capítulo 6

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CAPÍTULO 6 PROBLEMAS Eu nunca havia pensado muito em drogas ou coisas do tipo. O choque com Jimmy me fez começar. Passei a aula de Espanhol observando Frankie e imaginando qual seria a reação dela quando soubesse que seu novo namorado usava drogas. Não deveria ser tão ruim, usar maconha, se soubesse parar, poderia ser até bom. Fiquei pensando nisso o resto dia. Eu até senti alguma vontade de experimentar. -o- Minha cota de aulas com Harry naquela semana tinham se esgotado. Danny não se sentava mais comigo nas aulas, preferia ficar sozinho. Algo que sua família parecia ter inteira em comum. Eu conversava com Mattew nas trocas de aula e nos intervalos, mas de algum modo eu preferia estar com Harry. Na sexta feira, ele me chamou me abordou na hora do almoço. -Eu discuti com os meus irmãos, você não quer se sentar comigo? – Surgiu do nada, eu nem o tinha visto quando entrei no refeitório. -Ah... – Fiquei atônito por um segundo ou dois – Por que não? – Não havia motivos para negar. Todas as garotas do recinto me fuzilaram quando me sentei com Harry numa mesa na parte mais alta do refeitório, tivemos que subir uma escada, era um mezanino. Harry também levava uma bandeja de comida, mas não comeu nem um grão do arroz. Nem tomou seu refrigerante, ele reparou que eu tinha olhado para o copo. -Você quer? – apontou para o refrigerante – Acabei de lembrar que não posso tomar nada gelado, minha garganta está ruim. -Ok, Valeu. – Peguei o copo, refrigerante nunca é demais – Por que você “discutiu” com seus irmãos mais cedo?

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Page 1: Capítulo 6

CAPÍTULO 6

PROBLEMAS

Eu nunca havia pensado muito em drogas ou coisas do tipo. O choque com Jimmy me fez começar. Passei a aula de Espanhol observando Frankie e imaginando qual seria a reação dela quando soubesse que seu novo namorado usava drogas.

Não deveria ser tão ruim, usar maconha, se soubesse parar, poderia ser até bom. Fiquei pensando nisso o resto dia. Eu até senti alguma vontade de experimentar.

-o-

Minha cota de aulas com Harry naquela semana tinham se esgotado. Danny não se sentava mais comigo nas aulas, preferia ficar sozinho. Algo que sua família parecia ter inteira em comum. Eu conversava com Mattew nas trocas de aula e nos intervalos, mas de algum modo eu preferia estar com Harry. Na sexta feira, ele me chamou me abordou na hora do almoço.

-Eu discuti com os meus irmãos, você não quer se sentar comigo? – Surgiu do nada, eu nem o tinha visto quando entrei no refeitório.

-Ah... – Fiquei atônito por um segundo ou dois – Por que não? – Não havia motivos para negar.

Todas as garotas do recinto me fuzilaram quando me sentei com Harry numa mesa na parte mais alta do refeitório, tivemos que subir uma escada, era um mezanino.

Harry também levava uma bandeja de comida, mas não comeu nem um grão do arroz. Nem tomou seu refrigerante, ele reparou que eu tinha olhado para o copo.

-Você quer? – apontou para o refrigerante – Acabei de lembrar que não posso tomar nada gelado, minha garganta está ruim.

-Ok, Valeu. – Peguei o copo, refrigerante nunca é demais – Por que você “discutiu” com seus irmãos mais cedo?

-Ah... É banal, mas não temos o tempo necessário para isso agora. Talvez outra hora?

-Que tal hoje à tarde? Não tenho nada para fazer. – Nem sei por que perguntei, apenas pareceu óbvio demais por uma fração de segundo.

-Ótimo, posso passar para te pegar? É mais fácil.

-Ok.

O sinal bateu e me apressei para a aula de Inglês com Matt.

-O que o albino, gato – percebi que ele soltou sem querer – queria com você na hora do almoço?

Page 2: Capítulo 6

-Ele brigou com os irmãos, e eu sou certamente a única pessoa que ele fala além deles no colégio.

-É verdade, ele e aquele “Danny”. – Continuamos em direção aos nossos assentos.

-O Danny não fala mais comigo. Por algum motivo que eu realmente desconheço.

-Poxa... Que chato. Mas está tudo bem com o bonitão lá? – Fiquei feliz de perceber que Matt não ligava mais de expor o que achava dos rapazes na minha frente.

-Sim, sim. E nós vamos sair hoje a tarde para ele poder me explicar direito o que aconteceu. – Reparei como estava frio na sala – Nossa! Esfriou ainda mais ou é impressão minha.

-Não... Esfriou mesmo, está nevando lá fora. Mas... Me conte os detalhes mórbidos amanhã, por telefone, ou apareça na minha casa.

-Ok, Matt... Ok.

O professor entrou na sala e paramos de conversar, milagrosamente.

Na hora da saída, o pátio estava vazio e a pista do estacionamento ainda coberta de gelo. Fechei a jaqueta até o final do zíper e comecei a andar até o carro, estava do outro lado do estacionamento, que estava miseramente povoado, diga-se de passagem – péssimo dia para não conseguir uma vaga mais perto. Harry estava com seus irmãos perto da saída ao lado do carro. Ao me ver, ele não acenou, continuou de cara fechada e estático ao lado do carro enquanto seus irmãos riam de alguma piada ou coisa do tipo.

Eu estava no meio da pista, quase em meu carro, com a mochila nas costas, não mexi um músculo quando ouvi o barulho de borracha deslizando no gelo. Me virei para ver o que era, um carro preto vinha desgovernado com os freios obviamente puxados até o fim. Meu coração parecia ter parado e eu sabia muito bem o que aconteceria a seguir. Fechei os olhos e comecei minha prece mental. Senti uma mão em meu peito me jogando em direção ao meu carro. Caí no chão abrindo os olhos, lá estava Harry, parado com as duas mãos no para choques do compacto preto – Uns cinco centímetros para dentro, com o amassado que sua mão deixou no carro. Ele realmente tinha parado um carro em alta velocidade com as mãos. Fiquei atônito em choque por segundos, tempo suficiente para ele olhar em meus olhos e desaparecer por trás do meu carro, correndo realmente rápido.

Todos os que ainda estavam no estacionamento correram em minha direção. O motorista abriu a porta cambaleando para fora do carro, minha visão estava um pouco desfocada, percebi que tinha batido minha cabeça na lataria do meu carro. O motorista era ninguém menos que meu querido amigo usuário de drogas, James Mercury, ou só Jimmy, como preferir.

-Mike! Você está bem? – Frankie apareceu em meio às pessoas que não sabiam o que fazer.

-Acho que sim. – Tentei parecer o mais normal possível.

-Sua cabeça está sangrando, ALGUÉM CHAMA UMA AMBULÂNCIA! – Merda, agora meu dia não poderia ficar pior.

Uma ambulância realmente foi chamada, e nela eu parar no hospital mais perto do colégio, onde provavelmente o pai do Harry trabalhava.

Page 3: Capítulo 6

Eu estava entrando numa maca quando vi a radio patrulha do meu pai encostando na frente do hospital. Como ele já sabia? E vi também Harry entrar caminhando como se nada tivesse acontecido, metade das pessoas do estacionamento pareciam estar do lado de fora do prédio do hospital naquela hora. E como Harry podia ter saído ileso, o carro bateu nele, e não em mim – Mas minha cabeça estava sangrando da batida na lataria do Batmóvel.

-Olá, como você está? – Ouvi uma voz com o mesmo tipo de “veludo” da voz de Harry. Me virei devagar, e lá estava o provável Dr. McCrawd, ainda estava curioso de seu nome, mas respondi sem pensar duas vezes.

-Estou ótimo, não precisava de tudo isso. Foi só uma pancadinha.

-Um carro quase te atropelou, pensamos que tinha atropelado mesmo. – Ele tinha uma prancheta nas mãos e parecia ter mais ou menos trinta anos, ou menos.

-Mas não atropelou – Olhei seu crachá, sim, era o pai do Harry – Seu filho me salvou.

-Do que está falando? – Olhou desconfiado para mim.

-O Harry me empurrou para longe e parou o carro do Jimmy com as mãos! – Ele me encarou por uns segundos como se tivesse realmente acreditado, mas desviou o olhar numa risada incrédula.

-Você bateu forte mesmo com a cabeça... Vamos fazer um curativo nesse corte e você já pode ir para casa rapidinho.

-Obrigado. – Agradeci e me calei.

O enfermeiro empurrou minha maca até enfermaria, havia mais macas lá. Esperei pelo Dr. Por alguns minutos. Ele fez o curativo como disse e antes que pudesse recomendar algum remédio, meu pai passou pela porta da enfermaria em passos grandes.

-Como você está? Eu vim o mais rápido que pude. – Disse alto.

-Estou bem, estou ótimo. Se acalme pai. Foi só um... Corte.

-Eu já estou acostumado com seus “cortes”. Mas um carro?! – Pois a mão esquerda na nuca coçando-a de leve.

-Eu não fui atropelado, eu só... – Olhei para o pai de Harry, ele encarava com algum tipo de preocupação – bati forte com a cabeça.

-Eles vão cuidar de você – Ele olhou para o médico, abriu um sorriso breve – Boa tarde, Jeremy, como vai? – Ele conhecia o pai do Harry? E tinha intimidade para não o chamar de Doutor mesmo no hospital.

-Olá, Allan. Pode deixar... Não é nada grave, só mais uns minutos e já pode levá-lo para casa.

-Ok, vou esperar na “sala de espera”, que é pra isso que foi feita.

Ignorei o que meu pai disse e deixei “Jeremy” prosseguir com a receita do remédio. Ele terminou e eu saí andando pelos corredores procurando a tal Sala de Espera, mas não havia placas naquela espelunca.

Vaguei por uns três corredores até dar de cara com Harry, antes que ele tivesse tempo de virar as costas e correr, o indaguei:

-Como você parou o meu carro?