricultores trabalha
apenas como receptores de apoios do governo de ONGs. Poucas organizações de
agricultores têm realizado produção e venda cooperada. No entanto, eles
receberam insumos agrícolas gratuitos, apoio nos transportes, salário ou subsídio
de pessoal de fora (Governo ou ONGs). Portanto, quando perderem o apoio externo,
suas atividades se reduzirão. Poucas organizações conseguem trabalhar apenas
com seus próprios membros. Por outro lado, as organizações dos agricultores têm
sido absolutamente necessárias, não apenas como receptores de apoios físicos, tais
como insumos agrícolas, mas também como receptores de assistência técnica do
MINAG até o momento. O Programa Nacional de Extensão Agrícola (PRONEA) está
sendo um dos principais projetos do Plano Diretor de Extensão (2007-2016) e
contém atividades de organização dos agricultores. Portanto, é importante
considerar a organização dos agricultores como estando integrada com a extensão
agrícola e as atividades do PRONEA.
3.9.2. Organização dos Agricultores através do Projeto modelo de Produtores
Contratados
Ficou claro através da pesquisa de inventário que o principal problema atual dos
pequenos agricultores e associações é “Nenhum comprador ao invés das demandas
do mercado ou inexistência de informações de mercado, os compradores não
podem vir à porteira da propriedade agrícola”. Portanto, é necessário focar nas
práticas agrícolas voltadas para o mercado com consciência do mercado e
transformação da consciência de “produzir e vender” para “produzir para vender”.
A maioria das propriedades agrícolas empresariais está envolvida na produção de
algodão e tabaco no sistema de contrato, através do qual eles fornecem assistência
técnica e insumos para os pequenos agricultores e estes pagam seus empréstimos
no momento da colheita. Este tipo de arranjo facilita o acesso dos agricultores aos
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-67
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
insumos, a um mercado garantido e ao pagamento, e os agricultores concordam em
vender suas culturas de rendimento para as empresas a um preço definido. Além
disso, no esquema de produção contratada, os agricultores entregam sua produção
a agricultores de grande escala ou a empresas, comerciantes ou processadores
através de arranjos contratuais especificando um preço pré-determinado e com
quantidade e qualidade pré-determinadas. Em geral, a produção por contrato
também inclui o fornecimento pelo grande produtor ou pela
empresa/comerciante/processador de serviços, tais como insumos agrícolas
necessários aos produtores para a entrega da produção acordada, assim como
alguma assistência técnica.
No processo de promoção de vários projetos na área do Corredor de Nacala, o
agrupamento de pequenos agricultores para a produção contratada por grandes
produtores ou empresas garante a compra (mercado dos agricultores) dos produtos
e isso também beneficia os pequenos agricultores. Alguns projetos em andamento
por empresas já mostraram um bom resultado. Os esquemas de produção
contratada devem ser promovidos centralizados nos grandes produtores ou
empresas, de modo que os grandes produtores e empresas sejam responsáveis
pela orientação técnica e pela promoção do agrupamento dos pequenos agricultores.
Isto deve ser apoiado com empréstimos preferenciais para grandes produtores ou
empresas que aceitem o projeto de produção contratada. A ideia dos esquemas de
produção contratada é também uma das estratégias de desenvolvimento do MINAG.
Por outro lado, para reduzir as crescentes disparidades econômicas entre os
agricultores que participam do projeto de produção contratada e a maioria dos
pequenos agricultores que não podem participar do projeto, o apoio a estes deve ser
considerado. Com este objetivo, está sendo promovida a formação da organização
dos agricultores em colaboração com as atividades de extensão agrícola pelo
PRONEA e a formação de cooperativas agrícolas voltadas para o mercado através
da promoção da nova lei de cooperativas.
3.9.3. Esclarecimento dos Objetivos para a Organização dos Agricultores
A organização dos agricultores gera benefícios econômicos para seus membros
através de atividades coletivas. Na maioria dos casos, o benefício é conseguido
através da garantia de fatores de produção (acesso à terra e à água), acesso ao
conhecimento (informal ou através da extensão pública ou privada), acesso aos
insumos graças à redução de preços (devido à redução dos custos do transporte),
acesso ao crédito e, algumas vezes, acesso a melhores mercados pela produção a
granel.
As organizações dos agricultores são compostas de grupos que geralmente variam
de 10 a 60 pessoas que se unem para um ou vários objetivos combinados. Algumas
Desenho da Visão Geral do Plano
3-68
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
delas têm estatutos que definem os objetivos e as taxas de participação. Mas,
basicamente elas funcionam com base em regras baseadas em costumes. De
acordo com o interesse comum de seus membros, de acordo com a estratégia para
o movimento associativo agrícola do DNEA, as organizações dos agricultores são
divididas nos seguintes sete tipos:
1) Envolvendo associações de irrigantes
2) Associações de comercialização agrícola
3) Associações de meios de produção
4) Associações para compartilhamento do direito de uso e ocupação da terra
5) Associações para culturas específicas relacionadas com as empresas
financiadoras
6) Associações para a gestão dos recursos naturais e do ecoturismo
7) Associações mistas
Conforme já mencionado anteriormente, para que os pequenos agricultores
individuais tenham um poder de barganha igual ao dos comerciantes ou dos
processadores, é necessário que estes agricultores individuais formem uma
organização voluntária ou uma sociedade cooperativa. Se os agricultores individuais
não tiverem seu próprio sistema para responder às variações da distribuição ou do
preço, eles sempre terão uma atitude passiva. Deste ponto de vista, também é
necessário que os agricultores individuais organizem seu próprio sistema.
Entretanto, no caso da criação de uma organização de agricultores por eles próprios,
é importante que eles deem atenção a questões de desenvolvimento de sua própria
identidade e reconheçam a necessidade de sua organização como meio efetivo para
resolver estas questões, ao invés de pensar “no começo, havia a Organização”. Ao
descobrir os benefícios da organização por si próprios, a propriedade da
“organização dos agricultores” aumenta e leva a uma sustentabilidade de longo
prazo.
Para alcançar a organização dos agricultores no meio termo (2021) do ProSAVANA,
o desenvolvimento de recursos humanos que sejam o núcleo da organização dos
agricultores é indispensável. Entretanto, estas atividades para o desenvolvimento de
atores rurais requer não apenas recursos de curto prazo (2-3 anos), mas também
perspectivas de treinamento de longo prazo. Portanto, é necessário melhorar as
capacidades das organizações de agricultores existentes em paralelo ao
desenvolvimento dos recursos humanos de pessoas-chave para as novas
organizações. Isto deve ser apoiado em antecipação da transição das associações
de agricultores existentes para as modernas cooperativas agrícolas com base na
nova lei de cooperativas.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-69
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Do mesmo modo, para melhorar a operação e gestão das organizações de
agricultores existentes e para melhorar sua sustentabilidade, é também necessário
desenvolver os recursos humanos de seus membros. Portanto, o “desenvolvimento
da capacidade humana” está posicionado como uma abordagem para organizar os
pequenos agricultores, e o programa de desenvolvimento da capacidade humana
será implementado. Além disso, quando for promovida a organização dos pequenos
agricultores no futuro, será importante melhorar a compreensão entre os
beneficiários e gastar tempo suficiente para desenvolver os recursos humanos que
conscientizarão as pessoas-chave e todos os agricultores.
3.9.4. Desenvolvimento da Capacidade Humana
A razão pela qual as organizações dos agricultores não são mantidas
continuamente é a falta de recursos humanos que leva à falta de organização e
capacidade entre os agricultores, mais do que a falta de recursos econômicos. A
organização dos pequenos agricultores tem sido realizada através de intervenção
externa pelo governo ou pelas ONGs. Como resultado, a unidade, o sentido de
objetivo, o sentido de responsabilidade e a consciência cooperativa da organização
são fracos. A criação e manutenção contínua da organização dos agricultores
dependem em grande medida da qualidade dos seus membros. Portanto, é
necessário preparar uma organização / agrupamento que possa ser realizado
voluntariamente na comunidade. Por esta razão, o desenvolvimento dos recursos
humanos das pessoas-chave nas organizações dos agricultores no futuro é uma
atividade essencial. Não apenas a intervenção externa é importante, mas também a
utilização de valores comunitários tradicionais para o desenvolvimento dos recursos
humanos.
Nas áreas rurais, os valores comunitários tradicionais são ainda dominantes. Os
chefes tradicionais (Régulo, Mueune, etc.) que lideram estes valores em suas
comunidades lidam com questões fundiárias, também desempenhando um papel de
coordenação, como polícia ou chefe da comunidade. As pessoas-chave das
organizações dos agricultores ou os líderes da comunidade no futuro serão
escolhidos a partir dos adolescentes recomendados por um chefe tradicional ou
pelos líderes do grupo de jovens. Em outras palavras, a formação da organização
com base na cultura tradicional, valores comunitários e participação voluntária é útil
em termos de manutenção da sustentabilidade e da moral das atividades das
organizações dos agricultores. Sendo assim, o desenvolvimento da capacidade
humana é a principal prioridade antes da formação da organização.
As atividades de treinamento do desenvolvimento da capacidade humana serão
realizadas em nível de Posto Administrativo em algumas instalações educacionais
localizadas no centro da região em horários em que estas instalações não são
Desenho da Visão Geral do Plano
3-70
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
utilizadas. É melhor realizar o treinamento diário por vários dias, por exemplo, em
uma semana. Os palestrantes serão principalmente os trabalhadores de extensão
agrícola e os graduados da Academia Agrícola ProSAVANA, a ser criada. Alguns
treinamentos terão recursos humanos e recursos de ONGs. O conteúdo do
treinamento serão tecnologias agrícolas relacionadas com a melhoria da produção
agrícola (sementes, fertilizantes, pesticidas e práticas agrícolas), operações da
organização (liderança, gestão, contabilidade, comercialização e negociação),
considerações ambientais e alfabetização, que estão diretamente relacionadas com
a melhoria do padrão de vida. Na área do Corredor de Nacala, muitos dos adultos
acima de 30 anos não têm educação pública suficiente devido a várias razões
socioeconômicas. Portanto, sua capacidade para adquirir novas informações
(conhecimento e tecnologia) é pequena, sendo então que o treinamento destes
membros deve ser feito passo a passo. O treinamento necessário dependerá do
objetivo do desenvolvimento, e o desenvolvimento da capacidade humana levará
muito tempo.
Como os objetivos e atividades do Programa de Desenvolvimento da Capacidade
Humana são similares aos do PRONEA, o Programa apoiará o PRONEA e será
realizado em conjunto com o mesmo. Os distritos que não são distritos alvo do
PRONEA serão atendidos pelo próprio Programa. Além disso, após o fim do
PRONEA (a partir de 2017), o Programa continuará sozinho. As Escolas de Campo
para os Agricultores foram introduzidas em 2009 com o apoio da FAO para fins de
educação dos agricultores e têm mostrado resultados positivos. Este conceito de
educação do agricultor originalmente focava na gestão integrada de pestes e na
gestão integrada da fertilidade do solo. A mentalidade mudou dos objetivos na
subsistência para a importância da orientação mercadológica para a produção, de
uma perspectiva no agronegócio. Considera-se que este conceito seja útil; as
atividades das Escolas de Campo para Agricultores serão planejadas no Programa.
3.9.5. Apoio ao Estabelecimento e Desenvolvimento de Cooperativas
Agrícolas Modernas
As associações de pequenos agricultores começaram a ser organizadas nos anos
1990. As associações são em princípio organizações sem fins lucrativos. Dentro do
arcabouço legal existente até 2009/2010, o estabelecimento, treinamento e
legalização das associações de agricultores têm sido promovidos por vários órgãos
como o MINAG, doadores e ONGs. A Lei Geral das Cooperativas Modernas (Lei
23/2009) foi aprovada em setembro de 2009 e promulgada em março de 2010. De
acordo com a nova lei, as cooperativas são autônomas e independentes, baseadas
na associação voluntária de seus membros e sob seu controle democrático. Os
membros são obrigados a contribuir na forma de um capital básico e em termos de
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-71
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
bens e/ou serviços para a atividade econômica para lucro mútuo, mas também
compartilhando os riscos, com o objetivo conjunto de satisfazer as necessidades e
aspirações econômicas dos membros. A Nova Lei das Cooperativas também prevê
a transformação das associações de agricultores existentes em cooperativas
modernas se eles cumprirem as exigências estabelecidas em lei.
As principais diferenças entre as duas formas legais de organização dos agricultores
são apresentadas na Tabela 3.9.1 e comparadas com o modelo de sociedades
anônimas de agricultores.
Tabela 3.9.1 Diferenças entre Cooperativas, Associações e Sociedades Anônimas
Cooperativas Associações Sociedades Anônimas
Unidade de pessoas que se
organizam para a execução de
uma atividade econômica.
Unidade de pessoas que se
organizam por razões não
econômicas.
Principalmente, uma empresa com
investimento de capital acionista
com objetivos econômicos.
O principal objetivo é o
fornecimento de serviços
operacionais com margens justas
e transparentes para seus
membros. O lucro é resultante das
atividades econômicas.
Os principais objetivos são
altruístas e não lucrativos e podem
estar relacionados com a
realização de atividades sociais,
culturais, esportivas e de
assistência mútua.
O principal objetivo é maximizar o
lucro.
Os membros e o fornecimento de
serviços se beneficiam da renda
líquida obtida.
Não há renda líquida financeira. Os membros ou acionistas nos
investimentos de capital se
beneficiam da renda líquida
(lucro).
O excedente realizado é
transferido aos membros com
base na proporção das atividades
implementadas e dos serviços
utilizados.
Qualquer excedente não é lucro e
é compartilhado.
O lucro obtido é distribuído entre
os membros e acionistas, com
base no capital investido.
O capital investido não determina
a gestão e a tomada de decisões
(um membro um voto)
O capital investido não determina
a tomada de decisões (um
membro um voto)
O capital investido determina a
gestão e a tomada de decisões.
Assembleia geral: O quórum é
baseado no número de membros.
Assembleia geral: O quórum é
baseado no número de membros.
Assembleia geral: O quórum é
baseado no montante do capital
investido.
Administrada por uma diretoria
geral composta de pelo menos 2/3
dos membros.
Administrada por um número
reduzido de pessoas.
Administrada por um número
reduzido de pessoas.
Fonte: A nova Lei das cooperativas. Desenvolvimento e negócios com princípios. AMPCM, 2011.
Embora a associação não seja uma forma legal apropriada para as organizações
dos agricultores que queiram gerar renda/benefícios, ela ainda é a forma mais
amplamente usada de organização. As principais razões para isto são: (i) a relativa
novidade das cooperativas modernas; (ii) necessidade de investimento financeiro
nas cooperativas (pelo menos 50% dos ativos por lei têm ser ativos financeiros); e
(iii) capacidade para gerir empresas cooperativas. Algumas associações ou uniões
de associações estão se desenvolvendo em cooperativas modernas com base na
Desenho da Visão Geral do Plano
3-72
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
nova lei, segundo a qual o dividendo é normalmente reinvestido nas empresas
cooperativas.
A Associação Moçambicana para a Promoção das Cooperativas Modernas
(AMPCM) foi criada em 2010, logo após a promulgação da nova lei das cooperativas.
A AMPCM tem um papel de liderança na implementação da nova lei através da
promoção e desenvolvimento de cooperativas modernas como forma sustentável de
geração de riqueza com alvo em vários setores. A AMPCM também está
promovendo a transição das associações existentes em cooperativas através do
desenvolvimento da capacidade (isto é, na legislação das cooperativas,
desenvolvimento de plano de negócios, contabilidade e auditoria, e fornecimento de
assistência jurídica, etc.). Nas províncias de Nampula e do Niassa, o
desenvolvimento de cooperativas é ativamente apoiado pelo CLUSA. Embora a
promoção das cooperativas agrícolas com base na nova lei seja uma questão
importante para o MINAG/DNSA, a nova lei ainda não é bem conhecida na área
rural e o número de cooperativas registradas com base na nova lei ainda é pequeno.
Este tipo de organização de pequenos agricultores é necessário para o
desenvolvimento agrícola na área do Corredor de Nacala, com o apoio ao
estabelecimento de modernas cooperativas agrícolas e o desenvolvimento de
sistema eficiente e efetivo de gestão e operação comerciais baseadas na nova lei.
As principais atividades são levar as informações da nova lei e os métodos de
operação para as organizações e interessados relevantes das províncias e distritos,
envolvendo as organizações dos agricultores e estabelecendo cooperativas
agrícolas. Também é importante apoiar a criação de novas cooperativas agrícolas
como um projeto modelo para grupos de agricultores que desejem se organizar e
apoiar a transformação das associações existentes em cooperativas. Após a criação
das novas cooperativas, será planejado o apoio à operação através de empréstimo
fácil do sistema financeiro na forma de “Crédito para pequenas e médias
associações de agricultores e empresas” (melhorando o Fundo de Iniciativa de
Desenvolvimento do ProSAVANA). Também serão realizados treinamentos
regulares para o desenvolvimento da capacidade humana dos membros das
cooperativas. O desenvolvimento da capacidade humana terá foco na orientação
comercial das cooperativas.
3.10. Estratégia para Administração de Terras
3.10.1. Reserva de Terra para Investimento
Foi noticiado em várias midias de que há conflitos de terras entre os investidores e
os agricultores locais na área do Projeto. Entretanto a disputa de terras não é dita
como uma causa grave para tirar novos investimentos, isto pode ser uma barreira
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-73
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
contra investidores conscienciosos no futuro. Portanto. o sector público deve
desempenhar um papel de mediador na mitigação do conflito entre os investidores e
a população local.
Na administração governamental de gestão da terra. recomenda-se a estabelecer
um princípio importante: o governo é responsável pela credibilidade da informação,
o que confirma a existência de áreas "disponíveis" ou áreas desocupadas, para que
elas possam ser alocadas para investidores ou para candidatos potenciais.
É improvável que existam áreas sem qualquer pedido de direito sobre eles
(ocupação costumeira ou boa fé). por isso é necessário encontrar formas de
verificação e confirmação dos direitos de uso da terra de acordo com as disposições
estabelecidas por lei. As áreas de terra confirmada como "disponível" será registado
no " Reserva de Terra " a ser destinado para as futuras atribuições. O governo.
então poderia emitir um certificado descrevendo a terra disponível (áreas de
interesse público), e mais tarde, de acordo com o interesse estratégico, para
parcelar a terra em projectos governamentais ou investimentos, de acordo com a
aptidão das terras agrícolas, e emitir DUATs para os investidores interessados na
área para produção específica.
Uma ação neste sentido, pelo governo, pode criar um ambiente de segurança e
confiança para investimentos e mitigar futuros conflitos sobre a posse da terra.
Uma ação semelhante também pode ser tomada pelo governo. a fim de garantir a
posse e emissão de títulos de terra (DUAT), aos ocupantes das áreas periféricas da
"Reserva de Terra". a fim de evitar futuros conflitos de terra entre investidores e
pessoas de comunidades vizinhas. A demarcação e emissão de DUAT a todos os
ocupantes interessados em torno do "Reserva de Terra", deve conceder aos
ocupantes dos direitos de equivalência aos benefícios prestados aos investidores
potenciais.
Objetivamente essas ações poderiam desenvolver a confiança mútua e a
cooperação entre as comunidades, os pequenos agricultores e os investidores.
3.10.2. Emissão de DUAT para os agricultores de pequena e média escala
A emissão do DUAT para agricultores individuais será promovida, de modo que o
governo seja capaz de confirmar a credibilidade das informações sobre o uso da
terra sem dificuldade. A situação atual, que obscurece o direito individual do uso da
terra de uma certa área. torna o governo difícil de ter uma informação confiável
sobre o uso da terra.
Como mencionado no capítulo 2.2.7. o registo da terra está longe do agricultor
devido ao seu custo e formalidades. Porque os agricultores sentem-se inseguros em
Desenho da Visão Geral do Plano
3-74
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
posição de uso da terra, a emoção poderia ser uma razão de conflitos de terra com
os investidores.
Além disso. o registo de terra utilizada pelos agricultores. pode ter efeito para
promover a transformação da agricultura itinerante para a agricultura em área fixa.
Porque o direito da terra segura traz a consciência do agricultor em manter a terra
visando ao uso sustentável e melhorando a produtividade. A aquisição do DUAT
deve começar em comunidade de forma participativa a fim de evitar sobreposições e
conflitos entre agricultores.
3.11. Estratégia para o Desenvolvimento da Irrigação
3.11.1. Estratégia Básica para o Desenvolvimento da Irrigação
(1) Abordagem para o Desenvolvimento da Irrigação
O Plano Diretor visa promover o desenvolvimento econômico e social através do
desenvolvimento agrícola no Corredor de Nacala, por meio da realização de
aumento da produtividade agrícola e maximização dos efeitos do aumento de
produto agrícola para a economia regional, envolvendo agricultores pequenos e
médios e investimento privado. Os papéis do setor de irrigação para alcançar a meta
de desenvolvimento acima são i) melhorar a condição básica da produção agrícola
através do desenvolvimento de infraestruturas agrícolas, tais como sistemas de
irrigação, ii) contribuir para o aumento da produção agrícola e a revitalização da
economia regional; e iii) gerenciar os recursos naturais, tais como terra irrigada e
recursos hídricos adequadamente, para que a sustentabilidade do desenvolvimento
seja assegurada. Para cumprir o papel do setor, as abordagens mostradas abaixo
são adotadas para o desenvolvimento da irrigação:
Aumentar a área atual irrigada e a produção agrícola através do uso eficaz do
potencial de desenvolvimento da irrigação;
Realizar o desenvolvimento sustentável da irrigação para o longo prazo, através
de operação e manutenção adequadas de equipamentos de irrigação;
Aumentar a renda do agricultor por meio da promoção da agricultura irrigada de
produtos orientados para o mercado;
Criar oportunidade de renda de pequenos agricultores através da produção de
cultivos de rendimento com irrigação;
Educa agricultores pequenos e médios da região através da produção e venda
de cultivos de rendimento com irrigação;
Atrair desenvolvimento de irrigação corroborando com investimento privado; e
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-75
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Garantir o desenvolvimento sustentável da irrigação através da gestão
adequada dos recursos hídricos e da terra.
(2) Estratégia Básica para o Desenvolvimento da Irrigação por Zona
Do ponto de vista de pleno uso do potencial regional de desenvolvimento da irrigação,
a prioridade do desenvolvimento irrigação é colocada sobre a recuperação da função
e utilização dos sistemas de irrigação já existentes por meio de reabilitação. O
número, área em operação e área potencial dos sistemas de irrigação existentes são
resumidos por zona, conforme mostrado abaixo:
Tabela 3.11.1 Número, Área em Operação e área Potencial dos Sistemas de Irrigação Existentes
Itens Zona I Zona II Zona III Zona IV Zona V Zona VI
Classe1)
A, B C A, B A, B A, B A, B A, B
Nº. de Sistemas 13 1 33 27 0 13 19
Em operação (ha) 138 1,300 267 702 0 147 468
Área potencial (ha) 800 2,000 1,400 1,728 0 267 551
1) Classe A: Menos de 50 ha de área potencial, Classe B: 50 a 500 ha, Classe C: Mais de 500 ha
Zona I e Zona II têm uma vantagem de bom acesso à crescente demanda por
produtos hortícolas de mão de obra crescente trabalhando na área urbana de
Nampula e SEZ de Nacala, bem como da fábrica de fertilizantes planejada em
Monapo. Por pleno uso da vantagem, espera-se que estas zonas promovam
produção hortícola por irrigação através da reabilitação de sistema de irrigação
existente danificado e defeituoso e promovendo a irrigação por bombas pequenas. A
expansão de bananais privados em Monapo, que usa o sistema de irrigação
moderno também é esperada no futuro.
Zona III tem um grande potencial de desenvolvimento da irrigação, utilizando
sistemas de irrigação existentes por meio de reabilitação e melhoria. A agricultura
irrigada de hortícolas, tais como cebola e alho é em grande parte realizada e a área é
considerada como uma área avançada de agricultura irrigada na região. O
desenvolvimento de irrigação na zona é esperado através da expansão da área
irrigada através da reabilitação do sistema de irrigação existente danificado e
defeituoso, bem como desenvolvendo o novo sistema de irrigação utilizando sistema
de bomba pequena e gravidade e com recursos hídricos abundantes em água de rio
e nascentes.
Zona IV é uma área montanhosa, que tem baixo potencial de desenvolvimento da
irrigação. A possibilidade de introduzir pequena irrigação de hortícolas usando
bomba ou água de nascente é considerada no fundo do vale, embora a área seja
limitada.
Zona V tem bom acesso a Cuamba, que se espera seja um ponto de concentração
estratégico no futuro. Utilizando-se a vantagem, espera-se que a zona produza
Desenho da Visão Geral do Plano
3-76
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
alimentos e cultivos de rendimento por irrigação. Devido ao baixo potencial dos
atuais sistemas de irrigação, a grande ênfase do desenvolvimento da irrigação na
zona será colocada sobre novos empreendimentos de irrigação por
bomba/gravidade usando água dos afluentes do Lúrio e água de nascente no sopé
das montanhas.
Na Zona VI, a produção de batata, feijão e outros hortícolas por irrigação sob o clima
ameno, deve ser promovida. Grande ênfase será colocada na reabilitação de
sistemas de irrigação danificados e defeituosos já existentes em Lichinga (Sede de
Lichinga e Chimbonila), enquanto o desenvolvimento do novo sistema de irrigação é
esperado em Nguama e Mandimba.
3.11.2. Potencial de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e sua Gestão
(1) Identificação do Potencial de Desenvolvimento de Recursos Hídricos
Os recursos hídricos possíveis para o desenvolvimento da irrigação são resumidos
por zona, conforme mostrado abaixo. É difícil avaliar o potencial de desenvolvimento
de recursos hídricos com precisão devido à extinção e mau funcionamento da rede
de observação e à falta de dados.
Espera-se que o escoamento anual médio da Área do Estudo seja de
aproximadamente 20 bilhões de m3/ano, que é excede em grande parte a demanda
esperada de desenvolvimento da irrigação. Devido ao fato de que a maioria dos rios
ainda não foram desenvolvidos, com exceção de alguns dos rios que atravessam
áreas urbanas, o potencial hídrico para o desenvolvimento futuro da irrigação é
considerado alto. É necessário conduzir investigação básica para compreender o
potencial de desenvolvimento de recursos hídricos, em paralelo com o
desenvolvimento e reconstrução da rede de observação e acumulação de dados
hidrológicos.
Tabela 3.11.2 Recursos Hídricos Possíveis para o Desenvolvimento da Irrigação por Zona
Zona I Zona II Zona III Zona IV Zona V Zona VI
R. Monapo,
R. Mecuburi
R. Meluli/
Namaita,
R. Monapo,
R. Ligonha,
R. Lúrio e
afluentes
- R. Lúrio e
afluentes
R. Lugenda e
afluentes,
R. Lucherngo
O Rio Monapo, que é um dos principais recursos hídricos da zona I e zona II, é o rio
mais desenvolvido na região devido à concentração demográfica. O rio foi
desenvolvido para o abastecimento de água urbano e rural, água industrial e
irrigação para exploração em grande escala, bem como a irrigação por bombas
pequenas. Considerando o aumento esperado da demanda de água causada pelo
desenvolvimento industrial e o aumento da população, é possível promover apenas a
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-77
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
reabilitação do sistema de irrigação e irrigação de bombas pequenas existente e
novo desenvolvimento de sistema de irrigação não é realista nestas zonas.
Em Mandimba na Zona VI, o Lago Chiuta, localizado na fronteira a montante da bacia
do Rio Lugenda perto da fronteira nacional com o Malawi, é considerável como
possível recurso hídrico para o desenvolvimento de irrigação em grande escala. É
necessário conduzir investigação e avaliação da possibilidade, juntamente com a
possibilidade de desenvolvimento de área pantanosa junto à parte superior do Rio Lugenda.
(2) Fortalecimento da Gestão dos Recursos Hídricos
A gestão dos recursos hídricos é essencial para o uso sustentável dos recursos
naturais e distribuição de água de maneira apropriada e justa. Atualmente, o
desenvolvimento dos recursos hídricos permanece em nível muito mais baixo do que
o potencial, com exceção de alguns dos rios que atravessam áreas de densidade
demográfica elevada. Assim, mesmo que uma gestão precisa dos recursos hídricos
não seja aplicada, nenhum conflito ou problema grave ocorreu. Considerando o
desenvolvimento futuro da indústria e da agricultura, bem como o aumento da
população da área do Corredor de Nacala, o estabelecimento da gestão adequada
dos recursos hídricos é considerada uma tarefa primária.
Desenvolvimento e reconstrução da rede de observação hidrológica (constante
implementação de plano de desenvolvimento de ARA-CN e ARA-N);
Fortalecimento do sistema de licenciamento de água: Incluindo sistemas de
irrigação pequenos e médios com menos de 500 ha para o sistema de
licenciamento da água, mesmo que a taxa de água não seja cobrada. Construir e
manter o banco de dados de licenciamento de água e uso atual de água, em
colaboração com o MINAG-DPA;
Formulação do plano diretor hídrico, incluindo plano de exaustão de água dos
rios que se espera do desenvolvimento intensivo, tais como o Rio Monapo.
3.11.3. Desenvolvimento de Irrigação e Drenagem
(1) Reabilitação de sistema de irrigação existente danificado e defeituoso
1) Prioridade de reabilitação
Do ponto de vista de pleno uso do potencial regional de desenvolvimento da irrigação,
a prioridade do desenvolvimento irrigação será colocada sobre a recuperação da
função e utilização dos sistemas de irrigação já existentes por meio de reabilitação e
recuperação de seu funcionamento.
As Zona II, III e I são definidas como áreas prioritárias de trabalho de reabilitação
preferencial, porque essas zonas têm um grande potencial de desenvolvimento de
Desenho da Visão Geral do Plano
3-78
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
irrigação através da reabilitação de sistemas já existentes, o que é indicado pela
diferença entre a área potencial e a área em operação.
A prioridade da reabilitação será decidida considerando-se a área potencial de
desenvolvimento do sistema, a situação atual de uso da terra na área beneficiada
(possibilidade de consolidação de terras para melhorar a eficácia do sistema de
canal), condição de estradas (acesso ao mercado potencial), condição da atividade
agrícola e organização dos agricultores, etc.
2) Rearranjo de parcelas irrigadas e separação de parcela irrigada por chuva
através de emparcelamento
A rede de canal está desativada e abandonada em alguns dos sistemas de irrigação
existentes, e apenas a terra perto da fonte de água é utilizada para irrigação. Em tais
áreas, a parcela irrigada e a parcela dependente de chuva estão misturadas na
mesma área, o que provoca dificuldade de gerenciamento adequado da terra irrigada
e aumento da eficiência da entrega de água.
Ao mesmo tempo, com a reconstrução da rede de canais, é necessário reorganizar
as parcelas irrigadas e separar as parcelas dependentes de chuva para se adaptar à
nova rede de canais. Rearranjo da parcela irrigada, através de emparcelamento
contribuirá para desenvolver a circunstância para gestão eficaz e eficiente da água,
bem como a gestão adequada da terra irrigada. Através do uso eficiente de terra e
água no sistema, espera-se que a área irrigada atual seja expandida. O aumento de
terra irrigada será entregue aos agricultores da comunidade e contribuirá para
aumentar a sua escala de produção. Através da geração de terra irrigada extra
concentrada para agricultores motivados por meio da consolidação de parcelas e
reabilitação, espera-se que surjam líderes agricultores.
3) Melhoria do inventário das instalações de irrigação e desenvolvimento de
base de dados
Atualmente, o inventário de sistemas de irrigação é desenvolvido por DPAs, embora
a informação coletada não seja suficiente e não seja atualizada. É necessário
melhorar o conteúdo do inventário e criar um banco de dados, bem como gestão
adequada das informações, a fim de fornecer informações suficientes para planejar o
desenvolvimento da irrigação e a gestão dos sistemas de irrigação.
(2) A melhora da capacidade técnica para a construção, operação e gestão da
estrutura hidráulica
Uma das principais razões do mau funcionamento da estrutura hidráulica é atribuída
à falta de habilidade adequada e tecnologia para a construção e trabalho de
reparação em cada nível, ou seja, nível administrativo, construtora local, comunidade
local e agricultores. A fim de proceder ao desenvolvimento da instalação de irrigação
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-79
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
e uso sustentável de sistemas de irrigação, é essencial ensinar a habilidade e a
tecnologia de acima dos atores acima em cada nível.
1) Administração pública responsável por sistemas de irrigação
A capacidade técnica da administração pública responsável pelos sistemas de
irrigação deverá ser aumentada na gestão das estruturas e instalações,
planejamento, projeto e investigação de empreendimentos, supervisão da
construção e orientação aos agricultores. A DPA tem a responsabilidade pela
atividade acime, em nível provincial com colaboração das SDAEs. O número e a
habilidade das equipes da seção de irrigação do DPA serão aumentados para lidar
com o aumento das tarefas de gestão de projetos de irrigação, bem como garantir o
orçamento para a atividade das equipes. Além disso, é necessário reforçar o apoio
da administração nacional à assistência técnica da DPA. O suporte de nível nacional
é esperado no desenvolvimento de orientações técnicas e projetos padrão de obras
hidráulicas e instalações de irrigação, melhoramento de orientações técnicas e
aconselhamento à seção de irrigação de DPAs, e orientação adequada de
desenvolvimento de irrigação e suporte técnico. O Instituto Nacional de Irrigação
(INIR) foi criado sob o MINAG para a gestão global e melhora de tecnologia de
desenvolvimento de irrigação. Espera-se a criação de subestrutura de nível
provincial do INIR em Lichinga, Nampula e Zambézia na fase inicial.
2) Empresa de construção local
A construção da estrutura hidráulica da maneira inadequada quanto à habilidade e
tecnologia causa avaria e danos às estruturas. É necessário escolher empresas de
construção civil local, que tenham uma habilidade suficiente e a tecnologia
necessária para a construção de estruturas hidráulicas de sistema de irrigação. A
melhora dos procedimentos de compras, introduzindo sistemas de qualificação para
construção hidráulica e são necessários aperfeiçoamento da orientação técnica e
inspeção de empresa de construção local pela administração pública.
3) Agricultores e comunidade local
Manutenção regular e simples reparo de instalações de irrigação são conduzidos por
usuários da Comunidade e usuários de irrigação, ou seja, grupo ou associação de
agricultores. Além disso, estruturas hidráulicas simples às vezes são construídas
pelos membros da comunidade e usuários da água. A habilidade e a capacidade
técnica da comunidade e de usuários de irrigação para instalações de irrigação deve
ser desenvolvido, assim como aumentada a capacidade para organizar esse trabalho
através da contribuição de trabalho do membro, através da formação de líderes da
comunidade e usuários de irrigação na construção de instalações simples e
reforçando a orientação de campo pelo gestor de extensão SDAE e inspeção pela
seção de irrigação do DPA.
Desenho da Visão Geral do Plano
3-80
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
(3) Utilização sustentável de instalações de irrigação, através do fortalecimento
da Associação de agricultores e formulação de associações de usuários de
água
O sistema de irrigação na área do estudo é um sistema de pequena e média escala,
exceto quanto a sistema privado em grande escala para a plantação de banana. A
responsabilidade pela operação e manutenção do sistema cabe ao usuário de
irrigação e grupo de usuários. Em geral, os sistemas de irrigação de pequena e
média escala são operados e mantidos pela comunidade, grupo de agricultores ou
associação de agricultores. Aumentando a capacidade do grupo de usuários, uma
operação e manutenção adequadas de instalações de irrigação será realizada pelo
grupo, de forma que se destina a manter o funcionamento adequado do sistema de
irrigação no longo prazo e utilizar o sistema de forma sustentável.
Em princípio, a operação e a manutenção serão executados pelo grupo de usuários
de forma autossustentada, que é organizada pela cobrança de taxa de água e arranjo
da contribuição do membro em trabalho e/ou material. Assim, o grupo de usuários é
necessário para se ter uma capacidade adequada na gestão da organização. Além
disso, espera-se que o grupo de usuário seja um corpo destinatário de suporte
técnico e serviço de extensão em irrigação e instalação pela administração pública.
As seguintes atividades devem ser promovidas no Plano Diretor:
Organizar grupo de agricultores em associação no caso de o grupo de
agricultores serem proprietário e operar o sistema de irrigação;
Legalizar a associação de agricultores que tem a função de associação de
usuários de água;
Organizar a associação de usuários de água através da sindicalização de
associações no caso do sistema de irrigação de escala média, que é usado por
várias associações e/ou grupos;
Melhorar a habilidade e a tecnologia de associação para operação e
manutenção de instalações de irrigação;
Aperfeiçoar a gestão de organização para a instalação de irrigação, incluindo a
cobrança de taxa de água, bem como organizar a participação do membro na
gestão; e
Aumentar a eficiência do uso da água através da melhora da gestão da água no
campo, bem como no sistema de canais.
(4) Promoção da pequena irrigação usando bomba
Em paralelo com a reabilitação e recuperação de sistemas de irrigação existentes, a
irrigação individual em pequena escala de hortícolas com pequenas bombas é
promovida em estabelecimentos agrícolas ao longo do rio, córregos, lagos e
pântanos, que são facilmente acessíveis para águas superficiais. Neste momento, a
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
irrigação manual por trabalhadores usando regadores é popular em tal área, e a mão
de obra necessária para irrigação limita a irrigação a pequenos lotes para
agricultores pequenos.
A produção de hortícolas com irrigação será promovida para agricultores pequenos,
através da introdução de pequenas bombas e orientação técnica da prática de
irrigação, para que os agricultores possam aumentar sua receita em dinheiro. Porque
se espera que a demanda de produtos hortícolas, incluindo plantas de folhagem
aumente devido ao aumento de trabalhadores trabalhando na área urbana de
Nampula e ZEE de Nacala, e na fábrica de fertilizantes planejada em Monapo, a
produção de hortícolas com irrigação de pequenas bombas será incentivada nas
Zonas I e II.
Pequenas bombas são propriedade, principalmente, de agricultores individuais, no
entanto, o uso compartilhado entre agricultores ou alugadas por proprietário também
é considerável. Será aumentada a eficiência do trabalho de irrigação através da
adoção de açudes ou tanque de armazenamento de água. Através do seguinte apoio
aos agricultores pequenos pela administração pública, a produção de hortícolas com
pequenas bombas será promovida:
Apoio financeiro aos agricultores pequenos para aquisição de equipamento de
bomba e combustível;
Orientação técnica de utilização eficaz da água e prática de agricultura de
hortícolas;
Fornecimento estável e sustentado de sementes hortícolas; e
Organização de agricultores irrigados em pequena escala em associação e
apoio ao desenvolvimento do canal de mercado através de correspondência
com comprador pesado ou contrato.
(5) Desenvolvimento de novo sistema de irrigação em pequena escala
A prioridade de desenvolvimento é colocada principalmente na reabilitação do
sistema de irrigação já existente. Além da reabilitação, considera-se o
desenvolvimento de sistema de irrigação de pequena escala nas áreas que têm uma
vantagem para o novo desenvolvimento.
A Zona III, onde a agricultura irrigada é popular entre agricultores e produz grandes
quantidades de hortícolas, tais como cebola, alho e outras culturas, tem um potencial
de novos desenvolvimentos de sistema de irrigação de pequena escala utilizando
água superficial abundante, bem como a reabilitação dos sistemas já existentes. A
Zona V também é considerada como área potencial para novo desenvolvimento de
sistema de irrigação de pequena escala através do aproveitamento integral da
vantagem de marketing devido à localização nas proximidades do ponto de
Desenho da Visão Geral do Plano
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
concentração estratégico esperado na região. Nessas zonas, o mercado de cebola,
alho, tomate e outras culturas para áreas urbanas tais como Nampula e Nacala, bem
como exportar para o Malawi no futuro é considerado promissor.
Embora desenvolvimentos de irrigação em grande escala com grandes
investimentos não sejam realistas, existe uma possibilidade de desenvolver o
sistema de irrigação de pequena escala utilizando água de nascente, ou
bombeamento o rio ou córrego em combinação com o tanque de armazenagem de
água e rede de pequenos canais. É possível desenvolver tais sistemas de irrigação
pequenos e simples por iniciativa do núcleo local de agricultores e da
associação/cooperativa de agricultores. O desenvolvimento da iniciativa de sistema
de irrigação de pequena escala pelo núcleo local de agricultores também deve
contribuir para educar líderes agrícolas de irrigação em pequena e média escala.
(6) Desenvolvimento de irrigação por investimento privado
Espera-se que culturas promissoras adequadas para o investimento privado em
grande escala, tais como milho e soja sejam cultivadas com condição de sequeiro,
como uma estratégia básica, devido à condição climática da área do estudo.
Considerando a variabilidade tanto do período e quantidade de chuva, a
produtividade das culturas de sequeiro flutuará significativamente de ano para ano. A
irrigação suplementar torna possível estabilizar a produtividade de culturas de
sequeiro em níveis favoráveis. Ela contribuirá para dar vantagem do suprimento
constante ao mercado, bem como para reduzir o risco da gestão agrícola. Além disso,
a completa irrigação de culturas usando tecnologia de irrigação moderna tais como o
sistema de aspersão de pivô central e fertilizante líquido permite o gerenciamento
preciso de cultivos no campo e contribui para aumentar a qualidade e a quantidade
de produtos. A qualidade bem gerenciada de cultivos será uma vantagem no
mercado de determinadas culturas.
A decisão de aplicar irrigação e o tipo de irrigação será tomada não só sobre
questões técnicas, mas também a estratégia cooperativa tais como seleção de
cultura, característica do mercado, relação com o canal de vendas e investimento
empresarial. Assim, o investimento privado será promovido através do fornecimento
das informações necessárias para analisar o plano de negócios, tais como potencial
de desenvolvimento de recursos hídricos e terra apropriada para irrigação através da
construção de banco de dados.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
3.12. Estratégia para o Desenvolvimento de Estradas e
Infraestruturas Sociais
3.12.1. Melhoria das Vias de Acesso
Rodovias e pontes são requisitos importantes para a realização de todas as
atividades que garantem do desenvolvimento socioeconômico, portanto, um dos
objetivos específicos do governo nesta área é garantir a recuperação das vias de
acesso em nível inferior ao das vias regionais que são de importância vital para a
movimentação de pessoas e produtos.
Os seguintes benefícios podem ser esperados com a melhoria das precárias
condições viárias.
Menor tempo das viagens
Melhor oportunidade para a venda de produtos
Maior quantidade coletada de produtos ou a eficiência da coleta
Redução do custo de transporte
Maior preço de venda dos produtos na porteira (para o agricultor)
Redução da perda de produtos, tanto no armazenamento quanto no transporte
Melhoria da qualidade dos produtos
Maior acesso aos insumos e mercados agrícolas, aos serviços públicos, etc.
Solução da situação de isolamento com o acesso.
Por outro lado, impactos negativos podem ocorrer se as vias forem construídas sem
a consideração adequada.
Migração da população para as áreas urbanas
Recuperação, desmatamento ou disposição descontrolada/ilegal de lixo
Destruição da cultura tradicional
Qualquer impacto negativo que prejudique os recursos naturais
A melhoria viária deve ser implementada com base nos pontos e etapas a seguir.
(1) Desenvolvimento da Capacidade para o Planejamento Viário Considerando a
Estratégia Agrícola
No sistema de classificação viária em Moçambique, as vias que conectam os
centros distritais ou postos administrativos são classificadas como vias regionais. As
outras vias menores são as vias não classificadas (doravante chamadas de vias
NC).
A melhoria das rodovias nacionais e das vias regionais é planejada pela ANE. As
vias NC estão sob a jurisdição da administração distrital e sua manutenção é
financiada pelo fundo viário. Entretanto, o orçamento para a melhoria das vias NC
Desenho da Visão Geral do Plano
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As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
não é alocado pelo fundo viário e requer projeto específico financiado pelo governo
de Moçambique ou por outros doadores.
No planejamento da melhoria viária, cada via é classificada conforme a prioridade.
Para a preparação do plano viário que reflita o plano agrícola local devido à
atividade econômica dominante na área rural, deve haver um trabalho conjunto para
a preparação do plano estratégico, envolvendo a ANE que é responsável pelas vias,
a DPA, pela agricultura local e o MPD, pelo planejamento.
O plano deve ser preparado com base nas demandas dos distritos locais, utilizando
a abordagem de baixo para cima. Entretanto, o plano deve garantir a consistência
com a estratégia provincial ou regional.
(2) Prioridade para a melhoria
1) Vias para aumentar o Acesso aos Mercados
As vias que conectam as áreas de produção de produtos específicos aos seus
mercados terão prioridade na melhoria. Espera-se que benefícios como a redução
do custo, redução do tempo de transporte ou melhoria da qualidade ocorram
rapidamente com a construção de vias nas áreas de produção existentes. Em
particular, as seguintes ideias estão em consideração na Área do Projeto.
Pavimentar as vias que conectam os locais de produção aos mercados ou a
estrada principal ao mercado em Gurue na Zona IV para aumentar a qualidade
dos vegetais no mercado.
Reforçar as vias e a construção de pontes para o desenvolvimento do núcleo
de produção de soja na Zona V para a passagem de veículos pesados entre o
núcleo e as áreas de produção das redondezas.
Melhoria das vias que conectam as áreas de produção aos locais de
processamento ou de consumo. A melhoria terá por alvo culturas específicas
que sofrem grande impacto na qualidade como a mandioca ou que são
facilmente danificáveis no transporte como os vegetais.
2) Rodovias e pontes para garantir acessibilidade durante todo o ano
É importante garantir o transporte durante todo o ano, sendo este um dos maiores
desafios. Em geral, 15 a 17% de toda a extensão das rodovias não tem condição de
tráfego durante a estação chuvosa. As principais causas desta precária condição de
tráfego são a drenagem precária nos locais de declividade acentuada ou nas partes
baixas e a falta de pontes.
A drenagem precária causa a erosão das estradas que impede o tráfego e também
as torna escorregadias facilitando a ocorrência de acidentes. Para evitar esta
situação, é preciso melhorar a drenagem e realizar a pavimentação parcial,
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-85
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
especialmente se houver o tráfego de caminhões pesados pela via. Além disso, há
muitos fluxos sazonais na Área do Projeto, sendo que várias comunidades ficam
isoladas durante a estação chuvosa. O preço dos produtos varia bastante no
começo da estação de colheita, que é também o final da estação chuvosa, portanto
o transporte durante todo o ano aumenta a possibilidade de obter-se melhores
lucros também.
Portanto, esta questão é importante nas áreas montanhosas das Zonas III, IV e VI.
3) Rodovias para apoiar o novo desenvolvimento
A rede viária deve ser desenvolvida em conformidade com a estratégia de
desenvolvimento de outros setores. As vias de acesso representam infraestrutura
essencial para atrair investidores para nova área de desenvolvimento estratégico
para o agronegócio como a zona econômica especial (ZEE). Além disso, a conexão
viária para várias comunidades com potencial de produção é boa para torná-las
produtivas. Por exemplo, existem várias comunidades localizadas próximo aos rios
sem via de acesso em Malema, Alto Molocue, Mandimba e Lichinga. Pode ser
criada área de produção de vegetais ou de outros cultivos irrigados se as
comunidades forem conectadas por estradas.
4) Rodovias para criar uma rede de distribuição ligada a um armazém
centralizado
Em termos da distribuição de produtos agrícolas, os produtos são estocados na área
de produção em pequenas quantidades separadamente, sendo então levados para
o posto administrativo e então para o centro regional. Com relação aos insumos
agrícolas, a distribuição pode ser invertida.
Portanto, é preferível haver uma rodovia conectando o centro distrital e o posto
administrativo, adequada para o transporte de caminhões durante o ano todo.
Os centros distritais de Mogovolas e Meucate não terão planos de pavimentação
das vias, mesmo os outros centros distritais na Área do Corredor de Nacala serão
conectados uns aos outros por vias pavimentadas após a conclusão das rodovias
N8, N13 e N14. Portanto, as vias para ambos os centros distritais precisam ser
melhoradas.
5) Modernização das rodovias para corresponder ao desenvolvimento
O nível exigido das rodovias está mudando de acordo com o desenvolvimento do
agronegócio. As prioridades do plano estratégico devem ser revisadas
periodicamente. Por exemplo, uma grande planta de processamento de arroz foi
construída em Mogovolas para processar o arroz produzido nos distritos de Moma e
Angoche, sendo então que o tráfego entre Mogovolas e Nampula poderá aumentar
Desenho da Visão Geral do Plano
3-86
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
devido à demanda do arroz. Portanto, é necessário que a via entre Mogovolas e
Nampula seja pavimentada.
(3) Atividades necessárias para o apoio ao desenvolvimento das rodovias rurais
O Governo de Moçambique implementou o programa de implementação de rodovias
rurais (RRIP) de 2008 a 2011 para encontrar soluções que pudessem reduzir os
custos de construção. Através do programa, foram encontrados vários materiais e
métodos de pavimentação, mas ainda é necessária mais pesquisa e
desenvolvimento.
Este tipo de pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, a melhoria viária com sacos
de areia ou pavimentação com pedras, etc., é necessário para se conseguir o
desenvolvimento viário com a comunidade.
3.12.2. Melhoria da infraestrutura social
A melhoria da infraestrutura social é considerada dividindo-a em dois grupos. Um
representa a infraestrutura necessária para a área de apoio ao desenvolvimento do
agronegócio, como o núcleo de desenvolvimento. O outro diz respeito à
infraestrutura necessária para a sociedade rural. Esta melhoria não é considerada
prioritária no Plano Diretor, mas deve ser considerada nas atividades dos projetos
que configuram o Plano Diretor.
(1) Infraestrutura necessária para a área de apoio ao desenvolvimento do
agronegócio (área urbana)
Como descrito no item 2.7.2, a capacidade de fornecimento de energia está próxima
do limite nas áreas de Nampula e Nacala, sendo que o abastecimento de água
também está próximo de alcançar o limite em Nampula, Nacala, Cuamba e Lichinga.
Como a promoção do agronegócio será realizada em uma área limitada, a
quantidade de água necessária poderá ser garantida com o uso complementar da
água subterrânea, se não houver investidores que requeiram grandes quantidades
de água como fabricantes de bebidas ou de cerveja. Mesmo assim, deverá ser
realizada a construção da barragem para o desenvolvimento da água superficial,
descrita em cada F/S do plano de desenvolvimento do abastecimento de água.
Com relação ao abastecimento de energia, o fortalecimento das instalações de
distribuição da subestação de Nampula é prioridade, porque a eletricidade é
fornecida através de Alto Molocue e Nampula até o leste da Área do Projeto,
incluindo a área de Nacala. Não importa ter que construir uma nova linha de
distribuição, considerando o aumento das grandes demandas no núcleo de
desenvolvimento.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-87
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
(2) Infraestrutura social na área rural
O desenvolvimento da infraestrutura social necessária na área rural pode ser
categorizado em medidas estruturais, como abastecimento de água e de energia, e
medidas que requerem a combinação de medidas não estruturais, como educação e
saúde.
1) Medidas que requerem a combinação de medidas não estruturais
Reforço das instalações educacionais na área rural e garantia do número
necessário de professores
Promoção da educação de adultos para melhorar a alfabetização das
mulheres
Medidas de fortalecimento para combater o HIV/AIDS, especialmente para
evitar a propagação da infecção.
Reforço das instalações médicas na área rural e garantia do número
necessário de pessoal médico
Desenvolvimento de recursos humanos em nível nacional no setor médico
através do estabelecimento de faculdades de medicina e de escolas técnicas
na área médica.
2) Medidas Estruturais
Aumento das instalações de abastecimento de água para melhorar o acesso à
água segura
Promoção da eletrificação rural com energia de fontes renováveis
(fortalecimento da FUNAE)
Desenvolvimento da capacidade da comunidade e do governo local com o
objetivo de implementar o desenvolvimento da infraestrutura com a
participação da comunidade.
3.13. Conformidade com os Princípios do IAR
3.13.1. Foco no Relatório Atual
Como descrito em capítulos anteriores, a promoção do investimento privado é uma
das abordagens básicas do desenvolvimento agrícola no Corredor de Nacala,
especialmente para a melhoria da produtividade e para o aumento da produção.
No ProSAVANA, o conceito do IAR (investimento agrícola responsável) será
integralmente adotado nos projetos com investimento privado no setor
agrícola/agroindústria, de acordo com os “7 princípios de IAR” internacionalmente
aceitos (ver Tabela 2.8.1). Para este fim, a “Diretrizes do ProSAVANA para o IAR”
Desenho da Visão Geral do Plano
3-88
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
será elaborada como um anexo do “Livro de Dados para Investidores Privados” até
junho de 2013.
Entretanto, é importante compreender que os princípios do IAR têm natureza
voluntária e sua aplicação bem sucedida depende da autorregulação dos
investidores e da aplicação adequada da legislação existente pelo Governo. De fato,
o Governo de Moçambique já possui várias leis e regulamentos que podem
responder para a maioria dos princípios de IAR, se adequadamente aplicados.
Conforme relatado no Relatório Intermediário 1 e em várias outras publicações,
projetos recentes de grande escala com investimento privado no setor agrícola e de
reflorestamento estão enfrentando conflitos com as comunidades locais, não apenas
na área do Corredor de Nacala, mas em toda Moçambique. Os maiores problemas
são: desacordo em relação à delimitação das terras, reassentamento involuntário,
atraso no pagamento da indenização, percepção de ameaça à segurança alimentar,
cumprimento precário do acordo de parceria entre o investidor e a comunidade, e
assim por diante. Esta situação é atribuível a razões complexas, mas será útil dividir
os problemas como se segue: (1) etapas de Planejamento, Consulta, Avaliação e
Licenciamento; e (2) etapas de Implementação, Monitoramento, Fiscalização e
Correção.
Em termos gerais, a etapa (2) parece incluir mais problemas e dificuldades que a
etapa (1), uma vez que Moçambique é conhecido por ter procedimentos legais bem
estruturados no DUAT e AIA, mas também por ter séria falta de recursos, pessoal e
capacidade para aplicar a fiscalização adequada necessária para a proteção do
ambiente natural, assim como dos direitos e da vida da sociedade civil.
3.13.2. Etapas de Planejamento, Consulta, Avaliação e Licenciamento
Um dos problemas fundamentais da sociedade civil e das comunidades é o fato das
propostas dos projetos dos investidores e os “planos de exploração” apresentados
durante a solicitação do DUAT serem oficialmente secretos e inacessíveis. As
comunidades não têm outra opção se não esperar por oportunidades limitadas de
consulta pública durante os processos de DUAT e AIA realizada pelo investidor. A
consulta comunitária em si é muitas vezes também criticada devido à precária
construção de consenso e ao caráter vago do acordo de parceria
investidor/comunidade que não tem efeito legal vinculativo. Além disso, a
coordenação precária entre os órgãos do governo algumas vezes resulta na
sobreposição dos DUATs.
Quanto ao licenciamento, a situação é mais confusa devido à uma contradição
estrutural: embora esteja definido que a Licença Ambiental preceda qualquer outra
licença (Artigo 15 da Lei do Ambiente nº.20/97), a aprovação da proposta de
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-89
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
investimento é exigida primeiro no caso de estrangeiros para a obtenção da
autorização provisória para o DUAT (Artigo11 da Lei de Terras nº.19/97), que por sua
vez tem que ser anexada ao relatório AIA para o licenciamento ambiental (Diploma
Ministerial nº.129/2006 pelo MICOA). Na realidade, alguns projetos de investimento
são iniciados sem esperar-se pela aprovação demorada da AIA e pela emissão
oficial da licença ambiental, porque um projeto de investimento aprovado deve
começar sua implementação no prazo de 120 dias (Decreto nº.43/2009), e, além
disso, a autorização provisória do DUAT pode ser revogada se o projeto não mostrar
progresso de acordo com o plano de exploração sem uma razão justificável em um
período de 2 anos (Artigo 27 da Lei de Terras nº.19/97). Não é fácil compreender
corretamente a inter-relação complexa destes três procedimentos (aprovação do
projeto de investimento, autorização provisória do DUAT e licença ambiental), que
caminham quase que em paralelo, mas com diferentes períodos de tempo da
solicitação até a autorização. De acordo com várias entrevistas feitas com
funcionários do MICOA, MINAG, CPI e CEPAGRI, em nível central e de província, tal
confusão prevalece não apenas entre os investidores, mas entre os funcionários
públicos também: de fato, na província de Zambézia, a equipe de estudo foi
informada que pelo menos dois projetos de agricultura comercial de grande escala
estão em operação sem a apresentação do relatório AIA e sem a obtenção da
licença ambiental, apesar da solicitação oficial do DPCA.
Uma reestruturação fundamental dos sistemas legal e administrativo é necessária
para enfrentar os problemas descritos acima, o que demandará um esforço de longo
prazo do Governo central. Portanto, no contexto do ProSAVANA-PD, a equipe de
estudo recomenda como a segunda melhor alternativa o reforço de um sistema de
fiscalização através do desenvolvimento da capacidade e da assistência técnica.
3.13.3. Etapas de Implementação, Monitoramento, Fiscalização e Correção
Os principais instrumentos e mecanismos legais para a fiscalização dos projetos de
investimento privado no setor agrícola e da agroindústria (não incluindo
reflorestamento) são resumidos nas Tabelas 3.13.1 e 3.13.2.
Tabela 3.13.1 Autorização, Fiscalização e Penalidade com relação às Licenças e Normas*
Licença / Norma Autoridade Métodos de controlo Penalidade para infracções
Casos comuns (requisites básicos)
Autorização do Projecto de
Investimento
CPI,
GAZEDA Monitoria Revogação
DUAT
MINAG,
Serviços de
Cadastro**
Fiscalização Revogação
Licença Ambiental MICOA AIA, Inspecção,
Auditoria
Multa, Punição com
responsabilidade civil ou criminal
Desenho da Visão Geral do Plano
3-90
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Plano Distrital de Uso da
Terra
MICOA,
Governo Distrital Fiscalização
Multa, Embargo ou demoliçaõ da
actividade que manifesta violação
Licença de Actividade
Industrial MIC Fiscalização, Inspecção
Multa, Revogação, Encerramento
do estabelecimento do infractor
Padrões de Qualidade
Ambiental e de Emissão de
Efluentes
MICOA
Fiscalização (exame,
vistoria, avaliação
técnico-científica)
Multa, Encerramento da
actividade transgressiva
Casos específicos (outros requisites especiais)
Licença de Uso e
Aproveitamento de Água e
de lançamento de efluentes
ARA A ser esclarecido Multa, Revogação
Licença de Captação e
Exploração de Água
Subterrânea
ARA, Técnicos
dos sectores
(saúde, obras
públicas,
ambiente, etc.)
Fiscalização Multa, Revogação, Embargo da
obra do infractor
Licença de Construção /
Exploração da Barragem ARA Fiscalização Multa, Punição administrative
Autorização para
Importação / Distribuição /
Utilização / Armazém das
Pesticidas
MINAG Inspecção, Fiscalização Multa, Confisco, Abertura de
processo-crime
Licença de Importação de
Sementes MINAG Inspecção Multa, Confisco
Plano de Reassentamento MICOA Fiscalização Multa, Punição administrative
Licença de Obras
Particulares (construção /
utilização)
Autarquia,
Governo Distrital Fiscalização
Suspensão, Revogação, Multa,
Embargo ou demolição das obras
do infractor
* Esta tabela não inclui os sistemas de supervisão do MITUR nas áreas protegidas e do MINAG das explorações
florestais.
** O serviço de cadastro significa os serviços públicos responsáveis pela implementação e atualização do
Cadastro Nacional de Terras em níveis central e local,
Fonte: Equipe de Estudo
Tabela 3.13.2 Mecanismo de Supervisão de Processos Críticos
Base Legal Disposições
Lei de Investimentos
(Lei nº.3/93)
Regulamento da Lei de
Investimentos
(Decreto nº.43/2009)
CPI e GAZEDA são responsáveis por fornecer aos investidores assistência e
monitoramento para verificar o cumprimento dos termos e condições da
autorização do projeto, assim como das disposições da Lei de Investimentos e
de outra legislação complementar.
A autorização do projeto pode ser revogada quando fica revelado que o
projeto não está cumprindo as condições acima.
Lei de Terras
(Lei nº.19/97)
Regulamento da Lei de
Terras
(Decreto nº.66/98)
Regulamento Interno do
MINAG
(Diploma Ministerial
nº.91/2006)
A autorização provisória do DUAT para atividades econômicas pode ser
revogada pelos Serviços de Cadastro quando é revelado que o projeto não
está implementando o plano de exploração sem uma razão justificável em um
período de 2 anos (investimento estrangeiro) ou 5 anos (investimento
doméstico).
Os Serviços de Cadastro têm competência para fiscalizar o cumprimento das
disposições dos Regulamentos da Lei de Terras, para detectar infrações e
para levantar respectivos autos.
O Departamento de Normação e Controlo, subordinado à Direcção Nacional
de Terra e Floresta (DNTF), tem competência para assegurar e velar pelo
cumprimento da legislação sobre terras, florestas e fauna bravia, assim como
para apoiar os serviços de fiscalização realizados pelos órgãos locais do
Estado.
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-91
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Regulamento sobre o
Processo de Avaliação do
Impacto Ambiental
(Decreto nº.45/2004)
Regulamento sobre a
Inspecção Ambiental
(Decreto nº.11/2006)
Regulamento Interno do
MICOA
(Diploma Ministerial
nº.265/2009)
Regulamento sobre o
Processo de Auditoria
Ambiental
(Decreto nº.25/2011)
A DNAIA deve garantir que a informação relacionada ao licenciamento
ambiental seja disponível ao público, e realizar a revisão dos estudos AIA
em colaboração com os órgãos públicos, setor privado interessado e
sociedade civil.
A licença ambiental se torna inválida quando é revelado que o projeto não
iniciou no prazo de 2 anos de sua emissão.
A entidade responsável pelo projeto é multada e punida pelas leis civis e
penais nos casos de:
- Implementação de atividades sem a licença ambiental;
- Solicitação da licença ambiental para o projeto após seu início;
- Alteração das atividades após a emissão da licença ambiental sem
autorização prévia;
- Fornecimento de informação fraudulenta, alterada ou omissão de
informação durante o processo de AIA;
- Falha na implementação de medidas de mitigação ou compensação, não
cumprimento das condições da licença ambiental.
A inspeção e auditoria ambientais são explicadas com mais detalhes a
seguir.
Lei de Ordenamento do
Território
(Lei no.19/2007)
Regulamento da Lei de
Ordenamento do Território
(Decreto nº.23/2008)
Plano Distrital de Uso da Terra (PDUT) estabelece não apenas a estrutura
espacial, mas também as normas e regras a serem observadas para sua
materialização. Qualquer licença, obra ou uso do solo contrário ao PDUT será
multado e punido, e tais obras podem ser compulsoriamente encerradas ou
demolidas. Os governos distritais, assim como o MICOA, são responsáveis
pela fiscalização.
Todo agente de desenvolvimento deve realizar, em conjunto com a
comunidade, a delimitação e a certificação da respectiva área comunitária
para evitar conflitos (um exemplo de normas e regras definidas pelo governo
distrital).
Regulamento do
Licenciamento da Actividade
Industrial
(Decreto nº.39/2003) (mais,
Diploma Ministerial
nº.134-D/2003)
O MIC tem competência para fiscalizar os estabelecimentos industriais
licenciados através de inspecções com ou sem aviso prévio.
As infrações das disposições dos Regulamentos do Licenciamento da
Atividade Industrial, incluindo riscos ambientais, são multadas e punidas. Os
estabelecimentos infratores são ordenados a parar ou fechar a operação, e a
licença é revogada.
Regulamento sobre o
Processo de
Reassentamento Resultante
de Actividades Económicas
(Decreto nº.31/2012)
A “comissão técnica de acompanhamento e supervisão do reassentamento”
consiste de representantes de diferentes setores (Ordenamento territorial,
Administração local, Obras públicas e habitação, Agricultura, Governo distrital)
com responsabilidades respectivas.
O processo de reassentamento está sujeito à fiscalização pela Inspeção
Ambiental e outras inspeções para matérias específicas. As infrações das
disposições dos Regulamentos do Processo de Reassentamento, incluindo o
não cumprimento do plano de reassentamento, são multadas e punidas
administrativamente.
Lei do Ambiente
(Lei nº.27/90)
Os cidadãos que encontrarem infrações das disposições da Lei do Ambiente e
de outra legislação ambiental têm a obrigação de informar o fato à polícia e
aos funcionários administrativos.
Os cidadãos que se considerarem ofendidos em seus direitos a um meio
ambiente ecologicamente equilibrado podem solicitar a imediata suspensão
da atividade causadora de tal problema.
Os cidadãos que possam sofrer, como consequência de uma violação da
legislação ambiental, ofensa pessoal ou dano a propriedades, incluindo a
perda de colheita ou lucro, podem processar judicialmente o violador e
solicitar o respectivo reparo ou indenização.
O Ministério Público é responsável pela defesa dos valores ambientais
protegidos pela Lei do Ambiente.
Fonte: Equipe de Estudo
Apesar da existência de tantos instrumentos legais bem estruturados, é evidente
que a precária aplicação da legislação resulta em degradação ambiental, assim
Desenho da Visão Geral do Plano
3-92
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
como, em muitos casos, em ameaça à vida das comunidades. Em termos gerais, os
esquemas operacionais da fiscalização podem ser divididos em: (i) Supervisão
conjunta pela CPI – CEPAGRI – DNTF, e (ii) Inspeção e auditoria ambientais pelo
MICOA, que são geralmente realizadas em separado e de maneira não harmoniosa.
De acordo com entrevistas realizadas com funcionários da CPI, CEPAGRI e DNTF,
em nível central, o monitoramento e a supervisão dos projetos de investimento
agrícola não estão de fato sendo realizados na frequência necessária. Uma equipe
conjunta é formada pelas três instituições, incluindo os níveis central e provincial,
para visitar os projetos apenas uma ou duas vezes ao ano, embora se acredite que
a frequência ideal seja a cada 3 meses. A participação da CPI é um tanto quanto
irregular, também. Os pontos mais importantes durante a verificação durante a visita
são: andamento do projeto de acordo com o plano de exploração; cumprimento do
acordo de parceria investidor/comunidade; e cumprimento da proposta de criação de
oportunidades de emprego para Moçambicanos e estrangeiros, etc. A legislação
prevê que a autorização do projeto de investimento e a autorização provisória do
DUAT podem ser revogadas2 quando são cometidas infrações, não cumprimento ou
irregularidades graves; entretanto, na realidade, a maioria dos casos termina com o
recebimento de recomendações para correção da equipe de supervisão, e a
aplicação da revogação definitiva parece ainda estar abaixo do nível esperado3.
A inspeção e auditoria ambientais realizadas pelo MICOA são outras ferramentas
poderosas do Governo para proteger o meio ambiente natural e social, se aplicadas
adequadamente. O sistema relativamente complicado é explicado na Tabela 3.13.3.
Como mostrado, a inspeção ambiental cobre um escopo maior e tem uma
competência legal maior que a auditoria ambiental.
2 Como exemplo, um projeto de biocombustível de grande escala na província de Gaza obteve uma autorização
provisória do DUAT para 30.000 ha em 2007 (Resoluçpão nº. 54/2007). Entretanto, ela foi revogada devido ao não
cumprimento do plano de exploração sem razões justificáveis (Resolução nº. 88/2009). 3 Em 2009, um total de 950 lotes de terra em Moçambique cobrindo aproximadamente 540.000 ha passaram pela
supervisão do DNTF. Como resultado, os DUATs foram revogados em 197 lotes que cobriam 22% da área
supervisionada devido a uso pouco desenvolvido. (Fonte: 1º relatório de monitoria da boa governação na gestão
ambiental e dos recursos naturais em Moçambique 2010-2011, CTV)
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-93
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.13.3 Sistema de Inspeção e Auditoria Ambientais
Inspeção Ambiental
Base Legal Regulamento Interno do MICOA (Diploma Ministerial nº.265/2009), artigos 4 e 5
Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto
nº.45/2004), artigo 24
Regulamento sobre a Inspecção Ambiental (Decreto nº.11/2006), artigos 1, 3, 11 e 19
Órgão Responsável Departamento de Inspecção Ambiental (sob Inspecção-Geral) do MICOA
Objetivo Garantir o cumprimento das leis e regulamentos ambientais.
Controlar o cumprimento das medidas de mitigação recomendadas para a redução ou
remoção dos efeitos negativos de quaisquer atividades com relação ao meio
ambiente.
Acionar os mecanismos legais, em coordenação com outros órgãos competentes,
para ordenar o embargo, demolição ou cancelamento das atividades que deterioram a
qualidade ambiental.
Controlar o processo do AIA, licenciamento ambiental, auditoria ambiental e
reassentamento.
Procedimento (1). Cada projeto de investimento apresenta um ‘Plano de Gestão Ambiental (PGA)’
juntamente com um relatório AIA.
(2). Uma vez que a licença ambiental é emitida e as atividades iniciadas, a agente do
projeto tem a responsabilidade de realizar o monitoramento ambiental de acordo com
o PGA e informar os resultados ao MICOA ou DPCA.
(3). Com base nesta informação, o MICOA realiza a inspeção ambiental regularmente e
faz a declaração para a sanção no caso de infrações. Todas as violações contra os
valores ambientais legalmente protegidos que estão sujeitas à procedimento penal
devem ser informadas ao Ministério Público.
Obrigações A equipe de inspeção, em sua primeira visita, deixa as recomendações para as medidas
corretivas quando as irregularidades não são graves. A segunda visita é realizada em um
prazo determinado e se for descoberto que as irregularidades não foram corrigidas, tais
casos são multados e punidos.
Auditoria Ambiental
Base Legal Regulamento Interno do MICOA (Diploma Ministerial nº.265/2009), artigo 19
Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto
nº.45/2004), artigo 24
Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto nº.25/2011), artigos
3, 6, 7, 8 e 15
Órgão Responsável Departamento de Auditoria Ambiental (sob DNAIA) do MICOA
Objetivo Fornecer uma ferramenta de gestão para avaliar o processo de proteção e controle
ambiental, o sistema de gestão e sua condição funcional de maneira sistemática,
documentada e objetiva.
Procedimento (1). Auditoria ambiental pública é realizada pelo MICOA para as atividades em
andamento das categorias A, B e C. Os relatórios de monitoramento ambiental
apresentados pela agente do pelo projeto são analisados regularmente.
(2). Auditoria ambiental privada é realizada pelas próprias entidades responsáveis pelo
projeto para as atividades potencialmente prejudiciais ao meio ambiente. No caso dos
projetos de categoria A ou B, a auditoria será realizada pelo menos uma vez ao ano
para garantir a conformidade dos projetos em relação às disposições da legislação
ambiental. As entidades responsáveis pelo projeto contratam auditores que não
participaram no processo da AIA como consultores.
(3). O MICOA pode comandar a auditoria ambiental para qualquer atividade, em
colaboração com outros órgãos setoriais, que tenha iniciado a operação sem passar
pelo processo AIA, quando são previstos danos ao meio ambiente.
Obrigações As recomendações feitas pela auditoria ambiental devem ser obrigatoriamente realizadas.
As entidades auditadas devem preparar um Plano de Ação e apresentá-lo ao MICOA
explicando o mecanismo, os recursos e o período para cumprir as recomendações, no
prazo de 30 dias após o recebimento do relatório da auditoria. A falha no cumprimento
deste plano é multada e punida.
Fonte: Equipe de Estudo
Desenho da Visão Geral do Plano
3-94
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
De acordo com entrevistas realizadas com funcionários do MICOA, em nível central
e de província, a inspeção e a auditoria ambientais de projetos de investimento
privado não são realizadas atualmente na frequência ideal, que deveria ser a cada 6
meses. A grave falta de orçamento (ver Figura 3.13.1), pessoal treinado,
equipamentos e capacidades especialistas são as principais razões para a
fiscalização insuficiente: e o resultado é a ameaça aos recursos naturais e vários
conflitos entre os investidores e as comunidades que são deixados sem uma
solução legal satisfatória.
Orçamento total do Estado
Orçamento do Sector Ambiental
Var
iaçã
o c
om
ref
erên
cia
ao a
no
20
05
(%)
Orçamento total do Estado
Orçamento do Sector Ambiental
Var
iaçã
o c
om
ref
erên
cia
ao a
no
20
05
(%)
Fonte: Adaptado do “1º relatório de monitoria da boa governação na gestão ambiental e dos
recursos naturais em Moçambique 2010-2011, CTV”
Figura 3.13.1 Variações do Orçamento Governamental e do Orçamento do Setor Ambiental
Vale mencionar uma observação importante feita pelo CTV4 sobre este ponto: “O
licenciamento ambiental de actividades que não seja acompanhado pela
correspondente capacidade de controlo e fiscalização põe em causa a própria
continuidade dos recursos naturais. ... O licenciamento não deverá ser feito
sem que haja prévia capacidade de fiscalização, sob o risco de avultados
danos de natureza econômica, social e ambiental.”
3.13.4. Necessidade de Desenvolvimento da Capacidade e da Assistência Técnica
para o Mecanismo de Fiscalização
As sugestões para superar a precariedade do mecanismo de fiscalização incluem
alternativas que demandarão a modificação da legislação atual e outras opções que
poderiam ser implementadas sem uma reforma estrutural.
A primeira consiste de dois pilares: (i) esclarecimento do status legal do acordo de
parceria investidor/comunidade; e (ii) alocação de uma parte das taxas de
4 Fonte: Extraído do “1º relatório de monitoria da boa governação na gestão ambiental e dos recursos naturais em
Moçambique 2010-2011, CTV”
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-95
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
licenciamento e das multas impostas como orçamento exclusivo para a inspeção e
auditoria ambientais.
Os Regulamentos da Lei de Terras (Decreto nº.66/98) definem, em seus artigos 24 e
27, que o “Parecer do Administrador Distrital” é necessário como parte do processo
de solicitação do DUAT e que o parecer deve incluir os termos da parceria entre os
solicitantes do DUAT e os proprietários do DUAT existente por ocupação. Entretanto,
não está claro se este acordo de parceria faz parte do “plano de exploração” que é
sujeito à fiscalização (e eventual revogação do DUAT) pelos Serviços de Cadastro.
É desejável que sejam estabelecidas disposições legais, como adendo aos
Regulamentos da Lei de Terras, sobre a obrigação de cumprir o acordo de parceria
investidor/comunidade, mecanismo de fiscalização, sistema de reparação de danos
e penalidade pela falha no cumprimento dos termos do acordo.
É muito pouco provável que haja um aumento drástico da alocação de orçamento
para a inspeção e auditoria ambientais. Para lidar com esta falta, a canalização de
certa porcentagem das taxas e multas como fonte financeira para a fiscalização será
uma estratégia recomendável. Atualmente, as taxas de licenciamento e as multas
impostas para as infrações são distribuídos como se segue:
Tabela 3.13.4 Distribuição das Receitas das Taxas e Multas
Receita Fiscal Distribuição
Taxas de autorização (provisória / definitiva) do DUAT
Taxas anuais do DUAT
40% para o Orçamento do Estado
60% para os Serviços de Cadastro
Taxas do Licenciamento Ambiental
40% para o Orçamento do Estado
60% para o FUNAB
Multas previstas no Regulamento sobre o Processo de
Avaliação do Impacto Ambiental
Multas resultantes da Inspecção Ambiental
Multas resultantes da Auditoria Ambiental
Multas previstas no Regulamento sobre o Processo de
Reassentamento Resultante de Actividades Económicas
Multas previstas no Regulamento sobre Padrões de
Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes
Taxas da Auditoria Ambiental 60% para o Orçamento do Estado
40% para o FUNAB
Taxas cobradas no Ordenamento Territorial
60% para o Orçamento do Estado
20% para o FUNAB
20% para o órgão que superintende a actividade do
ordenamento territorial a nível distrital ou autárquico
Multas resultantes da fiscalização do Ordenamento
Territorial
40% para o Orçamento do Estado
20% para o FUNAB
40% para o órgão que superintende a actividade do
ordenamento territorial a nível distrital ou autárquico
Taxas do Licenciamento da Actividade Industrial
35% para o Orçamento do Estado
65% para o melhoramento dos services de
licenciamento industrial*
Multas previstas no Regulamento do Licenciamento da
Actividade Industrial
50% para o Orçamento do Estado
25% para os intervenientes no processo*
25% para o fundo destinado a promover o
melhoramento dos serviços*
*Detalhes adicionais serão determinados pelo Ministério da Indústria e do Comércio.
Fonte: Equipe de Estudo
Desenho da Visão Geral do Plano
3-96
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Como mostrado na Tabela 3.13.4, o FUNAB (Fundo do Ambiente) possui várias
fontes de receita originadas das taxas de licenciamento e de diferentes tipos de
multas: entretanto, o subsídio ou a promoção da inspeção e da auditoria ambientais
não estão explicitamente estipulados como competência do FUNAB em seu estatuto
organizacional (Decreto nº.26/2011). É desejável que sejam estabelecidas
disposições legais, como parte dos Regulamentos Internos do FUNAB, que ainda
serão aprovados, e esquemas administrativos que possibilitem a transferência de
certos recursos para o MICOA (Inspeção Geral, DNAIA e DPCAs) e outras
autoridades relevantes como orçamento exclusivo para garantir a implementação da
fiscalização, inspeção e auditoria ambientais com a frequência e a efetividade
necessárias5.
Por outro lado, também é recomendável explorar alternativas mais práticas que não
requeiram uma reforma estrutural da legislação atual. Ela terá a forma de uma
série de ações para o desenvolvimento da capacidade dos órgãos envolvidos
e da assistência técnica por especialistas, que também deverão contribuir
para o cumprimento das “Diretrizes IAR do ProSAVANA”. Alguns elementos
importantes das ações necessárias são os seguintes:
Treinamento de funcionários do Governo, especialmente dos Serviços de
Cadastro e do MICOA, sobre os métodos de supervisão efetivos para os
projetos agrícolas/agroindustriais;
Troca de experiências entre diferentes regiões e projetos;
Terceirização parcial dos serviços de fiscalização, especialmente a promoção
de auditores ambientais privados certificados;
Fornecimento de veículos e de equipamentos de informática para uso exclusivo
dos inspetores e auditores;
Melhoria dos padrões de documentação e do sistema de divulgação de
informações, que melhorará a acessibilidade e a transparência das propostas
de investimento, relatórios AIA, licenças ambientais e relatórios de supervisão;
Reforço financeiro seja através do financiamento direto por doadores ou da
canalização de recursos do FUNAB;
Contratação de serviço de consultoria para apoiar os funcionários do governo
na implementação e gestão da fiscalização.
5 Isto não é uma ideia nova: tanto no artigo 21 do Regulamento sobre a Inspecção Ambiental como no artigo 85 do
Regulamento da Lei de Ordenamento do Território, estipula-se que “O Ministro que superintende a Coordenação da
Acção Ambiental estabelecerá, por despacho, o montante dos valores resultantes do pagamento de taxas e multas, a
consignar ao FUNAB para o reforço dos serviços de inspecção ambiental”. Um exemplo plausível deste modelo é o
artigo 28 do Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas que estipula
que “O Fundo do Ambiente subsidia as despesas das Comissões Técnicas de Acompanhamento e Supervisão de
Reassentamento, até 20% da percentagem dos valores resultantes do pagamento de multas.”
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-97
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Estas atividades poderão ser implementadas em um pacote, como um dos
componentes transversais do Plano Diretor. Outra opção será anexar uma “equipe
de apoio de fiscalização” especializada na sede do ProSAVANA, que cobrirá as
funções acima e desempenhará um papel neutro entre o Governo, investidores e
comunidades.
Através da aplicação de atividades acima, espera-se que uma grande parte dos
princípios da IAR e as exigências sejam cumpridas, a saber: (1) respeitar os direitos
da terra e de recursos; (3) garantir a transparência, a boa governação, e um bom
ambiente de habilitação; (4 ) consulta e participação, (6) a sustentabilidade social, e
(7), a sustentabilidade ambiental. No entanto, mecanismo de fiscalização fortalecida
por si só, não será suficiente e um bom esforço de auto-regulação e abordagem
ativa para a comunidade local, pelo lado do agronegócio será necessário para
responder a outros princípios da IAR a saber: (2) garantia da segurança alimentar, e,
(5) o investimento agro-empresarial responsável.
Desenho da Visão Geral do Plano
3-98
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
CAPÍTULO 3 CONCEITOS BÁSICOS DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO
AGRÍCOLA (DRAFT) .................................................................................................................... 3-1
3.1. DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA NO CORREDOR DE NACALA .......................................... 3-1
3.1.1. Constrangimentos do Desenvolvimento Agrícola ...................................................................... 3-1
3.1.2. Potencial de Desenvolvimento Agrícola .................................................................................... 3-2
3.2. Conceitos Básicos do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola .......................... 3-3
3.2.1. Área do projeto .......................................................................................................................... 3-3
3.2.2. Visão e Objetivos do Plano Diretor Agrícola ............................................................................. 3-3
3.2.3. Ano-Meta e Escalonamento ....................................................................................................... 3-4
3.2.4. Beneficiários Alvos .................................................................................................................... 3-5
3.2.5. Projeções das Principais Culturas .............................................................................................. 3-6
3.2.6. Abordagem Básica do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola ....................................... 3-10
3.3. Zoneamento da Área do Projeto ............................................................................... 3-13
3.3.1. Metodologia ............................................................................................................................. 3-13
3.3.2. Zoneamento da Área do Projeto .............................................................................................. 3-16
3.3.3. Potencial de Desenvolvimento Agrícola .................................................................................. 3-19
3.3.4. Análise da Situação Atual por Zona (Análise SWOT) ............................................................. 3-21
3.3.5. Estratégias de Desenvolvimento Agrícola de Cada Zona ........................................................ 3-27
3.4. Desenvolvimento de Cluster Agrícola ...................................................................... 3-33
3.4.1. Abordagem de Cluster Agrícola ............................................................................................... 3-33
3.4.2. Seleção de Culturas e Transformação para Cluster Agrícola ................................................... 3-34
3.5. Estratégia para aumento da produção agrícola ...................................................... 3-36
3.5.1. As culturas prioritárias e sua oportunidade .............................................................................. 3-36
3.5.2. Transformação de Cultivo Itinerante para a Agricultura Estabelecida ..................................... 3-40
3.5.3. Melhoria do Sistema de Suporte Técnico ................................................................................ 3-42
3.5.4. Melhoria do Acesso a Insumos Agrícolas ................................................................................ 3-46
3.5.5. Melhoria do Acesso a Financiamento/Crédito Agrícola .......................................................... 3-49
3.5.6. Parcerias entre Agricultores Locais e Agronegócios ................................................................ 3-51
3.6. Estratégia para o Desenvolvimento de Animais ..................................................... 3-52
3.6.1. Desenvolvimento da Indústria de Frango ................................................................................ 3-52
3.6.2. Outro Desenvolvimento de Animais ........................................................................................ 3-54
3.7. Estratégia para a Promoção de Produtos Agrícolas de Valor Agregado................. 3-55
3.7.1. Formulação de Cadeias de Valor .............................................................................................. 3-55
3.7.2. Serviço de Apoio para Desenvolvimento de Negócios ............................................................ 3-61
3.8. Estratégia de Desenvolvimento de Logística Agrícola ............................................ 3-61
3.9. Estratégia para a Criação de Organizações de Agricultores .................................. 3-65
3.9.1. Necessidade da Organização dos Agricultores......................................................................... 3-65
3.9.2. Organização dos Agricultores através do Projeto modelo de Produtores Contratados ............ 3-66
3.9.3. Esclarecimento dos Objetivos para a Organização dos Agricultores ....................................... 3-67
Assistência para Elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Agrícola do Corredor de Nacala em Moçambique
3-99
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
3.9.4. Desenvolvimento da Capacidade Humana............................................................................... 3-69
3.9.5. Apoio ao Estabelecimento e Desenvolvimento de Cooperativas Agrícolas Modernas ............ 3-70
3.10. Estratégia para Administração de Terras ............................................................... 3-72
3.10.1. Reserva de Terra para Investimento ......................................................................................... 3-72
3.10.2. Aquisição de DUAT entre os agricultores de pequena e média escala ..................................... 3-73
3.11. Estratégia para o Desenvolvimento da Irrigação .................................................... 3-74
3.11.1. Estratégia Básica para o Desenvolvimento da Irrigação .......................................................... 3-74
3.11.2. Potencial de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e sua Gestão ......................................... 3-76
3.11.3. Desenvolvimento de Irrigação e Drenagem ............................................................................. 3-77
3.12. Estratégia para o Desenvolvimento de Estradas e Infraestruturas Sociais ......... 3-83
3.12.1. Melhoria das Vias de Acesso ................................................................................................... 3-83
3.12.2. Melhoria da infraestrutura social ............................................................................................. 3-86
3.13. Conformidade com os Princípios do IAR .................................................................. 3-87
3.13.1. Foco no Relatório Atual ........................................................................................................... 3-87
3.13.2. Etapas de Planejamento, Consulta, Avaliação e Licenciamento .............................................. 3-88
3.13.3. Etapas de Implementação, Monitoramento, Fiscalização e Correção ...................................... 3-89
3.13.4. Necessidade de Desenvolvimento da Capacidade e da Assistência Técnica para o Mecanismo de
Fiscalização .............................................................................................................................. 3-94
Tabela 3.2.1 Principais Papéis das Partes Interessadas na Implementação do Plano Diretor ........... 3-6
Tabela 3.2.2 Principais índices de Metas sob o PEDSA ................................................................. 3-7
Tabela 3.6.1 Medidas a serem tomadas para desenvolver a indústria de frango ...................... 3-54
Tabela 3.7.1 Previsão do número de moagens de milho .............................................................. 3-56
Tabela 3.8.1 Previsão do número de moagens de milho .............................................................. 3-63
Tabela 3.9.1 Diferenças entre Cooperativas, Associações e Sociedades Anônimas...................... 3-71
Tabela 3.11.1 Número, Área em Operação e área Potencial dos Sistemas de Irrigação Existentes 3-75
Tabela 3.11.2 Recursos Hídricos Possíveis para o Desenvolvimento da Irrigação por Zona ............ 3-76
Tabela 3.13.2 Mecanismo de Supervisão de Processos Críticos ............................................. 3-90
Tabela 3.13.3 Sistema de Inspeção e Auditoria Ambientais ...................................................... 3-93
Tabela 3.3.1 Fatores para Realizar Tipo de Gestão ........................................................................... 3-14
Tabela 3.3.2 Descrição do Tipo de Gestão ........................................................................................ 3-18
Tabela 3.3.3 Agrupamento de Classificação de Cobertura de Solo ............................................ 3-19
Tabela 3.3.4 Potencial de Desenvolvimento Agrícola por Zona .................................................. 3-20
Tabela 3.3.5 Análise SWOT para zona I (Monapo e Muecate) ...................................................... 3-22
Tabela 3.3.6 Análise SWOT para a Zona II (Meconta. Mogovolas. Nampula. Murrupula) .......... 3-23
Tabela 3.3.7 Análise SWOT para zona III (Ribáuè. Malema e Alto Molócuè) ............................... 3-24
Tabela 3.3.8 Análise SWOT para zona IV (Guruè excluindo o platô de Lioma) .......................... 3-25
Tabela 3.3.9 Análise SWOT para zona V (Cuamba e Platô de Lioma) ......................................... 3-26
Desenho da Visão Geral do Plano
3-100
As opiniões e conclusões que integram esses documentos foram para fins de estudo e não
são vinculativas ou refletindo a posição das instituições coordenadoras, nem a
implementação das estratégias neles descritos.
Tabela 3.3.10 Análise SWOT para Zona VI (Mandimba. N'Gauma. Lichinga) ............................. 3-27
Tabela 3.4.1 Culturas divididas em Três Escalas de Produção ......................................................... 3-34
Tabela 3.4.2 Critérios de Seleção de Cultura Prioritária e Produtos Transformados................ 3-35
Tabela 3.5.1 Prioridade Culturas Alimentares Básicas ................................................................. 3-37
Tabela 3.5.2 Cultivos de Rendimento Prioritários ......................................................................... 3-38
Tabela 3.5.3 Outras Culturas Consideráveis ................................................................................. 3-39
Tabela 3.5.4 Medidas a serem adotadas para a Transformação do Cultivo Itinerante em
Agricultura estabelecida .......................................................................................................... 3-41
Tabela 3.5.5 Estratégia de Pesquisa Agrícola ............................................................................... 3-44
Tabela 3.5.6 Medidas a serem tomadas para Ativar o Sistema de Extensão Agrícola .............. 3-46
Tabela 3.5.7 Medidas a serem adotadas para Melhorar a Acessibilidade de Insumos Agrícolas
.................................................................................................................................................... 3-48
Tabela 3.5.8 Benefícios Esperados da Parceria entre Agricultores e Agronegócios ................ 3-52
Tabela 3.13.1 Autorização, Fiscalização e Penalidade com relação às Licenças e Normas* ........ 3-89
Figura3.1.1 Constrangimentos da Agricultura na Área de Estudo ............................................... 3-1 Figura3.2.1 Fases da Implementação do Plano Diretor .................................................................. 3-5 Figura3.2.2 Abordagem Básica do Desenvolvimento Agrícola no Plano Diretor ...................... 3-11 Figura 3.2.3 Abordagem para o Aumento da Produção Agrícola................................................ 3-12 Figura 3.2.4 Modelo de Desenvolvimento de Cluster ................................................................... 3-12 Figura 3.6.1 Imagem do Cluster de frango..................................................................................... 3-53 Figura 3.7.1 Cadeia de Valor do Milho ............................................................................................... 3-56 Figura 3.7.2 Cadeia de Valor da Mandioca ..................................................................................... 3-57 Figura 3.7.3 Cadeia de Valor de Castanha de Caju ....................................................................... 3-58 Figura 3.7.4 Cadeia de Valor da Soja .............................................................................................. 3-59 Figura 3.7.5 Cadeia de Valor do Tomate ......................................................................................... 3-60 Figura 3.8.1 Ponto de Concentração Estratégico .............................................................................. 3-64
Figura 3.3.1 A Abordagem para Realizar o Tipo de Gestão pela equipe brasileira ................... 3-13 Figura 3.3.2 Fluxo de Abordagem Integrada dos dois lados ....................................................... 3-15 Figura3.3.3 Zoneamento de Gestão pela Equipe de estudos brasileira ..................................... 3-16 Figura3.3.4 Mapa de Adequação de Cultura .................................................................................. 3-17 Figura 3.3.5 Zoneamento de Gestão pela FGV .............................................................................. 3-18 Figura 3.3.6 Zoneamento da Área do Projeto ................................................................................ 3-19 Figura 3.3.7 Fluxo de Análise em Estratégias de Desenvolvimento Agrícola de Cada Zona. .. 3-27 Figura 3.3.8 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola na Zona I e II ......................................... 3-28 Figura3.3.9 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola na Zona III e IV ...................................... 3-30 Figura 3.3.10 Estratégias de Desenvolvimento Agrícola nas Zonas V e VI ................................ 3-31 Figura 3.4.1 Mapa de Tipo de Gestão ............................................................................................. 3-35 Figura 3.5.1 Problemas causados pelo Cultivo Itinerante ........................................................... 3-40 Figura 3.5.2 Problemas em relação à Pouca Acessibilidade a Insumos Agrícolas ................... 3-47